Temporada 2009 |2010 em números
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Temporada 2009 |2010 em números
Temporada 2009 |2010 em números 125 Iniciativas 315 Apresentações | Representações Cerca de 22.000 espectadores/participantes (estimativa para o período de 20 Junho 2009 a 30 Julho 2010) 37 Espectáculos de Teatro e Dança, com 117 representações e 12.696 espectadores (estimativa espectadores idem) 20 Concertos em 21 apresentações para 4.218 espectadores (estimativa espectadores idem) 35 Oficinas, espectáculos e visitas guiadas inseridas no Projecto Educativo em 91 apresentações e 2.224 espectadores/participantes (estimativa espectadores idem) 32 Iniciativas de debate e pensamento com 42 apresentações e 1.665 participantes (estimativa espectadores idem) 1 Dia temática (Dia do Tempo) com 44 sessões para 1.161 participantes 68% de taxa de ocupação média dos espectáculos (estimativa espectadores idem) 91.256,00 € de receitas de bilheteira 601.153,00 € custos de programação da Temporada 2009-2010 (todos os custos artísticos, de produção e logísticos) 2.025.477,00 € Orçamento global de 2010 (ano civil), dos quais custos de programação Introdução 682.000,00 € Introdução Mark Deputter Temporada 2010-11 A temporada 2010-11 é, em primeiro lugar, uma continuação do trabalho desenvolvido desde Maio 2009 e procura reforçar e aprofundar o papel do Teatro Maria Matos na criação contemporânea, nas áreas do teatro, da dança, da música e da criação para o público jovem. O Teatro Maria Matos continua a apostar no intercâmbio e na colaboração a nível nacional e internacional, inscrevendo a criação nacional num contexto europeu e global. Desenvolve a sua actividade no campo de atracção entre o local e o global, estimulando activamente cocriações entre artistas portugueses e estrangeiros e co-produções com teatros e festivais internacionais. Para alcançar os seus objectivos o Teatro Maria Matos aposta na colaboração e na coprodução com festivais, teatros, produtores de música e companhias de teatro e de dança, privilegiando o trabalho em rede, a nível nacional e internacional. E na convicção de que a arte nos ajuda a compreender o mundo e a sociedade, o Teatro organiza momentos de debate e reflexão, em conjunto com pensadores, artistas e organizações da sociedade civil. Artes do espectáculo Na área das artes do espectáculo, a programação segue as seguintes linhas estratégicas de programação: Apresentação e co-produção de companhias e criadores portugueses O Teatro Maria Matos continua a posicionar-se como a casa de muitos criadores e companhias independentes que trabalham em Lisboa, oferecendo-lhes melhores condições de trabalho, um maior financiamento e mais visibilidade pública. Para além da apresentação, o Teatro investe fortemente em co-produções. A política das co-produções é enquadrada num esforço mais amplo, que procura alargar a base de apoio aos criadores, favorecendo a circulação das obras e aumentando as carreiras dos espectáculos. Apresentação • Tok’Art Landscape with figures / Lake / Work • Ana Borralho e João Galante Untitled, Still Life Co-produção • Patrícia Portela A colecção privada de Acácio Nobre – co-produção com Associação • Prado (digressão nacional) • Nuno Cardoso / Ao Cabo Teatro A Gaivota – co-produção com Teatro Nacional São • João, Centro Cultural Vila Flor e Teatro Aveirense (digressão nacional) • Tiago Rodrigues Hotel Lutécia – co-produção com Mundo Perfeito • Projecto Teatral Coro – co-produção com Projecto Teatral • Tânia Carvalho e Maria Duarte Fábulas – co-produção com Bomba Suicida e Teatro • Viriato • Martim Pedroso A Philosophia do Gabiru (a partir do universo literário de Raul • Brandão) – co-produção com Materiais Diversos (digressão nacional) Reposição • Cão Solteiro A Portugueza – co-produção com Cão Solteiro (reposição e digressão • nacional) • Truta Ivanov – co-produção com Truta (reposição e digressão nacional) Co-produção de projectos nacionais|internacionais O Teatro Maria Matos posiciona-se como produtor internacional, agindo activamente no ”mercado” global e atraindo co-produtores internacionais para os artistas portugueses. Nas colaborações internacionais damos preferência à colaboração artística directa (co-criações, residências artísticas, intercâmbios) em alternativa ao mero co-financiamento. Assim, o Teatro será co-produtor das seguintes criações nacionais | internacionais: • Mala Voadora e Third Angel What I heard about the world – co-produção com Sheffield • Theatres e PAZZ Performing Arts Festival (Oldenburg) • tg STAN The Tangible - co-produção com Ashkal Alwan (Beirute), Théâtre de la Bastille • (Paris), Teatergarasjen (Bergen), Black Box Teater (Oslo) • Miguel Pereira Nova criação – co-produção com Dance4 (Nottingham) • Mundo Perfeito e Dood Paard Nova criação – co-produção com Mundo Perfeito e Dood • Paard (no âmbito do Projecto Estúdios) Programação internacional (just the highlights) O Teatro Maria Matos propõe uma programação de teatro e dança maioritariamente nacional complementada por uma programação internacional. A programação internacional apresenta nomes já conhecidos em Lisboa, ao lado de novos valores. A presença regular de certos artistas permite que se integrem mais facilmente no universo cultural local e entrem em diálogo com a criação nacional. No entanto, consideramos igualmente importante a apresentação de artistas pouco conhecidos ou desconhecidos, incluindo, num mundo globalizado, criadores oriundos de lugares fora dos grandes centros culturais ocidentais (programação em curso). • Les Ballets C de la B / Alain Platel Out of context • Nature Theatre of Oklahoma Life and Times – Episode 1 • Boris Charmatz Levée des conflits • KVS Global Anatomy • Rimini Protokoll Best Before Co-produção de eventos e festivais / Redes e parcerias A dinamização da criação contemporânea passa também pela criação e continuação de parcerias. Assim, o Teatro Maria Matos será co-produtor ou co-organizador dos seguintes festivais: • Festival Temps d’Images 2010 • Festival FIMFA LX11 • Festival Brasil, em co-organização com o Teatro São Luiz • Festival de Almada 2011 O Teatro Maria Matos tornou-se ainda membro de redes nacionais e internacionais: • Co-fundador e membro da rede de programação e co-produção “5 Sentidos”, em • conjunto com o CC Vila Flor (Guimarães), o Teatro Viriato (Viseu), o Teatro Virgínia • (Torres Novas) e o Teatro Municipal da Guarda. • Co-fundador e membro da rede RIP (Rede Informal de Programadores) • Novo membro do Grupo de Programação Internacional da ONDA (Office Nationale de • Diffusion Artistique, Paris) Debate e reflexão Como Teatro Municipal, o Maria Matos tem uma responsabilidade acrescida na estimulação do debate público, pelo que continuamos a desenvolver várias estratégias para o promover. Haverá encontros regulares entre público e artistas: • Conversas pós-espectáculo • Super Disco. Um encontro mensal com um convidado e o disco que escolheu. • Arena. Um debate mensal sobre o estado do teatro, da dança e da performance. Outra medida estruturante é a escolha de um tema por quadrimestre. O tema é apresentado um dossier na brochura quadrimestral do Teatro e depois discutido e trabalhado em eventos públicos, tais como conferências, seminários, debates, workshops, oficinas para crianças, entre outros. Simultaneamente, o tema escolhido terá ressonâncias na programação: sem querer reduzir as obras artísticas a um papel ilustrativo, o tema terá impacto na organização e no conteúdo da programação do Teatro e, em certos casos, será o motivo para a organização de ciclos ou projectos assumidamente temáticos. • Setembro a Dezembro 2010 – Res publica | Res privata - Fim-de-semana Res publica | Res privata • Janeiro a Março 2011 - BIOGRAFIA - A definir • Abril a Julho 2011 - ABUNDÂNCIA - Dois Graus. Arte e aquecimento global – co-organização Transforma e 2020 Network - Dias da Abundância Setembro teatro | co-produção TMM Patrícia Portela A Colecção Privada de Acácio Nobre 10 a 18 Setembro (excepto 13 Set) | Sala principal Na cave dos avós de Patrícia Portela foi encontrado um baú com fragmentos de textos e maquetas de objectos idealizados por Acácio Nobre, um português de referência do início do séc. XX, mas agora esquecido; um homem com uma carreira política, científica e artística discreta, eloquente e muito inovadora para o seu tempo. Um Lumière português, um Steve Jobs precoce, um bio-engenheiro sem par na História e um amante/apoiante acérrimo dos artistas e da arte, embora apenas daquela que revoluciona o mundo. Em suma: um Leonardo da Vinci português que uma ditadura silenciou e eliminou dos registos da História portuguesa. Patrícia Portela reúne os textos e os modelos encontrados no baú esquecido dos seus familiares, segue as pistas até novos e preciosos documentos perdidos em arquivos pessoais e casas de amigos, e reconstrói algumas das obras, ideias políticas e ambiciosos projectos científico-artísticos de Acácio Nobre com o objectivo máximo de reavivar a obra de um homem, anónimo, como tantos outros, e de questionar a memória colectiva de um país que, se tivesse decidido atribuir a este homem a imortalidade que lhe era devida, seguindo alguns dos seus princípios, teria sido um país diferente. texto e imagens Patrícia Portela máquina de escrever e instalação sonora Christoph de Boeck programação, efeitos especiais, pós produção de imagem Irmã Lucia efeitos especiais cinematografia Leonardo Simões desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção jóia de Acácio Nobre Alda Salavisa edição de texto Isabel Garcez direcção técnica Claúdia Rodrigues direcção de produção e produção executiva Helena Serra e Pedro Pires co-produção Teatro Maria Matos produção Prado A Prado é uma estrutura financiada pela Ministério da Cultura/DGArtes dança TOK’ART Landscape with figures - Lake - Work 30 Setembro a 2 Outubro | Sala principal Nas peças que compõem este programa, o coreógrafo André Mesquita questiona-se sobre o que está por trás da criação e propõe-se tornar visível no palco as manifestações físicas que estão presentes no processo criativo. Qual a forma da abstracção, do corpo e da expressão física no material coreográfico? Da ambiguidade e do acidente? Qual a relação do intérprete e do seu destino criativo na partilha inerente com o coreógrafo? Do que se fala quando se cria? Lake venceu dois prémios no 13.º International Solo-Tanz-Theater Festival 09, em Estugarda, Alemanha: 1.º lugar na categoria de Melhor Bailarina, para Teresa Alves da Silva; 3.º lugar na categoria de melhor coreógrafo, para André Mesquita. Landscape with figures coreografia e espaço cénico André Mesquita luzes André Mesquita e Nuno Salsinha base sonora A partir de uma conferência de Elisabeth Gilbert intérpretes Teresa Alves da Silva, Guzmán Rosado e Shumpei Nemoto Lake coreografia André Mesquita luzes André Mesquita, Miguel Ramos e Nuno Salsinha música David Lang intérprete Teresa Alves da Silva Work coreografia e espaço cénico André Mesquita luzes André Mesquita e Nuno Salsinha banda sonora Alva Noto (arranjo sobre sample) intérpretes Teresa Alves da Silva, Ana Margarida Brito, Guzmán Rosado, Ricardo Teixeira e Shumpei Nemoto Outubro teatro | co-produção TMM Cão Solteiro e Vasco Araújo A Portugueza 8 Outubro | Sala principal | Reposição O Cão Solteiro põe e não põe em cena. A Portugueza encerrou um ciclo de três espectáculos iniciado em 2008. Foi a última de três “caixas” sugestionadas pelo trabalho do artista americano Joseph Cornell (1903-1977). Mais uma vez, e como é prática no grupo, pediu-se a colaboração de um artista plástico. Em A Portugueza são arrumados dentro de uma “caixa preta” os seguintes elementos: um piano, uma masterclass de canto, um pianista, uma professora, um cantor, quatro actores, um Hino Nacional, algumas dissonâncias e uma incerta apoteose filarmónica. No fim, ficam a caixa e o piano. O Cão Solteiro não põe em cena outra coisa além do lugar. “Rien n’aura eu lieu que le lieu”. I Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal, Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal! Entre as brumas da memória, Ó Pátria sente-se a voz Dos teus egrégios avós, Que há-de guiar-te à vitória! Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar! II Desfralda a invicta Bandeira, À luz viva do teu céu! Brade a Europa à terra inteira: Portugal não pereceu Beija o solo teu jucundo O oceano, a rugir d’amor, E o teu braço vencedor Deu mundos novos ao Mundo! Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar! III Saudai o Sol que desponta Sobre um ridente porvir; Seja o eco de uma afronta O sinal do ressurgir. Raios dessa aurora forte São como beijos de mãe, Que nos guardam, nos sustêm, Contra as injúrias da sorte. Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Ás armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar! criação Vasco Araújo, Paula Sá Nogueira, Mariana Sá Nogueira, Joana Dilão, José Nunes, Cátia Pinheiro, Raimundo Cosme, André Godinho, André E. Teodósio, Miguel Manso, Myriam Madzalik, Nicholas Mcnair, Teresa Louro, Palmira Abranches, Maria José Baptista, Natália Ferreira, Filipe Pereira, Nuno Tomaz e Paulo Reis produção Cão Solteiro coprodução Teatro Maria Matos A Portugueza Alfredo Keil (música) e Henrique Lopes de Mendonça (letra) performance Ana Borralho & João Galante em colaboração com Rui Catalão Untitled, Still Life Outubro (datas a definir) Saber quem somos e o que fazemos implica aceitar de onde vimos. Partilhamos influências e referências. Inspiramo-nos em artistas com quem trabalhámos e outros houve de quem apenas fomos seus espectadores. Deparamo-nos com interesses e ambições próprias – algumas delas enunciadas por quem nos antecedeu e cujo trabalho desconhecíamos. Fizemos um levantamento de cenas, momentos de peças que nos marcaram, processos de trabalho. Abordámos tabus sexuais, regressámos à exposição do corpo e fomos surpreendidos pelo facto dos nossos corpos poderem servir de empréstimo a um desejo de ruptura projectado por terceiros. Uma frase, fixada na parede de um restaurante, serviu-nos de mote: “dança como se ninguém estivesse a ver-te”. Objectivando a nossa presença, a nossa nudez, o nosso estar perante o outro, incluímos a fotografia, ou melhor ainda, a pose fotográfica e com ela uma certa ideia de realidade legada ao futuro. As imagens no tempo, as imagens através do tempo, inspiram histórias. Sentimo-las, a essas imagens fixas, a produzirem matéria para criar sentidos, narrativas. E no entanto, não sentimos estar a produzir ou a viver uma história. E mesmo assim resistimos a criar história, ou a revivê-la. Queríamos antes, e queremos ainda, estabelecer um espaço a partilhar e a ser inscrito pelo público que há-de vir. Apercebemo-nos então de que o único adereço de cena com que vínhamos trabalhando – um sofá – era ele próprio um marco a definir presenças e ausências: quem ficava, quem esperava, quem partia, quem voltava. Rui Catalão conceito Ana Borralho, João Galante e Rui Catalão direcção artística Ana Borralho & João Galante dramaturgia Rui Catalão co-criação Ana Borralho, Cláudio da Silva, João Galante, Rui Catalão, Yingmei Duan colaboradores Antonia Buresi, Francisca Santos, Maria Lemos, Mónica Samões, Yann Gibert dispositivo cénico Ana Borralho, João Galante, Rui Catalão som João Galante produção executiva Ana Borralho, Mónica Samões produção casaBranca coprodução Útero, DeVIR/CaPa Centro de Artes Performativas do Algarve apoio Atelier RE.AL, Grande Cena, Galeria Zé dos Bois agradecimentos Alaíde Costa, Ana André, Alexander Jenkins, Claudia Nunes, David-Alexandre Guéniot, Duarte Catarre, Fernando Ribeiro, Helena Flor, João Fiadeiro, José Pelicano, Margarida Mestre, Marie Mignot, Melro, Miguel Pereira, Nuno Catarre, Patricia Almeida, Patricia Caballero, Rodrigo, Sofia Campos, Tatiana, Vasco Célio. Projecto financiado por Ministério da Cultura/DGArtes A casaBranca é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes teatro | co-produção TMM Tiago Rodrigues Hotel Lutécia 22, 23 e 24 Outubro | Avenida Frei Miguel Contreiras Por ocasião do 41º aniversário da inauguração do edifício, o Teatro Maria Matos e o Hotel Lutécia apresentam um espectáculo inédito cujo “palco” é a fachada do Hotel e do Teatro. O público está sentado numa bancada na rua e torna-se testemunha da vida dos ocupantes de vários quartos do Hotel. À medida que vão aparecendo nas varandas e no bar, ouvimos as suas conversas através de auscultadores. Os diálogos serão escritos por dramaturgos convidados de todo o mundo. A encenação está nas mãos de Tiago Rodrigues. co-produção Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos parceria Hotel Lutécia teatro | co-produção TMM Nuno Cardoso / Ao Cabo Teatro A Gaivota de Anton Tchekov 28 a 31 Outubro | Sala principal Depois de Platonov, criação de 2008 considerada pelo jornal Público como melhor espectáculo do ano e merecedora de uma Menção Especial da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, e antes de Três Irmãs, projecto a desenvolver em 2011, A Gaivota é o segundo passo de uma estruturante viagem empreendida por Nuno Cardoso aos textos fundamentais de Tchekov. Aproveitando um texto matricial da discussão meta-teatral, uma espécie de espelho vertiginos onde o Teatro se serve de si próprio para ensaiar uma reflexão sobre o paralelo entre vida e criação, Nuno Cardoso rodeia-se da sua equipa habitual para continuar a desenvolver um método orgânico, construído sobre a noção de ensaio, sobre uma prática da improvisação que não é mais do que um entendimento dramatúrgico dos textos que se constrói com o corpo, mais do que sobre uma análise racional. A cenografia, da responsabilidade de F. Ribeiro, construída sobre a que deu espaço a Platonov, remete-nos uma vez mais para um mundo instável, feito de declives pronunciados, a ritmar o conflito entre a jovem vanguarda que, no início do séc. XX, necessita de rasgar espaços para afirmar a sua identidade, e o poder estabelecido que vive ainda mas com a morte no horizonte, centrando-se obsessivamente na ideia da sua própria ausência. A iluminação de José Álvaro Correia, jogo de ambiguidades e perplexidades, serve na perfeição a feliz e fluida indeterminação dos textos de Tchekov. As personagens desejam ardentemente libertar-se das suas insuficiências, mas são inteligentes ao ponto de saberem que essa libertação já dificilmente é possível. Daí a sua extrema humanidade, a complexidade desencantada com que vêem o mundo e concebem (ou não!) o seu próprio futuro. tradução António Pescada encenação Nuno Cardoso assistência de encenação Victor Hugo Pontes cenografia Fernando Ribeiro desenho de luzes José Álvaro Correia com Maria do Céu Ribeiro, Cristina Carvalhal, João Pedro Vaz, Luís Araújo, Micaela Cardoso, Jorge Mota*, Lígia Roque*, João Castro*, Paulo Freixinho*, José Eduardo Silva* criação Ao Cabo Teatro co-produção Teatro Nacional São João, Centro Cultural Vila Flor, Teatro Maria Matos e Teatro Aveirense colaboração As Boas Raparigas… Festival Temps d’Images 2011 Outubro e Novembro Programação a definir O TEMPS D'IMAGES regressa ao Teatro Maria Matos. Este festival criado pelo canal ARTE France e La Ferme du Buisson, Scène Nationale de Marne-la-vallée, com o objectivo de estimular o diálogo e a prática artística entre as Artes Performativas e a Imagem em movimento, o Festival TEMPS D’IMAGES tem inspirado artistas e promotores, que nunca se tinham encontrado anteriormente, a colaborar numa grande variedade de novos projectos em parceria com o Festival TEMPS D'IMAGES. Novembro teatro | co-produção TMM Mala Voadora e Third Angel (Lisboa / Sheffield) What I heard about the world 12 a 20 de Novembro (excepto 16 Nov) | Sala principal Em What I Heard About The World, a Mala Voadora e a companhia inglesa Third Angel tentam mapear um planeta esférico numa superfície plana. Com base numa recolha global de situações do quotidiano onde a realidade integra o falso, Jorge Andrade, Alexander Kelly e Chris Thorpe decidem-se a catalogar países e partilhar histórias num espectáculo que se interroga se temos que fingir o mundo de modo a percebê-lo. autoria e interpretação Jorge Andrade, Alexander Kelly e Chris Thorpe desenho de luz James Harrison co-produção Sheffield Theater, Teatro Maria Matos e PAZZ Performing Arts Festival, em associação com worldmapper.org. Dezembro teatro/dança | co-produção TMM tg STAN (Antuérpia) The Tangible 8 a 11 Dezembro | Sala principal Espectáculo falado em árabe e em inglês | Legendado em português O ponto de partida para The Tangible foi, por um lado, a realidade que se vive no Crescente Fértil* com o seu epicentro na Palestina e, por outro, os artistas que criaram esta performance e as suas diversas histórias. The Tangible é, possivelmente, uma declaração de amor a todos os feridos, oprimidos ou vítimas de abusos naquele que pode ser considerado o berço da civilização que, invariavelmente, renasce das cinzas. Uma reflexão que vai para lá do mero parecer, uma abstracção e um testemunho pessoal sobre os indivíduos, ao invés dos seus partidos políticos; sobre a perda, a injustiça e os seus antónimos, ao invés dos diversos pontos de vista sobre eles criados. Ou, talvez, seja simplesmente um balanço, a pesquisa de uma maneira para falar sobre o Médio Oriente sem recorrer a uma atitude simplista, padronizada ou neo-orientalista. *O Crescente Fértil ou Al Hilal Al Khaseeb é uma zona árida em forma de meia-lua, também conhecida como “O Berço da Civilização” que engloba o Oriente, a Antiga Mesopotâmia e o Antigo Egipto. Hoje em dia, é uma área que corresponde, sensivelmente, ao actual Egipto, Israel, Palestina, Líbano e partes da Jordânia, Síria, Iraque, Kuwait, sudeste da Turquia e sudoeste do Irão. texto Etel Adnan, Samih al-Qasim, Mourid Barghouti, John Berger e Mahmoud Darwish criação Eid Aziz, Tale Dolven, Liz Kinoshita, Federica Porello, Rojina Rahmoon e Frank Vercruyssen elementos visuais Ruanne Abou-Rahme e Yazan Al Khalili com a participação de Jolente De Keersmaeker interpretação Lore Baeten tradução Tania Tamari Anasir, Lore Baeten and Martine Bom produção tg STAN co-produção Ashkal Alwan (Beirute, Líbano), Théâtre de la Bastille (Paris, França), Festival d'Automne (Paris, França), Théâtre Garonne (Toulouse, França), Teatergarasjen (Bergen, Noruega), Black Box Teater (Oslo, Noruega), Teatro Maria Matos (Lisboa, Portugal) dança Alain Platel / les ballets C de la B (Gand) Out of Context 19 e 20 Dezembro | Sala principal “A dor é verdadeira quando se consegue que outros acreditem nela. Se ninguém além de ti acredita nela, a tua dor é loucura ou histerismo” Naomi Wolf “Tentar escrever sobre o amor é confrontar a barafunda da linguagem: aquela região do histerismo onde a linguagem é tanto de mais como de menos, excessiva e pobre” Roland Barthes Um dos temas que de forma mais proeminente tem sobressaído no meu trabalho em anos mais recentes é o do “corpo em estado de histeria”. Não me refiro à histeria como doença, mas antes como expressão da ultra-sensibilidade em relação à Vida. Sempre que as palavras não conseguem exprimir as nossas mais íntimas emoções, o corpo toma conta. A dança deve ter tido esta função ao longo dos tempos: lutar para ser uma tradução física de sentimentos exacerbados. O cenário, o guarda-roupa, a música não constituem um ponto de partida, um princípio que espero integrar nesta performance. Nada mais que nove bailarinos num palco vazio, com luz minimalista e uma banda sonora que surge do processo criativo. É por isso que nos últimos anos tenho optado pela colaboração com bailarinos exímios na arte do movimento porque, eles conseguem transmitir este estranho estado de receptividade num sentido físico. O medo de falta de à-vontade dos que por vezes vêem o corpo neste estado é, por vezes, grande. Mesmo assim, acredito que ao vê-lo, estar próximo é uma experiência positiva. Permite-nos entender que este comportamento específico, tal como outras formas de comportamento estranho, extremo e provocador fazem parte da nossa humanidade. Alain Platel concepção e direcção Alain Platel interpretação e criação Matthieu Desseigne Ravel, Kaori Ito, Emile Josse, Mélanie Lomoff, Ross Mc Cormack, Romeu Runa, Elie Tass, Rosalba Torres Guerrero, Hyo Seung Ye produção les ballets C de la B co-produção Théâtre de la Ville (Paris), Le Grand Théâtre de Luxembourg, TorinoDanza, Sadler’s Wells (Londres, Stadsschouwburg Groningen, Tanzkongress 2009/ Kulturstiftung des Bundes, Kaaitheater (Bruxelas), Wiener Festwochen les ballets C de la B é Embaixador da Unesco-IHE, Institute for Water Education Janeiro teatro Nature Theater of Oklahoma (Nova Iorque) Life and Times --- Episode 1 Janeiro | Sala principal Uma ópera criada a partir de uma única conversa telefónica gravada. Uma biografia épica de 16 horas criada a partir de uma conversa telefónica com uma mulher de 34 anos, onde conta a sua história de vida até os dias actuais. Organizada por episódios, a duração de cada um corresponde aos tempos que o narrador faz uma pausa ao contar a história dela, o projecto abrange toda a narrativa da vida de uma pessoa anónima, do nascimento até ao presente. O tema deste bio-épico não foi escolhido porque a vida dela era notável ou diferente, mas porque era o mesmo que a vida da maioria das pessoas, e porque ela fala bem sobre a sua própria história pessoal. Para proteger a identidade dessa pessoa, vários lugares e nomes foram alterados, a história toda foi transcrita na íntegra e, em seguida, foi finalmente relida por outra pessoa, que manteve o ritmo exacto da narrativa original gravada. concepção e direcção Kelly Copper & Pavol Liska / Nature Theater of Oklahoma baseado numa entrevista telefónica a Kristin Worrall palco, figurinos e desenho de luz Peter Nigrini música Robert M. Johanson dança Elisabeth Conner dramaturgia Florian Malzacher com Anne Gridley, Alison Weisgall, Julie LaMendola, Fabian Krüger, Markus Meyer, Moritz Vierboom músicos Kristin Worrall, Robert M. Johanson, Alexander Medem teatro | co-produção TMM Projecto Teatral «Coro» Janeiro | Sala principal (a partir da tragédia Antígona, de Sófocles, na versão de Hölderlin) (…) Finda a moratória sobre a palavra ou porventura apenas brevemente interrompida é talvez o momento de dar lugar à sua manifestação mais exuberante e plural. A convocatória estendida ao maior número de vozes; o coro trágico (a intenção é mesmo vir a trabalhar com um conjunto de cerca de 40 coreutas/músicos). Já não na sua função protocolar de abertura (párodos), interrupção (stasima) e encerramento (éksodos) mas no particular andamento do Kommós, do lamento. Na sua configuração mais impenetrável, erigido como parede segundo as ordens de tessitura vocal, é justamente perante um muro de lamentações que nos deveremos encontrar. Fevereiro performance | co-produção TMM Tânia Carvalho e Maria Duarte Fábulas Fevereiro | Sala principal Tendo como ponto de partida as fábulas de Esopo e as fábulas de Fedro, Maria Duarte e Tânia Carvalho criarão um dueto. As fábulas servirão de motivo criativo apenas no sentido imagético das criaturas e não no sentido moral normalmente associado às fábulas. Trabalhar um corpo que transpire traços animalescos, criar pequenos monstros, associar-lhes carácter. Para já existe a vontade de parte do dueto ser dirigido por Maria Duarte e interpretada por Tânia Carvalho, outra parte dirigido por Tânia Carvalho e interpretada por Maria Duarte. Isto são apenas ideias iniciais surgidas de conversas e encontros de café, ideias mais materiais surgirão quando juntas iniciarem os ensaios e a discussão das propostas de ambas. Para já, as fábulas falam por si. produção Bomba Suicida co-produção Teatro Municipal Maria Matos residência artística Teatro Viriato (Viseu) A Bomba Suicida é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes dança Boris Charmatz (Paris) Levée des conflits Fevereiro | Sala principal Uma companhia efémera de trinta bailarinos repete e interpreta uma forma original de “coreografia imóvel”. Apesar de todos estarem em movimento e formarem uma oscilação enorme, um redondo hipnótico, o conjunto não se move. É uma escultura... não pode existir sem os corpos que subtilmente a activam, mas produz uma instalação imaterial por algumas horas. Neste sentido, lembra-me a definição subjectiva de Neutro de Roland Barthes: o neutro como um desejo da suspensão dos conflitos. Desejo que a peça possa ser vista como um manifesto para corpos permeáveis! E uma peça de paz, uma peça para a paz, sem reivindicar, gritar, bater, mas com a sustentabilidade da vontade colectiva. Um desejo para. Boris Charmatz interpretação Eleanor Bauer, Nuno Bizarro, Mathieu Burner, Magali Caillet-Gajan, Boris Charmatz, Sonia Darbois, Olga Dukhovnaya, Olivia Grandville, Peggy Grelat, Gaspard Guilbert, Taoufiq Izzediou, Lenio Kaklea, Jurij Konjar, Elise Ladoué, Catherine Legrand, Maud Le Pladec, Éric Martin, Naiara Mendioroz, Thierry Micouin, Andreas Albert Müller, Mani A. Mungai, Élise Olandeguy, Felix Ott, Annabelle Pulcini, Fabrice Ramalingom, Nabil Yahia-Aïssa luz Yves Godin som Olivier Renouf produção Musée de la danse/Centre Chorégraphique National de Rennes et de Bretagne co-produção Théâtre National de Bretagne/Rennes; Théâtre de la Ville / Paris ; Festival d'Automne à Paris ; Manifesta 8 à Murcia (Espagne) avec le soutien de Bonlieu /Scène nationale Annecy; Chassé Theater à Breda (Pays-Bas) ; Teatro Maria Matos de Lisboa (Portugal). Este projecto é apoiado por CulturesFrance /Ville de Rennes. Março teatro Rimini Protokoll - Helgard Haug /Stefan Kaegi (Berlim) Best Before Março | Sala principal "Rimini Protokoll traz a vida real para o palco de uma maneira que nenhuma outra forma de teatro tem conseguido. A força inconfundível destes espectáculos reside sobretudo no facto que a vida poderia ganhar uma maior plenitude e o teatro poderia perder o controle sobre si mesmo." Frankfurter Rundschau Best Before retira o multi-jogo de vídeo para fora do domínio virtual e transporta-o para o espaço íntimo do teatro. Cada membro do público navega um avatar anónimo, interagindo com um painel de especialistas no palco - um artista electrónico, um game tester, um político e uma polícia sinaleira. A cidade simulada, BestLand, desenvolve-se gradualmente à medida que os membros do público adicionam o seu toque pessoal com o controlador de jogo na mão. Tendo a sua inspiração na indústria de jogos de Vancouver, BestLand evolui e transforma-se de acordo com os confrontos e colaborações entre o público, partindo das suas tomadas de decisão pessoais, políticas e sociais. criação Helgard Haug, Stefan Kaegi dramaturgia Tim Carlson vídeo Candelario Andrade cenografia Andreas Kahre desenho de som Stefan Smulovitz desenho de luz John Webber desenho do jogo Brady Marks animação das personagens e modelagem Carl Emil Carlsen, John Warner programação do jogo Dan Coburn coordenação do projecto do jogo e operação de som Sean Arden agenciamento Dani Fecko agenciamento / direcção de cena Ben Cheung operador de luz e suporte técnico Sarah Mansikka director técnico James Foy legendagem Katinka Deecke, David Mass entrevista em vídeo Vito Misceo (La Casa Gelato) intérpretes Duff Armour, Arjan Dhupia, Brady Marks, Ellen Schultz, Bob Williams música interpretada ao vivo Ron Samworth uma encomenda PuSh International Performing Arts Festival co-produção Goethe-Institut, Brighton Festival, Hebbel - Theater Berlin GmbH, Luminato Toronto Festival of Arts and Creativity, PuSh International Performing Arts Festival, Rimini Apparat, The Cultch, La Bâtie - Festival de Genève apoio Arts Partners in Creative Development e Federal Republic of Germany teatro | co-produção TMM Martim Pedroso A Philosophia do Gabiru Março | Sala principal Este projecto pretende revisitar o universo literário do militar, jornalista, pintor, escritor e poeta Raul Brandão (1867-1930) e de, com ele, evidenciar o carácter autobiográfico que sempre imprimiu na sua obra. Diversas personagens povoaram a sua poesia, o seu drama, as suas crónicas e memórias, e todas elas correspondem a um prolongamento de si mesmo, do seu eu contraditório e do seu pensamento crítico. Cronista e também desenhista, profundamente influenciado pelo espírito revolucionário de Dostoievski e pelo simbolismo romântico, foi um homem apaixonado, místico, religioso, anarca e de temperamento desesperadamente irónico, fazendo da crítica ou comentário social, o programa da maior parte dos seus escritos. Contemporâneo de Pessoa, nunca se insere numa corrente ou escola literária, preferindo desbravar um caminho solitário na procura do seu próprio estilo que, no fundo, era o resultado de muitas contaminações nacionais e estrangeiras. A Philosophia do Gabiru, título retirado de um dos capítulos do poema dramático pré-expressionista Os Pobres, visa explorar cenicamente aquilo que eram os sonhos, as angústias e as liberdades filosóficas deste filho da República que soube documentar como ninguém, e de forma muito particular, o que era um Portugal em profunda crise económica, política, moral e social, numa época em que o mundo atravessava as mais conturbadas mudanças. encenação Martim Pedroso textos Raul Brandão e Nelson Guerreiro dramaturgia Nelson Guerreiro e Martim Pedroso consultoria literária Maria Antónia Oliveira figurinos e cenografia João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira produção Materiais Diversos co-produção Teatro Maria Matos Abril teatro Benjamin Verdonck & Willy Thomas / KVS (Bruxelas) Global Anatomy Abril | Sala principal “Uma cena hilariante segue outra... são muitas as cenas poderosas. Global Anatomy é simplesmente poderoso.” Cutting Edge “Benjamin Verdonck e Willy Thomas criaram novamente uma performance impossível de categorizar. Este teatro nu e generoso faça-você-mesmo é uma linguagem teatral absolutamente única.” Theaterfestival jury 2008 No início não havia nada… excepto uma porta vai-e-vem, duas cadeiras laranjas e uma mão cheia de pinheiros de plástico. Após uma breve luta com a porta, Benjamin Verdonck, austero e nu, entra em cena nervosamente seguido pelo candido Willy Thomas. Adão e Eva exploram um mundo vazio através de uma série de cenas hilariantes que degeneram num caos absoluto. Embora exista uma grande ânsia pela comunicação e pela construção, o falhanço está constantemente à espera... PVS Benjamin Verdonck & Willy Thomas produção Kvs agradecimentos Toneelhuis e Campo teatro | co-produção TMM Truta Ivanov de Anton Tchekov Abril | Sala Principal | Reposição “Cada um de nós é feito de demasiadas rodas, de demasiados parafusos, de demasiadas válvulas, para que possamos julgar-nos uns aos outros à primeira vista ou a partir de dois ou três sinais exteriores. Eu não o compreendo, o senhor não me compreende e nem sequer a nós próprios nos compreendemos...” Tchekov, in Ivanov A peça Ivanov é uma sátira de uma sociedade hipócrita e vazia de princípios, que vive entre a imobilidade e a incapacidade de existir. Ivanov é um homem banal, como muitos outros, que se vê confrontado com o tédio da sua situação familiar e social, com o desgosto e a angústia; e que tem de gerir as suas dívidas, as suas culpas, as pressões dos que o rodeiam, também como os seus problemas. Até que não percebendo nada da sua vida, compreende o que deve fazer... E decide: acabar. E acaba a peça. texto Ivanov autor Anton Tchekov direcção Tónan Quito produção e divulgação Henrique Figueiredo / Truta cenografia Fernando Ribeiro figurinos Ana Limpinho iluminação Daniel Worm D’Assumpção interpretação António Fonseca, Carla Galvão, João Pedro Vaz, Joaquim Horta, Paula Diogo, Pedro Lacerda, Raul Oliveira, Rita Durão, Sílvia Filipe e Tónan Quito design Hugo Neves colaboração Patrícia Costa co-produção Teatro Maria Matos TRUTA é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes Maio performance Miguel Pereira Nova criação 2011 Um espectáculo de variedades Maio | Sala principal “O tempo do teatro, qualquer que ele seja, é sempre ligado. O do music-hall é, por definição, interrompido; é um tempo imediato. E é esse o sentido das variedades: que o tempo cénico seja um tempo justo, real, sideral, o tempo do próprio referente (...)” Roland Barthes, in Mitologias Nesta nova criação desejo continuar a minha pesquisa e reflexão no âmbito do espectáculo. Neste caso, o espectáculo de variedades. Se no espectáculo convencional existe uma gestão do tempo no sentido de uma unidade, a “ligação” de que Barthes fala, um espaço onde não existem arestas ou rugosidades, aqui pretendo encontrar uma forma que entre em colisão com essa aparente lisura. Na ideia de criar ilusão, desenvolvem-se artifícios que escondem a imperfeição e a fragilidade do gesto humano. Ora é aqui que se encontra a matéria que desejo aprofundar e sublinhar, procurando fora da “técnica” esse gesto e essa expressão. Dentro destes objectivos, pretendo trabalhar com intérpretes amadores, que não exerçam a vida artística como profissão mas que, por uma razão ou por outra, têm afinidades ou interesses nessa forma de expressão. Procurarei pessoas e grupos artísticos amadores para encetar uma pesquisa dentro deste universo. Farei uma audição em Inglaterra para o projecto em Nottingham e outra em Portugal. Miguel Pereira produção O Rumo do Fumo co-produção Teatro Municipal Maria Matos e Dance 4 (Nottingham) FIMFA Lx11 Maio | Sala principal Voltamos a receber a 11ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas. Um projecto renovador e aberto a novas tendências, de dimensão internacional, que pretende promover e divulgar uma área específica de expressão artística: o universo das formas animadas. iniciativa A Tarumba estrutura financiada por Ministério da Cultura / DG Artes Junho Festival Brasil Co-organização com o Teatro São Luiz Junho | Sala principal Programação a definir Julho teatro | co-produção TMM Mundo Perfeito & Dood Paard Nova criação 2011 Julho | Sala principal Espectáculo no âmbito do projecto Estúdios, encontro anual de criação entre artistas portugueses e estrangeiros. co.produção Mundo Perfeito, Teatro Maria Matos e Dood Paard (Amesterdão) Festival Internacional de Teatro de Almada Julho | Sala principal Na sua 28.ª edição, o Festival Internacional de Teatro de Almada regressa com uma programação variada que inclui teatro, música, dança, exposições e colóquios. co-organização Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada estrutura financiada por Ministério da Cultura / DG Artes Música Pedro Santos Durante a temporada de 2009-10, ouviu-se no Teatro Maria Matos música étnica, electrónica, jazz ou pop, sempre caminhando nas vanguardas ou na simples tentativa de fazer soar a música de sempre da maneira mais original possível. Nesta nova temporada, iremos prosseguir as nossas premissas de há um ano, abrindo a nossa sala para criar ou estreitar laços de comunhão com programadores independentes - a promotora Filho Único, o projecto Grain Of Sound e as associações Zé Dos Bois e Granular são algumas das parcerias importantes que teremos nos próximos meses -, e procurando receber alguns dos nomes mais interessantes da música contemporânea actual, sem nos restringirmos a estilos ou tendências, e tentanto complementar a oferta cultural que actualmente existe em Lisboa. Setembro Jóhann Jóhannsson (Islândia) Apesar de habitualmente ser um compositor muito requisitado no domínio da música de câmara e orquestral, Jóhansson é um músico que desafia limites e estilos, com edição de álbuns fortemente conceptuais e biográficos. Virá, em Setembro, na companhia de Hildur Gudnadóttir (violoncelista que nos visitou em Maio, a solo) e Matthias Hemstock (em percussão). Outubro Faust (Alemanha) São considerados uma das sementes do krautrock germânico e passados 40 anos do início da sua brilhante discografia ainda entusiasmam plateias com uma demonstração energética dos potencialidades das suas ideias. Estreia em Lisboa, em Outubro, com a sua formação mais criativa e intensa - Jean-Hervé Péron e Werner "Zappi" Diermaier - em colaboração com a associação Zé Dos Bois. Wildbirds & Peacedrums (Suécia) Outubro Ganharam um prémio de jazz com o primeiro álbum, são considerados um projecto experimental, e fazem canções pop entre a grandiloquência ritualística e as canções de embalar. Voz e percussão, por Mariam Wallentin e Andreas Werliin, vestem de forma minimal este projecto que com a recente edição de "Retina" coloriu a sua música com novas e originais cores. Novembro Sonic Scope Durante três dias em Novembro, o Sonic Scope irá celebrar na nossa sala a décima edição de um dos mais persistentes festivais Lisboetas dedicados à nova música. A Parte Maldita (um recente projecto com Nuno Rebelo), Rodrigo Amado (em quarteto) ou @c são alguns dos nomes que celebrarão uma década de vida deste festival da Grain Of Sound. Dezembro Daniel Carter, William Parker & Federico Ughi (EU A) Um trio recente - nascido com estouro em The Dream, um álbum de 2006 - que une a escola sólida e expansionista do jazz de Daniel Carter e William Parker com a energia versátil e transbordante do jovem italiano (a viver em Nova Iorque há uma década) Federico Ughi, aparece no Maria Matos, em meados de Dezembro, em programação da Filho Único. Projecto Educativo Susana Menezes Para o período de 2010-2011 o Projecto Educativo do Teatro Maria Matos pretende continuar a desenvolver uma programação própria e regular de espectáculos e oficinas nas áreas do teatro, dança, performance, música, poesia, artes visuais e o cruzamento entre elas. O programa assenta em três directrizes fundamentais: • Continuar a apoiar e estimular a criação contemporânea nacional para crianças e • jovens. • Estreitar a relação com as escolas dos diferentes níveis de ensino com projectos • específicos. • Aprofundar as parcerias já estabelecidas com outros serviços educativos nacionais. Apostamos na criação contemporânea nacional para crianças e jovens e na realização de encomendas de espectáculos e oficinas a criadores com um percurso profissional relevante no panorama artístico português. Com esta política de estímulo e desafio queremos aumentar a produção de espectáculos dirigidos a um público jovem e a diversidade da oferta a nível nacional. As propostas que integram o programa do Projecto Educativo são realizadas em articulação com os temas centrais que norteiam a programação geral do Teatro. Exploram metodologias, técnicas, práticas próprias do teatro, da dança e da performance e o cruzamento com outras áreas das artes. Em colaboração com a escola, propomos projectos para adolescentes convidando criadores a trabalhar nas escolas secundárias de Lisboa através do projecto Quando pensamos…, uma proposta que promove a reflexão e posterior apresentação à comunidade, em exercício prático no palco do Teatro Maria Matos. Para orientar estas propostas desafiámos respectivamente os criadores André E.Teodósio para trabalhar com um grupo de adolescentes sobre a Res publica | Res privata e João Fiadeiro para trabalhar sobre a Biografia. Vamos Dançar? é um outro projecto direccionado à comunidade escolar (1º,2º e 3º ciclos), uma proposta de aproximação de públicos a bailarinos e coreógrafos e às suas práticas e metodologias de criação. Tem a periodicidade de um encontro por mês. Estão já confirmados: Clara Andermatt e Victor Hugo Pontes. Setembro teatro Cie Jardins Insolites (Angers/Lisboa) COUCOU 22 a 29 Setembro | Sala de ensaios | 6 meses aos 3 anos Cou Cou! Ah! Cou Cou, não está, Cou Cou, olha, está aqui! Cou Cou, olha, já não está! Primeira experiência teatral para bebés. Um espectáculo de movimento e cor que surpreende os mais novos. criação Isabelle Kessler e Thérèse Angebault interpretação Ana Cloe, Letícia Liesenfeld ou Mafalda Saloio cenário e figurinos Maria João Castelo Outubro teatro/dança Davide Venturini / Companhia TPO e Giacomo Scalisi (Prato / Lisboa) República Dança 14 a 17 Outubro | Sala principal | a partir dos 12 anos Uma conspiração, uma manifestação, uma intenção de futuro... A revolução republicana através de uma breve narrativa fotográfica projectada numa grande cortina suspensa no ar, ganha vida e forma pelo movimento coreográfico de um dueto masculino. A fotografia, a dança, a música e as novas tecnologias reúnem-se num projecto que utiliza imagens apelativas da história da I República para levarem ao público jovem, uma História contada com a energia do corpo em movimento. direcção artística Davide Venturini/Companhia TPO e Giacomo Scalisi co-criação e interpretação Peter Michael Dietz e Nuno Nunes desenho digital Rossano Monti desenho de som Spartaco Cortesi desenho de luz Cristóvão Cunha técnico de imagem Luís Bombico técnico de luz e som Joaquim Madaíl figurinos Ainhoa Vidal Novembro teatro | co-produção TMM Patrícia Portela e Cláudia Jardim O jogo das perguntas 4 a 7 Novembro | Sala principal | a partir dos 9 anos Um jogo-performance. Quantas igrejas tem o céu? Há mais folhas numa pereira ou num livro de Harry Potter? Porque se suicidam as folhas quando se sentem amarelas? São algumas das perguntas principais deste jogo feito de muitos jogos, onde se podem marcar pontos, ter sorte, ganhar guerras ou países, tudo graças à eloquência dos jogadores. Um super-jogo cheio de perguntas e sem uma única resposta possível. co-criação Cláudia Jardim e Patrícia Portela programação, efeitos especiais Irmã Lúcia efeitos especiais desenho sonoro e música Christoph de Boeck direcção técnica e design de luz Claudia Rodrigues apoio à dramaturgia Isabel Garcez o inspirador e guest star Pablo Neruda produtora Conceição Narciso produção Prado co-produção Teatro Viriato e Teatro Maria Matos Prado é uma estrutura subsidiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes André E. Teodósio e estudantes do ensino secundário Quando pensamos em Res publica | Res privata 28 de Novembro | Sala principal O projecto Quando pensamos….é um convite à reflexão sobre os vários temas que convocamos para a programação do Teatro. Por um período de dois meses, convidamos um criador a trabalhar o tema e a construir uma proposta artística em conjunto com um grupo de estudantes do ensino secundário. Neste dia, apresentam o resultado no palco da sala principal. Janeiro dança Graeme Pulleyn, Romulus Neagu e Luís Pedro Madeira A partir do adolescente míope Janeiro | Sala principal | a partir dos 13 anos A partir do adolescente míope é um convite a mergulhar no mundo próximo e reconhecível da adolescência, um regresso a um passado feito de festas de garagem, do primeiro beijo, da descoberta do corpo, da felicidade e da confusão. Num espaço cénico acolhedor, os três intérpretes revivem as suas próprias adolescências com a do autor do livro O romance do adolescente míope, Mircea Elíade, que o escreveu apenas com 17 anos. criação, espaço cénico e interpretação Graeme Pulleyn e Romulus Neagu música interpretada ao vivo Luís Pedro Madeira desenho de luzes Cristóvão Cunha produção Companhia Paulo Ribeiro co-produção Teatro Viriato Fevereiro música/oficina | co-produção TMM Real Pelágio Nova criação Fevereiro | Sala de ensaios | a partir dos 8 anos Histórias Magnéticas é um projecto do guitarrista Sérgio Pelágio que consiste na composição e bandas-sonoras para histórias infantis. O resultado é uma história-contada-concerto para guitarra eléctrica e voz. A primeira história, A bomba e o general de Umberto Eco, estreou em 2009 na Fábrica das Artes - Centro Cultural de Belém e foi posteriormente apresentada em várias escolas de Lisboa. A próxima história magnética proposta para o Teatro Maria Matos apresenta algumas novidades: parte de uma história inédita, ainda sem título, de Isabel Minhós Martins, fruto de uma colaboração com a editora Planeta Tangerina, e será lançada como um livro-CD com música de Sérgio Pelágio. O mote do espectáculo será à volta de cabeleireiros, penteados, confidências... aparências, mudanças de visual, sonhos e frustrações relacionados com a imagem. No espectáculo, a guitarra eléctrica e a voz serão os protagonistas. A utilização de imagens projectadas vai complementar esta relação. O espectáculo é seguido de uma conversa e de um atelier dirigido pelos dois intérpretes em que as crianças serão estimuladas a construir uma partitura/história feita de elementos variados - recortes, palavras, desenhos e outros – partindo de uma procura dos sons escondidos num texto ou numa imagem. direcção artística e música original Sérgio Pelágio texto original Isabel Minhós Martins (Planeta Tangerina) consultoria de movimento Sílvia Real interpretação e coordenação do atelier Sérgio Pelágio - guitarra eléctrica e Isabel Gaivão – voz direcção de produção Ana Teresa Real secretariado de produção Marta Reis produção Real Pelágio co-produção Teatro Maria Matos Março teatro | co-produção TMM Catarina Requeijo Amarelo Março | Sala de ensaios | dos 3 aos 5 anos Porque é que quando perguntamos a uma criança qual é cor preferida a resposta surge sempre pronta e um adulto tem sempre alguma dificuldade em responder? Deixamos de ter preferência ou passamos gradualmente a ver o mundo a preto e branco? Ou teremos medo de que alguém queira interpretar a nossa resposta de forma mais ou menos psicanalítica? Que informações se tiram dessa resposta? Por acaso tenho uma cor preferida que prefiro não revelar para não me revelar, talvez… Ao longo da fase de pesquisa haverá uma aproximação a crianças da idade do público-alvo, no sentido de compreender de que forma vêm esta cor. Que sensações provoca uma cor? Provoca a todos a mesma sensação? O amarelo aquece, faz cócegas, arrepia, irrita, enfurece? Depende dos dias? E das horas? É sempre amargo, como nos limões? É do cruzamento destas respostas com alguns textos narrativos e com outros elementos de pesquisa que surgirá a dramaturgia deste espectáculo. encenação Catarina Requeijo interpretação Catarina Requeijo cenografia e figurinos Maria João Castelo desenho de luz José Álvaro Correia assistência de encenação Inês Barahona co-produção Teatro Maria Matos Oficina de dança Vamos dançar? Em Vamos dançar?, a dança é protagonista de um espaço de experimentação e descoberta. Uma oportunidade para conhecer e recriar as práticas e metodologias de criação de bailarinos e coreógrafos com percursos relevantes no panorama português. A oficina começa com uma conversa, ilustrada por imagens e filmes, seguida de uma séries de experiências práticas. 28 e 29 Outubro | Sala de ensaios | escolas do 3º ciclo Criadora convidada Clara Andermatt 18 e 19 Novembro | Sala de ensaios | escolas do 1º ciclo Criador convidado Victor Hugo Pontes Maria Matos Teatro Municipal Av. Frei Miguel Contreiras, 52 1700-213 Lisboa Gabinete de Comunicação Teatro Maria Matos Rua Bulhão Pato, 1B 1700-081 Lisboa t: 218 438 800 / f. 218 438 809 Directora de Comunicação Catarina Medina [email protected] tlm: 91 857 32 44 Gabinete de Comunicação Rita Tomás [email protected] tlm: 91 935 66 94 www.teatromariamatos.pt