tarsila do amaral • a evolução da cerâmica gustavo
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tarsila do amaral • a evolução da cerâmica gustavo
T consul e ar e PubliTime Editora Ano 1 - Edição 03 arte em tempo real tarsila do amaral • a evolução da cerâmica gustavo rosa • foto cine clube bandeirante calendário de artes • materiais artísticos editorial Com a finalidade de publicar uma produção contínua de qualidade, a Revista Consulte Arte passa a ser mensal, mantendo nossos leitores ainda mais informados. Escrever sobre técnicas, artistas renomados, obras e temas que rondam o universo das artes plásticas é o ponto de convergência da equipe Publitime, que se dedica em torno deste projeto. A publicação da Consulte diferencia-se no sentido de unir experiência e inovação no viés artístico, já que a equipe Publitime mantém-se há 25 anos no mercado editorial, com uma série de publicações de sucesso. Nesta edição, a Revista Consulte Arte apresentará uma matéria contando a vida e obra da memorável Tarsila do Amaral. Traz também a evolução da cerâmica no mundo, explicando o período da faiança. Há, ainda, matérias sobre o pintor Gustavo Rosa e sobre as gravuras de Evandro Carlos Jardim. Assim como nas primeiras publicações, a revista ainda disponibiliza dicas de materiais artísticos, assim como exposições, feiras e novidades referentes ao mês de junho. E finalmente os trabalhos de nossos artistas já confirmados na segunda edição do livro ConsulteArte – Roteiro das Artes Plásticas. Esperamos que os textos publicados contribuam de maneira significativa para nossos leitores. Obrigado e boa leitura, Helder Fazilari Editor Expediente Diretor Executivo - Helder Fazilari Editor - Helder Fazilari - MTB 33.880 - SP Diretora Administrativa - Samira Samara Direção de Arte - Luciana Suet Assistente de Redação - Mariana Marques Gerente Comercial - Priscila Novaes Comercial - Leonardo Vieira / Henrique Martins PubliTime Editora Ano 1 - Edição 03 Ninguém está autorizado a angariar assinaturas e/ou anúncios sem estar devidamente credenciado junto à Editora. Se isto ocorrer, denuncie-o às autoridades locais. A Publitime Editora se reserva o direito de publicar ou não os materiais recebidos. As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da editora. Proibida a reprodução total ou parcial dos artigos sem a prévia autorização do conselho editorial. tarsila do amaral - vida e obra 06 a evolução da cerâmica 12 gustavo rosa - pintura 16 tome nota 20 evandro carlos jardim - gravura 22 calendário 26 foto cine clube bandeirante 28 artistas denise müller eduardo sakemi irley maria leonor marta berenice arus sonia lygia yone alerigi fritz berg camões olimpio franco 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 consulte arte A Revista Consulte Arte é uma publicação eletrônica da Editora Publitime, que tem por objetivo divulgar artigos que abranjam todo o universo das artes, como pintura, escultura, gravura, cerâmica, fotografia etc. sumário tarsila do amaral separar, alguns anos depois, Tarsila passa a dedicar-se inteiramente ao estudo das artes, aprofundando-se em escultura e pintura até o ano de 1918, ano em que conhece sua amiga Anita Malfatti. Ao voltar da Espanha, Tarsila casa-se com seu primeiro marido André Teixeira Pinto e tem sua única filha, Dulce. Ao se Por volta de 1923, a artista volta para Paris e começa a produzir com intensidade, pintando o quadro “A Negra” de Já no ano de 1920, passa a estudar na Académie Julien, em Paris, voltando ao Brasil em 1922, para a Semana de Arte Moderna. Época na qual começa a namorar o escritor Oswald de Andrade, assim formou-se o “grupo dos cinco”: Tarsila, Anita, Oswald, o escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, juntos inovaram a arte moderna brasileira. fotos: divulgação a pintora do brasil N ascida em 1 de setembro de 1886, Tarsila do Amaral é filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Cresceu na cidade de Capivari, interior de São Paulo, passando parte da infância nas fazendas de seu pai, mas estudou na cidade de São Paulo, no colégio Sion, terminando seus estudos, posteriormente, em Barcelona (Espanha). Foi nessa época que pintou seu primeiro quadro “Sagrado Coração de Jesus”, mais especificamente no ano de 1904, já demonstrando grande interesse pelas artes plásticas. antropofagia o/s/t 126 x 142 cm 1929 6 - Consulte Arte operários o/s/t 150 x 205 cm 1933 Consulte Arte - 7 PINTURA tarsila do amaral grande repercussão. Fica cada vez mais conhecida e prestigiada, desenvolvendo-se em três importantes fases de sua vida para a pintura. Pau Brasil Nesta fase, Tarsila quer ser a “pintora do Brasil”, ela utiliza-se de cores fortes e vivas e pinta a temática brasileira, como as paisagens rurais, a fauna e a flora e o folclore. Entre os quadros dessa época estão: “Carnaval em Madureira”, “Morro da Favela”, “EFCB”, “O Mamoeiro”, “São Paulo”, “O Pescador” etc. mídia que envolvia jornais, rádios, revistas), de seu amigo Assis Chateaubriand. Em 1950, Tarsila volta com a temática do Pau Brasil e pinta quadros como “Fazenda”, “Paisagem ou Aldeia” e “Batizado de Macunaíma”. Entre as Bienais que participou estão: I Bienal de São Paulo em 1951; VII Bienal de São Paulo, na qual teve uma sala especial e Bienal de Veneza, em 1964. Em 1969, a curadora Aracy Amaral realiza a Exposição “Tarsila 50 anos de pintura”. Tarsila do Amaral falece na cidade de São Paulo, em 17 de janeiro de 1973. Antropofagia No começo de 1928, a artista pinta um quadro que mudaria os rumos de sua pintura, o “Abaporu”. Ele se parecia com uma figura indígena, e ganhou este nome porque Abaporu significa homem que come carne humana, o antropófago. No mesmo período, seu marido Oswald escreve o Manifesto Antropófago e juntos fundam o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o movimento, que tinha o objetivo de extinguir a cultura europeia que prevalecia na época para valorizar a verdadeira cultura brasileira. o mamoeiro o/s/t 65 x 70 cm 1925 Os quadros mais populares dessa fase são: “Sol Poente”, “A Lua”, “Cartão Postal”, “O Lago” e “Antropofagia”. Citação “Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante”. Social Por volta de 1933, Tarsila envolve-se com a classe operária e com o Partido Comunista Brasileiro, pintando a tela “Operários”. Desta fase social, surge também a pintura “Segunda Classe”, mas como a temática tensa da fase social não fazia parte de sua personalidade, ela não foi duradoura. Nesse período, ela trabalha como colunista nos Diários Associados (grupo de 8 - Consulte Arte Curiosidades Desde criança, Tarsila sempre gostou muito de animais. Chegando a ter 40 gatos na fazenda em que morava. Após a morte de sua única filha, Dulce, em meados dos anos 60, Tarsila ficou muito amiga do medium Chico Xavier, que lhe trouxe grande paz espiritual através de cartas e visitas à sua casa. vendedor de frutas o/s/t 108 x 84 cm 1925 Características de suas obras Entre as principais características de suas obras estavam o uso de cores vivas, como azul, rosa, amarelo e verde; o uso de formas geométricas, influenciada pelo movimento cubista; aborda- Consulte Arte - 9 PINTURA tarsila do amaral gem de temas sociais e cotidianos, além de paisagens do Brasil; em determinadas fases a estética fora do padrão, influenciada pelo surrealismo e buscando quebrar barreiras. Principais obras - Autorretrato (1924) - Retrato de Oswald de Andrade (1923) - Estudo (Nú) (1923) - Natureza-morta com relógios (1923) - O Modelo (1923) - Caipirinha (1923) - Rio de Janeiro (1923) - A Feira I (1924) - São Paulo – Gazo (1924) - Carnaval em Madureira (1924) - Antropofagia (1929) - A Cuca (1924) - Pátio com Coração de Jesus (1921) - Chapéu Azul (1922) - Auto-retrato (1924) - O Pescador (1925) - Romance (1925) - Palmeiras (1925) - Manteau Rouge (1923) - A Negra (1923) - São Paulo (1924) - Morro da Favela (1924) - A Família (1925) - Vendedor de Frutas (1925) - Paisagem com Touro (1925) - Religião Brasileira (1927) - O Lago (1928) - Coração de Jesus (1926) - O Ovo ou Urutu (1928) - A Lua (1928) - Abaporu (1928) - Cartão Postal (1928) - Operários (1933) abaporu o/s/t 85 x 73 cm 1928 10 - Consulte Arte sol poente o/s/t 54 x 65 cm 1929 Consulte Arte - 11 a evolução da cerâmica fotos: corbis.com no mundo A arte da cerâmica espalhou-se por quase todos os povos ao mesmo tempo, refletindo em sua cultura e na forma em que viveram, auxiliando, de certa forma, no cotidiano. A evolução da técnica da cerâmica passou do calor do sol a fornos especializados utilizados para tornar as peças firmes e resistentes. Da Era Neolítica até dias de hoje, os artistas continuam utilizando-se de seu dom para transformar blocos de argila em peças únicas e especiais. nas cidades de Gubbio, Volterra, Faenza, Deruto e Montelupo. Nessas cidades desenvolveram-se indústrias diferenciadas, com estilo e técnica próprios, como os sistemas de cozimento e de esmaltar. Entre os ceramistas italianos da época, destacam-se Luca e Andrea Della Robbia, que criaram baixo-relevos de terracota vidrada e pintada, os quais hoje são encontrados em quase toda parte da região central da Itália. Nessa mesma época, popularizou-se a utilização da cerâmica, tornando-se acessíveis a todas as classes sociais e não somente para palácios e espaços religiosos. Dessa forma, as peças em cerâmica deixaram de figurar apenas as obras monumentais e passaram para as fachadas dos pequenos sobrados comerciais e residenciais. A escola de Faenza - centro italiano de cerâmica do período renascentista ganhou tanto prestígio que deu seu nome a todos os objetos de cerâmica que, da Itália, se difundiam pela Europa. Por isso, popularizou-se o nome “faiança” Com o êxito da cerâmica ao redor do mundo, cada povo definiu seu estilo próprio dando origem a novas técnicas. Na Itália AC, existia um tipo de artesanato que já se destacava: os etruscos (da antiga Etrúria, atual Toscana) fabricavam vasos esmaltados de grande qualidade. Os ceramistas etruscos eram conhecidos por ornamentar as mansões gregas, persas e dos patrícios romanos. Na Idade Média, os ceramistas italianos continuaram a trabalhar com velhos sistemas etruscos e gregos, enquanto o resto do mundo renovava a técnica. No início do Renascimento, ainda haviam produtos manufaturados 12 - Consulte Arte Consulte Arte - 13 cerâmica cerâmica em português, e o “faience”, lembrando o nome da cidade. Luca della Robbia Luca della Robbia nasceu em Florença e foi um dos ceramistas que mais se destacou na Renascença italiana. Fundador da técnica de cerâmica esmaltada e vitrificada, a qual muitos artistas se interessariam futuramente. Sua técnica foi inovadora, pois passou a permitir a instalação de peças cerâmicas em ambientes externos. Entre seus primeiros trabalhos, está uma Cantoria (tribuna elevada onde ficavam os cantores da igre- 14 - Consulte Arte ja) para a Catedral de Florença, datada de aproximadamente 1431, na qual apresentava-se uma série de 10 painéis em mármore com relevos de meninos cantores e dançarinos, com formas graciosas. No ano de 1432, o ceramista entrou para a Guilda dos Escultores. O seu estilo é marcado por um misto de sensualidade e pureza, constituída por baixos-relevos, medalhões e frisos com madonas, profetas, santos e crianças de expressão alegre. Andrea della Robbia Andrea della Robbia nasceu em Florença e foi um dos mais importantes escultores italianos do período da Renascença. O ceramista era especializado na técnica da cerâmica policroma esmaltada e vitrificada. Andrea pertenceu a uma família de artistas, sendo que seu tio Luca Della Robbia já havia se destacado pela eximia técnica e pelo alto nível de sua cerâmica, com riqueza e delicadeza nos detalhes de suas figuras, formando uma escola de larga difusão. Trabalhou em diversos locais, deixando grande número de criações em igrejas, palácios e residências privadas por toda a região da Toscana. Entre as suas obras mais relevantes estão: o conjunto de peças para a decoração do Santuário do Monte Alverne e uma grande Coroação da Virgem para a Igreja Abacial de Santa Maria Assunta, em La Spezia. Atualmente, seus trabalhos são encontrados nos maiores museus do mundo. Consulte Arte - 15 gustavo rosa o legado e a arte com bom humor por silvana baierl V enerados são os grandes pintores brasileiros. E eles são muitos. Estão cada vez mais presentes nas galerias e museus do mundo inteiro. São incansavelmente trabalhadores, apesar dos títulos de artistas, escultores ou artesãos. Em cada obra, muitas vezes é a assinatura que faz a di- ferença. Porque agregada a ela está o talento do autor, suas experiências, conhecimentos, habilidades e, claro, a contribuição dos críticos. Um quadro de Gustavo Rosa une todos esses atributos, mas inclui também seu espírito paulistano e um autêntico estilo. Sua história vem sendo traçada com dedicação à arte desde sua infância. A sabedoria para tomar decisões é uma de suas virtudes, entre tantas outras que merecem ser enumeradas. Porque é também dotado de bom humor, de uma extrema experiência de vida e simplicidade natural. Muitas vezes, é ele mesmo quem atende à porta de seu estúdio, localizado na região dos Jar- whisky o/s/t 40 x 50 cm 2008 dins, em São Paulo/SP. Claro, sempre vestido dos fiéis jeans e camiseta respingados de tinta. O trabalho já é algo espontâneo, que acontece em sua rotina de forma singular: “Trabalho com as mãos. Vem delas a base de tudo o que faço, o meu sustento e minha vida”, afirma categórico. O consagrado artista plástico Gustavo Rosa hoje ingressa na História da Arte Brasileira derrubando preconceitos e antigos valores. Acompanha a crítica com resignação, mas também com atenção e respeito. Paralelamente, faz o que mais gosta: desenhar. O sofrimento ele transformou em pintura; os mais profundos sentimentos são sua bagagem para compor uma obra independente e despojada de conservadorismos. O artista segue um único princípio: fidelidade à inspiração e fidelização à arte. “Um dia, circulando entre os quadros expostos em meu estúdio, fiz uma reflexão cronológica do meu trabalho. Observei a figura humana, tão presente nas telas, como um enfoque principal, apesar dos traçados ge- fotos: revista consulte 53 ometrizados, e entendi o quanto cada momento de minha vida modificou também a minha pintura”, reflete. No período entre 1978 e 1980, a figura humana concorreu lado a lado com a natureza morta, entre vasos de flores e gigantescas frutas. Em seguida, tomou conta de sua criatividade a fauna brasileira. Cães e gatos como presença constante, em situações típicas, instintivas, reais e surreais. banhistas o/s/t 110 x 150 cm 2004 16 - Consulte Arte champanhe o/s/t 40 x 50 cm 2008 cachorro o/s/t 70 x 70 cm 2009 Mordidas na Maçã Gustavo Rosa nasceu em São Paulo/SP no mesmo ano que marcou o início da Democracia, com a Constituinte de 1946 do Brasil. Sua infância, vivida no Jardim Paulista, deu lugar à adolescência marcada pelos primeiros contatos na Editora Abril, receben- Consulte Arte - 17 pintura gustavo rosa do noções de arte, pintura, artes gráficas e publicidade, elementos que influenciaram diretamente na sua formação artística. dias do ano, em uma mostra ininterrupta que o artista organiza em seu estúdio, com sede na rua Groenlândia, região dos Jardins, o qual foi inaugurado em 2005. Com uma estrutura preparada para receber o público com conforto e muito carinho, o espaço abriga também o ateliê do artista. “Aqui, trabalho e mostro o que faço. Com tempo, o local começou a atrair estudantes, gerando até visitas monitoradas, e se transformou num espaço cultural para a nossa cidade”, esclarece Rosa. Aos 18 anos, recebia um salário e, já em 1968, inscrevia um quadro no Salão Interclubes de São Paulo. Conquistou Medalha de Ouro e uma viagem para Londres. Ao retornar, anunciou aos pais sua decisão de dedicar-se à carreira artística. A escultura em homenagem à tenista Maria Ester Bueno, exposta na Praça Califórnia, é um dos muitos exemplos de sua capacidade criativa e de seu amor à grande metrópole paulistana. Gustavo Rosa já expôs em diversos Espaços Internacionais do mundo, como em Nova York/EUA; Tóquio/Japão. Tel-Aviv/Israel; Lisboa/Portugal; Hamburgo/Alemanha; e Barcelona/Espanha. Manteve-se fiel ao desenho, valorizado pela técnica do óleo sobre tela, mesmo durante os anos 70, época em que as pinturas abstratas dominavam as bienais de todo o mundo. Aliás, uma decisão muito sensata! Porque faz bem visualizar sua obra, reconhecer imagens do nosso cotidiano, rir das situações que muitas vezes nos pegam de surpresa na praia, ou na saída do cinema, quando enfrentamos a tentação oferecida por um carrinho de hot dog. Talvez, quem sabe, na pose de um gato, ou na reação do cachorro à frente de uma maçã mordida. Versatilidade é a palavra mais usada em todas as narrativas sobre o artista. Gustavo Rosa não é apenas um pintor dos novos tempos, mas de uma contemporaneidade absoluta. Essa característica o acompanha em suas atitudes diante das surpresas da vida, dos desígnios de Deus e da impotência humana diante dos fatos inevitáveis: a morte, o fracasso e as decepções. Todas merecem o realce das cores, o efeito das tintas e as linhas de seus desenhos. Talvez, por ser a figura humana que é, Gustavo Rosa sempre tem algo mais para nos dizer. No segundo semestre de 2009, assumiu um novo desafio: dar aulas de pintura para crianças com Síndrome de Down, a convite do Instituto Olga Kos, entidade que atua com 18 - Consulte Arte “Às vezes, me pergunto se mereço tudo isso. A crítica, o reconhecimento, a reação do público e a fascinação das crianças me causam muita alegria e bem-estar interior”, avalia. Mas Gustavo Rosa merece um pouco mais. Merece o respeito, sobretudo porque jamais se distancia do ato de trabalhar. Sua dedicação e comprometimento com a arte são insuperáveis. Dedica-se a um projeto gráfico para capa de cadernos, com a mesma empolgação para criar uma série de pinturas para uma individual em South Egremant, Massachusettes/ EUA, que aconteceu em 1994 nessa cidade. Foi nesse mesmo ano que o artista foi procurado, pela empresa norte-americana Cypress Apparel Group, para criar uma griffe de roupas, cartões e objetos. As criações foram comercializadas pela Bloomingdales, Saks e Macy’s. Foram vendidos cerca de 450 mil roupões de banho com seus desenhos. Este ano, a empresa novamente o convidou para retomar o projeto. Em dezembro de 2009, participou de uma exposição no Museu do Louvre de Paris/França; período em que mais um livro, escrito por Jacob Klintovitz, foi lançado no MuBE-Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo/SP. A publicação registra 40 anos de sua carreira. E será mais uma leitura obrigatória para todos que querem conhecer o legado de Gustavo Rosa para a Cultura e para a Arte Brasileiras. maestro o/s/t 50 x 40 cm 2009 pessoas com deficiência intelectual. “Praticamente, é a primeira vez que faço algo desse gênero e confesso estar empolgado. Meu trabalho é muito mais voltado para a criação, para a pintura, e não para a didática de uma aula. Porém, me envolvi pelo projeto e percebi a responsabilidade desse desafio”, analisa. Por iniciativa do Instituto Olga Kos, o artista está testemunhando um momento fundamental para o desenvolvimento das crianças, que fazem releituras de seu trabalho: “Acredito que a forma lúdica, as cores e o bom humor das minhas telas desperta a criatividade infantil, e é um processo de autoconhecimento para mim também”. Merecimento A arte de Gustavo Rosa é parte fundamental da História da Arte Brasileira e do cotidiano de São Paulo. Seu trabalho invade ruas e galerias da cidade. Assim como permanece disponível para o público durante 365 bocão o/s/t 90 x 90 cm 2006 Contato: www.gustavorosa.com.br Consulte Arte - 19 tome nota Tinta Relevo Mercur Ideal para ser aplicada em madeira, cerâmica, gesso, couro, isopor e tecido. Possui frasco com formato ergonômico, o que proporciona mais conforto na pega e maior fluxo da tinta na aplicação. Possui bico aplicador exclusivo que facilita o traço. Resistente à lavagem, após 72 horas de aplicação. produtos linha mercur Preço Sugerido: R$ 2,63 Tinta para Tecido Mercur Possui frasco com design exclusivo com mais praticidade e, evitando desperdícios. É excelente para a pintura gestual com pincéis de fibra sintética e também para técnicas como carimbos, estêncil, esponjados, chapados e sombreados. Podem ser aplicadas sobre tecidos naturais, como algodão, cânhamo e linho, tendo também boa aderência sobre tecidos mistos, com menor percentual de fibras sintéticas. Suas cores exclusivas são miscíveis entre si, secam em cerca de 40 minutos e resistem à lavagem após 72 horas da aplicação. Preço Sugerido: R$ 2,46 Base e Tinta Acrílica para Artesanato Mercur As tintas tem a finalidade de agir como base e tinta acrílica, dispensando a cobertura prévia com tinta branca. Podem ser aplicadas com pincel ou rolinho de espuma sobre madeira, MDF, cerâmica, gesso, isopor, papel e alumínio. Suas diversas cores são miscíveis entre si e possuem secagem rápida. Tem acabamento fosco, alta cobertura e poder de nivelamento. Também pode ser usada para preparação de superfícies que receberão pinturas, colagens ou pátinas. Disponível em frascos com 60 ml ou 200ml. Preço Sugerido 60ml - R$ 3,71 200ml - R$ 9,93 20 - Consulte Arte Cola para Decoupage Mercur É especial para colagem de papéis e guardanapos em trabalhos de decoupage. Também pode ser utilizada como verniz fosco para acabamento da peça. Resistente à lavagem após 72 horas da aplicação. Preço Sugerido: 60ml R$ 2,95. 200ml R$ 9,00 Termolina Leitosa Mercur Tem como finalidade impermeabilizar e proteger tecidos. É ideal também para proteger costuras e bordados em trabalhos de recorte, pinturas e decoupage em guardanapos de papel. Deve ser aplicada com pincel para impermeabilização de tecidos e outras superfícies porosas como cerâmica, gesso e cortiça. Transparente ao secar. Preço Sugerido: R$ 2,55 Consulte Arte - 21 Fotos: revista consulte 53 evandro carlos jardim a gravura desperta um diálogo entre a cidade e o homem B oa demais a sensação que sentimos diante de suas gravuras sombreadas. Sua maneira insólita de apreciar, ver e revisitar a paisagem paulistana nos conforta. O desenho de Evandro Carlos Jardim nos conecta com a realidade. Tem uma delicada vontade de aproximar a cidade e o homem. Identificada por fragmentos que estão em nosso entorno, todos os dias, são mensagens fortes da presença urbana, das intervenções assíduas de sinais flagrados numa coluna que sustenta o viaduto, na arquitetura das edificações históricas e do olhar de um cão diante de um trânsito inevitável. De repente, nos damos conta da pluralidade paulistana, do horizonte cinzento arrebatador. Admiramos o entorno do Palácio das Indústrias, contrapondo-se à beleza natural do Pico do Jaraguá, da gigantesca copa de uma árvore. Tentamos decifrar o enigmático tortual, quase pré-histórico, aplicado acima do traçado de uma avenida gotejada pela fina garoa. Estamos diante de uma dança de desenhos propositais. “O passado está no gravuras 22 - Consulte Arte Consulte Arte - 23 gravura evandro carlos jardim trix Gallery, em Bloomington/Estados Unidos e no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto/SP. presente, e nos cativa a pensar no futuro. O tempo perfaz um percurso, resgata nossas memórias e justifica nosso presente, além de uma possibilidade sobre o que há por vir”, argumenta o artista. Entre as coletivas, são centenas de exposições realizadas em todo o mundo. A primeira aconteceu em 1955, com sua participação no 10º Salão do Centro Acadêmico da Escola de Belas Artes de São Paulo. Desde então, eventos aconteceram todos os anos. Participou da 1ª Bienal de Quito/Equador; da 38º Bienal de Veneza/Itália; de coletivas realizadas no Japão, Colômbia, Portugal, Polônia, Dinamarca, Ioguslávia, Paris, Cuba e Ucrânia. Evandro Carlos Jardim sabe dar cor aos vários tons de cinza. Joga com perspectivas, sombras, luzes, claros e escuros com segurança e vigor. A mensagem jorra numa densa gravura estampada pelo toque de artista e técnico. A práxis envolve a criação, e esta desperta o sentimento. Em Defesa da Gravura Evandro Carlos Jardim é considerado, na História da Arte Brasileira, um dos ícones da gravura. Doutor em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP-Universidade de São Paulo, pertence à geração de artistas que se consagraram na metade do século XX. Sua primeira exposição de maior projeção aconteceu no MASP-Museu de Arte de São Paulo, em 1963. Quatro anos depois, já participava da IX Bienal Internacional de São Paulo. Em 1973, ele retornava ao MASP, numa individual da qual teve liberdade para selecionar suas obras. gravura Manifesto Poético Junto ao desenho e à gravura, a fotografia também é considerada como parte dessa operação poética, como anotação e registro de uma realidade, mas independente dos pressupostos estéticos inerentes à gravura em metal, como as questões relativas à sintaxe da linha que, nesse caso, se faz pelo corte, revelando uma tridimensionalidade real e não-virtual. Nascido em São Paulo em 1935, estudou pintura, modelagem e escultura, e defende a gravura em metal com sensatez, talento e conhecimento de causa. Ingressou na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde estudou gravura entre 1956 e 1957. Desenvolveu intensa atividade docente em diversas instituições, como a ECA/ USP, Fundação Armando Alvares Penteado e Escola de Belas Artes. Também dirigiu ateliês livres, como o Ateliê Experimental de Gravura F. Domingo, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, do Ibirapuera, e a Oficina de Gravura em Metal do SESC Pompéia. Hoje, Evandro Carlos Jardim é professor de pós-graduação do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP. Enumerar sua participação em exposições individuais e coletivas exige conhecimento de causa. Afinal, são dezenas de eventos realizados nos principais espaços do Brasil e do exterior. Em 2005, a Pinacoteca do Estado de São Paulo realizou uma grande individual, intitulada “O Desenho Estampado: a Obra Gráfica de Evandro Carlos Jardim” - com curadoria de Cláudio Mubarac. Também realizou individuais no MAC-USP, na Galeria Volpi de São José dos Campos, na Ma- 24 - Consulte Arte Na relação entre gravar e estampar, uma característica da gravura de estampa, nesse aspecto o múltiplo nem sempre é considerado. A matriz permanece aberta a diferentes intervenções e à disposição de um tempo não-determinado e contemplado pela presença de uma mesma figura recorrente em contextos diversos e em diferentes ambientações. gravura gravura O móbile no lugar do múltiplo. A relação de tempo e espaço se faz presente na figura e seus possíveis significados, nas tentativas de revelar “o invisível deste visível”. A cidade e suas vistas, vista à distância, a diferentes distâncias. Consulte Arte - 25 calendário 26 - Consulte Arte Art & Craft Londrina - Feira de Artesanato Internacional De 31 de Maio a 09 de Junho de 2013 Centro de Eventos - Rodovia Mábio Palhano, 3.333 Das 14h às 22h Ingresso: R$ 8,00 Informações: www.artcraft.com.br Mãos da Terra - Feira Internacional de Cultura e Artesanato De 07 a 16 de Junho de 2013 Pavilhão 3 da Vila Germânica - Rua Alberto Stein, 199 - Blumenau - SC Das 14h às 22h Ingresso: R$ 5,00 Informações: www.maosdaterra.com.br Exposição Encontros De 17 de Maio a 09 de Junho de 2013 Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - SP De Terça a Domingo - Das 9h às 18h Ingresso: Grátis - Estacionamento: R$ 5,00 Informações: www.memorial.org.br Exposição Mega Artesanal De 03 a 07 de Julho de 2013 Centro de Exposições Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 - SP Das 11h às 19h Ingresso: R$ 14,00 (inteira) - R$ 7,00 (meia) Informações: www.megaartesanal.com.br Exposição Frida na Parede De 08 de Junho a 31 de Julho de 2013 Studio Cultural Cristina Bottallo - Rua João de Sousa Dias, 429 - SP De Segunda a Sexta - Das 10h às 18h / Sábado com hora marcada Informações: (11) 5049-1322 Mostra Metrô de Superfície II Até 28 de Julho de 2013 Sala Tarsila do Amaral - Centro Cultural SP - Rua Vergueiro, 1.000 - SP De Terça a Domingo - Das 10h às 20h Informações: www.centrocultural.sp.gov.br Exposição A Mágica da Mobilidade (curadoria de Fernando Durão) De 05 a 15 de Junho de 2013 Sala Camões - Consulado Geral de Portugal em São Paulo - Rua Canadá, 324 De Segunda a Sábado - Das 12h às 16h Ingresso: Grátis - Acesso para Deficientes Informações: consuladoportugalsp.org.br Lucy Citti Ferreira De 25 de Maio a 11 de Agosto de 2013 Pinacoteca - Praça da Luz, 2 - SP Terça a Domingo - Das 10h às 17h30 Ingresso: R$ 6,00 (Pinacoteca) - R$ 3,00 (Estação Pinacoteca) - Grátis no Sábado Informações: www.pinacoteca.org.br Exposição 130 Anos de Gibran Khalil Gibran De 03 de Maio a 26 de Junho de 2013 Salão de Atos - Memorial da América Latina - SP De Terça a Domingo - Das 9h às 18h Entrada Gratuita - Estacionamento: R$ 5,00 Informações: www.memorial.org.br Exposição Boa Vizinha - Rodrigo Oliveira Até 30 de Julho de 2013 Museu de Arte Moderna de SP - Parque Ibirapuera - Portão 3 De Terça a Domingo e Feriados - Das 10h às 17h30 Ingresso: R$ 6,00 (Terça a Sábado) - Entrada Gratuita no Domingo Informações: www.mam.org.br Feira Mineira de Arte e Artesanato Av. Antônio Abrahão Caram, 50 - Belo Horizonte - MG Quinta - Das 17h às 22h / Domingo - Das 8h às 16h Ingresso: Grátis Informações: www.feiramineira.com.br Exposição Desenhando com Cores De 08 de Junho a 31 de Julho de 2013 Studio Cultural Cristina Bottallo - Rua João de Sousa Dias, 429 - SP De Segunda a Sexta - Das 10h às 18h / Sábado com hora marcada Informações: (11) 5049-1322 Datas sujeitas a alterações. Confirme sempre com os organizadores. Datas sujeitas a alterações. Confirme sempre com os organizadores. Consulte Arte - 27 Fotografia N o ano de 1939 nasce em São Paulo o Foto Clube Bandeirante que em pouco tempo de atividades se torna a maior referência para o cenário da arte fotográfica nacional. Fundado por um grupo de jovens fotógrafos talentosos que se reuniam na Photo-Dominadora, uma loja de artigos fotográficos na rua São Bento. Nas reuniões vespertinas, mostravam e discutiam suas fotos, experiências, câmaras, objetivas etc.. Em 28 de abril de 1939 no Salão do Portugal Clube, no Edifício Martinelli, em São Paulo, foi realizada a assembléia geral para fundação do Foto Clube Bandeirante na presença de 50 participantes. Sua primeira diretoria eleita foi: Alfredo Penteado Filho (presidente), Benedito J. Duarte ( vice-presidente ), José Donati ( secretário ), Wladomiro Moreti ( tesoureiro ). caderno de fotografias, exposições, feiras, livros, produtos curadoria fernando durão a geometria da modernidade no acervo do foto cine clube bandeirante joão bizarro nave filho - esporte Geraldo de Barros - Formas 1955 28 - Consulte Arte Consulte Arte - 29 FOTOGRAFIA F.C. clube bandeirante marcél giró - emaranhados eduardo salvatore - linhas cruzadas 30 - Consulte Arte ivo ferreira da silva - bandeira paulista Consulte Arte - 31 FOTOGRAFIA F.C. clube bandeirante O Foto Clube Bandeirante iniciou suas atividades em três salas alugadas no 22º andar no Edifício Martinelli, no ano seguinte, transferiu-se para duas salas na rua São Bento nº 357 - 1º andar, no terreo do mesmo prédio, encontra-se a loja Fotoptica. Em 9 de outubro de 1942, o Foto Clube Bandeirante realizou o º 1 Salão Paulista de Arte Fotográfica na Galeria Prestes Maia. No final de 1942, foi eleito presidente do Foto Clube Bandeirante, o jovem artista e fotógrafo Eduardo Salvatore que propôs uma nova linguagem fotográfica atraindo um grupo de fotógrafos talentosos que passaram a trabalhar sob sua orientação e liderança na renovação dos valores estabelecidos por um longo período de convivência com os conceitos da fotografia pictorialista. Esta renovação ocorrida no Foto Clube Bandeirante possibilitou fundamentar a arte fotográfica sob novas bases estéticas: bases cosmopolitas, geométricas, construtivistas, experimentalistas que levaram a fotografia no Brasil a modernidade. francisco albuquerque triangulo rubens teixeira scavone - construção n.º 1 32 - Consulte Arte Com as bens sucedidas propostas de Eduardo Salvatore, cresceu a visibilidade do Clube, agora como representante da modernidade na fotografia produzida por suas oficinas denominadas pelos críticos mais respeitados da época, de Escola Paulista de Fotografia. Em 1945, atraindo novos fotógrafos, teve também adesão de um importante grupo de cineastas amadores que obrigou o Foto Clube Bandeirante a criar um departamento de cinema sob direção de Jean Jurre Rood e mais tarde por Jean Lecoq. Esta adesão levou o Clube a alterar o estatuto para a atual denominação Foto Cine Clube Bandeirante. Em 1949, o FCCB surpreendeu o mundo fotográfico com a aquisição de uma sede própria na rua Avanhandava, 316 em São Paulo, sendo o primeiro foto-clube amador do mundo que teve sede própria. Dos anos 40 ao final dos anos 60, com o movimento da modernidade na fotografia, o Foto Cine Clube Bandeirante viveu um dos momentos mais criativos e produtivos de sua história. Foram inúmeros os temas abordados por estes talentosos fotógrafos, resultando em produções fundamentadas de rico conteúdo visual registrado, construindo assim um valioso acervo fotográfico, testemunha de uma época de inquietação, de criatividade e de profundas mudanças em todas atividades humanas no Brasil. Consulte Arte - 33 FOTOGRAFIA F.C. clube bandeirante Para esta edição, destaquei o segmento da “geometria” presente na fotografia moderna que compõe este acervo com imagens de profundo valor, regidas por sentimento e conhecimento onde encontramos um perfeito domínio da técnica, da composição e da linguagem. São valiosos os nomes que participaram e construíram este importante clube fotográfico para a história de nosso país com pleno reconhecimento e respeito de vários países, Poderia destacar entre os sócios ilustres do FCCB: José Yalenti, Gaspar Gasparian, Chico Albuquerque, Thomaz Farkas, German Lorca, Roberto Yoshida, Eduardo Salvatore, José Oiticica Filho, Marcel Giró, Madalena Schwartz, Gertrudes Altschull, Rubens Teixeira Scavone, Geraldo de Barros, Ademar Mannarini, João Bizarro Nave Filho, Eijiro Sato,Ivo Ferreira da Silva e muitos outros. Em 1998, o Foto Cine Bandeirante mudou-se para a Rua Augusta, 1108 onde permanece até hoje, tendo como atual presidente José Luiz Pedro que gentilmente cedeu as imagens publicadas nesta matéria. eijirio sato - escada josé yalenti - embarque - 1945 34 - Consulte Arte Consulte Arte - 35 Participe da 2ª Edição do Livro consultearte Roteiro das Artes Plásticas • Inscrições abertas • Divulgue sua obra • Represente seu estado • Confira condições especiais Fone: (11) 3081-7575 [email protected] www.consultearte.com.br 36 - Consulte Arte Consulte Arte - 37 ARTES PLÁSTICAS denise mÜller A artista também está com três trabalhos no Centro de Convenções, espaço coordenado pelo MARP (Museu de ARte de RIbeirão Preto), onde foi selecionada para expor junto com o grupo de artistas do LAB (Laboratório das Artes) da cidade de Franca - SP. A artista fez parte também com três obras da exposição que aconteceu no Rotary Club de Ribeirão Preto, junto com os artistas plásticos da ALARP (Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto), da qual ocupa a cadeira 69 cujo patrono é o artista plástico Francisco Amêndola. Esse mês começa uma exposição no espaço expositivo do Clube Recreativa de Ribeirão Preto. Estão agendadas para setembro e outubro mais duas exposições individuais. Aconteceu na cidade de Ribeirão Preto - SP, mais uma exposição das xilogravuras da artista plástica Denise Müller. A exposição aconteceu no Espaço Cultural Bauhaus em Ribeirão. dessa exposição também as Estampas, que são impressões de matrizes que, nesse caso, foram feitas em entertelas, que é um pano bem fino. Denise Müller colocou suas xilogravuras grandes formatos ao lado das matrizes entalhadas, o que foi um fato inédito nas suas exposições. Na Estampa, a impressão se dá de uma maneira mais livre, onde pode-se usar varias matrizes, varias cores de acordo com o efeito que se pretende criar durante a impressão. Assim o público pode observar a criação do seu desenho na matriz em madeira e o entalhe do desenho, etapa que acontece antes da impressão nesse tipo de gravura. Faziam parte A artista recebeu também escolas estaduais de segundo grau, que quiseram conhecer seu trabalho. Nesse dia a artista reservou uma tarde para um bate-papo com os alunos. 38 - Consulte Arte Contato: [email protected] Consulte Arte - 39 ARTES PLÁSTICAS eduardo sakemi Eduardo Sakemi, Superintendente Executivo de uma grande ONG, começou a pintar por influência de seu filho, apenas por hobby. Após ser premiado com uma medalha de prata, tornou-se Membro da Academia de Artes Ciências e Letras de Paris. Em 2012 ganhou medalha de Prata no salão de artes de Cannes. Com o passar do tempo, seus amigos começaram a interessar-se por suas obras e começaram a comprar os quadros que pintava. Encomendas não paravam de surgir, e com isso Eduardo começou a produzir com mais frequência. Principalmente seus carros, motos, que são algumas das suas paixões. Massa II O/S/T 60 x 80 cm 2009 Superbike O/S/T 60 x 80 cm 2009 Passou a auxiliar na organização de exposições de artistas brasileiros, premiados em mostras francesas, o que lhe rendeu o reconhecimento por suas obras e ações. Participou de exposições, como: Salão de Paris em São Paulo - 2009 e 2010; Viver São Paulo - 2009; Entre muitas outras. Senna O/S/T 60 x 80 cm 2009 Pérola Negra O/S/T 80 x 60 cm 2009 40 - Consulte Arte Ônix O/S/T 50 x 120 cm 2010 Contato: www.sakemi.net [email protected] Consulte Arte - 41 irley Texto: Michele Ribeiro ARTES PLÁSTICAS Fragmentos da Natureza O/S/T 23 x 40 cm 2013 denominada veladura e consiste na mistura ótica das cores, que são sobrepostas em camadas finas. Bastaram dez minutos de conversa por telefone e Irley foi capaz de aplicar a veladura em suas obras. Em 2009, ele concluiu sua série para exposição e em 2010 viajou para Hong Kong, China e Seul, Coreia do Sul, onde mostrou seu trabalho em uma galeria de artes e também na 2ª Conferência Mundial de Artes, promovida pela Unesco, respectivamente. Essência Cada uma das telas pintadas pelo artista plástico baiano carrega em si uma parte da trajetória de vida dele, que ain- Em 2004, ele começa a dar forma ao seu sonho mais ousado, uma exposição fora do Brasil. Neste mesmo ano participa da exposição ‘Paijazes do Brazil II’, na Galeria La Gioconda, México. Em 2006, ele expõe na Espanha durante o Circuito 42 - Consulte Arte Talvez seja só o dom, talvez seja o resultado de tudo que ele já viveu e continua a viver. O fato é que sua obra tem uma verdade inquietante. A perfeição de cada traço, a sensação incômoda de saber que seus olhos estão sendo enganados, de saber que aquilo é tinta e não fotografia. A redenção de deleitar-se diante da sublime capacidade humana. O trabalho de Irley é assim, nenhum adjetivo é capaz de descrevê-lo com exatidão. O jeito é se render, conhecer e apreciar. Internacional de Artes. Em 2006, de volta ao Brasil, retoma sua série Mulheres Invisíveis em que retrata o cotidiano de mulheres comuns em telas. Essa série comporá a exposição “Através dos Outros”, que ele levaria anos depois para a parte oriental do mundo. Ao final de 2007, o jovem artista está folheando o Anuário de Artes Plásticas, Volume V de 2006, onde há também a pintura “Praia de Itaparica” de sua autoria. Ao folhear o anuário, Irley viu a pintura de uma mulher seminua do artista Nelson Braga Júnior. Impressionado com a vivacidade das cores, procurou o contato do artista. Ao telefone Irley se identificou, do outro lado, um artista de Campinas - SP, que lhe contou que a técnica é Baseada na foto de Dan Baron, tirada em Monte Pascoal - BA. Na década de 80, o artista entra em contado com coordenadores do Movimento Sem Terra (MST), o que é muito importante para sua carreira. A capacidade de mobilização do movimento faz do artista um referencial e proporciona a ele a chance de viajar pelo país e conhecer personalidades que seriam definitivas no curso de sua carreira. No final da década de 90, Irley recebe o prêmio “Luta pela terra”, uma das principais congratulações do MST. da sonha em pintar sua musa, que como ele mesmo diz: “deve morar em algum lugar do mundo em que eu ainda não cheguei”. Escritor John Steinbeck Grafite Sobre Papel 50 x 40 cm 2013 Contato: [email protected] Cultivar O/S/T 120 x 80 cm 2007 Consulte Arte - 43 maria leonor Transcendência Nº 1 A/S/T 100 x 80 cm Sem Data Transcendência Nº 2 A/S/T 100 x 80 cm Sem Data Seus trabalhos são executados nas técnicas de óleo e acrílico sobre tela. tação de formas, diversos elementos que acrescentam sutileza à linguagem pictórica, alcançando lembranças memoriais. São geralmente inspiradas na natureza, figuras humanas, atualmente temas abstratos. Também usa efeitos geométricos que criam, às vezes, um segundo plano produzindo, quase sempre, através da intercep- 44 - Consulte Arte ARTES PLÁSTICAS O domínio de diferentes técnicas de pincel e espátula fica amplamente demonstrado nos efeitos obtidos e na densidade de tintas a óleo ou acrílica. É considerada uma artista contemporânea em seus últimos quadros, usando suportes diferenciados, colagens de diversos materiais, seguindo sua imaginação do momento. Faz pesquisas de diferentes texturas com as quais desenvolve cores, luminosidade tropical, fragmentações, superposições e transparências que trazem vida e profundidade as obras. Transcendência Nº 3 A/S/T 100 x 80 cm Sem Data Contato: marialeonor.com.br [email protected] Consulte Arte - 45 ARTES PLÁSTICAS marta berenice arus Os trabalhos quase nunca possuem títulos, pois representam, simplesmente, sensibilidade e imaginário. A técnica utilizada é acrílico sobre tela, prazer e gestos. É natural da cidade de Bagé/RS. Ainda criança foi residir em Porto Alegre/RS. Já na adolescência trabalhava com pintura em tecido ao auxiliar o pai em sua indústria de confecção. Durante algum tempo, também, dedicou-se ao trabalho de pintura em couro. Mais tarde, casou, teve filhos, fez o curso de direito. Nesse período afastou-se da arte por estar demais absorvida pela família. Em 1982, ao visitar o atelier de uma amiga, ressurgiu sua vontade de pintar. Reiniciou suas atividades no mesmo atelier. Em 1984, trabalhou como marchand do Espaço Cultural Yázigi onde fez sua primeira exposição coletiva. Nesse mesmo ano, em busca de um encontro mais amplo com a arte, ingressou na Escola de Belas Artes Heitor de Lemos em Rio Grande/RS onde estudou pintura até 1988. Desde então, dedica-se inteiramente a pintura, freqüentando cursos, congressos, sempre 46 - Consulte Arte direcionados a arte. Vem realizando exposições coletivas e individuais, participando, também de anuários de artes como o Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte. Atualmente tem se dedicado também a escultura em argila. Exposições mais relevantes: • Coletiva com o Atelier Britto Velho – Museu do Trabalho – Porto Alegre/RS – 2000; • Coletiva com o Atelier Britto Velho – Museu do Trabalho – Porto Alegre/RS – 2000; • Individual no Centro Municipal de Cultura – Rio Grande/RS – 2001; • Exposição individual “Caminhos do Inconciente”, Câmara dos Deputados – Congresso Nacional – Brasília/DF – 2002; • Exposição individual, “Caminhos do Inconsciente”, no Manhattam Plaza Hotel – Brasília/DF – 2002 Individual na UNIVATES – Lajeado/RS – 2003; Sem Título A/S/T 80 x 100 cm Sem Data • Exposição coletiva “Porto Alegre em Foco” Instituto de Artes da UFRGS – Porto Alegre/RS – 2003; • “Exposição coletiva Cosulte” – São Paulo/SP – 2005; • Exposição coletiva com a ALA (Academia Latino-Americana de Arte) - no II gresso Nacional de Direito e Fraternidade – São Paulo/SP – 2013. Contato: [email protected] Con- Consulte Arte - 47 ARTES PLÁSTICAS sonia lygia Superação através do pincel “Não busco esconder o problema: se há um problema, vamos enfrentá-lo”. É a partir deste lema pessoal que a artista plástica paulista Sonia Lygia vai buscando inspiração para suas telas, e também para a sua vida. Dentista por formação, Sonia teve interesse pela pintura e pelo desenho desde jovem. Mesmo quando mãe e profissional, Sonia Lygia não deixou a arte de lado: cursou durante anos as aulas de pintura do professor Ronaldo Wagner. Porém, a guinada que transformaria a vida e a obra de Sonia teve como ponto de partida um infeliz incidente: “Em março de 2009 eu cai no banheiro de casa e tive um 48 - Consulte Arte voltando a andar, cai novamente”. A ida para o hospital veio acompanhada de uma notícia nada agradável: além da lesão na perna, foi constatada a presença de um tumor na região do cóccix. Devido ao estágio avançado da doença, os médicos temiam operá-la. “Fiquei muito abalada”, conta Sonia. lo. “Sempre pinto figuras humanas. Mesmo quando o humano não aparece, sua presença é pressentida. E pintando a figura humana você mostra toda a sua emoção, mostra a beleza divina. Você mostra tudo que você sente no seu interior, e não fora. Mostra o seu coração”. O reencontro com a paz se deu, novamente, através dos pincéis. Sonia se transferiu para o hospital Santa Isabel, onde foi operada com sucesso em novembro de 2011. “Foi nesse período que eu voltei mesmo a produzir. Antes eu não tinha ânimo nenhum, e a pintura nos dá a sensação da paz, a sensação de ainda ser útil.” Também em 2011, Sonia Lygia participou pela primeira vez do Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte, além de diversas exposições e também premiações na capital e no interior de São Pau- Atualmente, Sonia ainda tem um pouco de dificuldades para se locomover devido às cirurgias e enfrenta um problema de hérnia abdominal. Nada que interfira em sua inspiração e em sua arte. “Acho que todas as pessoas com problemas de saúde deveriam buscar uma terapia de apoio. Seja ela a música, a pintura, alguma coisa. É melhor tentar do que se entregar. Desistir significa perder uma luta antes mesmo de entrar nela”, conta Sonia. trincamento no fêmur. Só em agosto que os médicos descobriram, a partir de uma radiografia, a verdadeira gravidade da fratura que sofri”. Começava uma sequência de cirurgias que se estenderia por todo o ano. Então veio a segunda queda, também em casa, em meio ao processo de recuperação. O fêmur, já fragilizado, fraturou-se novamente, dessa vez com mais violência. “Foi uma infelicidade: operei de novo, coloquei placa, pinos... mas foi nesse meio tempo que, pra me distrair e pra não perder completamente a razão, eu voltei a pintar”. Com auxílio da equipe de enfermagem e da família, Sonia transformou seu quarto num verdadeiro atelier. “Mas as quedas me perseguem”, conta Sonia. “Um ano depois, quando eu já estava Contato: [email protected] Consulte Arte - 49 ARTES PLÁSTICAS yone alerigi Fonte: Texto retirado do livro “São Paulo 450 anos Sua História e seus Monumentos” do IBB (Instituto Biográfico do Brasil) em razão do aniversário da cidade de São Paulo. Ione Alves de Paula Alerigi nasceu em Franca, interior do Estado de São Paulo. É filha de João Alves de Paula Filho e Lydia Bego de Paula. Casada com Alberto Ruben Alerigi, tem dois filhos. Desde muito jovem realizou cursos no Liceu de Artes e Ofício de S.Paulo, estudou desenho com o prof. Luigi Nevianni na Escola Panamericana de Artes, especialização na escultura figurativa no atelier D’arcomo & Vicentine Tossine em Milão. Conclui sua formação acadêmica na faculdade de Belas Artes de S.Paulo, hoje (Centro Universitário Belas Artes de S.Paulo). Semente da Vida Escultura em bronze, implantada na praça de collegno Turin (Itália) com apoio da União Européia. Obra encomendada por um fazendeiro que continua com a tradição de fazendas de plantação de grãos para manutenção da vida. Iniciou suas atividades profissionais em 1976, fazendo cerâmica e vidro. Na ocasião, comprou um forno. Na época, Yone já desenvolvia sua própria pasta (faiança) e já aplicava seus aprendizados com a técnica do capo di monte em pasta de porcelana e, depois de cinco anos, veio o desencanto, pois cerâmica e vidro quebram! Visando o menos perecível, encantou-se com as ligas metálicas e os mármores, pedras utilizadas pela escultora até os dias de hoje. Trabalha no desenvolvimento e viabilidade de seus projetos de Arte Pública; Faz parte do Conselho Consultivo da Associação Profissional de Artistas Plasticos de S.Paulo; Participa constantemente de seminários e palestras de cunho profissional/educativo; Possui a mais de Três Décadas ampla e bem equipada oficina atelier e Show Room onde negocia sua arte. É membro da Assoc. Paulista de Belas Artes de S.P; Assoc. Profissional de Artistas Plásticos de S.P; Academia Brasileira de Arte, Cultura e História; Sinapesp Aiap-Unesco; Pesquisas junto ao Museu de Guggenheim Bilbao (Espanha); Recebeu homenagem no evento LIGTH ART WORK Toronto Canadá, Desenvolveu o Prêmio Cidadania Mundial. Em homenagem aos 450 anos de S.Paulo declarou seu amor por S.Paulo com o Verso de sua autoria “S.Paulo do Meu Coração” 50 - Consulte Arte Projeto Gota Sagrada Túnel da instalação, que em 2009 recebeu o Prêmio Lorenzo Il Magnífico, Bienal de Firenze - Itália Obra aprovada pelo MINC e patrocinada pela Sabesp São Paulo do Meu Coração! Terra que acolhe a todos, todos sem exceção! Terra do sonho e realização! Terra do peão! Terra do grão! Terra da tecnologia e construção! Terra da garoa e do chuvão! Terra bendita que a toda semente faz germinar! Terra altiva que nos possibilita sonhar! Com etnias marcantes e uma gente sem igual, que conquista e realiza em meio a violência, enchentes e poluição. Por isso e muito mais TE AMO DE PAIXÃO! Contato: www.yone.com.br [email protected] Consulte Arte - 51 fritz ARTES PLÁSTICAS berg Voando Sobre o Jardim Fritz Berg nasceu na Polônia em 1942. Veio ao Brasil em 1948, onde com os pais residiu no bairro do Sumaré na capital Paulista. No Sumaré, teve aulas com a Yolanda Mohali, Elizabeth Nobeling, Lili Montaigne. vários anos. Há 2 anos mudou seu estilo de “fazer cerâmica”. Devido ao acúmulo de horas passadas dentro do carro no congestionamento da Via Raposo Tavares veio o sonho de voar. Foi industrial até 2011, quando se aposentou em Cotia onde trabalhou desde 1962. Já tem vários aviões, balões e voadeiras que se restringem como protótipos de cerâmica, todos idealizados durante alguns congestionamentos. Mora desde 1971 na Granja Vianna. Lá frequenta o Ateliê da Sheila Nachtigall há Para Fritz a arte plástica materializa, entre muitas coisas, também os sonhos. 52 - Consulte Arte Contato: [email protected] Consulte Arte - 53 ARTES PLÁSTICAS camões Quarta-Feira de Cinzas O/S/T 80 x 65 cm 1976 Piscina Preciosa A/S/T 80 x 100 cm 2002 Catálogo Oriente Musical O/S/T 100 x 80 cm 1990 Catálogo 1001 Noites A/S/T 100 x 80 cm 2002 O artista Aldo Camões procura exprimir seus sentimentos e imaginação através de inúmeras formas de expressão, viajando entre o realismo e o romantismo em suas possibilidades infinitas, que tem como expressão mais profunda o Nexialismo, que é uma forma de exprimir os mais diversos sentimentos da forma e da beleza intrínsecos na Arte, que é a forma de mostrar a beleza em suas mais derradeiras emoções. 54 - Consulte Arte Fragmento do Universo O/S/T 120 x 150 cm 1996 Contato: [email protected] Consulte Arte - 55 olimpio franco Fezes Assemblage 80 x 80 cm 2001 Superfície de uma Parede Destruída - Poluição Visual Assemblage 50 x 70 cm 2003 Entulho da Construção Civil Assemblage 150 x 150 cm 2007 Impacto dos Humanos Assemblage 100 x 150 cm 2001 OLIMPIO FRANCO www.olimpiofranco.com.br [email protected] O melhor para os artistas R. Cotoxó, 110 - SP - Tel. 11-3873-0099 R. Groenlândia, 77 - SP - Tel. 11-3885-5143 Av. Angélica, 1.900 - SP - Tel. 11-3661-9685 www.pintar.com.br 58 - Consulte Arte
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