folha dirigida - Sintsama-RJ
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FOLHA DIRIGIDA 12 a 18 de junho de 2014 www.folhadirigida.com.br O MAIS COMPLETO JORNAL ESPECIALIZADO EM EDUCAÇÃO, TRABALHO E CIDADANIA FOTOS: SEBASTIÃO SILVÉRIO Cena de manifestação ocorrida no último dia 5, e que provocou transtornos no trânsito do Rio: forma de funcionários da companhia chamarem à atenção da sociedade para a excessiva terceirização, que compromete as atividades CEDAE PCCS é outra cobrança importante O Plano de Cargos e Salários também pertence à pauta de reivindicações do Sintsama-RJ. No entanto, a entidade defende que em vez de se elaborar um novo PCCS, o melhor seria pôr em prática o homologado no Ministério do Trabalho e Emprego em 1990, que vigorou apenas por quatro anos. “Estamos dispostos a negociar com a Cedae, mas ela tem feito tudo de forma unilateral”, acusou Humberto Lemos. “Já temos um plano que é perfeito. O que precisamos é fazer apenas algumas atualizações e tirálo do papel. É melhor e mais prático”, argumentou. Por conta da suspensão do PCCS, Lemos afirmou que nos setores de manutenção das grandes adutoras existem trabalhadores que estão há anos estagnados, sem perspectiva profissional. “Espero que não se empurre com a barriga neste final do governo”, alertou. “Sem o plano foram abolidas as progressões horizontais e verticais na carreira”, explicou. Em 2012, a Cedae realizou concurso com oferta de 62 vagas, mais formação de cadastro reserva, para os seguintes cargos dos níveis médio e superior: operador de tratamento de água, engenheiro eletricista, civil e florestal, enfermeiro do trabalho, contador, advogado e assistente social. Para todas as funções, houve a exigência de carteira de habilitação na categoria B. As vagas contemplaram a capital do Rio de Janeiro, além de outras cidades do estado. Na época, todos candidatos foram avaliados por exames objetivos, com 50 questões de Língua Portuguesa, Noções de Informática e Conhecimentos Específicos. Houve também provas discursivas e práticas, para algumas funções. A seleção ainda está validade, pois o prazo é de dois anos, podendo dobrar. Já em 2009, a Cedae realizou uma seleção com oferta de 162 vagas, para operador de tratamento de água, operador de tratamento de esgoto, advogado, analista de sistemas e analista de suporte. O processo seletivo contou com avaliações objetivas e discursivas, e teve validade de dois anos. Sindicato pressiona Cedae e governo O Sintsama-RJ reivindica, ainda, 39% de aumento real de salário; isonomia, que vem sendo ferida desde 2002, quando novos trabalhadores teriam perdido direitos e assim passaram a não ter as mesmas condições dos mais antigos; garantia de emprego (a empresa quer demitir 600 trabalhadores até o ano que vem), entre outras. Depois de várias rodadas de negociações em prol da renovação do acordo coletivo, realizadas ao longo do mês de maio, a tensão entre o sindicato e a concessionária aumentou drasticamente. Na quinta-feira passada, 5 de junho, os funcionários da Cedae paralisaram as suas atividades por 24 horas e fizeram uma passeata até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul, com intuito de sensibilizar o governador Luiz Fernando Pezão e o presidente da companhia, Wagner Victer. O ato complicou o trânsito na região, cau- sando reflexos no Santo Cristo, na Zona Portuária da cidade. De acordo com presidente do Sintsama-RJ, Humberto Lemos, 90% dos funcionários da companhia aderiram ao movimento, que não teria prejudicado os serviços essenciais, pois parte do pessoal foi mantida para atender às emergências de falta d’água. Entretanto, na ocasião, de acordo com a companhia, a adesão foi de apenas 8%. Na segunda-feira, 9, mais uma vez os trabalhadores se reuniram em assembleia em frente ao prédio sede da Cedae, na Presidente Vargas e rejeitaram a nova contra proposta da empresa. Uma nova assembleia estava marcada para ocorrer no início da noite da última quarta-feira, dia 11, após o fechamento desta reportagem. O rumo do movimento seria tomado no encontro. A Cedae não respondeu aos questionamentos de FOLHA DIRIGIDA. Concurso volta à pauta de reivindicações DAVIDSON DAVIS [email protected] A realização de um novo concurso público pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Nova Cedae), que contemple cargos de todos os níveis de escolaridade, é uma das principais reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama–RJ), segundo o presidente da entidade, Humberto Lemos. O sindicalista, além de acusar a companhia de investir massivamente na terceirização dos serviços, precarizando a mão de obra e preterindo, assim, a recomposição de um quadro de pessoal próprio, disse à FOLHA DIRIGIDA que o último concurso realizado pela empresa não abrangeu as principais carências. “Queremos concursos não só para o nível superior, mas também para os níveis médio, técnico e elementar, nas áreas operacional e comercial, onde se encontram as nossas principais demandas. Queremos recompor a base da pirâmide”, concluiu. Segundo Lemos, a memória técnica da empresa está se perdendo, uma vez que os terceirizados não possuem vínculos duradouros com a empresa. Para oxigenar o quadro, ele defende um concurso ainda este ano, de modo que os funcionários mais antigos não deixem a empresa sem ter tido contato com os mais novos. “Nos últimos dez anos, perdemos grande parte dos nossos trabalhadores. Éramos 13 mil e hoje somos 6.500”, frisou. “E desse quantitativo, 2.100 estão para se aposentar. É o desmanche da empresa. A perda da memória de 30, 40 anos de serviços”, lamentou. De acordo com o presidente da Sintsama-RJ, o concurso é primordial para melhorar os serviços prestados à população. “O déficit é de quase 70% da força de trabalho. A terceirização não resolverá os nossos problemas. Com ela, a rotatividade é muito grande e perde-se qualidade no serviço. Quem sai prejudicado é a população”, opinou. “Além disso, o concurso é a forma mais democrática para se ingressar numa empresa pública. Só que com os terceirizados eles pagam menos”, ressaltou. Desde o ano passado, a Cedae tem informado a pretensão de realizar uma nova seleção, mas sem entrar nos detalhes do eventual concurso. Há dois meses, durante a Feira de Saneamento UniCedae, no Centro de Convenções Sulamérica, na Cidade Nova, o presidente da Cedae, Wagner Victer, voltou a confirmar à FOLHA DIRIGIDA que há concurso em pauta para a empresa. No entanto, ele informou que antes de promovê-lo necessita concluir o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que não precisará do aval da Assembleia Legislativa para ser efetivado. Na ocasião, o governador Luiz Fernando Pezão destacou a importância de uma seleção para a Companhia. “Essa empresa se qualificou muito nos últimos anos e sempre é bom fazer concursos, reoxigenar o quadro de pessoal, para que a Cedae possa melhorar ainda mais.” Na sua posse, no início de abril, ele já havia dito que pretende fazer concurso, demonstrando que não haverá dificuldades quanto à autorização da seleção. “Queremos concursos não só para o nível superior, mas também para os níveis médio, técnico e elementar, nas áreas operacional e comercial, onde se encontram as nossas principais demandas” Humberto Lemos