especial capa - Revista Mundo OK
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especial capa - Revista Mundo OK
sumário 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 16 17 18 20 24 30 31 32 34 36 40 41 42 44 46 47 48 50 agenda e notas economia entrevista comunidade cidades dança encontro esportes OKids educação automóvel multimídia mulher gastronomia 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 16 17 18 20 24 30 31 32 34 36 40 41 42 44 46 47 48 50 especial capa perdido no japão turismo cultura dekasseguis click j-music eventos game animê mangá cosplay tokusatsu curiosidades História nikkei de pescador V irou senso comum encontrar pessoas que dizem: “quando o japonês pega gosto por uma atividade, sai de baixo, pois ele vai fazer, e bem”. Foi assim com a agricultura e diversos outros segmentos. É assim também com relação aos peixes. Quem freqüenta os rios, lagos, represas, pesquepagues e a costa brasileira já deve ter notado a quantidade de nipo-descendentes praticando a pesca. São conhecidos por carregar grande variedade de varas, além de molinetes e carretilhas ultra-modernas. Nas maletas, levam verdadeiros arsenais de iscas artificiais, chumbos, carretéis de linhas e bóias. Bonés, repelentes, óculos de sol e os mais excêntricos apetrechos completam o kit básico. Os nikkeis, se não são os grandes responsáveis, cumprem um papel fundamental no segmento de pesca brasileiro. Isso não se deve somente à atuação esportiva ou por lazer. Eles estão em toda a cadeia. São pescadores comerciais, distribuidores, donos de restaurantes e lojas especializadas, consumidores e até apresentadores de televisão. A Mundo OK foi atrás de personagens e informações que comprovem a relevância do sangue amarelo para a atividade de pesca. Embora seja um segmento ainda carente de maior desenvolvimento, não foi difícil encontrar gente disposta a falar. O resultado da missão está na matéria especial. A próxima edição terá muitas novidades. Será a última antes das comemorações oficiais do centenário da imigração japonesa, que acontecem a partir da segunda semana de junho, no Anhembi, São Paulo. Prepare o espírito para um turbilhão de emoções. A revista mais querida do centenário mostrará todos os detalhes. Capa: A pescaria como hobby Imagem: Stock.xchng Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 5 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, Danielli Guedes, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital: Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 agenda e notas RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS AJUDA HUMANITÁRIA TERREMOTO Um encontro histórico ocorreu no início do mês, e com perspectivas de melhoras na diplomacia asiática. A China e o Japão decidiram deixar para trás o passado doloroso e começar uma espécie de “construção” das relações pacíficas, sem ameaças recíprocas, com o objetivo de continuar seu desenvolvimento. O acerto ocorreu após uma reunião em Tóquio, na qual o presidente chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro japonês Yasuo Fukuda concordaram em manter contatos oficiais de alto nível por pelo menos uma vez ao ano. Em uma declaração conjunta, o chefe de Estado chinês afirmou que o Japão se converteu em “um Estado pacífico” nos 60 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Cerca de US$ 10 milhões devem sair do Japão com um destino certo: ajudar Mianmar (antiga Birmânia), após o país ser devastado pelo ciclone tropical “Nargis”. De acordo com o Ministério de Assuntos Exteriores japonês, a nova remessa soma-se aos US$ 570 mil que as autoridades japonesas já haviam anunciado. No auxílio, a ser distribuído através de várias agências das Nações Unidas, estarão tendas de campanha, geradores de energia, cobertores e outros materiais de ajuda humanitária de emergência, segundo o Ministério. Por dois dias seguidos, o arquipélago japonês sofreu com abalos sísmicos. Na ocasião, a região mais atingida foi a capital Tóquio, além de regiões do leste do Japão. Todavia, as autoridades nipônicas não confirmaram nenhum ferido ou danos materiais. A Agência Meteorológica japonesa anunciou que uma série de abalos foi registada no leste do país, um deles de 5,7 graus de magnitude, no oceano Pacífico, na altura de Ibaraki (cerca de 100 km ao nordeste da capital japonesa). ALVOROÇO FESTA JUNINA NAMORO VIRTUAL No dia 14 de junho, das 11:00h às 19:00h, o Colégio Santa Amália realizará a sua tradicional festa junina: o Arraial do Santa Amália. O evento conta com brincadeiras tradicionais e outras exclusivas, uma praça de alimentação com quitutes de dar água na boca e um show da banda West Rock. É diversão para toda a família! O colégio fica na Av. Jabaquara, nº 1673. Para mais informações acesse www.colegiosantaamalia.com.br ou ligue para (11) 5071-3555. Os idosos japoneses, quem diria, estão mais interessados em manter um relacionamento afetivo. O meio que usam para encontrar a cara-metade? A internet. Segundo dados divulgados por institutos de pesquisas, é cada vez mais popular a procura por sites de namoro entre japoneses na terceira idade. Essa nova demanda evidencia diversas mudanças no comportamento nipônico e nas relações amorosas e entre país e filhos. A empresa virtual de namoros norte-americana Match.com chegou ao Japão em 2004 e começa a investir pesado para atrair mais pretendentes na “idade de ouro”. “Atualmente, é mais aceitável falar com pessoas nessa faixa etária sobre casamento e amor”, afirma o presidente da Match.com Japão, Katsuki Kuwano. O ator Sylvester Stallone, 61 anos, causou alvoroço no Japão. Tudo por conta de uma ação de marketing para promover seu mais novo filme, Rambo IV, no qual volta à pele do veterano de guerra americano. Na ocasião, o norte-americano ganhou uma homenagem no restaurante Peninsula Tokyo, no qual deixou gravada sua mão em uma placa de cimento. A atriz Julie Benz também esteve na cerimônia para promover o filme, lançado no início do ano. economia O Brasil na era do grau de investimento A guardado por todos os brasileiros, como comentei anteriormente em um de meus artigos, o grau de investimento concedido ao Brasil pela agência de risco Standard & Poors, como BBB+, traz consigo uma série de mudanças ao país. Mas o que de fato significa um país receber o reconhecimento de grau de investimento ? É simples a resposta. Todo investidor quer seja pessoa física, pessoa jurídica ou os chamados “fundos de investimentos”, nacionais ou internacionais, analisam o risco de investir seu dinheiro em determinado país ou empresa. Para a análise de risco são considerados uma série de fatores, entre eles a estabilidade econômica e política de um país, a possibilidade de calote de sua dívida, a inflação, a segurança jurídica, burocracia, rentabilidade das ações, lucratividade das empresas, entre outros elementos. Ocorre que existem agências internacionais especializadas neste tipo de avaliação de risco. As mais importantes são a Standard & Poors, Moodys e Fitch Ratings. Por esta razão estas agências criam um ranking de países e empresas que merecem receber investimentos, segundo a credibilidade que possuem junto ao mercado investidor. Neste ranking há uma área em que se reúnem os investimentos mais seguros (grau de investimento), e por isto recebem uma nota, sendo a mais alta a “AAA” e a mais baixa a “BBB-“. Logicamente aqueles investidores que buscam fundamento seguro para seus investimento vai levar em conta a opinião destas empresas especializadas. Por esta razão é que o Brasil comemorou o “grau de investimento” e passou agora a contar com a nota BBB-. É certo que o país avançou muito em uma série de setores que permitiram avaliação, com isto, alcançou sensíveis reduções nas vulnerabilidades externas do país e riscos sobre o crédito. Assim, fatores como estabilidade econômica, controle da inflação, Texto: Eduardo Guerra redução da dívida interna, redução no pagamento de juros, maior controle fiscal, foram fundamentais para atingir este status. O resultado deste “prêmio” é o reconhecimento como um país seguro para se investir. Na prática o que se assistirá a longo prazo é uma maior entrada de capital estrangeiro, que procurará investimentos mais rentáveis e seguros. Como se sabe existem várias formas de se realizar estes investimentos. Pode ser através do mercado mobiliário (Bolsa de Valores), com a aquisição de ações; pode ser por investimento direto por meio de estabelecimento de subsidiárias no Brasil para desenvolvimento de negócios e até mesmo por meio de aquisição de empresas nacionais. Aliás, o que se espera com este cenário é um aumento no volume de fusões e aquisições das empresas brasileiras, tanto por parte dos fundos de pensões quanto pelas próprias empresas estrangeiras. Neste caso, não somente as empresas de grande porte se tornarão alvo deste movimento, uma vez que , as empresas de médio porte que tiverem um bom negócio, e uma boa rentabilidade também poderão correr atrás deste “dinheiro” que vem chegando do exterior. No entanto, as empresas precisam estar preparadas para este momento, quer seja através da profissionalização de sua gestão, melhoria dos controles internos e de comando, com maior transparência e operacionalidade, quer seja, na redução de custos, entre eles o tributário, e aumento da rentabilidade. Na condição de consultor de empresas, e tendo assessorado empresas estrangeiras em uma série de operações de fusões e aquisições, devo dizer que as empresas brasileiras precisam estar melhor preparadas em relação aquelas questões, que tanto desvalorizam seu negócio no momento da transação. A empresa até pode ter um ótimo negócio e nicho de mercado, mas se não se organizar e não se estruturar de forma profissional, muito pode se perder. Isto porque, o investidor fará uma profunda auditoria em sua empresa, de modo a identificar todos os seus pontos fracos. Por esta razão, os empresários não podem perder de foco que seu negócio também pode aproveitar o movimento positivo da economia brasileira e quem sabe até se tornar alvo de investimentos por fundos de ações ou empresas estrangeiras. . Eduardo Guerra é sócio do Guerra, Batista Associados Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703 Cep 01332.000 – São Paulo/SP Telefone:55 11 3251.1188 Fax: 55 11 3251.4956 Website: www.guerrabatista.com.br e.mail: [email protected] entrevista Tizuka Yamasaki - O paradoxo nikkei no cinema U ma das diretoras mais importantes e prolíferas do cinema e da televisão brasileira, Tizuka Yamasaki conhece muito bem os paradoxos do nissei nascido no pós-guerra. Portoalegrense de berço, mudou-se durante a infância para Atibaia (SP), onde manteve estreito contato com a colônia japonesa, sempre incentivada pela figura marcante da avó Titoe. Ela, porém, não queria vestir quimono e, por muitos anos, afastou-se da cultura ancestral. Inquieta, viveu em São Paulo na adolescência. Em seguida, transferiu-se para Brasília e, depois, Rio de Janeiro, em busca do grande sonho: ser cineasta. Desde então, não parou de trabalhar. Na década de 70, Tizuka atuou como assistente de dois ícones do Cinema Novo. Com Nelson Pereira dos Santos (“O amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres”) e Glauber Rocha (“Jorjamado no cinema” e “A idade da terra”), o Brasil real chegou em alta voltagem à alma da nikkei. O reencontro com o universo dos imigrantes aconteceu de forma arrebatadora, logo em sua estréia na direção de longas. Em 1980, lançou “Gaijin – os caminhos da liberdade”, pelo qual levou o troféu de melhor filme do Festival de Gramado. Nos anos posteriores, Tizuka tornou-se referência, tanto nas telinhas quanto nas telonas. Na tevê, dirigiu obras de grande repercussão, como a novela “Kananga do Japão”, além das minisséries “O pagador de promessas” e “A madona de cedro”. Paralelamente, conciliou a direção de filmes autorais, como “Parahyba mulher macho” e “Patriamada”, com a de produções comerciais – “Xuxa requebra” e “O noviço rebelde” são dois exemplos. Há muitas histórias sobre nikkeis que passam por crises de identidade e até de rejeição às origens. No seu caso, aconteceu algo parecido? Como qualquer criança obrigada a ser o que não é, passa por rejeições. Não quis vestir quimono nem abaixar cabeça. Fiz os dois filmes e refleti muito sobre o assunto. Compreendi a rejeição, consegui me reconciliar com a cultura japonesa e restaurar meu contato com os espíritos dos antepassados. Estou em paz. A mulher nikkei tem presença marcante nos dois “Gaijin”. O que a senhora tem de nikkei, além do biótipo? Não sei se ainda tenho alguma coisa, além do biótipo. Rejeitei muito a cultura japonesa na adolescência. Além disso, vivi muito tempo (30 anos) fora da comunidade. Mas se você for a minha casa, encontrará a culinária nipobrasileira. Não deixamos de comer ozoni e os demais pratos típicos do Ano Novo, e colocamos as oferendas no oratório budista. Há um hiato de 25 anos entre os lançamentos dos chamados “Gaijin 1” e “Gaijin 2”. Quais mudanças ocorreram na vida e na obra de Tizuka Yamasaki nesse período? Vinte e cinco anos no período mais fértil da vida de alguém é muita coisa. Tive filhos, fiz Após 25 anos de seu principal filme, a cineasta voltou-se novamente à temática nipo-brasileira, com a continuação do longa de estréia. “Gaijin – ama-me como sou” narra a história de uma família imigrante em três tempos, desde os primeiros anos de Brasil até hoje. A produção, que mostra os conflitos de gerações, os dekasseguis, além de relatos de amor e superação, rendeu-lhe novamente o maior prêmio de Gramado. Atualmente, Tizuka dedica-se a seu novo filme, “Amazônia Caruana”, que deve chegar aos cinemas em 2009. Ao mesmo tempo, capta recursos para dirigir um documentário sobre a artista plástica Tomie Ohtake. Em meio ao corre-corre do atarefado dia-a-dia, ela, que completa seis décadas de vida no próximo ano, concedeu a seguinte entrevista à revista Mundo OK. outros filmes descobrindo outras temáticas que me emocionaram, descobri a televisão, fui cobrada pelos movimentos políticos, ambientais, femininos, sociais. E envelheci na idade. Creio que me tornei mais terna, humana e consciente de que cada vez sei menos. Sua avó Titoe inspirou personagens para os dois filmes da série. Ela parece ser uma figura marcante em sua vida, não? Na minha família ninguém fazia o que minha avó não queria. Era a líder e apontava o rumo da vida da família. Acho ainda que continua sendo a matriarca, com seus 103 anos de idade. Tudo em casa gira em torno dela. A senhora chegou a mencionar em entrevista que a princípio não estava interessada em participar das comemorações do centenário da imigração japonesa, mas mudou de idéia. Por quê? De quais maneiras tem se envolvido? Penso que nunca fui tão deselegante para dizer que não me interessava participar das comemorações. Talvez o que não tenham entendido é que eu disse não ter muita coisa a fazer para as comemorações, já que fiz dois longas sobre o assunto. Sou da Comissão Honorária do Ministério de Relações Exteriores e, como tal, tenho a minha participação. comunidade Cara nova para a Liberdade Obras de revitalização ganham aprovação da Prefeitura de São Paulo Texto: Redação | Fotos: Ricardo Fonseca - Secom N o ano das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, o tradicional bairro da Liberdade ganhará o “Caminho do Imperador”, um conjunto de obras para revitalizar a região, inspirado no trajeto percorrido pelo Imperador Akihito quando esteve em São Paulo, há 11 anos. Para renovar o tradicional bairro do Centro da Cidade, o prefeito Gilberto Kassab assinou no fim de abril um termo de cooperação com o Instituto Paulo Kobayashi, que ficará encarregado de captar recursos e realizar as intervenções propostas, sem ônus para a municipalidade. “A Prefeitura, com seus parceiros, vai recuperar a Liberdade. Este projeto faz parte das comemorações do centenário da chegada dos japoneses ao Brasil. Vamos restaurar o bairro que tem um valor simbólico especial para a Cidade”, afirmou Kassab. “São Paulo é, entre todas as cidades do mundo, a que mais japoneses tem fora do Japão”, acrescentou o prefeito. O projeto arquitetônico e urbanístico para reconfigurar a Liberdade abrangerá espaços públicos, fachadas de edificações, mobiliário urbano e equipamentos de governo. “O bairro da Liberdade, com toda a sua história, é um patrimônio da Cidade. Uma região que mantém as tradições de seu povo, ao longo dos anos. Merece este grandioso projeto de revitalização”, disse Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras. Desenvolvido pelo arquiteto Márcio Lupion, o projeto vai adequar a Liberdade aos moldes da arquitetura oriental. As obras deverão estar concluídas em 36 meses. Os trabalhos devem começar pela praça da Liberdade, cujo piso será substituído por placas de concreto antiderrapante. O posto policial existente no local vai ser reformado, com arquitetura oriental. A primeira fase das obras prevê restauro e redesenho de fachadas de estabelecimentos comerciais. Caberá ao Instituto Paulo Kobayashi captar R$ 41 milhões para executar o projeto, além de obter a adesão dos proprietários dos imóveis. A Secretaria das Subprefeituras e a Subprefeitura da Sé ficam incumbidas de analisar, aprovar os projetos e fiscalizar o andamento das obras. Em quatro viadutos serão feitas homenagens às comunidades orientais. São os seguintes: Cidade de Osaka e Mie Ken, que lembrarão a comunidade japonesa; Guilherme Almeida, com deferências à comunidade coreana; e o Shuhei Uetsuka, que prestará homenagem aos chineses. O Mie Ken e o Shuhei Uetsuka ganharão novos torii, um tipo de portal, enquanto o Cidade de Osaka será reformado. Praças, jardins, ruas e calçadas da Liberdade receberão intervenções. Ao longo do caminho serão plantadas 4 mil árvores tradicionais do oriente. Na praça Almeida Junior será esculpida a estátua de Buda, com seis metros de altura, sobre fonte de flores de lótus. cidades Cultura japonesa aterrisa em Osasco Primeira edição de Japan Matsuri mostra força da comunidade local Texto: Redação | Fotos: Divulgação Para marcar de forma especial o evento, a organização criou as mascotes do Japan Matsuri, criadas pelo desenhista Bento Mano Kato. O samurai de quimono vermelho saiu do próprio símbolo da Acenbo, mas sua companheira ninja é uma invenção divertida e atraente para as crianças. Os trabalhos de criação ficaram a cargo da agência de comunicação nk2. Foram criadas peças de divulgação como volantes, cartazes e anúncios em veículos de comunicação da comunidade nikkei e da região. E m ano de comemoração, a cidade de Osasco, em São Paulo, não poderia ficar de fora. Pensando justamente em homenagear o Centenário e ao mesmo tempo provar que os nikkeis da região estão unidos, a comunidade local prepara pela primeira vez um autêntico festival japonês, batizado de Japan Matsuri, nos dias 31 de maio e 01 de junho. A organização do evento é da Acenbo (Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Osasco), que prepara atrações conhecidas dos freqüentadores de eventos nipo-brasileiros. Estarão lá, por exemplo, grandes nomes do cenário artístico: Karen Ito, Joe Hirata, Sanae Imamura, Takeshi Nishimura, a japonesa Mariko Nakahira; além de demonstrações artísticas como Companhia de Danças Panteras, Himawari, Banda Wasabi, Grupo Choro das 3, Hiro e Eidi, Tontonmi, entre outros. Segundo os organizadores, todos trabalham “incansavelmente para proporcionar aos visitantes um ótimo entretenimento e uma festa inesquecível, como jamais Osasco e região conheceram”. Na ocasião, o público poderá desfrutar de diversas atividades relacionadas com a cultura japonesa, como a sofisticada gastronomia, a estética refinada das danças e outras apresentações exóticas, como taikô, enka e minyou (música tradicional). Poderão vivenciar, através de workshops, experiências fantásticas como a arte da caligrafia (shodô), a arte de vivificar plantas e flores (ikebana), a arte da dobradura (origami) etc. Aos interessados em ver de perto todas as atrações do Japan Matsuri, os ingressos custam R$ 3,00 por dia. Crianças menores de 10 anos e adultos acima de 65 anos estão isentos do pagamento. Local: Rua Acenbo, 100, Jardim Umuarama, Osasco. Esta rua é travessa da Av. Martin Luther King. Mais informações pelo tel. (11) 3684 0904. Vale lembrar que o festival acontece das 10 às 22 horas (dia 31) e das 10 às 20 horas (dia 01) e a Prefeitura de Osasco disponibilizará ônibus circular gratuito, ligando a Acenbo aos bolsões de estacionamento, montado nas imediações e aos principais pontos da cidade de Osasco, como os terminais de ônibus. 10 dança Em busca de talentos N o ano que comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Festival Yosakoi Soran ganha ainda mais representatividade. Em sua 6ª edição, o evento tem data marcada para o domingo, 27 de julho, em São Paulo, e já está com inscrições abertas. Podem participar grupos de qualquer lugar do Brasil formados por escolas, associações e entidades ligadas à cultura japonesa no País. Este ano, as inscrições estão limitadas a 40 grupos, com o mínimo de oito dançarinos cada, nas categorias Juvenil (idade média de 15 anos) e Adulto (acima de 15 anos). O regulamento estipula o uso obrigatório do Naruko (chocalho japonês) e da expressão Soran Bushi durante a coreografia. A apresentação deverá durar no máxima 5 minutos e poderá ser criada com base em qualquer ritmo e gênero musical. Os grupos serão avaliados pelos critérios de técnica, harmonia, criatividade e conjunto. As inscrições podem ser feitas até 10 de julho, exclusivamente pelo site: www.yosakoisoran.org.br. O evento acontecerá no dia 27 de julho, no Via Funchal. Serão premiados os três primeiros colocados em cada categoria e um grupo destacado Festival Yosakoi Soran abre inscrições para grupos; evento ocorre em julho como o Grand Prix. Ao todo, serão distribuídos R$ 20 mil em prêmios. O Festival é realizado pela Associação Yosakoi Soran Brasil, com apoio do SOHO Hair International e goza dos benefícios da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Mais informações pelo telefone (11) 3541-1809 e email: [email protected]. História O Yosakoi Soran nasceu há 16 anos da mistura de dois estilos musicais regionais do Japão (Yosakoi Bushi e Soran Bushi). O Yosakoi – “a noite vem” - é um tipo de música originária da província de Kouchi, dançada pelos jovens nas ruas, de maneira viva e vibrante. Soran é uma canção folclórica rítmica, comum entre os pescadores de Hokkaido, que usam a expressão como um grito de guerra. Um universitário de Hokkaido conheceu o Yosakoi ao passar por Kouchi e decidiu introduzi-lo em sua cidade natal, acrescentando elementos do Soran. Dessa combinação surgiu, em 1991, o primeiro Festival de Yosakoi Soran no Japão, com 10 equipes e 1.000 participantes, que dançaram para cerca de 200 mil pessoas. Texto: Redação | Fotos: Divulgação encontro Rapadura no sushi - A nova gastronomia nipo-nordestina Texto e fotos: Wilson Azuma Mistura de tendências O chef Paulo Sérgio Araújo ensina uma de suas receitas de maior sucesso: a Cavaquinha ao curry, que tem um pouco de Japão, um pouco de Nordeste e um pouco de mundo. Descrição: cavaquinha (espécie de lagosta) grelhada ao molho bisquê de curry, com arroz de coco e chips de banana. Serve quatro porções. Ingredientes: B aianos, pernambucanos, cearenses. Os proprietários do badalado circuito paulistano de restaurantes japoneses recorreram aos nordestinos para serem empregados em suas cozinhas, principalmente a partir do boom da comida oriental nos anos 90. Eles aprenderam o ofício e, hoje, muitos se tornaram verdadeiros mestres. Essa história quase todos conhecem. O que poucos sabem é que o Nordeste tem mais a oferecer à gastronomia nipônica, além da mãode-obra. Ingredientes, como coentro, leite de coco e até rapadura podem combinar perfeitamente com diversas receitas. Uma afronta aos mais tradicionalistas? Não necessariamente. “O público em geral acha um pouco ousado, mas, quando prova, elogia, recomenda e torna-se cliente”, garante o cearense Paulo Sérgio Araújo, chef do conceituado Nori, no Rio de Janeiro (RJ). Entre os ingredientes da cavaquinha ao curry, sua especialidade, estão o hondashi (caldo de peixe) e o curry. Embora São Paulo seja o centro das experimentações, é no próprio Nordeste que essa influência fica mais evidente. Alguns dos melhores restaurantes japoneses incluem peixes regionais, como agulhão de vela, cioba e sirigado, no cardápio. Eleito nos últimos sete anos o melhor nipo de Recife (PE), o Quina do Futuro tem entre seus pilares a mescla. “Tivemos de adaptar alguns molhos ao paladar pernambucano porque, aqui, a comida é bastante condimentada”, explica o chef e proprietário André Saburó. Entre mais de 130 opções, o cliente pode escolher o karê, cozido japonês com carnes e legumes, que leva a brasileiríssima mandioca em vez da batata. Há quem não engula esse tipo de inovação. A gastronomia fusion, porém, desconhece fronteiras. Influenciada por ensinamentos de todos os cantos do mundo, novos sabores e aromas são desenvolvidos. Quem já experimentou garante: a tradição oriental temperada com o sotaque da terrinha pode dar o que falar. Molho - 150 ml de caldo de peixe (5g de hondachi e 10ml de nanpla dissolvidos em 140 ml de água) - 1/2 cebola média cortada em fatias finas - 20g de manteiga - 20g de farinha de trigo - 1 colher de sobremesa de curry amarelo - 1 colher de sobremesa de curry vermelho - sal e pimenta a gosto - 150 ml de creme de leite culinário Cavaquinha - 800g de caldas de cavaquinha - 10ml de azeite de oliva Arroz de coco e chips de banana - 150g de arroz jasmim cozido em água e sal al dente - 150ml de leite de coco - 80g de coco fresco ralado - 10g de coentro picado - 2 bananas da terra Preparo: 1. Molho Refogue a cebola na manteiga. Acrescente a farinha, o curry e o caldo de peixe. Mexa bem para não empelotar. Adicione o creme de leite e cozinhe por cinco minutos. Tempere com sal e reserve. 2. Caldas de cavaquinha Tempere as caldas de cavaquinha com sal e pimenta e grelhe no azeite. 3. Arroz de coco e chips de banana Aqueça o leite de coco. Acrescente o arroz e o coco ralado. Deixe cozinhar por 3 minutos. Coloque o coentro e misture. Em uma frigideira, grelhe as bananas cortadas bem finas. Montagem Coloque as caldas de cavaquinha no prato. Ao lado, sirva o arroz, as bananas. Regue as caldas usando o molho. 11 12 esportes A um passo do sonho Arremessador Jo Matumoto espera chance inédita em Liga Norte-americana R econhecido por seus arremessos precisos e sua personalidade vibrante, o veterano Jo Matumoto pode se tornar o primeiro atleta brasileiro a disputar a Major League Baseball (MLB), a Liga Norte-americana de Beisebol e principal competição do mundo. No fim de abril, o arremessador de 37 anos foi o destaque da vitória do Syracuse Chiefs sobre o Lehigh Valley IronPigs por 6 a 5 pela International League e conseguiu uma promoção dentro do clube, ficando a um passo da equipe principal. Matumoto arremessou em três das nove entradas durante a partida contra os IronPigs. Seu desempenho lhe rendeu a subida do Syracuse Chiefs (equipe AAA do Toronto Blue Jays) para a equipe AA. Para estrear na equipe principal da franquia canadense, o brasileiro terá que esperar por alguma lesão dos arremessadores titulares do Toronto. Texto: Redação | Fotos: Divulgação CBBS Por aqui, a CBBS (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol) está com a agenda atribulada. Neste ano será comemorado o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil e a Confederação não poderia ficar de fora desta celebração. As comemorações começaram em fevereiro, quando a entidade promoveu quatro grandes eventos que fazizeram parte da programação oficial do Centenário. O primeiro foi o “Jogos da Amizade – Denso x Seleção Brasileira de Softbol”, nos dias 9, 10, 16 e 17 de Fevereiro, em Curitiba (PR) e São Paulo (SP). No softbol, a programação promete ser quente no segundo semestre. Os times universitários Keio e Waseda, a Seleção Colegial Japonesa e a equipe campeã do Beisebol Semiprofissional Japonês estarão presentes. Esses eventos caracterizam não só uma justa homenagem a esta importante celebração, mas também para estreitar mais ainda os já fortes elos entre a colônia nikkei no Brasil e o Japão. Programação “Com o desenvolvimento do beisebol brasileiro e da globalização da MLB, está chegando o dia em que veremos um brasileiro na liga principal dos Estados Unidos”, comentou o presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, Jorge Otsuka. “O Jo, que tem lutado bastante, pode ser esse pioneiro”, complementou. Eleito o Melhor Jogador de várias edições do Campeonato Sulamericano de Beisebol, no qual o Brasil consagrou-se campeão ao derrotar na final a Venezuela em 2005, Jo Matumoto acabou sendo convidado, em 2006, para treinar junto com a equipe principal do Toronto Blue Jays na pré-temporada que realizam na Flórida - Universidades Keio e Waseda Data: 07 a 18 de agosto Locais: Presidente Prudente/SP (09), Maringá/ PR (10), Lins/SP (14), Ibiúna/SP (16) e São Paulo/SP (17) - Seleção Colegial Japonesa (Koko Yakyu) Data: 28 de agosto a 08 de setembro Locais: Bastos/SP (30), Londrina/PR (31), Campo Grande/MS (03), Mogi das Cruzes/SP (06) e São Paulo /SP (07) - Campeão Japonês Semiprofissional (Toshi Taiko) Data: 09 a 20 de outubro Locais: Curitiba/PR (11), Londrina/PR (12), São Paulo /SP (15 e 16), Ibiúna/SP (18) e São Paulo/ SP (19) okids Ayatori: a brincadeira do barbante O s japonesinhos não se divertem apenas com videogames e parafernálias eletrônicas. Na terra de Naruto o dinheiro nem é tão necessário para ter momentos de alegria e descontração. Um barbante e muita criatividade são suficientes para praticar uma das brincadeiras mais populares entre os asiáticos: o ayatori, chamado no Brasil de cama-de-gato. Todos ficam espantados pela agilidade e rapidez com que os nikkeis mirins formam figuras variadas entrelaçando o fio entre os dedos das duas mãos. Tradição de berço. Algumas das figuras mais conhecidas são: estrela, vassoura e teia de aranha. Quando o jogo é de dupla, um vai passando para o outro. É possível criar formas em conjunto. Os ayatoristas de nível avançado usam até os lábios e os dedos dos pés como ferramentas auxiliares. Mas a brincadeira não é exclusividade japonesa. Gregos, romanos, aborígenes australianos, esquimós e índios Miwok. Em todos os cantos do planeta há vestígios do joguinho de barbante. Na Ilha de Páscoa é conhecido como kai-kai, praticado especialmente por mulheres ao som de cantigas. Para aprender nem é preciso sair de casa. Digite “ayatori” no buscador do Youtube e encontrará dezenas de vídeos de craques nipônicos ensinando formas passo a passo. Existe até uma International String Figure Association, com sede em Pasadena, na Califórnia. Pegado o macete, ensine o básico aos parentes e amigos. É só praticar e dar asas à imaginação. No mundo Saiba como o ayatori é conhecido em alguns países: Alemanha - fadenspiele; schnurfiguren; das abnehmespiel Argentina - hamacas Austrália (aborígenes) - cudgi cudgick; kápan; kumai; kiamai Brasil - cama-de-gato China - kang sok Canadá, EUA e Inglaterra - string figures; string games; cat’s cradle Finlândia - sormi-ja; nuoraleikki; rippumatto França - jeux de ficelle; la scie Gana - nyansapo; nhama; goro; nsátia; ába Itália - ripiglino Japão - ayatori Indonésia - mobalimata; wanne; kalalèsa; toêká-toêká Texto e fotos: Wilson Azuma Primeiro passo Conheça a forma básica para começar a brincadeira de dupla. O outro praticante deve formar uma nova figura a partir dessa forma básica, e, assim, sucessivamente. Pesquise novidades. Crie tartarugas, torres, aranhas e vassouras. A.Estique a corda com as duas mãos. Deixe o dedão para fora. B. Gire a corda em volta de cada uma das mãos. O dedão continua de fora. C. Puxe com o dedo médio a corda em volta da mão oposta. D. Estique. E.Faça o mesmo com a outra mão, usando o dedo médio. Formará um X de cada lado. 13 14 educação Orientais mirins roubam a cena no metrô de São Paulo Crianças do Uehara Gakuen pararam estação São Bento N a tarde do último dia 23 de abril, quem passou pela estação São Bento da Linha 1 – Azul do Metrô, pôde assistir a uma apresentação um tanto diferente. Um grupo de crianças da escola Uehara Gakuen presentou os usuários com números de danças folclóricas. Curiosos que passavam pelo local até pararam para observar a performance das crianças. Todos vestidos à caráter, seguravam adereços nas mãos e seguiam os passos dos monitores. Palavras e agradecimentos em japonês eram ouvidos ao fim de cada apresentação. A simpatia e o entusiasmo dos pequenos foi fundamental para o sucesso do evento, que atraiu olhares e flashs de todos, que até prolongaram seu horário de almoço para ver o show mirim. A apresentação também contou com um grupo de senhoras orientais de Associações da Zona Norte de São Paulo que realizaram números tradicionais de dança japonesa. Antes do início do espetáculo, as crianças estavam ansiosas e já despertavam a atenção das pessoas que passavam pela praça de alimentação do Boulevard São Bento. As coordenadoras da escola levaram os pequenos artistas para tomar um “lanchinho” com “comidinhas” japonesas, mas nem desta forma elas se acalmaram. Durante o almoço, todos podiam ver uma mesa colorida e bastante animada. O evento mudou por um dia, a rotina dos usuários do Metrô e também dos “mini-orientais”, que guardarão boas lembranças desta data. Texto e fotos: Karina Monteiro 15 16 automóvel Força que vem do Japão Oitava geração do Honda Accord passa a ser importada do Japão e traz mais potência, design moderno e pacote tecnológico inovador A lgumas características estão ainda mais acentuadas. Elegância, luxo e conforto, entre outras. A oitava geração do Honda Accord é praticamente um outro carro. São inúmeras transformações que demonstram essa afirmação. Do design externo e espaço interior à sua potência e à aplicação de sistemas inovadores. O modelo será responsável por elevar o segmento sedã de luxo a um nível superior dentro da indústria automotiva. A oitava geração do Accord, a quinta importada para o Brasil, veio com mais gás. A versão EX V6, por exemplo, recebeu um motor de 278 cv de potência, o que representa um acréscimo de 38 cv em comparação com a sétima geração. E mais: vem com a avançada tecnologia VCM2 (Variable Cylinder Management), que tem a responsabilidade de identificar a necessidade de utilizar 3, 4 ou 6 cilindros do motor. Com isso, se torna mais econômico e consegue reduzir a emissão de gases poluentes. A versão LX também “cresceu” e passa a ser produzida com 156 cv (antes, tinha 150 cv). Na parte interna do veículo, um espaço amplo e confortável define muito bem as alterações. Essa nova geração passa a ter 12 cm a mais em seu comprimento. Desta forma, oferece ainda mais comodidade aos seus ocupantes. E não pára por aí. A versão EX V6, a top de linha, dispõe de um sistema de áudio premium, com espaço para seis CDs, MP3 e subwoofer, que acentua os sons graves. Texto: Redação | Fotos: Divulgação A segurança também não é deixada de lado. O novo Accord chega ao País com apoio de cabeça ativo, para evitar o efeito-chicote, que pode lesar a coluna em caso de acidente. Entre outros itens, também foi projetado com o Advanced Compatibility Engineering (ACE), que incorpora uma estrutura frontal interna para auxiliar na absorção e dispersão de impactos em uma grande área. Com todos esses atrativos, a Honda Automóveis pretende aumentar sua participação na categoria de sedã de luxo. Entre 1992, início de sua importação, até o final do ano passado, foram quase 14 mil unidades comercializadas no Brasil. Com o lançamento da oitava geração, a empresa vive a expectativa de vender 2.037 unidades até o final deste ano. Importado do Japão, o novo Honda Accord tem três anos de garantia, sem limite de quilometragem, e está disponível nas cores Preto Nighthawk e Prata Global. O preço público sugerido é de R$ 99.800,00 (LX) e R$ 144.500,00 (EX). Esses valores não incluem seguro. multimídia ‘Como a brisa do outono’ traz o teatro nô para São Paulo L Texto: David Denis Lobão | Fotos: Divulgação iteralmente nô significa atuação. Este tipo de teatro japonês é resultado de uma harmoniosa combinação de canto, dança e declamação. Dificilmente encenado no Brasil é um gênero muito popular no Japão, seu país de origem. O diretor teatral Luis de Assis Monteiro resolveu quebrar este dogma e encenar uma montagem em São Paulo. Através da companhia teatral Confraria da Paixão o espetáculo “Como a brisa do outono” ganhou forma, formada em sua maioria por atores de origem ocidental. Encenado a principio como parte da mostra teatral do Teatro Escola Macunaíma, o espetáculo deve iniciar temporada a partir de julho em São Paulo. “A preparação dos atores se deu, num primeiro momento, num contexto de escola, onde tudo foi muito rápido devido ao cumprimento de um cronograma. Após a estréia na escola, nós retomamos o trabalho, com ensaios de sete horas por semana, onde tivemos a oportunidade de rever muita coisa e também de melhorar não somente o espetáculo, mas também o trabalho dos atores”, explica Monteiro. O próprio diretor foi o responsável pela tradução e adaptação das obras originais. “A escolha dos textos se deu por uma opção de mostrar a obra de pelo menos três autores diferentes e ainda abordar diversos assuntos, de maneira que o público brasileiro pudesse ter uma idéia da abrangência deste tipo de teatro. Assim sendo, eu procurei conservar a essências delas, retirando apenas algumas situações muito específicas da cultura japonesa e que escapariam à compreensão de nosso público”, completa o dramaturgo. A inspiração para “Como a brisa do outono” veio de três autores Kanze Kiyotsugu Kan´Ami, Kongo Yagoro e Kanze Motokiyo Zeami, que é considerado o principal teórico e dramaturgo do teatro nô. O espetáculo reúne quatro obras dos autores, criadas entre os séculos XIV e XVI: “O barco espantalho”, “Komachi em Sekidera”, “A dama Han” e “Matsukaze”. Os textos abordam aspectos existenciais da condição humana como a solidão, a intolerância, a desilusão, a desagregação do ser e o amor incondicional. O que chama a atenção é a propriedade com que brasileiro Luiz Monteiro fala sobre o teatro nô e a maneira como ela domina tão bem a técnica, sem nunca ter pisado no Japão. Mas logo o diretor nos dá uma explicação pelo seu fascínio pelo estilo. “Já alguns anos que eu me interesso por ele, embora muito pouca coisa se tenha publicado no Brasil. A partir da década de 90 que começaram aparecer alguns estudos acadêmicos acerca do teatro asiático. E sempre aguardava uma oportunidade para realizar um espetáculo a partir dos textos do nô. Mesmo porque, as obras do nô tratam de questões profundamente humanas que estão se perdendo em nossos dias, como a poesia, o respeito ao idoso, a busca da felicidade, o amor sem restrições, a ética e a dignidade humanas”. 17 18 mulher Natação para bebês: saúde, interação e afeto N a piscina aquecida, a mãe ergue o bebê, segurando-o por baixo das axilas. Conta: um... dois... três, e mergulha a criança na água rapidamente, para, logo em seguida, trazê-la de volta. Muitos podem achar estranho fazer isso com alguém que sequer completou o primeiro ano de vida. Mas, se repararem, durante o movimento descendente, o pequenino reagiu da mesma forma que qualquer nadador mais velho. Ele fechou os olhos e prendeu a respiração. Esse é apenas um dos exercícios praticados durante as aulas de natação para bebês, atividade lúdica e saudável que ganha cada vez mais adeptos em academias, clubes e clínicas especializadas. Não é necessário ter medo pelas crianças, pois elas já estão mais do que habituadas ao líquido, visto que passaram um bom período dentro da barriga da mãe durante a gestação. Os médicos recomendam iniciar a prática após os seis meses de idade, quando o organismo já recebeu as vacinas necessárias e está mais protegido. O acompanhamento de mães e babás é fundamental durante as atividades, pois são elas que vão estimular, realizar exercícios e proporcionar segurança aos nenéns. “Fazemos com que as crianças redes- cubram o meio líquido. Dominando a água, elas se sentem mais seguras”, explica a especialista Glória Cristina Cintra, instrutora da academia Sport Station, no bairro Interlagos, em São Paulo. As aulas costumam acontecer duas vezes por semana e têm duração de 30 a 45 minutos. Nesse período, as crianças são estimuladas a realizar uma seqüência de exercícios, que têm especificações próprias e, por isso, devem ser sempre orientados por um profissional de educação física ou fisioterapia. É comum observar os participantes cantando músicas infantis, que ajudam a desenvolver os órgãos sensoriais. Os programas são variados, mas, basicamente, incluem batidas de mãos e pernas, mergulhos, flutuação, movimentação e muita brincadeira. Os benefícios são muitos. Melhora a coordenação motora; proporciona noções de espaço e tempo; aumenta a capacidade neurogógica, cardiorespiratória e muscular; estimula o apetite; tranqüiliza o sono; e previne doenças. A natação auxilia também o desenvolvimento psicológico do bebê, já que tem a propriedade de induzi-lo a ter mais autonomia e, ao mesmo tempo, como é feita geralmente com as mães, estreita os laços de amor e confiança. mulher Rei lança perfume “Emoções” E strela-mor da música brasileira, Roberto Carlos assina a nova aposta da empresa de cosméticos Racco: o perfume “Emoções”, título de um de seus maiores sucessos. Com o slogan “Nós homens somos românticos. Encante-nos”, o produto foi desenvolvido ao longo de nove meses, sob olhar atento do Rei. A fragrância de rosa branca é uma das características da linha. O lançamento aconteceu em 17 de abril, no hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro, com presença de celebridades como Zeca Pagodinho, Luiza Brunet e Alcione. “’Emoções’ tem marcado minha carreira. Agora, com a Racco, eu realmente acompanhei tudo com muito amor, pensando no que os homens iam sentir quando sentissem este perfume nas mulheres”, comentou Roberto. “Emoções” custa R$ 79,90. Pode ser adquirido por meio da rede de 350 mil consultores da Racco espalhados pelo Brasil. O atendimento é feito também por telefone (0800-601-0303), ou pelo site www.racco.com.br. A empresa e o Rei estudam criar um perfume masculino e linhas de cosméticos nos próximos anos. 19 20 gastronomia Gastronomia japonesa com alma Restaurante Makoto aposta em tradição milenar para atrair clientes Texto: Redação | Fotos: Divulgação C om a nova onda da cozinha fusion na atual gastronomia japonesa em São Paulo, alguns estabelecimentos voltam às raízes para atrair os verdadeiros amantes da culinária nipônica. Enquanto alguns chefs apostam na combinação, às vezes duvidosas, de ingredientes tropicais nos combinados de sushis e sashimis, o Makoto Sushi & Sosaku Ryori vai contra essa tendência: enfatiza os pratos robustos e que se destacam pela beleza e sabor realçado. Encravada no coração da Liberdade, o bairro oriental da capital paulista, a casa situa-se no Hotel Nikkey Palace, um dos mais conhecidos dos turistas japoneses que visitam a cidade. Tem à sua frente o renomado chef Hélio Makoto Yamashita, que já passou por casas como o Shin Zushi e Sushi Yassu. Sem contar as temporadas no Japão para aprimorar sua técnica e, claro, montar um cardápio diferenciado. “Aqui somos estilo japonês mesmo”, resume ele, com 23 anos de experiência dentro da cozinha. E como o objetivo é recriar um típico ambiente nipônico, Makoto não mede esforços para levar essa “aura” aos pratos. Por lá, nada de rodízio com pratos frios e quentes ou sushis com ingredientes como banana ou doces. O forte mesmo é o Omakase (menu degustação), que reúne a essência da gastronomia japonesa. Ou, se preferir, os pratos específicos que combinam sushis e sashimis de peixes variados. “Aqui trabalhamos com peixes direto do Mercado Municipal, além de ingredientes importados do Japão”, diz. Aos que preferem diversificar, há ainda opções da cozinha internacional, pois o restaurante atende hóspedes do hotel. Nessa época de frio, as preferências são os pratos quentes. Em especial o udon, feito com macarrão especial e complementado com produtos típicos japoneses. “Como assumimos agora, resolvemos apostar em soluções diferentes para os pratos. Renovei o cardápio colocando alguns pratos que muitos conhecem, mas com um toque diferente. Acho que isso é o principal aqui no restaurante”, diz o chef, lembrando que muitos clientes são antigos. “São pessoas que conheço há 10 anos e gostam de apreciar verdadeiros pratos japoneses. Quando preparo um sushi ou mesmo um prato quente, procuro me manter fiel ao estilo que aprendi no Japão. E isso faz a diferença.” Centenário em questão Com o discurso de sempre manter o foco no Japão quando vai para o balcão preparar os sushis, Makoto também não poderia deixar de lembrar o Centenário da Imigração. A seu modo, prepara para junho um menu com pratos típicos da época. Entre as atrações estão tempurá de jiló, broto de samambaia, oshitashi de serralha, além dos sushis e sashimis. De sobremesa, o agashi (iguaria feita com batata-doce). “A idéia é servir um menu completo que relembre a época dos primeiros imigrantes. A cada prato que sai da cozinha, vou explicando como eram as refeições dos japoneses naquela época”, explica Makoto. A inspiração para se chegar ao menu veio do Museu Histórico da Imigração, além de conversas com pessoas da geração mais antiga. “Na gastronomia, tudo volta às raízes. Então, nada melhor do que lembrar essa época e trazer ingredientes que muitos comiam há algumas décadas. É a homenagem do restaurante para os imigrantes japoneses”, define. Makoto Sushi & Sosaku Ryori Endereço: Rua Galvão Bueno, 425, Liberdade, São Paulo Tel: (11) 3207-8511 Horário: a partir das 11h30 Cartão: Visa, Mastercard e América Express Média de preços: Combinado com 26 peças: R$ 46,00 Lámen: R$ 18,00 Nabeyaki Udon: R$ 32,00 vitrine 21 22 vitrine vitrine 23 24 especial capa Pescaria é “coisa de japonês” - Por lazer, esporte ou business, O bjetos estão intimamente associados a etnias, como árabe e turbante; alemão e caneca de cerveja; mexicano e sombreiro; escocês e kilt; argentino e espeto de churrasco; e, claro, brasileiro e bola de futebol. Os japoneses também têm os companheiros inseparáveis. Não, não apenas as câmeras fotográficas. Repare: para onde quer que vá uma família nikkei, a varinha de pesca está junto. O descendente é apaixonado pela boa e velha pescaria. Sem muitas opções em terra para a agricultura e a criação de gado, seus ancestrais saíram ao mar em busca de alimento. O atum servido cru virou símbolo da culinária do arquipélago, onde, graças à presença de peixes, polvos, lulas e algas no cardápio diário, as pessoas vivem mais de 80 anos em média. A estreita ligação com a água não se dá apenas pela necessidade. Ao longo dos séculos, os moradores do Sol Nascente encontraram na pesca a opção de lazer para toda família. Aos mais aficionados, o esporte de contato com a natureza, que exige uma qualidade inerente aos orientais: a paciência. Para se ter idéia, as duas principais marcas de artigos de pesca – Shimano e Daiwa – são japonesas. A paixão foi transmitida às gerações seguintes, e chegou ao Brasil pelos imigrantes. Paupérrimos, os nihonjin trabalhavam nas lavouras de sol a sol. Quando sobrava tempo, uma das poucas distrações era arrumar uma varinha de bambu, amarrar a linha na ponta, fixar o anzol, usar uma boa isca, sentar à beira do rio e esperar. O ritual servia para aliviar o árduo cotidiano. Os nikkeis pegaram o gosto dos pais e avós. Hoje, formam uma comunidade, em grande parte, responsável pela difusão da prática, seja por lazer, esporte ou negócio. São pescadores inveterados, donos de pesqueiros, proprietários de grandes empreendimentos do setor e presidentes de associações. Tem até pescadorapresentador de programa da televisão. Fanáticos e estrelas Quando o comerciante Paulo Kubo tinha nove anos, seu avô o convidou para acompanhá-lo nas incursões pelo rio Feio, em Lins, interior de São Paulo. Foi quando teve os primeiros contatos com o mundo da pescaria, que nunca mais deixou, mesmo após ter-se mudado para a capital, em 1955. “A emoção de pegar um peixe é muito grande, dá uma satisfação enorme”, empolga-se. Se, em rios, represas, mares e pesqueiros a presença de nikkeis é marcante, salta ainda mais à vista na mídia, onde aparecem com freqüência para falar sobre psicultura, prática esportiva e tudo que é alusivo a peixes. O programa Pesca Alternativa é referência do gênero. Aos sábados pela manhã, milhares de fãs ligam os televisores no canal SBT para acompanhar as viagens e as dicas. O descendente Nelson Nakamura é um dos comandantes da atração. Especialista em pesca de tucunarés e robalos, venceu inúmeras competições desde que deu as primeiras içadas, aos quatro anos de idade. Ele conquistou espaço com carisma e entusiasmo. Durante a juventude, chegou a trabalhar como fotógrafo e foi proprietário de uma oficina de funilaria e pintura. Mas a paixão falou mais alto, e, desde meados da década de 80, vive exclusivamente das varas, anzóis e molinetes, seja como apresentador de tevê ou homem de negócios. Experiente, ele tem uma tese interessante para explicar o fascínio que a pesca exerce sobre os nikkeis. “O japonês é um povo que gosta dos detalhes. A pescaria exige observação e concentração para atingir o objetivo. Isso, o japonês tem”, acrescenta Nakamura, que, aos 52 anos, é também proprietário de uma fábrica de iscas artificiais, uma escola de pesca e produz varas customizadas. especial capa 25 a paixão do nipo-descendente pelos peixes vem de berço Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação/Wilson Azuma/ Arquivo Pessoal Business Paradigma Aliar paixão à profissão é algo que os descendentes sabem fazer bem. Embora o Brasil ainda não possua tecnologia e know how comparado a de países como EUA e Japão, desde a década de 90 a demanda por produtos e serviços tem aumentado. O exemplo mais emblemático do business associado à pesca é a Sugoi Big Fish, especializada em venda de incontáveis artigos nacionais e importados. A empresa foi inaugurada em 2001 por nikkeis, numa época em que, após um boom no final da década de 90, o mercado estava estagnado. País com a maior costa tropical, que abriga a maior rede hidrográfica do mundo, o Brasil é um dos destinos mais interessantes para os pescadores, sejam eles amadores, esportivos ou comerciais. “O japonês é um povo que gosta dos detalhes. A pescaria exige observação e concentração“ A aposta deu certo e, hoje, a rede é referência para os aficionados, com 11 lojas no estado de São Paulo. A meta, ambiciosa, é estar presente nas principais capitais brasileiras até 2016. “O mercado é altamente promissor, cresce a cada mês. A participação japonesa é inevitável, pois é uma raça cuja pescaria está no gene. Basta entrar em nossas lojas. O que tem de japonês comprando não é brincadeira”, garante o diretor comercial Wilson Katakura. “Quem entra nas lojas para comprar fica contente, pois está lá por lazer. Ou seja, tenho contato diário com gente de bem com a vida. Isso contagia e não traz estresse”, conclui. O potencial, no entanto, ainda não é totalmente explorado. “Apesar da globalização, deixamos a desejar em relação aos países de ponta, que são detentores das grandes marcas. Há um agravante, que é a informalidade de lojas e empresas, que, por isso, não patrocinam os pescadores profissionais”, lembra Nakamura. Preocupados em desenvolver o segmento, os nikkeis exercem o mesmo papel que tiveram na agricultura, trazendo novas informações e técnicas, incentivando sua prática, participando ativamente das discussões e substituindo o amadorismo pela profissionalização. Tudo isso, levando em consideração muito mais do que o dinheiro, mas, acima de tudo, o amor. Se hoje o setor tem boas perspectivas, e já subiu vários degraus em relação ao passado, boa parcela da responsabilidade é dos filhos e netos dos imigrantes. Ou alguém acha que sem os brasileiros de olhos puxados o universo da pesca seria o mesmo? Pesca comercial: do mar aos restaurantes japoneses A pesca comercial no Brasil é pouco desenvolvida, levando-se em consideração o potencial. Embora tenha 8,5 mil quilômetros de costa e 12% de água doce disponível no mundo, o consumo médio de pescados é de apenas 7 quilos por habitante ao ano, pouco mais que a metade do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Se não fossem os japoneses e seus descendentes, porém, a situação poderia ser pior. Até os anos 50, o segmento de pescados era praticamente artesanal, quando a japonesa Taiyo passou a atuar em Santos (SP). Primeira empresa internacional do ramo, o negócio trouxe tecnologia e agregou volume ao mercado brasileiro. Mas com o fim dos incentivos fiscais, fechou as portas em 1970. Duas décadas mais tarde, a contribuição nikkei deu-se por intermédio da Cooperativa Mista de Pesca Nipo-Brasileira, que chegou a formar o maior complexo pesqueiro nacional, com 300 barcos, mil empregados e exportações anuais de US$ 20 milhões. Ambos os empreendimentos não deram seqüência, mas proporcionaram ao País experiências inéditas, que serviram de base para levar profissionalismo ao ramo. Os nipo-descendentes estão em toda a cadeia produtiva de peixes. Basta um curto passeio pelo setor de pescados do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), maior centro de comercialização atacadista de perecíveis da América Latina, para observar a grande leva de nikkeis negociando atuns e salmões. Presidente da Acapesp (Associação dos Comerciantes Atacadistas de Pescados do Estado de São Paulo), Jiro Yamada acredita que a cultura do peixe tem amplo espaço para se desenvolver. Nas várias viagens que fez ao Japão para conhecer a indústria local, porém, verificou que o desafio é grande. “A tecnologia é impressionante. Lá, existem até escolas de pesca. A diferença de qualidade é muito grande. Quando fui ao mercado de Tóquio senti até vergonha. Nossos pescados são muito mal tratados”, verifica. Yamada afirma que, atualmente, os principais responsáveis por manter o fluxo de vendas são os restaurantes japoneses. “Sem dúvida, são os grandes consumidores, principalmente pelo apelo pela comida saudável que se observa nos últimos anos”, diz. 26 especial capa Atum: o rei do sushi e do sashimi Texto: Wilson Azuma | Fotos: Mitsuyoshi / Divulgação O quadro com o contorno do boi, dentro do qual há uma espécie de mapa anatômico dos cortes da carne, é bastante característico nos açougues brasileiros. No Japão há algo similar, com a diferença do desenho, que mostra o atum, ou maguro, variedade endeusada pelos habitantes do arquipélago. Geralmente, o filé é servido cru, especialmente indicado para degustar a tradicional dupla sushi e sashimi. Os melhores exemplares pesam a partir de 20 quilos, mas podem chegar a 600. São encontrados em alto-mar, a pelo menos 200 quilômetros da costa. Para se ter uma dimensão da popularidade da espécie, um desses peixes foi arrematado por US$ 200 mil, em 2004, no concorrido mercado de Tsukiji, de Tóquio. Embora dispute espaço com o salmão pela preferência dos brasileiros, o atum merece destaque nos cardápios. O sabor é um pouco mais acentuado em relação à concorrente. A textura, por sua vez, é macia e bem encorpada, o que torna sua degustação bastante prazerosa. A coloração do filé deve receber atenção. Muitas pessoas acreditam que, quanto mais avermelhada, melhor a qualidade, o que não é verdade. As partes mais valorizadas ficam na barriga – otoro – e têm cor rosa claro. É onde fica a maior concentração de ômega 3, uma das chamadas “gorduras saudáveis”, que ajuda a reduzir os níveis de triglicérides e de colesterol ruim (LDL). A espécie carrega ainda vitaminas A, B e D, além de ferro, fósforo e potássio. Como as embarcações percorrem longas distâncias, o rei dos sushi e sashimi chega à maioria dos restaurantes e peixarias após 15 a 20 dias da data de captura. A tradição japonesa, no entanto, diz que melhor é o sabor, quanto mais fresco for o alimento. Por isso, há grande disputa entre os estabelecimentos de gastronomia para conseguir os melhores fornecedores. No Ceagesp, por exemplo, os corredores do galpão de pescados são tomados por compradores e chefs, que chegam por volta das 2h da madrugada para conseguir as melhores levas. Equipe do Mitsuyoshi leva atum pescado no mesmo dia aos clientes Ao menos uma vez por mês, a equipe da casa, acompanhada de amigos, segue de lancha para uma área em alto-mar conhecida como Penhasco do Meka, a mais de 110 milhas náuticas do litoral paulista. O grupo embarca por volta da meia-noite do Guarujá, e passa o dia pescando atuns. À noite, retorna para servir o pescado bem fresco aos clientes. Os mais habituais são convocados pela internet para participar da degustação. “A carne pescada no mesmo dia tem um sabor indescritível. É um diferencial nosso; uma forma especial de tratar os amigos e clientes especiais”, explica o proprietário Pedro Mitsuyoshi. “Embora dispute espaço com o salmão pela preferência dos brasileiros, o atum merece destaque nos cardápios. O sabor é um pouco mais acentuado em relação à concorrente. A textura, por sua vez, é macia e bem encorpada, o que torna sua degustação bastante prazerosa.” Capital nacional dos restaurantes japoneses, a cidade de São Paulo abriga casas que levam esse conceito ao extremo. Famoso pela inovação e pela grande variedade de peixes e frutos do mar, o Mitsuyoshi vai diretamente à fonte para oferecer filés recém-retirados do mar. Até a década de 70, o atum não freqüentava o rol dos pescados mais cobiçados. Porém, a crescente demanda por alimentos saudáveis, aliada ao boom mundial da culinária japonesa, tornaram a espécie uma verdadeira preciosidade, seja por seu preço, pelas propriedades médicas ou pelo sabor inigualável. 2727 28 saúde Sorriso saudável melhora a qualidade de vida e aumenta auto-estima V ocê já parou para ver seus dentes hoje? Pois saiba que, com o sorriso saudável, você tem hálito puro e dentes fortes, contribuindo desta forma com a sua saúde. Além de ser esteticamente bonito perante as pessoas. Mas, para conseguir um sorriso saudável você deve começar com uma higiene bucal escovando bem os seus dentes, passando o fio dental nos locais dos dentes aonde a escova não alcança, escovando bem a língua e complementando com um bom enxaguatório bucal. Afinal, com a boca saudável você evita as cáries, sangramento gengival, problemas cardíacos e câncer bucal. O índice de câncer bucal no Brasil é muito elevado, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) é o quarto tipo de câncer que mais mata, por isso, faça constantemente o auto-exame, verifique se não há feridas na língua, bochechas, lábios e gengivas. Tenha sempre em mente que a prevenção é a forma mais barata, simples e eficaz para manter um sorriso saudável. Sorriso saudável é sinônimo de dentes fortes e bonitos e pessoas com dentes bonitos têm a auto-estima mais elevada e isso significa qualidade de vida. Visite o dentista regularmente. Dr. Marcelo Kawabe Mack Odontologia Rua Apeninos, 930. Conj. 21 - Paraíso Tel: (11) 5575-0032 (11) 5081-2873 www.mackondontologia.com.br 29 30 perdido no japão Golden Week S Por Fabio Seiti Tikazawa* ão quarto horas da tarde do último dia do Golden Week** e eu me encontro dentro de um netocafe (lan house) tentando redigir a matéria desse mês. Certamente vou contar como foi meu feriadão, mas foram tantos acontecimentos que estou vendo um jeito de resumir para caber numa página. Minha primeira semana dourada foi bem agitada, não havia completado nem um mês que estava morando em Hamamatsu. Logo no primeiro dia fui conhecer o Castelo de Hamamatsu, construído por Ieyasu Tokugawa, em 1571. Dei uma volta no museu mas como não haviam guias turísticos nem informações em inglês, não pude aproveitar totalmente o passeio. No segundo dia, fui até Nagóia conhecer o Aeroporto Internacional. O lugar não tinha nada de muito especial, o interessante mesmo foi ver a quantidade de pessoas que, debaixo de um sol de mais de 30 graus, se protegiam para apreciar os aviões. Voltando de lá, uns amigos japoneses de Gunma já me esperavam na estação e logo que cheguei fui levá-los para comer o churrasco brasileiro. No entanto, o sabor não os agradou muito. Dis- seram que a carne era muito salgada e limitaramse a comer arroz com torresminho! No dia seguinte fomos ver dois festivais que acontecem nessa época: primeiro vimos o Hamamatsu Matsuri, um festival de rua famoso em todo o Japão, que lembra um desfile de banda misturado com escola de samba. Depois fomos a praia de Nakatajima ver o Tako Matsuri (Festival das pipas). No penúltimo dia do feriado, fui ao centro da cidade numa festa das nações, com barracas de comida típica de todos os países que têm representantes morando em Hamamatsu, como Brasil, Peru, Indonésia, Turquia, Tailândia e México. Como já era o ultimo dia do evento, não haviam mais apresentações ou shows, mas as barracas de comida eram o suficiente para lotar o evento. E hoje, ultimo dia do feriado, estou eu aqui, terminando de redigir o texto e prestes a voltar para casa para recomeçar a rotina. Nos vemos no próximo mês. Jya mata. *Fabio Seiti Tikazawa e publicitario, aspirante a redator, aprendiz de dekassegui e esta perdido no Japao ha 7 meses. **Golden week – Como acontecem 4 feriados em seqüência, os japoneses chamam a semana de semana dourada. Os feriados são: 29/abril - dia do período Showa, 03/maio - dia comemorativo da constituição, 04/maio - dia do verde e 05/maio - dia da criança. 31 turismo Arquitetura japonesa no coração Mogi das Cruzes prova importância dos japoneses ao inaugurar Torii, um dos maiores do Brasil Texto: Redação | Fotos: Divulgação “ O Brasil é um exemplo mundial de convivência fraterna entre diferentes povos e Mogi das Cruzes constitui-se num símbolo desta diversidade”. Com esta frase, o prefeito de Mogi das Cruzes, Junji Abe, abriu seu discurso durante a inauguração do Torii instalado na altura do número 1.461 da rodovia Mogi-Dutra, próximo à empresa Horizonte Veículos, no fim de abril. O portal japonês é o maior do Brasil no gênero, com 8,40 metros de altura por 22 de largura, além da tradicional cor vermelha. Ao lado de diversas autoridades municipais, vereadores e lideranças da comunidade nipobrasileira que compareceram ao evento, Junji falou sobre os primeiros imigrantes japoneses que vieram para o País a bordo do navio Kasato Maru e enalteceu o espírito acolhedor do povo brasileiro. A inauguração do Torii no dia 25 de abril marca a data na qual, há exatos 100 anos, os primeiros 791 japoneses partiam do porto de Kobe em direção a Santos. “Os japoneses encontraram aqui inúmeras dificuldades, mas com muito trabalho, disciplina e destemor venceram todos os obstáculos e se integraram de corpo e alma ao Brasil. Este é um exemplo de como é belo o nosso país: um local que recebeu de braços abertos não só os japoneses, mas também os espanhóis, árabes, alemães, italianos e vários outros povos que, hoje, formam a nossa sociedade. Somos um exemplo de paz para o mundo”, afirmou Junji aos presentes. Logo após o discurso do prefeito, as autoridades descerraram a placa inaugural do Torii, fixada em uma das pilastras de sustentação. Ao lado do presidente da Associação Pró-Centenário, Osvaldo Nagao, Junji foi bastante cumprimentado O que é um Torii? pelos presentes e enalteceu o ótimo trabalho executado pelos funcionários da Prefeitura na confecção do portal: “São servidores humildes, como marceneiros e capinteiros, que se dedicaram a fazer esta estrutura. Como estamos vendo agora, o resultado ficou excelente”, disse. O Torii mogiano será o maior do Brasil, pesando cerca de duas toneladas. De acordo com Osvaldo Nagao, a inauguração do Torii faz parte de um conjunto de iniciativas que estão transformando Mogi das Cruzes em um pólo marcante da passagem do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. “Neste momento, quero registrar toda a minha satisfação, agradecendo o prefeito Junji não apenas por este portal que homenageia os japoneses e seus descendentes, mas por todo o trabalho que a Administração Municipal vem desenvolvendo em Mogi nos últimos sete anos, impulsionando cada vez mais o progresso da cidade”, frisou. Um Torii (em japonês: 鳥居) é um portal tradicional japonês, ligado à tradição xintoísta e assinala a entrada ou proximidade de um santuário. O marco é composto por dois pilares verticais, unidos no topo por uma trave horizontal (kasagi), geralmente mais larga que a distãncia entre os postes. Sob a kasagi há outra trave horizontal, (nuki) que une os dois pilares. Em torno desta estrutura básica, encontramos múltiplas variações, dependendo do estilo arquitectónico do Santuário e da sua divindade principal (saijin). Os templos podem ter um ou mais Torii, indicando a crescente proximidade do local sagrado. Quando são vários, há, geralmente, um maior que é chamado ichi no torii (o primeiro torii). Além disso, os torii também podem estar integrados na tamagaki ou vedação que circunda o santuário. Os mais utilizados são a madeira e a pedra, mas não há restrições estabelecidas e, na actualidade, têm sido construídos torii com outros materiais. 32 cultura O Japão em cada um de nós : Mostra do Banco Real revela o E m celebração ao primeiro Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Banco Real apresenta a exposição “O Japão em cada um de nós”. Com curadoria dos historiadores Paulo Garcez e Célia Oi, a mostra é gratuita e ficará em cartaz de 21 de maio a 18 de julho no Espaço de Exposição do Banco Real, localizado na Av. Paulista, 1.374. A exposição tem por objetivo apontar a importância da comunidade de origem nipônica na atual sociedade brasileira por meio do compartilhamento de experiências e culturas durante um século de convivência. Percorrendo os módulos da exposição, o visitante reconhecerá em seu cotidiano as múltiplas referências do intercâmbio entre os imigrantes, seus descendentes e o povo brasileiro. “Nessa mostra teremos a oportunidade de vivenciar a influência da cultura japonesa em nossa sociedade e perceber como nós, brasileiros, incorporamos hábitos que nos tornam muito mais japoneses do que pensamos”, afirma Fernando Byington Egydio Martins, diretor executivo de Estratégia da Marca e Comunicação Corporativa do Banco Real. “Os cem anos da imigração celebram história de intercâmbio cultural e social entre os dois países. A exposição “O Japão em cada um de nós” oferece a perspectiva histórica e estimula o diálogo dessas culturas em nosso dia a dia”, completa Fernando Martins. Com design expositivo da artista plástica Gláucia Amaral “O Japão em cada um de nós” é uma mostra interativa, que permitirá ao visitante vivenciar diferentes experiências sensoriais. Sons, aromas, texturas, imagens e informações serão apresentados no trajeto da exposição, que está dividida em cinco módulos temáticos. São eles: Economia Enumera as contribuições dos nikkeis nas atividades econômicas brasileiras, sob três pilares: a vida no campo, a indústria e as instituições financeiras. Entre os destaques deste bloco está a montagem de uma “feira livre”, com exposição de produtos hortifrutigranjeiros in natura, que foram inseridos em nosso dia-a-dia por influência dos imigrantes. O bloco também apresentará a trajetória do Banco América do Sul (fundado por imigrantes japoneses em 1944 e posteriormente comprado pelo Sudameris, que por sua vez foi adquirido pelo Banco Real). Ela será contada por meio de uma seleção de fotografias, propagandas, objetos de trabalho dos bancários e um livro editado com todos os nomes dos funcionários da extinta instituição, entre outros. { Artes Documenta a presença dos imigrantes japoneses e seus descendentes nos principais movimentos artísticos brasileiros e suas influências em diversos setores do cenário artístico nacional, com exemplos na pintura, cerâmica, ikebana, paisagismo, literatura, indumentária e artes cênicas e gráficas. O destaque deste módulo fica por conta de pinturas e esculturas do acervo do Banco Real. Sob a curadoria da historiadora e crítica de arte Stella Teixeira de Barros, a seleção trará trabalhos de artistas imigrantes ou jovens talentos nipo-brasileiros, como Yoshiya Takaoka, Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Tadashi Kaminagai e Flávio Shiró Tanaka. cultura 33 impacto da imigração japonesa na atual sociedade brasileira Ciência e Tecnologia } Entrevistas e depoimentos gravados demonstrarão a expressiva e crescente atuação de nipo-brasileiros na produção de conhecimento científico nas principais universidades e centros tecnológicos do país. Serão apresentados vídeos de alunos, docentes e pesquisadores, cujos projetos conquistaram grande alcance social, e um banco de dados de estudantes nikkeis das principais universidades estaduais paulistas e paranaenses. O visitante poderá conhecer grandes contribuições científicas como a dos pesquisadores Sizuo Matsuoka e Hideto Arizono, que desenvolveram a variedade RB da cana-de-açúcar. É uma espécie mais resistente a pragas, contém maior porcentagem de sacarose e já representa 50% da cana cultivada no Brasil. A Vida Urbana Revela a importância das populações nipo-brasileiras na estruturação da vida urbana no país por meio da configuração peculiar de alguns bairros, desde a Liberdade – principal referência da cultura japonesa no Brasil – até bairros não-óbvios, como Saúde, Pinheiros e Vila Nova Cachoeirinha. O módulo também abordará a vida espiritual, com a difusão de templos, religiões e formas meditativas, e a arquitetura que reelabora o repertório tradicional japonês ou utiliza as formas da arquitetura contemporânea. A Presença no Cotidiano Em sua última seção, a mostra evidencia a difusão massiva de produtos de origem nipônica por meio de bens de consumo. “Se algum visitante ainda não tiver reconhecido a sua porção japonesa, neste módulo ele não terá mais dúvidas”, enfatiza o curador Paulo Garcez. “O visitante descobrirá, por exemplo, que alimentos, artigos de higiene e confecção que fazem parte de seu dia-a-dia são fabricados há décadas por empresas brasileiras fundadas por imigrantes japoneses e seus descendentes”, completa Célia Oi. O segmento apresentará ainda a referência japonesa na prática de modalidades esportivas, especialmente as artes marciais, e no entretenimento, por meio da presença de representantes da comunidade nikkei em programas de TV e propagandas que estão na memória de todos os brasileiros. Serviço Exposição “O Japão em cada um de nós” Local: Espaço de Exposições do Banco Real Endereço: Av. Paulista, 1374 - São Paulo Período: 21 de maio a 18 de julho Horário: segunda a sexta, das 9h às 19h/ sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h Entrada: franca 34 dekasseguis Acordo previdenciário pode sair ainda em 2008 Segundo deputado federal Walter Ihoshi, questão beneficiaria ambos os países O s japoneses residentes no Brasil e os brasileiros residentes no Japão que mostram-se preocupados com a questão da previdência social podem ficar um pouco mais aliviados. O acordo previdenciário entre os dois países deve ganhar forma ainda neste ano, após o Japão “olhar” o Brasil com mais atenção – por conta do Ano do Intercâmbio Brasil-Japão comemorado em 2008. No dia 24 de abril, uma delegação brasileira participou da celebração oficial dos 100 anos de imigração com a presença da Família Imperial e dos principais nomes políticos do Japão. Além da cerimônia, a ocasião serviu para debater questões pertinentes a ambos os países, como a previdência social. A reunião com representantes japoneses contou com a presença da ministra Dilma Roussef (Casa Civil), que viajou ao arquipélago para tratar de possíveis acordos de cooperação bilateral com o governo japonês. De antemão, tanto a ministra quanto o deputado federal Walter Ihoshi (DEMSP) avaliaram que o acordo previdenciário é o mais adiantado. Já pelo lado japonês, o presidente do Grupo Parlamentar Japão-Brasil, o deputado federal Taro Aso, também acredita que as negociações entre os dois países andam bem e há chances de ser firmado ainda este ano. “O encontro com o ministro Taro Aso mostra que o governo japonês está Texto: Redação | Foto: Divulgação muito interessado em promover esse tipo de diálogo. Até porque, caso o acordo seja mesmo assinado, beneficiaria tanto o brasileiro que está lá trabalhando, quanto os vários executivos japoneses que estão no Brasil”, salienta Ihoshi. O objetivo principal das discussões é a implementação de um acordo bilateral, mediante o qual se possa garantir os direitos da previdência social nas legislações dos dois países, possibilitando que os trabalhadores migrantes e seus dependentes legais, de ambos os países, tenham assegurados os benefícios previdenciários nas situações de necessidade. Quando o migrante tiver direito aos benefícios, ele somará, em um país, o tempo de contribuição feito à para a previdência do outro. dekasseguis 35 36 click Golfe Centenário 2008 no Arujá Golfe Clube: Kunio Ishihara, Muneki Tikasawa, Massuo Nishibayashi (Cônsul geral do Japão em SP), Yoshito Nomura e Makoto Tanaka. 3 Nikkei Matsuri: Fernando Mukuno, Toshiyaki Tamae, Vereador Ushitaro Kamia, Vereador Gilberto Natalini, João Sadao Kitamura e Osmar Maeda 36 Undokai da UCEG: Workshop de softball para crianças Marcelo Ikemori recebendo homenagem na cãmara dos vereadores de SP 3 Nikkei Matsuri: Stand Praça de Alimentação Okinawa Santa Maria 3 Nikkei Matsuri: Mara Maravilha 37 click Golfe Centenário 2008: Kayoko Ikoma e Katsunari Takahashi - Jogadores Profissionais de golfe do Japão) Apresentadores do Miss Centenário: Sabrina Sato e Kendi Yamai Torneio Nacional de Futsal: Foto do Primeiro jogo do torneio 36 Undokai da UCEG: Jun Suzaki do Yassuragui home e locutores Nikkei Matsuri: Vereador Gilberto Natalini, Vereador Ushitaro Kamia e o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab Torneio Nacional de Futsal: Akio Ogawa (Ícaro), Valter Sassaki (Ass. com. do centenário - Comissão de esportes), Toshiaki Tame (Vice-Pres. da liga nacional de futsal) e Yoshio Imaizumi (Pres. da liga nacional de futsal) 38 vitrine vitrine 39 40 jmusic Dez anos da morte de hide Texto: Henrique Duarte C ompletou no dia 2 de maio de 2008 dez anos da morte de Hideto Matsumoto, popularmente conhecido como hide, uma das figuras mais importantes do cenário musical japonês. hide é o grande responsável pela música e pela ideologia do rock japonês. Foi um dos fundadores do movimento visual kei, o “pai” de bandas que entraram para a história de seu país, como L’Arc~en~Ciel, SIAM SHADE, GLAY e LUNA SEA. Tudo o que hide produziu há mais de vinte anos atrás sofreu uma repercussão gigantesca, que ultrapassou, inclusive, as fronteiras de seu país. Hoje não há banda de rock no Japão que ouse afirmar não ter sido influenciada por esse grande músico. É como declarou sabiamente Reo, o guitarrista da banda lynch., para o hide Memorial, uma iniciativa de homenagem do JaME: “hide é e sempre será nossa origem, e essa origem é universal”. Estilo subversivo, vontade incontrolável de transpor a ordem, de inovar, criar, quebrar paradigmas, ignorar as regras e indignar os mais céticos: hoje vemos muitos artistas japoneses adeptos dessa ideologia, tão importante na história do j-rock e do visual rock como movimentos ímpares no mundo todo. Pois essa era a proposta de hide desde que fundou a Yokosuka Saver Tiger, sua primeira banda, quando adolescente. Em contraste com sua personalidade humilde, essa conduta rebelde está nitidamente explícita em seus diversos lançamentos, inclusive em Pink Spider - o último single, o maior hit e a suposta carta de suicídio de hide -, e motivou uma legião de jovens a questionar o rígido conservadorismo oriental. Não fica difícil concluir, então, que o Japão ainda está para conhecer alguém que conseguisse transmitir tão fielmente o amor pela música como hide fazia. Entre outras empreitadas, hide já montou uma banda em Califórnia, nos Estados Unidos, numa tentativa de conquistar o mercado internacional; gravou o HIDE YOUR FACE, primeiro álbum de sua carreira solo, praticamente sozinho e fundou em 1996 a LEMONed, uma gravadora dedicada a estimular o trabalho de artistas indies. Mas faleceu em 1998 (de acordo com a polícia, o músico se auto-estrangulou com uma toalha) e entrou para a história da música japonesa. De 2000 a 2005, esteve aberto em Yokosuka um museu em homenagem a hide. Este ano, as maiores bandas do rock japonês da atualidade se reuniram no festival hide memorial summit. Durante dois dias de shows, revelações como MUCC, D’espairsRay, heidi., Maximum the Hormone e veteranos como T.M. Revolution, X JAPAN, Luna Sea e Dir en grey se apresentaram no Ajinomoto Stadium em memória ao músico. Dez anos se passaram e hide está mais presente do que nunca. O JaME e a Rádio Blast! organizaram em maio diversas homenagens ao músico. Informe-se, procure conhece-lo melhor ou simplesmente passe a mensagem adiante. Afinal de contas, é a ele quem devemos agradecer por toda a variedade e sentimento que inspiram o j-rock a assumir proporções cada vez maiores no mundo todo. 41 eventos Animês e mangás invadem o interior de SP Texto: Layla Camillo | Fotos: Douglas Ribeiro N o clima das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, foi realizado nos dias 19 e 20 de abril dentro do parque temático Hopi Hari, em Vinhedo, o evento Japan Hari, que é considerado um verdadeiro sucesso, já que no domingo o local teve de fechar as portas com super lotação. Unindo atrações habituais do público das grandes convenções de animês, tais como cosplay e animekê, à mega-estrutura do parque temático Hopi Hari, com certeza o evento agradou a todos os presentes. Mesmo com o mau tempo na tarde de domingo, não faltaram opções de diversão. Entre tantas atividades disponíveis, as mais procuradas foram os workshops de cultura japonesa (como taiko) e as atrações de palco, dentre elas as bandas M’Ai (sábado) e Tatsu (domingo). E já que estamos falando de eventos de animê no interior de São Paulo, vale destacar que nos dias 26 e 27 de abril ocorreu em Campinas o Fanmixcon 5 ½. O encontro atraiu um grande público ao Instituto Cultural Nipo-Brasileiro de Campinas. Entre as atrações, shows das bandas Animadness e AniROX, palestra de dublagem com Silvio Navas (o Mumm-ra de “Tundercats”) e atividades do Centro Cultural Japão. Confira os resultados dos concursos culturais dos eventos Japan Hari Cosplay – Categoria Única (Desfile) 1º lugar: Gabriel “Hyoga de Toalha” 2º lugar: Melissa Giron 3º lugar: “Kaka” Animekê – Categoria Única 1º lugar: Joyce “Minako” 2º lugar: Caio “Tsubasa” Corban 3º lugar: Thais “Thata” FanMixCon Cosplay – Campeões de cada categoria Livre Individual: Ana Valonia Roessle Livre Grupo: Ricardo e Chris Desfile: Gabriel “Otto” Tradicional Individual: Ana Paula Pereira Tradicional Grupo: SS Littlefoot Animekê – Categoria única Campeão: Fernando “Kira” Martins Leopoldino 42 game Jogos vitais para o PlayStation 3 Texto: Daniela Giovanniello N ão importa como você o chama, se de PlayStation 3, PS3 ou Play 3. O importante é que quem gosta de videogames já deve ter ouvido falar do console da Sony, que foi lançado novembro de 2006 e que até hoje conquista fãs com seus jogos cada vez mais fantásticos. Mas se você só conhece o videogame e pouco sabe de seus jogos. Preparamos uma lista dos melhores e mais populares games para Play 3. E como a ordem dos fatores não altera o produto, ele não está organizado por ordem preferencial. É somente uma seleção de alguns dos games que valem a pena serem jogados. “Devil May Cry 4” “Gran Turismo 5 Prologue” A franquia “Devil May Cry” surgiu como “coadjuvante” de “Resident Evil”, entretanto ambos acabaram se consagrando separadamente. Um novo protagonista chamado Nero “chega chegando” e toma o lugar de Dante, o caçador de demônios (personagem principal dos outros jogos da série), tornando-se alvo principal da vingança de Nero. O novato faz parte do grupo que cultua Sparda, o lendário cavaleiro das trevas que é pai de Dante e Vergil. Vale à pena conferir pela alta qualidade dos gráficos, belos cenários e golpes detalhados. Em se tratando de game de carros, este é o que se pode chamar de profissional. São 40 veículos das mais diversas montadoras como: Mitsubishi, Nissan, Lotus e Ferrari para o jogador escolher e poder pilotar em pistas da vida real como: Suzuka, Eiger Nordwand e The London City Track. Atendendo a pedidos dos antigos fãs, um sistema de danos completo foi implementado, além do modo online, com suporte para até 16 jogadores via PlayStation Network. Sem falar que as reações dos carros de corrida estão mais fiéis graças à alta definição dos gráficos e upgrade no visual do jogo. “Metal Gear Solid 4: Guns “Grand Theft Auto IV” of Patriots” “Guns of the Patriots” acontece depois do segundo episódio de Metal Gear. Nesta época, na década de 60 (quando se passa a história do game), o protagonista está mais velho, grisalho e sua roupa fica mais futurista, mas nada que o descaracterize como Snake do primeiro e segundo jogos. Snake se encontra no meio de uma guerra urbana e é perseguido por unidades Metal Gear. Os detalhes estão mais realistas em relação às expressões, roupas e armas dos personagens. “MGS 4” é o último dirigido pelo criador Hideo Kojima. O cenário escolhido do novo “GTA” é a cidade de Nova York e o personagem principal é Niko Bellic, um imigrante Europeu que chega aos Estados Unidos em busca de trabalho, grana e melhores condições de vida. Nova York chama-se Liberty City e os bairros também são rebatizados: o Brooklyn vira Broker, por exemplo. Na trama, Niko é influenciado por seu primo Roman e acaba se envolvendo com atividades ilícitas, apesar de não ser má pessoa. A partir daí, cabe ao jogador tomar as decisões do personagem e divertir-se com o game. 4343 44 animê Sucesso japonês chega a Hollywood Texto: Túlipe Helena A obra máxima de Osamu Tezuka, “Astro Boy” (“Tetsuwan Atom”), idealizado no início dos anos 50 e que conta a história de um menino-robô criado para substituir o filho falecido de um grande cientista, chegará em breve a Hollywood. O misto de aventura com ficção científica começou o seu sucesso com a publicação do mangá de mesmo nome em 1952 a 1963, na revista especializada Shonen. Alguns outros volumes foram publicados pelas editoras: Kobunsha, Dark Horse, Glènat, Standaard Uitgeverij, Carlsen, Bonnier Carlsen e Panini, responsável pela publicação de três volumes aqui no Brasil em 2007. A versão do mangá lançada pela Panini foi inspirada na nova versão do animê de Tezuka. Na história em quadrinhos, Astro o protagonista, foi construído por um rico industrial e cientista que perdeu seu filho em um acidente. Por este motivo, ele constrói um robô igual ao menino. Quando percebe que o robô nunca vai crescer, o cientista se livra dele vendendo o robô para um circo. Um cientista chamado doutor Elefun ou Ochanomizu que acolhe o menino e começa a cuidar dele como se fosse seu filho. Continuando a trajetória de sucesso, “Astro Boy” foi a primeira série animada a ser exibida no Japão. As exibições tiveram início em janeiro de 1963 e foram ao ar até dezembro de 1966. Após o lançamento no Japão e o aumento da sua fama, o animê logo foi para a TV americana. O período de maior ascensão foi nos anos 80, mas no ano de 2003, o animê ganhou novas versões e com elas uma nova geração de fãs também. “Astro Boy” foi a primeira série animada a ser exibida no Japão. Ao todo foram cerca de 193 episódios. “Astro Boy” foi ao ar pelas emissoras de TV Fuji e NBC. Ao todo foram cerca de 193 episódios. Quando lançado, o animê foi dirigido por Osamu Tezuka nos estúdio Mushi Productions e ao longo dos tempos, “Astro Boy” ganhou diversas adaptações. O jogo lançado para o Game Boy em agosto de 2004, “Astro Boy: Omega Factor” é prova do sucesso do personagem que trouxe bons frutos através de licenciamentos. O game foi produzido pela Treasure e distribuído pela Sega. O filme “Astro Boy” será inteiramente produzido em computação gráfica. A produtora responsável pela produção é a mesma do filme “Tartarugas Ninjas”, a Imagi. Também são parceiros no live-action: Warner Bross e The Weinstein Company. Para tornar o filme um sucesso da computação gráfica, vários produtores renomados participarão do processo, dentre eles: David Bowers (“Por água abaixo”), Maryann Garge (“Pocahontas”, “Madagascar” e “Spirit”), Francis Kao, Yoshihiro Shimizu, Pilar Flynn e Yan Chen (“Dinossauros” e “Matrix Reloaded”). No final do mês de fevereiro deste ano, foi anunciado o dublador do personagem principal do longa animado, “Astro Boy”. O nome já é conhecido, Freddie Highmore. Dentre os trabalhos do jovem ator estão: “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e “Finding Neverland”. A previsão de lançamento do projeto de aproximadamente 50 milhões de dólares é para o segundo semestre de 2009. O mestre dos mangakás ou Walt Disney oriental Osamu Tezuka, morto em 1989, é reconhecido como o maior mangaká, denominação para os desenhistas de mangá no Japão, da história. Sua carreira foi pioneira. Os atributos utilizados por Tezuka trouxeram a modernidade para as produções, além da sua influência que definiu a estilização dos traços das HQs e animações, ou seja, os olhos grandes dos personagens foi criação dele. Suas produções também são marcadas pelo bom humor, traços claros, imagens simples e enquadramento cinematográfico. O “Deus” do mangá, como é chamado no Japão, fez com que os quadrinhos e desenhos animados japoneses se tornassem populares no Japão e no resto do mundo. Na sua imensa lista de criações de sucesso internacional estão: “Ma-chan no Nikki”, “Shin Takarajima”, “Jungle Taitei”, “Ribbon no Kishi”, “Hi no Tori”, “Black Jack”, “Buddha” (“Buda”) e “Adolf ni Tsugu” (“Os três Adolfs”). Mas o destaque realmente fica por conta de “Astro Boy”. vitrine 45 46 mangá qrst abcdEfg A história do nazismo em quadrinhos Texto: David Denis Lobão e Junior Fonseca O s mangás constantemente nos remetem a realidade em que vivemos nos dias de hoje. É comum lermos histórias que falam de temas polêmicos como homossexualidade, pedofilia, incesto e até mesmo temas sociais como pobreza, prevenção da AIDS e combate ao preconceito. Entretanto, um dos temas que vem ganhando destaque entre os mangakás (autores de mangás) são os quadrinhos com contextos históricos. Dentre eles, as obras mais conhecidas são as que falam sobre a bomba atômica e as conseqüências da segunda guerra mundial para os japoneses. Mas também estão ganhando destaque os mangás que falam sobre o nazismo na Alemanha nos anos 40. Uma destas obras chegou ao Brasil, trata-se de “1945”, de Keiko Ichiguchi, lançada pela editora NewPOP no Brasil e comercializado pela Comix Book Shop. Publicado em um volume único com 128 páginas a obra foi o primeiro título publicado pela empresa no país. Keiko Ichiguchi estreou no mundo do mangá em 1988. Com o pseudônimo de Keiko Sakisaka, trabalhou para a revista mensal “Bessatsu Shojo Comic”, publicando “Lucia” (1990) e “Otometachi no Sanka” (“Cântico para as Garotas”, 1991). Em 1995, realizou para as edições Star Comics o livro de “Contos Oltre la Porta” (“Além da Porta”), e em 1997 deu início a uma colaboração com a editora japonesa Kodansha, que viu nascer as histórias “1945” e “America”, esta última contada em capítulos em 1998. Em 2003, publicou no Japão a saga “Mistery Guide” sobre os mistérios de Florença para a editora Hakusuisha. Em “1945” a história se passa na Alemanha do final dos anos 30. Os nazistas avançam com uma determinação feroz por toda a Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Elen e Maximillian são dois irmãos, dois jovens estudantes que relutam em fazer parte das organizações nazistas, mais por inquietação pessoal do que por convicção política. Serviço: Mangá a venda na loja Comix Al. Jaú 1998 - São Paulo - Prox. ao Metrô Consolação TEL: (11) 3088-9116 - [email protected] Seus pais, como muitos alemães, estão atônitos diante da ferocidade do regime nazista, mas não tem forças para reagir a toda aquela brutalidade. Elen conhece Alex durante as férias. O encontro entre eles é breve, mas marcaria para sempre suas vidas. Eles se reencontram alguns anos depois e descobrem estar apaixonados um pelo outro. Mas Elen sofre por sua melhor amiga, exilada por ser judia, enquanto Alex odeia os judeus porque um deles foi responsável pela ruína do seu pai, que o levou ao suicídio. A guerra começa e os caminhos de Alex e Maximillian se cruzam, ambos lutando para sobreviver no gelado inverno russo. Quando retorna à Alemanha, Maximillian organiza um grupo de estudantes que distribui panfletos clandestinos, enquanto Alex passa a fazer parte da SS (organização paramilitar ligada ao partido nazista alemão) por se sentir em dívida com a pessoa que cuidou dele depois da morte de seus pais. Aquilo que parecia separar os três jovens acabará por fim os unindo. Os três voltam a se encontrar para o desfecho da tragédia, forçados a crescer rápido demais por culpa da história e a prestar contas com a própria consciência e com os próprios sentimentos. cosplay 47 Final de concursos de cosplay são destaque do Anime Friends 2008 O Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos (editores do portal www.ohayo.com.br) | Desenho: Diogo Saito s fãs de animês, mangás e cultura pop já podem comemorar, finalmente foi divulgada a data e o local do Anime Friends 2008, maior convenção do gênero no continente americano. Este ano serão oito dias de evento, dois a mais que o ano passado. A feira vai ocorrer nos dias 11, 12, 13, 16, 17, 18, 19 e 20 de julho. E para comportar melhor o público esperado para o evento, o local também mudou, agora será realizado no Clube de Regatas Tietê. Toda a área do famoso clube paulistano estará fechada para o Anime Friends. E com isto os cosplayers já podem comemorar, várias atrações do evento serão dedicadas a eles. Pra começar tem o tradicional Teatro Cosplay, que apresenta trabalhos mais longos (com aproximadamente 30 minutos), com um roteiro mais elaborado e maior tempo de ensaio e preparação do que os concursos convencionais. Também estão garantidas as finais de dois importantes concursos, o Circuito Cosplay e o YCC – Yamato Cosplay Cup. O Circuito Cosplay é uma competição que dura um ano inteiro, onde o objetivo é o cosplayer acumular pontos em diversas etapas, como ocorre na Formula 1. Já o YCC é um concurso que realiza seletivas por todo o país e reúne os melhores de cada região para uma grande final em São Paulo, que será nos dias 11 e 13 julho no palco principal do Anime Friends. Mas nem só de cosplay é feito o evento. Um dos destaques é a sexta edição do Oscar da Dublagem. A premiação este ano promete ser maior, com novidades e homenagens especiais para dubladores do Rio de Janeiro e de São Paulo. A cerimônia será realizada no dia 12 de julho. Além disto, os shows estão garantidos nas atrações Super Friends Spirts e Yamato Music Station. Os artistas internacionais vão marcar presença nos dois finais de semana do Anime Friends, com cantores japoneses de anime songs (temas de animês e tokusatsus). E uma das apresentações mais esperadas dos brasileiros estará no Anime Friends, trata-se do grupo JAM Project. Aguardem em breve mais novidades do evento aqui na revista Mundo OK. 48 tokusatsu O que é Kaiju? K Descubra um pouco mais sobre os populares monstros gigantes japoneses aiju é uma palavra japonesa que significa “besta misteriosa”, mas que costuma ser traduzida simplesmente como “monstro”. Especificamente, ela é usada para se referir à um gênero de tokusatsu, os seriados e filmes japoneses feitos com a utilização de efeitos especiais. Termos relacionados a utilização dela incluem “kaiju eiga (filme de monstro gigante)”. Também existem variantes como “kaijin”, referindo-se à monstros vagamente humanóides e daikajuu (monstro grande). Texto: Eugênio Furbeta – do portal www.tokusatsu.com.br | Fotos: Divulgação e Reprodução Godzilla, o mais famoso monstro gigante O kaiju mais famoso é Godzilla. Desde que apareceu em seu primeiro filme em 1954, o rei dos monstros ganhou fãs pelo mundo todo. Com história original de Tomoyuki Tanaka, Shigueru Kayama e Takeo Murata, o longa contou com direção de Inoshiro Honda, efeitos especiais do lendário Eiji Tsuburaya (criador de “Ultraman”) e trilha sonora do maestro Akira Ifukube. A produção da Toho Company chamada originalmente de “Gojira” (junção das palavras baleia e gorila) estreou nos cinemas japoneses no dia 3 de dezembro de 1954 e conquistou imediatamente uma legião de fãs. As lembranças das bombas atômicas lançadas sobre o arquipélago no fim da segunda guerra ainda atormentavam os japoneses e o mundo. Foi nesse clima que multidões foram aos cinemas pra ver o gigante radioativo, o que resultou em cerca de nove milhões de espectadores. Esse mega sucesso contava a história do monstro gigantesco que desperta após testes nucleares no Pacífico arrasando Tóquio e cidades vizinhas. Sendo derrotado pelo exército japonês. No ano seguinte, Godzilla (como ficou mundialmente conhecido) estreou nos EUA. Lá foram acrescentadas cenas com o ator Raymond Burr de uma antiga serie chamada Perry Manson. Com isso, o roteiro foi alterado, mostrando um repórter que cobria os ataques de Godzilla. Depois do seu primeiro longa-metragem Godzilla protagonizou inúmeros filmes, num total de 28, onde já foi herói, vilão e as duas coisas ao mesmo tempo. Nos anos 70, Godzilla chegou a fazer participações especiais na serie de TV “Zone Figther” também da Toho. Além disto, Godzilla também apareceu em desenhos animados da Hanna-Barbera (“The Godzilla Power Hour”) e Adelaide Productions (“Godzilla The Series”). Outros kaijus Entre outros kaijus famosos estão Mothra, King Kong, Gamera e King Ghidorah. Apesar de kaiju e kaijin quase sempre terem sua aparência inspirada em animais convencionais, insetos ou criaturas mitológicas, há exemplos mais exóticos, apresentados inicialmente nas franquias televisivas dos gêneros “Super Sentai” e “Kamen Rider”. Por exemplo, Choujin Sentai Jetman apresentava monstros baseados em pacotes de pipoca, semáforos e tomates. “Kamen Rider Super-1” contava com um exército de monstros baseados em objetos do cotidiano, como guardas-chuva e escadas. 13 4949 50 curiosidades Criador da Turma da Mônica é recebido pela Família Imperial Encontro, realizado em Tóquio, fez parte das comemorações dos 100 anos da imigração japonesa ao Brasil. O imperador Akihito, a imperatriz Michiko e o príncipe herdeiro Naruhito, do Japão, receberam no último dia 24 de abril, em Tóquio, o desenhista Mauricio de Sousa - responsável pela criação dos personagens Tikara e Keika, as mascotes do Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil. No encontro estavam presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Masahiko Koumura, autoridades do governo japonês e representantes da Fundação Japão e Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa (ACCIJ). Durante a cerimônia, o criador da Turma da Mônica entregou ao imperador um quadro com a imagem dos personagens, que a partir de agora deve compor o acervo de obras de arte do palácio imperial japonês. Durante uma semana, o correio do Japão utilizará em todas as correspondências um carimbo oficial com a imagem de Tikara e Keika. “Depois de receber o quadro, o imperador Akihito realizou uma simpática quebra de protocolo. Ele foi muito gentil conosco. Trocamos um caloroso aperto de mãos. Em seguida, o intérprete falou sobre a Turma da Mônica e eu me apresentei usando uma frase que aprendi em japonês: ‘Boku Wa Mangaka Desu’, que significa ‘sou desenhista de histórias em quadrinhos’. Logo depois, o imperador perguntou à minha esposa Alice Takeda sobre a origem da família dela”, contou Mauricio de Sousa. Em junho, o príncipe herdeiro deve retribuir a visita. Segundo a Embaixada do Japão no Brasil, o objetivo da passagem de Naruhito pelo nosso país será fortalecer o comércio bilateral, uma vez que aqui está a maior comunidade de descendentes japoneses no mundo, com cerca de 1,5 milhões de pessoas. Mascotes rendem frutos comerciais Lançados recentemente, os personagens Keika e Tikara começam a gerar resultados comerciais para o escritório de Maurício de Sousa. Através da empresa WOW, responsável por uma linha de sucos, Tikara ganhará uma linha de chá verde, a ser distribuída no Brasil e, possivelmente, no Japão. Para os brasileiros, os chás começam a chegar nas lojas já a partir de maio. Mauricio de Sousa apresentou os amigos Tikara e Keika, criados em homenagem ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, no começo do ano. Tikara significa “força e coragem” na língua japonesa. Já o nome da charmosa Keika quer dizer “aquele que acrescenta bravura, pureza, integridade e honestidade”. Ao criá-los, o desenhista preocupou-se em representar a cultura milenar japonesa e, ao mesmo tempo, espelhar a modernidade do Japão de hoje. Por enquanto, os personagens serão utilizados nos cartazes e no material de divulgação dos eventos ligados à comemoração do centenário. E, em breve, devem fazer uma “visita” para Mônica e seus amigos nos gibis da turma. 51 52