Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo 1
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Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo 1 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Introdução Ao assistir a aula você entendeu sobre a realidade do luxo, seus conceitos e propósitos com informações que irão lhe ajudar no seu dia a dia na ótica perante o cliente do luxo. Mostramos como o luxo é dividido e como pode ser encarado de varias formas, de acordo com cada tipo de cliente. RELEMBRAR, FIXAR, APROFUNDAR A arte de viver que acompanha o luxo é mais que uma arte, é um teatro que mostra a melhor forma de viver bem e provar novas experiências. Nesta aula seu objetivo principal é entender sobre: Mercado do Luxo No passado, o luxo era considerado algo santo e um bem precioso jamais passível de troca. Ao contrário de hoje, os bens eram reconhecidos por ter poderes mágicos e sagrados. Porém, o luxo, ao decorrer do tempo, foi sendo identificado como símbolo de distinção social. Hoje, para se distinguir ou se destacar, basta vestir roupas opulentas, glamourosas, usar perfumes caros, apreciar bons vinhos, o champanhe, participar, enfim, de todas as formas de consumo de produtos de prestígio. Estes eram os ingredientes da luta das classes. Afinal, só os muito ricos podiam entregar-se a certos prazeres que configuravam o luxo. 2 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Na última década o panorama mudou. Cada vez mais gente compra produtos de marcas luxuosas. O luxo está em todas as partes, nos comerciais de televisão, nas revistas e também na casa da classe média. O supérfluo tornou-se uma indústria poderosa, dominada por um punhado de grupos econômicos. O luxo não é apenas usar uma bolsa Louis Vuitton ou um perfume Chanel apenas como um fator de distinção social. O luxo é dar-se ao direito de viver bem ao lado de uma marca, produto ou serviço que remete a determinados valores. A relação com o luxo, agora, passa a ser emocional. Os dicionários definem o luxo como “modo de vida caracterizado por grandes despesas supérfluas, pelo gosto da ostentação e do prazer” Esta é uma concepção ampla e generalizada, pois, na verdade, o luxo está ligado aos desejos de cada um, à cultura, ao saber o significado das coisas. Tem tudo o que ver com a emoção, com o prazer, com o estilo de vida de cada um. Por isso, nem sempre “grandes despesas” significarão desperdício. Luxo não é sinônimo de extravagância, é algo que não pode ser medido, pois o modo de vida de cada um remete o conceito de luxo à subjetividade, ou seja, o que é luxo para um, pode não ser para outro. Luxo vem do imaginário, do desejo de possuir algo muito especial, como um barco gigantesco, ou desfrutar um final de semana com os filhos num lugar que não é para todos considerado um paraíso, ou seja, um luxo. E para você, o que é luxo? Giuliano De Luca: “Aquilo que é requintado, que traz conforto, que também não tem muita frescura”. Luiza Setubal: “Tirar férias de um mês e morar num lugar paradisíaco”. Sergio K: “Poder viajar toda vez que dá vontade”. Gilles Lipovetsky: “Não tenho nenhum gosto pelo luxo. Apenas o de pensá-lo”. Lilly Sarti: “ter educação”. 3 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Um volume imenso de respostas pode surgir, e nele uma disparidade muito grande dos critérios de evocação do luxo, demonstrando que o termo envolve um enorme campo de desejos, de fantasia, de prioridades, de símbolos, e que ele pertence, sobretudo, ao domínio do imaginário. “Luxo é para todos? Sim, porque não é algo ligado a bens materiais” Segundo a consultora de moda Gloria Kalil: “Quanto mais pobre, mais brilham seus olhos diante de iates, aviões, automóveis e propriedades, pois esse é o modo de eles provarem o patamar que alcançaram na vida. Os ricos, por sua vez, declaram desejar descobrir bons livros, ter sempre flores frescas em casa, surpreender-se por relações transcendentais na área de conhecimento e das artes, não se decepcionarem com os amigos. Ou seja, simplesmente, multiplicar a quantidade de algo que me pareceu ser para eles o mais precioso bem: tempo. Ou seja, o luxo custa muito para uns e passa longe dessa sórdida contabilidade para outros. Os ricos tradicionais já são titulados como ricos e não precisam provar a ninguém quem eles são”. (Glória Kalil revista veja são Paulo Ed especial novembro 2009 pag. 162) Para a alegria dos empresários do luxo, o consumidor paulistano é ávido por novidades, ultra informado e, em geral, acredita na filosofia do “vale quanto custa”, diz: Carlos Jereissati Filho, do grupo que é proprietário do Iguatemi. Isso devido ao atendimento Premium adotado no país em todos os setores que trabalham com o luxo. O cliente, muitas vezes, não se importa em pagar mais no Brasil devido ao extremo cuidado adotado pelas empresas com seus clientes afortunados. O mercado do luxo no Brasil teve crescimento em 2008, mas deve diminuir o ritmo em 2009. O setor que faturou em 2008 US$ 5,99 bilhões, tem para 2009 a previsão de um crescimento em menor intensidade. A tributação elevada foi citada como o principal obstáculo para o crescimento do setor. 4 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo O PERFIL DO SETOR A maior parte das empresas do ramo atua no segmento do varejo, seguida por serviço e indústria. Quanto à atuação específica, a maioria é do ramo de moda, seguidas por calçados, automóveis, joalherias e perfumarias. Empresas de alimentos, bebidas alcoólicas, cosméticos, confecção/vestuário, mobiliário e hotelaria completam os segmentos do mercado de luxo. A seguinte tabela demonstra os 35 setores de atividade “suscetíveis de comportar marcas de luxo” 1. Acessórios de moda 19. Ourivesaria 2. Bagagem/morroquinaria 20. Porcelana e faiança 3. Calçados 21. Mobiliário 4. Cosmética 22. Outros têxteis da casa 5. Pele 23. Luminárias 6. Vestuário (fora lingerie) 24. Têxteis de mobiliário 7. Relojoaria 25. Distribuição alimentar 8. Joalheria e bijuteria 26. Hotelaria 9. Lingerie 27. Restauração 10. Perfumaria 28. Instrumentos de música 11. Automóvel 29. Foto, som, vídeo 12. Avião particular 30. Artigos de papelaria 13. Iates 31. Edição 14. Motocicletas 32. Impressão 15. Champanhe 33. Tabacaria 16. Destilados 34. Floricultura 17. Vinho 35. Cuidados corporais 18. Cristaleria 5 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Sobre a atuação das empresas no exterior, grande parte tem presença fora do País, e quase metade de seus clientes já realizaram compras da marca fora do Brasil, sendo o preço mais baixo o principal motivador para isso. Outros fatores que motivam a compra do luxo longe das fronteiras nacionais são variedade e glamour. Isso devido ao aumento da classe média no país, pois ela busca o luxo acessível, aquele que não tem muitos padrões de distinção e sim preço, glamour e, muitas vezes, porque é chique comprar lá fora! Para o setor, a marca considerada benchmark nacional é a H. Stern, seguida da Daslu e Fasano. O benchmark internacional é Louis Vuitton, seguida por Chanel e Hermés. VALORES PARA O CLIENTE DO LUXO O ticket médio de compra por cliente é de R$3.454,00. As empresas do setor se movimentam constantemente para manter o interesse de seus clientes, e a renovação de portfólio foi uma das principais ações neste sentido. Na cidade de São Paulo foram faturados 6 bilhões de reais em 2008. Na opinião das empresas, os clientes deste mercado valorizam tanto a exclusividade dos produtos quanto o glamour ou tradição da marca. Os demais critérios citados foram: atendimento personalizado, variedade de produtos e serviços, localização e preço. O CONSUMIDOR DE LUXO BUSCA • • • • • • 35% Exclusividade / Serviço 35% Glamour / Tradição 16% Atendimento personalizado 8% Variedade de produtos 3% Localização 2% Preço 6 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo O LUXO VIRTUAL Tanto para as empresas do varejo quanto para as indústrias, as vendas diretas nos pontos de venda são as formas de comercialização mais utilizadas. Mas o destaque para o próximo ano deve ficar por conta das vendas pela internet, principalmente no segmento do varejo. Já nas empresas de serviços, a grande forma de comercialização é a visita pessoal até o cliente. TIPOS DE LUXO 7 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Luxo inacessível Os produtos para esse público são de extrema qualidade, geralmente peças exclusivas e com grande controle de distribuição. Encontrados apenas em lojas exclusivas da marca. A classe mais bem-provida se afirmará escolhendo os objetos tradicionais mais seletivos, mais raros e mais caros, e os “modelos”, objetos mais novos e mais inacessíveis. Ela é, ao mesmo tempo, animada pela preocupação de manter suas diferenças e seus privilégios que a levam, se necessário, a optar pelos objetos mais audaciosos ou insólitos, garantia de uma distinção exclusiva. 8 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Luxo intermediário ou aspiracional São produtos desenvolvidos pelos novos criadores, desdobramento das grifes, mercado concorrência, produtos menos originais, de fácil reconhecimento. A classe intermediária selecionará, ao mesmo tempo, as mesmas classes de objetos da classe superior, com o tempo de demora necessário ao seu reconhecimento, e a parcela mais seletiva dos “objetos em série” aos quais a adesão é mais imediata. Desejosa de distinção relativa, mas pouco audaciosa, essa classe intermediária se situa entre o mimetismo diante da classe dominante e uma distinção reafirmada na relação com a classe média. Ela se satisfaz plenamente com objetos fabricados em “pequena série” pelos criadores de moda. 9 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo Luxo acessível É a entrada das marcas voltadas para combater a concorrência, produtos não artesanais. Um exemplo são os óculos Banana Republic para aqueles que querem viver esse mundo de status e glamour. Essa é a classe média, que ficará satisfeita, em grande parte, com objetos em série, os sucedâneos mais finos dos objetos e produtos mais inacessíveis. Esses produtos “democratizados”, simplificados, com signos de reconhecimento mais fáceis e universalmente reconhecidos, correspondem a uma importante preocupação de “recuperação” e à necessidade, por entre consumidores, de se satisfazerem tranqüilizandose por mimetismo. Adquirir produtos sucedâneos (perfumes, acessórios de moda) é adquirir o patrimônio cultural das marcas e ter acesso a seu território. 10 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo HIERARQUIA DOS SUCEDÂNEOS Universo Produtos Critérios principais dos produtos Inacessível Produtos-norma ou produtos-referência Maximização dos critérios de seleção Intermediário Produtos-moda Redução dos critérios de seleção Acessível Sucedâneo dos produtos inacessíveis e intermediários Banalização dos critérios de seleção; Cópias Imitação dos produtos, das siglas, das etiquetas... Relação qualidade-preço muito acentuada Ruptura total com os critérios de seleção de um produto de luxo As mulheres são a maioria entre os compradores de artigos de luxo. Outro predomínio ocorre no Estado de São Paulo que, embora tenha diminuído em relação a 2007 em virtude do crescimento em outras regiões, concentra 61% de consumidores do luxo. Em 2008, só a capital paulista abrigou pouco mais da metade dos clientes deste mercado. A cidade de Brasília, fora o eixo Rio‐São Paulo, que tradicionalmente são os pólos comerciais do setor, foi considerada a mais promissora pelos empresários do setor para a expansão de seus negócios. A maior parte dos consumidores do segmento tem entre 26 e 35 anos, enquanto brasileiros entre 36 e 45 anos representam 1/4 dos clientes. 11 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo MARCAS PREFERIDAS Ao avaliar as preferências e desejos deste público entre marcas nacionais e internacionais, a Top of Mind internacional é a Louis Vuitton, seguida pela Giorgio Armani e Chanel. No ranking de marcas nacionais a Daslu é a campeã e a segunda colocada é a H. Stern. A Louis Vuitton é a mais citada dentre as marcas de fora do País quando se trata de atributos como prestigiosa e tradicional. A Giorgio Armani é a "preferida" dos consumidores, seguida da Louis Vuitton e Chanel. Dentro do Brasil, tanto a H.Stern quanto a Daslu são consideradas prestigiosas para grande parte dos clientes. A mais tradicional é a H.Stern, acompanhada da Daslu. O sonho de consumo dos clientes do luxo é Prada e Chanel. E o que os entrevistados gostariam de encontrar no Brasil seria a representação da Hermês, Prada e Victória Secret. COMPORTAMENTO Entre os clientes desse mercado, metade afirma comprar artigos de luxo ao menos uma vez a cada quinze dias e 1/3 deles faz compras mensais. Porém, os investimentos em produtos e serviços de luxo variam muito. As viagens para fora do país são um hábito comum para 3/4 dos clientes do segmento. Comportamento comprovado pelo percentual que realizou a compra de produtos de luxo no exterior: mais da metade. No passado, o luxo era mais elitista, icônico, caro e significava status, posse e poder. Há seis anos ficou mais ligado à exclusividade, responsabilidade social e ambiental, experiência e personalização, e ganhou mais refinamento, mais significado para o consumidor em busca de recompensas para si mesmo. No futuro, ele deve ficar ainda mais ligado à responsabilidade e à consciência. Nesse momento, pagar pesadas taxas sobre esses produtos não basta. O consumidor quer que o produto em si ajude a melhorar o mundo. Ao 12 Projeto CAPAZ – Banana Republic – Conceito de Luxo invés de ostentar marcas e terem símbolos para mostrar que são ricos, estão mostrando ao mundo sua posição social através da filantropia, da caridade e do envolvimento em trabalhos mais responsáveis, que ajudem na redistribuição de renda no mundo. O termo luxo está muito banalizado. Virou sinônimo de qualidade e performance, e por isso você encontra produtos ditos de luxo até nos supermercados Walmart. As pessoas falam de luxo como se fosse algo único, com alguns critérios a serem preenchidos. Mas, na verdade, esse é um conceito muito fragmentado. Há o universo do ultraluxo, do luxo, do premium, do masstige, dos outlets, cada um voltado a um tipo de consumidor e renda. Ainda será necessário um longo caminho para redefinir claramente os limites do que realmente é luxo. A estratégia do luxo acessível criou um novo público, que pode passar um mês ingerindo Corn Flakes e feijões enlatados só para se presentear com um item de luxo, porque para ele isso é importante. E esse público é enorme e não será facilmente desprezado pelas marcas. Por isso, devemos estar antenados ao consumidor do luxo, seja ele o rico tradicional, ou o novo rico, seja ele o luxo acessível, aspiracional ou absoluto, pois luxo é simplesmente um luxo. FINALIZANDO Nesta aula, você adquiriu conhecimentos do mercado do luxo, seus conceitos e propósitos. Mostramos que o luxo pode ser considerado de formas diferentes por cada pessoa, pois o modo de vida de cada um remete o conceito de luxo à subjetividade, ou seja, o que é luxo para um, pode não ser para outro. Assista ao vídeo, estude os arquivos complementares e faça os testes. 13
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