VIDA e oBRA Do ARTIsTA AuGusTe RoDIn
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VIDA e oBRA Do ARTIsTA AuGusTe RoDIn
T consul e ar e PubliTime Editora Ano 2 - Edição 08 arte em tempo real VIDA E OBRA DO ARTISTA AUGUSTE RODIN calendário de artes • ARTESANATO FOTOGRAFIA Frederico Mielenhausen editorial Como sabemos, 2013 foi um ano de realizações para a equipe da Consulte Arte. Além da volta de revista Consulte – agora em formato digital, muito mais acessível – também festejamos o estrondoso lançamento da segunda edição do Consulte Arte – Roteiro das Artes Plásticas. A publicação foi muito elogiada, considerada uma das mais ricas do gênero no país e, nesse exato momento, está chegando à porta de diversos museus e galerias de arte espalhados pelo Brasil e fora dele. Em 2014, aliás, muitas coisas novas acontecerão: a produção da terceira edição do Consulte Arte – Roteiro das Artes Plásticas já começou e pode ter certeza que novidades estão a caminho. O site da editora (www.consultearte. com.br) foi reformulado e está de cara nova. Além de outras surpresas que serão reveladas ao longo do ano... Expediente Diretor Executivo - Helder Fazilari Editor - Helder Fazilari - MTB 33.880 - SP Diretora Administrativa - Samira Samara Direção de Arte - Luciana Suet Assistente de Redação - Henrique Julião Comercial - Mayra Neves O oitavo número da revista digital Consulte Arte traz uma matéria sobre Auguste Rodin, o francês que foi percussor da escultura moderna. Um artista que, antes de receber os louros de grande gênio da época teve que aguentar muitas negativas durante a carreira. É uma grande oportunidade para saber mais sobre os trabalhos de Rodin, como O Pensador, entender melhor sua inspiração por Michelangelo e conhecer um de seus casos amorosos que até hoje dá o que falar. Você também terá a oportunidade de ler um artigo sobre o artista-fotográfo Frederico Mielenhausen, que rodou o mundo, se radicou no Brasil e faleceu no ano passado; o texto exclusivo é de autoria de Fernando Durão, presidente da UP ART. E, pra completar, respondemos: qual a conexão da arte brasileira de hoje com a arte indígena do pré-Brasil? Boa leitura! Helder Fazilari Editor PubliTime Editora Ano 2 - Edição 08 Ninguém está autorizado a angariar assinaturas e/ou anúncios sem estar devidamente credenciado junto à Editora. Se isto ocorrer, denuncie-o às autoridades locais. A Publitime Editora se reserva o direito de publicar ou não os materiais recebidos. As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da editora. Proibida a reprodução total ou parcial dos artigos sem a prévia autorização do conselho editorial. AUGUSTE RODIN - o artista 06 ARTESANATO 12 calendário 18 ANUÁRIO DE ARTES i 20 FREDERICO MIELENHAUSEN - FOTO 28 artistas ADHEMIR FOGASSA ADRIANA ALLIZ LINAH BIASI ROSA DE JESUS ALICE BRILL - UP ART ANDRÉ PETICOV - UP ART ÂNGELA BARBOUR - UP ART ANTONIO CARELLI - UP ART CACIPORÉ TORRES - UP ART CLEBER MACHADO - UP ART 32 34 36 38 40 41 42 43 44 45 consulte arte Dizem que o ano só começa depois que passa o Carnaval. Aqui na Editora Publitime, porém, a história é outra. Antes mesmo de você tirar do armário aquela sua antiga fantasia e partir pra folia, já sai do forno uma nova edição da Consulte Arte, a primeira de 2014! sumário fotos: divulgação a escultura moderna de auguste rodin Auguste Rodin é visto por muitos como o progenitor da escultura moderna. O titulo causa polêmica, mas ilustra bem a importância que o artista francês possui no meio artístico. F rançois-August Rodin nasceu em Paris, em 1840. Sua família era humilde; seu pai, Jean Baptiste Rodin, era funcionário de departamento de polícia e a mãe, Marie Chefer, cuidava dos afazeres domésticos. Reza a lenda que foram nas formas de assar pão de sua mãe que Rodin esculpiu suas primeiras formas. Sabe-se que aos dez anos, Rodin ingressou numa escola de pintura, mas o gênio não era um bom aluno. Aos 13, o até então aspirante se matriculou na Petit École, especializada em arte. Ele só saiu de lá aos 17, já sabendo qual caminho seguiria: a escultura. Mas a jornada de Rodin rumo à glória não foi fácil. Foi reprovado três vezes na 6 - Consulte Arte Escola de Belas-Artes de Paris; seu trabalho não agradava os juízes da instituição, ainda influenciados pelo estilo neoclássico. Durante esse tempo Rodin ganhou a vida como artesão, ornamentista, prático e cinzelador. Em 1864, outra recusa marcante: seu O Homem de Nariz Quebrado foi recusado no Salão de Paris, novamente por desalinho com a produção artística da época: o júri considerou a obra incompleta, um esboço. Na mesma época o artista perdeu a irmã, Maria, vítima da peritonite. A perda fez com que Rodin abandonesse a arte e entrasse para a Ordem do Santíssimo Sacramento. A experiência religiosa, porém, foi curta. Foi dissuadido pelo padre Pedro Julião (hoje São Pedro Julião), fundador da ordem, a abandonar a vida monástica e seguir a sua vocação. O ponto de mudança na carreira de Rodin foi uma viagem para a Itália. Lá, ele teve contato com a obra do mestre renascentista Michelangelo. O Prisioneiro foi a que mais o impressionou; a estátua também é inacabada e incentivou Rodin a se libertar de vez do academicismo. Foi sob a influência de Michelangelo que ele esculpiu A Idade do Bronze. A perfeição da peça era tamanha que Rodin foi acusado de utilizar um modelo vivo para a sua compo- CORPO NU sição. São João Batista Pregando, também bebeu da mesma fonte e pode ser considerado o trabalho que conferiu a Rodin reconhecimento entre seus pares; o ano era 1878. O sucesso expandiu o horizonte de oportunidades de Rodin. O Museu de Artes Decorativas de Paris estava sendo construído e o escultor foi contratado para criar o portal de entrada. Influenciado pela Divina Comédia de Dante, Rodin concebeu a Porta do Inferno. O interessante é que a obra, originalmente, se chamaria Porta do Paraíso, inspirada no trabalho do italiano Lorenzo Ghiberti. Mas, infelizmente, a obra ficou inacabada, já que Rodin morreu antes de concluí-la. Muitas peças que foram concebidas por Rodin para fazerem parte da Porta do Inferno acabaram se tornando peças autônomas. Entre elas, O Filho Pródigo, O Beijo e O Pensador, o mais conhecido de seus trabalhos. Feita em bronze, a escultura retrata um homem em profunda meditação. A ideia original era retratar Dante, as portas de seu inferno, ponderando sobre sua odisseia; ela se chamaria O Poeta. Em 1902 foi finalizada uma segunda versão em escala maior, que seria posteriormente ad- quirida pela prefeitura de Paris e depositada em frente ao Panteão, até ser realocada para o Musée Rodin. Existem mais de vinte cópias da escultura espalhadas por museus de todo mundo – inclusive no Brasil, no Instituto Francisco Brennand, em Pernambuco. PORTA DO INFERNO Consulte Arte - 7 ESCULTURA AUGUSTE RODIN RODIN NA ITÁLIA Rodin queria representar o todo pela parte em suas obras. No começo de sua carreira, a ideia não parecia estar dando certo, visto o número de recusas em salões e exposições que o escultor colecionou. Tudo mudou, porém, depois que Rodin conheceu o escultor belga Constantin Meunier e empreendeu uma viagem para a Itália, onde teve contato com os trabalhos de mestres como Donatello e, sobretudo, Michelangelo. O Prisioneiro foi a obra que mais mexeu com o escultor francês – ela também estava inacabada. Daí em diante, passou a ser palpável a influência renascentista nos trabalhos de Rodin. São João Pregando, Andrômeda e O Homem que Caminha e Torso são os maiores expoentes do processo. OS BURGUESES DE CALAIS - LONDRES Em 1883, Rodin conheceu Camille Claudel, para quem ele lecionava. A jovem de 19 logo se tornou sua assistente e amante (Rodin tinha 43) e foi um dos casos mais célebres do escultor. Camille também era uma escultora de grande talento. O romance entre os dois, porém, não teve desfecho feliz. Camille era acusada de copiar o estilo de seu mestre e ficou em situação complicada no mundo artístico. Por sua vez, depois do término, a escultora passou a acusar Rodin de ter assinado peças que seriam de autoria dela. Em 1892, Camille engravidou de Rodin mas depois sofreu um aborto. Em 1905, já depois da virada do século, ela foi internada em uma instituição psiquiátrica, diagnosticada com esquizofrenia e ficou internada até o dia de sua morte, em 1943. A companheira de toda vida de Rodin, porém, foi Rose Beuret. Os dois se conheceram em 1864 e tiveram um filho dois anos depois, com o qual Rodin nunca teve muito contato. O relaciona- CATEDRAL 8 - Consulte Arte mento resistiu mesmo aos adultérios cometidos pelo escultor; eles só se casaram oficialmente em 1917, no mesmo ano em que os dois faleceram. Em 1884, Rodin ganhou uma encomenda do prefeito da cidade de Calais, no norte da França, para esculpir uma homenagem à seis cidadãos do lugarejo que haviam salvado a cidade do jugo inglês durante a Guerra dos Cem Anos, no século XIV. Rodin passou mais de dez anos trabalhando na obra Os Burgueses de Calais, com o auxílio de Camille Claudel (que também havia colaborado com ele na Porta do Inferno). Inaugurada em 1895, a peça original ainda está na cidade de Calais; o governo inglês comprou uma das doze cópias, que está erguido até hoje no Victoria Garden Powers, ao lado do parlamento inglês, em Londres. 1886 foi o ano em que Rodin finalizou uma de suas mais célebres obras concebidas originalmente como adornos da Porta do AS TRÊS SOMBRAS - PARIS Consulte Arte - 9 AUGUSTE RODIN MUSÉE RODIN Costuma-se dizer que o Musée Rodin é um dos mais acessíveis da cidade de Paris: fica em um dos bairros centrais, Varenne, próxima a algumas estações de metrô e tem um preço de entrada razoável (cerca de €16,00). Alguns dos trabalhos estão no jardim do museu; entre o acervo, algumas de suas mais importantes produções: O Pensador, O Beijo e a Porta do Inferno. Também fazem parte do catálogo trabalhos da ex-amante do escultor, Camille Claudel, e obras do gênio impressionista Claude Monet. O prédio que abriga o museu foi construído em 1732 e abrigou por quase dois séculos o Hotel Biron. Um acordo entre Auguste Rodin e o governo francês, que viabilizou a fundação do museu, resultou na inauguração do Musée Rodin, em 1919. O BEIJO CAMILLE E AUGUSTE ESCULTURA O romance entre Camille Claudel e Rodin teve final trágico: ela passou a acusá-lo de surrupiar seus trabalhos e foi internada em um sanatório algum tempo depois, onde morreria. Mas o assunto ainda serve de tema para histórias de amor, mesmo mais de um século depois. O espetáculo Camille e Rodin levou cerca de 50.000 mil pessoas ao teatro entre junho de 2012 e maio de 2013; a peça passou por sete cidades do inteiror paulista além de uma temporada exitosa no Grande Auditório do MASP, na capital. Estrelada pelos atores Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore, o espetáculo chega ao Rio de Janeiro no dia 14 de março. Inferno: O Beijo, inspirada em sua relação com Camille Claudel. A escultura de mármore se chamaria Francesca de Rimini, mas foi rebatizada pela própria imprensa da época. Na final do século XIX, Rodin ainda estabeleceu conexões com algumas personalidades relevantes da época: produziu bustos dos escritores Victor Hugo e Honoré de Balzac; também ilustrou o livro Flores do Mal, de Charles Baudelaire. Já depois da virada do século, Rodin conheceu o Hotel Biron, onde passou a viver; vários artistas também fizeram estadia por lá, como Jean Cocteau e Henri Matisse. Com o tempo, o escultor foi arrendando várias das salas do local para o armazenamento de seus trabalhos. Em um acordo com o governo francês, ficou combinado que Rodin doaria a sua coleção integral para o Estado, com a condição que o Hotel Biron fosse transformado em um museu de seu trabalho depois de sua morte. Foi lá que ele faleceu, em 1917, já consolidado como um dos maiores escultores de todos os tempos. • 10 - Consulte Arte BUSTO DE RODIN Consulte Arte - 11 ARTESANATO ATRAVÉS DOS TEMPOS SABONETES ARTESANAIS E stima-se que há cerca de 8.000 anos surgiram os primeiros artesãos. O homem estava saindo de suas cavernas, aprendendo a usar a agricultura e animais a seu favor e começando a construir os primeiros assentamentos, que, mais tarde, dariam origem às cidades e a sociedade como conhecemos hoje. fotos: CORBIS.COM Foi nessa época, conhecida como Período Neolítico ou Período da Pedra Polida que o artesanato teve a sua gênese. Aprendíamos então a polir a pedra, como o próprio nome do período já diz, construir armas, fabricar a cerâmica e tecer fibras vegetais ou animais. Desde então, a prática do artesanato nunca mais foi abandonada ao redor do mundo. 12 - Consulte Arte Os mais antigos artesãos brasileiros são os índios, que já povoavam nossas terras muito antes da chegada dos europeus. Eles já dominavam a cerâmica e a cestaria, além de pintarem utilizando pigmentos naturais. Eram confeccionadas também tangas, cocares e diversas peças de vestuário, puras manifestações da arte plumária indígena. Alguns desses objetivos possuíam fins práticos; outros, fins religiosos. O artesanato é e sempre foi, na maioria dos casos, uma produção familiar, executada dentro da própria casa do artesão ou em pequenas oficinas. Mas a partir da Revolução Industrial, o artesanato perdeu um pouco do seu valor como ferramenta de produção: ele foi fortemente desvalorizado frente às novas técnicas de produção que começavam a ser empregadas. O trabalho passava a ser dividido em funções específicas, iniciando as primeiras linhas de montagem. Até então, todos os bens de consumo eram fabricados manualmente: com a inversão dessa lógica de produção, os artesãos passaram a ser desvalorizados. PERFUMES ARTESANAIS No Brasil, porém, o artesanato foi e ainda é arreio de um grande número de famílias, sobretudo nos interiores dos estados. A cerâmica foi a vertente que mais encontrou no país espaço para se desenvolver, já que o barro sempre foi abundante por aqui devido ao grande volume de chuvas. Nas feiras e mercados sertanejos do Nordeste é impossível não encontrar peças e bonecos de barro, que possuem diferentes ressignificações. Eles reconstituem figuras típicas da região, músicos, ícones religiosos e figuras folclóricas. Nesse cenário, se destaca a região do Alto do Moura, conhecido bairro da cidade de Caruaru, no agreste pernambucano: ela detêm o título de maior centro de arte figurativa das Américas. Muito disso se deve a influência do Mestre Vitalino, famoso artesão e ceramista que vivia na região; seus trabalhos podem ser vistos até mesmo no Museu do Louvre, em Paris. A cerâmica é o motor que impulsiona a economia do Alto do Moura: quase todos os seus habitantes trabalham no meio e comercializam suas peças na Feira de Caruaru, uma das maiores do país. PATCHWORK ORIGAMI Consulte Arte - 13 ARTE ALTERNATIVA ARTESANATO FUXICO A cestaria também é herança indígena. A arte de trançar inclui esteiras, redes, balaios, peneiras, chapéus; são objetos de revestimento, cobertura, vestuário e de decoração, produzidos a partir de fibras vegetais. VELAS ARTESANAIS DECOUPAGE 14 - Consulte Arte Consulte Arte - 15 ARTE ALTERNATIVA ARTESANATO PÁTINA Com o passar do tempo e a familiarização dos artesões com novos tipos de materiais, a produção artesanal seguiu expandindo seus horizontes. O mercado de bijouterias (joias ou semi-joias feitos à mão), por exemplo, é antigo mais cresce a cada ano: estima-se que haja 3.500 lojas do segmento no país, além de um grande número de estabelecimentos virtuais que já buscam seu lugar no mercado. FELTRO Outra técnica amplamente difundida é o patchwork, presente desde o Egito Antigo, a prática consiste na confecção de peças a partir da junção de retalhos de formatos e tamanhos variados que, costurados, dão origem a novas peças, que chamam atenção, sobretudo pelas suas cores. O mercado mundial do patchwork movimenta muito dinheiro ao redor do mundo e no Brasil, onde existem materiais, ferramentas e até revistas para facilitar o trabalho do artesão. O artesanato, enfim, voltou a ter importância e prestígio. Os artesãos continuam a buscar elementos novos e a desenvolver novas técnicas. Além disso, a produção consolida cada vez mais o seu status quo de arte. • BIJOUTERIAS Consulte Arte - 17 calendário 18 - Consulte Arte Exposição Flávio de Carvalho 06 de fevereiro a 13 de abril De terça a sexta-feira, das 10h00 às 20h00 Aos sábados, domingos e feriados, das 13h00 às 17h00 (Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado) Entrada gratuita MAB-FAAP - Sala Annie Penteado - Rua Alagoas, 903 – Higienópolis Informações: (11) 3662-7198 Oficinas de Origami com o professor Yoshihiro Umemoto 19 de Março de 2014 Associação Cultural e Assistencial Mie Kenjin do Brasil Av. Lins de Vasconcelos 3352, Vila Mariana (próximo ao terminal de ônibus) Das 10h30 às 12h - Oficina I – kusudama (bolas decorativas) Das 14h30 às 16h - Oficina II – acessórios (anéis, pulseiras, etc) Como as vagas são gratuitas e limitadas, as inscrições devem ser feitas com antecedência pelo e-mail [email protected]. (para maiores de 12 anos). Museu do Tietê reabre suas portas após revitalização De terça a domingo das 9h às 16h. Durante os feriados o horário é o mesmo. Para excursões de colégios, universidades ou atendimento a Imprensa os horários das visitas devem ser agendados, para a equipe do parque atendê-los da melhor maneira possível. Av. Dr. Assis Ribeiro, altura do nº 3.000 Exposição Portuñol na Galeria A7MA Abertura: 15 de fevereiro às 15h Visitação: 1 de fevereiro a 11 de março , de segunda a sábado, das 11h às 20h A7MA – Rua Harmonia, 95 – Vila Madalena Entrada gratuita Informações: www.a7ma.art.br 8ª Brazil Patch Work Show e 11ª Brazil Scrapbooking Show Centro de Convenções Frei Caneca Rua Frei Caneca, 569 – Consolação - São Paulo - SP De 02 a 04 de abril– das 13h às 20h - 05 de abril – das 11h às 17h R$14,00 inteira e R$7,00 meia entrada. (O ingresso vale para as duas feiras) Proibida a entrada de menores de 12 anos Informações: www.wrsaopaulo.com.br Peça O Rinoceronte, a Lua e o Tonel Teatro do MUBE Rua Alemanha, 221 - Jardim Europa (travessa da Avenida Europa, altura do nº218) De 8 de março a 27 de abril - Sábados - 15h - Domingos - 11h Duração do espetáculo: 40 min Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia) Classificação: A partir de 5 anos Exposição e venda de artesanato brasileiro durante a Copa Projeto Vitrines Culturais 12 de junho a 13 de julho de 2014 Inscrições até 06 de abril pelo sistemas.cultura.gov.br/propostaweb Informações: [email protected] Datas sujeitas a alterações. Confirme sempre com os organizadores. Datas sujeitas a alterações. Confirme sempre com os organizadores. Consulte Arte - 19 fotos: anuário brasileiro de artes plásticas - vol.I ANUÁRIO DE ARTES I Mas vamos aos fatos que culminaram na atualidade das artes plásticas nacional. QUAL A CONEXÃO DA ARTE BRASILEIRA DE HOJE COM A ARTE INDÍGENA DO PRÉ-BRASIL? por magali romboli Fusão étnica e cultural, costumes adquiridos, nomenclatura de fauna, flora, pessoas, bairros e de ruas, aparentemente tidas como civilizadas, são os indícios mais visíveis da influência índia no cotidiano nacional. Mas coube à arte geométrica brasileira demonstrar de maneira mais evidente suas raízes ancestrais. Representações de pinturas corpóreas, vasos, tramas, objetos, arte plumária, de uso cotidiano e ritualístico, transpostas para telas e esculturas, mesmo anterior ao movimento concretista, mesclando as experiências étnicas, com a cultura popular das massas, passado e presente representado pelo rigor de linha e ângulos, planos de cor e luz, evidenciando arquétipos, e ícones que também englobam a cultura africana. Embora a influência ocidental exercida pelos europeus tangenciou nossa produção desde o início da invasão e conseqüente colonização, no espelho de cada artista brasileiro reflete, mesmo que inconsciente, as abstrações e figurações espalhadas nos vários sítios arqueológicos encontrados pelo país. Esta mesmo sinceridade empregada pelos nossos ancestrais designers, pintores, escultores indígenas, todos anônimos diante 20 - Consulte Arte do mundo civilizado, que tiveram seus feitos levados, indiscriminadamente, para lotar os gabinetes e museus do Velho Mundo, emerge para resgatar nossa antiga sede de criar e recriar algo realmente nacional. O papel do ANUÁRIO BRASILEIRO DE ARTES PLÁSTICAS CONSULTE é enaltecer esta diferença e proporcionar o livre acesso ao universo artístico profissional, e por conseqüência fortalecer as relações de trabalho. E neste ponto, cabe aqui um desabafo de jornalista, a resistência a qualquer iniciativa de democratização do acesso à informação é desproporcional, se analisarmos o quanto à iniciativa privada investiu no setor nas últimas décadas. Por isto, afirmamos que este projeto editorial tem como objetivo central evidenciar o mercado que gira em torno da produção cultural: indústrias, lojas, galerias, instituições de ensino, etc. Como toda obra informativa, para esta primeira edição preparamos um breve panorama sobre a história da arte brasileira. Temas que serão abordados com maior profundidade, a cada nova edição. ARTE RUPESTRE A história ancestral brasileira pode ser observada, através da arte rupestre, encontrada em quase toda a extensão territorial brasileira. As pinturas preferencialmente nas paredes de abrigos rochosos ou grutas são de motivos bastante diversos, expressos de forma geométrica ou orgânica, apresentam associações humanas, com a pesca, caça, dança, luta, relações sexuais, animais de diferentes espécies, entre muitas outras cenas, são executas em diferentes técnicas, com pigmentos de origem mineral e secundariamente vegetal, executadas com pinces de fibra ou com os dedos. Através do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Museu Paraense, Museu paulista e o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, podemos acompanhar o desenvolvimento dessas pesquisas arqueológicas sobre nosso passado histórico, iniciada por Peter Wilhelm Lund, entre 1830 e 1840, na região da Lagoa Santa, Minas Gerais. Com a finalidade de perpetuar o conhecimento adquirido através dos anos de escavação o MAE/USP, apresenta exposição permanente sobre as origens e expansão das sociedades indígenas e suas manifestações sócio-culturais. ARTE INDÍGENA Chegando ao Brasil, os portugueses não encontraram nenhuma civilização que possa, ao menos, ser comparada às civilizações pré-colombianas: Incas, Maias, Astecas. Nossos índios encontravam-se ainda na Idade da Pedra, desconhecendo inteiramente a utilização dos metais. Sua arte reflete as necessidades ritualísticas e funcionais do cotidiano tribal: caçar, comer, dançar, festejar, viver em harmonia com a natureza, consigo mesmo e com os demais. A arquitetura indígena, isenta da materialidade contemporânea, apresenta construções realizadas a partir da madeira, palha, barro, materiais perecíveis. Consideradas primitivas, porém extremamente funcionais. A escultura encontra sua maior expressividade através da cerâmica: vasos, urnas funerárias, objetos de sopro, peças ornamentais, estatuetas, tangas, e na mdaeira emprega na confecção dos bancos zoomorfos de caráter estritamente ritualístico. Mas coube às civilizações Marajoaras e Tapajônicas, oriundas de várias culturas pré-históricas, das regiões de Marajó, Santarém e Cunany, sua mais notável representatividade estética, combinando volumes, formas, desenhos geométricos, cores e alto e baixo relevos. A pintura é utilizada para ornamentar objetos, tecelagem, arte plumária, decoração de armas e adornos, além de seus próprios corpos. Os motivos podem ser abstratos, zoomórficos a antropomórficos. A pintura geometrizada, típica dos marajoaras, torna-se um símbolo de pintura indígena brasileira. Embora a sofisticação do design das peças e dos ornamentos, carregados de valores intrínsecos, a arte e a cultura produzida por seis milhões de índios (número oficial e ido como controverso), é sufocada pela cultura conhecida como erudita dos portugueses. E o mesmo fenômeno expansionista viria acontecer, mais tarde, com os africanos no Brasil, que na condição de escravos não podem expandir tampouco desenvolver sua arte ancestral. Conhecer o passado e alterar a consciência que se em da história regressa é uma das fascinantes viagens que Consulte Arte - 21 PUBLITIME ANUÁRIO DE ARTES 1 o Museu do Índio, no Rio de Janeiro, promove diariamente. E, mesmo que o projeto das metrópoles coloniais tenha objetivado proporcionar a degeneração da imagem das sociedades africanas, e indígenas, desqualificando suas ciências e suas culturas, situando-as como civilizações perdidas no decorrer da História, e por consequência todos os países que tiveram suas origens vinculadas a estes povos, como é o caso do Brasil, movimentos contrários tornaram-se mais organizados diante desta imposição cultural ocidentalizada. A Mostra dos 500 anos é uma prova do quanto a arte pode contribuir para a revitalização da ideia que se tem de nação e ancestralidade. INÍCIO DA ARTE ERUDITA NO BRASIL As dificuldades enfrentadas pelos portugueses, nas primeiras décadas da colonização, fora inúmeras. Com o primeiro governador geral, em 1549, chegam ao Brasil os primeiros jesuítas, e com eles, os arquitetos, pintores e escultores – os primeiros artistas eruditos a trabalhar em nossa terra. Entretanto, as circunstâncias em que desempenhavam seu trabalho não permitiam grandes realizações. Toda a produção visa a tender às necessidades mais prementes. As construções militares e civis são modestas, pois existem leis severas que proíbem o luxo nas construções coloniais. “A arte da colônia é a arte do convento e amolda-se no convento” sintetizou Gonzaga Duarte, uma vez que a igreja é o centro da vida social. Com a renovação artística portuguesa, sob a influência do barroco italianao do século XVI, e a contratação de Felipe Terzi para a construção da Igreja de São Roque, m Lisboa, a arte erudita no Brasil receberá as mesmas influência mouras e góticas e renascentistas vivenciadas por sua colônia. Coma vida o jesuíta Francisco Dias, que trabalhou com Felipe Terzi em Lis- 22 - Consulte Arte boa, inicia-se no Brasil a arquitetura religiosa, que para Lúcio Costa “irá fixar, de forma definitiva, as características de estilo próprias da nossa arquitetura jesuítica”. Partindo do modelo oficial da Igreja de Jesus, em Roma, e inspirando-se nas modificações da Igreja de São Roque, em Lisboa, as igrejas do Brasil apresentariam variações dos mesmo elementos: um retângulo, um frontão triangular, herança helênica, encimada por uma cruz, janelas no coro e uma porta na entrada. A decoração, com portadas de cantaria, colunatas, volutas e relevos nas fachadas. Os acréscimos laterais de torres, ou pequenas sineiras, são modificações introduzidas do barroco italiano. Com a chegada dos beneditinos, em 1560, seguidos pelos franciscanos, capuchinhos, carmelitas e outras ordens, a arquitetura colonial terá o seu florescimento. É importante ressaltar que para cada região brasileira, vários núcleos foram estabelecidos. Na região Norte, destacam-se as ricas construções barrocas e rococós de Belém e Vigia, Pará, entre lãs as igrejas de S.Francisco Xavier, das Mercês, e a Sé Catedral. Também notáveis são as igrejas de Fortaleza, Ceará, e Oeiras, no Piauí, embora menos ricas em obras de arte. Em São Luís e Alcântara, Maranhão, são mais importantes as construções civis com destaque para os sobrados azulejados, além das igrejas. Ainda no século XVI, no litoral nordeste podemos atestar algumas, dentre inúmeras construções importantes para o barroco brasileiro: Igreja N. Sª. das Graças, de arquiteto jesuíta português Francisco Dias, N.Sª. das Neves, de arquitetos franciscanos, e da Abadia de s. bento, todas em Olinda. Convento Franciscano de João Pessoa; Igreja de Igaraçu, em Pernambuco, Convento da Penha, em Vitória do Espírito Santo; e Abadia de São Sebastião, em Salvador, a mais antiga construção barroca de toda a América. No século XVII, foram construídas a Matriz Madre de Deus, e S. Pedro dos Clérigos, em Recife; Convento S.Bento, das Carmelitas, Conceição da Praia e Senhor do Bonfim, e a construção civil “A Casa da Torre”, de Garcia D’Ávila, na Bahia. Na região centro-sul, a Escola Fluminense tem seu esplendor com a transferência do governo, da Bahia para o Rio. E grandes obras são realizadas, como o Mosteiro S.Bento, projeto do engenheiro militar Francisco de Frias de Mesquita; Convento de S.Antônio, considerado a obra prima do barroco, da Escola Fluminense, além da Casa dos Vice-Reis. Coma decorrente urbanização surgem talentos como o Mestre Valentim, artista brasileiro que, depois de estudar em Portugal, tem a incumbência de restaurar e embelezar a cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, o barroco teve uma representação bastante simples, embora possamos destacar algumas construções do Convento N.Sª. do Desterro, em Santos, e as Igrejas do Embu e Abadia N.Sª. da Assunção, e seus representantes mais conhecidos são o Frei Jesuíno de Monte Carmelo e o pintor Benício da Assunção Dutra, com obras no Museu Paulista de Arte. No sul, o mais importante núcleo da arte colonial é constituído dos Ste Povos das Missões, no Rio Grande do Sul. Em Minas, as ordens religiosas mão terão a influencia que iveram em outras regiões, e as irmandades terceiras, leigas, verdadeiras classes sociais, irão determinar a glória e a beleza extraordinárias das igrejas e das construções barrocas mineiras. O Movimento das Entradas e Bandeiras, a extração do ouro, e o comércio local, fortalecem o rápido desenvolvimento das cidades, como S. João Del Rey, Ouro Preto, Mariana, Sabará e Diamantina. Antes do apogeu da corrida ao ouro, a arquitetura era a da improvisação, para Silvio de Vasconcelos “as primeiras casas consistem em caibros de paus roliços, que recebem as fibras vegetais de cobertura. As capelas são construídas de taipa e sapé, em quadrado, cumieira e duas águas, sem torres”. Passado o período de aventura, inicia-se em 1710 a construção das residências, com formas de L ou U, com pátio interno, varanda circundando, e um longo corredor, da porta de entrada à cozinha; e dos sobrados comerciais. A arquitetura religiosa deste período tem aspecto bem português, são simples externamente e riquíssimas no interior, são construções escuras e majestosas. Repletas de colunas salomônicas, altares e nichos trabalhados a ouro que cobrem as paredes, púlpitos trabalhados em madeira policromada, e retábulos com motivo vegetais, sustentados por anjos e querubins, apresentam corredores laterais e arcos renascentistas. Neste período surgem os artistas Manuel Francisco Lisboa (pai de Aleijadinho), José Coelho Noronha e João Gomes Batista (mestres de Aleijadinho), Francisco Pombal, irmãos Arouca, Pedro Gomes Chaves, José Fernandes Alpoim e Felipe Vieira. É neste cenário que surge Antonio Francisco Lisboa – o Aleijadinho – referência fundamental na arte brasileira e luz paradigmática para a sua modernidade. Um marcador de divisas para o barroco brasileiro. Para José Alberto Nemer, “enquanto o barroco se impunha no litoral brasileiro como um estilo importado, em Minas Gerais, o Mestre ia modificando e revolucionando as soluções arquitetônicas das igrejas, utilizando materiais da região, integrando a escultura à pintura e à arquitetura”. Para celebrar os Passos de Congonhas, Oswald de Andrade descreve em seu livro Pau Brasil “degraus da arte de meu país onde ninguém mais subiu”. Consulte Arte - 23 PUBLITIME ANUÁRIO DE ARTES 1 Escultor e arquiteto, Aleijadinho foi reconhecido e admirado em sua época, vivenciou o apogeu e a decadência da corrida do ouro, em Minas. Realizou verdadeiros monumentos, como a Igreja de S. Francisco de Assis, em Ouro Preto; Os Profetas da Igreja de Congonhas, as escutas das figuras de Passos e os Atlantes da Igreja do Carmo, de Sabará. Os frontispícios rendilhados de pedra sabão, nas portadas de diversas igrejas, além das inúmeras esculturas de pedra e madeira, um descomunal legado artístico, embalado pela contestação e silencio de um verdadeiro mestre da arte mundial. PERÍODO NEOCLÁSSICO A pintura barroca floresce no mesmo período em que a invasão holandesa acontece, no século XVIII, durante o governo de Nassau. É durante esta invasão que chega a primeira comitiva de eruditos, cientistas e artistas profissionais. Dos pintores de Nassau, Frans Post é o mais notável representante do grupo, paisagista europeu, que desembarcou no Brasil com 24 anos e acompanhou o governador em suas campanhas. Algumas de suas obras encontram-se no Museu Nacional de Belas Artes e outras no Museu do Louvre. Eckout retrata o índio, o negro, o mulato, bem como seus utensílios, objetos e adornos, tendo como cenário a natureza, seus frutos e flores. E Zacarias Wagner, que edita um livro de aquarelas da fauna nordestina. Este período colonial da arte erudita estendeu-se até 1816, e graças aos esforços do Conde da Barca, chega ao Brasil a Missão Artística Francesa, durante o governo de Dom João VI. Com um determinismo absoluto, impõe o academismo da arte neoclássica européia. O barroco e as primeiras tendências de natividades da arte são abafadas pelo novo estilo. Seus principais componentes são: Lebreton, chefe da missão; Antônio Taunay, escultor e pintor de batalhas do Instituto da Fran- 24 - Consulte Arte ça, presidente da classe de Belas Artes em seu país, não recebe a acolhida que esperava e por conta de sérias divergências políticas, retarda os planos da missão. Debret, pintor e professor de artes, tornou-se a figura mais marcante na vida artística brasileira. Exímio desenhista, é o que melhor representa as peculiaridades da cultura nacional. Excelente professor, forma gerações de artistas e graças à sua perseverança a Missão consegue atingir o sucesso esperado. Deixa inúmeras obras, entre elas o célebre retrato de D. João VI. ART NOUVEAU Ao iniciar-se o século XX a arquitetura buscou inovação. Em São Paulo, o projeto Vila Penteado de Carlos Eckmann, e no Rio de Janeiro a Confeitaria Colombo, do desenhista industrial Álvaro Auler, esboçam características da belle époque, embora seja no mobiliário e na decoração interior que o estilo irá difundir entre nós. Nesta época, o art nouveau é um recurso muito utilizado para desenhos ilustrativos, e mais tarde para a produção de reclames publicitários. O arquiteto Grandjean de Montigny faz parte do grupo, graças a ele a arquitetura assimilará o estilo neoclássico, perpetuando por muitos até os dias de hoje. Institucionalizada a Academia e Escola Real das Artes, tendo como Debret seu professor de pintura, surge a primeira geração de alunos: Araújo Porto Alegre e Agostinha da Mota, que mais tarde irão continuar o ofício e formar novos pintores, entre ele Victor Meirelles, João Zeferino da Costa, José Correia Lima e Pedro Américo. Outros grupos irão surgir, embora com temas mais regionais na representação de paisagens e pessoas: Décio Rodrigues Vilares, Jerônimo Teles Junior, João Batista da Costa, João Batista Castagneto. Rodolfo Amoedo e Pedro Weingartner também participam do conceito de universalidade, proposto pelo Ecletismo. ARTE MODERNA Embora Raimundo Correa reclame da retração da vida intelectual no país, o século XX é marcado por acontecimentos dos mais relevantes para o história da arte nacional. Comecemos pelos fatos científicos: invenção de Santos Dumont, a urbanização do Rio, a construção de estradas de ferro, iluminação elétrica das cidades e o crescimento da indústria tornam-se fatores decisivos na instauração de um sentimento nacionalista, e com o crescimento econômico, nossos artistas podem estudar e ampliar sua cultura no Velho Mundo. Transformações sócio-econômicas e tecnológicas impulsionam esta ansiedade por superação, fator que acentua a falta de decisão estilística, nas obras dos artistas deste fim de século XIX. No início do século XX, surge um grupo de pintores com tendências impressionistas: Arthur Thimoteo da Costa, Henrique Cavaleiro e Elizeu D’Angelo Visconti, que mantém um elo com a art nouveau em seus projetos decorativos, como o realizado para o foyer do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Cronologicamente, é Segall o primeiro artista moderno a expor em São Paulo. Entretanto, é Anita Malfatti que entra para a história como precursora do movimento modernista. Esta jovem brasileira, que estudou na Europa e Estados Unidos expões seus trabalhos em 1917, e provoca um debate nacional, dividindo crítica e povo, entre os que aprovam e os que não admitem esta nova representação estética. Monteiro Lobato retrata o período com o artigo “Paranóia ou mistificação?”. O grupo modernista vai tomando forma, constituído por jovens literatos e artistas extremamente nacionalistas. Dinamizam o movimento com críticas acirradas ao apego acadêmico, ao arcaísmo das artes brasileiras e a distancia dos movimentos internacionais. Com o lema “Negação do Passado e Libertação da Arte”, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Ferrignac e Di Cavalcanti protagonizam a Semana de Arte Moderna de 1922. O cenário para exposições de arte, teatro, dança, música, literatura, muito debate e conferências é o Teatro Municipal de São Paulo e, num rápido período de 13 a 17 de fevereiro, o Movimento gera protestos e violenta reações do público. Entre os artistas participantes e iniciadores do movimento, destacam-se os pintores Rego Monteiro, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Oswaldo Goeldi, Zita Aita, John Graz, Regina Graz e Ferrignac. Na escultura, Victor Brecheret, Leão Veloso, Haaberg. A Semana de Arte Moderna tem o efeito de choque para as três décadas seguintes, até a fundação da Bienal Internacional, em 1951. A arte se nacionaliza e a obra de Tarsila do Amaral marcará o modernismo brasileiro. Sua obra exalta os valores nativos, populares e das lendas brasileiras. O Abaporu, um trabalho expressionista de grande envergadura, irá inaugurar a participação brasileira nos leilões milionários organizados em Nova York no fim do século XX. Di Cavalcanti torna-se o mais popular pintor brasileiro da época, representando as mulatas e tipos característicos brasileiros. Entre o período marcado pelos anos 30 a 50, surge a obra de Cândido Portinari. De cunho social, sua arte é caracterizada como expressionista e apresenta entre outros temas a seca nordestina, figuras esquálidas e miseráveis e trabalhadores braçais. Outros valores vão surgindo e entram em cena os pintores Ismael nery, Cícero Dias, Flávio de Carvalho, Guignard, Djanira, Augusto Rodrigues, Pancetti, Volpi, Teruz, Iberê Camargo, Milton da Cos- Consulte Arte - 25 PUBLITIME ANUÁRIO DE ARTES 1 ta, Brennand, Carlos Scliar, Sanson Flexor, Santa Rosa, Ione Saldanha, o Grupo Santa Helena e Aldemir Martins. E os escultores Brecheret, Hildegardo, Ceschiatti, Bruno Giorgio, Mário Cravo, Frans Weisman, Amílcar de Castro, Ligia Clark, Stockinger, Krajcberg, entre outros milhares de expoentes. Milhares de artistas brasileiros poderiam ser mencionados para enumerar a revolução que a arte moderna trouxe para a produção cultural nacional, desde 1922 até 2002. A fundação da Bienal Internacional marca o encontro e o confronto entre as ates plásticas brasileiras com a renovação estética no plano universal. Mas é na década de 60 que o brasil irá acentuar o seu movimento de vanguarda. Surge a arte cinética de Waldemar Cordeiro, Palatinik, Wesley Duque Lee, Nelson Leirner, Putzolu e Toyota. Hélio Oiticica torna-se um dos principais artistas ambientais, expressão que relaciona realismo social, crítico ou o super-realismo no sentido pop, com repercussão internacional. Outros artistas vão acelerar a representatividade da arte contemporânea brasileira, suas obras fazem parte das principais coleções de institutos, espaços culturais e museus do país. E nesse sentido, destaca-se a importância que a instituição museológica tem na atualidade, segundo o Estatuto do Conselho Internacional de Museu (Icom), de 1987: “o museu é uma instituição permanente, sem finalidade lucrativa, a serviço de sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, voltada à pesquisa dos testemunhos materiais do homem e de seu entorno, que os adquire, conserva, comunica e, notadamente, expões visando a estudos, educação e lazer”. Através da organização das instituições de ensino, das oficinas, dos espaços destinados à exposição e principalmen- 26 - Consulte Arte te através da consolidação das leis de incentivo à cultura, abre-s um novo debate diante da situação atual da arte. O ANUÁRIO BRASILEIRO DE ARTES PLÁSTICAS CONSULTE tem como propósito mostrar à comunidade, anualmente, o perfil da produção artística atuante, o cenário no qual ela se apresenta e sob quais condições o mercado se organiza para representá-la. Um caminho sem volta. Bibliografia Obras Gerais AS BELAS ARTES, enciclopédia ilustrada de pintura, desenho e escultura. Lisboa, Publicações e Artes Gráficas, 1971, 2.v. COLEÇÃO ARS MUNDI, Lisboa, Verbo [s.d.]. ENCICLOPÉDIA ABRIL, São Paulo, Abril Cultural, 1971. ENCICLOPÉDIA DA CIVILIZAÇÃO E DA ARTE, São Paulo, Martins [s.d.] 8.v. HISTÓRIA GERAL DA ARTE NO BRASIL, Editora Abril, 1.v., 2.v. ÍNDIOS DA AMÉRICA DO SUL, Fundação Bienal São Paulo, Associação 500 Anos Artes Visuais, 2000. OS GRUPOS CERAMISTAS PRÉ-COLONIAIS DO CENTO-OESTE BRASILEIRO, Revista de Arqueologia e Etnologia. SP, 1996. ARQUEOLOGIA BRASILEIRA, André Prous, Brasília: UnB, 1991. SOBRE HISTÓRIA, Eric Hobsbawm, Cia. das Letras, 1998. ARTE RUPESTRE NEOCLÁSSICO ARTE MODERNA ARTE INDÍGENA ART NOUVEAU ERUDITO Consulte Arte - 27 fotoS: DIVULGAÇÃO FREDERICO Mielenhausen (in memoriam) foto: Margarete Memória de um Tempo Frederico Mielenhausen (1939 – 2013), artista-fotógrafo, nasceu na Alemanha na cidade Frankfurt em 1939. Aos 13 anos veio ao Brasil, crescendo no ambiente de arte do estúdio de seu pai, o fotógrafo Hans Frederich Welenhausen. Desta vivência, nasce no jovem Frederico o interesse pela arte fotográfica. Em 1957 e 1958, cursa artes gráficas no Instituto de Propaganda e Decoração (IPEDI) e re- 28 - Consulte Arte cebe as primeiras noções de educação artística com os professores Jordan e Wolfgang Pfeiffer. Em 1960 a 1962, cursa História da Arte e Decoração no Instituto de Arte e Decoração (IADE). Retorna a Alemanha em 1962, em busca de mais conhecimento. Em Frankfurt, desenvolve atividades como decorador e transfere-se para Munique, onde se dedica à pintura. Surgem novas possibilidades, estabelece contato com a TV alemã por intermédio do cinegrafista fluminense Roland Henze, elabora roteiros sobre o Brasil e executa trabalho de freelancer na TV alemã Universal Film Aktiengesellschaft (UFA). Participa de cursos livres de Comunicação Visual em Ulm, na Hochschule fur Gestaltung, e História da Arte na Volkshochschule, em Munique. Realiza experiências em um laboratório fotográfico em Frankfurt. Em 1964, aos 25 anos, Frederico resolve voltar ao Brasil para desenvolver suas atividades como fotografo profissional assumindo o estúdio de seu pai em São Paulo, no bairro de Vila Mariana. Em 1965 participa na realização de dois filmes documentários da TV alemã, sobre o norte, nordeste do Brasil e de São Paulo. Em 1970, associa-se ao Foto Cine Clube Bandeirante participando de inúmeros salões fotográficos no Brasil e no exterior com publicações de sua obra em diversas revistas e catálogos internacionais. Atuou como júri de concursos fotográficos, crítico e professor de fotografia. Mas foi na fotografia autoral que o artista encontrou seu melhor espaço para criar, dando inicio as exposições com registro de demolições, igrejas e retratos; se apaixonou pelas imagens e as imagens o levaram a recriar as próprias imagens por ele vivenciadas e capturadas através das lentes de suas câmaras. PATERNIDADE IRRESPONSÁVEL Imagens que se tornavam memória de um tempo, visualizadas e interpretadas pelo artista em um universo observado com o propósito de gerar inquietação ao observador. Para obter este resultado e este prazer visual, Frederico Mielenhausen aderiu à linguagem surrealista, movimento artístico e literário que surgiu em Paris com o Manifesto Surrealista do poeta e psiquiatra francês André Breton em outubro de 1924, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo. O surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa onde a imaginação se manifesta livremente. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal com a emoção mais profunda do ser. Este movimento artístico ainda é muito forte no mundo e no Brasil. O surrealismo no Brasil tem destaque nas artes plásticas com Walter Levy e Octávio Araújo, na literatura com Murilo Rubião e Rui Mourão, e na fotografia com Fernando Lemos, Osmar Cabrera e Frederico Mielenhausen. Frederico produziu ao longo de sua carreira inúmeras imagens de grande expressão artística, obtidas de seu instinto, da subconsciência, do automatismo e de sua imaginação. REACHING THE SKY VÊNUS Consulte Arte - 29 30 - Consulte Arte Consulte Arte - 31 ARTES PLÁSTICAS adhemir fogassa Nascido em 1954 em Campo Mourão, no Paraná, Adhemir Fogassa entrou no universo da escultura em 1983 e hoje se dedica à produção de obras de grande porte, que enriquecem entradas de condomínios, jardins e fachadas de imponentes construções. Cada traço do trabalho de Adhemir surge de seu intento em transmitir harmonia e paz com gêneros da arquitetura moderna. São obras com formas construtivas, mas também abstratas que emanam emoção sem descrever elementos. “Expressão, simplesmente expressão”, resume o seu slogan. templados em cenas paisagísticas. Ao lado das esculturas eles estimulam a emoção transmitida, por exemplo, por um belo jardim: a expressão água/escultura lhe tem sido uma importante fonte de inspiração. Considerando que traços artísticos nas edificações são muito escassos no país, Fogassa vem colocando em pauta, junto às grandes construtoras, a probabilidade de criar, fachadas de edifícios e de casas em estilos esculturais. Para ele, no Brasil a escultura tem uma aceitação pequena porque falta incentivo, monumentos diferenciados e obras com dimensões que impactam. “Só tamanho não é tudo, mas temos poucas obras que marcam espaços”. Escultura - Escritório Kopenhagen Escultura de Parede A proposta de Adhemir junto às construtoras também é fundamentada nos efeitos positivos que suas esculturas vêm apresentando em frente às construções. O escultor observa que suas peças Fogassa encontra estímulo para compor no fluxo natural da criatividade. A modelagem de suas esculturas se transforma junto ao seu crescimento artístico. Sua arte com esculturas foi fertilizada com a interferência de mestres arquitetos em seu trabalho como maquetista; considera esses profissionais sementes, de variadas espécies, que lhe abriram horizontes e fertilizaram seu conhecimento. Escultura Edifício Riverside Odebrecht - São Paulo despertam atenção dos transeuntes de forma notável. Diante disso, conclui que a tática deveras abre caminhos para a arte e amplia horizontes para outros escultores. Artista nato, ainda na infância Fogassa já demonstrava o seu talento em criar modelos construindo seus próprios brinquedos, sobretudo miniaturas de carros. Na adolescência, encantou-se com a pequena maquete de uma casa e se decidiu pela carreira de maquetista. O ofício lhe possibilitou externar sua técnica em compor arquétipos. Auto-ditada, o jovem Adhemir criou sua empresa de maquetes empregando recursos improvisados por ele, pois não havia escolas de formação na área. Durante o percurso, Fogassa adotou como regra imutável a perfeição e riqueza de detalhes. Fogassa fez dessas peças, mais de 8 mil ao longo de 40 anos, verdadeiras obras de arte que o consagraram como o maior maquetista do mundo. Hoje, ele colabora na Adhemir Fogassa Maquetes apenas quando convidado a opinar com base em suas relações com a Arquitetura, Design e, sobretudo, Arte. Adhemir passa a maior parte de seu tempo em seu ateliê, modelando suas esculturas e revelando sua natureza artística em um sentido mais pleno. Para Fogassa, a junção entre água e escultura resulta em um efeito visual atraente: chafarizes são muito conEscultura CEO - RJZ Cyrela - Rio de Janeiro 32 - Consulte Arte Contato: [email protected] www.adhemirfogassa.com.br Consulte Arte - 33 adriana alliz ARTES PLÁSTICAS Embora a escolha tenha sido pelas cores fortes, a técnica adotada atenua os tons, contribuindo para a sensação onírica das pinturas. Propósito este reforçado pela abordagem surrealista de algumas cenas retratadas, como as borboletas que transportam o carrinho do vendedor das pipocas e o palhaço que, em lugar das bolas multicoloridas, ‘empina’ pássaros. Para Adriana, que na mostra deixou de lado as folhagens e paisagens, esta fase resume um momento pessoal de mudanças. “Talvez reflita meu desejo de desbravar novos caminhos, quem sabe já trilhados na esfera dos meus sonhos”. Doce Algodão O Sonho das Borboletas Um Dia no Parque O Menino e o Catavento Mesmo antes de terminar a graduação em Educação Artística (UFPE/1988), Adriana já tinha feito três cursos de pintura no Rio de Janeiro: no Parque Lage, Museu e Arte Moderna (MAM) e na Escolinha de Arte do Brasil. Desde então vem aprofundando seus conhecimentos, participando de atividades em ateliês de artistas locais, como Badida, Janete Buffa e Jéssica. Em 2012 concluiu uma especialização em Arteterapia e em 2013, um curso de pintura com modelo vivo, aquarela e pintura na Escola Da Vince (Barcelona-ES). Atualmente cursa a Pós-Graduação em Arquitetura de Interiores (Faculdade Damas) e dá aulas de pintura em tela e cerâmica fria para crianças e adultos no seu atelier, em Apipucos, onde mantém grande produção durante o ano. Entre coletivas e individuais, a artista já participou de várias exposições no Recife, como nos restaurantes Matita Perê, Pantagruel e no Plaza Shopping, além de já expor há seis edições na Feneart. Adriana Alliz extravasou para suas novas telas os cenários coloridos dos parques de diversão em exposição encerrada na última semana de fevereiro: a mostra “Roda Mundo, Gira Sonhos”, no Restaurante Pantagruel, em Casa Forte. A pintora traduziu, com registros curtos e intensos da sua espátula, o impulso criativo com o qual foi contagiada ao ouvir a versão letrada por Ferreira Gullar da música Trenzinho Caipira, de Heitor Villa-Lobos. “Com sua melodia tranquila e citações de um cenário com ‘estrelas a voar’, a canção me transportou para o mundo dos sonhos infantis”, revelou a artista. 34 - Consulte Arte Parque, Sonhos e Brincadeiras ÚLTIMAS EXPOSIÇÕES • Arte da Hora-Botequim da Hora - nov/2010 • Tardes com Arte II - nov/2010 • Derby de Autrora - Galeria Rodrigues - ago/2011 • Arte no Botequim - Restaurante Botequim da Hora - set/2011 • IMIP 2012 - Fenearte - jul/2012 • Roda Mundo Gira Sonhos - Restaurante Pantagruel - dez/13 Contato: [email protected] www.adrianaalliz.com.br Consulte Arte - 35 ARTES PLÁSTICAS LINAH BIASI “Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidde, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo” (Hermamm Hesse). Falar sobre si e sobre sentimentos é uma das coisas mais antigas que se pode fazer na arte. Não é nada novo e muitos artistas já o fizeram. Munch, Schiele, Louise Bourgeois, Frida Kahlo, entre outros. Linah tem muito a dizer, muito mais ainda a realizar, para poder viver cada vez mais a plena liberdade de pintar. No isolamento de seu apartamento,a artista busca uma eterna superação dentro da própria pintura, não por vaidade, mas como uma busca pela valorização da obra através de uma técnica cada vez mais apurada, mais realista. Acredita firmemente que o mundo não deveria ser regulado pela política e nem pela religião, mas sim, pelo senso este-ético- estético!É esse senso estético, tão marcante e rico que regulou sempre sua vida, desde sua juventude, incentivada pelos seus pais e amigos até os dias de hoje. e composições modernas. Quanto à temática, sempre que ela se entusiasma por uma, dedica-se totalemnte a ela, toma posse dela. Foi assim com os temas “ café”, “ mendigos” , “ cenas urbanas antigas de sua cidade” , “ um olhar sem preconceito, “ um olhar além do ovo” , “ as coisas como elas são” e, agora, “ Galáxias”, onde retrata nus femininos, em sua forma ideal, divorciados do erotismo, revelando um sentimento de elevação, numa mensagem estética, rejeitando qualquer conotação de vulgaridade. Nascida em 1962, em São Sebastião do Paraiso, onde vive e trabalha, utiliza de sua obra, como “espelho” de seus sentimentos. A artista rejeita qualquer relação dessa série de obras com as fases anteriores. Opondo ao escuro, quase negro, das séries anteriores, a artista faz uso da cor verde, que é mais emocional, a cor do chacra do coração. Série Galáxias - Galatéia II O/S/T 50 x 70 cm 2013 Série Um olhar sem preconceito E o mundo vai ver nascer uma flor do impossível chão O/S/T 60 x 90 cm Sem Data Assim, nasceram as “ Galateas- I- II- III e IV.” Outras estão sendo geradas... Série Um olhar além do ovo Transparência da vida O/S/T 60 x 90 cm Sem Data Linah não possui formação acadêmica em artes. Morou em Berlim, Alemanha e brevemente no Rio. Mas de sua convivência com viagens e grandes museus, pesquisas e leituras, lhe permitiu assimilar a sabedoria pictórica dos grandes mestres da Antiquidade, Renascença, posicionando-a entre o rigor técnico,o refinamento clássico e a liberdade expressionista das formas 36 - Consulte Arte Série As coisas como elas são - Na fruteira, diversas espécies da mesma fruta O/S/T 60 x 90 cm Sem Data Contato: [email protected] Consulte Arte - 37 ARTES PLÁSTICAS ROSA DE JESUS Rosa de Jesus nasceu em Portugal, formou-se em designer de moda, e imigrou com a família para o Brasil em 1957. Na juventude, dedicou-se ao desenho de moda, até que sua inquietude e sensibilidade a levaram aos caminhos da pintura como forma de expressar seus sentimentos. São muitas as referências, e ao mesmo tempo nenhuma. Tece estruturas sobre as quais se expande a imaginação. Ponto de encontro e tensão são, ambos, compatíveis com a atitude solitária e reflexiva da artista. Mas Rosa não se detém na atitude formalista, e expressa a vontade de pôr sua pintura como afirmação inequívoca da simbiose entre arte e vida, justamente por promover aproximação sensível com experiências vividas por quem ultrapassou obstáculos. 38 - Consulte Arte Contato: [email protected] davincigallery.net/art/pt/rosa-de-jesus.html Consulte Arte - 39 Foto: Carlos Torres Foto: Romulo Fialdini 1920-2013 - São Paulo - SP - (em memória) andré peticov UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS ALICE BRILL Menino na Janela Amarela Guache e Cera Sobre Papel 49 x 34,5 cm Década de 1970 40 - Consulte Arte Bem Me Quer A/S/T 150 x 150 cm 2010 [email protected] art-bonobo.com/galerias/aliceobras.htm [email protected] andrepeticov.com Consulte Arte - 41 antonio carelli Redenção - Simulacro, Intervenção e Registro A/S/T, Pastel Seco, Espuma de Poliuretano e Trechos Recolhidos de Diálogos 400 x 500 cm 2004-2012 42 - Consulte Arte UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS ângela barbour Autorretrato O/S/T 130 x 110 cm 2002 [email protected] angelabarbour.com [email protected] Consulte Arte - 43 Foto: Cleber Alessie Machado Neto UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS cleber machado Foto: Fernando Durão UP ART - ARTES PLÁSTICAS E VISUAIS caciporé torres Pequeno Objeto Cilíndrico Escultura em Aço 40 x 46 x 28 cm Década de 1970 44 - Consulte Arte Infinit Aço Inóx - Gira Verticalmente & Horizontalmente - Simultaneamente Esfera 170 cm de Diâmetro 2007 [email protected] art-bonobo.com/caciporetorres [email protected] facebook.com/cleber.machado1 Consulte Arte - 45 O melhor para os artistas R. Cotoxó, 110 - SP - Tel. 11-3873-0099 R. Groenlândia, 77 - SP - Tel. 11-3885-5143 Av. Angélica, 1.900 - SP - Tel. 11-3661-9685 www.pintar.com.br 46 - Consulte Arte
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