Apostila - Gran Cursos Online
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CNMP CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO TÉCNICO ESPECIALIDADE: ADMINISTRAÇÃO Língua Portuguesa Raciocínio Lógico-Matemático Legislação de Interesse Institucional Noções de Direito Constitucional Noções de Direito Administrativo Noções de Orçamento Público Lei n. 8.112/1990 Noções de Direito Processual Civil Noções de Administração Gestão de Pessoas Noções de Gestão de Processos Noções de Arquivologia 12/2014 – Editora Gran Cursos EDITORA GRAN CURSOS LTDA SIG QUADRA 01, LOTE 975 – BRASÍLIA-DF CEP: 70.610 – 410 TEL: 0800 601 7770 [email protected] AUTORES: Bruno Pilastre / Márcio Wesley Roberto Vasconcelos Gilcimar Rodrigues Ivan Lucas J.W. Granjeiro / Rodrigo Cardoso Thiago Vesely Talita Ramine Zé Carlos / Flavio de Sousa PRESIDÊNCIA: J. W. Granjeiro DIRETORIA EXECUTIVA: Ivonete Granjeiro CONSELHO EDITORIAL: J. W. Granjeiro, Ivonete Granjeiro, Bruno Pilastre e João Dino DIRETORA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano DIAGRAMAÇÃO: Oziel Candido e Washington Nunes Chaves REVISÃO: Juliana Garcês, Luciana Silva e Sabrina Soares CAPA: Pedro Wgilson Granjeiro TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. LÍNGUA PORTUGUESA DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. ..........................................................................................................50 EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA. .......................................................................................................72 EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. ...................................................................................................107 FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. ........................................................................................................................84 PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO. .....................................90/97/106/125 DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. ................................................................................34 EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. ..................................................................................................84 VOZES DO VERBO. .........................................................................................................................................91 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL. .......................................................................................................91 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. ....................................................................................................................95 SINTAXE. REDAÇÃO (CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS). .........91 INTELECÇÃO DE TEXTO. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS. ......... 6 RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. .................................................................................19 COMUNICAÇÕES OFICIAIS (CONFORME MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA). ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO. ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO. ..................................................................................................................................................121 Iniciamos nossos trabalhos com o artigo de Fábio Ulhoa Coelho, publicado no jornal Folha de São Paulo no dia 1º de janeiro de 2013: Objetividade, concisão e comedimento. No artigo, o autor observa que há em nossa Justiça excesso de argumentos desimportantes, de linguagem redundante e com adjetivos demais e de mesuras desmedidas. A leitura do texto se faz importante pelo fato de ressaltar a importância da linguagem em nossa sociedade. Não poderia ter sido mais feliz a receita para o aperfeiçoamento da Justiça brasileira formulada pelo ministro Joaquim Barbosa, em seu objetivo, conciso e comedido discurso de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal. Para o novo presidente da Corte Suprema, precisamos GHXPD-XVWLoD³VHP¿UXODVVHPÀRUHLRVHVHPUDSDSpV´ )LUXODV VmR DUJXPHQWRV DUWL¿FLDOPHQWH FRPSOH[RV usados como expediente diversionista, para impedir ou retardar a apreciação da essência das questões em julgamento (o mérito da causa). Apegos a detalhes formais sem LPSRUWkQFLDpXPH[HPSORGH¿UXOD Floreios são exageros no uso da linguagem, oral ou escrita. Expediente empregado em geral no disfarce da falta de conteúdo do discurso, preenche-o de redundâncias, hipérboles e adjetivações. E rapapés são mesuras desmedidas que mal escondem um servilismo anacrônico. Todos devemos nos tratar com respeito e cordialidade, dentro e fora dos ambientes judiciários, mas sempre com o virtuoso comedimento. )LUXODV ÀRUHLRV H UDSDSpV VmR SHUQLFLRVRV SRUTXH redundam em inevitável desperdício de tempo, energia e recursos. Combater esses vícios de linguagem, por isso, tem todo o sentido no contexto do aprimoramento da Justiça. 2 RSRVWR GD ¿UXOD p D REMHWLYLGDGH R FRQWUiULR GRV ÀRUHLRVpDFRQFLVmRDQHJDomRGRVUDSDSpVpRFRPHGLmento. A salutar receita do ministro Barbosa recomenda discursos objetivos, concisos e comedidos. São discursos que, aliás, costumam primar pela elegância. eXPDUHFRPHQGDomRGLULJLGDDWRGRVRVSUR¿VVLRQDLV jurídicos: magistrados, promotores e advogados. Precisam todos escrever e falar menos, para dizerem mais. Arrazoados jurídicos e decisões longas são relativamente recentes. Nas primeiras décadas do século passado, elas ainda eram escritas à mão. Isso por si só já estabelecia um limite (por assim dizer, físico) aos arroubos. Os pareceres de Clóvis Beviláqua, o autor do anteprojeto do Código Civil de 1916, tinham cerca de cinco ou seis laudas. Depois, veio a máquina de escrever. Embora tenha tornado a confecção de textos menos cansativa, ela também impunha limites físicos à extensão. No tempo do manuscrito HGDGDWLORJUD¿DRWDPDQKRGRWH[WRHUDVHPSUHSURSRUFLRnal ao tempo gasto na produção do papel. O computador rompeu decididamente este limite. Com R ³UHFRUWD H FROD´ GRV SURJUDPDV LQIRUPDWL]DGRV GH UHGDção, produzem-se textos de extraordinárias dimensões em alguns poucos segundos. 2V SUR¿VVLRQDLV GR GLUHLWR QmR WrP FRQVHJXLGR UHVLVtir à tentação de fabricar alentados escritos abusando dos recursos da informática. Clientes incautos ainda são impresVLRQiYHLVH¿FDPRUJXOKRVRVFRPDUREXVWH]GDVSHoDVGH seu advogado. Claro, há questões de grande complexidade, que H[LJHPGRVSUR¿VVLRQDLVGRGLUHLWRPDLRUHVGLJUHVV}HVHIXQdamentações, gerando inevitavelmente textos mais extensos. Tamanho exagerado nem sempre, assim, é sinônimo GH¿UXODÀRUHLRRXUDSDSp0DVpXPERPLQGLFDWLYRGHVWHV vícios, porque os casos realmente difíceis correspondem à PLQRULDHVmRIDFLOPHQWHUHFRQKHFLGRVSHORVSUR¿VVLRQDLVGD iUHD1mRVHMXVWL¿FDJUDQGHJDVWRGHSDSHOHWLQWDQDVLJQL¿FDWLYDPDLRULDGRVSURFHVVRVHPFXUVR Pois bem. Se a receita do ministro Barbosa melhora a -XVWLoDHQWmRDTXHVWmRSDVVDDVHUDLGHQWL¿FDomRGHPHGLdas de incentivo ao discurso objetivo, conciso e comedido. A renovação da linguagem jurídica necessita de vigorosos estímulos. Alegar que estimular maior objetividade fere o direito GHDFHVVRDR-XGLFLiULRRXjDPSODGHIHVDp¿UXOD/DPHQWDU que a concisão importa perda de certo tempero literário das SHoDV SURFHVVXDLV p ÀRUHLR 2EMXUJDU TXH R FRPHGLPHQWR agride a tradição é rapapé. Se a exortação do ministro Barbosa desencadear, como se espera, a renovação da linguagem jurídica, a sua posse na presidência do Supremo Tribunal Federal se tornará ainda mais histórica. Após a leitura do texto de Fábio Ulhoa Coelho, vejamos o que Evanildo Bechara nos diz sobre como analisar um texto: Os dez mandamentos para a análise de textos I – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. II – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. III – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). IV – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido. V – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para não se confundir no momento de responder à questão. VI – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles. VII – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. VIII – Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão. IX – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento. X – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos etc.). 5 LÍNGUA PORTUGUESA COMPREENSÃO (OU INTELECÇÃO) E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Proponho, como exercício, aplicar os “Dez mandamenWRV´jOHLWXUDGRWH[WRGH8OKRD 9HMDPRVDJRUDFRPR%HFKDUDGH¿QHcompreensão e interpretação de texto: Compreensão ou intelecção de texto BRUNO PILASTRE Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: As considerações do autor se voltam para... Segundo o texto, está correta... De acordo com o texto, está incorreta... Tendo em vista o texto, é incorreto... O autor sugere ainda... De acordo com o texto, é certo... 2DXWRUD¿UPDTXH Interpretação de Texto Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: O texto possibilita o entendimento de que... Com apoio no texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para... Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que... Três erros capitais na análise de textos Para o gramático, há três erros capitais na análise de textos: extrapolação, redução e contradição. • Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. • Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele. • Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palaYUDVFRPR³SRGH´³GHYH´³QmR´YHUER³VHU´HWF Bechara, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro, 2006. (Com adaptações) A propósito da noção de erro, SAVIOLI & FIORIN QD REUD ³0DQXDO GR FDQGLGDWR SRUWXJXrV´ SXEOLcada pela Fundação Alexandre de Gusmão, apresentam a seguinte análise: Nos textos em que é de rigor a utilização da norma culta, o uso das construções abaixo seria inaceitável: 6 a) Por isso, em nome de todos os comediantes e humoristas, gostaria de lançar este pequeno protesto, pois, sendo o prefeito uma autoridade governamenWDO¿FDPXLWRGLItFLOSDUDQyVSREUHVPRUWDLVigualar-se jYHUYHR¿FLDO-{6RDUHVVeja, 24.05.1995, p. 95). (Uso de forma de 3ª pessoa do singular em lugar da de 1ª pessoa do plural). b) Qual é a personagem que mais lhe DWUDLQR¿OPH" (O Estado de S. Paulo, 29.05.1995, D10). (Uso do pronome oblíquo dativo – que indica objeto indireto – em lugar do pronome oblíquo acusativo – que manifesta objeto direto). c) Nem os seguranças de Mário Covas acreditam na falta de cerimônia do patrão. Que foi surpreendido em pleno fuça a fuça no gabinete do Bandeirantes com dois vendedores de plano de saúde – que ele próprio tinha autorizado a entrada (Folha de S. Paulo, 10.04.1995, 5-2). (Uso inadequado do pronome relativo: o correto seria cuja entrada ele próprio tinha autorizado). d) Sobre a minha renovação de contrato com o São Paulo, posso adiantar que já tivemos uma conversa no sábado, onde já evoluiu bastante (Goleiro Zetti, Programa Bate-bola, TV Gazeta, 31.01.1993). (Uso do onde no lugar de que). e) Há momentos na vida que você não pode errar (Propaganda da Agroceres. Falta da preposição em diante do relativo com função de adjunto adverbial de tempo). f) Espero que o pessoal UHÀHWH VREUH R VLJQL¿FDGR desta Copa do Mundo (Rivelino, Programa Apito Final, 08.07.1990, TV Bandeirantes). (Uso do indicativo pelo subjuntivo). g) Dá licença que eu tenho que me lavá a louça da janta. Se o Zé descobre que dormi na cama dele, me mata eu e me mata você (Falas da novela A próxima vítima. Veja. 12.04.1995, p. 8). 2V³HUURV´DVHJXLUSUHMXGLFDPDFRPXQLFDomRSRLVR OHLWRU¿FDVHPVDEHURTXHTXLVGL]HUTXHPHVFUHYHXDIUDVH Vejamos alguns exemplos: a) Já houve o tempo da moreninha, da loirinha e agora chegou a vez da ruivinha. A cor do cabelo, no entanto, faz pouca diferença, pois a fórmula para conquistar jovens platéias com um interesse maior em sexo do que em música. O segredo do sucesso na música pop é um rostinho – e um corpinho – feminino bonito e bem sensual (Folha de S. Paulo, 17.09.1989, apud Unicamp 1989). (Observe que, no segundo parágrafo, a oração iniciada por pois não tem predicado: não se sabe de que fórmula falava o enunciador). b) Embora as enchentes, todos os anos, continuem a destruir cidades inteiras em algumas regiões do Nordeste, provocando prejuízos que chegam a milhões de dólares. (Nesse período não há oração principal: a primeira oração iniciada por embora é subordinada adverbial concessiva; a segunda é uma subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio). Até o momento, vimos que três fenômenos de natureza diferente são considerados erros: a) desvio da norma adequada a uma dada situação de comunicação; b) agramaticalidade da estrutura da frase ou do período; c) violação de relações discursivas. Há, no entanto, outros fenômenos distintos que também são erros linguísticos. a) (UURV GH RUWRJUD¿D$ RUWRJUD¿D p R FRQMXQWR GH FRQYHQo}HV TXH UHJHP D JUD¿D GDV SDODYUDV (Vsas convenções, no caso dos países de língua portuguesa, resultam de acordos entre os diferenWHVSDtVHV$VQRUPDVGHRUWRJUD¿DVmRFRHUFLWLYDV para todos os falantes. Gosta de fama de bad boy (garoto mal) e faz tudo o que pode para mantê-la (Folha de S. Paulo, 11.06.1995, 4-5). (O adjetivo é grafado com u (mau) e o advérbio com I (mal)). Escrevi crônica pedindo aos leitores que sugerissem formas do ex-deputado se matar e recebi cerca de 1300 cartas com as propostas mais ilárias (O Estado de S. Paulo, 22.05.1995, D2). (Aqui temos dois problemas: hilária escreve-se com h; a forma correWDGRDGMHWLYRTXHVLJQL¿FD³TXHID]ULU´philariante). b) Erro por imposição de uma tradição do ensino. Nesse caso, entram aqueles fatos linguísticos que pertenciam à norma culta da língua, mas que se alteraram e que a escola considera ainda como fatos reais do português. O atraso no pagamento implicará em multa. (Há hoje uma oscilação na regência do verbo implicar: é usado tanto como transitivo direto, quanto como transitivo indireto com a preposição em; a única regência considerada correta pela tradição gramatical é sem a preposição). Custei a perceber o problema. (O verbo custar, no VHQWLGRGH³VHUFXVWRVR´pHQVLQDGRFRPRXQLSHVsoal; só se considera correto custou-me perceber o problema). Não tenho nenhuma dó de criminosos. (O substantivo dó é ensinado como masculino). Leia esta crônica de Raul Drewnick, publicada em O Estado de S. Paulo, de 25.04.1995, em que um desses erros por imposição da tradição de ensino é analisado com muita graça. A noite estava quase tão gostosa quanto o chope e o salaminho. Na mesa do bar, os seis amigos, todos catedráticos em mulher e futebol, conversavam disso mesmo, porque não houve, não há e nunca haverá assunto melhor para o brasileiro do que mulher e futebol. Sharon Stone foi comparada com Letícia Spiller. Romário com Túlio. Angélica com Xuxa, Viola com Edmundo e, depois de muito bate-boca, se chegou àquela conclusão de sempre: nenhuma. Duas horas mais tarde, já sob o efeito das rodadas de chopinho que de dez em dez minutos o garçom renovava, eles mudaram um pouco o debate. Começaram a comparar Sharon Stone com Romário, Letícia Spiller com Túlio, Angélica com Viola e Xuxa com Edmundo. Discutiram, exalWDUDPVH TXDVH VH GHVHQWHQGHUDP H QR ¿P FKHJDUDP DR mesmo resultado do debate anterior: nenhum. Não houve vencedores. E vencidos, se houve, foram os chopinhos e os salaminhos, dizimados assim que se atreviam a aparecer. (VWDYDPIHOL]HV(IHOL]HV¿FDUDPDWpTXHXPGHOHVRPDLV fofoqueiro dos seis, começou a contar a história de uma garota, vizinha dele, famosa pelas curvas do corpo e pela generosidade do coração. – Vocês precisam conhecer a Adriana. É um estouro, um petardo, uma bomba atômica! Se ela sai de casa e vai até a esquina, a rua toda treme. Se ela vai um pouco mais longe, explode todo o quarteirão. ±1RVVDHODpWXGRLVVRPHVPR"(QWmRDJHQWHSUHcisa conhecer. – Ela não é tudo isso. É tudo isso e mais um pouco. Tudo isso e mais bastante. E ela topa qualquer parada. Já namorou com o bairro inteiro. 7 LÍNGUA PORTUGUESA Além dos casos de agramaticalidade, constituem também erros as violações de relações discursivas, ou seja, de relações entre partes e segmentos do texto: por exemplo, o uso de conectores argumentativos inadequados, a criação de enunciados ambíguos etc. Nesse caso, pode-se dizer que temos verdadeiras agramaticalidades discursivas. Vejamos alguns exemplos: a) PC Farias responde a mais de 30 inquéritos de corrupção na Polícia Federal (Jornal Nacional, 30.11.1993). (Nesse caso, há uma ambiguidade: pode-se entender que PC Farias responde na Polícia Federal a 30 inquéritos de corrupção ou responde a 30 inquéritos por ter corrompido agentes da Polícia Federal). b) Os estudantes que pretendem ingressar na Unicamp, no próximo vestibular, concordam com o decreto do governo. Estão reclamando, apenas, que a Universidade de Campinas está exigindo a leitura de um livro que entrará no exame inexistente no Brasil: $ FRQ¿VVmR GH /~FLR, de Mário de SáCarneiro. (Isto é Senhor, 14.09.1989, apud Unicamp 1989). (Pela posição em que foi colocado, o adjetivo inexistente parece estar referindo-se a exame). c) O presidente americano [...] produziu um espetácuORFLQHPDWRJUi¿FRHPQRYHPEURSDVVDGRQD$UiELD Saudita, onde comeu peru fantasiado de marine no mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos (Veja, 09.01.1991, apud Unicamp 1992). (Tem-se a impressão de que fantasiado se refere a peru e de que o presidente era servido aos soldados). d) Há meses não chove em Brasília. Portanto, o governo não pensa em racionamento de água. (Nesse caso, é completamente despropositado o uso do conector conclusivo portanto; o que se deveria era usar o adversativo mas). Nesse ponto, o mais empertigado dos seis amigos arregalou os olhos e perguntou, com expressão de espanto: BRUNO PILASTRE ±2TXHIRLTXHYRFrGLVVH" – Eu disse que a menina é um avião e namora com todo mundo. 2TXHpTXHYRFrHVWiHVWUDQKDQGR" – Eu estou estranhando que você, um sujeito com instrução, diga uma asneira como essa. ±4XHDVQHLUD" – Que a menina namora com todo mundo. – Mas é verdade. A Adriana é uma devoradora de homens. Dos 8 aos 80 não escapa um. – Não estou censurando o comportamento dela. Estou é indignado com o seu desconhecimento gramatical. ±&RPRPHXGHVFRQKHFLPHQWRJUDPDWLFDO"9RFrSRGH PHH[SOLFDULVVR" – Você disse que ela namora com. ±'LVVH(GDt" – Daí que isso é uma barbaridade. O verbo namorar é transitivo direto. Quem namora, namora alguém, não namora com alguém. Enquanto o acusado de crime contra a gramática assumiu um triste ar de réu para merecer a clemência dos amigos, um deles, quase tão empertigado, quanto o gramático de plantão, protestou: – Espere aí, Aristarco. Você está massacrando o Cordeiro à toa. O dicionário do Aurélio diz que namorar com é perfeitamente válido. – Ah, Praxedes, eu não esperava que você me viesse com essa. Você sabe muito bem que o Aurélio não é uma boa fonte. O Aurélio admite tudo: nóis vai, nóis fumo... – Você está querendo dizer, Aristarco, que você tem PDLVDXWRULGDGHGRTXHR$XUpOLR" – Não. O que eu estou querendo dizer é que em nenhum outro dicionário você vai achar esse absurdo de namorar com. No início do debate, o Cordeiro, que sem querer tinha provocado a confusão, ainda tentou acompanhar os argumentos dos dois gramáticos, cada vez mais nervosos. Depois ele acabou dormindo, como os outros. Acordou dali a dez minutos, com a voz trovejante de seu defensor, o Praxedes. [...] Antes que o Aristarco, já rubro de cólera, apresentasse sua contraargumentação, o Cordeiro resolveu mostrar-se grato ao seu advogado: – É isso aí, Praxedes, você está certo. Deixe de ser chato, Aristarco. 9RFr TXHU VDEHU GH XPD FRLVD" 1DPRUDU p WmR ERP mas tão bom, que até namorar contra é gostoso. c) Hipercorreção. É o uso de uma forma vista como correta no lugar de uma outra considerada indevidamente errada. Vejamos alguns exemplos: Não haverão UHFXUVRV VX¿FLHQWHV SDUD R WpUPLQR das obras. (O verbo haver, QR VHQWLGR GH ³H[LVWLU´ é impessoal. Portanto, a construção correta seria 1mRKDYHUiUHFXUVRVVX¿FLHQWHVSDUDRWpUPLQRGDV 8 obras. No entanto, imagina-se que o sujeito seja UHFXUVRVVX¿FLHQWHVe que o verbo deva concordar com ele). O galfo escapou-lhe das mãos (como em certas camadas sociais troca-se o l por r, em palavras como calça, maldade, calcanhar, pensa-se que a forma correta de garfo seja galfo). d) Falsa análise do enunciado. É aquele erro cometido por uma análise inadequada da frase, quando se atribui a uma palavra ou expressão uma função sintática que ela não exerce, quando se estabelecem relações sintáticas inexistentes, quando se realizam analogias improcedentes dentro do período. Vejamos alguns exemplos: Vai chover multas na volta do feriado (Folha da Tarde, 31.12.1992,1). (Nesse caso, atribui-se à palavra, que é o sujeito, a função de objeto direto e, por conseguinte, não se realiza a concordância. A frase correta seria Vão chover multas na volta do feriado). Pode-se argumentar, é certo, que eram previsíveis os percalços que enfrentariam qualquer programa de estabilização [...] necessário no Brasil (Folha de S. Paulo, 07.10.1990, apud Unicamp 1991). (Atribui-se ao pronome relativo que, que retoma o substantivo percalços, a função de sujeito e não de objeto direto e faz-se a concordância do verbo com o antecedente percalços e não com o verdadeiro sujeito qualquer programa de estabilização). Quando ele resolver apresentar-se, oferecer explicações convincentes e obter o apoio da opinião pública, talvez seja inocentado (usa-se obter no lugar de obtiver, porque os verbos que aparecem antes no futuro do subjuntivo, por serem regulares, DSUHVHQWDPXPDIRUPDLJXDOjGRLQ¿QLWLYRRYHUER irregular obter contagia-se da regularidade dos anteriores, sobretudo porque todos terminam em-er). 6RXFODUDHGH¿QLWLYDPHQWHSHODDGPLVVLELOLGDGHGR impeachment – correndo o risco até do auto-suicídio político (Dep. Antônio Morimoto (PTB-RO) Folha de S. Paulo, 24.09.1992, 1-4). (Analisa-se suicídio FRPRXPWHUPRQmRUHÀH[LYRHSRULVVRDFUHVFHQta-se a ele auto, TXHVLJQL¿FD³VLPHVPR´ Muitas vezes, também a hipercorreção resulta de uma falsa análise do enunciado. A diferença, no entanto, é que ela acaba resultando, para quem a pratica, numa regra de uso: por exemplo, certas pessoas nunca usam impessoalmente o verbo fazer indicando tempo passado (dizem sempre fazem muitos dias e não faz muitos dias). e) Falsas analogias. São aquelas formas criadas por analogia com as regularidades da língua ou pelo estabelecimento de correspondências, que de fato não existem, entre certas formas da língua. Diferentemente do caso anterior, não se trata aqui de relações indevidas estabelecidas entre termos no interior de um período, mas da falsa pressuposição de simetrias entre formas da língua. O governo interviu muito na economia nestes últimos anos (usa-se interviu por interveio, porque se faz a seguinte analogia: se partir tem, para a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, a forma partir tem; partiu, dormir tem dormiu, cair tem caiu, então intervir tem interviu). O novelo deslisou pelo chão (usa-se deslisar por deslizar, porque se associa falsamente esse verbo ao adjetivo liso; notese que existe, em português o verbo deslisar, PXLWRSRXFRXVDGRTXHVLJQL¿FD ³DOLVDU´HTXHQmRVHFRQIXQGHFRPRYHUERdeslizar, TXHTXHUGL]HU³HVFRUUHJDUEUDQGDPHQWH´ O dom da oratória O pronunciamento do presidente Collor anteontem em cadeia nacional de rádio e TV despertou no ex-deputado José Costa (PMDB) recordações que coleciona para incluir em um livro de memórias e casos políticos de Alagoas. Há alguns anos – bem antes de alguém pensar em modernizar os portos – o deputado federal Ozeas Cardoso, amigo de Arnon de Mello, pai do presidente Collor, ajudou, por uma circunstância qualquer da vida, a categoria dos estivadores. Eram os tempos de guerra da velha UDN, partido do deputado. Sensibilizados, os trabalhadores resolveram promover uma festa para agradecer a mãozinha. O estivador escolhido para falar na ocasião atendia pelo sugestivo apeOLGRGH³4XHEUD3RVWH´+RPHPVLPSOHVFRPHoRXVHGHVculpando por não saber falar direito a língua pátria. Com essa limitação, mas fazendo questão de expressar toda a JUDWLGmRGDFDWHJRULD³4XHEUD3RVWH´UHVXPLXDPHQVDJHP em poucas palavras: ±6HXQRPHGHSXWDGRMiGL]WXGRWHPR³R´GH³RQHVWR´ HR³F´GH³FLQFHUR´Folha de S. Paulo, 23.06.1992) f) Impropriedades lexicais. É o uso de uma palavra FRP XP VLJQL¿FDGR TXH HOD QmR WHP PDV TXH VH atribui a ela indevidamente, em geral por uma semelhança fônica muito acentuada com o termo que seria adequado. Estações de metrô de mármore, com lustres de cristal, contrastam com a miséria da população. A OX[~ULDde Moscou tem seu contraponto no silêncio GRPRVWHLUR'RQVNRLFULDGRQR¿QDOGRVpFXORe um conjunto arquitetônico elegante e modesto (O Estado de S. Paulo, 30/5/1995, G10). (Luxúria, em português, não VLJQL¿FD³OX[R´PDV³VHQVXDOLGDGH´ Os erros ou inadequações de linguagem não têm todos o mesmo efeito: alguns prejudicam a compreensão do texto; outros comprometem o enunciador. As Forças Armadas brasileiras já estão treinando 3 mil soldados para atuar no Haiti depois da retirada das tropas americanas. A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou o envio de tropas ao Brasil e a mais quatro países, disse ontem o presidente da Guatemala, Ramiro de León (O Estado de S. Paulo, 24.09.1994, apud Unicamp 1995). Nesse caso, a má colocação da expressão ao Brasil e a mais quatro países prejudica a compreensão do enunciado, pois dá a entender que a ONU solicitou o envio de tropas ao Brasil e a mais quatro países, quando na verdade ela solicitou ao Brasil e a mais quatro países que enviassem tropas ao Haiti. No caso abaixo, os erros linguísticos comprometem o enunciador, pois criam dele a imagem de alguém sem qualquer intimidade com a língua e, portanto, de alguém bastante rústico. 9 LÍNGUA PORTUGUESA [Os astecas] não só conheciam o banho de vapor, tão prezado na Europa, como mantiam o hábito de banhar-se diariamente (Superinteressante, out. 1992, apud Unicamp 1993). (Usa-se mantiam no lugar de mantinham, porque se faz a seguinte analogia: se comer faz a 3ª pessoa do pretérito imperfeito do indicativo comiam, vender faz vendiam, prender faz prendiam, então manter faz mantiam). RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO SUM ÁRIO ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SITUAÇÕES POR MEIO DE: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO DE HIPÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, A CONCLUSÕES DETERMINADAS. NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES NUMÉRICAS; MÚLTIPLOS E DIVISORES DE NÚMEROS NATURAIS; PROBLEMAS. FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM FRAÇÕES. NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS: RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS; REGRA DE TRÊS; PORCENTAGEM E PROBLEMAS..................................................................................... 142 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM; PROBABILIDADE; ARRANJO; PERMUTAÇÃO E COMBINAÇÃO • em seguida, é apresentada uma segunda tela com 6 novos conjuntos de 4 sílabas distintas cada um, dos quais apenas um contém a segunda sílaba da senha do cliente, que deve, então, selecionar esse conjunto; • ¿QDOPHQWHpDSUHVHQWDGDXPDWHUFHLUDWHODFRP novos conjuntos de 4 sílabas distintas cada um, dos quais apenas um contém a terceira sílaba da senha do cliente, que deve, então, selecionar esse conjunto. A partir de uma amostra de 1.200 candidatos a cargos HPGHWHUPLQDGRFRQFXUVRYHUL¿FRXVHTXHGHOHVVHLQVcreveram para o cargo A, 400 para B e 400 para cargos distintos de A e de B. Alguns que se inscreveram para o cargo A também se inscreveram para o cargo B. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens subsecutivos. RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO 1. (CESPE) Selecionando-se ao acaso dois candidatos entre os 1.200, a probabilidade de que ambos tenham-se inscrito no concurso para o cargo A ou para o cargo B é superior a 1/6. 2. (CESPE) Menos de 180 candidatos se inscreveram no concurso para os cargos A e B. 3. (IADES) Paulo e Maria utilizam o metrô e embarcam nas estações de Águas Claras e Guará, respectivamente. Hoje combinaram de embarcar no mesmo trem para irem ao shopping. Assim que embarcou, Paulo avisou a Maria, para que ela embarcasse no mesmo vagão, mas esqueceu de avisar em qual estaria. Sabendo que a composição em que viajaram é formada por 8 trens destinados aos passageiros, sendo um exclusivo para mulheres, a probabilidade de Maria embarcar no mesmo trem que Paulo é: a. menor que 9%. b. maior que 9% e menor que 11%. c. maior que 11% e menor que 13%. d. maior que 13% e menor que 15%. e. maior que 15%. 4. (IADES) A apresentadora do Oscar desse ano, Ellen DeGeneres, publicou em rede social um VHO¿H – uma foto autotirada com celular por personagem único ou, no caso de grupo, por um dos integrantes – em que ela aparece com 10 estrelas de Hollywood, em uma composição não circular. Imagine que todas e apenas essas pessoas trocassem de posição entre si, de todos os modos possíveis, e em cada novo posicionamento fosse feita uma foto de todos, e apenas uma. O número x de fotos diferentes obtido seria: a. x < 10.000. b. 10.000 < x < 50.000. c. 50.000 < x < 300.000. d. 300.000 < x < 30.000.000. e. 30.000.000 > x. Para utilizar o autoatendimento de certo banco, o cliente deve utilizar uma senha silábica composta por três sílabas distintas. Para que possa acessar a sua conta em um caixa eletrônico, o cliente deve informar a sua senha silábica da seguinte maneira: • primeiramente, é apresentada uma tela com 6 conjuntos de 4 sílabas distintas cada um, dos quais apenas um contém a primeira sílaba da senha do cliente, que deve, então, selecionar esse conjunto; 12 A informação da senha silábica só será considerada correta se cada uma das 3 sílabas que compõem essa senha for informada na ordem solicitada: a primeira sílaba deverá estar no conjunto selecionado na primeira tela; a segunda sílaba, no conjunto selecionado na segunda tela; e a terceira sílaba, no conjunto selecionado na terceira tela. Com base nessas informações, julgue os dois próximos itens. 5. (CESPE) Se um indivíduo conseguir visualizar e anotar os 3 conjuntos de 4 sílabas selecionados corretamente por um cliente em um terminal de autoatendimento e, em seguida, listar todas as possibilidades para a senha silábica desse cliente, para, então, escolher uma dessas possíveis senhas, a probabilidade de que essa escolha coincida com a senha do correntista será inferior a 0,01. 6. (CESPE) Se um cliente esquecer completamente a sua senha silábica, a probabilidade de ele acertá-la em uma única tentativa, escolhendo aleatoriamente um conjunto de sílabas em cada uma das três telas que forem apresentadas pelo terminal de autoatendimento, será inferior a 0,005. 7. (ESAF) Para efetuar um determinado trabalho, 3 servidores do DNIT serão selecionados ao acaso de um grupo com 4 homens e 2 mulheres. A probabilidade de serem selecionados 2 homens e 1 mulher é igual a: a. 55% b. 40% c. 60% d. 45% e. 50% 8. (FUNRIO) Um professor entregou uma lista de exercícios contendo dez questões para ser resolvida por cada um dos vinte alunos de sua turma. Seis alunos conseguiram resolver todas as questões da lista, dez alunos resolveram oito questões e os demais resolveram apenas duas questões. Escolhendo-se aleatoriamente um aluno e uma questão da lista, a probabilidade da questão escolhida não ter sido resolvida é igual a: 17 a. 50 b. 23 50 27 50 d. 37 50 e. 13 50 (CESPE) Em uma repartição com 40 funcionários, trabalham analistas de recursos humanos, analistas de VLVWHPDVHRXWURVSUR¿VVLRQDLVTXHH[HUFHPYiULRVWLpos de atividades. Sabe-se que desses funcionários 20 são analistas de recursos humanos, 18 são analistas de sistemas e 5 exercem as duas atividades: analistas de recursos humanos e analistas de sistemas. 12. (ESAF) Uma clínica especializada trata apenas de três tipos de doentes: dos que sofrem de problemas cardíacos, dos que tem cálculo renal e dos hipertensos. Temos que 50% dos pacientes que procuram a clínica são cardíacos, 40% são portadores de cálculo renal e apenas 10% são hipertensos. Os problemas cardíacos são curados em 80% das vezes, os problemas de cálculo renal em 90% das vezes e os hipertensos em 95% das vezes. Um enfermo saiu curado da clínica. Qual DSUREDELOLGDGHGHTXHHOHVRIUHVVHGHFiOFXORUHQDO" a. 43,1% b. 42,1% c. 45,1% d. 44,1% e. 46,1% 13. (ESAF) Uma companhia preocupada com sua produtividade costuma oferecer cursos de treinamento a seus RSHUiULRV$SDUWLUGDH[SHULrQFLDYHUL¿FRXVHTXHXP operário, recentemente admitido, que tenha frequentado o curso de treinamento tem 82% de probabilidade de cumprir sua quota de produção. Por outro lado, um operário, também recentemente admitido, que não tenha frequentado o mesmo curso de treinamento, tem apenas 35% de probabilidade de cumprir com sua quota de produção. Dos operários recentemente admitidos, 80% frequentaram o curso de treinamento. Selecionando-se, aleatoriamente, um operário recentemente admitido na companhia, a probabilidade de que ele não cumpra sua quota de produção é: a. 11,70% b. 27,40% c. 35% d. 83% e. 85% 14. (IDR) Na avenida W3 sul, entre as quadras 702 e 704, H[LVWHP WUrV VHPiIRURV VX¿FLHQWHPHQWH HVSDoDGRV para poderem ser considerados independentes. No SULPHLURDOX]YHUGH¿FDDFHVDGXUDQWHVHPFDGD minuto, no segundo, durante 40s/m e no terceiro, 50 s/m. A probabilidade de um motorista que percorra todo o trajeto citado encontrar um deles fechado é: 1 a. 36 Com base nas informações acima, julgue os itens que se seguem. I – Escolhendo-se ao acaso um dos funcionários da repartição, a probabilidade de ele ser apenas analista de recursos humanos é superior a 40%. II – A probabilidade de um funcionário escolhido ao acaso exercer outra atividade que não seja a de analista de recursos humanos nem a de analistas de sistemas é superior a 20%. 10. (CESPE) Em um concurso público, registrou-se a inscrição de 100 candidatos. Sabe-se que 30 desses candidatos inscreveram-se para o cargo de escriturário, 20, para o cargo de auxiliar administrativo, e apenas 10 candidatos se inscreveram para os dois cargos. Os demais candidatos inscreveram-se em outros cargos. Julgue os itens a seguir, considerando que um candidato seja escolhido aleatoriamente nesse conjunto de 100 pessoas. I – A probabilidade de que o indivíduo escolhido seja candidato ao cargo de auxiliar administrativo é superior a 1/4. II – A probabilidade de que o indivíduo escolhido seja candidato ao cargo de escriturário ou ao cargo de auxiliar administrativo é igual a 1/2. 11. (CESPE) Em uma cidade, 1.000 habitantes foram entrevistados a respeito de suas relações com os bancos A e B. Dos entrevistados, 450 eram correntistas apenas do banco A, 480 eram correntistas do banco B, 720 eram correntistas de apenas um desses bancos e o restante não era correntista de nenhum desses 2 bancos. $UHVSHLWRGHVVDSHVTXLVDpFRUUHWRD¿UPDUTXHDSURbabilidade de um dos entrevistados: I – ser correntista dos 2 bancos é superior a 0,20. II – não ser correntista de nenhum dos bancos é igual a 0,08. III – ser correntista apenas do banco B é inferior a 0,25. 15. b. 1 18 c. 13 36 d. 17 36 e. 17 18 (CESPE) Num grupo de 75 jovens, 16 gostam de música, esporte e leitura; 24 gostam de música e esporte; 30 gostam de música e leitura; 22 gostam de esporte e leitura; 6 gostam somente de música; 9 gostam somente de esporte; e 5 jovens gostam somente de leitura. 13 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO 9. c. a. Qual é a probabilidade de, ao apontar, ao acaso, XPGHVVHVMRYHQVHOHJRVWDUGHP~VLFD" b. Qual é a probabilidade de, ao apontar, ao acaso, um desses jovens, ele não gostar de nenhuma desVDVDWLYLGDGHV" 16. 17. RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO 18. 19. 20. (ESAF) Carlos diariamente almoça um prato de sopa no mesmo restaurante. A sopa é feita de forma aleatória por um dos três cozinheiros que lá trabalham: 40% das vezes a sopa é feita por José; 40% das vezes por João, e 20% das vezes por Maria. José salga demais a sopa 10% das vezes; João o faz em 5% das vezes, e Maria 20% das vezes. Como de costume, um dia qualTXHU&DUORVSHGHDVRSDHDRH[SHULPHQWiODYHUL¿FD que está salgada demais. A probabilidade de que essa VRSDWHQKDVLGRIHLWDSRU-RVppLJXDOD" a. 30% b. 32% c. 35% d. 40% e. 42% (CETRO) Para etiquetar os frascos utilizados num laboratório, foi criado um código formado por 3 letras e 3 algarismos, sendo as letras apenas vogais e sendo os algarismo distintos, portanto, a quantidade de códigos é igual a: a. 9. b. 81. c. 810. d. 9.000. e. 90.000. (ESAF) Um grupo de dança folclórica formado por 7 meninos e 4 meninas foi convidado a realizar apresentações de dança no exterior. Contudo o grupo dispõe de recursos para custear as passagens de apenas 6 dessas crianças. Sabendo-se que nas apresentações do programa de danças devem participar pelo menos duas meninas, o número de diferentes maneiras que as 6 crianças podem ser escolhidas é igual a: a. 286 b. 756 c. 468 d. 371 e. 752 (CESPE) É inferior a 7.500 o número de maneiras SHODVTXDLVFySLDVGH¿OPHVSRGHPVHUGLVWULEXtGDV entre 4 salas de projeção, de modo que a menor sala UHFHEDFySLDVGRV¿OPHVHFDGDXPDGDVRXWUDVVDODVUHFHEDFySLDVGRV¿OPHV &(63( 6XSRQKD TXH XPD GLVWULEXLGRUD GH ¿OPHV WHQKD¿OPHVGHDQLPDomRHFRPpGLDVSDUDGLVWULbuição. Nesse caso, é superior a 140 e inferior a 160 o número de formas distintas pelas quais 4 desses ¿OPHV SRGHP VHU GLVWULEXtGRV GH PRGR TXH VHMDP comédias e 2 sejam de animação. 14 21. (CETRO) Em uma corrida com 12 participantes, podeVH FRPSRU D FODVVL¿FDomR SDUD R SULPHLUR VHJXQGR HWHUFHLURFRORFDGRVGHTXDQWDVPDQHLUDVGLIHUHQWHV" a. 210 b. 720 c. 1.020 d. 1.320 e. 2.120 22. (CESPE) A quantidade de maneiras diferentes para se construir um painel contendo 6 células a serem preenchidas intercalando-se vogais e algarismos escolhidos de 0 a 9, sem repetições, começando por vogal e terminando com número, conforme ilustrado abaixo, é superior a 40.000. U 2 E 1 A 8 23. (CESPE) Caso o chefe de um órgão de inteligência tenha de escolher 3 agentes entre os 7 disponíveis para viagens – um deles para coordenar a equipe, um para redigir o relatório de missão e um para fazer os levantamentos de informações –, o número de maneiras de que esse chefe dispõe para fazer suas escolhas é inferior a 200. 24. Uma reunião foi realizada com 5 pessoas que se sentaram ao redor de uma mesa redonda, na sala de reuniões. De quantas formas distintas podemos organizar HVWDVSHVVRDVHPYROWDGHVWDPHVPDPHVD" 25. (ESAF) Considere todas as trinta e duas sequências, com cinco elementos cada uma, que podem ser formadas com os algarismos 0 e 1. Quantas dessas sequências possuem pelo menos três zeros em posições FRQVHFXWLYDV" a. 5 b. 8 c. 9 d. 12 e. 13 26. De quantos modos podemos dispor 5 livros de Matemática, 3 de Física e 2 de Química numa prateleira, de PRGRTXHRVOLYURVGRPHVPRDVVXQWR¿TXHPVHPSUH MXQWRV" a. 1.440 b. 4.320 c. 8.640 d. 10.620 e. 12.450 27. Numa assembleia há cinquenta e sete deputados sendo trinta e um governantes e os demais, oposicionistas. Quantas comissões de sete deputados podem ser formadas com quatro membros do governo e três da RSRVLomR" a. menor que 80.000.000. b. maior que 80.000.000 e menor que 85.000.000. c. maior que 85.000.000 e menor que 90.000.000. d. maior que 90.000.000 e menor que 95.000.000. e. maior que 95.000.000. 29. 30. 31. 32. 33. 34. Numa reunião estão doze pessoas. Quantas comissões de três membros podem ser formadas, com a condição de que uma determinada pessoa A esteja sempre presente e uma determinada pessoa B nunca SDUWLFLSHMXQWRFRPDSHVVRD$" a. 24 b. 30 c. 36 d. 42 e. 45 Quantos são os anagramas da palavra UNIVERSAL TXHFRPHoDPSRUFRQVRDQWHHWHUPLQDPSRUYRJDO" a. menor que 101.000. b. maior que 101.000e menor que 104.000. c. maior que 104.000e menor que 106.420. d. maior que 106.420 e menor que 108.880. e. maior que 108.880. De quantas maneiras distintas 7 pessoas podem sentar-se em torno de uma mesa circular, de tal modo que GXDVGHWHUPLQDGDVSHVVRDV¿TXHPVHPSUHDFRPRGDGDVMXQWDV" a. 240 b. 480 c. 1.420 d. 2.520 e. 5.040 Em uma assembleia realizada em Brasília com a participação de quarenta cientistas, oito destes presentes eram físicos. Quantas comissões de cinco membros podem ser formadas nesta assembleia incluindo no PtQLPRXPItVLFRSUHVHQWH" a. menor que 450.000. b. maior que 450.000 e menor que 455.000. c. maior que 455.000 e menor que 460.000. d. maior que 460.000 e menor que 462.000. e. maior que 462.000. (CESPE) O campeonato brasileiro de futebol da série A, neste ano de 2010, é disputado em turno e returno, com a participação de 20 clubes, todos jogando contra todos, sendo considerado campeão o clube que, segundo as regras estabelecidas, somar o maior número de pontos. Nesse caso, a quantidade de jogos previstos para esse campeonato é superior a 360. (CESPE) Se, em um prédio de 12 apartamentos, com 12 proprietários diferentes, forem constituídas 3 comissões para discutir assuntos distintos, cada uma formada por 3 proprietários, de forma que um mesmo proprietário possa participar de mais de uma comissão, a quantidade de possibilidades de escolha dessas 3 comissões será superior a 369.000. (CESPE) Considerando que Pedro e outras 9 pessoas devam escolher, entre eles, o síndico, o subsíndico, o secretário e o tesoureiro, formando a diretoria do condomínio em que residam, a quantidade de diretorias que poderão ser formadas sem que Pedro seja o síndico será superior a 4.500. 35. (CESPE) No Congresso Nacional, uma comissão de 5 membros será formada a partir de 8 senadores e 6 deputados, sendo que pelo menos um deputado deverá pertencer à comissão. O número de comissões que poderão ser assim formadas é inferior a 1.920. 36. (CESPE) Os números de telefone, usualmente, têm 8 dígitos escolhidos entre os algarismos de 0 a 9. Considerando que 0 não possa ser o primeiro dígito, nesse caso, a quantidade de números de telefones distintos em que nenhum dígito aparece repetido é inferior a 1.600.000. 37. (FUNIVERSA) Uma loja vende tintas em dez cores diferentes. Se cinco clientes compram uma lata de tinta FDGDXPpFRUUHWRD¿UPDUTXH a. é possível se ordenar a entrada dos cinco clientes na loja, um por vez, de 30 maneiras diferentes. b. a probabilidade de as cores serem todas diferentes é de 50%. c. a probabilidade de pelo menos duas cores serem iguais é de 50%. d. a probabilidade de pelo menos duas cores serem iguais é superior a 65%. e. o número de maneiras diferentes de os cinco clientes combinarem cores diferentes é igual a 30.240. 38. (CESGRANRIO) Uma urna contém 5 bolas amarelas, 6 bolas azuis e 7 bolas verdes. Cinco bolas são aleatoriamente escolhidas desta urna, sem reposição. A probabilidade de selecionar, no mínimo, uma bola de cada cor é: § 13 · § 12 · § 11 · § 7 · § 6 · § 5 · ¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸ 5 5 5 5 5 5 a. 1 © ¹ © ¹ © ¹ © ¹ © ¹ © ¹ § 18 · ¨ ¸ ©5¹ b. § 13 · § 12 · § 11 · § 7 · § 6 · § 5 · ¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸¨ ¸ © 5 ¹ © 5 ¹ © 5 ¹ ©5¹ ©5¹ ©5¹ § 18 · ¨ ¸ ©5¹ c. § 13 · § 12 · § 11 · ¨ ¸¨ ¸¨ ¸ © 5 ¹ © 5 ¹ © 5 ¹ 1 § 18 · ¨ ¸ ©5¹ d. § 13 · § 12 · § 11 · ¨ ¸¨ ¸¨ ¸ ©5¹ ©5¹ ©5¹ § 18 · ¨ ¸ ©5¹ e. § 13 · § 12 · § 11 · ¨ ¸¨ ¸¨ ¸ 5 5 5 1 © ¹ © ¹ © ¹ § 18 · ¨ ¸ ©5¹ 15 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO 28. GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. C E d e C E c e E, E E, E C, E, E b b d a) 58% b) 14% d e d E C d C E 24 formas b c b e a a c C C C E E d a 16 LEGISLAÇÃO DE INTERESSE INSTITUCIONAL SUM ÁRIO REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (RESOLUÇÃO N. 92, DE 13 DE MARÇO DE 2013 E ALTERAÇÕES POSTERIORES): LIVRO I - DA COMPOSIÇÃO, COMPETÊNCIA E ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................................................... 222 REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO (LEI N. 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 E ALTERAÇÕES POSTERIORES): DOS DIREITOS E VANTAGENS. DO REGIME DISCIPLINAR..... (Vide caderno Lei n. 8.112/1990) CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 1 DEFINIÇÃO O Conselho Nacional do Ministério Público é um órgão GHFRQWUROHH[WHUQRVREUHDDWXDomRDGPLQLVWUDWLYDH¿QDQFHLUD do Ministério Público Brasileiro e dos deveres funcionais dos membros do parquet. Criado após a tão conhecida reforma do sistema judiciário e do ministério público, por meio da Emenda Constitucional – EC n. 45/2004. A EC n. 45/2004 introduziu no ordenamento jurídico brasileiro o Conselho Nacional do Ministério Público, como órgão de natureza meramente administrativa com a incumbência de realizar o controle externo sobre os diversos órgãos do Ministério Público, seja de âmbito da União ou dos Estados. 1.1 CONTROLE Alguns livros, de forma equivocada, tendem a endereçar o Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP como um yUJmRGHFRQWUROHLQWHUQRGR0LQLVWpULR3~EOLFR(VVDD¿UPDomR contém erros, tendo em vista que o CNMP não integra e não faz parte da estrutura do Ministério Público. Em outras palavras, o CNMP não é subordinado nem ao Ministério Público da União e nem aos Ministérios Públicos dos Estados. Nota-se que o CNMP tem uma vinculação completamente diferente da do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, que é órgão do Poder Judiciário, vinculado e subordinado ao Judiciário. Já o CNMP não integra à estrutura do Ministério Público, sendo assim, o Conselho Nacional do Ministério Público é órgão de controle externo ao Ministério Público. O que Doutrina entende sobre o assunto? “Em um primeiro plano, observa-se que o CNMP, embora seja um órgão tipicamente federal, mantido, portanto, pela União, não está inserido na estrutura do Ministério Público afeto a esse ente federado. É um órgão essencialmente externo, que controla tanto o Ministério Público da União como os congêneUHVHVWDGXDLV´(PHUVRQ*DUFLD0HPEURGR0LQLVWpULR3~EOLFR do Estado do Rio de Janeiro. Ex-Consultor Jurídico da Procuradoria Geral de Justiça (2005-2009). Assessor Jurídico da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP). Doutorando e Mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa. (Disponível em: aplicacao.mpmg.mp.br) O que o Conselho Federal da OAB entende? GILCIMAR RODRIGUES Ophir Cavalcante, ao se referir aos cinco primeiros anos de instalação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), comemorados hoje (21) em solenidade no Memorial JK, em Brasília. Ao enaltecer o trabalho desempenhado pelo Conselho encarregado do controle externo do MP, Ophir ressaltou que também a OAB ajudou a construir este momento. “Sempre foi uma bandeira da advocacia brasileira e da sociedade o controle externo. Este, apesar de todas as resistências iniciais, mostrouVHPXLWRH¿FD]SDUDIRUWDOHFHUR0LQLVWpULR3~EOLFRHWDPEpPD PDJLVWUDWXUD´D¿UPRX2SKLU (Disponível em: www.oab.org.br) Como o CNMP se enquadra? O Conselho Nacional do Ministério Público é o órgão de controle externo criado pela Emenda Constitucional n. 45/2004 18 para ser um instrumento de ampliação da participação cidadã nos rumos do Ministério Público e de fortalecimento dos princípios democráticos na gestão da Instituição. Com esse intuito, a Constituição Federal atribuiu ao CNMP o exercício do “controle GDDWXDomRDGPLQLVWUDWLYDH¿QDQFHLUDGR0LQLVWpULR3~EOLFRHGR FXPSULPHQWRGRVGHYHUHVIXQFLRQDLVGHVHXV0HPEURV´HOKH conferiu o dever de “zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, QRkPELWRGHVXDFRPSHWrQFLDRXUHFRPHQGDUSURYLGrQFLDV´ (Disponível em: www.cnmp.mp.br) O que o Presidente do CNMP, à época, entende? A conotação democrática do Conselho se acentua na medida em que o colegiado, formado por diversos setores da sociedade, é constituído para exercer o controle externo do 0LQLVWpULR3~EOLFRHDRPHVPRWHPSRUHD¿UPDUVXDDXWRQRmia. Roberto Monteiro Gurgel, Presidente do CNMP. (Disponível em: www.cnmp.mp.br) O que o STF entendeu de forma incidental? Na espécie vertente, o Impetrante busca impedir a atuação disciplinar do órgão de controle externo do Ministério Público nacional sob o argumento de que, ao determinar o arquivamento do procedimento preparatório criminal, a autoridade competente teria reconhecido a ausência de elementos mínimos de materialidade e autoria […] Nele, o Impetrante terá garantido o seu direito ao contraditório e à ampla defesa, sendo, por isso, prematuro tolher a atuação do órgão administrativo ao qual a Constituição da República atribuiu a competência para o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos membros do Ministério Público DUW$LQF,,GD&RQVWLWXLomRGD5HS~EOLFD´06 MC / MG – MINAS GERAIS. Relator (a) Carmem Lucia. “Infere-se dos documentos juntados ao processo que a instauração do procedimento de controle administrativo no órgão de controle externo dos Ministérios Públicos federal e estaduais decorreu de provocação de deputado estadual a partir de nota [...] A dúvida suscitada sobre a validade jurídica do contrato celebrado pelo Impetrante com a empresa Oi S/A impôs ao Conselho Nacional do Ministério Público a instauração do Procedimento de Controle Administrativo n. 0.00.000.000509/2014´ 06 0& ') ',675,72 )('(5$/ 5HODWRU D Carmem Lucia Enquadramento do CNMP e CNJ na Constituição: A Constituição Federal destaca que o CNJ pertence à estrutura interna do Poder Judiciário. Diferentemente do que ocorre com o CNMP. Vejamos: “Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I-A o Conselho Nacional de Justiça;” Já o art. 128 ilumina a estrutura do Ministério Público Brasileiro. Percebam: $UW20LQLVWpULR3~EOLFRDEUDQJH ,±R0LQLVWpULR3~EOLFRGD8QLmRTXHFRPSUHHQGH DR0LQLVWpULR3~EOLFR)HGHUDO ER0LQLVWpULR3~EOLFRGR7UDEDOKR FR0LQLVWpULR3~EOLFR0LOLWDU GR0LQLVWpULR3~EOLFRGR'LVWULWR)HGHUDOH7HUULWyULRV ,,±RV0LQLVWpULRV3~EOLFRVGRV(VWDGRV 1.2 ATUAÇÃO Outro ponto importante é que o Conselho Nacional do Ministério Público não é órgão jurisdicional, pois a sua natureza jurídica é órgão de competências administrativas, exercendo o controle externo sobre a atuação administrativa H¿QDQFHLUDGR0LQLVWpULR3~EOLFRHGRVGHYHUHVIXQFLRQDLV dos membros ministeriais. Muito se discutiu sobre a competência do CNMP controlar o exercício funcional do Ministério Público. O Conselho Nacional não tem competência para entrar no mérito das IXQo}HV¿QDOtVWLFDVGR0LQLVWpULR3~EOLFRSDUDQmRIHULUXP dos princípios mais marcantes do Ministério Público: Automia funcional da Instituição e a Independência Funcional GRVPHPEURV3RUWDQWRDDWXDomRGR&103¿FDUiQRkPELWR GDDWXDomRDGPLQLVWUDWLYDH¿QDQFHLUDGR0LQLVWpLUR3~EOLFR e nos deveres ou obrigações dos Membros. A ideia de criação do Conselho Nacional do Ministério 3~EOLFRWHYHFRPREDVHHYLWDUHYHQWXDLVGHVYLRVGH¿QDOLGDdes ou abusos cometidos por membros do Ministério Público H WDPEpP SHOD LQVWLWXLomR PLQLVWHULDO PDV D SULQFLSDO ¿QDOLGDGH GR &103 p ]HODU H JDUDQWLU XP 0LQLVWpULR 3~EOLFR H¿ciente, pautado por princípios constitucionais e legais, preservando os direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis da sociedade brasileira. Ao mesmo tempo em que busca preservar a instituição do Ministério Público, o CNMP atuará no FRQWUROHGRVDWRVDGPLQLVWUDWLYRVH¿QDQFHLURVGR0LQLVWpULR Público, podendo inclusive aplicar sanções aos membros por não observarem os seus deveres e as suas obrigações funcionais. Sobre o Conselho Nacional do Ministério Público, José Afonso da Silva, assevera: “O Ministério Público adquiriu, pela Constituição, um poder extraordinário, especialmente como órgão de controle interórgãos, com mecanismos governamentais, nem sempre exercida dentro dos parâmetros legítimos, pelo quê abusos têm sido cometidos, especialmente na utilização dos inquéritos civis e ações civis públicos como, também, nos processos administrativos, de que se vem servindo como meio de investigação criminal direta, sem amparo constitucional. Faltava um órgão de controle intra-órgãos para o ajuste da prática à legitimidade constitucional. Pode ser que HVVH&RQVHOKRIDoDHVVHUHDMXVWDPHQWR´ 2 INSTALAÇÃO O Conselho Nacional do Ministério Público tem como origem a EC n. 45, de 30 de dezembro de 2004. Mas foi instalado efetivamente no dia 21 de junho de 2005, com atuação (não confudir com jurisdição) em todo o território nacional e sede em Brasília, Distrito Federal. Sendo assim, só a partir de 21 de junho de 2005, é que o CNMP começou a recepcionar as demandas direcionadas ao Ministério Público. 3 COMPOSIÇÃO A composição do Conselho Nacional do Ministério Público é heterogênea ou mista, possuindo Conselheiros oriundos do Ministério Público e de pessoas alheias ao MP, na intenção de não desequilibrar a relação de proporção entre os integrantes do Ministério Público e daqueles que UHSUHVHQWDPRXWUDVSUR¿VV}HV São integrantes do CNMP 14 Conselheiros na seguinte disposição: 8 (oitos) membros do Ministério Público: O Procurador-Geral da República, 4 membros do MPU (1 membro de cada ramo) e 3 membros escolhidos dos Ministérios Públicos dos Estados; 2 juízes indicados: 1 (um) pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Jusitça; 2 membros da advocacia, indicados pela OAB; 2 cidadãos, indicados 1 (um) pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (PHVTXHPDDFRPSRVLomR¿FDUiDVVLP LEGISLAÇÃO DE INTERESSE INSTITUCIONAL Podemos perceber que a estrutura orgânica do Ministério Público não mencionou o CNMP. A Constituição destacou o CNMP somente no Art. 130-A, fora do âmbito orgânico do Ministério Público. 19 3.1 PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA MEMBRO NATO O Procurador-Geral da República é o único integrante do Conselho Nacional do Ministério Público que não se submete à votação no Senado Federal e à nomeação pelo Presidente da República para compor o CNMP, tendo em vista que já se submeteu a este procedimento por ocasião de Chefe do Ministério Público da União. O Procurador-Geral da República é membro nato e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público. 3.2 ESCOLHA DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público oriundos do Ministério Público da União serão escolhidos pelo Procurador-Geral de cada um dos ramos, a partir de lista tríplice composta por membros com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade, que já tenham completado mais de 10 (dez) anos na respectiva Carreira. As listas tríplices serão elaboradas pelos respectivos Colégios de Procuradores do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Militar, e pelo Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Terrórios. O nome escolhido pelo Procurador-Geral de cada um dos ramos será encaminhado ao Procurador-Geral da República, que o submeterá à aprovação do Senado Federal. 3.3 ESCOLHA DOS MEMBROS DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS GILCIMAR RODRIGUES Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público oriundos dos Ministérios Públicos dos Estados serão indicados pelos respectivos Procuradores-Gerais de Justiça, a partir de lista tríplice elaborada pelos integrantes da Carreira de cada instituição, composta por membros com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade, que já tenham completado mais de 10 (dez) anos na respectiva Carreira. Os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados, em reunião conjunta especialmente convocada e realizada para HVVH¿PIRUPDUmROLVWDFRPRVWUrVQRPHVLQGLFDGRVSDUD as vagas destinadas a membros do Ministério Público dos Estados, a ser submetida à aprovação do Senado Federal. Repare que o procedimento de escolha dos membros dos Ministérios Públicos dos Estados é mais complexo, pois o membro precisará integrar a lista tríplice elaborada pelo colégio de seu Ministério Público, despois disso o Procurador-Geral deverá escolher 1 (um) único nome, e após isso é convocada uma reunião de todos os procuradores-gerais de justiça do brasil para a escolha dos 3 (três) representantes dos estados. 3.4 ESCOLHA DOS INTEGRANTES DE OUTRAS CLASSES PROFISSIONAIS A Constituição Federal facultou a cada órgão legitimado a escolha dos integrantes do CNMP. Sendo assim, compete ao Regimento interno do STF, STJ, Câmara, Senado e OAB disciplinar a condução e a forma de escolha de seus representantes perante o CNMP. 20 3.5 APROVAÇÃO E NOMEAÇÃO DOS INTEGRANTES DO CNMP Compete ao Senado Federal aprovar por maioria absoluta a escolha dos nomes. O Presidente da República nomeará os aprovados. O Procurador-Geral da República empossará os nomeados. 3.6 MANDATO Os Conselheiros possuirão mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzido por uma única vez, desde que observe o mesmo trâmite da nomeação. 3.7 CRIME DE RESPONSABILIDADE Compete ao Senado Federal processar e julgar os Conselheiros do CNMP em crime de responsabilidade. A Constituição Federal não previu a prerrogativa de foro privilegiado em crime comum praticado por Conselheiros do CNMP. 4 COMPETÊNCIAS DO CNMP Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o FRQWUROHGDDWXDomRDGPLQLVWUDWLYDH¿QDQFHLUDGR0LQLVWpULR Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: 4.1 ZELAR PELA AUTONOMIA FUNCIONAL E ADMINISTRATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO, PODENDO EXPEDIR ATOS REGULAMENTARES, NO ÂMBITO DE SUA COMPETÊNCIA, OU RECOMENDAR PROVIDÊNCIAS; O Conselho Nacional do Ministério Público, ao contrário do que muitos pensam, tem como objetivo primário e fudamental a preservação da autonomia do Ministério Público, o CNMP não veio para diminuir ou restringir a autonomia do Ministério Público. Deve criar mecanismos para zelar e preservar a autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, criando atos normativos ou regulamentares para agilizar os procedimentos internos do Ministério Público. Caso algum Poder ou autoridade pública tentar impedir a autonomia do Ministério Público, caberá ao CNMP emitir notas técnicas repudiando tal comportamento. O regimento interno do CNMP proclama que a preservação da autonomia funcional e administrativa do Ministério Público será promovida pelo Plenário do Conselho, de ofício ou mediante provocação, sempre que houver ofensa ou ameaça de ofensa à independência funcional dos membros do Ministério Público ou interferência indevida na autonomia dos órgãos do Ministério Público. 4.2 ZELAR PELA OBSERVÂNCIA DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO E APRECIAR, DE OFÍCIO OU MEDIANTE PROVOCAÇÃO, A LEGALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS PRATICADOS POR MEMBROS OU ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO E DOS ESTADOS, PODENDO DESCONSTITUÍ-LOS, REVÊ-LOS OU FIXAR PRAZO PARA QUE SE ADOTEM AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS AO EXATO CUMPRIMENTO DA LEI, SEM PREJUÍZO DA COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS; O art. 37 da Constituição Federal trata-se dos princípios da administração pública e de temas relacionados à gestão administrativa. 4.3 RECEBER E CONHECER DAS RECLAMAÇÕES CONTRA MEMBROS OU ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO OU DOS ESTADOS, INCLUSIVE CONTRA SEUS SERVIÇOS AUXILIARES, SEM PREJUÍZO DA COMPETÊNCIA DISCIPLINAR E CORREICIONAL DA INSTITUIÇÃO, PODENDO AVOCAR PROCESSOS DISCIPLINARES EM CURSO, DETERMINAR A REMOÇÃO, A DISPONIBILIDADE OU A APOSENTADORIA COM SUBSÍDIOS OU PROVENTOS PROPORCIONAIS AO TEMPO DE SERVIÇO E APLICAR OUTRAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS, ASSEGURADA AMPLA DEFESA; O Conselho Nacional poderá receber reclamações contra quaisquer membros do Ministério Público e ainda contra os serviços auxiliares. Conforme o regimento interno, a avocação de procedimento ou processo administrativo disciplinar em curso contra membro ou servidor do Ministério Público dar-se-á mediante proposição de qualquer Conselheiro ou representação fundamentada de qualquer cidadão, dirigida ao Presidente do Conselho, a quem caberá determinar sua autuação e distribuição a um Relator. Salienta-se que para ocorrer a avocação, o processo administrativo precisa estar em curso ou em andamento, VHPGHFLVmRGH¿QLWLYD O Conselho Nacional poderá determinar remoção de membros do ministério público em caso de interesse público. A determinação de disponibilidade acarreta a inatividade do membro (podendo ser aproveitado no futuro), com subsídios proporcionais ao tempo de serviço. A penalidade máxima que o CNMP poderá aplicar aos membros do MP é a aposentadoria compulsória com proventos proporcionais ao tempo de serviço, tendo em vista que o Conselho é um órgão de natureza administrativa. Para cada sanção aplicada aos membros, o Conselho precisa de um processo administrativo que seja assegurada a ampla defesa e o contraditório ao acusado. 4.4 REVER, DE OFÍCIO OU MEDIANTE PROVOCAÇÃO, OS PROCESSOS DISCIPLINARES DE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO OU DOS ESTADOS JULGADOS HÁ MENOS DE UM ANO; Compete ao Conselho rever processos disciplinares de membros do parquet julgados há menos de um ano. O regimento interno informa que os procedimentos e os processos administrativos disciplinares contra membros do 0LQLVWpULR 3~EOLFR GH¿QLWLYDPHQWH MXOJDGRV Ki PHQRV GH XP ano, poderão ser revistos de ofício ou mediante provocação de qualquer cidadão. Julgado procedente o pedido de revisão, o Plenário poderá instaurar ou determinar a instauração de processo DGPLQLVWUDWLYRGLVFLSOLQDUDOWHUDUDFODVVL¿FDomRGDLQIUDomR absolver ou condenar o membro do Ministério Público, modi¿FDUDSHQDRXDQXODURSURFHVVR 4.5 ELABORAR RELATÓRIO ANUAL, PROPONDO AS PROVIDÊNCIAS QUE JULGAR NECESSÁRIAS SOBRE A SITUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO PAÍS E AS ATIVIDADES DO CONSELHO, O QUAL DEVE INTEGRAR A MENSAGEM PREVISTA NO ART. 84, XI. &RP D LQWHQomR SULPHLUD GH DXPHQWDU D H¿FLrQFLD D racionalização e a produtividade da instituição Ministério Público, a Constituição Federal inseriu a possibilidade de o CNMP propor providência que julgar necessária a situação da instituição no país, via elaboração de um relatório anual. Consagrando a sua importância, a Constituição prevê que o citado relatório deverá integrar a mensagem remetida pelo Presidente da República, junto ao plano de governo, ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa, que exporá a situação do país, solicitando as providências pertinentes. 1 5 CORREGEDOR NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO O Corregedor Nacional será eleito entre os membros do Ministério Público que integram o Conselho para um mandato de dois anos, vedada a recondução. Proceder-se-á a eleição pelo voto secreto, na sessão imediatamente posterior à vacância do cargo, sendo eleito o candidato escolhido pela maioria absoluta. Não sendo alcançada a maioria absoluta, os dois candidatos mais votados concorrerão em segundo escrutínio, proclamando-se vencedor, em caso de empate, o mais antigo no Conselho. O Corregedor Nacional tomará posse imediatamente após a proclamação do resultado da eleição. O mandato do Corregedor Nacional expirará juntamente com seu mandato de Conselheiro. O Corregedor Nacional exercerá suas funções em UHJLPH GH GHGLFDomR H[FOXVLYD ¿FDQGR DIDVWDGR GR yUJmR do Ministério Público a que pertence. Além de outras competências que lhe sejam conferidas por lei ou pelo Regimento do CNMP, ao Corregedor Nacional compete: I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; III – requisitar e designar membros do Ministério Público e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público; IV – determinar o processamento das reclamações que atendam aos requisitos de admissibilidade e arquivar, sumariamente, as anônimas ou aquelas manifestamente improcedentes ou desprovidas de elementos mínimos para sua compreensão, dando ciência ao interessado; V – propor ao Plenário a avocação ou a revisão de procedimentos acompanhados por reclamações disciplinares instauradas na Corregedoria Nacional, quando discordar, respectivamente, do trâmite ou das conclusões; 1 Clever Rodolfo Carvalho Vasconcelos, Ministério Público na Constituição Federal. 21 LEGISLAÇÃO DE INTERESSE INSTITUCIONAL Cumpre ao Conselho Nacional do Ministério Público apreciar os atos de gestão emanados do Ministério Público. Caso o ato não preservar a legalidade, compete ao CNMP desconsWLWXtORUHYrORRX¿[DUSUD]RSDUDTXHVHDGRWHPDVSURYLGrQcias. É importante salientar que a Constituição não deu competência ao CNMP para exercer a administração dos Ministérios Públicos, mas sim aperfeiçoá-los com estrita legalidade, e quando não houver legalidade adotar as devidas providências. Outro ponto importante é que a incumbência do CNMP refere-se à questões administrativas, refutando-se a possibilidade de apreciar atos funcionais ou aspecto processual, na intenção de não ferir a autonomia funcional da instituição e o princípio da independência funcional dos membros. A Competência do CNMP para apreciar a legalidade dos atos administrativos do Ministério Público não exime os órgãos ministeriais de prestarem contas aos Tribunais de Contas, isto é, a atuação do CNMP não prejudicará a competência dos Tribunais de Contas. VI – instaurar sindicância de ofício ou, quando houver LQGtFLRV VX¿FLHQWHV GH PDWHULDOLGDGH H DXWRULD GD LQIUDomR processo administrativo disciplinar. VII – realizar, de ofício ou mediante provocação, inspeções e correições para apuração de fatos relacionados aos serviços do Ministério Público, em todas as áreas de sua atuação, havendo ou não evidências de irregularidades. VIII – elaborar e apresentar ao Plenário relatório trimestral sobre as atividades desenvolvidas na Corregedoria NacioQDOGLYXOJDQGRUHODWyULRFRQVROLGDGRQR¿QDOGRH[HUFtFLR IX – executar e fazer executar as ordens e as deliberações do Conselho sujeitas à sua competência; X – expedir recomendações orientadoras, não vinculativas, destinadas ao aperfeiçoamento das atividades dos membros, órgãos e serviços auxiliares do Ministério Público, em processos e procedimentos que tramitem na Corregedoria Nacional; ;,±UHTXLVLWDUGDVDXWRULGDGHV¿VFDLVPRQHWiULDVMXGLciárias e outras, informações, exames, perícias ou documentos, sigilosos ou não, imprescindíveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos submetidos à sua apreciação; XII – manter contato, no que diz respeito às matérias de sua competência, com as corregedorias e demais órgãos das unidades do Ministério Público, bem como com autoridades judiciárias ou administrativas; XIII – delegar aos demais Conselheiros, membros auxiliares ou servidores expressamente indicados, atribuições SDUDDSUiWLFDGHSURFHGLPHQWRVHVSHFt¿FRV 6 PRESIDENTE DA OAB O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos $GYRJDGRVGR%UDVLOR¿FLDUiMXQWRDR&103SRGHQGRXVDU da palavra, tomar assento à direita do Presidente do Conselho, podendo ser representado pelo Vice-Presidente do Conselho Federal da OAB. A atuação do Presidente da OAB é meramente participativa. O regimento interno prevê a possibilidade do presidente da OAB enviar representação para avocação de processo disciplinar, revisão disciplinar e instauração de processo disciplinar. 7 OUVIDORIAS A Constituição Federal proclama que leis da União e dos estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúnicas de qualquer interessado contra membros ou órgãos do MP, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. GILCIMAR RODRIGUES 8 AÇÕES CONTRA O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO Nos termos do art. 102, I, r, da Constituição Federal, compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, as ações contra o Conselho Nacional do Ministério Público. Sendo assim, apenas o STF poderá rever atos praticados pelo Conselho Nacional do Ministério Público. 9 DA ORGANIZAÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO São órgãos do Conselho: I – o Plenário; 22 II – a Presidência; III – a Corregedoria Nacional do Ministério Público; IV – os Conselheiros; V – as Comissões; VI – a Ouvidoria Nacional. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL SUM ÁRIO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .....................................................................................................................244 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................252 DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS SERVIDORES ....................291/300 ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: DO PODER LEGISLATIVO: DO CONGRESSO NACIONAL. DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL. DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. DO SENADO FEDERAL. PODER EXECUTIVO: DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DAS RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ...........................................................................................................................................321/359 DO PODER JUDICIÁRIO: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL .....................331 DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA: DO MINISTÉRIO PÚBLICO ..........................................................353 c. igualdade material. d. inviolabilidade domiciliar. e. segurança jurídica. EXERCÍCIOS (FCC/ TRT - 6ª Região (PE)/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2012) A Constituição Federal reconhece que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, APENAS o a. Legislativo e o Executivo. b. Judiciário e o Legislativo. c. Executivo, o Legislativo e o Judiciário. d. Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público. e. Executivo, o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública. 2. (FCC/ TRT - 6ª Região-(PE)/ Técnico Judiciário/ Segurança/ 2012) No que concerne à organização dos 3RGHUHV GD 8QLmR p FRUUHWR D¿UPDU FRP EDVH QD Constituição Federal, que a. o Judiciário é hierarquicamente superior ao Executivo e ao Legislativo, na medida em que àquele LQFXPEHGHFLVmR¿QDOVREUHDFRQVWLWXFLRQDOLGDGH das normas vigentes. b. são independentes e harmônicos entre si, imponGR VH LQÀXrQFLDV H OLPLWDo}HV UHFtSURFDV TXH VH prestam à limitação do poder estatal. c. o Executivo é hierarquicamente superior ao Legislativo, na medida em lhe é autorizado legislar por meio de medidas provisórias. d. o Legislativo é hierarquicamente superior ao Executivo, na medida em que pode derrubar o veto do Chefe do Executivo a determinada lei, tornando-a vigente. e. são independentes e harmônicos, não se relacioQDQGRHQWUHVLGHYHQGRHYHQWXDOFRQÀLWRVHUGLULmido por organismo supranacional. IVAN LUCAS 1. 3. 4. (FCC/ TRT - 6ª Região/ 2012) Analista Judiciário/ Execução de Mandados) O voto é uma das principais armas da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democrático de Direito. Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a a. soberania. b. prevalência dos direitos humanos. c. cidadania. d. independência nacional. e. dignidade da pessoa humana. (FCC/ TRT - 6ª Região/ Analista Judiciário/ Área Judiciária/ 2012) O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que embasa a “Lei Maria GD3HQKD´SHUPLWLQGRTXHDPXOKHUUHFHEDXPWUDWDmento jurídico preferencial em relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o da a. função social da propriedade. b. liberdade individual. 24 5. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Segurança e Transporte/ 2012) Quanto às relações internacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4º da Constituição Federal brasileira de 1988, pelo princípio a. do juiz natural. b. do efeito mediato. c. da sucumbência. d. da igualdade entre os Estados. e. da concentração. 6. (FCC/ TRE-SP/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da a. separação de poderes. b. soberania. c. cidadania. d. inafastabilidade do Poder Judiciário. e. VROXomRSDFt¿FDGRVFRQÀLWRV 7. (FCC/ TRE-PR/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2012) A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, assinada por Estados do continente africano em 1981, enuncia, em seu artigo 20, que todo povo tem um direito imprescritível e inalienável, pelo qual determina livremente seu estatuto político e garante seu desenvolvimento econômico e social pelo caminho que livremente escolheu. Na Constituição da República Federativa do Brasil, o teor de referido enunciado encontra equivalência no princípio de regência das relações internacionais de a. repúdio ao terrorismo e ao racismo. b. construção de uma sociedade livre, justa e solidária. c. erradicação da pobreza e da marginalização. d. autodeterminação dos povos. e. concessão de asilo político. 8. (FCC/ TRT - 14ª Região/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2011) NÃO constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, previsto expressamente na Constituição Federal, a. construir uma sociedade livre, justa e solidária. b. garantir o desenvolvimento nacional. c. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. d. FDSWDU WULEXWRV PHGLDQWH ¿VFDOL]DomR GD 5HFHLWD Federal. e. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 9. (FCC/ TRF - 1ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2007) Dentre as proposições abaixo, é ,1&255(72 D¿UPDU TXH D 5HS~EOLFD )HGHUDWLYD GR Brasil tem como fundamentos, dentre outros, a. a cidadania e o pluralismo político. b. a soberania e a dignidade da pessoa humana. 10. 11. 12. (FCC/ TRF - 4ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Taquigra¿D12FRQVWLWXLSULQFtSLRTXHUHJHD5HS~EOLFD Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, previsto na Constituição Federal: a. concessão de asilo político. b. independência nacional. c. repúdio ao terrorismo e ao racismo. d. autodeterminação dos povos. e. busca de integração econômica. (FCC/ AL-SP/ Agente Técnico Legislativo Especializado/ Direito/ 2010) No Brasil, as funções atípicas, relacionadas à teoria da separação de poderes, a. são consideradas inconstitucionais, pois ferem a harmonia e a independência dos Poderes. b. só poderão ser realizadas mediante expressa previsão legal. c. possibilitam ao Senado Federal julgar o Presidente da República por crime de responsabilidade. d. permitem aos Tribunais Superiores aprovar súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário. e. garantem ao Poder Executivo prerrogativa para apurar fato determinado e por prazo certo com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. (FCC/ AL-SP/ Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/ 2010) Constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a. a garantia do desenvolvimento nacional. b. a não intervenção. c. a defesa da paz. d. a igualdade entre os Estados. e. o pluralismo político. 13. (FCC/ MPU/ Analista/ Orçamento/ 2007) A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, pelo princípio, dentre outros, a. do pluralismo político. b. da garantia do desenvolvimento nacional. c. da erradicação da marginalidade e redução das desigualdades sociais. d. da dignidade da pessoa humana. e. da não-intervenção. 14. (FCC/ TRF - 5ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Tecnologia da Informação/ 2008) Nas suas relações internacionais, a República Federativa do Brasil rege-se, dentre outros, pelo princípio da a. dependência nacional e do pluralismo político. b. intervenção e da cidadania. c. autodeterminação dos povos. d. VROXomREpOLFDGRVFRQÀLWRVHGDVREHUDQLD e. vedação de asilo político. 15. (FCC/ TRF - 5ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Segurança e Transporte/ 2008) NÃO constitui princípio fundamental da República Federativa do Brasil a. o valor social do trabalho e da livre iniciativa. b. a soberania. c. a dignidade da pessoa humana. d. a determinação dos povos. e. o pluralismo político. 16. (FCC/ TRF - 1ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2006) Dentre as proposições abaixo, é ,1&255(72 D¿UPDU TXH D 5HS~EOLFD )HGHUDWLYD GR Brasil, nas suas relações internacionais, rege-se pelo princípio da a. independência nacional. b. vedação ao asilo político. c. não intervenção. d. prevalência dos direitos humanos. e. autodeterminação dos povos. 17. (FCC/ TCE-GO/ Técnico de Controle Externo/ Área $GPLQLVWUDWLYD &RQVLGHUH DV VHJXLQWHV D¿UPDções sobre os princípios fundamentais da Constituição da República: I – A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal. II – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição. III – Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional. (VWiFRUUHWRRTXHVHD¿UPDHP a. I, II e III. b. I, apenas. c. II, apenas. d. III, apenas. e. I e II, apenas. 18. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2006) Quanto ao IHGHUDOLVPRpFRUUHWRD¿UPDU a. Consiste na divisão de poder entre governo central e governos regionais na qual cada ente federativo, GH¿QLGRJHRJUD¿FDPHQWHPDQWpPVXDVREHUDQLD b. É uma forma de Estado freqüente: há mais de duas vezes estados federais que unitários. c. Não permite diferentes formas de governo entre as unidades regionais ou locais componentes da federação e as unidades centrais. d. É costumeiro em países relativamente extensos ou aqueles de menor diversidade social e cultural. e. A autonomia federativa assenta-se na existência de órgãos governamentais próprios e com competências exclusivas. 19. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2006) Em relação à dignidade da pessoa humana, prevista pela Constituição Federal de 1988 como fundamento da República )HGHUDWLYDGR%UDVLOpSRVVtYHOD¿UPDU 25 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL c. o pluralismo político e a valorização social do trabalho. d. a dignidade da pessoa humana e o valor da livre iniciativa. e. a autonomia e a dependência nacional. IVAN LUCAS a. É um direito público subjetivo expresso numa norma regra. b. Por ser fundamento e princípio constitucional esWUXWXUDQWH p GHQVL¿FDGD DR ORQJR GR WH[WR FRQVWLtucional. c. Por ser uma norma programática a sua efetivação dependerá de políticas públicas que venham a ser adotadas pelos governantes. d. eVX¿FLHQWHSDUDVXDUHDOL]DomRRUHVSHLWRDRVGLreitos individuais clássicos: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. e. Exprime um conceito extremamente vago que comporta ampla discricionariedade judicial, devendo, portanto, ser evitado em demandas judiciais. 20. 21. 22. (FCC/ MPE-AP/ Técnico Administrativo/ 2009) A Constituição Federal, no capítulo reservado aos princípios fundamentais, estabelece que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outras hipóteses, pelo princípio da a. não intervenção. b. dependência nacional condicionada. c. determinação dos povos quanto à dignidade da pessoa humana. d. VROXomREpOLFDHQmRDUELWUDOGRVFRQÀLWRV e. vedação de asilo e de exílio político-partidário. (FCC/ TRT - 4ª REGIÃO/ Juiz do Trabalho/ 2012) Tendo sido noticiado pela imprensa que haviam sido formuladas denúncias contra si perante a Corregedoria*HUDOGD8QLmRDVTXDLVD¿UPDVHUHPLQYHUtGLFDVXP indivíduo formula pedido junto ao órgão para obter, por PHLRGHFHUWLGmRDLGHQWL¿FDomRGRVDXWRUHVGDVUHIHULGDVGHQ~QFLDVD¿PGHTXHDFHUWLGmRHPTXHVWmR possa ser utilizada, na defesa de direitos, como meio de prova em processo judicial. O pedido para obtenção GDFHUWLGmRpLQGHIHULGR(PWDOVLWXDomRD¿PGHYHU sua pretensão acolhida perante o órgão correicional, poderá o indivíduo valer-se judicialmente da impetração de a. mandado de injunção. b. ação popular. c. habeas corpus. d. habeas data. e. mandado de segurança. (FCC/ TJ-GO – Juiz/ 2012) Relativamente à desaproSULDomRSRULQWHUHVVHVRFLDOSDUD¿QVGHUHIRUPDDJUiULD a. as benfeitorias necessárias serão indenizadas em dinheiro, mas não as úteis. b. o decreto que declarar o imóvel como de interesse VRFLDOSDUD¿QVGHUHIRUPDDJUiULDDXWRUL]DR0Xnicípio a propor a ação de desapropriação. c. cabe à lei ordinária estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. d. RRUoDPHQWR¿[DUiDFDGDGRLVDQRVRYROXPHWRWDO de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no biênio. e. são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis GHVDSURSULDGRVSDUD¿QVGHUHIRUPDDJUiULD 26 23. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Contabilidade/ 2012) Caio, Pompeu, Cesar, Flávio e Otaviano, são, respectivamente, policial civil, delegado de polícia, promotor de justiça, juiz de direito e jornalista. Júlio, sem estar em estado de fragrante delito, foi preso no interior de casa durante o dia por policiais militares que, sem autorização do morador, arrebentaram a porta de entrada e efetuaram sua prisão. No caso, para que a prisão de Júlio seja válida, é necessária a prévia determinação de a. Cesar b. Pompeu. c. Caio. d. Otaviano. e. Flávio 24. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Contabilidade/ 2012) O sindicato dos aeroviários realizou SDVVHDWDSDFt¿FDHVHPDUPDVQD/DJRD5RGULJRGH Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que a. tenha sido previamente autorizada pela autoridade competente e não seja vinculada a greve ilegal. b. tenha sido previamente autorizada pela autoridade competente, apenas. c. não tenha frustrado outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. d. não critique os atos administrativos dos Estados e dos Municípios, apenas. e. não critique os atos administrativos da União, apenas. 25. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2012) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais pré-vistos na orGHPFRQVWLWXFLRQDOEUDVLOHLUDYLJHQWHpFRUUHWRD¿UPDU a. As pessoas presas, ainda que provisoriamente, em razão de processo penal, têm seus direitos políticos suspensos, não podendo, inclusive, exercer direito de voto. b. Para efeitos do disposto no artigo 5º, XI, da Constituição Federal de 1988, o conceito normativo de ³FDVD´GHYHVHUHQWHQGLGRGHIRUPDDEUDQJHQWHGH forma a alcançar qualquer compartimento privado QmRDEHUWRDRS~EOLFRRQGHDOJXpPH[HUFHSUR¿Vsão ou atividade, mas não deve ser estendido a ³EDUUDFRV´ FRQVWUXtGRV LUUHJXODUPHQWH SRU H[HPplo, em áreas públicas. c. Segundo entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal, ao contrário da busca domiciliar e da decretação da prisão, ressalvada a situação de ÀDJUkQFLD SHQDO QmR VH FRQVLGHUD FOiXVXOD FRQVtitucional de reserva de jurisdição a interceptação telefônica, podendo esta ser determinada, inclusive, por Comissão Parlamentar de Inquérito, nos termos do artigo 58, §3º , da Constituição Federal de 1988. d. A prática de racismo, a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o (VWDGR'HPRFUiWLFRHDSUiWLFDGRWUi¿FRLOtFLWRGH HQWRUSHFHQWHVHGHGURJDVD¿QVVmRFRQVLGHUDGRV crimes imprescritíveis. 26. 27. (CESGRANRIO/ TJ-RO/ Técnico Judiciário/ 2008) O chamado princípio do Juiz Natural assegura que a. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. b. ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade competente. c. QLQJXpPVHUiSUHVRVHQmRHPÀDJUDQWHGHOLWRRX por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente. d. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento HPWUi¿FRLOtFLWRGHHQWRUSHFHQWHVHGURJDVD¿QV e. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, são assegurados o contraditório e a ampla defesa. (CESGRANRIO/ BACEN/ Técnico do Banco Central/ Área 2/ 2010) A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, estabelece os direitos e deveres individuais do cidadão: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguranoDHjSURSULHGDGH´7HQGRFRPREDVHHVWHDUWLJRGD &RQVWLWXLomRSRGHVHD¿UPDUTXH I – qualquer pessoa, detida pela segurança, deverá ser imediatamente entregue aos órgãos policiais, não podendo ser submetida a nenhum tipo de maltrato ou humilhação; II – D SUiWLFD GH UDFLVPR FRQVWLWXL FULPH LQD¿DQoiYHO e somente será tolerada em comunidades de imigrantes, em cuja cultura essa prática seja permitida; III – um suspeito, ao ser detido, poderá solicitar a idenWL¿FDomRGHVHXVGHWHQWRUHVFRQWXGRRVYLJLODQWHV não são obrigados a fazê-la; IV – um meliante, ao ser detido pela segurança de uma instituição, deverá ser informado de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, se assim o desejar; V – DSUiWLFDGHWRUWXUDFRQWUDSUHVRVFRPR¿PGHREWHQomRGHLQIRUPDo}HVRXFRQ¿VVmRVHUiFRQVLGHUDGD FULPH LQD¿DQoiYHO SRU HOD UHVSRQGHQGR QmR só os executantes, mas também os mandantes e os que, tendo conhecimento e podendo evitá-la, se omitiram. (VWmRFRUUHWDV$3(1$6DVD¿UPDo}HV a. I e III. b. I, IV e V. c. II, III e IV. d. II, III e V. e. II, IV e V. 28. (CESGRANRIO/ BACEN/ Técnico do Banco Central/ Area 1/ 2010) Juan, cidadão argentino residente no %UDVLO GLULJLXVH DR %DQFR &HQWUDO D ¿P GH HQFDPLnhar uma petição dirigida a determinada autoridade, reclamando sobre a conduta abusiva de um funcionário. Nesse caso, a Constituição a. condiciona o exercício deste direito ao pagamento de taxa correspondente ao serviço. b. permite a Juan exercer tal direito. c. assegura esse direito apenas aos brasileiros (natos ou naturalizados). d. assegura esse direito apenas aos brasileiros no gozo dos direitos políticos. e. não assegura tal direito. 29. (CESGRANRIO/ BACEN/ Analista do Banco Central/ Todas as áreas/ 2010) Na hipótese de o Banco Central vir a praticar ato manifestamente ilegal e lesivo ao patrimônio público, um cidadão brasileiro, indignado com o ocorrido e com o propósito de anular o referido ato, pode ajuizar a. ação popular. b. ação civil pública. c. mandado de segurança coletivo. d. mandado de injunção coletivo. e. habeas data. 30. &(6*5$15,2 7-52 2¿FLDO GH -XVWLoD $ &RQVWLWXLomR D¿UPD TXH ³D FDVD p DVLOR LQYLROiYHO GR indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o conVHQWLPHQWR GR PRUDGRU´ $UW ;,$ HVVH UHVSHLWR FRQVLGHUHDVD¿UPDWLYDVDVHJXLU I – É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do dia, mesmo sem o consentimento do morador, desde que haja autorização judicial para tanto. II – É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do dia, em caso de desastre ou para prestar socorro. III – e SHUPLWLGR SHQHWUDU QD FDVD TXDQGR KRXYHU ÀDgrante delito, mas somente durante o dia. IV – O conceito de casa deve ser interpretado de forma restritiva, não incluindo, por exemplo, quarto de hotel. Tendo em vista o direito fundamental citado, de acordo com a própria Constituição, e com a jurisprudência do 67)pVmRFRUUHWDV$3(1$6DVD¿UPDWLYDV a. II b. III c. I e IV d. I, II e IV e. I, III e IV 31. &(6*5$15,27-522¿FLDOGH-XVWLoD&DVR uma determinada autoridade administrativa se recusasse (ilegalmente) a fornecer certidão de tempo de serviço, requerida por funcionário público que dela neFHVVLWDVVHD¿PGHVROLFLWDUVXDDSRVHQWDGRULDVHULD cabível ajuizar a. +DEHDV'DWD. b. Ação Civil Pública. 27 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL e. O disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito HDFRLVDMXOJDGD´QmRSURLELXDUHWURDWLYLGDGHGD lei, mas, apenas, protegeu o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada de eventual ação retroativa de lei. c. Ação Popular. d. Mandado de Injunção. e. Mandado de Segurança. 32. IVAN LUCAS (CONSULPLAN/ TSE/ Técnico Judiciário/ Área AdmiQLVWUDWLYD 3HULJRVD TXDGULOKD GH QDUFRWUD¿FDQtes em determinada cidade brasileira planeja executar uma série de atentados, com real possibilidade de produzir mortes entre civis, com o intuito de espalhar pânico nesta cidade. Gasparzinho, integrante da facção criminosa é preso e, em interrogatório, por meio da técnica do “waterboarding´DIRJDPHQWRVLPXODGR aplicada pela autoridade policial, confessa e fornece detalhes sobre o plano terrorista. Tal fato possibilita a ação preventiva das forças de segurança daquela unidade da federação que, assim, conseguem impedir a execução dos eventos. A respeito da situação descrita, pFRUUHWRD¿UPDUTXH a. é amparada pela supremacia do interesse público. b. viola o princípio da individualização da pena. c. ponderando os bens jurídicos em oposição, é amparada pelo princípio da proporcionalidade. d. viola o devido processo legal. 33. (CONSULPLAN/ Prefeitura de Campo Verde – MT/ Contador/ 2010) A Constituição da República FederaWLYDGR%UDVLOGHHVWDEHOHFHFRPRFULPHLQD¿DQçável, EXCETO: a. Prática do racismo. b. Prática de tortura. c. Crime político. d. 7Ui¿FRLOtFLWRGHHQWRUSHFHQWHV e. Terrorismo. 34. (CONSULPLAN/ Prefeitura de Campo Verde – MT/ Contador/ 2010) Nos termos da Carta Constitucional GHpOLYUHDDVVRFLDomRSUR¿VVLRQDORXVLQGLFDO observado que, EXCETO: a. A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical. b. Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. c. 1LQJXpP VHUi REULJDGR D ¿OLDUVH RX D PDQWHUVH ¿OLDGRDVLQGLFDWR d. É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de caWHJRULDSUR¿VVLRQDORXHFRQ{PLFDQDPHVPDEDVH WHUULWRULDOTXHVHUiGH¿QLGDSHORVWUDEDOKDGRUHVRX empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município. e. A participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho é facultativa. 28 35. (CONSULPLAN/ TRE-RS/ Técnico Administrativo/ 2008) Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição da República Federativa do Brasil, marque a alternativa INCORRETA: a. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição da República. b. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização anterior, se houver dano. c. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei ¿[DU d. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao H[HUFtFLRSUR¿VVLRQDO e. A propriedade atenderá a sua função social. GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. c b c c d a d d e e c e e c d b a e b a e e e c e b b b a a e d c e b NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO SUM ÁRIO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CARACTERÍSTICAS. MODOS DE ATUAÇÃO. PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO. ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..... 382 PODERES ADMINISTRATIVOS .....................................................................................................................387 ATOS ADMINISTRATIVOS. ATOS INTERNA CORPORIS. ATOS LEGISLATIVOS. ATOS POLÍTICOS. ATOS ADMINISTRATIVOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS. INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: REVOGAÇÃO. ANULAÇÃO. EFEITOS DECORRENTES...............................................395 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO: ADMINISTRATIVO, JUDICIAL E LEGISLATIVO. MEIOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVOS. CONTROLE COMUM. CONTROLE ESPECIAL ........................................412 PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL (LEI N. 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999) ...............................427 LICITAÇÕES E CONTRATOS: LICITAÇÕES E CONTRATOS (LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO 1993). PREGÃO (LEI N. 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 E ALTERAÇÕES POSTERIORES E DECRETO N. 5.450, DE 31 DE MAIO DE 2005) .........................................................................................................439/454 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS (DECRETO N. 7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013) ...........................461 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA J. W. GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO Esse tema é de extrema importância para o Direito Administrativo e, por consequência, para provas de concurso. Princípios são os alicerces da ciência. No imenso ³SUpGLR´MXUtGLFRRXVHMDQRRUGHQDPHQWRMXUtGLFRRVSULQcípios formam a base. Imagine que o nosso ordenamento jurídico seja um prédio, sendo as janelas as leis e a base desse prédio, os princípios. Se a lei ferir um princípio, o prédio estará em ruínas. Desse modo, os princípios chegam a ser mais importantes do que a própria lei. Se a lei ferir um princípio, será ilegal. Os princípios administrativos devem ser observados por toda a Administração Pública em seus diversos níveis ou pessoas: seja pelos órgãos, entidades ou pelos agentes públicos que desempenhem qualquer função pública. Assim que você iniciar suas atividades na Administração Pública, com certeza terá que atender todos os princípios que orientam as atividades públicas. Para Bandeira de Mello, “violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenomRDRSULQFtSLRLPSOLFDRIHQVDQmRDSHQDVDXPHVSHFt¿FR mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionaOLGDGH>@´ Os princípios orientam todo o nosso ordenamento. Desse modo, se a lei contrariar um princípio esta não poderá produzir efeitos jurídicos. Tradicionalmente, os princípios são divididos em: princípios expressos na Constituição e princípios não expressos (ou implícitos). Então, vamos detalhar o tema! PRINCÍPIOS EXPRESSOS Presentes no texto Constitucional. O art. 37, caput, da Constituição assim dispõe: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e H¿FLrQFLD [...]. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Toda ação do administrador público deve ser pautada na lei. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF, art. 5º, II). Só a lei tem a prerrogativa de inovar no mundo jurídico, só a lei pode trazer novos direitos ou restrições. Atenção: a principal diferença entre a legalidade administrativa e a aplicada ao particular é que o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe. O administrador só pode agir quando a lei autoriza (produção de atos discricionários) ou quando ela exige sua atuação (produção de atos vinculados). Se a Administração 30 praticar um ato que não atenda a lei, este deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, se provocado. É importante compreender que o princípio da legalidade é uma exigência que decorre do Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império da lei. Desse modo, a Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada por lei. QUESTÃO DE CONCURSO (CESPE / ANEEL / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2010) De acordo com o princípio da legalidade, a administração pública somente pode fazer o que a lei lhe permite. -XVWL¿FDWLYD como vimos, a administração só pode agir quando a lei autorizar. Questão certa. (CESPE / CFO-PMDF / 2010) Pelo princípio da legalidade, aplicável no âmbito da administração pública, o administrador público pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibidas em lei. -XVWL¿FDWLYD vimos que o administrador só pode SUDWLFDUDOJXPDFRQGXWDVHDOHLDXWRUL]DU$TXHVWmRD¿UPD que o agente pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibidas em lei. Questão errada. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Tradicionalmente, esse princípio é estudado sob dois aspectos. a) O primeiro é o de que o agente deve sempre atuar visando o interesse público. Desse modo, a Administração deve atuar de forma impessoal, sendo vedado qualquer ato discriminatório que vise a prejudicar ou favorecer alguém. Ao interpretar esse princípio, chega-se a conclusão de que é proibido ao agente praticar ato para atender interesses pessoais. A ação do agente deve atender à Lei, que representa comando geral e abstrato. Presume-se que o comando legal seja impessoal. O princípio da impessoalidade corresponde ao princípio da igualdade ou isonomia. A aplicação desse princípio é vista, por exemplo, na realização de licitação, de concurso público etc. Se o agente praticar ato com objetivo de interesses pessoais em detrimento do interesse público, estará incorrendo em abuso de poder na modalidade GHVYLRGH¿QDOLGDGH. ([HPSOL¿FDQGRRWHPDa remoção de ofício descrita no art. 36 da Lei n. 8.112/1990 é instituto utilizado pela Administração Pública para atender às necessidades funcionais do órgão ou entidade. Logo, se o servidor for removido por perseguição ou mesmo para punição, o ato deverá ser anulado, pois houve GHVYLRGH¿QDOLGDGH. A remoção é prerro- b) o segundo aspecto veda que o agente público valha-se da atividade desenvolvida pela administração para obter promoção pessoal. Por exemplo: em uma obra pública, nunca se pode anunciar como realização GR*RYHUQDGRU³;´QDGLYXOJDomR $¿QDODREUDQmRIRLUHDOL]DGDFRPGLQKHLURGR*RYHUQDGRU³;´HVLPFRPGLQKHLURS~EOLFR Nesse contexto, os atos são do órgão e não dos agentes públicos – teoria do órgão. O §1º do art. 37 da Constituição disciplina o tema com a seguinte redação: §1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. QUESTÃO DE CONCURSO (CESPE / ABIN / AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA / 2010) O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios LQMXVWL¿FDGRV HP FRQFXUVRV S~EOLFRV H OLFLWDo}HVQHPXWLOL]DUSXEOLFLGDGHR¿FLDOSDUDYHLcular promoção pessoal. -XVWL¿FDWLYD o princípio da impessoalidade proíbe a FRQFHVVmR GH SULYLOpJLRV LQMXVWL¿FDGRV HP FRQFXUVR H OLFLWDo}HVHSURtEHDSURPRomRSHVVRDOHPSXEOLFLGDGHR¿FLDO Questão certa. PRINCÍPIO DA MORALIDADE A moralidade administrativa determina que a conduta do administrador público deve ser ética, pautada na honestidade. O agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o bem do mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá de decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. A Lei n. 9.784/1999 trata a moralidade em seu art. 2º, IV, descrevendo que o administrador tem de ter uma “atuaomRVHJXQGRSDGU}HVpWLFRVGHSURELGDGHGHFRURHERDIp´ O Decreto n. 1.171/1994, que representa o Código de eWLFD3UR¿VVLRQDOGR6HUYLGRU3~EOLFR&LYLOGR3RGHU([HFXtivo Federal, estabelece que: II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante às regras contidas no art. 37, caput, e §4º, da Constituição Federal. III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida GDLGHLDGHTXHR¿PpVHPSUHREHPFRPXP2HTXLOtEULRHQWUHDOHJDOLGDGHHD¿QDOLGDGH na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. ,QVWUXPHQWRV TXH YLVDP FRPEDWHU D LPRUDOLGDGH DGPLQLVWUDWLYD Diversos institutos combatem a imoralidade administrativa. A seguir, comentamos alguns deles. a) A Lei n. 8.429/1992 que trata dos atos de improbidade administrativa. A probidade administrativa é uma espécie do gênero moralidade administrativa, que recebeu tratamento próprio no §4º do art. 37 da Constituição. O agente ímprobo, consequentemente, é imoral. Note então que a probidade é um aspecto da moralidade, portanto não são expressões idênticas. A Lei n. 8.429/1992 prevê três espécies de atos considerados ímprobos: os que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízos ao erário e os que atentam contra os princípios da Administração Pública. Comentaremos mais sobre o tema no capítulo próprio. b) A ação popular também é instituto de proteção à imoralidade administrativa. Dispõe a Constituição em seu art. 5º, inciso LXXIII: LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à PRUDOLGDGH DGPLQLVWUDWLYD, ao meio DPELHQWHHDRSDWULP{QLRKLVWyULFRHFXOWXUDO¿FDQdo o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Súmula Vinculante Súmulas são orientações que os Tribunais proferem a respeito do que entendem acerca de determinadas matérias, advinda principalmente da consolidação de jurisprudência por meio de decisões reiteradas no mesmo sentido. As Súmulas, tradicionalmente, não possuem força vinculante, ou seja, não obrigam que os outros Tribunais e a Administração sigam o mesmo posicionamento. )DODPRV³WUDGLFLRQDOPHQWH´SRUTXHD(PHQGD&RQVWLWXcional 45/2004, acrescentou o art. 103-A à Constituição. É a seguinte a redação do referido artigo: Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões 31 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO gativa que a Administração tem para melhor desempenhar a prestação do serviço à sociedade e não forma de punição de servidor. sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, DSDUWLUGHVXDSXEOLFDomRQDLPSUHQVDR¿FLDOterá HIHLWRYLQFXODQWHem relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei J. W. GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO Com efeito, foi editada a Súmula Vinculante n. 13, conhecida como Súmula antinepotismo, que assim preceitua: 13 – A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente HPOLQKDUHWDFRODWHUDORXSRUD¿QLGDGHDWpRWHUFHLURJUDX inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma SHVVRD MXUtGLFD LQYHVWLGR HP FDUJR GH GLUHomR FKH¿D RX assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou GHFRQ¿DQoDRXDLQGDGHIXQomRJUDWL¿FDGDQDDGPLQLVWUDção pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. O objetivo do texto acima é combater a prática do nepotismo dento da Administração Pública, que representa DQRPHDomRGHSDUHQWHVFRQVDQJXtQHRVRXSRUD¿QLGDGHH do cônjuge, para o exercício de cargo em comissão ou IXQomRGHFRQ¿DQoD. Essa prática viola o princípio da moralidade, entre outros. Realmente é imoral nomear parentes para ocupar cargo em comissão – aquele provido sem concurso público. A nomeação de ocupante desse cargo deve ter como base a competência do servidor nomeado, e não recair sobre vínculo familiar. Apesar da clareza da redação da Súmula em estudo – que proíbe a prática do nepotismo em todos os níveis, o STF, DRMXOJDUR5(D¿UPRXTXHDQRPHDomRGHSDUHQtes para cargo político não é inconstitucional. Pode-se, HQWmRD¿UPDUTXHDUHGDomRGD6~PXODDOFDQoDVRPHQWHD nomeação de agentes administrativos (ocupantes de cargo HPFRPLVVmRRXIXQomRGHFRQ¿DQoDVHQGRDIDVWDGDVXD aplicação aos agentes políticos! 3RVWHULRUPHQWH D 6XSUHPD &RUWH UHD¿UPRX VHX SRVLcionamento inicial ao julgar medida cautelar na Rcl 6.650/ PR, nos seguintes termos: AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE N. 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.951/RN. OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submissão do reclamante, Secretário Estadual de Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula Vinculante n. 13, por se tratar de cargo de natureza política. (STF, AG. REG. 1$0('&$871$5FO1355(/$725$ 0,1(//(1*5$&,(,1)250$7,92 32 Conforme anteriormente mencionado, o STF entende não ser inconstitucional a nomeação entre parentes para o exercício de cargo político. Ex.: considere que Sócrates, JRYHUQDGRUGR(VWDGR³;´WHQKDQRPHDGRVHX¿OKR*DOLOHX para Secretário de Transporte do Estado. Essa nomeação, para o STF, não atenta contra a Constituição, pois representa a nomeação para ocupar cargo político. No entanto, VH6yFUDWHVQRPHDUVHX¿OKRSDUDVHUVHXDVVHVVRUDJHQWH DGPLQLVWUDWLYR HVWD VHUi LQFRQVWLWXFLRQDO SRUTXH FRQ¿JXUD prática do nepotismo. QUESTÃO DE CONCURSO (CESPE / SEPLAG-DF / NÍVEL SUPERIOR / 2009) O nepotismo corresponde a prática que pode violar o princípio da moralidade administrativa. A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do STF, seria inconstitucional ato discricionário do Governador do Distrito Federal que nomeasse parente de segundo grau para o exercício do cargo de secretário de Estado da SEAPA/DF. -XVWL¿FDWLYD A nomeação de agentes políticos não FRQ¿JXUDSUiWLFDGHQHSRWLVPR4XHVWmRHUUDGD (TRE-ES / TÉCNICO JUDICIÁRIO / ÁREA: ADMINISTRATIVA / 2010) Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissão subordinado. -XVWL¿FDWLYD A nomeação de sobrinho (parente em 3º grau) para o exercício de cargo em comissão (agente administrativo) configura prática de nepotismo e, por consequência contraria o princípio da moralidade, entre outros. Questão certa. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Esse princípio informa que a atividade da administração deve ser transparente. Os atos administrativos gerais e as leis devem ser publicados para terem validade perante terceiros. Assim, esse princípio impõe à Administração Pública o dever de conceder ampla divulgação de seus atos, pois VyDVVLPRVDGPLQLVWUDGRVSRGHUmR¿VFDOL]DUDFRQGXWDGRV agentes públicos. Pense: como você irá controlar a conduta GRVDJHQWHVS~EOLFRVVHHVWHVQmRDGLYXOJDP" O inciso XXXII do art. 5º da Constituição informa que: XXXIII – Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, resVDOYDGDVDTXHODVFXMRVLJLORVHMDLPSUHVFLQGtYHO à segurança da sociedade e do Estado. Conforme visto, esse princípio não é absoluto, pois a própria Constituição autoriza que as informações que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado podem ser restritas. Esse princípio informa que o administrador Legalidade LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Vimos que a Administração deve dar publicidade a seus DWRVTXHVHGDUiTXDQGRGDSXEOLFDomRQR'LiULR2¿FLDOGR ente político. A União, os Estados e o Distrito Federal possuem DLiULR 2¿FLDO 3RGH RFRUUHU GH DOJXP PXQLFtSLR QmR SRVVXLU'LiULR2¿FLDOQHVVHFDVRRVDWRVWHUmRSXEOLFLGDGH FRPVXDD¿[DomRQDVHGHGRyUJmRFRPRSRUH[emplo, a D¿[DomRGHFySLDGRDWRHPXPTXDGURGHDYLVRV 3RU ¿P FXPSUH FRQVLJQDU TXH RV DWRV LQWHUQRV GRV órgãos podem ter publicidade quando publicados em boletins internos como, por exemplo, a concessão de férias a um servidor. Mas os atos que causarem efeitos externos devem VHU SXEOLFDGRV HP 'LiULR 2¿FLDO FRPR SRU H[HPSOR XP Decreto, a nomeação de um servidor etc. IMPORTANTE Lembre que a publicidade dos atos não é absoluta, pois cabe exceção. Exemplo: é licito à ABIN guardar sigilo sobre as atividades que versam sobre a segurança do Estado. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Na promulgação da Constituição de 1988 constavam no caput do art. 37 apenas os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Com o advento da Emenda Constitucional n. 19/1998 positivou-se o princíSLRGDH¿FLrQFLDQRWH[WRFRQVWLWXFLRQDO1RHQWDQWRGHVGHD promulgação da Constituição de 1988, esse princípio estava implícito, ou seja, estava presente no texto constitucional de maneira a nortear a atuação dos agentes e das pessoas no âmbito da organização administrativa. 7HPRV GXDV DFHSo}HV UHODFLRQDGDV j H¿FLrQFLD segundo a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro: a) modo de atuação do agente público: os agentes públicos devem desempenhar suas atribuições de forma a buscar os melhores resultados possíveis; b) quanto ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública: a organização administrativa deve ser racional. $ H¿FLrQFLD p GHYHU GD$GPLQLVWUDomR 3~EOLFD WUDGXzindo-se no dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. 2SULQFtSLRGDH¿FLrQFLDWHPUHODomRFRPcusto/benefício, ou seja, a Administração Pública deve buscar a satisfação GRLQWHUHVVHS~EOLFRGHIRUPDFpOHUHUDFLRQDOHH¿FD]FRP os escassos meios que tem a sua disposição. Exemplo: considere que determinado órgão municipal realize uma licitação para a compra de merenda escolar em quantidade superior ao número de alunos matriculados nas escolas municipais. Desse modo, o responsável pela contraWDomRQmRIRLH¿FLHQWHQDFRQWUDWDomR público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe. Esse princípio é estudado em dois aspectos: a) o agente deve sempre atuar visando o interesse público. Desse modo, a Administração deve atuar de forma impessoal, sendo vedado Impessoalidade qualquer ato discriminatório que visa a prejudicar ou favorecer alguém. b) veda que o agente público valha-se da atividade desenvolvida pela administração para Moralidade Publicidade (¿FLrQFLD obter promoção pessoal. O agente deve agir com ética, com honestidade e com boa-fé. Possibilita transparência na atuação da administração. $H¿FLrQFLDpGHYHUGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD traduzindo-se no dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. PRINCÍPIOS NÃO EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO Inicialmente trabalhamos os princípios expressos na Constituição (art. 37, caput). Agora, iremos trabalhar os princípios não expressos na CF. Não há hierarquia entre os princípios explícitos e implícitos. Os princípios explícitos estão WLSL¿FDGRVQRWH[WRFRQVWLWXFLRQDOHHPDOJXPDVOHLVHVSDUsas, enquanto os implícitos estão subentendidos no ordenamento jurídico. Então, deve-se atentar que os princípios são divididos em princípios expressos e implícitos (não expressos). Podemos citar como exemplo de princípios expressos, os dispostos no art. 2º da Lei n. 9.784/1999 (Lei do processo administrativo na esfera federal), a saber: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre RXWURVDRVSULQFtSLRVGDOHJDOLGDGH¿QDOLGDGHPRtivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, LQWHUHVVHS~EOLFRHH¿FLrQFLD Em síntese, os princípios expressos são aqueles ³HVFULWRV´RXVHMDWLSL¿FDGRVHPOHL±HQmRVRPHQWHDTXHles dispostos no art. 37, caput, da CF. Já os princípios implícitos são aqueles que não estão expressamente informados em lei, decorrem da construção doutrinária ou jurisprudencial. Ex.: YLPRVTXHRSULQFtSLRGDH¿FLrQFLDQmRFRQVWDYD de maneira expressa na Constituição no ato de sua promulgação. Esse princípio, àquela época, era considerado “prinFtSLRLPSOtFLWR´7DPEpPIRLYLVWRTXHHVVHSULQFtSLRSDVVRX a constar na Constituição apenas em 1998, com a edição da Emenda Constitucional 19/1998. Desse modo, o princípio da H¿FLrQFLDHUDXPSULQFtSLRLPSOtFLWRQRDWRGDSURPXOJDomR GD&)TXHSDVVRXDVHU³SULQFtSLRH[SUHVVR´FRPDHGLomR da EC 19/1998). 33 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO No mesmo sentido, o inciso LX do art. 5º da Constituição, prevê que: J. W. GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO PRINCÍPIOS DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO O coletivo tem prerrogativa sobre o particular. Quando XPGLUHLWRFROHWLYRHRGHXPSDUWLFXODUHQWUDPHPFRQÀLWR em regra deve prevalecer o coletivo. Temos como exemplo da incidência desse princípio a desapropriação (com justa e prévia indenização) realizada pela administração para obter a propriedade de um imóvel pertencente a um particular para a satisfação do interesse público. A posição de supremacia da administração é extremamente importante, visto que legitima uma relação vertical com os particulares. O Poder Público se encontra em uma posição de autoridade em relação aos administrados. Essa condição é indispensável para gerir os interesses públicos colocados em confronto com o individual. Em face dessa desigualdade, o Estado tem a possibilidade de constituir obrigações por intermédio de atos administrativos. eIiFLOLGHQWL¿FDUHVVHSULQFtSLRTXDQGRD$GPLQLVWUDomR UHDOL]DXPD¿VFDOL]DomRHSRVWHULRUPHQWHLQWHUGLWDXPHVWDbelecimento comercial (exercício de poder de polícia), bem como quando um órgão público contratante aplica penalidade a uma empresa contratada pelo não cumprimento de cláusulas contratuais (cláusulas exorbitantes) etc. A motivação do ato administrativo é de tal importância que a doutrina e a jurisprudência a consagraram como princípio. O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e direito de suas GHFLV}HV3DUD'L3LHWURDVXDREULJDWRULHGDGHVHMXVWL¿FD em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos DGPLQLVWUDWLYRV´',3,(752S Em síntese: motivar é explicar por escrito o motivo (pressuposto fático e pressuposto de direito) que levou a administração a praticar o ato. Ex.: considere que um servidor com um ano de exercício em seu cargo faça um requerimento para gozar licença para tratar de interesses particulares. Certamente, o pedido vai ser indeferido, mas a autoridade deve explicar o porquê do indeferimento, como por exemplo: “em resposta ao pedido formulado pelo servidor, o mesmo não encontra amaro no art. 91 da Lei n. 8.112/1990, pois este informa que a concessão da licença para tratar de interesses particulares não é direito do servidor que se encontra em estágio probatório. Assim, visto que o servidor requerente encontra-se em avaliação de estágio probatório, o pedido formulado é LQGHIHULGR´ Então, não basta apenas a administração praticar o ato, deve, também, explicar suas razões por tê-lo praticado. Logo, a motivação deve apontar os fatos que levaram à prática do ato, bem como o dispositivo legal que autorizou ou determinou sua prática. Em regra, os atos devem ser motivados. Essa motivação deverá ser anterior ou concomitante à edição do ato, podendo ser motivada por órgão diverso do que praticou o ato. A motivação poderá ter a forma de pareceres, laudos ou relatórios realizados por órgãos técnicos. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA É sabido que em algumas situações a Administração pode errar, ou seja, agir de forma ilegal ou mesmo inconveniente e inoportuna. Nessas situações, ela deve anular seus atos quando forem ilegais ou revogar os inconvenientes ou inoportunos. O controle administrativo atinge a ilegalidade e o mérito administrativo, pois a Administração pode anular ou revogar seus atos. Nesse sentido, o STF editou duas Súmulas nos seguintes termos: 473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vício que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitando os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. ([HPSOL¿FDQGR R WHPD considere que um órgão de ¿VFDOL]DomR GH WUkQVLWR HPLWD DOJXPDV PXOWDV SRU H[FHVVR GHYHORFLGDGH&RQWXGRRSUySULRyUJmRYHUL¿FRXTXHRLQVWUXPHQWR GH YHUL¿FDomR GH YHORFLGDGH HVWDYD FRP GHIHLWR portanto, não estava aferindo corretamente a velocidade média dos veículos. Nesse caso, o órgão deve anular as multas emitidas por serem ilegais (autotutela). ([HPSOL¿FDQGRRWHPD considere que a Administração concedeu uma autorização para uma feira se instalar HP XPD SUDoD S~EOLFD &RQWXGR R WUkQVLWR QD UHJLmR ¿FRX um caos. Nesse contexto, a Administração pode UHYRJDU a autorização. Note que o ato era legal, mas se tornou inoportuno ou inconveniente – não atende mais ao interesse público. 34 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE O administrador público tem de ser razoável ao agir. Deve agir com bom senso, ou seja, deve ter uma atitude equilibrada. Esse princípio se relaciona diretamente com o senso comum do ser humano, do justo, do aceitável por todos. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a Administração, ao atuar no exercício de descrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas. A conduta desarrazoada não é apenas inconveniente, mas também ilegítima (inválida). NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO SUM ÁRIO ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PPA. LDO. LOA. ASPECTOS ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS DA EXECUÇÃO DA DESPESA. (TÍTULO VI DA LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964, E ALTERAÇÕES POSTERIORES ............................................................................................................................... 478 a. b. c. d. e. EXERCÍCIOS 1. Julgue as alternativas abaixo. I – $GH¿QLomRGDDGPLQLVWUDomRS~EOLFDFRPRDUWHRX FRPRFLrQFLDGHSHQGHGRVLJQL¿FDGRHGDrQIDVH que se possa dar a esses termos. A resposta também é afetada pelo tipo de administração pública a que nos referimos – o estudo ou a disciplina de um lado, a atividade ou o processo de outro. II – As características individuais de um sistema administrativo, vistas pela perspectiva costumeira dos estudantes de administração, subordinam-se melhor a dois conceitos, organização e gerência, FRQVLGHUDGRV DQiORJRV j DQDWRPLD H ¿VLRORJLD num sistema biológico. Gerência é a estrutura das interrelações pessoais, autoritárias e habituais, num sistema administrativo. Organização é a ação planejada para conseguir-se cooperação racional num sistema administrativo. III – Os estudantes de administração sabem agora que não vão tomar o céu de assalto, isto é, reduzir UDSLGDPHQWH DV TXHVW}HV KXPDQDV D XP JUi¿FR Alguns deles até, sem deixarem de desejar e esforçar-se por mais racionabilidade do que já alcançamos, perceberam que racionabilidade completa em questões humanas não é meta indicada: que um mundo no qual tudo seja bem organizado e previsível, sem lugar para a espontaneidade, a surpresa e atividade emocional, é um mundo indesejável. a. b. c. d. e. 2. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. THIAGO VESELY Julgue as alternativas abaixo. I – A década de cinquenta caracterizou-se por uma VLJQL¿FDWLYD FHQWUDOL]DomR QR QtYHO SROtWLFR H HFRnômico, expressão de uma forma de Estado autoritário que conduziu o início de processo de modernização e industrialização do país. Neste período, assiste-se à superação do Estado voltado para a regulação da vida social e econômica, por um Estado intervencionista, mais ativo na promoção do desenvolvimento econômico do país. Consolida-se, assim, o Estado administrativo. II – O Estado Administrativo foi implantado com a criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, em 1936 (Lei n. 284), órgão colegiado destinado a disciplinar a administração de pessoal e as atividades-meio do setor público (orçamento, material, comunicações, organização e coordenação interna. III – O DASP constituiu-se no órgão central de políticas pautadas pelos princípios da administração cientí¿FD7D\ORUH)D\ROHGRPRGHORZHEHULDQRGHEXrocracia. Baseando-se numa orientação de incisiva VHSDUDomRHQWUHDWLYLGDGHV¿PHDWLYLGDGHVPHLR difundiu-se o princípio da departamentalização, o formalismo técnico e o caráter prescritivo da ação governamental. 36 3. Julgue as alternativas abaixo. I – No ano de 1963 foram constituídos grupos encarregados da preparação de projetos de reforma, objetivando à reorganização ampla e geral da estrutura e das atividades do governo; a expansão e o fortalecimento do sistema de mérito; novas normas de aquisição e material no serviço público e a organização administrativa do Distrito Federal. II – Os governos militares pós-64 acirraram o centralismo político e consolidaram a tendência intervencionista do Estado no setor produtivo, com a expansão da administração indireta, operada através da instituição do Decreto-Lei n. 200 em 1967. Este decreto resultou de estudos desencadeados pelo Poder Executivo, considerando projetos elaborados, mas não implementados, durante o governo Goulart. III – Durante os governos militares pós-64, o planejamento torna-se um princípio dominante e, em decorrência, a Secretaria de Planejamento – SEPLAN adquire o status de agência central, controlando o sistema de planejamento e o sistema de contabilidade e auditoria interna. Além de manter unidades descentralizadas nos ministérios, autarquias e fundações públicas, a SEPLAN encarregava-se, através da SEST, do controle das empresas estatais. a. b. c. d. e. 4. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. I – 2 'HFUHWR/HL Q LQYLDELOL]RX D ÀH[LELOLzação das relações de trabalho no setor público, proibindo a aplicação da Consolidação das Leis do Trabalho no processo de contratação de pessoal. II – A retomada da democratização do país na segunda metade da década de 80, alimentada pelas demandas de participação política dos diversos segmentos sociais, e que culminou no estabelecimento de um novo texto constitucional em 1988, mostra-se incompatível com o modelo centralizador, nos planos político-institucional e econômico, vigente nas décadas anteriores. A democratização opõe-se à centralização do período autoritário e impõe a transformação do aparelho administrativo HP XP HQWH UHGX]LGR RUJkQLFR H¿FLHQWH H iJLO para atender às demandas da sociedade. III – Com o objetivo de fortalecer a administração direta, contra o que se avaliava como o escapismo pela via da administração indireta, houve uma tentativa de reverter o processo de crescimento desta e reduzir o número de órgãos e entidades superpostos ou duplicados. Neste período, foi elaborado o Decreto-Lei n. 2.299/1986, que alterou o Decreto-Lei n. 200/1967. 5. Julgue as alternativas abaixo. I – A SEDAP atuou, por meio da Fundação Centro de Formação do Servidor Público – FUNCEP, no sentido de desenvolver o pessoal do Setor Público. Embora não tenha havido uma plena implementação de uma Política de Recursos Humanos, os princípios básicos de um regime jurídico único e do sistema de carreira foram mantidos durante a Nova República. II – Do ponto de vista político, a Reforma Administrativa da Nova República enfrentou problemas refeUHQWHV j SUySULD GL¿FXOGDGH GH DSRLR GR JRYHUQR junto ao Congresso, associada à situação de coalizões e alianças muito heterogêneas que inviabilizaram uma base política forte. O governo viu-se fragilizado quanto ao direcionamento e articulação política de suas propostas, enfrentando, inclusive, constantes confrontos com o Legislativo. III – Baseado no suposto gigantismo do Executivo federal, o governo Collor iniciou uma grande transformação das estruturas administrativas, extinguindo e moGL¿FDQGR R VWDWXV GH GLYHUVRV yUJmRV S~EOLFRV $ proposta do governo Collor emerge num cenário de forte crítica ao modelo de Estado intervencionista e empresarial, tomando o modelo de administração até então vigente como um obstáculo à modernização do Estado e da economia. a. b. c. d. e. 6. sentido do desenvolvimento sustentado. Exige-se, portanto, uma estrutura político-institucional rígida e sensível à articulação com as iniciativas geradas na sociedade civil, nos âmbitos nacional e internacional. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. a. b. c. d. e. 7. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. I – O foco das ações de reforma do período Collor, em realidade, concentrou-se no projeto de privatização das empresas estatais. Do ponto de vista da administração direta, embora ressalte-se o papel de destaque dado ao processo de descentralização da gestão dos serviços públicos, notadamente no setor de saúde – o que possibilitou a continuidade de ações fundadas no princípio instituído já na Constituição de 1988 – não havia uma orientação orgânica de reforma, a não ser a extinção de órgãos e o corte de pessoal. II – O advento da globalização e da internacionalizaomRGDHFRQRPLDFRORFDRGHVD¿RGHVHUHGH¿QLrem os padrões de funcionamento do Estado e da Administração Pública brasileira, de modo a viabilizar a participação integrada e competitiva do país na nova ordem internacional. III – A acentuação do processo de democratização do país e as pressões por respostas às demandas sociais, num quadro de escassez de recursos, exigem a construção de um Estado forte do ponto de vista gerencial e capaz de coordenar esforços no Julgue as alternativas abaixo. I – O tema das mudanças na esfera pública tem-se constituído objeto da agenda política internacional. Restrições econômicas e o movimento simultâneo de globalização induzem à conformação de novos modelos institucionais, notadamente no que diz respeito ao formato das organizações estatais e das relações de trabalho no setor público. II – A manutenção da estabilidade econômica, fragili]DGDFRPRFUHVFLPHQWRGDFULVH¿VFDOHGDHVFDVVH] ¿QDQFHLUD SDVVD D H[LJLU QRV SDtVHV GHVHQvolvidos e subdesenvolvidos, a reestruturação das DGPLQLVWUDo}HVS~EOLFDVSRUPHLRGDGH¿QLomRGH PRGHORV GH JHVWmR PDLV H¿FLHQWHV GH HVWUXWXUDV RUJDQL]DFLRQDLVPDLVH¿FD]HVHGHSDGU}HVEXURFUiWLFRV TXH SHUPLWDP FULDWLYLGDGH ÀH[LELOLGDGH H espírito empreendedor. Percebe-se que a estabilidade é fator preponderante para a manutenção do desenvolvimento econômico e social, dentro da perspectiva da formação de mercados regionais. III – 3DUD GDU UHVSRVWD D HVWH GHVD¿R DV QDo}HV WrP buscado inovar no campo organizacional e na forma de regular as relações de trabalho no setor público. Um processo de reengenharia organizacional surge como possibilidade de realizar a aproximação entre o Estado e a sociedade e promover DTXDOLGDGHHH¿FLrQFLDGRVVHUYLoRVS~EOLFRV a. b. c. d. e. 8. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. Registram-se como eixos gerais dos projetos de reforma administrativa em nível internacional. I – Concentração do governo central na realização de XP SURFHVVR H¿FLHQWH GH IRUPXODomR DYDOLDomR e retroalinhamento das políticas públicas, diretriz que demanda o aperfeiçoamento das funções de coordenação e o desenvolvimento de sistemas de informação intergovernamental. II – Centralização da ação do Estado, acompanhada da institucionalização de mecanismos de participação e controle social e baseada no acesso à informação. III – O desenho de um Estado pirâmide em lugar de um Estado em rede, buscando-se otimizar os recursos escassos mediante o seu gerenciamento via de 37 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO a. b. c. d. e. instituições inter-relacionadas, que maximizem a coordenação, a obtenção de economias de escala, a exploração de sinergias. a. b. c. d. e. 9. 10. 11. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. Registram-se como eixos gerais dos projetos de reforma administrativa em nível internacional. I – Desenvolvimento de capacidades para a administração intergovernamental, mediante o gerenciamento em redes pelo governo central e a conexão entre estados e municípios dentro de uma perspectiva mais orgânica. II – 0RGHORVRUJDQL]DFLRQDLVÀH[tYHLVGRWLSRPDWULFLDO e gestão por projetos. III – Um novo estilo gerencial público que demanda a IRUPDomRGHSUR¿VVLRQDLVFRPDSWLG}HVSDUDRUHODcionamento e a negociação com os diversos atores HLQVWLWXLo}HVFRPFDSDFLGDGHSDUDLGHQWL¿FDUSURblemas estratégicos e delegar competências. a. Todas as alternativas estão corretas. b. Somente I e III estão corretas. c. Somente I e II estão corretas. d. Somente II e III estão corretas. e. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. a. b. c. d. e. 12. THIAGO VESELY Julgue as alternativas abaixo. I – Há duas considerações básicas referentes à estrutura organizacional no setor público: macroestrutura governamental, onde se insere a questão da dinâmica versus estabilidade organizacional do arranjo ministerial; e modelagem organizacional de organizações públicas, no que tange à adequação GHVXDVHVWUXWXUDVRUJDQL]DFLRQDLVjVVXDV¿QDOLGDdes e recursos. II – A macroestrutura da administração pública, basicamente o arranjo ministerial e a composição secretarial GD3UHVLGrQFLDGD5HS~EOLFDUHÀHWHDFDUWHLUDGHIXQções do estado, típicas ou circunstanciais em função dos projetos de desenvolvimento, implícitos ou não, e da barganha política em torno da sustentação parlamentar do governo. III – No que diz respeito à modelagem organizacional em organizações públicas há o problema das estruturas padrão (comuns a ministérios e secretarias) que, embora uniformizem as nomenclaturas hierárquicas, muitas vezes resultam em níveis hierárquicos e unidades organizacionais de apoio desnecessários, tendo em vista diferentes portes, missões, grau de diferenciação e complexidade processual. a. b. c. d. e. 38 Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. I – Uma repartição do Serviço Público, um departamento ou centro, um instituto ou uma empresa, um escritório, estão povoados e constituídos por seres humanos que aí desempenham suas tarefas e atribuições, contribuindo, cada um desses indivíduos, SDUDDFRQVHFXomRGRVREMHWLYRVH¿QDOLGDGHVGHVVD organização. Por isto são chamados contribuintes individuais. II – 1DFRQGLomRGHFRQWULEXLQWHVLQGLYLGXDLVLGHQWL¿FDdos com sua instituição, fazendo de suas atividades extensões de seus próprios egos e assumindo XPD ¿ORVR¿D RUJDQL]DFLRQDO GHVHQYROYLPHQWLVWD os servidores públicos poderão tornar-se verdadeiURVDJHQWHVGHPXGDQoDTXHPRGL¿FDUmRRHVWDGR corrente de sua organização ou instituição para outro estado melhor desenvolvido. III – Dois são, fundamentalmente, os tipos de papéis do indivíduo: o que lhe é atribuído pela sociedade, pela organização ou pelo grupo; e o que o indivíduo subjetivamente atribui a si mesmo. Julgue as alternativas abaixo. I – Paul R. LAWRENCE e Jay W. LORSCH caracterizam a organização como sendo a coordenação GDVDWLYLGDGHVGLYHUVL¿FDGDVGHFRQWULEXLQWHVLQGLviduais com o objetivo de realizar transações planejadas com o ambiente (ambiente este, acrescentemos nós, no qual ela se insere como tomadora ou prestadora de bens ou serviços). II – Por sua vez, como organização queremos caracterizar o aspecto eminentemente dinâmico de uma dada instituição, estrutura ou sistema. O que a distingue e singulariza não é o somatório das partes ou setores, mais ou menos estanques e manifestamente estáticos. Ao contrário, é a mobilidade, a ÀXLGH]DSODVWLFLGDGHDFRPXQLFDELOLGDGHDLQWHUDomR R GLQDPLVPR HQ¿P TXH FRQVWLWXHP VXDV características e até mesmo sua natureza. A capacidade e a possibilidade de mudanças e intercâmbios é que a fazem operante. III – A mudança planejada visando ao desenvolvimento organizacional da Área Pública supõe, necesVDULDPHQWHXPDEHPGH¿QLGDSROtWLFDHXPDEHP traçada estratégia que conduza a esse objetivo colimado. a. b. c. d. e. 13. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Julgue as alternativas abaixo. I – Por estratégia compreendemos, na perspectiva da organização do Serviço Público, a arte de estabelecer objetivos organizacionais, mediante a interpreta- b. 1DFODVVL¿FDomRIXQFLRQDODVIXQo}HVUHSUHVHQWDP o maior nível de agregação das diversas áreas de despesas que competem ao setor público e as subfunções devem ser obrigatoriamente combinadas com as funções a que estejam relacionadas. c. ³0LQLVWpULRGD6D~GH´pXPH[HPSORGHFODVVL¿FDção institucional. d. ³(GXFDomR´pXPH[HPSORGHFODVVL¿FDomRIXQFLRQDO e. $FODVVL¿FDomRSURJUDPiWLFDQRVPRVWUDTXHPpR detentor do orçamento e o realizador da despesa. f. Todo programa deve possuir indicador, meta e, pelo menos, uma ação a ele vinculada. g. 2UoDPHQWR¿VFDOHRUoDPHQWRGDVHJXULGDGHVRFLDO são exemplos de esferas orçamentárias. h. A construção de uma rodovia federal ligando Belo Horizonte a Contagem é um tipo de ação que pode VHUFODVVL¿FDGDFRPRRSHUDomRHVSHFLDO i. As categorias econômicas são apenas duas: despesas correntes e despesas de capital. ção dos interesses e das aspirações da comunidade organizacional e seu público cliente, e de orientar a obtenção e a consecução desses objetivos. II – 3ROtWLFD VLJQL¿FD GHQWUR GR LQWHUHVVH UHODFLRQDGR j Área Pública, a arte de preparar e aplicar os recursos humanos, tendo em vista a conquista e a manutenção do objetivo do desenvolvimento organizacional. Diz respeito assim aos meios, ao como alcançar aquele ¿P III – A estratégia está a serviço de uma política, desta decorrendo. 14. 15. $VVLQDOHDDOWHUQDWLYDFRUUHWD3RGHPRVGH¿QLU a. clima cultural, consistindo nas condições de vida que oferecem maior ou menor oportunidade de desenvolvimento intelectual aos indivíduos. b. clima intelectual, consistindo nas circunstâncias que afetam as relações emocionais da pessoa. c. clima emocional, constituindo as condições que afetam o desenvolvimento cultural do indivíduo. d. clima social, constituindo a totalidade dos estímulos que fazem com que alguém se sinta aceito ou rejeitado pelo grupo. Julgue as alternativas abaixo. I – Os funcionários, servidores ou empregados do Serviço Público, e bem assim os de organizações particulares, em sua convivência diária, em sua troca de experiências, em seu crescimento cultural e SUR¿VVLRQDOIHUWLOL]DPLGHLDVQRUPDVHYDORUHV±H isto vem justamente a constituir sua cultura organizacional. II – Em termos de cultura, uma organização ou sistema difere de outro, tendo seus próprios padrões peculiares de sentimentos e crenças coletivas que vão sendo transmitidos de indivíduo a indivíduo e, de modo especial, aos novos participantes do grupo à medida que chegam. III – Dentro da mesma organização ou sistema também se estabelecem subculturas próprias de cada subgrupo ou setor. a. b. c. d. e. 16. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. Todas as alternativas estão corretas. Somente I e III estão corretas. Somente I e II estão corretas. Somente II e III estão corretas. Nenhuma das respostas acima satisfaz a questão. (PUHODomRjFODVVL¿FDomRGDGHVSHVDMXOJXHRVLWHQV a seguir, assinalando C ou E. a. Gastos com pagamento de Pessoal e Encargos 6RFLDLVGHYHPVHUFODVVL¿FDGRVFRPRGHVSHVDGH capital. 17. Assinale a única alternativa que contém característica(s) pertencente(s) a uma Unidade Orçamentária. a. Representa o mesmo que Unidade Gestora. b. 1mRUHFHEHPGRWDo}HVHVSHFt¿FDVSDUDH[HFXomR de suas ações. c. Cada órgão só pode possuir uma UO. d. Uma UO, quando da execução do orçamento, não pode repassar recursos para outra UO. e. 3RGHPRVLGHQWL¿FDUXPD82DWUDYpVGDFODVVL¿FDomR institucional. $&ODVVL¿FDomRSRU1DWXUH]DGD'HVSHVDpDWXDOPHQWH DGRWDGD SHOR *RYHUQR )HGHUDO 1HVVD FODVVL¿FDomR foi criado um elemento novo, que mostra importantes JDVWRVJRYHUQDPHQWDLV4XHHOHPHQWRpHVVH" a. O programa b. A metafísica. c. A atividade. d. O projeto. e. O grupo de despesa. 18. 19. $ FODVVL¿FDomR SRU QDWXUH]D GD GHVSHVD p IRUPDGD for 06 dígitos. Além dos elementos, da modalidade de DSOLFDomRHGRVJUXSRVRTXHPDLVDFRPS}H" a. Subcategoria econômica b. Unidade orçamentária c. Atividades d. Programas e. Categoria econômica GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. b d a d a c a e 39 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO a. b. c. d. e. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. a a a a e d a EECCECCEC e e e THIAGO VESELY 40 LEI N. 8.112/1990 SUM ÁRIO REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO (LEI N. 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 E ALTERAÇÕES POSTERIORES).......................................................................................................................496 LEI N. 8.112/1990 INTRODUÇÃO J. W GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO A presente seção tem como objetivo detalhar os dispositivos constitucionais referentes ao servidor público e, também, abordar as disposições legais referentes aos servidores públicos estatutários federais contidas na Lei n. 8.112/1990. Cabe lembrar que os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) podem criar seu regime estatutário. O regime adotado na União é a Lei n. 8.112/90, no Distrito Federal a Lei Complementar n. 840/11, no Estado de Goiás é a Lei n. 10.460/88. Cada ente pode criar seu próprio regime. Como já foi dito, neste capítulo estudaremos o regime estatutário dos servidores civis federais (União). REGIME ESTATUTÁRIO Regime estatutário é o conjunto de regras que disciplinam a relação jurídica funcional entre o servidor público estatutário e o Estado. Cada ente federativo tem a prerrogativa de adotar regime estatutário próprios para disciplinar a relação funcional entre o ente e o servidor. É de saber que os estatutos devem obediência à Constituição Federal quando esta regulamenta assuntos relacionados a servidores. O regime estatutário é um regime legal (não contratual). Não há contrato, qualquer alteração na lei altera o regime jurídico, logo alterado unilateralmente. Portanto, não há direito adquirido pela manutenção do regime. $ G~YLGD p D VHJXLQWH a Lei n. 8.112/1990 abrange apenas os servidores ocupantes de cargo efetivo (aquele SURYLGRPHGLDQWHFRQFXUVRS~EOLFR"$UHVSRVWDpQHJDWLYD O regime estatutário alcança os cargos de provimento em comissão (aquele de livre nomeação e exoneração). Dessa forma, grande parte das determinações da Lei n. 8.112/1990 são direcionadas aos ocupantes de cargo em comissão como, por exemplo: nomeação, posse, exercício, regime disciplinar etc. Vale lembrar que, alguns direitos garantidos ao servidor ocupante de cargo efetivo não são estendidos aos ocupantes de cargo em comissão como, por exemplo: estabilidade, algumas licenças, os afastamentos, a previdência etc. CARGO PÚBLICO Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º da Lei n. 8.112/1990). Os cargos públicos podem ser: de carreira ou isolada. Cargo de carreira é aquele em que há progressão funcional dos servidores através de diversas classes. Essa progressão funcional se dá por meio de promoção. Já o cargo isolado não admite a promoção, tem natureza estanque. Outra característica dos cargos públicos é que podem ser: YLWDOtFLRVHIHWLYRVRXHPFRPLVVmR. Os FDUJRVYLWDOtFLRV são aqueles que os ocupantes têm maior garantia de permanência. Consiste em uma prerrogativa para seus titulares. À vitaliciedade é necessária para que seus ocupantes tenham maior independência, sem que sejam 42 sujeitos à gerência de grupos de pessoas. A vitaliciedade decorre da Constituição, e essa contemplou como detentor de cargos vitalícios os magistrados (art. 95, I, CF), os membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I, a, CF) e os membros dos Tribunais de Conta da União (art. 73, §3º, CF). O FDUJRHIHWLYR é provido mediante concurso, por esse motivo tem característica de permanência. Já os cargos em comissão são de ocupação transitória. O titular do cargo em comissão pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade que o nomeou (exoneração ad nutum). Não há que se falar em estabilidade para o detentores de cargo em comissão, são de livre nomeação e exoneração. As IXQo}HVGHFRQ¿DQoD são destinadas a servidores titulares de cargos de provimento efetivo. Tanto a função de FRQ¿DQoDFRPRRFDUJRHPFRPLVVmRVmRGHVWLQDGRVjVDWULEXLo}HV GH GLUHomR FKH¿D H DVVHVVRUDPHQWR 1R HQWDQWR DVIXQo}HVGHFRQ¿DQoDVmRGHVWLQDGDVDSHQDVDVHUYLGRres efetivos, enquanto os cargos comissionados podem ser ocupados por servidores efetivos ou não. É oportuno registrar que o art. 5º da Lei n. 8.112/1990 estabelece os seguintes requisitos para a investidura do cargo: I – a nacionalidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima de dezoito anos; VI – aptidão física e mental. 3RU¿PRGRDUWDXWRUL]DDH[LJrQFLDGHRXWURV UHTXLVLWRV ³$V DWULEXLo}HV GR FDUJR SRGHP MXVWL¿FDU D H[LJrQFLD GH RXWURV UHTXLVLWRV HVWDEHOHFLGRV HP OHL´ 'HFRUUH HQWmRTXHDOHLSRGH¿[DURXWURVUHTXLVLWRVWDLVFRPRH[DPH psicotécnico, investigação social, limite de idade etc. 3DUD¿[DU Com base no Regime Jurídico dos Servidores Civis da União, instituído pela Lei n. 8.112/1990, julgue os itens subsequentes. (CESPE/ 2008/ STJ/ TÉCNICO JUDICIÁRIO) A referida lei estabeleceu, para algumas carreiras espeFt¿FDVGHQRPLQDGDVFDUUHLUDVGH(VWDGRRGLUHLWR à vitaliciedade e à inamovibilidade. -XVWL¿FDWLYD Foi visto que a vitaliciedade é prerrogaWLYD GH FDUJRV GH¿QLGRV QD &RQVWLWXLomR 6HUYLGRU UHJLGR pela Lei n. 8.112/1990 não tem a garantia à vitaliciedade e à inamovibilidade. Vale registrar que tais garantias são prerrogativas dos juízes conforme consta no art. 95, CF. Gabarito: errado. (CESPE / TRE-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2011) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades que, previstas na estrutura organizacional, devem ser cometidas a um servidor. -XVWL¿FDWLYD Esse é o conceito de cargo público. Gabarito: certo. ACUMULAÇÃO DE CARGO PÚBLICO Segundo o texto constitucional, a regra é a proibição da acumulação de cargos públicos. No entanto, se houver compatibilidade de horários e se for observada a remuneração do teto constitucional estabelecido pela CF no inciso XI do art. 37, poderá haver acumulação de cargos públicos. XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico RXFLHQWt¿FR c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro¿VVLRQDLV GH VD~GH FRP SUR¿VV}HV UHJXODPHQWDdas; 2XWURVFDVRVGHDFXPXODomRSHUPLWLGRVSUHYLVWRV na Constituição Federal: • • • Art. 38, III – vereador com cargo público (havendo compatibilidade com horário); Art. 95, parágrafo único, inciso I – juiz e magistério; Art. 128, §5º, II, d – membros do Ministério Público e magistério. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções, e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente pelo Poder Público (XVII do art. 37 da CF). Por força desse mandamento, temos como exemplo a proibição de acumular cargos em uma empresa pública estadual e em um Ministério; ou em uma autarquia federal e em uma prefeitura. ACUMULAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO Segundo o art. 119, da Lei n. 8.112/1990, o servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, pois o cargo comissionado é de dedicação exclusiva. No entanto, o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, HPRXWURFDUJRGHFRQ¿DQoDVHPSUHMXt]RGDVDWULEXLo}HV de que atualmente se ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade (parágrafo único do art. 9º da Lei n. 8.112/1990). Vale registrar que a lei não estabeleceu prazos mínimos ou máximos para a permanência do interino em suas funções, o bom senso nos leva a um prazo razoável/necessário. Pode ocorrer que o servidor que acumular dois cargos de maneira lícita seja nomeado em um cargo em comissão. Nesse caso, o art. 120 da Lei n. 8.112/1990 disciplina que o servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ¿FDUiDIDVWDGRGHDPERVRVFDUJRVHIHWLYRVVDOYRQDKLSytese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. 6LPSOL¿FDQGR • servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão; • servidor ocupante de cargo em comissão poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em RXWURFDUJRGHFRQ¿DQoD • servidor que acumular dois cargos licitamente e for QRPHDGRSDUDXPRXWURFDUJRHPFRPLVVmR¿FDUi afastado dos dois efetivos. No entanto, se as autori- dades máximas dos órgãos envolvidos autorizarem, o servidor poderá exercer um cargo efetivo com o RXWURHPFRPLVVmRRXIXQomRGHFRQ¿DQoD 3DUD¿[DU (CESPE /TJ-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2011) A CF veda a acumulação ilegal de cargos públicos. No entanto, permite que um servidor venha a acuPXODUXPFDUJRHIHWLYRFRPXPDIXQomRGHFRQ¿DQça. -XVWL¿FDWLYD Em regra é vedada a acumulação de cargos públicos. É permitida a acumulação de cargo efetivo FRP XPD IXQomR GH FRQ¿DQoD TXDQGR DXWRUL]DGRV SHORV órgãos envolvidos. Gabarito: certo. (TRE-ES/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ ÁREA: ADMINISTRATIVA/ 2010) Ainda que interinamente, é vedado ao servidor público exercer mais de um cargo em comissão. -XVWL¿FDWLYD Foi visto que interinamente o servidor pode exercer mais de um cargo em comissão. Gabarito: errado. CONCURSO PÚBLICO Os cargos públicos ou empregos públicos devem ser preenchidos após prévia aprovação em concurso público. Trata-se de regra constante no art. 37, II, da Constituição, a saber: II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Com efeito, os cargos em comissão podem ser ocupados por servidores não detentores de cargo público. Os ocupantes de cargo em comissão são de livre nomeação e exoneração – ad nutum – decorre então que a permanência ¿FD YLQFXODGD D FULWpULRV VXEMHWLYRV ± FRQIRUPH D YRQWDGH arbítrio – da autoridade competente. O concurso será de provas ou de provas e títulos. O art. 12, da Lei n. 8.112/1990, estabelece que o concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. O prazo de validade do concurso é contado de sua homologação, que é o ato admiQLVWUDWLYRPHGLDQWHRTXDODDXWRULGDGHFRPSHWHQWHFHUWL¿FD que o procedimento do concurso foi legal/legítimo. Exemplo: considere que determinado concurso tenha SUD]RGHYDOLGDGH¿[DGRHPHGLWDOGHXPDQR6HD$GPLQLVtração achar conveniente a sua prorrogação (discricionariedade administrativa), poderá prorrogá-lo por mais um ano. 43 LEI N. 8.112/1990 O inciso XVI, do art. 37, da CF, tem a seguinte redação: J. W GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO Características • o edital do concurso deverá ser publicado no mínimo XP YH] QR 'LiULR 2¿FLDO GD 8QLmR H HP MRUQDO GH grande circulação (art. 12, §1º, da Lei n. 8.112/1990); • não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado (art. 12, §2º da Lei n. 8.112/1990). Esse dispositivo proíbe que seja realizado um novo concurso enquanto houver candidatos aprovados em concurso anterior. Deve-se lembrar que esse dispositivo é válido para a contratação de servidores públicos federais; • o inciso IV, do art. 37, da CF, estabelece que “durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir FDUJRRXHPSUHJRQDFDUUHLUD´ IMPORTANTE A Constituição apenas estabeleceu prioridade para a nomeação de aprovados em concurso anterior – ainda dentro do prazo de validade – sobre os aprovados no novo concurso para o mesmo cargo ou emprego. Assim, não é proibida a abertura de um novo concurso público para cargo ou emprego dentro do prazo de validade de um concurso anterior realizado pela mesma administração. A exigência é que apenas sejam nomeados os antigos aprovados. Devemos ressaltar que a Lei n. 8.112/1990 não ofende a Constituição ao disciplinar a não abertura de concurso no prazo de validade, mesmo no prazo improrrogável. Se esse tema for cobrado em provas de concursos o candidato deverá observar se a banca examinadora está abordando o tema conforme a Constituição ou conforme o estabelecido na Lei n. 8.112/1990. RESERVA DE PERCENTUAL DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS Primeiro é importante registrar que a Constituição de 1988, com vista a promover ações à garantia dos direitos da pessoa portadora de necessidades especiais, assegura que “a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos SDUDDVSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLDHGH¿QLUiRVFULWpULRVGHVXDDGPLVVmR´&)DUW9,,, Com o objetivo de regulamentar esse tema na esfera federal, a Lei n. 8.112/1990, estabelece que “às pessoas porWDGRUDVGHGH¿FLrQFLDpDVVHJXUDGRRGLUHLWRGHVHLQVFUHYHU em concurso público para provimento de cargo cujas atribuio}HVVHMDPFRPSDWtYHLVFRPDGH¿FLrQFLDGHTXHVmRSRUWDdoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso (art. 5º, §2º). ocupar determinado cargo público. A nomeação para cargos de provimento efetivo depende de prévia habilitação em FRQFXUVRVS~EOLFRREHGHFLGRVDRUGHPGHFODVVL¿FDomRHR prazo de sua validade. O §1º, do art. 13, estabelece que a posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento (nomeação). O ato de provimento (nomeação) será tornado sem efeito se a posse não ocorre no prazo previsto, ou seja, em até 30 dias. IMPORTANTE A Administração, necessariamente, terá de nomear todos os candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas no edital. A posição tradicional do STF sustentava que o candidato WLQKD PHUD H[SHFWDWLYD GH GLUHLWR j QRPHDomR RX VHMD ¿FD D critério da Administração nomear o número de candidatos que achasse necessário. Por esse posicionamento, se o edital constasse 100 vagas, poderia a Administração nomear dez, vinte, ou mesmo não nomear ninguém. No entanto, o posicionamento atual mudou de modo à existência de direito subjetivo (direito de exigir a nomeação) à nomeação quando o candidato for FODVVL¿FDGR GHQWUR GR Q~PHUR GH YDJDV SUHYLVWDV QR HGLWDO Temos como exemplo as decisões: RMS 19.478-SP, 6ª Turma, Rel. Min. NILSON NAVES, em 06.05.2008; RMS 15.420-PR (jul. 17.04.2008); RMS 15.345-GO (DJ 24.04.2007). 3DUD¿[DU (CESPE/ MPE) Candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital possui o direito subjetivo à nomeação, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal. -XVWL¿FDWLYD Foi visto que o aprovado dentro do número de vagas oferecidas em edital de concurso tem direito subjetivo (de exigir) sua nomeação. Gabarito: certo. POSSE A investidura em cargo público ocorrerá com a posse (art. 7º da Lei n. 8.112/1990). A partir da posse se passa a ser servidor público. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento (nomeação). Se não for assinado o termo de posse dentro do prazo de trinta dias, após a nomeação, o ato de nomeação será tornado sem efeito. Após a assinatura do termo de posse o servidor terá quinze dias para entrar em exercício, se assim QmRR¿]HUVHUiH[RQHUDGRGHRItFLR QUESTÕES REFERENTES À POSSE • • NOMEAÇÃO Para Cavalcante Filho (2008, p. 32), a nomeação é o ato unilateral da Administração por meio do qual o Estado demonstra interesse em que determinada pessoa passe a 44 • A posse poderá dar-se mediante procuração espeFt¿FDGRDUWGD/HLQ Súmula n. 226 do STJ: “o diploma de habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na SRVVHHQmRQDLQVFULomRSDUDRFRQFXUVRS~EOLFR´ $SRVVHGHSHQGHUiGHSUpYLDLQVSHomRPpGLFDR¿cial e, só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 3DUD¿[DU (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/POLÍCIA LEGISLATIVA/ 2014) Um cidadão aprovado no cargo de técnico legislativo da Câmara dos Deputados que não possa comparecer à sua posse por motivos de foro pessoal poderá tomar posse mediante proFXUDomRHVSHFt¿FD -XVWL¿FDWLYD foi visto que a posse poderá ocorrer PHGLDQWHSURFXUDomRHVSHFt¿FD*DEDULWRFHUWR EXERCÍCIOS O exercício representa o efetivo desempenho das atribuições do cargo público. Conforme o §1º do art. 15 da Lei n. 8.112/1990 “é de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da GDWDGDSRVVH´9LPRVTXHRVHUYLGRUHPSRVVDGRTXHQmR entrar em exercício no prazo de quinze dias será exonerado de ofício. Após entrar em exercício, o servidor fará jus à retribuição pecuniária referente ao cargo, iniciam-se a contagem do período do estágio probatório e do da estabilidade. ESTABILIDADE São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público (art. 41 da CF). A estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor após três anos de efetivo exercício. O §4º do art. 41 da CF disciplina que é condição obrigatória para a aquisição da HVWDELOLGDGHDYDOLDomRHVSHFLDOGH desempenho por comissão. Portanto, a estabilidade não é alcançada por mero decurso temporal, pois é exigido que o servidor seja avaliado por FRPLVVmRGHDYDOLDomRcriada FRPHVVD¿QDOLGDGH Conforme consta no art. 41, da CF, é requisito objetivo para a aquisição da estabilidade o HIHWLYRH[HUFtFLR do servidor no cargo para o qual foi nomeado. Desse modo, o STJ já se pronunciou que se o servidor afastar do seu cargo efetivo em razão de licenças ou afastamentos, o prazo da contagem da estabilidade será suspenso, só iniciando novamente a contagem após o retorno do servidor em suas atividades. É o que consta no seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: ESTABILIDADE. AVALIAÇÃO. DESEMPENHO. LICENÇA. PRAZO. Quando, dentro do período de três anos, a avaliação de desempenho do servidor (art. 41 da CF/1988, com a redação dada pela EC n. 19/1998) for impossibilitada em razão de afastamentos pessoais, HVVHSUD]RGHYHUiVHUSURUURJDdo pelo mesmo lapso de tempo em que perdurar o afastamento ou licença, de modo a permitir a referida avaliação, pois o efetivo exercício da função é-lhe condição. Mostra-se, portanto, impossível aproveitar aqueles períodos de licença ou afastamento. Precedentes citados: RMS 9.931-PR, DJ 15.10.2001, e REsp 173.580-DF, DJ 17.12.1999. RMS 19.884-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 08.11.2007. Em síntese: considere que um servidor já tenha cumSULGRXPDQRGHH[HUFtFLRSDUD¿QVGHFRQWDJHPGHWHPSR para aquisição da estabilidade. Contudo, o servidor precisou pedir licença para acompanhar cônjuge que foi removido para outro ponto do território nacional. Nesse caso, suspende a contagem para aquisição da estabilidade até o UHWRUQRGRVHUYLGRUDVHXFDUJR$¿QDOR67-HQWHQGHTXH apenas o efetivo exercício no cargo permite a “referida avaOLDomRSRLVRHIHWLYRH[HUFtFLRGDIXQomRpOKHFRQGLomR´ A estabilidade é alcançada apenas pelos servidores estatutários, não há que se falar em estabilidade para servidores ocupantes de cargo comissionado ou para empregados públicos (CLT). ESTÁGIO PROBATÓRIO O art. 20 da Lei n. 8.112/1990 regulamenta o estágio probatório nos seguintes termos: Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado SDUDFDUJRGHSURYLPHQWRHIHWLYR¿FDUiVXMHLWRDHVtágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC n. 19) I – assiduidade; II – disciplina; III – capacidade de iniciativa; IV – produtividade; V – responsabilidade. Questão a ser destacada é em relação ao prazo do estágio probatório. Vimos que o estatuto dos servidores públicos federais estabelece que o estágio probatório é de vinte e quatro meses. Nesse período é avaliado se o servidor tem aptidão para o cargo ao qual desempenha suas funções. No entanto, a doutrina dominante advoga que o do art. 20 da Lei n. 8.112/1990 não foi recepcionado pela nova redação do art. 41 introduzida pela EC n. 19/1998, ou seja, o estágio probatório deve ser de três anos para coincidir com o prazo da estabilidade. Hely Lopes Meirelles (2008, p. 451-452) leciona que estágio probatório de três anos “é o período de exercício do servidor durante o qual é observado e apurada pela Administração a conveniência ou não de sua permanência no serYLoRS~EOLFR´ 45 LEI N. 8.112/1990 O §2º do art. 13 da Lei n. 8.112/1990 autoriza a prorrogação da posse quando o nomeado já for servidor público e se encontrar em licença ou nas hipóteses legais de afastamento, sendo que o prazo para posse (30 dias contados do ato de provimento) será contado do término do impedimento. Diante disso, o prazo da posse será prorrogado quando o nomeado estiver de: licença por motivo de doença em pessoa da família, para o serviço militar, para capacitação, à gestante, à adotante, à paternidade, por motivo de DFLGHQWHHPVHUYLoRRXGRHQoDSUR¿VVLRQDOEHPFRPRQRV afastamentos em virtude de férias, de pós-graduação stricto sensu no país e para participar em competição desportiva. Merece destacar que o STF atualmente acolhe a (CESPE / TCE-ES/ PROCURADOR/ 2009) Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório não foi alterado, com o advento GD (PHQGD &RQVWLWXFLRQDO Q TXH ¿[RX R prazo para aquisição da estabilidade em três anos. orientação segundo a qual o estágio probatório é o períJ. W GRANJEIRO / RODRIGO CARDOSO odo compreendido entre o início do cargo e a aquisição de estabilidade no serviço público, que se dá após três anos (Informativo/STF n. 317). (CESPE/TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ 2009) Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos é de 24 meses, visto que tal prazo não foi alterado pela Emenda Constitucional n. 19/1998, que trata apenas da estabilidade dos referidos servidores. Vale destacar que, apesar de a doutrina e de a jurisprudência disciplinarem que a estabilidade e o estágio devem ter períodos iguais, são institutos totalmente diversos: o estágio probatório tem como objetivo avaliar a aptidão do servidor para o exercício do cargo e a estabilidade é caracterizada como expectativa de permanência no serviço (CESPE / ANALISTA DE CORREIOS/ 2011) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de SURYLPHQWRHIHWLYR¿FDUiVXMHLWRDHVWiJLRSUREDWyULR por período de vinte e quatro meses, durante o qual sua aptidão e sua capacidade serão objetos de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. público, que se adquire com três anos de efetivo exercício, desde que seja aprovado em avaliação especial de desemSHQKRSRUFRPLVVmRLQVWLWXtGDSDUDHVVD¿QDOLGDGH&)DUW 41, e §4º). 3DUD¿[DU (CESPE/ TRF/ JUIZ/ 2009) Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório é de PHVHVQmRWHQGRVLGRPRGL¿FDGRDQWHDDOWHUDomRFRQVWLWXFLRQDOTXH¿[RXRSUD]RGHDQRVFRPR requisito objetivo para a obtenção da estabilidade. -XVWL¿FDWLYD Todas as questões estão erradas, pois vimos que a jurisprudência orienta que o prazo do estágio deve ser o mesmo da estabilidade. Entende-se que a Emenda Constitucional n. 19/1998, que alterou a redação do o art. 41da CF, revogou tacitamente o art. 20, caput, da Lei n. 8.112/1990. PARA FIXAR Criação do cargo por lei nomeação posse (30 dias, contados da nomeação) edital do concurso exercício (15 dias, contados da posse) DEMISSÃO E EXONERAÇÃO Apesar de serem atos administrativos que visam a extinção do vínculo do servidor com a Administração Pública, devem ser empregados de maneira distinta. A demissão é ato de caráter punitivo (penalidade aplicada ao servidor que incorreu em infração funcional grave), enquanto a exoneração é o rompimento do vínculo estatutário por razões de interesse do próprio servidor ou da Administração. A exoneração não tem caráter punitivo. A exoneração pode ser a pedido (o servidor manifesta o interesse de sair do serviço público), ou ocorrer de ofício (ocorre quando a Administração manifesta seu interesse em dispensar o servidor). O art. 34 da Lei n. 8.112/1990, disciplina o tema nos seguintes termos: Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. Outra forma de exoneração de ofício se dá a juízo da autoridade competente, no caso de cargo em comissão. 46 realização da prova homologação estágio probatório (3 anos, segundo o STF) estabilidade (3 anos, art. 41 da CF) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL MATÉRIA CIVIL SUM ÁRIO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: DOS ATOS PROCESSUAIS ........................................................................530 ATOS PROCESSUAIS $WRSURFHVVXDOSRGHVHUGH¿QLGRFRPRDDWXDomRGHQWUR GHXPSURFHVVRTXHWHQKDD¿QDOLGDGHGHLQVWDXUDUPRGL¿FDU desenvolver ou extinguir uma relação jurídica processual. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS $FODVVL¿FDomRGDGDSRU&KLRYHQGDTXHpDDGRWDGD pelo nosso Código de Processo, se dá de forma subjetiva, ou seja, considerando os sujeitos do processo. Podem ser DVVLPFODVVL¿FDGRV • Atos das partes (arts. 158 a 161): praticados pelo autor, réu, terceiros intervenientes e pelo Ministério Público. • $WRV GR MXL] DUWV D despachos, decisões interlocutórias e sentenças. • $WRVGRHVFULYmRDUWVDatos de comunicação e de documentação. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS • • TALLITA RAMINE Podem ser: – solenes – não solenes Como regra, os atos processuais não dependem de forma determinada, pois prevalece o princípio da liberdade das formas. Art. 154 do CPC: Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os TXHUHDOL]DGRVGHRXWURPRGROKHSUHHQFKDPD¿nalidade essencial. • Os atos devem ser necessariamente em Português ou então traduzidos para nossa língua, caso sejam redigidos em língua estrangeira. Art. 156 do CPC: Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo. Art. 157 do CPC: Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando DFRPSDQKDGRGHYHUVmRHPYHUQiFXOR¿UPDGDSRU tradutor juramentado. • Os atos processuais são públicos, ressalvados os processos que correm em segredo de Justiça. Art. 155 do CPC: Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos: I – em que o exigir o interesse público; ,,±TXHGL]HPUHVSHLWRDFDVDPHQWR¿OLDomRVHSDração dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite. 48 DOS ATOS DAS PARTES Artigos importantes do CPC Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, proGX]HPLPHGLDWDPHQWHDFRQVWLWXLomRDPRGL¿FDomRRX a extinção de direitos processuais. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença. Art. 159. Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia, datada e assinada por quem os oferecer. §1º Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original. §2º Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos originais. Art. 160. Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório. Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo. DOS ATOS DO JUIZ Artigos importantes do CPC Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. §1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. §2º Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. §3º São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. §4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais. Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no artigo 458; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso. Artigos importantes do CPC Art. 166. Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando. Art. 167. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma quanto aos suplementares. Parágrafo único. Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram. Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão. Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. 4XDQGRHVWDVQmRSXGHUHPRXQmRTXLVHUHP¿UPiORV RHVFULYmRFHUWL¿FDUiQRVDXWRVDRFRUUrQFLD §1º É vedado usar abreviaturas. §2º Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. §3º No caso do §2º deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo. Art. 170. eOtFLWRRXVRGDWDTXLJUD¿DGDHVWHQRtipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal. Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas. TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS O lugar dos atos, como regra, é na sede do juízo, e serão realizados das 6 às 20 horas, nos dias úteis (de segunda-feira ao sábado). No entanto, poderão ser concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. Nos juizados especiais, podem ser praticados atos processuais em horário noturno. Em casos excepcionais, a citação e a penhora, poderão realizar-se nos domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido. Determinadas causas e atos podem ser praticados durante as férias e feriados. São eles: • citação; • atos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos; • produção antecipada de provas; • arresto, sequestro, penhora, arrecadação, busca e apreensão, depósito, prisão, separação de corpos, abertura de testamento, embargo de terceiros, nunciação de obra nova e outros atos análogos; • causas de alimentos provisionais (somente até a concessão de alimentos provisórios), dação ou remoção de tutores e os relativos ao procedimento sumário; • causas que a lei federal determinar. Nesses casos acima mencionados, o prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei. PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS 2VSUD]RVSRGHPVHUFODVVL¿FDGRVFRPR • Dilatórios: podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes, mas, para que WHQKDPH¿FiFLDDVSDUWHVGHYHPID]HUXPUHTXHrimento ao juiz, antes do vencimento do prazo (art. 181 do CPC). 1HVVH FDVR R MXL] ¿[DUi QRYR GLD SDUD R YHQFLmento do prazo. • Peremptórios: são os atos improrrogáveis, fatais, ¿QDLV É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de sessenta dias (art. 182 do CPC). Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto no art. 182 do CPC. • /HJDLVVmRHVWDEHOHFLGRVQDOHLGHIRUPD¿[D • -XGLFLDLVVmR¿[DGRVSHORMXL] Quando a lei não determinar o prazo, o juiz o fará, considerando a complexidade da causa (art. 177 do CPC). • Convencionais: são os que a lei permite sejam acordados pelas partes (art. 181 do CPC). São os prazos dilatórios. CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS PRAZOS • • Todo prazo em regra é contínuo, não se interrompendo nos feriados (art. 178 do CPC). As férias suspendem os prazos, o que lhe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias. (art. 179 do CPC). 49 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA • • • • • • • • TALLITA RAMINE • • • Também suspendem os prazos os obstáculos criados pela parte contrária, a morte ou perda da capacidade processual, a convenção das partes e a exceção de incompetência (art. 180 do CPC). Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o DWR¿FDQGRVDOYRSRUpPjSDUWHSURYDUTXHRQmR realizou por justa causa (art. 183 do CPC). Exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento, salvo disposição em contrário (art. 184 do CPC). Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que: – for determinado o fechamento do fórum; – o expediente forense for encerrado antes da hora normal. 2V SUD]RV FRPHoDP D ÀXLU D SDUWLU GR GLD ~WLO seguinte ao da intimação (art. 184, §2º, CPC). Intimação feita na sexta-feira: o prazo tem início na segunda-feira, se for dia útil. Intimação feita no sábado: o prazo tem início na terça-feira, se for dia útil. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de cinco dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (art. 185 do CPC). A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor (art. 186 do CPC). Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas vinte e quatro horas (art. 192 do CPC). Sendo comum às partes o prazo, só em conjunto ou mediante prévio ajuste por petição nos autos, poderão os seus procuradores retirar os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 1 (uma) hora independentemente de ajuste (art. 40, §2º, CPC). 2. (FCC/ 2012/ TRF/ 5ª REGIÃO/ Analista Judiciário/Área Judiciária) 4XDQWRDRVDWRVSURFHVVXDLVpFRUUHWRD¿Umar que: a. os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, tendo-se por válidos aqueles que, UHDOL]DGRVGHPRGRGLYHUVROKHSUHHQFKDPD¿QDlidade essencial. b. o direito de consultar os autos e de pedir certidão de seus atos é livre a qualquer pessoa, salvo apenas o segredo de justiça. c. em todos os atos e termos do processo é facultativo o uso do vernáculo, pois pode ser anexado ao processo documento redigido em língua estrangeira, sem ressalvas. d. os atos processuais, como regra, correm em segredo de justiça, podendo ser tornados públicos por ordem judicial fundamentada. e. é possível às partes lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, desde que em linguagem processual de praxe. 3. (FCC/ 2010/ TRF/ 4ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Área Judiciária) Quanto aos atos processuais, considere: I – Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de dez dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. II – Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. III – É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. IV – Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que consta APENAS em a. I e IV. b. II e III. c. II, III e IV. d. III e IV. e. I, II e III. EXERCÍCIOS 1. (FCC 2013/ MPE-SE/ Analista/ Direito) Quanto à forma GRVDWRVSURFHVVXDLVpFRUUHWRD¿UPDU a. Os atos processuais realizam-se em dias úteis, das seis às vinte horas, em nenhuma hipótese podendo ultrapassar esses horários, que são peremptórios. b. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imeGLDWDPHQWHDFRQVWLWXLomRDPRGL¿FDomRRXDH[tinção de direitos processuais. c. Os atos do juiz que lhe competem, exclusivamente são as sentenças, todos os demais podendo ser praticados pelo escrivão e revistos posteriormente pelo juiz. d. É vedado ao juiz determinar prazos para a prática dos atos processuais, pois é sempre a lei que os determina. e. O prazo legal interrompe-se nos feriados e na superveniência de férias, contando-se do início a partir do primeiro dia útil posterior a elas. 50 4. (FCC/ 2012/ TRF/ 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa) Pode ser expedida por meio eletrônico, com assinatura eletrônica do juiz, na forma da lei: a. somente a carta precatória e a carta rogatória. b. somente a carta de ordem e a carta precatória. c. a carta de ordem, a carta precatória e a carta rogatória. d. somente a carta precatória. e. somente a carta de ordem. 5. (FCC/ 2012/ TRF/ 2ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Execução de Mandados) O ato de juntada de petições aos autos: a. depende de decisão interlocutória do juiz, resolvendo pedido da parte no curso do processo. b. depende de prévio despacho do juiz, ordenando que o servidor assim o proceda. 6. 7. 8. (FCC/ 2011/ PGE-MT/ Procurador) A respeito do tempo e lugar dos atos processuais, é certo que: a. a produção antecipada de provas pode ser praticada nos feriados. b. os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das nove às dezoito horas. c. os prazos estabelecidos pelo juiz suspendem-se nos feriados. d. podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar os prazos dilatórios, mesmo depois do respectivo vencimento. e. a parte não poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor. (FCC/ 2010/ MPE-RN/ Agente Administrativo) No que diz respeito aos atos processuais no processo civil, é FRUUHWRD¿UPDUTXH a. a desistência da ação produz efeito a partir da juntada do pedido ao respectivo processo. b. nos processos que correm em segredo de justiça, o terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite. c. documento em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão em vernáculo, que pode ser feita pelo próprio advogado, sob declaração de veracidade. d. não tem valor legal a assinatura do juiz feita eletronicamente. e. pYHGDGRRXVRGDWDTXLJUD¿DRXGDHVWHQRWLSLDHP qualquer juízo ou tribunal. (FCC/ 2013/ MPE-MA/ Técnico Ministerial/ Execução de Mandados) Sobre os atos processuais, de acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, é INCOR5(72D¿UPDU a. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares, cabendo ao juiz mandar riscá-las, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo. b. A assinatura dos juízes, em todos os graus de juris dição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. c. Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. d. Só poderá ser juntado aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado GHYHUVmRHPYHUQiFXOR¿UPDGDSRUWUDGXWRUMXramentado. e. A desistência da ação produzirá efeito imediatamente, independentemente de homologação por sentença. 9. (FCC/ 2013/ TRT/ 1ª REGIÃO (RJ)/ Analista Judiciário/ Execução de Mandados) No que concerne aos atos processuais, os atos do juiz que designam audiência de conciliação, que extinguem o processo sem resolução do mérito e que indeferem a produção de prova pericial são, respectivamente: a. decisões interlocutórias, despachos e sentenças. b. sentenças, despachos e decisões interlocutórias. c. decisões interlocutórias, sentenças e despachos. d. despachos, decisões interlocutórias e sentenças. e. despachos, sentenças e decisões interlocutórias. 10. (FCC/ 2012/ TRF/ 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa) Quanto à forma dos atos processuais, considere: I – Em todos os termos e atos do processo é obrigatório o uso do vernáculo. II – Poderá ser juntado aos autos documento redigido em língua estrangeira, cabendo ao juiz, se não dominar o idioma, ordenar a tradução. III – eOtFLWRRXVRGDWDTXLJUD¿DGDHVWHQRWLSLDRXGH outro método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal. Está correto o que consta SOMENTE em a. I e II. b. I e III. c. II e III. d. I. e. II. 11. (FCC/ 2012/ TRE-PR/ Analista Judiciário/ Área Administrativa) Quando a lei prescrever determinada forma para o ato processual, a. em nenhuma hipótese poderá ser aproveitado, se a forma determinada tiver sido preterida. b. mesmo que sob cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, OKHDOFDQoDUD¿QDOLGDGH c. desde que sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, OKHDOFDQoDUD¿QDOLGDGH d. somente a requerimento da parte prejudicada o juiz OKHQHJDUiH¿FiFLDVHDIRUPDGHWHUPLQDGDQmRIRU atendida. e. somente a requerimento de ambas as partes o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro PRGROKHDOFDQoDUD¿QDOLGDGH 12. (FCC/ 2012/ TRF/ 2ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Área Judiciária) O ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente é denominado a. decisão interlocutória. b. despacho. c. ato ordinatório. d. sentenção constitutiva. e. sentença declaratória. 13. (FCC/ 2012/ TRT/ 20ª REGIÃO (SE)/ Juiz do Trabalho - Tipo 1) As espécies de preclusão são: a. todas as condições de procedibilidade processual, que objetivam a formação e o desenvolvimento válido e regular do processo. 51 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL c. pode ser feito pelos advogados de quaisquer das partes, independentemente de ordem judicial. d. independe de despacho, devendo ser praticado de ofício por servidor e revisto pelo juiz quando necessário. e. só pode ser feito em decorrência de sentença pelo juiz, ao apreciar requerimento formulado pela parte. eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. Eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas a. oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o juiz decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão. b. oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o juiz decidir no prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadas desta decisão. c. oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo. d. oralmente no momento da realização do ato, devendo ser as razões da contradição feitas por escrito no prazo de cinco dias e o juiz decidir no prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadas desta decisão. e. por escrito no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão. b. a perempção, a litispendência e a coisa julgada, extinguindo-se o processo, em razão de seu reconhecimento, com resolução do mérito. c. a decadência e a prescrição, extinguindo-se o processo, quando reconhecidas, sem resolução do mérito. d. todas as exceções processuais, meios de defesa indireta, que visam a obstar o regular prosseguimento do processo. e. temporal, consumativa e lógica, impossibilitando a prática do ato processual ulterior se antes reconhecidas nos autos. 14. TALLITA RAMINE (FCC/ 2013/ TRT/ 15ª Região (Campinas)/ Analista -XGLFLiULR 2¿FLDO GH -XVWLoD$YDOLDGRU &RQVLGHUH DV D¿UPDWLYDVDEDL[R I – O direito processual brasileiro é marcado pelo formalismo, não permitindo, por exemplo, o aproveitamento de ato não revestido da forma legal, mesmo TXHGHRXWURPRGRWHQKDDOFDQoDGRD¿QDOLGDGH e ainda que a lei não tenha cominado nulidade pela não observância da prescrição legal. II – O direito processual brasileiro não permite suprir a irregularidade de forma, o que se vislumbra, por exemplo, no fato de poder alegar nulidade até aquele que lhe deu causa. III – Por ser questão de ordem pública, o ato que não atende à forma deve ser repetido, com as formalidades legais, ainda que não tenha trazido prejuízo às partes. 17. (VWi,1&255(72RTXHVHD¿UPDHP a. I, II e III. b. I e II, apenas c. I e III, apenas. d. III, apenas. e. II e III, apenas. 15. 16. (FCC/ 2011/ TRE-AP/ Analista Judiciário/ Área Administrativa) Quando a carta precatória for enviada para Juiz que carecer de competência em razão da hierarquia, este: a. a cumprirá, cabendo às partes a arguição da nulidade do ato. b. recusará cumprimento, enviando-a para a Corregedoria-Geral do Tribunal competente. c. a cumprirá e posteriormente enviará para a autoULGDGH KLHUDUTXLFDPHQWHFRPSHWHQWHSDUDUDWL¿FDção dos atos. d. recusará cumprimento, devolvendo-a com despacho motivado. e. recusará cumprimento, enviando-a para o Tribunal Superior competente para apreciação da irregularidade através de processo administrativo. (FCC/ 2011/ TRF/ 1ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Área Judiciária) Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo 52 (FCC/ 2011/ TRT/ 1ª REGIÃO (RJ)/ Juiz do Trabalho) eFRUUHWRD¿UPDU a. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imeGLDWDPHQWHDFRQVWLWXLomRDPRGL¿FDomRRXDH[tinção de direitos processuais. b. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é irrestrito a qualquer terceiro que demonstre interesse jurídico. c. Os atos processuais são públicos, correndo porém em segredo de justiça os referentes a direitos disponíveis patrimoniais. d. A desistência da ação produz efeito tão logo seja juntada a petição correspondente ao processo. e. Como regra, os atos e termos processuais depenGHPGHIRUPDGHWHUPLQDGDHHVSHFt¿FD GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. b a c c d a b e e b c 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. a e a d c a a e c NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/ GESTÃO DE PESSOAS/ NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS/ NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA SUM ÁRIO NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. PODERES ADMINISTRATIVOS. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE. COMPORTAMENTO, CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL ..........................540 GESTÃO DE PESSOAS CARACTERÍSTICAS. CONCEITOS E PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA, DESEMPENHO. GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO DE EXCELÊNCIA GERENCIAL. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS E GESTÃO DO CONHECIMENTO ..................542 NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS TÉCNICAS DE MAPEAMENTO, ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS .....................................................544 NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ARQUIVÍSTICA (PRINCÍPIOS E CONCEITOS); GESTÃO DE DOCUMENTOS; PROTOCOLOS: RECEBIMENTO, REGISTRO, DISTRIBUIÇÃO, TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS; CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. ARQUIVAMENTO E ORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO .............................................................546 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS. GESTÃO DE ESTOQUES. COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. PERFIL DO COMPRADOR. ELABORAÇÃO DE TERMOS DE REFERÊNCIA. PESQUISA DE PREÇOS. CADASTRO DE FORNECEDORES. RECEBIMENTO, CONFERÊNCIA E ARMAZENAGEM. ARRANJO FÍSICO (LEIAUTE). DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS. TOMBAMENTO DE BENS. CONTROLE DE BENS. INVENTÁRIO. ALIENAÇÃO DE BENS. ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS ....................................................................................569 CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A GESTÃO PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA. NOVAS TECNOLOGIAS GERENCIAIS .......................................................................................................................591 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS EMPRESAS O conceito de estrutura organizacional refere-se à forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas (STONER, 1992). Todas as empresas possuem dois tipos de organizações, que devem ser respeitadas e sempre levadas em consideração, são as formais e informais. Organizações Formais São aquelas planejadas e formalmente representadas, em alguns aspectos, por meio do seu organograma 1. Têm como características: • ênfase nas posições em termos de autoridade e responsabilidades; • é estável; • está sujeita ao controle; • está em uma estrutura; • existe uma liderança formal. Organizações Informais Há interação social dos trabalhadores. Se desenvolve espontaneamente quando esse grupo se reúne. São relações que não aparecem no organograma da empresa, SRUpPH[LVWHPHLQÀXHQFLDPGHPDVLDGDPHQWHHPWRGRVRV processos formais. Características: • está nas pessoas; • sempre existirão; • D DXWRULGDGH ÀXL QD PDLRULD GDV YH]HV GH IRUPD horizontal; • é instável; • não está sujeita a controle; • está sujeita a sentimentos; • existe um líder informal; • desenvolve sistemas e canais de comunicação. Vantagens da estrutura informal: • proporciona maior rapidez no processo; • complementa a estrutura formal; • reduz a carga de comunicação dos chefes; • motiva e integra as pessoas na empresa. ZÉ CARLOS 'HVYDQWDJHQV GHVFRQKHFLPHQWRGDVFKH¿DV GL¿FXOGDGHGHFRQWUROH possibilidade de atritos entre pessoas. Tipologia de Estrutura Organizacional • • • • • • 1 Funcional. Clientes. Produtos. Territorial. Por projetos. Matricial. Organograma: refere-se a um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização. 54 Componentes da Estrutura Organizacional a) • • • Sistema de responsabilidade: departamentalização; linha e assessoria; especialização do trabalho. b) • • • • Sistema de autoridade: amplitude administrativa ou de controle; níveis hierárquicos; delegação; centralização e descentralização. c) • • • • • Sistema de comunicações: o que; como; quando; de quem; para quem. 1tYHLVGHXPDHVWUXWXUDRUJDQL]DFLRQDO • • • Nível estratégico. Nível tático. Nível operacional. Tipos de Estrutura Organizacional a) Matricial: R JHUHQFLDPHQWR ¿FD GLYLGLGR HQWUH JHrências funcionais e gerências de projetos, buscando a ação integrada para a realização dos objetivos empresariais. Gerente Geral Secretaria Engenharia Assessoria Suprimentos Adm/Finanças Uni/Info Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Fonte: autor, 2012. b) Funcional: são agrupadas de acordo com as funções da empresa. Presidente Diretor Financeiro Diretor de Marketing Diretor de Recursos Humanos Assistente Financeiro Assistente de MKT Assistente de RH Fonte: autor, 2012. c) 3URMHWR as atividades e as pessoas recebem atribuições temporárias. Executivo Chefe Gerente Funcional Mercado Setor Rotas Asia e Africa Coordenação de Projetos Gerente Funcional Setor Rotas América Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Setor Rotas Domésticas Dinamarca Setor Rotas Domésticas Suécia Setor Rotas Domésticas Noruega Vice Presidente Finanças Presidente Pessoal Pessoal Setor Rotas Europa Divisão Comercial Gerente Funcional Pessoal Pessoal f) Estrutura Horizontal (Sistêmica) Unidades Centrais de Administração Planejamento e Controle SAS Dinamarca SAS Suécia SAS Noruega Fonte: autor, 2012. Fonte: Organograma da Scandinavian Airlines System (SAS), 1991. d) Mista: muitas organizações usam esse tipo de departamentalização, principalmente as grandes empresas. Conselhos de Acionistas Conselho Consultivo Conselho Técnico Presidente Unidade Informática Secretaria Auditoria Depto. de Produção Depto. de Markenting Depto. de Suprimentos Depto. de Finanças CULTURA ORGANIZACIONAL A Cultura Organizacional é um modelo de pressupostos básicos, que determinado grupo tenha inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e adaptação interna. A Cultura Organizacional envolve padrões de comportamento, valores, crenças e pressupostos, onde o processo de mudança pode ocorrer de duas formas distintas: uma na forma de subsistema que se liga à estrutura mor 2 da organização, à estratégia e aos sistemas políticos e técnicos; e outra como uma superestrutura que determina todos os demais componentes. Alguns dos componentes da Cultura são, normalmente, de origem histórica, do ambiente e território onde a organizaçao está inserida, de suas crenças e pressupostos, de regras e regulamentos, do processo de comunicação, de ritos e cerimônias, de heróis e tabus ou, ainda, de produtos e serviços com que está envolvida. Cultura Organizacional Divisão de Plásticos Divisão de Embalagens Fonte: autor, 2012. e) Estrutura em rede Empresa de Contabilidade Empresa de Desenhos e Projetos Empresa Intermediária (Core Business) Empresa de Distribuição Empresa de Vendas Empresa de Manufatura Fonte: Chiavenato, 1998. &2 &RQ¿DQoD&RODERUDomR$SUHQGL]DGR3HUVSHFWLYD 6LVWrPLFD7HPSR Funções da Cultura Organizacional: • estabilidade, previsão e reprodução; • fornecer modelos de comportamentos; • fornecer o que é importante, válido e as prioridades; • desenvolver linguagens de comunicação adequadas às organizações; • reduzir incertezas e inseguranças no ambiente de trabalho. 3DUWHVHQYROYLGDVQD&XOWXUDGD2UJDQL]DomR • fundadores e líderes; • grupos internos; • ambiente social – país, sociedade, mundo dos QHJyFLRV VHWRU HVSHFt¿FR D RUJDQL]DomR QR VHX conjunto e história; • toda cultura refere-se a um grupo, a um tempo e a XPHVSDoRHVSHFt¿FRV 2 maior; principal. 55 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/ GESTÃO DE PESSOAS/ NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS/ NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA Divisão Petroquimica Cuidados com a mudança cultural: • reconhecer as rupturas e a desordem; • RVOtGHUHVGHYHPH[SULPLUFRQ¿DQoD • mudança como construção de novas habilidades e pensamentos; • tempo para adaptação e consolidação; • os novos padrões da organização devem ser claros HDDYDOLDomREHPGH¿QLGD Impactos durante o processo de mudança da Cultura Organizacional: • LQVHJXUDQoDQRVQRYRVREMHWLYRVHPHWDVGH¿QLGRV • incerteza de padrões de autoridade; • elevação dos rumores, fofocas e vulnerabilidades; • oportunistas – estrategistas individuais; • queda na produtividade e lideranças fracas. GESTÃO DE PESSOAS RECURSOS HUMANOS NO SERVIÇO PÚBLICO ZÉ CARLOS O setor de Recursos Humanos no serviço público tem sido colocado em destaque nas últimas décadas em função de dois fatores básicos, que comprometem o processo de evolução das empresas públicas: a evolução constante e rápida das ferramentas tecnológicas, que promovem um acesso em tempo real a conteúdos do mundo inteiro, somando-se ao processo de constante estabilização econômica do Brasil. Como consequência de todo esse processo, as empresas públicas necessitam capacitar, treinar e/ou aperfeiçoar sua mão de obra, de maneira que ofereça serviços de alta qualidade e no tempo ideal para seus usuários. O processo de gestão de Recursos Humanos na Administração Pública tem sido alvo de grandes discussões por parte dos estudiosos no assunto, pois se depara com um JUDQGHGHVD¿R³&RPRPRWLYDURVVHUYLGRUHVS~EOLFRV"´ Normalmente, o que ouvimos e lemos nas diversas mídias é que os servidores públicos são indivíduos que não buscam nenhum tipo de especialização e muito menos GHVHQYROYLPHQWRSUR¿VVLRQDOYLVWRTXHSRVVXHPDJDUDQWLD GHUHFHEHUVHXVVDOiULRVVHMDPERQVRXPDXVSUR¿VVLRQDLV (VVDD¿UPDWLYDHUUDGDGLJDVHGHSDVVDJHPMiVHSHUGHX nos antigos discursos das décadas de 70 e 80, apesar de ainda termos alguns representantes dessa classe que ainda deixam muito a desejar no que diz respeito a necessidade de, cada vez mais, especializar ou aprimorar suas habilidades e competências. O processo de modernização nas instituições públicas QR%UDVLOpFRPSURPHWLGRSRUYiULRVIDWRUHVTXHGL¿FXOWDPD DGRomRGDVPHGLGDVPDLVH¿FD]HVSDUDDGHTXDUDVLQVWLWXLções para o cumprimento de suas missões, ou seja, prestar um bom serviço público. Dessa forma, a qualidade no serviço público passa a ser analisada tendo como base os valores de empresa (pública), servidores públicos e usuários dos serviços públicos. Dessa forma, temos como ações um aumento considerável das exigências (legais) por parte dos cidadãos. O Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP) é destinado a orientar os órgãos e entidades públicas a implementarem Do}HVYROWDGDVSDUDDPHOKRULDGDTXDOLGDGHHGDH¿FiFLD dos seus serviços e para a redução dos custos operacionais de seus processos. 3ULQFtSLRVGDTXDOLGDGHQRVHUYLoRS~EOLFR • • • • • • • • Satisfação do cliente (cidadão). Envolvimento de todos (empresa pública, servidores públicos e cidadãos). Gestão participativa. Gerência de processos. Valorização das pessoas. Constância de propósitos. Melhoria contínua. Gestão pró-ativa. GESTÃO DE COMPETÊNCIAS Segundo Prahalad (1990), “as competências combinam conhecimento e habilidades; representam tanto a base dos conhecimentos tácitos quanto o conjunto de habilidaGHVQHFHVViULDVSDUDDUHDOL]DomRGHDo}HVSURGXWLYDV´8P dos mais conhecidos conceitos de competência é o desenvolvido por Boyatzis (1982): “É uma característica sobressalente de uma pessoa, que está casualmente relacionada com um desempenho bom ou excelente em um posto de WUDEDOKRFRQFUHWRHPXPDRUJDQL]DomRFRQFUHWD´ 6SHQGHU D¿UPD TXH H[LVWHP FLQFR WLSRV GH características nas competências, que sugerem uma classi¿FDomRGDVHJXLQWHIRUPD • motivacionais: determinam o comportamento que as pessoas têm frente a um determinado tipo de ação; • necessidade de sucesso, de poder ou de relacionamento; • WUDoRVGHSHUVRQDOLGDGHMXVWL¿FDPRVWLSRVGHUHDções perante determinadas situações; • capacidades pessoais: estão relacionadas às atitudes, valores e autoimagem; • conhecimentos e habilidades: capacidade de realizar determinados tipos de atividades físicas e mentais. COMPETÊNCIAS IDENTIFICADAS a) Capacidade empreendedora: facilidade de identi¿FDURSRUWXQLGDGHVTXHVXUJHPRXTXHMiH[LVWDP no mercado de trabalho, seja por uma nova área que surge nas organizações, seja por oportunidades de negócios. 3URJUDPDEUDVLOHLURGDTXDOLGDGHHSURGXWLYLGDGH O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP) foi implantado em 1991. Daí por diante deu-se o processo de mudança na Administração Pública brasileira, que tinha, como uma de suas premissas, iniciar um processo de mudança nas organizações públicas, procurando WRUQDUVHXVVHUYLGRUHVFDGDYH]PDLVH¿FLHQWHVQDSUHVWDção do serviço público. 56 b) Capacidade de trabalho sob pressão: refere-se jFDSDFLGDGHTXHRSUR¿VVLRQDOSRVVXLHPPHVPR trabalhando sobre pressão, buscar fontes alternativas de resolução dos problemas. c) Comunicação: reconhecido como um grande problema nas organizações, refere-se à capacidade da pessoa saber se comunicar e ser entendido. Um ponto interessante a ser destacado é que muitas or- d) &ULDWLYLGDGH: refere-se à capacidade de buscar e FRQFHEHUVROXo}HVSDUDSUREOHPDVLGHQWL¿FDGRV e) Cultura da qualidade: é natural pensarmos em qualidade, mas não mais utilizando o conceito de qualidade como diferencial entre um produto ou outro. Superar as expectativas dos clientes internos e externos faz parte dessa característica. f) Dinamismo: pró-atividade sempre, capacidade de atuar de maneira preventiva, sempre à frente dos prováveis problemas que possam surgir. um sistema complexo, composto por subsistemas que devem estar sempre interligados e interdependentes. 2TXHVLJQL¿FD³iUYRUHVGHFRPSHWrQFLDV³" É um modelo de gestão que tem como base a cooperação mútua dos membros da organização, independente do setor ou departamento que desenvolvem as suas atividades, permitindo, dessa forma, um maior e melhor direcionamento SDUDDGH¿QLomRGRVSODQHMDPHQWRVGDRUJDQL]DomR DIFERENÇA ENTRE GRUPO E EQUIPE DE TRABALHO Um Grupo de Trabalho tem objetivos, algumas vezes divergentes, onde cada indivíduo preocupa-se com si só. Já uma Equipe de Trabalho foca em uma causa maior, evidenciando os objetivos da organização como um todo, e não os individuais. Os membros da equipe reconhecem que existem habilidades e competências dos outros membros da organização e as valoriza. g) FlexibilidadeFDSDFLGDGHGHWHUR³MRJRGHFLQWXUD´ adequado e ideal para resolver alguns problemas LGHQWL¿FDGRV3HQVDUHDJLU • h) Liderança: seja qual for o estilo ou o tipo de lideranoD HOHV GHYHP ³VXUJLU´ GH PDQHLUD QDWXUDO GHQWUR de um grupo formal ou informal. • i) 0RWLYDomR p R JUDQGH GHVD¿R GDV RUJDQL]Do}HV hoje em dia. Maslow, entre outros, jamais será esquecido, mas sim lembrado como referência para RXWUDVDQiOLVHV'HVD¿R"6LP4XDO"3URFXUDULGHQWL¿FDUTXDLVDVQHFHVVLGDGHVTXHVHXVIXQFLRQiULRV têm, nesse exato momento, e tentar saná-las. O difícil é quando temos um número expressivo de funcionários na organização. Por isso, é o maior GHVD¿R • M Negociação: refere-se à capacidade de ouvir e ser RXYLGRFRPSUHHQGHUHVHUFRPSUHHQGLGRHQR¿QDOGDVGLVFXVV}HVVHUFDSD]GHUHVROYHURVFRQÀLtos de maneira que se torne aceitável para as duas partes. k) Organização: refere-se à capacidade de organizar processos, para realizar tarefas da maneira mais H¿FD] l) Relacionamento interpessoal: capacidade de relacionamento entre os membros da equipe de trabalho para que as tarefas sejam realizadas de maneira positiva e com comportamentos maduros de todos os membros das equipes de trabalho. m) Tomada de decisão: é a capacidade de analisar a situação e tomar a decisão acertada de maneira que seja perspicaz e sistematizada. n) Visão sistêmica: talvez a forma mais completa e FRPSHWHQWHGHVH³YHU´DRUJDQL]DomRRXVHMDWHU uma visão sistêmica, é analisar a organização como • • • • • Polarização: é a adoção de posições extremas, causadas, geralmente, por falhas na percepção. 5LJLGH]LQFDSDFLGDGHGHVHULQÀH[tYHOSDUDPXGDQças de ponto de vista. Egocentrismo: visão centrada exclusivamente em si próprio. Não existe equipe de trabalho. Parcialismo: refere-se à percepção de somente uma das partes da situação. Visão otimizada: refere-se à observação de elementos soltos, sem nenhuma forma de integração. 'LVWRUo}HV GH YDORUHV SHVVRDLV GL¿FXOGDGH HP SURPRYHU D LGHQWL¿FDomR H DQiOLVH GH YDULiYHLV ambientais. Soberba: superestima pessoal que, ao mesmo WHPSRGHVTXDOL¿FDDVKDELOLGDGHVHFRPSHWrQFLDV dos demais membros da organização. Baixo autocontexto: sentimento de menos valia, onde o funcionário pensa que não é capaz de realizar tal tarefa, de ser inferior. GERENCIAMENTO DE CONFLITOS 2V FRQÀLWRV VXUJHP JHUDOPHQWH TXDQGR RFRUUH XPD quebra de contrato entre as partes envolvidas no processo, que criam expectativas e responsabilidades. É dessa forma TXHRVOtGHUHVVXUJHPSDUDJHUHQFLDUHVVHVFRQÀLWRV Não podemos deixar de perceber que, na maioria das vezes, os líderes de equipes sentem-se constrangidos quando ocorre algum evento negativo entre seus memEURV1mRSRGHPRVD¿UPDUTXHRVFRQÀLWRVVXUJHPGHXP momento para o outro, eles podem, e normalmente ocorre dessa forma, surgir gradualmente. Nesse momento, só existe uma opção para a liderança: enfrentá-lo. 2 TXH SRGHPRV ID]HU SDUD HYLWDU TXH HVVHV FRQÀLWRV ocorram? • Realizar reuniões constantes com as equipes de trabalho, bem como com todos os membros da organização. 57 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/ GESTÃO DE PESSOAS/ NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS/ NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA JDQL]Do}HVQmRVHSUHRFXSDPFRP³TXHP´VHUiR receptor da informação a ser repassada. Isso é um grande engano, pois, apesar do emissor ser uma pessoa altamente capacitada, o meio de comunicação escolhido não é ideal para o receptor e, como consequência, a comunicação sofrerá problemas de entendimento. Portanto, a primeira análise que deve ser feita refere-se às habilidades e competências do receptor. • • FLAVIO DE SOUSA 58 Reuniões de renegociação dos contratos previaPHQWHHVWLSXODGRVSURFXUDQGRHYLWDUTXHRVFRQÀLtos surjam de uma hora para a outra. 2IHUHFLPHQWRGRSUR¿VVLRQDOGDiUHDGH3VLFRORJLD de maneira que algumas características individuais possam ser trabalhadas durante a execução das tarefas, evitando-se, dessa forma, o surgimento de FRQÀLWRV