doenças respiratórias
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doenças respiratórias
Nº 108 Junho/2013 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS As grandes vilãs do inverno A Dra. Cristiane Dias Levy, diretora do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, credenciado Cabesp, explica sobre as principais doenças respiratórias: •Resfriado: inflamação e infecção aguda do nariz e garganta, causadas por vírus. O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou pessoalmente com o doente; •Gripe: também causada por vírus, é uma infecção mais grave do que o resfriado. Provoca dores musculares, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias. É contagiosa. Entre as complicações estão a bronquite e a pneumonia; •Laringite: inflamação da laringe, geralmente causada por vírus ou bactérias. Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta; •Sinusite: desencadeada pela obstrução dos óstios (poros) de drenagem dos seios da face, favorece a retenção de secreção e a infecção bacteriana secundária; •Asma: os sintomas são chiado e dificuldades para respirar. Geralmente ocorre com a exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergias; •Bronquite: inflamação dos brônquios. Os sintomas são tosse persistente, com expectoração de catarro. A forma aguda surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem SAIBA MAIS: foto: office.microsoft O período mais frio do ano vem sempre com uma ameaça à saúde, principalmente das crianças: as doenças respiratórias, muito mais frequentes no inverno. Um fator desencadeante é o retorno das férias e às salas de aulas, espaços fechados que favorecem a passagem dos vírus de uma criança para outra. Outro público muito atingido é o de idosos, que têm maior risco de complicações decorrentes das infecções respiratórias. Saiba mais sobre as doenças dos meses frios e aprenda a prevenir-se: durante anos. Os sintomas podem ser parecidos com os da asma; •Pneumonia: doença aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões. Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral. É comum ser provocada por vírus ou bactérias. Leia mais sobre o tema nas páginas 2 e 3 Vírus ou Bactéria, como reconhecer? Os 45 anos da Cabesp Diabetes – mude seus valores O uso correto do fio dental Espaço Saúde Cabesp esteve presente no Guarujá 2 3 4 5 8 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Previna-se Acompanhe o que recomenda a Dra. Cristiane Dias, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia: •Mantenha o organismo hidratado; •Evite fumar ou se expor a ambientes com muita poeira ou fumaça; •Mantenha o ambiente arejado; •Evite o contato com pessoas gripadas ou com resfriados; •Mantenha a respiração sempre pelo nariz e não pela boca, pois as narinas têm a função de filtrar o ar e aquecê-lo; •Lençóis, edredons e roupas devem ser expostos ao sol e lavados sempre que necessário; •Quem tem bronquite, asma ou sinusite deve evitar o contato com bichos de pelúcia, tapetes e produtos que possuem pelos; •A alimentação deve ser balanceada com sopas e caldos ricos em verduras, legumes e frutas – principalmente aquelas com vitamina C, como a laranja. foto: office.microsoft Como se tratar? Os tratamentos das doenças virais é sintomático: ingestão de líquidos e alimentação balanceada. Nos casos de infecção bacteriana e de gripe, deve-se seguir a orientação do médico responsável. Vírus ou bactéria – como reconhecer? Nem todas as doenças respiratórias são iguais e elas se modificam conforme o local de acometimento e agente causador, lembra Dra. Cristiane Dias, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia. “O grande número de doenças que ocorrem com maior frequência durante os meses frios (resfriados, laringites, bronquites e mesmo pneumonias) é provocado, na sua maioria, por vírus”, afirma. Segundo ela, as infecções respiratórias mais frequentes, como o resfriado comum, manifestamse habitualmente por: a) Febre baixa; b) Secreções no nariz – líquidas e transparentes; c)Tosse seca ou com uma pequena quantidade de secreções. Estas são habitualmente as secreções do nariz que deslizam até a garganta, 2 onde a tosse é um mecanismo fundamental para a sua remoção. Por vezes a tosse é rouca, irritativa, que surge por ataques. Essas infecções também podem ser causadas por bactérias: apesar do seu curso habitualmente inocente, em crianças e idosos podem evoluir de forma mais grave. Isso acontece quando as secreções ficam muito tempo acumuladas e acabam por ser infectadas por uma bactéria. “Neste caso, as secreções tornam-se mais espessas e mudam de transparentes para amareladas ou esver deadas,com febre alta”, informa Dra. Cristiane. Além das infecções respiratórias, as alergias costumam se agravar no inverno: rinite alérgica e asma brônquica. Fatores de risco das infecções respiratórias agudas? •Para crianças: mães tabagistas, locais aglomerados, falta de aleitamento materno antes dos seis meses de idade, desmame inadequado, baixo peso ao nascer e desnutrição; •Para adultos: tabagismo, comorbidades – predisposição para desenvolver a doença. Ex.: diabetes, neoplasia, etc. O vírus da gripe A (H1N1) O H1N1, que causou uma epidemia mundial em 2009, continua circulando no Brasil e no mundo. A vacina é a melhor estratégia disponível para prevenir esse tipo de gripe e suas consequências. Além da garantia da vacinação dos grupos vulneráveis, o Ministério da Saúde mantém algumas recomendações à classe aNIVERSÁRIO Pneumonia, a complicação Cabesp comemora mais frequente Décadas se passaram após ções dependem da saúde glo- 45 anos o descobrimento da penicilina bal do indivíduo, idade, bem como do tipo e da extensão da pneumonia nos pulmões. Indivíduos jovens e saudáveis geralmente são tratados com sucesso na maioria das vezes. Já pessoas mais idosas, fumantes, portadores de doenças cardíacas (insuficiência cardíaca) ou pulmonares (enfisema pulmonar) podem ser mais difíceis de tratar. Recomendações da SBPT: •Vacina contra gripe: muitas vezes uma gripe ou resfriado podem levar a um quadro de pneumonia. A vacinação contra gripe, principalmente em idosos, é uma boa maneira de se prevenir a pneumonia; •Vacina contra o pneumococo: é a principal bactéria causadora de pneumonia. É recomendada para maiores de 65 anos ou pessoas que tenham algum tipo de fator de risco para adquirir pneumonia (DPOC, insuficiência cardíaca, anemia falsiforme, esplenectomizados, etc); •Lavagem das mãos: para evitar contato com os microorganismos (germes) que podem causar pneumonia; •Tabaco: o cigarro causa lesões ao pulmão, reduzindo as defesas naturais do organismo contra infecções respiratórias; •Ter uma boa qualidade de vida: ter uma vida tranquila, fazer uma dieta adequada e praticar atividades físicas regularmente ajudam a aumentar as defesas do organismo. médica e ao público em geral. Para a população, destacam-se entre as recomendações: •Cuidados com a higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável; •Procurar um serviço de saúde caso apresente a síndrome gripal, que é definida pelo surgimento, simultaneamente, de febre de início súbito + tosse ou dor na garganta + cefaleia (dor de cabeça) ou mialgia (dor nos músculos) ou artralgia (dor nas articulações). Fontes: •Dra. Cristiane Dias Levy, diretora do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia – www.hospitalpaulista.com.br/ •Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – www.sbpt.org.br/ • Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia - www.sppt.org.br/ 3 Neste mês de junho, a Cabesp comemora o seu 45º ano de existência. Nascida por iniciativa de um pequeno grupo de banespianos que resolveu se desvincular da assistência à saúde oferecida pelo governo e procurar alternativas próprias, a Cabesp se tornou, ao longo dessas quatro décadas e meia, um dos maiores planos de autogestão do Brasil. Hoje, são quase 90 mil beneficiários atendidos em seus planos próprios e mais de 112 mil vidas atendidas/ano por uma rede composta de 13,4 mil credenciados. Graças à sua política de austeridade e segurança no controle de custos, investimentos e patrimônio, a Cabesp ganha destaque também sempre que o tema trata da questão da solidez. Segundo dados publicados no Relatório Anual de 2012, o seu patrimônio líquido – reserva da Caixa para os gastos futuros –, passou de R$ 4.510,8 milhões em 2011 para R$ 5.590,3 milhões em 2012 e o total dos investimentos de R$ 5.371,2 milhões para R$ 6.521,3 milhões, com crescimento de 23,9% e 21,4% respectivamente. A rentabilidade média consolidada das aplicações financeiras foi de 17,60%, acima da média das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs), de 15,35%. Tim Tim à Cabesp, a todos seus beneficiários e ao patrocinador Santander por mais este ano de muitas realizações. DENGUE É fácil combater, só não pode esquecer A dengue não dá trégua. Este ano, de janeiro a 23 de março, foram notificados 635.161 casos da doença, dos quais 1243 eram graves e 108 foram a óbito. Os números de notificação foram os maiores desde 2010. Por isso, é melhor não esquecer porque é fácil combater a dengue. Para que essa doença pare de fazer tantas vítimas, a sua cooperação é fundamental. •Por que não juntar um grupo de familiares, amigos e vizinhos e preparar a sua casa e a sua vizinhança para manter a vigilância contra o mosquito da dengue? •Não deixe água parada. divulgação e a pneumonia ainda assombra a população. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a pneumonia ainda mata mais de 40 mil pessoas ao ano no País e é a terceira causa de morte no mundo. Infecção no pulmão causada por vírus, bactérias ou germes. A gravidade da pneumonia e a ocorrência de complica- DIABETES Campanha prega mudança de valores de vida Há no Brasil, segundo dados da International Diabetes Federation, 13,5 milhões de pessoas portadoras de diabetes tipo 2 com a expectativa de um crescimento exponencial nos próximos anos. Como é uma doença silenciosa (pouco sintomática), muitas vezes o diabetes é diagnosticado tardiamente. Poucas são as pessoas, entre as diagnosticadas, que atingem padrões adequados de controle, o que faz o diabetes evoluir com complicações graves, especialmente as cardiovasculares que se constituem nas principais causas de mortes na atualidade. O que é Diabetes? Os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em açúcar, chamado glicose, que é absorvido para o sangue. A glicose no sangue é usada pelos tecidos como energia. A utilização da glicose depende da presença de insulina, uma substância produzida nas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo ela se eleva no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. Diabetes é justamente isso: a elevação da glicose no sangue – ou hiperglicemia. Atividade física regular é essencial A atividade física regular é essencial e de grande benefício para o controle do diabetes e de condições associadas como a hipertensão arterial, a obesidade, a hipercolesterolemia, etc. Além de facilitar o controle dessas condições, a atividade melhora o condicionamento físico, as dores musculares, articulares e dá uma sensação de bem-estar, além de melhorar o humor e a autoestima. A Sociedade Brasileira do Diabetes (SBD) lançou em junho uma campanha para informar sobre os efeitos maléficos dos maus hábitos alimentares, da vida sedentária, da ingestão de bebidas alcoólicas e do uso do fumo, além do stress da vida urbana. É este cenário que se pretende mudar. E a mudança depende da disposição para adotar um hábito de vida mais saudável, do diagnóstico precoce e da manutenção de tratamento adequado. Com o slogan “Diabetes. Mude seus Valores”, a SBD focou sua campanha ao público maior de 40 anos, conscientizando sobre o risco do desenvolvimento do diabetes tipo 2. Há três tipos principais de diabetes: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional. Tipo 1 – É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de diabetes, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. É mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens. Tipo 2 – Também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto, corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, embora, na atualidade, se veja esse tipo de diabetes com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade. Por ser pouco sintomático, o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a ocorrência de complicações no coração e cérebro e em outros órgãos (retina). Quando presentes, os sintomas mais comuns O diagnóstico de diabetes é bastante simples. Procure um médico de sua confiança ou a unidade de saúde próxima a sua casa para a medida da glicose no sangue e saber se você é portador de diabetes. 4 são: urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes à noite para urinar; sede excessiva; aumento do apetite; perda de peso; cansaço; fraqueza; vista embaçada ou turvação visual; infecções frequentes, sendo as mais comuns, as infecções de pele. Diabetes Gestacional – A presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez é denominada de Diabetes Gestacional. Geralmente, a glicose no sangue se normaliza após o parto. No entanto, as mulheres que apresentam ou apresentaram diabetes gestacional, possuem maior risco de desenvolverem diabetes tipo 2 futuramente, o mesmo ocorrendo com os filhos. O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher. Não é comum a presença de sintomas. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes conversem com seu obstetra e façam o exame de glicemia. Mulheres com maior risco de desenvolver a doença: idade materna mais avançada; ganho de peso excessivo durante a gestação; síndrome dos ovários policísticos; história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional; história familiar de diabetes em parentes de 1º grau; história de diabetes gestacional na mãe da gestante; hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes - www.diabetes.org.br/ Sociedade Brasileira de Endocrinologia - www.endocrino.org.br/ Por (*) Paulo Sergio Trevelin Picolo O uso correto do FIO DENTAL Não é um fato raro hoje em dia escovarmos os dentes com pressa e deixarmos de lado o fio dental. Mas essa pressa tem um preço. Agindo assim, estamos aumentando as nossas chances de desenvolver problemas periodontais como a gengivite e a periodontite, doenças que são causadas pelo acúmulo de placa bacteriana na superfície dos dentes. São dois os responsáveis pela remoção desta placa bacteriana: a escova de dentes e, nas regiões em que a escova não alcança, o fio dental. Existem estudos que mostram que a associação do fio dental com a escovação remove 26% mais placa bacteriana do que o uso apenas da escova. Para uma boa higiene oral e consequente boa saúde bucal é imprescindível a utilização do fio dental diariamente. E não faz diferença utilizar antes ou depois da escovação. Existem no mercado fios dentais de nylon, que por serem fabricados com muitas fibras de nylon podem rasgar ou desfiar mais facilmente durante o uso. Optando por este tipo, devemos escolher sempre os fios encerados, pois deslizam mais facilmente entre os dentes, resistem melhor ao desfiamento e ao rompimento e são mais suaves no contato com as gengivas. Um outro tipo encontrado é PTFE, fabricado com um filamento único que, apesar de ser mais caro, desliza mais facilmente entre os dentes. Ambos removem a placa da mesma maneira. Também encontramos no mercado a fita dental. O que diferencia a fita dental do fio dental é apenas o formato: o fio é um filamento bem fino e a fita é mais larga e achatada. O que determina a escolha entre um ou outro é a preferência pessoal, uma vez que a eficácia dos dois é a mesma. Recomendamos experimentar os dois tipos e escolher o que melhor se adaptar. Veja o modo correto de utilizar o fio dental: •Corte aproximadamente 45 cm do fio/fita dental e enrole as extremidades nos dedos médios, deixando uns dez centímetros entre os dedos; •Segurando o fio dental entre o polegar e indicador das duas mãos, deslize-o levemente para cima e para baixo entre os dentes, esfregando o mesmo contra os dentes, entrando um pouco na linha da gengiva (com cuidado para não machucá-la); •Utilize uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente a ser limpo; •Para remover o fio, use movimentos de trás para frente, retirando-o do meio dos dentes. (*) Paulo Sergio Trevelin Picolo é Cirurgião-Dentista na Auditoria e Regulação Odontológica da Cabesp ESTE ESPAÇO É SEU Mais incentivos às doações Recebemos do associado Rubens Alberto de Oliveira Rigo, do Rio de Janeiro, uma simpática carta elogiando a reportagem sobre doação de órgãos e sangue da edição 106 do Cabesp +Vida. Rigo pede para o jornal manter conteúdos editoriais que incentivem a doação de sangue e conta sua experiência como doador desde 1959, quando repôs 500 ml de sangue ao hospital onde nasceu sua primeira filha. Ele passou 32 anos com a rotina anual de frequência aos bancos de sangue de vários hospitais e completou um total de 7.500 ml doados. “A cada doação sentia um alívio, como se tivessem tirado dos meus ombros um grande fardo”, conta o associado. Que seu exemplo seja seguido, Rigo, porque, como se sabe, apesar das muitas descobertas científicas, ainda não se encontrou um substituto para o sangue humano. Por isso, sempre que precisa de uma transfusão de sangue, a pessoa só pode contar com a solidariedade de outras pessoas. DOE SANGUE, DOE VIDA - ALÔ PRÓ-SANGUE - 0800 55 0300 5 ESCLERODERMIA Saiba mais sobre essa doença autoimune A própria origem das palavras gregas que formam o termo – sklerosis (dureza) e derma (pele) – já dá uma ideia da potencial gravidade da doença: significa, literalmente, pele dura. Doença autoimune, a Esclerodermia é uma doença progressiva, que provoca o crescimento anormal do tecido conjuntivo (grupo de tecidos orgânicos responsáveis por unir, ligar, nutrir, proteger e sustentar os outros tecidos corpóreos). Não é comum, mas acomete entre 24 e 30 pessoas por milhão a cada ano, de acordo com dados do Programa de Esclerodermia da Universidade de Michigan, dos Estados Unidos. Foto: morguefile.com Segundo informações da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a incidência de doentes nos Estados Unidos gira em torno de 19 casos por milhão por ano e sua prevalência é extremamente variável entre 19 e 75 casos/ano por 100.000 habitantes. O fato de alguns sintomas iniciais lembrarem os do lúpus e os da artrite reumatóide, também doenças autoimunes, aliado à grande diversidade de manifestações, dificulta o diagnóstico. Geralmente ele é feito por meio da análise da história clínica do paciente e exames físicos e laboratoriais, que ajudam a determinar a extensão e a gravidade da doença, ou seja, quais partes do organismo foram afetadas e em que grau. Veja, nesta entrevista, o que informa o Dr. Silvio Figueira Antonio, médico reumatologista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Cabesp +Vida - O que é Esclerodermia? Dr. Silvio Antonio – É uma doença crônica, inflamatória, de origem não esclarecida, mediada por distúrbios na imunidade do indivíduo. Acomete diversos sistemas do organismo, sendo que várias especialidades médicas estão envolvidas no tratamento das manifestações clínicas que podem acontecer na sua evolução. 6 2 Como a maioria das doenças autoimunes, a Esclerodermia também é mais frequente em mulheres. Acomete cinco vezes mais mulheres do que homens. A denominação de Esclerodermia deriva da sua manifestação clínica mais frequente e que motiva a consulta ao médico: o endurecimento progressivo da pele, decorrente de uma fibrose aumentada e acentuada nas áreas acometidas. Quais são as formas clínicas da doença? A classificação das formas clínicas da Esclerodermia é bastante extensa. Porém, podemos dividir na forma limitada, com acometimento preferencial da pele, principalmente nos dedos das mãos, antebraços, região torácica e dorsal. A pele torna-se progressivamente mais espessa, brilhante, há perda de pelos e fica difícil a movimentação dos dedos pela restrição imposta pela falta de elasticidade. Outra forma é chamada de difusa, ou esclerose sistêmica progressiva, na qual além do envolvimento da pele, há acometimento de outros órgãos, principalmente o esôfago – causando refluxo importante e dificuldade de deglutição –, os pulmões (fibrose intersticial pulmonar) e também os rins. O que é o fenômeno de Raynaud? É a denominação de um sintoma muito frequente na Esclerodermia, uma manifestação de origem vascular: a alteração na resposta dos vasos ao frio e a reações de estresse, ocorrendo uma palidez dos dedos das mãos (e nos pés, menos frequentemente) seguida de posterior vermelhidão e arroxeamento, com dor ocasional devido à contração dos vasos. Mas nem todo fenômeno de Raynaud evolui para Esclerodermia, podendo ser uma manifestação isolada. Qual das formas é a mais grave? Por quê? A forma mais grave é a Esclerodermia difusa, principalmente quando há o envolvimento do pulmão, que, com a fibrose progressiva do tecido pulmonar, causa falta de ar. Devido ao espessamento dos alvéolos e comprometimento da microcirculação pulmonar ocorre uma condição bastante grave que se chama hipertensão pulmonar. Quando não controlada, leva a uma insuficiência cardíaca. Outra manifestação gravíssima e com alto índice de mortalidade na Esclerodermia é o que denominamos “crise renal esclerodérmica” na qual a hipertensão é muito importante no desencadeamento. Por isso, os pacientes com Esclerodermia difusa devem ter sua pressão arterial constantemente controlada, para evitar esta complicação. Como se faz o diagnóstico de Esclerodermia localizada? É uma situação mais comum aos dermatologistas. Há uma lesão dermatológica, geralmente avermelhada no seu início, mais frequente nas coxas e nos braços, que pode evoluir para uma cor acastanhada ou entremeada com áreas de descoloração, às vezes com dor no local e coceira, com intensidade variável. Com a evolução, ocorre uma atrofia do tecido subcutâneo e endurecimento da pele. Uma biópsia da região afetada faz o diagnóstico e permite planejar o tratamento. Como é o diagnóstico e o acompanhamento? O diagnóstico deve ser feito de maneira precoce com intuito de estadiamento da doença e de seu potencial de agressividade. Volto a dizer que o fenômeno de Raynaud é muito importante na suspeita clínica neste grupo de pacientes. A doença tem cura? Ainda não existe um tratamento único que controle todas as manifestações da doença. Vários protocolos com novas drogas estão em andamento, mas ainda necessitam de comprovação de seus resultados. O tratamento deve sempre ser individualizado planos cabesp e levar em conta os riscos e benefícios aos enfermos. Existe prevenção para esta doença? Apesar dos vários estudos e linhas de pesquisa nesta doença, não existe prevenção para todas as formas da doença, exceto naqueles casos em que o fator de risco de exposição profissional a agentes tóxicos é evidente. Abaixo os resultados dos planos de Assistência Direta, PAP, PAFE e FAMÍLIA relativos aos valores médios de janeiro até março de 2013 ASSISTÊNCIA Fontes: CABESP PAFE PAP •www.saude.gov.br DIRETA FAMÍLIA •Jornal Brasileiro de Pneumologia – “Formas não habituais do tabaco” – Viegas, RECEITA OPERACIONAL de uso10.153 523 Carlos Alberto 1.228de Assis 14.359 •http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/2008_34_12_13_portugues.pdf Receita com Brasileira Contribuições 7.955 465 1.226 14.353 •Associação de Odontologia - www.abo.org.br Coparticipação + Outras 1.340 58 2 6 Receita com Administração de Planos 858 0 0 -30.004 -892 -1.694 -15.403 Desp. Assistencial ( Médico + Odonto ) -27.462 -811 -1.662 -14.590 Despesa Administrativa -2.542 -81 -32 -19.850 -369 -466 -1.044 RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO+AJUSTE 49.144 487 119 508 SUPERÁVIT / DÉFICIT 29.293 118 -347 -536 RESERVA FINAL 5.297.527 50.968 9.277 35.281 BASE BENEFICIÁRIOS - UNITÁRIOS 53.337 3.116 1.078 31.375 DESPESA OPERACIONAL RESULTADO OPERACIONAL Fontes: •Dr. Silvio Figueira Antonio – CRM-SP: 44173 – é médico reumatologista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e credenciado Cabesp. •Sociedade Brasileira de Reumatologia www.reumatologia.com.br/ Valores em R$ Mil 0 -813 OBS 1 - Os saldos de reserva e base de associados são referentes a março de 2013 OBS 2 - Em razão do demonstrativo ser em R$ MIL, podem ocorrer divergências no somatório. MOMENTO MÃE Curso de Orientação à Gestante leva informações às futuras mamães FotoS: Ronaldo Romano 1 A Cabesp realizou, em abril, seu 41º Curso de Orientação à Gestante. Promovido pela Equipe de Promoção da Saúde, o curso foi realizado na sede da Cabesp, região central de São Paulo, e contou com a presença de 13 gestantes e seus acompanhantes (fotos 1 e 2). No evento foram abordados temas como gestação, parto, puerpério, cuidados com o bebê, saúde bucal e nutricional. O curso contou com a participação de equipe multidisciplinar ligada aos cuidados da mamãe e do bebê, com profissionais de pediatria, obstetrícia, odontologia e nutrição (foto 3). A abordagem de temas amplos despertou o interesse de todos os participantes. Se você ou alguma dependente Cabesp está gestante e tiver interesse em participar do próximo curso, envie um email para [email protected] 2 3 ESPAÇO PUBLICITÁRIO Guarujá Espaço Saúde Cabesp abrilhantou a Semana do Aposentado do Guarujá Os participantes puderam medir a pressão arterial, glicemia capilar, cálculo do IMC (índice de massa corpórea), além de receber orientação nutricional e odontológica. Estiveram presentes também fisioterapeutas para fazer uma avaliação da capacidade pulmonar dos participantes e desenvolver dinâmicas e brincadeiras para estimular a prática da atividade física (ver fotos). O tema “Doenças Respiratórias na 3ª Idade” foi abordado em palestra que atraiu público recorde. Os presentes partici- Em sua 11ª edição, o Espaço Saúde Cabesp esteve presente na Semana do Aposentado que ocorreu nos dias 10, 17 e 24 de maio, na Colônia de Férias da Afabesp, no Guarujá. O Evento contou com a participação de mais de 870 pessoas. param ativamente e tiraram suas dúvidas com o geriatra, Dr. Luiz Antonio Gil Júnior, e com o fisioretapeuta, Wendel Dias Andrade. “É sempre uma satisfação muito grande estar junto do nosso associado, levando informações, e ver como ele usufrui desses serviços”, destacou Jorge Lawand, diretor de operações. A Cabesp agradece, mais uma vez, a participação e o entusiasmo de todos. FotoS: Arquivo Cabesp Com diversão e disposição, associados usufruíram dos serviços prestados no “Espaço Saúde Cabesp”, na Colônia de Férias do Guarujá Publicação da Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo, dirigida aos seus associados. Sede: Rua Boa Vista, 293 Centro - São Paulo/SP CEP 01014-915. - Diretor Presidente: Eduardo José Prupest - Diretor de Operações: Jorge Angelo Lawand - Diretor Administrativo: Sérgio Kiyoshi Hirata - Diretor Financeiro: Getulio de Souza Coelho Disque Cabesp: 0800-722 2636. Fax: (11) 2185-1291 - Fale Conosco: www.cabesp.com.br - Fale Conosco. Edição e Produção: AMG & Editores Associados, Comunicação Integrada - [email protected] - Colaboração: Mariana Nogueira - Projeto Gráfico: Carlos Rocha - Tiragem: 28.000 exemplares. 8 O conteúdo dos anúncios publicitários é de inteira responsabilidade do anunciante, não alterando as regras estabelecidas pela CABESP quanto à cobertura, autorização, ao perfil e ao sistema de livre escolha.