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Sobre a recente excomunhão Caros amigos: O médico excomungado manteve a serenidade: defendeu a correção do gesto que ele e sua equipe realizaram, lembrou erros clamorosos da Igreja Católica no passado - a Inquisição é um exemplo gritante, sem esquecer do silêncio durante o Nazi-Fascismo - e reafirmou sua formação pessoal nos quadros do Cristianismo. Penso que o legado das igrejas é muito pesado. Sempre aconselho os que crêem a se comunicarem diretamente com Deus porque os intermediários são muito chegados em dinheiro e pensam pouco, embora tenham instrumentos preciosos para pensarem em profundidade: domínio de línguas, convívio com grande arte etc. Agora, um breve desconto: os religiosos fazem besteiras porque são seres humanos; pena que pretendam falar como porta-vozes de Deus; e que transformem esse pressuposto em exercício de poder. Abraços: Marcos Silva Data: 10/03/2009 - Horário: 19h01min Gullar, FSP, João da Mata Prezado João da Mata: Além de ter uma obra no passado, Gullar mantém prestígio. Vc acha que o último emprego que sobrou para ele no planeta foi escrever aquelas indignidades na FSP? Outras pessoas sobrevivem, até em nossa classe (média), sem essas atitudes degradadas. Talento não justifica fazer qualquer coisa. Manter o status de celebridade também não justifica. Abraços: Marcos Silva Data: 10/03/2009 - Horário: 17h32min Excomunhão preventiva O arcebispo de Olinda e Recife, com o perdão da expressão, perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado, quando tentou justificar a medida de excomunhão da equipe médica que realizou o aborto em uma menina de oito anos, que havia engravidado após ter sido abusada sexualmente pelo padrasto. A emenda saiu pior do que o soneto. Ao tentar se justificar o arcebispo declarou para a imprensa que o ―pecado‖ cometido pela equipe médica era pior do que o pecado cometido pelo padrasto pedófilo e que não poderia ter excomungado o homem que abusou de uma criança porque ―estupro‖ não seria um pecado elencado na lista de ofensas passiveis de excomunhão pela Igreja Católica. Não sei como andam as aulas de filosofia nos seminários teológicos para a formação de padres, mas acho que talvez, o arcebispo não se lembre das lições sobre o conceito de pecado, dadas de modo tão exato por Agostinho, no século IV da era comum. No livro ―O Livre Arbítrio‖, Agostinho, que também foi bispo da Igreja, argumenta contra o famoso problema do mal que alimentava as idéias dos maniqueístas. Para o pensador, canonizado pela mesma Igreja que hoje condena a equipe de médicos de Recife, o pecado era uma inversão na hierarquia de bens proposto pelo Eterno, criador do universo. O que significa isso? Simples, peca aquele que põe um bem de menor grau, acima de um bem de maior grau, como por exemplo, um latrocida, que põe o desejo por dinheiro e bens econômicos, acima da vida de sua vítima. Assim como peca, o padrasto que põe seu desejo sexual acima da dignidade e do bem estar de uma criança de oito anos. O erro, não é a escolha do mal (que para Agostinho não tem existência autônoma). O erro é o equivoco na escolha do bem. Se o arcebispo tivesse se esforçado um pouco, e lembrado das velhas leituras de filosofia cristã no seminário talvez ele tivesse atentado para o fato de que a equipe médica, como a legislação brasileira preconiza, não cometeu a rigor nenhum pecado, porque não inverteu a hierarquia dos bens pensada por Agostinho. A escolha dos médicos foi entre a vida e a vida. A vida dos fetos e a vida de uma criança de oito anos (sem estrutura biológica e psicológica para suportar uma gravidez desse tipo). Os médicos escolheram. Mas escolheram entre dois bens de igual importância. Ao optar pela vida da criança eles não se omitiram e tomaram a única postura condizente com a dignidade do homem e com a hierarquia dos bens pensado pela ética daqueles que anda insistem em seguir uma religião genuinamente cristã. Desculpe senhor arcebispo, mas o senhor pecou. Talvez não um pecado teológico, mas sim um pecado jurídico. Agiu por impulso e de modo automático, sem usar de uma reflexão racional e tranqüila sobre o caso. O erro da medida de excomunhão dos médicos, bem que exigia uma retratação e um pedido de desculpas. Isso porque, no julgamento das leis da Igreja, o Arcebispo esqueceu da equidade. Esqueceu que as normas jurídicas, legais ou religiosas, quando aplicadas de modo automático, sem uma leitura de sua finalidade e de seu sentido geram o absurdo da injustiça. Mas o erro do orgulho de tentar justificar o próprio erro, com um erro maior ainda é um pecado mais intenso. Agora, enquanto escrevo esse artigo, ouço no telejornal que o vaticano apóia a medida do bispo de Olinda e Recife e penso comigo: o que está acontecendo com a Igreja Católica? A defesa do erro conceitual do Arcebispo me faz pensar que a Igreja católica anda perdida, sepultando seu próprio pensamento e esquecendo os fundamentos teológicos que ela mesma construiu. Se continuar desse modo, acho que vou entrar com um pedido no arcebispado de Olinda e Recife para que se providencie minha excomunhão preventiva, porque, se optar pela vida de uma menina de nove anos é pecado, eu quero morrer pecador. Pablo Capistrano www.pablocapistrano.com.br Data: 10/03/2009 - Horário: 14h56min O OCEANO GULLAR O MARANHENSE GULLAR FOI E CONTINUA SENDO UM GRANDE POETA. O POEMA SUJO É MARAVILHOSO, MAS SUA POESIA COMO UM TODO É ACIMA DA MÉDIA. POLITICAMENTE DISCORDO DELE, COMO DISCORDO DE POUND E BORGES. AINDA POR CIMA É UM DOS MAIORES CRÍTICOS DE ARTE DO BRASIL. E ELE FALANDO MARANHÃO É LINDO. PENA QUE TENHA QUE SOBREVIVER ESCREVENDO PARA A FSP. Traduzir-se - GULLAR Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte? De Na Vertigem do Dia (1975-1980) João da Mata Costa Data: 10/03/2009 - Horário: 14h58min A Máquina de Lavar-Louça O Papa falou que a máquina De lavar louça fez Mais pela mulher que a Pílula anticoncepcional Nunca se vendeu tanto Esse eletrodoméstico Acho que foi um plano Arno- Multinacional. Ponha sabão em vez de fazer sabão Coloque a louça dentro Feche e relaxe Diz o sumo pontífice Tome um cafezinho com as amigas Namore bem de mansinho E lave tudo na máquina. Se engravidar não pode abortar. Diz o papa excomungando. Trepar só para procriar Em vez da pílula, lave louça. E depois um cafezinho. João da Mata Costa Data: 10/03/2009 - Horário: 14h49min Hebe 80 Hebe é símbolo da rádio e televisão brasileira. Uma artista multimídia. Cantora, atriz e apresentadora de televisão. Uma grande comunicadora. Mesmo que você não goste, a sua tia gosta. Quem sabe a sua filha. Hebe é mesmo um fenômeno. Uma gracinha. Símbolo no que a televisão tem de entretenimento e transformismo. O preto se transforma no louro e a Vênus prateada ocupa cada vez mais espaço no vazio das pessoas assustadas e praticantes de um hedonismo jamais visto. O programa de Hebe não é para pensar, mas para distrair. Ela é umas das poucas remanescentes de um time de grandes canastrões e comunicadores da TV brasileira. Flávio Cavalcanti, J, Silvestre, Bolinha, Silvio Santos, J. Alencar (rádio), etc. Pessoas representativas no que a televisão e rádio têm de melhor e pior. No aniversário de 80 anos de Hebe Camargo ocorrido no último dia 08 de março compareceram reis, rainhas e a nata da granfinagem e do high society. Impossível imaginar a televisão brasileira sem Hebe. Ela começou cantando e gravou vários discos. Tem uma voz pequena, mas bem colocada. Possui ótima dicção e já beijou muita gente. Mesmo não assistindo os seus programas, sei que muita gente gosta e ela faz parte do nosso imaginário coletivo afetivo televisivo. Assim como uma parente velhinha. Assim, também, como as grandes atrizes. Politicamente não gosto de suas posições. E detesto o seu apoio a Maluf. Mas, ninguém é perfeito já dizia Billy Wilder. Parabéns Hebe Um grande Beijo João da Mata Costa Data: 10/03/2009 - Horário: 14h33min À deriva Concordo com o Marcos Silva a respeito de Ferreira Gullar, cuja produção poética é relevante, assim como sua produção teórico-crítica da década de 60. O Poema Sujo é um execelente poema. Mas ultimamente muito do que escreve tem a ver com o que afirma o Marcos. Joao Batista Data: 10/03/2009 - Horário: 14h32min Manifestação contra a FSP Caros amigos: Reproduzo notícia sobre a manifestação contra a branda FSP: "Folha, de rabo preso com o feitor", escrito por Leonardo Severo. DO EDITOR Texto postado em PROSA. Marcos Silva Data: 10/03/2009 - Horário: 11h42min Copa do Mundo Caro Tácito Li agora há pouco no site NOMINUTO e também no blog do jornalista Sérgio Vilar (a cada dia melhor e mais competente) que Natal deverá sediar uma das vagas para a Copa de 2014. A informação, de acordo com o site e também o jornalista Sérgio, foi antecipada pela revista Placar. Tive essa sensação, de que Natal teria chance, quando comecei a observar a movimentação do deputado Henrique Alves. Você pode perguntar: de que forma? Pela forma extrema e totalmente política dele, o me levou a pensar isso. Chegando inclusive a posar numa foto ao lado de Ricardo Teixeira. A nota da própria CBF desautorizando qualquer especulação também me pareceu contribuir. O que resta agora é aguardar a veracidade da noticia. Mas, como tudo que é político (e eu não tenho medo de dizer isso) a intenção da nossa classe política em sediar, é e terá sempre rigorosamente, o aproveitamento do fato politicamente, com vistas inclusive às eleições de 2010. O que implica dizer, de outra forma, penso eu (é só imaginar o que era e o que é hoje o Machadão), que terminado a Copa, e esse é o problema, não há como imaginar que o Estado irá tomar conta da grande construção. De qualquer forma, quanto será investido financeiramente, quem irá aplicar os recursos, se a iniciativa privada, e com quanto o governo estadual (leia-se o contribuinte) irá entrar financeiramente nessa história, quem irá administrar a Arena depois de terminada a Copa, ainda é tudo muito nebuloso. Resta agora, repito, aguardar que a informação dada pelo veículo e por Sérgio, venha a se confirmar. Laurence Bittencourt Data: 10/03/2009 - Horário: 11h12min Gullar à deriva Caros amigos: A queda do muro de Berlim foi ótima, sucedida pelo erguimento do muro entre EEUU e México (para não falar de Guántanamo e torturas contra prisioneiros iraquianos). Ao mesmo tempo, receio que muita gente ficou soterrada na ocasião pelos destroços do muro, dentre os quais, o poeta e ensaísta Ferreira Gullar, que escreveu coisas importantes no passado mas, hoje em dia, empresta seu nome à FSP. Sim, a entrevista está num nível superior ao habitual da revista Bravo. Mas a teoria do talento que não é divino e sim carga genética... Sim, o elogio do estudo e da seriedade é legal mas o eclipse das relações sociais... Apesar disso, Gullar tem um passado, sim. Fez até letra para Caetano Veloso ("Onde andarás")! Abraços: Marcos Silva Data: 10/03/2009 - Horário: 11h08min Obrigado pelo apoio Denise!!! Amiga Denise, você nem precisava pedir perdão. Até o cuidadoso Tácito foi induzido ao erro. O sujeitinho que pretendeu com seu chafurdo causar animosidade entre nós, deu com os burros n´água e se tivesse o mínimo de ombridade deveria pedir desculpas públicas. Confesso que matutei muito sobre o caso e até pensei em sugerir ao Tácito que na reformulação do site, acrescente algum dispositivo de segurança, seja uma senha individual para postar ou qualquer outro artifício que ajude-nos na proteção contra pessoas da espécie que intentou contra nós. Um abraço de consideração e amizade! Marcos Cavalcanti Data: 10/03/2009 - Horário: 11h06min Jânio Freitas e os historiadores Caros amigos: O texto de Jânio é muito legal mas injusto em relação AOS HISTORIADORES. Ele se aplica, certamente a CERTOS HISTORIADORES (com destaque para Marco Antonio Villa, que colaborou com Elio Gaspari). Mas existem historiadores, bem antes de Villa, que examinam a ditadura desde seus primeiríssimos passos. Imodestamente, lembro que editei uma coletânea chamada "1964/1968 - A ditadura já era ditadura", colocando exatamente o caráter inaugural do regime desde seu lamentável nascimento. Sou historiador, os colaboradores do livro - dentre eles, a natalense Neusah Cerveira - são historiadores. E sabem que outros confrades pensam criticamente sobre aqueles horrores. Abraços: Marcos Silva Data: 10/03/2009 - Horário: 11h03min os erros do DOM Tácito, Na coluna de João Saraiva há um dado relevante e interessante: os erros exagerados no Diário Oficial do Município. Erros são comuns, mas o exagero, não. http://www.dnonline.com.br/ver_blog/22/ Sílvio Andrade Data: 09/03/2009 - Horário: 18h03min Ferreira Gullar BRAVO!: O senso comum costuma apregoar que poetas nascem poetas. Poesia é destino? Ferreira Gullar: Prefiro dizer que é vocação. O poeta traz do berço um modo próprio de lidar com a palavra. Não se trata, porém, de um presente dos deuses, de uma concessão divina, como se pregava em outras épocas. Trata-se de um fenômeno genético, biológico, sei lá. Há quem nasça com talento para pintar, jogar futebol ou roubar. E há quem nasça com talento para fazer poemas. Sem a vocação, o sujeito não vai longe. Pode virar um excelente leitor ou crítico de poesia, mas nunca se transformará num poeta respeitável. Quando um jovem me mostra originais, percebo de cara se é ou não do ramo. Leio dois ou três poemas e concluo de imediato. Por outro lado, caso o sujeito tenha a vocação e não trabalhe duro, dificilmente produzirá um verso que preste. Se não estudar, se não batalhar pelo domínio da linguagem, acabará desperdiçando o talento. "Nasci poeta, vou ser poeta." Não, não funciona assim. Converter a vocação em expressão demanda um esforço imenso. Tudo vai depender do equilíbrio entre o acaso e a necessidade. A vocação é acaso. A expressão é necessidade. Compreende a diferença? No fundo, a vida não passa de uma constante tensão entre acaso e necessidade. Do poeta Ferreira Gullar em ótima entrevista à revista BRAVO. http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/poesia-surge-espanto-424674.shtml Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 17h58min Semente YERMA MAGALHÃES POETA Ergue-te em plumas de pavão Transbordando a exuberância dos teus suores. Faz-se outra vez correnteza das cachoeiras. Anda! Vem ser Loba em minha matilha Derrama sobre mim lavas do teu vulcão. Percorre o caminho das minhas matas Desvenda a trilha dos meus desejos. Despeja teu sal em meus mares. Crava em mim a semente da tua vinda. Seja eu solo fértil, Germina-me. Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 17h32min Nouvelle Vague Na sua opinião, o que resta da nouvelle vague hoje no presente? A nouvelle vague é um acontecimento na história da arte, que marca tudo o que a ela se seguiu, incluindo a reação contra ela - como o impressionismo marca a história da pintura ou Joyce marca a história da literatura. O cinema mudou radicalmente com ela, mesmo se ela própria se inscreva em um movimento mais amplo. A nouvelle vague permanece um "princípio ativo" hoje em dia, naquilo em que ela valorizou a ideia da juventude na direção de cinema, de liberdade e ruptura. Podemos dizer que Lisandro Alonso, Apichatpong Weerasethakul ou Jia Zhang-Ke (por exemplo) devem alguma coisa à nouvelle vague, não porque seus filmes se assemelhem aos de Truffaut, Godard, Chabrol ou Rohmer (que aliás não se parecem nem entre si mesmos) mas porque eles ganharam, graças à nouvelle vague, mais legitimidade para inventar seus próprios cinemas. Do crítico Jean-Michel Frodon, diretor de redação da Cahiers du Cinéma, em entrevista a Luiz Zanin. http://blog.estadao.com.br/blog/zanin/ Tacito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 16h40min Brasileiros não sabem quem elegem Os brasileiros não sabem quem elegem? Não, não sabem. Precisaríamos dessa clarificação sobre os candidatos, inclusive do ponto de vista judicial. Isso aperfeiçoaria o sistema. Do cientista político Hélio Jaguaribe em entrevista ao Estadão. http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup335233,0.htm Tacito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 15h46min Janio de Freitas, imperdível ―Os historiadores à brasileira não sabem que as ditaduras vão até onde lhes é vitalmente necessário, e enquanto podem fazê-lo. A diferença entre elas não é a sua essência, nem a sua prática: é a medida do necessário. ― Do excelente artigo de Jânio de Freitas, na FSP de domingo. Leia a íntegra em PROSA. Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 15h37min Folha admite que errou A FSP publicou ontem matéria sobre ato público em frente à sede do jornal, que reuniu (segundo a Folha), 300 pessoas, em protesto contra o editorial que qualificou a ditadura brasileira de "ditabranda". Ao lado, uma nota do diretor do Jornal em que admite que errou. A pressão dos blogs e da opinião pública funcionou. A nota poderia ser mais generosa com os professores Comparato e Benevides, mas o importante é que o jornal foi obrigado a reconhecer o absurdo que escreveu. Abaixo a nota: Folha avalia que errou, mas reitera críticas DA REDAÇÃO O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, divulgou ontem as seguintes declarações: "O uso da expressão "ditabranda" em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis. Do ponto de vista histórico, porém, é um fato que a ditadura militar brasileira, com toda a sua truculência, foi menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena -ou que a ditadura cubana, de esquerda. A nota publicada juntamente com as mensagens dos professores Comparato e Benevides na edição de 20 de fevereiro reagiu com rispidez a uma imprecação ríspida: que os responsáveis pelo editorial fossem forçados, "de joelhos", a uma autocrítica em praça pública. Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam." Otavio Frias Filho Tacito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 15h26min Vergonha Marcos Cavalcanti Escrevo com atraso. Para mim não é surpresa que pessoas sem caráter postam neste site. Eu já sabia. Confesso que cedi ao intento vil da contenda e acreditei ser você o autor da ofensa besta. Já vi muitas pessoas inteligentes aqui trocarem farpas pessoais. Marcos, neste mundo só as dores, medos e limitações são tamanhos. Mais uma vez sou pequena e sinto muita, muita vergonha do que fiz. Fui arrogante e prepotente. Se puder me perdoar, ficarei melhor. Abs, Denise Araújo Correia Data: 09/03/2009 - Horário: 15h31min O Phantasma se diverte DO POETA JAIRO LIMA, NO ECTOPLASMA: Ontem fui ao Nalva Café assistir à sessão de arte do Cine Clube Natal. Não fosse a imagem deformada na tela (o filme full screen foi exibido em formato 16x9), tudo estaria perfeito. O filme, uma obra-prima, o apresentador simpático, inteligente e bem informado, a platéia educada e silenciosa. Celulares civilizadamente desligados, suspensão do serviço de bar durante o filme, perfeito, ninguem foi sequer fazer xixi para não atrapalhar. Agora, a presença mais notável era a da Grande Ausencia. Apenas 11 gatos pingados, aliás 10 porque phantasma é ser etéreo e não se conta, prestigiavam o evento sendo que dois deles eram do próprio cine clube e, portanto, não contavam. Fiquei bobo, me perguntando o que acontece com uma cidade de mais de um milhão de habitantes (grande Natal) que não conseque encher algumas cadeiras para assistir e debater uma grande obra de arte, amplamente divulgada. Ora, se o Cine Clube que cobra apenas 2 reais não conseque público numa límpida noite de verão, imagine a Kriterion, a Limbo, a Velvet, a AS Livros, a Sparta e todos as outras vítimas da Grande Ausência. Eu, hem? Vou pro shopping também. Fui. (O Phantasma da Kriterion) http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 14h43min Viagem à tromba do elefante Vou em busca de procurar cidades, tardes e brisas de lugares antes só apreciados nos mapas e nomes. Belos nomes os da minha aldeia. Tangará, Santo Antonio do Salto da Onça, Jandaíra, Santana dos Matos, etc. Atravesso o elefante riograndense do norte. A margem é verde e frondosa. Muitas cruzes nas estradas lembram do reino de lete. Garças suspensas no ar suspendem a manhã tropical. Em Lajes a primeira parada para tomar café. Bolos e canjicas pesadas ao peso. O café aquece o peito dos quatro viajantes e um destino: A Serra do Martins. Terra do meu amigo Junior, que enriquece de lembranças, amizades e sentidos o que a cidade esconde para viajantes apressados. Por sob as cores, sombras e monumentos da cidade escoa um rio de lembranças. Dia de feira no interior é dia de festa e encontros. Na pequena feira da cidade o meu amigo Junior encontra pessoas da sua infância. Um senhor grisalho olha quase sem acreditar. - É o Junior? - Sim, é ele mesmo, O amigo conterrâneo e contemporâneo. Um milagre que só a vida pode proporcionar. Duas vidas que correm paralelas se encontram na cidade-infância. A professora Francisca encontra o aluno Junior e o abraça. Ali o local onde funcionou a loja onde foi comprado o primeiro livro. O homem volta a ser menino na sua Pasárgada antiga e nunca esquecida. A cidade e a Serra. Sinto como se estivesse lendo uma historia narrada com linhas vivas. No sábado de feira um homem bêbado vai pelas ruas fazendo discursos. No mercado recém inaugurado muitas frutas, panelas de flandres, chocalhos, tiras, rodas e chapéus de couros. As roupas encontro em qualquer lugar. Em frente uma lan-house e na parede uma gaiola com passarinhos. Cachorros esparramados em plena rua repousam profundamente num silencio de pedras. No museu histórico da cidade, antiga residência do senador Almino Afonso, muitas fotos de seus moradores mais ilustres. Em uma praça no centro da cidade, próximo à rua das pedras, esconde-se por entre folhas de uma árvore frondosa, o busto do escritor Raimundo Nonato, nascido em Martins a 18/07/1907. Bem próximo a capelinha mandada construir pelo pai que não queria que seus filhos fossem servir á sanguinária guerra do Paraguai. Do mirante da Carranca uma vista deslumbrante dos açudes, cidades, serras e torreões. A centenária casa de pedra e suas estalactites no sopé da serra é visita obrigatória, com seus quartos, corredores e sala. Do promontório vê-se essa belíssima casa e sinto no ar o aroma do verde que embriaga. Sinto a presença do Rouxinol de Keats. A tarde vai embora com o seu crepúsculo e o manto da noite desce iluminando as cidades de pontos luminosos. Os vagalumes piscam. Lá longe os relâmpagos anunciam vendavais. A casa de cultura estava fechada (elas estão sempre fechadas). Na Escola Estadual Almino Afonso que completa um século de existência, encontra-se o museu Demétrio Lemos. Além de uma bela coleção em bronze com as figuras ilustres de Dante, Galileu, Milton, Camões, Virgilio, etc; encontra-se uma preciosa coleção de livros raros, com destaque para as edições monumentais de Os Lusíadas, de Camões ( edição Biel dedicada a Dom Pedro II), O Orlando Furioso, de Ariosto e o Inferno, de Dante. A cidade também abriga uma rica coleção de peças retiradas de escavações. Valiosa coleção arqueológica e paleológica que conta a pré- história da cidade. Depois de nos despedir da cidade uma breve visita à cidade de Portalegre, também na tromba do elefante. No hotel muitas fruteiras. Depois de nos deliciarmos com as frutas retiradas do pé, resolvemos retornar à Natal via Caicó. Ao passar por Viçosa percebemos com alegria as benfeitorias na cidade do escritor François. Por entre árvores majestosas, vê-se a entrada do conjunto Dr. François Silvestre. Depois Umarizal, Olho d´agua dos Borges, Patú, Belém e Brejo do Cruz. A fronteira Paraíba- Rio Grande do Norte é perigosa. O sopé da serra da Borborema pode esconder surpresas ruins. A estrada é péssima e nenhum dos dois estados assume esse trecho pouco trafegável. Almoço em Patú com sobremesa de espécie. Visita ao belo santuário no cume da serra. Bela arquitetura, belas imagens e uma rica coleção de ex-votos. Na capela principal em Cone Prateado uma excelente acústica e iluminação natural. Obra de muito bom gosto de um padre arquiteto. Chegada a Caicó. A cidade adormece depois da feira e da semana. Na praça da alimentação cerveja só depois das 18h. Uma visita obrigatória á ilha de Santana. Bela construção com uma capelinha e vários teatros e locais para eventos. Só não vimos movimento de gente e esperamos que esse belo equipamento seja melhor utilizado para além da necessária caminhada. Voltamos à noite e ninguém. Na bela matriz da Santana acontece uma missa. Nessa igreja fui batizado e tenho por ela uma extrema devoção. São belas as imagens de Santana ensinando o menino Jesus. Bela viagem de regresso ás nossas Ítacas e verdes que te quero. A companhia ilustradas e eruditas dos amigos D. Inácio, Manoel Onofre Jr, Homero e João da Mata fez dessa viagem uma festa de muitas cores, sabores e alegrias muitas. Não fora o prazer da viagem o prazer maior de contar para vocês. João da Mata Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 14h27min Aborto e excomunhão Laurence, Francamente, não me surpreendeu a atitude do arcebispo de Olinda e Recife, d.José Cardoso Sobrinho, de excomungar a mãe da menina de nove anos de idade, grávida de gêmeos depois de estuprada pelo padrasto, e a equipe médica responsável pelo aborto. As posições das igrejas são daí pra pior. Sinceramente, você esperava outra coisa? Lamento pelas seqüelas emocionais e sociais que essa família carregará de agora por diante. Os médicos, pessoas mais esclarecidas, não vão ligar para a decisão. Aliás, a classe média não está nem aí para a Igreja e faz abortos sempre que precisa. Sou favorável ao aborto, que deve ser uma decisão soberana da mulher. Não sigo e nem gosto de igrejas e nem de igrejinhas. Tacito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 10h30min Cassia Kiss Um dos destaques da ISTO É é uma entrevista com a atriz Cassia Kiss. http://www.terra.com.br/istoe/ Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 10h03min Marcelo Yuka Leia na ÉPOCA entrevista com Marcelo Yuka. Vítima de novo assalto, o músico símbolo da luta contra a violência diz que a solução é social, e não policial. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI63207-15228,00MARCELO+YUKA+O+TAL+CHOQUE+DE+ORDEM+E+PARA+QUEM.html Tácito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 09h52min O silêncio dos bons ROBERTO POMPEU DE TOLEDO VEJA "O conceito de ‗governabilidade‘ foi interpretado, na política brasileira, como a necessidade de reservar áreas do governo à livre prática da corrupção" Agora já não há mais dúvidas: houve uma batalha entre os bons e os podres, e os podres venceram. É simples assim. Tal qual num teatro em que o autor finalmente desvela o que ainda faltava desvelar, e os espectadores são contemplados com o chocante desfecho, os últimos dias, começando pela tentativa de assalto comandada por um ministro a um fundo de pensão, e terminando com a articulação para eleger o novo presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, disseram tudo. A mesma turminha braba agiu num caso como no outro. Aquela turminha famosa mesmo antes de o senador Jarbas Vasconcelos denunciá-la na VEJA de três semanas atrás, e mais famosa ainda depois. Ela estende sua sombra por um vasto condomínio: o Senado, a Câmara, os ministérios de mais polpudos orçamentos, o comando das estatais. Onde há ainda algum cofre fora de seu alcance, ou algum promissor recanto do estado a salvo de seu poder de chantagem, não se perde por esperar. Eles estão com as garras afiadas e, certos de que não há força capaz de barrar-lhes o avanço, ainda chegam lá. É simples assim: acabou. Eles venceram. Como foi isso acontecer? Já se cansou de falar da voracidade com que os políticos se lançaram ao pote, quando do desmanche da ditadura. Já se cansou de falar da impunidade, já se arquicansou de falar de regras eleitorais favoráveis à trapaça e ao engodo. Ficou faltando falar de um fator igualmente decisivo, ou mais: o silêncio dos bons. Os podres avançaram na mesma proporção em que os bons recuavam. Quanto mais silêncio de um lado, mais estimulado se sentia o outro em seguir adiante. A audácia com que recentemente descartaram os últimos escrúpulos tem sua perfeita contrapartida na atitude daqueles que, por timidez ou, pior, por conveniência, se recusaram a atrapalhar-lhes o caminho. Um aviso ao leitor incréu: existem, sim, os bons. Existe gente honesta e com a cabeça no bem do país no Congresso e nos ministérios, no governo dos estados e nas prefeituras. É tão equivocado achar que todo político é desonesto quanto achar que todos são anjos. Quando o senador Jarbas Vasconcelos soltou o verbo, expondo o PMDB como um partido cuja vocação é pleitear cargos para praticar a corrupção, seria de esperar que os bons viessem em peso engrossar o coro. Enfim, surgia um paladino daquela verdade que todo mundo via, mas que ninguém de semelhante prestígio e influência ousara denunciar. A obrigação dos bons, tanto nos outros partidos quanto nos minoritários bolsões de honestidade no próprio PMDB, seria, num tropel de cavalaria justiceira, vir em reforço do senador. Era de esperar uma mobilização que, do mais humilde vereador ao mais poderoso governador de estado, passando pelos senadores e deputados que exercem seu mandato com honradez, contaminasse a sociedade com um estrondo de avalanche. Em vez disso, o que se viu foi uma ou outra protocolar declaração de apoio, o silêncio de muitos, e vida que segue. Por que o silêncio dos bons? Eis outra revelação para deixar a plateia chocada: porque puseram na cabeça que não podem prescindir dos maus. Não é que toleram; se assim fosse, não seria tão grave. Eles cortejam os maus. Acenam para eles com carinho, jogam beijinhos, reviram os olhos. Chegaram à conclusão de que sem eles não se governa, por isso se desdobram nas amabilidades e solicitudes. Esse fenômeno vem lá do funesto governo Sarney. O governo Fernando Henrique Cardoso foi a penúltima esperança de que pudesse ser detido. O governo atual, em que atingiu sua expressão máxima, foi a última. "Governabilidade", uma palavra que em outros países significa encontrar pontos doutrinários comuns, entre partidos diferentes, para permitir efetividade à ação administrativa, no Brasil ganhou o significado de reservar áreas do governo à livre prática da corrupção, em troca de apoio em votações no Congresso e em campanhas eleitorais. Em outras palavras, legalizou-se a corrupção. Acabou-se a história. A vitória foi entregue de bandeja à banda podre. O homem escolhido para chefiar a Comissão de Infraestrutura do Senado, um posto que oferece boas possibilidades de manipulação e chantagem, é o ex-presidente Fernando Collor. Expulso do poder por corrupção em 1992, o homem que pedia para não ser deixado só teve seu desejo atendido: conta com a companhia amiga dos colegas, numa teia de solidariedade que corre até o centro do governo. Sozinho ficou o senador Jarbas Vasconcelos. Tacito Costa Data: 09/03/2009 - Horário: 09h46min Conto de Cortazar O Caderno Idéias, do Jornal do Brasil, publica conto inédito no Brasil do escritor Julio Cortazar. http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/03/06/e060319997.asp Tetê Bezerra Data: 09/03/2009 - Horário: 08h55min Mini-conto de Ivana Bentes IVANA BENTES Até hoje fico gelada toda vez que lembro da mulher dele correndo atrás de mim, com uma faca na mão: – Eu mato essa vagabunda. Ele a prendia pela cintura, tentando acalmá-la: - Esquece, isso é só um biscate. Duas horas depois, tava de joelhos aos meus pés pedindo desculpas. Tetê Bezerra Data: 09/03/2009 - Horário: 08h50min Losa sobre Onetti Vargas Llosa fala do uruguaio Juan Carlos Onetti, "o primeiro escritor moderno da língua espanhola" e tema de seu novo livro: "Acho que Onetti era um desses escritores cuja imaginação nasce da autobiografia. Creio que inventava, fantasiava, a partir de sua experiência de vida. E sobretudo, talvez, das limitações, frustrações ou vazios que sentia em sua maneira de viver. Havia nele uma contradição curiosa: por um lado, era um homem muito inteligente, muito culto; por outro, era um homem muito desvalido. Onetti era uma pessoa, digamos, muito mal preparada para o que se dá o nome de luta pela vida. Era um homem que não fazia concessões, tinha horror a renunciar a certos princípios para escalar posições. Era algo que ele não apenas detestava como não sabia fazer; ou seja, na vida real ele estava condenado a ser sempre muito marginal, a ter uma existência mais ou menos medíocre. Por outro lado, era uma pessoa que sentia muito claramente que havia nele, tanto do ponto de vista intelectual como moral, uma hierarquia em relação a muitas pessoas que o rodeavam. Acho que é com tudo isso ele faz literatura; é um desses escritores que se entregam, naquilo que possuem de melhor e de pior, no que escrevem. E por isso penso que toda sua obra tem uma autenticidade rara. Não havia nada de impostado nele." Fernando Monteiro Data: 09/03/2009 - Horário: 08h48min Excomunhão oi, tacito! excomungo a falta de sensibilidade no mundo, que sobra nos dizeres de denise, priscila e yerma. novo triunvirato do splural. um abraço. edjane Data: 09/03/2009 - Horário: 08h46min DIA ESPECIAL Não me deseje feliz dia da mulher. Festeja-me por todo o ano. Não me diga amor. Seja o amor que percorre os dias incolores, tornando-os minutos, e os anos tornando-os horas. Não me dê uma rosa. Seja o encantamento que só a beleza e a diversidade delas provocam. Isso não é grande proeza, garanto. Não me diga que eu sou uma boa pessoa. Coroe a minha bondade com a sua. Não me surpreenda com novos elogios. Poetiza-me! Beija-me a face e contempla todas as luas comigo. Não sorria impiedoso das inocências e das credulidades. São cultivadas dolorida e involuntariamente. Enamoraram-se da incompletude do meu ser e dos descaminhos fartos. São companhias que não desejo, porém suporto. Não zombe de minhas convicções e dilemas religiosos. A fé salvou-me de ser mais um moribundo que jaz antes da hora. Foi o revide para uma vida severina. Quando criança, o mundo tinha uma aridez que não se explicava. O tacho não sabia fartura. Mais tarde, João Cabral de Melo Neto esclareceu-me o que era aquilo: ―- Dizes que levas somente coisas de não: fome, sede, privação.‖ Não minta, criando universos e fingindo comportamentos. Meu troféu não é o amor que amo, mas a honestidade de que esse amor é imbuído. Saia um pouco de si e decifra, como a Esfinge, meu universo. Ele carece de zelo e esmero. A vida rogoume força e eu não fujo da sina. As emoções divagam sobre um fio tênue, quase invisível. Se eu não aguentar, a cachoeira rompe caudalosa e singra desordeira. Não diga que meu corpo é delicioso. Deleite-se sabendo nele infinitos sentimentos. Não seja amo, seja amor. Desprezo a fulgacidade. Não quero só gemer entre lençóis, mas entre a confusão dos suores, conversar com sua alma fugidia. Sentir que o paraíso pode apresentar-se em leito que arde e arde. Ver no outro aquele que não planeja escapes, e não incorpora a pura veleidade cantada por Vinícius: ―Você que só faz usufruir E tem mulher pra usar ou pra exibir Você vai ver um dia Em que toca você foi bulir! A mulher foi feita Pro amor e pro perdão Cai nessa não, cai nessa não Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas.‖ Não derrame lágrimas de sentimentos vãos. Transborde sua verdade. É com ela que eu sonho. Não diga que vai ficar comigo. Cuida-me com ternura a cada dia. Desse jeito, até suas sem-palavras serão ditosas. Não ache que a idade avançada é álibi para suportar a superficialidade de ser usada. Sou mulher incompleta na escola da sofreguidão. Não cultive a frieza peculiar de quem só procura para atender interesses. Não, não faça isso! Fatiga meu desprendimento. Exaura-me com pensamentos irrequietos. Só então Afrodite me possuirá. A natureza será meu véu e incensará minha existência da mais fogosa pluralidade. Provem isso chuviscos e torrentes, desertos e florestas, gravetos e baobás. Não desminta encantos, belezas e doces promessas feitas há pouco. Assim, revelase o caráter deplorável. Faz de mim alguém sem memória, quase um ser inexistente. Não me erga braços de chumbo, provocando-me dor. Basta menos para atingir o intento: olhares intolerantes, mentiras repetidas, e o pior, desprezos vis. Não me adormeça deusa e me desperte mortal. Não me ensinaram o abandono. Sequer aprendi a romper laços com o desvario de quem estilhaça vitrais sem recolher os cacos. Segura minha mão, sorria, entenda-me. Escalar abismos necessita de cordas, e não de pedras atiradas. Se inevitável é o abandono, não estranhe o entristecer da canção, o desbotar do verde das árvores, a tez assombrada voltada para o chão e a escrita mórbida, sem a pena da criatividade. Antes, assim estou. Mas, se há a prerrogativa de um dia tido como meu, gostaria de nele, só nele, não ouvir ofensas imerecidas, reafirmações do meu desvalor, interrogações pérfidas do quanto custou ($)meu afeto, e depois abafar meu choro. Gostaria de ouvir sinfonias, Bolero de Ravel, a brisa suave movendo copas frondosas e o que de mais delicado a sua boca puder proferir. Hoje. Só por hoje, não brade a sua desumanidade ... Feliz dia da mulher é ouvir minhas bobagens e corrigi-las com a calma de um monge. É ver a espinha destoante na testa e ignorá-la. É ver meus pés horríveis e dizê-los lindos. É reconhecer com louvor a boa mãe que sou. É ver as dobras salientes e amá-las com uma volúpia inexplicável. É completar minha falta de palavras com um beijo. É completar um verso meu com outro seu. É completar a minha vida com a sua. E depois que formos um só, o meu dia será o seu. Denise Araújo, Priscila Garcia e Yerma Magalhães Data: 08/03/2009 - Horário: 10h50min POEMINHA DA EXCOMUNHÃO Excomungo o ignóbil sacerdote excomungo-o sem dó nem piedade, que ele viva eternamente macambúzio preso a sua idiotice travestida de verdade. Excomungo-o por sua cruel vilania; excomungo-o por sua ausência de humanidade; excomungo-o com o título da anticidadania; excomungo-o por sua indisfarçável veleidade. Que em seu peito se ponha uma grande placa com os dizeres vermelhos: sou um Sobrinho do arcebispado da igreja da maldade, elevado à condição de Dom Persona non Grata. E já que excomunguei o arcebispo Aproveito a polêmica para excomungar o papa. Marcos Cavalcanti Data: 08/03/2009 - Horário: 10h49min A poesia de João Cabral Caros amigos: No texto de Antonio Cícero sobre vanguardas, João Cabral erra nas teses e acerta na poesia. Conclusão: viva João Cabral, via a Poesia! Mas é preciso discutir mais as relações entre vanguardistas e canonistas. Qualquer grupo que pretenda deter o monopólio da poesia pode chegar a uma situação de monólogo intra-grupal. Melhor pensar que os caminhos da poesia são múltiplos e que as teses (vanguardistas ou canonistas) prévias não os resolvem. Hay que tener engenho e arte, como dizia o velho Luiz (o luso). Abraços: Marcos Silva Data: 08/03/2009 - Horário: 10h49min "O Filho da Mãe" O premiado escritor Bernardo Carvalho mostra o outro lado da turística São Petersburgo em seu décimo livro, "O Filho da Mãe". Leia entrevista no Estadão. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090307/not_imp334828,0.php Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 16h39min Vanguarda e fetiche ANTONIO CICERO FOLHA DE SÃO PAULO DE MANEIRA geral, as teses vanguardistas são verdadeiras na medida em que abrem caminhos, e falsas na medida em que os fecham. João Cabral de Melo Neto, por exemplo, julgava inferior a poesia que falasse "de coisas já poéticas", pois acreditava que a poesia devia procurar "elevar o não-poético à categoria de poético". Essas teses se tornaram dogmas entre muitos jovens poetas. Ora, para começo de conversa, é questionável a tentativa de tomar a temática de uma obra de arte como base para pronunciar juízos estéticos sobre ela. Tais teses não são verdadeiras senão pela metade. No caso mencionado, são verdadeiras porquanto afirmam que a poesia não precisa falar de coisas já poéticas; por outro lado, porquanto implicam proibir a poesia de falar de coisas já poéticas, são falsas. Afinal, o que é uma coisa já poética senão uma coisa de que a poesia já falou ou de que já falou muito? E por que não poderia um poeta fazer excelente poesia ao falar de algo de que muitos outros poetas já tenham falado? Então Goethe não deveria ter escrito a sua obra-prima porque já houvera, antes dele, não sei quantos "Faustos"? Jamais um grande poeta temeu abordar pela enésima vez um tema poético (Fausto, Ulisses, Orfeu, Narciso, a brevidade da vida, a juventude, a velhice, o sol, a noite, o amor, a saudade, a beleza etc.). Ele o aborda e é capaz de fazê-lo como se ninguém antes o tivesse feito: como se não fosse um tema poético. Só o poeta fraco quer fazer algo tão "novo" que não possa ser comparado com o que os grandes mestres do passado já fizeram. O poeta forte, longe de temer tal comparação, provoca-a. Entretanto, é preciso observar que, ao se opor aos temas poéticos tradicionais, Cabral estava reagindo contra preconceitos arraigados que haviam sido usados para desclassificar a sua própria produção poética. Sérgio Buarque de Hollanda relata que Domingos Carvalho da Silva, por exemplo, membro do grupo conhecido como Geração de 45, ao qual o próprio Cabral havia pertencido, "decretara que o bom verso não contém esdrúxulas (apesar de Camões), que a palavra "fruta" deve ser desterrada da poesia, em favor de "fruto", e a palavra "cachorro" igualmente abolida, em proveito de "cão'; e mais, que o oceano Pacífico (adeus Melville e Gauguin!) não é nada poético, bem ao oposto do que sucede com seu vizinho, o oceano Índico". Ora, já na primeira estrofe de "Cão sem Plumas", João Cabral infringe dois desses tabus: "A cidade é passada pelo rio / como uma rua / é passada por um cachorro; / uma fruta / por uma espada". Esclareço que, ao que afirmar que os poetas fortes não temem tema algum, não tenho a menor intenção de insinuar que Cabral seja um poeta fraco. Cabral não temia coisa alguma: ele estava apenas, de acordo com o ethos vanguardista, proscrevendo aquilo que pensava haver superado. O que ocorre é que se, antes do modernismo, determinadas formas haviam sido fetichizadas, isto é, se a elas (por exemplo, às rimas) atribuíam-se determinados poderes, o legado da vanguarda foi a desfetichização dessas formas tradicionais. Mencionei um poeta que atribui às palavras "fruto", "cão" e "Oceano Índico" certa virtus poética da qual as palavras "fruta", "cachorro" e "Oceano Pacífico" são carentes. Ora, ao desencantar as formas encantadas, a vanguarda mostrou que na poesia ou no poético não existe prêt-à-porter à disposição do poeta, nestas ou naquelas formas fixas ou rimas ou metros ou palavras. Inversamente, mostrou também que a poesia não é necessariamente incompatível com nenhuma forma determinada. Isso implica o reconhecimento de que a poesia se encontra somente em obras singulares, onde é o produto de uma combinação imprevisível e irreproduzível de fatores que não podem ser definidos a priori. Mas essa descoberta é o resultado final da atividade das vanguardas: é o que ficou depois que elas terminaram o seu trabalho, isto é, depois que percorreram o caminho que nos trouxe da pré-modernidade à modernidade plena. Esse caminho, porém, não foi uma linha reta. A história nunca é assim. Antes de desfetichizar as formas tradicionais, a vanguarda as manteve fetichizadas, porém inverteu o valor desse feitiço. Se tradicionalmente as formas convencionais haviam sido as únicas formas admissíveis na poesia, a vanguarda passou a tomá-las como as únicas formas inadmissíveis na poesia. Foi assim que Cabral proscreveu justamente os temas tradicionalmente poéticos. Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 16h34min Homero lança livro dia 11 Caro Jornalista Tácito Costa, Como leitor freqüente do seu blog, gostaria de informar sobre o lançamento do livro do escritor potiguar Homero de Oliveira Costa no dia 11 de março deste ano na Poty Livro do praia shopping. Trata-se de uma coletânea de artigos publicados na imprensa local, entre l998 e 2008. São artigos variados, que vão desde reflexões sobre a Ética na Política, Mídia e democracia, no qual o autor chama de dilemas da representação política: os partidos políticos ("os partidos políticos e a lei de ferro das oligarquias" e "Há futuro para os partidos políticos?"), sobre financiamento de campanhas eleitorais, pesquisas eleitorais, medidas provisórias ("Medidas provisórias ou permanentes?"). Costa Junior Data: 07/03/2009 - Horário: 15h52min Política potiguar José Agripino Maia, Agaciel Maia, João Maia? Tudo farinha podre do mesmo saco furado... Moacy Cirne Data: 07/03/2009 - Horário: 15h45min Atraso Caro Tácito a atitude do arcebispo de Recife ex-comungando (já viu, isso?) os médicos que fizeram aborto de uma menina que fora estuprada pelo padrasto, representa todo o atraso da igreja católica ao longo de séculos e mais ainda em nosso país. É essa mentalidade que gerou, em muito, e fixou a nossa formação social e cultural. E mais ainda a nossa ―moral‖, o que é contraditório. Se o mundo fosse depender dessa ―mentalidade‖ estaríamos vivendo dentro de um mosteiro, ainda que dentro do mosteiro a corrupção estivesse presente. O mundo terreno foi totalmente renegado, da boca para fora. Não é à toa tanta corrupção na própria igreja e na política (executivo e legislativo) em nossa ―nação‖ (os políticos não perdem uma festa religiosa) o que resvala no nosso judiciário dos homens. Laurence Bittencourt Data: 07/03/2009 - Horário: 15h45min Maciel comenta filmes Ivan Maciel escreve na Tribuna do Norte sobre alguns bons filmes em cartaz, como O Leitor, A Dúvida e Foi Apenas um Sonho. http://tribunadonorte.com.br/coluna.php?id=2004&art=102888 Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 09h44min Schlink comenta 'O leitor', de Daldry Bernhard Schlink lançou ―O leitor‖ (Record) em 1995. No livro, Michael Berg, com 15 anos, descobre o amor com Hanna em tempos de guerra na Alemanha. Anos depois, Berg, estudante de direito, reencontra Hanna como ré num julgamento sobre terríveis crimes contra judeus. Fascínio e repulsa o dominam, numa trama que traz à tona questões de moral e culpa. Schlink, que não deu entrevistas sobre a adaptação cinematográfica dirigida por Stephen Daldry — concorrente ao Oscar em várias categorias, incluindo melhor filme — só aceitou conversar com a equipe da própria editora, Diogenes Verlag AG Zurich. No link abaixo, trechos da conversa. Em abril, a Record lançará mais um romance de Schlink, ―O outro‖. http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/ Dica: Acesse o link e desça a barra de rolagem. A entrevista vem depois de várias outras (muito boas também), lá embaixo. Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 09h31min O avião de João Josias de Souza http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/ Na semana passada, soube-se que Agaciel Maia, o ex-mandachuva da administração do Senado, escondera a propriedade de uma mansão avaliada em R$ 5 milhões. Nesta semana, descobre-se que o deputado federal João Maia (PR-RN), em cujo nome a supercasa de Agaciel fora registrada, também é adepto do escondeesconde. Arrastado às manchetes pela encrenca do irmão Agaciel, João Maia ganhou uma visibilidade que a ação parlamentar não lhe havia conferido. Percorrendo o repentino rastro de luminosidade do deputado, o repórter Rodrigo Rangel descobriu que João Maia é um feliz proprietário de avião, um bimotor Sêneca. A exemplo do que fizera com a mansão que assumira no lugar de Agaciel, João Maia esquivou-se de incluir o avião na declaração de bens que entregou à Justiça Eleitoral. Inquirido a respeito, o deputado simulou surpresa: ―Não está na minha declaração? Não acredito. Vou mandar retificar já, vou retificar‖. João Maia conta que comprou a aeronave antes de virar deputado. Uma razão a mais para que o aparelho constasse da lista patrimonial enviada à Justiça. Segundo o deputado, o avião lhe custou R$ 488 mil. Adquiriu-o de uma distribuidora de petróleo. Pagou, segundo diz, por meio de ―uma transferência bancária‖. E por que diabos a transação foi mantida à sombra? ―A minha contadora, no Rio, vai ter de dizer o que houve‖, disse o deputado na última quinta-feira (5). Depois disso, João Maia não foi mais localizado pelo repórter Rodrigo Rangel. Noves fora o Sêneca, João Maia figura como sócio de várias empresas. Uma delas, com sede na cidade potiguar de Caicó, o deputado pôs no nome de Maria Suerda Medeiros, sua funcionária. Trata-se de uma emissora de rádio, a Caicó AM. A exploração de concessões raidofônicas é vedada a detentores de mandatos parlamentares. Nada que o esconde-esconde dos Maia não possa resolver. Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 09h20min “A nova toupeira” Leia no link abaixo a íntegra da entrevista feita por Rodrigo de Almeida, editorexecutivo do Jornal do Brasil, com o sociólogo Emir Sader, que acaba de publicar o livro ―A nova toupeira‖. (http://www.jblog.com.br/ideias.php) Tácito Data: 07/03/2009 - Horário: 09h17min “O povo marcado não tá feliz” Postei em PROSA o texto ―O povo marcado não tá feliz‖, de Zema Ribeiro, sobre a cassação do governador do Maranhão Jackson Lago. Tácito Costa Data: 07/03/2009 - Horário: 09h11min Reforma moral Oi, Tácito! Faço também minhas as palavras de Jairo. O seu comentario me fez lembrar o episodio sobre o assassino do indio pataxo (lembra?). Hoje, o mesmo é funcionario federal. Concursado, passou em 65°, onde tinham 12 vagas. Se tiver que ser feita alguma reforma, a mais urgente é, sem duvida, a moral. Um abraço. Edjane Data: 07/03/2009 - Horário: 09h04min Jornalismo e política ‖O jornalismo brasileiro, desde os começos, serve a este poder nascido na casagrande, por ter a mesma, exata origem. A mídia nativa é rosto explícito do poder. As conveniências deste e daquela entrelaçam-se indissoluvelmente porque coincidem à perfeição.‖ De Mino Carta em artigo reproduzido no site de Paulo Henrique Amorim. Só agora há pouco li o texto, recomendado por Silvio Andrade em post mais abaixo. Reforço a recomendação de Silvio. Leiam! http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6978 Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 18h01min Obama e a África Antonio Risério TERRA MAGAZINE http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3615206-EI6608,00Para+nao+dizer+que+nao+falei+de+Obama.html "E se Obama fosse africano? A pergunta é do escritor moçambicano Mia Couto, em artigo publicado no jornal Savana. Nele, Mia Couto, falando da emoção intensa de africanos comuns com a vitória de Obama, questionou mensagens enviadas por dirigentes daquele continente, quase todas tratando o presidente eleito dos EUA como "nosso irmão". Estariam sendo realmente sinceros? Obama seria mesmo "irmão" deles? Couto acha que não. Diz que, se Obama fosse candidato a uma presidência africana, passaria por situações terríveis, impostas pelos mesmos dirigentes que o saudaram." Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 17h42min “Foi apenas um sonho” Levado pelos comentários entusiasmados do jornalista e escritor Mário Ivo fui ontem ao cinema assistir ―Foi apenas um sonho‖, do diretor Sam Mendes. Não me arrependi. Neste filme, o diretor volta a escarafunchar a vida dos norte-americanos de classe média, como já tinha feito anteriormente, com êxito, em ―Beleza Americana‖. São dois filmes crus, impactantes, que revelam o que, realmente, se esconde sob o modelo de vida dos americanos médios. Agora, achei que ―Foi apenas um sonho‖ trata de questões que não são pertinentes somente aos americanos, como a acomodação e o medo de se tentar ou buscar uma vida diferente. Quantas pessoas ao nosso redor se consomem em vidas ordinárias, sem nenhum sentido, movidas apenas pelos magros ou gordos contra-cheques mensais? Claro que o filme, no geral, tem a ―cara‖ da América, com seus valores muito bem delineados, quase estereotipados a essa altura, de tanto que já foram explorados. Mas a questão principal enfocada pode ser encontrada em muitos lugares do mundo, principalmente hoje, com a supremacia do deus mercado. Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 17h37min Assino embaixo O que vc diz em "Política e sociedade" é o que penso, palavra por palavra. Tu é o cara, Tácito. Jairo Lima Data: 06/03/2009 - Horário: 16h56min Política e sociedade A qualidade dos nossos representantes políticos piorou nos últimos anos. Os fatos estão aí e se engana quem quer. Mas é preciso reconhecer que esses políticos não são marcianos. O Congresso, Assembléias e Câmaras não são instituições à parte da sociedade, isoladas, como se fossem outros mundos, galáxias situadas a anos luz. Embora às vezes, de tão surreais, levem-nos a pensar isso. Essas casas parlamentares não são piores do que, digamos, esse outro mundo, habitado por nós, os sem mandato e eleitores. Não podemos cair na tentação maniqueísta e irreal de achar que os políticos são mauzinhos e o povo é bonzinho. Político e eleitor são faces de uma mesma moeda. Os quadros políticos são oriundos da sociedade. Onde a corrupção é imensa. Essa é que é a verdade. Todo mundo quer se dar bem. Não importa os métodos utilizados. O que me enoja é o discurso moralista, a hipocrisia do cara que sonega impostos, que falsifica carteira de estudante, que rouba o erário, que acerta um serviço e deixa pela metade, que dirige embriagado, que dá ―bola‖ a servidores públicos etc, etc, etc, enfim, que pratica as mais variadas e imorais práticas, tentar se passar por ―santinho‖. Sejamos justos, a safadeza abarca do pobre ao rico. Claro, existem honestos na sociedade e nos parlamentos. Mas o que estamos vendo nos últimos anos é que a maioria dos que seguem a carreira política é formada por carreiristas e picaretas, em resumo, ―cabras de peia‖. O resultado é esse que acompanhamos todos os dias, da eleição de Collor ao aumento do número de servidores da Câmara de Natal. Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 16h08min Mais uma vilania da Câmara A Câmara Municipal de Natal tem 585 cargos de assessor parlamentar. A informação está no Diário de Natal de hoje, em matéria à página 3. É isso mesmo que vocês leram: quinhentos e oitenta e cinco. Quem mora aqui em Natal e já esteve um dia na Câmara sabe que é impossível caber mais de cem pessoas naquele prédio. Fora esses, ainda tem uma parte de funcionários que a Prefeitura cede, através dos famigerados convênios. Mas, os nossos impávidos vereadores estão achando pouco e apresentaram um projeto de lei criando mais 40 cargos. O que irá aumentar a folha em mais R$ 1.365.000,00. É isso. Não passa um dia sem que sejamos surpreendidos com alguma vilania dos nossos parlamentares, nos três níveis, municipal, estadual e federal. Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 15h17min Viva o cine-clube! Caros amigos: Exibir "Contos da lua vaga" é motivo para festa: poucos filmes vão tão longe em matéria de beleza. Abraços: Marcos Silva Data: 06/03/2009 - Horário: 14h25min Funcarte Tácito, Essa celeuma sobre o pagamento dos artistas durante o carnaval começou por causa dessa nota: http://www.nominuto.com/blog/bazar/bodega-fara-pagamentos-de-artistas-docarnaval/5493/ Alex de Souza Data: 06/03/2009 - Horário: 14h25min Os cachês do carnaval A Tribuna do Norte publica hoje duas boas matérias sobre a polêmica do pagamento dos cachês aos artistas contratados para o carnaval de Natal, uma no Caderno Política, e outra no caderno Viver. A prefeitura decidiu suspender os pagamentos e fazer uma auditoria. Pelo que entendi o atual presidente da Funcart seguiu o modelo de pagamento aos artistas herdado da administração anterior. Se há alguma ilegalidade, é no tocante a empresa escolhida para agenciar o pagamento, que não estaria em dia com o fisco, estadual e municipal. Vamos aguardar os desdobramentos do caso. http://tribunadonorte.com.br/ Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 11h10min Três cartas a Giulia Antonio Gramsci "Voltava, em pensamento, a todas as recordações da nossa vida em comum, do primeiro dia que eu a vi, quando não ousei entrar no quarto porque você havia me intimidado (é verdade, você me intimidou e hoje lembro-me sorrindo desta impressão), do dia em que você foi embora a pé e eu lhe acompanhei até a grande estrada através da floresta e fiquei tanto tempo parado vendo você se afastar sozinha, com o teu encargo de viajante, pela grande estrada, em direção ao mundo grande e terrível." ―Você veio a Moscou no dia 5 de agosto como havia dito? Esperei-a três dias. Não me afastei do quarto com medo que pudesse acontecer como da outra vez... Você não veio a Moscou, não é verdade? Se tivesse vindo, certamente me teria feito uma visitinha ao menos... Você virá logo? Ainda poderei vê-la?... Escreva-me. Todas as suas palavras me fazem um grande bem e me fazem mais forte‖. "Quantas vezes me perguntei se era possível uma ligação à massa quando nunca se quis bem a ninguém, nem mesmo aos próprios parentes, se era possível amar uma coletividade se nunca amara profundamente criaturas humanas individuais. Será que isso não teve um reflexo na minha vida de militante, não esterilizou e reduziu a um puro fato intelectual, a um puro cálculo matemático a minha qualidade de revolucionário? Pensei muito em tudo isso e tornei a pensar nesses dias, porque tenho pensado muito em você, você que entrou na minha vida e me deu amor e me deu aquilo que sempre me havia faltado e que me tornava mau e carrancudo." Tetê Bezerra Data: 06/03/2009 - Horário: 09h06min Violência ―O esforço da polícia em prender o assassino do sueco assassinado em Pipa se deve, unicamente, à repercussão do caso. Meninas do Golandim são estupradas todos os dias, ora bolas. Não dá Ibope. Mas um turista sueco, gente, não é todo dia que é friamente abatido. [...]‖ No blog de Patrício Júnior. www.patriciojr.com.br Tácito Costa Data: 06/03/2009 - Horário: 09h05min Indignação Tácito, o texto de Mino Carta é mais um manifesto de inconformismo contra a defesa da Folha em favor da Ditadura brasileira, que nada teve de branda. Vale conferir o texto hospedado lá em PHA. http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6978 Sílvio Andrade Data: 06/03/2009 - Horário: 09h59min Elogio Musical! Quero fazer um elogio público à coluna do Diário de Natal, Arpejos, inaugurada recentemente pelo nosso Moisés de Lima. Faltava esse espaço na imprensa para divulgação da música feita por estas terras. Ademais, Moisés se destaca, cada vez mais, como um bom instrumentista e bluesman. Vivas para ele! Lívio Oliveira Data: 06/03/2009 - Horário: 08h37min Cineclube retoma atividades Caro Tácito, O Cineclube Natal voltou do limbo - e em grande estilo. Nesta sexta-feira, dia 06 de março de 2009, o Cineclube Natal, retomando sua cativa parceria com o Nalva Melo Salão Café, apresentará, às 20:00 horas, o filme japonês Contos da Lua Vaga "Ugetsu Monogatari", 1953), do diretor Kenji Mizoguchi. Além disso, para comemorar o dia internacional da mulher, uma programação especial foi montada no Natal Shopping. Maiores informações no nosso blog: www.cineclubenatal.blogspot.com Gianfranco Marchi Data: 05/03/2009 - Horário: 22h32min Sobre corrupção Charles, Entendo o termo corrupção de uma maneira mais ampla, diria macro para ficar no mesmo campo semântico da discussão; assim entendo também para o termo cultura e outros mais. Mas vou apresentar-lhe a minha concepção, a minha interpretação e sem recorrer ao dicionário ou a etmologia. Para mim, corrupção é substantivo análogo à degeneração (de caráter por exemplo, ou degeneração ética) de modo que o indivíduo que furta, rouba ou mata, não importa o modus operandi ou o quê ou o valor que tenha, degenera-se, corrompe-se. A micro corrupção a que me referi, se vista em sua totalidade, também é uma macrocorrupção e faz um mal danado ao país. E volto a afirmar que são bem poucos os seres humanos que já não incorreram numa ou noutra. Retirar da empresa uma resma de papel para si, uma caneta, um detergente ou o que quer que seja, é uma forma de corrupção sim, pelo menos é assim que entendo, e a diferença para o grande corrupto que rouba milhões, muitas vezes está apenas na oportunidade. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 22h26min Autorização ao ectoplasma Amigo Jairo sinta-se autorizado. Um abraço fantasmagórico neste país de fantasmas. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 22h25min Obrigado Tácito e Denise Caro amigo Tácito, Sou-lhe muito grato pelo esclarecimento e pela confiança, bem como a Denise, a quem muito admiro e já o expressei anteriormente. Quanto ao canalha que fez isso, fiquemos todos certos de que a sua "consciência" pesará, porque ninguém é capaz de enganar-se a si mesmo. Sei que é extremamente difícil levar um criminoso destes aos tribunais, mas não exitaria em fazê-lo caso pudesse descobrir a identidade dele e provar o seu crime. Ria cretino de sua covardia, seja como for, um dia hás de pagar pelo que fizestes. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 22h24min Jogo sujo Prezado Marcos, O post criticando Denise chegou a partir do e-mail [email protected]. O canalha foi ardiloso, escreveu um e-mail com suas iniciais para eu não desconfiar. Postei às 14h30. Como até o fim da tarde você não se manifestou (acredito que não teve tempo de acessar o Splural nesse ínterim) passei a acreditar que fosse seu mesmo. Infelizmente, não tenho como checar a veracidade dos endereços eletrônicos. Peço desculpas a você pelo que ocorreu e lamento que pessoas inescrupulosas e covardes façam uso desse tipo de expediente. Confesso que fiquei surpreso com o post, mas sei lá, poderia ser que existisse alguma animosidade entre vocês. Falei com Denise por telefone e pedi autorização para deletar a resposta dela ao post que provocou a confusão. Ela gentilmente concordou. Espero que o assunto morra por aqui. Tácito Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 18h41min Solidariedade Acabei de postar a minha indignação e assim que cliclei em enviar, percebi que deveria ter feito referência ao próprio texto de Denise "Não voltarei atrás", de todo modo, fico triste Tácito, que vc pudesse imaginar que eu seria capaz de tamanho absurdo e reitero o pedido de ajuda para descobrir o infeliz que tentara macular a minha honra e a de Denise. Atenciosamente. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 18h21min Cretinice covarde!!! Caríssima amiga Denise, tomei um grande susto ao abrir o substantivo plural e me deparar com o seu post intitulado Solidariedade. Angustiado fui descendo cada post para ver o que havia dito que por ventura a tivesse afetado, bem como às mulheres em geral (pois os únicos textos que eu havia postado foram sobre a corrupção e o poema BRASIL eNMPORCALHADO). E li indignado o que algum canalha inescrupuloso fez ao achincalhar-lhe gratuitamente, atribuindo-me a autoria. Vc me conhece Denise e devia saber que eu seria incapaz de um gesto tresloucado destes. Vc inclusive deve estar lembrada de minhas opiniões quando a coisa aqui descambava para a agressões verbais gratuitas. Lamento profundamente que alguém imbuido de tanta maldade se esconda de forma covarde e inescrupulosa. Peço por fim ajuda a Tácito, pois se for possível, gostaria muito de ver identificado esse grandissíssimo cafajeste. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 18h18min Racismo e preconceito Postei em PROSA o texto ―Racismo e Preconceito no Brasil – Parte I‖, de Bruno Ribeiro, enviado por Tetê Bezerra, que também pode ser lido no blog: http://botequimdobruno.blogspot.com/2009/02/racismo-e-preconceito-no-brasilparte-i.html Tácito Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 17h56min Ondas Literárias A poeta Andréa Catrópa realizou uma série de entrevistas com poetas brasileiros contemporâneos para a rádio Cultura. Estão lá Claudio Daniel, Marcelo Montenegro, Virna Teixeira, Alice Ruiz, Annita Costa Malufe, Donizete Galvão, Rodrigo Garcia Lopes e eu, entre vários outros. Quem estiver a fim de ouvir pode acessar o site da rádio: (http://zonabranca.blog.uol.com.br/index.html) Tetê Bezerra Data: 05/03/2009 - Horário: 17h49min As faces da degradação JANIO DE FREITAS FOLHA DE SÃO PAULO Na vitória de Collor/Renan germina ameaça nebulosa de acontecimentos impróprios para o regime democrático A ELEIÇÃO DE Fernando Collor para presidir a Comissão de Infraestrutura do Senado e o artifício de Renan Calheiros que fez esta vitória formam um fato muito positivo, em duas direções. Para a maioria que precisa de grandes aberrações para dar-se conta da realidade -arrastões em praia, invasões urbanas do PCC e outros, para admitir o nível de criminalidade-, a vitória de Collor/Renan vem demonstrar que a degradação de Senado e Câmara não é exagero dos críticos: nela germina uma ameaça nebulosa de acontecimentos, não necessariamente de origem militar, impróprios para o regime democrático. Seja como for, que a crescente degradação não levará a bom resultado, não levará mesmo. De outra parte, a vitória de Collor, no voto, contra a petista Ideli Salvatti, comprova e castiga o fisiologismo barato a que o PT se entregou, no servilismo sem limite ao governo e à "base governista". Quando se iniciaram as revelações sobre alguns métodos de Renan Calheiros, como o pagamento da pensão de sua filha pelo lobista de uma empreiteira, o PT alinhou-se logo ao PMDB na defesa do então presidente do Senado e em acusações ao trabalho jornalístico. À frente dessa infantaria petista, a senadora Ideli Salvatti, autora, já no início da Comissão de Ética, da exaltada proposta de sustar ali mesmo qualquer propósito investigatório. Renan Calheiros retribuiu a solidariedade de Ideli Salvatti, e do PT, a seus feitos, articulando agora as espertezas que a derrotaram. Ideli Salvatti, o PT e Renan Calheiros continuam aliados. A represália A reabertura do Santos Dumont, em detrimento do Tom Jobim-Galeão, a linhas em geral além da ponte Rio-SP, provocou no governador Sérgio Cabral uma fúria que incluiu, entre outras, a ameaça de elevar o ICMS do combustível, naquele aeroporto, de 4% para os mesmos 17% de outros aeroportos. A fúria durou pouco, mas a disposição quanto ao ICMS sobreviveu a ela. Com a promessa de um resultado prático: a Agência Nacional de Aviação Civil, a mal afamada Anac, cede às pressões pela reabertura; as empresas aéreas arcam com o ICMS aumentado, e os passageiros pagam o novo imposto acrescentado ao custo das passagens. Mistérios O problema de Agaciel Maia para o Senado não se resolve com seu pedido de demissão como diretor-geral. Porque não se restringe à aquisição da casa a estranheza a ser esclarecida pelo Tribunal de Contas da União e, é provável, por outras instâncias. As admiráveis qualidades da casa e de seu entorno, com o tratamento primoroso que têm, suscitaram a suspeita de que seu custo permanente leve Agaciel Maia a gastos, só aí, incompatíveis com seus vencimentos no Senado, mesmo sendo altos. Pior ou melhor ainda, bastaria uma irregularidade encontrada na vida funcional do ex-diretor para pôr em risco o mistério que são as contas do Senado, criando-se a oportunidade, ou necessidade, de verificações alargadas. Em tal caso, o problema de Agaciel Maia teria mérito idêntico ao da vitória de Collor/Renan: revelações aos descentes. Tácito Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 16h52min Dicas para não parar no hospício ou na cadeia (rs) Leia no link abaixo reportagem bem interessante – principalmente para marinheiros de primeira viagem – sobre a convivência de casais separados que voltam a casar com os filhos e os papéis de madrasta/padrasto. http://br.noticias.yahoo.com/s/05032009/25/entretenimento-mulher-pai-relacaodelicada.html Tácito Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 16h43min Luís Nassif Caro Tácito, Segue comentário muito pertinente de Luis Nassif sobre as 'liaisons dangereuses' entre a mídia e a política no Brasil hoje. Achei que podia interessar, embora suponho que muitos já devem ter lido na fonte. http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/03/04/o-jogo-midiatico-do-escandaloseletivo/ DO EDITOR Texto postado em PROSA. Chico Moreira Guedes Data: 05/03/2009 - Horário: 16h31min Crise na saúde Enquanto a atual gestão e a anterior discutem o funcionamento da Maternidade (ou Hospital da Mulher) Leide Moraes, uma informação pode constranger ainda mais a prefeita Micarla de Souza (PV). Os profissionais de nível elementar e médio lotados na maternidade receberam o salário de dezembro e nenhum centavo nos meses de janeiro e fevereiro. Enquanto isso, os médicos que estão lotados lá recebem até por plantões "dados" em uma unidade de saúde que ainda não funcionou. Era bom que alguém pudesse explicar essa mágica. Daniel Dantas Data: 05/03/2009 - Horário: 15h26min A POLÍTICA É NECESSÁRIA Não existe corrupção pequena ou grande. Ela existe simplesmente e não é prerrogativa do Brasil. Devemos gritar, sim, pela sua extinção e por um país mais ético. A democracia é o melhor regime. Mas precisa ser aperfeiçoada constantemente. Nada de morte aos partidos políticos. Eles precisam ser fortalecidos. Precisamos pensar na melhor forma de representação. O Brasil lentamente muda. O Lago está para sair. O Cunha Lima saiu. Isso jamais podia ser cogitado antes. A nossa representação no Congresso Nacional tem um pouco a nossa cara. E não esqueça: ―O PIOR ANALFABETO É O POLÍTICO‖. Do meu querido Bertold Brecht: ―Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida Estes são os imprescindíveis‖. João da Mata Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 15h08min FESTA PARA A MÚSICA Meus Caros, Hoje é o dia da Música em comemoração ao maior músico brasileiro, Heitor Villa Lobos. Um genio da música com presença garantida nas grandes orquestras do mundo. No Teatro Alberto Maranhão tem concerto a partir das 18h. João da Mata Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 14h50min JH Primeira Edição teve silêncio comprado O novo editor-adjunto do JH Primeira Edição, Wagner Guerra, informou aos seus jornalistas que a Prefeitura Municipal de Natal aumentou para R$ 20 mil a verba publicitária no veículo. Devido a isso, os jornalistas foram informados que não poderão mais fazer matérias negativas sobre a prefeitura. Se houver alguma notícia ruim sobre a prefeitura, o JH Primeira Edição somente dará no caso de todos os jornais já terem falado no assunto. Um dos presentes sugeriu, então, que Wagner fechasse a editoria de Cidades porque, de uma maneira ou de outra, fazer matérias falando dos problemas da cidade é falar mal da prefeitura. Segundo Wagner, é assim que se faz jornalismo, não da maneira como é ensinado nas universidades. No caso da Federal, é seu tio e patrão o professor de ética. Algo que agora faltará ao JH Primeira Edição, segundo a posição expressa pelo seu editor-adjunto. Daniel Dantas Data: 05/03/2009 - Horário: 14h25min Pelé e a chata Denise, tu é muito chata, deixa o Pelé em paz. Marcos Cavalcanti Data: 05/03/2009 - Horário: 14h24min Quando o Nordeste Ciscou para Dentro A historia do coronelismo no Brasil ainda é bem recente. Os nossos representantes são frutos dessa terrível herança. Várias vezes o nordeste ―ciscou para dentro‖. Ciscou quando elegeu o atirador Cunha Lima. Ciscou quando a menina de nove anos estuprada pelo padrasto foi impedida de abortar pela inquisição da igreja de Olinda- PE. Ciscou quando a pernambucana simulou gravidez e ataque neonazista. Essas simulações não só nossas, mas elas são realçadas preconceituosamente por alguns jornalistas e formadores de opinião. Não concordo com as opiniões de Mônica Waldvogel e Danuza Leão quando destaca esses acontecimentos e outros referentes ao nordeste. Foi o Brasil que ciscou para traz quando elegeu presidente Collor de Mello. O Brasil perde novamente quando o elegeu em detrimento da senadora Ideli para uma importante comissão do senado. Collor que foi o pior governante que esse pais já teve com relação à cultura e educação, não merecia esse premio. Ele foi mais uma vez deselegante e grosseiro quando disse no senado que a senadora Ideli ―Ciscava Para Dentro‖. Ao ser admoestado por Mercadante disse ser uma expressão muito comum no nordeste. Eu não conheço essa expressão, mas acho que ela se aplica muito bem a ele. Com a sua eleição o BRASIL CISCOU PARA TRAS. João da Mata Costa Data: 05/03/2009 - Horário: 14h23min Autorização Amigo Marcos, espero que vc me autorize a publicar o seu lúcido e oportuno poema no Ectoplasma, o site da falecida Kriterion. Gestos como o seu têm que ganhar as ruas neste país. Parabéns. Jairo Lima Data: 05/03/2009 - Horário: 14h22min Morte dos partidos políticos! Estou com Cazuza: "Meu partido é um coração partido!" Não dá mais, não dá mais! Acreditar na absurda política partidária brasileira é tarefa para os incautos! A política partidária morreu para mim (que, confesso minha ingenuidade anterior, já acreditei nela) e - penso - também morreu para a maior parte da população brasileira. Ontem tivemos mais uma prova de que isso só piora, com a eleição de Collor para a presidência de uma das comissões do Senado. Um prêmio pelo apoio a José Sarney e Renan Calheiros. É...fico me lembrando de quando Collor chamava Sarney, nos bastidores de sua campanha, de... f.d.p! Lívio Oliveira Data: 05/03/2009 - Horário: 14h21min Corrupção Corrupção macro ou micro? Corrupção é corrupção, não existe diferença. E entre todas as corrupções a de malefícios desproporcionais é a encabeçada pelo selecionado do jornalismo pernóstico. Este mesmo que a pouco tempo respondia pela alcunha de "formadores de opinião", título arrogante e prepotente que hoje distancia-se do imaginário popular. Deixou de habitar o pensamento e direcionar as vontades de nossa gente. Ítalo de Melo Ramalho Data: 05/03/2009 - Horário: 14h20min Micro corrupção???????????? Levar canetas ou papel da Empresa????? Micro corrupção???????????? Levar canetas ou papel da Empresa????? Caro Marcos Cavalcanti, A ―corrupção‖ está indissociavelmente ligada ao que chamamos de ―suborno‖ e é corolário de um comportamento ―ativo‖ (o corruptor) e/ou de um ato ―passivo‖ (o corrompido). Portanto, dentro deste contexto de definição e imprecisão, atiro-lhe, como foi solicitado, a primeira pedra. Foi infeliz na definição. É exatamente este tipo de entendimento que leva brasileiros ao pensamento desatento, e a descartarem a real peçonha e o mal que o corrupto faz, e da noção de corrupção em si. Se assim pensarmos, imbricaremos atos distintos em camadas quase imperceptíveis de modo a não fazermos distinção entre uma espécie de comportamento que não se qualifica como corrupção e o próprio ato viral da corrupção. Talvez levar uma caneta ou uma folha de papel da empresa, como você sugeriu, qualifique dentro do tipo penal ―furto‖, e ainda assim este tipo penal atende ao principio da insignificância. Mas jamais, jamais, seria corrupção. Saudações, CHARLES M. PHELAN Data: 05/03/2009 - Horário: 14h20min NOVAMENTE A CANALHA A CALHAR Amigo Jairo, publiquei este poema no Recanto das Letras e penso que agora vem novamente a calhar. Detalhe, ontem, no 3 a 1, Ciro Gomes disse que a corrupção estava diminuindo no Brasil, só faltou a comprovação, que ele nem ninguém tem pra dar. UM BRASIL EMPORCALHADO No Brasil em que tudo encalha, Encalham os projetos na Câmara, Encalham as CPIs no Senado, Encalham os livros publicados, Encalham a fome e a miséria social, Encalha o sistema habitacional, Encalha a balança da Justiça, O sistema viário é areia movediça, E a cangalha é posta no lombo do brasileiro, No Brasil o que se move é a cobiça, E o que calha é o canalha do Calheiro. Encalha o sistema de saúde, Encalha o PAC, esta paca que empaca Encalhando o desenvolvimento econômico. A política é um ato tragicômico E Gregório continua com a razão, Vivemos ainda numa escravidão, Travestida de liberdade e democracia, Aqui a corrupção é um ato de todo dia, A impunidade é uma fato corriqueiro, E nesse cenário espúrio, de demagogia, Ainda calha um canalha, o Calheiro! Só não encalha o meu protesto Que percorre as estradas da internet Levando a minha indignação Pros cinco cantos da nação. E se faz eco junto a ti, companheiro, Foge do PT, de seu chiqueiro E não procures mais nenhum partido. Tornei-me um cético, um desiludido De ver no congresso tanta bandalheira, Num sistema podre, cruel e carcomido Pelos canalhas da politicalha brasileira! MARCOS CAVALCANTI Data: 05/03/2009 - Horário: 09h04min O país aceita a corrupção O dinheiro roubado pelos corrutos produz cadáveres nas portas dos hospitais,morte de inocentes nas ruas desprotegidas das nossas cidades, violência no campo e analfabetos nas escolas. Espanta-me a forma "isenta", fatalista, quase que leniente como a imprensa e todas os segmentos organizados da sociedade respondem a este tema. Como se todos os políticos,à direita ou à esquerda, sindicalistas, líderes comunitários, movimentos sociais, igrejas e o escambau quisessem apenas assegurar o seu direito à rapina. Corrupção não é crime contra o patrimônio, mas contra a vida. Não é roubo, é genocídio. Basta de tolerância com corruptos. Nota 1: Renan Calheiros foi premiado com a presidência do PMDB. E as ruas de Brasília e do Brasil responderam com o silêncio e a indiferença. Assim como responderão as urnas. Nota II:Recentemente o STF consagrou a impunidade, através de uma interpretação zarolha do texto constitucional. O crime organizado comemorou, assim como já havia comemorado ruidosamente a volta da progressão da pena que trágica ironia chamar a este dispositivo de progressão! - para crimes hediondos e a imprensa toda ignorou solenemente a pauta óbvia. As ruas.como sempre, calaram. Jairo Lima Data: 05/03/2009 - Horário: 08h33min Proposição Diante da proposição de Marcos Cavalcanti, aceitar que se deve ser ético no macro e no micro, é o correto ou é ser intolerante? Laurence Bittencourt Data: 05/03/2009 - Horário: 08h32min De CORRUPÇÃO em corrupção No meu modesto entendimento há dois tipos de corrupção: a macro e a micro. A macro gera os Alexandres, os castelos e as mansões. A micro é aquela em que o sujeito leva pra casa uma folha de papel ou uma caneta da instituição ou empresa em que trabalha. Quem estiver fora de uma destas modalidades que atire a primeira pedra. Advertência desnecessária: tanto o micro quanto o macrocorrupto podem burlar o imposto de renda. Marcos Cavalcanti Data: 04/03/2009 - Horário: 20h02min "O que falou e sobre o que falou" Caro Tácito, não penso que as colocações de Jarbas sejam o usual no meio político brasileiro. Ao contrário. No mundo político conta-se nos dedos aqueles que têm coragem de dizer o que ele disse e mais ainda com a extensão e da forma que ele disse. Óbvio que sobre o que ele disse, qualquer pessoa medianamente que acompanhe o noticiário político (o que parece redundante e também um paradoxo) sabe que é o usual. De qualquer forma estou com você, acho que é necessário resistir e falar. Com um abraço do amigo, Laurence Bittencourt Data: 04/03/2009 - Horário: 20h07min Saneamento Básico - O filme Por um desses descaminhos que não sei explicar ainda não tinha assistido ―Saneamento Básico – O Filme‖, dirigido por Jorge Furtado (O Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara)., e lançado há dois anos. Embora acompanhe de perto os bons filmes brasileiros, passei batido nesse. Vi essa semana e adorei. O elenco é da pesada: Fernanda Torres, Lázaro Ramos, Paulo José, Wagner Moura... por aí. O filme trata de assuntos sérios (verbas públicas, patrocínio cultural, cinema...) de maneira debochada, irônica e cômica. Conta a luta de uma pequena comunidade do interior do Rio Grande do Sul para construir uma fossa e salvar um rio onde o esgoto é despejado. Mas a prefeitura só dispõe de verba – federal - para um filme de ficção. Para não devolver o dinheiro à Brasília a Prefeitura sugere que a comunidade rode um filme de ficção e com a grana faça a fossa. O jeitinho brasileiro em ação. Temos, então, um filme dentro de outro filme, com situações engraçadíssimas, mas que levam à reflexão. Tácito Costa Data: 04/03/2009 - Horário: 18h25min Um Drummond vai bem CONSOLO NA PRAIA Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o 'humour'? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te, de vez, nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. Carlos Drummond de Andrade Marcos Silva Data: 04/03/2009 - Horário: 16h38min Que dança é essa! Collor vence Ideli e Abraça Agripino. O Maia da família daquele da mansão Jarbas diz verdades e muitos se calam. Dança eu Dança voce no meio desse salão Jota Eme Data: 04/03/2009 - Horário: 15h28min Sublime e infame Caro Laurence, Jarbas não disse nada que qualquer um que acompanhe o noticiário político brasileiro não saiba. FHC e Lula tiveram de se dobrar ao PMDB para governar. Objetivamente, é possível governar no Brasil sem negociar cargos e outras coisas com os partidos? Do Congresso Nacional às câmaras municipais dos menores municípios a sistemática é a mesma: ―é dando que se recebe‖. A situação é desalentadora, mas devemos resistir e lutar para mudar esse quadro. Nós que colaboramos aqui no SPlural, cada um a sua maneira, já fazemos isso. Eu ia acrescentar no post anterior, dirigido a Marcos, que o ser humano é sublime e infame, mas achei desnecessário por considerar isso já meio implícito. Marcos reforçou isso. Tácito Costa Data: 04/03/2009 - Horário: 15h16min SOMOS HUMANOS Prezado Tácito; Associo a atual corrupção ao capitalismo porque ele está aí como sistema econômico e social dominante. Tendo a pensar que os seres humanos são corruptíveis, não corruptos por natureza. E falo isso como ser humano, de dentro dessa condição. Não sou corrupto, tenho certeza de que vc não o é e de que muitos outros seres humanos não o são. Alguns seres humanos degradam tudo. Outros seres humanos nobilitam tudo. Penso nos poetas, nos visionários, nos que buscam "a palavra que nunca foi dita": como vc sabe, eles existem, estão entre nós, nós somos uns deles. Abraços com sentimento de Anne Frank (ainda acreditar nos seres humanos, rumo à morte): Marcos Silva Data: 04/03/2009 - Horário: 15h09min Corrupção e ser humano Caro Marcos, Acho que não devemos associar corrupção com democracia, com capitalismo, socialismo ou qualquer outro ismo. E sim com o ser humano. Este sim, é capaz de degradar tudo que toca, sob qualquer regime ou circunstância. Tácito Costa Data: 04/03/2009 - Horário: 14h36min Ainda sobre a política Caro Tácito, só mais um adendo ao caso da política. O silêncio em torno da fala de Jarbas, que os partidos promoveram, é uma forma de negá-lo. Mas a negação, freudianamente, ou subjetivamente, é apenas uma outra maneira, que confirma a verdade do que ele disse. Laurence Bittencourt Data: 04/03/2009 - Horário: 14h27min Corrupção aqui não há! Charles, Laurence e Tácito: Quanta falta de esperança há em seus escritos! Pergunto-me intimamente o porquê de tamanha desilusão... O Brasil é um país maravilhoso. Não há o que reclamarmos. Aqui, quem tem poder e comete crimes é devidamente processado e condenado. Ocorre que não há políticos corruptos. Até prova em contrário, são todos inocentes. Porque desconfiar dos parlamentares, se podemos sentir a sinceridade de suas palavras ao vociferarem indignados: ―somos inocentes‖. Ora, seria malícia imaginar que essas pessoas faltam com a verdade. Também é induvidoso que em nosso país não há violência, porque o Estado garante a segurança pública. Como consequência, percebe-se que ninguém utiliza segurança privada. Vivemos em casas com muros baixos, sem cercas elétricas, sem cães pastoradores, sem vigias particulares de rua etc. É impressionante como, apesar de desnecessárias, essas empresas de segurança privada conseguem se manter e perdurar no tempo. Ainda mais se estivermos na praia, local agradável, arejado e acima de tudo, seguro. Quando a saúde pública, não há o que reclamar. Pessoas adoecem todos os dias, mas o Estado está preparado para amparar os enfermos, com seus hospitais incrivelmente bem estruturados. De tão bons, vivem lotados de pessoas. Em verdade são verdadeiros hotéis cinco estrelas. Não vou falar em educação, porque sabe-se que tudo no Brasil só vai bem, graças a qualidade do ensino público. Portanto, caros escritores, retornando ao cerne da questão, corrupção aqui não há! A esmagadora maioria dos brasileiros que acredita existir corrupção está totalmente equivocada. É uma maioria míope e surda, que fala coisas absolutamente desconexas com a realidade fática. Dentre essas pessoas equivocados, que erroneamente julgam existir corrupção, descaso com a saúde, com a segurança e com a educação pública, encontram-se vocês três e, com a alma pesada, confesso também me incluir nesse grupo. Que venha a luz! Marcelo Negreiros Data: 04/03/2009 - Horário: 12h28min Corrupção e capitalismo Caros amigos: Considero perigosa a associação entre democracia e corrupção: pode levar alguns a concluirem que corrupção é coisa da democracia. Que tal lembrarmos que vivemos no universo capitalista, onde tudo vale a pena se a apropriação privada da riqueza não é pequena? É claro que abomino a corrupção com dinheiro público mas não tenho ilusões de que o dinheiro privado seja limpo e incorrupto. Sobre Jarbas Vasconcelos: ele demorou muito tempo para perceber onde estava, não é? Abraços: Marcos Silva Data: 04/03/2009 - Horário: 12h26min Leopoldo Nelson de Souza Leite Três lustros de seu Encantamento Leopoldo foi uma espécie de Fausto que ama sua Margarida. Um homem insaciável na sua busca de conhecimento. Pintor, poeta e médico. Fez seu doutorado na Espanha e se apaixonou por sua cultura e Quixotes. Sua arte depois disso ficará impregnada dessas figuras goyescas e trágica. Sofrida como o cristo. A via sacra sua obra prima. O Cristo está nu. As mulheres, muitas mulheres grávidas, tristes, famintas e em romarias. Olhos expressivos denunciam desespero. As mãos são levadas á boca. A boca está gritando. ―quem, se eu gritasse , me ouviria dentre as ordens dos anjos? Perguntam esses seres desesperados de Rilke na epígrafe de Leopoldo Nelson. Da boca também pode sair flores. As mulheres são do mundo. Podem ter um pescoço a la Modigliani. Ou pode ser uma nordestina faminta. O grito está sempre no ar. Jovens e Velhas. Mulheres de Munch. Rostos algumas vezes redondos, angulosos e ovalóides. Do negrume de seu pincel a carne dilacerada de sua arte. Nos rastros de traço um destino próximo anuncia. É preciso um pacto. E preciso se embriagar das sombras das madrugadas. Uma constelação de rostos humanos iluminam de escuridão a sua arte. O vermelho-sangue esparrama em algumas de suas telas. Sofreu muitas influencias, mas sua pintura traz a marca do expressionismo do século.XX. O poeta é apaixonado por Garcia Lorca, Rilke, Goya, El Greco e Dali que ele encontra moribundo e o pinta com seu bigode eloqüente. Você meu amigo e os livros. Poeta do traço e homem da ciência. Professor da UFRN. Receba a minha gratidão nesse dia que comemora o seu encantamento e saudades de quem nunca o esqueceu. O Leopoldo Jovem e solitário na Catalunha encontra a sua arte. Os Quixotes que ele encontra na Espanha estão em toda parte. .... ―porque, ainda existe em cada Espanhol, um Dom Quixote vivo. Talvez, estes D. Quixote não sejam mais do que os sonhos impossíveis, sonhados por todos os Sanchos Pança, nas suas buscas particulares de estrelas mais distantes‖, diz Leopoldo em fragmentos biográficos de 1981. Continua Leopoldo ... ―o povo Espanhol que, simbolicamente, transfere para o touro o desconhecido da sua alma.― Leopoldo transferiu para as suas telas todo o seu sofrimento. O sofrimento de todos nós. Um Brinde para você meu amigo e poeta das madrugadas de luas escorridas e mortas. João da Mata Costa Data: 04/03/2009 - Horário: 12h26min Pelé Denise, não se assombre. Romário já disse que Pelé com uma bola no pé é um poeta, mas falando é uma verdadeira m... Carlos de Souza Data: 04/03/2009 - Horário: 12h25min Charles tem razão Caro Charles, você tem toda razão. No Brasil a política é simplesmente um escárnio, que causa engulhos ao mais circunspeto dos cidadãos. A relação de promiscuidade entre mídia e poder é alarmante. Em nosso estado não há mais limites. Já conversarmos algumas vezes sobre isso. A conclusão, diante de um discurso como o de Jarbas Vasconcelos, que deveria ser a norma, é que ele é que foge à norma. Ele passa a ser a exceção, onde o silencio reina em torno, ou o que é pior, ele é que é colocado à margem. Percebe? É intolerável isso, mas é assim. Tenho um amigo que diz, sociologicamente falando, que há três estágios numa democracia (ele diz isso mas nada tem a ver com os três estágios de Augusto Comte, acho que ele nem mesmo tem leitura do positivista): o primeiro momento onde há corrupção, ninguém sabe, nem se diz nada. O segundo momento, onde há corrupção se fala, mas nada acontece. E um terceiro, onde há corrupção, se sabe e o corrupto é punido. Você acredita nesses três estágios, e mais ainda, acredita que ele possa se aplicar ao Brasil? Abs, Laurence Bittencourt Data: 04/03/2009 - Horário: 08h24min Já foi pior Charles, Há poucos dias um leitor enviou uma carta irada para o Jornal de Hoje criticando a má qualidade da imprensa potiguar. Somente Alex Medeiros repercutiu em sua coluna, no mesmo jornal. Dando razão ao missivista. Um caso isolado de comunhão entre jornalista e leitor. Tenho para mim que a maioria dos jornalistas acha que se faz um bom jornalismo em Natal. Isso porque somente uma minoria da categoria, três ou quatro gatos pingados, ousam apontar as falhas desse jornalismo. O seu comentário levanta um aspecto importantíssimo que é o controle da mídia no estado por grupos políticos. Eu acrescentaria: quando não ocorre o controle político, vigora o controle econômico ou ideológico. De um modo geral, os veículos dependem de publicidade, oficial ou privada, e isso acaba tolhendo qualquer veleidade de liberdade de expressão. Acho que devemos continuar atentos e criticando, como fazemos aqui no SPlural, onde o tema volta e meia é levantado. Quem sabe um dia os blogs tenham força para levar um corrupto à justiça e à cadeia, como quer Laurence. Antes, a situação era muito pior porque não havia um canal onde pudéssemos nos manifestar. Agora, temos a internet, que eu considero um avanço fantástico. Os poucos blogs independentes que existem em Natal incomodam e temos exemplos concretos disso. E se depender de mim incomodarão cada vez mais. Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 22h01min Listas de livros mais vendidos Isso que o Fernando Monteiro aponta na matéria que foi feita com ele no "Jornal do Commercio", e que foi transcrita aqui (hoje), aponta para algo muito grave que está ocorrendo com as preferências de leitura (???) de TODOS nós, brasileiros, a julgar pelas "santas" listas dos mais vendidos das revistas, pelo menos. Donato Assis Data: 03/03/2009 - Horário: 21h15min Pedradas Fico por aqui e sento sobre o meu telhado, já esperando as pedras que podem vir de algum aficionado pelo "rei do futebol". Tem nada não, será só mais uma pedrada. Depois de algumas já sentidas e ouvidas, não doerá tanto... Denise Araújo Data: 03/03/2009 - Horário: 20h56min Gikovate e Winslet na Marie Claire Duas dicas de textos. Ambos publicados na revista Marie Claire. 'O amor romântico está com os dias contados.' É o que prevê Flávio Gikovate no livro 'Uma História do Amor... com Final Feliz' (MG Editores) . Aqui, o psicoterapeuta explica por que os relacionamentos duradouros são os que unem dois inteiros e não duas metades. http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1689659-1731,00.html ―Kate Winslet já havia chegado ao topo quando estrelou Titanic, a maior bilheteria da história, mas foi à estratosfera na atual temporada: sexta indicação ao Oscar em apenas 18 anos de carreira, feito raro. Ao vivo, ela fala palavrões e faz piada de si própria, quebrando, assim, qualquer pose de 'movie star‖. http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1696654-1729,00.html Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 18h59min “Cortázar e suas lições de liberdade” Postei em PROSA o texto ―Cortázar e suas lições de liberdade‖, assinado por Tomás Eloy Martinez. Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 18h53min Quanto ao podre Pelé Tácito, pior do que qualquer arrogância, pretensão ou até mesmo burrice, é a desumanidade, a falta de hombridade. Ainda não li a entrevista do Pelé (e nem sei se vou ler), mas há muito já deixei de mitificá-lo como a mídia quer que, cegamente, façamos. Aquela dedicatória emocionada do milésimo gol às criancinhas abandonadas não convenceu quem o observou após isso. Nem todo amor dito é amor praticado. Nem toda humanidade expressa em lágrimas é fronteiriça da verdade de um coração. Exemplo pessoal pior do que o dele em relação a Filha Sandra, já falecida, é difícil encontrar. Mesmo após comprovada a paternidade biológica, o desprezo. A pensão só veio por força de determinação judicial. Difamou-a em público, mesmo sem ela ter motivado tamanho ódio. Apesar da filha implorar amor em público, sempre ter tido uma conduta de pessoa íntegra, não bastou. Ela casou-se, foi mãe, tornou-se evangélica, depois vereadora... Enfim, morreu tenramente com um câncer terrível e nem nesse momento soube o que era um pai. Para completar, ele enviou uma mísera coroa de flores para o velório, que, em minha opinião, serviu para coroar finalmente a crueldade que nele jaz. Quem não entender o que eu escrevo, compreendo perfeitamente. Afinal, só mesmo quem é órfão de pai vivo pode mensurar o tamanho de uma dor assim... Abs, Denise Araújo Correia Data: 03/03/2009 - Horário: 21h13min Conto húngaro Caros Amigos, Este é só para informar que acabei de postar o conto Károly, de Bartis Attila, um autor contemporâneo magiar dos mais quentes no meu blog de manias de Hungria http://hungaromania.wordpress.com/ Chico Guedes Data: 03/03/2009 - Horário: 18h45min Finalmente, "O corvo" Postei em POESIA a tradução feita por Milton Amado e a preferida de João da Mata do poema ―O Corvo‖, de Poe. Transcrevi o poema do ―Portal Edgar Allan Poe‖ (link mais abaixo), que descobri há pouco. Nele o leitor poderá encontrar tudo sobre o escritor, com destaque para traduções de ―O Corvo‖, por Fernando Pessoa, Milton Amado, Machado de Assis, Gondin da Fonseca, Alexei Bueno, Haroldo de Campos, uma versão em prosa e outra adaptada de Paulo Leminsky. http://www.poebrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=38&Itemid=58 Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 18h42min Diário de Bordo Som O segundo disco de Carito e os Poetas Elétricos é de uma sonoridade inusitada. Eu escuto, escuto e nunca me canso de explorar. Porque ali está um futuro, uma atualidade, uma percepção de portas abertas. Quanto mais eu escuto mais gosto. De Carlos de Souza, em sua coluna, em mais um Diário de Bordo. Confiram! Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 18h25min ALCATRAZ E A ILHA DA PILANTRAGEM Caros Laurence e Tácito, É verdade que a imprensa pode e tem poder para ―balançar‖ o barco. Trata-se de força relativa entretanto, pois que não é toda a imprensa que detém tamanho poder. Sabe-se que em províncias onde os próprios políticos são os donos da imprensa (rádios, tv‘s, jornais, etc.) esse conceito de ―poder da mídia‖ desmorona-se. Ademais, vejo neste pequeno e recorrente episódio a elástica e frágil noção de punibilidade que nos domina (brasileiros). Parece que quando a fumaça da corrupção e da falcatrua surge ninguém enxerga além do fato sob escopo. Como é que ninguém, e digo ABSOLUTAMENTE ninguém, fez questionamentos sobre o deputado que supostamente é proprietário do ―casarão‖ em Brasília, e irmão do supostamente ―real‖ dono da mansão? Aquele que detém a escritura pública de um bem, dono dele é. E ponto final. Em outras palavras, temos uma situação onde supostamente ―algo‖ ilícito ocorreu (a compra de um imóvel bem além dos padrões de qualquer funcionário publico e a desculpa de que esse bem estava sob o nome do irmão, e que teria esquecido de transferi-lo para si), mas esquecemos que outro ilícito ―supostamente‖ ocorreu também, qual seja, a não declaração ou omissão de patrimônio pelo irmão. Outro ato questionável. Além, evidentemente, da necessária comprovação de como, quando, e com qual dinheiro o bem foi adquirido, porque com o salário de funcionário público ou o de deputado com certeza não pode ser. Portanto, a meu sentir, investigações deveriam iniciar-se para ambos os casos. Mas quando falo de investigação no Brasil, uma tristeza sobrevém. A gastrite se manifesta. Hemorróidas, se as tivesse, se inflamariam. Nada acontece. Nada. Nunca entendi como pessoas que ganham 8, 10 15, 20 ou 30 mil reais por mês podem ter apartamentos de mais de um milhão de dólares ou casas de 3 milhões de dólares ou castelos... e por ai vai? E tudo escancarado à vista de tudo e de todos. A revista VEJA (há duas semanas) recentemente nos brindou com a revelação do patrimônio de vários políticos. Melhor não é o que possuem atualmente, mas o patrimônio declarado antes de serem eleitos. Uns declararam possuir pouco mais que um fusca antes das legislaturas, agora agregam montas assombrosas. Por fim, a ordem pública e o dinheiro público devem ser protegidos. E quanto ao ―balançar o barco‖, ou ter mansão na lagoa, acho que passada a fase da presunção de inocência, e em sendo reconhecida a culpabilidade dos envolvidos, estes deveriam subir a bordo e levados deste Brasil para algum Alcatraz longe daqui. Como seria uma ilha habitada apenas por pilantras? Abraços, CHARLES M. PHELAN Data: 03/03/2009 - Horário: 17h55min "O Corvo" fica para mais tarde O poema ―O Corvo‖, enviado por João da Mata, chegou desconfigurado, inclusive a versão remetida para o meu e-mail. Deletei a tradução que postei em PROSA e à noite eu tento consertar isso porque estou sem tempo agora à tarde. Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 15h07min O que foi que deu errado? JORNAL DO COMMERCIO COLUNA "ESCRITA" DE SCHNEIDER CARPEGIANNI A preocupação de Fernando Monteiro em cutucar/entender o rumo do mercado literário brasileiro é antiga. Vai desde suas entrevistas, sempre atravessadas por um quê inegável de polêmica, e passa por sua ficção, que brinca e esnoba com os limites do real. É o caso do romance O grau Graumann, que forjou a idéia de um ganhador do Nobel de Literatura nascido no Brasil, que ninguém nunca ouviu falar, mas que cai do dia para a noite nas graças da mídia. FM voltou a ironizar com universo literário do país numa série de artigos que começou a publicar no jornal literário Rascunho de Curitiba (rascunho.rpc.com.br). O primeiro deles, com o título A cabeça no fundo do entulho da leitura, toma como ponto de partida a famosa lista de livros mais vendidos da Revista Veja, de 12 de agosto de 1981, para perguntar ―o que deu errado?‖. ―Naquele dourado ano de 1981: o leitor brasuca havia levado ao primeiríssimo lugar (ao longo de cinco meses) o já citado Memórias de Adriano – ficção baseada em rigorosas pesquisas da Yourcenar sobre o imperador romano do século 2 (―o século dos últimos homens livres‖, segundo a autora belga) – e, em seguida, virava assunto da matéria especial de agosto daquele ano por se revelar atraído por qualidade acima de qualquer suspeita: estava lendo o romance Sempreviva – do bom Antonio Callado – e se mostrava também influenciado pelo cinema, ao guindar O beijo da mulher-aranha, de Manuel Puig‖. Ainda pela mesma lista O livro dos seres imaginários, de Jorge Luis Borges. Uma lista difícil de entender, se tivermos em mente os títulos mais vendidos hoje. ―Menos de trinta anos depois, você vai e confere que estamos patinando, nas listas, no pântano dos Paulos Coelhos, esforçamo-nos para alcançar as 100 escovadas antes de ir para a cama (Melissa Panarello), queremos saber Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? (Allan e Barbara Pease), se Tudo valeu a pena (Zibia Gasparetto) para o Homem-cobra e a mulher-polvo (Içami Tiba) e também Quem mexeu no meu queijo? – pergunta transcendental do título da obra de Spencer Johnson (seja lá quem for)‖, polemiza Fernando Monteiro. Nada mais oportuno. Tácito Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 14h36min O papel da imprensa Caro Tácito, olha a importância e o papel decisivo da imprensa em uma democracia, ainda que incipiente. Uma reportagem da Folha de São Paulo, mostrando ilicitude na declaração de bens, consegue tirar do cargo o diretor geral do senado, Agaciel Maia, que parecia fincado a sete chaves. Agaciel é irmão de um dos governadoráveis aqui do nosso estado, João Maia. Não seria legal, que essas denúncias que ocorrem por aqui, pudessem ter o mesmo peso e resultado? DO EDITOR Sem dúvida Laurence. Por que isso não acontece? Talvez a nossa imprensa não tenha a credibilidade e a força da do Sudeste. Laurence Bittencourt Data: 03/03/2009 - Horário: 14h33min RIO GRANDE ( O DO NORTE ) É o Rio Grande do Norte na grande, média e pequena imprensa. O Sueco é Morto. Só esqueceram de noticiar a prostituiçao e bacanal às drogas. Agaciel Maia de Natal entrega casa. Para quem? Depois o João Maia é re-eleito. Que não sabe de nada. Mas tem uma boa e grande novidade na política do Rio Grande (o do Norte). Fernando Bezerra vai voltar. E assim la nave vá. Pena que só temos isso para mostrar. Depois é só dar um passeio pelas ruas alagadas de Natal. Na praia nem morta, quando chove só vejo Bosta. Jota Eme Data: 03/03/2009 - Horário: 14h29min MUDANÇAS Tácito, as mudanças previstas na Folha podem trazer mais mudanças. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=527IMQ001 Sílvio Andrade Data: 03/03/2009 - Horário: 14h28min O CORVO Meus Caros, Lembrando ainda os 200 anos de nascimento de Edgar Allan Poe, ofereço-lhes o Corvo ―The Raven‖ na tradução de Milton Amado. Esse belo poema foi traduzido por muitos e geniais escritores. Traduziram O Corvo nada menos que Machado de Assis e Fernando Pessoa. Charles Baudelaire, Mallarmé, Didier Lamaison, Emilio de Menezes, Gondin da Fonseca, Benedito Lopes, Alexei Bueno e Jorge Wanderley. O grande tradutor e amigo Ivo Barroso publicou um livrinho com essas famosas traduções. Um das minhas preferidas é a de Milton Amado, que transcrevo como uma veneração a esse escritor genial. DO EDITOR O poema chegou desconfigurado, inclusive a versão remetida para o meu email. Deletei a tradução que postei em PROSA e à noite eu tento consertar isso porque estou sem tempo agora à tarde. João da Mata Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 15h02min De Beránger Querida Denise, Gosto muito das epígrafes. Muitas já me levaram a outros mares. Estava lendo uma e lembrei dele. Você sabe de quem? ―Son cœur est un luth suspendu..." sitôt qu'on le touche il résonne." De Beránger (1780-1857) ―Seu coração é um alaúde suspenso Tão logo a gente o toca, ele ressoa‖ Abraços Fraternos, João da Mata Costa Data: 03/03/2009 - Horário: 14h23min O rei da precisão no chute Caros amigos: Cada vez que leio as bobagens que Pelé fala, relembro da beleza de seus passes e outros atos futebolísticos. Periga ser o melhor de sempre, embora o encanto da fantasia, em Garrincha, seja outro capítulo do futebol como grande arte. Sim, Pelé é um falador insuportável. Deveria continuar tão bom no jogo e chutar com os pés, ao invés de usar as palavras daquele jeito vexaminoso. Mas ninguém é perfeito. Abraços: Marcos Silva Data: 03/03/2009 - Horário: 14h22min Mutantes mutantes Caros amigos: Os dois primeiros discos dos Mutantes são excepcionalmente bons. Depois: piora gradativa, culminando com a saída de Rita, que fez grande carreira solo noutras direções. É preciso lembrar que eles participaram do clássico coletivo "Tropicália" - duetos com Nara & Cia. Abraços: Marcos Silva Data: 03/03/2009 - Horário: 08h42min Ruy Castro Leia no SOPÃO DO TIÃO http://www.sopaodotiao.blogspot.com/ ―Uma coisa é suportar a soberba de quem faz pose de intelectual de bom gosto sem saber bem onde o galo está cantando. Outra, bem diferente, é baixar a cabeça para a escrita blasé mas irresistível de quem elege os melhores e detona o que não lhe apetece com a destreza de saber analisar com prudência, estilo e elegância, e a competência de deixar claras as bases desse julgamento. E tudo isso com um pouco de charme verbal, que não é talento concedido pela providência a qualquer mortal. De quem eu estou falando, já descobriu? Do Ruy Castro que todo mundo descobriu mesmo foi lendo a "biografia" da bossa nova, o soberbo "Chega de saudade" - e que continuou nos tratando muito bem com seus livros seguintes, como o "Anjo pornográfico" que espanou a poeira de moralismo que impedia os brasileiros de admirar Nelson Rodrigues de peito aberto.‖ Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 22h02min A história pela lente da história ―Se só se pode julgar a história pela lente da história, sabemos hoje que a indiferença pelo destino dos não-familiares e a escolha de cuidar da própria vida ignorando a dos outros- têm um nome: cumplicidade criminosa. Foi essa pretensa neutralidade, ao preço de uma brutal desidentificação com a condição humana, que instalou na Alemanha o que Hanna Arendt chamou de "banalidade do mal". Da psicanalista Maria Rita Kehl em PROSA (em teste, se sumir, eu posto aqui mesmo). Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 21h52min A linha editorial de Veja Na revista Imprensa que está nas bancas tem uma entrevista com o diretor de redação de Veja, Eurípedes Alcântara, onde ele diz que a revista fica à esquerda do leitor, quando o assunto é comportamento, e à direita, quando trata de economia. Quem ler a Veja atentamente, sabe que não é bem assim. A linha editorial de Veja é reacionária e, em alguns momentos, fundamentalista e messiânica, em defesa do mercado e do status quo. Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 21h29min Noam Chomsky ISTOÉ - O sr. está dizendo que Obama é igual a George W. Bush? Chomsky - Para começar, há uma distinção entre o primeiro e o segundo mandato de Bush. O primeiro foi muito arrogante e agressivo, desconsiderou as leis internacionais e foi tão abusivo que se distanciou de países aliados. O segundo mandato amaciou a retórica e as ações, que estavam causando danos demais aos interesses dos Estados Unidos. É possível que Obama dê continuidade às políticas do segundo mandato. Em alguns aspectos, Obama ainda é mais agressivo, como no Paquistão e no Afeganistão, que, pelo que vejo, são suas principais preocupações internacionais." De Noam Chomsky em entrevista, que pode ser acessada pelos internautas, à revista Isto É. http://www.terra.com.br/istoe/ Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 18h58min A entrevista de Pelé Embora já saibam o que irão encontrar, mesmo assim postei a entrevista de Pelé à Veja. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 18h54min Pelé quando abre a boca... "Eu me aposentei como atleta profissional. Desde outubro, recebo 3 000 reais do INSS. Já posso pegar ônibus de graça e pagar meia-entrada no cinema". A frase acima é de Pelé, em entrevista à Veja. Por essa resposta você já pode deduzir o nível das demais. Arrogante, vaidoso, pretensioso, totalmente sem noção... Mais uma vez fica demonstrado que o craque só deveria abrir a boca em casos extremos. Fiquei chocado com as respostas do jogador. Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 18h29min “Ditabranda' para quem?” ―O que explica essa inacreditável estupidez da Folha? A meu ver, três pontos devem ser levantados: 1. A combativa atuação do advogado Comparato para impedir que os torturadores permaneçam ―anistiados‖ (atenção: o caso será julgado em breve no STF!). 2. O insidioso revisionismo histórico, com certos acadêmicos, políticos e jornalistas, a quem não interessa a campanha pelo ―Direito à Memória e à Verdade‖. 3. A possível derrota eleitoral do esquema PSDBDEM, em 2010. (Um quarto ponto fica para ―divã de analista‖: os termos da nota – não assinada – revelam raiva e rancor, extrapolando a mais elementar ética jornalística.)‖ De Maria Victoria de Mesquita Benevides, no artigo ―Ditabranda' para quem?‖ , publicado na Carta Capital. http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=3462 Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 16h26min Fim dos cadernos literários Claro que devemos lamentar e protestar contra a perda de espaço e o fechamento de cadernos literários, como o Book World, do Washington Post, relatado em post mais abaixo. Lá os textos referentes à literatura irão dividir espaço com as notícias de entretenimento. Coisa que já acontece há bastante tempo nos jornais brasileiros. Essa uma tendência que me parece inexorável. No caso mais específico de Natal, tem ainda as colunas sociais, que ocupam mais da metade do espaço dos cadernos ditos culturais. Mas acho que há espaço para resistência e publicação de textos sobre literatura em outros espaços do jornal. Vamos pegar como exemplo a Tribuna do Norte. Ivan Maciel, às sextas, Nei Leandro, aos sábados, Nelson Patriota, Carmen Vasconcelos e Cláudio Emerenciano, aos domingos, todos escritores, podem escrever – escrevem aqui e ali – sobre literatura. Tem ainda o espaço da página dois que pode, eventualmente, tratar do tema. Se somarmos isso, ao que é publicado na internet, temos um quadro menos dramático. Se não fosse a internet a situação seria muito pior. Tácito Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 16h19min Os Mutantes quarentões 2008 passou e ninguém lembrou do aniversário de 40 anos do debute em disco dos Mutantes. A memória do Inimigo tarda, mas não falha. Lá tem um artigo de Hugo Morais sobre o assunto. Segue o link http://www.oinimigo.com/blog/?p=1153 Alexis Peixoto Data: 02/03/2009 - Horário: 12h27min EUREKA EUREKA Ele nasceu há duzentos anos atrás. Morreu novo e bêbado. Louco e genial. Deixou uma obra de visionário. Escreveu alguns dos maiores contos da literatura universal. O Corvo e o Escaravelho de Ouro são antológicos. Perco-me nesse poço que vai dar nos confins da existência débil e atormentada. YYYYYYYYYYYYYYYYESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS. Alguns outros loucos geniais o traduziram e ampliaram a sua cosmogonia fértil e translúcida par alguns. Chama Baudelaire, Mallarmé e Paul Valéry. Um Erudito. Antes de morrer EUREKA. Deixou esse poema sobre a cosmogonia dedicado a outro gênio: Humboldt. Já tinha explorado os confins do ser. Da loucura. Do imaginário. Precisava Vasculhar todo o universo para além do mundo sub-lunar. E pensar que alguns se esborracham na lama. Não conseguem ver além do umbigo. Ele foi longe. Leu sobre tudo e construiu uma bela cosmogonia. Não!.Ele escreveu um belo poema de Adeus. Mais um, por favor! POE POE POE João da Mata Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 12h26min Volonté é Homenageado no DP Mais do que uma justa homenagem a sacanagem de alguns que não sentem a ameaça. Que se locupletam. Que gostam do folclore poético para se promoverem. Todo o meu escárnio para eles e um forte abraço ao amigo louco e peripatético Volonté. Que faz da vida uma poesia, muitas vezes sem rimas e rimos. Arrimo. Couraça. Hipocrisia. João da Mata Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 12h30min ALCEU Alceu em Entrevista ao J. Do Comércio- PE Portugal "Nós do Brasil somos escrotos com Portugal. A gente fala da nossa africanidade, com toda razão, porque ela está presente. Fala-se da nossa coisa indígena. Ninguém fala em Portugal, incrível. Portugal trouxe pra cá o trovador, trouxe pastoril, o fado, músicas juninas, e ninguém fala nisso?" E eu complementaria. Trouxe uma grande civilização. Trouxe o Cancioneiro, Camoes, Bocage, Pessoa et al. Amo a Lusitanidade. João da Mata Costa Data: 02/03/2009 - Horário: 12h28min Lançamento do livro de Homero Costa O escritor potiguar Homero de Oliveira Costa lança no dia 11 de março deste ano na Poty Livro do Praia Shopping o seu mais recente livro. Trata-se de uma coletânea de artigos publicados na imprensa local, entre l998 e 2008. São artigos variados, que vão desde reflexões sobre a Ética na Política, Mídia e democracia, no qual o autor chama de dilemas da representação política: os partidos políticos ("os partidos políticos e a lei de ferro das oligarquias" e "Há futuro para os partidos políticos?"), sobre financiamento de campanhas eleitorais, pesquisas eleitorais, medidas provisórias ("Medidas provisórias ou permanentes?"). No livro há outros artigos publicados nos principais jornais de Natal como, o populismo na política brasileira, temas da reforma política (sistema eleitoral, fidelidade partidária, sistema eleitoral (majoritário ou proporcional?), em defesa do voto facultativo, eleições e democracia, crise da representação política, os limites da reforma política, as metamorfoses do governo representativo, a partidarização do judiciário, os rumos do governo Lula. Existem ainda artigos sobre a indústria do charlatanismo, o (des) gosto pela política, a importância do voto e a atualidade de Maquiavel. Enfim, sugestões de boa leitura e muita polêmica. Homero de Oliveira Costa é formado em ciências sociais pela UFRN e tem mestrado em ciência política (Unicamp/SP) e doutorado em ciências sociais (área de política) pela PUC-SP, professor Associado da UFRN (Área de Ciência Política do Departamento de Ciências Sociais e Programa de PósGraduação em Ciências Sociais) e é autor dos livros "A Insurreição comunista de l935" (Ensaio/SP), Reforma Política no Brasil e outros ensaios (Sebo Vermelho, Natal/RN), Democracia e representação política no Brasil (Sulina/RS). Colaborou, entre outras coletâneas, nos livros "Dicionário Crítico Câmara Cascudo" (Perspectiva/SP), e Dicionário Crítico Nelson Werneck Sodré (UFRJ/RJ). É também Editor-adjunto da Revista Cronos (revista da pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN). Costa Júnior Data: 02/03/2009 - Horário: 09h30min Jean Daniel/Entrevista PERGUNTA - Em seu livro sobre Camus, leem-se quatro diretrizes que resumem as obrigações de um jornalista: "Reconhecer o totalitarismo e denunciá-lo. Não mentir e saber admitir o que se ignora. Negar-se a dominar. Negar-se sempre, sob qualquer pretexto, a praticar qualquer tipo de despotismo, incluindo o provisório". Quais são, para o sr., as obrigações de um jornalista hoje? DANIEL - A lista de Camus ainda é válida. O que é preciso acrescentar a ela? Provavelmente a capacidade de conhecer as novas armadilhas da tecnologia. Quando Camus enumerou essas obrigações, ainda não existia a televisão. E o reinado da imagem mudou tudo, incluindo a forma de escrever. Imagine um romancista que escrevesse um romance e em cada parágrafo alguém lhe dissesse que seu nível de audiência estava caindo ou subindo. Escrever em razão da reação imediata do leitor! A grande inovação que intensificou os temores enunciados por Camus é a simultaneidade, a onipresença, o fato de que, quando alguém fala, faltam segundos para que a Terra toda saiba o que diz. Isso é algo extraordinário. Do diretor da "Nouvel Observateur" Jean Daniel. Leia a íntegra em ENTREVISTA. Enviada por Vânia Marinho. Tácito Costa Data: 01/03/2009 - Horário: 22h38min Crise atinge cadernos de livros FOLHA DE SÃO PAULO "Washington Post" extingue "Book World"; "San Francisco Chronicle" e "New York Times" são os únicos a ainda manterem suplementos LILA AZAM ZANGANEH Saiu em 15 de fevereiro a derradeira edição do suplemento literário do "Washington Post", um dos maiores jornais dos EUA. Esse célebre suplemento intitulado "Book World", com vários críticos que já receberam o Prêmio Pulitzer, saía no interior do jornal, mas também era vendido separadamente. Desde 22 de fevereiro, seus artigos passaram a aparecer em duas rubricas dedicadas a outros temas: "Outlook", uma página de debates e comentários, e "Style & Arts", uma seção que trata do "entretenimento" sob todas as suas formas. De agora em diante, "Book World" continuará a ser publicado separadamente apenas na internet, com exceção de algumas edições especiais: a edição de leituras de verão e a de livros para crianças. Qual é a razão dessa parada mortal? A falta de anúncios. "É a publicidade, é claro. Ela não justificava o espaço dedicado semanalmente à cobertura de livros no "Book World'", declarou na semana passada Marcus Brauchli, um dos redatores-chefes do "Washington Post". Mas acrescentou que o número de críticas publicadas no jornal "quase" não diminuirá, "embora seja verdade que vamos dispor de menos espaço". Embora seja criticada por todos os meios literários do país -especialmente pelo muito respeitado Círculo Nacional dos Críticos de Livros, que fez circular uma petição assinada por alguns grandes nomes da literatura americana -, a decisão parece ser inapelável. Isso porque não está vinculada apenas à crise econômica que devasta a indústria de livros nos EUA. Nova política Já há vários anos que as editoras gastam uma parte ínfima de seu orçamento de marketing com anúncios em jornais, preferindo fechar acordos de cooperação com cadeias de livrarias como Barnes & Noble, que garantem que determinados livros serão claramente destacados nas vitrines das livrarias. O efeito disso sobre a cultura literária, já pisoteada pela lógica da cultura de massa, corre o risco de ser deletério, como observam vários críticos, escritores e leitores. "Enquanto as estatísticas nacionais dão conta de um pequeno aumento do interesse pela leitura", observa um blogueiro de Washington, "os jornais parecem assumir a posição vergonhosa de enxergar a literatura como prática marginal e pouco lucrativa". Para acalmar a angústia que tomou conta do mundo literário americano com a anúncio do fechamento do "Book World", o "Washington Post" anunciou que vai experimentar "novas formas de reportagens literárias", mais vinculadas a temas da atualidade. "Se saírem três livros sobre Lincoln", explica Brauchli, "nós os juntaremos num só artigo ou, então, faremos um artigo sobre a influência de Lincoln sobre a política de Obama". Um fato que pode dar alguma esperança aos amantes dos livros é que o "Book World", criado em 1967, já havia sido relegado à seção "Style" em 1973, antes de reconquistar o lugar de entidade separada no início da década de 1980. Portanto, tudo ainda é possível. Vários editores, aliás, justificam as transformações atuais, declarando estar certos de que a integração das críticas de livros às páginas gerais vai chamar a atenção de um grupo maior de leitores. E as resenhas, garantem, vão continuar e serão ampliadas na internet. Acontece que, para muitos jornalistas, a internet modifica a própria natureza da função crítica, pois, para o leitor, trata-se mais de fazer uma busca por um artigo do que de passear com o olhar por várias páginas. Esse fato, concretamente, limita o alcance de uma crítica sobre um autor pouco conhecido do grande público. Já vai tarde Dito isso, alguns leitores do "Book World" não terão problemas em adaptar-se a seu desaparecimento. Um blogueiro do Colorado parece fazer eco a uma parte significativa dos leitores quando escreve: ""Book World" era tão medíocre que, francamente, não era digno de um jornal tão prestigioso. (...) Enquanto conceito, portanto, "Book World" não me fará falta; enquanto realidade, eu diria que ele vai tarde!". Os únicos suplementos literários que estão resistindo à crise até agora são os do "San Francisco Chronicle" -apesar de o número total de artigos ter diminuído nitidamente- e do "New York Times". O "Los Angeles Times" eliminou seu suplemento literário em 2007, apesar de ter aumentado o número de artigos on-line. "Talvez seja apenas uma nostalgia idiota de minha parte", explica seu último redator-chefe, Steve Wasserman, "mas gosto de pensar que a República dos Livros merece uma região que lhe seja própria". O sacrossanto "New York Times Book Review" ainda é o maior suplemento literário dos EUA, com até 30 páginas todos os domingos, 15 jornalistas e dezenas de colaboradores. O "NYTBR" é vendido separadamente a 23.500 assinantes, e a cada semana 4.200 exemplares são comprados em livrarias de todo o país. Mesmo assim, os editores se negam a pronunciar-se sobre o futuro do suplemento, tendo em conta que a crise já provocou os maiores prejuízos que o "New York Times" sofreu desde o crack de 1929. ********** A íntegra deste texto saiu no "Le Monde". Tradução de Clara Allain. Fernando Monteiro Data: 01/03/2009 - Horário: 11h47min PARA LÍVIO Boa, Lívio. Não é fácil incutir o pensamento da auto-valoração. Abs, CHARLES M. PHELAN Data: 01/03/2009 - Horário: 11h29min Só é triste quem não se recorda POR FABRÍCIO CARPINEJAR "(...) Só é triste quem não se recorda, quem não mistura os fatos com as impressões. Toque-me no pescoço, o braço ficará arrepiado e será um acontecimento. Toque-me na memória e vou me encontrar mais do que me pertenci. Nenhuma separação é maior do que a possibilidade de restauração da memória. Não existe escombro que não possa servir de pedra novamente. A memória devolve o que não tínhamos. A memória é a saudade do que virá. Não há quem não feche os olhos ao comer, não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita, não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar. Fechamos os olhos para garantir a memória da memória. É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória. Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível. Viver é boiar, recordar é nadar. Escrevo na água, no vento da água. O passado sem os olhos fechados é como uma roupa enrugada. Sem corpo. Sem as folhas dos plátanos." Tetê Bezerra Data: 28/02/2009 - Horário: 16h58min Todorov e a verdade dos livros POR FÁBIO DE SOUZA ANDRADE COLUNISTA DA FOLHA APESAR DE Campos de Carvalho e seu divertido "O Púcaro Búlgaro", não é literatura o que primeiro ocorre a este colunista quando se menciona a Bulgária. No entanto, para além do sabor das burekas, da sonoridade estranha e única dos coros de vozes femininas ou da sombria memória da vida atrás da cortina de ferro, vem de um influente ensaísta búlgaro, radicado na França há mais de 40 anos, Tzvetan Todorov, uma das defesas modernas mais enfáticas da importância da experiência literária na vida do homem comum. Em "A Literatura em Perigo", o autor de "A Conquista da América" entrelaça sua biografia intelectual a um diagnóstico pessoal e crítico (mas longe de solitário, quase que uma tópica moderna) das práticas de leitura hegemônicas na atualidade. Para Todorov, assistimos a uma progressiva conversão da literatura em coisa de iniciados, tendo os textos literários se tornado cada vez mais pretextos para um bricabraque teórico-conceitual autônomo (entre os críticos) ou exercícios formais autorreflexivos (entre os autores). De pouco em pouco, apostas institucionais (currículos escolares, modas acadêmicas e jornalismo cultural incluídos) têm apagado a presença essencial do mundo no literário, turvando a possibilidade desde sempre associada aos livros de, neles, nossa vida se cruzar com outras, imaginárias. Aos seus olhos, o modo contemporâneo de ler ficção e poesia -solipsista, niilista e formalista- pede uma guinada abrupta, voltando a valorizar as verdades complexas e a visão peculiar de um conjunto de valores que um grande romance ou um belo poema carregam. Não deixa de ser irônico que a proposta caiba logo a um dos maiores expoentes do estruturalismo francês dos anos 60. Filho de bibliotecários, Todorov, ainda menino, devorava adaptações de clássicos (de "Oliver Twist" a "Os Miseráveis") e, estudante de letras, em Sófia, viu-se forçado a primeiro optar pelo viés formalista, como solução geracional para driblar a censura totalitária. Uma bolsa de estudos em Paris o jogou no colo do estrutralismo nascente, intensificando este aparente divórcio inicial entre literatura e vida. Mas, se militou no coração da ortodoxia estruturalista (que o digam os leitores de seu "A Gramática do Decameron", redução de Boccaccio a esquemas emprestados aos contos populares), Todorov, em mea-culpa discreto, sustenta que o conhecimento das leis da forma nunca foi, para ele, senão etapa preliminar. E, de fato, livros sobre as consequências trágicas da incompreensão do outro durante a conquista espanhola da Mesoamérica ou no colaboracionismo francês mostram que, como leitor, ele nunca ignorou a centralidade da experiência humana, nem jamais rechaçou o leitor aparentemente ingênuo, aquele que pergunta em que a literatura pode fazê-lo melhor. ************* A LITERATURA EM PERIGO Autor: Tzvetan Todorov Tradução: Caio Meira Editora: Difel Quanto: R$ 25 (96 págs.) Avaliação: ótimo Tácito Costa Data: 28/02/2009 - Horário: 16h30min SOS Línguas POR IVAN LESSA Colunista da BBC Brasil A Unesco acaba de publicar uma nova edição de seu Atlas Interativo de Línguas em Perigo de Extinção. O Brasil é o terceiro país do mundo com línguas ameaçadas. Consta que no mundo, de um total de 6 mil línguas, 199 são faladas por menos de 10 pessoas. O número redondo de 200 deixou de sê-lo quando morreu, em janeiro deste ano, Marie Smith Jones, a última mulher a falar Eyak, um dialeto do Estado do Alasca. A primeira coisa que nos ocorre é dar os parabéns a nós mesmos por, entre as sobras da reforma, ou acordo ortográfico, terem nos deixado ressuscitar, ou chamar ao terreiro, como um pai de santo chama um exu, as letras w, y e k. A segunda é perguntar: se Marie Smith Jones era a última pessoa a fazer uso da língua, agora infelizmente extinta, com quem é que ela conversava? Falava sozinha, a pobre? Saía pelas ruas recitando o equivalente aos Lusíadas em eyak? Nunca saberemos. Ficará um mistério para toda a eternidade. Tal como o dialeto alasquiano. Vai-se uma língua, vai-se junto uma cultura. Todos nós, do Alasca ao Zimbábue, temos uma percepção particularíssima do mundo e é através da língua, fonema após fonema, que vamos tentando devassar o vasto mistério que nos cerca a todos. Cada pequena descoberta é uma pequena aproximação à realidade. Quem disse pela primeira vez "pássaro" foi também quem o inventou. Um "pássaro" no Quênia não é a mesma coisa que um "pássaro" em Goiás. São parecidos. Voam com semelhança. Mas um pássaro não é um pássaro não é um pássaro. Parafraseando as rosas de Gertrude Stein que, no fim das contas, eram uma só. O Atlas linguístico da Unesco reserva espaço também para o que chama de "línguas seguras". São aquelas faladas por 100 mil pessoas ou mais. Línguas que exercem poder e influência. As manda-chuvas das línguas. Feito o inglês e o mandarim. Até onde sei, o nosso português, do Brasil e de Portugal e outros países signatários do acordo, que é também reforma, é falado, mesmo que mal, por mais de 100 mil pessoas. No entanto, nos artigos que li a respeito da publicação, ele é atingido sim, o verbo está correto - só de passagem. Segundo especialistas, e vamos chamá-los logo de linguistas, há 2.500 línguas em perigo ou "estado crítico". Esse perigo manifesta-se sob a forma de pressão. Pressão política, econômica e cultural, e, muitas vezes, militar também. Não é fato para causar surpresa que dois dos países mais em risco de sofrer sérios abalos em seu modo de falar são a Índia e o Brasil, em vista da tremenda migração das zonas rurais para as urbanas. Ambos, Brasil e Índia, passam por uma rápida transformação econômica. Desta forma, uma língua passa a representar modos de vida tradicionais cedendo às línguas dominantes. Em 1961, levaram nos cinemas uma chanchada chamada Um candango na Belacap, com Ankito, ora com biografia fartamente ilustrada, nas estantes. Sem saber, o filme registrava, logo no título, duas transformações linguísticas, dois neologismos. As transformações prosseguem. Prosseguem agora em outro tipo de chanchada, passada nas academias de letras e ciências de Brasil e Lisboa, conforme comentaria um tipo mais mal-humorado que os outros. A Unesco aponta as línguas "assassinas", que chama de "killers", não se passasse a organização no idioma do país de Barack Obama. As línguas "assassinas", como um "grande tubarão branco", são precisamente essas que ocorrem a qualquer cidadão médio: o inglês, o francês e o espanhol. Reconquistas século 21, digamos. O mar - esse mare nostrum - não está para peixinho miúdo. Encerremos pois, à antiga, tecendo loas a algumas das 12 ou mais línguas onde resta apenas uma única pessoa a praticá-las, no que voltamos à pergunta original: se é uma pessoa só, com quem fala ela? Às loas: O wintu-nomlaki. Praticado na zona ocidental da cidade de Sacramento, no estado da Califórnia. O livoniano. 30 mil pessoas se entendiam e desentendiam em livoniano, na Letônia, por volta do século 13. Há tentativas de reativar o idioma. Pouco provável que dê certo. O yahgan. Esse é chileno. Da ilha Navarino. Sabe-se o nome da senhorita (não pode ser senhora, senão o marido arranharia algumas palavras em yahganês) que o fala: Cristina Calderón. Longa vida a ela. O kaixiná. Essa é com a gente. E pertence com exclusividade a Raimundo Avelino, de 78 anos. A tribo dos Kaixanás, com cerca de 200 pessoas, se entendia em kaixiná, numa aldeia com o nome de Japurá, nas proximidades de um rio com o mesmo nome, no Estado do Amazonas. Foram, os kaixinás, desta para melhor, sobrou o bom Raimundo. Nem foi preciso a reforma ortográfica dar uma chegada à região. Qualquer tentativa de reviver a língua perdida será prontamente reformada e acordada segundo os moldes e padrões atuais. Napoleão Paiva Data: 28/02/2009 - Horário: 16h14min O que falta à Bienal? Tácito, envio o texto que escrevi por ocasião da última Bienal de Natal, e que causou, entre alguns, certa controvérsia: "A Bienal do Livro de Natal já se constitui em importante evento do calendário cultural do Rio Grande do Norte, frisando-se, desde logo, que a sua iniciativa é louvável por si só, vez que oferece ao público de nosso Estado mais uma alternativa de entretenimento e cultura, ainda que de forma efêmera e pouco profunda. No entanto, por essa falta mesma de profundidade, efetiva-se em meio a alguns equívocos – uns menos, outros mais graves – em sua realização e que se fazem perceber a partir de uma análise superficial mesma, frente à explicitude com que se têm demonstrado em suas primeiras edições nesta terra de Cascudo. Tem sido assim aos olhos do mais atento observador especializado como também à vista daqueles que, buscando um diferencial no que respeita ao seu rol de diversões ou escolhas culturais, terminam por sofrer decepções no meio do caminho (neste ano, mais longo e molhado, até o distante Centro de Convenções). Nessa última edição, recentemente concluída, algumas falhas gritantes se repetiram, outras foram tristemente inauguradas. Dentre aquelas mais freqüentes está a já batida desvalorização dos escritores da terra. Aparentemente lembrados, houve apenas um parcial, incompleto, imperfeito chamamento de alguns a participarem de mesas-redondas, debates e lançamentos, obviamente sempre à margem de alguns expoentes nacionais (muitos não tão convincentes). Não se tem uma lógica de homenagens sérias, de estudos profundos ou de exposição consistente da Literatura Potiguar, nem mesmo da nacional. Nem os mais privilegiados autores da terra, nem mesmo os escritores (raros) convidados a fazer parte direta do evento tiveram repercussão importante e tratamento digno de suas obras e personalidades. Tudo é muito superficial e vazio e, deve-se salientar, não serão cafezinhos e brindes baratos em uma sala VIP improvisada que farão a revolução ou o resgate da Literatura Potiguar ou do Brasil. Lançamentos e muitos re-re-re-lançamentos (desculpem-nos a falha redacional) foram tratados, também, de maneira rápida e rasteiríssima, não permitindo aos leitores a deglutição (de lembrar, ainda, a fraquinha praça de alimentação) da programação e a compreensão da seqüência lógica dos acontecimentos. Até mesmo uma iniciativa importante como foi a da premiação de autores mirins em um concurso de contos sofreu com a pouca e rápida divulgação das regras e dos resultados e com os prêmios financeiros de reduzido valor (será que faltou dinheiro também para outros aspectos do evento?). Num momento em que se começa a trabalhar junto à Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte – a partir de uma iniciativa da União Brasileira de Escritores neste Estado – uma Lei que visa proteger e garantir condições para a formação de um mercado digno para o livro e para o autor potiguar, a Bienal não se propõe a incluir na sua lista de debates nenhum tema (e o da Lei seria imprescindível!) que aprofunde a verdadeira discussão acerca de quem somos, onde estamos e o que produzimos dentro da história literária deste pobre Estado do Rio Grande do Norte e do próprio país. Lembre-se que o povo do Rio Grande do Norte, através de seu governo generoso, destinou somas astronômicas à realização da efeméride, nas palavras da própria governadora do Estado, que, tristemente, levou uma grande vaia por ocasião da palestra do escritor e cartunista Ziraldo. Por quê? Respostas para os organizadores do evento. Outras mudanças – sempre postas a lume e jamais tratadas a contento – podem ser exemplificadas a partir da banalização das atrações de mercado trazidas ao ambiente da ―Feira‖. Fácil foi ouvir, com freqüência, que a maior parte dos estandes exibia produtos de má qualidade, para venda fácil (e retorno cultural nem tão evidente), buscando desovar estoques e mais estoques de papel encadernado que, se não fosse um evento como o aqui ora tratado, ficariam anos envelhecendo longe dos consumidores mais incautos (muitos destes que terminam participando – da forma mais angelical – da farsa cultural que se lhes impõem, ocasionalmente). Importante que os empresários (acreditamos que estão de boa-vontade e boa-fé) que cuidam do evento se sensibilizem e passem a se cercar de pessoas verdadeiramente envolvidas com o universo do livro, da literatura e da cultura neste Estado, constituindo em torno de si um círculo de consultores qualificados que possam demonstrar os aspectos histórico-culturais referentes à atividade da escrita e da leitura, num processo em que se deixe no Rio Grande do Norte, após a chamada Bienal, muito mais do que resquícios de papelaria e livros e autores em miniatura. Ou, então, uma sugestão mais séria: Que os tais empresários peçam ajuda e orientação a Gabriel, o Pensador." Lívio Oliveira Data: 28/02/2009 - Horário: 09h34min O leitor OLGÁRIA MATTOS Filósofa, professora titular da USP. (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4165) Grandes obras são aquelas capazes de comover e ensinar. O ―que saberíamos do amor e do ódio, dos sentimentos éticos e, em geral, de tudo o que chamamos de si mesmo‖, pergunta Paul Ricoeur, ―se isso tudo não tivesse passado à linguagem, articulado pela literatura?‖ ―O Leitor‖ é um filme sobre o amor em tempos sombrios. Na Alemanha dos anos 1950, Michael, um adolescente, vive um encontro com Hanna, uma mulher mais velha, e passa a ler para ela os livros que estuda na escola. De Homero a Tchekov, de Chardelos de Laclos às aventuras de Tintin, o amor nasce misturado à ficção. Essa ―mentira que diz a verdade‖ é, em ―O Leitor‖, transmitida, na alternância das gerações, pelo ensino da literatura e seu cânone. Diversamente da simples convenção, sua exemplaridade preserva, como um dom, ―grandes obras‖, aquelas capazes de comover e ensinar. Pois ―que saberíamos do amor e do ódio, dos sentimentos éticos e, em geral, de tudo o que chamamos de si mesmo‖, pergunta Paul Ricoeur, ―se isso tudo não tivesse passado à linguagem, articulado pela literatura?‖ Grandes obras e grandes autores são aqueles sem os quais o mundo seria incompleto. Sem despedir-se, Hanna subitamente abandona a cidade; mais tarde, Michael, agora estudante de direito, iria acompanhar os processos dos crimes de guerra, quando a revê, responsabilizada pela morte de prisioneiras judias durante um bombardeio. Aos poucos vão-se esclarecendo as razões da partida e os motivos pelos quais renuncia à defesa. Na época em que os campos de extermínio sucederam aos de concentração, Hanna desiste da fábrica em que trabalha, de onde, por seu desempenho, fôra promovida ao setor de escritório. Como analfabeta e no ímpeto de escondê-lo, resta-lhe o trabalho de carceragem em um Lager de então. Hanna sente vergonha por não ler. Mas não por temor do desdém ou da humilhação pública. Não sendo externa, essa vergonha decorre do desejo íntimo do mundo mágico do qual está excluída, das fantasias que eternizam as experiências dos homens, resistem ao esquecimento e caminham em sentido contrário ao da morte. Como na obra primeira escrita no Ocidente: a Ilíada e Homero ressuscitaram Tróia da qual até mesmo as ruínas haviam desaparecido. O amor de Michael permaneceu incólume à passagem do tempo. Seu casamento durou pouco; e a melancolia da perda de Hanna se confronta, agora, com a culpabilidade alemã e o genocídio. Pedida a prisão perpétua, a pena é agravada quando a protagonista aceita a acusação de ter assinado o documento que a incrimina, mas de que não poderia ser autora. Michael não intervém, mesmo quando descobre seu segredo. Nada diz aos acusadores sobre o que poderia diminuir a pena. Na prisão, Hanna é visitada por Micahel, que não deixou de amála, mas não consegue aceitar seu comprometimento no campo, no conflito entre o sentimento e a lógica da punição. Em diálogo com G.Grecco - e no âmbito de uma dificuldade semelhante -Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz, diversamente do personagem, se esquiva em imputar a todos os que viveram esses anos: ―sempre me recusei a formular um juízo geral sobre o homem. Mesmo sobre os nazistas. Para mim, o único processo que se pode instruir, e com todas as precauções necessárias, é o dos indivíduos.‖ De resto era o preconizado pelo professor com quem Michael freqüenta o tribunal. Hanna não libertou as prisioneiras. Também escolhera, no campo, algumas que teriam a morte adiada, tempo durante o qual liam romances para ela. Sua resposta evocava a ―lei do dever‖. Como Eichamnn. Este afirmava cumprir ordens e se orientar pelo imperativo categórico kantiano. Considerava-se ―culpado diante de Deus, mas não ―responsável diante dos homens‖; também Hanna diz não ter podido agir de outro modo. Devolvendo,porém, a questão aos juízes pergunta sobre o que eles próprios fariam se estivessem em seu lugar. Michael, ao visitá-la, espera uma retratação que não vem. Indaga se ela nada aprendera com a prisão, a que se segue : ―aprendi a ler‖. Nada se aprende em situações de trauma. Choque paralisador da vida, o trauma bloqueia o pensamento. Michael pressupõe a autonomia moral no interior do Lager. Hanna testemunha, ao contrário, que, no campo, a vida se encontra em estado de exceção. Assim, Primo Levi narra ter furtado o chapéu de um outro prisioneiro, quando o seu desaparecera – o que acarretava a pena de morte, sentindo horror por si mesmo. Também os ―muçulmanos‖ dos campos se encarregam do extermínio de outros judeus ao conduzi-los às câmaras de gás. Primo Levi e Hanna revelam que, em Auschwitz, carrasco e vítima confundidos, a violência é nua. No universo concentracionário não há dignidade nem liberdade . Sem ser compreendida por Michael, tampouco aceita, desfaz-se, para ela, o laço tênue de amor aos livros e à vida. Seu suicídio atesta que, no pós-guerra, as ruínas não são materiais, mas morais e existenciais. Os amantes, fatalizados pelo nazismo, viveram um tempo condenado em que foi ―meia-noite na História‖. Tetê Bezerra Data: 28/02/2009 - Horário: 09h13min Sobre a mentira ―O principal é não mentir para si mesmo. Quem mente para si mesmo e dá ouvidos à própria mentira chega a um ponto em que não distingue nenhuma verdade nem em si, nem nos outros e, portanto, passa a desrespeitar a si mesmo e aos demais.‖ DOSTOIÉVSKI, em Os Irmãos Karamazov, tradução de Paulo Bezerra. Tetê Bezerra Data: 28/02/2009 - Horário: 09h10min O blog do Chico Guedes Caro Tácito, Como te disse ontem na Siciliano, resolvi iniciar um blog pra dar vazão à minha mania pelas coisas ligadas à Hungria. Convido a ti e aos amigos do SP para darem uma passada lá qualquer hora se tiverem curiosidade sobre a literatura, a cultura e, inclusive, a malafamada língua magiar. Vai ser uma honra e uma alegria pra mim. O url é http://hungaromania.wordpress.com/ abraço, Chico Moreira Guedes Data: 28/02/2009 - Horário: 09h09min O Caso Paula Não faz vinte dias e eu havia acabado de chegar, à noite de mais uma maratona de aulas na faculdade em que trabalho. Geralmente meus rituais de fim de expediente se repetem e como a maior parte do meu trabalho é noturno, esses rituais acontecem entre as 23 e as 01 da manhã. Não sei se você já pensou nisso, mas são preciso cerca de uma hora e meia ou mais para que um professor possa estar pronto para dormir, após quatro horas de falatório para turmas de 60 ou 70 alunos. É preciso desacelerar. Um banho quente, uma bebida morna e um telejornal para repassar notícias do dia fazem parte desse conjunto particular de cacoetes (acho que só o telejornal é desaconselhado pelos especialistas nos mistérios do cérebro, porque hoje, eles são feitos para servir ao deus da insônia). Como eu dia dizendo, não faz vinte dias que um desses telejornais despejou no Brasil uma notícia chocante, dessas de deixar ligado a madrugada inteira até o mais hipotônico depressivo. Uma jovem advogada brasileira, grávida de gêmeos, havia sido vítima na Suíça, de um ataque de jovens Skinheads neonazistas, um dos quais com a suástica tatuada na cabeça. A jovem teve seu corpo retalhado, abortou os gêmeos, e, em meio hematomas que lhe cobriam dos pés à cabeça, teve a sigla do Partido do Povo Suíço (SPV) riscada à golpes de navalha nas pernas e no ventre. Essa era a bomba do dia, o furo da semana. A revolta tomou conta da nação, ainda mais quando a polícia suíça passou a insinuar que a brasileira poderia estar mentindo. Veio a mente de todos, o caso do brasileiro Jean Charles, executado sem piedade pela polícia da Inglaterra, após ser confundido com um terrorista. Semanas depois o mesmo telejornal entra com um outro informe confirmando que Paula Oliveira havia enganado todo mundo. Nada daquilo era real, a gravidez, o ataque de Skinheads, a violência xenófoba contra estrangeiros (ao menos naquele caso). O SPV (partido com uma retórica eminentemente neo-fascista e contrária a presença de imigrantes no país) havia retirado seu esfíncter político da reta e a boa imagem da Suíça como um país tolerante havia sido preservada. De repente, de vítima a advogada Paula Oliveira se transformou em agente de uma inquietante farsa e motor de um dos grandes vexames do segundo governo Lula, que se adiantou às informações oferecidas pela embaixada Suíça e se pronunciou como se a notícia daquele telejornal noturno fosse suficiente para pautar sua atuação em política externa. A mudança de tonalidade dos jornais foi rápida e eficaz. Do mesmo modo como haviam plantando em nós a certeza da veracidade do ataque covarde à pobre advogada brasileira, tomando a versão como fato sem ao menos uma informação segura da polícia Suíça e sem ao menos admitir outra possibilidade que não a veiculada pela família, ou pelos espaços da internet (que noticiam instantaneamente qualquer informação que lhes caiam nas teclas). O lado terrível dessa história é que nós não fomos enganados por Paula Oliveira. Ela talvez tenha tentado enganar o namorado ou a família dizendo que estava grávida ou talvez tentando enganar as autoridades suíças simulando um ataque político para conseguir indenização, ou mesmo, quem sabe, só estivesse tentando enganar a si mesma simulando um universo de fantasias psicóticas onde a auto mutilação, é apenas um dos aspectos de algum tipo de mal com raízes mais aprofundadas em sua psique. O fato é que Paula Oliveira não nos enganou. Não foi ela que nos fez pensar que sua história era real. Não foi ela que nos ludibriou com aquelas marcas, com aquela ultrasonografia montada via Google, com aquela narrativa de uma verossímil violência racista em um continente cercado de racismo por todos os lados. Foram os telejornais e sua reação em cadeia em busca do furo absoluto que nos fizeram embarcar no surto da Paula. Todo mundo surtou junto e hoje, só a automutilação da mídia telejornalística ainda carece de uma explicação ou de no mínimo, um pedido de desculpas. Pablo Capistrano. www.pablocapistrano.com.br Data: 28/02/2009 - Horário: 09h08min LIVROS, LEITURAS, BIENAIS Caros amigos: O post sobre Bienal do Livro vem a calhar. É preciso encarar aqueles eventos como atividades de mercado, mais dirigidas a livreiros que a leitores e escritores. Nesse aspecto, valeria a pena deixar a cargo dos empresários o financiamento de seus encontros. Outra coisa é fomentar a leitura e promover diálogos diretos entre escritores e leitores. Não hostilizo frontalmente essas promoções (e as feiras de Paraty & Cia.), apenas considero-as menos centrais para a literatura do que a imprensa parece sugerir. Priorizo o cotidiano da escrita e da leitura. Temos muito a fazer pelas bibliotecas e nas bibliotecas, passando por escolas, universidades, imprensa periódica e associações de escritores (aí incluídas as academias de letras). Abraços: Marcos Silva Data: 28/02/2009 - Horário: 09h02min Um Rabo Cheio Caros Colegas, Nas Bienais (algumas) o que menos importa é o livro e sua divulgação e leitura. É um rabo cheio para a empresa que promove. Ticket Livro sem opçao de escolha. Visitantes para dizer o que a gente já sabe. Livros? Não há escolha! Restolhos e ponta de estoque foi o que vi na ultima de Natal. Como amante do livro e bibliófilo exijo providências. João da Mata Costa Data: 28/02/2009 - Horário: 09h01min Bienal do Livro: cadê a leitura? Como este ano, em outubro, teremos a Bienal do Livro de Natal, achei oportuno transcrever o texto abaixo, que fornece ótima munição para uma reflexão sobre o evento. Por Geraldo Maia http://www.cronopios.com.br/ Podemos afirmar com uma grande margem de acerto que a indústria editorial no Brasil (e na Bahia) vai muito bem, obrigado. E não é para menos. Afinal, no ano de 2003, foi promulgada a Lei 10.573, a charmosa Lei do Livro, que acabou com os impostos relativos à produção do livro no país a fim de baratear o seu custo e de criar um Fundo de Incentivo à Leitura através de 1% do faturamento das editoras. Claro que a idéia, aparentemente, é ótima, pois o menor preço do livro acarretaria um maior acesso ao mesmo com um conseqüente número bem maior de consumidores. Tudo muito belo. Mas na prática tal não acontece. O governo deixa de arrecadar cerca de 300 milhões de dólares em impostos anuais, que poderiam construir e abastecer centenas de bibliotecas esperando arrecadar algo em torno de 20 milhões de dólares/ano para atividades de incentivo á leitura. Nem o preço do livro baixou, nem o acesso ao livro aumentou, nem as editoras contribuem para o tal Fundo de Incentivo à Leitura. E o que acontece mesmo? Bem, o mercado do livro no Brasil fatura anualmente cerca de três bilhões de dólares, mas só o Ministério da Educação compra algo em torno de 70% do que é vendido, quase tudo livro didático (e para-didático), quase nada de literatura e nada, nada mesmo de poesia. E se for literatura e poesia negra e/ou indígena aí o bicho pega, nadíssimo de nada. Então, a cadeia produtiva do livro envolve um volume fantástico de recursos que despeja no mercado milhões de livros de excelente qualidade, de preço altíssimo, mas a capacidade de compreensão de leitura atinge índices vergonhosos. Apesar disso as Bienais do Livro continuam subsidiadas com dinheiro público sob a alegação de que incentivam a leitura. Onde e como isso acontece? Quer dizer que "vale-livro", que não pode comprar nada que não seja complementado pelo bolso do contemplado é incentivo à leitura? Ou que a aquisição maciça de livros para as escolas e professores, ou que as excursões de crianças à bienal apenas com o objetivo de atrair seus pais para o consumo mecânico de livros sejam atividades de incentivo à leitura? Será que a presença dos mesmos escritores de todos os anos para falar ou desenvolver temas propostos pelos "doutores" e "curadores" e "assessores" distantes das ações de leitura no campo, das necessidades de leitura (entre outras) de comunidades de baixíssimo índice de desenvolvimento humano onde nunca puseram os pés, locais, ao contrário das bienais e academias, onde a leitura é ferramenta indispensável à sobrevivência, libertação, evolução e independência pessoal e social, será que essas e outras ações cosméticas promovidas por esse tipo de pessoas ao longo de uma bienal são realmente "incentivo à leitura"? A Bienal do Livro só contempla, dentro da cadeia produtiva do livro, um único aspecto: o produto livro e o seu lugar no MERCADO. Na realidade nem o leitor, nem o escritor, nem as livrarias, nem as editoras, distribuidoras, gráficas, indústrias de celulose, nada disso é contemplado na Bienal do Livro. Senão vejamos: o leitor (os poucos que existem) tem que PAGAR para entrar na bienal subsidiada e é visto pela bienal não como leitor mas apenas e tão somente como consumidor de livros. O escritor não é contemplado porque o preço do livro é alto (em média, mais de 10% do salário mínimo), as editoras ainda não produzem cópias numerada das edições dos livros e não há um trabalho efetivo de formação de novos leitores que o possam compreender e pensar junto realmente. As editoras, apesar da Lei do Livro e de venderem diretamente os seus livros sem os custos de distribuição não praticam preços inferiores aos de mercado por causa das suas margens de lucro e dos custos altos de sua presença na bienal. O mesmo se dá com relação às livrarias e distribuidoras. A exorbitância dos custos dos estandes de uma bienal do livro inviabiliza qualquer possibilidade de patrocínio de atividades de leitura por parte dos demais integrantes da indústria do livro. Assim só as grandes marcas conseguem se fazer presente. Então por que a insistência em subsidiar Bienais do Livro? Está mais do que claro que só se interessam pelo mercado, pelo lucro, pela ganância, pela usura, enquanto que a saída é investir na Bienal de Leitura, ou na Feira de Leitura, sem vale-livro e totalmente aberta à população (sem cobrança de ingressos) em parceria com o COLE (Congresso Brasileiro de Leitura), com a ALB (Associação de Leitura do Brasil), com a PNL (Política Nacional de Leitura), com a FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil), com o PROLER, com o PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura), com o sistema "S", com a Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Ministério da Educação e Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e de Cultura. Tácito Costa Data: 27/02/2009 - Horário: 21h47min Sobre a saudade "Eu era um sujeito perseguido pela saudade. Sempre fora, e não sabia como me desligar e viver tranqüilamente. Ainda não aprendi. É desconfio que não aprenderei nunca. Pelo menos já sei algo valioso: é impossível me desligar da memória. É impossível se desligar daquilo que se amou. Tudo isso estará sempre junto conosco. Sempre teremos tanto o desejo de refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mau. Apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que nos prejudicaram, remover as tristezas e as épocas de infelicidade.É totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. Talvez para a nossa sorte, a saudade possa transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa que nos dispare para o novo, para entregar-nos a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor ou pior não importa, mas que será diferente..." (Trilogia Suja em Havana - Pedro Juan Gutierrez) Tetê Bezerra Data: 27/02/2009 - Horário: 17h53min Obrigado, Denise Denise: Considero o verso "Acostuma-te à lama que te espera" um dos mais belos da língua portuguesa, no nível dos maiores escritores da língua. Obrigado. Abraços: Marcos Silva Data: 27/02/2009 - Horário: 17h53min Augusto dos Anjos, o profeta mor Quer para os tolos, quer para os sábios: Quão lindo é entoar textos vestidos do bálsamo da originalidade e da revelação mais hedionda. Mais ainda se ele é uma poesia, mas ainda se ele é uma verdade inexorável. Eita vidinha cheia de inspiração! Leiamos, então. Abs, Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro da tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Augusto dos Anjos Denise Araújo Correia Data: 27/02/2009 - Horário: 17h10min A reação a FSP O portal Observatório da Imprensa traz alguns artigos bem interessantes sobre o editorial da FSP, qualificando a ditadura brasileira de ―ditabranda‖, e o ataque do jornal aos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato. Se você tiver tempo leia também o de Eugenio Bucci sobre a entrevista de Jarbas Vasconcelos à Veja. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ Tácito Costa Data: 27/02/2009 - Horário: 15h44min Manifesto contra a FSP No blog de Luiz Carlos Azenha http://www.viomundo.com.br/ Benevides vai ao ato de repúdio à Folha POR CONCEIÇÃO LEMES Anote em letras bem grandes na sua agenda: 7 de março, 10 horas, em frente à Folha de S. Paulo, na rua Barão de Limeira, ato público em repúdio à "ditabranda" e solidariedade aos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato. "Eu entrei como Pilatos no credo", avalia o professor Comparato. "A meu ver, o fato gravíssimo é que o jornal procurou absolver o regime hediondo, criminoso, justamente no momento em que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por meu intermédio, impetrou no Supremo Tribunal Federal uma arguição de descumprimento de preceito fundamental a fim de que o STF declare que os assassinos, os torturadores, os estupradores do regime militar não foram abrangidos pela anistia." "Como pessoa atacada, prefiro não ir ao ato público", antecipa. "Mas gostaria que, você, em meu nome, dissesse a todos que lá estarão que estou muito emocionado com imensa solidariedade que tenho recebido." A professora Maria Victória Benevides irá. Acaba de confirmar a sua presença ao Viomundo. A repercussão surpreendeu-a. "Se consideramos que o manifesto de repúdio e solidariedade começou a circular em pleno carnaval e já conta com mais de 3 mil assinaturas, é muito mais do que poderíamos imaginar", afirma Maria Victoria. "Isso sem falar da grande quantidade de sites e blogs que repercutiu positivamente a nosso favor." "Isso mostra como nós podemos usar a internet e os blogs decentes como alternativa concreta, real e perfeitamente viável para nos desvincularmos dos jornalões, da imprensa de rabo preso", prossegue a professora. "Outra coisa interessante é o apoio que tem vindo também dos jovens. Eles não viveram a ditadura. Também não aprenderam sobre ela, porque isso não costuma ser ensinado nas escolas, com raríssimas e honrosíssimas exceções. Eu fico feliz de ver como eles entenderam que uma coisa é discordar, outra é apresentar uma visão facciosa, no caso da Folha até ignorante, porque o conceito de "ditabranda" foi inventado num outro contexto." O ato público na Folha de S. Paulo está sendo convocado pelo Movimento dos Sem-Mídia, liderado pelo Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com. http://edu.guim.blog.uol.com.br/ Link para assinar o manifesto: http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/signatures.html Tácito Costa Data: 27/02/2009 - Horário: 15h13min Enquanto caminho na calçada Engraçado esse blá-blá-blá da mídia para o Oscar 2009 com o filme indiano. Índia, China, Austrália e Brasil são os mercados emergentes de cinema comercial. A Índia e a China, sobretudo. Hoje vi alguém vendendo o filme indiano na rua (Milionários) e, com um breve passeio na calçada vi a moda da novela da Globo, por todos os lados. Depois dizem que ideologia morreu e a globalização não é fera faiscante. Interessante é que recentemente tivemos nas telas "Austrália". A idústria do cinema sempre foi um misto de sonho e tino comercial. Pelo visto, big boss não perdeu o faro. Gustavo de Castro Data: 27/02/2009 - Horário: 14h24min Utilidade pública O TEXTO ABAIXO, PUBLICADO PELO ESTADÃO, FOGE AO FOCO PRINCIPAL DO SPlural, MAS ACHEI SUPERIMPORTANTE, DO INTERESSE DE TODOS NÓS E POR ISSO TRANSCREVI. Bons hábitos podem evitar câncer em 30% Doze tipos da doença foram pesquisados em 4 países Emilio Sant'Anna Cerca de 30% dos casos de 12 tipos de câncer registrados no Brasil poderiam ter sido prevenidos com hábitos saudáveis, como dieta equilibrada, controle do peso e prática regular de exercícios. O resultado está em relatório divulgado ontem que mapeou a probabilidade de prevenção de tumor em quatro países, entre eles o Brasil. A estimativa é do relatório Política e Ação para a Prevenção do Câncer realizada pelo Fundo Mundial de Pesquisas sobre Câncer e Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer. A pesquisa analisou mais de 7 mil estudos sobre a incidência de tumores de esôfago; boca, faringe e laringe; estômago; cólon; pâncreas; mama; pulmão; rim; vesícula; fígado; próstata e endométrio. Com base nas evidências e no comportamento dos pacientes, apontou a probabilidade de prevenção no Brasil, EUA, Reino Unido e China. O tabagismo, responsável por cerca de 25% dos casos, não foi analisado. De forma geral, 19% de todos os tumores poderiam ser evitados no Brasil caso as indicações fossem seguidas. Segundo o estudo, os tumores evitáveis de cólon e de mama no Brasil são respectivamente 37% e 28% dos casos. "A alimentação balanceada é composta por elementos que podem proteger dos fatores de agressão às células", explica o coordenador da área de alimentação, nutrição e câncer do Instituto Nacional de Câncer, Fábio Gomes. O câncer de cólon, por exemplo, pode ser evitado com dieta que inclua fibras vegetais. "Na própria flora intestinal já existem substâncias com potencial cancerígeno e o consumo de fibras ajuda a diminuir o tempo que essas substâncias permanecem em contato com o intestino", diz Gomes. Outras substâncias como o alfa-caroteno, encontrado em alimentos como a cenoura, auxiliam no processo de destruição de células percussoras do câncer. Ou frutas cítricas, como a laranja, que contêm agentes antioxidantes que se ligam aos radicais livres das células, impedindo que sejam agredidas e destruídas. O relatório aponta outro vilão: as bebidas alcoólicas. Quando se analisam as probabilidades de tumores de esôfago e boca, faringe e laringe que poderiam ser evitados, a relação fica clara. No Brasil, cerca de 60% dos casos de câncer de esôfago são evitáveis. Para os tumores de boca, faringe e laringe, o índice no País é de 63%. Outros, como vegetais oleaginosos (amendoim, nozes, etc.) são importantes para prevenir o câncer de próstata, diz a nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para as mulheres, Anita alerta que os alimentos com alto teor de gordura, como carne e certos tipos de leite, são os vilões do câncer de mama. Tácito Costa Data: 27/02/2009 - Horário: 11h39min REFERENCIAR A FONTE Caro Tácito, Essa matéria assinada pelo Preto está no Correio do Brasil (Link Abaixo) http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=150067 Gostaria de implorar aos colegas. Fazer sempre a referência da fonte de onde foi tirada a matéria. João da Mata Costa Data: 27/02/2009 - Horário: 11h55min Paixões diferentes ―... deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher).‖ Trecho- A insustentável leveza do ser - Milan Kundera (http://www.literatus.blogspot.com) Tetê Bezerra Data: 27/02/2009 - Horário: 10h59min O folk do mangue Aos que gostam de folk, psicodelia e dos sons que emanavam do Nordeste em meados da década de 70 (Zé Ramalho, Lula Côrtes, Belchior) recomendo uma sacada no som do pernambucano Jean Nicholas. O Inimigo fez uma matéria com ele e disponibilizou para download o single de estréia do rapaz. http://www.oinimigo.com/blog/?p=1088 Alexis Peixoto Data: 27/02/2009 - Horário: 10h56min Cavalcanti no Brasil Caros amigos: Um artigo (GOMES, Sheila. ―Coisa de Cinema / Perfil / Alberto Cavalcanti‖. Texto disponível no Google, consultado no dia 24 de abril de 2007) comentou, a respeito de Alberto Cavalcanti: ―Suas posições de esquerda e sua homossexualidade incomodavam a atrasada sociedade brasileira.‖ Quer dizer que sua saída da Vera Cruz foi uma versão nacional de caça às bruxas, sem Broadway, Hollywood, John Edgar Hoover nem Joseph Raymond McCarthy? E os atrasados empregadores de Cavalcanti (não ―a atrasada sociedade brasileira.‖, jamais consultada a respeito) julgavam ter algum direito sobre a intimidade e a cidadania alheias? Parece mais crível que Alberto Cavalcanti perturbasse os donos da Vera Cruz por apresentar exigências e projetos. Se o comunista homossexual fosse submisso à razão patronal, para que os empresários se preocupariam com sua militância política e erótica? A menos que tais patrões fossem muito inseguros sobre suas próprias preferências em política e sexualidade: aí, as práticas do outro representariam perigosas tentações. Em qualquer caso, como no samba-canção de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, ―Não tem solução.‖. Marcos Silva Data: 27/02/2009 - Horário: 10h55min Sobre Cuba Olá, Tácito! Li que o Alex de Souza divulgou meu blog no Substantivo. Sou estudante de jornalismo e cheguei ontem de Havana. Não sei se você sabe, mas estava com um espaço sobre a viagem no Nominuto.com - onde ainda farei minhas considerações finais. O endereço é http://www.nominuto.com/blog/cartas-de-cuba/ Peço que dê uma olhada e, se puder, divulgue em seu site. Abraço! Conrado Carlos Pereira da Silva Data: 27/02/2009 - Horário: 08h12min PARECE COM O RN Karen Kupfer, da revista de fofocas Quem, da Rede Globo, publicou há poucos dias uma notinha reveladora sobre a relação promíscua entre jornalistas e políticos: ―Para comemorar o sucesso do programa Saia Justa, Suzana Villas Boas abriu sua casa no Alto de Pinheiros para uma festança daquelas. A turma de convidados, que também era recebida por Arnaldo Jabor, marido de Suzana, reuniu políticos, artistas e jornalistas. O candidato José Serra, para quem Suzana presta assessoria, foi prestigiá-la. Ficou um pouco e trocou idéias com alguns jornalistas‖. Luís Frias, presidente do Grupo Folha, também participou da festança, ―que ferveu na pista até o sol raiar‖. No mesmo período, a colunista Hildegard Angel escreveu no Jornal do Brasil outra nota curiosa: ―Elmar Moreira, irmão de Edmar Moreira [o deputado dos demos que ficou famoso pelo castelo construído no interior mineiro], é casado com Ana Leitão, irmã de Miriam Leitão‖ – a jornalista da TV Globo famosa por seus palpites furados sobre economia, pela adoração ao deus-mercado e pela oposição doentia ao governo Lula. O interessante neste caso é que a colunista global, metida a sabetudo, nunca descreveu aos seus telespectadores os detalhes do luxuoso castelo demo. Artista global com Kassab Para encerrar a série sobre as relações indecentes entre jornalistas e políticos da direita, a sempre atenta Mônica Bergamo, uma das raras exceções do jornal Folha de S.Paulo, revelou no início de fevereiro: ―O marido de Ana Maria Braga [estrela da TV Globo e do finado movimento golpista ‗Cansei‘] é o mais novo colaborador da administração Gilberto Kassab (DEM-SP). Candidato derrotado à Câmara Municipal, Marcelo Frisoni vai assumir um cargo de ‗coordenação‘ na Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização‖ da prefeitura paulistana. Dias antes, Bergamo foi ameaçada pelo marido brigão da artista global, que o irônico José Simão batizou de ―Ana Ameba Brega‖. Frisoni se irritou com a pergunta sobre o pagamento da pensão alimentícia para os dois filhos do seu casamento anterior: ―Publica o que quiser. No dia seguinte, vou à redação dessa bosta de jornal e encho essa Mônica Bergamo de porrada na frente de todo mundo... A única pessoa que tentou ferrar comigo foi o Madrulha [ex-marido da apresentadora da TV Globo] e eu acabei com ele. Hoje ele é secretário de cachorro e não consegue mais nada‖. Cadê o “tribunal macartista” de Mainardi? Deixando de lado as baixarias dos ―famosos‖, o que chama a atenção nestas notinhas é a relação obscena entre figurões da TV Globo e políticos da direita demo-tucana do país. Outra estrela da poderosa emissora, o filhinho de papai Diogo Mainardi, criou no início do mandato de Lula o seu ―tribunal macartista mainardiano‖, no qual promoveu abjeta cruzada contra alguns profissionais da imprensa. ―A minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista‖, explicou o troglodita na sua coluna de estréia na revista Veja, em dezembro de 2005. Aos poucos, Mainardi dedurou alguns colunistas mais independentes. ―Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha de rua. Paulo Henrique Amorim pertence à outra raça de lulistas. É da raça dos aloprados, dos lulistas bolivarianos. Acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja‖, atacou. O caso mais famoso desta cruzada fascista foi o do jornalista Franklin Martins, acusado levianamente de possuir uma ―cota de nomeações pessoais no serviço público‖. Após longo bate-boca, a TV Globo preferiu apoiar o delator direitista e demitiu Franklin Martins. Perguntar não ofende: será que Mainardi, ―difamador travestido de jornalista‖, fará barulho agora contra seus amiguinhos da TV Globo que gozam das intimidades demo-tucanas. Pedirá a cabeça de Arnaldo Jabor, cuja esposa é assessora do presidenciável tucano José Serra, freqüentador de sua mansão? Criticará a ―cota de nomeações pessoais no serviço público‖ da cansada Ana Maria Braga? Pedirá detalhes picantes do castelo dos demos à ―ortodoxa‖ Miriam Porcão – ou melhor, Leitão? Ou todos juntos – Jabor, Leitão, Ana Maria Braga e o macartista Mainardi – fazem parte do esquemão montado pela TV Globo para viabilizar a vitória do tucano José Serra em 2010? PRETO Data: 26/02/2009 - Horário: 23h09min Buraco da Catita Tácito e leitores do SP. Amanhã, dia 27 de fevereiro, teremos a partir das 21:00 no Espaço Cultural Buraco da Catita a presença do CANTEIRO DO SAMBA. Esperamos vocês por lá. Grata por divulgar este evento. Ana Maria Guimarães Data: 26/02/2009 - Horário: 23h05min A contribuição de Cavalcanti A contribuição de Alberto Cavalcanti começa - internacionalmente - por sua preocupação (pouco conhecida aqui no Brasil) com o SOM como rico elemento da linguagem cinematográfica pós-30. Cavalcanti fez avançar o uso criativo da banda sonora no mínimo uns 30 anos, durante sua passagem pela G.P.O., na Inglaterra, quando se tornou o braço direito de John Grierson na condução do que viria a ser conhecido como a "escola do Documentarismo inglês". O célebre Grierson, conforme hoje se sabe, era o que se chama, atualmente, de "captador de recursos", pessoa hábil e de grande sensibilidade política para arrancar financiamentos oficiais etc, muito mais do que um cineasta na expresão da palavra (de relevante, realmente, ele só realizou "Drifters" e mais nada). Cavalcanti se tornaria, assim, o mentor artístico da "escola" britânica, e nela se formaram talentos como Norman McLaren, Basil Dearden e outros futuros diretores de renome. E todos foram unânimes em reconhecer - na grande retrospectiva que o British Film Institute fez, em 1977, da obra cavalcantiana - que, SEM o brasileiro, suas carreiras não teriam se orientado da mesma forma, ou seja, no sentido da preocupação rigorosa com o Filme como produto artístico, antes de mais nada. Quanto à contribuição que Alberto deu ao Brasil, é claro que não foi ao se ver envolvido com aquele grande equívoco da Vera Cruz, empresa monitorada por um grupo de ítalos-paulistas (Franco Zampari etc) que nada entendiam de cinema, nem deixavam que Cavalcanti (que ENTENDIA, e muito) trabalhasse em paz. Mesmo assim, ele trouxe técnicos de alta qualidade - montadores e iluminadores como Chick Fowle, por exemplo - para a empresa, e lá os profissionais estrangeiros puderam passar muita coisa da sua larga experiência para jovens técnicos brasileiros (muitos dos quais seriam posteriormente incorporados ao "Cinema Novo"). Sobre a possível antecipação do diretor de "O Canto do Mar" com relação a certos cânones, digamos, do novo cinema que surgiria aqui nos anos 60, é suficiente ver o filme que Cavalcanti produziu e dirigiu em Pernambuco (em 1952), para perceber a transparente preocupação social do diretor filiado ao Partido Socialista britânico desde o momento em que botou o pé em Londres, a convite de Grierson (aliás, frequentemente incomodado com as posições mais "à esquerda" da Esquerda do seu braço direito)... Fico por aqui, embora ainda houvesse muito o que dizer sobre o assunto. Ou talvez seja melhor deixá-lo para o palco do III Goiamum Audiovisual, no qual - eu espero Alberto Cavalcanti possa ser homenageado de uma forma que o Brasil (para não falar de São Paulo e Recife) está lhe devendo há muito tempo. Fernando Monteiro Data: 26/02/2009 - Horário: 23h04min O AMOR COMO REMÉDIO Caros amigos: Ler Carmen Vasconcelos é sempre um prazer. E escrevendo sobre amor, melhor ainda. Só quero lembrar que o amor é um santo remédio pra umas tantas chatezas da vida. Embora ele tb a complique, de vez em quando. Mas, como disse sabiamente Vinicius de Morais, numa linda melodia de Edu Lobo, "é melhor viver do que ser feliz" (acho que o título é "Só fez bem", muito bem cantada por Maria Bethânia naquele disco que ela fez com Edu). Abraços: Marcos Silva Data: 26/02/2009 - Horário: 23h02min Os remédios do amor ―São quatro os remédios do amor humano, diz Vieira: o tempo, a ausência, a ingratidão e, sobretudo, o melhorar de objeto. O amor sem remédio é sobrehumano, o amor divino e, como tal, não nos é dado amar, embora que em nossa última hora, segundo ainda Vieira, muito lamentemos não ter amado o amor sem remédio.‖ De Carmen Vasconcelos, em sua coluna, na crônica ―Gracias, Vieira‖. Tácito Costa Data: 26/02/2009 - Horário: 19h01min Alberto Cavalcanti deve ser debatido Caros amigos: É ótimo que Fernando Monteiro esteja trazendo para nossa discussão a figura de Alberto Cavalcanti. Trata-se de diretor de alto nível, destratado no Brasil até hoje - o acesso a seus filmes é muito difícil, assisti a "O canto do mar" na Fundação Cinemateca Brasileira. Discordo da suposta ascendência desse bom filme sobre o Cinema Novo. É um trabalho com destacada qualidade fotográfica, prejudicado por um elenco muito irregular e um argumento pouco resolvido. Certamente, demonstra um tipo de preocupação social incomum no cinema brasileiro da época, além de qualidades artísticas incomuns. E nada justifica as grosserias que Cavalcanti sofreu no Brasil quando já era um importante diretor internacional, com presença de relevo na Avant-garde francesa e no documentário inglês do período da II Guerra Mundial. Penso que ele e Alex Viany são diretores anteriores ao Cinema Novo que merecem um bom debate, ainda muito incipiente entre nós. E precisam ter filmes acessíveis em dvd para que esse debate deslanche mais. Abraços: Marcos Silva Data: 26/02/2009 - Horário: 17h29min Alberto Cavalcanti: O CINEASTA "ACIMA DA MENTALIDADE DOS BRASILEIROS" No centenário de nascimento de Alberto Cavalcanti (6 de fevereiro de 1997), nada se fez, neste país, para homenagear esse que foi dos nossos artistas maiores: um cineasta, diretor teatral e esteta cuja biografia o alinha, aqui no Brasil, entre os nossos compatriotas de menor sorte no trato tanto com o poder público quanto com a esfera privada (e raramente por sua culpa). Internacionalmente aclamado como um dos diretores mais influentes da história do cinema, o diretor de ―As aventuras de Nicholas Nickleby‖ (1947) faleceu em Paris, às dez horas da manhã de 23 de agosto de 1982, profundamente magoado como o seu país. Tinha 85 anos – e uma longa carreira em dois continentes, nos quais seu nome figurava como importante para, pelo menos, três cinematografias (francesa, inglesa e brasileira). Era um cidadão do mundo, uma figura legendária da ―sétima arte‖, por ele abraçada em detrimento da arquitetura, o curso no qual se diplomou, em 1917, na cidade de Genebra. Também estudou Estética, em Paris, com Victor Basch e trabalhou, por um tempo, no escritório do célebre arquiteto Alfred Agache. Homem de extrema cultura, o carioca de ascendência pernambucana fez sua entrada no meio cinematográfico na Europa, trabalhando como cenógrafo para Marcel L‘Herbier, Louis Delluc e outros nomes da avant-garde francesa. O filme que ele realizou com base em ―Nicholas Nickleby‖ – um dos grandes romances de Charles Dickens –, ainda é considerado das melhores adaptações do escritor vitoriano. Para alguns, até mesmo a melhor – o que implica na comparação com filmes dirigidos por cineastas como David Lean, Carol Reed e outros. O brasileiro Cavalcanti concebeu uma Londres de época (1830) irretocável, num ―Nickleby‖ com toques Tudor e toda uma "confusão" pré-vitoriana típica, compondo o melodrama cheio daquela verve dos personagens de Dickens, num filme memorável que, volta e meia, é reprisado na TV londrina, na semana de Natal. Uma historinha mais do que exemplar relaciona-se com a reprise dessa produção inglesa de Michael Balcon, no dia 23 de dezembro de 1974, constatada pelo próprio Alberto, ―num cinema elegante" (o Carnegie Hall) de Nova York. O que pareceu irônico ao cineasta vai aqui relatado por ele mesmo, numa carta daquele mesmo dia e enviada de Nova Iorque – para um jovem amigo no Recife – como lição do quanto podia ser obtuso um exibidor brasileiro dos anos 50: ―Isto é um apêndice da minha carta de três dias atrás... Achei engraçada, Fernando, a ressurreição do filme – ―Nicholas Nickleby‖ – pelo Natal, em um cinema elegante de New York!, e bem me lembro do Severiano Ribeiro tê-lo rejeitado (o filme) como julgando-o – sic – acima da mentalidade do público brasileiro!" Foi mais uma decepção – dentre muitas – na experiência de Alberto com o seu próprio país. E das mais ―leves‖, até, pois as delongas e as indelicadezas dos diretores da antiga Embrafilme, inviabilizando o último projeto de longa-metragem do diretor – ―Antonio José, o Judeu‖ – com certeza foram mais difíceis de suportar do que "caso" do filme de 1947, com o astuto e poderoso Ribeiro. Em 1997, tivemos ocasião de testemunhar mais um insulto, dessa vez oficial e, já então, à memória do falecido diretor de ―O canto do mar‖ (que, para muitos, teria antecipado o espírito do Cinema Novo): a Empresa de Correios e Telégrafos não considerou Alberto Cavalanti notável o bastante para figurar em selo comemorativo do centenário de nascimento. A ECT deu o seu veredicto ―cultural‖, e não saiu o selo comemorativo dos 100 anos do autor de ―Rien que les heures‖ (1926), o filme que o genial cineasta japonês Akira Kurosawa lista entre aqueles que mais o influenciaram, junto com obras de John Ford, Jean Renoir, Charles Chaplin, Fritz Lang, Sergei Eisenstein, Carl Dryer, Murnau e Luis Buñuel. Conforme se lê na autobiografia de Kurosawa (―Gama no Abura‖, 1984), é em tal companhia que o diretor de ―Os Sete Samurais‖ coloca o filme do brasileiro. Ele a viu no longínquo Japão, na sua juventude, por sorte e mercê de não existir por lá nenhum Severiano Ribeiro nipônico, naquela época. Fernando Monteiro Data: 26/02/2009 - Horário: 16h39min Deserto Feliz: algumas considerações O Filme ―Deserto Feliz‖ em exibição no Cinemark é outro grande filme de temática social e atual. O elenco é formado por uma adolescente Nash Laila (Jéssica) e alguns dos grandes atores da nova safra de cinema nacional. João Miguel, de Estômago e Hermila Guedes, de O Céu de Sueli. Dois outros grandes filmes. O roteiro a oito mãos tem a participação de Paulo Caldas, Marcelo Gomes, Manoela Dias e Xico Sá e direção de Paulo Caldas. A equação, POBREZA + PADRASTO + PROSTITUIÇÃO + PÓ + PRÍNCIPE ENCANTADO (Branco e Estranja) = Política de Países Pobres É uma triste realidade que precisa ser pensada por todos nós. Pode ser uma leitura linear e não necessariamente acontece nessa ordem e no nordeste do Brasil. Uma realidade continental, mas estamos falando do nordeste, palco de grandes filmes com a mesma temática. O silêncio da protagonista de menor é também o silêncio de Lorna (Albanesa) e de muitas outras protagonistas do cinema atual. Silencio que vem da falta de perspectivas e do ―Deserto Feliz‖ da existência. Em o Deserto Feliz é mostrado o contraste entre o mundo pobre e seco do nordeste (terra da menina) e o mundo branco e cheio de neve da Alemanha (terra do namorado). Na Alemanha, a menina é bem vestida e mora num apartamento bem mobiliado e cheio de livros. Aqui no Brasil ela já não conseguia comer o cuscuz com bode e lá ela dá de comer salsichas aos bodes e ovelhas bem nutridos e belos. No Brasil ela dividia com outras duas amigas prostitutas um pequeno quarto fétido e sem ventilação. Mesmo a mãe dizendo que era sua mãe e pai, ela preferiu o mundo da prostituição a continuar a vida de estudante e pobre nordestina. O contraste entre os dois mundos tenta se impor num mundo plano. A Alemanha não é tão branco e a vida lá não é esse mar de rosas. O conto de fadas logo termina. A menina precisa aprender a língua e fazer alguma coisa, diz o namorado. Se não conhecesse a famosa Alexanderplatz em Berlim, eu diria: que lindo!. Que sonho essa menina vive. A realidade é outra. Nessa praça, na Alemanha, corre um rio de impunidades, drogas e prostituição. Nessa praça e em outras muitas do mundo. A miséria é universal e que bom que a nossa esteja sendo mostrada nas telas do cinema. Nunca o cinema brasileiro mostrou tanto a sua cara é não é à toa que a maior parte desses filmes de forte temática social se realiza no nordeste. Pernambuco é um grande pólo. Baixio das Bestas, O justiceiro e outros grandes filmes mostram uma realidade que precisa ser conhecida pelos brasileiros. Não entendo quando o crítico de cinema diz que sente falta de um país nos nossos filmes. O Brasil pobre e de fortes contrates sociais está presente em boa parte do cinema nacional atual. Um país continental desconhecido da maioria. Se ainda não temos um grande cinema, o glamour e dinheiro, muitas histórias temos para contar. Pena que tão poucos assistam. Glamour. Pena que muitos não conheçam essa realidade e prefiram a pasteurização de outros mundos que não o seu. Daí a dicotomia. Daí as divisões artificiais e compartimentalizações do olhar e do saber. Há se fossem discutidos!. Pelo menos saberíamos mais, mesmo que fosse só para saber. Só podemos intervir conhecendo essa realidade que o cinema nacional mostra. Mesmo que incomode. Mesmo que ainda não tenham atingido um nível técnico razoável. Ele precisa existir. E o Brasil precisa mostrar a sua cara. Viva o cinema nacional. Longa Vida. João da Mata Costa Data: 26/02/2009 - Horário: 16h31min Persona e outros filmes de Bergman Caro amigo Tácito: Comecei a ver filmes de Bergman em Natal, telas grandes. Em SP, ainda vi muitos filmes dele no cinema. Hoje em dia, é mais comum o acesso via dvd, embora alguns ciclos ainda ocorram em salas médias. Bergman é excepcionalmente bom. Grande diretor de atores (trabalhou com teatro até o final da vida), concepção de fotografia e montagem muito peculiar. Eu teria muita dificuldade para escolher entre "O sétimo selo", "Persona" e "Morangos silvestres", dentre outros filmes excepcionais dele. No caso de Persona, sinto a permanência de alguns grandes temas de Bergman (o que é ser humano, o indivíduo e o outro, as normas e a força do desejo). "Persona" tem uma historicidade particular, feito num tempo de grandes experimentos e desafios - os complicados anos 60. As minúcias narrativas (fotografia, memória de cenas) assumem um peso ainda maior que nos filmes anteriores. Esses filmes são similares aos livros de Dostoiévsky e Machado, aos quadros de Goya e Cézanne: pra vida toda. Abraços: Marcos Silva Data: 26/02/2009 - Horário: 14h40min Alberto Cavalcanti no Goiamum Tácito: esta notícia natalense vai em primeira mão para vosmicê: É possível que o III Goiamum Audiovisual faça uma justíssima homenagem, em setembro, ao mais injustiçado dos cineastas brasileiros: o internacional - e grande - ALBERTO CAVALCANTI, nome importante para três cinematografias: a brasileira, a britânica e a francesa (da "avant-garde"). Aqui no Brasil, Cavalcanti criou o antigo Instituto Nacional do Cinema, fundou a Vera Cruz e foi antecipador, segundo a avaliação mais criteriosa do tempo etc, do espírito do "Cinema Novo" (com o filme O Canto do Mar, de 1952). Abraço, Fernando Monteiro Data: 26/02/2009 - Horário: 12h03min Persona, de Bergman Aproveito o carnaval para rever em casa ―Persona‖, de Bergman, filme que havia assistido há muito tempo e que não tinha me impressionado tanto como outros do cineasta, como ―O sétimo selo‖ e ―Morangos silvestres‖. O que me intrigava é que ―Persona‖ é considerado por muitos críticos e cinéfilos como o melhor do diretor sueco, mas eu não o tinha nesse patamar. Pois bem, em que pesem as qualidades notórias do filme (mesmo o Bergman menos aclamado está bem acima da média de muitos filmes considerados bons que vemos hoje em dia), mantenho a mesma opinião. O que pode significar que continuo o mesmo espectador limitado de anos atrás e a essa altura um caso perdido. Vou continuar pendendo sempre para filmes mais ―fáceis‖, menos ―cabeça‖. O que não significa que deixe de assistir a esses filmes, tidos como complexos. Não dá também para generalizar porque, certamente, tem filmes considerados difíceis que curto. Na verdade, não discrimino e nem me deixo levar pela opinião alheia. Assisto a todos os filmes, sejam taxados de fáceis ou difíceis. E escolho os da minha preferência respeitando as opções dos críticos – e vendo o que eles indicam - mas não abrindo mão de fazer minhas próprias escolhas. Tácito Costa Data: 26/02/2009 - Horário: 11h57min Watchmen no cinema? Tô fora! Melhor não se empolgar muito com essa adaptação cinematográfica de Watchmen. Longe de mim reacender uma discussão velha (e chatíssima, aliás) que vez por outra pipoca por aqui, sobre adaptações literárias vertidas para o cinema e a validade das mesmas e tal. Não confio nessa versão é por causa do tal Zack Snyder, diretor de veia videoclíptica e publicitária que, a bem da verdade, não vale um real. Mas, pela curiosidade mórbida e pelo dever cívico de fã, irei ver o filme, claro. O curioso é que no fim dos anos 80, quem esteve muito cotado para dirigir uma adaptação de Watchmen foi Terry Gillian, ex-Monty Phyton e diretor de Medo e Delíro em Las Vegas, As Aventuras do Barão de Munchausen e outros favoritos de Alex de Souza. Aí, talvez rendesse um caldo interessante. Alexis Peixoto Data: 26/02/2009 - Horário: 11h07min Cortazar e Carol ―A história de Julio {Cortazar} e Carol é o que eu queria pra minha vida. Queria tanto que poderia dizer que se um gênio aparecesse e me perguntasse o que eu queria nesse exato minuto diria: um grande amor, uma viagem, um diário dessa viagem, muitas noites insones conversando, trocando impressões, visitando lugares e conhecendo pessoas, ainda que o preço para isso fosse morrer pouco tempo depois. Acho que seria o canto do cisne, aquele momento tão único, tão perfeito e definitivo que seria bobagem viver depois disso.‖ Leia mais no blog LITERATUS. http://angelblue83.multiply.com/journal/item/151/151) Tácito Costa Data: 26/02/2009 - Horário: 10h13min "Milk", o preço da liberdade CONTARDO CALLIGARIS FOLHA DE SÃO PAULO ASSISTINDO a "Milk - A Voz da Igualdade", de Gus Van Sant (extraordinário Sean Penn no papel de Harvey Milk), lembrei-me de um e-mail que recebi em abril de 2008. Era uma circular de www.boxturtlebulletin.com (um site sobre os direitos das minorias sexuais), que "comemorava" os 55 anos de um evento sinistro: em 1953, Dwight Eisenhower, presidente dos EUA, assinou um decreto pelo qual seriam despedidos todos os funcionários federais que fossem culpados de "perversão sexual". Essa lei permaneceu em vigor durante mais de 20 anos: milhares de americanos perderam seus empregos por causa de sua orientação sexual. Fato frequentemente esquecido (um pouco como foi esquecida, durante décadas, a perseguição dos homossexuais pelo nazismo), nos anos 50, no discurso do senador McCarthy, a caça às bruxas "comunistas" se confundia com a caça às bruxas homossexuais. Por exemplo, uma carta do secretário nacional do Partido Republicano (citada na circular) dizia: "Talvez tão perigosos quanto os comunistas propriamente ditos são os pervertidos escusos que infiltraram nosso governo nos últimos anos". Essa não era uma posição extrema: na época, a revista "Time" defendeu o projeto de despedir todos os homossexuais que trabalhassem para o governo federal. É nesse clima que, nos anos 70, em San Francisco, Milk se tornou o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público. Poderia escrever sobre as razões que, quase invariavelmente, levam alguém a querer esmagar a liberdade de seus semelhantes. O segredo (de polichinelo) é que muitos preferem odiar nos outros alguma coisa que eles não querem reconhecer e odiar neles mesmos. E poderia contar a história de Roy Cohn, braço direito de McCarthy, que morreu, em 1984, odiando e escondendo sua homossexualidade e gritando ao mundo que a causa de sua morte não era a Aids (ele foi imortalizado por Al Pacino na peça e no filme "Anjos na América", de Tony Kushner). Mas, depois de assistir a "Milk", estou a fim de festejar o caminho percorrido em apenas meio século: o mundo é, hoje, um lugar mais habitável do que 50 anos atrás. Aconteceu graças a milhares de Harvey Milks e a milhões de outros que não precisaram ser nem homossexuais nem comunistas nem coisa que valesse: eles apenas descobriram que só é possível proteger a liberdade da gente se entendermos que, para isso, é necessário defender a liberdade de nosso vizinho como se fosse a nossa. Nos anos 70, quase decorei a carta aberta que James Baldwin (escritor, negro e homossexual) endereçou a Angela Davis (jovem filósofa, negra e militante), quando ela estava sendo processada por um assassinato que não cometera, e o risco era grande que o processo acabasse em uma condenação "exemplar". Baldwin lembrava as diferenças de história, engajamento e pensamento entre ele e Davis, para concluir: "Devemos lutar pela tua vida como se fosse a nossa - ela é a nossa, aliás - e obstruir com nossos corpos o corredor que leva à câmara de gás. Porque, se eles te pegarem de manhã, voltarão para nós naquela mesma noite". Os direitos fundamentais não são direitos de grupo, eles valem para cada indivíduo singularmente, um a um. É óbvio que grupos particulares (constituídos por raça, orientação sexual, ideologia, etnia etc.) podem e devem militar coletivamente pelos direitos de seus membros, mas, em uma sociedade de indivíduos, a liberdade de cada um, por "diferente" que ele seja, é condição da liberdade de todos. Por quê? Simples: se meu vizinho, sem violar as leis básicas da cidade, for impedido de ter a vida concreta que ele quer, então meu jeito de viver poderá ser tolerado ou até permitido, mas ele não será nunca mais propriamente meu direito. "Milk" é um filme sobre um momento crucial na história das liberdades, mas não é um filme "arqueológico". A gente sai do cinema com a sensação renovada de que a militância libertária ainda é a grande exigência do dia. Ótimo assim. Um amigo me disse recentemente que eu dou uma importância excessiva à contracultura dos anos 60/70. Acho, de fato, que ela foi a única revolução do século 20 que deu certo e, ao dar certo, melhorou a vida concreta de muitos, se não de todos. Acho também que suas conquistas só se mantêm pelo esforço cotidiano de muitos. Afinal (quem viu o filme entenderá), surge uma Anita Bryant a cada dia. Tácito Costa Data: 26/02/2009 - Horário: 09h30min Que é região? Que é universo? Caros amigos: Os comentários sobre literatura que a imprensa brasileira publica hoje em dia são bem fracos. É assim que algumas críticas dedicadas a Milton Hatoum oscilam entre o deslumbramento e a rejeição sem matizes. Perde-se uma boa oportunidade para tratar região como problema, não como questão resolvida desde sempre. Nesse sentido, os grandes Graciliano e Guimarães continuam exemplares, não como objetos de imitação e sim como exemplos a serem retomados noutros patamares. Eles gritam, em altos estilos, que existem especificidades e universalidades. Não sentem vergonha de colocar o vocabulário mais local em confronto com situações que vão da Bíblia e dos mitos gregos à literatura européia do século XX. Penso que região é um recorte e universo uma ampliação: uma está no outro. Alguém ainda supõe que o nordeste brasileiro, por exemplo, seja uma realidade homogênea? Alguém pensa que o sul do mesmo país, noutro exemplo, está acima de classes, gêneros e faixas de idade? A libido nos contos de Dalton Trevisan aflora em Curitiba mas dialoga com Belgrado, Kansas City e Havana, dentre outros lugares do planeta porque: 1) a escrita transcende uma referência imediata; 2) todo lugar é ele e seu outro. Vcs já sentiram New York, Roma e Barcelona em becos natalenses? Eu já, com a ajuda de contos de Newton Navarros e poemas de Sanderson Negreiros e Luís Carlos Guimarães, dentre outros. Abraços: Marcos Silva Data: 26/02/2009 - Horário: 08h16min Diarréia Meu querido Tácito. O KINEMA existe? É deserto? É feliz? É perfumado? Augusto Lula Data: 25/02/2009 - Horário: 23h43min Ainda o regionalismo Os críticos de Veja e Época nem parecem que leram o mesmo livro, ―A Cidade Ilhada‖, de Milton Hatoum, o primeiro de contos do escritor amazonense. Enquanto para Veja a obra é péssima, para a Época trata-se de um excelente livro. A Veja acha pouco e ainda retoma a discussão sobre regionalismo literário, que segundo a revista, está presente em Hatoum, no pernambucano José Luiz Passos, no cearense Ronaldo Correia de Brito e no gaúcho Vitor Ramil. Não custa lembrar que o tema foi objeto de debate acalorado e de alto nível em 2008 aqui no SP. Abaixo a matéria de VEJA, assinada por Jerônimo Teixeira. Não posto a da ÉPOCA, que elogia o livro de Hatoum, porque não está disponível online. Li na edição impressa da revista. Minha terra tem primores Os escritores não gostam de ser qualificados de "regionalistas", mas a própria resistência ao termo prova que ele ainda tem algum sentido Os escritores contemporâneos esperneiam para não ser tachados de regionalistas. Já consagrado por romances como Dois Irmãos, o amazonense Milton Hatoum, 56 anos, que está lançando seu primeiro livro de contos, A Cidade Ilhada (Companhia das Letras; 218 páginas; 31 reais) – o título faz referência a Manaus –, recentemente declarou à Folha de S.Paulo que o conceito de regionalismo ficou datado e precisa ser revisado. Professor de literatura da Universidade da Califórnia, o pernambucano José Luiz Passos, 38 anos, que estreia na ficção com Nosso Grão Mais Fino (Objetiva/Alfagura; 168 páginas; 37,90 reais), nega que o romance seja "tipicamente nordestino" – embora a ação do livro se desenvolva na zona açucareira de seu estado natal. O pernambucano Raimundo Carrero e o cearense Ronaldo Correia de Brito também já protestaram contra o rótulo. A ideia de uma literatura regionalista, portanto, deixou de fazer sentido? Talvez não: o próprio fato de tantos autores se voltarem contra o conceito atesta que, de alguma forma, ele sobrevive. O curioso é que a classificação que hoje parece pejorativa responde pelas melhores obras da ficção brasileira do século XX – clássicos como Vidas Secas e São Bernardo, de Graciliano Ramos, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Talvez seja exatamente pela qualidade do regionalismo que se consolidou a partir da chamada Geração de 1930 que o termo tenha ficado tão pesado para os novos escritores. Graciliano, Jorge Amado, José Lins do Rego, Erico Verissimo estavam, afinal, desbravando o interior profundo do Brasil. Redescobriram o sertão, o pampa, o canavial, paisagens até então pouco visitadas pela literatura (ou mal visitadas, se lembrarmos O Gaúcho e O Sertanejo, exotismos extremos dentro da obra exótica de José de Alencar). Hoje, porém, certas marcas regionalistas tornaram-se convenções literárias desgastadas. Junte um coronel, alguns retirantes, um ou outro jagunço, embale tudo em uma linguagem "oral", e está pronto um romance nordestino. O regionalismo tornou-se uma variedade de beletrismo. Para piorar, o termo pode ser contestado também por sua imprecisão. Se qualquer lugar, afinal, pode ser uma "região", por que as narrativas manauaras de Milton Hatoum seriam regionais, quando os contos cariocas de Rubem Fonseca ou curitibanos de Dalton Trevisan passam por "urbanos"? Satolep, belo romance do cantor e compositor gaúcho Vitor Ramil, deixaria de ser regionalista (como já o consideraram) se tivesse lugar em Porto Alegre, e não em Pelotas? Afirmar que a boa literatura não é regional, mas "universal", não resolve a parada. "Universal"é um adjetivo ainda mais gasto e vago. Por mais relativo que o termo seja, o regionalismo ainda tem sua utilidade para designar certos valores literários. Pelo modo como descem a minudências na descrição dos dados locais e às vezes incorporam certos maneirismos de linguagem, A Cidade Ilhada e Nosso Grão mais Fino têm, sim, certo parentesco com a literatura que a Geração de 30 praticava. Isso não diz nada sobre a qualidade desses livros. O romance de Passos é poderoso, embora irregular; os contos de Hatoum são regulares na mediocridade. Hatoum cultiva uma crença ingênua na autenticidade telúrica da Amazônia. Nos seus contos, todo estrangeiro que visita Manaus ou a floresta em torno cai fatalmente enfeitiçado (em A Casa Ilhada, uma noite de festa com um dançarino local basta para uma inglesa abandonar o marido). As exuberâncias nativas, as profusas referências à fauna, à flora, à culinária amazônicas – nada disso disfarça a prosa pedestre do autor, incapaz de expressar qualquer matiz psicológico mais sutil. Em Um Oriental na Vastidão, por exemplo, um misterioso biólogo japonês deixa determinações póstumas para que uma colega brasileira despeje suas cinzas em um rio da Amazônia – e eis a reação banal da personagem ao tomar conhecimento do fato, no que deveria ser o clímax do conto: "Fiquei emocionada" (o leitor não poderá dizer o mesmo). Apesar de seu estilo, torrencial como a enchente que toma conta do Recife nas páginas finais, Nosso Grão Mais Fino não traz a mesma natureza encantada. Pelo contrário, a paisagem canavieira que serve de fundo para a história de paixão e dissolução familiar criada por Passos é assombrada pela ruína (nesse ponto, há certa afinidade com a decadente fazenda do sertão que dá título a Galileia, lançado por Ronaldo Correia de Brito no ano passado). O romance traz um dos suicídios mais espetaculares da literatura brasileira: a bordo do dirigível Zeppelin, um senhor de terras abre uma porta – e despenca para a morte. No ambiente onírico do romance, a cena aparentemente implausível torna-se impecavelmente verdadeira (por contraste, em um dos contos de Hatoum, uma mulher se joga de uma prosaica varanda em Copacabana – mas o efeito é de um histrionismo pouco convincente). Passos, porém, tem a tendência de se encantar com as próprias imagens, perdendo-se pelo excesso. Há sempre uma palavra sobrando: uma mulher não arranha as costas do amante – ela arranha "a pele que lhe recobre as costas". O leitor será capaz de adivinhar o que é a "cicatriz do canal por onde saciou a primeira fome apegada ao fôlego do simples cordão torcido e vigoroso"? É apenas uma perífrase barroca para dizer "umbigo". Estamos, como se vê, longe da prosa seca e econômica de um Graciliano. Há muitos caminhos para chegar ao sertão – ou a qualquer outra região. Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 21h08min Pirate Bay O partido político socialista norueguês Rødt (Vermelho) lançou na semana passada a campanha This Is What A Criminal Looks Like (É Assim Que Um Criminoso Se Parece), em que pede que usuários de programas de compartilhamento deem o upload de fotos suas e "mostrem seu apoio ao Pirate Bay". O Pirate Bay é está sendo processado por grandes empresas de mídia, como Warner Bros, MGM, 20th Century Fox, Sony BMG, entre outras, por "promover infrações contra leis de direitos autorais realizadas por terceiros". Autodenominado o maior site de compartilhamento de arquivos do planeta, o Pirate Bay chega a ter 25 milhões de pessoas conectadas simultaneamente. Na última segunda-feira (16) começou na Suécia o julgamento dos administradores do site, Gottfrid Svartholm (anakata), Fredrik Neij (TiAMO) e Peter Sunde (brokep), e junto com eles o empresário sueco Carl Lundström, apoiador do Pirate Bay. Batizado de Spectrial (tag usada para se referir ao processo no Twitter), o julgamento virou sensação em Estocolmo e no mundo, com transmissões do áudio ao vivo pela internet e lugares no tribunal sendo vendidos a 60 coroas suecas (R$ 16). LEIA MATÉRIA COMPLETA NA REVISTA ÉPOCA. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI29482-15224,00INTERNAUTAS+DE+TODO+O+MUNDO+APOIAM+PIRATE+BAY.html Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 20h37min Deserto Feliz Quem quiser conhecer um pouco mais sobre prostituição, violência sexual, turismo sexual e como é a vida das mulheres que fazem parte desse universo no Brasil, sem falsos moralismos, de ―ouvir falar‖ ou em seminários e que tais, o cinemark oferece uma oportunidade imperdível. Está em cartaz, só até sexta-feira, ―Deserto Feliz‖, do pernambucano Paulo Caldas (assinou em parceria com Lírio Ferreira ―Baile Perfumado‖ e dirigiu ―O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas‖). Conta a história da adolescente Jéssica que após ser violentada pelo padrasto, na cidade de Deserto Feliz, no interior de Pernambuco, parte para Recife onde se prostitui e sonha com um ―gringo‖ que melhore a sua vida. Que, afinal, acaba aparecendo. Mas entre o sonho de uma vida feliz na Alemanha, para onde ela se muda, e a realidade, a distância é grande e insuportável. No elenco dois atores conhecidos, João Miguel (de Estômago) e Hermila Guedes (O Céu de Sueli). Ambos são excelentes atores e não me surpreenderam. Fiquei surpreso mesmo foi com o desempenho da estreante Nash Laila, que faz Jéssica. O filme adota um viés realístico que se aproxima muito do documentário. Na minha opinião, retrata com respeito e um humanismo triste o mundo de muitas garotas de programa brasileiras. O nome da cidade se chamar Deserto Feliz é uma triste ironia. Deserto, vá lá, mas feliz!? Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 20h19min A fortaleza chamada Fernanda Ainda recordo com lembranças cheias de frescor. Foi em 2005. Durante um curso na Academia de Polícia, todos nós sofremos muito. Falo dos alunos, claro. Mas é óbvio que existiam os bons e engraçados momentos. Em certa aula de ordem unida em que eu e outros tantos erramos um bocado, o instrutor disse que aquilo parecia uma ―loucademia de polícia‖. Não sei por que, entretanto no militarismo nunca ouvi falar em professor. Todos eram instrutores. Tudo era muito puxado e corrido, e os intervalos eram curtinhos. Em muitos desses momentos livres, eu aproveitava para ir ao banheiro e, por coincidência, Fernanda sempre estava lá também. Até que um dia essa recorrência bizarra virou piada e ela passou a dizer que éramos as ―meninas do xixi‖ (ou do pipi, não lembro bem). Tinha dia em que nos encontrávamos mais de uma vez por lá. Era impressionante como vertíamos muito líquido e de maneira quase sincronizada, já que sempre sentíamos vontade no mesmo horário. Nós ríamos da situação, mas não conversávamos tanto porque, como já disse, o tempo era escasso... Ela também chamava-me de policialbailarina, pois eu sempre saia das aulas de educação física direto para o balé. Era uma comédia. Fernanda sempre foi uma pessoa simpática, simples e agradável, daquelas de quem é bom estar perto. Muito bonita e querida, ela começou a namorar o cadete Pedro (naquele momento também havia essa turma de alunos oficiais em formação). Formaram um belo casal, e assim permaneceram. Após nossa formação, fomos trabalhar em lugares distintos e não nos vimos mais. Acho que a reencontrei no fim de 2006, quando tentava pleitear uma vaga onde eu trabalhava. Após isso, novo desencontro. No ano passado, soube que havia ocorrido há pouco tempo um acidente de carro envolvendo Fernanda e o tenente Pedro, então noivos. Ele e a mãe dele faleceram, e Fernanda estava recuperando-se no hospital. Fiquei chocada. Eles sempre foram um casal que considerei exemplar. Ele, muito jovem e já morto. Bem, a primeira coisa que fiz, já que não tinha telefone ou endereço de Fernanda, foi entrar em contato com ela através do Orkut. Qual foi a minha surpresa ao constatar uma mulher completamente expandida, grande, uma verdadeira fortaleza. Apesar do sofrimento naturalíssimo em ocasião tão desoladora e de estar de cama, ela enfrentava tudo com muita dignidade, força e vontade de recuperar-se. As mensagens de consolo eram inúmeras, o que comprova o quão ela é amada. A minha, apenas mais uma. Ela respondeu-me com rapidez e agradecimento, legando a Deus todo o conforto que estava recebendo e provando que permanecia atenciosa com todos. Impossível não se emocionar. Ela, que pôs na página inicial do Orkut uma linda homenagem póstuma àquele que considera o seu ―eterno amor‖, continua com o hábito regular de mandar aos amigos mensagens de agradecimento e em ocasiões de datas comemorativas. Eu, que sou fascinada por pessoas fortes, não poderia deixar de render essa ínfima, porém sincera homenagem a ela. Infelizmente não uso mais meu Orkut. Quando outrora o acessava, pude acompanhar os escritos iniciais e emocionados dela, logo após o acidente. Ela transcreveu (e eu transcrevo agora também) a letra da música Uma vez mais, de Blanch, interpretada por Ivo Pessoa. Informou que era a canção mais identitária daquele momento, contudo que jamais esperava cantá-la para um noivo falecido. Uma vez mais Voa minha ave Voa sem parar Viaja pra longe Te encontrarei Em algum lugar Permaneço em ti Como sempre foi Mais perfeito e mais fiel Mesmo sozinho sei que estás perto de mim Quando triste olho pro céu Quando eu te vi o sonho aconteceu Quando eu te vi meu mundo amanheceu Mas você partiu sem mim E sei que estás em algum jardim Entre as flores... Anjo meu tão amado anjo Bem sei que estás E eu do brando sono hei de acordar Para os teus olhos ver uma vez mais O verdadeiro amor espera uma vez mais Quando eu te vi o sonho aconteceu Quando eu te vi o mundo amanheceu Quando eu te vi o sonho aconteceu Quando eu te vi o mundo amanheceu Mas você partiu sem mim E sei que estás em algum jardim entre as flores... Nota: Como daqui a duas semanas o mundo comemorará o dia da mulher, resolvi escrever textos em tributo a algumas mulheres admiráveis que, graças a Deus, eu conheci. Feliz 08 de março e todos os outros do ano para Fernanda, para as mulheres, e para os homens que sabem nos respeitar com palavras e com a práxis, principalmente. Denise Araújo Correia Data: 25/02/2009 - Horário: 19h24min WATCHMEN Tendo sido teletransportado de um outro planeta chego ao planeta Terra depois de um vendaval. Muitos guizos e risos foram jorrados. Fala-se em crise sempre. A ameaça é iminente. Como parte dos eternos vigilantes espero com muita ansiedade para a saga dos ―minitmen‖ nas telas do cinema. Watchmen é, na minha opinião, um dos maiores quadrinhos de todos os tempos. Lançado no Brasil em seis volumes na década de 80 do século passado acaba de ser lançado em edição única em capa dura acompanhando o lançamento do filme. Uma das graphic novels mais belas em conteúdo narrativo e desenhos. Uma obra prima escrita por Alan Moore e desenhada pelo mago Dave Gibbons. A nova edição em livro foi recolorizada digitalmente por John Higgins, o colorista original. O Watcmen tem alguns dos maiores super-heróis dos quadrinhos. Quem matou o ex-comediante? E a Laurie?, uma das personagens mais cativantes dos quadrinhos. Bela mulher. Gostosa. Sally Júpiter, Hooded Justice, Rorschach e outros grandes personagens desse quadrinho eterno. Viajar em suas páginas é percorrer o que de melhor já foi feito em termos de Graphic Novel. Uma obra Prima. Espero não ser decepcionado no cinema. Lendo o diário de Rorschach em 12 de Outubro de 1985: ― Esta cidade tem medo de mim porque conheço a sua verdadeira face‖. Próximo Balão: ―as ruas são extensões das sarjetas cheias de sangue...‖ A sujeira acumulada de sexo e crime envolverá prostitutas e políticos que voltarão os olhos para cima implorando salve-nos‖... Eles tiveram escolha e poderiam ter seguido os passos dos homens bons, continua esse quadrinho instigante, Não vou dizer mais para não estragar o gozo. Divirtam-se. João da Mata Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 13h57min Preá e Brouhaha Fevereiro está chegando ao fim e reina a indefinição acerca do futuro das revistas Preá e Brouhaha, editadas, respectivamente, pela Fundação José Augusto e Fundação Capitania das Artes. A primeira está há um ano sem circular. A segunda não tem editor até o momento. Carlos de Souza foi convidado, mas a nomeação não saiu até hoje. Como o presidente da Funcart anunciou que a revista terá periodicidade trimestral, é muito provável que o primeiro número já saia atrasado. Isso se o editor assumir o posto em março, quando a revista já deveria está circulando. Vamos torcer para que a Brouhaha não sofra o mesmo destino da Preá. Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 11h16min Literatura e pop ―Não existe literatura pop. Literatura é o contrário do pop, a começar por ser um produto cuja essência --o texto literário-- é por princípio inadaptável às exigências da massa e inadequado ao marketing. Você só consegue vender um livro pelo que é extraliterário, pelos atrativos exteriores, a vida e a imagem do autor, a "verdadeira história por trás do livro", a capa, mas nunca pelo que pode haver de propriamente literário no texto.‖ Do escritor Bernardo Carvalho, em artigo publicado no Ectoplasma, do poeta Jairo Lima. http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 11h04min Hanif Kureishi/Entrevista O estilo literário de Tenho Algo a Te Dizer tem a ver com a tradição satírica de Swift, no sentido de eleger a farsa para tratar de problemas sérios. Essa é uma maneira de dizer, parafraseando D.H. Lawrence, que a nossa é uma era essencialmente trágica, mas incapaz de entender a tragédia? Não acho que caminhamos para o cinismo apenas por ver as coisas de modo diferente dos gregos. Vivemos, sim, uma tragédia cotidiana, mas nosso dilema não é o de entender a tragédia, mas enfrentá-la. A verdade é que, a despeito da situação crítica mundial, não deixamos de ser otimistas. É o que muda nossa postura diante dos gregos. Quando criança, adorava comédia. A farsa foi meu caminho literário natural para entender o mundo. E continua sendo. Do escritor londrino Hanif Kureishi em entrevista ao jornalista Antonio Gonçalves Filho, do Estadão. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090225/not_imp329371,0.php Tácito Costa Data: 25/02/2009 - Horário: 10h43min Diferença entre filmes americanos e estrangeiros dilui-se cada vez mais INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA O Oscar deste ano aprofunda a política cinematográfica dos últimos anos, que consiste em indiferenciar os cinemas americano e estrangeiro. Não interessa mais se um filme é produzido nos EUA, na Europa, no Paquistão. Importa que leve gente aos cinemas ou, ao menos, não desaponte o espectador dos multiplex que não conseguiu lugar no filme preferido. "Quem Quer Ser um Milionário?" era, de todos da competição, aquele que mais seguia nessa direção. Ao enfocar a miséria e as misérias decorrentes da miséria em um país dito emergente, valoriza a "função realista" do cinema, desenvolve o seu viés catártico (nós, ricos, nos comovemos com a situação; com isso, purgamos nossas culpas) e ajuda a penetrar num mercado marcado por filmes produzidos na dita Bollywood. De todos esses fatores, o segundo é o que mais terá favorecido a lavada que o filme de Danny Boyle deu: a crise que bate feio no mundo chama a atenção para os problemas sociais. Desde "Cidade de Deus", note-se, acentuou-se o interesse pelos pobres dos países pobres, pela via de filmes claros, acessíveis, óbvios até -como me parece "Quem Quer Ser...". Levando-se em conta que o Oscar tem hoje, antes de tudo, a função de espetáculo para vender o espetáculo, o ritmo foi melhor -descontada a insuportável carga de intervalos. O ponto baixo foi a vergonhosa homenagem por "feitos humanitários" a Jerry Lewis. Ele respondeu na mesma moeda, ao dizer-se assombrado com a ideia de que atos de benemerência deviam ser premiados. Tácito Costa Data: 24/02/2009 - Horário: 12h05min Documentos de barbárie Caros amigos: A imprensa noticiou que peças roubadas de museus iraquianos durante a guerra estadunidense naquele país foram parcialmente recuperados e estão novamente expostos. Melhor que voltaram. Pior que um dia saíram. Benjamin acertou na mosca: todo documento de cultura (entenda-se: os acervos dos museus hegemônicos - Britânico, Louvre, Smithsonian) é um documento de barbárie. No caso, documentos fundantes da humanidade foram tratados como souvenirs e surrupiados. Assassinatos de outras memórias. Tristeza a mais, junto com matanças e torturas. Horror, horror. Abraços: Marcos Silva Data: 24/02/2009 - Horário: 11h57min A falta que o Babilônia faz O Espaço Cultural Babilônia marcou época em Natal. Eu era assíduo freqüentador. E, claro, estive nesse primeiro Bloomsday. Guardo com carinho uma foto minha com Cecília, menininha, tirada por Ayres em um dos eventos promovidos pelo Espaço. Se tivesse um scanner aqui postaria agora. Fica pra outra ocasião. Ayres lutou muito para manter o espaço. Fiquei seu amigo e acompanhei tudo de perto. Mas sem ajuda das fundações culturais oficiais ficou impossível sustentar o Babilônia. Não falo nem das empresas porque essas são que não ajudam mesmo. Para quem não alcançou essa época (início dos anos 90), esclareço que o Espaço era a própria residência do casal. Uma casa ampla, que servia de morada e ambiente para eventos culturais. Era incrível como apenas duas pessoas, Ayres e Gigliola, conseguiam movimentar culturalmente a cidade. Acho que isso gerou muita inveja, principalmente das tais fundações. Hoje o Espaço Babilônia, que ficava ali na entrada da Vila de Ponta Negra, do lado esquerdo, foi transformado em pousada. Durante alguns anos, depois da partida de Ayres e Gigliola para a Itália (onde ela nasceu, Ayres é paulista), o Espaço ficou abandonado. E sempre que eu passava por ali as recordações mexiam comigo. Foram muitas noitadas movidas a vinho, boas conversas e arte. Por tudo que representou o Babilônia foi único. Depois dele não apareceu nada parecido. Por isso, faz uma falta danada. Tácito Costa Data: 24/02/2009 - Horário: 11h33min Documentos babilônicos Queridos amigos babilônicos, iniciei a publicação no meu blog de alguns documentos do Espaço Cultural Babilônia. Comecei pelo Bloomsday de 1993. Talvez valha a pena conferir. http://ayresmarques.blogspot.com/ Um grande abraço a todos. Ayres e Gigliola Data: 24/02/2009 - Horário: 09h21min As Confissões de Lúcio, de Fernando Monteiro MILTON RIBEIRO http://miltonribeiro.opsblog.org/ Minha amizade com Fernando Monteiro começou quando citei, há três anos e aqui neste blog, seu livro Aspades, ETs, etc. como uma obra-prima ignorada pelo grande público. Ele me escreveu uma mensagem de agradecimento e, desde então, começamos farta troca de e-mails, CDs, livros, jornais, revistas, recortes e sei lá mais o quê, comprovando mais uma vez a capacidade da rede em criar e manter grandes amizades de eleição. Paralelamente aos intensivos e cada vez mais bem humorados contatos por e-mail, eu acompanhava seu trabalho na Rascunho - onde ele atualmente publica um romance em capítulos -, na Bravo e na pernambucana Continente. Anos depois, Fernando Monteiro convidou-me para escrever a ―orelha‖ de seu último livro. Foi uma surpresa e uma honra para mim. Em vez de convidar um figurão como das outras vezes, Fernando apareceria em versão despojada e me daria, em sua 15ª obra, a oportunidade de colocar algumas palavras em seu livro. Ele supôs que eu fosse um leitor capaz de apreender o que há de sério, de mordaz e de cômico em As Confissões de Lúcio. Após a leitura, eu apenas podia garantir que era o melhor de seus livros, um notável romance, como já o foram O Grau Graumann e o Aspades. É uma coisa que me persegue - as pessoas sempre acham que sou um leitor atento e sagaz, enquanto eu respondo ―pff‖, pois só eu sei o quanto divago. Os romances de Fernando são desafiadores, sutis e surpreendentes, são biscoitos finos a serem saboreados em nossa rota de fuga do óbvio e do fácil. Mas não vejo melhor forma de apresentar As Confissões de Lúcio a meus 7 leitores do que transcrevendo a versão original da ―orelha‖ enviada à editora. Digo ―versão original‖ porque o primeiro parágrafo sofreu alguns cortes por razões de espaço. Alguns cortes? Não, muitos cortes! Não sei porque não me pediram para reduzir um pouco o texto. ************ São esperadas duas coisas de quem é convidado a escrever a orelha de um livro: um agradecimento pessoal ao autor pela honra concedida e a imediata produção de um cerrado discurso laudatório. Não creio que vá decepcioná-lo, caro leitor, que tem As Confissões de Lúcio em suas mãos, mas permita-me antes dar-lhe uma noção da obra. O livro tem início com uma notícia que certamente o deixará orgulhoso e um tanto escandalizado por seu desconhecimento sobre um fato fundamental para a cultura nacional: em 2001, o obscuro e difícil escritor gaúcho Lúcio Graumann recebeu o Prêmio Nobel de Literatura – o primeiro Nobel brasileiro! -, porém, tal qual aquele presidente, não pôde tomar posse da cobiçada láurea, tendo falecido onze dias antes da cerimônia. Narrado principalmente pelo jornalista e escritor Mauro Portela, grande amigo de Graumann, o livro poderia tornar-se uma comédia simplória sobre um país culpado e ignorante, sem conhecer ou saber o que fazer com seu recém-ilustre morto; contudo, As Confissões de Lúcio está longe, bem longe disso. Fernando Monteiro, valendo-se de um delicioso e ousado humor mozartiano que perpassa toda a obra, transita sua narrativa pelas risíveis reações oficiais da Academia Brasileira de Letras ao novo e autêntico imortal (ainda que morto), pelo trabalho de Mauro Portela como revisor do espólio literário de Graumann e pela vida pessoal e intelectual de ambos. Apesar de todos os segmentos que compõem o romance fotografarem microscopicamente cada detalhe, a vida cultural brasileira não é posta à margem e podemos ver Graumann – este escritor para escritores - e sua obra interagindo com personagens reais de nossa literatura, os quais são citados, sem maiores pudores, por seus nomes. A incompreensão e o desconcerto da intelectualidade brasileira poderiam ser resumidos por esta observação retirada quase ipsis litteris do romance: ―Nossa cultura no vácuo compreende a outra, mas não se compreende. E Lúcio é o emblema de um pequeno mistério reluzente como um espelho em que qualquer um pode enxergar o que quer na superfície polida‖. Mauro começa a cuidar da memória de seu amigo fazendo publicar, na Folha de São Paulo, uma entrevista apócrifa… Depois, a namorada de Lúcio – pessoa desinteressada em assuntos tais como literatura e arte – envia-lhe uma caixa de papelão com anotações e fragmentos da produção graumanniana a fim de serem analisados. O espólio do escritor é estudado por um alguém deprimido e ressentido, pois Mauro, além de protagonizar complicada vida pessoal, julga-se plagiado em uma das principais obras do grande escritor… ―Uma história é de quem melhor a conta?‖. Tais argumentos servem de arcabouço para As Confissões de Lúcio – a semelhança do título para com o do pequeno livro de Sá-Carneiro não é casual -, um fascinante mosaico que satisfaz plenamente as condições dos teoremas propostos nas obras de Graumann e que acrescenta a elas sinceridade e exposição raramente encontráveis. Tetê Bezerra Data: 24/02/2009 - Horário: 09h16min E ofendidos seguimos... Serviram para sublimar qualquer estado de espírito já ofendido essas "novidades" de auxílios-moradia do TCE e de jornal de circulação nacional amenizando de forma vil acontecimento histórico tão igualmente vergonhoso, ilegal e cruel. Aquele golpe de 1964 e os governos militares inauguraram certamente alguns dos mais ultrajantes momentos de nossa história nacional ( por ser tão sanguinolento e pungente , só comparo à escravidão, mesmo esta sendo estatizada naquele momento). Somente durante o acontecimento de guerras eu vi atrocidades atentadas contra a dignidade humana acontecerem com a permissividade desmedida que ocorreu. Interromper sem respaldo algum um regime democrático, calar, humilhar, torturar e matar só podem ser vistas de uma forma branda e pretensamente naturalista por pessoas declaradamente sem ética, desumanas e autoritárias. Contudo, como uma tônica natural da humanidade parece ser negar, desmentir com veemência, esquecer-se da singular aurora do dia logo ao entardecer, então tamanha canalhice tão amplamente rechaçada pode ser ainda veiculada com desastre, como já disse, por jornalistas de um veículo da imprensa nacional. Ultraje, ultraje, ultraje. Denise Araújo Correia Data: 24/02/2009 - Horário: 09h12min É ÍNDIA PRA TUDO QUE É LADO Rapazes e Moças, Como tem Índia nas mídias. É Índia nas Escolas de Sambas. Na Novela da Globo. E o Oscar sem graça, foi uma festa para esse país. Tomara que alguém tenha aprendido alguma coisa dessa rica cultura. Principalmente, o belo Kama Sutra. João da Mata Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 18h56min O 'meu' Oscar LUIZ CARLOS MERTEN BLOG/ESTADÃO http://blog.estadao.com.br/blog/merten/ Estou chocado, não sei se comigo ou se com a academia. Nunca acertei tantas previsões para o Oscar, sinal de que a premiação deste ano foi mesmo sem surpresas. Tácito Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 14h35min OSCAR 2009 Confira os vencedores FILME "Quem Quer Ser um Milionário?" DIRETOR Danny Boyle, por "Quem Quer Ser um Milionário?" ATOR Sean Penn, por "Milk - A Voz da Igualdade" ATRIZ Kate Winslet, por "O Leitor" ATOR COADJUVANTE Heath Ledger, por "Batman - O Cavaleiro das Trevas ATRIZ COADJUVANTE Penélope Cruz ("Vicky Cristina Barcelona") ROTEIRO ORIGINAL "Milk - A Voz da Igualdade" ROTEIRO ADAPTADO "Quem Quer Ser um Milionário?" ANIMAÇÃO "Wall-E" DIREÇÃO DE ARTE "O Curioso Caso de Benjamin Button" CURTA-METRAGEM "Spielzeugland" ("Toyland") CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO "La Maison en Petits Cubes" MAQUIAGEM "O Curioso Caso de Benjamin Button" FOTOGRAFIA "Quem Quer Ser um Milionário?" FIGURINO "A Duquesa" DOCUMENTÁRIO "Man on Wire" DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM "Smile Pinki" FILME ESTRANGEIRO "Departures" (partidas, em tradução livre), do Japão MIXAGEM DE SOM "Quem Quer Ser um Milionário?" CANÇÃO ORIGINAL "Jai Ho", de "Quem Quer Ser um Milionário?", por A.R. Rahman and Gulzar EFEITO ESPECIAL "O Curioso Caso de Benjamin Button" EDIÇÃO DE SOM "Batman - O Cavaleiro das Trevas" Tácito Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 14h18min quase retrato MÁRCIA MAIA quase retrato um resto de torta no prato o copo inda rubro de vinho resquício de riso nos lábios um canto de edu e torquato e o avesso do verso por véu Tetê Bezerra Data: 23/02/2009 - Horário: 13h59min De rabo preso com quem? ALÍPIO FREIRE (*) A criação pelo jornal Folha de S. Paulo (FSP), da expressão ―ditabranda‖ em seu editorial de 17 de fevereiro, para nomear a ditadura imposta com o golpe de 1964 e, em seguida, a agressão aos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato, expressa em nota na seção de cartas da edição de 20 de fevereiro, não podem ser atribuídas apenas aos ―maus bofes‖ de um jovem (?) herdeiro rico, mimado, que se supõe gênio (o que diariamente lhe repete sua corte), que não conhece limites e, portanto, afeito a chiliques. Embora seja também isso, é muito mais, e só pode ser entendido a partir da história daquele jornal, e no quadro mais amplo do avanço (em nível internacional) das idéias, valores e políticas nazi-fascistas. Sobre a trajetória do pasquim da Barão de Limeira, vejamos alguns depoimentos: ―Abandono do emprego‖ A jornalista Rose Nogueira, presa pelos órgãos de repressão da ditadura no dia 4 de novembro de 1969, quando estava de licença maternidade da FSP, onde trabalhava, conta: ―Vinte e sete anos depois [19997], descubro que fui punida não apenas pela polícia toda-poderosa (...), pela justiça militar (...). Ao buscar, agora, nos arquivos da Folha de S. Paulo a minha ficha funcional, descubro que, em 9 de dezembro de 1969, quando estava presa no Deops, incomunicável, ‗abandonei‘ meu emprego de repórter do jornal. Escrito a mão, no alto: ABANDONO. E uma observação oficial: Dispensada de acordo com o artigo 482 – letra ‗i‘ da CLT abandono de emprego‘. Por que essa data, 9 de dezembro? Ela coincide exatamente com esse período mais negro, já que eles me ‗esqueceram´por um mês na cela‘. (...) Todos sabiam que eu estava lá (...) Isso era – e continua sendo – ilegal em relação às leis trabalhistas e a qualquer outra lei, mesmo na ditadura dos decretos secretos. Além do mais, nesse período, se estivesse trabalhando, eu estaria em licença maternidade‖. (Rose Nogueira, ―Em corte seco‖, in ―Tiradentes um presídio da ditadura‖, Coord. Alípio Freire, Izaías Almada e J.A. de Granville-Ponce – Scipione Cultural - 1997). Palafreneiros da ditadura O jornalista Mino Carta, em entrevista à AOL, em 2004, quando se completavam 40 anos do golpe, comenta as relações da FSP com a ditadura: ―A Folha de São Paulo não só nunca foi censurada, como emprestava a sua C-14 [carro tipo perua, usado para transportar o jornal] para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban [Operação Bandeirante]. Isso está mais do que provado. É uma das obras-primas da Folha, porque o senhor Caldeira [Carlos Caldeira Filho], que era sócio do senhor Frias [Octavio Frias de Oliveira], tinha relações muito íntimas com os militares. E hoje você vê esses anúncios da Folha - o jornal desse menino idiota chamado Otavinho [Otavio Frias Filho] - esses anúncios contam de um jeito que parece que a Folha, nos anos de chumbo, sofreu muito, mas não sofreu nada. Quando houve uma mínima pressão, o sr. Frias afastou o Cláudio Abramo da direção do jornal. Digo que foi a "mínima pressão" porque o sr. Frias estava envolvido na pior das candidaturas possíveis, na sucessão do general Geisel. A Folha estava envolvida com o pior, apoiava o Frota [general Sílvio Frota, ministro do Exército no governo Geisel]. O Claudio Abramo foi afastado por isso.―("A mídia implorava pela intervenção militar" Entrevista com Mino Carta. Por Adriana Souza Silva, da Redação AOL, abril de 2004) O testemunho da pesquisadora A historiadora e pesquisadora carioca, doutora Beatriz Kushnir, autora do mais completo trabalho sobre o comportamento da grande mídia comercial durante a ditadura, ―Cães de Guarda‖, é lembrada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, em sua ―Conversa Afiada‖ de 20 de fevereiro, a propósito da FSP: ―Como demonstrou Beatriz Kushnir (...) a Folha cedia as vans para o Doi-Codi fazer diligências, levar suspeitos para as sessões de tortura e fingir que se tratava de um carro de reportagem em atividade jornalística‖. (―Cães de Guarda‖ – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989‖, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial). Em sua coluna, Amorim reitera ainda a denúncia feita por Mino Carta a respeito do afastamento do jornalista Cláudio Abramo do comando do jornal. Quanto ao episódio da utilização dos carros da FSP para fins repressivos – como apontam Mino Carta e Paulo Henrique – é fato que consta de diversas publicações e depoimentos. A revista ―Teoria & Debate‖ – da Fundação Perseu Abramo – nos anos 1990, publicou uma carta do ex-preso político e hoje advogado de movimentos populares e causas ligadas aos direitos humanos, Aton Fon Filho, que denuncia exaustivamente essa ligação criminosa. Um diário oficial da repressão Mas, não pensem os leitores que a história da empresa Folha da Manhã (propriedade da família Frias), da qual a ―Folha de S. Paulo‖ nos anos da ditadura era apenas um título (ainda que o carro chefe), num conjunto que somava mais de meia dúzia de outros, como os jornais ―Última Hora‖, ―Noticias Populares‖, ―Folha de Santos‖, etc., sem esquecermos, é claro, a menina-dos-olhos da repressão, a ―Folha da Tarde‖. A ―Folha da Tarde‖ (FT) é um capítulo à parte. Algo assim, como se a FSP coubesse em ―obras escolhidas‖ e ela, a FT, merecesse ―obras completas‖. Até 1968 esse jornal cobria de forma razoavelmente decente o movimento estudantil, e outras manifestações de oposição à ditadura. Contava com uma equipe formada, em sua maioria esmagadora, de bons e sérios profissionais – muitos dos quais acabariam posteriormente presos, como o caso da jornalista Rose Nogueira. Na ocasião, o logotipo do jornal era vermelho. Passados alguns meses da decretação do Ato Institucional Número 5, de repente, não apenas o logotipo foi mudado para preto, como sua direção passou a ser composta de pessoas ligadas aos órgãos de repressão, inclusive à famosa Escuderie Le Coc (nome fantasia do Esquadrão da Morte) – o que facilmente qualquer neófito é capaz de perceber, folheando a coleção desse jornal. Também a essa questão se refere, com detalhes, a historiadora Beatriz Kushnir em seu livro ―Cães de Guarda‖. Uma ameaça a todos os brasileiros Dadas essas breves pinceladas sobre a trajetória da Ilustre Folha, cabe chamar a atenção para um importante aspecto que é o verdadeiro significado da nota e da agressão contra os professores Maria Victoria e Comparato: ao atacar tão virulenta e desrespeitosamente essas duas figuras que merecem toda a admiração do nosso povo e de todos os homens e mulheres que lutam por uma sociedade democrática e justa, onde os direitos humanos e todos os direitos dos cidadãos sejam respeitados, o que pretende a Folha de S. Paulo, sua direção, é ameaçar todos os que se oponham à sua visão de mundo e aos seus objetivos. Aliás, entendemos que caberia ao governador José Serra, seu partido e seus aliados do DEM – de quem a FSP é deslavado cabo eleitoral, transgredindo todas as normas éticas e legislação eleitoral – manifestarem-se publicamente a respeito desse episódio que, sem dúvida alguma, os compromete. (*)jornalista e escritor, foi presidente da Associação Brasileira de Imprensa – Seção São Paulo (1978-1979), e editor de Política Internacional da Folha de S. Paulo (1977-1979). Preso político (1969-1974), pertence hoje aos conselhos editoriais do jornal Brasil de Fato, da Editora Expressão Popular e da Revista Fórum, além de integrar o Conselho Político da revista Teoria & Debate. Colabora ainda com diversas publicações populares e de esquerda. Tácito Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 13h55min TCE é também "berçário" seguro e sofre de "miopia" CARLOS SANTOS (http://www.blogdocarlossantos.com.br/) O Tribunal de Contas do Estado (TCE) é também uma espécie de "berçário" da elite política potiguar. Não emprega apenas a velha guarda da política. Há lugar para a meninada. A prefeita mossoroense Fafá Rosado (DEM) aboletou o filho caçula num cargo especial por lá. A portaria saiu no dia 29 de fevereiro do ano passado (Veja AQUI). Ou seja, em pleno ano eleitoral. Quem assinou o ingresso foi Paulo Roberto Alves, então presidente do TCE, irmão do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), aliado político de Fafá. O próprio Paulo, ex-secretário de estado do RN por duas vezes, na gestão de Garibaldi, que o fez conselheiro vitalício do TCE. Ufa! A senadora Rosalba Ciarlini (DEM) também possui um filho por lá. Esse há bem mais tempo. O procedimento é ilegal? Não, não é. Digamos que seja amoral. É estranho que um órgão técnico, fiscalizador da coisa pública, promova esse tipo de privilégio. Torçamos pelo menos para que não signifiquem escambos promíscuos com o dinheiro do contribuinte. Criado pelo governador Dinarte Mariz e implantado pelo sucessor Aluízio Alves no início dos anos 60, o TCE é especialista no uso de força desproporcional. Mostra rigor contra agentes políticos de pequenos municípios, mas possui considerável miopia quando a lisura em questão diz respeito aos grandalhões. Às vezes, duram anos e anos a análise de prestação contábil de municípios como Mossoró. Sentato seria, um TCE formado por bacharéis em Direito, contabilistas, economistas etc. Todos concursados. Não, o que vale no RN e em todos os estados federados, é o compadrio e a influência política. Pobre Brasil. Tácito Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 13h51min Valéria Oliveira Caros Colegas, Gosto dela e a conheço há muito tempo. Conheço a sua trajetória. Já ouvi em muitos lugares e no aconchego da casa. Sou apaixonado e não vou justificar a minha paixão. Gosto dela cantando músicas românticas. Mas, Valéria é uma artista completa. Cantando carnaval é contagiante. Me arrepiei ouvindo, hoje, ela cantando Dosinho. Um charme. Desenvoltura das grandes intérpretes. Elegância de uma bela mulher a serviço da arte. Encontrei com ela e a grande Mônica. Uma mulher também maravilhosa. Monica que nos tem prestado um grande serviço; Social e cultural. Um beijo para as duas. O carnaval de Natal com Valéria, Kristal, Simona Talma e grandes músicos está de bom tamanho. Não preciso ir para nenhum lugar para me divertir. Ponta Negra e comunidade agradecem o grande carnaval: Com chuva, suor e muita animação. Valéria é maravilhosa. Se não comprou o disco de Carnaval, vá correndo comprar. Além de Natal e Japão, o Brasil precisa conhecer melhor Valéria. João da Mata Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 14h02min Contra a FSP e sua grosseria Caros amigos: Se quiserem assinar o documento de protesto contra o horror da FSP, sua ditabranda e sua grosseria contra quem a critica, acessem o seguinte link: http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat?e Abraços: Marcos Silva Data: 23/02/2009 - Horário: 13h42min Lenício - Um Amigo de Ginasial Caros, Fiquei pasmo com essa notícia. Nao quero acreditar. Lenicio era um amigo de muito tempo. Estudamos juntos no Padre Monte. Um grande amigo e grande caráter. Amante do cinema. Um grande ator. Sua maior atuação foi para mim em Apareceu a Margarida. Peça que o consagrou nacionalmente. Uma grande perda para a nossa combalida cultura. Faleceu cedo Jeziel. Agora Lenício. Meu Deus! João da Mata Costa Data: 23/02/2009 - Horário: 13h41min Zizek, Fukuyama e o "fim da história" "É FÁCIL zombar da ideia do "fim da história" de Francis Fukuyama", diz Slavoj Zizek, "mas hoje a maioria é fukuyamista: o capitalismo liberal-democrático é aceito como a fórmula finalmente encontrada da melhor sociedade possível, e tudo o que se pode fazer é torná-la mais justa, tolerante etc.". À primeira vista, Zizek pretende, ao contrário da "maioria" que despreza, ser antifukuyamista. Será? Uma semelhança óbvia é que ambos são hegelianos ou pretendem sê-lo. Assim, ninguém ignora que a própria tese do fim da história, de Fukuyama, origina-se no pensamento de Hegel. Quanto a Zizek, ele mesmo declarou, em entrevista recente, ser "profundamente hegeliano". Mas há uma ligação ainda mais profunda entre o pensamento de Zizek e o de Fukuyama. É que ambos se entediam com a época em que vivemos. Fukuyama pensa, como diz com inconfundível sotaque hegeliano, que não há mais lugar para "a luta pelo reconhecimento, a disposição de arriscar a vida por um fim puramente abstrato, a luta ideológica mundial, que havia suscitado audácia, coragem, imaginação e idealismo". Comentando que, além de sentir em si próprio "poderosa nostalgia pelo tempo em que a história existia", percebe esse mesmo sentimento nos outros, arremata: "Talvez a própria perspectiva de séculos de tédio ao fim da história servirá para fazer a história recomeçar". Observo, en passant, que, assim como não entendo que haja quem precise acreditar no sobrenatural para não achar a vida tediosa, tampouco entendo que haja quem, para o mesmo fim, precise acreditar na História (com agá maiúsculo). Então tais pessoas não se admiram com o mistério já da própria existência, do próprio ser? Não se espantam com o excesso de terror e de esplendor a que estão expostos pelo mero fato de existirem? Ou o percebem e renegam, ocultando-o por trás da cortina do tédio? E será que não sabem que a noção de história está longe de ser universal? A maior parte das culturas jamais produziu tal noção. Devemos supor que quase toda a humanidade sempre se tenha sentido brutalmente entediada com a vida? Pois bem, Zizek, ostentando tédio, manifesta nos seus textos o desejo de fazer a história "recomeçar". Julgando que a lógica interna do capitalismo não levará automaticamente à sua própria superação, ele crê que, de certo modo, "Fukuyama ESTAVA certo, o capitalismo global É o "fim da história'", de modo que teme que, "no interior da nossa clausura tardo-capitalista do fim da história", já não sejamos capazes de experimentar o "impacto assustador" de uma "abertura histórica autêntica". De que maneira Zizek, que despreza a "democracia liberal global", cujo verdadeiro conteúdo lhe parece ser, como para Foucault, a "administração biopolítica da vida", imagina que seja possível "fazer a história começar de novo"? A resposta é clara: por meio da pura vontade "revolucionária". Trata-se da apologia do voluntarismo, da violência e do terror. Segundo ele, a incapacidade de aceitar a violência e de suspender a ética constituem limitações da posição liberal. São esses os limites que quer superar, para recomeçar a história. Não admira, portanto, que Zizek chame os direitos humanos de "obscenos" ou que faça a apologia de Robespierre, Lênin, Stálin e Mao. Isso mostra porém que, no fundo, a "abertura histórica autêntica" que busca não passa da lamentável -e reacionária- tentativa não só de reabilitar, mas de tornar paradigmáticas algumas das mais abomináveis experiências políticas dos tempos modernos. Ora, é em parte como repúdio ao horror dessas experiências que hoje se dá o reconhecimento crescente do caráter universal dos direitos humanos; e é a partir desse reconhecimento que todo ser humano é capaz de se sentir autorizado a criticar qualquer manifestação de barbárie, quer esta se manifeste na Coreia do Norte, no Irã ou nos Estados Unidos. O verdadeiro progresso jamais poderia estar em ignorar ou limitar esses direitos, mas sim em reconhecer que eles incluem, como quer Amartya Sen, direitos não apenas políticos, mas também direitos à segurança social, ao trabalho, à educação, à proteção contra o desemprego, à sindicalização e mesmo a uma remuneração justa e favorável. Só mesmo uma espantosa cegueira ideológica pode levar Zizek a considerar enclausuradas as sociedades em que tem lugar a luta pelo reconhecimento e pela aplicação de tais direitos; e só a mesma razão pode levá-lo a considerar aistórico um mundo em incessante e evidente transformação, como este em que vivemos. ANTONIO CICERO - Folha de São Paulo Data: 21/02/2009 - Horário: 14h40min Ator Lenício Queiroga é achado morto NOMINUTO www.nominuto.com.br Na manhã deste sábado (21), a polícia confirmou a morte do ator Lenício Queiroga, encontrado sem vida no seu apartamento, na Av. Ayrton Senna. De acordo com o Aspirante Leão, policial que participou da diligência, o corpo do ator já estava em avançado estado de putrefação. Ainda segundo o policial, o ator teria morrido de causas naturais há três dias, mas ainda não há confirmação sobre a causa mortis. Familiares de Queiroga acionaram a polícia, que se dirigiu até o local. Lenício Queiroga era figura carimbada em espetáculos populares. O Auto de Natal de 2008 foi dirigido por ele. Outra participação marcante de Queiroga aconteceu em 1973, quando interpretou Tião Poeta e o padre Rolim, personagens de "Boi de Prata", longa-metragem norterio-grandense rodado na cidade de Caicó. Tácito Costa Data: 21/02/2009 - Horário: 14h31min Caso de polícia no TCE do Rio Grande do Norte LUIS FAUSTO NOMINUTO.COM Quebro o queixo ao ler na Tribuna do Norte de hoje uma nota escrita por Eliana Lima informando que os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovaram um auxílio-moradia retroativo, que permitirá a cada um deles receber cerca de 150 mil reais. Eu já sabia, como todo mundo também já sabe, que o TCE do Rio Grande do Norte é igual aos tribunais de contas do Brasil inteiro - uma casa do espanto de doer a espinha, refúgio preferido dos poderosos de plantão para arrumar a vida dos parentes próximos que sem o empurrãozinho providencial estariam catando coco na beira do mar. Eu não sabia, porém, que os conselheiros potiguares já haviam perdido o senso de decência, de razão e de ética. É um caso de polícia. E um escândalo cabeludíssimo.(http://www.nominuto.com/blog/brasilia-urgente/) Tácito Costa Data: 21/02/2009 - Horário: 14h29min O segundo céu Eu também fiquei indignado com a aprovação indecorosa desse auxílio moradia para os ―membros da corte‖ do Tribunal de Contas do Estado. Os TCE‘s são as sinecuras mais sonhadas do país. Dizem que consegue ser melhor do que o Senado, que um senador potiguar uma vez qualificou de céu. Todos sabem os requisitos para ser conselheiro dos TCE‘s. No do RN, estão o irmão de Garibaldi Alves, o irmão de Vivaldo Costa, os ex-deputados Antônio Câmara e Valério Mesquita... esses são os que lembro agora, puxando pela memória. Como pode apadrinhados políticos terem alguma isenção na hora de julgar as contas dos municípios? Brincadeira, né...Esse auxílio moradia é de um cinismo exemplar. Ora, esses conselheiros já vivem em mansões e ganham super salários e não fazem nada. Não precisam de mais auxílio nenhum, precisam é trabalhar. Tácito Costa Data: 21/02/2009 - Horário: 10h09min Escândado com dinheiro público COLUNA DE ELIANA LIMA - Tribuna do Norte Bolha Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado agora se enquadra na categoria 'Sem-Teto'. Na sessão da última quarta-feira, eles aprovaram um auxílio moradia retroativo, de 1995 a 2001. Cada membro da Corte receberá cerca de nada menos que R$ 150 mil... Sr. Editor do Substantivo Plural, A se confirmar a notícia acima, nós contribuintes do Estado do RN vamos arcar com mais este custo. Quero crer que os integrantes do TCE/RN, pessoas com grande respeitabilidade (afinal são encarregados de analisar as contas públicas) podem perfeitamente justificar tal medida. No aguardo da chegada destas explicações, faço algumas perguntas, partindo de um pobre contribuinte, e esperando que alguma alma caridosa me responda: O auxílio moradia (ainda por cima retroativo) é justo porque: 1) Os conselheiros ganham tão pouco que não tem uma moradia condigna com suas funções? Neste caso porque outras categorias de servidores públicos que ganham menos (bem menos) não são também aquinhoadas? 2) São mais preparados profissionalmente que os outros? Inclusive médicos e professores? 3) São mais necessários ao serviço público do que outras categorias? Quanto tempo sobreviveríamos sem garis,policiais, médicos,enfermeiras.etc.... 4) O dinheiro sai de uma rubrica destinada exclusivamente `aquela corte e não vai implicar gastos adicionais? Neste caso, se há folga orçamentária nesta rubrica não poderíamos pensar em transferí-la (é nosso dinheiro afinal) para outros setores do estado mais necessitados (segurança, saúde, educação, incentivo `a produção, etc...) Longe de mim duvidar do espírito público de tão alta corte. mas se o dinheiro é de todos, seu usufruto deve ser mínimamente equilibrado (e não falo de igualitarismos utópicos, ingênuos e ineficientes). Atenciosamente, Giordano Bruno, do além, psicografando um espírito que parece ser o de Stanislaw Ponte Preta: "Ou moralizamos esta joça ou nos locupletemos todos". Galileu Giordano da Silva Data: 21/02/2009 - Horário: 09h24min O leitor - livro e filme Há dez anos eu trabalhava na assessoria de imprensa da Editora Nova Fronteira – o equivalente funcional de colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, ou por o viciado para gerenciar a boca de fumo – e uma das perólas que descobri na época foi um pequeno romance alemão, ―O Leitor‖, de Bernard Schlink. Fiquei satisfeito em vê-lo adaptado para o cinema, e um tanto surpreso que tenha demorado tanto, dada a força da história. Schlink é jurista, professor universitário e também se dedica à ficção. Seus romances tratam de temas relacionados ao Direito. ―O Leitor‖ é um conto de amor e tomada de consciência, tendo como pano de fundo os processos judiciais pelos quais a Alemanha tentou lidar com o passado nazista. O personagem principal é Michael, um adolescente que na Alemanha da década de 1950 inicia um caso com Hannah, uma mulher mais velha. No ritual que desenvolvem, o rapaz lê para ela obras clássicas da literatura e do teatro, e depois fazem amor. Michael se intriga com a relutância de Hannah em falar sobre seu passado, e como ela parece carregar um pesado fardo. O romance dos dois dura apenas um verão, e a mulher desaparece sem avisar e sem deixar vestígios. Oito anos depois, Michael estuda Direito e participa de um seminário especial sobre os crimes nazistas e nessa situação assiste ao julgamento de um grupo de mulheres que pertenceram às SS. Entre elas, está Hannah, acusada de um conjunto de atrocidades. E alguns detalhes do comportamento da ex-amante com as prisioneiras fará Michael rever de maneira dolorosa o caso de amor entre os dois. Gostei da adaptação para o cinema, em particular pelo desempenho excepcional de Kate Winslet como Hannah – pelo qual ela está indicada ao Oscar. Infelizmente, o roteiro optou por ressaltar os aspectos mais melodramáticos da trama, incluindo um longo e desnecessário epílogo na época atual, com Michael interpretado no piloto automático por Ralph Fiennes (com a mesma expressão facial de seus últimos quatro ou cinco filmes). A escolha do roteirista deixa de lado a possibilidade de desenvolver a relação de Michael com seu professor de Direito, vivido pelo sempre excelente Bruno Ganz. Os dois discutem a validade de julgar apenas alguns dos crimes cometidos durante o nazismo, e se as mulheres em julgamento não estariam sendo usadas como bodes expiatórios para aplacar a consciência culpada de milhões de outros alemães, que nada fizeram para impedir as atrocidades do período. Há um debate sobre as relações entre lei, justiça e moralidade, mas para Michael a questão é mais urgente e visceral: o que fazer quando ele descobre que a mulher que ama é culpada de coisas tão terríveis? Certamente uma pergunta que, em maior ou menor grau, atingiu a muitas pessoas na Velha Europa do pós-guerra. Mauricio Santoro http://todososfogos.blogspot.com/ Data: 20/02/2009 - Horário: 18h34min Oscar de mal a pior Em post recente comentei que os filmes que concorrem ao Oscar este ano me pareciam inferiores aos do ano passado. Embora ressalvasse que só vi dois filmes, ―O Leitor‖ e ―O curioso caso de Benjamin Button‖. Parece que tenho razão. O crítico da FSP Inácio Araújo, em texto sobre ―Quem quer se um milionário?‖, um dos que disputam a estatueta este ano, diz que ―o Oscar 2009 busca ser a pior edição de todos os tempos‖. O melhorzinho, com ressalvas, segundo o crítico, é ―Milk – a voz da igualdade‖, de Gus van Sant. Sobre ―Quem quer ser...‖, Araújo afirma que ―o longa vai mal desde a premissa inicial‖. Tácito Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 16h44min Cães de guarda O Livro ―Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989‖, de Beatriz Kushnir põe o dedo no intocado tema para o Governo e grande imprensa. Ao mesmo tempo critica historiadores que esqueceram as relações especiais da Folha (e Folha da Tarde) com os militares da linha dura. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir. O SITE DE PHA fala sobre isso: http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6370 Sílvio Andrade Data: 20/02/2009 - Horário: 17h01min Astronomia e o Carnaval 2009 2009: O Ano Internacional da Astronomia Há 400 anos atrás um homem ousou olhar para o céu com a lente de aumento de uma luneta. Ele viu coisas que nunca haviam sido vistas antes. O mundo, depois disso, não seria mais o mesmo. A lua tinha crateras e montanhas. O sol tinha manchas. Vênus tinha fases. O homem que viu tudo isso foi uma dos maiores físicos de todos os tempos. Um dos criadores da física moderna. O italiano Galileu Galilei não inventou o telescópio, mas aperfeiçoou-o e ampliou os horizontes do homem pra além do campo de visão onde a vista humana a olho nu podia alcançar. Por esse grande feito em 1609, o ano de 2009 foi escolhido pela comunidade astronômica internacional como o ANO INTERNACIONAL DA ASTRONOMIA. Como acontece sempre que há uma data cultural importante algumas escolas de samba do Brasil escolheram como enredo de 2009 a astronomia. São elas a Acadêmicos da Asa Norte (DF), Imperial de Atibaia (Atibaia-SP) e Unidos da Tijuca (RJ). A escola do plano piloto de Brasília canta o samba-enrêdo ―Astronomia e mitos sobre o céu‖de Kadu Sousa. Uma samba que faz alusão à procura de vida inteligente em outras galáxias, e uma alusão ao poder dos astros em nossas vidas (astrologia); ―Abre a janela amor / Vem ver o que esse céu tem pra contar /Pelas mãos da astronomia / O tempo e o espaço mensurar / Buscar centenas de galáxias / Bailar em luz e graça / ser um astronauta explorador / Procurar por vida inteligente / Basta ver se sambam, meu senhor (bis) / Hoje o Sol mandou plantar o amor e partilhar/ Marte se encantou, Vênus beijou, não quis ficar / Lua plena e linda, chorou mas não quis se entregar / Pelo espaço da pureza, os astros vem nos ensinar ( ... ) . A escola de samba do interior de São Paulo (Atibaia), onde existe um famoso rádiotelescópio, faz alusão ao próprio Galileu e seu livro Mensageiro das Estrelas: ― Galileu Galilei, o Mensageiro das Estrelas, é o Mestre da Folia". O autor do samba enredo Jamil Scatena se inspira em Galileu para cantar os feitos do grande sábio. Alem do telescópio, Galileu viu no isocronismo pendular a base do sistema para medir o tempo: Foi Galileu /|Ao vislumbrar o universo/ Me inspirou fazer os versos / Que a Imperial vem cantar / Sabedoria! / Transformou toda ciência / Mostrando ao mundo o telescópio / E o sistema pendular ... A escola de samba Unidos da Tijuca (RJ) vai desfilar cantando um belo samba inspirado na Astronomia. Julio Alves e Totonho compuseram ―Uma odisséia no Espaço‖, baseado no cometas, constelações e lendas do céu; Dourado é o sol a clarear No azul do céu, estende o véu, isso é Tijuca Chegou, na cauda do cometa, o pavão E a minha estrela foi buscar na imensidão Cruzou o céu no limiar do infinito O meu Borel visto de cima é mais bonito Eu vou alçar ao espaço Cavaleiro alado a desvendar Além das estrelas o Monte de Zeus Horizonte de meu deus, Oxalá Vai Tijuca, me faz delirar A essência vem de lá Da ciência a navegação Luar que embala meus sonhos Luar de qualquer estação Eu vi brilhar, em seu olhar, a devoção A lenda do guerreiro e o dragão O despertar da fantasia Vi também, a criança em seu carrossel De heróis das estrelas, um céu De mistérios e magia Na tela, tantas jornadas pelos astros Quem dera poder viver em pleno espaço Vejo em minha lente a imagem sideral Viagem do meu carnaval A nave vai pousar E conquistar seu coração O dia vai chegar Quando brilhar nossa constelação João da Mata Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 16h29min A DITADURA DE 21 ANOS IMPORTANTE NÃO ESQUECER: Em exposição apresentada no último FSM foram mostradas algumas cenas cruéis e dados alarmantes dos primeiros anos dessa terrível realidade tão proxima de muitos de nós e que os jovens não podem esquecer jamais. Cinqüenta mil pessoas foram presas nos primeiros anos do regime militar, 356 mortos e vinte mil submetidos à tortura. Só nos primeiros anos. Muitos colegas ainda sofrem as consequencias dessas torturas. Uma historia que precisa ser lembrada. UM DITADURA CRUEL. POBRE FSP. João da Mata Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 15h33min Sobre a solidão Eu moro sozinho. Eu durmo numa rede. Sozinho. Eu ando sozinho por aí. Também ando acompanhado. Mas nem sempre me sinto sozinho. Só às vezes. Sozinho ou acompanhado. Eu aprendi que a solidão é algo que eu carrego dentro de mim. Solidão não é descer a Rua Augusta sozinho de madrugada, admirando as garotas na calçada. Solidão não é atravessar as ruas totalmente bêbado, descer as escadas do Gruta e não encontrar ninguém pra jogar bilhar, e ficar dando voltas em torno da mesa girando um taco imaginário. Solidão talvez seja ouvir as bolas caindo na caçapa. Solidão não é uma casa no meio da neve. Solidão talvez seja minha avó contando histórias de assombração. Um garoto de doze anos chorando sozinho numa cama com saudades de casa. Solidão não é ter o telefone desligado na sua cara. É você ouvir notícias de um país distante num rádio velho. O que eu quero dizer é que há pilhas de romances e poemas sobre a solidão. E você acha que eu nunca sinto medo? Eu penso em Hemingway com a espingarda na boca e Silvia abrindo o gás. Estamos chegando perto demais? O velho bêbado apaixonado pela garota de 23 anos e sonhando em fugir com ela pra Las Vegas. Existe algum outro tipo mais cruel de solidão? Não estou vaticinando meu fim. Estou sussurrando em seu ouvido um segredo. Você faz o que quiser com ele. Pensa bem se isso também não é solidão. Saber é solidão. Não é você ser abandonado no meio do mar. É você ter consciência num navio de bêbados. Não é uma tempestade sobre a cruz no Gólgota. É aquela cidade onde o sol nunca se põe. A solidão não é uma senhora de capuz parada na beira da estrada. Talvez seja o padre vociferando no púlpito. A solidão é um show de rock and roll e a garota gordinha modernete e cheia de opiniões e que vai voltar sozinha pra casa enquanto sua amiga burra e linda ficou com o guitarrista da banda. Não é o sujeito no caixão com as mãos em torno do rosário e o nariz entupido de algodão. Isso não é solidão. A solidão é o velório que sempre foi uma piada triste. A solidão é a passagem dos dias. A solidão não é um blues de Corey Harris. A solidão é o carnaval. A solidão é um farol. Eu apenas me deixo guiar. A solidão vai durar eternamente. O dia que eu sentir que não pode mais ser assim, juro que dou um jeito nisso. Ou então como diria o último boy scout, eu arrumo um cachorro. Mário Bortolloto Data: 20/02/2009 - Horário: 15h02min Retrato de Natal Comentários rápidos acerca de dois assuntos abordados aqui. Primeiro sobre texto de Serrão. De fato, ali está o retrato de Natal. Mas não só de Natal. Acredito que as mazelas alinhadas no texto estão presentes em quase todas as cidades brasileiras, em maior ou menor grau. Isso, claro, não pode ser entendido como atenuante e cabe a nós criticar essa realidade. O outro comentário é sobre a postura errática e arrogante da FSP. Confesso que fiquei perplexo com essa do jornal qualificar a ditadura militar de ―ditabranda‖. Se não bastasse ainda soltou os cachorros em cima de quem discordou. Merece todo o nosso repúdio o disparate do jornal paulista. Tácito Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 15h00min Voz sem saída Era uma livraria de cidade pequena, e as opções da estante de ficção, restritas. Quase às cegas em meio aos títulos, encontrei ―Voz sem saída‖, da jovem francesa Céline Curiol, que ostentava uma faixa com recomendação de leitura do Paul Auster: ―um livro marcante que anuncia a chegada de um novo talento à cena literária‖. Na segunda orelha, descubro que Celine é francesa, tem 30 anos, e que esse é seu primeiro livro. Compro. Gosto logo de cara do jeito da narrativa, do tom com que a protagonista vai falando de sua saída de uma festa. É a tradução, em palavras, de uma visão idiossincrática do mundo chamado ―normal‖. Aos poucos, ela vai me conquistando com suas pequenas implicâncias, indelicadezas, resistências. E vai crescendo em densidade, intensidade e interesse conforme avanço nas 230 páginas que, passadas da metade, não consigo mais largar. Há uma revelação a ser feita, e o que será revelado o leitor pode ir intuindo, avistando, mas nenhum dos sinais que vão sendo apontados ao longo do texto arrefece o impacto do relato desta revelação. Estamos no limiar de uma tragédia, e Céline opera bem as palavras a ponto de manter esticada a corda dessa expectativa até o final. E, se de tudo até aqui não tiver sido suficiente, as últimas 30 páginas valeram o preço do livro. Tenho visto muitos jovens autores errarem a mão exatamente no final, como se não tivessem capacidade de sustentar a narrativa até o fim. Céline fez exatamente o oposto: reservou ao leitor um desfecho que justifica toda a leitura. Registre-se ainda o cuidado da edição da Nova Fronteira, em tradução impecável de Bluma Waddington Vilar. Carla Rodriques - http://carlarodrigues.uol.com.br/ Data: 20/02/2009 - Horário: 14h36min Cinema de Publicidade O texto do sr. Luiz Carlos Oliveira Jr. é um primor. Ufa, finalmente alguém falou o que todos nós comentávamos por aí. Fernando Meirelles e Walter Salles instituíram, no Brasil, o cinema de publicidade, ou melhor, a publicidade cinematografada. Também achei Ensaio sobre cegueira (com aquela luz estourada) um acinte a qualquer apreciador da fotografia. Entre outras bobeiras. E o socialmente correto da Linha Passe, o olhar "tadinho deles" é um saco. Mas quem não sabe que ambos veem da publicicidade? Eles e mais uma penca como Heitor Dhalia, Daniel Filho, entre outros. Bom, não vou nem comentar sobre a "miséria da crítica " p.q. acredito que o jornalismo cultural se tornou um "negócio entre amigos". Mas uma coisa eu discordo do sr. Luiz Carlos Oliveira Jr. Não acho de todo negativo a crítica querer hoje debater em vez de meter o pau. Acho também errado querer só debater. Pior é quando nem debate acontece. Acho que ele se refere, claro, a imprensa sulista. A miséria da crítica brasileira e a vitória da publicidade sobre o cinema são marcos terríveis, mas indicativos de como a televisão se aproximou também do cinema. além do supra citado Daniel Filho, temos Jayme Monjardim, Luis Fernando Carvalho, Guel Arraes, Cao Hamburguer, Carla Camurati, Jorge Furtado, Carlos Manga, etc. Em todo caso, parabéns ao autor do texto. Uma belezura de crítica à falta de crítica. Gustavo de Castro Data: 20/02/2009 - Horário: 14h29min Não existem ditabrandas! Caros amigos: A Folha de São Paulo, em editorial contra Hugo Chávez, caracterizou o regime brasileiro de 1964/1984 como "ditabranda". É um absurdo: quer dizer que quem morreu, foi torturado ou sofreu arrocho salarial daquele regime deve respirar aliviado porque ele era brando! Não existem ditaduras brandas! Ditaduras são ditaduras! Pior: a FSP respondeu, em sua coluna de cartas do leitor, de maneira grosseira e ofensiva, a Benevides e Comparato, intelectuais sérios que ousaram criticar aquele termo medonho. Transcrevo convite de Caio Navarro Toledo (Professor da UNICAMP) para os ofendidos escreverem cartas de protesto à FSP: Car@s, carta que enviei a colegas da Unicamp. Caso concordem com seus termos, peço que a divulguem em suas listas; abs, Caio ps. cartas de protesto à Folha devem ser encaminhadas a [email protected] com cópia para [email protected] Colegas, Repulsivas e agressivas duas recentes posições editoriais de Folha de S. Paulo: em `Limites a Chavez´, editorial de 17/2, o jornal apela para a ignominiosa expressão de "ditabranda" para se referir à ditadura militar brasileira que, durante vinte anos, prendeu, torturou e assassinou brasileiras e brasileiros; hoje, após publicar as cartas dos profs. Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato - que contestaram o emprego da esdrúxula e falsificadora expressão -, o jornal, sem argumentos e razões, agride a atuação pública destes dois combativos intelectuais por meio de uma leviana "nota de redação". Diante de todas estas agressões ao pensamento democrático, cartas de protesto ao jornal e o cancelamento da assinatura não seriam as respostas mais consequentes ? sds, caio ps. abaixo as cartas dos dois colegas e a leviana nota do jornal: MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES, professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP): "Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala que horror!" FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP): "O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa. Marcos Silva Data: 20/02/2009 - Horário: 14h28min PARA O SERRÃO CANTATA PARA NATAL "Não cante tua cidade, deixa-a em paz." Drummond São quatrocentos retratos Quatrocentos três por quatro Cidade quatrocentão Trago-te no coração O mar te bronzeia E o sol te faz fagueira Tuas verdes dunas acaricio E te banhas por inteira E o galo cantando lá na torre de Toinho Nos convida a um carinho Na pedra do rosário Cidade outrora presépio Foi assaltada de prédios Pirulitada de falos A vida sobe e eu calo Cidade macondenada À vida só de fachada Já te quiseram aboio E te fizeram de apoio Trampolim de outras vitórias Somos parte desta história Que te contam em três por quatro E cansamos de maltratos Tu és ponta do Brasil Entre outras mil És tu Natal Meu Carnaval Natal for all NATAL PARA TODOS João da Mata Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 11h50min Natalvesmaia, agora mi cala também Natal é uma cidade de fidalgos, isso nem todo mundo sabe. Em Natal o talento é sempre substituído pelo pedigree familiar. Se você for descendente da família Plutão, Marte, ou Jarbas, pode ficar tranquilo. Sua agência de publicidade será próspera, seu escritório de advocacia competente. Sua casa de praia sempre estará protegida de assaltos e a blitz de Pium nem vai olhar na sua cara. Natalvesmaia, agora mi cala também. A cidade não gosta de ninguém, também não é amiga de ninguém. Dizem que é por causa do provincianismo, dos valores medievais do interior. Por exemplo: Niemeyer em Natal não é nada. Casas de vinhos raros fecham suas portas antes do primeiro ano, cadê nossa elite? Outro dia uma tradicional confraria de gaúchos desapareceu no meio de um açude artificial. E os condomínios dos gringos. Que engrandece as praias, ecológicos, reivindicadores de civilização na praieira. Agora fechados, a venda, sale. Burler Marx, uma lenda urbana natalense? Tudo que é bom, dura pouco, já dizia o dito popular. Em Natal, esse pouco é breve. E ainda tem quem diga que é uma cidade que adora o que vem de fora. Círculos de afinidades, igrejinhas, cantões, são os hits que conduzem a ópera do horror natalense. Cidade que cresce pra cima. Coletivos de carros novos transformam suas ruas em cinza, preto e branco. Mosaico de latas monocolor, bicolor, tricolor, e só. O sentido coletivo do natalense é comprar pão na esquina, de automóvel, é claro. Só em Natal as padarias não vendem cervejas. Cascudo viu uma cidade já grande, mas embriagada de vícios provincianos e disse: ―Em Natal ninguém se dá bem e nem mal‖. Desculpe mestre, os fatos são outros. Em Natal os políticos se dão muito bem, e já fazem até sucessores hereditários, velha capitania que deu certo, apesar da história dizer o contrário. Aqui pelo jeito a monarquia dá certo, sim. Tem coisas que só acontecem em Natal: Lagoas de captação em geologia dunar. Essa é demais, não é nem chamar de idiota, é bater na cara. Ao mesmo tempo em que murmura-se derrubar o Machadão, preserva-se a rua da Conceição. Cidade confusa. Natal, diz pra mim quem és tu, quimera! Uma pantera? Socorro disco voador!!! Os postos Ipiranga estão cheios de gente, as livrarias estão fechando. A maionese vencida do sanduíche de frango, gelado, dormido, iguaria sem igual, antepasto nas madrugadas. Só os postos Ipiranga são felizes. Bom exemplo pra juventude é o yuppie tardio, anda limpinho, surdinho, e dirige uma Hillux. O povo de Natal gosta tanto de carro, e de som no carro, que compra o bicho mesmo sem ter a jaula pra botar. Ai compra outro bicho, e outro. É quando chega pra gente e fala: - Você pode-me emprestar sua jaula, é que meu filho veio pra casa hoje com o corsa da firma. Já mandei chumbar o portão! Isso é sério, o automóvel criou uma coisa chamada: imobilidade social. Nem a ditadura conseguiu essa tal imobilidade. Os bebês já estão nascendo com pneus no lugar dos pés. Em vez de olhos, farol de milha. Os braços, retrovisores, e as mãozinhas, os piscas alerta. Tem vermelho e amarelo. Tomam muito líquidos pra se acostumar logo cedo com o álcool. E a papinha cremogema? É para não estranhar o óleo diesel. Os rapazes há muito tempo passam gasolina no corpo. Até o poeta Helmut anda tomando banho de querosene (cadê ele hein?). E Natalvesmaia, agora mi cala também. Caminha Natal, segue sua trilha para o fim. Vocação imposta, geografia do individualismo, território da esperteza. Riqueza visual, pobreza imaterial. Franklin Serrão Data: 20/02/2009 - Horário: 11h21min Sobretudo, um livro sobre o amor “Fernando Sabino, meu amigo, as rosas estão frias E estremeceram nas hastes como uma voz de eternidade” ~ Hélio Pellegrino, em carta-poema, 4 de maio de 1945 Não era meu cronista preferido (pronto, falei!). A verdade é que, entre os ―quatro mineiros do Apocalipse‖, afeiçoei-me mais ao lirismo comedido do Paulo Mendes Campos e ao pessimismo permanente do Otto. Mas não é sempre que um romance lido quando já passada a adolescência entra numa lista particular (e necessariamente ilógica) dos ―livros de nossa vida‖. Os títulos que relacionamos costumam perdurar e em geral circundam textos sorvidos na quentura da descoberta, quando olhamos para o mundo e, ao nos flagarmos nus, então percebemos que a nudez não nos é exclusiva. Falo de ―O encontro marcado‖, evidentemente. Que segue firme, ao lado de Kafkas, Dostoievskis, Clarices e Camus na prateleira mais preciosa de minha estante íntima. Com a morte de Sabino, o último dos quatro mineiros, pus-me a pensar por que afinal esse livro fora capaz de forçar espaço nessa listagem, apesar de tão tardiamente. E revisitei o romance, relendo apenas as frases sublinhadas: ―Estamos imprensados entre esses dois acontecimentos: o nascimento e a morte. Temos apenas 60 anos para resolver o problema, talvez menos.‖ ―A idéia da morte os fazia mais velhos.‖ ―Quem fala em sangue, e não esta sangrando, é um impostor.‖ ―Há uma fresta em minha alma por onde a substância do que sou está sempre escapando mas não vejo onde nem porquê.‖ As quatro acima são apenas exemplos soltos das tantas passagens que mereceram rabiscos daquele rapaz de vinte e poucos anos que era eu, por falarem de coisas intangíveis e ressonantes. Que continuam ressonantes, mesmo na leitura apressada de anteontem à noite. Contudo, para além das frases, da prosa fluente do narrador, compreendi que minha profunda ligação com a obra atrelava-se essencialmente ao fato de ―O encontro marcado‖ ser antes de tudo um romance sobre o amor, urgido no sentimento trágico diante da vida que uniu Sabino, Hélio, Otto e Paulo. Aquele mesmo amor que os levava a ―puxar angústia‖, em expressão que se tornou clássica. Pobre de quem nunca ―puxou angústia‖ ao ouvir um samba triste, ao engolir o quinto chope numa mesa de bar, ou ainda ao encontrar um cartão antigo, já amarelado, dormindo esquecido dentro de um livro... ―Vivíamos em estado permanente de discussão‖, comentou certa vez Sabino, referindo-se ao grupo. E as delongas superavam tempo ou geografias. Na correspondência trocada entre eles, anos e anos depois das travessuras na Praça da Liberdade de uma Belo Horizonte quase provinciana, o misterioso fio que os ligava permanecia firme. Como o demonstra carta remetida a Hélio, datada de 1945. Sabino confessava ter o coração cheio de ―alegria triste‖, e observava: ―Há qualquer coisa de comovente nesse encontro de nós quatro assim de longe – tão longe que estamos um do outro, você do Paulo, o Paulo do Otto, o Otto de mim, e no entanto tão juntos, que nossa respiração se confunde, nossas mãos se tocam no ar e há um resto de doçura no olhar de cada um, que é a lembrança dos outros três.‖ Essa doçura valente - presente em cada linha de ―O encontro marcado‖- nasce da generosidade de ―mostrarmos nossos corações uns para os outros‖, como bem definiu um desses amigos que sabem ser doces. É ela que confere intensidade às relações humanas. É ela que me faz situar o romance entre os grandes livros que li. É ela, enfim, como bem souberam o próprio Sabino e seus parceiros Hélio, Otto e Paulo, que faz da amizade uma forma [sublime] de amor. Marcelo Moutinho Data: 19/02/2009 - Horário: 17h31min Crepúsculo dos deuses? É, Monteiro, diante de certos padrões que o cinema tem eleito, confesso que faz tempo que não recebo um bom "soco no estômago", com alguma novidade a que se possa dar o título de, no mínimo, "imortal". Por isso, vale a crítica à ausência de crítica! Às vezes, penso que o cinema foi enterrado, aos pedaços, em túmulos como os de Fellini, Glauber, Bergman, Antonioni, Buñuel, Mastroianni, Brando...! Fernando, Moacy, Jairo, Alex... digam-me, por favor... e urgentemente: O cinema está em extinção? Abraços! Lívio Oliveira Data: 19/02/2009 - Horário: 17h44min Para Marcelo Negreiros e aos que concordam com seu artigo Prezado Marcelo Negreiros... É com angústia que escrevo. Li seu artigo postado nesse espaço cultural. Sinceramente, senti-me atingido e magoado com as palavras em seus escritos. A bem da verdade, senti-me como parte do artigo. Infelizmente, encaixo-me perfeitamente na sua descrição sobre quem é babado por todos. Nunca havia sentido qualquer remorso ou sequer tinha parado para refletir minuciosamente sobre o assunto. Com seu artigo, a minha alma sentiu a dor de quem fica sabendo qual é a realidade. Percebo, então, que realmente estou só. É depressivo. Mas sou forte para agüentar a realidade, que nada mais é que pura decorrência de minhas atitudes. Seu texto não é bom, mas sim brilhante e genial... Portanto, reconheço a excelência do texto, mesmo sabendo que possuo todas as características negativas lá narradas. A concisão não conseguiu suprimir a profundeza de suas palavras. Assim, mesmo me sentido alvo, ainda que indireto (como milhares de outras pessoas), de suas palavras, dou-lhe minhas sinceras e humildes congratulações. Continue nesse caminho. Agradecido, Arnaldo Data: 19/02/2009 - Horário: 17h15min O trote torto! Tenho realmente me enojado com a insistência de alguns jovens universitários em continuarem com os trotes idiotas pela nossa província em crescimento, mesmo contrariando normas expressas (no caso, da UFRN). Nada de criativo, nada de produtivo, nada que denote alguma fagulha de inteligência nos cérebros dos novos acadêmicos! Somente rebeldia sem causa e uma manifestação suja, bizarra e sem graça (talvez, até, arriscada)! Não há uma bandeira a ser defendida ou mesmo uma piada a ser bem contada! O que vejo, somente, são os tais jovens elameados, abordando de maneira constrangedora os motoristas (e às vezes, os pedestres), implorando e se humilhando por moedas, atrapalhando o trânsito e perturbando a paz pública. Inclusive, como disputam com lavadores de pára-brisas, vendedores de quase-tudoquanto-existe, dentre outras tribos, termina havendo uma espécie de incentivo "didático-pedagógico" à invasão dos cruzamentos da cidade. É como se disessem: Vambora, pessoal, essa coisa de trânsito e de educação é mesmo sem futuro! E eu, aqui, vou matutando: Futuro, futuro, futuro....??? Lívio Oliveira Data: 19/02/2009 - Horário: 17h13min Joio do trigo Muito bom o artigo de Luiz Carlos Oliveira Jr. remetido por Fernando Monteiro. Toca em vários pontos cruciais para o cinema, como quando diz: ―...a crítica que quer debater, mas não quer criticar.‖ Esse ―debate‖ funciona como publicidade para o filme. É só prestar atenção quando ocorre o lançamento de um filme. É um bla bla bla interminável, mas crítica mesmo que é bom, passa bem longe. Eu disse fundamental, acima, porque cabe a crítica, que em tese, reúne condições intelectuais para tanto, separar o joio do trigo, lançar um olhar diferenciado e aprofundado sobre a obra em questão. Uma última palavra sobre essa revista de cinema Contracampo, onde foi publicado o artigo e que eu acesso há tempos. É uma das melhores da internet. Quem gosta de cinema e quer críticas abalizadas não pode deixar de lê-la. Tácito Costa Data: 19/02/2009 - Horário: 15h28min A publicidade venceu Tácito amigo: Gostaria de chamar sua atenção e a dos colegas [mais agudos] do SUBSTANTIVO (os que são normalmente "anestesiados", não irão gostar - eu já prevejo), PARA ESTE TEXTO QUE CONSIDERO O MELHOR QUE EU LI, SOBRE CINEMA, NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS (PELO MENOS). Em tempo: "nunca antes" eu ouvira falar de Luiz Carlos Oliveira Jr. - o seu autor. Confesso esta ignorância imperdoável - porque quem pensa (e escreve) assim, deveria ser conhecido dentro e fora "deste país" etc. Grande abraço, DO EDITOR Leia o texto em ENTREVISTA. A seção PROSA está bichada e os textos longos irão, provisoriamente, para ENTREVISTA. Fernando Monteiro Data: 19/02/2009 - Horário: 14h57min Exposição e pagamento em moeda corrente Prezado Sílvio: O problema é que a agência de publicidde faturou em cima do poeta. É diferente de um centro acadêmico que inclui um poema em jornal de circulação restrita. Ou um professor que faz apostilas para seus alunos quase artesanalmente e põe um texto de conhecido. Na publicidade, o poema virou mercadoria. Alguém ganhou com isso - e parece que não foi o poeta. Abraços: Marcos Silva Data: 19/02/2009 - Horário: 14h57min O Silêncio de Lorna (Le silence de Lorna, BEL/FRA/ITA/ALE, 2008) Rapaz, passei assim sem querer nada no moviecom. Nem sabia desse filme. Nao tinha lido nada sobre ele. Parei a caminhada e fui ver o "Silencio de Lorna". Que atriz maravilhosa. Talentosa e sem maiores rompantes circenses. Um interpretação intimista. Uma atriz que segura a cena com o silencio e pausas. Um grande roteiro e direção dos veteranos Jean-Pierre Dardennee e Luc Dardenne. Um elenco maravilhoso. O Claudy que faz o papel do viciado está magistralmente interpretado por Jérémie Renier. A competente atriz Lorna (Arta Dobroshi ) está com um filho dele e uma máfia quer fazer o seu divorcio com a tirada do filho e posterior casamento com um russo. Tudo em função do dinheiro sujo. Um filme que transcorre no tempo exato de segurar o espectador pela emoção e toca bem fundo ao coração. Bela fotografia e trilha sonora. Maravilhoso, João da Mata Costa Data: 19/02/2009 - Horário: 14h47min Lendo Moreno Muito bom o livro do Cláudio Moreno ―O Prazer das Palavras‖. Fico sabendo que o dicionário é um livro como outro qualquer. Há muitas diferenças entre os dicionários Houaiss e Aurélio. Diferenças ortográficas e de adjetivos. Moreno consultou muitos dicionários para esse olhar com muito humor sobre a nossa fantástica Língua Portuguesa. Além dos dicionários acima citados, Moreno consultou os grandes dicionários do Bluteau e Morais. Fico todo feliz quando ele diz que Câmara Cascudo foi um dos escritores que mais contribuíram a nossa língua. Discordo dele quando diz que Guimarães Rosa criou uma língua só para ele e que, em termos de inovação, sua criação é zero. Que suas palavras inventadas não serão usadas por ninguém, a não ser por alguns poucos imitadores. E qual a diferença entre estória e História? Guimarães escreveu ―Primeiras estórias‖, ―Estas estórias‖, etc. Do ponto de vista lingüístico não existe distinção entre Estória e História, diz Moreno. Errou Cascudo e outros folcloristas quando fazem essa distinção proposta por João Ribeiro em 1919. João cunhou o termo Estória para designar a Narrativa Popular, o Conto tradicional e outros estudos do folclore. O erro se propaga quando se transfere ou se traduz o português do medievo para a idade moderna. Na idade média não havia distinção entre Estória e História. Os folcloristas desejaram distinguir a História do Brasil das Histórias da Carochinha. Para Moreno uma distinção inútil. E eu estou com ele, mesmo não sendo da área. E chega de História de Estórias. Ler o livro do Moreno é uma delícia. Como é lindo meu Português! João da Mata Costa Data: 19/02/2009 - Horário: 14h30min PIO, PIO, PIO, PIO, PIO, PIO......E A METÁFORA DA SACANAGEM... Amigo , Negreiros, e por falar em política... Política provinciana é desestimulante e fadada a discutir coisas menores (com raras exceções). A política alimenta muitos. Digo alimenta no sentido literal da palavra. Sustenta mesmo. Alimenta os famintos ―passarinhos‖ que ficam no ninho de bico aberto esperanto uma migalha, um resto que lhe será regurgitado. Isso se chama, no mundo moderno, de ―falta de independência‖. Quem é independente não senta no ninho esperando migalhas. Quem é independente não é adestrado. Perceba que o favor político vasculariza o meio social. Ninguém quer ser pego com a calça na altura dos joelhos e com a bunda murcha, peluda e furúnculenta de fora. Criticar? Nem pensar. É o medo que controla com punho forte quem depende das hienas da política (evidentemente havendo escassas exceções quanto as hienas). Não se pode confundir lealdade com humilhação. Quem é dependente é humilhado, adestrado e submisso. Quem tem independência pode dar-se o luxo de ser leal. O inverso é coisa rara. Quem é dependente deve, como forma de se preservar, praticar com deleite, afinco e perfeição, a lambedura de saco. Eu que nem poderoso e nem político sou, já tive meu saco lambido. E puxado também. È muito bom por certo tempo, depois cansa. Por outro lado, deve ser mais prazeroso ter o saco lambido ou puxado quando se é político. Ter o saco lambido é uma relação de poder. . Deve haver algum nexo causal entre o prazer de ter seu saco lambido e os efeitos do ego. Sugiro um estudo mais aprofundado. Sugiro também um estudo aprofundado entre o político provinciano, a arte de ludibriar, a riqueza súbita e a burrice do povo. E por falar em burrice do povo, não é difícil ver os eleitores brigando, agredindo, indo as ruas com magnanimidade defender a unhas e dentes os mesmos que lhes manterão nas masmorras da pobreza e da necessidade de favores. Quer ver favores, basta ir ao gabinete de um político para ver o povo fazendo fila para pedir favores. Basta ir até a casa de um político para testemunhar o entra e sai de gente querendo um farelo do bolo. O ninho é grande e são muitos bicos para manter. Pio, pio, pio, pio, pio, pio........ Isso sim é política de terceiro mundo. Política de fundo de quintal. Política menor. Independência ou ovos. Por fim, grande abraço meu caro Negreiros. CHARLES M. PHELAN Data: 19/02/2009 - Horário: 14h29min Luiz (ou Luis) e seu chapéu Como coloquei os pés na Cooperativa Cultural do Campus, pela primeira vez, lá pelos idos de 91/92, vem de longa (apesar de imprecisa) data a minha amizade com Luiz (ou Luis, nunca lhe vi a identidade). Não encontrá-lo com o indefectível chapéu (ou gorro, quem sabe boné, sabe-se lá) à moda de agricultor francês, será sempre um vazio entre as prateleiras da livraria. Que retornes bem e de pronto da cirurgia, pois teus amigos e livros te esperam. Ainda estou, caro amigo, tentando aprender a escrever poemas com cara e tamanho de poemas. Quando aprender, corro a te mostrar. Abraço fraterno. Paulo Benz Data: 19/02/2009 - Horário: 14h27min Exposição Concordo, Marcos, de pagando ou não, o poeta Frederico Barbosa "ganha" em exposição. Sílvio Andrade Data: 19/02/2009 - Horário: 14h27min Mercadinhos e mercadões Caro Tácito. Lendo os posts sobre supermercados me lembrei de uma crônica que mandei para o JH em 2006, mas que, por ter afinidade com o tema, achei por bem desencavar. Fica ao teu critério colocá-la na seção de prosa ou na "faixa laranja". abraço Mercadinhos e Mercadões! Terça-feira. 7 horas e 30 minutos da matina. No supermercado, depois de deixar o filho na escola. Não por esporte, mas por estratégia, costumo fazer a ronda dos mercados de Natal em busca de conseguir que o mês financeiro se limite aos trinta dias do calendário, de modo a que coincida com a data em que meu salário é depositado. Nessa longa jornada entre prateleiras de supermercado, nas três capitais onde já morei, aprendi que a pesquisa é amiga primeira do orçamento, chegando a fazer um levantamento entre os preços mais altos e mais baixos de uma dessas minhas epopéias, para descobrir que no final, entre os preços de topo e os de ofertas, havia um abismo, no final da lista de compras, de mais de quarenta por cento! Dinheiro meu que iria para as cucuias. Mas, voltando à primeira linha. Como cheguei bem cedo, às 7:30h já estava no caixa, com as compras previamente listadas todas no carrinho e pronto para a pior parte: pagar. Foi aí que percebi que umas três pessoas, todas uniformizadas, passaram pelo embalador e o abraçaram. Prontamente perguntei se era seu aniversário, já disposto a dar os parabéns, mesmo sem nunca tê-lo visto. A resposta foi imediata: - Não, Doutor. Aqui nós nos abraçamos no começo do trabalho para transmitir calor humano. Com isso parei para observar o ambiente à volta. Realmente, o que se via eram funcionários se cumprimentando, sorrindo, dando as mãos e em alguns casos se abraçando. Não notei nenhum traço de falsidade ou de demagogia. Pareceu-me que eles estavam se cumprimentando com sinceridade. Comentei com a atendente do caixa que realmente aquilo parecia dar bom resultado, pois eles, funcionários, me pareciam sempre de bom humor, mesmo sabendo da pedreira que é trabalhar em supermercado, coisa de um ou dois feriados no ano (sem contar os corujões 24 horas). O resultado é, obviamente, uma significativa melhora na qualidade do atendimento, aspecto da maior importância. O nome do Santo? Como é pra elogiar, lá vai: Nordestão Cidade Jardim. Bem, mas como eu ia dizendo, não fico em apenas um mercado. Faço a ronda, até porque com os anos de experiência, já sei os preços da maioria das coisas no meu ―HD‖, o que facilita meu econômetro. Dali, fui a um desses grandes mercados de atacado, para sacar das prateleiras aquelas algumas coisas que realmente valem a pena de carregar no carrinho e jogar sem sacolas na mala do carro. Até aí, tudo bem. O verdadeiro problema começa onde tudo termina. Depois de o cidadão revisar o mercado todinho, enfrentar engarrafamentos de carrinhos gigantes e às vezes uma fila bem demoradinha para passar os ―pertences‖, e pagar por tudo isso (isso mesmo, não foi de graça!), vem a cartada final. Compras pagas, soltas no carrinho, há mais uma fila para enfrentar: a da presunção de desonestidade!!! Presume-se que sejamos, todos, desonestos. Afinal, qual a razão de, após termos retirado todos os objetos comprados do carrinho e passado pela mão de uma funcionária do caixa (que eu presumo como verdadeira representante legal do mercado) para que ela faça o registro e nos cobre pelo que levamos, termos de nos submeter a uma verdadeira revista para ver se não estamos levando nada além daquilo que foi pago. Confesso que vou contrariado, toda vez. Só vou por economia. Minha rebeldia é deixar as compras o mais bagunçadas possível dentro do carrinho, para ao menos dar um pouco de trabalho ao ―seu poliça‖ particular. O nome desse Santo eu não conto, presumam, até porque de Santo não tem nada. Por isso eu falava de Mercadinhos e Mercadões. Mas não no que se refere ao tamanho, e sim, à mentalidade. Se algum gerente de mercado ler isso e chegar à conclusão de que é com ele, repito o que disse a uma estagiária a quem tive de puxar as orelhas, por não levar o estágio a sério: ou você vai passar o resto da vida com raiva de mim, ou um dia vai me agradecer por ter dito isso. Tomara que venha a segunda opção. Paulo Benz - Poeta (e consumidor) Data: 19/02/2009 - Horário: 14h26min Usou, pagou! Prezado Silvio Andrade: A agência que usou poema de Frederico Barbosa merece parabens por valorizar a poesia. Agora: tem que valorizar O POETA (sujeito físico que come, paga aluguel, etc). Fará isso PAGANDO PELO USO DO POEMA. Publicidade é uma atividade bem remunerada pelos clientes. O autor do texto original tem que ser recompensado! Não é crime usar poesia pra publicidade. É crime usar sem pagar ao poeta. Abraços: Marcos Silva Data: 19/02/2009 - Horário: 09h04min Llosa escreve sobre Onetti ―O mundo literário de Onetti ‗nos entristece, nos desmoraliza. Porém, ao mesmo tempo, há tanto talento que é possível pensar que o mundo não deve ser tão mal nem a negatividade tão profunda, quando se dedica a escrever e o faz com tanta excelência". De Vargas Llosa sobre Juan Onetti, na revista BULA, que traz outros textos bem interessantes. Vale a pena conferir! http://www.revistabula.com/ Tácito Costa Data: 19/02/2009 - Horário: 08h50min Virus ou virose?! Alex, Segundo Davi, que dá suporte técnico ao SP, um vírus provocou o sumiço dos textos (tá mais para virose, que no final pode ser tudo, de uma gripe à dengue). Peço desculpas a todos pelo ocorrido. Infelizmente, tivemos esse tipo de problema várias vezes por aqui. Minha esperança é que no novo site, que está sendo elaborado e em breve estará no ar (entre março e abril), possamos evitar tais transtornos e constrangimentos. Tácito Costa Data: 19/02/2009 - Horário: 08h43min A poesia brasileira Contém 1g Tácito, Lá no site Cronópios está uma ―materinha‖ sobre a nova campanha publicitária mundial do perfume Coco Mademoiselle da Coco Chanel. A milionária marca usa fragmentos dos poema "Day Dream" do poeta Frederico Barbosa para acompanhar os delicados gestos da também linda e delicada Keira Knightley. Mas o negócio é que o autor nem sabia dessa apropriação indébita, mas bem devida, de seu poema. http://www.cronopios.com.br/site/noticias.asp?id=3815 Sílvio Andrade Data: 19/02/2009 - Horário: 08h32min Sumiu! Tácito, Fui lá em prosa conferir o texto de Caio Fernando Abreu e encontrei a seção em branco. Sumiu, escafedeu! Alex de Souza Data: 19/02/2009 - Horário: 08h30min Gabadores servis Grande Phelan, política é fundamental em um Estado Democrático de Direito. Contudo, concordo que as abordagens acerca desse assunto são exageradas em nosso Estado. Quanto aos lambedores dos ovos alheios, realmente a situação causa repulsa. Aproveito e envio o artigo que fiz sobre esse assunto: Gabadores servis Não é só aqui nesse Estado que existem os puxa-sacos, os babões, os totalmente submissos a uma autoridade pública. Verdadeiras rêmoras que comem os restos de seus superiores, com o repugnante desígnio de galgar posições a custa de favores. É a torpeza presente no âmago dessas criaturas. Quanto ao bajulado, esquece ele que não tem verdadeiros amigos, mas sim uma corja de servos que apenas o adulam enquanto durar o seu poder, e quando esse passar para as mãos de outrem, aqueles que o lisonjeavam servilmente também seguirão o novo ocupante do poder e assim essa bajulice continuará repetindo-se de forma inumerável, porque sempre existirão os adulados e os aduladores... Mais agradável é viver a existência bem longe desses ambientes palatinos, repulsivamente infestados de hipocrisia, com falsos devotos proferindo incansavelmente belas palavras com o único objetivo de louvar quem está no poder e receber favores imerecidos. O bajulado, que teve seus pés e ovos lambidos lá está, impávido colosso, porque pensa que tem real apoio de seus seguidores, até o instante em que perde o poder, ocasião em que sente a falta do chão, o tremor das pernas e a dor da realidade de quem viveu com alicerce em mentiras graciosas proferidas por puxa-sacos. Sente então o peso do abandono, que nada mais é que o retorno a realidade, pois todo apoio que tinha não passava de ficção, tendo como fundamento a ambição exagerada de gabadores servis, aproveitadores da repugnante vaidade daquele que estava no poder. Melhor mesmo permanecer distante desse tipo de centro cortesão e deixar a tarefa de bajuladores aos sabidamente bosteiros. Abraços, Marcelo Negreiros Data: 19/02/2009 - Horário: 08h30min Oscar e Eastwood Ainda não assisti todos os filmes que concorrem ao Oscar de Melhor Filme de 2009. Mas os dois que vi até agora, ―O Leitor‖ e ―O Curioso Caso de Benjamin Button‖, não me agradaram totalmente. É impressão minha ou a qualidade caiu do ano passado pra cá? Os outros que estão na disputa, ―Quem Quer Ser Um Milionário?‖, ―Frost/Nixon‖ e ―Milk - A Voz da Liberdade‖ ainda não entraram em cartaz. Vi ontem e gostei de ―A Troca‖, de Eastwood. Mais uma vez ele volta a explorar os desvãos da América. E acerta a mão novamente. Um grande diretor! Tácito Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 23h08min Cahiers escolhe os melhores de 2008 LUIZ ZANIN BLOG/ESTADÃO Recebo, com atraso, os Cahiers du Cinéma de janeiro. Capa para o Che, de Soderbergh, (ainda não li o que disseram do filme) e os top ten da equipe crítica da revista. Aí vão eles, com títulos em português para os que aqui foram lançados: 1) Redacted, de Brian de Palma 2) Juventude em Marcha, de Pedro Costa 3) Cloverfield, de Matt Reeves 4) Onde os Fracos não Têm Vez, de Joel e Ethan Coen 5) Two Lovers, de James Gray 6) Valsa com Bashir, de Ari Folman 7) Dernier Maquis, de Rabah Ameur Zaïmeche 8) Hunger, de Steve MacQueen 9) A Short Film About the Indio Nacional, de Raya Martin 10) De la Guerre, de Bertrand Bonello Os 10 mais dos leitores dos Cahiers: E já que coloquei os top ten dos críticos, aí vão os melhores de 2008 para os leitores dos Cahiers du Cinéma. Mais próximos de nós, como vocês podem conferir: 1- O Silêncio de Lorna, dos irmãos Dardenne 2- Onde os Fracos não Têm Vez, dos Coen 3- Valsa com Bashir, de Ari Folman 4- Um Conto de Natal, de Arnaud Depleschin 5- Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson 6- Two Lovers, de James Gray 7- Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen 8- Hunger, de Steve McQueen 9- A Vida Moderna, de Raymond Depardon 10 - Entre as Paredes da Escola, de Laurent Cantet Tácito Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 22h46min Embriaguez ―Mas elas sabiam, ou melhor, descobriam, em plena era dos trinta, que nem sempre as contradições se resolvem em exclusão. Aquelas meninas aprendiam que, às vezes, as contradições se encontram, contemplam-se por um momento, e depois se enlaçam num abraço de síntese, tese e antítese cedendo um pouco do seu ser para a outra respirá-lo.‖ De Carmen Vasconcelos, em sua coluna. Tácito Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 21h46min Luis foi cirurgiado Querido Marcos, Obrigado. Eu sei que ele lhe quer muito bem. Veja o que recebi depois de enviar o texto para uma lista da UFRN: "Prof. o Senhor não imagina quão importante é o reconhecimento, principalmente advindo de um coração amigo. Fiz questão de repassar a homenagem abaixo para a filha do Seu LUIZ, só não imaginei que a fizesse chorar tanto (Seu Luiz esta passando por uma cirurgia hoje, mas como DEUS é um PAIZÃO, certamente dará tudo certo). Ela manda agradecer ao Senhor e diz que o Pai é o exato reflexo da sua narração." (Cavalcanti) João da Mata Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 21h38min A livraria de Luís continua João da Mata: Gostei muito de seu texto sobre Luís Damasceno. Aprendi muito com ele enquanto morei aí. Depois que saí de Natal, ele sempre foi um amigo querido, com discordâncias e tudo mais - amizade boa aceita as diferenças. Penso que a livraria de Luís sempre foi e continuará a ser na cabeça dele e no coração de quantos aprenderam com ele: nunca fechará! Quando o encontrar, diga-lhe que eu mandei um beijo. Marcos Silva Data: 18/02/2009 - Horário: 19h52min O nascimento do novo Caro Charles: As sociedades humanas são complicadas, Natal e o RN não é/são exceção. E a disputa por espaço na vida intelectual tem como complicador especial a sagacidade dos contendores: guerreiros muito inteligentes, via de regra. Como eu moro fora de Natal há quase quatro décadas, findo não vivenciando certas tensões de maneira mais direta. De qualquer maneira, penso que é preciso batalhar. Organizei, com Bené Chaves, um pequeno livro sobre cinema ("Clarões da tela"), com críticos potiguares, e gostei muito de conhecer gente nova e talentosa, junto com os velhos talentos. Sim, a imprensa é difícil - não é à toa que a consideram quarto poder. A universidade também é, os vários espaços humanos todos são. À luta! Em nosso caso, com palavras - a mais vã, meu irmão e semelhante. Abraços: Marcos Silva Data: 18/02/2009 - Horário: 19h51min “Existe sempre alguma coisa ausente” Postei em PROSA a crônica ―Existe sempre alguma coisa ausente‖, de Caio Fernando Abreu, enviada por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 16h43min Assistencialismo e Estado Por Carlos Eduardo Freitas http://tesourasocial.blogspot.com/ SOBRE TRECHO DA ENTREVISTA DE JARBAS VASCONCELOS: É muito interessante como estratos da classe média brasileira atualizam constantemente um discurso negativo (naturalizado) acerca de políticas assistenciais desenvolvidas pelo Estado. Sempre operando com o sofisma de que "é mais importante ensinar a pescar do que dar o peixe" - sem levar em consideração as condições estruturais de reprodução da miséria social. Como bem demonstrou Richad Sennett, essa visão negativa de que toda ou qualquer forma de assistência estatal gera parasitismo social, tem origem no séc. XIX no pensamento liberal (Locke, Kant e Adam Smith). Para esses homens, a dependência social era sinônimo de degradação humana ou traço de infantilidade. Assim, o Estado, ao intervir na vida social, promovia a preguiça intelectual e impedia o livre desenvolvimento das capacidades humanas, esse, só possível num ambiente de livre disputa social. Ao deixar os indivíduos jogados a própria sorte, aqueles assumiriam a responsabilidade própria sobre suas vidas, o que representaria um amadurecimento civilizatório. Também interessante é observar setores da esquerda compartilhar com a visão negativa do Estado-assistencial, o tachando como "populista" (categoria auto-explicativa, ou senso comum-douto). Para os marxistas tradicionais, ao promover políticas "assistencialistas", o Estado desmantelaria qualquer possibilidade de "tomada de consciência" das classes trabalhadoras. Assim, tanto para os liberais quanto para os marxistas apocalípticos, é necessário um choque de capitalismo na medida, pois que representa etapa "natural" do desenvolvimento das forças produtivas. É "destruição criativa" shumpteriana reinando nos discursos de hoje (à direita e à esquerda). Tetê Bezerra Data: 18/02/2009 - Horário: 16h42min O drama de Clotilde Postei em PROSA o texto ―Casa própria: sonho ou pesadelo?‖, de Clotilde Tavares, e um comentário do jornalista Francisco Duarte sobre o texto da escritora. Quem comprou imóvel financiado ou pensa em comprar não pode deixar de conhecer a amarga experiência que Clotilde está passando. Tácito Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 16h29min A RESPEITO DOS SUPERMERCADOS Concordo com o Sr. João da Mata pois os supermercados não tem o menor respeito pelo consumidor, numa certa ocasião fui ao Carrefour comprar maçã e pêra e estas estavam passando do ponto de consumo, logicamente não iria levar, mas não consegui apenas ir embora e procurei o gerente para saber se na frança eles colocavam aquele produto para vender naquele estado de conservação e o que mais me irritou foi ouvir que a rede se adaptava as cidades, ou seja nos chamou de porcos. Numa outra ocasião levei iogurtes e ao abrir em casa os mesmos estavam estragados e retornei porque na época tinha filhos menores e pensei em pais que poderiam levar o produto. Chegando ao Carrefour procurei a gerencia e o mesmo foi me devolver o dinheiro, mas pedi para testar outras bandejas e estavam na mesma situação e exigi que fosse recolhido todo o lote que coincidentemente tinha data de validade longa, mas estava em promoção. No Hipermercado Bompreço Supermercado Bompreço os preços são diferentes, ao ver um anuncio de carne na tv fui ao hiper da Roberto Freire e não havia promoção e sim no supermercado da mesma Roberto Freire. No mesmo dia fui ao hiper da Prudente e percebi que os preços estavam diferenciados e a informação que tive é que os preços variam de acordo com a demanda de clientes, ou seja no hiper da Prudente é mais caro que no hiper da Roberto Freire. Mas o supermercado da terra da gente também tem suas mazelas: na seção de frios é muito comum nós consumidores levarmos mussarela e presunto e muitas vezes eles usam de má fé, por exemplo o mussarela está por R$ 13,00 e presunto a R$ 11,90 ai o presunto entra em promoção por R$ 9,90 e mussarela passa para R$ 14,50, ou seja se vc costuma levar os dois produtos a promoção não é de R$ 2,00 e sim de R$ 0,50. Como temos que ficar atentos vale lembrar que frutas e verduras devem ser compradas em supermercados de bairros ou seja os de menor porte ou na Ceasa. As diferenças são absurdas, por exemplo o maracujá custa numa grande rede em torno de R$ 4,00 e nos menores fica pela metade. Antonio Oliveira Data: 18/02/2009 - Horário: 16h22min "Jovens" e "velhos" Caros Colegas, Abraços., poeta Livio. Como vai? De quando em vez tenho meus momentos de rebeldia. Tudo que eu disse é o que acredito como verdade. Apenas não me fiz claro quanto a ―velharia‖, palavra carinhosa. O compartilhar de experiências é o ideal. Velhos e jovens, um mix perfeito. Desaprovo, todavia, o favorecimento unilateral de um grupo (velhos) em detrimento do outro grupo (jovens). Digo jovens não estrito senso, mas ―jovens‖ no sentido mais amplo do vernáculo, ou seja, quase sinônimo de ―novo‖ ou ―novas caras‖. Abraços aos que não conheço pessoalmente, ( Daniel Dantas, Marcos Silva e João da Mata) mas que leio seus escritos neste site. Caro Marcos Silva, saudações e obrigado pelo ―jovem‖. Confesso que temos muito a compartilhar enquanto ―jovens‖ e ―velhos‖. Eu, que tão jovem já não sou, e se seguir à gênica de minha família já devo, hoje no auge dos meus exatos quarenta anos, ter vivido 3/4 de minha vida útil, devo dizer que a renovação de talentos é necessária. A nossa Natal, a minha e a sua e a dos outros colegas, é um mausoléu cheio de criptas de quem já foi, e de quem nunca será. Lamento, mas essa é nossa realidade. Aqui na nossa terrinha prestigia-se quem vem além das fronteiras do elefante, mas abafa-se nas criptas do subsolo quem é daqui. Esse perfil reflete um lugar de frágil personalidade. Quer 1 (um) exemplo? Lá vai: perdemos a praia de Ponta Negra para um bando de pedreiros do estrangeiro e um curral de prostitutas. Eles foram chegando, chegando, chegando....e nós .....nós ―abrimos‖. Outro exemplo: o mercado imobiliário foi adequado para o capital de fora, excluindo a realidade local. Aqui na nossa cidade, quando não matamos o talento existente, matamos a ―galinha dos ovos de ouro‖. Em outros termos, mata-se um jeito ou de outro. Aqui o importante é matar. Abraços para todos, CHARLES M. PHELAN Data: 18/02/2009 - Horário: 15h54min A Livraria do Luis Era assim que era conhecida por muitos a Cooperativa Cultural da UFRN. Uma das mais importantes livrarias de Natal está completando 32 anos de existência. Livraria que é o coração da UFRN e ajudou a formar muitas bibliotecas de seus alunos, funcionários e professores. Um dos vendedores dessa livraria era o meu amigo Luis Damasceno. Muito mais de um vendedor Luis era um agitador cultural. Falava muito e por isso angariou alguns desafetos. Sabia de muita coisa depois de mais de quarenta anos vendendo livros. Sabia de cor muitos títulos e autores. Sugeria livros e dava sugestões. Muitos de nós somos agradecidos pelas sugestões valiosas de Luis. Leitor voraz quase sempre mostrava grifado o que estava lendo. Um dos seus livros preferidos era ―Os Cus de Judas‖. Antes da Cooperativa Cultural Luis foi funcionário da famosa Livraria Universitária ali no centro da cidade alta. Foi nessa livraria que um dia ele foi preso durante o regime militar. Sua querida esposa foi uma militante do movimento estudantil. Ultimamente Luis andava meio cabisbaixo. Dorminhoco e soturno. Todos nós estávamos preocupados com o seu estado de saúde. A livraria sem Luis era diferente. Com quem conversar e fofocar por entre brochuras, fólios e orelhas de livros. Passar na livraria e não encontrar Luis era uma tristeza. Muitos só compravam se fosse a ele. Afinal, a cooperativa era conhecida como a Livraria do Luis. Quantas dicas literárias não recebemos do Luis. Livros que não estava pensando em comprar: comprei. Minha biblioteca tem muitos livros comprados a Luis. Ele conhecia todo mundo. Fez o curso de direito, mas não exerceu a profissão. Como conselheiro administrativo que fui da cooperativa - algumas vezes, queria dar uma bronca no Luis pelo não comprimento das promessas de livros que o Luis dizia solicitar. Tinha que dar um desconto pela sua bonita história. Ele que foi um dos maiores livreiros de Natal. Quando pensávamos promover algum evento e precisava falar com alguém da sociedade potiguar, o Luis era a senha e intermediário qualificado. Depois do almoço no centro de convivência o cafezinho regado com as novidades de Luis. Para saber das ultimas novidades e fofocas. Daquele escritor que havia cometido um erro grave de português. Ou mesmo um erro conceitual. As más línguas diziam que ele foi um grande leitor de orelhas de livros. Outros diziam que o seu caixão só caberia sua língua ferina. No final do ano passado Luis surpreendeu a todos quando disse que desejava se aposentar. E aí, o que fazer como administrador da cooperativa? Sugerimos que ele ficasse com um regime de trabalho de meio expediente. A cooperativa não podia ficar sem Luis. Estávamos muito preocupados com o que ele iria fazer da vida. Ele que passou a maior parte da sua vida dentro de uma livraria. Lendo e opinando. Os amigos não entenderam aquela decisão brusca e definitiva. Nenhum argumento Luis aceitava para o demover daquela decisão. Alguma coisa séria estava acontecendo com a insônia/ sonolência do Luis. Algum problema de saúde, talvez? Alguns diziam que os novos vendedores não entediam Luis e suas manias. Brincava sério algumas vezes. Ou seria brincadeira de mal-gosto. Luis nos deixou e ficamos órfãos de suas conversas e brincadeiras. A cooperativa renovou seus funcionários e tem um excelente quadro de profissionais. Mas, para mim, não é mais a mesma. Ficou aquele vazio. Ficou aquele silencio. Não sei mais a quem pedir sugestão de livros. A cooperativa não é mais de Luis. Fica a lembrança de grandes momentos vividos na sua companhia de alguém que amava os livros. Luis tem uma excelente coleção de livros. Livros autografados por Henfil e outros grandes escritores. Colocar um sebo foi uma sugestão que lhe dei. Não, não sei o que Luis vai fazer da vida. E não sei o que será de mim sem a sua companhia de grande amante dos livros. O conhaque que tanto ele gostava talvez aqueça esses momentos da sua solidão. Ate breve meu amigo, João da Mata Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 14h54min Algumas verdades Esse texto de Phelan mostra algumas verdades inexoráveis, com muito bom humor. É, Charles, seria cômico se não fosse trágico! Abs. Lívio Oliveira Data: 18/02/2009 - Horário: 14h14min Nuno! Grande pedida essa do "Aprecie Pub" para a sexta e para o sábado que antecedem o carnaval: o guitarrista angolano/paulista Nuno Mindelis. O Blues é um gênero muito interessante e, quando executado por um virtuose como Nuno (um dos melhores guitarristas do mundo), fica muito bom de ouvir. Até para verificar as interrelações com o Rock e o Jazz. Esse "Clube do Blues" do "Aprecie Pub" tem trazido gente boa, como Flávio Guimarães (fundador do Blues Etílicos), que veio no mês que passou. Vou conferir, até mesmo como uma forma de prevenção contra o massacre do Axé que vem caceteando por aí! Lívio Oliveira Data: 18/02/2009 - Horário: 14h14min Falta ou excesso? Concordo com as colocações do Charles. Com uma única discordância: acredito que Natal e o RN têm jornais em excesso (talvez isso faça parte do processo que levam os salários dos colegas ao subterrâneo). São quatro diários em Mossoró e quatro diários em Natal (o JH são duas edições). Na soterópolis de onde sai em outubro, temos dois jornais diários. Nas capitais de SP e RJ, na prática, são dois ou três jornais diários. Temos excesso de veículos o que pode, também, contribuir para o seu embrutecimento desses mesmos veículos. Daniel Dantas Data: 18/02/2009 - Horário: 14h14min Cultura e arte: o velho e o novo Prezado Charles Phelan: Li seu post "E por falar em (não) apreço pela cultura, arte etc...". Quero comentar alguns aspectos dele. Confesso que tenho 58 anos e gosto de minha idade (a saúde atrapalha mas o resto é ótimo). Penso que o povo em minha faixa de idade é muito diversificado concepções de mundo, poderes etc. É mais provável que em sua faixa de idade ocorra o mesmo. As relações entre velhos e novos não se dão como contatos entre dois blocos homogêneos. Vc caracteriza Natal como uma "cidade que vive do passado". Lembrei de um filme alemão interessante, "Uma cidade sem passado". Compartilho essa preocupação com alguma cidade viver no puro passado. Acrescento o receio de que a cidade pretenda viver como puro presente. Melhor que passado e presente, cada um deles muito diversificado, iluminem-se reciprocamente. E os velhos ainda não morreram, ainda são presente. Os jovens, por sua vez, não são apenas projeto de futuro, já são presente. Em alguns grupos indígenas brasileiros, houve intenso conflito interno entre homens maduros (que controlavam as fêmeas disponíveis) e homens jovens (sem acesso às fêmeas devido àquele controle). Sei que nossa sociedade é diferente - as fêmeas que lerem esta mensagem poderão até ficar bravas comigo mas saibam que as respeito muito, não pretendo controlá-las. Tenho a impressão de que é preciso identificar as diferenças e semelhanças entre velhos, as diferenças e semelhanças entre jovens, as diferenças e semelhanças entre velhos e jovens. Publicar (tornar público) é difícil para a maioria de velhos e jovens. Sua geração se beneficia dos novos veículos eletrônicos (a minha também, claro). É preciso lutar igualmente pelos outros veículos. Abraços de um natalense que mora longe, com a cidade "on my mind": Marcos Silva Data: 18/02/2009 - Horário: 14h13min De Supermercados e suas falcatruas Sou da geração que viu o aparecimento dos supermercados em Natal. Uma instituição que mudou muito os costumes e prolifera feito um gigante com seus muitos tentáculos e gula. Aumentou a concorrência e apareceram muitas novidades importadas, nem sempre de boa qualidade. Gosto muito dos supermercados que vendem livros e isso pode fazer a diferença na minha opção. Procuro também aqueles que vendem iogurte natural e na data de validade. Almoço quase sempre na rua. Fiquei assustado com o que vi na cozinha dos restaurantes. E agora João!!! Ultimamente ando muito irritado com esses estabelecimentos. Atendimentos ruins e produtos de terceira e quarta categoria. Ja comprei cerveja importada quase vencida. Consumimos o que não é exportado. Os cartões dos supermercados são formas de agarrar o cliente e deixá-los eternamente dependente. Divide-se o valor da compra sem mesmo pedir. O pagamento da fatura feito no próprio supermercado é mais barato ( EXTRA, EXTRA)) . No Carrefour encerrei a minha conta/ cartão, pois a fatura sempre chegava atrasada me obrigando a ir fazer o pagamento no próprio supermercado. E comprar mais o que não precisava. No Extra fiquei mais irritado ainda. As gôndolas oferecem produtos com preços ― à parti de...‖. Uma tremenda sacanagem para atrair clientes. Não bastassem os preços 3,999.... Quase sempre o objeto que você escolhe tem o preço maior do que o mínimo. Em estando no caixa e cansado, você não volta para trocar ou verificar. Ontem no Bom Preço fiquei mais chateado ainda. No cesto de pão não havia o preço. Fui pesar e o preço cobrado pela manhã era bem menor do que à tarde. Escuta, e estamos com essa inflação diuturna? Os supermercados continuam praticando um comércio desleal. A escolha depende de você. Continuo achando o Nordestão um dos mais simpáticos. E não é porque foi o primeiro e não pertence á multi-nacionais. Por um comércio mais leal com os clientes. Acuso e exijo os meus direitos. João da Mata Costa Data: 18/02/2009 - Horário: 14h13min NATAL NÃO É DIFERENTE Meus Colegas exaltados salve-salve, Vivemos numa cidade maravilhosa sob muitos aspectos, que não é o cultural. Somos novinhos, ainda é tempo. Tempo de sonhar e lembrar. O que Phelan comenta não é prerrogativa de Natal, mas de maioria das cidades do Brasil e do mundo. Veja o crápula do Belusconi na Itália. Veja o Bush.Veja o ministro japonês bêbado e delirando no parlamento. O mundo passa por um esgarçamento do seu tecido existencial. Uma detioração do seus valores. A crise é sobretudo moral e cultural. Ninguém mais do que eu chorou o fechamento físico da Kliterion. Jairo sabe que foi abraçado por essa cidade. Jairo viu coisas que não sabia. Não é a primeira vez que fecha uma livraria. Nem se trata de uma cultura de shopping. Ninguém mais que eu compra livros. E compro no mundo inteiro. O Brasil elege o pior para sua representação. Veja o caso Sarney saído dos porões mais tenebrosos que esse país produziu. Filho de um regime ditatorial e mandante de um dos estados mais pobres do Brasil.] Em Natal, temos uma ― elite‖ cultural bastante controversa , mas não somos únicos nessa mazela. Outras coisas mais importantes acontecem nessa cidade e ninguém comenta. Meu amigo Luis Damasceno, o maior livreiro dessa cidade, aposentou com mais de 40 anos de livraria e ninguém comentou nada. Luis é uma instituição. Choramos a sua saída. Estamos preocupados com ele. Vi muitas livrarias fecharem. Vi muitos cinemas fecharem. Continuo um amante dos livros e do cinema e vou muito pouco a shopping. Vamos continuar em contato com Jairo, e isso é o mais importante. E mais ainda: não vamos deixar de amar os livros, um bom papo e um bom prato. João da Mata Costa Data: 20/02/2009 - Horário: 08h24min E POR FALAR EM (NÃO) APREÇO PELA CULTURA., ARTE E ETC... Evito falar sobre nossa cidade e sobre seus vícios. Todavia, não me contive. Moramos numa cidade que vive do passado. Numa cidade que tem apenas três jornais de circulação mais abrangente, e que é dominada por uma minoria sebosa que vive de fotos em colunas sociais. Aqui só se fala de quem já morreu (inclusive como objeto da morte – falaram da Kriterion, que poderia ter tido mais atenção enquanto vivia). É mais fácil prestigiar quem não poderá colher os louros do elogio, pois só assim sabem que o defunto não se sobressairá e ofuscará quem elogia. Aqui quem elogia sente-se mais importante que o elogiado. Engraçado, é como gozar com o pau dos outros. Aqui só se fala de política, não há espaço para outro tema. Aqui é um verdadeiro mata-talento e mata-cultura. Ninguém quer saber de cultura. Nos meios jornalísticos, então, são poucos que defendem a bandeira. Mas para os que defendem, meus parabéns. Vivemos numa cidade/estado que elege um bobão para ser Deputado Federal (o mais votado).. Vivemos numa cidade/estado que mantém um deputado federal por 40 anos no parlamento. É uma piada de mau gosto. Um retrocesso. Uma vergonha. Como esperar que haja evolução. O circulo de confiança e oportunidades está fechado. Só entra quem é amigo do rei. Geralmente os babões sem talento. Ou como dizem na América ―os de narizes marrons‖. Chamam de ―Brown Noser‖ aqueles que vivem com o nariz enterrado no rabo dos chamados ―poderosos‘, e, portanto, melando a ponta de merda. O jornalista Laurence Bittencourt disse melhor, ―aqui tudo é política‖. Até mesmo esses jornaiszinhos de merda, só publicam os mesmos caras-pálidas, as mesma colunas sem graça, a mesma velharia falando as mesmas bostas de sempre – política. Para mim é mais fácil publicar na revista Newsweek com tiragem de seis milhões de exemplares por semana, e distribuído para o mundo todo, que passar pelo crivo dos editores da Tribuna e do Diário. Aqui vai um exemplo de criatividade desses editores, e como estão dispostos a promover novos escritores, articulistas, resenhistas, culturalistas, pintores, enfim, abrir portas: sai um artigo num dos jornais e teria qualquer tema como por exemplo: ―quando eu mijava no Potengi – parte 18‖ ou ―lembro do pé de sapoti próximo ao Atheneu – parte 27‖ ou ―Meu carnaval com Pedro Álvares Cabral – parte 175‖ Esse tipo de merda é que demonstra claramente o fedor criativo de quem escreve, mas, sobretudo, de quem publica. Geralmente esses artigos são dos mesmos e cansados cidadãos de sempre. Por que não incentivar que alunos do curso de letras publiquem artigos, por que não abrir espaço para matérias feitas por jovens jornalistas acadêmicos, por quê? Numa cidade que não renova, não há se esperar evolução. Sem evolução não há oportunidades. Sem oportunidades a arte e a cultura ficam no escuro. Quem deveria ficar no escuro é quem mantém uma linha editorial retrograda e inerte. Existe vida cultural e artística na cidade que vai além da velharia. Eles merecem respeito, mas a fila tem que andar, e oportunidades devem ser dadas até para quem não é amigo do rei. CHARLES M. PHELAN Data: 18/02/2009 - Horário: 10h22min O DOM QUIXOTE DE PETRÓPOLIS Ignorantes puseram na fogueira quase todos os livros de Dom Quixote. A passagem é uma clara alusão ao período inquisitorial espanhol, em que no velho continente queimavam-se livros à mão-cheia por ordenação católica apostólica romana. Quando uma biblioteca desaparece, lampejos da humanidade sucumbem com ela ou no mínimo se desagregam, deixando órfãos para sempre os seus leitores reais e virtuais. A de Alexandria é a que melhor simboliza esta perda. Com as livrarias ou sebos não é muito diferente, uma vez que servindo livros (ainda que pagos ou trocados) ajudam a alimentar a boa fogueira, a fogueira do conhecimento e da cultura, cujo fogo devora tudo e permanece sempre faminto. De uma outra fome se alimentam os egos das vaidades e nem mesmo feijoadas e vinhos conseguem aplacar-lhes tamanha gula. Deus está morto! Exclamou Nietzsche sem medo e sem piedade, e lamentavelmente nenhum jornal fez o obituário de Deus. Michelle Ferret e Vilar fizeram com bom critério e sentidas dores, o necrológio da Livraria Kriterion (não sei se foram feitos os obituários das anteriores citadas nas matérias ou se o fizeram com a mesma ênfase), destacando não só a sua importância para a vida cultural da cidade, mas também apontando a(s) causa(s) mortis da mesma, segundo as opiniões de seu próprio idealizador, o poeta Jairo Lima, que as carpiu uma por uma num lamento quase revoltado até chegar nos R$4 reais. Por alguma razão, o seu fiel escudeiro, se não estou enganado, de nome Geraldo, nada disse, ou se disse, no barulhento velório do mercado de Petrópolis, nada se ouviu. O latim é uma língua morta e a orquestra sinfônica do Rio Grande do Norte não executou réquiens para a falecida do poeta das árias, do tempo e de todos nós. E por falar em tempo, ele de tudo se encarregará, inclusive das nossas dores pelo fim da Kriterion. Por fim, mas não por último, Vicente pôs a última pá de cal no Jornalismo Cultural desta terra de Poty mais inculta, como diria outro colunista CULTural, e aproveitou o ensejo ou o cortejo para exercitar o necrológio de um poeta-vivo, mais que amigo, quase irmão. De minha parte: vida longa ao grande Jairo e outras conquistas mais, ademais, os jornais por seus jornalistas já estão declaradamente a disposição para noticiá-las!). E segue-se a incelência ―Natal não consagra nem desconsagra ninguém‖. Segue-se a insolência: E como desconsagra, aliás, faz questão de desconsagrar porque Natal é amiga de todos e de ninguém! Enquanto isso, no hiato do estribilho do consagrar e desconsagrar, o Substantivo Plural ainda goza os louros, com méritos, diga-se de passagem, de ter sido premiado pela FJA, como o melhor site de jornalismo cultural do estado. Quais foram os seus concorrentes? Perguntei faz tempo aqui, mas ninguém quis ou soube virtualmente me responder, e eu, que não acredito em coisa do outro mundo vou navegar no plasma da Kriterion, pois pra nossa sorte, O Dom Quixote de Petrópolis não morreu e continua a alimentar-nos com seus livros e sua cultura! Marcos Cavalcanti Data: 18/02/2009 - Horário: 09h55min Dias de literatura: Wasabi, de Alan Pauls ―Wasabi‖, a terceira ficção do argentino Alan Pauls - ele é professor de teoria literária e autor de vários ensaios sobre a obra de Borges e de Manuel Puig - estava na minha estante desde que a Cosac&Naify lançara, em 2007, ―O Passado‖, cujas 500 páginas devorei e adorei. A raiz japonesa que dá título ao curto romance (são pouco mais de 120 páginas) é uma metáfora para uma pomada homeopática que o casal protagonista usa como alucinógeno. Portanto, todo o relato em tom de realismo fantástico, sustentação do livro, pode ser uma viagem fantástica promovida pelo consumo do wasabi. Além do mais, o protagonista é um escritor que sofre de narcolepsia – de repente, perde a consciência por longos sete minutos e quando volta a si não tem idéia do que lhe aconteceu nesse intervalo.Alucinação ou imaginação? O relato que lemos é fruto da imaginação do autor ou da alucinação do personagem? Há uma diferença importante entre esses dois termos? A minha resposta é não. De alguma forma, toda literatura é uma alucinação de um autor que ousou dar voz à imaginação – a louca da casa, como diz Rosa Montero. Mas o que há de mais interessante no Alan Pauls anterior ao sucesso de O Passado é justamente esse tom de realismo fantástico que apresenta ao leitor um relato absurdo – um escritor que traça um plano para matar o tradutor e pensador Pierre Klossowski – como uma narrativa plausível. Do filósofo Jacques Derrida gosto sempre de repetir uma frase que considero soberba: a literatura é o lugar onde se pode dizer tudo. Derrida está com isso querendo mostrar como as narrativas são sempre uma ficção, mesmo aquelas que se apresentam com a pretensão de mostrar ―as verdades dos fatos‖. E a literatura é uma narrativa autorizada a embaralhar as noções entre imaginação, alucinação e realidade. Pauls embaralha todos esses elementos num livro que, se não está na categoria de imperdível, serviu ao que eu pretendia: percorrer a bibliografia do autor. Ainda tenho pela frente o elogiadissimo ―El pudor del pornógrafo‖ e ―História do pranto‖, um lançamento do ano passado que ainda não atravessei. ********* Wasabi, Alan Pauls Iluminuras - R$ 35,00, 122 páginas Tetê Bezerra Data: 17/02/2009 - Horário: 17h10min Blitz e Byngton POR MÁRIO BORTOLOTTO Tava vendo uma foto da Olivia Byngton na Internet, no Estadão (ela vai lançar um disco novo) e por coincidência também li uma matéria no Estadão sobre o lançamento de um livro contando a história da Blitz. Ontem tava aqui em Palmas fazendo a peça do Marcelo Paiva ("A noite mais fria do Ano") e com a gente veio o Chico que é sobrinho do Marcelo. Ele veio pra ajudar na produção já que a assistente Larissa não conseguiu vir. O Chico é um moleque. Acho que tem menos de 18 anos, o que faz com que ele seja constantemente zoado pelos velhos atores do elenco (Hugo e eu - O Hugo mais do que eu - quer dizer, o Hugo tem a mesma idade que eu - é que ele zoa mais o Chico - eu reservo minha munição para os momentos que o aluguel se dirige ao "jovem" Alex Gruli). São duas gerações diferentes. O Chico não deve sequer saber quem é a Blitz (talvez o Marcelo tenha falado pra ele), muito menos a Olivia Byngton. Eles são da nossa geração (minha e do Hugo - e do Marcelo também). Fiquei lembrando da Blitz. Da capa da "Veja" ainda com o Lobão na banda. Daquela garotinha linda com o cabelo espetado que era a Fernanda Abreu. Da música que tomou de assalto as rádios ("Você não soube me amar"). Foi o tempo do filme "Menino do Rio" (o Evandro trabalha no filme) e era o tempo de Olivia Byngton que também era linda (na verdade ainda é) e que gravou uma música da Rita Lee ("Doce de Pimenta") e foi também o tempo da sua irmã (que também era linda -e ainda é) Bianca Byngton que foi a "Garota Dourada" (continuação de "Menino do Rio"). Fiquei ouvindo o Chico falar e ser zoado pelo Hugo e fiquei pensando na minha juventude, na Blitz e nas Byngton. Fiquei pensando em Paula Toller, nos Paralamas do Sucesso cantando "Vovó ondina é gente fina", no Chacrinha, no primeiro e antológico disco do Barão Vermelho (a Olivia Byngton gravou "bilhetinho azul" e "todo o amor que houver nessa vida" no seu disco de 84). Daí lembrei de Mickey Rourke que foi nosso herói (né, Carola?) e que agora ressuscitou genialmente no filme "O Lutador". Pensei em mim mesmo fazendo um monte de merda, mas também se divertindo a beça. Esse não é um post saudosista. Gosto da minha fase atual. Gosto de ser um "velho bêbado barrigudo tocador de blues" (acho que era só o que eu queria ser desde a minha juventude). Lembro quando o Evandro apareceu cantando na televisão e a cunhada de um amigo entrou correndo na cozinha e falou: "Olha lá, Edson, tem um cara na tv imitando o Mário". Dia desses o Pinduca disse pra mim que gosta mais das últimas músicas do CD da "Tempo Instável" e que as primeiras tem "uma coisa meio Blitz". Eu entendi o que ele quis dizer, e acho mesmo que ele tem razão. E tá tudo certo. Acho que vou comprar o livro da Blitz. Aliás, quero comprar também o livro do Barão Vermelho e até vou assistir o documentário dos Titãs. E vou comprar também o disco da Olivia Byngton. Pensando bem, os anos 80 não foram grande coisa (concordo com quase tudo o que o Mirisola escreveu na sua crônica), mas os anos 90 não foram muito melhores e não dá pra ter orgulho da época atual. Dá sim pra ter orgulho do que você é, do que você foi e do que pretende ser. É o que podemos fazer. Afinal depois dos anos 50 e 60 e parte dos 70 não aconteceu nada muito admirável por aí. Mas hoje me peguei gostando muito dos meus contêmporaneos. Hoje me peguei lembrando das irmãs Byngton, da Blitz, da Fernandinha Abreu e da Paula Toller, do Cazuza e do Celso Blues Boy. Do genial disco "Cena de cinema" (o primeiro do Lobão) que o meu irmão Rubens K tava cantarolando no carro dia desses. Do Mickey Rourke, do Matt Dillon e da Diane Lane, da Editora Brasiliense, dos lançamentos beats no Brasil, do primeiro livro do Bukowski lançado por aqui, do genial caderno de leitura da Folha de Londrina, do livro "Tanto Faz" do Reinaldo Moraes e do "Feliz Ano Velho" do Marcelo Paiva, do Arrigo Barnabé, da Patife Band e do programa "Armação Ilimitada" e da Buzina do Chacrinha. Hoje me lembrei dos pontos da minha fimose estourando quando a Rita Cadilac fazia a dança da pantera. Hoje me peguei gostando de ter sido jovem nos anos 80. Hoje me peguei lembrando do que eu fui. E saquei que gosto do que sou, hoje. O Chico dizia ontem no jantar que o mundo vai ser dominado pelos evangélicos e pelos emos. Eu acho que ele tá certo. E que tal um hibrido dos dois? Alguma espécie de "emangélicos" ou "evangemos"? No meu tempo não tinha disso não. Os evangélicos não tinham a força que tem hoje. A política não tinha aberto as pernas pra eles da maneira vergonhosa que abriram nos últimos anos e os rockeiros não ficavam chorando feito uns frescos brega sertanejos nos clipes emos. Os rockeiros pediam mais batata frita e diziam que preferiam as "garotas nuas". E tinha um maluco que dizia que um office boy tinha se transformado em Clara Crocodilo e outro que dizia "que ficava louco e fazia cara de mau". Pensando bem, era muito melhor, né? Não era nenhum paraíso, mas era muito melhor. Sinto muito, Chico, éramos todos jovens naquele tempo, mas eu não posso negar que a gente tava bem melhor acompanhado. É ou não é, Hugo? Tetê Bezerra Data: 17/02/2009 - Horário: 17h06min Celso Furtado ―O novo em Celso Furtado, assim como nos outros autores já citados, é a construção de uma complexa relação entre teoria e história, que não se limita à mera justaposição mecânica e simplista. Assim, Furtado e sua obra se distanciam da tradição que ficou conhecida no Brasil como bacharelesca, que buscava enquadrar a realidade, a história, em pré-conceitos, em modelos abstratos (Oliveira, 2003). ― De Tiago Nery, em PROSA, em texto sobre os 50 anos do livro ―Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 16h58min Caminho sem volta Quer gostemos ou não o jornalismo cultural feito pelos veículos impressos do RN trilhou um caminho sem volta. Os jornais de SP e RJ ainda mantém suplementos semanais com textos mais consistentes e densos, que convidam ao debate e à reflexão. Aqui não temos nada nem parecido. Acho que o último caderno nesse estilo foi o do extinto A República, editado no final da década de 70 pelo jornalista Nelson Patriota. Durante a semana os grandes jornais (FSP, Globo, Estadão) editam cadernos parecidos com os daqui, sempre cobrindo os assuntos da agenda cultural e do show business – estréias de filmes, peças, lançamentos literários, shows etc. Um jornalismo de serviço, que a Internet já faz em tempo real e a TV com um dia de antecedência, geralmente. Para nossa sorte, o jornalismo cultural encontrou na Internet um canal de expressão fantástico, que supre muito bem essa deficiência apresentada pelos impressos. Então, acho que é hora de parar de se lamentar por algo que não tem conserto. As empresas jornalísticas locais não têm nenhum interesse em investir em jornalismo cultural. Alguns dirigentes desses veículos tem horror a tudo que diga respeito à cultura e para eles tanto faz como tanto fez que o jornal tenha um caderno voltado para esse setor. Não adianta Michelle, Sérgio e Isaac se esfolarem porque pouca coisa vai mudar, apesar das boas intenções e honestidade intelectual de todos eles. Os problemas enfrentados pelos jornalistas que cobrem cultura são os mesmos das outras editorias. Excesso de pautas, falta de motivação com os rumos do trabalho, baixos salários, estrutura de trabalho deficiente, entre outros. Tem ainda a questão conceitual. Na minha opinião, os impressos deveriam apostar num jornalismo mais consistente, interpretativo, analítico e de debates. Porque as notícias e reportagens superficiais as tvs, rádios e os sites já oferecem. E bem antes dos impressos chegaram às ruas. No entanto, apesar dos sinais de esgotamento do atual modelo de produção de notícias, os impressos continuam fazendo de conta que está tudo bem. Muitos, inclusive, continuam na era pré-internet. Não se deram conta da revolução representada pela Internet e pelo celular (mais um novo canal de notícias online). Talvez, quando isso acontecer, seja tarde. Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 16h33min CINCO SÉCULOS EM MANUSCRITOS Caros Colegas, Vejo numa livraria francesa um livro que interessa a todos os biblíófilos e amantes das letras. O nosso colega Pedro Correa do Lago lançou um livro de manuscritos e autógrafos da sua prestigiosa coleção em cinco séculos de abrangência. Pedro é um dos maiores bibliófilos do Brasil e já foi diretor da Biblioteca nacional. Organizou muitos livros de artes e muitas bibliotecas. Fico feliz de um brasileiro lançando livro e mostrando a sua coleção para o mundo. O livro está sendo vendido a um preço módico na chapitre. Cinq Siecles Sur Papier Autographes Et Manuscrits De La Collection Pedro Corrêa Do Lago Auteur : Correa Do Lago, Pedro Description - Cinq Siecles Sur Papier Message de Napoléon à Talleyrand, lettre de Freud à sa mère, de Flaubert à Hugo, de Trotski à Frida Kahlo, photos signées de Picasso, Einstein ou des Beatles les quelques 400 pièces de la collection Pedro Corrêa do Lago présentées dans ce magnifique ouvrage dévoilent de nombreux épisodes méconnus de la vie des plus grands personnages des cinq derniers siècles. Résumé - Cinq Siecles Sur Papier Lettres, manuscrits, dessins, autographes et photographies signées, les documents présentés dans cet ouvrage dévoilent de nombreux épisodes méconnus de la vie des plus grands personnages des cinq derniers siècles. Message de Napoléon à Talleyrand, lettre de Freud à sa mère, de Flaubert à Hugo ou encore de Trotski à Frida Khalo, photos signées de Picasso, Einstein ou des Beatles, ces quelque 400 pièces sont autant d'intimes et émouvants témoignages. Cinq Siècles sur Papier est le fruit du travail de Pedro Corrêa do Lago, collectionneur passionné et ce livre, d'une étonnante diversité, répondra à la curiosité de tous. João da Mata Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 16h34min Polícia para quem precisa Muito pertinente o comentário de Marcelo Rubem Paiva. As barreiras policiais precisam ser urgentemente repensadas. Não sou contra as tais barreiras, mas gostaria que elas fossem mais eficientes. Por exemplo: a barreira policial existente na entrada de Pium serve exclusivamente para pedir documentos aos motoristas. Outro dia perguntei ao guarda porque não havia um adesivo de identificvação de moradores de Pium. Ele disse que os ladrões de carro poderiam usar o adesivo para enganar a patrulha. Mas ele não quis me explicar como é que a fiscalização de roubo de carros pode ser feita se existe um desvio por Parnamirim que sai depois do Posto Policial e isso facilita e muito a vida dos ladrões. Então o posto se justificaria para coibir o uso de bebidas alcoolicas pelos motoristas. Nunca vi por lá o tal bafômetro. Nunca vi ninguém ser revistado para saber se estão transportando armas, isso sim, fundamental para a segurança da população. Não vejo muita utilidade prática para aquela barreira policial, pois tenho visto com muita frequência notícias sobre assaltos (com reféns) a residências em Pirangi e praias próximas. Tenho visto notícias sobre trocas de tiros entre bandidos e policiais, isso sim, um perigo para todos. Outro dia um estudante de Direito foi morto por engano pela polícia. Acho que precisamos de um pouco mais de seriedade e menos hipocrisia por parte de nossas autoridades públicas. Quanto ao fenômeno do achacamento de usuários de maconha pela polícia, não é novidade por aqui. Aliás, toda a forma do combate ao uso de drogas está errada no Brasil que segue cegamente as diretrizes dos EUA. Tire a forma como o traficante ganha dinheiro que você acaba com o tráfico. E isso só se consegue com uma lei mais realista com relação às drogas, a exemplo do que vem fazendo a Holanda. O resto é baboseira e oportunismo. Carlos de Souza Data: 17/02/2009 - Horário: 16h34min Salman Rushdie "Há algo que não se diz de Os Versos Satânicos: que ele é muito cômico. Também uma das coisas que não se diz muito de Kafka é que ele é um escritor muito gracioso. Se a gente olha principalmente as cenas de O Castelo, todas elas são graciosas, embora o efeito acumulativo seja o que chamamos de kafkiano, que não é gracioso. Eu não posso ler com prazer autores que não tenham sentido de humor." De Salman Rushdie, no Portal TERRA MAGAZINE. http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3491465-EI6595,00.html Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 15h38min Entrevista/ Fávio Wanderley Isso quer dizer que o toma-lá-dá-cá é inerente à política? Na democracia político-eleitoral, sim. E num país como o nosso, em que o eleitorado é precariamente educado e desatento à política, não há razão para presumir que o povo vá se orientar com alguma sofisticação na hora de votar, avaliando os políticos a partir de um diagnóstico preciso do País. Isso é papo de intelectual. E não é assim em lugar nenhum do mundo. Do professor emérito da UFMG, Fábio Wanderley Reis em entrevista ao Aliás, do ESTADÃO. http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup324174,0.htm Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 15h26min JAIME ADOUR (e documentário) Caro Tácito e colaboradores do SP, Recebi o seguinte e-mail da produtora de documentários Chica Mendonça (São Paulo) - que me localizou por orientação de Xico Sá. Peço que, se alguém dispuser de alguma informação, repasse-me, para colaborar com a iniciativa descrita: "Oi Livio, Tudo bem? Sou produtora de documentários, estamos fazendo um doc tv, programa a ser exibido na Tv Cultura. O nome do filme é O Rei do carimã, dirigido por Tata Amaral, conta a história de seu pai, que comercializava algodão nos anos 40/50 Fizemos uma leitura na biblioteca do Museu Paulista (no Ipiranga) de um techo do livro "Salvador Piza: o homem e o lavrador', escrito por Jaime Adour da Camara. O Salvador é tio da Tata e queremos colocar trecho da leitura no filme. Para isso, precisamos da autorização da família ou detentor dos direitos do escritor. Será que você poderia me ajudar a localizar o Jaime Adour da Camara? (...) Muito obrigada e espero que até breve. Atenciosamente, Chica Mendonça Produtora" ********** Pelo que me consta, o Jaime Adour é falecido. Mas, se alguém dispuser de informações sobre a família, repassarei à Chica. Desde já, agradeço! Lívio Oliveira Data: 17/02/2009 - Horário: 14h27min Jairo Direito de Pergunta: E por que esse tal de Serejo não escreveu a matéria para o Jornal de Hoje, se ele conhecia a história do cara? Carlos Borges Data: 17/02/2009 - Horário: 14h26min Jornalismo Gutural! Não considerei correta a abordagem de Serejo sobre o assunto "Jairo/Kriterion"! Acredito que os papéis dos jornalistas que cobriram o passamento da Kriterion foram coerentes e lógicos diante do fato recente e ainda presente (face ao luto que perdura, inclusive com certa morbidez [humor?], no site do meu amigo Jairo). Sentime bem informado, lendo as matérias de Sérgio e Michelle e acho que eles tiveram o "olho" para o acontecimento recente e suas causas e consequências relativas a nossa província em crescimento. Até me surpreendi com a ampla cobertura - nos jornais locais - que a finada loja recebeu, em se tratando dos objetos que expunha: o livro e a cultura. Acontece que resta evidente que os comandos dos jornais locais não acreditam no assunto "jornalismo cultural" como algo que venda e interesse os leitores. A prioridade de quase todos, quando se trata do tema, é dar espaço magnífico ao colunismo social, algumas vezes travestido, mas sempre medíocre e rasteiro. Acredito que a alternativa melhor para quem busca cultura está mesmo na internet e em sites como este, como o de Alex Gurgel, o blog de Alex de Souza, do próprio Sérgio, dentre outros poucos. Realisticamente, fora das redações dos jornais, que têm suas limitações bem conhecidas, inclusive frente às regras capitalistas de concorrência, é o espaço virtual que nos cabe buscar. Inclusive, porque iniciativas outras como as das revistas Brouhaha e Preá estão, ao menos aparentemente, congeladas. Retornando, por derradeiro, ao deslocamento do objeto das matérias para a figura de Jairo (que se daria em detrimento da cobertura do "sebicídio"), considero indevido para aquele momento, mesmo acreditando que Jairo é personagem a merecer atenção em muitas outras matérias - que deverão vir por aí. O resto são gritos e sons desesperadamente guturais e alguns autopromocionais. Abs. Lívio Oliveira Data: 17/02/2009 - Horário: 14h25min Jornalismo Ei, Tácito, passo para avisar que estamos com uma contribuição muito valorosa do estudante Conrado Carlos lá no Nominuto, com um blog sobre uma viagem que ele faz por Cuba. Os textos são bacanas e as fotos demoram um pouco pra chegar por causa da lentidão da internet,mas estamos tentando resolver essa bronca. Ah, o endereço (http://www.nominuto.com/blog/cartas-de-cuba/) Abraço. Alex de Souza Data: 17/02/2009 - Horário: 08h49min Peu d'élegance Tácito: Lendo a nota que vc reproduziu sobre o ambiente edílico de Natal, lembrei da velha expressão francesa, um pouco modificada: décadence avec peu d' élegance. Abraços: Marcos Silva Data: 17/02/2009 - Horário: 08h49min Racismos brasileiros e sofística da Imprensa Caros amigos: Dia desses, um colunista da FSP lembrou que os afro-descendentes nos EEUU, cujos antepassados foram escravos, vivem melhor que os africanos que ficaram em seu continente de origem. Conclusão: até que a escravidão teve um desfecho legal - afinal, um afro-descendente preside os EEUU! Pensei dois cenários como exercícios argumentativos: 1) Muitos israelenses vivem melhor que seus antepassados na Europa préNazismo. Alguem concluiria que o Holocausto teve um desfecho legal, via indenizações pagas pela Alemanha e apoios financeiros de vários outros países? 2) Muitos nisseis, no Brasil, vivem melhor que seus antepassados forçados à emigração no início do século XX. Alguém concluiria que a miséria da imigração teve um desfecho legal, apesar da neo-miséria dos dekaseguis? No sofisma sobre os afro-descendentes dos EEUU, o comentarista ignorou solenemente mais de um século de lutas daquela comunidade por seus direitos. Agiu como se sua situação atual derivasse naturalmente da experiência norteamericana. Os sofrimentos alheios são solenemente desprezados em função de um suposto final feliz. Precisamos reler o diálogo "Sofista", de Platão. Umas pitadas dos "Pensamentos", de Pascal, e do "Cãndido", de Voltaire, também cairão bem. Abraços: Marcos Silva Data: 17/02/2009 - Horário: 08h48min Começou o choque de gestão da prefeita Finalmente começou o "choque de gestão" prometido pela prefeita Micarla de Souza, que a levou a visitar vários estados em busca do modelo ideal. Começou, claro, por seu gabinete. Confiram as notas que saíram hoje na coluna de Jota Oliveira, na Tribuna do Norte: Elegance A sala da prefeita esta completamente reformada, com papel de parede em tom de prata, luminárias pretas sobre a mesa de trabalho, assim como as poltronas. As mesas de jacarandá, raríssimas, foram conservadas pela arquiteta. O hall do Palácio recebeu mesa redonda, decorada com vaso de flores naturais. A prefeita Micarla de Sousa, como adora flores naturais, tem ao lado da sua mesa, um vaso de murano com lírios brancos, sua flor predileta, perfumando todo o ambiente. Categoria Toda cutelaria da gabinete foi renovada e servirá à Prefeita e seus convidados. O pedido foi de charme e discrição. Micarla de Sousa determina que seus convidados sejam bem tratados e para isso, servirá seus almoços em pratos personalizados com borboletas estampadas, taças altas verdes em um jogo americano branco. Para os lanchinhos, fruteiras e boleiras em porcelana. Chique, muito chique. Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 08h36min ENTREVISTA/Suzana Herculano-Houzel Postei extensa entrevista da cientista carioca Suzana Herculano-Houzel dada ao Programa Roda Viva, em que ela fala das descobertas da neurociência relacionadas a doenças como Parkinson e Alzheimer e ainda explica o que se sabe, até agora, sobre o funcionamento do cérebro. Enviada por Tetê Bezerra. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 17/02/2009 - Horário: 08h22min Ainda sobre o Jornalismo (?) Cultural Michelle, se você acha a tragédia de ser repórter solitária no Viver complicada, imagine fazer cultura e cidades ao mesmo tempo, além de fuçar sozinho as próprias pautas e dar uma olhada rápida na página antes de mandar pra gráfica, como eu faço no JH Primeira Edição... Realmente, fazer jornalismo cultural (?) nessa cidade é coisa pra Quixote. Com todos os problemas já identificados aqui, é claro que os cadernos não poderiam ser irrepreensíveis. Enfim,existe uma série de questões complicadas, e que envolvem a importância que o RN e seu povo dão à cultura, que desaguam tanto na qualidade dos cadernos, e páginas de cultura, como no fechamento da Kriterion, por sua vez o motivo de todo esse moído. No mais, acho que não cabe pôr a conta da fatura nas costas de Sérgio Vilar, Michelle Ferret, Daniela Pacheco, Ramilla ou mesmo nas minhas costas, para ficar nos repórteres das publicações mais conhecidas. A crítica de Serejo, que até poderia ser aproveitada em essência, soou grosseira. Não há remédio, a não ser continuar trabalhando. Ps: Parabéns pelas matérias, Sérgio e Michelle. Isaac Lira Data: 17/02/2009 - Horário: 07h56min Jornalismo cultural Olá Tácito, Ponto pra Sérgio Vilar que tratou do assunto "jornalismo cultural" e referiu-se ao artigo de Serejo com racionalidade, elegância e uma saudável dose de humildade. Michelle Ferret, por outro lado, parece ter escorregado numa poça de bile, com um resultado sofrível. Não me surpreenderia, se ela mesmo estiver lamentando agora sua reação atabalhoada. A propósito, não conheço nenhum dos dois pessoalmente. Faço apenas um comentário de leitor. Abraço, Chico Moreira Guedes Data: 16/02/2009 - Horário: 23h59min Criação versus evolução: a batalha pela verdade Postei em PROSA o texto ―Criação versus evolução: a batalha pela verdade‖, enviado por Tales Costa, em que Steve Herzig e Lorna Simcox contestam as opiniões do biólogo britânico Richard Dawkins, autor de ―Deus, um delírio‖. Tácito Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 23h54min Que jornalismo cultural? Não sinto que ocorra jornalismo cultural nos diários do RN, nem de lugar nenhum do Brasil, com raras exceções aqui e ali. O que temos é um agendamento do mercado cultural nas redações. Faz tempo que as redações são regidas pela agenda de shows, espetáculos, eventos sazonais, etc. Experimente escrever um livro e não fazer lançamento. Logo os jornalistas dirão que "precisam de um gancho". E que o gancho optimum é o lançamento numa livraria do shopping, etc. Além disso, os cadernos de Cultura não passam de um saco-de-gatos para tudo o mais: Colunas Sociais, Horóscopos, Palavras-Cruzadas, Resenhas, Programação de Novelas, menos o óbvio: leitura e pensamento. É por isso que o melhor jornalismo cultural do RN, me perdoem os incautos, é feito neste espaço meiolaranja-meio-não do Tácito. Mas queria saber: De que jornalismo cultural estamos falando mesmo? Daquele praticado pela ex-Preá, o saudoso Galo, ou àquele do dia-a-dia da Tribuna ou do Diário, quiça della Gazzeta d'Oggi? Não sei se a terra de Cascudo carece de bons jornalistas culturais. Acho que não. Serejo, Tácito, Marize, Ailton, Moisés, Carlão, Isaac, tantos, cada qual com seu estilo e sua marca. Quando Serejo assume rapidamente o papel de ombusdman do jornalismo cultural, apontando uma falha (vista daqui como correta, "esqueceram o personagem da notícia") pelas outras editorias do Diário e da Tribuna, o que ele faz é contribuir para a melhoria da própria editoria no Jornal de Hoje, ou não é assim? Ou ainda - já que é influente com Micarla -, na própria cidade do Magos. Por exemplo: o que será que Micarla anda lendo? Qual foi o primeiro livro que ela leu ao assumir a prefeitura? Isso Serejo poderia nos informar também. O que Michelle Ferret diz é forte: com todas as letras (e aspas) diz que o jornalismo cultural é pobre porque os jornalistas da terrinha são igualmente pobres. ―A pobreza dos jornalistas "ditos" culturais dessa cidade é puro reflexo da "riqueza" do lugar.‖ Mas não acho que esses "ditos" aí sejam com vc, Tácito. Acho que não existe jornalismo cultural p.q. todo jornalismo é, por si só, cultural já que toda informação possui naturalmente seu composto simbólico, imaterial, signico. Bom, deixa essas divagações teóricas pra lá. Depois que fiquei sabendo, aqui neste espaço que a prefeita disse: "O POVO FEDE", digase, o povo de Felipe Camarão, pediria amanhã mesmo aos meus repórteres que me trouxessem uma matéria sobre perfumes populares, outra sobre o dia-a-dia de uma vendedora da Avon ou da Natura na periferia, e uma matéria especial, para Domingo, com a lista dos perfumes, os desodorantes e os cremes que a prefeita adota. Por fim, uma retranca sobre a venda de ventiladores para o povo pobre, claro, no governo Lula. Gustavo de Castro Data: 16/02/2009 - Horário: 23h41min Jornalismo cultural e debate Caros amigos: Tenho acompanhado os posts sobre jornalismo cultural. Os problemas levantados, em diferentes direções, são relevantes. Quero acrescentar que não é um problema apenas local. Grandes jornais e revistas de circulação nacional também ficam a desejar na área (e noutras áreas, claro). Os critérios de mercado são endeusados: um filme que tem milhões de espectadores rende uma atenção que excelentes filmes menos vistos não merecem nem de longe. Gerou-se uma cultura de celebridades que reflete quase nada (ou nada mesmo) sobre conteúdos. Tácito tem toda razão quando evoca a diversidade introduzida pelos blogs e congêneres. Sem esquecer do sempre eficiente meio da conversa direta. Abraços: Marcos Silva Data: 16/02/2009 - Horário: 23h38min jornalismo cultural É verdade Tácito, concordo com você que o jornalismo cultural da cidade está fadado aos vícios antigos e perpetuados à precariedade material e financeira oferecidas pelas redações. Essa é uma discussão profunda e uma triste realidade. Acho importante sim que venham as críticas em cima dos jornalistas dos cadernos de cultura, mas falta sensibilidade em observar essa realidade. O jornalismo cultural aqui na verdade não existe. Existe sim um jornalismo de serviço. Nos jornais de Recife, Salvador, São Paulo e Rio as equipes são formadas por até 9 repórteres específicos para escrever cinema, música, literatura..etc. Aqui nós - falo por mim e pelo que sei dos outros jornais da cidade - existe apenas um repórter para acompanhar toda a cultura. A gente que escreve para o caderno precisa se virar e escrever sobre literatura, música, cinema, gastronomia, moda, dança, teatro, artes visuais e ainda extrapolar todos os horários que restam para dar conta de assistir tudo o que passa na cidade. Escrever num mesmo dia sobre um livro importante que está sendo lançado, uma exposição de um artista plástico e por fim escrever uma crítica sobre um filme que acabou de ser lançado. É uma carga que ninguém vê, mas que nós carregamos por amor. Eu pelo menos tenho muito prazer em entrevistar cada ser humano, cada artista que sobe na redação ou quando vou a qualquer lugar, tento me despir de qualquer fôrma para me entregar aquela história específica, mesmo que seja por horas a fio. No caso da livraria, são inúmeras as matérias que temos sobre a importância de Jairo, mas ali estávamos para discutir e mostrar o fim da quinta livraria em menos de seis meses. Fico realmente triste quando comentários como o de Serejo chegam de forma agressiva, colocando-nos num saco amarrado sem sentido nenhum em existir. Perdoem o jeito que escrevi o texto abaixo, mas tem horas que precisa de muito sangue frio para continuar vivendo nessa cidade. Michelle Ferret Data: 16/02/2009 - Horário: 23h37min Sobre jornalismo cultural Vicente Serejo, Michelle Ferret e Sérgio Vilar escrevem sobre o jornalismo cultural praticado pelos jornais impressos da cidade. Acredito que eles e as torcidas do ABC e América concordam que este jornalismo poderia ser melhor. Não é menos verdadeiro, contudo, que se isso não acontece se deve menos à qualidade dos profissionais que o fazem e muito mais a vícios antigos e perpetuados e à precariedade material e financeira oferecidas pela redações. Por sinal, situação idêntica às das outras editorias. Confesso que não entendi direito a frase de Michelle: ―A pobreza dos jornalistas "ditos" culturais dessa cidade é puro reflexo da "riqueza" do lugar.‖ Gostaria, se possível, que ela fosse mais explícita. No meu entendimento, da forma como está pode gerar mal entendido. Não acho que tudo deva perecer sob o peso dos egos de uma minoria e nem que só exista um escritor. Acredito que ela esteja se referindo a Cascudo. O mundo mudou, o jornalismo cultural também. Se foi para melhor ou pior depende do ponto de vista de cada um. Para mim, por exemplo, mudou para pior. A boa notícia é que o jornalismo cultural hoje não se resume ao dos jornais impressos. Quem tem computador e interesse pode até prescindir do jornalismo cultural feito pelos impressos ou mesmo usá-lo como complemento às leituras online. O jornalismo cultural morreu! Viva o jornalismo cultural! Tácito Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 20h38min Um ano sem Regis Eu o via alegre Correndo Forte Lendo sempre Escrevia Amigo de todos Profissional competente Cheio de vida Namorador Freqüentador de livrarias Leio o artigo do Washington Belo artigo Aquariano como eu Dia 08 de Fevereiro Mataram meu amigo Há um ano mataram Vejo sua foto Como dói João Regis Meu xará Amigo Eles matam sempre Sem distinção Irmã Dorothy Chico Mendes E milhares de outros Nenhum culpado Nenhum culpado Nenhum culpado Nenhum culpado Nenhum culpado ATÉ QUANDO!!!!! Jota Eme Data: 16/02/2009 - Horário: 18h09min BRAVO Meu caro João & demais amigos do Substantivo: Deixei de comprar a Bravo! quando eles publicaram a ridícula edição especial sobre música erudita. Tudo bem, gosto é gosto, e toda e qualquer listagem de 10, 20, 50 ou 100 "Mais" tem seus problemas. Mas a Bravo! se excedeu na matéria em pauta. Um horror, para ser generoso com a Bravo-Caras-Veja. Um abraço. Moacy Cirne Data: 16/02/2009 - Horário: 18h09min Bravo sempre foi presunção Caro João da Mata: A revista "Bravo" sempre foi abaixo de abaixo, a começar pelo raivoso colaborador Olavo. Aquela programação das maiores cidades do mundo (concertos, espetáculos, exposições) tinha mais cara de tópico para conversa de gente desocupada que outra coisa. Uma matéria ou outra melhor não salvava um projeto desde sempre de exibicionismo medíocre. Lembro de um velho comentário na velha revista "Mirante das artes": revista boa não depende de papel espetacular, mas do conteúdo impresso. Agora: em respeito aos pobres, melhor não chamar aquele revistinha de pobre. Vamos colocá-la em seu devido lugar: nula. Abraços: Marcos Silva Data: 16/02/2009 - Horário: 18h06min Racismos @ racismos Caros amigos: Algumas afirmações de Ali Kamel sobre a inexistência de racismo no Brasil parecem piadas de mau gosto. Dizer que os (as) brancos (as) não se misturavam com as (os) negras (os) nos EEUU é desatino: misturar, misturavam MUITO, agora não assumiam minimamente a prole nem idealizavam o resultado da mistura. E no Brasil, misturavam, assumiam simbolicamente mas relegavam (e, em larga escala, ainda relegam) o coletivo de outra cor à sarjeta. Um clássico mundial do racismo, Gobineau, foi amigo pessoal e correspondente de Pedro II e se referiu a exemplos brasileiros. Existe vasta literatura de intelectuais brasileiros com teorias racistas explícitas - os melhores, como Euclides da Cunha e Sylvio Romero, vão muito além do racismo. Será que Kamel nunca leu Oliveira Viana? Agora, não foi Kamel quem inventou a crítica às políticas afirmativas raciais no Brasil. Desde que elas começaram, são duramente criticadas por gente séria das universidades que defendem critérios outros de afirmação social, que abrangerão, evidentemente, pessoas de múltiplas cores. Aconselho Kamel a assistir às novelas e aos outros programas do canal onde ele trabalha. O racismo começou a diminuirnessa programação, apenas nos últimos anos mas ainda pode ser encontrado. Paulo Francis, que tinha a língua maior que a sala da casa onde morava, diz no romance "Cabeça de papel" que um riquíssimo empresário do setor de comunicações (sugere ser o Roberto) escondia a mãe negra do público. Sim, é fofoca mas... Abraços: Marcos Silva Data: 16/02/2009 - Horário: 18h05min O Carnaval do Lourival O bar do Lourival comemora o seu nono ano de carnaval, com muita alegria e grande orquestra. Em se tratando de Natal uma glória. Lourival e seu bar histórico, também longevo numa cidade tão transitória. Lourival não está presente, mas a sua família dá conta do recado. A cerveja é quente para o meu gosto. O caldo de mocotó estava ótimo. Depois no frevo, só cerveja em lata. Piorou. Antes de começar tocar a orquestra, toca um rapaz o seu violão eclético. Percebese a sua predileção por Roberto Carlos. Um outro colega chega e toca a sua gaita. Conheço todos, mas não sei os nomes. Na mesa ao lado da minha tem um colega há muito aposentado da UFRN. Com ele está a rainha do carnaval do Lourival. Simpática, torce o pé quando subiu ao palco no meio da rua. Dança pulando numa perna só. A platéia inicial mais parece o bar do coelho. A idade é avançada e a alegria não é menor. A musica? A mesma de sempre. Parece que nada mudou. As grandes marchinhas das décadas de 30 e 40 do século passado. O rei momo do Lourival passa para dançar com algumas columbinas soltas Sinto uma certa tristeza com aquelas músicas. Uma fila de cadeira no meio-fio vai lentamente tomando conta da rua. Depois não passa na avenida. A rua é tomada. Muitos amigos presentes. O carnaval é mesmo democrático. A média de idade diminui. A animação é contagiante. Ao redor dos foliões muitas barraquinhas vendendo churrasquinhos e outros comes-e-bebes. A cerveja continua quente. A minha amiga Lourinha me empresta uma máscara para tirar aquela do dia-a-dia. A irmá do Celso toma num copo que ninguém sabe quantas. O Celso traz a sua burrinha. Gostei dela. Danço um frevo. Me abraça o meu amigo pintor aquariano. Ao lado, Odaires. De longe aceno para o Reinaldo. Mijar, naqueles baheirinhos químicos. A orquestra pára muitas vezes. Será porque os foliões não agüentam. Quando encaixo um passo, mais uma pausa. È hora de ir embora e tomar uma cerveja bem gelada em outro lugar. O carnaval do Lourival é uma brasa, mora! Nem pude comprar a camisa. Quando cheguei já n ao tinha mais. Vou ficar só com a lembrança das músicas e com a certeza de que no próximo ano será tudo igual. Evoè Lourival, João da Mata Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 13h05min Jornalismo dito cultural Se todas as matérias tivessem o olhar que o leitor deseja, não precisaria escrevêlas. Nem mesmo os poemas precisariam ser escritos. Nem crônicas, artigos, nada. A pobreza dos jornalistas "ditos" culturais dessa cidade é puro reflexo da "riqueza" do lugar. Um lugar amaldiçoado por não existir ninguém bom, porque o EGO das pessoas são maiores do que os próprios olhos que cansados de olhar enxergam apenas seus umbigos gigantes, que parecem rios inteiros afundando barcos, naufragando esperanças. Essa cidade merece que as livrarias inteiras se fecham e que nenhum artista tenha o merecido reconhecimento. Essa cidade merece também que os intelectuais só se preocupem em acabar com o futuro dos outros, porque o próprio não existe, já afundou no rio de vez... naufragou. Naufragados somos todos nesse mar que é Natal... nessa cidade aparência onde as pessoas adoram exibir suas ―riquezas‖ e esquecem de abraçar uns aos outros, porque se cortariam. Aqui não existe mais ninguém além de um só escritor. É uma maldição. Maldição também é a roda de moer gente que não se cansa. Ninguém pode ir além, nem tentar enxergar com lentes de aumento porque os óculos precisam estar embaçados uma vida inteira. Michelle Ferret Data: 16/02/2009 - Horário: 13h04min BRAVO: uma porcaria Meus colegas, Voces ja viram a miséria jornalística e cultural em que se transformou a revista Bravo. Cada vez mais parecida com aquela; VEJA. Matérias pobres e de uma torpeza atroz. Leiam a matéria sobre o meu querido John Lennon. Não aceitem sugestão nenhuma em matéria cultural dessa revista pobre. Bem as CARAS de nossa miséria cultural e intelectual. João da Mata Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 12h07min "Não somos racistas" O diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, escreveu um livro interessante: "Não somos racistas". A tese de Kamel é simples: diferente dos EUA, onde existiu sim o racismo, pois lá os brancos sexualmente não se misturaram com os negros, haviam leis que discriminavam negros de estudarem em escolas de brancos, frequentarem restaurantes de brancos, teve a KKK etc. no Brasil, ao contrário, houve a miscigenação, não houve leis, depois da abolição, apartando pela cor da pele etc. (Kamel segue aquela tese do Gilberto Freyre, que, no entanto, não negam o preconceito -- este, sim, ainda hoje existente, inclusive noutras áreas sociais, por outros motivos). Kamel vai além, e critica muitos pesquisadores da academia, assim como alguns órgãos do governo, que colocam no mesmo índice populacional os negros e os pardos, apresentando todos somente como negros, totalizando uma inevitável maioria da população "negra". Para Kamel, há muitos brancos pobres e analfabetos, que perambulam pelas ruas, e vivem em condições piores que alguns negros e muitos pardos. Assim, conclui o autor, o corte a ser feito deveria ser não pela cor da pele, mas pela condição social. Por exemplo: o cara a ser ajudado a entrar na universidade deveria ser pelo nível de pobreza em que se encontra, e não pela tez que carrega no corpo. Assim, os negros, historicamente postos nas classes subalternas, seriam resgatados -- e com eles aqueles outros que também ali se encontram, independentemente da cor da pele. Concordo em grande medida com o Kamel. Francisco Duarte Guimarães Data: 16/02/2009 - Horário: 10h05min Comunicação, literatura e fotografia Postei em PROSA os textos ―Um problema comum a todos‖, ―Um romance pelo avesso‖ e ―Cartier-Bresson: o olhar do século 20‖, enviados por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 10h04min Jarbas Vasconcelos/Entrevista O que representa para a política brasileira a eleição de José Sarney para a presidência do Senado? É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador. De Jarbas Vasconcelos à VEJA. Enviada por Belchior Vasconcelos. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 16/02/2009 - Horário: 08h36min Muitas histórias Tenho ouvido cada história esses dias. Histórias cabeludas. Uma delas deu conta que toda equipe de marketing da campanha da prefeita votou, na verdade, em Fátima. Por diversos motivos. Um deles aconteceu um dia em que uma caminhada foi cancelada em Felipe Camarão por causa da chuva. O assessor Eugênio Bezerra interrompeu uma reunião da equipe para informar à prefeita que a chuva impediria a caminhada. "Graças a Deus! Aquele povo de Felipe Camarão fede demais", respondeu a agora prefeita. Que foi mais votada em Felipe Camarão. A terra de gente fedorenta. Poucas testemunhas dessa conversa. Uma delas me contou o fato. Como também confirmou a falta total de propostas da candidata verde. A decisão sobre propor dobrar o número de crianças atendidas no Tributo à Criança foi tomada pela equipe de redatores. Porque Micarla havia decidido falar sobre o Tributo e o Projovem. Mas não tinha o que dizer. O tal GPS, que ela diz ser seu plano de governo, dizia coisas do tipo: fazer luais para integrar estrangeiros e nativos nas praias da Via Costeira. Minha fonte também lamentou que a campanha de Fátima não tivesse usado as gravações da Operação Impacto. Deixaria a prefeita em maus lençois. Porque ali fica claro que a prefeita não liga a mínima para a cidade, mas apenas para a sua carreira política. Triste! Daniel Dantas Data: 16/02/2009 - Horário: 08h18min Delírio coletivo NA TRIBUNA DO NORTE Demolição do Machadão é aprovada pelos natalenses A frieza apresentada pela população natalense durante a passagem dos inspetores da Fifa pela cidade, que briga para ser uma das sede da Copa do Mundo de 2014 com outra 11 cidades, despertou o interesse de Paulo de Tarso, diretor presidente do instituto Consult e Presidente da Associação dos Institutos de Pesquisas do RN, que quis saber da população duas questões específicas: 1) Se os natalenses estavam informados que a cidade poderia abrigar a competição. 2) Se eles aprovavam a decisão das autoridades de derrubar o estádio Machadão e o ginásio Humberto Nesi para a construção do novo complexo esportivo para abrigar o evento. No primeiro caso, ficou comprovado que é significativo (88.33%) o percentual da população que tem conhecimento de que a capital potiguar poderá ser uma das sede da Copa. Do universo de 600 entrevistados, apenas 70 deles, ou seja, 11%, informou não saber que Natal se encontrava envolta nessa disputa. Entre os que responderam que sim, o maior grau dos entrevistados são do sexo masculino e na faixa etária entre 24 e 25 anos. ―Nós observamos que todas as candidatas receberam a comitiva da Fifa com festa, em Natal não houve isso e daí surgiu a minha preocupação. Talvez as autoridades locais envolvidas no trabalho junto a entidade souberam distinguir melhor as orientações, sabendo que a mobilização popular não acrescentaria nada neste caso‖, frisou Paulo de Tarso. Quando a pergunta é sobre a demolição do Machadão e do Machadinho, 59.50% dos entrevistados se mostraram favoráveis, 33% se posicionaram contra e 5.33 disseram ser indiferente a questão. Ou seja, o natalense vem apoiando a decisão das autoridades no projeto de modernização do parque esportivo da cidade. ―A população que é favorável não pleiteia apenas a vinda das seleções para a cidade. Eles são favoráveis a modernização dos nossos equipamentos esportivos que ficaria comparado aos dos grandes centros do mundo. Aqueles que foram contrários, alegaram que seria um investimento alto para um estado onde o futebol não é tão desenvolvido‖, frisou Tarso. Natal privilegiou apenas o lado técnico da visita A secretário de Planejamento do RN, Fernando Fernandes, se confessou satisfeito com a aprovação do natalense aos trabalho das autoridades que visam fazer da cidade um dos focos mundiais em 2014, sediando a Copa do Mundo. Ele destacou que entre mobilizar a população para realizar uma recepção calorosa aos inspetores da Fifa e privilegiar o lado técnico da visita, a comissão potiguar preferiu a segunda opção. ―Nós cumprimos rigorosamente tudo o que nos foi solicitado devido a exiguidade de tempo dos inspetores. Mobilizar a população não influiria em nada na decisão final, mas ainda assim os inspetores tiveram uma pequena demonstração da cultura do RN‖, disse. Fernandes se disse satisfeito pelo nível de aprovação do projeto de Natal e salienta que o natalense não demostrou frieza, apenas não foi convocado a comparecer as ruas. ―No momento que sair o resultado e Natal for aprovada, tenho certeza que o natalense irá fazer uma grande festa‖, salientou o secretário. Franklin Serrão Data: 16/02/2009 - Horário: 08h17min Dos cadernos culturais Quem fechou foi a Kriterion ou foi Jairo Lima? Espero que o poeta, teatrólogo e publicitário continue aberto à realização de suas atividades e, quando lançar um livro ou estrear uma peça as editoriais culturais possam publicar matéria com ele. Não foi o caso. A notícia da vez foi o fechamento da Kriterion. E as matérias, em minha humilde opinião e modéstia, deram o enfoque certo. Na matéria do Diário que escrevi e também na da Tribuna, escrita por Michelle Ferret, o foco não foi só o fechamento da Kriterion. Também procuramos comparar com o fim de outros espaços alternativos para evidenciar o desinteresse do natalense por este tipo de lugar e a preferência pela cultura superficial dos shoppings. Jairo gostou da matéria, que deu o enfoque que ele queria e ainda o citou como poeta e publicitário da maior agência do Norte e Nordeste, sem citar o nome porque não vi motivo para tal propaganda. Até colocou em seu novo site. Matéria de meia página escrita às pressas, diga-se de passagem, porque o repórter precisa cumprir obrigações também em outro emprego. Acho que Serejo escolheu o foco errado para seu artigo de algumas linhas e publicado dias depois do fato. Mas Tácito acertou em jogar o texto para este espaço. Acho que as discussões sadias deste Substantivo deveriam se voltar mais para as questões locais. Não vamos acabar com o conflito em Gaza. E os cadernos culturais, a dita ética jornalística precisam do olhar crítico de vocês. Sérgio Vilar Data: 16/02/2009 - Horário: 08h12min Do jornalismo cultural DE VICENTE SEREJO, NO JORNAL DE HOJE Esses dias, na pachorra das horas vadias, fiquei lendo as matérias de página inteira publicadas pelas editorias culturais sobre o fechamento da Livraria Kriterion, no Mercado de Petrópolis. Não estranhei todo o destaque. Pelo contrário. Uma livraria quando morre há de merecer seus réquiens. De espantar foi a pobreza de cada olhar, como se o fato econômico que fechou suas portas prescindisse de seu personagem. Como se o bom jornalismo cultural pudesse abrir mão da história humana para cair no velho ramerrão da banalidade. A Livraria Kriterion tem uma história e essa história tem um personagem formado, na publicidade e na literatura, de todas as singularidades indispensáveis a um homem incomum. Começou em Recife, com seu filho Pietro, e depois chegou a Natal. Não mais como grande ponto de encontro que foi, em Casa Forte, depois que a Livro 7 fechou, mas uma pequena livraria de livros novos e usados, com a mesma marca - aquela exclamação de cor laranja sobre um fundo lilás, requinte que denuncia a criatividade do publicitário. Comecemos do começo. Jairo Lima é um dos mais eruditos poetas de sua geração, no Recife, autor de um livro lançado por uma editora que consagra os nomes da poesia no Brasil e traduz a melhor poesia do mundo, a Iluminuras. Seu 'Livro das Árias e das Horas & Pequeno Livro das Nuvens', com longo prefácio, quase ensaio, de Mário Hélio, poder ser a medida exata da magnitude da desinformação e insensibilidade dos repórteres ditos culturais. É pior: o desastre não acaba ai. É bem mais grave por sua própria magnitude. Além de poeta - escrevo sem detalhes, ao correr da pena, como diria José de Alencar, o antigo - Jairo é um autor que embora Nordestino, de Triunfo, é premiado nacionalmente como teatrólogo. É dele a peça 'Cancão de Fogo' que recebeu o Prêmio Matarazzo; 'Lampião no Inferno' numa montagem que contou com Madame Satã no papel de Satanás; e 'Ilustríssimos Senhores', premiada e publicada pelo então Serviço Nacional de Teatro, SNT, com edições esgotadas, mas que só o desinformado não ousa ao menos perguntar. Como publicitário também é premiado no Brasil e no exterior. Foi um dos quatro sócios da então maior e mais consagrada agência de publicidade do Nordeste, a Ítalo Bianchi, onde durante trinta anos foi diretor de criação. Recebeu o Prêmio Colunista do Norte e Nordeste; do Festival de Filmes Publicitários de Nova Iorque, e Profissionais do Ano, nacional, da Rede Globo. Nos EUA foi laureado com um filme sobre o lixo, na gestão do prefeito Jarbas Vasconcelos; e, em Cannes, foi um dos finalistas do seu grande festival. Tem um livro inédito, de poesias - 'Livro da Sétima - Danças'. Composto de sete capítulos, um para cada dia da semana, cada um com sete poemas. Nada disso as matérias culturais levaram aos leitores, esses pobres enganados que, como este cronista, se alimentam do pão e do leite do jornalismo. Ora, Jairo Lima é um poeta, um inventor de mundos. Jamais um prisioneiro da desinformação e insensibilidade de um falso jornalismo cultural que não sabe perceber o personagem das histórias que escreve e publica para os leitores. Tácito Costa Data: 14/02/2009 - Horário: 18h24min Charles Darwin ―O ponto comum é a ampla comprovação experimental de suas ideias, ainda que em graus diferentes de uma disciplina para a outra. Darwin deixou claro em A Origem das Espécies que esperava que muito trabalho metódico seria feito para confirmá-la – além do que ele mesmo fez, razão principal pela qual demorou 30 anos para publicar sua teoria em livro. E foi o que aconteceu. A maior controvérsia, porém, é sobre sua aplicação para o estudo do comportamento humano. Em autores como Edward Wilson, trata-se apenas de uma questão de tempo para que se possa explicar 100% materialmente os traços da psique.‖ De Daniel Piza, em seu blog no Estadão, sobre Darwin. http://blog.estadao.com.br/blog/piza/ Tácito Costa Data: 14/02/2009 - Horário: 18h18min Kennedy e Marilyn Seu livro traz alguma novidade sobre a morte de Kennedy? Não, nenhuma. Mas traz novidade sobre sua vida: era um homem cuja moralidade era inexistente. Ele foi criado por um homem crente que o dinheiro podia comprar tudo e que seus filhos eram de uma casta superior. Um pai simpatizante do nazismo, além de gângster. Ele legou valores desvirtuados aos filhos. E suas filhas não eram nada. Quanto à morte do JFK, penso que houve uma diabólica aliança entre os exilados cubanos e a plebe. No mês anterior, houve dois atentados contra a sua vida, com o mesmo modus operandi: um atirador com experiência cubana e, à sombra, um grande chefão da máfia, provavelmente Carlos Marcello. Do romancista e crítico de cinema francês François Forestier, autor de ―Marilyn e JFK‖. NO ESTADÃO http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090214/not_imp323663,0.php Tácito Costa Data: 14/02/2009 - Horário: 18h04min Milton Hatoum ―Para ele {Milton Hatoum}, a noção de regionalismo virou algo datado e deve ser contestada, porque pressupõe que exista em oposição a um romance central. "Kafka era da periferia, Flaubert, da província, García Márquez, também do interior. O que interessa é o que o escritor faz a partir de um centro simbólico, de um chão histórico." (FSP.) De Milton Hatoum. Em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 14/02/2009 - Horário: 18h03min Tocando em frente (com gratidão)! Fico grato pelas palavras de Tácito e pela amizade e sensibilidade de Gustavo de Castro, inclusive porque com ele fiz uma de minhas melhores entrevistas. Vou ver se consigo publicar o livro ainda neste ano, e, enquanto trabalho nisso, penso em dar continuidade às entrevistas. Ainda há excelentes nomes a serem provocados. Cito, por exemplo,dentre alguns mais próximos: Rodrigo Levino, Carmen Vasconcelos, Iracema Macedo, Lisbeth Lima, Iara Carvalho, Carlos de Souza, Mário Ivo, Napoleão de Souza, o próprio Tácito, Nivaldete, Francisco Sobreira,Eli Celso, etc. Depois (ou simultaneamente) dessa série com escritores, deverei entrevistar pessoas de outros setores da cultura: das artes plásticas, teatro, música... Abraços! Lívio Oliveira Data: 14/02/2009 - Horário: 17h31min O delírio é generalizado "A estimativa de gastos do Rio para promover os Jogos Olímpicos de 2016 é a maior entre as quatro cidades que disputam a fase final de indicação pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O orçamento oficial, divulgado ontem, prevê gastos de R$ 29,5 bilhões (em infraestrutura urbana, construção e reforma de instalações esportivas, além de custeio do comitê organizador), quase oito vezes o que foi investido para tirar o Pan 2007 do papel (R$ 3,8 bilhões). O custo do projeto brasileiro, que prevê inclusive reformas e ampliação de instalações usadas no Pan, fica próximo do orçamento que Londres, que será a próxima sede das Olimpíadas (2012), atualizou na semana passada. Os ingleses planejam gastar R$ 30,7 bilhões. O valor é o dobro do previsto quando ganhou a disputa, há quatro anos." Enquanto isso, a saúde, a segurança, o saneamento, a educação, a miséria no país está no patamar que todos você já sabem. Antes o RJ já havia gasto mais de 3 bi com o Pan. Autor de propostas como essa tinha era de ser preso e levar uma boa surra de urtiga. Tácito Costa Data: 14/02/2009 - Horário: 10h33min Os Dois Lobos Uma noite um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas. Ele disse, "Meu filho, a batalha é entre dois "lobos" dentro de todos nós. Um é Mal. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade, e ego. O outro é Bom. É alegria, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé." O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô: "Qual lobo vence?" O velho Cherokee simplemente respondeu: "O que você alimenta." Tetê Bezerra Data: 14/02/2009 - Horário: 10h14min O livro de Lívio Lívio, parabéns por seu livro, ele é bem mais do que testemunhos, entrevistas e diagnósticos da literatura e da cultura contemporânea. Ele é um pouco da multiplicidade e da curiosidade que vc acalenta. Abraço e obrigado por ter me colocado sob foco, no bojo dos seus entre-avistados. Gustavo de Castro Data: 14/02/2009 - Horário: 10h04min O dia de Darwin "O que realmente separa criacionistas de evolucionistas é a idéia de finalidade da evolução." De Pablo Capistrano, em PROSA. Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 19h50min Montaigne NO SITE DA FALECIDA KRITERION, AGORA ECTOPLASMA: http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx Ignorância Sábia Michel de Montaigne "Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber é parte — e parte ínfima — da nossa ignorância." Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 17h43min Borges e os peronistas "Os peronistas não são bons, nem ruins... são incorrigíveis." A frase é do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), que tinha com os seguidores do general e presidente Juan Domingo Perón uma relação de elevada tensão. Em 1946, para humilhá-lo - e tentar calar sua refinada ironia com o novo governo - os peronistas removeram Borges de seu posto de diretor de biblioteca e o designaram "inspetor de galinhas e ovos" em feiras públicas. Nos anos seguintes, o peronismo colocou sua irmã e mãe na cadeia.‖ NO ESTADÃO http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090213/not_imp323213,0.php Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 17h26min Lêdo Ivo ganha Prêmio Casa das Américas ~"O livro de poemas "Réquiem", do escritor alagoano e imortal Lêdo Ivo, venceu a categoria literatura brasileira na 50ª edição do concurso literário Casa das Américas, cujos resultados foram anunciados anteontem. Em romance, o ganhador foi o boliviano Claudio Ferrufino-Coqueugniot, por "El Exilio Voluntario". Nesta edição, mais de 600 obras da América Latina e do Caribe concorreram ao prêmio." (FSP) Gosto da poesia de Lêdo Ivo e parece-me que ele, espremido entre outros grandes poetas, como Drumnmond, Vinícius, Bandeira e João Cabral, seus contemporâneos, acaba sendo esquecido ou muito pouco citado. Creio que ele merece um pouco mais de consideração. Talvez não se ombrei aos quatro citados, mas ainda assim, faz poesia de qualidade. Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 16h18min “Verequete – o mestre do tambor” Postei em PROSA o texto ―Verequete – o mestre do tambor‖, assinado por João da Mata Costa, em que ele escreve sobre Augusto Gomes Rodrigues, Verequete, um dos ícones da cultura paraense. Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 15h39min Aprovação da Academia! Caro Tácito, É com prazer que venho informar que, tendo apresentado ao Conselho da Editora da UFRN o volume com as mais de 40 entrevistas que realizei originariamente para este Substantivo Plural, obtive parecer de APROVAÇÃO subscrito pelo douto professor Humberto Hermenegildo de Araújo. Num dos trechos de seu parecer, o nobre professor Humberto Hermenegildo frisa: "...considerável material com amplas possibilidades de aproveitamento em pesquisas sobre vida literária, sociologia da literatura e literatura comparada, de interesse para a área de Letras. Os entrevistados têm representatividade e visibilidade nos meios acadêmicos e literários nacionais e locais, e há vários pontos de vista significativos para a compreensão da cultura brasileira na atualidade." Tácito, como esse livro é praticamente um produto da minha colaboração com o seu site, quero renovar o meu pedido - solicitando sua pronta resposta afirmativa (!) - para que você escreva um texto introdutório a se juntar àquele de Xico Sá e a uma apresentação/justificativa que também farei. Abraços(aguardando resposta)! DO EDITOR Parabéns Lívio. A qualidade das entrevistas é inquestionável e a edição, aprovada por Humberto, coroa isso. Quanto ao texto só posso fazê-lo no decorrer de março devido a um trabalho freelancer que peguei recentemente. Abraço! Lívio Oliveira Data: 13/02/2009 - Horário: 15h33min Prostituição e trabalho Caros amigos: O tema da prostituição é muito delicado. Para encarar essa atividade como opção, é necessário pensar nas alternativas - às vezes, penso que não existem num mercado de trabalho com salários de ficção. Tratando-a como trabalho, precisamos definir direitos das trabalhadoras (e dos trabalhadores: existe muita prostituição masculina!), proibição de trabalho infantil (não é moralismo, é necessidade de formação física, psicológica e intelectual). Prostituição não se confunde com direito à sexualidade. Prostituição é trabalho (prestação de serviços sexuais), o que engloba proteção à saúde e à integridade de prestadores e clientes. É claro que não apenas as prostitutas e os prostitutos precisam dessas garantias: elas são necessidades de qualquer trabalhador. E o mercado dito informal de trabalho despreza solenemente direitos. E é bom não pensar que cada prostituto ou prostituta é um pequeno empresário: a maioria é assalariado ou menos, escravidão existe nesse campo (como em tantos outros - indústria de confecções em São Paulo, trabalhadores rurais pelo Brasil todo, etc), deve ser sempre combatida. Abraços: Marcos Silva Data: 13/02/2009 - Horário: 15h21min Prostituição e histeria O Caderno MAIS, da FSP, trouxe recentemente uma entrevista com Laura Agustín, autora de ―Sexo nas Margens – Migração, Mercado de Trabalho e a Indústria do Resgate, em que ela critica a vitimização e criminalização das prostitutas migrantes. Para a socióloga o correto seria enquadrá-las no perfil de migrantes ilegais do que de escravas. E acrescenta que uma parte dessas mulheres não quer ser resgatada, fizeram uma opção, entre tantas outras, e querem permanecer vendendo prazer. Ela culpa o ―feminismo fundamentalista‖, para o qual a prostituição é sempre uma violência, portanto não pode ser tolerada. Essa abordagem me chamou atenção porque pode ser transposta aqui para Natal. Há poucos dias, o SBT mostrou uma série de reportagens sobre prostituição na nossa cidade. Eu não assisti. Mas posso imaginar a abordagem. Ontem o Jornal da Globo do início da tarde levou ao ar uma reportagem sobre o mesmo tema feita em Recife. No caso da prostituição no Brasil, o ―feminismo fundamentalista‖ ganha o reforço do falso moralismo da classe média e das ONG (algumas dominadas por essas feministas). Então, se cria um clima de histeria, de Sodoma e Gomorra, que impede uma abordagem realista da situação. Lá fora e aqui no Brasil a maioria das prostitutas quer continuar fazendo o seu trabalho em paz, preferem ralar algumas horas e ganhar um Salário Mínino do que algo em torno de 250 horas (no mercado formal, com carteira assinada) para ter direito ao mesmo valor ao final de um mês de trabalho. É uma opção, não se trata de imposição. Claro que há exceções, como em tudo na vida. Mas, as que optaram conscientemente precisam ser respeitadas. Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 11h05min A lentidão da justiça ―A situação da Justiça brasileira é dramática. Seus tempos superam os limites da razoabilidade. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 60% dos casos não são analisados no ano em que são protocolados.‖ De Maria Tereza Sadek. Em PROSA. Tácito Costa Data: 13/02/2009 - Horário: 08h50min Juanita Banana A dica é da escritora Ivana Arruda, lá no seu ótimo blog http://doidivana.wordpress.com/ ―Essa e outras relíquias podem ser ouvidas no delicioso programa Ondas Latinas, apresentado pelo Zé Simão na rádio UOL, onde ele toca latinidades de todas as épocas e lugares. É imperdível. Do tango eletrônico à Chavela Vargas e Bievenito Grande, está tudo lá. O programa inédito vai ao ar toda quarta-feira às 21h, mas os anteriores ficam disponíveis pra você ouvir quando quiser. É só clicar, pegar as maracas e sair rumbando pela sala.‖ AQUI: http://radio.musica.uol.com.br/ondaslatinas.jhtm Tetê Bezerra Data: 13/02/2009 - Horário: 08h46min Direitos humanos Do historiador Marco Mondaini, autor de Direitos Humanos no Brasil, ao blog NÓS, do ESTADÃO. http://blog.estadao.com.br/blog/nos/ NÓS - A sociedade tende a reagir negativamente quando são denunciados maus tratos a presos. A sensação de impunidade tem um peso enorme, e parece fazer sentido manter em condições sub-humanas 'criminosos que logo estarão nas ruas matando de novo'. As penas são consideradas brandas e o sofrimento parece ser o único castigo real. Como o cidadão comum pode acreditar que a defesa dos direitos humanos não é apenas um benefício aos criminosos? MARCO MONDAINI - Infelizmente, não tenho como negar a posição minoritária daqueles que vêm refletindo sobre o fenômeno carcerário de maneira crítica na trilha aberta por Michel Foucault nos anos 1970 e continuada mais recentemente por pensadores como Loïc Wacquant, Zigmunt Baumann e Emilio Santoro. Não é de hoje que a prisão deixou de ser pensada como um instrumento de recuperação do indivíduo que cometeu um desvio, como foi pensada pelos reformadores sociais do século XVIII. E, aqui, obviamente, não se trata de discutir a função disciplinadora da prisão, isto é, de ajustamento dos indivíduos em relação às novas exigências do mundo do trabalho. O que precisa ser dito de maneira muito clara para a sociedade é que, hoje, as prisões já fazem aquilo que uma boa parcela dessa mesma sociedade deseja, ou seja, acarretar o máximo possível de sofrimento, por meio do isolamento nas piores condições imagináveis, a indivíduos cada vez mais destinados a viver em guetos desprovidos de qualquer sentido de liberdade, sendo a prisão exatamente o último gueto imaginável da falta de liberdade. Isso, para indivíduos marcados quando do seu próprio nascimento, pois as nossas prisões estão apinhadas de jovens pobres, negros ou mulatos, ex-moradores de favelas e periferias. Creio que ao invés de uma resposta, deva ser feita uma pergunta aos que defendem esse estado de coisas: as nossas vidas têm se tornado mais seguras em função dessa opção pelo encarceramento? A realidade de prisões abarrotadas e de múltiplas execuções sumárias cotidianas (uma pena de morte de fato já em curso há muito no País) faz com que nos sintamos mais tranquilos, tanto no espaço público como no espaço privado? Falando de uma maneira mais sofisticada, o Estado penal é uma alternativa civilizatória ao Estado social? Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 19h58min Toda maconha do presidente Por Marcelo Rubens Paiva BLOG/ESTADÃO Rosana, Dani e duas amigas pegaram a Dutra para passar o Carnaval no Rio. Festeiras, cantaram durante toda a viagem, doidas. Acertaram a entrada para a Linha Vermelha. Temiam se perder. Uma blitz da PM fez sinal para elas pararem. Obedeceram. Os policiais mandaram elas descerem e deram uma geral. Encontraram a ponta de um baseado. Nenhuma delas fumara durante a viagem. Nem sabiam com certeza de quem era aquela ponta. Não adiantaram os argumentos de Dani, advogada. A conta saiu cara. Tiveram de ir com os canas para um shopping perto. Cederam senhas de seus cartões de banco. Raparam as contas das meninas. Rosana, jornalista, anotou mentalmente a placa e o registro da viatura. Ao serem liberadas, ligou para a revista semanal em que trabalhava. Checaram as informações. Descobriu-se que a placa e o registro estavam adulterados. Há um mês, o mesmo aconteceu com filho de um amigo, no Rio. A diferença é que a ponta foi plantada. Por serem quatro rapazes, o terror foi maior: mão na cabeça, revista aos pontapés, humilhações e tapas. A conta foi acertada ali mesmo: R$ 1 mil por cada um. Quantas histórias parecidas não ouvimos ou testemunhamos? Quantos amigos não sofreram achaques semelhantes? Sem contar o terror praticado pela Polícia Rodoviária Federal em gerais nas estradas. Ou alguém atravessa sossegado os postos rodoviários de Paraty, na BR 101, e de Mauá, na BR 116, fábricas de corruptos? Essa humilhação que os brasileiros sofrem há décadas terminaria com uma simples descriminalização do porte de maconha, defendida ontem publicamente pelo expresidente Fernando Henrique Cardoso. E quem sabe a polícia pararia de afanar o cidadão comum. Não tem mais o que fazer? Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 19h46min Paulo Bezerra Linaldo Guedes - Você considera mesmo esta obra a melhor do escritor russo? Por quê? Paulo Bezerra - Em parte, esta questão já foi respondida na anterior. Em termos composicionais, considero a obra mais bem acabada do autor, a única que ele escreveu sem credores batendo à porta e apressando a publicação de um novo livro para saldar dívidas. Como síntese do imaginário romanesco universal, o romance recria à luz da história e da cultura russa temas que vêm da tradição trágica e cômica grega, da Bíblia, d'A divina comédia de Dante, do Fausto de Goethe, do Caim de Byron, da Tentação de Santo Antônio de Flaubert, de Os miseráveis de V. Hugo, etc., e tudo isso combinado com um amplo e profundo mergulho filosófico e psicológico nas motivações do comportamento humano e apresentado num vasto painel narrativo de amplitude épica à altura de um Homero. Do tradutor Paulo Bezerra, sobre ―Os irmãos Karamazov". Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 19h01min E por falar em Miles Davis... Cros amigos: Em 1991, fui a um congresso de americanistas em New Orleans, USA. Numa das enormes lojas de música de lá, comprei, meio sem saber de sua imensa importância, o cd "Kind of blue", de Miles Davis, mas não o escutei durante a viagem. Segui para New York. Passeando no Central Park, vi um sexteto de saxofonistas. Parei para ouvi-los. Atacaram um tema jazzístico de enorme beleza, memorizei algumas das frases melódicas e trechos de harmonia. Voltando para casa, na semana seguinte, ouvi o disco de Davis. Aquele tema ouvido no Central Park era "Freddie Freeloader", uma obra-prima daquele "Kind of blue", que é composto só de obras-primas. Pois é. Abraços: Marcos Silva Data: 12/02/2009 - Horário: 18h21min O direito à filmagem Caros amigos: Comentei, há alguns dias atrás, a digressão de Rui Lopes contra Glauber Rocha. Deixei de abordar outro tema que Lopes discutiu: "Se filme até com relógio hoje em dia. É uma arma nas mãos de quem não sabe atirar. Cinema é arte. Há toda uma orquestração por trás." Gosto muito que Lopes reafirme a condição artística do cinema. No caso de se filmar "até com relógio", vejo uma ampliação do direito à filmagem. Isso não garante que daí resultem bons nem maus filmes. Assim como o aparato pesado da orquestração profissional não o garante. Tal como ocorreu com a fotografia (todo mundo fotografa, não é?), temos uma reeducação do olhar e das possibilidades de expressão. Dos milhares de fotógrafos amadores que registram filhos e namorados ou namoradas - ou ambiente de trabalho e movimentos sociais, dentre outros temas -, poderá nascer um fotógrafo com expressividade artística. A arte fotográfica não sai diminuída dessa experiência mas potencializa novos atores. Cacá Diegues, autor de uma filmografia irregular (mas que abriga bons filmes, como "Xica da Silva" e "Chuvas de verão"), comentou recentemente que foi a uma favela e ficou favoravelmente surpreso com o fato de que o público local tinha feito muitos filmes - alguns, até com relógio. A refilmagem de "5 vezes favela", que ele anima, tornou-se a favela pelos favelados. Cacá (ex-cinemanoveista) está envelhecendo bem. Abraços: Marcos Silva Data: 12/02/2009 - Horário: 18h19min Violência urbana ―Apáticos, os cidadãos se recusam a encarar a evidência do esfacelamento das velhas funções organizadoras e centralizadoras da urbe clássica. Fingem individualmente acreditar na permanência dos"choques de ordem" apregoados pelo marketing dos administradores recém-eleitos, quando sentem grupalmente a obsolescência dos mecanismos tradicionais de decisão e a incongruência dos sistemas de controle social.‖ De Muniz Sodré, em PROSA. Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 17h05min Viva Charles Darwin! Com o texto ―Parabéns Mr. Darwin‖, de Nelson Pretto, publicado em PROSA, o SP presta homenagem a Charles Darwin, que nasceu nesta quinta-feira há 200 anos. Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 16h04min Microcosmo da sociedade FOLHA - Por que o tráfego é um "microcosmo da sociedade", como o sr. diz em seu livro? VANDERBILT - O tráfego talvez seja a manifestação mais verdadeira da sociedade, pois a rua e a estrada, diferentemente de outros lugares, em geral misturam pessoas de todas as idades, classes, raças, religiões etc. Elas estão repletas de momentos de poder implícito, cheias de mostras ofensivas de egoísmo, de todo tipo de outros fenômenos psicológicos de muito interesse. De Tom Vanderbilt, autor de "Por Que Dirigimos Assim - E o Que Isso Diz sobre Nós" (ed. Campus, trad. Cristina Yamagami, 300 págs., R$ 69,90), que está sendo lançado no Brasil, à FSP. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 15h50min Os ilusionistas Tácito, É claro que um administrador público, ao assumir um cargo, só sabe a dimensão real do que herdou, quando senta na cadeira ainda quente de seu antecessor. Os números nunca batem quando há oposição. No primeiro mês é sempre assim: estamos em calamidade, ficamos com um rombo de (os números são sempre milionários) etc. Quando vejo isso, penso: porra, tudo que esse pessoal promete em campanha é mentira (às vezes, somos ingênuos). Eles apontam números, dizem que é assim e assado, mas na realidade, não têm projeto algum para administrar a cidade. Tudo começa ali, depois que é feita uma devassa, na maioria das vezes, viciada por apegos políticos. E a gente que acreditou em programas lançados nas campanhas, que achou que havia projeto viável? Tudo falácia, sofisma? E as equipes que ajudaram a ―digitar‖ os tais programas, já não deveriam ter idéia para agir? Ou era tudo mesmo programa de governo com prazo de validade até o dia 02 de outubro de 2008? Sílvio Andrade Data: 12/02/2009 - Horário: 12h23min “Marx, Engels e o Partido Comunista” Postei em PROSA a segunda parte do texto ―Marx, Engels e o Partido Comunista‖, de Augusto Buonicore. Enviado por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 12/02/2009 - Horário: 09h06min Papel do gestor Oi, Tacito! Seu comentario sobre o inicio da nova gestao da prefeitura de natal é muito interessante. deixou claro qual o papel de um gestor: arregaçar as mangas e mostrar para que veio. a populaçao agradece. um abraço, Edjane Data: 12/02/2009 - Horário: 09h01min Chega de enrolação Finalmente temos uma análise racional, feita por pessoa do ramo, o economista Aldemir Freire, sobre as acusações de que o ex-prefeito Carlos Eduardo deixou uma dívida de R$ 200 milhões para a prefeita Micarla de Souza. Assunto que vem dominando o noticiário político local desde o início de janeiro. Até o economista escrever sobre a polêmica, estávamos perdidos entre o que dizia o ex-prefeito e seus ex-secretários e seguidores e Micarla e seus secretários e seguidores. Eu não me manifestei antes por absoluta falta de conhecimento abalizado sobre economia e balanços. Mas que estava achando tudo muito estranho isso eu estava. Afinal, a diferença de valores entre o que dizem Carlos e Micarla não é pequena, pelo contrário, fica em algo como R$ 190 milhões. Ou existia um erro grosseiro ou má fé. Segundo o economista, que escreve sobre a questão no seu blog Economia do RN http://www.economia-do-rn.blogspot.com/, a prefeita recebeu a Prefeitura superavitária, com R$ 10 milhões em caixa. Então, fica claro que a dívida foi inflada com propósitos, por enquanto, ainda nebulosos. Lendo as matérias que saíram nos jornais (que não se deram ao trabalho de ouvir nenhum economista ou sequer um bodegueiro para analisar os números, ficaram como sempre no jornalismo declaratório de lado a lado), para chegar aos R$ 200 milhões em dívidas, o secretário Viveiros (o nome não vem de vivo, mas poderia), arrolou dívidas da prefeitura que remontam ao arco da velha (a dos precatórios, por exemplo, é uma delas) e que vem sendo empurradas pela barriga há não sei quantos anos, mas que foram negociadas. Realmente, se computar essas dívidas, chega-se aos tais 200 milhões. Mas a discrepância dos números não pode ser reduzida à metodologias, como algum ingênuo - se é que ainda existam - poderia acreditar. A verdade deve ser buscada na política. A verdadeira questão, agora, é descobrir o que queria a nova administração quando canalizou todas as suas energias para a falsa questão da dívida ao invés de começar imediatamente a trabalhar. O que a prefeita quer encobrir ou disfarçar com essa polêmica? A falta de projetos? De um norte administrativo? A sua perplexidade? A incompetência administrativa? Ganhar tempo? Ou tudo isso junto? Acho que já passou da hora desse pessoal começar a trabalhar de fato e não ficar chamando a imprensa a toda hora para relatar que encontraram as secretarias assim e assado. É bem verdade que algumas estavam mesmo assim e assado. Como a Semurb e a Saúde (em estados de calamidade), principalmente, e nisso não foi de todo mau que Fátima perdesse porque só assim tivemos a dimensão de como as coisas andavam em algumas secretarias. Mas agora chega, né, cansou. Carlos Eduardo foi um prefeito medíocre e perdulário, deixou um monte de problemas, mas não adianta ficar nesse denuncismo sem fim, enquanto a cidade espera urgentemente a solução para antigos e graves problemas. Está na hora da prefeita dizer, na prática, a que veio. Tácito Costa Data: 11/02/2009 - Horário: 23h17min O Capibaribe pelo Ganges RONALDO CORREIA DE BRITO TERRA MAGAZINE A empregada de nossa casa não compreende porque um rapaz bonito como Marcio Garcia não pode casar com Juliana Paz, na novela "Caminho das Índias". Ela, como milhares de brasileiros, confundem os nomes das personagens com os nomes dos atores. Explico que Bahuan pertence à categoria dos intocáveis, aqueles que são "a poeira aos pés do deus Brahma" e que por esse motivo é considerado impuro. E que nem mesmo sua sombra pode projetar-se sobre uma pessoa de outra casta, feito Maya, a filha de um comerciante. Como tornar claro para ela o que significam casta e intocável, se em nosso país, mesmo com um apartheid real determinado pela má distribuição de renda, somos todos iguais perante a lei e o Estado? Digo que na Índia as pessoas têm de obedecer à lei do dharma, e precisam viver de acordo com os costumes das castas em que nasceram. Ninguém muda de status através da mobilidade social; no lugar em que o indivíduo nasce, tem viver e morrer. Explico ainda que todos esses absurdos já foram abolidos por lei, mas que permanecem nos costumes e na tradição, em benefício dos de sempre. E afirmo que foram os brâmanes e os nobres que inventaram esse perverso sistema em proveito próprio e usam justificativas religiosas para mantê-lo até os dias de hoje. Minha empregada continua achando a explicação complexa, não entende bulhufas de dharma e Bhrama para ela é apenas uma marca de cerveja. Eu que sou da geração hippie e da contracultura, de um tempo em que nos voltamos para o Oriente, ouvimos a cítara de Havi Shankar e até investimos na macrobiótica, abandonada anos mais tarde numa boa churrascaria, insisto no meu hinduismo superficial como o de Glória Perez. Explico que existem três divindades principais: Bhrama, Shiva e Vishnu e que através delas o universo se cria, destrói e recompõe. Pelas caretas da moça percebo que avancei o sinal. Que nada! Vejam o que a danada me pergunta: - E Ganesha? E Kali? Aí é demais para um hinduísta dissidente. O que Glória Perez anda fazendo com o juízo das pessoas? Não bastou a ciganada da novela "Explode Coração"? Lembram? Aquela em que um cigano feito por um tal Ricardo Macchi só sabia dizer: Dara! Como dançavam o tempo todo. E quanta informação esotérica sobre a ciganagem. Depois veio "O Clone" e uma nova cartilha de etno-geografia, dessa vez sobre o povo árabe e o Marrocos. E tome mais dança. Como se dança nas novelas de Glória Perez. Até em "América", outro folhetim sobre costumes e geografias, a turma de Miami não parava de dançar. Transportaram todas as gafieiras do Rio de Janeiro para os Estados Unidos. Felizmente, as novas danças são indianas. Pena que o kata kali exija anos de treinamento para se alcançar a técnica exata e o máximo que os atores de "Caminho das Índias" alcançam são alguns trejeitos. Mas dá para fazer um charme para a platéia pouco exigente e desinformada. Afinal, também era isso que Hollywood exportava nos tempos áureos. Até mesmo o austríaco Fritz Lang, diretor dos mais importantes filmes do expressionismo alemão - Dr. Mabuse; Metropolis; M, o vampiro de Durseldorf - não resistiu à tentação americana. E produziu exotismos como "O tigre de Bengala" e "O sepulcro indiano", parecidos com o nacional "Caminho das Índias". Um dia desses a nossa empregada acendeu vários incensos pela casa e preparou um arroz ao curry. Nada mal enquanto ela não inventar de abrir a porta para as vacas que pastam na rua e também não exigir que eu mergulhe no Capibaribe para me purifica. Tácito Costa Data: 11/02/2009 - Horário: 19h32min Miles Davis POR JOSÉ ALBERTO BOMBIG ―Há 50 anos, Miles Davis e uma turma fantástica lançavam ―Kind of Blue‖, alvo de reedição comemorativa que reafirma a obra como ―o suprassumo do cool‖ Leia este e outros textos interessantes na Bravo online. http://bravonline.abril.com.br/ Tácito Costa Data: 11/02/2009 - Horário: 19h17min Carmem Miranda e Ademilde Fonseca Carmem Miranda não foi só uma das maiores interpretes da Musica Popular Brasileira, como deixou inúmeros as) imitadoras. Seu estilo de cantar era único. O turbante e o pomar ajudavam a aumentar sua estatura. Uma pequena- notável como outras pequenas e grandes atrizes do cinema. Toda a homenagem é pouca no seu centenário. Quando ela voltou dos EUA disseram que ela tinha voltado americanizada. Que nada! A ginga, insinuações e malemolencia nunca deixou os passos dessa artista unica. Uma das maiores interpretes brasileira é a nossa conterranea Ademilde Fonseca. Ademilde gravou um disco‖ A la miranda‖ cantando os sucessos se Carmem. Um disco monumental que passei 20 anos paa adquirir. De tão raro. Uma das músicas desse disco é, na minha opinião, uma das maiores musicas do cancioneiro popular mundial. Muitas outras interpretes gravaram essa canção. Qunado eu me despedir algum dia, pode tocar bem alto essa música eterna. Ouçam a interpretação inigualável da eterna rainha Ademilde Fonseca. Ouçam também na voz de Marisa Monte Adeus batucada (Sinval Silva) Clique para ouvir em RealPlayer com Carmen Miranda Adeus, adeus Meu pandeiro de bamba Tamborim de samba Já é de madrugada Vou-me embora chorando com meu coração sorrindo E vou deixar todo mundo Valorizando a batucada Em criança com o samba eu vivia sonhando Acordava, estava tristonha chorando Jóia que se perde no mar só se encontra no fundo Samba mocidade Sambando se goza nesse mundo E do meu grande amor sempre me despedi sambando Mas da batucada agora eu despeço chorando E trago no peito esta lágrima sentida Adeus batucada, adeus batucada Querida João da Mata Costa Data: 11/02/2009 - Horário: 15h24min Todos os discos são chatos e furados Abundantes em outras épocas, as lojas especializadas em discos e artigos de música são um tipo de estabelecimento cada vez mais raro nas ruas de Natal. Praticamente inexistentes nos dias atuais, o comércio de CDs originais acabou ficando restrito às seções específicas de lojas de departamento, que tratam o produto como mais um dentre os vários que oferecem aos clientes. Sem a renovação do estoque com novidades e atrativos especiais para os colecionadores, a imagem da loja exclusivamente dedicada ao comércio de discos vai ficando cada vez distante na memória do natalense. Matéria completa em: www.oinimigo.com Alexis Peixoto Data: 11/02/2009 - Horário: 15h17min Concurso Docente UnB Prezados, aproveitando a carona do tema concursos públicos, divulgo que até 2 de março teremos concursos na UnB nas seguintes áreas: para assistente (com mestrado) - Produção Audiovisual - edição e finalização Jornalismo Digital e impresso Planejamento e Gestão em Assessoria de Comunicação Jornalismo em Rádio e Televisão Produção Audiovisual - Captação Audiovisual Planejamento, Marketing e Gestão Estratégica em Comunicação Integrada Comunicação Visual para Web e Gráfica Publicidade: criação e redação para adjunto (com doutorado) - Políticas de Comunicação - Métodos e teorias da Comnicação Os editais serão lançados até 2 de março. Gustavo de Castro Data: 10/02/2009 - Horário: 19h39min Kinema Glauber Rocha pode até ter extrapolado em determinada época de sua vida e começado a achar que só seu modo de fazer cinema era o certo. Mas seus filmes Terra em Transe, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Santo Guerreiro Contra o Dragão da Maldade são verdadeiras aulas de cinema. Só esses aí são suficientes para garantir a glória do cara. Essa onda de revisionismo da obra de Glauber é só uma tentativa tacanha de chamar a atenção. Não liguem, meus amigos. Carlos de Souza Data: 10/02/2009 - Horário: 18h25min A ressurreição de quem nunca morreu Depois dos ataques feitos por ilustre desconhecido da terrinha ao cineasta Glauber Rocha, recomendo a leitura da revista ―Trópico‖ na internet. Talvez agora com a restauração de sua obra completa, os jornais deixem de dar voz a imbecis. http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/3057,1.shl Lula Agusto Data: 10/02/2009 - Horário: 16h51min A Literatura que vem do Norte – I Postei em PROSA o texto de João da Mata Costa "A Literatura que vem do Norte – I". Tácito Costa Data: 10/02/2009 - Horário: 13h01min Só louco Caros amigos: Para nos protegermos daquele psiquiatra americano, a melhor saída é lermos os clássicos: nas tragédias gregas e elizabetanas, os loucos são videntes, entendem o que se passa mais que os outros. E, mais recentemente, Dorival Caymmi nos ensinou que "de amor para entender / é preciso amar". Conclusão: as artes vêem longe! Abraços: Marcos Silva Data: 10/02/2009 - Horário: 11h52min Copa do mundo II João da Mata, imagine um bloco de Carnatal, pulando e sacudindo as mãozinhas. A pergunta deve ser: qual o abadá, do nana ou do chiclete? Franklin Serrão Data: 10/02/2009 - Horário: 11h51min Teses sem consistência Eu não ia nem comentar esse post de Tales, de tão estapafúrdio, mas como ele me cita, numa clara provocação, sou obrigado a me manifestar. Considerar Obama e Hilary Clinton esquerdistas... é, para dizer o mínimo, risível. Também não vou cair na tentação de considerar maluco esse psiquiatra porque cairia no mesmo erro que ele cometeu, de desqualificar quem pensa diferente, atribuindo-lhes problemas mentais. Atitudes típicas de ditaduras e de quem não tolera conviver com a diversidade. Fica clara a orientação política de extrema direita do psiquiatra, já com saudades da era Bush. O que acho mais lamentável não é o cara escrever idiotices dessa envergadura. É ter quem leia e acredite, piamente, que sejam verdadeiras as teses defendidas por ele. Tácito Costa Data: 10/02/2009 - Horário: 09h57min Liberais são clinicamente loucos Tácito e Assis Castro, esse texto é prá lá de intrigante. O que vcs acham? Renomado psiquiatra defende tese de que a ideologia esquerdista é desordem mental © 2008 WorldNetDaily WASHINGTON, EUA — Justamente quando os liberais estavam pensando que é seguro começarem a se identificar como liberais, um aclamado e experiente psiquiatra está defendendo a tese de que a ideologia que os motiva é realmente uma desordem mental. ―Com base em convicções e emoções impressionantemente irracionais, os liberais modernos persistentemente minam os princípios mais importantes sobre os quais foram fundadas nossas liberdades‖, diz o Dr. Lyle Rossiter, autor do livro recém publicado ―The Liberal Mind: The Psychological Causes of Political Madness‖ (A mente liberal: as causas psicológicas da loucura política). ―Como crianças mimadas e coléricas, eles se rebelam contras as responsabilidades da vida adulta e exigem um governo paternal para lhes suprir as necessidades desde o começo até o fim da vida‖. Embora os ativistas políticos do outro lado do espectro tenham feito observações semelhantes, Rossiter ostenta credenciais profissionais e uma vida virtualmente livre de ativismo e ligações com ―a vasta conspiração direitista‖. Por mais de 35 anos ele tem diagnosticado e tratado de mais de 1.500 pacientes como psiquiatra clínico credenciado e ele já examinou mais de 2.700 casos civis e criminais como psiquiatra judicial credenciado. Ele recebeu seu treinamento médico e psiquiátrico na Universidade de Chicago. Rossiter diz que só dá para entender como desordem psicológica o tipo de liberalismo que Barack Obama e sua oponente democrática Hillary Clinton demonstram. ―Um cientista social que entende a natureza humana não fará vista grossa aos papéis vitais da livre escolha, cooperação voluntária e integridade moral — como fazem os liberais‖, diz ele. ―Um líder político que entende a natureza humana não ignorará as diferenças individuais em talento, impulso, apelo pessoal e ética profissional, e então tentará impor igualdade econômica e social na população — como fazem os liberais. E um legislador que entende a natureza humana não criará um ambiente de leis que sobrecarrega os cidadãos com regulamentos e impostos, corrompe o caráter deles e os reduz a funcionários do Estado — como fazem os liberais‖. O Dr. Rossiter diz que a agenda liberal explora as fraquezas e sentimentos de inferioridade da população da seguinte forma: * criando e reforçando percepções de vitimização; * satisfazendo reivindicações imaturas de direitos, privilégios e compensações; * aumentando os sentimentos primitivos de inveja; * rejeitando a soberania do indivíduo, subordinando-o à vontade do governo. ―Dá para identificar as raízes do liberalismo — e suas loucuras associadas — compreendendo como as crianças se desenvolvem desde a infância até a vida adulta e como um desenvolvimento distorcido produz convicções irracionais da mente liberal‖, diz ele. ―Quando a mente liberal moderna se queixa de vítimas imaginárias, se enfurece contra vilões imaginários e busca acima de tudo o mais administrar a vida de pessoas que têm competência própria para administrar suas próprias vidas, fica dolorosamente óbvia a neurose da mente liberal‖. Fonte: WND Tales Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 23h50min Estado e mercado DO SOCIÓLOGO JESSÉ SOUZA, EM SUPLEMENTOS (ESTADÃO). http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup320117,0.htm "Qual é a ideia-força que domina a vida política brasileira contemporânea? Minha tese (influenciada pela leitura do liberalismo brasileiro em Florestan e Werneck Vianna, mas desenvolvida de modo bastante modificado e pessoal a seguir) é a de que essa ideia-força é uma espécie muito peculiar de perceber a relação entre mercado, Estado e sociedade, onde o Estado é visto, a priori, como incompetente e inconfiável e o mercado como local da racionalidade e da virtude. O grande sistematizador dessa ideia foi o patrono da sociologia moderna brasileira: Sérgio Buarque de Hollanda." Tácito Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 19h47min Meus caros João da Mata e Lívio Oliveira Obrigado pelas palavras que acabo de ler e que me deixaram comovido como o diabo. Mais do que isso, gratificado. Afinal, se é para fazer amigo do naipe de vocês a Kriterion valeu a pena. Falar nisso, o Phantasma quer ver sempre vcs lá no nosso Ectoplasma. Que continua no mesmo endereço da falecida Kriterion, www.kriterion.zlg.br Abração. Jairo Lima Data: 09/02/2009 - Horário: 19h48min Filmes em cartaz Entre ―O carregador de almas‖, em cartaz no Moviecom, e ―Fôlego‖, no Cinemark, acabei indo assistir o primeiro. Fiz a escolha errada porque o filme não me convenceu. É daquele tipo de filme que você depois fica querendo saber do que ele tratava exatamente. Não por ser complexo ou difícil. Mas porque a história não leva a lugar nenhum. Um cara tentando entregar um operário morto à família, que não é encontrada em lugar nenhum. E só! Um amigo assistiu ―Fôlego‖ e fez rasgados elogios. É uma pena porque devido ao horário (15h) não poderei assistir. Tácito Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 17h44min Luiz Ruffato DE LUIZ RUFFATO NO PAIOL LITERÁRIO DO JORNAL RASCUNHO http://rascunho.rpc.com.br/ ―Me surpreendo quando vejo colegas dizendo que a literatura não serve para nada. Se a literatura não serve para nada, para que fazê-la?‖ Tácito Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 16h29min Fórum Social Mundial Postei em PROSA texto de João da Mata Costa sobre o Fórum Social Mundial, realizado em Belém (PA). Ele esteve presente e conta o que viu e ouviu. Tácito Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 16h15min Ainda sobre o Decom Gustavo, Não há como não assinar embaixo de sua fala. E disse algumas coisas dessas na defesa de meu Memorial, sexta. Espero, também, que a UnP possa aproveitar sua oportunidade - histórica -, especialmente quando foi adquirida pelo grupo Lauretis. É isso aí. Minha esperança é ser mais um jornalista doutor até 2011. Abraços. Daniel Dantas Data: 09/02/2009 - Horário: 15h36min Rosa de Pedra No SOPÃO DO TIÃO, sobre o CD do grupo Rosa de Pedra. http://www.sopaodotiao.blogspot.com/ "Pois relaxe, que a Rosa conseguiu: o disco é um aqui e ali que ora soa blues notívago tipo Bar do Buraco dos anos 80 – certamente uma influência da presença de Eduardo Taufic na produção – ora pratica sem vergonha de ser elegante e informativo o samba-funk que descadeira bundas mulatas morros afora. O ritmo, por sinal, é o título de uma das faixas. Ainda é possível encontrar hits perfeitos e acabados – e se eles não caem na boca do povo muito além do Beco da Lama é só porque as rádios (e não só as de Natal) foram todas vítimas da segmentação mais burra." Tácito Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 10h40min A banalidade do bem POR ANTONIO PRATA (http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/) Seu Pedro era um português rabugento, que tratava todos os moradores como se fossem usurpadores de seu castelo: o edifício São Jorge, do qual era proprietário, síndico e zelador. ―Pode ficar tranquilo, seu Pedro, que eu vou cuidar muito bem do apartamento‖, disse meu amigo Paulo, assim que recebeu as chaves. ―Não faz mais do que a obrigação e não lhe agradeço por isso‖, respondeu o velho, com o sotaque que trouxe do Alentejo na primeira metade do século XX, junto a uma trouxa de roupas, uma guitarra portuguesa e a fé no santo que viria dar nome ao prédio, anos mais tarde. Foi em 1973, com o dinheiro ganho em três padarias, que o próspero imigrante construiu seu refúgio na rua Apinagés. Deu um apartamento para cada um dos sete filhos e foi morar no térreo, com sua senhora. Com o tempo, as padarias fecharam ou foram vendidas, os filhos casaram-se e mudaram-se e seu Pedro passou a viver de alugueis, cuidando da esposa doente e reclamando da decadência do mundo. As lendas sobre a mesquinharia do síndico corriam pelo prédio, sem se intimidarem com as grades ao pé da escada, as câmeras de vigilância ou a estátua de São Jorge, cuja lança erguida parecia lembrar aos moradores qual o espírito vigente no condomínio. A Dona Marli do 23, por exemplo, contava do ex-vizinho que havia sido intimado a comparecer ao tribunal de pequenas causas por devolver o apartamento sem trocar uma lâmpada de 60 W, queimada, na área de serviço. O Robson do 42 tinha certeza de que fora seu Pedro quem envenenara sua samambaia, com um cálice de aguarrás, por causa das folhas que sujavam o hall. Nem os portões do castelo se-guravam o Macbeth da Pompéia, que mais de uma vez saiu na calada da noite para esvaziar pneus dos carros que avançavam centímetros sobre a guia rebaixada da garagem. E adivinha quem chamou a polícia quando desconfiou que aquele odor vindo do apartamento dos estudantes da PUC não era de incenso? Mas você veja só como é o ser humano: um dia meu amigo estava saindo para trabalhar e ouviu uma música belíssima na garagem, foi indo atrás do som do violão, esgueirando-se por entre os carros, até que deu com seu Pedro atrás da coluna, sentado num engradado de cerveja, curvado sobre um toca-fitas CCE. ―Que música mais bonita, Seu Pedro, que que é isso?‖. O velho levantou o rosto para responder, mas engasgou e tossiu. Meteu então a mão na boca, tirou a dentadura e disse: ―é uma serenata de Schumann. Sou eu a tocar em minha guitarra portuguesa‖. Por um momento, meu amigo pensou que ele chorava, mas não deu tempo de descobrir, pois seu Pedro logo enfiou os dentes de volta, refez a carranca e disse alguma coisa sobre as faixas pintadas no chão da garagem. Tetê Bezerra Data: 09/02/2009 - Horário: 09h58min Obrigado Amigo Jairo, Choro sempre que fecha uma livraria. A sua kliterion era mais mais que uma loja, era uma armazém de idéias. Ainda bem que vamos ficar em contato via a net ectoplasma. Dizer que voce vai deixar saudades e que fez um bem muito grande a Natal. Uma pessoa com a sua sensibildade é rara e devemos protegê-la das intempéries. Muito obrigado por tornar Pernambuco mais próximos de nós. Obrigado por tudo o mais, João da Mata Costa Data: 09/02/2009 - Horário: 09h47min Memória também é dignidade Uma trapalhada dígna do Sargento Pincel, foi a entrevista passada na TV Cabugi sobre esse tal projeto da Copa em Natal.Matéria duvidosa, tinha até um arquiteto representando o projeto, e escolheram estrategicamente para enquete o centro do Alecrim, no auge do seu sábado movimentado pela feira e pelas compras. E aí, surpresa! o povo não é bobo. perguntados pelo repórter, os entrevistados não foram a favor da derrubada do velho templo do futebol. A memória gritou no peito do povo. O mais engraçado foi o engenheiro Moacir gomes, que aproveitou os 2 segundos de descuido da matéria para defender sua cria, dizendo: "ninguém propôs derrubar o maracanã, o Beira Rio,...por que só o Machadão? Carlos Assis Data: 09/02/2009 - Horário: 09h44min Uma cidade sem Kriterion! A cidade perde com a ausência da Kriterion. Ali, muitos de nós tivemos momentos a serem guardados na memória sentimental e no intelecto. Mais um capítulo encerrado de uma confusa e indefinida história da cultura de Natal. Meu abraço a Jairo Lima, mestre e amigo! Lívio Oliveira Data: 09/02/2009 - Horário: 09h44min Um novo Decom Caro Daniel Dantas, Tenho a leve impressão de que, qualquer que seja o resultado final dos concursos realizados para o Depto de Comunicação da UFRN, ele significará uma mudança substancial no quadro da instituição. É triste, mas já fomos um dos piores cursos de Comunicação do Brasil. Durante décadas, parte dos professores do curso via a mentalidade acadêmica com desdém. Alguns sequer incentivavam seus alunos a continuar seus estudos, com a honrosa exceção do Rogério Cadengue. Muitos deles não tinham dedicação exclusiva (DE) nem eram comprometidos com publicações (a não ser de notinhas em suas colunas). A UFRN era um bico de luxo. As aulas não passavam de relatos de experiências pessoais com retórica beletrista. Bibliografia específica na área nem pensar. Logo no governo FHC foram dadas condições dos professores buscarem mestrados e doutorados, digo, condições estruturais (incentivos, bolsas, etc), mas poucos da velha guarda o fizeram. A geração que buscou a qualificação foi logo acusada de querer instituir a "república dos doutores". Eu, Adriano, M. Bolshaw, Graça Pinto, Josimey, entre outros fomos os primeiros a tentar buscar o doutorado, p.q. até 2001, não havia nenhum jornalista com doutorado no RN. Quando fiz minha graduação, na década de 80, eram cerca de 35 cursos de graduação em Comunicação no país. Hoje são mais de 1.200. Esse crescimento dos cursos deu maior visibilidade às federais e o nosso querido Decom teve de aprender que não bastam nomes ilustres da mídia da cidade em seus quadros. Mesmo eles têm de ralar. As consequências destes anos de deformação vc mesmo viu aqui nos debates do SP e pode acompanhar dia-a-dia no noticiário. Vou dar um exemplo simples: vc já reparou na diferença de produção e comprometimento do Depto de Ciência Sociais e o de Comunicação? Para vc, p.q. são tão diferentes? Ano passado, num rápido café com o nosso querido Marcos Silva, aqui em Brasília, ele me explicou algo muito simples, que fez toda a diferença. Na criação dos cursos de Humanas, na UFRN, parte dos professores de Ciências Sociais vieram de fora do Estado, enquanto os de Comunicação foram arrebanhados do Diário, da Tribuna, das assessorias, etc. Vc deve perceber claramente no que, ao longo dos anos, isso significou na formação dos profissionais. O professor não comprometido (ainda mais no serviço público) prejudica a formação de uma geração inteira de jovens. Espero que a abertura do Mestrado signifique uma nova etapa para o Decom, assim como a chegada destes novos docentes. No entanto, espero tb o crescimento da UnP e o investimento na capacitação dos professores. Espero que a mentalidade de "horistas" seja superada, que haja investimento em pesquisa, extensão e na produção bibliográfica, com verbas para os profs apresentarem trabalhos em congressos e tudo o que envolve a vida acadêmica. Abraço e boa sorte, Gustavo de Castro Data: 09/02/2009 - Horário: 09h50min Velhice e dignidade Ouvi certa vez que um país que não respeita suas crianças e idosos não mereceria existir. Concordo. Esse texto de Charles Phelan serve de denúncia com o que se faz dos idosos. E esse desprezo impiedoso parte de todos os lugares, parecendo que certos infelizes não cumprirão a sina natural do envelhecimento também. Infelizmente, essa ignomínia não ocorre só nesse espaço de instituições com estrutura desumana, mas nos próprios seios familiares e em diversos lugares públicos, às vezes com notoriedade e alarde. Já presenciei situações tão cruéis que sinto até vergonha e repulsa em descrevê-las. Charles, precisamos dar dignidade aos idosos se quisermos envelhecer com ela. Esse é o verdadeiro ciclo da vida. Assim eu creio. Parabéns pelo texto. E pela sensibilidade também. Denise Araújo Correia Data: 08/02/2009 - Horário: 12h15min Laurence e Tácito Vocês que sempre deram a maior força pra Kriterion agora prestam solidariedade. Brigadão, companheiros. A Kriterion morreu mas o velório continua até que se venda o último livro, tudo pela metade do preço, até os raros. A boa notícia é que o site vai continuar no mesmo endereço www.kriterion.zlg.br mas com novo nome e de visual novo e aterrorizante: agora se chama Ectoplasma, o site da finada Kriterion. Talvez valha a pena espiar. Jairo Lima Data: 08/02/2009 - Horário: 10h52min Assassinos da memória Caros amigos: Sobre o tema abordado por Pablo no texto "As viúvas do holocausto", aconselho a leitura do excepcional livro "Assassinos da memória", de Pierre Vidal-Naquet (lançado no Brasil pela Papirus), discussão excelente dos que negam o holocausto, demonstrando sua irresponsabilidade intelectual. Quero lembrar que o grande Isaac Deutscher (judeu!) nunca negou o holocausto mas comparou a relação do estado de israel com os palestinos à situação do judeu que, torturado num prédio pelos nazistas, arremessado pela janela, cai sobre um sujeito palestino na rua, levanta-se e começa a espancar o sujeito sobre o qual caiu. E que o holocausto, como indicou Pablo (mas até seu final), matou comunistas, ciganos, gays, eslavos, deficientes físicos, testemunhas de Jeová etc. Marcos Silva Data: 08/02/2009 - Horário: 10h50min Perda cultural para a cidade Muito triste a notícia dada por Laurence Bittencourt. Só tenho a lamentar. A Livraria Kriterion se tornou, ao longo do tempo, um espaço muito bacana e democrático, tocado com zelo e carinho pelo poeta Jairo Lima. É uma perda cultural significativa para uma cidade que já tem tão poucas opções nessa área. Tácito Costa Data: 07/02/2009 - Horário: 17h50min Cicero e Pablo Postei em PROSA os textos "Os estudos literários e o cânone", de Antonio Cicero, e "As viúvas do holocausto", de Pablo Capistrano. Marcos Silva faz referência em post mais abaixo ao texto de Antonio Cicero. Tácito Costa Data: 07/02/2009 - Horário: 17h44min Idosos, família, instituições Caros amigos: Muito tocante o texto de Charles Phelan. É preciso encarar a velhice como etapa normal de vida, não como momento de ser condenado a instituição desumanizadora. Enquanto existir família, melhor conviver com ela - e as partes envolvidas aprenderem a conviver, o que é sempre difícil. Se a instituição for inevitável, que exista em bases democráticas de tratamento decente. Orientei uma bonita pesquisa, de Nelson Tomelin, "A cultura da loucura", sobre idosos internados em hospícios (falas deles registradas). Pode ser encontrada on line no banco de teses da FFLCH/USP, área de História social. Abraços: Marcos Silva Data: 07/02/2009 - Horário: 17h36min Concursos e cursos Uma leva de novos professores vai oxigenar o Decom, da UFRN. Ou não. Depois daquela nossa intensa discussão sobre o jornalismo e sua particular ética (ou nem tão particular assim), o atual concurso parece que poderá trazer novos ares para aquele espaço acadêmico. Em Ética e legislação em radialismo, não houve aprovados. Em uma disciplina de publicidade, também não. Esta semana três concursos. Em um deles, a nova professora Valquyria ensinará edição em televisão aos alunos. Em outro, não sei o resultado, mas os três que chegaram a reta final prometem (Ruy Alckmin, Edvânia e Eugênio). Naquele que disputei, devo ter ficado em segundo, mas certamente a nova professora de mídia digital da UFRN é um ganho - Taciana Burgos. De minha parte, continuo minha batalha para formar bons jornalistas na UnP. Ali, numa turma em que, ironia, Priscila de Sousa e Marcelo Guerra de Sá se tornaram meus alunos. Daniel Dantas Data: 07/02/2009 - Horário: 17h34min Encerramento Tácito, é com tristeza que fiquei sabendo pelo próprio Jario que a Kriterion está fechando suas portas. Uma pena, uma pena, uma pena. Abraços, Laurence Bittencourt Data: 07/02/2009 - Horário: 17h31min Marx, Literatura, História Caros amigos: Antonio Cícero é um bom letrista (algumas das melhores canções gravadas por Marina Lima, sua irmã, têm textos dele) e também cronista inteligente. Sua coluna na FSP de 7.2, "Os estudos literários e o cânone", aborda uma questão clássica: Marx é bem melhor que a maioria dos marxistas - no caso, o pior é Terry Eagleton. Discordo, todavia, do conceito que AC usa de documento histórico: "se ele é autêntico e o que representou para as pessoas que o produziram e dele se serviram". AC trata o documento histórico como coisa e como puro passado. As pessoas apenas "se serviram" dele, não foram servas dele em tantos casos? E o historiador e demais profissionais que dialogam com o documento, não contam? E os documentos falsos são o quê, um nada? E o poema ser também documento o diminui? Mas vale a pena ler a coluna, é um elogio da poesia e da literatura em geral. Abraços: Marcos Silva Data: 07/02/2009 - Horário: 10h50min UM ESTRANHO, MUITAS LIÇÕES È difícil imaginar que alguém entregaria um familiar ao perverso efeito corrosivo do tempo, mas entregam! Presenciei o abandono destas pessoas, durante uma visita a um abrigo de idosos. Ao entrar no estacionamento do abrigo vi os primeiros idosos. Relegados a tristeza, numa cadeira de balanço, olhando e sentindo cada segundo, cada minuto, cada hora de um tempo sem esperança, e nada para vibrar. O estacionamento estava vazio. Parei, sai do carro, e dirigi-me até o terraço onde estavam. Olhavam curiosos de longe. Alguns já balbuciavam algo ininteligível. Outros sorriam, provavelmente na esperança de rever o ente querido que os abandonou. Ao me aproximar, senti um cheiro de urina tão forte, que meu primeiro foi impulso foi de engulhar. Diminui os passos numa tentativa de me adequar ao odor do ambiente. Não queria desaponta-los, voltando do meio do caminho. A principio questionei se fui confundido com algum familiar, ou se a solidão os havia forçado a aceitar a presença de qualquer um, como algo positivo. ―Como o senhor se chama?‖ Perguntei ao primeiro senhor que vi. ―Francisco.‖ ―Quantos anos o senhor têm?‖ Pôs a mão no queixo sobre a barbicha esbranquiçada ainda por fazer, revirou os olhos e disse sem hesitar. ―Sou de 1926, ‗tô com..... setenta e alguma coisa, moço.‖ Sorriu orgulhoso, já esperando a próxima pergunta. ―Sua família lhe visita?‖ Fiquei nervoso, e mais ainda com a possível resposta. Silencio. Seu Francisco desviou o olhar. Fiquei receoso de perguntar novamente. De repente, com um brilho nos olhos que prenunciava um choro há muito tempo preso, falou baixinho: ―Sem visitas há quinze anos. Criei sete filhos e alguns netos. Lembro como se fosse hoje a última vez que vieram aqui. Trouxeram frutas e bolachas. Passaram pouco tempo, mas o que mais lembro foi quando disseram, tchau. Palavra forte, moço...‖ Meu coração afundou com a resposta. Passei pouco mais de uma hora papeando com seu Francisco. Naquele momento seus olhos brilhavam de satisfação. E os meus brilhavam de admiração e tristeza por aquele desconhecido corajoso. Por fim, dei-lhe um aperto de mão, que convergiu num abraço inesperado. Agradeci pela atenção, sorri e disse tchau. Virei pela última vez para acenar, quando li os lábios de seu Francisco murmurarem algumas palavras que evidentemente não queria que eu ouvisse, ―Palavra forte, moço!‖ Ele, mais que eu, sabia que não me veria mais. CHARLES M. PHELAN Data: 07/02/2009 - Horário: 10h45min ENTREVISTA/ Alain Touraine É possível encarar a crise como uma oportunidade real de mudança? Basta um passeio no site do Fórum de Davos para perceber que há muita gente buscando soluções paliativas, que permitam a manutenção do sistema... Há três visões em curso em Davos. A primeira diz que é preciso reconstruir apenas as partes do sistema que apresentaram defeito. A segunda, defendida por um batalhão de especialistas sem poder de pressão, é a visão de que é preciso controlar o sistema econômico global. E há uma terceira visão sugerindo que não serão as pessoas, nem as inteligências e nem os governos que vão domar a crise, pois o sistema é capaz de se corrigir sozinho. Esta visão nos remete a um sistema de não-governo, a uma espécie de destino ou de catástrofe anunciada: ninguém pode agir contra o que está aí. Desse ponto de vista, a discussão que Barack Obama traz ao mundo é positiva. Bem-vindo o discurso de que é preciso reforçar o sistema político para que ele possa, de fato, promover a regulação do sistema financeiro-econômico! Do sociólogo francês Alain Touraine, no ESTADÃO. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 20h01min Filmes em cartaz Fiquem atentos meninos e meninas que entraram em cartaz alguns filmes que prometem. Anotem: ―O Leitor‖, ―Fôlego‖, ―O Carregador de Almas‖ e ―Verônica‖. Já estava em cartaz o novo dos irmãos Coen, ―Queime Depois de Ler, que também merece ser visto. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 19h42min Cesare Battisti Estou torcendo muito para que o STF decida logo o destino do italiano Cesare Battisti. Talvez assim encerre a discussão, a essa altura inteiramente ideologizada e transformada em ―gravíssima‖ questão nacional pela mídia. Como se não tivéssemos problemas, esses sim graves, a espera de solução. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 19h38min Filmes brasileiros: muito diversificados! Caros amigos: Na matéria de Gabriela Rassy postada em "Prosa", fiquei intrigado com duas opiniões: a de Marcelo Dória ("Os filmes nacionais não são bons produtos. Eles não contam as histórias que o público quer assistir.); e a de Pedro Butcher ("Projetos mais comerciais estão começando, mas o perfil da produção brasileira ainda é muito baseado no conceito de filmes de autores, com temática mais difícil"). Resumo da ópera: fazer o que o público já quer e fazer o fácil. Bons produtos e projetos comerciais são as soluções! Defendo a diversidade de produção: cinema sueco não é só Bergman, cinema italiano não é só Visconti, Antonioni e Fellini. Defendo que um dos segmentos do cinema amplie os saberes do público: não era isso que Bergman, Visconti, Antonioni e Fellini faziam? (nos cinemas norte-americano, francês, soviético, japonês etc, a pergunta se mantém). Não sei o que é "fácil". Alguém acha que "Quanto mais quente melhor" ou "Meu tio" são fáceis? Ou, mesmo num patamar mais humilde, Spielbeg e Lucas são fáceis? Respeitem a arte! Parece que ninguém falou sobre preço de ingressos, boicote da tv ao cinema nacional e outros temas. Estão faltando uns pedaços! Abraços: Marcos Silva Data: 06/02/2009 - Horário: 18h33min Novos textos na CULT ―Em 40 anos de produção literária, Hilda Hilst conquistou prêmios e teve a obra traduzida em países como França, Alemanha e Itália. Sua relação com a crítica foi instável ao longo dos anos.‖ Leia esse e outros textos na edição online da revista CULT. http://revistacult.uol.com.br/novo/ Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 17h51min Filmes nacionais Postei em PROSA a matéria ―Por que os filmes nacionais não são exibidos?‖, de Gabriela Rassy. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 17h46min Mino Carta fecha blog ―O balanço de seis anos de Lula no poder não é animador, na minha visão. A política econômica privilegiou os mais ricos e deu aos mais pobres uma esmola. Há quem diga: já é alguma coisa. Respondo: é pouco, é uma migalha a cair da mesa de um banquete farto além da conta. O desequilíbrio é monstruoso. Na política ambiental abriu a porta aos transgênicos, cuidou mal da Amazônia, dispensou Marina Silva, admirável figura, para entregar o posto a um senhorzinho tão esvoaçante quanto seus coletes.‖ De Mino Carta, em texto em que anuncia o fim do seu blog e faz um balanço do país nos últimos anos. http://www.cartacapital.com.br/ Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 17h01min Utilidades da literatura ―Se a literatura se presta a utilidades gerais, inclusive àqueles que lidam com instâncias fundamentais como a lei e os costumes, só se pode lamentar que um presidente da República vire as costas a esses valores por motivos declaradamente pífios.― De Nelson Patriota, em sua coluna. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 15h37min Caminho dos Índios Caros amigos: Estou montando um projeto para Bollywood (a Globo está de olho): uma superprodução sobre o exótico Brasil, com foco principal em suas refinadas elites, sem negligenciar sofridas massas (destituídas de direitos, todavia). Cenas na catedral de Brasília e também em belas igrejas coloniais de MG, BA e MA (as ruínas de 7 Povos da Missões serão evitadas para não se transmitir nenhuma metáfora de decadência; o critério se aplica ao belo litoral alagoano). Mansões paradisíacas de famílias típicas locais - Neves, Magalhães, Sarney -, sem esquecer de províncias e grupos similares menores mas representativos (Alves e outros). Catolicismo com um peculiar molho televisivo e afro-indígena, mais uns toques neopent. Participação especial do ator brasileiro Chico Anísio, com seu clássico personagem Painho, casamenteiro e-vidente. Sofrimentos dos excluídos (não tem castas mas preconceito é a coisa mais fácil de se arrumar), final feliz garantido. Cenas de globalização explícita - desvios de bilhões para contas no interior de províncias menores. Informarei sobre o andamento. Tendo em vista o propalado nível técnico da produção cinematográfica brasileira atual (comparada aos primários cinemanovistas e chanchadeiros), é provável que surja uma co-produção internacional, com chances no Oscar. Marcos Silva Data: 06/02/2009 - Horário: 15h24min Natal devastada, sob o domínio do delírio A idéia contemporânea de destruição é um acelerador de partículas autofágico. Puramente ideológico. Delirante? Não, é tudo muito bem calculado. Se destrói tudo em nome do novo, do "moderno". Se destrói a história da arte, da música, o patrimônio arquitetônico. Sem essa destruição, construir o novo não faz sentido. Assim pensa a nossa sociedade moderna,contemporânea. Franklin Serrão Data: 06/02/2009 - Horário: 15h21min COPA DO MUNDO Meus Colegas, Acho legal a copa do mundo vir para Natal. Muitas cidades estão disputando e investindo bastante. Os gastos depois são revertidos em equipamentos para a cidade. Belém apresentou o carimbó como atração. Manaus mostrou a dança na floresta. Qual seria a nossa atração? João da Mata Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 15h20min Copa do Mundo em Natal Abaixo, o colunista Mário Ivo (Jornal de Hoje) escreve sobre o projeto do Governo do Estado e da Prefeitura para Natal sediar dois jogos da Copa do Mundo. Outros três importantes colunistas Vicente Serejo (Jornal de Hoje), Woden Madruga (Tribuna do Norte) e Cassiano Arruda (Diário de Natal) também emitiram opiniões sobre o projeto. Serejo e Madruga se posicionaram contra. Cassiano é favorável. Eu estou no bloco dos que acham o projeto faraônico e despropositado. Já comentei o assunto aqui há alguns dias. Só lamento os cerca de R$ 3 milhões gastos com a elaboração do projeto, sem ter nenhuma garantia de que ele será aprovado. E pensando bem, a essa altura, se o prejuízo for só esse devemos dar graças a Deus. A coisa pode sem bem pior. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 12h25min E por falar em Veneza... A dança do funiculí (marcha/carnaval, 1941) Benedito Lacerda e Herivelto Martins Passei um Carnaval em Veneza Com muitas saudades daqui Tentei cantar a Tirolesa A Jardineira, mas não consegui O povo de lá só cantava A sua canção popular E eu vendo que nada arranjava Entrei no cordão e comecei a cantar assim: Iamo, iamo, iamo, iamo, iamo Iamo, iamo, iamo, iamo, iá Funiculí, funiculá Funiculí, funiculá Atacaram a Tarantela E não quiseram mais parar! Marcos Silva Data: 06/02/2009 - Horário: 12h25min Natal devastada Por Mário Ivo htbtp://embrulhandopeixe.blogspot.com/ Ômi, querem saber? Destruam logo tudo. Botem abaixo não apenas o Centro Administrativo e o Machadão e o Machadinho. Aproveitem e venham deitando por terra tudo que se levante a dois palmos do chão na direção do Atlântico. Uma turma vem pela Salgado Filho em direção à Hermes da Fonseca, outra vem pela Romualdo Galvão, uma terceira pela Prudente de Morais. A que vem pela Romualdo há de vir mais ligeira, que agora a Prefeitura Butterfly acabou com o estacionamento ao longo do meio-fio, no que obrou muito bem – e o digo com todo louvor, respeito, seriedade e espírito cívico. Ali, vejamos, não tem muita coisa pra botar abaixo, não. Pra provar que falo sério e desprovido de outros interesses, podem começar pelo Villaggio di Roma, onde tenho até um apartamentozinho que pretendia deixar paras as meninas, mas, sacrifico a herança em nome do progresso. Na seqüência, derrubem as duas concessionárias de automóveis, um colégio que dizem ser da elite, e, lá pra frente, a clínica psiquiátrica do meu ex-professor Severino Lopes e a TV Tropical de Zé Agripino e Jânio Vidal. Na Salgado Filho tem mais coisa boa de se derrubar: a começar por aquela caixa de biscoito rococó-moderno que é um templo evangélico ou coisa que o valha. Depois, a Fiern, onde, dizem, reina nossa brava indústria de pães, bolachas e pirulitos; pegando pelas esquerdas, o Portugal Center (que nos traz a duvidosa lembrança dos antigos colonizadores deste quinhão de terra), mais concessionárias de automóveis (ô terra pra se vender carro!), um supermercado, a Faculdade de Odontologia (já bastante deturpada, ofendida e vilipendiada por aquela grade horrorosa); e, quando a avenida se transforma na velha 15, o Bar do Expedicionário (pena, mas estão todos mortos ou quase) e, maravilha das maravilhas, o Midway Mall. Não se esqueçam de derrubar este último com um monte de gente dentro, pra economizar no processo. A Etfrn, nem se fala, o Walfredo Gurgel – viva! acaba-se, enfim, um problemão medonho –, a Caern, o 16 RI, o Museu Câmara Cascudo, a Aabb, o escritório de Diógenes da Cunha Lima (desculpa Diógenes, é necessário), a Escola Doméstica, e por aí vai: o estádio Juvenal Lamartine, o edifício de nome mais bonito – o Étoile –, o mercado de Petrópolis, enfim, esses troços todos que só atravancam o progresso e os interesses de nossas bravas construtoras. Quando chegarem na pancada do mar, nem se preocupem: já tá tudo caindo aos pedaços, mesmo, basta uma empurradinha pra depois do calçadão – já destruído. Depois, é só virar os bulldozers na direção oposta ao epicentro, ou seja, MachadãoMachadinho-Centro Administrativo. Tácito Costa Data: 06/02/2009 - Horário: 12h13min Machado claro-escuro Caros amigos: A entrevista de Marcelo Moutinho nos faz pensar sobre grandezas de Machado de Assis. Entendo que não é somente sobre a república que ele fez péssimas avaliações: "Memórias póstumas de Brás Cubas" foi publicado antes desse regime e faz péssimas avaliações sobre o Brasil, desde a colônia! É legal que Faoro preste atenção em Machado mas a advertência sobre insinuações me parece quase boba: escrita literária pode legitimamente ir por aí. O prefácio das "Memórias sentimentais de João Miramar", de Oswald de Andrade, supostamente assinado por Machado Penumbra, costuma ser mais interpretado pelo ângulo da galhofa. Talvez a penumbra seja também espaço de esclarecimentos - táteis e outros. E por falar em "O alienista": aquilo não é só república, aquilo é cientificismo do século XIX, que o império cultivava bastante, mantendo a escravidão até às vésperas da derrocada tema virtual de Machado, que ele não abordou diretamente mas... insinuou bastante. Abraços: Marcos Silva Data: 06/02/2009 - Horário: 09h07min Sobre Faoro Machado de Assis, sobre quem Faoro escreve um estudo clássico, é citado em várias entrevistas. Sobretudo pelo conto O alienista, do qual Faoro se utiliza para ilustrar a tese de que as mudanças no Brasil são sempre feitas pela 'elite'. Machado ainda explica o Brasil? Claro que sim. Não sou especialista em Machado. Mas ele fez péssimas avaliações sobre a nascente República brasileira. Desconfiava da plutocracia brasileira. Isto é, da influência das elites econômicas. O Brasil naturalmente mudou. Transformações incomodamente lentas. O estandarte da lentidão tem escrito nele a célebre frase: "O bolo deve crescer primeiro para, depois, ser distribuído". Machado ajuda muito a entender o Brasil de hoje. Mas devemos prestar atenção, como advertia Faoro, para o fato de que insinuava mais do que dizia. De entrevista feita por Marcelo Moutinho com o jornalista Maurício Dias. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 05/02/2009 - Horário: 19h57min Fetiche pra quem gosta Caros amigos: Joyce é ótimo. Não vejo nada de louco nele: trabalhou horrores para fazer o que fez. O fetichismo ao redor do bloomsday começa a me dar tédio. Em SP, é coisa de classe média deslumbrada - uma Daslu intelectualizada que ouve leitura em coreano pelo prazer de nada entender. Incluam-me fora. Melhor ficar em casa ou na rua (fora de bares para meia dúzia), lendo Joyce e outros grandes - porque ele não é o único grande, sequer no século XX. Abraços: Marcos Silva Data: 05/02/2009 - Horário: 20h01min Bloonsday em Veneza Caríssimos Francisco Ivan e Tácito Costa, já pensaram um Bloonsday em Veneza, em ano de Bienal como este de 2009? A última página de Ulysses, nas barcas a vapor, lida em tantas línguas como são os turistas no verão da Cidade Flutuante? Artistas, performers, atores, filósofos e literatos de passagem por um texto e por uma cidade que não passam jamais. E tudo isso em direta para ser seguido por internet pelo mundo inteiro. O prefeito de Veneza é um filósofo famoso, Massimo Cacciare, amigo de um meu professor, também filósofo importante, Umberto Galimberti. Ivan, se você conseguir envolver a Embaixada da Irlanda fica tudo fácil. Os contatos com a Università Ca' Foscari di Venezia eu tenho, os artistas eu conheço. A glória seria se fosse possível trazer também algum "maluco genial" como o Jota Medeiros, um Chico Canhão, um Eli Celso e até quem sabe uma Molly Bloom como a Florence pra aprontarem alguma por aqui. O tempo é curto, mas não é impossível. E aí, meu velho, se você topar eu já estou na barca. Traga também um cronista como Gregório Simpsons, pois esse Bloomsday passaria à história dessa nossa província planetária. Abraço Ayres Marques Data: 05/02/2009 - Horário: 19h16min Enquete: o caso Battisti Se fizéssemos uma enquete aqui sobre o caso Battisti, eu votaria contra o refúgio e asilo. Argumentos: 1. O Brasil está se expondo (ou estão expondo o Brasil?); 2. O Brasil pode estar se intrometendo (pode estar querendo aparecer); 3. Estão colocando a soberania do Brasil à prova, ou simplesmente brincando com ela (a soberania brasileira é uma coisa muito séria); 4. Vale a pena se desgastar tanto perante a comunidade européia e do resto do mundo por conta disso? Battisti representa tanto assim para o Brasil? 5. Uma injustiça em relação aos atletas cubanos; 6. Mesmo que seja uma injustiça, em relação a Battisti, o problema é exclusivamente italiano. 7. O Brasil, país democrático, pode estar ferindo a democracia italiana, confrontando-a, enfrentando-a (é preciso respeitar as outras democracias). Tales Costa Data: 05/02/2009 - Horário: 16h11min Rever Caros amigos: Revi ontem, no canal TCM, "Festim diabólico", de Hitchcock. Embora ainda prefira as obras-primas "Um corpo que cai" e "Janela indiscreta" (mais uma brecha para "Psicose"), não há como negar o toque de mestre em cada detalhe do filme. A ilusão de uma tomada contínua, mais que virtuosismo, é um achado narrativo - o mundo fechado do apartamento, ultrapassado apenas antes do assassinato e depois da descoberta de tudo pelo professor. De quebra, uma reflexão sobre o fascismo cotidiano de uma inteligência auto-centrada e medíocre. Brilhante. Abraços: Marcos Silva Data: 05/02/2009 - Horário: 16h10min Direito de pergunta Quem danado é Rui Lopes? Augusto Lula Data: 04/02/2009 - Horário: 19h04min Novo blogueiro no Estadão DE MARCELO RUBENS PAIVA, NO ESTADÃO. http://blog.estadao.com.br/blog/marcelorubenspaiva/ O blog não substituirá a literatura nem o jornalismo impresso. É um novo gênero, que muitos não botavam fé, e se firmou. Creio que a linguagem do blog já amadureceu, é um fato, é parte de nós. Aqui, você encontrará achismos metafísicos, chutes, protestos, dicas e o correr da vida de um cara que está sempre em movimento (sobre rodas). Admirei muitos blogueiros que se consolidaram e servem de insPIRAÇÃO. Decidi fazer parte deste on-iverso. Espero que me recebam bem. Tácito Costa Data: 04/02/2009 - Horário: 17h58min Battisti e os três Georges do Chacrinha ELIO GASPARI FOLHA DE SÃO PAULO Um passeio no passado, para complicar um caso onde os juízos absolutos são fáceis, e errados ESTE ARTIGO destina-se a aumentar a confusão em torno do destino do italiano Cesare Battisti. O Supremo Tribunal Federal julgará o pedido de sua extradição encaminhado pelo governo da Itália, onde a Justiça de um país democrático o condenou à prisão perpétua. Como militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, ele teria participado do assassinato de quatro pessoas, entre as quais um joalheiro e um açougueiro. Battisti nega a autoria desses crimes. Os ministros do STF decidirão questões de competência e de legitimidade que estão mais ou menos demarcadas pelas leis. O Judiciário pode extraditar um cidadão a quem o comissário Tarso Genro concedeu a condição de refugiado? O Supremo pode julgar a legitimidade da condenação italiana? Há outra componente, dominante no debate. Tendo sido condenado pela prática de crimes de sangue, ainda que por motivos políticos, Battisti foi um criminoso comum ou um combatente? É aí que se instala uma confusão que obriga qualquer juízo a aceitar um legítimo ingrediente de arbítrio pessoal. Há no Brasil inúmeros beneficiários do programa Bolsa-Ditadura que em suas ações armadas mataram pelo menos dez pessoas que nada tinham a ver com o regime ou com a manutenção da ordem. Eram bancários, motoristas ou vigias de estabelecimentos comerciais. Fazendo-se de conta que esses casos não aconteceram, pode-se enumerar três exemplos, a partir dos quais sente-se o peso da toga de ministro do Supremo: "Georges 1" é um professor francês e em 1943 assumiu a direção do Comitê Nacional de Resistência, braço armado da mobilização comandada de Londres pelo general Charles De Gaulle. Os alemães e o governo do marechal Pétain consideravam "insurgentes" os quadros da Resistência e mataram milhares deles. "Georges 2" é o ministro das Relações Exteriores da França. Derrotada a Alemanha, ele caça colaboracionistas e pede ao governo da Dinamarca a extradição do romancista Louis Ferdinand Céline, propagandista antissemita durante a ocupação. Outro escritor, Robert Brasillach, que pedira a execução sumária dos combatentes da Resistência, foi fuzilado. Céline só voltou a Paris em 1951, anistiado. "Georges 3" é um político que defende o domínio colonial francês na Argélia. Ligase a militares que tentam um golpe contra o governo de Paris e organizam uma rede terrorista que pratica milhares de atentados e mata 5.000 pessoas. Em 1961, com a prisão do general que comandava a organização, "Georges 3" assume o seu lugar. Encurralado, foge para a Alemanha, pede proteção do chanceler Konrad Adenauer, mas ele não responde à sua carta. Temendo ser sequestrado, vai para Portugal e pede um visto de entrada nos Estados Unidos. Barrado, exila-se no Brasil, onde vive de 1962 a 1966 e chega a lecionar direito no Rio. Beneficiado por outra anistia, "Georges 3" voltou à França em 1968. Os três Georges foram uma só pessoa: Georges Bidault. Numa mesma vida esteve em todas as pontas do problema, foi caçado por defender a França do general De Gaulle e juntou-se a gente que tentou matá-lo pelo menos 20 vezes. No poder, tentou o recurso da extradição contra um fascista que jamais tocara em alguém. Como diria Abelardo Chacrinha, Bidault não explica, complica. Todavia, ajuda a pensar. Tácito Costa Data: 04/02/2009 - Horário: 17h05min Literatura, vida, batatas. Caros amigos: O bonito texto de Homero Fonseca "Sobre literatura e batatas" é um estímulo para a discussão: quais os referenciais de um escritor (ou músico, ou artista plástico, ou cineasta) ao realizar sua obra - o produto de outros artistas ou a vida que corre? Parto do princípio de que literatura e outras formas de arte são vida. E também de que todo escritor e artista precisa aprender com seus pares - portanto, não tem como escapar de se basear também na linguagem que escolheu para se expressar, o que não se confunde jamais com "formalismo". Tendo a pensar que a noção de "realismo" é enganosa: dá para imaginar Graciliano Ramos sem a leitura de Eça de Queiroz e Machado de Assis? A força social da literatura e de outras formas de arte deriva de sua capacidade de linguagem em relação ao resto do mundo, alargando a compreensão do mesmo. Abraços: Marcos Silva Data: 04/02/2009 - Horário: 16h51min Seleção de textos Postei em PROSA os textos ―Henfil não morreu‖, de Karina Padial, ―Rui Barbosa voltou‖, de Heródoto Barbeiro, ―Marx e Engels e o Partido Comunista - 1º parte‖, de Augusto Buonicore‖ e ―Cidadezinhas' reforça prosa flaubertiana de John Updike ―, de André de Leones. Enviados por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 04/02/2009 - Horário: 16h14min Glauber fazia cinema! Caros amigos: Discordo respeitosamente de Rui Lopes: Glauber conhecia cinema (foi crítico na área), dialogava com mestres - Ford, Buñuel, Kurosawa, Fellini - e fazia o cinema de uma época precisa, marcada pela vontade de revolução. Hoje, vivemos o crepúsculo absoluto dessa vontade. Para não cairmos numa presentismo tolo, como se o presente fosse o melhor dos mundos, é preciso entender projetos diferentes dos que predominam atualmente. Situo Glauber num grupo que inclui Pasolini e Godard: insatisfação com o existente, vontade do impossível, amor pelo cinema. Alguns outros espectadores ilustres apreciaram e apreciam o fazer cinematográfico de Glauber: Luís Buñuel, Martin Scorcese. Não se trata de nos submetermos à voz de nenhuma autoridade. Mas vale a pena prestar atenção ao que eles dizem. Abraços: Marcos Silva Data: 04/02/2009 - Horário: 15h29min Sobre literatura e batatas HOMERO FONSECA http://www3.interblogs.com.br/homerofonseca/ Encontro o jovem professor Fábio Andrade na Livraria Cultura (Recife) e tivemos uma dessas conversas rápidas, mas frutíferas. Compartilho algumas opiniões que expressei, sem que meu interlocutor tenha qualquer responsabilidade por elas. - A meu ver, existem duas grandes correntes literárias: a literatura cuja fonte é a vida e a literatura cuja fonte é a própria literatura. Por temperamento, inclino-me pela primeira, cujos expoentes seriam gente como Tolstoi, Dostoievski, Balzac, Flaubert, Dickens, Machado. No time da segunda, brilham Borges e todos os formalistas. Eu classificaria Kafka entre os primeiros e reconheço que alguns têm um pé numa banda e outro, na outra: Joyce e Guimarães Rosa, por exemplo. Joyce é oscilante entre os dois pólos, já Rosa está mais próximo de uma síntese. - A melhor literatura é aquela que traz a marca pessoal do seu autor, situando-se, entretanto, dentro da moldura mais ampla da sociedade. (Fábio aqui citou um teórico, cujo nome não lembro, sobre a experiência de se contemplar um quadro envidraçado, em que se vê a pintura através do vidro.) Sem a marca do autor (de visão de mundo, estilística etc.) temos apenas uma reprodução automática da realidade. Sem estar dentro da moldura social, cai-se no deplorável giro em torno do próprio umbigo. (Vejam como em boa parte dos romances nacionais contemporâneos os protagonistas são escritores, jornalistas, publicitários, fotógrafos, designers... Ou seja, não se sai do pequeno universo do autor, que é importantíssimo para ele, mas que, para mim, como leitor, não me interessa.) - Alguns tentam enveredar pela realidade social, mas como bons pequenos burgueses, sem conhecimento de causa, carregam nas tintas, focando apenas o lumpen (como se houvesse apenas duas classes, quando as nuanças sociais são muitíssimo mais amplas) e emprestando-lhe sentimentos e atitudes artificiais. - Por isso, o povo brasileiro é quase invisível na nossa literatura (e não estou demandando nada que nem remotamente se refira a panfletarismo). Existem exceções, claro, como, só para ficar por aqui, Gilvan Lemos (e seu universo do microdrama de gente de carne e osso), Fernando Monteiro (e seu diálogo com todas as literaturas sem tirar os pés do chão), Raimundo Carrero (cada vez mais afastado do ninho armorial, enveredando pela loucura humana e sua contraface mística) e Ronaldo Correia de Brito (revisitando o Sertão numa perspectiva contemporânea). E para não ficar apenas na província, o mineiro radicado em São Paulo Luiz Rufatto, filho de pobres e portador de diploma universitário, transitando assim entre as dores do proletariado e as aflições da pequena burguesia, cuja série ―Inferno Provisório‖ é uma grande saga brasileira. (Fábio lembrou Osman Lins, de ―Avalovara‖). - Não acredito em quem diz que escreve para si próprio. Esses, se fossem sinceros, deixariam suas obras geniais nas gavetas. Quando o camarada procura um editor, manda seu texto e se contorce na expectativa de vê-lo aprovado, sufocando-se de revolta caso a resposta seja um não, é porque está em busca de leitores. Aliás, creio que uma obra só se completa quando é lida, assim como só nos reconhecemos em face do Outro. - O escritor escolhe o seu público, exercendo uma saudável autonomia, dentro de um contínum que vai das multidões (prosa redundante) ao restrito grupo dos iniciados (experimentações vanguardistas). Como um texto pode ter múltiplas leituras e camadas de significados, as obras geniais, ao meu ver, são as que conseguem se situar num espectro o mais amplo daquela linha contínua (―Dom Quixote‖ é o exemplo por excelência). - E arremato com uma frase ao estilo de Geneton Moraes Neto (que não falei na conversa com Fábio): Não existe literatura sem cânone, mas os epígonos são a desgraça dos grandes autores. Como no caso de leitores de Machado que vivem citando, fora de contexto ou num contexto errado, a máxima de Quinas Borba. Esses não merecem as batatas. (De propósito, não cito nenhum teórico de sobrenome polonês nem escritor somente conhecido de iniciados nem a palavra epifania.) Tácito Costa Data: 04/02/2009 - Horário: 13h04min Filmes? Tem uma coisa que me intriga. Quem danado já assistiu a algum filme de Rui Lopes? quem viu, por favor diga quando e onde. Nem o Goiamum conseguiu desentocar um filme do Rui! pense numa caranguejeira grande tem nessa gaveta... Cristiano M. Ferreira Data: 04/02/2009 - Horário: 09h56min Poemas inéditos de Gullar Postei em POESIA cinco poemas inéditos de Ferreira Gullar. Após dez anos sem publicar versos, o escritor prepara "Em Alguma Parte Alguma", que lançará pela Jose Olympio. Os poemas foram publicados no PORTAL LITERAL. http://www.portalliteral.com.br/ Tácito Costa Data: 03/02/2009 - Horário: 18h17min Poemas de Gélman Postei em POESIA uma série de poemas do poeta argentino Juan Gélman traduzida por Max Moreira. Tacito Costa Data: 03/02/2009 - Horário: 16h59min Glauber não fazia cinema?! De Rui Lopes no Diário de Natal (MUITO) de hoje. "Rui Lopes, 50, é designer e escreve roteiros de cinema desde a adolescência. Nos últimos seis anos coseguiu incluir sete curtas-metragens nas leis de incentivo cultural do município e do Estado. Sua relação com o cinema é estreita e as opiniões a respeito da sétima arte são polêmicas. Rui critica não só o aclamado Cinema Novo de Glauber Rocha, como também as neo produções digitais. ‗‗A digitalização representa a era do consumo; a degeneração do cinema. Se filma até com relógio hoje em dia. É uma arma nas mãos de quem não sabe atirar. Cinema é arte. Há toda uma orquestração por trás‘‘. Em contrapartida, Rui elogia a boa fase do cinema nacional embasado na produção cinematográfica brasileira nas décadas de Cinema Novo e pornochanchadas. ‗‗O cinema nacional vive sua melhor fase. Aprendemos a dominar a linguagem do cinema. Os roteiros da década de 70 era horrível. Glauber Rocha fazia questionamentos políticos, mas não há cinema ali‘‘. Para Rui, o autor de Deus e o diabo na terra do sol e Terra em transe se apropriou de um espaço ainda inexistente na produção nacional e produziu o que já se fazia no início da história do cinema. ‗‗Não foi inovação. Claro, a contrariedade também é estética, mas até quando? Americanos e franceses contrariavam a estética com linguagem de cinema‘‘, opinou." Tácito Costa Data: 03/02/2009 - Horário: 16h08min A morte de um crítico "Aos 84 anos faleceu, no Rio, o crítico de cinema Antonio Moniz Vianna, que se destacou na imprensa carioca sobretudo nos anos 60. Por ser extremamente conservador em suas preferências estético-cinematográficas, preferíamos outros nomes. Como, por exemplo, José Lino Grunewald (para nós, até hoje, o melhor de todos eles.) Mas sempre o respeitamos. A sua admiração por John Ford chegava a ser emocionante. O que não deixa(va) de ser mais um motivo para respeitá-lo." De Moacy Cirne em seu BALAIO VERMELHO. http://www.balaiovermelho.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 03/02/2009 - Horário: 10h36min Benjamin Button ―O curioso caso de Benjamin Button‖ é um vasto catálogo de especulações ligeiras, compacto o suficiente para caber numa sessão de cinema, mas rico e democrático o bastante para ser lido por gente de idade, formação, repertório e experiências variadas." De Sebastião Vicente, no SOPÃO DO TIÃO. http://sopaodotiao.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 03/02/2009 - Horário: 10h34min Wanderlea é uma figura musical importante Caros amigos: O texto de Pedro Alexandre Sanches sobre Wanderlea nos faz lembrar dessa personalidade musical. Augusto de Campos, no livro "Balanço da bossa", elogiou o canto da jovem guarda, incluindo ela e Erasmo (muito destratados musicalmente pela crítica, na época). Wanderlea gravou Egberto Gismonti e mpb variada nos anos 70 (de Assis Valente a Jorge Mautner). E fala coisa com coisa quando recorda os anos dourados da música brasileira na Record (festivais, grandes programas). E tem uma presença na tv que poucos cantores alcançam, magnetismo de estrela. Abraços: Marcos Silva Data: 03/02/2009 - Horário: 09h07min “Pequeno manual prático de coisas inúteis” A Editora Flor do Sal, do poeta Adriano de Sousa, lança nesta terça-feira (3), a partir das 18 horas, no Nalva Melo Salão Café, o livro ―Pequeno manual prático de coisas inúteis‖, de Theo G. Alves. O Salão fica na Av. Duque de Caxias, ao lado do jornal Tribuna do Norte. Tácito Costa Data: 02/02/2009 - Horário: 23h34min “Estados terroristas” Postei em PROSA o texto ―Estados terroristas‖ do filósofo José Arthur Giannotti publicado na FSP. Tácito Costa Data: 02/02/2009 - Horário: 23h33min Wanderléa, Mussa e Lúcia Guimarães Postei em PROSA texto sobre a cantora Wanderléa e em ENTREVISTA, entrevistas com o escritor Alberto Mussa e a jornalista Lúcia Guimarães. Tudo enviado por Tetê Bezerra (o texto sobre Madame Bovary também foi ela que mandou). Tacito Costa Data: 02/02/2009 - Horário: 19h54min Um bonde chamado desejo ―Um Bonde Chamado Desejo é uma peça que funciona como uma cebola. São camadas e mais camadas de texto que vão se descascando na compreensão do espectador ou do leitor.‖ De Carlos de Souza, em sua coluna. Tacito Costa Data: 02/02/2009 - Horário: 19h21min Filmes de guerra Caro Tácito, Vendo a relação de filmes de Guerra postado aqui lembrei de um dos filmes mais marcantes que assisti, ainda no Cine Rio Grande. Na verdade um filme antibélico, chocante, que até hoje me vem à memória. Como essa mesma memória anda gasta recorri à memória coletiva "googlesga" para pegar mais informações pois careço da capacidade neuronial de Alex, por exemplo, para ditar autores e diretores sem risco do contradito, nesses tempos de tanta patrulha. Trata-se de Johnny Vai à Guerra: primeiro e único filme dirigido pelo escritor e roteirista Dalton Trumbo, uma das grandes vítimas do macarthismo. Johnny Vai à Guerra é um monumento cinematográfico erigido contra todas a guerras: do passado, do presente e do futuro. Afinal, Trumbo criou a figura do soldado sem nome como uma metáfora de todos os homens que perderam a vida na guerra. Filme poético e chocante, é narrado em dois níveis, com o preto e branco e o colorido separando a vida e a agonia de um soldado reduzido a um torso em combate durante a 1ª Guerra Mundial. Por meio de um monólogo interior, somos testemunhas do que foi a vida do jovem soldado e acompanhamos o que restou do seu corpo numa sala escura de hospital. Ainda me dá arrepios. Soube também que já tem em DVD. Espero rever em breve e guardar para emprestar às pessoas que ainda acham a Guerra aceitável desde que embalada em alguma ideologia e "justificativa". Abraços plurais, Eugênio Pereira Soares - Eugênio 1/2 Kg Data: 02/02/2009 - Horário: 19h16min Jornalistas Recomendo a leitura urgente do blog de Carlos Fialho sobre folhetinistas da São Petesburgo de Dostoiévski, que tinham o costume de ameaçar donos de restaurantes com notinhas agressivas, caso não conseguissem de graça um bom regabofe. Fialho não fica surpreso com a semelhança com alguns de nossos colunistas e blogueiros locais de hoje em dia. Grande Fialho, dê uma olhada de novo nas Ilusões Perdidas, de Balzac, que você também vai ver lá os mesmos tipos espertinhos. Carlos de Souza Data: 02/02/2009 - Horário: 19h13min Ao Sr Alex O Sr Alex vê em mim qualidades que não tenho nem a elas posso aspirar. Imagine ser conhecido no Substantivo Plural pela GROSSERIA. Não, amigo, não tenho forças nem méritos para vencer os demais concorrentes nesta categoria. Permito-me, também, imaginar que defender assassinos e mais, enaltece-los é uma forma de grosseria talvez mais eficiente do que a minha, que produz apenas desagrado no senhor. Enquanto que a outra produz cadáveres. Portanto, senhor, recuso a candidatura por falta de currículo, ou, pelo menos, por notória desqualificação no quesito estupidez ideológica. Paulo Couto Data: 02/02/2009 - Horário: 18h51min Madame Bovary ―É impressionante como os clássicos reabrem em nós esconsos emocionais nos quais nos refugiamos sempre. É como se, relendo-os, tendo já vivido por procuração aquelas intensidades dramáticas de vidas fictícias, tivéssemos, de algum modo, criado latências semelhantes, pequenas entidades psíquicas de certa autonomia que disputam com nossas partes mais conhecidas e racionais um lugar na nossa personalidade total.‖ DO EDITOR Do texto de Chico Lopes, que postei em PROSA. Tetê Bezerra Data: 02/02/2009 - Horário: 18h00min Cego é quem não quer ver Senhora Tetê, muito boa a sua indicação de texto. Não é preciso ter formação acadêmica para entender a arrogância de como o governo italiano vem tratando a decisão legal e lúcida o governo brasileiro em relação ao caso Cesare Battisti. Questionar a decisão nacional é direito do governo Berlusconi, mas desqualificar a soberania de nosso país é uma afronta. Até um governo conhecido por sua xenofobia como o de Berlusconi merece respeito. Sílvio Andrade Data: 02/02/2009 - Horário: 12h49min Pense! É, Paulo Couto. Não sei quanto ao Brasil, mas o senhor com certeza vai ficar conhecido aqui no Substantivo Plural como uma pessoa grosseira, que ataca as pessoas em vez de se preocupar em argumentar. Tetê Bezerra poderia até ser acusada de algo, mas duvido muito que seria por falta de leituras. Que, por sinal, o senhor deve estar precisando: já que anda meio fraco de retórica, aconselho pelo menos um bom livro de etiqueta. Francamente... Alex de Souza Data: 02/02/2009 - Horário: 12h48min Bloomsday Caríssimo Francisco Ivan, menino, esta história de procurar o material do Bloomsday deixou meu coração capenga em alvoroço. A lembrança daquele dia que durou mais que as suas horas, que começou antes do tempo e que de repente ressuscitou e fugiu enlouquecido da vala comum da memória adormecida onde jazia, tirou tudo do lugar, abriu tantas gavetas emperradas revirou a papelada, amarelada, abandonada e as fitas que guardavam imagens estremecidas de moças bonitas recitando em coro a oração de Molly Bloom, numa filmagem improvável feita com uma videocâmera nervosa nas mãos do Alfredo Giacometti que morreu no dia primeiro de janeiro deste nosso 2009. Aquela escultura amorfa de fumaça que eu chamei famigerada por conta de uma briga feia que se travava há muito tempo dentro de mim e que naquele dia explodiu na Babilônia quebrando as vidraças e lançando panelas de óleo fervendo pela janela e causando aquele fuzuê danado, foi também um Bloomsday, o primeiro Bloomsday em Natal, segundo o Folhetim da Babilônia número 2 que diz: "Dublin, 16 de Junho 1904, Bloomsday! O relato de um único dia na vida de Leopold Bloom, protagonista do Ulysses de James Joyce, que tornou-se o símbolo da revolução literária do século XX. Natal, 16 de Junho de 1993. O Professor Francisco Ivan da Silva, representante da Associação Brasileira de Estudos Irlandeses, juntamente com o Espaço Cultural Babilônia, organizam um evento instigante para comemorar o Primeiro Bloomsday em Natal." E aí tem fotos de Eulício Lacerda e do Professor Wladson Pinheiro que leu a tradução que fez da última página de Ulysses em Interlíngua. E tem também o João da Rua com aqueles olhos colírico de serafins que passeiam pela pubiscidade à dobra da baía miramares. E Falves Silva que apresenta suas colagens e desenhos eróticos num depoimento pudicamente tímido e comovente. Tem também o poeta Franklin Capistrano recitando joyceanamente seus poemas visuais e visionários que enaltecem e lamentam a posição de eterna avanguarda à qual a grande literatura é inremediavelmente condenada. E a Ilária Ferreira, uma Molly atrás dos óculos, que no seu Português lê textos de Joyce. Mas a grande epifania da noite daquele dia foi o rito erótico de vozes, de faces, de corpos de mulheres celebrando os SIMS, únicos deuses capazes de erguerem os homens aos céus, pronunciados em Francês, pela Florence Dravet, em Inglês pela Irene Sedda, em Portanhol pela Graça Pinto, em Italiano pela minha amada Gigliola e em Português de um Brasil mais Nordestino e belo da belíssima Fátima Arruda. E tem tanta foto, menino, do público incrédulo naquela noite babilônica frequentada por Salésia Dantas com o irmão dela, Tácito Costa conversando com Marize Castro, uma roda quente de Afonso Martins, Volonté, Marcelo Fernandes e o grande Chico Miséria esfolhando o Folhetim número zero que foi lançado naquele dia. É, Mestre Francisco Ivan, não tem mesmo nada mais luxuoso, como você disse na sua fala, de frente ao atlântico mar de Ponta Negra, do que recitar Joyce numa noite de Natal, mesmo com a fome, com a seca, com a opressão , com os roubos... Prometo enviar-lhe fotos e o vídeo quando tiver sido restaurado. Mande-me notícias deste povo e o abraço eu espero-lhe dar quando você chegar por aqui, no próximo Bloomsday. Ayres Marques Data: 01/02/2009 - Horário: 23h02min Sobre o direito humano de existência Caros amigos: O bonito texto de Pablo Capistrano "Direito de existência" é um convite ao pensamento, como costuma ocorrer sempre que ele escreve. Considero urgente ultrapassarmos as visões exclusivamente nacionais ou dos esquemas vastos e sem fim (por isto mesmo tornados inúteis) de direita e esquerda pra enfrentarmos as questões que Pablo aborda. Nações: cada um de nós pertence a alguma; experiência de civilidade é irmos além de reiterarmos o que já somos. Como nós seríamos limitados se dialogássemos somente com o que já somos (quer dizer: monologássemos!)! Sou brasileiro, subdivisão nordestino, experiência paulista de 38 anos, mas não me concebo sem ler Cruz e Souza (nasceu em Santa Catarina) ou Rimbaud (nasceu na França), Faulkner (nasceu nos EEUU) e Juan Rulfo (nasceu no México), mais tantos outros e outras. Direita/esquerda: não chegarei ao ponto de dizer que tudo virou a mesma coisa (a tentação é grande!) mas quero lembrar que se transformaram, sim, em álibis para ausência de autocrítica. Se alguém identificado como esquerdista comete erros calamitosos (e muitos esquerdistas os cometem porque são seres humanos falíveis) e eu me calo porque não sou de direita, estou renunciando ao ato de pensar. O mesmo raciocínio se aplica aos direitistas coniventes com os colegas de opção política (no começo do nazismo, a maioria da grande imprensa ocidental encarava Hitler e seus colegas com discreta ou ruidosa simpatia). Pablo nos convida a pensar sobre o direito à vida para palestinos, judeus e todos os povos. Se for para acreditar em Deus (qualquer deus), melhor pensar que Ele criou todos os seres humanos, não uma nacionalidade que pretende se apropriar de seu Ser para aniquilar os outros. Se for para falar sem o apelo ao argumento teocrático, então, todos os homens precisam se reconhecer reciprocamente em suas diferenças, ou a humanidade findará antes do que pensamos. No tempo da Antropologia estrutural, isso era mais palpável: a condição humana aparecia nas diferenças. Mas o Estruturalismo é tratado hoje como moda de outro tempo. Um lembrete nada estruturalista: o caderno "Mais" da FSP de 1º de fevereiro, publicou bonito texto de José Arthur Giannotti com o título "Estados terroristas". Recomendo a todos. Beijos entre seres humanos iguais no direito de existência através das diferenças: Marcos Silva Data: 01/02/2009 - Horário: 22h59min Ensaio sobre a cegueira Não, Tetê, o Brasil não é só conhecido por suas putas e por seu apoio incondicional ao crime - E NÃO SÓ AO CRIME COMETIDO SOB PRETEXTO POLÍTICO infelizmente é também conhecido pela cegueira ideológica de gente pouco afeta ao pensamento e à leitura como você. Paulo Couto Data: 01/02/2009 - Horário: 22h57min Direito de existência O último artigo que escrevi sobre a questão da faixa de Gaza me rendeu algumas incompreensões. Nada mais natural quando se escreve sobre o discurso alheio, no caso, do Shimon Peres (e não o Ehud Olmert como eu havia dito), que teria justificado a morte de crianças palestinas na operação militar dos últimos meses com uma frase infeliz (―nós cuidamos de nossas crianças‖). O artigo acabou me rendendo, a partir de uma leitura neocon, o atributo, (na melhor das hipóteses) de ser ―pro-palestino‖ ou (na pior delas) de ser ―pro-hamas‖. Como minha consciência adoece toda vez que é enquadrada em algum estereotipo dicotômico, e como, no caso do atual conflito em Gaza eu me posiciono contrário tanto ao Hamas quando ao Governo Israelense, resolvi escrever outro artigo sobre o assunto, na esperança dessa vez, de ser considerado pela esquerda judaico-fóbica como um ―sionista safado‖, e assim desagradar aos dois lados. Um dos instrumentos de manipulação usados por aqueles que insistem na tese de destruição Israel, é a conexão entre a origem do conflito palestino-israelense e a criação em 1948 do Estado de Israel. Na maioria das vezes em que se explica na TV o conflito, retrocede-se para o momento de criação do estado de Israel, gerando a falsa impressão que os conflitos entre palestinos e israelenses começaram em 1948. Nada mais simplista. Há registros de embates e massacres envolvendo comunidades judaicas e palestinas ainda nos anos vinte, logo após a queda do império otomano e muito antes do Estado de Israel ter sido reconhecido pela ONU. A lógica dessa manipulação é simples, identifica-se a origem dos conflitos com o surgimento de Israel, para extrair daí a falácia de que o fim dos conflitos deve ocorrer com o fim do Estado de Israel. Essa manipulação, muito útil ao Hamas, Hezbolah e seus patrocinadores, reforça o discurso de ódio que separa judeus e palestinos. Além disso, ao identificar o Estado de Israel com a presença judaica na região, causa, inclusive em muitos judeus, a impressão de que discordar das políticas do governo israelense é questionar a existência do Estado de Israel e, como conseqüência a presença judaica na área. Ora, o governo de Israel não se identifica com o Estado que governa, nem com o povo que representa. Qualquer aluno primeiro anista de um curso de ciência política sabe que Estado e Governo são distintos. Do mesmo modo, esse mito de origem esconde o fato de que a migração de judeus azquenazitas para o oriente no final do século XIX e começo do XX (incrementado com a perseguição nazista e com os pogrons russos) se deu justamente pela falência da tese da assimilação, próspera após o ato de Napoleão que reconheceu o status de cidadão ao judeu europeu. Antes de Napoleão, os judeus não tinham sua cidadania reconhecida, após a promulgação do código de 1804 os guetos medievais começaram a ser desmontados e muitos judeus, passaram a acreditar que naquele momento poderiam ter uma vida normal, como qualquer católico ou protestante. O problema é que anos depois, muitos judeus convertidos ao cristianismo continuavam sofrendo as mais miseráveis discriminações. O sionismo (que produziu um acréscimo migratório para a terra de Israel de judeus azquenazitas) é uma conseqüência do antisemitismo. Deste modo, os conflitos em Gaza e na Cisjordânia remontam a circunstâncias muito anteriores à criação do Estado de Israel. O problema é que não é possível imaginar mais nenhum tipo de paz naquela região sem o reconhecimento do direito à permanência das comunidades judaicas naquela terra. O Israel não pode ser destruído sem uma hecatombe humana que varreria o Oriente Médio e condenaria multidões (de persas, sírios, judeus e árabes) à morte, porque ele não é uma ficção jurídica da ONU. Ele é o resultado de um longo processo histórico, cujas bases estão fincadas nas profundezas da relação orienteocidente. Israel tem o direito de existir, assim como os palestinos tem o direito à sua autonomia e a preservação de sua nacionalidade. Enquanto isso não for reconhecido, haverá guerra, interpretações simplistas e discursos de ódio. Pablo Capistrano www.pablocapistrano.com.br Data: 31/01/2009 - Horário: 19h01min Brasil com o rabo entre as pernas? Por Rui Martins - Suíça Jornalista e escritor. O caso Cesare Battisti pode ter um fim inesperado para todos quantos são contra sua extradição. O governo italiano com suas pressões e ofensas, como a última, proferida por um deputado neofascista italiano da Liga do Norte de que o Brasil é mais conhecido por suas putas (dançarinas) que por seus juristas, parece ter conseguido seu intento, para grande alegria da imprensa entreguista e de muitos jornalistas sem brio do nosso país. Articula-se um jeitinho, um arranjo, enfim uma pizza para o caso Battisti. O premiê italiano Silvio Berlusconi, que joga nossos emigrantes para fora, esquecendo-se dos milhões de emigrantes italianos que o Brasil acolheu e que ajudaram a construir nosso Brasil, vem se utilizando da amizade dos nossos dois povos para ofender e tentar diminuir a imagem do Brasil no Exterior. A última foi a de recorrer ao Conselho de Ministros da União Européia alegando uma incapacidade de julgar do nosso judiciário, denúncia rejeitada pelos europeus. É hora do governo brasileiro, de nós brasileiros dizermos um Basta, antes que o Brasil, de rabo entre as pernas, entregue Cesare Battisti e perca toda credibilidade internacional. Agora não deve mais interessar o que você acha sobre a extradição ou não de Cesare Battisti, é uma questão de honra, de brio, de dignidade nacional. Não haja como parte da nossa imprensa entreguista, diga Basta aos insultos do governo italiano. az alguns anos, a Europa viu o desespero da Banda Baader, o grupo terrorista alemão que, logo seria imitado pela Brigada Vermelha italiana. Há, mesmo um filme passando aqui na Europa, O Complexo Baader Meinhof, rememorando aqueles anos em que uma parte da juventude alemã, entre o desespero de viver num país que jogara o mundo numa guerra racista e imperialista, e a de um país ocupado, partia para o terrorismo. Alemanha de hoje já enterrou esse assunto, uma das últimas participantes do grupo Andreas Baader foi libertada recentemente. Já lá se vão mais de trinta anos. Mas a Itália, ao contrário, sopra as cinzas do passado para querer recuperar um fugitivo, já integrado na sociedade, como fez, no passado, o imperador romano ao mandar empalar, na Via Ápia, todos os seguidores da revolta de Spartacus. E, ontem, um deputado da Liga do Norte ousou mesmo dizer que o Brasil é mais conhecido por suas dançarinas que por seus juristas. Em outras palavras, o Brasil é mais conhecido por suas putas que por seus juristas. Sabem o que é a Liga do Norte ? É um movimento neofascista que luta pela separação do norte italiano da Itália, mais ou menos com o mesmo argumento de certos separatistas sulistas neonazistas que, felizmente minoritários, querem a separação do sul do Brasil. Faz duas semanas, depois da decisão do ministro Tarso Genro de não extraditar Battisti, que o governo italiano trata o ministro brasileiro, a justiça brasileira, o governo brasileiro de tudo quanto é ofensa. Ora se fosse só em Roma, onde o Papa reabilita negacionistas, nada grave. Dentro de casa, cada país faz o que quer. Mas o governo Berlusconi, autor de uma lei que o protege dos processos por corrupção e detentor do total controle da televisão italiana, decidiu meter sua colher dentro de nossa casa. Foi até pedir apoio para o Conselho da Europa contra uma decisão soberana do Brasil e, nosso presidente do Supremo Tribunal Federal, em lugar de como Floriano Peixoto defender nosso brio e nossa honra, cede, deixa mesmo ter acesso ao processo, e provavelmente, depois de acuado, votará pela extradição de Battisti. Battisti deixou de ser um fugitivo para ser um símbolo. De todos nós que na juventude lutamos contra o Sistema. As acusações e os temores dos anos 60, mesmo em países pretensamente democráticos, mas governados como a Itália por uma coligação da qual fazia parte a Máfia, se confirmam hoje. Contra quem lutava o grupo Baader Meinhof e a BrigadaVermelha ? Contra o capitalismo e sua degenerescência. E o que aconteceu 40 anos depois ? A crise que assola hoje toda Europa e que chega, embora em menor escala ao Brasil. Esse jovens foram extremados, cometeram erros graves, mas viram longe e muitos deles pagaram com seu próprio sangue a visão profética. Há em nós todos, que fomos contra a ditadura brasileira, um pouco do jovem Battisti que lutou contra o governo italiano, onde máfia e ex-fascistas conviviam. Na questão de Cesare Battisti nenhum de nós pode lavar as mãos. De um lado Mino Carta, Carta Capital, que querem vê-lo apodrecer na prisão e tantos outros que o acusam de criminoso mas que alegremente se unem como cúmplices do projeto e desejo de matá-lo devagar numa prisão italiana, baseados apenas em acusações de neofascistas e de corruptos políticos italianos, que ousam mesmo ofender nosso país, nosso ministro e nossos juristas. O caso Battisti não é só uma questão jurídica. É um questão de direito, de humanidade, de compaisão, enfim, uma questão política. E também uma questão de honra nacional. Tetê Bezerra Data: 31/01/2009 - Horário: 19h00min Grandes Encontros Tony Belotto Dando prosseguimento à série Grandes Encontros - narrei outro dia meu encontro casual com o poeta Lawrence Ferlinghetti numa livraria em São Francisco -, relato agora meu encontro não menos casual, mas absolutamente mais bizarro, com Stevie Wonder. Não sei se o pessoal mais jovem - aqueles com menos de trinta tem idéia da grandeza do talento do Stevie Wonder. Ele anda meio silencioso atualmente. Cego de nascença, Stevie ficou famoso mundialmente ainda muito novo, como um menino prodígio da música. Sua musicalidade sempre foi impressionante e arrasadora. Mas não contente em ser simplesmente um músico excepcional, ele revolucionou a música pop nos anos 1970, com discos clássicos como Talking Book, Innervisions e Songs In The Key Of Life, entre outros, em que introduziu sintetizadores e instrumentação de rock ao suingue tradicional da música negra americana, além de acrescentar crítica social e ativismo político às letras. O resultado é o que se conhece: Stevie Wonder é mais que um músico, é a Música em si. Voltando ao tema, no comecinho dos anos 1990, eu estava com os Titãs em Los Angeles (sempre a Califórnia. Eis aí um lugar realmente mágico). Representávamos o Brasil na festa da MTV, pois ganháramos o prêmio da escolha da audiência na festa da MTV brasileira. Numa noite, fomos jantar num restaurante badalado de LA, levados por músicos locais, que havíamos conhecido por intermédio de amigos brasileiros comuns. Em determinado momento, depois de alguns litros de cerveja, resolvi ir ao banheiro. Acontece. Vocês sabem. Já um tanto alto pela cerveja, aproximei-me de um daqueles mictórios dos banheiros masculinos. Imagino que as moças saibam do que estou falando. E de repente, enquanto eu, bem, fazia xixi, deu-se o milagre. Quem, ao meu lado, como um reles mortal, também fazia xixi? Ele mesmo, Mister Music, Stevie Wonder. Muita gente duvida quando conto essa história, dizendo que a cerveja ingerida afetou meu discernimento. Mas tenho certeza - e um orgulho meio bobo - de que o cara que urinava ao meu lado era o Stevie Wonder. Tetê Bezerra Data: 31/01/2009 - Horário: 18h46min Estádio Delirante VICENTE SEREJO JORNAL DE HOJE O delírio, Senhor Redator, pode ser um estado ou um estádio. No nosso caso, aqui nesta vila que foi Aldeia Velha de Felipe Camarão e Capitania Hereditária do mui lido senhor João de Barro, o intelectual amigo do rei, é um estádio. Surto ou estratégia, não importa. Basta saber-se que o plano de construí-lo parte da demolição de um conjunto arquitetônico - Machadão e Machadinho - para não citar os prédios do Centro Administrativo, tudo para uns incertos três jogos da Copa do Mundo. Os que defendem a idéia, mesmo tocados pela boa fé, como é o caso do secretário Fernando Fernandes, parecem esquecidos - ou, tanto pior, desprezam - que a arquitetura, no mundo antigo ou moderno, faz parte dos traços culturais de um povo, daí o risco da demolição. Mais ainda se refletem um tempo, um estilo, um sentimento, uma marca da criação humana. É bem o caso do Machadão. E olhe, Senhor Redator, este cronista não tem espírito esportivo nem compleição física para exercê-lo. Ora, se vivemos uma calamidade pública na saúde no Estado visto e decretado; um sistema estadual de ensino público degradado, com os piores índices de ineficiência; e uma segurança carente de investimento, como o governo se apresenta à opinião pública para anunciar a construção do que chamou de Arena das Dunas? Colosso encomendado aos gringos e a ser vendido em plena crise econômica mundial? Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação. Das duas uma: se perdeu a fronteira do bom senso; ou, tanto pior, é por consciência que se ensaia esse jogo como um cenário maroto para alimentar no povo a ilusão de que assistirá a dois ou três jogos da Copa. É aquele artifício: se não acontecer, paciência. Foi feito o possível, a pantomima dos acordes na orquestração do povo. Com a Ponte Newton Navarro também foi assim. O governo acabou pagando a conta porque ninguém veio assumi-la para explorar seus lucros. E não havia crise. Na Arena das Dunas, mesmo no imaginário do que faz o governo nesse campo de atuação, vão rosnar, isto sim, as feras do remorso nascido da irresponsabilidade de pretender construir não só um colosso de concreto armado, mas uma pequena cidade administrativa. Perdoem os governantes, se é que há capacidade de perdoar nas suas almas poderosas, mas é uma forma de luxúria perversa esse simulacro, esse gesto de anunciar uma obra que nasce da destruição de um patrimônio público. É de espantar que alguns agentes executivos da Prefeitura apóiem a iniciativa na mesma hora em que discute um dito Plano de Fluição do Trânsito para Natal. Como, se querem plantar na nesga estreita entre duas grandes avenidas de penetração e escoamento - Cordeiro de Farias / BR 101 e a Prudente de Morais/Jorge O'Grady, que cobrem toda extensão urbana da cidade? Querem produzir o estrangulamento com uma convulsão total? É o estádio de delírio. Que Deus tenha piedade de nós. Tácito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 19h20min Os 10 melhores filmes de guerra A revista 'Aventuras na História', da Editora Abril, reuniu especialistas em cinema como: Rubens Ewald Filho, Fabiano Onça, entre outros grandes nomes, para eleger quais os dez melhores filmes de guerra de todos os tempos. Em primeiro lugar ficou 'Apocalypse Now', do diretor Francis Ford Coppola. No filme, que se passa no Vietnã, o capitão Willard (Martin Sheen), enlouquecido, desaparece na selva do Camboja à procura do coronel Kurtz (Marlon Brando). Durante sua busca, o agente se depara com situações estarrecedoras e testemunha absurdos mostrados com dramaticidade. Em segundo lugar na lista dos '10 melhores filmes de guerra de todos os tempos' ficou 'Sem Novidades no Front', longa de 1930, onde soldados adolescentes alemães, convocados para a 1ª Guerra Mundial, passa o dia 25 de dezembro em pleno campo de batalha, em uma trincheira gelada e cheia de ratos. O ranking ainda inclui clássicos mais atuais de guerra, tais como 'O Resgate do Soldado Ryan (1998)', 'A Lista de Schindler (1993)' e 'Cartas de Iwo Jima'. Veja a lista completa abaixo: 1º. Apocalypse Now 2º.Sem Novidades no Front (1930) 3º.Glória Feita de Sangue (1957) 4º.Cartas de Iwo Jima (2006) 5º.Tempo de Glória (1989) 6º. O Resgate do Soldado Ryan (1998) 7º. Além da Linha Vermelha (1998) 8º.A Lista de Schindler (1993) 9º. Cruz de Ferro (1977) 10º. Waterloo (1970) Tácito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 19h15min Button Tácito, também concordo com a visão de Zanin. Acho que o Benjamin Button segue mesmo um curso muitas vezes adocicado, poderia dar uma pirada, fugir de uma linearidade que por vezes o prende, cortar para o surrealismo, o absurdo. E ser a provável obra-prima que uns proclamam ser (e não é). Pedro Lucas Data: 30/01/2009 - Horário: 17h39min Li Po, Tu Fu, Assis Lima Ronaldo Correia de Brito Terra Magazine http://terramagazine.terra.com.br/ Na introdução aos poemas chineses de Li Po e Tu Fu, traduzidos por Cecília Meireles, Alexei Bueno escreve que chegaram a recensear 2300 poetas na dinastia Thang (618-906 d.C.), cifra quase inimaginável para nós ocidentais, segundo Bueno. "Naquela época cada homem era um poeta", foi dito sobre a dinastia Thang. O escritor pernambucano Fernando Monteiro publicou no jornal Rascunho, como se fosse uma peça literária, a parte de uma lista de poetas brasileiros constantes do site de Leila Míccolis, que há três anos se aproximavam de oito mil nomes. A intenção irônica de Fernando Monteiro não torna sem sentido a pergunta: será que no Brasil cada homem é um poeta? Sempre que afirmo gostar mais de um determinado poeta, alguém me questiona, indaga nomes que eu desconheço e que escrevem na sombra do anonimato. Se viajo para o Rio Grande do Norte e Maranhão, ou para a remota Amazônia, encontro homens e mulheres dedicadas ao ofício da poesia, trabalhando o verso como se fosse uma lavoura. Descubro talentos e me entristeço em saber que eles serão pouco lidos. Depois me alegro, pois sei que nenhum artista deve criar apenas na perspectiva de ser conhecido em todo o planeta. Há vários alcances para um poeta: o de sua família, sua rua, sua vila, sua cidade... Li Po nunca imaginou que encantaria uma escritora brasileira. Até porque o Brasil nem existia para ele quando escreveu: Diante da minha cama, estende-se o luar. Parece geada no chão. Levanto a cabeça: avisto a montanha e a lua. Torno a deitar-me. E penso na minha terra natal. Certamente, ele só pensava na China, ou apenas no espaço em que vivia na corte. No entanto, sua terra natal tornou-se todas as terras natais, minha, de Cecília Meireles e de qualquer um que leia seus versos. Porque a arte possui essa qualidade única de reviver através dos que a recriam lendo, olhando, ouvindo, sentindo. Certamente, o poeta cearense Assis Lima não constava da lista interminável de Fernando Monteiro, pois ele só publicou seu primeiro livro - Poemas Arcanos -, no ano passado, embora escrevesse desde a infância. - "O triunfo do tempo e da medida trabalham silenciosos. E o livro ganhou força. Porque ele pediu mais ao menos. Corte. Risco. E faca." - assinalou o também poeta Marco Lucchesi. E mais adiante: - "Assis Lima realiza uma visão de mundo que reúne as partes dispersas de um país que mal se adivinha, a não ser dentro do âmbito de suas mais árduas pluralidades". Colhendo o poema e cada palavra em lâmina e pétala. No afiado gume do tempo. Em cor e dor. Na precisa lembrança do tempo. Poema-estação - de águas? Vestígios do passado sem fim. Nostalgia do tempo essencial. Quem escreveu esses versos foi Assis Lima. Ou teria sido Li Po? Ou Tu Fu? A poesia possui o mistério de ser atemporal. É verdade, o mundo mudou e os americanos também precisam mudar em muitas coisas. Como já fez há algum tempo o lindo casal de Berkeley. Tácito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 16h20min Benjamin Button LUIZ ZANIN ESTADAO Achei legal O Estranho Caso de Benjamin Button, de David Fincher, o líder das indicações para o Oscar. Só não acho que seja uma obra-prima, como andaram dizendo por aí. A ideia de inverter o curso do tempo – que se deve a F. Scott Fitzgerald no conto homônimo – rende uma história interessante, e que não deixa de ser comovente, desde que você entre no pressuposto mágico da coisa. O filme é muito bem feito. Inclusive no principal – o ―envelhecimento‖ de Brad Pitt, que vai rejuvenescendo à medida em que passam os anos. Eu achei que o filme poderia ser mais radical, se não fossem alguns cacoetes de ―filme de Oscar‖ nele presentes, como a luz e a música, ambos às vezes muito adocicados. Mas vi bem, acompanhei bem e não me aborreci. Em alguns momentos senti emoção – como na morte do bebê idoso no colo da mulher amada. O abandono do ser humano, seu desamparo mais profundo, está naquele momento. Fora isso, gostei de passagens de humor, engraçadas mesmo. Acho que o caráter fantástico da história também poderia ser aprofundado. Mas aí poderia afastar um pouco o tal do público médio, meio avesso a surrealismos e outros bichos estranhos. Enfim, o filme é bom; mas poderia ―enlouquecer‖ um pouquinho a mais para dar um salto de qualidade. DO EDITOR A minha leitura é a mesma de Zanin. Ja tinha adiantado isso em post ha alguns dais e fiquei feliz com a coincidencia de opinioes. Tacito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 16h02min Tom Jobim DANIEL PIZA BLOG NO ESTADAO Eu ainda não havia lido a biografia de Tom Jobim por Sérgio Cabral (Lazuli/ Companhia Editora Nacional), lançada em 2008. Vale a pena principalmente por detalhar a formação musical de Tom, que disse que por pouco não foi para a literatura. (Chico Buarque também trocou a literatura pela MPB, mas depois voltou para a outra vocação. Talvez um dos motivos para a canção brasileira ser tão forte seja a dificuldade de viver de escrever no Brasil?) Chopin, Prokofiev e Villa-Lobos dividem sua formação com Nelson Cavaquinho, Dorival Caymmi e Ary Barroso, mas também com os americanos como George Gershwin, Glenn Miller ou Gerry Mulligan. Dessas fontes Tom criou sua sonoridade; quando conheceu a batida de João Gilberto, o estilo sincopado e anti-retórico de seu violão e canto, nasceu a Bossa Nova. Claro, é divertido ler histórias do Tom amante de plantas, bichos e mulheres, que com Vinicius batizou Brasília de ―Polígamo das Secas‖ durante a construção e que havia escrito ―um cigarro, um violão‖ em vez de ―um banquinho‖... A biografia dá também a merecida atenção à segunda fase de Tom, o período de Matita Perê, em que sua velha atração pelas suítes vocais se materializa num tipo de canção popular sofisticada que não tem herdeiro. Tacito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 15h57min âncora tatuada "Ele nunca chorava, nem mesmo nos sonhos, pois a dureza de coração era um ponto de orgulho. Uma grande âncora de ferro resistente à corrosão do mar e desprezando as cracas e ostras dos costados dos navio, afundando, brilhante e indiferente, em meio aos montes de cacos de vidro, pentes desdentados, tampinhas de garrafa e camisinhas-de-vênus, na lama do fundo do porto - era assim que gostava de imaginar seu coração. Algum dia haveria de ter uma âncora tatuada no peito." (Yukio Mishima em "O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar") Tete Bezerra Data: 30/01/2009 - Horário: 15h26min A mente vazia "Manter a mente vazia é uma proeza, e uma proeza muito saudável. Estar silencioso o dia inteiro, não ver nenhum jornal, não ouvir rádio, não escutar tagarelices, estar perfeita e completamente ocioso, perfeita e completamente indiferente ao destino do mundo é o mais excelente remédio que um homem pode administrar a si mesmo. Os jornais engendram mentiras, ódio, ganância, inveja, desconfiança, medo, maldade. Nós não precisamos da verdade como ela nos é servida nos jornais diários. Precisamos de paz, solidão e ociosidade. " (Henry Miller) Tete Bezerra Data: 30/01/2009 - Horário: 15h25min Sobre O Romanceiro Tacito, obrigado por ter ido ver o romanceiro. Ficamos felizes com a sua presença e também com o seu comentário, neste espaço. Acredito que teremos outras oportunidades de mostrar o espetáculo mais vezes em Natal. O público, mesmo com o TCP superlotado interagiu bem e a receptividade foi muito boa. O elenco ficou muito satisfeito. Todos agradecemos. Grande abraço. Vescio Lisboa Data: 30/01/2009 - Horário: 15h20min Se a Rádio Senado é pública... Caros amigos: Seria legal discutirmos publicamente a gestão de uma emissora como essa. Eventualmente, ela poderia ir além da auto-promoção de um ou outro e atender a reais demandas da sociedade desde que submetida a controles públicos. Que tal começarmos a debater isso? Abraços: Marcos Silva Data: 30/01/2009 - Horário: 15h18min Rádio Senado no RN FOLHA DE SÃO PAULO Ao custo de R$ 550 mil, Senado instala rádio no principal reduto de Garibaldi ADRIANO CEOLIN DA SUCURSAL DE BRASÍLIA De saída da presidência do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) conseguiu colocar em prática um antigo projeto da Casa de expansão da Rádio Senado pelo país. A primeira cidade contemplada é Natal -que vem a ser o principal colégio eleitoral do senador potiguar. O negócio custou R$ 550 mil em dinheiro público. A maior parte do valor é referente ao aparelho de transmissão que capta o sinal via satélite da Rádio Senado e o retransmite para a região metropolitana de Natal. Com o prefixo 106,9 FM, essa rádio retransmite desde novembro a programação produzida em Brasília. Garibaldi disse à Folha que, depois de assumir a presidência da Casa, solicitou a instalação de um retransmissor da TV Senado em Natal. "Mas, sobre a rádio, eu juro para você que eu não sabia. Muito menos que Natal era a primeira capital a ter transmissão", disse. O presidente do Senado afirmou que a rádio não lhe traz votos porque tem baixa audiência. "E, apesar da boa programação, não é voltada para classes mais populares", disse. O projeto de expansão da rádio e da TV Senado foi aprovado pela Mesa em 2004, quando a Casa era presidida por José Sarney (PMDB-AP). Na época, foi constituída uma comissão formada por 11 servidores do Senado. Eles foram responsáveis por viabilizar a instalação de transmissores em todas as capitais do país. Até então, só o projeto da TV havia conseguido sair do papel. Atualmente, há canais da TV Senado em nove capitais. No caso da expansão da rádio, o atual ministro das Comunicações, Hélio Costa, senador licenciado pelo PMDB-MG, teve papel fundamental. Foi ele quem ajudou a conseguir a maioria das 23 concessões de rádios já disponíveis para o projeto. Ficaram de fora São Paulo e Belo Horizonte. Em princípio, o transmissor usado em Natal deveria ser instalado no Rio, que tem 6 milhões de habitantes, contra 798 mil da capital potiguar. Isso não ocorreu devido a desentendimentos com a TV Brasil. O secretário de Comunicação do Senado, Helival Rios, disse que Natal foi escolhida por "razões técnicas" e graças a uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que permitiu a redução dos custos de manutenção. Segundo ele, quem decidiu instalar o transmissor em Natal foi a comissão de servidores. Rios disse ainda que, além de Natal, só Salvador tinha condições de abrigar o transmissor: "Mas o local estava em obras". O secretário afirmou que o presidente do Senado não pediu para Natal ganhar uma rádio. A Folha apurou que houve gestões para beneficiar a capital potiguar. A reportagem também obteve a informação de que pelo menos 2 dos 11 integrantes da comissão responsável pelo projeto de expansão da rádio eram contra a ideia. Tácito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 10h53min "O romanceiro" de Véscio Assisti ontem no TCP ―O Romanceiro‖, espetáculo baseado nos romances e cantigas de Dona Militana, dirigido por Véscio Lisboa. Montagem simples, despojada, com atores amadores preparados no projeto social que Véscio desenvolve há alguns anos em Diogo Lopes, pequena cidade próxima a Macau, com apoio da Petrobras. Gostei muito de espetáculo. Eu já assisti umas duas ou três vezes dona Militana cantando seus romances. É bacana, mas acho meio cansativo. Como o espetáculo montado por Véscio mistura dança, música e teatro, claro que ganha mais dinamismo, nuances. Fica alegre, vistoso. E mais importante: é uma releitura que enriquece o trabalho de Dona Militana. Torço para que o espetáculo volte a ser encenado (foi apresentação única). Inclusive falei isso para Véscio à saída do TCP ontem. Não é todo dia que temos a encenação em nossos teatros de trabalhos sérios, dignos. Nos últimos tempos os teatros e espaços culturais de Natal foram invadidos pelos shows de humor duvidosos e peças caças níqueis com atores globais. Está de parabéns Véscio, a equipe e os atores. Como seria massa se um trabalho desses pudesse chegar às escolas... Tácito Costa Data: 30/01/2009 - Horário: 09h38min Nelson Motta Postei entrevista com Nelson Motta enviada por Tetê Bezerra. Leia em ENTREVISTA. Tacito Costa Data: 29/01/2009 - Horário: 19h31min O olhar da homeopatia Denise: Sabe que na homeopatia o furúnculo é bem visto? É considerado eliminação, pelo organismo, do que está incomodando, fim de uma coisa ruim - e não a coisa ruim. Obrigado por suas palavras. Escrever é se arriscar e ousar vencer (se perder, valeu ter lutado). Abraços: Marcos Silva Data: 29/01/2009 - Horário: 19h26min O ocaso da galinha Para Clarice Lispector e demais Quando criança, um dia vi um familiar matar uma galinha. Não lembro se era domingo, mas certamente ela ainda estava viva às nove horas da manhã. Acompanhei todo o fardo da coitada ave até seu último fôlego de vida. A crueldade com a qual aquele facão bifurcou o pescoço fino fez-se retida em minha mente até hoje. A cor escarlate daquelas penas confundia-se com o sangue que jorrava. Eu, que nada fiz e apenas observei, passei os três dias seguintes chorando compulsivamente e sem nada dizer. Minha mãe, desesperada e sem entender, claro. Os anos passaram-se. Tantas cenas degradantes com pessoas eu vi. Espancamentos, miséria, desespero, humilhações, corrupção e tantas arbitrariedades no trabalho, corpos de amigos jovens...No turbilhão de informações do meu cérebro, de pouca coisa eu lembro com clareza e riqueza de detalhes. Contudo, o ocaso daquela galinha é uma imagem que não se esvai da memória. Ela vai, mas sempre volta. É grotesco. Repugnante. A perplexidade e o recolhimento pessoal diante do estúpido, do injusto e do inexplicável são atitudes que ainda preservo. Com certa fraqueza, confesso. Às vezes tendo a pensar que gosto mais de bicho que de gente. Todavia, como poderia eu mensurar tamanho absurdo? Principalmente após constatar o quão nobres podem ser nossas atitudes...Lealdade inconteste, então, é algo que meus gatos e meus cachorros precisam aprender rápido com os homens. Urgente urgente! Denise Araújo Correia Data: 29/01/2009 - Horário: 18h31min A metáfora suavizada Marcos Silva, Pude sentir em seus exemplos bucólicos a leveza da pluma a qual Ítalo Calvino referiu-se. Obrigado por suavizar a metáfora, e até meu dia também. Todavia, certamente que quando nos comunicamos, isolamos uma significação vocabular para o momento, pois do contrário ficaríamos louco com as possibilidades de plurissignificação... O poder e a esperteza aos quais eu referi-me são os ―medonhos‖ mesmo. Pode ser tanto a esperteza da flor que perfuma, a do orvalho que refrigera ou a do furúnculo, que cresce vertiginosamente e lateja enquanto a última gotícula de pus não é expelida do corpo. Abs, Denise Araújo Correia Data: 29/01/2009 - Horário: 18h31min MODÉSTIA À PARTE... Caros amigos: Mais uma vez, o Iraque e o mundo se curvam diante do Substantivo Plural: saiu no noticiário UOL sobre um comentário sobre monumento de bronze em homenagem ao jornalista Muntazer al-Zaidi, que atirou um sapato contra o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush durante uma entrevista coletiva, exposto em Tikrit, a 180 quilômetros de Bagdá, onde al-Zaidi está preso desde o incidente noticiário. Modestamente, lembro que propus neste trepidante blog um MONUMENTO AO SAPATO DESCONHECIDO, homenageando o ocorrido. O mérito é de todos nós do SP, estamos de parabens mais uma vez. Abraços: Marcos Silva Data: 29/01/2009 - Horário: 18h30min Israel teocrático Caros amigos: Segue um com artigo de José Luiz Fiori, da UFF: A VISÃO SAGRADA DE ISRAEL José Luiz FIORI ―Se o Hamas quer acabar com Israel, Israel tem que acabar com o Hamas antes‖. Efraim, 23 anos, estudante de uma escola religiosa de Jerusalem" (FSP 24/01/2009). Durante vinte uns dias de bombardeio contínuo, Israel lançou 2500 bombas sobre a Faixa de Gaza – um território de 380 km2 e 1.500 milhão de habitantes - deixando 1300 mortos e 5500 feridos, do lado palestino, e 15 mortos, do lado militar israelita. A infra-estrutura do território foi destruída completamente, junto com milhares de casas e centenas de construções civis. E é provável que Israel tenha utilizado bombas de ―fósforo branco‖ – proibidas pela legislação internacional com conseqüências imprevisíveis, no longo prazo, sobre a população civil, em particular a população infantil. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, se declarou ―horrorizado‖, depois de visitar o território bombardeado, e considerou ―escandalosos e inaceitáveis‖ os ataques israelitas contra escolas e refúgios mantidos em Gaza, pelas Nações Unidas. Robert Fisk, relator especial da ONU sobre a situação dos Direitos Humanos em Gaza, também declarou que, ―depois de 18 meses de bloqueio ilegal de alimentos, remédios e combustível, Israel cometeu crimes de guerra, e contra a humanidade, na sua última ofensiva contra os territórios palestinos. Crimes ainda mais graves porque 70% da população de Gaza tem menos de 18 anos‖. Dentro de Israel, entretanto – com raras exceções – a população apoiou a operação militar do governo israelita.. Mais do que isto, as pesquisas de opinião constataram que o apoio da população foi aumentando, na medida em que avançavam os bombardeios, até chegar a índices de 90%. E no final, na hora do cessar-fogo, metade desta população era favorável à continuação da ofensiva, até a reocupação de Gaza e a destruição do Hamas. (FSP, 24/01/09). Seja como for, duas coisas chamam a atenção – de forma especial – nesta ultima guerra: a inclemência de Israel, e sua indiferença com relação às leis e às críticas da comunidade internacional. Duas posições tradicionais da política externa israelita, que têm se radicalizado cada vez mais, e são quase sempre explicadas ―escalada aos extremos‖ do próprio conflito. Mas existe um aspecto desta história que quase não se menciona, ou então é colocado num segundo plano, como se as ―visões sagradas‖ do mundo e da história fossem uma característica exclusiva dos países islâmicos. Desde sua criação, em 1948, Israel se mantém sem uma constituição escrita, mas possui um sistema político com partidos competitivos e eleições periódicas, tem um sistema de governo parlamentarista segundo o modelo britânico, e mantém um poder judiciário autônomo. Mas, ao mesmo tempo, paradoxalmente, Israel é um estado religioso, e uma grande parte da sua população e dos seus governantes, tem uma visão teológica do seu passado, e do seu lugar dentro da história da humanidade. Israel não tem uma religião oficial, mas é o único estado judeu do mundo, e os judeus se consideram um só povo, e uma só religião que nasce da revelação divina direta, e não depende de uma decisão, ou de uma conversão individual: ―se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis uma propriedade peculiar entre todos os povos. Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa‖ Êxodo, 19, 5-6. Além disto, o judaísmo estabelece normas e regras específicas e inquestionáveis que definem a vida quotidiana e comunitária do seu povo, que deve se manter fiel e seguir de forma incondicional as palavras do seu Deus, mantendo-se puros, isolados e distantes com relação aos demais povos e religiões: ―não seguireis os estatutos das nações que eu expulso de diante de vós...Eu Javé, vosso Deus, vos separei desses povos.Fareis distinção entre o animal puro e o impuro.. não vos torneis vós mesmos imundos como animais, aves e tudo o que rasteja sobre a terra‖ Levítico, 20, 23-25. Para os judeus, Israel é a continuação direta da história deste ―povo escolhido‖, e por isto, a sua verdadeira legislação ou constituição são os próprios ensinamentos bíblicos. O Torá conta a história do povo judeu e é a lei divina, por isto não pode haver lei ou norma humana que seja superior ao que está dito e determinado nos textos bíblico, onde também estão definidos os princípios que devem reger as relações de Israel com seus vizinhos e/ou com seus adversários. Em Israel não existe casamento civil, só a cerimônia rabínica, e os soldados israelenses prestam juramento com a Biblia sobre o peito e com a arma na mão: ―Javé ferirá todos os povos que combateram contra Jerusalém: ele fará apodrecer sua carne, enquanto estão ainda de pé, os seus olhos apodrecerão em suas órbitas, e a sua língua apodrecerá em sua boca.‖ Zacarias, 14, 12-15 . As idéias religiosas dos povos não são responsáveis nem explicam necessariamente as instituições de um país e as decisões dos seus governantes. Mas neste caso, pelo menos, parece existir um fosso quase intransponível entre os princípios, instituições e objetivos da filosofia política democrática das cidades gregas, e os preceitos da filosofia religiosa monoteísta que nasceu nos desertos da Ásia Menor. Mas o que talvez seja mais importante do ponto de vista imediato do conflito entre judeus e palestinos, e do próprio sistema mundial, é que Israel – ao contrário dos palestinos – junto com sua visão sagrada de si mesmo, dispõe de armas atômicas, e de acesso quase ilimitado a recursos financeiros e militares externos. Com estas idéias e condições econômicas e militares, Israel seria considerado – normalmente – um estado perigoso e desestabilizador do sistema internacional, pela régua liberal-democrática dos países anglo-saxônicos. Mas isto não acontece porque no mundo dos mortais, de fato, Israel foi uma criação e segue sendo um protetorado anglo-saxônico, que opera desde 1948, como instrumento ativo de defesa dos interesses estratégicos anglo-americanos, no Oriente Médio. Enquanto os anglo-americanos operam como a âncora passiva do ―autismo internacional‖ e da ―inclemência sagrada‖ de Israel. Marcos Silva Data: 29/01/2009 - Horário: 15h21min QUE É CANTAR? Prezado Preto: Fernanda Takai canta algo. É um estilo de canto. Não nasceu com a bossa nova nem com o cool jazz. Se vc ouvir atentamente cantorias nordestinas, encontrará exemplos de canto "falado". Outros estilos de canto folk vão por esse caminho, em diferentes países. Não é fácil cantar "Insensatez" nem "Lindonéia". Fernanda dá conta do recado, sim - preste atenção às complicadas harmonias de Jobim, ela não errou nenhuma. Qual a mídia de um programa "Ensaio" da TV Cultura, Preto? Eu não estou me referindo ao Domingão do Faustão, viu? Mas, independentemente da midia ou da não-midia, tive o prazer de encontrar uma jovem aluna da USP que conhecia "Lindonéia" via Fernanda. É algo. Vc deve saber que alguns ouvintes também acharam que Nara Leão não cantava nada, inclusive ouvintes ilustres - Ellis Regina e Caetano Veloso (o último esqueceu de explicar porque a aceitou no disco coletivo "Tropicália"; a primeira, excelente cantora, tinha uma insegurança tola em relação à outra). Discordo desses ouvintes ilustres também: eles tendem a uniformizar a emissão, acham que cantar é soltar a voz numa determinada direção - pode ser isso e muito mais, quem já ouviu Mário Reis sabe disso. As qualidades de Valéria de Oliveira não dependem da desqualificação de outras cantoras, amigo. Abraços cordiais: Marcos Silva Data: 29/01/2009 - Horário: 15h14min CANTA NADA DESCULPE AMIGO MARCOS SILVA, FERNANDA TAKAI NÃO CANTA ABSOLUTAMENTE NADA, ACHO QUE VC TA MAIS ENTUSIAMADO COM A MÍDIA DO QUE COM AS QUALIADES MISICAIS DA CANTORA, NEM NO PATO FU AQUELEE ROCK PÃO DE QUEIJO CONVENCE, O FATO DE ESTAR NOS CADERNOS CULTURAIS, SARAUS MODERNINHOS E SER SUCESSO DA MTV, Ñ QUER DIZER QUE TEM QUALIADE, O DISCO DELA QUE HOMENAGEIA NARA É PURO PRODUTO DE MARKETING. PREFIRO MIL VEZES VALERIA DE OLIVEIRA. PRETO Data: 29/01/2009 - Horário: 13h18min Crise na saúde? Crise na saúde? Resultado do crime organizado e perpetrado por meio das cooperativas médicas. Esses médicos, quando se juntam, viram quadrilha. Essas cooperativas, sim, merecem ser responsabilizadas pela crise. Daniel Dantas Data: 29/01/2009 - Horário: 13h17min Novidades no Sopão O SOPÃO foi ao teatro ("Maria Stuart"), ouviu um CD ("Achou", de Ceumar e Dante Ozetti) e ainda deu um jeito de entrar na reunião do Copom do Banco Central ("Spread, a minissérie"). Para ler, vá até www.sopaodotiao.blogspot.com Um porém: alguma coisa aconteceu por lá que sumiram elementos da template caprichosamente feita por Marcya Reis. Pedimos desculpas pela casa mal arrumada, mas prometemos resolver o quanto antes. Sebastião Vicente Data: 29/01/2009 - Horário: 10h33min TAKAI NO ENSAIO Caros amigos: O programa "Ensaio", da TV Cultura, apresentou a cantora Fernanda Takai (do Pato Fu), interpretando canções de seu disco dedicado ao repertório de Nara Leão. Gosto muito desse gesto: um disco em homenagem a uma grande cantora, revisitando seu universo (Olívia Byington fez isso em relação a Aracy de Almeida, disco excelente). Fernanda tem uma delicadeza apropriada para a tarefa. E os arranjos findaram preservando o espírito de risco que tanto caracterizou a carreira de Nara, trazendo umas misturas de canção estadunidense com bossa nova, Tropicalismo e rock brasileiro, mais um molho de baladas dos Beatles. É ótimo que isso aconteça, vez por outra, na tv brasileira. Poderia ter mais. Abraços: Marcos Silva Data: 28/01/2009 - Horário: 23h41min Aquém das dunas II Caros amigos: Parafraseando João Bosco: nossa cidade - um pedaço da Faixa de Gaza. E quem bombardeia nossos conterrâneos? Abraços: Marcos Silva Data: 28/01/2009 - Horário: 23h37min Natal aquém das dunas Caros amigos: Tristeza, tristeza. Maior hospital de Natal está no limite do "colapso", segundo diretor Paulo Francisco Especial para o UOL Notícias de Natal (RN) O maior hospital público de Natal (RN), o Walfredo Gurgel, que recebe doentes de todo o Rio Grande do Norte, não tem mais onde alojar seus pacientes depois de quase um mês da crise da saúde. Crise em Natal Corredor lotado do hospital Walfredo Gurgel, o maior de Natal. Hospital privado conveniado ao SUS operou idosas que esperavam por um mês por cirurgia, após publicação de reportagem do UOL. Idosas que esperavam por cirurgia são operadas Prefeita de Natal pede ajuda ao governo federal Veja mais fotos da crise nos hospitais em Natal Até os corredores do hospital, do governo do Estado, viraram enfermarias para receber os pacientes, principalmente as vítimas de acidentes de trânsitos e da violência urbana, muitos dos quais precisam de cirurgias eletivas com urgências sob pena de ficarem com sequelas. "Aqui está parecendo a Faixa de Gaza", disse o neurocirurgião José Luciano de Araujo, que tem 37 anos de medicina e há 20 anos atende nessa unidade hospitalar. "Nunca enfrentei uma situação como essa, onde a gente não podia nem andar, de tantas macas no chão", disse o médico, que trabalha em regime de sobreaviso, relatando como foi o último final de semana no maior hospital da capital. Segundo ele, no Corredor do Centro Cirúrgico (CRO), uma ala para receber os pacientes após as cirurgias, com capacidade para dez leitos, está com um excesso de 26 pacientes. "Não tem mais onde colocar os pacientes, todas as macas estão ocupadas. Eu queria que a governadora e as promotoras viessem aqui ver a situação. O Walfredo Gurgel vai explodir", afirmou o médico. O diretor do hospital, José Renato Machado, admite que a situação está no limite do "colapso", mas não coloca a culpa apenas na crise da saúde que Natal enfrenta desde o dia 1º. Em janeiro desse ano, quando a secretaria de Saúde do Estado não renovou os contratos com as cooperativas médicas que atendiam na rede hospitalar pública e privada. "Nesse último fim de semana, tivemos uma demanda muito maior de cirurgias, principalmente de vítimas de acidentes de trânsito, o que levou o hospital a sofrer essa situação", explicou Machado, minimizando as declarações do neurocirurgião. Segundo o diretor, o hospital tem 259 leitos, mas diante da demanda desses últimos dias está sendo obrigado a colocar os doentes e operados em macas espalhadas pelos corredores. "Temos 360 pacientes internados e faltam leitos para atender a essa demanda de doentes que estão vindo para cá diariamente. No último fim de semana, realizamos cerca de 50 cirurgias de urgências e não está havendo a transferência desse pacientes para os outros hospitais conveniados do SUS", disse ontem (27/1) o diretor. Antes da crise, outros três hospitais particulares conveniados em Natal, o Itorn, o Memorial e o Médico Cirúrgico, atendiam aos pacientes que necessitavam de cirurgias ortopédicas. Mas com a não-renovação dos contratos das cooperativas médicas, cerca de 500 médicos filiados a elas, incluindo os anestesistas, deixaram de atender nesses hospitais, sobrecarregando o hospital Walfredo Gurgel, que realiza cerca de 700 cirurgias de traumas por mês. Mais sobre a crise da saúde em Natal Falta de médicos já adiou cerca de 2.000 cirurgias em Natal neste ano Sem anestesistas, idosas esperam por cirurgia há um mês Médicos defendem cooperativas e dizem que não formam cartel em Natal Governo admite déficit de servidores Um cirurgião bucomaxilofacial, que prefere não se identificar, afirma que a situação do hospital Walfredo Gurgel, com macas nos corredores, é "corriqueira" e se agravou por dois motivos, "a violência urbana aumentou nos últimos anos e o sucateamento da rede básica de saúde de Natal, que não atende os doentes ainda nos seus bairros de origens, levando-os a procurar o hospital Walfredo Gurgel." O cirurgião afirma que a situação de macas nos corredores só vai acabar quando a atenção básica de saúde no município chegar à população e quando um novo complexo hospitalar for construído para atender as urgências e emergências da cidade. "Natal dobrou o seu número de habitantes nos últimos 20 anos e continua com a mesma estrutura hospitalar", afirmou o cirurgião. Marcos Silva Data: 28/01/2009 - Horário: 19h39min Chico de Oliveira analisa a crise CM - Estamos diante de um longo processo de solavancos e limbo sem redenção... Chico - Uma crise longa, dura, que exigirá reacomodação brutal de forças e vai impor mudanças em todo o mundo e no Brasil também. Mas não tenhamos ilusão: o capitalismo não chegou ao limite. Tampouco é o fim da associação China/EUA; de algum modo ela prosseguirá porque é proveitosa aos dois lados. Ademais, o capitalismo não se destrói, ele é superado, como o leitor atento de Marx bem sabe. Do sociólogo Chico de Oliveira. Leia em ENTREVISTA. Tacito Costa Data: 28/01/2009 - Horário: 15h58min Gangorra Indiferente ao encantamento que causa, como a musa de Chico Buarque em ―As Vitrines‖, a água passa, entornando poesia sobre as pedras. Quem colherá essa poesia eu não sei, talvez não haja mesmo quem a colha, talvez a poesia acabe secando, mas ela retornará. Virão as chuvas, virá o sangramento do açude. Voltará o caminho das águas. De Carmen Vasconcelos, em sua coluna. Tacito Costa Data: 28/01/2009 - Horário: 15h39min Resenha sobre Pedro Alexandre Sanches Caros amigos: A entrevista com Pedro Alexandre Sanches está muito boa. Publiquei resenha de um livro muito inteligente que ele publicou há alguns anos, "Decadência bonita do samba". Segue para vcs. Abraços: DO EDITOR Texto postado em PROSA. Marcos Silva Data: 28/01/2009 - Horário: 15h26min Poder e beleza Denise: Quero retomar sua metáfora da selva como expressão da vida. Poder e esperteza não são necessariamente configurações do mal. Fico pensando sobre o poder e a esperteza de flores e borboletas na selva. E as selvas seriam muito mais sem graça sem elas (ou sem orvalhos, sem pios de passarinhos, sem cheiros). Legal desvincularmos poder e esperteza da culpa. Certamente, há poderes e espertezas medonhos. Pensemos noutros poderes e noutras espertezas. Artistas possuem poderes e espertezas que fazem um bem danado. Um beijo poderoso e esperto: Marcos Silva Data: 28/01/2009 - Horário: 15h13min A boa metáfora A selva é realmente a boa metáfora para a vida (talvez a melhor). Vive melhor quem tem mais poder ou é mais esperto. Abs, Denise Denise Araújo Correia Data: 28/01/2009 - Horário: 12h38min Casarão da Poesia NO BLOG GRANDE PONTO http://www.grandeponto.blogspot.com/ Alex Gurgel Currais Novos é uma cidade de porte médio, encravada em pleno sertão do Seridó e distante 220 km de Natal, onde brota um grupo de poetas talentosos. Alguns desses poetas se uniram para formar um grupo de estudos poéticos chamado ―Casarão de Poesia‖ para estudar e divulgar a literatura currais-novense. De acordo com a poetisa Iara Carvalho, o grupo surgiu em 2006 nos corredores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus de Currais Novos. ―já éramos conscientes de que a nossa missão ultrapassava as fronteiras da amizade... O nosso amor pela Poesia seria capaz de florescer cactos e enfeitar de sensibilidade esses Currais esquecidos de cultura‖, diz o texto de nascimento do Casarão de Poesia. Do grupo, vários poetas já foram premiados em diversos concursos de poesia no Estado. Na última terça-feira, o poeta Wescley Gama veio à Natal para receber o prêmio do 4º Concurso Zila Mamede de poesia, batendo outros 96 inscritos de 15 municípios do Rio Grande do Norte. ―Isso é uma prova que a poesia de Currais Novos está no caminho certo‖, declarou Wescley. O Concurso de Poesia Zila Mamede é promovido pelo jornal Potiguar Notícias, sob a direção dos jornalistas Cefas Carvalho e Pinto Junior. Os poetas vencedores e aqueles que ganharam Menção Honrosa terão seus versos publicados no livro que reúne os melhores poemas inscritos no concurso. ―É uma forma de incentivar a produção poética do Rio Grande do Norte, afirmou o jornalista Pinto Junior. Esse ano, a 4ª edição do concurso Zila Mamede de Poesia agraciou em dinheiro e certificados o vencedor Wescley Gama, de Currais Novos; a 2ª colocada Elizabeth Rose, de Natal; e a 3ª colocada Adélia Danielli, também de Currais Novos e pertencente ao grupo Casarão da Poesia. ―É muito gratificante ter nossos versos expostos como reconhecimento de um bom trabalho‖, ressaltou Adélia. Ano passado, na 3ª edição do prêmio Zila Mamede de Poesia, o primeiro lugar ficou com a currais-novense Iara Carvalho, esposa de Wescley e ambos fundadores do grupo Casarão de Poesia. Wescley também conquistou a última versão do concurso Luiz Carlos Guimarães de poesia, promovido pela Fundação José Augusto. Com a conquista de vários prêmios, os poetas de Currais Novos têm adquirido o devido respeito no meio intelectual norte-riograndense. ―A Poesia é nossa arma, calibre grosso, porte de ouro, quinhão de luz brilhando no topo do céu. Compartilhe desse gosto de sonho conosco!‖, convida o texto criador do Casarão de Poesia. Para conhecer mais o trabalho dos poetas do grupo acesse o blog: http://www.casaraodepoesia.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 28/01/2009 - Horário: 10h47min A fraude da minha fralda Oh, sim, Paulo, merci, por corrigir minha imensa ignorância. Ainda bem que temos "Hoiass" (ou será Houaiss o que vc quis dizer?) para ver o termo certo. Abraço. Gustavo de Castro Data: 28/01/2009 - Horário: 10h26min ENTREVISTA/Pedro Alexandre Sanches Postei entrevista feita por Ricardo Queiroz Pinheiro, do blog http://klaxonsbc.wordpress.com/, com o crítico de música e escritor Pedro Alexandre Sanches, enviada por Tetê Bezerra. Em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 28/01/2009 - Horário: 09h59min Frauda? Que é frauda? Caro Gustavo, fiquei com a frase "todos acabaremos com fraudas" atravessada na garganta como uma espinha de peixe. O que diabo é "frauda", amigo? Consultei o Hoaiss e o Caldas Aulete e não encontrei o vocábulo, a não ser como indicativo presente do verbo "fraudar". Você poderia, então, me esclarecer? Será que é "fraldas"? Paulo Couto Data: 28/01/2009 - Horário: 09h07min Humildade, sensibilidade, espiritualidade ... grandiosidade Tão grandioso e profundo quanto o livro de Marcelo Bolshaw (Sonhar a vida, viver o sonho, o simbólico na comunicação política, na seção Estante) é a frase de Cristo, logo de início: ―Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.‖ (Mateus: 10.16). Muitos são também, hoje, os mestres e doutores, nas mais diversas áreas, que reconhecem em Jesus Cristo tudo aquilo que há de mais sublime e maravilhoso. E é justamente aos pés de Cristo onde achamos o lugar mais elevado. Isso é o que chamo de sensibilidade espiritual. Tales Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 23h45min Complexo esportivo faraônico Há meses que o caos na saúde do estado não sai das páginas dos jornais. A situação tem gerado um debate acirrado e um jogo de empurra sem fim. Mas, concretamente, nada foi feito. A população agoniza diariamente nos postos e hospitais. As reportagens e fotos sobre o problema são estarrecedoras. Lembram os hospitais de Gaza. Mas, de tanto sair na imprensa, não causam mais sequer estranhamento. É como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Não sei de nenhum plano ou projeto para, pelo menos, minimizar o sofrimento das milhares de pessoas que não tem plano de saúde. Mas, de forma muito diligente foi elaborado em pouco tempo, um projeto de construção de um complexo esportivo para Natal sediar uma das etapas da copa do mundo. O projeto apresentado hoje custará cerca de R$ 1 bilhão e prevê a demolição do estádio Machadão, do Centro Administrativo e do Kartódromo. Contará com arena, bosque, estacionamento subterrâneo, shopping, teatro, hotéis e centro administrativos. A idéia é que seja construído através de PPPs – Parceria Público-Privadas. Isso para dizer que não entrarão muitos recursos públicos no negócio, o que diante da crise soaria escandaloso. Até onde eu sei, no país não existem muitos exemplos dessas parcerias. O meu medo é que depois fique o elefante branco aí, como foi o caso do Papódromo, construído para a vinda do papa João Paulo II e que não teve até hoje serventia nenhuma. Só que em termos de custos, comparativamente, o papódromo saiu por uma mixaria. Outro dia, o deputado Fábio Farias criticou o tímido debate na imprensa acerca da importância e viabilidade do projeto. Acho que devemos discutir sim e não vejo no deputado qualificação técnica ou competência política para debater a questão. Tácito Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 20h38min Mais Benjamin Gustavo, A tensão a que você se refere não faz sentido nesse filme, visto que o roteirista, como frisei, fez uso apenas da idéia utilizada por Fitzgerald para desenvolver o seu conto. Você cita uma frase que achou interessante. Taí outra coisa que não gostei. Tem muita frase clichê, que me remeteu a livros de auto-ajuda e que tais, tipo "A vida é imprevisível", "Aproveite cada momento da vida" e coisas do gênero que não lembro agora (as frases que citei não são literais). Tácito Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 19h17min Benjamin Acho que nunca vai ter fim esta tensão entre roteiro original e roteiro adaptado. É por isso que a palavra adaptação não ajuda mais a entender a transposição da literatura para o cinema. Talvez a palavra indicada seja "releitura", "diálogo". Quanto às críticas ao filme, entendo o fato de ser cinemão hollywoodiano, de ser melodrama, de usar recursos (piadas) circenses, como o velho que leva raios, de ter Brad Pitt Bull como ator central, etc. Apesar de tudo isto, para mim, o filme vale como reflexão sobre o que fazemos com o tempo. No fim, diz um personagem, "todos acabaremos com fraudas". Outra reflexão importante: vc pode lutar contra o tempo, reclamar, ficar insatisfeito, mas não podemos deixar de lado a possibilidade de apaziguamento, que o próprio tempo sugere. Gustavo de Castro Data: 27/01/2009 - Horário: 18h59min Benjamin Button Assisti ontem ―O Curioso Caso de Benjamin Button‖. Não conheço o conto de Fitzgerald. Mas já sabia que dele o roteirista só manteve a idéia e o nome do personagem que remoça. Gostei do filme. Com restrições. Que não tem nada a ver com o conto, lógico. Lembrou-me Titanic. Feito para ganhar muitos Oscars. Em certos momentos apela para o melodrama. Por isso, não estranhei quando vi o cinema lotado em plena segunda-feira. Um público certamente atraído pela divulgação das indicações ao Oscar e também pela propaganda boca-a-boca. Achei pertinentes as observações de João Pereira Coutinho. Agora, se o diretor tivesse optado por uma adaptação, como sugere Pereira, o resultado seria outro. Não teria recebido tantas indicações ao Oscar e nem tanta gente estaria indo vê-lo. Tácito Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 18h15min O verdadeiro Benjamin Button JOÃO PEREIRA COUTINHO FOLHA DE SÃO PAULO O TEMPO é o melhor crítico que existe. Na minha adolescência, mergulhado em Hemingway e Fitzgerald, minha preferência era Hemingway: lendo as suas narrativas de frases breves e secura ornamental, eu imaginava-me como o velho Ernest, em caçadas africanas ou touradas espanholas, bebendo de manhã à noite. Havia uma certa urgência vital na prosa de Hemingway, o deslumbramento típico das primeiras experiências, a celebração imediata do sensorial. E eu admito que o ritmo das suas frases, rigorosamente melódicas e pontuadas, acabaram por passar para a minha corrente sanguínea. Digo mais: não existe nenhum jornalista que, consciente ou inconscientemente, não tenha absorvido a música de Hemingway. Então amadurecemos. Hemingway continua no seu sítio e, uma vez por outra, regressamos a ele para relembrar a frescura dos primeiros tempos. Os diálogos, por exemplo, continuam magistrais, apesar da ilusão de realismo que transportam: lidos com a voz da consciência, até acreditamos que as pessoas falam assim, finalizando cada frase com um "meu querido" ou "minha querida". Obviamente, não falam. Basta ler tudo em voz alta para perceber o artifício. Mas é então que Fitzsgerald regressa para nos assombrar. A elegância, o refinamento e o humor de Fitzgerald, ausentes em Hemingway, começam lentamente a ocupar o espaço do seu colega de geração. E se os romances de Fitzgerald nunca precisaram de qualquer reavaliação crítica ("O Grande Gatsby" ou "Suave É a Noite" são intemporais), é triste como por vezes nos esquecemos dos seus contos. Um deles tem sido falado ultimamente por causa de filme indicado ao Oscar. Intitula-se "O Curioso Caso de Benjamin Button" e eu voltei a lê-lo numa velha edição da Penguin que julgava perdida. A história do conto, tal como a história do filme, é conhecida: Benjamin nasce velho e morre bebê. O tempo anda ao contrário para ele. Mas as semelhanças terminam aqui: o conto de Fitzgerald, ao contrário do filme de David Fincher, é essencialmente um prodígio de humor sem qualquer pretensão filosófica ou sentimental. Esse humor só é possível porque o Benjamin Button de Fitzgerald não manifesta qualquer dissonância entre o corpo e a mente. No conto, Benjamin nasce fisicamente velho mas também nasce com os hábitos e os conhecimentos de um velho. Ele tem rugas, barba branca, ossos minados pelo reumatismo. Mesmo no berço, ele fala com propriedade, fuma charuto e gosta de ler a "Encyclopaedia Britannica". E se o pai se horroriza com a primeira visão do filho, jamais pensa em abandoná-lo. Pelo contrário: a família aceita a aberração e as visitas até dizem que ele é a cara chapada, não do pai mas do avô. O rapaz cresce, ou seja, rejuvenesce. Aos 18, embora tenha cara e cabeça de 58, conhece donzela compatível para casar. Casam. Mas Benjamin rapidamente descobre que fez mau negócio: se ele fica cada vez mais jovem, e mais enérgico, e até mais irresponsável, a mulher vai ficando mais velha, e mais cansada, e mais quadrada. As discussão entre ambos são hilárias. Benjamin termina seus dias com corpo e cabeça de criança, a brincar com o neto, como se fossem dois colegas de infantário. O diretor David Fincher não respeitou o conto de Fitzgerald e preferiu uma história grandiloquente sobre a implacável fugacidade do tempo. Ou, se preferirem, sobre a crueldade do destino de Benjamin Button, que poderá viver a sua história de amor na breve intersecção da sua meia-idade com a meia-idade da sua amada, até ao momento em que ambos têm que se afastar: ele, a caminho da infância; ela, a caminho da velhice. O resultado é tépido, arrastado, sem propósito ou fulgor, com dois atores manifestamente à deriva. Uma pena. Tivesse Fincher e os seus roteiristas respeitado o material original, teríamos um filme poderosamente onírico, divertido e até politicamente incorreto, capaz de desafiar as convenções da idade e das relações entre as gerações e os sexos. E se David Fincher, apesar de tudo, desejasse ainda uma mensagem final, ela também é sugerida no conto de Fitzgerald quando Benjamin Button morre como um recém-nascido, física e mentalmente falando. Porque talvez essa seja a lição maior: mais triste do que deixar o nosso mundo de experiências e memórias quando a velhice se instala, é morrer vazio, como um bebê, sem levar desse mundo experiência ou memória alguma. Tacito Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 17h27min John Updike ―O escritor norte-americano John Updike morreu hoje aos 76 anos em decorrência de um câncer no pulmão. Frequentador assíduo das listas de mais vendidos, Updike escreveu novelas, contos, poemas, críticas, as memórias ''SelfConsciousness'' e ainda um famoso ensaio sobre o jogador de baseball Ted Williams. Publicou mais de 50 livros em sua carreira que começou na década de 50 e ganhou praticamente todos os prêmios literários, incluindo dois Pulitzers e dois National Book Awards.― Tácito Costa Data: 27/01/2009 - Horário: 17h06min FM 106,9 Ei Tácito, avise aí ao nosso grande Sebastião Vicente que consegui sintonizar a FM Senado na praia de Zumbi, depois de improvisar uma antena meio esquisita com fios que encontrei por lá. A programação musical é sublime é de matar de vergonha as nossas FMs dedicadas à música popular brasileira. Só tem um defeito: não toca artistas potiguares. P.S: Aviso aos amigos. Não abram um cartão de natal que está chegando com meu e-mail. É virus contraído no computador da lan house em Zumbi. Carlos de Souza Data: 27/01/2009 - Horário: 16h59min Adélia Prado Recebi a crônica abaixo hoje pela manhã. Ao ler, lembrei da palestra que a Adélia Prado proferiu numa das edições da Flip (e que o Henrique, inclusive, menciona no texto). Foi uma fala à flor da pele, que deixou o público comovido e cuja força se originou da combinação, aparentemente paradoxal, entre simplicidade (da forma de olhar para as coisas) e epifania (ao ver, nas coisas, para além delas). A crônica do HR, que reproduzo a seguir, fala mais ou menos disso. Marcelo Moutinho. http://www.marcelomoutinho.com.br/) "Adélia me pôs para dormir" Henrique Rodrigues "Hoje à tarde vi Adélia Prado na televisão. Depois de almoçar com a família, prostrei-me no sofá e de repente me vi zapeando, até que o dedo parou tão logo visse a mineira, acredito que a nossa mais importante escritora em atividade. Falava de coisas extremamente simples e essenciais, como o fato de a arte ser voltada para o sentimento, não para a lógica, e que a poesia existe porque nós não nos contentamos com a instância ordinária das coisas: precisamos do extraordinário. Porém, como tivesse comido feijoada com a voracidade dominical, e os meus recursos internos se concentrassem na difícil extração digestiva daqueles nutrientes inusitados, fui adormecendo. E dormi um sono em que Adélia continuava sua conferência. No surrealismo desse estado, em vez de falar para a platéia numerosa e atenta do programa gravado, a poeta conversava apenas e diretamente comigo. E era como se me lembrasse de coisas das quais já havia me esquecido, ou então alertava para que não as esquecesse. Aquele ensinamento íntimo abarcou desde questões técnicas da escrita até a necessária manutenção de um olhar que retirasse literatura da vida, mas que depois não deixasse de devolver para a mesma vida o que eu viesse a construir ou modificar pela arte da palavra. Em dado momento, devo ter balbuciado que não estou mais escrevendo poemas porque fiquei cansado, embora depois talvez volte. Em vez de me fazer refém da minha própria inspiração e sugerir uma continuidade forçada, ouvi uma frase que dizia algo como ―o tempo da poesia é um tempo diferente e deve ser respeitado‖. Foi um alívio que me fez despertar, no momento final do programa, quando ela começava a ler seus poemas. Adélia chora ao ler alguns dos seus textos. Quem esteve na Festa Literária de Parati ano retrasado certamente conferiu e partilhou com ela essa experiência de se emocionar diante da beleza pura e aguda das palavras. Pelo que me lembro, foram raros os que não choraram também, mesmo os que, como eu, só puderam assistir pelo telão. Hoje eu não chorei, mas sorri enquanto me esticava no sofá feito um gato preguiçoso. Levantei-me e fui conferir minha mãe e meu irmão tirando um cochilo, cada um no seu canto. Olhando-os assim, pensei, ainda sonolento, que eles são o meu grande poema. E agora, madrugada de domingo para segunda, antes de entrar no sono para começar uma nova jornada rumo ao cotidiano prático e ordinário, rogo para que as doces palavras de Adélia Prado voltem a frequentar meus sonhos e os transcenda rumo à vida. E que aquela espécie de acalanto nos inspire a buscar o extraordinário ao longo de todo o dia." Tete Bezerra Data: 27/01/2009 - Horário: 16h34min Carnaval x Saúde (?) Segundo o No Minuto, a Funcarte cortou o financiamento para o Carnaval Multicultural 2009 sob o argumento da crise da saúde. Quer faturar em cima de nossa ignorância. Como se fosse possível utilizar uma verba de orçamento destinada à cultura para solucionar o problema da saúde. Daniel Dantas Data: 27/01/2009 - Horário: 15h37min Chomsky e a questão palestina Caros amigos: Há um ótimo video com Chomsky abordando a situação atual na Faixa de http://www.youtube.com/watch?v=30X2tYUGK_8 Gaza: Abraços: Marcos Silva Data: 27/01/2009 - Horário: 15h36min Quem é mesmo governo? Quem é mesmo terrorista? Prezado Tales: É bom pensar criticamente sobre ações do governo brasileiro. Não penso que esse governo seja igual a PT (existe um monte de partidos aliados do PT, não é?). Não penso que governo seja somente o executivo federal (PSDB e DEM são partidos de peso no legislativo e em inúmeros executivos estaduais e municipais, não é?). Mesmo no executivo federal, muitos ministros são ligados a outros partidos que não o PT, não é? Nos EEUU, o argumento "terroristas" serviu para um triste funeral da democracia: prisões sem provas, interrogatórios sob tortura, etc. Tomara que isso melhore com Obama: a esperança é a última que morre. Quanto a Israel e palestinos, há muitos anos o Hamas age, há mais anos os palestinos vivem em condições péssimas, não é? Numa entrevista à revista "Veja", a importante filósofa brasileira Maria Sylvia Carvalho Franco disse que ideologia emburrece. É um brutal paradoxo: dizer isso no principal antro da ideologia do Brasil atual. Apesar disso, ela tem razão. Abraços: Marcos Silva Data: 27/01/2009 - Horário: 09h18min Crimes de guerra na Faixa de Gaza Caros amigos: Uma leitura fundamental para minha formação e minha escolha profissional por História foi "Crimes de guerra no Vietnam", de Bertrand Russel (final dos anos 60). Hoje, outros crimes de guerra são cometidos impunemente. Divulgo convite e endereço eletrônico de uma demanda para que o Estado de Israel seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional por "crimes de guerra". Si vous êtes d'accord pour considérer qu'Israêl a largement dépassé les bornes de l'ignominie, je vous invite à signer le doc joint : Demande pour qu'Israêl soit jugé par le Tribunal Pénal International pour crimes de guerre: http://www.tlaxcala.es/detail_campagne.asp?lg=fr&ref_campagne=10 Abraços: Marcos Silva Data: 27/01/2009 - Horário: 09h18min Terroristas no colo do PT POR BRUNO PONTES Em 2003, o presidente Alvaro Uribe, da Colômbia, enviou uma carta aos países latino-americanos pedindo a cada presidente que classificasse formalmente as Farc como organização terrorista ―e que nos proporcione seu apoio para que o mesmo ocorra nos diferentes fóruns regionais e internacionais‖. O PT ficou calado. Assassinato de inocentes, seqüestros (de crianças, inclusive), mutilações em campos minados, decapitações, partos de reféns feitos a faca... Tudo isso é considerado aceitável pelo partido que manda no Brasil. Quando as tropas governamentais de Uribe mandaram os chefões das Farc que operavam no Equador para o inferno, a diplomacia petista exigiu que o presidente colombiano se desculpasse. Integrantes das Farc já foram recebidos como convidados ilustres do petista Olívio Dutra, durante sua gestão como governador do Rio Grande do Sul, em pleno Palácio Piratini. Quando o petista Antônio Palocci era prefeito de Ribeirão Preto, as Farc tinham na cidade um escritório de representação. As reuniões deviam ser bastante interessantes. Você sabe quem é Francisco Cadenas Colazzos? Nem adianta procurar o nome. No Brasil ele atende por Olivério Medina e se diz padre. É na verdade um homem das Farc protegido pelo PT. A mulher dele, Angela Maria Slongo, também ganhou um mimo do governo: um cargo comissionado no Ministério da Pesca por indicação de ninguém menos que Dilma Rousseff, que, sinto muito por todos nós, será presidente daqui a dois anos, por absoluta falta de oposição. Na primeira semana de janeiro, o PT divulgou nota chamando Israel de Estado terrorista e comparando a reação israelense a oito anos de foguetes do Hamas às práticas do exército nazista. Nós já sabemos que, caso a população brasileira fosse atacada por foguetes de um grupo terrorista de um país qualquer, Lula e os companheiros do PT ficariam só olhando. E se algum brasileiro reclamasse, seria devidamente repreendido por Celso Amorim. Em 14 de janeiro, o governo acobertou outro santo: o italiano Cesare Battisti, chefe dos Proletários Armados pelo Comunismo, condenado pela Justiça italiana à prisão perpétua pela participação em quatro assassinatos cometidos nos anos 70. O crédito é do petista Tarso Genro, o ministro da Justiça especialista em leninismo — o mesmo que retornou à ditadura de Fidel Castro dois atletas que queriam asilo no Brasil. O ministério italiano de Relações Exteriores apelou ao presidente Lula ―para que sejam tomadas todas as iniciativas que possam promover, no quadro da cooperação judiciária internacional na luta contra o terrorismo, uma revisão da decisão judiciária adotada‖. Em vão. O PT já marcou posição: solidariedade total aos terroristas. É a moral dessa gente que manda no Brasil. Tales Costa Data: 26/01/2009 - Horário: 16h51min Eu Chupei o Tamarindo. Estive lá. Era uma vontade antiga. Conhecer a terra onde viveu o poeta de o ― Eu‖! Um livro extraordinário. Poeta de um livro só. Inclassificável. Todos os estilos em um único livro. Viveu rápido. Seu irmão ajudou a pagar a publicação da primeira edição de mil exemplares. ―Meu coração tem catedrais...‖. O engenho Pau d`Arco do poeta. Uma terra fértil de grandes engenhos. Lá viveram cinco mil homens. Sinto a nostalgia do povo. O povo que viveu uma grande época de prosperidade. O engenho. A casa grande. A capelinha do senhor do Bom fim. Chupo um tamarindo centenário do poeta. Quase choro de emoção. Converso com um ex- vereador que trabalha na casa-museu da ama do poeta. Arvore genealógica e as muitas edições da rica fortuna crítica do poeta. O Eu e suas muitas edições. Converso com Sebastião. Ele que trabalhou no engenho e faz aniversário no dia do santo. Construiu uma réplica perfeita do engenho. Ofereceu uma cachaça do engenho Pau d´Arco. O ex- vereador mostra a sua obra. Uma parada de ônibus. Nem sei se ali naquela saudade passa ônibus. A tristeza sinto no povo que lembra. O poeta ajuda colocar aquele lugar no mapa. Tudo gira em torno dele. Lugar mal sinalizado precisa de cuidados. Para subir na bela casa – restaurada da ama é difícil. Pode escorregar nas pedras lisas. Banheiro não há ali. Compro o livrinho do Adauto Ramos falando do Paraibano do Século XX. A paisagem é linda. Me despeço para breve voltar. Depois visito o Jardim de Academus onde existe uma bela exposição em homenagem ao poeta. Todos os livros e documentos. A cadeira da academia que pertenceu ao poeta. Um poeta do hediondo. ― eu sou aquele que ficou sozinho / contando sobre ossos do caminho / a poesia de tudo quanto é morto‖. Poeta plural. Multifacetário. Eterno. Jota Eme Data: 26/01/2009 - Horário: 11h56min Coelho X Azevedo Vale a pena acompanhar (para o bem da grande imprensa)a polêmica envolvendo Marcelo Coelho X Reinaldo Azevedo,nos seus respectivos blogs. Gustavo de Castro Data: 26/01/2009 - Horário: 11h56min Janeiro de Grandes Espetáculos Meus Colegas, Estive no Recife e presenciei um grande evento já na sua 15ª edição, o " Janeiro de Grandes Espetáculos". Uma grande idéia, aproveitar as férias e promover grandes espetáculos a preços populares. Os espetáculos acontecem nos teatros: Santa Isabel, do parque, Apolo, Hermínio Borba Filho, Armazém e Barreto Junior. O janeiro desse ano homenageou uma grande atriz, Leda Alves. Viúva do grande Hermínio e grande atriz. Conheceu seu ex- maridos nos palcos teatrais e é respónsável pela preservação da sua memória. Hermínio foi uma grande escritor e teatrólogo. Leda merece todas as nossas homenagens. Assisti no Santa Izabel ao espetáculo de dança " Crendices...Quem disse? Um espetáculo de um grupo curitibano baseado em Suassuna e nos ditos populares. Muito boas as coreografias e musicas com instrumentos Indianos e dos Aborígenes do norte da Austrália- o didgeridoo. Senti falta de um tempero Cascudiano e de outros grandes estudiosos da cultura popular. Jota Eme Data: 24/01/2009 - Horário: 18h56min O fenômeno Barack Obama ANTONIO CICERO FOLHA DE SÃO PAULO NEM OS representantes da direita cínica nem os da esquerda dogmática conseguem esconder seu rancor contra a alegria com que tanta gente saudou a posse de Barack Obama. Tanto uns quanto os outros debocham da "ingenuidade" dos que pensam que, com o novo presidente, alguma coisa possa melhorar nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte do mundo. Segundo eles, nada pode mudar senão para pior. Acontece que as pessoas que conheço e que ficaram admiradas e alegres com a eleição e a posse de Obama estão longe de ser tão ingênuas quanto eles supõem. Elas não acreditam em milagres ou messias ou "grandes timoneiros"; são conscientes de que o presidente dos Estados Unidos não pode fazer tudo o que quer; percebem que Obama ainda não se provou como administrador; sabem que vivemos um momento de crise econômica mundial sem precedentes; entendem a gravidade das guerras no Oriente Médio e no Afeganistão; compreendem que vivemos um momento instável de imprevisíveis transformações nas correlações internacionais de forças econômicas, políticas e militares etc. etc. Apesar disso, os que celebram a posse de Obama -entre os quais me incluoacreditam que já há bastante razão para fazê-lo. Em primeiro lugar, é extraordinário que um homem negro, filho de imigrante, com um nome de origem árabe, tenha sido eleito presidente dos Estados Unidos. Em segundo lugar, é maravilhoso que tal homem deva sua eleição, em grande parte, à superioridade do seu brilho, do seu carisma, das suas ideias. Em terceiro lugar, é esplêndido que, ao eleger Obama, os eleitores americanos tenham claramente repudiado o governo mais vil de que se tem memória nos Estados Unidos, que foi o da extrema direita do Partido Republicano, na figura lamentável de George W. Bush. Em resposta aos que afirmam que nada poderá mudar no novo governo, pode-se dizer que esses três fatos já representam uma imensa mudança. Mas há mais. Curiosamente, sob influência de comentaristas das grandes redes de televisão norte-americanas, muitos afirmam que Obama nada disse de novo no seu discurso de posse. Isso é uma falsidade. De modo educado, porém firme, ele deixou bem claras as suas diferenças em relação ao antecessor. Entre outras coisas, falou de restaurar ao devido lugar a ciência (que foi vilipendiada, como se sabe, pelo apoio ideológico e material dado por Bush à charlatanice do "design inteligente"); declarou ser falsa a oposição entre os princípios e a segurança (quando Bush, em nome desta, sacrificou aqueles); ressaltou a necessidade de abandonar dois dogmas: o primeiro, quanto ao tamanho do Estado (que o governo Bush pretendeu tornar mínimo no que diz respeito à segurança social, mas não no que diz respeito às forças de repressão e guerra); e o segundo, quanto ao papel do mercado (que o governo Bush quis maximizar por meio, entre outras coisas, de uma desregulamentação cujas consequências se manifestam na atual crise econômica); observou, contra o fanatismo religioso (que Bush sempre cortejou), que o povo dos EUA não se compõe apenas de crentes, mas também de incréus; e afirmou, contra os conservadores, que "o mundo mudou e nós devemos mudar com ele". As ideias de que o mundo mudou -que o próprio Obama não só afirma mas encarna- e de que devemos mudar com ele são, no fundo, as que mais irritam tanto os direitistas cínicos quanto os esquerdistas dogmáticos. Outra ideia que lhes é inaceitável -e que constitui o próprio teor do discurso de posse- é a de que a sociedade aberta é melhor do que a fechada. Quanto à direita, ninguém ignora que ela se define exatamente em oposição às ideias de mudança para melhor e de sociedade aberta. Já para a esquerda dogmática, a situação é um pouquinho mais complexa. O que ela é incapaz de admitir é que possa haver qualquer melhora real ou substancial no mundo antes da superação do capitalismo, isto é, antes da "Revolução". Sendo assim, dado que qualquer mudança real desmentiria suas teses, não lhe resta senão crer que toda mudança e todo projeto de mudança que se apresente como tal seja um mero engodo. Assim lhe parece ser também a sociedade aberta, que ela descarta como "democracia burguesa". A meu ver, o que não consegue mudar são as ideologias. As coisas reais mudam o tempo todo, ora para pior, ora para melhor e, embora não possamos saber o que acontecerá daqui para frente, a verdade é que, no momento em que escrevo, o fenômeno Obama já representa uma mudança real para melhor. Tácito Costa Data: 24/01/2009 - Horário: 08h50min "Não matei, mas sei quem fui" Assisti ontem e recomendo a peça "Não matei, mas sei quem fui", monólogo cômico em cartaz hoje às 21 horas e amanhã às 20 horas no Teatro de Cultura Popular (R. Jundiaí), com o ator César Amorim. O texto tem momentos muitos risíveis e a atuação do ator é excelente. Na próxima semana a peça será novamente encenada no mesmo local. Tácito Costa Data: 24/01/2009 - Horário: 08h29min O cara que sempre pesava Por Mário Bortolotto Ele era um cara difícil. Saía da linha constantemente. Algumas pessoas costumam sair da linha, constantemente. Ele era um deles. Testemunhei vários amigos perdendo a paciência com ele. E não os culpo. Ele provocava. Ele importunava. Ele excedia. Ele passava da conta. Mas qual é mesmo a medida? Alguém sabe? A gente sempre soube que qualquer hora dessas alguém não ia entender. Depois de um tempo tentando evitá-lo (era praticamente impossível), passei a entender o cara e em pouco tempo passei a gostar muito dele. Mesmo quando ele passava da conta, quando importunava, quando excedia. Lembro dele indo assistir uma de nossas peças no nosso teatro em 2.003 e inacreditavelmente se comportando. Por incrível que pareça, nem notei que ele estava lá. Só quando ele veio falar comigo no final do espetáculo. Lembro dele assistindo nossos shows e todas as nossas peças no Centro Cultural. Eu sempre pagava cachaça pra ele. Entrava no bar, comprava e dava a cachaça pra ele na calçada. Os donos dos bares não gostavam da presença dele no bar. Os freqüentadores ficavam aterrorizados. E eu não culpo os freqüentadores. Ele aterrorizava mesmo. Às vezes ele tinha a grana pra cachaça, mas os caras não vendiam pra ele. Então ele me dava o dinheiro e pedia pra eu comprar pra ele. Por baixo de toda a loucura, era um sujeito incrivelmente articulado e com um texto próprio. E era um cara doce e sensível. Confesso que vacilei. Prometi que ia levar a câmera e deixar ele contar sua história daquele jeito maluco que ele falava (o Selingardi imita direitinho). Eu não cumpri a promessa. E ele sempre me interpelava: "E aí, Mário? Quando é que você vai trazer a câmera?" Eu vacilei. Lembro que chegava no Centro Cultural e ele inevitavelmente se materializava na minha frente: "Como que é, Mário? Satisfação. Cê sabe que nós é louco, né? Os otário não percebe que nós é louco. Deixa eles". Ele guardava os carros na frente do Centro Cultural. Sempre tava duro e o pouco dinheiro que ganhava era pra indefectível cachaça. Ele me dizia: "Sabe qual é o segredo, Mário? Não importunar (logo ele falando isso). É assim mesmo. Eu sou amigo do Fagundes por exemplo, mas não fico enchendo o saco dele, abusando da amizade. No aniversário dele, eu ligo lá, cumprimento, ou no Natal, só em data especial, tá ligado, Louco?" Ele era assim. Lembro que o meu amigo Pedro Guilherme chegou no Centro Cultural com a cabeça quente e com cara de poucos amigos. Ele não titubeou. Chegou pro Pedro e soltou na lata: "Qual que é, Mano? Tá apreensivo?" Pedro não querendo conversa respondeu: "Não tô não, cara, tá tudo certo". Ele não era de se intimidar: "Não tá não, cê tá apreensivo, Louco. Tô vendo na sua cara" E mandou mais 5 minutos de aluguel pra cima do Pedrão que cansado e se dando por vencido, esboçou um leve sorriso. Ele então, satisfeito, mandou essa: "Tá vendo só, Louco? Tirei o apreensivo de dentro do seu coração". O nome dele era Flávio. Ele guardava carros na frente do Centro Cultural. Ele era excessivo. Ele era impertinente. Ele colava na banca. Ele pesava. Ele era folgado pra caralho. Muita gente não gostava dele. E eu entendo. Ele não era fácil. Eu gostava muito dele. Muito mesmo. O Flávio era de uma verdade assustadora. E verdade é um troço que assusta. Eu entendo. Da última vez que nos encontramos, Flávio fez questão de me pagar uma dose de whisky. Eu não podia recusar. Ele ia ficar ofendido. Sei como são os caras do naipe do Flávio. Eles ficam muito ofendidos. Eu aceitei. Ninguém mais vai encontrar o Flávio na frente do Centro Cultural. Ele não vai mais pedir pra eu comprar cachaça pra ele. E ele não vai mais tirar "o apreensivo" do coração de ninguém. No dia 30 de Dezembro, alguém (ou alguns - ninguém sabe e ninguém vai procurar saber - o Flávio não tem importância nenhuma - pra maioria das pessoas ele era só um bêbado inoportuno) não suportou o Flávio. Bateram muito nele e quebraram seu pescoço. Só fiquei sabendo ontem. Deus (Jordão) me contou. Não saiu no jornal. Talvez ninguém tenha chorado a morte dele. Eu sempre vou me lembrar dele. Todas as vezes que atravessar a Rua Vergueiro, na frente do Centro Cultural e conseguir encostar no balcão do bar sem ninguém me interpelar, vou lembrar do Flávio, pesando na minha: "E aí, Máriooo? Cê sabe que nós é louco, né? Falei pra todo mundo aqui. Tem que ver a peça do Mário. É doidera. Peça do Mário é doidera. Tem que ver. Cê tá ligado que nós é louco, né Mário? Deixa os otário. Deixa os otário". Vai com Deus, Flávio. Espero que tenha um bar bacana aí em cima e os caras deixem você comprar sua própria cachaça. Quando eu chegar por aí, eu compro pra você, mas tô ligado que você não vai mais precisar. Deixa "os otário". Tetê Bezerra Data: 24/01/2009 - Horário: 08h24min Ingenuidade II Tem petista chorando pitangas pela perda de sinecuras na Prefeitura aqui neste santo SP? Ou é só impressão minha? Essa turma continua a achar que está escrevendo para imbecis. Paulo Couto Data: 24/01/2009 - Horário: 08h07min EDIÇÕES FLOR DO SAL E A POESIA DE THÉO O poeta currais-novense Théo G. Alves lançará o seu livro "pequeno manual prático de coisas inúteis", pelas Edições Flor do Sal. A quem desejar conhecer um pouco mais da poesia desse jovem poeta, acesse o seu Museu de Tudo www.museudetudo.blogspot.com ou o blog do Grupo Casarão de Poesia (www.casaraodepoesia.blogspot.com). DATA/LANÇAMENTO: 03/02/09 HORÁRIO: A partir das 18 h. LOCAL: Nalva Melo Salão Café (Av. Duque de Caxias, 110, Ribeira, ao lado do jornal Tribuna do Norte) Iara Maria Data: 23/01/2009 - Horário: 19h52min Sobre o Oriente Médio Postei em PROSA os artigos "Obama está em descompasso com região", de Robert Fisk, do Independent, e "Questão palestina impõe escolhas difíceis", de Steven Erlanger, do New York Times. Ambos publicados na FSP de hoje. Tácito Costa Data: 23/01/2009 - Horário: 18h48min Prefeita das equipes Enquanto a prefeita de Natal continuar a formar equipes para todos os problemas existentes e ainda falar que no seu governo se fará o possível e o impossível para solucionar os problemas continuaremos sem solução, pois a mesma tem que agir e não fingir que trabalha indo olhar obras de drenagem e problemas causados pelas chuvas. Certamente jogará as roupas usadas no lixo. Aliás a prefeita está trabalhando muito: perseguindo funcionarios e aumentando o salario dos secretarios, que passaram de pouco mais de 3 mil reais para 9.2 mil reais. Pelo andar da carruagem a mesma demonstra um total despreparo e será manipulada pelos gaviões que a apoiaram na campanha e estão nas diversas secretarias da prefeitura. O tempo dirá se teremos melhoras na nossa quase ex-bela cidade do sol. Marcus Sales Data: 23/01/2009 - Horário: 18h44min Oscar Gado Concordo inteiramente com o que Marcos Silva diz sobre o Oscar. E acrescento: a preocupação com "filme estrangeiro" é um desses indícios (sintoma) desta vontadede-ser-América, típico de certa casta média latinoamericana. Que importa o Oscar? Qual a importância que não a do famigerado mercado? Vejo aquilo como um circo com feras e aves maravilhosas, cobertas com tecidos caros e perfumes que a minha imaginação devaneia até os lírios do campo... O Oscar funciona igual alimentação de gado no pasto. Após o ganhador do prêmio, como gado, todo mundo vai ao cinema ver. Como dizem meus alunos, nesta perfeita cacofonia: "o senhor vai assistir hoje o Oscar Gado?" Gustavo de Castro Data: 23/01/2009 - Horário: 12h44min Maysa, Estudos Caros amigos: A TV Cultura transmitiu o programa "Maysa, Estudos", dia 22 de janeiro de 2009, 22:10 horas. Confirma a excepcional grandeza da cantora: beleza de voz, senso interpretativo. Junto com isso, uma mulher que pensa o tempo todo, um ser humano que pensa o tempo todo. Cantar e pensar não são departamentos separados. Se o seriado da Globo serviu para essa retomada de Maysa, valeu a pena. Abraços: Marcos Silva Data: 23/01/2009 - Horário: 09h31min Retorno a Kant Prezado Paulo Couto: Quando li o texto "Resposta à questão: que é Esclarecimento", de Kant, fiquei muito impressionado com a ênfase dele em cada um pensar por seus próprios recursos, sem um intelectual (ou uma pesada propaganda de estado) que pense por cada um. Para mim, foi uma experiência muito importante: o duro aprendizado de enfrentar os problemas sem soluções prévias representadas por uma ironia de segunda. Quanto ao conflito entre israelenses e palestinos, considero necessário certa gravidade: tem gente morrendo, vida é só uma. Cordialmente: Marcos Silva Data: 23/01/2009 - Horário: 09h30min MISTÉRIOS DO OSCAR Caros amigos: As indicações para Oscar e as premiações distribuídas anualmente correspondem a muita coisa, poucas delas referentes à arte cinematográfica. Seria tedioso indicar os não-premiados, ou premiados quase-postumamente (pedido de desculpas?). Em 1955, "Janela indiscreta", de Hitchcock, concorreu com "Sindicato de ladrões", de Kazan, e "Sete noivas para sete irmãos", de Stanley Donen. O primeiro filme nada ganhou, o outro levou apenas o prêmio musical, Kazan foi muito premiado - talvez mais por motivos políticos. E era uma competição entre filmes muito bons! Noutros anos, os médios ou ruins mesmo levaram prêmios a granel. A indústria cinematográfica brasileira, anualmente, fica mobilizada ao redor do tópico "filme estrangeiro". Acho que não vale o esforço. Abraços: Marcos Silva Data: 23/01/2009 - Horário: 09h29min Ingenuidade ou doutrinação política? Mudar o que? Israel se retirar, pedir desculpas pelo estrago e negociar um espaço na Sibéria pra armar o seu circo? Israel deixar de se defender dos foguetinhos fofinhos do Hamas? O Hamas deixar de fazer da população civil a sua trincheira? Ora, gente, pensar não queima neurônio, o que queima neurônio é droga. Vamos deixar de ser tão inocentes. Paulo Couto Data: 22/01/2009 - Horário: 21h13min A fala de Obama Enfim, Obama falou sobre o Oriente Médio. Foi em coletiva hoje. Repetiu praticamente a mesma coisa que os seus antecessores já disseram. "Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o [movimento islâmico] Hamas lançou diversos foguetes na região. Porém, os Estados Unidos estão comprometidos com a criação de dois Estados onde palestinos e israelenses poderão conviver juntos". Quem tinha alguma ilusão de que a política norte-americana para aquela região mudaria alguma coisa pode tirar o cavalinho da chuva. Senão ele pega uma pneumonia. Decepcionante! Tacito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 19h59min Alex escreve sobre Poe Alex de Souza escreve em sua coluna BAZAR, no portal NOMINUTO.COM sobre o 200 anos de nascimento do escritor Edgar Allan Poe. http://www.nominuto.com/colunas/bazar/poe_200_anos/33077/ Tácito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 19h42min Sobre FAHRENHEIT 451 De Manuel da Costa Pinto, em texto publicado no site da Livraria Kriterion, que reproduzi em PROSA: http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx "Sob certo aspecto, portanto, Fahrenheit 451 não é uma distopia, mas um romance realista, que flagra a dialética demoníaca da sociedade de massas, em que as massas parecem ser títeres das elites, mas na qual as elites só existem em função das massas. Como lembra Faber, em um diálogo com Montag, a sociedade do espetáculo é uma espécie de servidão voluntária: ―Os bombeiros raramente são necessários. O próprio público deixou de ler por decisão própria. Vocês, bombeiros, de vez em quando garantem um circo no qual multidões se juntam para ver a bela chama de prédios incendiados, mas, na verdade, é um espetáculo secundário, e dificilmente necessário para manter a ordem. São muito poucos os que ainda querem ser rebeldes.‖ Tácito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 19h22min Oscar 2009 LUIZ ZANIN ESTADÃO O ofício exige, estava até agora há pouco envolvido com matéria sobre a divulgação dos indicados ao Oscar. Os premiados serão conhecidos daqui a um mês, dia 22 de fevereiro, domingo de Carnaval. Não vi qualquer surpresa nas indicações. Talvez a ausência de Batman entre os indicados a melhor filme possa causar alguma estranheza. Heath Ledger, o Coringa, deve ganhar estatueta póstuma. Hoje completa-se um ano de sua morte. Para mim, o maior escândalo dessa edição do Oscar está na ausência de Gomorra, o extraordinário filme de Matteo Garrone sobre a máfia napolitana. Nessa categoria (a de filme estrangeiro), quem deve ganhar é Valsa com Bashir, animação israelense de Ari Folman, sobre o massacre de Sabra e Chatila. Com o recente banho de sangue na Faixa de Gaza, ganha nova (e trágica) atualidade. Tacito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 18h53min Livro novo na ESTANTE Coloquei na ESTANTE o livro ―Sonhar a Vida, Viver o Sonho – O Simbólico na Comunicação Política‖, do professor do curso de Comunicação Social da UFRN Marcelo Bolshaw. Tácito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 18h08min Tantos centenários Tácito e leitores E para frisar uma opinião bem pessoal, acho um tanto triste e caliginoso esse hábito de comemorar aniversários de morte com tanta euforia. Não sei se por minha convicção religiosa ou por meu medo da morte... Enfim, anualmente isso é feito com algum escritor importante. Ultimamente tem calhado de ser centenários... de morte. Ano passado foi o de Machado de Assis; esse ano é o de Euclides da Cunha. Acho mais alegre (todavia não mais importante) comemorar bodas de nascimento. Exemplo, esse ano ocorre o bicentenário de nascimento de Edgar Allan Poe. Alguém já mencionou isso com pompom de frevo? Rs. No entanto meu bom senso ajuda-me a perceber que importante mesmo é fazer lembrar nossos maestros da escrita e evidenciá-los para todos. Agora, abrir mão de que eu acho dark essas manias comemorativas, ah isso eu não abro... Beijos, Denise Araújo Correia Data: 22/01/2009 - Horário: 17h47min Oscar? Entre o Oscar e o Oscarito, prefiro o segundo. Abraços. Moacy Cirne Data: 22/01/2009 - Horário: 17h46min Virou moda! Agora, todo dia um secretário da borboleta faz coletiva pra anunciar "a situação em que encontrou a secretaria etc, etc....". A próxima coletiva anunciada - pra amanhã é a do diretor da Urbana. Porque é que esse povo não arregaça as mangas e vai trabalhar, ao invés de ficar criando factóides e tentando culpar a admistração passada por todas as mazelas do mundo??? lissa Data: 22/01/2009 - Horário: 17h48min Sai lista de indicados ao Oscar "O Curioso Caso de Benjamin Button" obteve 13 indicações ao Oscar 2009, apenas uma a menos do que os recordistas históricos, "A Malvada" (1950) e "Titanic" (1997), cada um com 14 indicações. Quem Quer Ser Um Milionário?" também é favorito e obteve dez indicações. Mas concorre em nove categorias, incluindo melhor filme, diretor (Danny Boyle), roteiro adaptado (Simon Beaufoy). Na categoria melhor canção, o filme aparece duas vezes, com as músicas "Jay Ho" e "O Saya". Na categoria de melhor ator, Brad Pitt ("O Curioso Caso de Benjamin Button") e Mickey Rourke ("O Lutador") se enfrentam novamente este ano. Kate Winslet ficou com apenas uma indicação, a de melhor atriz por "O Leitor", frustrando quem achava que repetiria a dobradinha do Globo de Ouro. No seu lugar, na categoria de melhor atriz coadjuvante, entrou a atriz Taraji Henson, que faz a mãe adotiva de Brad Pitt em "O Curioso Caso de Benjamin Button". A cerimônia de entrega do Oscar se realizará no domingo, 22 de fevereiro, a partir das 22h. Tacito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 16h57min O contrário das horas Por Michelle Ferret Tribuna do Norte Se Charlie Chaplin estivesse vivo se identificaria urgente com o filme O Curioso caso de Benjamim Button do diretor David Fincher. Em cartaz em todas as cidades brasileiras e em várias partes do mundo, o longa (realmente longa, quase três horas de duração), se assemelha à seguinte citação dita por Chaplin ?A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta para o útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?? Assim é também a essência do roteiro do filme ?O Curioso Caso de Benjamim Button? baseado no livro publicado em 1920 pelo escritor F. Scott Fitzgerald. A história é a de um bebê que já nasceu velho, com seus 80 anos, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) em Nova Orleans. Abandonado pelo pai e órfão de mãe (que morreu no parto), Benjamim é deixado na porta de um asilo de idosos. Sua estranha aparência, cheia de rugas, faz com que a dona do asilo (Taraji P. Henson) sinta compaixão. Assustada pela aparência física da criança, ela esconde Benjamim mas depois decide mostrá-lo a todos os moradores do lugar, que também sentem pena e ao mesmo tempo se encantam com a possibilidade de uma criança conviver entre eles. Quem conta a história é Dayse - já no leito de morte (estrelada na memória por Cate Blanchett) - a menina por quem Benjamim se apaixonou perdidamente desde a primeira vez que a viu. Sempre ao contrário, assim como o relógio instalado na ferrovia da cidade, a sequencia do filme acontece no tempo cronológico, porém existencialmente ao contrário se visto pela idade do personagem principal e pela narrativa. Com diálogos intensos e carregados de sentidos sobre a humanidade, a obra ? com a bela fotografia de Claudio Miranda, anuncia-se num claro/escuro revelador de esperanças e o segredo de existir sem ter idade. Esse é um dos pontos interessantes da obra, a brincadeira do convívio entre os idosos do lar e uma criança/idosa que passa a mostrar a eles outra perspectiva de vida. A obra mostra também a peculiaridade de cada um no seu jeito de observar ao redor. A cantora de ópera com sua radiola, o contador de histórias que foi atingido por raios mais de sete vezes e as imaginações férteis de quem já deixou de produzir para o mundo capitalista. Outro ponto forte e notoriamente o carro chefe é em si a história de amor entre Benjamim e Dayse que embora eles tenham a mesma idade quando se conheceram se distanciam fisicamente por ele ter seus 60 e poucos anos enquanto ela tem apenas 7. Ao passar dos anos, Dayse vai crescendo enquanto ele vai rejuvenescendo e assim seguem numa angustia pela busca de um amor que escapa a cada tique do segundo de um relógio. Nesse correr dos dias, ele se aventura na vida conhecendo vários lugares, indo a alto mar com um comandante que lhe ensinou a enxergar ao redor de uma maneira livre com ?arte?. O encontro entre os dois no retorno das andanças de Benjamim é um dos momentos mais lindos e dolorosos do longa. A música assinada por Alexandre Desplat é primorosa e consegue costurar as cenas dividas entre a realidade (cena em que Dayse está na cama contando sua história para a filha) e as imagens das lembranças (onde se desenvolve praticamente toda a história). Longe do lugar comum e perto de um drama bem feito, o longa toca o espectador em diferentes esferas ao puxar o tapete de nós mesmos desfazendo preconceitos quanto à idade e aos idosos, quando muitas vezes estão à margem socialmente em casas de repouso, distante dos olhos do mundo. Bem aclamado pela crítica e pelo público, Benjamin Button é um filme para assistir com calma e não ficar olhando o relógio enquanto se espera as quase três horas de duração correrem. Tacito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 16h26min Particularidades Por Luana Vignon O que mais me atrai numa viagem é o chamado "turismo gastronômico". Como diz o Pierre, viajar é como trocar de bar, isso porque não somos adeptos da cidade para turistas, mas sim da cidade real, com seus fedores e aromas, sabores e dessabores. Sentar numa das mesinhas da Adega Pérola no Rio de Janeiro e apreciar uma legítima morcela portuguesa é a minha concepção de um turismo bem feito. Ou ainda, saborear deliciosas pataniscas na ébria companhia de Miguel do Rosário e Priscila Miranda no Pavão Azul. Camilla Lopes nos indicou uma ótima feijoda no Catete. Felizmente não só o Rio oferece essa miríade de riquezas gastronômicas. Em Londrina, no Bar do Jaime, experimenta-se uma suculenta costela de porco, somente às sextas-feiras; no mesmo centro comercial, no andar superior, o Portuga oferece um fantástico bolinho de carne, comparável até mesmo aos famosíssimos croquetes do Moraes, no centro de São Paulo. Em Araçatuba, vejamos, o inigualável cupim casqueirado com mandioca cozida e molho batido é obrigatório. Por isso, não me venham com cristos redentores ou cataratas do iguaçú, o que torna uma cidade única são suas peculiaridades, a forma como um povo lida na cozinha diz muito mais sobre sua história do que monumentos de concreto. Outro dia vi num programa de tv um ―tour gastronômico‖ pelas pizzarias de Nova Iorque, passando especialmente pelo Brooklin, comparando as famosas pizzas napolitana e siciliana, relembrando antigos hábitos dos italianos que por lá aportaram. Porém, aos que não dispõem de sensibilidade gustativa, sempre restará a estátua da liberdade. Tete Bezerra Data: 22/01/2009 - Horário: 16h21min Fórmula para uma guerra sem fim Postei em PROSA o texto Fórmula para uma guerra sem fim, de Hal Lindsey, enviado por Tales Costa. Tacito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 16h14min Nós fazemos Essa semana eu não quero que vocês leiam um texto meu. Prefiro que vocês vejam o vídeo abaixo, criado por alguns amigos de forma gratuita, produzida a preço de custo e exibido com o apoio de veículos de comunicação. Como a causa é boa, cedo o espaço dessa coluna para ajudar na divulgação. Já estava com um texto prontinho detonando nossas ―otoridades‖ que querem fazer mais uma farra com nossa grana a pretexto da Copa de 2014. Ah, paciência, eles vão ter que esperar mais uns dias. Assista: http://www.youtube.com/watch?v=g1Ss08Pj7Jk Acesse: www.nosfazemosevoce.com Carlos Fialho Data: 22/01/2009 - Horário: 13h04min Sobre a morte DE MOACY CIRNE NO SEU www.balaiovermelho.blogspot.com "Mas a morte de uma pessoa amiga, de uma pessoa muito próxima da gente, tem uma dimensão cósmica que não se esgota em palavras de conforto, de bem-querer, de boa vontade. A rigor, tem uma dimensão cósmica que escapa ao próprio sentido da dor. Que escapa ao próprio sentido da vida, por mais que a vida continue. Para suas filhas. Para seu companheiro. Para seus irmãos e irmãs. Para seus amigos e amigas." Tácito Costa Data: 22/01/2009 - Horário: 12h36min Mito e literatura Caros amigos: No texto de Rachel Nunes, a relação de Guimarães Rosa com o universo mítico aparece como uma deficiência em relação ao real. Estamos falando de literatura! Mito não é fuga nem bobagem, é fabulação, forma de indagar sobre o mundo! Literatura é o reino do mito-poético! Mitos aparecem nos melhores autores realistas do planeta: que dizer do episódio da morte de Baleia ou do encontro de Fabiano com o soldado amarelo, ambos em "Vidas secas"? Quando eu era mlk, em Natal, ouvi alguns colegas dizerem que Guimarães Rosa era apenas um virtuose da forma. Relendo o autor de "Grande sertão", discordo cada vez mais dessa avaliação. É impossível separar materialidade e mito na carne da literatura. Sem mito, adeus literatura! E arte em geral! Abraços: Marcos Silva Data: 22/01/2009 - Horário: 12h32min Sobre a PMN e o espaço público. Caros amigos: Os acontecimentos que Daniel Dantas narrou (perseguições contra funcionários municipais por discordâncias políticas) são mais graves porque evidenciam uma apropriação indevida do espaço público. Um novo governo não é um novo dono do pedaço. Ninguém é eleito para ser déspota e sim para administrar e propor políticas. Eu sempre tenho esperanças de que as coisas possam melhorar. Só que elas dependem de nós para melhorarem. E a imprensa eletrônica mais quaisquer outros meios disponíveis são instrumentos preciosos naquela garantia de melhora. Abraços: Marcos Silva Data: 22/01/2009 - Horário: 12h31min Caça às bruxas Se pussesse um título nesta nota, seria Caça às bruxas. A senhora prefeita chamou uma servidora pública de sua confiança para uma conversa sobre o SUS. No meio da conversa, disparou que queria todos aqueles que trabalharam para Cida França na campanha eleitoral fora da SMS. Foi surpreendida com a resposta que ouviu da sua interlocutora, que sugeriu que a prefeita começasse com ela mesma, que votou em Micarla e em Cida. A ação de perseguição por parte de Micarla é autoritária, anti-democrática e desprovida de fundamento. Afinal, o tal grupo que a prefeita quer ver fora da Secretaria, não é pequeno e é composto por servidores públicos que têm liberdade de expressão e de voto - o que significa que não podem ser punidos por isso. Isso parece com algo que soube que Augusto Viveiros fez no Planejamento. Ele desmobilizou todo um setor, de forma abrupta e intempestiva. Um setor que era responsável por um projeto do ministério das cidades. Que é comandado pelo PP, do vice-prefeito Paulinho Freire. Os servidores chegaram para trabalhar e encontraram documentos espalhados e computadores desmontados. Caça às bruxas. A diferença é que a mídia digital atualmente nos permite publicar o que antes ficava escondido dos olhos do público. Daniel Dantas Data: 22/01/2009 - Horário: 11h41min Amor e paz - Relembrando Vinicius e Baden Caros amigos: Lendo a resposta de Domingos de Oliveira sobre amor, felicidade, solidão e paz, lembrei de uma das obras-primas de Vinicius de Morais e Baden Powel no espetacular disco "Os afro-sambas", regravado na íntegra por Mônica Salmaso e Paulo Belinatti: Tempo de Amor (Samba do Veloso) (Baden Powell e Vinícius de Moraes) Ah, bem melhor seria Poder viver em paz Sem ter que sofrer Sem ter que chorar Sem ter que querer Sem ter que se dar Mas tem que sofrer Mas tem que chorar Mas tem que querer Pra poder amar Ah, mundo enganador Paz não quer mais dizer amor Ah, não existe Coisa mais triste que ter paz E se arrepender E se conformar E se proteger De um amor a mais O tempo de amor É tempo de dor O tempo de paz Não faz nem desfaz Ah, que não seja meu O mundo onde o amor morreu xxxxx Abraços: Marcos Silva Data: 22/01/2009 - Horário: 11h39min Anna & Euclides: um PS Caros amigos: Deixei de comentar uma coisa sobre Euclides da Cunha e su mulher: Anna não era prostituta; se o fosse, teria o direito de ficar com quem quisesse. Abraços: Marcos Silva Data: 22/01/2009 - Horário: 11h38min Sobre os quatro elementos Segundo o pensamento de JUNG, a personificação do bem em um Deus-pai é um fato psicológico unilateral que forçou inevitavelmente a personificação do mal na criação do satanás, como solução ao fato psicológico de que a contrapartida natural da existência de um homem bom -um deus pai-, teria de ser a existência de uma mulher má -uma madrasta ou uma bruxa-, e que pelo princípio homoestático esse par teria de ser alternado pelo seu contrário, o par de um homem mal versus uma mulher do bem, o que torna o símbolo da tetráde não o dá trindade uma representação mais completa do todo. Como vimos o cristianismo vale-se de um artifício anti natural para a questão dele não ter a resposta para o por que da existência do mal, e ao optar pelo mito do anjo caido como solução, teve que amputar a natureza pela repressão violenta do princípio feminino. Não sem razão o tema que movimenta o Gêneses(a criação) é o erro cometido por EVA. O quarto elemento é a mulher que foi identificada com o mal, e por isso reprimida, para que assim projetada numa entidade fora do "ser", o "homem" pudesse se entregar ao domínio do mal sem ser necessário assumir a responsabilidade ética dos seus atos. Com certeza essa amputação é um dos motivos principais do caos que vemos na existência do planeta. Luis Sávio Dantas Data: 22/01/2009 - Horário: 11h38min Domingos Oliveira "Gente amiga, fiz dobradinha na Revista Aplauso http://www.aplauso.com.br/site/portal/default.asp deste mês: tem entrevista com Domingos Oliveira e resenha de A Chave de Casa, da Tatiana Salem Levy. Como não posso postar aqui (não ainda) a entrevista inteira (tampouco a resenha), e vontade não me falta, vou servir pelo menos uma entrada. Pedi pra algumas pessoas, como Fabiano de Souza e Selton Mello, fazerem perguntas ao Domingos. Essa veio do JP Cuenca: João Paulo Cuenca: Quando eu vou parar de sofrer pelas mulheres? Domingos Oliveira: Vou ter que dar uma resposta direta. Nunca. O amor não é pra trazer felicidade, não é pra trazer paz, não é feito isso, é uma injustiça pedir isso a dele, é uma violência pedir isso dele. O amor dá muitas outras coisas, mas não a felicidade, muitas outras. A felicidade, ao contrário é um atributo da solidão, a paz é um atributo da solidão. http://manoelasawitzki.blogspot.com/ Tetê Bezerra Data: 21/01/2009 - Horário: 21h21min Órion O órion Navega na constelação Seca de meu mar O franklin Vomita palavras Nas linhas paralelas Dos acordes carvalhescos Poesia em órbita... Canal freqüente Fluindo veias adentro Nas terras da boa esperança O órion Com o olhar na janela O poeta Com o verso No uni Verso... Oreny Júnior Data: 21/01/2009 - Horário: 21h15min Euclides @ Anna: humanos Prezado Tácito: Euclides da Cunha é um escritor brilhante. Isso não significa endossar sua trajetória biográfica. Nem significa achincalhar seu corpo e fazer comparações anacrônicas (com o assassino de Eloá ou outros assassinos de mulheres). Não tenho paciência para esses exames de corpo que levam a conclusões apressadíssimas. Li uma coisa dessas sobre Verlaine, excelente poeta, e as dimensões de seu pênis. Excetuando os eventuais usuários dessa parte de seu corpo (ou, numa dimensão oposta, as eventuais usuárias da mesma parte do corpo de Garrincha), não vejo interesse público nenhum em tal afirmação. Se Euclides sofria de demência e escreveu aquilo tudo, precisamos rever urgentemente o conceito de demência. Ele sentiu ciúmes, fez bobagem (penso que a melhor solução para separações é arranjar outra ou outro, ao invés de matar quem traiu). Claro que Anna não era prostituta, era uma mulher que gostava de homem - se gostasse de mulher seria igualmente saudável. No centenário de Euclides, seria ótimo que publicassem mil análise sobre sua escrita tão bonita. Abraços: Marcos Silva Data: 21/01/2009 - Horário: 21h15min Disputa literária Marcos, também acho besteira colocar Machado em disputa com Guimaraes. São dois clássicos da na nossa literatura. Ponto. Lembro que já tentaram fazer isso com Drummond e Bandeira, o poeta mineiro reagiu com desdém, perguntando se havia um metro que media. Obrigada pela dica do livro de Walnice. Abraços... Tetê Bezerra Data: 21/01/2009 - Horário: 19h14min As memórias inventadas de Manoel de Barros POR MICHELLE FERRET TRIBUNA DO NORTE Escutar a voz dos passarinhos e fazer delirar os verbos são funções vitais na vida do escritor Manoel de Barros. Com 92 anos encompridando rios e fazendo casas sobre os orvalhos da manhã, ele se faz raro. Nessa tarefa de transformar a palavra em brinquedo, Manoel acaba de anunciar que suas obras da coleção "Memórias Inventadas", lançadas pela editora Planeta, são suas últimas. Em série, ele publicou a primeira, segunda e a terceira infância, desdobrando a prosa em poesia em forma de despedida. Como um passageiro na vida e na escrita, Manoel consegue trazer na delicada coleção os livros mais bonitos já vistos na literatura brasileira. Suas páginas soltas com iluminuras de Martha de Barros (filha do escritor) são amarradas por uma fita de cetim colorida (cada obra tem uma cor diferente) e representam a delicada maneira do velho menino poeta enxergar a vida. Ao abrir, o leitor pode se deliciar com a construção de um texto criativo e forte. Uma prosa arrodeada de poesia como o capítulo chamado "O apanhador de desperdícios" que diz, "uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fadigadas de informar. Dou mais respeito as que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo (...) Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios... só uso a palavra para compor os meus silêncios". Para abrir os quinze capítulos que permeiam a obra, Manoel se apresenta de início, anunciandose. "Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando era criança deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão". Dos silêncios e da solidão, Manoel retira o que é importante. Como o canto dos pássaros numa tarde longa ou as águas carregadas nas peneiras de sua infância. Em seqüência aos livros, a "Segunda Infância" traz um Manoel mais adolescente, com olhar voltado aos prazeres da vida, numa ciranda de palavras e desejos. "[..] Que o canto das águas e das rãs é mais importante para os músicos do que os ruídos dos motores da Fórmula 1. Há um 'desagero' em mim de aceitar essas medidas. Porém não sei se isso é um defeito do olho ou da razão. Se é defeito da alma ou do corpo. Se fizerem algum exame mental em mim por tais julgamentos, vão encontrar que eu gosto mais de conversar sobre restos de comida com as moscas do que com os homens doutos". A tríade segue sempre nessa caminhada de Manoel pela vida, quando ele descobre que os homens cultos se despedem dos passarinhos para viverem enclausurados em si mesmos. Talvez por isso, ele inicie as três obras com a frase "Tudo o que não invento é falso" e assim ele se derrete em palavras transformando tudo ao redor de si, inclusive sua paixão pelas rãs que amanhecem coloridas. O último livro "A Terceira Infância" é talvez o mais belo e o mais triste de Manoel, quando uma reflexão sobre a vida e o que estamos fazendo nela vem à tona. O poeta inicia contando que três personagens o ajudaram a compor suas memórias. "A criança, os passarinhos e os andarilhos. A criança me deu a semente da palavra, os passarinhos me deram o desprendimento das coisas da terra e os andarilhos a pré-ciência da natureza de deus". E assim ele se despede das publicações lembrando a todo tempo da solidão de sua infância em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e a divertida invenção da vida no fazer das latas de goiabada os seus carrinhos. E assim Manoel segue em sua história, inventando palavras, acompridando rios, observando os caracóis como a solidão que anda na parede e ouvindo a voz de sua mãe que sempre dizia: esse menino vai ser poeta, vai passar o resto da vida carregando água na peneira. E vai encher o mundo com suas peraltagens". E assim se fez. Memórias Inventadas. Editora Planeta. Autor: Manoel de Barros. "Infância", "Segunda Infância" e "Terceira Infância". Preço médio R$ 25 reais cada. Tácito Costa Data: 21/01/2009 - Horário: 19h03min Você é certeiro Tácito, você é certeiro e sintomático com os excertos que escolhe para postar. Obrigado por responder e, por sua indicação, vou iniciar a leitura. Obrigado pela oferta, mas gosto de ler o livro meu mesmo, pois minha possessão é meio doentia... Não consigo ler sem rabiscar, marcar, conversar com o autor, entende? (obs.: Antes de mais nada, concordei com o trecho quando fala que compreensão é imprescindível. E se o amor é tema deveras complicado, creio que quem mais aproxima-se de desvendá-lo são os escritores). Beijo, Denise Araújo Correia Data: 21/01/2009 - Horário: 17h08min O curioso caso de Benjamim Buton Uma reflexão para todas as idades: o que é ser criança sendo adulto e adulto sendo criança? A fábula de Benjamim Butos é a história de quem não teme tempestades. Gustavo de Castro Data: 21/01/2009 - Horário: 17h08min Euclides da Cunha Natália Gurgel ISTO É Celebra-se em 2009 o centenário de morte do genial escritor Euclides da Cunha (1866-1909), autor de Os sertões - livro que narra o massacre do líder messiânico Antônio Conselheiro no vilarejo de Canudos, no sertão nordestino. Euclides foi assassinado a tiros pelo amante de sua mulher. Entrou para a história, assim, pelo seu talento literário e também por ter sido entronizado -- pela cultura machista que justifica ao homem todo destempero quando se trata de "lavar a honra" - como vítima da esposa adúltera, Anna Ribeiro, que o traiu com o militar Dilermando de Assis. OLHAR FEMININO A autora absolve Anna Ribeiro, a mulher adúltera de Euclides da Cunha (à esq.), das acusações e do "achincalhe" de que foi vítima Agora, chega às livrarias um livro que coloca as ideias no lugar: baseado em documentos da época, mostra que o escritor foi mais algoz do que vítima. A obra chama-se Matar ou morrer: o caso Euclides da Cunha (Saraiva, 151 págs. R$ 54), de autoria da procuradora de Justiça de São Paulo Luiza Nagib Eluf. Ela tem a coragem dos iconoclastas e o rigor metodológico de quem coteja fatos. "As motivações que levaram Euclides a ir armado à casa onde moravam sua mulher e o amante, disposto a matá-los, não são diferentes das que causaram mortes recentes, como a da adolescente Eloá, assassinada pelo ex-namorado que, assim como Euclides, não aceitava o fim do relacionamento", disse ela à ISTOÉ. Luiza Eluf montou o seu livro a partir da leitura do processo contra Dilermando: "absolvo o casal Anna e Dilermando dos achincalhes de que foram vítimas" -conta-se que, ainda hoje, na cidade paulista de São José do Rio Pardo, onde foi escrito Os sertões, corre o comentário: "Perdemos um gênio por causa de uma prostituta". Na opinião da autora, Euclides foi vítima de sua vaidade pessoal e do conservadorismo. Luiza Eluf reproduz análise do médico Walter Guerra do laudo necroscópico de Euclides. Aí está uma revelação: ele seria portador de demência decorrente de sífilis (doença sexualmente transmissível), o que teria agravado o seu temperamento impulsivo. Isso não foi revelado à época porque Euclides era um "mito em vida". "Seu desinteresse pelas mulheres era notório. Tudo leva a crer que fosse misógino", escreveu Guerra. Nos dias de hoje, o fato não cria estigmas para Euclides. Mais: retira de Anna o rótulo de prostituta. Como a esmagadora maioria das mulheres, ela queria amor e não teve medo de vivenciá-lo. Tacito Costa Data: 21/01/2009 - Horário: 16h25min Corretor online Um site que corrige automaticamente a sua escrita de acordo com as novas regras ortográficas http://ramonpage.com/ortografa Nestes tempos de mudanças ortográficas, sempre temos dúvidas. Para quem quer uma resposta rápida, uma ótima dica é este site em que você digita a frase e ele responde com as novas regras em vigor: http://ramonpage.com/ortografa/ Foi usada a frase: "As conseqüências do anti-semitismo são desastrosas, uma péssima idéia", como exemplo, e o site me retornou: "As consequencias do antissemitismo são desastrosas, uma péssima ideia". Tete Bezerra Data: 21/01/2009 - Horário: 15h50min O quarto elemento Postei em PROSA o texto O quarto elemento, do escritor Pablo Capistrano. Tacito Costa Data: 21/01/2009 - Horário: 15h51min A responsabilidade da FSP (e de similares) Caros amigos: O texto de Marcelo Coelho na FSP é legal. Sinto falta de maior cobrança sobre a responsabilidade editorial de quem junta aquele time, escolhido a dedo. Não é acidente, é projeto. Abraços: Marcos Silva Data: 21/01/2009 - Horário: 15h42min Guimarães Rosa e o Brasil Prezada Tetê: Gosto muito de Machado e Guimarães. Considero perda de tempo a enquete da FSP por dois motivos: 1) A literatura brasileira não se reduz aos dois. Cadê Cruz e Souza, Souzândrade, Drummond, Lima Barreto, Euclides (etc)? 2) O mundo seria muito mais chocho sem um dos dois. Penso que Guimarães encara o Brasil, sim. Basta ler "Grande sertão: veredas": quer mais Brasil que aquilo? Mas nos contos e nas novelas de Guimarães também tem um Brasilzão danado: "Conversa de bois" (o trabalho e a hominização), "Recado do morro" (o poder da arte e as metamorfoses da razão) e muito mais. O Brasil, felizmente, gerou esses dois ótimos escritores e mais outros excelentes. Sobre a resposta de Walnice, aconselho a leitura do livro dela "As formas do falso": excepcional. Abraços: Marcos Silva Data: 21/01/2009 - Horário: 15h40min Espetáculo teatral Prezado Tácito, Neste dia 29 de janeiro vamos estrear um novo espetáculo em Natal, trata-se d O Romanceiro - de Teatro, Música e Dança concebido a partir dos antigos romances e canções cantados por Dona Militana, romanceira potiguar. Em Natal O Romanceiro fará apresentação única Dia 29 de janeiro, 5ª feira Às 20 horas No Teatro de Cultura Popular, anexo à Fundação José Augusto, Rua Jundiaí, 641 Tirol Entrada Franca. No elenco, 35 artistas da RDS Ponta do Tubarão / Macau. Concepção e Direção Véscio Lisboa Patrocínio Petrobras Realização Centro Ama-Goa e Rancho – Centro Petrobras de Desenvolvimento Sustentável. Gostaria de contar com a sua presença e também na divulgação, claro. grande abraço. véscio. [email protected] Véscio Lisboa Data: 21/01/2009 - Horário: 13h10min Machado, Rosa e os críticos RACHEL NUNES Uma enquête da Folha de São Paulo impôs uma decisão: qual é o melhor escritor brasileiro, Machado de Assis ou Guimarães Rosa? Responderam à questão teóricos e críticos literários, boa parte apontando a artificialidade do questionamento, ou sua frivolidade. Nada contra, mas não vemos na escolha algo arbitrário como ―você torce pelo Flamengo ou pelo Fluminense? Em tudo podemos enumerar razões, e alguns o fizeram para determinar suas escolhas. Destacamos, a princípio, o texto de Alcir Pécora, professor da Unicamp: ―Machado vence o dérbi por uma cabeça. O estilo elegante, o raciocínio frio, o comentário irônico , o humor ácido, o ceticismo engenhoso, a habilidade de fazer e desfazer o romanesco sem perder o fio da meada, e moralismo demolidor que associa cada ponto de vista ao jogo de enganos (...). Rosa, campeão da experimentação lingüística, por vezes, permite que a exuberância da linguagem mascare um ponto de vista, senão populista, bem próximo ao sendo comum: a ciência não explica tudo, o doutor não sabe que não sabe, a mitologia popular é sábia, o que acaba resultando em sentenciosidades do tipo ‗viver é muito perigoso‘, ‗o mundo é misterioso‘ etc.‖. Nosso entendimento não é outro, e por isso é surpreendente a resposta de Walnice Nogueira Galvão, da USP, à pergunta ―Que imagem do Brasil de depreende da obra de Rosa?‖: ―Um Brasil em que existe uma oligarquia, que por sua própria natureza é minúscula, comandando, dominando, explorando uma plebe enorme‖. Nada contra a afirmação, mas sim da origem pois, como Alcir, desconfiamos que Rosa desconversa rumando pelos mares do mito, fugindo ao confronto com relações sociais muito mais brutais e cruas, sem emergências de mitos fundadores e/ou libertadores das gentes. Donde se deduz que, sim, o Fla-Flu existe, e podemos afirmar, assumindo os riscos, que, sim, Machado de Assis é melhor que Guimarães Rosa, sobretudo por nos obrigar a olhar para o país nas suas imensas contradições e em meio delas, enquanto Rosa parece se dirigir ao leitor desde os tempos imemoriais da cultura grega, passando pelos cavaleiros da távola redonda e sedimentando-se no sebastianismo português. Claro, existem fragmentos dessas informações em nossa formação cultural, mas isso não turva as relações presentes cujos fundamentos não estão nos mitos, mas em um processo de poder de onde emergem não deuses ou cavaleiros andantes, mas pessoas em conflito, lutando pelo poder, pelo domínio das coisas. Nesse universo Machado incide com mais vigor, e também com mais graça. Tetê Bezerra Data: 21/01/2009 - Horário: 13h04min Brouhaha A escolha de Carlão para editar a Brouhaha é a melhor notícia dos últimos meses. parabéns carlão. você é um homem de muita coragem, viu! Franklin Serrão Data: 21/01/2009 - Horário: 15h43min DuSouto: desorganizar para botar no lugar "A divulgação ajuda a abrir mais portas. Certamente São Paulo é um lugar para aportar, mas vai depender de muitas outras coisas. Não temos muita preocupação em relação a isso não. Natal é uma cidade linda e maravilhosa, pra podermos sair daqui tem que ter um motivo muito forte." De Paulo Souto, baixista da banda natalense DuSouto, que teve duas músicas selecionadas para a trilha sonora da série 9MM, da Fox. Matéria completa: www.oinimigo.com Alexis Peixoto Data: 21/01/2009 - Horário: 12h21min Memórias de Poe Aproveitando a carona do artigo de Alex (massa, por sinal), puxo da memória minhas lembranças das primeiras leituras de Poe: foi num volume da coleção Universidade de Bolso, editada pela Ediouro em priscas eras e que trazia, salvo uma ou outra ausência, o grosso da produção ficcional e poética do homem. O tal livro, de capa vermelha e com um desenho meio bizonho misturando a figura de Poe a de um corvo na capa, não sei porque me chamava atenção na estante do meu pai. Até que um dia, depois de assistir um dos famosos episódios de halloween dos Simpsons que tinha uma paródia de "O Corvo", o velho Peixoto sacou o livro da estante e me mostrou o poema. Não entendi muito, óbvio, já que devia ser mais novo do que Alex quando leu os contos pela primeira vez. Ler mesmo, só fui ler alguns anos depois quando caiu na mão uma edição da editora Ática, que tinha "O Escaravelho de Ouro" como carro-chefe. Mas até hoje, na minha estante, está lá o mesmo livro vermelho que meu pai me mostrou há sei lá quanto tempo, todo remendado, mas ainda assim resistindo. E quando leio Poe, só leio dessa edição. Em tempo: meus contos favoritos são "O Barril de Amontillado", "Manuscrito Encontrado Numa Garrafa" e "O Estranho Caso do Senhor Waldemar". Alexis Peixoto Data: 21/01/2009 - Horário: 12h21min Como qualquer outro americano A quem diga que os EUA só se construíram porque os estadunidenses crêem no seu Destino Manifesto. A quem diga que a filosofia do Destino Manifesto é o mito fundador da nação norte-americana. O discurso de posse do presidente Obama relembra que, nesse aspecto, ele é um americano como outro qualquer: "Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da escritura, chegou o tempo de pôr de lado as coisas infantis. Chegou o tempo de reafirmar nosso espírito resistente; de escolher nossa melhor história; de levar adiante esse dom precioso, essa nobre ideia, transmitida de geração em geração: a promessa dada por Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem a oportunidade de perseguir sua plena medida de felicidade. (...) Essa é a fonte de nossa confiança -- o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto. ". Daniel Dantas Data: 21/01/2009 - Horário: 12h20min Os Doutores do Pessimismo MARCELO COELHO FOLHA DE SÃO PAULO Será chamado de ingênuo aquele que quiser algo melhor do que o mundo em que vive NÃO É PRECISO ser um grande gênio para constatar que vivemos num mundo bárbaro. Que o ser humano é capaz das maiores atrocidades. Que a vida é feita de competição, inveja, egoísmo e crueldade. Ninguém precisa ter vivido num campo de prisioneiros na Sibéria nem ter sido moleque de rua no Capão Redondo para saber disso. Mas virou moda entre muitos intelectuais e jornalistas anunciar uma espécie de "visão trágica" do mundo, como se se tratasse da mais surpreendente novidade. Com certeza, há nisso uma reação saudável contra o excesso de otimismo. Durante o século 20, grande parte da esquerda não quis ver as barbaridades cometidas por Stálin e Mao porque, em última instância, "tudo iria dar certo". Belas esperanças tornaram-se pretexto para atos de horror. Nada mais correto do que denunciar o horror. O que me parece estranho é que, mais do que denunciar o horror, esses pensadores trágicos e jornalistas sombrios gostam de destruir as esperanças. O reconhecimento do Mal, a crítica à violência da esquerda, a percepção de que ninguém é "bonzinho" e de que a realidade é uma coisa dura e feia vão se transformando em algo próximo do fascínio. E, com diferentes níveis de elaboração e de cortesia pessoal, esses autores tendem a fazer do fascínio uma estratégia de choque. Quanto mais chocarem o pensamento corrente (que considera ruim bombardear crianças e bom defender a Amazônia, por exemplo) mais ganharão em originalidade, leitura e cartas de protesto. Parece existir uma competição nas páginas dos jornais e na internet para ver quem conseguirá ser o mais "durão", o mais "realista", o mais desencantado. Há diferenças notáveis de atitude e de opinião entre pessoas como Luiz Felipe Pondé, João Pereira Coutinho, Demétrio Magnolli ou Reinaldo Azevedo. Mas é um time e tanto, e minha experiência pessoal com a violência do ser humano, adquirida nos pátios de recreio do ginásio, é suficiente para não querer polemizar com alguns deles. Não vou, portanto, individualizar as minhas críticas. Mas, de modo geral, os "durões" do mundo opinativo parecem correr um mesmo risco. A crítica às utopias do século 20 faz sentido, com certeza, mas termina funcionando para justificar muitos erros e abusos do presente -desde que sejam suficientemente "nãoutópicos". Será chamado de ingênuo ou nostálgico todo aquele que quiser algo melhor do que o mundo em que se vive. Nem todos os "durões" de que falo abdicam desse "melhorismo". Mas ai de quem tiver ideias um pouquinho mais à esquerda do que as deles -o que não é difícil. Às vezes, a crítica ao stalinismo se compraz em tornar stalinista quem se afaste um milímetro das opiniões de quem a professa. Outras vezes, a crítica às velhas utopias tende a se transformar numa glorificação da realidade. Curiosamente, então, aquilo que deveria ser ponto de partida se torna ponto de chegada. O mundo é horrível e a realidade é cruel. É um ingênuo quem quiser mudar essa situação. O horror e a crueldade fazem parte da paisagem. Melhor assim, quem sabe: nós, pelo menos, tiramos disso a satisfação de não sermos ingênuos. Você está esperançoso com a vitória de Obama? Ouço um risinho: que otário. Mas fico feliz de nunca ter sido otário a respeito de Bush. Você se choca com as crianças mortas em Gaza? Ouço um risinho: os militares israelenses entendem mais do problema que você. Você quer que se preservem as reservas indígenas da Amazônia? Mais um risinho: os militares brasileiros entendem mais do problema que você, que pensa ser bonzinho mas é tão malvado como todos nós. Pois o ser humano é mau, desgraçado e infeliz, desde que foi expulso do Paraíso. Você não sabe disso? O que sei é algumas pessoas foram expulsas do Paraíso para morar numa mansão em Beverly Hills, e outras para morar em Darfur. Todo o poder aos poderosos, toda realidade aos realistas, e todas as bombas para quem ficar no meio do caminho. Eis o resumo da atitude dos "durões". Mas quem precisa de articulistas num mundo desses? Os militares dão conta do recado. Tácito Costa Data: 21/01/2009 - Horário: 10h33min Julgar Israel Caros amigos: Recebi de Ana Esther Ceceña(UNAM, www.geopolitica.ws) a seguinte sugestão: Va la propuesta en 16 lenguas Israël doit être jugé par la Cour pénale internationale - Pétition universelle Israel debe ser juzgado por la Corte Penal Internacional - Petición universal Israel must be judged at the International Criminal Court - Universal petition Israel muß vor dem Internationalen Strafgerichtshof verurteilt werden-universale Petition Israel deve ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional - Petição universal Israele deve essere giudicato dalla CPI - Petizione universale Israel ha de ser jutjat per la Cort Penal Internacional - Petició universal عري ضة عال م ية –ت ع ين أن ت حاك م ا سرائ يل ف ي ال مح كمة ال ج نائ ية ال دول ية Israel måste dömas av den internationella brottsmålsdomstolen-Universell namninsamling ال م ل لی محاک مه شوده ج ناي ی ب ينا سراي يل ب اي د در دادگ ا Το Ιζραήλ πρέπει να δικαζηεί από ηο Διεθνές Ποίνικό Δικαζηήριο - Παγκόζμια αίηηζη Israelul trebuie să fie judecat de către Curtea Penală Internațională - Petiție universală/ ИЗРАИЛЬ ДОЛЖЕН БЫТЬ СУДИМ МЕЖДУНАРОДНЫМ УГОЛОВНЫМ СУДОМ על ישראל להישפט בפני בית המשפט הדין הבינלאומי:עצומה אוניברסלית Israël moet berecht worden voor het Internationaal Strafhof - Universele petitie Uluslararası Ceza Mahkemesinde İsrail yargılanmalıdır- Evrensel İmza Kampanyası Marcos Silva Data: 21/01/2009 - Horário: 10h28min Utilidade pública (VALE A PENA CONFERIR!!!) COISAS QUE NINGUÉM CONTA PRA GENTE! Serviço 102(Informações) Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05. Lembre-se que agora existe o concorrente que cobra apenas R$ 0,29 por informação fone 0300-789-5900. Para informações da lista telefônica, use o nº 102030 que é gratuito, enquanto que o 102 e 144 são pagos e caros. *Correios* Se você tem por hábito utilizar os Correios, para enviar correspondência, observe que se enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelope leve, ou seja, que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquer lugar/Estado, e bem abaixo do local onde coloca o CEP escrever a frase 'Carta Social', você pagará somente R$0,01 por ela. Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro que não está escrito em letras graúdas e nem facilmente visível. O preço que se paga pela mesma carta, caso não se escreva 'Carta Social', conforme explicado acima custará em torno de R$0,27 (a grama). Agora imaginem no Brasil inteiro quantas pessoas desconhecem este fato e pagam valores indevidos por uma carta pessoal diariamente? *Telefone Fixo para Celular* A MELHOR DE TODAS!!! Se você ligar de um telefone fixo da sua casa para um telefone celular, será cobrada sempre uma taxa a mais do que uma ligação normal, ou seja, de celular para celular. Mas se acrescentar um número a mais, durante a discagem, lhe será cobrada apenas a tarifa local normal.. Resumindo: Ao ligar para um celular sempre repita o ultimo dígito do número. Exemplos: 9XXX - 2522 + 2 9X7X - 1345 + 5 Atenção: o número a ser acrescido deverá ser sempre o último número do telefone celular chamado! Serviços bancários pela Internet Para quem acessa o Home Banking de casa. Vale a pena ler e se prevenir. Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site: 1 - Minimize a página. Se o teclado virtual for minimizado também, está correto. Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata! Não tecle nada. 2 - Sempre que entrar no site do banco digite SUA SENHA ERRADA na primeira vez, Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada. Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal. Sites piratas não têm como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha. 3 Sempre que entrar no site do banco verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer. Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer. Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual. SEJA SOLIDÁRIO, REPASSE AOS SEUS AMIGOS!!! Tales Costa Data: 21/01/2009 - Horário: 10h27min Poe Terminando minha avalanche de posts por hoje, aviso que a coluna desta terça traz uma homenagem ao norte-americano Allan Poe. O bicentenário de nascimento do moço foi na segunda-feira, mas todo mundo só quer saber de Obama. Alex de Souza Data: 21/01/2009 - Horário: 10h25min Revisores Deixa eu defender um pouco o leite das crianças: é muito bom ficar malhando os pobres revisores e gramáticos, mas muito pior é suportar a avalanche de analfabetos funcionais assassinando textos por aí. E a quem eles recorrem? Alex de Souza Data: 21/01/2009 - Horário: 10h24min Maysa Nesse programa tem uma interpretação de fuder de 'ne me quittes pas', que inclusive pode ser conferida no youtube (http://br.youtube.com/watch?v=lIrEewDVEhQ) Alex de Souza Data: 21/01/2009 - Horário: 10h25min Lynch Tácito, Um detalhe sobre A História Real. O título original é The Straight Story, que seria algo como 'história em linha reta' - e aí dá pra entender por que o filme é linear em todos os sentidos. Alex de Souza Data: 21/01/2009 - Horário: 10h21min Mais sobre "De Verdade" Denise, ―De Verdade‖ é um bom livro. Estou quase no final. Mas ainda considero ―As Brasas‖ o melhor livro do escritor húngaro Sándor Márai. Entre os livros dele tem um sobre a guerra de canudos, que também li e gostei, chamado ―Veredicto em Canudos‖. O curioso é que ele nunca esteve no Brasil. ―De Verdade‖ foi escrito ao longo de quatro décadas, e na voz de três narradores. Numa linguagem elegante e minuciosa, Márai traz ao leitor todos os conflitos do amor e do casamento, além de mostrar com maestria, os bastidores da burguesia decadente na Europa Central no período das duas grandes guerras. A obra é dividida em três longos capítulos, dedicados aos três principais personagens (na verdade, um triângulo amoroso, formado por um homem e duas mulheres). Em cada capítulo, um personagem dá a sua versão sobre os episódios vividos, envolvendo os outros. É muito interessante constatar o diálogo de surdos entre eles, os equívocos e perceber como é difícil a relação amorosa. O livro é bastante elogiado pela escritora Ivana Arruda Leite, descobri há pouco, quando pesquisei no Google um trecho da obra, que segue logo abaixo (posso emprestar-lhe, caso interesse): ―Você diz que para o amor não é preciso nem possível haver 'compreensão'? Está enganada, querida. Eu também dizia isso, durante muito tempo gritei essa resposta e essa acusação para os céus. O amor,ou ele existe ou não existe. O que há para 'compreender' nisso?... De que vale o sentimento humano que tem por trás uma intenção, uma consciência?... Escute ,quando a gente envelhece, descobre que tudo é diferente, é preciso 'compreender' tudo, é preciso aprender tudo, também sobre o amor. Sim, não balance a cabeça, não sorria. Somos humanos, e tudo nos atinge por meio da nossa compreensão. Os sentimentos e impulsos se tornam toleráveis por meio da compreensão; de outro modo seriam insuportáveis. Não basta amar." Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 20h09min Livro insinuante Tácito, insinuante o trecho que você postou desse romance que está lendo ("De verdade"). Deu vontade de lê-lo. Procurar entender sobre emoções e sentimentos nunca é demasiado... É sobre isso que o livro versa? Denise Araújo Correia Data: 20/01/2009 - Horário: 19h40min Ainda sobre o cinemão americano Caros amigos: Quando elogiei o belo filme "História real", findei cometendo uma injustiça involuntária com outros grandes nomes do cinema americano (e mundial) que furaram o cerco da indústria: Alfred Hitchcok, John Ford, os musicais, Scorcese e Coppola... Lynch é ótimo mas tem antecessores na área. Abraços: Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 19h22min Mudar para continuar igual A posse de Obama é a notícia do dia, da semana, do ano. Nas Tvs, rádios, sites e blogs não se fala em outra coisa. E nem poderia ser diferente. Concordo. Afinal, toma posse o presidente de uma superpotência. Se não bastasse isso, é o primeiro negro a assumir esse cargo nos EUA. Tem ainda a crise econômica e a gravíssima situação no Oriente Médio. E o alivio que representa a saída do fundamentalista e criminoso Bush. Li num dos jornais que ele teme vir a responder pelos crimes que cometeu contra a humanidade. O que é bom não acontece. Se houvesse justiça no mundo ele pagaria pelas atrocidades que patrocinou. Acompanho, como jornalista e leitor, as analises dos especialistas. Minha opinião é que haverá um avanço, se tomarmos como referencia o governo desastroso de Bush, em todos os sentidos, mas não estou entre os que esperam mudanças substanciais na postura dos Estados Unidos. Não compartilho desse otimismo generalizado presente nos artigos escritos nos últimos dias. Nesse sentido, foi sintomático o silencio de Obama sobre o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza. Muito provavelmente, as coisas mudaram para continuarem iguais, ou quase iguais. A conferir, nos próximos dias e meses. Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 18h23min Maysa na TV Cultura Quinta-feira, a partir das 22h10 (horário de Brasília), a TV Cultura exibe o ultimo programa de TV que contou com a participação da cantora Maysa. Produzido por Antonio Abujamra e Dorival Dellias, em 1975, Maysa Estudos foi remasterizado e será exibido no mesmo dia em que se completam 32 anos da morte da cantora. Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 18h13min O convento foi pro brejo João da Mata: O convento das Mercês sofreu um crime, né? Uma construção do século XVIII abrigando o carro da posse de Sarney (mais sua papelada governatória). Mário de Andrade deve sofrer muito vendo essas coisas. Normal qualquer um fazer um museu-arquivo auto-badalativo. Mas construa um prédio, não achincalhe o patrimônio de dois séculos atrás. Os órgãos de defesa (?) do patrimônio devem ter sido coniventes com essa avacalhação (perdão, vacas). Abraços: Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 18h24min Galeano e Gaza Caros amigos: Encaminho texto de Eduardo Galeano sobre a Faixa de Gaza. DO EDITOR Texto postado em PROSA. Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 17h25min PERGUNTA! Caros Marcos, Gostei da lembrança do Sarney by Glauber. Estive no Maranhão e o que vi fiquei estarrecido: Ponte Jose Sarney e um grande prédio público (Convento das Mercês) destinado a guardar as comendas, espadas e outros materiais particulares do Sarney. Com relação ao post do Fernando Rodrigues,a pergunta que não quer calar é minha. Desculpe a confusão Um forte abraço! João da Mata Cosra Data: 20/01/2009 - Horário: 17h22min Dossiês Cult A revista Cult digitalizou os dossiês que publica mensalmente desde 1997 e disponibilizou gratuitamente para os leitores na internet. Lacan, Hanna Arendt, Bourdieu, estão entre os que mereceram dossiês da publicação. http://revistacult.uol.com.br/ Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 16h50min George Steiner Leia entrevista do critico literário George Steiner publicada no El Pais e na FSP. Em ENTREVISTA. Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 16h33min Sarney by Glauber Caros amigos: Existem cenas impagáveis de Sarney (ainda moço) no filme "Maranhão 66", de Glauber Rocha. O filme foi encomendado para registrar a posse de Sarney no governo de seu (no sentido de origem, não de propriedade) estado. Tem uns momentos sobre a miséria maranhense até hoje insuperados. E outros cômicos sobre a pompa e circunstância da posse, inclusive usados depois, como colagens, em "Terra em transe". A respeito da pergunta de Fernando Rodrigues em relação à renúncia de Garibaldi, lembro de um provérbio de minha infância referente ao tamanho das pedras que os passarinhos engoliam. Abraços: Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 16h20min Sobre gramáticos e revisores RUBEM ALVES Folha de Sao Paulo OS GRAMÁTICOS SÃO entidades dotadas de um grande poder. Eles têm o poder para baixar leis sobre como as palavras devem ser escritas e sobre como elas devem ser ajuntadas. Seu poder vai ao ponto de poderem estabelecer que uma certa palavra existe ou que tal palavra não existe. Quando a dita palavra aparece num texto, eles a desrealizam por meio de uma palavra latina, "deleatur", afirmando que se trata de um simples fantasma. Foi o que aconteceu com a palavra "estória". Atreva-se a escrevê-la! Os "revisores", policiais da língua que cumprem as ordens dos gramáticos, logo a transformam em "história", assumindo que o escritor a escreveu por ignorar que ela foi a óbito. Os revisores são seres obedientes: cumprem e fazem cumprir as leis ditadas pelos gramáticos. Saramago descreve a sua condição como seres "atados de pés e mãos por um conjunto de proibições mais severas que um código penal". Olhos de falcão, têm de estar atentos aos mínimos detalhes. Sua concentração nos detalhes é de tal ordem que, por vezes, o sentido do texto, aquilo que o escritor está dizendo, lhes escapa. Aconteceu comigo. Escrevi um livro -"O poeta, o Guerreiro, o Profeta". O argumento se construía precisamente sobre a diferença entre "estória" e "história". Num capítulo era "estória". No outro, era "história". Se ele, o revisor, tivesse prestado atenção naquilo que eu estava dizendo, ele teria notado que o aparecimento alternativo de "estória" e "história" não podia ser acidental. Mas ele, obediente às leis dos gramáticos, transformou todos os "estórias" em "história", tornando o meu livro gramaticalmente correto e literariamente "nonsense". Noutra ocasião, o revisor enquadrou na reforma ortográfica uma fala do Riobaldo, que eu citava. Ficou divertido ler Riobaldo, jagunço de muitas mortes, contando seus casos com fala de professora primária. Saramago tem medo dos revisores. Não permite que eles metam o bedelho nos seus livros para enquadrá-los às regras da gramática. Desprezando vírgulas e pontos ele vai em frente consciente de que seus leitores são suficientemente inteligentes para colocar as virgulas e os pontos nos lugares que sua respiração e o sentido determinarem. Mas o escritor português sabe que os revisores são pessoas que sofrem. Deve ser terrível viver o tempo todo sob a tirania das leis dos gramáticos e sob a tirania do texto do autor a que eles têm de se submeter, sem dar sua contribuição pessoal. Afinal de contas o revisor não gosta de ser revisor. Ele queria mesmo era ser escritor. Compadecido do sofrimento dos revisores, Saramago escreveu o livro "História do Cerco de Lisboa". Pois nesse caso o revisor do dito livro que, se não me engano, se chamava Raimundo Silva, se rebelou contra o seu destino e resolveu fazer história. No lugar onde o autor escrevera que os portugueses foram ajudados pelos cruzados, Raimundo Silva inseriu um "não" entre os "portugueses" e o "foram" -o texto ficou "e os portugueses não foram ajudados pelos cruzados...". Assim, contrariamente ao que já disse, fico a pensar que talvez o poder dos revisores seja maior que o poder dos gramáticos: com uma única palavra, eles podem mudar o mundo ou arruinar um livro... Tacito Costa Data: 20/01/2009 - Horário: 16h16min Brouhaha Não aposto muito nesse governo de Micarla. As figurinhas carimbadas na corrupção como Kelps, João Bastos, Viveiros e cia me faz ficar com minhas precauções. Mas não poderia deixar de reconhecer e aplaudir a excelente escolha de Bob Pai para a revista Brouhaha. Carla Santos Data: 20/01/2009 - Horário: 16h02min GARIBALDI - SARNEY Meus Colegas, Já não ta bom esse mandato quase eterno de Sarney- O DONO DO MARANHÃO. Por que será que Garibaldi já quer se mandar do cargo de presidente do Senado, ele que quase não esquentou a cadeira e tem feito um mandato bom?. Por Fernando Rodrigues - BLOG 20/01/2009 Garibaldi se diz pronto para renunciar e apoiar Sarney O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB)-RN), acaba de confirmar sua disposição de se retirar da disputa por mais um mandato no comando da Casa. Ele disse ao blog: "Diante da decisão de Sarney, a viabilidade de minha candidatura a esta altura é precária. Mas é necessário aguardar a decisão oficial da bancada do PMDB, que vai se reunir para oficializar o lançamento de Sarney. Quando isso acontecer, apoiarei Sarney". Essa frase de Garibaldi complementa o post abaixo, no qual o blog relatava o encontro entre ele e Sarney. Garibaldi está ciente de que prestou grande serviço ao PMDB ao se lançar candidato a presidente do Senado no final do ano passado. "Ajudei um bocado. Se não fosse a minha candidatura, talvez a do Tião Viana tivesse se consolidado antes que Sarney se decidisse". O entendimento entre Garibaldi e Sarney ocorreu ontem (19.jan.2009). Os dois se encontraram pouco depois das 22h. Sarney passou na casa do colega depois de ter se encontrado com o presidente Lula, quando comunicou que seria candidato a presidir o Senado. Hoje de manhã, Sarney já atuou intensamente na sua campanha. Falou com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que era até o momento um dos principais defensores da candidatura de Garibaldi Alves. A eleição para presidentes da Câmara e do Senado ocorre no dia 2 de fevereiro, uma segunda-feira. Até lá, os congressistas estão em recesso. Por essa razão, é possível que a reunião da bancada do PMDB para oficializar a candidatura de Sarney só ocorra lá pelo final da próxima semana --ou até no domingo, dia 1 de fevereiro, véspera da disputa. O suspense continuará em público, mas nos bastidores já está tudo acertado: Sarney é candidato e Garibaldi desiste da disputa. Como em política é arriscado prever o futuro, é melhor esperar até 2 de fevereiro para saber se tudo isso se confirma. Mas esse script já era conhecido há mais de um mês e todos os seus pontos vêm sendo cumpridos de maneira rigorosa. Jota Eme Data: 20/01/2009 - Horário: 15h34min XANGÔ DA MANGUEIRA O ano começou se despedindo de umas das lendas do samba. Benção meu querido Olivério Ferreira, o Xangô da Mangueira falecido no dia 07 de janeiro aos 85 anos. O rei do Partido Alto nasceu no Estácio (berço de sambistas) começou a compor e tocar na Portela e foi junto com Paulo da Portela um dos fundadores da grande Escola de Samba Portela. Em 1939 mudou para a mangueira e foi integrante de sua prestigiosa ala de harmonia e de compositores. Até 1951 foi o seu puxador de samba oficial quando passou a batuta e o gogó para o grande Jamelão. Compôs mais de 150 músicas. Entre elas alguns clássicos: "Moro na roça, iaiá... nunca morei na cidade..." (adaptação de Xangô – Zagaia) "Formiguinha pequenina já mordeu meu pé..." "Piso, mulata, eu piso... piso na barra da saia..." ―Cheguei no Samba cheguei agora O Samba não está bom pra mim Levaram minha cabrocha Mandaram meu tamborim Sem meu tamborim não fico Sem minha cabrocha não vou Quero mostrar a esses caras Quero mostrar quem eu sou Quero mostrar a esses caras Quero mostrar quem eu sou‖ Discografia em Vinil CHÃO DA MANGUEIRA 1982 XANGÔ DA MANGUEIRA VOL. 3 1978 VELHO BATUQUEIRO 1975 REI DO PARTIDO-ALTO 1972 Jota Eme Data: 20/01/2009 - Horário: 13h15min Carlão na Brouhaha Concordo, Tácito. Carlão é uma ótima escolha pra editar a Brouhaha. Ana Luiza Data: 20/01/2009 - Horário: 12h58min Carta sobre questão palestina. Caros amigos: Encaminho uma comovente carta sobre o atual conflito na Faixa de Gaza, seus antecedentes e seus desdobramentos. DO EDITOR Texto postado em PROSA. Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 12h58min Profetas Alguém profetizou neste espaço, pouco depois da eleição, exatamente o que está agora acontecendo com a Prefeitura de Natal. Dizia-se que a prefeita iria culpar a crise e a gestão anterior pela letargia e inação de seu primeiro ano de mandato, originadas da total falta de projeto. Os únicos que estão sendo anunciados, inclusive na área da cultura, são reproduções fiéis da gestão anterior, agora apresentados como novidades. Como Carlos Eduardo não tem muitos amigos na nossa imprensa, não sei que veículos repercutirão os desmentidos precisos e embasados que estão sendo dados, principalmente por Virgínia. Ai de nós, ai de nós, que temos quatro anos de demos e Viveiros para suportar. Daniel Dantas Data: 20/01/2009 - Horário: 10h59min Chorinho na Cidade Alta Um grupo de entusiastas, produtores culturais e músicos, celebram hoje o Dia Nacional do Choro nas adjacências do Beco da Lama, Cidade Alta. O palco será armado em frente ao Bar do Catombo, na Rua Gonçalves Ledo, ao lado do camelódromo. Palco para receber a presença de grupos locais, como o cavaquinista Xumbinho, o maestro Duarte e banda, entre outros. O evento será organizado pelo produtor João Batista de Lima Filho, o grande Zizinho. É coisa pra inciar em fim da tarde ou início da noite e varar no choro pela madrugada. Acho bacana a iniciativa. A tentativa de revitalizar o Centro Histórico e, principalmente, aquele trecho da Cidade Alta passa pela promoção de bons eventos. Alguns já se cristalizaram com boas programações, mas são pontuais; anuais. Falta uma atração mais regular, semanal, como o chorinho que agrega centenas no Buraco da Catita, às sextas-feiras de Ribeira. Algo que traga um público novo e forme entusiastas. Zizinho e outros desejam isso para o Centro e tentam o intuito agora com essa promoção. De certo virão outras e torço para o sucesso. E por isso venho aqui propagar o evento. Sérgio Vilar Data: 20/01/2009 - Horário: 10h13min Sobre a História Real Tácito: Gosto muito mesmo de "História real". Além das magníficas interpretações dos atores, Lynch foi especialmente feliz na construção de metáforas cinematográficas: o aparador de grama na estrada, a comunicação profunda e afetuosa entre pai e filha com necessidades especiais, o desfecho (encontro dos irmãos que não se falam há anos), a densidade da vida diante da morte que se aproxima. Grande filme, demonstra que é possível pensar até dentro do cinemão americano. Abraços: Marcos Silva Data: 20/01/2009 - Horário: 10h13min Esperança Espero que a prefeita não vete o nome de Carlão, por ser colaborador deste Substantivo Plural. Daniel Dantas Data: 19/01/2009 - Horário: 23h42min O novo editor da Brouhaha O novo editor da Brouhaha Carlos de Souza é o homem certo no lugar certo. Mais uma escolha feliz do presidente da Funcarte César Revoredo. Currículo e talento não faltam a Carlão. Ex-professor de jornalismo, na UFRN e na UNP, romancista, poeta, mestre em Literatura, transita com igual competência no meio acadêmico e no jornalismo cultural (foi editor do Muito, do Diário de Natal e do TN Escola, entre outros), que exerce com paixão desde os tempos de estudante. Não tenho nenhuma dúvida de que dará continuidade ao excelente trabalho desenvolvido pelo jornalista Moisés de Lima. Tácito Costa Data: 19/01/2009 - Horário: 21h37min Amor e amizade ―Não gosto de me entregar às emoções... Esse sentimento, a amizade, é muito mais fino e complicado que o amor. É o sentimento humano mais forte... verdadeiramente desinteressado. As mulheres não o conhecem‖. De Sándor Márai, em seu romance ―De Verdade‖, que enfrento por esses dias calorentos. Tácito Costa Data: 19/01/2009 - Horário: 21h29min A História Real Esperei quase dez anos para assistir A História Real, de David Linch. Este filme não passou nos cinemas e nunca o vi nas locadoras. No sábado, remexendo no acervo pirata da 7 Arte deparei com ele. Um filme bem diferente de todos os que Linch fez, como Veludo Azul, O Homem Elefante, Coração Selvagem, entre outros, em que violência e bizarria dão o tom. Um filme distinto de tudo o que ele antes e depois, mas igualmente muito bom. Destaque para os atores Richard Farnsworth e Sissi Spacek e a trilha sonora. Tácito Costa Data: 19/01/2009 - Horário: 21h23min um banho há de ferver até convulsa minha água interior depois escorrer lírica sobre papéis e silêncios www.mulhernajanela.blogspot.com Iara Maria Carvalho Data: 19/01/2009 - Horário: 21h10min as flores mallarmaicas as flores mallarmaicas Lau Siqueira queria num poema oferecer flores um jeito lógico de não arrancá-las da placidez silvestre ! como as flores da adivinha mallarmaica ―que nunca estão no buquê‖ e cujo aroma experimentamos nas planícies viageiras do significado a palavra pétala entre húmus e caules de linguagem embriagando a dor extraída deste pólen com o qual enlouqueço as abelhas africanas do esquecimento mas tudo que tenho são essas mãos vazias e uma paixão petrarquiana de insuportável hálito modernista (poema do meu terceiro livro, Sem meias palavras, publicado em 2002 pela Idéia Editora) Tete Bezerra Data: 19/01/2009 - Horário: 16h17min Moacyr Luz Postei em PROSA texto sobre o compositor Moacyr Luz, escrito por Bruno Ribeiro e enviado por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 19/01/2009 - Horário: 10h48min É UMA PENA! OI AMIGO TÁCITO GOSTO MUITO DA MUSICA DE CLEUDO FREIRE, PRINCIPALMENTE DURANTE O PERIODO DOS BAMBELOUCOS, MAS ME DEPARAR NAS PAGINAS DO POTI VENDO ELE DEFENDER ISRAEL FOI UM SOCO NO ESTOMAGO E DE DESCARAMENTO SEM IGUAL, FICO MUITO TRISTE EM VER GENTE CONSCIENTE SE FAZENDO DE DOIDO, ELE TEM MEDO QUE PICHEM A ASSOCIAÇÃO ISRAELITA, ORA CLEUDO , VÁ PENTEAR MACACO... PRETO Flavio Preto Data: 19/01/2009 - Horário: 10h37min O Inimigo Música para quem gosta, por quem gosta. Recomendado aos que suportam frequências mais altas: www.oinimigo.com Alexis Peixoto Data: 19/01/2009 - Horário: 10h34min Elton John e Marilyn Monroe Elton John é um dos mais profícuos e bem sucedidos compositores Pop do mundo. Junto com o letrista Bernie Taupin ele compôs algumas das canções mais conhecidas do mundo. Numa parceria iniciada em 1967 ele compôs belas canções como Saturday Nigth Alright for Fighting, The bitch is back, Daniel e I´m Still Standing. Todas essas belas músicas estão no belo livro ― The complete Lyrics de Elton John e Bernie Taupin. Um livro com muitas fotos e pinturas maravilhosas. Particularmente, uma das mais belas canções de Elton-T aupin é na minha opinião ―Candle in the Wind‖. Essa música foi composta em 1973, e é uma bela homenagem a Norma Jean ( Marylin Monroe). Uma das maiores atrizes de todos os tempos. Uma atriz que encantou os cinco continentes do mundo e mais alguns se houvera. A namoradinha de todos nós amantes da sétima arte. Uma mulher frágil como uma vela acesa ao vento, tão bem traduzido nessa canção eterna. UMA CHAMA QUE JAMAIS SE APAGARÁ. Elton depois faria algumas modificações nessa canção para homenagear a Princesa Diana, em 1997. Parabéns Elton e seu belo show no Brasil. CANDLE IN THE WIND(GOODBYE NORMA JEAN) Vela ao vento (Adeus Norma Jean) GOODBYE NORMA JEAN Adeus Norma Jean THOUGH I NEVER KNEW YOU AT ALL Embora eu nunca te conheci direito YOU HAD THE GRACE TO HOLD YOURSELF Você teve a virtude para se manter firme WHILE THOSE AROUND YOU CRAWLED Enquanto aqueles ao seu redor ratejaram CRAWLED OUT OF THE WOODWORK Rastejaram por você fora palco AND THEY WHISPERED INTO YOUR BRAIN E eles sussurarraram em seu ouvido THEY SET YOU ON A TREADMILL Que te colocariam no topo AND THEY MADE YOU CHANGE YOUR NAME E eles fizeram você mudar o seu nome AND IT SEEMS TO ME YOU LIVED YOUR LIFE E me parece que você viveu a sua vida LIKE A CANDLE IN THE WIND Como uma vela ao vento NEVER KNOWING WHO TO CLING TO Nunca conhecendo que te agarrava WHEN THE RAIN SET IN Quando o tempo ruim chegou AND I WOULD ?VE LIKE TO KNOW YOU E eu adoraria ter conhecido você BUT I WAS JUST A KID Mas eu era apenas um garoto YOUR CANDLE BURNED OUT LONG BEFORE Sua chama se apagou muito cedo YOUR LEGEND EVER DID Sua lenda jamais se apagará LONELINESS WAS TOUGH A solidão era difícil THE TOUGHEST ROLE YOU EVER PLAYED O papel mais difícil que você já representou HOLLYWOOD CREATED A SUPERSTAR Hollywood criou uma superstar AND PAIN WAS THE PRICE YOU PAID E a dor foi o preço que você pagou EVEN WHEN YOU DIED Até mesmo quando você morreu ALL THE PRESS STILL HOUNDED YOU Toda a imprensa ainda falava mal de você ALL THE PAPERS HAD TO SAY Todos as manchetes tinham que dizer ?WAS THAT MARILYN WAS FOUND IN THE NUDE? ?Foi aquela Marilyn que foi encontrada sem roupa? GOODBYE NORMA JEAN Adeus Norma Jean THOUGH I NEVER KNEW YOU AT ALL Embora eu nunca te conheci direito YOU HAD THE GRACE TO HOLD YOURSELF Você teve a virtude para se manter firme WHILE THOSE AROUND YOU CRAWLED Enquanto aqueles ao seu redor se ratejavam GOODBYE NORMA JEAN Adeus Norma Jean FROM THE YOUNG MAN IN THE 22ND ROW Do rapaz da 22ª fileira WHO SEES YOU AS SOMETHING MORE THAN SEXUAL Quem te ver como algo mais do que um símbolo sexual MORE THAN JUST OUR MARILYN MONROE. Mais do que nossa Marilyn Monroe YOUR CANDLE BURNED OUT LONG BEFORE Sua chama se apagou muito cedo YOUR LEGEND EVER DID Sua lenda jamais se apagará João da Mata Costa Data: 19/01/2009 - Horário: 10h25min Atenção às coberturas Esta estratégia de acusar a administração anterior logo de saída lembra muito certas práticas retóricas mui ardilosas. Bom, se o caso do rombo na prefeitura realmente tiver fundamento, vá lá. Mas se for apenas firula de início de gestão ou problema fiscal que qualquer contador entenderia rapidamente, fica claro (logo de saída) o jogo cênico com a mídia que o sr. Viveiros pretende bancar, claro, com Micarla a reboque. Gustavo de Castro Data: 17/01/2009 - Horário: 18h45min Notícias Grande Osair, menino, que prazer foi receber seu imeio! Me veio logo em mente aquele encontro simpático que tivemos quando levei a jornalista italiana Paola Ciccioli pra visitar o Diário em 1999, justamente em janeiro! Caramba, dez anos atrás! Tá lembrado? Há 7 anos não retorno a Natal ou ao Brasil. Da última vez que estive por aí quase dava um chute à "Bota" e recomeçava a vida sozinho na Cidade do Sol. De volta à Itália, passei por uma fase de depressão terrível, de saudade daquelas que matam a gente. Então decidi que só voltaria à Terrinha quando fosse pra ficar ou pra participar a um projeto que me levasse e me trouxesse de volta à Gigliola e Marina, sem dores, sem tentações. Nestes anos de distância aprendi que são as amizades verdadeiras a herança que resiste mais à ação do tempo. Mantive os laços com várias pessoas, menos de quantas desejasse, e algumas delas até vieram-me visitar por aqui. Chico Canhão com a família, João de Deus da Honda e até Vicente Vitoriano acabei indo encontrar em Roma. Todos eles prometeram voltar este ano. A gente adora receber os amigos em casa. Este é um convite também a você e à sua família. Recebo notícias da galera através dos jornais, dos blogs e das crônicas que o Tácito Costa escreve ad hoc pra mim, contando o que sabe das pessoas que conheço mas que não aparecem nos quotidianos da cidade. Desde que me mudei pra cá, agarrei-me no galho da fotografia feito macaco avoador que pulou longe demais. Por dois anos trabalhei de operário em uma indústria gráfica, mas fotografava até mesmo no horário de serviço. Depois comecei a trabalhar com meus semelhantes: os doidos e os velhos e continuo até hoje. Trabalho num centro de saúde mental e num asilo chic, que aqui chamam casa de repouso. Utilizo a fotografia como instrumento lúdico, relacional e reabilitativo. Acabei-me reciclando profissionalmente. Publiquei um livro com o título "Il Volto e la Voce del Tempo", A Face e a Voz do Tempo. Fiz um mestrado na Universidade de Veneza em Comunicação e Linguagens não Verbais: Musicoterapia, Psicomotricidade e Performance. Agora estou fazendo uma segunda graduação, em psicologia, na Universidade "La Sapienza" de Roma. Comecei a colaborar esporadicamente com a Universidade de Veneza, onde fiz belas amizades e onde encontrei um terreno fértil para continuar uma pesquisa iniciada no campo da fotografia terapêutica ou fototerapia. Moro em Loreto, na região Marche, que se pronuncia "Marque", mas é em Veneza que me sinto como se estivesse em casa, uma casa que flutua no tempo e num espaço improvável. Recentemente recebi as fitas de vídeo em VHS com o registro de 10 anos de presepadas babilônicas e de vida deliciosamente besta da Vila de Ponta Negra. Tudo mofado mas recuperável, como espero seja a memória de um período aventuroso que vivi em plena consciência de que era a parte mais bonita da minha vida. Um grande abraço babilônico a você e a todos da redação do Diário. Ayres Marques Data: 17/01/2009 - Horário: 15h48min Entre a utopia e a estupidez Com a quantidade de olhos dirigidos a ele, Obama tornou-se o alvo de uma tempestade de expectativas. Atraídos pela mídia onipresente da Aldeia Global, motivados por um momento histórico inédito ou para saciar a simples curiosidade que se manifesta em massa, os olhares do mundo esperam as palavras, os gestos e os atos do novo presidente americano. ―Podemos mudar‖, disse em campanha. O que fará em prol da mudança o presidente Barack Obama? A disposição de fechar Guantánamo é o primeiro sinal de que o discurso pode, de fato, ser traduzido em ações concretas, respondendo a anseios que ultrapassam as fronteiras de seu país e os sonhos daqueles que votaram nele. Aquela prisão militar para terroristas se transformou num castelo de horrores de tortura e execração, um lugar onde o mofo da história, em sua pior espécie, recorda a estupidez humana. Sua desativação será uma boa notícia, mas não basta. O desastre diplomático do governo de Bush júnior, por si só, pede um rearranjo estrutural nas relações entre os EUA e a comunidade internacional. Para resgatar a confiança e melhorar a imagem de arrogância, que vem de longe e alcançou o auge na era Bush, será necessário ir além das promessas conceituais que fizeram de Obama o primeiro negro na Casa Branca. Para deixar de lado o entusiasmo dos obamistas e superar uma extravagante sensação de que toda utopia será real de agora em diante, nada como o confronto direto com a estupidez humana em sua forma mais comum e rasteira, que não se limita a Guantánamo. A guerra em Gaza (ou a crise, ou o massacre, como se queira) parece ter sido feita sob encomenda para a emergência de um líder ao mesmo tempo carismático e ponderado. Antes mesmo da posse, mas depois de um intervalo de tempo considerado excessivo, Obama declarou que o papel de seu governo será o de um ―ponto de equilíbrio‖ cuja inserção teria grande influência na solução do conflito. Embora a paz entre palestinos e israelenses seja cada vez mais uma utopia, principalmente depois da morte de mil e tantos novíssimos mártires, justifica-se a esperança de que a mera posse de um chefe de estado com vestes de líder mundial faça alguma diferença. Até porque, especula-se, a ação militar pode ter sido estrategicamente deflagrada às vésperas desta mesma posse, no vácuo político de uma potência com dois presidentes simbólicos e nenhuma iniciativa. Diante da desproporção de forças, expressa de modo grotesco pelo número de corpos de lado a lado, da decisão do governo israelense de ir em frente apesar das resoluções da ONU, e da condenação da opinião pública global – sobretudo a européia – mesmo em face da proibição de cobertura jornalística na Faixa de Gaza, a ansiedade geral cresce em paralelo ao sentimento de impotência: o que podemos fazer para estancar esse sangue? Torcemos para que Barack Obama possa fazer alguma coisa. No rol imenso de expectativas que pairam sobre ele, encontra-se o uso intenso da razão, no tabuleiro pouco razoável da geopolítica mundial depois da rala inteligência de George W. Bush. Além de representar a conquista notável de uma raça estigmatizada pela cor da pele, Obama é o retrato de uma geração que amadureceu na poeira de utopias perdidas e provas repetidas de estupidez. Uma geração que prima pelo encontro de culturas, e não leva fé no choque de civilizações. Se Obama será um retrato fiel dessa geração, ainda vamos ver. O irracionalismo está no homem-bomba e no míssil guiado a laser. Os fanáticos não se importam com a razão, está certo – e isto reforça o argumento, ao invés de matá-lo. De todas as mudanças que aguardamos, a virada racional é talvez a mais importante. Pois a guerra contra o fanatismo e o terror, ou é uma guerra de iluminação, ou é uma guerra perdida. Fábio Lucas Data: 17/01/2009 - Horário: 11h22min De dívida e dúvidas O jornalismo potiguar se limita às declarações dos entrevistados. É de uma indigência constrangedora. Não questiona, não investiga, não analisa ou interpreta. O leitor que se dane, entre as declarações oficiais de um lado e do outro. Queremos muito mais do que os famosos dois lados da notícia, que é o máximo que se oferece por essas bandas. Agora mesmo, a nova prefeita anuncia que encontrou um rombo na Prefeitura de R$ 123 milhões. Os secretários da gestão anterior (o prefeito está de férias e não foi localizado) dizem que não é bem assim. Nessa dívida estaria incluído até um débito de R$ 50 milhões com o Bandern, banco do estado extinto há milhares de anos. O assunto vai render e ficaremos, como sempre, no fogo cruzado entre as versões apresentadas pela nova administração e pelas da gestão que saiu. Quem apóia Micarla compra a versão divulgada por ela. Quem é contra fica com a versão dos secretários do ex-prefeito. E quem quiser saber o que de fato aconteceu contrate um detetive particular. Tácito Costa Data: 17/01/2009 - Horário: 10h04min Palestinos: PT sai do muro Caros amigos: Demorou mas saíu uma nota legal do PT sobre a questão palestina atual: PT condena ataques criminosos Os ataques do exército de Israel contra o território palestino, que já causaram milhares de vítimas e centenas de mortes, além de danos materiais, só podem ser caracterizados como terrorismo de Estado. Não aceitamos a "justificativa" apresentada pelo governo israelense, de que estaria agindo em defesa própria e reagindo a ataques. Atentados não podem ser respondidos através de ações contra civis. A retaliação contra civis é uma prática típica do exército nazista: Lídice e Guernica são dois exemplos disso. O governo de Israel ocupa territórios palestinos, ao arrepio de seguidas resoluções da ONU. Até agora, conta com apoio do governo dos Estados Unidos, que se realmente quiser tem os meios para deter os ataques. Feitos sob pretexto de "combater o terrorismo", os ataques de Israel terão como resultado alimentar o ódio popular e as fileiras de todas as organizações que lutam contra os EUA e seus aliados no Oriente Médio, aumentando a tensão mundial. O Partido dos Trabalhadores soma sua voz à condenação dos ataques que estão sendo perpetrados pelas forças armadas de Israel contra o território palestino e convoca seus militantes a engrossarem as manifestações contra a guerra e pela paz que estão sendo organizadas em todo o Brasil e no mundo. O PT reafirma, finalmente, seu integral apoio à causa palestina. Ricardo Berzoini Presidente nacional Valter Pomar Secretário de Relações Internacionais Abraços: Marcos Silva Data: 16/01/2009 - Horário: 21h56min Livros capitais Carlão: Quer dizer que vc levanta a lebre de livros marcantes e não faz lista? Pois a minha veio no automático: 1) Recordações da casa dos mortos. 2) Eugénie Grandet. 3) Ana Karênina. 4) O processo. 5) Moby Dick. 6) O volume de Fernando Pessoa da coleção "Nossos clássicos". 7) Uma coletânea de Cruz e Souza, não me lembro da editora. 8) Triste fim de Policarpo Quaresma. 9) Memórias póstumas de Brás Cubas. 10) Vidas secas. 11) Sagarana. 12) A rosa do povo. 13) "A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica". 14) Homens livres na ordem escravocrata. 15) Os sertões. 16) Uma temporada no inferno. 17) O dezoito brumário de Luís Bonaparte. 18) Condições de vida da classe trabalhadora na Inglaterra. Mais os livros com reproduções de pintura européia do século XIX e do começo do século XX. Tem outros. Mas esses foram uns socos na boca do estômago. Abraços: Marcos Silva Data: 16/01/2009 - Horário: 21h36min Livros ―Quantos livros sacudiram a minha mente e me fizeram mudar de atitude diante da vida? Uma dezena deles e nem vou me dar ao trabalho de listá-los aqui. A grande arte tem este poder catártico de provocar mudanças nas pessoas. Existem muitos livros bons por aí que depois de lidos, ou durante a leitura, não dão nem um teco no coração da gente.‖ De Carlos de Souza, em sua coluna. Tácito Costa Data: 16/01/2009 - Horário: 19h08min Chomsky tem sido um farol no meio da escuridão do governo buche O que diz-nos Chomsky? O que vemos às claras. O governo de Israel comete genocídio, não há interesse algum em negociar, tenta-se mesmo exterminar um povo. O Estado de Israel tornou-se definitivamente no governo do odiado buche II, um estado de terroristas e marginais, pois não cumprem nenhuma resolução das leis internacionais, nem aquelas que se reportam as guerras. O que temos que nos indignar mais ainda é que o odiado buche II poderia nos ter poupado de mais um crime no seu currículo. O que Chomsky nos diz mais aínda? que o senhor Obama é tão servil quanto buche a sanha desses genocídas. Luis Sávio Dantas Data: 16/01/2009 - Horário: 19h01min Chomsky escreve sobre Gaza Postei em PROSA o texto Pesadelo em Gaza, de Noam Chomsky. Tãcito Costa Data: 16/01/2009 - Horário: 16h28min A esmo e a granel JANIO DE FREITAS Esta não é a guerra meticulosa contra o inimigo declarado; é o uso militar sem o fundamento militar O FESTIVAL ISRAELENSE de ontem fez mais do que bombardear a sede da ONU em Gaza e o hospital da região. Com isso, tornou incontestável, em definitivo, que o seu ataque não tem uma tática militar, nem é verdade que se oriente por serviço de informação e que a população civil proporcione escudo aos selecionados alvos dos israelenses. É outra a certeza: o bombardeio israelense é a esmo e a granel. Assim se explicam as bombas e a artilharia que resultam em adversidades políticas para os próprios israelenses, como os ataques à ONU, e a massa de vítimas nãocombatentes com que o governo de Israel empilha já mais de mil mortos e de 5.000 feridos -nos dois monturos, um terço de crianças. Diante desses efeitos, é fácil alegar que ativistas do Hamas protegem-se em locais comuns, e pronto. Na direção de caminhões sob bandeira da ONU e com mantimentos? Nas escolas da ONU em que mais de cem se refugiavam dos bombardeios? Bem, neste caso, o governo de Israel, com presteza e energia, acusou o noticiário de mentir: "não houve o ataque". Comprovados 43 corpos e as ruínas que os envolviam, o ataque passou a existir, mas porque "ativistas do Hamas estavam nas escolas". Quatro dias depois, a contestação persistente da ONU obtém algo novo do governo israelense: "Foi um erro, de fato não havia presença do Hamas nas escolas, Israel fará um pedido de desculpas à ONU". Bombardeio à universidade, ao cemitério, ambulâncias alvejadas? O ataque desatinado, e com mortes, de tanques contra um prédio ocupado por soldados do próprio Exército israelense? Até bombas jogadas do outro lado da fronteira, em solo do Egito de relações amigáveis com Israel? Não é a guerra meticulosa contra o inimigo declarado. É o bombardeio a esmo e a granel. É o extermínio sem alvo, é o uso militar sem o fundamento militar. A satisfação dada pelos israelenses à reação ao morticínio da população palestina traz, também, uma contribuição complementar à compreensão das ações em Gaza. Vários artigos têm louvado a "atitude humanitária" que é o aviso (ocasional) de bairros e áreas que, sujeitos a próximos bombardeios extensivos, os moradores devem abandonar. Se a população em geral tem sido vitimada porque "o Hamas a utiliza como escudo", é claro que os ativistas fogem com os moradores. E, portanto, o bombardeio não se fará para atingir ativistas localizados por serviços de informação e tecnologia. Sua única finalidade possível é reduzir bairros e outras áreas a ruínas. A lembrança deixada pela guerra de Israel no Líbano, em 2006, contra o Hizbollah, leva a concluir que a ação israelense atual continua o mesmo gênero daquela. A diferença está nos adversários, o Hamas muito fraco em todos os sentidos e o Hizbollah em condições de fazer com que, em Israel, a investida no Líbano seja vista como um insucesso dos militares israelenses. Nada a ver agora, porém, com desproporção, este conceito que tantos confessam ignorar. Mas não se perderão por isso. Basta que, bons sionistas, retomem a Bíblia e passem os olhos na lenda de Davi e Golias. É a mais bem-sucedida imagem de desproporção de forças, e inquestionável, para esses leitores, por ser uma lição hebreia. Cuidado, porém. Nada de interpretações além do mais simples, para não chegar a coisas como a vitória do mais fraco e seus possíveis ensinamentos bíblicos. Ficar com a mortandade a esmo e a granel é mais cômodo. Tacito Costa Data: 16/01/2009 - Horário: 16h06min Ataque contra imprensa Em Gaza, como todos já sabem, o alvo agora é a imprensa. Pelo visto, o deus guerreiro dos judeus continua a querer sangue, crianças e agora tb o livre direto à informação. Como todos já sabem, a diplomacia faliu. Gustavo de Castro Data: 16/01/2009 - Horário: 15h53min Uma tarde em Natal Ele chegou, Assim no crepúsculo A tarde cinza. O céu cinza Os dias tristes Uma presença delicada Escrevia no céu Com as cores de Um Arco-Íris Quadro diáfano Se faz no teto Entre silêncios Um beijo de Paul Klee Contorcendo o tempo E re-inventando a vida. João da Mata Cosra Data: 16/01/2009 - Horário: 15h46min De César Revoredo e sua equipe Pelo que tenho lido e ouvido sobre César Revoredo é bastante animador. O cara sabe o que está fazendo, é criterioso, tem bom senso e é inteligente. Ou seja, se Dácio Galvão executou um bom trabalho, certamente seus quatro anos não serão perdidos. Tenho fé de que o novo presidente da Capitania das Artes dará continuidade e até aprimorará os bons projetos de seu antecessor. E isso é bastante positivo. Ele soube escolher pessoas-chave para formar sua equipe de trabalho. Josenilton Tavares é um nome que exemplifica bem as minhas impressões futurísticas sobre o progresso da cultura de Natal. Josenilton trabalhou na gestão anterior, mas acho que fora sobrecarregado e ao mesmo tempo subutilizado/explorado. Agora, numa posição à sua altura e com poder real de mudanças, poderá render ainda mais e fazer valer os seus desejos. Você merece, Josenilton! Meus parabéns! Outro nome que destaco é o de Jane Heyre, mulher forte, determinada e muito batalhadora. Outra que estava precisando de um reconhecimento como esse! Quanto ao resto, há, sim, algumas escolhas um tanto suspeitas. Mas, também não podemos sonhar com um gestor perfeito, não é? Muita gente eu nunca nem ouvi falar. E isso pode ser muito bom... ou não! Mas, é isso. Acredito que Revoredo deverá executar um trabalho de alto nível, fazendo de Natal também uma rota cultural do turismo regional, nacional e até mesmo internacional. (Uma pena o Liceu das Artes não ter dado certo!) Não apostei em Micarla, mas acho que Fátima Bezerra, se eleita, talvez não tivesse tido - nesse caso específico da área cultural - uma escolha tão bem acertada. Por isso, parabenizo a prefeita pela escolha! Adriana Amorim Data: 16/01/2009 - Horário: 15h41min Odete e Vianinha Um belo e sofrido amor eterno DÊNIS DE MORAES Foram dois encontros no sítio dela em Mury, alguns telefonemas e um encontro por certo nada casual em um supermercado. Assim conheci e passei a admirar a atriz Odete Lara, que viveu com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, Vianinha, um amor tórrido e difícil na década de 1960. Durou menos de um ano e creio que permaneceu vivo até a morte precoce de Vianinha, em 1974, aos 38 anos. Convertida ao budismo na década de 1980, Odete viaja pelo país em palestras, traduz e escreve livros místicos e vivencia a maior parte das horas no sítio - lugar absolutamente cósmico, com um verde que ainda não vi igual em parte alguma do planeta. Foi lá que, emocionada, ela me falou - a princípio desconfiada, depois vulcanicamente - do homem que mais amou. Contei esta impressionante história em meu livro Vianinha, cúmplice da paixão (Record, 2000) e a republico aqui, em homenagem aos dois. Odete completará 80 anos em 17 de abril, e o tempo não interfere em sua beleza como mulher e como ser humano." Texto completo em http://comcult.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 16/01/2009 - Horário: 13h07min Sopão do Tião ―Se você também pretende se inocular com o vírus do vídeo da tevê aberta, previna-se: na segunda-feira, o dependente tem que ser rápido no controle remoto para não perder nem o final de "Maysa" nem o inicio do episódio do dia de "A lei e o crime", seriado da Record que emula "Cidade de Deus", chafurda na estética de tiroteio de "Tropa de Elite", recorre a referências didáticas da série e do filme "Cidade dos Homens", remete à experiência anterior da própria emissora (a novela "Vidas opostas") e, assim como a minissérie global, é filmada com equipamento de alta definição - o que confere, por si só, um visual supratelevisivo à produção.‖ No SOPÃO DO TIÃO. http://sopaodotiao.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 16/01/2009 - Horário: 13h02min Walter Benjamin: filósofo, escritor, profeta. Caros amigos: O grande filósofo judeu-alemão Walter Benjamin impressiona intensamente pela acuidade do pensamento e pela beleza da escrita. Uma das passagens de seu ensaio "Sobre o conceito de história" diz: "O dom de despertar no passado as centelhas da esperança é privilégio exclusivo do historiador convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse inimigo não tem cessado de vencer." Literalmente: os bombardeios na Faixa de Gaza já atingiram cemitérios. Metaforicamente: a vitória sobre os mortos é apagar sua memória. Pior ainda quando os vitoriosos apagam sua própria memória: eles se nivelam aos mortos que desrespeitam, mesmo que continuem aparentemente vivos. Abraços: Marcos Silva Data: 16/01/2009 - Horário: 11h46min Maysa Ivana Arruda Leite http://doidivana.wordpress.com/ FALA, LIRA Hoje o Lira Neto, autor da biografia da Maysa, escreveu na Folha sobre a minisérie. Eu estou assistindo e adorando, mais pela forma do que pelo conteúdo (‖rever‖ Maysa, relembrar a época, o figurino, etc). Todos sabemos que a realidade passa longe da história que está sendo contada. Mesmo assim eu não perco. Ele não escreveu, mas ontem colocarem a Elis como Lisa foi de doer. E sabe quando a Maysa beijou Elis e desejou-lhe sucesso na carreira??? "Ao assistir aos capítulos de ―Maysa - Quando Fala o Coração‖, logo me veio à lembrança o dia em que um jornalista quis saber a opinião da escritora Rachel de Queiroz a respeito da adaptação de seu romance ―Memorial de Maria Moura‖ para a televisão, à época também levada ao ar na forma de minissérie. Rachel, com irresistível senso de humor, sapecou: ―Até estou gostando; eles lá na Globo é que não gostaram muito de meu livro, pois trataram de mudar tudo na história‖. Do mesmo modo, no caso da minissérie sobre Maysa assinada por Manoel Carlos e dirigida por Jayme Monjardim, os roteiristas parecem não ter gostado muito da verdadeira história da cantora de olhos felinos e alma atormentada. É compreensível que na transposição de qualquer história para as telas seja permitido -e necessário- o recurso a algumas licenças poéticas, como o acréscimo de diálogos imaginários e situações fictícias. É preciso, claro, amarrar o roteiro e conferir fluência à narrativa. O problema é quando esse tipo de artifício legítimo, no caso de personagens reais, sobrepõe-se à história verdadeira, oferecendo ao telespectador uma visão distorcida dos acontecimentos, uma contrafação da biografia dos protagonistas. Baniram Nara Leão O personagem de Ronaldo Bôscoli, por exemplo, é apresentado na série como um conquistador abobalhado e, por vezes, patético. Bôscoli, cafajeste assumido, devorador de mulheres, jamais teve pudores de levar Maysa para a cama pelo fato de ser comprometido com outra moça, como nos quiseram fazer crer os roteiristas da minissérie. A propósito, não se sabe por qual motivo eles perderam a oportunidade de dizer que, em vez da simples atriz de teatro amador que aparece no roteiro, a então noiva de Bôscoli atendia pelo nome de Nara Leão. Ela mesma, a musa da bossa nova, que foi banida da história. Em um dos capítulos apresentados na semana passada, Bôscoli tenta convencer Maysa de que gravar um disco bossanovista seria algo importantíssimo para Tom e Vinicius. Como se desde seu segundo disco de dez polegadas, de 1957, ela já não gravasse sistematicamente canções da dupla. Por vezes, há a tentativa de idealizar certos personagens e amenizar as asperezas da vida real. Como quando se coloca André Matarazzo sentado candidamente na plateia da cerimônia de entrega de um prêmio concedido a ex-mulher. Ele não estava lá. Nas cenas da histórica temporada de Maysa em Buenos Aires ao lado de Bôscoli, Roberto Menescal e o célebre Tamba Trio, ela surge cantando bolerões rasgados. Uma pena. A minissérie sonegou assim ao telespectador a informação de que, justamente naquela viagem, Maysa se tornou a primeira cantora brasileira a cantar um repertório de bossa nova fora do Brasil. Angústia virou capricho Assim, a principal vítima das inconsistências e simplificações da minissérie é mesmo a própria Maysa. Todas as suas perplexidades, seus tormentos e suas angústias foram reduzidos a meros caprichos e desvarios de uma moça mimada. A complexidade de sua personalidade intensa e autodestrutiva, os abismos existenciais de sua alma, tudo isso foi transfigurado em queixumes e rompantes de uma rebelde sem causa, traumatizada pela separação do marido. O esmero da produção, a exuberância dos cenários, a perfeição dos figurinos, a assombrosa semelhança da atriz Larissa Maciel com a diva estão arrebatando o público e arrancando suspiros até mesmo de parcela da crítica especializada. Resultado: Maysa está de novo na pauta do dia. Isso é ótimo para sua memória e faz justiça a seu talento. Mas, se os telespectadores estão encantados com a Maysa da televisão, o que diriam se conhecessem a verdadeira Maysa, em carne, osso e amargura. Humana, demasiadamente humana." Tetê Bezerra Data: 15/01/2009 - Horário: 22h02min Poesia e Prosa Postei em POESIA o poema ―minha filha sem mim‖, de Fabrício Carpinejar; e em PROSA o texto ―Em busca da esfinge Leminski‖, do jornalista Rodrigo Garcia Lopes. Ambos enviados por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 15/01/2009 - Horário: 16h19min O dorminhoco do vale Caros amigos: Citei em post anterior esse poema pacifista de Rimbaud. Envio agora o texto integral do poema, em tradução minha: O dorminhoco do vale. É um furo de verde onde canta um riacho Que agrega loucamente às ervas uns halos De prata; onde o sol, da montanha, num cacho, Chispa: é um pequeno vale a espumar seus embalos. Jovem soldado, aberta boca, crânio nu vem, E a nuca se banhando em agrião folhagem, Dorme; estendido o corpo nas ervas, há nuvem, Pálido em verde leito, luz e chuva agem. Com os pés nos gladíolos, dorme. E sorriu Como o faria um bebê doente, tem frio: Natureza, tão quente, acalanta-o no peito. Os perfumes não mais excitam seu nariz; Dorme sob esse sol, com as mãos nos quadris, Tranqüilo. Rubros furos no lado direito. Marcos Silva Data: 15/01/2009 - Horário: 16h17min Sobre as escolhas de Reveredo Uma equipe técnica e com experiência (a maioria). De alguns eu conheço o bom trabalho realizado em outras instituições. Outros, representam uma novidade para mim, mas pode ser que sejam conhecidos de outras pessoas do meio cultural. É possível que se levante uma ou outra objeção com relação a algum nome. Mas, no geral, acho que a equipe é boa e pode fazer um excelente trabalho. Faltou o nome do editor da Brouhaha. Alex não fala nada sobre isso em sua matéria. Talvez a escolha tenha ficado para depois. Como já frisei em outras ocasiões, na área cultural no RN, as ações dependem da vontade política, seja do governador ou do prefeito. Sem isso, não tem equipe que resolva. Tácito Costa Data: 15/01/2009 - Horário: 16h02min Revoredo anuncia equipe O presidente da Funcarte César Revoredo anuncia a sua equipe completa. Leia no portal NOMINUTO.COM matéria de Alex de Souza. http://www.nominuto.com/cultura/diario_oficial_traz_equipe_da_funcarte/32831/ Tácito Costa Data: 15/01/2009 - Horário: 15h46min Estética da Violência Considerações intempestivas Quantos caminhos o homem tem que andar para saber que o outro precisa existir? Quantos inocentes mortos para saber que o estado não protege? Por que precisa do soldado francês morto para saber que o Argelino existe? Por que matar tanto se não se pode matar um ideal, uma esperança, uma cultura, uma sombra no deserto? O maior exército do mundo não precisa justificar que está matando a barbárie. Já estão matando desde que o mundo é mundo. A SITUAÇÃO COLONIAL DO MUNDO ESTÁ ASSEGURADA POR UM LONGO TEMPO. O império espanhol soterrou uma grande civilização Há dois mil anos o cristianismo mata e salva. A inquisição foi uma espécie de nazismo. O Brasil cristão foi muito cruel com os paraguaios. E os Estados Unidos foram fragorosamente derrotados no Vietnam. A estética da violência é facilmente introjetada quando não se tem valores. È violência tentar nos impor um padrão universal. Um único sotaque. Não desejo uma faixa de terra, quero paz. Não quero o pão da ajuda comunitária, quero vida. Não desejo o teu abrigo de torpedos e mísseis Por favor, não no matem, eles já sabem que não existimos. João da Mata Costa Data: 15/01/2009 - Horário: 15h35min Cultura de paz Caros amigos: Gostei muito do post de Francisco de Assis de Castro. Quero acrescentar que essa cultura de paz, tão necessária, até existe mas é pouco conhecida, desvalorizada. Um samba como "Juízo final", de Nelson Cavaquinho, é explícito: "O sol há de brilhar mais uma vez". E na cena pop internacional, não dá para esquecer do pacifista "Imagine", de John Lennon, dentre tantos outros. E desde bem antes: "O dorminhoco do vale", de Arthur Rimbaud, é um belíssimo poema anti-bélico. Precisamos investir mais energia nessa área. Abraços: Marcos Silva Data: 15/01/2009 - Horário: 09h11min Robertos Carlos Caros amigos: Eu era moleque quando a ascensão de RC começou. E já era adolescente quando a MPB mais refinada (Nara Leão, Maria Bethânia, Caetano Veloso) começou a falar bem de sua voz: MB, pouco antes do Tropicalismo, dizia que considerava RC melhor que os emepebistas solenes; Nara Leão, antes de Bethânia, cantou "Nossa canção" (de Luís Ayrão, grande sucesso na interpretação de RC) no programa de Chacrinha. RC tem vários momentos na carreira: o início que mesclava rock a bossa nova, com um canto frequentemente sussurado mesclado aos temas de juventude urbana; um enorme sucesso de tv, com o programa "Jovem guarda"; a crise no final dos anos 60, diante das radicais transformações da música pop internacional (os Beatles a partir de "Sgt. Peppers", Jimmy Hendrix, Janis Joplin) e com o Tropicalismo; o novo sucesso meio soul, meio pornô-soft, meio católico a partir dos anos 70. Suas gravações de Ataulfo Alves, Tom Jobim e Luís Carlos Paraná são muito boas. Quando ele gravou um acústico na MTV, que só vi parcialmente divulgado, dava para perceber um cuidado de emissão inabitual em seus especiais de fim de ano. E as regravações por outros bons cantores (Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Nara Leão) demonstraram potencialidades especiais em seu repertório. Lembro-me, no final dos anos 60, do escândalo que o livro "Balanço da bossa", de Augusto de Campos, provocou entre emepebistas ortodoxoso ao classificar RC como João Gilberto da Jovem Guarda. Guardadas as proporções (João Gilberto tem só um), até que Campos percebeu algo a mais em RC. Abraços: Marcos Silva Data: 15/01/2009 - Horário: 09h10min Mudança de posição A mudança de posição do PMDB em relação à prefeita eleita me decepciona, especialmente no que se refere a Hermano, que sempre julguei um homem honrado. Será que vão ter mesmo a coragem de apoiar uma gestão que, até agora, no campo cultural só provocou terror e que teve como uma das principais propostas na saúde um projeto já existente e funcionando? Ou apoiar uma gestão que deseja manter as fraudes dos convênios com as cooperativas médicas, porque é uma forma de manter um fluxo de dinheiro para as entidades e evitar tratar de frente a questão do salário dos profissionais de saúde do estado e do município. Sem contar que mantém a separação dos profissionais de saúde entre os médicos e os demais. Daniel Dantas Data: 15/01/2009 - Horário: 09h09min Roberto e Bartolomeu Leia em PROSA texto de Jotabê Medeiros sobre os 50 anos de carreira de Roberto Carlos, enviado por Tetê Bezerra. Em sua coluna Nelson Patriota fala sobre ―Aquela estórias‖, o novo livro de contos de Bartolomeu Correia de Melo. Tácito Costa Data: 15/01/2009 - Horário: 00h02min Fundamentalismos O debate que empolga o mundo é a guerra desigual travada entre o exército de Israel e os militantes do Hamas. E que tem por base o fundamentalismo de ambos os lados, onde a não aceitação do outro chega ao extremo da promoção de sua eliminação física. Na loucura desse argumento belicoso prospera o delírio de que é possível usar da violência até a completa aniquilação do oponente. É a cultura da guerra, hegemônica no mundo globalizado e que penetra subrepticiamente até na linguagem cotidiana: combate à dengue, enfrentamento dos problemas, eliminação dos obstáculos, combate à seca e por aí vai. Os nossos heróis históricos são violentos. Até nosso Hino Nacional prega que "um filho teu não foge à luta" e o "penhor dessa igualdade conquistamos com o braço forte". Carecemos do desenvolvimento de uma cultura de paz, onde o sol é para todos, onde não existe exclusão, mas inclusão, rompendo com a cultura binária do "e/ou". Quando nem a inocência das crianças é respeitada pelos dirigentes militares dos dois lados o nosso planeta fica mais triste. Francisco de Assis N. de Castro Data: 14/01/2009 - Horário: 23h58min Comunidade de Ciro Pedroza Tácito, Nosso colega Ciro Pedroza criou no Orkut uma comunidade com a nossa turma de jornalismo (Jornalismo UFRN 1982). Ele me encontrou na Net e me fez o convite. Hoje, arrumando alguns papéis encontrei o convite da nossa formatura, lembra? e você está lá. Tomei um susto, pois não me lembrava que havíamos terminado o curso juntos. Beijos, Ana Barros Data: 14/01/2009 - Horário: 23h43min Maysa Winehouse Esta frase do João da Mata chamou minha atenção de imediato (no seu texto sobre Maysa): Maysa foi "destroçada e massacrada pela imprensa que gosta de desgraça e sangue." Será mesmo? Se for verdade o que vc diz, João, acho que sempre foi assim, nunca mudou. Nem no seriado nem na vida real. A imprensa nasce junto ao comércio, a corrupção e a mentira. É verdade q tb nasce com vocações mais nobres. Informar, educar, cooperar, mas me diga, vc acha mesmo isso? Pense comigo: se a imprensa gostasse mesmo de sangue não estaria cobrindo avidamente este massacre na periferia de Natal: média de 3 jovens mortos por dia? Sempre tive dúvida com relação a isso. Como retratar alguém, Maysa, Pelé, Cartola, ainda mais quando a retratada é sua mãe? Deus me livre de contar a história de minha mãe em horário nobre. Preferia que outro contasse, eu não. Assisti um capítulo do seriado e prestei mais atenção na atriz do que na história da Maysa propriamente dita. Ah essa minha desatenção!, daí não vi mais. Está bm pelo visto. Sei lá, fiquei com a sensação de que Maysa lembrava a Amy Winehouse tupiniquim. Gustavo de Castro Data: 14/01/2009 - Horário: 23h43min Maysa: uma mulher autentica Caros Colegas, Concordo plenamente com o texto do Artur Carvalho, postado em prosa. Não bastasse o pastiche que o Jayminho fez com Olga, acaba de cometer mais um grave crime contra a nossa memória histórica e musical. Aconselho ao Jayminho, estudar um pouco a nossa cultura e a nossa MPB. Maysa, uma mulher insegura como tantas outras, foi destroçada e massacrada pela imprensa que gosta de desgraça e sangue. Maysa participou dos grandes festivais da canção. Conviveu com todo mundo da Musica Brasileira. A serviço de uma verdade, a serviço de uma carreira trágica. Uma interprete sem igual. Ninguém soube entender melhor Maysa que a própria Maysa. Uma boa escritora. Basta ver seu auto-diário não publicado. Todos os grandes personagens da música popular brasileira passaram por Maysa. De Bricio Abreu a Julio Medalha. De Antonio Maria a Ricardo Cravo Albim. Mais uma vez venceu o pastiche que tanto Maysa combatia. Uma perda de oportunidade enorme com material tão vasto e profundo sobre uma das maiores personalidades culturais do Brasil nas décadas de 50 e 60. E o grande show no Canecão, inaugurando o acesso de milhares de pessoas pagando um preço módico por um ingresso? E a grande atriz que foi Maysa? E o fracasso na montagem de Woyzeck de Buchner, bancado por Maysa. Maysa foi precursora em muitos campos da cultura. Mas foi, sobretudo, uma mulher de caráter. Uma mulher verdadeira. A bebida era pra esquecer as ruindades do mundo. A podridão dos falsos. A mentira de muitos. João da Mata Costa Data: 14/01/2009 - Horário: 18h17min Delicatto Fui ver Essência do Tempo, do Delicatto, no Alberto Maranhão. A tentativa de unir música, poesia e teatro é mesmo uma constante. A música de Glaucia Santos, Ailson Saraiva e Teresa Quintiliano unida a voz de Hilkelia Carlem (que lembra muito a de Teresa Salgueiro, do MadreDeus) merecem já um CD. No Essência do Tempo, performance do grupo cresce com as composições do grego Yanni Chrisomallis e de Oswaldo Montenegro, assim como com a participação do corpo de balé, mas, mesmo assim, fiquei com vontade de ver algumas composições próprias. Gustavo de Castro Data: 14/01/2009 - Horário: 18h15min Maysa é maior... II Caros amigos: O texto de Arthur Carvalho é bom mas ainda vejo uma micro-vantagem em fazerem esses seriados: tem gente mais jovem que nunca tinha ouvido Maysa antes. Nesse sentido, tomara que façam um seriado sobre Dolores Duran! (E que venham as magníficas Nora Ney e similares) Abraços: Marcos Silva Data: 14/01/2009 - Horário: 18h12min Elogio a João da Mata Caros amigos: O texto de João da Mata sobre Maria Rendeira é comovente: tempo, relações humanas, identidades. Precisa escrever mais nessa área, Matão! Abraços: Marcos Silva Data: 14/01/2009 - Horário: 18h11min Maysa Postei em PROSA texto sobre Maysa, do jornalista Arthur Carvalho, publicado no Jornal do Commercio e enviado por Fernando Monteiro. Tacito Costa Data: 14/01/2009 - Horário: 16h42min Maria Rendeira Maria fazia rendas com seus bilros mágicos. Era uma das tantas Marias irmãs, tias e mães. Mulher de fibra curtida pela praia de Ponta-Negra. Moradora da vila era a Maria do Simplício. A conhecia desde muito. A sua barraca em Ponta-Negra era uma das minhas preferidas. Ali me sentia abrigado e feliz. Muitas vezes deixava a bolsa e ia caminhar. Depois tomava uma. Quantas horas passadas em sua sombra com as bênçãos de Maria. O caranguejo, o caldo de ostra e peixe eram regalos divinos. Nos rejubilava-mos com a sua culinária feita com muito carinho ao som das marolas e Sol de Ponta-Negra. Há pessoas que fazem parte da nossa culinária existencial. Maria era uma delas. O peixe-frito com macaxeira era o almoço. Ali onde a vista não cansava de ver as meninas. Passava os dias naquele vai-e-vem. A toalha ou esteira estendida na areia da praia era a cama dos meninos queimados de sol e sal. A barraca do Simplício era ponto de encontro de amigos. Nem precisava agendar. Era só ir e encontrar. O final de semana estava garantido. Maria era como uma mãe. Quantas e quantas gargalhadas Maria não ouviu. Quantos segredos e briguinhas. Beliscões aos olhos indiscretos. Maria viu nossos filhos crescerem. Simplício era baixinho e célere no atendimento. Atendia tão rápido quanto tomava umas e outras. Morreu muito novo. Uma beleza de pessoa. A barraca ficou. Maria ficou só. Não, Maria ficou com seus bilros e segredos. Maria entretia as horas rendando. A encontrava nas feiras de artesanatos e eventos culturais. Sempre tranqüila e sorridente. Quando passava ela chamava, Joooããoooo. Era como se estivesse chamando um tempo que passou. A renda era a sua companhia de todos os momentos. Tecia flores e armava labirintos. Nem sabia que ela estava doente. Uma amiga falou de sua doença e eu ia passar no quiosque de Simplício para saber notícias. Abro o jornal e vejo um daqueles quadrinhos de morte. Simplício (in memorian) e familiares chamavam para missa de sétimo dia de falecimento ocorrido no último dia de 2008. O dia em que a praia de Maria se encheria de gente para saldar o ano novo. Com Maria foi uma parte de mim e de Natal. Na próxima feira de artesanato não vou mais encontra-la e as feiras perderá um pouco seu encanto, assim como a praia de ponta-negra não é mais a e mesma sem aquelas belas barracas. O quiosque de Simplício ainda está lá perto do Morro. Lindalva era uma outra barraqueira que morreu há pouco tempo num acidente de carro. Meu querido Toinho morreu. Ponta-Negra definitivamente não é a mesma. E eu fico sem graça. Sem Maria. Natal esta mais triste! João da Mata Costa Data: 14/01/2009 - Horário: 16h28min Praia Grande Tácito, avise aí aos amigos Carlos Magno Araújo e Carlos Peixoto, importantes homens de imprensa de nossa província, que encontrei a praia de Zumbi bem limpinha. O prefeito eleito Egídio mandou limpar tudo, ficando só pequenos sacos plásticos aqui e ali, vistos muito raramente. Sempre que posso saio apanhando o que restou de lixo plástico no meu caminho. Mas, passado o final de semana, com uma festa no meio e chegada de farofeiros e mais veranistas, a praia voltou a mostrar pequenos focos de lixo. Coisa pouca que ainda dá para ser resolvida. Porém, como todo Jardim do Éden tem seus problemas, Zumbi sofre com a falta de saneamento básico. A lama escorre pelo calçamento. Uma pena, quando vemos ao longe na chegada que tem uma linda usina eólica implantada aqui (há previsão para a construção de mais uma). Um triunfo da nova mentalidade ecológica em nosso Estado. Um fato curioso por aqui é que tem aumentado consideravelmente a população de cães de rua. Certamente, se não houver um controle efetivo, podemos ter problemas de zoonoses num futuro próximo. No mais, é a vida mansa, de leituras, banho de mar e cerveja. Acabei de ler O Mundo sem Nós, de Alan Weisman, que tira sérias conclusões sobre o que estamos fazendo de mau e de bom (mais de mau) com o nosso planeta. Leitura obrigatória para qualquer ser humano preocupado com o meio-ambiente. Na volta escrevo algo mais aprofundado sobre o assunto. Ademais, estou escrevendo de uma lan house em Zumbi. Não é fascinante este admirável mundo novo? Carlos de Souza Data: 14/01/2009 - Horário: 16h21min Violência em Natal Prezado Tácito: Seu texto sobre violência em bairros pobres de Natal é muito importante mas não podemos nos iludir em relação a nosso mundo de classe média (ou mais que média, leitor endinheirado). Rolam quedas misteriosas de jovens em festas, assassinatos de gays, violências domésticas contra mulheres e homens, idem contra crianças, gente morrendo por excesso de drogas (inclusive alcóol e tabaco, é claro). Precisamos ficar de olho porque nossos privilégios - três refeições por dia, educação adequada, acesso a algum consumo e a alguma informação - não incluem uma bolha anti-violência. Talvez a violência nos bairros pobres seja apenas mais visível, dando a impressão de que nada temos com isso - mas temos! Abraços: Marcos Silva Data: 14/01/2009 - Horário: 16h15min Israel tem um enorme advogado: os EUA! Caros amigos: A retórica de Marcos Guterman a favor do estado de Israel se confunde facilmente com sofística elementar. Dá a impressão de que ele nunca ouviu falar do Conselho de Segurança da ONU, onde o referido estado conta com um advogado dotado de poder de veto: os EUA! Não gosto de uma demonização de Israel porque esse país (como qualquer outro, até a Alemanha durante o horror nazista) inclui seres humanos com sentimentos e propostas muito diversificadas. Melhor situar claramente as responsabilidades no estado de Israel, em seus sucessivos governos. Considero asqueroso o argumento estatístico de Guterman para definir o que é o que não é genocídio (percentuais da população): depois de Auschwitz, não dá para ficarmos esperando alguns milhões de vítimas a mais para condenarmos a prática de assassinatos em massa. Já ouvi argumentos similares para salvaguardar a ditadura brasileira, dizendo que ela matou menos que as congêneres chilena e argentina. Infelizmente, os mortos pela ditadura brasileira não podem opinar sobre a vantagem ou não de serem assassinados por ditadores "benignos"! Assisti a documentários norte-americanos, feitos pelo exército de seu país quando suas tropas invadiram os campos de concentração nazistas. Junto com as cenas medonhas de cadáveres amontoados e seres vivos agonizantes - que o diretor de "Shoah", Claude Lanzman, considera pornográficas -, vinham legendas advertindo sobre o horror sem comparação daquilo em relação a tudo que aconteceu antes e que poderia acontecer depois. Quer dizer: liberou geral, jogar bombas atômicas sobre populações civis não é genocídio, manter apartheid no sul dos EUA até o início dos anos 60 não é para-nazismo, torturar prisioneiros não é crime contra a humanidade, matar crianças palestinas corresponde a desmazelo de seus pais etc., etc. Enquanto isso, a noção de humanidade caminha pro brejo. Receio que, pelo andar da carruagem, não sobre nenhum povo escolhido por Deus nem pelo destino. Abraços: Marcos Silva Data: 14/01/2009 - Horário: 16h13min aniversário do bardallos tácito, sábado dia 17 é o aniversário de quatro anos do bardallos, um conhecido resistente da boemia. na sexta, eu marcellus bob, gilson nascimento, tiago vicente, valderedo nunes, fábio eduardo, civone medeiros e mais alguns bons de tinta, vamos fazer uma exposição em homenagem a diniz grilo no sábado é a vez da turma: balalaika brega band, neguedmundo, romildo soares, isaque galvão, iggor dantas, geraldinho carvalho, donizete lima, rodolfo amaral e edja alves, soltar a voz. franklin gomes serrão Data: 14/01/2009 - Horário: 16h11min Tradição e modernidade Caros amigos: O texto de Ronaldo Correia Brito (Prosa) chama nossa atenção para uma dialética incontornável: não tem presente nem futuro sem passado, não tem passado sem o presente que o pensa. É claro que cada tempo, por sua vez, é marcado por inúmeras tensões internas. Na peleja entre Gilberto Freyre e os modernistas, é melhor ficar criticamente com as duas partes: Freyre não é só tradição, os modernistas não são só o presente deles. Cãmara Cascudo, inteligentemente, dialogou com as duas frentes: fez bem. Abraços: Marcos Silva Data: 14/01/2009 - Horário: 16h09min Respeito à tradição ―Quando Gilberto Freyre retornou ao Brasil, depois de temporada numa Universidade Americana, deu de cara com o manifesto modernista e atacou-o por sentir que nele faltava respeito à tradição. Acusado de conservador, Gilberto cobrava atenção pela cultura que nos forma e que de tão desenraizada e amorfa nos fragiliza e empobrece.‖ De Ronaldo Correia de Brito. Leia em PROSA. Tácito Costa Data: 14/01/2009 - Horário: 11h20min Direito a advogado ―Bem, se até o diabo tinha direito a advogado, Israel também deveria ter. Nesse estranho mundo em que vivemos, porém, não é bem assim que funciona.‖ Do texto de Marcos Guterman, enviado por Tales Costa. Postei em PROSA. Tácito Costa Data: 14/01/2009 - Horário: 09h39min Sexo via tv Caros amigos: As notícias sobre um programa da rede globo com cenas de sexo ao vivo me provocam profundo tédio. No tempo de Woodstock, transar em público tinha um significdo afirmativo contra uma moral sufocante. A nova moral sufocante é ter que transar em público ou ter que assistir aos outros transando em público. Continuo considerando as relações amorosas muito especiais na vida de qualquer ser humano. Reivindico o direito à privacidade, sim. Tem gente que acha isso conservador. Se for, existem alguns valores a serem conservados. É por isso que nunca vi nem tenho vontade de ver o referido programa. Abraços: Marcos Silva Data: 13/01/2009 - Horário: 23h46min Violência Tácito, O que você fala faz sentido. mas também é absurdo o silêncio sobre a misteriosa morte do advogado João Régis, crime até hoje sem um esclarecimento satisfatório. A quem interessa calar sobre esse assassinato? Alex de Souza Data: 13/01/2009 - Horário: 23h45min Cinema Grande Tácito, Pode até ser que alguém resolva seguir sua sugestão de distribuir ingressos para a garotada, mas acho difícil. Nos últimos três anos, a prefeitura foi patrocinadora oficial do FestNatal e a única vez que isso aconteceu foi qunado Valério de Andrade teve a idéia de incluir uma mostra de filmes infantis na programação. A prefeitura mesmo nunca mexeu uma palha nesse sentido, vide iniciativas como o Goiamum Audiovisual, que poderia abrigar algo no estilo. Esperemos que alguém se lembre de encaixar essa idéia na tão propalada contrapartida social da atual gestão da Funcarte. Alex de Souza Data: 13/01/2009 - Horário: 23h45min A nossa Gaza Com uma média de três assassinatos por dia, do início do mês até hoje, a violência na Grande Natal dá mostras de que está fora de controle. Violência essa restrita à população pobre, que mata e morre, das formas mais brutais possíveis. Talvez devido a isso, não tenha até agora havido nenhuma discussão sobre a questão ou repercussão nos meios de comunicação e entre formadores de opinião. Tivesse atingido alguém da classe média pra cima o alarido seria grande e algumas providências estivessem sendo analisadas. Tacito Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 19h43min Cinema para os estudantes O governo de São Paulo desenvolveu no ano passado e vai repetir este ano um projeto cultural muito interessante. Chamado de ―Vá ao Cinema‖, distribui ingressos para alunos da rede pública assistirem filmes brasileiros nos cinemas. A idéia foi copiada pelo governo do RJ, que inicia este ano sua versão. Lá se chamará ―Cinema para Todos‖. Bem que o governo do estado ou a prefeitura de Natal poderiam implantar algo parecido por aqui. Tacito Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 19h33min É prudente retirar as crianças da sala Leio na Folha que uma das atrações do Big Stupid Brasil, que começa hoje na Globo, é uma cama gigante, apelidada pela produção de ―quarto dos sonhos‖ e de ―surubão‖. É bom retirar as crianças da sala, o que não será fácil, está todo mundo de férias, acordando tarde e com o horário de verão o BSB vai ao ar bem cedinho. Tacito Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 19h27min Godard e Truffaut NA REVISTA BRAVO www.revistabravo.com.br Os cineastas Jean-Luc Godard e François Truffaut consumiram suas vidas numa guerra aberta. O conflito que alimentou a criatividade de ambos ajuda a entender uma época genial e turbulenta do cinema francês. Tacito Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 17h03min Editoras fazem parceria Uma das parcerias mais promissoras do setor editorial brasileiro foi fechada ontem em Natal entre as editoras Flor do Sal, de Adriano de Sousa e Flavia, e a Casa das Musas, de Gustavo de Castro e Florence. A primeira tem sede em Natal e a segunda em Brasilia. Vamos aguardar porque vem muitas novidades por ai. O primeiro livro a ser lancado sera uma antologia das cronicas do jornalista Carlos Magno Araujo, do Diario de Natal. PS Texto sem acentos, mas nao tem a ver com reforma ortografica nao - rs. O teclado travou as teclas dos acentos. Tacito Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 19h05min Ainda mudando as palavras Michel Chedid é meu colega de Petrobras. É descendente de libaneses. É tucano e anti-Lula, mas escreve bem. Traduziu de forma simples uma situação complexa de nossos dias. DO EDITOR Texto postado em PROSA. Daniel Dantas Data: 13/01/2009 - Horário: 15h52min Livro do João Bosco amanhã na Siciliano Pessoal, divulgo aqui um lançamento bem legal: o livro do João Bosco, um cara cheio de histórias: Primeira Chamada Meus queridos amigos e amigas Volto a Natal para celebrar. Nasci no sertão, em Juazeiro no vale do cariri, esperando um dia ele se encher e de novo virar mar. Como o mar não veio fui a Natal com ele me encontrar. Da cidade trampolim vim para São Paulo na busca de outras vitórias. Mas, mesmo sendo um caririense volto a Natal como quem volta à cidade natalícia. Até porque, queridos meus a adotaram como cidade Natal. Doce e importante parte de mim, se constituiu nas águas do rio Potengi; meus sonhos e minha carne foram salgados, ensolarados nas praias de Ponta Negra, Redinha, Maracajau e Pipa. Minhas idéias, princípios, foram forjados nos campus da UFRN e nas pelejas dos movimentos sociais, junto com tantos companheiros e companheiras. Meu riso foi lapidado nas pândegas e irreverentes peças de teatro de rua. Se hoje sinto-me forte é graças as paredes brancas dos reis magos, onde uma estrela guia me ensinou a ser equilibrista e escritor. Volto a Natal e trago na bagagem o desejo de reencontrar amigos e amigas, trago livros produzidos na paulicéia, porém, iluminados pelo sol da saudade do meu nordeste, dos afetos amigos. "Um gole d'água para refrescar a memória", com contos de cá e contos de lá, é o livro que vou lançar na livraria Siciliano no dia 14/01/2008. No lançamento teremos uma contação de história feita por um Anjo da Guarda de puta e escritor, que por estar de férias topou dar uma canja no evento. Será um prazer enorme encontrá-los para uma boa prosa, beber, rir e compartilhar mais um sonho realizado. Aguardo vocês. Dia 14/01/2008 ás 18:00 hs na Livraria Siciliano do Shopping Midway. João Bosco A. Sousa Carmen Vasconcelos Data: 13/01/2009 - Horário: 15h49min Narcisa agora que sou uma mulher aprendida no amor recolho os frêmitos elaborados frente às águas e ao meu sono fluvial retorno como uma sereia desativada pra peixes e homens. Iara Maria Carvalho Data: 13/01/2009 - Horário: 15h48min In Golda they trust Caros amigos: A Folha de São Paulo de hoje, 13.1.9, traz dois textos que citam a mesma fala de Golda Meir: "Prefiro receber protestos a receber condolências". É uma frase de senso comum egocêntrico: enquanto ela recebia protestos, parentes de pessoas mortas pelas tropas que ela comandava recebiam condolências. A lógica de Golda é: a dor dos outros não diz respeito a mim, inclusive quando eu sou responsável por essa dor. Golda renuncia à condição humana e se refugia aristocraticamente no seio dos que ela considera iguais. O resto da humanidade nem merece a identificação de humanidade. É uma tristeza só. Abraços: Marcos Silva Data: 13/01/2009 - Horário: 13h41min Câmara Cascudo, letras de música e poesia Caros amigos: Ainda sobre letras de música e poesia, é importante lembrar que a poesia oral se manifesta largamente na forma de música. Os grandes clássicos de Câmara Cascudo "Vaqueiros e cantadores" e "Literatura oral no Brasil" estão aí para nós aprofundarmos essa realidade. É claro que a poesia escrita possui imensa legitimidade mas não podemos negligenciar a face de poesia própria a cantorias, autos e outras manifestações populares. É possível que parte da chamada música popular (de mercado) tenha preservdo traços desse caráter poético da oralidade. Abraços: Marcos Silva Data: 13/01/2009 - Horário: 09h26min Maysa é mais que a Globo Caros amigos: Maysa é uma das maiores entre as maiores. O seriado da Globo se fixa em bebedeiras e namorados, deixando de lado a trabalheira que ela certamente enfrentou para atingir uma voz magnífica como aquela (emissão, expressão) e também uma escrita inteligente, antenada com o ato de ser mulher (e, além do sexo, ser humano) nos anos 50 e depois. Quando gravava outros compositores, Maysa fazia escolhas brilhantes, no nível de "Demais"; e interpretava em francês como poucas e poucos (é possível que o "Ne me quitte pas" dela seja o melhor jamais gravado, apesar da grandeza de Nina Simone e do próprio Jacques Brel). Penso que ela e Nora Ney são figuras magníficas para entender muito do que vem depois no canto feminino brasileiro (e mundial), como Maria Bethânia e Cássia Eller. Abraços: Marcos Silva Data: 13/01/2009 - Horário: 09h26min Lições (culturais) de vida É nisso o que dá o intelectual subestimar coisas aparentemente simples e sem importância. Eu havia dito a Tácito, semana passada, que o Coringa tinha dado um show à parte em ―Batman – O Cavaleiro das Trevas‖, emprestando, inclusive, o DVD a ele. Resultado: Heath Ledger foi homenageado (no 66º Globo de Ouro) com o prêmio póstumo de melhor ator coadjuvante, por seu papel nesse filme. Também lhe falei sobre Hulk 2 e Homem de Ferro (tão ótimos quanto Batman), ao que ele retrucou: ―lá vem você com os super-heróis!‖ Fazer o quê? Tales Costa Data: 13/01/2009 - Horário: 00h42min Artigo e entrevista sobre Gaza Postei em PROSA o texto ―Por que nos odeiam tanto?!"‖, do jornalista Robert Fisk, publicado no The Independente e enviado por João da Mata; e entrevista com o jornalista Phillip Knightley, autor do livro "The First Casualty" (A Primeira Vítima - O Correspondente de Guerra como Herói e Construtor de Mitos, da Criméia ao Iraque, Johns Hopkins University Press, 608 págs., US$ 24, R$ 53), publicada no MAIS, da FSP, que foi dedicado à cobertura jornalística em Gaza (―A Batalha da Informação‖). Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 17h21min Maysa é mostrada de forma rasteira Caros Colegas, Concordo com o biógrafo de Maysa (ver folha online). É rasteira a forma como está sendo apresentada a vida de Maysa Matarazzo. Maysa que lá fora gostava de ser chamada condessa. Que veio a Madrid a convite de uma grande dama, e ficou com o marido de sua anfitriã e amiga. Maysa que não tinha escrúpulos ao tomar o homem de quem quer que fosse. Ronaldo deixou simplesmente Nara Leão para namorar com Maysa. Grandes personagens da nossa música não estão sendo realçadas nessa mostra mais que maquiada. Maysa que não seguia os contratos e muitas vezes não comparecia aos shows programados. Se por um lado, tem o mérito de está sendo mostrado para o grande público ( inclusive muitos jovens) a vida de umas de nosas maiores interpretes e compositora da MPB, tem a desvantagem da superficialidade com que é apresentada um personalidade complexa como Maysa. Só os olhos da atriz que faz o papel de Maysa não basta. A dublagem é problemática. Vamos ver o restante! João da Mata Cosra Data: 12/01/2009 - Horário: 17h02min Tu pisavas nos astros distraída Orestes Barbosa foi outro grande poeta. A letra de Chão de Estrelas é sua. Uma obra prima. Qualquer poeta gostaria de ter escrito " tu pisavas nos astros distraída". Para Manoel Bandeira, uma dos mais belos versos da nossa poesia Chão de estrelas ( Sílvio Caldas , Orestes Barbosa ) Minha vida era um palco iluminado E eu vivia vestido de dourado Palhaço das perdidas ilusões Cheio dos guizos falsos da alegria Andei cantando minha fantasia Entre as palmas febris dos corações Meu barracão lá no morro do Salgueiro Tinha o cantar alegre de um viveiro Foste a sonoridade que acabou E hoje, quando do Sol a claridade Forra o meu barracão, sinto saudade Da mulher, pomba-rola que voou Nossas roupas comuns dependuradas Na corda qual bandeiras agitadas Pareciam um estranho festival Festa dos nossos trapos coloridos A mostrar que nos morros mal vestidos É sempre feriado nacional. A porta do barraco era sem trinco Mas a lua furando nosso zinco Salpicava de estrelas nosso chão E tu pisavas nos astros distraída Sem saber que a ventura desta vida É a cabrocha, o luar e o violão João da Mata Cosra Data: 12/01/2009 - Horário: 15h57min Só mesmo na Coréia... Os jornais locais trouxeram encartada no final de semana uma revista de propaganda do presidente do Senado senador Garibaldi Filho. Toda em papel couché e colorida, bem diagramado, tem 52 páginas. O senador potiguar aparece em fotos ou charges nada menos que 44 vezes. Quase uma foto ou ilustração por página. Acho que só na Coréia do Norte ainda se acha tamanho culto à personalidade. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 15h44min MPB e Poesia Cacaso Abel Silva, Sueli Costa, Fausto Nilo, Chico Buarque, Paulo César Pinheiro, etc, são excelentes poetas e emprestaram seus poemas para a MPB. Seus poemas/ letras se sustentam enquanto poemas Catulo da Paixão Cearense foi um grande poeta e engrandeceu a Musica Popular Brasileira. O casamento entre a Poesia e a Música Popular Brasileiro é eterno. A Nossa música começou modinheira e será eternamente fruto de uma grande miscigenação, produto de "três raças tristes". Difícil separar algumas letras da bela melodia que a acompanha. Outras letras podem constar em qualquer antologia de poesia. João da Mata Cosra Data: 12/01/2009 - Horário: 15h32min Capas que falam por si Manchetes de capa das quatro principais revistas semanais brasileiras nas bancas: VEJA – Israel sob o ódio dos vizinhos. ISTO É – O terrorismo de Israel. ÉPOCA – Gaza: como entender a guerra. O dramático custo humano. O que pode encerrar o conflito. CARTA CAPITAL – A razão agredida. Em VEJA e ÉPOCA a guerra não foi a manchete principal. Nas outras duas, sim. VEJA focou a crise econômica. E ÉPOCA ficou com o tema ―Amor e Sexo – por toda a vida‖. Tentativas, claras, de fugir à pauta do dia, ao assunto incômodo, que realmente interessa nesse momento ao mundo, que é o terror patrocinado por Israel em Gaza. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 11h53min Perseguição política, não Alex de Souza, em sua coluna BAZAR, no portal NOMINUTO, toca num assunto que precisamos ficar atentos, que é a caça às bruxas, ou perseguição política, na nova administração municipal, notadamente na Funcarte. Claro que ninguém é idiota de achar que Micarla iria convocar a legião que apoiou a candidatura de Fátima para ajudá-la a administrar a cidade, tipo Moacy Cirne para editar a Brouhaha ou Tácito Costa e Daniel Dantas para auxiliar de estagiário na Assessoria de Imprensa (rs). Mas, daí a pedir atestado de voto e escantear bons profissionais somente porque fizeram outra opção política é demais. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 11h37min Mudanças no Substantivo Caros amigos, Pedi ao webdesign Davi José que apresente um projeto de reformação gráfica do Substantivo Plural. Graficamente será construído um site bem diferente do atual, com novas cores, diagramação mais leve e agradável de navegar. Vamos buscar avançar e oferecer mais qualidade a vocês. Algumas seções vão acabar e outras serão remanejadas. Haverá também a implementação de novas ferramentas, notadamente na área de audiovisual. A lentidão no acesso aos textos e os links para os demais endereços digitais, que hoje aborrecem vocês, serão questões que merecerão prioridade. Quem tiver alguma idéia ou sugestão para o novo site envie que eu e Davi analisaremos com atenção. Pode mandar aqui para o SP ou para o meu e-mail: [email protected] Temos ainda algumas novidades que pretendemos implementar este ano, mas por enquanto não posso adiantar. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 11h12min Boicote contra Israel ―É mais que hora. A melhor estratégia para pôr fim à sangrenta ocupação é que Israel se torne alvo do tipo de movimento mundial que pôs fim ao apartheid na África do Sul.‖ Da jornalista Naomi Klein, Leia em PROSA. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 10h50min Bazar Tácito, Tá lá no ar a coluna desta segunda. Esquentando os tamborins! http://www.nominuto.com/colunas/bazar/alto_la/32675/ Alex Data: 12/01/2009 - Horário: 10h45min Globo de Ouro Deu o que todo mundo esperava. O ator Heath Ledger ganhou o Globo de Ouro como melhor ator coadjuvante por "Batman - O Cavaleiro das Trevas", do diretor Christopher Nolan (no UOL ou na FSP tem a lista completa dos vencedores). Somente ontem comecei a assistir o filme, em DVD. Subestimei esse filme e não fui assisti-lo no cinema. Depois, com todos falando bem, fiquei arrependido. Aí só restou apelar para o DVD. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 10h26min Felicidade De Franklin Leopoldo e Silva, no site da Livraria Kriterion: http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx A noção de felicidade, que está relacionada com o prazer no epicurismo, foi apropriada por meio de uma leitura moderna em que a felicidade e o prazer são individuais. E é isso principalmente que distingue a doutrina de Epicuro daquilo que nós entendemos por prazer e felicidade. A partir daí, você tem a noção de prazer ligada a interesse próprio, voltado para questões materiais, algo próprio da civilização capitalista, e projetamos isso em Epicuro. Quando, ao contrário, a leitura dos textos de Epicuro mostra que o indivíduo não é nada sem a comunidade. Tanto é que no inventário que Epicuro faz dos prazeres, um dos que ocupam o topo da lista é a amizade. Porque é o convívio –constantemente estar com o outro– que é motivo de prazer e felicidade. Não tem nada a ver com a realização de interesses próprios. Hoje fala-se em indivíduo ―epicurista‖, mas para Epicuro o indivíduo sozinho não pode ser feliz. Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 10h08min Tanta coisa pode ser poesia! (até letra de música...) Caros amigos: O tema discutido no texto sobre letras de música e poesia é muito bom e até já o discuti em textos antigos (um deles publicado no jornal "O galo"). Penso que letras de músicas são textos, que dialogam com diferentes gêneros de escrita: poesia, conto, crônica, reportagem. O argumento de que poesia independe de melodia é ahistórico: aedos e trovadores faziam magnífica poesia COM MELODIA. A diferença não é por aí. Gosto muito que Chico Buarque não se deslumbre com a etiqueta "poesia". Muitas letras dele e de outros músicos populares são poesia, outras são crônicas e por aí vai. Em tempo: Rimbaud já nos lembrava que muita coisa denominada poesia não passa de prosa rimada, às vezes má prosa rimada. Abraços: Marcos Silva Data: 12/01/2009 - Horário: 09h51min Das pás Caros amigos: Quer dizer que um Prêmio Nobel da Paz justificou a matança atual na Faixa de Gaza? Estocolmo errou: era pra ter dado o Prêmio Nobel das Pás (de coveiro). Abraços: Marcos Silva Data: 12/01/2009 - Horário: 09h49min “Letra de música x Poesia” Postei em PROSA o texto ―Letra de música x Poesia‖, do jornalista Bruno Ribeiro enviado por Tetê Bezerra. http://www.cosmo.com.br/blog/blog_post.php?post_id=4337&blog_id=12 Tácito Costa Data: 12/01/2009 - Horário: 09h51min Tragtenberg, Deutscher e outros judeus críticos Caros amigos: Reproduzo uma boa síntese das reflexões que Tragtenberg e Deutscher fizeram sobre o conflito do estado de Israel com os palestinos. DO EDITOR Texto postado em PROSA. Marcos Silva Data: 11/01/2009 - Horário: 23h20min Palestina Caro Tácito, Tenho acompamhado seu blog desde o início e hoje me emociono lendo as manifestações à causa Palestina, que acredito ser uma causa de todos os povos, inclusive do povo judeu, haja visto que ao longo dos séculos a humanidade sofre os mais diferentes tipos de violência em prol de governantes cujo interesse é exclusivamente de se manterem poderosos: típico do instinto humano, sem jamais ser do HUMANO. Palestinos e judeus sempre conviveram pacíficamente antes da criação de Estado de Israel. Sessenta anos depois, Israel vem desrespeitando mais e mais, cada vez mais os Direitos dos palestinos em sua próprias terras. Vivendo como refugiados privados da liberdade de ser e de existir, os Palestinos tentam chamar a atenção do mundo inteiro, porque queremos viver dignamente na Palestina, enquanto Israel insiste que somos uma ameaça para ele, atacando e destruíndo o estabelecimento de um país palestino de modo cada vez mais atroz. Gostaria de convidar você e todos aqueles que queiram a assistirem terça feira, dia 13, as 18h, na OAB, a palestra sobre a questão palestina. Um grande abraço, Nadira Khalil Hazboun Data: 11/01/2009 - Horário: 19h35min A lógica dos genocidas Caros amigos: Tenho lido argumentos a favor do genocídio na Faixa de Gaza que são dignos de nota. O que mais me impressionou foi aquele que louvou o zelo israelense ao construir abrigos anti-aéreos para proteger suas crianças, culpando a incúria dos palestinos pela morte de seus filhos. Conclusão: a culpa é das vítimas! SOCORRO! Valham-nos Aristóteles, Descartes, Kant, Wittgenstein! Hannah Arendt já demonstrara a mediocridade como traço básico da personalidade nazista, em nome de disciplina, espaço vital e nação acima de tudo. Os neo-genocidas herdaram também esse traço de seus antecessores. A lógica é clara: genocídio contra os outros é normal, genocídio contra os nossos é crime contra a humanidade (humanidade seletiva). Participei do protesto contra a atual guerra, hoje, domingo, às 10 horas, partindo do MASP (Av. Paulista, São Paulo). Havia muita gente. Noutras partes do mundo, atos semelhantes ocorrem. Ainda resta alguma esperança. Abraços: Marcos Silva Data: 11/01/2009 - Horário: 19h31min Protestos de judeus contra a guerra Canadá, 8 de enero de 2009.- Un grupo de mujeres judías entraron el día de ayer al fuertemente custodiado consulado de Israel en Toronto y procedieron a realizar una protesta pacífica en contra de la masacre del estado hebrero en contra del pueblo palestino. "Israel pretende representar a todos los judíos del mundo, pero esas atricidades no son cometidas en nuestro nombre" aseguró la cineasta Cathy Gulkin, una de las manifestantes. "Hacemos un llamado a todos los judíos a no quedarse callados ante esta masacre y demandar que Israel detenga el bombardeo, salga de Gaza y haga una paz con justicia para los palestinos" agregó la académica y comentadora política Judy Rebick El grupo, que incluía intelectuales, académicos, estudiantes y pacifistas, fue arrestado y posteriormente liberado. "Hay muchos judíos en Canadá, USA, Europa e Israel que estamos avergonzados, que no quieremos que esta masacre se lleve acabo en su nuestro nombre" concluyó la Prof. Rebick. En otras partes del mundo, incluyendo Israel, y Nueva York, judíos han levantado su voz de indignación en contra de la brutalidad de la operación militar Israelí. Pacifistas israelíes exigen fin de la "masacre" y retirada de los soldados EUROPA PRESS La influyente organización pacifista israelí Gush Shalom ha convocado una manifestación en Tel Aviv "contra la locura" en la Franja de Gaza y para reclamar el "fin de la masacre" y de los "crímenes de guerra", así como la retirada de los soldados israelíes de la región, según se lee en su página de Internet. La manifestación ha sido convocada para "poner fin" a la "masacre", el "derramiento de sangre", la "destrucción" y los "crímenes de guerra" y para conseguir "la retirada de los soldados" de la Franja de Gaza, así como para acabar con el bloqueo y reclamar la apertura de los pasos fronterizos. Según la organización, presidida por el ex militar y escritor Uri Avnery, "esta guerra es inhumana e innecesaria" y "no puede traer nada bueno a Israel". "La muerte de cientos de palestinos y la destrucción de las infraestructuras vitales en la Franja de Gaza son actos abomibles", aseveró. Ya el pasado 3 de enero marcharon cerca de 150 000 personas en distintas ciudades de Israel en repudio a la agresión israelí, ahora se espera una asistencia mucho mayor. Marcos Silva Data: 11/01/2009 - Horário: 11h09min Pela paz Caros amigos: Divulgo mensagem pela paz porque quem gosta de guerra é coveiro: Caros amigos, O derramamento de sangue em Gaza está escalando – o número de mortos já chegou a 600 pessoas sendo quase metade civis, entre eles mais de 100 crianças. Os tanques, aviões e artilharia Israelense estão bombardeando áreas densamente povoadas, incluindo escolas da ONU. Milhares estão feridos e 1.5 milhões de civis aterrorizados não têm para onde escapar mantidos como prisioneiros dentro de fronteiras fechadas. Enquanto isso o Hamas continua e lutar e lançar foguetes contra o sul de Israel, 11 israelenses foram mortos incluindo por ―fogo amigo‖. O nosso chamado global por um cessar−fogo começou a ressoar alto e claro, ganhando o apoio de líderes da Europa, Oriente Médio e além, definindo assim os termos para um acordo. Porém Israel continua a rejeitar uma trégua e o Presidente dos EUA, George Bush, está barrando um cessar−fogo negociado na ONU pressionando por uma alternativa que pretende legitimar o isolamento sufocante de Israel em Gaza. Precisamos dizer: BASTA. Não podemos deixar os EUA e companhia bloquear um cessar−fogo justo e negociado. 250.000 pessoas assinaram a petição pelo cessar−fogo, vamos mostrar que podemos conseguir meio milhão. Esta petição, com o número de assinaturas, será publicada num anúncio forte no Washington Post direcionado aos líderes americanos e será também entregue em reuniões com os membros do Conselho de Segurança da ONU. Clique no link abaixo para ver o anúncio, assinar a petição e encaminhar esta mensagem para todos os seus amigos e familiares: http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/ Nossos esforços podem realmente fazer a diferença – o próprio Ministro das Relações Externas de Israel admitiu que se a pressão internacional for forte o suficiente, ela pode garantir um cessar−fogo. Enquanto a comunidade internacional continua a debater demoradamente, mais civis morrem todos os dias. Os oficiais da ONU em Gaza dizem: ―Não há lugar seguro em Gaza. Todos aqui estão aterrorizados e traumatizados‖. Ao bloquear a resolução da ONU, o Bush pretende excluir o Hamas de qualquer acordo de cessar−fogo dando carta branca para Israel continuar com a violência. Por isso estamos direcionando o nosso apelo ao novo Presidente Obama e o Congresso Americano, assim como a União Européia e outros líderes internacionais. Só assim conseguiremos uma resolução justa e estável. Para ser duradouro, um cessar−fogo deve proteger os civis e parar os ataques a ambos os lados – tanto o bombardeio e incursão israelense quanto os foguetes palestinos lançados ao sul de Israel. Uma supervisão internacional é crucialmente necessária para que a fronteira de Gaza possa ser reaberta deixando entrar alimentos, combustíveis, medicamentos e outros produtos, e impedindo a entrada de armamentos ilegais que só tem aumentado desde que as fronteiras foram bloqueadas. A supervisão internacional também é essencial para monitorar e garantir o cessar−fogo em ambos os lados. O Hamas, que ganhou as eleições em 2006 e agora governa Gaza, diz que irá concordar com o cessar−fogo. Eles devem cumprir sua promessa assim como Israel. Não há uma solução militar para a situação, em nenhum dos lados. Chegou a hora dos poderes globais intervirem dando avanço a um acordo justo para proteger civis em ambos os lados para que eles possam viver suas vidas com paz e segurança. Assine a petição agora no link abaixo, se você já assinou, envie esta mensagem para todos que você conhece – ela será publicada no Washington Post e outros meios, e será entregue em reuniões pessoais com a equipe do Obama, o Conselho de Segurança da ONU e lideranças européias: http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/ Marcos Silva Data: 11/01/2009 - Horário: 11h08min Mirante e memorial de Natal Hoje, com meus sobrinhos soteropolitanos, minha esposa, cunhadas, irmão, fui ao Parque da Cidade. Meu objetivo único era mostrar o Memorial de Natal e a visão da cidade desde o mirante. Para a nossa surpresa, o Mirante/Memorial está fechado pela nova gestão da prefeitura de Natal. Hoje, um sábado de janeiro, à tarde, com a cidade fervilhando de turistas, a prefeita teve ousadia de manter fechado o espetáculo de obra de Carlos Eduardo/Oscar Niemeyer. Daniel Dantas Data: 11/01/2009 - Horário: 11h07min Muçulmanos e cristãos Um pequeno reparo na fala do amigo Pablo: nem todas as crianças palestinas são muçulmanas, mas existe um parcela de população cristã entre elas. Daniel Dantas Data: 11/01/2009 - Horário: 11h06min NaSemana Caro Tácito e leitores do SP, Após minha queixa ao jornal NaSemana neste site - depois de duas tentativas de contatos privativos não sucedidos -, eis que recebo um telefone com pedido de desculpas. A justificativa foi dada, as desculpas aceitas e a assinatura mantida. Agradeço a Thaís (da equipe do jornal) pelas edições extras enviadas a mim, mais a edição deste sábado e ainda uma camiseta e caneta de brindes. Adriana Amorim Data: 11/01/2009 - Horário: 11h05min "Histórias da Janela" no Youtube Sabe aquela tríade em que o vendável é ‗sexo, drogas e rock‗n‘roll‘? Sabe mesmo? Pois bem... Isso, nós ainda não aprendemos! Longe de ser uma produção para toda família, a idéia é a seguinte: Esculhambação, sim. Frescura, não! Tudo começou como uma brincadeira e continua sendo uma boa piada. 'Lilica Filmes' nada mais é que uma sátira, até porque são produções amadoras gravadas em ‗vídeo‘, a partir de uma Sony Handycam DCR-SR85. E o que estava restrito apenas aos amigos e ao blog 'Histórias da Janela', chega ao imenso e liberado mundo do YouTube (www.youtube.com/macadr). São, neste momento, 21 vídeos, de caráter público e experimental, que contam histórias rotineiras com o objetivo principal de registrar bons momentos ao lado dos amigos, família, dos bichinhos de estimação, enfim... São edições bem-humoradas, simples e com uma capacidade única de socializar as nossas e as 'cagadas' alheias. E a lista só tende a crescer. Confira breves sinopses das produções disponibilizadas e, para aqueles que sabem apreciar vídeos ‗trash‘, tenham bons momentos de esculhambação... ou não! Acesse www.historiasdajanela.blogspot.com! Adriana Amorim Data: 10/01/2009 - Horário: 19h26min A grande imprensa faz assessoria para o Hamas Além de lançar foguetes (mais de 6.000) contra a população das cidades ao sul de Israel desde 2001, contando com a prestativa indiferença dos pacifistas que se ergueram da noite para o dia contra a reação israelense, os filantropos do Hamas, essas criaturas adoráveis empenhadas em matar todos os judeus sobre a face da Terra, podem contar também com a assessoria que a grande imprensa internacional está oferecendo de graça. O exemplo mais emblemático desse serviço de relações públicas é o caso da escola da ONU que teria sido explodida por soldados israelenses. Quase todos os jornais do mundo deram variações sobre a mesma manchete: Israel ataca escola e massacra civis. O episódio foi usado para demonizar os israelenses. Mas há uma informação que não aparece nos despachos das agências: as coisas não aconteceram exatamente assim. Testemunhas contaram ao Jerusalem Post que homens do Hamas entraram na escola, onde civis buscavam refúgio, para atirar bombas em soldados israelenses estacionados na vizinhança. Os soldados revidaram. E então o fogo cruzado atingiu as bombas armazenadas no interior do prédio (uma escola sendo usada como depósito de armas – cortesia do Hamas), que explodiram e mataram dezenas de pessoas que lá estavam. Esta também foi a versão apresentada pelas Forças de Defesa Israelenses. O Hamas já havia usado uma escola de Gaza para lançar foguetes contra Israel. A ação foi filmada pela Força Aérea Israelense. É isso que o Hamas faz: se posiciona deliberadamente em meio à população civil, em porões de apartamentos, hospitais, mesquitas, para causar o maior número de mortes possível. Eles não hesitam em fazer mal ao seu próprio povo em favor da propaganda. Ver crianças mortas em zona de guerra é de cortar o coração. Por isso mesmo a questão deve ser tratada com seriedade. É preciso observar a responsabilidade de cada lado. Enquanto Israel protege seus cidadãos construindo abrigos, mantendoos longe dos foguetes, o Hamas se enfia de propósito em áreas habitacionais para que sua propaganda seja encharcada de sangue. Enquanto as tropas israelenses evitam ao máximo atingir inocentes, dando avisos aos moradores de Gaza para que evacuem os alvos, os nobres combatentes do Hamas aproveitam esse escrúpulo para encher os telhados de mulheres e crianças. O caso da escola da ONU será estampado insistentemente por órgãos interessados em fazer o jogo do Hamas (notadamente a BBC, como os israelenses e leitores mais atentos estão cansados de saber). Quando ouvir a notícia, lembre-se disso: os terroristas do Hamas resolveram usar aquele local precisamente por saber que civis mortos dão boa publicidade. A culpa é deles. Primeiro agridem Israel por oito anos. Depois correm e se escondem atrás de mulheres e crianças. Bruno Pontes Data: 10/01/2009 - Horário: 19h23min Crise espiritual Leia na revista TRIP entrevista com o antropólogo Wade Davis. Para ele, a crise não é econômica. É espiritual. http://revistatrip.uol.com.br/173/especial_diversidade/wade/home.htm Tetê Bezerra Data: 10/01/2009 - Horário: 14h50min Pablo em PROSA ―Existem ao menos três formas retóricas de você se escandalizar com o massacre de crianças em Gaza. (1) você se escandaliza porque israelenses estão matando crianças palestinas; (2) você se escandaliza porque judeus (apoiados por cristãos ocidentais) estão matando crianças mulçulmanas; (3) você se escandaliza porque estão matando crianças.‖ De Pablo Capistrano, em PROSA. Tácito Costa Data: 10/01/2009 - Horário: 14h47min Os maniqueístas, o pastoril e o CD Se dependesse dos maniqueístas o Nordeste perderia uma de suas mais autênticas tradições populares, o pastoril. Pense num pastoril com um só cordão, o azul OU o encarnado e sem nehuma Diana, é claro. Aliás, os maniqueístas só criaram um bom avanço tecnológico: o CD, que só tem um lado. Paulo Couto Data: 10/01/2009 - Horário: 14h40min Literatura Postei em PROSA os textos "Imaginação crítica", de Manuel da Costa Pinto, publicado na FSP, e "A presença do mar", de Ivan Maciel de andrade, publicado na Tribuna do Norte. Tácito Costa Data: 10/01/2009 - Horário: 09h11min Chega de estupidez O maniqueísmo é a arte da desproporção. Ao lado de uma burrice infinita e inesgotável o maniqueísta exibe o supra sumo da ingenuidade: a visão de um mundo com um UNICO demônio e legiões de deuses. Entre os quais, claro, o próprio débil mental se inclui. Paulo Couto Data: 10/01/2009 - Horário: 08h12min Posicionamento politico Buchinho é um anjo mau, no sentido que sempre se posiciona ao lado da morte. Quando foi governador não indultou nenhum sentenciado a pena capital. É um facínora no sentido mais lato da palavra, e como tal, serviu como uma luva para ser bucha de canhão do estado terrorista que é o estado de Israel, e autorizou a mando das bestas judaicas a destruição da Babilônia, o massacre de Afegões, o assassinato do grande Arafat, e agora no apagar de luzes dum governo triste autoriza o massacre de crianças palestinas. Cadê os tribunais internacionais que não punem estes genocídas, estes terroristas, estes marginais? Luis Sávio Dantas Data: 09/01/2009 - Horário: 19h39min Concretos e tropicalistas Postei em PROSA o texto ―Polêmica entre Alexei Bueno e Caetano Veloso reacende discussão entre concretos e tropicalistas‖, publicado em O Globo. Tácito Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 17h30min Posicionamentos políticos Os EUA não somente não assinaram a resolução da ONU para um cessar fogo em Gaza como tem se omitido de ações diplomáticas mais consistentes na região com vistas a garantir a paz. Não se esperava outra coisa do Governo Bush. O que chama atenção nesse momento é o silêncio do novo presidente Obama, que já falou sobre o que vai fazer em vários setores, mas sobre a guerra no Oriente Médio não se ouviu uma palavra dele. Dizem que conceitos como esquerda e direita estão mortos. E não duvido. Mas os posicionamentos políticos sempre levam em conta esse maniqueísmo. Agora mesmo, as forças de esquerda mundiais pendem para o lado palestino, enquanto as forças à direita se alinham com Israel. Claro que tem muitas exceções, estou me referindo a maioria dos posicionamentos. Por isso, não estranha o posicionamento de um Reinaldo Azevedo, que estará sempre do lado oposto onde tenha pelo menos um esquerdista. Tácito Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 16h19min SOBRE A DITA REAÇÃO DESPROPORCIONAL "De todas as coisas estúpidas que se podem dizer na censura a Israel, a maior é a que aponta a chamada ―reação desproporcional‖. Então é preciso definir o que é ―proporcionalidade‖. O que deveria fazer um estado organizado? Jogar alguns foguetes em Gaza? Dada a densidade demográfica da região, um único mataria certamente mais palestinos do que todos aqueles disparados pelo Hamas contra Israel, fazendo quatro vítimas. A guerra viraria uma espécie de jogo de salão. E Israel seria sempre um caudatário das escolhas dos terroristas. E o mundo, incluindo o Brasil, ficaria em silêncio. Quatro mortos aqui? Quatro lá. Cinco aqui? Cinco lá. O estado agredido ficaria sempre à espera do recrudescimento da ação do adversário. Bem, há uma lógica implícita aí, não? Adivinhem quem morreria primeiro. Não fosse o veto dos EUA, a ONU teria emitido uma resolução cobrando de Israel a imediata suspensão da ação militar. O texto, acreditem, não fazia menção aos foguetes disparados cotidianamente pelo Hamas. Nessas circunstâncias, parece que os críticos da chamada ―reação desproporcional‖ censuram menos os quase 500 mortos da Faixa de Gaza do que os poucos mortos do lado Israelense. Para essa gente — incluindo o governo brasileiro —, uma guerra justa precisa ter mais judeus mortos do que os havidos até agora. Mais ainda: censuráveis parecem ser a competência de Israel para se defender e a incompetência do Hamas para atacar. Na prática, pedem que Israel permita primeiro que seu inimigo cresça o bastante para poder matar com mais eficiência. E tudo seria ético e justo." Fonte: Reinaldo Azevedo Tales Data: 09/01/2009 - Horário: 15h28min ARTIGO DO TARIK ALI Leia em Guardian. co. uk artigo do Tarik Ali sobre o premeditado assalto a Gaza. http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2008/dec/30/gaza-hamas-palestiniansisrael1 O assalto a Gaza, em planejamento há mais de seis meses e executado em momento cuidadosamente selecionado, foi feito, como Neve Gordon observou corretamente, como instrumento de campanha eleitoral, com vistas às próximas eleições que visam manter no poder os partidos que estão hoje no governo de Israel. Os palestinenses assassinados são trunfo eleitoral, numa disputa cínica entre a direita e a extrema-direita israelenses. Seus aliados em Washington e na União-Européia, perfeitamente informados de que Gaza estava para ser atacada, exatamente como no caso do Líbano em 2006, sentaram e esperaram. ... João da Mata Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 15h27min POTY-BAR Caros Colegas Substantivos, Tudo certo para o nosso encontro logo mais no Poty-Bar em Ponta Negra. Pertinho da casa de Tetê, vendo a Lua que está bela. A festa maior é a possibilidade desse encontro tão certo e necessário. O horário é a partir de quando o sol vai sumindo para reinar ela - a bela Lua (Isis, Afrodite). Chego cedo Todos são convidados. Até logo, João da Mata Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 13h16min Paulo Mendes Campos Da série "trechos inesquecíveis que eu gostaria de ter escrito": "Meu destino era amar o futebol. Amei-o. Desde criança, quando espiava na lonjura da janela a bola que dançava no capim do clube aldeão. Até hoje não é o perfume da aubépine ou de qualquer outra planta altiva que me proustianiza; é o aroma rasteiro da grama que me espacia." . (Paulo Mendes Campos, em Descanso de futebol) Tetê Bezerra Data: 09/01/2009 - Horário: 12h50min A lógica da guerra Postei em PROSA o texto de Gilles Lapouge ―A lógica realista da guerra em Gaza‖, publicado no Estadão. Tácito Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 10h12min Ato Público "O Comitê Potiguar de Solidariedade ao Povo Palestino, formado por grupos norteriograndenses ligados à luta na defesa dos Direitos Humanos, organiza um Ato Público em defesa dos palestinos hoje, a partir das 16h, na Avenida João Pessoa, no Centro." Tácito Costa Data: 09/01/2009 - Horário: 09h39min Sobre Salinger Não me incluo entre os fãs do festejado J. D. Salinger. Minha vida não mudou. Não senti nada de mais após ler ―O apanhador no campo do centeio‖, tratado como bíblia e clássico por muitos leitores inteligentes. Esqueci de quase tudo sobre o livro. Um mau sinal. Depois li ―‖Pra cima com a viga, moçada‖, bela sacada para um título, mas continuei insensível a prosa super elogiada do escritor americano. De onde se conclui que o problema é deste leitor de folhetim. Tácito Costa Data: 08/01/2009 - Horário: 17h11min SUGESTÃO DE LOCAL Caros Colegas, O local escolhido precisa ser pouco barulhento para conversarmos. Sugiro o Poty Bar (antigo canguarejo) que fica ali na calçada da rua onde está a Peixada da Comadre em Ponta Negra. Na rua margeando o conjunto. No Poty o tir-gosto não é bom, mas tem o melhor cantor de samba de Natal, o Zé. A cerveja é bem gelada. Lugar simples e barato. O Zé só toca nas sextas feiras. Se a fome aumentar podemos depois ir na Negona, uma das melhores cozinhas de Natal. Podemos também tomar um caldo na UTI do Caldo. Belchior nao pode ficar falando a noite inteira de política. A pluralidade nos caracteriza. João da Mata Costa Data: 08/01/2009 - Horário: 17h07min Salinger e guerra em PROSA Postei em PROSA o texto ―O longo silêncio de J.D. Salinger‖, sobre o autor do ―Apanhador no Campo de Centeio‖, que completou 90 anos no dia 1.º e há 40 vive recluso, publicado no Estadão; e três artigos sobre a guerra no Oriente Médio, publicados na Folha. Tácito Costa Data: 08/01/2009 - Horário: 16h28min Elias Canetti "Dentre as coisas mais importantes que urdem dentro de nós estão os encontros adiados – trate-se de lugares ou de pessoas, de quadros ou de livros. Existem cidades pelas quais anseio tanto, que é como se estivesse, desde o início, predestinado a passar nelas toda uma vida. Usando uma centena de subterfúgios, evito ir até elas, e cada nova oportunidade de uma visita que se me apresenta intensifica em mim de tal maneira a sua importância, que se poderia pensar que só por elas ainda estou neste mundo, que, se não fosse por elas sempre a me esperar, eu teria já de há muito perecido. Existem pessoas sobre as quais gosto que me falem, tanto e com tanta avidez que se poderia pensar que, afinal, sei mais delas que elas próprias. Contudo, evito ver-lhes um retrato, esquivo-me de qualquer imagem visual, como se pesasse uma pesada e justa interdição sobre o conhecerlhes o rosto. Há, também, pessoas que durante anos encontro ao passar por um mesmo caminho, sobre as quais reflito – pessoas que se me apresentam como enigmas que me são dados a desvendar – e às quais não dirijo palavra: passo mudo por elas, como elas por mim; olhamo-nos com um ar inquiridor, mantendo os lábios solidamente selados. Fico imaginando uma primeira conversa e excita-me a idéia de todas as coisas inesperadas que ela reserva para mim. Por fim, existem pessoas que amo há anos, sem que elas possam suspeitar disso. Envelheço, torno-me cada vez mais velho, e deve certamente parecer uma ilusão absurda a idéia de que algum dia eu venha falar-lhes de meu amor, ainda que, na imaginação, viva continuamente da expectativa desse momento divino. Sem esses meticulosos preparativos para o futuro, eu não poderia existir: eles são para mim, se perscruto a mim mesmo com rigor, não menos importantes do que as surpresas repentinas que surgem como que do nada e nos subjugam de imediato." (Elias Canetti, O Jogo dos Olhos (História de uma vida/ 1931-1937). Tetê Bezerra Data: 08/01/2009 - Horário: 15h44min Saúde municipal Falando em saúde, me horrorizei ao descobrir que Levi Jales anunciou um 'novo' programa: atendimento domiciliar e transporte para atendimento médico. Só que esse programa foi criado na gestão de Cida França e Carlos Eduardo. E transporta pessoas com mobilidade até para afazeres particulares. Daniel Dantas Data: 08/01/2009 - Horário: 15h38min Belchior no Demo Tácito, eu vou ao encontro. Quero saber quanto Belchior vai abonar a ficha de filiação dele ao DEMO.(risos). Tetê Bezerra Data: 08/01/2009 - Horário: 15h33min Reabertura do Espaço Cultural Buraco da Catita Convidamos os leitores do SP para a reabertura do Espaço Cultural Buraco da Catita, nesta sexta-feira 09/01 a partir das 18:30 hs, com muita música e alegria. Obrigado e até lá. Ana Guimarães Data: 08/01/2009 - Horário: 15h27min O Local está em Aberto Meus Amigos, Eu deixei a prerrogativa da escolha do local para o Carlão. Em sendo á noite, limita um pouco o espaço. Limita também o fato de ser um local que permita levar bebida. Também gosto do Rum Cubano. Todos estão convidados. Lívio, eu sei que gosta de uísque. Seria ótimo a presença de Anchella para reforçar o grande time feminino do substantivo. Com relação à Melzinha eu só tenho o seriado que comprei para ver eternamente em sonhos esplendidos. DO EDITOR João, Carlão está em Zumbi, de férias e não vai participar. Assuma o comando da nau etílica e dê as ordens, democraticamente João da Mata Costa Data: 08/01/2009 - Horário: 14h15min Carta aos israelenses Senhores, basta. É cruel, desumano e covarde o que estão fazendo com o povo palestino. A cada minuto, cada hora, cada manhã, há mais cadáveres na Faixa de Gaza. Vejo imagens de crianças sendo enterradas e já nem sei, ninguém sabe, o número de mortos. A última e sinistra atualização é desesperadora - já são mais de 600 vítimas fatais - um quarto são civis. São mulheres, donas de casa, faxineiras, costureiras. São trabalhadores, lenhadores, eletricistas. São meninos que tinham sonhos, que ontem estavam chutando uma bola ou catando uma pedra, para jogar de forma patética, como um grito que voa, em um dos mais poderosos exércitos do mundo. Senhores, nove israelenses morreram, neste mesmo período. Nove. Não há guerra, mas um massacre. Leio horrorizado que até um barco com quatro toneladas de medicamentos, foi atingido por um barco da Marinha de Israel. Os remédios, que salvariam dezenas de vidas, nunca chegarão aos feridos, que já devem estar mortos. Há pedidos de cessar-fogo do mundo inteiro. Um povo que já teve suas terras, sua vida, está sendo arrasado. Quero mais que cessar-fogo. Quero o fim da insanidade, da matança, da covardia que está sendo este ataque maciço contra os palestinos. Lembro agora de todos os escritores, poetas, músicos, oriundos de Israel. Sei que muitos não aceitam a carnificina, e sonho que eles, de alguma forma, lutem contra isso. Lembro do rabino Henry Sobbel, que entrevistei tantas vezes, e de sua felicidade ao receber o prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos, ao lado do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e do pastor Jaime Wright. Rabino, será que concordas com o recente bombardeio de uma escola da ONU, na Faixa de Gaza? Onde andará meu amado Amóz Oz, com seus romances que me deram tanta alegria? Falou algo? Tem protestado? Recorro a Robert Fisk, único jornalista confiável que cobre a região, para um pequeno lembrete: ―É por isso que Gaza existe: os palestinos que viviam em Ashkelon e nos campos vizinhos - Askalaan, em árabe - foram expulsos de suas terras em 1948 quando Israel foi criado, e terminaram nas praias de Gaza. Eles ou seus filhos, netos e bisnetos estão entre os 1,5 milhão de palestinos amontoados na fossa fétida de Gaza, onde 80% das famílias vivem em terras que hoje pertencem a Israel‖. ―A existência de Gaza serve como lembrete aos israelenses das centenas de milhares de palestinos que perderam seus lares, que fugiram ou foram expulsos por medo de limpeza étnica que Israel conduziu 60 anos atrás, quando levas de refugiados ainda vagueavam pela Europa e um bando de árabes expulsos de suas terras não preocupava o mundo‖. Daqui de muito longe, desarmado e engasgado, mando este pedido, que vocês nunca lerão. Samarone Lima Data: 08/01/2009 - Horário: 14h13min Brel Caro Tácito, Para João da Mata e demais apreciadores de Jacques Brel: http://leslivresdebenjamin.blogspot.com/2008/12/jacques-brel-textes-etchansons.html Feliz 2009 a todos. Márcia Data: 08/01/2009 - Horário: 14h12min Tardes-noites substantivas a la João da Mata, Claro! Tácito, amigos, por favor, vamos sim marcar presença (e ampliar) o encontro etílico do João da Mata. Eu aceito desde que João da Mata leve uma foto da Mel Lisboa. Quanto a mim, a cerveja pode ter alcool. Deixa que eu levo uma garrafa de rum. Aproveitamos e comemoramos o prêmio que o Substantivo ganhou. Tácito, claro, paga uma rodada. DO EDITOR Pago sim! João da Mata pode agendar dia, hora e local. Acho que sexta ou sábado à noite são dois dias bons. Essa foto da Mel é imprescindível, claro (rs) Gustavo de Castro Data: 08/01/2009 - Horário: 09h03min Livros e Bibliotecas para Todos!!! Sigo várias das sugestões de João da Mata ao Sr. Presidente da Funcarte, César Revoredo. Desejo a ele, inclusive, boa sorte. Sugiro também à senhora prefeita, Micarla, que esteja sensível a área cultural na sua gestão. De início, acho que os artistas da cidade deveriam entregar conjuntamente uma carta à administração municipal, com suas necessidades e propostas. Da minha parte, sugiro tanto a classe artística quanto à senhora prefeita e o senhor pres. da Funcarte, que estejam sensíveis aos livros, por favor. Sugiro somente uma coisa. Uma apenas: a criação de boas bibliotecas em todos os bairros de Natal. Há experiências pelo mundo mostrando o que este simples ato político pode provocar. Experiências voluntárias no Coque, em Recife, ou o modelo português de biblioteca popular, hj assumido por vários países da Europa, revelam que o espaço da biblioteca torna-se um polo aglutinador de culturas: teatro, dança, ensino de redação, criação de contos, poesias; leitura dos meios de comunicação; pintura e leitura, claro. A biblioteca de bairro (obviamente administrada por artistas, sebistas, gestores e produtores culturais e não por burocratas empedernidos), torna-se um foco de aprendizado, partilha, alegria, disseminação de outros olhares e gostos. Acho que a juventude natalense flerta longa e perigosamente com o mal gosto de algumas expressões (Não Todas) do forró, do axé music, do calipso e outas baboseiras mercadológicas. Levar o livro a sério e fazer dele um catalizador dos artistas locais, é levar a cultura a sério. É fazer cultura de fato mediante ações diferentes. Gustavo de Castro Data: 07/01/2009 - Horário: 23h46min O encontro de João da Mata Tácito,só vou a esse encontro se tiver cerveja sem alcóol, não dirijo quando vou beber. Também tetê tem que se fazer presente, cantando Maysa. Qual é o dia mesmo? Belchior de Vasconcelos Leite Data: 07/01/2009 - Horário: 23h44min Sugestões ao atual Presidente da Funcarte Ilmo Sr. César Revoredo, Foi com alegria que recebemos as suas primeiras declarações sobre como pretende administrar a cultura da Cidade de Natal nos quatro próximos anos. Natal é uma cidade de uma cultura pungente que precisa ser valorizada e bem administrada. Ficamos felizes de saber que projetos vitoriosos como o ENE, Revista Brouhaha, Carnaval Multicultural, editoração de livros, e Auto-de-Natal não sofrerão descontinuidade. Acompanho com atenção as manifestações culturais de Natal há 50 anos e gostaria de propor algumas sugestões: 1-Uma maior atenção como os grupos culturais de Natal. Maior participação dos grupos musicais nos eventos de final de ano. Os artistas de fora precisam ser renovados. Não agüento mais assistir Elba Ramalho, Fagner, Geraldinho e Cordel do Fogo Encantado. Cordel que esse ano apresentou uma palhaçada em Natal, com o Lirinha mal podendo falar. Merecemos respeito e esse grupo não devia ser convidado por um longo tempo. 2-Os encontros de cultura popular devem ser mantidos e ampliados, com uma melhor utilização do teatrinho Sandoval Wanderley. 3-A fundação Capitania das Artes precisa formar um publico receptor e crítico de Artes: Cinema, Teatro, Balé, Artes Plásticas, etc. A crítica feita em Natal é pobre e impressionista, com pouco discernimento crítico e historiográfico. 4-A capitania deve fornecer cursos de ―Apreciadores de Arte‖. Como apreciar de maneira crítica um filme, um quadro, uma ópera, etc. 5-Natal deve entrar na rota dos grupos culturais que visitam Fortaleza, Recife e Paraíba. 6-O turismo cultural deve ser incentivado com ênfase no homem que faz a arte. E não na construção de mais prédios e fachadas que depois ficarão obsoletos. 7-Por uma cidade mais humana e feliz torcemos pela sua administração. Vamos estar atentos para cobrar, criticar e sugerir. Essa é a nossa parte como consumidores e praticantes da grande cultura do Rio Grande do Norte. Atenciosamente, João da Mata Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 18h30min Pirataria e cultura Do pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (GPOPAI), da USP, Pablo Ortellado, em entrevista à Carta Capital: CC: Seu entendimento é de que a pirataria permite o acesso à cultura. A indústria, por outro lado, o vê como crime e desrespeito aos direitos de autor. PO: A indústria fala de pirataria com um sentido muito amplo. Talvez não seja correto chamar de pirataria o compartilhamento de arquivos sem interesses comerciais porque não envolve dinheiro. Mas vamos pensar na pirataria comercial, na venda em camelôs, que é uma transação comercial e um empreendimento de capital de pequeno porte. Quando esse tipo de pirataria é voltado para o segmento popular, ele tem a característica de oferecer às pessoas pobres o acesso a bens culturais digitais. O benefício comercial é enorme: a estimativa é de que se multiplica por sete o acesso à musica e por 2,5 aos filmes. Isso não causa prejuízo significativo para a indústria porque essas pessoas estavam excluídas do mercado, pois não têm meios econômicos para pagar R$ 30,00 em um CD ou R$ 60,00 em um DVD. http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=3066 Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 18h18min Trunfos do jornalismo humanista 07/01/2009 - 10h01 Por Alberto Dines, do Observatório da Imprensa Como cobrir guerras sem provocar outras? Como descrever os resultados do ódio sem aumentá-lo? O grande desafio do jornalista em zonas de conflito é pormenorizar o horror para acabar com o horror. Tarefa sobre-humana: impossível ignorar sentimentos, preferências, preconceitos ou fingir objetividade diante da dor. Jornalistas não são máquinas de escrever. As guerras contemporâneas são conjunto de batalhas, geralmente curtas, grande é a rotatividade dos enviados às frentes de combate. Todos mais ou menos novatos, veteranos tentariam ser mais frios, o público quer sentir as emoções do terreno. O fator de equilíbrio é o veículo. Cabe ao jornal, revista, rádiojornal, telejornal ou portal de internet abrigar e comparar divergências, somar pontos de vista, exibir o amplo espectro da controvérsia. Juntar interpretações – geralmente encontradas a boa distância das ocorrências – com as vivências in loco. Veicular opiniões e colocá-las a serviço da racionalidade. Se as partes não oferecerem um mínimo de credibilidade, o conjunto ficará claudicante. O jornalismo é um processo orgânico e não uma colcha de retalhos, desigual. Sessenta anos As edições dos jornalões de referência nacional da segunda-feira (5/1) ofereceram um mostruário deste jornalismo múltiplo, pós-individual. Com o feriadão do fim de ano e a invasão da Faixa de Gaza pelo exército israelense, foi o primeiro dia da guerra plena. Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e Globo buscaram o equilíbrio – mostrar os dois lados felizmente virou rotina. Despachar repórteres para a região do conflito também (o Globo serviu-se da correspondente). A Folha saiu-se melhor, a partir da primeira página. Arrasadora, aquela imensa imagem negra, enlutada, e, no canto, as lágrimas correndo no rosto da menina palestina (foto de Ismayil Zaydah/Reuters). A longa chamada dividida em tópicos oferece ao leitor (provavelmente recém-chegado das férias/festas) uma visão ampla desta nova batalha da Guerra da Palestina, a mais longa dos séculos 20 e 21 (desde 1948, 60 anos). Os três diários oferecem praticamente o mesmo espaço (quatro páginas), mas a Folha acrescentou a primeira página quase inteira e a oportuníssima análise de Igor Gielow, de Brasília, na Página 2 mostrando o nonsense da nossa diplomacia. Além da farta produção dos enviados e correspondentes, os três selecionaram excelentes textos de grandes jornais internacionais (a Folha serviu-se do Financial Times, o Globo usou Washington Post e Independent, o Estado preferiu as agências de notícias). Partido da racionalidade A diferença, a grande diferença a favor da Folha foram as entrevistas da última página do primeiro caderno (A-10) com dois lúcidos especialistas: o palestino Bashir Bashir, que leciona na Universidade Hebraica de Jerusalém, e o israelense Eyal Zisser, da Universidade de Tel-Aviv. Aqui fica visível o que acima foi designado como "fator de equilíbrio", o trabalho de edição, a orquestração. De nada adiantariam entrevistas com delirantes adversários. O leitor ficaria mais confuso, mais vulnerável às simplificações e, sobretudo, ao ódio. A maestria – a função social do jornalismo – exibiu-se na escolha de dois expoentes da cultura regional. Teoricamente em guerra, divergentes, o palestino e o israelense mostraram como é possível produzir aproximações. Mostraram também o quilate das respectivas elites, o potencial de bom senso e sofisticação cultural ao lado daquele enorme barril de pólvora. Cobrir uma guerra mostrando como a guerra é insensata, absurda; cobrir uma guerra tomando o partido da racionalidade é um dos trunfos – triunfo – do jornalismo verdadeiramente humanista, tão fácil de entender, tão difícil de praticar. (www.observatoriodaimprensa.com.br) Márcio Capriglione Data: 07/01/2009 - Horário: 18h29min Não há interesse em parar a guerra Guerras de ocupação, em geral, resultam em violências, ignomínias e banhos de sangue, com a população civil pagando um preço altíssimo, como agora em Gaza. A história mostra que os exércitos invasores acabam sendo expulsos. Mas ninguém aprende com a história. Lembrei-me, agora, da guerra de independência da Argélia, talvez devido ao documentário ―A Batalha de Argel‖, que pagou um preço elevado para livrar-se da França. Lendo recentemente um ensaio de Isaiah Berlim, lembro que ele faz referência a ocupação de países por estrangeiros. Comenta que a população prefere viver sob domínio de uma tirania ou ditadura nativa do que sob o governo de algum país que ofereça melhores condições políticas e de vida. Quer dizer, todo esse derramamento de sangue em Gaza, servirá para quê, afinal?! Acompanho com interesse e leio o que posso sobre a questão, que é mais complexa do que muita gente que está escrevendo sobre o assunto pensa. Dá para perceber que não existe, nesse momento, interesse dos principais protagonistas (EUA, países árabes e Israel) em parar a carnificina e encontrarem uma saída para o impasse. Todos desejam o fim ou o enfraquecimento do Hamas, mesmo que para isso se bombardeie hospitais infantis, universidades, mesquitas, enfim, o que tiver pela frente. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 17h15min Rascunho atualizado De Fabrício Carpinejar, no Rascunho: "Eu sou um camaleão, eu sou transformista, eu sou a drag queen da poesia brasileira." O conteúdo do jornal foi atualizado e traz, como sempre, bons textos sobre literatura. http://rascunho.rpc.com.br/ Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 16h12min "Curveball" De Eliane Cantanhêde, na Folha online: ―Nesses tempos de crise e de guerras, sugiro uma parada estratégica para ler "Curveball" (Editora Novo Conceito, 270 páginas), do jornalista norte-americano Bob Drogin, já traduzido para o português. Você vai encontrar ali, detalhe por detalhe, a novela completa e chocante de como os órgãos de inteligência dos Estados Unidos conduziram George W. Bush e Colin Powell ao desastre da guerra do Iraque. Porque queriam ser conduzidos...‖ http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/elianecantanhede/ult681u487214.shtml Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 16h08min Guerras Caros, em 2008 aconteceram no mundo cerca de nove guerras e 130 conflitos, com milhões de mortos, inclusive em genocídios avassaladores como Darfur. Nos pronunciemos sobre isso, sobre a África, sobre o Iêmem, sobre o Quênia, sobre as milícias muçulmanas do Congo que matam, estupram, incendeiam e mutilam com o estandarte de Alá. Israel vende jornal e é um alvo fácil, é poderoso, tendemos a ficar ao lado de quem quer que seja e pareça mais fraco, mesmo que seja covarde e terrorista como o Hamas e seus escudos humanos. Mas vamos ser contra todas as mortes, gritar a favor do continente africano, da Ossétia do Sul oprimida pelos russos, assim o protesto é realmente humanista e não seletista. Mais dados aqui: http://www.economist.com/research/articlesBySubject/displaystory.cfm?subjectid=7933596&story_id=127 58508 Rodrigo Levino Data: 07/01/2009 - Horário: 16h37min Sobre o título Só complementando o texto de Carlão e os comentários de Moacy Cirne e de Alex, com uma curiosidade: o título Blade Runner, que foi dado ao filme de Riddley Scott, adaptado do romance Do Androids Dream of Electric Sheep? foi "emprestado" de um livro de William Burroughs. O livro na verdade é uma releitura, feita por Burroughs em forma de roteiro cinematográfico, de uma história também intitulada Blade Runner originalmente escrita por um escritor de ficção científica chamado Alan E. Nourse. A trama nada tem a ver com o romance de Philip K. Dick. Os produtores do filme gostaram do título, compraram o direito de usá-lo e incorporaram o termo "blade runner" ao vocabulário dos personagens, na adaptação. Alexis Peixoto Data: 07/01/2009 - Horário: 15h28min Ne me quitte pas Tetê e colegas, Estava esperando o final do seriado para comentar. Também conheço muito bem a obra de Maysa. Quero só ver se eles não vão mencionar a grande biografia de Maysa " Só numa multidão de Amores" do cearense Lira Neto. É um grande livro e difícil falar dessa maravilhosa cantora e compositora sem mencionar essa fonte. Por enquanto deixo voces na companhia de " Ne me quitte pas" do Jacques Brel. Uma das mais pungentes e arrebatadores interpretações da eterna Maysa Ne me quitte pas Il faut oublier Tout peut s'oublier Qui s'enfuit déjà Oublier le temps Des malentendus Et le temps perdu A savoir comment Oublier ces heures Qui tuaient parfois A coups de pourquoi Leurs coeurs s'embraser Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Moi je t'offrirai Des perles et des pluie Venues de pays Où il ne pleut pas Je creuserai la terre Jusqu'après ma mort Pour couvrir ton corps D'or et de lumière Je ferai un domaine Où l'amour sera roi Où l'amour sera loi Où tu seras reine Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Je t'inventerai Des mots insensés Que tu comprendras Je te parlerai De ces amants-là Qui ont vu deux fois Leurs coeurs s'embraser Je te racontrai L'histoire de ce roi Mort de n'avoir pas Pu te rencontrer Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas On a vu souvent Rejaillir le feu De l'ancien volcan Qu'on croyait trop vieux Il est paraît-il Des terres brûlées Donnant plus de blé Qu'un meilleur avril Et quand vient le soir Pour qu'un ciel flamboie Le rouge et le noir Ne s'épousent-ils pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Je ne vais plus pleurer Je ne vais plus parler Je me cacherai là A te regarder Danser et sourire Et à t'écouter Chanter et puis rire Laisse-moi devenir L'ombre de ton ombre L'ombre de ta main L'ombre de ton chien Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas João da Mata Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 15h27min Zuza Homem de Mello A culpa desse paradigma de valorizar o banal na música brasileira é do público ou da mídia? As TVs e as rádios estão muito mal servidas de pessoas que entendem de música. Há poucas exceções, como Fernando Faro, diretor da TV Cultura. Mas em regra não conseguem distinguir um Dó de um Sol; não têm sequer as noções básicas de música. De entrevista feita por Sérgio Vilar com Zuza Homem de Melo. http://www.sergiovilar.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 12h11min Jânio de Freitas Só para situar alguns leitores. Em seu artigo, Sergio Malberger dispara sua artilharia contra um ―humanista‖ que criticou a ação israelense. O ―humanista‖, no caso, é o jornalista da FSP Jânio de Freitas, que em artigo fez duras críticas ao estado israelense. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 11h51min Dois textos sobre Gaza Postei em PROSA os textos ―As Barbaridades sobre Gaza‖, de Sergio Malberger, enviado por Rodrigo Levino; e ― Força da ONU foi o que Iasser Arafat pediu‖, de Roberto Fisk, que transcrevi da Folha de São Paulo. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 11h43min Gaza FOLHA DE SÃO PAULO Palestinos carregam corpo de menina achada entre escombros de casa atingida por ataques de Israel. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 11h20min Balaio Vermelho MOACY CIRNE http://www.balaiovermelho.blogspot.com/ UMA OBRA-PRIMA DAS HQs EDITADA NO BRASIL PELA PRIMEIRA VEZ Arte. Política. Quadrinhos. Historietas. Humanismo. Socialismo. Guerrilha. América latrina? América Latina! América ladina... Uma obra-prima: sobre Che. Che Guevara. Ernesto Che Guevara. O homem. O revolucionário. O mito. E há o grafismo renovador. O claro-escuro definido. O preto no branco. O branco no preto. A iluminação crua. A narrativa modelar. A decupagem precisa. A fluência-textura gráfica e temática. O final antológico. A rigor, 78 páginas antológicas: luminosas, iluminadas - verdadeiras iluminagens. O traço de Alberto Breccia influenciaria Hugo Pratt, influenciaria Frank Miller. Quem mais? Quem mais? A considerar outras obras de sua autoria igualmente importantes. A considerar, também, o desenho de Enrique Breccia, seu filho. E o texto de Héctor Oesterheld, que foi assassinado pela didatura militar argentina em 1977 (assim como praticamente o foi toda a sua família), por ter ousado, em 1968 - ano da primeira edição da HQ em pauta -, louvar a vida de um líder cubano. Che - Os últimos dias de um herói. Contra toda e qualquer ditadura. Sim, a ditadura. Seja no Brasil. Seja no Uruguai. Seja no Chile. Seja na Argentina. Seja em outros países. "Primeiro matamos os subversivos, depois seus colaboradores e então os que continuam indiferentes, até, finalmente, matamos os tímidos", dizia o general Ibérico Saint Jean exatamente em 1977 (cf. a ótima Nota da edição brasileira, assinada por Rogério de Campos). Mas o mito Che resistiu ao tempo. Como resiste a hq Che. Não só um dos grandes lançamentos editoriais de 2008/2009. Desde 68, uma obra para ficar. Como ficou O encouraçado Potemkin, de Eisenstein. Como ficou a poesia de Vladimir Maiakóvski. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 10h57min César Revoredo Alex de Souza avalia em sua coluna BAZAR, no portal NOMINUTO.COM a indicação de César Revorêdo para a Funcarte. Assino embaixo do que ele disse. O novo secretário se mostrou bem intencionado em suas primeiras declarações, escolheu alguns bons auxiliares e merece um crédito. Vamos aguardar os acontecimentos. Tácito Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 10h49min Maysa IVANA ARRUDA LEITE (http://doidivana.wordpress.com/) "O rosto de Maysa está entre as primeiras imagens televisivas que eu trago na memória. Final dos anos 50, começo dos 60, eu morando recente em São Paulo vinda de Araçatuba, o fascínio da tevê Admiral brilhando no meio da sala como um jarro fosforescente e nele uma flor estranha, enigmática, dois olhos imensos que eu nem sabia que eram verdes porque a tevê estava longe de ser colorida naquela época. Maysa me hipnotizava desde pequena. Quando eu via aquela cantora de voz grave, com aqueles olhos estatelados na tela, e vestido tomara-que-caia mostrando um colo macio, redondo, que me dava vontade de colocar a cabeça (devia ser muito macio o colo de Maysa) eu parava o que estava fazendo e corria para ouvi-la. ―Essa cantora é uma mulher muito louca, bêbada, só canta música triste‖. Isso era tudo que eu sabia daquela que, estranhamente, tinha o mesmo sobrenome da família que eu sabia que era a mais rica de São Paulo. Um dos passeios da época era passar na frente da mansão dos Matarazzo na avenida Paulista (um dia eu conto minha aventura com os Matarazzo, prometo). Aos dez anos eu ganhei meu primeiro violão. Azul, meio fumê. Última moda. A primeira música? Ouça. Aprendi, decorei e tocava sem parar. Até hoje quando pego um violão sai Ouça instintivamente. Os escândalos na vida de Maysa era tantos que a gente nem sabia mais de que marido ou namorado estavam falando. Ela tinha um filho quase da minha idade que morava na Espanha. Eu sabia tudo da vida desse filho. Eu amava a Maysa e o que lhe dissesse respeito. Eu me lembro quando meus pais foram ao famoso show do Urso Branco para comemorar uma das muitas voltas da cantora à vida artística depois de um dos muitos tsunamis que arrasaram sua vida. Meus pais e os amigos dos meus pais ficaram dias, meses, falando da beleza do show. ―Agora ela toma juízo. Está magra, linda‖. Tomava nada. Mais um pouco e lá estava ela bêbada, de voz pastosa, cigarro em punho e espada nos olhos e na língua. Ferina. Ficou conhecida como ―A condessa descalça‖, pelo hábito de atirar sapato na platéia. Tive um amigo que era muito amigo de amigos dela. As histórias que me chegavam eram de rolar de rir e de chorar. Eu me lembro até hoje daquele 22 de janeiro de 77, do choque de ouvir a notícia de sua morte. Da tristeza em ver uma mulher que me inspirava desde criança ir embora tão cedo, de forma tão trágica. A morte da Maysa é daquelas em que a gente não sabe se fica triste ou feliz. Onde o jargão ―ela descansou‖ tem uma propriedade absoluta. Adorei o primeiro capítulo da minissérie. A menina é assustadoramente parecida com a diva. Mas hoje vou fazer a experiência de assistir com a tevê muda pois quando ela abre a boca a gente cai num abismo. A voz da Maysa era muito grave, em todos os sentidos. Mas mesmo assim vale a pena. O que eu fico puta é quão pouco se fala do autor do livro (Lira Neto) que fez toda a pesquisa e escreveu a maravilhosa biografia que inspirou Manoel Carlos que inspirou o Jaiminho a fazer o seriado. O autor, cadê o autor? Viva o Lira Neto! Uma única vez eu o encontrei pessoalmente e tive a oportunidade de dizer o quanto gostei do livro. Neste dia eu lhe fiz um pedido que era quase uma ordem: ―só você pode fazer a biografia da Elis‖. Escrevo aqui pra coisa ficar pública. Espero que esteja a caminho." Tetê Bezerra Data: 07/01/2009 - Horário: 10h06min Apoio brasileiro ao povo palestino Caros amigos: Cinco revistas marxistas brasileiras divulgaram o seguinte manifesto de apoio aos palestinos: NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE Os editores das revistas abaixo relacionadas manifestam publicamente seu mais firme e veemente repúdio à operação de extermínio desencadeada pelo Estado de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Inegável é reconhecer que a política genocida de Israel contra os palestinos é beneficiária do apoio direto do imperialismo norte-americano e demais potências imperialistas. Entendemos que a possibilidade de uma paz duradoura no Oriente Médio impõe que o governo dos Estados Unidos e as demais potências imperialistas cessem sua política intervencionista na região e que a legítima reivindicação histórica de criação do Estado livre e independente da Palestina se transforme em concreta e imediata realidade. Diante das atrocidades em curso, os editores das publicações signatárias manifestam sua mais viva e irrestrita solidariedade à heróica resistência do povo palestino. Editores de CRÍTICA MARXISTA MARGEM ESQUERDA MAISVALIA NOVOS RUMOS OUTUBRO xxxxx Abraços: Marcos Silva Data: 07/01/2009 - Horário: 10h01min Quem deu o primeiro tiro? "Sentimos enorme tristeza ao vermos os inocentes sofrerem e morrerem, por culpa das centenas de fanáticos que provocam Israel e depois se escondem, armados até aos dentes, nos campos de refugiados, em Gaza." Tales Data: 07/01/2009 - Horário: 10h00min Encontro Meus caros: Tácito, Gustavo, Belchior, Tetê, Alex, Carlão e todos os que estiverem em Natal nesse calor de amolecer os miolos. Vamos tomar uma e molhar a palavra?. Carlão escolhe o local. Pode ser no Cu, Bar do Rei, Canto do Mangue, Redinha, Ponta Negra, Biroska, Cobra-Choca etc. João da Mata Costa Data: 07/01/2009 - Horário: 09h59min K. Dick Moacy, O Homem no Castelo Alto não foi adaptado ainda para o cinema, mas seguindo a mesma linha "o que teria acontecido se..." temos a telessérie Fatherland, baseada no livro homônimo de Robert Harris, em que os nazistas também teriam vencido a segunda guerra. Se bem que a visão apresentada por Philip em seu romance (que inaugura o subgênero da história alternativa) pra mim ainda é imbatível. Por outro lado, O Homem do Castelo Alto foi reeditado recentemente pela Editora Aleph, com uma tradução pra lá de competente a cargo do escritor Fábio Fernandes. Vale a pena conferir. Alex de Souza Data: 07/01/2009 - Horário: 09h58min Decisões equivocadas ―Está demonstrado que o não-reconhecimento das eleições legitimas (referendadas por Jimmy Carter) que levaram ao poder o Hamas e sua classificação como movimento terrorista foram decisões equivocadas. ― De Paulo César Pinheiro, em PROSA. Tácito Costa Data: 06/01/2009 - Horário: 17h38min PAZ, EU QUERO PAZ Colegas, Muito bom o artigo do Hatoum (em PROSA). Israel não quer paz. Nunca quis. Quer, sim, manter um mini-imperio naquela região. Um braço das potências ocidentais contra o mundo Árabe. Um exercito poderoso que pode destruir boa parte do mundo. O que fazer, quando uma das partes nao quer a paz. Alguns intelctuais judeus são contra esse massacre. Lembro dos grandes cientistas judeus e fico triste. Lembro mais triste ainda do genocídio da segunda guerra. Só uma coisa tem relação com a outra: o mundo está longe de ter paz. Sou um admirador da cultura judáica e de seus grandes cientistas e escritores, mas sou veementemente contra esse massacre e guerra. Paz, eu quero paz. João da Mata Costa Data: 06/01/2009 - Horário: 17h27min Falta, sobretudo, cultura Eis o que falta às câmaras municipais, à câmara federal, às assembléias legislativas, e ao senado federal: CULTURA. Vamos mudar esse quadro (deformado, viciado, asqueroso, mal-acostumado, aético, preconceituoso, discriminatório, etc, etc.). Tales Data: 06/01/2009 - Horário: 17h26min Revoredo fala à imprensa Manter os projetos já consolidados (ENE, Brouhaha...) e integração com a educação e o turismo. Esses são os planos (resumidamente) do novo secretário da Funcarte, César Reveredo. Ele anunciou poucas mudanças, algumas relativas a adequação de eventos ao calendário, outras para oferecer mais transparência as ações, e também novos projetos. O Diário de Natal traz uma entrevista longa (caderno MUITO), em que ele explica tudo o que pretende realizar. Eu gostei das respostas do novo secretário e fiquei animado. Vamos ver na prática como suas idéias funcionarão. Tácito Costa Data: 06/01/2009 - Horário: 13h05min Revisão é café pequeno Ana, Fui lá no Kibeloco e vi o que você recomendou (manchete do Diário de Natal com a palavra estruturado com "x"). Se os problemas dos jornais do RN se resumissem a revisão estaríamos no melhor dos mundos. O buraco é muito mais embaixo. Ou acima. Depende da perspectiva que se olhe. Tácito Costa Data: 06/01/2009 - Horário: 12h05min Kibeloco Tacito, vc ja viu o Kibeloco? Nossa, traz uma página do Diário de Natal, vá lá da uma olhada. Falta revisor para os erros de digitação? Bom, o certo é que estamos lá, digo: um jornal da nossa cidade. Ana Patricia Alencar Data: 06/01/2009 - Horário: 11h57min Deu no UOL, "Se eu fosse você - 2" bate recorde Foi do tipo arrasa-quarteirão o fim de semana de estréia de Se eu fosse você - 2: 575 000 espectadores nos 330 cinemas onde o filme de Daniel Filho foi exibido. É o melhor resultado de público do cinema brasileiro numa estréia, desde meados dos anos 90, quando ocorreu a chamada "retomada". Supera, assim, o campeoníssimo 2 Filhos de Francisco. Somado ao público que compareceu às pré-estréias realizadas a partir do dia de Natal, chega-se a quase 900 000 espectadores para Se eu Fosse Você - 2. Gustavo de Castro Data: 06/01/2009 - Horário: 11h55min Imprensa e direito do consumidor O que diz Adriana Amorim faz pensar. Cada vez que venho ao RN fico espantado com a qualidade do jornalismo daqui. Perdão, mas parece que está cada vez pior. Matérias sem ânimo; fundo retórico misturado a uma visível preguiça em apurar e escrever. Deve ser o calor, só pode. É a síndrome do jornalismo-cumpre-tabela. Há quanto tempo um jornalista daqui não ganha um prêmio importante? Vemos jornalistas cearences, pernambucanos e baianos vencendo concursos importantes e nada do RN. Fiquei olhando aqueles cadernos especiais da Tribuna do Norte dedicados a Micarla e Eliana Lima, cheio de anúncios e fiquei pensando que nada mudou. Tudo continua como dantes na terra de abrantes. Acho que a qualidade do jornalismo televisivo já ultrapassou a das redações de impresso. Será? A relação entre os jornalistas de impresso e os de televisão é uma história a parte. Dá para escrever um livro: A história universal da soberba. Não foi só o RN que ficou olhando o próprio umbigo. Sua imprensa também. E deu nisto. Uma imprensa pobre e feia. Quiça fosse também uma imprensa maldita. Mas aí é querer demais. Gustavo de Castro Data: 06/01/2009 - Horário: 00h47min NaSemana? Nem no fim-de-semana... Caro Tácito, conto com a baita democracia deste espaço para relatar o seguinte: O jornal NaSemana, versão impressa do portal Nominuto que circula aos sábados, até hoje não bateu em minha porta. Fiz a assinatura semestral no dia 7 de dezembro - tendo efetuado pagamento logo após o cadastro - e, passadas quatro semanas, nada de jornal! Entrei em contato com o departamento responsável via e-mail (não, não liguei! Não é um portal? Teoricamente, o atendimento online deveria ser uma maravilha...) e sequer obtive uma resposta. No dia 23 envio novamente uma mensagem, dessa vez ao dono do negócio, sr. Diógenes Dantas. Para não ter dúvidas quanto ao recebimento/visualização, postei diretamente em sua coluna, no post 'O erro'. Até frisei que tal mensagem não fosse publicada. E não foi mesmo. E nem respondida... É uma pena! Perdi R$ 25,00 e, especialmente, o interesse pelo periódico. Estava mesmo ansiosa (e não apenas eu) em acompanhar um produto que, até então, estava sendo visto com bons olhos. Só faltou mesmo o respeito para com uma acima de qualquer coisa - leitora de jornais impressos. Melhor mesmo é rever as ambições e, quem sabe, aproveitar mais o lado virtual da coisa, que, pelo que me parece, tem ido muito bem. JORNALISMO IMPRESSO dá trabalho, exige muito mais esforço e equipes competentes. Tenho certeza que a parte jornalística da coisa tem cumprido sua função. Quanto ao resto... Adriana Amorim Data: 05/01/2009 - Horário: 23h48min K. Dick e a FC Muito bom o texto de Carlão sobre K. Dick e a sua ficção científica adaptada para o cinena. Aliás, para mim, 'O homem do Castelo Alto', do próprio K. Dick, é uma das grandes obras da literatura americana do século XX. Não saberia dizer se já foi adaptada para o cinema; Alex de Souza talvez o saiba. Ou o próprio Carlão, que se revelou um leitor antenado de FC. E que, de qualquer maneira, não registou nenhuma adaptação do livro em questão. Abraços. Moacy Cirne Data: 05/01/2009 - Horário: 18h32min Um passeio pelo futuro antigo ―Ler a versão de Blade Runner - O Caçador de Andróides, de Philip K. Dick em português não é a mesma coisa que ver o filme.‖ De Carlos de Souza, em sua coluna. Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 18h02min Reforma Antes que eu me esqueça: não pretendo seguir as novas normas ortográficas. Vou continuar escrevendo (bem ou mal) do mesmo jeito que aprendi há quase meio século. Deixo as novas regras gramaticais para dar rasteiras em quem vai fazer concurso a partir de agora. Hahaha. Carlos de Souza Data: 05/01/2009 - Horário: 17h52min Mundo A foto do pai palestino enterrando a filha de quatro anos embrulhou meu estômago e estragou a reserva de felicidade que eu tinha armazenado nas festas de fim de ano na companhia de meus familiares. Decididamente, não gosto da humanidade de um modo geral. Para mim tanto faz se tudo vai acabar num suspiro ou numa explosão. Acho tudo isso uma grande merda. Vou me refugiar nos livros, discos e o mar de Zumbi. Fui. Carlos de Souza Data: 05/01/2009 - Horário: 17h52min “A paz não passa pelo massacre” Postei em PROSA o artigo ―A paz não passa pelo massacre‖, do escritor Milton Hatoum. Nele, entre outros, o escritor cita recente texto do jornalista Robert Fisk, já publicado por nós em PROSA. Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 15h19min “Alegria difícil” ―Penso que a ―alegria difícil‖ esteja ligada, de alguma forma, à noção de sobrevivência. Quero dizer, talvez a várias noções e histórias de sobrevivência. A alegria difícil é o resultado de uma, ou de muitas travessias. Atravessar a tragédia é, precisamente, viver. De algum modo muito atávico, muito primordial, somos todos nômades. Somos em alguma medida, ciganos, viajando em nós mesmos.‖ De Carmen Vasconcelos, em sua coluna. Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 15h33min Sobre Gaza Crise fortalece Hamas e dificulta paz, diz Khalidi Catedrático da Universidade Columbia critica ação militar israelense Gustavo Chacra, Sderot, Israel ESTADÃO O ataque israelense contra a Faixa de Gaza fortalece o grupo islâmico Hamas e inviabiliza por um bom tempo a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos. A avaliação é do historiador Rachid Khalidi, que ocupa a cadeira Edward Said de Estudos Árabes da Universidade Columbia, nos EUA. "A autodeterminação dos palestinos está mais distante Tdo que nunca e a ocupação israelense hoje é maior do que antes do início das negociações dos Acordos de Oslo (firmados em 1993)", disse ao Estado Khalidi, que tem nacionalidade americana, mas vem de uma das mais tradicionais famílias de intelectuais palestinos de Jerusalém. "Além disso, mesmo que Israel consiga tirar o Hamas do poder, terá poucas alternativas no que diz respeito a quem entregar o controle da Faixa de Gaza: o Egito se recusará a assumir responsabilidade pela região e é difícil imaginar qualquer outra força (como a ONU) assumindo o poder sem o consentimento dos palestinos." Khalidi esteve no centro de uma grande polêmica durante a campanha presidencial americana, no ano passado. Na época, republicanos questionaram os vínculos entre o professor palestino - a quem chamaram de "radical" - e o então candidato democrata Barack Obama, que admitiu ser seu amigo. Para Khalidi, Israel é responsável pela escalada de tensões que culminou na ofensiva na Faixa de Gaza por ter matado seis membros do Hamas em novembro, desrespeitando o cessar-fogo que também previa a abertura das passagens entre o território israelense e o palestino para a entrega de ajuda humanitária. Ele admite, porém, que o Hamas também tem parte da culpa pelo conflito já que lançou foguetes contra Israel. "Tanto o Hamas como Israel cometeram crimes de guerra neste conflito ao atacar civis", afirma Khalidi. O professor, que lançará em fevereiro o livro Sowing Crisis: American Dominance and the Cold War in the Middle East ("Crise Disseminada: Dominação Americana e a Guerra Fria no Oriente Médio"), alerta que o número de vítimas civis entre palestinos deve subir bastante. "A Faixa de Gaza é uma das áreas mais populosas do mundo e com armas como F16, Apaches e tanques muitos inocentes morrerão", afirma. "A questão é como a máquina de propaganda israelense conseguirá ofuscar essa brutal realidade no Ocidente." Khalidi também critica duramente o Hamas e o Fatah por não terem conseguido se reconciliar. "Os palestinos fracassaram em desenvolver uma estratégia para reivindicar seu direito a um Estado e os países árabes fizeram pouco ou quase nada para ajudá-los", diz. "Além disso, o Estado palestino não conseguiu ser formado em 18 anos de negociações e 41 anos de ocupação israelense também porque Israel não o permitiu. O número de colonos na Cisjordânia dobrou desde 1991 e o controle de Israel na região aumentou." DOIS ESTADOS Segundo o especialista, para viabilizar a formação de dois Estados (Israel e Palestina) são necessárias três medidas. Primeiro, o processo de expansão dos assentamentos israelenses precisa ser revertido e o meio milhão de colonos israelenses que vivem na Cisjordânia e Jerusalém Oriental devem ser removidos. Em segundo lugar, segundo Khalidi, os serviços de segurança israelenses precisam se convencer de que não é preciso controlar todos os aspectos da vida dos 3,5 milhões palestinos. Por último, algo precisaria ser feito com os milhares de israelenses e as centenas de empresas de Israel com interesses materiais e burocráticos ligados ao controle dos palestinos sob ocupação. Para Khalidi, o movimento nacional palestino está enfraquecendo como resultado do colapso do Fatah (partido que comanda a Autoridade Palestina) e do fracasso do Hamas em assumir o seu lugar. Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 12h48min Ocupação e terror FOLHA DE SÃO PAULO Menina palestina chora durante funeral de seu irmão, morto após ataque aéreo israelense na região norte da faixa de Gaza. Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 12h10min Kriterion abre novo espaço Do poeta Jairo Lima, no ótimo site da Kriterion: ―Criamos um novo espaço dedicado aos kriterienses que colaboram com este site. Contos, poemas, ensaios, artigos, crônicas, tudo arrumado em bancas individuais para facilitar a vida do fregûes.Acese FEIRA LIVRE e confira. Para ser feirante, basta cumprir três regrinhas básicas: • primeiro, não mandar textos muito compridos, meu cumpade, que banca de feira não é armazém e ninguem tem saco de ler calhamaço na telinha do computador. Não tem espaço determinado, mas vale o bom senso. • Segundo, o cabra só pode mandar um texto por dia, que eu mesmo não vou endoidar guardando uma ruma de texto para ir postando um de cada vez. • E terceiro, tem que ser kriteriense, ou seja, já ter comido, lido, bebido ou proseado na Kriterion. Os textos devem ser enviados em arquivos anexados para [email protected] Valeu? Então tá. Mande a mercadoria que eu arrumo bem direitinho a sua banca.‖ http://www.kriterion.zlg.br/page65.aspx Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 11h54min Sobreira e Tim Maia no Sopão Sebastião Vicente abre o ano em seu SOPÃO DO TIÃO falando de dois livros que leu recentemente: ―A noite mágica‖, contos do cearense/potiguar Francisco Sobreira; e ―O som e a fúria de Tim Maia‖, de Nelson Motta. http://sopaodotiao.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 11h48min Dorian Gray Caldas O artista plástico Dorian Gray Caldas é entrevistado por Isabela Santos. Leia, em Cultura, no portal NOMINUTO.COM www.nominuto.com.br Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 11h35min Tremei, Padre Cícero! Uma gracinha a entrevista ao Diário de Natal do presidente reeleito da Câmara Municipal de Natal, Dickson Nasser. Uma das pérolas do edil: Vai a Juazeiro pagar promessa pela vitória. É um santo! www.diariodenatal.com.br Tácito Costa Data: 05/01/2009 - Horário: 11h22min Dar-se enfim "O prazer é abrir as mãos e deixar escorrer sem avareza o vazio-pleno que se estava encarniçadamente prendendo. E de súbito o sobressalto: ah, abri as mãos e o coração, e não estou perdendo nada! E o susto: acorde pois há o perigo do coração estar livre! Até que se percebe que nesse espraiar-se está o prazer muito perigoso de ser. Mas vem uma segurança estranha: sempre ter-se-á o que gastar. Não ter pois avareza com este vazio-pleno: gastá-lo." C.L. [claro] Tetê Bezerra Data: 05/01/2009 - Horário: 11h01min Daniel Filho e o cinema Caros amigos: Daniel Filho foi um bom ator em bons filmes dirigidos por outrem, como "Os cafajestes", de Ruy Guerra, e "Chuvas de verão", de Cacá Diegues. Ele é mais conhecido como diretor de tv e, nos últimos anos, de um cinema muito próximo da linguagem televisiva. No lançamento atual de seu filme "Se eu fosse você II", ele destilou ressentimentos contra cinema experimental e crítica especializada, que não costuma elogiar suas obras nessa área. Considero bobagem a atitude de Daniel: embora não aprecie seus filmes, entendo que toda cinematografia abriga vários gêneros. Pior que os críticos não elogiarem os filmes de Daniel é ele ficar expressando rancor contra gêneros de filmes diferentes dos seus. Existem bons filmes de mercado (penso que não é o caso dos de Daniel) e alcançar boas bilheterias não faz mal a ninguém - talvez apenas a expectadores que não assistam a outros tipos de filmes. Abraços: Marcos Silva Data: 05/01/2009 - Horário: 10h15min Continuidade asquerosa A reeleição do Presidente da Câmara Municipal de Natal é uma demonstração clara de que a grande maioria dos ditos representantes do povo estão preocupados mesmos é em conseguir benesses e privilégios, remetendo para as calendas a ética e a transparência. São representantes de uma cultura política expressa na chamada "Lei de Gérson", que medra no meio do povo como erva daninha, cada um procurando passar a perna no outro e disputando o troféu do mais esperto: furar fila, ficar com o troco erroneamente passado, avançar o sinal de trânsito, sonegar tributos, passar trote. Definitivamente a nossa Câmara Municipal está perdida. Francisco de Assis N. de Castro Data: 05/01/2009 - Horário: 10h14min Adivinhe o filme Joguinho pra vocês que gostam de cinema tanto quanto eu. Peguei os taglines (meio que slogans) que vem na capa ou poster de cada filme, e os separei da obra. Cabe a vocês adivinharem qual tagline pertence a qual filme. São vinte no total. Usem suas cabecinhas, que dá pra descobrir até os slogans dos filmes que vocês não viram, embora todos sejam bem famosos. Esta relação é só referente a produções americanas dos anos 80 (e a tradução é minha, desculpem. É provável que quem traduziu o tagline pro português na época escolheu palavras melhores, mas tentem encontrar os posters em português... Impossível!). Exemplo. O tagline é ―The first scream was for help. The second is for justice‖ (―O primeiro grito foi por ajuda. O segundo foi por justiça‖). E o filme é... Acusados (aquele em que a Jodie Foster é estuprada num bar, e leva todo mundo à justiça). Então, vamulá. Primeiro, claro, tentem adivinhar o slogan. Alguns são fáceis. De lambuja, vocês praticam seu inglês. Depois se Tácito quiser eu coloco aqui os resultados. E aí, conhecem todos os filmes? Os taglines: 1) At the end of the universe lies the beginning of vengeance (No fim do universo está o começo da vingança) 2) A tale of murder, lust, greed, revenge, and seafood (Uma história de assassinato, luxúria, cobiça, vingança, e frutos do mar) 3) Be Afraid. Be very afraid (Tenha medo. Tenha muito medo) 4) Can two friends sleep together and still love each other in the morning? (Podem dois amigos dormir juntos e ainda se amar pela manhã?) 5) Crime is a disease. Meet the cure. (Crime é uma doença. Conheça a cura) 6) Does for rock and roll what The Sound of Music did for hills (Faz pelo rock'n roll o que A Noviça Rebelde fez pelos vales) 7) Don't get him wet, keep him out of bright light, and never feed him after midnight (Não o molhe, mantenha-o longe da luz forte, e nunca o alimente depois da meia- noite) 8) Harry Angel is searching for the truth... Pray he doesn't find it (Harry Angel está procurando a verdade. Reze para que ele não a encontre) 9) He is afraid. He is alone. He is three million light years from home (Ele está com medo. Ele está sozinho. Ele está a três milhões de anos-luz de casa) 10) He's the only kid ever to get into trouble before he was born (Ele é o único garoto a se meter em encrenca antes de nascer) 11) It's a strange world (É um mundo estranho) 12) It's the story of a man, a woman, and a rabbit in a triangle of trouble (É a história de um homem, uma mulher, e um coelho num triângulo de encrenca) 13) Man has made his match... now it's his problem (O homem criou seu equivalente... agora o problema é dele) 14) Part man. Part machine. All cop (Parte homem. Parte máquina. 100% policial) 15) The Adventure Continues... (A Aventura Continua...) 16) The Biggest Mother of Them All! (A Maior Mãe de Todas!) 17) The creators of Jaws and Star Wars now bring you the ultimate hero in the ultimate adventure (Os criadores de Tubarão e Guerra nas Estrelas trazem o herói definitivo na aventura definitiva) 18) The first casualty of war is innocence (A primeira vítima da guerra é a inocência) 19) They're here... (Eles estão aqui...) 20) Who you gonna call? (Quem você vai chamar?) Alexia Bohria Data: 05/01/2009 - Horário: 10h14min Vitor Ramil Prezado Tácito Desejo-lhe um ótimo 2009. O primeiro contato que tive com a obra de Vitor Ramil foi com o cd "Cantorias e cantadores 2"da Kuarup e fiquei fã do cara. Fui ao Rio G. Sul participar do Fórum Mundial e comprei todos os cds dele.Ele esteve duas vezes em Natal,uma acompanhando os irmãos no Seis e Meia e a outra no Pixinguinha no Teatro Sandoval Wanderley.Não repetição em Vitor Ramil,cada trabalho é obra única. Janilson Carvalho Data: 04/01/2009 - Horário: 19h22min A história dela Que diferença da mulher o homem tem?, pergunta a música de Durval Vieira interpretada por Gal Costa ‖Espera aí que eu vou dizer, meu bem É que o homem tem cabelo no peito Tem o queixo cabeludo E a mulher não tem‖ A mulher na história, quase sempre foi colocada numa posição inferior ao Homem. Para o médico grego Galeno ( séc II DC) a mulher possuia menos calor e por isso a sua inferioridade. O orgão sexual masculino e feminino eram os mesmos, só que o da mulher estava invertido para dentro. O que era testículos no homem, na mulher era ovário. O clitoris da mulher desempenhava o papel do penis, no homem. O culto à vagina (yoni) é anterior ao do falo. O clitoris ja foi designado ―o orgão do extase‖ , ―a doçura do amor‖ e- quando excitado, ―amendua açucarada em delírio‖. O que hoje chamamos ―trompas de falópios‖ já foi chamada de chifres. Em muitas esculturas medievais e inscriçoes que remontam a vários séculos antes de cristo aparece a imagem da vagina, muitas vezes representada por um triangulo. Em muitas mitologias, rituais e várias culturas a vagina está associada com o crescimento da fertilidade. A vagina ja foi utilizada para fazer crescer as plantações de linho e afugentar o mal. Leio tudo isso no belo livro ―A Hsitória da V‖, da Catherine Blackledge. O centro do prazer feminino, a sede da criação da humanidade é ainda pouco conhecida das mulheres e homens. Inspiração permanente nas artes e literatura. Quando Gustave Coubert pintou o belíssimo quadro ―O nascimento do Mundo‖ não pode mostrar aquela bela vulva ao mundo por quase um século. O ―diário de Anne Flank‖ editado em sua primeira edição em 1947, teve que ser cortado para omitir algumas revelaçoes sexuais. A igreja foi responsável pela mutilação de grandes obras de arte que faziam alusões aos orgãos sexuais. O principio do prazer feminino é fonte inesgotável de exploração do homem. Conhecê-lo é imprescindível para a nossa felicidade e alegria na terra. A história da boceta é uma parte da historia do homem ainda pouco explorada. Seja por preconceitos, motivos religiosos ou educação castradora. Conhecendo melhor o Penis e a Vagina seremos mais felizes. Ha muito o que aprender e descobrir. Abrir essa Caixa de Pandora é o que pretende o belo livro da Catherine. O PRAZER É NECESSÁRIO E URGENTE. ―A VAGINA ENXERGA NO ESCURO‖, mas ainda vive escondida num mar caudaloso de ignorancia. Escalo o monte de Venus e morro de prazer e tesão. João da Mata Costa Data: 04/01/2009 - Horário: 19h17min Maysa na tv Caros amigos: Não sei se o seriado da Globo sobre a excepcional cantora Maysa está bom mas considero a iniciativa muito importante em termos de memória musical. Maysa é uma das 3 ou 4 cantoras mais importantes do país (Carmen Miranda, Ângela Maria, Elis Regina e ela), sem esquecer outras excepcionalmente boas que a música brasileira abriga - Dalva de Oliveira, Nora Ney, Clementina de Jesus, Elza Soares a ala feminina em nosso cancioneiro é fogo. Quem nasceu a partir dos anos 70 terá a oportunidade de ouvir mais a bela e expressiva voz de Maysa, a nova mulher que ela representou naqueles anos 50/60. Espero que dêem ênfase à grandeza da cantora e que os episódios dramáticos de sua vida apareçam em função de sua imensa qualidade artística. Abraços: Marcos Silva Data: 04/01/2009 - Horário: 19h15min O que vence é o que voce alimenta Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas. Ele disse: - A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é Bom. É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé. O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: - Qual lobo vence? O velho índio respondeu: - Aquele que você alimenta! João da Mata Costa Data: 04/01/2009 - Horário: 19h15min Poemas de Eli Celso Postei em POESIA três poemas de Eli Celso (MARSEMFIM, DENTRO e LEITE & SANGUE), enviados pelo poeta Henrique Pimenta, que mora em Campo Grande,MS. Fiquei sabendo essas coisas depois que acessei o blog dele www.dobardo.blogspot.com – onde publica seus trabalhos. Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 14h32min Estevão Azevedo Adriano, Fiquei muito curioso em saber mais sobre Estevão Azevedo. Nunca tinha ouvido falar. Mas é assim mesmo. Várias vidas não bastariam para darmos conta da infinitude de escritores que tem no mundo. Essa semana li a coletânea de poemas "Laranja Seleta", de Nicolas Behr, que também não conhecia. Vim a saber desse poeta devido a sua participação no último ENE. E o cara já tem mais de vinte livros publicados. Li e gostei dos poemas contidos no livro de Behr, que inaugura a coleção Língua Real, da Editora Língua Geral, que tem a frente o escritor José Eduardo Agualusa. Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 14h09min Deu na Folha de SP RODAPÉ LITERÁRIO Vivendo no rascunho Com abertura impactante, primeiro romance de Estevão Azevedo investe em revolta de personagem de papel FÁBIO DE SOUZA ANDRADE COLUNISTA DA FOLHA "O DRAMA começou quando eu, ao perceber que era personagem de um livro, amputei o dedo mínimo da mão esquerda [...], o que dificultaria a leitura e me possibilitaria, talvez, morrer." A abertura impactante de "Nunca o Nome do Menino", primeiro romance de Estevão Azevedo, potiguar radicado em SP e autor dos contos reunidos em "O Som do Nada Acontecendo" (Edições K), entrega sem demora sua linhagem. Uma protagonista que, de chofre, em um parágrafo, se confessa não apenas personagem, mas inconformada com seu estatuto imaginário, traz à mente uma infinidade de referências fortes. Remete tanto ao Borges de "As Ruínas Circulares" (citado numa das epígrafes do livro), à vida sonhada de Calderón de la Barca, quanto aos recentes roteiros de Charlie Kaufman ("Adaptação", "Quero Ser John Malkovich") e Zach Helm ("Mais Estranho que a Ficção"). O apelo e a elasticidade do tema são inegáveis. Permitem falar do que realmente interessa na narrativa (as fronteiras instáveis entre a experiência e sua representação, fato e ficção), discutir eficácia e finalidade do jogo literário, enquanto se joga. Cartas na mesa e aposta alta desde o primeiro lance, o desafio está em refrear o desdobramento ainda mais explosivo que o gesto inicial da mutilação, dramático e ab-rupto, arremessando o leitor no colo de um conflito insustentável, faz prever. Como freio, Azevedo introduz um contraponto narrativo, em retrospecto, alimentado pela memória. A mulher-marionete, indignada com seu criador-manipulador, busca no primeiro amor de adolescência sinais remotos da crise presente. Mas, aqui, à confusão natural que toda lembrança encobre (forjada, fragmentária, recomposta ao sabor da necessidade), soma-se o complicador de saber-se criatura de papel e estar incumbida de criticar a própria inverosimilhança ocasional. Cindida nestas duas linhas narrativas, a que dá conta das consequências da insurreição da personagem e a que recompõe sua identidade a partir da origem, a armação estrutural do romance é engenhosa, mas o autor sofre para, nos meandros, manter-se à altura da promessa inicial. Paralelos felizes entre a experiência do primeiro amor e a invenção ficcional - combinando, ambos, corporeidade e projeção de desejos, descoberta, fantasia e frustração - perdem-se em meio à profusão de passagens líricas em que a ironia autoconsciente, essencial à ideia por trás do livro, se dilui. Seu enredo bem tramado, contudo, faz de "Nunca o Nome do Menino" estreia digna e sugere que Estevão Azevedo tem fôlego para mais. ******* NUNCA O NOME DO MENINO Autor: Estevão Azevedo Editora: Terceiro Nome Quanto: R$ 26 (184 págs.) Avaliação: bom Adriano de Sousa Data: 03/01/2009 - Horário: 13h59min O reveillon dos porcos Como nenhum jornal, Tv, site ou blog registrou, registro eu. Preferiram falar só dos fogos. As praias de Ponta Negra e dos Artistas se transformaram num gigantesco lixão após o reveillon. A maioria das pessoas fez seus piqueniques e churrascos e deixaram para trás montanhas de lixo. Eu nunca tinha visto algo parecido. Fiquei, num primeiro momento, estupefato, e depois revoltado com tamanha falta de consciência ecológica. Tanto de famílias humildes quanto de abastadas. Um bando de porcos, não cabe outra definição. No dia 1º fui caminhar na praia dos Artistas, pensando em depois tomar um banho. Desisti do banho. A praia era só desolação, lixo por toda parte. Um espetáculo vergonhoso e deprimente. Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 13h55min O mel das mulheres Caros amigos: Meu querido amigo João da Mata lamenta os efeitos do tempo sobre o corpo de Mel Lisboa. Entendo o comentário como pertencente ao mundo dos belos ícones impessoais - que continuarão a existir, para sempre, na condição de ícones, v. Marylin Monroe. Quando a gente ama uma mulher, o passar do tempo e suas marcas no corpo (rugas, excessos etc.)fazem parte do amor e aumentam o tesão que por ela sentimos. Espero que as mulheres sintam o mesmo em relação aos homens que amam e que os amantes de pessoas do mesmo sexo também o façam. Conheço uns casais que manifestam esse sentimento em mão dupla. Abraços: Marcos Silva Data: 03/01/2009 - Horário: 11h33min Vitor Ramil/Entrevista "Quem é Vitor Ramil? Fiz esta pergunta meses atrás quando divulgaram a lista dos vencedores do Prêmio Tim de Música. O gaúcho compositor, musicista de voz suave está na estrada desde o início da década de 80 e foi premiado pela escolha do público. Vitor Ramil é desses fenômenos musicais que surgem de tempos em tempos e consegue, após décadas de trabalho, conquistar públicos aqui e alhures e juntar tudo numa boa sopa de legumes selecionados. A música é refinada." De Sérgio Vilar, que publica em seu blog entrevista com o artista gaúcho. www.sergiovilar.blogspot.com Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 10h20min Judeus e Palestinos ―A tragédia de Gaza não é uma tragédia religiosa. Não se trata também de um conflito doutrinário envolvendo judeus e mulçumanos (como os líderes religiosos mundo a fora tentam divulgar). Muitos árabes e palestinos são cristãos e muitos israelenses são tão laicos quanto qualquer ateu europeu.‖ De Pablo Capistrano, em PROSA. Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 09h57min O mundo é mesmo pequeno (2) Caro João da Mata, longe de mim provocar inveja em você. Mas a Mel estudou na Comunicação da UFF, antes de estrelar "Anita". Aliás, eu mesmo me encarreguei de fazer a sua matrícula. Um abraço. Moacy Cirne Data: 03/01/2009 - Horário: 09h49min Cony surfando na grosseria Caros amigos: Tem escritor que exagera no direito a dizer besteira. O comentário de Cony sobre Fernando Pessoa abre o festival de idiotices do ano com brilho. Não é preciso admirar ferrenhamente o maior poeta da língua no século XX (e um dos dois ou 3 maiores de sempre) para entender as ressonâncias daquele verso - deriva entre necessidade e precisão. E Cony ignora solenemente que escritores lêem escritores, reescrevem seus pares: ntertextualidade. A Academia e a Imprensa brasileiras estão MUITO mal servidas neste começo de 2009 por celebridades que falam asneiras desse porte! Abraços: Marcos Silva Data: 03/01/2009 - Horário: 09h49min JOVENS ISRAELENSES CONTRA A VIOLÊNCIA Caros amigos: Ainda resta alguma esperança: jovens israelenses se recusam a participar da violência atual contra os palestinos em Gaza. E sofrem conseqüências. Cliquem http://december18th.org/ e ASSINEM: apoio a jovens israelenses que têm sido presos por se recusarem a participar da brutal violência contra os palestinos! Abaixo um dos depoimentos: Name: Omer Goldman Age: 19 Location: Tel-Aviv ―I believe in service to the society I am part of, and that is precisely why I refuse to take part in the war crimes committed by my country. Violence will not bring any kind of solution, and I shall not commit violence, come what may.‖ First Sentence: 22nd Sept. - 10th Oct. 2008 (18 days) Second Sentence: 12th - 24th Oct. 2008 (10 days) Abraços: Marcos Silva Data: 03/01/2009 - Horário: 09h50min 2009 - Navegar não é preciso ―De uma vez por todas fica decretado: navegar não é preciso. Chega! Já deu para encher o saco. A frase é antiga, de 2.000 anos pelo menos, foi ressuscitada pelo autor português Fernando Pessoa, que volta e meia gostava de assumir poetas gregos e latinos caídos mais ou menos em desuso.‖ De Carlos Heitor Cony, na FSP e em PROSA. Tácito Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 02h08min Myriam, Celso e Eli A antologia poética é de fato extensa e de muito bom gosto. Mas notei a falta de três nomes, bons poetas, de uma mesma família daí: Myriam Coeli, Celso Silveira e Eli Celso. Eles morreram para a poesia? DO EDITOR "Prezado Henrique, a antologia postada em POESIA não é minha. E nem de ninguém. É coletiva e foi construída aos poucos ao longo de quase dois anos de existência do SP. Constam dela poemas enviados por poetas, admiradores, leitores e colaboradores. Se você nos enviar uma pequena seleção de poemas de Celso, Myriam e Eli agradecemos e postaremos com o maior prazer. São três nomes importantes da poesia brasileira, permanecem vivos através de suas obras e fazem falta em POESIA. Henrique Pimenta Data: 03/01/2009 - Horário: 00h53min Sobre a imagem de Cristo Caro Pablo, mais do que a iconografia cristã, o que prevalece, lamentavelmente é a ilusão que domina o imaginário dos que esperam o inexistente reino de deus ou dos céus. Esse apelo que engana parte da humanidade há mais de 2000 anos é mais forte do que qualquer imagem, é o verdadeiro ópio do povo. De resto, todos sabem que qualquer imagem do cristo é tão real como uma cédula de 3 reais. Tão falsa como o sudário de Turim. E mais não digo, porque já é demais! Marcos Cavalcanti Data: 03/01/2009 - Horário: 00h41min Esses religiosos deveriam ter vergonha!!! APELO À PA(Z)LESTINA Não venha o verso Nem a palavra poética! É hora da musa silenciar seu canto Para que todos os poetas berrem, se desesperem! Que a humanidade chore a morte dos inocentes! Declaro guerra aos artistas: Estourem e disparem tintas, mexam-se! Derramem cantos de Paz! Encenem a tragédia que não cessa! Fotografias de ruínas nos flashem! Há farpas de ódio em toda parte, Templos cercados de tanques e arames farpados! E os olhos do terror devoram o tempo dos armistícios! Turba, turbantes negros da intolerância, A terra tem uma fome maior que a tua E devora sem piedade! Quem proclamará a Paz? A Paz que se esconde de vergonha E chora derramados rios de sangue, Manchando-lhe o alvo manto. Nem Alá, nem Jeová, Nem Deus, nem Javé, Nem Salomão, nem Abraão, Nem Jesus, nem Maomé. A Paz é só uma questão de amor, Amor humano, fraterno amor! Do livro meu Imarginário(2008) Marcos Cavalcanti Data: 03/01/2009 - Horário: 00h40min Mel Lisboa é Mãe Ah as Mulheres! Não deviam casar. Por quê? Ainda lembro dela. Mel Lisboa em "Presença de Anita". Hoje tem filho. Não, não quero saber. Vou revê a presença de Anita e olhá-la sem barriga. Nuazinha provocando o titio. Um belíssimo seriado baseado num grande romance. Um belo momento da nossa televisão. Um belo livro. Uma bela mulher. Mel, eu quero Mel. João da Mata Costa Data: 03/01/2009 - Horário: 00h39min Mau começo Não poderia começar pior a agenda política municipal esse ano. Com folga, o vereador Dickson Nasser foi reeleito presidente da Câmara Municipal de Natal. Contou com voto e abstenções do Partido Verde (Paulo Wagner, eleito vicepresidente, e abstenções de Edivan Martins e Aquino Neto) da prefeita Micarla de Souza. Surpreendeu-me o voto de Sargento Regina (PDT) em favor de Dickson. Dos outros novatos, Alberto Dickson, Chagas Catarino e Maurício Gurgel, já esperava o voto em Dickson, um vereador assistencialista, atrasado e que no ano passado foi indiciado por corrupção. Embora, publicamente, a prefeita não tenha se manifestado sobre a eleição na Câmara, o seu vice Paulinho Freire trabalhou com afinco por Nasser. Isso, apesar de instituições e movimentos sociais terem se manifestado contra a reeleição. Agora, é torcer para que os vereadores que ficaram contra Dickson fiscalizem o trabalho dele e honrem os seus mandatos. Tácito Costa Data: 02/01/2009 - Horário: 14h55min Wally Salomão No link abaixo (Revista Trip) leia entrevista com Wally Salomão montada a partir de declarações dada por ele ao longo do tempo. http://revistatrip.uol.com.br/170/especial/02.htm Tetê Bezerra Data: 02/01/2009 - Horário: 14h39min A Vida de Nosso Senhor Ainda sobre os influxos da festa da natividade e do ano bom que se inicia leio ao belo livro ―A Vida de Nosso Senhor‖ do Charles Dickens. Belíssima edição ilustrada com cenas de arte religiosa e reproduzindo uma edição feita em Londres, em 1934, e publicada pela Associated Newspapers Ltd. O autor de David Copperfield escreveu esse belo livro de inspiração divina para seus filhos. Dickens costumava contar aos seus filhos a história dos evangelhos e escreveu esse livro, bastante didático, sem pensar em publicação. O livro foi publicado inicialmente em capítulos seriados num jornal e depois comprado e negociado por vários colecionadores. A edição da Francisco Alves, com tradução do Geir Campos, ainda contém um fotografia rara dos quatros filhos do escritor Charles Dickens. A história do nosso Senhor é uma história edificante e vem encantando a humanidade há dois milênios. A história do seu nascimento numa manjedoura é inspiração para muitos presépios no mundo cristão. A cidade de Natal já foi considerada cidade presépio e muitos artistas populares e outros se inspiraram na historia do cristo e seus milagres para perpetuar seus ensinamentos em quadros, presépios e música. Ilustra esse artigo um presépio rústico feito por um artesão popular da cidade de Patú (RN). A história do bom Samaritano é uma história eterna e exemplo para todos nós. Uma historia que se renova - a cada ano, numa grande celebração popular e cristã. O seu sentido não pode ser perdido e quem que não tiver cometido nenhum pecado, que atire a primeira pedra. João da Mata Costa Data: 02/01/2009 - Horário: 14h35min SOBRE O BOMBARDEIO DA UNIVERSIDADE ISLÂMICA DE GAZA Caros amigos: O DOCUMENTO abaixo está sendo divulgado nos meios acadêmicos brasileiros. Quem desejar assiná-lo, favor enviar sua adesão a [email protected] Professores condenam ataque à Universidade Islâmica de Gaza Enquanto a carnificina causada pelo ataque israelense à Faixa de Gaza nos enche de horror, tristeza e indignação, um fato nos obriga a nos manifestar: a destruição da Universidade Islâmica de Gaza. Assim como as universidades católicas e pontifícias em todo o mundo, a Universidade de Gaza é uma instituição dedicada ao ensino e à pesquisa acadêmica. Devido à negação ao acesso e compartimentação da vida nos territórios palestinos, a Universidade Islâmica tornou-se ainda mais importante para a população jovem de Gaza, impedida de cursar faculdades na Cisjordânia, em Israel ou no exterior, inclusive quando são aceitos como bolsistas. A Universidade atende mais de 20.000 estudantes, 60% dos quais são mulheres. Formada por 10 faculdades, oferece cursos de graduação e pós-graduação em educação, religião, arte, comércio, charia, direito, engenharias, ciêncais exatas, medicina e enfermagem. Usa-se o mesmo sofisma com o qual se ataca o povo de Gaza: os estudantes e os professores da Universidade seriam do Hamas, o mesmo pretexto dos regimes fascistas para decretar a morte da cultura. O que querem é a morte da memória, da história, da identidade do povo palestino. Condenamos toda violência e lamentamos cada morte, seja em Israel, seja nos Territórios Palestinos Ocupados ilegalmente por Israel. Mas não podemos aceitar calados que seja lançado literalmente aos escombros o direito à educação, à dignidade, à vida nessa pequena faixa de terra onde há décadas a população vive na mais absoluta negação. Ao atacar o direito à educação e à cultura em Gaza, coloca-se à prova a educação e a cultura mundiais. Arlene Clemesha, FFLCH/USP Emir Sader, LPP/UERJ e USP Mamede Jarouche, FFLCH/USP Michel Sleiman, FFLCH/USP Mona Hawi , FFLCH/USP Safa Jubran, FFLCH/USP Caio N. de Toledo, IFCH, Unicamp Marcos Silva Data: 02/01/2009 - Horário: 14h10min O Discurso da Prefeita Eleita Meus Caros, Ouvi o discurso emocionado da prefeita eleita de Natal, empossada no dia primeiro de janeiro de 2009. Alguns destaques foram evidenciados. O choro ao se referir ao seu pai Carlos Alberto. Uma cena bastante teatral e lacrimosa. Outro destaque o seu agradecimento a Deus. Esse também bastante enfático. Do conteúdo programático pouca coisa. Que o seu governo vai ser para todos, mas com ênfase na população mais humilde. Ao sair do Teatro Alberto Maranhão, onde tomava posse, a prefeita Micarla ia se dirigir ao bairro de Felipe Camarão. Bairro popular que lhe deu bastante respaldo em termos de votos. Gostei quando a prefeita disse que ia tirar os meninos da ruas de Natal. Ela ressaltou o seu compromisso ético. Lembrou que é uma jornalista, e que os jornais foram bastante imparciais ao cobrir a eleição para a prefeitura da cidade do Natal. Do seu marido Miguel deu pouca ênfase. Deixou-nos bastante curiosos ao se referir ao Rogério Marinho, falando de um silêncio que só eles sabem do que se trata. Muito lembrado o vice-prefeito Paulinho Freire. A prefeita também realçou o grande interesse que vai devotar ao verde, como prega o seu partido PV. Foi bastante enfática ao se referir ao descaso com a saúde publica da gestão que hora deixa o governo. Vamos torcer para que se cumpra o prometido e que nossa cidade prospere e fique cada vez melhor. João da Mata Cosra Data: 02/01/2009 - Horário: 14h08min Patrício Jr. de volta a Net O jornalista e publicitário Patrício Jr. está de volta ao universo online, agora em novo endereço. Confiram! http://www.patriciojr.com.br/ Tácito Costa Data: 02/01/2009 - Horário: 11h27min Revolução Vale o registro: ontem, nos 50 anos da Revolução dos sonhos de muitos, a borboleta começou a bater suas asas sobre nós. Daniel Dantas Data: 02/01/2009 - Horário: 11h22min Não , Não chore mais Adeus ao compositor de "No Woman, no cry", atribuida a Bob Marley e eternizada na voz e versão de Gilberto Gil No Woman no Cry Gilberto Gil Composição: Bob Marley No, woman, no cry, no woman, no cry (Bis) Bem que eu me lembro, a gente sentado ali Na grama do aterro sob o sol Ob... observando hipócritas Disfarçados, rondando ao redor Amigos presos, amigos sumindo assim, pra nunca mais Nas recordações retratos de um mal em sí Melhor é deixar pra tráz Não, não chores mais... não, não chores mais Bem que eu me lembro, a gente sentado alí Na grama do aterro sob o céu Ob... observando estrelas, junto a fogueirinha de papel Quentar o frio, requentar o pão, e comer com você Os pés de manhã, pisar o chão Eu sei, a barra de viver, mas se Deus quiser Tudo, tudo, tudo vai dar pé! Tudo, tudo, tudo vai dar pé Tudo, tudo, tudo vai dar pé! Tudo, tudo, tudo vai dar pé No, woman, no cry, no, woman, no cry! Não, não chores mais ... menina não chore assim João da Mata Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 22h02min gitanjali( oferenda lírica) Tácito, com crise ou sem crise, com Deus ou sem Deus, desejo a você e a todos que fazem o substantivo, um feliz ano novo. ******* Fizeste-me sem fim, pois esse é teu prazer. Esvazias continuamente este frágil vaso, e de novo sempre o enches de vida fresca. Levaste por montes e vales esta pequena flauta de bambu, e nela sopraste melodias eternamente novas. Ao toque imortal de tuas mãos, meu pequeno coração perde seus limites na alegria, e faz nascer inefáveis expressões. Teus dons infinitos vêm a mim apenas sobre estas pequenas mãos. Passa o tempo,continuas derramando, e sempre há lugar a preencher. Belchior de Vasconcelos Leite Data: 31/12/2008 - Horário: 18h41min Kitano e Volonté MÁRIO IVO http://embrulhandopeixe.blogspot.com/ O senhor Kitano e Il signore Volonté Sexta passada fui assistir ―Glória ao cineasta‖. Sexta passada fui ao lançamento de ―Lira de viagem‖. ―Glória ao cineasta‖ foi dirigido por Takeshi Kitano. Em 2007. ―Lira de viagem‖ é um apanhado de textos pelas mãos de Volonté. Poeta. Maldito. Não necessariamente nesta ordem. É dest‘ano, 2008. Este filme de Kitano não é como um filme de Kitano – aliás, essa é a sua premissa. Kitano dirige a si mesmo e se mostra como provavelmente se encontrava, então, à época: um cineasta em crise. Sem querer repetir o gênero que o havia consagrado (inclusive com um Leão de Ouro ao Festival de Veneza, com ―Hana-bi‖), ou seja, filmes violentos sobre a Yakuza, a máfia japonesa, o diretor tenta outros gêneros – filmes de época, dramalhões, filmes de terror. Os resultados são ridículos e risíveis. Termina por enveredar na ficção científica, e é aqui que o ―filme dentro do filme‖ ganha mais força e tempo. Este livro de Volonté não é um clássico livro de Volonté. Até porque não existe isso de clássico livro de Volonté. Volonté é seu próprio livro. Ambulante. Deambulador. Deambulatório. Alguém já definiu o poeta como ―peripatético‖. Ou seja, alguém que, à moda de Aristóteles, ensina ao caminhar. Talvez porque o poeta é visto ao mesmo tempo em vários pontos da City. Pode estar arrastando a sandália entre as estantes da Poty Livros da Felipe Camarão e, minutos depois, exibir sua camisa pólo entre as gôndolas da livraria do Midway. Termina, pois, o livro de Volonté, com dois poemas de Volonté. O último, parece, já antológico para a intelligentzia da City: ―No começo/ era o verbo/ depois chegaram os canalhas‖. O sobrescrito prefere ―Red‖, dois versos: ―A traição/ era fogo‖. Kitano faz uma bela homenagem aos cineastas japoneses – logo no início leva um boneco que representa a si mesmo para uma bateria de exames: tomografia computadorizada, endoscopia, o escambau. A cada exame surge um novo nome na ficha do paciente: Yasujiro Ozu, Akira Kurosawa, Shohei Imamura, todos grandes cineastas japoneses. Volonté homenageia ao seu modo os participantes da antologia: tem Napoleão de Paiva, tem Octavio Paz, tem Woden Madruga descrevendo o Sertão de Alex Nascimento. Sexta passada fui assistir ―Glória ao cineasta‖. Kitano estava lá, na tela, com seu olhar de peixe-morto, como seu humor japonês, com seu surrealismo ácido e particular – não é preciso terminar o filme para pensarmos, nós com nós mesmos, no escurinho do cinema: ―Muito doido‖. Sexta passada fui ao lançamento de ―Lira de viagem‖. Cheguei nem tão atrasado assim: mas o poeta não estava lá. Nem sua barba por fazer, nem sua mão abraçando a cabeça de fios pretos e fios brancos, nem seu ranço real contra inimigos imaginários. A mesa de autógrafos o canto mais limpo. Só mesmo Volonté, para contrariar sua própria onipresença. Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 17h03min Feliz 2009 Que 2009 seja melhor do que está parecendo que vai ser. Que seja frenético e belo como um côco de Jacintho Silva na voz de Khrystal. Que seja doce e bárbaro como Lindonéia na voz de Nara Leão. Que seja simples e completo como assim são os nossos artistas - populares e eruditos, como a rabeca e o violino de Tiquinha Rodrigues. Que seja rico e democrático, como o Substantivo Plural. Daniel Dantas Data: 31/12/2008 - Horário: 16h52min Eleitor da adversária Ouvi dizer que o novo secretário de saúde do município, dr. Levi Jales, foi eleitor de Fátima em 6 de outubro. Surpreendente. Mas explicável pelo fato de que foi o sindicato dos médicos - e nenhum político - que o indicou para o cargo. Daniel Dantas Data: 31/12/2008 - Horário: 16h51min Povo judeu e estado israelense Caros amigos: Tenho o máximo respeito pelo povo judeu. É claro que precisamos respeitar todos os povos. Sinto extremo horror em relação ao que o estado israelense está fazendo com outros povos. Sugiro uma releitura urgente do ensaio de Isaac Deutscher "O judeu não-judeu" com temperos de "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt. Não basta ter sido vítima dos nazistas. Tem que não retomar argumentos nazificantes. Abraços: Marcos Silva Data: 31/12/2008 - Horário: 16h35min João Melo & Milton Ribeiro Caro Tácito: 1. O mundo é mesmo pequeno. O poeta angolano João Melo foi meu aluno no Dpto de Comunicação da Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Tenho, com simpática dedicatória (datada de 5/7/1985), o seu primeiro livro: "Definição". Já publiquei dois ou três de seus poemas no "velho" Balaio. Voltarei a fazê-lo, em breve. 2. Milton Ribeiro, entre outras coisas, é um profundo conhecedor de música erudita. Mais do que eu, ele detonou - de forma arrasadora - o número da Bravo! que "brincou" irresponsavelmente de música clássica. 3. Grato por ter divulgado a minha seleção dos melhores & piores de 2008. 4. Para você, seus amigos e leitores, um 2009 maravilhoso. Abraços. Moacy Cirne Data: 31/12/2008 - Horário: 16h34min Pesadelo NA FOLHA DE SÃO PAULO: FOTO: Mohammed Abed/France Press Corpo de menina palestina de 4 anos, morta com a irmã de 11 em ataque de Israel, é enterrado Postei em PROSA artigo de Robert Fisk, publicado na FSP, sobre a guerra desfechada por Israel contra os palestinos. Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 14h40min Blog de Milton Ribeiro O blog de Milton Ribeiro está entre os melhores do país apontados por Moacy Cirne na sua seleção das melhores coisas de 2008. Não conhecia ainda. Fui lá e gostei muito. Entre os posts mais recentes, destaco a lista de Milton sobre os filmes bons e ruins de 2008 e vários textos sobre o terror promovido por Israel contra os palestinos. http://miltonribeiro.opensadorselvagem.org/ Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 14h13min 2008, por Moacy Cirne DE MOACY CIRNE, NO BALAIO VERMELHO www.balaiovermelho.blogspot.com Brasil FOLHA PORRETA 2008 Acontecência Torcida tricolor (RJ), nos jogos da Libertadores Artes Regina Pouchain & Wlademir Dias pino (RJ) Blogue Improvisações (RS), de Milton Ribeiro Cinema Serras da desordem (SP), de André Tonacci Disco Banda Sinfônica (RN), com Leo Gandelman, Dominguinhos & outros Espaço Cultural Sala Cecília Meireles (RJ) Futebol Internacional (RS), pelo título da Sul-Americana Imprensa Carta Capital (SP) Jornalismo eletrônico Via Política (RS) Literatura Além do nome (RN), de Marize Castro Poesia Thálassa (RN), de Francisco Ivan Quadrinhos Chibata! (CE), de Hemetério & Olinto Gadelha Sítio Substantivo Plural (RN) Televisão Pontapé inicial (SP), com José Trajano Vídeo Diário de uma prostituta (RJ), de Marcelo Ikeda OS PIORES ACONTECIMENTOS DO ANO Cultura A edição especial da Bravo! (SP) dedicada à música erudita Futebol A seleção brasileira, sob o comando de Donga Política A eleição de Micarla de Souza (RN) para a Prefeitura de Natal Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 13h52min Eventos paralelos Oportuno e certeiro o comentário de Cassiano Arruda, em Roda Viva (entra no site e busca colunistas), hoje no Diário de Natal, acerca da duplicidade de eventos promovidos pela Prefeitura e Governo do estado em Natal. Esse ano já era. Vamos torcer para que a lição seja lembrada em 2009. www.diariodenatal.com.br Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 13h45min Lendo os africanos WODEN MADRUGA, NA TRIBUNA DO NORTE: "Aí o Carlão - Carlos de Souza - passou pelo meu canto e deixou em cima do birô o livro de João Melo, Filhos da Pátria. O escritor é angolano, jornalista, faz publicidade em Luanda, ensina Comunicação e ainda tem tempo para ser deputado da Assembléia Nacional de Angola. Também é poeta e seus livros já foram traduzidos para o alemão, húngaro e o italiano. João Melo viveu no Brasil, estudando em universidades do Rio de Janeiro. Tanto assim que o leitor percebe na sua escrita um certo acento brasileiro. Pelo menos percebi assim lendo o seu Filho da Pátria, livro de contos. Bom contista. Em todos eles, a alma africana de Angola, sua gente, sua cultura, suas lutas, suas esperanças. Li e gostei. Gosto da literatura africana de língua portuguesa. O Carlão sabe disso. Ele também gosta e ali e acolá a gente troca figurinhas. O Carlos Peixoto é outro da tribo que aprecia. Um dia desses me emprestou Os Flagelados do Vento Leste, uma das minhas boas leituras do ano que está findando. É um romance do escritor Manuel Lopes, de Cabo Verde, dos maiores nomes da literatura de seu pequeno e bravo país. O Manoel Lopes morreu em Lisboa, em janeiro de 2005. Tinha 97 anos. O romance conta da seca que assola as ilhas do arquipélago. Senti que tinha qualquer coisa que me fez lembrar o nosso Graciliano. Esta semana que passou li Bom Dia Camaradas, o primeiro romance de Ondjaki, outro angolano, que eu já conhecia do seu livro de contos Momentos de aqui. Seus livros são traduzidos para o francês, o alemão e o espanhol e o autor tem vindo sempre ao Brasil participar dessas bienais e festas de escritores, tipo Paraty. Li o Bom Dia Camaradas de uma tacada só gozando o alpendre de Queimadas de Baixo. Gozando a aragem que sopra da Serra de Joana Gomes e o lirismo de Ondjaky ( ?...a água é que traz todo aquele cheiro que a terra cheira depois de chover.?). O livro tem apresentação de Luiz Ruffato, muito bom escritor mineiro, autor de O Mundo Inimigo e Eles eram muitos cavalos, entre outros títulos. Me chamou a atenção no texto de Ruffato a citação que ele faz de Luis Romano, como ?um dos fundadores da literatura cabo-verdiana em criolo?. Luis Romano, também é um dos pioneiros da independência do seu país, vive em Natal há muitos anos. E mesmo com problemas de saúde continua produzindo intelectualmente. E muito. Dele recebi, recentemente, o livro Kabverd - Civilização & Cultura, com gentil dedicatória. Romano conta a história de Cabo Verde, a história e a cultura do seu povo, a história literária de sua gente, seus poetas, seus escritores, seus artistas. Lá eu encontrei o Manoel Lopes e o Germano Almeida, dois de seus principais escritores, que estão no patamar dos mais importantes escritores da língua portuguesa, não somente dos africanos, mas de toda a literatura de língua portuguesa, como estão Mia Couto e Suleima Cassamo (Moçambique), Pepetela, José Eduardo Aqualusa e João Melo (Angola), e nesse time de angolanos escala-se o José Luandino Vieira (Prêmio Camões) que nascido em Portugal se fez escritor em Luanda e lá lutou, também, pela independência do país africano, e de quem li este ano A cidade e a infância (contos). E tem o Gonçalo M. Tavares, nascido em Angola, mas fazendo carreira literária em Portugal. Premiadíssimo. José Saramago é seu fã de carteirinha: ?Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater!?. Li dele, com água na boca, o romance Jerusalém, e recentemente O Senhor Brechet. É diferente de tudo que se anda escrevendo por aí. E tem ainda os africanos que não são portugueses de falar e escrever. Guardo-os com muito carinho na minha estante. Por exemplo: o somaliano Nuruddin Farah, autor de Mapas, romance que conta aquelas brigas do seu povo com as tribos etíopes; Ahmadou Kourouma, de Costa do Marfim (?Sol das Independências?); o egípcio Naguib Mahfouz (?Em Busca?); o sul-africano J.M. Coetzee, a sua patrícia Nadine Gordimer; o argelino Albert Camus, todos os quatro ?Nobel de Literatura?. Africanos, belos escritores. Africano também é Santo Agostinho." Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 13h34min 2009 melhor Caros amigos: Desejo que muita coisa mude para melhor e outras continuem tão boas quanto já são. Abraços: Marcos Silva Data: 31/12/2008 - Horário: 12h52min Feliz 2009 para todos O Substantivo Plural deseja aos leitores, colaboradores e amigos (alguns são tudo isso junto) um feliz 2009. Espero que possamos continuar travando o bom diálogo por aqui nesse novo ano que começa. Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 01h02min Somos otários Publicado no blog de Ricardo Noblat. Belchior de Vasconcelos Leite Data: 31/12/2008 - Horário: 00h45min Revorêdo e Dácio se encontram DE SÉRGIO VILAR, EM SEU BLOG. www.sergiovilar.blogspot.com Revorêdo visita Dácio "O futuro e o presente estiveram juntos hoje. O nomeado presidente da Capitania das Artes, César Revorêdo visitou o ainda chefe da cultura natalense, Dácio Galvão na manhã de hoje. Foram discutidas questões burocráticas e administrativas, num exemplo de civilidade e postura democrática. E mais novidades da Capitania: para o lugar da diretora de projetos culturais, Candinha Bezerra já foi chamado o iluminador Castelo Casado, e para coordenar o Museu Djalma Maranhão, o nome escolhido foi Everardo Ramos. Joenilton Tavares, hoje no Cemai, trabalhará diretamente com César, na parte de projetos; será uma espécie de secretário adjunto. Ilana Félix, continua na assessoria técnica. Também será mantido o nome da coordenadora da programação de carnaval, reveillon e diretora do Teatro Sandoval Wanderley, Ivonete Albano. A princício, Ivonete está confirmada para organizar o carnaval deste ano. É isso. Outros nomes também já foram escolhidos. Divulgarei aqui na medida do possível." Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 00h38min 2008 por Alex de Souza O jornalista Alex de Souza faz na sua coluna BAZAR, no portal NOMINUTO.COM um balanço detalhado das coisas boas e ruins de 2008. www.nominuto.com.br Tácito Costa Data: 31/12/2008 - Horário: 00h35min Dois artigos de Pablo Postei em PROSA os artigos ―O Jesus mulçumano‖ e ―O Jesus judeu‖, de Pablo Capistrano. www.pablocapistrano.com.br Tácito Costat Data: 31/12/2008 - Horário: 00h34min ENTREVISTA/Zé Ramalho Em entrevista a Felipe Branco, do Estadão, Zé Ramalho fala sobre o álbum que acaba de lançar, com músicas de Bob Dylan, devolve pedradas em forma de ataques à mídia e ao jornalismo e fala de drogas e de ETs. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 30/12/2008 - Horário: 17h03min Ensaios Meio enjoado de romances – ainda tentei ―Diário de um ano ruim‖, de Coetzee, já citado em post anterior - , voltei-me nos últimos dois meses aos ensaios. Depois dos de Isaiah Berlin, contidos em ―A força das idéias‖, mais voltados para política e filosofia, parti para ―De poesia e prosa‖, de T. S. Eliot, traduzidos por Ivan Junqueira. Já tinha lido alguns, conforme constato pelas linhas mais interessantes grifadas. Releio as partes sublinhadas e leio com satisfação, notadamente, ―As fronteiras da crítica‖. De onde pinço esse trecho: ―Há muitos anos salientei que toda geração deve produzir sua própria crítica, pois como disse ‗cada geração traz à contemplação da arte suas próprias categorias de julgamento, faz suas próprias exigências artísticas e desenvolve seus próprios usos da arte‖.Ontem, li um ensaio magnífico de Carlos Fuentes sobre Borges, contido na coletânea ―A geografia do romance‖, com textos sobre alguns escritores, sendo que o primeiro é sobre a tão propalada e ilusória ―morte do romance‖. Além do ensaio sobre o escritor argentino, li o que ele escreve sobre Ítalo Calvino. Mas, este último me pareceu aquém do italiano e muito mais aquém ainda do que ele dedicou a Borges. Nesse último, inclusive, tem uma referência elogiosa a Machado de Assis. Gosto dos ensaios de Fuentes, são escritos de forma apaixonada, elegante e fluente. Esse de Borges iria agradar em cheio a Belchior Vasconcelos, que andou lendo o autor argentino – e elogiando-o – recentemente. Tácito Costa Data: 30/12/2008 - Horário: 15h36min Eis o que falta à humanidade: piedade. Em seus Últimos Sonetos, assim cantou o admirável poeta Cruz e Souza: ―O coração de todo o ser humano foi concebido para ter piedade‖. Confúcio: ―Piedade e obediência, eis as raízes da humanidade‖. S. Paulo (a Timóteo): ―Exercita-te a ti mesmo na piedade‖. Tales Data: 30/12/2008 - Horário: 15h31min “Guerras, pra que te quero” ―Não há nada mais eficiente para sanar uma crise econômica, com víeis financeiro, do que uma boa e sanguinolenta guerra.‖ De Alex Medeiros, no artigo ―Guerras, pra que te quero‖. Em PROSA. Tácito Costa Data: 30/12/2008 - Horário: 14h51min "O perdão, a verdade... Duarte velho, o artigo é bem interessante. Quase na mesma linha, é também interessante ler "O perdão, a verdade, a reconciliação: qual gênero?", de Derrida, onde ele discorre sobre o perdão-incondicional, como o verdadeiro perdão e saida, inclusive em certas questões políticas, como a dos judeus e palestinos - in "Pensar a Desconstrução", da Ed.Estação Liberdade, SP, 2005. Um abração e Boa Energia em 2009!!! Ruben G Nunes Data: 30/12/2008 - Horário: 09h51min Os mistérios da Roberto Freire A repórter Carla Dutra desvenda um dos mistérios da Av. Engenheiro Roberto Freire num domingo de novembro... Mais uma inesperada e impertinente produção Lilica Filmes! www.historiasdajanela.blogspot.com Adriana Amorim Data: 30/12/2008 - Horário: 09h46min 2009 expectativas de reencantamento do mundo. TRAVESSIA de fantasmas, fobias & fantasias entre o Recife e São Paulo, cidades invisíveis... 1. Leitores travessos não se preOCUPEM com numerAções ritmando tambores jamais silenciados pelas in dus tri a li za ções e aquecimentos globais. 2. O carnaval continua sendo o acontecimento multicultural dos Leões do Norte & LEOAS DESNORTEADORAS. RecifResta/Sampa fervendo nas interfaces de Madonna/Marina/Gal. 3. Surpreendido Fred Zeroquatro com a maestria FORRÓ na performativa Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. Sejamos voluntários entre signos da carnavália mais intencional. 4. D‘Ângelo e Valéria desatando os NÓS em passos de frevo n‘roll. Evoé Baco FLAVIOLA! 5. Melancolia dos Blocos líricos da Saudade sem DEPRESSIONISMOS. Épica poeticidade dos maracatus energizando Nação Zumbi, Corpos Percussivos e Cordel do Fogo visionário. 6. Projeto civilizatório na era da barbárie: todos entre o CENTRAL e o FRONTAL com DJ Dolores, Anco Márcio, Renato L, Xico Sá e suas meninas. 7. Nossa contemporaneidade esquizo-analítica. Nossa cartografia de desejos violentadores. FOME de TUDO nos entrelugares da economia política de penúrias com a fartura dos micropoderes da libido. 8. A luta de classes cedendo passagem ao gozo interminável da luta corporal. O povo-povinho-povão engolindo classes médias com fobias e fantasias atravessadas pelo GALO da MADRUGADA. 9. A psicanalista Noemi Araujo indagando ao Chico de Oliveira: por que A NOIVA da REVOLUÇÃO (sic) não assistiu aos filmes AMARELO MANGA, ÁRIDO MOOVIE e AMIGOS de RISCO? 10. É preciso e urgentíssimo reler o CÃO SEM PLUMAS de João Cabral. Torcer pela finalização do INCENSO de M. Hanois e Pedrinho Celso homenageando Ascenso. Em transfigurações. 11. Misturar com S e X a Vocação do Recife de Frederico Barbosa com o Rassif de Marcelino Freire. Dialogar concreções musicais do CID CAMPOS com o dionisismo do piano de VITOR ARAUJO. 12. Os Estados Alterados do Poder, Fantasia & cia...: dramatização e mangoterapia de Eduardo Maia: 06 de janeiro, 20h, Teatro do Parque, rua do Hospício, Recife: para todas as cidades de Josué de Castro e Ítalo Calvino. Mais do que profecias e mercadorias. 13. Pela força estranha da autonomia das artes, pessoas, comunidades, linguagens. BRIC-a-breques carnavalescos. Travessias d‘A COISA (das ding). Jomard Muniz de Britto Data: 29/12/2008 - Horário: 20h00min ótimo! "equíveis" é ótimo! João Batista Data: 29/12/2008 - Horário: 19h31min Revoredo fala a Sérgio Vilar Fiquei mais animado depois que li a curta entrevista do novo presidente da Funcarte, Cesar Revoredo, a Sérgio Vilar, onde afirma que vive uma "tempestade de idéias" e que está pensando coisas "equiveis" para a Funcarte. Tal como Woden fez recentemente com a palavra transversalidade, citada pela prefeita Micarla de Souza, corri para os dicionários disponíveis na internet, mas não localizei a tal palavra. Seria a criação dessa palavra fruto já da tempestade de idéias do secretário? Mas algumas coisa deve estar acordada, como o desejo de manter algum projeto ou de executar um outro. Ainda não. Estou numa tempestade de idéias. Tenho que pensar e apresentar coisas equíveis. Prefiro esperar para divulgar depois, quando tudo estiver pronto, bem pensado. www.sergiovilar.blogspot.com Tácito Costa Data: 29/12/2008 - Horário: 16h46min “O corpo e seus símbolos” Postei em PROSA o texto ―O corpo e seus símbolos‖, de Jean-Yves Leloup, também enviado por Duarte Guimarães. Tácito Costa Data: 29/12/2008 - Horário: 16h19min Troféu Grande Ponto O jornalista Alex Gurgel publica em seu blog os vencedores do Troféu Grande Ponto de Cultura 2008. www.grandeponto.blogspot.com Tácito Costa Data: 29/12/2008 - Horário: 16h08min Artistas Natal tem artistas como Geraldinho Carvalho, Rosa de Pedra, Pedrinhos Mendes, Babau, Galvão, Cristal, Valéria Oliveira, Mirabô... E mais uma dezenas de outros tão bons como os acima citados. Mas quando alguém quer programar um show, um showzinho, um encontro qualquer, cuida logo de trazer gente de fora. Traz gente pra contar piada, gente pra ler monólogo, gente pra cantar todo tipo de porcaria. Mas nunca tem dinheiro para pagar a um bom artista potiguar. Por que? Eu pergunto e eu mesmo respondo. Porque a burrice grassa por aqui. Porque a burrice é nosso maior patrimônio e nossa elite cultural é pior que titica de galinha. Por isso prefiro ficar em casa escutando meus CDs. Não saio de casa pra ouvir lixo importado. Meus sentidos não são latrina. E eu tô num mau-humor dos diabos! Carlos de Souza Data: 29/12/2008 - Horário: 16h03min Gloria ao Cineasta Gloria ao cinema e aos seus vários estilos. Um hino ao cinema de uma grande escola. Um grande cineasta japonês Takeshi Kitano deseja realizar um filme definitivo. Um filme lento como os produzidos pelo eterno Yasujiro Ozu já foi feito. Um filme violento como os de artes marciais pareceria anacrônico e já não contagia. Talvez um filme de terror. Ou quem sabe um filme futurista. Melhor, uma historia de amor. Uma grande atuação do ator Beat Takeshi (e seu dublê) no papel do cineasta. Grande filme-homenagem ao grande teatro japonês e ao grande diretor Kitano. Um hino de amor ao cinema. Moviecom 28/12/08 João da Mata Costa Data: 29/12/2008 - Horário: 16h03min FELIZ ANO NOVO Tácito, Em 2008 tivemos a sua companhia e a companhia dos seus colaboradores e isso foi muito agradável. Aprendi um tanto mais sobre a vida e sobre o comportamento humano lendo o seu Substantivo. Vi desfilar por aqui sentimentos e características nobres como a inteligência, a solidariedade, o respeito ao próximo e tantos outros, mas também pude pressentir nas palavras lidas no seu Substantivo sentimentos e características pouco nobres como a soberba, a prepotência, a vaidade e o orgulho exarcebados. Mas enfim, vi um tanto de vida trafegando em seu Substantivo. Feliz ano novo e muitos, muitos anos de vida para que possamos continuar tendo um espaço plural imensamente singular como este. Grande abraço. Suely Magna. Ps. A noite aqui em Buenos Aires è pura magia. Muita boemia, muito tango, muita poesia...tudo de bom! Suely Magna Data: 29/12/2008 - Horário: 16h02min Ainda de um 2008 inesquecível Vale o destaque para O cavaleiro das trevas também. E o meu regresso para Natal. Daniel Dantas Data: 29/12/2008 - Horário: 16h02min A máscara do governo Wilma Tácito, segue o artigo, "A máscara do governo Wilma" sobre o atual governo. Apenas para reflexão e debate. Abração. DO EDITOR Artigo postado em PROSA. Duarte Guimarães Data: 29/12/2008 - Horário: 16h01min Regalitos O melhor filme que vi (igual ao Tácito), em 2008, foi A vida dos outros, do alemão Florian Henckel von Donnersmarck. O filme devia chamar "Sonata para um Homem Bom" de tão perfeito que é. O melhor romance foi o do Tezza, redundância, eu sei, mas O Filho Eterno, de tanta vontade ser preciso, um romance-de-relojoeiro, devia chamar Exercícios de Crueldade. A melhor ação para o RN foi, de longe, a regulamentação da Lei do Patrimônio Vivo, de Fernando Mineiro. Parabéns, deputado! A melhor releitura foi Poesias, de Paul Celan. Ed. Tempo Brasileiro, 1977. Trad. Flávio B. Kothe. Melhor leitura de poesia nacional foi Toda Poesia, de José Paulo Paes (Ed. Cia das letras, 2008). E a melhor leitura de poesia estrangeira foi Violin y otras cuestiones, de Juan Gelman, Buenos Aires, Ed. Seix Barral, 2006. Reedição fac-símile da Ed. original de 1956. Melhor ensaio: A Delicadeza, de Denilson Lopes (Ed. UnB, 2007). Gustavo de Castro Data: 29/12/2008 - Horário: 15h52min 70 anos de Vidas Secas Caros amigos: É muito oportuna a lembrança dos 70 anos da grande obra-prima "Vidas secas", de Graciliano Ramos. Algumas universidades e instituições similares do Brasil enviaram-me correspondências sobre comemorações condignas dessa data tão importante: 1) Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil (Fortaleza e Juazeiro do Norte), de 1º a 30 de novembro. 2) SESC e Universidade Federal de Alagoas (Maceió), de 25 a 29 de novembro. 3) Universidade Sul de Santa Catarina, dia 21 de outubro. 4) Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e UNICAMP, dia 3 de dezembro. 5) Fundação Casa de Jorge Amado, dia 27 de outubro. É possível que outras instituições públicas e privadas tenham se juntado a essas na justa homenagem a um dos mais belos textos da literatura brasileira e universal, filmado brilhantemente por Nelson Pereira dos Santos. Abraços: Marcos Silva Data: 29/12/2008 - Horário: 15h51min Nietzsche e a ontologia Pablo, a sua colocação de que falta a dimensão ontológica ao pensamento de Nietzsche é muito acertada, e sem dúvida é o que o leva ao exagero e o que o levou a sua enfermidade. O pensamento de todo neurótico é exagerado, pois alicerçado em cima de um instinto, não conhece ponderação ou meio termo ou seja, ou é oito ou oitenta, e Nietzsche tenta compensar essa sua tendência através da arte, seja com a música ou com a poesia, e com certeza através da psicologia, há uma frase sua que diz " só acredito numa filosofia, que seja ancila da psicologia", e o próprio super homem deve ser entendido nessa vertente, como não conseguiu essa mediação ficou pairando num mundo de fantasias que destruiu sua personalidade. Nietzche é vitima da vontade que tudo cria, pois identificou-se com ela, faltou-lhe a ajuda da psicologia para mediar-lhe as imagens e fazê-lo dar o salto necessário para sua humanização. Luis Sávio Dantas Data: 29/12/2008 - Horário: 15h50min Dez coisas que me lembro de 2008 Embora tenha feito já meu balanço e publicado na primeira quinzena do mês, roubo o formato de Tácito para citar mais alguns nomes. Algumas escolhas de Tácito eu ratificaria, como Abimael e o Cineclube, mas procurei homenagear outros: 1 - Uma leitura: Mobydick, de Herman Melville - não é lançamento, claro, mas de longe foi o melhor livro que li este ano. 2 - Um filme: Batman, O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan - sem medo de errar. 3 - Um show: Benito De Paula, no Seis e Meia. 4 - Um grande acontecimento cultural no RN: a regulamentação da Lei do Patrimônio Vivo, de autoria do deputado Fernando Mineiro. 5 – Uma instituição que merece um prêmio pela importância do trabalho e persistência: Casa da Ribeira. 6 – Sai mas deixa saudades: Não pode ser outro senão Dácio Galvão, então, crio uma nova sessão: Fica e deixa todos putos: Crispiniano Neto. 7 – Permanece e continua fazendo muito pela literatura: Editora Queima Bucha. 8 – Não cansei de ouvir em 2008: Despedida de Glorinha Oliveira dos palcos, para registro; o cd Coisa de Preto, de Khrystal; e o cd Estirado no Estirâncio (ou sol sem sombra de dúvidas), do Poetas Elétricos. 9 – Uma perda lamentável: mestre Cornélio Campina 10 – Um ganho inestimável: Museu Djalma Maranhão. Sérgio Vilar Data: 27/12/2008 - Horário: 17h12min 2008, o anos que partiu tento delimitar os bordos mortos e fugidios o ano é ágil (morre) sinto a falta dela (verossemelhança) A solidão inunda Ela, a bela, foge. Ditadura da lembrança Fatos erectus Jorram emoções Adversas o verso Tergiverso a dor Não, não vá. Em vão tento agarrar os Cabelos do vento. Tempo tento tempo João da Mata Costa Data: 27/12/2008 - Horário: 15h46min Dez coisas que me lembro de 2008 1 - Uma leitura: Não uma, mas várias. A maior parte livros de ciência. Dos romances, Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios, de Marçal Aquino. Destaque para Racife, de Marcelino Freire. 2 - Um filme: Ensaio sobre a cegueira, de Meireles. 3 - Um show: Um só? É difícil. Vi shows muito bons, na minha etapa Soteropolitana: Chico César, no Teatro Castro Alves; Zé Ramalho, na Concha Acústica do TCA; Paulinho Moska, Zizi e Luíza Possi, no Loucos por Música; e a versão de Soteropólis de Titãs e Paralamas juntos. 4 - Um grande acontecimento cultural no RN: gostei do crescimento dos prêmios de jornalismo, como os da Fiern, Petrobras e da FJA. Destaco, no entanto, o Buraco da Catita. Nota especial para o ENE, que conheci esse ano, e o Auto do Menino Deus. 5 – Uma instituição que merece um prêmio pela importância do trabalho e persistência: o Buraco da Catita. 6 – Sai mas deixa saudades: Dácio Galvão. 7 – Permanece e continua fazendo muito pela literatura: Abimael Silva. 8 – Não cansei de ouvir em 2008: Bossa Nova, nos seus cinquenta anos. Também não cansei de ouvir Khrystal e outros artistas da terra, assim como as homenagens a Cartola. Nota especial para o novo CD de O Rappa. Dos melhores da discografia do grupo. 9 – Uma perda lamentável: artista plástico Diniz Grilo. 10 – Um ganho inestimável: concordo com Tácito a respeito do Instituto de Neurociência de Natal, que já não é nenhuma novidade, apesar do esquecimento por parte dos colegas de imprensa. Daniel Dantas Data: 27/12/2008 - Horário: 15h45min Sobre Florestan Fernandes Caros amigos: Existe um bom video preparado pela Cãmara de Deputados sobre o sociólogo Florestan Fernandes: http://www.consciencia.net:80Vale a pena. Abraços: Marcos Silva Data: 27/12/2008 - Horário: 15h44min Sobre Vidas Secas VICENTE SEREJO, NO JORNAL DE HOJE VIDAS SECAS Agora faço como um amigo meu quando quer resmungar seu desespero diante das coisas perdidas: acabou que ninguém fez nada. Pois, para que não digam que nada se fez neste 2008, 70 anos de Vidas Secas, e como é invencível o silêncio das instituições, transcrevo a carta que Graciliano Ramos escreveu para João Condé e publicada nos seus 'Arquivos Implacáveis', em O Cruzeiro, junho de 1944. Um texto de próprio punho, reproduzido na edição fac-similar patrocinada pela Eletropaulo, 1988, num pequeno estojo cartonado, quando dos cinqüenta anos do grande romance de Graciliano. Faltou o autor dizer: antes de ser Vidas Secas, a saga de Fabiano, com sua cachorra Baleia - aquela que sonhava com preás gordos - tinha o título de um dos capítulos: O Mundo Coberto de Penas. Nos originais que estão na biblioteca José Mindlin - e estive com eles nas mãos - é fácil constatar:o velho Graça riscou e, logo abaixo, escreveu: 'Vidas Secas'. Leiam a carta. Ele conta como nasceu o grande romance. "Terrível Condé: Atendo à sua indiscrição. No começo de 1937 utilizei num conto a lembrança de um cachorro sacrificado na Maniçoba, interior de Pernambuco, há muitos anos. Transformei o velho Pedro Ferro, meu avô, no vaqueiro Fabiano; minha avó tomou a figura de sinhá Vitória; meus tios pequenos, machos e fêmeas, reduziram-se a dois meninos. Publicada a história, não comprei jornal e fiquei dois dias em casa, esperando que os meus amigos esquecessem Baleia. O conto me parecia infame - surpreendeume falarem dele. A princípio julguei que as referências fossem esculhambação, mas acabei aceitando como razoáveis o bicho, o matuto, a mulher e os garotos. Habituei-me tanto a eles que resolvi aproveitá-los de novo. Escrevi Sinhá Vitória. Depois, apareceu Cadeia. Aí me veio a idéia de juntar as cinco personagens numa novela miúda - um casal, duas crianças e uma cachorra, todos brutos. Octávio de Faria me dissera, em artigo enorme, que o sertão, esgotado, já não dava romance. E eu havia pensado: - Santo Deus! Como se pode estabelecer limitações para essas coisas? Fiz o livrinho sem paisagens, sem diálogos. E sem amor. Nisso, pelo menos, ele deve alguma originalidade. Ausência de tabaréus bem falantes, queimadas, cheias, poentes vermelhos, namoro de caboclos. A minha gente, quase muda, vive numa casa velha de fazenda; as pessoas adultas preocupadas com o estômago, não têm tempo de abraçar-se. Até a cachorra é uma criatura decente, porque na vizinhança não existem galãs caninos. A narrativa foi com posta sem ordem. Comecei pelo nono capítulo. Depois chegaram o quarto, o terceiro, etc. Aqui ficam as datas em que foram arrumados: Mudança, 16 julho 1937; Fabiano, 22 agosto; Cadeia, 21 junho; Sinhá Vitória, 18 junho; O menino mais novo, 26 de junho; O menino mais velho, 8 julho; Inverno, 14 julho; Festa, 22 julho; Baleia, 4 maio; Contas, 29 julho; O soldado amarelo, 6 setembro; O mundo coberto de penas, 27 agosto; Fuga, 6 de outubro. Dou estas minúcias porque me dirijo a um homem curioso, que guarda convites para enterros e cartas de cobrança. Adeus, Conde. Um abraço. a) Graciliano Ramos, Rio - junho - 1944. Tácito Costa Data: 27/12/2008 - Horário: 09h46min Lula Carvalho Vale lembrar também Alex, que o Walter Carvalho é o fotógrafo do ―Boi de Prata‖ de Augusto Ribeiro Junior, o seu primeiro longa. Em recente conversa com um amigo , falou que tinha interesse em restaurar o filme do cineasta da fazenda Boa Passagem. Augusto Data: 27/12/2008 - Horário: 09h12min Dez coisas que me lembro de 2008 1 - Uma leitura: Os detetives selvagens, do chileno Roberto Bolaño. 2 - Um filme: A vida dos outros. Direção e roteiro do alemão Florian Henckel von Donnersmarck. 3 - Um show: Gilberto Gil, no Machadão. 4 - Um grande acontecimento cultural no RN: lançamento pela UFRN, de uma vez, de 15 obras importantes da literatura do estado. 5 – Uma instituição que merece um prêmio pela importância do trabalho e persistência: Cineclube Natal. 6 – Sai mas deixa saudades: Dácio Galvão. 7 – Permanece e continua fazendo muito pela literatura: Abimael Silva. 8 – Não cansei de ouvir em 2008: Cartola, que teve justas homenagens em seu centenário de nascimento. 9 – Uma perda lamentável: artista plástico Thomé Filgueira. 10 – Um ganho inestimável: Instituto de Neurociência de Natal (quase ninguém se deu conta, ainda, da importância deste centro para o RN). Faça também a sua lista de destaques de 2008 e envie para o SP. Pode ser um, dez ou mais indicados. Uma lista complementa a outra e no final teremos uma média aproximada de coisas importantes que ocorreram durante esse ano que está no fim. Tácito Costa Data: 27/12/2008 - Horário: 01h20min Artigo e entrevista no Cronópios Vale a pena conferir no portal CRONÓPIOS o texto de Affonso Romano de Sant‘Anna, sobre a prisão da pichadora das paredes da Bienal de Arte de São Paulo e entrevista com o poeta Manoel de Barros. http://www.cronopios.com.br/ Tácito Costa Data: 27/12/2008 - Horário: 00h17min Um esclarecimento particularíssimo! Sr. Caio Graco, só agora pude ler o seu comentário, e depois de lê-lo, resta-me fazer-lhe alguns esclarecimentos: Aprendi antes mesmo de cursar jornalismo na UFRN, mas já exercendo-o em Santa Cruz, na condição de editor do Memorial Santacruzense, que é um dever do jornalista ouvir sempre todas as partes envolvidas em uma questão. Se o senhor porventura é jornalista e aprendeu de modo diferente, paciência. Se não o é, está perdoado, pois sempre é tempo de aprender. Ora, a matéria em análise apresentou apenas a opinião de um dos segmentos a quem interessava o tema abordado na matéria, ou seja, a regulamentação em âmbito federal da lei da meia-entrada para estudantes, regulamentação esta que certamente pautará todas as demais leis em vigor atualmente. Será que tal fato só interessa aos produtores de espetáculo? Os estudantes (para quem a lei estabelece um "benefício" ) não têm nada a dizer sobre a limitação em 40% das vagas em uma casa de espetáculo? E os artistas, estes também não devem se posicionar a respeito? Eu não sei se o senhor como leitor, tem esse nível de exigência, e tão pouco eu posso exigir-lhe isso. Cada um lê como quer e pensa como quiser. De minha parte, fiz tão somente algumas observações enquanto leitor e consumidor. É só! Marcos Cavalcanti Data: 26/12/2008 - Horário: 23h45min Diário de um ano ruim Fui vencido pela engenhosidade e conseqüente dificuldade (pessoal) de leitura do romance ―Diário de um ano ruim‖, de J. M. Coetzee, um escritor muito bom, de quem li praticamente tudo que foi traduzido. Ter iniciado ―Entre nós‖, de Philip Roth, antes de concluir o livro de Coetzee foi um sinal de que a coisa não ia bem. É que leio um livro por vez. Não começo outro sem ter acabado o que estava lendo. Mesmo assim ainda avancei, lentamente – outro sinal de que a leitura não está me agradando – até a página cem, num livro que tem 240 páginas. O livro de Coetzee conta a história do relacionamento de um escritor com uma moça bem mais jovem, que ele contrata para digitar uma série de artigos escritos sob encomenda de um editor sobre temas atuais e polêmicos. Então, ―Diário de um ano ruim‖ reproduz esses artigos, na metade superior da página e na parte inferior as falas, na primeira pessoa, do professor e da digitadora, com participação, aqui e ali, do marido dela. A forma como tudo isso foi diagramado – é provável que não houvesse outra saída – dificulta a leitura e teve momentos em que li os artigos, adiantava, e depois voltava para ler as intervenções dos personagens da ficção. Mas achei cansativo e arrastado e desisti. Pensando melhor, não credito somente a isso ter desistido do livro, penso que se a obra tivesse me empolgado mesmo eu teria ido adiante. Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 16h13min Revista Critério Um site/blog leva a outros e assim vamos a cada dia descobrindo coisas novas e, algumas, maravilhosas, como é a revista virtual CRITERIO http://www.revista.criterio.nom.br/, que recomendo a todos. A revista é editada pelo professor Marcelo Chagas. Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 12h22min Juan Gelman JAL ¿Cómo fue tu relación con poetas que tuvieron una posición política francamente contraria a la tuya, digamos Borges u Olga Orozco? JG A mí nunca me ocurrió que debía negar la obra de Borges por sus posiciones políticas, lo que no significa que hago caso omiso de su posiciones políticas por el esplendor de su obra literaria. Es muy difícil descubrir las relaciones entre la ideología de un autor, que es apenas una parte de su cosmovisión, y lo que transmite su obra, su carga de lenguaje. Es muy difícil encontrar en Borges la raíces que lo llevaron a tomar determinadas posiciones. Te contaré la anécdota que protagonizaron dos compañeros presos bajo una dictadura militar argentina en que todavía podían entrar libros a las cárceles. Uno de ellos le insistía mucho a otro para que leyera Viaje al fin de la noche, de Céline. Pero el otro se resistía porque argumentaba que él no podía leer a un autor tan fascista como Céline. Pasó el tiempo y el dueño del libro arrancó hojas de la portada y le cambió las cubiertas. Le prestó el libro al compañero renuente, quien luego de leer la novela declaró que era una obra muy buena, interesante. Cuando supo quién era el autor se llevó la sorpresa de su vida. Céline colaboró con los nazis que ocuparon Francia y escribió panfletos antisemitas y pronazis terribles, pero en esa obra revolucionó la novela francesa de los años treinta y expresó soledades, desolaciones y miserias que son comunes a mucha gente Borges, por su parte, en la época más dura de la dictadura militar, tuvo una valentía que pocos intelectuales mostraron en la Argentina, muchos habían sido asesinados, otros estaban en el exilio y luego las condiciones de represión eran brutales. Do poeta argentino Juan Gelman, em entrevista publicada pela revista AGULHA. http://www.revista.agulha.nom.br/ Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 12h00min Batman De Luiz Carlos Merten, no Estadão. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081226/not_imp299037,0.php ―Para tornar mais complexa essa questão do mercado - e dos gêneros, das categorias -, o melhor filme do ano foi um filme de invenção (e de consumo de massa), aliás, o maior sucesso comercial do ano - Batman, o Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan.‖ Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 11h30min Morre Harold Pinter FOLHA DE SÃO PAULO "Um dos maiores autores de teatro contemporâneos, o dramaturgo, diretor, ator e poeta inglês Harold Pinter, Prêmio Nobel de Literatura em 2005, morreu anteontem à noite, aos 78 anos, em Londres. Ele sofria de câncer no esôfago, diagnosticado em 2002. A notícia foi dada por sua segunda mulher, a escritora Antonia Fraser, que também declarou: "Foi um privilégio viver com ele por mais de 33 anos. Ele nunca será esquecido". Pinter escreveu mais de 30 peças, com destaque para "Volta ao Lar", de 1964. Também poeta, assinou ainda textos para rádio e TV, e roteiros, como "A Mulher do Tenente Francês" (1981). Um de seus últimos trabalhos foi o roteiro do filme "Um Jogo de Vida ou Morte" (adaptação para a peça "Sleuth", de Anthony Shaffer). À emissora de televisão BBC o crítico de teatro do jornal "Sunday Telegraph", Tim Walker, disse que as peças de Pinter tinham "longos silêncios, em que os personagens nem sempre iam a algum lugar, algo bem parecido com a vida real. Ele trouxe realismo ao teatro." Em entrevista à emissora de TV britânica Sky News, Michael Billington, amigo e biógrafo de Pinter, afirmou que o dramaturgo "era uma figura política, um polemicista e empreendeu duras batalhas contra a política externa americana [...], mas na vida privada ele era o mais leal dos amigos e mais generoso dos humanos." Pinter nasceu em 30 de outubro de 1930, no East End londrino, filho de imigrantes judeus. Em meados da década de 50 começou a escrever peças, sendo "O Quarto" a primeira a ser publicada, em 1957. Um ano depois, "Festa de Aniversário" foi montada no West End londrino, logo saindo de cartaz após receber péssimas críticas. Foi somente com a segunda peça, "O Zelador" (1959), que se firmou como um dos mais importantes dramaturgos do país. No Reino Unido, Pinter era associado ao grupo Angry Young Men (jovens irados), movimento cultural no teatro, literatura e cinema britânico de meados dos anos 50, cujo vetor nos palcos foi o "kitchen sink drama" (drama pia da cozinha): peças que descreviam situações domésticas da classe operária. Atualmente, sua influência como dramaturgo é sentida nos trabalhos de Patrick Marber, na Inglaterra, e Sam Shepard e David Mamet, nos EUA. Em 2002, o dramaturgo se referiu à doença num poema publicado no "The Guardian": "Células cancerosas são aquelas que esqueceram de morrer." Em 2005, Pinter disse, em entrevista à BBC, que não iria mais escrever peças: "Acho que parei de escrever agora, mas não parei de escrever poemas. Acho que o mundo já teve peças minhas o suficiente." Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 10h09min Surfista Prateado Alex de Souza escreve na sua coluna BAZAR, no portal NOMINUTO sobre o ―Surfista prateado, o Hamlet dos super-heróis‖, criado pelo desenhista Jack Kirby. www.nominuto.com.br Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 10h06min Volonté lança hoje "Lira de Viagem" Quem me avisa e convoca é o poeta Napoleão Paiva. Hoje a partir das 19 horas, na Livraria Siciliano do Midway, o poeta Volonté lança o seu livro ―Lira de Viagem‖. A obra reúne textos de autores brasileiros e estrangeiros e dois poemas de Volonté. Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 10h03min Lula Carvalho Vale lembrar, Michelle, que o Lula Carvalho é filho de outro grande fotógrafo cinematográfico brasileiro, o Walter Carvalho. O novo sempre vem. Alex de Souza Data: 26/12/2008 - Horário: 11h20min Jesus Cristo Postei em PROSA o texto ―O nascimento de Jesus Cristo foi resultado do planejamento de Deus e do ―sim‖ de uma jovem‖, de Julio Severo, enviado por Tales Costa. Tácito Costa Data: 26/12/2008 - Horário: 09h53min Feliz Natal: Um filme existencial e raro Respirar junto com os personagens e sentir na pele a dor de existir. Assim é o filme ―Feliz Natal‖, primeiro longa de Selton Melo que está em cartaz nos cinemas e em Natal no Moviecom e Cinemark. O estar junto é a proposta do diretor ao optar por filmar a maioria das cenas com a câmera (quase sempre em mãos) muito próxima aos personagens, quando se dá para notar até os poros. O roteiro - escrito por Selton em parceria com Marcelo Vindicatto – parte de Caio, personagem de Leonardo Medeiros. Um homem de quarenta anos que trabalha em um ferro velho no interior e sempre foi visto pela família como a peça difícil da família. Naquele lugar cercado de sucata e sujeira, ele tenta se revisitar. Depois de ter passado pela fase da inconseqüência, no filme mostra um homem estável ao lado de uma companheira carinhosa e um equilíbrio que nenhum membro da família encontrou. A história começa quando ele resolve voltar para ver como estão todos em pleno natal. Lá encontra em cada um, na cunhada (Graziela Moretto), no irmão (Paulo Guarnieri), nos sobrinhos, na mãe (Darlene Glória), no pai (Lúcio Mauro) e na a sobrinha (Nathalia Dill) um quebra-cabeça para reconstruir sua própria existência. Ele que era considerado um filho ―problemático‖ retorna e vê de perto sua mãe abandonada, seu pai namorando com uma jovem, o irmão um inseguro e uma família totalmente desestruturada. O mais interessante é que todos são protagonistas e contam suas peculiaridades através do olhar e da aproximação com o espectador, quando a câmera, como já foi dito, respira junto a dor e o sofrimento em existir. A fotografia de Lula Carvalho – mesmo diretor de fotografia do primeiro longa de Matheus Nachtergaele ―A Festa da Menina Morta‖ - é primoroso e acompanha as idéias de Selton ao ―brincar‖ com a iluminação de natal da casa onde se desenvolve a história, quando as luzes saltam aos olhos e muitas vezes ficam mais focadas do que o próprio personagem. A trilha sonora de Plínio Profeta é angustiante e com apenas três acordes consegue transcender o tempo do filme e ―martelar‖ na cabeça em doses acentuadas nos momentos de tensão da obra que não são poucos. Uma das cenas mais belas do filme é o encontro de Mércia (Darlene Glória) com o filho. A atriz se desnuda e consegue transmitir a solidão e o abandono de uma maneira sublime. Tudo isso enquanto as luzes continuam acesas atrás dela e o natal não acabou. A volta de Darlene ao cinema é um presente e sua atuação dá arrepios de tão intensa que é a entrega. É nítida a coragem que Selton Melo teve ao se aventurar no outro lado das câmeras e conseguiu construir uma obra rara. Desde as imagens belíssimas feitas com a delicadeza e o cuidado de poucos, até a maneira como a história se desenvolve. A solidão e a dor nunca foram tão bem retratadas num filme brasileiro. E ao que parece é o momento fértil da boa safra de novos diretores que trazem nitidamente o olhar desfocado no caleidoscópio da vida. Selton Melo e Matheus Nachtergaele respiram essa coragem de levarem às telas histórias tão intensas contadas com a maestria de poucos cineastas. Desses que nascem raramente no precário roll da indústria cinematográfica brasileira e por isso merecem todo o respeito do mundo. Que venha a Festa da Menina Morta... brevemente. Michelle Ferret Data: 26/12/2008 - Horário: 09h38min Palmas para o moviecom ARTE Filme de festival é filme de festival. Em geral vistos por uma pequena confraria de cinéfilos. Aqueles caçadores de imagens, de um novo enquadramento, um som um roteiro. Os festivais de Veneza, Cannes e outros são templos sagrados. Alguns desses filmes nunca serão vistos pela maioria. Poucos chegarão a cult. Temos que tentar as cinematecas e cineclubes. Em Natal chegaram alguns desses filmes e assisti ao que foi possível. Dos oito filmes exibidos em horário péssimo (1515h) assisti a cinco. Foram filmes acima da média. O de hoje foi para mim o mais hermético. ―O carregador de almas‖ é a história de um empregado chinês que se encarrega de entregar um corpo morto em uma fábrica de construção. Todo o filme é o caminhar desse operário com o defunto. Ele procura algum parente do morto para entregar o corpo e não encontra. O corpo é retirado da Van e o operário fala com ele e lhe oferece saquê debaixo de um forte temporal, numa das cenas mais tocantes do filme. O atestado de óbito foi feito de improviso e o importante era de desfazer do corpo sem alterar o andamento da empresa. O operário que não pode comemorar seu aniversário por falta de 10 yuans, será recompensado na empresa por esse serviço. Somos o que fazemos com os nossos mortos e no filme todo o tempo o corpo não consegue ser enterrado. O filme israelense ―Gesto Obsceno‖ é um belo filme com um desfecho previsível. Um gesto com um dedo da mulher do casal provocou a ira do seu vizinho Dreyfus que quase mata a família da mulher que estirou o dedo maior de todos. O vizinho acelera o carro e arrebenta a porta do carro da família da médica que fez o gesto obsceno. O filme todo é a tentativa de justiça pelos danos provocados. Ao procurar a justiça o dono do carro é agredido pelo agressor e sua gangue. Entre uma fuga e outra o casal se hospeda num hotel e o marido relaxado diz para a mulher: O hotel desperta na gente a libido. Um filme tenso e com belas fotografias. Ao final o agredido consegue matar o violento Dreyfus e sua temível gangue. A tensão daquela região perpassa toda a trama do filme. ―Hanna sobe as Escadas‖ é um belo filme que mostra o envolvimento de Hanna (Greta Gerwig) com dois de seus colegas de trabalho numa produtora. Hanna sofre de insatisfação crônica e deixa um rastro de destruição com quem ela se envolve. Não consegue subir escadas nesse filme de belos diálogos. A humanidade é má. Ao brindarmos queremos mostrar que a bebida não contém veneno. As pessoas dão a mão para mostrar que não estão com armas. O amigo de Hanna tem um blog muito concorrido e ela deseja que ele seja transformado em livro. O final com Hanna tocando na banheira com o novo componente do triangulo amoroso é patético. Um filme americano. O filme húngaro ―Palmas Brancas‖ mostra toda a tensão na preparação de uma atleta ginasta para as olimpíadas num regime fechado e autoritário. O menino sofre horrores com muitas chicotadas num adestramento para lá de fascista. Depois ele vai trabalhar num circo e sua vida gira com o numa montanha russa. Quando o protagonista vai trabalhar como treinador no Canadá, sua relação com o atleta a ser preparado é tensa e preconceituosa e competitiva. Seu inglês é horrível, diz um aluno que teima em não obedecer ao professor. O filme The Speed of Life (30 quadros por segundo) já comentei aqui: De um punhado de imagens roubadas monto um filme. Belo filme dirigido por Ed Ratke. Viajar nas imagens dos outros. Ver o mundo com o olhar do outro. ―O importante não o que você ver, mas como ver‖. A vida cabe num filme em 30 quadros por segundo. Será? A tradução já denuncia o que filme pretende mostrar; A VIDA UM FILME. Filme colagem muito bem roteirizado e sonorizado. Desde ―Cinema Paradiso‖, muitos filmes tratam do mesmo temA. Juntar os pedaços de imagens assim como na vida tentamos juntar o que vai ficando no caminho. A vida, como o cinema é a arte de juntar essas imagens. Lembranças. A arte está em como fazer. Em como ver. João da Mata Costa Data: 25/12/2008 - Horário: 21h21min Instituto de Neurociências na Piauí De Marcelo Leite, na revista Piauí, sobre experiência desenvolvida no Instituto de Neurociências de Natal. www.revistapiaui.com.br ―Se o experimento se confirmasse, o Instituto de Natal seria o primeiro a mostrar o recrutamento de neurônios individuais, mais uma indicação da plasticidade do cérebro. Ficaria provado que as mesmas células podem responder a estímulos sensoriais de modalidades diversas, dependendo da necessidade." Tácito Costa Data: 25/12/2008 - Horário: 20h07min Show do Cordel Eu também vi o show do Cordel do Fogo Encantado. Pelo que pude perceber, a maioria dos espectadores, formada por fàs, adorou. Independente das condições do cantor, que me pareceu mais pra lá do que pra cá, do som ou da banda como um todo. Não há muita distância entre fàs e fanáticos, é quase impossível o diálogo com eles. Rock, maracatu ou seja lá o que for que o Cordel apresentou não me agradou. Pessoalmente não gosto de shows barulhentos. Fui mais para conferir, mas claramente era o cara errado no show errado. Tácito Costa Data: 25/12/2008 - Horário: 18h54min Um pouco atrasado Caro Tácito, o tempo é pouco para a internet, por isso sempre aproveito o feriado pra dar uma passadinha aqui nesse blog de discussões inteligentes. Dando uma geral nos assuntos da semana, entre uma ou outra besteira ainda discutida por aqui, vi um assunto levantado pelo senhor Marcos Cavalcanti que gostaria aqui de complementar. O assunto da reportagem em questão da menina da Tribuna do Norte não era a meia-entrada para estudantes, já que esta conquista está em vigor há muito tempo - o que é uma vitória não só para os estudantes, mas para a terceira idade e no caso de natal, para professores! Pelo que entendi o tema da matéria era sobre a regulamentação dessa lei em nível federal, já que ela existe em alguns municípios apenas, e cada uma tem uma regra diferente. Enfim, não vi nada errado na reportagem da menina. Estava corretíssima. Parabéns a ela que foi a única a levantar essa questão. Também concordo com o que disse o artista Henrique fontes, que era preciso fiscalizar as carteiras para quem é estudante e não pode pagar, tenha esse direito. POr que se a regulamentação for de 40% e não houver fiscalização, muita gente que não é estudante vai comprar os ingressos na frente de quem precisa. Caio Graco Data: 25/12/2008 - Horário: 18h42min Duas coisas Tácito, Tive o mesmo sentimento de regozijo quando soube da liberação do dinheiro. Carlos Eduardo não merecia sair esganado por essa trupe de malfeitores da CMN. Gustavo, Duas coisas ficaram muito complicadas no show do Cordel: o som e a voz. O som estava ruim e o cantor estava rouco. Prejuízo do público. Daniel Dantas Data: 25/12/2008 - Horário: 18h41min Coletânea de Poesia como projeto editorial Aceito de bom grado o convite do Alex de Souza para compilar livremente dez poemas de um poeta potiguar. Vou começar minhas pesquisas amanhã mesmo para contribuir. Seria bom se outros amantes da poesia aceitassem esta bela idéia: uns editando os outros. Gustavo de Castro Data: 25/12/2008 - Horário: 16h39min Derrota da banda podre da CMN Gostei de ler a edição online dos jornais hoje e saber que o STF liberou os R$ 40 milhões retidos da Prefeitura de Natal, bloqueados devido ação popular movida pelo vereador Enildo Alves. Recursos oriundos da cessão da conta da PMN ao Banco do Brasil. O Ministério Público Federal também foi favorável à liberação. Admito que existiam dúvidas acerca do acordo do banco com a prefeitura. Dúvidas que foram transformadas em ações revanchistas por vereadores sem mandato a partir de janeiro e alguns indiciados por corrupção devido a Operação Impacto. Esses poucos vereadores, aliados aos jornalistas que apóiam a nova prefeita, numa aliança esquisita, tentaram e conseguiram, em parte, desgastar a imagem do prefeito. Que se não fez uma grande administração, tendo se limitado ao feijão com arroz, não merecia sair da prefeitura sem pagar os salários de dezembro dos funcionários, devendo aos fornecedores e enfrentando uma grave na coleta de lixo, três coisas que afundam qualquer administração. O que estava em jogo no episódio não era a moralidade, quem conhece os vereadores sabe que eles jamais se preocuparam com isso em seus mandatos, mas ressentimentos, ódios e o desejo de destruir politicamente o prefeito. Felizmente, a banda podre da câmara foi derrotada. Vamos aguardar, agora, o desfecho da eleição naquela casa, onde um dos indiciados é forte candidato à presidência, com apoio público do vice-prefeito Paulinho Freire. O que me preocupa mais é o silêncio da prefeita Micarla de Souza. Todos esperamos que ela tome uma posição clara contra essa nefasta candidatura, sob pena de começar muito mal a sua gestão. Tácito Costa Data: 25/12/2008 - Horário: 12h57min Millôr Fernandes De Millôr Fernandes em entrevista à revista BRAVO. http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/livrosmateria_407204.shtml A cultura escrita está perdendo prestígio no mundo inteiro. Isso é ruim? O volume de escritos está numericamente maior e percentualmente menor. Com a internet, cada um tem seu blog, e, quando há um volume muito grande de gente praticando, tudo se abastarda. Quando se deliberou que não haveria mais métrica e rima na poesia, toda senhora de 50 anos começou a fazer poesia. Hoje o marketing é violento. Quando o cara consegue explodir, como o Paulo Coelho, está feito: nada faz mais sucesso que o sucesso. Eu só li um livro dele, um com nome árabe [O Zahir]. Outro dia ele disse que não liga para o que os tradutores fazem com seus livros. Pô, o tradutor só pode melhorar aquilo! Mas vai melhorar o Guimarães Rosa... Tácito Costa Data: 25/12/2008 - Horário: 12h00min A salvação de alguns Tácito, gostaria de tornar público, através do Substantivo Plural, a minha indignação com alguns eventos religiosos da cidade. Bom, é sabido que quando o assunto é atividade de bairro, nem todos os interesses são atendidos, então não seria diferente com aqueles promovidos por paróquias. Pelo menos, não foi, no meu ponto de vista, no caso do final de semana passado, aonde algum evento (não sei qual) era promovido na Igreja Santa Terezinha em Petrópolis/Tirol. Não sei se aqueles que estavam no evento lembravam, mas naquele quarteirão se encontram dois hospitais, aonde o silêncio para os pacientes é imprescindível. Chegaram todos fazendo 'buzinaço', em vários carros, inclusive desrespeitando várias normas de segurança no trânsito, ao se sentarem nas janelas dos carros, deixando meio corpo de fora, ou ao aglomerarem na parte de trás de caminhonetes. Eu imagino que o barulho realmente tenha incomodado já que eu presenciei o acontecido do 15º andar do último prédio do quarteirão, então imagine para os hospitais, que são mais próximos...eu estava com uma câmera e peguei, infelizmente, só o finalzinho e postei aqui no Youtube: http://br.youtube.com/watch?v=yHouzxZhPJ4 Pedro Fiuza Data: 25/12/2008 - Horário: 10h37min Bonvicino detona Madonna Leia no link abaixo texto demolidor de Régis Bonvicino sobre Madonna. Cheguei a ele depois de ler trechos no site de Ailton Medeiros www.ailtonmedeiros.com.br http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/regis_bonvicino/2008/12/13/madonna+e+um+lixo+3208158.html Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 19h41min Talvez Oi Luis, eu ainda não sou Doutor (talvez um dia, quem sabe?), e mesmo que realmente não dê para evocar o Doutor Fausto, talvez a gente possa pedir uma ajuda ao Mefistófeles (quem sabe ele entenda algo de ética). O paradoxo que Heidegger apontou em Nietzsche é o de que se você se entrega a vontade de viver você morre. A vontade de potência não leva o homem a superar os antigos valores e substituir por novos porque falta a ela uma reflexão sobre o Ser (a tão falada "dimensão ontológica do pensamento"). A vontade de poder pura e simples, desprovida dessa base, leva ao nada, porque no mundo das formas, vida e morte são a mesma coisa. Aquilo que te compõe, também te despedaça. Esse é o fluxo. (hard core, não é?) "o deserto cresce, a terra devastada se expande" Pablo Capistrano Data: 24/12/2008 - Horário: 19h36min "Entre nós" De Milan Kundera para Philip Roth, no livro ―Entre nós‖ (ensaios e entrevistas), que ganhei de presente de natal e estou lendo: ―A burrice das pessoas vem de elas terem uma resposta para tudo.A sabedoria do romance vem de ele ter uma pergunta para tudo... O romancista ensina o leitor a compreender o mundo como uma pergunta. Nessa atitude há sabedoria e tolerância. Num mundo baseado em certezas sacrossantas, o romance morre. O mundo totalitário – seja ele baseado em Marx, no islã ou em qualquer outra coisa – é um mundo de respostas e não de perguntas. Nesse mundo o romance não tem lugar. Seja como for, creio que em todo o mundo as pessoas hoje em dia preferem julgar e não compreender, responder e não perguntar, de modo que a voz do romance é difícil de ouvir em meio a toda a tagarelice insensata das certezas humanas.‖ Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 19h19min O PRESÉPIO e O MENINO O menino acordou bem antes do sol nascer. A escuridão do fim da madrugada não assustava o menino que até pouco tempo tinha medo do escuro. Esse ano não teve medo. Dizem que de um ano para outro muitas coisas mudam. E mudou mesmo. O medo se foi. Até o medo de ficar sozinho na sala com o presépio desapareceu. Os personagens ali o assustavam demasiadamente e, aos cinco anos, sua imaginação lhe impunha mais medo que prazer. Mas agora tudo havia mudado. Estava mais velho. O menino estava com seis anos e já podia conter, embora nem sempre, sua imaginação. E se não gostasse do que estava imaginando, fechava os olhos espremendo-os e trincando os dentes, enquanto cerrava os punhos. Todo o esforço lhe distraia, fazendo com que esquecesse o que estava pensando. Passado o susto, entretanto, punha-se novamente a pensar e embarcar em novas aventuras, novas explorações da imaginação. O menino era tão criativo que sonhava acordado e também dormindo. Neste dia de natal sonhou e imaginou muito. Sem acender qualquer luz, o menino saiu de seu quarto na ponta dos pés cuidando para não acordar seu irmão de oito meses que dormia no berço ao lado de sua cama. Se o acordasse não ficaria impune. Portanto, foi cuidadoso. Abriu a porta do quarto delicadamente para permitir apenas que seu pequeno corpo passasse. A casa estava tão escura quanto no interior do quarto. Apenas as luzes que adornavam a árvore de natal produziam alguma claridade. Podiam ser vistas no final do corredor, iluminando a descida para escada, quebrando assim o breu absoluto da madrugada. Até onde o corredor dobrava e a escada começava, havia quatro quartos e dois banheiros. O caminho era longo até a escada, mas o menino vestido com seu pijama do batman e meias grossas prosseguiu tateando pelas paredes, passo-a-passo, sempre com a perna esquerda a liderar. Seguiu assim até o final do corredor. Procedeu da mesma forma ao descer a escada. Lento e sutil. Segurou firme o corrimão com suas pequenas mãos. Lentamente a escuridão transformou-se em penumbra, e a sala de visita podia ser vista sem maiores dificuldades. A primeira visão foi da árvore com suas luzes piscando e trocando de cores. Bolas vermelhas imensas e a guirlanda que lia Merry Christmas o puseram em transe. Ao redor, no chão, os presentes esparramados engoliam toda a base da árvore. Ao lado, um presépio enorme onde os bonecos se mexiam, e o menino Jesus era retirado do feno fresco e posto na manjedoura. O menino pôs as mãos gordinhas sobre a boca e viu-se ao lado dos personagens que cercavam Jesus. Passou a ser um dos personagens. Estava ali no centro do estábulo testemunhando aquela criança crística berrar sem consolo. Cercado por ovelhas e cabras, olhava o bebê Jesus chorar sem parar enquanto os outros personagens olhavam para o menino desconfiados. Jesus chorava forte, mas ninguém se movia. Percebeu também que as cabras e ovelhas também passaram a observá-lo. Sem resistir, o menino lançou-se sem medo em direção ao menino Jesus, tomoulhe para si, e o confortou com segurança contra seu peito de criança. Sentou-se. Jesus silenciou. Todos silenciaram. De cima, observou os anjos cantando e anunciando a chegada do filho de Deus. Contra seu pequeno corpo o menino sentiu o calor do corpo do bebê Jesus. Seus corações devidamente alinhados batiam harmonicamente um contra o outro. O menino desta vez começou a choramingar. Choramingou muito, mas o bebê Jesus continuou silente e a dormir. O Choramingo acordou os pais do menino que foram até o quarto, abriram a porta sem preâmbulo e observaram o menino ainda dormindo segurando seu pequeno irmão contra o peito, sentado no chão, encostado contra o berço. Eles dormiam, embora o menino choramingasse em seu sono. Charles M. Phelan Data: 24/12/2008 - Horário: 19h00min Na defesa de Madonna e Suzana Vieira ô Levino, o que vc tem contra a terceira idade? Gustavo de Castro Data: 24/12/2008 - Horário: 18h15min Artistas natalenses e do mundo Caros amigos: A fala de Alex Gurgel sobre os pagamentos a diferentes artistas merece atenção. É melhor que os artistas locais recebam boa remuneração. Prefiro que os artistas e o público locais convivam também com os artistas de fora porque são faces diferentes (sem hierarquia) do campo artístico. Seria péssimo, para o público potiguar, nunca assistir a apresentações de bons artistas de outras cidades ou de outros países, sem que isso diminua o respeito aos artistas locais. Imagino o que significou para tantos ter assistido a Baden Powell ou Paulinho da Viola. Imagino o que significa para tantos poder asssistir a Mônica Salmaso ou Edu Lobo. Abraços: Marcos Silva Data: 24/12/2008 - Horário: 18h14min Cordel desencantado Pode ser o fato de Lirinha estar sem voz, mas não vi graça alguma no Cordel do Fogo Encantado, ontem, no anfiteatro do Campus. Já havia escutado os cd's e lido sobre a poesia e a hipnose do seu astro principal, por isso tive ainda mais curiosidade de ver. Deve ser p.q. estou ficando velho, não tem outra explicação. Perdão se ofendo o gosto de algum leitor deste SP, mas prefiro a poesia do Lirinha ao Cordel enquanto grupo musical. E olhe que tinha tudo para gostar, já que eles exortam o tempo todo à cultura afro-brasileira, mas o caso não é este, para mim, falta arranjo, às vezes, durante o show, achei que faltava ensaio, sem contar que o Lirinha adota mais uma postura messânica do que de cantor, bom, mas ele é poeta...Deixa pra lá... Gustavo de Castro Data: 24/12/2008 - Horário: 18h13min Em defesa dos autos Não tenho essa visão de Alex Gurgel, que coloca o Carnatal e os autos natalinos no mesmo saco. Penso que são coisas bem diferentes. Acho que os espetáculos são bem feitos e oportunos, tanto é que atraem sempre um bom público. Independente de artistas de fora. No tempo de Woden na FJA o ―Presente de Natal‖, realizado em frente ao Palácio Potengi, sempre atraiu uma boa quantidade de pessoas e não tinha artista de fora. Outro aspecto interessante desses autos é que utiliza os artistas locais. E não são de terceira categoria, vejo aí exagero e rigor excessivos na avaliação. De fato, os autos são sazonais e nem poderia ser diferente, mas não são atos culturais isolados. Quem participa são atores, músicos e bailarinos que mantém atividades regulares em suas companhias ou oriundos das escolas artísticas da cidade. Quanto à questão dos cachês diferentes entre os cantores de fora e os daqui essa é uma questão polêmica e difícil de resolver. Acho que em qualquer cidade do mundo, pelo menos na maioria, os que fazem mais sucesso no tal mundo artístico ganham bem mais. É assim que funciona. Se é justo ou não são outros quinhentos. Se Valéria ou Pedro Mendes fizerem um show em Santana do Matos certamente que o cachê deles será quinze ou vinte vezes maior do que o artista santanenses convidado para abrir o show. Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 17h37min Um natal pra turista besta ver De Alex Gurgel em www.grandeponto.blogspot.com "A carnavalização natalina da Capital Potiguar acaba hoje com o show do grupo pernambucano Cordel de Fogo Encantado, no Anfiteatro da UFRN. Enquanto os artistas estrangeiros ganham espaço e muita grana com as apresentações, os artistas da terra são relegados ao segundo escalão musical, fazendo esteira (quando são convidados) para as apresentações principais. No gramado do Machadão, com a direção de Lenilton Teixeira, trilha sonora de Joca Costa (música de Valéria Oliveira, Simona Talma e Luiz Gadelha), o Auto de Natal mostrou o texto de Marize Castro, ―A Face Feminina de Deus‖, durante dois dias, atraindo um público médio de 40 mil pessoas (segundo a mídia local). Toda a concepção do ―Auto de Natal‖ foi feito por artistas potiguares, mas se não fosse o peso das atrações nacionais como Elba Ramalho, Fagner, Simone, entre outros, o teatro ao ar livre teria sérias chances de não ter público. Com atores de terceira categoria, o espetáculo dublado não empolgou ninguém e nada trouxe de concreto para se fixar como atração para os próximos anos. Essa política de eventos sazonal é chamada de ―cultura‖ pelos cadernos especializados da nossa imprensa, que não têm a menor vergonha em publicar os releases distribuídos pelas instituições governamentais, que alimentam algumas redações incultas, como se esses eventos transmitissem conhecimentos de raiz, levando o público a uma reflexão. Mesmo ganhando 10% do que receberam os artistas nacionais, os potiguares Jubileu, Glorinha Oliveira, Geraldo Carvalho, Galvão Filho, Khrystal e Lane Cardoso farão um show amanhã (24), no Anfiteatro do Campus, fechando o ciclo circense desse natal em Natal, promovido pela Fundação José Augusto. Apesar do timaço de músicos, este blogueiro duvida muito que o show possa atrair esse mundaréu de gente. A concepção do ―natal em Natal‖, idealizado pelos gestores culturais, começou no início de dezembro com o famigerado Carnatal, seguindo com alguns eventos pra turista besta ver e tem seu desfecho na Praça do Campus com o show da galera potiguarina, que se contentam calados com as migalhas governamentais." Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 17h17min Sobre a tagarelice No blog do filósofo Roberto Romano. http://robertounicamp.blogspot.com/ "De fato, quem fala demais corre o risco de dizer o que não deve. Mas a tagarelice, segundo Plutarco, não é só um desejo desmedido de falar; oculta algo mais profundo, a incapacidade real de ouvir. Fala-se muito para não escutar os outros e, talvez, para não escutar a si próprio." Regina Schöpke. Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 13h55min Madonna De Rodrigo Levino no www.adeuscolumbus.com "Não, eu não fui ao show da Madonna. A verdade é que acho essa senhora - sim, ela já goza a sua melhor idade, para ficarmos num eufemismo - um tanto caída e cafona. Convenhamos, a diferença entre ela e Susana Vieira é que uma dança melhor que a outra, mas, no geral, são pessoas que deixaram de ser artistas (época em que mereciam algum respeito) há muito tempo e tornaram-se celebridades. Obviamente, encaixadas (sem trocadilhos) nesse grupo, sobrevivem de factóides reproduzidos por uma imprensa reverente e sem o menor senso, eu diria que não de iconoclastia, mas de apuro crítico, mesmo, entende? Faz décadas que o trabalho de Madonna deixou de ser importante, então qualquer interesse que você tenha por cultura pop, música em último grau, torna-se um oxímoro caso haja interesse pelo que ela faz hoje em dia, que é, basicamente, prostituir bons produtores e tentar soar moderninha, além produzir coisas inconsistentes a três por quatro (Cabala, visita a Israel, excesso de fitness, traições, separação), amplificadas pela indústria da fofoca. Mesmo discos como o Confessions on a Dance Floor, que podem ser considerados relevantes do ponto de vista musical, poderiam ser feitos por qualquer garota de quinze anos, muito mais sexy e cheia de vitalidade - é diferente de excesso de malhação - nas mãos de um bom produtor musical. Escândalo por escândalo e música pop bem feita, Britney Spears produz com muita classe. Madonna, inclusive pelo deslocamento que há entre idade e atitude, virou um bibelô desses que a gente ganha da avó e guarda pro resto da vida para lembrar de uma época. No geral, é preferível que se ponha o disco em casa e vá ouvir Material Girl e Like a Virgin, ao invés de rargar-se diante de, repito, uma senhora que difere pouco do life style de Susana Vieira, que a essa altura ao invés de estar lidando com o luto por exus do brejo drogados da baixada, poderia estar cuidando dos netinhos em casa. Poderiam aprender a serem relevantes pela conservação de fatos passados e pela postura digna das pelancas que exibem, como Virginia Westwood, não?‖ Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 13h48min Fim de ano De Sheyla Azevedo em seu www.bichoesquisito.blogspot.com "Todo ano é sempre a mesma coisa também, no quesito fazer listinhas para melhorar o ano que está chegando. Confesso que não gosto muito das listas porque elas tendem a limitar o campo de visão da gente." Tácito Costat Data: 24/12/2008 - Horário: 13h42min O Cristo de Pasolini De Moacy Cirne, no www.balaiovermelho.blogspot.com "Será que, na história do cinema, existirá filme mais belo e expressivo sobre a vida de Cristo do que O evangelho segundo São Mateus, realizado pelo marxista Pier Paolo Pasolini? Acreditamos que não. O filme do cineasta italiano, produzido nos anos 60, continua insuperável em sua beleza quase minimalista, com sua fotografia crua, com seus atores não-profissionais, com sua narrativa clara e límpida. Nunca um Cristo foi tão humano, religioso e verdadeiro - e tão essencialmente Cristo quanto aqui, em seu despojamento histórico, em seu despojamento ontológico. E mais: em seu despojamento cinematográfico. Uma obra-prima, simplesmente." Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 13h28min César Revoredo na Funcarte O artista plástico e proprietário de uma galeria de arte César Revoredo será o novo secretário da Funcarte. Não houve surpresa na indicação. Os jornalistas que cobrem os passos da prefeita Micarla de Souza davam como certa a escolha. Segundo os blogs de política, ele participou do programa (até agora secreto) para a cultura da prefeita. Portanto, temos de aguardar que o programa e as idéias do novo secretário sejam conhecidas para uma avaliação justa. Antes disso, é prematuro um pré-julgamento. O que podemos adiantar é que César, escolha pessoal da prefeita, se encaixa no perfil empresarial que ela defende para administrar a cidade. Natal, conforme já deixou claro a nova prefeita, será administrada como uma empresa. Vamos ver no que isso vai dá. Com relação a Funcarte, para além das idéias e boas intenções de quem quer que fosse indicado, uma coisa é certa, sem o apoio direto do prefeito não se faz nada. A notória má vontade das demais secretárias com relação à cultura, a falta de orçamento ou orçamentos insignificantes e a burocracia são entraves insuperáveis. O desafio de César Revoredo não é pequeno e as comparações com o trabalho realizado nos últimos anos serão inevitáveis. Tácito Costat Data: 24/12/2008 - Horário: 13h21min Poesia aí, tácito devia ter uma lei mandando todos os blogs da província publicar miguel cirilo três vezes por semana. Vou deixando uma sugestão editorial para o blog: já que temos tantos poetas e leitores de poesia passeando por aqui, convide alguns a publicarem algumas seleções temáticas com, sei lá, 10 poemas. O desafio é segurar o ego e indicar obras dos outros. abraços natalinos. Alex de Souza Data: 24/12/2008 - Horário: 13h16min Pastoris clássicos Prezado João da Mata: Sempre lembro com especial emoção de uns versos transmitidos a mim por Dona Nazaré de Souza, trecho de Pastoris de sua infância: ―Enchei os pobres da terra dos prazeres mais profundos porque nasceu Jesus Cristo para a redenção do mundo‖. E de uma despedida de Pastoril pernambucano: "Às quatro horas da manhã quando vem rompendo a aurora os anjos cantam no céu e as pastorinhas vão embora". A poesia está aí. Abraços: Marcos Silva Data: 24/12/2008 - Horário: 13h16min Auto de Natal A jornalista Michelle Ferret faz uma avaliação, no VIVER da Tribuna do Norte www.tribunadonorte.com.br, sobre o auto de natal promovido pela FJA, que, no geral, coincide com a minha. Duas coisas me chamaram a atenção no texto dela. Ela reclama, com razão, da repetição do boi no auto, e pergunta se a cultura popular não tem outras alternativas. Perfeita a observação. O segundo ponto, no qual eu discordo, é sobre a parte do assassinato das crianças por Herodes. Ela achou a cena excessiva. Pode até ser excessiva, mas o episódio em si é tão forte que não vejo como amenizá-lo. Gostei muito dos comentários de João da Mata. Ele traduziu muito bem o espírito dos dois autos. Assino embaixo dos textos dele. Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 12h17min “Agenda para um novo ano” ―Quando ceticismo e auto-ironia se encontram na mesma encruzilhada da história, como sucede presentemente, não cabe lugar para atitudes excessivamente ousadas‖. De Nelson Patriota, em sua coluna, na crônica ―Agenda para um novo ano‖. Tácito Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 11h06min Procissão Blog de Ricardo Noblat publica poema de Zila Mamede. Zila Mamede Quando vem a procissão no seu passo de perdão, Alcaide, comendador dominam povo e andor Cada grupo de irmandade empunhando uma verdade: A das Filhas-de-Maria virgindade em romaria Do SSmo Sacramento vermelha de emproamento Do Senhor Jesus dos Passos roxo em santos e devassos Irmãs da Ordem Terceira terço em mãos de camareiras Os meninos da Cruzada fome na barriga inchada A Banda da Prefeitura solo e soldo de amargura Estandartes, confrarias escondem velhacarias O Santo vai carregado pelos donos do mercado E o povo segue inocente descalço, nu, paciente: - A compacta multidão carente de Deus e pão Tetê Bezerra Data: 24/12/2008 - Horário: 10h52min “A Festa do Menino Jesus” A Festa do Menino, com texto de Racine Santos e direção de João Marcelino, é um espetáculo grandioso. Não dar para comparar um espetáculo com outro nem muito menos tentar colocar Prefeitura contra Governo do Estado. Os dois são bons e com concepções diferentes. O espetáculo apresentado na Concha acústica da UFRN é um poema Sinfônico e teve as melhores condições para ser executado. Bom texto, Figurinos, cenários móveis e Música. Uma grande poema sinfonico do mestre Danilo Guanais. Um teatro de arena maravilhoso com excelente acústica. O que menos aparece nesse espetáculo é o texto popular e rimando de Racine. Um texto clássico, sem muitas novidades. A história contada por Mateus, Birico e o Mestre, personagens do Bumba Meu Boi é uma boa sacada. O Casal de retirantes José e Maria, vindos do Seridó, para ter o filho em Natal é comovente. Grandiosa a encenação de nascimento do cristo. As ondas do mar e os efeitos cenográficos são maravilhosos. Muito bom os dois telões contíguos com a tela central iluminada e com efeitos eletrônicos em movimentos muitos bonitos. Tudo o que o texto do Racine podia ter de melhor para a sua execução, teve. Um músico erudito da melhor qualidade. Grandes corais. O melhor diretor de teatro de Natal. Figurinos, iluminação e bons autores. O anfiteatro da UFRN é o local ideal para esse tipo de apresentação. Todos sentados podem apreciar o espetáculo. Diferente do Castelão onde a arquibancada fica longe do palco. Caso se deseje ficar perto do palco, assiste-se em pé. Gostei muito mais da solução da ―Festa do Menino‖, em que Herodes vem transportado num cone móvel vazado cheio de diabos e fogo. Um grandíssimo espetáculo que teve o que de melhor podia ter para a sua grande execução. Natal está de parabéns. A fundação Jose Augusto/ Governo do Estado estavam devendo esse presente. Temos excelentes artistas, escritores e músicos. Só faltam as condições. E o teatro ao ar livre da UFRN deve ser mais utilizado. João da Mata Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 10h43min Pastoril de Bom Pastor Caro Marcos, Antes da apresentação da grande Festa do Menino, teve a apresentação do Pastoril de Bom Pastor. Muito bonito o grupo formado por senhoras e senhores. Todos mostrando uma grande vitalidade e alegria que contagia. A borboleta, a mestra, a estrela e o palhaço estavam ótimos. Comovente o espetáculo. Sou cigana canto e danço bem E o cordão azul canta: O cordão azul é de nossa senhora, cordão vermelho vá embora. E o vermelho responde: Cordão Azul casca de Besouro João da Mata Costa Data: 24/12/2008 - Horário: 10h41min Voz essencial Vez por outra, retorno às palavras essenciais, ancestrais. Coisa de encerramento de exercício. Uma delas é a p. 29 do ―Elementos do caos‖, Miguel Cirilo, edição do Sebo Vermelho. Parte II do poema ―Tendências‖. ―não-sou quando me chamas ilha ou mar: amar é achar o tempo do não-ser, tempo-abismo de quando despertar sabe a um tédio já sono de viver. sabe a não ser o ser, que o ser é nada, a porta é nada se ninguém me espera. sou hóspede: o chamar-te minha amada dorme na casa do não-ser que eu era. morreu quem sou, mas quem não fui existe para amar e não-ser, sem onde e quando: desde um longe sem tempo – e tu não viste vivo morrendo de não ser te amando‖. Tomo o cuidado extremo de não decorá-lo (por mais que o leia), para que possa ser relido sempre com a ânsia da próxima palavra. Paulo Benz Data: 24/12/2008 - Horário: 10h42min Poema Ópera no Auto de Natal Assisti o Auto de Natal na UFRN emocionado, me deixando levar pela narrativa de Mateus, Piripo, as ciganas, José Rodes, enfim, acho que Racine Santos, João Marcelino e Danilo Guanais construiram um poema-ópera ou uma ópera-poema em que o valor não é apenas ser 100% potiguar como Titina fazia questão de dizer o tempo todo, mas o fato de ser (para mim) 100% ópera popular e pós-moderna ao mesmo tempo: mesclando teatro, dança, música, vídeo e poesia, um espetáculo multifacetado capaz de falar a qualquer um, em qualquer tempo. Fiquei especialmente tocado pela música do Danilo. A capacidade de fazer da música (trilha) não apenas uma coadjuvante, mas personagem ou unir o popular e o erudito foi algo marcante para mim. A cena do nascimento de Jesus é simples e iluminada. O texto do Racine é outro ponto forte: "O Potengi deu as costas para a cidade", diz uma personagem. Viva três vezes viva ao coletivo de atores, dançarinos, músicos, cenógrafos, iluminadores, enfim, a todos que realizaram esta bela ópera popular. Gustavo de Castro Data: 23/12/2008 - Horário: 21h23min Lapinhas e Pastoris Caros amigos: Li as notícias no SP sobre os autos natalinos da FUNCART e da UFRN. Não posso opinar a respeito das apresentações porque não estive presente mas gosto da iniciativa. Sinto falta de notícias sobre Lapinhas e Pastoris mais clássicos. Em 2007 (fora do calendário natalino), visitei muitos grupos em Natal, São José do Mipibu, Nísia Floresta, Touros, São Gonçalo do Amarante, cada um com sua beleza. Quem nunca assistiu a uma Queima de Lapinha não sabe o que perdeu. E em Touros (talvez em outros lugares também), tem o banho das moças, despidas, sem a presença masculina (foi-me narrado por uma participante e, depois, por Deífilo Gurgel). Poesia, ritual. Um beijo para todos nesta época mítica de recomeço. Marcos Silva Data: 23/12/2008 - Horário: 18h40min Natal no Sopão Depois de semanas em absoluto congelamento natalino, o SOPÃO volta devidamente derretido em mensagens natalinas do mais alto potencial otimístico que é, ao fim e ao cabo, o que todo mundo precisa para seguir em frente. dito isso, temos um super pacote de novas postagens que você provavelmente só vai conseguir terminar de ler em 2009, ali por volta da quarta-feira de cinzas. portanto, convém começar agora, já. confira as atrações: -DE LUA E ESTRELAS: sobre a conjunção celeste que marcou uma reunião de amigos em Brasília -NA TELA, VELHOS HOMENS DO MAR: gosta de filme de marinheiro? então vai lá. -CAFÉ SERTANEJO 1: álbum de fotos do café dos amigos do mestrado de Rejane -A COR PÚRPURA PARA 2009 - mistura de crítica de cinema tipo compreensiva com conto de natal tipo improvisado (dedicado, de coração, à nossa amiga Marcya Reis, viu, Marcya?) -CAFÉ SERTANEJO 2: outro álbum de fotos do café com os amigos Nina, Sérgio, Adriano e Flávia, filharada incluída. -A ANFITRIÃ: postagem-legenda. se falar mais que isso, mato seu interesse. veja lá. -PRÊMIO SOPÃO 2008: de beste ofi de beste. enfim, uma lista no Sopão. imperdível e sujeita a polêmica, como todas as listas. mas duvido que você ache uma mais autoreferente do que essa. www.sopaodotiao.blogspot.com (uma casa de amigos sempre aberta no planeta blogue). Tácito Costa Data: 23/12/2008 - Horário: 16h36min O show de João Marcelino Eu não vi o auto de natal promovido pela Funcarte. Assisti ontem à noite o da FJA. Gostei muito, principalmente das soluções cênicas utilizadas pelo diretor João Marcelino. O texto, cordelizado, de Racine Santos, é bacana. Agora como sempre é a mesma história, confesso que fico meio desatento, me ligo mais na dança e música. Tácito Costa Data: 23/12/2008 - Horário: 16h27min Auto de Natal Concordo com algumas coisas que disse João da Mata sobre o Auto da Prefeitura. Mas eu me emocionei. Agora o Auto do governo do Estado, na UFRN, foi tão bom ou até melhor que o da Funcart. Mas são dois espetáculos belos. Esteticamente bem resolvidos. Daniel Dantas Data: 23/12/2008 - Horário: 16h17min AUTO DE NATAL 2008 Caros Colegas, Após uma longa propaganda de prestação de contas da prefeitura, começa o Auto de Natal 2008. Assisto aos Autos desde o seu início. Gosto muito do evento e de sua concepção. Bela sacada essa de homenagear os artistas, escritores e atores de Natal. Cada ano uma novidade. Racine Santos, Paulo de Tarso, Moacy, Clotilde Tavares et al. Quase sempre trazendo o nascimento do Cristo para Natal. Claro, estamos em Natal. Embora não saiba se estou incluído nos 171 críticos literários da Natal mencionados em coluna Woodensiana, passo a tecer alguns comentários sobre o espetáculo desse ano. Assisto em pé junto ao palco. O espetáculo tem como abertura a fala de algumas Marias. O nascimento do Cristo será narrado do ponto de vista feminino. Nada mais acertado que deixar as Marias falando. Maria de mar. Marias maravilhosas Hoje, elas são em número muito menor. Aja vista a relação das mulheres participantes do espetáculo apresentadas no telão no final do auto. De algumas coisas gostei e de outras, não. Do ponto de vista da narrativa teatral o texto tem falhas, que mesmo a encenação do competente Lenilton Teixeira não consegue suplantar. Um texto mal costurado entre uma cena e outra. O cenário? Não gostei. Aquele casarão antigo com portões ovalóides encimado por uma igreja. Gostei da inclusão dos meninos brincando de roda e da trilha sonora, comandada pelo Joca. Belas músicas para o ano inteiro, Até para o carnaval. Mas não é Natal! Bandeira estrela de Belém! Eu sigo em busca da esperança. Bela música. A Maria são todas as mulheres. Puta e Suave. Bela e áspera. Angelical. A do Auto achei pouco ungida do filho que vai ter. José deixa a dúvida da cornice com o aviso das crianças. Crianças que são o ponto alto do espetáculo. Elas brincam de roda e enganam Herodes. Herodes foi uma grande licença poética no espetáculo. Aparece tenebroso numa chaminé de usina nuclear. É um empresário que não cuida de seus empregados. A paz é um blefe, diz um Herodes tenebroso e má. Quando a poeta Marise Castro fala o texto se engrandece e o espetáculo ganha densidade. ―O amor é lancinante. Uma chama mais de silencio que de palavras‖. Os reis magos são bonecos gigantes. O espetáculo é circular como uma roda infantil, mas não comove. José pinta. Pai Francisco entra na roda. E Maria é Maravilhosa. Só a poesia salva. João da Mata Cosra Data: 22/12/2008 - Horário: 18h36min Sesi Bonecos do Brasil Um grande evento essa bela exposição, apresentação, oficinas de marionetes, circos promovidas pelo Sesi e apresentada em Natal nesse final de semana. Em minha opinião pouco realçada pela imprensa. Um evento da maior significação cultural nessa terra de grandes brincantes de bonecos. Do teatro de títeres, do séc. XIX, ao grande Chico Daniel. Chico devidamente lembrado pelo grande artista cearense em apresentação memorável, na praça Augusto Severo, já botocada e revitalizada. Bela exposição de bonecos com destaque para os grandes trabalhos da companhia Giramundo. Já no início da exposição, um boneco representando o Dom Quixote. Quase desfaleci e não saí de perto. Difícil foi conciliar o horário. Tudo começava às 1630h. Não sabia em que fila ficar. Deixei as filas para apreciar o belo cortejo dos bonecos gigantes. Maravilhoso espetáculo de bonecos em ―Bonecrônicas‖. Depois assistir a uma grande apresentação da companhia Giramundo. Algo assim como uma representação da vida. Pouco entendido pela maioria, mas muito bem executado. Bela sacada essa da exposição itinerante de bonecos do Brasil inteiro. Muito boas instalações e apresentações dos joões redondos, marionetes, títeres e mamulengos. Como queiras. Memorável tarde de domingo. Oh quanta alegria! O manto da noite já cobria a praça e tive que me despedir dos belos bonecos para assistir ao Auto de Natal. Aguarde comentários. João da Mata Cosra Data: 22/12/2008 - Horário: 18h31min Bonecos e shows Fui nos dois dias do Festival de Bonecos do Sesi, na Ribeira. Programação de altíssimo nível. Ia postar alguma coisa ontem, recomendando, mas continuo com problema de acesso a internet em casa. Assisti, em parte, os shows no Machadão. Em parte, porque precisei sair antes do final nos de Gil e Elba. De todos, gostei mais do de Gil, mas aqui entra minha preferência pessoal. Tácito Costa Data: 22/12/2008 - Horário: 13h11min Nietzsche e os escravos Peço auxílio ao Dr. Pablo já que não posso fazê-lo ao Dr. Fausto. A vontade de poder não é ela mesma a força criadora que emergindo no fundo de todas as coisas, nos impulsiona para a vida de uma forma desesperadora e inequívoca ? e que sendo assim tudo que não seja a afirmação da vida, pode ser considerado como decadência ? e que sendo estas forças que re-inventam a existência, forças que criam em cima da destruição de outras formas, como diz-nos Schopenhauer na sua obra, o mundo como vontade e representação, o mundo é terrível ?, e que a despeito de que essa grande verdade filósofica ser essencialmente pessimista, a vida continua a existir ? e que se assim é, não há certo nem errado, nem bem nem mal, sendo a justiça(o sentido)o próprio jogo dos contrários como queria Heráclito ?, e que por tanto a moral e toda filosofia positiva, sendo posterior a esse processo, é uma acomodação que os vencedores tentam impor aos vencidos de modo a que se interrompa esse eterno fluxo ? e assim pensando Nietzsche prega a transmutação de todos os valores, incluídos os do cristianismo, para que se chegue a uma filosofia de homens livres ? e que se diante de tudo isso existirão outras alternativas não tão radicais? Luis Sávio Dantas Data: 22/12/2008 - Horário: 09h17min Menos de meia para estudantada, assim não dá! Conheço Michelle Ferret já de algum tempo e saraus. É uma jornalista inteligente, com grande sensibilidade, ética, e em melhor editoria não poderia estar. Li quartafeira passada, na Tribuna do Norte, de sua lavra, matéria que discute a questão da meia entrada para estudantes, em que transcreve as opiniões de produtores culturais quanto à nova lei que regulamenta a matéria em âmbito nacional, ora em tramitação na Câmara dos Deputados. Para minha surpresa, ao chegar ao final do texto, não vi ali retratado a opinião de um dos principais interessados na lei, seja através do que pensam os representantes legais das entidades estudantis ou mesmo a opinião dos próprios estudantes. Também seria interessante ouvir artistas não produtores. Causou-me ainda estranhamento a frase abaixo da fotografia que dizia que o preço de ingressos para as apresentações culturais iria baixar, sobretudo quando a maioria dos entrevistados, a exceção de Henrique Fontes, argumentou que as atuais leis já elevam o preço dos ingressos. Se tal alusão se refere ao percentual limítrofe de alcance do benefício, uma vez que seria reduzido ao percentual de 40% dos ingressos, isto não está claramente explicitado na matéria. Particularmente não acredito em redução de preço de ingressos e lamento profundamente a opinião dos que consideram prejuízo a presença dos estudantes em espetáculos, sobretudo porque os estudantes de hoje (que em geral não têm emprego) serão os apreciadores e consumidores das artes do amanhã, quando já não mais portarão carteirinhas estudantis. Quanto à burla das carteiras dos falsos estudantes, ora, que fiscalizem eles mesmos e adotem mecanismos de inibição para tal prática. Confesso que depois de ler a afirmativa: ―Há eventos, por exemplo, que cem por cento dos ingressos são de meia entrada.‖ Fiquei muito curioso de saber que eventos (no plural) são estes. Ademais, quem é produtor e não olvida da existência da lei, tem que saber de antemão, que em tese, 100% do público poderá ser de estudantes (o que é muitíssimo improvável). Por fim, e não me escuso em dizer, tem muitos produtores com espetáculos em seus currículos, todos financiados pelos governos (municipal, estadual e federal), sem investir um tostão sequer de seus bolsos e cobrando nada barato pelos espetáculos bancados com o dinheiro público. Às vezes penso que tais produtores são na verdade funcionários sem cartão de ponto dos governos que passam ou dos atuais, e de tal modo viciados são e estão, que não sabem ou fingem não saberem o caminho da iniciativa privada. Tem até CD patrocinado por instituição pública em que o próprio dirigente é o beneficiado (comportamento ético?), mas a imprensa não critica isso, sobretudo a do meio cultural. Por que o fariam? Para serem aleijados de algumas oportunidades?!!! Marcos Cavalcanti Data: 22/12/2008 - Horário: 09h16min ESCRITORAS BRASILEIRAS DO SÉCULO XIX Folheio o belo livro ―Escritoras Brasileiras do Século XIX‖ organizado pela escritora cubana Zahidé Lipinacci Muzart. Muitas escritoras brasileiras importantes pouco conhecidas. A história é mesmo contada pelos homens e sua visão é que prevalece. Uma leitura quase sempre machista e preconceituosa. Faltando aquele molho e sentimentos de que só a mulher é capaz. Elas também fazem e fizeram a literatura. No livro organizado por Zahidé constam duas grandes escritoras norteriograndense, todas nascidas em Papari (atual Nísia Floresta): Izabel Gondim e Nísia Floresta Brasileira Augusta. Duas grandes educadoras. Gondim foi a primeira mulher eleita sócia do Instituto Histórico e Geográfico e seu nome é eternizado na Escola Izabel Gondim. Nísia viveu a maior parte da sua profícua vida longe do seu estado Natal. Escreveu muitos livros, foi amiga íntima de Augusto Conte e fundou no Rio de Janeiro uma importante escola para mulheres, com ênfase no estudo de línguas estrangeiras. Senti falta nessa importante antologia da escritora Auta de Souza ( a maioria dos livros grafa seu nome como Sousa), nascida em Macaíba (RN) e morta em 1901. Portanto, pertencente ao grande século de Machado de Assis. A autora de O Horto é presença obrigatória em qualquer antologia literária e não podia está ausente desse importante livro que lança um novo olhar sobre a importante contribuição das mulheres na história da literatura brasileira do século XIX e de sempre. João da Mata Costa Data: 22/12/2008 - Horário: 09h16min "Sempre é possível reinventar a existência" Leia em PROSA o ensaio "Sempre é possível reinventar a existência", assinado por Regina Schöpke e publicado no Estadão. Em seu blog, no Estadão, Daniel Piza elege os melhores no cinema e televisão em 2008. www.estadao.com.br Tácito Costa Data: 21/12/2008 - Horário: 12h10min “O mar da poesia” ―Porque a poesia, essa não tem limites. Essa é voraz e essencial. Essa arrasta, seduz, transforma. É verdade que não tem muito lugar no mundo, mas também isso não é de hoje, nunca teve e nem por isso deixou de existir algum dia. Tem a poesia a imortalidade do mar, mesmo que, ao contrário dele, ocupe pouco espaço na terra.‖ De Carmen Vasconcelos, em sua coluna, no texto ―O mar da poesia‖. Tácito Costa Data: 21/12/2008 - Horário: 11h59min The Speed of Life 30 quadros por Segundo (2007) MoviecomArte De um punhado de imagens roubadas monto um filme. Belo filme dirigido por Ed Ratke. Viajar nas imagens dos outros. Ver o mundo com o olhar do outro. ―O importante não o que você ver, mas como ver‖. A vida cabe num filme em 30 quadros por segundo. Será? A tradução já denuncia o que filme pretende mostrar; A VIDA UM FILME. Filme colagem muito bem roteirizado e sonorizado. Desde ―Cinema Paradiso‖, muitos filmes tratam do mesmo temA. Juntar os pedaços de imagens assim como na vida tentamos juntar o que vai ficando no caminho. A vida, como o cinema é a arte de juntar essas imagens. Lembranças. A arte está em como fazer. Em como ver. João da Mata Costa Data: 21/12/2008 - Horário: 11h41min Micarla é um achado O Pfl do nobre senador do Rn estava moribundo, pois tirando Mossoró, que é uma representação oligárquica das mais fortes, o pfl não elege mais ninguém em qualquer município grande do estado. Assim pegaram Micarla, que não precisava desses caras para se eleger, e tomaram de sopetão o poder municipal de Natal. Luis Sávio Dantas Data: 21/12/2008 - Horário: 11h32min Controversias do paladino No final de 2007 nosso grande paladino da oposição senador José Agripino bradava aos quatro bantos que a CPMF foi derrubada para beneficiar o povo. Pura balela pois sua intenção junto com outros era provocar uma derrota para o governo Lula e também para beneficiar os próprios políticos e empresários, para tanto foi homenageado por esta classe que se viu livre deste imposto que poderia leva-los as garras do leão do imposto de renda. Foi tentado um percentual simbólico de ,008, mas os defensores do povo (RICO) não aceitaram. Um ano depois aparece o grande paladino da oposição José Agripino revoltado porque não foi aprovada PEC para aumentar 7343 vagas de vereador. Que contradição é essa! Que justificativa deve ser dada ao povo, a CLASSE TRABALHADORA diante destas controversias1 Certamente o acréscimo de vereadores vai ajudar na obtenção de apoio político para 2010, mas o povo não vai deixar que isto aconteça pois se passar agora esta PEC em 2010 saberão dar o troco, como foi dado para alguns vereadores da legislatura que se encerra agora. Adeus Salatiel, Siqueira, Renato e outros e aguardem novidades para 2012. Antonio Oliveira Data: 21/12/2008 - Horário: 11h27min Nova geração Aproveitando o e-mail do sr. Duarte Guimarães uma das coisas mais hilárias que li nos últimos tempos foi o jornalista Túlio Lemos na sua coluna do JH1 edição escrever que Micarla é uma política em ascensão, oxigenada pela nova geração, mas basta olhar na fotografia na pagina seguinte do JH que vemos muitas caras novas. Bom para as gerações mais novas João Faustino, Augusto Viveiros realmente são caras novas pois só retornam ao meio político nesta condição pois pelo voto não ganham mem para sindico de condomínio. Estes e outros são remanescentes da época da ditadura que teve participação muito forte do político Carlos Alberto de Souza. Antonio Oliveira Data: 21/12/2008 - Horário: 11h25min Micarla está perdida? Amigo Tácito, salve! Segue texto sobre a política em Natal. Fica a seu critério: publicar no Prosa ou nos posts. Abração. Duarte. Micarla está perdida? Nas últimas semanas temos visto a nova prefeita de Natal, jornalista Micarla de Souza, para lá e para cá, viajando, visitando políticos de outros estados, conhecendo projetos e experiências que parecem ter dado certo ou que apenas ouviu falar. Passou um mês nessa brincadeira. Nesse meio-tempo, especulou-se sobre a formação de sua equipe de trabalho. Um deles, Augusto Carlos Viveiros, chegou até a se anunciar secretário, o que foi negado pela nova prefeita, que se reservava o direito de fazer o anúncio. Depois, de volta para Natal, promete anunciar o seu secretariado. Marcou uma coletiva com a imprensa para a última segunda-feira. A expectativa era grande. Naturalmente. O que se viu, entretanto, não condiz com aquela candidata que prometeu renovação e um empreendimento diferenciado e eficaz para Natal. A começar pelo quantitativo. Foram anunciados apenas oito nomes, demonstrando ainda muita insegurança, dúvidas. E o pior: um desses secretários escolhidos – e isso a imprensa não noticiou – ao perceber a entrada na sala da coletiva de uma jornalista, com a imagem totalmente diferente da de Micarla, dirigiu-se para ela, apertou a mão e saldou-a como se ela fosse a prefeita de Natal. Não foi brincadeira. Foi engano mesmo. O novo ―secretário‖, escolhido por Micarla, não conhecia sequer a prefeita. Isso é grave. Muito grave. No qualitativo, as escolham demonstram também uma grande contradição. Isso porque dentre quase todos os novos secretários se encontram aqueles que não possuem aquele perfil que defendia a prefeita quando em campanha, ou seja, que fosse possuidor de idéias novas, avançadas, diferentes, transformadoras. Os novos secretários, na verdade, com raríssimas exceções, parecem ser múmias ressuscitadas das catacumbas da política mais atrasada e conservadora já praticada no Rio Grande do Norte. Diante de tudo isso, não seria desfeita nem ilegítimo perguntar: será que Micarla, sem nenhuma experiência no Executivo, está tonta, perdida, alienada? Só o tempo dirá. Duarte Guimarães Data: 20/12/2008 - Horário: 10h43min Cultura em produção na presente altitude Caros amigos: As críticas às disputas pelos cargos administrativos de cultura são importantes, menos pelos nomes envolvidos que pela importância do fazer cultural para a sociedade e pelo dinheiro público envolvido naqueles órgãos. Agora: não vale a pena nos angustiarmos muito com essas manobras de bastidores (de resto, comuns em diferentes regimes e partidos). É importante realçarmos que a produção cultural propriamente dias é muito mais embaixo - em nossa altitude, por exemplo. Sugiro darmos maior atenção aos livros, aos discos, às exposições, às peças, aos filmes, à produção cultural popular (que não se reduz, por sua vez, ao mundo dos com CNPJ, ONGs e quetais). Abraços: Marcos Silva Data: 19/12/2008 - Horário: 23h21min O Paradoxo do Nosso Tempo - George Carlin "UM grande abraço a todos... Bom dia e boa semana a todos!!!" O Paradoxo do Nosso Tempo - George Carlin Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem! Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado. Tales Data: 19/12/2008 - Horário: 23h21min Salve! Salve! É isso aí meus bons meninos. De pai de santo e candidato a xerife o balaio ta cheio. Falta indio nessa terra de tupi; E eu nem mostrei o meu! Vou rezar para Sao Jorge. Muitos shows e eventos no mesmo dia. Tambem desejei ter o poder da onipresença. De Chico Cesar no Campus, a Paralamas no Machadão fiquei dividido. Por que nao planejar melhor os circos já que não faltam palhaços. Lançamentos de livros e disco do meu querido Geraldinho Carvalho. Pode reservar o meu. É muita coisa para tanto amor tao pouco tempo e dinheiro. Vou celebrar o Dia de Natal, mas Jesus não nasceu nesse dia. João da Mata Cosra Data: 19/12/2008 - Horário: 15h38min Severino Vicente "Grêmio Recreativo dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do RN" Depois dessa - com todo respeito aos cabos e soldados - meu ano acabou. Feliz 2009 e Deus nos proteja da nova Funcarte. Rodrigo Levino Data: 19/12/2008 - Horário: 15h34min SEM CENSURA Editor Tácito Costa: não vá "censurar" ESTE post, e escanteá-lo somente porque ele diz respeito ao cidadão brasileiro, vacinado, quites com o serviço militar e com a justiça eleitoral etc, chamado - justamente - TÁCITO COSTA. Dito isso, ká previamente, eu lanço - nesta tribuna livre e democrática --, e daqui dos longes do Recife nassoviano, o nome do mesmo (isto é, do já citado cidadão Tácito Costa) para a Presidência da Fundação Capitania das Artes. Não é brincadeira nenhuma, minha boa gente do Natal: tentem dar esse presente natalino à vossa bela e brava Capital! Meu nome é Fernando Monteiro, e peço a honra de ser o primeiro a assinar esta "petição" escrita na supercífie do vento (conforme ela será - com certeza - encarada pelos políticos de terraços de Jonhny Walker)... DO EDITOR Fernando, agradeço, fico muito honrado com a lembrança, que debito na conta da amizade recíproca, mas não tenho pretensões de assumir um cargo dessa envergadura. Deixe-me quieto aqui no meu canto, o SP já está de bom tamanho. Abs Fernando Monteiro Data: 19/12/2008 - Horário: 15h28min Mais do que forte "Forte concorrente a cara de pau 2008" - postado por Tácito Costa - me deixou assustado, aqui no Recife. Acabo de vir daí, da minha mais do que querida (e aguerrida) Natal, e fico sabendo que tem, agora, esse "candidato" (Severino Vicente) pretendendo ser presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes na base dos velhos documentos "assinados" por entidades etc. Não é assim não, Biuzinho. Não é assim, desse jeito (?) grosso e "documentoso", que vosmicê está a usar (??), nem também deveria ser daquele outro jeito, mais tradicional, saído dos terraços de políticos tratando da psta da cultura em meio a garrafas de Jonhny Walker rótulo preto em cima das mesas de vidro com salgadinhos comidos de dois em dois e risadas de farelos saltando como perdigotos. Também não serve escolher desse modo o presidente da FUNCARTE nem o presidente da Fundação de Cultura do Recife, que acaba de ser escolhido, e é o jornalista -independentíssimo - Renato L (isso mesmo, ele se assina assim, só "Renato L" e mais nada). Minha gente querida da terra do grande Cascudo: será bom dar um cascudinho na cabeça dessa barata cascuda do "Biu" Vicente, seja ele até pai-de-santo de Redinha ou apoiado inclusive pela associação dos atletas da nobre modalidade olímpica do Cuspe à Distância. E peçam - de algum modo - à senhora prefeita eleita, Micarla de Souza, que decida a coisa, o assunto, o mais longe possível dos terraços, conforme deve ser. Como diz, aqui, o "véio" (de pastoril) chamado Mangaba, eu não tenho nada a ver com isso, cá no Recife: "sou feio e moro longe"... Fernando Monteiro Data: 19/12/2008 - Horário: 11h09min Onto-cosmologia futebolística Também sou destes que acredita que o Futebol é mais do que um besteirol da mídia. No vídeo do youtube "futebol dos filósofos", Sócrates marca o gol de cabeça. Para quem entende a perversão da "razão socrática", ao longo dos tempos, sabe que este é um jogo perigoso. A atitude de cada filósofo ali reflete um pouco a representação que há deles por aí. A propóstio Pablo, vc que está passando esta angútia por conta do Ariel tentar mudar de time de futebol, sugiro a leitura de um livro do Comte Sponville: "Bom dia, Angústia!" (Martins Fontes, 1997). Não sei se ajuda muito, mas vivi isso outro dia com Emanuel que, para o meu desespero, quis virar flamenguista a esta altura do campeonato. Mas aí eu fiz promessa para N. S. do Desamparo e a Virgem do Desatamento dos Nós e tudo se resolveu. Gustavo de Castro Data: 19/12/2008 - Horário: 11h02min Agora, vai! Mário Ivo, em sua coluna no JH, reproduzidas no blog http://embrulhandopeixe.blogspot.com/. Um demiurgo na Funcart Que eu saiba, ninguém apostou um vintém no artista e marchand César Revôredo. Para a Funcart, Capitania das Artes. Pois, fonte das mais confiáveis me diz que é o nome, que já fechou inclusive com Dona Micarla de Sousa. Quem é César Revorêdo? A pergunta não é de todo desprovida de senso: Revorêdo já foi, digamos, mais arroz-de-festa no cenário artístico nativo. Quadros seus, inclusive, teriam aparecido nas novelas da Globo, das sete ou das oito, não sei se vem ao caso. Mas, enfim, o rapaz – que também é jornalista, daqueles formados – era um nome bem mais presente no burburinho que eram as artes potyguares dos anos oitenta e da ressaca que seguiu-se a aqueles anos. Era também dos mais onipresentes quando o boom decorativo da Capital Espacial do Brazil começou a sua efervescência, misturando num mesmo caldinho arte, arquitetura e paisagismo, tudo muito incline ao ―nouveau richism‖ do Arraial de Palumbo. César tinha programa de TV, encarte em jornal etc. Depois – me parece – se aquietou. Mais concentrado e dedicado à sua galeria de arte e aos artistas que representa. São 13, incluindo ele mesmo. O que prova que supersticioso o moço não é. Ou é, mas às avessas. Aliás, sua galeria de arte não se chama, pois, ―galeria de arte‖, mas – atentem – ―Gabinete de Arte‖. E isso faz toda a diferença. César é, pra dizer o mínimo, diferente. Há pouco tempo ainda se encontrava quadros de César pelos sebos do centro histórico de Natal num estilo anos-luz distante dos atuais: um estilo arrastando asa pro naïf, um toque de ingenuidade. Se o cidadão visitar seu Gabinete e depois ler o verbete a ele dedicado no dicionário que é o livro de Dorian Gray Caldas, ―Artes plásticas do Rio Grande do Norte, 1920-1989‖ (Ufrn, Funpec, Sesc, 1989), vai tomar um susto: lá diz que ―sua temática se encaminha para os registros humanos, o casario, os sobradões coloniais, as visões dos engenhos e dos pátios das casasgrandes da infância‖. Já o crítico de arte Marcus de Lontra Costa – no sítio do próprio Gabinete – começa por explicar que, ―em César Revorêdo a forma é resultado do método. Fiel ao ideário modernista, o artista investe numa espécie de valorização do processo construtivo. Diante da matéria bruta, inerte, o artista atua como Demiurgo, operando uma série de ações com o intuito de construir um objeto real, um corpo artístico formado pela clareza e pela valorização da inteligência‖. Lá pra diante explica o conceito do artista: ―criar a verdade através da harmonia e da justa integração da arte com o espaço que a circunda. Essa é a poética, a sua inquietante arquitetura, a sua alquimia‖. Bom, como crítica-elogio-artístico tá uma beleza. Se também se adaptar à administração da Funcart, também não tá mal. Noves fora o blá-blá, me parece nome bem próximo à estética make-up da Borboleta e à sua visão empresarial de administrar o município. * NOMES César não foi o primeiro a ser convidado: a também jornalista Sylvia Serejo era o nome preferencial da neo-prefeita-eleita, mas, declinou, por motivos pessoais e profissionais – está grávida e o trabalho na Verbo precisa do olho da dona. Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 10h39min Forte concorrente a cara de pau 2008 JORNAL DE HOJE Entidades culturais defendem indicação de Severino Vicente para a Capitania das Artes Dez entidades culturais de Natal enviaram à prefeita eleita de Natal, Micarla de Souza (PV) sugestão do nome do historiador e folclorista Severino Vicente para a presidência da Fundação Cultural Capitania das Artes. As entidades que assinam o documentos enviado à prefeita afirmam que o professor Severino Vicente é sintonizado com ―a historieidade local, pessoa ilibada, de reconhecimento nacional, recentemente premiado com a Medalha Brasileira Folclorista Emérito, homenagem máxima prestada a pessoas que pelo conjunto de sua obra ou méritos pessoais destacaram-se na vida profissional na área do ensino, pesquisa, publicações e outras ações ou eventos relacionados à cultura brasileira‖. O professor Severino Vicente é presidente da Comissão Norte-rio-grandense de Folclore, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do RN e da União Brasileira de Escritores. O historiador e folclorista Severino Vicente é ainda titular de Moção de Honra ao Mérito da Fundação Cultural Capitania das Artes pelos serviços prestados à Cultura Popular em Natal. Entidades que apóiam Severino Vicente: União Brasileira de Escritores do RN (UBE), Associação Cultural Recreativa e Carnavalesca Antigos Carnavais, União dos Cordelistas do RN (UNICODERN), Federação das Quadrilhas Juninas Tradicionais e Estilizadas do RN (FEQUAJUTERN) Grêmio Recreativo dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do RN, Federação das Escolas de Samba, Tribos de Índio, Blocos, Charangas e Troças do RN, Associação Cultural das Quadrilhas Juninas Tradicionais e Estilizadas e Arraias de Rua da Cidade do Natal, Grupo Cultural Chico Bento, Centro Espírita Mãe Iemanjá (CEMI), Associação dos Poetas Vivos e Afins do RN. Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 10h25min Bazar Panis et circenses Vida boa é assim mesmo: pegue um fim de semana cheio de festa, às expensas do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal - ou seja, é a gente que está pagando mesmo. O problema é que, quando vou pra uma farra, costumo pesar, medir e calcular bem meus gastos – a não ser claro depois que chuto o balde da folia depois de umas e outras. Pois bem, parece que este ano nossos gestores culturais ficaram embriagados de folia. Nunca tivemos tanta festa num intervalo de tempo tão curto. E o melhor: os shows oferecidos pela Capitania e FJA serão realizados nos mesmos dias e nos mesmos horários. Genial. Vamos aproveitar as celebrações do nascimento do menino Jesus e exercitar o dom da onipresença. De Alex de Souza, em sua coluna BAZAR. www.nominuto.com.br Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 10h16min Sutra do Girassol Postei em poesia o poema ―Sutra do Girassol‖, de Allen Ginsberg, traduzido por Leonardo Fróes. Enviado por Tetê Bezerra. Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 09h47min Ontologia futebolística Oi Tácito, vi que a Internet te deu trabalho, comigo foi a mesma coisa... uma semana em Lan Houses... o que está acontecendo? Take 01: Bem é preciso de vez em quando reforçar os pontos de convergência aqui no SP por isso fico animado ao saber que você também é membro da família do glorioso América de Natal. Sabe como é, ser americano para mim é uma questão ontológica. O flamenguismo (como outros ismos) é ideologia. Mas o Ser mesmo (com um "S" grande bem típico do galado do Heideggger) é alvi-rubro. E não se apoquente com essas desobediências de filho, Uriel, meu filho mais velho (12 anos) veio essa semana com a história de virar casaca para o Inter de Porto Alegre e aposentar a camisa do Flamengo... pense numa angústia. Take 02: Quanto ao Sponville (é assim que escreve? Parece nome de escova de motel ou de alguma pomada para sarna), Marcos, não sejamos tão rigorosos com o rapaz, mesmo que ele tenha falado besteira sobre o Niilismo, a gente pode encontrar algo de positivo no discurso dele, ao menos a filosofia francesa parece que finalmente está resolvendo se emancipar da tutela dos alemães e procurando outros autores antigos para fazer alguma coisa que preste (Epicuro, por exemplo). Para além daquele encosto (ou seria malassombro?) chamado Heráclito. Pablo Capistrano Data: 19/12/2008 - Horário: 09h44min Sobre o amor ADÉLIA PRADO Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor" Milhões de pequenos gestos são maneiras de amar. Beijos e abraços são provas mais eloqüentes, exigem retribuição física, são facilidades do corpo. Porém há diversos outras demonstrações mais sutis. Mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como aquela mãe e aquela filha, tal como namorados fazem, tal como tanta gente faz: cafunés. Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas. Quanto jeito que há de amar. Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores feitas de papel, desenhadas, entregues em datas nada especiais: "lembrei de você". É este o único e melhor motivo para azaléias, margaridas, violetinhas. Quanto jeito que há de amar. Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta respondida, repartir o que se tem, cuidados para não magoar, dizer a verdade quando ela é salutar. Quanto jeito que há de amar. Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos, ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os parentes, ouvir. Quanto jeito que há de amar. Rezar por alguém, vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir, visitar doentes, velar, sugerir cidades, discos, brinquedos, brincar: quanto jeito que há. Tatê Bezerra Data: 19/12/2008 - Horário: 09h25min Adorável Avarento O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Salão Café (Ribeira), exibirá nesta sexta-feira, 19, às 20h, o filme natalino Adorável Avarento (1971). Abaixo, um retrospecto das atividades do ano). Retrospecto de atividades do Cineclube Natal em 2008 67 filmes (entre longas, médias e curtas-metragens) 40 sessões (de 12 de janeiro a 19 de dezembro) 5 projetos de exibição regulares ("Cinema e Fé", "Cine Vanguarda", "Cine Café", "Cine Assembléia" e "Cine Curumim") 3 mostras: "II Semana do Filme Cult" (7 longas-metragens), "II Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares" (12 curtas-metragem) e "O Cinema Aprende a Falar" (5 longas-metragens) 1 curso: "O Cinema Aprende a Falar", com prof. Máximo Barro (FAAP/SP) 1 co-realização de festival: "Goiamum Audiovisual" (em conjunto com Zoon Fotografia, Prefeitura do Natal e FUNCARTE - Fundação Cultural Capitania das Artes) 3 participações em comissões avaliadoras e júris oficiais: Lei de Incentivo Estadual Câmara Cascudo, DOCTV IV, Prêmio William Cobbet do Audiovisual, Festival do Vídeo Potiguar (FestNatal) e Curta Natal/Cinemada 1 manifesto: "A Sala Estava Escura Mas Notamos a Sua Falta!" Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 09h23min Contos natalinos JORNAL DO COMMERCIO Nova fornada de contos natalinos Recife conta o Natal II, coletânea que será lançada hoje (18.12), aproveita os ciclos festivos para divulgar os autores contemporâneos da cidade Schneider Carpeggiani A literatura de Fernando Monteiro é um eterno jogo de esconde-esconde com o leitor. A cada livro, ele dribla expectativas e subverte suas próprias obras, como se escrevesse num processo de apagar tudo o que veio antes. Mesmo diante das reinvenções, é possível encontrar um ponto em comum (ao menos um que seja) em todos seus livros: personagens perplexos com um real sempre mais impactante que a ficção – ainda que a realidade seja deliberadamente ficcionalizada. É o que encontramos também no conto Kyoto do chá de luar de dezembro, presente na coletânea Recife conta o Natal II, lançado hoje no Porto das Letras, da Gerência de Literatura e Editoração da Prefeitura. O texto começa com a confissão de um narrador, que se encontra às vésperas de uma ausência incontornável – "Quase transtornado (a palavra melhor é essa), foi como eu fiquei, quando soube que o restaurante Kyoto fecharia – no sábado, véspera de Natal". O fim do restaurante seria a punhalada final nas traições que a cidade andava aplicando no narrador. Uma cidade onde as livrarias eram substituídas por lojas e lanchonetes vulgares, com cinemas reduzidos à promoção de repolho & quiabo e os supermercados demoliam as salas de cinema. Sem recursos devido ao fim iminente, a trama se apega a "imaginações de um homem solteiro que freqüentou, durante muito tempo, um restaurante que jamais esteve na moda (o Kyoto na 'moda'? A idéia é engraçada)". A narrativa desfila diante dos nossos olhos como a antítese de um conto de Natal – em alguns momentos é como se estivéssemos perdidos numa trama policial, tamanha é a imprecisão que cerca os personagens. É na imprecisão do texto que o leitor, aos poucos, descobre a saída de Monteiro para fugir dos clichês: no final das contas, Kyoto do chá de luar de dezembro é uma excelente narrativa sobre coisas que não se recuperam, mas insistem em persistir – ou seja, a mesma melancolia que faz parte do tradicional legado ficcional sobre a data, mas aqui ela é tratada de maneira diferenciada, pela tangente. Recife conta o Natal II é uma excelente iniciativa do Departamento de Editoração da Prefeitura de aproveitar os ciclos festivos da cidade para divulgar os autores contemporâneos que ela abriga. Com exceção de Fernando Monteiro e de Luzilá Gonçalves Ferreira, os nomes aqui reunidos fizeram parte de oficinas de texto promovidas por Raimundo Carrero e Marcelino Freire. Estão presentes: Alexandre Furtado, Fernando Farias, Frederico José Machado da Silva, Heleno Pereira de Melo, Izabela Domingues, Jean Santos, Lúcia Moura, Marilena de Castro, Priscila Varjal e Yugo Tároo. Entre os melhores momentos do livro está Surpresa, querida, de Marilena de Castro: "Não sabia quanto tempo estava esperando, esperando o que? Havia arrumado a mesa com dois lugares e enfeitado a casa. O tender estava assado. Tudo pronto. Verificava os recados na caixa-postal do telefone. Apagara os emails", tem início o conto, numa calma que já deixa no ar a falta de lógica que narra a vida da personagem central. Luzilá Gonçalves vem com um conto inédito, Missa do galo, mas longe da imprecisão sexual do texto homônimo de Machado de Assis. Aqui a idéia é falar de um mundo que quer se transformar, de repente, num lugar onde todas as coisas têm lugar. Esse texto é uma raridade, já que Luzilá não costuma publicar contos. Sua produção consiste em textos históricos e romances, como é o caso da recente reedição do seu livro de estréia Muito além do corpo. Tácito Costa Data: 19/12/2008 - Horário: 09h19min Revista do presidente da AL Essa conversa foi ontem à noite e hoje eu tive mais um exemplo do desperdício do nosso dinheiro. Em campanha para o governo do estado há bastante tempo, o presidente da Assembléia Legislativa, Robinson Farias, o preferido de nove entre dez jornalistas da cidade, não perde uma oportunidade de se auto-promover. Uma das últimas foi a edição luxuosa de uma revista com 52 páginas, acompanhada de um suplemento com o perfil das excelências que habitam o Palácio José Augusto. A revista traz somente oito fotos do presidente da Assembléia Legislativa, que é citado em nada menos que nove textos, tipo ―o presidente da AL Robinson Farias criou o Assembléia Cultural‖, ―o presidente da AL criou a Assembléia Itinerante‖, e por aí vai, na próxima edição talvez sejamos surpreendidos com o presidente da AL criando a roda. Para dá um tom editorial menos descartável à revista, são citados trechos de obras dos escritores Manoel Onofre Jr., Oswaldo Lamartine, Rodrigo Levino e Vicente Serejo e usadas fotos dos melhores fotógrafos do estado. O trabalho editorial é de primeira, não há como não reconhecer e aqui não vai nenhuma crítica ao trabalho dos colegas que foram contratados e fizeram o seu trabalho com qualidade e cumprindo as normas do mercado de trabalho. A edição merece nota dez. Já o presidente da AL fica com um zero mesmo por mais esse desperdício de dinheiro público. Tácito Costa Data: 18/12/2008 - Horário: 20h39min Inversão de prioridades Converso num dos cafés da cidade com um amigo. Vários assuntos são repassados. Comento que se houvesse uma gestão responsável com os recursos públicos a situação da saúde e educação em Natal seriam melhores. Digo Natal, mas podemos generalizar para o resto do país. No caso de Natal, a área de saúde é uma calamidade. E já admito hoje que essa foi uma das razões que levaram o prefeito e sua candidata à derrota. Parece-me altamente imoral que se façam shows e eventos culturais milionários, se gaste muito dinheiro com decoração, auto e árvore de natal gigante, e autopromoção enquanto a maioria da população sofre e agoniza nos postos e no principal pronto-socorro da cidade. Mas para o meu amigo esse é um problema menor, se comparado com esquemas bilionários como os de Daniel Dantas, licitações viciadas e a venda de sentenças judiciais pelo país afora. Realmente, se formos medir esses males levando-se em conta as cifras envolvidas, ele tem razão. Mas isso não impede de criticarmos os grandes e pequenos escândalos e mutretas nacionais No caso específico de Natal ocorre uma equivocada inversão de prioridades. Ora, quem precisa de atendimento médico-hospitalar quer lá saber de eventos e shows, que no fundo beneficiam a classe média, que tem o seu plano de saúde e pode pagar para ter acesso aos bens culturais. Agora, é bom frisar que entra prefeito e sai prefeito e a situação da saúde em Natal permanece inalterada, independente de investir ou não nesses shows e eventos. Sendo assim, algum cínico pode defender que é melhor deixar como está, já que a saúde não melhora de jeito nenhum, que se continue investindo em shows e eventos. Pelo menos temos circo. Tácito Costa Data: 18/12/2008 - Horário: 20h38min Relacionamento amoroso - uma visão O fim de um relacionamento amoroso sempre tem para mim vários motivos, que se acumulam até chegar aquela hora ―h‖, quando o pingo d‘água transborda. Acontece de muitas vezes a pessoa pensar que foi aquele pingo d‘água, a última briguinha, por exemplo, que levou ao fim, quando este fim já estava selado há muito tempo. Mas como é chato, meio desumano, dizer, simplesmente: olha, estou caindo fora porque existem dez (ou quinze, vinte) motivos para isso. São eles (hipoteticamente falando, claro): mau-hálito e desleixo com a higiene pessoal em geral; você come e fala ao mesmo tempo; vulgaridade; brutalidade; insistência em transar sem camisinha; vício em internet; fantasma do ex ou dos ex; grande diferença de idade; autoritarismo; relação pegajosa; insegurança; falta de disponibilidade para o relacionamento; dedicação integral aos filhos... A questão é: Quem danado vai dizer um negócio desses?! Imagino até que tenha gente com coragem para tanto. O que não é o meu caso, podem me chamar de covarde. Mas sou apenas mais um volúvel e com reputação discutível, ancorado provisoriamente nessa nau laranja sem rumo, até pegar o rumo de outro porto. O que preciso descobrir é se existe uma razão determinante para o fim dos meus relacionamentos e as demais apenas são coadjuvantes, sem poder nenhum, ou se é o conjunto de aflições que prepondera para o grand finale. Mas isso só descobriria se fizesse análise, acho impossível qualquer um descobrir isso sozinho porque o nosso cérebro é muito inteligente e nos engana o tempo todo. Ele quer nos fazer feliz e por isso racionaliza tudo de tal forma que acaba nos convencendo de que estamos fazendo a coisa certa. Fiquei refletindo sobre isso porque enumerei uns dez motivos para romper o meu último relacionamento amoroso (que vão desde o comportamento pessoal da pessoa até a detalhes intangíveis relacionados à beleza física). E não cheguei a conclusão nenhuma. Ou cheguei: não era a parceira ideal. Ou seja, estou preso a uma quimera. Um item que citei no primeiro parágrafo, ainda pouco levado a sério (―vício em internet‖), já faz estragos em muito relacionamento. Ontem, um texto no Yahoo informou que uma pesquisa realizada pela Intel revelou que as mulheres preferem navegar na internet a fazer sexo com seus parceiros. Se a coisa já estava complicada, agora é que são elas. O jeito é fazer como naquele famoso conto de Rubem Fonseca, recorrer a uma boneca inflável. Mas quem vive sem a deliciosa confusão hormonal e existencial e a tagarelice das mulheres?! A tagarelice aí fica por conta de Kundera. Num dos seus romances, não lembro agora qual, ele diz mais ou menos o seguinte: ―é a conversa das mulheres que mantém o mundo em ordem‖ (a frase não é textual, cito de memória, que a cada diz falha mais). É isso! Se souberem da mulher perfeita, por favor escrevam ou joguem garrafas com bilhetes ao mar, avisando-me. Homem do mar, eu a acharei, não tenham dúvidas. Rafael Vieira Data: 18/12/2008 - Horário: 20h37min PRÊMIO ROTA BATIDA III Pessoal, compartilho com vocês o resultado do Prêmio Rota Batida III (Coleção Mossoroense e Petrobras). Agradeço o apoio deste site, na publicação de um de meus livros, em sua estante. Participei na categoria contos e tive meu livro classicado, O Suspiro do Inimigo. Um grande abraço em todos os substantivistas! PROJETO ROTA BATIDA III VENCEDORES Crônica - Um olhar sobre o cotidiano PSEUDÔNIMO: Raí Lopes (Raimundo Antonio de Souza Lopes) Romance - Amor e preconceito PSEUDÔNIMO: Alex Cantarelly (Alex Sandro de Souza Lima) Contos - Ninguém é feliz sem problemas PSEUDÔNIMO: Marisca Bravia (Margarete Solange Pereira Costa de Moraes) O suspiro do inimigo PSEUDÔNIMO: Carlos Makbera (Mário Gerson F. de Oliveira) Poesia 1º – Sete contos de Maria PSEUDÔNIMO: Alfredo de Perto (Antonio Francisco Teixeira de Melo) 2º – Ensaio poético PSEUDÔNIMO: Poeta em construção (Ângela Maria Rodrigues de Oliveira Pereira Gurgel) 3º – Palavras ditas PSEUDÔNIMO: Péricles Moroni (Marcos Venícius Filgueira de Medeiros) Trabalhos acadêmicos 1º – Lugares do passado ou espaços do presente?PSEUDÔNIMO: Teresa Quadros (Andréa Virgínia Freire Costa) 2º – Crepúsculo antropológico PSEUDÔNIMO: Cariri (Vanderlan Francisco da Silva) 3 – Patrimônio arqueológico em Carnaúba dos Dantas PSEUDÔNIMO: Antônio Tapuia do Egito (Helder Alexandre Medeiros de Macedo). Mário Gerson Data: 18/12/2008 - Horário: 20h14min Sem Internet Não pude atualizar e nem postar nada no SP ontem porque a internet lá de casa pifou. À tarde fui até o escritório de um amigo para usar o computador dele, mas a net também estava fora do ar. Hoje de manhã o serviço ainda não estava regularizado. Estou atualizando o SP em uma lan house aqui no centro da cidade. Tácito Costa Data: 18/12/2008 - Horário: 09h40min ATIRE MAIS UM SAPATO Caros amigos: Não percam a oportunidade, sejam jornalistas iraquianos uma vez na vida: acionem seguidamente com o mouse na mão do jornalista iraquiano pioneiro para ir acertando as sapatadas. http://bushbash.flashgressive.de/ Caprichem na pontaria. Abraços: Marcos Silva Data: 18/12/2008 - Horário: 09h33min Ai de ti, Funcarte! 2 "Disputa pela Funcarte (novo round) 17.12.2008 05:14 O folclorista Severino Vicente tem visitado redações para se auto-indicar, segundo ele, o melhor presidente da Capitania das Artes, com o endosso do senador José Agripino – claramente o donatário da capitania – e do deputado estadual José Adécio. Sebastião chega munido de ofício o qual consta o apoio de diversas entidades culturais representativas de diversos segmentos artísticos, como a Federação das Escolas de Samba, Tribos de Índio, Blocos, Charangas e Troças do RN e a União dos Cordelistas do RN. Segundo o folclorista, o mesmo documento foi entregue à prefeita eleita Micarla de Sousa (a ser diplomada daqui a pouco!). Opino: Severino é um bom nome, sobretudo a quista dos outros cogitados. E me parece boa pessoa, pelo menos das vezes que o vi e troquei poucas palavras com ele, quando fazia pesquisas no Instituto Histórico e Geográfico, do qual é sócio-efetivo. Mas essa atitude de autopromoção é ridícula. A forma com que adentrou a redação do DN afirmando ser conhecido dos chefões já denuncia postura suspeita." Do blog de Sérgio Vilar. José Carlos Araújo Data: 18/12/2008 - Horário: 09h32min Ai de ti, Funcarte! "Funcarte Micarla conversa com César Revoredo sobre Cultura Municipal Engana-se quem vê como prego batido e ponta virada o nome do jornalista Rodrigues Neto para dirigir a Fundação Capitania das Artes. Apesar da relação de confiança que sempre teve com a prefeita eleita Micarla de Sousa, não é ele que ela quer nomear para comandar a Cultura natalense. Neste momento, no gabinete instalado no Novotel Ladeira do Sol, a prefeita está conversando com o artista plástico e jornalista César Revoredo. Que foi um dos responsáveis pelo plano de governo da candidata Micarla de Sousa na campanha passada. Se vão bater o martelo...convém esperar." Do blog de Thaísa Galvão. José Carlos Araújo Data: 18/12/2008 - Horário: 09h32min Monumento ao calçado desconhecido Amigos: Confesso que invejei a pontaria daquele iraquiano que alvejou Bush com sapatos. Cabra bom! Abraços: Marcos Silva Data: 17/12/2008 - Horário: 00h24min Os Desafinados No ano em que ela comemora os seus 50 anos, feitos de muitos Barquinhos, Violões e Síncopes, a Voz e Batidas do mago João Gilberto, vem bem a calhar o filme ―Os Desafinados!‖ do mestre Walter Lima Jr. Walter é o diretor de grandes filmes: A Ostra e o Vento, Ele, o Boto (ganhador do Fest Natal de 1987), CONVERSA COM CASCUDO (Documentário de 1976), Menino de Engenho, etc. O filme ―Os Desafinados‖ encerrou o 18º FestNatal. Um belo filme/ documentário sobre o Quarteto de Bossa Nova OS DESAFINADOS. A trilha sonora já é uma grande atração desse filme com mais de duas horas de duração. Grandes atuações do Rodrigo Santoro, Claudia Abreu, Selton Melo e Alessandra Negrini. O filme narra a trajetória desse conjunto musical e sua ida aos Estados Unidos para participar de um festival. O sonho de comprar um novo instrumento em Nova York e tocar para uma grande platéia, produtores de discos e shows. Joaquim (Rodrigo Santoro) deixa a mulher grávida no Brasil (Alessandra) e viaja para os Estados Unidos onde encontra a bela tocadora de flauta e cantora Gloria (Claudia Abreu). Glória mora na América e convida o grupo que está passado por dificuldades financeiras para se hospedar em seu apartamento. Joaquim se apaixona por Glória e fica dividido entre dois amores. A volta ao Brasil não o faz esquecer da bela anfitriã e amante Glória. Claudia Abreu tem uma excelente atuação nesse filme musical que consagra um grande elenco de atores globais em sua plenitude longe da televisão. Bom vê-los assim: belos e competentes. Grandes dublagens que consagra a princesinha do mar em suas bodas de prata muito bem lembrada nesse belo do competente filme documentário do Walter Lima Jr. João da Mata Cosra Data: 17/12/2008 - Horário: 00h23min Romã (Lisbeth) - Imperdível! Uma grande pedida para quem gosta de boa poesia é o lançamento de Lisbeth Lima, amanhã (17/12) na Aliança Francesa! Vale conferir! Lívio Oliveira Data: 16/12/2008 - Horário: 19h59min Bar Lamentável a perda do grande Pedro Faustino. O centro da cidade ficará mais triste nas tardes de sábado. Mas torcemos para que Nélio prossiga com o barco em águas mansas. Carlos de Souza Data: 16/12/2008 - Horário: 17h48min O futebol dos filósofos Amigos, acho que melhor do que este blá-blá-blá filosófico (nihil) é este vídeo do youtube. O futebol dos filósofos: http://www.youtube.com/watch?v=moWZm66J_yM Depois podemos voltar à analise. Gustavo de Castro Data: 16/12/2008 - Horário: 16h59min Pedro Catombo A boemia do Beco da Lama e adjacência está mais triste, mais pobre. Morreu na madrugada de hoje no Hospital São Lucas, aos 76 anos, Pedro Faustino da Costa, vítima de infeção renal. "Pedro Catombo", como era mais conhecido, era o propietário do Bar do Catombo, localizado na Rua Vigário Bartolomeu, Cidade Alta, ao lado Camelódromo. O local é um ponto de encontro tradicional de boemios e freqüentadores do centro da cidade, bar de concentração da maioria das atividades culturais da área. Recentemente foi indicado pela Revista Veja Natal como um dos melhores botecos da cidade. Pedro mantinha o ponto há quase 40 anos, desde que mudou de endereço, antes localizado na Junqueira Aires. Desde que ficara doente, o filho Nélio Costa estava à frente do negócio. O sepultamento de Pedro Faustino será realizado hoje às 17h no Cemitério Morada da Paz, em Parnamirim. Moisés de Lima Data: 16/12/2008 - Horário: 16h59min De brasa em brasa alimenta-se a fornalha Tácito, amigo, fui eu mesmo quem afirmou não conhecer a obra do tal filósofo. Reservei-me o direito de fazer algumas observações quanto às tolices que ele disse na entrevista, particularmente com relação ao que ele definiu como niilismo. Basta ler para ver que ele não diz coisa com coisa, associando niilismo a sexo e a mercantilismo. Admito que vc faça uma alusão à crise de valores por que passa a humanidade, e disso não discordo; em todas as épocas os seres humanos viveram suas crises de valores. Dizer que um niilista é alguém desprovido de idéias, de moral, é no mínimo uma sandice, mas concorda com ele quem quiser. Eu não o faço e rebati suas (dele) declarações com argumentos ou questionamentos que considero válidos. Se não era a intenção dele generalizar, como vc diz, que o dissesse em entrevista, mas não foi efetivamente o que ele fez ao jogar na vala comum os niilistas, agora se alguém aqui conhece mais detalhes sobre o pensamento dele quanto ao niilismo, que não foi manifesto na entrevista, que o diga e eu reanalisarei sob essa nova perspectiva. Se não o fizerem, não poderei ter uma nova visão ou opinião sobre o mesmo. Quanto a caeira, ora tácito, pense na palavra instigante, que vc usou, e num plano semântico metafórico verás que o que fizestes foi justamente isso, alimentar a caeira, e nisso não há de minha parte, nenhum julgamento de valor, ou demérito, ao contrário. Gosto de todas as discussões, de todas as provocações, conquanto estejam no campo da palavra. O debate é sempre bom, enriquece-nos. Saiba que gosto das eleições que fazes ao teu julgamento, dos textos para postar no prosa ou em outros espaços do SP e é isso, uma das razões pelas quais visito-o e colaboro. Um abraço! Marcos Cavalcanti Data: 16/12/2008 - Horário: 09h01min Sobre as intenções de Sponville Marcus, Para ser franco não tive a intenção de alimentar a tal caeira, como você diz. Não pensei nisso... Transcrevi a entrevista porque achei instigante, provocante e tinha a ver com alguns dos assuntos discutidos aqui nos últimos dias. E porque alimentar o contraditório é importante, próprio de quem deseja o debate. O contrário é fomentar o sectarismo, o fanatismo. Acho que você tem todo o direito de refutar e criticar as idéias do filósofo francês. Agora, não considero uma atitude correta detonar o filósofo e sua obra sem conhecer nem um e nem outro. Certamente, muitos se identificarão com as posições do filósofo. Outros, com as suas. Isso não significa que um de vocês está equivocado. Mas, apenas, que enxergam as coisas sob prismas ou pontos de vistas diferentes. Para mim, o niilismo a que Sponville se refere tem a ver mais com a crise de valores morais porque passa a sociedade do que com a descrença absoluta. Acredito que não era a intenção dele generalizar e colocar todas as formas de niilismo no mesmo saco. Mas, isso não ficou claro, daí a sua revolta. Tácito Costa Data: 15/12/2008 - Horário: 23h54min Das tolices de um filósofo francês Caríssimo Tácito, é evidente que você transcreveu a entrevista de André Sponville para alimentar a caeira que já estava se apagando. É uma pena que você não tenha emitido alguma opinião quanto ao que ele disse, talvez ainda o faça, talvez não. De minha parte, mordi a isca e ou devoro a minhoca e me livro do anzol, voltando para o rio escuro, ou vou ser peixe morto de sua cesta. Em primeiro lugar, devo dizer que não conheço a obra do tal Comte e por suas palavras na entrevista nem sequer sinto-me seduzido a fazê-lo, há coisa mais importantes para ler na filosofia dos antigos que ele mesmo cita. Se ele tem algum pensamento original, por certo que não está na entrevista dada à Cult. Dela retiro trechos apenas vulgares e ao meu ver, e o que é pior, sem sentido algum, pelo que toma de empréstimo a palavra Niilismo (Nada), desvirtuando-lhe o significado. Senão vejamos, diz ele indagando: "Afinal, o que ainda pode oferecer ao mundo uma sociedade que não acredita em mais nada além do dinheiro e do sexo? Pois hoje parece que vivemos duas formas de niilismo ou de idolatria: idolatria do sexo (niilismo pornográfico) e idolatria do bezerro de ouro (niilismo mercantil)". Ora, de que danado de sociedade ele está falando? Em que planeta ele vive? Tenta sem nenhum dado concreto quanto à sua estapafúrdia acertiva, passar-nos a impressão falsa de que a maioria da sociedade de todos os recantos deste planeta, na atualidade, professam o que chamou de niilismo idolátrico. E comete o absurdo de ligar o niilismo ao sexo e ao mercantilismo. (já nesta proposição tive a certeza de que este sujeito não deve ser levado a sério nem na frança nem em lugar nenhum). Diz ainda o sabichão: "Os niilistas são aqueles que não têm mais ideais, nem moral, nem outra arte que não seja mercantil ou pornográfica." Quem são estes a quem ele classifica? POr ventura são os cientistas? Seriam os filósofos (pois pouca gente nesta planeta azul sabe o que significa niilismo)? Em que faixa social ou intelectual se situam? Há algum templo niilista onde se possa ir? Há algum canal de televisão propondo-o? Gostaria muito de saber desse senhor, quem são estes niilistas que ele anuncia. No Brasil, como de resto em outros países, certamente há muita gente doida por sexo e por dinheiro, mas dizer que são niilistas???!! Com base em quê? Ele precisa urgentemente voltar a Nietszche para melhor entender o termo ou a Epicuro, a quem diz admirar. Outra insanidade dita por ele: "O niilismo e a violência andam juntos." Por ventura Bush se professa niilista? Seriam niilistas os que se explodem no oriente médio ou fazem explodir pelo mundo? Ou ainda os que espalham o terror pelas grandes metrópolis brasileiras? Que o tal Sponville me convença disso. Declara-se ateu e fala de espiritualidade. Tais idéias são absolutamente incompatíveis. Um ateu de fato jamais admitirá a idéia de espírito ou espiritualidade (isto só pode estar circunscrito ao campo da metafísica), mas saberá direitinho cultivar a ética, a virtude, valorizando sobretudo o humanismo, e inclusive respeitando as posições religiosas de qualquer grupo ou povo. Por fim, já disse e repito, a humanidade não necessitaria de nenhuma religião, mas apenas da filosofia para se comportar de maneira mais ética e virtuosa (não tenho dúvida disso e podem chamar de dogma). É uma pena que o pensamento religioso tenha antecedido ao filosófico, talvez se fosse o contrário, a religião teria como adeptos o número de filósofos que temos hoje em dia, e a filosofia o número de religiosos da atualidade. Esse seria o melhor dos mundos possíveis. Marc os Cavalcanti Data: 15/12/2008 - Horário: 23h07min Show do Eruditus Começa nesta terça-feira (16/12) a troca dos ingressos para o show beneficente do grupo de música lírica Eruditus, que será realizado no dia 23/12, às 20h30min, no Teatro Alberto Maranhão. A troca do ingresso por dois quilos de alimentos não perecíveis ou um brinquedo novo (ou ambos), que serão doados pelo Sesi - Comitê de Esportes contra a Fome para instituições carentes, - poderá ser feita nos seguintes locais: SESI/SOLAR BELA VISTA - RIBEIRA – Fone: 3201-1131 ÁGUA MINERAL SANTA MARIA - CANDELÁRIA – Fone: 3234-3109 ÁGUA MINERAL SANTA MARIA - AV. ENG. ROBERTO FREIRE – Fone: 36422546 ÁGUA MINERAL SANTA MARIA - ZONA NORTE – Fone: 3214-6480 Quem não conseguir trocar até o dia 21, havendo ainda disponibilidade, poderá adquirir os ingressos no TAM, ao preço de R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) no dia do show. Mais informações: 8809-5912 e [email protected] Tácito Costat Data: 15/12/2008 - Horário: 20h34min Bazar Além de umas dicas de leitura, uma breve resenha do livro de Mário Ivo. www.nominuto.com.br Alex de Souza Data: 15/12/2008 - Horário: 20h06min Duas sugestões Eu gostaria de poder ter dado duas sugestões à prefeita eleita, mas não pude: 1) Procurar um nome técnico, especialista em saúde coletiva, para comandar a SMS. Ela só procurou médicos, mas minha sugestão fosse que procurasse especialistas, médicos ou não, em gestão pública de saúde. Isso é fácil de encontrar na UFRN e na UnP: gente disposta a se doar pelo bem da cidade; 2) Que a escolha do novo ouvidor do município fosse feita por eleição a partir do conjunto dos Conselhos Municipais. Afinal, um ouvidor escolhido pelo chefe do executivo não é lá muito livre para dar andamento a denúncias. Por mim, o ouvidor, que é uma boa idéia, teria mandato fixo de dois anos - renováveis por dois -, garantia de estabilidade, sendo possível seu afastamento apenas por votação da Câmara Municipal ou pelos próprios Conselhos. E receberia salário equivalente ao de secretário municipal. Não sei se a prefeita aceitaria, mas aí estão minhas sugestões. Daniel Dantas Data: 15/12/2008 - Horário: 15h59min Jornal x internet Esse debate é muito interessante e tenho certeza que pode contribuir com muita idéia. Faz umas semanas assisti um Observatório da Imprensa a respeito deste dilema jornal x internet. Dines visitou as principais redações da Argentina para colher depoimentos. As opiniões foram distintas entre os diretores. Alguns afirmaram ser uma tendência irreversível e outros que um dia ambos conviveriam com espaços diferentes ou que duraria décadas ainda para a internet substituir o jornal. Achei mais interessante a postura do quarto maior jornal argentino. Não lembro o nome. Eles optaram por publicar a versão impressa do jornal apenas aos fins de semana e, de segunda à sexta-feira, noticiar os fatos do dia no portal de notícias na internet. Segundo o diretor, os jornais impressos argentinos, como a maioria dos jornais do mundo, têm prejuízos durante a semana e conseguem reverter apenas nos fins de semana. Para eles, a idéia tem sido um sucesso. O mesmo diretor enumerou uma série de comportamentos mutantes do cotidiano ao longo dos últimos anos que favorecem esta queda na vendagem dos jornais durante os dias úteis. A principal e mais simbólica é, sem dúvida, a pressa. O cidadão hoje perdeu o hábito diário de ler jornal por falta de tempo até mesmo para parar numa banca e comprar. Lê em fins de semana, também por adquirir um exemplar mais completo. Minha opinião é a de que os jornais vão permanecer. Ele vai encontrar uma maneira de se posicionar no mercado sem a competição direta com a internet. Claro, precisará de uma reformulação gráfica, editorial e de muita criatividade para atrair o público jovem. Hoje, o público dos jornais impressos é, em maioria, adultos com mais de 50 anos. A idéia mais defendida de sobrevivência - as reportagens mais trabalhadas – eu opino como um tiro na cabeça. As grandes reportagens não cabem mais em mídia alguma. Só em livros. Seria o fim do jornal impresso. Infelizmente, o público não lê mais e não teria paciência para grandes matérias, por mais interessantes e bem escritas. Sobretudo em dias úteis. Talvez um jornalismo participativo, edições com mais editoriais e colunas maiores e mais opinativas fossem soluções. Infelizmente o leitor prefere os textos mais curtos e superficiais da internet. É a questão do imediatismo prejudicial. E isso me preocupa pela qualidade da informação passada. Acredito que a internet trará uma queda na qualidade da notícia publicada. Como jornalista de impresso, afirmo: notícia virtual não é a mesma coisa de jornal. Ali, o repórter está submetido ao crivo de editores e também da fonte entrevistada. A responsabilidade com o material escrito é muito maior. A publicação geralmente é em jornais cuja história faz parte do cotidiano da cidade. São instituições de credibilidade que precisam manter um padrão; um respeito com o leitor. A internet é mais irresponsável, digamos, embora o jornalista também tenha sua reputação posta em jogo. Mas é um nome contra o de um jornal com 10, 50 ou 80 anos de atividade. Penso que os blogs servem, sim, como ferramenta democrática de crítica e análise; não como concorrência para publicação de notícia com jornais. Para isto existem os portais, cuja equipe é formada exclusivamente para isto: a produção de matérias jornalísticas. E aí mora o perigo da competição com os jornais. Mas também vejo surgirem os tais E-books para substituir os livros. E aí, será que o livro também desaparece? P.S: Tácito, coloquei um balanço cultural de 2008 em meu blog. É apenas um início. Por isso espero acréscimos, reformulações e novas listas para podermos homenagear e reconhecer o trabalho desenvolvido por muitos em 2008. http://www.sergiovilar.blogspot.com/ Sérgio Vilar Data: 15/12/2008 - Horário: 13h48min Mídia e preconceito Tácito, sobre o preconceito da mídia contra o governo Lula,o texto "O judas da Semana Santa" é bem elucidativo. http://www.projetobr.com.br/web/blog/5 Sílvio Andrade Data: 15/12/2008 - Horário: 13h26min Romã Tácito, Gostaria, se possível, convidar os leitores do Blog substantivo Plural, para o lançamento do meu terceiro livro, Romã, na próxima quarta-feira, dia 17/12,às 19 horas, na Aliança Francesa. Obrigada, um abraço, Lisbeth Lima Data: 15/12/2008 - Horário: 12h59min O futuro dos jornais O futuro dos jornais impressos é uma incógnita e tema bastante controverso. Concretamente, o que se sabe é que esses veículos, principalmente nos EUA, passam por uma crise sem precedentes. No início desse mês o The New York Times informou que pretende hipotecar sua nova sede, o arranha-céu de Renzo Piano, em Manhattan, para quitar uma dívida de mais de US$ 1 bilhão. O jornal também anunciou que pretende arrecadar US$ 225 milhões para pagar a dívida ocasionada, entre outros motivos, pela diminuição de anúncios publicitários. O Grupo Tribune pediu concordata esse mês. A empresa McClatchy Company está tentando vender o jornal Miami Herald e o grupo Tribune Co., que controla os jornais Los Angeles Times e Chicago Tribune, está prestes a quebrar. Essa crise, claro, chegará ao Brasil. As tiragens dos principais jornais brasileiros estagnaram há algum tempo e não há ganho ou renovação de leitores. Esse me parece ser o ―Calcanhar de Aquiles‖ do setor. As novas gerações preferem se informar através da internet. Os jornais ainda não perceberam que terão de mudar se quiserem sobreviver. Não faz o menor sentido publicar notícias já veiculadas pela net, tv e rádio. O único caminho para os impressos é apostar no jornalismo analítico e em reportagens especiais. Insistir no atual modelo é condenar-se a fechar as portas. Não é possível prever, hoje, o que acontecerá a longo prazo com os jornais impressos. Acompanho com muito interesse o debate sobre o tema e os especialistas têm pontos de vistas diferentes. Uns acham que não há salvação para eles, é questão de tempo; outros vêem os impresssos ainda com muito tempo de vida; e tem aqueles que consideram que esses veículos se adaptarão aos novos tempos e não acabarão. A minha visão sobre a questão é intermediária: os jornais continuarão ainda por muito tempo, mas com tiragens menores e tendo de dividir espaço com a internet. Tácito Costa Data: 15/12/2008 - Horário: 12h52min André Comte-Sponville Muito boa a entrevista do filósofo André Comte-Sponville à revista Cult. Como tem muito a ver com as discussões travadas nos últimos tempos aqui achei oportuno transcrever em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 15/12/2008 - Horário: 12h27min Os livros continuam. Os jornais.....??? Tenho certeza, por vários motivos, que o livro em suporte de papel continuará existindo por muito tempo. Já os jornais impressos, esses, a meu ver, deverão logo, logo, sofrer um imenso decréscimo de venda e distribuição, e - possivelmente deixarão de existir, vencidos pela informatização. Lívio Oliveira Data: 15/12/2008 - Horário: 12h16min Quem É isso mesmo, Daniel Dantas,a imprensa nacional é preconceituosa quando o assunto são os deslizes verbais do presidente. Ninguém se espanta com as baixarias verbais e visuais de programas tipo BBB, Praça é Nossa, Zorra Total, Faustão, Sílvio Santos, Caceta e Planeta, as novelas e suas cenas e vocabulários ricos em "baixo calão",as cenas na TV local do Carnatal e o rico texto dos apresentadores, e por aí vai. Sílvio Andrade Data: 15/12/2008 - Horário: 12h16min Os livros de papel continuam Caros amigos: Gostei muito daquele site "Trocando livros", que Tácito apresentou aqui a partir de notícia na "Carta capital". Ele demonstra que um bom diálogo entre internet e leitura de livros de papel continua, questão já bastante palpável nos sebos virtuais. O acesso a informação breve on line, como no SP, não abole a necessidade do livro material, para leituras mais extensas e que incluam diferentes operações clássicas de anotação e comentário. Ao mesmo tempo, a agilidade da internet para a troca de informações e debates concisos é uma preciosa conquista. Abraços: Marcos Silva Data: 15/12/2008 - Horário: 08h55min Trocando Livros Navegando na revista Carta Capital dei com o anúncio do site Trocando Livros www.trocandolivros.com.br Acessei e achei bem interessante a proposta. Através desse site, pode-se trocar livros com pessoas de todo o Brasil. O serviço é grátis e funciona de forma simples, você elabora uma lista dos livros que deseja trocar, quando alguém solicita esse livro, automaticamente você ganha um crédito para solicitar um livro disponível na ―estante‖ do Trocando Livros. Não testei o serviço, mas se funcionar como promete, é uma maneira bem criativa de escambo literário. Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 23h19min Razão Poesia Beleza simples ―Contam que, quando deficientes auditivos (por operação ou por aparelhos) começam a escutar, um som que eles registram como sendo dos mais belos é o passar a página de um livro. É simples, então. Precisamos apenas reaprender a escutar as folhas.‖ De Gustavo de Castro, em seu blog Razão Poesia. http://razaopoesia.zip.net/ Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 22h49min João Paulo Cuenca Que livro vai mudar alguém? O que me irrita um pouco é que, hoje em dia, existe uma demanda muito forte pelo caráter utilitário das coisas. O cara lê um livro para aprender a ser feliz, a mentalizar, a meditar, a transar, a se relacionar. Ele quer tirar daquilo um ensinamento e, para mim, a literatura só é forte por ser completamente inútil. A arte é isto: é você enxergar a realidade do mundo através de um filtro, de uma visão que não é utilitária, e sim antiutilitária. E, aí, você pode mudar a sua vida. Do escritor João Paulo Cuenca, no jornal Rascunho. http://rascunho.rpc.com.br/ Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 22h46min Duas belas vitórias! Caro Tácito, Estive, durante toda a semana, no Rio de Janeiro. Praticamente, não acessei a internet e nem tive notícias do RN. Voltando, fiquei intensamente feliz por duas notícias: o prêmio do SP e a dotação orçamentária da Lei do Livro do RN, em R$ 500.000,00. Os parabéns vão para você, para o Deputado Mineiro e para todos os que cotribuímos para a cultura do RN!!! Em ambos os casos (o da Lei do Livro e do SP), vivi momentos e emoções relevantes, por minha participação e contribuições diretas! Felicitações e abraços!Continuemos, todos, nessa luta! Lívio Oliveira Data: 14/12/2008 - Horário: 17h29min Rádio da UFRN maltrata ouvintes Eu trabalho no computador ouvindo rádio e quando estou no trânsito também ouço rádio ou CDs. Uma das emissoras que ouço mais é a 88,9, da UFRN. Mas, ultimamente, três coisas têm me aborrecido muito na programação da emissora: os poemas na voz empostada de Tarcísio Gurgel (uma boa idéia, mas que precisa ser revista, essa empostação é coisa do século XVIII)); o comercial da Livraria Universitária (―Livros não mudam o mundo...‖; e um comercial (um poema rimado) enaltecendo a rádio, com duração de quase meia hora. Ouvindo essas três coisas, o camarada fica com ódio de poesia; não compra mais livros na Livraria Universitária; e o comercial expulsa o mais bem intencionado dos ouvintes da rádio. Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 11h44min "A Felicidade não se Compra" O Cineclube Natal apresentará neste domingo, 14, no Teatro de Cultura Popular (R. Jundiaí, 641 - FJA) na última sessão do mês dentro do projeto Cine Vanguarda, o clássico de Frank Capra, A Felicidade Não se Compra. A sessão começará às 17 horas e a entrada custa R$ 2,00. Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 11h15min “Sangue, Futebol e Lágrimas” Foi constrangido (rsrsrs) que postei em PROSA o texto ―Sangue, Futebol e Lágrimas‖, de Pablo Capistrano. Mas a pluralidade é a marca deste SP e não poderia agir diferente. Como vascaíno rechaço os traços falsos de piedade deste e de outros flamenguistas. Acredito que esse tenha sido também o sentimento de Caetano, meu filho (fui, claramente, castigado pelos Deuses), flamenguista e americano fanático. Para vocês terem uma idéia, no jogo do América com o Corinthians ele amarrou um crucifixo na enorme bandeira americana que levou para o Machadão. Vamos a segundona, vascão, com muito orgulho. Bem, pelo menos algo me aproxima de Pablo e Caetano, torcemos pelo América. Esse negócio de torcer por futebol é misterioso porque Caetano sempre soube que eu torço pelo Vasco e América e no entanto, se bandeou para o lado do Flamengo. Clarice, torcedora fanática (quando eu digo fanática, é que sofre muito e no caso dela chora, briga com o filho do vizinho, abecedista, e com quem aparecer), talvez influenciada pelo irmão também torce pelo Flamengo, mas a paixão mesmo dela é o América. Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 11h12min Poemas de Suely Magna Postei em POESIA ―Sílaba Tônica‖ e ―Do Outro Lado da Rua‖, poemas enviados pela poeta Suely Magna. Tácito Costa Data: 14/12/2008 - Horário: 10h46min Curiosidade Todos sabemos da qualidade do SP e nos congratulamos com Tácito pelo êxito obtido no concurso na categoria em que concorreu. Mas fiquei curioso de saber quais foram os seus concorrentes, a final de contas, embora não tenham se saído vencedores neste primeiro, certamente devem dar alguma contribuição nesta área. Assim, creio que se justifica a minha curiosidade, ademais, gostaria de dar uma passadinha neles também para estimulá-los. A curiosidade também se faz em relação às demais categorias premiadas pela FJA. Se alguém souber, creio que presta um relevante serviço cultural, informando-nos. Um abraço a todos! Marcos Cavalcanti Data: 14/12/2008 - Horário: 10h34min Que tal discutirmos a autonomia da arte? O texto está no cantinho da prosa e lança opiniões quanto à autonomia da arte? seu valor? diz do modo como a recepcionamos e as intenções de quem a produz. Que tal debatermos o assunto? Aliás, vejo poucos post´s que se propõem a discutir os bons textos apresentados em "Prosa". Marcos Cavalcanti Data: 14/12/2008 - Horário: 10h33min Um dossiê sobre Friedrich Amigos: Saiu a versão eletrônica da Revista de Filosofia - Aurora (PUCPR/PUCSP). Vejam um "Dossiê Nietzsche", entre outros artigos de interesse. Endereço eletrônico da Revista: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/rf Abraços: Marcos Silva Data: 14/12/2008 - Horário: 10h32min Sobre quando a amor acaba ―Quando o amor acaba, ao menos precisa restar gentileza. Se não dá para ser solidário à angústia alheia, ao menos que haja delicadeza no final. Há que se perder o pudor das palavras educadas, mas não perder o cuidado. Mentira e dissimulação não combinam com amor.‖. De Sheyla Azevedo, em seu Bicho Esquisito. http://www.bichoesquisito.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 13/12/2008 - Horário: 19h13min 212 filmes ―Os 212 filmes (a partir de 1925) que me fazem repensar o cinema e o mundo‖. Confira no Balaio Vermelho, do escritor Moacy Cirne. http://www.balaiovermelho.blogspot.com/ Tácito Costa Data: 13/12/2008 - Horário: 19h11min A autonomia da arte "Longe de existir para falar sobre um objeto, a arte existe para ser um objeto que valerá por si". Do poeta Antonio Cicero. Na FSP e em PROSA. Tácito Costa Data: 13/12/2008 - Horário: 16h24min Além do nome O livro de Marize Castro é um biscoito fino com um gostinho de quero mais. Um requinte de livro bem ilustrado e editado. Belas imagens dos escolhidos. Um livro de entrevistas realizadas pela jornalista Marize e publicadas em jornais no início do presente século. Um livro escrito por uma poeta sobre poetas, jornalistas e outros amantes do livro. Uma fotografia de uma Natal que passou. Um instantâneo em três por quatro. Para além do nome muito pouco. Folhear e ler esse livro é como admirar um velho álbum de fotografia. Ou um álbum de figurinhas carimbadas. Imagens que o tempo ajudou a descolorir e fixar. Natal vive uma nostalgia do que poderia ter sido. Um quase... Cidade macondenada a uma orgia entre amigos. Para outros, uma suruba. O tempo passou, o cabelo caiu e só Carolina não viu. Somos condenados a não amadurecer. Condenados a um vir a ser. Para alem e aquém do nome corre um rio de esquecimento e ferrugem. Além do nome uma tribo. Para além e aquém do nome o reino de Lete. João da Mata Costa Data: 13/12/2008 - Horário: 16h15min Ainda um PS sobre o bigodudo alemão Amigos: Penso que Nietsche não se deixou levar pelos nazistas: ele já estava morto quando esses nefastos personagens surgiram em cena. Quem agiu no ato de levar, portanto, foram os nefastos. E desconfio que quem construiu a filosofia nazista da vontade de potência foram os próprios nazistas (a mana Beth levou bons trocados na operação), que, assustadoramente, tinham suas sofisticações. Assisti a um desses filmes de tv sobre a solução final nazista (a regulamentação do extermínio industrial dos inimigos anunciados) que era muito inteligente num aspecto: os tétricos assassinos eram pessoas finas, elegantes, que ouviam excelente música erudita e falavam numa linguagem culta, voz controlada, dicção de quem leu os melhores autores. Isso os torna ainda piores: sabiam quais os horrores que faziam. Abraços: Marcos Silva Data: 13/12/2008 - Horário: 14h15min Ainda, parabéns! Bom dia Tácito. De volta ao Substantivo (e a vida!) depois de um rápido, mas tenebroso inverno (problemas com a saúde, que agora, graças a Deus dá sinais claros de mudança de estação!), recebo com grande alegria e entusiasmo a notícia sobre a premiação de sua revista eletrônica com o Prêmio Rubens Lemos na Categoria Digital. Mais do que merecida essa premiação! Quero unir-me a esse coral de frases agora lidas, e enviar-lhe os parabéns. Parabéns, igualmente, a todas aquelas pessoas que colaboraram para o sucesso desse trabalho que, como gostam de dizer os baianos, não nasceu, estreou e, estrelou! BRAVO, BRAVÍSSIMO! Grande abraço. Suely Magna Data: 13/12/2008 - Horário: 14h15min Diarréia, sifu Nesta semana, os temas abundaram. Há ocasiões angustiantes, fica-se procurando um pretexto para a coluna, e nada. Nenhum cidadão diz alguma coisa peculiar (ou a mídia não põe a peculiaridade em circulação) e nenhum colunista diz nada de muito estrambótico sobre sintaxe ou ortografia. Mas, neste começo de dezembro, os deuses foram generosos: Cony reclamou da linguagem acadêmica, porque não entendeu passagens de um texto, Lúcia Guimarães escreveu sonoras bobagens sobre gerundismo em sua coluna no Estadão, Lula teve um comportamento no mínimo informal, em pronunciamento no Rio de Janeiro (falou "diarréia" e "sífu", abalando os sólidos alicerces morais e etiquetais da sociedade brasileira), um jornalista de Brasília analisou pérolas do ENEM, artigo meio bobo que mereceu análise muito competente de Marina Silva (leia aqui) etc. Vou ficar com o caso Lula. William Bonner anunciou o pronunciamento no Jornal Nacional, prevenindo a Nação de que o presidente tinha usado linguagem (senho franzido, olhar de lástima dirigido ao Hommer Simpson que ele imagina do outro lado da tela)... "extravagante". Lula, à vontade, desancou os que têm uma "diarréia" de mercado e depois pedem socorro ao Estado. Em seguida, defendeu sua posição de animador da economia; alegou que não pode ficar dizendo que há crise, que ele tem que incentivar o povo. E fez uma comparação (não venham dizer que foi uma metáfora, por favor...): se um médico vai falar com um doente, o que deve dizer? Que vai melhorar, que vai sair dessa, ou deve dizer que o cara "sífu"? Pois foi o "sífu" que colocou o país em polvorosa. Uma cidadã que viu o telejornal escreveu à Folha de S. Paulo dizendo que achava a linguagem de Lula indecente, e não extravagante (disse mais: que está entre os 30% que desaprovam lambanças e não apóiam o presidente). Um leitor foi ainda mais radical: achou a coisa tão ruim que está pensando em renunciar à cidadania brasileira. Contam os jornais que o discurso do presidente foi transcrito sem o "sífu" em algum site oficial, mas que a "palavra" voltou mais tarde ao documento. A Folha menciona o episódio em seu editorial, e lhe dedicou um sermãozinho. Seu ombudsman, no domingo, disse que tanto destaque cheirava a preconceito. Um articulista comentou o caso na ISTOÉ. Cony voltou ao assunto no dia 9/12, terça-feira, para dizer que se espantou mesmo foi com a palavra "chula", encarregada de qualificar a fala presidencial, e contou que, na infância, achava que esse era um dos muitos nomes da genitália feminina... Juro que eu não sabia que o país era tão sério! Todo mundo anda pelado a qualquer pretexto, todos/as mostram a intimidade e as partes, os domingos à tarde da TV são quase aulas de anatomia, e o homem não pode falar "sífu". Francamente! Sim, sei, ele é o presidente, e existe a tal liturgia do cargo. O que suportamos e achamos normal na boca de uma personagem de Rubem Fonseca ou de Bocage desaprovamos no discurso presidencial. O que achamos normalíssimo nas declarações pedagógicas vespertinas do Faustão fica abominável na boca do presidente. Tudo bem. É claro que há uma distribuição social do palavrão, seja por falantes (homens podem mais que mulheres - ou podiam), seja por contextos (o que se pode dizer em arquibancada não pode em palanque). Mas vejamos o episódio um pouco mais de perto. Merece uma pequena avaliação técnica, digamos assim. O curioso é que tenham acusado Lula de empregar um palavrão quando usou uma forma que se destina exatamente a evitar o palavrão. Sim, pois "sífu" não é um palavrão. Estudiosos dos tabus informariam sobre formas como essa exatamente o contrário: que, para não dizer palavras tabu, no caso, um palavrão, as sociedades inventam "derivativos": alteram a forma ofensiva ou perigosa (abreviam, trocam um dos sons etc.). Por exemplo, dizemos "diacho" para não dizer "diabo" (sem falar que dizemos "o cujo", "o coisa ruim" etc.), dizemos "orra, meu!" para não dizer "p..., meu!" assim como dizemos "sífu" para não dizer todos sabemos o quê. Tanto sabemos, que a mídia achou que Lula disse o que todos achamos que ele disse, embora não o tenha dito. Escrevi alhures que acho essa coisa de cerimonial uma quase bobagem. Para exemplificar, dava meu testemunho de que as únicas coisas que aprovei no presidente Figueiredo foi sua grossura no campo da etiqueta: achei ótimo ele dizer que preferia cheiro de cavalo ao de povo, que achava o leite de soja uma droga, que, se ganhasse salário mínimo, dava um tiro no coco. Grossura? Claro!! Mas você preferiria que ele mentisse? Fico deveras impressionado com a pudicícia da sociedade brasileira, especialmente da TV Globo!! Mas não é lá que passa, só para dar um exemplo, o BBB? Ou será que Bonner estava se referindo à palavra "diarréia"? Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Lingüística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua e de Os limites do discurso. Fonte:http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3384389-EI8425,00Diarreia+Sifu.html Daniel Dantas Data: 13/12/2008 - Horário: 14h14min Atrasei, mas cheguei Tácito, esse e todos os prêmios vindouros serão merecidos, tenha certeza disto. Parabéns a você e a todos que colaboram com este site. Abs, Denise Araújo Correia Data: 13/12/2008 - Horário: 14h10min Meu Nietzsche Oi Gustavo, suas perguntas e reflexões são interessantes mesmo. Se você lê Nietzsche como um literato, um esteta, um retórico, ponto para você e para Harold Bloom, que pensa assim. Eu também acho que essa é a melhor maneira de pensar Nietzsche. Agora, sinceramente, para mim Heidegger é um galado (Se você não é natalense para entender o escopo semântico dessa palavra sugiru a crônica do Carlos Fialho) Ele produz uma sinuca de bico no pensamento de Nietzche. Duas: (1) ou você enfrenta a leitura de Heidegger que é forte o suiciente para colonizar todo o pensamento franco-alemão do século XX; Ou você tenta simplismente repetir o que Nietzsche já disse e já fez. Se você seguir o ´primeiro caminho você vira Heideggeriano. Se você segue o segundo você simplesmente faz menos do que aquilo que você poderia fazer (é o que aconteceu com Foucault por exemplo que se tornou menor do que poderia por ser, se não fosse Nietzscheano demias). Para mim, do ponto de vista da filosofia Heidegger quebrou Nietzsche no meio e lascou o coitado. Qual a saida? fugir da filosofia e mergular na literatura. Thomas Mann fez isso e leu Nietsche da melhor forma possivel. Confrontando ele com Goethe e criando um dos personagens mais interessantes da literatura alemã: Adrian Leverkühn. Pablo Capistrano Data: 13/12/2008 - Horário: 10h17min Falso Nietzsche Salve grande Marcos, essa questão que você coloca é muito, muito pertinente. A idéia de que a irmã de Nietzsche tenha falsificado passagens da obra dele para enxertar elementos que depois fossem utilizados pelos nazis. O problema é, que partes da obra de Nietszsche? Como saber quais foram essas partes? Como ter certeza que ela realmente falsificou? O que era de Nietzsche, o que era dela? Isso é muito dificil de responder. O fato é que não há dúvidas sobre a influência de Nietzsche no nazismo, quer seja ele o Nietzsche real (será que existe?) ou o Nietzsche manipulado.... Eu, particularmente não acredito que a irmã de Nietzsche tenha tido sofisticaão filosósfica suficiente para construir uma filosofia da vontade de potência, ou da vonade de poder que pudesse criar as bases do nazismo. Seria acreditar demais na capacidade da mana de influenciar pessoas. como então saber o que seria Nietzsche ne o que seria a sua irmã? Se isso for verdade como não acreditar que todo o Nietzsche não seja uma farsa? Que todos os seus textos não sejam manipulações? Acho que a minha pergunta ainda continua sem resposta, porque não usaram Kant? Porque não usaram Goethe? Porque o Nietszche (real ou manipulado) deixouy-se levar pelos nazistas? essa é a grande questão. um grande abraço do seu inquieto leitor pablo capistrano. Ps.: lembrei do velho de Koningsberg: "age de modo considerar a humanidade em ti mesmo e no ouro, sempre como um fim, e nunca como um meio" - é dificil reduzir isso. Pablo Capistrano Data: 13/12/2008 - Horário: 10h16min Liberte um livro Tácito, uma boa idéia no blog entrerios.wordpress.com, do publicitário Modrack. Sílvio Andrade Data: 12/12/2008 - Horário: 21h18min EU TAMBÉM FELICITO! Em meio a tantos parabéns, não poderia me isentar de dizer o quanto admiro o Substantivo e seus colaboradores, em especial, o grande Tácito Costa, figura ilustríssima do jornalismo cultural potiguar! Parabéns a todos! Um abraço do Seridó... Iara Maria Data: 12/12/2008 - Horário: 16h53min Casa da Ciência Recebi hoje, pelos Correios, da escritora Maria Dolores Wanderley, que reside no RJ, a excelente revista ―Ciência Poetas‖ editada anualmente pela Casa da Ciência Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ www.casadaciencia.ufrj.br. Entre muitas coisas boas, a revista traz o belo poema ―Da terra para o fogo‖, de Iracema Macedo, o qual reproduzo uma parte (―Sou o que queres que eu seja/Enxame, cardumes, aves/Noite, noite, noite/que a tua luz esmaga sem vencer‖). Tácito Costa Data: 12/12/2008 - Horário: 16h28min Lei do Livro A Assembléia Legislativa, em sessão realizada ontem (11), aprovou a concessão de R$ 500 mil para a implantação da Política Estadual do Livro e R$ 150 mil para o Registro do Patrimônio Vivo do Estado. O autor da emenda é o deputado Fernando Mineiro (PT). Os R$ 150 mil destinados à implantação da Lei do Patrimônio Vivo durante o ano de 2009 dará suporte público por meio de uma bolsa para os mestres da cultura potiguar. Os beneficiados, além da ajuda financeira, terão prioridades na análise de projetos ao sistema de incentivo à cultura. Torço para que os recursos sejam aplicados de forma justa e democrática. O que temos visto até agora no RN são políticas editorias que só editam os amigos, indicados (QI) e medalhões. A maioria, inclusive, nem precisaria da benesse porque pode bancar a edição do seu próprio bolso. As exceções são raríssimas. Tácito Costa Data: 12/12/2008 - Horário: 16h21min O supremo no Roda Viva Tácito, Vale a pena tentar ver, nesta segunda-feira (15/12), às 22h10, uma entrevista ao vivo com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, no programa Roda Viva, da TV Cultura. Além do supremo presidente do Brasil, uma bancada de conselheiros irá entrevista-lo: Márcio Chaer, editor do site Consultor Jurídico; Reinaldo Azevedo, articulista da revista Veja e do blog Reinaldo Azevedo; Eliane Cantanhêde, colunista do jornal Folha de S. Paulo; e Carlos Marchi, repórter e analista de política do jornal O Estado de S. Paulo. A bancada de entrevistadores só escreve com a mão direita, mas é uma chance a mais de comprovar como anda o cinismo nacional. DO EDITOR Silvio, Pelo menos para disfarçar um pouco, eles poderiam ter colocado alguém que escreva com a "mão esquerda". Assim fica bandeiroso demais. Sílvio Andrade Data: 12/12/2008 - Horário: 16h06min Só há um Deus. ―Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.‖ (1 Tm 2. 5 e 6). Tales Data: 12/12/2008 - Horário: 16h04min Bazar Tácito, avisa aí pra turma que tem atualização da coluna na área. Abraço. DO EDITOR Agora mesmo: Aqui, pessoal: www.nominuto.com.br Alex Data: 12/12/2008 - Horário: 16h02min Os Gershwin são muito bons Prezado Daniel: Envio para vc e para todos os amigos a letra de George e Ira Gershwin, da ópera "Porgy & Bess": ARTIST: George and Ira Gershwin TITLE: It Ain't Necessarily So Lyrics and Chords [Porgy and Bess] It ain't necessarily so It ain't necessarily so De things dat yo' liable to read in de Bible It ain't necessarily so / Am D Am D / Am D Am - / D7 Eb7 D7 Eb7 / B7 E7 Am - / Li'l David was small but oh my Li'l David was small but oh my He fought big Goliath who lay down and dieth Li'l David was small but oh my Oh Jonah he lived in de whale Oh Jonah he lived in de whale For he made his home in dat fish's abdomen Oh Jonah he lived in de whale Li'l Moses was found in a stream Li'l Moses was found in a stream He floated on water 'til ole Pharaoh's daughter She fished him she says from that stream It ain't necessarily so It ain't necessarily so Dey tell all you chillun de debble's a villain But 'taint necessarily so To get into Hebben don' snap for a sebben Live clean, don' have no fault Oh I takes de gospel whenever it's pos'ble But wid a grain of salt / F7 Bb - - / Bm7 E7 A6 A7 / D7 - G G6 / B7sus4 B7 D7 - / Methus'lah lived nine hundred years Methus'lah lived nine hundred years But who calls dat livin' when no gal'll give in To no man what's nine hundred years I'm preachin' dis sermon to show It ain't nessa, ain't nessa Ain't nessa, ain't nessa It ain't necessarily so / Dm6 - A E7 / D C#7 / F#m Dm6 / A E7 A - / xxxxx Abraços: Marcos Silva Data: 12/12/2008 - Horário: 16h01min 87% do total arrecadado No sítio: www.correiocidadania.com.br/. O sociólogo Léo Lince expõe em texto intitulado: Democracia tutelada, a conhecida forma de arrecadação "nãocontabilizada". As doações ocultas representão um total de 87% do angariado pela futura prefeita de Natal. Leiam. Parabéns ao comandante Tácito Costa e aos demais colaboradores. Tenho aprendido como discutir com finura e sem finura. Ítalo de Melo Ramalho Data: 12/12/2008 - Horário: 14h20min Não é necessário Marcos, Você tem razão: Deus não é necessário. Mas é real. Fé é uma convicção individual com dimensão social. Uns têm fé na ciência, no conhecimento. Outros, em Deus. Eu prefiro ter a certeza da ciência, a beleza da literatura e a realidade de Deus em minha vida. Assim como Einstein, o grande gênio teísta. Religião tende a ser mesmo opressora. Mas espiritualidade é algo que liberta para vida. Eu acredito que essa libertação só tem espaço com Cristo, mas tem gente que experimenta isso em outros deuses e religiões. No âmbito de nossa discussão o que vale é que a beleza do homem se manifesta de maneira mais efetiva, ao longo dos anos, nas manifestações da espiritualidade. Religião sempre matou, seja qual seja. Espiritualidade, ao contrário, produz coisas belas e vida. Respeito à vida. E nessa espiritualidade a presença de Deus há de ser respeitável. Daniel Dantas Data: 12/12/2008 - Horário: 14h19min parabéns tácito, parabéns pelo prêmio. há reconhecimento pelo trabalho. joão batista Data: 12/12/2008 - Horário: 14h18min Se mostre Olha Raimundo Guimarães que não é Raimundo (será Raimunda? Nunca se sabe né?), essa coisa de ―analfabeto humilde‖ em vez de ―intelectual ufanista‖ não serve para você, porque de humilde você não tem nada, desde a sua primeira bajulação ao substantivo, querendo censurar o Charles. Você bajula porque quer poder. Você é um jogador. Por que não se mostra de verdade como faz o Charles. Você é que é o cara aqui Charles. Parabéns. Manuel Data: 12/12/2008 - Horário: 12h04min Se Tezza fosse afegão Sérgio Rodrigues (http://colunistas.ig.com.br/sergiorodrigues/) Os leitores deste blog sabem que sou um fã de primeira hora de ―O filho eterno‖, de Cristovão Tezza. Nessa condição, é claro que me alegra o balaio de prêmios que ele angariou num desempenho que, em minha memória, não tem paralelo – o único que ameaçou chegar perto foi Milton Hatoum. Verdade que os prêmios, mesmo tendo acertado este ano, não são uma medida lá muito rigorosa de qualidade: erram à beça, freqüentemente traem motivações mais políticas que estéticas, isso todo mundo sabe. Mas não é menos verdade que dão aos livros uma exposição que eles não costumam ter. Aí vem a má notícia, que tem me deixado pensativo: nem com esse massacre, digamos, esportivo – e o resultado da Copa de Literatura, o menos importante mas talvez o mais divertido dos prêmios, ainda nem saiu –, nem assim ―O filho eterno‖ aparece nas principais listas de mais vendidos da imprensa brasileira. Nem ganhando tudo que um livro pode ganhar. E o que me parece ainda mais espantoso – nem mesmo tendo, na relação do autor/protagonista com seu filho Down, um tema de fortíssimo apelo, do tipo que costuma arrastar às livrarias uma massa de leitores mais interessados em ―experiências de vida‖ do que em literatura. Nem assim. A editora Record confirma: lançado em meados do ano passado, ―O filho eterno‖, em quinta edição, vendeu até agora cerca de 10 mil exemplares. Outros 4 mil estão neste momento nas prateleiras. É pouco? De jeito nenhum: se considerarmos a média do mercado de ficção nacional, é muito. Mas é irrisório, é nada diante da qualidade do livro, de sua alta voltagem emocional, do espaço que ele já ocupou na imprensa e das sucessivas chancelas críticas que os galardões nacionais lhe conferiram. É verdade que o desempenho tende a melhorar. Em novembro, o romance de Tezza vendeu cinco vezes mais que a média dos meses anteriores. Só que o número quintuplicado, proporcionalmente gordo, chega em termos absolutos a pouco mais de 2 mil exemplares. O teto é baixo, muito baixo, claustrofóbico mesmo. Há quem, levando em conta nossa educação de mentirinha, se conforme com isso. Não acho que devêssemos. Na França, a lista de best-sellers do momento é puxada por Atiq Rahimi, que faturou o Goncourt, com J-M.G Le Clézio, ganhador do Nobel, em segundo lugar (e andam dizendo que as vendas estão em queda livre por lá). Na Inglaterra, o até então desconhecido Aravind Adiga, autor de ―O tigre branco‖, aproveitou o impulso exclusivo de seu prêmio Booker para emplacar de cara a lista dos mais vendidos, na qual aparece hoje, já na curva descendente, em sétimo lugar. O que isso prova? Coisas demais para que este post possa abarcar. Algumas delas, entre as que me parecem mais claras: que os prêmios literários não têm entre nós o peso que têm em outras culturas; que nosso exíguo ambiente letrado, com todo o seu nariz em pé, é um péssimo condutor de calor; que a ficção brasileira ocupa na percepção da maioria do público um lugar semelhante àquele que foi ocupado durante décadas pelo cinema nacional – um lugar de má fama dominado pela incompetência crônica; e que Tezza estaria mais rico que a Madonna se ao menos, em vez de ser um barriga-verde adotado por Curitiba, tivesse a enorme felicidade de ter nascido afegão. Tetê Bezerra Data: 12/12/2008 - Horário: 11h35min Atrasado ma non troppo Amigo Tácito, só agora tomei conhecimento da premiação. Vai um abraço atrasado mas não menos entusiasmado. Parabéns. Jairo Lima Data: 12/12/2008 - Horário: 11h20min Prêmio Tácito, parabéns! Prêmio merecido. Até eu, que tenho preferência absoluta por ler com livros e revistas em mãos, percorro as páginas virtuais do substantivoplural quase todos os dias. E embora a pluralidade seja talvez a característica mais marcante da revista, é perceptível a presença de um editor singular (alguém precisa administrar tantas vozes, com tanto a dizer). Parabéns também aos colaboradores, ocasionais ou não, porque registrar o que se pensa é um ato de coragem. Um abraço. Anchella Monte Data: 12/12/2008 - Horário: 09h45min Ainda a irmã de Nietzsche Prezado Pablo: Existem indícios de que Elizabethe Foster, irmã de Nietzsche, falsificou textos do filósofo para agradar anti-semitas e obter dinheiro - no que foi bem-sucedida. Diante disso, é difícil pensar que ela apenas evidenciou tendências já presentes na obra original de seu irmão. E o mesmo se aplica aos nazistas, sequiosos de serem legitimados por argumentos de artistas e pensadores de prestígio: não eram exegetas de artes e filosofia, eram propagandistas deles mesmos. Tenho muito receio de que endossar as interpretações dos nazistas sobre poetas, músicos e filósofos seja transformar os nazistas em autoridades a respeito daqueles autores, o que nunc foram. Depois que um autor morre (às vezes, até antes de sua morte), a obra elaborada por ele sofre apropriações que, em muitos casos, são sbsolutos abusos. E Hannah Arendt mostra, no brilhante livro "Eichman em Jerusalém", que o nazismo viveu da mediocridade alheia (vontade de sucesso conformista), não da grandiosidade artística e filosófica. Abraços: Marcos Silva Data: 12/12/2008 - Horário: 09h45min Vamos abrir um vinho!!! Tácito fico feliz por vc!Seu blog é o que há de bom.Vida longa para alegria nossa, seus leitores. tete bezerra Data: 12/12/2008 - Horário: 09h44min o que fazer de nós ? Ora, vivamos! Como diziam os árcades: Carpe Dien!, Deus não é necessário, esperimentem tirá-lo da vida de vocês e vocês perceberão isto. A religião é o ópio do povo que não aprendeu como Cícero recomendou, a morrer. Montaigne o ressalta em seus ensaios. O resto são palavras, palavras, palavras. M arcos Cavalcanti Data: 12/12/2008 - Horário: 09h43min Parabéns Tácito e aos demais Este prêmio é merecido e deve ser dividido simbolicamente com todos os participantes do SP. Tácito é o timoneiro-mor, aquele que leva a nau para o porto segura da discussão pertinente e de bom nível. Mudanças virão segundo me falou o próprio Tácito no lançamento do livro de Marcos Silva. Esperamos estas mudanças. As novidades hão de ajudar a repetir o feito. Parabéns Tácito e a todos os colaboradores do SP. Marcos Cavalcanti Data: 12/12/2008 - Horário: 09h42min Espaço querido Valeu, Tácito! Gostei da indicaçao da FJA. Parabéns! É um espaço querido.Gostei também da sua dica sobre a entrevista com Sennett. Lamento a muita informaçao (dele), para pouco espaço (lhe) cedido. um abraço, Edjane Data: 12/12/2008 - Horário: 00h48min Prêmio Caro Tácito. embora como colaborador eu tenha sumido por um tempo (por falta dele), continuo um bom espectador, feliz neste momento, pelo reconhecimento da qualidade do teu trabalho com o SP. Abraço. Paulo Benz Data: 12/12/2008 - Horário: 00h42min Viva a liberdade de impressão digital! Parabéns ao Tácitotantivo Plural!!! Carito Data: 12/12/2008 - Horário: 00h41min Parabéns Tácito Parabenizo-lhe pelas substâncias substanciais encontradas nesse espaço SUBSTANTIVO. Oreny Júnior Data: 11/12/2008 - Horário: 23h05min MERECIDAMENTE O SP é vida inteligente na net. Página bem concebida, colaboradores afiadíssimos, e o grande Tácito, escriba de fino faro e capitão dessa democrática nau catarineta. Poucos com tanta sabedoria e liderança - sem nenhum esforço para demonstrá-las. Parabéns,mago! Napoleão de Paiva Sousa Data: 11/12/2008 - Horário: 23h04min Merecimento Tácito, O prêmio é a recompensa pelo trabalho bem feito, realizado com seriedade, respeitando opiniões expostas, mesmo que por vezes desconexas com a realidade e com tudo mais. Abraços, Marcelo Negreiros Data: 11/12/2008 - Horário: 23h03min Panh Infelizmente, por recomendação médica, não tenho saído muito de casa, só o mínimo necessário. Mas, caro Tácito, Panh é, sim, um grande diretor, como você pode perceber. Seu "A gente do arrozal" é simplesmente uma obra-prima. Constará da minha relação de grandes filmes, que publicatei no Balaio. Gostaria de ter visto "Papel não embrulha brasas". Um abraço. Moacy Cirne Data: 11/12/2008 - Horário: 23h03min Vamos voltar ao trabalho Prezado editor e colaboradores, Meus parabéns – atrasados – agora, tá na hora de voltar ao trabalho, né senhores (rs), senão daqui a pouco começa uma confusão, vocês sabem como a turma aqui é estressada e não gosta de perder a viagem. Rafael Vieira Data: 11/12/2008 - Horário: 19h10min Parabéns Parabéns Tácito, mais uma vitória e merecida. A voce e todos os que fazem o Substantivo, a Carlão, Carmen Vasconcelos e Nelson Patriota que estão desde a primeira hora e a todos os que se juntaram colaborando. Laurence Bittencourt Data: 11/12/2008 - Horário: 19h02min Globo de Ouro O brasileiro Última parada 174, do diretor Bruno Barreto, ficou de fora das indicações a melhor filme estrangeiro para a 66ª edição do Globo de Ouro, anunciadas nesta quinta-feira, 11, pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. O prêmio é considerado a prévia ao Oscar e sempre serviu de termômetro para antecipar quais são as produções e interpretações mais destacadas do ano. O Curioso Caso de Benjamin Button, Frost/Nixon e Doubt estão entre os filmes que lideram a lista de indicados - cinco categorias cada. Batman - O Cavaleiro das Trevas, que era um dos grandes favoritos deste ano, saiu apenas com uma indicação: o Coringa do ator Heath Ledger, morto em janeiro deste ano, recebeu indicação póstuma como ator coadjuvante e disputa o prêmio com Tom Cruise, Robert Downey Jr., Ralph Fiennes e Philip Seymour Hoffman. O Estadão publica a relação completa dos indicados. Tácito Costa Data: 11/12/2008 - Horário: 18h52min "Papel não embrulha brasas" Lamentavelmente o público não tem prestigiado a mostra de filmes do Centro Cultural Banco do Brasil no Solar Bela Vista. Acredito que seja devido ao horário. Eu tiro por mim, que só tenho comparecido porque estou de férias na parte da tarde. A média de público essa semana é de 3 pessoas por sessão. O auditório tem capacidade para 60 pessoas. Vi três filmes até agora e todos muito bons. Cada vez mais acho que devemos levar os eventos culturais para dentro das escolas, insistir em parcerias com elas, se os estudantes não vão até a arte, temos de levar a arte até eles. É um desperdício monumental fazer sessões como essas do BB para três pessoas. Assisti hoje o documentário ―Papel não embrulha brasas‖, do diretor cambojano Rithy Panh, que retrata a vida de jovens cambojana obrigadas a se prostituírem em troca da sobrevivência.t Filme duro. Uma realidade muito parecida com a do Brasil. Tácito Costa Data: 11/12/2008 - Horário: 18h46min UM SONHO Caro Tácito e colegas substantivos, Estamos todos de parabéns. Foi muito bom está com voces durante esses quase dois anos. Um projeto coletivo. Uma proposta revolucionária para Natal. "Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade." João da Mata Costa Data: 11/12/2008 - Horário: 18h48min QUANTA ALEGRIA Fiquei imensamente feliz com a notícia do prêmio. Q,acompanhei essa idéia bem no início e tinha certeza do sucesso que seria o SP. Você merece todos os prêmios. Mande notícias. Telga Lima Data: 11/12/2008 - Horário: 18h47min 40 anos do AI-5 O Estadão online www.estadao.com.br publicou um caderno especial sobre os 40 anos do AI-5, que inclui a gravação, na íntegra, da reunião do Conselho de Segurança Nacional, realizada no Palácio Laranjeira, no RJ, em 1968, que decretou o ato de exceção. Dei-me ao trabalho de ouvir as palavras de Delfim Netto, que chega a dizer que o AI-5 não era suficiente e propõe ainda mais poderes ditatoriais ao presidente Costa e Silva. Ouvi também Jarbas Passarinho, e está lá a famosa frase: ―As favas, sr. presidente, nesse momento, todos os escrúpulos de consciência‖. A fala do vice-presidente Pedro Aleixo, o único dos 25 integrantes do famigerado CSN que se posicionou contra ao AI-5, é longa e tão cheia de rodeios que ficamos sem saber ao certo o momento em que ele se declara contrário ao Ato Institucional. Tácito Costat Data: 11/12/2008 - Horário: 18h31min Prêmio Prezado Tácito Costa, parabéns pelo prêmio da Fundação José Augusto. Aproveito para registrar que sou leitor diário do seu site e informar que meu blog está no ar. Espero não provocar confusão com ninguém mas a idéia é um blog com muita crítica baseada apenas no bom humor. www.diagohenrique.blogspot.com Abraço Diago Henrique - natalense e estudante em João Pessoa. Diago Henrique Data: 11/12/2008 - Horário: 17h40min parabéns Parabéns tacíto.. agora vai ter que pagar o lanche todos os dias... hauhauahua Cleber Femina Data: 11/12/2008 - Horário: 17h34min Prêmio Valeu, Tácito. O caminho é esse mesmo. Parabéns. Sílvio Andrade Data: 11/12/2008 - Horário: 17h33min Êpa! Velho Tácito, eu sempre soube que você era "o cara". Desde os tempos em que dividimos máquinas de escrever na Tribuna do Norte, passando pelo jornal de vida curta de Luís Maria Alves, ali na ladeira da Rio Branco, até os brilhantes dias da Preá. Vosmicê merece este prêmio, meu camarada. Carlos de Souza Data: 11/12/2008 - Horário: 17h33min Congratulações Congratulações, Tácito e o SP. Não é fácil, e por isso parabéns novamente. Abraços, Charles M. Phelan Data: 11/12/2008 - Horário: 17h32min Quanta honra, cara! ―Adiante do conhecimento, vai a humildade; e, adiante da humildade, vai a honra.‖. (Provérbios de Salomão). Meus parabéns! Tales Data: 11/12/2008 - Horário: 17h32min Obrigado a todos! Valeu meus amigos! Muitíssimo obrigado pelas felicitações, que divido com todos vocês. Volto a repetir: o prêmio é de todos nós. Sem vocês isso aqui não seria o que é e nem teria ganhado o prêmio. Então, vamos continuar fazendo esse trabalho, que deu tão certo. Abs. Tácito Costa Data: 11/12/2008 - Horário: 14h51min Valeu! Parabéns Tácito pelo merecido prêmio que o SP recebeu. Não tem como dar errado: bons trabalhos geram bons frutos. Hayssa Pacheco Data: 11/12/2008 - Horário: 14h43min É cerveja a dar na canela... Salve, Tácito! Parabéns pelo prêmio. Saiba que tem um grande significado para a cidade. Finalmente vai sair aquela farra que há anos o amigo adia. Agora não tem desculpa! Pode abrir os bolsos....Parabéns Carlos Magno Araújo Data: 11/12/2008 - Horário: 14h43min A cultura é de todos e para todos! É melhor ser ―analfabeto‖, com humildade, do que ―intelectual‖ com altivez de espírito (é melhor ser um ―analfabeto‖ humilde, do que um ―intelectual‖ ufanista.). Valeu pela pluralidade, pela popularização da cultura. A cultura é de todos e para todos. Valeu Tácito, valeu o prêmio! ps.(1): se isso é ―bajular‖, como tem ―bajuladores‖ hoje aqui, cara. Parabéns! Raimundo Guimarães Data: 11/12/2008 - Horário: 14h42min Parabéns Parabéns, Tácito, pelo prêmio. Muitíssimo bem merecido. Alguns detalhes curiosos: o DN Online chamou o prêmio de Rubens Lemos Filho (gosto muito de meu irmão, mas o homenageado era meu pai); a matéria de Hayssa que ganhou era sobre o Buraco da Catita (salvo engano), espaço cultural de Camilo, que vem a ser filho do homenageado... Daniel Dantas Data: 11/12/2008 - Horário: 14h45min Valeu, Tácito Só assim pra gente ver a cor do seu dinheiro! Paga uma cerva agora, pô! Alex Data: 11/12/2008 - Horário: 14h44min Cultura, sem discriminação, é nisso o que dá: valeu o prêmio, cara! Parabéns, meu caro Tácito. Parabéns ao Substantivo Plural e a todos os que fazem cultura sem discriminação (com ‗i‘!). Raimundo Guimarães Data: 11/12/2008 - Horário: 14h44min Parabéns Tácito, parabéns ao SP e a você em especial, pelo prêmio, mais do que merecido. Ana Maria Guimarães Azevedo Data: 11/12/2008 - Horário: 13h39min Felicidade Caro amigo Tácito, um abraço apertado de felicitações pelo Prêmio Rubens Lemos. O SP e você merecem! Sheyla Azevedo Data: 11/12/2008 - Horário: 13h39min Mais um parabéns Parabéns mesmo, Tácito. Prêmio muito merecido para seu Substantivo plural e democrático. Ana Luiza Câmara Data: 11/12/2008 - Horário: 13h38min Substantivo Premium! Nossa, super feliz essa premiação, mais que merecida... Melhoremo-nos! Sigamos bons exemplo! Parabéns Tácito pela abnegação e empenho em fazer o melhor, em ministrar e administrar com zelo e boas palavras o mui querido Substantivo Plural em seus grandes momentos, vários... E por vezes inflado de pequenês demasiadamente humana... Há que ser mais vezes premiado e aprimorado... Que venham todos os reconhecimentos, então! Civone Data: 11/12/2008 - Horário: 13h38min Merecido Tácito, parabéns pelo prêmio! Merecidíssimo. Ada Lima Data: 11/12/2008 - Horário: 13h37min Acertaram no prêmio! Caros amigos: Nós já sabíamos como éramos bons! Legal que esse saber se dissemine. Abraços: Marcos Silva Data: 11/12/2008 - Horário: 13h37min PARABÉNS!!! Valeu, Tácito, pelo prêmio. Isso mostra que o SP está no caminho certo. Mário Gerson Data: 11/12/2008 - Horário: 13h37min Parabéns! Muito legal esse prêmio. Parabéns, amigo. Carmen Vasconcelos Data: 11/12/2008 - Horário: 13h36min Vontade de Vida Entendo Pablo, o seu incômodo com essa questão nazi. Mas não sei se isso (reduzir conceitos, obras, metodologias) não é possível a todos os pensadores? Posso justificar Fernando Pessoa para o alcoolismo ou a masturbação? Ou Rimbaud para o comércio de armas (que estranhamente permanece até hoje na África)? ou o ópio a partir de Oscar Wilde?... Bom, autores podem ser reduzidos sempre que quisermos reduzir. Mas me diga, a que redução você pertence? Prefiro Nietzsche escritor, então acho que vc pode me enquadrar (reduzir) entre estes. Não demonizo Nietzsche nem Heidegger pelo nazi. Gosto de ver como Fernando Pessoa "reduziu" Nietzsche ou de como Freud, Pavese, Artaud, Calvino, Benjamim, Sartre, Foucault, Deleuze, enfim... Cada um a seu modo, "reduziu" Nietzsche. Gosto particularmente da leitura de Emil Cioran, que vc conhece, sei disso. Disse isso só para chegar noutro ponto: das leituras de Nietzsche, aquela que mais gosto é a do próprio Nietzsche. Por opção, não dou muita importância à Vontade de Pontência leia-se:vontade da vida - e a Ecce Homo, porque foram obras escritas no entrecrepuscular final período de insanidade. Gosto do jovem Nietzsche e daquele que vai até pouco antes do colapso cerebral de 1889, até o Caso Wagner(1888). Mas isto, sei, é uma bobagem, p.q. ele continuou a escrever coisas interessantes (e até engraçadas) mesmo depois de ficar pinel. Mas entendo isso que ele provoca. Nietzsche é realmente perigoso p.q. quebra estruturas mentais muito solidificadas. Uma delas é esta do cristianismo e do budismo. Buscar a Deus é buscar o próprio homem. Mas o que isto significa? A idéia de Bem vs. Mal é a maior das escravidões mentais. Superá-las é avançar a própria idéia de homem. Mas o que isto significa? Gustavo de Castro Data: 11/12/2008 - Horário: 13h36min Viva o Substantivo! Sim, Viva o Substantivo e essa tão difícil liberdade de expressão. Parabéns, amigo. Gustavo de Castro Data: 11/12/2008 - Horário: 11h35min PARABÉNS PARABENS TÁCITO, VOCÊ É O CARA, APROVEITANDO PARA DESEJAR UM FELIZ SUBSTANTIVO EM 2009, E VÁ DESCULPANDO POR ALGO EM 2008., SOU SEU ADMIRADOR MESMO ANTES DE COBNHECE-LO PESSOALMENTE. ALEXANDRE OLIVEIRA Data: 11/12/2008 - Horário: 11h32min Viva o Substantivo! Merecidamente este é o 1º Prêmio de muitos que viram. Parabéns Tácito! Maria Cláudia Chiavenato Data: 11/12/2008 - Horário: 10h05min Vontade de potência Pois é, amigo Marcos, como diz Nelson Rodriguês: "se todos soubessemos da intimidade sexual uns dos outros ninguém se cumprimentaria na rua" :) Mas você veja só, se o Nietzsche não concluiu a obra pretendida e só esses fragmentos já deixaram o mote para a Mana dele nazificá-lo você imagina o que não teria acontecido se ele tivesse continuado a escrever... o fato é que a idéia de vontade de potência, ou vontade de poder, cede à nazificação. O pensamento de Nietzsche tem essa fragilidade, ele se permite a essa redução, uma questão que me atormenta a um tempo é entender porque os Nazistas não se apropriaram de Kant como se apropriaram de Nietzsche? por que houve esse recorte na culutra alemã? por que Hölderlin e seus hinos ao reno e não Goethe e sua tragédia psicodélica? Desculpe se eu ridicularizo esse aspecto de Nietzsche (sei que isso pode ferir quem ama os textos do bigodudo ou quem professa militantemente essa interessante narrativa fraco-alemã chamada pelas academias do mundo de pós modernidade) mas é porque eu vejo essa fragilidade (posso estar vendo coisas, mas ela me salta aos olhos quando eu me volto para Nietzsche). Se houve uma redução nazista do pensamento de Nietszche, como houve da poesia de Hölderlin é porque há uma possibilidade de redução nessas obras. O ovo da serpente. Melhor é o Nietzsche de Hesse, o Nietszche de Thomas Mann (mais bem resolvido com as questões fálicas - em todos os sentidos, vale salientar). um abraço do amigo, Pablo Capistrano Data: 11/12/2008 - Horário: 09h52min Parabéns Parabéns pela premiação, meu caro, na categoria Jornalismo Digital. Vida longa ao Substantivo! Abraços. Moacy Cirne Data: 11/12/2008 - Horário: 09h50min Parabéns ao SP Parabéns ao SP e a você Tácito, por esse prêmio merecido. Mostra que a idéia de um espaço aberto ainda pode frutificar e fazer valer a força da expressão livre das idéias na rede. Pablo Capistrano Data: 11/12/2008 - Horário: 09h41min Prêmio Tácito, parabéns pelo prêmio! É merecido demais. Adiante, sempre. Rodrigo Levino Data: 11/12/2008 - Horário: 09h33min Substantivo vence Prêmio Rubens Lemos na Categoria Digital O Diário Oficial de hoje publica o resultado do primeiro Concurso de Jornalismo Cultural Rubens Lemos, promovido pela Fundação José Augusto. O Substantivo Plural foi o vencedor na categoria Jornalismo Digital. Na categoria Jornalismo Impresso ganhou a jornalista do Diário de Natal Hayssa Pacheco. Na categoria Jornalismo Eletrônico o prêmio ficou com os jornalistas da Inter TV Cabugi Glácia Marillac, Carlos Jean, Denise Azevedo e Jarbas Monte. Na Categoria Fotojornalismo o vencedor foi o repórter fotográfico da Tribuna do Norte Rodrigo Sena. Na Categoria Programa de Rádio ganhou Ednaldo Martins Santos. Na Categoria Especial Universitária Camila Caroline Rodrigues. A comissão julgadora, formada por Mary Land de Brito, assessora de imprensa da FJA, e pelos professores do curso de Comunicação da UFRN, Eduardo Pinto e José Zilmar, concederam menção honrosa na categoria Jornalismo Digital ao grupo formado por Renata Marques Pereira, Leandro Menezes Costa, Dimetrius de Carvalho Ferreira e Rafael Batista de Medeiros. O meu agradecimento sincero a todos que de alguma forma ajudaram o Substantivo a conquistar esse prêmio. É uma vitória coletiva, vocês sabem muito bem disso. O reconhecimento atesta que estamos no rumo certo. Aproveito para anunciar que está em gestação uma mudança gráfica significativa no nosso Substantivo. A proposta é corrigir algumas coisas que não funcionam bem, melhorar o visual e a navegação e acrescentar novas ferramentas. Tácito Costa Data: 11/12/2008 - Horário: 08h45min “Mandela – luta pela liberdade” A crítica não gostou de ―Mandela – luta pela liberdade‖, em cartaz no Cinemark. Eu gostei. Mas não recomendo mais nada, outro dia quase levava umas tapas porque induzi um amigo a assistir um filme que adorei e ele detestou. Depois dessa prometi que não abro a boca para recomendar mais nada em arte. Dirigido por Billy August (―Pelle, o conquistador‖), o filme é baseado no livro de memórias ―Goodbye Bafana‖, no qual o carcereiro de Mandela James Gregory, revela sua relação de mais de vinte anos com o líder político sul-africano. Fica em cartaz só até amanhã, na sessão ingrata das 15 horas. Tácito Costa Data: 10/12/2008 - Horário: 22h45min Amores e desamores Prezado Pablo: A edição italiana de Nietzsche por Colli e Montinari informa que o livro "Vontade de potência" recolhe fragmentos de Nietzsche, muitos deles escritos na fase final de vida do pensador, quando sua saúde geral (inclusive mental) era mais que precária. Tudo leva a crer, portanto, que ele nunca concluiu um livro com aquele título e que a decisão final sobre o volume coube à mana anti-semita, que lucrou bastante com o sucesso editorial de Friedrich e viveu o suficiente para apoiar o nascimento do Nazismo. Nesse sentido, não sei se o título é pré-viagra ou pré-consolo. De qualquer maneira, a dedução imediata de uma obra a partir dos caminhos e descaminhos da intimidade de cada um é muito complicada. Vários artistas e pensadores muito importantes (Dostoiévski, Van Gogh, Dali, Lima Barreto) tiveram uma vida amorosa aquém de lastimável: dirigiram a libido para o intelecto? Mistérios, mistérios. Outros (Picasso, Liszt, Oswald de Andrade, Madame Curie - para chegarmos às ciências) foram grandes namoradores. Melhor ficarmos nas obras e cada um cuidar de seus amores e desamores. Abraço afetuoso: Marcos Silva Data: 10/12/2008 - Horário: 18h49min Ditadura e religiões Uma manchete de hoje da FSP – ―Internação forçada em hospital psiquiátrico é estratégia para calar dissidentes na China‖ - me remeteu ao filme ―Povoado Número Um‖, que assisti ontem no Solar Bela Vista, na mostra promovida pelo Banco do Brasil. O filme mostra a vida numa pequena cidade nos confins da Argélia e a luta entre os que querem manter a tradição religiosa islâmica e os que desejam uma sociedade mais aberta e menos voltada para a religião. Num dos episódios do filme, uma moça, casada, que sonha em ser cantora, é abandonada pelo marido, que leva o filho junto, e é desprezada e agredida pela própria família, que não admitem que ela siga a carreira artística. Ela tenta se suicidar e é internada num hospital psiquiátrico. É assim que as ditaduras e as religiões tentam sufocar a liberdade e as diferenças. O filme relata outros casos de intolerância, mas citei esse pelo paralelo que é possível traçar entre ditaduras e a religião. Tácito Costa Data: 10/12/2008 - Horário: 15h33min SP entre os cinco... TOP 5_Blogues de Intelectuais_RN http://blogdofialho.wordpress.com/ Muito boa! Adriana Amorim Data: 10/12/2008 - Horário: 15h18min Cem filmes sem uns filmes Caros amigos: A lista dos 100 dos Cahiers até que é abrangente mas meio eurocêntrica, com abertura para os EEUU e Japão. Sinto falta de uns latino-americanos: Vidas secas, Deus e diabo, Limite, alguns argentinos e cubanos... Mas é legal encontrar uns tantos franceses e italianos inesquecíveis. Abraços: Marcos Silva Data: 10/12/2008 - Horário: 15h18min Subindo pelas paredes Pois é Sérgio, esse ainda deve ser um tópico a ser estudado nas universidades: a influência da falta de sexo na produção cultural. Sempre achei essa história de "Vontade de Potência" um troço assim, meio préviagra. O próprio Nietzsche parece deixar isso claro quando escreve em 1886 para sua irmã que estava morando no Paraguai: "Para os próximos quatro anos anuncio a elaboração de uma obra principal em quatro volumes; o título já dá medo: 'A Vontade de Poder: Tentativa de uma transvaloração de todos os valores'. Para isso tenho tudo que é necessário, saúde, solidão, bom-humor; talvez até uma mulher". Que situação... Pablo Capistrano Data: 10/12/2008 - Horário: 15h17min Santana do Matos Amigo Tácito, Lendo seu Substantivo Plural descobri que você é filho de Santana do Matos, cidade que conheci durante a última campanha eleitoral. Na verdade, fiquei alojado naquele sertão central por quase dois meses, numa casa em frente ao poluído açude do Alecrim, onde as encostas da Serra de Santana são vistas em toda a dimensão das águas. Fui até a comunidade Barão de Serra Branca para conhecer o Sobrado da Baronesa, lugar histórico com um conjunto de casas do tempo que havia escravo no lugar. Pelo abandono do prédio em ruínas, me parece que tudo foi esquecido pela Fundação José Augusto, que não se preocupa em preserva um patrimônio arquitetônico tão rico. Na beira do açude da Pedra Pintada, dentro da comunidade de Coroas Limpas, fotografei escrituras rupestres de tradição Agreste com, pelo menos, 10 mil anos. As figuras devem ter sido pintadas pelos antigos Tapuias que habitaram aquelas plagas e ainda estão intactas e são pouco conhecidas, mesmo pelos próprios santanenses. Não fui até as Fervedeiras. Mas, ouvi muito falar das águas mornas que saem debaixo da terra entre as pedras, em cima da Serra de Santana. Dizem que, em certos períodos, as águas ferventes formam verdadeiros ―geisers‖, jorrando águas pelas alturas. Uma pena não ter fotografado esse fenômeno sertanejo. Garanto que a maioria dos potiguares não sabe que existe isso no pé da serra de Santana. Ainda andei fazendo campanha na comunidade de Santa Teresa, além de percorrer alguns bairros de Santana como Portelinha e Boa Vista. Conheci de perto os problemas da sua terra quando fazia o programa de rádio e corria em busca de notícias e denúncias contra o Assis da Padaria, prefeito em exercício e candidato a reeleição. Durante o período político, conheci o advogado Paulo de Tarso que me levou até a antiga fazenda do seu pai, o famoso fazendeiro da região, Aristófanes Fernandes. Ainda conheci o fazendeiro e líder político João Lopes e toda sua arrogância quando dizia que sabia como ―ganhar a eleição‖, quando tentava eleger sua filha, a jovem professora Lardjane. Quando a empresa Com-Texto Comunicação e Marketing, na qual eu estou trabalhando, foi contratada para fazer a campanha de Lardjane, o prefeito tinha mais de 80% das intenções de votos. No final, Assis da Padaria obteve apenas 0,2% do sufrágio, com uma vantagem real de 70 votos, num universo de 14 mil eleitores. Acredito que nosso trabalho foi feito. Faltou um pouco de ―gás‖ a candidata na reta final. Valeu por conhecer a cidade e seus recantos encantados. Fiz muitas fotos para futuras matérias contando a história de Santana do Matos. Grande abraço, www.grandeponto.blogspot.com Alex Gurgel Data: 10/12/2008 - Horário: 13h01min Ilustrada umbilical Tácito: A FSP costuma se comportar como umbigo do mundo e seus convidados não fazem por menos. Auto-referência permanente. Tom exclamatório e vontade conclusiva. A declaração de derrota do socialismo esquece de incluir o anúncio sobre o vitorioso: o capitalismo. Parece até que crítica nunca mais. É muito pouco para vozes que outrora brilharam - ídolos crepusculares. Está na hora de virarmos o disco (mas cd não se vira). Aquele bando queima filme até usando câmera digital. Abraços: Marcos Silva Data: 10/12/2008 - Horário: 12h46min Um abraço para Denise Prezada Denise: Vc deve ter percebido que comecei minha mensagem "Antes das calamidades" assinalando a correção das críticas que vc e Alex fizeram a secas, enchentes e caridade. Minha menção ao moralismo udenista não se refere a vc e sim... ao moralismo udenista! Nesse sentido, meu abraço em vc se dá ao som de Ataulfo Alves: "Se eu nada lhe perguntei Não há razão pra vc me responder". Mas é um prazer conversar com vc, quero repetir a dose. Junto com o abraço, um beijo: Marcos Silva Data: 10/12/2008 - Horário: 12h45min Debate - Ilustrada Postei em PROSA trechos do debate entre Ferreira Gullar, Caetano Veloso, Maria Rita Kehl e Cacá Diegues, promovido em comemoração aos 50 anos da Ilustrada, da FSP. Tácito Costa Data: 10/12/2008 - Horário: 11h23min Meus 100 filmes preferidos Provocado - no bom sentido - pelos Cahiers, e comemorando os 50 anos da minha primeira lista (publicada por Berilo Wanderley, na TN, em 1958: uma lista que incluía Luzes da cidade, Ladrões de bicicletas, Rififi e O salário do medo, entre outros, se não me falha a memória), divulgarei os meus 100 filmes preferidos. A relação será editada no Balaio do próximo sábado, provavelmente. Um abraço. Moacy Cirne Data: 10/12/2008 - Horário: 11h19min Comentário ao Comentário do Questionamento Respondendo ao chamado. Não se pode deixar que o analfabetismo siga sem a justa reparação. Linha editorial significa o norte criativo que um jornal, revista, programa de tv segue, apenas para mencionar alguns. Significa aderir a um gênero especifico de trabalho. Foi-me dito por Tácito, logo no inicio do blog, que o SP tratava-se de um blog com cunho cultural e literário. Hoje não mais é a realidade haja vista os posts lá publicados. Portanto, a pergunta sobre esclarecimentos tinha toda pertinência. E Tácito muito bem explicou sobre o assunto. Não havia egoísmo no questionamento ou atos de manipulação ou intuito de monopolizar e, menos ainda, meu caro, de descriminar ninguém. Contrariamente ao que você falou no seu texto. Agora, a linha editorial (ou não editorial) que Tácito resolve seguir é problema dele, não meu. O blog é dele, não meu. É de fato plural, tudo vale. Parabéns pro Tácito. Na sala virtual do Tácito ele deixa entrar quem quiser. Inclusive você, cuja primeira contribuição foi para bajular. Agora, quanto a bobagem que escreveu sobre ―intelectuais de araque‖, ―egoístas, egocêntricos e preconceituosos‖, devo lhe dizer que definitivamente o senhor de nada sabe. Para mim existem quatro tipos de habitantes deste blog: a) ―Os intelectuais‖, de cujo time não faço parte, nem tampouco me agradam; b) os ―Intelectuais de orelha de livro‖, nada sabem, estes apenas vão na livraria lêem sobre qualquer coisa e retornam para discursar sobre o tema. Aqui também não encontro conforto ou guarida; c) o REAL CONTRIBUINTE (intelectual ou não) que fornece o que escreve, no gênero que escreve, assim, contribuindo com a linha editorial (ou não editorial) deste espaço. Aqui tenho enviado dúzias do meu trabalho; d) POR FIM, temos OS HABITANTES DO VALE DO PERÍNEO INTELECTUAL . Estes residem na rugosa e ingrata região entre o fedegoso ―Lago do Anus Peludus‖ e a intransponível montanha do ―Escrotus Familiaris‖. Caracterizam-se por serem contribuintes oculares. Nada produzem. Nada entendem sobre linha editorial. Perfeito para quem não sabe onde e o sobre o que publicar. Portanto, não seja frágil de argumentos, Raimundo, você critica e acusa quem questionou (Eu) sobre a linha editorial de ter atitudes excludentes, ditatoriais (certamente não leu meu texto. Volte e faça o dever de casa. Leia e interprete.) e, no final do SEU texto, você sugere que ―estes‖ que questionaram sobre a linha editorial sejam vetados. Ou é lá ou cá. E agora, José. Minhas saudações, Raimundo, aos habitantes do Vale do Períneo Intelectual. Charles M. Phelan Data: 10/12/2008 - Horário: 11h18min Violência urbana A criminalidade está entre as maiores preocupações dos paulistanos. A solução do problema da violência urbana costuma ser vinculada a práticas de inclusão social. Como o senhor analisa esse ponto de vista? Vou comentar a experiência britânica. O grande remédio para se combater a violência urbana é dar emprego para as pessoas. Um desempregado pode ser quatro, cinco vezes mais violento que alguém que esteja empregado: a pessoa precisa de dinheiro, está desesperada, então pode acabar se tornando violenta. Na Inglaterra, a pessoa que comete um crime pela segunda vez é, quase sempre, um desempregado. Assim, lá, em lugar de se investir montanhas de dinheiro em policiamento, tem-se privilegiado investimentos em empregos. De entrevista do sociólogo norte-americano Richard Sennett, ao SUPLEMENTOS, no Estadão. www.estadao.com.br Tácito Costa Data: 10/12/2008 - Horário: 11h06min Dácio Galvão na FJA Tácito, muito feliz em saber que após Crispiniano Neto a FJA terá outro presidente à altura, caso seja realmente o Dácio Galvão. Abs, Denise Araújo Correia Data: 10/12/2008 - Horário: 11h05min IBGE do espírito Só queria dizer ao Marcos Cavalcanti que Polimonoteísta, Panteíta ou Pagão são o mesmo. Mas que, se ele quiser um rótulo para me classificar, pode dizer que sou Umbandista, sem problemas. Então ele refaça a contagem, por favor, rs. A sua vontade clasificatória, caro Marcos é justificada pela vontade de explicar, mas é brincadeira de criança. Serve para que? Vc esperava que fôssemos iguais e que tivéssemos desenvoltura num diálogo tão espinhoso? Me admira para alguém que se declara ateu essa sua vontade de dicutir o espiritual. Iria adorar conversar pessoalmente coo desejas. Faça-nos por favor, se for possível, uma rápida anamnese da tua relação com esse assunto. Para que discutir Deus? É impossível. Nem sabemos se ele existe de fato ou se é criação do homem, como disse Marcos Silva. Diria apenas a fórmula: o homem criou deus que criou o homem. Ou invertendo a fórmula: deus criou o homem que criou deus. E para mim está de bom tamanho. Agora, vamos debater as religiões e o espiritual, que tal? Vc não acha mais interessante falar da educação religiosa nas escolas? Não acha que podemos discutir sobre o império econômico/político/ cultural evangélico (algumas denominações) e católico? E as religiões como Wicca, o Daime, a União do Vegetal, o espiritismo, estão situadas hj na sociedade? Veja o preconceito que os praticantes do Catimbó e da Jurema sofrem aí no Rio Grande do Norte, só para citar dois exemplos em um único estado. Diga-me, vc ainda prefere falar de Deus? Mas que Deus? Jeová, Khrisna, Exú? Ora meu amigo, se Deus existir, ele certamente não deve estar preocupado com essa nossa conversa sem futuro. Podemos reabrir o debate, mas acho melhor a gente ir escrever um conto e tentar publicar. Gustavo de Castro Data: 10/12/2008 - Horário: 11h05min Correção Séria Marcos Silva, denominações e pontuações gerais é algo que todos podem fazer, assim como generalizações de questões sérias a partir de idéias apenas inicialmente introduzidas. Cabe a quem foi apressadamente julgado apontar o equívoco. No meu caso, posso dizer que isso aconteceu algumas vezes por aqui e eu apenas sorri diante das questiúnculas escritas. Agora senti diferente. Moralismo Udenista é realmente algo que eu nunca fiz ou farei prática, pois a única coisa (no caso uma idéia) da UDN com a qual eu concordo é que a corrupção realmente está arraigada no decorrer da nossa história. E fazer essa premissa ou a paráfrase do "berço esplêndido" não significam em nada partidarismo de um bloco autoritário, parasitismo cidadão (cheguei a apontar os principais órgãos da justiça os quais eu mais quero ver empreender sucesso no combate a esses crimes) ou mesmo apontam minha escolha política. Meu civismo, minha opção política ou mesmo meu senso cidadão não podem ainda ser questionados com segurança e justiça por aqui, entende? Justamente pela falta de materialidade expressiva. Só para esclarecer, Denise Araújo Correia Data: 10/12/2008 - Horário: 10h39min Nós e Deus Caro Marcos Cavalcanti: Em relação a seu balanço, penso que Deus existe porque os seres humanos o inventaram. Depois de inventado, precisamos saber o que faremos com ele: justificativa para opressão (Inquisição), explicitação de prazeres profundos e ponto de partida para invenção de beleza (Teresa de Ávila), identificação de nossa solidão e nossa responsabilidade (Pascal)? Desconfio que o Deus que inventamos é nós mesmos: o que faremos de nós? Abraços: Marcos Silva Data: 10/12/2008 - Horário: 09h50min Cem filmes obrigatórios Principal revista de cinema do mundo solta lista com 100 filmes obrigatórios. Cahiers du Cinéma consultou 76 cineastas, historiadores e críticos da França para fazer livro Marcelo Hessel A revista francesa Cahiers du Cinéma, considerada a mais importante publicação de crítica de cinema do mundo, lança este mês um livro com os 100 filmes que não podem faltar em uma cinemateca ideal. Para isso, consultou 76 cineastas, historiadores e críticos da França. A lista não deixa de ser respeitável, mas vem sendo criticada pelo classicismo (há apenas três longas dos últimos 20 anos, Van Gogh, Fale com Ela e Cidade dos Sonhos). De qualquer forma, 100 Films pour une Cinémathèque Idéale é um guia recomendadíssimo para quem está tomando contato com os clássicos. Confira os 100 escolhidos: •Cidadão Kane (1941) - Orson Welles •O Mensageiro do Diabo (1955) - Charles Laughton •A Regra do Jogo (1939) - Jean Renoir •Aurora (1927) - Friedrich Wilhelm Murnau •O Atalante (1934) - Jean Vigo •M, o Vampiro de Dusseldorf (1931) - Fritz Lang •Cantando na Chuva (1952) - Stanley Donen & Gene Kelly •Um Corpo que Cai (1958) - Alfred Hitchcock •O Boulevard do Crime (1945) - Marcel Carné •Rastro de Ódio (1956) - John Ford •Ouro e Maldição (1924) - Erich von Stroheim •Rio Bravo - Onde Começa o Inferno (1959) - Howard Hawks •Ser ou Não Ser (1942) - Ernst Lubitsch •Era uma Vez em Tóquio (1953) - Yasujiro Ozu •O Desprezo (1963) - Jean-Luc Godard •Contos da Lua Vaga (1953) - Kenji Mizoguchi •Luzes da Cidade (1931) - Charlie Chaplin •A General (1927) - Buster Keaton •Nosferatu (1922) - Friedrich Wilhelm Murnau •A Sala de Música (1958) - Satyajit Ray •Monstros (1932) - Tod Browning •Johnny Guitar (1954) - Nicholas Ray •A Mãe e a Puta (1973) - Jean Eustache •O Grande Ditador (1940) - Charlie Chaplin •O Leopardo (1963) - Luchino Visconti •Hiroshima, Meu Amor (1959) - Alain Resnais •A Caixa de Pandora (1929) - Georg Wilhelm Pabst •Intriga Internacional (1959) - Alfred Hitchcock •O Batedor de Carteiras (1959) - Robert Bresson •Amores de Apache (1952) - Jacques Becker •A Condessa Descalça (1954) - Joseph Mankiewicz •O Tesouro do Barba Rubra (1955) - Fritz Lang •Desejos Proibidos (1953) - Max Ophüls •O Prazer (1952) - Max Ophüls •O Franco Atirador (1978) - Michael Cimino •A Aventura (1960) - Michelangelo Antonioni •O Encouraçado Potemkin (1925) - Sergei M. Eisenstein •Interlúdio (1946) - Alfred Hitchcock •Ivan, o Terrível (1944) - Sergei M. Eisenstein •O Poderoso Chefão (1972) - Francis Ford Coppola •A Marca da Maldade (1958) - Orson Welles •Vento e Areia (1928) - Victor Sjöström •2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) - Stanley Kubrick •Fanny e Alexander (1982) - Ingmar Bergman •A Turba (1928) - King Vidor •8 1/2 (1963) - Federico Fellini •Sel Sol (1962) - Chris Marker •O Demônio das Onze Horas (1965) - Jean-Luc Godard •O Romance de um Trapaceiro (1936) - Sacha Guitry •Amarcord (1973) - Federico Fellini •A Bela e a Fera (1946) - Jean Cocteau •Quanto mais Quente Melhor (1959) - Billy Wilder •Deus Sabe quanto Amei (1958) - Vincente Minnelli •Gertrud (1964) - Carl Theodor Dreyer •King Kong (1933) - Ernst Shoedsack & Merian J. Cooper •Laura (1944) - Otto Preminger •Os Sete Samurais (1954) - Akira Kurosawa •Os Incompreendidos (1959) - François Truffaut •A Doce Vida (1960) - Federico Fellini •Os Vivos e os Mortos (1987) - John Huston •Ladrão de Alcova (1932) - Ernst Lubitsch •A Felicidade não se Compra (1946) - Frank Capra •Monsieur Verdoux (1947) - Charlie Chaplin •O Martírio de Joana d'Arc (1928) - Carl Theodor Dreyer •Acossado (1960) - Jean-Luc Godard •Apocalypse Now (1979) - Francis Ford Coppola •Barry Lyndon (1975) - Stanley Kubrick •A Grande Ilusão (1937) - Jean Renoir •Intolerância (1916) - David Wark Griffith •Partie de Campagne (1936) - Jean Renoir •Playtime (1967) - Jacques Tati •Roma, Cidade Aberta (1945) - Roberto Rossellini •Sedução da Carne (1954) - Luchino Visconti •Tempos Modernos (1936) - Charlie Chaplin •Van Gogh (1991) - Maurice Pialat •Tarde Demais para Esquecer (1957) - Leo McCarey •Andrei Rublev - O Artista Maldito (1969) - Andrei Tarkovsky •A Imperatriz Galante (1934) - Joseph von Sternberg •Intendente Sansho (1954) - Kenji Mizoguchi •Fale com Ela (2002) - Pedro Almodóvar •Um Convidado bem Trapalhão (1968) - Blake Edwards •Tabu (1930) - Friedrich Wilhelm Murnau •A Roda da Fortuna (1953) - Vincente Minnelli •Nasce uma Estrela (1954) - George Cukor •As Férias do Sr. Hulot (1953) - Jacques Tati •A Terra do Sonho Distante (1963) - Elia Kazan •O Alucinado (1953) - Luis Buñuel •A Morte num Beijo (1955) - Robert Aldrich •Era uma Vez na América (1984) - Sergio Leone •Trágico Amanhecer (1939) - Marcel Carné •Carta de uma Desconhecida (1948) - Max Ophüls •Lola, a Flor Proibida (1961) - Jacques Demy •Manhattan (1979) - Woody Allen •Cidade dos Sonhos (2001) - David Lynch •Minha Noite com Ela (1969) - Eric Rohmer •Noite e Neblina (1955) - Alain Resnais •Em Busca do Ouro (1925) - Charlie Chaplin •Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932) - Howard Hawks •Ladrões de Bicicletas (1948) - Vittorio de Sica •Napoleão (1927) - Abel Gance Tetê Bezerra Data: 10/12/2008 - Horário: 09h18min Lista de Schindler Em tempos de Nietzsche, Wagner e Nazismo ao som do improvisado Jazz que aqui se perfila, eis que este "alguém" volta para atualizar por obra e graça de Daniel Dantas, a lista dos convictos (ou não) quanto a idéias religiosas, mais especificamente quanto à existência de Deus. Aproveito para acrescentar mais alguns nomes segundo o que ficou dito: 01- Marcos Cavalcanti - Ateu 02- Pablo Capistrano -Panteísta 03- Gustavo de Castro - Polimonoteísta (se a minha leitura não estiver errada, um ecumênico) 04- Tácito Costa - Indiferente 05- Daniel Dantas - Cristão Evangélico praticante 06 - Moacy Cirne - Ateu, mas devoto de NOssa Senhora de Santana (segundo me falou lá no ene). PS: A pergunta é dirigida oas freqüentes deste SP, mas se vc também não dá a mínima para esse recenseamento, não perca sequer o tempo em comentá-lo. Mais uma explicação, a minha expectativa é que possamos debater um dia livremente sobre este tema, de forma presencial. Até breve! Marcos Cavalcanti Data: 10/12/2008 - Horário: 09h05min Plural, sim. Singular, não Sr. Tácito Costa, Venho acompanhando o Substantivo Plural há alguns meses e discordo quando alguns poucos pretensos intelectuais questionam a linha editorial deste blog. Esses que questionam não passam de intelectuais de araque, chatos, que querem transformar este espaço plural, múltiplo, diversificado, eclético, e de muitos, em um espaço restrito, rígido, discriminatório, preconceituoso, excludente, e de poucos. O sucesso deste blog se deve exatamente ao fato de ele ser plural, de ele respeitar as diferenças, as várias vozes, os vários discursos. E a grandeza do SP consiste justamente nisto: em respeitar os diversos saberes (populares, eruditos, científicos etc.). Portanto, parabéns ao SP por valorizar as diferentes maneiras de pensar e de dizer. Faço minhas as palavras de Paulo Freire: ―Não há saber mais nem saber menos; há saberes diferentes.‖. Esses alguns poucos que se pretendem intelectuais são os ditadores da escrita e da leitura, egoístas, egocêntricos. Querem ―privatizar‖ este espaço, querem se apropriar dele da mesma maneira que se apropriam da escrita e da leitura: de forma egoísta e ditatorial. Estes, alguns poucos, puristas, ―intelectuais‖ arrogantes e presunçosos são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento. Estes, sim, são os que deveriam ser vetados. Raimundo Guimarães Data: 09/12/2008 - Horário: 19h47min Jornal de Hoje Sobre o que o Daniel Dantas falou, acho que a única coisa que presta no Jornal de Hoje (as duas edições) é a coluna de Mário Ivo, no primeira edição. Lissa Data: 09/12/2008 - Horário: 16h49min Dácio na FJA Em seu blog http://www.sergiovilar.blogspot.com/ o jornalista Sergio Vilar informa que a governadora pretende oferecer outro espaço no governo ao PT, remanejando-o da FJA para outra secretaria. Segundo o jornalista já houve um convite formal a Dácio Galvão, atual presidente da Funcart, para assumir a Fundação José Augusto. É muito provável que isso tenha acontecido. Uma fonte me garantiu que é forte essa possibilidade e que a governadora, há uns dias atrás, disse a Dácio, informalmente durante uma solenidade, que gostaria de contar com ele em sua equipe. Além de Sérgio, o jornalista Cassiano Arruda já comentou esse assunto. Todos os indícios são de que teremos mudanças na FJA em 2009. Tácito Costa Data: 09/12/2008 - Horário: 16h17min Mais uma pataquada Tem gente que acha que eu tenho uma fixação psicótica com o Jornal de Hoje. Temos nossos motivos, conforme já ficou bastante claro aqui nesse espaço. Hoje, no Primeira Edição, eles voltaram "de com força", como dizem os baianos. Vocês se lembram daquela terrível e famosa capa do Diário de Natal, mostrando Paulo Queixada aos pedaços? Pensei que depois daquela funesta experiência do Diário, que levou tempos para se recuperar, os grandes jornais de Natal não se arriscariam a algo assim de novo. Pois hoje, ilustrando uma matéria, a foto de um rapaz morto a pauladas na região metropolitana de Natal. Extremo mal gosto. Terrível mesmo. Nenhum efeito para ocultar o rosto desfigurado. Se as vendas do jornal estiverem caindo e essa for sua estratégia para rever essa tendência, acho que o tiro, além de ter uma ética questionável, sairá pela culatra. Daniel Dantas Data: 09/12/2008 - Horário: 16h03min Antes das calamidades Caros amigos: As críticas de Alex e Denise às campanhas pós-calamidades (enchentes e secas) são muito justas. Quero acrescentar a necessária cobrança permanente aos órgãos públicos, sustentados por todos nós. Os desastres ecológicos não ocorrem por acaso. A ação humana (com a pesada mão de empresas que lucram muito e de governos coniventes com seus desmandos) destrói recursos naturais e os tristes resultados afligem os mais fracos. É preciso controle público sobre a destruição da natureza e planejamento público sobre a garantia de recursos básicos para a sobrevivência de todos. Quanto a corrupções, a solução é chamar a justiça e cobrar sua atuação adequada. Moralismo udenista não resolve nada (conduziu a uma ditadura em 1964!). Exigência de moralidade pública é prática cotidiana de cidadania. Abraços: Marcos Silva Data: 09/12/2008 - Horário: 13h22min História e Sociologia no ensino médio Caros amigos: Em São Paulo, a introdução da disciplina Sociologia nas escolas públicas de ensino médio tem provocado polêmicas porque levou à redução da carga horária de História. Algumas pessoas consideram melhor diminuir a carga horária de História que a carga horária de Língua Portuguesa e Matemática. Entendo que o caminho para o ensino fundamental e médio no Brasil não é diminuir cargas horárias de disciplinas e sim acrescentar cargas horárias para disciplinas novas. Considero equivocado opor Língua Portuguesa e Matemática a História e Sociologia. Lembro que História é também escrita, Sociologia é também cálculo. Num antigo e ainda útil livro dos anos 50 do século XX, "Ciências Humanas e Filosofia", Lucien Goldman defendia a necessidade recíproca de História e Sociologia para não permanecermos numa historicidade apenas descritiva nem num sociologuês destituído de experiências concretas. Acrescento a isso a necessidade de entendermos todas as disciplinas escolares do ensino fundamental e médio como faces das Humanidades, uma vez que são fazeres humanos que ajudam a entender os seres humanos. Abraços: Marcos Silva Data: 09/12/2008 - Horário: 13h21min Registro Caro Tácito Estou voltando a postar normalmente em meu blog. Quanto ao site, somente na próxima semana voltarei a fazê-lo, pois as pastas de inéditos foram apagadas e tive que reconstituir tudo, o que me tomou todo esse tempo e me deixou desanimado diante do grau de perversidade dessas pessoas que, intrinsecamente covardes, atacam no anonimato, no presente caso, utilizando-se do nome de terceiros... Muito agradeceria se vc fizesse um registro, comunicando essa volta que é como estréia! Um abraço do seu leitor e colega. Franklin Jorge Data: 08/12/2008 - Horário: 23h51min Bezerra de Menezes Gosto Sr. Editor, já disse, de prestigiar o cinema nacional. Bezerra de Menezes foi o primeiro filme do 18º Festival de Cinema de Natal. Um filme razoável apesar do grande ator Carlos Vereza. Um dos maiores atores brasileiro. Em Bezerra de Menezes ele está estupendo. O filme tem ótima ambientação e figurinos. A maquiagem dos atores está impecável. A historia do Nordestino filho de coronéis que se transforma em médico e depois espírita é contada em Câmera lenta e piano. O filme se arrasta. A narração fúnebre de Vereza dá sono. O roteiro se perdeu nesse que poderia ser um grande filme. Só alguns aspectos do rico personagem histórico foram realçados. O filme poderia ser melhor. Destaque para a indumentária e figurinos. Mais um bom desempenho do Vereza. João da Mata Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 23h30min Alex Gurgel comenta o SOS Santa Catarina TÁCITO, DEU NO BLOG GRANDE PONTO, EDITADO PELO JORNALISTA ALEXANDRO GURGEL. POSTO AQUI PORQUE ASSINO EM BAIXO DELE. LOGO EM SEGUIDA EU FIZ UM COMENTÁRIO, O QUAL EU TAMBÉM COLOCO AQUI. Por Alexandro Gurgel SOS Santa Catarina uma porra! Vamos ajudar aos nossos irmãos potiguares que estão padecendo em conseqüência da seca que já se aproxima. De acordo com o Diário de Natal desse domingo, mais de 3 mil pessoas já foram atingidas pela falta de água potável. São moradores da zona rural de Brejinho, cidade distante 48 km de Natal, que vivem em comunidades onde obter água para beber virou uma luta diária. E isso é só o começo da seca que se aproxima no interior do Estado Claro que os desabrigados de Santa Catarina deverão ter assistência total. Porém, convenhamos que as últimas cheias no Rio Grande do Norte, onde foram alagadas cidades como Itajá, Açu, Alto do Rodrigues, Pendências, Ipanguaçu, entre outras da região do Vale, não teve o mesmo destaque na mídia nacional para angariar donativos e ajuda do Governo Federal. Quando as águas da Barragem Armando Ribeiro invadiram casas, ruas, pasto e plantações, o prejuízo foi incalculável. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e outra dezena de gente morreu. Nem por isso houve uma grande campanha de solidariedade pelo Brasil. Barrigas-verde e potiguares são todos brasileiros. A diferença, meu caro leitor hipócrita (como diria Ailton Medeiros, outro papangu dessa taba Poty), é que as águas matam e destroem tudo quando passam rápidas, volumosas e devastadoras. O tempo de seca vem devagar, sem pressa, matando aos poucos, provocando o êxodo do sertanejo, que não agüenta mais a sede, para aumentar os bolsões de pobreza e miséria nos grandes centros. Vamos aproveitar o espírito natalino e promover uma grande campanha de donativos para os desabrigados das enchetes e futuros flagelados da seca que vem chegando. Sou o primeiro a contribuir para o SOS RN. Postado por Alexandro Gurgel às 13:13 2 comentários ---------------------------Meu comentário: Alex, além das considerações que você fez, ainda lembro-me de outra questão essencial: a genuidade do destino de todas as doações. Ora colega, sabemos que a prática da lavagem do dinheiro público é prática comum - apesar da fiscalização do MPF, da PF e de todas as varas federais especializadas -, imagine então com divisas não públicas, uma vez que não são (ou são menos) tão fiscalizadas. Nasci e fui criada no Brasil e infelizmente aprendi a acreditar naquela máxima da UDN que a corrupção foi gênese e motor de toda a história desse país. Ela está deitada em berço esplêndido e tem ainda um ainda um futuro promissor por aqui(parafraseando o importante economista Celso Furtado, que dizia isso sobre a burrice). Sou muito cética quanto a essas boas intensões em escala nacional ou internacional. Sei que certamente muitas campanhas são idôneas. Triste é também ter a certeza de que outras não são. Até o primeiro semestre deste ano residi em São Tomé, cidade interiorana localizada a 129 km de Natal. Lá foi um dos municípios inundados pelas fortes chuvas deste ano. A cidade teve patrimônios públicos lesados, plantações destruídas e muitas famílias da região rural com perda total do pouco que já possuiam. À época lembro-me que a administração local foi rápida e diligente em recorrer com pedidos de socorro financeiro ao governo do Estado e à União ( o vice Iberê chegou naquele pacato lugar de helicóptero, despertando a atenção de todos e ostentando o "poder" de ajuda que ele estava representando). Nestas situãções calamitosas, milhões chegam a estes municípios para que estas pessoas tenham suas moradias reconstruídas e o município possa reerguer-se, contudo mais uma vez a corrupção não deixa de estar sorrateira por trás de tudo isso e as autoridades perniciosas conseguem com isso uma fácil geração de renda extra. Quem partilhou ao menos um pouco de perto a miséria contínua por que passam vários municípios ajudados por iniciativas do Estado e da União tem certeza dessa intensão escusa, que de "solidária" não tem nada. Abs, Denise Araújo Correia Denise Araújo Correia Data: 08/12/2008 - Horário: 23h29min Carlos Fialho estréia blog "- Como assim um blog? - Blog, pô! - Desses que as meninas atualizam como um diário? - É. Só que não vai ser exatamente diário. Vai ter dias que eu não vou ter tempo de escrever. - Mas você sabe que isso é coisa de menina, né? - Não. Um monte de gente que eu conheço tem. - Tipo quem? - O Pablo Capistrano tem. - O Pablo tem um site. - O Marlos tem. - O Marlos tem uma página com seu portfólio virtual. - O Foca... - É um portal de música. -... ? - Há quanto tempo você tem essa porra? - Fiz o primeiro post hoje. - E divulgou pra alguém? - Ainda não. Queria ver como é ser meu único leitor. - Você é doente. - Que nada. É legal. Tipo, ninguém entra pra fazer comentários ruins e tal. - Puta merda! Cala a boca! Vamos pensar. Se você não divulgou pra ninguém, é possível que ninguém tenha acessado ainda. - É. - Então faz assim: vai lá e tira do ar. - Tirar do ar? Deletar o bichinho? - Exatamente. Senão as pessoas vão começar a acessar e aí... bem, aí será tarde demais. - Você acha? - Eu tenho certeza. - Tá. Vou tirar do ar. - Mas antes... - O que? - Me diz o endereço pra eu dar uma olhada." - blogdofialho.wordpress.com Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 19h13min Candidatos à Funcart ―O que não deve surpreender ninguém é a indicação de outro médico, Iaperi Araújo, para a Capitania das Artes. É claro que eu aceitaria, antecipa, ansioso, o ginecologista. Pouca gente sabe, mas o ex-PFL de carteirinha está agora curtindo outras praias: há quatro anos ele pertence ao PMN para atender a um pedido de uma amiga. Outros nomes cotados para administrar a Funcarte são o cantor Fernando Luís, pai da modelo Fernanda Tavares, e o jornalista Rodrigues Neto, da TV Ponta Negra.‖ De matéria publicada no portal NOMINUTO, sobre os possíveis secretários municipais de Natal. www.nominuto.com.br Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 19h13min A erudição do popular Caros amigos: É muito bom conversarmos sobre o jazz como manifestação erudita. Retomamos um tema presente nos estudiosos de cultura popular (Mikahil Bakhtin, Câmara Cascudo, Carlo Ginsburg): a circularidade popular/erudito. Como entender as harmonias de Pixinguinha, os ritmos de Mário Reis (em pianíssimo) e as melodias de Cartola? Patativa de Assaré não é cheio de lances eruditos próprios e inesperados? E o poema-processo "Signo", de Dailor Varela, não parece escorregar de um olho maroto que passeia pelos out-doors da vida? Baden Powell e Edu Lobo não nasceram do nada. Carlos Santana e Jimmi Hendrix também não. Viva a multiplicidade de cânones eruditos! Abraços: Marcos Silva Data: 08/12/2008 - Horário: 18h50min Tardes de filmes Estou de férias à tarde e vou aproveitar para assistir esses filmes de que falei em post anterior. Portanto, esse espaço será atualizado pela manhã e à noite e à tarde de forma irregular, entre um filme e outro. Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 14h30min Revista Cult Entrevistas com o filósofo André Comte-Sponville e com o escritor Pedro Juan Gutiérrez são alguns dos destaques do conteúdo online da revista Cult, que traz também outros textos interessantes, como ―A persistência de Deus‖, de Juvenal Savian Filho. http://revistacult.uol.com.br/website/ Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 14h18min Ao Entardecer Assisto no moviecom ao filme ―Ao Entradecer‖. Um drama baseado no livro da escritora Susan Minot. Um belo elenco, cenários, belas músicas e grande produção. O Filme: não convence. O roteiro é forçado, muitas vezes. Mal-costurado. Nunca chega ao que pretende. Arrancar emoção a todo custo de uma platéia que já viu esse filme melhor roteirizado e interpretado. O filme mostra quando nem sempre juntando um bom elenco, músicas e cenários resulta num bom filme. Fraco. João da Mata Cosra Data: 08/12/2008 - Horário: 13h56min JAZZ E ERUDITO NÃO ARRISCO SEPARAR Salve meus bons Duke Ellington, Oscar Peterson, John Coltrane, Miles Davis, Stephane Grapelli, Charles Parker e tantos outros que fizeram a grande música do século XX. O jazz é o JazZ. Uma grande música popular, erudita e de improviso. Em alguns momentos beira à perfeição e me nego a separar a música ou qualquer arte entre erudito e popular. Sem, no entanto, esquecer aqueles que fizeram a grande música dita erudita do século XX. Os grandes, Bartok, Stravinsky, Villa Lobo (bem lembrado Moacy), John Cage, Shostakovich, Prokofiev, Hindemith, Arnold Schoenberg e outros maravilhosos. O jazz em muitos aspectos é erudito. A música de Cage e outros se aproximam do jazz. O jazz foi uma das grandes contribuições estadunidense do século XX. João da Mata Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 13h55min Franklin Jorge AOS LEITORES Franklin Jorge http://www.franklinjorge.com/blog/quem/ "Todos devem ter notado que o nosso site tem passado, nas últimas semanas, por dificuldades, paulatinamente solucionadas por um esforço de paciência e abnegação. Praticamente não temos feito novas postagens de textos, senão de maneira irregular, em razão do ataque de um vírus que destruiu parte das nossas configurações e inviabilizou o acesso às pastas que continham arquivos inéditos, produzidos especialmente para suprimento das ―Séries‖, do ―Retrato Falado‖ e de ―Grande Angular‖. Após o término das Séries em cartaz, iniciaremos a publicação de novos autores, entre os quais já confirmados, o escritor gaúcho Nelson Hoffmann e os norte-rio-grandenses Lêda Gurgel e Caio Fernandes. De todos os canais do site, o blog ―O Santo Oficio‖ foi o único que não sofreu nenhum dano, porém o ataque do vírus inoculado criminosamente através de um e-mail fictício, forjado em nome de um dos principais parceiros deste site gerou um acumulo de tarefas que sobrecarregaram substancialmente o Editor desta publicação, impedindo-o de provê-lo com a regularidade a que estávamos acostumados. Porém, a partir da próxima semana, no máximo em dez dias, o blog voltará a ser normalmente abastecido. Outrossim, rogamos aos nossos Colaboradores que entrem em contato conosco, pois na atual circunstância não podemos fazê-lo: nosso catálogo de endereços foi completamente apagado pelo vírus enviado com o intuito de destruir este site e tirá-lo do ar. Por isso, no momento, não temos como ter acesso aos nossos Colaboradores, aos quais devemos, em especial, explicações. Fazemo-lo, portanto, por este meio, publicamente. A todos que nos têm lido e acompanhado nessa curta e vitoriosa trajetória, representada pela regularidade dos acessos registrados em cada página deste site, nossos agradecimentos e a reiteração de um compromisso assumido desde o primeiro momento, em 11 de agosto, de produzirmos uma publicação pautada pela exigência de qualidade." Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 12h45min Literatura e jornalismo Postei em PROSA dois textos sobre literatura e jornalismo assinados por João Paulo Cuenca e Homero Fonseca, publicados no site da livraria Kriterion http://www.kriterion.zlg.br/ Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 12h39min ENTREVISTA/Gary Marcus FOLHA - O livro destaca o quanto todos nós somos vulneráveis a adotar crenças que não temos base racional para sustentar. A religião se trata disso. O sr. acha que a evolução pode nos ter "programado" para a crença religiosa? MARCUS - A evolução nos moldou de forma a que desejássemos ter explicações para as coisas. Não gostamos de informações mal explicadas. Isso é parte da razão pela qual somos atraídos pela religião. Acho que o fato de termos viés de confirmação -o hábito de acolher evidências favoráveis àquilo em que acreditamos e de desqualificar as evidências em contrário- nos torna inclinados a aceitar a religião com explicação para coisas que acontecem. Não acho que a evolução nos tenha tornado especificamente mais vulneráveis à religião do que a outros tipos de idéia, mas isso faz da religião um tipo de idéia muito sedutor para um humano. Do psicólogo Gary Marcus, na FSP. Leia em ENTREVISTA. Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 12h27min Galileu, ó Galilei Jairo, ser professor, mestre ou doutor não entra em questão. Isso não é tão importante quanto tanta gente pensa. Graças a deus. Estes atributos não importam muito. Vejo o Jazz, assim como outros gêneros, é erudito e popular, simultaneamente, como samba, o choro, a bossa. Não vejo sentido (perdoe a minha ignorância) em formalizar essas classificações a não ser quando o objetivo é excluir ou selecionar o produto cultural. Quem sou eu para entender de estética? Gustavo de Castro Data: 08/12/2008 - Horário: 11h59min Em Santana do Matos Passei o final de semana em Santana do Matos, minha cidade natal, onde participei de uma programação cultural na Casa de Cultura, promovida pela poeta Suely Magna, de uma homenagem ao professor Waldson Pinheiro, organizada por exalunos, e revi familiares e amigos das antigas. Os dois eventos foram muito bacanas. Waldson foi o primeiro diretor do Colégio Estadual da cidade, na década de 60, e se casou com uma santanense. Quem estava por lá era o editor Abimael Silva, que lançou um cordel inédito de Waldson sobre as copas do mundo (até a de 1970) que o Brasil participou. Aproveitei a viagem para levar uma parte dos meus livros e revistas e doar à biblioteca da Casa de Cultura. Na próxima viagem levo mais. Fiquei satisfeito com a doação porque como pude constatar o acervo da pequena biblioteca, inaugurada em julho, era de uma pobreza fransciscana. Pretendo manter comigo somente os livros que ainda não li e uns pouquíssimos que pretendo reler. Pelo menos numa coisa os meus herdeiros não precisarão se preocupar e os sebistas se alegrarem: a destinação dos meus livros. No sábado, tentei postar alguma coisa numa lan house, mas não deu certo, por isso essa nau ficou meio à deriva no final de semana. Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 10h47min Overdose de filmes ―Nunca antes na história‖ dessa cidade, tinha visto tanto filme em exibição. Senão, vejamos: no Moviecom, começa hoje a mostra competitiva do Festival de Cinema; no Solar Bela Vista, prossegue a mostra promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil; e na Ribeira, será aberta a mostra Bollywood, dando seqüência ao Goiamum. Toda a programação, com horários e sinopses dos filmes você confere no site Solto na Cidade www.soltonacidade.com.br Tácito Costa Data: 08/12/2008 - Horário: 10h16min Bilhete fraternal Trechos de ―bilhete fraternal, talvez útil‖ escrito por Antônio Maria para Maísa. ―Contra pileques, não tenho nada a declarar. Também os tomo, e só Cristo sabe com que desgosto lamento os erros a que eles me levam. Mas no beber há um mistério, uma sabedoria e, além disso, um certo recolhimento, que nos leva sempre aos copos, com independência e estado de graça. Não fosse a ameaça futura de ter um fígado transformado em pâte-maison e não pesassem outras ameaças sobre os devotados do álcool, os sábios e doutores aconselhariam que a humanidade bebesse o mais possível – isto, na constatação de não nos ter o Criador concedido nascer bêbados, o que seria, além de nobre, muito mais barato. Minha jovem amiga, abra uma janela da sua casa – a que dá para o mar ou para a montanha. Procure o mundo e dê-se por perdida. Viva, sem a nervosia de procurarse a si mesma, porque cada um de nós é um perdido, um ilustre perdido na humanidade vária e numerosa. Viva, que no fim dá certo. É o seu amigo. A.M‖ Tetê Bezerra Data: 08/12/2008 - Horário: 10h09min Memória do Cangaço Tácito amigo: Tudo bem? Uma exibição importante acontecerá na quarta-feira (dia 10), às 16 horas, no Auditório do Museu de Cultura Popular: trata-se do clássico MEMÓRIA DO CANGAÇO, de Paulo Gil Soares, programado em sessão especial do Cineclube Natal, com o apoio do II Goiamum Cultural. MEMÓRIA DO CANGAÇO, vosmicê sabe, é o documentário-mater sobre o cancaceirismo, e traz depoimentos de figuras como o "coronel" Silvino (o arqui-inimigo de Lampião) e de cangaceiros e policiais das volantes que ainda estavam vivos quando Paulo Gil produziu e dirigiu o filme, em 1965. Além disso, é a único filme sobre o assunto que contém TODAS as cenas - que se salvaram da repressão do Estavo Novo -daquelas tomadas feitas por Abraão Benjamim, no sertão brabo, em convívio direto com o "Capitão" Virgolino Ferreira e seus "cabras" (para vc ter uma idéia, as cenas que apareceram no longametragem ―O baile perfumado‖ não são nem a metade do material que Paulo Gil, no começo da década de 1969, ainda pode coletar do que o libanês Abraão havia filmado, amadoristicamente, pouco tempo antes da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, na grota de Angicos)... Estarei presente à exibição, e - em nome do II Goiamum e do bravo Cineclube Natal - convido a todos para a sessão com entrada franca, após a qual haverá um debate e o lançamento da edição especial (monográfica) da revista CONTINENTE Documento nº 47, toda subordinada ao tema "CANGACEIROS E CAUBÓIS". Grande abraço, Fernando Monteiro Data: 08/12/2008 - Horário: 09h58min EPPUR SE MUOVE Tácito de Deus, me explica porque a erudição, na música, é uma falsa premissa, quando não é nos outros reinos do saber e das artes. Pôxa, quanto me custa ser tão estúpido e ignorante a ponto de não conseguir entender sequer o rudimentar em estética. Peço aos senhores doutores e professores que perdoem a insolência deste reles escrivinhador de província que ousou lançar um olhar estrábico e míope sobre a arte. Desde já, abjuro de público de tudo o que falei numa tarde de whiskeys na Kriterion. Jairo Lima Data: 08/12/2008 - Horário: 10h04min Música e filosofia A música é mais necessária do que a filosofia. O diálogo do jazz com a falsa premissa do "erudito" chega a ser redundante. O povo brasileiro, que é musical, pena, não é erudito, mas possui swing jazzístico, de modo que há outra "espécie" de erudição, para mim, talvez, o samba, sem dúvida, e o choro. Para outros, hoje, a bossatrônica. Cirne, para mim, falar em música "erudita" no séc. XX e esquecer Philip Glass é apostar demais em Parker e Villa-Lobos, não? Bom, entendo. Vc não acha que o minimalismo invadiu tudo? Sobre o affair Nietzsche X Wagner (para o qual recomendo vasta bibliografia), acho que a diferença de idade (salvo engano, Nietzsche tinha 26 anos enquanto R. Wagner tinha 66) importou muito. Tudo isso, claro, misturado ao fato de cada um deles ser quem foi. Nietzsche tocava Chopin (não tenho certeza agora se era Chopin realmente) de ouvido, no piano de Wagner, o que o irritava bastante. Wagner não gostava de Chopin. Nietzsche chega a dizer no final da vida, já meio pirado, o absurdo de que Wagner só foi quem foi por sua causa. Outro fato importante: necessário colocar o dedo aí de Cosima Wagner, a mulher do Richard, por quem Nietzsche nutria certo afeto materno. Aliás, para quem se interessar pela monótona vida sexual de Nietzsche recomendo bibliografia específica. Por toda a vida Nietzsche esteve ligado à música. Dizem que escrevia fazendo o acompanhamento com a sola so sapato. Já perto de surtar, em Torino, Itália, hospedou-se numa pensão em que estavam jovens músicos treinando para um concerto. Sentado à distância ele sugeria o andamento, corrigia os garotos. Para ele, pensamento e música era uma coisa só. Aprender a dançar era igual aprender a pensar. Gustavo de Castro Data: 08/12/2008 - Horário: 09h32min Ao meu amigo Moacy Cirne Amigo Cyrne, ouso achar que considerar o jazz a música erudita por excelência do século XX em nada ofusca a importância de outros autores, obras e escolas do mesmo período. Apenas dá ao jazz o privilégio, se não de uma superior qualidade, pelo menos da quantidade, persistência e inegável alcance estético. Ou não? Aliás, e desculpe o amigo a minha profunda ignorância, não consigo perceber o contraditório que o seu olhar arguto e erudito enxerga. Jairo Lima Data: 08/12/2008 - Horário: 09h31min Jazz/Música erudita Sou um entusiasta do jazz, particularmente das obras de Coltrane, Davis e Parker. Contudo, parece-me extremamente discutível considerá-lo a música erudita por excelência do século XX. Seria ignorar, por exemplo, a importância de Stravinsky, Bartok, Boulez e do nosso Villa-Lobos. Moacy Cirne Data: 07/12/2008 - Horário: 21h11min Em que pedaço Alguém quis recensear nossa posição espiritual-religiosa. Eu me enquadraria no pedaço da pizza determinada aos cristãos evangélicos praticantes. Daniel Dantas Data: 07/12/2008 - Horário: 20h30min DEU NO SITE DO HOMERO FONSECA UMA TARDE NA KRITERION Homero fonseca Uma tarde inteira no Bar e Sebo Kritérion, um dos lugares mais agradáveis de Natal, dentro do Mercado Público de Petrópolis, capitaneado pelo poeta Jairo Lima – sábado, 29 de novembro. Estreita, com indispensável ar condicionado, é um espaço de convivência, a começar pela comprida e única mesa central, onde aos sábados é servida uma feijoada honesta, acompanhada por cachaça, uísque ou cerveja. No dia em que estive, com Iracema, dando uma fugida do III ENE – Encontro Natalense de Escritores, a conversa rolou fluida, na voz do próprio Jairo, do jornalista Alex de Souza e dos amigos Chico Guedes, Lívio Oliveira e Alciléa, Laurence Bittencourt, Charles Phelan, Homero Cunha, Lúcia e Yerma. Foi o tipo de papo que me faz sair de casa: inteligente, sem pompa, diversificado, democrático. Naquela tarde memorável, aprendi com Jairo porque, nos séculos 18 e 19, a música da Alemanha e da Itália superou a da França e da Inglaterra. Constatamos o impasse da música erudita contemporânea e chegamos a um consenso de que o jazz (segundo Jairo, tirando a bateria, ou seja, diminuindo a importância do ritmo vis-à-vis a melodia e a harmonia) é a música erudita por excelência do século 20. Concordamos quanto à brasilidade de Machado de Assis, procuramos entender porque, como a música contemporânea, as artes plásticas se distanciaram tanto do público (a arte está sempre à frente do gosto médio, do senso comum, mas, às vezes, excessos vanguardistas e outros fatores, aumentam essa distância a ponto de os artistas perderem de vista o mundo onde vivem etc) e espinaframos a literatura autista, aquela feita por autores ao redor de seus umbigos, totalmente deslocada da sociedade (não se trata de crítica sociológica da literatura, mas a quem interessa esses EUs confusos e narcísicos que pululam em nossa ficção atual?). Eu, particularmente, acho que o povo brasileiro, em linhas gerais, é personagem invisível em nossas letras, com raríssimas exceções, como Luiz Ruffato, em cujos romances encontramos a manicure, o bodegueiro, o imigrante pobre, a putinha, o sem-terra, o cobrador de ônibus, o crente, o moleque jogando bola no terreno baldio. E isso com alto teor estético, em linguagem experimental (até um pouco excessivamente), com ritmo e abertura para a imaginação do leitor. O papo se estendeu por mais de seis horas, alimentado pela erudição franciscana de Jairo, pela verve de Alex de Souza, pelas aventuras húngaras de Chico Guedes, os questionamentos de Laurence, o conhecimento jazzístico e cinematográfico de Lívio. Já estamos com saudades de Natal, onde, também no que diz respeito ao ENE, tivemos uma recepção maravilhosa da turma da Capitania das Artes, à frente Dácio Galvão. Até breve, natalenses e, em especial, kriterienses! Jairo Lima Data: 07/12/2008 - Horário: 20h29min RICHARD WAGNER III Caro Negreiros, Acredito que a não valorização de Wagner não se deve à sua vinculação (tentativa\) que tentaram fazer com o Nazismo. Sua obra não é fácil e continua sendo muito executada na Alemanha em festivais memoráveis. Outros grandes compositores também são poucos divulgados. A montagem de uma ópera envolve muito dinheiro. Conversando outro dia com Nélida Pyñon, apaixonada por ópera, ela estava indo a Bayreuth participar de uma dessas apresentações. Não tenho conhecimento de que a tetralogia tenha sido apresentada no Brasil em sua integralidade. O que se conhece mais, o que se divulga mais, é a Cavalgada das Valquírias. Uma pena, já que Wagner tem uma obra memorável. Estou escrevendo um texto maior sobre a relação de sua música com o Mito. Outra coisa que aprendi a duras penas em Viena e outros lugares. As reservas são feitas com bastante antecedência. Não pense chegar no teatro e encontrar lugar disponível. Reserve bem antes. Ou pague alto no cambio negro. Abs, João da Mata Costa Data: 05/12/2008 - Horário: 15h38min Wagner Prezado João da Mata Costa, Excelente seu texto. Também aprecio bastante Wagner, com sua fenomenal ―A Cavalgada das Valquírias‖. No entanto, penso que ele atualmente não é tão valorizado como deveria. Por óbvio que é muito conhecido, mas ainda assim percebo que há certa aversão, mesmo que inconsciente, em relação a ele e suas músicas. Como é sabido, Hitler tinha verdadeira obsessão por Wagner e suas músicas. Será que estou é correto que ele não é tão ouvido e valorizado como merece? E caso seja essa resposta positiva, será que o fato decorre da inevitável conexão com o ―Führer‖? Abraços Marcelo Negreiros Data: 05/12/2008 - Horário: 14h30min Personagens femininas Caro Marcos Silva, realmente essas mulheres fizeram história dentro da estória, como se dizia antigamente. Foram personagens polêmicas, em suas épocas e algumas, até hoje. Talvez por isso sejam tão interessantes. Abraços Marcelo Negreiros Data: 05/12/2008 - Horário: 14h29min Uma visita inesquecível Minha paixão por Richard Wagner e sua música me levaram a visitar a casa onde morou em Tribschen, subúrbio de Lucerna (Suíça), em minha primeira viagem a Europa ano 1986. Wagner morou nessa bela casa, transformada em Museu, entre 30 de março de 1866 e 22 de abril de 1872. Nesse período ele era casado com Cosima Wagner, filha do compositor Lizt. A casa muito ampla e confortável fica num lugar paradisíaco da suíça. Muito arborizada e com uma bela vista dos Alpes. No interior da casa, uma riqueza de quadros e objetos alusivos à obra e vida desse compositor genial. Um belo triptico de Tristão e Isolda do Franz Stassen é visto logo na entrada, ao lado do grande piano que pertenceu a Wagner. Em um outro belo quadro do pintor Wilhelm Beckmann, vê-se Cosima Wagner, Richard Wagner, Franz List e o editor Hans Paul von Wolzogen. Cartas, partituras, objetos pessoais, programas de concertos, esculturas e um belo mobiliário podem ser apreciados nesse museu maravilhoso situado num cantão suíço, onde morou Wagner numa época muito produtiva de sua fértil e genial trajetória de artista completo. Wagner não só compunha suas belas óperas como escrevia os libretos inspirados na literatura e na mitologia nórdica e outras. Planejou um teatro só para encenar suas óperas geniais. Em Bayreuth, na Baviera, fica o belo teatro palco das grandes óperas wagnerianas. Tive oportunidade de assistir à opera Tristão e Isolda, em São Paulo. Meu sonho de consumo cultural é assistir a tetralogia de Wagner no belo teatro em Bayreuth. Enquanto o sonho não se realiza fico na companhia dos discos e da lembrança dessa bela viagem. João da Mata Costa Data: 05/12/2008 - Horário: 11h13min Sobre a linha editorial do SP Prezado Charles, Nesses quase dois anos de SP cheguei a conclusão de que é impossível estabelecer uma linha editorial rígida – qualquer que seja ela - e manter a pluralidade. Tal linha editorial seria excludente e me obrigaria a vetar muitos textos. Na minha cabeça, o SP sempre foi um espaço para o debate (amplo, englobando qualquer tema) e publicação da produção literária e cultural brasileira. Se o debate e essa produção não estão aparecendo aqui ou se não agrada a alguns, paciência. Uma das características dos blogs é, justamente, a pluralidade, com cada um expondo o que quer. Claro que há limites e nos últimos meses tenho sido rígido com posts com ataques pessoais ou ofensivos. Gosto da idéia do SP ser um espaço coletivo, sem alguém ditando o que deve ou não ser escrito. Esse espaço é o que fazemos dele. Se é bom ou ruim, deve-se a nós, que o construímos todos os dias. De uma coisa tenho certeza: jamais será uma unanimidade. Sempre haverá quem o ache uma m... e quem o ache bacana. Assim, é tudo na vida. Tácito Costa Data: 05/12/2008 - Horário: 11h01min A RAZÃO DE SER Caro tácito, Ando lendo o SP, como sempre, e surgiu uma dúvida apenas a título de melhor entender o espírito do blog. Qual linha editorial do SP? Quando você criou o blog, qual era a intenção maior de sua razão de ser? È provável que com esse esclarecimento, fique bem definido qual o propósito e quais assuntos interessam, desestimulando, pois, a participação calabreada de alguns. Saudações, Charles M. Phelan Data: 05/12/2008 - Horário: 10h35min Que manchete maravilhosa!!! De baixo para cima, de cima para baixo, essa foi a melhor manchete que li acerca da grande festa que toma "conta" da cidade, nesses dias ensolarados. Uma síntese perfeita, em seus múltiplos sentidos: "Primeiro dia do Carnatal encerra com animação do Burro." Legal, né? Lívio Oliveira Data: 05/12/2008 - Horário: 09h55min John Reed Postei em PROSA o texto ―John Reed: leitura obrigatória nestes tempos bicudos‖, assinado por Osvaldo Bertolino e enviado pelo professor Antônio Capistrano. Tácito Costa Data: 05/12/2008 - Horário: 00h47min Papo insosso Nietzsche, eu sei, é indispensável. Mas, meus caros, esse papo anda insosso e inútil como uma óstia. Concordo com alguém que disse ser deus um assunto menor. Cláudio Data: 05/12/2008 - Horário: 00h26min Camões e o sexo Para amenizar a chateação do grande Pablo, solto essa que recebi por email: o Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do célebre trecho de poema de Camões: ―Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, dor que desatina sem doer‖. Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação: ―Ah, Camões!, se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão. Compravas um computador, consultavas a Internet e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo!‖ A Vestibulanda ganhou nota DEZ, pela originalidade, pela estruturação dos versos, das rimas insinuantes e também, foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de sexo. Vivendo e aprendendo..rs Sérgio Vilar Data: 05/12/2008 - Horário: 00h20min Sobre sectarismo Além dos ensaios de Isaiah Berlin (―A Força das idéias‖), leio também ―Diário de um ano ruim‖, de Coetzee. Ainda estou no começo. Mas deparei com essa frase que grifei e reproduzo abaixo. Tem a ver com discussões travadas aqui e até onde o sectarismo pode levar as pessoas. ―Lembremos o comentário de Daniel Defoe sobre o conflito religioso na Inglaterra: que os partidários da igreja nacional juravam detestar os papistas e o papado sem saber se o papa era um homem ou um cavalo‖. Tácito Costa Data: 04/12/2008 - Horário: 20h15min Filmes em cartaz Da semana passada pra cá tenho visto vários filmes em cartaz. Já comentei que gostei muito dos documentários Vidas nas Telas. Hoje fui assistir ―Calmo caos‖, em cartaz na sessão cult do Cinemark, filme italiano com Nino Moretti no papel principal. Gostei muito. É uma pena que saia de cartaz amanhã. Também vi essa semana ―Vick, Cristina, Barcelona‖, de Wood Allen. Eu sou fã de Allen, gosto de todos os filmes dele, mas esse em cartaz também no Cinemark é uma comédia muito bobinha. Não achei graça nenhuma. Nem parece que é um filme dirigido por Allen. Tácito Costat Data: 04/12/2008 - Horário: 20h10min Nietzsche Que coisa boa que o velho Nietzsche ainda desperte tantas emoções. Isso é sinal que a filosofia ainda faz seu estrago, apesar de tudo. Isaac, eu acho que Nietzsche teve seu pensamnento reduzido em dois momentos, um deles, logo depois da sua morte, e outro a partir dos anos trinta co