Volume 22- Nº 3 Outubro 2015 - Sociedade Brasileira de Diabetes
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Volume 22- Nº 3 Outubro 2015 - Sociedade Brasileira de Diabetes
Volume 22 – número 03 – julho 2015 Cobertura Online do Congresso da ADA Facebook: Curtir ou não curtir, se expor ou não se expor? Diabetes 2015 chegando à reta final Palavra do Presidente Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 3 Meus caros, O tempo passa e estamos próximos do nosso Congresso de Diabetes, onde teremos muitas atividades científicas, possibilidades de contato com colegas, de troca de experiências, de obtenção de conhecimento mais aprofundado sobre novas tecnologias e de novos medicamentos, alguns já lançados e outros com comercialização para breve. O congresso oferecerá uma programação de peso, será abrilhantado pela presença de grandes nomes do Brasil e do exterior, é presidido pelo Dr. Balduino Tschiedel, que conta com uma equipe fantástica, trabalhando incessantemente no último ano e meio, para que não fique nada a dever aos melhores congressos do mundo. Ainda neste segundo semestre ocorrerão as ações e atividades do Dia Mundial do Diabetes, já em fase de finalização, pelo grupo coordenado pelo Dr. Marcio Krakauer e seu time, com o apoio da SBEM. Tais eventos terão lugar durante todo o mês de novembro, com seu ponto alto no dia 14. Importante lembrar que lançamos, em junho, o PodCast da SBD, para o que a presença do jovem colega Fernando Valente, como co-editor, foi fundamental para seu sucesso. Neste mês de agosto, a plataforma de educação da SBD entra em funcionamento. Trata-se de mais um instrumento de educação à distancia, sonhado pela nossa diretoria e executado pelo Dr. Laerte Damaceno, que vinha batalhando por este projeto já de longa data, tendo recebido ajuda técnica do pessoal da Conectando e da Farma TV. Nirlando Beirão dizia que “Talento e trabalho – quem tem vence”. Todos os colegas citados acima, com suas ações à Sociedade, assim têm comprovado. A SBD é uma sociedade com 3.500 membros, muitos deles não mencionados aqui, ainda que igualmente importantes. Citamos, por exemplo, os profissionais dos Departamentos de Nutrição e de Enfermagem, a Dra. Karla Mello e seu grupo, bem como tantos outros, que têm desempenhado papel fundamental em suas comunidades. Importante destacar, finalmente, que esta Sociedade depende de todos. Portanto, participem, associem-se, discutam, critiquem e mandem suas sugestões. A SBD conta com vocês! Walter Minicucci Presidente da SBD 2014/2015 Índice Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 4 1 Palavra do Presidente 3 Palavra do Editor-Chefe 4 Saúde e Ciência 6 Congresso: Diabetes 2015: Pontos Importantes 8 Pode o Efeito Placebo Promover a Cura de Doenças? 9 Diabetes E-book no Seu Celular 10 Aconteceu em Boston 12 Projeto:Educando Educadores Sem Fronteiras 14 Dia Mundial do Diabetes 16 Rede Sociais: Curtir ou Não Curtir, Eis a Questão 20 Departamento de Enfermagem e Cuidados com Pacientes com Diabetes 22 Quem Deve Usar Medicamento para Diminuir Colesterol? 23 Mundo Digital 24 Evidências dos Substitutos de Refeição em Obesos com Diabetes 25 26 28 Comunicados da SB Pelo Brasil Agenda Editorial com os brasileiros que não puderam viajar para Boston. Excelente iniciativa do nosso presidente. Excelente a coordenação do Rodrigo Moreira. Também vamos falar sobre o novo aplicativo para utilização do livro digital, lançado pela SBD. Sei que essas ferramentas modernas assustam um pouco. Novos nomes, nova forma de ler e de dividir conhecimento. Tenho que confessar que prefiro folhear a página de um livro, entretanto os mais jovens e os apaixonados por esse novo mundo precisam saber o que está acontecendo. Democraticamente, estamos sempre trazendo as novidades para conhecimento de todos. Ainda nesse número vamos procurar esclarecer se essas coisas podem ser aprendidas na escola. Para quem não sabe, existem escolas que ensinam aos jovens como entrar nesse universo. Nada melhor do que ouvir quem ensina. Ainda temos o registro de mais uma reunião da equipe do Dia Mundial do Diabetes, que tanto se dedica a essa campanha. Parabéns ao colega Krakauer pela liderança e pelo empenho. Além desses, encontrarão outros assuntos muito interessantes como uma reportagem sobre Substitutos Alimentares para os pacientes diabéticos obesos. Saúde para Todos. Foto: Celso Pupo E ncontrar assuntos que interessem a nossa comunidade é sempre difícil. Muitas vezes temos conversas demoradas, procuramos assunto garimpando em eventos, palestras e, até mesmo, em conversas informais e, muitas vezes, as consultas também abrangem Departamentos, Regionais da SBD até que sejam definidos os temas que vamos priorizar. A contribuição de cada sócio é muito importante. Precisamos de vocês, já que a Revista é feita para vocês. Leitores estejam à vontade para contribuir, sugerir temas, e relatem aspectos interessantes. Todas as sugestões serão sempre bem vindas. Neste número são destaques o Congresso da SBD em Porto Alegre e a cobertura do Congresso da ADA, nos Estados Unidos. Outubro se aproxima e o Balduíno, presidente do Diabetes 2015, deve estar ficando ansioso porque o tempo não perdoa, passa depressa e logo estaremos às portas do Congresso. Por isso, nós, aqui da Revista Diabetes, nos apressamos a reafirmar integral apoio. Nesse sentido, já iniciamos a preparação da cobertura jornalística. Estaremos em Porto Alegre. Em nome de todos os associados quero agradecer e cumprimentar, efusivamente, os colegas que dedicaram seu tempo, compartilhando informações Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 5 Leão Zagury editor chefe da Revista Diabetes DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015 Presidente: Dr. Walter Minicucci; Vice-Presidentes: Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Rosane Kupfer e Dr. Ruy Lyra; primeiro secretário: Dr. Domingos Augusto Malerbi; segundo secretário: Dr. Luis Antonio de Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos Lerário; segundo tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos Santos; conselho fiscal: Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise Reis Franco, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo Sotero de Menezes Filho SEDE Rua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; e-mail: [email protected], Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente: Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de Mello e Eliana Andrade. Filiada à International Diabetes Federation. REVISTA DA SBD Editor-chefe: Dr. Leão Zagury Presidente da SBD: Dr. Walter Minicucci Equipe de Jornalismo: DC Press Editora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: André Dissat, Tainá Oliveira, Patrícia Bernardo e Flavia Garcia (colaboração). Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti. Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ; Tels.: (21) 2205-0707; e-mail: [email protected], www.dcpress.com.br As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e (21) 3543-0770, [email protected] ([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo e Tom Carvalho. Periodicidade: Bimestral Impressão e CTP: Melting Color Gráfica e Editora Ltda; Tiragem: 4000 exemplares. Saúde & Ciência Foto: Alena Romanovskaya Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 6 Nova Resolução de Ensaios Clínicos F Dieta e Atividade Física Q ue a combinação de dieta e a prática de atividades físicas é benéfica para o organismo, todo mundo sabe, mas as pesquisas para obtenção dos resultados continuam sendo feitas. Uma delas recente, realizada na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, foi publicada na Diabetes Care. Edward Weiss, professor de nutrição da Universidade de Saint Louis e responsável pelo estudo, comenta que muitas pessoas acham que basta adotar uma dieta equilibrada e saudável, sem precisar incluir o exercício físico na sua rotina. Segundo a pesquisa, os benefícios são distintos e cumulativos quando se trata de gestão de risco do diabetes tipo 2. “O seu açúcar no sangue pode ser perfeitamente normal, mas se a sua sensibilidade à insulina é baixa, você está no caminho para problemas de açúcar no sangue e, potencialmente, o diabetes tipo 2”, disse Weiss. A pesquisa incluiu homens e mulheres de meia idade, obesos e sedentários com a meta de reduzir o peso de 6 a 8%. Eles foram divididos em três grupos: aqueles que restringiram as calorias, os que praticaram exercícios físicos e aqueles que fizeram os dois. Os pesquisadores também monitoraram em cada paciente os níveis de sensibilidade à insulina - marcador para risco de diabetes. Os pesquisadores descobriram que tanto a restrição de calorias e exercício teve efeitos positivos sobre a sensibilidade à insulina. Mas, o mais interessante, segundo os autores, foi a observação da melhora nos índices de insulina para o grupo que conciliou os dois hábitos. Os pesquisadores sugerem que a combinação de exercício e dieta pode apresentar maior diminuição dos riscos de diabetes em comparação a cada uma das outras estratégias sozinhas. n Conectando Profissionais no Mundo F iltrar informações e saber onde encontrar temas relevantes é um desafio para os profissionais de saúde. Para tentar reunir o maior número de dados sobre diversas áreas, a International Diabetes Federation tem uma plataforma online com este foco. É o Diabetes Network for Health Professionals, que é acessado no endereço http://d-net.idf.org/en/home.html. Para participar, é preciso fazer um cadastramento que é simples. São dados pessoais, como e-mail, país etc. e uma breve descrição do perfil do interessado em participar. Ainda nessa fase, é possível assinalar os assuntos de maior interesse entre newsletter, novas discussões, biblioteca online, calendário de eventos (mundiais ou regionais) e um Fórum de debates. Após a confirmação do cadastro – em um e-mail que chega automaticamente – a plataforma disponibiliza as áreas que foram marcadas. Em “discussions”, por exemplo, existe uma separação por categorias e temas dos debates. n oi publicada, no Diário Oficial da União, a Resolução 09/2015, que regula a realização de ensaios clínicos com medicamentos no Brasil. Segundo o informe da Anvisa, o objetivo foi “harmonizar o marco regulatório brasileiro, com as demais normativas internacionais; modernizar o arcabouço regulatório; reduzir os prazos por meio de uma avaliação baseada em risco; e aperfeiçoar os fluxos de trabalho.” A Anvisa reconhece a importância de prazos competitivos para a atratividade de ensaios clínicos para o país, entretanto afirma que a diminuição do tempo de análise não pode comprometer a qualidade da avaliação técnica e, nem mesmo, fragilizar o processo regulatório já estabelecido no país. Uma série de ações, inclusive petições online, que estão sendo feitas para chamar a atenção da lentidão em relação à aprovação de novas pesquisas, estão mobilizando profissionais da área e repercutindo nos órgãos responsáveis. Entre as normas destacadas pela Agência estão: I) a publicação dos Manuais e Documento de Perguntas e Respostas sobre a RDC 09/2015; II) a aproximação com as áreas de registro de medicamentos, visando uma harmonização de entendimentos por meio da elaboração conjunta de manuais, fluxos internos de discussões; III) ampliação das reuniões com o setor regulado; IV) fim do passivo de petições referente aos processos submetidos na vigência da RDC 39/2008; e V) diminuição dos prazos regulatórios que já passou de dez meses para cinco meses, aproximadamente. n 7 Guia Internacional para Tratamento e Prevenção para Cuidado com os Pés N o primeiro semestre deste ano foi lançado o Guidance 2015, do International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF). O documento foi apresentado durante o 7th International Symposium on the Diabetic Foot, realizado no World Forum em Haia, Holanda, entre 19 e 23 de maio. O Brasil contou com dois representantes no IWGDF. A Dra. Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da SBD, ocupa o cargo na comissão internacional desde 1999, e o Dr. Luis Clemente Rolim participou pela primeira vez das reuniões, após sugestão da própria Dra. Hermelinda. O grupo conta com 85 representantes, de 85 países, de várias regiões da International Diabetes Federation (IDF). O novo formato do Consenso é conhecido por Guidance e não de Guidelines, onde estão incluídas sete revisões sistemáticas; cinco documentos; e resumo para Prática Diária, Definições e Critérios. n Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 O Official Journal of the European Union publicou, no início de julho, o reconhecimento da equivalência do controle brasileiro de insumos farmacêuticos ao padrão aplicado na Europa. Desta forma, o Brasil entra para a restrita lista de seis países confiáveis no setor e a expectativa é que se ganhe agilidade na exportação dos produtos nacionais para os países europeus. Os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA) – substâncias químicas ativas, fármacos, drogas ou matéria-prima que possuam propriedades farmacológicas com finalidade de produção medicamentosa – só podem ser exportados para a Europa se os processos de registro forem equivalentes. Com a decisão, empresas que produzem IFA passam a exportar diretamente, sem ter a necessidade de enfrentar a burocracia de adquirir um certificado antes de cada envio de mercadoria. Atualmente, fazem parte desta lista Austrália, Brasil, Estados Unidos, Israel, Japão e Suíça. Aos países não listados, que desejam exportar insumos farmacêuticos à União Europeia, são exigidos controles e certificações da legislação nacional e certidão de garantia de atendimento a todos os requisitos europeus. n Vacinação contra a Gripe C erca de 41,9 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe, segundo avaliação feita pelo Ministério da Saúde, o que representa 84,3% do público-alvo, que são as que têm maior risco de desenvolver a doença. A campanha começou em maio e foi prorrogada até junho para que a meta fosse alcançada. A recomendação do Ministério é que os estados que não atingiram a meta continuem a vacinação. A vacina, disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015, protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e Influenza B). Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. Após a vacinação, o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe. O período de maior circulação da doença segue até agosto. Para receber a dose, é importante levar o cartão de vacinação e o documento de identificação. n NA EDIÇÃO DIGITAL DA REVISTA DIABETES OS LEITORES PODEM ACESSAR OS LINKS DOS ESTUDOS APRESENTADOS NA COLUNA SAÚDE & CIÊNCIA. Foto: CNK02 Foto: Divulgação Exportação de Insumos Farmacêuticos Congresso Foto: Ita Pritsch Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 8 Diabetes 2015: Pontos Importantes Por André Dissat F altam menos de quatro meses para a vigésima edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, presidida pelo Dr. Balduino Tschiedel, que acontece entre os dias 11 e 13 de novembro. Ao longo dos meses, o associado vem acompanhando o trabalho feito pelas comissões do evento. Hora de entrar em questões mais práticas para facilitar aos que estarão em Porto Alegre no período. Conhecer um pouco sobre o local onde será realizado o Diabetes 2015, obter informações sobre o prazo e valor das inscrições, tirar algumas dúvidas frequentes, além da divulgação dos Simpósios Internacionais que serão realizados e informações sobre as programações, tanto científica quanto social, é a abordagem desta edição. PROGRAMAÇÃO DO DIABETES 2015 A programação do evento está em fase final para publicação no site do Congresso. Segundo o Dr. Balduíno Tschiedel estão confirmados, até o momento, 18 convidados internacionais. “A programação científica já está praticamente pronta, faltando apenas alguns detalhes. Até o final do mês de julho, os interessados poderão visualizar a programação preliminar no site”. As atividades sociais já estão definidas há algum tempo com a realização do co- quetel de abertura, com show de artistas locais, no dia 11 de novembro, e a Festa de Encerramento, temática, no dia 13, no Pepsi on Stage. Na parte científica, destaque para algumas das atividades como os cinco Simpósios Internacionais. Os congressistas poderão assistir ao “ADA Symposium in Controversies in Diabetes”, apresentado por quatro palestrantes da American Diabetes Association, que abordará temas polêmicos na tarde do último dia de evento. O Simpósio “International Symposium in Pre-Diabetes” será inteiramente voltado para a prevenção de diabetes tipo 2, com palestrantes internacionais. O “Collaborative Symposium in Insulin Resistance” será composto por convidados brasileiros e internacionais, discutindo aspectos relacionados aos mecanismos da insulino resistência. E dentro da linha de atualidades, adotada pela SBD, o evento contará com o “International Symposium in New Technologies”, com foco principal para novos aspectos de bomba de infusão de insulina e monitoramento da glicemia. Como foi divulgado anteriormente, o trabalho colaborativo entre Brasil e Argentina, em uma das atividades, estão sendo finalizados nos próximos dias. VALORES E INSCRIÇÕES A recomendação dos organizadores é que o brasileiro abandone de vez o há- bito de deixar tudo para o último minuto e faça a inscrição com antecedência. Isso é uma etapa decisiva para que seja possível prever as preferências do público e realizar uma logística mais adequada. Por isso, apesar do dia 3 de outubro ser o último prazo, com valores promocionais, é melhor antecipar a decisão. Os valores para médicos associados da SBD, SBEM e ABESO é R$750; médicos não sócios R$1050; outros profissionais sócios da SBD e ABESO R$550; profissionais não sócios R$750,00; residentes R$600, pós-graduandos R$600; e acadêmicos de graduação R$400. O prazo para trabalhos científicos se encerrou no dia 13 de julho. O LOCAL DO EVENTO O Centro de Eventos FIERGS conta com uma área total de 36.724,85m². Situado em Porto Alegre, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, o Centro está próximo às principais capitais sul-americanas e brasileiras. Está localizado a 15km do Centro da cidade e 12km do Aeroporto Internacional Salgado Filho.O participante contará com ambientes climatizados, serviço de emergências médicas com ambulatório equipado e técnico de enfermagem de plantão (área protegida para ambulância) e monitoramento eletrônico da segurança, entre outros aspectos de infraestrutura. Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 9 “A programação científica já está praticamente pronta, faltando apenas alguns detalhes. Até o final do mês de julho, os interessados poderão visualizar a programação preliminar no site Centro de Convenções em Porto Alegre tem várias opções de espaço para as palestras e feira expositora DÚVIDAS SOBRE O CONGRESSO? Alguns participantes ainda têm dúvidas sobre pontos específicos relacionados ao evento. A Revista da SBD separou alguns dos questionamentos mais comuns sobre o procedimento de inscrições, o registro no local do evento, informações sobre os trabalhos científicos (resumos), entre outros assuntos. COMO FAZER MINHA INSCRIÇÃO NO DIABETES 2015? O acesso é pelo site do Congresso em www.diabetes2015.com.br, na área “inscrições”. Verifique sempre o valor estipulado e selecione a opção “nunca participei” ou “buscar meu cadastro”, caso você já tenha participado de algum evento anterior. Após isso, é preciso escolher a categoria (sócio, não sócio, estudante, etc.) e preencher o formulário. Se sua opção for “estudante”, é preciso apresentar o comprovante. São aceitos: documento oficial ; declaração de matrícula ou frequência assinada e carimbada pela instituição de ensino ou trabalho; e boleto quitado de mensalidade do semestre vigente da instituição de ensino. Lembrando que a taxa de inscrição deve ser paga através de um boleto bancário. Caso o registro seja de um grupo, com dez pessoas ou mais, é necessário entrar em contato via e-mail ([email protected]) ou por telefone (51) 3086-9100. CASO NÃO CONSIGA IR AO EVENTO E JÁ EFETUEI MINHA INSCRIÇÃO? COMO SOLICITAR O CANCELAMENTO E O REEMBOLSO? Fique atento, pois o procedimento deve ser feito até 30 dias antes do início do evento, mediante o envio do formulário de solicitação de devolução da taxa de inscrição, para o e-mail [email protected]. O participante terá direito a restituição de parte do valor pago, de acordo com a tabela de reembolso vigente. HOTEL E HOSPEDAGEM. ONDE FICAR? Quem ainda não fez sua reserva em hotel, o próprio site do evento disponibiliza uma lista de locais e informações importantes, como, o valor da diária, a categoria dos quartos, a distância do evento e os horários de check-in e check-out. Haverá transporte Hotéis Oficiais / Centro de Convenções / Hotéis Oficiais durante o Diabetes 2015, em horários pré-determinados, para todos os participantes que realizarem e efetivarem as reservas através da Agência Oficial do Congresso. TRABALHOS CIENTÍFICOS: COMO RETIRAR O CERTIFICADO? O prazo para submissão de trabalhos científicos se encerrou no dia 13 de julho. Caso seu resumo tenha sido aceito, será concedido um certificado por trabalho apresentado, que pode ser acessado, listando o nome de todos os autores, se for o caso, ou com apenas o nome autor, quando o trabalho for individual. Todos os participantes do evento terão direito ao documento. Para imprimir, ou apenas fazer o download, o congressista deverá acessar a área “Certificados”, localizada na home do site do Congresso, inserir o e-mail cadastrado e preencher a “Pesquisa de Satisfação”. O procedimento deve ser feito no máximo 20 dias após o término do evento. É importante ressaltar que o certificado não é enviado diretamente para o e-mail do participante. SBD NO DIABETES 2015 A SBD terá um estande em local de fácil acesso e central na Feira Expositora. Lá os associados terão material da entidade, poderão checar sua situação no quadro de associados e será um excelente ponto de networking. É importante lembrar também que haverá eleições para novo presidente – que assumirá a gestão 2018/2019 – e para a sede do próximo Congresso. Uma ação está sendo programada para envolver os participantes pelo Dia Mundial do Diabetes, que será divulgada no site da entidade, no site do Dia Mundial do Diabetes e nas respectivas redes sociais. n Atualidades 10 Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 Dr. Augusto Pimazoni Netto Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP A prestigiada revista médica New England Journal of Medicine publicou, em 2 de julho de 2015, uma excelente revisão conceitual sobre o uso de placebos na prática médica. Os autores ressaltam que o efeito placebo não se restringe apenas aos efeitos positivos de uma substância inerte sobre o organismo, mas, também, pode ser derivado de crenças religiosas, rituais, símbolos ou interações de grupos. Afinal, qual é o conceito correto de placebo nos dias atuais? Em primeiro lugar, embora os placebos proporcionem alívio de certas condições clínicas, eles raramente conseguem promover a cura. Embora a pesquisa médica já tenha revelado as vias neurobiológicas envolvidas no processo, a evidência até agora disponível sugere que os benefícios terapêuticos, derivados do efeito placebo, não alteram a fisiopatologia das doenças para além do simples alívio das manifestações sintomáticas. Por exemplo, não há evidências até agora de que os placebos possam diminuir os tumores cancerosos, mas podem aliviar, substancialmente, alguns efeitos colaterais do tratamento medicamentoso, tais como fadiga, náuseas, dores, etc. Em segundo lugar, como já foi dito acima, o efeito placebo não decorre, unicamente, de uma “pílula de açúcar”. Outras intervenções podem aumentar, dramaticamente, a efetividade de agen- tes farmacológicos ativos. Por exemplo, um estudo recente de tratamento de enxaqueca demonstrou que, quando os pacientes receberam rizatriptan, disfarçado em embalagem etiquetada claramente como placebo, os desfechos não foram distintos daqueles do outro grupo de pacientes que recebeu “placebo” disfarçado em embalagem claramente etiquetada como “rizatriptan”. Ou seja, não houve diferença entre os dois grupos em termos de eficácia terapêutica, uma vez que a droga ativa e o placebo promoveram o mesmo percentual de alívio. Numa segunda fase desse estudo, ambas as embalagens foram etiquetadas corretamente, ou seja, a embalagem de placebo era etiquetada como tal e a embalagem de rizatriptan era etiquetada como a substância ativa. Nesta segunda fase do estudo, o efeito analgésico do rizatripan foi aumentado em cerca de 50%, em comparação com o placebo. Em terceiro lugar, os fatores psicossociais que promovem os efeitos terapêuticos do placebo também têm um potencial de causar consequências adversas, conhecidas como “efeito Nocebo”. Com razoável frequência, os pacientes percebem os efeitos adversos dos medicamentos, os quais são causados mais por antecipação dos efeitos indesejáveis. Por exemplo, num estudo sobre hipertrofia prostática benigna, os pacientes foram tratados com finasterida: um primei- Foto: Dima Sidelnikov Pode o Efeito Placebo Promover a Cura de Doenças? ro grupo de pacientes recebendo esse fármaco foi informado sobre os efeitos sexuais indesejáveis que poderiam ocorrer, enquanto o outro grupo de pacientes não recebeu tal informação. Pois bem: no primeiro grupo os pacientes relataram uma frequência três vezes maior desses efeitos sexuais adversos do que os pacientes do segundo grupo. Uma pequena provocação: qual a reação de nossos pacientes depois de lerem sobre os vários efeitos adversos de um medicamento, muitos deles classificados como de baixo risco de ocorrência? Não podemos afirmar que somente os tratamentos farmacológicos podem promover o efeito placebo. Os eventos positivos provocados por intervenções farmacológicas podem ser proporcionados, legitimamente, por influência de intervenções religiosas, de credo ou de conceitos populares amplamente aceitos por diversos setores da sociedade. Nos dias de hoje, talvez a modalidade de situações capazes de promover o efeito placebo está representada pela fé, uma atitude perfeitamente saudável, desde que não interfira nas recomendações da medicina tradicional. Para finalizar este comentário: o efeito placebo pode ajudar no tratamento do diabetes?... n Texto adaptado de: Kaptchuk TJ and Miller FG. Placebo Effects in Medicine. N Engl J Med 2015; 373:8-9. DOI: 10.1056/NEJMp1504023. Digital Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 11 Diabetes E-book na Palma da sua Mão App gratuito Foto: ponsulak App pago N o começo de julho a SBD lançou o aplicativo do E-Book 2.0 - Diabetes na Prática Clínica. Depois de ter informações atualizadas sobre diabetes no computador, os profissionais de saúde podem agora baixar o app pela internet. O aplicativo é voltado para profissionais de saúde e faz parte do projeto da entidade de proporcionar informação atualizada e de boa qualidade, visando à melhoria do tratamento de pessoas com diabetes no país. A versão Premium é gratuita para sócios ativos da SBD e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) - parceira na publicação. Para o associado ter acesso é preciso solicitar a sua senha através do link www.diabetes. org.br/cadastro-app-e-book. É preciso preencher seu cadastro no formulário e a senha será enviada para o e-mail. Os associados da SBEM usam o mesmo login e senha da área científica do site da SBEM. Para o profissional não sócio, o custo é de R$ 121,00. O aplicativo está disponível, para download, nas lojas virtuais Google Play e Apple Store, com versões para Android e iOS. Segundo o Dr. Augus- to Pimazoni, coordenador editorial, a escolha para o acesso via celular é para agilizar o uso pelo profissional de saúde de qualquer lugar. “A nossa expectativa é de uma aceitação muito grande, não apenas por parte dos especialistas, mas, também, pelos não especialistas”. Para baixar o E-book basta abrir o Google Play ou a Apple Store e buscar pelo nome “Diabetes E-book”, onde estão disponíveis as duas versões: a para associados, indicando no próprio nome do arquivo, e para não sócios, com indicação de valor. Após o download, de cerca de 40 MB, será criado um atalho em uma das páginas de entrada dos celulares ou tablets. Depois, basta abrir o aplicativo e selecionar o módulo desejado. Entre os temas dos capítulos, estão “Aspectos epidemiológicos do Diabetes Mellitus e seu impacto no indivíduo e na sociedade”; “Neuropatia Diabética Periférica”; “Monitorização continua da glicose: novas tecnologias”; e “Esquemas de insulinização no Diabetes tipo 1 ”. O QUE É O E-BOOK? O E-book está em sua terceira versão e tem como editor chefe o Dr. Marcos Tambascia, como editor associado o Dr. Walter Minicucci e coordenação editorial do Dr. Augusto Pimazoni Netto. A publicação é composta por quatro módulos, 45 capítulos e 60 autores diferentes. O Dr. Pimazoni O “E-book - Diabetes na Prática Clínica” tem como proposta editorial apresentar conceitos médicos, utilizando recursos didáticos eficientes, para facilitar a compreensão e a atualização do profissional de saúde envolvido em cuidados com as pessoas com diabetes. A primeira edição do projeto foi idealizada pelo Dr. Reginaldo Albuquerque e realizada a partir de um trabalho de escolha de especialistas para cada tema proposto. Na versão mais recente, foi feita uma atualização e revisão do conteúdo, além da reformulação visual. A proposta atual – mais interativa – é que a publicação virtual permaneça sempre em dia com o que há de mais novo em tratamento do diabetes, sem significar uma mudança em todo o documento. O Diabetes E-book conta com o apoio da Medtronic e Lilly. n Pelo Mundo Especial Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 12 Aconteceu em Boston Especialistas destacam os principais assuntos abordados no Congresso da ADA D e 5 a 9 de junho, cerca de 15 mil profissionais da área de saúde de diversas partes do mundo estiveram presentes para acompanhar a 75ª edição do Scientific Sessions, da American Diabetes Association, em Boston, nos Estados Unidos. É um dos Congressos de Diabetes mais importantes do mundo e com uma presença significativa de especialistas brasileiros. A ADA, mais uma vez, preparou uma cobertura cuidadosa do megaevento, com a divulgação de diversos vídeos em seu canal no Youtube, um jornal diário (como ocorre regularmente), além de aplicativo para facilitar a programação das atividades. A SBD, por sua vez, repetiu a proposta que realizou no ano passado, no Congresso da European Association for the Study of Diabetes, e preparou uma cobertura online, com a participação de especialistas brasileiros, apresentando e opinando sobre as apresentações e lançamentos durante o evento. As reportagens, em vídeo, foram publicadas diariamente no site da SBD. Para o Dr. Rodrigo Moreira, coordenador científico do projeto, os excelentes resultados na edição 2014 da cobertura internacional foram determinantes para repetir a proposta no Congresso da ADA. “Escolhemos um grupo de endocrinologistas renomados e, após cada aula, novidades e pesquisas apresentadas nas palestras eram discutidas em formato de vídeo, com duração de três a oito minutos, abordando os principais tópicos”. Também foram feitas entrevistas e pequenos debates com três ou quatro especialistas participando. Segundo o Dr. Rodrigo Moreira, os temas foram escolhidos de acordo com a área de atuação dos especialistas brasileiros. “Uma vez selecionados os temas, escolhemos de um a três endocrinologistas do Brasil por palestra, que se baseou na área de interesse de cada um. As aulas escolhidas abordaram novas tecnologias, medicamentos, insulinas, sistemas de monitorização de glicose, mostrar porque ele era a favor deste tipo de tratamento. Ele relembrou que os pacientes tipo 2 tratados com a insulina não melhoraram seu controle nas últimas décadas. Foi comprovado, através de dados, que não atingem mais que 30% de meta de bom controle. De acordo com o palestrante, isso é uma boa oportunidade para que novas insulinas possam melhorar esse controle, só que ele não foi muito convincente na apresentação. Ele não conseguiu comprovar melhora na hemoglobina glicada e nem na hipoglicemia, apenas na hipoglicemia noturna. Concluiu dizendo que esse pacientes precisam ser avaliados para saber se têm indicação de uma insulina melhor ou não.” TECNOLOGIA PARA MELHORIA DOS RESULTADOS dislipidemia, entre outros”, declarou. O presidente da SBD, Dr. Walter Minicucci, convidou (através de um vídeo) os internautas a acompanharem a cobertura no site. Além dele, o vice-presidente, Luiz Turatti, também deixou sua mensagem online, reforçando o convite. Os vídeos foram publicados diariamente no site da SBD, sempre no início da noite. Ao todo, foram 35 veiculações e, desta forma, quem não esteve no evento pode acompanhar as informações em um curto espaço de tempo, ficando a par dos principais debates. As entrevistas tiveram cerca de 25 mil acessos. Confira alguns tópicos apresentados, lembrando que todos os debates continuam disponíveis no site e de livre acesso. NOVAS INSULINAS E DM2 Dra. Rosane Kupfer “Assisti um interessante debate a respeito das novas insulinas no controle do diabetes tipo 2. Um dos palestrantes teve a difícil missão de Dra. Denise Franco “A tecnologia não é um tema muito frequente no Congresso da ADA, entretanto o interesse demonstrado pelos especialistas foi traduzido pelo número de participantes no auditório. A sala estava lotada. O assunto foi analisado de uma maneira superficial, com alguns aspectos interessantes, como relacionar alguns tratamentos e o uso de novas tecnologias. Foi avaliado se, de certa forma, as novas ferramentas têm impacto ou não e como eles podem ajudar.” Dr. Marcio Krakauer “Outro assunto abordado foi o AGP, que é uma tentativa de unificar todos os dados de monitores e sensores de glicose em um único gráfico padronizado, com o objetivo de ‘tomar decisões’. O AGP procura montar uma espécie de eletrocardiograma, com gráficos, para que possamos tomar medidas diagnósticas terapêuticas nos pacientes, quando necessário.” DIABETES GESTACIONAL Dr. Ayrton Goldberg “Foi feito um levantamento geral sobre as novas diretrizes para o diagnóstico de diabetes e gestação. Na palestra, a abordagem fez uma revisão de toda literatura, mostrando o impacto no tratamento na adoção de valores mais baixos de glicemia e apenas um valor alterado, aumentando assim a prevalência do diabetes gestacional nas pacientes. Isso gera custos e um maior número de gestações encaminhadas como de alto risco, que é um problema tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Ainda não foi apresentada uma posição a respeito, apenas que é preciso encontrar um tratamento mais adequado às gestantes, evitando problemas no futuro. Essa é uma maneira de incentivarmos essas mulheres a mudarem seu estilo de vida.” ele pode elaborar a sua própria refeição. Nossa alimentação deve ser pobre em sódio, evitando os alimentos embutidos, pois, assim, irá beneficiar nosso sistema cardiovascular.” DIABETES MONOGÊNICO Dr. Sergio Dib “Em uma das aulas foi analisado que, aproximadamente, 30% dos pacientes não se encaixam no quadro de diabéticos tipo 1 e 2, e, sim, em outros tipos da diabetes. Desta porcentagem mencionada, 3% são diabetes monogênicos. Neles, existem vários subtipos, entre eles, o conhecido sobre “mode 2”, com uma hiperglicemia benigna na qual o tratamento não faz tanta diferença. Ela não evolui e, por isso, é necessário apenas o acompanhamento.” Dra. Hermelinda Pedrosa “A depressão, novamente, foi destaque nesta edição. Em relação ao Pé Diabético, os dados mostram que cerca de 11% das pessoas que apresentam esse tipo de complicação se internam e ficam depressivas. Outro foco dado foi em relação aos custos do tratamento mesmo nos Estados Unidos, que tem uma gama maior de recursos para o tratamento, os valores são altos. É uma questão grave. Aproximadamente, U$ 5.600 dólares são gastos por pessoa que apresenta o problema.” NOVIDADE NA MONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA Dr. Fadlo Fraige Filho “Uma das novidades que acompanhei foi o lançamento da insulina inalada em pó. Este tipo de tratamentos está sendo lançado nos Estados Unidos, através de um sistema simples e pequeno, onde são selecionado cartuchos de quatro ou oito unidades. Ela tem o mesmo perfil da ultrarrápida, sendo um pouco mais curta e mais rápida em sua ação. É uma tecnologia diferente da que foi lançada e recolhida no ano passado e provou que não tem muitos efeitos adversos.” RETINOPATIA DIABÉTICA DEPRESSÃO E SUICÍDIO OS CUSTOS DE TRATAMENTO DO PÉ DIABÉTICO opinião, também não há esse cuidado. Precisamos ficar mais atentos com essa questão.” Dr. Marcos Tambascia “O objetivo do trabalho apresentado foi chamar a atenção para que a própria comunidade americana fique atenta com os índices de depressão e suicídio, principalmente nos recém-diagnosticados em diabetes tipo 1. É preciso ter atenção especial com crianças e adolescentes neste quadro e direcioná-las para um acompanhamento psiquiátrico. No Brasil, na minha Dra. Solange Travassos “O tema da aula era prevenção, contudo, a palestra acabou focando em tratamento. Foi muito falado sobre o uso das injeções intraoculares, com drogas que inibem o fator de crescimento vascular do endotélio. O palestrante defendeu o uso de medicamentos em uma fase precoce da retinopatia diabética não proliferativa, em conjunto com o laser, para assim, ter melhorias no resultado.” n Médicos Participantes NUTRIÇÃO E DIABETES Ao todo, foram 30 médicos participantes dos debates, entrevistas e apresentações. Todas podem ser acessadas em www.ada2015online.com.br Dr. Luiz A. de Araújo “O sódio é bastante prejudicial a nossa saúde. No paciente diabético o problema se agrava ainda mais. Relatos apresentados mostram que 70% do sódio está nos embutidos, contudo, podemos administrar os 30% restantes, orientando nossos pacientes a fazerem uma dieta hipossódica, onde Dr. Alexandre Hohl; Dr. Alexander Benchimol; Dr. Amélio Godoy-Mattos; Dr. Antonio Roberto Chacra; Dr. Ayrton Goldberg; Dr. Balduíno Tschidel; Dra. Denise Franco; Dra. Erika Paniago; Dr. Fabio Moura; Dr. Fadlo Fraige Filho; Dr. Freddy Eliaschewitz; Dra. Geisa Macedo; Dra. Hermelinda Pedrosa; Dr. João Paulo Iazigi; Dra. Lenita Zajdenverg; Dr. Luiz A. de Araújo; Dr. Luiz Clemente Rolim; Dr. Luiz Turatti; Dra. Maria Inês Schmidt; Dr. Marcio Krakauer; Dr. Marcos Tambascia; Dr. Antonio Carlos Pires; Dr. Roberto Zagury; Dr. Ricardo Oliveira; Dr. Rodrigo Lamounier; Dr. Rodrigo Moreira; Dra. Rosane Kupfer; Dr. Nelson Rassi; Dr. Sergio Dib; Dr. Sergio Vencio; Dra. Solange Travassos; e Dr. Walter Minicucci. n Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 13 Projeto Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 14 Educando Educadores Sem Fronteiras A equipe do Educando Educadores Sem Fronteiras pega mais uma vez a estrada, para uma longa viagem, agora até o Amazonas. O projeto, que era visto como um sonho, ganha cada vez mais respeito e alcança a meta de levar a educação em diabetes para regiões muito distantes do país. A coordenação científica da iniciativa é da Dra. Claudia Pieper, tendo como coordenadora técnica a Dra. Graça Câmara e co-coordenadora, a Dra. Denise Franco; co-coordenadora. A edição do Amazonas teve o apoio da Delegada da SBD do estado: Dra. Deborah Laredo Jezini. Na Equipe Multiprofissional: a endocrinologista Dra. Gláucia Duarte; Enfermeiras Roseli Resende, Elessandra Sicsu e Tuigi Reis; Nutricionistas Tarcila Campos e Fernanda Castelo Branco; Educadora Física Sonia de Castilho; e Odontólogo Dr. Gilberto Casanova. Baseado na experiência do Educando Educadores em Diabetes, que já realizou 28 cursos em diversos estados e municípios, a equipe desenvolveu um programa e conteúdo para os profissionais que lidam com a população da rede básica de saúde nestas regiões com suas peculiaridades, como, por exemplo, atendimento a grupos indígenas e povoados ribeirinhos. O projeto SBD tem a parceria da World Diabetes Foundation (WDF) e o apoio da ADJ Diabetes Brasil. A primeira edição foi realizada em 2014, em Boavista (Roraima). De 16 a 20 de junho, Manaus (Amazonas) recebeu o projeto, onde participaram 83 médicos e profissionais de saúde. O programa conta com uma carga horária de 40h, dividida em aulas teóricas (baseadas na metodologia PBL) e oficinas práticas sobre alimentação (dieta), monitorização da glicemia, insulinas, antidiabéticos orais, cuidados com os pés e com a cavidade bucal. Segundo relato da Dra. Claudia Pieper, a equipe viveu uma experiência marcante, e inesquecível, para todo o grupo antes do início da atividade. “Visitamos uma das tribos indígenas de etnia Sateré-Mawé, que mora às margens do Rio Negro. A matriarca desta comunidade teve uma de suas pernas amputadas e havia falecido devido a complicações do diabetes. “O atendimento médico só consegue chegar lá através de barcos ou lanchas. Nesta ocasião, a equipe do Educando Educadores Sem Fronteiras convidou o Tuxaua (cacique) e sua esposa para participarem do curso como ouvintes,” disse a Dra. Cláudia. A médica conta que eles estiveram presentes durante dois dias do curso, onde receberam orientações gerais sobre diabetes e, como doação, um glicosímetro e material para a realização de testes de glicemia capilar. O treinamento para usá-lo adequadamente foi feito pelas enfermeiras da equipe. “No último dia, todos os alunos participaram, e ajudaram no preparo, e realização da Feira de Saúde no Parque Municipal do Idoso, com entrada gratuita para a população”. A endocrinologista explicou, ainda, que a Feira abrangeu os sete comportamentos do autocuidado, relacionados ao conteúdo do curso, que englobam desde a avaliação do índice de massa corporal, risco de diabetes e realização de glicemia capilar até orientações sobre dieta, atividade física, higiene oral, medicamentos e insulinas. A Feira foi a avaliação final do curso. Outras duas Feiras de Saúde deverão ser organizadas e realizadas pelos próprios alunos, sendo que o projeto disponibilizou para tal glicosímetros e insumos para 2000 testes de glicemia. A alegria do grupo em participar do projeto é nítida e pode ser observada nas publicações feitas em uma fanpage, www.facebook.com/educandoeducadoressemfronteiras – recém-criada no Facebook, onde foram compartilhadas as experiências, com fotos e depoimentos dos participantes. Diversos veículos de comunicação acompanharam as atividades e o presidente da SBD, Dr. Walter Minicucci, esteve presente reforçando a importância que a entidade deu ao Educando Educadores Sem Fronteiras.n O atendimento médico só consegue chegar lá através de barcos ou lanchas. Nesta ocasião, a equipe do Educando Educadores Sem Fronteiras convidou o Tuxaua (cacique) e sua esposa para participarem do curso como ouvintes A Feira de Saúde mobilizou moradores e foi uma ótima experiência para os participantes, com atividades lúdicas. Antes do curso, o contato com grupos indígenas (foto menor) Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 15 14 de novembro Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 16 Compartilhar todo o processo de trabalho é fundamental para um engajamento maior das Regionais entidades parceiras e, também, o público Dia Mundial do Diabetes: A equipe de trabalho do Dia Mundial do Diabetes esteve reunida pela terceira vez este ano, na sede da SBD, traçando mais uma etapa das estratégias de trabalho e avaliando o que já foi feito na primeira parte do ano. O Dr. Marcio Krakauer, coordenador geral da campanha, se mostrou muito satisfeito com o que já foi obtido até o momento para que o 14 de Novembro seja, mais uma vez, especial. Na reunião, além do coordenador, esteve presente a Dra. Marisa Cesar Coral, presidente da Comissão de Campanhas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). As duas Sociedades estão trabalhando ainda mais próximas em 2015 e a presença da endocrinologista na reunião foi fundamental para o avanço do trabalho de parceria. Também estiveram presentes, Elizabeth Camarão, assessora de imprensa da SBD; Anna Maria Ferreira e Maria Izabel Home de Mello, do staff da SBD; Malu Serraglio, responsável pela programação visual da campanha; e Cristina Dissat (da DC Press - Agência de Conteúdo), jornalista e coordenadora de mídias digitais do Dia Mundial do Diabetes. “Compartilhar todo o processo de trabalho é fundamental para um engajamento maior das Regionais e também do público”, comentou o Dr. Krakauer. São meses de trabalho e, por isso, é tão importante o envolvimento das Regionais e Comissões das entidades. Metas traçadas para o período foram finalizadas e outras começaram a ser colocadas em prática. O site do Dia Mundial do Diabetes assim como a Fanpage, no Facebook, vêm sendo atualizados regularmente. O comportamento e expectativas dos internautas são avaliados para o desenvolvimento das ações ligadas ao público. Promoções com jogos, pulseiras e pins, alusivos ao Dia Mundial, estão sendo realizados. A preferência do público é a pulseira do Dia Mundial e as promoções, onde esse brinde é incluído, são as mais disputadas na fanpage. Um trabalho junto com um grupo de Influenciadores Digitais do Dia Mundial do Diabetes começará no fim de julho e pretende dar continuidade ao relacionamento iniciado em campanha anterior, quando uma reunião com blogueiros foi realizada em São Paulo. As estratégias serão finalizadas no decorrer do mês. Algumas escolas procuraram a SBD para ações para o Dia Mundial e estão sendo analisadas. A participação da garotada é sempre bem-vinda. O Cristo Redentor e o Pão de Açúcar já confirmaram participação na Campanha, com a iluminação azul. Outros pontos turísticos já manifestaram interesse e a comissão está só aguardando a confirmação. As Regionais da SBD e SBEM serão estimuladas a se engajarem e enviarem fotos e nomes dos locais que aderirem à iluminação azul, no dia 14 de Novembro. No Maracanã, algumas reuniões ainda serão feitas nos próximos meses para definir uma proposta de programação, já que ainda não há tabela de jogos definida para o período. A partir de solicitações, será criado e Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 17 Mais um Passo a Frente publicado, também em julho, no www.diamundialdodiabetes. org.br, um Manual de Ações e Atividades. Desta forma, serão sugeridas ações de pequeno, médio e grande porte que podem ser realizados por grupos, associações etc. Uma atividade será feita durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, em novembro, em Porto Alegre, no estande da SBD. Algumas propostas estão sendo avaliadas para que haja um envolvimento maior dos profissionais de saúde presentes ao evento. Duas importantes parcerias serão divulgadas em breve. Uma com as Pedagiadas, empresas que administram estradas no país, e com uma grande orquestra sinfônica. Para levar a mensagem e aproximar o público da Campanha, o Dr. Marcio Krakauer está em negociações para a realização de eventos online, mas os detalhes só serão divulgados quando estiver mais concretizado. As regras do Concurso de Culinária não foram finalizadas, mas a parceria da SBD com a Band (emissora de TV) está andando muito bem, com receitas veiculadas todas as semanas para pessoas com diabetes. Em 2014, o resultado foi excelente, o que é um passo importante para que se repita, em outro formato, este ano. Uma divulgação ligando diversas entidades importantes acontecerá em breve, mas que só pode ser informada após a ação ser iniciada. Segundo o Dr. Krakauer será de grande impacto e vai chamar a atenção da imprensa e do Governo Brasileiro. Exemplos de boas condutas, mudanças de hábitos, os índices glicêmicos são alguns dos pontos que farão parte das mensagens da campanha 2015, que pode ser acompanhada e compartilhada pelos associados nos canais de comunicação do Dia Mundial do Diabetes. n Rede Sociais Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 18 Curtir ou Não Curtir, Eis a Questão Por Cris Dissat A tire a primeira pedra quem nunca clicou no botão “curtir” do Facebook ao receber uma notícia triste. Muita gente faz isso sem perceber, o que não é o ideal. Esse deslize é relativamente pequeno, já que a tradução exata do botão “curtir” se modificou ao longo do tempo. Quando o Facebook surgiu, em fevereiro de 2004, essa ação era apenas a manifestação de “gostei”. Onze anos depois, passou a significar que você leu a publicação. Ou seja, muita coisa já mudou. Mas esse fato é apenas um no meio da grande confusão dentro das questões que envolvem as publicações na Rede Social. A velocidade das novidades no universo da comunicação não é comparável a nenhum outro momento da história. Para complicar, a rapidez das mudanças não possibilitam aos usuários assimilar ou aprender como usar melhor a ferramenta, por isso, ter cuidado é sempre o melhor caminho. Entre as sugestões dos especialistas está começar pelo básico e não sair com- partilhando tudo o que acontece na sua vida, ou ainda, definir públicos e grupos que podem ver suas publicações. Se ficou na dúvida se deve ou não publicar, espere. Ou ainda, pense: será que você diria o mesmo na vida real? Esse é um bom exercício para não se arrepender mais tarde. Simples: bom senso. Como é uma ferramenta nova, as opiniões, inclusive entre os heavy users (usuários muito experientes) se dividem. Compartilhar, reencontrar amigos, mobilizar por causas importantes, divulgar atividades que auxiliam na educação e qualidade de vida etc. estão entre os pontos positivos das redes sociais, mas é preciso cautela. Faça uma reflexão rápida sobre suas últimas publicações. Se arrependeu de alguma? Se a resposta foi não, você tem menos chances de se preocupar. Na área médica, a grande dúvida entre os profissionais que utilizam a rede é saber quem está por trás de um perfil: a pessoa ou o médico? No site do Conselho Federal de Medicina um item aborda o uso das redes sociais por profissionais de saúde no momento de relacionamento com a impren- sa. (http://portal.cfm.org.br/publicidademedica/pubpropaganda4.html). Para Ana Bambrilla, especialista em redes sociais pela Universidad Austral, de Buenos Aires, o médico pode e deve usar seus perfis como qualquer outro ser humano que posta conteúdo sobre suas preferências, opiniões diante de assuntos genéricos, fotos de amigos, um belo prato de comida. “O que difere é quando fala de sua profissão e rotina de trabalho. Aliás, qualquer profissional deveria ter cuidado para abordar este tema em seus posts. Mas do médico se esperam mais cuidados.” Para a jornalista, o profissional de saúde não trabalha apenas para uma empresa, hospital ou convênio de saúde. “O alvo do seu trabalho é a vida de outro ser humano, o que acaba sendo muito mais complexo e delicado. Mas, de forma geral, nessas redes mais comuns que usamos diariamente, a conduta do profissional de saúde não precisa ser discreta.” INTERNET SE APRENDE NA ESCOLA Diante do que tem visto por aí, ainda há muito que aprender no mundo digital. Mas será que usar as redes sociais Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 19 se aprende na escola? A resposta é sim. Um novo estilo de ensino existe no Rio de Janeiro, no Colégio Estadual José Leite Lopes/Nave. Trata-se de uma parceria público-privada da Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC) com o Instituto Oi Futuro. O NAVE é uma instituição de ensino profissionalizante de excelência em tecnologia de multimídia. Além da formação no Ensino Médio, os alunos têm acesso às disciplinas necessárias para a introdução da cultura digital. O colégio desenvolve metodologias de aprendizagem, baseadas nas tecnologias de informação e comunicação, de forma a contribuir para a inserção dos jovens no cenário atual de evolução tecnológica. O uso de celulares, redes sociais e internet é rotina entre os alunos e inserido, naturalmente, dentro das disciplinas. A professora de Português, do terceiro ano, Renata da Silva Barcellos explica que o estilo da escola permite um aprendizado diferenciado. “O uso correto das redes sociais e da internet se aprende, sim, na escola. A ética é um bom exemplo. Quando o aluno entra Espaço de convivência com computadores e a possibilidade. Professores Carlos Teles e Renata da Silva Barcellos em umas das salas do NAVE no primeiro ano, esbarramos com situações complicadas, mas faz parte da dinâmica trazer palestrantes para falarem sobre como devemos usar as redes e conscientizar os alunos.” Os próprios professores realizam dinâmicas para discutir o tema e, no caso de qualquer problema, é possível agir mais rapidamente e conversar com os alunos. Carlos Teles, professor de História, explica que as dúvidas acontecem. “Trabalhamos com grupos fechados dentro do Facebook e lá explicamos as melhores condutas e como agir com bom senso dentro de uma rede social”, conta. Entre as questões abordadas estão o uso melhor do inbox para determinados as- suntos e entender sobre a necessidade ou não do imediatismo. Assim como ocorre invasão da privacidade entre médico e paciente, o mesmo acontece entre professor e aluno. Os professores esclarecem para os alunos a importância e o porquê de respeitar a privacidade de cada pessoa. “O professor precisa colocar limites e eles entendem isso. O mais difícil é separar quem é o professor e quem é a pessoa. Outro dia, brinquei com um deles que agora eu ‘estava’ de Renata e não professora”, comenta Renata. O aprendizado na Escola extrapola para a família. No início das redes sociais, muitos alunos ensinavam aos pais a melhor forma de usar. “Uma espécie Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 20 Para as crianças, que nasceram dentro do mundo digital, tudo é muito mais simples e intuitivo. Aprender como lidar ainda nessa fase é essencial para a formação. de alfabetização digital. É importante deixar claro para os pais que nem sempre estar no Facebook significa que você está se divertindo. Você pode estar trabalhando”. O NAVE também promove reuniões com responsáveis para tratar do tema, explicando a dinâmica de trabalho da Escola. Segundo o relato dos professores, ao chegar ao terceiro ano, já sabem se posicionar e entender melhor o mundo digital. Carlos explica que é fundamental falar sobre o assunto porque, muitas vezes, eles entendem mais do que os mais velhos e isso pode aproximar as gerações. O professor conta que chegando em sala avisou que não estavam achando o controle remoto do ar-condicionado e que os alunos tivessem um pouco de paciência até resolver. Um deles comentou que tinha um aplicativo que transformava o celular em um controle remoto. Ligou e resolveu o problema. “Interagir com eles aproxima e cabe a nós falar sobre a ética, ensinar a hora certa e a errada de fazer determinada coisa e criar um senso crítico entre os alunos. Para nós, tudo o que acontece é de forma natural dentro do NAVE”, comenta a professora. O Prof. Carlos explica que precisou se reinventar. “É preciso abrir a caixinha e entender esse novo universo”. Existe uma troca de informações e um intercâmbio enorme com a equipe de TI da Escola e os professores, mostrando que a internet e as redes sociais são ferramentas fantásticas de trabalho, desde que se saiba usar. Os professores lembram que, como em qualquer área, existe uma curva de aprendizado que precisa ser realizada e que vai do básico até o melhor entendimento dessa nova comunicação. “Eles, também, nos ensinam muito. Trazem suas descobertas para a sala de aula para serem discutidas”, afirma Renata. Para aprender melhor, sugerem que é preciso uma experiência lúdica. No primeiro momento o Facebook parece uma rede de diversão, fofoca e lazer, mas dentro das “pseudobobagens” existe muita informação. Compartilhar conhecimento é uma excelente forma de colaborar para melhorar o conteúdo publicado. QUEM SOU EU? Entre as sugestões dos professores está a separação do seu perfil pessoal do profissional e isso pode ser feito de forma simplificada, criando níveis de exposição (editando a privacidade no perfil do Facebook). Dessa forma, você como profissional pode compartilhar brincadeiras, momentos de lazer, assuntos pessoais etc. para um determinado grupo de amigos e familiares. Em outros momentos, que se queira dividir experiências profissionais, trabalhos, etc. escolha outros de interesse. Se você publica para todos, é preciso bom senso. “Se os alunos não sabem separar o professor da pessoa, o paciente não fará o mesmo com seu médico”, explica Carlos. O mundo digital e mundo real se completam e em vários momentos interagem. Bom senso e cuidado com a sua imagem é importante nesse novo formato de comunicação. O assunto tem sido tão recorrente que já existem manuais e dicas para uma melhor condução da imagem nas redes sociais. Entre as várias dicas: observar como você vê as publicações de seus colegas e adaptar para seu perfil; se aceitar pacientes como amigos, use grupos e edite sua privacidade; lembrar que o Facebook não é um Big Brother, então cuidado com o que publica para não se arrepender depois; problemas acontecem com todos, mas será que todo mundo precisa saber?; atenção pois publicações podem ser utilizadas como prova em processos; e cuidado com itens proibidos pelo Código de Ética Médica, pois alguns se aplicam também às redes sociais. Se ainda não se convenceu a rever conceitos, saiba que existem ferramentas no mundo corporativo que estão avaliando milhões de perfis e monitorando a rede 24h por dia. Curtiu? Ficou preocupado? Ainda dá tempo de rever conceitos e se sair bem na Rede. n JANUMET XR: • Potente redução da HbA1c;1 • Estabilidade de peso;1 • Baixo risco de hipoglicemia;1 • Conveniência de uma vez ao dia2 Indicações de JANUMET XR para pacientes com diabetes tipo 22 • Como terapia inicial; • Para pacientes não controlados com metformina; • Em combinação com uma sulfonilureia, uma glitazona ou com insulina. Dosagem Esquema conveniente de dosagem, sempre uma vez ao dia2 Ao ministrar JANUMET XR, a dose de sitagliptina é sempre de 100 mg ao dia.2 A dose inicial para pacientes que já recebem metformina deve ser de 100 mg de sitagliptina e a dose de metformina já prescrita. A dose de metformina deverá ser ajustada conforme necessário e individualizada com base no esquema atual do paciente, na eficácia e na tolerabilidade, desde que não exceda a dose diária máxima recomendada de 100 mg de sitagliptina/2.000 mg de metformina de liberação prolongada.2 JANUMET XR deve ser administrado uma vez ao dia com a refeição, com elevação gradual da dose para reduzir os efeitos colaterais gastrintestinais causados pela metformina.2 A dose inicial total recomendada para pacientes que não recebem metformina é de 100 mg de sitagliptina/1.000 mg de cloridrato de metformina de liberação prolongada uma vez ao dia, com elevação gradual da dose recomendada. Posologia e potência JANUMET XR 50 mg/500 mg Dois comprimidos uma vez ao dia 50 mg de sitagliptina JANUMET XR 50 mg/1.000 mg Dois comprimidos uma vez ao dia 50 mg de sitagliptina Metformina HCl = cloridrato de metformina. 500 mg de metformina HCl 1.000 mg de metformina HCl Imagem meramente ilustrativa, não reflete o tamanho real do medicamento. Atividades Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 22 Departamento de Enfermagem e Cuidados com Pacientes com Diabetes “O Departamento de Enfermagem da SBD realizará um Simpósio para os enfermeiros, em parceria com o COREN-SP, para estreitar os laços com o Conselho Regional da categoria em prol da ampliação do debate em outras regiões.” R ecentemente, questões importantes sobre a atuação do enfermeiro foram, mais uma vez, colocadas em pauta pela equipe do Departamento da SBD. Em abril, uma reunião foi coordenada pela Dra. Marcia Camargo de Oliveira, coordenadora do Departamento de Enfermagem, contando com profissionais de diversos hospitais. Dentre eles, o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Nove de Julho, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital AC Camargo, Hospital das Clínicas de São Paulo, Hospital Sírio Libanês, Hospital do Coração (HCor), Hospital Beneficência Portuguesa, Hospital de São Paulo, Hospital Edmundo Vasconcelos e Hospital São Luís. Cada unidade de saúde foi representada por um enfermeiro que, de alguma forma, está envolvido com diabetes, mais precisamente com pacientes internados. De acordo com os representantes do Departamento, o objetivo foi discutir o trabalho das equipes de enfermagem com o paciente interno, com diabetes. Dentre os tópicos debatidos na reunião estão: • Protocolo de cuidado; • Acompanhamento do paciente diabético internado; • Rotina da monitoração da glicemia capilar desses pacientes, e como ela é verificada (aparelho, horário padrão); • Qualificação da equipe para manusear os diversos tipos de insulinas; • Reciclagem dos profissionais em relação aos cuidados com esses pacientes; • Autonomia da enfermagem no cuidado; • Anotações dos resultados na aplicação da monitoração da glicemia; • Protocolos de hiperglicemia para as unidades de internação; • Parceria com o profissional de nutri- ção para um melhor monitoramento dos horários pré e pós prandiais; • Atendimento e necessidade de prescrição médica no tratamento do paciente com hipoglicemia; • Uso da bomba de infusão de insulina durante a internação hospitalar. Segundo a Enfa. Paula Pascali, vice-coordenadora do Departamento de Enfermagem, a proposta é que, futuramente, a SBD organize novas reuniões fora da capital paulista e promova fóruns, buscando abordar de forma pontual cada uma das questões citadas. Com o aval do Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD, e do Departamento de Hiperglicemia Hospitalar da SBD, que conta com a coordenação do Dr. Rubens Sargaço, a ideia é apresentar as conclusões destas reuniões e criar, junto com o Departamento, um documento onde a equipe de enfermagem tenha participação efetiva na elaboração de alguns pontos relacionados ao paciente internado. Porém, esse não é o único projeto do Departamento. Um projeto antigo do grupo ligado ao gerenciamento do resíduo, gerado pelos pacientes em tratamento deve ser iniciado. A Enfa. Paula informou que o objetivo é saber como estão sendo descartadas as agulhas, seringas, lancetas, agulhas para canetas, tiras reagente com sangue, os frascos e os refis de insulina nas residências, uma vez que não há uma legislação para esse tipo de descarte em domicílios, apenas em unidades de saúde, hospitais e farmácias. Também será colocada em pauta a proposta de legislação para coleta e destino final deste lixo. Ela acrescentou, ainda, que, através de pesquisa, foi constatado que cada unidade de saúde tem sua própria regra com relação ao descarte deste material. Para entender melhor a questão do descarte inadequado desse material, o Departamento da SBD se reuniu com a enfermeira responsável e coordenadora médica do Programa de Diabetes da Prefeitura do Estado de São Paulo. O Departamento afirma que a intenção é promover uma reunião com a Prefeitura e vereadores da Assembleia Legislativa de São Paulo para apresentar o projeto. Outro problema observado, através de pesquisa, segundo a Enfa. Paula, é com relação a percepção do profissional sobre o descarte do material contaminado. Dentre as questões abordadas estiveram: o local de descarte dos perfuros cortantes, o destino utilizado para o recipiente deste material e se há nas unidades distribuidor para os pacientes realizarem esse descarte. A SBD explicou, ainda, que também faz parte deste projeto um vídeo educativo e de conscientização para o descarte do lixo doméstico, se encontra em andamento, e será apresentado no Congresso da SBD. O Departamento de Enfermagem afirma que o objetivo é deixar uma cópia desses vídeos nos postos de saúde e hospitais. Além disso, será produzido um folder que deverá ser distribuído nos consultórios médicos. Para finalizar, o Departamento da SBD informou que realizará um Simpósio para os enfermeiros, em parceria com a entidade e o COREN-SP. O objetivo, segundo o setor, é estreitar os laços com o Conselho Regional de Enfermagem buscando ampliar para outras regiões o debate. O tema será “Atenção de Enfermagem no Cuidar das Pessoas com Diabetes, Atualização no Manejo da Terapia com Insulina e Monitoração da Glicemia”. O evento está marcado para o dia 25 de agosto, na Sede do COREN-SP. n Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 23 Ponto de Vista Foto: pixinoo Foto: Ricardo Oliveira Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 24 Dr. Ney Cavalcanti Quem Deve Usar Medicamento para Diminuir Colesterol? A penas aqueles que têm colesterol elevado, certo? Anos atrás, esta era a orientação, porém esta conduta vem se modifi- cando. O colesterol é uma gordura extremamente importante no nosso metabolismo. Tem várias e importantes funções. É matéria-prima obrigatória para a síntese dos nossos hormônios, gônadas (testículo, ovários) e adrenais. É componente da membrana de nossas células. Existe em grande quantidade na biles, que é essencial para a absorção dos alimentos no intestino. Como o colesterol é uma gordura, e o sangue é uma solução aquosa, ele necessita se unir as outras substâncias para se tornar solúvel. A associação dele com estas substâncias forma as chamadas lipoproteínas, através das quais o colesterol circula na corrente sanguínea. Duas das importantes lipoproteínas são a LDL e a HDL. LDL - sigla inglesa que significa lipoproteína de baixa densidade - é a responsável pelo transporte desta gordura do fígado para as células do corpo. Ela também é conhecida como o mau colesterol, porque se a quantidade desta gordura for maior do que as necessidades dos tecidos, haverá sobras, o que é um dos fatores que contribuem para o surgimento e evolução da arteriosclerose. A HDL, lipoproteína de alta densidade, faz o caminho inverso do da LDL. Ela carrega o colesterol dos tecidos, o levando de volta para o fígado. Por isso, ela é também chamada de bom colesterol. Quanto maior for a quantidade desta gordura nesta lipoproteína, mais eficiente está sendo a “limpeza” do colesterol dos tecidos. Há muito se sabe que a redução dos níveis da LDL colesterol sanguíneo diminui a probabilidade do surgimento e evolução das doenças arterioscleróticas. Inicialmente, o tratamento recomendado era a dieta, com restrição da ingesta dos alimentos ricos em colesterol e de outras gorduras. O resultado desta conduta foi muito menos eficaz do que o desejável. A redução do colesterol que se conseguia era inferior a 10%. Foram então tentados vários medicamentos que, infelizmente, tiveram seus usos abandonados. Pouca eficiência e efeitos colaterais, alguns graves, foram as causas. Na década de 1970, surgiu um novo tipo de droga, a estatina, que revolucionou a indústria farmacêutica. Há muitos anos é o medicamento mais vendido. Só um dos laboratórios que a comercializa faturou, em 2012, mais de 12 bilhões de dólares. Este tipo de droga é a mais eficiente em diminuir os níveis circulantes da LDL-colesterol e, obviamente, estaria indicado para os que o tenham elevados. O objetivo seria levar a níveis da LDL colesterol 100 mg/dl, ou menos. Além de diminuir os níveis do mau colesterol, as estatinas demonstraram outras ações benéficas. A principal é diminuir os níveis sanguíneos de substâncias que causam inflamação nas placas de arteriosclerose, o ateroma. Uma pla- ca com inflamação tem mais chance de se romper no contato contínuo com o sangue. Este rompimento é a causa mais frequente dos eventos cardiovasculares agudos (infarto e AVC). Por conta disso, é válido prescrever esta droga para quem já teve um desses eventos, independente dos níveis sanguíneos da LDL colesterol. Além desta indicação, as estatinas deveriam ser usadas, principalmente, por quem tivesse níveis elevados dessa lipoproteína. A monitorização deveria ser feita através da determinação da LDL colesterol, usando-se a quantidade necessária para levá-la a níveis iguais ou menores de 100 mg/dl. Nos últimos anos, no entanto, a Sociedade Americana de Cardiologia modificou, substancialmente, os critérios para sua indicação. Os níveis sanguíneos da LDL colesterol não são o principal critério para a sua indicação, a menos que sejam valores superiores a 190 mg/dl. Também recomendam que sua dosagem não seja utilizada como monitorização. Segundo a Associação, a indicação para seu uso deve ser feita pela presença ou não dos chamados fatores de risco: evento prévio, hipertensão arterial, diabetes mellitus, antecedentes familiares da doença, obesidade, etc. A dose recomendada, que deverá ser usada indefinidamente, será tão maior quanto maior for o número dos fatores de risco. Será que esse novo critério para o uso das estatinas é correto? n Mundo Digital Tecnologia & Diabetes* Para que a rotina de trabalho não seja afetada por algumas questões ou dúvidas na área da tecnologia, nossa coluna procura dar dicas que podem ajudar na hora que você não tem a quem perguntar. Se tem algum problema para esclarecer, basta mandar um e-mail que abordamos o tema na próxima edição. ESPAÇO INSUFICIENTE? – No mês de julho foi lançado o novo aplicativo do E-book da SBD. Você adorou a novidade e foi logo baixar a opção no Google Play ou na Apple Store, mas aí o seu smartphone avisa: não há espaço. Mas como? Já apaguei um monte de arquivos. Sem pensar muito você começa a desinstalar vários outros aplicativos para que libere espaço na memória do seu aparelho. Mas, talvez, tenha esquecido de um item que agora faz parte do uso da memória do seu celular. Os arquivos recebidos pelo Whatsapp. São muitos e você pode nem ter percebido quanto de espaço eles precisam. Fotos, vídeos e áudios vão ocupando a memória do seu dispositivo móvel. Para ganhar tempo, a melhor opção é conectar seu aparelho ao seu computador, abrir a pasta Whatsapp - criada automaticamente pelo seu telefone - e deletar. As pastas de imagens, fotos e vídeos são diferentes, por isso confira todas elas. Experimente fazer essa opção, antes de desinstalar aplicativos que poderão fazer falta mais tarde. Telefone liberado e pronto para baixar o app do E-book da SBD. n NAS NUVENS – A expressão é muito comum atualmente. Todo mundo guarda boa parte de seus arquivos na Nuvem. Mas afinal o que é essa Nuvem? Se você acha que se trata de algo abstrato está enganado. Para nós, sim, simples. Tirou do computador e dos dispositivos móveis está tudo certo e garantido no espaço cibernético. Mas essa Nuvem é física. Sim. São centenas de locais onde seus arquivos estão armazenados. Na Europa existem alguns, cujos endereços são divulgados e até tema de reportagens. Já o Google, com milhares de locais onde estão alocados milhões de megas HDS, não divulga os endereços onde estão essas estruturas. A questão é a segurança desses dados. Informação guardada e bem guardada pelo grupo, pelo menos até o momento. Ficou preocupado? Talvez. A sugestão é guardar com vocês algumas coisas que realmente achem que são imprescindíveis na sua vida. Agora, se o Google quebrar… bom, aí o mundo quebra também. Então, não precisa se preocupar tanto. n OS CUIDADOS COM O WHATSAPP – Recentemente, em um evento de tecnologia, um palestrante mostrou uma conversa entre ele e seu primo pelo Whatsapp. No papo, ele desejava boa sorte ao novo empreendimento e brincando escreveu “Bom Nespresso pra vc”. Para a surpresa dele, assim que entrou no Facebook, o primeiro anúncio que apareceu em sua timeline foi? Exatamente. Um anúncio do Nespresso. Pelas colocações e confirmações do caso, existe uma integração de leitura entre as duas ferramentas, lembrando que o Whatsapp foi comprado pelo Facebook. Ou seja, o que você conversa pessoalmente é bem mais garantido do que as digitações no celular. n POR QUE NÃO? – Em alguns eventos a opção já se tornou comum, mas na área de saúde ainda não. A sugestão é boa e poderia ser pensada. Já reparou que durante os eventos, começa a procura por tomadas dentro das salas de palestras? Por que não espalhar tomadas (as “réguas”) entre as cadeiras? Além de acompanhar notícias do evento e continuar conectado a consultórios, os médicos utilizam seus celulares para os registros dos slides de muitas apresentações. Com isso, o consumo é grande e as baterias não aguentam até o fim das atividades. Entre as dicas para quem não conseguir uma tomada está: ligar o “economia de energia” no smartphone; desligar o bluetooth; reduzir a iluminação; e desativar o “sincronize”, que faz com que as atualizações, inclusive de chegada de e-mails, seja interrompida. Para quem já viu algumas máquinas de carregamento em algum shopping, não precisa ficar com receio de usar, caso esbarre com uma delas. O sistema já funciona nos Estados Unidos. A diferença é que no Brasil não há cobrança para carregar o celular. A burocracia é complicada e inviabiliza a cobrança. Até que a burocracia serve para alguma coisa. n *Cristina Dissat, responsável pela coluna, é jornalista especializada em mídias digitais, com pós-graduação em comunicação digital. Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 25 Nutrição Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 26 Evidências dos Substitutos de Refeição em Obesos com Diabetes H á algum tempo que os substitutos alimentares estão inseridos em planejamentos alimentares de pacientes obesos, em busca da perda de peso. Entre esses produtos estão as barras de cereais e fórmulas em pó e em líquido que se propõem a substituir refeições. Até pouco tempo, estes produtos não possuíam versões voltadas para o controle glicêmico, reduzindo a possibilidade de adesão pelos pacientes também com diabetes. Além disso, o mercado brasileiro destes produtos ainda caminha a passos lentos. Atualmente, no país, são encontradas versões líquidas e sólidas de substitutos. Já nos Estados Unidos, existem outras alternativas. Diversos estudos divulgados apresentam evidências científicas em relação ao uso destes produtos. O Dr. Alexander Benchimol, endocrinologista e pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (GOTA - IEDE/RJ), do Departamento de Endocrinologia da Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e membro da atual Diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), acredita que o Brasil está caminhando bem nesse setor. Para ele, uma pesquisa realizada na China, conhecida como o Estudo de Shangai, foi um divisor de águas neste ramo. “O Estudo de Shangai foi feito com o objetivo de avaliar toda a parte metabólica, envolvendo a substituição. Ele foi randomizado e controlado, específico sobre o efeito metabólico, e seu resultado apresentou reduções dos níveis de hemoglobina glicada, peso, circunferência abdominal e pressão arterial”. Outro estudo citado pelo especialista é o LookAHEAD. “O estudo de Shangai e o LookAHEAD mostraram impactos muito bons no diabético acima do peso, tanto na perda de peso como no controle glicêmico. Portanto, evidências científicas existem. Mas é importante decidir com o paciente qual refeição vai substituir, como e quando, até para facilitar a adesão ao tratamento”. A análise do LookAHEAD mostra que a substituição de refeições por fórmulas líquidas foi o terceiro fator que mais ajudou na perda de peso dos pacientes, ficando atrás apenas da frequência dos pacientes nas consultas e do maior gasto calórico resultante da prática de atividades físicas. É sabido que a mudança no estilo de vida tem impacto e resultados positivos em qualquer paciente, mas precisa ser para o resto da vida. No caso das pessoas com diabetes, além de orientar dieta e atividade física, é preciso prescrever medicamentos e dar uma série de informações em relação ao controle glicêmico, de forma que o paciente consiga manter-se saudável e sem complicações. “Os substitutos de refeição, que mantêm o controle glicêmico dos pacientes, são um facilitador nestes casos. Sozinhos não resolvem a questão, mas ajudam na mudança do estilo de vida deles”. O especialista alerta para o fato de que a prescrição destes substitutos deva ser feita como a de um medicamento. Segundo ele, o profissional de saúde precisa conversar com o paciente, entender sua rotina alimentar, e indicar exatamente em qual horário, quantidade e como utilizar o substituto. Em relação a estes produtos, a American Diabetes Association (ADA) possui um posicionamento oficial de que o uso de alternativas industriais uma ou duas vezes por dia para substituir uma refeição habitual pode resultar em perda de peso significativa, mas a terapia de substituição de refeições deve ser mantida para o controle do peso. O Dr. Alexander Benchimol fez parte do grupo de autores de um algoritmo internacional publicado em 2012. O “Algoritmo Nutricional Transcultural para o Diabético” teve como objetivo expandir e facilitar a comunicação do profissional de saúde com seu paciente, bem como ampliar e implantar as diretrizes já publicadas, estimular a interação multidisciplinar, melhorar a aderência dos pacientes às intervenções clínicas e individualizar o tratamento. O médico adiantou que, junto com os doutores Fábio Moura, Walmir Coutinho e João Eduardo Nunes Salles, trabalhou na transformação e adequação deste algoritmo em forma nacional, com dados clínicos brasileiros. O documento já foi submetido para publicação e eles aguardam a aprovação. “O grande desafio desse algoritmo é mostrar de que forma os profissionais de saúde podem utilizar esses substitutos, como e quando usar, do ponto de vista clínico, através de evidências científicas, com o real impacto nos pacientes”. Para ele, o substituto de refeição é uma arma nutricional que deve ser utilizada com base na individualização do paciente, analisando o padrão alimentar do mesmo e trabalhando com o acompanhamento multidisciplinar. “É importante saber utilizar o substituto de refeição no paciente adequado para que se possa ter o resultado esperado com a terapia. Hoje em dia temos evidências que mostram como isso pode ser feito. Esperamos maior adesão nacional a essa terapia, com a publicação do algoritmo, do ponto de vista nutricional, com foco no Brasil”.n Comunicados SBD 27 P Anuidade SBD J á efetuou o pagamento da sua anuidade este ano? A SBD lembra que em novembro, sócios quites podem fazer a inscrição no Congresso da entidade com valores diferenciados. Além disso, um recente aplicativo do E-Book foi lançado, com acesso preferencial para os sócios. A SBD ganha força com a participação de profissionais de saúde dentro da entidade. Valores da anuidade: • Médicos R$ 280,00 • Profissionais da Saúde R$ 180,00 • Estudantes R$ 80,00 - Isentos residentes de endocrinologia • Residentes – Gratuito No site da SBD – www.diabetes.org.br – está disponível um formulário de sócio para preenchimento. Em caso de dúvida, [email protected] n Revista Diabetes Online V ocê reparou que na capa das edições da Revista Diabetes existe um QR Code? Ao direcionar a câmera do seu celular para o código (veja se tem o aplicativo instalado no seu aparelho), você tem o link de onde está a publicação dentro do site da SBD. Simples e prático. n ara maior interação com os internautas, a SBD tem uma nova forma de levar a seu público as últimas novidades sobre o diabetes, tratamento e outras questões ligadas à doença. O “Podcast da SBD”, coordenado pelo Dr. Walter Minicucci e como co-editor o Dr. Fernando Valente, tem sido publicado quinzenalmente. O novo canal conta com a participação de médicos brasileiros, comentando artigos internacionais, para que o profissional esteja informado sobre os últimos acontecimentos da especialidade. Quem visita o site da SBD pode escolher os podcasts pela numeração e encontrar artigos com diversos temas. No podcast 001, por exemplo, o internauta pode encontrar assuntos, como: Sleep Duration and Risk of Type 2 Diabetes: “A Me- Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 Podcast da SBD ta-analysis of Prospective Studies”, Diabetes Care.2015 Mar; 38(3):529-37 - Dr. Orsine Valente; “A Very Low-Carbohydrate, Low–Saturated Fat Diet for Type 2 Diabetes Management: A Randomized Trial”, Diabetes Care, 2014 Nov, 37(11):2909-1 - Dra. Cristina Alba Lalli; “Refractory Hyperglycemia After Gastric Bypass Surgery: A Novel Subtype of Type 2 Diabetes?” Diabetes Care, 2014 Dec; 37 (12): e254-5 - Dr. Sérgio Santoro; e “The role of glucagon on type 2 diabetes at a glance”, Diabetology Metabolic Syndrome, 2014 Aug 24;6(1): 91” - Dr. Sérgio Vêncio. Para quem acessa pelo celular ou tablet, é possível, também, fazer o download dos arquivos em áudio, tanto pela Apple Store, quanto pelo Google Play. Os podcasts ficam localizados no link: www.diabetes.org.br/podcasts-sbd-artigos-cientificos-comentados n Pesquisa Bomba de Insulina N a edição anterior foi publicada uma reportagem sobre o estudo de Bomba de Insulina pela SBD. Fizeram parte do estudo os seguintes especialistas, além da coordenação da Dra. Ana Claudia Ramalho: Denise Reis Franco, Edson Perrotti, Leonardo Garcia, Mauro Scharf Pinto, Monica Andrade Lima Gabbay, Solange Travassos, Suely Keiko Hohara, Walter José Minicucci, Miguel Hissa, Hemerlinda, Luiz Eduardo Calliari, Marcio Krakauer n Errata – Guia de Alimentos N a edição anterior da Revista da SBD foi veiculada a reportagem com o título “Um Guia de Alimentos para a População Brasileira e Profissionais de Saúde”. Na entrevista com a Dra. Marlene Merino, coordenadora do Departamento de Nutrição da entidade, foi incluída a frase “Uma das recomendações do Ministério da Saúde é que seja imprescindível que as nutricionistas se adaptem às condições específicas de cada pes- soa”, como sendo de sua autoria. Mas, na verdade, a frase correta, dita pela especialista, durante a entrevista, é: “Embora o foco do Guia Alimentar seja a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades, suas recomendações poderão ser úteis para patologias específicas. Nesse caso, a recomendação do Ministério da Saúde é que seja imprescindível que nutricionistas adaptem as recomendações às condições específicas de cada pessoa”. n Pelo Brasil Simpósio de Atualização A Mutirão em Aracaju Congresso Multidisciplinar em Diabetes A E Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju realizou o Mutirão de São João, no dia 20 de junho, e, como nas edições anteriores, a organização e coordenação ficou a cargo do Centro de Diabetes de Sergipe, dirigido pelo Dr. Raimundo Sotero. O evento teve como objetivo conscientizar a população sobre o diabetes, realizar um diagnóstico precoce, evitar o aparecimento da doença e, caso a pessoa seja portadora, conduzir o tratamento adequado da melhor forma. Palestras, exames de glicemia, avaliação ponderal e distribuição de materiais educativos foram feitos durante todo o evento, que conta com Associação Sergipana de Proteção ao Diabético (ASPAD), FENAD e Prefeitura Municipal de Aracaju. n ntre os dias 23 e 26 de julho acontece o 20º Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), em São Paulo. O objetivo do evento, que tem como presidente o Dr. Fadlo Fraige Filho, é levar os avanços para a prática diária no tratamento do diabetes e discutir, com os gestores do Ministério e Secretarias de Saúde, a política da especialidade no Brasil. A programação conta com 44 simpósios e mais de 200 palestras apresentados por endocrinologistas brasileiros e convidados internacionais, além de oficinas, cursos multiprofissionais e apresentação de Temas Livres. n Foto: Celso Pupo Regional da SBD no Paraná realizou, nos dias 9 e 10 de maio, na Associação Médica do Paraná, um Simpósio de Atualização com o tema “Lipo-hipertrofia e Lipodistrofia. A presidência da atividade ficou à cargo da Dra. Rosangela Roginski Réa e a coordenação geral foi do Dr. Edgar Niclewicz. Entre as apresentações, temas como equipamentos, técnicas de aplicação de insulina e lipodistrofia, realizada pelo Dr. Marcio Krakauer, coordenador do Núcleo Digital da SBD. Já o Dr. Mauro Scharf falou sobre o uso de bombas de Insulina e das Lipoatrofias Raras. A última palestra do dia foi ministrada pela Dra. Ana Antunes, que abordou questões relacionadas à “lipodistrofia generalizada”. n Simpósio de Enfermagem em SP N o próximo dia 25 de agosto acontecerá o Simpósio “Atenção de Enfermagem no Cuidado às Pessoas com Diabetes - Atualização no Manejo da Terapia com Insulina e Monitorização da Glicemia”. O evento é organizado pelo Departamento de Enfermagem da SBD, coordenado pela Dra. Marcia Camargo de Oliveira . O Simpósio acontece na sede do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), localizado na Rua Dona Veridiana, 298, Santa Cecilia. As inscrições são gratuitas e estarão disponíveis a partir do dia 5 de agosto, no site: www.coren-sp.gov.br. n Congresso de Atualização da SBEM D Foto: Celso Pupo Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 28 e 11 a 14 de agosto será realizada mais uma edição do Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia (CBAEM 2015). O evento, promovido pela SBEM Nacional, acontecerá em Vitória (ES), no Centro de Convenções da capital. O Dr. Albemar Roberts Harrigan está na presidência da atividade. As inscrições podem ser realizadas no site: www. cbaem2015.com.br. Os valores são: R$950 sócio SBD, SBEM e Abeso; R$1.350 para não sócio ou inadimplente; R$670 para residentes e pós-graduandos; R$580 para estudantes de graduação; R$670 para outros profissionais. n Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 29 Diabetes Bahia 2015 N os dias 21 e 22 de agosto a SBD Regional Bahia, presidida pela Dra. Odelisa Silva de Matos, realizará o Diabetes Bahia 2015. O evento será no Pestana Bahia Hotel, em Salvador, e tem como objetivo oferecer atualização científica, contemplando as diversas fases da vida e o diabetes: infância e adolescência; adulto; e idoso. As inscrições até o dia 31/07, variam entre R$80 e R$250. Para mais informações sobre a programação e convidados, acesse: www.abmeventos.org.br/ agenda/prg_eve_det.cfm?eve=97 n Falando Sobre Diabetes Grandes Estudos, Questões Práticas e Desafios A nona edição do Curso de Atualização no Tratamento do Diabetes, CATD, realizado no Rio de Janeiro, seguiu a linha que vem desenvolvendo desde a primeira edição. Trazer informações recentes e de uso prático para melhoria no tratamento do paciente diabético. Para os organizadores, o desafio é a gama de opções para o tratamento, exigindo endocrinologistas bem preparados. À frente, os doutores Roberto Zagury e Leão Zagury. Temas como diabetes Mody, grandes estudos e a produção de medicamentos fizeram parte do evento. Entre os palestrantes, a Dra. Rosane Kupfer, da diretoria da SBD; Dr. Marcio Krakauer, coordenador de Campanhas e da área de tecnologia da SBD; Dr. Fábio Trujilho e Dr. Rodrigo Moreira, membros da diretoria da SBEM; e o Dr. Freddy Eliaschewitz, presidente da Comissão de Pesquisa Clínica da SBEM. O coordenador do CATD, Dr. Leão Zagury, enfatizou a importância da atualização. “Os pacientes estão cada vez mais informados e altamente questionadores.” n Foto: Arquivo DC Press C om o apoio do Centro de Diabetes Curitiba, a Regional SBD Paraná está à frente de mais uma edição do “Diabetes Paraná”. O evento, presidido pelo Dr. Edgar Niclewicz, acontecerá nos dias 28 e 29 de agosto, na sede da Associação Médica do estado. As inscrições para o Congresso devem ser feitas no site: www.diabetesparana. com.br. Os valores até o dia 15 de agosto são: R$350 para a SBD, Sociedade Brasileira Clínica Médica; SBEM; SBH; SBC; R$370 para não sócios; R$260 para residentes, pós-graduandos, mestrandos e doutorandos. n Agenda Foto: ra2studio Vol. 22 - nº 03 - julho 2015 30 Agosto 2015 Setembro 2015 Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia – CBAEM 2015 51st EASD Annual Meeting, Stockholm 11 a 15 Centro de Convenções, Vitória, ES Informações:www.cbaem2015.com.br (51) 3086-9100 Data: Local: 14 a 18 Local: Estocolmo, Suécia Informações: www.easd.org Data: Outubro 2015 Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão 54th European Society for Paediatric Endocrinology Annual Meeting Data: 13 Data: a 15 Local:Windsor Barra Hotel, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro Informações: www.hipertensao2015.com.br / (51) 3086 9100 Diabetes Paraná 2015 28 e 29 Local: Associação Médica do Paraná, Curitiba, PR Informações: www.diabetesparana.com.br (11) 3849-0099 Data: 7º EndoRio 28 e 29 Local:Windsor Atlântica Hotel, Copacabana, RJ Informações:www.sbemrj.org.br (21) 2527-1487 Data: 1a3 Barcelona, Espanha Informações: www.eurospe.org Local: EndoBridge 2015 15 a 18 Antalya, Turquia Informações: endobridge.org/2015 Data: Local: 15 International Thyroid Congress th 18 a 23 Orlando, EUA Informações: www.thyroid.org/itc2015 Data: Local: XVII Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 20 a 23 Hangar Centro de Convenções, Belém, PA Informações: www.sbcbm2015.com.br / (51) 3086-9101 Data: Local: Novembro 2015 XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes 11 a 13 Centro de Convenções FIERGS, Porto Alegre, RS Informações: www.diabetes2015.com.br (51) 3086-9100 Data: Local: World Diabetes Congress 30 a 04 dez Vancouver Informações:www.idf.org/ worlddiabetescongress Data: Local: Dezembro 2015 44º Encontro Anual do IEDE 11 a 13 Hotel Portobello, Mangaratiba, RJ Informações:www.assex.org.br (21) 2224-8587 Data: Local: