estudo de caso sobre endoftalmite fúngica no hospital santa
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estudo de caso sobre endoftalmite fúngica no hospital santa
1 ESTUDO DE CASO SOBRE ENDOFTALMITE FÚNGICA NO HOSPITAL SANTA TEREZINHA EM GOIÂNIA-GO Adara Francielle Lima Silvestre1 Ariana Rosa dos Santos Reis2 Elizabeth Mendonça de Lima3 Fabricia Valeriano Arantes4 Fernanda Freitas Paula de Morais5 Kellen Cristiane Souza6 Sandra Arantes de Mattos7 Valéria de Oliveira Mendes Zanon8 Benedito Rodrigues da Silva Neto9 RESUMO: Os fungos são organismos eucariontes estimados em 250 mil espécies. Dentre estas leveduras, o gênero Candida é o maior causador de infecção hospitalar. A espécie mais comum dessas infecções é a Candida albicans, um habitante normal do trato gastrointestinal e de regiões muco cutâneas. A Endoftalmite fúngica ocorre através da disseminação endógena via hematogênica ou exógena devido ao contato direto com o patógeno, apresenta-se na grande maioria de forma indolente, sendo que a dor ocular a queixa principal e em alguns casos o deslocamento total da retina e perda total da visão. A candidíase ocular é um assunto de grande importância em todo mundo podendo ocasionar um quadro abrupto e dramático, que dificulta os resultados de exames de culturas, devendo 1 Biomédica graduada pela Faculdade Padrão Biomédica graduada pela Faculdade Padrão 3 Biomédica graduada pela Faculdade Padrão 4 Biomédica graduada pela Faculdade Padrão 5 Biomédica graduada pela Faculdade Padrão 6 Biomédica graduada pela Faculdade Padrão 7 Mestre em Ciências Ambientes e Saúde (área de concentração – Ciências da Saúde) pela Pontifícia Universidade Católica Goiás, Coordenadora do curso de Biomedicina e Professora dos cursos de Biomedicina, Enfermagem e Fisioterapia da Faculdade Padrão de Goiânia - Brasil. Email: [email protected] 8 Mestre em Medicina Tropical (área de concentração – Parasitologia) pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás e Professora dos cursos de Biomedicina, Enfermagem e Fisioterapia da Faculdade Padrão de Goiânia – Brasil. Email: [email protected] 9 Doutor em Medicina Tropical e Saúde Pública pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás e Professor dos cursos de Biomedicina, Enfermagem e Fisioterapia da Faculdade Padrão de Goiânia - Brasil. Email:[email protected] 2 Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 2 buscar a conscientização dos profissionais de saúde e informação à sociedade sobre o perigo e causas da doença. O trabalho é um estudo retrospectivo de base hospitalar, que será baseado em casos atendidos de 2009 e junho de 2013 no Hospital Santa Terezinha em Goiânia-Go, envolvendo 10 casos positivos de candidíase ocular. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência da Endoftalmite fúngica no Hospital Santa Terezinha na cidade de Goiânia- GO, apresentando e discutindo relatos de casos positivos com lesão e baixa acuidade visual. Palavras-chave: Doenças fúngicas. Candidíase. Agente etiológico. Alterações oculares. Endoftalmite fúngica. ABSTRACT: Fungi are eukaryotic organisms estimated at 250 thousand species, among them the genus Candida yeast is a major cause of hospital infection. The most commom species of these infections is the Candida albicans, a normal inhabitant of the gastrointestinal tract and skin mucus regions. The fungal endophthalmitis occurs through hematogenous spread endogenous or exogenous due to direct contact with the pathogen, presents itself in the vast majority of indolent, eye pain being the chief complaint and in some cases the total retinal detachment and loss of vision. The ocular candidiasis is a major issue worldwide and can cause abrupt and dramatic framework, wich males the results os examinations of cultures, should seek the awareness of health professionals and informing society about the dangers and causes of disease. The job of a retrospective study, which will be based on cases treated from 2009 to 2013 in Hospital Santa Terezinha in Goiânia-GO, involving 10 positive cases of ocular candidiasis. The aim of this study was to evaluate the prevalence of fungal endophthamitis in Hospital Santa Terezinha in Goiânia-GO, presenting and discussing reports of positive cases with injury and poor visual acuity. Keywords: Fungal Diseases. Candidiasis. Etiologic Agent. Ocular Changes. Fungal Endophthalmitis. 1 INTRODUÇÃO Os fungos são organismos eucariontes que apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, não conseguem produzir seu próprio alimento. São estimados Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 3 em 250 mil espécies, menos de 150 foram descritos como patógenos aos seres humanos (HOOG et al., 2000). São também conhecidos como bolores, mofos ou cogumelos e estão interferindo constantemente em nossas atividades diárias (TORTORA et al., 2012). Encontrados na água, solo, vegetais, animais, no homem e em detritos, em geral. Os fungos também são causadores de muitas doenças como, micoses na pele ou nas unhas, rinites, bronquites, asmas e nas plantações de café, milho e feijão causam ferrugem que é uma praga que pode destruir plantações (TRABULSI e TOLEDO, 2005). Em geral os fungos apresentam características comuns aos vegetais e outras aos animais, o que tornou sua posição polêmica entre os seres vivos durante um longo período. A forma de armazenamento de energia é o glicogênio e possui parede celular basicamente composta por quitina, um carboidrato presente no exoesqueleto de artrópodes (ALEXOPOULOS et al., 1996). Dentre as centenas de espécies descritas, leveduras do gênero Candida são os maiores agentes de infecção hospitalar e representam um desafio para a sobrevida de pacientes com doenças graves e aqueles em período pósoperatório (HOOG et al., 2000). O agente mais comum é a Candida albicans (C. albicans), porém existem outras espécies de caráter importante, tais como: Candida tropicalis, Candida quillermondii, Candida glabrata, Candida krusei, entre outras (MIRANDA et al., 2005; MENEZES et al., 2006; ÁLVARES, SVIDZINLKI e CONSOLARO, 2007). A C. albicans é um habitante normal do trato gastrointestinal e regiões cutaneomucosas, incluindo boca e vagina. Por ser um organismo que habita normalmente o corpo humano, culturas de sangue positivas são frequentemente atribuídas à contaminação, o que pode levar a um atraso no diagnóstico de uma infecção por Candida. Imunossupressão, debilidade orgânica, entre outros fatores, podem tornar o fungo patogênico, resultando em uma grave infecção sistêmica (SERRACARBASSA E DOTTO, 2003). A biologia da C. albicans apresenta diferentes aspectos, entre eles, a habilidade de se apresentar com distintas morfologias. A fase unicelular leveduriforme pode gerar um broto e formar hifas verdadeiras. Entre esses dois extremos, brotamento e filamentação, o fungo ainda pode exibir uma variedade de morfologias durante seu crescimento, formando assim as pseudo-hifas, que na Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 4 realidade são leveduras alongadas unidas entre si. A mudança na morfologia de fase leveduriforme para filamentosa pode ser induzida por uma variedade de condições ambientais, como variação de temperatura e de pH (BARBEDO e SGARBI, 2010). O conhecimento dos principais mecanismos de defesa contra C. albicans permite a melhor compreensão da patogênese da doença e das estratégias que o hospedeiro dispõe para controlá-la. A imunidade à C. albicans está presente em indivíduos adultos imunocompetentes, resultado do comensalismo do fungo nas mucosas gastrintestinais do hospedeiro. Como comensal, esse fungo, assintomaticamente, coloniza a superfície epitelial, aparentemente, na forma de blastoconídio (COSTA, FELIPE E GAZIRI, 2008). Verifica-se a incidência da candidíase em todas as partes do mundo, em ambos os sexos, em todas as idades e raças. Ocorre com frequência em indivíduos que trabalham em ambientes úmidos. A prevalência dessa doença aumenta cada vez mais com o uso de quimioterápicos, antibióticos imunodepressores, em moléstias que deprimem o sistema imune etc., pois as espécies de Candidas são oportunistas (MINAMI, 2003). No Brasil, estudos realizados em seis hospitais terciários do Rio de Janeiro e São Paulo, envolvendo 145 episódios de candidemia, mostrou que as espécies mais frequentemente isoladas foram C. albicans (37%), C. parapsilosis (25%), C. tropicalis (24%), C. rugosa (5%) e C. glabrata (4%). E casuísticas do Brasil confirmam que as três espécies mais prevalentes isoladas da urina de pacientes hospitalizados são: C. albicans, C. tropicalis e C. glabrata. Estes estudos demonstram a prevalências de 35,5 a 70% para C. albicans 4,6 a 52,5% para C. tropicalis e 7 a 8,8% para C. glabrata (COLOMBO E GUIMARÃES, 2007). O órgão responsável pela capacitação da informação luminosa, visual e transformá-la em impulsos a serem decodificados pelo sistema nervoso é o olho, que é formado por um conjunto complexo de elementos que atuam de forma específica para que o ato de olhar ocorra de forma significativa e é formado por: córnea, íris, pupila, cristalino, retina, esclera e nervo optíco (DANGELO E FATTINI, 2007). O acometimento intraocular pode ocorrer através de disseminação hematogênica do agente (contaminação endógena), ou por inoculação direta do Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 5 fungo (contaminação exógena). Alterações no segmento anterior podem ser observadas em 35% dos pacientes com endoftalmite endógena por fungo, principalmente naqueles com doença em estágios avançados. Nos casos de contaminação exógena, a inoculação do agente pode ocorrer através de trauma perfurante ou através de cirurgia intraocular, e as manifestações clínicas são muito variáveis (GODOY et al., 2004). A Emdoftalmite fúngica apresenta-se na grande maioria dos casos como uma infecção de caráter indolente, o quadro ocular é bilateral, com baixa de visão, dor, vermelhidão, câmara anterior com muitas células e sinéquias, hiperemia conjuntival, edema palpebral. O fato mais interessante a se constatar, é a gravidade o comprometimento do corpo vítreo que mantém o posicionamento da retina, com presença de flocos brancos e opacidade e durante a evolução desta doença observa-se a formação de novos vasos retinianos e, com isto, a possibilidade de haver hemorragias maiores e, por fim, deslocamento total da retina, camada interna do bulbo ocular (SHIRMBECK et al., 2000). A candidíase ocular é um assunto de grande importância em todo o mundo. Pode ocasionar um quadro abrupto e dramático, o que dificulta a espera dos resultados dos exames de cultura do sangue, do corpo vítreo ou mesmo dos cateteres. Deve-se sempre buscar o conhecimento dos fatores de risco, a conscientização dos oftalmologistas, biólogos e biomédicos nos ambientes laboratoriais, quanto à necessidade de se diagnosticar a infecção o mais cedo possível, meios de diagnósticos mais eficientes e novos antifúngicos. Entretanto, são necessárias mais pesquisas para um diagnóstico rápido e seguro, além de um tratamento mais eficaz. O objetivo central deste trabalho foi avaliar a prevalência da endoftalmite fúngica no Hospital Santa Terezinha na cidade de Goiânia-GO, apresentando e discutindo relatos de casos positivos com lesão e baixa acuidade visual. Analisando os aspectos clínico-patológicos da respectiva patologia, descrevendo sobre as atuais metodologias utilizadas no diagnóstico de candidíase ocular, identificando e proporcionando o tratamento mais adequado para obtenção de um melhor prognóstico. Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Candidíase A candidíase é uma doença causada pela levedura C. albicans e outras espécies do gênero. Em geral, essa doença instala-se nas mucosas, no tecido cutâneo, nas unhas, raramente produzindo lesões sistêmicas nos pulmões, nos rins, no coração, no sistema nervoso central etc. Nas mucosas, provoca lesões esbranquiçadas como grumos de leite o chamado "sapinho" (MINAMI, 2003). Essas leveduras são encontradas comumente nas populações humanas e residem em equilíbrio com a microbiota comensal de hospedeiros. Dentre as espécies de Candida, a mais frequentemente associada a lesões bucais é a C. albicans, porém outras também têm sido isoladas da saliva de indivíduos portadores ou não de candidoses. A habilidade de se transformar de levedura em formas filamentares é o maior determinante de virulência dessa classe de microrganismos (PEIXOTO et al., 2010). Verifica-se uma incidência da candidíase em todas as partes do mundo, em ambos os sexos, em todas as idades e raças, pois as candidas são fungos oportunistas (MINAMI, 2003). A incidência da candidíase aumentou significativamente nas últimas décadas e infecções sanguíneas associadas à Candida spp., estão se tornando a causa primária de morbidade e mortalidade em pacientes imunocomprometidos. O estado fisiológico do hospedeiro tem sido reconhecido como a condição primária para a ocorrência de candidoses, mais do que a virulência intrínseca do microrganismo oportunista (PEIXOTO et al., 2010). 2.2 Causas Mudanças fisiológicas no organismo, como gravidez e infância ou idade avançada, fatores nutrícionais, tratamentos com antibióticos de amplo espectro, drogas imunossupressoras e corticosteróides são fatores que predispõem a infecções por Candida spp e aumentam a suscetibilidade a processos infecciosos, inclusive aqueles causados por leveduras do gênero Candida. Além desses fatores, Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 7 pacientes com câncer em estágio avançado e HIV positivos também constituem fatores de risco para a aquisição de candidoses (BARBEDO E SGARBI, 2010). 2.3 Diagnóstico Ao exame microscópico, a candida compõe-se de células em levedura, unicelulares com brotamento e filamentos septados. Em ágar-fubá com Tween 80 observam-se células soltas, blastósporos, filamentos, sendo que a C. albicans produz o clamidósporo. Em presença do soro humano ou de cavalo ou de clara de ovo, ela produz tubo germinativo (JEHN, 2000). No exame micológico devido às múltiplas localizações e formas clínicas da candidíase, diversos são os materiais a serem examinados pelo laboratório tais como, escarro, secreções, urina, fezes, pele, unhas etc. A coleta desses materiais segue os cuidados usuais de outras infecções micóticas (JEHN, 2000). As secreções vaginais e uretrais, o escarro e as fezes podem ser examinados a fresco, colocando-se a suspensão entre lâmina e lamínula. Procuramse as formas em levedura e as hifas (MINAMI, 2003). 2.4 Epidemiologia A maioria dos estudos mostra que espécies do gênero Candida constituem 60% dos casos isolados de amostras clínicas. Uma vez que as leveduras deste gênero tem grande importância, pela alta frequência com que infectam e colonizam o hospedeiro humano, representando um grande desafio aos clínicos de diferentes especialidades devido às dificuldades diagnósticas e terapêuticas das infecções causadas por tais agentes (BARBEDO E SGARBI, 2010). A epidemiologia das candidemias tem sido objeto de inúmeros estudos e taxas tão diferentes como de 1,2 – 25 casos por 100.000 habitantes ou de 0, 19 – 2,5 por 1.000 atendimentos tem sido relatadas, ilustrando a complexidade deste tema. Com base na população nacional ou entre todos os habitantes em uma área geográfica definida, a comparação das taxas de candidemia entre regiões e países, revelam diversas diferenças entre várias partes do mundo (ANDREUP et al., 2005; NORDEY, 2009). Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 8 Outro aspecto relevante a ser considerado, em relação aos episódios de candidemia, é o custo decorrente do atendimento ao paciente, sendo que, a maior parte dos gastos está relacionada ao maior tempo de internação necessário para atendimento desses pacientes. É importante observar a alta incidência desta complicação, pois esta infecção apresenta indíces de mortalidade geral entre 60% e mortalidade atribuída 40%. Este panorama justifica a importância do conhecimento, por parte dos profissionais de saúde, das medidas necessárias para diagnóstico, controle e tratamento de infecções invasivas por Candida spp (COLOMBO E GUIMARÃES, 2003). 2.5 Endoftalmite fúngica O órgão responsável pela capacitação da informação luminosa, visual e codificados pelo sistema nervoso é o olho, que é formado por um conjunto complexo de elementos que atuam de forma específica para que o ato de olhar ocorra de forma significativa. Sua estrutura é formada por: córnea, íris, pupila, cristalino, retina, esclera e nervo óptico (DANGELO E FATINNI, 2007). A endoftalmite é uma infecção intraocular grave e rara, mas frequentemente devastadora, podendo levar à perda total da visão. Essa patologia é causada por diversos organismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas. Os agentes causadores desta patologia variam de acordo com o mecanismo de defesa do hospedeiro (KEYNAN, FINKELMAN E LAGACÉ, 2013). Geralmente ocorre no interior do olho, envolvendo o vítreo ou humor aquoso (DURAND, 2013). O acometimento intraocular pode ocorrer através de disseminação hematogênica do agente (contaminação endógena), ou por inoculação direta do fungo (contaminação exógena), a partir de outro local de infecção coexistente (GODOY et al., 2004; WILCZYNSKI, WILCYNKA E OMULECKI, 2013). Essa é uma doença infecciosa, com condição ocular potencialmente grave, apresentando mau prognóstico visual e até mesmo possibilidade de globo ocular enucleado e perda da visão total e sua incidência vem aumentando notavelmente devido à ampla utilização de antibióticos de largo espectro, representando um desafio para os oftalmologistas e sua capacidade de melhorar o tratamento para as doenças fúngicas (WANG et al, 2013). Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 9 Apresenta-se como uma complicação em 9-45% de todos os casos de candidemia (geralmente com C. albicans), associado a fatores de riscos predisponentes, tais como abuso de drogas por via intravenosa, terapia de imunodeficiência prolongada de corticosteroides sistêmicos ou antibióticos, quimioterapias citotóxicas e longas alimentações parenterais (RANDHIR et al, 2012). A endoftalmite fúngica pode ocorrer após um trauma penetrante, uma recente cirurgia intraocular, uma injeção intravítrea, ou com origem a partir da corrente sanguínea, normalmente a partir de focos de metástases distantes da infecção. No passado, a endoftalmite geralmente resultava na remoção do olho, pois os casos estavam relacionados com o maior tempo de evolução da doença, demora no diagnóstico e início da terapia antifúngica. No entanto, com o uso de antibióticos intraoculares eficazes e avançados na cirurgia vítreo-retiniana, antifúngicos, exames laboratoriais especifícos o resultado visual final melhorou consideravelmente (BHOOMIBUNCHOO et al., 2013). Espécies de Candida podem causar perda visual devastadora, progredindo de coriorretinite para vitrite e endoftalmite. Espécies de Candida são a quarta causa mais comum de infecção nosocomiais (9%), e é ainda mais prevalente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A incidência de candidemia nosocomial aumentou cerca de dez vezes nos últimos anos entre os pacientes com candidemia. Essa tendência pode estar relacionada com a identificação precoce e o tratamento de candidemia. Estudos têm avaliado a epidemiologia, diagnóstico e tratamento de mudanças de paradigma na candidíase ocular (SHAH et al., 2008). Na endoftalmite exógena são raros os casos de candidíase ocular, podendo ocorrer após cirurgia ocular, trauma ocular penetrante ou como uma extenção da infecção da córnea e um número crescente de casos estão ocorrendo após injeções intravítreas. A inflamação pode, inicialmente, ser maior na câmara anterior, antes de envolver o humor vítreo e a C. parapsilosis é a espécie mais comum, especialmente em surtos pós-curúrgicos (DURAND, 2013). A maioria dos casos de endoftalmite apresenta-se de forma aguda, com horas e alguns dias de sintomas. Estes casos são emergências médicas, sendo que o atraso no tratamento pode resultar em perda permanente da visão (DURAND, 2013). Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 10 2.6 Diagnóstico e Tratamento da Endoftalmite Fúngica O elemento mais importante do diagnóstico é a manutenção de um alto índice de suspeita de endoftalmite fúngica. Para pacientes com uma infecção fúngica sistêmica ou uma inflamação ocular que geralmente apresentam os mesmos sinais e sintomas, é necessário um diagnóstico clínico completo para a diferenciação das patologias. No entanto, quando uma infecção fúngica sistêmica não é clinicamente evidente, ou é, um paciente suspeito de ter uma infecção intraocular, um diagnóstico definitivo, muitas das vezes requer a análise de espécimes intraoculares (CHEN et al., 2012). Os doentes com endoftalmite podem apresentar alterações na acuidade visual, escotomas, fotofobia ou dor. Na maioria dos pacientes, as lesões vítreas estão presentes, que são geralmente descritas como lesões arredondadas e esbranquiçadas, pequenas, focais, perivasculares, coriorrentinais com circundante inflamação vítrea. Eles também são referidos como deslocamento de retina exudativo e inflamação do seguimento anterior. As manifestações geralmente levam à perda de visão severa e morbidade ocular (WILCZNSKI, WILZCZYNKA E OMULECKI, 2013). Imagens de pacientes com perda total da visão e outro com hiperemia conjuntival devido a Endoftalmite fúngica. Fonte: disponível em: http://www.owndoc.com; http://www.albanesi.it/salute/uveite.htm Diante da variedade e das manifestações clínicas que as infecções por Candida spp. podem apresentar, a utilização de diferentes métodos diagnósticos e esquemas terapêuticos torna-se fundamental. Entre as ferramentas diagnósticas utilizadas, os testes cromogênicos, como CHROMagar® Candida, os testes quantitativos de avaliação do perfil de sensibilidade, como Etest®, e a reação em cadeia da polimerase (PCR) são metodologias clinicamente úteis, pois fornecem resultados rápidos, são de fácil realização e altamente específicos, além de Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 11 auxiliarem na indicação de terapia antifúngica e na monitoração dos padrões de resistência existentes (AHMAD, 2002). A hemocultura automatizada permite contínua monitorização do crescimento bacteriano, que permite dectação de bacterias 24 horas ao dia para fungos e 20 dias para o crescimento. Alguns fatores podem interferir no resultado da hemocultura; possibilidade de contaminação com flora normal da pele; volume do sangue cultivado; tipos de meios utilizados; uso de antibióticos e presença de microorganismos fastidioso. O número de amostras necessárias e o intervalo entre as coletas variam de acordo com a suspeita clínica, como exemplo na endoftalmite aguda, que é necessário de duas a três amostras do material no período de duas horas, antes de se iniciar a terapia antimicrobiana (VALLE, 2009). O tratamento envolve identificação dos organismos etiológicos através da cultura de fluidos intraoculares e início da terapia antimicrobiana de largo espectro, como indicado. Assim que os resultados da cultura estão disponíveis, a terapia é iniciada imediatamente (SCHIMEL et al., 2013). Nos últimos anos, temos observado grandes progressos no desenvolvimento de agentes antifúngicos, e a sua utilização potencial no tratamento de endoftalmite fúngica deve ser explorada. Voriconazol e caspofungina são dois antifúngicos que proporcionam uma melhora da incidência de infecções por fungos e as limitações dos agentes atualmente disponíveis. Porém o princípio mais importante na terapêutica de endoftalmite é o diagnóstico precoce e a identificação correta do fungo, permitindo o tratamento precoce e proporcionar um melhor prognóstico (BREIT et al., 2004). O voriconazol é um antifúngico triazol e é derivado sintético de segunda geração de fluconazol. Possui 96% de biodisponibilidade oral, e atinge concentrações plasmáticas de pico 2 a 3 horas após a dosagem oral. A ligação da proteína é moderada em 58%, com uma ampla distribuição do agente ao longo do corpo em vários tecidos e fluidos. Entretando, a caspofungina é um inibidor da síntese da parede celular antifúngico da classe estrutural echinocadin. Tem sido demonstrado ser eficaz na inibição da parede celular em espécies de Candida e Apergillus, entretanto a mesma só pode ser administrada por via intravenosa. Voriconazol e caspofungina oferecem novas opções de tratamento para infecções micóticas oculares e parecem ser altamente eficazes para adicionar ao arsenal Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 12 existente contra os fungos causadores de endoftalmite (BREIT et al., 2004). 3 METODOLOGIA A revisão bibliográfica foi composta a partir de artigos científicos disponíveis nos principais sites acadêmicos (Pubmed, Scielo, Medline), datados de 2009 a 2013, com as palavras-chave: Doenças fúngicas, Candidíase, Agente etiológico, Alterações oculares, Endoftalmite fúngica. Por serem de alto índice de impacto, servem para que possamos focar e obter dados relativos a candidíase, principalmente a Endoftalmite fúngica para uma maior comparação dos dados obtidos. Trata-se de um estudo retrospectivo de base hospitalar, baseado em casos atendidos no período de 1981 a 2013, no Hospital Santa Terezinha, situado em Goiânia-GO. O estudo incluiu 10 casos diagnosticados com candidíase ocular, no período de janeiro de 1981 a junho de 2013, que foram submetidos a tratamento. Os pacientes foram selecionados a partir de prontuários fornecidos pelo Hospital Santa Terezinha, Goiânia-GO, conforme anexo I; disponibilizados com o consentimento do Dr. Mário Gonçalves dos Reis e Paulo Bittencourt, inscritos no CRM: 732 e 7755, respectivamente, conforme anexo II. Como se trata de um estudo retrospectivo em que foram analisados somente os dados coletados dos prontuários, não haverá nenhum contato, seja ele pessoal, por telefone ou correio, dos pesquisadores com os pacientes incluídos na pesquisa ou familiares. Sendo assim, não foi necessária a obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi, portanto, dispensado. 4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A candidíase, de acordo com Minami e colaboradores (2003), atinge ambos sexos, idade ou raça, em nosso estudo foi observado a prevalência dos casos positivos em cerca de 90% do sexo masculino em relação ao sexo feminino (10%). Este dado de maior prevalência no sexo masculino, foi confirmado também por Norregaard et al. (1997), provalvelmente pelo fato de que a maioria das Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 13 profissões exercidas são pelo sexo masculino. Tabela1 - Porcentagem referente a prevalência dos casos de Endoftalmite em pacientes masculinos com 90% dos casos estudados. 100% 90% 80% 70% 60% 50% Série1 40% 30% 20% 10% 0% 1 2 De acordo com Ferrazza e colaboradores (2005), a sintomatologia da candidíase depende de três fatores: o estado imunológico do hospedeiro, o meio ambiente da mucosa e a resistência da C. albicans, podendo variar de leve a fatal, quando a doença dissemina-se em pacientes gravemente imunodeprimidos ou portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida. Conforme Wilcznski et al (2013) os sinais e sintomas mais frequentes observados foram: dor ocular, diminuição da visão, presença de secreção conjutival, hiperemia conjutival e secreção purulenta, e o sintoma mais conhecido é a “mancha de Roth”. Assim como lesões arredondadas e esbranquiçadas que são referidos como branco exsudato fofo com bordas bem delimitadas e deslocamento da retina. Em nosso estudo, nos prontuários analisados, encontramos os mesmos sinais e sintomas descritos pelo autor supracitado, com exceção do deslocamento de retina, que não foi encontrado em nossa pesquisa. A presença desses sinais e sintomas muitas vezes é confundida com outras patologias, o que dificulta o diagnóstico correto. A conjutivite viral é uma inflamação da conjuntiva que é altamente contagiosa e tem como características coceira e dor nos olhos, secreção de cor branca ou amarela, sensação de areia, Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 14 hipersensibilidade à luz e a esclera pode tornar-se muito vermelha. A Endoftalmite fúngica é uma infecção de caráter indolente que apresenta embaçamento visual, dor e fotofobia. Os pacientes podem ainda apresentar vermelhidão na esclera e perda da visão. De acordo com Serracarbassa e Dotto (2003) os métodos clássicos para detecção e identificação da levedura do gênero Candida são divididos em: ultrassom ocular, que é um método de visualização no olho, para detecção da evolução do processo infeccioso; recuperação e identificação de leveduras, que são as culturas; provas de fermentação e teste germinativo. Os exames subsidiários predominantemente adotados em nosso trabalho foram a cultura (60%) e o ultrassom da órbita (40%) dos casos analisados. Vale ressaltar que o início do tratamento é imediato, mesmo antes da conclusão dos exames, devido ao rápido desenvolvimento da patologia. Os exames são importantes não apenas por questões médico-legais, mas pela evolução desfavorável após o tratamento inicial. Concluímos assim, que além dos exames laboratoriais o ultrassom é muito útil na detecção do segmento posterior do olho e também na monitorização da evolução da doença e do processo infeccioso. Devido à grande dificuldade no diagnóstico laboratorial da endofitalmite fúngica, a história clínica e o exame físico ganham especial importância. Alfonso e Miller (2010) afirmam que as características particulares das lesões fúngicas, como a predisposição ao trauma, época do ano, idade, sexo e profissão, contribuem para a agilidade no diagnóstico da patologia. Isso foi comprovado em nosso estudo, em que 70% dos pacientes foram diagnosticados e tratados somente pelos sinais e sintomas da doença, tendo recuperação por completo; ao contrário de 30% que tiveram evolução desfavorável e geralmente estavam associados a uma evolução rápida da doença e uma demora no diagnóstico e início da terapia antifúngica. Hofling-Lima et al (2005) observaram que os fungos leveduriformes manifestam-se mais em pacientes submetidos previamente a cirurgias oculares e em pacientes imunossuprimidos local ou sistemicamente. Esses pacientes geralmente estão correlacionados com o uso de medicações tópicas ou sistêmicas, antiinfecciosas ou anti-inflamatórias, doenças debilitantes e a presença de micoses oportunistas. Em nosso trabalho, avaliamos que a idade dos pacientes variou de 18 a 72 anos, sendo divididos em quatro categorias para posterior análise dos dados, Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 15 como pode ser observado na tabela 1. Tabela 2 - Faixa etária dos indivíduos positivos para Endoftalmite fúngica no Hospital Santa Terezinha na cidade de Goiânia-GO. Categoria Idade Adolescentes 12 a 18 anos Jovens 19 a 37 anos Adultos 38 a 55 anos Idosos 56 a 72 anos A amostragem dos pacientes analisados foi constituída de indivíduos jovens (28%) e adolecentes (22%), (10%) de adultos e 40% idosos; com exceção de uma criança de 12 anos. Essa criança de 12 anos deu entrada com sinais e sintomas de endoftalmite, porém após os exames clínicos foi confirmado conjutivite viral. Analisamos em nosso estudo que entre todos os pacientes analisados 98% eram da cidade de Goiânia e 2% de outras cidades. Assim, a maioria dos pacientes acometidos pela candidíase ocular são jovens, adolecentes e idosos, sendo que os jovens e adolescentes são na maioria vulneráveis ao uso de drogas ilícitas e os idosos usuários abusivos de imunossupressores. Esse fato os deixa mais suceptíveis às doenças oportunistas, sendo o principal patógeno a Candida spp. Em relação à profissão desses pacientes, a maioria era de lavradores e estudantes, confirmando assim a procedência do meio rural. Isso demonstra a importância na etiologia do fungo, devido o contato desses pacientes com o meio agrário e uma maior susceptibilidade de trauma no exercício das profissões. De acordo com a figura 1, 80% dos pacientes trabalham na área rural, 10% são estudantes e 10% exercem outras profissões, destacando que a profissão de lavrador foi a de maior prevalência, devido à sua exposição por trauma da córnea com matéria orgânica contendo fungo. Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 16 Figura 1- Porcentagem do grau de capacitação trabalhista dos pacientes observados no Hospital Santa Terezinha em Goiânia -GO. Trabalhadores rurais Estudantes Outras Profissões Godoy e colaboradores (2004) mostraram casos de endoftalmite após ceratoplastia penetrante, em que a penetração do fungo era facilitada pela invasão intraocular (exógena), porém não obtiveram nenhum retorno sobre os casos submetidos a transplante. Em nosso estudo tivemos somente um caso em que após o transplante ocular o paciente adquiriu um botão infectado e desenvolveu Endoftalmite fúngica. Os demais pacientes foram diagnosticados por trauma ou disseminação da doença, podendo ser as vias endógenas ou exógenas a forma de transmissão. Isso nos leva a observar que o microrganismo pode infectar as estruturas oculares por disseminação hematogênica ou por inoculação direta durante a cirurgia ocular, tendo como variação as condições do hospedeiro e da espécie de Candida envolvida. Observamos também, que os pacientes transplantados podem adquirir a Endoftalmite fúngica no ambiente hospitalar, através de fômites contaminados, contato das mãos dos profissionais de saúde com pacientes portadores de cateteres vasculares e implante de botões contaminados com candidíase. Ressaltamos assim a importância da assepsia hospitalar adequada, assim como a cultura nos botões antes de serem transplantados para evitar a infecção cruzada, já que casos de Endoftalmite fúngica em transplante ocular são raros e se não diagnosticados rapidamente podem levar à perda irreversível da visão. Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 17 Ibrahim et al (2011) afirmam que a incidência de casos de endoftalmite fúngica, deve-se provavelmente ao uso irrestrito de antibióticos de amplo espectro, outros fatores a serem considerados são o uso abusivo de corticoides tópicos, olho seco, lentes de contato, cirurgias oculares prévias, uso de medicações ou doenças imunossupressoras e doenças que alterem a flora ocular, que propiciam um ambiente de baixa competitividade, favorecendo o crescimento do fungo. Devido a esse fato as infecções micóticas são consideradas de difícil diagnóstico e tratamento. Na endoftalmite fúngica os antifúngicos mais utilizados são: o fluconazol, voriconazol e em casos mais graves utiliza-se a anfotericina B que, apesar de ser a mais eficaz nas infecções intraoculares, pode levar à necrose ocular. Conforme descrito por Dotto et al (2005), mesmo sendo a anfotericina B, atualmente, o antifúngico mais eficaz disponível, casos de resistência a droga ainda são descritos. O uso de fluconazol endovenoso mostrou-se eficaz no tratamento de endoftalmite fúngica, sem a necessidade de vitrectomia ou injeção intravítrea. Em nosso estudo analisamos que 50% dos pacientes foram tratados com anfotericina B na forma de colírio, 45% foram tratados com vancomicina e anfoteriericina B e em 5% dos pacientes foram administrados um antifúngico de escolha médica associado ao uso de decadronal, devido ao quadro de infecção grave. Podemos observar que é necessário avaliar a eficácia desta modalidade terapêutica, devido à resistência do fungo causador da endoftalmite. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente estudo retrospectivo de base hospitalar, realizado em Goiânia-GO, observou-se que prevalência dos casos positivos de endoftalmite fúngica foi cerca de (90%) no sexo masculino em relação ao sexo femenino (10%). Nos prontuários analisados foram encontrados os mesmo sinais e sintomas da Endoftalmite fúngica, com exceção do deslocamento de retina, que não foi observado. Verificou-se que a presença desses sinais e sintomas muitas vezes é confundida com outras patologias, o que dificulta o diagnóstico correto desta doença. Os exames subsidiários predominantemente adotados no trabalho foram a cultura (60%), e o ultrassom da órbita (40%) dos casos analisados. Vale Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 18 ressaltar que o início do tratamento é imediato, mesmo antes da conclusão dos exames, devido ao rápido desenvolvimento da patologia. No estudo, observou-se que 50% dos pacientes foram tratados com anfotericina B na forma de colírio, 45% foram tratados com vancomicina e anfoteriericina B e em 5% dos pacientes foram administrados um antifúngico de escolha médica associado ao uso de decadronal, devido ao quadro de infecção grave. Podemos observar que é necessário avaliar a eficácia desta modalidade terapêutica, devido à resistência do fungo causador da endoftalmite. A Endoftalmite fúngica é um assunto de grande importância mundialmente, podendo ocasionar um quadro patológico abrupto e dramático nos pacientes. Embora com características clínicas particulares, as infecções fúngicas geralmente confundem-se com as bacterianas, tornando a pesquisa etiológica laboratorial mandatória, sendo que vários fatores como a falta de material de coleta, coleta inadequada, a demora na realização dos exames. Os resultados falsopositivos e falso-negativos acarretam na demora da introdução da terapia antifúngica adequada, dificultando o diagnóstico da doença e consequentemente o seu tratamento. Devido a essa dificuldade no diagnóstico laboratorial, a história clínica e o exame físico ganham especial importância. Características particulares das lesões fúngicas, tais como margens hifadas e irregulares, limites mal definidos, coloração acinzentada e lesões satélites associadas a dados de epidemiologia, como local de residência, predisposição a traumas, época do ano, idade, sexo e profissão, contribuem para a agilidade no diagnóstico. A variabilidade de comportamento de diferentes espécies de Candida criou a necessidade de desenvolvimento de métodos rápidos, simples e de fácil incorporação á rotina laboratorial para sua identificação. Assim como a técnica de PCR que, devido à sua especificidade e sensibilidade, é um método importante para o diagnóstico de fungos, uma vez que essa técnica requer quantidades mínimas de DNA. Porém, o seu alto custo torna-se uma desvantagem para alguns laboratórios. Essa é uma das razões da crescente importância dos biomédicos nos teste de identificação na Endoftalmite fúngica, utilizando métodos rápidos e simplificados para obtenção dos resultados de exames realizados, embora devêssemos conscientizar os profissionais de saúde e informar à sociedade sobre o perigo e as Revista Ciência e Cultura Faculdade Padrão - Goiânia 19 causas dessa grave patologia, buscando um diagnóstico mais preciso, seguro e antifúngicos mais eficientes. 6 REFERÊNCIAS AHMAD, S. et al. 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