O novo Campione da Comil
Transcrição
O novo Campione da Comil
Ano 1 - Número 1 - Agosto 2010 WWW.revistaautobus.com.br O Hybridus da Agrale O novo Campione da Comil Entrevistas com Luis Carlos Pimenta da Volvo Bus LA e Marcos Isfer da ALABRT Volvo lança seu chassi 8x2 O ônibus do pós guerra E muito mais BRT peruano com gás Expediente Revista AutoBus WWW.revistaautobus.com.br Número 1 – Ano 1 Redação Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável: Luiz Neto MTB - 30420/134/59-SP Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP — 12940 630 [email protected] [email protected] 11 9832 3766 11 4412 7788 Editoriação eletrônica Antonio Feliciano Junior [email protected] Administração web WWW.wbd.com.br Circulação – setembro 2010 Opinião Um novo canal, moderno e acessível. Esta é mais uma opção para você ver e ler o conteúdo do site Revista AutoBus. Com ela poderá ter acesso simplesmente pela tela de seu computador ou ainda salvar as edições em PDF para imprimir ou deixar em seu arquivo, escolhendo a melhor forma para se inteirar do que acontece com o tema ônibus. Desta maneira a versão digital da Revista AutoBus lhe oferece um melhor acabamento, com a visualização das imagens em maior tamanho e com a qualidade editorial já encontrada pelo portal. Como entendemos que a internet continuará sendo uma parceira de outros modelos de informação, nada mais justo do que poder proporcionar ao leitor uma segunda via abordando os assuntos mais interessantes relacionados ao veículo, como história, tecnologia, lançamentos, entre outros. Empresários, entusiastas e pesquisadores poderão acessar, de modo fácil e ágil, as principais notícias do setor no Brasil e no mundo. Desta maneira ainda posso dizer que esta idéia ainda possui uma conotação sustentável, pois não utiliza a impressão normal, deixando de consumir água, tinta, papel e outros insumos na produção de revistas. Sem querer prolongar nesta conversa, pois o que vale é como se pode proporcionar uma leitura com riqueza na informação, convido a você para que viaje conosco (através deste novo projeto) e aproveite da melhor forma o que lhe é oferecido. Boa leitura. Antonio Ferro Índice 02 Opinião 1 Lançamento chassi 03 Rápidas 1 Entrevista Volvo 0 Lançamento Comil 2 BRT 0 Entrevista ALABRT 2 Panorama 1 Tecnologia 3 Nostalgia 1 Mercado 2 Rápidas Escola de Formação Profissional da Marcopolo completa 20 anos Criada em março de 1990, a Escola de Formação Profissional Marcopolo completa 20 anos de existência e em parceria com o SENAI, oferece cursos profissionalizantes para jovens em seis unidades no Brasil e exterior. São quatro em Caxias do Sul (RS), sendo uma no segmento Plásticos, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS/ETFAR), e outra em Duque de Caxias (RJ) e, desde o final de 2009, uma na Marcopolo da África do Sul, a primeira escola fora do território nacional. A EFPM é considerada parte da Fundação Marcopolo, pois propicia a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade social selecionados pela Fundação de Assistência Social de Caxias do Sul (FAS), com quem mantém convênio. Os profissionais formados pela Escola estão aptos a atuar em diferentes funções das áreas de produção, engenharia, qualidade e logística. Produção em escala Após intenso período de desenvolvimento e testes, através de provas em bancadas e operacionais em ruas e estradas, a VolvoBus anunciou o início da produção em escala de seus modelos de ônibus híbridos urbanos – chassis B5L para carroçarias com dois pavimentos e o veículo integral 7700 com 12 metros de comprimento. O sistema híbrido produzido pela Volvo promove uma redução no consumo de combustível de até 35% em tráfegos urbanos. De acordo com informações da montadora, sua tecnologia híbrida combina paralelamente o motor de combustão interna com a tração elétrica – o motor diesel se desliga automaticamente assim que o veículo parar em um ponto de embarque de passageiros, só se reiniciando após uma velocidade acima de 20 km. ―O início da produção de nossos modelos híbridos representa um passo importante na evolução dos ônibus. A oferta de veículos comercialmente viáveis no mercado europeu, além da significativa redução no consumo de diesel, das emissões de gases poluentes e pelo fato que nossa tecnologia está baseada em componentes comuns, permitirá que nossos clientes recuperem seus investimentos em curto espaço de tempo‖, revelou Håkan Karlsson, Presidente da VolvoBus. Irizar finaliza as carroçarias PB para a Reunidas Paulista Ao todo serão 40 unidades do modelo mais sofisticado produzido pela encarroçadora paulista Irizar para seu tradicional cliente no setor de transporte rodoviário de passageiros do Estado de São Paulo. 30 terão 13 metros de comprimento e outras 10 unidades estarão configuradas com 14 metros. As primeiras 16 carroçarias estão sendo finalizadas e receberam chassis Mercedes-Benz O500 RS e RSD. As versões com 13m possuem 38 poltronas leito turismo e as de 14m estão equipadas com 42 poltronas leito turismo. Todas receberão sistema de som e DVD, monitores LCD 22" (01) e 15" (02), geladeira e cabine para o motorista. As novas carroçarias trazem ainda a renovação da identidade visual da frota da Reunidas Paulista, que terá um novo design com linhas mais modernas. Estes serão os primeiros Irizar PB da transportadora paulista, que começaram a ser entregues em agosto. Nova agência de comunicação no mercado O mercado de transportes conta agora com mais uma agência de comunicação especializada no setor. A MR Comunicação Estratégica chega para oferecer às empresas serviços nas áreas de assessoria de imprensa, produção editorial (jornais internos e revistas) e comunicação digital (conteúdo para sites, newsletters, blogs e redes sociais). A MR está sob o comando do jornalista Ivo Mattos, que acumula mais de oito anos no setor de transportes, quando foi responsável pela comunicação de empresas como Eaton, DPaschoal e PricewaterhouseCoopers. Nos últimos quatro anos, Mattos esteve à frente do Caderno Ônibus, da Revista Frota&Cia. Para mais informações, acesse www.mrcomunica.com.br. 3 Rápidas Novo padrão de itinerário A partir de 1º. de agosto deste ano, todas as empresas operadoras de ônibus urbanos começaram a realizar a adequação das caixas de itinerários de seus veículos, seguindo as regras criadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O tamanho dos caracteres deverá ser, no mínimo, de 15 centímetros, com duas opções de cores - verde limão ou amarelo limão para os letreiros de pano e outras duas cores - amarelo âmbar ou branca - para os veículos que utilizam a caixa eletrônica. Caso não cumpram com o estabelecido, haverá multa e o DENATRAN poderá bloquear o licenciamento e da transferência de propriedade dos veículos irregulares, já a partir do segundo semestre. Cartilha para acessibilidade no transporte coletivo O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (SETPESP) lançou novas edições das Cartilhas Práticas de Adaptação da Acessibilidade nos ônibus rodoviários e urbanos. Editou também a terceira versão da Coletânea de Legislação relativa à aquisição e adaptações nos veículos. As publicações reúnem informações técnicas e jurídicas necessárias para tornar os ônibus acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A iniciativa visa fornecer às empresas associadas ao SETPESP um exemplo prático, sistematizado e ilustrado de como realizar, passo a passo, as alterações necessárias à promoção da acessibilidade, bem como obter a imprescindível certificação do veículo expedida pelo Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Transporte interestadual com qualidade "Coerentes com sua condição de operadoras de um dos mais modernos e eficientes sistemas de transporte rodoviário de passageiros do planeta, as empresas interestaduais continuam se dedicando à constante renovação de suas frotas, ao aperfeiçoamento dos seus processos de gestão e ao aprimoramento do seu padrão de atendimento", disse Renan Chieppe, presidente da ABRATI (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros, ao comentar sobre os investimentos das associadas em tecnologia, conforto e segurança para os passageiros. Opinião sobre BRT ―Para melhorar a mobilidade urbana nas metrópoles é necessário criar uma cultura do uso dos transportes coletivos. Isso acontece aliando a oferta de serviços de qualidade à demanda por parte do usuário. E sistema o BRT (Bus Rapid Transit) proporciona uma mobilidade rápida, aumentando a confiabilidade dos usuários nos transportes coletivos. Pela sua versatilidade, as frotas de ônibus podem ser alocadas de acordo com a demanda do transporte em uma determinada região‖, disse Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU. 4 Lançamento Imagem Divulgação Imagem Divulgação 5 ÔNIBUS AO GOSTO DO FREGUÊS Imagem Divulgação As principais encarroçadoras brasileiras têm por hábito manter uma geração de carroçaria em linha, seja ela rodoviária ou urbana, por freqüências que vão de 8 a 10 anos. Porém, a gaúcha Comil quebrou essa regra e apresentou a mais recente família Campione, cinco anos depois de ter lançado sua antecessora. O projeto prioriza a padronização de peças entre as versões. N o setor de ônibus, alguns cionando assim menor tempo parado e seu desenho. Partiu-se do conceito aspectos para se conse reduzido custo de manutenção”, disse simples, sem perder a modernidade e guir vantagens operacio Dario Ferreira, diretor comercial da funcionalidade, com linhas e aspectos nais encarroçadora. marcantes para as viagens estradeiras. são priorizados dentre os envolvidos no transporte. “O Campione apresenta ao mercado as Para o passageiro, segurança e confor- O novo Campione está diferente em tendências automotivas de qualidade e to são itens esperados ao embarcar em “detalhes” antecessora, tecnologia. Suas linhas harmoniosas um ônibus rodoviário. Já para o empre- apresentada em 2005. Desta vez, não remetem à sensação de movimento”, sário, um produto que apresente bene- se propôs uma completa ousadia em destacou Ferreira. O design da carro- da linha fícios adequados na operação, como a maior facilidade e menor custo em manutenção, além da durabilidade e qualidade. Nesse sentido prático, a Comil não poupou esforços para desenvolver a sua nova linha de carroçarias rodoviárias Campione visando o máximo de proveito comercial ao frotista, e ainda valorizando em muito os serviços executados. A renovada geração do Campione segue a filosofia do veículo desenvolvido na medida certa. “Além do design destacado e elementos de conforto e segurança, determinamos que em um ônibus as peças devem ser padronizadas para toda linha, propor- Interior com ambiente agradável para promover viagens com maior comodidade. 6 Lançamento çaria incorpora uma estética mais bagageiros e do motor. Com isso o através de suportes de alumínio injeta- clássica, com linhas retas e grande empresário dispõe de simplicidade e do (material utilizado na indústria relevância para o pára-brisa, amplo e custo de manutenção reduzido”, disse. aeronáutica) que agrega leveza e alta vistoso. O conjunto óptico e o pára-- resistência mecânica do material. -choqueem desenho harmônico e os Internamente, o salão de passageiros retrovisores avançados dão o tom conta com muitos melhoramentos para O sistema de iluminação é composto especial na área frontal dos modelos, disponibilizar comodidade, conforto e por luminárias (lâmpadas fluorescen- que possuem três versões de alturas – segurança, com peças que seguem o tes) com lentes em polipropileno, incor- 3.25, 3.45 e 3.65 metros. padrão automotivo RTM. Informações poradas ao design do porta pacotes e da Comil revelam que o isolamento luzes de cortesia, com Led´s de cor Na traseira (modular para todas as térmico acústico é realizado nas carro- azul. O novo WC possui sistema de versões), outro traço que se sobressai cerias que possuem ar-condicionado, sucção de ar que elimina a possibilida- é o conjunto que dá importância às com materiais de última geração, como de de escape de odores, além de formas equilibradas, entre as lanternas o ISOFLEX e o P.U. (Poliuretano aplacar a ergonomia, a higiene e o (com desenho retangular, composta Expandido), este além da função térmi- aproveitamento de espaços. O sistema por lâmpadas Led´s e com maior ca, é também utilizado como isolante de som e vídeo, com monitores de LCD durabilidade), a nova tampa de acesso acústico, nas regiões de compartimen- de 15 polegadas ou um de 17 polega- ao motor (mais leve, construída com to do motor traseiro. das, representa um dos muitos opcio- polímeros), o pára-choque e o vigia, nais disponibilizados para o cliente. que pode ou não receber vidro. Já as Novas cores e materiais de revesti- laterais possuem superfícies lisas, para mento das paredes e das poltronas (4 No cockpit do motorista, a atenção promover facilidade na limpeza, gene- tipos – convencional, Soft Executiva, redobrada com a ergonomia. Ofere- rosa área envidraçada e tampas de Leito Turismo e Leito – opcional Leito cendo mais conforto e funcionalidade, bagageiros com lâmpadas de Led´s. Cama, 180º.), além do teto interno, em o espaço adota um painel com todos os “Queremos oferecer um carro muito P.U.(Poliuretano) e fibra, revestido por instrumentos de fácil alcance, preser- mais atraente e que valorize as linhas filme de PVC, um material mais leve e vando dos mais diversos projetos de pintura que absorve os ruídos, permitem um direção. Os janelões do condutor são desenvolvidos pela Comil e por seus ambiente muito agradável. Os porta constituídos de ABS com Soft Touch, clientes”, comentou Ferreira. pacotes estão com desenho mais um material plástico que confere moderno. A engenharia Comil requinte e leveza ao interior do veículo. dianteira A nova carroçaria também está equipa- A estrutura do teto, segundo a enge- promoveu uma fixação da as condições seguras de nharia da encarroçadora, é dimensionada para diminuir ao máximo as vibrações e o ruído interno, sem agregar peso ao conjunto. Seu revestimento externo é em plástico reforçado com fibra de vidro. Para Ferreira, o essencial foi saber o que o mercado pede em se tratando de um rodoviário que apresente eficiência operacional. “Ouvimos nossos clientes desejam quanto ao custo benefício da carroçaria. Por conta disso proporcionamos funcionalidade, através do intercâmbio e padronização de muitas peças, como lanternas traseiras, Imagem Divulgação e colocamos em prática o que eles Posto desenvolvido dentro dos mais modernos conceitos de ergonomia. sistema óptico frontal e tampas de 7 Lançamento da com o sistema Multiplex, elemento A estrutura do novo Campione é Segundo a Comil, a estimativa de para acompanhar o desempenho dos construída em aço tubular galvanizado, comercialização do novo Campione é sistemas eletrônicos do veículo. “Desta formando fortemente muito positiva para os próximos anos, forma é possível detectar possíveis unido com o chassi através do proces- podendo chegar a 1.100 unidades ao falhas através de um display presente so MAG de soldagem. Segundo a ano. Algumas operadoras de expres- no painel em que é informado quais Comil, mesmos são, como o Expresso Embaixador, de são os erros ocorridos, possibilitando parâmetros de sua linha antecessora, Pelotas (RS) e a Viação Graciosa de assim um rápido diagnóstico e maior promovendo menor peso e grande Curitiba (PR), demonstraram satisfa- velocidade robustez, resultando em ganhos opera- ção com o projeto e já encomendaram cionais, como o menor desgaste de a carroçaria para suas respectivas pneus e consumo de combustível. frotas. de correção”, explicou Ferreira. um ela conjunto mantém os Imagem Divulgação Características técnicas Campione 3.25 Campione 3.45 Campione 3.65 Estrutura: Aço Galvanizado Entre-Eixos: 5.180 a 7.370 Posição do Motor: Dianteiro ou Traseiro Comprimento: 11.100 mm a 13.200 mm Largura: 2.600 mm Altura Interna: 1.920 mm Altura Total: 3.250 mm sem ar condicionado / 3.500 mm com ar condicionado Número de poltronas – entre 20 e 5º, dependendo do modelo de chassi, espaçamento e poltronas escolhidas. Estrutura: Aço Galvanizado Entre-Eixos: 5.890 a 7.370 Posição do Motor: Dianteiro ou Traseiro Comprimento: 12.100 mm a 14.000 mm Largura: 2.600 mm Altura Interna: 1.920 mm Altura Total: 3.450 mm sem ar condicionado / 3.650 mm com ar condicionado Número de poltronas – entre 28 e 56, dependendo do modelo de chassi, espaçamento e poltronas escolhidas. Estrutura: Aço Galvanizado Entre-Eixos: 5.890 a 7.370 Posição do Motor: Dianteiro ou Traseiro Comprimento: 12.100 mm a 14.000 mm Largura: 2.600 mm Altura Interna: 1.920 mm Altura Total: 3.650 mm sem ar condicionado / 3.850 mm com ar condicionado Número de poltronas – entre 28 e 56, dependendo do modelo de chassi, espaçamento e poltronas escolhidas 8 Entrevista Para difundir o BRT C uritiba (PR) é a cidade sede da recém criada Associação Latino Americana de BRT (ALABRT) e Sistemas Integrados de Transporte (SIT). Trata-se de um passo muito importante para a difusão em maior volume de um consagrado sistema de transporte, criado por lá, que racionaliza todo o desenvolvimento das médias e grandes cidades pela América Latina. Com a nova entidade, o objetivo, segundo seus organizadores, é promover o avanço dos projetos de transporte coletivo urbano e melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades da região que juntas somam mais de 50 milhões de habitantes. Ao implantar sistemas rápidos de ônibus urbanos, os chamados BRT´s, os benefícios são muitos vantajosos, como a redução de vários agentes tóxicos expelidos pelo transporte coletivo, com conseqüências positivas na saúde pública e ainda pelo lado da segurança, com a diminuição dos acidentes de trânsito. A revista AutoBus conversou com Marcos Isfer, presidente da URBS (Urbanização de Curitiba) e membro da ALABRT representando Curitiba. Revista AutoBus - Qual a finalidade da ALABRT? AutoBus - Quais as vantagens, benefícios e o que implica o significado de BRT? Marcos Isfer - Difundir o Bus Rapid Trasit como solução plausível em cidades de médio ou grande Isfer - Uma das principais vantagens está no cus- porte, com assessoramento técnico para imple- to de implantação, além da facilidade e rapidez de mentação desse sistema, com custos compatíveis. deslocamentos com versatilidade. Outra vantagem do sistema BRT está na facilidade de implantação AutoBus - Por que o Brasil foi escolhido como de novas linhas sem a necessidade de grandes sede? desapropriações e, portanto, com um mínimo percentual de transtorno à cidade como um todo. Isfer - Uma das razões está em Curitiba, capital do Paraná, ter sido a primeira cidade brasileira a AutoBus - Sabemos que foi no Brasil que surgiu a implantar o então chamado Sistema de Ônibus idéia dos sistemas de BRT, mas o país não faz seu Expresso, a partir de 1974, permitindo desloca- dever de casa, apostando pouco nesse tipo de mentos rápidos por ônibus trafegando em vias transporte dentro do modal ônibus. Como mudar e segregadas. incentivar esse conceito nas médias e grandes 9 Entrevista cidades do país? Além disso, terá que enfrentar Isfer - Para centros urbanos que dispõem de re- um poderoso adversário, que é a indústria auto- cursos financeiros para implantar modais como mobilística com suas facilidades de oferta de veí- VLT ou metrô, o Sistema BRT, mais barato, é culos aos cidadãos. sempre um importante complemento para a completa mobilização urbana. As cidades sem recursos Isfer - Curitiba fez sua lição de casa. Desde 1974 não devem sacrificar as populações e o próprio dá prioridade ao transporte coletivo, o que ocorre meio urbano para implantar sistemas onerosos e de forma seqüencial nas ações dos sucessivos ad- pouco plausíveis. ministradores públicos, sempre com foco no próprio transporte de massa. O esforço, em nível na- AutoBus - Dentro do universo em que os siste- cional, deveria vir e ser seguido pelo governo fe- mas de BRT são debatidos, existem especialistas deral. O incentivo pelo governo federal à indústria que o defendem, bem como os contrários, definin- automobilística é oposto às políticas direcionadas do como prioridade a implantação de redes de VLT ao incentivo do transporte público. A vontade polí- e metrôs. Como difundir a idéia, em meio à con- tica é que determina a implantação de novos sis- trariedade? O sistema deve se congruente com temas, especialmente o BRT, mais barato que so- outros modais? luções como VLT e metrô. Isfer - Enquanto sistemas como VLT e metrô são AutoBus - Temos conhecimento de que os siste- mais onerosos e exigem a implantação de trilhos, mas de ônibus no Brasil não apresentam a quali- o sistema BRT se destaca pela sua flexibilidade e dade tão desejada pelo passageiro. A Associação maior rapidez de implantação, além dos baixos tem propostas que essa imagem pode ser modifi- custos operacionais e implantação de infraestrutu- cada? Visto que transporte urbano não tem parti- ra. cipação direta nas agendas de candidatos e admi- Fotos— Divulgação Prefeitura de Curitiba nistradores públicos, qual sua opinião? 10 Entrevista AutoBus - O modelo BRT foi o escolhido pela mai- nismos, as cidades contarão com um bom sistema oria das cidades que vão sediar a Copa do Mundo BRT, complementado por um excelente serviço de Futebol em 2014. Mas, se o Brasil não fosse o alimentador, capaz de, no conjunto, atender dig- país escolhido, estaríamos debatendo calorosa- namente as grandes demandas. mente o assunto BRT como promoção para melhoras significativas em nosso transporte público? AutoBus - Nesse sentido, São Paulo, a maior ci- Queremos dizer que nossas necessidades diárias dade brasileira, tem apenas dois exemplos de BRT em termos de transporte, mobilidade e qualidade implantados - Expresso Tiradentes e Corredor ambiental se fazem presentes há muito tempo, e ABD, EMTU. É muito pouco para uma megalópole, que, na urgência em proporcionar profundas mu- que também promove em alguns de seus corredo- danças estruturais, não podemos mais esperar por res as faixas pintadas. Seguindo o raciocínio, so- eventos de importância internacional para que brepor linhas em um mesmo corredor pode não sirvam como mola indutora em nosso desenvolvi- apresentar resultados positivos esperados - a mento. Isfer - Pensamos que o assunto não seria difundido, porque a questão transporte não está em primeiro lugar entre os debates. Reiteramos, contudo, que deve haver maior interesse do governo federal em priorizar o transporte de massa em todos os momentos, e não só em virtude da ocorrência de grandes eventos como uma Copa do Mundo. O transporte coletivo deve estar no topo das discussões diante dos cada exemplo do novo corredor metropolitano Diadema vez maiores congestionamentos provocados por -Brooklin, onde diversas linhas, empresas e tipos veículos, em sua maior parte conduzidos por uma de ônibus operam. só pessoa. Isfer - Não conhecemos de perto a situação citaAutoBus - Não corremos o risco de ver algumas da quanto a São Paulo e região. Podem, no entan- faixas pintadas no pavimento e alguma propagan- to, podem existir situações, como em Curitiba - a da valorizando a implantação em determinadas exemplo cidades como legítimos BRT para a Copa do Mun- implantado Ligeirão, no Eixo Expresso Boqueirão. do? O sistema é muito mais que isso, não? Existe, no caso, a sobreposição de linhas em pis- do que acontece com o recém- tas que asseguram ultrapassagem, sem que o Isfer - Um sistema de transporte não é composto atendimento por ônibus seja prejudicado, mesmo apenas por simples faixas, mas por um conjunto em vias segregadas, como é o caso local. que inclui vias segregadas; embarques e desemAutoBus - O sistema BRT representa uma excelente oportunidade para se promover tecnologias barques em nível; cobrança, além da manutenção de velocidade média constante. Com esses meca- 11 Entrevista alternativas na modalidade ônibus. Isso já não é o foi dito, graças à frota de ônibus articulados, em suficiente para que seu apelo ecológico no ambi- vias segregadas, usando exclusivamente biocom- ente urbano ganhe ainda mais prestígio? bustível 100% à base de soja - o B-100. O exemplo é ainda mais característico, a partir do trata- Isfer - A oportunidade é sempre bem-vinda. Mas mento diferenciado dado às estações-tubo para os ônibus devem cada vez mais usar combustíveis embarque e desembarque em nível, dispondo de menos poluentes vindos de fontes renováveis. mecanismos que favorecem políticas ambientais Além disso, deve ser reduzido substancialmente o corretas. Citam-se, na prática, os equipamentos tráfego de veículos particulares, dando-se mais e instalados no tubo permitindo a reutilização de mais espaço ao transporte coletivo usuário de bio- águas pluviais e os mecanismos de climatização combustíveis. Como em Curitiba, onde, na chama- natural, sem ajuda de aparelhos que consomem da Linha Verde, servida em vias segregadas com energia. extensão de 9 km por ônibus articulados, esses coletivos utilizam o chamado combustível B-100, AutoBus - Colômbia e México se destacam por ou seja, 100% à base de soja. Essa é uma das terem um número expressivo de exemplos com o soluções para uma melhor qualidade de vida urba- sistema BRT. Pode-se dizer que nesses dois países na, interferindo também na proteção ambiental. a influência do mercado e da indústria automobilístico não contaminaram as administrações públi- AutoBus - Lima, capital peruana, inaugurou re- cas, ou a necessidade de mudanças foi o principal centemente seu BRT com ônibus movidos a gás determinante para uma maior participação do natural. Fica o exemplo de sustentabilidade, frente BRT? aos outros sistemas que continuam utilizando veíIsfer - Pode-se dizer que houve vontade política culos movidos a diesel. para inverter o processo de caos no trânsito. Os Isfer - Energias renováveis são sempre bem- países tiveram oportunidades para implantar o vindas, o gás natural é uma nova e boa alternati- sistema BRT, cada um a seu tempo, antecipando va, mas as cidades envolvidas com o sistema BRT soluções que poderiam se dadas apenas no futuro. pensam sempre mais em mais alternativas de AutoBus - Qual a mensagem final da Associação combustíveis "limpos". quanto ao futuro do BRT? AutoBus - Podemos considerar a Linha Verde, de (trecho de antiga rodovia federal que Isfer - Respondo, enquanto membro participante atravessa parte da cidade e que ganhou completa da Associação, representando Curitiba. A priorida- infraestrutura urbana, num primeiro momento, ao de é sempre a do transporte de massa. A solução longo de 9km, devendo outros 6km ser também de um trânsito compatível em cidades de porte beneficiados até 2012) - como o exemplo mais médio e grande é e será sempre o transporte cole- moderno, em in- tivo, que precisa se modernizar constantemente, fraestrutura, den- permitindo fluidez, segurança, qualidade e sempre tre outros siste- mais conforto. Somos da opinião de que planejar é mas existentes no antecipar soluções, daí porque Curitiba ter servido Brasil e no mun- de exemplo desde então para o país e o mundo, e do? também por esse planejamento não ter sido inter- Curitiba - rompido ao longo das sucessivas administrações Isfer - Sim, Curitiba serve de exemplo, como já municipais. 12 Tecnologia urbana Agrale apresenta o Hybridus O transporte está se adequando às mudanças necessárias para um novo conceito onde a sustentabilidade ordenará a operação dos veículos. to de um transporte sustentável cada vez mais solicitado pelas médias e grandes cidades e como conseqüência os ônibus urbanos passam a assumir um papel cada vez mais importante no transporte público, devendo gerar o mínimo possível de custos, serem silenciosos e totalmente confiáveis durante seu itinerário diário, reduzir ao máximo o impacto sobre o meio ambiente através da baixa emissão de gases e oferecer o máximo de conforto aos passageiros. Para Pedro Soares, diretor técnico da Agrale, a tecnologia híbrida já é uma realidade e tem viabilidade comercial. ―Nosso objetivo com o Hybridus é oferecer uma transição entre os combustíveis fósseis e o futuro da tração limpa, que está ligado às células a combustível de hidrogênio‖, disse o executivo. Com comprimento de 11,30m (se adéqua à categoria de midi ônibus), o Hybridus ainda conta com um motor diesel Cummins ISBe 4, com 170 cv de potência como princípio de alimentação do gerador elétrico, responsável pelo fornecimento da No leque de trações alternativas para os ônibus urbanos, a gaúcha Agrale revela ao mercado brasileiro a sua proposta para um veículo híbrido. U m novo modelo de ônibus urbano estará disponível comercialmente a partir do primeiro semestre de 2011. É o Hybridus, um modelo urbano com uma combinação entre um motor de combustão e a eletricidade, desenvolvido pela montadora gaúcha Agrale em parceria com a marca Siemens do Brasil. Equipado com o sistema híbrido ELFA, que promove o reaproveitamento da energia despendida nas frenagens e desacelerações, armazenando-a nos ultra-capacitores, o novo veículo possui dois motores elétricos, gerando uma potência total de 170 kW em sua tração, especificamente elétrica. Para a Agrale, sua proposta baseia-se no concei- 13 Tecnologia urbana ticipação governamental é de grande importância para o sucesso do novo ônibus‖, comentou. De todos os atributos tecnológicos encontrados no veículo, ele ainda possui carroçaria desenvolvida pela Marcopolo, com um salão de passageiros com piso baixo, ideal para a rapidez em embarques e desembarques. De acordo com Pedro Soares, sua configuração construtiva poderá ser estendida para uma versão com 12m de comprimento, idéia ainda a ser estudada pela engenharia da Agrale. energia para os motores de tração e para o banco de armazenamento da eletricidade excedente composto por ultra-capacitores. De acordo com a montadora, o veículo apresenta uma economia no consumo de combustível de aproximadamente 30%, com igual índice de redução dos níveis de emissão de poluentes. ―Não podemos esquecer que o Hybridus ainda possui um elemento essencial em seu projeto. É a frenagem regenerativa, que aproveita a energia que seria dissipada do sistema de freios do veículo. No tráfego de pára e anda é um excelente modo para economizar energia‖, destacou Soares. A tecnológica do sistema ELFA, produzido pela Siemens é baseada em três pilares operacionais – economia, ecologia e eficiência –, que traz dois motores elétricos de tração de indução trifásica, interligados mecanicamente por intermédio da caixa somadora, e um motor elétrico auxiliar (utilizado para acionamento do compressor de ar, componentes elétricos, sistema de freios, bomba da direção hidráulica e sistema auxiliar de refrigeração), também de indução trifásica. O bloco da Cummins só funciona para ―alimentar‖ o gerador elétrico quando o nível de energia estiver abaixo de 60%, sendo ligado automaticamente para restabelecer o necessário de eletricidade exigida na operação. Quem realmente faz o trabalho pesado são os motores elétricos. Para a fabricante, seu sistema híbrido de série é superior com inúmeras vantagens para os ônibus urbanos, pois pode ser padronizado em outras versões de propulsão, como o de células a combustível ou puramente elétrico (por baterias). De acordo com Antonio Claudino, gerente da área de large drives da Siemens do Brasil, o Elfa emprega mais de 100 anos de experiência obtida pela Siemens AG na fabricação de trens, inclusive o modelo ICE (de alta velocidade), com tecnologia totalmente comprovada. ―Nosso sistema já está em sua segunda geração – ELFA II – caso do protótipo da Agrale, assim como a nova linha de motores de tração de ímã permanente (PEM), atual state-of-the art, também disponível. Mais de 1.500 unidades do sistema ELFA já foram vendidas, acumulando milhões de quilômetros rodados‖, explicou. Outro detalhe revelado por Claudino, é que no momento todos os componentes do ELFA são importados e a maior ou menor participação do sistema nos custos do ônibus está associada ao tamanho do veículo (12, 15, 18 ou 24 metros), significando algo entre 40% e 80%. ―A Siemens Brasil dispõe hoje de infraestrutura para fabricar os inversores e os motores localmente e a demanda é o fator preponderante para uma tomada de decisão‖, disse ele. Soares, da Agrale, concordou com o executivo da Siemens e contou que o novo modelo vai ainda depender de uma política governamental que fomente um transporte livre da poluição e no conseqüente barateamento das tecnologias alternativas e modernas. ―O Hybridus não é apenas uma pesquisa, mas uma realidade para o transporte urbano. Não queremos apenas oferecer um protótipo, mas sim um veículo comercialmente viável. A par- Raio-X Comprimento – 11.300 mm PBT – 15.000 kg Suspensão – pneumática nos dois eixos Motor – Cummins ISBe diesel de 170 cv Motor de tração – Duas unidades em paralelo de indução trifásico de 170 kW (potência total) Torque – 400 Nm Sistema de armazenamento de energia – 2 bancos de ultra-capacitores 360 V (2x) Velocidade máxima – 70 km/h Fonte - Agrale 14 ESTE ESPAÇO PODE SER SEU!!! Este é o lugar ideal para descrever seu produto ou serviço de maneira rápida e eficiente. Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP — 12940 630 [email protected] [email protected] 11 9832 3766 11 4412 7788 15 Mercado Números de 2010 animam Mercado de ônibus, entre produção e vendas internas, apresenta crescimento expressivo no primeiro semestre de 2010 em comparação ao período de 2009. O s primeiros seis meses do ano passado ainda passavam pelo período turbulento da crise financeira mundial. Tal situação atingiu de modo negativo muitos setores da economia brasileira, dentre eles o da produção e venda de ônibus. Porém, se verificado o mesmo período de 2010, a animação pode ser sentida com a volta de um ritmo bem melhor às atividades ligadas ao transporte coletivo sobre pneus. De acordo com números da Anfavea, entidade que representa as montadoras nacionais, no segmento de chassis, a produção atingiu um patamar de 23.655 unidades, 42,2% mais alto que 2009, quando foram produzidos 16.626 chassis. A líder do ranking é a Mercedes-Benz, com 14.106 unidades produzidas (alta de 67%), sendo seguida pela Man Latina America, com 5.645 (+46%). Nas vendas internas, no atacado, os resultados também promoveram o esfregar das mãos de quem está envolvido com o mercado. A alta foi de 40%, com 16.481 chassis comercializados em 2010, ante 11.715 unidades de 2009. Mais uma vez a Mercedes-Benz lidera com 8.948 e na viceliderança a Man, com 4.443 chassis. Já no setor de carroçarias das associadas à Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), a produção do primeiro semestre de 2010 acusou um aumento de 31% em relação a 2009. Foram fabricadas 14.952 carroçarias, ante 11.370 unidades no mesmo período de 2009. Induscar Caio, com 4.476 e Marcopolo, com 3.690 unidades, foram as que mais produziram, segundo dados da associação. Chassis – produção 1º. Semestre de 2010 Total 23.655 Chassis – vendas atacado 1º. Semestre de 2010 Total 16.481 Agrale – 2.330 Iveco – 243 Man Latin America – 5.645 Mercedes-Benz – 14.106 Scania – 842 Volvo – 495 Agrale – 2.098 Iveco – 260 Man Latin America – 4.443 Mercedes-Benz – 8.948 Scania – 491 Volvo – 241 Carroçarias – produção 1º. Semestre de 2010 Total 14.952 Induscar Caio – 4.476 Marcopolo – 3.690 Ciferal – 2.361 Neobus – 1.599 Comil – 1.462 Mascarello – 1.146 Irizar – 218 Divulgação 16 Chassi rodoviário Fotos Volvo Chassi Volvo ganha mais um eixo Apostando em mercados que necessitem de um produto sofisticado, com alto grau de conforto e segurança, a Volvo Bus Latin America coloca mais um eixo em seu mo- U delo rodoviário Top de linha. ma nova versão de chassi para o transporte rodoviário de passageiros chega ao mercado trazendo na bagagem muita tecnologia embarcada. Trata-se do modelo B12R 8x2, produzido pela Volvo do Brasil para atender segmentos considerados Premium – linhas rodoviárias regulares com sofisticação e transporte turístico com alto valor agregado. A novidade, apresentada recentemente, vem acompanhada do motor de 12 litros (D12D) com 420cv de potência e transmissão automatizada Volvo I-Shift de 12 velocidades. ―A Volvo tem grande tradição em veículos rodoviários. O B12R 8x2 é mais uma solução avançada da marca para o segmento de turismo, trazendo o que há de melhor em tecnologia‖, disse Luis Car- los Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. O novo modelo poderá receber carroçarias do tipo Low Driver (motorista abaixo do piso do salão) ou então a versão com dois pavimentos, conhecida como Double Decker. É equipado com a mesma tecnologia lançada em 2007 pela Volvo Bus Latin America no modelo 6x2 - caixa I-shift, freio a disco com EBS, freio motor VEB de 390 cavalos e ainda ESP, controle eletrônico de estabilidade (opcional). Na construção do chassi do modelo B12R 8x2, foi utilizada pela engenharia da Volvo uma nova tecnologia em aço, o que promoveu uma redução em seu peso total, tornando-o 500 kg mais leve que as versões da concorrência. ―O trem de força 17 Chassi rodoviário É o mesmo do modelo 6x2, porém a novidade em sua estrutura pode gerar uma economia operacional em torno de 1,5% a 2%‖, destacou o engenheiro de vendas da Volvo Gilcarlo Prosdócimo. O chassi vazio pesa 7.600 kg (com rodas de aço e sem retarder) e seu PBT é de 29.300 kg. A tecnologia embarcada é outro exemplo de eficiência oferecido. Ele é equipado com arquitetura eletrônica de segunda geração, a chamada BEA2 sigla em inglês para arquitetura eletrônica para ônibus. ―A arquitetura BEA2 aumenta os benefícios ao transportador, pois controla uma série de funções do veículo. O motorista tem no display do computador de bordo mais de 50 informações do motor, da caixa de câmbio, dos freios, da suspensão e das luzes externas. Os módulos eletrônicos são interligados em rede, proporcionando maior confiabilidade a todo o sistema elétrico e eletrônico do chassi e um menor número de cabos elétricos‖, revelou Prosdócimo. Pimenta, que assumiu recentemente a presidência da Volvo Bus Latin America (veja entrevista na página), também realçou a importância desse novo produto para a maior participação da Volvo no segmento rodoviário. Segundo ele, hoje o mercado sofre uma indecisão com as licitações das linhas interestaduais que ainda estão em compasso de espera para 2011 e pela concorrência com o modal aéreo em médias e longas distâncias. ―Necessitamos voltar a ter uma maior participação no mercado de ônibus, atingindo os volumes alcançados na década de 80. Na América Latina, a Volvo Bus tem ótima participação, mas no mercado brasileiro vimos nossa participação cair ano a ano. A partir de agora e dentro dos próximos três anos queremos estar entre os primeiros no mercado de ônibus pesado‖, explicou o executivo. Fora do Brasil, Pimenta destacou a Argentina e o Peru como grandes clientes compradores de chassis rodoviários. ―A partir do ano que vem, haverá uma alteração na legislação argentina quanto a produção e operação de ônibus rodoviário com altura superior a 3,80 metros, onde será exigida somente a configuração 8x2. Se olharmos pela América Latina inteira, o potencial de consumo ao ano desse chassi chega a 1.300 unidades. Queremos ter 50% de fatia‖, enfatizou. Especificações técnicas Motor – D12D eletrônico Potência – 420 cv Torque – 2000 Nm / 1050 e 1400 RPM Transmissão – caixa AT2412C automatizada com 12 velocidades e 4 a ré Computador de bordo – Funções disponíveis: diagnóstico de falhas, limitador de velocidade, registro de dados do veículo, etc. PBT – 29,3 toneladas Suspensão – pneumática com controle eletrônico de altura e rebaixamento do quadro (ajoelhamento). Opcionais – Rodas de alumínio, sistema ESP e retarder. Fonte —Volvo Bus LA Mais uma opção ao segmento rodoviário que necessita de um veículo arrojado, moderno e com muita tecnologia embarcada. Fotos— Divulgação Volvo Bus LA 18 Entrevista Volvo quer recuperar terreno perdido E le assumiu recentemente o comando da presidência da Volvo Bus Latin America, em substituição a Per Gabell. Luis Carlos Pimenta, que há 30 anos está na Volvo, terá como missão a recuperação de mercado e a responsabilidade pelas operações de ônibus urbanos e rodoviários da empresa em toda a América Latina, incluindo projetos, industrialização e comercialização dos veículos e soluções de transporte coletivo. Pelo lado da operação com sustentabilidade, a Volvo Bus quer ofertar ao mercado mais opções alternativas ao transporte coletivo, como a tração híbrida e o uso de maiores misturas do biodiesel nos veículos. Confira abaixo a entrevista com o executivo. Revista AutoBus - O Sr. tem como desafio ala- por outra marca ou outro tipo de chassi? Custo vancar as vendas de ônibus Volvo (não que seu operacional não sai da mesa de um operador, isso antecessor não tenha se esforçado para isso) co- influencia muito? mo no passado, quando seu marketing share foi bem mais significativo. Pegando como resultado Pimenta - O plano é focar em custo operacional. do primeiro semestre de 2010, a empresa produ- Nós vendemos mais valor do que preço. Nossos ziu apenas 495 unidades (241 comercializadas no clientes sabem que a marca Volvo oferece ao mer- Brasil). Não concorda que é muito pouco para uma cado algo mais, trazendo, além disso, esse valor montadora que traz muita experiência, capacidade agregado nos produtos. e tecnologia aliadas ao seu conceito de ônibus? AutoBus - A chegada de um produto que até enPimenta - Concordo em gênero, número e grau. tão não fazia parte do portfólio da Volvo (o chassi Queríamos ter vendido muito mais. Nossa meta 8x2), pode ser considerada uma nova fase da era ter conquistado 30% nos primeiros seis meses montadora em relação ao mercado de ônibus? no segmento de pesados. Porém a concorrência é muito grande e fatores operacionais nos fizeram Pimenta - Não digo uma nova fase, mas sim mais reduzir a participação no market share. Para uma oportunidade de mercado. Seria um tijolinho 2010, pretendemos conquistar 15% do mercado a mais em nossa edificação. total de pesados e reerguer o mercado de ônibus AutoBus - Acredita que o Brasil precise de um ―choque de ordem‖ quanto a modernização em se tratando de veículos ônibus urbanos? Como mudar a imagem do modal? Exemplo mais fustigado. Volvo no Brasil e na América Latina será o principal desafio daqui pra frente. AutoBus - Como reconquistar o cliente que optou 19 Entrevista Pimenta - No segmento urbano, pensamos na Colômbia primeiramente, onde ocorre uma licitação para o Transmilenio para a troca de 14.000 ônibus em seis anos, o que a torna um mercado potencial muito grande. Há oportunidades na América Central onde terão corredores também em licitação. E claro o Brasil, com os eventos que ocorrerão por aqui nos dá grande chance para um maior volume comercializado nos corredores que serão implementados. Nesse sentido pretendemos ter participação de 40% somente em sistemas de BRT. Quanto ao mercado rodoviário, penso no Brasil como excelente negócio para crescimento se as licitações interestaduais de fato saírem. AutoBus - Quais são as vantagens dos chassis produzidos pela Volvo? Pimenta - Tecnologia e seguAcredita que os órgãos públicos gerenciadores do rança são inquestionáveis em nossos chassis. transporte não se importem com o modal, permi- Consumo de combustível e robustez são duas qua- tindo muita liberdade para o automóvel particular? lidades que buscamos constantemente, pois vêm de encontro ao que quer o operador. Dessas qua- Pimenta - O verdadeiro choque de ordem virá tro vantagens, duas beneficiam diretamente o dos eventos mundiais que aqui acontecerão, onde passageiro e duas pesam pra o lado do empresá- a modernização de todo o sistema de transporte rio. será uma exigência para atender aos requisitos na AutoBus - Vivemos um período em que a susten- organização e realização desses acontecimentos. tabilidade no transporte é uma forte tendência AutoBus - Dentre os mercados sob sua responsa- cada vez mais presente no desenvolvimento das bilidade, em seu entendimento quais se destacam cidades. No contexto de veículos para o transporte e se destacarão para o incremento de vendas dos coletivo sobre pneus temos algumas alternativas chassis Volvo, seja no segmento urbano ou rodo- em tração. A Volvo já desenvolveu a tecnologia viário? híbrida em ônibus. Seu futuro está próximo em terras brasileiras? 20 Entrevista Pimenta - Sim, está muito próximo. Iremos tra- rece chassis com piso alto e piso baixo dentre os zer nosso veículo híbrido, que hoje é produzido segmentos do Padron, articulado e biarticulado. em escala comercial na Suécia, para testes pelas Isso nos coloca de forma competitiva em qualquer ruas de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Bo- conceito de corredor. Temos também experiência gotá, na Colômbia. Vamos testá-lo com biodiesel, em projetos estruturais, sejam eles em organiza- que acreditamos ser essa combinação a melhor ção e na implantação viária, suporte financeiro e para o meio ambiente. Também pretendemos de- pelo lado tecnológico, com o ITS4mobility* que senvolver e produzir um chassi com essa tração, significa um sistema de informação ao passageiro tornando a unidade de Curitiba um segundo cen- de parâmetros operacionais, monitorando a frota tro de produção mundial dessa tecnologia. Depen- em tempo real, disponibilizando essas informações de apenas de ganharmos a disputa com outras através de celular, internet, nos pontos de ônibus, unidades da Volvo. etc. Ainda disponibilizamos ao operador a gestão de oficinas. AutoBus - E quanto a combustíveis renováveis, em que fase a montadora se encontra na busca AutoBus - Dentre a América Latina, Colômbia e por motores que utilizem essa alternativa? México são exemplos de adoção do BRT, com destaque para a operação de veículos Volvo. O Brasil Pimenta - Consideramos nosso híbrido renovável, ainda precisa se mexer muito para alcançar o nível pois a eletricidade que ele utiliza é gerada pelo desses dois países, em termos de proporcionar o próprio veículo, não precisa de fontes externas. Já que quer em transporte urbano pensando nos pró- na questão de biocombustível, uma outra fase do ximos eventos esportivos? termo renovável, já temos a disposição, em veículos de série, o uso do biodiesel B30 (30% de mistura). E estamos testando na Linha Verde de Curitiba o uso integral do combustível, chamado de B100, para se conhecer a viabilidade do combustível. Acreditamos que essas duas iniciativas sejam as ações mais próximas em sustentabilidade. AutoBus - Um tema muito falado, discutido, é o BRT para a implantação nas cidades envolvidas com os eventos esportivos, como a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos. Essa pauta deveria estar presente não somente em momentos assim, mas ser considerado uma Gênese fundamental para as condições de melhoria da mobilidade urbana. Não concorda? E a Volvo tem grande experiência nesse assunto. O que ela disponibiliza e disponibilizará em idéias, suporte, projetos e veículos? Pimenta - O que temos hoje é um ―cardápio‖ completo. Somos a única montadora que ofe- 21 Pimenta - Eu diria que o Transmilenio de Bogotá é o maior sucesso em termos de BRT. Eles absorveram nossa idéia e melhoraram o conceito. Aqui Entrevista no Brasil temos bons exemplos, Curitiba a come- dotar esses corredores exclusivos com faixas ex- çar, mas são muito poucos, dada a dimensão do tras nos pontos de paradas permitindo a ultrapas- país e de sua população. Temos que pensar no sagem do veículo que estivesse parado. Ou então que é adequado a nossa realidade. Muitos falam fazer uma combinação entre a operação de biarti- de redes de metrô, mas elas não são implantadas culados paradores e os expressos, o que proporci- de um ano para o outro. Isso depende de altos onaria maior rapidez de operação. Trabalhamos valores de investimento e muito tempo para sua todo o tempo com as encarroçadoras. Para citar construção. um exemplo, quando desenvolvermos nosso híbrido teremos uma relação muito próxima com as AutoBus - A Volvo é a única no mercado brasilei- fabricantes de carroçaria, pois será no teto dos ro a dispor de um chassi biarticulado. O segmento veículos que se localizará grande parte da tecnolo- urbano comporta algo maior, tipo triarticulado? A gia. empresa pensa nisso? Ela trabalha em conjunto com as encarroçadoras para o desenvolvimento de AutoBus - A norma Euro V deve ser atendida a novos produtos? partir de 2012. A empresa já está preparada para isso? Caso sim, isso significa trazer a tecnologia Pimenta - Tecnicamente poderia ser feito. Mas há européia ou há procedimentos quanto a uma que se pensar que o conceito de biarticulado foi adaptação de seus produtos para o mercado naci- proposto para evitar o comboiar dos veículos nos onal? Teremos novidades em novos tipos de mo- corredores. E como há muitos corredores que aca- tores? bam promovendo os comboios, acho que um chassi triarticulado não resolveria a questão de Pimenta - A princípio a tecnologia é a que a Volvo mobilidade. Acredito que a melhor forma seria dispõe no mercado europeu, que é o SCR com adição de uréia nos gases de escape. Mas temos desafios ao introduzir essa tecnologia. Como a uréia é corrosiva, os escapamentos dos novos veículos deverão ser de inox, o que encarecerá o preço final dos produtos. E ainda há a questão do consumo de combustível, que aumenta. Também teremos que nacionalizar os componentes que estarão em todo o sistema para efeito de financiamento (Finame). O Euro V irá mostrar ao mercado brasileiro uma nova fotografia de portfólio dos produtos. AutoBus - Mais alguma novidade para 2010? Pimenta - Além da apresentação do veículo híbrido, não haverá mais nenhuma. (Insistido se um modelo com motorização frontal pudesse ser apresentado, Pimenta não confirmou nem para este ano, nem para 2011, porém ele adiantou que novos veículos sempre estão em ―gestação‖). 22 ESTE ESPAÇO PODE SER SEU!!! Este é o lugar ideal para descrever seu produto ou serviço de maneira rápida e eficiente. Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP — 12940 630 [email protected] [email protected] 11 9832 3766 11 4412 7788 23 BRT Metropolitano de Lima é todo gás Fotos Divulgação Metropolitano controle dos níveis de gases tóxicos emitidos pelos A capital peruana inaugura seu primeiro sis- veículos. tema de transporte masivo com nível de Para que isso se torne realidade, foi escolhido BRT (Bus Rapid Transit), inovando na opera- um novo paradigma em deslocamentos coletivos ção com ônibus movidos por gás natural. através da adoção do sistema com vias exclusivas P para a operação de ônibus articulados integrado aos serviços alimentadores para elevar a qualidade de vida de todos os cidadãos de Lima, reduzir o ossuir um índice pluviométrico reduzido tempo de viagens, proporcionar maior conforto, (algo em torno de 10 mm anuais) e uma segurança e melhorar o atendimento aos usuários, densa névoa que lhe cobre quase que o uma evolução e tanto em relação ao que se pode ano inteiro, além de ter como desafio um ver atualmente rodando pela capital – muitos ôni- sistema de transporte com sérios problemas de bus ex-escolar bus norte-americanos e misturas grandes congestionamentos, a presença de uma de “caminhonibus”, todos devidamente paramen- frota antiga de ônibus (estima-se um número de tados com suas cores bem bizarras. 60.000 unidades de todos os portes, entre vans, pequenos e grandes veículos realizando um trans- Denominado Metropolitano, o corredor troncal porte inseguro e sem nenhum conforto) e nos al- integrará 16 distritos entre as regiões norte e sul tos índices de poluição jogados no ar da cidade, da cidade, beneficiando 700 mil passageiros por fazem de Lima, a capital peruana, uma paisagem dia através da operação de veículos com maior singular e ao mesmo tempo muito peculiar dentre capacidade de transporte e por ônibus convencio- alguns países sul-americanos. nais para as linhas alimentadoras que interligam Se nas questões meteorológicas pouco pode ser todas as estações paradoras presentes ao longo feito, no transporte uma idéia começa a ganhar do percurso segregado e dos terminais de trans- corpo após a implantação de uma nova concepção bordo. “Lima era uma das poucas metrópoles com com métodos modernos em gerência, operação e oito milhões de habitantes que não possuía um 24 BRT sistema de transporte masivo em operação. Para quadrados de área construída, onde o passageiro isso pensamos num transporte moderno, humani- poderá contar com um ambiente dotado de co- zado (em termos de comodidade, segurança e mércio, banheiros e outros tipos de serviço. O atendimento ao usuário), além de ser sustentável. acesso será por escadas rolantes e elevadores. Ao todo a capital peruana terá em sua rede de O primeiro corredor segregado de alta capacida- transporte nove corredores BRT e duas linhas de de (COSAC 1) Metropolitano é fruto da parceria trem urbano‖, explicou o gerente de operações do público privada. ―A municipalidade de Lima está Metropolitano, engenheiro Javier Cornejo. investindo na infraestrutura de todo sistema Sua extensão total será de 27,1 km ligando (corredor, estações e pátios de manobras). Já o Chorrillos, no sul, e Comas, ao norte, porém ape- investimento privado ficará a cargo das concessio- nas o trecho entre a estação de transferência Ma- nárias, que serão responsáveis pela aquisição dos tellini (região sul) e a Estacion Central será libera- ônibus, do sistema de arrecadação, das estações do, compreendido como fase 1. A infraestrutura de abastecimento de gás e de outros negócios‖, completa será composta por terminais (3) e para- disse Cornejo. Somente em infraestrutura, o custo das intermediárias (35 ao todo) ao nível do piso será de US$ 262 milhões. dos veículos, com arquitetura moderna, onde os usuários ingressarão a todo o sistema através de Veículos novos e ecológicos cartão eletrônico recarregável e terão disponíveis Mas o grande destaque do Metropolitano será a informações relacionadas com as freqüências e operação de ônibus movidos por gás natural (ao destinos dos ônibus; semáforos (com lâmpadas todo serão 600 unidades, 300 articuladas e outras Led´s) inteligentes priorizando a passagem dos 300 na versão convencional), sejam eles para o ônibus nos cruzamentos (informação através de corredor ou nas linhas alimentadoras. Com carro- 33 km de rede de fibra óptica). O pavimento do çarias configuradas em três versões – articuladas corredor principal recebeu concreto em toda a sua para as linhas troncais e unidades com 8 e 12 me- extensão. tros para as linhas alimentadoras -, os novos ôni- Na Estacion Central (subterrânea) estará locali- bus foram desenvolvidos pelas empresas Tatsa zado o centro de controle e gestão de todo o sistema, com câmeras e sistemas computadorizados (Argentina), a chinesa King Long e pela marca peruana Modasa. monitorando toda a operação. São 25 mil metros O sucesso do projeto Metropolitano está baseado em quatro pilares – vontade política, investimento empresarial, redução da contaminação do meio ambiente e a melhora do transporte coletivo de Lima. É a grande aposta peruana que servirá de modelo para o restante do mundo. Fotos— Divulgação / Metropolitano 25 BRT Segundo informações da direção do Metropolita- redução da importação de diesel e não serão con- no, serão 312 unidades articuladas (18 metros de sumidos cerca de 1.900.000 litros de diesel no comprimento) e outras 229 convencionais que transporte público, reduzindo em até 95% os índi- contam com sistema de GPS, computador de bor- ces de emissões de gases poluentes. do, sensor para prioridade em semáforos Quatro empresas formam as bases de operação (somente nos modelos articulados), câmeras para do Metropolitano - Lima Vías Express, Lima Bus, monitoramento interno, espaço para cadeirantes Perú Masivo e Transvial com seus respectivos só- ou pessoas com mobilidade reduzida e capacidade cios estrangeiros – operadores argentinos, colom- para 160 passageiros (articulados), 80 e 40 pas- bianos e espanhóis, todos com experiência em sageiros (alimentadores). Os ônibus estão equipa- BRT. dos com motores a gás natural produzidos pela Cummins (Euro 5) e transmissão automática Allison – T375R para os articulados e T280R para os demais veículos. Por dentro do Metropolitano A frota é composta por 312 ônibus articulados ―Optamos pelo gás natural por ser um combustí- para operação no corredor trocal e 229 alimenta- vel limpo, que emite menores índices de monóxido dores que são utilizados entre as zonas periféri- de carbono, material particulado e outros poluen- cas que se conectam com o principais terminais. tes que o diesel. E como aqui no Peru há grandes reservas com esse combustível, estaremos seguindo um alinhamento da Municipalidade Metro- Todos os veículos contam com um sistema eletrônico de segurança que proporciona aos moto- politana de Lima quanto a uma matriz energética ristas os aspectos gerais de funcionamento. que reduza os impactos negativos ao meio ambi- Os ônibus terão velocidade máxima de 60 km/h. ente‖, destacou o executivo do sistema Metropoli- Além disso, possuem alarme contra incêndio e tano. Ainda, pelo lado sustentável, o novo corredor velocidade e não operam com as portas abertas. Metropolitano proporcionará ao Estado uma economia na ordem de US$ 22 milhões anuais com a 26 Transporte urbano Conversa rápida sobre ônibus híbridos empresa. Para a marca, as opções são alternativas adequadas a países emergentes, por sua relação custo-benefício e resultados promissores. Com a apresentação da tecnologia híbrida em ônibus proporcionada pela montadora Agrale, este canal perguntou para outras principais marcas nacionais fabricantes do veículo e da tecnologia quando o Brasil verá seus protótipos híbridos em circulação, seja em testes ou de forma comercial. Confira abaixo as respostas. Mercedes-Benz – Para a montadora, através de sua assessoria de imprensa, o tema ônibus híbrido vai depender de uma demanda do mercado brasileiro, pois só assim a marca poderá pensar em trazer sua tecnologia, que se revela uma estratégia muito importante para a mobilidade sustentável. Outro detalhe lembrado foi que a Daimler AG apresentou ao mundo o primeiro veículo comercial com tração híbrida, um ônibus OE302, em 1969. Allison – Para a Allison, os sistemas EP40 e EP50 para ônibus não são experimentais e estão em produção desde 2003, ou seja, qualquer montadora que tenha interesse em utilizar nosso sistema pode fazê-lo com a garantia de adquirir um produto de produção em escala. Hoje, existe uma demanda mundial para este tipo de sistema, mas certamente o Brasil, com os eventos que aqui serão realizados a partir de 2014, está entre os países que podem passar a utilizar este tipo de tecnologia. Assim sendo, no momento em que uma montadora queira fazer este desenvolvimento, a Allison está preparada para participar imediatamente, tendo já um histórico bastante positivo com várias empresas viárias de grandes cidades. (Clóvis Kitahara, gerente de marketing da Allison) Man Latin America – De acordo com sua assessoria de imprensa, a montadora não tem planos de trazer ao Brasil a tecnologia híbrida. Em lugar disso, está desenvolvendo a tecnologia biodiesel desde a mistura de 2% ao uso de 100% no sistema duel fuel. Outra alternativa de grande viabilidade é o gás natural, já em testes também pela Belo Horizonte se prepara para ter BRT Foi assinado no dia 12 de agosto um convênio entre a Prefeitura de Belo Horizonte, a EMBARQ Centro de Transporte Sustentável do Instituto de Recursos Mundiais (WRI) - e o Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil) para a cooperação técnica entre técnicos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas – SMURBE, da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte – BHTRANS e especialistas da Rede EMBARQ e CTSBrasil visando a implantação de sistemas BRT e qualificação do transporte público. De acordo com informações da CTS-Brasil, o Programa de Colaboração Belo Horizonte busca melhorar a qualidade e eficiência do sistema de transporte; reduzir a poluição atmosférica; reduzir as emissões de gases de efeito estufa; melhorar a acessibilidade, segurança viária e segurança pública; melhorar a qualidade dos espaços públicos e melhorar a saúde pública. Dentro das estratégias que serão adotadas para o sucesso nas melhorias de todo o sistema de transporte público na capital mineira, o sistema BRT (Bus Rapid Transit) foi um Scania - Definitivamente, a Scania optou pelo caminho do etanol. Na Suécia, algum tempo atrás até foi apresentado um protótipo de ônibus híbrido, mas o assunto não prosperou. Acho muito difícil a Scania optar, também, por essa tecnologia. Não vejo chance nem no médio prazo, independentemente das condições de mercado. (Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus). Volvo Bus LA – Acredito que até 2012 teremos em operação comercial no Brasil o nosso modelo urbano híbrido, com ênfase para o biodiesel/ eletricidade. Dentro de pouco tempo iremos trazêlo ao mercado nacional, para iniciar testes de campo. Claro que programas governamentais de fomento à tecnologia serão necessários, mas também temos que pensar no desenvolvimento de um chassi específico com tração a híbrida, diferentemente do que acontece na Europa, onde a Volvo possui seu modelo integral. (Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America). dos escolhidos para compor uma rede estrutural com três corredores exclusivos onde o ônibus terá todo o privilégio frente ao transporte particular. Luis Antonio Lindau, presidente do Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil), disse que o BRT é uma boa alternativa de transporte coletivo urbano, pois pode ser rápido e freqüente, como é o sonho de qualquer cidadão. ―Um BRT de qualidade pode inclusive atrair novos passageiros. O Metrobús da Cidade do México, por exemplo, implantado com a participação do CTS-México, da Rede EMBARQ, hoje tem entre seus usuários 6% de migrantes do carro particular e o número vem crescendo. Acredito que restringir o uso do carro é a única maneira de evitar os congestionamentos e um bom transporte coletivo é o caminho menos penoso. E Belo Horizonte pode tornar-se um belo exemplo para o mundo‖, explicou Lindau. 27 Ponto de vista Os ônibus urbanos precisam de ajuda Marcus Quintella * tenha raízes no próprio mercado, haja vista que não há evidências de diminuição na mobilidade urbana das cidades. Sob o ponto de vista empresarial, transporte coletivo é serviço e sua qualidade está ligada à oferta. Assim, o problema pode ser de deficiência de gestão e de competição de mercado. Quem gera receita para as empresas de ônibus é o usuário e este tem de ser conquistado no mercado, uma vez que já não mais existe um mercado cativo. Sob o ponto de vista público, transporte coletivo também é serviço e a responsabilidade do poder concedente, no caso o municipal, é regulamentar o setor e implantar a melhor política de transporte para a sociedade como um todo. O poder público não pode obrigar as pessoas a utilizarem os ônibus urbanos, mas pode induzilas a utilizar o sistema legal, organizando, regulamentando, fiscalizando e oferecendo vantagens fiscais e operacionais às empresas concessionárias. Claro que defendo e sempre defenderei o sistema de trens urbanos e metrô como a espinha dorsal do transporte público de metrópoles como o Rio de Janeiro, mas entendo também a importância do sistema de ônibus urbano, com suas linhas troncais, alimentadoras e circulares. Como a expansão dos metrôs ainda é um sonho longínquo, as cidades brasileiras precisam urgentemente reestruturar seus sistemas de ônibus urbanos. Penso que a reconquista do mercado perdido deve começar por uma nova cultura corporativa alicerçada numa competente gestão profissional e numa política de recursos humanos baseada em recompensas e pela conquista de metas de excelência. As empresas devem buscar um forte lobby político, no bom sentido, para lutar por incentivos fiscais e tributários, política tarifária, linhas de financiamento, legislação adequada e regulamentação do setor. O setor precisa também de uma estratégia de auto-ajuda, para vender bem o produto ''transporte por ônibus'', formar opinião e reverter sua desgastada imagem, além de mostrar competência operacional, com educação no trânsito e respeito ao usuário, para, enfim, reconquistar a confiança da população e, conseqüentemente, o mercado perdido. N os últimos anos, a população carioca vem testemunhando a lamentável decadência do transporte por ônibus urbanos na região metropolitana do Rio de Janeiro, apesar da fortíssima e crescente demanda por transporte público, facilmente detectada ―a olho nu‖. Essa situação não é diferente em praticamente todas as cidades brasileiras de médio e grande portes. Não tenho dados precisos, mas, provavelmente, as empresas de ônibus urbano estão com dificuldades para atuar nesse mercado, visto que a concorrência está cada vez maior e diversificada, com vans, legais e ilegais, ônibus piratas, ônibus de condomínios e veículos particulares que fazem ―lotadas‖. Hoje em dia, com tantas informações sobre o transporte público nas grandes cidades do mundo, as expectativas e exigências dos usuários dos ônibus urbanos estão focadas, cada vez mais, no alto nível dos serviços. Os usuários não mais toleram os excessivos tempos de viagem e de espera nos pontos, nem o pouco alcance dos itinerários, o desconforto e a irregularidade da freqüência dos ônibus. No caso do Rio de Janeiro, vale dizer que não estou falando de regiões privilegiadas, de classe média alta, como as Zonas Sul e parte da Zona Norte, onde podem ser encontrados os confortáveis e abundantes ônibus novos e refrigerados. Falo da maioria dos bairros da cidade, principalmente os da Zona Oeste e da Zona da Leopoldina, onde a população sofre com as infindáveis deficiências do transporte público, principalmente do sistema de ônibus urbanos, tais como irregularidade na freqüência, escassez e inexistência de linhas e desconforto. Os números do setor são implacáveis e mostram que a quantidade de passageiros vem caindo, a cada ano, e as empresas de transporte coletivo estão perplexas diante da mudança nas condições de demanda e na divisão do bolo com os demais concorrentes, e atribuem isso à competição desleal do transporte clandestino ou alternativo. Penso que essa queda do número de passageiros transportados pelas empresas de ônibus urbanos * Doutor em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e Mestre e Transportes pelo IME e Professor da FGV [email protected] 28 Encarroçadora Revendo as previsões Marcopolo apresenta seus números do primeiro semestre de 2010 e revê as expectativas para este ano. O s números de produção e faturamento referentes aos primeiros seis meses de 2010 fizeram a encarroçadora gaúcha Marcopolo reconsiderar seu desempenho e expectativa para até o final deste ano. De acordo com o relatório de administração divulgado pela empresa, a produção em suas unidades brasileiras e do exterior atingiu 13.007 unidades, representando um aumento de 43,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida superou a casa dos R$ 1,4 bilhão, com lucro líquido alcançando os R$ 148,1 milhões. Tais resultados modificaram as expectativas da empresa em fechar sua receita líquida de 2010 em torno de R$ 2,8 bilhões. Quanto a produção total para o mesmo período, entre todas as suas fábricas, aqui e pelo mundo, a previsão atinge o patamar de 26.500 unidades, ante 24.700 anunciadas anteriormente. ―Na reavaliação da produção externa, a diretoria reduziu as estimativas das fábricas do México e da África do Sul. Em compensação elevou as da Argentina e da Colômbia. Na Argentina e Colômbia a projeção foi ampliada em 100 unidades, para 600 e 700 ônibus respectivamente, enquanto no México, que apenas agora começa a dar sinais mais consistentes de saída da crise, a estimativa foi reduzida de 1,5 mil para 1,2 mil unidades‖, disse Carlos Zignani, diretor de Relações com Investidores da Marcopolo. Para a planta da Índia, foi mantido o número de produção em torno de 6 mil unidades, correspondentes à participação de 49% da Marcopolo na joint venture com a Tata Motors. No Brasil, Zignani destacou que o mercado dá mostras de que manterá uma expansão acelerada pelos próximos meses, com a economia seguindo em alta, independente do resultado das eleições de outubro. ―O aumento de produção nas unidades brasileiras tem como principal destaque o fornecimento para o segmento rodoviário. A renovação de frota iniciada no segundo semestre do ano passado – impulsionada pelos programas de financiamento do BNDES – continuou e os empresários investiram na aquisição de novos veículos. Destaque-se o modelo Marcopolo Geração 7 – recémlançado – que obteve ampla aceitação do mercado, comercializando mais de 2.500 ônibus no período de seis meses. A expectativa da Marcopolo é manter o ritmo e fechar o ano com mais de 4 mil rodoviários‖, explicou. O diretor geral da Marcopolo, José Rubens de la Rosa, disse que em apenas seis meses, a Marcopolo superou os resultados consolidados dos cinco anos anteriores, quando o lucro, em 12 meses, ficou dentro da faixa de R$ 82,4 milhões a R$ 146,5 milhões. ―Este é um ano mais aquecido, com um mercado interno vivendo um ciclo de renovação. A tendência é de continuidade do crescimento, mas a um ritmo menos acelerado, dado que a base de comparação passou a ser mais alta no segundo semestre‖, revelou. Dentre outros assuntos, de la Rosa ainda mostrou que a Marcopolo precisa desenvolver sua presença no sudeste asiático e cravar posição no continente europeu. Porém, na área internacional, a prioridade da companhia ainda é consolidar suas operações na Índia e no Egito. ―No médio prazo, também teremos que pensar em nos reposicionar no mercado russo, mas tudo vai ser feito com bastante calma e sem atropelos‖, afirmou o executivo. Para a Marcopolo, a produção brasileira total de ônibus deve superar as 30 mil unidades em 2010. A encarroçadora vê também um cenário futuro muito positivo devido aos projetos de infraestrutura visando atender a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, os investimentos na melhoria do transporte urbano no país, com a conseqüente renovação e ampliação da frota de ônibus, o leilão das concessões das linhas interestaduais e internacionais, programado para 2011, e a demanda por ônibus escolares proveniente do projeto ―Caminho da Escola‖. ―A maior utilização de transportes terrestres e os investimentos realizados por diversas capitais brasileiras para receber ônibus de maior valor agregado - como os BRT e rodoviários - abrem perspectivas positivas para as vendas nos próximos anos‖, concluiu de la Rosa. José Rubens de la Rosa— Otimismo com o cenário dos próximos anos. Divulgação 29 ESTE ESPAÇO PODE SER SEU!!! Este é o lugar ideal para descrever seu produto ou serviço de maneira rápida e eficiente. Contato Rua José Ignácio, 126 centro Atibaia – SP CEP — 12940 630 [email protected] [email protected] 11 9832 3766 11 4412 7788 30 Nostalgia Fotos gentilmente cedidas por DaimlerBuses O ônibus do pós guerra O modelo O 6600, de 1950, com motor diesel de 112 HP T erminado o conflito de proporção mun- Os projetistas do O 4500/5000 levaram em dial que interrompeu o desenvolvimen- conta o oferecimento de maior conforto e segu- to de novos ônibus e de toda a série de rança aos que utilizassem o veículo, aliados a um fabricação da Mercedes-Benz em suas menor peso da estrutura conseguido pelo uso do unidades fabris da Alemanha, onde durante os aço em toda a estrutura. O seu interior tinha lar- seis anos de guerra (1939 – 1945) a sua linha de gura de 2,25 metros, com altura do corredor de produção dedicou-se apenas a atender as enco- 2,05 metros, privilegiada para época. Seu sistema mendas do exército alemão, como caminhões e de ventilação era composto por tubos que capta- carros de combate, a demanda por novos veículos vam ar fresco externo e o distribuía no salão dos aumentou substancialmente. passageiros, além de possuírem ventiladores localizados no teto. Mas, foi somente três anos após o fim da 2ª. Guerra é que um novo tipo de ônibus seria desen- Havia ainda a possibilidade de ser dotado com volvido, mesmo depois de todo o parque industrial teto solar (construído com lona e com mecanismo estar em total estado de destruição. O modelo O de abertura manual - retrátil) e ampla área envi- 4500 (projetado em 1941 para uso de transporte draçada, o que possibilitava um interior totalmen- da tropa), posteriormente O 5000, foi baseado na te claro e de ótimo ambiente. Para viagens inter- plataforma do caminhão do mesmo tipo, caracteri- municipais o modelo poderia ser equipado com 39 zado pelo amplo capô – nariz – frontal, onde se ou 47 poltronas, nas versões de dois ou três ei- localizava o motor OM 59, de seis cilindros, 3,8 xos. Para as operações em vias urbanas sua capa- litros e 112 hp de potência. cidade de transporte era de 60 passageiros. 31 Nostalgia tão recente motor OM 312 de seis cilindros, 90 hp e 4,6 litros, localizado na dianteira do chassi, esse modelo teve presença marcante no início das atividades da fabricante no Brasil, sendo conhecido como L 312 Torpedo e presente em muitas empresas transportadoras, seja em cargas ou de passageiros. Como ciclo de sua evolução, cinco Modelo O 4500 anos mais tarde a marca alemã apre- Seguindo a mesma tendência em design, o sentaria o motor 312 equipado com turbocom- próximo passo da Daimler-Benz em novos veículos pressor e as versões de chassis OP (Omnibus Pull- deu-se em 1949, ano em que foi fundada a Repú- man) 3500 e OP 312. Outro modelo, o O6000, blica Federal da Alemanha. O modelo apresentado designado para substituir o O 5000, também foi foi o O 3250, derivado do caminhão L 3250, mas uma nova idéia para o portfólio alemão de ônibus, que ficou em linha por um curto espaço de tempo. ainda em 1950, equipado com o bloco OM 315 de Logo depois surgia o O 3500, um veículo carac- 145 hp. Essas duas versões marcaram a etapa terizado para viagens rodoviárias, proporcionando final (em 1951 e 1955) dos modelos de ônibus aos passageiros uma ampla visão externa devido configurados com motores localizados externa- a generosa área envidraçada e ao inusitado teto mente em suas estruturas. A partir daí, um novo solar estendido por quase um terço de seu com- projeto seria colocado em prática. Mas isso fica primento, de 8,6 metros. Equipado com o até en- para o próximo número. A versão O 3500 iniciou uma nova época na indústria de ônibus da marca Mercedes-Benz. 32
Documentos relacionados
Brasil recebe o híbrido da Volvo
www.revistaautobus.com.br/revista O transporte de passageiros analisado de maneira inteligente Departamento comercial - (11) 9832 3766 ou 4412 7788 [email protected] ou [email protected]
Leia mais