IGOR HEINZ GROSZ MARCUS EDUARDO CHAGAS

Transcrição

IGOR HEINZ GROSZ MARCUS EDUARDO CHAGAS
IGOR HEINZ GROSZ
MARCUS EDUARDO CHAGAS
RAPHAEL SCHLINDWEIN
AVIAÇÃO CIVIL E O USO DA AUTOMAÇÃO
Florianópolis (SC)
2012
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IGOR HEINZ GROSZ
MARCUS EDUARDO CHAGAS
RAPHAEL SCHLINDWEIN
AVIAÇÃO CIVIL E O USO DA AUTOMAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentada ao
Curso de Piloto Comercial, da Floripa Flight
Training, como requisito parcial à obtenção do
título de Piloto Comercial.
Orientador: Prof. André Cardia
Florianópolis (SC)
2012
3
Para as nossas famílias e esposas que nos
ajudaram, incentivaram e sempre reservaram
palavras de apoio durante a realização do
curso ora pretendido.
4
“Uma vez tendo experimentado voar, caminharás para sempre
sobre a Terra de olhos postos no Céu, pois é para lá que
tencionas voltar.”.
Leonardo Da Vinci
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RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo demonstrar os fatos,
progressos tecnológicos, benefícios, desvantagens e erros cometidos por pilotos,
engenheiros, pessoal em terra no projeto e mal uso da automação em vôo. Também
pretende demonstrar como a automação pode passar de um excelente instrumento a
um instrumento mortal. Será exposto, inclusive, casos reais de acidentes e incidentes
envolvendo a automação.
Palavras-chave: trabalho de conclusão de curso; Automação; Airbus; Acidente.
6
ABSTRACT
This work has
as
objective
advances, benefits, drawbacks
personal in
the
design
to
demonstrate the
and mistakes
and misuse of
made by
automation in
facts, technological
pilots, engineers, ground
flight. It
also aims
to
demonstrate how automation can be an excellent instrument or a deadly instrument. Will
be exposed, including real cases of accidents and incidents involving automation.
Word-key: Work, Automation, Airbus, Accident.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 08
1 A AIRBUS ................................................................................................ ................09
2 DESCRIÇÕES E CONCEITOS: PRINCIPAIS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO DA
AIRBUS........................................................................................................................10
2.1 Auto Flight System (AFS)....................................................................................10
2.1.1. Computador – processamento de dados............................................11
2.1.2. Equipamentos para inserção de informações............................. .......11
2.1.3. Base de Dados.......................................................................................11
2.1.4. Fornecimento das informações processadas.....................................12
2.2 COMPUTADORES – PROCESSAMENTO DE DADOS........................................12
2.2.1. Flight Management................................................................................13
2.2.2. Flight Guidance.....................................................................................13
2.2.3. Flight Control Computers – FCC..........................................................14
2.2.4. Flight Warning Computers – FWC........................................................15
2.2.5. Display Management Computers..........................................................16
2.3 EQUIPAMENTOS PARA INSERÇÃO DE DADOS POR PARTE DO PILOTO.....16
2.3.1. Multi Purpose Controland Display Unit – MCDU………………………..16
2.3.2. Flight Control Unit – FCU......................................................................16
2.4. BASE DE DADOS.................................................................................................17
2.5APRESENTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES PROCESSADAS.................................18
2.6OUTROS EQUIPAMENTOS DE FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES..... .......19
2.6.1. HEADS UP DISPLAY (HUDs).................................................................19
2.6.2. ENHANCED VISION SYSTEM (EVS)......................................................21
2.6.3. SYNTHETIC VISION SYSTEM (SVS)…..................................................22
3 O HOMEM VS A MÁQUINA ................................................ ................................24
.
4ACIDENTES AÉREOS E AUTOMAÇÃO EM VOO ............................................ ..27
4.1AIRBUS A 320, VÔO JJ 3054.............................................................. .31
4.2. WEST CARIBBEAN AIRWAYS voo 708 .............................................. 34
4.3. QANTAS VOO QF72 E AIR FRANCE VOO 442................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 00
REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS ...................................................................... 00
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso visa identificar os principais
sistemas automatizados existentes atualmente nas aeronaves civis, destacando os
sistemas encontrados nas aeronaves fabricadas pelo consórcio europeu Airbus Société
par Actions Simplifiée, ou simplesmente Airbus.
Assim, essa pesquisa busca elucidar como os sistemas de automação agem
durante o vôo com a finalidade de garantir ainda mais a segurança dos passageiros,
pilotos e por conseqüência da própria aeronave.
Para analisar o assunto, a pesquisa divide-se em três etapas:
No primeiro capítulo aborda-se um breve histórico da gigante Airbus.
No segundo capítulo efetua-se um estudo acerca dos principais sistemas
existentes, explicando como funcionam e para que funcionam.
No terceiro capítulo, apresenta-se uma análise da relação homem e máquina.
O objetivo do quarto capítulo é mostrar, em casos concretos, como a
automação pode evitar uma catástrofe aérea ou como pode ser ela a causadora de
tamanho infortuito.
Este trabalho busca, antes de tudo, resgatar um tema periférico no âmbito da
aviação civil. Apesar da automação, considerada excessiva por alguns, estar sempre
vinculada as aeronaves fabricadas pela Airbus, é mister lembrar que a americana
Boeing também se utiliza de sistemas similares, principalmente em seus novíssimos B747-800 Intercontinental e o B-787 Dreamliner, talvez demonstrando ser essa a
tendência a ser seguida pelas demais fabricantes de aeronaves mundiais.
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CAPÍTULO 1. A AIRBUS
Uma das maiores fabricantes mundiais de aeronaves de utilização comercial,
a Airbus, é considerada uma empresa que emprega um elevado grau e equipamentos
automatizados com avançada tecnologia em suas aeronaves.
Fundada na década de 60, a companhia européia formada por um consórcio
entre França, Alemanha, Inglaterra e Holanda lança no mercado, em 1972, o A-300, o
primeiro avião de fuselagem larga, birreator, a ser utilizado na aviação comercial de
passageiros, com capacidade máxima para 300 pessoas.
Oito anos mais tarde, era apresentado o A-300-600, a última versão da
família A300, o qual já apresentava a tecnologia fly-by-wire, onde a aeronave deixava
de ser controlada mecanicamente por cabos ou atuadores hidráulicos e passava a ser
comandada através de sensores eletrônicos e computadores. Além disso, também
possuía a disposição dos pilotos telas com informações sobre o voo, chamados de
Eletronic Flight Instrument System (EFIS).
Desde o lançamento do A-300 até a presente data, surgiram vários outros
sistemas e modelos de aeronaves, até a mais recente delas, o A-380, considerado o
maior avião de passageiros do mundo.
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CAPITULO 2 – DESCRIÇÕES E CONCEITOS: PRINCIPAIS SISTEMAS DE
AUTOMAÇÃO DA AIRBUS
2.1. AUTO FLIGHT SYSTEM (AFS)
O Auto Flight System (AFS) é o principal sistema de automação de voo do
Airbus. Dentre os seus objetivos estão à função de diminuir a carga sobre a tripulação,
aumentar a segurança, a eficiência e a performance do voo. É um sistema de alta
complexidade e trabalha interligado com vários outros subsistemas. Esquematicamente,
pode ser dividido em quatro seções, como é mostrado na figura abaixo:
Equipamentos para inserção
de informações por parte do
piloto
Computador Processamento
de Dados
Equipamentos que
fornecem as informações
processadas
Base de Dados - tratados e
fornecidos por outros
equipamentos e softwares.
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2.1.1. Computador – processamento de dados
É responsável pelo tratamento das diversas informações recebidas das
seções identificadas nas cores azul e verde do esquema acima, que serão repassadas
a outros equipamentos de auxilio e controle de voo (amarelo). Exemplos: Flight
Management Guidance Computer (FMGC), Flight Control Computers (FCC), Flight
Warning Computers (FWC), Displays Management Computers (DMC), entre outros.
2.1.2. Equipamentos para inserção de informações
Tratam-se das interfaces onde os pilotos podem inserir as informações
relativas ao voo. São os Multipurposes Controls and Displays Units (MCDU) e o Flight
Control Unit (FCU).
2.1.3. Base de Dados
É nesta base de dados que as informações fornecidas por pessoal em terra
(equipe de manutenção),softwares ou outros equipamentos estão armazenadas. Tratase do armazenamento de um banco de dados e de informações do voo que terão
fundamental importância para a manutenção do mesmo. A exemplo disso temos as
informações de navegação, de performance, GPS, ADIRS, relógio, etc...
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2.1.4.Fornecimento das informações processadas
Após as informações necessárias para o voo tenham sido inseridas, os
pilotos precisam ter acesso a essas informações. É através das interfaces que os
pilotos tem visualizam as informações processadas pelos computadores referentes a
instrumentos de voo, sistemas da aeronave, navegação, etc... São eles: Primary Flight
Display (PFD), Navigation Data (ND), Engine and Warning Display (EWD) e o System
Display (SD).
2.2 COMPUTADORES – PROCESSAMENTO DE DADOS
Dentre os computadores responsáveis pelo processamento de dados das
aeronaves da Airbus, o principal deles é o FMGC – Flight Management Guidance
Computer. São dois FMGCs que trabalham em conjunto e são responsáveis pelo
processamento das informações de aeródromos, cartas, procedimentos, informações
de desempenho da aeronave e dados sobre referência inercial, sistema de
posicionamento
global
(GPS), entre
outros.
É
responsável
pelo
controle
e
funcionamento do Auto Pilot, do Autothrust e do Flight Director.
Além disso, também envia as informações para outros computadores
intermediários que exibirão aos pilotos as informações de voo por meio dos displays
existentes no cockpit da aeronave. O FMGC é dividido em três partes principais: Flight
Management, Flight Guidance e Flight Augumentation.
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2.2.1. Flight Management
É onde o FMGC controla as funções de navegação, comunicação e
vigilância, recebendo dados dos dispositivos de informações, que são as seguintes:

Navegação:
posição
da
aeronave
e
a
capacidade
de
seguir
automaticamente o plano de voo.

Planejamento de voo: cálculo do plano de voo.

Performance: autonomia, otimização de altitude e velocidade.

Previsões:
estimativas
dos
waypoints,
altitudes,
velocidades,
combustível, destinos e alternativas.

Gestão: controle da informação para o EFIS exibindo as informações de
voo e de navegação.
Outro sistema muito importante ligado a essa área de informações é o
ADIRS– Air Data Inertial Reference System. É o sistema responsável pelo fornecimento
das informações de velocidade, ângulo de ataque, altitude e de referência inercial.
2.2.2. Flight Guidance
Aqui o FMGC controla as funções de:

Autopilot: consiste num sistema automatizado que utiliza um software
para controlar a aeronave. Esse programa lê a posição atual da aeronave
em seguida comanda o sistema de controle de voo para guiar a aeronave
em todos os eixos, de acordo com o plano desejado.
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
Autothrust: é o sistema de controle de tração que trabalha em conjunto
com o FADEC, aumentando a eficiência da aeronave e a vida útil do
motor.

Flight Director: indica ao piloto as informações necessárias para o
controle do voo (arfagem, tangagem, rolagem e guinada).

Full Authority Digital Engine Control System (FADEC): é um sistema
que tem a função de executar o gerenciamento completo do motor
proporcionando
máxima
eficiência
para
condição
desejada.O
funcionamento desse sistema não tem nenhuma forma de acionamento
manual, colocando a autoridade total sobre o computador. O FADEC
recebe varias informações como densidade do ar, posição da alavanca
do acelerador,temperatura do motor, pressão entre várias outras. As
informações são recebidas pelo CEE (Cabin Equipment Engineer) e
analisadas até 70 vezes por segundo. O FADEC além de tornar
funcionamento do motor mais eficiente permite ao fabricante programar
limitações sendo que o motor pode tomar ações sem a interferência do
piloto e receber relatórios sobre o funcionamento do motor. Esse sistema
é fornecido sob a forma de dois ou mais canais idênticos e
independentes para garantir a segurança.
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2.2.3. Flight Control Computers – FCC
É um sistema formado por um conjunto de computadores que analisam e
processam os sinais elétricos de controle de voo. Nas aeronaves em estudo, os
controles são transferidos por sinais elétricos (FlyByWire) e não por cabos e polias. A
grande vantagem é a diminuição do peso sobre a aeronave, além de fazer com que se
torne mais estável, aumentando sua segurança e reduzindo a carga de trabalho do
piloto.
Os movimentos dos pilotos sobre os sidesticks geram sinais elétricos que
são lidos por computadores que, por sua vez, acionam os servos atuadores
responsáveis pela atuação mecânica das superfícies de controle.
São sete os
computadores envolvidos nesse sistema:

Dois ELACs – Elevator and Aileron Computers. Suas informações são
projetadas no ECAM.

TrêsSECs – Spoiler and Elevator Computer. Também mostradas no
ECAM.

DoisFACs – Flight Argumentation Computer.
Além destes, também há dois SFCCs – Slats and Flaps Control Computers
responsáveis pelo tratamento das informações de comando dos flaps e slats.
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Imagem do ECAM com as informações das superfícies de comando:
2.2.4. Flight Warning Computers – FWC
Estes computadores recebem informações diretamente dos diversos
sensores espalhados pela aeronave, como também dos SDACs (System Data
Acquisition Concentrator) e são responsáveis por processar dados que são enviados
diretamente para a cabine (sinais de alerta visuais e sonoros) quando algo relevante é
detectado pelos sensores. Ou ainda, através dos DMCs, mensagens de alerta sãõ
mostradas nas telas do ECAM.
2.2.5. Display Management Computers
Existem três computadores DMCs nas aeronaves sendo um deles para
atender o EFIS 1 e o E/WD, outro para atender o EFIS 2 e o SD e o terceiro de backup.
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As informações recebidas pelos FMGCs (ADIRS e NAV DATA) são
processadas e projetadas nos displays EFIS. Já as informações recebidas dos SDACs,
são da mesma forma processadas, porém geradas nos displays ECAM.
O SDAC é um equipamento ligado a sensores espalhados por vários pontos
da aeronave, que recebe as informações captadas por tais sensores, e, através dos
computadores acima mencionados, enviam as mensagens tratadas até a cabine de
comando.
2.3 EQUIPAMENTOS PARA INSERÇÃO DE DADOS POR PARTE DO
PILOTO
2.3.1. Multipurpose Control and Display Unit – MCDU
Os pilotos inserem diversas informações de voo e navegação aos FMGCs
através de dois MCDUs, que trabalham independentemente para cada FMGC e, após
isso, as informações são sincronizadas.
2.3.2. Flight Control Unit - FCU
É usado pelo piloto para controlar as funções de velocidade, navegação,
altitude, proa, e é também usado para gerenciar o Autopilot e o Autothust.
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MCDU1
MCDU2
Flight Control Unit
FMGC1
FMGC2
2.4. BASE DE DADOS
Dentro da seção chamada de Base de Dados, existe uma série de fontes
de informações que enviam os dados necessários para processamento nos devidos
computadores da aeronave. Tais fontes podem ser oriundas de outros equipamentos
como:
-
GPS – Global Position System, que fornece o posicionamento da
aeronave através do sistema de navegação por satélite.
-
ADIRS – Air Data and Inertial Reference System, fornecendo dados
de velocidade, altitude, grau de ângulo de ataque, posicionamento e
comportamento do avião.
-
Relógio, necessário para os cálculos de estimados e manobras.
-
Dados de navegação via rádio.
-
Dados meteorológicos obtidos pelos radares.
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As informações referentes às cartas aeronáuticas também são inseridas
no banco de dados dos computadores para execução de procedimentos.
2.5 APRESENTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES PROCESSADAS
Após o processamento de todos os dados inseridos e captados pelos
computadores da aeronave, elas são apresentadas aos pilotos da seguinte maneira:
EIS – Eletronic Instrument System: é o sistema responsável por
controlar e monitorar o voo sendo subdividido em EFIS e ECAM.
EFIS – Eletronic Flight Instrument System: estas telas apresentam as
informações relativas a parâmetros de voo.
É subdividido em:
- Dois PFDs –Primary Flight Displays: fornecendo as informações de
voo (velocidade, altitude, ADI).
- Dois NDs – Navigation Data: fornecem as informações relativasà
navegação (rota, rumo, plano de voo).
ECAM – Eletronic Centralized Aircraft Monitoring System: estas telas
apresentam informações relativas aos diversos sistemas da aeronave, bem como
avisos importantes de situações detectadas pelo computador como, por exemplo,
windshear. As informações apresentadas são aquelas consideradas importantes para
tal fase do voo.
É subdividido em:
- E/WD – Engine and Warning Display: fornecendo avisos e informações
referentes aos motores da aeronave.
- SD – System Display: fornecendo as informações referentes a outros
sistemas do avião.
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2.6.
OUTROS
EQUIPAMENTOS
DE
FORNECIMENTO
DE
INFORMAÇÕES
2.6.1. HUDs – HEADS UP DISPLAY
O Heads-Up Display surgiu na aviação militar entre a primeira e a segunda
guerra mundial, quando naqueles aviões foram colocados alças e pontos fixos no ponto
de visada dos pilotos a fim de auxiliá-los a mirar os inimigos em combates aéreos, os
chamados dogfights. Na década de 50, os aviões passaram a contar com radares os
quais forneciam informações que permitiam o piloto avaliar a distância e a velocidade
do alvo.
Posteriormente, nos anos 70, com o auxilio dos primeiros sistemas
computacionais já era possível a automação para cálculos de miras, sem a necessidade
de ajustes adicionais, permitindo o piloto a concentrar-se exclusivamente no combate.
Uma década mais tarde, o advento dos microchips evoluiu ainda mais
permitindo que o sistema se comunicasse através de dados de GPS, AWACS, etc.
Hoje em dia, o Heads-up Display é um dispositivo alocado próximo ao
pára-brisa da aeronave que fornece diversas informações importantes a manutenção do
voo, sem a necessidade do piloto tirar os olhos do ambiente externo do voo. Baseado
na tecnologia da informação, é um sistema que, através de um processador, obtêm
dados de radares, rádios, aviônicos e sistema de armas, organiza as informações e
fornece aos pilotos através de uma projeção emum anteparo semi transparente fixado
na linha de visada do piloto.
Os HUDs podem ser configurados de acordo com a necessidade da fase
do voo, passando informações pertinentes aquele momento, e também outros ajustes
tais como variação de luminosidade, cor entre outros.
Muito mais utilizado na aviação militar, existem também os Helmet
Mounted Displays ou Dead Mounted Displays (HMDs) o qual possui a projeção das
informações de voo em uma viseira acoplada ao capacete do piloto.
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A aviação comercial de hoje em dia também utiliza esse equipamento e
pode-se dizer que possui grande importância, principalmente em fases de aproximação
final, onde a necessidade de atenção do piloto quanto à visualização da pista, tráfego
ou até possíveis obstáculos e, ao mesmo tempo, a constante observação dos
instrumentos é fundamental para um voo bem sucedido.
Imagens de um Heads-up Display numa aproximação final e no cockpit de um Airbus:
2.6.2. ENHANCED VISION SYSTEM (EVS)
O EVS (Enhanced Vision System) ou Sistema de Visão Melhorada é um
sistema ainda mais aprimorado, o qual permite o piloto visualizar o ambiente externo
mesmo em condições de baixa visibilidade por condições meteorológicas ou noturnas.
Através da combinação entre uma câmera infravermelha e um HUD, o
aeronavegante possui ao seu dispor um instrumento que lhe passa além das
informações necessárias para pilotagem (HUD), as imagens externas (EVS) que a olho
nu não seriam capazes de enxergar, proporcionando um nível de consciência
situacional extremamente elevado e, consequentemente, maior segurança ao voo.
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Comparativo das imagens com e sem EVS
2.6.3. SYNTHETIC VISION SYSTEM (SVS)
Por fim, ainda o não tão difundido SVS (Synthetic Vision System) ou
Sistema de Visão Sintética, equipamento que fornece além das informações até aqui
apresentadas (HUD e EVS) também apresenta as características do relevo, obstáculos
que não são percebidos por câmeras com infravermelho.
Por meio de computadores de alta tecnologia são processados dados
oriundos de GPS, de uma base de dados geográficos do terreno, entre outros,
possibilitando a projeção na tela do ambiente externo da melhor maneira possível,
permitindo o máximo de consciência situacional em casos onde há qualquer tipo de
restrição a visibilidade.
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Imagens de alguns SVS:
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CAPÍTULO 3 – O HOMEM VS A MÁQUINA
É impossível não perceber a transformação tecnológica que vem
ocorrendo na aviação mundial. Um avanço que, dentre os seus objetivos, visa à
constante melhoria na segurança de voo. Como mostrado no capitulo anterior,
atualmente existe uma série de equipamentos cada vez mais sofisticados e
automatizados a disposição das tripulações. Tal evolução reflete em uma maneira
distinta de atuação por parte dos pilotos, deixando de desempenhar aquele papel
operacional, no sentido de pilotar o avião manualmente, “no braço”, e passando a
agirem como gerentes de voo, programando e monitorando o funcionamento dos
sistemas automatizados, os quais são os novos responsáveis pelo “controle” do voo.
Mas será que isso realmente vem tornando os voos mais seguros? Há
margem para existência de novos problemas com esse elevado grau de automatismo
na aeronáutica de hoje em dia? Este capítulo pretende explanar sobre a relação piloto,
como ser humano, versus a máquina ou os sistemas automatizados da aviação
moderna. Há quem diga que o elevado grau de automação nos aviões faz com que as
tripulações operem cada vez menos tempo sem o auxilio daqueles mecanismos
automatizados, como um autopilot, por exemplo, de modo que os pilotos venham
perdendo os seus instintos de pilotagem.
Afirmam ainda que estes pilotos estão se tornando mais complacentes e
dependentes de tais equipamentos e que há uma série de acidentes que indicam como
causa, a falta de proficiência dos pilotos na ausência de sistemas automatizados, ou a
má utilização e/ou interpretação dos mesmos.
Na reportagem “Aviação: tecnologia prejudica pilotos, acidentes sucedemse.”, há um trecho que diz o seguinte:
“O estudo realizado pela FAA analisa 46 acidentes, 734 relatórios de
pilotos e outros elementos da tripulação bem como informações de 9000
voos, recolhidas por peritos de segurança que observaram os pilotos em
ação no cockpit. Conclusão: em mais de 60% dos acidentes, os pilotos
tinham dificuldade em voar em modo manual, ou cometiam erros nos
sistemas automáticos.[...]Mas há mais. Com muita frequência os pilotos
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não se apercebiam que o piloto automático estava desligado. Verificouse também que alguns pilotos não conseguiam tomar as medidas
apropriadas para recuperar uma aeronave que está a perder altitude ou
a monitorizar e a manter a velocidade do aparelho.”
Em resumo, há a afirmativa de que a evolução tecnológica observada vem
prejudicando a proficiência e capacidade dos pilotos em operarem essas modernas
aeronaves, quando não é possível contar com os mais diversos recursos tecnológicos
existentes na aeronáutica de hoje em dia.
O piloto é limitado e falível como qualquer ser humano. O distinto
ambiente em que se enquadra hoje, cheio de novidades tecnológicas, torna necessária
uma rápida adaptação e atualização aos novos conceitos. Porém o piloto como homem,
ser humano, ainda não está e nem nunca estará imune a erros. Existem diversos
fatores que podem contribuir para a ocorrência de um erro, ou falha, como por exemplo,
a fadiga, a falta de atenção, o despreparo técnico e teórico, a não execução do
procedimento operacional padrão, entre diversos outros.
Com esse intuito, a nova tecnologia vem também para colaborar na
mitigação
dos
erros
quando
se
pensa
que
a
sobrecarga
dos
pilotos
é
consideravelmente diminuída, permitindo que estes dediquem seu tempo a outras
atividades tão importantes quanto, para o gerenciamento de um voo. Por outro lado,
isto não quer dizer que os sistemas automatizados sejam perfeitos e que toda a culpa
caia sobre o piloto. Estes podem apresentar falhas sim ou até mesmo quando o homem
programa algo indevido, resultando no indesejável, pode-se dizer que é uma falha do
sistema, visto que o mesmo não reconhece o erro humano. Há registros do manuseio
inadequado de alguns equipamentos que levaram a consequências catastróficas.
A exemplo disso tem-se o caso do acidente do Boeing 757, da American
Airlines, que caiu nas proximidades do aeródromo de Cali, em dezembro de 1995. Um
dos pilotos colocou os dados de um ponto que já havia sido sobrevoado no MCDU e o
avião, ao efetuar a curva para voltar aquele ponto, chocou-se com uma montanha.
No artigo de Roger Consul chamado: Automação e Fatores humanos num
sistema tecnológico complexo de operações aéreas – “Airbus Golden Rules”, ele
apresenta duas fundamentações teóricas. Uma é a High Reability Theory, a qual
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defende que a aderência a procedimentos operacionais (SOP – Standard Operational
Procedures) bem elaborados garantem a segurança, e que se houver um acidente, este
será decorrente do erro humano.
A outra, mais recente, é a Normal Accident Theory, que assume limitações
humanas na cognição, onde erros são tratados como um problema no sistema como
um todo (homem e máquina). Em outro momento o autor escreve:
“... a automação pode gerar problemas no aprendizado de um novo piloto,
ainda mais se este for proveniente de outra aeronave com menor
automação. E, por mais que seja treinado, nem sempre se garante uma
familiarização adequada com o equipamento operado, causando,
inclusive, insegurança durante situações anormais de voo.”
Isto significa que o piloto deve estar ciente da importância de sua total
dedicação à capacitação e ao treinamento inicial dos sistemas automatizados, a fim de
absorver ao máximo a complexidade das funcionalidades a sua disposição. Porém,
segundo o Consul, nunca será possível reter 100% da informação, de modo que possa
ocorrer o erro. Entretanto, o tempo e a experiência serão fatores favoráveis ao seu
aperfeiçoamento.
A função do comandante, portanto, vem mudando nos últimos anos devido
o automatismo cada vez mais disseminado na aviação e essa é uma tendência que
será mais acentuada nos próximos anos. Os modernos sistemas de aviação podem
tornar o vôo mais seguro, porém se mal utilizados podem ser fatais. Os sistemas atuais
são de maior complexidade em relação as lógicas aplicadas, panes não previstas
podem acontecer sem que haja uma maneira de solucioná-las.
Aos presentes comandantes caberá efetuar esta transição de maneira
paulatina, fundamentando-se nos erros do passado, capacitando-se e atualizando-se
com o progresso que o cerca a fim de manter o mais alto nível possível de qualidade na
sua competência para pilotar, e vislumbrando as possibilidades do futuro.
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CAPÍTULO 4. ACIDENTES AÉREOS E AUTOMAÇÃO EM VOO
A automação faz parte da natureza humana, a necessidade de se criar
instrumentos que facilitem a rotina e minimize o percentual de erro nos acompanha
desde o início da nossa existência. Desde as primeiras ferramentas de caça as
enormes linhas de produção, o homem busca conciliar celeridade, precisão, baixo custo
e facilidade em praticamente tudo que faz. Na aviação não poderia ser diferente.
O transporte internacional passou a ser utilizado em larga escala depois
da II Guerra Mundial, por aviões cada vez maiores e mais velozes. A introdução dos
motores a jato, usados pela primeira vez em aviões comerciais (Comet), em 1952, pela
BOAC (empresa de aviação comercial inglesa), deu maior impulso à aviação como
meio de transporte. No final da década de 1950, começaram a ser usados os Caravelle,
a jato, de fabricação francesa (Marcel Daussaud/Sud Aviation). Nos Estados Unidos,
entravam em serviço em 1960 os jatos Boeing 720 e 707 e dois anos depois o Douglas
DC-8 e o Convair 880. Em seguida apareceram os aviões turbo-hélices, mais
econômicos e de grande potência. Soviéticos, ingleses, franceses e norte-americanos
passaram a estudar a construção de aviões comerciais cada vez maiores, para
centenas de passageiros e a dos chamados "supersônicos", a velocidades duas ou três
vezes maiores que a do som. Nesse item dos supersônicos, as estrelas internacionais
foram o Concorde (franco-britânico) e o Tupolev (russo), que transportavam 144
passageiros e voaram até os anos 90, mas devido aos elevados custos de manutenção,
passagens e combustíveis acabaram por ter as suas produções suspensas.
Com uma evolução tão rápida e a aviação civil se tornando cada vez mais
acessível ao público, o número de aeronaves no ar aumentava exponencialmente ao
longo das décadas. Junto com essa explosão comercial, a necessidade de manter a
segurança aliada ao conforto e velocidade precisava caminhar juntas.
Surgiram
então
os
primeiros
sistemas
de
automatização
aérea.
Antigamente os vôos eram coordenados por estimativa, ou seja, os pilotos se
comunicavam com as torres dos aeroportos e com o Controle de Tráfego Aéreo, porém
ao saírem do alcance visual, os controladores passavam a deduzir a localização da
aeronave com base nas informações dadas pelos pilotos.
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No dia 30 de junho de 1956 esse método de controle de tráfego aéreo iria
mudar definitivamente.
No aeroporto internacional de Los Angeles, o Super Constellation “Star of
the Seine” da Trans World Airlines – TWA, matrícula N6902C, vôo 2, decola às
09h01min, rumo a Kansas City, com 64 passageiros a bordo e seis tripulantes.
Autorizado a decolar e subir para 19.000 pés e assim o fez.
Super Constellation “Star of the Seine”da Trans World Airlines – TWA, matrícula N6902C
Três minutos após a decolagem do TWA, às 09h04min, o Douglas DC-7
Mainliner “Mainliner Vancouver”, matrícula N6324C da United Airlines, vôo 718, decola
com 53 passageiros e cinco tripulantes, com destino a Chicago. Autorizado a subir para
21.000 pés, também procedeu como o autorizado.
Douglas DC-7 Mainliner “Mainliner Vancouver”, matrícula N6324C
29
A viagem de ambos transcorria sem nenhuma surpresa. Os planos de vôo
de ambas aeronaves não previam que se cruzassem em mesma altitude em nenhum
momento de seus longos vôos.
Durante o vôo, nuvens carregadas, com trovões e chuvas formavam-se
sobre o Grand Canyon. O piloto Jack Gandy, da TWA, solicita ao controle autorização
para sair de 19.000 pés e subir para 21.000 pés. O pedido foi negado pelo fato do vôo
718 da United Airlines - UAL estar voando a esta altitude e próximo TWA.
Novamente o TWA chama o controle e faz uma nova solicitação, desde
vez pede para voar 1.000 pés acima das nuvens, pois assim poderia ver e ser visto. O
Controle então autoriza o TWA a subir, lembrando-o da presença do UAL no mesmo
nível.
Voando sob IFR ambas aeronaves fazem uma breve órbita sobre o Grand
Canyon, para o deleite dos passageiros que se maravilhavam com a bela vista.
Em meios às nuvens, as duas aeronaves se chocam a 21.000 pés de
altitude, matando todas as 128 pessoas a bordo.
Ilustração publicada na Life Magazine em 29 de abril de 1957 demonstrando o momento do impacto.
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Plano de vôo e local da queda de ambas as aeronaves.
Este acidente fez com que diversas medidas fossem adotadas para que
esse tipo de colisão não mais ocorresse.
O espaço aéreo americano, paulatinamente, passou a receber radares
para que todos os vôos fossem monitorados, do início ao fim.
A Civil Aeronautics Administration – CAA, responsável pela Aviação Civil
americana foi extinta em 1958 e foi então criada a Federal Aviation Administration –
FAA, existente até hoje.
Com o passar dos anos e dos acidentes aéreos, os dispositivos
aeronáuticos destinados a automatizar e minimizar os erros dos pilotos foram
predominando os cockpits das aeronaves no mundo todo.
Um Boeing 747-400, na década de 70 já tinha a capacidade de pousar
sozinho. Mas até onde essa automatização é realmente segura?
31
4.1. AIRBUS A 320, VÔO JJ 3054
No dia 17 de julho de 2007, o Airbus A320-233, prefixo PR-MBK, operado
pela TAM Linhas Aéreas, fazendo o vôo JJ 3054, oriundo de Porto Alegre segue para
sua aproximação final na pista 35L do Aeroporto de Congonhas em São Paulo-SP.
Sabendo que o reversor de empuxo da turbina direita estava inoperante, o
Comandante Henrique Stephanini Di Sacco, estava preocupado com as condições
meteorológicas sobre a pista 35L.
Chovia muito no momento do pouso, mas a aproximação final transcorria
perfeitamente.
A aeronave tocou a pista no horário previsto e correu pela pista, porém os
freios aerodinâmicos não funcionaram e os freios mecânicos não foram suficientes para
deter o Airbus A320 que subitamente guina para a direita e colide com o prédio da TAM
Express do outro lado da Avenida Washington Luís.
No vôo JJ 3054 estavam 180 passageiros e sete tripulantes. Todos
morreram, incluindo 12 pessoas em solo.
Mas que motivos levaram uma aeronave tão avançada tecnologicamente
a não parar em uma pista molhada? Por que o Airbus não parou nos 1.332 metros do
qual foi projetado? Por que uma pista de 1.880 metros não foi suficiente?
Para muitos a automação assombra esta fatalidade aeronáutica.
Vamos rever, detalhadamente, os instantes que antecederam o toque da
aeronave com a pista 35L.
Iniciaremos a análise às 18h48min23seg do dia 17 de julho de 2007.
Neste momento o vôo JJ-3054 toca a pista do aeroporto de Congonhas.
Menos de um segundo depois, o co-piloto alerta “reversor número um
apenas”.
Em seguida o co-piloto complementa, “nada de spoilers” (freios
aerodinâmicos). Após ter dito isso ao comandante, a sucessão de tentativas de se parar
o Airbus está explícita no CVR – Cockpit Voice Recorder.
32
18:48:33.3
Piloto: Olha isso.
18:48:34.4
Co-piloto: Desacelerar. Desacelerar.
18:48:35.9
Piloto: Não dá, não dá.
18:48:40.0
Piloto: Oh, meu Deus. Oh, meu Deus.
18:48:42.7
Co-piloto: Vai, vai, vai, vira, vira, vira, vira.
18:48:44.6
Co-piloto: Vira, vira para... não, vira, vira.
18:48:45.5
Cabine: (som de forte compressão)
18:48:49.7
Voz não identificada na cabine: Oh, não (voz masculina)
18:48:50.0
Cabine: (pausa nos sons de compressão)
18:48:50.6
Voz não identificada na cabine: (som de grito, voz feminina)
18:48:50.8
Cabine: (som de compressão violenta)
18:48:51.4
Então a gravação se encerra.
Lendo a transcrição tem-se a idéia de que a aeronave simplesmente não
freava, e fato não frearia como veremos a seguir.
No dia da tragédia, a mesma tripulação com a mesma aeronave,
pousaram 2h30min antes no Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre – RS sem
problema algum, mesmo estando apenas com o reversor do lado esquerdo
funcionando.
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Para este pouso, a tripulação adotou o procedimento correto de pouso,
puxando os dois manetes de potência para a posição IDLE, e em seguida para a
posição REV, posição que acionaria os reversos, mesmo um estando inoperante.
Manetes de potência do A-320
Ao se checar os procedimentos para o pouso no Aeroporto de Congonhas,
descobriu-se que o Comandante puxou apenas o manete de potência esquerdo para
IDLE e em seguida para REV, deixando o manete de potência direito em posição de
aceleração.
Por este motivo, os computadores do Airbus entenderam que o
procedimento que estava sendo realizado não era um pouso e por conseqüência os
freios aerodinâmicos não foram acionados.
Naquelas condições, o Airbus precisaria de, no mínimo, 1.000 metros a
mais para parar completamente.
A automação neste acidente, além da culpa da tripulação, teve um papel
fundamental para este resultado. Um erro, de não ter sido colocado o manete direito na
posição correta, desencadeou uma resposta da aeronave que por achar não se tratar
de um pouso não acionou os mecanismos de auxílio a frenagem, impossibilitando a
frenagem total em tempo hábil.
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Nenhum aviso sonoro ou visual foi dado pela aeronave aos seus pilotos
em relação a esta incongruência.
Possivelmente, se não existisse sistemas automáticos nesta aeronave,
talvez, os freios aerodinâmicos teriam sido acionados manualmente pelos pilotos que
provavelmente conseguiriam levar a imobilidade o Airbus.
Airbus A320-233, prefixo PR-MBK dias antes de se acidentar.
A320-233, prefixo PR-MBK logo após a queda.
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4.2. WEST CARIBBEAN AIRWAYS voo 708
Aos 16 dias de agosto de 2005, pouco antes das 06h00min UTC,
01h00min no Panamá, um McDonnell Douglas MD-82, prefixo HK-4374X da West
Caribbean Airways está no Tocumen International Airport sendo preparado para realizar
o vôo 708 com destino a Martinica.
Nele embarcaram 152 passageiros e oito tripulantes. E às 06h00min UTC
decolou em segurança e seguiu com os procedimentos internos e de acordo com o
plano de vôo aprovado subindo para 33.000 pés durante o vôo que estava previsto para
durar três horas.
O vôo estava lotado, com excesso de peso, o que veio a se confirmar
durante as investigações futuras que a West Caribbean não tinha um controle muito
preciso do peso das bagagens dos passageiros.
A medida que sobrem e a temperatura externa diminui, o comandante
ordena que o sistema anti-ice seja acionado. Já se passaram 30 minutos desde a
decolagem e agora estavam a pouco mais de 31.000 pés.
A frente do MD-82 estava uma tempestade severa, com furacões de
pequena a média intensidade.
A tripulação solicita ao controle autorização para realizar uma curva a
esquerda, com a finalidade de se afastar das formações mais perigosas e após esse
desvio, voltam a subir para atingirem o nível 330, 33.000 pés.
Durante a pequena subida de 2.000 pés, o Comandante ordena o
desligamento do sistema de degelo, o anti-ice, e ao nivelar no nível 330 o liga
novamente.
Após o nivelamento no nível do vôo previsto, a tempestade está muito
intensa e perigosa, e a tripulação solicita autorização para descer novamente ao nível
310 ou seja, 31.000 pés. Para esta descida, o Comandante desliga o piloto automático
e procede manualmente.
Logo após o desligamento do piloto automático, os manches passaram a
vibrar, stick shakers, avisando aos pilotos que o MD-82 estava voando perigosamente
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lento, muito próximo de sua velocidade de estol, que é a perda de sustentação da
aeronave.
O comandante então aplica potência máxima e puxa o manche contra si,
mantendo o nariz da aeronave ainda mais elevado, enquanto o co-piloto o adverte
dizendo, “é um estol, é um estol”.
Mesmo em potência máxima os dois motores continuam a perder potência
drásticamente e o MD-82 continua em um ângulo de ataque excessivo caindo
rapidamente, em apenas 30 segundos caíram 9.000 pés.
O 06h51min UTC o comandante ordena ao co-piloto que avise o Controle
que possuem uma pane nos dois motores.
A aeronave despenca dos céus, “embarrigado” até sumir das telas do
radar às 07h00min UTC em espaço aéreo venezuelano.
McDonnell Douglas MD-82, prefixo HK-4374X antes da queda.
O que levou uma aeronave amplamente utilizada no mundo a cair de
forma tão inesperada? Uma confluência de fatores levaram a esta situação.
Ao decolar, o MD-82 estava sobrecarregado, o que não permitia que ele
voasse perfeitamente no nível 330. O comandante sem precisamente o peso da
aeronave, calculou a subida para o 330. Enquanto para o peso total da aeronave
naquela ocasião, não deveria passar dos 31.000 pés. Por esta razão o vôo não teve
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problemas até o nível 310. Quanto mais alto, menos denso o ar é, e por esta razão o
nível 310 era o máximo que deveria ser atingido pelo MD naquela madrugada.
No nível 330, em meio a turbulências e tempestades, religaram o anti-ice,
que consumiu uma potência milagrosa do MD naquela altitude, peso e condições
climáticas, fazendo com que a aeronave perdesse potência e quanto mais potência
perdia, mais o piloto automático aumentava o pitch, ou seja, o ângulo de ataque para
gerar mais sustentação.
E quanto maior o ângulo de ataque, mais potência era perdida e mais
fracos os motores ficavam pois o fluxo de ar diminui a medida que o nariz sobe para
manter a sustentação.
Quanto uma aeronave está em vôo reto e nivelado, o fluxo de ar que
entrar em seus motores é contínuo e uniforme, conforme demonstra a figura abaixo:
À medida que o ângulo de ataque foi se elevando, o fluxo de ar foi
deixando de ser contínuo e uniforme, fazendo com que sua eficiência fosse reduzida.
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Em decorrência da falta de potência, o comandante manteve sua atenção
totalmente focada aos motores, não tendo condições de checar demais condições da
aeronave.
Quando a tripulação resolveu voltar ao nível 310 e para isso desligou o
piloto automático, o ângulo de ataque era tão elevado que praticamente no mesmo
instante a aeronave entrou em estol.
Apesar dos apelos do co-piloto ao comandante, informando-lhe que se
tratava de um estol, nada foi feito em relação a isso. Pelo contrário, do início do estol
até o momento do impacto, o manche estava sendo puxado, atitude totalmente errada e
incongruente para a situação.
Quando uma aeronave estola dessa forma, o correto é dar potência e
levar o manche para a frente, com a finalidade de baixar o nariz, ganhar velocidade e
gerar sustentação novamente.
Os motivos que levaram o comandante a fazer o inverso, ninguém jamais
saberá, porém isso custou a vida de 160 pessoas, constituindo-se como o pior acidente
aeronáutico da Venezuela.
McDonnell Douglas MD-82, prefixo HK-4374X após a queda.
39
4.3. QANTAS vôo QF72 e AIR FRANCE vôo 442
7 de outubro de 2008, o Airbus A330-300, prefixo VH-QPA, da companhia
australiana Qantas decola, às 09h32min (hora local) do aeroporto de Cingapura com
destino a cidade, também australiana, Perth, com 315 pessoas a bordo, incluindo os
tripulantes.
O voo QF72 iniciara sua subida sem nenhum indício que aquele seria um
dia diferente para todos a bordo.
Após cruzar 37.000 pés, o piloto automático é desligado. Esse
desligamento é acompanhado de uma série de alarmes e avisos de falha de sistema do
Airbus. Já se passaram 03h10min da decolagem.
Às 12h42min, o Airbus subitamente despenca sem controle, sem aviso,
atingindo um ângulo de 8.4° de pitch down, perdendo 650 pés de altura.
A tripulação então consegue estabilizar a aeronave e levá-la novamente a
37.000 pés, porém às 12h47min o Airbus novamente inicia por conta própria uma nova
descida, em um ângulo de pitch down de 3.5°, perdendo dessa vez 400 pés nessa
descida.
Quatro minutos após a segunda descida, os pilotos emitem o PAN PAN
PAN, e requisitam pousar em Learmonth, porém, após os pilotos receberem
informações dos comissários sobre a situação médica de diversos passageiros, emitem
o pedido de MAYDAY e pousam no aeroporto recém solicitado às 13h50min.
Em decorrência destes dois mergulhos, 119 passageiros/tripulantes
ficaram feridos, sendo que doze em estado de saúde grave. Ninguém foi a óbito por
decorrência dos fatos.
A investigação conduzida pelo Australian Transport Safety Bureau (ATSB),
concluiu que uma pane na ADIRS – Air Data and Inertial Reference System, que
fornece os dados de velocidade, altitude, grau de ângulo de ataque, posicionamento e
comportamento do avião foi o que levou o Airbus a agir por conta própria.
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No dia 1° de junho de 2009 o Airbus A330-203, da companhia Air France,
prefixo F-GZCP, decolara do aeroporto internacional do Rio de Janeiro-RJ às
19h29min, hora local, com destino a Paris, transportando 228 pessoas a bordo.
O voo AF-447 iniciara sem problemas, a tripulação mantinha contato via
rádio como o esperado e mantinham o FL350.
Pouco antes das duas horas da manhã, precisamente às 23h48min o AF447 deixa a área de cobertura do CINDACTA III e continua o seu trajeto. Alguns
quilômetros a frente, diversas formações meteorológicas severas se formam. Para
cumprir seu plano de voo o 447 passará por uma zona inter-tropical de convergência,
local comum de formação de nuvens cumulonimbus.
O avião voava a FL350 e Mach 0,82 e a atitude pitch era de cerca de 2,5
graus. Piloto automático 2 e auto-thrust estavam acionados.
Às 02h06min, o co-piloto chamou o chefe de cabine, dizendo-lhe que
"emdois minutos devemos entrar em uma área aonde ele vai se mover um pouco mais
do que no momento, você deve tomar cuidado" e acrescentou "eu vou chamá-lo de
volta logo que estamos fora dela".
Às 02h08min, o Comandante disse "talvez você pode ir um pouco para a
esquerda [...]".
O avião começou uma pequena mudança para a esquerda, a alteração
em relação ao percurso inicial era deaproximadamente 12 graus. O nível de turbulência
aumentou ligeiramente ea tripulação decidiu reduzir a velocidade para cerca de 0,8
Mach.
Às 02h10min, o piloto automático, em seguida o auto-thrustsão desligados
com os dizeres do co-piloto "eu tenho os controles".
O avião começou a rolar para a direita e durante esta curva, o nariz do
Airbus estava para cima e à esquerda, apesar de ser uma curva para a direita.
Os parâmetros registrados mostram uma queda acentuada de cerca de
275 kt da velocidade mostrada primary flight display(PFD).
41
Após breves segundos o comandante confirma os dados errôneos de
velocidade dizendo "sim, nós perdemos as velocidades" e depois comunica "alternate
law [...]".
A atitude de pitchdo avião aumentara progressivamente para além de 10
graus o AF-447 iniciara uma subida.. O co-piloto então coloca o Airbus novamente em
atitude de descida e a velocidade vertical caiu de 7.000 pés por minuto para 700 pés
por minuto.
A velocidade indicada no lado esquerdo aumentou acentuadamente a 215
kt (Mach 0,68). O avião foi, então, a uma altitude de cerca de 37.500 pés eo ângulo de
ataque registrado foi de cerca de 4 graus.
Neste momento o alarme de estol soa. Os manetes foram posicionados no
TO/GA e o piloto em comando manteve nariz para cima. O ângulo de ataque registrado,
de cerca de 6 graus no momento que soou o alarme de estol e continuou a aumentar.
O Airbus continuara a subir, até chegar no seu teto máximo naquela
situação de 38.000 pés. Neste momento o ângulo de ataque era de 16 graus.
Por volta das 02h11min, o capitão re-entrou no cockpit. Durante os
segundos seguintes, todas as velocidades mostradas eram inválidas e o aviso de estol
havia parado.
A altitude aparentemente tinha sido normalizada, pois o 447 retornara para
35.000 pés, porém o ângulo de ataque excedeu 40 graus ea velocidade vertical era de
cerca -10.000 pés/min.
Era o início de uma queda assombrosa em meio ao Oceano Atlântico. Às
02h12min, o piloto em comando disse "eu não tenho mais nenhuma indicação", eo
Comandante confirma "não temos indicações válidas".
Naquele momento, as manetes de potência estavam em IDLE e N1 dos
motores eram menos 55%. Cerca de quinze segundos depois, o piloto em comando
picou a aeronave fazendo o ângulo de ataque diminuir e as velocidades tornaram-se
novamente válidos, porém o alarme de estol soou novamente.
No momento do impacto com o mar, o AF 447 tinha um ângulo de ataque
de 35°, velocidade vertical de -10.912 pés por minuto, ground speed de 107 kt, rumo
magnético de 270° e uma leve rolagem para esquerda de 5,3°
42
Após várias tentativas de se encontrar o AF447, somente no dia 03 de
abril de 2011, um navio de pesquisa usando submersíveis não tripulados localizou
pedaços de destroços, incluindo um motor, trem de pouso e fuselagem e partes da asa
no chão do oceano.
Mas o que o Airbus da Qantas e o da Air France tem em comum? Para
muitos estudiosos e críticos tudo pode ter começado no mesmo local, a ADIRS – Air
Data and Inertial Reference System.
Nas duas situações o Airbus emitiu mensagens de alertas e avisos para o
operacional das empresas proprietárias.
Sem as referências de velocidade, altitude, grau de ângulo de ataque e
posicionamento, ambas tripulações não tinham condições de, através dos seus
instrumentos, determinar o que realmente ocorria com seus respectivos aviões.
No caso da Qantas, por ter ocorrido a pane durante o dia, os pilotos
tinham referencias visuais para se basearem se subiam ou desciam, se rolavam para
esquerda ou direita. No Air France isso ocorreu em plena noite, com tempestade, sem a
menor possibilidade de orientação espacial visual.
No laudo oficial sobre o acidente, o Bureau d'Enquêtes et d'Analyses
(BEA) apenas cita a ADIRS, mais precisamente a ADIRU - Air Data and Inertial
Reference Unit, mas não indica que esta unidade tenha apresentado problemas que
efetivamente podem ter contribuído para o acidente.
Airbus A330-203, da companhia Air France, prefixo F-GZCP antes da queda
43
Um dos motores do F-GZCP no fundo do oceano atlântico
Trem de pouso do F-GZCP também no fundo do Atlântico
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A automação, em todos os setores, veio para ficar. Inegável os benefícios
que a automação traz a todos os setores comerciais, seja de um simples minimercado
até uma aeronave com mais de 400 passageiros a bordo.
Nos sistemas automáticos encontramos a celeridade, precisão, ausência
de fadiga e exclusão do erro. É o que se espera desses sistemas.
A História nos mostra que a automação salvou e ceifou vidas, assim como
a interferência humana.
Excluir a automação de nossas vidas seria, sem dúvida, um retrocesso.
Porém permitir que a automação decida por nós, também é um retrocesso. A criatura
jamais deverá se voltar contra seu criador.
A partir do momento que não permitimos que as nossas decisões sejam
as válidas, sejam as colocadas em prática, a segurança do voo está comprometida.
O piloto e seu co-piloto, por serem seres humanos, possuem a capacidade
de avaliar, improvisar, refazer e se necessário for, colocar em risco o voo com a
finalidade de preservar algo maior.
No voo 375 da VASP, o comandante, com seu Boeing 737-300 realizou
um tonneau e um parafuso, manobras acrobáticas e tecnicamente impossível de serem
realizadas por um Boeing. O Comandante fez essas manobras para derrubar o
sequestrador que mirava uma arma em sua nuca e poucos instantes antes assassinara
o co-piloto. As manobras lograram êxito, e o comandante conseguiu pousar
rapidamente garantindo a integridade dos 98 passageiros.
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A automação extrema, como as encontradas nos Airbus, jamais
permitiriam essa manobra. Os computadores não tem a capacidade de avaliar, apenas
fazem aquilo que são programados para fazer.
No Airbus, quando a aeronave se encontra sem problemas e todos os
sistemas aparentemente funcionando, é impossível para o piloto realizar o
desacoplamento total da aeronave, ou seja, assumir por completo o controle, chamado
de Direct Law.
O direct Law só é permitido e passa a funcionar automaticamente quando
os sistemas de controle automatizados do Airbus entram em pane. No caso do Qantas
e da Air France os computadores “achavam” que estavam funcionando corretamente e
por isso não permitiram aos pilotos assumirem completamente o controle.
Talvez o modo mais seguro e avançado existente, seja o que está
presente no Boeing 777 Dreamliner, pois apesar de ser completamente automatizado,
assim como os Airbus, permite o desacoplamento total, tanto em situações de
emergência como através da vontade do piloto por um simples acionamento ou
desligamento manual.
Enfim, não é mais aceitável que pessoas com suas vidas cheias de
sonhos, objetivos, alegrias e responsabilidades sejam ceifadas por uma máquina que
agiu por vontade própria. Quando isto ocorre através das mãos de um dos nossos
semelhantes, já causa dor e tristeza, mas ser causado por uma máquina concebida por
nós mesmo é inadmissível.
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REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
WEB
SITE
DA
GULFSTREAM.
Disponível
em
<http://pt.gulfstream.com/product_enhancements/evs/> Acesso em 07 de maio de 2012.
HOW STUFF WORKS – COMO TUDO FUNCIONA. Disponível em
<http://viagem.hsw.uol.com.br/piloto-automatico3.htm> Acesso em 2 de maio de 2012.
CONTATO RADAR – SITE SOBRE AVIAÇÃO. Disponível em
http://forum.contatoradar.com.br/index.php/topic/79320-faa-tecnologia-prejudica-pilotos/
> Acesso em 1° de maio de 2012.
AUTOMAÇÃO E FATORES HUMANOS NUM SISTEMA TECNOLÓGICO COMPLEXO
DE OPERAÇÕES AÉREAS “AIRBUS GOLDEN RULES”. Disponível em
http://dc352.4shared.com/doc/an7djvHe/preview.html> Acesso em 10 de maio de 2012.
VOAR É MAIS FÁCIL QUE FAZER VOAR. Disponível em:
http://www.hangardoheinz.com/2011/02/revolucao-digital-na-aviacao-artigo.html>
Acesso em 10 de maio de 2012.
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http://pt.scribd.com/doc/54302208/Tutoria-Sistemas-Airbus> Acesso em 10 de maio de
2012.
Artigo: COGNITIVE AUTOMATION, OPERATIONAL DECISION AND HUMAN ERROR.
Disponível em:
http://mpra.ub.uni-muenchen.de/9828/1/Errar_ainda_e_Humano_.> Acesso em 14 de
maio de 2012.
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS DE VOO. Disponível em:
http://pt.scribd.com/marelvas/d/30747359-Sistema-de-Informacoes-Operacionais-deVoo> Acesso em 15 de maio de 2012.
TAMSAFETY MAGAZINE – as acft evoluíram. E o homem? Disponível em:
http://www.tamflightsafety.com.br/sfs/img/rcd/revista/TAMSafety10.pdf> Acesso em 9 de
maio de 2012.