Setor Têxtil
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GUIA TÉCNICO SECTOR TÊXTIL Lisboa Novembro 2000 FICHA TÉCNICA Coordenação Engº José Miguel Figueiredo Tel: 21 7165141 (Ext. 2356) Fax: 21 7166568 E-mail: [email protected] Equipa técnica Engº Francisco Rodrigues Tel: 21 7165141 (Ext. 2390) Fax: 21 7166568 E-mail: [email protected] Engª Anabela Correia Tel: 21 7165141 (Ext. 2517) Fax: 21 7166568 E-mail: [email protected] Engª Marina Barros Tel: 21 7165141 (Ext. 2385) Fax: 21 7166568 E-mail: [email protected] INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial DMTP – Departamento de Materiais e Tecnologias de Produção Azinhaga dos Lameiros 1649-038 Lisboa AGRADECIMENTOS Este Guia Técnico foi elaborado pelo INETI, envolvendo a colaboração empenhada de especialistas e instituições do sector, particularmente o Centro Tecnológico da Industria Têxtil e Vestuário (CITEVE) e as Associações Industriais: Associação Portuguesa da Indústria de Têxteis e Vestuário (APTV), Associação Portuguesa das Indústrias de Malha e Confecção (APIM), Associação Nacional dos Industriais de Tecelagem e Têxteis Lar (ANITT-LAR), Associação Portuguesa dos Industriais de Vestuário (APIVE) e a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL). INDICE 1. INTRODUÇÃO _______________________________________________________________ 1 2. OBJECTIVOS ________________________________________________________________ 3 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR_________________________________________________ 4 3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA _______________________________________________ 5 3.1.1. Matéria prima processada _______________________________________________ 5 3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica ____________________________ 8 3.1.3. Pessoal ao Serviço____________________________________________________ 10 3.1.4. Indicadores económicos _______________________________________________ 12 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICO ______________________________ 14 3.2.1. Preparação da matéria prima ___________________________________________ 15 3.2.2. Fiação______________________________________________________________ 15 3.2.3. Tecelagem ou tricotagem ______________________________________________ 15 3.2.4. Preparação para o tingimento___________________________________________ 16 3.2.5. Tingimento__________________________________________________________ 16 3.2.6. Estamparia__________________________________________________________ 17 3.2.7. Acabamentos químicos ________________________________________________ 17 3.2.8. Acabamentos mecânicos _______________________________________________ 18 3.2.9. Confecção __________________________________________________________ 18 3.2.10. Diagramas esquemáticos de Fabrico _____________________________________ 18 3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS __________________________________________________ 23 3.3.1. Introdução __________________________________________________________ 23 3.3.2. Caracterização dos resíduos ____________________________________________ 24 3.3.2.1. Bases de estimativa para o subsector da Lã ___________________________ 25 3.3.2.2. Bases de estimativa para o subsector do Algodão _______________________ 25 3.3.2.3. Bases de estimativa para o subsector das Fibras Sintéticas e Artificiais ______ 25 3.3.2.4. Bases de estimativa para o subsector da Confecção _____________________ 26 3.3.3. Análise global das quantidades anuais de resíduos produzidos por subsector _____ 27 3.3.4. Correlação dos resíduos com as operações produtivas por subsector ___________ 29 3.3.5. Resíduos industriais por subsector e terminologia CER _______________________ 34 4. POTENCIAL DE PREVENÇÃO DENTRO DO SECTOR TÊXTIL__________________________ 36 4.1. ANÁLISE GLOBAL DO POTENCIAL DE PREVENÇÃO POR GRANDES GRUPOS DE OPERAÇÕES ___________________________________________________________ 37 4.1.1. Preparação da matéria prima ___________________________________________ 37 4.1.2. Fiação______________________________________________________________ 38 4.1.3. Tecelagem ou tricotagem ______________________________________________ 39 4.1.4. Preparação para o tingimento___________________________________________ 39 4.1.5. Tingimento__________________________________________________________ 40 I 4.1.6. Estamparia__________________________________________________________ 40 4.1.7. Acabamentos químicos ________________________________________________ 41 4.1.8. Acabamentos mecânicos _______________________________________________ 42 4.1.9. Confecção __________________________________________________________ 42 4.1.10. Medidas de prevenção de carácter geral __________________________________ 42 4.1.10.1. Controlo de qualidade da matéria prima, dos produtos químicos e corantes __ 42 4.1.10.2. Controlo de qualidade da água utilizada na fábrica ______________________ 43 4.1.10.3. Recepção de matéria prima, produtos químicos e corantes _______________ 43 4.1.10.4. Estações de Tratamento de Águas Residuais ___________________________ 44 4.1.10.5. Caldeiras para produção de vapor ___________________________________ 45 4.2. TECNOLOGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS AO SECTOR TÊXTIL ________ 45 4.2.1. Medidas de Prevenção ________________________________________________ 45 4.2.2. Tecnologias de prevenção______________________________________________ 47 4.2.2.1. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de lavagem de lã__ 48 4.2.2.2. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de carbonização __ 49 4.2.2.3. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de abertura e limpeza de algodão _______________________________________________ 50 4.2.2.4. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de formação de cabo de fibra sintética _____________________________________________ 51 4.2.2.5. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de branqueamento __________________________________________________ 51 4.2.2.6. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de mercerização __ 52 4.2.2.7. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de mercerização e branqueamento _____________________________________ 53 4.2.2.8. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de encolagem e desencolagem__________________________________________________ 53 4.2.2.9. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de tingimento ___ 55 4.2.2.10. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de estampagem ____________________________________________________ 58 4.2.2.11. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de acabamento _ 60 4.2.2.12. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis a várias operações têxteis ____ 61 4.2.2.13. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à fabricação de carpetes _____ 63 4.2.2.14. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à confecção________________ 63 4.2.2.15. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis ao tratamento de fim de linha ___________________________________________________________ 64 4.3. ESTIMATIVA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS APÓS APLICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO ________________________________________________ 66 4.4 TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS NO SECTOR TÊXTIL E IMPLEMENTADAS NO PAÍS PARA O SECTOR _________________________________ 68 5. TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE POTENCIAL APLICAÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS ______________________________________________________________ 70 II 5.1. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE LAVAGEM DE LÃ _______________________________ 73 T1 - Recuperação de lanolina _____________________________________________ 74 Caso real – Rio Llobregat _______________________________________________ 75 Caso real – ConAgra Wool Pty Ltd ________________________________________ 76 T2 – Recuperação e recirculação de água na lavagem de lã ____________________ 77 Caso Real – F. & A. Vaugelade Co. _______________________________________ 79 Caso Real – Rio Llobregat_______________________________________________ 81 T3 - Reutilização da última água de lavagem da lã ____________________________ 83 T4 - Limpeza do velo ____________________________________________________ 85 Caso Real – Goulburn Wool Scour ________________________________________ 86 5.2. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE CARBONIZAÇÃO DE LÃ __________________________ 87 T5 - Filtração do banho de carbonização ____________________________________ 88 Caso Real – Quimica Y Textiles Proquindus Saci _____________________________ 89 T6 - Recuperação do banho de carbonização _________________________________ 90 5.3. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE ABERTURA E LIMPEZA DE ALGODÃO_____________ 91 T7 - Reutilização do resíduo de processamento de rama de algodão ______________ 92 T8 - Controlo de qualidade da matéria prima _________________________________ 93 5.4. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE FORMAÇÃO DE CABO DE FIBRA SINTÉTICA _________ 94 T9 - Torcão com simultânea formação de cabo _______________________________ 95 Caso Real – Indústria Têxtil do Ave _______________________________________ 96 5.5. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE BRANQUEAMENTO _____________________________ 97 T10 - Branqueamento com peróxido de hidrogénio ____________________________ 98 T11 - Reutilização do banho de branqueamento ______________________________ 99 Caso Real – Riddle Fabrics, Inc _________________________________________ 100 T12 - Lavagem após branqueamento por uma preparação de enzimas ___________ 101 Caso Real – Skjern Tricotage-Farvery ____________________________________ 103 5.6. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE MERCERIZAÇÃO ______________________________ 105 T13 - Recuperação de soda caustica _______________________________________ 106 Caso Real – Lameirinho _______________________________________________ 108 Caso Real – Arco Têxteis ______________________________________________ 110 5.7. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE MERCERIZAÇÃO E BRANQUEAMENTO ___________ 112 T14 - Reutilização da água de enxaguamento da mercerização ou do branqueamento __________________________________________________ 113 Caso Real – Hilados Y Tejidos Garib S.A.__________________________________ 114 5.8. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE ENCOLAGEM E DESENCOLAGEM _______________ 115 T15 - Pré-humidificação em encolagem ____________________________________ 116 T16 - Desencolagem com peróxido de hidrogénio ____________________________ 117 T17 - Desencolagem enzimática __________________________________________ 118 III T18 - Recuperação do agente encolante____________________________________ 120 Caso Real – Nome não divulgado________________________________________ 122 Caso Real – J.M.A. ___________________________________________________ 123 5.9. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE TINGIMENTO_______________________________ 125 T19 - Utilização de um espectrofotómetro para controlo da eficiência do tingimento 126 Caso Real – Chieng Sang Industry Co.____________________________________ 128 T20 – Automatização da cozinha de corantes________________________________ 129 Caso Real – Arco Têxteis ______________________________________________ 131 T21 – Tingimento descontinuo a frio_______________________________________ 133 Caso Real – Australian Dyeing Company __________________________________ 135 Caso Real – Lameirinho _______________________________________________ 136 T22 - Tingimento aerodinâmico___________________________________________ 137 T23 – Redução da relação de banho ______________________________________ 139 T24 - Reutilização de banhos de tingimento _________________________________ 142 Caso Real – Bigelow __________________________________________________ 144 Caso Real – Adams-Millis Company ______________________________________ 146 T25 - Reutilização da última água de lavagem do tingimento ___________________ 148 T26 - Recuperação das águas de lavagem do tingimento ______________________ 149 5.10. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE ESTAMPAGEM_________________________ 151 T27 - Automatização da preparação de pasta de estampagem __________________ 152 T28 - Redução dos desperdícios de pasta de estampagem ____________________ 154 T29 - Estamparia com pasta de elevada viscosidade __________________________ 156 T30 - Recuperação de águas de lavagem em estamparia por quadro rotativo ______ 158 5.11. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE ACABAMENTOS _______________________ 159 T31 - Diluição de produtos químicos com ar em substituição da água ____________ 160 T32 - Novo processo de decatissagem _____________________________________ 161 T33 - "Stonewashing" biológico ___________________________________________ 163 5.12. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS A VÁRIAS OPERAÇÕES TÊXTEIS __________________________ 165 T34 - Extracção em vácuo _______________________________________________ 166 Caso Real – Tissages De Quintenas ______________________________________ 168 Caso Real – Chieng Sang Industry Co.____________________________________ 170 T35 - Recuperação de calor ______________________________________________ 171 Caso Real – Ellen Knitting Mills__________________________________________ 173 Caso Real – Arco Têxteis ______________________________________________ 174 T36 - Reutilização de água quente proveniente de sistemas de refrigeração _______ 175 Caso Real – Seiersborg Tekstil A. S.______________________________________ 176 Caso Real – Amital Spinning Corporation__________________________________ 177 T37 - Gestão da água nos processos de ultimação ___________________________ 178 Caso Real – Shrigley Dyers Ltd. _________________________________________ 180 Caso Real – Bloomsburg Mills, Inc. ______________________________________ 182 Caso Real – Lameirinho _______________________________________________ 183 T38 - Lavagem em contra-corrente ________________________________________ 184 Caso Real – Nome não divulgado________________________________________ 186 IV Caso Real – Flynt Fabrics And Finishing___________________________________ 187 T39 - Secadores por rádio frequência ______________________________________ 188 T40 - Humidificação por vaporização ______________________________________ 189 5.13. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À FABRICAÇÃO DE CARPETES ____________________________ 190 T41 - Tecelagem de Carpetes ____________________________________________ 191 Caso Real – Lusotufo _________________________________________________ 192 5.14. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À CONFECÇÃO ________________________________________ 193 T42 - Utilização de metodologia cad/cam no planeamento e corte ______________ 194 5.15. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS AO TRATAMENTO DE FIM DE LINHA_______________________ 196 T43 - Neutralização de Efluentes__________________________________________ 197 Caso Real – Cranston Print Works (CPW) _________________________________ 199 BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________________ 201 ANEXOS ANEXO 1 Estimativas de resíduos gerados no sector têxtil em função da matéria prima processada (em %) ANEXO 2 Estimativas de efluentes líquidos gerados (em m3/t) e quantidade de lamas geradas após tratamento (em g/t ou kg/t), no sector têxtil ANEXO 3 Entidades, empresas têxteis e outras empresas que contribuíram para a elaboração deste Guia Técnico V INDICE DE FIGURAS Figura 1: Empresas da CAE 17 e CAE 18 (grupo 182) em percentagem. _________________________8 Figura 2: Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental. _______________9 Figura 3: Empresas existentes na região autónoma da Madeira. ________________________________9 Figura 4: Empresas existentes na região autónoma dos Açores. _______________________________10 Figura 5: Trabalhadores da CAE 17 e CAE 18 (grupo 182) em percentagem. ____________________11 Figura 6: Destino dos produtos de algodão: exportações e mercado nacional. ____________________13 Figura 7: Processo de fabrico do subsector da lã. __________________________________________19 Figura 8: Processo de fabrico do subsector do algodão. _____________________________________20 Figura 9: Processo de fabrico do subsector das fibras sintéticas e artificiais. _____________________21 Figura 10: Processo de fabrico do subsector da confecção.___________________________________22 Figura 11: Distribuição percentual dos resíduos sólidos por subsector da indústria têxtil.___________28 Figura 12: Distribuição percentual dos efluentes líquidos por subsector da indústria têxtil. _________28 INDICE DE QUADROS Quadro 1: Quantidades de matéria prima processada no sector Têxtil. ___________________________6 Quadro 2: Empresas que processam os diferentes tipos de matérias primas (%). ___________________7 Quadro 3: Distribuição percentual por tipo de matéria prima processada (%). ____________________7 Quadro 4: Número de empresas por intervalos de trabalhadores contratados a termo certo. _________11 Quadro 5: Número de empresas e trabalhadores por distrito. _________________________________12 Quadro 6: Número de empresas por intervalos de volume de vendas. ___________________________14 Quadro 7: Estimativas de resíduos sólidos e efluente líquidos gerados anualmente no sector têxtil. ________________________________________________________________________27 Quadro 8: Resíduos gerados no sector Têxtil.______________________________________________29 Quadro 9: Efluentes líquidos gerados no sector têxtil e quantidade de lamas geradas após tratamento. ___________________________________________________________________31 Quadro 10: Classificação dos resíduos gerados no sector Têxtil segundo a terminologia do CER. ____34 Quadro 11: Tecnologias/medidas de prevenção sua aplicação e estimativa de redução de resíduos. _____________________________________________________________________65 Quadro 12: Estimativa de redução do quantitativo de resíduos gerados por operação, após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção._____________________________________66 Quadro 13: Estimativa de redução do quantitativo de águas residuais e lamas geradas, por operação, após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção. ________________________66 Quadro 14: Redução do quantitativo de resíduos e lamas após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção. _________________________________________________________________66 Quadro 15: Distribuição das empresas visitadas pelas diversas áreas de actividade. _______________68 Quadro 16: Difusão no sector Têxtil das tecnologias / medidas de prevenção. ____________________69 Quadro 17: Fichas de medidas/tecnologias de prevenção e de casos reais._______________________71 VI INETI 1. INTRODUÇÃO O presente GUIA para o SECTOR TÊXTIL é um guia tecnológico, com incidência ambiental, e que faz parte integrante do PNAPRI (Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais), da responsabilidade do Ministério do Ambiente. Por sua vez, o PNAPRI insere-se na Linha Mestra Gestão Sustentável do PESGRI (Plano Estratégico dos Resíduos Industriais), da responsabilidade dos Ministérios da Economia e do Ambiente. Assim, o Guia insere-se nos objectivos prioritários para a política do ambiente, constantes do Plano Nacional do Desenvolvimento Económico e Social 2000-2006. O Guia está, portanto, em consonância com a Directiva Comunitária IPPC-96/61, cujo objectivo fundamental é conseguir, para o sector Têxtil tal como para outros, a prevenção e o controlo integrados da poluição. Visa informar os industriais do sector Têxtil, assim como os restantes intervenientes económicos correlacionados, acerca das possibilidades oferecidas por medidas e/ou pela tecnologia na redução da quantidade e perigosidade de resíduos sólidos/efluentes líquidos resultantes da actividade do sector sem afectar a rentabilidade das empresa, podendo mesmo, nalguns casos, melhorá-la. Com efeito, menos resíduo sólido/efluente líquido representa quase sempre menor consumo de matérias primas, em particular água, menor consumo energético, mais espaço disponível, menores custos de mão de obra em manipulações e movimentações e menores custos com soluções de fim de linha (ETAR ou aterro). Refira-se que, de acordo com o enquadramento do presente Guia, os efluentes líquidos estão contemplados, pois as lamas decorrentes do seu tratamento irão constituir um resíduo sólido que poderá ser objecto de prevenção a montante, no processo produtivo. Em resumo, este Guia foi concebido com as seguintes características: - como elemento de divulgação das tecnologias, e medidas de prevenção/diminuição de resíduos do sector Têxtil, já comprovadas, nacional ou internacionalmente, quer do ponto de vista técnico quer do ponto de vista económico; - ser de leitura e consulta simples; - ser totalmente isento e independente em relação a marcas ou fornecedores por forma a não condicionar ou enviezar a escolha, ficando esta à exclusiva responsabilidade do industrial; - ser amplamente divulgado por forma a contribuir de forma efectiva para a criação de uma nova cultura junto dos industriais do sector Têxtil relativamente às questões de ecoeficiência, motivando-os para a indispensável e urgente mudança de atitude, exigida a curto/médio prazo pela legislação ambiental. O presente Guia não visa a redução de resíduos/efluentes a qualquer custo, mas sim, contribuir para que as empresas têxteis, atempadamente, se equipem e restruturem por forma a PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 1 INETI cumprirem as futuras especificações ambientais que, tudo indica, serão cada vez mais exigentes, no sentido de permitir o almejado desenvolvimento sustentável. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 2 INETI 2. OBJECTIVOS O principal objectivo do presente Guia do sector Têxtil é o de constituir uma base de dados de natureza tecnológica incorporando as medidas e tecnologias actualmente conhecidas e testadas que, comprovadamente, geram menos resíduos que as tecnologias clássicas em condições equivalentes de capacidade de produção. Sendo o sector Têxtil um dos principais sectores industriais do país, responsável por 20% da produção industrial nacional, ele é também responsável por uma grande carga de poluição. Tratando-se de um sector tradicional, em que factores críticos como o ambiente são correntemente encarados, pelos gestores das empresas, numa óptica permissiva, gera-se necessariamente uma enorme quantidade de resíduos/efluentes. Avaliam-se em 80 730 t/ano os resíduos de fibras e em 9 500 t/ano as lamas de ETAR (18 454 t/ano quando todos os efluentes líquidos forem tratados). Acrescem 111 996 t/ano de outros resíduos (papel, cartão, plástico, metais, embalagens compósitas, sucatas e cinzas) e ainda, 506 m3/ano de óleos de motores, transmissão e lubrificação. Não sendo os resíduos sólidos em geral perigosos, eles constituem, apesar disso, um grande incómodo e encargo para as empresas. Quanto aos efluentes líquidos, vai ser obrigatório o seu tratamento em ETAR própria ou colectiva, uma vez que estes são em geral fortemente contaminados (ultrapassando os limites legislados). Estes efluentes resultam fundamentalmente das operações de lavagem, de mercerização, de desencolagem, de branqueamento, de tinturaria e de acabamentos. É nestas áreas que os fornecedores de tecnologia e corantes mais têm investido no desenvolvimento de medidas e de tecnologias de prevenção. O presente Guia identifica as operações unitárias e os resíduos respectivos e sugere as tecnologias ou medidas de prevenção, sempre que existam ou sejam conhecidas. Quando disponíveis, são apresentados os dados económicos relativos a casos de sucesso de aplicação real. O presente Guia, pelo seu pioneirismo a nível nacional e pelas naturais dificuldades em identificar casos, pecará naturalmente por defeito em relação ao universo de medidas ou tecnologias de prevenção implementadas com sucesso, havendo necessidade de proceder à sua actualização à medida que forem sendo identificadas ou desenvolvidas novas medidas / tecnologias de prevenção relevantes para o sector no nosso País. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 3 INETI 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR O sector Têxtil, compreende o processamento de diversos tipos de matérias primas podendo estas ser processadas na forma de misturas ou tal qual. As matérias primas (fibras) utilizadas no fabrico de produtos têxteis podem ser de origem natural, como é o caso do algodão, lã, seda, linho, etc, podem ser fabricadas a partir de celulose regenerada (fibras artificiais) como é o caso da viscose e do acetato, ou podem ser de origem totalmente sintética como é o caso do poliéster e da poliamida. O processo produtivo têxtil é constituído, fundamentalmente, por quatro etapas de processamento: produção de fio, produção de "tecido", ultimação e confecção. Neste sector encontramos empresas verticais que incluem no seu processo de fabrico as quatro etapas do processo produtivo têxtil e empresas que se dedicam exclusivamente a uma das etapas. A produção de fio inclui a preparação da matéria prima e a fiação. Nesta etapa as fibras naturais são lavadas ou limpas, cardadas e/ou penteadas, e as fibras sintéticas são estiradas, texturizadas, sujeitas a torção e termofixadas. As fibras artificiais apresentam-se normalmente, na forma de fibras curtas sendo tratadas de forma idêntica às fibras naturais excluindo as operações de limpeza. A produção de fio é realizada normalmente em empresas especializadas nessa etapa, as fiações, existindo no entanto algumas empresas verticais, em que seu processo produtivo inclui a produção de fio. No caso do algodão a operação de limpeza faz parte das fiações, no caso da lã a operação de lavagem é realizada noutro tipo de empresas, os lavadouros. A produção de "tecido" consiste na fabricação de tecido ou malha, a partir de fio cru ou tingido. Caso se proceda à fabricação de tecido ou malha com motivos a cores é necessária a utilização de fio tingido seguindo o "tecido" directamente para as operações de acabamentos químicos e/ou mecânicos. Se o tecido ou a malha a produzir for de uma só cor a utilização de fio cru ou de fio tinto é uma opção da empresa, que depende de inúmeros factores, nomeadamente, tipo de encomenda, tipo de matérias primas, etc. Existe ainda dentro desta etapa a fabricação de tapetes e carpetes, existindo empresas dedicadas exclusivamente a este tipo de produção. A ultimação constitui, neste sector, a etapa mais complexa e a que envolve os mais diferenciados processos. Nesta etapa procede-se à preparação para o tingimento, ao tingimento, à estamparia, aos acabamentos químicos e aos acabamentos mecânicos. Em empresas verticais, a ultimação faz parte do processo produtivo e a empresa tem normalmente a sua tinturaria de penteado, de fio e de peça além de equipamento para a realização de acabamentos químicos e mecânicos. A operação de estampagem é menos frequente e é quase sempre realizada em empresas especializadas nesse tipo de ultimação. Existem, no entanto, inúmeras empresas dedicadas exclusivamente aos processos de ultimação. Na última etapa, a confecção, procede-se ao fabrico de têxteis lar, têxteis técnicos, vestuário, etc. As empresas que fabricam têxteis lar (produtos para casa nomeadamente, roupa de cama, cobertores, atoalhados, etc), ou têxteis técnicos (telas para pneus, lonas, etc), são PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 4 INETI normalmente empresas verticais e a confecção surge como uma etapa do processo produtivo. Nas empresas que fabricam vestuário, a confecção é o processo produtivo e inclui as operações de planeamento, corte, termocolagem, confecção, prensagem e revista. Existem ainda algumas empresas cujos processos produtivos não se incluem completamente nas etapas anteriormente descritas, mas que, ainda assim, fazem parte do universo das empresas deste sector. São elas as empresas de fabrico de rendas, de fabrico de bordados, de fabrico de alguns produtos de retrosaria (fechos, elásticos, etc) e as empresas que se dedicam à transformação de resíduos têxteis em fio, para aplicações mais grosseiras ou em material adequado ao enchimento de almofadas e colchões. 3.1. INDICADORES DA INDÚSTRIA As empresas do sector Têxtil, segundo a Classificação de Actividades Económicas (CAE - Rev.2), estão inseridas fundamentalmente na CAE 17 - Fabricação de Têxteis – e na CAE 18 (grupo 182) - Indústria de Vestuário. A primeira CAE abrange os subsectores de Processamento da Lã, do Algodão e das Fibras Sintéticas e Artificiais. A CAE 18 (grupo 182) reporta-se ao subsector da Confecção de Vestuário. As empresas inseridas na CAE 17 de acordo com os diferentes tipos as matérias primas que processam, subdividem-se por três subsectores: o subsector da Lã, o subsector do Algodão e o subsector das Fibras Sintéticas e Artificiais. Aos diferentes tipos de matéria prima processada acrescem as diferentes formas de apresentação da matéria prima. Nos subsectores da lã e do algodão, a matéria prima entra no processo produtivo têxtil principalmente na forma de rama, fio, tecido ou malha, e no subsector das Fibras Sintéticas e Artificiais entra na forma de massa, rama e filamento contínuo. Apesar de existirem muitas outras forma de apresentação de matéria prima, estas são as mais relevantes. Considerando que o sector Têxtil funciona de uma forma vertical, uma vez entrada no processo produtivo, a matéria prima percorrerá todo o processo até às etapas de ultimação. Ou seja, o processamento da matéria prima numa forma de apresentação específica, compreende a quantidade importada, a quantidade resultante da produção nacional e a quantidade exportada. 3.1.1. Matéria prima processada Com base em dados de diversas fontes (INE, Associações Industriais e Centro Tecnológico do Sector) estima-se que as quantidades de matéria prima processada no sector Têxtil, segundo dados de 1998, subdividem-se pelos subsectores da Lã, Algodão e Fibras Sintéticas e Artificiais de acordo com o representado no Quadro 1. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 5 INETI Quadro 1: Quantidades de matéria prima processada no sector Têxtil. MATÉRIA PRIMA FORMA DE APRESENTAÇÃO Rama Fio Tecido / Malha Rama Algodão Fio Tecido / Malha Fibras sintéticas e artificiais Lã QUANTIDADE (t/ano) 24 904 20 070 17 634 167 147 200 672 215 776 84 700 Relativamente ao subsector da confecção, inserido no CAE 18 (grupo 182), estima-se também que sejam processadas anualmente cerca de 207 200 toneladas de tecidos e malhas. Não havendo produção nacional de rama de algodão, toda a rama processada neste subsector provém da importação. De acordo com informações obtidas junto do Centro Tecnológico do Sector (CITEVE), no ano de 1998 foram importadas: - 167 147 toneladas de rama de algodão - 74 975 toneladas de fio - 21 200 toneladas de tela crua o que permite concluir, de uma forma aproximada, que o total de matéria prima processada no sector, no ano de 1998, foi de 263 322 toneladas. Relativamente ao processamento de lã, a situação é um pouco mais complexa, uma vez que existe produção nacional de rama de lã. Através de informações obtidas junto da mesma fonte, pode concluir-se, que em 1998, entraram neste subsector: - 24 904 toneladas de rama de lã proveniente da produção nacional e da importação - 7 831 toneladas de penteados de lã importada - 7 933 toneladas de fio importado - 4 857 toneladas de tecido importado o que permite concluir, de uma forma aproximada, que o total de matéria prima processada no sector para o ano de 1998 foi de 45 525 toneladas. Há a salientar, em relação às fibras sintéticas e artificiais, o desconhecimento relativamente à quantidade global que é incorporada nos subsectores da Lã e do Algodão. Este facto, assume uma importância acrescida, uma vez que a tendência para se trabalhar com misturas é cada vez maior (principalmente de algodão e fibras sintéticas e artificiais). A análise dos dados presentes nos questionários enviados às empresas para levantamento de informação evidenciam essa situação. De um total de 1600 questionários enviados às empresas associadas das diferentes Associações Industriais ligadas ao sector Têxtil (90 da ANIL, 160 da ANITT-LAR, 500 da APIVE, 340 da APTV e 500 da APIM) foram recebidas 164 respostas (cerca de 10,3%). Destas, apenas 109 apresentavam informações relativamente aos diferentes tipo de matérias primas processadas. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 6 INETI As conclusões a que se chegou relativamente a este universo tão restrito de respostas, face ao número muito mais elevado de empresas existentes de facto, são as constantes do Quadro 2. Quadro 2: Empresas que processam os diferentes tipos de matérias primas (%). MATÉRIA PRIMA PROCESSADA Empresas que processam algodão/fibra Empresas que processam 100% fibra Empresas que processam 100% algodão Empresas que processam lã/fibra Empresas que processam lã/algodão/fibra Empresas que processam 100% lã Empresas que processam fibra recuperada Empresas que processam lã/algodão % 35,8 19,3 14,7 13,8 8,3 3,7 3,7 0,9 Pode ainda concluir-se que: - 80,7% das empresas processam fibra sintética ou artificial - 59,6% das empresas processam algodão - 26,6% das empresas processam lã No Quadro 3 apresenta-se a distribuição percentual de cada tipo de matéria prima, relativamente ao total processado. MISTURA MATÉRIA PRIMA PROCESSADA Quadro 3: Distribuição percentual por tipo de matéria prima processada (%). Algodão Lã Poliéster Acrílico Outra Poliamida Mistura Viscose Fibra Recuperada Tencel Elastano Linho Poliéster - Modal Algodão - Poliéster Algodão – Elastano Algodão – Lã Algodão – Linho Poliéster – Viscose PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL QUANTIDADE (%) 41,579 28,172 18,421 3,535 2,984 2,085 1,112 1,028 0,759 0,164 0,035 0,002 0,058 0,035 0,010 0,009 0,006 0,005 Página 7 INETI 3.1.2. Empresas do sector e sua distribuição geográfica Os dados estatísticos disponíveis (Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.), 1997) indicam a existência de 16 693 empresas têxteis. No entanto, de acordo com os dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade (1997) estarão em actividade somente 8 411 empresas. Este último valor deverá estar mais próximo da realidade, uma vez que de acordo com a legislação, todas as empresas em funcionamento têm que entregar, nos centros de emprego os mapas de pagamentos de salários, pelo que estará garantida a laboração das empresas mencionadas. Deste universo, com cerca de 8 411 empresas, 2 689 inserem-se na CAE 17 - Fabricação de Têxteis e 5 722 na CAE 18 (grupo 182) - Indústria de Vestuário, conforme se ilustra na Figura 1. O sector Têxtil representou em 1994 18% do total das empresas da indústria transformadora. Em presas -CAE 17 68,0% Em presas -CAE 182 (vestuário) 32,0% Figura 1: Empresas da CAE 17 e CAE 18 (grupo 182) em percentagem. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) O distrito de Braga detém o maior número de empresas (3 936) seguido do distrito do Porto (2 430) (Figura 2). A grande maioria das empresas da CAE 17 situa-se nos distritos de Braga, Porto (nos vales do Ave e Cávado) e Aveiro. As empresas da CAE 18 (grupo 182) situam-se principalmente nos distritos de Braga, Porto, Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo e Setúbal. Quanto às regiões Autónomas, é na Madeira que se concentra o maior número de empresas (53), enquanto que na região dos Açores existem registos de apenas 18 empresas. (Figuras 3 e 4). PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 8 INETI V. do Castelo 233 V. Real 15 Braga 3936 Bragança 13 Porto 2430 Aveiro 352 Viseu 101 Coimbra 122 Guarda 90 Castelo Branco 161 Leiria 158 Santarém 112 Portalegre 12 Lisboa 415 Évora 33 Setúbal 134 Beja 2 Nº de empresas - 0 a 20 - 21 a 100 - 101 a 300 Faro 21 - 301 a 500 - > 500 Figura 2: Distribuição por distrito das empresas existentes em Portugal continental. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Madeira 53 Porto Santo Nº de empresas - 0 a 20 - 21 a 100 - 101 a 300 - 301 a 500 - > 500 Figura 3: Empresas existentes na região autónoma da Madeira. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 9 INETI Corvo Flores Graciosa 1 Faial S, Jorge 3 Terceira 8 Pico S, Miguel 5 Nº de empresas - 0 a 20 S, Maria 1 - 21 a 100 - 101 a 300 - 301 a 500 - > 500 Figura 4: Empresas existentes na região autónoma dos Açores. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) No que respeita ao tipo de matéria prima processada, a zona da Covilhã especializou-se na lã, enquanto que, as regiões do Ave e Cávado trabalham fundamentalmente o algodão. Quer no caso da lã, quer no do algodão, é crescente a incorporação de fibras sintéticas (poliéster, poliamida, acrílico, etc) e de fibras artificiais (celulose regenerada). O consumo de outras fibras, como linho e seda, é diminuto. As fases do processo de fabrico do sector Têxtil que ocorrem preferencialmente em Portugal são, por ordem decrescente de volume de produção: acabamentos, confecção, tecelagem, fiação. 3.1.3. Pessoal ao Serviço As empresas deste sector empregam 227 177 trabalhadores (por conta de outrém), correspondentes a 30% do emprego da Indústria Transformadora, distribuídos percentualmente por CAE da forma ilustrada na Figura 5. A CAE 17 emprega 102 529 trabalhadores e a CAE 18 (grupo 182) emprega 124 648 trabalhadores. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 10 INETI Trabalhadores -CAE 17 Trabalhadores -CAE 182 (vestuário) 45,1% 54,9% Figura 5: Trabalhadores da CAE 17 e CAE 18 (grupo 182) em percentagem. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Mais de metade das empresas (5 927, correspondendo a 70,5%) empregam menos de 20 trabalhadores e apenas 435 (correspondendo a 5,2%) empregam entre 100 e 499 trabalhadores. Empresas com um número de trabalhadores superior ou igual a 500 são apenas 36 (0,4%). De referir, que a este número de trabalhadores, deve acrescentar-se cerca de 3% de empresários. No Quadro 4 apresenta-se o número de empresas e a distribuição percentual por escalões de pessoal ao serviço. Quadro 4: Número de empresas por intervalos de trabalhadores contratados a termo certo. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) INTERVALOS DE NÚMERO DE TRABALHADORES CONTRATADOS A TERMO CERTO 0-9 10 – 19 20 – 49 50 - 99 100 – 199 200 - 499 + 500 Total NÚMERO DE EMPRESAS POR INTERVALO % 4477 53,2 1450 17,2 1423 16,9 591 7,0 277 3,3 158 1,9 36 0,4 8412 NÚMERO Quanto à dimensão das empresas, verifica-se que na sua grande maioria se trata de pequenas empresas (com menos de 10 trabalhadores). No Quadro 5 apresenta-se a distribuição de empresas e trabalhadores por distrito. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 11 INETI Quadro 5: Número de empresas e trabalhadores por distrito. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Nº TOTAL de NºEMPRESAS NºEMPRESAS Nº TOTAL DE Nº TRABALHADORES Nº TRABALHADORES empresas DA CAE 17 DA CAE 182 TRABALHADORES DA CAE 17 DA CAE 182 Aveiro 352 122 230 10379 5870 4509 Beja 2 1 1 4 3 1 Braga 3936 1255 2681 88858 49620 39238 Bragança 13 6 7 53 42 11 Castelo Branco 161 78 83 10480 3576 6904 Coimbra 122 50 72 7369 2121 5248 Évora 33 20 13 578 107 471 Faro 21 10 11 100 58 42 Guarda 90 59 31 4958 3746 1212 Leiria 158 66 92 4403 2004 2399 Lisboa 415 91 324 6819 905 5914 Portalegre 12 3 9 827 543 284 Porto 2430 712 1718 76832 29314 47518 Santarém 112 67 45 2618 1819 799 Setúbal 134 26 108 3865 298 3567 V. do Castelo 233 41 192 4203 871 3332 V. Real 15 4 11 331 11 320 Viseu 101 25 76 3617 968 2649 I. Madeira 53 44 9 666 550 116 I. S.Maria 1 1 0 7 7 0 I. S. Miguel 5 2 3 127 28 99 I. Terceira 8 5 3 76 67 9 I. Graciosa 1 1 0 1 1 0 I. S. Jorge 3 0 3 6 0 6 TOTAL 8.411 2.689 5.722 227.177 102.529 124.648 PERCENTAGEM 32,0% 68,0% 45,1% 54,9% DISTRITOS Segundo dados do I.N.E. (1996), 29% do total das empresas industriais, localizadas na região Norte, pertenciam ao sector Têxtil, representando 41% do total do emprego industrial desse ano. 3.1.4. Indicadores económicos Segundo dados de 1997, o sector Têxtil é responsável por 15,7% do valor acrescentado bruto da indústria transformadora. O volume de vendas estimado para o ano de 1998 é de 1 800 milhões de contos (14% da produção da indústria transformadora nacional), sendo o valor das exportações do sector igual a 959,158 milhões de contos, correspondendo a cerca de 53,3% do total do volume de vendas do sector. Verifica-se ainda que as 250 maiores empresas são responsáveis por 30% da produção nacional do sector. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 12 INETI As exportações e o que fica no mercado nacional, para o algodão em particular, poderá ser representado pelo esquema da Figura 6. As importações de algodão são essencialmente de rama, fio, tecido cru e algum tecido acabado. As exportações são de tecido acabado, peça acabada (têxteis lar, felpos e vestuário). As diferentes dimensões de cada uma das 'caixas' dos grandes grupos de operações representados pretendem evidenciar a importância relativa de cada um desses grupos que ocorre em Portugal. importação Rama FIAÇÃO importação Fio TECELAGEM (tecidos e malhas) importação ACABAMENTOS tela crua Tecido Acabado CONFECÇÕES importação têxteis lar e felpos (a metro e à peça) exportação (muito pouco) exportação (muito pouco) exportação exportação Fio tecido tecido acabado confecção a metro confecção à peça mercado nacional confecção a metro confecção à peça Figura 6: Destino dos produtos de algodão: exportações e mercado nacional. No período entre 1994 e 1997 constatou-se a ocorrência do aumento do número de empresas em 30%, verificando-se que este aumento se localizou principalmente ao nível das empresas de pequena dimensão (o número de empresas com menos de 5 trabalhadores aumentou 36%). No Quadro 6 apresenta-se a distribuição percentual das empresas por escalão de volume de vendas. Verifica-se que a maioria das empresas gera um volume de vendas bastante baixo, inferior a 30 000 contos, o que indicia igualmente a existência de um número considerável de micro empresas. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 13 INETI Quadro 6: Número de empresas por intervalos de volume de vendas. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) INTERVALOS DE VOLUME DE VENDAS (MILHARES DE CONTOS) < 10 10 a 29 30 a 49 50 a 99 100 a 199 200 a 499 500 a 999 1000 a 4999 5000 a 9999 10000 a 24999 25000 a 49999 50000 a 99999 > 100000 TOTAL IGNORADOS EMPRESAS POR INTERVALO NÚMERO % 2277 31,1 1694 23,1 731 10,0 797 10,9 640 8,7 605 8,3 313 4,3 241 3,3 18 0,2 4 0,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7320 10911 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICO O sector Têxtil, como já foi referido neste trabalho, compreende o processamento de diversos tipos de matérias primas (algodão, lã e fibras sintéticas e artificiais), podendo estas ser processadas na forma de misturas ou tal qual. O processamento de cada matéria prima é específico da mesma, no entanto as várias operações podem organizar-se genericamente da seguinte forma: • Preparação da matéria prima – produção de fibras sintéticas, penteado e cardado • Fiação – produção de fio • Tecelagem ou tricotagem – produção de tecido ou malha • Preparação para o tingimento – produção de rama, penteado, fio, tecido ou malha pronto para tingir • Tingimento – produção de rama, penteado, fio, tecido, malha ou produto acabado tingido • Estamparia – produção de tecido ou malha estampada • Acabamentos químicos – produção de tecido ou malha com características específicas • Acabamentos mecânicos – produção de tecido com características específicas • Confecção – produção de têxteis lar, têxteis técnicos, vestuário, etc. Existem resíduos comuns a todas as operações, tais como os resíduos de embalagem sejam eles de acondicionamento da matéria prima ou de produtos químicos auxiliares, ou resultantes do acondicionamento do produto final para expedição. Há ainda a considerar os óleos de lubrificação das máquinas, os equipamentos sem utilidade (sucatas) resultantes da renovação 1 As empresas ignoradas correspondem àquelas que não conseguiram fornecer, em tempo útil, a informação relativa ao seu volume de vendas PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 14 INETI do parque de máquinas, os resíduos dos processos de geração de calor e as lamas resultantes quer das Estações de Tratamento de Água para uso industrial (ETA), quer das Estações de Tratamento ou Pré-Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI ou EPTARI). 3.2.1. Preparação da matéria prima O subsector do Algodão apresenta dois tipos de resíduos provenientes das operações de preparação de matéria prima: cascas e terra (4 a 12%) e matéria prima não processada, que podem constituir uma percentagem considerável do total de algodão processado, dependendo do grau de limpeza e da qualidade do algodão importado. Como curiosidade, sendo o algodão do Egipto o de melhor qualidade, é o que apresenta menor rendimento de utilização por ser o mais sujo. No subsector da Lã as operações de preparação de matéria prima conduzem a um resíduo líquido, proveniente da lavagem da lã e a um resíduo sólido de fibra não processada, proveniente da penteação. Relativamente ao resíduo de fibra não processada, as empresas que apenas utilizam penteado (fibras longas), quer sejam algodoeiras ou laneiras, obtêm como resíduo uma grande quantidade de matéria prima não processada que não corresponde em termos de qualidade às especificações do seu processo. Relativamente ao subsector das Fibras Sintéticas e Artificiais, as operações de preparação de matéria prima, originam um resíduo de fibras têxteis não processadas. 3.2.2. Fiação A fiação nos subsectores do Algodão, da Lã e para algumas Fibras Sintéticas e Artificiais engloba várias operações mecânicas, (fiação de mecha, repenteação, pós penteadeira, preparação, fiação e bobinagem) sendo que o resíduo gerado nestas operações é um resíduo sólido constituído por poeiras, fibras curtas, fita e fio. O quantitativo de resíduos é relativamente pequeno, pelo que estas operações são pouco contributivas para o quantitativo de resíduos industriais gerados no sector. Apenas a operação de ensimagem, efectuada por forma a lubrificar as fibras e facilitar as operações de tricotagem, vai gerar uma água residual, resultante da lavagem para eliminação do agente ensimante. 3.2.3. Tecelagem ou tricotagem As operações de tecelagem e tricotagem de “per si” dão origem apenas a um resíduo sólido constituído por poeiras. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 15 INETI No entanto, no subsector do Algodão, existe uma operação de preparação para a tecelagem, a encolagem, que confere aos fios um aumento da resistência à abrasão na tecelagem. O agente encolante é incorporado no fio e retirado nas operações de preparação para o tingimento, por forma a garantir a uniformidade do tingimento, gerando uma água residual. A operação de tricotagem requer também que os fios sejam lubrificados ou parafinados por forma a reduzir o atrito, reduzindo-se assim as tensões e as quebras nos fios. Estes produtos são removidos normalmente por simples lavagem com detergente, gerando-se uma água residual. 3.2.4. Preparação para o tingimento A fase de preparação para o tingimento inclui inúmeras operações que utilizam variados produtos químicos e grande quantidade de água. Gera-se nesta fase uma grande quantidade de efluentes industriais com as características específicas dos tratamentos efectuados: efluentes ácidos ou alcalinos, com detergentes, agentes encolantes, ensimantes, etc. As empresas do subsector do Algodão apresentam algumas e por vezes todas, as seguintes operações de preparação: gasagem, desencolagem, desensimagem, mercerização, fervura e branqueamento. No subsector da Lã as operações de preparação são as seguintes: carbonização, fixação, branqueamento e lavagem em corda. 3.2.5. Tingimento As operações que constituem a fase do tingimento consistem no tingimento propriamente dito e em lavagens sucessivas para eliminar o excesso de corantes e produtos químicos presentes no material a tingir, seja ele rama, top, fio, tecido ou malha ou produto acabado. O tingimento pode ser efectuado de uma forma descontínua ou contínua. O tipo de equipamento utilizado, o tipo de corante, os produtos auxiliares, a temperatura e o tempo de tingimento são variáveis específicas de cada tipo de matéria prima a tingir. O equipamento varia com a forma em que a matéria prima se apresenta: rama, penteado, fio, tecido, malha ou produto acabado. Os tipos de corantes usados variam com o tipo de matéria prima processada, se é lã, algodão, fibra sintética ou artificial ou mistura. Cada corante apresenta diferentes formas de aplicação em termos de produtos auxiliares utilizados, tempos de tingimento, etc. Verifica-se assim quão complexa e diversificada é esta fase. Os resíduos mais importantes obtidos nestas operações, são as águas residuais de elevada temperatura fortemente contaminadas com cor, químicos, sais, etc. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 16 INETI 3.2.6. Estamparia A estamparia consiste na obtenção directa de desenhos, a uma ou várias cores, sobre o material têxtil. É por vezes considerada como um caso particular do tingimento, na óptica de um tingimento local. No entanto, será preferível encará-la como uma operação totalmente distinta, uma vez que, as técnicas utilizadas têm muito poucas semelhanças. Pode ser efectuada sobre tecido ou malha, e ainda sobre peça acabada (p.ex. t-shirt). A fase de estampagem dos tecidos envolve as operações de estampagem, secagem, fixação da estampagem e lavagens. A operação de estampagem, que pode ser efectuada de forma contínua ou descontínua conforme o tipo de equipamento utilizado, é muito complexa, envolvendo vários elementos cada um com as suas condicionantes específicas: processo e técnica de estampar utilizada, corantes, espessantes e produtos auxiliares. O processo (máquina) de estampar depende do tipo de estampado desejado e das quantidades processadas, bem como do tipo de peça a estampar. A técnica utilizada é condicionada pelo estado colorístico do tecido a estampar e pelo efeito final pretendido. Os corantes e espessantes utilizados deverão ser compatíveis entre si e são ainda condicionados pelas suas características físicas, pelo tipo de processo e técnica de estampagem utilizados, pela facilidade de lavagem e pelo tipo de produtos auxiliares. Os tipos de resíduos mais importantes, resultantes destas operações, são a pasta de estampagem com cor, contendo vários químicos, os efluentes alcalinos com temperatura elevada, as águas de lavagem com cor e vários químicos. 3.2.7. Acabamentos químicos Os acabamentos químicos permitem, através da introdução de uma gama muito variada de produtos, conferir diversas características finais ao produto pretendido, seja ao nível do tecido ou da malha, que se podem traduzir numa maior estabilidade do tecido, melhoramentos de aspecto e toque ou melhoramentos da resistência a agressões externas. Consoante o efeito final pretendido, podem ser aplicados: produtos de carga, amaciadores, resinas termoplásticas, resinas termo-endurecíveis, produtos de hidrofobação, produtos oleófobos, produtos de ignifugação, produtos biocidas, produtos anti-traça, produtos antiestáticos e acabamentos anti-feltragem. A aplicação dos diferentes produtos de acabamento, dependendo da forma de aplicação e das variáveis a ela inerentes, da sua compatibilidade e do tipo de base de trabalho (tecido ou malha), poderá ser feita conjuntamente ou em separado e poderá ainda estar associada a um acabamento mecânico. Verifica-se assim que existe um grande número de variáveis a considerar. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 17 INETI Os resíduos de maior importância resultantes desta fase são essencialmente, efluentes líquidos contaminados com diversos químicos e eventualmente com temperatura elevada, águas de lavagem com cor e vários químicos. 3.2.8. Acabamentos mecânicos Os acabamentos mecânicos dos tecidos ou malhas compreendem as operações de cardação, esmerilagem, perchagem, tesouragem, laminagem, decatissagem, calandragem, encolhimento por compressão e secagem, podendo em alguns casos ter uma componente química associada, processando-se genericamente em contínuo. Estão essencialmente associados ao toque da base de trabalho (tecidos ou malhas) ou à remoção de alguns líquidos. Os principais resíduos resultantes desta fase são essencialmente, poeiras de fibras e eventualmente, efluentes contendo químicos, quando está associada uma componente química. 3.2.9. Confecção A Confecção é um subsector do Têxtil mas é também uma etapa do processo produtivo de algumas empresas algodoeiras e laneiras. Esta fase inclui as operações de moldagem, corte e confecção, aplica-se a tecidos ou malhas, das quais resultam resíduos sólidos de matéria prima, cartão, papel, linhas, plásticos, entre outros. O resíduo que aparece em maior quantidade são os desperdícios de matéria prima resultantes da operação de corte. 3.2.10. Diagramas esquemáticos de Fabrico Os processos de fabrico para cada um dos subsectores, matérias primas utilizadas, bem como os resíduos gerados, são genericamente caracterizados pelos diagramas apresentados nas Figuras 7 a 10. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 18 NaCO2 ou água detergentes vapor NaOH água vapor vapor água Sub. H2O2 banho NaOH fluorescentes tingimento prod. auxiliares calor água Escolha/mistura lã e detritos Lavagem química vapor água residual calor Secagem Lavagem vapor água residual vapor Cardação partículas Penteação Branqueamento/ enxaguamento TOP ar quente INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL lã crua TOP tingido Tingimento/ lavagem Secagem TOP fibras curtas partículas fibras curtas água residual calor água residual ar vapor partículas quente agente antiestático oleínas Sub. H2O2 NaOH fluorescentes água vapor banho tingimento prod. auxiliares Repenteação Ensimagem Fio Fiação Meio branqueio Fixação ar quente calor água Tingimento/ lavagem Fio tingido Secagem Fio fibras partícluas água residual fibras calor água residual ar quente vapor pasta Malha Tricotagem H2SO4 água Na2Co3 água H2SO4 H2O2 catalizador detergente NaOH ag. sequestrante detergente água vapor água Sub. H2O2 NaOH fluorescentes partículas vapor prod. auxiliares Estampagem / Fixação resíduo de pasta vapor água ar quente fibras partículas Carbonização Fio Neutralização Batanagem Lavagem Branqueamento/ enxaguamento Secagem vapor vapor Urdisagem/ Tecelagem fibras água residual partículas Tecido água residual vapor banho tingimento água resíduo de sol. ácida resíduo de sol. alcalina água residual Tingimento/ Lavagem partículas calor linhas amaciadores cloro água Acabamentos especiais Página 19 partículas resíduo de soluções ar quente prod. e vapor auxiliares calor vapor ar frio calor Acabamentos mecanicos resíduos vapor partículas de fibra ar quente Secagem ar quente vapor Corte / Confecção resíduos de tecido Produto acabado resíduos de linhas Figura 7: Processo de fabrico do subsector da lã. água residual NaOH Na2CO3 Na2SiO3 Água Encolantes sintéticos ou amido Fibras sintéticas ou artificiais Água Enzimas Água NaOH (carbonatado) CH3COOH Água Detergentes Molhante Detergentes Hipoclorito de sódio Ácido redutor NaOH (carbonatado) Água Calor Clorito de sódio Calor Calor Rama Tecelagem / Tricotagem Encolagem Fiação Fervura/ Desensimagem Mercerização Desencolagem Branqueamento Calor Fibras Cascas Terra Água residual Fibras Água residual com encolante Água residual alcalina Calor Resinas termoplásticas Resinas termoendurecíveis Produtos auxiliares Corantes Água residual Água residual Calor Oleofobos Hidrofobação Biocidas Produtos de carga Amaciadores Anti-espuma Anti-fogo Calor Produtos auxiliares Pigmentos e corantes Calor Ceras Parafinas Calor Água Água Produtos químicos Vapor Calor Tingimento/ Lavagem Acabamentos químicos Estamparia Ultimação mecânica Produto acabado Calor Águas residuais ácida e básica com cor Calor Águas residuais ácida e básica com cascas Água residual Pasta de estampagem Fibras Água residual Calor Água residual alcalina Página 20 Figura 8: Processo de fabrico do subsector do algodão. Fibras Calor Vapor INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL H2O2 Silicato de sódio Estabilizador orgânico NaOH Amoniaco Calor Vapor INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Fio Estiramento Texturização Torção Fibras Fibras Fibras Água Produtos auxiliares Bobinagem Calor Tecelagem Fibras Vapor Fibras Amaciador Água Anti-estático Corantes Urdissagem Termofixação Calor Calor Acabamentos químicos Tingimento Calor Calor Redutor Água residual ácida Lavagem Água residual Calor Secagem Calor Rebobinagem em cone Fibras Águas residuais ácida e básica com cor Página 21 Figura 9: Processo de fabrico do subsector das fibras sintéticas e artificiais. Produto acabado Planeamento Tecido Malha Corte Tecido Calor Termocolagem Calor Malha Confecção Malha Tecido Produtos auxiliares Água Corantes Botões Fechos Linhas Calor Produtos auxiliares Pigmentos e corantes Calor Água residual Pasta de estampagem Fibras Amaciadores Produtos de carga Anti-fogo Biocidas Anti-estáticos Água Calor Acabamentos químicos Água residual Calor Calor Vapor Prensagem Calor Vapor Solventes Etiquetas Revista Etiquetagem Peças rejeitadas Solventes Produto acabado Etiquetas estragadas Página 22 Figura 10: Processo de fabrico do subsector da confecção. Calor Estamparia Tingimento Águas residuais ácida e básica com cor INETI PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Colas Botões Fechos Linhas Calor Água residual alcalina INETI 3.3. RESÍDUOS INDUSTRIAIS 3.3.1. Introdução A grande concentração de fábricas nos vales dos rios Ave e Cávado gera uma enorme pressão sobre o meio ambiente, dado confluírem nos aterros e nas bacias tanto os resíduos e os efluentes líquidos urbanos provenientes de uma região densamente povoada, como os resíduos e efluentes industriais provenientes de uma grande número de fábricas. Os resíduos sólidos deste sector industrial, de um modo geral, não são considerados perigosos (segundo o estudo efectuado pela TECNINVEST em 1997 '..., o sector não produz resíduos perigosos.'). No entanto, não existem aterros adequados e algumas das Câmaras Municipais não aceitam os resíduos produzidos pela indústria, pelo que existem problemas para a sua deposição. Avaliam-se em cerca de 54 453 t/ano os resíduos de fibras (lã, algodão e fibras sintéticas e artificiais), acrescendo 26 277 t/ano resultantes da confecção e ainda 111 996 t/ano de outros resíduos (papel e cartão, plástico, metais, embalagens compósitas, sucatas e cinzas) e 506 m3/ano de óleos de motores, transmissão e lubrificação. A reciclagem dos restos de fios e tecidos noutras aplicações, não constitui uma alternativa suficiente para o seu escoamento. Foi possível identificar que existe uma capacidade global de reciclagem deste tipo de resíduos de cerca de 28 000 t/ano. Relativamente aos efluentes líquidos, a situação é mais complexa. Com efeito, são lançados anualmente nos rios Zêzere, Cávado, Ave e seus afluentes, grandes quantidades de efluentes com elevada carga orgânica, com temperatura, com acentuada alcalinidade (no caso do algodão) e com elevados teores de corantes e de produtos químicos. No entanto, a solução parcial para tratamento destes efluentes está em via de solução com os sistemas integrados de despoluição de que é exemplo o SIDVA (Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave), já em funcionamento. Nos concelhos da Covilhã e de Seia existem algumas ETAR´s municipais e em alguns casos, estão em construção. Actualmente, uma boa parte dos efluentes têm como destino as linhas de água, onde são descarregadas grandes quantidades de efluentes com elevada carga orgânica, com temperatura, acentuada acidez (no caso da lã) e elevados teores de corantes e de produtos químicos. Com a entrada em funcionamento das ETAR's municipais e dos Sistemas Integrados de Despoluição deverão ser geradas anualmente cerca de 18 454 toneladas de lamas, a depor em aterros sanitários próximos. A indústria têxtil é uma indústria que ocupa muita mão de obra, mas que é, simultaneamente, de capital intensivo. Desde a forma de matéria prima, até à forma final de roupa confeccionada, as fibras têxteis passam sucessivamente por mais de 40 máquinas diferentes, que possuem um PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 23 INETI razoável grau de sofisticação e preço elevado, ao longo das inúmeras operações unitárias a que as fibras são sujeitas. A concorrência comercial, resultante da abertura de fronteiras, impõe aumentos crescentes de produtividade com os consequentes aumentos de investimento em máquinas mais eficientes. Por outro lado, a pressão sobre a qualidade dos produtos conduziu a investimentos em máquinas que, simultaneamente com a melhoria qualitativa, contribuíram para a diminuição do impacto ambiental pela diminuição de resíduos e de efluentes líquidos que geram. Os resíduos provenientes do embalamento e/ou acondicionamento das matérias primas e/ou produtos (papel, cartão, plásticos, metal e madeira) são maioritariamente sujeitos a triagem pelas empresas, sendo posteriormente encaminhados para reciclagem. No entanto, existem ainda casos em que este tipo de procedimento não é seguido, o que dificulta grandemente a possibilidade de reciclagem dos resíduos, quando agregados. A deposição das embalagens dos produtos auxiliares (utilizados na preparação para o tingimento, no tingimento, na ultimação, etc) constitui também um problema para a indústria, uma vez que raramente são encontradas soluções locais para a sua deposição. Em muitos casos, opta-se pelo seu armazenamento, o qual nem sempre é feito nas melhores condições. Relativamente aos óleos de lubrificação e manutenção, geralmente são recolhidos por empresas especializadas para o efeito. A renovação do parque de máquinas constitui um problema por falta de destino a dar às máquinas substituídas, dado o ritmo de substituição, sendo geralmente entregues a sucateiros, quando não são passíveis de venda, ou retoma por parte dos fornecedores. 3.3.2. Caracterização dos resíduos A quantidade de matéria prima processada em cada um dos subsectores, conjuntamente com os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas envolvidas, permitiu obter uma estimativa dos resíduos sólidos e efluentes líquidos gerados. Os rendimentos médios para cada uma das operações produtivas, bem como as quantidades de efluentes líquidos gerados por operação, foram estimados com base em informações fornecidas pelo CITEVE, por várias empresas têxteis e por consulta de informação bibliográfica. Foram contempladas as diferentes quantidades de matéria prima que se estimou serem processadas no País em cada uma das operações produtivas de cada subsector. As estimativas de rendimento médio por operação produtiva (em %), assim como as quantidades estimadas de efluentes líquidos gerados nas diferentes operações (em m3/t), são PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 24 INETI apresentadas em anexo (Anexo 1 e 2). Os quantitativos obtidos por aplicação destes valores estão descriminados, por subsector e por operação, nos Quadros 7 e 8. 3.3.2.1. Bases de estimativa para o subsector da Lã No subsector da Lã, estimou-se que cerca de 50% do peso da lã se perderia na operação de lavagem, 50% dos resíduos sólidos totais são gerados nas operações, vulgarmente designadas por operações de fiação (cardação, penteação e fiação propriamente dita) e que as operações de urdissagem e tecelagem são responsáveis por cerca de 37% dos resíduos gerados. A percentagem remanescente, 13%, provém de outras operações. Relativamente aos efluentes líquidos e lamas, a operação de lavagem é responsável por 15,16% do total de águas residuais geradas neste subsector e 96,75% do total de lamas; as operações de preparação para o tingimento por 54,39% de efluentes líquidos e 2,08% de lamas; a operação de tingimento por 30,44% de efluentes líquidos e 1,16% de lamas, sendo o restante proveniente das operações de acabamentos químicos. 3.3.2.2. Bases de estimativa para o subsector do Algodão No subsector do Algodão, estimou-se que as operações designadas na generalidade por operações de fiação (que envolvem a abertura, limpeza, cardação, penteação e fiação propriamente dita) são responsáveis por cerca de 84% do total de resíduos sólidos gerados. As operações de encolagem, urdissagem e tecelagem contribuem com cerca de 12% dos resíduos e as restantes operações serão responsáveis por 4% dos resíduos gerados neste subsector. Relativamente aos efluentes líquidos e lamas, as operações de preparação para o tingimento (desencolagem, mercerização, fervura e branqueamento) são responsáveis por 29,83% do total de águas residuais geradas neste subsector e 87,94% do total de lamas; as operações de tingimento e estamparia por 70,05% de efluentes líquidos e 12,05% de lamas, sendo o restante proveniente das operações de encolagem e acabamentos químicos. 3.3.2.3. Bases de estimativa para o subsector das Fibras Sintéticas e Artificiais No subsector de processamento de Fibras Sintéticas e Artificiais estimou-se que 66% do total de resíduos sólidos são provenientes das operações de estiramento, texturização e torção, sendo as restantes operações responsáveis por 34% dos resíduos sólidos deste subsector. Relativamente aos efluentes líquidos e lamas, a operação de tingimento é responsável por 99,99% do total de efluentes líquidos e de lamas gerados neste subsector, sendo o restante proveniente das operações de acabamentos químicos. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 25 INETI Para o caso das fibras sintéticas e artificiais há a realçar que a situação é algo complexa, uma vez que se desconhece a quantidade global que é incorporada nos subsectores da lã e do algodão, tendo-se considerado apenas o processamento de fibras sintéticas e artificiais no estado de 'massa', correspondente a 84 700 t/ano de matéria prima processada. 3.3.2.4. Bases de estimativa para o subsector da Confecção No subsector da Confecção, estimou-se em 79% o quantitativo médio de resíduos, gerados na operação de corte. As operações de confecção e revista são responsáveis por 21% do total de resíduos sólidos. Os efluentes líquidos são provenientes das operações de tingimento, estamparia e acabamentos. De notar que, do total de matéria prima processada neste subsector, apenas 20 720 t/ano são sujeitas a estas operações efectuadas sobre peça acabada. As operações de tingimento e estamparia são responsáveis por 99,93% do total de efluentes líquidos e de lamas gerados neste subsector, sendo o restante proveniente das operações de acabamentos químicos. Salienta-se que está considerada a importância da existência de tecnologia de CAD/CAM, para o planeamento e corte, no volume global de resíduos gerados neste subsector. A matéria prima utilizada neste subsector provém dos restantes subsectores, sendo uma determinada quantidade de origem nacional e a restante importada. Assim, nem toda a quantidade de matéria prima processada neste subsector representa um contributo para o volume de resíduos nos restantes subsectores. Por outro lado, a grande maioria das empresas com menos de 5 trabalhadores trabalha a feitio, o que significa que já recebe as peças cortadas, quase não gerando resíduos (as empresas com menos de 10 trabalhadores representam 53,2% do total das empresas do sector Têxtil – ver Quadro 4). PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 26 INETI 3.3.3. Análise global das quantidades anuais de resíduos produzidos por subsector Na globalidade, estima-se que em 1998 terão sido gerados neste sector aproximadamente 80 730 t/ano de resíduos de fibras têxteis não processadas e processadas e cerca de 47 764 × 103 m3/ano de efluentes líquidos. A quantidade de lamas geradas anualmente é cerca de 9 500 t/ano, correspondendo ao tratamento de cerca de 51% do total de águas residuais do sector (18 454 t/ano se fosse tratada a totalidade dos efluentes). Aos resíduos resultantes do processamento da matéria prima, acrescem 111 996 t/ano de outros resíduos (papel, cartão, plástico, metais, embalagens compósitas, sucatas e cinzas) e 506 m3/ano de óleos de motores, transmissão e lubrificação. No Quadro 7 apresentam-se as estimativas de resíduos sólidos e efluentes líquidos gerados anualmente em cada um dos subsectores. Quadro 7: Estimativas de resíduos sólidos e efluente líquidos gerados anualmente no sector têxtil. SUBSECTOR Lã Algodão Fibras artificiais Confecção MATÉRIA PRIMA PROCESSADA RESÍDUOS SÓLIDOS (t/ano) (t/ano) EFLUENTES LÍQUIDOS (103 *m3/ano) LAMAS (t/ano) RENDIMENTO DE UTILIZAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA (%) Rama 24 904 1 206 700 7 000 674 Fio 20 070 1 088 3 914 235 95 Tecido e Malha 17 634 112 2 0,14 99 Rama 167 147 41 450 - 75 Fio 200 672 6 097 40 0,1 97 215 776 1 940 36 228 10 621 99 84 700 2 560 4 979 498 97 207 200 26 277 1 901 100 87 Total 80 730 47 764 18 4545 Tecido e Malha sintéticas e - OUTROS 2 RESÍDUOS 3 ÓLEOS (t/ano) (m3/an o) 52 290 257 59 706 249 111 996 506 2 Os quantitativos de outros resíduos apresentados englobam: papel e cartão, plástico, metais, embalagens compósitas, sucatas e cinzas. Os quantitativos específicos para cada um deles encontram-se discriminados no Quadro VII.2.8. 3 Os quantitativos de óleos apresentados englobam: óleos de motores, óleos de transmissão e óleos de lubrificação. 4 92% para rama de lã limpa e 50% para rama de lã suja. 5 Esta é a quantidade de lamas que seria gerada, caso a globalidade dos efluentes líquidos fosse tratada. Actualmente são apenas tratados cerca de 51%, dando origem a 9 500 t/ano de lamas. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 27 INETI Nas Figuras 11 e 12 são ilustradas, respectivamente, as distribuições percentuais dos resíduos sólidos e águas residuais gerados por subsector da indústria têxtil. Lã Algodão Fibras 3% Confecção 33% 61% 3% Figura 11: Distribuição percentual dos resíduos sólidos por subsector da indústria têxtil. 10% 4% 10% Lã Algodão Fibras Confecção 76% Figura 12: Distribuição percentual dos efluentes líquidos por subsector da indústria têxtil. Dos resíduos sólidos gerados, 94% são originados nos subsectores do algodão e da confecção, sendo o subsector do algodão responsável por quase o dobro da quantidade gerada pelo subsector da confecção. No caso das águas residuais, também sobressai fortemente o subsector do algodão que, isoladamente, gera mais de 70% da totalidade dos efluentes líquidos da indústria têxtil; os subsectores das fibras sintéticas e artificiais e da confecção são responsáveis por 10%, cada. Em conjunto, estes três subsectores totalizam 96% dos efluentes gerados. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 28 INETI 3.3.4. Correlação dos resíduos com as operações produtivas por subsector Apresenta-se no Quadro 8 relativo aos resíduos sólidos do sector, uma estimativa da quantidade gerada anualmente, sua proveniência por operação produtiva e classificação CER. Os efluentes líquidos gerados por operação produtiva, quantidade e volume de lamas a que darão origem constam do Quadro 9. Quadro 8: Resíduos gerados no sector Têxtil. OPERAÇÃO RESÍDUOS GERADOS CODIGO CER QUANTIDADE (t/ano) SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE LÃ (CAE 17) Escolha Resíduos de fibras de lã não processadas e detritos orgânicos Cardação Resíduos de fibras de lã não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Penteação Resíduos de fibras de lã não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Fiação Resíduos de fibras de lã processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Urdissagem Resíduos de fibras de lã processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Tecelagem/ Resíduos e poeiras de fibras de lã processadas Tricotagem Resíduos e poeiras de misturas de fibras processadas Desperdícios de tecidos, malhas, ourelas Carbonização Poeiras de fibras de lã carbonizadas Tinturaria Resíduos de fibras de lã não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Resíduos de fibras de lã processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Resíduos de corante em pó ou líquido Perchagem Resíduos de fibras de lã processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Tesouragem Resíduos de fibras de lã processadas Resíduos de misturas de fibras processadas 040202 040210 040299 040202 040204 040202 040204 040206 040208 040206 040208 040206 040208 040299 040202 040204 040206 040208 040213 040206 040208 040206 040208 n.q. 268 102 836 199 688 5 201 n.q. 36 71 SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE ALGODÃO (CAE 17) Abertura Resíduos de fibras de algodão não processadas, cascas e terra Resíduos de fibras artificiais e/ou sintéticas não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Limpeza Resíduos de fibras de algodão não processadas, cascas e terra Resíduos de fibras artificiais e/ou sintéticas não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Cardação Resíduos de fibras de algodão não processadas Resíduos de fibras artificiais e/ou sintéticas não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Penteação Resíduos de fibras de algodão não processadas Resíduos de fibras artificiais e/ou sintéticas não processadas Resíduos de misturas de fibras não processadas Fiação Resíduos de fibras de algodão processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Encolagem Resíduos de fibras de algodão processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Urdissagem Resíduos de fibras de algodão processadas Resíduos de misturas de fibras processadas Tecelagem/ Resíduos e poeiras de fibras de algodão processadas Tricotagem Resíduos e poeiras de misturas de fibras processadas Desperdícios de tecidos e malhas, ourelas Gasagem Poeiras do tecido, impurezas Resíduos de misturas de fibras processadas n.q. – não quantificável PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL 040201 040203 040204 040201 040203 040204 040201 040203 040204 040201 040203 040204 040205 040208 040205 040208 040205 040208 040205 040208 040205 040208 1671 14 893 2 259 22 249 378 20 2 007 3 973 97 Página 29 INETI Quadro 8 (cont.): Resíduos gerados no sector Têxtil. OPERAÇÃO RESÍDUOS GERADOS CODIGO CER QUANTIDADE (t/ano) SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE AGODÃO (CAE 17) Estamparia Poeiras e fibras de tecido processadas Cardação e Esmerilagem Tesouragem e Laminagem Resíduos de corante em pó ou líquido/pasta Solventes para colas (p.ex. colas térmicas) Resíduos de pasta geradora de ácido sulfúrico Resíduos de fibras de algodão Resíduos de misturas de fibras processadas Resíduos de fibras de algodão Resíduos de misturas de fibras processadas 040205 040208 040213 200113 060101 040205 040208 040205 040208 2 n.q. 647 1 291 SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE FIBRAS SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS (CAE 17) Estiramento Texturização Torção Bobinagem Urdissagem Resíduos Resíduos Resíduos Resíduos Resíduos de de de de de fibras fibras fibras fibras fibras artificiais artificiais artificiais artificiais artificiais e/ou e/ou e/ou e/ou e/ou sintéticas processadas sintéticas processadas sintéticas processadas sintéticas processadas sintéticas processadas Corte Resíduos de fibras (malhas ou tecidos) processadas 040207 040207 040207 040207 040207 424 1 264 42 830 SUBSECTOR DA CONFECÇÃO (CAE 18, GRUPO 182) Confecção Estamparia Revista Resíduos de papel Restos de tecidos, linhas, fechos, entretelas, botões, etc. Resíduos de corante em pó ou líquido/pasta Artigos não conformes: resíduos de fibras (malhas ou tecidos) processadas Solventes para remoção de nódoas Etiquetagem Etiquetas estragadas 040205 040206 040207 040208 040209 200101 040205 040206 040207 040208 040209 040299 040213 040205 040206 040207 040208 040209 040211 040212 040299 20 720 n.q. 1 865 n.q. 3 692 n.q. 0,2 OPERAÇÕES COMUNS A TODOS OS SUBSECTORES Acondicionamento de Papel, cartão e cones/bobines de cartão matérias primas, corantes e produtos Plásticos e cones/bobines plásticas químicos auxiliares e embalamento Madeira Fitas metálicas e metais Embalagens compósitas Colas Óleos (motores, transmissão e lubrificação) Lubrificação das máquinas e motores Renovação do Sucata de ferro parque de máquinas Estação de Resíduos do tratamento de águas para consumo industrial tratamento de água para uso industrial n.q. – não quantificável PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL 150101 200101 150102 200103 200104 150103 200107 200106 150105 080404 16 566 11 375 n.q. 24 989 9 087 n.q. 130203 5 0 5 619 l/ano 160205 200106 27 261 1909006 n.q. Página 30 INETI Quadro 8 (cont.): Resíduos gerados no sector Têxtil. OPERAÇÃO CODIGO CER RESÍDUOS GERADOS QUANTIDADE (t/ano) OPERAÇÕES COMUNS A TODOS OS SUBSECTORES 1902006 1903006 190801 190804 190899 Tratamentos físicoResíduos de tratamentos físico-químicos específicos de resíduos industriais químicos e biológicos Resíduos solidificados / estabilizados Estação de Lamas de tratamento de águas residuais industriais tratamento de águas residuais industriais Outros resíduos não especificados Aquecimento e Cinzas geração de vapor n.q. – não quantificável n.q. 9 500 100101 22 718 O Catálogo Europeu de Resíduos (CER) (Port.ª 818/97 de 5 de Setembro) não prevê classificação para os efluentes líquidos. No sector Têxtil, os efluentes líquidos são fonte introdutória de poluição, sendo após tratamento, fonte de geração de lamas. Dos cerca de 47 764×103 m3 de efluentes líquidos gerados anualmente, resultariam cerca de 18 454 t/ano de lamas, caso se procede-se ao seu tratamento, estas sim com classificação CER (código 19 08 04), constituindo um resíduo a prevenir. Actualmente, são apenas tratados cerca de 51% do total de efluentes líquidos gerados no sector, dando origem a 9 500 toneladas de lamas. Quadro 9: Efluentes líquidos gerados no sector têxtil e quantidade de lamas geradas após tratamento. QUANTIDADE OPERAÇÃO EFLUENTES GERADOS Ef. Líquidos (m3/ano) Lamas (t/ano) 700 000 7 000 2 000 1 003 500 0,12 60,2 200 700 12 1 304 550 78,3 1 404 900 84,3 353 0,02 SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE LÃ (CAE 17) Lavagem de lã Carbonização Fixação Branqueamento Lavagem em Corda Tingimento Acabamentos químicos 6 Água residual com pH básico e contaminada com detergentes, solventes orgânicos e detritos orgânicos Água residual com ácido Água residual ácida ou básica Água residual ácida, com sulfatos Água residual alcalina, com peróxido de hidrogénio Água residual alcalina, com vestígios de substancias fluorescentes Água residual neutra ou alcalina com detergente aniónico ou não iónico e eventualmente produto anti-vinco, carbonato de sódio ou amoníaco. Águas residuais do tingimento com corantes reactivos ( temperatura elevada, pH alcalino, elevada condutividade, cor e detergentes) Águas residuais do tingimento com corantes metalíferos ( temperatura elevada, pH ácido, cor e crómio) Águas residuais do tingimento com corantes a mordente ( crómio, temperatura elevada, sulfatos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes ácidos ( temperatura elevada, pH ácido, sulfatos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes básicos ( temperatura elevada, pH ácido, taninos e cor) Água residual com produtos químicos de acabamento (amaciadores, produtos de carga, resinas termoplásticas, produtos de impermeabilização, produtos oleófobos, produtos anti-espuma, produtos anti-fogo, produtos anti-feltragem, produtos biocidas) Poderá conter algumas das classificações associadas subsequentes. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 31 INETI Quadro 9 (cont.): Efluentes líquidos gerados no sector Têxtil e quantidade de lamas geradas após tratamento. QUANTIDADE OPERAÇÃO EFLUENTES GERADOS Ef. Líquidos (m3/ano) Lamas (t/ano) SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE ALGODÃO (CAE 17) Encolagem Desencolagem Mercerização Fervura Branqueamento Tingimento Estamparia Fixação da estampagem Acabamentos químicos Água residual com encolantes 40 134 Água residual com enzimas, detergentes e encolantes (geralmente amiláceos) 720 000 Água residual alcalina com detergentes e encolantes Água quente de lavagem com soda cáustica (carbonatada) 5 500 000 Água residual com hidróxido de sódio, detergente, gorduras, ceras, pectinas 1 000 000 e sais minerais Água residual básica ou ácida com cascas, hipoclorito de sódio, acido clorídrico e bissulfito de sódio ou peróxido de hidrogénio Água residual com cascas, peróxido de hidrogénio, silicato de sódio, 3 600 000 estabilizador orgânico e soda cáustica Água residual com cascas e branqueador óptico Águas residuais do tingimento com corantes directos (temperatura elevada, elevada condutividade e cor) Águas residuais do tingimento com corantes reactivos (temperatura elevada, pH alcalino, elevada condutividade, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de cuba (temperatura elevada, pH alcalino, sulfatos, peróxido, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de cuba solubilizados 24 166 912 (temperatura elevada, elevada condutividade, pH ácido, nitratos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes sulfurosos (temperatura elevada, pH alcalino e ácido, sulfuretos, crómio e cor) Águas residuais do tingimento com corantes azóicos (temperatura elevada, pH alcalino e acido, elevada condutividade, sulfatos, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de oxidação (temperatura elevada, pH ácido, condutividade, crómio, detergentes e cor) Água residual com espessantes, corantes e produtos auxiliares (dispersantes ou produtos hidrotrópicos p.ex. ureia ou produtos à base de álcoois, glicois ou sais de ácidos orgânicos) Água residual com produtos diversos para auxílio da fixação do corante (produtos ácidos ou alcalinos, ligantes produtos de corrosão, molhantes, produtos higroscópicos (p.ex. ureia), agentes anti-espuma, agentes 340 000 conservadores, etc.) Água residual com formaldeídossulfoxilatos ou cloreto estanhoso e branqueadores ópticos, ou contendo um agente redutor Água residual com colas solúveis Água residual da lavagem de contentores de pasta de estampagem ou de produtos químicos auxiliares Águas residual com detergentes, espessante, produtos auxiliares e corante não fixado 900 000 Águas residual alcalina Águas residual com agentes de fixação dos corantes azóicos insolúveis Água residual com produtos químicos de acabamento (amaciadores, produtos de carga, resinas termoplásticas, resinas termo-endurecíveis, (à base de ureia e formaldeído ou condensados de melamina e formaldeído), 1 000 produtos de impermeabilização, produtos oleófobos, produtos anti-espuma, produtos anti-fogo, produtos biocidas) 0,1 8 640 330 10 360 1 208 68 4,5 0,1 SUBSECTOR DE PROCESSAMENTO DE FIBRAS SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS (CAE 17) Tingimento Acabamentos químicos Águas residuais do tingimento com corantes dispersos (temperatura elevada, pH ácido, sulfatos, cor e compostos organoclorados) Águas residuais do tingimento com corantes metalíferos (temperatura elevada, pH ácido, crómio e cor) Águas residuais do tingimento com corantes ácidos (temperatura elevada, pH ácido, sulfatos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes básicos (temperatura elevada, pH ácido, taninos e cor) Água residual com produto amaciador PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL 4 978 260 498 415 0,01 Página 32 INETI Quadro 9 (cont.): Efluentes líquidos gerados no sector Têxtil e quantidade de lamas geradas após tratamento. QUANTIDADE OPERAÇÃO EFLUENTES GERADOS Ef. Líquidos (m3/ano) Lamas (t/ano) SUBSECTOR DA CONFECÇÃO (CAE 18, GRUPO 182) Tingimento Águas residuais do tingimento com corantes reactivos ( temperatura elevada, pH alcalino, elevada condutividade, cor e detergentes) Águas residuais do tingimento com corantes metalíferos ( temperatura elevada, pH ácido, cor e crómio) Águas residuais do tingimento com corantes a mordente ( crómio, temperatura elevada, sulfatos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes ácidos ( temperatura elevada, pH ácido, sulfatos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes básicos ( temperatura elevada, pH ácido, taninos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes directos (temperatura elevada, elevada condutividade e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de cuba (temperatura elevada, pH alcalino, sulfatos, peróxido, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de cuba solubilizados (temperatura elevada, elevada condutividade, pH ácido, nitratos e cor) Águas residuais do tingimento com corantes sulfurosos (temperatura elevada, pH alcalino e ácido, sulfuretos, crómio e cor) Águas residuais do tingimento com corantes azóicos (temperatura elevada, pH alcalino e acido, elevada condutividade, sulfatos, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes de oxidação (temperatura elevada, pH ácido, condutividade, crómio, detergentes e cor) Águas residuais do tingimento com corantes dispersos (temperatura elevada, pH ácido e alcalino, sulfatos, cor e compostos organoclorados) Estamparia Água residual da lavagem de contentores de pasta de estampagem ou de produtos químicos auxiliares Acabamentos Água residual com produtos químicos de acabamento (amaciadores, químicos produtos de carga, produtos anti-fogo, produtos biocidas, produtos antiestáticos, etc.) PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL 1 809 230 90,5 90 462 9 1 085 0,05 Página 33 INETI 3.3.5. Resíduos industriais por subsector e terminologia CER A classificação dos resíduos gerados no sector Têxtil, segundo a terminologia específica apresentada no CER, apresentam-se no Quadro 10, em conjunto com todas as operações que geram um determinado resíduo. Entre parêntesis está indicado qual o subsector a que corresponde(m) cada uma das operações referidas: Lã (L), Algodão (A), Fibras Sintéticas e Artificiais (F), Confecção (C) e operações comuns a todos os subsectores (O). Os códigos CER assinalados a vermelho correspondem aos resíduos considerados como perigosos segundo o Anexo II daquele catálogo. Quadro 10: Classificação dos resíduos gerados no sector Têxtil segundo a terminologia do CER. DESIGNAÇÃO CÓDIGO CER OPERAÇÕES UNITÁRIAS GERADORAS DO RESÍDUO Resíduos da indústria têxtil Resíduos de fibras têxteis não processadas e de outras substancias fibrosas naturais principalmente de origem vegetal Resíduos de fibras têxteis não processadas principalmente de origem animal Resíduos de fibras têxteis não processadas principalmente de origem artificial ou sintética Resíduos de misturas de fibras têxteis não processadas produzidos previamente aos processos de fiação e tecelagem Abertura (A), Limpeza (A), Cardação (A), Penteação (A) 040201 040202 040203 Escolha (L), Cardação (L), Penteação (L) Abertura (A), Limpeza (A), Cardação (A), Abertura (A), Limpeza (A), Cardação (L, A), Penteação (L, A) 040204 Fiação (A), Encolagem (A), Urdissagem (A), Tecelagem/Tricotagem (A), Resíduos de fibras têxteis processadas 0 4 0 2 0 5 Gasagem (A), Estamparia (A), Cardação e Esmerilagem (A), Tesouragem principalmente de origem vegetal e Laminagem (A), Corte (C), Confecção (C), Revista (C) Resíduos de fibras têxteis processadas Fiação (L), Urdissagem (L), Tecelagem/Tricotagem (L), Tingimento (L), 040206 principalmente de origem animal Perchagem (L), Tesouragem (L), Corte (C), Confecção (C), Revista (C) Resíduos de fibras têxteis processadas Estiramento (F), Texturização (F), Torção (F), Bobinagem (F), 040207 principalmente de origem artificial ou sintética Urdissagem (F), Corte (C), Confecção (C), Revista (C) Fiação (L,A), Urdissagem (L,A), Tecelagem/Tricotagem (L), Tingimento (L), Perchagem (L), Tesouragem (L), Encolagem (A), Resíduos de misturas de fibras têxteis 0 4 0 2 0 8 Tecelagem/Tricotagem (A), Gasagem (A), Estamparia (A), Cardação e processadas Esmerilagem (A), Tesouragem e Laminagem (A), Corte (C), Confecção (C), Revista (C) Resíduos de materiais compósitos (têxteis Corte (C), Confecção (C), Revista (C) 040209 impregnados, elastomeros, plastómeros) Matéria orgânica de produtos naturais (por Escolha (L) 040210 exemplo, gordura, cera). Resíduos halogenados da confecção e Revista (C) 040211 acabamentos Resíduos não halogenados provenientes da Revista (C) 040212 confecção e acabamentos Corantes e Pigmentos 0 4 0 2 1 3 Tingimento (L), Estamparia (A,C) Outros resíduos não especificados 0 4 0 2 9 9 Escolha (L), Carbonização (L), Etiquetagem (C) Resíduos de soluções ácidas Ácido sulfúrico e ácido sulfuroso 0 6 0 1 0 1 Estamparia (A) Resíduos de fabrico, formulação, distribuição e utilização de adesivos e vedantes (incluindo produtos impermeabilizantes) Adesivos e vedantes endurecidos 0 8 0 4 0 4 Embalamento (O) Resíduos de geradores de potência e outras instalações de combustão (excepto 1 9 0 0 0 0 ) Cinzas 1 0 0 1 0 1 Aquecimento e geração de vapor (O) Óleos de motores, transmissão e lubrificação Outros óleos de motores, transmissões e Lubrificação das máquinas e motores (O) 130203 lubrificação PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 34 INETI Quadro 10 (cont.): Classificação dos resíduos gerados no sector Têxtil segundo a terminologia do CER. DESIGNAÇÃO CÓDIGO CER OPERAÇÕES UNITÁRIAS GERADORAS DO RESÍDUO Embalagens De papel e cartão 150101 De plástico 150102 De madeira 150103 Embalagens compósitas 150105 Acondicionamento de matérias primas, corantes químicos auxiliares (O), Embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes químicos auxiliares (O), Embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes químicos auxiliares (O), Embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes químicos auxiliares (O), Embalamento (O) e produtos e produtos e produtos e produtos Equipamento fora de uso e resíduos de trituração Outro equipamento fora de uso 160205 Renovação do parque de máquinas (O) Tratamentos físico-químicos (O) Resíduos de tratamentos físico-químicos específicos de resíduos industriais (exemplo: 1 9 0 2 0 0 7, 8 descromagem, descianuração, neutralização) Resíduos solidificados/estabilizados 1903007 Tratamentos físico-químicos e biológicos (O) Resíduos de Estações de Tratamento de Águas Residuais não especificados Gradados Lamas do tratamento de águas residuais industriais Outros resíduos não especificados 190801 190804 190899 Resíduos do tratamento de água para consumo humano ou de água para 1 9 0 9 0 0 7 consumo industrial Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (O) Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (O) Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (O) Estação de Tratamento de Água para uso industrial (O) Fracções recolhidas selectivamente9 Papel e cartão 200101 Plásticos de pequena dimensão 200103 Outros plásticos 200104 Outros metais 200106 Madeira 200107 Solventes 200113 7 8 9 Corte (C), Acondicionamento de matérias primas, corantes e produtos químicos auxiliares e embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes e produtos químicos auxiliares (O), Embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes e produtos químicos auxiliares (O), Embalamento (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes e produtos químicos auxiliares (O), Renovação do parque de máquinas (O) Acondicionamento de matérias primas, corantes e produtos químicos auxiliares e embalamento (O) Estamparia (A) Poderá conter algumas das classificações associadas subsequentes. Apenas os resíduos classificados com o código 1 9 0 2 0 1 são considerados como perigosos. Desde que a produção diária não exceda 1100 l por produtor (DL 239/97, de 9 de Setembro, Artigo 3º) PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 35 INETI 4. POTENCIAL DE PREVENÇÃO DENTRO DO SECTOR TÊXTIL A Prevenção da Poluição é um conceito que surge em alternativa aos tratamentos de fim de linha, que apresenta características específicas para cada sector em estudo, debruçando-se sobre cada área do processo por forma a determinar que mudanças podem ser feitas conducentes a uma redução da quantidade e/ou perigosidade dos resíduos gerados, das quais resultem benefícios económicos e ambientais para as empresas. A empresa que decida optar por reduzir a quantidade ou perigosidade dos resíduos que gera, deve começar por equacionar a possibilidade da redução na fonte e sempre que tal não for possível procurar equacionar possibilidades de reutilização e reciclagem. Para resíduos que não podem ser reduzidos ou reciclados, deve estudar-se o tratamento e/ou deposição ambientalmente mais aceitável. Redução na fonte - A redução da geração de resíduos na fonte é o método mais eficiente de prevenção de poluição. Deve efectuar-se uma auditoria ao processo por forma a identificar as operações menos eficientes, procurando posteriormente as opções mais vantajosas para eliminar estas ineficiências. Todas as opções devem por isso ser avaliadas em termos de impacte, custos e benefícios, e o seu potencial de redução de poluição avaliado face a um esforço de reutilização. Reutilização - Se a redução da geração de resíduos não for possível, a reutilização é a opção preferencial seguinte dentro das opções de gestão de resíduos. Relativamente aos resíduos sólidos, a uniformidade dos materiais assim como a separação dos resíduos auxilia, nas opções de reutilização. Por exemplo, os tambores são mais facilmente manuseados, empilhados e devolvidos se forem de um só tipo e tamanho. Os resíduos de fibras provenientes de uma máquina são mais facilmente reutilizáveis se forem separados de outro tipo de resíduos. Reciclagem - A reciclagem pode ser considerada a terceira via mais eficiente em termos de prevenção de poluição. A utilização de materiais recicláveis deve ser uma alternativa em todo o processo produtivo aos materiais não recicláveis. Tratamento e/ou deposição - Esta opção pode ser uma simples deposição em aterro ou uma incineração para valorização térmica. A forma menos eficiente de tratar os resíduos sólidos consiste na sua deposição em aterro, a qual, no entanto, é a solução a que a maioria das empresas recorre. A estratégia de prevenção prevê a utilização de várias técnicas: controlo de qualidade da matéria prima, conservação e optimização da utilização de produtos químicos, substituição de produtos químicos, alterações de processo, modificações de equipamento, procedimentos de manutenção e reutilização de resíduos. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 36 INETI A utilização de uma dada combinação das técnicas mencionadas, conduz a uma redução da quantidade e/ou perigosidade de resíduos produzidos associada a benefícios económicos que surgem sob vários aspectos: diminuição do consumo de matérias primas, produtos auxiliares e energia, diminuição nos custos de tratamento e ainda, a potencial reciclagem e reutilização de resíduos. No sector Têxtil, em particular, são várias as possibilidades de intervenção no que respeita à prevenção de poluição, sejam elas relativas a águas residuais ou a resíduos sólidos. 4.1. ANÁLISE GLOBAL DO POTENCIAL DE PREVENÇÃO POR GRANDES GRUPOS DE OPERAÇÕES 4.1.1. Preparação da matéria prima O subsector do Algodão apresenta dois tipos de resíduos provenientes das operações de preparação de matéria prima, cascas e terra, e matéria prima não processada que podem constituir uma percentagem considerável do total de algodão processado, dependendo do grau de limpeza e da qualidade do algodão importado. Estes resíduos podem, em alternativa à simples deposição em aterro, ser queimados em caldeiras apropriadas (adequadas à queima de madeira), por forma a aproveitar o seu conteúdo energético. No subsector da Lã as operações de preparação de matéria prima conduzem a dois tipos de resíduos, um resíduo líquido proveniente da lavagem da lã e um resíduo sólido de fibra não processada. Na lavagem de lã utiliza-se uma grande quantidade de água, aproximadamente 35l/kg (de lã suja), que pode ser reutilizada desde que sujeita a tratamento, ou reutilizando directamente a fracção mais limpa nas lavagens iniciais, podendo obter-se recuperações de cerca de 90% da água utilizada. Relativamente ao resíduo de fibra não processada, as empresas que apenas utilizam penteado (fibras longas), sejam algodoeiras ou laneiras, obtêm como resíduo uma grande quantidade de matéria prima não processada que não corresponde em termos de qualidade às especificações do seu processo, mas que pode ser utilizada noutros processos, como a indústria de cardados. Relativamente às fibras sintéticas e artificiais, as operações de preparação de matéria prima, apresentam como resíduo fibras têxteis não processadas podendo haver minimização de resíduos se houver alteração de processo, tais como, apostando na automatização, condensando num único equipamento, o máximo de operações possíveis (torcedura, por exemplo). Os resíduos de fibras não processadas resultantes dos vários subsectores, lã, algodão e fibras sintéticas e artificiais, podem ainda ser considerados matéria prima para enchimento de colchões e almofadas. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 37 INETI Há ainda a considerar os contaminantes presentes nas várias matérias primas processadas, que vão contribuir para a carga poluente das águas residuais durante o processamento em via húmida. Apesar destes contaminantes aparecerem em quantidades muitas vezes vestigiais, o processamento de grandes quantidades de fibra podem dar origem a grande quantidade de poluentes. A produção de algodão pode utilizar produtos químicos tais como pesticidas, herbicidas, fertilizantes e desfoliantes, que chegam à empresa têxtil como contaminantes do algodão. O algodão apresenta ainda a presença de metais, tais como o cobre, estanho e zinco. No caso da lã, os contaminantes predominantes são os pesticidas, aplicados pelos produtores dos animais por forma a reduzir a infestação de parasitas. Estes produtos são libertados da lã para as águas residuais durante o seu processamento. A quantidade de pesticida presente na lã varia normalmente com a sua proveniência, sendo a lã proveniente da Austrália e da Nova Zelândia a que se revela menos contaminada. Relativamente às fibras sintéticas e artificiais também estas contêm diversos tipos de impurezas resultantes da sua produção. Estas impurezas são, principalmente, produtos de acabamento (anti-estáticos e lubrificantes), subprodutos de síntese e aditivos (anti-estáticos, lubrificantes, outros) que têm como destino as águas residuais. A medida de prevenção deste tipo de poluentes centra-se nos critérios utilizados na aquisição das matérias primas a processar. Deve no entanto verificar-se no controlo de qualidade, qual o tipo de contaminantes presentes na matéria prima, por forma a identificar o tipo de poluição que vai ser introduzida nas suas águas residuais. 4.1.2. Fiação A fiação nos subsectores do Algodão, Lã e para algumas fibras sintéticas e artificiais engloba várias operações que, sendo operações mecânicas, dão origem apenas a resíduos sólidos (poeiras, fibras curtas e fio). Apesar do quantitativo de resíduos ser relativamente pequeno, face ao quantitativo de resíduos industriais gerados neste sector, a automatização e a qualidade da matéria prima processada são ainda pontos de intervenção por forma a minimizar os resíduos gerados nestas operações. Outros resíduos que aparecem associados à operação de fiação são os cones de plástico e cartão que, uma vez danificados, não podem ser reutilizados, devendo ser vendidos para reciclagem. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 38 INETI 4.1.3. Tecelagem ou tricotagem As operações de tecelagem e tricotagem de “per si” dão origem apenas a um resíduo sólido constituído por poeiras, não sendo, tal como a fiação, operações onde haja grande potencial de aplicação de tecnologias de prevenção. Nesta área, a prevenção aparece mais numa perspectiva de ambiente de trabalho aplicada ao ruído. Existe no entanto outro tipo de resíduo sólido que são os cones e as caixas de cartão provenientes do acondicionamento do fio adquirido. Estes resíduos podem ser substancialmente reduzidos se o abastecimento de fio for feito em cones de plástico reutilizáveis e as caixas de cartão de acondicionamento forem substituídas por paletes em plástico, que podem ser reutilizáveis por muitos ciclos. No subsector do algodão existe ainda a operação de encolagem que vai contribuir para a geração de uma água residual fortemente contaminada nas operações de preparação para o tingimento, pois o agente encolante adicionado tem de ser retirado antes do tingimento por forma a garantir a uniformidade da cor. A utilização de agentes encolantes recuperáveis permitiria a redução do seu consumo, obtendo-se assim uma redução no volume de efluentes com elevada carência bioquímica, e uma redução de custos inerentes ao agente encolante. A operação de tricotagem requer também que os fios sejam lubrificados ou parafinados por forma a reduzir o atrito, reduzindo assim as tensões e quebras nos fios. Estes produtos são removidos normalmente por simples lavagem com detergente antes da operação de tingimento. Uma escolha criteriosa do agente lubrificante assim como do detergente utilizado na lavagem, pode contribuir para uma redução da contaminação veiculada pelo efluente resultante da operação de lavagem. 4.1.4. Preparação para o tingimento É nesta fase e nas fases de tingimento, estamparia e acabamentos que surgem as principais oportunidades de aplicação de tecnologias de prevenção, na forma de conservação e optimização de utilização de produtos químicos, substituição de produtos químicos, alterações de processo, modificações de equipamento, procedimentos de manutenção e recuperação/reutilização de resíduos (sólidos e efluentes líquidos). A reutilização da solução de mercerização após concentração, a recuperação de agentes encolantes e de água, a utilização de produtos menos agressivos para o ambiente, a utilização controlada e optimizada de produtos químicos, a reutilização de águas de lavagem de determinados processos noutros processos menos exigentes, as lavagens em contra corrente, relações de banho reduzidas, entre outras, são algumas das possibilidades de intervenção em termos de prevenção que se reflectem no ambiente, na forma de diminuição de resíduos gerados e conservação de recursos naturais, e na economia das empresas na forma de poupanças. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 39 INETI Por exemplo, a substituição do enxaguamento por transbordo, efectuado aos tecidos posteriormente à lavagem em corda, pelo enxaguamento sequencial, permite reduzir em cerca de 60% o consumo de água. 4.1.5. Tingimento As operações associadas ao tingimento dão origem a elevadas quantidades de águas residuais com elevada temperatura, fortemente contaminadas com cor, químicos, sais, etc. O consumo de água pode ser optimizado, apostando numa relação de banho o mais pequena possível, em lavagens em contra corrente e em reutilizações após tratamento das águas de lavagem menos contaminadas. A contaminação química pode ser reduzida recorrendo à escolha criteriosa e à utilização controlada dos produtos químicos utilizados. Estas opções técnicas resultam na diminuição da quantidade e da perigosidade dos resíduos gerados e na diminuição de custos para a empresa. É muito usual encontrar tingimentos (ou outros processos) que utilizam quantidades excessivas de produtos químicos ou utilizam produtos químicos desnecessários. Por vezes, adicionam-se químicos, para reduzir problemas introduzidos por outros químicos ou para corrigir problemas causados pela qualidade da água utilizada no processo. Na maioria dos casos, seria mais adequado ajustar, substituir ou mesmo eliminar produtos químicos utilizados num determinado processo, do que adicionar mais químicos para reduzir efeitos secundários. No caso da água, deve garantir-se a sua qualidade à entrada do processo. Também o uso criterioso dos produtos químicos, reduz substancialmente a contaminação introduzida nas águas residuais e os custos do processo. 4.1.6. Estamparia Os resíduos de maior importância que resultam das operações de estamparia são a pasta de estampagem com cor, contendo vários químicos e as lamas de ETAR resultantes do tratamento das águas residuais geradas (efluentes alcalinos com temperatura elevada e águas de lavagem com cor e vários químicos). Tal como no caso do tingimento, também aqui a optimização do uso da água apostando em lavagens em contra corrente e em reutilizações de água, após tratamento das águas de lavagem menos contaminadas, associada a uma escolha criteriosa e a uma utilização controlada de produtos químicos, resulta numa diminuição da quantidade e da perigosidade dos resíduos e efluentes líquidos gerados e consequentemente, numa diminuição de custos para a empresa. Será também importante garantir a qualidade da água utilizada, uma vez se trata de um factor de importância decisiva. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 40 INETI No processo de estamparia, também é usual utilizarem-se quantidades excessivas de produtos químicos ou produtos químicos desnecessários, sendo mais adequado ajustar, substituir ou mesmo eliminar produtos químicos de um determinado processo, do que adicionar outros químicos para reduzir efeitos secundários. 4.1.7. Acabamentos químicos As operações de acabamento químico requerem como o seu nome indica, a utilização de produtos químicos. Resultam desta fase efluentes líquidos contaminados com diversos químicos e eventualmente com temperatura elevada, que darão origem a lamas, após tratamento em ETAR. Uma medida de prevenção será a utilização de alternativas mecânicas que permitam obter o mesmo tipo de acabamento. Se tal não for possível e o acabamento químico for imprescindível, a prevenção de poluição centra-se na redução da quantidade e perigosidade dos efluentes gerados, obtida através da optimização do uso da água, efectuando reutilizações após tratamento das águas de lavagens menos contaminadas, associada a uma escolha criteriosa e a uma utilização controlada dos produtos químicos. Este tipo de acabamentos inclui por vezes uso de resinas com formaldeído, que é um composto químico considerado cancerígeno. Tendo em atenção este facto, deve recorrer-se a resinas com a menor concentração possível de formaldeído, optimizando o processo de aplicação e utilizando catalisadores que minimizem o desperdício de resina. Também no amaciamento, um acabamento corrente na indústria têxtil, pode por vezes recorrer-se a enzimas (produtos 100% biodegradáveis), evitando-se o consumo de produtos químicos. Tal como referido para o tingimento e estamparia, também nestas operações poderão ocorrer situações de utilização desnecessária ou excessiva de produtos químicos, por forma a colmatar problemas decorrentes da utilização de outros químicos. De uma forma genérica, o ajuste, substituição ou mesmo eliminação de certos produtos químicos seria preferível à adição de químicos para redução ou eliminação de efeitos secundários. A contaminação das águas residuais, pode ser substancialmente reduzida através da utilização criteriosa dos produtos químicos. As operações de acabamento químico devem recorrer a técnicas de aplicação controlada de produtos químicos, que permitam reduzir ao máximo a quantidade de químicos utilizados no acabamento. Estas técnicas permitem reduzir o consumo de químicos, de energia e reduzir a poluição, alem de prevenirem a migração de químicos do interior para a superfície da fibra, melhorando o processo de acabamento. Um exemplo destas técnicas é a aplicação de produtos de acabamento de superfície (amaciadores, etc) por pulverização. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 41 INETI 4.1.8. Acabamentos mecânicos Os principais resíduos resultantes desta fase são essencialmente poeiras de fibras. Há também a considerar lamas de ETAR, quando está associada uma componente química. A prevenção nesta fase reflecte-se em termos de ambiente de trabalho (ar e/ou ambiente) e na utilização optimizada da energia despendida na operação de secagem. 4.1.9. Confecção Na confecção, o resíduo mais significativo resulta da matéria prima desperdiçada na operação de corte. A substituição de técnicas manuais de corte por tecnologia CAD/CAM resulta na optimização do consumo de matéria prima resultando consequentemente na minimização do quantitativo de resíduos gerados. Associada a esta tecnologia surge ainda a possibilidade de reutilização destes resíduos na produção de alguns têxteis técnicos e de não tecidos. Um factor que não depende em exclusivo do subsector da confecção mas que também contribuiria para a diminuição do quantitativo de resíduos gerados nesta fase, seria a uniformização das larguras das peças, só possível, no entanto, através da vontade e do esforço conjunto de todas as partes envolvidas no processo têxtil. 4.1.10. Medidas de prevenção de carácter geral Existem ainda outros pontos de intervenção neste sector, que não abrangendo directamente o processo produtivo, contribuem de uma forma mais ou menos quantificável para a geração de resíduos sólidos e de efluentes líquidos. São eles: o controlo de qualidade da matéria prima processada, dos produtos químicos e corantes e da água utilizada na fábrica; as recepções de matéria prima, produtos químicos e corantes; as Estações de Tratamento de Águas Residuais e as caldeiras para produção de vapor. Também nestes casos as estratégias de prevenção da poluição conduzem à minimização da quantidade e/ou perigosidade gerados e também a benefícios económicos. 4.1.10.1. Controlo de qualidade da matéria prima, dos produtos químicos e corantes O controlo de qualidade introduz benefícios importantes, dos quais se podem salientar a redução de produtos com defeitos, a diminuição nas repetições e correcções de trabalhos efectuados, assim como uma redução da produção de resíduos associados. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 42 INETI 4.1.10.2. Controlo de qualidade da água utilizada na fábrica O controlo de qualidade da água utilizada, especialmente para as empresas que procedem a tingimentos, é um factor fundamental para a obtenção de produtos de qualidade evitando-se desmontagens e correspondentes consumos de produtos químicos e de água. A maioria das empresas utiliza principalmente água proveniente de captações próprias em lençóis friáticos, em ribeiras ou em rios e uma menor percentagem utiliza água proveniente de rede camarária. Quem utiliza água captada em rios e ribeiras encontra-se normalmente alertado para a possível má qualidade da água que capta, procedendo ao seu controlo de qualidade e tratamento. A água proveniente de captações subterrâneas apresenta uma composição mais ou menos constante, podendo, no entanto, nas estações mais secas, apresentar variações consideráveis no que respeita a contaminações e teor em metais. Este facto, para o qual muitas vezes as empresas não estão avisadas, influencia de forma considerável a qualidade dos trabalhos a efectuar. A água proveniente de rede camarária, sendo controlada à saída da Estação de Tratamento apresenta-se menos problemática. Não se deve no entanto esquecer que por vezes o estado de conservação da rede de distribuição não é a melhor (existência de possíveis roturas, infiltrações, etc) o que poderá condicionar a qualidade da água. Outro factor, não menos importante a considerar, é o estado de conservação da rede de distribuição dentro da empresa que pode também contribuir negativamente para a qualidade da água introduzida no processo fabril. Atendendo ao apresentado, verifica-se que a qualidade da água utilizada na empresa deve ser controlada com regularidade, devendo esta dispor de tratamento adequado. Caminha-se, deste modo, para a optimização do processo produtivo (fazer bem à primeira vez), não se tornando necessária a execução de repetições para a obtenção de produtos com a qualidade desejada. 4.1.10.3. Recepção de matéria prima, produtos químicos e corantes Na recepção de matéria prima, produtos químicos e corantes, surgem os resíduos de embalagem e acondicionamento que podem constituir uma percentagem considerável do total de resíduos sólidos gerados pela empresa. Estes resíduos sólidos incluem caixas de cartão, filme ou tecido de embalagem de fardos, arame de embalamento de fardos, paletes de madeira, sacos de papel e plástico, tambores de cartão, plástico ou metal, etc. Reduzir este tipo de resíduo é uma questão de estabelecer e aplicar melhores especificações de compra. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 43 INETI As matérias primas e produtos químicos devem ser adquiridos em grandes quantidades ou em contentores retornáveis. Esta opção da empresa conduz naturalmente à redução dos resíduos de embalamento e a outros benefícios, tais como: • redução da exposição dos trabalhadores a produtos químicos • simplificação dos processos de inventário • redução do custo de químicos (porque se compra maior quantidade) • optimização do espaço de armazenagem. Quando se compram produtos químicos em tambores, deve especificar-se que se pretendem contentores retornáveis e deve requerer-se ao vendedor que os receba sem serem lavados. Elimina-se desta forma a necessidade de lavagem de cada tambor antes da sua recolha, o que pode reduzir substancialmente a quantidade de água residual gerada na empresa. Muitos produtos químicos são adquiridos em sacos (sal, encolante, etc). Os sacos rompem facilmente e o seu manuseamento e armazenamento é complicado, devendo ser armazenados longe de áreas de grande actividade e em locais secos. Sempre que possível, as empresas devem preferir embalagens do tipo contentores retornáveis em alternativa aos sacos, tanto mais que o manuseamento destes requer um tempo considerável de trabalho. Outro tipo de resíduos sólidos que aparece na indústria têxtil são os cones para o acondicionamento de fio e os tubos de cartão para acondicionamento de peça de tecido ou de malha. O abastecimento de fio pode ser feito em cones de plástico reutilizáveis, e as caixas de cartão de acondicionamento das bobines de fio podem ser substituídas por paletes em plástico, reutilizáveis por muitos ciclos. Os tubos em PVC rígido devem ser considerados uma alternativa aos tubos de cartão em várias operações, uma vez que em adição à redução da geração de resíduos de cartão, diminui-se a distorção das malhas. 4.1.10.4. Estações de Tratamento de Águas Residuais As Estações de Tratamento de Águas Residuais constituem uma grande fonte de resíduos na forma de lamas. Estas, atendendo às suas características químicas são por vezes de difícil deposição, uma vez que nem todos os aterros as aceitam. Por outro lado, o grande volume gerado de lamas pode representar um encargo substancial para as empresas. A redução da carga química e do volume das águas residuais geradas na empresa, através da aplicação de tecnologias preventivas ao processo produtivo, assim como a optimização dos tratamentos de fim de linha, podem reduzir a quantidade e a contaminação das lamas geradas na estação de tratamento e por consequência, o custo da sua deposição final. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 44 INETI 4.1.10.5. Caldeiras para produção de vapor As empresas têxteis são por excelência grandes consumidoras de energia, seja ela eléctrica ou térmica. Se bem que várias empresas já tenham optado por sistemas de cogeração, existem ainda muitas outras que utilizam caldeiras para produção de vapor. Estas caldeiras constituem outra fonte considerável de resíduos, neste caso, cinzas resultantes da combustão. Medidas de conservação de energia, tais como redução do consumo ou a utilização de combustíveis menos poluentes, podem reduzir a quantidade de cinzas geradas. 4.2. TECNOLOGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS AO SECTOR TÊXTIL A prevenção de poluição realiza-se recorrendo à implementação de medidas ou de tecnologias que permitam reduzir o quantitativo e/ou a perigosidade dos resíduos sólidos e das águas residuais gerados na empresa. 4.2.1. Medidas de Prevenção A indústria têxtil para além de ser uma das maiores consumidoras de água, é ainda uma grande consumidora de produtos químicos. É portanto, natural que se gerem grandes quantidades de águas residuais fortemente contaminadas que têm obrigatoriamente de serem sujeitas a tratamento antes de serem descarregadas no meio ambiente. Como são grandes consumidoras de água, as empresas são tentadas a considerar que não podem evitar tais consumos. Na prática, verifica-se que o volume de água consumida varia substancialmente de empresa para empresa e que a racionalização da sua utilização pode conduzir a poupanças muito significativas. A cor é um dos principais contaminantes das águas residuais provenientes do sector Têxtil. Esta contaminação para além de afectar os meios receptores naturais, impedindo a passagem de luz indispensável para a preservação do ambiente aquático, é de difícil eliminação nas estações de tratamento. Tendo em atenção que a prevenção deste tipo de poluição vai desde a selecção do corante às operações de tingimento, devem ter-se em consideração determinados aspectos na utilização de corantes, tais como: • utilizar os corantes de uma forma racional • utilizar processos de tingimento que garantam um elevado grau de exaustão e fixação do corante e que minimizem a geração de águas residuais • contactar apenas com fornecedores especializados e responsáveis • avaliar todos os corantes antes da sua utilização, verificando toda a informação ambiental disponível • insistir com os fornecedores para que forneçam informação sobre o efeito dos corantes no ambiente e evitar usar corantes se não existir informação adequada sobre a sua PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 45 INETI segurança, conteúdo em metais, degradabilidade, ou segurança relativa aos produtos de degradação aeróbia e anaeróbia • identificar os corantes altamente tóxicos, com grande concentração em metais, etc, e estabelecer procedimentos de manuseamento e de limpeza em caso de derrame • informar os estilistas/desenhadores e clientes dos problemas ambientais associados a determinados corantes e recomendar alternativas mais seguras (as pessoas envolvidas na escolha das cores podem desconhecer as consequências ambientais das suas escolhas) • seleccionar corantes com a maior eficiência de fixação • para tingimentos por esgotamento, seleccionar corantes com elevada afinidade, sempre que possível, especialmente se a relação de banho exigida pelo equipamento de tingimento for elevada • seleccionar corantes e combinações de corantes com a maior probabilidade de tingimentos "bem à primeira vez" • realizar amostragens estatísticas e estabelecer um controlo de qualidade dos corantes por forma a verificar a sua qualidade e desempenho. A indústria têxtil utiliza várias centenas de produtos químicos diferentes. A sua selecção e utilização tem um impacte considerável na quantidade e tipologia dos poluentes gerados nas empresas. Estes produtos químicos podem dividir-se em duas categorias, químicos de utilização específica e químicos de utilização diversa. Os maiores grupos de produtos químicos de utilização específica consumidos no processamento têxtil são: tensioactivos, encolantes, espessantes e produtos de acabamento, tais como repelentes de água, antifogo, etc. Os tensioactivos são a maior fonte de toxicidade aquática presente nas águas residuais de uma unidade têxtil. Estes produtos variam de acordo com a sua estrutura molecular, na toxidade aquática e na sua tratabilidade. Uma vez que a eliminação do consumo de tensioactivos no processamento têxtil é impossível, as empresas devem seleccionar os que têm menor toxicidade aquática e são mais facilmente degradados pelos sistemas de tratamento. De uma forma geral, e para todos os produtos químicos desta categoria, (utilização especifica) torna-se necessário dispor de informação tão completa quanto possível sobre possíveis contaminantes, possíveis incompatibilidades com outros materiais e toxidade aquática. Desta forma, é mais fácil identificar e avaliar, se tal for necessário, medidas de prevenção a implementar. Os produtos químicos de utilização diversa são principalmente: ácidos, bases, electrólitos, agentes oxidantes e redutores e solventes orgânicos. Os produtos incluídos nesta categoria, são utilizados em grandes quantidades no processamento têxtil, podendo em alguns casos verificarse que a quantidade (em massa) de químicos utilizados é pouco inferior à quantidade de produto têxtil processado. Atendendo a este facto, as medidas de prevenção a considerar dizem respeito ao controlo de qualidade e aos sistemas de automatização, de armazenamento de distribuição. O controlo de qualidade deve ter em atenção o tipo de contaminantes presentes nestes produtos químicos, porque estes podem contribuir para o aparecimento nas águas residuais de determinados tipos de poluentes em concentrações quantificáveis. Muitas vezes, as PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 46 INETI empresas não dispõem do equipamento necessário para esse tipo de determinações, podendo contudo recorrer a empresas especializadas nesse sentido. Os resíduos sólidos constituem, em termos de volume, a maior corrente de resíduos da indústria têxtil. Existem os resíduos do processamento propriamente dito (constituído por fibras, fios e tecidos), os resíduos da Estação de Tratamento de Águas Residuais (lamas), os resíduos da caldeira de produção de vapor (cinzas), os resíduos de embalagem e acondicionamento de matérias primas e produtos químicos e a sucata de ferro (resultante da constante renovação do parque de máquinas). Os resíduos de fibras, fio e tecido podem dividir-se em resíduos primários, utilizáveis para reciclagem no próprio processo e/ou para utilizações não têxteis e em resíduos secundários, utilizáveis para a produção de energia, como fertilizantes ou para deposição em aterro. Estes resíduos tem um valor residual e devem, regra geral, ser recolhidos, o que é já uma prática corrente na maioria das empresas, existindo compradores interessados neste tipo de resíduos. A implementação de um sistema de gestão de resíduos, que permita a classificação dos resíduos e sua separação de acordo com o destino a dar (reutilização, reciclagem, aterro sanitário ou incineração), constitui uma opção fundamental na estratégia de prevenção. Os resíduos de embalagens, onde se incluem caixas de cartão, filme ou tecido de embalagem de fardos, arame de embalagem de fardos, paletes de madeira, sacos de papel, tambores de cartão, plástico ou metal, etc, podem ser reduzidos através da introdução de especificações criteriosas relativamente ao tipo de embalagem adquirida ou, em último caso, podem ser reciclados ou reutilizados. O papel e cartão são dois materiais que podem ser reciclados, devendo por isso ser separados dos restantes resíduos. Existem empresas que compram estes resíduos e os levam para os centros de reciclagem. O uso de paletes deve ser reduzido comprando os produtos químicos em grandes quantidades ou em contentores retornáveis, especialmente os químicos ensacados como o agente encolante, por exemplo. As paletes usadas devem ser reutilizadas ou em último caso, podem ser utilizadas como combustível. Nem todos os tipos de paletes são reutilizáveis, mas a opção por paletes deste tipo, apesar de poder originar um investimento mais elevado, a longo prazo, revela-se mais vantajoso. 4.2.2. Tecnologias de prevenção São diversas as tecnologias que contribuem para a redução do quantitativo e/ou perigosidade dos resíduos gerados numa empresa. A inovação tecnológica centrada no aumento de produtividade e qualidade, conduz muitas vezes à prevenção de resíduos. O desenvolvimento e comercialização de equipamentos que permitem realizar o mesmo trabalho, recorrendo a menores consumo de energia, água, produtos químicos, etc, e muitas vezes com resultados de PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 47 INETI superior qualidade, contribui para que as empresas implementem tecnologias enquadráveis na prevenção da poluição. Um exemplo disso, é o desenvolvimento de equipamentos de tingimento com relações de banho de tingimento e relações de banho de lavagem cada vez mais reduzidas. Por outro lado, a automatização veio permitir que processos realizados quase exclusivamente de uma forma manual, se tornassem completamente automáticos, o que indirectamente pode conduzir à redução da quantidade de resíduos gerados nas empresas. O armazenamento e distribuição de produtos químicos, a dosagem de produtos, a cozinha de corantes, entre outros, são alguns dos locais onde a automatização está cada vez mais presente. Os sistemas de automatização de armazenamento e distribuição ajudam na prevenção de poluição, uma vez que reduzem a ocorrência de derrames pontuais por manuseamento inadequado. Os sistemas de dosagem automática permitem obter a quantidade exacta do produto químico no momento exacto, o que permite aumentar a eficiência e a certeza das reacções que ocorrem no banho de tingimento, por exemplo, garantindo resultados mais consistentes e reprodutíveis. Estes sistemas evitam a tendência de utilização excessiva de produtos químicos ambientalmente agressivos, que podem não ser eliminados nos tratamentos de fim de linha. A automatização dos sistemas de dosagem reduz ainda a geração de resíduos devido a erro humano, nomeadamente manuseamentos incorrectos e a geração de resíduos associados à limpeza dos equipamentos de dosagem. Outro exemplo de automatização diz respeito à cozinha de corantes. A automatização dos processos de preparação da cor e de carga do equipamento, reduz a geração de resíduos devido a erro humano e aumenta a fiabilidade do processo têxtil envolvido, reduzindo a quantidade de águas residuais rejeitadas. De uma forma geral, a automatização de operações de preparação de soluções, sejam elas para branqueamento, mercerização, desencolagem, tingimento, estamparia ou acabamentos, permite reduzir tempo, melhorar a qualidade, reduzir repetições e por consequência reduzir resíduos. Podem ainda detectar e corrigir receitas de tingimento, atendendo a variações de cor detectáveis em lotes diferentes de um mesmo corante. A probabilidade de preparações incorrectas diminui e por consequência também a geração de águas residuais. 4.2.2.1. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de lavagem de lã T1 - Recuperação de lanolina A operação de lavagem da lã para remoção de contaminantes naturais como suarda, gorduras, resina, pectinas e cera (cutina) é feita utilizando água quente, detergentes e um agente PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 48 INETI alcalino. Nesta operação gera-se uma grande quantidade de água residual, pois para lavar 1 kg de lã utiliza-se cerca de 35 l de água. Sendo uma operação efectuada em várias barcas, verifica-se que as primeiras águas de lavagem apresentam um elevado teor em sólidos, que vai diminuindo ao longo da coluna de lavagem. Sendo a lanolina uma matéria prima utilizada na indústria de cosméticos, a sua extracção das águas de lavagem das primeiras barcas (mais concentradas em gorduras) resultaria na diminuição da carga orgânica veiculada pela água residual e na obtenção de uma mais valia proveniente da venda da lanolina obtida. T2 - Recuperação e recirculação de água na lavagem de lã O efluente proveniente da primeira lavagem da lã pode ser centrifugado para separação da gordura, podendo a água ser em seguida recirculada. A água residual com lama e gordura é submetida a uma evaporação para concentrar a gordura. A água condensada pode ser utilizada no processo de lavagem e o concentrado de gordura é seco em vácuo para produzir um resíduo combustível para a caldeira. T3 - Reutilização da última água de lavagem da lã Outra medida de prevenção de poluição, seria a filtração da última água de lavagem da lã (menos contaminada) e a sua re-introdução no processo como primeira água de lavagem. Obtém-se desta forma uma redução na quantidade de água consumida na lavagem e por consequência uma redução na quantidade de água residual gerada, sem significativos custos associados. T4 - Limpeza do velo A operação de limpeza da lã com ar (como a praticada para o algodão), antes da lavagem propriamente dita, contribuiria para reduzir o volume de água consumido assim como reduzir a contaminação presente na água residual. 4.2.2.2. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de carbonização T5 - Filtração do banho de carbonização A carbonização consiste na eliminação de substâncias celulósicas presentes na lã (que não foram eliminadas na lavagem inicial) através da impregnação do tecido em soluções diluídas de ácido sulfúrico. Após a impregnação, segue-se a secagem e o aquecimento a temperatura elevada por forma a destruir (carbonizar) as substâncias celulósicas. O tecido é finalmente batido para eliminar as partículas carbonizadas e neutralizado. A filtração contínua da solução PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 49 INETI ácida utilizada, elimina as impurezas presentes na solução, optimizando o consumo de ácido e reduzindo o teor em sulfatos no efluente da carbonização. T6 – Recuperação do banho de carbonização A operação de carbonização pode realizar-se em tela crua ou em tecidos já tingidos. Por vezes, devido a exigências de produção, as cargas a carbonizar têm cores muito distintas, pelo que, por exemplo, um banho de carbonização utilizado num tecido azul é rejeitado se a carga seguinte é tecido cru. Este tipo de procedimento conduz ao desperdício de ácido sulfúrico, à acidificação das águas residuais da empresa e ao consequente aumento de custos de tratamento. Apesar do ácido sulfúrico não ser considerado um produto caro, pode em empresas que produzam uma grande variedade cores, constituir um custo considerável, quer em ácido, quer no tratamento do efluente. Uma simples medida de gestão dos banhos de carbonização pode reduzir este custo. Em alternativa ao sistema: nova cor, novo banho, pode recorrer-se à armazenagem do banho já utilizado, identificando no recipiente de armazenagem a cor do material tratado, por forma a que numa nova carga a carbonizar se verifique rapidamente se existe algum banho recuperado que possa ser reutilizado. 4.2.2.3. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de abertura e limpeza de algodão T7 – Reutilização do resíduo de processamento de rama de algodão O resíduo proveniente do processamento do algodão tem um grande valor energético, entre 18 a 21 kJ/g, sendo por isso já utilizado com sucesso em caldeiras de queima de madeira (exclusivamente). Deve no entanto ter-se em atenção a legislação ambiental sobre as emissões atmosféricas, controlando e optimizando as condições de funcionamento da caldeira. Apesar do resíduo de algodão tal qual, arder com facilidade, na forma de briquetes é mais fácil de manusear e arde durante mais tempo. Sempre que a queima destes briquetes não for possível pelo facto das empresas não possuirem caldeiras de queima de madeira, estas devem equacionar a possibilidade de venda a outras empresas que possuam esse tipo de equipamento. Esta medida previne a quantidade de resíduos depositados em aterro, obtendo-se uma mais valia energética. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 50 INETI T8 – Controlo de qualidade da matéria prima O controlo de qualidade da matéria prima é um factor primordial em qualquer empresa têxtil, por forma a ter logo à partida uma ordem de grandeza do rendimento a obter, assim como verificar a presença de contaminantes que possam interferir na qualidade do produto final ou na sua colocação em determinados mercados. Exemplos de testes efectuados à matéria prima algodão, são a verificação da quantidade de impurezas, restos de sementes, aglomeração de fibras (Neps) e açúcar presente na rama adquirida. Nos processos tradicionais, a determinação das impurezas é realizada manualmente por um sistema de pesagens que se reflecte num resíduo sem qualquer aproveitamento. A determinação electrónica permite uma determinação rápida podendo a matéria prima utilizada para testes retornar ao processo produtivo. A determinação do teor em açúcar presente na rama de algodão, extremamente prejudicial por ser agressivo com a maquinaria de produção, pode também ser realizada electronicamente em substituição da tradicional via química, eliminando-se o consumo de produtos químicos e a consequente geração de resíduos. 4.2.2.4. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de formação de cabo de fibra sintética T9 – Torção com simultânea formação de cabo Esta tecnologia permite a fabricação de um cabo a dois fios com torções equilibradas, numa só operação, em alternativa às técnicas tradicionais que requerem duas a três operações distintas. A realização das operações de torção e formação de cabo numa única máquina reduz a quantidade de resíduos de partículas de fio geradas, reduz os custos de operação, decorrente da redução de execução de emendas, reduz os custos de manutenção e o consumo de energia e consequentemente aumenta a produtividade. 4.2.2.5. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de branqueamento T10 – Branqueamento com peróxido de hidrogénio A utilização de produtos clorados para o branqueamento, tal como o hipoclorito de sódio, apresenta alguns problemas ambientais devido ao elevado teor em cloro presente nas águas residuais resultantes da operação. Atendendo às características do efluente formam-se compostos organoclorados de elevada toxicidade. A substituição deste tipo de produto por peróxido de hidrogénio elimina por completo a presença de cloro no efluente, sem prejudicar a qualidade do produto final. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 51 INETI T11 - Reutilização do banho de branqueamento Pelo facto da operação de branqueamento, ser uma operação em “batch”, a reutilização do banho apresenta alguma complexidade devido à ocorrência intermitente das correntes. No entanto, tal pode ser conseguido se existirem tanques de armazenamento apropriados. O banho residual contém parte do agente alcalino e as calorias necessárias para a próxima operação de branqueamento, necessitando apenas da adição de peróxido e outros produtos químicos para se reconstituir o banho. Desta forma, reduz-se o consumo de produtos químicos, água e energia, assim como se diminui o caudal de água residual. T12 - Lavagem após branqueamento por uma preparação de enzimas Sempre que o algodão é sujeito a branqueamento com peróxido de hidrogénio torna-se necessário proceder à lavagem da peça 2 ou 3 vezes com água ou então aplicar um agente redutor seguido de uma lavagem. Estes processos podem ser substituídos por uma degradação enzimática do peróxido de hidrogénio, com poupança de água e/ou de produtos químicos auxiliares. A degradação enzimática dá origem a oxigénio gasoso e água. Em condições industriais, a degradação completa do peróxido demora 15-20 min, tempo ao fim do qual, se pode dar início ao tingimento. Estas enzimas são 100% biodegradáveis. 4.2.2.6. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à operação de mercerização T13 - Recuperação de soda cáustica A mercerização é uma operação efectuada com uma solução de soda cáustica concentrada, resultando águas residuais extremamente alcalinas. A recuperação da solução alcalina resulta numa poupança de produtos químicos e água, evitando-se também a descarga de uma água residual fortemente contaminada. Para tal, o efluente da mercerização, que contém soda cáustica e fibras, é submetido a uma filtração para eliminar as fibras, seguida de uma evaporação, normalmente em evaporadores de multi-efeito para poupança de energia. Desta forma, a água residual, com uma concentração inicial em soda cáustica de cerca de 5% em peso, é separada em duas correntes: uma de água limpa que pode ser reutilizada em qualquer local do processo produtivo e outra de soda cáustica concentrada, 25 a 40% em peso, reutilizável no processo de mercerização ou em qualquer outra parte do processo. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 52 INETI 4.2.2.7. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de mercerização e branqueamento T14 - Reutilização da água de enxaguamento da mercerização ou do branqueamento As últimas águas de enxaguamento das operações de mercerização ou branqueamento podem ser utilizadas como primeiras águas de lavagem em outras operações, tais como a fervura ou a desencolagem, desde que não se proceda à recuperação posterior de encolante. Os compostos químicos presentes nestas águas de enxaguamento provocam a degradação de alguns agentes encolantes numa proporção que torna impossível a sua recuperação. Obtém-se desta forma uma conservação de água, optimizando-se o seu consumo. 4.2.2.8. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de encolagem e desencolagem T15 - Pré-humidificação em encolagem Esta tecnologia consiste em humedecer o fio antes da operação de encolagem. A humidificação serve para limpar o exterior do fio por forma a melhorar a adesão do encolante e impedir o encolante de penetrar até ao interior do fio. Esta tecnologia permite reduzir o consumo de agente encolante entre 25 a 35% sem a introdução de efeitos negativos na tecelagem, sendo mesmo, em alguns casos, melhorado o desempenho da tecelagem. T16 – Desencolagem com peróxido de hidrogénio A desencolagem, quando se utiliza amido como encolante, pode ser realizada por meio alcalino ou ácido, recorrendo-se a enzimas ou à oxidação com peróxido de hidrogénio. A utilização de meio alcalino ou ácido dá origem a um efluente ambientalmente agressivo que deve ser de todo evitado. A utilização de enzimas origina anidroglucose que apresenta uma carência bioquímica de oxigénio (CBO) extremamente elevada, enquanto que o recurso a peróxido de hidrogénio, como dá origem a CO2 e água, conduz a um teor em CBO bastante mais pequeno. A desencolagem com peróxido de hidrogénio resulta numa diminuição do CBO presente no efluente e o controlo rigoroso das condições de temperatura, tempo de operação e concentração de químicos, permite realizar este tipo de desencolagem sem qualquer problema, evitando-se as consequências nocivas da oxidação do algodão. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 53 INETI T17 - Desencolagem enzimática A desencolagem enzimática, como referido anteriormente, se for efectuada com amilase resulta na formação de anidroglucose que contribui substancialmente para o teor em CBO do efluente. No entanto, a substituição das tradicionais enzimas por outras que degradam o agente encolante em etanol pode ter vantagens caso se proceda à recuperação deste produto. O etanol pode ser recuperado por destilação e vendido como subproduto ou usado como combustível. Desta forma, reduz-se a carência bioquímica de oxigénio da água residual proveniente deste processo, obtendo-se ainda vantagens económicas. T18 – Recuperação do agente encolante A encolagem é uma operação fundamental no subsector do Algodão, no entanto, o agente encolante adicionado ao fio nesta operação tem de ser retirado antes das operações de tingimento, por forma a garantir a uniformidade do mesmo. Os tipos mais comuns de agentes encolantes são o amido e seus derivados, o álcool polivinilico (PVA), a celulose metil carboxilica (CMC), o ácido poliacrílico (PAA) entre outros, sendo o amido o mais utilizado. O amido é removido por degradação sob a acção de oxidantes, ácidos, bases ou enzimas, não sendo por isso recuperável. Os outros tipos de agentes encolantes, apesar de mais caros, são mais ou menos recuperáveis. Quando se pretende recuperar o agente encolante, submete-se a água de lavagem utilizada a um processo de filtração, para eliminar as partículas em suspensão de maior dimensão, nomeadamente fibras. Após a filtração, a água é alimentada a uma unidade de ultrafiltração que separa o agente encolante da água de lavagem. Desta forma, recupera-se cerca de 80% do encolante e cerca de 90% da água utilizada na lavagem, com a consequente diminuição dos consumos e da geração de efluentes líquidos contaminados. Apesar de interessante, esta medida só parece viável em empresas verticais que incluem todas as operações, desde a fiação até aos acabamentos, ou mesmo confecção. Na realidade, as empresas subcontratadas por outras, para realizar as operações de tinturaria, como é nas operações de preparação para o tingimento que se retira o agente encolante, não fazem a sua recuperação. No entanto, este poderia ser outro serviço oferecido pelas empresas de ultimação. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 54 INETI 4.2.2.9. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de tingimento T19 – Utilização de um espectrofotómetro para controlo da eficiência de tingimento A utilização de um espectrofotómetro computurizado para controlar a operação de tingimento, conduz à obtenção das cores pretendidas de uma forma mais exacta. Este tipo de equipamento mede a reflexão da luz das amostras e compara a cor da amostra padrão e a cor do banho preparado, por forma a corrigir o banho antes de se dar início ao tingimento. Melhorando a eficiência da operação de tingimento, reduzem-se as operações de desmontagem e de retingimentos diminuindo-se o consumo de produtos químicos e a geração de resíduos. T20 - Automatização da cozinha de corantes A automatização da cozinha de corantes é um factor primordial na melhoria da qualidade da produção com consequentes melhorias ambientais. A automatização das cozinhas de corantes é um investimento realizado por forma a melhorar a produtividade, sendo um dos factores para a obtenção de bons resultados na aplicação de novas técnicas tais como “bem à primeira vez”. O conhecimento do papel estratégico desempenhado pelas unidades de dosagem específicas, permite o estudo do sistema por forma a torná-lo preciso e ambientalmente adequado. Os aspectos relevantes no sistema de automatização são a precisão e exactidão, movimento robotizado, controlo de processo computurizado e modularidade das unidades individuais. Esta tecnologia contribui para a preservação dos recursos naturais e reduz a contaminação das águas residuais. Ao deixarem de existir processos de correcção a tingimentos em não conformidade, elimina-se a utilização adicional de produtos químicos e reduz-se a quantidade de águas residuais a tratar. Resolve também, problemas de higiene e segurança no trabalho uma vez que os trabalhadores deixam de manusear produtos tóxicos e perigosos. T21 - Tingimento descontinuo a frio (“cold pad batch”) Tingimento descontinuo a frio (“cold pad batch”) é um processo aplicável a fibras celulósicas, ambientalmente aceitável e que dá origem a tingimentos de qualidade. Elimina a presença de sal no efluente, reduz a utilização de água, energia e o volume de efluente. Neste processo, o tecido começa por ser impregnado com um licor contendo um corante reactivo específico e um agente alcalino. O tecido é posteriormente espremido para retirar o excesso de liquído, carregado em rolos ou em caixas e coberto com filme plástico para evitar absorção do dióxido de carbono do ar ou evaporação de água, sendo depois armazenado por PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 55 INETI duas a doze horas. A lavagem é depois feita por qualquer dos processos convencionais. Este método permite a produção de 69 a 137 m/min, dependendo do tipo de produto. A flexibilidade é outro factor que torna esta técnica interessante, pois no mesmo equipamento pode tingir-se tecidos ou malhas, sendo permitidas ainda variações de cor frequentes (de partida para partida), uma vez que os corantes utilizados permitem uma fácil limpeza do equipamento. Este processo, quando aplicado no tingimento de algodão, viscose ou misturas, dá origem a poupanças de energia, água, corantes e químicos, reduzindo-se ainda a utilização de sal em 100%. T22 - Tingimento aerodinâmico O sistema aerodinâmico constitui uma evolução no equipamento de tingimento – “JET”. O sistema de tingimento aerodinâmico baseia-se numa tecnologia que se distingue fundamentalmente do princípio hidráulico dos equipamentos convencionais “Jet” e “Overflow”. Os corantes e os produtos químicos auxiliares estão dissolvidos no banho de tratamento e são injectados directamente numa corrente de ar. Desta forma, consegue-se que o banho esteja finamente disperso e distribuído uniformemente na superfície do material têxtil, obtendo-se assim, a penetração adequada e por consequência um bom intercâmbio entre o banho e a fibra. Os tempos de aquecimento, com este tipo de equipamento, são reduzidos uma vez que existe uma eficiente troca de calor por meio de vapor directo. Além disso as relações de banho são extremamente curtas, mesmo em carga incompleta e o tempo de processamento é menor. Comparativamente com o equipamento tradicional, que não utiliza este tipo de tingimento, obtêm-se reduções no consumo de corantes, produtos químicos auxiliares, água, vapor e no tempo de operação. T23 - Redução da relação de banho A relação de banho é, desde sempre, uma preocupação das empresas têxteis no sentido de minimizarem o consumo de água. A relação de banho em processos descontínuos é definida como o número de litros de banho por Kg de material têxtil seco. Ex: 10/1 ( 10 litros por kg de tecido), em que a concentração do corante é função da massa de material têxtil e não função do volume de banho (Ex.: 2% corante significa 20 g de corante por kg de material têxtil). Numa perspectiva de economizar corantes, produtos, químicos, água e energia, os fabricantes de equipamento de tingimento têm desenvolvido novos equipamentos no sentido de reduzir ao máximo a relação de banho. Existem actualmente equipamentos para o tingimento de fio que operam com relações de banho, para sistemas de elevada temperatura, de 1:3,5, e PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 56 INETI equipamentos de tingimento de tecido que apresentam relações de banho 1:3 para sintéticos e 1:5 para algodão. T24 - Reutilização de banhos de tingimento A reutilização dos banhos de tingimento fazendo “make-up’s” de corantes e de produtos químicos auxiliares após cada ciclo de tingimento, permite reduzir custos, consumo de energia e quantitativos de águas residuais rejeitadas. A reutilização do banho de tingimento processa-se em 4 fases. Na primeira fase, armazena-se o banho usado num tanque ou desloca-se o banho para uma máquina de tingimento semelhante. Uma forma de reutilização de banhos de tingimento consiste em mover o banho entre duas ou mais máquinas. Por exemplo, a máquina (A) pode estar a preparar o fio, enquanto outra (B) está a tingir. Quando se completa o ciclo de B o banho é enviado para A para renovação e reutilização. Ao mesmo tempo o fio em B é lavado, descarregado e uma nova carga é feita. Ao mesmo tempo A completa o tingimento e o banho volta para B para outra reutilização. Na segunda fase, analisa-se ou estima-se a composição em corante e químicos no banho usado. A composição em corante é determinada utilizando um espectrofotómetro, a composição em químicos pode ser estimada tendo em conta a experiência, baseando-se em perdas por esgotamento, volatilização, etc, (usualmente entre 10 a 15%). Na terceira fase, adicionam-se os químicos e corantes necessários para renovar o banho e ainda água. Na quarta fase, arrefece-se o banho a uma temperatura adequada ao início do próximo tingimento, uma vez que o banho usado está quente. Poupa-se tempo e energia iniciando-se o tingimento seguinte à temperatura mais elevada possível, de acordo com os factores de qualidade pretendidos. O número de vezes que um banho pode ser reutilizado depende da qualidade requerida, da acumulação de impurezas e de outros factores. Existe uma grande variedade de classes de corantes. Cada classe é específica de um tipo de fibra e requer diferentes condições de esgotamento, químicos, pH, equipamento, etc. Os sistemas de mais fácil adaptação à reutilização de banhos de tingimento são os que utilizam classes de corantes que menos se alteram durante o processo de tingimento, como sejam: corantes ácidos para poliamida e lã, corantes básicos para acrílico e alguns copolímeros, corantes directos para algodão e corantes dispersos para polímeros sintéticos. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 57 INETI T25 - Reutilização da última água de lavagem do tingimento A última água de lavagem é relativamente limpa e pode ser reutilizada. Uma possibilidade de reutilização é na preparação de outros banhos de tingimento, permitindo poupar água e em alguns casos reduzir a carência bioquímica de oxigénio das águas residuais. Esta medida pode ser aplicada sempre que se está a repetir a mesma cor. Um bom exemplo desta medida é tingimento ácido em poliamida. O banho final, normalmente, contém um amaciador emulsionado que se transfere para o produto, deixando no banho o agente emulsionante. Reutilizando a última água de enxaguamento como molhante para a próxima carga poupa-se água, calor, agente molhante e reduz-se o CBO associado. Outra reutilização possível é a sua utilização em lavagens de equipamentos e de instalações. T26 – Recuperação das águas de lavagem do tingimento O tingimento é uma operação que consome uma grande quantidade de água. A quantidade de água utilizada no banho de tingimento, apesar de ao longo dos anos ter diminuído substancialmente, não influencia grandemente o consumo de água nesta operação, uma vez que a maior contribuição provém das operações posteriores de lavagem do produto tingido. As águas residuais resultantes desta operação podem ser divididas, atendendo às características da sua contaminação, em duas categorias: águas residuais muito inquinadas e águas residuais pouco inquinadas. Submetendo-se estas últimas a um processo de tratamento por ultrafiltração e osmose inversa, para remoção dos contaminantes e da cor, recupera-se uma quantidade apreciável de água que pode ser reutilizada em qualquer operação do processo fabril. 4.2.2.10. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de estampagem T27 - Automatização da preparação de pasta de estampagem A automatização da preparação e dosagem de pasta reduz a quantidade de pasta não utilizada, uma vez que se torna desnecessário a produzir pasta em excesso (15 a 25%), quando está garantida a exactidão entre preparações. A automatização da cozinha de corantes contribui para uma diminuição nos custos de operação, uma vez que, reduz ao mínimo a interferência humana e aumenta a eficiência do equipamento de estampagem. Numa perspectiva ambiental contribui para a preservação dos recursos naturais, reduz a contaminação das águas residuais (ao eliminar a utilização de produtos químicos em excesso) e reduz a quantidade de águas residuais a tratar (ao reduzir os processos PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 58 INETI de correcção). Resolve também problemas de higiene e segurança no trabalho uma vez que deixa de haver manuseamento por parte dos trabalhadores de produtos tóxicos e perigosos. T28 - Redução dos desperdícios de pasta de estampagem O processo de estamparia conduz à existência de uma quantidade considerável de pasta de estampagem que, não sendo utilizada, é normalmente rejeitada, constituindo desta forma um resíduo e um prejuízo económico. A quantidade de pasta não utilizada chega a atingir 15 a 25% do total de pasta preparada. Existem actualmente sistemas automáticos de preparação de pasta de estampagem que podem estar equipados com um sistema de “retorno total de pasta de estampagem”. Este sistema é completamente automático na identificação, recolha e reutilização de toda a pasta em excesso. Considerando que em princípio toda a pasta em excesso pode ser reutilizada, o sistema tornase bastante atractivo do ponto de vista económico e ambiental, uma vez que permite economizar cerca de 30% de pasta. T29 - Estamparia com pasta de elevada viscosidade Na estamparia por quadro rotativo, a pasta utilizada pode ser de baixa ou de elevada viscosidade, estando a escolha de uma ou de outra condicionada pelo sistema de distribuição de pasta. A utilização de pasta de estampagem de elevada viscosidade, em associação com um sistema de limpeza controlado magneticamente, oferece ínumeras vantagens em temos de qualidade. A aplicação de cor tem lugar apenas na superfície do tecido, obtendo-se uma poupança em pasta entre 30 a 50% e por consequência uma poupança de energia na operação seguinte de secagem. T30 - Recuperação de águas de lavagem em estamparia por quadro rotativo É de conhecimento geral que a água enriquecida com produtos químicos, como os que existem na pasta de estampagem, lava mais eficientemente do que água limpa. Assim a água utilizada na lavagem de telas, transportadores de cor e quadros, pode ser reutilizada para as mesmas lavagens, adicionando-se apenas água limpa na última lavagem. Uma vez que a água recirculada transporta partículas que devem ser eliminadas, esta deve ser filtrada antes de ser reutilizada. Quando a água de lavagem se encontra muito concentrada, procedesse à sua descarga e recomeça-se o processo com água limpa. Este sistema de reutilização de água permite poupar cerca de 80% do total de água consumida nas lavagens. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 59 INETI 4.2.2.11. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis às operações de acabamento T31 - Diluição de produtos químicos com ar em substituição da água Existem soluções químicas de processo da indústria têxtil que podem ser diluídas com ar em substituição de uma parte de água, dando origem à formação de espumas. Existem várias aplicações para esta técnica: tingimento de carpetes, operações de revestimento, tingimento por espuma e acabamentos por espuma. Podem formar-se dois tipos básicos de espuma: espuma estável e espuma instável, em que cada um requer sistemas químicos, disposições mecânicas para produção, armazenamento e métodos de aplicação distintos. Com a utilização desta técnica, é possível reduzir custos e o consumo de energia, uma vez que existe menos água para evaporar quando se procede à secagem do tecido. T32 - Novo processo de decatissagem O processo de decatissagem tem por objectivo eliminar o brilho, actuando também sobre o corte e a estabilidade dimensional dos tecido, e consiste na passagem de vapor e depois de ar frio através do tecido. Imediatamente antes do encolhimento e decatissagem o material é humedecido. No processo seguinte de encolhimento e decatissagem, o cinto de pressão, esticado através de um sistema de tensão, pressiona o material de encontro a um cilindro. Aquecendo o cinto de pressão, assim como o cilindro, fornece-se calor de uma forma controlada a ambos os lados do material, o que faz com que a humidade aplicada anteriormente se transforme em vapor. Obtém-se desta forma, um toque macio no material tratado, um maior volume devido à expansão do vapor e uma maior fixação. A utilização desta técnica em substituição do sistema convencional de decatissagem que utiliza o princípio de sucção, conduz a uma redução no consumo de vapor em 80% e uma redução no consumo de energia de 60%. T33 - “Stonewashing” biológico As gangas são usualmente sujeitas a um processo de acabamento denominado “stonewashing”. O processo de “stonewashing” consiste na lavagem do produto na presença de pedra pomes. A pedra pomes atendendo às suas características acaba por “se desfazer” aparecendo as suas partículas na fibra lavada, no chão circundante ao equipamento onde se processa a operação e no sistema de drenagem. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 60 INETI A utilização de enzimas para “stonewashing” em substituição da pedra pomes permite eliminar o manuseamento de grandes volumes de pedra e os problemas de aparecimento de pedra na fibra, chão e sistema drenagem. 4.2.2.12. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis a várias operações têxteis T34 – Extracção em vácuo Este processo permite recuperar e reutilizar os produtos químicos em excesso, fazendo com que o produto fique impregnado com a menor quantidade de água possível, evitando-se assim, maiores consumos de água, de produtos químicos ou de energia nas operações posteriores. Permite reduzir o consumo de matérias primas, a quantidade de água utilizada em lavagens e reduzir a contaminação das águas residuais. T35 - Recuperação de calor A recuperação da energia térmica contida nas águas residuais já é bastante utilizada, no entanto, existem muitas empresas que ainda não se aperceberam da sua importância. Existem vários técnicas para recuperação de calor, sendo quase todas elas afectadas por problemas de deposição de fibras ou outros sedimentos provenientes das operações de processamento. No entanto, a incorporação de simples sistemas de filtração ou lavagens periódicas do permutador de calor permitem controlar este problema. O permutador de calor consiste num tanque que tem no seu interior uma serie de tubos. A água residual quente circula nos tubos e a água limpa entra no tanque e em contacto com os tubos adquire calor. No equilíbrio, parte do calor da água residual é transferido para a água limpa, que segue depois para o processo. T36 - Reutilização de água quente proveniente de sistemas de refrigeração Sempre que a água proveniente de sistemas de refigeração não circule em circuito fechado, pode ser aproveitada atendendo ao seu conteúdo energético. Esta água limpa e quente, podendo ser aproveitada para a preparação de banhos de tingimento ou em qualquer outra etapa do processo produtivo que se inicie a quente. O tingimento só tem início quando o banho se encontra a uma determinada temperatura, específica da classe de corantes utilizados. O facto de se utilizar água de arrefecimento na preparação do banho vai exigir apenas um pequeno aquecimento adicional por forma a atingir-se a temperatura desejada ao início do tingimento. Desta forma, poupa-se água e energia. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 61 INETI T37 - Gestão da água nos processos de ultimação Os processos de ultimação: lavagem, branqueamento, tingimento, enxaguamento e amaciamento podem ser feitos em contínuo, sem se interromper a circulação do tecido, se houver uma gestão da água com controlo interactivo total. Um “Jet” equipado com esta técnica é capaz de, sem interferência humana, monitorizar, controlar e interactuar com todos os parâmetros de processo. O sistema oferece inúmeras vantagens em termos produtivos e ambientais, das quais se salienta o aumento da produtividade (52%), a diminuição de tempo de processamento (48%), o aumento da eficiência do processo e a redução nos consumos de água, energia e vapor. T38 - Lavagem em contra-corrente A lavagem em contra-corrente permite a conservação de água em processos de lavagem ao fazer circular água no sentido oposto ao do material. O princípio desta técnica é simples, não é caro nem é difícil de implementar. Basicamente, a água menos contaminada, resultante da última lavagem, é reutilizada na penúltima lavagem e assim sucessivamente até chegar à primeira lavagem, finda a qual é descarregada. Este sistema é diferente do método tradicional, em que em cada ciclo de lavagem se adiciona água limpa, sendo adequado para lavagens após determinados processos tais como tingimento contínuo, desencolagem, mercerização, batanagem e branqueamento. As poupanças em água dependem do número de lavagens envolvidas. T39 - Secadores por rádio frequência A utilização de secadores por rádio frequência, permite reduzir o consumo de energia e reduzir o erro introduzido pelo operário, uma vez que este sistema de secagem é controlado automáticamente. A secagem neste tipo de equipamentos realiza-se a baixas temperaturas, 40 ºC a 75 ºC, não requer a utilização de vapor e um só equipamento permite secar uma variedade de tipos de produto. Estes sistemas são isentos de poluição, melhoram a qualidade do produto, uma vez que evitam a migração de corantes e não requerem aquecimento prévio do equipamento. Tem um sistema de controlo automático da humidade e melhoram o ambiente de trabalho, um vez que não há perdas de calor por radiação. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 62 INETI T40 - Humidificação por vaporização A humidificação por vaporização utiliza-se na aplicação de líquidos diversos. Esta técnica com origem na indústria gráfica, impôs-se rapidamente na indústria têxtil de tecidos e não tecidos. Este sistema permite a aplicação uniforme de molhantes com um consumo mínimo. As suas principais vantagens face aos processos convencionais, são a supressão de etapas na produção, redução nos resíduos de produtos químicos utilizados e redução dos custos de energia eléctrica na secagem. A principal característica desta técnica é a aplicação sem contacto de água ou de agentes molhantes sobre diferentes tipos de material. O líquido utilizado, água ou produtos químicos, é pulverizado sobre a superfície do material a tratar. Nesta técnica de aplicação, a absorção do agente molhante varia entre 0 e 40% relativamente ao peso do material tratado, dependendo da velocidade do processo. O agente molhante a aplicar é vaporizado sobre o tecido e o agente que não é vaporizado é reencaminhado para a unidade de alimentação, passando primeiro por um filtro que elimina as impurezas contidas nesta corrente. 4.2.2.13. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à fabricação de carpetes T41 - Tecelagem de carpetes Na tecnologia tradicional de tecelagem de carpetes, os fios não utilizados na carpete ficam soltos na parte de trás da carpete. Após a tecelagem, estes fios são removidos, por corte, o que dá origem a um resíduo cuja quantidade depende da qualidade do fio e pode atingir 200 g/m2. Utilizando a tecnologia denominada, qualidade incorporada, os fios não utilizados na carpete são tecidos na parte de trás da carpete, o que resulta para além da prevenção do resíduo, em duas vantagens importantes para os fabricantes de carpetes: a carpete fica mais pesada e mais resistente e elimina-se a etapa de corte. 4.2.2.14. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis à confecção T42 - Utilização de metodologia CAD/CAM no planeamento e corte A utilização de metodologia CAD/CAM permite optimizar as operações de corte, reduzindo ao mínimo o desperdício de tecido ou malha, o que resulta num maior rendimento da matéria prima utilizada. A indústria de têxteis lar e têxteis técnicos atendendo ao tipo de produtos fabricados (toalhas, lençóis, cortinados, telas, etc), não obterá grandes benefícios com esta tecnologia. Em contrapartida a indústria de confecção poderá verificar aumentos no rendimento da matéria prima na ordem dos 15%. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 63 INETI 4.2.2.15. Tecnologias/Medidas de prevenção aplicáveis ao tratamento de fim de linha T43 - Neutralização de efluentes Os efluentes resultantes das operações de ultimação apresentam por vezes características de elevada alcalinidade, o que obriga ao seu tratamento antes da descarga em meios receptores, sejam eles camarários ou naturais. No passado e cada vez menos nos dias de hoje, eram utilizados ácidos minerais, como por exemplo o ácido sulfúrico, para neutralização de efluentes alcalinos. Este processo está no entanto a ser substituído atendendo aos elevados riscos e cuidados que é preciso no seu manuseamento e utilização, e pelo elevado custo de manutenção destes sistemas. O CO2 contido nos gases de combustão das caldeiras, tornou-se por isso um excelente agente de neutralização. No sistema de neutralização, os gases começam por ser aspirados da chaminé por um tubo de aspiração através de um compressor de gases. Simultaneamente é utilizado o próprio efluente para arrefecer e limpar os gases, antes de estes entrarem no compressor. Os gases arrefecidos e comprimidos são enviados para o reactor de neutralização onde são misturados com o efluente. No reactor dá-se a reacção de neutralização, que se processa por duas fases. Na primeira fase dá-se a formação de carbonato de sódio e numa segunda fase, dado o excesso de CO2, o carbonato reage dando origem a bicarbonato de sódio. As tecnologias/medidas brevemente descritas anteriormente, encontram-se sistematizadas no Quadro 11, agrupadas de acordo com as operações onde melhor se aplicam. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 64 INETI Quadro 11: Tecnologias/medidas de prevenção sua aplicação e estimativa de redução de resíduos. N.º T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17 T18 T19 T20 T21 T22 T23 T24 T25 T26 T27 T28 T29 T30 T31 T32 T33 T34 T35 T36 T37 T38 T39 T40 T41 T42 Tecnologias/ medidas de prevenção Estimativa de redução Resíduos que previnem Lavagem de lã Recuperação de lanolina contaminação da água residual Recuperação e recirculação de água na lavagem de lã caudal de água residual Reutilização da última água de lavagem da lã caudal de água residual Limpeza do velo contaminação da água residual Carbonização de lã Filtração do banho de carbonização contaminação da água residual Recuperação do banho de carbonização caudal de água residual Abertura e limpeza de algodão Reutilização do resíduo de processamento de rama de algodão fibras e cascas Controlo de qualidade da matéria prima fibras e químicos de laboratório Formação de cabo Torção com simultânea formação de cabo Partículas de fibras Branqueamento Branqueamento com peróxido de hidrogénio contaminação da água residual Reutilização do banho de branqueamento caudal de água residual Lavagem após branqueamento por uma preparação de enzimas caudal de água residual Mercerização Recuperação de soda cáustica caudal de água residual Mercerização e Branqueamento Reutilização da água de enxaguamento da merc. ou do branq. caudal de água residual Encolagem e desencolagem Pré-humidificação em encolagem contaminação da água residual Desencolagem com peróxido de hidrogénio contaminação da água residual Desencolagem enzimática caudal de água residual Recuperação do agente encolante caudal de água residual Tingimento Utilização de um espectrofotómetro para controlo da eficiência de tingimento caudal de água residual Automatização da cozinha de corantes caudal de água residual Tingimento descontinuo a frio ("cold pad batch") contaminação da água residual Tingimento aerodinâmico caudal de água residual Redução da relação de banho caudal de água residual Reutilização de banhos de tingimento. caudal de água residual Reutilização da última água de lavagem do tingimento caudal de água residual Recuperação das águas de lavagem do tingimento caudal de água residual Estampagem Automatização da preparação de pasta de estampagem pasta de estampagem Redução dos desperdícios de pasta de estampagem pasta de estampagem Estamparia com pasta de elevada viscosidade pasta de estampagem Recuperação de águas de lavagem em estamparia por quadro rotativo caudal de água residual Acabamentos Diluição de produtos químicos com ar em substituição da água caudal de água residual Novo processo de decatissagem cinzas de caldeira “Stonewashing” biológico pedra pomes Genérico Extracção em vácuo caudal de água residual Recuperação de calor cinzas de caldeira Reutilização de água quente proveniente de sistemas de refrigeração caudal de água residual Gestão da água nos processos de ultimação caudal de água residual Lavagem em contra-corrente caudal de água residual Secadores por rádio frequência cinzas de caldeira Humidificação por vaporização caudal de água residual Carpetes Tecelagem de carpetes fibras têxtil processada Confecção Utilização de metodologia CAD/CAM no planeamento corte fibra têxtil processada Tratamento de fim de linha T43 Neutralização de efluentes material corroído n.q. 93% 30% n.q. n.q. 30% 90% n.q. 45% n.q. 70% 70% 75 - 95% 10% n.q. n.q. 100% 90% n.q. n.q. n.q. 40-50% 30-50% 60% 30% 70% 15-25% 15% 30-50% 80% 100% n.q. 80% n.q. n.q. n.q. 30% 70% n.q. n.q. n.q. 15% n.q. n.q. – não quantificável PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 65 INETI 4.3. ESTIMATIVA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS APÓS APLICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO Nos Quadros 12 e 13 encontra-se sistematizada a redução do quantitativo de resíduos sólidos, águas residuais e lamas resultantes do tratamento em ETAR, obtida com a aplicação das diversas tecnologias/medidas de prevenção identificadas no presente trabalho. Quadro 12: Estimativa de redução do quantitativo de resíduos gerados por operação, após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção. PROCESSO OU CAPACIDADE APLICAÇÃO Abertura/limpeza QUANTIDADE DE RESÍDUOS PRODUZIDOS COM A TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO INSTALADA DE PREVENÇÃO 16 715 t T7 1 672 t n.q. T9 n.q. 23 660 t T42 16 520 t 167 147 t Torcedura n.q. Planeamento/ 700 000 000 m Corte n.q. - não quantificável TECNOLOGIA/ MEDIDA QUANTIDADE DE RESÍDUOS APÓS APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE PREVENÇÃO Quadro 13: Estimativa de redução do quantitativo de águas residuais e lamas geradas, por operação, após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção. VOLUME DE ÁGUA PROCESSO OU APLICAÇÃO CAPACIDADE (t) Branqueamento 120 000 RESIDUAL GERADA (com a tecnologia de produção instalada) QUANTIDADE DE LAMAS GERADAS EM ETAR (t) 3 600 000 m3 3 360 5 500 000 m TECNOLOGIA/ MEDIDA QUANTIDADE DE VOLUME DE ÁGUA RESIDUAL GERADA DE PREVENÇÃO (após aplicação da tecnologia de prevenção) LAMAS GERADAS EM ETAR (t) (após aplicação da tecnologia de prevenção) T11 1 080 000 m3 180 T12 1 080 000 m3 180 3 Mercerização 50 000 330 T13 Desencolagem 120 000 720 000 m3 8 640 T18 1 375 000 m 36 000 m3 864 83 Tingimento 250 000 27 500 000 m3 1 650 T24 11 000 000 660 Acabamentos 50 000 1 000 m3 0,1 T31 0 0 No Quadro 14, encontra-se resumido o impacte obtido pela aplicação de tecnologias/medidas de prevenção, no total de resíduos sólidos e lamas gerados nas operações onde se aplicam. Quadro 14: Redução do quantitativo de resíduos e lamas após aplicação das tecnologias/medidas de prevenção. RESÍDUOS SÓLIDOS OPERAÇÃO (t) (antes da aplicação de tecnologias de prevenção) RESÍDUOS SÓLIDOS (t) LAMAS (t) LAMAS (t) (após aplicação de tecnologias de prevenção) (antes da aplicação de tecnologias de prevenção) (após aplicação de tecnologias de prevenção) Abertura/limpeza 16 715 - - Branqueamento - - 360 180 Mercerização - - 330 83 Desencolagem - - 8 640 864 Tingimento - - 1 650 660 Acabamentos - - 0,1 0 Planeamento/Corte Total 1 672 23 660 16 520 - - 40 375 18 192 10 980 1 787 PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 66 INETI Verifica-se que, a utilização de tecnologias de prevenção reduz em 27% o quantitativo de resíduos sólidos resultantes do processamento das diferentes matérias primas (de 80 730 toneladas para 58 547 toneladas) e em 50% o quantitativo de lamas resultantes do tratamento das águas residuais (de 18 454 toneladas para 9 261 toneladas). PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 67 INETI 4.4 TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO APLICÁVEIS NO SECTOR TÊXTIL E IMPLEMENTADAS NO PAÍS PARA O SECTOR Para a elaboração deste Guia Técnico, o contacto com as empresas do sector era um factor primordial, sem o qual não se poderia sentir a motivação e sensibilização dos industriais para os problemas ambientais na óptica de prevenção. Atendendo ao vasto universo de empresas que este sector compreende, cerca de 8 411 (dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade de 1997 ), optou-se por enviar às empresas através das Associações Industriais, questionários específicos dos vários subsectores que constituem o sector Têxtil (Lã, Algodão e Confecção). O questionário foi enviado a um total de 1590 empresas com a seguinte distribuição: 90 (ANIL), 160 (ANITT-LAR), 500 (APIVE), 340 (APTV) e 500 (APIM). Foram ainda seleccionadas algumas empresas para visita. Nesse sentido, efectuou-se uma amostragem de empresas que se consideram representar os subsectores, onde a prevenção de poluição teria mais significado (por de uma forma mais visível contribuir para uma diminuição do quantitativo ou perigosidade de resíduos e efluentes) e ainda, atendendo à sua dimensão, representassem a tendência deste sector em termos de prevenção de poluição. Apesar do relativamente pequeno número de empresas visitadas (35), estas representam 10,8% do volume total de vendas a nível nacional. A distribuição das empresas visitadas pelas diversas áreas de actividade, encontra-se no Quadro 15. Quadro 15: Distribuição das empresas visitadas pelas diversas áreas de actividade. DESCRIÇÃO N.º de empresas Fiaç. Algodão/fibras sintéticas Tint /acab. Têxteis, nca Fiaç. Tec. Peça larga- algodão Conf. Art. P/lar Fab. Art. Malha p/uso exterior Fiação fios torcidos/meadas Fiação tec peça larga/tint/acab Conf. Sobret/cas/fatos p/homem Fab. Alcatifas/ carpetes - teares Fab. Cordas e redes Fab.tec. Revestidos -n/borracha Fiaç. Linhas Fiaç.tec. Peça estreita Fiação de lã/alcatifas/tricot Recuperados têxteis TOTAL 7 5 4 3 3 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 35 No Quadro 16 encontra-se sistematizada uma avaliação simplista relativa à difusão no sector Têxtil das tecnologias identificadas anteriormente. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 68 INETI Quadro 16: Difusão no sector Têxtil das tecnologias / medidas de prevenção. N.º T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 Tecnologia / Medida de prevenção Recuperação de lanolina Recuperação e recirculação de água na lavagem de lã Reutilização da última água de lavagem da lã Limpeza do velo Filtração do banho de carbonização Recuperação do banho de carbonização Reutilização do resíduo de processamento de rama de algodão Controlo de qualidade da matéria prima T9 Torção com simultânea formação de cabo T10 T11 T12 T13 Branqueamento com peróxido de hidrogénio Reutilização do banho de branqueamento Lavagem após branqueamento por uma preparação de enzimas Recuperação de soda cáustica T14 Reutilização da água de enxaguamento da merc. ou do branq. T15 T16 T17 T18 T19 T20 T21 T22 T23 T24 T25 T26 T27 T28 T29 T30 T31 T32 T33 T34 T35 T36 T37 T38 T39 T40 T41 T42 Pré-humidificação em encolagem Desencolagem com peróxido de hidrogénio Desencolagem enzimática Recuperação do agente encolante Utilização de um espectrofotómetro para controlo da eficiência de tingimento Automatização da cozinha de corantes Tingimento descontinuo a frio ("cold pad batch") Tingimento aerodinâmico Redução da relação de banho Reutilização de banhos de tingimento. Reutilização da última água de lavagem do tingimento Recuperação das águas de lavagem do tingimento Automatização da preparação de pasta de estampagem Redução dos desperdícios de pasta de estampagem Estamparia com pasta de elevada viscosidade Recuperação de águas de lavagem em estamparia por quadro rotativo Diluição de produtos químicos com ar em substituição da água Novo processo de decatissagem “Stonewashing” biológico Extracção em vácuo Recuperação de calor Reutilização de água quente proveniente de sistemas de refrigeração Gestão da água nos processos de ultimação Lavagem em contra-corrente Secadores por rádio frequência Humidificação por vaporização Tecelagem de carpetes Utilização de metodologia CAD/CAM no planeamento e corte T43 Neutralização de efluentes PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Operação /processo onde se aplica Lavagem de lã Carbonização de lã Abertura e limpeza de algodão Formação de cabo sintético Branqueamento Mercerização Mercerização e branqueamento Encolagem e desencolagem Difusão no sector nula nula nula nula nula nula nula média média elevada nula reduzida reduzida nula nula elevada média reduzida elevada Tingimento Estampagem média média reduzida média nula reduzida reduzida reduzida reduzida nula reduzida Acabamentos Genérico Carpetes Confecção Tratamento de fim de linha reduzida reduzida média reduzida média elevada reduzida reduzida reduzida média reduzida média reduzida Página 69 INETI 5. TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE POTENCIAL APLICAÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS Falar em tecnologias/medidas de prevenção e não falar em aspectos técnicos e económicos, transforma a prevenção em mera retórica. Nas empresas, o factor económico sobrepõe-se quase sempre às preocupações ambientais. No entanto, por vezes, pequenas medidas ou alterações pouco dispendiosas para as empresas, podem revelar-se significativas para o ambiente, como por exemplo a reciclagem de papel e cartão, plástico, metal, etc. Neste trabalho são apresentadas varias propostas conducentes a prevenção de poluição que requerem na sua maioria investimentos avultados. Como referido anteriormente, a prevenção de poluição deve ser encarado pelas empresas como uma opção estratégica, que melhora o seu desempenho ambiental e as torna economicamente mais competitivas. Nesse sentido, foram elaboradas fichas descritivas contendo a análise técnica e económica das várias tecnologias/medidas identificadas ao longo deste trabalho, por forma a tornar mais visível a sua viabilidade. Foi elaborada uma ficha para cada medida/tecnologia de prevenção, e sempre que existam empresas que instalaram essa tecnologia ou medida, nacional e/ou internacionalmente (caso real) e que exista informação técnica e económica devidamente documentada, foi elaborada também uma ficha (ficha – caso real). A metodologia de apresentação é a seguinte: ficha de tecnologia/medida seguida de ficha, ou fichas, de caso real. Apresenta-se no quadro seguinte (Quadro 17) um resumo das tecnologias consideradas, assim como os casos reais relevantes encontrados. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 70 INETI Quadro 17: Fichas de medidas/tecnologias de prevenção e de casos reais. N.º TITULO DA FICHA LAVAGEM DE LÃ T1 Recuperação de lanolina T2 Recuperação e recirculação de água na lavagem de lã T3 T4 Reutilização da última água de lavagem da lã Limpeza de velo CARBONIZAÇÃO DE LÃ Filtração do banho de carbonização Recuperação do banho de carbonização ABERTURA E LIMPEZA DE ALGODÃO Reutilização do resíduo de processamento de rama de algodão Controlo de qualidade da matéria prima FORMAÇÃO DE CABO Torção com simultânea formação de cabo BRANQUEAMENTO T5 T6 T7 T8 T9 T10 Branqueamento com peróxido de hidrogénio T11 Reutilização do banho de branqueamento T12 Lavagem após branqueamento por uma preparação de enzimas T13 Recuperação de soda cáustica T14 Reutilização da água de enxaguamento da mercerização ou do branqueamento T15 Pré-humidificação em encolagem T16 Desencolagem com peróxido de hidrogénio T17 Desencolagem enzimática T18 Recuperação do agente encolante CASO REAL Rio Llobregat Conagra Wool Pty Ltd F. & A. Vaugelade Co. Rio Llobregat GWS Quimica Y Textiles Proquindus Saci Coelima* Indústria Têxtil do Ave Lameirinho* ASA* Riddle Fabrics, Inc Coats and Clarck* Skjern Tricotage-Farvery Sacramento Têxteis* MERCERIZAÇÃO Lameirinho Arco Têxteis MERCERIZAÇÃO E BRANQUEAMENTO Hilados Y Tejidos Garib S.A. Arco Têxteis* ENCOLAGEM E DESENCOLAGEM Filobranca* ASA* Arco Têxteis* ASA* Nome não divulgado JMA TINGIMENTO Chieng Sang Industry Co. FITOR* Arco Têxteis T20 Automatização da cozinha de corantes Lameirinho* Australian Dyeing Company T21 Tingimento descontinuo a frio ("Cold pad batch") Lameirinho T22 Tingimento aerodinâmico T23 Redução da relação de banho Bigelow T24 Reutilização de banhos de tingimento Adams-Millis Company T25 Reutilização da última água de lavagem do tingimento Arco Têxteis* T26 Recuperação das águas de lavagem do tingimento J. Pereira Fernandes* * exemplos de empresas Portuguesas que implementaram a tecnologia mas que não foi possível obter informação qualitativa e quantitativa por forma à construção de uma ficha de caso real T19 Utilização de um espectrofotómetro para controlo da eficiência do tingimento PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 71 INETI Quadro 17 (cont.): Fichas de medidas/tecnologias de prevenção e de casos reais. nº CASO REAL (empresa) TITULO DA FICHA T27 T28 T29 T30 ESTAMPAGEM Automatização da preparação de pasta de estampagem Redução dos desperdícios de pasta de estampagem Estamparia com pasta de elevada viscosidade Recuperação de águas de lavagem em estamparia por quadro rotativo ACABAMENTOS Filobranca* - T31 Diluição de produtos químicos com ar em substituição da água - T32 Novo processo de decatissagem - T33 “Stonewashing” biológico GENÉRICO T34 T35 T36 Tissages De Quintenas Extracção em vácuo Chieng Sang Industry Co. Ellen Knitting Mills Recuperação de calor Arco Têxteis Reutilização de água quente proveniente de sistemas de refrigeração Seiersborg Tekstil A. S. Amital Spinning Corporation Shrigley Dyers Ltd. T37 Gestão da água nos processos de ultimação Bloomsburg Mills, Inc. Lameirinho T38 Lavagem em contra-corrente T39 Secadores por rádio frequência T40 Humidificação por vaporização Nome não divulgado Flynt Fabrics And Finishing CARPETES T41 Alves Pereira* Lusotufo Tecelagem de carpetes CONFECÇÃO T42 Utilização de metodologia cad/cam no planeamento e corte Ricarvest* Maconde* TRATAMENTO FINAL T43 Cranston Print Works (CPW) Barroso e Machado* * exemplos de empresas Portuguesas que implementaram a tecnologia mas que não foi possível obter informação qualitativa e quantitativa por forma à construção de uma ficha de caso real Neutralização de efluentes PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 72 INETI 5.1. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE LAVAGEM DE LÃ PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 73 INETI PNAPRI T1 - RECUPERAÇÃO DE LANOLINA Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A operação de lavagem da lã para remoção de contaminantes naturais como suarda, gorduras, resina, pectinas e cera (cutina) é feita utilizando água quente, detergentes e um agente alcalino. Nesta operação gera-se uma grande quantidade de água residual, pois a lavagem de 1kg de lã utiliza cerca de 35l de água. Sendo uma operação efectuada em vários tanques, verifica-se que a primeira água de lavagem apresenta um elevado teor em sólidos, que vai diminuindo ao longo do processo. Sendo a lanolina uma matéria prima utilizada na indústria de cosméticos, a sua extracção da primeira água de lavagem (mais concentrada) resultaria na diminuição da carga orgânica veiculada pela água residual e na obtenção de uma mais valia proveniente da venda da lanolina obtida. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Redução da carga orgânica veiculada pela água residual. • • • Benefícios ambientais Redução da quantidade de efluente a tratar na ETARI Redução da carga orgânica veiculada pelo efluente Impactes negativos Aumento no consumo de energia eléctrica VIABILIDADE TÉCNICA FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Qualquer unidade de lavagem de lã pode centrifugar a primeira água de lavagem por forma a recuperar uma gordura vendável à indústria de cosméticos para utilização da lanolina nele contida. Empresa (34) Página 74 INETI PNAPRI T1 – RECUPERAÇÃO DE LANOLINA Caso real – Rio Llobregat Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa Rio Llobregat, está localizada em Manresa, Espanha. Esta empresa é especializada na lavagem e comercialização de lã espanhola e de outras origens, tratando cerca de 40 toneladas por dia de lã. Para converter a lã em penteado são efectuados as seguintes operações: • três operações de lavagem (com água fria, lavagem a quente e enxaguamento) • uma operação de secagem • duas operações mecânicas (cardação e penteação) CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA As glândulas sudoríferas dos ovinos segregam suor que é constituído essencialmente por sais de potássio e segregam uma substancia chamada " cera de lã " cujo objectivo é envolver cada fibra de lã com uma película impermeável. As propriedades da "cera de lã" são altamente apreciadas em áreas tais como a indústria de cosméticos, farmácia e indústrias do produtos químicos uma vez transformada na lanolina. A empresa Río Llobregat instalou um sistema de centrifugação das suas águas residuais por forma a recuperar e vender este resíduo. Atendendo ao caudal de água residual gerada, a empresa recupera cerca de 2 t/dia de "cera de lã", que armazena e vende. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Transformar um resíduo numa mais valia económica para a empresa. • • • Benefícios ambientais Redução da contaminação presente nas águas residuais Recuperação de um resíduo Impactes negativos Aumento do consumo de energia eléctrica VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento consiste na aquisição de uma centrifuga e de um tanque de armazenamento para a cera de lã recuperada. O valor do investimento não se encontrava disponível. Impacte nos custos do processo e a análise da atractividade do investimento Não existem dados disponíveis para a elaboração deste item, no entanto, em termos de aumento de custos de operação, é de salientar o aumento do consumo de energia. As mais valias económicas geradas resultam da venda do resíduo (produto residual) constituindo a "cera de lã". FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Empresa (34) Página 75 INETI PNAPRI T1 – RECUPERAÇÃO DE LANOLINA Caso real – ConAgra Wool Pty Ltd Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A ConAgra Wool Pty é uma empresa australiana, de lavagem e carbonização de lã. O processo de lavagem é realizado em quatro linhas de lavagem constituídas por vários tanques abertos. A empresa gera por ano 400 toneladas de lamas, 750 toneladas de resíduos sólidos e 750 000 m3 de águas residuais. CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA A empresa dividiu as suas águas residuais em duas correntes: as provenientes das primeiras lavagens fortemente contaminadas e com um grande teor em sólidos, e as provenientes das ultimas lavagens pouco contaminas e adequadas à descarga no colector municipal. As primeiras águas de lavagem são encaminhadas para tanques de retenção de sólidos onde se separa a componente sólida da água e esta retorna aos lavadores. A componente sólida é centrifugada para se recuperar a gordura, subproduto vendável para a recuperação da lanolina utilizada na indústria de cosméticos. A empresa consegue recuperar gordura no valor de 6% em peso do total de lã lavada. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Transformar um resíduo numa mais valia económica para a empresa. • • • Benefícios ambientais Redução da contaminação presente nas águas residuais Recuperação de um resíduo Impactes negativos Aumento do consumo de energia eléctrica VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento efectuado foi de 3 200 contos. Impacte nos custos do processo e a análise da atractividade do investimento Com a implementação desta medida a empresa consegui realizar poupanças no valor de 5 500 contos por linha de lavagem. O período de recuperação do investimento ronda os 7 meses. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Bibliográfica (16) Página 76 INETI PNAPRI T2 – RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DE LÃ Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/2 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A operação de lavagem da lã para remoção de contaminantes naturais como suarda, gorduras, resina, pectinas e cera (cutina) é feita utilizando água quente, detergentes e um agente alcalino. Nesta operação gera-se uma grande quantidade de água residual, pois para lavar 1kg de lã utiliza-se cerca de 35l de água. Sendo uma operação efectuada em vários tanques verifica-se que a primeira água de lavagem apresenta um elevado teor em sólidos, que vai diminuindo ao longo do processo. A centrifugação do efluente proveniente da primeira lavagem da lã permite recuperar a gordura e reciclar parte da água aos tanques de lavagem. Em alternativa à centrifugação pode recorrer-se a um processo de ultrafiltração que separa água quente e detergente que é reciclado para reutilização e uma corrente com os indesejáveis sólidos suspensos concentrados até 70:1. A lama resultante pode posteriormente ser concentrada por evaporação. O resíduo da centrifugação ou da ultrafiltração, lama e gordura, é submetido a uma evaporação para concentrar a gordura. A água condensada pode ser utilizada no processo de lavagem e o concentrado de gordura pode ser vendido para aproveitamento da lanolina nele contido, constituindo assim uma mais valia para a empresa, ou em alternativa, seco em vácuo para produzir um resíduo combustível para a caldeira sempre que a sua venda não seja possível. Além da centrifugação da primeira água de lavagem, pode ainda reutilizar-se as águas de enxaguamento pouco contaminadas na lavagem propriamente dita, reduzindo-se desta forma o consumo de água. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Reduzir o consumo de água e a carga orgânica veiculada pelo efluente. • • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de água: 70% Redução da quantidade de efluente a tratar na ETARI: 70% Impactes negativos Aumento no consumo de energia eléctrica: 90% Aumento da emissão de fumos VIABILIDADE TÉCNICA PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL A instalação de um processo de evaporação, justifica-se numa óptica de prevenção de poluição em alternativa ao mero tratamento de águas residuais em ETAR. Página 77 INETI PNAPRI T2 – RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DE LÃ Pag. 2/2 Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento consiste na aquisição de uma centrifuga, um evaporador, um filtro manga para a caldeira, além de tubos, válvulas, etc. No gráfico encontra-se representado a variação do valor do investimento com a capacidade da instalação, (caudal de efluente a tratar). 1600 Investimento ( x10 3 contos) 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 capacidade (m3/h) Impacte nos custos do processo Considerando um empresa com uma capacidade de produção de 18 500 t/ano que instale uma unidade de tratamento com capacidade de tratamento de 20 m3/h, tem-se: Investimento : 460 000 contos (seria de 1 000 000 contos caso se opta-se por instalar uma ETAR tradicional) Redução no consumo de água (200$00): 20 400 contos/ano Redução na quantidade de água a tratar na ETARI (100$00/m3): 10 000 contos/ano Aumento do consumo de energia (16$00/kwh): 370 000 contos/ano FONTES DE INFORMAÇÃO Bibliográfica (10) Empresa (9), (32) . PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 78 INETI PNAPRI T2 - RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DE LÃ Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Caso Real – F. & A. Vaugelade Co. Pag. 1/2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa F. & A. Vaugelade Co., está localizada em Saint-Junien, França. Esta empresa é especializada na lavagem e comercialização de lã francesa. Esta empresa exporta cerca de 90% da sua produção, especialmente para o Japão, mas também para a Alemanha, Itália e Marrocos. Equipada com uma Estação de Tratamento de efluentes desde Janeiro de 1999, tornou-se a primeira empresa Francesa de lavagem de lã em total conformidade com a legislação existente. O processo de tratamento baseado em concentração por evaporação, permite obter uma taxa de descontaminação perto dos 99% o que permite a descarga directa no rio. CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA A empresa instalou uma estação de tratamento das águas residuais resultantes da lavagem de lã, que faz o tratamento através de evaporador com recompressão mecânica de vapor, com uma capacidade de tratamento entre 15,5 e 22,5 t/h. A escolha do processo foi feita recorrendo a testes piloto e comparações técnicas e económicas das várias tecnologias disponíveis. O critério de decisão foi seguinte: • a eficiência da descontaminação, que determina a possibilidade de descarga no ambiente e o valor de taxas a pagar aos organismos públicos • a manutenção do equipamento em termos de mão de obra, custos de operação, possibilidade optimização por alteração tecnológica e flexibilidade do processo • valor do investimento inicial • tamanho da unidade De acordo com os critérios anteriores, foi seleccionado o sistema de evapo-concentração com um sistema de recompresão mecânica de vapor, por ser o que apresentou o máximo de vantagens. Este sistema concentra as água residuais por evaporação de água, resultando um concentrado (água, gordura, ceras, etc) adequado para venda para recuperação de lanolina, para deposição em terreno ou para tratamento por compostagem, um condensado (água) que pode ser descarregado em meio receptor natural ou reutilizado em algumas etapas do processo de lavagem de lã e gases não condensáveis utilizáveis para queima. Na tabela abaixo apresenta-se uma comparação entre a contaminação presente no efluente bruto (antes de tratamento) e no efluente tratado e descarregado para o meio receptor natural, neste caso o rio. Parametro CQO (mg/l) CBO (mg/l) SST (mg/l) ST (mg/l) pH Temperatura (ºC) Fósfoto total (mg/l) Efluente bruto 17400 a 31 175 4500 a 9000 6900 a 7700 9800 a 1600 8a9 Ambiente 22 a 35 Efluente tratado 150 a 240 85 a 135 <5 <5 < 9,5 < 27 < 0,05 A empresa considera ter escolhido o tipo de tratamento mais eficiente, modificável de acordo com futuras alterações, flexível e necessitando de pouca mão de obra devido ao elevado nível de automatização. Com um valor de investimento e de custos de operação comparáveis a outros tipos de tratamento, a empresa tem a garantia de obter melhores resultados em termos de despoluição com a unidade de evaporação, obtendo ainda 98 % de recuperação de água. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 79 INETI PNAPRI T2 - RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DE LÃ Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Caso Real – F. & A. VAUGELADE CO. Pag. 2/2 Tratamento das águas residuais por forma a estar de acordo com a legislação ambiental existente. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • • • Benefícios ambientais Redução no consumo de água: 98% Redução da contaminação presente nas águas residuais: 90% Impactes negativos Aumento do consumo de energia eléctrica Aumento do consumo de vapor Aumento no consumo de gás natural VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento efectuado para aquisição deste sistema de tratamento foi de 367 000 contos. Impacte nos custos do processo e a análise da atractividade do investimento Esta unidade de tratamento tem o seguinte desempenho: consumo de energia: 12,5 a 15,5 kWh/m3 de efluente tratado • consumo de vapor vivo (8 bar abs): 5 a 10 kg/m3 de efluente tratado • consumo de gás natural: 0,3 a 0,5 Nm3/m3 de efluente tratado • Considerou-se para efeito de cálculos que a empresa labora 330 dias por ano, 12 horas por dia, gerando 15,5 m3/h de efluente líquido. Poupanças nos custos de processo (contos/ano) Redução no consumo de água (200$00/m3): 12 000 Redução nos custos de escoamento de águas residuais (78$00/m3): 4 700 Aumento nos custos de processo (contos/ano) Aumento no consumo de energia (16$00/kwh): 12 276 Aumento no consumo de vapor (2500$00/toneladas): 767 Total (contos/ano) 3657 A atractividade deste investimento é muito reduzida. No entanto, face a outros processos de tratamento, que não permitem recuperações, que requerem grandes áreas para a instalação e que apresentam custos de tratamento elevados, o tratamento por evaporação surge mais interessante. Deve ter-se ainda em atenção que não foi contabilizada a recuperação de calor dos gases não condensáveis na produção de vapor. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Empresa (9) Página 80 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T2 – RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DE LÃ Caso Real – Rio Llobregat Pag. 1/2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa Rio Llobregat, está localizada em Manresa, Espanha. Esta empresa é especializada na lavagem e comercialização de lã espanhola e de outras origens, tratando cerca de 40 toneladas por dia de lã. Para converter a lã em penteado são efectuados as seguintes operações: • três operações de lavagem (com água fria, lavagem a quente e enxaguamento) • uma operação de secagem • duas operações mecânicas(cardação e penteação) CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA Para separar os contaminantes da fibra de lã a empresa utiliza 4 a 10 m3 de água por tonelada de lã suja. Esta água retirada de um rio é filtrada e amaciada antes de ser introduzida no processo produtivo. A empresa consome cerca de 400 m3 de água por dia. Esta água residual é tratada por um sistema de concentração por evaporação com recompressão mecânica de vapor, que permite recuperar cerca de 93% da água utilizada na lavagem. A empresa implementou ainda um sistema complementar de tratamento de condensados (lavagem com ar e lavagem com vapor) e um sistema de oxidação de gases por forma a evitar a libertação de matéria orgânica para a atmosfera. O processo completo produz uma solução concentrada, rica em potássio, cujas características a tornam adequada à deposição como fertilizante em solos agrícolas e uma corrente de água límpida que pode ser devolvida ao rio, respeitando a legislação ambiental (150 mg/l de CQO) ou reciclada quase na sua totalidade ao processo de lavagem. O evaporador é uma só peça onde se processam 8 etapas, (6 em filme e 2 em circulação forçada). A concentração de sólidos aumenta de 3-7% à entrada para 40-70% à saída. A capacidade nominal de evaporação é de cerca de 20 m3/h, tendo sido a instalação dimensionada para operar entre 10 a 25 m3/h. Todos os produtos da evaporação são lavados por forma a poderem ser comprimidos por um compressor especial cuja taxa de compressão corresponde a um aumento de temperatura entre 3 a 6ºC. Os produtos voláteis são extraídos da evaporação e lavados e oxidados numa câmara de combustão. Os gases quentes desta combustão alimentam a caldeira que produz o vapor necessário para a instalação. A operação elimina cheiros e a libertação de compostos orgânicos para a atmosfera e contribui para o balanço energético do sistema. Os condensados mais contaminados (1/5 do total) são sujeitos a tratamento com ar que reduz o CQO (carência química de oxigénio) para um valor aceitável. Todos os condensados são lavados apresentando um valor de CQO à saída inferior a 100 mg/l. PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 81 INETI PNAPRI T2 - RECUPERAÇÃO E RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais DE LÃ CASO REAL – RIO LLOBREGAT Pag. 2/2 Tratamento das águas residuais por forma a estar de acordo com a legislação ambiental existente. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • • Benefícios ambientais Redução no consumo de água: 93% Redução da contaminação presente nas águas residuais: 90% Impactes negativos Aumento do consumo de energia eléctrica Aumento do consumo de vapor VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento realizado para aquisição deste sistema de tratamento foi de 460 000 contos. Impacte nos custos do processo e a análise da atractividade do investimento Esta unidade de tratamento tem o seguinte desempenho: consumo de energia: 19 kWh/m3 de efluente tratado • consumo de vapor: 6 kg/m3 de efluente tratado • Considerou-se para efeito de cálculos que a empresa labora 330 dias por ano, 12 horas por dia, gerando 20 m3/h de efluente líquido. Poupanças nos custos de processo (contos/ano) Redução no consumo de água (200$00/m3): 15 731 Redução nos custos de escoamento de águas residuais (78$00/m3):5 745 Aumento nos custos de processo (contos/ano) Aumento no consumo de energia (16$00/kwh):24 076 Aumento no consumo de vapor (2500$00/t): 1 386 Total (contos/ano) - 3 986 A atractividade deste investimento é reduzida uma vez que os custos de processo superam as poupanças obtidas com este tipo de tratamento. No entanto face a outros processos de tratamento, que não permitem recuperações, que requerem grandes áreas para a instalação e que apresentam custos de tratamento elevados, o tratamento por evaporação surge mais interessante. Deve ter-se ainda em atenção que foi não foi contabilizada a recuperação de calor dos gases não condensáveis na produção de vapor. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Empresa (9) Página 82 INETI PNAPRI T3 - REUTILIZAÇÃO DA ÚLTIMA ÁGUA DE LAVAGEM DA LÃ Pag. 1/2 Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A operação de lavagem da lã para remoção de contaminantes naturais é feita utilizando água quente, detergentes e um agente alcalino. Nesta operação gera-se uma grande quantidade de água residual, sendo que a primeira água de lavagem apresenta um elevado teor em sólidos, que vai diminuindo ao longo do processo. Uma medida de prevenção de poluição, seria a filtração da última água de lavagem da lã (menos contaminada) e a sua reintrodução no processo como primeira água de lavagem. Obtém-se desta forma uma redução na quantidade de água consumida na lavagem e por consequência uma redução na quantidade de água residual gerada, sem significativos custos associados. água limpa água limpa água limpa água limpa Tanques de lavagem lã suja água residual lã lã água residual lã lã limpa água residual água residual Tanque OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Filtro Reduzir o consumo de água e a quantidade de águas residuais geradas. • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de água: 30% Redução da quantidade de água residual gerada: 30% Impactes negativos Não tem VIABILIDADE TÉCNICA PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL A recuperação e reutilização da última água de lavagem de lã é aplicável em todas as unidades de lavagem de lã. Página 83 INETI PNAPRI T3 - REUTILIZAÇÃO DA ÚLTIMA ÁGUA DE LAVAGEM DA LÃ Pag. 2/2 Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento consiste na aquisição de um tanque, um filtro, além de tubagens, bombas, válvulas, etc. Para um tanque de 10 m3 e respectivo equipamento auxiliar, instrumentação, preparação do local, o investimento será de aproximadamente 2 100 contos. Impacte nos custos do processo O impacte nos custos de processo foi realizado considerando duas empresas com diferentes capacidades que laboram 16 h/dia, 330 dias/ano. 1. 2. Capacidade de lavagem: 1 200 kg/h Consumo de água: 35 l/kg Número de lavagens: 4 Consumo de água na última lavagem: 11 m3/h Volume de água recuperado: 11 m3/h Capacidade de lavagem: 600 kg/h Consumo de água: 35 l/kg Número de lavagens: 4 Consumo de água na última lavagem: 5,3 m3/h Volume de água recuperado: 5,3 m3/h Capacidade 1 2 Capacidade 1 2 Capacidade 1 2 Poupanças nos custos de processo (contos/ano) no consumo de água (200$00/m3): 11 616 nos custos de escoamento de águas residuais(78$00/m3): 4 530 no consumo de água (200$00/m3): 5 597 nos custos de escoamento de águas residuais(78$00/m3): 2 183 Aumento nos custos de processo (contos/ano) Manutenção equipamento: 140 Manutenção equipamento: 140 Total (contos/ano) 16 146 7 780 Redução Redução Redução Redução Análise da atractividade do investimento Capacidade 1 2 FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Tempo de recuperação do investimento 2 meses 4 meses Bibliográfica (4) Página 84 INETI PNAPRI T4 - LIMPEZA DO VELO Pag. 1/1 Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA Antes da entrada nos lavadouros, a lã é sujeita a uma escolha e homogeneização. Uma operação de limpeza da lã (como a praticada para o algodão) com ar para eliminar algumas das partículas agarradas, antes da lavagem propriamente dita, contribuiria para uma redução da água consumida assim como da contaminação presente na água residual. OBJECTIVOS Redução do consumo de água e da contaminação veiculada pela água residual. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de água Redução da quantidade de efluente a tratar na ETARI Redução da contaminação veiculada pelo efluente Impactes negativos Aumento no consumo de energia eléctrica VIABILIDADE TÉCNICA FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Qualquer unidade de lavagem de lã pode proceder a limpeza da lã antes da sua introdução na lavagem. Bibliográfica (4) Página 85 INETI PNAPRI T4 - LIMPEZA DO VELO Caso Real – Goulburn Wool Scour Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A Goulburn Wool Scour (GWS) é uma empresa Australiana, de grande dimensão, de lavagem de lã. No pico da sua produção a empresa processa 50 toneladas de lã por dia em duas linhas de lavagem, funcionando em tres turnos diários, cinco dias por semana. CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA A empresa instalou um equipamento de limpeza do velo antes das linhas de lavagem. O equipamento permite retirar a maioria da matéria vegetal presente na lã, o que representa 3 a 15 % em peso da lã processada. A instalação deste sistema permitiu reduzir a contaminação das águas residuais geradas nas operações de lavagem. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Reduzir a contaminação das águas residuais. • • Benefícios ambientais Redução da contaminação das águas residuais a tratar na EPTARI Impactes negativos Aumento do consumo da energia eléctrica FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Bibliográfica (29) Página 86 INETI 5.2. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE CARBONIZAÇÃO DE LÃ PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 87 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T5 - FILTRAÇÃO DO BANHO DE CARBONIZAÇÃO Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A carbonização consiste na eliminação de substâncias celulósicas presentes na lã que não foram eliminadas na lavagem inicial, através da impregnação do tecido de lã em soluções diluídas de ácido sulfúrico. Após a impregnação segue-se uma secagem e aquecimento a temperatura elevada por forma a destruir (carbonizar) as substâncias celulósicas. O tecido é finalmente batido para eliminar as partículas carbonizadas e neutralizado. A filtração contínua do solução ácida utilizada, elimina as impurezas presentes na solução, optimizando o consumo de ácido e reduzindo o teor em sulfatos no efluente da carbonização. OBJECTIVOS Optimizar o consumo de ácido e reduzir o teor em sulfatos no efluente da carbonização. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de ácido Redução do teor em sulfatos veiculado pelo efluente Impactes negativos Aparecimento de um resíduo de fibras impregnadas com ácido VIABILIDADE TÉCNICA FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Aplicável em operações de carbonização de lã por meio ácido. Bibliográfica (4) Página 88 INETI PNAPRI T5 - FILTRAÇÃO DO BANHO DE CARBONIZAÇÃO Caso Real – Quimica Y Textiles Proquindus Saci Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa referida neste estudo é uma empresa chilena de acabamentos de tecidos. A empresa emprega 90 trabalhadores e labora em 3 turnos de 8 horas, seis dias por semana. A sua capacidade de processamento era em 1992 de 350 toneladas de tecido de algodão e 360 toneladas de tecido de lã. CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA IMPLEMENTADA A empresa realizou uma avaliação do seu funcionamento e deparou-se com alguns problemas de poluição, incluindo águas residuais com pH fortemente ácido devido a descargas do banho de carbonização. A empresa optou por implementar um sistema de filtração contínua do banho de carbonização, optimizando o consumo de ácido sulfúrico e reduzindo as descargas de ácido para a rede de drenagem. OBJECTIVOS Reduzir o consumo de ácido sulfúrico. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de ácido sulfúrico Redução da acidez das águas residuais a tratar na EPTARI Impactes negativos Não tem VIABILIDADE ECONÓMICA Para a realização desta medida preventiva, a empresa realizou um investimento de 140 contos na aquisição e instalação de um filtro. Com a instalação desta medida a empresa obteve um benefício económico de cerca de 60 contos/ano, pelo que a recuperou o investimento em aproximadamente 2,5 anos. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Bibliográfica (19), (21) Página 89 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T6 - RECUPERAÇÃO DO BANHO DE CARBONIZAÇÃO Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A operação de carbonização pode realizar-se em tela crua ou em tecidos já tingidos. Por vezes, devido a exigências de produção e apesar do ácido sulfúrico não ser considerado um produto caro, esta operação pode apresentar um custo considerável em ácido, se se realizar o sistema nova côr novo banho. Uma simples medida de gestão dos banhos de carbonização pode reduzir este custo. Em alternativa ao sistema nova côr novo banho, pode recorrer-se à armazenagem do banho já utilizado, identificando no recipiente de armazenagem a côr do material tratado, por forma a que numa nova carga a carbonizar se verifique rapidamente se existe algum banho recuperado que possa ser reutilizado. Desta forma reduz-se o consumo de ácido, o caudal e acidez das águas residuais, assim como os custos de tratamento. OBJECTIVOS Reduzir o consumo de ácido sulfúrico. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • • Benefícios ambientais Redução do consumo de ácido sulfúrico Redução da quantidade de efluente a tratar na ETARI Redução da acidez do efluente a tratar na ETARI Impactes negativos Não tem VIABILIDADE TÉCNICA Devido a exigências de qualidade, a reutilização de banhos de carbonização só pode ser efectuada para tecidos de côr igual ao carbonizado pelo banho recuperado ou tecidos de côr escura. As possibilidades de reutilização destes banhos serão diversas e variam de acordo com o tipo de produção da empresa. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Bibliográfica (4) Página 90 INETI 5.3. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE ABERTURA E LIMPEZA DE ALGODÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 91 INETI PNAPRI T7 - REUTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE PROCESSAMENTO DE RAMA DE ALGODÃO Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA O resíduo proveniente do processamento do algodão tem um grande valor energético, entre 18 a 21 kJ/g, sendo por isso já utilizado e com sucesso em caldeiras de queima de madeira (exclusivamente). Deve no entanto, ter-se em atenção a legislação ambiental face às emissões atmosféricas, fazendo-se o controlo e a optimização das condições de funcionamento da caldeira. Apesar do resíduo de algodão arder com facilidade, quando na forma de briquetes é mais fácil de manusear e arde durante mais tempo, pelo que a utilização desta opção deve ser equacionada. A queima destes resíduos permite reduzir o volume de resíduos a depositar em aterro obtendo-se ainda uma mais valia energética. OBJECTIVOS Reduzir o volume de resíduos a depositar em aterro e obter uma mais valia energética. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • Benefícios ambientais Redução da quantidade de resíduos a depositar em aterro Redução do consumo de energia Impactes negativos Aumento das emissões de gasosas VIABILIDADE TÉCNICA FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Sempre que a queima dos resíduos não for possível efectuar na empresa, por esta não possuir caldeiras queima de madeira, deve equacionar-se a possibilidade venda para outras empresas que possuam esse tipo equipamento. de de de de Bibliográfica (14) Página 92 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T8 - CONTROLO DE QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA O controlo de qualidade da matéria prima é um factor primordial em qualquer empresa têxtil. Verifica-se desta forma, a qualidade da matéria prima adquirida por forma a ter logo à partida uma grandeza do rendimento a obter, assim como a presença de contaminantes que podem interferir na qualidade do produto final ou na colocação do produto final em determinados mercados. Um exemplo dos testes efectuados à matéria prima algodão, é a verificação da quantidade de impurezas, restos de sementes, aglomeração de fibras (Neps) e açúcar presente na rama adquirida. Nos processos tradicionais a determinação das impurezas é realizada manualmente por um sistema de pesagens que se reflecte num resíduo sem qualquer aproveitamento. A determinação electrónica permite uma determinação rápida, podendo a matéria prima utilizada para testes retornar ao processo produtivo. No caso da determinação do teor em açúcar presente na rama de algodão (extremamente prejudicial por ser agressivo com a maquinaria de produção) que tradicionalmente se realiza quimicamente, pode também ser realizada electronicamente, o que elimina o consumo de produtos químicos e consequente geração de resíduos. OBJECTIVOS Controlo de qualidade da matéria prima. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • • • Benefícios ambientais Redução no consumo de produtos químicos Redução da quantidade de águas residuais a tratar na EPTARI Impactes negativos Não tem VIABILIDADE TÉCNICA Aplicável ao controlo de qualidade de algodão. VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento a efectuar na aquisição de um sistema electrónico de controlo de qualidade ao algodão é de cerca de 18 000 contos. Impacte nos custos do processo O impacte nos custos de processo é dificilmente quantificável, reflectir-se-à apenas em termos de verificações rápidas da qualidade da matéria prima, justificando pedidos de indemnização por perdas, caso o algodão não apresente características de rendimento de utilização, tipo de contaminantes, etc, semelhantes às fornecidas pelo produtor e que justificaram a sua aquisição. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Empresa (22), (24), (39) Página 93 INETI 5.4. FICHAS DE TECNOLOGIAS / MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ESTUDO DE CASOS REAIS APLICÁVEIS À OPERAÇÃO DE FORMAÇÃO DE CABO DE FIBRA SINTÉTICA PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Página 94 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T9 - TORCÃO COM SIMULTÂNEA FORMAÇÃO DE CABO Pag. 1/1 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA Este equipamento permite a fabricação de um cabo a dois fios com torções equilibradas, numa só operação, em alternativa às técnicas tradicionais que requerem duas a três operações distintas. Está equipado com um auto regulador de tensão, o que permite o controlo do ponto de torção e o controlo da tensão e do alongamento de cada fio. Pode fazer-se a utilização directa das bobines de cabo, não sendo necessária a operação de rebobinagem. A realização das operações de torção e formação de cabo numa única máquina reduz a quantidade de resíduos de partículas de fio geradas, reduz os custos de operação, decorrente da redução de execução de emendas, reduz os custos de manutenção e o consumo de energia e consequentemente aumenta a produtividade. OBJECTIVOS AVALIAÇÃO AMBIENTAL Redução da quantidade de resíduos de partículas de fio geradas durante a operação de torção. • • • Benefícios ambientais Redução do resíduo de partículas de fio Redução no consumo de energia Impactes negativos Não tem VIABILIDADE TÉCNICA Este equipamento é aplicável à produção de têxteis técnicos em especial telas de pneus. VIABILIDADE ECONÓMICA Não foi possível obter dados por forma a realizar a avaliação económica desta tecnologia. FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Empresa (15) Página 95 INETI PNAPRI Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais T9 - TORCÃO COM SIMULTÂNEA FORMAÇÃO DE CABO Caso Real – Indústria Têxtil do Ave Pag. 1/1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA Empresa com 140 trabalhadores. Produz telas para pneus (90%) e telas para correias transportadoras. Processam malha e fios bobinados de viscose, poliéster e algodão (apenas 0,83%). O processo produtivo inclui as operações de torção, junção dos fios, tecelagem, impregnação, termofixação e enrolamento final. O investimento efectuado para instalação de quatro torcedores foi financiado pelo IMIT. OBJECTIVOS Redução da quantidade de resíduos de partículas de fio geradas durante a operação de torção. CARACTERIZAÇÃO DA TECNOLOGIA Toda a operação de torção e formação do cabo decorre apenas numa máquina em vez da sequência de três máquinas anteriormente utilizadas. Obtém-se desta forma uma redução de cerca de 45% na quantidade de resíduo de partículas de fio geradas, os quais são vendidos. A redução da quantidade de resíduos gerados decorre também da própria máquina, já que não exige a execução de emendas quando há paragens decorrentes, por exemplo, de quebras de energia. A instalação desta tecnologia permitiu também a redução dos custos de manutenção e a redução do número de paragens necessárias para manutenção, reflectindo-se num aumento de produtividade; ocorreu também uma diminuição do número de peças a substituir. Os quatro torcedores instalados (em 1998), tendo uma capacidade instalada de 1 730 t/ano, contribuíram para um aumento da capacidade produtiva de 400 t/ano. AVALIAÇÃO AMBIENTAL Benefícios ambientais • Redução do resíduo de partículas de fio: 45% • Não tem Impactes negativos VIABILIDADE ECONÓMICA Investimento O investimento consistiu na aquisição de novos torcedores. O valor do investimento foi cerca de 230 000 contos. Impacte nos custos do processo e análise da atractividade do investimento Poupanças nos custos de processo (contos/ano) Poupança em matérias primas: 6 300 contos/ano Poupanças em manutenção: não disponível Poupanças em peças para substituição: não disponível Poupança na subcontratação da torção e tecelagem de 400 t/ano: não disponível Aumento nos custos de processo (contos/ano) Custos de operação: 1 031 contos/ano Total (contos/ano) (6 300 + poupanças em manutenção + poupanças em peças para substituição + poupança na subcontratação da torção e tecelagem) - 1 031 Tempo de recuperação do investimento 5 anos FONTES DE INFORMAÇÃO PNAPRI – GUIA TÉCNICO DO SECTOR TÊXTIL Fornecedor: ICBT Página 96
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