(entidade– relacionamento) na catalogação
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(entidade– relacionamento) na catalogação
O PROCESSO DE MODELAGEM CONCEITUAL (ENTIDADE– RELACIONAMENTO) NA CATALOGAÇÃO: A CRIAÇÃO DOS REQUISITOS FUNCIONAIS PARA DADOS IMAGÉTICOS DIGITAIS (RFDID) Ana Carolina Simionato1 Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos2 Eixo Temático: Novos rumos da catalogação. Resumo: A quantidade de informação produzida cresce proporcionalmente à necessidade de um tratamento informacional, sendo que as imagens digitais exigem um tratamento diferenciado para a sua representação. A metodologia exploratória e descritiva permitiu verificar que a potencialidade das imagens digitais não está devidamente explorada nas estruturas de descrição que contemplam apenas o conteúdo apresentado no recurso informacional, como vem ocorrendo até o momento. O objetivo é divulgar que a concepção dos atributos e os relacionamentos dos dados podem ser incorporados ao processo de descrição do recurso imagético na construção de formas para representação de informações imagéticas por meio de uma estrutura conceitual tendo como base os fundamentos da Catalogação. Como resultados, apresenta-se o modelo conceitual Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID e os apontamentos de que a persistência dos dados descritivos, a flexibilidade, a consistência e a integridade são requisitos essenciais para a representação da imagem digital. Palavras-chave: Imagem digital. Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID. Requisitos funcionais. Modelagem conceitual. Catalogação. Abstract: The amount of generated information increases proportionally to the need for an informational treatment, and digital images require differential treatment for their representation. The exploratory and descriptive methodology allowed verifying that the potential of the digital images are not activity in the description of structures that contemplate only the content displayed on informational resource, as it has so far. The objective is to promote the concept of attributes and relationships of the data can incorporated into the process of resource description imagery in the construction of forms for representing information imagery through a conceptual framework based on the fundamentals of cataloging. As results, we present the conceptual model Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID and notes that the persistence of descriptive data, flexibility, consistency and integrity are essential requirements for the representation of the digital image. Keywords: Digital image. Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais RFDID. Functional requirements. Conceptual modeling. Cataloging. Resumen: La cuantía de información generada aumenta en proporción a la necesidad de un tratamiento informativo, y las imágenes digitales requieren un tratamiento diferente para su representación. La metodología exploratoria y descriptiva ha demostrado que el potencial de las imágenes digitales no es 1 2 Contato: <[email protected]>. Universidade Estadual de Londrina. Contato: <[email protected]>. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. 1 explotado apropiadamente en la descripción de estructuras que incluyen sólo el contenido que aparece en la fuente de información, como lo ha hecho hasta ahora. El objetivo es promover el concepto de atributos y relaciones de los datos se pueden incorporar en el proceso de descripción de recursos de las imágenes en la construcción de formas de representación de las imágenes la información a través de un marco conceptual basado en los fundamentos de la catalogación. Como resultados, se presenta el modelo conceptual Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais - RFDID y señala que la persistencia de los datos descriptivos, la flexibilidad, la coherencia y la integridad son requisitos esenciales para la representación de la imagen digital. Palabras clave: Imagen digital. Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais - RFDID. Requisitos funcionales. Modelado conceptual. Catalogación. 1 INTRODUÇÃO Ao longo da história da Catalogação, muitos debates e discussões foram realizados para construção de orientações de descrições bibliográficas, resultando em revisões dos esquemas de descrição, como o que está acontecendo com o Resource Description & Access (RDA) e na proposta implementação do modelo conceitual para registros bibliográficos – Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR). Entretanto, a descrição para os recursos imagéticos é pouco explorada e as atualizações dos instrumentos de trabalho da catalogação não contemplam esse tipo de recurso. Em contrapondo, a produção desse tipo de material informacional cresce imensuravelmente, pois os recursos imagéticos podem ser gerados por qualquer pessoa, a qualquer instante e por meio de muitos tipos de aparatos sensíveis e capazes de capturar momentos da vida cotidiana fazendo com que o recurso imagético seja cada vez mais popularizado. Entretanto, o problema não está na explosão da informação imagética, mas sim, no despreparo técnico de muitos bancos, bases e diretórios de imagens para o armazenamento desse tipo de recurso e na ausência de registros descritivos eficientes para o acesso aos dados e a recuperação desse tipo de informações. Além disso, os modelos conceituais, esquemas de codificação, padrões de metadados para imagem digital refletem aspectos tecnológicos e representacionais 2 na determinação padronizada dos metadados para imagem digital, e quanto mais específica e detalhada for à descrição do recurso, mais completas serão as informações apresentadas ao usuário final. Utilizando como metodologia uma observação sistemática qualitativa da bibliografia coletada sobre o tema em estudo e como método a modelagem conceitual Entidade-Relacionamento (E-R), proposta por Peter Chen na década de 90, esse trabalho tem como objetivo: divulgar que a concepção dos atributos e os relacionamentos dos dados podem ser incorporados ao processo de descrição do recurso imagético na construção de formas para representação de informações imagéticas por meio de uma estrutura conceitual tendo como base os fundamentos da Catalogação. Apresentando para tanto, o modelo conceitual Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais (RFDID), modelo que se propõe a suportar uma estrutura conceitual de entidade, em que a concepção dos atributos e relacionamentos já estará incorporada ao processo de representação do recurso imagético. 2 MODELAGEM CONCEITUAL DE DADOS IMAGÉTICOS A imagem digital é um recurso iconográfico que necessita de orientações mais precisas e específicas em seu tratamento descritivo. As orientações desse tipo de tratamento descritivo informacional compreendem: a análise sistemática e a descrição dos elementos de uma imagem para sua recuperação e utilização, tornando possível ao usuário ter acesso à informação que procura. A descrição da imagem digital deve obedecer a padrões determinados que permitam que cada elemento seja um ponto de acesso tanto ao objeto isoladamente, quanto aos relacionamentos entre outros objetos, nomes entidades, locais e outra série de elementos ontológicos e contextuais que ampliam, de forma significativa, o potencial de acesso e recuperação sobre determinado assunto e recurso. Nesse sentido, importante é considerar a atividade específica do catalogador, como sendo o sujeito institucional que tem conhecimento estratégico para utilizar as novas “linguagens” proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação na construção de formas descritivas de recursos que atuarão na camada de 3 apresentação da informação e darão o encaminhamento às operações de busca e de recuperação de recursos informacionais em um cenário composto pelas necessidades de informação dos usuários, a visão de interligação dos sistemas (interoperabilidade), a consistência e completude na modelagem (atributos descritivos persistidos na base) e a facilidade do acesso garantida por uma interface amigável na camada de apresentação ao usuário. Assim, os detalhes de cada cenário específico e a modelagem dos dados permitem uma maior economia processual, com a reutilização de componentes e aumento da flexibilidade e automatização do sistema, do ponto de vista informacional e tecnológico. A partir desse contexto, as regras e práticas de modelagem devem ser planejadas pelo catalogador que atua como projetista do catálogo fazendo com que algumas anomalias (exemplo: campos de catalogação repetidos), sejam retiradas do projeto e a qualidade da informação seja homologada no modelo. O conceito da Catalogação necessita de ampliação acrescentando a esse processo a “[...] modelagem das estruturas bibliográficas no desenvolvimento de modelos conceituais que servirão de base para a construção de esquemas de banco de dados.” (FUSCO, 2011, p. 20). A partir desse pressuposto, percebe-se que a necessidade da consistência da representação do recurso imagético digital se dá pela especificidade e detalhamento de descrição do material. O termo persistência “[...] refere-se ao armazenamento não volátil de dados. O dado é armazenado de modo que a informação não desapareça facilmente [...]” (ALVES; SANTOS, 2013, p. 12), além dos padrões de conteúdo de dados, padrões externos, códigos e regras que auxiliam a descrição e, consequentemente, o estabelecimento dos metadados, determinam não só a sintaxe e a padronização dos metadados, mas também, os valores e a padronização de sua representação. (ZENG; QIN, 2008, tradução nossa) O desenvolvimento do modelo conceitual FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) consolida essa percepção, pois eles direcionam os catalogadores ao desenvolvimento de projetos de modelagem de catálogos na exigência do conhecimento prévio sobre o tratamento da informação e a definição de processos metodológicos para a construção de formas de representação. 4 O Functional Requirements for Bibliographic Records foi publicado em 1998 pela International Federation of Library Association (IFLA) e ilustra um novo modelo de referência do universo bibliográfico. O FRBR é resultante de um estudo, encomendado pela IFLA, empreendido no período de 1992 a 1997 por um grupo de especialistas e consultores de várias nacionalidades. Em resposta às necessidades dos usuários, o FRBR foi definido a partir da tarefas genéricas realizadas pelos usuários quando fazem buscas em bibliografias, as chamadas user tasks: uso dos dados para encontrar materiais que correspondam aos critérios estabelecidos na busca do usuário; uso dos dados recuperados para identificar uma entidade; uso dos dados selecionar uma entidade adequada às necessidades do usuário e o uso dos dados encomendar, adquirir ou obter acesso à entidade descrita. (IFLA, 1998, p. 8). O objetivo do estudo do FRBR [...] era produzir uma estrutura (framework) que proporcionasse uma compreensão clara, definida com precisão e comumente compartilhada de como o registro bibliográfico pode proporcionar informação sobre o que se espera que o registro possa arquivar em termos de resposta às necessidades do usuário [...] (LE BOEUF, 2005, p. 01). Assim sendo, o modelo E-R (Entidade-Relacionamento) advindo da Ciência da Computação, no estabelecimento de conceitos para a modelagem de banco de dados é utilizado para melhorar o design das bases de dados e para torná-las úteis e mais bem sucedidas em suas buscas (FUSCO, 2010). O modelo conceitual FRBR E-R estabelece alguns conceitos sobre os muitos tipos de materiais descritos nas bases de dados pertencentes a uma biblioteca ou a uma unidade de informação, tornando os catálogos automatizados mais amigáveis para os usuários, e universais, pois têm como propósito favorecer compatibilidades internacionais sobre seus usos, de modo a tornar o processo de busca e de recuperação cada vez mais eficientes. Segundo Le Bouef (2005, p. 1), o FRBR [...] é um modelo que define um número de classes gerais (“entidades”) de coisas que são julgadas relevantes no contexto específico de um catálogo de biblioteca, seguidas de características (“atributos”) que pertencem a cada uma dessas classes gerais, e os relacionamentos que podem existir entre instâncias dessas várias classes. 5 A adoção da metodologia de modelagem conceitual de dados permite ao catalogador atuar no processo de construção de banco de dados utilizando os conceitos da catalogação, possibilitando uma visão não linear dos elementos descritivos de um item imagético. É importante esclarecer que a modelagem se faz pelos elementos descritivos. Como aponta Peter Chen (1990), idealizador do modelo E-R, a determinação de como organizar os dados maximiza a utilidade e se torna um problema, assim, sempre haverá o imperativo de uma modelagem complexa, para que se visualizem as características essenciais de um domínio de abstração. Diante de todos os grupos modelados com o FRBR, esse trabalho apresenta uma modelagem para o desenvolvimento e o planejamento de catálogos para registros imagéticos digitais tendo como foco o atendimento das tarefas do usuário. 3 REQUISITOS FUNCIONAIS PARA DADOS IMAGÉTICOS DIGITAIS (RFDID) Na concepção de novas propostas e projetos voltados para a recuperação da imagem não se espera do catalogador a definição de algoritmos ou de modelos computacionais para recuperação recursos informacionais, mas sim, estudo e a análise de teorias e práticas sobre o desenvolvimento e a aplicação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) que envolvem os processos de acesso aos dados e de recuperação da informação em ambientes digitais, além dos processos de geração, representação, armazenamento, disseminação, (re)uso, gestão, segurança e preservação. Nesse sentido, Jonsson (2002, p. 6) aponta o FRBR como um marco conceitual que possibilita aos estudiosos da catalogação descritiva, uma maneira de juntar harmoniosamente as diferentes regras de catalogação, promovendo assim, o aperfeiçoamento da interoperabilidade, tão necessária em ambientes digitais. Cada uma das entidades dos FRBR está associada a uma série de propriedades ou características – atributos – e esses atributos são responsáveis por descrever as entidades e permitir que as questões dirigidas ao sistema sobre esta entidade sejam respondidas com êxito. A Entidade, no modelo E-R, é entendida como uma “coisa” ou um “objeto” no 6 mundo real que pode ser identificada de forma unívoca em relação a todos os outros objetos. Uma entidade pode ser concreta ou abstrata. Por sua vez, atributos são as diversas características que um tipo de entidade possui, ou propriedades descritivas de cada membro de um conjunto de entidades. Um relacionamento “[...] é uma associação entre uma ou várias entidades [...]” (CHEN, 1990, p. 21-24). Por esse motivo, os diagramas baseados no modelo FRBR já são compostos com os elementos descritivos. O modelo está integralmente apresentado na figura 1, denominado como Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais - RFDID, apresentando os três grupos conceituais e seus relacionamentos e atributos. 7 Figura 1 - Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais Fonte: Adaptação de Simionato (2012, p. 123). 8 O modelo apresentado na figura 1 define um número de entidades relevantes para a descrição de recursos imagéticos em contextos específicos, com atributos de cada uma dessas entidades e os relacionamentos que podem existir entre instâncias dessas várias entidades. A contribuição do RFDID se insere tanto na área de descrição dos recursos informacionais quanto para área da imagem digital. Pois, o modelo estabelece um nível de organização dos dados nos sistemas digitais e um grau de padronização que favorece a interoperabilidade entre sistemas e possibilitar o compartilhamento de dados e de serviços informacionais. Cada grupo e seu diagrama para os Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID estão apresentados a seguir. Grupo 1 O Grupo 1 representa a base conceitual do modelo, referindo-se ao trabalho intelectual ou artístico, suas entidades são: obra, expressão, manifestação e item. Como apresentado o Grupo 1, no quadro 1. Entidade Obra Expressão Manifestação Item Descrição É definida como a criação intelectual subjetiva de quem irá capturar uma imagem. Realização intelectual ou artística específica e ainda subjetiva, que assume uma obra ao ser elaborada, ou seja, a expressão no contexto imagético é o processo de criação intelectual a ser transformada em imagem digital, ou seja, a transformação em pixels. Forma física e concreta da expressão de uma obra. Imagem que o usuário busca em um catálogo, é a imagem que se vê e a sua representação deve conter atributos que a tornem única a partir de uma descrição de dados persistidos no sistema que garantam o seu instanciamento. Quadro 1 - Entidades do Grupo 1 do RFDID Fonte: Elaborado pelas autoras. A principal dificuldade do Grupo 1 está em delimitar os conceitos de obra e de expressão, como as propriedades de uma nova obra ou uma nova expressão, nesse sentido, a Figura 2 apresenta os limites entre obra e expressão em relação à imagem digital. 9 Figura 2 - Limites entre as entidades obra e expressão para o recurso imagético digital Fonte: Adaptação de Tillett (2003, p. 04). Com base nas quatro entidades do grupo 1 e os limites entre as entidades de obra e expressão, os relacionamentos entre as entidades e entre eles, é apresentado o primeiro grupo de entidades do RFDID na figura 3. Figura 3 - RFDID - Primeiro Grupo de entidades e seus relacionamentos Fonte: Elaborado pelas autoras. 10 Grupo 2 No segundo grupo, as entidades são Pessoa e Entidade Coletiva explicitadas no quadro 2, elas estruturam a base das entidades do primeiro grupo: pessoa e entidade coletiva: Entidade Pessoa Entidade coletiva Descrição Indivíduo responsável pela criação ou realização de uma obra, ou seja, o responsável pela captura da imagem digital ou por sua realização. Organizações ou grupos de indivíduos responsáveis pelo conteúdo intelectual da imagem digital, inclusive grupos temporários (encontros, conferências, reuniões, festivais, etc.) e autoridades territoriais como uma federação, um estado, uma região, entre outros. Quadro 2 - Entidades do Grupo 2 do RFDID Fonte: Elaborado pelas autoras. Com base nas entidades do Grupo 2 do RFDID e seus relacionamentos, segue a ilustração do segundo grupo de entidades do RFDID na figura 4. Figura 4 - RFDID - Segundo grupo de entidades e seus relacionamentos Fonte: Elaborado pelas autoras. 11 Grupo 3 O terceiro grupo, por sua vez, corresponde às entidades que representam o conjunto de temas que caracterizam uma obra, ele abarca os dois outros grupos anteriormente descritos e programa mais quatro novas entidades conforme demonstra o quadro 3. Entidade Conceito Objeto Evento Lugar Descrição Uma noção abstrata ou uma ideia que podem ser amplas ou específicas, abrangendo abstrações de uma obra e podem ser temáticas: áreas de conhecimento, disciplinas, escolas de pensamento, teorias; ou ainda as técnicas fotográficas que podem ser incorporadas nas imagens digitais. A coisa material, que abrange uma completa categoria de coisas materiais que podem ser as temáticas de uma obra: objetos da natureza, objetos da criação humana ou objetos que já não existam. Inclui uma variedade de ações, ocorrências ou acontecimentos: momento histórico, época, período de tempo. Uma localização ou uma série de localizações como: terrestres e extraterrestres, históricas ou contemporâneas, características geográficas e jurisdições geopolíticas. Quadro 3 - Apresentação de Entidades do Grupo 3 do RFDID Fonte: Elaborado pelas autoras. O relacionamento das entidades do terceiro grupo do RFDID estão descritas na figura 5: Figura 5 - RFDID - Terceiro grupo de entidades e seus relacionamentos Fonte: Elaborado pelas autoras. 12 A modelagem conceitual de dados proposta nos Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID pressupõem um sistema de recuperação da imagem digital que envolve a extração de características específicas da imagem indo além do conteúdo da informação extraído da leitura da imagem e a sua descrição em texto, normalmente baseada na interpretação do assunto da imagem, ou até mesmo como uma imagem técnica. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os recursos imagéticos se apresentam como grande atrativo no processo de transmissão e intercâmbio de informações e sua comunicação e leitura se configuram, na maioria das vezes, como de rápida e de fácil interpretação. Dessa forma, a gestão desses recursos exige necessários catálogos mais eficientes, acessíveis e amigáveis para o usuário. A potencialidade está contida na consistência de sua descrição e na persistência dos dados na base. Ou seja, a potencialidade embutida na descrição adequada do recurso imagético pode influenciar o desenvolvimento de novos sistemas para captura e ampliar acesso aos dados dos recursos imagéticos facilitando sua recuperação, uso, acesso, compartilhamento e preservação. Portanto, a modelagem conceitual e os requisitos funcionais são abordagem que precisam estar presentes nos estudos e práticas da Catalogação, pois se configuram como auxiliares potenciais no tratamento da informação em ambientes digitais, na visualização dos relacionamentos entre as entidades e os seus atributos, explicitando as relações construídas por meio de associações entre um ou mais atributos. Entretanto, há que se considerar que a representação de imagens digitais em um ambiente dinâmico como a Web é uma tarefa árdua e complexa, que exige maior cooperação entre as instituições fornecedoras de metadados no desenvolvimento de um trabalho estratégico no uso de esquemas, de linguagens e de codificações para construção de formas de representação estruturadas com o foco na persistência de dados e principalmente na apresentação da informação. Estruturas essas, responsáveis pelo encaminhamento de operações de acesso aos dados, de busca de informações, de localização e de recuperação de recursos informacionais. 13 Nesse sentido, o modelo conceitual para a descrição de imagens digitais, Requisitos Funcionais para Dados Imagéticos Digitais – RFDID aqui apresentado se configura em uma proposta na configuração da modelagem de banco de dados e catálogos, e que se propõe como uma forma de organização para representação de recursos imagéticos. Dessa forma, a utilização dos RFDID na modelagem de dados permitirá uma maior economia no processo de representação de recursos imagéticos favorecendo a reutilização de componentes e o aumento da flexibilidade da construção do próprio registro bibliográfico. Essa reutilização, promove um relacionamento de valores conectivos de entidades previamente definidas pelo modelo conceitual, permitindo que os dados imagéticos sejam descritos somente uma vez. A flexibilidade, por sua vez, contemplará as mudanças que possam ocorrer em diferentes ambientes digitais. Conclui-se que o RFDID oferece contribuições para quebra na estrutura rígida dos registros descritivos elaborados até então, facilitando a interoperabilidade e intercâmbio de informações; transformando as descrições em estruturas de dados mais flexíveis, e que podem se relacionar a partir de suas entidades e atributos; otimizando os processos de descrição, de acesso, e os de localização e de recuperação dos recursos informacionais imagéticos; e ainda, favorecendo a interoperabilidade entre sistemas de informação e catálogos. REFERÊNCIAS ALVES, R. C. V.; SANTOS, P. L. V. A. C. Metadados no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013. CHEN, P. Modelagem de dados: a abordagem entidade-relacionamento para projeto lógico. São Paulo: Mcgraw Hill, 1990. FUSCO, E. Modelos conceituais de dados como parte do processo da catalogação: perspectiva de uso dos FRBR no desenvolvimento de catálogos bibliográficos digitais. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2010. IFLA. Study Group on the Functional Requirements for Bibliographic Records. Functional Requirements for Bibliographic Records: final report. 2008. Disponível em: <http://www.ifla.org/VII/s13/frbr/>. Acesso em: 19 jul. 2013. 14 JONSSON, G. Las bases para un registro en la mayoría de las reglas de catalogació y la relación a FRBR. IFLA Council General Conference, 68, Glascow, Scotland 18-24 Aug. 2002. Disponível em: <http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/052-133e.pdf>. Acesso em: 02 maio. 2007. LE BOEUF, P. O Admirável mundo novo do FRBR. Reunião da IFLA de especialistas para um código de catalogação internacional (Ime Icc 5), 14-15 de agosto, 2007, Pretória, África do Sul. Anais... Tradução de Fernanda Moreno; Revisão de Márcia Rosetto. Disponível em: <http://www.imeicc5.com/download/portuguese/Presentations2c_BraveNewFRBRWo rld(PR)_Port.pdf>. Acessado em: 10 jun. 2013. SIMIONATO, A. C. Representação, acesso, uso e reuso da imagem digital. 142f. 2012. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília/SP, 2012. TILLET, B. B. FRBR: Functional requirements for bibliographic records. In: Technicalities, [s.l], v.23, no. 5, p. 10-13, set/out. 2003. ZENG, M. L.; QIN, J. Metadata. New York: Neal-Schuman Publishers, 2008. 15
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