Romantismo - vozativablog
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3o Literatura Médio ROMANTISMO Romantismo & Liberdade A liberdade Guiando o Povo - Eugène Delacroix Romantismo Como estilo de época o Romantismo está ligado à Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois acontecimentos que mudaram a história da Europa e colocaram em evidência valores burgueses tais como, o individualismo e a desobediência aos valores pré-estabelecidos. PARA INÍCIO DE CONVERSA Você se considera uma pessoa romântica? O romantismo p ó s - Dicas revolucionário reflete uma nova maneira de conceber a A fim de ampliar os seus sobre o tema vida e o mundo, e, principal- conhecimentos desta aula, considere as dimente, cria uma nova inter- cas a seguir: pretação de liberdade artística. Esta liberdade deixa de Vídeo – O homem elefante, de David Lynch ser um privilégio do gênio para ser prerrogativa nata de Livro – Os sofrimentos do cada artista e de cada pesso- jovem Wether, de Goethe a dotada de talento. O pré- Música – os clássicos Beeromantismo só ao gênio per- thoven, Chopin e Verdi mitia que fugisse às regras estabelecidas, ao passo que o romantismo propriamente dito nega a validade de quaisquer regras objetivas. Toda a forma de expressão individual é única, insubstituível, e contém em si as suas próprias leis e padrões, e esta é a grande aquisição que a Revolução doou à arte. O movimento romântico passa, agora, a ser uma luta de libertação, não só contra academias, igrejas, cortes, patronos, amadores, críticos e mestres, mas também contra o próprio princípio da tradição, da autoridade e da norma. Sem a atmosfera intelectual criada pela Revolução, esta luta é inconcebível; ela deve à Revolução o seu desencadeamento e a sua influência. Toda a arte moderna é, até certo ponto, o resultado deste combate pela liberdade. Língua Portuguesa Componentes interdisciplinares trabalhados: Literatura, Arte e História HAUSER. Arnold. História social da literatura e da arte. 2a ed. São Paulo: Mestre Jou, 1972. Comentário Segundo o que podemos inferir do texto, a Revolução Francesa e o Movimento Romântico marcaram o fim de uma época. A arte deixa de ser orientada por critérios objetivos e convencionais e passa a ser uma forma de auto-expressão criadora de seus próprios meios e padrões. Esse tipo de romantismo, contudo, é bem diferente do Romantismo na arte, que também está relacionado aos sentimentos, mas foi mais do que isso. Foi um amplo movimento que surgiu no século XIX e representou artisticamente os anseios da burguesia, que havia acabado de chegar ao poder na França. Estudar a Literatura romântica, portanto, é conhecer o conjunto de transformações ocorridas nesse período e analisar de que modo elas produziram uma nova maneira de ver e sentir o mundo. Nessa nova concepção a arte transforma-se em um meio através do qual um indivíduo singular pode se comunicar com outros indivíduos igualmente singulares. PROLONGANDO A CONVERSA Pelo que verificamos Verifique até agora, para o artista romântico, a arte não Analise com o quadro A liberdade guiando o povo, de Eugène Deladeve se restringir à imi- croix e veja como o autor se inclui tação, mas procurar a na estirpe dos grandes revolucioexpressão direta da nários franceses. emoção, da intuição, da inspiração e da espontaneidade. De acordo com essa visão , nada do que se produzia poderia ser retocado após a concepção, sob o risco de comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho. 01 Prof. Abrahão A palavra romantismo é geralmente associada a um conjunto de atitudes e valores, tais como: dar ou receber flores, gostar de ler ou escrever poemas e/ou historia de amor, emocionar-se facilmente, ser gentil e delicado com a pessoa do afeto. Acreditando nisso, muitos artistas românticos dedicaram suas vidas à busca de aventuras e emoções fortes para que, através delas, pudessem colher experiências criadoras. Muitos deles se envolveram com drogas e alcoolismo, enquanto outros participaram de lutas sociais, reivindicando-se como líderes da humanidade. REFLETINDO SOBRE A CONVERSA Concluímos, então, que o romantismo foi mais que um mero programa de ação de um grupo de poetas, romancistas, músicos ou filósofos. O movimento baseou-se. sobretudo, em um certo conservadorismo acompanhado o desejo de liberdade, de inovações formais e do namoro com o poder e a revolta radial. A liberdade, a paixão e a emoção foi o tripé sobre o qual construiu-se boa parte da ideologia romântica. Vida e arte burguesa O triunfo do romantismo, como escola, assinala, no mundo ocidental, a plenitude do desenvolvimento burguês. Suas origens, nos fins do século XVIII, indicam o progresso da ascensão da classe que vai, dentro em pouco, destruir os últimos vestígios da dominação medieval. [...] criando os instrumentos de que necessita, a burguesia, no amplo quadro da vida urbana, a que dera fisionomia, generaliza a curiosidade pelas criações artísticas, particularmente, através da imprensa e do teatro. Sua aliança com o povo, na luta contra os remanescentes do feudalismo, permite levar-lhe o conhecimento dos novos tipos de arte, associando-o à difusão, fazendo dele participante do grande espetáculo literário que começa a se desenrolar. Cria-se, com isso, o público, isto é, a platéia indiscriminada, que assiste às peças ou lê os folhetins e os livros, cujo gosto é necessário atender e cujas preferências geram notoriedade. SODRÉ. Nelson Werneck. História da literatura brasileira – seus fundamentos econômicos. 5a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. LEITURA COMPLEMENTAR O movimento punk nasceu na década de 1980. Ao contrário dos hippies da década de 1970, os punks eram barulhentos, usavam uma moda nada convencional – couro preto, calças apertadas, tecidos rasgados, coleiras, alfinetes, botas, cabelos no estilo moicano – e sua palavra de ordem era a insatisfação com a falta de perspectivas sociais. Assim como a moda, a musica era expressão desse inconformismo, tematizando a exclusão, a miséria, a repressão policial. No Brasil, destacaram-se bandas como Garotos Podres e Ratos de Porão. O gótico moderno deriva do punk. Como movimento cultural, nasceu no início da década de 1980. transformouse num comportamento: os adeptos vestiam-se de preto e branco, para dizer que eram puros de alma e que a morte os esperava a cada momento. Usavam maquiagem pesada, sombra negra nos olhos e esmalte preto nas unhas. A música é a manifestação mais marcante do gótico moderno, embora muitas bandas tenham sido denominadas góticas mais pelo visual do que pelo teor da música. A música gótica, introspectiva e intimista, revelando uma personalidade sombria, opunha-se a alegre música disco da década de 1970. São bandas famosas: Sisters of Mercy, Echo & the Bunnymen, The Cure, Bauhaus, The Smiths, todas da década de 1980. O comportamento gótico, assim como o dark, depressivo e melancólico, revela atração pelas coisas mórbidas e misteriosas. Os góticos são verdadeiros cúmplices da dor. Na canção gótica dos anos 1980, a morte foi o tema mais recorrente, ao lado de outros, como a melancolia, desespero, abandono, falta de perspectiva... É importante considerar que nem sempre góticos e darks vivem essas circunstâncias concretamente. Tratase, antes de tudo, de uma postura artística, que se expressa na música, na moda, no comportamento. Muitas tendências dentro do gótico sobreviveram à década de 1980: o punk-dark, o ultra-romântico, o cybergótico, entre outras. Cabe ressaltar, que o gótico surgiu na época medieval, relacionado sobretudo à arquitetura das catedrais. O gótico medieval foi resgatado no século XIX pelo estilo chamado Romantismo e não se restringe à arquitetura, mas designava todo um comportamento caracterizado pela grande tendência à depressão, à melancolia, à solidão, à tristeza, à denuncia da exclusão. Já no século XXI, os reflexos nada estimulantes da globalização parecem gerar um sentimento bastante semelhante àquela falta de perspectiva da década de 1980. A internet hospeda, hoje, inúmeros sites sobre a cultura gótica, e muitos blogs fazem referência aos “ídolos” dos góticos Góticos, darks e punks Na cultura moderna, esses três nomes são geralmente associados à música, mas não se restringem a ela: envolvem um comportamento específico, uma maneira de se vestir, uma forma de conceber o mundo. 02 Em síntese, na modernidade, góticos, darks e punks retomaram temas fundamentais do Romantismo, cultivando muitos autores do período, como o poeta brasileiro Álvares de Azevedo. Adaptado de FARACO. Carlos Emílio. MOURA. Francisco Marto de. Português Série Brasil. São Paulo: Ática. 2004