Brasil recebe o híbrido da Volvo
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Brasil recebe o híbrido da Volvo
Transporte Urbano Montadora O Seminário 2010 da NTU Scania cria divisão de BRT Ano 1 - Número 2 - Outubro 2010 www.revistaautobus.com.br Internacional IAA 2010 Chassi Man LA mostra seu piso baixo Combustível B100 curitibano comemora um ano Brasil recebe o híbrido da Volvo ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Expediente Opinião O uso da palavra BRT Revista AutoBus WWW.revistaautobus.com.br Número 2 – Ano 1 Redação Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável: Luiz Neto MTB - 30420/134/59-SP Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP — 12940 630 [email protected] [email protected] 11 9832 3766 11 4412 7788 Editoriação eletrônica Antonio Feliciano Junior [email protected] C onstantemente lembrado neste momento que antecede à importantes eventos esportivos no Brasil, o BRT chega como um ―salvador da pátria‖ quando o assunto é a renovação da imagem do transporte público brasileiro. Todos sabem que o Brasil tem no ônibus a essência de seu sistema de deslocamento coletivo urbano e que necessita alterar uma imagem negativa que o acompanha há um bom tempo. Calma lá com o andor, que o santo é de barro. Não é bem assim como muitos governantes, órgãos gestores e até setores da imprensa dizem sobre a facilidade de implantação do sistema BRT, pintando-se apenas a via com faixas exclusivas e orientando o trânsito dos ônibus para elas. BRT é muito mais que isso. Esse entendimento singelo é típico de administradores públicos tupiniquins. Com corredores estruturais, onde as vias são segregadas, é de grande importância que se atendam aos requisitos básicos em sua implantação, como a adoção de estações de transferência e terminais funcionais e modernos; a operação de veículos com larga capacidade de transporte, como os modelos articulados, biarticulados e até os triarticulados, estes que poderão ser a grande surpresa para os próximos anos; amplo uso da tecnologia incorporada aos meios de tração dos veículos (não poluidoras) e em toda infraestrutura agregada ao sistema, como por exemplo, mecanismos de comunicação entre os passageiros e os operadores e elementos que proporcionem rápido fluxo, como sistemas de liberação e prioridade em semáforos aos ônibus em trechos onde as vias transversais estejam em nível com estes corredores rápidos. WWW.wbd.com.br Esta análise superficial vai de encontro com o princípio para se pensar na implantação de um BRT adequado e com todas as condições de proporcionar sucesso operacional. Competência nós temos. Circulação – outubro 2010 Boa leitura. Administração web Foto capa - Cesar Brustolin / SMCS Prefeitura de Curitiba/PR Antonio Ferro Índice 03 Opinião 19 Rodoviário Futura 04 Rápidas 20 IAA 2010 06 Híbrido Volvo 22 Biodiesel curitibano 08 Seminário NTU 2010 24 Mercado externo 11 O conceito BRT 26 Chassi Volksbus 12 O lado das montadoras 28 Transporte Urbano 14 Mercedes-Benz na NTU 30 Nostalgia 16 Divisão de BRT da Scania 32 Ponto de vista 18 Abrati OUT 2010 3 Rápidas Divulgação Expresso Nordeste adquire carroçarias Mascarello A empresa paranaense Expresso Nordeste recebeu recentemente 13 novos ônibus com carroçarias rodoviárias produzidas pela Mascarello, modelo Roma 350. Cada veículo possui 42 poltronas Soft, sistema de ar condicionado, 2 monitores retráteis, WC e iluminação com lâmpadas LED. O chassi escolhido é o VolksBus 18.320 EOT. Com mais este lote, a Mascarello já forneceu um total de 43 carroçarias para a operadora de Campo Mourão. Atenção para o treinamento A Allison criou uma unidade móvel de treinamento com o objetivo de levar ao mercado conhecimentos básicos sobre utilização e manutenção de transmissões automáticas, cada vez mais populares em diversos segmentos comerciais. A unidade terá como objetivo principal treinar e dirimir toda e qualquer dúvida técnica e de condução que eventualmente seus clientes possam vir a ter e percorrerá todo o Brasil. O veículo dispõe de ferramental específico, uma transmissão para treinamento, e todos os demais itens necessários para proporcionar treinamentos, entregas técnicas e diagnóstico das unidades que estejam em uso pelos frotistas. Divulgação A Carris Porto-Alegrense, a mais antiga empresa de transporte coletivo do Brasil, com 138 anos, recebeu em 2010 81 novos ônibus. As unidades vêm reforçar a qualidade do transporte coletivo portoalegrense com mais conforto, acessibilidade e maior capacidade de transporte. Os veículos, nas versões convencional e articulada, possuem suspensão pneumática e motor traseiro, além de piso baixo e ar condicionado, itens esse somente nos modelos com 13,20m de comprimento. Sua mais recente aquisição foi em agosto passado, 37 unidades (Marcopolo/MercedesBenz), um investimento de R$ 17 milhões. No total adquirido no ano, a nova frota possui chassis das marcas Mercedes-Benz e Volvo e carroçarias Marcopolo e Neobus. Segundo o diretor-presidente da Carris, João Pancinha, a empresa possui uma das frotas mais novas das capitais brasileiras. “Com essa renovação a idade média dos nossos ônibus passa para 3 anos e 8 meses, que é uma das mais jovens do país e a menor média de idade dos últimos anos da Carris, que atende mais de 190 mil passageiros por dia”, disse o executivo. OUT 2010 4 Luciano Lanes / PMPA Carris porto-alegrense recebeu 81 novos ônibus em 2010 Rápidas Mercedes-Benz aumenta 100% suas vendas de microônibus Entre janeiro e julho deste ano, a montadora Mercedes -Benz comercializou 1.600 unidades de seus chassis para mini e microônibus, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2009. “Este desempenho é fruto da maior aproximação da nossa marca com os clientes do setor, como os pequenos transportadores permissionários das grandes cidades e os de fretamento”, disse Gilson Mansur, diretor de Vendas de Veículos Comerciais da Mercedes-Benz do Brasil. Divulgação Pesquisa sobre as rodovias Agência CNT de notícias De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2010, 14,7% das rodovias avaliadas são classificadas como ótimas, 26,5% como boas, 33,4% são regulares, 17,4% estão ruins e 8%, péssimas. Em 2009, a Pesquisa CNT de Rodovias analisou 89.552 km. O percentual de rodovias ótimas foi de 13,5% e de boas, de 17,5%. As regulares somaram 45%. E os índices de ruins ou péssimas foram de 16,9% e 7,1%, respectivamente. Durante 37 dias (de 3 de maio a 8 de junho), 15 equipes de pesquisadores avaliaram as condições de conservação do pavimento, da sinalização e da geometria viária de 90.945 km, que incluem toda a rede federal pavimentada e a malha constituída pelas principais rodovias estaduais. Nesse último ano, houve uma melhoria significativa na condição das rodovias brasileiras, resultado do aumento dos investimentos em infraestrutura. Fonte - CNT Entre as melhores do Brasil “É preciso mostrar e conscientizar toda a comunidade para a importância do transporte urbano na melhoria da qualidade de vida, preservação ambiental e redução dos congestionamentos. E isso, a cada dia, passa a ser fundamental para o futuro, não somente em grandes metrópoles, mas em cidades médias e pequenas” , disse José Rubens de la Rosa, diretor geral da Marcopolo, sobre o uso do ônibus urbano com conforto, rapidez e segurança, na campanha promovida pela encarroçadora gaúcha. OUT 2010 A montadora Man Latin America, detentora da marca Volkswagen de caminhões e ônibus, foi destaque pelo segundo ano consecutivo no ranking das 500 melhores empresas do Brasil eleitas pela revista IstoÉ Dinheiro. De acordo com informações, ela foi a única do setor de veículos comerciais citada no ranking automotivo. Posicionada entre as maiores fabricantes de veículos do País, a empresa foi a 3ª colocada em Recursos Humanos, 4ª em Inovação e Qualidade, 4ª em Responsabilidade Social e 4ª em Governança Corporativa. 5 Tecnologia urbana Brasil conhece o ônibus híbrido da Volvo Em mais uma iniciativa da montadora de Curitiba para promover inovação ao transporte de passageiros por ônibus, chega ao País o seu veículo híbrido desenvolvido por sua matriz na Suécia. D urante três semanas, um ônibus com aparência comum, mas com aspectos tecnológicos que promovem a redução das emissões poluentes pelo cano do escapamento, estará em testes pelas ruas de Curitiba, PR, na linha Interbairros II. Desenvolvido e fabricado pela planta da Volvo Bus na Suécia, o modelo integral 7700 (Hibribus) traz ao Brasil o conceito híbrido (biodiesel/eletricidade) combinando um motor de combustão interna e a tração elétrica, o que na concepção da montadora reOUT 2010 presenta uma economia de 35% no consumo de diesel (em nosso caso o biodiesel B5), iguais volumes na redução dos gases tóxicos emitidos e que também é um veículo silencioso, capaz de se harmonizar muito bem ao ambiente urbano. “A cidade é mais uma vez é pioneira ao testar um veículo ecologicamente correto, que dispõe da mais moderna tecnologia e capaz de atender a demanda crescente de passageiros, graças à Volvo, que mais uma vez inova, trazendo ao Brasil o ônibus híbrido já produzido 6 em escala comercial na Europa”, diz o presidente da Urbs, Marcos Isfer. Em conjunto a Fundação Clinton com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Volvo e Urbs (Urbanização de Curitiba) focaram seus ideais para que se concretizasse a apresentação da tecnologia, primeiramente para a capital paranaense, e seguidamente em outras impo rtantes capitais brasileiras. "Curitiba foi a primeira cidade a fazer o teste porque tem exemplo de cuidados ambientais e pela referência no transporte. Tecnologia urbana OUT 2010 escape pode chegar a 50%. “O sistema híbrido da Volvo não reduz apenas as emissões de CO2 – dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa, mas também do óxido de nitrogênio, grande causador de males para a saúde pública”. Karas também revelou que o protótipo será monitorado por técnicos da Urbs e da Volvo para avaliação de desempenho. “Um ônibus Volvo B-7R movido a diesel, com características mecânicas similares ao Hibribus, da Transporte Coletivo Glória, será operado para futura avaliação dos dados técnicos em comparação ao híbrido nos resultados operacionais”, informou o executivo. Por se tratar de um produto conceito ao mercado brasileiro, ainda não há uma estimativa de quando ele poderá ter uma maior presença em solo nacional, em razão de valores de aquisição (ainda não revelados), dos aspectos operacionais nas cidades, como a falta de uma infraestrutura viária adequada para recebê-lo e pelo próprio fato de revenda do veículo, já que o operador no momento de aquisição de um ônibus já pensa em seu futuro. Com tudo isso, será imprescindível a participação governamental como forma de fomentar o uso em larga escala de tecnologias como a do ônibus híbrido. Segundo o presidente da Volvo Bus LA, a montadora cogita iniciar sua produção na fábrica de Curitiba, todavia isso dependerá de análises do mercado quanto a recepção do sistema híbrido, bem como uma ação conjunta entre governos, operadores e fabricante para que o veículo seja uma realidade. “Se confirmada a produção, poderemos oferecer ao mercado tanto chassis normais para os futuros ônibus híbridos - como os usados nos ônibus convencionais, expressos e “ligeirinhos”, permitindo embarques em nível nos terminais e estações-tubo -, como chassis baixos (low entry), nivelados com as calçadas e ainda versões articuladas e biarticuladas”, adiantou Luis Carlos Pimenta. Raio-X do Híbrido 7700 da Volvo Comprimento - 12 metros Capacidade - 80 passageiros, sendo 32 sentados Motor - diesel de 4 cilindros e 210 cv Euro 5 Motor elétrico - potência de 160 cv A tecnologia do Hibribus favorece a redução dos poluentes em índices que alcançam os 30% 7 Fotos - Cesar Brustolin / SMCS Prefeitura de Curitiba A cidade tem muito a ganhar, porque com este veiculo reduziremos a poluição", afirmou o presidente da Volvo Bus América Latina, Luís Carlos Pimenta. O Hibribus que está sendo testado possui 12 metros de comprimento, salão com piso baixo e um motor a diesel, com quatro cilindros e 210cv, já obedecendo à normativa Euro V (através do conceito SCR, com a injeção de uréia no catalisador) em vigor na Europa, o que por aqui só será admitida em 2012. A tecnologia híbrida é paralela, ou seja, a tração do veículo se dá tanto pelo motor elétrico, como pelo bloco diesel ou os dois juntos. Nas partidas, o ônibus utiliza apenas o motor elétrico, o que representa total ausência de fumaça e gases tóxicos. Além do gerador elétrico que fornece energia ao motor e ao banco de baterias de lítio, há o sistema de frenagem regenerativa, onde a energia que seria dissipada com o acionamento dos freios é destinada para as baterias. Outra particularidade do modelo é que em sua operação urbana, cerca de 40% do tempo de viagem será com o motor girando em rotação constante, significando economia de combustível. Élcio Karas, gestor de Inspeção e Cadastro do Transporte Coletivo da Urbs, detalhou ainda que a economia no consumo é ainda maior com o desligamento automático do motor tão logo é desacelerado. “Esse é o resultado do uso da mais nova tecnologia, com uso de um motor estacionário de pequeno porte que permite o deslocamento do ônibus com peso de onze toneladas”, informou Karas. Ele também falou que a diminuição das emissões de poluentes que saem do Seminário NTU A SIGLA DO MOMENTO BRT – termo para Bus Rapid Transit ou seria Trânsito Rápido de Ônibus, vem sendo debatido como real opção para a melhora na qualidade dos serviços urbanos de ônibus e do transporte público como um todo. C antado a verso e prosa nos últimos tempos como alternativa ao alcance para uma profunda modificação no conceito de transporte coletivo urbano em vistas à dois grandes eventos esportivos mundiais que aqui logo acontecerão – Copa do Mundo de futebol e Jogos Olímpicos – o sistema BRT, onde corredores exclusivos para ônibus ganham uma conotação avançada em termos de rapidez, segurança e conforto, foi durante o 23º Seminário Nacional da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), OUT 2010 evento ocorrido em agosto passado, o tema principal dentre os debatedores que defendem a melhoria da mobilidade como forma de desenvolvimento sustentável nas médias e grandes cidades brasileiras. Na abertura do Seminário, que teve como lema o “Transporte de qualidade para uma vida melhor”, o presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, destacou em seu discurso a importância do momento para os debates sobre as soluções para desenvolvimento urbano, devendo haver uma união entre poderes, como o governo federal, os se8 cretários de transportes, prefeitos e os empresários do setor para que as cidades brasileiras sofram uma transformação inédita em termos de mobilidade e pensamento futuro. “Esta é uma oportunidade única para iniciarmos as resoluções para a mobilidade urbana pensando nos eventos esportivos que acontecerão nos próximos anos. Hoje, há 47 cidades com mais de 500 mil habitantes que comportam projetos para melhoria do transporte. Nesse contexto, o BRT é uma alternativa com custo viável que permite-se obter um salto na qualidade do Seminário NTU transporte público urbano por vos que explanaram suas defePara ele, o poder público tem ônibus”, disse. sas ao sistema, o engenheiro da que pensar grande e no longo Para o diretor superintendente Logit Soluções Inovadoras em prazo quando o assunto é transda NTU, Marcos Bicalho dos Transportes Wagner Colombini, porte. “Tem que haver ambição Santos, os sistemas de BRT ten- declarou que o BRT, bem plane- no transporte. E o BRT pode dem a atrair novas demandas jado, pode mudar a qualidade muito bem se adequar às necespara o transporte público em de vida dos municípios, se ex- sidades urgentes encontradas função da melhoria da qualidade pandindo mesmo depois do fim nas cidades brasileiras em terdos serviços, contribuindo ainda da Copa do Mundo. Colombini mos de mobilidade”, focou. para a redução dos congestiona- traz na bagagem projetos a exO engenheiro destacou tammentos de trânsito e da poluição periência em consultoria e coor- bém que uma idéia passada era urbana. “Temos atualmente 20 denação/gestão de projetos de que os ônibus só podiam transprojetos voltados para portar de 10 mil a 15 a implantação do BRT mil passageiros por em 12 cidades que hora. Porém, hoje, esserão sedes da Copa sa imagem está modido Mundo de futebol. ficada. “Hoje, esse voTemos a certeza que lume pode chegar a 45 a implantação desses mil por hora, em cada serviços diferenciados sentido. Muitos não de ônibus urbanos irá acreditam, mas o fato representar um salto de proporcionarmos de qualidade nos siscorredores segregados, temas de transporte permitir as ultrapassapúblico feitos por ônigens nas estações, a bus, que há muito cobrança externa ao tempo estão precisanveículo, entre outros, do de investimentos são aspectos que propara sua modernizamovem desempenho ção e rendimento ooperacional eficiente peracional”, explicou capaz de transportar Bicalho. um maior número de Segundo ele, um passageiros”, explicou. transporte urbano Outro detalhe lembraeficaz não considera do pelo executivo relaapenas a existência ciona-se a imagem do de BRT, mas sim a ônibus, muitas vezes amplitude de uma estigmatizada negatirede formada por ouvamente, que necessitros modais, como o ta ser modificada para Wagner Colombini - É fundamental modificar a atual imametrô, o VLT ou o que ele possa ganhar gem do ônibus urbano. trem suburbano, demais status perante os pendendo de critérios técnicos transportes e logística. “A Amé- habitantes das cidades. “Temos para sua operação. “O que im- rica do Sul reinventou o trans- que mudar essa imagem do ôniporta é que todas essas modali- porte público para o mundo. bus. Não podemos mais aceitar dades se integrem numa rede Porém, no Brasil, o BRT é um uma frase dita pela Margareth de transporte que atenda as ne- vento que não pegou no país, Thatcher (ex primeira ministra cessidades das populações das ficando restrito à pouquíssimos da Inglaterra) que uma pessoa cidades que escolherem melho- projetos”, lembrou. O engenhei- com mais de 30 anos e que utilirar seus sistemas”, revelou. ro, que participou recentemente za o veículo está com algum Para a NTU, os projetos de de projetos dos sistemas em problema. Isso fica marcado”, BRT possuem características Joanesburgo e Cidade do Cabo, finalizou. singulares, pois são considera- África do Sul, também enfatizou dos de baixo custo e podem ser que estamos atrasados para o Sucesso em outras plagas implantados em reduzido tempo, início das obras de construção entre dois e três anos. “Para o da infraestrutura dos BRT´s nas A sigla BRT foi adotada em Brasil, que está as vésperas de cidades escolhidas para a Copa língua inglesa, porém sua gênerealizar a Copa do Mundo, o BRT de 2014. “O correto seria iniciar se é curitibana, criação que rese adapta muito bem em função todo o processo de implantação volucionou o setor do transporte da limitação de recursos finan- 6 anos antes para atender de urbano realizado por ônibus. Foi ceiros a serem aplicados e no modo satisfaz e com eficácia o lá em 1974 que o primeiro tempo para sua construção”, que será exigido no transporte “corredor expresso”, esta era a lembrou Bicalho. durante a Copa do Mundo”, dis- definição para a segregação dos Dentre especialistas e executi- se. serviços, deu os primeiros pasOUT 2010 9 Seminário NTU O Transmilenio proporcionou à cidade de Bogotá um novo aspecto em se tratando da relação da urbe com o meio ambiente . “Fizemos uma revolução no transporte coletivo da Colômbia. A importância de nosso trabalho alcançou o mundo”. sos para o sucesso do modal, permitindo assim que ganhasse o mundo. Cria brasileira, com destaque para a capital paranaense onde sua operação foi bem sucedida, o tema não se expandiu de forma adequada por outras capitais brasileiras. Porém, em outras cidades pelo mundo a situação foi diferente. Na capital colombiana Bogotá, por exemplo, o já mundialmente consagrado sistema Transmilenio rende frutos de sucesso operacional com diversos benefícios relacionados à qualidade de vida para o usuário do transporte público, e que contribuiu para o desenvolvimento econômico, financeiro, social e ambiental da cidade. OUT 2010 rão ser construídos em 4 a 5 anos. “Terminaremos em 2010 a Fase 3 do sistema. Com isso serão 116 km de troncais que terão suas operações iniciadas em 2011. Serão 600 mil passageiros a mais, totalizando 2.300 mil usuários dia”, explicou Rojas. Além do sistema de Bogotá, o executivo destacou ainda a operação do BRT da cidade de Cali, também na Colômbia. “Em Cali há uma integração de todos os sistemas de transporte, além de apresentar um modelo urbanístico muito bonito e interessante”, disse. A frota do BRT de Bogotá é composta por 1.200 ônibus articulados e outros 600 alimentadores. Hoje são transportados 1 milhão e 600 mil passageiros ao dia. São 45 mil passageiros/hora em cada sentido e cerca de 40% dos usuários possuem automóveis. Um aspecto interessante é que o sistema sobrevive em função exclusivamente da tarifa. “Precisamos racionalizar os custos e, ao mesmo tempo, manter a qualidade dos serviços oferecidos aos usuários. Conseguimos viabilizar essa equação por meio de diálogo constante entre o governo e as empresas para atender aos interesses de todos. O resultado desse trabalho é o índice de satisfação de cerca de 80% da população de Bogotá”, resumiu Victor Raul Martinez, do Sistema Integrado de Transporte SI 99 S.A., um dos operadores. No Brasil, quem escolheu pelo BRT Dentre as principais realizações para que o evento da Copa do Mundo de futebol em 2014 possa ter o sucesso desejado, a mobilidade urbana nas cidades sedes necessita ser repensada quanto a eficácia para que a bola não bata na trave e o transporte seja o grande vilão dessa história. Para isso pensou-se na implantação dos sistemas de BRT como solução de curto prazo e com investimentos reduzidos frente aos outros modais. Confira abaixo onde os corredores exclusivos de ônibus entrarão em campo: Belo Horizonte - Brasília - Cuiabá - Curitiba Fortaleza Manaus Natal - Recife - Salvador - Rio de Janeiro Porto Alegre. 10 Fotos - Divulgação / NTU Arturo Fernandes Rojas - De acordo com Arturo Fernandes Rojas, subgerente geral do Transmilenio, há que se analisar três aspectos que foram essenciais para a eficácia do sistema – segurança, os benefícios para a cidade e a transformação proporcionada ao transporte coletivo urbano colombiano e em especial à Bogotá. “Em dez anos de operação, conseguimos realizar uma revolução no transporte bogotano, permitindo dentro do esquema empresarial formalizar ou legalizar os operadores que antes operavam em total ilegalidade, além de melhorar em muito a mobilidade dos cidadãos e a qualidade do ar da cidade”, destacou Rojas. São 84 km de corredores exclusivos atualmente no sistema, cortando as regiões mais importantes da capital. Nas vias segregadas os ônibus conseguem uma velocidade média de 28 km/h, mas que nas palavras de Rojas, esse número pode ser elevado para 40 km/h a 45 km/h, o que representa um grande ganho para toda operação. “Para se chegar à velocidades maiores, o sistema deve estar livre de interseções ou então contar com elementos que promovam a passagem, como semáforos inteligentes que permitam a preferência dos ônibus nos cruzamentos”. A infraestrutura do Transmilenio ganhará mais 32 km de corredores até o ano que vem. Posteriormente, outros 30 km deve- BRT O conceito BRT O que é O BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte coletivo de alto desempenho e qualidade que utiliza veículos sobre pneus e opera na superfície viária em faixa dedicada. O principal atributo de um bom BRT reside da letra R (de Rápido) que pressupõe baixos tempos de espera e rapidez no deslo- Elementos camento dos usuários. Logo, a rapidez de um sistema BRT requer uma combinação de velocidades operacionais elevadas com serviços freqüentes e constantes. O BRT oferece uma forte identidade à comunidade ao integrar uma série de elementos físicos e operacionais que antes eram exclusivos de sistemas urbanos sobre trilhos. Observações Espaço viário dedicado - é um dos principais atributos de um sistema BRT de alto desempenho. Deve permitir uma rápida movimentação dos veículos, com faixas adicionais para ultrapassagens nas estações. Do ponto de vista do planejamento estratégico, a implantação de redes de transporte coletivo de alto desempenho tem papel fundamental, pois além de estruturar regiões para o crescimento econômico, promove maior organização dos fluxos na cidade e fomenta a eficiência urbana. Sistema de cobrança tarifária realizada em terminais e nas estações, contribuindo assim para a redução do tempo de permanência dos ônibus. O operador ou o órgão gestor deve investir em marketing para maior sucesso de um sistema BRT. A marca não é apenas um nome que diferencia empresas e serviços, ela possui significados , atributos e diferenciais que definem o que uma empresa representa e o espaço que ela ocupa na mente das pessoas. Veículos - ônibus articulados e biarticulados dotados de várias portas largas e com piso ao nível das estações e terminais. Estações e Terminais - devem ser bem dimensionadas para permitir que se evitem a formação de filas de ônibus. Precisam ser confortáveis, seguras e de fácil acesso. Integração - com outros meios de transporte coletivo, como os sistemas metroferroviários, estimulando o uso do transporte coletivo. Capacidade - de 3.000 a 45.000 passageiros/hora por sentido. Imagens - Volvo do Brasil Controle - monitoramento da frota por GPS e controle da regularidade e pontualidade na operação. Custo de implantação - de 5% a 10% do valore necessário para construir uma rede de metrô. Fonte - Logit Engenharia Consultiva OUT 2010 11 Seminário da NTU - montadoras O lado das Montadoras Como o assunto BRT dominou praticamente todo o 23º. Seminário Nacional NTU, a revista AutoBus fez um compêndio do que as montadoras que participaram do evento em Brasília propuseram em termos de veículos, serviços e tecnologia recomendadas aos sistemas de transporte com maior capacidade de passageiros. C nos em virtude da realização dos eventos esportivos – Copa do Mundo de futebol e Jogos Olímpicos. Palestrantes representando as principais marcas fabricantes de chassis levaram seus conceitos e exemplos de produtos que podem ser operados dentro dos parâmetros exigidos por encargos definidos para a transformação do transporte urbano. Na visão da Man Latin America, é imperativo que os ônibus possam ganhar status dentro da cadeia transportadora, como forma de minimizar os impactos negativos causados pela ineficiência da mobilidade urbana. Se- gundo Roberto Pavan, Supervisor de Marketing do Produto Ônibus da montadora, mais de 35% das pessoas que se locomovem pelas vias urbanas andam a pé, um número que surpreende, pois é maior até mesmo que o apresentado pelo transporte público, absorvendo 29,4% do total. “Se conseguirmos trazer esse montante para usufruir do transporte, os operadores e nós fabricantes de ônibus temos muito a ganhar com isso”, adiantou. Contudo, ele chamou a atenção para o fato do transporte particular receber investimentos em detrimento ao modal coletivo, com projetos e Fotos - Divulgação / NTU onsiderado, na visão de quem apóia o transporte de passageiros sobre pneus, como uma solução imediata para os problemas da mobilidade urbana nas médias e grandes concentrações urbanas do Brasil, o sistema que envolve o emprego de vias segregadas, ônibus maiores, cobrança das tarifas externamente aos veículos, rapidez, conforto e outros aspectos que formam o conceito do BRT, recebeu a devida atenção por parte das montadoras brasileiras de chassis de ônibus urbanos, antevendo consideráveis volumes de comercialização dentro dos próximos a- OUT 2010 12 Seminário da NTU - montadoras obras beneficiando apenas a circulação de automóveis. “Se fizermos uma comparação nas mudanças da distribuição da população brasileira por classe social, poderemos ver que houve uma migração das classes D e E para a classe C, em 2008, e isso representa um aumento de renda, com conseqüências no aumento do transporte individual e não pela procura do transporte público”, explicou Pavan. E o tempo médio dos deslocamentos tende a crescer de forma significativa, o que representa que perdemos uma média de uma hora ao dia em nossas vidas apenas para irmos e voltarmos ao trabalho (nas capitais). “Deve ser levar em questão que um ônibus substitui 40 automóveis e emite 18 vezes menos poluição. Se pensarmos então em BRT, podemos alcançar desempenhos superiores se comparado com os sistemas comuns, com vantagens no tempo de espera, no tempo de embarque, no percurso e na velocidade dos veículos. Outro detalhe é que em uma operação, um ônibus passa 2/3 em marcha lenta. Com a implantação dos sistemas rápidos, isso muda radicalmente”. Para Gustavo Rossi Nogueira, coordenador de BRT da Mercedes-Benz, há que se incrementar a qualidade do transporte realizado pelo ônibus nas cidades brasileiras. Além dos veículos e serviços disponibilizados pela montadora, ele também enfatizou o uso de combustíveis OUT 2010 renováveis como forma de completar o conceito BRT, buscando atender todo o quesito sustentável que o sistema possa proporcionar. “Pelo mundo oferecemos opções de veículos propulsionados pelo gás natural, com tração híbrida e até com o hidrogênio, em sua segunda geração, comercial. Por aqui estamos muito entusiasmados no momento com o óleo diesel verde, aquele feito da cana-de-açúcar”, disse Rossi. O executivo da Mercedes-Benz explicou que o diesel ecológico é produzido por uma enzima (que anteriormente tinha propósito medicinal) no processo de fermentação do suco da cana, tendo como resultado um combustível com caracterização semelhante ao diesel comum. “Em sua configuração não há a presença de água, algo muito importante ao bloco diesel e na questão lubricidade. A grande vantagem é poder utilizar o novo diesel em qualquer motor, atual ou não, com redução dos níveis das emissões poluentes”, mostrou Rossi. Euclides Castro – gerente comercial da Volvo do Brasil, garantiu que BRT precisa ter em sua essência uma velocidade comercial alta, pois as pessoas que utilizam um sistema de ônibus querem chegar o mais rápido aos seus destinos finais. “O passageiro deseja rapidez para chegar ao trabalho ou em sua casa. Para os operadores, os veículos que desenvolvem maior velocidade, o custo operacional 13 acaba reduzido. Como exemplo, posso citar que um ônibus articulado em operação comum apresenta uma velocidade de 16 km/h, fazendo 1,37 km por litro. Já no BRT, com velocidade de 21 km/h, o veículo desenvolve 1,62 km por litro, representando uma economia de 15% no consumo de combustível”, destacou Castro. Ele também citou que ao implantar os sistemas rápidos de ônibus deve-se levar em conta cinco elementos básicos – vias exclusivas, cobrança de tarifa nas estações, veículos maiores, rapidez e acessibilidade. Neste último item, o executivo da Volvo enfatizou os ônibus com piso baixo para melhorar ainda mais a eficiência de um sistema que não possui as características principais de um BRT, mas que permite o aumento da velocidade comercial. Fechando o ciclo de expositores no painel de BRT, Wilson Pereira, gerente de vendas de Ônibus da Scania do Brasil, destacou as inúmeras oportunidades de projetos de BRT que se apresentarão ao setor nos próximos anos. Com um leque de produtos que cobrem todas as faixas na concepção dos sistemas rápidos de ônibus, ele revelou que a percepção pública da qualidade das soluções a serem implantadas influenciará por muitos anos a viabilidade do modal rodoviário no país. Pereira ainda destacou a experiência da montadora com os combustíveis renováveis, no caso o biodiesel B100 que é utilizado em Curitiba e do etanol, com larga operação na Suécia e com duas unidades rodando aqui no Brasil e que podem se enquadrar ao termo do BRT. “O etanol diminui 80% dos gases de efeito estufa. A opção pelo combustível representa uma crença de valores da Scania para reduzir as emissões poluentes dos veículos urbanos. Acima de tudo, temos que respeitar o preceito que defenda a saúde pública, atendendo as normas e regras ambientais, não só na Europa, mas no Brasil e na América Latina”, disse. Fotos - Divulgação Montadoras Mercedes-Benz marca presença em Seminário da NTU Montadora levou à Brasília produtos e assessoria especializada em sistemas BRT (Bus Rapid Transit) C om a participação no seminário da NTU 2010, a Mercedes-Benz demonstrou aos operadores e gestores o seu conhecimento e experiência mundial e local para a implantação dos sistemas BRT. A marca está presente hoje em todos os principais BRTs no mundo, como os de São Paulo e Curitiba no Brasil, Bogotá na Colômbia, Santiago do Chile, México, Turquia e África do Sul. Os sistemas desses países figuram entre os que mais transportam passageiros por ônibus urbanos no mundo. Segundo a marca, sua gama de chassis atende a todas as demandas dos sistemas de transporte de passageiros, como o BRT. A marca oferece desde veículos articulados dos corredores exclusivos até ônibus convencionais e microônibus das linhas alimentadoras e distribuidoras, que interligam os bairros, compondo o sistema integrado. “A grande maioria das 12 cidades que receberão os jogos da OUT 2010 Copa já optou pelo sistema BRT. Elas se apoiam em vantagens como custos de implantação até dez vezes menores e um prazo até 2/3 menor em comparação com outros modais, como trem e metrô, para transportar a mesma quantidade de passageiros”, disse Gustavo Nogueira, especialista em Sistemas BRT da área de Marketing de Produto – Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. A Mercedes-Benz também expôs o seu avançado chassi O 500 U Low Entry, veículo para transporte de grande volume de passageiros nas operações em corredores de ônibus e em linhas troncais, que fazem a ligação entre terminais de integração e principais vias de trânsito. O modelo O 500 U possui piso baixo, o que permite agilidade, facilidade e segurança em embarque e desembarque dos passageiros. Ele também vem equipado com o motor OM 906 LA com 260 cv e transmissão automática de 4 ou 6 velocidades com retarder integrado. 14 ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Montadoras 2 Scania cria divisão de BRT Chassi K310 8x2 para encarroçamento com 20,30 metros de comprimento. Produto Scania indicado ao BRT. Nova divisão chega para fortalecer a marca no mercado urbano, prevendo aquecimento nos projetos de BRT a serem implantados em cidades que serão sedes na Copa do Mundo de futebol em 2014 e no conseqüente aumento e melhorias dos sistemas urbanos em outros municípios de médio e grande porte no Brasil. O termo BRT está despertando muito interesse nas montadoras brasileiras de chassis para ônibus urbanos, provocando profundas alterações em como proporcionar melhores e adequados veículos para o transporte de massa das médias e grandes cidades do Brasil e até da América Latina, por que não? A Scania do Brasil é mais um exemplo desse despertar. Criou recentemente sua divisão para tratar exclusivamente do assunto transporte urbano com ênfase aos sistemas BRT (Bus Rapid Transit). O intuito é aumentar sua participação no mercado de chassis pesados, acima de 16 toneladas, não só do Brasil, mas OUT 2010 com vistas também para toda a América Latina. E como o país sediará, dentro de alguns anos, dois eventos esportivos com importância mundial, necessitando para isso uma transformação do transporte coletivo nas cidades que receberão os jogos e as competições, nada melhor que antecipar suas ações já prevendo maior demanda por chassis com alta capacidade no transporte de passageiros. “Resolvemos criar essa área para dar foco ao ônibus pesado Scania, que engloba todos os modelos com motorização traseira, desde o Padron até a versão articulada 8x2. Criamos condições para que o mercado possa entender melhor aquilo que 16 estamos fazendo em termo de aproche de negócio, tanto para mercado de Brasil, como para o mercado latino americano”, explicou Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania do Brasil. Para dar apoio a recente divisão, a montadora chamou Cláudio de Senna Frederico, exSecretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo entre 1995 e 2001 e Secretário de Serviços e Obras do Município de São Paulo, além de ter sido o primeiro gerente de operações do Metrô de São Paulo. Ele será o consultor externo que ampliará a discussão sobre o termo BRT e seus benefícios, inserindo o nome Scania nos Montadoras 2 principais debates sobre a quali- importantes em ônibus do Brasil no Brasil temos duas unidades dade e o futuro do transporte de reverem seus conceitos sobre operando com desempenho muiurbano no Brasil. “Queremos o veículo. Com o BRT o que im- to bom”, lembrou Pereira. aproveitar a experiência do porta é o legado que fica e que Porém, a tecnologia ainda enCláudio, pois ele tem uma refe- será exemplo que pode ser es- contra uma barreira para que rência de mercado muito grande tendido para outras grandes ci- sua produção em escala ganhe no segmento de transportes. Ele dades que têm potencial para maiores contornos. Segundo o nos ajudará a mostrar aos ór- implantar os sistemas”, obser- executivo da Scania, tudo o que gãos gestores o que é mobilida- vou. Mas em se tratando de vo- é novidade acaba assustando os de urbana, quais os benefícios lumes, ele foi muito enfático ao empresários, como foi com oude um sistema BRT e do trans- afirmar que ainda não há uma tros elementos que surgiram na porte público e o que a Scania previsão de quanto o mercado cadeia transportadora no passapode oferecer em produtos e irá consumir, face aos aspectos do, como o próprio álcool como serviços, através de explanações presentes na implantação dos combustível, a motorização eleiniciais em eventos voltados pa- corredores. “Qual será o volu- trônica e outros. ra o tema”, disse Pereira. me? Difícil saber, se até as cida“Como toda tecnologia em seu A Scania também iniciou sua des envolvidas com a construção princípio, ela tem um custo maicampanha itinerante or, seja de aquisição para mostrar nas ou de consumo. Mas cidades onde serão o resultado é muito sedes da Copa de pratico quanto a não 2014 os seus produagressão ao meio tos e a idéia da diviambiente e à saúde são de BRT. O ponto pública. E o poder de partida foi o Rio público necessita de Janeiro, que podar um suporte para de conhecer um que o ônibus a etapouco mais os chasnol possa estar presis voltados para o sente em volume segmento de transcada vez maior no porte com maior transporte urbano”, capacidade, no caso enfatizou. Hoje, a os modelos K270 Scania utiliza o blo6x2 e o articulado co a etanol em seu K310 8x2, um dos chassi K270, para grandes diferenciais encarroçamento de dos produtos que 15 metros de comsão oferecidos no Wilson Pereira - Foco ao ônibus pesados e aos sistemas que mo- primento, todavia portfólio de ônibus ele também poderá dernizarão a operação do veículo. urbano no Brasil. equipar outras ver“Esse modelo é uma opção de BRT não sabem de suas de- sões, como o articulado. Esse extremamente válida e que já é mandas. Mas posso adiantar propulsor, com 270 cv de potênuma realidade em Curitiba. Sua dois fatos. Primeiro é que nossa cia, se adapta sem problema ao capacidade de transporte de capacidade produtiva pode aten- chassi maior, pois possui torque passageiros é um pouco menor der de maneira plenamente as com folga para a aplicação exigie com um custo bem menor se encomendas que surgirem e se- da. comparado a uma versão biarti- gundo, teremos sim bons voluOutro detalhe lembrado quanto culada. Nossa expectativa é am- mes de vendas”. a operação com combustível não pliar sua operação para outros E como BRT também traz em fóssil, o biodiesel B100 também mercados”, explica Wilson Perei- seu contexto a palavra sustenta- faz parte dos planos da Scania. ra. bilidade, nada melhor que pro- Operado atualmente em CuritiSeguindo na lógica que os e- mover os combustíveis renová- ba, a alternativa é tratada como ventos futuros possam trazer veis em sua operação. Nas pala- segunda opção da montadora bons negócios, o executivo enfa- vras de Wilson Pereira, o etanol em termos de sustentabilidade. tizou que o Brasil vive um mo- é um caminho coerente em se “Além do etanol, o biodiesel tem mento muito oportuno para que tratando de buscar alternativas se mostrado fundamental no algumas das grandes cidades quanto a substituição da matriz quesito para reduzir emissões. possam reformular os seus sis- energética dos ônibus urbanos. Na capital paranaense, os testes temas de transporte coletivo. “É “Acreditamos que a opção válida realizados com nossos ônibus interessante lembrar que a Copa e adequada para suceder o com- revelam resultados e desempedo Mundo e as Olimpíadas se bustível fóssil é o etanol. Há dez nhos aceitáveis e muito impormostram como grandes vetores anos nossa tecnologia foi testa- tantes. Configura-se como um ao estímulo do transporte. Che- da e comprovada, apresentando dos caminhos a seguir”, finalizou gou a vez dos mercados mais total sucesso operacional. Aqui Pereira. OUT 2010 17 Operadoras SAC - Serviço de atendimento ao cliente entrou em funcionamento Artigo reproduzido do Informativo ABRATI - Agosto 2010 O sistema tem a ABRATI como tutora e as contratações são feitas diretamente pelas associadas à prestadora dos serviços. Um dos fundamentos da decisão de montar o SAC coletivo foi a possibilidade de uniformizar procedimentos e ratear os custos de toda a estrutura, favorecendo especialmente as associadas de menor porte. OUT 2010 ção, dos números do SAC geral e do SAC para deficientes auditivos e de fala. Esses números também precisam constar no site da empresa, se houver, e no bilhete de passagem, aposto por carimbo, impresso ou mesmo por um papel anexado. As empresas integrantes do SAC deverão obter o login e a senha para estarem, em tempo real, conectadas com sua conta no SAC e aí poderem acompanhar e solucionar todos os temas que lhes forem afetos, observando os prazos fixados. Qualquer dificuldade de maior relevo junto ao SAC poderá ser resolvida com os supervisores do SAC ABRATI, que são o Marcelo Apolinário e a L u i z a , n o s e - m a i l s marcelo.apoliná[email protected] e [email protected] ou nos telefones 0xx 21 35232323 e 3523-2326. Foto - Divulgação / Itapemirim O sistema coletivo de atendimento ao cliente — SAC — do setor de transporte rodoviário de passageiros, que entrou em funcionamento no dia 20 de agosto, tem a ABRATI como tutora. As contratações são feitas diretamente pelas associadas junto à prestadora dos serviços. Um dos fundamentos para a montagem coletiva do serviço foi a possibilidade de uniformizar procedimentos e ratear os custos de toda a estrutura, o que favorece especialmente as associadas de menor porte. O SAC é identificado como sendo das empresas de transporte interestadual de passageiros e abrigará todas as associadas que o desejarem. A empresa terceirizada indicada para a prestação de tais serviços fica no Rio de Janeiro e tem experiência na atividade de transporte. É importante observar que, a partir de agora, não só a ANTT, mas os Procons e Decons poderão fiscalizar as empresas operadoras para verificar a existência e o correto funcionamento do SAC. Elas têm autonomia para fazer autuações nos casos em que sejam constatadas falhas. A respeito deste assunto, a ABRATI está transmitindo às empresas associadas alguns alertas relevantes, reproduzidos a seguir: Pelo curto espaço de tempo entre o cancelamento do bilhete, que será feito diretamente e na primeira chamada do usuário ao SAC, a empresa deverá ter o seu funcionário responsável pelo contato com o SAC sempre atento a esse procedimento, isso em razão de que, em apenas três horas (tempo-limite para o pedido), a empresa deverá desbloquear o bilhete cancelado para que o assento possa ser vendido em tempo hábil a outro usuário. É imprescindível que os veículos tenham o adesivo com a indicação, conforme determina a Resolu- 18 Internacional Futura o rodoviário de vanguarda A holandesa VDL Bus & Coach revela ao mercado europeu o seu mais novo produto desenvolvido para o transporte rodoviário de passageiros. seira, o desenho das lanternas também segue o padrão de novidade encontrado na frente, além das linhas singulares do pára-choque. O acabamento aerodinâmico é outro fator evidenciado na construção do Futura, o que reforça na economia de combustível. As laterais estão divididas pela uma generosa linha horizontal que diferencia a área do salão de passageiros dos bagageiros externos. Internamente, o novo modelo conta com uma nova geração de poltronas, com três tipos - Class 100/300/500, cada um adequado para cada tipo de operação, seja em rotas de curtas distâncias, como naquelas que necessitam de maior conforto. A climatização foi pensada para proporcionar melhor comodidade aos passageiros, com funcionamento silencioso e sem produzir correntes de ar. Destaque também para todo o material de acabamento das A gama total do Futura terá diferentes versões, entre 12,20 metros (4x2) e 14,80 metros (6x2) de comprimento. OUT 2010 19 peças, onde as cores e as padronagens possuem tons com sofisticação e harmonia. Para o motorista, foi determinado que seu espaço teria que oferecer conforto, satisfação e segurança durante o trajeto. São muitas as vantagens disponibilizadas, a começar pelo projeto baseado nos mais modernos conceitos de ergonomia concedendo facilidade no alcance a todos os recursos do painel de instrumentos. A propulsão do novo Futura leva a marca DAF. São motores Euro 5, seis cilindros, das séries PR e MX com potência variando entre 361 cv e 410 cv. A transmissão é da ZF, AsTronic automatizada. Outro detalhe é que o modelo vem com sistema eletrônico de estabilidade, com controle do veículo nas manobras inesperadas e também com os freios eletrônicos EBS. Fotos - Divulgação VDL Bus & Coach U m conceito onde as linhas determinam arrojo e rapidez, mesclados aos detalhes inovadores que enfatizam na carroçaria o visual de última geração. É o que a holandesa VDL Bus & Coach imprimiu em seu mais novo ônibus estradeiro, o Futura, para o segmento europeu, seja em linhas regulares ou nos serviços de turismo. De acordo com a montadora, serão duas versões iniciais oferecidas – com dois eixos e 12,9 metros de comprimento ou três eixos, com comprimento de 13,9 metros. A área de criação da VDL dedicou especial atenção aos elementos construtivos que harmonizam a operação, tanto na forma comercial, como nos aspectos de conforto e segurança. Por fora, o design atraente, a começar por seu inovador conjunto óptico frontal, com aparência moderna, agregado ao párachoque em estilo único. Na tra- IAA 2010 Scania destaca na IAA 2010 sua tecnologia urbana Durante a IAA, maior feira mundial voltada para o mercado de veículos comerciais realizada em setembro passado na cidade alemã de Hannover, a Scania expôs sua nova linha de motores a gás natural e o modelo de ônibus urbano OmniLink com estrutura total em alumínio. OUT 2010 bustão. Outro detalhe é que os motores, com duas opções de potências (270 cv e 305 cv), contam com ferramentas de diagnóstico de falhas, facilitando a localização de problemas técnicos caso venham ocorrer. O armazenamento do gás se dá através de 4 depósitos de alumínio com capacidade para 1.280 litros, montados no teto, na linha do eixo dianteiro para otimizar a distribuição do peso do veículo, dão autonomia ao veículo de 500 km. Em caso de colisão, um sensor promove o fechamento de todos os depósitos e da alimentação do gás ao motor. Redução de peso São duas as linhas de ônibus Scania desenvolvidos especialmente para o mercado da Euro- pa. As gamas OmniCity e OmniLink são compostas por versões que trazem muita segurança e conforto nas operações urbanas. Estão disponibilizadas em comprimentos que variam de 12 metros até 18 metros, no caso, a versão articulada. Possuem piso baixo, ampla área envidraçada e disponibilidade de configurações internas de acordo com as necessidades dos operadores. A propulsão se dá por motores a diesel, biodiesel, gás natural e pelo etanol. Um aspecto inovador é a utilização do alumínio na construção das carroçarias, promovendo uma grande redução do peso total, com conseqüências positivas no custo operacional dos veículos, e na possibilidade de reciclagem dos componentes, o que re fo rç a o c o n c e it o ambiental. Fotos - Divulgação / Scania D ois destaques da Scania voltados para o segmento de transporte urbano de passageiros estiveram presentes na IAA 2010. Pode-se considerar que os produtos expostos representam de forma significativa a proposta da montadora em promover a sustentabilidade em veículos comerciais para o mercado europeu. No primeiro caso, a marca revelou a sua nova geração de motores (Euro 5 e EEV) a gás natural, que também pode funcionar com o biogás. Os novos blocos, para equipar os seus modelos integrais de ônibus - de 12 a 18 metros de comprimento e também os chassis, oferecem características similares aos de propulsão a diesel e possuem desenho modular, com suporte de peças, serviços, economia operacional e larga vida útil. Segundo a montadora sueca, a nova plataforma de motores a gás chegam adaptados às necessidades dos ônibus urbanos, com um completo sistema de alimentação e armazenamento de combustível desenvolvido por sua engenharia. Dentro da arquitetura dos novos propulsores com o combustível alternativo, foi utilizada a base do motor com 5 cilindros e 9 litros a diesel, porém com algumas modificações que incluem um sistema de injeção de gás no coletor de admissão especialmente adaptado, pistões de baixa compressão adequados para o ciclo Otto, a utilização de um pequeno turbocompressor que auxiliará nas variações de velocidades e uma sonda Lambda que regula a com- Duas opções de potência oferecidas - 270 cv (torque de 1.100 Nm) ou 305 cv (torque de 1.250 Nm) 20 IAA 2010 Marcopolo na IAA 2010 Encarroçadora gaúcha participou pela primeira vez de um edição da IAA, Salão Internacional de Veículos Comerciais 2010. E m conjunto com a Man Latin America, a Marcopolo participou neste ano do Salão Internacional de Veículos Comerciais na cidade alemã de Hannover, expondo sobre um chassi Volksbus 18.320 EOT o seu modelo de carroçaria rodoviária Paradiso 1200 G7. Ruben Bisi, diretor de Estratégia e Marketing da encarroçadora, destacou a oportunidade da importante exposição, com alcance mundial, para mostrar um dos principais produtos do portfólio da Marcopolo. "Aproveitamos a participação na maior feira internacional do segmento para apresentar o nosso último lançamento. Os modelos de ônibus rodoviários da Geração 7 possuem os mais altos padrões de qualidade e inovações tecnológicas. A parceria com a MAN Latin America é mui- to importante e permitiu que apresentássemos um produto desenvolvido 100% no Brasil”, disse. O Paradiso 1200 mostrado na IAA destacou-se pelo conjunto óptico, com lanternas e sinalizadores de direção com LEDs, e pelos dois acessos para o salão de passageiros, um frontal e outro no meio do veículo. O modelo estava equipado com 36 poltronas executivas, mais largas (1.060mm), e maior altura i n t e r n a (1.930mm), o que, segundo a Marcopolo, proporciona melhor acomodação do ocupante. Quanto ao mercado, a Marcopolo estima crescimento em 2010 de 37% em relação a 2009 e receita líquida de R$ 2,8 bilhões, contra R$ 2,057 bilhões, no ano passado. De acordo com ela, sua produção prevê bater na casa das 26.500 unidades produzidas. Fotos - Divulgação O urbano da Mercedes-Benz A montadora alemã Mercedes-Benz mostrou na IAA o seu modelo urbano Citaro, com mais de 30.000 unidades produzidas. Disponibilizado em variadas verOUT 2010 sões e comprimentos, o veículo se destacou no salão de Hannover por estar configurado com a tração híbrida (células a combustível / eletricidade) FuelCELL Hybrid. O modelo exposto 21 representa a terceira geração dos ônibus Mercedes-Benz dotados com tecnologia. De acordo com a montadora, é no teto do veículo que estão localizados os equipamentos tecnológicos do sistema a hidrogênio. Lá estão instalados os cilindros para armazenar 35kg de hidrogênio, as baterias de lítio e os dois sistema de célula a combustível. Ainda pelo lado da redução dos índices de poluição, a marca alemã demonstrou com o seu modelo Citaro medidas na motorização a diesel (BlueTec) sem filtros de partícula, para atender aos requisitos da norma EEV. Segundo informações da fabricante, são muitas as vantagens, como o menor consumo de combustível, o reduzido nível de emissões de CO2 e menores custos de manutenção. Combustíveis Um ano de B100 Curitiba comemora um ano de pioneirismo no programa de uso do biodiesel B100 em parte de sua frota na Linha Verde. P ioneirismo é uma palavra que está mesmo associada à Curitiba quando o assunto é transporte coletivo. Além de lançar a ideia e as bases para o primeiro sistema brasileiro de BRT (Bus Rapid Transit) e que alçou vôo pelo mundo, sendo considerado atualmente em muitas cidades como um ponto atrativo e com custos reduzidos de implantação e operação no transporte público, a cidade também se destaca por manter um inovador programa que consiste na utilização de biocombustível em seus ônibus. Em agosto do ano passado, a capital paranaense deu a largada oficial para a operação de ônibus como o biodiesel sem mistura nenhuma do diesel convencional. E até então a recente Linha Verde, o mais novo sistema BRT da cidade, entrava para a história como o primeiro corredor estruturado do país a testar o uso de 100% de biodiesel em OUT 2010 seus veículos. É lá que operam seis unidades de articulados (três da Scania e outros três da Volvo) com motores movidos pelo B100 proveniente da soja. Eles começaram rodando cerca de 2.500 quilômetros por mês. Em julho de 2010, a quilometragem passou para 10 mil quilômetros. Em agosto passado, essa quilometragem atingiu a marca de 60 mil por mês, um aumento de 233% desde o início das operações. “O aumento da quilometragem foi necessário para se verificar, em efeito comparativo normal aos outros ônibus, a performance do veículo em período integral, como dizemos aqui, em tabela cheia, na qual podemos avaliar toda a operação em um maior tempo de utilização”, adiantou Elcio Karas, gerente da Área de Inspeção e Cadastro do Transporte Coletivo da URBS (Urbanização de Curitiba). A Agência Nacional do Petróleo 22 (ANP) também autorizou a gerenciadora do transporte curitibano a aumentar a quantidade de biocombustível para os testes. Agora, cada empresa parceira do programa – Auto Viação Redentor e Viação Cidade Sorriso - tem direito a 50 mil litros de B100 por mês para usar nos ônibus. Antes a essa medida, a disponibilidade era de 10 mil litros por empresa. No quesito custo operacional do B100, Karas revelou que os veículos que utilizam o combustível alternativo apresentam um aumento no consumo por quilômetro de 2% em relação ao diesel convencional. Já o valor de aquisição da matéria prima é R$ 0,45 mais alto que o diesel comum, porém mais barato que o comercializado pelos leilões da ANP. “Tudo o que vem para substituir o diesel por combustíveis renováveis, apresenta uma tendência de ter um preço maior. No exemplo de Curitiba com Combustíveis los resultados que até agora foram apresentados, quanto a qualidade do biodiesel e dos índices de emissões. Entendemos que numa escala maior, seja em produção e no fornecimento do biodiesel, a nível nacional, como também em isenção tributária que o próprio Governo Federal poderia aplicar para o fomento ao combustível, o B100 pode se tornar muito competitivo ao diesel comum”, disse Karas. Segundo o executivo, a URBS recebe mensalmente muitas visitas de órgãos ligados ao transporte interessados no projeto do B100, sejam aqui do Brasil e até de outros países. O programa do B100 curitibano tem até agosto de 2011 para terminar a fase de testes, apresentando todas as validações dos resultados obtidos pelos parceiros do projeto. Após isso, na própria Linha Verde, serão operados 11 ônibus com o B100. Porém em 2012, 140 veículos da frota curitibana deverão estar rodando com o combustível renovável. “Os testes da Linha Verde serão subsídios técnicos para que outros ônibus da frota municipal possam estar com o biodiesel em seus tanques”, contou Karas. Testes de Opacidade Além da busca por combustíveis alternativos que sejam utilizados de forma comercial nos ônibus curitibanos, toda a frota do Sistema de Transporte Coletivo cidade e também da Região Metropolitana têm a emissão dos poluentes de seus motores constantemente monitorada por duas equipes técnicas da Área de Inspeção e Cadastro do Transporte Coletivo da URBS. Conhecido por teste de opacidade, que mede os índices de emissões expelidas pelos ônibus, o procedimento é realizado a partir de uma sonda instalada no escapamento do ônibus. De acordo com informações da gerenciadora, com o veículo parado, são realizadas dez acelerações seguidas, das quais as três primeiras são desprezadas para a limpeza da câmara. Recentemente foram feitos testes com os ônibus que utilizam o B100. Para Élcio Karas, os valores registrados durante as medições, mostram que a frota está calibrada, registrando números muito abaixo dos estabelecidos, considerados excelentes. “Em Curitiba esse trabalho é contínuo, diário, e abrange toda a frota de ônibus que atende a capital e cidades vizinhas, que tem como objetivo garantir a boa qualidade de vida da população e também do sistema”, finalizou Karas. Com o uso do biodiesel B100, conseguiu-se uma redução de 25% da opacidade (fumaça preta) e outros 30% do monóxido de carbono. OUT 2010 23 Fotos - Prefeitura de Curitiba o biodiesel, temos que levar em conta o seu transporte e sua distribuição/abastecimento, mas também há o envolvimento da empresa que produz o combustível com o projeto da URBS. Então conseguimos o valor de R$ 2,20 por litro”, explica do executivo. Quanto a desempenho dos veículos, Karas esclareceu que há uma perda de 5% na potência, algo que não é percebido pelos próprios motoristas dos ônibus. Outro detalhe na operação é que os modelos que rodam com o combustível vieram preparados de fábrica para a integralidade dos testes, sendo aptos para os 100% de biodiesel. Algumas fabricantes brasileiras de motores já realizaram testes com até 50% de biodiesel, porém 100% é algo inédito nessa alternativa, representando um significativo salto tecnológico que abre reais possibilidades para a substituição do petróleo em médio prazo. Segundo a URBS, todos os veículos são monitorados sob os mesmos aspectos para análise comparativa direta de resultados da manutenção entre o uso do combustível alternativo e o óleo diesel. “Acreditamos nesse projeto pe- Mercado externo Cidade do Panamá compra 1.000 chassis Volvo O operador do transporte coletivo da Cidade do Panamá, consórcio Transmassivo, adquiriu 1.000 chassis Volvo para sua operação em toda a capital do Panamá, que possui mais de um milhão de habitantes. O modelo escolhido foi o B7R LE (piso baixo), que receberá caixa automática, ABS e EBS, ar condicionado, freios a disco e suspensão eletrônica – um avançado sistema que rebaixa a lateral do ônibus para facilitar o embarque e o desembarque de passageiros. De acordo com Euclides Castro, gerente de ônibus urbanos da Volvo Bus Latin America, o estreito relacionamento com o cliente e o fato da montadora participar do projeto como um todo desde o início foram muito importantes para mais essa conquista. Na visão do executivo, a escolha pelo chassi B7R LE promove maior velocidade comercial no sistema de transporte. “Cerca de 1/3 do tempo de operação de um ônibus urbano é dedicado ao embarque e desembarque de passageiros. Se a opção recai por veículos com piso baixo e portas amplas há um ganho considerável na velocidade comercial. Fizemos um estudo em Guadalajara (México) com ônibus de piso baixo (Low Entry) em uma operação percorrendo 27 km pela cidade. Conseguimos retirar um veículo em função da maior velocidade conseguida com o uso dessa configuração”. Ainda, segundo Castro, um chassi com piso baixo tem um valor um pouco mais alto que um modelo convencional, contudo, representa benefícios ao operador e ao sistema muito interessantes. Allison na Colômbia OUT 2010 e, gradativamente, os objetivos pretendidos foram sendo alcançados. “Além dos ajustes nos „pacotes‟ de mudanças de marchas das transmissões, a entrada do sistema de acionamento do retarder foi outro ponto em que os técnicos brasileiros se concentraram para obter um melhor rendimento do conjunto. Toda a aplicação foi minuciosamente analisada e as calibragens foram sendo ajustadas até se obter um ponto ótimo na equação desempenho/consumo de combustível”, destacou João Renda, gerente da Allison Transmission para os Países Andinos, América Central e Caribe. É a primeira venda de transmissões automáticas da marca Allison para sistemas BRT na Colômbia. A operadora Unimetro projeta ter até 2011 cerca de 100 ônibus. Segundo a marca, também existem planos das autoridades colombianas que 24 apontam para a modernização e a racionalização dos transportes em todo o País. Isso inclui aproximadamente mais duas mil unidades de ônibus na versão Padron e o mesmo número de transmissões automáticas. “É importante salientar que por uma diretriz governamental os modelos Padron que circulam pelos corredores também têm, necessariamente, que se utilizar de transmissões automáticas. Esse é o prenúncio de que as atuais atividades da Allison na Colômbia são, apenas, o início de uma longa e profícua parceria”, disse João Renda. Fotos - Divulgação A cidade de Cali possui um dos mais recentes sistemas de BRT implantados na Colômbia, país que adotou o modelo de transporte como plataforma para resolver seus problemas de mobilidade e também na questão ambiental. E é por lá que estão operando 51 ônibus na versão Padron com mecânica International e transmissão automática Allison Transmission da Série B300R. De acordo com a fabricante, quando esse primeiro lote de 51 unidades começou a operar no corredor rápido da cidade, ainda não existia um parâmetro definitivo de operacionalidade e eficiência. Uma equipe de técnicos brasileiros se deslocou para a Cali para acompanhar, juntamente com o distribuidor local Allison, o funcionamento dos conjuntos. As transmissões, por exemplo, estavam programadas para proporcionar maior desempenho, o que de certa forma não privilegiava o consumo de combustível. No decorrer da implantação dessa primeira fase foram experimentadas quatro diferentes programações eletrônicas de funcionamento das transmissões ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected] Lançamento Man LA reforça o conceito da acessibilidade Durante o Seminário da NTU 2010, ocorrido em Brasília, a Man LA aproveitou o momento e mostrou a nova versão do seu chassi urbano com piso baixo. E da concorrência. Antonio Cammarosano, Diretor de Vendas da Man LA, revelou que o chassi apresenta diversos benefícios com uma série de inovações, tanto pelo lado comercial (ao operador), como pela facilidade ao passageiro. “Dentre suas características, podemos destacar diversos aspectos, como o atendimento a acessibilidade universal; sua flexibilidade, pois opera em aplicações mistas (linhas alimentadoras e corredores); a maior produtividade através de portas largas e obstáculos internos minimizados que permitem maior fluxo de passageiros; investimento inicial mais acessível quando comparado a outras op- ções, como por exemplo a versão Low Floor (ou piso baixo integral) e o atendimento a todos os requisitos das normas de acessibilidade (NBR 14022) e de fabricação de ônibus urbano (NBR 15570)”, destacou. Tecnicamente, o chassi traz um novo módulo dianteiro otimizado; eixo dianteiro com novo design que permite piso interno plano, sem rampas ou obstáculos e suspensão com maior capacidade de carga, o que garante maior capacidade de passageiros e aumento na vida útil de seus componentes; e sistema eletrônico de elevação e ajoelhamento da suspensão pneumática, promovendo acesso facilitado ao veículo e transposição Fotos - Divulgação le não se trata de nenhuma novidade, já que estava no portfólio da montadora Man Latin America, fabricante dos ônibus Volksbus, já há algum tempo. Contudo, sofreu algumas atualizações em sua estrutura para se adaptar ao conceito do transporte acessível, trazendo ainda a experiência da montadora na produção de ônibus. A nova versão do Volksbus 17.260 EOT LE (configurado com o piso baixo até o módulo central do chassi) é, segundo a marca, o mais adequado para atender as novas exigências de acessibilidade para passageiros urbanos, oferecendo vantagens competitivas em relação aos outros modelos OUT 2010 26 Lançamento O chassi 17.260 EOT LE configura-se como um exemplo de modernidade ao ônibus urbano. Além de possuir motor traseiro e suspensão pneumática, traz também o conceito de piso baixo, o que deveria ser regra em toda a operação urbana, promovendo assim acessibilidade universal. de obstáculos durante a operação. Ainda, em sua configuração, o 17.260 EOT Low Entry é equipado com motor traseiro de 260 cv de potência e pode receber carroçarias com comprimento entre 12 e 13,2 metros, além de ser oferecido na versão V-Tronic, que é o câmbio de acionamento mecânico, mas sem alavanca de mudança de marchas e sem o pedal de embreagem, garantindo menor estresse e cansaço ao condutor e maior conforto à passageiros. Contudo, apesar de estar equipado com diversos elementos que propiciam à operação urbana comodidade e disposição de acesso sem barreiras, o modelo ainda irá encontrar no cenário brasileiro duas questões que limitam sua utilização em larga escala, que é a ausência de vias adequadas nas cidades e a competição com outra versão de chassi, convencional com piso alto e motor dianteiro. Para Cammarosano, esses desafios poderão ser atendidos pelos grandes eventos programados para o Brasil nos próximos anos, diga-se Copa do Mundo 2014 e Olímpiadas 2016, que trarão mudanças significativas ao transporte público de passageiOUT 2010 ro, bem como o latinoamericano. Para ele o objetivo da marca é, em médio prazo, participar do segmento ônibus com produtos para todos os tipos de aplicação. “O portifólio de produtos que dispomos na Europa é muito grande, porém a produção de modelos aqui no Brasil ainda depende de alguns estudos de viabilidade técnica e financeira. O BRT é uma tendência e estamos nos preparando para participar desse nicho. Estamos desenvolvendo duas opções, uma nacional e outra importada, analisando dados de desempenho para enfim decidir por alguma das opções. O que podemos garantir é que nos próximos anos agraciaremos o segmento de ônibus com grandes novidades”, adiantou. Perguntado sobre a utilização de combustíveis alternativos em ônibus urbanos, como o gás natural, por exemplo, o executivo mostrou que a Man LA tem uma política que consiste em planejar novos desenvolvimentos dentro da cadeia de um transporte que não utilize apenas o diesel como matriz energética, mas sim pensando nas demais possibilidades, como é o caso do gás. “O gás natural é uma das fontes que serão utilizadas como alternativa para os próximos anos, principalmente impulsionada pela oferta crescente do produto. Porém as informações estão muito embrionárias para podermos divulgá-las”, finalizou. ros. “O veículo com Piso Baixo é uma das opções de tecnologia que deve ser bastante utilizada e acreditamos que seja a melhor opção tanto durante os eventos como também na fase pósevento, onde sabemos que a demanda de passageiros cairá. Além disso, os efeitos desses grandes eventos devem ser benéficos também para as cidades do interior do país. Essas cidades deverão estar preparadas, pois os públicos desses grandes eventos ficarão, em muitos casos, hospedados nas cidades ao redor das cidades-sedes”, explicou o executivo. “Nossa expec- Características técnicas 17.260 EOT LE (mm) tativa é vender uma média de 40% do volume Entre eixos - 6.720 total desse veícu- Comprimento - 12.787 Suspensão dianteira- Pneumática com 2 bolsões de lo”. Quanto ao futu- ar, válvula niveladora de altura, amortecedores hidráuro, em se tratan- licos, 2 molas parabólicas e barra estabilizadora. Suspensão traseira- Pneumática com 2 bolsões de ar, do de novos proválvula niveladora de altura, amortecedores hidráulicos, dutos, Cammaro- 2 molas tensoras e barra Panhard. sano revelou que Motor - MWM 6.12 TCAE o leque de chas- Potência- 260cv (191 KW) @ 2.500 rpm sis pesados da Torque- 900Nm (92 mkgf) @ 1.300 – 1.900 rpm Man LA tende a Transmissão - ZF 6AS 1010 BO aumentar com a Tipo- Automatizada com seis velocidades sincronizadas chegada de ouFonte - Man Latin America tros produtos destinados ao mercado brasilei27 Fotos - Jorge dos Santos / Fetranspor Transporte urbano Rio de Janeiro reformula seu sistema de ônibus H á muito tempo a qualidade dos serviços de ônibus urbanos do Rio de Janeiro vem sofrendo críticas por não promover qualidade, nem sequer realizar alterações para que sua imagem possa se transformar perante ao usuário. Porém isso tende a ser coisa do passado. Um primeiro passo para modificar esse conceito negativo foi dado pela autoridade municipal do transporte, a Secretaria Municipal de Transportes, que realizou a licitação dos serviços para definir os novos rumos do setor. Na prática, a cidade será dividida em cinco regiões, onde operarão quatro consórcios (ver box) compostos de 40 empresas OUT 2010 O objetivo principal é melhorar e modernizar todo o transporte realizado por ônibus urbanos na capital fluminense, oferecendo ao passageiro a qualidade tão ensejada. que terão 20 anos de contrato para explorar o transporte, a começar em 30 de outubro. Outra novidade refere-se a um layout específico para as regiões, com cores que diferenciarão a atuação dos consórcios. A licitação pretende, segundo informações da municipalidade, determinar uma transformação significativa no transporte feito por ônibus, com ênfase ao usuário e ao ambiente da cidade, traçando um novo conceito em mobilidade e colocar em vigor um novo formato na cobrança de passagens, com a instituição do bilhete único. No processo de concorrência pública, a briga parecia ganhar uma configuração especial, pois 28 além das operadoras cariocas, algumas empresas de fora do Rio de Janeiro e até da Argentina e da França se interessaram pelo certame, porém quem abocanhou toda a rede foi a maioria das empresas que já atuavam na cidade. Para o Secretário Municipal de Transportes, Alexandre Sansão, as empresas de ônibus terão status de concessionárias, com obrigações legais e passíveis de penas por parte do poder concedente em caso de descumprimento de regras. “Maus serviços prestados, por exemplo, poderão levar até a anulação da concessão. Para aumentarmos nosso poder de fiscalização, a Secretaria de Transportes está cri- Transporte urbano ando o novo Código Disciplinar do Serviço Público de Transporte de Passageiros por Ônibus, que prevê penas mais rígidas aos operadores”, destacou. De acordo com o órgão gerenciador, as primeiras mudanças que logo serão vistas pelos usuários são a nova identidade visual da frota, padronizada de acordo com a área em operação; o uso de GPS para monitoramento da frota e a utilização de dispositivos de segurança, como câmeras de vídeo e tacógrafos eletrônicos. Na área de infraestrutura está prevista a remodelação dos terminais urbanos, com a instalação de sanitários nos pontos finais e equipamentos de segurança. Além disso, toda a frota de ônibus será renovada até 2016. Em se tratando de arrecadação do sistema, a partir de 30 de outubro haverá a modalidade de integração tarifária através do Bilhete Único Carioca, com valor de R$ 2,40, onde o passageiro poderá utilizar, num prazo de até 2 horas, mais de um condução pagando apenas uma passagem, o que nas palavras do sec re t á ri o de t ra n s p o rt e s , “significa uma promoção social aos que moram mais longe do trabalham, que ganham menos e que necessitam tomar mais de um ônibus”. Porém, o benefício atende apenas aos ônibus sem ar condicionado, que de certa forma chega a ser uma incongruência em uma cidade que tem altas temperaturas quase o ano inteiro e que poderia propiciar um pouco mais de conforto aos usuários do sistema. ção e informação vinculadas em Outra questão que se pretende pontos de paradas e terminais, alcançar com o novo sistema é a mostrando todo o detalhamento redução do número de ônibus de linhas e da operação. em determinadas vias e o aumento, na proporção exigida, BRT em outras localidades, que atualmente sentem a carência de Pelo lado dos empresários, mais veículos operando. Cláudio Callak, representante do O presidente da Rio Ônibus consórcio Intersul, revelou que a (entidade que congrega as ope- partir de agora haverá uma meradoras), Lélis Marcos Teixeira, lhoria na qualidade do transporestá otimista quanto ao início te municipal, significando, com das novas operações. “O novo as assinaturas do contrato, um sistema é um ganho muito gran- momento histórico para toda a de à toda população carioca. cidade. “Acredito que a partir Estamos conscientes que vamos desse momento teremos mais mudar para melhor, proporcio- segurança para investirmos na nando ainda uma economia ao modernidade do transporte. usuário pelos benefícios do Bi- Com isso os serviços que prestalhete Único”, comentou. mos tenderão a melhorar em E nos embalos das modifica- muito para atender nosso anseições do sistema, ainda há espa- os e o da população que utiliza ço para proporcionar um novo os ônibus do Rio”, disse Callak. jeito de se relacionar com o cliOutra novidade que caminha ente, que nesse caso são os para ser o grande auxílio ao passageiros. Segundo as pre- transporte carioca, será a immissas que regem os deveres plantação de três sistemas de dos consórcios, a capacitação BRT (Bus Rapid Transit) até dos profissionais envolvidos com 2016, quando a cidade sediará o transporte figura-se como fun- os Jogos Olímpicos. Os sistemas damental para que a imagem do Transcarioca, Transolímpico e setor seja a mais positiva. Moto- Transoeste serão operados pelos ristas e cobradores receberão concessionários das regiões por ensinamento de línguas estran- onde as vias correrem. A idéia é geiras - inglês e espanhol, além que sejam colocados em operade orientações em relações hu- ção 600 ônibus articulados para manas, direção defensiva e pri- atender a demanda dos meiros socorros. sistemas segregados. O marketing A cidade dividida também será um tema difundido com a re- O Rio de Janeiro foi dividido em 5 regiões (chamadas modelação dos de RTRs - Rede de Transportes Regionais) pelas noserviços. Os vas diretrizes que ordenam o transporte por ônibus, p a s s a g e i r o s onde elas serão operadas por consórcios. poderão contar A Região 1 engloba o centro da cidade e suas adjacêncom comunica- cias. Não foi licitada. A Região 2 cobre a Zona Sul, grande Tijuca e Santa Tereza. Será operada pelo consórcio Intersul Transportes. Na Região 3, a Zona Norte, com exceção de Madureira e entorno, estará sob responsabilidade do consórcio Internorte. A Região 4 atinge a Zona Oeste - Barra da Tijuca e Jacarepaguá - além de Madureira e bairros próximos. O consórcio Transcarioca de Transportes tem o compromisso do transporte. A última, a Região 5, engloba os demais bairros da Zona Oeste, Bangu, Campo Grande, Santa Cruz e Realengo, sendo o consórcio Santa Cruz o mandatário. Fonte - Secretaria Municipal de Transportes (RJ) OUT 2010 29 Nostalgia Surge o Monobloco A década é O chassi era produzido na unida- mo antecessor do O 321 H, o marcada por gran- de de Gaggenau e a carroçaria primeiro monobloco produzido des transformações em Sindelfingen. Em 1951, sur- no Brasil. Seu motor era o OM nos ônibus da marca ge o que podemos chamar de 315, com seis cilindros e 145 ônibus completo. hp, montado transversalmente europeu. Logo no primeiro ano O modelo O 6600 H trazia consi- na traseira e suficiente, de acor- do período, as bases de cami- go o conceito técnico de veículo do nhões deixam de emprestar su- exclusivo para transportar pas- transportar até 50 passageiros. as clássicas formas para o trans- sageiros, equipado com motor Suas versões atendiam aos mer- porte coletivo. O modelo O 6600 diesel localizado na traseira e cados foi a última versão com motor suspensão específica para o ser- caracterizadas por melhor con- instalado fora da carroçaria. Pro- viço. A idéia dos engenheiros da forto interno, com poltronas re- veniente do caminhão L 6600 empresa era aproveitar melhor o clináveis e novo sistema de ven- (dotado com bloco de 145 hp e espaço do salão de passageiros tilação, bem como a caixa de seis cilindros), ele era configura- e eliminar ruídos internos. transmissão elétrica. do tanto para operações urba- Com 11 metros de comprimen- A carroçaria em estilo aerodinâ- nas, como para intermunicipais. to, o modelo se identificaria co- mico Mercedes-Benz no de 50 continente A primeira versão do monobloco, o O 6600 H. OUT 2010 30 com a montadora, urbanos e proporcionou para rodoviários, um visual Fotos g entil mente DaimlerBuses. cedi d as p ela Nostalgia O clássico O 321 H marcou uma época de profunda modificação nos ônibus. arrojado para a época. Em sua dade nas viagens, peso reduzido não existir modelo segmentado área frontal, agora com cabina e maior espaço nos bagageiros a época, o modelo 321 seria a- avançada, estavam três faróis, inferiores, devido a ausência de dequado para o uso rodoviário e entradas horizontais de ar para um chassi. Também foi introdu- para operações em tráfegos ur- a ventilação interior e a estrela zido um novo tipo de suspensão banos, dotado de portas largas e não mais localizada acima do no eixo dianteiro, composto por maior capacidade de transporte. radiador. O sucesso do modelo molas parabólicas, o que causou O sucesso do veículo foi tão não se limitou apenas na Alema- impacto positivo no conforto dos grande que em 1962 a Mercedes nha. Para a Argentina, a marca passageiros. -Benz passou a produzi-lo com Daimler enviou 350 unidades do A carroçaria foi concebida em um motor maior, o OM 322, de O 6600 H na configuração tróle- formas arredondadas, caracteri- 5,7 litros e 126 hp de potência. bus. zada por um corpo harmonioso A sua transmissão era composta adquirida com duas versões de compri- pela caixa sincronizada de cinco com o recém lançado O 6600 H, mento: 9,20 (36 passageiros) e marchas. Paralelamente ao mo- no ano de 1954, a unidade fabril 10,60 metros (O 321 HL – 44 delo integral foram produzidos de Mannheim, eleita a principal passageiros), incorporando ain- também chassis do O 321, ex- fábrica de ônibus da Mercedes da janelas panorâmicas que se portados para diversos países. na época, desenvolveu o consa- estendiam até a curvatura de Ao todo saíram das linhas de grado monobloco O 321 H equi- junção do teto com a lateral produção da marca alemã cerca pado com o motor OM 321 (5,1 (presentes em algumas versões de 30.000 unidades do O 321 H/ litros) de 110 hp. Esse novo veí- do veículo) e a grade frontal, HL, sendo mais de 11.000 veícu- culo, com estrutura autoportan- que integrava os faróis ao co- los embarcados para outros paí- te, apresentou melhor estabili- nhecido símbolo da estrela. Por ses. Com a OUT 2010 experiência 31 Ponto de vista * MOBILIDADE é moda, mas deveria ser lema F alar em mobilidade está na moda. Falar em BRT, termo parido de forma tão pouco científica, também está na moda. Mas fala -se muito em estrutura e pouco na questão social. Como falar em mobilidade se o governo da maior municipalidade do país restringe a circulação de ônibus que fazem serviço de fretamento de trabalhadores dentro da cidade? Como falar em mobilidade se a tarifa de ônibus nas cidades brasileiras tem, cada vez mais, representado um obstáculo à incorporação e manutenção das classes desfavorecidas como usuárias dos sistemas? Como falar em mobilidade se o incentivo ao transporte individual é cada vez maior nas cidades e a aquisição de automóveis é muito mais facilitada que a renovação das frotas de ônibus? Como falar em mobilidade se a cidade tida como exemplo de sistema de ônibus no Brasil e no mundo diminui o tamanho dos veículos em algumas linhas (e que andam lotado nos horários de pico), emperra as viagens com cobrança de tarifa pelo condutor, ao invés de se incentivar o uso do ônibus através de campanhas massivas e restrições ao transporte individual. Como falar em mobilidade se o ônibus de motor dianteiro continua sendo o mais vendido no Brasil para o segmento urbano, e até mesmo fabricantes que há alguns anos haviam desistido de oferecer em sua linha de produtos este tipo de ônibus voltam a OUT 2010 oferecê-lo como alternativa mais barata? Sendo que nenhuma tecnologia incorporada resolve o principal problema em relação a este tipo de ônibus. Desconforto para passageiro, desconforto para operadores. Antes de se falar em BRT, temos que falar em mobilidade através de uso de múltiplos meios de deslocamento e não somente o ônibus. Cabe o coletivo fretado? Sim, além de diminuir o número de veículos individuais em circulação, gerando menos poluição e mais espaço, retira do transporte público ineficiente boa parte da demanda, além de trazer mais conforto ao trabalhador. Tem-se, no entanto, que se estabelecer e fiscalizar regras com relação ao tipo de veículo e à operação minimizando possíveis problemas que este tipo de veículo, ao estacionar de forma irregular, possa causar. Cabe o coletivo? Sim, desde o micro até o articulado, cidades de pequeno, médio e grande porte devem conviver com o veículo do tipo ônibus por muitos anos. Mas as exigências aos técnicos que projetam os sistemas de transporte devem ser cada vez maiores. Os sistemas devem ser inteligentes e integrados, incentivando muito mais do que a rapidez. Apesar de haver muita evolução no transporte público em algumas cidades, em outras ainda reina um tipo de mobilidade débil com sobreposição de linhas, disputa de passageiros, sobreposição de sistemas alter32 nativos nem sempre autorizados – o transporte clandestino – e planejamentos de prazo curto e que mudam a cada nova posse de prefeito ou governador. Não se pensa de forma global e investimentos passados são enterrados nas obras que criam os modelos com a cara do novo administrador público que assumiu. BRTs já estão errados desde a sua gênese se ligados apenas seguindo a ideia desta sopa de letrinhas que virou moda. Além de rápidos, os sistemas devem ser inteligentes, porque transportar as pessoas de um canto a outro de modo rápido não é tão difícil assim. Mas transportá-las com qualidade através de veículos confortáveis, pessoal operacional bem treinado, mobilidade múltipla, harmonização dos sistemas com a cidade, sistemas de cobrança com integração com outros modais, e com valor justo às camadas mais pobres da população, é o dilema que as faculdades de engenharia não bastam para resolver. Pensar o social e não apenas a rapidez deveria ser o lema da mobilidade. Posso estar sendo apenas mais um a apontar um monte de falhas no modo como os projetos, idéias e discussões estão sendo desenvolvidos no tocante a BRTs e sistemas de maior porte. Mas, pelo menos, eu também estou seguindo a moda! * Osvaldo Teodoro Born - mantenedor do site www.omnibus.com.br. ANUNCIE www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected]