Determinação de Endoparasitas na Pastagem e
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Determinação de Endoparasitas na Pastagem e
INCT: Informação Genético-Sanitária da Pecuária Brasileira SÉRIE TÉCNICA: GENÉTICA Publicado on-line em “www.animal.unb.br” em 13/12/2010 Determinação de Endoparasitas na Pastagem e nos Animais Concepta McManus1,4, Helder Louvandini2,4, Viviane Verdolin3, Sonia Torres3, Daiana Brito3, Cristiano Barros de Melo3, Luiza Seixas4 1 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS. Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), Piracicaba, SP. 3 4 Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF. CNPq / INCT / Informação Genético Sanitária da Pecuária Brasileira, Universidade de Brasília (UnB) / Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG. 1 Conteúdo Introdução .................................................................................................... 3 Ciclo Evolutivo dos parasitas ........................................................................... 6 Determinação de Endoparasitas na Pastagem .................................................... 8 Avaliação de parasitas gastrintestinais nas fezes...............................................14 Contagens de OPG ........................................................................................15 Exames coproparasitológicos ..........................................................................15 Correlação entre OPG e larvas infectantes de Strongyloidea (OPG descriminado) ................................................................................ 16 Cálculo da carga patogênica ou estimativa do número de nematódeos parasitas de ruminantes .................................................................. 17 Patogenicidade estimada.................................................................. 18 Referencias Bibliográficas ................................................................. 18 2 Introdução • Principais parasitos gastrintestinais ovinos e bovinos pertencem à superfamília Trichostrongylidae e podem ser denominados como tricostrongilídeos. o Haemonchus spp. o Trichostrongylus spp. 3 o Cooperia spp. o Ostertagia (Teladorsagia) spp. 4 o Nematodirus spp. o Oesophagostomum 5 o Strongyloides o São responsáveis por prejuízos econômicos na ovinocultura de diversos países tropicais e temperados (Baker, 1996). o Os diferentes gêneros de tricostrongilídeos podem simultaneamente parasitar um mesmo animal e a prevalência de um ou mais gêneros sobre outros está diretamente relacionada com o clima da região, estação do ano, faixa etária do hospedeiro, sexo, genótipo, status fisiológico, nutrição e com o sistema de criação adotado (McClure, 2000). • As espécies do gênero Haemonchus spp. e Trichostrongylus spp. são as mais comuns. • Nas diversas regiões do país pode haver maior prevalência de diferentes espécies (Araújo et al., 1998). Ciclo Evolutivo dos parasitas • Cada espécie apresenta peculiaridades em relação ao seu ciclo evolutivo; • De forma geral o ciclo ocorre do seguinte modo: o Os parasitas adultos vivem no aparelho digestivo dos animais, onde põem grandes quantidades de ovos que são eliminados para o ambiente com as fezes. 6 o Desses ovos eclodem larvas que após um período de desenvolvimento e transformação, tornam-se infectantes, isto é aptas a parasitarem um novo hospedeiro. o Os ovinos ao pastejarem irão ingerir a vegetação contaminada pelas larvas infectantes, que retomam o desenvolvimento no aparelho digestivo do ruminante, sofrem mudanças e dão origem a fêmeas e machos adultos, os quais darão seqüência ao ciclo evolutivo do parasita (Amarante, 2007). • Duas fases distintas na vida do parasita: o Uma fase de vida que ocorre no hospedeiro e vai desde a ingestão da larva infectante até a formação do parasita adulto, o que leva de 14 a 44 dias pós-infecção, dependendo da espécie. o Uma fase de vida livre que ocorre na pastagem e vai do ovo até larva infectante. Em condições adequadas de umidade e temperatura, as larvas infectantes se formam em sete dias (Oliveira-Sequeira & Amarante, 2001). • Os nematódeos da espécie Strongyloides papillosus, parasitas do intestino delgado, apresentam aspectos biológicos distintos dos demais nematódeos. • Estes helmitos infectam ativamente na pele. • Além disso, são transmitidos da mãe para o recém nascido por via transmamária. • Com isso, os animais com poucos dias de vida já podem apresentar infecções patentes por S. papillosus. • Na maioria das vezes as infecções por esses nematódeos são leves e não requerem tratamento com anti-helmítico. • No caso de Trichuris e Skrjabinema, a forma infectante para o hospedeiro é o ovo larvado ( Amarante, 2007). 7 os hospedeiros ao penetrarem Figura 1. Ciclo de evolutivo de nematóides de ovinos. Figura 1. Ciclo de vida de nematóides de caprinos e ovinos. (Fonte: EMBRAPA Meio-Norte, Sistemas de produção 1). Determinação de Endoparasitas na Pastagem 8 Material usado na coleta do capim O capim pode ser coletado no pré-pastejo e/ou pós- pastejo. • Pode-se colher várias agrupadas em uma: amostras no piquete que serão o utilizando um quadrado de 1,50m2, o cortes ao nível do solo, o feito em quatro ponto de cada piquete aleatoriamente, o em seguida colocado em uma lona onde o capim é misturado para ser retirada uma amostra. o O procedimento deve ser o mesmo para cada piquete. 9 • No Laboratório cada amostra deve colocada dentro de um balde contendo 4 litros de água onde foi adicionado 0,5 ml de detergente neutro (ExtranR MA 02 Neutro – Merck S.A.). • Permanecendo por quatro horas. • Após o tempo determinado a amostra deve ser colocada em outra balde contendo a mesma quantidade de água e detergente neutro permanecendo por mais três horas. • Depois deste processo de lavagem o capim deverá ser retirado da balde para ser colocado em estufa à 60ºC por 72 horas para determinar a matéria seca do capim, o que permitiu calcular o número de L3 por grama de matéria seca (L3/g MS). 10 • O conteúdo do primeiro balde foi misturada a do segundo ficando em repouso por um período de 24 horas. • Após este período retira o sobrenadante com auxilio de um sifão • O conteúdo restante é transferido para uma proveta de um litro onde permane por mais 24 horas. • Após esse período é retirado o sobrenadante . • Conteúdo restante transferido para um cálice cônico, contendo sobre ele uma peneira e dentro da peneira um lenço de papel, 11 (SOFTY’S®, lenços duplos de Melhoramentos Papéis Ltda.). 14,8 x 21,5 cm cada, • Conteúdo colocado de forma que a parte deposita no cálice ficasse em contato com a peneira também contendo parte da amostra, permitindo assim que o transporte das larvas até o fundo do cálice, ficando em repouso por mais 12 horas. • Ao passar o tempo a peneira é retirada. • Sobrenadante sifonado, deixando uma pequena quantidade no fundo do cálice. • Transferida para um tubo cônico graduado com capacidade de 15 ml , e com tampa de rosca, identificado mantido sob refrigeração (4ºC) até o momento de serem analisadas. 12 • • As L3 extraídas do capim são mortas e coradas com lugol. Examinadas microscópio óptico, identificada de acordo com Keith (1953). Necropsia parasitológica • • Após abate, sistema digestório separado: o ligaduras duplas nos diferentes segmentos anatômicos (abomaso, duodeno, jejuno, íleo, ceco, cólon e reto; o conteúdos removidos e as mucosas raspadas. Material obtido o lavado em tamis (0,297mm e tyler 48); o parte sólida retida, fixada em solução de formol 10% a 80oC. • Digestão da mucosa abomasal o metodologia preconizada por WOOD et al. (1995); o órgão imerso em solução de pepsina 1% e ácido clorídrico 3% a 37oC durante cinco horas; 13 o o colheita, contagem e identificação genérica dos parasitos presentes em cada órgão efetuadas em microscópio estereoscópio. diagnóstico específico realizado por meio de microscopia de luz comum (UENO & GONÇALES, 1998). Necropsia parasitológica Avaliação de parasitas gastrintestinais nas fezes Coleta de fezes 14 Coleta de fezes direta no reto do animal. Os procedimentos que envolviam as análises fecais estão de acordo com Ueno e Gonçalves (1994). Contagens de OPG As contagens de OPG podem ser realizadas pela Técnica de Gordon e Whitlock, modificada. • Pesar 2 g (ovinos) ou 4 g (bovinos) de fezes coletadas diretamente do reto do animal; • Acrescentar 58 mL (ovinos) ou 56 mL (bovinos) de solução hipersaturada de NaCl ás fezes em um recipiente e triturá-las com um bastão; • Homogeneizar a suspensão fecal, retirar uma pequena quantidade de amostra e preencher as áreas da câmara McMaster. • Espera-se 1-2 minutos, para realizar a contagem em observação microscópica com ocular de 5x ou 8x e objetiva de 10x, contando os ovos em ambas as áreas. • O total de ovos encontrados deve ser multiplicado por 100 (ovinos) ou 50 (bovinos) para a obtenção do resultado de OPG (Ueno, 1998). Exames coproparasitológicos • Realizada com pool de fezes de todos os animais de mesma espécie do mesmo grupo; • Técnica de Roberts e O’Sullivan (Ueno, 1998); • Misturar, manualmente, 20-30 g de fezes frescas (coletadas diretamente do reto do animal) com fezes eqüinas secas e esterilizadas e um pouco de água, de forma que a mistura formasse uma massa úmida; 15 • • Enchia-se cerca de ¾ da capacidade de um frasco de vidro, de cerca de 150 ml, tampado com uma placa de Petri, deixando uma abertura permitindo a aerização do cultivo; Os cultivos devem ser mantidos a temperatura ambiente e umedecidos sempre que havia ressecamento do mesmo, por 7 dias. Coleta das larvas infectantes: • Frasco preenchido até a borda com água a 37 ºC, tampava-se o frasco com uma placa de Petri que era invertido bruscamente, deixando sua borda para baixo. • Coloca mais 5-10 mL na placa de Petri e um pequeno calço colocado abaixo dela para facilitar a retirada da água que continha as larvas, que ocorria cerca de 3 horas após a inversão. • Após a retirada das larvas com o auxilio de uma pipeta, as larvas devem ser levadas a geladeira por no mínimo 2 a 3 horas antes da realização das leituras. • As larvas contadas até a centésima unidade, resultado dado em porcentagem. Correlação entre OPG e larvas infectantes de Strongyloidea (OPG descriminado) • utilizada para correlacionar a identificação e contagem de larvas cultivadas dos diferentes gêneros da superfamília Strongyloidea com as contagens de OPG de cada um dos gêneros. • usa, como fator de correção, o numero total de ovos inicialmente obtidos no OPG, utilizando-se a seguinte forma: Total de OPG de x Strongyloidea Percentagem de larvas identificadas por gênero = 16 OPG de cada gênero dos ovos de Strongyloidea Cálculo da carga patogênica ou estimativa do número de nematódeos parasitas de ruminantes • Estimar o numero aproximado de helmintos adultos ruminantes, baseado nos resultados de OPG e coprocultura: em 1) Cálculo do número de fêmeas Número fêmeas de OPG x quantidade de fezes/dia = Postura/fêmeas/dia Seguindo a seguinte ovopostura média diária: Tabela 1. Ovopostura média diária de algumas espécies de nematódeos. Espécie Quantidade de ovos/dia Haemonchus 5000 Trichostrongylus 200 Cooperia 200 Strongyloides 3000 Oesophagostomum 3000 • Ovinos eliminam cerca de 5% do seu peso vivo em fezes diariamente; • Bovinos esta quantidade corresponde a 10% do seu peso vivo. 2) Cálculo do número de machos • Em termos patogênicos corresponde a 70% do número de fêmeas 3) Cálculo do número de parasitas total • Soma do número de machos e fêmeas 17 Patogenicidade estimada • Considerando que 1 carga patogênica é equivalente a 500 Haemonchus spp. em ovinos e a 1000 em bovinos, os seguintes valores mostram a patogenicidade estimada dos parasitas. Tabela 2 Patogenicidade estimada entre número de nematódeos adultos nas espécies ovina e bovina. Espécie Ovinos Bovinos Haemonchus 500 1000 Trichostrongylus 4000 8000 Cooperia 4000 8000 Strongyloides 4000 8000 Oesophagostomum 100 200 Referencias Bibliográficas ALVES, F.S.F., COX, M. Aspectos sanitários na ovinocaprinocultura. 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