Dolly, orgulho nacional
Transcrição
Dolly, orgulho nacional
Sorria: Jesus Te Ama O Senhor Jesus Cristo esta voltando prepara-te Leia a Biblia a Palavra de Deus Leia a Biblia e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará S MAI L A O RN O JO SEGUID PER RASIL B DO Circulam nesta edição 30.709 exemplares Lembre-se: não há sábio sem o pleno conhecimento da Biblia, a Palavra de Deus A Voz do Estado de São Paulo - Ano V - Edição 66 - abril - Circulação Nacional - R$ 1,50 - 06 Somos livres por sermos escravos da lei Caixa Postal 3014 CEP 06210-970 e-mail: [email protected] www.leiaojornal.com.br Uma guerra sem refresco Dolly, orgulho nacional Codonho: teimoso, persistente, corajoso, atrevido, nacionalista, patriota, orgulho brasileiro, exemplo a ser seguido A guerra travada entre a pequena Dolly e a gigante CocaCola envolve em seus bastidores pressão a fornecedores e, até, um possível envolvimento de órgãos públicos. Pág. 4, 5, 6 e 7 Por ser o melhor refrigerante do Brasil e da América Latina, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola. Gil Arantes: oito anos que mudaram Barueri Os oito anos da administração Gil Arantes, iniciada em 1º de janeiro de 1997 e encerrada em 31 de dezembro de 2004, marcará o futuro de cada barueriense. As realizações na área da infância garantiram a Gil o título de “Prefeito Amigo da Criança” Pág. 08 Igreja Universal quer reconstruir Jerusalém Acompanhe na próxima edição de Leia O Jornal o aprofundamento da discussão sobre a reconstrução de Jerusalém em Del Castilho no Rio de Janeiro, por Edir Macedo e seus sequazes. A serpente rasteja e prepara o bote Edir Macedo: partido próprio para tomar o poder Pág. 02 Ex-vereador Clarindo luta pela unidade em Barueri Clarindo ao lado de seu grande amigo prefeito Rubens Furlan. Os bons tempos voltarão. Pág. 07 Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal Pág. 03 Pré candidato Fernando Chucre e Jamo Little Brown Benedito Fernandes com Silvinho: todo apoio ao governador Cláudio Lembo Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir) acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento Pág. 10 Massacre na justiça Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava. Pág. 10 Leia a Mensagem de Cristo O poder da oração Pág. 09 Página 2 Edição 67 DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Editorial O que acontece com a ética, com a moral e com a honestidade? A serpente rasteja Nestes tempos de sensacionais e milionários apliques e da verdadeira reverência a que cada vez maiores parcelas dos nossos conterrâneos se dignam a prestar, louvando e festejando os protagonistas de formidáveis trambiques e maracutaias (até com danças da pizza), é de se lembrar o velho e já desgastado jargão do nosso mais celebrado jurista, Rui Barbosa: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarse os poderes nas mãos dos homens, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Nada mais atual e emblemático. Difícil acrescentar-se a essas antigas frases – na verdade tão fortes e tão presentes – qualquer tipo de complemento em face ao terror e à insegurança jurídica que hoje vivenciamos nesta nossa abençoada, mas tão pobre e tão vilipendiada, Nação. É um jogo de tudo ou nada. Tudo pelo poder, afastando-se de vez e com força total (a força do Estado) as noções mais elementares de direito, de ética, de moral e de honra. Interesses gigantescos e reconhecidamente fenomenais alimentados no seio da Nação e além dos nossos mares e das nossas fronteiras, utilizam-se de verdadeiros fantoches para impor a toda a população nacional a pobreza, a miséria e a mais ampla e total falta de perspectivas; olhos postos apenas e tão somente na possibilidade de lucros e de lucros cada vez mais crescentes levam de roldão princípios elementares da vida em sociedade e, paralelamente, numa ação finamente orquestrada, tão inexorável quanto irreversível, sucateiam e lançam ao lixo as nossas mais importantes instituições. De nada valeria ser repetitivo e aqui demonstrar ao leitor a situação em que se encontram as nossas áreas de saúde, educação, segurança, previdência, trabalho e até mesmo a dos direitos mais elementares e comezinhos, como o direito à vida, à propriedade e o de livremente contratar; leis apenas literais, lançadas ao espaço sideral e, na prática, inacessíveis e inatingíveis pelos pobres cidadãos que delas se vêem obrigados a se socorrer. Para uns poucos (no poder ou nas suas bordas) sucatear instituições públicas é um negócio milionário. Você tem plano de saúde? Seus filhos estudam em escolas públicas? Você paga segurança particular? Além das taxas, tarifas, impostos e outros apliques você também paga para que o local onde você mora seja cuidado por particulares em questões relacionadas à infra-estrutura, limpeza, asfalto e manutenção? O que efetivamente ocorreu com a ética, a moral e a honra de alguns tempos a esta data? Argumentam alguns que a síndrome da corrupção, “o toma lá dá cá”, a barganha e a “lei de Gerson” são braços de uma antiga cultura em nosso País. Somos – por descendência e natureza – fracos, falsos e corruptos e, em tendo possibilidade ou no exercício de qualquer cargo – minimamente relevante que seja – não titubeamos em esmagar os nossos semelhantes para assim obter qualquer tipo de vantagem, ainda que por mínima e insignificante que possa parecer. Ser corrupto e venal é uma cultura nacional, afirmam os mais céticos. Ocorre que no decorrer dos oito anos de FHC e agora, nestes últimos quatro, a corrupção escan- carou-se de tal maneira que nem mesmo o Conselho de Ética (não se sabe se é para rir ou para chorar) vai conseguir sobreviver a tantas e tão visíveis negociatas dos homens que se encontram no poder e que o exercem em nosso nome. A bem da verdade, os rumos demarcados pelo grupo no poder antes deste, voltados a privilegiar os organismos financeiros nacionais e internacionais foram até mesmo exacerbados: nunca os bancos e as instituições financeiras lucraram tanto como nos últimos 12 anos (oito de FHC e mais quatro do atual). O povo, porém, ganhou em contrapartida o “fome zero”, a “bolsa família”, o “vale-transporte”, “vale-alimentação” etc. Ou seja, expandiu-se de forma geométrica e universal a miséria que hoje assola toda a nação. A sofrida classe média (em vias de extinção) se vê presa fácil dos abutres que rondam o desastre. Na maior parte das grandes cidades do interior, o poder público municipal, numa ação orquestrada com grupos interessados em privatizar a administração e a segurança pública, nos mesmos moldes do já ocorreu no passado com a saúde (planos de saúde) e com a educação (escolas particulares), cria a esdrúxula figura de “loteamentos fechados”. Dessa forma o poder público exime-se de suas responsabilidades constitucionais de responder pela manutenção, obras e serviços nesses locais e, sob o comando de ‘associações’, cria miniprefeituras particulares. Miniprefeituras com o poder de tributar os cidadãos e ir à Justiça para receber o que voluntariamente gastou. Mais criminoso do que essa perversa maquinação é o fato de o Poder Judiciário, em muitas de suas comarcas, verem com bons olhos a instituição desses impostos para instituições particulares. O que pode ser constatado com o aceitar e dar andamento a ações de cobrança sem sequer atentar para o fato de não haver nenhum documento, de responsabilidade dos moradores e dos proprietários, que os vinculem às tais ‘associações’. Mais grave, porém, que a miséria e a falta de perspectivas é a destruição cabal de grande parte das nossas instituições. Assim que chegou ao poder, o grupo que procura por todos os meios lá se manter liquidou, primeiramente, a ferramenta política (o partido) que para lá o conduziu. Os escândalos envolvendo José Genoino, seu irmão e outros altos dirigentes da agremiação praticamente, se o povo tiver um mínimo de memória, liquidou quaisquer pretensões que esses senhores possam ter na vida pública. Na seqüência, rolaram as cabeças de ministros de Estado (José Dirceu, Luiz Gushiken, Palocci) e parece que ainda outros irão. O Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) desmoralizou-se em face de tantos escândalos e de tantas negociatas. O STF, depois da tumultuada passagem do ex-ministro da Justiça de FHC, Nelson Jobim, tem pela frente a dura tarefa do soerguimento moral. O que será que ainda resta por destruir para que os nossos conterrâneos abram os olhos e num repente de consciência e iluminação dêem um basta a essa corja de bandidos que, travestidos de políticos, buscam apenas e tão somente saquear a Nação? Como diz em seu livro o ilustre escritor Jaime Pinsky “O Brasil te futuro?”. A meu ver, depende de como vamos votar, não é? Jamo Little Brown Pérolas & Pedregulhos ATÉ TU BRANT *** LENÇOL SANTISTA Sarney que nos idos da década de 50 abateu a oligarquia de Vitorino Freire no Maranhão, e implantou a sua própria, pertencia à “banda de música” da UDN. De salto em salto por ironia do destino chegou ao posto de presidente, “o poeta virou presidente”, teve uma recaída e voltou a ser poeta. Hoje deixou os lençóis maranhenses e dedica-se ao lençol santista. Ele gosta muito do Maranhão e de mar. *** PROFETAS DO ACONTECIDO O sociólogo que dirigiu? por oito anos a nação ataca nos jornais com muitas perguntas. Deve ser pela afirmativa de que a pergunta é a base da filosofia. Reinou por oito anos, doou grande parte do patrimônio nacional, aumentou a dívida. O equilíbrio foi total: não temos nada e devemos tudo.Não questiono a privatiza- ção e sim a maneira afoita como foi conduzida, as moedas podres, financiamentos do BNDES, indexação das tarifas. As mazelas foram tantas que os mais rancorosos chamaram-na de piratização. Outro profeta é Delfin Neto, originariamente Delfino, por vinte anos foi o czar da economia, não resolveu coisa nenhuma. Legalizou a agiotagem com o imposto sobre operações financeiras, complicou o protesto para os cheques sem fundos. “Sofreu” um borbulhante exílio em Paris como embaixador. Palpitante ou palpitosa é a sua colaboração atualmente. “O silêncio é, algumas vezes, mais eloqüente do que os discursos”. *** REDUÇÃO DE IMPOSTOS Está sendo praticada pela atual administração federal, só faço um pequeno reparo, o compartilhamento é entre a União, o Estado e o Município, este como caudatário será atingido, ficará com a receita menor ainda. Imposto só não basta. Explique-se a União, como é que ficam as contribuições? Simplesmente continua como está? A contribuição pertence à União. Continuará servindo para aumentar o superávit primário para o encantamento do Partido Financeiro!! “É gostoso ocupar a sombra alheia” *** PESQUISA Revela um dado momento. Se você estudá-la devidamente, item por item, terá um panorama futuro corrigível. Vamos tomar cuidado para não banalizar a pesquisa, jogando estatística na lata do lixo. Os que se sentem prejudicados pelo resultado da pesquisa, perdedores momentâneos, devem trabalhar para corrigir as possíveis falhas indicadas pela pesquisa. “Chore na cama que é lugar quente” *** TV DIGITAL Pelo andar da carruagem esta inovação não estará disponível em 2006. Há interesses demais em jogo; é briga de cachorro grande. O galã do Triângulo Mineiro, Hélio Costa, porta voz do Sistema Globo de Televisão, contrariou interesses poderosos. Uma das mais assustadoras notícias do atual quadro político brasileiro passou praticamente despercebida, confinada em pequenas notas de páginas internas dos jornais. Os comentaristas políticos, preocupados com o mar de lama que nos avassala, ao que me consta não lhe dedicaram maior atenção. É preocupante. É como se a fundação do Partido Nazista em 1920 tivesse sido noticiada em três linhas. Tornou-se realidade: a Igreja Universal do Reino de Deus, seita fundada pelo bispo Edir Macedo, que até então se utilizara de variadas legendas para atingir seus objetivos, agora passa a dispor de um partido político próprio, o PMR, que aliás está mudando de nome e passará a se chamar Partido Republicano. Já conta com um senador, Marcelo Crivella, o sobrinho do senhor Macedo que fala bem e tem cara de santo, embora tenha sido flagrado anos atrás, em vídeo que passou na televisão, gargalhando eufórico, em meio a seus parceiros, enquanto jogavam para o alto aos punhados as montanhas de notas arrancadas dos fiéis, quase todos pessoas humildes e de pouca instrução. O vice-presidente José Alencar, Edir Macedo por Francisco Marcos “Juízo que, constituindo-se na encruzilhada onde se encontram os espíritos ligados aos grupos mais diversos, se exprime e se modifica sem ser condicionada necessariamente pela aproximação física dos indivíduos” – definição sociológica de opinião. Quanto a povo temos: “conjunto de indivíduos que falam a mesma língua, têm costumes e hábitos idênticos, afinidade de interesses, uma história e tradições comuns”. Brant eu conheço como parlamentar afinado com questões tributárias, mas como adepto do sofismo eu desconhecia. Deve ter aprendido com o filósofo José Genoíno, conviveram por muitos anos na Câmara, que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Brant afirmou: “povo e opinião pública nada têm em comum”. Já Benedito Valadares perguntava se alguém sabia qual era o endereço do povo. Com sua catilinária Brant forneceu aos demais envolvidos nos processos de cassação a receita milagrosa para uma pizza segura e de fácil digestão entre seus pares. “Nunca se mente tanto como antes das eleições, nas guerras, depois de uma pescaria e durante uma comissão parlamentar de inquérito”. e prepara o bote Como é muito hááábil poderá se safar. A conferir “Muita esperteza acaba engolindo o esperto” *** FRANQUIA Modalidade de investimento/ negócio que já existe há muitos anos no Brasil (postos de gasolina, lojas Dr. Scholl e outras menos votadas), pegou foco nos últimos vinte e cinco anos. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) já temos vários investidores virando Joana D Arc, compraram franquias e não conseguiram implantá-las. Máster franqueadores apelam para as chicanas jurídicas, não devolvem o dinheiro, o pessoal está no ora veja. A bronca maior está no setor de café, é bom lembrar que nós devemos contar sempre com a orientação de um advogado, dar uma de fran ciscano e tentar economizar leva para o barato que sai caro. “Não chore sobre o café que deixou de ser servido” *** PAULO ROBERTO SEVERO PIMENTA Deputado federal PT-RS, em primeira legislatura é atuante e com presença nos trabalhos da Câmara; 86,4 por cento em 2003, 82,1 por cento em 2004 e 77,4 por cento em 2005, a diferença está registrada com “missão oficial autorizada”. Nosso herói cometeu ato explícito, notório e documentado de quebra de decoro parlamentar. Tudo televisionado ao vivo pela TV Câmara, tentou plantar uma lista “fajuta” na CPI quando da inquirição do grande “laranjal” chamado Marcos Valério. Romeu Queiroz que confessou ter recebido dinheiro do “ruralduto” foi absolvido em plenário, Paulo Pimenta passou batido. No mínimo foi uma “minipizza”. “Democracia é o império da lei” ou FOI? *** ESCREVENDO DE FLORES Lúcia Santaella, Dispore pelo lado maternal e Santaella pelo lado paternal, é uma luminar da semiótica. Doutora em Teoria Literária pela PUC-São Paulo, com passagens pelas universidades de: Indiana(EUA), Berlim e Kassel na Alemanha. Premio Jabuti em 2002. É minha contemporâ- nea no Instituto de Educação Barão do Rio Branco, em Catanduva-SP. Tenho a satisfação de ter presenciado o início da carreira desta “mignon” na estatura e “grand” no conhecimento e dedicação. “Os melhores perfumes estão nos menores frascos” *** TELECOMUNICAÇÃO “Espelhinhos” concorrentes das grandes empresas telefônicas, desenvolvem uma estratégia de marketing notável. Praticam uma política de pequenos passos, capacitam seus profissionais, não utilizam a grande mídia publicitária, valorizam a internet, criam sites inteligentes e de fácil consulta.Comem o mingau pelas bordas, afirmação gaúcha, mas sempre válida. As grandes oferecem SUPER, SIM e as pequenas tarifas realimentes econômicas, sem truque e sem magia, e muito menos alarde. Se o atendimento das chamadas pequeno aos seus usuários tiver um apelo humano: Atenção e carinho. Dispensando a voz mecânica e falando com pessoas, que se cuidem as arrogantes. “A arrogância não é privilégio dos sábios, mas sim dos ignorantes”. *** MERECIMENTO AMBIVALENTE Petistas e tucanos se merecem, muito, muito, muito.O que diferencia é o estilo, tucano tem sutileza, petistas arroubos, bazófias e bravatas. Os tucanos falam, mas não dizem, os petistas falam e agridem. Pena que nosso rincão continua um deserto de homens, quando surge alguém diferente é cooPTado ou esmagado. Os cenários para a grande farsa estão sendo montados, até que enfim teremos um espetáculo, que não é do crescimento, mas do xingamento. Há um quarto de século estamos patinando, o jogo do cachangá, tira, põe, deixa fica. “As almas dos governantes e dos opositores são atiradas ao mesmo molde” Francisco Marcos, publicitário e cientista político lato senso [email protected] E mais ainda, a nova agremiação conseguiu a filiação do vicepresidente da República, José Alencar, e anunciou que vai lançá-lo candidato à Presidência, na próxima eleição. Alencar, que no dizer do colunista Arnaldo Jabor assumiu sem constrangimento a posição de coroinha de Macedo, não explicou as razões para a sua nova opção política. “Esse é o principal projeto político do partido criado pela Igreja Universal do Reino de Deus”, informa o repórter Gerson Camarotti, na pequena matéria que O Globo dedicou ao assunto, no último dia 4 de outubro. Acrescenta que o novo partido só filiou dois deputados, José Divino e Vieira Reis, que deixaram o PMDB do Rio, porque Crivella acha fundamental uma bancada pequena e um partido enxuto “para poder negociar com outras legendas o apoio à candidatura presidencial de Alencar.” “Queremos um partido enxuto, para trocar o apoio de outros partidos pelo voto no Zé”, declarou o supracitado Crivella, numa intimidade com a segunda autoridade do País de dar água na boca a muita gente boa. Ou seja, o tal Partido Republicano não está brincando, oferece o menos relevante para tentar dar o bote e abocanhar logo o posto que numa república como a nossa tem foros imperiais. Sinto o impulso de ser repetitivo e peço desculpas por reproduzir abaixo trecho de crônica já divulgada neste espaço meses atrás e intitulada “O ovo da serpente”: “Conhecida seita nasceu no País; em poucos anos prosperou a ponto de estender seus tentáculos por dezenas de países. O que prega ela? Além da lengalenga, comum a todas, da salvação da alma, defende crenças medievais, como a suposição de que as pessoas ficam doentes não pela ação de micróbios mas por falta de fé e porque demônios apossam-se dos seus corpos. É como se séculos de cultura e ciência e figuras como Pasteur e Oswaldo Cruz nunca houvessem existido. Além disso, extorque as camadas mais carentes, por meio da cobrança de dízimos e contribuições incessantemente reclamadas. Desse modo amontoou fortuna gigantesca, empregada em investimentos financeiros, construção de templos que rivalizam em imponência com os de igrejas milenares e, em boa parte, no estabelecimento de uma rede de comunicação de massa gigantesca, que lhe permite não só Edir Macedo: partido próprio para tomar o poder multiplicar o poder de proselitismo como influenciar a opinião pública em questões decisivas para o futuro do País. Sua rede nacional de televisão conta com jornalistas e vedetes do entretenimento contratados por salários astronômicos e consolida-se cada vez mais como uma efetiva opção de audiência em massa. O mais impressionante é que essa seita não hesita em confessar que seu objetivo não é apenas amealhar almas para uma suposta futura bem-aventurança no reino dos céus, mas sim que tem um objetivo de conquista, a longo prazo (aqui vejo que subestimei a turma!), do poder temporal, tendo para isso constituído braços políticos, que se infiltram por diversas organizações partidárias, embora concentrando-se sobretudo em uma ou duas. Nesse ponto temos de reconhecer: podese acusá-los de muitas coisas, menos de aliado a não serem sinceros. Ou seja, corremos o risco, se forem bem-sucedidos, de termos um dia instalado no País o mais retrógrado de todos os regimes políticos, o teocrático, como bem exemplificam governos como os dos aiatolás no Irã ou dos talibãs no Afeganistão. E o mais assustador de tudo é que, de certa forma, essa gente que exorciza demônios e possessões em pleno século XXI já chegou de fato ao poder, como base parlamentar e aliada do partido popular, supostamente de esquerda, eleito com o objetivo declarado de modernizar o País e curar e educar seu povo. Será que votos numa eleição ou no Congresso justificam isso? Será que justificam tudo? Capitalistas, inclusive judeus, financiaram Hitler como uma barreira ao comunismo, na ilusão de que poderiam controlá-lo no momento que quisessem; todo mundo sabe o que aconteceu. Agora, rumamos em silêncio para a possibilidade de que nossos filhos ou netos venham a viver num estado teocrático, embora muitos possam achar essa hipótese desprezível, quem sabe até risível. Mas foi com base na indiferença e na incredulidade, é bom insistir, que os nazistas tomaram o poder e desencadearam o apocalipse.” O que falta a Universal explicar é para que quer o domínio político do País – eleito, não há dúvida, Alencar serviria apenas de escada para essa gente, do mesmo modo que o velho presidente von Hindenburg serviu de escada para Hitler em fevereiro de 1934. A serpente saiu do ovo, rasteja e arma o bote. Quando é que as forças vivas e conscientes deste País vão abrir os olhos e se mobilizar contra essa ameaça? Ou será que estão todos hipnotizados e paralisados, como a presa diante da cobra, à espera de que o pior aconteça? Catástrofe anunciada É só questão de tempo: os cientistas alertam, assim que o vírus da gripe das aves passar por ligeira mutação, milhões de pessoas serão contaminadas e morrerão no mundo inteiro, numa repetição da tragédia da gripe espanhola de 1918. Tragédias como essas são um estímulo ao fundamentalismo religioso: sempre há algum pastor para anunciar que se trata de um castigo divino, por causa dos pecados dos homens. Rubem Mauro Machado, fonte: site ABI DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Edição 67 Página 3 Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal Simples e humilde como seu pai (Fuad Chucre, prefeito de Carapicuíba), Fernando Chucre visitou a redação de Leia O Jornal. Na condição de pré-candidato pelo PSDB à Câmara dos Deputados, Fernando Chucre falou da importância da representação legislativa, tanto estadual quanto federal, como forma de minimizar os problemas da região Oeste. Em especial das cidades mais pobres, como Carapicuíba, que são “inadministráveis” sem os repasses de verbas do governo. Há quatro anos, Fernando Chucre foi candidato a deputado federal a pedido de seu pai, Fuad. Trabalhando há 18 anos em seu próprio escritório de Arquitetura, Fernando até então havia se mantido distante da política. “Vivo do meu trabalho como arquiteto”, diz. Atendendo ao pedido de Fuad, Fernando candidatou-se e foi bem acolhido pelos eleitores da região: conquistou 98.300 votos, sendo primeiro suplente do PSDB, uma legenda que exige um coeficiente de votação bastante elevado. Mesmo sem ser eleito, o resultado animou Fernando a participar mais de perto da política estadual do seu partido, tornadose membro do diretório estadual e coordenador da Grande São Paulo Oeste, que hoje reúne oito municípios. No ano passado, aceitou o convite do prefeito Fuad e foi durante quatro meses secretário de Indústria. “Aceitei o cargo com uma missão estabelecida: montar um balcão que facilitasse a emissão de documentos para os empresários”, conta Fernando que só ficou na Secretaria até firmar os convênios com a Receita Federal, Junta Comercial e demais órgãos e treinar os funcionários. Segundo ele, hoje os empresários conseguem toda documentação em torno de 48 horas. Fernando sempre defendeu que o prefeito de Carapicuíba deveria ser o candidato a deputado federal, pois, em sua opinião, mais do que um bom prefeito, Carapicuíba precisa de deputados que lutem para trazer recursos. “Devido a todos os problemas já conhecidos: ser a segunda menor renda per capita do Estado, ser cidade dormitório, entre outros, Carapicuíba não pode sobreviver sem recursos externos”, defende. Em princípio, Fernando descarta uma futura candidatura sua a prefeito da cidade, justamente por acreditar na importância de deputados lutando para trazer recursos federais e estaduais, além de conhecer a batalha diária de seu pai, para suprir as despesas básicas da prefeitura. Caso seja confirmado candidato, Fernando acredita que este ano, pela projeção nacional do PSBD (o ex-governador Geraldo Alckmin candidato à Presidência da República e o ex-prefeito José Serra candidato ao governo do Estado) o esforço de campanha poderá ser menor e será possível manter a mesma votação. Outro fator que certamente favorecerá a candidatura de Fernando Chucre é seu dinamismo jovem e o fato de que será seu primeiro mandato. “Existe um desejo muito forte de renovação do quadro político em Brasília, principalmente por essa seqüência de deputados legislando em causa própria que se tem visto”, analisa. Por outro lado, Fernando está bem consciente das dificulda- Tributo a Fuad Chucre O melhor prefeito do Brasil Prefeito Fuad Chucre de Carapicuiba/SP Pré candidato a deputado federal, Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal des que poderá enfrentar na Câmara dos Deputados. “Converso bastante com políticos que foram prefeitos na região, como Rubens Furlan e Celso Giglio, e se elegeram deputados federais e não gostaram da experiência de Brasília”. Ainda assim, Fernando projeta concentrar seu trabalho em programas que possam gerar recursos para as cidades da região. Entre eles, está a criação de uma assessoria parlamentar para nortear projetos para municípios da Região Oeste. “O que se tem visto são deputados se elegerem por determinada região e depois tentarem criar em outras partes do Estado. Quero concentrar o meu mandato na luta pela melhoria da Região Oeste”, explica Fernando. Ao falar da importância dessa base parlamentar, Fernando cita como exemplo, o Grande ABC que tem quase o mesmo número de eleitores e conta com dez deputados, enquanto a região Oeste tem três. Já na área de assessoria parlamentar, conforme Fernando o município de Santana de Parnaíba é o único bem estruturado na busca por verbas externas – Barueri também é bem estruturada mais por ser rica, não busca recursos “Devido a todos os problemas já conhecidos, Carapicuíba não pode sobreviver sem recursos externos.” Caro Deputado João Paulo Cunha ficam os dedos. A luta continua. Perseguido e estigmatizado que tenho sido ao longo de grande parte da minha vida, sem culpa formada e apenas por questões ideológicas, sei e respeito os dias e as aflitivas horas que V. Exa. viveu. Felizmente, seus pares tiveram luz e reconheceram a improcedência das denúncias. De portas e coração aberto, aceite o nosso reconhecimento pelo formidável e gigantesco trabalho que V. Exa. realiza pela nossa Cidade e pela nossa Região. Parabéns. Leia O Jornal Jamo Litlle Brown. (fundo de compensação dos municípios que não tem arrecadação suficiente), Fernando cita a construção da Fatec e a desapropriação da Inac, onde será construído um centro social urbano. “É a criatividade da administração usada em favor da população de Carapicuíba”, explica. Isso porque o Fumef tem uma trava legal: são recursos municipais que só podem ser utilizados no sistema viário ou de transporte de interesse metropolitano. Então o governo de Carapicuíba busca aliar o interesse da população e encontrar brechas para a utilização desses recursos. Para este ano, o prefeito Fuad Chucre dará continuidade à obra na área do Inac, próxima ao Ariston, região com pouco infra-estrutura para a população. Ali já está em fase de término a construção do Batalhão da Polícia Militar e serão construídos creche, pré-escola, campos de futebol, quatro quadras cobertas, centro de convivência para a terceira idade. Ou seja, uma obra que reunirá uma série de equipamentos públicos para o bem-estar da população de Carapicuíba. Aproveitamos para chamar a atenção do prefeito Fuad e de seu filho Fernando Chucre para a retaliação que estamos sofrendo por parte do seu gabinete e do secretário de comunicação engenheiro Guilherme e sra. Taís, só pelo fato de na edição 64 termos feito uma homenagem ao sr. Fuad, colocando-o como o melhor prefeito do Brasil, conforme matéria que reproduzimos ao lado. É lamentável que as notícias boas o gabinete não deixe chegar ao conhecimento do prefeito. Só as más. A não ser que haja contra-ordem por parte do prefeito. Afinal o candidato Fernando Chucre se comprometeu a verificar por que Leia O Jornal não tem recebido releases e a enviá-los. O fechamento foi atrasado e um dia e meio depois nem as notícias nem o futuro candidato retornou com informações. Jamo Little Brown “Existe um desejo muito forte de renovação do quadro político em Brasília, principalmente por essa seqüência de deputados legislando em causa própria que se tem visto”Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal Fernando Chucre quer ajudar municípios pobres da região Oeste OSASCO Parabéns pela Vitória. A Justiça prevaleceu. Parabéns, também, pelo discurso claro e realista, classificando setores da imprensa como falsos e hipócritas. Felizmente, na nossa visão – em que pese estarmos em campos ideológicos diferentes – não apenas antevimos a sua vitória como a ela nos unimos, levando aos nossos leitores de todo o Brasil o “perverso e maquiavélico” plano urdido contra Vossa Excelência. Infelizmente, eles conseguiram parte dos objetivos: o de impedir o vôo de V. Exa. para cargos mais altos. Porém, vão-se os anéis e fora. Fernando atribui essa estrutura de Santana de Parnaíba à competência do prefeito Benedito Fernandes, que já foi subprefeito da Freguesia do Ó na administração Jânio Quadros em São Paulo. Fernandes foi também secretário de Fuad Chucre em Carapicuíba. “É um homem sério, competente e que muito ajudou a dinamizar a imagem do prefeito”, diz Fernando. Para ele, Benedito Fernandes foi substituído à altura por Décio, o atual Secretário de Finanças: “Décio é tão sério, competente e corretíssimo quanto Fernandes”. Sobre a administração Fuad Chucre, Fernando ressalta a luta do prefeito para bem servir o povo pobre de Carapicuíba. “Quando ele não está na cidade, está no gabinete do governador ou nos dos secretários tentando buscar verbas para os projetos da cidade”. Segundo Fernando, o governo do Estado, desde Mario Covas e depois com Geraldo Alckmin tem sido um verdadeiro parceiro de Carapicuíba, sempre ajudando em tudo que foi possível, repassando as ver- bas disponíveis. “Esperamos poder retribuir a parceria ajudando o governador Alckmin em sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto”, diz. Entre as obras que Fuad Chucre está realizando a partir do repasse de verbas do Fumef RA PA BÉ NS Do ponto de vista popular, o alinhamos junto aos mais destacados prefeitos da região e nos vemos na obrigação de endossar a opinião de muitos dos nossos cidadãos que o vêem como melhor prefeito do Brasil. Sua maneira de ser, agir e viver reflete a grandiosidade do ser humano que ele é. Dotado de acentuada sensibilidade e preocupação com o bem-estar dos seus semelhantes, ele não é, em verdade, diferente dos grandes tocadores de obras, o que lhe tem permitido fazer avançar e humanizar a mais pobre e sofrida cidade da Grande São Paulo. Se não fosse o bastante, o município ainda se vê sufocado pela obrigação do laudêmio ao município de Barueri, imposição legal que somente se serve ao benefício de ricas e abastadas famílias e às multinacionais. O laudêmio, uma espécie de IPTU, embora de valor irrisório, é uma taxa cobrada em favor dos índios. Também deveria estar a serviço de Carapicuíba e de seu povo por ser, originariamente, também uma ex-aldeia indígena. Deixamos isso para técnicos e especialistas tributários, nos limitando a enaltecer este homem simples, honesto, bondoso, caridoso, íntegro e que - por ser dócil e gentil - se tornou voluntariamente escravo de seu povo. Até sua privacidade ele deixou de lado, colocando-se diariamente desde as quatro da manhã e até altas horas da noite ao lado das pessoas necessitadas as quais, em fila na sua porta, lhe trazem todos os tipos de problemas e de reivindicações. De alguma forma, resolve ou minimiza os problemas e todos se vêem atendidos e satisfeitos com a atenção e o respeito que lhes demonstra a maior autoridade do município. Cidadão diferenciado, ele nasceu para servir e não para ser servido e tem encontrado no seio da sua família, principalmente por parte da sua esposa, o maior apoio para dedicar-se ao bem dos cidadão e por fazer avançar a sua cidade. Como todo ser humano, também comete erros e falhas. Com a ajuda do ex-prefeito de Osasco, Silas Bortolosso, aprendemos a admirá-lo e a gostar dele como a pessoa simples que é. Às vezes, por simplicidade e pureza, fazemos dele um centralizador, quando na verdade é a sua maneira, o seu jeitão característico de administrar a sua sofrida cidade de forma pessoal e direta, demonstrando com a sua presença o respeito aos cidadãos da sofrida população de Carapicuíba. Pelo seu jeitão de ser, muitas vezes assume compromissos com muitos que o procuram e – agenda atabalhoada - não comparece aos encontros, pelo fato de conviver com a periferia, atendendo a população. Por isso, são muitos os que desistem de procurá-lo. Chucre, que quer dizer bravio e selvagem, representa bem a personalidade de Fuad Chucre, um guerreiro sempre pronto a lutar para melhorar as condições de vida da população. Não obstante suas falhas, Fuad é um ser humano muito especial, gostem dele como ele é e terão um bravo e grande amigo ao seu lado. Que Deus abençoe seus secretários, principalmente os da Fazenda, Décio Vieira de Souza, Saúde, Educação e Obras, para que o prefeito tenha muita paz e, com a ajuda de Deus, administrar com inteligência e probidade as dívidas e os graves problemas de Carapicuíba. Saiba prefeito Fuad que o Senhor Jesus Cristo te ama e eu também. Muito obrigado. Muito embora conhecendo pouco a personalidade do prefeito Fuad, temos certeza de que ele merece este título de melhor prefeito humano do País, pela competência de administrar desgraças, pobreza, doença, fome, miséria, desemprego. Sejam também abençoados, por questão de justiça, os demais milhares de prefeitos de municípios pobres do Brasil, que como ele carregam em seus ombros todas as dificuldades do seu povo. Entre todos os problemas, Carapicuíba não tem sequer um terreno adequado próprio para seu aterro sani t ár i o. Acostumado a lidar com todos esses problemas, imaginem se o Fuad fosse prefeito de um município rico, como São Bernardo ou Barueri, pois o dinheiro que sobra naqueles municípios falta em Carapicuíba. E a única coisa que Fuad não tem direito a administrar é dinheiro. Mesmo assim esse gigante ainda tem coragem e força para respirar fundo e de todo coração, mesmo sem direito à privacidade, dizer agradecido a Deus que vale a pena ser útil, como prefeito, ao operoso povo trabalhador da sua querida Carapicuíba. Por isso, só podemos, carinhosamente, dizer que Fuad Chucre não tem só um coração de boi, mas um coração de elefante, capaz de abrigar todo seu povo. Homenagem de Leia O Jornal Jamo Little Brown Fuad: Significa coração e indica uma pessoa que se envolve em tudo o que faz e, por isso, sentese feliz com cada vitória que obtém por menor que seja. Em geral, na verdade, alcança quase sempre grandes vitórias. Beck Natação S NO Piscina 25 mts - Coberta - Térmica A 25 Natação e Hidroginástica a partir de R$ 45,00 (Mensal) *1 aula por semana - Horários Especiais Av. Dionisia A. barreto, 609 Fone: 3681-8128 MUSCULAÇÃO – Reinalguração Direção Greice Kerche Amplo salão, aparelhos novos e modernos. 1 aula grátis Página 4 Edição 67 DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM COCA X DOLLY Uma guerra sem refresco Inexplicavelmente quase sem ruído, já que há denúncias gravadas – o que em certos casos faz a alegria da mídia grande –, essa guerra protagonizada pela marca mais famosa do mundo encerra em seus bastidores sabores insuspeitados, como se verá a seguir. Marina Amaral Dois homens se cumprimentam em um escritório no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Trocam apresentações, não se conhecem pessoalmente. A porta da sala do anfitrião está aberta e duas microcâmaras ocultas captam o momento em que o empresário Laerte Codonho conduz o consultor Luiz Eduardo Capistrano do Amaral a uma poltrona e senta-se à sua frente no sofá. A reunião é de trabalho. Capistrano, como é conhecido no mercado o ex-executivo da maior engarrafadora da CocaCola no Brasil, a mexicana Panamco (Panamerican Beverages Inc., hoje CocaCola Femsa, também mexicana), foi chamado por Codonho, proprietário da marca Dolly Refrigerantes, para prestar uma consultoria, atividade que exerce depois de deixar o cargo de diretor na Spal, a engarrafadora da Panamco na região da Grande São Paulo, Campinas, Santos e Mato Grosso do Sul. O consultor não tem motivos para desconfiar do verdadeiro motivo da reunião marcada pelo dono da Dolly. O setor de refrigerantes no Brasil produziu 11,9 bilhões de litros em 2002. A Coca-Cola detém 50 por cento, a AmBev (Brahma, Antarctica e distribuição da marca Pepsi), 17 por cento, e 750 fabricantes regionais (os chamados tubaineiros) dividem os 33 por cento restantes. O crescimento vem sendo pequeno – 3,3 por cento de 2001 para 2002 – e cada ponto percentual do mercado é ferozmente disputado por grandes e pequenas, motivo suficiente para que a pequena Dolly, com 1,6 por cento do mercado nacional (ACNielsen, 2002), pudesse estar interessada em contratar os serviços de um ex-executivo da empresa líder. O relógio das microcâmaras marca 17h48m32s, 12 de junho de 2003. A primeira intervenção é de Codonho: está precisando de alguém que “conhece o jogo” e quer saber se o convidado não tem mais vínculos com a Coca-Cola. Depois de deixar formalmente a Panamco, Capistrano trabalhou mais um tempo para a empresa como consultor. Mas agora, afirma ele, está livre. A Coca-Cola Femsa – companhia mexicana da qual a Coca-Cola Company detém 39,6 por cento das ações – adquiriu recentemente a Panamco por 3,6 bilhões de dólares, tornando-se a maior engarrafadora da América Latina e a segunda maior engarrafadora mundial de Coca-Cola, atrás apenas da Coca-Cola Bottlement, dos Estados Unidos. Quatro minutos depois, a secretária entra trazendo uma bandeja. O visitante se serve de uísque com gelo, o anfitrião prefere um guaraná Dolly. A conversa segue mais relaxada. “Como a Coca-Cola pode deixar um cara como você solto?”, pergunta o empresário. O executivo sorri, lisonjeado. Diz que optou pela independência e que está examinando uma nova proposta de consultoria da Coca-Cola Femsa. A Spal, da qual ele foi diretor, atua no mercado das maiores regiões metropolitanas paulistas, o mais disputado do País, e responde por parte importante da dívida de 800 milhões de dólares da Panamco, absorvida na transação mexicana. A situação difícil em que se encontrava Capistrano antes da transação é o tema da conversa captada pelas câmaras agora e Codonho vai conduzindo o assunto para as estratégias usadas pela Spal contra a concorrência. “Contra mim também”, provoca o dono da Dolly. O ex-executivo sorri, entre cúmplice e sem graça. “Quando me disseram que você queria falar comigo, pensei: será Por ser o melhor refrigerante, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola que ele quer me matar, bater em mim...”, brinca. Codonho finge abrir o jogo: “Eu tenho apanhado barbaridade, estou sendo sacaneado o tempo todo, é fiscalização da Receita, ação do Ministério Público, pressão nos meus fornecedores. Quero alguém que dê o diagnóstico, localize de onde parte a pressão”. Capistrano admite que “realizou diversas estratégias” para tirar pontos dos concorrentes em São Paulo, principalmente dos chamados produtores regionais a quem chama de “caipiras”, excluindo seu cliente em potencial, é claro. É a deixa para o dono da Dolly encostá-lo na parede: “Ninguém melhor do que quem fez a bomba para desativar a bomba”. Capistrano nega que seja o único responsável – “há coisas orquestradas há anos” –, mas admite que agiu contra a Dolly, principalmente pressionando os fornecedores de insumos (embalagens, rótulos, açúcar e adoçante) a não vender para a empresa. “Eu não podia fazer nada ilegal”, completa, em tom de gozação. “Senão eu já tinha tido sucesso há muito mais tempo, eliminado a concorrência há muito mais tempo. No México não tem concorrência.” “Por quê? Como poderia ser feito isso?”, interessa-se o empresário. “Liquida, mata as pessoas todas!” “Não brinca, não, mas mata fisicamente também?”, pergunta Codonho, aparentemente perplexo. E o outro, rindo: “Fisicamente, se for necessário. No México são treze famílias no mercado de refrigerantes, então ou é Coca ou é Pepsi”. Codonho estimula o papo, reafirma o interesse em contratar os serviços do consultor. Em tom profissional, Capistrano diz: “Confesso que vim preparado para tudo, menos para essa contra-estratégia”. O relógio das câmaras marca 18h59m10s. O telefone acaba de tocar – é a senha para trocar a fita de vídeo enquanto Codonho finge falar com alguém. Quando “desliga” o telefone, vai direto ao ponto: “Como posso te remunerar?” Negociam rapidamente. A questão se complica quando bate nos cifrões. Capistrano quer saber os números da Dolly: faturamento, porcentagem de mercado que tem – “chuta” 10 por cento da Grande São Paulo (6,8 por cento em 2002, segundo a Nielsen), mas Codonho não entrega o ouro e pede que o consultor calcule quanto vale o seu tempo para “desarmar a bomba” em sessenta dias. Dez mil reais mensais é o valor inicial. O negócio parece que vai andar. Capistrano propõe chamar seu ex-chefe, Jorge Giganti – que dirigiu a Panamco depois de ter presidido a Coca-Cola do Brasil, do México e da Argenti- na – para ajudá-los. Argumenta que seria um articulador de peso e, “embora não precise de dinheiro, nesse negócio da Femsa ele ganhou 5 milhões de dólares e vai ganhar a quinta aposentadoria, talvez precise de um desafiozinho”. Codonho dá corda e acusa Giganti de ter sido o responsável pela “operação contra a Dolly”. O outro retruca, irônico: “Não, o Jorge Giganti não fez nada pra te matar, absolutamente. Claro, só me chamou e disse para eu fazer o que fosse necessário”. “Por que pra cima de mim?” “Coca-Cola é Coca-Cola”, responde Capistrano. “Então, agrediu a Coca-Cola é fatal. Tem que ter reação. Se você batesse só na Fanta, no Kuat, não sei o que e tal... Mas o problema é que num determinado momento há uma análise de que a Dolly estava tirando clientes da cola, da Coca-Cola.” “Mas chegou-se a essa análise?” “Sim, pelos números, você realmente pode fazer uma análise desse tipo.” (O guaraná Antarctica é o segundo refrigerante mais vendido no País, a Coca-Cola o primeiro. Desde que chegou ao País, a CocaCola briga para diminuir a participação do sabor guaraná no setor.) “O sabor guaraná está ganhando do sabor cola fomentado por guaranás de segunda linha: Dolly, Convenção etc. Então, isso começa a ser realmente o calcanhar-de-aquiles.” “Isso tudo precisamos estudar”, diz Codonho. “Preciso de sessenta dias para entrar de cabeça nisso”, responde Capistrano. E ressalva: “Saí da Panamco para mudar de negócio. Tive de demitir 15 mil pessoas enquanto estava lá, não é brincadeira. Sou um cara muito ético, muito leal, não sei se sou o cara que você colocou na cabeça. O que fiz com você era negócio. Achava que você estava no mesmo ritmo, entendeu? (...) Particularmente, nós dois temos essa simbiose, eu não queria conhecer você, eu não queria falar com você porque eu tinha uma missão que foi dada pelo presidente, o Giganti disse...”. “E qual era a missão?”, interrompe, ansioso, Codonho. “A missão era tirar você do mercado. Você tinha 5, 6, 7, 8 pontos, eu tinha que tirar 4 pontos da concorrência”, explica o ex-executivo. “Você fechou o cerco”, diz Codonho, parecendo sentido. Truco. O relógio das câmaras marca 19h31m49. A segunda dose de uísque é servida. A tensão se dissipa. “Infelizmente, o seu único azar é que eu podia ter saído um ano antes de lá. Ganhei mais um ano pra fazer isso.” “Filho da p.”, diz entre risos o dono da Dolly. O outro também ri: “E, eu te digo, o pior é o seguinte: não ganhei muito dinheiro com isso”. “Nesse ano, você me cutucou...” “Cutuquei porque era uma tentativa de orientação pra Coca-Cola, de treinamento para eles, do que eles poderiam fazer para um dia chegar a 70 pontos de mercado de novo, que eles nunca mais vão ter.” “Espera aí, vocês estavam fazendo protótipo em cima de mim?” Capistrano confirma: “Era uma visão do que eles poderiam fazer pra, de novo, algum dia chegar a 70 por cento de mercado. Esse desafio eu assumi em Atlanta (sede da CocaCola Company). Como é que o Brasil pode ajudar a chegar a 70 por cento de novo? Digo, vou tentar mostrar os caminhos por lá”. “E pau na Dolly, coitada da Dolly.” Ao que Capistrano responde: “Era uma, mas as outras, com a continuidade, iam sofrer igual”. Codonho puxa um ponto que considera parte da armação. Pergunta sobre uma portaria da Receita – a instrução normativa SRF nº. 034, de 1999 – que obriga os produtores de garrafa PET (essas de plástico) a relatar em minúcias suas transações com as indústrias de refrigerantes para o controle fiscal do volume vendido. “Vocês conseguiram fazer um negócio do caramba, aquela foi você, todos os produtores de garrafas terem que dar um relatório para a Receita.” Capistrano se envaidece: “Essa, sim, essa foi”. “Essa foi sua. Parabéns!” “Essa foi a única...” Codonho interrompe: “Era o ‘relatório Capistrano’, falavam assim. Então, quer dizer, o Capistrano quer saber quanto quer o mercado e ele mandou a Receita implantar um negócio desses...”. O outro se limita a sorrir. São quase 8 da noite, é Dia dos Namorados, os dois decidem continuar a conversa no dia seguinte. O diálogo final é em clima de franca “amizade”. “Você conhece a fábrica de Diadema?”, pergunta Codonho, referindo-se à Ragi Refrigerantes, a principal engarrafadora de sua marca. “Não. Aliás, já passei perto. Quando mandava o pessoal ficar... Só passava para fiscalizar se estava todo mundo anotando tudo, todos os caminhões etc.” (risos) “Filho da p.! (risos) Você fazia isso?” “Alguém tinha que fazer...” “Filho da p.”, repete Laerte, ainda rindo, deixando escapar um tapa um tanto violento no sofá. “Era você que mandava até isso...” “Não tinha muito problema, não. Tinha terceiros que faziam lá, que pesquisavam com os transportadores (para obter informações sobre volume distribuído e os pontos de venda da Dolly), mas o óbvio, o básico é sempre o básico.” Em tom de brincadeira, Capistrano pergunta: “Por que você não me procurou antes, me ofereceu 1 milhão de reais...?” E aí, falando sério: “Veja bem, talvez eu não aceitasse, sou um cara muito ético. Mas a Coca-Cola me convenceu a fazer coisas, com falsas promessas...”. Pausa para o almoço. Há duas horas assisto às fitas ao lado de Laerte Codonho no mesmo escritório onde foram gravadas, com o objetivo de provar que a Dolly havia sido vítima de concorrência desleal e abuso de poder econômico por parte da engarrafadora da Coca-Cola, segundo Codonho. Ele conta que passou a desconfiar de que Capistrano estivesse por trás de seus reveses nos negócios depois que lhe disseram que os vendedores da Spal andavam distribuindo cópias de um email difamatório contra a Dolly – dizendo que o refrigerante dava câncer – em mercadinhos, creches, pontos de ônibus, igrejas. “Um pastor chegou a ler o e-mail durante o culto”, diz. Suas desconfianças aumentaram quando um de seus fornecedores lhe disse que o ex-diretor da Spal lhe propusera contrato com a Coca-Cola em troca do corte na venda de embalagens PET para a Dolly. Ao ficar sabendo que o outro estava fora da Coca-Cola, marcou então uma reunião como se fosse contratá-lo para uma consultoria. Acabou gravando “mais de 30 horas de reunião”, diz, quando insisto em assistir às fitas na íntegra – a imprensa havia recebido trechos selecionados por sua assessoria de imprensa. Por fim, como ele não concorda em ceder cópias das fitas – “há nomes que preciso preservar” –, combinamos assistir no seu escritório, na íntegra, às três fitas referentes às reuniões gravadas nos dias 12, 13 e 17 de junho, que constam do inquérito policial 695/01 instaurado na 3ª Delegacia de Diadema a partir de um B.O. registrado por Laerte Codonho a propósito do e-mail difamatório. As gravações das outras duas reuniões com Capistrano foram parcialmente divulgadas à imprensa, mas preferi ignorá-las, uma vez que não foram aferidas pela perícia nem disponibilizadas na íntegra. Depois de um sanduíche, vamos para a segunda fita. “Dois meses já eram o suficiente para a gente destruir toda a participação de mercado que os produtores menores tinham.” Lobby na receita? 13 de junho, 9h57m. As microcâmaras registram um Capistrano engravatado com nova proposta sobre a consultoria pedida pela Dolly: “O que você quer vai envolver outras pessoas, você tem idéia da complexidade disso? Vou ter de me dedicar full time, o preço não é mais aquele padrão”. Acrescenta que vai estudar o caso para ver como tirar Codonho de suas dificuldades. Além dos prejuízos econômicos, há os processos por razões fiscais. “Há coisas difíceis de reverter, os processos, não dá para parar agora. Mas as coisas vão acabar se resolvendo de uma maneira ou outra. Sempre tem uma solução. A solução talvez seja você vender a marca: ‘Vou me livrar enquanto posso sair o melhor possível’. Talvez seja a última solução para resolver o problema. E pode ser que ainda haja coisas a fazer...” Codonho cutuca: “Por que vocês não compraram a operação naquela época? Sairia mais barato...”. “Você tem uma marca que eventualmente pode ser mantida”, continua Capistrano, sem se abalar. “Quanto vale?” “Bem, não conheço seus resultados. Pelo que sei, uns 20, 30 milhões, mais ou menos o preço da Simba (marca criada pela Coca-Cola para vender um refrigerante mais barato e ganhar parte do mercado dos “refrigerecos”, já vendida).” O dono da Dolly não concorda com a avaliação. Para mim, diz ter certeza de que a Spal queria detonar a marca e depois comprá-la barato. De Capistrano cobra: “Eu quero saber como você vai desarmar a bomba. Vocês infiltraram gente para me espionar, no Ministério Público, na Receita...” Capistrano nega ter cooptado o antigo contador da Dolly para passar informações e também ter subornado o fiscal da Receita denunciado por Codonho na Corregedoria. Diz que não sabia que um consultor contratado pela Spal para ajudar a tirar pontos dos concorrentes no mercado trabalhava para o dono da Dolly exatamente na área fiscal. Mas admite: “Quando nós armamos a estratégia, tinha vários pontos. Era com fornecedores, com a Receita Federal, com o Ministério Público, entendeu, tinha toda essa espionagem para formular os volumes... Tinha inclusive muitas coisas que nem chegaram a ser feitas. Não sei nem o que vocês iam fazer. Não ia ter matéria-prima no mercado pra ninguém...”, volta a dizer. “Não ia adiantar a gente espernear, brigar, pôr polícia...” “Por algum tempo, vocês só iam poder espernear. Mas eu não precisava de um ano de domínio total, precisava de dois meses. Dois meses com matéria-prima limitada, controlada, pingando, já eram o suficiente para a gente destruir toda a participação de mercado que os produtores menores tinham. Quer dizer, a estratégia nunca foi bolada pra matar ninguém, eu sou um cara humano”, brinca, rindo. “Toda a minha estratégia era dar de 55 a 60 pontos para a Coca-Cola. Nunca prevemos o desaparecimento de ninguém. A estratégia não era liquidar, e sim restringir. Então, a matéria-prima era o ideal.” E continua, referindo-se às acusações de Codonho de que a Spal teria cooptado funcionários de órgãos públicos: “A ação na Justiça é lenta, demorada, confusa. A Coca-Cola tem inclusive muita dificuldade de fazer pagamentos”. “Como assim?”, interessa-se Codonho. “Porque é o tal negócio: como a relação com os franqueados era muito complicada naquele momento... Quem você acha que tem dinheiro livre no mercado? A Coca-Cola? Não é. São os franqueados.”, entrega. “Que é a própria CocaCola...”, retruca Codonho. “É e não é. Mas, se você está em briga com a Coca-Cola, está tendo prejuízo todo mês e não consegue pagar a conta dela, você acha que ainda vai investir todo o teu caixa 2 em atividades para beneficiar a CocaCola?” E muda de assunto. Admite que procurou “informações fiscais” contra a Dolly através de dados obtidos com os fornecedores sobre as compras da empresa. “É mais ou menos óbvio que você tem de buscar as brechas com os for- Continua na página seguinte DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO necedores.” Codonho lança uma carta na mesa. Pede que Capistrano deponha, diz que precisa de provas documentais da atuação da Coca-Cola contra ele. Capistrano não responde. Continua a falar da pressão sobre os fornecedores, o que parece ser sua especialidade. Lembra a portaria da Receita, aquela que Codonho chamou de “relatório Capistrano”: “Essas coisas levaram os fornecedores a entender que eu não só tinha força como fazia o que prometia. A portaria saía, não saía, enrolava pra caramba, e saiu e o pessoal não queria cumprir. Eu disse: quem não atender não vai mais ser fornecedor. Como a essa altura eu tinha vários fornecedores, porque também fiz a diversificação de fornecedores, um pouco contrária à tese de menor custo, mas com finalidades estratégicas de ter mais poder sobre todos, então a gente conseguiu que isso prosperasse. Realmente foi a primeira pancada, todo mundo ficou com medo.” Volta a falar no contrato de consultoria, ainda não assinado. Repete: vai precisar de mais dinheiro, o assunto exige dedicação. Mais uma vez pede autorização para consultar o expresidente da Panamco, Jorge Giganti. Nada fica acertado, a não ser a próxima reunião. Ética e caixa 2 17 de junho, o reloginho marca 17h42 no vídeo. De roupa esporte, Capistrano se serve de uísque antes de entrar na conversa. Fala sobre um instituto (o Etco), diz que a idéia partiu da Associação dos Fabricantes de Coca-Cola como resposta a pressões da Company: “Essa linha ética está sendo cada vez mais exigida pelas empresas multinacionais. Depois, inclusive, dos últimos eventos nos Estados Unidos (caso Enron), não sei se você tem acompanhado o que está acontecendo, há uma nova lei que obriga todas as empresas que têm ações negociadas no mercado americano a se submeter a ela, que vai punir de forma exemplar os executivos que se envolverem em tramóias.” Codonho ironiza: “Pô, esses caras estão querendo que esse instituto vá cacifar esse negócio com a Coca-Cola operando do jeito que opera?” Capistrano segue explicando que o combate à sonegação fiscal vai aumentar através do controle direto da cadeia de produção pela Receita. “Precisa ver se eles vão ficar só nas portarias ou se vão partir para a contagem física. Se realmente vão conseguir implantar os medidores de vazão, controlar o fluxo de produção de cada um. Isso é uma coisa que o Hoche (Pulcherio, executivo da área financeira da Coca-Cola) havia comentado comigo há dois anos porque ele achava que ia ser a solução.” “Quem estava implantando isso, a Coca-Cola?” “Não, que eu saiba é uma portaria” (é a medida provisória nº. 2.158-35). “Sim, mas quem trabalhou foi a Coca-Cola para isso?” “Isso era um plano da Associação dos Fabricantes”, responde Capistrano. “Uma pergunta: quem manda é quem paga, você concorda comigo?”, pergunta Codonho. O outro assente com a cabeça. “Segundo, quem paga é que faz os seus rebates e está com o caixa 2 na mão. Quem é o homem hoje que está com o caixa 2?” “Eu acho que essa verba está sendo repassada pela Associação dos Fabricantes.” “E o que vinha do caixa 2?”, pergunta Codonho. “Vinha de sucata, muita sucata, sobra, coisa vendida para terceiros. Obras, principalmente civis. Você faz um contrato, o cara vai construir, o cara recebe 50 milhões para construir 5 mil metros quadrados e devolve 20 milhões em grana viva.” “Como funcionava o esquema?” “Mesmo esquema, os distribuidores recebiam e, como muitas vezes repassavam a mercadoria sem nota para terceiros, faziam o caixa 2 deles e passavam uma parte”, entrega Capistrano. “Sempre a corda estouraria...” “Do lado mais fraco.” ESTÁ VOLTANDO Capistrano, ex-diretor da Coca Cola, sai da delegacia após prestar depoimento. Prova do poder da máfia contra a Dolly “Do lado de quem fez, foi o distribuidor, ou o transportador, ou o construtor lá. Não tem risco”, diz Capistrano. Codonho pergunta se Jorge Giganti entraria “nessa”. Se deporia a seu favor. O outro responde que seriam precisos milhões de dólares. “Não sei o que você quer que ele deponha...”, acrescenta. “Depor as sacanagens, que tentaram me quebrar...” O outro se diz em dúvida. Reconhece que o nome de Giganti seria “bombástico”. Promete falar com o ex-chefe. Confirma, a pedido de Codonho, que outro “consultor” independente havia sido contratado para roubar mercado da concorrência – teria recebido 2 milhões de reais quando a Nielsen registrou 2 pontos de crescimento na fatia da Spal. Jura que não sabia que o mesmo consultor trabalhava para a Dolly, na área de tributos. Codonho quer que Capistrano arrume documentos que provem a contratação do sujeito. O outro diz que não sabe se tem como fazer isso. Codonho insiste, sem sucesso. Dá cadeia? Fui à 3ª Delegacia de Diadema, onde corre o inquérito policial sobre o tal e-mail difamatório. O delegado Marcos Dario da Silva me mostrou os documentos. Havia versões de todo tipo do e-mail, até manuscritas e enviadas pelo Correio. Li também os dois depoimentos de Capistrano – no primeiro, de 21 de agosto de 2003, ele limita-se a dizer que saiu da Spal em 1999 e, portanto, não era mais funcionário da Panamco à época dos fatos – e as declarações do representante jurídico da Spal, Marco Aurélio Éboli, confirmando que Capistrano havia sido demitido da empresa em dezembro de 2000 e trabalhado mais 12 meses como consultor contratado, exatamente como consta das fitas. Houve um segundo depoimento de Capistrano, quando o delegado o interrogou já com a transcrição das fitas feita pela perícia do Instituto de Criminalística de São Bernardo. “Esse é o único documento importante do inquérito”, afirma o delegado, referindo-se ao laudo que atesta: “Não há vestígios de edição nas fitas”. Nesse novo depoimento, prestado em dezembro de 2003 – portanto, depois que a Dolly já tinha aberto um procedimento para averiguar o caso na Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, com certa repercussão no Congresso e na imprensa especializada em negócios –, Capistrano admite que realmente trabalhou na Spal no período descrito por Éboli. Também declara que não sabia que estava sendo gravado, mas não confirma o conteúdo da conversa, alegando não se lembrar de seu “inteiro teor”. Nega que tivesse sido contratado pela Spal para desestabilizar a Dolly e também a autoria do e-mail difamatório. E conta sua versão da história: reuniu-se com o dono da Dolly, que estaria interessado em contratar os seus serviços, e a negociação teria sido fechada por 25 mil reais mensais. A conversa então teria tomado outro rumo. Disse que “Laerte (Codonho) fazia várias perguntas e, para não desagradá-lo, contei-lhe diversas blagues”, passando a dar “respostas dúbias” à medida que seu novo patrão o pressionava para confirmar que havia sido contratado pela Spal para o espionar e prejudicar sua empresa. Afirmou que, nas últimas reuniões, Codonho “lhe revelou o plano de usá-lo como instrumento de ameaça à Coca-Cola com a finalidade de obter uma recompensa de 100 milhões de dólares para que um escândalo fosse evitado”, como registra o escrivão da delegacia, e que ele deveria “ir ao México para conversar diretamente com os diretores da Femsa e pedir a quantia mencionada”. Quando “descobriu que o único objetivo de Laerte era esse, recusou-se a participar de qualquer esquema”. Laerte Codonho diz que as acusações de chantagem são mentirosas e que teria sido ameaçado por Capistrano para vender a Dolly, e também advertido de que se fizesse “qualquer denúncia à imprensa seria rechaçada por todos os lados, com força desproporcional”, segundo o que teria anotado. Não pude entrevistar Capistrano. Seu advogado, Roberto Telhada, prometeu que me receberia e que sondaria seu cliente a respeito, mas uma semana depois deixou de atender meus telefonemas. Por isso não consegui esclarecer de forma definitiva por que Capistrano e Codonho brigaram. O delegado Marcos Dario acha que “essa investigação não vai dar em nada. Será difícil provar qualquer versão”. Para ele, “o processo importante é o que está no Cade, que lida com essa questão de concorrência desleal”. Depois, me pergunta: “O que é blague?” “Uma espécie de piada”, digo, me dando conta de que era exatamente isso o que eu iria procurar saber. Não no sentido semântico, claro. Blague? Mais exato do que eu na explicação ao delegado, o Aurélio define blague como pilhéria, dito espirituoso. Durante pelo menos oito horas e quarenta minutos (a que assisti), o senhor Luiz Eduardo Capistrano do Amaral, diretor de compras e aquisições estratégicas da maior engarrafadora de Coca-Cola no Brasil durante três anos, contou “blagues” bastante detalhadas ao senhor Laerte Codonho sem saber que estava sendo gravado. Pelo menos nas três primeiras reuniões. Depois teria motivo para desconfiar disso, de acordo com sua versão da história. As “blagues” se referem ao modus operandi não só da Panamco, mas também da Associação Nacional de Fabricantes de Coca-Cola e da própria Company. Denúncias graves e não comprovadas, mas que partiram de um exexecutivo que teria condições de fazê-las. Decidi investigar como opera a Coca-Cola no Brasil de acordo com outras fontes, para ver se o que foi dito por Capistrano faz sentido dentro do mercado de refrigerantes no Brasil. Alguns nomes tiveram de ser mantidos em sigilo: não é fácil brigar com a Coca-Cola. Estive também no escritório de Ismael Corte Inácio, advogado de Codonho e de Júlio Requena Mazzi, dono da Ragi Refrigerantes (ex-Dolly Refrigerantes), a maior fabricante dos refrigerantes e respectivos concentrados da marca Dolly nas versões diet e normal dos sabores guaraná, limão, cola e laranja. Mazzi é o que se chama de “franqueado master”, uma espécie de Panamco da Dolly, em Diadema. O advogado me entregou cópias de todos os processos relacionados ao caso: um procedimento ad- ministrativo de 12 de agosto de 2003 que apura se há indícios de concorrência desleal e abuso de poder econômico por parte da Coca-Cola contra a Dolly, na Secretaria de Direito Econômico (SDE), ainda não concluído; um ofício do subprocurador da República Moacir Guimarães de Morais Filho, que atua junto ao Cade, pedindo em 9 de março de 2004 a abertura de inquérito na Polícia Federal, com o depoimento de três fornecedores da Dolly confirmando as pressões do ex-diretor da Spal para não vender insumos para a empresa; uma queixa-crime por difamação oferecida pela Ragi contra Luiz Eduardo Capistrano do Amaral em 10 de dezembro de 2003; uma ação indenizatória movida em 25 de fevereiro de 2004 pela Ragi Refrigerantes contra a Spal pelos prejuízos que teria causado por práticas anticoncorrenciais contra a empresa; uma denúncia contra um fiscal da Receita e um ex-contador da Dolly na Corregedoria da Receita Federal feita por Laerte Codonho (a sindicância foi instaurada, mas ainda não concluída); e uma representação de Júlio Mazzi contra o procurador Márcio Schusterschitz, que o teria “perseguido”. O procurador se afastou por vontade própria dos processos movidos contra a Dolly, alegando suspeição. Das três denúncias feitas em menos de um ano por ele – que atua na 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo –, uma não foi aceita e duas se tornaram processos e estão correndo na Justiça: ambos contra a Ragi Refrigerantes, por delitos de natureza fiscal. O procurador também entrou com uma ação civil pública contra a Ragi Refrigerantes e a Diet Dolly, firma que pertencia a Laerte Codonho e outros, encerrada em 1998. Atualmente, a firma de Codonho se chama Dettal-Part, dona da marca Dolly, localizada naquele pequeno escritório do Itaim Bibi. O advogado me informou ainda que a Coca-Cola entrou com uma ação civil contra a DettalPart e a Ragi Refrigerantes em 3 de março de 2004. Apesar de muita insistência, nem a assessora de imprensa designada especialmente para a crise Dolly x Coca, Lalá Aranha, da Companhia de Notícias, nem o gerente de comunicação da CocaCola, Maurício Bacellar, nem Karla Camargo, indicada como assessora de imprensa da Coca-Cola Femsa, atenderam a minhas solicitações de entrevistas e informações sobre o caso. Não foi atendido nem mesmo o pedido para que um dos advogados da empresa tomasse ciência do teor das denúncias. - JESUS tabilidade da empresa haviam sido supervalorizados nos documentos exibidos na hora da venda, e que haviam sido retirados fundos e transferidos para os Estados Unidos depois de realizada a transação. À época, o presidente da Coca-Cola no Brasil era Jorge Giganti, o presidente da Panamco citado por Capistrano. “Isso não estava no espírito do negócio”, escreve delicadamente Vidigal, que cita várias outras passagens sobre o tipo de relacionamento que a Company mantém com seus franqueados no livro editado pela Rocco em 1995, um ano depois de ele ter revendido a empresa para a Embolletadora Andina, engarrafadora da Coca-Cola no Chile. O direito de usar a marca – presente em 200 países – custa além do dinheiro desembolsado, conforme Vidigal. Quando adquiriu a franquia, ele queria que a Coca-Cola mantivesse uma participação acionária na empresa, mas a Company só venderia os 100 por cento. Vidigal acabou aceitando e assinou um contrato de cinco anos, renováveis, de acordo com ele, um risco para quem gasta milhões de dólares em um negócio e pode perder a marca antes mesmo de reaver o investido. O preço do concentrado vendido pela Coca-Cola para fabricar o refrigerante também pode subir de repente, conta o livro, mas não o preço final, em razão da concorrência. Essas seriam as condições oferecidas aos interessados em participar do Sistema CocaCola, que em 2003 trouxe um faturamento de 21 bilhões de dólares à Coca-Cola Company e lucro 43 por cento maior que o de 2002, apesar da queda de 6 por cento nas vendas do setor de refrigerantes no mundo e da situação de quase estagnação nas taxas de crescimento das vendas da própria CocaCola. A principal acionista da Company é a fundação Woodruff e o maior investidor externo é Warren Buffett, um gigante do mercado financeiro que integra o conselho de administração em Atlanta. Até meados da década de 90, a estratégia era lucrar o máximo com a marca através de um sistema de franquias no qual o valor pelo uso da marca é embutido no preço do concentrado produzido exclusivamente por ela, Company. Foi dessa maneira que a multinacional cresceu de forma assombrosa, fazendo seu valor de mercado passar de 4,3 bilhões de dólares em 1981 para impressionantes 180 bilhões de dólares em 1997, segundo a revista Exame. Mas o mundo se tornou pequeno para ela, que passou a cobiçar maior participação nos lucros das engarrafadoras. Em um primeiro movimento, foi concentrada a operação em sete empresasâncoras, megaengarrafadoras com participação acionária da Company. A Panamco e a Femsa – hoje fundidas na CocaCola Femsa – são duas delas, responsáveis pelos maiores mercados consumidores do mundo depois do americano: o México e o Brasil. Aqui detém 25 por cento do setor. Daí a preocupação da Coca-Cola Company com a repercussão do caso Dolly – a Spal fazia parte do grupo no qual tinha participação acionária à época dos fatos relatados por Capistrano nas fitas gravadas por Codonho. No Brasil, essa estratégia de concentração foi maior do que em outros países, porque o nosso mercado é considerado um dos mais importantes – o terceiro do mundo – e um dos mais difíceis para a indústria de refrigerantes: cada brasileiro toma 66 litros de refrigerante por ano, menos da metade do que um mexicano, o segundo mercado consumidor, e 3,3 vezes menos do que um americano, o primeiro. As tentativas de aumentar o consumo de refrigerantes têm obtido resultados pífios – menos de 10 por cento nos últimos oito anos, o que significa que grandes marcas, como a Coca-Cola, têm de disputar um mercado quase estagnado com um número cada vez maior e bem-sucedido de concorrentes – os cha- Cada brasileiro toma 66 litros de refrigerante por ano, menos da metade do que um mexicano e 3,3 vezes menos do que um americano. A companhia O empresário Antônio Carlos Vidigal descreve, no livro-denúncia Emoção pra Valer, os Bastidores de uma Franquia, sua ida em 1986 à sede da Coca-Cola, em Atlanta, sul dos Estados Unidos, onde foi negociar, em seu nome e do primo Roberto Vidigal, a compra da franquia da Coca-Cola no Rio de Janeiro – a primeira fábrica construída pela multinacional no Brasil, em 1942. Pagaram 57 milhões de dólares. Ao assumir a direção da fábrica, Vidigal descobriria que patrimônio e ren- É BOM Edição 67 Página 5 mados tubaineiros – capazes de colocar produtos no mercado por até metade do preço cobrado por elas. Para reverter essa tendência, a Company resolveu ir à ofensiva contra os concorrentes. Recomprou as franquias de Minas Gerais e do Espírito Santo e, no Nordeste, onde as marcas regionais já tinham mais de 40 por cento do mercado, criou uma nova empresa em associação com a engarrafadora do Ceará, a Norsa, do grupo Jereissati. O grupo Norsa/Coca-Cola (48,6 por cento das ações da Coca-Cola, 40 por cento do grupo Jereissati e 11,3 por cento do grupo Aragão, do Piauí) tornou-se a maior engarrafadora da marca na região, controlando as operações do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. A Coca-Cola também comprou o controle acionário da Cia. Maranhense de Refrigerantes, fabricante de uma das marcas regionais mais tradicionais, o guaraná Jesus. Em 2002 e 2003, a participação da Coca-Cola no volume total de refrigerantes vendidos na região aumentou 2,5 por cento. O ganho foi todo em cima das tubaínas, cuja fatia no mercado caiu de 42,8 para 38,8 por cento. Quatro pontos, como diria Capistrano. O sistema Coca-Cola A par dessa estratégia, a multinacional aumentou a participação acionária no que chama de Sistema Coca-Cola do Brasil, hoje formado por 16 grupos empresariais proprietários das 42 engarrafadoras e pela Divisão Brasil da Coca-Cola Company, representada por duas pessoas jurídicas: a Recofarma Indústrias do Amazonas Ltda. – a fábrica de concentrado sediada na Zona Franca de Manaus, que tem cerca de 400 empregados – e a Coca-Cola Indústrias Ltda., sediada na Praia do Botafogo, Rio de Janeiro, que tem como funcionários apenas os seis principais executivos da subsidiária brasileira contratados diretamente pela Company para zelar por seus interesses. São eles que reproduzem as diretrizes da multinacional no Brasil, cuidam das relações institucionais e formulam as estratégias de marketing, cujas despesas são divididas entre a Company e as engarrafadoras e também são parcialmente embutidas no preço do concentrado. O site da Coca-Cola anuncia que “o Sistema Coca-Cola no Brasil contribuiu com R$ 1,9 bilhão em impostos federais, estaduais e municipais em 2002”. A esmagadora maioria desses impostos recai sobre o segundo elo da cadeia de produção de refrigerantes – as engarrafadoras –, uma vez que a Company goza, com sua Recofarma, a fábrica do concentrado, dos muitos benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. Para aliviar essa carga, as engarrafadoras encontraram maneiras legais de se creditar de alguns impostos que seriam pagos pela Recofarma, não fossem tais benefícios fiscais. Em 1998, elas entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para garantir o direito de descontar do IPI devido o que já havia sido pago pelo primeiro elo da cadeia produtiva, como determina a lei que definiu o imposto como não-cumulativo, e obtiveram sentença favorável. Acontece que, no caso, o primeiro elo é a Coca-Cola brasileira em Manaus, isenta de IPI. Criou-se a absurda situação na qual um imposto não pago pelo primeiro elo (Coca-Cola) transforma-se em crédito (por isso mesmo chamado de crédito ficto, ou seja, fictício) para o segundo elo da cadeia (engarrafadoras), que desconta tal “crédito” do total de IPI devido. O procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Rego Brandão, reconhece o inusitado da situação. “Tentamos argumentar na época, mas perdemos, agora esse debate tornou-se estéril”, conforma-se o procurador, cuja função é defender os interesses do Fisco. A Company, como todas as empresas grandes, conta com um time de primeira linha em “engenharia tributária”, a complexa ciência de economizar em impostos sem ferir a lei. Já os produtores regionais, que não têm indústrias sediadas em Manaus e não contam com tanto expertise, são obrigados a Continua na página seguinte Página 6 Edição 67 interpretações mais literais, o que pode resultar em uma carga fiscal bem maior. Os especialistas em tributos das grandes indústrias de refrigerantes também conhecem em detalhes os ralos da evasão fiscal, não para uso próprio, claro. Podem opinar e até mesmo ajudar a combater a sonegação fiscal no País: a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (ABIR) – dirigida por representantes da Coca-Cola e da AmBev – firmou um convênio com a Receita Federal para implantar um sistema de medidores de vazão que vai ligar eletronicamente as unidades fabris de todas as indústrias de refrigerante à Receita, possibilitando o controle de volume produzido a partir da fábrica. O volume é a chamada pauta fiscal para o cálculo de IPI e ICMS próprio e retido. É a essa sofisticada invenção que se refere Capistrano quando fala de um certo instituto, bancado pela associação dos engarrafadores de Coca-Cola, que pretende fechar o cerco contra a sonegação. Lembremos este trecho: “Precisa ver se eles vão ficar só nas portarias ou se vão partir para a contagem física, se realmente vão conseguir implantar os medidores de vazão, controlar o fluxo de produção de cada um. Isso é uma coisa que o Hoche havia comentado comigo há dois anos porque ele achava que ia ser a solução”. É exatamente este personagem, Hoche José Pulcherio, que me explica como vai funcionar o sistema, na tripla condição de vice-presidente da Rio de Janeiro Refrescos (a mesma franquia da Coca-Cola que foi dos Vidigal), presidente da ABIR e conselheiro do Etco – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. A Coca-Cola e a ABIR patrocinam o projeto, cuja defesa institucional é feita pelo Etco. Entusiasta da idéia há mais de dez anos – conheceu o sistema na Venezuela no começo da década de 90, onde é usado nas indústrias de cerveja –, Hoche também pode ser considerado o seu articulador: “A AmBev comprou uma marca na Venezuela e conheceu o mesmo sistema, e aí desenvolvemos a idéia juntos, que acabou sendo muito bem recebida pela Receita”, explica. Os equipamentos estão sendo testados – seria a primeira vez no mundo o seu uso em linhas de produção de refrigerantes – e, assim que aprovados, serão postos à venda. “É um investimento que terá de ser feito pelos fabricantes, que deverá ser encarado como a compra de qualquer equipamento. Quem não tiver como pagá-lo não tem condições de continuar no ramo”, diz, quando pergunto se o preço não o tornará inacessível para fabricantes pequenos. O sistema é tão sofisticado, que sabe reconhecer se o que está enchendo as embalagens é água ou refrigerante – detecta o gás e algumas características químicofísicas da bebida, segundo me explica Hoche. Pelo jeito, seremos pioneiros em tecnologia de controle de evasão fiscal no setor de refrigerantes, o que não deixa de ser um belo exemplo de parceria pública e privada. A medida provisória nº. 2.158-35, assinada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em agosto de 2001, traz a exigência dos medidores de vazão em um de seus muitos artigos, provavelmente sem que FHC tenha a menor idéia do que seja isso. Quase ninguém tem. O Etco se define como uma associação sem fins lucrativos que congrega representantes da indústria de cigarros, combustíveis, cervejas e refrigerante, com o objetivo de “delimitar parâmetros éticos para a concorrência e estimular ações eficazes contra a evasão fiscal, a falsificação de produtos e o contrabando”, conforme seus estatutos. Hoche faz um cálculo. De acordo com ele, os tubaineiros detêm mais de 30 por cento do mercado de refrigerante, mas 90 por cento dos impostos do setor são pagos pelas engarrafadoras da AmBev e da Coca-Cola. Em sua visão, isso configura concorrência desleal e, portanto, merece a atenção do Etco, o novo guardião da ética empresarial. Segundo o site da entidade, seu presidente é o ex-deputado paulista Emerson Kapaz, que perdeu a reeleição para a Câmara em 2002 apesar da torcida da Coca-Cola, que contribuiu com 100 mil reais para sua campanha, de acor- DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO Codonho: teimoso, persistente, corajoso, atrevido, nacionalista, patriota, orgulho brasileiro, exemplo a ser seguido do com o TSE. Para o consultor de marketing Adalberto Viviani, especialista no setor, o principal fator para o crescimento das marcas regionais – ou tubaínas – foi a substituição dos vasilhames de vidro dos refrigerantes pelas embalagens PET (principalmente as garrafas de 2 litros), o que reduziu custos e dificuldades de distribuição, facilitando a colocação dessas marcas menores nos pontos de venda (supermercados, padarias etc.). As garrafas plásticas embalam 80 por cento do volume de refrigerantes produzido no Brasil atualmente. Nada que não possa ser revertido, acredita a Coca-Cola, que vem investindo no retorno das garrafas de vidro ao mercado desde o final de 2002. “A Coca-Cola cometeu um erro estratégico ao adotar as embalagens PET, agora vamos ver se tem força para inverter uma tendência consagrada pelas indústrias de refrigerante”, diz Viviani, explicando que, além de facilitar a distribuição para os produtores de menor capacidade logística, a embalagem plástica eliminou a fidelidade às grandes marcas, garantida pela necessidade de retornar os cascos tanto pelos consumidores como pelos pontos de venda. Embora sejam mais caras do que as garrafas PET, as garrafas de vidro reduziriam os custos de embalagem para as indústrias capazes de arcar com a complexidade de distribuição de vasilhames retornáveis, uma vez que podem reutilizá-los. Os custos poderiam ser menores ainda se a Abipet – Associação Brasileira de Produtores de Embalagens PET – não estivesse atenta à capacidade de articulação política dos novos defensores das garrafas de vidro. Ao examinar a lei que estabelece a reforma tributária, aprovada em dezembro passado, os fabricantes de PET foram surpreendidos com a inclusão de oito artigos – até então ignorados por eles – que dispunham especificamente sobre a cobrança de Cofins sobre embalagens produzidas para o setor de refrigerantes. De acordo com o texto aprovado pelo Congresso, as embalagens PET e as latas seriam muito mais oneradas que os concorrentes que produzem garrafas de vidro, excluídas da medida. “É uma especificidade que provoca estranheza dentro de uma lei tão ampla, ainda mais porque a indústria de refrigerantes é apenas um dentre os setores que compram as nossas embalagens – vendemos para a indústria de alimentos e para outras também”, diz Robert Somogyi, presidente da Amcor, uma das maiores fabricantes do setor. “Mas, ao examinar a lei, descobrimos outras especificidades no setor de combustíveis, de remédios etc. Quem saberá como foram parar ali? Nós não estamos em Brasília acompanhando todas as emendas apresentadas no Congresso”, diz. A Abipet reagiu e conseguiu marcar uma audiência, em janeiro, com o secretário da Receita, Jorge Rachid. Ouviram dele que o objetivo da regulamentação – elaborada por técnicos do próprio órgão – é diminuir a evasão fiscal do setor aumentando a carga tributária dos elos mais organizados da cadeia: os fabricantes de refrigerantes e os de embalagem. “O secretário nos disse que não tem como controlar o cara que vende latinha de refrigerante na praia”, conta Somogyi, “mas explicamos que, do jeito que estava, haveria uma migração em massa das maiores indústrias de refrigerante para as garrafas de vidro.” O secretário também teria ficado sensibilizado com outro argumento, dessa vez usado para rebater uma bandeira muito usada pela indústria de refrigerantes, a de que os tubaineiros sonegariam impostos e, portanto, só poderiam ser controlados através do elo anterior da cadeia, o dos produtores de PET. “Seria injusto atribuir aos produtores regionais (tubaineiros) a responsabilidade pela evasão fiscal no setor”, diz. “A maioria deles paga os impostos e o volume de evasão é grande demais para que seja atribuído exclusivamente a eles”, explica o presidente da Abipet, Alfredo Setti. Por fim, os produtores de PET conseguiram convencer a Receita a corrigir “as distorções do mercado” provocadas pela lei, sendo então incluídas as garrafas de vidro – retornáveis ou não – na nova regulamentação. “Uma vitória”, comemora a associação, que ensaia uma presença mais efetiva em Brasília para evitar novas surpresas. Uma aula com Jack Correa Ele é saudado pelos próprios concorrentes como um dos maiores lobistas do mercado. Teve desempenho brilhante na Fiat antes de assumir a vice-presidência de assuntos estratégicos e relações governamentais da Coca-Cola. Por obra e graça de Jack Correa, a equipe do presidente Collor concedeu à Fiat a felicidade de vender o carro popular sozinha no mercado durante um ano e quatro meses. Seu segredo? Ele é aquele que é amigo da secretária, vai visitar o ministro e conhece o porteiro, a faxineira, conhece todo mundo em Brasília e todo mundo o conhece, me dizem na capital federal. E ele gosta de exibir essa arte de bem manejar as palavras e as relações, como fez em uma palestra realizada no Fórum Empresarial Brasil, em 2000, ano em que a Dolly teria sido vítima da Coca-Cola. A transcrição está na Internet e sua fidelidade me foi garantida por Alexandre Barros, organizador do evento. Na introdução, Correa explica por que a CocaCompany mantém um escritório e um vice-presidente em Brasília, apesar de suas operações estarem concentradas em Manaus e no Rio: “A questão chave é o peso que a empresa dá à questão do relacionamento com o governo. Montar uma estrutura em Brasília requer uma perspectiva de longo prazo. É preciso não só conhecer as pessoas, mas criar vínculos com elas. Desembarcar em Brasília sem conhecer bem a pessoa com quem vai falar, sua história de vida, sua linha de ação, é complicado, perigoso e caro. No caso de ter que mudar uma legislação danosa para a empresa, quem não é conhecido, quem não está lá mostrando a cara, quem não tem o que dizer ficará eternamente de longe admirando o que está acontecendo. Há consultorias em Brasília de profissionais egressos da Receita. Eles conhecem todo mundo, sabem todos os caminhos. O erro é ir direto sem conhecer a pessoa.” Define-se: “O bom lobista é um Garrincha, um Rivellino, mestre em ESTÁ VOLTANDO driblar adversidades, que gosta de superar ou contornar os ‘não pode’. Eu sou limitado pelo código de conduta da CocaCola. Quem brincar com isso sai da empresa. O código me proíbe de sentar com um parlamentar e fazer qualquer tipo de acordo, pois há uma lei (americana) contra isso, posso ir preso. Gosto de fazer as coisas com competência, driblando os impedimentos que aparecem”. Também explica, didaticamente, “o que é exatamente o governo para uma empresa que tem um produto nacional que vende em muitos ou todos os Estados”. Dá conselhos de como influenciar ministros e governadores, como ganhar a simpatia de presidentes e prefeitos. Discorre sobre as possibilidades de acionar as embaixadas estrangeiras para ajudar as empresas com sede fora do País: “Muitas medidas que podem beneficiar uma empresa – ou parar de prejudicar – são tomadas para fazer bonito perante uma embaixada”. Depois fala do Congresso: “O Congresso tem um papel crucial, um grande poder de definir situações no Executivo em função dos votos, ameaçando que não vai votar um projeto de interesse do governo. O plenário parece muito importante, mas o que conta, realmente, são as comissões temáticas, onde as leis são discutidas. Sugiro que vocês evitem participar de qualquer audiência pública nessas comissões. Sempre se sabe a que horas começa a audiência e nunca se sabe quando nem como acaba – ultimamente, tem acabado com prisão.” Poder de fogo Codonho também montou seu esquema. Contratou uma assessora de imprensa experiente – Marli Gonçalves, que trabalha na Brickmann Associados – e foi para Brasília fazer lobby no Congresso, como ensina Jack. Codonho conhece políticos: aos 26 anos, em 1987, depois de ter enfrentado um lobby de usineiros, conseguiu licença para fabricar o primeiro refrigerante dietético do país, o Diet Dolly. Também exerceu um cargo público no governo Collor, foi diretor da Conab – Cia. Nacional de Abastecimento –, na área de comercialização de produtos agrícolas. Ele é técnico agrícola. Nada que se compare ao poder de fogo da Coca-Cola, evidentemente. De acordo com o TSE, o Sistema Coca-Cola doou 9,9 milhões de reais aos candidatos às eleições de 2002. A Recofarma (Coca-Cola Company) doou dois terços, e as engarrafadoras, um terço. Três milhões de reais foram divididos igualmente entre três candidatos a presidente: Lula, Ciro Gomes e José Serra. Dez candidatos a senador foram beneficiados – cinco receberam doações superiores a 100 mil reais: Tasso Jereissati (PSDB/CE), Dante de Oliveira (PSDB/MT), Teotônio Vilela (PSDB/AL), Arthur Virgílio (PSDB/AM) e Roseana Sarney (PFL/MA). Os interesses na Zona Franca de Manaus valeram 750 mil reais de doação ao candidato a governador Carlos Eduardo de Souza Braga (PPS-AM), mais do dobro concedido aos que vêm a seguir nas preferências da empresa: o governador Aécio Cunha (PSDB/MG) e a governadora Rosinha Matheus ficaram com 300 mil reais cada um. Entre os candidatos à Câmara, 12 foram contemplados com os mesmos 100 mil reais. Quatro não foram eleitos, três atuam na Comissão de Finanças e Tributação – Francisco Dornelles (PP/ RJ), Pauderney Avelino (PFL/ AM) e Osório Adriano (dono da engarrafadora da Coca-Cola no Distrito Federal), com o reforço de Mussa de Jesus Demes (PFL/PI), que recebeu 40 mil reais – e dois em outras comissões referentes à questão tributária: Herculano Anghinetti (PP/ MG) e Ronaldo Vasconcellos (PL/MG), que também atua na CPI da Pirataria. O lobby de Codonho conseguiu abrir uma brecha para colocar o caso Dolly x Coca-Cola em pauta na Comissão de De- - JESUS fesa do Consumidor da Câmara pouco depois de entrar com o procedimento contra a CocaCola na SDE, aquele ainda não concluído. O deputado Celso Russomano, membro dessa comissão, passou a falar em CPI depois de assistir a trechos das fitas de Codonho. Em setembro, intermediou um encontro realizado na Câmara entre o dono da Dolly e a CocaCola representada pelo diretor jurídico Rodrigo Caracas, pelo diretor de Comunicação, Eduardo Simbalista, e pelo já conhecido Jack Correa, além de mais dois advogados. Segundo Codonho, os executivos ouviram sua versão dos fatos e uma denúncia feita por ele sobre evasão de ICMS que teria sido praticada pela Spal, apelidada de “Operação Pangaia”. Uma nova reunião foi marcada, sempre de acordo com o relato do dono da Dolly, no hotel Meliá, em São Paulo, dessa vez com o diretor da Spal, Jorge Torres, que lhe teria perguntado quanto queria para que as duas partes entrassem em acordo. “Disse que queria receber uma indenização pelos prejuízos sofridos na época e uma multa como reconhecimento de que eles tinham errado”, conta Codonho. Na terceira reunião, o dono da Dolly teria sido inquirido diretamente sobre o valor desejado. “Disse que queria 1 bilhão, 1 quatrilhão”, despista, “eles só estavam ganhando tempo.” A tentativa de acordo adiou a ofensiva do dono da Dolly na Comissão de Defesa do Consumidor. Finalmente, no dia 14 de novembro, Russomano apresentou um requerimento de audiência pública – em que Capistrano, Codonho e representantes da Coca-Cola Femsa seriam convidados a explicar seu envolvimento no caso Dolly x Coca-Cola para os deputados da comissão. Cinco dias depois, o requerimento foi retirado da pauta. O requerimento foi reapresentado pelo deputado e novamente rejeitado, dessa vez sem a sua presença na casa, o que é proibido pelo regimento interno. Quem defendeu a rejeição foi o deputado Arnaldo Faria de Sá, que nem sequer faz parte da comissão. Duas outras comissões da Câmara se interessariam pelo caso Dolly x Coca-Cola: a de Tributação e Finanças e a de Fiscalização e Controle. Na primeira, a Coca-Cola estava bem protegida e a audiência não foi aprovada, principalmente pela atuação do deputado Osório Adriano, dono da franquia de CocaCola em Brasília. Na segunda comissão, o requerimento de audiência pública foi aprovado p o r unanimidade no dia 31 de março d e 2004. O s convites for a m enviados a Codonho, Capistrano e ao presidente da Coca-Cola do Brasil, Brian Smith, para uma primeira rodada de depoimentos no dia 13 de abril. Na véspera do dia marcado, o deputado Arnaldo Faria de Sá, embora também não faça parte dessa comissão, entrou com um requerimento ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha, alegando problemas regimentais na votação que aprovara o requerimento. Cunha acatou os argumentos de Faria de Sá e a audiência foi cancelada. No outro front de batalha, a mídia, a Dolly obteve um sucesso relativo com a ofensiva capitaneada por sua assessoria de imprensa, que, além de uma multiplicidade de releases sobre o caso, enviou trechos das fitas e transcrições delas aos veículos de comunicação. O Estadão e o Globo publicaram pequenas matérias no caderno de negócios. Folha e Veja silenciaram. Os únicos veículos que cobriram direito o caso foram o jornal Valor Econômico e a revista IstoÉ Dinheiro, publicações segmentadas. Para furar o que interpretou como bloqueio, Codonho publicou em 18 de dezembro de 2003 um anúncio no Wall Street Journal contando a história e conseguiu repercussão na mídia americana – foi entrevistado até pela CNN. Três dias depois, apareceu na televisão brasileira em horário comprado na Rede TV!, falan- “O bom lobista é um Garrincha, um Rivellino, mestre em driblar adversidades, que gosta de superar ou contornar os ‘não pode’.” É BOM do sobre o caso e exibindo trechos das fitas. Um novo programa na mesma emissora foi ao ar uma semana depois. A Dolly então recebeu centenas de cartas e e-mails, muitos com denúncias contra a Coca-Cola que teriam sido feitas até por pessoas que trabalham na multinacional, segundo contam Laerte Codonho e sua assessora. No final do mês de janeiro, O Pasquim publica uma entrevista de capa com Codonho, na qual ele anuncia, bombasticamente, ter provas de que Alexandre Paes Santos, famoso lobista de Brasília, tinha sido contratado pela Coca-Cola para atuar no caso Dolly. APS, como é chamado por muitos, tem relações bem conhecidas pela mídia e pelos políticos de Brasília com o deputado Arnaldo Faria de Sá, o mesmo que atuou para impedir as audiências públicas nas temidas comissões temáticas referidas por Jack em sua instrutiva palestra. Depois de um longo período de glória, APS caíra em desgraça ao arranjar encrenca com o então ministro da Saúde, José Serra – em um caso envolvendo denúncias sobre funcionários do seu ministério. Amargou um período de ostracismo e voltou à carga substituindo a “marca APS”, queimada no mercado, pela sigla IPA – Instituto de Pesquisas Avançadas –, fundado por ele e três empregados seus. Através dessa nova sigla é que teria sido contratado por 120 mil reais para “minimizar e, se possível, eliminar o risco de ter a Coca-Cola e/ou Femsa convocadas para uma audiência pública na Câmara dos Deputados com relação ao caso Dolly para preservar a imagem do sistema Coca-Cola”, conforme relatório interno da Coca-Cola, cuja cópia foi distribuída em uma coletiva de imprensa convocada por Codonho, que também entregou o que seria uma prestação de contas de Daniel Carvalho Mendonça, subordinado de Jack Correa, pedindo reembolso de um almoço com APS e um técnico da SDE – Secretaria de Direito Econômico –, ligada ao Ministério da Justiça. As digitais de Jack Correa aparecem em outro tipo de lobby, esse do tipo “positivo”. No final de agosto de 2003, pouco depois de a Dolly entrar com aquele procedimento de concorrência desleal na SDE, a Coca-Cola comunicou ao presidente Lula que “expandiria sua rede de restaurantes populares a 1 real alinhada ao programa Fome Zero”. A “rede”, na verdade, contava com um único restaurante do tipo, bancado pelo engarrafador gaúcho da Coca-Cola e inaugurado em abril de 2003. Lula prometeu que compareceria à inauguração do próximo restaurante e cumpriu o que disse no dia 18 de março deste ano. Acabou dando uma bela retribuição à multinacional. Em seu discurso, disse: “Quando eu era mais jovem, ser antiamericano era não tomar Coca-Cola. Agora que estou mais maduro, descobri que não há nada melhor do que tomar uma Coca-Cola gelada principalmente quando se acorda de madrugada”. Coca-Cola é isso aí. Em Brasília A IstoÉ Dinheiro foi um dos poucos veículos a publicar o conteúdo dos documentos distribuídos por Codonho na coletiva e também a resposta da Coca-Cola dizendo que contratara uma assessoria do IPA, que, por sua vez, havia subcontratado Alexandre Paes Santos, mas não reconhecia a legitimidade das cópias dos documentos distribuídos pela Dolly. No entanto, duas outras cópias do que seriam documentos internos da Coca-Cola – e constavam do kit da imprensa na ocasião da coletiva – permaneciam inéditas até o momento em que concluo esta matéria: uma proposta de trabalho dirigida à Coca-Cola Indústrias Ltda. pela Idéias, Fatos e Texto, Consultoria em Comunicação & Estratégias, assinada por Luís Costa Pinto, com data de 19 de novembro de 2003; e uma nota fiscal no valor de 30 mil reais emitida pela mesma empresa contra a Recofarma no dia 2 de dezembro do mesmo ano. Lula, como chamam Luís Costa Pinto na imprensa, é um jornalista premiado, que exerContinua na página seguinte DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ceu cargos importantes em grandes veículos de comunicação: Veja, Época, O Globo, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo. Desde a campanha à presidência da Câmara assessora João Paulo Cunha, daí o impacto da revelação feita pela Dolly, especialmente pelo teor da proposta de trabalho que teria sido enviada à CocaCola, que diz na introdução: “O objetivo é manter uma fina sintonia com os formadores de opinião da mídia sobre as falsas denúncias que estão a chegar às redações de São Paulo e Rio de Janeiro que envolvem o nome da Coca-Cola e de empresas a ela ligadas. Além disso, estreitar o relacionamento desses formadores de opinião da mídia com a direção da empresa. Também é missão da IFT traçar um panorama do trânsito dessas falsas denúncias no Congresso Nacional e conversar com parlamentares sobre as tentativas de promover eventuais desdobramentos desses casos no Parlamento”. Em seguida, vem um “roteiro de trabalho” cujo item 1 diz: “Monitoramento dos trabalhos da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor em relação à tentativa de se marcar uma audiência pública para debater evasão de divisas e relacionar tal assunto à Coca-Cola. A primeira rodada já empreendida foi plenamente satisfatória”. A data, 19 de novembro, é o dia em que foi retirado de pauta o requerimento de Russomano na citada comissão. Ligo para o celular de Lula e conto rapidamente o caso. Logo de cara, ele explica que não é assessor de imprensa de Cunha, e sim consultor de imagem e comunicação da presidência da Câmara. Combinamos nos encontrar no Salão Verde da Câmara. Mostro a minuta do contrato, um paper, segundo ele me explica depois de se recuperar da perplexidade inicial: “Como esse cara conseguiu documentos internos da Coca-Cola?” Depois começa a ler a cópia do que ele próprio teria escrito. Topa com a frase “monitoramento dos trabalhos da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor...”. “Falta uma palavra aqui, meu compromisso era monitorar a cobertura dos trabalhos e não as comissões”, indigna-se. “Então, o documento é falso?”, pergunto. Antes de responder, ele me dá uma aula de “ética”: “Acho que a primeira coisa que um repórter tem que fazer é perguntar como a Dolly teve acesso a isso, que trabalho de pirataria ou de espionagem está por trás disso? É legítimo a gente publicar o objeto de algo que foi surrupiado? E nesse caso aqui não reconheço. Acho que tem um problema com esse documento, tem duas assinaturas, eu não produzi esse documento com essas duas assinaturas”. Pergunto qual era a natureza de seu trabalho para a Coca-Cola. “Eu precisava saber como a história da denúncia da Dolly estava chegando à mídia em Brasília, aos repórteres que cobrem negócios, Cade, SDE, tal, aqui no Congresso ou no Poder Executivo. Eu precisava ter uma percepção dessa denúncia entre os formadores de opinião. Precisava saber como isso estava batendo nas comissões, mas não perante os deputados. Eu nunca falei, e aí desafio qualquer pessoa a provar o contrário, nunca conversei com nenhum deputado sobre CocaCola, Dolly. Jamais. Foi sempre a respeito da imprensa, esse é meu métier. Por outro lado, sentei com a Coca-Cola pra dizer o que estava errado no tratamento deles com a mídia. Meu trabalho é efetivamente e eminentemente de consultoria para essa área de imagem. Eu cobro pra dar conselho.” Depois explica que começou a trabalhar para João Paulo Cunha após ter feito a campanha de Ciro Gomes à presidência, a campanha ao segundo turno do atual governador do Ceará, Lúcio Alcântara, e um trabalho coordenado por Duda Mendonça para a prefeitura de São Paulo – “uma análise ESTÁ VOLTANDO de mídia bastante extensa”. Na campanha de João Paulo à presidência da Câmara, sua empresa foi contratada pelo PT via DNA, uma agência de Belo Horizonte. Diz que não tem vínculos funcionais com a Câmara: “A minha empresa é contratada pela Câmara dos Deputados através de uma agência de propaganda licitada para dar consultoria de imagem à presidência da Câmara e aos deputados da mesa da Câmara, tal...”. De repente lembra que, no período em que trabalhou para a Coca-Cola, estava sem contrato formal com a Câmara dos Deputados: “Foi um período de transição entre a Ogilvy – que havia me contratado – e a SMPB, que me contratou de novo depois de um gap de alguns meses que pegou justamente esse final de ano”. “Mas essa foi uma questão formal, não? Você continuou trabalhando...”, pergunto. “Reduzi drasticamente os meus contatos aqui. Agora, assim como presto serviço para a Câmara dos A Coca-Cola comunicou ao presidente Lula que “expandiria sua rede de restaurantes populares a 1 real alinhada ao programa Fome Zero”. A ”rede” na verdade contava com um único restaurante do tipo. - JESUS É BOM Deputados, eu prestei serviço para a Coca-Cola, para a TAM, para o Duda Mendonça...” Conta que foi contratado por Jack Correa, o vice-presidente institucional da Coca-Cola, de quem é amigo desde 1992. Epílogo Três dias depois desse diálogo e da remarcação da audiência pública na Câmara para o dia 29 de abril, policiais da 3ª Delegacia de Estelionato do Departamento de Investigações Gerais, acompanhados de Fernando Ramazzini, autor da denúncia e diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação – da qual a Coca-Cola é associada –, invadiram a Fat Man, uma pequena distribuidora de bebidas localizada em Sapopemba, bairro da periferia de São Paulo. Encontraram no lugar um único funcionário, além de uma pequena quantidade de refrigerantes Dolly e notas fiscais de baixo valor preenchidas a mão. Disse Ramazzini a Raquel Balarin, repórter do jornal Valor Econômico: “O funcionário nos disse que fora contratado e recebia ordens de um senhor chamado Esaú Vespúcio Domingues, que é sócio do escritório de contabilidade que atende as empresas do grupo Dolly”. Os policiais foram ao escritório de contabilidade Raucci & Domingues, onde teriam sido apreendidos outros documentos que comprovariam sonegação fiscal por parte da Dolly, na opinião do mesmo Ramazzini. Rogério Edição 65 Página 7 Raucci, sócio de Domingues, disse à repórter do Valor que a Fat Man é uma distribuidora pequena, onde apenas o comércio da vizinhança faz a retirada de refrigerantes, e confirmou que seu escritório presta serviços para a Ragi Refrigerantes. “Mas isso não configura que a distribuidora tenha qualquer relação com a Dolly”, diz. Raucci entrou com representação na Corregedoria da Polícia Civil porque os policiais teriam invadido o escritório sem mandado judicial e coagido os funcionários a comparecer na delegacia com documentos. A Secretaria da Fazenda de São Paulo, “que, segundo a denúncia da ABCF, estaria acompanhando o caso, informou que não acompanhou e não participou da operação policial”, conclui a notícia assinada por Raquel Balarin. Talvez por coisas assim o consultor Viviani tenha me respondido da seguinte forma quando perguntei se a Dolly estava lucrando em marketing ao brigar com a líder do mercado: “Ela deve estar colhendo alguns frutos, brasileiro gosta de ficar do lado do mais fraco. Por outro lado, quanto vale a marca Dolly agora? Comprá-la significaria comprar uma briga com uma das empresas mais fortes do mundo”. Fonte: Caros Amigos, jornalista Marina Amaral – transcrito com autorização por Jamo Little Brown. BARUERI Mesmo desempregado, o ex-vereador Clarindo se esforça pela manutenção da unidade político-administrativa de Barueri O ex-vereador Clarindo Aparecido da Silva Filho visitou a redação de Leia O Jornal, ocasião em que concedeu entrevista exclusiva, fazendo uma avaliação sobre o desenvolvimento da cidade de Barueri e a situação política atual. Em 22 anos de vida pública, Clarindo acompanhou de perto o desenvolvimento da cidade e o trabalho dos últimos prefeitos. Para ele, Gil Arantes é um pacificador, sempre realizando em seus oito anos de mandato a política de apaziguar, tendo conseguido uma administração sem entrevero, o que sem dúvida contribuiu para o crescimento ordenado e que salta aos olhos da cidade em sua administração. Durante sua entrevista, Clarindo fez questão de ressaltar que todos os homens que ocupam cargos públicos, seja o presidente, os governadores e os prefeitos, inclusive o de Barueri, o fazem única e exclusivamente pela vontade de Deus. “O futuro desses homens públicos dependerá de como eles usarem o presente. Ele permanecerá enquanto estiver debaixo da mão de Deus. Isso é bíblico”. A entrevista foi interrompida por um telefonema pelo celular de uma pessoa informando ao Clarindo que o prefeito Rubens Furlan, desinformado e provando ainda não conhecer o feitio do exvereador, não obstante conviverem a décadas, haveria feito comentários inverídicos. Furlan deve ter mais cuidado em filtrar suas informações. Principalmente porque uma das condições impostas pelo senhor Clarindo para conceder entrevista a Leia O Jornal foi de que o que ele falasse fosse publicado na íntegra e preferencialmente sem ofensa a quem quer que fosse, principalmente ao seu amigo Furlan. Isso porque fica claro que uma das coisas que mais preocupam ao senhor Clarindo é a continuação da unidade político-administrativa de Barueri, sem a qual o município poderá sofrer solução de continuidade no seu desenvolvimento. Por outro lado, percebe-se que algo não vai bem, por mais esforço que o senhor Clarindo faça para não demonstrar seu humano sentimento sobre alguns episódios que vêm acontecendo na Sabesp, fui Primeiro Secretário da Mesa. Enfim durante todos os mandatos sempre fui muito presente na Câmara. Leia – Com quantos prefeitos da administração de Barueri você conviveu durante sua vida pública? Clarindo – Como vereador, trabalhei com o prefeito Rubens Furlan, de 83 a 88 e de 93 a 96; com Carlos Alberto Bel Correia, de 89 a 92; e com Gilberto Macedo Gil Arantes de 97 a 2004. Clarindo e o diretor de Leia O Jornal, Jamo Little Brown cidade. Mesmo assim, ele deixa a entender que tanto o prefeito Furlan, a Câmara Municipal, o candidato a deputado estadual Gil Arantes e todas as autoridades civis e militares, funcionários municipais, desde o gari até o mais alto escalão da administração do município, precisam da colaboração de homens pacificadores e conselheiros, como por exemplo Wagih Sales Nemer, para que a manutenção da unidade política tenha continuidade. Enfim pessoas que sejam algodão entre cristais, como por exemplo o próprio Gil Arantes. O prefeito Furlan com certeza não dará crédito a certas informações infundadas, principalmente quando essas informações são oriundas de pessoas, não obstante humanas e dignas da misericórdia de Deus, mas que não passam de pobres, infelizes e marginalizados da política e da sociedade e que só servem para por curare e azedume para que haja divisão. Como aconteceu com Leia O Jornal, que muito se preocupa com a felicidade do povo de Barueri, a ponto de, mesmo sendo vítima, como foi o senhor Clarindo de calúnia e injúria, evitar provocar desunião. Leia O Jornal vem a público, sem puxa-saquismo, mas a bem da verdade e em respeito aos seus leitores, informar que há meses fiscaliza a conduta do senhor Clarindo, para tirar dele alguma palavra ou pensamentos contrários à administração atual da cidade, mas ao contrário, ele sempre, à moda Gil Arantes, agiu de forma conselheira e pacificadora, não dando direito a quem quer que seja de usar sua imagem para provocar a ira do seu amigo prefeito Furlan. Não obstante hoje estar desempregado, depois de 22 anos trabalhando pela coletividade, como vereador, secretário, presidente da Câmara e às vezes mal entendido, Clarindo faz questão de demonstrar gratidão e amizade ao ex-prefeito Gil Arantes e ao prefeito Rubens Furlan, pelo fato de como representante de uma entidade religiosa nunca ter tido uma reivindicação de sua entidade deixado de ser atendida. Parecer da redação: É pena que um homem com a experiência e dedicação à vida pública como Clarindo se encontre à procura de emprego. E a cicatriz que está no coração de Clarindo é fruto do abandono daqueles que ele considerava seus companheiros. Afinal de todo o secretariado, apenas o secretário Carlos Zicardi se preocupou em ligar e perguntar se ele necessitava de algo. Leia – Você chegou a exercer cargos na administração municipal? Clarindo – Sim, no mandato do prefeito Gil, exerci o cargo de secretário municipal à frente da Secretaria de Gestões Intergovernamentais e com Furlan, por um tempo, na Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Leia – Hoje Barueri toda comenta que o prefeito Rubens Furlan voltou muito diferente; os funcionários estão extremamente descontentes. A que se atribui isso? Clarindo – Bom, as pessoas mesmo que não queiram passam por algumas mudanças na medida em que têm consciência da responsabilidade que passam a ter quando se elegem para administrar uma cidade do porte de Barueri hoje. Isto cria na pessoa uma certa ansiedade em razão da transformação que a cidade sofreu durante os oito anos de mandato do Gil. Portanto eu não creio que ele tenha voltado diferente. Ele continua sendo o mesmo Furlanzinho que o povo conhece: intempestivo, arrojado, bom orador, carismático, enfim o grande político que é. Quanto ao descontentamento dos servidores, acho que é necessário dar um tempo ao prefeito para se adaptar nesta nova embarcação que ele está pilotando. Tem que se considerar que ele estava acostumado com um teto-teco e de repente lhe entregam um supersônico na mão. É de convir comigo que, embora sendo competente, é necessário um tempo para ter o comando absoluta da máquina. O povo lhe conferiu o mandato por confiar nele e ter a certeza de que ele sabe o que faz, portanto, não Com... e Gil Arantes duvido que fará um grande governo e o que me leva a crer nisso é o fato de ter sonhos mais altos. E isto serve como combustível que lhe dá a energia necessária para trabalhar como vem trabalhando, contemplando todas as regiões do município ao mesmo tempo, com equipamentos públicos e projetos sociais, dando ao povo o que necessita. Leia – Qual a avaliação que você faz do município hoje em termos gerais? Clarindo – Barueri tem marcado presença na região. Aliás marcou presença no mundo, quando tivemos a Campanha do Selo e a imagem do município foi para todo o mundo. Hoje a cidade ocupa um cenário político de destaque. Está destacado também com a quase erradicação da mortalidade infantil, na questão da segurança, com uma guarda municipal com efetivo de quase 600 homens e dois distritos policiais equipados e mantidos pelo município; a educação também é destaque; a saúde é considerada de primeiro mundo. O Furlan fez uma revolução no Sameb, incrementando as acomodações, dando mais conforto aos pacientes. Está dando continuidade às obras iniciadas no governo Gil Arantes, como o hospital e a faculdade e licitando novas obras. Eu diria que a cidade está em pleno vapor. Leia – Como se explica que uma cidade tão desenvolvida tenha um comércio ainda tão incipiente, muito menor que outras cidades vizinhas? Clarindo – Veja, hoje Barueri Ao lado de Rubens Furlan Leia – Como você vê o retorno do prefeito Furlan ao PMDB? Clarindo – A raiz política do Furlan está no PMDB, desde os tempos de MDB, que era o partido mais forte na cidade na época do Bittencourt. Furlan era muito ativo e participou de todas as campanhas do PMDB: diretas já, anistia, democracia já. Então é o bom filho voltando a casa, fazendo lembra a parábola bíblica do filho pródigo. Leia – Quais são as perspectivas da candidatura Gil Arantes a deputado estadual? Clarindo – A grande chance de ser bem votado vai depender de como será desenvolvida a política local. Se a política for bem desenvolvida ele pode ser um dos mais votados da região, porque a administração de Barueri reflete na região. O prefeito Fuad Chucre, de Carapicuíba, o prefeito Paulinho Bururu, de Jandira, nutrem simpatia pelo Gil. O mesmo acontece em Santana de Parnaíba, Pirapora e até em Osasco. Mas a sustentação da candidatura dele tem que partir de Barueri. Leia – Leia O Jornal ofereceu a candidatura do Gil ao Sergio Yamato e ao Silas Bortolosso, que viram com grande simpatia a possibilidade de se procurados pelo Gil lhe darem o apoio devido. Clarindo – São apoios importantes. Porque que o Gil precisa marcar sua liderança sendo bem votado nessa eleição e ficar à altura da liderança de Rubens Furlan. A votação determinará o futuro político do Gil. Leia O Jornal – Clarindo você está na vida pública em Barueri há quanto tempo? Clarindo – Hoje na verdade não estou na vida pública, isto é, exercendo mandato. Leia – Quantos mandatos você exerceu como vereador. Quais cargos ocupou na Câmara? Clarindo – Exerci cinco mandatos. Iniciei em 83 e terminei meu último mandato em 31 de dezembro de 2004. Nesses 22 anos fui presidente da Câmara por duas vezes, fui presidente da Comissão de Justiça e Redação, presidente da Comissão Pró-Segurança, presidente da Comissão Pró- possui 150 mil postos de trabalho. Desses, 50 mil são ocupados por munícipes baruerienses. Os outros 100 mil são trabalhadores de outras cidades. Ou seja, as pessoas ganham em Barueri e gastam fora. E mesmo daqueles 50 mil muitos preferem fazer suas compras fora. Agora se está dando atenção especial ao novo centro comercial e espera-se que seja mais atrativo. Até mesmo porque a falta de locais para estacionar no centro atrapalha o desenvolvimento do comércio. Entre seus amigos Furlan e Gil Arantes Leia – Você concorda que ele deve sair das cercanias e buscar votos também fora, como em Osasco e Carapicuíba? Clarindo – Sim. Página 8 Edição 67 DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Gil Arantes: oito anos que mudaram Barueri Contar a história de sucesso de um município em oito anos, baseado em números e estatísticas é relativamente fácil. Difícil muitas vezes é traduzir os números e dizer o quanto eles representam de fato a quem mais interessa: as pessoas. Os oito anos da administração Gil Arantes, iniciada em 1º de janeiro de 1997 e encerrada em 31 de dezembro de 2004, marcará o futuro de cada barueriense. É uma história impossível de se ignorar, uma história de trabalho, sucesso, crescimento e otimismo. Foi em 1985, durante a primeira administração do prefeito Rubens Furlan que Gil assumiu a Secretaria de Esportes. Tomou para si o encargo de disciplinar o futebol municipal, numa época em que eram comuns as agressões a árbitros e bandeiras. A medida foi drástica: o primeiro campeonato da era Gil Arantes tinha como regra a eliminação do jogador que agredisse um árbitro. Mas não apenas do campeonato; estaria permanentemente impedido de atuar em qualquer categoria do futebol municipal; se na mesma partida mais de um jogador agredisse, o time seria eliminado. “Parecia que o mundo ia desabar sobre minha cabeça. Houve então muita pressão sobre o prefeito, mas o Furlan me deu apoio”, confessa Gil. Gil foi secretário de Esportes até 1988, quando Carlos Alberto Bel Correa foi eleito prefeito. Assumiu a então Secretaria de Edificações Públicas, que se tornaria Secretaria de Obras quatro anos depois. O prefeito no seu bairro Gil Arantes foi eleito pela primeira vez prefeito de Barueri, em 1996, com 65.728 votos, cerca de 70% do total de votos válidos, tendo sido escolhido candidato do grupo político conduzido pelo prefeito Rubens Furlan no início de a prestar atendimento diferenciado a cada mãe e criança atendida em Barueri. O programa foi um dos componentes que ajudaram a fazer cair o índice de mortalidade infantil em 2004, em estudo da Fundação Seade, destacando Barueri, entre os municípios com população acima de 200 mil habitantes, mantendo o primeiro lugar no ranking da região da Grande São Paulo. Toda a atenção com a criança, seja na prática da cidadania (Autoridades Mirins) e do lazer (Brincando nas Férias, entre tantos outros projetos), na educação e no combate à mortalidade infantil, foi coroada com uma das mais importantes menções que Barueri recebeu até hoje, da Fundação Abrinq: o selo “Prefeito Amigo da Criança”. Atendendo sereshumanos A sucessão de obras realizadas por Gil mudou a cara da cidade 3X4, emissão de carteira de identidade e profissional, assistência jurídica e de saúde, lazer e informação, além do gabinete do prefeito e da primeira dama, aberto para ouvir a população do bairro. Educação para mudar a história Na época em que Gil assumiu, o Estado começava o processo de municipalização do ensino. O prefeito viu na medida uma grande oportunidade de trazer a Barueri a responsabilidade pela Educação, com a intenção real de transformar o setor. Municipalizar o ensino era encurtar as distâncias entre as necessidades dos alunos e professores em relação à solução efetiva dos problemas da educação. As falhas foram corrigidas com muita rapidez e, acima de tudo, conhecimento de causa – ninguém melhor que o próprio município para conhecer os proble- mesmas oportunidades e níveis de qualidade de ensino. Para ter sucesso, o trabalho precisava necessariamente passar pela requalificação dos professores, muitos deles na verdade não preparados à nova filosofia da educação municipal. E era preciso um grande projeto para essa qualificação; um lugar que pudesse reunir todo o aparato de aperfeiçoamento constante a es- Também investiu na coleta seletiva de lixo, que a priori apenas desperta a consciência ambiental, via reciclagem, mas que em Barueri, além de ter de fato alcançado boa parcela de baruerienses, permitiu a criação de uma cooperativa de ex-catadores de lixo. A Cooperiyara é o destino final de todo o lixo reciclável recolhido pela Coleta Seletiva de Lixo. Por dia, a cooperativa recebe cerca de 1995. Durante sua campanha, Gil começou uma agenda de visitas e reuniões com a população. “Fiz muitas reuniões, em todos os bairros, em todos os locais. Naquela campanha chegava a fazer duas ou até três reuniões no mesmo dia, numa mesma noite, fazia reunião de sábado, fazia reuniões de domingo, além dos comícios no período eleitoral, e mesmo antes do período eleitoral”, conta Gil. Eleito, já na primeira reunião com o secretariado falava da idéia de montar um projeto, espécie de “prefeitura itinerante”, a fim de dar à população mais que a oportunidade de falar dos problemas de determinado bairro, como acesso a diversos serviços gratuitos de direito. Era o embrião do megaprojeto “O Prefeito no Seu Bairro”, que nasceu como piloto, mas tomou corpo e apoio da população, transformando-se num grande sucesso público. Realizado em oito regiões por ano, o projeto levava à população diversos serviços gratuitos, como corte de cabelo, fotografia mas de suas escolas. Em 2004, sete anos após o início da municipalização – com uma rede que atende mais de 60 mil alunos em vários níveis, cerca de dois mil educadores, entre professores, diretores, orientadores educacionais, coordenadores pedagógicos, diretores assistentes, diretores e supervisores –, o sistema municipal de ensino era modelo de qualidade para todo o País. Ao término de seu mandato Barueri contava com 47 Escolas Municipais de Ensino Fundamental, atendendo 43 mil alunos de 1ª a 8ª séries; 11 Escolas Maternais, com 2,2 mil alunos; e 20 EMEIs, com 14.996 alunos. A municipalização, na qual foi pioneira, foi o primeiro passo. A administração passou a oferecer a melhor estrutura para o setor. A grade curricular foi especialmente estudada. Os alunos de 1ª a 4ª séries passaram a ter aulas de Inglês, Filosofia, Educação Artística e Educação Musical. Passou-se a estabelecer um padrão educacional no município para que alunos de bairros diferentes tivessem as O megaprojeto “O Prefeito no Seu Bairro” nasceu como piloto, mas tomou corpo e apoio da população, transformando-se num grande sucesso público. Sistema viário e obras A partir de 1997, Barueri passou a se preocupar em não somente resolver problemas pontuais de acesso a bairro, como prever futuros problemas de trânsito dentro de uma cidade que precisaria de mais artérias para escoar seu desenvolvimento. Nesse sentido a parte de Barueri do Corredor Oeste foi concluída com recursos municipais; foi concluído o último trecho de duplicação da Estrada Velha de Itapevi; foram realizadas várias obras de interligação Centro/Aldeia/Alphaville, incluindo a Ponte Antonio Macedo Arantes. Com tantas obras, a cara de alguns bairros foi sendo mudada. A construção do Parque Municipal, do Centro de Eventos e Museu da Bíblia, muito contribuiu para isso. Também foram construídos dois viadutos sobre os trilhos da CPTM, dando fim aos constantes acidentes com trens. Política de emprego As realizações na área da infância garantiram a Gil o título de “Prefeito Amigo da Criança” ses professores. A idéia foi construir um local próprio onde todos os professores tivessem a mesma filosofia de educação: nascia o Centro de Aperfeiçoamento de Professores, que une modernidade à dinâmica apaixonante da educação. Um projeto pioneiro e de sucesso em todo o Brasil. Outra ação foi a inserção de Barueri, em 2001, no Bolsa-Escola federal, programa em que famílias comprovadamente carentes e que tinham filhos matriculados em escolas públicas podiam receber uma ajuda de custo equivalente a R$ 15 por mês por filho, até o limite de três filhos na faixa etária de 6 a 15 anos. A meta do governo federal era atingir 10% da população, que equivaliam, naquela ocasião, a 2.389 famílias de Barueri. No entanto, o total de famílias que tinham direito ao benefício era de aproximadamente 5.700 pessoas. Gil Arantes então criou o benefício municipal para atender essas famílias. O cartão Bolsa-Escola Municipal beneficiava, em junho de 2004, 4.942 famílias. cinco toneladas de material reciclável, e os trabalhadores tiram do programa, muitas vezes, o sustento de sua família. Amigo da criança Foram muitas as ações dedicadas à criança pela gestão Gil Arantes. “A preocupação não deve ser só com a educação escolar, mas com a qualidade de vida dentro de casa”, preconizava Gil, já no início de sua primeira gestão. Assim, da Febem que o Estado quis enfiar goela abaixo de Barueri, nasceria um dos mais importantes projetos voltados à criança: a Brinquedoteca. A Brinquedoteca de Barueri está estruturada e funcionando apoiada em cinco grandes módulos de tal modo que cada um atue efetivamente no envolvimento da criança com áreas de estimulação para o seu desenvolvimento pleno. A experiência na ala pediátrica do Sameb deu origem a outro programa: o Brincando em Domicílio, que atende em casa a criança enferma. Outro projeto pioneiro de Barueri é o “Autoridades Mirins”. Durante as comemorações da Semana da Criança em outubro de 1997, o governo municipal programou uma atividade que mudaria a maneira das autoridades e do adulto perceber, se relacionar e ouvir a criança, e delas também ampliarem sua visão quanto às autoridades. O programa consiste na substituição simbólica de crianças nos cargos de autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e do empresariado. Em novembro de 1997, a cidade ganhava sua maternidade municipal, um projeto iniciado na gestão Furlan. Com o tempo, a atenção à criança que nascia em Barueri motivou outras iniciativas. Lançado em outubro de 2003, o projeto Criança Cidadã passou Municipalizar o ensino era encurtar as distâncias entre as necessidades dos alunos e professores em relação à solução efetiva dos problemas da educação Nos oito anos de administração Gil buscou estar próximo ao povo Atualmente a rede de saúde em Barueri conta com o Centro de Especialidades 1 e 15 Unidades Básicas de Saúde, distribuídas pelos principais bairros da cidade, para consultas ambulatoriais com agendamento prévio, que contam com as seguintes especialidades: clínica geral, obstetrícia, pediatria e ginecologia. Além dessas especialidades, conta ainda alização do carnaval de rua. “Peguei um momento de Barueri muito delicado. Ficou na minha mão a organização dessa cidade, e tive sim algumas perdas políticas com isso. Infelizmente, camadas da sociedade entendiam que isso era um prejuízo a elas, mas o importante era a maioria, a cidade como um todo. São medidas que a população vai desfrutar só daqui a anos, não são resultados imediatos”, diz Gil Arantes. Ecologicamente correta Barueri fez um trabalho pioneiro no Brasil, despertando a consciência da Agenda 21 nas comunidades escolares. A Agenda 21 é um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala mundial, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Para sua efetiva implantação em Barueri, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizou em 2004 um intenso trabalho de conscientização das bases do município, por intermédio da comunidade escolar. Educação foi ponto forte em seu governo com atendimento de dermatologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular, neurologia, endocrinologia, nutrição, pequenas cirurgias, ortopedia, gastroenterologia, endoscopia, ultra-som, eletrocardiograma, reumatologia, fisioterapia (inclusive para portadores de necessidades especiais), odontologia e tisiologia. O sistema de saúde dispõe de três prontos-socorros que oferecem atendimento para casos de emergência/urgência (24 horas) e exames de Raios X. Guarda Municipal Para atacar a violência, a guarda municipal foi ampliada: de 300 guardas em 1997, Gil Arantes o efetivo até 2004 chegou em 600 homens com uma frota de cem viaturas. Também, em 1999, pediu ao secretário de Estado de Segurança Pública, o aumento do efetivo policial do batalhão da PM em Barueri, que naquela época possuía 110 homens para atuar em todo o município. Também implantou um distrito policial. Implantou a Lei Seca, que limitou o horário de funcionamento de bares e similiares. Em outro momento o administração municipal proibiu a re- Apesar do crescimento empresarial em Barueri, a mão-de-obra da cidade continuava desempregada. A prefeitura adotou uma série de ações para qualificação dos trabalhadores, incluindo uma secretaria específica. “Quando assumi a prefeitura em 1997, cerca de 17% das vagas de emprego na cidade eram ocupadas por baruerienses. Hoje nós estamos esbarrando em 35% a 36%”, lembra Gil. Também se preocupou com quem não consegue se colocar no mercado de trabalho. Criado em 1999, o Programa de Auxílio ao Desempregado (Proad) tem o objetivo de aproveitar temporariamente o desempregado na prestação de serviço nas repartições públicas, por um período de nove meses. Da mesma forma, a primeira dama, Silvia Arantes, conduziu diversos programas da Promoção Social que visavam socorrer os desempregados. A fibra e obstinação para organizar uma cidade, com medidas drásticas que não agradam a alguns, certamente têm uma inspiração fácil de compreender: a família, onde a sociedade toda tem suas sementes. “Sempre, em todas as ações, quero fazer para as famílias aquilo que entendo ser o melhor para a minha família”, revela Gil Arantes. Para ele, o mais importante é ter terminado seus oito anos de governo com a consciência tranqüila. “Eu sei que fiz o máximo pela cidade, e fiz até muito mais do que imaginava. Só não enxerga a mudança de Barueri quem não quer ver. Investimos no ser humano, mostramos para a população o quanto é importante ela gostar da cidade onde vive, e governar Barueri para mim foi um orgulho, e espero um dia voltar a governar nossa cidade”, diz. “Sempre, em todas as ações, quero fazer para as famílias aquilo que entendo ser o melhor para a minha família” A família de Gil foi a inspiradora para suas realizações DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO Clínica da Assembléia de Deus traz esperança a crianças Lar de crianças soropositivas em Porto Alegre é cenário de milagres Conhecida pelo zelo e carinho no cuidado a crianças contaminadas pelo vírus HIV, a Clínica Esperança de Amparo à Criança (Ceacri), ligada à AD em Porto Alegre, tem experimentado os milagres de Deus desde a sua fundação. Com direção e corpo de funcionários evangélicos em sua maioria, a ONG abriga atualmente 20 crianças, de 0 a 9 anos, que foram abandonadas pelas famílias. Até hoje passaram pela clínica mais de 50 meninos e meninas, dos quais 18 foram adotados por terem simplesmente negativado a doença. Isso mesmo: apesar de a Aids ser considera uma doença sem cura aos olhos humanos, Deus tem realizado prodígios neste lugar. De acordo com a presidente e diretora da Clínica Esperança, Lóide Linhares Colisse, membro da AD em Porto Alegre, o trabalho, fundado em 1999, foi fruto do amor da missionária Mary Taranger, que precisou se afastar das atividades para cuidar da saúde. Ela é esposa de um dos pioneiros do Movimento Pentecostal no Rio Grande do Sul, o missionário Nils Taranger, já falecido, que dirigiu por décadas a AD gaúcha. “A irmã Mary foi procurada para hospedar uma criança soropositiva, e se incomodou de não poder integrá-la a outras crianças. Então Deus a tocou para começar um trabalho de abrigar somente portadoras do vírus HIV”, explica Lóide. Infectologista especialista em Aids pediátrica, Marinella Della Negra é responsável pela equipe que cuida de crianças HIV positivo no Hospital Emilio Ribas, em São Paulo. Segundo ela, é impossível uma criança negativar a doença depois de infectada. “Ninguém negativa o HIV, ou é ela é infectada ou não. Se ela tomar medicamento corretamente e fizer tudo que se preconiza, pode conviver com a doença. Infelizmente a Aids ainda não tem cura”, disse a médica. Mas contrariando totalmente o laudo médico, o desaparecimento do vírus foi constatado em quase 20 crianças. “A medicina tem resistência em admitir um milagre. Mas o fato é que nenhuma das mães de nossas crianças fez um tratamento sequer, e ainda assim essas crianças negativaram. E isso só aconteceu devido à poderosa mão de Deus”, testificou a responsável pela clínica, que teve o prazer de ver todas essas crianças curadas, adotadas ou de volta a suas famílias. A parte espiritual realmente tem feito a diferença na condução da Ceacri. Seguindo os preceitos da Educação Cristã, a casa tem ensinado às crianças o caminho no qual devem andar. Segundo Lóide, além dos cultos matinais diários, as crianças visitam várias igrejas e se apresentam com hinos. “Formamos um coral com ESTÁ VOLTANDO elas, e quando são convidadas vão com muita alegria e disposição”, conta a diretora. Somado a todo aparato estrutural da clínica, as crianças contam ainda com a cobertura espiritual da AD em Porto Alegre. Segundo o líder da igreja, o pastor Ubiratan Batista Job, a clínica é um braço da obra social da igreja. “Ainda que ela tenha vida própria, a igreja e os membros participam da manutenção da clínica. Existem obreiros escalados que sempre estão lá levando a Palavra, orando e orientando-os. Além tura (Unesco), sendo uma das três instituições gaúchas selecionadas a receber doação da Fundação Bill Gates. Pioneira neste perfil de atendimento, a clínica é um acalanto às crianças e também ao Conselho Tutelar da região, como relata o conselheiro Cirilo Fae. “Para nós, é muito bom saber que existe uma instituição séria, que tem feito esse trabalho exemplar”, elogia o conselheiro, lembrando que o Estado também fornece o amparo necessário. “Temos acompanhado o serviço social da clínica bem de perto. Juntos tentamos de todas as maneiras fazer com que a criança não seja esquecida pela família enquanto está no abrigo”, conta Cirilo. Criado há um ano e meio, o serviço social da clínica Crianças da clínica louvam a Deus; novas instalações estão sendo construídas para ampliar o número de crianças atendidas. disso, eles também participam dos cultos”, conta o pastor, que também é presidente da Convenção da AD no Rio Grande do Sul (Ciepadergs). Encaminhadas até a clínica através do Conselho Tutelar ou pelo Juizado da Infância e da Juventude, as crianças, além de muito amor, recebem abrigo, alimentação, vestuário e tratamento médico. “O Grupo Hospitalar Conceição, por meio do INSS, nos presta todo serviço em relação à saúde delas”, conta a diretora, acrescentando que o trabalho é mantido com doações de pessoas físicas e jurídicas. Devido à seriedade do trabalho, há dois anos a Ceacri foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cul- Edição 67 É BOM Diga não ao Horóscopo Fevereiro Sábio Salomão “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia”. (Provérbios 15:1 e 2) Março Profeta Jeremias “Porque a confusão devorou o trabalho de nossos pais, desde a nossa mocidade: as suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus filhos, e as suas filhas. Jazemos na nossa vergonha e estamos cobertos da nossa confusão, porque pecamos contra o Senhor, nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do Senhor, nosso Deus.”. (Jeremias 3:24-25) Abril Evangelista S. João “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos Deus: aos que crêem em seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.”. (João 1:11-13) Maio Salvador Jesus Cristo “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai e soltar-vos-ão. Daí, e ser-vosá dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.” (Lucas 6:37 e 38) Setembro Apóstolo S. Pedro “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformeis com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância”. (1 Pedro 1:13 e 14) Junho Profeta Isaías “Buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que pelejaram contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearam contra ti. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo”. (Isaías 41:12 e 13) Outubro Evangelista S. Lucas “Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplainarão; e toda a carne verá a salvação de Deus”. (Lucas 3:5 e 6) Novembro Legislador Moisés “Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente”. (Deuteronômio 4:5 e 6) Julho Evangelista S. Marcos “E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não comprimisse, porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem.” (Marcos 3:9 e 10) Agosto Apóstolo S. Tiago “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos”. (Tiago 5:3 e 4) Dezembro Apóstolo S. Paulo “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”. (Romanos 1:18 e 19) Jamo Little Brown Palavras cruzadas da BIBLÍA tem buscado o resgate da história de cada criança, fato esse que tem colaborado para o desenvolvimento de cada criança. “Junto à Previdência Social e ao fórum dos conselhos, tentamos localizar os familiares delas. Por meio dessa ‘investigação’, estamos montando um álbum com a história de cada um”, explica a assistente social da Ceacri, Sílvia Lúcia Fiukuoka. Os planos para o futuro são ainda maiores. Segundo a diretora Lóide, está sendo construído um prédio em um terreno que vai aumentar em cinco vezes a capacidade física do local. “Vai ficar muito bom. Vamos abrigar um número muito maior de crianças”, anima-se Lóide. Ninguém está mais necessitado da oração do que o homem atarefado, o homem que não tem tempo, pois tendo cada hora do dia tomada por um compromisso, como poderá este homem fugir ao nervosismo da pressa, às crises de impaciência, à amargura do desgosto? Somente a oração pode fazer com que supere a tudo, porque assim estará invocando sobre o seu trabalho a bênção de Deus, a bênção da qual tudo depende. Amolar a foice jamais cegou o corte; de igual modo a oração nunca impede o andamento do serviço. Como é possível esquecer a necessidade constante de amolar o nosso instrumento de trabalho, isto é, de orarmos sem cessar, em se tratando de obra tão importante como a salvação eterna? A vida de oração reflete-se no nosso trabalho; refletir-se-á no fruto de nossa vida e, finalmente, também na seara; a vida de oração se refletirá igualmente em vitória nas dificuldades e provações. As cadeias do pecado rompemse quando Jesus é invocado, quando Ele, em adoração, é glorificado e louvado como Senhor redivivo, que ressurgiu vitoriosamente do sepulcro e que pôs o inimigo por estrado de seus pés. É sob o efeito da oração que em adoração glorifica do Senhor, que o Deus vivo põe-se em ação; Sua onipotência e força resolvem qualquer necessidade e proble- ma; Seu amor conforta e sara. Deus é um Senhor por demais maravilhoso! Que Redentor é Ele! Que Salvador inigualável! Que vencedor formidável! Que Rei! Quando aprenderemos a invocá-lo, em adoração, com os nomes que Lhe descrevem a sublime natureza? Os céus e a terra deverá proclamar incessantemente os louvores de um Senhor tão maravilhoso! Como esperamos glorificá-Lo na eternidade, se aqui não o fazemos? Orar significa apresentar-se perante o Santo Deus, significa marcar audiência com o Rei dos reis. Como poderemos comparecer à sua presença, não estando purificados? Como orar se não Lhe entregamos inteiramente a nossa vontade? Deus nos atenderá as orações somente quando rogarmos de acordo com Sua vontade. Submeter-se a uma vida de oração implica fazer uma revisão profunda da nossa vida. Por que não nos expormos à luz divina, à Sua verdade, para sermos libertados? O assunto é de suma importância: Deus quer transformar a nossa vida em vida de oração, o que vale dizer, em vida cheia de poder, em vida vitoriosa na contemplação de sua glória. E pela oração Deus não quer apenas transformar nossas vidas, dando-lhes sentido e frutificando-as. Pela oração Deus quer transformar-te em portador de Sua bênção para muitos. Direito de Resposta Por sermos escravos da lei para sermos livres abrimos democraticamente espaço para direito de resposta às pessoas que se sentirem ofendidas, independentemente de ação judicial, ficando como juízo competente os endereços de redação e impressão que constam do expediente desse jornal, conforme lei de imprensa. Sendo que as matérias assinadas não expressam o pensamento desse jornal. Somos livres por sermos escravo da lei! e-mail: [email protected] R E S P O S TA S O poder da oração Cristo exortou à oração. Com esta exortação e com a dádiva da oração o Senhor pôs nas mãos dos homens um poder inestimável. O todo-poderoso, em palavras claras e inequívocas, compromete-se a atender-nos a prece conquanto que esta Lhe seja dirigida com fé e em nome de Jesus. O estímulo à oração é uma nota promissória assinada por Cristo. Podemos apresentá-la, pois Ele próprio comprometeu-se a resgatá-la. “A oração constituise no maior poder deste mundo, pois ela é capaz de mover a mão d’Aquele que rege o universo”. A oração encerra possibilidades jamais vistas; ela pode transformar tudo: homens, suas dificuldades e situações embaraçadas. Não há barreira para a oração. É exatamente por este motivo que Satanás se empenha ao máximo em afastar-nos da oração. Sabe ele que, mesmo realizando grandes obras no reino de Deus, não lhe somos prejudiciais. Mas ele sabe também que lhe invadimos o domínio e lhe arrebatamos a presa, ao orarmos com persistência. Um quadro expressivo, pintado por antigo mestre, exemplifica este estado de coisas. O quadro mostra uma balança. A um dos pratos estão agarrados cinco demônios; no outro prato está sentado um garoto, orando; e a balança pende fortemente para o lado do menino. Eis o poder da oração, da verdadeira oração! Página 9 Mensagem de Cristo para edificação de sua alma Janeiro Salmista Davi “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará”. (Salmos 121:1-3) A clínica, dirigida pela irmã Lóide Linhares (à esquerda) tem trazido esperança para crianças soropositivas - JESUS Página 10 Edição 67 DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM SANTANA DE PARNAÍBA Cerimônia comemora 85 anos de união do casal mais velho da região Os moradores do bairro Chácara Solar de Santana de Parnaíba, João Pereira dos Santos, de 111 anos, e Ana Maria de Jesus Pinheiros Pinto, de 97, completaram 85 anos de casados no dia 1º de abril. Para comemorar a data, foi realizada uma cerimônia na Igreja Assembléia de Deus, no bairro da Fazendinha, nos mesmos moldes de uma cerimônia tradicional. A história do casal mais velho da Região Oeste começou em 1921, quando eles se uniram oficialmente na cidade de Araçoari, no Vale do Jequitinhonha, no Estado de Minas Gerais. Da união do casal nasceram oito filhos e destes vieram outros 72 novos membros entre netos, bisnetos e tataranetos. A filha caçula de 60 anos de idade, Zolina do Carmo Delfi- Sávio Barletta O prefeito Benedito Fernandes e a primeira-dama Ângela Fernandes fizeram questão de participar da festa no Soares, assistiu à cerimônia muito emocionada. “É maravilhoso ainda ter meus pais ao meu lado. A união deles foi selada pelos anjos”, disse. Além dos parentes e amigos, o prefeito Benedito Fernandes e a primeira-dama Ângela Fernandes também prestigiaram a festa do casal. Longevidade A comemoração de 85 anos de casamento de João Pereira dos Santos e Ana Maria de Jesus Pinheiros Pinto não é nenhuma surpresa para San- tana de Parnaíba. De acordo com o último Índice Paulista de Responsabilidade Social (IRPS) de 2003, pesquisa realizada pelo SEADE, o município possui hoje o melhor indicador de longevidade da Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, o município ostenta o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região Metropolitana. E, recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), responsável pela elaboração do IDH, fez uma revisão do último ranking nacional e elevou o município em duas posições. Antes em 25º, o município possui agora o 23º melhor índice de desenvolvimento humano do País. Fonte: Secom Santana de Parnaíba Benedito Fernandes prestigia posse do governador Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes Sávio Barletta e Roberto Andrade Em 31 de março, o prefeito de Santana de Parnaíba Benedito Fernandes (PFL) prestigiou a cerimônia de transmissão do cargo de governador do Estado de São Paulo para Cláudio Lembo (também do PFL), que assume o governo com a saída de Geraldo Alckmin, candidato oficial do PSDB à presidência da República. O evento aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, e contou com a presença dos secretários de Estado – os anteriores, da gestão Alckmin e os novos, da gestão Lembo –; do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf; do presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel; do arcebispo de São Paulo, o cardeal Dom Cláudio Hummes; do prefeito da capital, Gilberto Kassab; e do presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen; além de outras autoridades civis e militares. Após receber o pavilhão de governador do Estado das mãos de Alckmin e assinar o decreto de nomeação dos novos secre- Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir) acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento tários, Cláudio Lembo disse que sua gestão dará continuidade às ações do governo Alckmin. “Prosseguirei com seus atos, como se ele estivesse no palácio. A preservação do sentido ético do governador estará presente aqui todos os dias”, disse Lembo. Discursando logo em seguida, Alckmin elogiou a postura de seu sucessor. “Estou convicto de que São Paulo está em ótimas mãos. O mais alto grau de sabedoria é a humildade, e o Cláudio Lembo começa com o pé direito”, disse Alckmin, que também comentou sobre sua gestão e o seu desafio de concorrer à Presidência da República. “O Estado de São Paulo tem mantido suas contas, mesmo com os altos juros e o baixo dinamismo da economia no País. Não quero que essa nova jornada seja uma luta política, daqueles que querem o poder para si, para os seus ou para o seu partido”. E acrescentou: “Estamos em um país de oportunidades, com um povo trabalhador, criativo, que tem tudo para estar na liderança do desenvolvimento sustentável mundial”, finalizou. Entre as diversas autoridades políticas estava o prefeito de Santana de Parnaíba Benedito Fernandes, que aproveitou para comentar sobre o que espera do governo Lembo. “O professor Cláudio Lembo ao longo de sua vida adquiriu uma grande experiência política e nós julgamos que ele vai fazer um governo muito bom para o Estado de São Paulo, devido à sua competência como homem público”, comentou o prefeito. Perfil Cláudio Lembo nasceu em São Paulo, em 12 de outubro de 1934. Foi Secretário de Negócios Extraordinários do exprefeito Olavo Setúbal, em 1974, e Secretário de Negócios Jurídicos do prefeito Jânio Quadros de 1986 a 1989. Concorreu ao Senado em 1978 e a vice-presidente da república em 1990. Em 2002, foi eleito vicegovernador de São Paulo. Advogado desde 1959, Lembo é professor de Direito e foi Diretor para assuntos legislativos do Banco Itaú e reitor da Universidade Mackenzie de 1997 a 2002. Fonte: Secom Santana de Parnaíba Massacre na justiça Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava Afronta a idéia de justiça a decisão do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo de reverter condenação em primeira instância e absolver o coronel Ubiratan Guimarães, o comandante da operação policial que resultou no massacre do Carandiru, em 1992, no qual 111 presos foram mortos durante uma rebelião. Com a anulação parcial do primeiro julgamento, de 2001, no qual o oficial fora sentenciado a 632 anos de prisão, os membros mais antigos do TJ afirmam que, do ponto de vista do Direito, a matança jamais ocorreu. Não foram responsabilizados nem o governador do Estado à época, Luiz Antonio Fleury Filho, nem o secretário da Segurança, nem o comandante da operação, nem, até o momento, nenhum dos policiais envolvidos. A situação em que se deu o acontecimento de 1992 era extremamente difícil e perigosa para a polícia. Uma rebelião precisava ser debelada, e o governo optou Deputado Fleury jurados afirmaram que o coronel agira “no estrito cumprimento do dever”, mas a seguir disseram que ele atuara com “excesso”, ponto que fundamentou a acusação de co-autoria com dolo eventual. A contradição teria justificado a anulação total do julgamento e a realização de um novo juízo; jamais a absolvição do réu. Não há notícia de outra tecnicalidade semântica que tenha livrado um acusado de 632 anos de pena. Espera-se que o Superior Tribunal de Justiça reforme a decisão do TJ paulista. Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indeléO Jornal mais perseguido do Brasil vel na história brasileira, a ação da Justiça nesse pela invasão. O que ocorreu a partir daí per- caso a agrava. Entre os homicídios e o primeimanece controverso. Mas é evidente, por seu desfecho, que a ro julgamento, transcorreram operação foi desastrosamente nove anos. A única condenação conduzida, o que, portanto, su- obtida foi revertida cinco anos gere que seu comandante é pelo depois. Os outros processos ainmenos co-responsável pelas mor- da em curso não foram julgados. Tudo isso contribui para reforçar tes. Houve incoerência do júri. Ao a impressão – não de todo equiresponderem ao questionário, os vocada – de que este é o país da impunidade. Fonte: editorial da “Folha de SP” 17/02/2006) Nota da Redação: Por conta da luta contra a impunidade, vários órgãos de imprensa do País, que ousaram afirmar que o governador Fleury, ao menos de ofício, teria sido o culpado por este massacre, foram processados e condenados cível e criminalmente a pagarem indenização por perdas e danos morais. A SA O Estado de S. Paulo, o Estadão, na pessoa do seu diretor-presidente Ruy Mesquita, e Leia O Jornal, o jornal mais perseguido do País, e seu diretor Alcides Jamo Little Brown, também foram condenados. O ex-governador Fleury usou a condenação contida nos autos contra Ruy Mesquita nos autos contra Leia o Jornal em sua defesa. Jamo Little Brown Coronel Ubiratan Prefeitura arrecada doações em Alphaville com o projeto Bota-Fora Roberto Andrade Ao fundo, a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Santana de Parnaíba, Ângela Fernandes A Secretaria Municipal de Assistência Social realizou, nos dias 1º e 3 de abril, nos residenciais Alpha 6 e 3, mais uma etapa do projeto Bota-Fora. Foram arrecadados móveis, brinquedos, eletroeletrônicos, utensílios domésticos e roupas. A primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Ângela Fernandes, acompanhou a operação no sábado e fez questão de agradecer pessoalmente aos colaboradores. Tudo o que foi arrecadado no Bota-Fora segue para o Bazar da Solidariedade da Assistência Social, localizado na Avenida Brasil, nº 355, no Jardim São Luiz. O dinheiro obtido com a venda é revertido para o Fundo Social de Solidariedade de Santana de Parnaíba e transformado em compras de aparelhos ortopédicos e cadeiras de rodas, que são distribuídos à população carente. O Bota-Fora não tem data certa para acontecer. Toda a vez que um grupo de pessoas se mobiliza, entra em contato com a Assistência Social para, juntos, marcarem o dia do recolhimento das doações. Para esta empreitada, a prefeitura conta com a parceria da empresa Ultragaz, que cede caminhão, motorista e ajudante. Para a moradora do Alpha 3, Nilza Bedin, a ação teve ótimos resultados. “Com certeza, essa foi a maior doação do projeto bota-fora que ocorreu no Alpha 3. Ao todo, foram dois caminhões e uma Kombi cheios de objetos e materiais”, destaca Nilza, que é diretora social do condomínio. No dia 8, a operação BotaFora foi no Residencial 18 do Forte e; no dia 20 de maio será a vez dos moradores do Alpha 11 realizarem a ação, lembrando que as doações acontecem sempre a partir das 10 horas. Quem tiver interesse em participar do Bota-Fora pode ligar para a Rede Permanente de Doações da Secretaria de Assistência Social, pelo telefone 4154-2363. Fonte: Secom Santana de Parnaíba Pedi com lágrimas O presbítero José Antonio Simão louva ao Senhor Jesus Cristo com simplicidade, muito amor, devoção e dedicação sacerdotal. José Antonio Simão nasceu no município alagoano de Ibateguara (antiga Piquete), em 19 de agosto de 1940. Filho de Antonio Simão de Sales e de dona Maria Amélia da Conceição; casado com Elizete Gomes Simão (que já dorme no Senhor), com quem teve cinco filhos: Orlando, Welington, Elilde, Ricardo e Eurides. Hoje se acha desposado de dona Maria José Sales Simão. Convertendo-se a Cristo, o Espírito Santo o inspirou a compor dezenas de hinos, dos quais muitos estão gravados pelo compositor, bem como por outros cantores. De sua lavra tem se produzido dois CDs: Chamado por Jesus e Pedi com lágrimas. Atualmente se prepara para o lançamento de seu terceiro CD. Vale a pena salientar que José Simão sofre as mesmas humilhações e perseguições que os autores dos hinos da Harpa Cristã das Assembléias de Deus, principalmente o hino 15. Ao convidar o cantor Simão, saiba que seu ministério é o de tão somente agradar a Deus e a igreja do Senhor Jesus Cristo, ao contrário de muitos cantores mercenários e metaleiros. Contatos: Tel: (11) 3605-0703 Jamo Little Brown