eventos adversos pós-vacinação - Secretaria Municipal da Saúde
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eventos adversos pós-vacinação - Secretaria Municipal da Saúde
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO Slides criados e cedidos por Marta Pinillos & Marilda Fahel GT EAPV– SESAB/DIVEP/CEI JULHO/2012 Alguns slides adaptados pela equipe da VIEP/Setor de Agravos Imunopreveníveis/ Salvador A organização mundial de saúde considera que as vacinas são, depois da água potável, a ferramenta que trouxe mais impacto positivo na redução de mortes e melhoria da qualidade de vida NENHUMA VACINA ESTÁ LIVRE DE PROVOCAR EVENTOS, PORÉM OS RISCOS DE COMPLICAÇÕES GRAVES SÃO MUITO MENORES DO QUE OS DAS DOENÇAS AS QUAIS ELAS PROTEGEM DEFINIÇÃO DE EVENTO ADVERSO QUALQUER OCORRÊNCIA CLÍNICA INDESEJÁVEL EM INDIVÍDUO QUE TENHA RECEBIDO ALGUM IMUNOBIOLÓGICO. Associação temporal Vacina EAPV UM EVENTO ESTÁ TEMPORALMENTE ASSOCIADO AO USO DA VACINA, MAS NEM SEMPRE TEM RELAÇÃO CAUSAL COM ELA. DETECÇÃO AVALIAÇÃO INICIAL, VERIFICAR A INFORMAÇÃO, CONVERSANDO COM CLIENTE E FAMILIARES, TRANSMITINDO-LHES CONFIANÇA, EXPLICANDO QUE OS SINTOMAS PODEM OU NÃO SER PROVOCADOS PELA VACINA NOTIFICAÇÃO TODO TRABALHADOR DA SALA DE VACINA, PODE FAZER A NOTIFICAÇÃO EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE DO PAÍS NOVA FICHA NOTIFICAÇÃO Mais detalhes na identificação do cliente Mais dados sobre a vacina História clínica e dados sobre EAPV em check list, facilitando preenchimento Espaço para registro da investigação e fechamento do caso (nem sempre possível no primeiro momento) INVESTIGAÇÃO O OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO É AFASTAR CAUSAS COINCIDENTES INDEVIDAMENTE ATRIBUÍDAS ÀS VACINAS, ESCLARECER DIAGNÓSTICOS, DAR CONDUTAS ADEQUADAS ASSOCIAÇÕES TEMPORAIS A ocorrência de um evento após imunização não prova que a vacina provocou os sinais e sintomas. A maioria das vacinas são aplicadas em lactentes e crianças durante um período no qual certas condições clínicas tornam-se manifestações com maior frequência. (Red Book, 2006) MUDANÇAS NO CALENDÁRIO APESAR DE SEREM VACINAS CONHECIDAS E USADAS EM OUTROS PAÍSES, COMO SERÃO USADAS NO CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO, O MANEJO APROPRIADO DOS EAPV É ESSENCIAL PARA AVALIAR A SEGURANÇA DO PRODUTO E DAR RESPOSTA RÁPIDA ÀS PREOCUPAÇÕES DA POPULAÇÃO FLUXOGRAMA DE INFORMAÇÃO Suspeita de EAPV Nível Local Nível Municipal Nível Regional LACEN Nível Estadual CTAIE CRIE Nível Nacional CTAI CLASSIFICAÇÃO DE EAPV QUANTO A INTENSIDADE Leve: Quando não necessita de exames complementares e/ou tratamento médico. Moderado: Quando necessita de avaliação médica e exames complementares e/ou tratamento médico. CLASSIFICAÇÃO DE EAPV QUANTO A INTENSIDADE Grave: Disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente Hospitalização por pelo menos 24 horas Risco de morte Óbito SEMPRE INVESTIGAR ANAFILAXIA CONVULSÕES EM GERAL CHORO PERSISTENTE POR MAIS QUE 3 HORAS EPISODIO HIPOTÔNICO HIPORRESPONSIVO PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA ÓBITOS SÚBITOS INESPERADOS OUTROS GRAVES E INUSITADOS ERROS PROGRAMÁTICOS E OPERACIONAIS CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA EVENTOS LOCAIS E EM EVENTOS ADVERSOS PÓS REGIONAIS VACINAIS SITUAÇÕES SITUAÇÃO 1 Menor chega a USF com hiperemia, edema acentuado em perna esquerda. Genitora refere uso do 1º reforço da vacina DTP há 3 dias. MANIFESTAÇÕES LOCAIS CONDUTA Hiperemia, calor, enduração, edema, com/sem dor → Decorrente do trauma da introdução da agulha e das substâncias usadas como adjuvantes que têm como finalidade estimular o sistema imunológico Notificar apenas as mais intensas (edema ou vermelhidão extensas) com limitações de movimento acentuadas e duradoras Analgésico, se necessário, sob prescrição médica. Prurido e pápulas urticariformes Consequência da liberação de histaminas, serotonina e outras substâncias vaso ativas. Compressas frias, nas primeiras 24 – 48 h após aplicação → SITUAÇÃO 2 Após 23 dias da aplicação da vacina hepatite B, menor chega a USF com dor, calor, rubor e presença de secreção purulenta em local de aplicação (coxa direita) ABSCESSO QUENTE Tumoração no local de aplicação com flutuação, COM sinais inflamatórios (edema, rubor, calor e dor). Estes eventos ocorrem quando há contaminação no local da inoculação, geralmente associados a erros de técnica CONDUTA Avaliação médica para conduta adequada e uso de antimicrobiano e analgésico, se necessário Notificar e investigar (detectar associação com desvio da técnica) Atividades educativas com equipe revendo técnicas vacinais Não contra indicar novas doses ABSCESSO QUENTE APÓS DRENAGEM ABSCESSO FRIO Tumoração no local de aplicação pode haver flutuação, SEM sinais inflamatórios (edema, rubor, calor e dor). Estes eventos geralmente associados a erros de técnica, aplicação em local inadequado. CONDUTA Avaliação médica, sendo necessária muitas vezes realização de ultrassonografia para melhor avaliação. Acompanhar até desaparecimento dos sintomas o Notificar e investigar (detectar associação com desvio da técnica) Atividades educativas com equipe revendo técnicas vacinais Não contra indicar novas doses SITUAÇÃO 3 Pais trazem criança de 4 meses a USF, com lesão grande profunda que surgiu no local após 3 meses da aplicação da vacina BCG e não evoluiu para cicatrização. ULCERA > 1 CM Úlcera maior que 1 cm, caracteriza-se como uma lesão grande , profunda que aparece no local da aplicação do BCG e não evolui para cicatrização após 12 semanas. CONDUTA Notificar, investigar acompanhar e No caso de não cicatrização, mediante avaliação médica será indicado o uso de isoniazida, na dose de 10 mg/kg/dia – dose máxima de 400 mg, até a regressão completa da lesão. Garantir limpeza local e não usar pomadas, antibióticos e antissépticos. SITUAÇÃO 4 Lactente de 5 meses, atendido na UBS, chega com evento descrito como abscesso na região axilar com drenagem espontânea. Conversando com a mãe, a enfermeira identifica que houve anteriormente um “carocinho” na axila e que a criança foi vacinada com BCG ao nascer. LINFOADENOPATIA REGIONAL SUPURADA LINFONODOS HIPERTROFIADOS AXILARES OU SUPRA OU INFRA CLAVICULAR, ONDE OCORREU FORMAÇÃO DE ABSCESSO COM AMOLECIMENTO CENTRAL QUE PODERÁ SOFRER DRENAGEM ESPONTÂNEA, PODENDO GERAR UMA FÍSTULA CONDUTA •Notificar, investigar e acompanhar • Administrar isoniazida dose máxima de 400 mg, até o desaparecimento da supuração e diminuição significativa do tamanho do gânglio •Os gânglios não devem ser incisados, não fazer exerese. Algumas situações que não podemos administrar a Vacina BCG HEMANGIOMA TATUAGEM Recomenda-se inocular a vacina BCG e a prova tuberculinica em local com pouco pelo, sem tatuagem, cicatriz ou lesões de pele e distante de veias superficiais calibrosas (SÃO PAULO, 2001; BRASIL, [s.d.a]). IMPORTÂNCIA DOS ACOMPANHAMENTOS DOS EVENTOS DE BCG Eventos graves como as reações disseminadas são raras, 1,9/1milhão de vacinados (Lotte et al, 1988). Estudos científicos destacam que muitas vezes estas complicações se iniciam com lesões loco regionais (Azzopardi em al 2009), daí a importância da investigação, acompanhamento, conduta adequada, essenciais para a prevenção de complicações mais graves SITUAÇÃO 5 Genitora relata que seu filho de 4 m apresentou febre alta (maior que 39,5ºC), e choro persistente, após 6 horas da 2ª dose da vacina pentavalente com duração de dois dias. Levou à criança em médico particular, que indicou troca de esquema (uso da DTP acelular). FEBRE Elevação da temperatura acima de 37,5°C •Resposta fisiológica à administração de antígenos, com produção de citocinas inflamatórias que atuam no hipotálamo, com liberação de prostaglanidina e elevação da temperatura •Nas vacinas não vivas ocorre logo após a aplicação; nas vivas, alguns dias depois ANTITÉRMICOS PROFILÁTICOS Por conta de pesquisas que associam o uso profilático de antitérmico com redução da resposta imunológica recomendase cautela com o uso profilático ROTINEIRO de antitérmicos e antiinflamatórios em crianças por ocasião da vacinação. Avaliar o risco-benefício. Somente com crianças com história de convulsão, febre > 39,5ºC ou choro incontrolável após dose anterior, usar no momento da vacinação. CONDUTA Notificar e investigar se com intensidade maior ou igual a 39°C ou associada a outro evento Repouso, ambiente bem ventilado, administrar água e outros líquidos Antitérmico sob prescrição médica Não contra indicar novas doses ANTITÉRMICOS EM PEDIATRIA característica Paracetamol Dipirona resumo AAS Ibuprofeno Classe terapêutica Analgésico, antipirético Analgésico, antipirético AINH, com AINH com propriedades analgésica e antipirética propriedades analgésica e antipirética Faixa etária Desde RN > 03 meses Em desuso em crianças > 06 meses Relação com doenças virais Sem restrição Sem restrição NÃO USAR em NÃO USAR em dengue, influenza A e B e varicelazoster dengue, influenza A e B e varicelazoster Toxicidade hepática (doses excessivas) Gástrica, reduz agregação plaquetária S. StevensJohnson potencializa S. de Reye Gástrica, reduz agregação plaquetária S. StevensJohnson, potencializa S. de Reye Agranulocitose / aplasia medular Hipersensibilidade Slide gentilmente cedido por Dra. Normeide Pedreira SITUAÇÃO 6 Menor apresentou choro persistente, febre de 39,5ºC seguida de tremores após aplicação das vacinas VIP, VORH, Pneumo 10v e pentavalente (2ª dose). Encaminhado ao PA, medicado, ficando em observação por 4 horas. CONVULSÃO FEBRIL Em geral do tipo tônico-clônico generalizada e com manifestações neurológicas pós convulsivas discretas. É geralmente de curta duração, podendo, entretanto, ocorrer crises múltiplas e prolongadas. CONVULSÃO AFEBRIL É rara em associação com vacina e necessita de avaliação e acompanhamento neurológico. CONDUTA Notificar e investigar A maioria cede espontaneamente em poucos minutos, as mais prolongadas exigem tratamento: Decúbito lateral, com corpo inclinado, de modo que a cabeça fique abaixo do nível do corpo Afrouxar roupas, aspirar secreções, proteger a língua Prescrição médica de Anticonvulsivante Oxigênio úmido, se necessário Pós Penta, Tetra ou DTP, usar DTP acelular na continuação do esquema vacinal. SITUAÇÃO 7 Cliente com 48 anos de idade, compareceu à unidade básica de saúde, relatando uso das vacinas: dT (dupla adulto) e febre amarela. Aproximadamente 12 horas após a vacinação observou hiperemia, edema e dor no local da aplicação. Após 24 horas, a hiperemia e o edema se estendiam por toda face póstero-lateral do braço. Ocorreu melhora após 5 dias. REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO III (complexo imune) A magnitude da reação depende da quantidade de complexos formados, bem como de sua distribuição no organismo. Quando os complexos são depositados próximos ao local da vacina ou soro denomina-se reação de Arthus. Surgem eritema, edema, enduração e petéquias que podem aparecer cerca de duas horas após a injeção, alcançam máxima intensidade entre 4 e 6 horas e em geral diminuem progressivamente. Quando os complexos são depositados em muitos tecidos, denomina-se doença do soro, pois são mais comuns com soros heterólogos. Aparecem febre, aumento dos gânglios linfáticos, eritema polimorfo. Essas manifestações ocorrem de 5 a 21 dias após a administração do soro, mais comumente de 7 a 12 dias. Foto gentilmente cedida pelo município de SERRA- ES- jovem de 24 anos, com vacinação anterior, sem comprovação em cartão. Uma hora após a aplicação da dT, reação local tipo imunocomplexo SITUAÇÃO 8 Criança de 2 meses trazida pela mãe desesperada meia hora após administração das vacinas Pentavalente, VIP, Pneumo 10v e VORH, com diminuição de resposta aos estímulos, palidez, diminuição do tônus muscular. EPISÓDIO HIPOTONICO HIPORRESPONSIVO Instalação súbita de quadro clínico constituído por palidez, diminuição ou desaparecimento do tônus muscular (hipotonia) e diminuição ou ausência de resposta à estímulos (hiporresponsividade). Manifestando-se nas 48 horas que se seguem à aplicação da vacina, geralmente nas primeiras 6 h. Pode durar desde alguns minutos até um dia ou mais. Na maioria das crianças ocorre inicialmente irritabilidade e febre. CONDUTA Notificar e investigar todos os casos Tratamento conservador, precauções para evitar broncoaspiração. Ambiente ventilado, oferecer água e leite materno, se necessário antitérmico. Observação até resolução do caso Substituir por DTPa em doses subsequentes + Hib + Hep B Apesar de todo monitoramento/precauções com as vacinas, soros e imunoglobulinas, os eventos adversos ocorrem, pois não dispomos ainda da vacina ideal, que seria aquela 100% eficaz e isenta dos mesmos. A análise dos riscos comparativos entre a vacina e as doenças correspondentes mostram claramente os benefícios da vacinação Identificar, notificar e investigar todos os casos, oferecendo esclarecimentos à população e mantendo a credibilidade do Programa Nacional de imunização