5 análise energética prestes et al
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38 GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801) ANÁLISE ENERGÉTICA DA PRODUÇÃO DE SOJA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO Alessandro Torres Campos1* Elcio Silvério Klosowsk2 Cássio Vinícius Souza3 Agostinho Zanini4 Tânia Maria Vicentini Prestes4 Resumo: O objetivo do trabalho foi estimar o balanço energético da produção de soja em sistema plantio direto de uma propriedade agrícola, no Município de Medianeira, PR. Consideraram-se dois tipos de energia que entram no sistema: a direta e indireta. Como energia direta foi considerada: a biológica, que corresponde à mão-de-obra, sementes e adubo orgânico; e a fóssil que inclui óleo diesel, lubrificante e graxa. Como energia indireta foi considerada: a industrial que inclui máquinas e implementos, adubos, inseticidas e herbicidas. Os coeficientes energéticos foram extraídos de trabalhos específicos sobre a quantificação calórica das operações e dos insumos. A produtividade obtida foi de 3.794,78 kg ha-1. O maior consumo de energia foi na categoria industrial (36,52%), seguida pela energia fóssil (29,79%) e energia biológica (27,74%). A eficiência energética, consiste na otimização do uso das fontes de energia, ou seja, no gasto de menos energia para fornecer a mesma quantidade de valor energético no produto final. Verificou-se eficiência energética de 18,64, atribuída à mecanização reduzida e ao uso de energia biológica embutida no adubo orgânico, nas sementes e na mão-de-obra, recursos esses, sustentáveis. Porém, apesar da alta eficiência, constatou-se que esse sistema é altamente dependente do uso da energia proveniente do petróleo, representada pelo consumo de óleo diesel e herbicidas, perfazendo 51,69% do total da energia consumida. Palavras-chave: Glycine max (L.) Merril., agricultura sustentável, balanço energético, sustentabilidade. Abstract: This work aimed to estimate the energy balance of the soybean crop under no tillage system on farm in Medianeira, Paraná, Brazil. Two energy inputs types was considered in the system: the direct and the indirect energy. As direct energy the biological (labor, seeds and organic fertilizer) as the fossil (diesel fuel, lubricants and grease) were considered. The indirect energy (industrial) includes machinery and implements, fertilizers, insecticides and herbicides. The energy coefficients were obtained from specific papers about caloric quantification of the operations and inputs. The soybean yield recorded was 3.798.78 kg ha-1. The highest energy consumption was from the industrial type (36.52%) followed by the fossil energy (29.79%) and the biological energy (27.74%). Energy efficiency means to optimize the energy source use, resulting in a low energy input to provide de same amount of energetic value to the final product. Energy efficiency of 18.64% was verified. It was attributed to the 1 Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras, MG. Email*: [email protected]. Autor para correspondência. Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE – PR. 3 Departamento de Agronomia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, MG. 4 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Medianeira, Medianeira – PR. 2 Recebido em: 26/03/2009 e Aprovado em: 07/08/2009. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 02, p.38 - 44, mai/agos. 2009. 39 A. T. Campos et al. reduced mechanization and the biological energy used through the organic fertilizer, seeds and labor. However, despite of the high efficiency the system showed high dependence of the fossil energy use (diesel fuel consumption and herbicides), corresponding to 51.69% of the total energy consumption. Key words: Glycine max (L.) Merril., low-input agriculture, energy balance, sustainability. INTRODUÇÃO A intensa mobilização dos solos tropicais gera como conseqüência, sua desagregação superficial, sujeita à formação de uma fina crosta resultante da dispersão das partículas do solo e, ainda, outra camada subsuperficial compactada, resultante tanto da pressão exercida pela massa dos implementos agrícolas como pela ação direta dos pneus. A desestruturação do solo, a compactação e a redução dos teores de matéria orgânica são considerados os principais indutores da degradação dos solos agrícolas. Tal degradação resulta no desafio de viabilizar sistemas de produção que possibilitem maior eficiência energética e conservação ambiental. Nesse contexto, o emprego efetivo do sistema plantio direto (SPD) mostra-se importante e eficiente para as regiões tropicais exploradas com agricultura (KLUTHCOUSKI et al., 2000). Segundo Alvim (2007), há maior produtividade e competitividade no SPD, sendo o sistema mais indicado para desenvolver uma agricultura mais sustentável, por conservar os recursos naturais, além de proporcionar maior eficiência econômica quando comparado ao sistema convencional de produção. Mesquita et al. (1982) concluíram que as operações de movimentação do solo como aração, gradagem, escarificação e cultivo foram responsáveis por 35,5% do total de energia consumida, sendo que a aração se destacou como a de maior consumo. Mais da metade da potência requerida nas propriedades agrícolas é consumida pelas operações de preparo de solo. Os autores encontraram reduções de cerca de 50% da energia requerida nas operações de movimentação de solo, plantio e colheita, em sistemas reduzidos, quando comparado ao sistema convencional que utiliza o arado. A média de 2.999,93 MJ ha-1, consumidas no SPD, foi inferior em 39%, em relação ao sistema convencional e 20% quando comparado ao sistema reduzido. A produção agrícola é totalmente dependente da energia investida na cultura, devido à utilização de insumos, o emprego de máquinas, a infra-estrutura e os gastos com mão-de-obra. Segundo Campos & Campos (2004), a energia e produção de alimentos estão inter-relacionadas. Qualquer impacto no preço do petróleo é transmitido ao longo da cadeia produtiva, com grande influência no sistema produtivo agrícola. As crises energéticas impuseram a necessidade de conter os consumos de combustíveis fósseis e dos relativos derivados. A avaliação da eficiência produtiva das culturas não poderia mais ser realizada com base somente na produtividade, mas também em seu resultado energético (COSTANTINI, 1982). A quantificação da energia embutida consiste em traduzir em unidades energéticas os fatores de produção e consumos intermediários que tornem viável a construção de indicadores, comparáveis entre si e que, a partir de um quadro teórico, permitam intervir no sistema, visando melhorar a sua eficiência. A conversão dessas entradas e saídas, em Joules, permite o cálculo da eficiência energética do sistema de produção (COMITRE, 1993). O uso da energia fóssil no SPD é muito elevado, exigindo repensar a tecnologia empregada nesse sistema de produção, visando à sustentabilidade, que se baseia, principalmente, em estimar a energia investida, compreender os fluxos de energia, identificar os pontos de desperdícios energéticos e os componentes que podem ser substituídos por outros de maior eficiência. Para maximizar a sustentabilidade nos sistemas agrícolas, o presente trabalho teve como objetivo a análise dos custos Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 02, p.38 - 44, mai/agos. 2009. 40 ANÁLISE ENERGÉTICA... energéticos para a produção de soja em SPD, são: óleo diesel de 38.534,64 kJ l-1, em uma propriedade agrícola no município lubrificante de 35.940,56 kJ l-1 e graxa de de Medianeira, estado do Paraná. 39.036,72 kJ l-1. A energia indireta corresponde à industrial, inserida em máquinas e MATERIAL E MÉTODOS implementos, adubo fosfatado, inseticida e Adotou-se o coeficiente No desenvolvimento deste trabalho, herbicida. utilizaram-se os dados referentes a uma energético, utilizado por Serra et al. (1979), propriedade agrícola localizada no município para adubo fosfatado de 6.966,36 kJ kg-1, de Medianeira, PR (25º 18’ 30,7” S e 54º 03’ cuja fórmula utilizada foi a 00-20-00, na dose 17,4” W com 464 metros de altitude), na de 130 kg ha-1 na semeadura. Foram safra de 2000/2001, em uma área de 10,72 ha, realizadas três aplicações de inseticidas nas com solo classificado como Latossolo roxo, datas 20/12/2000, 16/01/2001 e 09/02/2001, profundo, poroso e acentuadamente drenado. sendo que os inseticidas empregados foram O clima, classificado de acordo com Monocrotophos e Piretróide, cujo valor Köeppen, é mesotérmico, sem estação energético é de 184.639,92 kJ l-1. Os definida com verões quentes, e as herbicidas foram aplicados em: 06/10/2000, 18/10/2000 e 22/11/2000, sendo utilizados, temperaturas médias anuais de 20,3 ºC. Para a realização do balanço respectivamente: o glifosato, com o energético, consideraram-se dois tipos de coeficiente energético de 631.825,84 kJ kg-1, energia que entram no sistema: a direta e a o Fluazifop-P-Butil e o Bentazon, com o indireta. Como energia direta considerou-se: valor energético de 418.023,44 kJ l-1, a biológica, que corresponde à mão-de-obra, sugeridos pela Secretaria de Agricultura do sementes e adubos orgânicos e a fóssil que Paraná. Para máquinas e implementos, inclui óleo diesel, lubrificante e graxa. Como empregou-se a metodologia utilizada por energia indireta, foi considerada a industrial, diversos autores (SERRA et al., 1979; que inclui máquinas e implementos, adubos, ULBANERE, 1988; COMITRE, 1995; inseticidas, herbicidas e não foi utilizado CAMPOS, 2001) que quantifica a energia indireta, segundo a vida útil e massa. Os fungicida para controle de doenças. O coeficiente energético utilizado coeficientes energéticos utilizados foram para a mão-de-obra foi de 2.196,6 kJ hora-1 Macedônio & Picchioni (1985): trator e (CAMPOS et al., 1998). Sementes de soja colhedora (equipamentos autopropelidos) = (variedade CODETEC-202) não foram 69.830 kJ kg-1 e, para implementos, o valor tratadas com inseticidas e fungicidas e foram de 57.200 kJ kg-1. Para o inoculante, utilizousemeadas (56 kg ha-1). O valor da semente se o valor energético empregado por Campos correspondeu a 16.736 kJ kg-1, conforme (2001) de 691.481,31 kJ, com consumo de IBGE (1985). Para o adubo orgânico, 0,150 kg ha-1. A produção obtida foi de empregou-se a metodologia e os valores 3.794,78 kg ha-1 e foi transformada em energéticos (N = 58.032 kJ kg-1; P = 6.945 kJ equivalente energético, considerando o valor kg-1; K = 4.644 kJ kg-1) informados por de 16.736,00 kJ kg-1 de grãos (IBGE, 1985). Carmo et al. (1988). Contabilizou-se a quantidade de nutrientes constituintes do FASE AGRÍCOLA adubo orgânico N = 2,33 kg m-3 (totalizando 2,8 kg ha-1); P2O5 = 0,66 kg m-3 (totalizando A fase agrícola do plantio de soja com 0,8 kg ha-1) e K2O = 0,90 kg m-3 (totalizando o SPD foi efetuada atendendo-se as 1,1 kg ha-1), contida nos dejetos suínos, necessidades físicas de insumos e dos sugeridos por Dartora et al. (1998), sendo coeficientes técnicos para cada operação do utilizados a quantidade de 1,2 m3ha-1. Os sistema, como o preparo do solo, semeadura, valores energéticos dos combustíveis tratos culturais e colheita. Foi registrado o empregados na fase agrícola foram os consumo por hectare e transformado em sugeridos por Comitre (1993), cujos valores valores energéticos. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 02, p.38 - 44, mai/agos. 2009. 41 A. T. Campos et al. Durante o processo de produção, massa das máquinas e implementos, foram foram empregadas as operações: manuais obtidas junto aos catálogos de fabricantes. O (capina efetuada nas fases de floração e material consumido foi expresso em kg ha-1 enchimento de grão); mecânicas (reforma do (sementes, inoculante e adubo fosfatado), l terraço, capina química, adubação e ha-1 (inseticidas e herbicidas) e m3 ha-1 (adubo semeadura conjugados, pulverização, orgânico e produção). transporte interno e colheita). Foi computada a quantidade da execução de cada tarefa, RESULTADOS E DISCUSSÃO tempo gasto em cada operação (hora/máquina), características das máquinas Apresenta-se na Tabela 1 o consumo e implementos agrícolas: tipo, vida útil, energético, a quantidade por hectare e o consumo de combustível, lubrificantes e resultado calórico da cultura da soja em SPD, graxa. Outras informações necessárias e não com produtividade de 3.794,78 kg ha-1. disponíveis na propriedade, tais como a Tabela 1. Consumo de energia para produção de soja em sistema de plantio direto Fonte de Insumos (inputs) ENERGIA DIRETA Biológica Mão-de-obra Sementes Adubo orgânico Sub-total Fóssil Óleo Diesel Lubrificante Graxa Sub-total ENERGIA INDIRETA Industrial Máquinas e Implementos Trator Carreta Pulverizador Semeadora Espalhador de esterco Reforma do terraço Colhedora Sub-total Adubo formulado 00:20:00 Herbicidas Inseticidas Inoculante Sub-total Total dispêndio energético Total produção energética EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Quantidade hectare 6,44 h 56,0 kg 1,213 l Insumo energético (MJ ha-1) 2,146,28 Percentagem do total 63,00 14,15 937,22 173,20 1.124,57 0,41 27,50 5,09 33,00 1.001,90 16,53 3,28 1.021,71 29,43 0,48 0,09 30,00 1.260,64 37,00 4,0 h 0,15 h 1,5 h 0,7 h 0,3 h 1,08 h 1,2 h 108,92 0,92 13,94 2,91 4,65 29,41 43,00 203,75 3,19 0,03 0,41 0,09 0,14 0,86 1,26 5,98 130,0 kg 1,6 l 0,45 l 0,15 kg 181,13 758,47 82,72 34,57 1.056,89 3.406,92 63.509,44 18,64 5,32 22,26 2,43 1,01 31,02 100 26,01 l 0,12 l 0,06 kg Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 02, p.38 - 44, mai/agos. 2009. 42 ANÁLISE ENERGÉTICA... Nos dispêndios com energia direta minimizando a importação de energia verifica-se a importância da energia fóssil na (ANGONESE et al., 2006). Esses autores produção, com 30,00% do total. Desse valor, verificaram que a produção de dejetos suínos 98,10% foram provenientes do consumo de tem valor considerável, em torno de 30% da óleo diesel, utilizado nas máquinas agrícolas. energia de saída total do sistema, no sentido Lubrificantes e graxas participaram com de sua efetiva utilização no sistema agrícola. Neste trabalho, o gasto de energia apenas 0,57%. Importante ressaltar que, dentre o consumo total de energia fóssil, indireta representou 37,00%, sendo que, 29,43% está atribuída ao óleo diesel. Nesse somente os herbicidas e o adubo formulado contexto, Mesquita et al. (1982), ao comparar contribuíram com 27,58%. Dentro da energia o consumo de óleo diesel em três sistemas de indireta, os herbicidas participaram com produção de soja em Londrina, PR, 60,16%, o que demonstra a dependência encontraram 53,00% no sistema plantio energética deste insumo para a condução do convencional, 48,30% no reduzido e 26,30% SPD. Siqueira et al. (1999) estimaram custos no SPD, verificando menor consumo do energéticos de cerca de 50,00% relacionados mesmo em SPD. Os autores não informam a ao uso de herbicida nesse sistema de plantio. eficiência energética atingida para os Os inseticidas e o inoculante participaram sistemas estudados. As sementes participaram com 2,43% e 1,01%, respectivamente. com 27,50% dos dispêndios totais, o que Máquinas e implementos contribuíram com representa 83,33% da energia biológica 5,98% do total de energia consumida no consumida. Resultado semelhante, de sistema de produção estudado. Devido às características do SPD, não 24,73%, foi obtido por Comitre (1993), em sistema convencional de produção de soja em houve operações com máquinas para o Ribeirão Preto, SP. O trabalho humano revolvimento do solo, no entanto, ocorreram contribuiu com 0,41% do total, o que repetidas aplicações de herbicidas, o que representa 1,24% da energia biológica. resultou na alta participação dos mesmos no Ressalta-se que o baixo dispêndio energético balanço energético (22,26%). Mesquita et al. da mão-de-obra, comparado ao consumo de (1982) relatam a intensa utilização de energia fóssil, evidencia o grau de herbicidas no SPD comparada aos sistemas intensidade da mecanização na cultura. O de plantio reduzido e convencional. Comitre adubo orgânico, apesar de sua importância (1993), em avaliação energética da cultura da como condicionador da qualidade química, soja em sistema convencional, obteve 4,83% física e biológica do solo, foi responsável do dispêndio com herbicidas. Considerou-se favorável a eficiência pelo consumo de apenas 5,09% do total. É importante salientar que o uso da energética (18,64%) de produção de soja pelo adubação orgânica na agricultura reduz o SPD, pois, baseando-se em Schroll (1994), custo de produção, assim como o consumo da que sugere como sustentável os índices de energia que entra no sistema. De acordo com eficiência energética acima de dois, o que Campos et al. (2005), em balanço energético caracteriza o SPD para produção de soja na produção de feno, os maiores dispêndios como um sistema de sustentabilidade de energia ocorreram com a utilização da ecológica. Atualmente, há a necessidade de energia fóssil, seguida do uso de fertilizantes químicos, sendo o nitrogênio o maior novos modelos tecnológicos que substituam o consumidor de energia em relação ao fósforo uso de combustíveis fósseis. Somente desta forma, será possível proporcionar ao homem e potássio. Por outro lado, a utilização de dejetos o conforto gerado pela mecanização e a maior suínos, por exemplo, além de ser menos produtividade agrícola e, também, a da sustentabilidade na onerosa, quando comparado aos fertilizantes viabilização químicos, proporciona renovação de energia, agricultura, pelo uso de recursos renováveis. reduzindo o impacto ambiental e Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 02, p.38 - 44, mai/agos. 2009. 43 CONCLUSÃO O consumo energético com óleo diesel, sementes e herbicidas, representaram 29,43%, 27,50% e 22,26%, respectivamente, do total de energia consumida, evidenciando a grande dependência de energia não sustentável. No sistema estudado, foi verificada eficiência energética de 18,64%, atribuída ao plantio direto, pelo fato de tratarse de um sistema conservacionista do solo, e também ao uso de energia biológica embutida no adubo orgânico, na semente e na mão-deobra, recursos esses, sustentáveis. CAMPOS, A. T.; FERREIRA, W. A.; YAMAGUCHI, L. C. 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