Untitled - Banco Central de Venezuela

Transcrição

Untitled - Banco Central de Venezuela
2007
MENSAGEM
DE FIM DE ANO
DO PRESIDENTE
DO BANCO
CENTRAL
DA VENEZUELA
Caracas, dezembro, 2007
© 2007, Banco Central de Venezuela
Caracas-Venezuela
Catalogação em fonte
Biblioteca Ernesto Peltzer
Banco Central da Venezuela
Mensagem de fim de ano do Presidente
do Banco Central da Venezuela, 2007-43 p.
Título antecedente:
Declaração de fim de ano do Presidente
do Banco Central da Venezuela/
Banco Central da Venezuela
Caracas: BCV, 1976-1993
Classificação Dewey: 330.987064
Classificação JEL: E58, E60
VENEZUELA-CONDIÇÕES ECONÔMICAS
BANCO CENTRAL DA VENEZUELA
Feito o Depósito de Lei
AUTORIDADES
DIRETÓRIO
Depósito Legal: lf 35220033306
Gastón Parra Luzardo
Distribuição gratuita
Produção editorial:
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RIF: G-20000110-0
Presidente
Rafael J. Crazut
Bernardo Ferrán
Armando León Rojas
José Félix Rivas Alvarado
Jorge Giordani
(Representante
do Executivo Nacional)
ADMINISTRAÇÃO
Concepção gráfica de tripa:
María de Lourdes Cisneros
Desenho gráfico da capa:
Departamento de Publicações
Gastón Parra Luzardo
Presidente
José Manuel Ferrer Nava
Primeiro Vicepresidente Gerente
I
VISÃO GERAL
7
II
RESULTADOS DA ECONOMIA
VENEZUELANA
12
III
BALANÇO E PERSPECTIVAS
32
IV
ANEXO ESTATÍSTICO
35
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 5
Crescimento significativo e generalizado da economia venezuelana em 2007
I/
VISÃO GERAL
A economia venezuelana manteve o crescimento sustentado, significativo e generalizado do produto interno bruto durante o ano 2007, com uma variação de 8,4% em
termos reais, persistindo assim a tendência predominante nos últimos 17 trimestres
transcorridos desde finais de 2003 até hoje, com uma média de incremento interanual
de 11,8%, e dentro de um processo de profundas e transcendentais mudanças na esfera
sociopolítica interna do país, assim como na dinâmica das relações internacionais,
conjuntura que tem sido cabalmente aproveitada para alcançar estádios superiores
de progresso, relevância mundial, poder de negociação, autonomia das decisões e
diversidade de interlocutores econômicos e políticos.
No âmbito social, segundo informação oficial sobre pobreza, subministrada pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Venezuela conseguiu reduzir a percentagem de
lares pobres de 54% no primeiro semestre de 2003, até 27,5% no primeiro semestre
de 2007, enquanto os lares em pobreza extrema diminuíram de 25,1% para 7,6% no
mesmo período. Igualmente, segundo os informes dos organismos multilaterais da região, a Venezuela é um dos países que mais têm avançado na redução da pobreza.
O comportamento da economia durante 2007 permite-nos reiterar a caracterização
genérica formulada nas nossas mensagens anuais precedentes, dirigidas à nação venezuelana, no sentido de anotar que não só cresce a economia devido a circunstâncias
favoráveis, mas que, paralelamente, se transforma a estrutura da sociedade alcançando
estádios superiores de progresso nos quais há uma tendência à equidade, a inclusão
de todos os estratos populacionais, e ao desenvolvimento humano, generalizado,
sustentado e significativo, cujos rasgos e particularidades são tratados com maior
detenção e cuidado nas partes seguintes de esta mensagem.
Em relação com a reforma constitucional proposta pelo cidadão Presidente da República, é oportuno e adequado informar devidamente que o Diretório do Instituto deliberou
em várias reuniões sobre os artigos de interesse para o BCV, e produz um documento
com a opinião do corpo, posteriormente remitido à instância correspondente.
Algumas das medidas impulsionadas pelo Executivo Nacional terão, mais do que
um efeito imediato, repercussão favorável no mediano e longo prazo, tanto no âmbito interior como no âmbito das suas projeções externas. A Venezuela tem cobrado
relevância nos foros internacionais e na cena mundial, no seu empenho manifesto
para diversificar os pólos de interdependência na área política, econômica, financeira
e cultural, mas sempre lhe outorgando prioridade aos da América do Sul, América
Central, e do Caribe, que estão providos por uma dinâmica esperançosa no seio das
transformações políticas e sociais que experimentam.
Petrosur, Petrocaribe, ALBA, Banco do Sul e as iniciativas bilaterais, bastiões para a
procura e constituição de um bloco negociador com maior poder no cenário mundial,
têm despertado a consciência cidadã e cívica dos povos até agora postergados. No
mês de dezembro deste ano têm ocorrido dois importantes acontecimentos dentro
da ação integradora da América do Sul. O primeiro deles, em ordem temporal, foi
a constituição do Banco do Sul com a presença dos presidentes dos países que fizeram parte dele e, no segundo termo, a celebração da XXXIV Cúpula Presidencial de
Mercosul, celebrada em Montevideo, Uruguai, na qual foi reafirmada a determinação
dos países para fortalecer o chamado bloco do Sul. Além disso, a cúpula serviu para
que a Argentina –ao assumir a presidência rotatória deste organismo– expressara
A economia venezuelana manteve
o crescimento contínuo,
significativo e generalizado do
produto interno bruto durante o ano
2007, com uma variação de 8,4%
em termos reais, persistindo assim
a tendência predominante nos
últimos 17 trimestres.
Não só cresce a economia devido
a circunstâncias favoráveis,
senão que, paralelamente, se
transforma a estrutura da sociedade
ao alcançar estádios superiores
de progresso nos quais se tende
à equidade, a inclusão de todos
os estratos populacionais e ao
desenvolvimento humano.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 7
solidariamente que um dos objetivos da sua gestão seria continuar advogando pela
incorporação e o ingresso pleno da Venezuela ao bloco regional.
O Banco Central da Venezuela tem apoiado essas ações mediante a participação e
contribuição direta nos âmbitos da sua competência técnica, durante as reuniões realizadas e nos grupos de trabalho convocados para avançar na integração sul-americana
e caribenha. Também o fez oferecendo seu apoio às políticas públicas dirigidas a
estimular o desenvolvimento econômico e social do país, particularmente no que
respeita à criação de condições favoráveis para a geração de um investimento real
produtivo, o fortalecimento do aparelho de produção, o aumento do financiamento
da economia social, e a execução de programas de desenvolvimento humano.
O contexto internacional tem sido favorável enquanto os altos preços nominais do
petróleo têm contribuído ao incremento substancial dos ingressos fiscais e de divisas
ao Estado venezuelano, mas ao mesmo tempo, a crise de solvência no mercado hipotecário estadunidense, a queda do dólar comparado com o euro, e as moedas asiáticas
criam expectativas negativas e preocupação nos bancos centrais pela segurança das
reservas internacionais que custodiam e administram, o que faz com que tenham que
se reformular uma composição de reservas menos arriscada com outras moedas, que
os proteja e que os faça abandoar a posição de alerta e precaução perante uma possível
desaceleração da economia dos Estados Unidos de Norte América.
Política monetária e cambiária
O Acordo Anual de Políticas econômicas serve de marco à ação coordenada entre o
Executivo Nacional e o Banco Central da Venezuela. Dentro de um âmbito normativo
e de ação, o BCV tem cumprido a função de desenhar uma política monetária orientada
a propiciar a estabilidade econômica e respaldar o crescimento. Além disso, como
reitor do sistema nacional de pagamentos, tem continuado com o aprimoramento dos
serviços que oferece através da Câmara de Compensação Eletrônica, para agilizar e
facilitar as operações bancárias dos usuários.
Os lineamentos reitores da política monetária visam regular a liquidez por meio do
uso do encaixe legal e das operações de mercado aberto. Também as medidas adotadas no ano 2006 em referência à modificação de prazos e taxas para as operações
de mercado aberto e o encaixe marginal mantiveram-se, o que favoreceu a redução
dos custos da política monetária. As medidas adotadas em relação com o encaixe
legal obedecem às ações que o BCV cumpre na sua função reguladora de maneira
mais efetiva e decidida sobre o sistema bancário nacional. A taxa efetiva de encaixe
permitiu manter recursos imobilizados no BCV que tiveram incidência no nível da
liquidez monetária.
O BCV tem cumprido a função de
desenhar uma política monetária
orientada a propiciar a estabilidade
econômica e respaldar
o crescimento.
Como reitor do sistema de
pagamentos nacional, tem
continuado melhorando os serviços
que oferece através da Câmara
de Compensação Eletrônica, para
agilizar e facilitar as operações
bancárias dos usuários.
No empenho por manter a senda positiva de crescimento econômico sem afetar o equilíbrio externo, o Instituto orientou ações para segurar a disponibilidade dos meios de
pagamento internacionais com o objetivo de garantir as contribuições realizadas pela
Comissão de Administração de Divisas (Cadivi); também, em concordância com a Lei,
foram efetuados traspassamentos de reservas internacionais ao Fonden para financiar
o componente externo dos projetos de investimento para o desenvolvimento.
Tem-se persistido na luta contra a inflação com medidas de política monetária, de
ação fiscal, e outras de mais longo prazo agenciadas por distintos órgãos do Estado,
destinadas ao fortalecimento e expansão do aparelho produtivo do país. Convém
recordar que a concepção de banca central que se tem adotado, permite participar e
colaborar com estes esforços para alcançar os objetivos superiores que a nação se
tem proposto.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 8
A reconversão monetária
Correspondeu ao Banco Central da Venezuela durante este ano, conjuntamente com o
Executivo Nacional, a grande tarefa de planejar e executar a reconversão monetária.
Todos seus trabalhadores, sem exceção, se incorporaram ativamente a esta tarefa que
obrigou ao Instituto a somar todos seus esforços. A magnitude deste desafio deu lugar
a uma profunda mobilização social que fez com que a presencia do Banco Central
estivesse em todos os cantos do país.
Além disso, o Banco desenvolveu toda uma política de cooperação interinstitucional
conjuntamente com o Executivo Nacional e outras instituições públicas e privadas
da economia, e para isso contou com o apoio solidário de todas elas, em virtude do
seu compromisso com o país.
A reconversão monetária constitui um fato transcendental que derivará em benefícios
para a população. Esta medida melhorará a eficiência do sistema de pagamentos e
dos registros contáveis, favorecidos pela utilização de cifras menores. A sua vez,
facilitará a compreensão, uso e manejo do dinheiro nacional por toda a cidadania. A
reconversão monetária simplificará o manejo do dinheiro nacional devido a que ele
vai ser representado por uma menor escala equivalente à atual, uma vez divididos
os montantes atuais por mil.
Com o objetivo de divulgar de maneira ótima a relevante decisão, o Instituto adiantou uma campanha de comunicação massiva que tem permitido informar e educar
a coletividade sobre os diferentes aspetos da medida, para que assuma facilmente e
com confiança a nova escala monetária quando entre em vigência a partir do primeiro
de janeiro de 2008. Pela mesma razão, o Diretório do Banco Central da Venezuela
aprovou diversos instrumentos operativos, entre eles, as “Normas que regem a reexpressão monetária e o redondeio”, as “Regras aplicáveis ao cheque no processo de
reconversão monetária”, os “Lineamentos tecnológicos para a adaptação dos sistemas
e tecnologias de informação”, e as “Normas que regem aspectos relativos aos salários
e outros benefícios sociais no âmbito da reconversão monetária”.
Em um nível mais funcional, a reconversão monetária se tem desenvolvido baseada
em quatro atividades fundamentais: a) no aspeto da comunicação, foi organizado um
processo acelerado de formação de multiplicadores e promotores da reconversão, com
a valiosa e qualificada participação ativa do pessoal voluntário do BCV e de outras
instituições, as quais atuaram em inúmeros encontros cara a cara com o público. Esta
estratégia de informação foi complementada com pesquisas de opinião periódicas para
receber sugestões do público e avaliar suas percepções e expectativas, as quais foram
processadas oportunamente, e serviram para reajustar a estratégia; b) em referencia
à nova família de moedas e bilhetes, foram adiantados todos os passos previstos
para sua adequada dotação; c) em relação com a provisão de espécies monetárias,
se previu todo o que tem a ver com os centros de distribuição de moedas e notas de
banco, assim como a logística e segurança dos traslados; e d) respeito à salvaguarda
dos assuntos tecnológicos, se definiram os lineamentos e mecanismos para levar a
cabo a devida adequação técnica.
Em resumo, o Banco Central da Venezuela tem adiantado passos decisivos para
orientar suas políticas ao serviço do processo da mudança social, econômica e política que transita o país para uma transformação do modelo socioprodutivo. Desde
este ponto de vista, a reconversão monetária é uma ação pela qual se acompanha o
conjunto de decisões e ações no âmbito fiscal, monetário, cambiário e da economia
real, dirigidas a aprofundar o desenvolvimento estável do país.
A magnitude do desafio da
reconversão monetária deu lugar
a uma profunda mobilização social
que levou a presencia do Banco
Central a todos os cantos do país.
A reconversão monetária constitui
um fato transcendental que derivará
em benefícios para a população.
Esta medida melhorará a eficiência
do sistema de pagamentos e dos
registros contáveis, favorecidos
pelo manejo de cifras menores.
A sua vez, facilitará a compreensão,
uso e manejo do dinheiro nacional
por parte de toda a cidadania.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 9
O Banco Central e a sociedade
O Banco Central da Venezuela tem continuado no acrescentamento da sua função
cidadã de responsabilidade com o país. O desenho e execução de programas culturais e
educativos que oscilam entre a promoção de eventos artísticos e a organização de foros
e seminários estão constantemente sendo aperfeiçoados; o constante labor editorial
produtor de valiosos textos que enriquecem o acervo intelectual, científico e técnico;
a consolidação da sua Livraria com uma variada oferta de textos, peças numismáticas,
objeto de promoção institucional e um espaço acolhedor para a apresentação de obras
de interesse nas diferentes disciplinas; a ampliação de programas educativos para
crianças; a regularidade e periodicidade das suas coleções, publicações técnicas de
interesse acadêmico e artístico que são acreditadas entre o conjunto de especialistas,
intelectuais e público em geral.
O ano que culmina foi de crescimento nas atividades que se adiantam no Programa
de Cooperação Interinstitucional, por meio das quais foram estreitados os vínculos
de cooperação do Banco Central da Venezuela com mais de 20 instituições públicas
e privadas, incluídas as principais universidades nacionais, diversas entidades do
Estado e organismos multilaterais. Esta cooperação se materializou em projetos de
pesquisa de alto impacto social, atividades de intercâmbio e difusão do conhecimento,
e o fortalecimento da docência universitária. Cabe destacar o apoio decisivo que o
Instituto tem dado à criação de uma Rede Nacional de Bibliotecas em Ciências Sociais,
e o acompanhamento a valiosas iniciativas empreendidas este ano pela Academia
Nacional de Ciências Econômicas. Também destaca o frutífero labor de cooperação
com o Ministério do Poder Popular para a Planificação e o Desenvolvimento, a qual
tem permitido o fortalecimento e a integração das capacidades das equipes colegiadas
de ambas as instituições, para combinar novas estatísticas e ferramentas de análise
social e econômica, tanto a nível global como setorial.
O Banco Central da Venezuela realiza outras contribuições de grande importância
que beneficiam o público em geral. Neste sentido, destaca a produção de estatísticas
econômicas que servem a um amplo conjunto de usuários, constituído por analistas,
comunicadores sociais, pesquisadores, empresários e estudantes. Entre os programas
mais importantes realizados como parte do esforço orientado a apoiar o fortalecimento
do sistema estatístico nacional, e conjuntamente com outras instituições, encontramos
o desenho e execução de pesquisas de opinião nacionais sobre orçamentos familiares;
a extensão de indicadores econômicos para o estado Zulia; o Programa de Atualização de Estimações Macroeconômicas II (Pracem II); o desenvolvimento de estudos
sobre o nível de produção e estrutura de custos na atividade agrícola; o impulso de
sistemas de indicadores regionais; a construção das matrizes de contabilidade social
e matrizes satélites de indicadores; a realização de um protótipo de conta satélite da
economia social e solidária; a estimação do acervo de capital do país; a elaboração
da matriz insumo produto a preços básicos; a pesquisa de opinião de uso de tempo;
a consolidação do projeto do IPC nacional; as melhoras na medição econômica das
missões sociais do Governo; a pesquisa de opinião sobre expectativas econômicas
e a ampliação de indicadores econômicos: produto interno bruto trimestral nominal
nacional, formação bruta de capital fixo por setores institucionais, renda nacional
disponível, entre outros. Por último, cabe mencionar o labor da Casa da Moeda,
órgão adscrito ao BCV, na fabricação eficaz de espécies monetárias, assim como de
passaportes, títulos de educação e espécies fiscais; além disso, o Instituto oferece
o sistema de informação dos serviços bancários, que subministra dados verazes e
confiáveis e permite que os usuários se orientem nas suas decisões.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 10
A Presidência do Banco Central da Venezuela –e assim recolho o sentimento do Diretório– considera de justiça elementar destacar de maneira expressa e muito enfática o
talento, diligência, responsabilidade e insuperável espírito de serviço do pessoal que
labora no BCV, que cada dia enriquece com seu talento, iniciativa, responsabilidade
e dedicação o prestigio do Banco Central da Venezuela como centro de trabalho
paradigmático. Nossa sincera gratidão e reconhecimento aos trabalhadores pela sua
dedicação, vontade e tempo adicional, para que o Instituto saísse com sucesso do
desafio que supõe a tarefa de reconversão monetária, tarefa com a qual os comprometemos, e que têm cumprido com acréscimo para orgulho e satisfação daqueles que
temos a fortuna de laborar no Banco Central da Venezuela.
Esta visão geral serve de introdução para os aspetos mais específicos e pontuais que
serão desenvolvidos nas partes seguintes da mensagem com o qual rendemos conta
de nossas atividades à cidadania.
O ano que culmina foi de
crescimento nas atividades que
se adiantam no Programa de
Cooperação Interinstituicional,
através das quais se estreitaram os
vínculos de cooperação do Banco
Central da Venezuela com mais de
20 instituições públicas e privadas.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 11
II/
RESULTADOS
DA ECONOMIA
VENEZUELANA
Síntese do entorno internacional
Segun do estimações de organismos internacionais1, a economia mundial manteve
durante 2007 seu ritmo de crescimento ao alcançar uma variação de 5,2%, perto da
observada em 2006 (5,4%). Metade desse crescimento se concentrou em três economias emergentes, as quais foram, primeiramente, a República Popular da China, com
uma expansão de 11,5%, seguida pela Índia e Rússia, com taxas de 8,9% e 7,0%,
respectivamente.
As economias avançadas moderaram seu ritmo de crescimento como conseqüência,
em boa medida, da desaceleração observada nos Estados Unidos, associada com a
contração do setor da moradia, produto da crise de solvência no setor hipotecário de
alto risco. No meado de julho, o deterioro desse setor gerou profundas preocupações
por suas possíveis seqüelas no resto do sistema financeiro estadunidense, na parte
real da sua economia e conseqüentemente, a escala global, pelo uso dos ativos hipotecários como garantia de instrumentos financeiros estruturados2, posteriormente
negociados ao redor do mundo.
De fato, grandes bancos estadunidenses e europeus reportaram importantes perdas
relacionadas com sua exposição a este segmento de ativos, ao tempo que as qualificadoras creditícias endureceram a apreciação de risco dos papeis respaldados
com pacotes de empréstimos hipotecários e o fluxo de crédito entre as instituições
financeiras se estancou, o qual elevou o custo do dinheiro. Este último fator representa
um dos riscos principais da desaceleração da economia mundial.
A situação descrita obrigou a várias instituições a aumentar rapidamente seu patrimônio para cumprir com os requerimentos de capital primário, através de injeções de
recursos por parte dos fundos soberanos de riqueza. Está previsto que para estes fins
também serão realizadas emissões de bônus, fusões e/ou adquisições nos próximos
meses.
A crise de liquidez e de confiança apresentada no ano foi enfrentada pelos principais
bancos centrais com fortes injeções de fundos, primeiro de maneira independente,
e a partir de 12 de dezembro, de maneira concertada3, além de reduções de taxas de
juro referenciais.
A Reserva Federal dos Estados Unidos decidiu recortar, a partir de setembro, a taxa
de juro referencial em três oportunidades, para totalizar uma baixa de 100 pontos
básicos, e a posicionar em 4,25%. De igual maneira, o Banco de Canadá e o Banco
da Inglaterra o fizeram em 25 pontos básicos. No caso do Banco Central Europeu,
que na primeira metade do ano tinha realizado dois aumentos de 25 pontos básicos
cada um, diante dos acontecimentos descritos, decidiu pospor qualquer medida na
matéria, apesar dos riscos sobre a inflação.
1
2
3
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, Comissão Econômica para América Latina
e o Caribe, e Fundo Monetário Internacional.
Titularização respaldada por ativos (ABS: asset backed securities) ou por dívida corporativa (CDO: collateralised
debt obligations).
Bancos centrais dos Estados Unidos, a Eurozona, o Reino Unido, Suíça e Canadá.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 12
Em quanto aos preços, as políticas adotadas nos países avançados contribuíram na
redução da inflação média de 2,1% em 2006 para 1,9% em 2007. Pelo contrário, nos
países em desenvolvimento, a variação dos preços aumentou em 0,8 pontos porcentuais até um valor de 5,9%.
Em matéria de integração latino-americana, em linha com a estratégia da política
exterior venezuelana, é importante destacar que durante o ano 2007 o BCV continuou
fortalecendo os vínculos com os países da região. Nesse sentido, o instituto emissor
participou ativamente na assessoria técnica à Comissão Presidencial para a criação
do Banco do Sul, processo materializado na recente assinatura da sua ata constitutiva
por parte dos presidentes de Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai, Uruguai
e Venezuela.
No âmbito do processo de adesão da Venezuela ao Mercosul, se teve uma participação
ativa em distintas reuniões técnicas realizadas em matéria de assuntos financeiros,
políticas macroeconômicas, e o desenho de indicadores de preços e estatísticas
macroeconômicas e de finanças públicas. Também, o Banco Central da Venezuela
participou tanto nas reuniões de Presidentes de Bancos Centrais e Ministros de Economia e Finanças do Mercosul, como nas reuniões de Bancos Centrais do Mercosul,
Bolívia, Chile e Peru. Igualmente, se manteve uma ativa participação no FLAR.
Em um nível mais global, correspondeu ao BCV representar o país nas reuniões
técnicas e de governadores do Grupo Intergovernamental dos 24 para Assuntos Monetários e Cambiários Internacionais e de Desenvolvimento Econômico, nas quais
se impulsionaram as posições dos países em desenvolvimento e de economias emergentes em favor de uma reforma das instituições financeiras de Bretton Woods, que
se traduza em um aumento efetivo da voz e representação de ditos países na adoção
de decisões dentro dessas instituições.
Em relação com o mercado petroleiro internacional, os preços, após ter experimentado
uma queda desde agosto de 2006, a partir de fevereiro deste ano começaram mostrar
uma tendência marcadamente crescente que persistiu durante o resto do período. De
essa maneira, para o mês de novembro, os preços dos principais marcadores internacionais de petróleo bruto se incrementaram 72,1% com respeito à média observada
no mês de janeiro4. Não obstante, em termos anuais o crescimento torna-se muito
mais moderado (7,3%), ainda mais se for comparado com os incrementos registrados
durante os dois anos prévios de 20,3% e 40,0%, respectivamente.
O efeito combinado de uma forte depreciação do dólar estadunidense e a inflação
mundial contra-arrestou o crescimento nominal dos preços do petróleo, com o qual,
em termos reais5, estes cresceram a uma taxa de 4,3%, isto é, 3 pontos porcentuais
menos do que em termos nominais. Apesar de este menor ritmo de crescimento, a
acumulação de incrementos durante os últimos anos tem levado os preços em termos
reais a se situar em níveis próximos aos máximos históricos dos anos oitenta.
Pela sua parte, o preço da cesta petroleira venezuelana mostrou uma evolução similar
à exibida pelos principais petróleos brutos referenciais, mas de maior magnitude, o
qual se reflete em um crescimento anual de 12,1%, em termos nominais, e de 8,8%
4
5
Refere-se à média dos marcadores internacionais: Cesta OPEP, Brent e West Texas Intermediate, para o período
janeiro-novembro.
Foi utilizada a metodologia OPEP, baseada em uma combinação dos índices de preços e tipo de câmbio do
conjunto de países que fazem parte do Acordo Genebra I e Estados Unidos.
O instituto emissor participou
ativamente na assessoria técnica
à Comissão Presidencial para
a criação do Banco do Sul, processo
materializado na recente assinatura
da sua ata constitutiva, por parte
dos presidentes de Argentina,
Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai,
Uruguai e Venezuela.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 13
em termos reais. Este resultado obedece a que a estrutura de este indicador inclui,
além de petróleo bruto, produtos cujos preços têm crescido a um ritmo maior devido
aos funis presentes nas refinarias, particularmente nos Estados Unidos.
Gráfico 1
Preço médio dos principais marcadores
de petróleo bruto: Cesta OPEP, Brent e WTI
)VT%0c*
211
Nêejb!kbofjsp.opwfncsp;
:1
VT%0c!49-57
VT%0c!64-96
VT%0c!75-87
VT%0c!7:-61
91
81
71
61
51
41
31
21
Kbo.15
Gfw
Nbs
Bcs
Qpe
Kvo
Kvm
Bhp
Tfu
Pvu
Opw
Ef{
Kbo.16
Gfw
Nbs
Bcs
Qpe
Kvo
Kvm
Bhp
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Pvu
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Kbo.17
Gfw
Nbs
Bcs
Qpe
Kvo
Kvm
Bhp
Tfu
Pvu
Opw
Ef{
Kbo.18
Gfw
Nbs
Bcs
Qpe
Kvo
Kvm
Bhp
Tfu
Pvu
Opw
1
Fonte: MENPET e cálculos próprios.
A dinâmica seguida pelos preços do petróleo respondeu em parte aos temores sobre
o impacto de uma possível interrupção nos subministros, devido à situação de relativa estreiteza entre a oferta e a demanda mundial de petróleo que privou durante a
maior parte do ano. Este último fato obedece a que a demanda manteve seu ritmo de
crescimento, dados os requerimentos dos países emergentes, especialmente a China
e a Índia, entanto que a produção mundial de petróleo bruto permaneceu em níveis
similares aos de 2006, devido à resolução da Organização de Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) de não aumentar sua produção, às baixas taxas de crescimento de
importantes produtores fora da Organização, como Rússia, e ao declive da produção
dos campos petroleiros localizados no Mar do Norte, México e Indonésia.
A política de produção da OPEP foi sustentada pelo fato que o mercado estava adequadamente fornecido, o qual se evidenciou em uns níveis de inventários petroleiros
por cima da média dos últimos cinco anos nos países da OCDE. Para a OPEP, o comportamento dos preços esteve principalmente determinado pela atividade especulativa
nos mercados de energia e pelas preocupações geradas pela instabilidade no âmbito
geopolítico. No que diz com respeito deste último elemento, destacam as tensões
entre Irã e Estados Unidos pelo programa nuclear iraniano, a conflitividade política
em Nigéria, e o potencial conflito de Turquía com a zona do Kurdistão iraquiano.
A importância destes elementos se reconhece no alto valor de até US$/b 15,0 que
têm atribuído os analistas petroleiros à prima de risco, assim como na redução da
mesma desde finais de novembro, quando os conflitos mencionados perderam sua
iminência.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 14
Independentemente da evolução conjuntural dos preços, existem fatores de ordem
estrutural que permitem afirmar que o mercado petroleiro está em uma nova etapa
caracterizada pela diminuição crescente das reservas de petróleo leviano, de fácil
aceso e baixo custo e, em conseqüencia, pela incorporação de petróleos mais custosos:
extrapesados, ácidos e de jazidas profundas costa fora. Esta nova realidade faz necessário com que os preços se consolidem em níveis reais consideravelmente superiores
aos prevalecentes nas duas décadas anteriores, a fim de garantir a factivilidade dos
investimentos requeridos para a adequada expansão da oferta energética.
Resultados macroeconômicos nacionais
Setor real e emprego
A economia venezuelana manteve um crescimento continuo, generalizado e significativo por quarto ano consecutivo, o qual deu continuidade à expansão iniciada desde
finais de 2003. Este comportamento se segue sustentando em um sólido aumento da
demanda agregada, impulsionada a sua vez pelos crescentes recursos de origem petroleiro, canalizados para a economia através das despesas fiscais, e por uma política
monetária tendente a facilitar a intermediação creditícia, sem deixar esta última de
atuar para moderar pressões que elevem os preços.
Nesse sentido, o produto interno bruto a preços constantes experimentou durante
2007 um incremento de 8,4% respeito de 2006. O desempenho da atividade não
Quadro 1
Indicadores do setor real
(Variação %)
B!qsfèpt!ef!2::8
311803117)++*
Qspevup!joufsop!csvup
311703116)+*
9-5
21-4
!!!Bujwjebeft!qfuspmfjsbt
)6-4*
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!!!Bujwjebeft!oäp!qfuspmfjsbt
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!!!!!!Dpotusvèäp
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!!!!!!Usbotqpsuf!f!bsnb{fobnfoup
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!!!!!!Sftup20
:-8
2-5
8-6
3-:
21-3
28-4
24-8
32-8
31-7
8-5
24-3
5-:
6-2
22-8
5-6
:-8
6-9
46-7
2:-2
21-1
34-3
54-:
9-4
27-6
4-:
2-:
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:-1
21-6
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29-7
25-:
Oûdmfp!jogmbdjpoâsjp40
34-5
25-4
(*) Com cifras provisionais.
(**) Com cifras estimadas.
1/ Inclui agricultura e restaurantes e hotéis.
2/ Média dos três primeiros trimestres.
3/ Acumulada até novembro.
Fonte: BCV, INE.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 15
petroleira foi fundamental nesse resultado, ao mostrar uma variação anual de 9,7%,
dada a contração na atividade petroleira de 5,3%.
Entre as atividades do setor não petroleiro que experimentaram uma maior expansão
se encontraram: comunicações, instituições financeiras e seguros, comércio e serviços
de reparação; transporte e armazenamento; serviços comunitários, sociais e pessoais;
e construção. Dentro do setor não petroleiro, as atividades não negociáveis exibiram
por quarto ano consecutivo uma taxa de crescimento superior às negociáveis, 12,2%
e 5,8%, respectivamente. Cabe destacar que a indústria manufatureira, principal
atividade negociável e segunda em importância na determinação do comportamento
do PIB, alcançou uma variação de 7,5%.
Por setores institucionais, na atividade não petroleira se observou que o setor público
cresceu em 15,7%, e o privado em 8,2%6. Não obstante, este último continuou sendo
o setor com a maior incidência na determinação do PIB, ao representar um 60% do
total do produto.
Gráfico 2
Valor agregado não petroleiro
por setor institucional
)Njmiöft!ef!Ct/*
21/111/111
:/111/111
9/111/111
8/111/111
7/111/111
6/111/111
5/111/111
4/111/111
3/111/111
2/111/111
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JJ
JJJ
JW
J.:9
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JJ
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J.15
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JJJ
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J.16
JJ
JJJ
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J.17
JJ
JJJ
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J.18
JJ
JJJ
JW
1
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Dpogjefodjbm
Fonte: BCV.
Por setores institucionais, na
atividade não petroleira se
observou que o setor público
cresceu em 15,7%, e o privado em
8,2%. Não obstante, este último
continuou sendo o setor com
a maior incidência na determinação
do PIB, ao representar um 60% do
total do produto.
A demanda agregada interna registrou uma expansão de 18,7%, comportamento que
continuou sendo influenciado, fundamentalmente, pela orientação da política fiscal.
Nesse contexto, a política monetária se inclinou a favorecer o crescimento, sem
descuidar o objetivo de estabilidade dos preços. O resultado da demanda agregada
descansa na expansão tanto do consumo final privado como da formação bruta de
capital fixo.
O consumo final privado registrou a maior taxa de variação desde 1997 (18,7%). O
crescimento do consumo se explicou, ao igual que em anos anteriores, pelas melhoras
6
No âmbito dos poderes outorgados ao Executivo Nacional através da Lei Habilitante, durante o primeiro semestre
se levou a cabo o processo de nacionalização das empresas: Electricidad de Caracas, S.A. e a Compañía Anónima
de Teléfonos de Venezuela (Cantv) incluída sua filial de telefonia móvel Movilnet.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 16
Quadro 2
Produto interno bruto
Enfoque da demanda
(Variação %)
B!qsfèpt!ef!2::8
!!!!!!!!!!!!!!!!!!311803117)++*
2*!Dpotvnp
311703116)+*
27-2
26-7
!!!!!!Qûcmjdp
5-9
7-8
!!!!!!Qsjwbep
29-8
28-:
3*!Gpsnbèäp!csvub!ef!dbqjubm!gjyp
35-6
37-7
4*!Wbsjbèäp!ef!fyjtuëodjbt
36-9
6:-9
5*!Efnboeb!bhsfhbeb!joufsob
29-8
31-2
6*!Fyqpsubèöft
)6-4*
)5-6*
7*!Jnqpsubèöft
42-:
42-2
9-5
21-4
8*!Qspevup!joufsop!csvup
(*) Com cifras provisionais.
(**) Com cifras estimadas.
Fonte: BCV.
no ingresso real dos lares, a redução da taxa de desemprego, as facilidades de aceso
ao financiamento e as transferências provenientes do Governo. É importante destacar
que a expansão da demanda pode ser explicada principalmente pelo incremento do
consumo final privado, dada sua alta participação dentro dela.
A formação bruta de capital fixo continuou como o componente da demanda agregada
interna com a maior taxa de crescimento (24,5%), o qual estaria associado com o
incremento das importações de maquinarias e equipes, não obstante a desaceleração
experimentada pela construção (10,2% em 2007, e 35,6% em 2006). Por outra parte, destaca o incremento de 1,2 pontos porcentuais do investimento na participação
dentro da demanda interna, o qual a situou em 26,2% do total. Esta evolução do
investimento é consistente com a execução dos planos de infra-estrutura pública e
com a necessidade de ampliação da capacidade produtiva.
A brecha entre as variações anuais da demanda agregada interna e o produto interno
bruto se traduz em um incremento das importações, em termos reais, de 31,9%. Este
resultado se explica, em boa medida, pelos requerimentos de bens intermédios e de
capital da economia.
A permanência do processo expansivo da economia permitiu com que a taxa de desocupação mantivesse a tendência decrescente iniciada em 2003, quando promediou
9,0% durante os primeiros três trimestres do ano. Este resultado, inferior em 1,5
pontos porcentuais ao observado no mesmo período de 2006, constitui a menor taxa
de desocupação observada nos últimos oito anos. Também, a informação disponível
até o mês de novembro confirma a tendência decrescente de esta variável ao se localizar em 6,3%, a cifra mensal mais baixa desde janeiro de 1999.
Conforme com as cifras oficiais do INE, a queda contínua na taxa média de desemprego obedeceu à criação neta de postos de trabalho que resultou do dinamismo da
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 17
atividade econômica e do menor ritmo de crescimento da oferta de trabalho refletida
nos incrementos, que desde 2004, tem experimentado a população economicamente
inativa.
Nesse sentido, cabe destacar que durante os primeiros três trimestres de 2007, a taxa
de inatividade alcançou o maior valor observado desde o ano 2000, ao promediar
35,2% (0,6 pontos porcentuais por cima do valor registrado em 2006), incremento
que continua sendo explicado por uma melhora nas condições de vida da população.
Como em anos anteriores, este comportamento se encontra associado aos programas
sociais de tipo educativo aplicados pelo Governo nacional, e às melhoras observadas,
em termos reais, da renda média familiar. Em relação com o aumento da ocupação,
destaca que durante 2007 todos os postos de trabalho criados corresponderam ao
setor formal da economia, fundamentalmente ao privado, setor que contribuiu com
aproximadamente 70% dos empregos criados no período. Todo o qual reflete uma
melhora nas condições do mercado de trabalho.
Gráfico 3
Taxa de desocupação
)&*
31
29
27
25
23
21
7
J.11
JJ
JJJ
JW
J.12
JJ
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J.13
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J.14
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J.15
JJ
JJJ
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J.16
JJ
JJJ
JW
J.17
JJ
JJJ
JW
J.18
JJ
JJJ
9
Fonte: INE.
Em matéria salarial, cabe destacar que as remunerações –medidas através do índice de
remunerações (IRE) que calcula o BCV– exibiram, como média, para os primeiros três
trimestres do ano, um incremento anual nominal de 18,9%, resultado que se explica
pelo aumento médio de 20,3% e 18,2% nas remunerações para os setores públicos e
privados, respectivamente. O aumento médio alcançado pelas remunerações nominais
do setor privado corresponde ao maior registro desde o ano 2000. Não obstante, em
termos reais, as remunerações generais se mantiveram relativamente estáveis, com
uma variação média anual de 0,5%: os salários do setor público continuaram sua
recuperação, com um crescimento anual de 1,8%; em tanto que os salários do setor
privado se contraíram em 0,1%.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 18
O aumento do salário mínimo decretado pelo Executivo Nacional7 (20%), vigente
a partir de 1 de maio, o posicionou em Bs. 614.790. Este incremento permitiu que
para o mês de novembro dito salário excedesse em 5,3% o custo da cesta alimentar
calculada pelo INE.
Preços
No ano 2007, o BCV e o Executivo Nacional adiantaram políticas dirigidas a moderar
o ritmo de crescimento dos preços de bens e serviços, sem menoscabo do crescimento
econômico e o emprego. Neste sentido, o Instituto aprofundou a ação dos seus instrumentos de política no mercado monetário e cambiário no contexto de uma série
de medidas adotadas pelo Executivo de caráter fiscal, de controle de preços e de
distribuição de bens e serviços8.
Vários foram os fatores que incidiram sobre a inflação. Entre eles se encontra a
rápida expansão da demanda em uma economia que tem experimentado durante 17
trimestres um alto crescimento e que evolui para a plena utilização dos seus fatores
produtivos, assim como um incremento do emprego, acompanhada de importantes
limitações estruturais do aparelho produtivo para incrementar a oferta, e prover
insumos e bens de capital.
O incremento da renda em todos os estratos socioeconômicos, com taxas superiores à
recuperação da oferta agrícola alimentar, incidiu sobre o comportamento da inflação.
Também, o incremento dos preços internacionais de alguns rubros deste setor também
repercutiu na disponibilidade, e nos maiores preços dos bens importados.
As recentes medidas de caráter tributário orientadas a aumentar a arrecadação, após
uma redução significativa dos impostos indiretos (IVA) durante o primeiro semestre
do ano, também explicam a evolução dos preços. Dentro destas medidas destaca,
pela sua incidência sobre os custos de produção, o imposto às transações financeiras
às pessoas jurídicas e, em menor medida, o ajuste dos preços de bebidas alcoólicas
e tabaco.
Neste contexto, a inflação –medida como a variação do índice de preços ao consumidor da área metropolitana de Caracas (IPC)– acumula até o mês de novembro 18,6%.
Durante 2007 o comportamento da variação anual dos preços foi diferenciado: após
alcançar um máximo no mês de fevereiro (20,4%), a inflação começou a se desacelerar nos meses sucessivos, e se posicionou ao redor de taxas de 15% para setembro,
momento no qual começou novamente a incrementar seu ritmo de crescimento.
A continuação da política de administração e controle de preços de alguns dos bens e
serviços de primeira necessidade, assim como o programa de distribuição de alimentos
através da rede Mercal, moderou parcialmente a evolução da inflação. Neste sentido,
a revisão da alta de alguns rubros durante o ano determinou que os preços dos bens
e serviços controlados mostraram um alta anual de 10,1% em novembro, inferior
ao valor observado no ano anterior, em um entorno de limitações na oferta destes
produtos. Também, os preços dos bens não controlados revelaram uma aceleração
na sua taxa de crescimento para se situar em 30,1%.
7
8
Gazeta Oficial N° 38.674 de 2 de maio de 2007.
Entre as medidas destacam: emissões de bônus denominados em divisas, redução da alíquota do Imposto ao Valor
Agregado (IVA) em 5 pontos porcentuais, ampliação do porcentagem da pasta de crédito do sistema financeiro
dirigido ao setor agrícola, e o decreto da “Lei especial contra o açambarcamento, a especulação, o boicote, e
qualquer outra conduta que afeta o consumo de alimentos ou produtos submetidos ao controle de preços”.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 19
Gráfico 4
Índice de Preços ao Consumidor
(Variação anual)
)&*
36
31-8
31
26
21
6
Opw
Tfu
Kvm
Qpe
Nbs
Kbo.18
Opw
Tfu
Kvm
Qpe
Nbs
Kbo.17
Opw
Tfu
Kvm
Qpe
Nbs
Kbo.16
1
Fonte: BCV.
Ao analisar o IPC por tipo de bem, destacou a aceleração registrada no ano em aqueles de natureza negociável (25,9%), entanto que os preços dos bens não negociáveis
exibiram taxas muito similares ao ano prévio (15% em 2007 e 14% em 2006). Dentro
da evolução da inflação dos bens negociáveis destaca o incremento nos preços dos
produtos agrícolas, os quais constituem o grupo com a maior variação anual, e que
contam com uma importante ponderação dentro da cesta do IPC.
O ritmo de crescimento dos preços, medido através do núcleo inflacionário9, também
mostrou uma aceleração no que diz com respeito ao ano anterior, para se posicionar
para mês de novembro em 25,6%, 10,3 pontos porcentuais por cima do mesmo registro de 2006. As variações médias anuais do núcleo superaram as refletidas pelo
IPC, o qual posicionou a brecha entre ambos indicadores em 4,9 pontos porcentuais
para o mês de novembro.
A inflação na região zuliana, medida através do índice de preços ao consumidor da
área metropolitana de Maracaibo, mostrou uma variação acumulada ao mês de novembro de 16,4%, valor que resultou inferior ao registrado na capital da República
(18,6%). Ao agregar os resultados em um índice integrado de preços, se observou que
estas importantes cidades, em conjunto, experimentaram uma inflação acumulada de
17,9% no mesmo período.
O índice de preços por atacado (IPM) também refletiu uma aceleração comparada
com o ano anterior, ao passar de um registro de 14,9% para novembro de 2006 para
16,3% em 2007. Esta evolução dos preços por atacado obedeceu, a diferença dos
9
Indicador que isola da cesta do IPC aqueles bens e serviços cujos preços apresentam grande volatilidade (bens
agrícolas) e os bens e serviços com preços administrados. A partir de fevereiro, exclui, também, os bens e serviços
amparados pelo controle de preços.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 20
Quadro 3
Ajustes autorizados de preços dos bens
controlados que fazem parte do IPC
Hb{fubt!O±
Nbuêsjb
49/739!ep!2401303118
49/73:!ep!2501303118
Bkvtuft!bvupsj{bept!opt!qsfèpt!tvkfjupt!b!dpouspmf!fn!29!jufot!bmjnfoubsftftqfdjbmnfouf!qspevupt!ef!dbsof-!pwpt!f!mâdufpt/!Jodpsqpsbèäp!eb!mfjuf
eftdsfnbeb!bpt!cfot!tvkfjupt!b!dpouspmf
49/764!ep!3801403118
Bkvtuft!bvupsj{bept!opt!qsfèpt!ept!cfot!mfjuf!f!rvfjkpt!tvkfjupt!b!dpouspmf
49/911!ep!4202103118
Bkvtuft!bvupsj{bept!opt!qsfèpt!ept!cfot!qbtubt!bmjnfouîdjbt-!qäp!f!gbsjoib!ef
usjhp!tvkfjupt!b!dpouspmf
49/938!ep!1802303118
Fydmvtäp!ep!dpouspmf!ef!qsfèpt!b!mfjuf!ftufsjmj{beb!ef!mpohb!evsbèäp!fn
rvbmrvfs!ebt!tvbt!bqsftfoubèöft/
Fonte: Gazetas Oficiais.
Gráfico 5
Índice de preços ao consumidor, por atacado e ao produtor
(Variação anual)
)&*
81
71
61
51
41
31
21
JQN
JQQ
Kvm
Tfu
Opw
Qpe
Kbo.17
Nbs
Kvm
Tfu
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Qpe
Opw
Kbo.17
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Kbo.13
Nbs
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Kvm
Tfu
Tfu
Opw
Kbo.15
Nbs
Qpe
Kvm
Tfu
Opw
Kbo.14
Nbs
Qpe
Kvm
Kbo.13
Nbs
1
JQD
Fonte: BCV.
últimos anos, à aceleração exibida na taxa de inflação dos bens importados (6 pontos
porcentuais), já que os de procedência nacional experimentaram uma leve desaceleração em comparação com o ano anterior (0,1 pontos porcentuais).
A diferença dos indicadores mencionados, a inflação medida com o índice de preços
ao produtor (IPP) refletiu uma trajetória estável ao igual que nos últimos dois anos.
A variação anual ao mês de novembro alcançou 14,1%.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 21
Balança de pagamentos
Cifras estimadas apontam para um sólido superávit na conta corrente de US$ 21.779
milhões, equivalente a 11,4% do PIB. Não obstante, importantes transações financeiras
da economia venezuelana para o resto do mundo determinaram um saldo deficitário
na conta capital e financeira de US$ 24.860 milhões, produto da constituição de ativos externos do setor público, e mudanças no porta-fólio do setor privado. Isto gerou
um saldo negativo na balança de pagamentos de US$ 5.922 milhões, o qual conduz
a um saldo das reservas internacionais netas (BCV y FEM), estimado ao dia 28 de
dezembro em US$ 33.915 milhões.
Quadro 4
Balança de pagamentos
Resumo geral
(Milhões de US$)
Wbsjbèöft!Bct/
3118)++*
3117)+*
Dpoub!dpssfouf
Cfot
Fyqpsubèöft
Jnqpsubèöft
Tfswjdjpt
Sfoeb
Usbotgfsëodjbt
32/88:
36/182
7:/645
.55/574
.6/798
3/886
.491
38/25:
43/823
76/321
.43/5:9
.5/544
.2/1:3
.49
.6/481
.8/752
5/435
.22/:76
.2/365
4/978
.453
Dpoub!gjobodfjsb
Jowftujnfoup!ejsfup
Jowftujnfoup!ef!dbsufjsb
Pvusp!jowftujnfoup
.35/971
.3/394
5/892
.38/469
.2:/258
.3/777
.:/438
.8/265
.6/824
494
25/219
.31/315
Fsspt!f!pnjttöft
.3/952
.3/975
34
Tbmep!hmpcbm
.6/:33
6/249
.22/171
6/:33
6/71:
424
.6/249
.6/189
.71
22/171
21/798
484
Sftfswbt20
Bujwpt
Qbttjwpt
(*) Cifras provisionais.
(**) Cifras estimadas.
1/ Exclui ajustes por variações de tipos de câmbio, preços e atualização contável nos balançoes do BCV.
Fonte: BCV.
O resultado da conta corrente esteve associado aos níveis de exportações da economia, os quais alcançaram US$ 69.534 milhões, sustentados na prolongação da fase
de crescimento da economia mundial, o qual redundou em uma maior demanda de
produtos básicos a preços nominais crescentes.
Cifras estimadas apontam para um
sólido superávit na conta corrente
de US$ 21.779 milhões, equivalente
a 11,4% do PIB.
As importações de bens aceleraram seu ritmo de aumento, em um contexto de subministro crescente de divisas por parte de Cadivi, e de expansão da atividade econômica.
Desta maneira, o nível alcançado foi de US$ 44.463 milhões, o que representou uma
variação nominal de 36,8%. Por destinos econômicos, as importações de bens de
capital e de consumo final registraram as maiores taxas de variação (44,2% e 40,8%,
respectivamente), o que elevou a participação de ambos os rubros no total para 55,3%,
desde 53% no ano 2006.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 22
A relação neta de intercâmbio, medida como a razão entre o índice de valores unitários das exportações FOB, e as importações CIF, melhorou 10,2% respeito do ano
2006, devido à taxa de crescimento dos preços das exportações petroleiras, a qual
resultou maior à apresentada pelos preços unitários das importações. O indicador
revela um resultado desfavorável se consideramos unicamente o comportamento das
exportações não petroleiras.
Gráfico 6
Relação líquida de intercâmbio1/
1/ Calculado como a razão entre os índices de valores unitários das exportações FOB e as importações CIF, em bolívares.
Fonte: BCV.
O déficit registrado na conta capital e financeira foi explicado em 30,0% pelas transações financeiras do setor público, e o resto pelas do setor privado. Não obstante, a
incidência destes dois setores nos resultados de cada categoria variou significativamente. No caso do investimento direto, o saldo negativo esteve determinado pelas
operações da indústria petroleira nacional com suas filiais. Ao mesmo tempo, o saldo
positivo do investimento de carteira respondeu às operações de emissão de divida de
Pdvsa e do Governo. Entanto que na conta outro investimento, onde se registrou o
déficit mais significativo, a maior incidência dos movimentos correspondeu ao setor
privado (57,7%).
O investimento direto no exterior apresentou um saldo deficitário de US$ 2.283
milhões, determinado pelo aumento de ativos no exterior vinculados com as contas
por cobrar de Pdvsa perante suas filiais. No investimento no país se contabilizaram
como operações relevantes o reinvestimento de utilidades de empresas privadas e os
pagamentos por parte do setor oficial das dividas que foram geradas pelo processo
de nacionalização das empresas Cantv, Electricidad de Caracas, e as petroleiras
privadas.
Pela sua parte, o saldo positivo da conta investimento de carteira esteve em grande
medida explicado pelas emissões de divida que realizaram Pdvsa e o Governo nacional
ao longo do ano; embora as operações foram destinadas ao mercado interno, aconteceu um traspasso parcial destes bônus a mãos de investidores não residentes. Outra
operação que adicionou a esta conta foi a liquidação de bônus e títulos negociáveis
que ficavam em mãos do Governo nacional.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 23
A recomposição de carteira no setor público incidiu no saldo da conta outro investimento, a qual respondeu em 42,3% às operações realizadas por este setor, entre as
quais destacaram os recursos transferidos ao Fonden por parte do BCV (US$ 6.770
milhões) e Pdvsa (US$ 6.236 milhões). Estes recursos fazem parte do saldo em ativos
externos com que conta o país para enfrentar eventuais choques, e são utilizados para
cobrir o componente externo e interno dos projetos de investimento, segundo a origem
do aporte. Outro elemento relevante é o financiamento por parte da indústria petroleira nacional da fatura comercial aos seus clientes. Nos movimentos do setor privado
incidiu a preferência desse setor por ativos financeiros externos mais líquidos.
Orientação da política monetária
O Diretório do BCV orientou seus instrumentos de política monetária com o propósito de adequar os níveis de liquidez aos objetivos de crescimento em um âmbito de
maior estabilidade e incentivos à poupança nacional, no qual destacou o maior uso
do encaixe legal que, combinado com as operações de mercado aberto e um manejo
consistente da taxa de juro, permitiu alcançar desacelerações nas taxas de crescimento
para os agregados monetários amplos.
Durante o primeiro semestre de 2007, o Diretório do Instituto lhe deu continuidade às
políticas adotadas no segundo semestre de 2006, esperando que parte dos seus efeitos
se viessem refletidos nos primeiros meses do ano. Uma das medidas que continuaram
sendo executadas foi aquela relacionada com o ajuste da taxa de encaixe legal aplicada
aos investimentos cedidos, a qual estabelecia um incremento progressivo do coeficiente de encaixe em 0,5 pontos porcentuais, em períodos de quatro semanas, aplicado
sobre o saldo destes instrumentos registrado a 14 de julho de 2006 nos balanços dos
bancos, entidades de poupança e empréstimo, e outras instituições financeiras, até
alcançar a taxa de 15%, aplicada ao resto das obrigações.
Para a segunda metade de 2007, o Diretório do BCV, fundamentado na avaliação
das principais premissas, projeções da gestão fiscal, do setor externo, da atividade
econômica, dos preços, assim como das principais variáveis vinculadas ao setor moGráfico 7
Evolução das taxas de absorção do BCV
)&*
25
Npejgjdbèäp
ef!ubybt
)41022018*
24-1
23-1
23
Npejgjdbèäp
ef!qsb{pt!f!ubybt
)24018018*
22-86
23-1
22-1
22-1
22-6
21-1
21
Npejgjdbèäp
ef!qsb{pt!f!ubybt
)42012017*
:-36
9
7-6
7
Npejgjdbèäp!ef
qsb{pt!f!ubybt
)37015016*
Ubybt!bqmjdâwfjt!b!tbmept
fn!fydfttp!ef!DE
f!cbodpt!qûcmjdpt!)1801:017*
7-1
25!ejbt
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 24
67!ejbt
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Nbs
Kbo.17
Opw
Ef{
Tfu
Pvu
Kvm
Bhp
Kvo
Bcs
Qpe
Gfw
Nbs
Kbo.16
5
netário e financeiro da economia venezuelana, decidiu introduzir alguns ajustes aos
instrumentos de política a sua disposição, assim como nas taxas de juro do mercado
financeiro, as quais entraram em vigência a partir de 16 de julho de 2007.
De esta maneira, o BCV fez uma revisão nos prazos e taxas de juro (vigentes desde
setembro de 2006) dos instrumentos de intervenção no mercado monetário, para o
qual, no caso das operações de absorção, foi decidida a reabertura do prazo de 56
dias (com uma taxa de juro de 11%), ao tempo que foi eliminado o correspondente
a 14 dias, e foi mantido aquele de 28 dias, deixando sem variação a taxa de juro dos
mesmos (10%). Cabe mencionar que para as colocações de instituições financeiras
do setor privado foi mantida uma taxa de juro de 6,5%, sempre que excedam o saldo
registrado a 7 de setembro de 2006, taxa a sua vez aplicável a todas as operações das
instituições financeiras do setor público.
Em quanto às operações de injeção, cabe destacar que se bem foram ratificados os
prazos de 14 e 28 dias, as taxas de juro se incrementaram em 1 ponto porcentual, ao
se posicionar em 18% e 19%, para cada caso.
De igual maneira, como parte do conjunto de medidas de política monetária adotadas
no começo do mês de julho, se encontra o incremento em duas etapas do coeficiente
de encaixe legal contemplado nas novas normas que regem a constituição do encaixe10
publicadas pelo BCV. Especificamente, a resolução estabelece que a partir de 16 de
julho, as instituições financeiras estão obrigadas a manter um encaixe mínimo de 16%
do montante total da Base de Reserva de Obrigações Netas e, posteriormente, a partir
de primeiro de outubro, o mesmo se incrementasse a 17%. Também, foi modificada
a metodologia que estava se aplicando no aumento gradual do coeficiente de encaixe
sobre a Base de Reserva dos Investimentos Cedidos, que desde 16 de julho foi fixado
em 13,75%, o qual deve se incrementar em 0,25 pontos porcentuais cada semana, até
alcançar 17% aplicado ao resto das obrigações.
O fato que o encaixe legal se tenha constituído no instrumento de política relevante,
não impediu que o instituto emissor continuasse intervindo no mercado monetário,
mediante a colocação de certificados de depósitos e operações com Repurchase Agreement. Esta combinação de instrumentos de política contribuiu de maneira positiva a
minorar o custo da política monetária. Neste sentido, destaca o descenso ao longo de
2007 do saldo em circulação dos certificados de depósitos, o qual como proporção da
base monetária, se reduz de 77,6% para o encerramento de 2006 para 19,4%, segundo
informação disponível para semana de 21 de dezembro.
Por outro lado, com o objetivo de incentivar a poupança interna e dar conta da tendência das taxas de juro, o Banco Central decidiu revisar os limites mínimos das taxas
de juro que os bancos, entidades de poupança e empréstimo, e outras instituições
financeiras têm obrigados a remunerar por conceito de depósitos de poupança,
contas de ativos líquidos, depósitos a prazo e certificados de participações a prazos,
independentemente do prazo no qual se façam estes dois últimos. De esta maneira, a
partir de 16 de julho de 2007, conforme a resolução11 do BCV, todas as instituições
financeiras ajustaram as taxas de juro das contas de poupança e de ativos líquidos de
6,5% para 8,0% como mínimo, em tanto que as taxas correspondentes aos depósitos
a prazo e investimentos cedidos aumentaram um ponto porcentual para se posicionar
em 11%.
10 Resolução do BCV N° 07-07-01 publicada na Gazeta Oficial N° 38.722 de data 10 de julho de 2007.
11 Resolução do BCV N° 07-07-02 publicada na Gazeta Oficial N° 38.722 de data 10 de julho de 2007.
O fato de que o encaixe legal se
tenha constituído no instrumento
de política relevante, não
impediu que o instituto emissor
continuasse intervindo no mercado
monetário mediante a colocação
de certificados de depósitos
e operações com Repurchase
Agreement.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 25
Em resposta à decisão da Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça, de
data 10 de julho, o BCV fixou de maneira explícita as taxas de juro máxima e mínima que poderão cobrar os intermediários financeiros pelas operações ativas com
cartões de crédito12 em 28% e 17%, respectivamente. Ao mesmo tempo, estabeleceu
a obrigação para os bancos, de pagar pelos montantes abonados em excesso ao total
endividado em cartões de crédito ou pelas sumas que estiverem registradas a favor
do dono do cartão, uma taxa de juro anual igual ou superior à que pagam pelos depósitos de poupança.
Gráfico 8
Certificados de depósitos
(Como % da base monetária)
)&*
261
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61
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Nbs
Bcs
Qpe
Kvo
21
* À semana de 21-12-07.
Fonte: BCV.
Também, em 3 de dezembro, o Diretório do Instituto decidiu realizar novos ajustes
nas taxas de juro das suas operações de absorção, ao as levar de 10% para 11%, e de
11% para 12%, nos prazos de 28 e 56 dias, respectivamente. Paralelamente, e visando
o favorecimento dos poupadores, o BCV aumentou de 8% para 10% a taxa de juro
anual que as instituições financeiras deverão pagar por suas contas de poupança13.
Setor monetário e financeiro
Em concordância com a política monetária do BCV, as taxas médias de crescimento
dos agregados monetários M2 e M1 registraram uma desaceleração significativa em
comparação com as observadas no triênio 2004-2006. Para a semana de 21 de dezembro, a liquidez monetária e o circulante exibiram uma variação anual de 29,3% e
28,6%, respectivamente, uma média para o que tem transcorrido do ano de 47,4% e
53,6%, em cada caso.
Visando o favorecimento dos
poupadores, o BCV aumentou de
8% para 10% a taxa de juro anual
que as instituições financeiras
deverão pagar pelas contas de
poupança.
Em termos reais se observou que as variações anuais da liquidez monetária e do circulante
se reduziram com respeito ao ano precedente. Em tal sentido, ditos valores alcançam
9,1% e 8,5% comparado com 44,8% e 56,8% no ano 2006, respectivamente. Pela sua
parte, se bem o comportamento da base monetária –incluindo o efeito das medidas de
12 Resolução do BCV N° 07-07-03 publicada na Gazeta Oficial N° 38.733 de data 26 de julho de 2007.
13 Resolução do BCV N° 07-11-03 publicada na Gazeta Oficial N° 38.823 de data 3 de dezembro de 2007.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 26
Quadro 5
Resumo das medidas de política monetária
adotadas pelo BCV durante 2007
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Fonte: BCV.
Gráfico 9
Agregados monetários amplos
(Variação anual nominal)
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91
81
71
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51
41
N3
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Gfw
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Kvo
31
N2
* À semana de 21-12-07
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 27
encaixe– apresentou uma variação anual de 43,2%, superior a aquela dos agregados
mais amplos, o fez diminuindo para mais da metade a taxa de variação registrada
em 2006 (94,0%).
Durante o primeiro semestre de 2007, as taxas de juro da banca comercial e universal
mostraram um comportamento estável. Neste período, a taxa aplicada às operações
ativas alcançou uma média de 16,1%, em tanto as correspondentes aos depósitos a
prazo e poupança se posicionaram em 10,1% e 6,6%, respectivamente. Para o segundo semestre, se evidenciou um incremento na estrutura geral das taxas de juro,
ao se registrar, para a semana de 21 de dezembro, uma taxa ativa de 22,2% e 11,7%
para os depósitos a prazo, entanto a que remunera as contas de poupança foi levada
ao nível mínimo exigido de 10%. Isto aparece associado ao conjunto de medidas
adotadas pelo BCV e, mais recentemente, à entrada em vigência do imposto às transações financeiras.
Gráfico 10
Taxas de juro da Banca comercial e universal
* À semana de 21-12-07.
Fonte: BCV.
Informação disponível para o mês
de outubro indica que as contas
de poupança registraram um
crescimento de 30,3%, comparado
com o mesmo mês do ano anterior,
o qual se viu refletido em um
maior número de depositantes
(1.998.104), e de novas contas
abertas (2.208.983).
Cabe destacar que durante 2007, o saldo de depósitos em contas de poupança e o número de depositantes em ditas contas se tem comportado positivamente. Efetivamente,
a informação disponível para o mês de outubro da conta de que este instrumento
financeiro registrou um crescimento de 30,3%, em relação com o mesmo mês do ano
anterior, o qual se viu refletido em um maior número de depositantes (1.998.104) e
de novas contas abertas (2.208.983).
O setor bancário mostrou um desempenho favorável, no âmbito da continuidade do
crescimento econômico e da demanda agregada interna, em presencia de importantes
níveis de liquidez e taxas de juros reais negativas. Dentro do conjunto de medidas
de política monetária, financeira e cambiária adotadas no ano destacam: o aumento
do limite mínimo da taxa de juro passiva, o incremento na porcentagem de carteira
agrícola, a permanência de taxas preferenciais, e o incremento nos limites da cota de
divisas para consumo no exterior (através de cartões de crédito).
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 28
Gráfico 11
Depósitos de poupança da banca comercial e universal
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43/111
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* Cifras preliminares.
Fonte: Sudeban e BCV.
Gráfico 12
Número de depositantes e de contas de poupança
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29/111/111
27/111/111
25/111/111
23/111/111
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9/111/111
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Nota: As cifras do número de depositantes estão disponíveis até o mês de setembro.
Fonte: Sudeban e BCV.
Para o mês de novembro, os ativos totais mostraram um crescimento de 47,1% (21,8%
em termos reais); não obstante, isto representou uma desaceleração de 20,6 pontos
porcentuais, no que diz respeito ao período anterior. Igual comportamento se obteve
no passivo da banca, ao registrar um incremento de 48,3% (26,5% em termos reais),
na frente de 71,9% em novembro de 2006.
Os principais indicadores financeiros registraram melhoras em quanto à intermediação, rentabilidade, liquidez, e suficiência patrimonial, entanto que os referidos à
qualidade de ativos (aprovisionamento), embora diminuíram, permanecem em níveis
satisfatórios.
Dentro do conjunto de medidas
de política monetária, financeira
e cambiária adotadas no ano,
destacam o aumento do limite
mínimo da taxa de juro passiva,
o incremento no porcentagem de
pasta agrícola, e a permanência de
taxas preferenciais.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 29
Quadro 6
Banca comercial e universal
Resumo do balanço de situação
Fonte: Sudeban.
O índice que mede a morosidade da banca14 encerrou em 1,2%, o qual significou um
incremento de 0,2 pontos porcentuais comparado com dezembro de 2006. Ao avaliar
o comportamento da carteira morosa por tipo de crédito, se pôde constatar que os
empréstimos que evidenciaram maiores descumprimentos foram os de consumo,
comerciais e microcréditos, os quais representam 83,1% do total.
Dentro dos ativos, a carteira de investimentos em valores reduziu sua ponderação para
21,7%, devido ao seu moderado crescimento (10%), o qual parcialmente é associado
com que o Executivo Nacional enfocou sua estratégia de endividamento à emissão e
colocação dos bônus do Sul II e III, a oferta pública combinada de bônus emitidos por
Pdvsa e, mais recentemente, a oferta combinada de bônus venezuelanos denominados
O Venezuelano I e II. Pela sua parte, a de crédito cresceu 71,6%, o que permitiu que
sua participação dentro do total chegasse até 48%, para contribuir com que a tendência
da brecha entre crédito e investimentos em valores se acentuasse.
Os empréstimos comerciais15 mantiveram a mais alta participação (53%) no total da
carteira de crédito. Pela sua parte, os créditos destinados ao consumo e às carteiras
obrigatórias16 incrementaram sue peso em 3 pontos porcentuais, e 1,1 pontos porcentuais, respectivamente, ao encerrar em 22% e 25%.
14 Medido como a pasta vencida e em litígio dividida por a pasta de créditos bruta total.
15 Inclui créditos para os setores: eletricidade, gás e água; exploração de minas e canteiras; comércio por atacado e
de varejo; restaurantes e hotéis; transporte e armazenamento; comunicações; indústria manufatureira; atividades
não bem especificadas e serviços comunais.
16 Corresponde à pasta agrícola, hipotecária, turismo e microcrédito.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 30
Gráfico 13
Banca comercial e universal
Brecha entre os indicadores de créditos e investimentos em valores sobre ativo
41
36
31
26
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Bcs
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Kbo.18
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Kvo.18
Kvm
Bhp
Tfu
Pvu
Opw
.6
Fonte: Sudeban.
Dentro do grupo dos empréstimos comerciais, as carteiras que evidenciaram os
maiores crescimentos para o mês de outubro foram aquelas relacionadas com eletricidade, gás e água (95,2%); armazenamento, transporte, e comunicações (92,9%);
comércio, por atacado e a varejo, restaurantes e hotéis (66,8); exploração de minas
e pedreiras (59,3%); e a indústria manufatureira (34,9%). Pelo contrário, os créditos
destinados à construção e serviços comunais apresentaram desacelerações no seu
ritmo de crescimento de 91,9 pontos porcentuais, e 2 pontos porcentuais, em cada
caso, ao encerramento em 49,7% e 43,8%, respectivamente.
O incremento anual mostrado pelos créditos ao consumo (98,3% nominal e 64,2%
real) se associa com o crescimento econômico, com o menor custo do financiamento,
e o aumento da cota de divisas para consumos no exterior e para compras realizadas
pela Internet.
Nos passivos da banca, as captações totais revelaram um crescimento anual de 38,6%,
resultado menor ao observado em igual período de 2006 (78%). Os depósitos que
provêm do setor privado continuam apresentando o maior peso (66,4%), seguido
pelas outras captações que incluem os direitos e participações sobre títulos valores
(16,9%), e os depósitos de origem pública (16,7%). A pesar disso, as captações do
setor privado registraram para o período uma redução de 52,3 pontos porcentuais na
sua taxa de variação, e aquelas do setor público em 4 pontos porcentuais.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 31
III/
BALANÇO
E PERSPECTIVAS
Balanço
O balanço do desempenho da economia venezuelana no ano próximo a concluir,
mostra resultados econômicos e sociais favoráveis. Neste sentido, o produto interno
bruto continuou crescendo de maneira contínua, generalizada e significativa por
quarto ano consecutivo (8,4%), impulsionado por uma forte expansão tanto do investimento bruto fixo (24,5%) quanto do consumo (16,1%). Pela sua parte, o aumento
do emprego, a redução da informalidade, a expansão do crédito bancário para fins
de consumo e investimento e a provisão de um fluxo contínuo de divisas através do
regime de administração de divisas vigentes continuam sendo rasgos para destacar.
Igualmente, durante este ano destaca a decisão de aplicar um processo de reconversão
monetária, o qual começará a reger a partir de 1 de janeiro de 2008. Esta medida,
que foi feita oficial em 6 de março do presente ano, tem como objetivos primordiais
facilitar o uso, manejo e compreensão do signo monetário nacional por parte de
toda a cidadania; incrementar a eficiência do sistema de pagamentos e os registros
contáveis através do manejo de cifras mais pequenas e, conjuntamente com outras
ações de política, reforçar a confiança na moeda nacional.
O produto interno bruto continuou
crescendo de maneira contínua,
generalizada e significativa pelo
quarto ano consecutivo (8,4%),
impulsionado por uma forte
expansão tanto do investimento
bruto fixo (24,5%), quanto do
consumo (16,1%).
O Instituto tem levado a cabo satisfatoriamente todas e cada uma das atribuições que
legalmente lhe correspondem. Para a data, e de maneira concertada com a sociedade
venezuelana em seu conjunto, o Banco Central da Venezuela tem emitido resoluções
que regulam a instrumentação do processo de reconversão. De igual maneira, o BCV
tem desenvolvido uma ampla, efetiva e inclusiva campanha comunicacional que tem
pretendido abrangir as dimensões formativa, divulgadora, noticiosa e publicitária,
assim como as iniciativas de cooperação interinstitucional entre o Instituto e organismos públicos e privados. Podemos assim afirmar com toda certeza e satisfação
que para o encerramento do ano 2007 e começo de 2008, o país fica preparado para
receber o bolívar fuerte.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 32
Perspectivas
As perspectivas para o ano 2008 estão enquadradas na continuação das condições que
têm permitido à economia venezuelana desfrutar de um dos ciclos mais prolongados
de crescimento econômico e baixa taxa de desemprego. Desta maneira, se espera
que no plano internacional continue o crescimento econômico, o que redundará na
sustentabilidade da demanda de produtos básicos como o petróleo. No plano interno,
os esforços estarão centrados em sustentar o crescimento econômico e coadjuvar a
frear a taxa de inflação.
Os objetivos previstos no Acordo Anual de Políticas do próximo ano são continuar a
senda positiva de crescimento da economia a mediano prazo, para alcançar um incremento anual do PIB em termos reais em torno de 6%, e procurar para o ano uma taxa
de inflação entre 9% e 11%. Também, se manterá estável o tipo de câmbio oficial em
Bs./US$ 2.150, ou Bs.F./US$ 2,15. É importante significar que o processo de inflação
é de natureza fundamentalmente estrutural e, por tanto, o BCV e o Executivo Nacional
continuarão adotando as medidas necessárias para restaurar a tendência descendente
da taxa de inflação e sustentar a taxa de crescimento objetivo.
O BCV reitera seu compromisso com estes objetivos, e assegura o estrito seguimento
dos fatores que determinam seu comportamento.
Os objetivos do próximo ano
são manter a senda positiva de
crescimento da economia ao
mediano prazo, para alcançar um
incremento anual do PIB em termos
reais ao redor de 6%, e manter
a tendência para a estabilidade
de preços, procurando para o ano
uma taxa de inflação em volta de
9% e 11%. O tipo de câmbio vai-se
manter estável.
Caracas, dezembro de 2007
Gastón Parra Luzardo
Presidente
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 33
IV/
ANEXO ESTATÍSTICO
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 36
Principais agregados macroeconômicos
(*) Cifras provisionais.
* Cifras revisadas.
a/ Variação interanual (Nov-07/Nov-06)
b/ Saldo para 28 de dezembro.
c/ Para a semana de 21 de dezembro.
1/ Média dos três primeiros trimestres do ano.
2/ Para novembro
3/ Para o encerramento do ano.
4/ Variação interanual (Nov-07/Nov-06)
5/ Inclui depósitos à vista, de poupança, a prazo, e outras captações.
6/ Corresponde à média simples das taxas de juro ativa e passiva dos dépositos a prazo da banca comercial e universal (cobertura nacional).
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 37
Produto interno bruto
(Milhões de bolívares)
1/ Compreende: Agricultura e restaurantes e hotéis.
2/ Sifmi: Serviços de intermediação financeira medidos indiretamente.
Fonte: BCV.
População total, inativa e ocupada
(Pessoas)
Nota: A população total no setor privado está conformada pelo emprego formal privado, o informal, e os não classificáveis.
1/ População em idade de trabalhar.
2/ Não declararam alguma das variáveis que permitam sua classificação como ocupados no setor formal ou informal da economia.
3/ Procurando trabalho pela primeira vez.
Fonte: INE.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 38
Indicadores de preços
(Variação %)
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 39
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 40
(*)
Cifras para a semana de 21 de dezembro.
*
Cifras revisadas.
Fonte: BCV.
Agregados monetários
(Saldo em milhões de bolívares)
Banca comercial e universal
Resumo do balanço de situação
a/ Cifras para o mês de novembro.
1/ Refere-se às disponibilidades netas já que inclui a provisão para disponibilidades.
2/ Inclui investimentos em: títulos valores para negociar, títulos disponíveis para a venta, títulos mantidos até seu vencimento,
em outros títulos valores e títulos por disponibilidade restringida.
3/ Inclui os rendimentos por cobrar: por disponibilidades, por investimentos em valores, por pasta de crédito e outras contas por cobrar.
Adicionalmente, inclui comissões por cobrar e a provisão.
4/ Inclui participação em outras instituições, investimentos em sucursais no, e as provisões.
5/ Inclui bens realizáveis, bens de uso, e outros ativos.
6/ Inclui os direitos e participações sobre títulos valores.
e captações do público restringidas.
7/ Inclui obrigações com o BANAP e outros financiamentos obtidos. Adicionalmente, contempla as despesas por pagar: por captações do público, por obrigações com o BCV,
por obrigaciones com o BANAP, por outros financiamentos obtidos, por outras obrigações por intermediação financeira, por obrigações convertíveis em capital,
e por obrigações subordinadas.
Finalmente, outras obrigações por intermediação financeira, obrigações subordinadas, e obrigações convertíveis em capital e outros passivos.
Fonte: Sudeban.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 41
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE DEZEMBRO 2007 PÁG. 42
1/ Inclui créditos orientados aos setores: exploração de minas e hidrocarbonetos; construção; indústria manufatureira; transporte, armazenamento e comunicações;
eletricidade, gás e água; comercio por atacado e a varejo, restarurantes e hotéis; serviços sociais, comunais e pessoais, e atividades não bem específicadas.
Fonte: Sudeban e cálculos próprios.
Distribuição da pasta de crédito
Banca comercial e universal
(Milhões de bolívares)
Este mensaje de fin de año
del Presidente del BCV
se terminó de imprimir en Caracas,
Venezuela, en los talleres del BANCO CENTRAL
DE VENEZUELA, durante el mes de abril
de dos mil ocho

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