1 centro universitário uniseb trabalho de conclusão de curso
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1 centro universitário uniseb trabalho de conclusão de curso
1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISEB TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BACHARELADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA O PERFIL DO CONSUMIDOR DE PRODUTOS E/OU SERVIÇOS DE LUXO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - SP Sul Ellen Mariano Orientador Prof. Me. Carlos Henrique da Costa Tucci RIBEIRÃO PRETO 2011 2 SUL ELLEN MARIANO O PERFIL DO CONSUMIDOR DE PRODUTOS E/OU SERVIÇOS DE LUXO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - SP Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário UniSEB de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda. Orientador Prof. Me. Carlos Henrique da Costa Tucci RIBEIRÃO PRETO 2011 3 M333p Mariano, Sul Ellen. O perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo da cidade de Ribeirão Preto - SP - Ribeirão Preto, 2011. 48 f. Orientador: Prof. Me. Carlos Henrique da Costa Tucci. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário UNISEB de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em Comunicação Social em Habilitação em Publicidade e Propaganda sob a orientação do Prof. Me. Carlos Henrique da Costa Tucci. 1. Consumo. 2. Produtos e serviços de luxo. 3. Consumo de luxo no Brasil. I. Título. II. Tucci, Carlos Henrique da Costa. CDD 658.8 4 TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO Aluno: Sul Ellen Mariano Código: 6303 Curso: Publicidade e Propaganda Semestre/Ano: 8º/2011 Tema: O perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo da cidade de Ribeirão Preto - SP. Objetivos Pretendidos: Analisar o perfil do consumidor de produtos e serviços de luxo com pesquisa de campo na cidade de Ribeirão Preto. _____/_____/_______ _________________________________ Prof. Me. Carlos Henrique Costa da Tucci Orientador _____/_____/_______ _________________________________ Sul Ellen Mariano Aluna _____/_____/_______ _________________________________ Sara Gonzalez Coordenadora e Prof. do Curso 5 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO – FATCC Tema do trabalho: O perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo da cidade de Ribeirão Preto - SP. Data da apresentação: _____/_____/________ Horário: ____________ Local: _________________________________ Comissão Julgadora: 1) Professor Orientador: ________________________________________________ 2)Professor da Área: ___________________________________________________ 3)Professor Convidado: ________________________________________________ 6 Folha de pontuação Fatores de Avaliação Pontuação (0.0 a 10.0) 1. Atualidade e relevância do tema proposto. 1. Linguagem técnica utilizada em relação ao tema e aos objetivos, e competência lingüística. 1. Aspectos metodológicos e formais da editoração do trabalho escrito - seqüência lógica e coerência interna. 1. Revisão Bibliográfica realizada em relação ao tema pesquisado. 1. Apresentação oral – segurança e coerência em relação ao trabalho escrito. Média: ____________ (______________________________________________) Assinaturas dos membros da Comissão Julgadora: 1) _____/_____/________ _____________________________________________ 2) _____/_____/________ ______________________________________________ 3) _____/_____/________ ______________________________________________ 7 À minha mãe, ao meu pai, aos meus irmãos e meu namorado pelo incentivo, apoio e amor de sempre . 8 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Me. Carlos Henrique da Costa Tucci pela dedicação e contribuição, para a concretização deste trabalho. A todos os professores que proporcionaram todo conhecimento e aprendizado necessário para minha formação acadêmica, profissional e pessoal. Aos grandes amigos que fiz durante o curso. 9 “O luxo é uma necessidade que começa onde a necessidade termina”. Coco Chanel 10 MARIANO, Sul Ellen de. O perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo da cidade de Ribeirão Preto – SP. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Publicidade. Centro Universitário UniSEB. Ribeirão Preto, 2011. Resumo A crescente participação do mercado de luxo na economia brasileira aumentou a necessidade de conhecimentos específicos sobre este público que adquire produtos e/ou serviços de luxo de forma natural, quer seja por estilo de vida adotado ou por desejar obter o melhor que seus recursos financeiros possam comprar. Este consumidor de Ribeirão Preto precisa ser analisado considerando suas características individuais, culturais e sociais e não apenas sua renda. Palavras-chave: consumo; produtos e serviços de luxo; consumo de luxo no Brasil; consumidor de Ribeirão Preto - SP. 11 Lista de Gráficos Gráfico 1: Gênero .......................................................................................... 22 Gráfico 2: Faixa etária ................................................................................... 23 Gráfico 3: Estado civil ................................................................................... 23 Gráfico 4: Nível de escolaridade ................................................................... 24 Gráfico 5: Renda............................................................................................ 25 Gráfico 6: A principal ocupação dos entrevistados ...................................... 25 Gráfico 7: Categorias de luxo mais consumidas pelos entrevistados ............ 26 Gráfico 8: O que significa luxo para os entrevistados ................................... 27 Gráfico 9: O que os entrevistados buscam quando consomem luxo ............ 27 Gráfico 10: O que os entrevistados exigem quando consomem luxo............ 28 Gráfico 11: Quais marcas são referência para os entrevistados .................... 29 Gráfico 12: Os principais motivos para escolherem as marcas ..................... 30 Gráfico 13: O preço alto é um indicador de luxo para os entrevistados? ..... 31 Gráfico 14: Quando o preço aumenta, continuam a consumir ..................... 31 Gráfico 15: Qual o valor gasto mensalmente em compras de luxo .............. 32 Gráfico 16: O que mais agrada os entrevistados em suas compras ...............32 Gráfico 17: Algumas marcas de luxo em Ribeirão Preto .............................33 Gráfico 18: O consumo dos entrevistados relacionado a personalidade ...... 34 Gráfico 19: Quando são influenciados, quem os influenciam? .................... 34 Gráfico 20: Quais das afirmativas foram apontadas pelo entrevistados ....... 35 Gráfico 21: Cruzamento de gênero com escolha da categoria de luxo ......... 35 Gráfico 22: Cruzamento de renda com categoria de luxo ............................ 35 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 1. O LUXO.................................................................................................... 15 1.1. Um breve panorama sobre o luxo no Brasil ..................................... 16 2. MÉTODO ................................................................................................ 19 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 22 CONCLUSÃO ............................................................................................. 36 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 38 APÊNDICES ................................................................................................ 40 13 Introdução Segundo Berry (1994, apud D`Angelo, 2004) o luxo é a melhor categoria de consumo para demonstrar a relação das escolhas realizadas pelo consumidor, pois suas compras representam informações que exemplificam a subjetividade individual e a influência da cultura sobre o ser humano. Portanto, antes de começarmos a analisar o tema luxo é importante falar sobre o consumo. Diferente da sociedade feudal, na qual não havia mobilidade social e o que determinava a condição individual era seu nascimento, na sociedade contemporânea o acesso rápido a informações, a variedade de ofertas, as facilidades de pagamento e concessão de crédito, impulsionam o aumento do consumo no Brasil. O instrumento de segmentação econômica mais comumente adotado e amplamente aceito como referência para pesquisas é o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) da ABEP – Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa. Este instrumento utiliza o levantamento de características domiciliares, como a presença e quantidade de alguns itens de conforto e o grau de escolaridade do chefe da família para diferenciar a população (ABEP, 2011). Esta forma de levantamento pode comprometer uma análise realística das relações de consumo, uma vez que não contribui para uma narrativa causal dos efeitos e das variáveis envolvidas nestas relações econômicas. Segundo Santos (2005), a construção de uma tipologia mais apropriada para a estrutura social do Brasil, não deveria, por exemplo, levar em consideração a educação, que não deve ser elencada como uma variável mediadora e/ou moderadora entre a posição de classe e a geração de determinados efeitos. Portanto, o consumo e a posse de bens, sendo ou não considerados artigos de luxo, não determinam a posição social de uma pessoa. Como também, consumidores que não das classes sociais privilegiadas podem consumir produtos e/ou serviços de luxo, o que demonstra que não existe relação direta entre estes fatores. Entretanto, a utilização de instrumentos de segmentação econômica baseados na posse de bens pode comprometer um compreensão apurada dos consumidores. Analisando o conceito de consumo, Barbosa (2010) argumenta que no mundo moderno o consumo tornou-se o foco central da vida social. Atitudes sociais, valores culturais, aspirações e comportamentos são orientados em relação ao consumo. E o acesso dos consumidores a qualquer mercadoria é o resultado da distribuição de recursos financeiros e culturais, como: preferência pessoal, estilo de vida. Para Barbosa (2010), a cultura do consumidor nada mais é do que a sociedade capitalista, cuja característica fundamental é a 14 insaciabilidade dos consumidores, estruturalmente incompatível com leis suntuárias como as leis da idade média que regulavam hábitos de consumo para regular e reforçar as hierarquias e os valores morais através de restrições quanto ao gasto com roupas, alimentos e bens de luxo. Segundo Retondar (2007), a insaciabilidade acaba por produzir uma experiência ao individuo que consome, já que produtos são imbuídos de significados sociais e a alta variabilidade desses causaria o aumento de experiências significativas proporcionadas pelo consumo. Então, os consumidores não optam por produtos em si, mas pelos significados e significações a estes atrelados. Assim, ocorre um processo de individualismo, no qual os consumidores definem, criam e recriam suas identidades por meio do consumo. Neste sentido, Rocha (2000, apud D`Angelo, 2004) afirma que para entender o consumo é necessário entender a cultura, como entender a cultura também é essencial para entender o consumo, só é possível compreender a cultura contemporânea se entendermos as relações capitalistas e de consumo que nela vigoram. Quando a cultura e o consumo são operados em conjunto, o consumo deixa de ser um mero produzir, comprar e usar produtos para se tornar um sistema simbólico, no qual a cultura expressa seus princípios, categorias, ideais, valores e identidades. Estudos demográficos, de localização e levantamentos socioeconômicos, além do aspecto cultural citado anteriormente explicam parcialmente as opções de compra dos consumidores. Mas o comportamento do consumidor, assim como suas variações, somente pode ser analisado em profundidade tendo como suporte estudos sobre as necessidades individuais, personalidade, valores, interesses e convicções pessoais, motivações, ou seja, todos os processos conscientes e inconscientes envolvidos na atitude de compra como destaca D`Angelo (2006). As teorias psicológicas, segundo Gade (1998), ajudam a abordagem específica do comportamento humano e de atitudes individuais a partir do condicionamento que certos estímulos podem provocar. Para compreender a motivação das pessoas, uma das teorias mais utilizadas na área de marketing e comunicação é a teoria de Abraham Maslow que divide as necessidades humanas em uma hierarquia de cinco grupos, sendo o primeiro caracterizado pelas necessidades fisiológicas e o último pelas necessidades de auto-realização. O que Maslow apresenta com esta teoria é a ideia de que as necessidades básicas se manifestariam em primeiro lugar, assim, as pessoas procurariam satisfazê-las antes de se preocuparem com as de nível mais elevado. Assim que cada necessidade fosse atendida, a pessoa seria automaticamente motivada a buscar a satisfação da segunda necessidade, e assim sucessivamente. A hierarquia de necessidades proposta por Maslow é composta por: necessidades fisiológicas e hereditárias como fome, sede e sexo, entre outras; necessidades 15 de segurança e de proteção contra qualquer dano físico e/ou emocional contra ameaças e perigos; necessidades sociais e de amor, de amigos, companhia, filhos, de ser aceito pelos grupos com os quais convive; necessidades de estima, de auto-avaliação positiva, respeito por si próprio e autoestima, e da estima dos outros; necessidade de auto-realização, autonomia, justiça. Cobra (2003) afirma que é nesta última necessidade em que os produtos e/ou serviços de luxo aparecem com muito mais frequência, pois representam uma das mais difíceis de serem definidas e compreendidas. 1. Luxo Allérès (2006) aponta que o luxo não é um fenômeno recente e que o consumo do luxo esteve sempre presente nas sociedades, em todas as épocas, desde o momento mais remoto, quando uma classe população se entregou aos prazeres do uso de objetos de luxo, para fins religiosos, tribais ou exclusivamente profanos. Para uma compreensão mais aprofundada sobre o conceito de luxo, é fundamental conhecermos os significados da palavra luxo. Etimologicamente, o significado original vem do latim Luxus que significa ostentação, magnificência, abundância e refinamento. Outra importante definição é do dicionário Michaelis (1998): 1. Magnificência, ostentação, suntuosidade, 2. Pompa, 3. Qualquer coisa dispendiosa ou difícil de se obter, que agrada aos sentidos sem ser uma necessidade, 4. Tudo que apresenta mais riqueza de execução do que é necessário para a sua utilização, 5. O que é supérfluo, que passa os limites do necessário, 6. Aquilo que apresenta especial conforto, 7. Capricho, extravagância, fantasia, 8. Viço, vigor, 9. Esplendor. Algumas dessas descrições apresentam como um ponto em comum a ideia de que a necessidade é um item secundário e há maior riqueza de execução do que é necessário para a sua utilização. Entretanto, para Lipovetsky (2005), o luxo não se reduz ao supérfluo: O luxo não se reduz ao supérfluo e é consubstancial à história da espécie humana, a questão do normativo logo se torna “vazia”. Será que vamos condenar as milenares oferendas aos deuses e a construção de templos suntuosos? Seria absurdo. É inútil querer julgar o que é constitutivo do humano-social (p. 18). O luxo acompanha a cultura de consumo, sendo tão diversificado quanto a própria sociedade: cada objeto envia uma mensagem e representa um espaço determinado das relações sociais. Por isso, quando os entrevistados deixaram transparecer significados diversos associados ao luxo, dentre os quais “distinção” é apenas um deles, estavam a refletir 16 os novos desígnios do luxo no mundo moderno: um misto de sofisticação e desejo, de tradição e autogratificação, de prazer e diferenciação. É imprescindível que o mercado de luxo adote estratégias de constante reinvenção para a sobrevivência do setor e, desta forma, ainda continuar em destaque na mitologia do consumo. A recriação é fundamental para a própria sociedade de consumo, pois é uma forma de algumas camadas da sociedade se expressarem, tornando públicos seus valores e definições sociais. Segundo D’Angelo (2006), os produtos de luxo são dotados de qualidade superior, caros, raros, esteticamente bem elaborados, dotados de uma marca famosa, adquiridos por uma clientela especial. Há características que diferenciam um objeto de luxo de outro. Isso ocorre devido ao fato de que nem todo luxo é percebido de maneira semelhante. Existe, assim, o luxo inacessível que é formado pela alta joalheria, obras de arte, alta costura, veículos e imóveis que tem caráter patrimonial que pode ser transmitido ao longo de gerações de uma mesma família. Já o luxo intermediário, constituído de objetos fabricados em poucas quantidades, como peles, prêt-a-porter, acessórios e artigos de escrita. Responsáveis pelo crescimento do mercado de luxo no Brasil: bolsas Louis Vuitton, canetas Montblanc, trajes Armani. Por fim, o luxo acessível que atende as demandas hedônicas do individuo, sendo voltados essencialmente a qualidade e ao bem-estar, representados essencialmente com perfumes, produtos alimentícios, bebidas. 1.1 Um breve panorama sobre o luxo no Brasil O consumo de produtos de luxo é um fenômeno que se mostra em expansão independente da situação econômica que o mercado nacional atravesse. Podemos observar que, mesmo em um país como o Brasil, que é considerado pobre e de terceiro mundo, a expansão do consumo de luxo pode ser claramente identificada, quando por exemplo, observamos o movimento de importação de grandes grifes. Por isso, segundo D’Angelo (2006), o momento para se estudar esse mercado não poderia ser mais apropriado: Desde meados da década de 1990, quando houve a estabilização da moeda e a abertura da economia, o Brasil vem sendo invadido, periodicamente, por novas marcas de luxo. Esse processo acabou por caracterizar o país como o segundo melhor mercado emergente para esses produtos, ficando atrás só do asiático. Dessa época até hoje, contam-se dezenas de marcas que por aqui desembarcaram, seja com lojas próprias, seja por meio de representantes (p.13). 17 Grandes marcas de luxo estudam o Brasil com atenção, pois há interesse em expandir terrenos emergentes, como se configura o atual cenário do país. O volume de consumidores do mercado de luxo nacional é considerável. Carozzi (2005) destaca alguns fatores importantes que indicam a importância de se estudar o mercado brasileiro: • Com 182 milhões de habitantes em 2004, o Brasil era o 5º mais populoso do mundo. Qualquer porcentagem desse número é significativa, comparando-se países com menos habitantes, mesmo que tenham mais renda per capita. A competição estimula a presença num mercado assim, que se tornaria, depois, custoso de penetrar; • A economia brasileira alcançou a posição de 9º maior PIB do mundo em 2004; • A valorização do dólar atraiu para as lojas brasileiras muitos que viam nas viagens uma oportunidade de comprar. Isso cria um círculo virtuoso para empresas que, por outros fatores, visam aqui se instalar; • O sistema de crédito brasileiro, desenhado para uma baixa renda per capita, facilita o acesso da classe média ao luxo, com pagamentos parcelados. Mesmo cartões de crédito restritos aceitam parcelamento em ocasiões especiais, em lojas de luxo; • Não há constrangimentos de ordem religiosa ou cultural que inibam, como em alguns países, o acesso de mulheres a produtos de moda que satisfaçam sua autoestima. A cultura brasileira até valoriza a extroversão e inclui uma pré-disposição ao consumo e à percepção crescente de um valor emocional forte nos artigos de luxo; • Vive-se, no Brasil, uma bem-vinda evolução do papel da mulher na sociedade. Liberada de antiquadas constrições econômicas e culturais que a limitavam a uma consumidora dependente, hoje gera renda e consumo, justamente em categorias de produtos, como os de luxo, que apelam para as emoções culturalmente associadas à feminilidade; • Iniciava-se outra liberação, a do homem, que torna aceitável preocupar-se com a aparência, antes vista como coisa pouco masculina. O Brasil já tem alguns produtos e serviços que o representam no mercado do luxo com o mais alto padrão. No entanto, o luxo para os brasileiros sempre soou como algo vindo de outros países, países de primeiro mundo, como argumenta D`Angelo (2006). Por isso, mesmo que alguns empreendedores locais destaquem-se, uma etiqueta italiana, norte-americana, inglesa ou francesa faz a diferença e destacam-se mais perante outras marcas brasileiras. 18 D`Angelo (2006) aponta que partir dos anos 90, o luxo mostrou-se um setor econômico que oferece boas oportunidades ao país. Um movimento de mais de US$ 1,5 bilhão por ano (incluindo todas as categorias de produtos), dos quais um terço corresponderia ao segmento de moda. Atualmente o luxo brasileiro abriga novos consumidores, recémfamiliarizados com suas marcas e produtos. Com o mercado de luxo cada vez mais presente na economia brasileira, se faz necessário conhecer este consumidor que adquire produtos e/ou serviços de luxo de forma natural, como sendo o seu estilo de vida e que deseja o melhor que os seus recursos financeiros podem comprar. O presente trabalho buscou identificar o perfil de consumidores de luxo de Ribeirão Preto – SP. Como também, descrever as características sociodemográficas destes consumidores, apontando as principais diferenças individuais, culturais e sociais encontradas. 19 2. MÉTODO Visando responder ao problema de pesquisa proposto, foi adotado o paradigma fenomenológico, pois enfatiza a realidade social do indivíduo e os seus aspectos subjetivos, com foco no significado dos fenômenos sociais, e não apenas na sua mensuração e quantificação (MATTAR, 2005). Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, foram realizadas revisões bibliográficas sobre o tema consumo e consumo de luxo, no Brasil e em outros países, para obter informações conceitos atuais acerca deste segmento. Em seguida, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de questionários semiestruturados com 20 pessoas que se declararam consumidoras de produtos e/ou serviços de luxo na cidade de Ribeirão Preto – SP. A pesquisa, de natureza qualitativa, tem como principal objetivo realizar a compreensão das razões e motivações subjacentes, por meio de um questionário elaborado com base em levantamento bibliográfico do tema. Após o questionário elaborado e realizado o pré-teste com duas pessoas para verificar se havia problemas de entendimento das questões, as entrevistas foram realizadas. A escolha dos entrevistados foi realizada por conveniência, pois o público-alvo, consumidor de produtos e/ou serviços de luxo da categoria patrimonial são de difícil acesso e não concordam em participar por não haver uma relação de confiança com a entrevistadora. Após essa constatação, o objetivo de buscar os consumidores de luxo patrimonial especificamente foi alterado. A partir disso, todas as categorias de luxo foram consideradas segundo D`ANGELO 2006: luxo cultural (objetos de arte), luxo de uso pessoal (vestuário, calçados e acessórios/joalheria, relojoaria e escrita/ perfumaria e cosmetologia), luxo de adorno de ambientes e utilidades domésticas (porcelana, prataria, e cristais), luxo de alimentos e bebidas (vinhos, champanhes e especiarias, luxo de prestação de serviço (hotelaria, restaurantes e viagens), além da primeira almejada categoria, luxo patrimonial (imóveis, veículos, embarcações, aeronaves). Identificamos na bibliografia estudada de Castarède e Solomon, os pesquisadores com maior atuação específica no mercado de luxo e consumo, cujos trabalhos foram validados em diversos países e com maior número de citações na bibliografia sobre o setor. Foram realizados 30 contatos para convidar pessoas a participarem e, destes, dez não aceitaram colaborar com a pesquisa. O acesso aos participantes em potencial foi realizado indiretamente: a pesquisadora entrou em contato com as empresas em que trabalham ou que em alguns casos eram proprietários. O contato direto com os potenciais participantes, nestes 20 casos, não foi permitido. O único acesso possível a eles se deu por meio de seus representantes, assessores ou, em alguns casos, o setor de comunicação das empresas. Assim, por meio de telefone e depois formalmente por e-mail, os convites foram feitos. Das dez pessoas que não colaboraram, apenas cinco responderam ao e-mail agradecendo o convite e argumentando vários motivos para não participarem, como: falta de horário na agenda para atender a entrevistadora, não terem o perfil e não consumir produtos luxuosos. As vinte pessoas entrevistadas foram escolhidas por meio de indicações. Os primeiros foram indicados por profissionais do mercado de luxo de Ribeirão Preto, que por sua vez, indicaram amigos que consideram possuidores de um perfil adequado para participarem da pesquisa. A pesquisa foi realizada em cinco fases: 1. Definição da pesquisa; 2. Observação, consulta e pré-teste; 3. Aplicação da pesquisa; 4. Análise das entrevistas; 5. Conclusão dos resultados. As fontes de informação utilizadas foram: • Observação; • Consulta a publicações relacionadas ao tema em estudo; • Entrevistas semiestruturadas. A primeira fase consistiu na definição do objetivo e das fontes a serem utilizadas na pesquisa. Não ficou delimitado para a investigação um tipo ou uma categoria de produtos e/ou serviços de luxo, pois como seu consumo é restrito, todas as categorias foram consideradas, a prioridade foi obter acesso a estes consumidores, não importando a categoria ou marca consumida por esses. A segunda fase foi realizada por meio de consultas a publicações relacionadas ao tema, visitas a lojas do segmento de luxo nos Shoppings Cidade Jardim e Shopping Iguatemi, ambos na cidade de São Paulo. O questionário foi elaborado com base em na bibliografia consultada e em especifico nos trabalhos validados para realidade brasileira de Galhanone (2008) e Moura (2010). Foi realizado um teste de aplicação deste questionário com a participação de uma pessoa do público-alvo, o que permitiu identificar as questões que geraram dúvidas ou que poderiam permitir interpretação enviesada. Em seguida as pesquisas foram aplicadas individualmente com os participantes indicados em seus locais de trabalho ou 21 residência. Após a coleta dos dados, os mesmos foram analisados e relacionados de forma que pudéssemos obter deles o maior número de informações relevantes para esta caracterização de público. 22 RESULTADOS E DISCUSSÃO Allérès (2006) afirma que o luxo é o conceito que melhor corresponde à expressão dos desejos e das emoções humanas, de forma que através dele pode-se conhecer um pouco do universo das pessoas que os consomem. Um universo no qual, supõe-se, os objetos sejam uma parcela – importante e altamente representativa, visto que tangível - de um sistema de valores e de uma visão de mundo compartilhada que lhes confere significado. É difícil e inútil distinguir os atos individuais dos atores sociais, pois cada um destes atos está revestido por uma dimensão social. Os produtos e serviços fazem parte da vida social. É uma forma que a sociedade tem de falar de si própria, tornando públicos seus valores e definições sociais. Distribuição por Gênero O gráfico abaixo mostra que houve uma predominância do sexo feminino (80%), em conformidade com os resultados do estudo de Galhanone (2008), que aponta em consonância com este estudo também apresenta a categoria de produtos e/ou serviços de uso pessoal (vestuário, jóias, perfumes, bolsas) como predominante. Gráfico 1: Gênero. 23 Distribuição por Faixa Etária O gráfico 2, apresenta a faixa etária mais representativa da pesquisa ficou dos 32 a 37 anos (35%), o que corresponde que boa parte dos respondentes, já estão em um estágio de vida, mais maduro tanto pessoal como profissional. Já a segunda faixa etária mais representada dentro do universo pesquisado (30%) foi entre 26 a 31 anos o que aponta que provavelmente estes já esteja formado e já esteja no mercado de trabalho. Gráfico 2: Faixa etária. Distribuição por Estado Civil O gráfico 3, estado civil está diretamente ligado a faixa etária, pois metade dos respondentes são casados ou tem um relacionamento estável (50%). Gráfico 3: Estado civil. 24 Distribuição de Grau de Escolaridade O gráfico 4, aponta que a maioria (85%) dos respondentes tem superior completo. E apenas (15%) superior incompleto. Este resultado pode ser comparada com as observações de D `Angelo sobre o jogo da distinção, no qual o capital cultural tem papel central, muito dos resultados apontou que não adianta apenas ter a renda suficiente para adquirir produtos caros, é necessário fazer boas escolhas para comprar itens de luxo que sejam códigos para entre pessoas do mesmo circulo de convivência. Por isso, este dado será relevante, pois quem tem instrução superior já detém informações que outros que não tem formação acadêmica. O capital cultural é associado também a viagens realizadas, amizades e outros itens que serão considerados neste trabalho. Gráfico 4: Nível de escolaridade. Distribuição da Classificação da Renda Segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil (IBGE, 2000), a renda familiar por classes é classificado de E (R$ 207,00) até A1 (R$ 7.793,00). No presente trabalho foi elaborado uma classificação para a realidade de quem comprar produtos e/ou serviços de luxo com base em outros questionários como o de O gráfico 5, apresenta que a maioria ganha (50%) acima de R$ 16.600,00 mensais. Já até R$ 6.225,00 e de R$ 6.226,00 a R$ 10.375,00 ficaram na segunda mais representada (20%). 25 Gráfico 5: Renda. Distribuição principal ocupação O gráfico 6, apresenta uma variedade na ocupação, já que apenas (15%) são estudantes e em segundo lugar ficaram (10%) administradoras. O restante ficou muito dividido com todos no mesmo patamar (5%). Profissão/ocupação Representação em % Estudante 15% Administrador 10% Empreendedor 10% Fonoaudióloga 5% Artista plástica 5% Gerente de lançamento 5% 26 Dona de casa 5% Médica 5% Artista 5% Procurador do Estado 5% Terapeuta de família 5% Professor 5% Blogueira 5% Publicitária 5% Advogada 5% Arquiteta 5% Tabela 6: A principal ocupação dos entrevistados. Distribuição de categorias que mais consomem No gráfico 7, em primeiro lugar foi apontado o luxo de uso pessoal (vestuário, calçados e acessórios/joalheria, relojoaria e escrita/ perfumaria e cosmetologia), em segundo foi apontado prestação de serviço (hotelaria, restaurantes e viagens), em terceiro de alimentos e bebidas (vinhos, champanhes e especiarias), em quarto o luxo patrimonial (imóveis, veículos, embarcações, aeronaves), em quinto de adorno de ambientes e utilidades domésticas (porcelana, prataria, e cristais) e em último lugar, o luxo cultural (objetos de arte). Como já apontado anteriormente, o resultados dos três primeiras categorias está associada diretamente ao fato que o sexo feminino é mais motivado pela aparência, gostam sentir-se bem, por isso, investem mais em produtos de uso pessoal que estão classificados como luxo acessível. 27 Gráfico 7: Categorias de luxo mais consumidas pelos entrevistados. No gráfico 8, aponta qual o significado de luxo, diferenciação (35%), tradição (30%), sofisticação (25%) e no mesmo nível ficaram os itens exclusividade e raridade (5%). Os três primeiros itens também foram apontados em outros estudos, mas um deles em especial neste presente trabalho é sobre a qualidade. Este foi o valor que permeou todas as entrevistas realizados, foi o que esperam, buscam e exigem, a qualidade intrínseca que observou os estudos D `Angelo, a ”essência” destes produtos e/ou serviços está relacionada a atributos tangíveis como melhor matéria-prima e acabamento, design diferenciado, maior conforto e maior durabilidade. No gráfico 9, aponta o qualidade (45%) e sofisticação (25%) como itens que os entrevistados mais buscam em produtos e/ou serviços de luxo. No gráfico 10, aponta também o item qualidade (60%) como uma exigência básica para consumirem produtos e/ou serviços de luxo. Mesmo sendo um item que outras categorias de consumo também exigem, mesmo não sendo propriamente o luxo. Gráfico8: O que significa luxo para os entrevistados: 28 Gráfico 9: O que os entrevistados buscam quando consomem luxo. Gráfico 10: O que os entrevistados exigem quando consomem luxo. Das marcas mais citadas no gráfico 11, os entrevistados eram questionados das marcas que para eles são referência, a Louis Vuitton foi a mais apontada (7,27%), já o motivo (gráfico 12) apontaram qualidade (15,09%) e tradição (13,21%). Para a maioria (gráfico 13) o 29 preço alto é um indicador de luxo (70%) e continuariam a comprar caso o preço (gráfico 14) sofresse um aumento (30%) e em segundo lugar ficou a resposta que claro que sim, pois o produto é de luxo (15%). Quando questionados qual o valor investido mensalmente (gráfico 15) neste tipo de produtos, a maioria (40%) apontou acima de R$ 3.000,00 e em segundo (30%) lugar ficou de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00. Quando questionados sobre o que mais lhe agradavam (gráfico 16) apontaram qualidade (30%) e atendimento (25%). Marca Representação (%) Louis Vuitton 7,27% Mercedes 5,45% BMW 5,45% Prada 5,45% Pommery 5,45% Tiffany & Co. 3,64% Christian Louboutin 3,64% Dior 3,64% Burberry`s 3,64% Chanel 3,64% Veuve Clicquot 3,64% Hotel Marriott 3,64% Pedro Lourenço 3,64% Lafite 3,64% Marc Jacobs 3,64% Sebastian 1,82% Azzedine Alaia 1,82% 30 Sea Doo 1,82% Hotel Pestana 1,82% Saad 1,82% Lacoste 1,82% Rolls Royce 1,82% Rolex 1,82% Copacabana Palace 1,82% Abercrombie 1,82% Restaurante Theotonio 1,82% Kia 1,82% Hermès 1,82% Restaurante Essence 1,82% Victor Hugo 1,82% Calvin Klein 1,82% Moça Bonita 1,82% Mini Cooper 1,82% Tabela 11: Quais marcas são referência para os entrevistados. Itens apontados Representação (%) Qualidade 16,98 Tradição 13,21 Design 11,32 Sofisticação 9,43 31 Tradição 9.43 Prazer 7,55 Glamour 5,66 Conforto 5,66 Tecnologia 3,77 Exclusividade 3,77 Caimento 3,77 Inovação 3,77 Modelos diferenciados 1,89 Desempenho 1,89 Ser diferenciado 1,89 Tabela 12: Os principais motivos para escolherem as marcas. Gráfico 13: O preço alto é um indicador de luxo para os entrevistados. 32 Gráfico 14: Quando o preço aumenta, os entrevistados continuam a consumir. Gráfico 15: Qual o valor gasto mensalmente com luxo. 33 Gráfico 16: O que mais agrada os entrevistados em suas compras. Quando questionados se encontravam produtos e/ou serviços de luxo em Ribeirão, todos (100%) responderam, apontaram alguma categoria, como prestação de serviço (hotelaria, restaurantes e viagens), luxo de uso pessoal ou de alimentos e bebidas (vinhos, champanhes e especiarias). Os citados foram (gráfico 17): Museu da Gula, Mini Cooper, Lacoste, Ammirati, restaurantes: Flor de Sal, Theotonio, Del Cacciatore, La Cucina di Tullio Santini, Thelurei, Animale, Bob Store, Ammirati, Carla Amorim, Dei Due, Maria Haute Coiffure, Maria Bonita, Fórum, Osklen. 34 Gráfico 17: Algumas marcas de luxo em Ribeirão Preto. Quando questionados sobre o que consomem (gráfico 18) estar relacionado a personalidade (70%) afirmou que não, mas outras respostas (30% no total) foram dadas, como: “Sim, meu consumo reflete minhas personalidade”. “Sim, pois aprecio utilizar produtos que considero de luxo, talvez isso faça parte de minha identidade hoje”. “Sim, ajudam a legitimar minha identidade”. “Sim, pois identifico-me com os produtos”. “Sim, ajudam a legitimar minha identidade”. “Sim, meu consumo reflete um pouco quem sou”. Gráfico 18: O consumo dos entrevistados relacionado a personalidade. Do total (gráfico 19) a maioria diz não ser influenciados nas escolhas (55%), mas 15% afirmou que a mãe é uma forte influenciadora nas compras que faz. Na última questão, o entrevistado era questionado por meio de 10 afirmativas que poderia ou não ser respondida mais de uma vez, com o principio, eu compro produtos e/ou serviços de luxo, pois, assim as 35 afirmativas era na seqüência. No gráfico (20) foi apontado que é agradável, sentem-se bem (35%) e sentem prazer em consumir itens exclusivos (25%). Dos cruzamento, um dos mais importante foram: sexo com categoria (gráfico 21), renda com categoria (gráfico 22). Gráfico 19: Quando são influenciados, quem os influenciam? Gráfico 20: Quais das afirmativas foram apontadas pelo entrevistado. 36 Gênero Categorias de luxo por ordem de preferência Feminino Uso pessoal, prestação de serviços, alimentos e bebidas Masculino Patrimonial, alimentos e bebidas e prestação de serviços Tabela 21: Cruzamento de gênero com escolha da categoria de luxo. Renda Categorias mais consumidas Acima de R$ 16.600,00 Patrimonial, uso pessoal De R$ 10.376,00 a R$ 16.600,00 Patrimonial, uso pessoal De R$ 6.225,00 a R$ 10.376,00 Patrimonial, prestação de serviços Até R$ 6.225,00 Uso pessoal, prestação de serviços Tabela 22: Cruzamento de renda com categoria de luxo. CONCLUSÃO Após apresentados os resultados da pesquisa, o perfil do consumidor de produtos e/ou serviços da cidade de Ribeirão Preto foi construído o perfil deste consumidor de luxo e conforme Berry (1994, apud D`Angelo, 2004) o luxo é a melhor categoria de consumo para demonstrar a relação das escolhas realizadas pelo consumidor. A partir desta afirmação, o perfil representativo é uma mulher casada com ensino superior completo, suas compras segundo Berry (1994, apud D`Angelo, 2004) representam informações que exemplificam a subjetividade individual e a influência da cultura sobre o ser humano, sobre ela, sua idade é de 32 a 37 anos e a renda mensal é acima de R$ 16.600,00. Seus principais gastos com produtos e/ou serviços de luxo são a categoria de luxo uso pessoal. Para ela luxo significa diferenciação com qualidade e sofisticação. Há concordância no que buscam e exigem quando fazem compras, em ambos apontam a qualidade. Segundo o conceito de consumo, Barbosa (2010), no mundo moderno o consumo tornou-se o foco central da vida social. Atitudes sociais, valores culturais, aspirações e comportamentos são orientados em relação ao consumo. E o acesso dos consumidores a qualquer mercadoria é o resultado da distribuição de recursos financeiros e culturais, como: preferência pessoal, estilo de vida, por isso, para uma consumidora que sabe o que quer e tem uma experiência com produtos e serviços de 37 qualidade superior que sua renda pode oferecer. Sua marca de referência é escolhida pela qualidade e tradição, a Louis Vuitton e outras também apontadas como: Prada, e Tiffany & Co. não possuem lojas em Ribeirão Preto. Segundo Rocha (2000, apud D`Angelo, 2004), quando a cultura e o consumo são operados em conjunto, o consumo deixa de ser um mero produzir, comprar e usar produtos para se tornar um sistema simbólico, no qual a cultura expressa seus princípios, categorias, ideais, valores e identidades. Para a ela o preço alto é um indicador de produtos e/ou serviços de luxo e quando o preço é aumentado continuam a consumir, pois sabem que produtos e/ ou serviços de luxo podem ter esta variação, pois o nome mesmo já diz, são de luxo. O valor mensal gasto com luxo é acima de R$ 3.000,00 e o que mais a agrada nas suas compras é a qualidade e atendimento. Considera que Ribeirão Preto tem luxo e indicou como representantes a loja Ammirati e Lacoste. O que consome não não representa sua personalidade e suas escolhas não são influenciadas por ninguém. Escolhe e consome, pois considera agradável e sente-se bem. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil - 2011. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.abep.org/novo/Content.aspx?SectionID=84. Acessado em 06 de outubro de 2011. ALLÉRÈS, D. Luxo: estratégias de marketing. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. BARBOSA, L. Sociedade de consumo. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. CAROZZI, Elaine Michely Furtado. Mercado de Luxo no Mundo e no Brasil e Christian Dior: reposicionamento de marca no setor de luxo. ESPM, 2005. CASTARÈDE, J. O luxo. Os segredos dos produtos mais desejados do mundo. São Paulo: Barcarolla, 2005. COBRA, Marcos Henrique Nogueira et al. Gestão de Marketing. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. D’ANGELO, A. C. Valores e significados do consumo de produtos de luxo. 2004. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Administração) — Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Administração. Escola de Administração, Porto Alegre, 2004. D’ANGELO, A. C. Precisar, não precisa. Um olhar sobre o consumo de luxo no Brasil. São Paulo: Lazuli, 2006. GADE, C. Psicologia do consumidor e da propaganda. 1. ed. São Paulo: EPU, 1998. GALHANONE, R. F. Comportamento do consumidor de produtos luxuosos e sofisticados: Um estudo empírico. Anais do XI SEMEAD – Seminários de Administração da FEA-USP. São Paulo 2008. IBGE, Renda, 2000. LIPOVETSKY, G.; ROUX, E. O luxo eterno: da idade do sagrado ao tempo das marcas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing, Metodologia, Planejamento, 6ª. Ed., Vol.1, São Paulo: Atlas, 2005. MICHAELIS: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. 2259 p. PASSARELLI, S. O universo do luxo – marketing e estratégia para o mercado de bens e serviços de luxo. 1. ed. Barueri, SP: Manole, 2010. 39 RETONDAR, A. M. Sociedade de consumo, modernidade e globalização. 1. ed. São Paulo: Annablume, Campina Grande: EDUFCG, 2007. SANTOS, A. F. S. Uma classificação socioeconômica para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 20, n. 58, junho 2005. SOLOMON, M. R. Comportamento do consumidor. Comprando, possuindo e sendo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. 40 APÊNDICE 1 - TERMO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “Perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo de Ribeirão Preto e região”, sob responsabilidade de Sul Ellen Mariano (graduanda do Curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda do Centro Universitário UniSEB) e orientação do Prof. Ms. Carlos Henrique da Costa Tucci. A presente pesquisa tem como objetivo descrever o perfil dos consumidores de produtos e/ou serviços de luxo de Ribeirão Preto e região, bem como sua opinião e percepção sobre o consumo destes produtos e/ou serviços. Sua participação consistirá em: preencher um questionário com informações sobre sua formação e situação socioeconômica e; responder a perguntas de um questionário semi-estruturado que visa caracterizar seu consumo e percepções sobre produtos e/ou serviços que considera de luxo. Diante do exposto _____________________________________________________________ acima, (nome eu completo), portador do RG nº _________________________________, dou meu consentimento livre e esclarecido para que os dados que fornecerei sejam utilizados na pesquisa “Perfil do consumidor de produtos e/ou serviços de luxo de Ribeirão Preto e região”. Fui informado(a) que não serei submetido(a) a qualquer risco ou desconforto e que não receberei nenhum tipo de ressarcimento financeiro ou ajuda de custo por parte dos pesquisadores em virtude de minha participação. Poderei, a qualquer momento, solicitar esclarecimentos adicionais à pesquisadora e deixar de participar da pesquisa sem necessidade de esclarecimentos e sem sofrer qualquer penalização. Também fui informado(a) que os dados obtidos com essa pesquisa serão divulgados em eventos e revistas científicas, sendo que, a minha identidade será mantida em absoluto sigilo. Como também, se participar da pesquisa, poderei receber as informações resultantes deste trabalho. Estou ciente de que receberei uma cópia deste termo e que posso entrar em contato, a qualquer momento, com o pesquisador para solicitar informações adicionais relativas ao estudo pelo e-mail [email protected] (graduando) ou e-mail [email protected] (orientador). Declaro estar suficientemente esclarecido e de acordo com o exposto acima. Ribeirão Preto, ______ de ________________ de 2011. 41 APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO PESQUISA “PERFIL DO CONSUMIDOR DE PRODUTOS E/OU SERVIÇOS DE LUXO DE RIBEIRÃO PRETO E REGIÃO” Por favor, responda às perguntas abaixo com suas informações e opiniões sinceras: 1) Qual é a sua idade? a) 20 a 25 anos b) 26 a 31 anos c) 32 a 37 anos d) 38 a 43 anos e) 44 a 49 anos f) 50 a 55 anos g) 56 a 61 anos h) acima de 61 anos 02) Sexo a) Feminino b) Masculino 03) Qual é o seu estado Civil? a) Solteiro(a) b) Casado(a)/união estável c) Viúvo(a) d) Divorciado(a)/Separado(a) 04) Qual o seu grau de escolaridade? a) Fundamental incompleto 42 b) Fundamental completo c) Médio incompleto d) Médio completo e) Superior incompleto f) Superior completo 05) Qual é a classificação da sua renda? a) Até R$ 6.225,00 b) De R$ 6.226,00 a R$ 10.375,00 c) De R$ 10.376,00 a R$ 16.600,00 d) Acima de R$ 16.600,00 06) Em qual cidade mora? a) Ribeirão Preto b) Outra. Qual?_____________________________________ 7) Qual é a sua principal ocupação ou profissão atual? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 8) Das categorias de luxo abaixo, quais você mais consome? Coloque as alternativas na ordem de sua preferência, de 1 a 6. E nas 03 (três) primeiras categorias escolhidas, indicar a marca do produto escolhido no espaço ao lado da categoria escolhida. (___) luxo patrimonial (imóveis, veículos, embarcações, aeronaves) ___________________________________________________________________________ (___) luxo cultura (objetos de arte) ___________________________________________________________________________ (___) luxo de uso pessoal (vestuário, calçados e acessórios/joalheria, relojoaria e escrita/ perfumaria e cosmetologia) 43 ___________________________________________________________________________ (___) luxo de adorno de ambientes e utilidades domésticas (porcelana, prataria, e cristais) ___________________________________________________________________________ (___) luxo de alimentos e bebidas (vinhos, champanhes e especiarias) ___________________________________________________________________________ (___) luxo de prestação de serviço (hotelaria, restaurantes e viagens) ___________________________________________________________________________ 9) Assinale a alternativa que, para você, tem o(s) significado(s) de luxo? a) Raridade b) Exclusividade c) Sofisticação d) Tradição e) Diferenciação 10) Descreva o que você busca quando compra produtos e/ou serviços de luxo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 11) Quando compra produtos e/ou serviços de luxo, você tem alguma exigência especifica? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 44 12) Escreva no espaço abaixo a(s) marca(s) de produto e/ou serviços que sejam referências de luxo para você. E a motivo porque considera tal(is) marca(s) uma referência de luxo. Marca Motivo 13) Na sua opinião, o preço alto é um indicador de luxo? a) Sim b) Não 14) Quando um produto e/ou serviço de luxo tem seu preço aumentado, você continua consumindo-o? Por que? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 15) Qual é a faixa de valores que você investe em suas compras de produtos e/ou serviços de luxo por mês? a) Até R$ 500,00 45 b) De R$ 501,00 a R$ 1.000,00 c) De R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 d) De R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00 e) Acima de R$ 3.000,00 16) O que mais lhe agrada na compra de produtos e/ou serviços de luxo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 17) Circule nas escalas abaixo os números que correspondem à frequência com que você faz suas compras durante o período de 06 meses nas cidades citadas. As escalas variam de 0 (= nenhuma) vez a 10 ou mais vezes (representado pelo sinal de “+”). 18) Em que lojas você mais compra nas cidades escolhidas acima? Indique também quais serviços ou produtos de quais marcas você compra nestas lojas. Cidade Lojas Produtos 46 19) Em Ribeirão você encontra produtos e/ou serviços de luxo? Onde? Lojas Produtos 20) Você considera que sua identidade está ligada de alguma forma aos produtos e/ou serviços de luxo que consome? a) Não. b)Sim. Como? ____________________________________________________________________ 21) Alguém exerce influência sobre suas escolhas de produtos ou serviços de luxo? Quem? Por que? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 22) Dentre as afirmações abaixo, indique a(s) que melhor representa(m) seu comportamento de compra de produtos e/ou serviços de luxo. Eu compro produtos e/ou serviços de luxo, pois: (__) Eles são usados por pessoas refinadas; 47 (__) Quem compra precisa ter boa educação para fazer boas escolhas; (__) É inevitavelmente mais caro e de melhor qualidade; (__) Sinto prazer em consumir itens exclusivos; (__) Sem dúvida eles revelam quem sou; (__) É agradável e sinto-me bem; (__) Não são produzidos em massa; (__) Isso representa bom senso, estética, prazer e tradição; (__) O produto tem uma aparência particular, reconhecível, diferente da do objeto convencional; (__) Fui ensinada(o)/acostumada(o) a consumir luxo desde pequena(o). Obrigada pela sua participação! Sul Ellen Mariano