vitrine - Revista Mundo OK
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Onda Wet na a edição iente - 2 riental do Or ultura o ho de c eitar. Um ban ê aprov pra voc atrações undo de e. vez um m mília e aproveit ais uma fa eparou m nha, traga a sua O Wet pr al. Ve ra orient 0 08. da cultu bro de 2 e dezem 24 e 25 d omidas shows, c s. ulturais, ai tações c muito m Apresen bazar oriental e típicas, Rod. dos Bandeirantes, km 72 - Itupeva/SP (11) 4496 8000 - www.wetnwild.com.br 33 editorial 6 8 10 11 12 14 16 18 20 24 30 42 46 48 50 51 52 54 55 56 58 60 61 62 63 64 65 66 agenda e notas cultura automóveis liderança e motivação esportes mulher beleza e saúde okids educação gastronomia especial capa cidades institucional multimídia 6 8 10 11 12 14 16 18 20 24 30 42 46 48 50 51 52 54 55 56 58 60 61 62 63 64 65 66 encontro pets agricultura dekassegui casos da vida mundo oriental click eventos cosplay anime game tokusatsu mangá opinião Tempo de festejar Mais um ano se passou e junto com ele muitas emoções e dificuldades. Um ano de muito trabalho e aprendizado. Nossa equipe acompanhou de perto os festivais e atividades que comemoraram o centenário da imigração japonesa no Brasil por todo o país; momentos de orgulho que ficarão marcados na memória de toda a comunidade nipo-brasileira. Sem deixar, é claro, de falar sobre as demais comunidades orientais, mostrando as diferenças e peculiaridades de cada nação. E para celebrar esse ano de muitas conquistas a Mundo OK traz em sua edição de aniversário um especial de natal. Isso mesmo, uma matéria para mostrar como o Natal e o Ano Novo são comemorados nos países orientais. Para o leitor mais atento, fica a dúvida: na Ásia há a comemoração do Natal? Em principio, não. Mas, em um mundo cada vez mais globalizado, chineses, coreanos e japoneses passam a “adotar” os costumes ocidentais. Nesta edição com ares festivos, não podemos deixar passar em branco o aniversário de um ano da Mundo OK. Pensando sempre na melhoria editorial a redação promete mudanças. A primeira delas é o aumento na tiragem. Outra novidade é a reformulação do site, com uma cara nova, passará a contar com as matérias na íntegra e os bastidores de cada produção. Porque em nosso aniversário, o presente é para você! Boa leitura! Capa: Comemorações de fim de ano Imagem:Shutterstock Revista Mundo OK – Ano 2 – Número 13 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Rodrigo Medeiros e Paulo Henrique Liberato• Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Tamires Alês, Daniel Verna, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Fernando Ávila de Lima, Francisco Junqueira, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Carolina Michelli • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital: Rodrigo Medeiros • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da Yamato Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 cartas Você também pode colaborar e participar da Revista Mundo Ok, enviando suas críticas ou sugestões para: [email protected] Contamos com você para tornar as próximas edições ainda melhores! Um grande futuro! O ano de 2008 passou como um raio! E a Revista Mundo OK chega à sua 13º edição comemorando o primeiro aniversário de uma história que já mostra o brilho do sucesso. Acreditei, desde a primeira vez em que ouvi a resEquipe da Revista Mundo Ok peito, no bom resultado da união entre Takashi Tikasawa, um empresário que vive e transpira marketing, e Marcelo Ikemori, um nikkei que tem orgulho do ser, do pensar e do agir “vendedor”. Juntos, eles planejaram um projeto pioneiro e ousado, com o objetivo de somar e agregar comunidades e culturas, utilizando como ferramenta uma revista bonita, bem feita e de distribuição gratuita, que já alcança a tiragem de 20.000 exemplares mensais. Desde o primeiro número, a Revista OK se mostra um veículo de comunicação que cresce e melhora seu conteúdo editorial a cada mês. A partir da última edição, por exemplo, lançou a editoria de “Agricultura”. Um fato que considero muito importante na sua evolução, pois, além de agregar um conteúdo editorial imprescindível para a revista, demonstra o respeito que todos devemos à história da imigração japonesa no Brasil. Marcelo e Takashi vêm demonstrando em suas ações total coerência com o que afirmam em palavras. Neste período de existência da Revista OK, ao invés de se fecharem em si mesmo, num processo de verticalização tão comum e nefasto em iniciativas desse tipo, ampliaram seus “Quero deixar registrado aqui os meus agradecihorizontes de comunicação ao selar uma importante parceria na área digital com o Instituto Icaro. mentos pela parceria ao longo do ano e parabeniHoje eles ocupam um espaço invejável na recém-lançada plataforma cultural aglutinadora reprezar toda a equipe pelo belo trabalho. ” sentada pelo site www.nikkeyweb.org.br. Todas essas conquistas são frutos de um projeto bem focado e trabalhado com afinco por pessoMarcos Aguena as apaixonadas pelo que fazem. Mas, principalmente são frutos da vontade de agregar pessoas e iniciativas, de fortalecer os laços culturais milenares de cooperação, amizade, solidariedade que herdamos de nossos ancestrais e que devemos cultivar e dividir com as demais culturas que formam o Brasil. Parabéns a todos. Akio Ogawa é o atual presidente do Instituto Icaro “Adorei a matéria do Arita e a revista como um Contato: [email protected]/ www.icaro.org.br todo. Vocês estão de Parabéns!” Agradecimentos Yasushi Arita Claudia Fernandes de Oliveira Parabéns “Parabéns pelo belíssimo trabalho realizado pela equipe da Revista e por sempre participarem dos acontecimentos da nossa querida colônia. ” Jun Suzaki agenda e notas Investigação Bazar do Bem Desemprego e deflação Polícia investiga os ataques a ex-funcionários do ministério da Saúde do Japão. Duas pessoas morreram, o ex-ministro da Saúde Takehiko Yamaguchi e sua mulher Michiko, e uma ficou gravemente ferida, a mulher do ex-vice ministro da Saúde Kenji Yoshiwara, que não corre mais perigo de vida. As autoridades ainda não sabem o motivo dos ataques. Nos dias 6, 7, 20 e 21 de dezembro acontece na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, das 10h30 às 19h, o Bazar do Bem – edição Natal 2008. O evento vai reunir cerca de 30 expositores de roupas, brinquedos, artesanato, acessórios, decoração e enfeites natalinos. Parte da renda será doada às entidades Ikoi-no-Sono, Kodomo-no-Sono, Kibôno-Iê e Yassuragi Home. O Japão como a maioria dos países está sentindo os impactos da crise financeira mundial. De acordo com o ministro da Economia, Kaoru Yosano, o país provavelmente verá um desemprego maior, já que as companhias japonesas planejam cortar milhares de empregos temporários no final do ano. E enfrentará a deflação, uma vez que não existe um concerto rápido para a atual crise. Guia para brasileiros MortosVivos Exposição no Louvre A editora Shumpusha lança o livro “O jeitinho no Japão para os brasileiros” de Matsuda Makiko, professora japonesa que leciona para brasileiros, e Tiago Sales Pinto. A obra é um guia prático com expressões em japonês necessárias para as mais diversas situações do dia-a-dia. Além de dicas sobre placas de sinalização, utensílios domésticos, telefone celular e ferramentas. No dia 17 de janeiro, mais uma balada vai agitar as noites de São Paulo. É o Mega MortosVivos – Thanks 2008 – Welcome 2009. Uma super festa para comemorar o Ano Novo com muita energia. A partir das 22h30, no Espaço das Nações Unidas. Ingressos antecipados R$ 25,00, na porta R$ 30,00, sem consumação. Proibida a entrada de menores de idade. Mais informações [email protected]. Com apenas 18 anos, o estudante de desenho industrial Arthur Sakemi terá uma obra exposta no Louvre, famoso museu francês. O óleo em tela intitulado “Dragão da Terra” foi à obra escolhida para participar da mostra anual da Sociedade Nacional de Belas Artes de Paris, no espaço chamado Carrousel Du Louvre. O jovem estudou pintura dos 12 aos 15 anos, e mesmo com o incentivo não pretende largar à carreira e vai manter a pintura como um de seus hobbies. vitrine cultura Busca pela paz entre as nações Sobrevivente da bomba atômica em Nagasaki, Kaoru Ito luta pela eliminação das armas nucleares Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação O nove de agosto de 1945, na cidade de Nagasaki, era mais um dia na vida do então garoto Kaoru Itou. Aos 8 anos de idade, aproveitava a manhã no sítio da família, enquanto outras pessoas trabalhavam, realizavam as tarefas de casa ou lutavam nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. Exatamente às 11h02, a aparente paz se esvai. A cidade é atacada pelos Estados Unidos, e a segunda bomba atômica utilizada na história da humanidade é lançada sobre a cidade. Ito, que brincava com o irmão na varanda, é jogado contra a parede com a força do vento, desmaiando. Ao acordar, o que vê é uma nuvem de fumaça escura que se espalha pela cidade, além de pedaços de madeira e de casas voando pelo ar. Depois de alguns dias, após o susto ter passado e a polícia liberar a passagem, Ito vai até Urakami, a 3 quilômetros de distância de sua casa, onde a bomba caiu, para procurar o tio que trabalhava em uma das fábricas. O cenário encontrado é assustador: a cidade está em ruínas, toda destruída e queimada, há montanhas de corpos carbonizados por todos os lados. Ito começa a vasculhar os corpos a procura do tio. Só encontra um braço, identificado por uma tatuagem. Carrega o braço do tio até em casa, onde junto com a família queima e faz as orações. Mais de 170 mil pessoas morrem em um dos episódios mais cruéis e covardes da humanidade. Após a tragédia, Ito começa a treinar judô e caratê para se vingar dos americanos. Ao ver um soldado, corre com um pedaço de bambu grande, com a ponta afiada e o ameaça de morte. Em 1947, já com 10 anos, Ito vai morar com o seu tio, Taketaro Noda, um artista plástico muito conceituado no Japão, para ajudá-lo nas atividades do dia-a-dia, já que Noda tem problemas de mobilidade por causa dos quase 240 quilos. É em um ambiente onde a arte está impregnada em todas as paredes, que o ainda menino começa a se interessar pelo mundo da pintura. Com o tio aprende as técnicas e logo participa de um concurso de pintura da região, em que recebe o primeiro, de muitos prêmios pelo seu trabalho. Este foi o que o motivou e o fez mergulhar de cabeça nessa profissão. Daí em diante não teve mais paradas. Ainda adolescente, aos 16 anos, viaja a Itália para fazer um curso de aerógrafo industrial, aprendendo a desenhar máquinas, carros e fisionomias. Após concluir o curso já começa a ministrar aulas em países livres do sofrimento da guerra viaja para Espanha, França e EUA. Após passar uma temporada nesses países aprendendo novas técnicas e transmitindo seus conhecimentos, volta ao Japão. Mas só fica em sua terra natal por cultura 10 dias. Arruma as malas novamente e parte para outra aventura. Dessa vez o destino é o Brasil. Ao chegar ao País, se depara com inúmeras dificuldades, uma vez que desconhece o idioma, e em 1955, poucas pessoas conhecem a língua inglesa, que Ito sabe falar. Com muito esforço, dedicação e após levar muitas portas na cara, consegue apresentar seu trabalho para uma agência publicitária conceituada e começa a trabalhar. Dois meses são necessários para que, com apenas 18 anos, abra seu próprio negócio. O Estúdio Ito de Desenhos Comerciais cresce e o trabalho passa a ser reconhecido no mercado. As atividades no estúdio, que conta com mais de 30 desenhistas, dura 23 anos, até que Ito recebe um convite para trabalhar em uma grande empresa automobilística japonesa, e retorna ao Japão. No Japão, além do trabalho na empresa de carros, que dura 20 anos, participa de concursos nacionais e internacionais de pintura. Dos quais recebe premiação máxima no Hakataten, em Fukuoka, e prata em Nitten, além de outros 104 prêmios em 48 países como Inglaterra, Espanha, Taiwan, Tchecoslováquia, Índia e França. Força pela paz - Após ficar 23 anos longe do Brasil, retorna ao país, abrindo o Shunkun Artes e Cursos, estúdio em que ensina mais de 28 téc- nicas de pintura, desde tradicionais japonesas, como o shodô e o sumiê, passando pela abstrata, fisionomias, aerógrafo até o desenho publicitário. Um curso profissionalizante que atrai pessoas de todos os estilos. Na escola também são oferecidos curso de língua japonesa. Ito está com todos os horários de aula cheios e nem pensa mais em sair do Brasil. O artista já participou de diversas exposições, entre as mais recentes, destaque para a “Bomba Atômica – 1945: Hiroshima e Nagasaki” que ocorreu no Memorial do Imigrante, em São Paulo e a exposição na Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra – Acadepol, sediada na USP. Além do trabalho no estúdio, das exposições e campanhas pela paz, Ito é um excelente cantor, sempre que pode, freqüenta os karaokês para se distrair e se desligar um pouco da rotina. Por ter sido irradiado pelos resíduos nucleares da bomba atômica, sofre até hoje com os efeitos da radiação. Já operou os rins, tem hipertensão arterial, além de problemas no sangue. Mas nem por isso desanima, aos 71 anos, acorda cedo todos os dias e trabalha assiduamente, dedicando seu tempo a pintura e aos seus alunos. Faz parte, também, da Associação das Vítimas da Bomba Atômica, que reúne as mais de 100 pessoas irradiadas que moram em São Paulo, a maioria com uma idade média de 82 anos. E junto com elas e outros amigos realiza diversas campanhas contra as armas nucleares. Há cerca de sete anos, participa da campanha pela paz, que é realizada há mais de 20 anos pela Associação. Arrecada assinaturas, por meio de abaixo assinados, que são reunidas e enviadas para os governos do Japão e dos Estados Unidos. Uma atitude que, segundo ele, não é mais voltada tanto para a questão das armas nucleares em si, mas para toda a humanidade. “É uma forma de unir as nações e promover a integração das famílias. Que a paz tome conta do mundo”, diz. Kaoru Ito, sobrevivente da bomba atômica 10 automóveis Sem truques na hora de mexer no carro INSPEÇÃO VEICULAR PARA VEÍCULOS LEVES INIBE A RETIRADA DO CATALISADOR Texto: redação / imagem: divulgação A Inspeção Veicular, que passa a ser obrigatória para automóveis e motocicletas a partir de janeiro de 2009, deverá contribuir para o fim de uma prática ilegal: a retirada do catalisador automotivo. A partir de 2009, todos os veículos a diesel, gasolina, álcool e gás natural bem como motocicletas, deverão passar pela Inspeção Técnica Veicular (ITV). O veículo que não realizar a inspeção, não poderá ser licenciado no ano seguinte e está sujeito a multa no valor de R$ 550,00. Em 2008, a inspeção é obrigatória apenas para os veículos movidos a diesel e caminhões. A ITV é uma necessidade imediata para melhorar a qualidade de vida na cidade de São Paulo. Está prevista por lei, e todos os procedimentos adotados seguem resoluções e legislações específicas, além de ser realizada por profissionais treinados. A exigência da inspeção para veículos leves fará com que os motoristas tenham que manter a originalidade do sistema de exaustão para serem aprovados na inspeção veicular. “A troca de peças por equipamentos originais garante um melhor funcionamento do veículo e conseqüente economia para o proprietário”, esclarece o Gerente de Engenharia e Qualidade da Mastra Escapamentos e Catalisadores, Valdecir Rebelatto. A manutenção preventiva é o grande segredo de economia para o bolso dos proprietários dos veículos. Um exemplo disso é a troca do catalisador inoperante. O catalisador com problemas de funcionamento aumenta em até 10% o consumo de combustível. Conforme estudo do Sindicato de Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), o catalisador inoperante, por conta de quebra, derretimento ou entupimento, aumenta o consumo de combustível, que em um ano pode chegar a mais de R$ 500,00. O programa de inspeção veicular foi criado em maio. Já é obrigatório para carros movidos a diesel e caminhões. Ninguém paga nada para fazer a inspeção. Se o veículo for aprovado, ganha um comprovante e está liberado para o licenciamento do ano seguinte. Se for reprovado, tem de voltar depois de 30 dias. Quando trocar o catalisador - Um catalisador genuíno, que vem no veículo novo, tem durabilidade mínima de 80 mil quilômetros. Trincas, quebras, derretimento e entupimento da cerâmica também são sinais para a troca imediata, além da não conversão dos gases. Os catalisadores para o mercado de reposição têm durabilidade mínima de 40 mil quilômetros conforme regulamentação do Conama. A verificação deve ser feita por profissionais especializados em oficinas e centros automotivos. Quando trocar o escapamento - O escapamento deve ser substituído quando o proprietário notar alterações no nível de ruído do veículo, caracterizado por sopros de gases, chocalhos no catalisador, som estridente, ressonâncias ao trocar marchas, entre outras. É recomendável checar o sistema de escape quando o motorista perceber que o veículo está com baixo rendimento (amarrado), ou com excesso de consumo de combustível. liderança e motivação 11 11 Sua mente é um campo de batalha Vencer a constante guerra que se desenvolve em nossa mente e fazer gerar bons frutos dos pensamentos que mantemos é resultado do exercício de seleção que precisamos submeter em vigilância constante Texto: Yasushi Arita / Imagem: divulgação O que você está pensando neste momento? Já parou para pensar em seus pensamentos? Já experimentou fazer uma seleção das coisas boas e ruins que passam pela sua mente? Prestar atenção no que pensamos deveria ser um hábito, pois a cada segundo centenas de coisas passam em nossa mente e elas determinam nossas atitudes e nosso modo de vida. É impossível ter uma vida positiva com uma mente negativa. A nossa forma de pensar determina o jeito que agimos diante das circunstâncias em todas as áreas da vida. Temos total domínio sobre nossa mente, mas na maioria das vezes permitimos que uma intensa batalha seja travada. Garanto que não é exclusividade sua ter preocupação, dúvida, raiva, culpa, porém a forma de pensar e encarar esses fatos determina uma diferença extraordinária no resultado de seus empreendimentos. Toda ação, correta ou não, tem início no pensamento. Se você não vem obtendo os resultados que deseja, mude a forma de pensar e seus projetos terão muito mais chances de serem concretizados. “O que nós pensamos determina nossas atitudes e nosso modo de vida” Muito provavelmente você deve ter vivido circunstâncias em que parece existir vozes interiores oferecendo caminhos para uma determinada situação. Essa é a guerra da mente. Algo semelhante à disputa “do bem e do mal” e vence aquele que tiver mais domínio no seu campo de batalha. Optar por ter pensamentos positivos ou não é uma responsabilidade pessoal e não pode ser delegada. Não é nenhum exagero afirmar que 85% dos nossos problemas pessoais têm origem na mente. Quando percebemos que a forma correta de pensar é vital para uma vida vitoriosa nos tornamos mais sérios sobre o que permitimos deixar em nossos pensamentos. Um velho ditado afirma sermos exatamente o que pensamos e isso não é um mero comentário popular. É um fato que você mesmo pode constatar. Quando estiver diante de uma pessoa vitoriosa procure conhecer quais são seus pensamentos e observe suas atitudes (lembre-se que pensamento sem atitude não gera resultados). Posso afirmar que 100% delas têm pensamentos positivos sobre si mesma. O contrário também é verdadeiro. Pessoas fracassadas têm pensamentos negativos que geram sentimento de desânimo, medo e autodestruição. Como está o campo de batalha da sua mente? Seus pensamentos resultarão na concretização de seus objetivos? É importante termos consciência de que a guerra que se desenvolve em nossa mente é uma constante. Vencê-la e fazer gerar bons frutos dos pensamentos que mantemos é resultado do exercício de seleção que precisamos submeter em vigilância constante. “É impossível ter uma vida positiva com uma mente negativa“ Impossível? De forma alguma. Difícil? Evite esse pensamento. Ao invés disso avalie o quanto será compensador para a sua vida e para todos que estão em sua volta ter uma pessoa cheia de energia, alegre e positiva. Sua mente será vitoriosa nessa batalha quando suas atitudes e projetos estiverem alinhados a essas qualidades. Decida agora quais os pensamentos que você deixará permanecer em sua mente. Opte por “eu posso”, “eu conseguirei”, “é simples”, “como vou fazer”! Suas realizações revelarão qual foi sua escolha. Yasushi Arita é facilitador do Leader Training, diretor da Arita Treinamento e Consultoria e autor do livro “ Olhe o que você está fazendo com a sua vida !”. Site: www.arita.com.br E-mail: [email protected] 12 esportes Esporte e confraternização de mãos dadas É esse espírito de união que norteou o 2º Anhanguera T-Ball Fest – Copa Yamato Texto: Redação/ Fotos: Divulgação A rremessos, rebatidas, concentração, disposição e competição. Além, é claro, de alegria e confraternização. Todos esses elementos estavam presentes no 2º Anhanguera T-Ball Fest- Copa Yamato, que contou com a participação de mais de 10 times de todo o estado de São Paulo. O torneio, realizado pelo Anhanguera Nikkei Clube com o apoio da Yamato Corporation e da Prefeitura Municipal de Santana de Parnaíba, ocorreu nos dias 29 e 30 de novembro nos campos do Clube Anhanguera. Na categoria T-Ball, que pode ser praticada por jogadores com até no máximo 8 anos de idade, aconteceram jogos de beisebol com a participação de 8 times (Anhanguera, Atibaia, Cooper, Gecebs, Gigante, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Nippon Blue Jays) e de softbol com a presença de 6 times (Anhanguera, Gigante, Guarulhos, Nippon Blue Jays, Santo André e São Paulo). No beisebol pré-infantil, 8 times participaram (Anhanguera, Cooper, Gigante, Ibiúna, Mogi das Cruzes, Nippon Blue Jays, São Bernardo e São Paulo). De acordo com o coordenador geral do evento, Oscar Massao Fugi, ao todo o torneio reuniu mais de 350 atletas mirins que deram um show no campo. Todos os times se empenharam ao máximo para realizar bons jogos e a garotada conseguiu animar a torcida que lotou as arquibancadas. Além do esporte em si, o evento contou com a presença de Marcos Aguena, mais conhecido como “Japa”, que interpretou alguns números humorísticos. Segundo os organizadores do evento, mais de duas mil pessoas passaram pelo festival nos dois dias de festa. O presidente do Anhanguera Nikkei Clube, Mário Nakamura, explica a missão do festival. Primeiro a de incentivar o beisebol e o softbol brasileiro, segundo promover a integração entre os clubes. “Nós queríamos que, mais do que um torneio de beisebol e softbol, o T-Ball fosse uma grande festa de confraternização de todos os clubes, proporcionando momentos agradáveis junto aos seus amigos e familiares. E nós conseguimos alcançar nosso objetivo”, relata. E após dois dias de competição e muita alegria, no domingo o vencedor foi premiado, na categoria pré-infantil vitória do time do São Paulo, e em segundo lugar, o Nippon Blue Jays. Torneio da integração entre os nipo-brasileiros Torneio realizado no Kokushikan prova força de modalidade entre os japoneses O Centro Kokushikan Daigaku, em São Roque, viveu momentos de descontração e alegria no fim de novembro. Tudo por conta do 9º Campeonato de Verão – Troféu Bunkyo de Mallet Golf, competição que conta com mais de 120 atletas e realizado anualmente. Criado em 1981, na província japonesa de Nagano, o Mallet Golf é baseado nos fundamentos do golfe tradicional. Apesar da semelhança, tem a vantagem de não requerer tanto espaço e de não exigir vários tipos de tacos de acordo com a distância ou das condições da pista, permitindo, desta forma, a prática de forma bem menos dispendiosa e de regras mais simplificadas. Mais do que um torneio, o evento foi uma forma de integrar os atletas e manter vivo o espírito de união – especialmente entre os nipo-brasileiros. Na ocasião, participaram 127 jogadores, tanto masculino quanto feminino, distribuídos nove equipes: Nippon Country Club, Grande São Paulo, Kokushikan, Mogi das Cruzes, Piedade, São Miguel Arcanjo, Ibiúna, Itapetininga e Coopercotia. Dentre os classificados, destaque para Tetsuo Yamashita, campeão absoluto da edição e contemplado ainda com o troféu definitivo do torneio, após vencer por três vezes consecutivas a competição. vitrine 13 13 mulher 14 Arrase no visual nas festas de fim de ano Composição de um look promete atrair bons fluidos na virada do Ano Novo Texto: Cibele Hasegawa / Imagens: Divulgação O fim do ano está aí. É hora de recomeçar, fazer novos planos e partir para novos projetos, encerrando mais este período com chave de ouro. Por isso, a ocasião pede uma produção especial em roupas e acessórios, uma vez que as festas já vão começar. É hora de caprichar no visual para os eventos natalinos e entrar em 2009 com a promessa de muitas conquistas, esbanjando beleza. Para caprichar no visual, a revista Mundo OK fica de olho na moda do verão e traz diversas dicas para você. O período traz com força total os vestidos. Longos e estampados, estreitos até a altura dos joelhos com pregas e drapeados são uma ótima opção àquelas que não querem expor demais as pernas. Para as mais jovens, os curtos ou avolumados são a melhor pedida. E a todas as idades, a aposta está no corte quimono. Os macacões e as jardineiras ressurgem no cenário, trazendo modelagens mais elaboradas e estruturadas. Short alfaiataria, para uso diurno ou noturno, e short com barras desfiadas também invadem os guarda-roupas oferecendo mais opções a fim de enfrentar as altas temperaturas. Já nas cores, imperam os tons claros, principalmente o branco. “É uma cor neutra que causa frescor e leveza, o que combina bastante com a pele bronzeada e a descontração do verão brasileiro”, diz Andréia Miron, consultora de Moda e Imagem e Professora titular de Moda da Faculdade Santa Marcelina. “Para compor o visual totalmente branco, o interessante é apostar nos acessórios coloridos, como as pulseiras bangles, as sandálias gladiador e as rasteiras que vão ajudar a chamar a atenção”, propõe. Nesta tendência, os jeans ganham destaque. Eles trazem lavagens mais claras e se apresentam com cara de usados, o chamado “off white” (aspecto de branco velho, guardado). Esse será um dos pontos principais do verão, de acordo com Andréia. “Será sem dúvida a cor que desbancará temporariamente o preto do seu posto”, aposta a consultora de moda. Nas estampas, vale destacar os florais. Florões estilizados, florais máxis em tons e padronagens tropicais parecem vir com força, ressaltando a delicadeza e a sensualidade da mulher. Há uma inclinação também para as listras. De acordo com Josenias Junior, coordenador de esti- lista da marca Dona Florinda, há uma grande tendência para que as pessoas estejam mais irreverentes no modo de se vestir no dia-a-dia. Mas ele explica que o momento é de leveza. As peças que marcam o corpo saem de cena. “O pantacourt muito justo, os shorts, as blusas com pouco decote, o brilho em excesso também devem ser evitados. A sutileza de detalhes e levezas dos tecidos será o grande hit para o final de ano, onde retrata um bem estar”. Festas, festas, festas – Mesmo sabendo o que ditará a moda neste fim de ano, sempre prevalece a dúvida: mas o que usar nas festas de fim de ano? É aí que os especialistas ajudam na hora de compor o visual. Se o evento pedir um look mais chique, a professora de moda recomenda os modelos mais elegantes e formais, que são os vestidos longos pregueados nas horizontais, drapeados e bordados. Deixando toda a sensualidade e feminilidade nos decotes traseiros. Para uma festa mais descontraída ou um Réveillon na praia a dica de Junior é o uso de shorts de sarjas com barras desfiadas, amarrações e com leves balonês. As batas ou camisetes com uma sandália rasteira pode ser uma boa dica. O uso de uma peça branca com outra de tons metalizados, como dourado ou prata também é uma boa inspiração. Mas é importante ficar atento com esses tons. “Os dourados não devem ser utilizados no look completo, para não ficar ‘over’ mas em detalhes como botões, zíperes, bordados e nos acessórios”, explica Andréia. Lingerie de Ano Novo – E por falar em Réveillon, vale a pena investir em lingeries para atrair bons presságios no próximo ano usando uma cor específica ou então, diversas de uma só vez (Veja o Box). “A lingerie sempre remete a emoções, desejos e sentimentos das mulheres, por isso a preocupação com a cor sempre é muito importante. Para esta coleção estamos com a tendência forte em estampas de flores, que acabam misturando várias cores e sentimentos - uma boa opção para quem está indeciso na escolha da cor ideal”, mostra Mariana Damasceno, estilista da Elegance, grife de lingerie. Escolha a sua cor para atrair bons fluidos em 2009 No ano de 1582, o uso do calendário gregoriano - que é o nosso calendário atual, com 12 meses e 365 dias - passou a ser usado na França, na Itália, em Portugal e na Espanha. Como forma de marco do período, aconteciam as celebrações de ano novo, desejando novas promessas e bons agouros. O fato, posteriormente, propiciou o surgimento das superstições de Réveillon. Para os supersticiosos a escolha da peça ‘ideal’ para a virada do ano é algo calculado com antecedência. Isso porque, o uso de determinadas cores faz toda a diferença no sucesso, amor e felicidade do próximo ano. O branco, não podemos esquecer nossas raízes afro-brasileiras, que próximo ao mar, na virada do ano, homenageiam Iemanjá (Rainha do Mar), uma de suas principais entidades vestida de branco. Isto reforça a cultura brasileira em vestir-se de branco na virada do dia 31. Aqui estão algumas dicas para o uso de cores: Branco: simboliza a paz e homenageia a Iemanjá (Rainha do Mar), uma de suas principais entidades vestida de branco. Amarelo: para aqueles que querem atrair dinheiro e prosperar em seus negócios. Rosa (cor do amor universal): dará sorte para ter um ano muito bom. Verde: para atrair saúde a você e a toda sua família. Vermelho: para atrair muito amor e paixão. Azul: terá sorte nos relacionamentos pessoais ( nas amizades). Fonte: Andréia Miron - Especialista em Propaganda e Marketing pela ESPM, Moda e Criacão pela Faculdade Santa Marcelina e Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2006). Empresária, Consultora de Moda e Imagem - Professora titular da Faculdade Santa Marcelina de Moda. vitrine 15 15 16 beleza e saúde SOHO Hair International firma sucesso e inaugura seu 28º salão Dessa vez, é o bairro do Morumbi quem ganha todo o charme e estilo da marca SOHO Texto: redação / imagem: divulgação D ifícil encontrar em São Paulo quem nunca tenha ouvido falar do Soho. Ele está em toda parte, acompanhou a trajetória de crescimento da capital e cresceu junto. Utilizada por 28 salões distribuídos em diferentes bairros da capital, e três academias voltadas para formação e aperfeiçoamento de cabeleireiros, o SOHO já conquistou também outros municípios, como São Bernardo do Campo. Além disso, não faltaram convites para levar um pouco da estrutura e filosofia da empresa para outras capitais. No dia 17 de novembro deste ano, o SOHO Hair International ganhou sua 28ª unidade, dessa vez no bairro do Morumbi. Localizada na Avenida Jorge João Saad, 900, a unidade consolida no charmoso bairro o pioneirismo do estilo SOHO, reconhecido como referência nacional em tendências para cabelos. Além de cortes inovadores, da tradicional massagem relaxante no couro cabeludo e nos ombros, rapidez no atendimento e preços condizentes, a nova casa traz aos clientes uma novidade: o Espaço Kérastase. Esse espaço exclusivo é mais um benefício para quem busca conforto e qualidade. Lá, as clientes encontram todos os produtos e tratamentos da consagrada marca Kérastase, sem precisarem sair do SOHO. Segundo Karim Satie Kamizaki, profissional da nova casa, fazer bem feito é uma velha e preciosa fórmula de sucesso para a marca. “Trouxemos ao Morumbi a marca de excelência e tradição do SOHO. A nossa principal satisfação é ver os clientes 100% felizes com nosso trabalho”, afirma. Com cerca de 270 m2 e uma decoração moderna e elegante, o SOHO Morumbi oferece serviços de corte de cabelo, química, hidratação, penteado, além de manicure, pedicure e depilação, sobrancelha geométrica e permanente e coloração de cílios. Atende de segunda e terça-feira, das 9h às 18h; quarta, quinta e sexta-feiras, das 9h às 19h e aos sábados, das 8h30 às 18h. Para mais informações, o telefone da casa é 3739-0934. Luta contra a Leishmaniose Instituto Butantan inicia testes inéditos com vacina O Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e o Infetology Disease Res. Institute (IRDI), de Seattle, EUA, anunciaram o início dos testes clínicos da vacina contra leishmaniose. O primeiro ensaio será feito em cães, com a vacina produzida nos Estados Unidos, inclusive já testada em humanos. Nesta etapa será medida a toxicidade da vacina, e terá como metodologia a divisão de um grupo de animais sadios, entre os quais metade receberá placebo e metade receberá a vacina. A fase 1 será realizada em três localidades, que ainda serão definidas, conforme áreas de incidência da doença. Os testes clínicos serão financiados pelo BNDES, pela Fapesp e pelo Ministério da Saúde (SUS), que disponibilizarão R$ 2 milhões. Não há cálculos exatos quanto ao investimento, porém estima-se que serão necessários 18 milhões para construção da fábrica, sendo que o Instituto Butantan investirá R$ 5 milhões para a sua futura instalação, que começará a receber os recursos dentro de um mês. A previsão é de que a conclusão dos testes clínicos esteja pronta em um ano. A vacina, que será desenvolvida a partir de uma proteína recombinante, será distribuída durante a Texto: redação / imagem: divulgação campanha anual de vacinação contra Raiva e deverá imunizar os animais nas áreas de risco. “A idéia é avaliar metodologias mais modernas para a imunização de cães e a vacina deverá ter eficácia acima de 70%”, explica o Prof. Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan. O objetivo é produzir uma forma profilática contra leishmaniose e futuramente produzir uma forma de tratamento, possivelmente uma vacina para humanos infectados. vitrine 17 17 18 okids Desenvolvimento das crianças por meio das tradições culturais Escola HeiSei mostra a importância da herança e costumes deixadas pela família Texto: Cibele Hasegawa / Imagens: Divulgação A Escola HeiSei mostra que educar vai muito além do ABCD em um evento realizado na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social – Bunkyo, no último dia 15 de novembro. Com a temática “Herança – Tradição e tradução de um povo”, os alunos exibiram um show de todo legado deixado pelos imigrantes japoneses em diversos aspectos. Maquetes, esculturas, desenhos, redações, mural de fotos dos avós, origami, colagem entre outros foram expostas ao público. Fruto de muito estudo em torno das tradições da terra do sol nascente. “São projetos preparados juntamente com as professoras por meio de investigação e pesquisa feita ao longo do ano. Os alunos visitaram exposições e atelier de artistas, consultaram livros, jornais, revistas, e até mesmo, realizaram entrevistas com autores japoneses e descendentes de japoneses para produzir essa mostra cultural”, contou a coordenadora pedagógica, Claudete Moffa. O objetivo de toda essa trajetória de aprendizagem foi de preservar a tradição como herança e reforçar a importância da família na transmissão da cultura às novas gerações. Por isso, mais que disciplina e trabalho educacional, os pequenos estudantes vivenciaram os costumes dos ancestrais. Não é a toa que as explicações ficaram por conta das próprias crianças, que orgulhosamente explanavam aos observadores. No local, tudo se transformou em arte e encheu os olhos da platéia. Além da exposição, a ocasião contou também com um verdadeiro show de cultura nipônica. Apresentações do coral formado por alunos de até três anos, interpretando canções nipônicas e brasileiras, com direito a coreografia encheram os olhos da platéia. Enquanto as músicas tocadas por diversos instrumentos musicais e sucatas improvisadas mostraram a criatividade desta turma. Simples matérias, como um copo ou um “molho de chaves”, deixaram a imaginação rolar solta entre eles e fazer um bom som. Disciplina atrelada a diversão para a criançada, orgulho e encanto para os familiares que fizeram questão de prestigiar a festa como a professora Lurdes Sunematsu que veio ver as sobrinhas Julia, de 2 anos e Ana Luiza, de 5 anos. A “tia-coruja” sentou-se em uma das primeiras filas com um largo sorriso no rosto e munida de uma câmera fotográfica. “Essa é uma forma de valorizar a vida escolar e unir a família. Há muitos avós e bisavós aqui, que vieram conferir o aprendizado destas crianças”, afirmou Lurdes, enquanto brincava com a pequena Julia. “Deve ser muito difícil treinar e ensinar essas crianças para uma apresentação como essa”, acrescentou. As danças tradicionais também marcaram presença. Ao som do Grupo Kaito Shamidaiko e também do Grupo Seiha de Koto, professores e alunos trajados de roupas típicas exibiam a beleza dos movimentos delicados do odori. O público assistiu a uma grande variedade da expressão da terra do sol nascente. Um recital de haikai (poesia japonesa breve e com temas ligados à natureza), karaokê, as fortes batidas do taikô e ainda, as performances do yosakoi soran com os grupos Kotobuki (composto por pais e mestres), HeiSei Naruko Kids (vencedor do 1º lugar na categoria juvenil do Festival Yosakoi Soran de 2008) e o aguardado HeiSei Naruko Kai (vencedor do prêmio Grand Prix do Festival Yosakoi Soran de 2008). “Este ano foi bem trabalhoso. Fizemos o que pudemos para encerrar o ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil com chave de ouro e homenagear avós e bisavós por todos os ensinamentos”, diz Cláudia Miyuki Hamasaki, diretora da escola, justificando o local escolhido para sediar a V Mostra Cultural da Escola HeiSei. vitrine 19 19 20 educação Projovem urbano inicia 2ª etapa de matrículas Interessados têm até fevereiro de 2009 para se inscreverem A s matrículas para a segunda etapa do ProJovem Urbano começaram no fim de novembro e estão disponíveis 250.933 mil vagas em todo o país. Para participar o jovem deve ter entre 18 e 29 anos, saber ler e não ter concluído o ensino fundamental (8ª série). No ato da matrícula é necessário somente apresentar a carteira de identidade ou a certidão de nascimento. O Programa, com duração de 18 meses, oferece um curso que combina a formação do ensino fundamental com iniciação profissional e práticas de cidadania, além de acesso à informática. O aluno que apresentar os trabalhos mensais e tiver freqüência de 75% às aulas receberá um auxílio de R$ 100,00 por mês. O período de matrículas estabelecido pela Coordenação Nacional do ProJovem Urbano vai até o final de fevereiro de 2009 em 85 municípios e 23 estados. Dentro desse prazo, as cidades e estados estabelecem as datas para realizar as matrículas dos alunos. As aulas iniciam em fevereiro de 2009. O ProJovem Urbano é coordenado pela Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência, e é uma reformulação do antigo ProJovem, que em três anos já matriculou mais de 237 mil jovens nas capitais e outras cidades do país. Nesse novo modelo, além da expansão do número de beneficiados, o programa estendeu a faixa etária dos beneficiados e abriu a possibilidade de matrícula para quem sabe apenas ler e escrever. Outra novidade é a possibilidade do aluno possuir vínculo formal de trabalho, o que não era possível anteriormente. As informações sobre a matrícula podem ser obtidas na Central de Relacionamento do ProJovem Urbano. O serviço é gratuito, abrange todo o país e atende no número 0800 722 7777, de Texto: redação / imagem: divulgação segunda à sexta, das 7h às 23h, e sábados e domingos, das 8h às 20h. As informações prestadas pela Central de Relacionamento são: locais e período de matrícula, data de início das aulas, documentação necessária para a matrícula, além de registrar reclamações e sugestões que serão respondidas pela Coordenação Nacional do ProJovem Urbano. O programa é realizado e parceria com os governos estaduais e municipais e integra a Política para a Juventude do governo federal, do qual fazem parte três modalidades de ProJovem. Mais informações: www.projovem.gov.br Parceria educacional fortalece laços Brasil-Japão Fórum de Reitores realizado em Mato Grosso prevê novas ações entre universidades brasileiras e nipônicas Texto: redação / imagem: divulgação A cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, transformou-se em um grande palco de discussões sobre as relações entre Brasil e Japão. Em novembro, dezenas de especialistas e profissionais de ambos os países participaram do Fórum de Reitores Brasil-Japão. Durante dois dias, os participantes discutiram assuntos relacionados à tecnologia, educação e parcerias. O resultado foi mais que positivo para os especialistas. O interesse, unânime, das universidades brasileiras é conquistar a cooperação das instituições japonesas, já prevendo com isso, o fortalecimento das parcerias especificamente na área cientifica e tecnológica. Os projetos em biotecnologia, alternativas de energias renováveis e a Educação aparecem como prioritários nesse intercâmbio. A assessora para Assuntos Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ana Maria Moreira, comentou que a instituição ainda não tem história de relação com o Japão, mas que a participação no Fórum de Reitores deve mudar essa realidade. “Há possibilidades, em áreas como Ciências Materiais, Computação e também em Biociência. Áreas focos de nossa univesidade”, adiantou Ana Maria. Durante toda tarde, brasileiros e japoneses apresentaram um histórico das determinadas instituições que representam. Ainda se sobressaem nesses interesses comuns, os cursos de Pós, Mestrado e Doutorados nas específicas linhas de pesquisas. A Universidade de Hokkaido, originalmente voltada ao ensino Agrícola, parceira da Universidade de São Paulo (USP) em diversas produções científicas, espera com o encontro ampliar as relações para o intercâmbio de alunos. O professor de línguas, Yamashita Yoshitaka, assessor do diretor Executivo e vice-presidente da universidade, Takeo Hondoh, revelou ainda que já analisam por em prática um projeto coorporativo para dupla titulação e dupla especialidade. Entre as instituições japonesas destaca-se ainda a Escola de Engenharia da Universidade de Tokai, que só com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) apresentou um histórico de anos de cooperações internacionais. A Unesp também apresentou parcerias com as universidade de Nagoya, Tohoku, Tsukuba, Yamaguchi e Chiba, além de projetos com instituições na América Latina, Europa e África. A Universidade de Tokai é a que mais se sobressai nas relações com o Brasil, com intercâmbios em mais de 80 universidades em 30 países. vitrine 21 21 22 vitrine 23 23 gastronomia 24 Combinações inusitadas para o natal Tradicional panetone ganha novos recheios e coberturas Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação P resente na mesa da maioria dos brasileiros, o famoso pão italiano com passas e frutas cristalizadas, tem ganhado novas versões a cada ano. Além do chocotone, mesma massa só que recheado com gotas de chocolate, que já conquistou o gosto do público, os confeiteiros misturaram a massa padrão os mais diversificados produtos. Também há no mercado, panetones que são praticamente uma obra de arte, além de ser uma ótima opção de presente, ainda dão um toque especial à decoração da mesa. Criatividade e paciência são as qualidades de alguns confeiteiros que realizam um trabalho artesanal e enfeitam os panetones com papai noel, árvore de natal, presentes, grutas e presépios. Entre os panetones doces, destaque para os recheados de banana, goiabada, chocolate com nozes ou cerejas, damasco, as combinações não param, ganham até frutas tradicionais da Amazônia como o cupuaçu e a castanha do para. A Village, segunda marca de panetones no Brasil, tem em seu portfólio diversos sabores, como o tradicional, o de frutas tropicais com mamão, banana e goiaba, o floresta negra, exagero de chocolate, além das versões light e infantil. A novidade desse ano, é que todos os produtos são fabricados com 0% gordura trans. “Nossos clientes cobravam um produto mais saudável, fizemos testes durante três anos, e esse ano lançamos a linha ‘Village, cuidando de você’, que se preocupa com a saúde e o bem estar dos consumidores”, explica o executivo do Grupo Village, Reinaldo Bertagnon. A marca também trabalha com alguns produtos em menor escala que podem ser encontrados na panificadora Cepam, esse ano a novidade são o de damasco e o de chocolate com nozes. “Todos os anos lançamos um produto diferente, esse é o nosso grande diferencial”, relata Bertagnon. Além dos diversos mercados que vendem os panetones da Village, durante os dias 1 de dezembro e 15 de janeiro, um lojão de fábrica estará a disposição dos clientes, na rua dos Ciclames, 357, na Vila Prudente. EXÓTICOS SALGADOS Além das variadas versões doce, os panetones ganharam também diversificados recheios salgados. Com o mesmo formato, os pães altos e macios são uma boa pedida para a hora do lanche. Muitas panificadoras já disponibilizam os produtos em suas prateleiras. A versão da Cepam, na Vila Prudente, é uma massa leve e aerada recheada com queijos prato e mussarela, presunto e um toque de orégano. Outras opções, que incrementam os recheios são as combinações de provolone, calabresa, azeitona verde, pimentão vermelho, alho e cebola. Além dos mais sofisticados como o panetone de cor rosada, com tomate seco e mussarela de búfala. A Frutos da Amazônia inova ainda mais fabricando panetones com ingredientes e frutas típicos da região amazônica. O recheado com doce de cupuaçu e castanha do pará torrada, carro chefe da marca tem ganhado mais adeptos a cada ano. A combinação inusitada caiu no gosto do público e hoje a produção, que já foi de 100 unidades em seu lançamento em 1997, chega a 18 mil panetones. Em edições limitadas, a Frutos já produziu, também, panetones recheados com graviola e castanha de caju, sempre trabalhando com o conceito de sustentabilidade, filosofia da marca. Os frutos são comprados de pequenos produtores ou cooperativas, proporcionando alternativas de trabalho para as comunidades da região, além de incentivar a preservação da floresta. Além dos ingredientes, todo conceito da marca é baseado na Amazônia, tanto que a embalagem dos panetones não traz Papai Noel ou neve, característicos do natal europeu, a marca trabalha com os animais da floresta em suas embalagens tradicionais, ou os embalados em caixas artesanais produzidas pelas comunidades ribeirinhas que habitam a Ilha de Marajó, no Pará. “A nossa idéia é disponibilizar aos clientes um produto diferenciado, com gostinho brasileiro, fabricado com ingredientes característicos do nosso país e que se preocupa com a preservação ambiental e com o social das comunidades”, explica a proprietária da Frutos da Amazônia, Iolane Tavares. O panetone de cupuaçu e outros produtos da marca podem ser encontrados na sede da Frutos da Amazônia na rua Aziz Jabur Maluf, 59, na Vila Mariana e em alguns mercados e empórios espalhados pela cidade. vitrine 25 25 26 vitrine vitrine 27 27 28 vitrine vitrine 29 29 30 especial capa Natal à moda oriental Orientais mostram como e onde comemoram data tipicamente ocidental Texto: Ricardo Mituti/Fotos: Divulgação N em mesmo um país de cultura milenar como o Japão, cujas tradições costumam ser respeitadas com rigor impecável, resistiu aos efeitos da globalização. E é também graças a essa orientação socioeconômica que o Natal, celebração tipicamente cristã, aos poucos ganha espaço no país do sol nascente, onde o budismo e o xintoísmo ainda figuram como religiões oficiais. Historicamente, a festa que comemora o nascimento de Jesus – personalidade inexistente nas crenças nipônicas – desembarcou no arquipélago após a Segunda Guerra Mundial, pelas mãos dos norte-americanos, de acordo com pesquisadores. Foi nesse período, seguido pela reconstrução do país, que alguns modos de vida ocidental lentamente começaram a se instalar na reservada sociedade japonesa. Hoje, passados mais de 60 anos, o que se vê do outro lado do mundo é um forte apelo comercial para a consolidação do 25 de dezembro como uma data especial. Na prática, porém, o Natal é um dia como outro qualquer. “Creio que até hoje o Natal não tenha o significado de festa religiosa no Japão”, opina a pesquisadora e escritora Celia Sakurai, doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Trata-se muito mais de um momento para incentivar a decoração e os ícones ligados à data.” Para os nipônicos, as figuras, objetos e ações que remetem à festa são praticamente as mesmas adotadas pelos cristãos ocidentais: Papai Noel, sinos, cânticos, enfeites e a própria saudação “Feliz Natal”, lá falada em inglês (Merry Christmas ou Merry X-Mas) ou no idioma local (Merii Kurisumasu, Shinnen Omedeto ou Kurisumasu Omedeto). “Mas a maioria dos japoneses nem deve saber do que se trata”, prossegue Celia. Quer tenha sido para dar uma roupagem própria à data ou simplesmente para adaptar elementos e procedimentos importados de outros países, a verdade é que os japoneses criaram um estilo próprio de vivenciar o Natal. Tanto isso é fato que, de acordo com o antropólogo Koichi Mori, professor de cultura japonesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), o dia 25 de dezembro é comemorado sobretudo por jovens casais de namorados, que costumam sair para jantares privativos e, vez ou outra – não é regra entre os nipônicos -, trocar presentes. “É uma data romântica, sem sentido religioso algum”, confirma ele. Outra prática que vem se consolidando no Japão é celebrar o evento entre alguns poucos amigos, geralmente na casa de um deles. Há até quem aproveite a pequena reunião para se divertir com o karaokê, tradicional naquele país. Como no arquipélago os ritos e valores que envolvem os festejos natalinos são completamente distintos dos praticados do lado oeste do globo, os japoneses também especial capa 31 adaptaram a ceia de Natal. Aliás, não há ceia tal qual os cristãos organizam no dia 24 de dezembro, geralmente próximo à meia-noite. Ao contrário da fartura reinante nas mesas dos crentes em Jesus, nas quais pratos dos mais variados disputam a preferência dos glutões, entre os nipônicos come-se somente o karaage, frango frito temperado, e um bolo que se tornou típico da data apenas recentemente. Trata-se do Kurisumasu Keeki, palavra derivada do original em inglês Christmas Cake ou Xmas Cake (bolo de natal). Na verdade, o acepipe é uma espécie de torta doce, feita com morangos e chantilly, geralmente decorado com um Papai Noel (Jizo, como o chamam as crianças japonesas, ou Santa-san, mescla do inglês Santa Claus com o sufixo san, usado pelos nipônicos como forma respeitosa de tratamento ao se referir a um adulto) de açúcar, consumido na véspera do Natal. Nikkeis no Brasil - Mas se no arquipélago as comemorações pelo nascimento de Jesus estão longe de ser um evento religioso e familiar, bem como de ser festejado à moda cristã pela maioria dos cidadãos, no Brasil os japoneses e descendentes encaram-nas e vivenciam-nas da mesma forma que os brasileiros. Natural de Tochigi, o próprio Koichi Mori, residente no país há 13 anos e casado com uma nissei, admite passar o 25 de dezembro como boa parte das famílias locais. “Nosso Natal é à brasileira. Inclusive, fazemos ceia e comemos peru”, relata. Segundo ele, a comunidade nikkei baseada no país sul-americano não abandonou as tradições nipônicas por completo. O que houve foi uma adaptação ao modo de vida e à cultura regionais, processo natural das migrações e miscigenações. “Aos poucos o significado das tradições foi e vai sendo modificado”, complementa. A pesquisadora e cientista social Celia Sakurai não só concorda com Mori como vai além. “Aqui, cada vez mais o Natal é comemorado pelos japoneses e descendentes, inclusive os mais velhos, como o fazem todos os brasileiros, com troca de presentes, peru, castanha e nozes”, diz, referindo-se a comidas típicas deste período do ano. “É mais um momento de encontrar familiares, ganhar e dar presentes.” 32 especial capa Significado muda na China e Coréia E Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação m outras nações do extremo Oriente, as comemorações do Natal possuem diferenças e similaridades com as práticas brasileiras e japonesas. Na China, país onde o cristianismo também não é religião oficial, os festejos afinam-se parcialmente ao que acontece no arquipélago. Ao menos entre os seguidores de Jesus, é comum enfeitar a casa com lanternas coloridas de papel. O mesmo ocorre com as árvores de Natal, lá conhecidas como “árvores de luz”. Entre as crianças, o Papai Noel é chamado de Dun Lhe Dao Ren (ou “Velho Natal”, em tradução livre). Os pequenos acreditam que, ao visitar a casa, o Bom Velhinho irá deixar presentes nos pés-de-meia pendurados com antecedência, tal como prega a tradição ocidental (prática comum em países como Estados Unidos e Brasil). O empresário Willian Lin, diretor de projetos da Câmara Junior Brasil-China e um dos idealizadores da Festa do Ano Novo Chinês na Liberdade, em São Paulo, explica que há um respeito muito grande pelo significado cristão do Natal no país de seus antepassados. Porém, não há grandes festas, em família ou não, como as que ocorrem do lado leste do globo. “O Natal é um dia convencional. Não chega a ser um dia útil, mas os chineses não param para comemorá-lo como na cultura ocidental”, diz. Na Coréia, por sua vez, onde predomina a crença budista, o Natal tem um significado mais parecido com o das interpretações cristãs – com a diferença de que lá as pessoas festejam o nascimento de Buda. Porém, como o calendário seguido naquele país é o lunar, raramente a festa é comemorada no mesmo dia, ano após ano – e mesmo em 25 de dezembro, como no Ocidente. Em função desse traço religioso, uma das principais marcas do Natal coreano são as procissões aos templos budistas, durante as quais os participantes carregam lanternas típicas vestidos em trajes especiais. Entretanto, apesar de seu significado, na Coréia o Natal não é considerado feriado, como o é no Brasil. Ícones e rituais chineses para um novo ano Festa de Ano Novo (também chamada “Festa da Primavera”) • Crianças ganham brinquedos e roupas novas • Inúmeros e grandiosos shows pirotécnicos (uma das principais marcas do evento no país) • Ruas, casas, estabelecimentos comerciais e locais públicos são enfeitados com flores, fitas e as tradicionais lanternas vermelhas (esta cor, para os chineses, simboliza “felicidade”) • Distribuição de pinturas e retratos dos antepassados em locais de destaque da casa, como forma de homenageá-los; respeito aos mais velhos • Visita a templos religiosos (sobretudo budistas, por ser esta a crença predominante entre os chineses) • Troca do hong pao (envelope vermelho), no qual contém dinheiro. Simboliza “fartura”. Normalmente, a quantidade inserida no envelope é par; se possível, múltipla de 8, considerado o número da sorte entre os chineses por representar o infinito. O hong pao é tradicionalmente entregue a crianças, para que no futuro elas possam ter fartura, e a quem não trabalha (normalmente os mais velhos, em sinal de agradecimento) • Os pratos típicos do Ano Novo Chinês são pato, frango, carne, sopa e arroz motigome (prensado) vitrine 33 33 36 especial capa Ritos e tradições dão o tom no Ano Novo “Ano Novo no Japão é o Natal no Brasil” A metáfora, de autoria do antropólogo Koichi Mori, professor de cultura japonesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), retrata com perfeição o sentimento vigente não apenas no arquipélago, como também nas vizinhas China e Coréia, na passagem de ano. Ao contrário do que ocorre no Brasil, o Ano Novo para as culturas orientais tem forte apelo religioso. Os agradecimentos pelo ciclo que se fecha e os diversos pedidos por saúde, realizações, prosperidade e felicidade para o próximo período equiparam-se ao que os ocidentais costumam colocar em prática dia 31 de dezembro. Contudo, os ritos e tradições seguidos pelos orientais nessa época do ano – os quais, aliás, não se restringem ao dia derradeiro do calendário - são muito mais representativos e regem toda a dinâmica da virada. Entre os japoneses, o Ano Novo é o mais importante festejo social do país, segundo Lumi Toyoda, pesquisadora da cultura e etiqueta social japonesa. “É a época quando tudo começa”, explica a especialista. “Tudo o que precisa ser resolvido, principalmente se está relacionado às coisas ruins ou negativas, os japoneses procuram resolver até 31 de dezembro. O Ano Novo é realmente o começo de uma vida nova.” Há, no país do sol nascente, diversas rotinas a serem cumpridas antes, durante e depois do último dia do ano para que o Shogatsu, Oshougatsu ou Oshogatsu (Ano Novo) seja repleto de bons momentos. Comidas típicas, visitas hierárquicas e religiosas, presentes em dinheiro e até mesmo a transmissão de programas de televisão específicos, os quais costumam registrar altos índices de audiência, são alguns exemplos de práticas comuns entre os japoneses nessa época. Porém, em razão das mudanças comportamentais impostas pelas novas gerações, parte desses rituais vem perdendo força no arquipélago com o passar dos anos. “Mas não podemos dizer que a tradição irá mudar completamente”, pondera o professor Koichi Mori, da USP. “Mesmo com essas transformações sociais, os rituais de Ano Novo continuam e continuarão tendo importância destacada para os nipônicos. Basta que analisemos as visitas aos templos budistas e xintoístas no último ou primeiro dia do ano, feitas por duas a três milhões de pessoas. Isso mostra a força da tradição”, arremata, referindo-se a uma das práticas mais comuns naquele país durante o Shogatsu. Ano Novo Chinês Assim como ocorre no Japão, um clima amplamente festivo também se instala na China quando das comemorações da virada do ano. “O país pára em função do Ano Novo Chinês”, admite o empresário Willian Lin, diretor de projetos da Câmara Junior Brasil-China e coordenador da 1ª. Texto: Ricardo Mituti / Imagens: divulgação Festa do Ano Novo Chinês na Liberdade, há três anos, em São Paulo. “E como a festa não acontece em um único dia, os chineses ficam quase uma semana sem trabalhar.” Apesar da proximidade no significado dos festejos, normalmente marcados por grandes eventos nacionais e em família, o Ano Novo Chinês é diferente do nipônico principalmente porque é guiado pelo calendário lunar, fato que geralmente adia suas comemorações para o final de janeiro ou início de fevereiro. Assim, pelo menos para os chineses, 2009 só irá começar em 26 de janeiro, quando terá se encerrado o Ano do Rato – cada ano na China é regido por um signo animal, num total de 12 bichos – e terá início o Ano do Búfalo, que irá se estender até 13 de fevereiro de 2010. A importância do Ano Novo na nação mais populosa do mundo é tão grande que, ainda de acordo com Willian Lin, são muitos os chineses espalhados pelo planeta que retornam ao seu país unicamente para os festejos do período ao lado da família. Aos que vivem no Brasil e por alguma razão estão impossibilitados de cruzar o mundo para reencontrar os parentes e amigos nessa data tão especial, uma boa alternativa é manter a chama da tradição acesa em eventos típicos promovidos pela colônia sino-brasileira. A própria Festa do Ano Novo Chinês na Liberdade é um exemplo de celebração que aproxima os cidadãos, chineses ou não, da cultura daquele país. Em 2009, a 4ª. edição do evento irá acontecer nos dias 24 e 25 de janeiro. Estima-se que mais de 200 mil pessoas acompanhem de perto a virada do ano chinês no tradicional bairro paulistano. Coréia Impulsionados pelas crenças religiosas, que também transformam o Ano Novo em data de relevância para seu calendário, os coreanos possuem tradições antagônicas às ocidentais. Uma das mais destacadas é a troca de votos entre as pessoas, a fim de que aqueles que os desejam adentrem com o pé esquerdo no período que está para se iniciar. Entre os ocidentais, o pé esquerdo simboliza azar, quando, na Coréia, sobretudo nesse momento do ano, significa justamente o oposto. vitrine 37 37 38 especial capa “Os procedimentos do Ano Novo estão ligados à religião xintoísta”, diz especialista Texto: Ricardo Mituti / Imagens: divulgação Pesquisadora Lumi Toyoda (à esquerda) é uma das maiores fontes quando o assunto é cultura japonesa B oa parte dos ritos promovidos pelos japoneses na virada do ano advém de preceitos do xintoísmo, uma das duas religiões oficiais do arquipélago – a outra é o budismo. Pelo menos essa é a opinião de Lumi Toyoda, pesquisadora da cultura, etiqueta social e empresarial japonesa, especialista em reeducação comportamental. Em entrevista à Revista Mundo OK, ela fala sobre as práticas comuns entre os japoneses entre o final de dezembro e o início de janeiro. Confira os principais trechos: triões oferecem esse sake às vistas, inclusive às crianças, que, obviamente, não vão bebê-lo como os adultos; apenas o provarão. Trata-se de algo mais simbólico, cujo significado é felicitar os visitantes pelo ano que se inicia. Há, ainda, as comidas típicas e simbólicas do começo do ano, geralmente feitas com soja, oferecidas a todos os membros da família, inclusive às visitas. Mundo OK: Como os nipônicos comemoram a chegada de um novo ano? LT: Normalmente, os japoneses fazem agradecimentos às pessoas com quem tiveram relacionamento durante o ano que termina. Principalmente aos que fizeram algum tipo de favor a eles. Para essas pessoas, especialmente, costuma-se até dar um presente. E, mais uma vez, respeitando-se um grau hierárquico. Lumi Toyoda: Tenho a impressão que todo o procedimento do Ano Novo no Japão está ligado à religião xintoísta. No primeiro dia do ano, normalmente vai-se a um templo religioso. Depois, costuma-se visitar algumas pessoas, familiares ou colegas de trabalho, geralmente respeitando-se uma hierarquia – subordinados visitam seus superiores e irmãos mais novos visitam os mais velhos. Quase sempre essas visitas são feitas pelos homens. MOK: Há alguma regra de etiqueta em especial a ser cumprida nessas visitas? LT: Se você vai à casa de alguém para visitá-lo, tem que obrigatoriamente tomar um tipo de sake com ervas, geralmente colocado nos oratórios das residências no dia 31 de dezembro. No dia 1º. de janeiro, os anfi- MOK: E quanto ao último dia do ano? Há alguma tradição em especial? MOK: Como lá o Natal não tem o mesmo significado e as mesmas práticas observadas no Brasil, há troca de presentes entre os japoneses no Ano Novo? LT: Na verdade, para o início do ano há troca de cartões de Feliz Ano Novo entre as pessoas. Isso é tão importante que, inclusive, você pode postá-lo em qualquer data, com antecedência, que os Correios só farão a entrega no primeiro dia do ano. Agora, o que não se pode fazer com relação a esse cartão é mandá-lo para famílias que perderam alguém no ano que passou. Essa mesma família também não costuma mandar cartão para outras pessoas. vitrine 39 39 㤵 㜵 ㈵ 㔀 慮 畮 捩 潟 摥 稀 40 especial capa Ícones e rituais de passagem de ano no Japão F im de dezembro Bonenkai: Festa de fim de ano organizada em entidades e empresas para a despedida do período que se encerra. Geralmente é regada a muita bebida, e os japoneses, quase sempre introvertidos, sentemse mais à vontade. Às vezes é acompanhado por um karaokê. O evento também acontece no Brasil entre membros da colônia nikkei 27 de dezembro Motitsuki: Preparação do moti (bolinho de arroz) em um pilão. Simboliza “vida” 28 de dezembro (ou próximo a essa data) Oosoji: Limpeza geral de ambiente para preparar o espaço para a chegada do novo ano. Significa “renovação” (inclusive espiritual) Três últimos dias do ano Preparação de refeições especiais para os três primeiros dias do novo ano, chamadas osechi ryori. Geralmente simbolizam “boa sorte” ou “felicidade” e permanecem armazenadas em caixas empilháveis denominadas jubako (dez caixas, em japonês) 31 de dezembro (Oomisoka; último dia do ano, em japonês) Degustação, pouco antes da meia-noite, do toshikoshi sobá, macarrão feito de trigo comido especialmente na virada do ano. Simboliza “longevidade” Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação de “livrarem-se” das aflições do ano anterior e adentrarem ao novo ano purificadas. O número de badaladas varia de acordo com a religião; pode-se tocar os sinos por duas ou 108 vezes, por exemplo * Período pode se estender durante toda a primeira semana do novo ano 1ª. água do novo ano (para beber ou cozinhar) Wakamizu: Considerada “purificada”. Deve ser tomada pelos chefes de família 1ª. refeição do novo ano Moti: Simboliza “renovação” A partir de 3 de janeiro Visitas para troca de felicitações pela chegada do novo período. Na ocasião, costuma-se entregar, sobretudo para as crianças, o otoshidama, dinheiro colocado dentro de um envelope A partir de 4 de janeiro (ou em data próxima) Primeira refeição do ano – pós-moti e osechi ryori – deve ser preparada por um homem. Geralmente, faz-se ozoni, um tipo de sopa típica feita com carne branca, moti e pedaços de legumes 4 de janeiro Funcionárias de algumas empresas costumam usar quimonos para cumprimentar os colegas de trabalho pela chegada do novo ano Noite de 31 de dezembro Kouhaku Utagassen: Tradicional programa de televisão, normalmente transmitido quase até a meia-noite de 1º. de janeiro. Trata-se de uma competição em equipes (masculina e feminina) entre cantores. Registra altos índices de audiência 7 de janeiro Refeição com nanakusa gayu (arroz 7 ervas), para livrar quem dele se alimenta de doenças durante o ano que se inicia. Simboliza a chegada da primavera pelo calendário lunar 0h (ou nas primeiras horas da manhã) de 1º. de janeiro* Hatsumode: Visita a templos budistas e xintoístas para pedir (e desejar) felicidade e saúde. Na ocasião, algumas pessoas depositam moedas em uma caixa de donativos (osaisen) dispostas no local e tocam sinos, a fim Janeiro (sem data específica) Shinenkai: Festa de início de ano organizada em entidades e empresas para saudar a chegada do novo período e solidificar as relações profissionais. Assim como o Bonenkai, também desembarcou no Brasil pelas mãos da colônia nikkei baseada no país. 42 vitrine 43 43 vitrine Que o brindar da virada do ano seja o início de um tempo repleto de realizações. Para 2009, desejo muita paz, saúde, felicidade e sucesso. BOAS FESTAS! www.i r com.b hoshi. Alan Magalhães 44 vitrine 45 45 46 institucional Novos horizontes Mundo OK completa 1 ano com promessas de mais novidades em 2009 O mês era outubro de 2007. Na reunião ocorrida em um escritório no bairro da Liberdade, em São Paulo, três pessoas conversavam. O assunto girava em torno de um novo produto voltado ao mercado editorial segmentado: o nipo-brasileiro. Esboçava-se uma publicação cujo conteúdo oferecesse os mais diferentes serviços para os descendentes. Eis, então, que surgiu a dúvida: como se diferenciar dos demais em uma área tão restrita? A resposta não era simples. Após especulações e idéias, decidiu-se por uma revista com um formato inovador – sem, contudo, perder a identidade e a força do povo japonês. O tema, inclusive, para a primeira edição não poderia ser outro, o Centenário da Imigração Japonesa. A preocupação com a qualidade gráfica também era prioridade. Já a comercialização proposta era vista, à época, como “suicídio”: free paper (gratuita). Assim nasceu a Revista Mundo OK em dezembro de 2007, com 36 páginas. Focando os principais assuntos dos japoneses radicados no Brasil e com uma ênfase forte nos temas relacionados ao mangá e anime, a edição ganhou uma boa repercussão no mercado, sendo distribuída, inicialmente, na região da Liberdade a afins. Já nas edições seguintes, a Mundo OK ganhou mais corpo, com matérias sobre comportamento e um tratamento especial com os eventos que acontecem na comunidade. Foi assim, por exemplo, com o Festival do Japão e o Centenário Okinawano, que ganharam capas e matérias mais que especiais – com mais de 8 páginas. Isso sem contar com festivais fora do eixo “nipônico”, caso do Ano Novo Chinês. Por falar em assuntos fora da comunidade nipo-brasileira, uma das necessidades durante esse ano foi abrir espaços para outras comunidades. Especialmente os chineses, coreanos e taiwaneses. Aos poucos, o fato de terem a fama de “fechados” foi ficando para trás e, atualmente, ganham cada vez mais espaço na revista. O resultado? Mais visibilidade tanto para quem é chinês quanto para quem é coreano ou mesmo japonês. Para os leitores, uma maior gama de assuntos até então desconhecidos dos brasileiros. Outra preocupação da equipe foi (e sempre será) a cobertura de eventos. Seja em São Paulo ou no interior, o esforço para trazer as novidades e os fatos que marcam as comunidades. Tudo isso gera um retorno positivo e abre ainda mais o leque para futuras parcerias. Para 2009, a tendência é apoiar e cobrir grande parte dos festivais, sempre com o foco na qualidade e padrão editorial. Novo ano, novas ações A ntevendo o posicionamento do mercado e visando o interesse do público, para o ano de 2009 a Revista Mundo OK promete mudanças. Uma delas que já pode ser adiantada é a nova identidade visual. Toda a parte de diagramação e arte será modificada para uma melhor leitura, mais dinâmica e funcional. Outra novidade é o site. Hoje, disponibiliza-se somente os arquivos digitais das páginas. Agora, a proposta é formar (e informar) aos leitores sobre as principais notícias que acontecem entre uma edição e outra. Os bastidores das matérias serão outro destaque, afinal, muitos detalhes que acabam não entrando na edição impressa mas despertam interesse não podem, simplesmente, “se perder”. Além de tudo isso, o planejamento de novas editorias estão em estudos, bem como o aumento no número de páginas. Na logística, a distribuição será pulverizada no interior paulista e até em outros estados – abrangendo assim mais leitores. Enfim, novidades não faltam para 2009. No que depender da equipe, a Mundo OK se esforçará para trazer sempre o melhor. Olhando para trás, eram três pessoas e uma idéia na cabeça. Hoje, são mais de 20 profissionais envolvidos e a vontade de crescer, de buscar seu ideal. Afinal, como dizia um velho dito popular, com certeza a vida não tem objetivo, mas o homem precisa perseguir um sonho. vitrine 47 47 multimídia 48 Amor e política no Japão antigo Filme Yamazakura é exibido pela primeira vez no Brasil no Festival de Cinema do Centenário da Imigração Japonesa Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação U m amor impossível e os problemas político-sociais do Japão feudal são as duas temáticas que envolvem a trama de “Yamazakura – Cerejeira Silvestre”. O filme, que estreou no Japão em maio de 2008, é baseado em um conto do escritor Shuhei Fujisawa, famoso autor de dramas históricos, dirigido por Tetsuo Shinohara, ganhando as telas nacionais no Festival de Cinema do Centenário da Imigração Japonesa, promovido pela Playarte Cinemas, Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil e Aliança Cultural Brasil-Japão. Com aproximadamente uma hora e meia de duração, o filme retrata as características da cultura tradicional japonesa, detalhando toda a cerimônia envolvida nas atividades do cotidiano das famílias que vivem em uma pequena vila de agricultores durante o período Edo. Dentro da temática do amor impossível, Noe Isomura, interpretada por Rena Tanaka, é uma mulher que está em seu segundo casamento. Quando ficou viúva teve a oportunidade de escolher entre alguns pretendentes para um casamento arranjado. Por pressão da família acaba se casando com Shouzaemon Isomura (Tetsuya Chiba), um homem que só pensa nos lucros e no próprio umbigo, deixando de lado seu verdadeiro amor, o guerreiro Yoichiro Tezuka (Noriyuki Higashiyama). Um dia, em um campo cheio de cerejeiras silvestres, Noe reencontra Tezuka, o que traz significativas mudanças na vida dos dois. Por outro lado, Yamazakura mostra o que acontece na sociedade japonesa daquela época. As dificuldades financeiras que os camponeses enfrentam por causa dos altos tributos, o descaso que os grandes senhores latifundiários têm com os empregados e subalternos e a dominação e opressão com os mais pobres. Para quem está acostumado com as produções hollywoodianas, assistir Yamazakura pode ser um desafio, já que em alguns momentos o andamento do filme é lento e um pouco cansativo. Jo Tatsumi, presidente da Aliança Cultural Brasil-Japão, entidade responsável por trazer o filme ao Brasil, explica que a intenção não era apresentar um filme de ação que mostrasse um Japão atual, mas sim um filme para os avós se identificarem. “Yamazakura tem pouco gancho para debate, ou pimenta para esquentar uma discussão, é simplesmente o Japão retratado em uma tela”, ressalta. Outro motivo para trazer o filme e produzir o festival, além da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil, é “fazer com que ele seja o início de uma possível reabertura do mercado brasileiro para os filmes japoneses, que já fizeram muito sucesso no país, mas que foram ‘engolidos’ pela indústria americana”, justifica o diretor cultural da Aliança, Jorge de Araújo. CONTINUIDADE - Com o fim do Festival a Aliança, entidade detentora dos direitos de exibição do filme e responsável por trazê-lo ao Brasil, pretende transmitir “Yamazakura” em diversas cidades do país que tenha a presença da comunidade nipo-brasileira. Por enquanto não há data prevista para a exibição itinerante do filme, uma vez que a Associação ainda não definiu como será realizado. “Recebemos o pedido de várias entidades de outros estados, mas ainda não definimos como isso será feito. Também estamos esquematizando uma maneira de transmitir o filme para os mais de dois mil alunos da Aliança”, explica Tatsumi. Mais informações sobre o filme nos sites www.aliançacultural.org.br ou www.centenario2008.org.br. Ficha técnica Diretor: Tetsuo Shinohara Roteiro adaptado: Yasuo Hasegawa, baseado na obra de Shuhei Fujisawa Gênero: Drama Elenco: Rena Tanaka, Noriyuki Higashi-yama, Tetsuya Chiba, Fumi Dan, Sumiko Fuji, Tsutomu Hiura, Takahiro Hojo, Nao Minamisawa, Kunio Murai, Eiko Nagashima, Saburo Shinoda, Choei Takahashi. vitrine 49 49 50 encontro Koshukai 2009 promete novidades e já está com as inscrições abertas Texto: redação / imagem: divulgação Evento visa novos contatos para quem vai ao Japão Jenny Komatsu (centro) e sua equipe assumem a gestão 2009 da ASEBEX P ara abrir as atividades e eventos do próximo ano, a ASEBEX (Associação Brasileira de Ex-Bolsistas no Japão) promove o Koshukai 2009. Um seminário preparatório aos futuros estudantes ou estagiários no Japão, que será realizado de 5 a 30 de janeiro, na Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil, na Liberdade, em São Paulo. As inscrições já estão abertas. O evento é realizado anualmente e tem como principal objetivo oferecer informações que contribuirão para o melhor aproveitamento da bolsa de estudos ou do estágio. Visa também a integração entre os candidatos de várias modalidades (kenpi kenshu, kenpi ryugaku, JICA, LATEC, Monbukagakusho, Nippon Zaidan, Fundação Japão) e ex-bolsistas. “É uma oportunidade para aprender um pouco mais sobre o país, a cultura, postura e a sociedade japonesa antes de chegar lá, o que ajuda a evitar algumas gafes ou ganhar mais segurança”, explica Eduardo Hasegawa, coordenador do Koshukai e vice-presidente da entidade, gestão 2009. “Os participantes podem tirar dúvidas, conhecer as experiências de senpais [veteranos], fazer novas amizades e fortalecer o grupo que irá embarcar, pois estarão todos juntos lá no Japão”, completa o coordenador. Durante os vinte dias de curso, o público participará de dinâmicas de grupo, mesa redonda e palestras a respeito de temas como: desenvolvimento interpessoal, motivação, etiqueta japonesa, história, política, geografia e economia da terra do sol nascente. E no último fim de semana acontece a atividade externa, geralmente ocorrida em um sítio, no intuito de integrar as pessoas. Para esta edição, a organização, formada principalmente por bolsistas que retornaram neste ano do arquipélago asiático, promete muitas mudanças e novidades. É uma equipe que acabou de vivenciar o que os futuros candidatos vão experimentar, por isso, pretendem agregar isso em ações mais interativas e atuais. SERVIÇO: Inscrições online promocionais até 28.12.08 (R$80,00). Inscrições também durante o KOSHUKAI, no local (R$100,00). Site: www.asebex.org.br Koshukai 2009 Data: de 05.01.2009 a 30.01.2009 (de seg. à sex.) - 20 dias de seminário, mais um final de semana de integração. Horário: 19h30 às 22h. Local: Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil Endereço: Rua Tomaz de Gonzaga, 95 – Liberdade (Próx. ao metrô Liberdade) São Paulo-SP pets 51 51 Férias também para os bichos Hotéis especializados cuidam dos animais de estimação enquanto os donos viajam F érias e feriados são as oportunidades mais que esperadas para reunir a família e viajar. Porém, nem sempre todos os integrantes podem participar, especialmente quando se tratam dos animais de estimação. Como nem todos hotéis e pousadas aceitam animais, as pessoas vivem um dilema: onde deixar o bichinho nesse momento? Uma saída que tem ganhado força nas grandes metrópoles são os hotéis para animais. Espalhados por diversas regiões da cidade, tais locais oferecem um atendimento cinco estrelas para o animal. Por lá, o dia é dividido em diversas atividades, em campos abertos e áreas fechadas, além de serem acompanhados 24 horas por veterinários e adestradores. No Hotel Fox Pet, localizado na zona sul de São Paulo, por exemplo, há a disponibilidade de o cliente escolher canis internos, para cachorros que estão acostumados com apartamentos; e canis externos, para os que estão habituados com quintais, além de uma área específica para Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação gatos. As diárias ficam em torno de R$ 35,00. O médico veterinário e responsável técnico do local, Fortunato Essoudry, explica que para o animal não ter nenhum problema durante a temporada no hotel, é importante que o cão ou o gato já esteja acostumado com o local. “Se o animal não está habituado com o canil desde pequeno, é interessante ele passar um fim de semana no hotel antes de ficar a estadia completa, para se acostumar com o local e evitar problemas futuros”, ressalta. Essoudry explica, também, que qualquer raça pode ficar em um hotel, basta ter sido educada para isso. Mas, algumas têm mais dificuldades em se adaptar. O que acontece com cachorros de raças orientais, que têm características peculiares, como ser mais temperamentais e muito ligados ao dono. “Cães como o Akita, Lhasa e chow chow costumam ser hóspedes mais tensos e darem mais trabalho”, relata. No Fox Pet também há a Escola de Adestramento, que realiza o adestramento geral, os básicos em obediência e em educação, além do adestramento personalizado, em que o cliente seleciona os comandos. agricultura 52 O sabor diferenciado da abóbora Com mais de 27 tipos, o alimento é uma boa opção de nutrientes em pratos do cotidiano Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação C om rica importância nutricional e cultural, as abóboras já fazem parte do cardápio de diversas nacionalidades. Tanto nos pratos doces como nos salgados, elas fazem sucesso pelas possibilidades de combinações. Além de ser símbolo de festas como a do Halloween, o dia das bruxas, comemorado no dia 31 de outubro. As abóboras são plantas do gênero cucurbita e podem ser encontradas mais de 27 espécies, divididas em dois tipos: as abóboras rasteiras e as abóboras de tronco. Começaram a ser cultivadas pelas civilizações Maia, Asteca e Inca, mas atualmente são hortaliças conhecidas e produzidas em todo o mundo. As abóboras variam de tamanho, formato, cor e peso, e cada uma tem um tempo diferente de cultivo. Desde o início da plantação até a colheita há uma variação de 75 dias, as mais rápidas como a paulistinha, até as mais demoradas, que levam 6 meses como a menina gigante. As demais como a moranga, a japonesa, a caravela, a branca e a inglesa, bastante procurada no Halloween, demoram em média 90 dias. Por ser uma planta tropical, não é tolerante à geadas ou a secas prolongadas. O proprietário da Sanches e Matsunaga Ltda, José Saches, que trabalha há mais de 50 anos na produção de abóbora, explica que só é possível encontrar o legume durante todo o ano, porque o Brasil é muito grande e cada região tem um clima diferente. “O Brasil é um país abençoado, quando não tem determinada espécie em uma região, encontramos na outra”. Instalada na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) há 46 anos, a Sanches e Matsunaga, que comercializa praticamente todos os tipos de abóboras, recebe o alimento de produtores espalhados pelo Brasil, como Bahia, Minas Gerais e São Paulo. São aproximadamente 300 toneladas de abóboras vendidas por mês. De toda a produção, as abóboras japonesa e a menina gigante são as mais vendidas. “A japonesa é mais procurada para a produção de pratos salgados, já a menina gigante, por ser mais seca, é mais utilizada na fabricação de doces”, explica o proprietário da Sanches e Matsunaga. PREPARO As abóboras, tanto as de inverno quanto as de verão possuem poucas calorias e carboidratos, um ótimo alimento para ser utilizado em todos os tipos de dieta. Por ser extremamente versáteis, podem ser utilizadas em pratos doces e salgados. Em calda, cristalizada ou com coco, refogadas ou fritas, cada chef tem uma receita diferente, mas todas ricas em vitaminas e proteínas. Na cozinha, uma infinidade de opções de preparo, sejam cozidas no vapor, sauteadas, fervidas ou assadas ou até mesmo preparadas no microondas, sempre fazem sucesso. “Nas festas de São Pedro e São João as abóboras são muito procuradas para fazer doce. Durante o resto do ano, são muito utilizadas para fazer salada, sopa e refogados”, enumera Sanches. Por ter casca dura, a abóbora é um alimento que pode ser armazenado durante muito tempo. Em local seco e fresco, pode ser conservada por até um mês, só não deve ser refrigerada ou armazenada em temperatura abaixo de 10 graus, pois isso acelera o processo de deterioração. Fique atento na hora da compra, dê preferência para as menores e mais pesadas, que tenham casca dura e polpa rígida, pois apresentam maior qualidade e sabor. BENEFÍCIOS A abóbora não aparece na lista de alimento preferido da população, mas esconde uma variedade de benefícios a saúde. Desde a casca até as sementes, cada parte do legume é rica em vitaminas, cálcio, magnésio, potássio e fibras. A casca, por exemplo, contém grandes quantidades de clorofila, que ajudam na produção de sangue. Já as sementes são fontes de proteína, ferro e vitaminas do complexo A, B, e E. Além de ser rica em beta-caroteno, potássio e vitamina C. Por ser de fácil digestão, a abóbora tem ação reguladora no intestino, fortalece o pâncreas e aumenta a produção de insulina. Também tem ação sobre os rins, promovendo o aumento da diurese e agindo sobre a próstata, evitando a hipertrofia. A abóbora também é utilizada para fins medicinais. As folhas, flores, sementes e polpa são indicadas no tratamento de anemia, náuseas, vômitos, febres, dores e inflamações. SERVIÇO Sanches e Matsunaga Ltda Entreposto Terminal de São Paulo – Ceagesp Pavilhão MSC – Box 13B, 14, 15 e 16 – São Paulo / SP Tel: (11) 3451-3572 / 3643-7588 vitrine 53 53 dekassegui 54 PREVIDÊNCIA social SHAKAI HOKEN – A obrigatoriedade para os dekasseguis no Japão e seus benefícios Texto: S.J.Nakaoka A spectos importantes sobre a necessidade dos trabalhadores nikkeis no Japão com relação ao Shakai Hoken: “Caso eu continue contribuindo no retorno ao Japão, este valor ficará acumulado? O que devo fazer para as providências necessárias?” •Para brasileiros com visto de re-entre: Não está previsto a solicitação de resgate do Shakai Hoken (K. Nenkin), para quem é assalariado, quando este retorna ao Brasil com status de re-entre no passaporte, e o valor ficará acumulado. O contribuinte deverá dar continuidade ao recolhimento mensal na volta ao Japão e resgatar os valores contribuídos à Previdência do Japão, posteriormente no retorno definitivo ao Brasil, mas é importante salientar que existe um limite de resgate (equivalente a aproximadamente 2,6 do salário médio recebido, independente do valor contribuído), cujo valor recebido não terá muita oscilação a partir do terceiro ano de contribuição. Portanto, o melhor aproveitamento da contribuição ao Sakai Hoken é fazer o resgate (se possível) a cada três (3) anos, retornando ao Brasil, e neste caso, sem o visto de re-entre. •Para brasileiros sem o visto de re-entre: Todas as pessoas que retornam ao Brasil têm o prazo para solicitação de resgate em até dois (2) anos, após a saída definitiva do Japão. Caso não tenha solicitado nesse período, perderá o direito de resgatar qualquer valor contribuído. Portanto, o contribuinte deverá ficar atento para nunca deixar de passar o prazo, procurando buscar auxílio de empresas idôneas para providenciar o resgate dos valores contribuídos ao Shakai Hoken durante o período em que trabalhou no Japão. Importante: para todo o resgate dos valores contribuídos ao Shakai Hoken (plano Kosei Nenkin), a Receita Federal do Japão fará uma retenção automática de vinte porcento (20%) a título de Imposto de Renda, liberando oitenta porcento (80%) do valor calculado. Este imposto poderá ser restituído por meio da elaboração de declaração em separado e enviado ao órgão japonês. Vale ressaltar que o Imposto de Renda retido no resgate do Shakai Hoken é um valor considerável e muitos desconhecem a possibilidade da restituição, limitando-se à primeira parte. Portanto, não esqueça este detalhe que é importante para o contribuinte. Serviço: DAIWA SERVICE Pça.da Liberdade, 130–Conjs.97 a 99 - Metrô Liberdade 01503-010 – São Paulo / SP (11) 3105-2114 e (11) 5572-1717 www.daiwaservice.com.br casos da vida LUSO-NIPO-BRASILIDADE: UMA RELAÇÃO DE MAIS DE 500 ANOS – PARTE 1 A o folhear uma edição desta revista, talvez a de junho de 2008, meu amigo Trasmontano – é assim que ele gosta de ser chamado, por haver nascido em Trás-os-Montes, Portugal – deparou-se com o título acima, e com o diagrama ao lado, num anúncio institucional de uma mercearia de produtos orientais, com um nome que também lhe havia chamado à atenção: LISTOKYO. O anúncio era uma homenagem aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, e a mercearia, pelo logotipo e nome, evidenciava uma associação luso-nipônica. Meu amigo já havia lido muito sobre o importante papel da imigração japonesa no Brasil. Ele próprio é um beneficiário dessa magnanimidade e, por coincidência, casado com uma nissei, confirmando, assim, a vocação lusa para a miscigenação global. E o relacionamento com os japoneses, ao contrário do que muitos possam pensar, existe há mais de 5 séculos. Afinal, todos sabem que os portugueses foram os primeiros imigrantes-colonizadores a aportarem por aqui, em 1500, mas poucos sabem que também eles foram os primeiros europeus a entrar no Japão, em 1543, aportando em Tanegashima, no período Edo. Ao contrário dos objetivos no Brasil – tomar posse e colonizar este país – os lusos apenas buscavam o contato e as trocas comerciais, bem como 55 55 a propagação da religião católica, através dos missionários jesuítas, cujo nome mais conhecido é o do Padre Francisco Xavier. A estada dos portugueses em terras nipônicas foi curta, mas intensa, até 1639 - menos de 100 anos – quando o Japão voltou a fechar os portos para todos os estrangeiros. Durante esse quase um século, os lusitanos introduziram o conhecimento do que era mais moderno na Europa, como as técnicas de metal na indústria naval, as armas de fogo e um dicionário de japonêsportuguês, o primeiro do idioma nativo com outra língua estrangeira. Na época, cerca de 4.000 palavras de origem portuguesa passaram a ser utilizadas no cotidiano dos japoneses. Estima-se que tenham sobrevivido cerca de 400, incorporadas ao idioma atual. Em 1585, 4 nobres japoneses – Manjo Ito, Miguel Chijiwa, Martino Hara e Julian Nakaura - foram escolhidos para irem a Portugal e Roma. Seriam os primeiros japoneses a entrarem na Europa. Com o fechamento dos portos, Portugal e Japão só voltariam a ter relações formais a partir do Tratado de Paz, Amizade e Comércio, firmado em 1860 pelos dois países. (continua na edição 14) * José Carlos Neves é comerciante, descendente de portugueses e casado com uma nikkei. É, ainda, profundo admirador da cultura japonesa. E-mail: [email protected] 56 mundo oriental Leveza nos movimentos marca as danças tradicionais coreanas Mais que aprender os passos, a performance dá uma aula de cultura, história e simbolismo da Coréia Texto: Cibele Hasegawa / Fotos: Divulgação O s corpos em trajes tipicamente coloridos e alegres giram, se esticam e se ondulam em movimentos leves, ao mesmo tempo, marcantes. O caminhar das sapatilhas em algumas ocasiões parecem flutuar pela sutileza em que o fazem. Neste conjunto acrescentam ainda as manifestações na face, que participam no decorrer da performance. Essa é a dança tradicional coreana. “A leveza é um dos pontos marcantes. A movimentação deve acompanhar a respiração, deve vir de dentro, mas não jogado para fora. São passos que vão e voltam”, explica Regina Yun Jae Hwang, professora de dança tradicional coreana e diretora da Cia de Dança que leva o seu nome. Ao longo dos cinco mil anos, a Coréia criou tradições que ultrapassam séculos, artes bem definidas e as características deste povo. Assim, nascem as diversas modalidades de sua dança, que traz no jogo de braços e pernas as suas variadas categorias: xamanista, budista, confucionista, palaciana, folclórica e com máscaras. Cada uma delas pede uma roupa adequada, o chamado hanbok, possui uma característica e ensina aos seus praticantes uma verdadeira aula de cultura e trajetória de ancestrais. As máscaras, por exemplo, surgem para exprimir o sentimento do povoado sem liberdade. Faziam sátiras e críticas sobre os nobres e o governo, cobrindo os rostos para não serem identificados. Arte considerada do outro lado do mundo como um dos tesouros intangíveis do país. “É por isso que as expressões fazem parte deste contexto. É um modo de se comunicar sem usar as palavras”, diz Regina. De acordo com ela, os estilos têm um significado e jeito próprio de ser. As performances folclóricas possuem um tom alegre, cores fortes e um sorriso no rosto. A xamanica possui um olhar penetrante, enquanto a palaciana, traz uma visão vaga, pois era realizada em apresentações em frente ao Rei. A budista e a confucionista vêm com um ar de meditação, uma ligação entre o céu e a terra. Os dançarinos dos períodos antigos, ao se apresentarem, se esforçavam em expressar um profundo êxtase. Não eram os movimentos físicos e acrobáticos que os motivam, mas uma exaltação metafísica. É o que Regina define como a demonstração do amor pela arte – o principal segredo da beleza artística da apresentação. “Mais que movimentos perfeitos, é preciso transmitir o gosto por aquilo que faz”, pontua a dançarina que é uma referência no que diz respeito à arte e a cultura da terra que emigrou. Em sua academia, a professora faz questão de manter costumes e ir além de lecionar a remexer o esqueleto. Para começar, ao adentrar no recinto, tire o sapato e guarde-os no devido lugar, assim como manda o ritual – realizado antigamente, pois o chão das casas eram aquecidos à lenha, hoje, prevalece por uma questão de higiene. Com o objetivo de que suas alunas criem laços tanto com as terras brasileiras como as terras de seu sangue, ressalta a importância de preservar e manter o contato com a cultura coreana. Atreladas intimamente a dança, desde jovem aprendem questões como modo de viver e de ser do povo coreano para levar para a vida toda ao se tratar de disciplina, vestimenta, datas comemorativas, hierarquia, entre outros. Talvez sejam esses laços e a construção da identidade o que aconteceu com Suzi Park. Ela chegou à escola contra-gosto e por vontade de sua mãe. “Não curtia nos primeiros três meses”, lembra. Hoje, a jovem é o “braço direito” da professora que a ensinou a dançar ao longo dos quase 10 anos, em que está na academia. Atualmente, leva a aptidão e a habilidade que possui nos movimentos que encantam os olhos dos espectadores não apenas como hobby, mas também, na dedicação de seu trabalho. Suzi é responsável pelos ensaios da Cia. 57 57 mundo oriental Feira em Taiwan apresenta novas opções de viagens Um total de 62 países e regiões do mundo apresentou atrações turísticas num espaço com mais de 1.200 postos de exibição Texto: Cíntia Yamashiro/ Fotos: Divulgação A Feira de Viagens de Taipei 2008 (Taipei ITF 2008, sigla em inglês) aconteceu entre 31 de outubro e 3 de novembro na Sala de Exposições do Centro de Comércio Mundial de Taipei. A exposição, um dos maiores eventos de turismo na Ásia, atraiu 45.838 visitantes no primeiro dia de funcionamento, o que representa um aumento de 26% se comparado as 36.356 pessoas que compareceram no dia de abertura no ano passado, de acordo com os organizadores. Estima-se que mais de 200 mil visitantes passaram pela feira nos quatro dias abertos ao público este ano. A inauguração contou com as presenças do vice-primeiro-ministro Chiu Cheng-hsiung, que esteve acompanhado do ministro dos Transportes e Comunicações, Mao Chikuo, da diretora-geral do Bureau de Turismo, Janice Seh-Jen Lai, e do presidente do Comitê Organizador da Feira Internacional de Viagens de Taipei, Stanley C. Yen. Estiveram ainda presentes os representantes de Taiwan e de vários países expositores. O primeiro-ministro, Liu Chao-shiuan, compareceu mais tarde à Taipei ITF 2008, acompanhado de vários funcionários. Após adquirir uma dezena de garrafas de mel de abelha num pavilhão patrocinado pelo Conselho de Agricultura, ele declarou que o êxito do evento é um indício de que as perspectivas econômicas de Taiwan são boas, e se apóiam na confiança do consumidor mesmo com a recente crise financeira global. Um total de 62 países e regiões do mundo apresentou suas ofertas e atrações turísticas num espaço com mais de 1.200 postos de exibição. O palco principal e vários pavilhões traziam coloridas apresentações culturais e atividades com muita diversão, que atraíram a atenção do público. As promoções também foram chamariz e puderam ser aproveitadas pelos visitantes. Nesta edição, 24 países participaram como estreantes. Dentre os quais, a Eslovênia, trazendo modelos em trajes típicos, além de comidas e artesanatos do país da Europa Oriental. A América Latina esteve representada principalmente pelo Panamá, Guatemala, Nicarágua e Peru, que esperavam obter oportunidades de negócios relacionados ao turismo. Como no ano anterior, o Japão teve grande destaque, com 69 estandes, apoiados pela Organização Nacional de Turismo do Japão. Para um funcionário da entidade, Taipei é o local ideal para se promover o turismo e conhecer as necessidades dos turistas de Taiwan. Numa pesquisa realizada pelos japoneses, muitos dos turistas de Taiwan que já visitaram o país vizinho optam por retornar novamente. O pavilhão oferecia descontos em tarifas hoteleiras e em bilhetes de trem. Outros países com grande presença foram Malásia e Coréia do Sul, com 25 e 20 estandes. A feira deste ano se dividiu em seis áreas: região da Ásia e Pacífico; Europa, Américas, África e Oriente Médio; Taiwan; hotéis e locais turísticos; China continental; e negócios relacionados ao turismo. Há dois anos, a China continental tem chamado a atenção dos visitantes com enormes pavilhões e interessantes atrações culturais. As ofertas de viagens à China se distribuíam em 256 estandes com variado material promocional. (Fonte: Noticias/GIO) 58 click BEISEBOL - A Associação de Árbitros e Anotadores de Beisebol e Softbol do Brasil lançou, no fim de novembro, o “Novo Livro Oficial de Regras de Beisebol”. O evento aconteceu no Lorena Hotel. O presidente da Associação, Jorge Higaki, e o presidente do Lorena Hotel, Carlos Omori Representantes dos clubes, anotadores e árbitros comparecem em peso. EOMA - No último dia 30 de novembro, a Escola Oriental de Massagem e Acupuntura (Eoma), realizou seu tradicional “Dia de Ação de Graças”, evento que reuniu centenas de pessoas. Na ocasião, toda a renda foi destinada a duas entidades: Casa da Amizade e Ikoi-no-Sono. Estiveram presentes o presidente do Eoma, dr. Tadamassa, a sra. Lucy e técnicos Sessões foram marcadas por descontração e relaxamento durante todo o evento OAB - O Centro de Convenções de Natal (RN) sediou, entre os dias 11 e 15 de novembro, a Conferência Nacional dos Advogados. Na ocasião, o evento prestou uma significativa homenagem ao centenário da imigração japonesa nas pessoas de sete membros da comunidade nikkei. Kiyoshi Harada recebendo homenagem de Cezar Britto e Vladimir Rossi Loureiro Os sete homenageados com o Vladimir Rossi Loureiro, Presidente da Comissão click 59 59 CORAL - O já conhecido Coral Bunkyo apresentou o Concerto do Centenário da Imigração Japonesa, no SESC Araraquara. Na ocasião, o evento reuniu dezenas de pessoas para ouvirem clássicos do Japão e do Brasil. Senhoras do coral com representantes de Araraquara Maestro Teruo Yoshida e a pianista Lissa Kawashima durante o concerto Japan Experience 2008 - O Centenário da Imigração fechou com chave de ouro. Pelo menos para os jovens. No fim de novembro, ocorreu mais uma edição do Jaapan Experience, evento realizado pela geração mais jovem da comunidade nipo-brasileira. Além das atrações culturais, a festa contou com a força de dezenas de voluntários. Diretores do Banco Real em almoço de confraternização com a imprensa Nikkei. Estiveram presentes Airton Tanigawa, Mario Nagamine, Marcia Nakagawa, Orídio Shimizu e Jorge Iwashita. Créditos: Mario Tomita BEISEBOL - O 2º T-Ball Fest, realizado no campo do Anhanguera Nikkei Clube, animou a região de Santana do Parnaíba, em São Paulo. Na ocasião, dezenas de atletas participaram da competição, destinada a integração e união da modalidade. Edna Kitamura, Marcos Aguena (Japa) e Sumie Egashira no 2º-T-Ball Fest. Presença de 22 times no 2º-T-Ball Fest Anhanguera Nikkei Clube / Yamato CUP eventos 60 Brasil é o campeão latino-americano de cosplay Texto: David Denis Lobão e Tom Marques / Foto: Fernando Siqueira O correu no dia 29 de novembro de 2008 a final do CLC - Concurso LatinoAmericano de Cosplay. A competição foi realizada às 19h30, hora local, no teatro Ruben Dario Ramirez dentro do CLUSOFA (Clube de Sub-Oficiais) na Urbanização La Rinconada na cidade de Caracas - Venezuela. A organização informou que para esta primeira edição da final do CLC somente 300 entradas foram disponibilizadas e o concurso contou com o apoio da Embaixada do Japão na Venezuela. Fernando Siqueira, administrador do Fórum Cosplay Brasil e o responsável por trazer a competição para o Brasil acompanhou as competidoras e relata a experiência “O CLC foi um concurso emocionante. Todas as duplas se esforçaram muito e deram tudo de si para vencer. Na hora da premiação, nem mesmo os juízes faziam idéia de quem poderia ganhar, o concur- so tinha sido acirrado. Quando o Brasil foi anunciado, senti uma alegria enorme pela nossa dupla. Mas o que mais me surpreendeu foi a reação do público. Todos se levantaram e começaram a aplaudir a dupla brasileira e a gritar “Brasil! Brasil”. Ariana e Bruna se tornaram ídolos na Venezuela e todos queriam uma foto ou até um autógrafo delas. Foi algo muito bonito de se ver”. Brasil é o campeão do CLC E o Brasil foi o grande campeão do primeiro CLC com Ariana Caiado e Bruna Ribeiro, dubla de Vitória, Espírito Santo. As meninas conquistaram sua vaga para representar os cosplayers brasileiros durante o evento Anime Fantasy 2008 da Yamato Comunicações e eventos e venceram a final caracterizadas com os cosplays de Carta Dark e Carta Light do animê “Sakura Captor”. Em segundo lugar ficaram as argentinas Analia Ruíz e Julia Prátola. Em terceiro lugar ficou a dupla mexicana. E pelo visto a dupla brasileira quer participar novamente ano que vem “Enquanto tiver minha dupla iremos competir no CLC”, conta Ariana. Já Bruna lembra-se da emoção de quando soube da vitória na final brasileira, em São Paulo, “Fiquei molhada (risos). Eu chorei tanto que me perguntaram de onde vieram tantas lágrimas”. Carolina Michelli, coordenadora responsável pela etapa nacional já tinha confiança na vitória de ambas “Elas mostraram muita garra e dedicação na final brasileira, estava até despreocupada com a competição por que sabia que iriam arrasar, e foi o que aconteceu! Parabéns as nossas garotas, nos encheram de muito orgulho”. Mauricio Somenzari que já venceu uma competição semelhante no Japão e fez a voz do personagem Kero na apresentação das meninas também ficou orgulhoso “Fiquei super emocionado com a vitória delas. São minhas melhores amigas, e aqui em casa todos torcemos muito por elas”. Brasil será sede da competição em 2009 Foi feito o sorteio de qual país será a sede da competição do ano que vem e o Brasil foi o sorteado. Lembrando que a cada ano um país diferente vai sediar a competição, como ocorre na Copa do Mundo de Futebol e um país não faz a competição duas vezes antes de todos os demais terem ido. A ordem de qual país hospeda a competição em cada ano é definida por sorteio. 61 61 cosplay Os cosplayers entram no clima do Natal N este natal os eventos Ressaca Friends (São Paulo) e Anime Family (Rio de Janeiro) trouxeram uma novidade, o Desfile Natalino. As duas feiras são sempre realizadas no mês de dezembro, por isto são sempre temáticas com a época. A idéia do Desfile Especial surgiu de uma sugestão muito criativa de Jeffrey Haiduck (mais conhecido como “Jeff Duck”), um dos membros mais participativos do Fórum Cosplay Brasil. A sugestão é entrar no clima do natal e incrementar aquele cosplay que você tanto gosta, ou que está de lado e sem uso, e transformá-lo em uma versão natalina. É bem simples; basta pegar uma touca de papai noel, ou comprar alguns acessórios baratos e bonitos (como enfeites de natal, pelúcia branca e vermelha, um saco vermelho...) ou até mesmo reciclar os que você tem em casa, qualquer coisa vale! E também existem personagens com roupas natalinas originais, desenhadas para ‘artbooks’ ou calendários da série. O importante é transmitir o sentimento do natal e se divertir. Para incentivar, a empresa Yamato Comunicações e Eventos – idealizadora dos dois eventos – criou uma premiação para o melhor Cosplay Natalino. Para concorrer, o participante se inscreve para a categoria Desfile normalmente, e informa que sua versão é natalina, no final, a coordenação separa os cosplayers, e a maior nota dos informados “natalinos” vence. Mais uma novidade de Natal: O Desafio Cosmaker A cada dia mais pessoas se encantam com o universo cosplay. A possibilidade de encarnar, mesmo que por pouco tempo, uma personagem qualquer atrai novos adeptos e com isso uma nova profissão surge: o ‘cosmaker’. ‘Cosmaker’ é a pessoa que elabora e reproduz roupas e acessórios, baseados em mídias já existentes. Desde o molde e escolha do tecido até a finalização de perucas e adereços, cabe a este profissional todo um trabalho de pesquisa e experimentação, Texto: Carolina Michelli e Layla Camillo que em alguns casos pode durar meses. Valorizando esta atividade, a Yamato Comunicações e Eventos realizará nos eventos Anime Family (Rio de Janeiro) e Ressaca Friends (São Paulo) uma nova atração: o ‘Desafio Cosmaker’. Adaptado do ‘Cosplay em 30 minutos’ do Atsuicon (Espírito Santo), este inusitado jogo promete muita diversão. No palco de cada evento os desafiantes farão, ao vivo, um cosplay exclusivo sorteado na hora. Para isso, terão a sua disposição materiais diversos e referências fotográficas. O vencedor será aquele que melhor executar seu projeto. Prestigie o ‘Desafio Cosmaker’ e conheça um pouco mais os bastidores desse incrível universo, o cosplay. 62 animê Bleach: Ação e suspense no mundo espiritual Texto: Daniela Giovannielo e Francisco Junqueira B leach é uma série (de mangá e animê) criada por Tite Kubo e já foi eleitao melhor animê do Japão por 3 anos consecutivos: 2004, 2005 e 2006, além de ter sido escolhido o melhor título do mundo em 2006. Sinopse “Bleach” conta a história de Kurosaki Ichigo. Um jovem de 15 anos que tem o dom de ver espíritos, aos quais ele tenta ajudar, apesar de ficar nervoso com a maioria deles. Certa noite, uma mulher de kimono preto aparece em seu quarto e ele a identifica como sendo um espírito. Ela, por sua vez, se assusta com a habili- dade do garoto de conseguir vê-la e se apresenta como uma Shinigami. Enquanto a Shinigami está explicando tudo ao garoto, um dos Hollows ataca a casa de Ichigo, atrás de sua grande energia espiritual. O Hollow ataca Ichigo, que tenta inutilmente se defender, e a Shinigami o salva, porém, se machuca gravemente. Ela diz ao garoto que só há uma maneira de vencer o Hollow: Ichigo deve se tornar um Shinigami também. Sem seus poderes, Rukia ordena que Ichigo vire um Shinigami temporário, exercendo as obrigações dela em troca do dom. Entendendo o universo “Bleach” No mundo de “Bleach” existem algumas entidades principais: os Plus, os Hollows, os Shinigami, os Quincy, os Vaizard, os Arrankar e os Bount. Essas entidades são dividas entre humanos e espíritos.Dentro de cada humano existe um espírito. Os espíritos podem vagar livremente pelo mundo dos humanos sem que ninguém os veja, com exceção das pessoas com capacidade para isso. Um espírito que ainda não está morto, quando sai de seu corpo físico, fica preso a ele por uma corrente. Quando morto, o espírito se desprende do corpo e essa corrente se quebra. Bleach foi dublado no Brasil pelo estudio CBS e é exibido pelo canal pago Animax. O filme “Bleach” é uma série tão rentável e agradável ao público que já foram produzidos dois filmes, além dos mangás e do animê. O primeiro longa é de 2006 e foi dirigido por Noriyuki Abe e escrito por Masashi Sogo. Chamase “Bleach: Memories of Nobody” e mostra a invasão repentina de espíritos não identificados na cidade de Karakura. Ao tentar impedir que esses espíritos dominem a cidade, Ichigo Kurosaki e Rukia Kuchiki encontram Senna, uma misteriosa Shinigami que está expulsando os espíritos. Senna se recusa a responder perguntas, o que faz Ichigo segui-la enquanto Rukia tenta descobrir o que são e o que querem aqueles espíritos. O segundo filme chama-se “Bleach: The Diamond Dust Rebellion” e tudo começa quando Hitsugaya e seu grupo estavam transportando um tesouro chamado “Ouin” e foram atacados por um grupo misterioso. game Feliz aniversário Mega Drive! O Mega Drive comemorou no dia 30 de outubro 20 anos de existência! Para comemorar, a Mundo OK preparou um especial inédito, contando um pouquinho da história deste console histórico! Tudo começa em 29 de outubro de 1988, quando a Sega lançou o Mega Drive, um humilde vídeo game de 16 bits, que, por acaso, viria a se tornar o maior título comercial da empresa e principal rival da Nintendo, que contava com Mario Bros em seu carro de frente! A disputa entre o Mega Drive e a Nintendo teve seu pico na década de 90, quando o pequeno jogo da Sega alcançou um forte público nos EUA, ameaçando, definitivamente, a hegemonia do simpático encanador vermelho! O game inovou estilos e trouxe toda a magia dos fliperamas para as telinhas do lar, conquistando um público que precisava procurar as máquinas de jogos para ter acesso a clássicos como “Street Fighter” e “Mortal Kombat”. Nos EUA, o game foi batizado de Genesis, e chegou ao país em 14 de agosto de 1990. Com campanhas maciças, o Genesis começou um combate com o console da Nintendo, utilizando propagandas agressivas (“O Mega Drive faz o que Nintendo [NES] não faz”) e continuações inéditas, direto do fliperama para o conforto do lar! Em 1991, a Sega lançou sua carta final contra a Nintendo, a criaturinha Sonic, que marcou época com sua agilidade sem igual! Em 1992 e 1993, a Sega conquistou os topos com uma série de lançamentos, incluindo os sucessos “Alladin”, “Lion King” e “Ecco: The Dolphin”. Esse último é considerado um ícone de quebra cabeça, com estágios dificílimos e que exigiam total empenho e inteligência do jogador! Sonic teve continuações e jogos de luta no estilo ataria surgiam sem parar! Originalmente o Mega Drive foi lançado com um joystick com um botão direcional, três botões de ação e um de início de jogo. Por ocasião de lançamento do jogo Street Fighter II para o console um joystick com seis botões de ação foi lançado e se tornou rapidamente o padrão de mercado. O Power Base Converter/Sega Mega Adaptor permitia jogar cartuchos de Master System no Mega Drive. O acessório apresentava alguns problemas em 63 63 Texto: Francisco Junqueira / Foto: Divulgação revisões posteriores do console, já que o conector do cartucho ficava mais distante do topo do gabinete do console, fazendo com que o terminal de inserção do acessório não ficasse devidamente encaixado. Com o Master System e o Mega Drive, a Tec Toy chegou a ter 75% do mercado brasileiro. Fisicamente o videogame era idêntico ao “Genesis” americano, sendo compatível com os jogos NTSC para esse sistema. O sinal de saída de vídeo, porém, foi convertida para PAL-M, o padrão brasileiro misto entre PAL e NTSC. O Mega Drive é produzido até hoje no Brasil pela Tec Toy em versões baratas para competir com a faixa mais baixa no mercado de jogos eletrônicos (dominada em sua maior parte por clones ilegais asiáticos do NES), normalmente incluindo dezenas de jogos na memória ou em um cartucho multijogo. Esses consoles são equivalentes ao “Genesis III” da Majesco americana e não suportam os acessórios produzidos para o sistema ou o jogo Virtua Racing. Estima-se que o Mega Drive vendeu dois milhões de unidades no país. Recentemente, a companhia lançou uma nova versão do Mega Drive 3, com 86 jogos na memória, inclusive algumas adaptações de games da Electronic Arts feitas originalmente para celulares, como “The Sims 2” e “Need for Speed Pro Street”. tokusatsu 64 Os heróis que marcaram os anos 80 – Parte 1 Texto: David Denis Lobão / Fotos: Divulgação S pectreman No título original da série, “Spectreman”, só foi ganhar o reconhecimento merecido após o episódio 40, dos 63 produzidos. No Brasil, o herói sempre foi a estrela do seriado que cativou os jovens do início dos anos 80. Criado pela P-Productions em 1971, graças a Souji Ushio, foi exibido no Japão pela Tv Fuji e no Brasil pela Record e SBT. Com um baixo orçamento, efeitos especiais toscos e uma dublagem que reaproveitava o elenco de “Chaves”, ganhou seu auge nas tardes da emissora de Silvio Santos. C hangeman “Changeman” é uma série que marcou muitos aqui no Brasil, por ter sido a primeira série super-sentai exibida por aqui. “Changeman” foi um sucesso imediato tanto aqui quanto no Japão (onde vendeu discos, fitas, bonecos e muito mais). Produzido pela Toei em 1985, teve 55 episódios e explodiu a moda dos super-sentais. Em nosso país foi exibido pela TV Manchete, Rede Record e CNT/Gazeta. Na sua onda vieram para o país os seguintes sentais: “Flashman”, “Goggle Five” e “Maskman”. J aspion Muitos fãs cresceram acompanhando as aventuras de Jaspion nas tardes da TV Manchete ou nas locadoras com as antigas fitas VHF. Para estes jovens Jaspion fascinava por seu enredo dramático, com muita ação e momentos emocionantes durante os seus 46 episódios, produzidos em 1985 e que não obteve muito sucesso no Japão. Lançado pela Toei Company, foi exibido no Brasil também pela TV Record e CNT/Gazeta nos anos 90. O herói que luta contra Satan Goss vendeu tantos produtos que fez a série “Spielvan” mudar de nome no país para “Jaspion 2”. J iraiya O incrível ninja “Jiraiya” teve seus 50 episódios produzidos, em 1988, pela Toei Company. No Brasil, a família de ninjas repetiu o sucesso do Japão estreando em 1989 no programa “Comenta Alegria” com o seriado “Lion Man”. O Sucesso continuou por mais de uma década, chegando até o período de transição da Rede Manchete para Rede TV!. Graças aos fãs do seriado, o ator que faz o protagonista, Takumi Tsutsui, veio ao Brasil em 2004 durante o evento Ressaca Friends. Assim como a maioria dos tokusatsus exibidos nos anos 80 e 90, teve sua versão brasileira produzida pelo estúdio Álamo de São Paulo. 65 65 mangá Vampire Kisses – Os vampiros invadem as bancas Texto: David Denis Lobão e Junior Fonseca “ Vampire Kisses – Blood Relatives” é o mais novo lançamento da editora NewPOP no Brasil. A obra teve seu primeiro volume lançado em 2007 pela editora americana Tokyopop é escrito por Ellen Schreiber, adaptado por Diana McKeon Charkalis e com arte de REM, que atualmente estão terminando o terceiro e último volume da série. O mangá é baseado no universo da série de livro da autora Ellen Schreiber, mas a história é diferente, tendo inclusive alguns personagens que somente aparecem no mangá. Na trama de “Vampire Kisses” conhecemos Raven Madison, uma jovem gótica de 16 anos. Ela tem um senso de humor afiado e uma sina de sempre encontrar problemas, ou de ser perseguida por eles quando não os procura. Raven mora em uma cidade chamada Dullsville, onde todos os cidadãos torcem o nariz para seu jeito diferente, suas roupas pretas, batons pretos e botas pretas de combate. Sua única amiga é Becky Miller. Becky é uma garota gentil, de bom coração, mas que sofre tanto com as provocações dos jovens da cidade pelo local onde vive quanto a Raven pela forma como age e se veste. Por Becky ser uma ovelha entre os esnobes caçadores de Dullsville, Raven se torna às vezes a guarda-costas da amiga, que retribui com toda lealdade e caronas para a escola. Apesar de serem tão diferentes, as duas são inseparáveis. Entre os habitantes de Dullsville, de quem menos Raven gosta é do seu inimigo de infância, Trevor Mitchell. A família dele praticamente tem a cidade nas mãos e ele é um daqueles filhinhos mimados e únicos, tendo por isso uma personalidade a ser estragada. Não que ele seja mau, mas, sim, esnobe, metido e rancoroso. Raven obviamente não suporta a cidade, com exceção da mansão mal-assombrada no estilo arquitetônico gótico no topo da Colina Benson. A mansão há muito tempo tinha sido comprada por uma baronesa romena, que morreu lá. Alguns habitantes de Dullsville dizem inclusive que podem ver o fantasma da baronesa olhando através das janelas ao anoitecer contemplando a lua. E era nesse tipo de lugar que a jovem Raven adoraria passar os dias — como a mansão estava abandonada, ela de certa forma a considerava sua. Mas, no 16º aniversário, tudo começa a mudar. A família Sterlings que era formada pelos pais, pelo filho e pelo mordomo estranho, se muda para a mansão, ou, como diria o irmão mais novo da Raven, eles eram a Família Adams. Raven, com sua curiosidade infinita descobriu que eles passavam a maior parte do tempo dentro mansão e que no momento somente o filho e o mordomo assustador permaneceriam na casa, pois os pais do garoto voltariam para a Romênia.O novo mangá que chega em 2009 nas bancas brasileiras poderá responder. 66 opinião A MAIS PERFEITA EQUAÇÃO A humanidade tem sido muito eficiente em transformar desco- seguindo a fórmula original. bertas científicas em produtos. Tão logo os cientistas formulam Mais recentemente, falsos cientistas passaram também a utilizar o a as equações matemáticas, físicas, químicas, astronômicas que fórmula, devidamente alterada para enganar parcela ignorante e desesregem o mundo material, rapidamente elas são empregadas para viabi- perada da população e, através de um grande apararato publicitário, lizar ou facilitar a produção de bens que trazem conforto material para vender o paraíso na terra. Estes falsos cientistas prometem produtos de grande valor, mas quase sempre entregam material falsificado que a humanidade. Viver hoje é completamente diferente de mil anos atrás. Estamos num acaba por infelicitar os incautos. Nos dias atuais poucos são os que estágio tecnológico onde quase tudo que faz parte do nosso dia a dia empregam corretamente a equação do grande cientista, já que os proseria considerado bruxaria ou mágica pelos nossos ancestrais. E gran- dutos que dela se originam não trazem lucros materiais, nem conforto e de parte desta estonteante tecnologia é fruto de descobertas científi- nem popularidade. E para chegar a estes produtos o caminho é de muito cas relativamente recentes. A eletricidade é uma descoberta de pouco sacrifício, muita luta e muito trabalho. mais de cem anos e a eletrônica é mais recente ainda. Em um século O grande cientista foi Cristo, que há dois mil anos formulou a equação do amor, da bondade e da caridaa humanidade foi tão competente Uma equação que aplicada no para desenvolver produtos nestas O grande cientista foi Cristo, que há dois mil de. cotidiano, levaria ao produto mais áreas, que nos permitiu viver hoje anos formulou a equação do amor, da bondade almejado pela humanidade, que é a num mundo de sonhos. e da caridade. Uma equação que aplicada no felicidade. Mas a humanidade vem Desde a antiguidade muitos ciencotidiano, levaria ao produto mais almejado procurando este produto por fórmutistas vinham arriscando teorias pela humanidade, que é a felicidade las equivocadas, da ganância, do sobre uma complexa matéria, mas egoísmo, da vaidade e do orgulho, quase sempre de forma equivocada ou incompleta. Quando finalmente um grande cientista proclamou e se ilude com uma felicidade falsificada. Vem chegando o Natal, e com ao mundo a sua equação, foi ridicularizado e perseguido. As pessoas ele o momento propício para esquecer as equações equivocadas e se estavam acostumadas a andar para trás e ele revolucionou todos os aproximar da fórmula original. Porque os presentes mais valiosos não estão nas prateleiras das lojas, mas num compartimento que existe no conceitos vigentes, ao ensinar que é prá frente que se anda. A sua fórmula era infalível, completa, perfeita, coerente, mas não inte- lado esquerdo do peito. Abra este armário chamado coração e distribua, ressava aos poderosos que o perseguiram de forma implacável, até a como Papai Noel, um saco de presentes de muito amor e carinho. Feliz morte. Seus seguidores, que tinham entendido bem a equação, come- 2009!!! çaram a espalhar a fórmula, mas também foram perseguidos e mortos aos milhares. Quando estes seguidores finalmente estavam conseguindo popularizar a fórmula, uma entidade se apropriou de todas as pesNelson Fukai é engenheiro, quisas, adaptou-as aos seus interesses, e criou novas regrinhas para escritor e analisa questões do ganhar poder e deixar parte da humanidade sob seu jugo. Durante sépresente e passado da comuculos e séculos, enriqueceu a custa do sofrimento dos mais humildes, nidade nipo-brasileira. E-mail: perseguiu e sacrificou inocentes, derrubou reis, promoveus guerras e [email protected] revoluções, chegando em certa época a dominar todo o mundo ocidental. Ainda hoje não passa de uma grande corporação mercantil, pouco 68
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