Mercado Imobiliário em Portugal
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Mercado Imobiliário em Portugal
Mercado Imobiliário em Portugal Análise 2015 | Perspetivas 2016 Escritórios | Retalho | Residencial | Investimento Ano de Consolidação! •2015 foi um ano absolutamente notável. •No mercado de investimento em imobiliário comercial, foi um ano recorde em termos de volume transacionado. Nos mercados ocupacionais de escritórios e retalho, consolidou-se o crescimento que vinha a verificar-se desde final de 2013. No setor residencial estamos perante um dos melhores momentos do mercado, assistindo-se a uma renovação total das cidades de Lisboa e Porto. •Portugal está na moda e não há razões para deixar de estar. Tudo indica que 2016 será um ano de grande atividade e de contínua consolidação do setor. Índice Prefácio .....................................................................................................................................................................................................................5 Mercado Imobiliário Europeu ..................................................................................................................................................................................6 Mercado Imobiliário Português ............................................................................................................................................................................. 11 Economia ....................................................................................................................................................................................................... 11 Mercado de Escritórios ...................................................................................................................................................................................13 Mercado de Retalho .......................................................................................................................................................................................20 Mercado de Investimento ...............................................................................................................................................................................28 Mercado Residencial ......................................................................................................................................................................................32 Sobre a JLL .............................................................................................................................................................................................................37 Documento escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico. Prefácio Quando há um ano escrevia este mesmo texto, tínhamos voltado gradualmente ao radar do mercado imobiliário ocupacional e também de investimento. Portugal passava de um mercado em recuperação para um mercado recuperado, e ainda que com expetativas altas para 2015, este ano que passou conseguiu superá-las todas. É pois, num tom muito positivo, à semelhança do ano passado, que analisamos o bom momento que estamos a viver (o ano que decorreu). Em termos de investimento em imobiliário comercial, já várias vezes se disse que este foi o melhor ano de sempre. Um volume de quase 2 mil milhões de euros em transações de imobiliário comercial traduz um índice de liquidez histórico e uma enorme confiança dos investidores no mercado português, com 84% das transações realizadas por estrangeiros e com os fundos institucionais a liderarem as compras. Também a reabilitação se encontra no seu expoente máximo. Com a nova lei do arrendamento, os milhares de edifícios degradados das nossas cidades passaram a ser intervencionáveis. E assim, temos hoje promotores de todos os cantos do mundo a reconstruirem os centros históricos e alterarem a bom ritmo as paisagens urbanísticas de Lisboa e do Porto. Trocam-se prédios em ruínas por projetos de qualidade. E altera-se assim por completo a vivência das cidades que ganham uma dinâmica imparável, uma energia que atrai gente e que atrai comércio. São ruas renascidas, com prédios habitados por Portugueses e também por muitos estrangeiros de tantas origens diferentes que todos os dias vão comprando casa em Portugal. Só pela JLL/Cobertura passaram 24 nacionalidades distintas em 2015, do Brasil à China, passando pelo Iraque, Paquistão e Vietname. Pedro Lancastre Managing Director Portugal está na moda. E merece estar. Aos olhos da comunidade de investidores internacionais teve uma conduta exemplar, exibe transparência e credibilidade e tem o que outros países nem sempre têm tanto, ou seja, um cocktail de coisas positivas: segurança, clima, gastronomia, beleza e simpatia que atrai pessoas e investimento. O que nos dá esperança é que as coisas boas não saem de moda. Só saem se o deixarem de ser. Mantendo a sensatez de quem nos governa, a par da estabilidade fiscal, não haverá razões para duvidar que Portugal dará continuidade ao fantástico caminho que já está a percorrer. Mercado Imobiliário em Portugal | 5 Mercado Imobiliário Europeu Economia A recuperação da Europa tem sido uma das tendências globais mais animadoras do último ano, sobretudo o aumento da resistência da procura interna na zona euro. A retoma em 2015 foi visível em todos os membros da União Europeia (UE), onde nenhum registou um decréscimo. Contudo, existem ainda grandes divergências de crescimento, baseadas em caraterísticas estruturais e dinâmicas económicas diferentes. De acordo com o “European Economic Forecast, Winter 2016 ” publicado pela Comissão Europeia, prevê-se que o PIB da União Europeia acelere ligeiramente apenas em 2017. Estima-se um crescimento estável de 1,9% em 2015 e 2016, e de 2,0% em 2017. Este crescimento é impulsionado por vários fatores positivos, como o preço do petróleo, a taxa de câmbio do euro e uma descida nos custos de financiamento, que tiveram grande impacto tanto nas exportações como no estímulo do consumo privado. Contudo, o investimento enfrentou alguns obstáculos, nomeadamente a incerteza económica e política, bem como a dívida elevada de alguns países, como a Grécia. Prevê-se que o consumo privado na UE atinja 2,0% e 2,2% em 2015 e 2016, descendo para 1,8% em 2017. Este crescimento é sustentado sobretudo pelo aumento no rendimento familiar, bem como pela queda na inflação e a melhoria significativa do mercado de trabalho. Contudo, prevê-se que este indicador abrande em 2017, uma vez que o rendimento poderá perder algum impulso devido à subida da inflação, que se estima em 0,5% e 1,6% para 2016 e 2017, respetivamente. As exportações cresceram 5,1% em 2015. Porém, apesar da desvalorização do euro, a incerteza referente a fatores externos gerou algum impacto na atividade da UE. Ainda assim, considerando a competitividade da moeda única, bem como a forte procura externa, prevê-se que as exportações mantenham o ritmo com um crescimento de 4,2% e 5,0% em 2016 e 2017. 6 | Mercado Imobiliário em Portugal Existem igualmente melhorias no mercado de trabalho, com o emprego a subir e o desemprego a manter uma descida gradual. A taxa de desemprego na UE em 2015 baixou para 9,5%, e são esperadas descidas subsequentes para 9,0% e 8,7% em 2016 e 2017, respetivamente. Estima-se um decréscimo em quase todos os países Europeus, sobretudo aqueles que têm beneficiado de reformas no mercado de trabalho, como Espanha, Portugal, Chipre e Irlanda. Espera-se ainda alguma incerteza e riscos dos mercados externos globais, nomeadamente devido a conflitos geopolíticos ou à desaceleração do crescimento de mercados emergentes como a China. Os riscos internos na Europa podem igualmente ter impacto, como a incerteza sobre a economia Grega ou o Brexit. Contudo, prevê-se também que fatores positivos como os baixos preços de mercadorias, baixos custos financeiros e a desvalorização do euro, tenham um impacto maior no crescimento da economia Europeia. Investimento O volume de investimento na região EMEA atingiu cerca de €238 mil milhões em 2015, um aumento de quase 14% face a 2014. A pressão contínua sobre o euro teve o efeito conjunto de afastar os investidores de ativos de maior risco e de quebrar o ciclo de juros na Europa. Deste modo, mantém-se uma grande procura por ativos de classes mais seguras, como é o caso de ativos imobiliários, no entanto, com yields prime a atingir os valores mais baixos do ciclo anterior, o mercado está a tornar-se cada vez mais seletivo em termos de alocação de ativos. Rendas e yields Prime – T4 2015 Oslo Escritórios: Renda Prime (€/m2) e Yield Prime (Bruta) Centros Comerciais: Renda Prime (€/m2) e Yield Prime (Líquida) Comércio de Rua: Renda Prime (€/m ) e Yield Prime (Bruta) 2 Dublin €54 4,75% €126 4,75% €211 4,00% €11 4,25% €108 4,25% €217 4,25% Estocolmo Londres €138 3,50% €285 3,85% €1.200 2,00% Lisboa €18,50 5,50% €95 5,50% €120 5,00% 4,25% €88 5,00% €245 3,90% Moscovo 4,50% €100 11,25% €180 3,75% €253 10,75% €345 11,00% Varsóvia €30 4,75% €56 5,30% €23,5 5,50% €242 3,50% €130 5,00% €90 5,00% Budapeste €35,50 4,35% €60 3,25% €115 4,25% €21 7,00% €192 4,25% €310 3,80% €70 7,00% €1.500 3,00% €80 6,75% Paris €27 4,00% €77 Amesterdão Frankfurt Madrid €46 Barcelona €20 4,75% €88 5,00% €250 3,90% Milão €40 4,50% €73 5,50% €358 4,25% Roma Bucareste €32 4,25% €78 5,50% €313 4,35% €18,50 7,50% €70 7,50% €60 N/A Atenas €18 7,50% €55 8,25% €200 7,00% Fonte: JLL “O volume de investimento na região EMEA atingiu cerca de €238 mil milhões em 2015, um aumento de quase 14% face a 2014.” Mercado Imobiliário em Portugal | 7 Geograficamente, os investidores estão a alargar o seu interesse, investindo em mercados historicamente menos atrativos. Entre os três maiores mercados Europeus, houve uma grande divergência de performance entre o Reino Unido, França e Alemanha no decorrer de 2015. O mercado alemão foi particularmente forte, registando um volume de €45,3 mil milhões, um aumento de 29% face a um ano já forte em 2014. O Reino Unido atingiu um volume de £61 mil milhões, representando uma descida de 6,5% comparado como os £65,3 mil milhões investidos em 2014. O mercado francês teve um início lento em 2015, com o investimento total a cair 41% face à primeira metade de 2014. Porém, dois bons trimestres consecutivos até ao final do ano trouxeram estabilidade ao investimento total em 2015. Excluindo os três maiores mercados, a Europa do Sul teve o maior crescimento. Embora Espanha tenha liderado a recuperação da região, tanto Portugal como Itália assistiram ao ressurgimento dos seus mercados de investimento em 2015. Portugal teve o maior crescimento com um volume de €1,8 mil milhões em 2015 face a €892 milhões em 2014. Itália e Espanha registaram um crescimento anual de 36% e 16%, respetivamente. O dinamismo perdido na região Nórdica durante o terceiro trimestre de 2015 voltou em força no último trimestre, devido sobretudo à boa performance da Noruega. Os Benelux continuaram a crescer, alcançando €13 mil milhões em 2015, aumentando 15% face aos €11,3 mil milhões registados em 2014. Holanda e o Luxemburgo mantiveram o mesmo nível do ano anterior, enquanto o investimento no mercado Belga cresceu 51%. Numa análise por setor, o mercado de escritórios registou a maior procura, com um investimento total de cerca de €107 mil milhões, representando cerca de 45% do total investido. No retalho, foram investidos €56,4 mil milhões em toda a Europa em 2015, mais 25% que no período homólogo. O mercado de investimento em retalho manteve-se forte, com procura crescente por ativos menos core, aumentando as quotas de investimento em retail parks e comércio de rua para 22% em ambos os casos. Os centros comerciais continuam a ter a maior procura, com 44% do volume total, embora esta quota tenha descido desde o ano anterior. Relativamente às yields, nos escritórios contraíram 34 p.b. face ao ano anterior para 4,53%, fixando-se apenas 22 p.b. acima do mínimo histórico atingido no segundo trimestre de 2007 – 4,31%. As yields no retalho também comprimiram em 2015. Nos centros comerciais, a maioria dos mercados terminou abaixo da média a longo prazo e devido à melhoria da procura por retail parks e comércio de rua, as yields destes ativos também baixaram, embora de forma menos acentuada que nos centros comerciais. 8 | Mercado Imobiliário em Portugal “Os principais mercados de escritórios cresceram em 2015, salientando o dinamismo positivo sentido ao longo do ano.” Escritórios Na análise do mercado de escritórios da região EMEA, consideram-se 24 mercados-índice: Amesterdão, Barcelona, Berlim, Bruxelas, Dublin, Dusseldórfia, Edimburgo, Frankfurt, Hamburgo, Londres, Luxemburgo, Lyon, Madrid, Milão, Munique, Paris, Roterdão, Estocolmo, Haia, Utrecht, Budapest e Moscovo, Praga e Varsóvia. Os principais mercados de escritórios registaram todos crescimento em 2015, salientando o dinamismo positivo sentido ao longo do ano, devido principalmente à recuperação económica, nomeadamente ao nível do emprego e aumento do PIB. Os países da região CEE (Europa Central e de Leste) registaram um crescimento de 14%, enquanto a Europa Ocidental aumentou 13%. A absorção na Europa foi mais uma vez impulsionada pela forte atividade em Paris, o crescimento sustentado na Alemanha (com Berlim na liderança) e o dinamismo contínuo na Europa do Sul, sobretudo em Espanha e Itália. Prevê-se que esta dinâmica se mantenha em 2016, sustentada numa recuperação mais alargada. Em termos de edifícios novos, em 2015 foram colocados mais 4,2 milhões de m2 no mercado. França e Alemanha contribuíram com quase 50% da nova oferta, enquanto a Rússia e os CEE ainda registam um excesso de oferta. Ainda assim, assistiu-se novamente à falta de espaço na maioria dos mercados de escritórios, com quase todos a registar uma descida na taxa de disponibilidade. É pouco provável que a falta de espaços de qualidade se resolva no futuro próximo, dado o reduzido pipeline especulativo registado na maioria dos mercados. Contudo, prevê-se que o pipeline de escritórios aumente gradualmente a partir de 2016, apesar de uma fraca resposta por parte de promotores em comparação com ciclos anteriores. A taxa de disponibilidade nos escritórios Europeus desceu para 8,7% no final de 2015, o valor mais baixo desde 2009. A retoma da atividade de arrendamento teve um impacto particular sobre a taxa de disponibilidade nos mercados da Europa Ocidental, incluindo Dublin (-420 p.b.), Dusseldórfia (-210 p.b.) e Estocolmo (-200 p.b.). O Reino Unido mantém-se com as taxas de disponibilidade mais baixas – 3,4% em Londres. Prevê-se que a disponibilidade de escritórios continue a baixar em 2016, com o aumento da absorção e a falta de novos edifícios concluídos. European Office Property Clock T4 2015 – The JLL Property ClocksSM Nota Lion, Oslo Colónia Frankfurt Hamburgo • Este diagrama ilustra a estimativa da JLL da posição de cada mercado no seu ciclo individual de rendas no final de dezembro de 2015. Estugarda Munique Londres WE Berlim, Dublin, Londres City, Luxemburgo, Estocolmo Copenhaga Manchester Edimburgo Amesterdão, Barcelona, Madrid Budapeste, Milão Lisboa, Paris CBD Bruxelas Rendas em Crescimento Lento Aumento de Rendas Acelerado • Os mercados podem mover-se no relógio a diferentes velocidades e direções. Rendas a Descer • O diagrama é um método conveniente de comparar a posição relativa dos mercados no seu ciclo de rendas. Rendas a atingir o Valor mais Baixo Moscovo Varsóvia Genebra, S. Petersburgo Kiev Atenas, Bucareste, Dusseldórfia, Helsínquia, Istambul, Praga, Roma, Zurique • A posição ocupada não é necessáriamente representativa do investimento ou das perspetivas de desenvolvimento desse mercado. • A sua posição reflete os valores de renda prime. Fonte: JLL Mercado Imobiliário em Portugal | 9 As rendas prime nos escritórios Europeus aumentaram significativamente. Excluindo Moscovo (onde a volatilidade da moeda continua a ter impacto sobre as rendas), a subida das rendas Europeias atingiu 2,7% durante 2015. Londres e Genebra, seguidos de Moscovo, continuam a ser os mercados dominantes com as rendas prime mais elevadas. Contudo, os mercados com a melhor performance são Dublin, Estocolmo e Budapeste. Estima-se um crescimento de 2% a 3% por ano nas rendas prime na Europa em 2016 e 2017. Retalho Continua a verificar-se uma melhoria na confiança dos consumidores em toda a Europa, com os sinais de recuperação económica a alimentar o otimismo e as vendas a retalho a aumentar graças à subida dos salários e do emprego. As vendas a retalho na Europa subiram 3% durante 2015, prevendo-se um crescimento de 2% em 2016, com a procura a ser liderada pelo Reino Unido, Turquia, Espanha, Suécia, mercados CEE e os Bálticos. Estima-se um aumento mais lento na zona euro, com uma previsão de crescimento de 1,5% entre 2016 e 2018. Os retalhistas estão a tornar-se mais profissionalizados na formulação dos objetivos, riscos e oportunidades das suas lojas. A melhoria nas condições económicas fez crescer a pressão sobre os retalhistas para aumentarem as vendas. Nas suas estratégias de expansão, os mercados globais são os mais procurados, nomeadamente Londres e Paris, seguidos de Moscovo, Milão e Madrid, estando esta procura muito concentrada em ativos prime, tanto em centros comerciais como no comércio de rua. Nos centros comerciais, foram concluídos 4,8 milhões de m2 de nova oferta em 2015, ligeiramente abaixo (4,4%) da área concluída em 2014. Prevê-se uma tendência de reabilitação e expansão de espaços de retalho nos mercados maduros da Europa Ocidental, uma vez que existe nesta zona um stock crescente de centros comerciais desatualizados. As previsões indicam que serão concluídos 12,6 milhões de m2 até ao final de 2017, dos quais 52% estão localizados na Rússia, Turquia e Ucrânia. 10 | Mercado Imobiliário em Portugal Houve uma subida nas rendas prime dos centros comerciais, em quase todos os mercados europeus (+1,9%), onde se estima que a Grécia, Reino Unido e Hungria registem o maior crescimento, de 5,7%, 5% e 3,8%, respetivamente, entre 2016 e 2019. No comércio de rua, as rendas mantiveram-se estáveis na maioria das cidades Europeias. Prevê-se que as rendas na Europa possam subir 1,8% até 2019, com Londres, Dublin, Hamburgo e Estocolmo a exceder as expetativas. Mercado Imobiliário Português Economia 2015 foi um ano de concretização de alguma estabilidade económica. De acordo com o Banco de Portugal, o PIB registou um crescimento constante na primeira metade do ano, abrandando na segunda metade. 2015 terminou, assim, com um crescimento do PIB de 1,5%, valor superior aos 0,9% registados em 2014. O crescimento deverá manter-se modesto mas estável, com previsões de 1,7% e 1,8% em 2016 e 2017, respetivamente. A inflação manteve-se baixa em valores próximos de 0%, esperando-se uma subida deste indicador de 1,1% em 2016 e 1,6% em 2017. O desemprego, que atingiu máximos de 17,4% em 2013, iniciou uma rota descendente considerável, atingindo em 2015 uma taxa de 12,4%. Prevê-se para 2016 e 2017 que esta tendência de descida se mantenha, embora menos acentuada, chegando aos 12,1% em 2017. O défice orçamental desceu significativamente, mesmo considerando buracos financeiros inesperados, nomeadamente resgates financeiros a bancos e novas metodologias de cálculo, tais como o reconhecimento de dívida de empresas públicas, até então não contabilizada. Portugal reduziu o défice do máximo de 11,2% em 2010 para uma previsão de 3% em 2015. Por fim, a dívida atingiu cerca de 132% do PIB em 2015, tendo interrompido uma trajetória de subida acentuada. Também tiveram lugar alguns acontecimentos importantes a nível político, com possíveis impactos económicos futuros. A coligação de Direita que se encontrava no governo desde 2011, venceu novamente as eleições de outubro de 2015, no entanto, não conseguiu obter o apoio necessário para formar governo. Apoio esse que o Partido Socialista (PS), o segundo partido mais votado, “O crescimento da economia deverá manter-se modesto mas estável, com previsões de 1,7% e 1,8% em 2016 e 2017, respetivamente.” Mercado Imobiliário em Portugal | 11 conseguiu dos demais partidos representados na assembleia. Foi também eleito em janeiro de 2016 um novo Presidente da República, sendo este o candidato de centro-direita. Requisito mínimo que Portugal cumpre apenas pela agência DBRS, garantindo momentaneamente alguma estabilidade dos juros de dívida portuguesa. O atual governo, com o intuito de aumentar o crescimento via consumo privado, tem como principais medidas a reversão de cortes salariais e a diminuição de alguns impostos diretos. Existem ainda algumas medidas propostas e ainda sob avaliação que podem ter impacto no setor imobiliário: o agravamento do IMI para ativos comerciais; e a revogação da isenção fiscal de IMI e IMT para os fundos de investimento imobiliário e fundos de pensões. Existem igualmente alguns fatores que podem beneficiar Portugal: as taxas Euribor, em mínimos a rondar os 0%, o fraco valor do euro face ao dólar e a queda do preço do petróleo, estes dois últimos favoráveis à nossa balança comercial. Fatores Externos Em 2016, continuarão a existir algumas externalidades com impacto direto no país. Como acontecimentos mais marcantes em 2016 teremos a possibilidade do “Brexit”, saída do Reino Unido da União Europeia; a quebra de performance dos BRICS e de alguns países em desenvolvimento com impacto direto em Portugal como Angola e Venezuela; e finalmente, a instabilidade política no Médio Oriente e crise dos refugiados, com impacto a nível Europeu e Mundial. Importa referir a ação do BCE, que mantém a compra de títulos do tesouro europeus até setembro de 2016. No entanto, os estatutos da UE e do BCE obrigam à necessidade de que pelo menos uma das 4 agências internacionais reconhecidas (DBRS, Fitch, S&P e Moody’s) coloque a dívida do país acima do “lixo”. Evolução dos Principais Indicadores Económicos Nacionais 14% 12,4% 9% 4% 2,7% -1% 0,5% 1,5% -6% 2005 2006 2007 2008 2009 PIB Fonte: Banco de Portugal 12 | Mercado Imobiliário em Portugal 2010 Consumo Privado 2011 2012 Taxa de Desemprego 2013 Taxa de Inflação 2014 2015 2016 (p) 2017 (p) Mercado Imobiliário Português Mercado de Escritórios Se 2014 foi o ano de crescimento, 2015 ficou marcado pela consolidação desse crescimento. A atividade no mercado de escritórios de Lisboa mostrou grande positivismo em todos os principais indicadores: o volume de absorção cresceu face ao ano anterior, a área média ocupada também aumentou, a expansão de área e a entrada de novas empresas no mercado aumentaram significativamente o seu peso no total da área arrendada e as rendas prime subiram em algumas zonas de escritórios da cidade. São indicadores muito favoráveis que revelam bons níveis de confiança das empresas, que ao longo de 2015 se mantiveram dinâmicas na procura de novos escritórios e mostraram uma maior apetência para ocupar espaços de maior dimensão, seja na mudança de escritório ou na expansão da área ocupada no mesmo edifício. Ao longo do ano foram realizadas 28 operações acima dos 1.000 m², mais 5 que em 2014, a maioria das quais realizadas por empresas do setor dos call centres/back office. Esta é, aliás, uma tendência que deverá continuar a animar o mercado de escritórios no decorrer de 2016. São cada vez mais as grandes empresas internacionais, nomeadamente da área de IT, que escolhem Lisboa para instalar os seus call centres ou os seus centros tecnológicos. Além das rendas e salários competitivos em relação aos restantes países Europeus, o nosso país, e particularmente Lisboa, tem fortes atrativos face a outros mercados. Temos qualidade de vida com menos custos, um excelente clima, diversidade cultural, segurança, estabilidade e muitos outros atributos que fazem com que sejamos cada vez mais encarados pelas grandes multinacionais como um dos melhores países para trabalhar. Mariana Rosa Head of Office Agency & Corporate Solutions de disponibilidade. É certo que existem no mercado de Lisboa mais de 500 mil m² de escritórios vazios, mas há zonas, como o centro da cidade e o Parque das Nações, onde a disponibilidade já é de facto muito baixa. Por outro lado, nem toda a oferta disponível tem qualidade e condições que respondam aos níveis de exigência que as empresas procuram, sobretudo quando estamos a falar de empresas internacionais com standards e layouts ditados pela casa mãe. A renovação e modernização destes espaços é, por isso, uma oportunidade para os proprietários conseguirem colocar no mercado os seus edifícios com maior sucesso e rapidez. Uma última nota para o Porto. É um mercado que está a crescer, muito impulsionado pelo arrendamento de espaços por parte de empresas do ramo dos serviços. As rendas são bastante competitivas e a mão de obra especializada, o que se reflete num dinamismo que há muito não se via. Tendo em conta este tipo de procura tão importante para o nosso mercado, é essencial estarmos atentos à reduzida oferta de novos escritórios nos últimos anos e aos níveis cada vez mais baixos Mercado Imobiliário em Portugal | 13 Crescimento Consolidado Procura Após 2014, ano em que o mercado de escritórios ficou marcado pela inversão da rota decrescente iniciada em 2009, 2015 apresentou um crescimento consistente do volume de absorção, refletindo a consolidação do mercado. Num total de cerca de 144.500 m2 de escritórios ocupados, 2015 apresentou um crescimento de 14% face a 2014. Se analisarmos a evolução da absorção da última década, verificaram-se dois momentos distintos: o período pré-crise, no qual se registou uma média anual de cerca de 180.000 m2, e o período de crise, no qual esta média reduziu para os 100.000 m2. De facto, a partir de 2008 a absorção de escritórios foi reduzindo ano após ano, culminando em 2013 com o volume mais baixo desde que há registo (77.800 m2). Estes níveis de ocupação refletiam o nível de prudência elevado por parte dos ocupantes, assentes em estratégias rigorosas de otimização de custos. No entanto, em 2014 verificou-se uma mudança por parte das empresas, que após vários anos de contenção, puderam reavaliar as suas estratégias imobiliárias, começando a assistir-se a melhorias significativas na absorção de escritórios. Esta evolução deveu-se não só ao crescimento estável revelado pela economia portuguesa, mas também à evolução do nível de confiança das empresas, cujo índice manteve um crescimento constante ao longo de 2015. A confiança aliada às condições do mercado, que se encontravam favoráveis para o inquilino, contribuiu para que muitas empresas assumissem as suas estratégias imobiliárias fazendo um upgrade dos seus escritórios, quer em termos de espaço e qualidade, mas também de localização, aproveitando condições que estão a tornar-se cada vez menos favoráveis, com os proprietários menos flexíveis no processo negocial. As rendas chegaram, assim, ao fim do ciclo de queda e as zonas mais dinâmicas e com menor disponibilidade registaram as primeiras subidas. Evolução do Indicador de Confiança nos Serviços Deste modo, o ano de 2015 veio confirmar o rumo de crescimento no mercado de escritórios, com uma absorção bruta total de cerca de 144.500 m2, evidenciando um crescimento de 14% face ao ano anterior. A absorção líquida também cresceu significativamente, a expansão de área e a entrada de novas empresas no mercado aumentaram o seu peso no total da área ocupada, passando a representar 46%, face aos 28% em 2014. No entanto, as operações de mudança de escritórios predominaram com 55% da área ocupada, o que confirma um mindshift das empresas no que toca ao investimento na melhoria dos seus escritórios. Evolução Anual da Absorção de Escritórios 10 250 233 0 -5 201 200 -10 -15 ABL (mil m2) Valores corrigidos da sazonalidade 5 -20 -25 -30 149 150 162 116 100 127 105 88 145 102 78 50 -35 Jan. 16 Jan. 15 Jan. 14 Jan. 13 Jan. 12 Jan. 11 Jan. 10 Jan. 09 Jan. 08 Jan. 07 -40 0 2005 Indicador de Confiança nos Serviços (MM3M) Fonte: INE 14 | Mercado Imobiliário em Portugal Fonte: JLL/LPI 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Absorção de Escritórios por Zona – 2015 Absorção de Escritórios por Setores de Atividade – 2015 1% 21.492 Zona 1 4% 28.220 Zona 2 26% 8% 6% 10.898 Zona 3 Zona 4 8% 16.668 25.220 Zona 5 Zona 6 7% 28.020 Zona 7 Construção e Imobiliário Consultores e Advogados Estado, Europa e Associações Farmacêuticas e Saúde Outros Serviços Produtos de Consumo Serviços Empresas Serviços Financeiros TMT’s & Utilities 15% 13.995 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 25% 30.000 ABL (m2) Fonte: JLL/LPI Fonte: JLL/LPI Num total de 257 operações, a área média por operação também aumentou face à média de 529 m2 registada em 2014 e atingiu os 562 m2. Na base deste aumento está o número de operações de grande dimensão - acima de 1.000 m2 – que aumentou de 23, em 2014, para 28, em 2015. ultimamente, muitas empresas multinacionais têm deslocalizado este tipo de serviços para Portugal, atraídos pelos custos de ocupação e de mão de obra qualificada competitivos em relação aos restantes países Europeus, mas também aos fortes atrativos em termos de qualidade de vida que Portugal oferece. Numa análise por zona, a zona do CBD foi a mais ativa em 2015, com 20% da área ocupada. Nesta zona, encontra-se incluída a segunda maior transação do ano que consistiu na expansão total de 8.400 m2 de escritórios ocupados pela Teleperformance no Edifício Álvaro Pais. Seguiu-se o Corredor Oeste, historicamente a zona mais procurada, devido à sua oferta de grandes áreas por piso, o que raramente se consegue encontrar no centro da capital, e ao ajustamento acentuado das rendas que os proprietários se viram obrigados a fazer durante os tempos de crise para conseguirem captar empresas para os seus imóveis. O Corredor Oeste representou assim 19% do volume de absorção em 2015. Seguiu-se o Parque das Nações, com 17% da área ocupada, que evidenciou uma das maiores recuperações de absorção nos últimos anos. Os edifícios modernos e a boa rede de infraestruturas, aliados a valores de renda muito competitivos, fazem com que seja das zonas mais procuradas. 10 Maiores Operações de Escritórios em 2015 Zona Edifício Ocupante Área (m2) 4 Sede EDP EDP 13.900 1 Castilho 24 Banco de Portugal 7.161 5.544 2 Álvaro Pais Teleperformance 6 Parque Suécia - Ed. Suécia II Worten 4.085 7 Gago Coutinho 26 BNP Paribas 3.095 2 Álvaro Pais Teleperformance 2.834 2 Defensores de Chaves, 45 Allianz 2.740 6 Central Park Outsystems 2.457 6 Zenith Unit 4 2.246 5 Torre Fernão de Magalhães Webhelp 2.138 Fonte: JLL/LPI O setor de “TMT’s & Utilities”, bem como o de “Serviços a Empresas”, representaram mais de 50% da área ocupada ao longo de 2015, ambos com grande influência de empresas de serviços de call centre e back office. Estimamos que este tipo de atividade tenha ultrapassado os 19.000 m2 de área ocupada em 2015, sendo caracterizada pela necessidade de escritórios com grandes áreas como é exemplo a expansão de área da Teleperformance. Aliás, Mercado Imobiliário em Portugal | 15 Evolução da Oferta de Escritórios 4,45 4,51 4,53 4,55 4,56 4,58 4,60 4,64 4,20 4,28 4,35 4,05 4,12 120.000 Nova oferta (m2) 100.000 88.478 73.762 80.000 60.000 82.154 77.662 57.491 85.497 41.100 34.631 21.705 20.000 20.635 21.061 2,00 0 Pipeline 390.225 Zona 4 359.149 Zona 5 908.775 Zona 6 768.003 Zona 7 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Nova Oferta 484.017 Zona 3 0,00 (p) 1.075.873 Zona 2 1,00 17.000 597.767 Zona 1 4,00 3,00 54.259 40.000 5,00 Stock (milhões m2) 140.000 Stock por Zona – final de 2015 200.000 400.000 (p) 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 ABL (m ) 2 Stock Área Ocupada Área Disponível Fonte: JLL/LPI Fonte: JLL/LPI Oferta Disponibilidade O mercado de escritórios de Lisboa é composto por um stock total de 4,6 milhões de metros quadrados. As zonas que concentram o maior stock são o Central Business District (CBD) e o Corredor Oeste, com quotas de 24% e 20%, respetivamente. A dinâmica recente reflete-se na redução da taxa de disponibilidade que se fixou nos 11,1% no final de 2015. A descida de 232 pontos base verificada desde o pico em 2013 deve-se, não só ao aumento da atividade ocupacional, como também à reduzida promoção desta classe de ativos nos últimos anos e à reconversão de alguns edifícios para uso habitacional, nomeadamente nas zonas centrais da capital. 2015 contou apenas com dois edifícios de escritórios concluídos, ambos no 3.º trimestre. Com um total de cerca de 21.000 m2 de nova oferta, 2015 ficou em linha com 2014, também com apenas dois novos edifícios. Comparativamente à média dos últimos 10 anos, de cerca de 55.000 m2, os últimos quatro anos revelaram as dificuldades que muitos promotores têm tido, nomeadamente na falta de financiamento bancário para a promoção imobiliária. Esta situação reflete-se na totalidade da nova oferta a ser ocupada pelos seus proprietários: o edifício da nova sede da EDP na Zona Histórica e Ribeirinha com um total 13.900 m2, que vem revelar a atratividade desta zona para o uso de escritórios; e o Edifício Castilho 24 localizado no Prime CBD, que resultou da reabilitação de 7.000 m2, pertencente ao Fundo de Pensões do Banco de Portugal. O Parque das Nações foi a zona que registou o maior decréscimo de área disponível, descendo desde o pico atingido de 26,7% em 2010 para os 4,8% no quarto trimestre de 2015, restando atualmente apenas 17.500 m2 disponíveis. Esta situação teve por base a conjugação de diversos fatores: dimensão reduzida do stock, aliada à consolidação em termos de desenvolvimento imobiliário e à eficaz e fundamental adaptação por parte dos proprietários aos tempos de crise. Por outro lado, o Corredor Oeste continua a dominar em termos de desocupação, concentrando 41% da área total vaga em Lisboa e uma taxa de disponibilidade de 23,1%, abaixo dos 27,3% atingidos em 2013. Edifícios Concluídos em 2015 Zona Edifício Promotor Tipo Área (m2) 1 Castilho 24 F. Pensões Banco Portugal Proprietário-Ocupante 7.161 4 Sede EDP Mota-Engil Proprietário-Ocupante 13.900 Fonte: JLL 16 | Mercado Imobiliário em Portugal Evolução da Taxa de Disponibilidade por Zona Área Disponível por Zona – final de 2015 30,0% 23,1% 20,0% 103.737 Zona 2 Zona 3 15,0% 13,1% 11,1% 9,5% 8,8% 5,8% 4,8% 10,0% 5,0% 0,0% 52.424 Zona 1 25,0% 64.488 Zona 4 22.737 Zona 5 17.414 Zona 6 210.165 Zona 7 2005 2006 2007 2008 Prime CBD CBD Parque das Nações 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 38.956 0 50.000 100.000 Zona Histórica e Ribeirinha Total Nova Zona de Escritórios Corredor Oeste 150.000 200.000 250.000 ABL (m ) 2 Fonte: JLL/LPI Fonte: JLL/LPI 2016 iniciou, assim, com um total de 510.000 m2 disponíveis, uma redução de cerca de 43.000 m2 desde o ano passado. Contudo, nem toda a oferta disponível tem qualidade e condições que respondam aos níveis de exigência que as empresas procuram, sobretudo empresas internacionais com níveis de exigência bastante elevados. Por outro lado, a oferta de qualidade deverá continuar a diminuir, uma vez que o pipeline de produto novo é e tem sido bastante reduzido. e Ribeirinha e um edifício para a ocupação do proprietário na Nova Área de Escritórios. O aumento da quota de edifícios desenvolvidos especulativamente revela a retoma gradual da confiança por parte dos promotores do setor. Em projeto contabilizámos apenas dois edifícios que totalizam cerca de 30.000 m2, sendo um deles a terceira Torre do Colombo, que deverá colocar no mercado cerca de 24.000 m2 de escritórios especulativos, no entanto, ainda sem data prevista de conclusão. Oferta Futura Rendas Para 2016 e 2017 está prevista a entrada de 6 novos edifícios, com uma área total de 47.100 m2. Destes, três edifícios estão a ser desenvolvidos especulativamente, resultando num total de 29.400 m2 de escritórios novos disponíveis no mercado. Surgirão ainda dois edifícios, ambos pré-arrendados, na Zona Histórica As rendas acompanham a dinâmica do mercado e a relação oferta vs. procura. Após a forte pressão nas rendas durante os últimos anos em que a procura se ressentiu, no final de 2015 algumas zonas inverteram a tendência de queda. O Prime CBD e o Parque das Nações registaram o primeiro aumento, Edifícios em Pipeline Edifício Zona Promotor Área (m2) Tipo Conclusão (Trim/Ano) Lagoas Park Edifício 9 6 Teixeira Duarte 4.900 Especulativo Edifício Santander II 3 Banco Santander 6.000 Proprietário-Ocupante T1 2016 T4 2016 Marquês de Pombal 14 1 Narcipromov 5.000 Especulativo T4 2016 T4 2016 República 5 2 Puaça 6.100 Especulativo Edifício Sorel 4 Fidelidade 8.600 Pre-let T1 2017 Edifício de Escritórios em Sta. Apolónia 4 Fidelidade 8.000 Pre-let T1 2017 Fontes Pereira de Melo 41 1 ECS Capital 19.500 Especulativo T4 2017 Torre 3 Colombo 3 Sonae / CBRE Global Investors 24.000 Especulativo - Fonte: JLL Mercado Imobiliário em Portugal | 17 Evolução Anual das Rendas Prime por Zona Rendas Prime ( €/m2/mês) 25 20 18,50 15 15,00 14,50 14,00 10 11,00 5 0 2005 2006 2007 2008 2009 Prime CBD Zona Histórica e Ribeirinha 2010 2011 CBD Parque das Nações 2012 2013 2014 2015 Zona Nova de Escritórios Corredor Oeste Fonte: JLL para 18,5 e 14€/m2/mês, respetivamente. Seguiu-se o Corredor Oeste que aumentou 1€/m2/mês na reta final do ano para os 11€/m2/mês, situação que veio aliviar um pouco a pressão das baixas rendas que têm vindo a praticar-se nesta zona. O mercado tende, assim, para um maior equilíbrio negocial entre proprietários e inquilinos, uma vez que a disponibilidade se torna cada vez mais reduzida. Perspetivas Futuras Para 2016 estima-se que o bom desempenho do mercado de escritórios continue, desde que as condições económicas e a estabilidade do país se mantenham favoráveis e, consequentemente, se mantenham os níveis de confiança das empresas, que têm vindo a melhorar nestes dois últimos anos. Para a atividade do mercado de escritórios ao longo deste ano, 18 | Mercado Imobiliário em Portugal estima-se que a instalação de call centres e de serviços de back office continue a ter um papel relevante. As rendas deverão manter uma trajetória ascendente ainda que de forma gradual, principalmente nas zonas com menor disponibilidade ou em alguns edifícios de melhor qualidade. Eixo 17 IC IL/ CR 17 /IC IL CR Nort e-S ul Mapa das Zonas de Escritórios de Lisboa ORIENTE AEROPORTO DE LISOA Av. de Be rlim do Av. B ALVALADE a CIDADE UNIVERSITÁRIA Av. Lusíada ROMA OLIVAIS rech al G ome s da Cos ta el Rom Av. E. U. A. os s nte utubro ate mb Co pública O Av. 5 de Re Av. da .d Av AREEIRO 2.ª Circular rna CAMPO PEQUENO e eB ue d Av. IC1 7 SETE RIOS nriq COLÉGIO MILITAR Av. Ma testáv de Av. BENFICA CAMPO GRANDE Av. Almirante Gago ul 2.ª il ras to Con Av. San Eixo Norte-S AMADORA r la Circu Coutinho PONTINHA . He SALDANHA A. PRAÇA DE ESPANHA Alm nio iran ntó te D CR .A Av IL/ Av. Duque D’Ávila Reis Av. Almirante mp nca o lan rcu He e ad rd ibe RATO P A. aL ria Ma R. MARQUÊS DE POMBAL .d Av R. ia A. Aguiar raa Av. Joaquim R. B AMOREIRAS A5 r uia Ag PARQUE EDUARDO VII A5 to Sa n te an nf Av .I Av. de Ce uta rtas Av. das Desco be IC1 7 IL/ CR CHIADO los I ALGÉS SANTA APOLÓNIA BAIXA Car Av. D. Av. da Po nte PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO TERREIRO DO PAÇO CAIS DO SODRÉ ho Av. 24 de Jul Zona 1 Prime CBD BELÉM Zona 2 CBD dia Av. da Ín PONTE 25 DE ABRIL A2/SUL ALGARVE RIO TEJO Zona 3 Nova Zona de Escritórios Zona 4 Zona Histórica e Ribeirinha Zona 5 Parque das Nações Zona 6 Corredor Oeste Zona 7 Outras Zonas Mercado Imobiliário em Portugal | 19 Mercado Imobiliário Português Mercado de Retalho 2015 veio confirmar as tendências que o ano 2014 já vinha a indiciar, acentuando-se um dinamismo inegável no mercado de retalho, tanto no que concerne o comércio de rua quanto no que diz respeito aos centros comerciais. Neste segmento, e após um ano de 2015 sem novas aberturas, existem dois projetos em desenvolvimento: um centro comercial no Algarve, promovido pela Ikea Centres, que abrirá portas em 2017 e o Nova Arcada em Braga (ex-Dolce Vita Braga), que esteve em standby durante vários anos e que abre também com uma loja Ikea já no início de 2016. O apetite dos lojistas por estes centros tem sido muito positivo, assim como pelos centros prime em funcionamento, onde se deram muitas movimentações ao longo do ano, com a abertura de novas lojas e a reformulação de outras. Quanto ao comércio de rua, tem vindo a assistir-se a uma autêntica avalanche de projetos que muito tem contribuído para a afirmação da cidade de Lisboa. Deste modo, a constante evolução da Avenida da Liberdade é uma realidade, que todos os anos tem novos edifícios em reabilitação e lojas a abrir. O mesmo está a acontecer na Rua Augusta e também na emergente zona do Cais do Sodré, muito em especial na valência da restauração, fenómenos dos quais não se podem dissociar o notável Mercado da Ribeira, a nova sede da EDP e a surpreendente Rua Cor-de-rosa. E, deste modo, as várias zonas comerciais de Lisboa começam a ser cada vez mais contíguas, com a reabilitação e a oferta de produtos e serviços criativos e inovadores a atraírem cada vez mais gente local e não local, contribuindo decisivamente para o reposicionamento de Lisboa como cidade de grande relevância no panorama internacional. 20 | Mercado Imobiliário em Portugal Patrícia Araújo Head of Retail Esta tendência tem, felizmente, vindo a ter sequência no Porto, onde em boa parte da zona da Baixa (Clérigos, Aliados, Rua de Santa Catarina e Rua das Flores) se tem vindo a assistir a um dinamismo há muito não visto no que diz respeito à abertura de novos espaços comerciais. 2016 será um ano de consolidação desta tendência, tanto em Lisboa como no Porto, com estas duas cidades a tornarem-se cada vez mais surpreendentes e atrativas. O dinamismo mantém-se O mercado de retalho foi bastante afetado no período de crise. Houve uma quebra nas vendas e os consumidores viram-se obrigados a mudar os seus hábitos de consumo, tornaram-se mais exigentes e adaptaram-se a um contexto menos favorável no que respeita a gastos. O consumidor tornou-se menos fidelizado, exigindo a adaptação dos retalhistas no que toca às suas “novas” necessidades. Necessidades estas, que durante o período de crise se transformaram numa redução da procura de retalho massificado, em prol da valorização da experiência, conveniência, personalização e novos conceitos que o retalho passou oferecer. Neste período, a nova tendência passou pelo aparecimento de conceitos de bairro e de proximidade, fazendo do comércio de rua a “estrela” do mercado de retalho durante os últimos três anos. Ainda assim, características como a conveniência e diversidade oferecida pelos centros comerciais mantiveram o elevado interesse dos consumidores e não é por acaso que os centros comerciais sempre foram o destino de compras eleito dos portugueses. Num ambiente menos favorável, também os centros comerciais tiveram de adaptar-se, e enquanto os empreendimentos prime mantiveram a sua boa performance, os ativos secundários continuam a revelar algumas dificuldades. No entanto, 2015 foi também um ano de renovação e reabilitação. Aproveitando a menor incerteza quanto ao contexto económico, diversos centros comerciais de pequena dimensão souberam aproveitar as novas tendências quanto ao consumo, reajustando-se e implementando conceitos modernos de conveniência e proximidade, como é exemplo o Centro Comercial de Alvalade. Como sinal de melhoria do mercado, tanto o Índice de Confiança dos Consumidores como o de Comércio a Retalho, mantiveram a trajetória de crescimento já verificada em 2014. O ano de 2015 terminou, assim, com o Índice de Confiança do Comércio a Retalho bem como do Consumidor, nos níveis mais elevados desta década. Empreendimentos Comerciais No final de 2015, a JLL contabilizou 170 empreendimentos comerciais (com área superior a 5.000 m2), os quais totalizam cerca de 3,6 milhões de m2 de área bruta locável. Os centros comerciais são, sem dúvida, a primeira escolha dos portugueses na hora de ir às compras e dominam o mercado com um total de 2,8 milhões de m2, ou seja, 80% do stock total. No entanto, o elevado volume de oferta comercial e a retração do consumo verificada nos últimos anos levaram a uma diferença substancial na performance de unidades prime e secundárias, situação que deverá manter-se no médio-prazo. Os centros Colombo, Vasco da Gama e CascaiShopping na Região de Lisboa e o NorteShopping no Porto, todos pertencentes ao Grupo Sonae, Evolução da Oferta de Empreendimentos Comerciais Evolução do Índice de Confiança 10 -10 400 -20 300 ABL (mil m2) -30 -40 -50 200 2,22 198 2,46 234 2,67 2,99 3,54 3,37 3,37 3,37 3,38 3,38 3,45 3,16 3,26 Jan. 15 Jan. 14 Jan. 13 Jan. 12 Jan. 11 Jan. 10 Jan. 09 Jan. 08 Jan. 07 Jan. 06 Jan. 05 3,50 3,00 318 2,50 215 2,00 175 1,50 95 100 -60 4,00 112 68 0 0 0 6 90 1,00 ABL (milhões m2) 500 0 0,50 0 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 (p) Indíce Confiança Consumidor (MM3M) Nova Oferta Indíce Confiança Comércio a Retalho (MM3M) Fonte: INE Pipeline Stock Fonte: JLL Mercado Imobiliário em Portugal | 21 Principais Projetos em Pipeline Nome Promotor Status Abertura ABL (m2) Nova Arcada (ex- Dolce Vita Braga) CGD Em Atividade T1 2016 68.000 Centro Comercial no Algarve IKEA Centres Em comercialização 2017 90.000 Évora Shopping Novo Banco Em construção n. d. 16.500 Por outro lado, os outlets, com apenas 3% do stock total, acabaram por beneficiar com a crise, dado o seu conceito associado a vendas com preços fortemente descontados. Contudo, as lojas full price também implementaram estratégias de combate à quebra das vendas e acabaram por fazer concorrência às lojas presentes neste tipo de empreendimentos. O Freeport, na Região de Lisboa, e o Vila do Conde The Style Outlet, na Região do Porto, são os principais outlets do país. Fonte: JLL Comércio de Rua são as grandes referências do setor. Estes revelam uma grande procura por parte dos retalhistas e rapidamente os seus espaços vagos são ocupados. Em Portugal, os centros comerciais têm tido uma presença maioritária de marcas mass-market. No entanto, começam também a ser procurados por marcas premium, e, neste segmento, destaca-se o Centro Colombo e o Amoreiras Shopping Center, ambos com uma crescente procura por parte de turistas e consumidores estrangeiros. Contudo, a crise, conjugada com a maturidade que o mercado entretanto atingiu, levou ao cancelamento da maioria dos projetos que se encontravam em pipeline, levando a anos “desertos” na promoção imobiliária desta classe de ativos. Após quase 3 anos sem inaugurarem novos empreendimentos comerciais, abriu, no final 2014, o Alegro Setúbal e, desde então, o pipeline reduz-se a dois projectos: o centro comercial Nova Arcada em Braga com cerca de 68.000 m2 e data de abertura no 1.º trimestre de 2016, e o complexo comercial no Algarve, desenvolvido pela IKEA Centres com cerca de 90.000 m2, ambos ancorados numa loja IKEA. Ainda assim, apesar do reduzido pipeline de novos empreendimentos, e face a um mercado maduro, alguns centros comerciais investem na sua reabilitação, modernizando os seus espaços e conceitos obsoletos, conseguindo adaptar-se ao mercado. O elevado crescimento do turismo tem sido o principal gerador do grande dinamismo que se verifica no comércio de rua das zonas consolidadas de Lisboa e do Porto, uma vez que muitos lojistas, nacionais e internacionais, procuram lojas de rua que permitam maior proximidade com os consumidores estrangeiros. Também as novas tendências nos hábitos de consumo dos consumidores portugueses, com a procura de novos formatos de comércio e de novas experiências, e as alterações à lei do arrendamento em vigor desde o final de 2012, tiveram um papel muito relevante neste mercado. Principais Aberturas de Lojas de Rua em 2015 Marca Localização Guess Porche Design Tumi Boutique dos Relógios Plus Otro Coccinelle Lisboa – Av. da Liberdade Adidas Well’s Lisboa – Baixa Burger King Cantê Lx Nos retail parks, cuja quota se situa nos 12%, a situação é semelhante, agravada apenas pelo reduzido número de operadores em Portugal para este tipo de formato. Os grandes retalhistas dão, em muitos casos, preferência a localizações em stand-alone, devido à capacidade das próprias marcas em atrair clientes. O Sintra Retail Park continua a destacar-se como o melhor empreendimento do país neste formato, revelando boa procura por parte dos operadores e um nível de rendas acima da média deste segmento. New Balance Nuteleria Hamburgueria Honorato Pull & Bear Gelatiamo – Caffé Bistrô Ale-Hop Oysho Tiger 100 Montaditos Pizzaria Zero Zero Fonte: JLL 22 | Mercado Imobiliário em Portugal Lisboa – Chiado Lisboa – Príncipe Real Em 2013, registou-se um pico em termos de aberturas, com mais de 40 novas lojas entre as 6 principais zonas de Lisboa e Porto. 2014, com um número de aberturas também próximo das 40, manteve o dinamismo. Em 2015, o número estimado de aberturas de lojas de rua foi mais reduzido, no entanto, a sua procura mantém-se inquestionável e muito limitada pela falta de espaços vagos. A Rua Castilho tem sido morada de diversas lojas de segmento premium, no entanto, assiste-se atualmente à saída de alguns retalhistas para a Avenida da Liberdade, como é o caso da Loja das Meias e da Coccinelle. Enquanto esta zona perde fulgor, surge a zona do Cais do Sodré, que ganhou relevância, principalmente com conceitos de restauração, ao mesmo tempo que se torna cada vez mais procurada em termos de escritórios. Os lojistas posicionam-se em zonas consolidadas ou com grande fluxo turístico, que se diferenciam na oferta de produtos e marcas dirigidas a diferentes perfis de consumidores. E de facto, as zonas que melhor respondem a estes requisitos têm vingado no mercado. Simultaneamente, surgem novos destinos em detrimento de outros, que têm perdido a sua relevância enquanto destino de compras. O comércio de rua ganhou também destaque no Porto, influenciado pela grande afluência de turistas. Destacam-se duas zonas: Rua de Santa Catarina e Clérigos/ Aliados. A Rua de Santa Catarina mais direcionada para o segmento mass market e os Clérigos/ Aliados direcionado para o segmento premium, ambas com bastante procura de marcas que pretendem expandir para esta cidade. A Baixa, onde se encontra a rua com maior footfall de Lisboa – Rua Augusta – é principalmente atraída por turistas e retalhistas que querem estar próximo deste mercado. Entre as lojas tradicionais, restaurantes e as maiores cadeias de mass market, a Baixa tem tido uma procura crescente desde 2014. Atualmente, diversos edifícios estão em reabilitação nesta zona, dos quais poderão surgir novos espaços de lojas com qualidade. A Avenida da Liberdade, a zona de eleição das marcas de luxo, tem mantido uma procura estável e conta atualmente com vários espaços disponíveis, devido ao aparecimento de diversos projetos e edifícios recentemente reabilitados. Para esta zona, prevê-se a abertura de insígnias estratégicas na afirmação desta Avenida como morada do comércio de luxo, como é exemplo a Versace. O Príncipe Real destaca-se como a zona mais alternativa, onde se juntam diversos conceitos únicos e empreendedores de origem maioritariamente nacional. Rendas Face a este dinamismo de mercado, as rendas evoluíram positivamente e de forma geral, durante 2015. Nos centros comerciais prime a renda poderá atingir os 95€/m2/mês, representando um aumento de 10€ face a 2014. Também no comércio de Rua, à exceção da Rua Castilho, todas as zonas registaram aumentos. Destacamos a Baixa de Lisboa e a Rua de Santa Catarina no Porto, que atingiram aumentos de 25€, para 85€ e 50€/m2/mês, respetivamente. A Avenida da Liberdade, bem como o Príncipe Real, aumentaram 5€, atingindo respetivamente rendas de 90€ e 40€/m2/mês. E por último, mas não o menos importante, o Chiado que aumentou os 120€/m2/mês. Evolução Anual das Rendas Prime 140 120 120,00 100 €/m2/mês Como zonas consolidadas, destacamos o Chiado, zona prime e trendy, com insígnias mass market e de um posicionamento médio-alto e que é, de facto, das zonas mais procuradas. Aqui, estão presentes marcas como a Zara, H&M e Massimo Dutti, mas também a Hugo Boss e a Hermès. Um espaço vago na Rua Garrett pode atingir os 120€/m2/mês, sendo que algumas marcas estão dispostas a pagar key money devido à baixa disponibilidade. Ainda assim, esta zona foi a que registou um maior número de novas aberturas, das quais destacamos mais uma insígnia do Grupo Inditex – Oysho – ou a loja de origem Dinamarquesa – Tiger – que manteve uma estratégia de expansão bastante ativa. 95,00 80 60 50,00 40 20 10,00 0 2005 2006 2007 2008 2009 Centros Comerciais 2010 2011 2012 Comércio de Rua – Chiado 2013 2014 2015 Retail Parks Comércio de Rua – Porto Fonte: JLL Mercado Imobiliário em Portugal | 23 PROJEÇÕES Futuras Para 2016 espera-se um cenário semelhante ao de 2015 no que toca a tendências e dinamismo. Nos centros comerciais, a diferença entre os ativos prime e secundários manter-se-á e surge finalmente um novo empreendimento em Braga. No comércio de rua, a tendência que começou a notar-se em 2015, deverá tornar-se mais clara, com novas zonas a surgir efetivamente. 24 | Mercado Imobiliário em Portugal As rendas que registaram aumentos para valores historicamente altos, poderão ainda subir em algumas zonas, mas dado os níveis atuais, este crescimento não deverá ser tão acentuado como em 2015. Mapa de Comércio de Rua do Chiado 52 98 51 42 50 41 49 40 ade rind aT R. d 39 38 101 36 o 100 arm oC sa d s e v Tra R. Nova da Trindade 99 35 30 Lrg. do C hiado 3 6 7 20 4 85 80 R. Paiva Andrade 73 R. Ant. Mª Cardo so 84 19 18 71 R. do Alecri m 5 32 17 15 16 13 14 12 11 28 10 26 27 tt 25 R. Garre 24 23 21 22 74 77 75 76 78 89 90 86 33 43 29 62 63 53 54 55 64 56 65 81 79 R. Anchietta 2 R. Serpa Pinto 1 9 44 34 31 8 Lrg. Luís de Camões 45 102 93 94 o Lrg. do Loret 47 46 Lrg. de S. Carlos 82 57 66 s R. Iven R . da Mesericórdia 95 48 37 da Alma 96 va do R. No ade Lrg. da Trind R. do Carmo 97 58 67 59 83 60 72 87 88 61 68 91 69 92 70 Principais Marcas Presentes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Leitão & Irmão Vista Alegre Salsa Hermès Guess Casa Havaneza Zilian Du Pareil au Même Hugo Boss Stradivarius Gardenia Tous Havaianas Prof Bershka Swarovski Geox U.C. of Benetton 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Paris em Lisboa Livraria Bertrand Vitaminas André Ópticas Lanidor Intimissimi Blanco Imaginarium Nike Massimo Dutti Zara Óptica do Sacramento Hugo Boss Oysho Nespresso Santini Perfumes & Companhia Foot Locker 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 Zara Home W52 Muji New Balance Luvaria Ulisses Joalharia do Carmo Armazéns do Chiado: Fnac Kiko Cosmetic Sephora Starbucks Springfield Women’Secret H&M GMS Store Apple Ale-Hop Livraria Aillud Lellos Oculista do Carmo 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 Accessorize MultiOpticas Pepe Jeans Benefit Skunkfunk October Teresa Alecrim Livraria Ferin Tendência Store Intukasa Eureka Shoes Pull & Bear Tiger El Ganso Sacoor Brothers Sandro Ferrone WESC Inter design 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 Harmour Concept Roof Kiehl´s Empatias Sacolinha Skinlife Bairro Arte Marc Jacobs Godiva Loja do Burel Quiosque das Bonecas Cubanas A Vida Portuguesa Organi Cosmética Pop Tradition Gardenia G-Star Raw Izu Chiado 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 So Chic Chiado n.º8 Levi’s Adolfo Dominguez Bonpoint Aldeia da Bolota Padaria Portuguesa Diesel Jorge Welsh Chiado Factory Up! Town Lisboa TM Colection Organii José Antonio Tenente Mikels Gardenia for Man Mercado Imobiliário em Portugal | 25 Mapa de Comércio de Rua da Avenida da Liberdade 3 1 4 5 2 6 10 11 R. Ale xan dre He rcu lan o 7 R. Ro sa Ara újo 9 8 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 30 22 23 24 25 R. Ba rat aS alg ue iro 31 32 33 26 27 29 28 41 42 Av 43 en ida 44 da 45 Lib erd 46 ad 47 e 48 R. do Salitre 34 R. das Pre tas Marquês de Pombal R. Ale xan dre He rcu lan o Parque Eduardo VII 49 35 36 37 38 40 39 Prç. da Aleg ria 50 60 61 51 53 52 62 54 63 55 56 58 57 59 64 Restauradores 65 Principais Marcas Presentes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Luis Onofre Gonçalo Pinheiro Tru Trussardi Marina Rinaldi Juliana Herc Tumi Max Mara Torres Joalheiros Fendi Casa Collection Cartier Bvlgari Versace 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Rimowa Porsche Design Fly London Vilebrequin Emporio Armani Prada Rosa & Teixeira Burberry Furla Timberland Tod’s Guess 26 | Mercado Imobiliário em Portugal 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Boutique dos Relógios Plus Fashion Clinic Longchamp Louis Vuitton Escada Loewe Ermenegildo Zegna Hugo Boss Aristocrazy Joyas Hackett Hugo Boss Boutique dos Relógios Plus 37 38 39 40 41 42 43 Dara Jewels Gilles Fine Jewellery Mont Blanc Pronovias Tivoli Fórum: Adolfo Dominguez Gucci Fashion Clinic B Code Machado Joalheiros Coccinelle Baby Liberdade 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 Carolina Herrera Purificación Garcia A. Lange & Söhne André Ópticas Mango Massimo Dutti Michael Kors Maria João Bahia Miu Miu Tony Miranda Zadig & Voltaire Lacoste 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 Stivali Gant Penhalta Elisabetta Franchi David Rosas Officine Panerai COS Rosa Clará Visionlab Mango Abre brevemente Mapa de Comércio de Rua da Baixa Praça D. Pedro V Praça da Figueira Rossio 1 3 4 5 Justa Santa R. de 2 9 6 32 ção Assun R. da s R. do 33 10 11 13 gusta R. Au rea R. Áu 34 teiros Sapa 12 14 15 16 17 18 19 35 a Vitóri R. da 23 24 20 21 22 Baixa/Chiado Prata R. da 7 8 olau S. Nic R. de 28 25 26 eição Conc R. da 27 29 30 31 Praça do Comércio Principais Marcas Presentes 1 2 3 4 5 6 7 8 U.C. Benetton Vitaminas Farggi Casa Macário Vitrine Solaris W52 Amorino 9 10 11 12 13 14 15 16 Seaside Sapataria Lord Camisaria Pitta Chez Chemise Zara Sapataria Lisbonense Bijou Brigitte Ale-hop 17 18 19 20 21 22 23 24 Marionnaud Truz Calzedonia Benfica H&M Typographia Intimissimi Parfois 25 26 27 28 29 30 31 32 Stradivarius Bershka Pull & Bear Casa Pereira da Conceição Mango Adidas Springfield H&M 33 34 35 Fred Perry A Padaria Portuguesa Tiger Abre Brevemente Mercado Imobiliário em Portugal | 27 Mercado Imobiliário Português Mercado de Investimento Histórico – numa palavra só, o resumo do ano que passou. Partindo de um 2014 já por si muito positivo no que respeita ao mercado de investimento comercial, 2015 traduziu-se num ano absolutamente notável, registando o maior volume de investimento alguma vez transacionado em Portugal. A conjugação de vários fatores endógenos e exógenos, entre eles a progressiva retoma e aumento de confiança dos agentes económicos em Portugal, bem como o sobreaquecimento dos mercados europeus mais core, viraram em definitivo a orientação dos investidores (sobretudo internacionais) para geografias mais periféricas, levando a uma alocação de capital nunca antes verificada no nosso país. Retalho e Escritórios mantiveram-se como as classes de ativos mais procuradas, tendo-se concretizado operações de vários centros comerciais e edifícios de escritórios emblemáticos. No entanto, sublinha-se um aumento da procura para ativos nos setores Hoteleiro e Industrial & Logístico, facto demonstrativo da atratividade e diversidade de oportunidades que o mercado apresentou durante 2015. É expectável que a retoma do mercado de ocupação de escritórios venha a trazer um peso mais significativo nas transações de investimento nestes segmentos durante 2016. Nem mesmo a instabilidade política vivida no último trimestre do ano conseguiu abalar a confiança de investidores, tendo-se verificado transações de grande relevância no final do ano. 28 | Mercado Imobiliário em Portugal Fernando Ferreira Head of Capital Markets O “gap” positivo que as rentabilidades em Portugal apresentam face à Europa, a manutenção da política monetária do Banco Central Europeu e a contínua falta de alternativas de classes de ativos pouco voláteis criam condições para um ano de 2016 em linha com o anterior, com alguma estabilização na compressão de yields em todos os setores. Um conjunto de circunstâncias permitiu que o investimento no mercado imobiliário reentrasse no radar dos investidores. A um nível global, verifica-se uma elevada liquidez, taxas de juro ainda em mínimos e uma maior aversão à volatilidade dos mercados financeiros, tornando os ativos imobiliários mais apelativos para os investidores. A nível nacional, Portugal beneficia atualmente de uma situação mais favorável na atração de investimento: recuperação económica; recuperação dos mercados ocupacionais; yields muito atrativas, acima dos 5% e acima das yields praticadas na maioria dos mercados Europeus; rendas ainda com margem de progressão; reconhecimento crescente do país enquanto destino turístico e para viver, com fatores diferenciadores de destaque como a segurança, o clima e o património natural e cultural; e as alterações legislativas realizadas para atração de investimento, são alguns dos pontos fortes do país que estão a chamar a atenção do mercado internacional. Origem do Investimento A crescente presença dos investidores internacionais é destacada desde 2013, pelo que a quota de investimento de origem nacional se encontra atualmente muito reduzida. Em 2015, 84% das transações foram realizadas por estrangeiros, provenientes de várias origens do globo: China, EUA, Espanha e Brasil, são alguns exemplos entre outros países. O investimento proveniente dos EUA é o mais representativo, quer em volume, representando 48% do investimento internacional, quer em número de transações, com 9 das 45 transações realizadas por estrangeiros. Os EUA são totalmente representados por fundos de investimento que geralmente têm tickets elevados, investindo em ativos de grande dimensão, como centros comerciais, grandes edifícios de escritórios ou mesmo portefólios imobiliários. 2.000 1.764 1.800 1.600 1.400 1.136 1.200 1.000 1.253 829 800 892 760 704 600 393 312 190 126 2012 200 2011 400 Internacional 2015 2014 2013 2010 2009 2008 2007 2006 0 2005 2015 marcou sem dúvida o mercado de investimento em imobiliário comercial. Este mercado foi extremamente afetado durante o período de crise, em que o volume de investimento registou mínimos históricos. No entanto, a segunda metade de 2013 foi marcada pelo regresso dos investidores internacionais e, desde então, que assistimos a um crescente dinamismo do mercado. Em 2015 atingiu-se o recorde histórico de volume de investimento em Portugal, com um total de 1,8 mil milhões de euros. Face a 2014, este volume representou um crescimento de 98%, desfazendo todas as dúvidas relativamente à retoma do dinamismo do mercado. Evolução Anual do Volume de Investimento Milhões de Euros Volume de investimento regista recorde Nacional Fonte: JLL Volume de Investimento por Tipo de Investidor – 2015 Privados e Family Offices Fundos de Investimento Sociedades Imobiliários Corporate e Institucionais Desconhecido Hoteleiro 2% 7% 7% 4% 15% 65% Fonte: JLL Volume de Investimento por Tipo de Ativos – 2015 15% 24% Escritórios Retalho Industrial Outros 7% 54% Fonte: JLL Mercado Imobiliário em Portugal | 29 São exemplo as transações do Almada Fórum, do Fórum Montijo ou de um portefólio de edifícios de escritórios situados na Quinta da Fonte. De facto, os fundos institucionais representam a maior quota do volume investido – 65%, devido aos montantes elevados que investem, mas privados e Family Offices também estão bastante ativos no mercado. Em 2015, estes últimos foram principalmente representados por investidores brasileiros, enquanto que em 2014 foram maioritariamente de origem chinesa. Este tipo de investidores procuram ativos mais pequenos, como lojas de rua ou pequenos edifícios e frações de escritórios. tímida nas yields de retalho e, em 2014 e 2015, as yields de todos os setores desceram significativamente, com variações entre 175 e 250 pontos base, regressando aos mínimos registados de 2007. No setor de escritórios, representado pelo Prime CBD, a yield culminou no valor mais baixo de sempre – 5,5%. No retalho, o comércio de rua nas zonas prime de Lisboa também atingiu a yield mínima de 5% e os centros comerciais desceram para 5,5%. Os retail parks e os ativos de industrial & logística apresentam as taxas de rentabilidade mais elevadas, ambos com 7,25%, após um decréscimo de 50 pontos base face a 2014. Procura Yields As yields, que traduzem naturalmente a relação entre procura e oferta bem como o potencial e localização dos ativos, tiveram variações correlacionadas com o volume de investimento. Depois de um pico máximo em 2013, começámos a assistir a uma melhoria 30 | Mercado Imobiliário em Portugal Evolução Anual das Yields Prime 10,0 9,00 8,00 % Fazendo uma análise por setores, o retalho ganha vantagem não só pela diversidade e quantidade de produto que existe, (centros comerciais, retail parks, retalho alimentar, stand alone units, comércio de rua, etc.), como também pelos tickets elevados que algumas destas classes de ativos envolvem, nomeadamente os centros comerciais. O investimento em retalho representou mais de 50% do volume realizado em 2015, do qual fizeram parte 3 transações de portefólios: centros comerciais Dolce Vita, unidades de retalho alimentar Continente e um conjunto de retail parks. Mas todo o tipo de ativos tem revelado procura: o número de lojas de rua transacionadas aumentou de 7 em 2014 para 15 em 2015; os escritórios e industrial & logística também estão na mira dos investidores que procuram produto core, ou seja, ativos com contratos longos e/ou inquilinos sólidos; e 2015 foi ainda marcado pelo crescente interesse na compra de hotéis, um tipo de ativo menos comum no mercado de investimento comercial. O investimento nesta classe de ativos atingiu um volume total de 240 milhões de euros, onde se inclui a aquisição do portefólio de hotéis Tivoli por parte do grupo tailandês Minor International (MINT). Em Portugal, a compra de hotéis nunca se fez notar tanto como agora, demonstrando o dinamismo do mercado, aliado a fatores como o excelente desempenho do turismo. 7,25 7,25 7,00 6,00 5,50 5,50 5,00 5,00 4,00 2005 2006 2007 2008 Escritórios Comércio de Rua - Lisboa 2009 2010 2011 2012 Centros Comercias Industrial & Logistica 2013 2014 2015 Retail Parks Fonte: JLL “O investimento em retalho representou mais de 50% do volume realizado em 2015. Mas todo o tipo de ativos tem revelado procura. ” Perspetivas Futuras Para 2016 espera-se que o volume de investimento se mantenha nos níveis atuais, proveniente de geografias como EUA, França, UK e China e principalmente de fundos de investimento. Não se prevê um crescimento tão acentuado como em 2015, não só porque foi um ano que superou as expetativas, mas também pela falta de produto adequado à procura que começa já a sentir-se. O setor de retalho deverá manter-se o mais apetecível, no entanto, é expectável um maior equilíbrio no mercado, uma vez que diversas operações de edifícios de escritórios deverão surgir este ano, bem como o aumento do investimento no setor hoteleiro. Relativamente às yields, consideramos que já estão bastante comprimidas e sem grandes fundamentos para maiores descidas. Mercado Imobiliário em Portugal | 31 Mercado Imobiliário Português Mercado Residencial O mercado residencial retomou a sua atividade em pleno e todos conhecemos os principais fatores que impulsionaram esta mudança. Mas recapitulemos: segurança, qualidade de vida, turismo, Golden Visa, regime fiscal atrativo para residentes não habituais e incentivos à reabilitação. Estes são alguns dos argumentos que colocaram Portugal no mapa, revitalizando o mercado residencial e obrigando os promotores a apostarem em conceitos até aí pouco explorados. Passaram, por exemplo, a ser desenvolvidos projetos residenciais para rendimento, nomeadamente apartamentos turísticos e o conceito de Hotel Apartamentos, todos com rentabilidades garantidas e posicionados para o arrendamento de curta duração. Outra das tendências tem a ver com o cuidado na escolha dos layouts e acabamentos nos projetos de reabilitação, tendo em conta as necessidades e preferências dos novos mercados, o que fez com que os edifícios de uso residencial passassem a incorporar características que eram pouco usuais há apenas 5 anos. Os promotores terão de responder a estas novas exigências dos mercados externos, considerando os diferentes perfis do grupo-alvo e afinando o produto de acordo com os objetivos de investimento dos diversos compradores: investimento puro, segunda habitação (para compradores estrangeiros e portugueses) e habitação própria e permanente. Os investidores internacionais continuam a acreditar no mercado imobiliário nacional, principalmente na Região de Lisboa e Porto, o que permite um pipeline muito interessante de projetos residenciais que serão lançados já em 2016. Uma boa notícia, tendo em conta que os empreendimentos lançados em anos anteriores já se encontram numa fase muito próxima da conclusão total de vendas. 32 | Mercado Imobiliário em Portugal Patrícia Barão Head of Residential Em termos da valorização do mercado residencial em Lisboa, os preços nas zonas prime (Av. Liberdade e Chiado) chegam a atingir valores na ordem dos 10.000€/m², ainda assim abaixo do que se encontra na grande maioria das capitais europeias. Estamos perante um dos melhores momentos do mercado residencial em Portugal e tudo indica que 2016 será um ano de grande atividade e de consolidação, assumindo-se como o motor da atividade imobiliária em Portugal. Um Mercado Reabilitado O mercado residencial português, tradicionalmente caracterizado pela compra de casa, esteve extremamente condicionado nos últimos anos, devido ao desfavorável contexto económico. O financiamento para compra de habitação tornou-se caro e pouco acessível à maioria dos portugueses, levando a uma redução muito significativa da atividade do mercado. No entanto, no final de 2013 e ao longo de 2014, começou a ser visível uma recuperação deste setor, em particular nas cidades de Lisboa e Porto. O investimento estrangeiro deu o pontapé de saída neste novo momentum do mercado, e, para tal, muito contribuíram os bem sucedidos programas de incentivo ao investimento estrangeiro como os Golden Visa e o Regime Fiscal do Estatuto do Residente Não Habitual. A JLL/ Cobertura registou em 2015 um aumento de 13 novas nacionalidades face a 2014 no que toca à origem dos seus clientes, sendo visível o interesse cada vez mais abrangente pelo nosso mercado. De facto, as condições do crédito bancário são mais vantajosas e a procura doméstica recuperou. Desde fevereiro de 2014 a taxa de juro de empréstimos à habitação tem vindo a descer, atingindo em novembro de 2015 uma taxa de 2,1%, segundo o Banco de Portugal. Como resultado desta situação mais favorável, a procura de crédito à habitação tem vindo a aumentar e durante 2015, a concessão de empréstimos para habitação superou os 4 mil milhões de euros, quase o dobro do valor concedido em 2014. De acordo com o INE, o número de transações de habitação para alojamento familiar totalizou 77.467 nos três primeiros trimestres de 2015, registando um crescimento de 32% face ao período homólogo. Ainda sem o ano fechado, mantendo-se este ritmo, é expectável que 2015 se revele o ano com o maior número de transações desde 2011. O mercado surge agora com novas tendências. A compra de casa que era maioritariamente realizada numa perspetiva de habitação (1ª ou 2ª residência), atualmente é realizada também com o objetivo de obtenção de rendimento. Esta situação é muito visível nas compras efetuadas por via dos Golden Visa, cujos detentores não necessitam dos ativos que adquirem para viver, e deve-se também à recente dinâmica do mercado de apartamentos destinados ao arrendamento turístico de curta duração, ao mesmo tempo que entraram em vigor importantes alterações à “Lei das Rendas”, que até então prejudicava em demasia os proprietários. Por outro lado, contrariamente ao que sucedeu no “boom” de mercado na década de 90, em que os novos empreendimentos surgiam principalmente nas periferias das cidades, o desenvolvimento de casas novas acontece agora no centro da cidade, originando um elevado número de edifícios em reabilitação. Com o mercado já em recuperação devido à elevada procura estrangeira, e face ao contexto económico que se tornou mais favorável, também a procura nacional tem sido essencial na boa performance que o mercado tem atualmente. Apesar de nos últimos anos os portugueses terem comprado casa com maior recurso a capitais próprios, o acesso ao crédito à habitação está a regressar gradualmente. Mercado Imobiliário em Portugal | 33 Mercado Residencial de Lisboa O local onde se situa o imóvel é o fator preponderante e decisivo para quem investe em imobiliário. No setor residencial este conceito adquire uma importância ainda maior. A dinâmica a que se assiste atualmente no mercado residencial em Lisboa, trouxe novas oportunidades em zonas onde há alguns anos atrás era muito difícil adquirir casa com as condições de qualidade, comodidade e conforto dos dias de hoje. É o caso, por exemplo, da Avenida da Liberdade, a zona prime de escritórios e localização privilegiada do comércio de luxo e hotéis de 5 estrelas da cidade. A reabilitação de um alargado conjunto de edifícios em curso nesta artéria, uma das mais centrais e mais importantes de Lisboa, fez com que o mercado residencial ganhasse aqui um novo protagonismo com o desenvolvimento de diversos projetos exclusivos destinados a habitação. Igualmente no centro da cidade, encontram-se as zonas do Chiado/ Santa Catarina, Príncipe Real/São Bento e Baixa Pombalina. A primeira é um dos bairros mais emblemáticos e mais trendy de Lisboa, onde se encontram vários restaurantes, museus e a mais dinâmica zona de comércio de rua da capital. O mercado residencial encontra aqui a sua morada de excelência com diversos edifícios reabilitados e repleta de apartamentos com cachet, muitos com vistas deslumbrantes sobre o rio Tejo, o Castelo de São Jorge e a cidade, fatores que a tornam uma das mais exclusivas zonas de Lisboa e que está a atrair diversos investidores internacionais. Junto ao Chiado, surge o Príncipe Real, que é também um dos bairros residenciais mais cosmopolitas de Lisboa, caracterizado pela existência de vários palacetes e por um dinamismo crescente do comércio de rua e com um perfil mais alternativo. São estas as qualidades que têm sustentado uma procura crescente nesta zona, não só para residência própria, mas também para rendimento. Não podemos concluir este périplo pelos principais bairros residenciais lisboetas sem falar da Baixa Pombalina e de Alfama, a zona mais tradicional, histórica e icónica da cidade. Desde o Terreiro do Paço ao Castelo de São Jorge, são muitos os turistas que percorrem diariamente as ruas típicas do coração de Lisboa com passagem obrigatória pela Rua Augusta, considerada pela edição espanhola da revista Condé Nast Traveller como “uma das mais belas do mundo”. A requalificação a que se assiste hoje nesta zona, rejuvenesce e dá vida a uma das localizações de eleição por parte dos investidores internacionais, sobretudo daqueles que procuram adquirir habitação com o intuito de rendimento. 34 | Mercado Imobiliário em Portugal Desta forma a JLL caracterizou as 11 principais zonas de Lisboa, onde se incluem as mais centrais e mais procuradas por estrangeiros que acabámos de referir e outras zonas, que deverão também surgir no médio prazo, como é exemplo a Colina de Santana e Mouraria. Preços A crescente procura tem provocado uma grande pressão sobre os preços. De acordo com o SIR (Sistema de Informação Residencial) os valores médios pedidos na cidade de Lisboa subiram mais de 25% desde o mínimo atingido no início de 2013. Numa análise dos valores mais elevados de mercado, a média de Lisboa registada pela mesma entidade situa-se acima dos 4.500€/m2, mais 18% que há três anos atrás. Se nos focarmos na “nova” Avenida da Liberdade, dos projetos que surgiram nos últimos 2-3 anos, a JLL registou um valor médio de venda acima dos 7.000€/m2, o que evidencia a clara dinâmica que a cidade está a assistir. Nas principais zonas de Lisboa caracterizadas pela JLL, onde podemos encontrar edifícios destinados a um segmento médio/ alto e alto de mercado, os valores prime podem variar entre os 3.500 e 9.000€/m2. Evolução Valores Médios Evolução do Preçodos Predido para Lisboa Pedidos na cidade de Lisboa 4.750 4.569 +18% 4.250 3.750 3.250 3.144 +27% 2.750 2.250 2008 2009 2010 2011 Total Fonte: SIR e SIR 95 2012 2013 Segmento Alto 2014 2015 Projeções Futuras Depois de 2014 ter sido marcado pelo investimento estrangeiro e com 2015 a consolidar o crescimento devido também ao regresso da procura do mercado doméstico, espera-se que em 2016 o mercado residencial tenha uma performance bastante robusta. Lisboa ganhou uma nova vida, estando hoje na rota do turismo mundial e no mapa dos investidores internacionais, que vêem na capital portuguesa uma oportunidade ímpar para investir em imobiliário residencial no contexto europeu. Face ao volume de edifícios atualmente em reabilitação, espera-se o aparecimento de diversas unidades novas e de qualidade no mercado, renovando o parque habitacional numa oferta adaptada aos novos requisitos dos diferentes compradores e aos diferentes tipos de uso. Como tendências que já começaram a notar-se em 2015, deverão surgir novos formatos de alojamento, nomeadamente a conversão de edifícios para alojamento de estudantes ou para residências sénior. Mercado Imobiliário em Portugal | 35 Eixo 17 IC IL/ CR 17 /IC IL CR Nort e-S ul Mapa das Zonas Residenciais em Lisboa ORIENTE AEROPORTO DE LISOA Av. de Be rlim do Av. B ALVALADE a CIDADE UNIVERSITÁRIA Av. Lusíada ROMA OLIVAIS rech al G ome s da Cos ta el Rom Av. E. U. A. os s nte utubro ate mb Co pública O Av. 5 de Re Av. da .d Av AREEIRO 2.ª Circular rna CAMPO PEQUENO e eB ue d Av. IC1 7 SETE RIOS nriq COLÉGIO MILITAR Av. Ma testáv de Av. BENFICA CAMPO GRANDE Av. Almirante Gago ul 2.ª il ras to Con Av. San Eixo Norte-S AMADORA r la Circu Coutinho PONTINHA . He SALDANHA A. PRAÇA DE ESPANHA Alm nio iran ntó te D CR .A Av IL/ Av. Duque D’Ávila rc He PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO to Sa n te an nf Av .I Av. da Po nte Av. de Ce uta rtas Av. das Desco be CR TERREIRO DO PAÇO CAIS DO SODRÉ ho Av. 24 de Jul Avenida da Liberdade Chiado / Santa Catarina BELÉM Príncipe Real / São Bento dia Av. da Ín ESTORIL/CASCAIS SANTA APOLÓNIA CHIADO los I IC1 7 ALFAMA BAIXA Car Av. D. IL/ Reis e ad rd A5 ALGÉS Av. Almirante mp A. ibe R. B R. aL Ma RATO a Pi MARQUÊS DE POMBAL o n ula .d Av R. ria A. Aguiar nca Av. Joaquim raa AMOREIRAS A5 r uia Ag PARQUE EDUARDO VII PONTE 25 DE ABRIL A2/SUL ALGARVE RIO TEJO Zona histórica Zona ribeirinha Lapa / Estrela Campo de Ourique / Amoreiras Avenidas Novas Colina de Santana Restelo / Belém Parque das Nações Estoril / Cascais 36 | Mercado Imobiliário em Portugal Sobre a JLL A JLL é uma consultora internacional, cotada na bolsa de Nova Iorque, especializada na prestação de serviços de imobiliário. Com uma equipa de 60.000 colaboradores em todo o mundo, operamos em 80 países com 230 escritórios, prestando serviços a promotores, proprietários, investidores e inquilinos. Presente em Portugal desde 1997, a JLL conta com uma equipa de mais de 160 colaboradores, desenvolvendo a sua atividade nos mercados de escritórios, retalho, indústria/logística, habitação e hotels & hospitality. Somos a única consultora one stop shop, proporcionando aos nossos clientes um conjunto de soluções integradas através de um único ponto de contacto. Estamos integrados numa plataforma global que partilha informação, boas práticas e experiência, para que possamos acrescentar valor ao negócio imobiliário dos nossos clientes. Para isso, a JLL alia a experiência e o know-how internacional a um profundo conhecimento do mercado local. Antecipamos a mudança com base no nosso research e no conhecimento sólido que temos do mercado, através da análise das suas condições atuais, das suas tendências e perspetivas futuras. Só deste modo conseguimos proporcionar aos nossos clientes soluções imobiliárias à medida que consigam prepará-los ou reagir às mudanças, tomando decisões fundamentadas. Os nossos serviços Capital Markets (Investimento) Agência de Escritórios Agência de Retalho Agência de Residencial Gestão de Imóveis Avaliações Corporate Solutions Arquitetura e Construção Consultoria Estratégica Gestão de Projetos (P&DS) Research Hotels & Hospitality Mercado Imobiliário em Portugal | 37 JLL Offices Lisbon Edifício Heron Castilho Rua Braamcamp, n.º 40 - 8.º 1250-050 Lisboa Tel: +351 213 583 222 Fax: +351 213 583 223 Pedro Lancastre Managing Director [email protected] Patrícia Araújo Head of Retail [email protected] Mariana Rosa Head of Office Agency & Corporate Solutions [email protected] Fernando Ferreira Head of Capital Markets [email protected] Patrícia Barão Head of Residential [email protected] Rui Pereira da Silva Head of Residential [email protected] Sofia Coelho Head of Valuations [email protected] Fernando Vasco Costa Head of Development Solutions [email protected] Maria Empis Head of Strategic Consultancy & Research [email protected] João Marques Head of Design & Build [email protected] Miguel Kreiseler Head of Property & Asset Management [email protected] Karina Simões Vice-President of Hotels & Hospitality Group [email protected] Análise 2015 | Perspetivas 2016 AMI 8654 www.jll.pt COPYRIGHT © JLL IP, INC. 2016. 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