História
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História DATA: 03/06 Prof.: Fred Expansão territorial ANO: 2016 Chega ao rio Vermelho, sudoeste de Goiás, entre 1680 e 1682. A busca de mão-de-obra indígena, a pecuária e a mineração são atividades que resultam na expansão da ocupação portuguesa para áreas além dos limites do Tratado de Tordesilhas. Essa expansão é estimulada pela Coroa portuguesa velada ou abertamente. Pascoal Moreira Cabral – Parte de Sorocaba e atinge o Mato Grosso. Encontra ouro às margens do rio CoxipóMirim, em 1719. Bandeiras Artur e Fernão Paes de Barros – A bandeira dos Paes de Barros parte de Cuiabá. Descobre ouro na bacia do rio Guaporé, no Mato Grosso, em 1731. O apresamento de indígenas e a busca de metais e pedras preciosas são os principais objetivos das bandeiras. No início do século XVII, com Portugal sob domínio espanhol, a Holanda investe no comércio de mão-de-obra africana e desorganiza o tráfico português. O fluxo de escravos negros para algumas regiões da colônia diminui e renasce o interesse pela escravização do indígena. Quando o tráfico negreiro é regularizado, as bandeiras continuam, motivadas pela procura de metais e pedras preciosas. As expedições – A capitania de São Vicente é o principal ponto de partida das bandeiras: grandes expedições, às vezes formadas por milhares de homens, que viajam pelo interior durante meses e até anos. Vão fixando acampamentos temporários para melhor explorar uma região – possibilidade de encontrar ouro, prata e pedras preciosas – ou preparar o ataque às tribos indígenas. Para o apresamento, os alvos principais são os aldeamentos jesuíticos. Estima-se que 300 mil índios são escravizados entre 1614 e 1639. As primeiras bandeiras são comandadas por Diogo Quadros e Manuel Preto, em 1606, e Belchior Dias Carneiro, em 1607. Raposo Tavares – Em 1629, Antônio Raposo Tavares e Manuel Preto dirigem uma bandeira com 900 mamelucos e 2.200 índios. Eles destroem os aldeamentos jesuítas de Guayra, na atual fronteira com o Paraguai, aprisionando milhares de indígenas. Raposo Tavares faz uma outra grande bandeira entre 1648 e 1651: sai de São Paulo, alcança o Peru, desce o Amazonas até o Pará. Domingos Jorge Velho – A bandeira de Domingos Jorge Velho dirige-se ao Nordeste do Brasil entre 1695 e 1697. Subjuga indígenas do Maranhão a Pernambuco e ajuda a exterminar o Quilombo de Palmares. Ocupação do sertão Bandeirante lavra certidão fundando Arraial de Cuiabá Pascoal Moreira Cabral Leme é, desde ontem, o detentor dos direitos de exploração das minas de ouro MOACYR FREITAS Pedro Teixeira – A bandeira de Pedro Teixeira sobe o rio Amazonas até Quito, em 1637. Retorna ao Pará em 1639 e é derrotado pelos índios com o apoio dos jesuítas em 1641. Fernão Dias Paes – Conhecido como caçador de esmeraldas, a bandeira de Fernão Dias embrenha-se pelo interior do atual Estado de Minas Gerais, entre 1674 e 1681, em busca de ouro e pedras preciosas. Em outra expedição, vai às Missões, no sul, junto com Raposo Tavares. Anhangüera – Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhangüera, procura ouro no Brasil central. A região agora chamada Arraial de Cuiabá é, desde os tempos remotos, povoadas pelos invencíveis índios Bororos -1- Lúmen Específicas Cuiabá, 9 de abril de 1719 - Depois de errar por mais de um ano na caça ao índio da região do Cuiabá, o bandeirante paulista Pascoal Moreira Cabral Leme resolveu enfim levantar acampamento definitivo e se apossar, perante a Coroa Portuguesa, do imenso território hoje ocupado em sua maior parte pelos Bororos. Ainda ontem, em São Gonçalo Velho, pouco abaixo da foz do rio Coxipó no Cuiabá, o bandeirante determinou que se lavrasse um “Termo de Certidão”, com o qual visa assegurar os seus direitos de descobridor e, principalmente, de explorador das minas de ouro encontradas na região por seus homens. Ao território dentro do qual se diz agora “Capitão-Mor”, Pascoal Moreira Cabral deu o nome fundador de “Arraial de Cuiabá”. O Termo — que foi escrito por outra alheia mão, posto que Pascoal Moreira Cabral, apesar de exímio caçador de índios e conhecedor de ouro experiente, não lê ou escreve palavra —, foi despachado ontem mesmo para o Conde de Assumar e Capitão General Governador da Capitania de São Paulo, D. Pedro de Almeida Portugal. O encarregado de levar o Termo é o Capitão Antônio Antunes Maciel, que ainda leva consigo boas amostras do ouro encontrado. O que os bandeirantes esperam é que da Vila de São Paulo, sede da Capitania desde 1711, sejam enviadas tropas regulares, tanto para lhes ajudar na cata do ouro, quanto para lhes proteger dos índios, já que estes não se conformam com a presença de gente estranha em suas terras. De acordo com Pascoal Moreira Cabral, sua bandeira está a correr grandes riscos na região. “Em serviço de sua Real Majestade, já perdemos até agora oito homens brancos, fora negros”, disse ele. De fato, não é de boa memória para o bandeirante o combate que travou contra os invencíveis guerreiros Bororo, assim que chegou às margens do rio Coxipó. Pascoal Moreira Cabral só não voltou fugido para o Planalto do Piratininga porque encontrou, no caminho, Antônio Pires de Campos, chefe de outra e melhor-sucedida bandeira. No ano passado, depois de intensa luta contra uma tribo ainda não identificada, na confluência entre o Coxipó e o Cuiabá, Antônio Pires de Campos conseguiu capturar dezenas de índios para trabalhar como escravos nas lavouras do litoral. Pires de Campos mostrou o caminho a Moreira Cabral que, se não deu sorte na captura de índios, ao menos encontrou o metal tão apreciado mundo afora. Curiosamente, o local onde os rios Coxipó e Cuiabá se encontram já havia sido visitado por Pires de Campos ainda quando menino. Entre 1673 e 1680 (não se sabe ao certo), ele esteve lá com o seu pai, o bandeirante Manoel de Campos Bicudo, considerado o primeiro homem branco a pisar nestas bandas ocidentais da Colônia. Neste momento, Pires de campos - também conhecido como PayPirá — está acampado no trecho do rio Cuiabá denominado Bananal. Ali, seus homens, incluindo os índios prisioneiros, cultivam roças para se reabastecerem antes seguir a longa viagem rumo ao Planalto do Piratininga. TENTATIVA DE ACORDO - Depois de quase uma vida inteira a guerrear contra os índios, Pascoal Moreira Cabral tenta agora fazer um acordo com os Bororos, a quem os paulistas chamam de Coxiponés. O bandeirante sabe que a região onde ele está a pisar é alvo de disputas constantes entre as mais diversas tribos indígenas: Bororos, Caiapós, Guaicurus, Xavantes, Parecis, Bakairis, etc. Ora as tribos se ajuntam, ora se separam nas lutas por territórios, por rios mais piscosos e por terras mais férteis. Como nenhuma guerra interessa a quem vai se dedicar agora à paciente cata do ouro, Moreira Cabral pretende convencer os Bororos a ajuda-lo em troca de não mais importuna-los. Não será nada fácil (veja reportagem nesta página). O bandeirante quer que os índios o ajude a coletar o ouro, a remar as canoas e a carregar as bagagens. Ao mesmo tempo, ele sabe que ninguém melhor do que o índio pode lhe dizer onde estão as melhores caças, frutas e ervas medicinais e lhe avisar sobre os perigos da mata. O Planalto do Piratininga foi a principal região agrícola da Capitania de São Paulo. Para lá era levada a maioria dos índios escravizados. É onde fica hoje o ABC Paulista. Fontes: “História Geral de Mato Grosso (vol.I)”, de Lenine Povoas; “O Processo Histórico de Mato Grosso. Cuiabá: Guaicurus” e “Revivendo Mato Grosso”, de Elizabeth Madureira Siqueira; “Cidades de Mato Grosso”, de João Carlos Vicente Ferreira e Pe. José de Moura e Silva * Historiador consultado: Gilberto Brizola – UFMT O primeiro registro que se tem sobre Cuiabá é do século XVII, entre 1670 e 1673, quando o bandeirante paulista Manoel de Campos Bicudo subiu o Rio Cuiabá, até chegar no Morro da Canastra, atual Morro de São Jerônimo, situado em Chapada dos Guimarães. Anos mais tarde, em 1717, o filho de Bicudo, Antônio Pires de Campos, acampou no mesmo local que seu pai chegara, rebatizando-o de São Gonçalo Velho. Lá combateu e aprisionou os índios Coxiponés, para depois vendê-los como escravos em São Paulo . No ano seguinte, 1718, deixou o acampamento nas margens do Coxipó, desceu o Rio Cuiabá levando centenas de índios escravizados, e encontrou-se com gente da bandeira de Pascoal Moreira Cabral, a quem informou sobre os índios Coxiponés, aldeados rio acima. Voltando a São Gonçalo Velho encontraram o outro grupo garimpando ouro de aluvião que acidentalmente fora descoberto às margens e no leito do Coxipó. A bandeira recebeu ajuda de outra, a de Fernando Dias Falcão, possibilitando uma posição estratégica para Pascoal Moreira, superior aos Coxiponés, modificando seu objetivo que era prear índios, para minerar ouro. São Gonçalo Velho -2- Lúmen Específicas transformou-se no primeiro núcleo de povoamento, e em 8 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral e os bandeirantes ali reunidos lavraram a Ata de Fundação de Cuiabá, sendo Pascoal Moreira eleito Guarda-Mor das minas descobertas. A busca inicial pelo ouro trouxe mais bandeirantes paulistas, que foram subindo o Coxipó e seus afluentes, o que teve como conseqüência a transferência do arraial primitivo para a Forquilha, na confluência do Rio Mutuca com o Coxipó, em 1721. No arraial da Forquilha foi levantada a primeira igreja rústica, onde foi celebrada a primeira missa pelo padre Jeronymo Botelho. Em outubro de 1722, Miguel Sutil subiu o Rio Cuiabá, chegando até o córrego da Prainha, no sopé do Morro da Prainha (atual Morro da Luz), onde mandou os índios buscarem mel silvestre, voltaram sem o mel, mas em compensação trouxeram as primeiras pedras de ouro, colhidas no local que se denominou Lavras do Sutil, a maior mancha aurífera do Brasil Colonial. Hoje, o local onde se encontravam as Lavras do Sutil é a região da Igreja do Rosário. A população garimpeira em pouco tempo abandonou a Forquilha, desenvolvendo o núcleo que ficou dividido entre o córrego da Prainha e o Morro da Prainha (hoje Morro da Luz), no meio estava as lavras auríferas. Em 1727, no dia 1º de janeiro, o arraial recebeu o título de vila, por determinação do Capitão General de São Paulo, passando a se chamar Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. A 17 de setembro de 1818, Cuiabá é elevada à categoria de cidade, de acordo com a Carta Régia de D. João VI, e em 1823, por decisão do Imperador D. Pedro I, tornou-se a capital da Província, no lugar de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em vez de mel, ouro. Em 17Z2, o foco das descobertas passou para a região de Cuiabá. Miguel Sutil , paulista de Sorocaba, começara uma roça de mantimentos no local. Um dia, enviou dois índios em busca de mel de pau; em vez disso, trouxeram-lhe cerca de 120 oitavas de ouro. No dia seguinte, os índios guiaramno até onde haviam encontrado as pepitas. Em um só dia, Sutil recolheu uma arroba de ouro. A notícia dessa mina fabulosa espalhou-se, e as do rio CoxipóMirim foram abandonadas. As "lavras do Sutil", como inicialmente foram chamadas, tornaram-se mais tarde conhecidas como minas do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Em pouco tempo deram mais de quatrocentas arrobas de ouro. Centenas de pessoas vieram então de São Paulo, e logo organizou-se a arrecadação de impostos. Quando tomou conhecimento das descobertas de ouro em Mato Grosso, D. Rodrigo César de Menezes, governador da recém-criada capitania de São Paulo (1720), resolveu mandar uma bandeira à procura de novas jazidas em Goiás. Para chefiá-la, convidou Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço, que, quando menino, percorrera a região ao lado do pai e era agora, ele próprio, um sertanista calejado. A expedição deixou São Paulo em julho de 1722 e explorou o sertão goiano por três anos, sem encontrar nada de valor. Uma nova tentativa, em 1726, teve melhor resultado. Travando contato com um grupo de índios goiases, Bartolomeu Bueno deuse a conhecer como filho do terrível Anhangüera, o Diabo Velho, que é como seu pai ficara conhecido depois do famoso truque da aguardente incendiada. Os índios guiaram então o segundo Anhangüera até as jazidas de ouro das quais o Diabo Velho apenas tivera notícia. No mesmo ano Bueno fundou o Arraial de Santana (atual cidade de Goiás), que se tomaria capital da capitania. Em 1727, outros arraiais foram fundados pelo sertanista: Ferreiros, Barra e Ouro Fino. No ano seguinte, voltou a São Paulo trazendo 8000 oitavas de ouro. Foi o bastante para que levas e mais levas de aventureiros partissem para Goiás. Com o povoamento da região, o segundo Anhangüera foi nomeado capitão-mor do novo distrito aurífero, morrendo em 1740. Conta-se que, para obrigar os índios a revelarem o caminho das minas de ouro, Bartolomeu Bueno da Silva ateou fogo em um prato com álcool, ameaçando fazer o mesmo com os rios da região. Imaginada que o prato contivesse água, os índios entraram em pânico e o chamaram Anhangüera, que significa Diabo Velho. AS MONÇÕES DE ABASTECIMENTO A palavra monção era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente. Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada. As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá. No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente. -3- Lúmen Específicas Coxipó-Mirim, com a descoberta de ouro pelos homens que acompanhavam o bandeirante Pascoal Moreira Cabral. A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas. As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos. Alimentavam-se de feijão, farinha de mandioca ou de milho e recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça. Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas. O Quilombo do Quariterê Como marco oficial, a História de Mato Grosso iniciou-se, em 1719, nas margens do rio Com o sucesso da mineração e a necessidade de garantir para Portugal, a posse de terras além Tratado de Tordesilhas, foi criado em 1748 a Capitania de Mato Grosso, sendo a primeira capital Vila Bela da Santíssima Trindade, na extremidade oeste do território colonial. Para trabalhar na mineração, chegaram, no século XVIII, em Mato Grosso, os primeiros escravos de origem africana. Como resistência à escravidão, as fugas foram constantes, sendo individuais ou coletivas, formando diversos quilombos. Por ocasião da presença da capital â?" Vila Bela da Santíssima Trindade â?" a região do vale do rio Guaporé foi onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos fugitivos. O quilombo do Piolho ou Quariterê, no final do século XVIII, localizado próximo ao rio Piolho, ou Quariterê, reuniu negros nascidos na África e no Brasil, índios e mestiços de negros e índios (cafuzos). José Piolho, provavelmente foi o primeiro chefe do quilombo. Depois, assumiu o poder sua esposa, Teresa. Fugidos da exploração branca, os habitantes do quilombo conviviam comunitariamente em uma fusão de elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens caçavam, lenhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel na mata; as mulheres preparavam os alimentos e fabricavam panelas com barro, artesanato e roupas. As dificuldades de abastecimento, principalmente de escravos, com que constantemente conviviam os habitantes da região guaporeana, levou-os a organizar uma bandeira para atacar os escravos fugitivos. O poder público, através da Câmara Municipal de Vila Bela da Santíssima Trindade, e os proprietários de escravos patrocinaram a bandeira -4- Lúmen Específicas para destruir o quilombo e recapturar seus moradores. A bandeira contendo cerca de trinta homens e comandada por João Leme de Prado, percorreu um mês de Vila Bela até o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, prendendo quase a totalidade dos moradores. Alguns morreram no combate que se travou, outros fugiram. Os escravos que sobreviveram foram capturados e levados para Vila Bela, sendo colocados para reconhecimento público, a mando do capitão-general de Mato Grosso Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres e após o ato de reconhecimento, os escravos foram submetidos a outros momentos de castigos, com surras, tendo parte de suas orelhas cortadas e tatuados o rosto com a letra "F" â?" de Fugitivo â?" feita com ferro em brasa. O objetivo da repressão era intimidar novas fugas, porém, a vontade, o desejo e a luta pela liberdade era maior que essa humilhação. Tal conquista esteve presente por um bom tempo e em 1791 â?" duas décadas após a primeira â?" uma segunda bandeira foi organizada para recapturar negros fugitivos e, finalmente, acabar com o quilombo do Quariterê. Comandada pelo alferes de dragão, Francisco Pedro de Melo, a bandeira de 1791 continha 45 homens que destruíram as edificações e plantações do quilombo, recapturando sua população e devolvendo aos seus donos, em Vila Bela. Porém, percebendo a ineficiência dos castigos físicos, os escravos não mais foram torturados publicamente. Outros quilombos na região também foram destruídos, inclusive ao comando do mesmo alferes, Francisco de Melo, que assolou os quilombos de "João Félix" e o do "Mutuca". No local do quilombo do Piolho, após sua destruição a mando do capitão-general João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, foi organizada uma aldeia â?" a Aldeia da Carlota â?" que visava o interesse português em garantir a posse da terra num local tão isolado. Os moradores da aldeia contavam com o apoio do governador. Outros quilombos também foram organizados em terras mato-grossenses durante os séculos XVIII e XIX, podendo ser registrados aqui, apenas para exemplificar, os quilombos "Mutuca" e "Pindaituba", situados na Chapada dos Guimarães, os "Sepoutuba" e "Rio Manso", próximos a Vila Maria (atual Cáceres). A historiadora Elizabeth Madureira refere-se à organização de 11 quilombos em Mato Grosso, porém registra o pouco que ainda foi percorrido e pesquisado sobre o assunto. LUIZ DE ALBUQUERQUE MELO PEREIRA E CACERES Português de Vizeu, Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres foi o 4.º Governador e Capitão-General da Capitania de Mato Grosso, tomando posse em 13 de dezembro de 1772, e só deixando o cargo 16 anos, 11 meses e 7 dias após, sucedido por seu irmão João de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres.Durante seu governo construiu o Forte Coimbra, Forte Príncipe da Beira, fundou Albuquerque (atual cidade de Corumbá), Vila Maria (atual cidade de Cáceres), Casalvasco, Salinas e Corixa Grande, consolidando o domínio português. A atual extensão territorial do Estado de Mato Grosso deve-se à ação enérgica de Luiz de Albuquerque, que foi, nos dizeres do Governador Espanhol de Santa Cruz de La Sierra - "O mais ambicioso dos governadores portugueses". A RUSGA Cuiabá, 4 de novembro de 1834 – Atendendo à representação do Promotor Público Joaquim Fernandes Coelho, o Juízo de Paz do 1º Distrito iniciou ontem o Auto-sumário Crime para apurar as circunstâncias da rebelião armada que, na madrugada do dia 31 de maio, tomou de assalto prédios públicos, arrombou e saqueou casas comerciais e matou pelo menos 40 estrangeiros em Cuiabá. Antes mesmo da sentença, já estão presos no calabouço do Quartel da Guarda Municipal os cinco acusados pela Promotoria de liderar o movimento. São eles o fazendeiro José Alves Ribeiro, o capitão da Guarda Nacional José Jacinto de Carvalho, o bacharel Pascoal Domingues de Miranda, o professor de filosofia Braz Pereira Mendes e o vereador Bento Franco de Camargo. As prisões teriam sido feitas “à ordem da regência e pelo povo em massa”, conforme justificou o novo Presidente da Província, Antônio Pedro de Alencastro. Os cinco “cabeças do movimento”, como diz a denúncia da Promotoria Pública, serão encaminhados para o Rio de Janeiro e julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. As vinte e quatro testemunhas arroladas pela acusação devem ser ouvidas nos próximos dias pelo juiz de Paz, Antônio Rodrigues do Prado. O juízo também designou dois peritos carpinteiros para que seja feito o exame de corpo de delito direto nas portas e janelas das doze casas que teriam sido arrombadas pelos revoltosos, para avaliar os prejuízos causados naquela noite. Segundo estimativas extra-oficiais, o valor dos estragos supera os 100 contos. “É desconhecido na história dos povos civilizados o vandalismo que os habitantes desta cidade chegaram a ver na noite do dia 30 de maio do corrente ano. Dia em que todos os princípios subversivos e medidas tirânicas deram a luz danadas intenções de homicídios, saques, roubos, cortamento de membros do corpo, devastando uma porção de habitantes”, diz um trecho de uma das duas representações populares que moveu a promotoria a agir. As representações acusam ainda o poder judiciário de omissão e conivência para com os -5- Lúmen Específicas envolvidos. “As pessoas que são abrigadas pela Lei a vigiar e promover a boa ordem, quando não aplicam os meios possíveis para prevenir o crime, o seu delito é muito mais grave”, diz um trecho. “A firmeza que deveria apresentar o Promotor Público José Jacinto de Carvalho, ficou degenerada em fraqueza e comiseração com os facinorosos até agora, deixando os cidadãos expostos a todos os males”. Entre as assinaturas que acompanham ambos os documentos, figura em primeiro lugar a de João Poupino Caldas, 46 anos, que subiu à Presidência da Província dois dias antes da rebelião, e um dos membros fundadores da Sociedade dos Zelosos da Independência, berço ideológico da rusga que chocou a cidade (ver matéria). Para justificar sua posição, Poupino Caldas alega que o cânone liberal sobre o qual a “Zelosos da Independência” foi erguida não trazia nenhum elemento que pudesse ser relacionado à violência que explodiu em maio (ver matéria). Os cinco acusados, diz, é que o teriam interpretado conforme suas tendências radicais e conspiradoras. “Assim como no corpo humano se devem cortar os membros podres para não infeccionarem o indivíduo, da mesma sorte é necessário lançar para fora da Província aqueles membros, cabeças de toda a desordem”. O Auto-sumário Crime puniu apenas soldados e populares que participaram dos arrombamentos e saques. Dos cinco líderes presos e enviados ao Rio de Janeiro, José Álvaro Ribeiro e José Jacinto, retornaram inocentados a Mato Grosso. Os outros três foram soltos, sendo que Pascoal Domingues de Miranda ficou na cidade carioca. A CONSTRUÇÃO DA FERROVIA MADEIRAMAMORÉ (PRIMEIRA FASE) acervo: Jkerdy TRAÇADO INICIAL DA FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ O declínio do Ouro na região do Guaporé provocou um êxodo populacional de graves proporções do final do século XIX. Sua maior povoação, Vila Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso, perdeu a maioria de seus habitantes e a condição de capital da capitania de Mato Grosso, haja vista a sede do governo haver sido transferida para Cuiabá. Entretanto, na segunda metade do século XIX, outra atividade econômica começou a despontar na Amazônia: a produção de borracha silvestre em larga escala. Surgia o Ciclo da Borracha que atraiu milhares de trabalhadores oriundos do Nordeste brasileiro, notadamente dos Estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, tangidos pela grande seca de 1877, que flagelou aquela região, e pelo avanço das grandes usinas açucareiras situação econômica, demográfica e política da Amazônia rondoniense começavam a se modificar em decorrência da entrada de dois novos personagens: os seringueiros e os seringalistas. As terras rondonienses passaram então a ser povoadas pela ação dos seringueiros, que penetravam na floresta através dos rios Madeira, Jamary, Machado, Guaporé e Mamoré, em busca de látex, a matériaprima da borracha nativa. O Brasil destacava-se como o maior produtor de borracha silvestre do mundo. Nesse contexto, a área geográfica que forma o Estado de Rondônia respondia por considerável parcela dessa atividade econômica. Porém, não era somente o Brasil que produzia borracha em larga escala na Amazônia. A Bolívia também despontava como grande produtor e se ressentia da necessidade de escoar seu produto, cuja maior concentração ficava no Oriente boliviano, isolado do restante daquele país. Foi exatamente em função da carência de um porto onde pudesse escoar sua produção de látex, que o governo boliviano criou, em 1846, uma comissão de estudos destinada a viabilizar uma rota fluvial através do rio Mamoré, ou do Madeira, a fim de permitir ao país acesso ao oceano Atlântico. Esses estudos resultaram em dois projetos apresentados ao governo boliviano. O primeiro, visava a construção de canais nos trechos encachoeirados do Madeira, o rio escolhido pela comissão de estudos. O segundo, de 1861, previa a construção de uma ferrovia da margem direita do rio Mamoré até a fronteira das províncias de Mato Grosso e do Amazonas. O governo boliviano entendeu ser mais viável a execução do primeiro projeto, que contemplava uma rota fluvial pelo rio Madeira, com a canalização de seus trechos encachoeirados. No dia 27 de agosto de 1868 a Bolívia concedeu ao engenheiro-militar norteamericano, coronel George Earl Church, autorização para que fosse constituída, sob sua direção, uma empresa de navegação entre os rios Mamoré e -6- Lúmen Específicas Madeira. O coronel George Earl Church fudou então a National Bolivian Navigation Company, com a finalidade de explorar o transporte de passageiros em ambos os rios e construir os canais necessários nas cachoeiras do Madeira. Entretanto, ao buscar financiamento junto aos bancos da Inglaterra, deparou-se com a resistência dos financistas londrinos, que preferiam apoiar a construção da estrada de ferro, prevista no segundo projeto boliviano. Essa decisão dos banqueiros ingleses foi baseada, principalmente, no fato de a Inglaterra ser, na época, o maior produtor de vagões e locomotivas do mundo, além de controlar toda a importação de borracha da Amazônia. Nesse sentido, a construção de uma ferrovia daria aos ingleses excelente oportunidade de ampliar sua influência política e econômica na região. Em função do trajeto da estrada de ferro ser totalmente em território brasileiro, tornava-se necessário que o Brasil desse autorização para que as obras fossem iniciadas. Isto ocorreu no dia 20 de abril de 1870, através do Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comercio e Extradição, firmado entre o governo brasileiro e a República da Bolívia, em La Paz. Por esse tratado, o Brasil exigiu que a razão social da empresa National Bolivian Navigation Company fosse mudada para The Madeira and Mamoré Railway Company. Em conseqüência, no dia 1º de março de 1871, foi constituída a empresa The Madeira and Mamoré Raiway Company Ltda., sob a presidência do Coronel George Earl Church, que levantou, junto aos banqueiros ingleses, um financiamento, com aval do governo boliviano, para a construção da ferrovia. Por exigência desses banqueiros, o coronel George Earl Cchurch contratou a empreiteira Public Works Construction Company, de Londres, por 600 mil libras esterlinas. Essa empresa instalou seu canteiro de obras na localidade de Santo Antônio, em 06 de julho de 1872, e deu ínicio à primeira fase de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Para facilitar o acesso à localidade de Santo Antônio do Rio Madeira o governo imperial brasileiro, sob pressão da Inglaterra e dos Estados Unidos da América, baixou o decreto-lei nº 5.024, de 15 de janeiro de 1873, que permitia aos navios mercantes, de todas as nações, subirem o rio Madeira e atracarem no porto conhecido como “Porto dos Vapores”, para embarque e desembarque de cargas destinadas ou procedentes da Bolívia. Em seguida, instalou um posto da alfândega brasileira para a arrecadação de tributos originados das importações e exportações. Mas, os serviços da Public Works Construction Company duraram apenas um ano. Em 09 de julho de 1873 a empresa rompeu o contrato, pressionada por enormes prejuízos, pelas dificuldades estruturais do local onde deveria ser instalada a estação inicial da ferrovia, pelos violentos ataques dos índios Caripunas aos trechos em obra, e pelas doenças regionais que mataram dezenas de trabalhadores. Para piorar a situação, os acionistas da extinta National Bolivian Navigation Company, inconformados com a construção da ferrovia, moveram diversas ações na justiça inglesa, pelo embargamento das obras. Essas adversidades levaram a Public Works Construction Company a abandonar máquinas e equipamentos e deixar a região, definitivamente, em janeiro de 1874. Essa foi a única vez na história da estrada de ferro MadeiraMamoré em que houve a participação de uma empresa inglesa em sua construção. Após o fracasso da Public Works Construction Company, o coronel George Earl Church contratou, em 17 de setembro de 1873, a empreiteira norte-americana Dorsey and Caldwell, que chegou em Manaus em 1874. No entanto, essa empresa não se instalou na região. Informados das imensas dificuldades estruturais do local e das graves condições sanitárias do povoado de Santo Antônio, os diretores da Dorsey and Caldwell decidiram retornar aos Estados Unidos e transferiram o contrato para a empreiteira inglesa Reed Brothers and Company, que apenas pretendia especular e receber possíveis indenizações contratuais. Com o apoio do imperador D. Pedro II, o coronel Geroge Earl Church contratou, em 25 de outubro de 1877, a empresa norte-americana P.T>Collins, da Filadélfia, com larga experiência no ramo de construção de ferrovias. A 19 de fevereiro de 1878, a P.T>Collins instalou seu canteiro de obras na localidade de Santo Antônio do Rio Madeira. Apesar de enfrentar problemas semelhantes ao da empreiteira que a antecedeu, a P.T.Collins deu um novo impulso às obras da ferrovia. Primeira empreiteira norte-americana a realizar uma grande obra dos Estados Unidos da América, essa empresa trouxe para a região a primeira locomotiva e contratou os primeiros operários brasileiros para as obras da ferrovia, cerca de quinhentos cearenses, que chegaram ao canteiro de obras em outubro de 1878. A despeito de todos os esforços para cumprir seu contrato, a P.T.Collins não resistiu aos graves problemas que teve de enfrentar. Com o crédito cortado, envolvida em pesadas dívidas, revoltas e fugas de operários, doenças regionais e ataques de índios, viu-se forçada a encerrar suas atividades na região. Por outro lado, os insistentes acionistas da empresa National Bolivian Navigation Company conseguiram na justiça inglesa sentença favorável ao embargo das obras da ferrovia. O proprietário da empresa, Mr. Philips Thomas Collins, em razão das graves dificuldades financeiras e operacionais, instalou-se na região para dirigir os trabalhos pessoalmente. Entretanto, foi flechado pelos índios Caripunas e ficou gravemente ferido. Em seguida, a empresa abandonou as obras, e, posteriormente, entrou em concordata, devido aos enormes prejuízos e às diversas ações judiciais que teve de defender nas justiças inglesa e norteamericana. Após todos esses fracassos, o governo imperial brasileiro cancelou a permissão concedida ao coronel George Earl Church.. Mas, em 15 de maio de1882, que restabeleceu os estudos para a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Em -7- Lúmen Específicas 25 de novembro do mesmo ano, foi criada uma comissão de estudos chefiada pelo engenheiro sueco, naturalizado brasileiro, Carlos Morsing, com a finalidade de projetar uma nova rota para a ferrovia. A Comissão Morsing, como ficou nacionalmente conhecida, instalou-se em Santo Antônio do Rio Madeira em 10 de janeiro de 1883. Dois meses depois, retornou ao Rio de Janeiro com o resultado de 112 quilômetros de trecho explorado e a recomendação técnica para que fosse alterada a localização da estação inicial da ferrovia. Apesar de ter permanecido somente dois meses na região, a Comissão Morsing sofreu pesadas baixas, entre as quais as mortes dos engenheiros Pedro Leitão da Cunha, Alfredo Índio do Brasil e Silva, E Thomas Pinto Cerqueira, vítimas de doenças regionais. Outra comissão foi criada sob a chefia do engenheiro austríaco Júlio Pinkas. Entretanto o resultado dos seus estudos foram colocados sob suspeita pelo governo brasileiro. O governo boliviano foi obrigado a arquivar seu ambicionado projeto de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré, que, nesta primeira fase, teve como saldo diversos contratos rompidos, vários técnicos e operários mortos e inúmeros processos nas justiças americana, inglesa e brasileira. CICLOS ECONÔMICOS - O ciclo da Erva-Mate I) Áreas de Exploração - A Cia Mate Laranjeira possuia cerca de 2 milhões de ha no sul do Mato Grosso do Sul, onde existe hoje, 20 municípios. Esse ciclo econômico criou toda uma mentalidade política existente até hoje no Estado. II) Evolução econômica 1872/1892 - Cia pertencia a Thomaz Laranjeira 1892/1902 - Thomaz Laranjeira se associou aos Irmãos Murtinho 1902/1937 a Cia passou para a Cia Mendes(Argentina) III) Oposição - O poder da Cia despertou a ira dos inimigos políticos como por exemplo Pedro Celestino Correia da Costa. O próprio Getúlio Vargas combateu a Cia com seu nacionalismo. Em 1947 - O governador Arnaldo Estevão Figueiredo tirou a concessão dos Ervais. O PERÍODO REPUBLICANO Como na Independência, a notícia da proclamação da República encontrou Cuiabá em grande efervescência, com grupos políticos já se digladiando contra ou a favor do novo regime. A instabilidade política grassava por todo o País, mas em Mato Grosso adquiria contornos mais marcantes, inclusive pela truculência das disputas entre os grupos de poder locais, geralmente chefiados por coronéis cujo prestígio se media pela capacidade de arregimentar homens e armas pelo critério da eficácia mais que da legitimidade ou procedência. A ação desses grupos, aliada à de caudilhos vindos do sul, acostumados a chamar qualquer briga política de revolução para em nome dela saquear fazendas e praticar outras estrepolias, resultou na proliferação dessa prática, que se estendeu aos grupos de bandoleiros e ladrões de gado que assolaram a região nas décadas seguintes. Para a maioria da população, pacífica e assustada, restava quase sempre a posição de vítima direta ou indireta dessas ações. Principalmente as mulheres, que não tinham voz nem vez, tanto na vida pública quanto na vida privada. Esse clima de instabilidade política e social, em parte decorrente da própria forma de ocupação e defesa do território, foi um dos fatores que resultaram na insignificante participação do capital estrangeiro no desenvolvimento de Mato Grosso, comparada com outras regiões do país. Mas na entrada do século XX os interesses internacionais muito contribuíram para o fortalecimento econômico de Mato Grosso e Cuiabá com toda a movimentação provocada pelo ciclo da borracha nos seringais do norte e pelo ciclo da ervamate nos ervais do sul do Estado. Em 1914, com cerca de 22 mil habitantes, Cuiabá já tinha perímetro urbano de três quilômetros de comprimento (no sentido NE-SO) por dois de largura. A cidade era organizada em dois distritos, com 24 ruas, 28 travessas, 17 praças, dois jardins públicos e um serviço de bonde com um ramal para o Matadouro e outro para a Cervejaria. A prefeitura mantinha serviços de abastecimento d’água, ensino público, limpeza pública, iluminação e dois mercados públicos. Havia dois hotéis, vários restaurantes, serviço telegráfico, rede de telefones e correio. Nas duas bibliotecas públicas e da Sociedade Literária Cuyabana circulavam além de livros duas revistas locais e seis jornais, sendo um diário (O Debate). Mato Grosso era governado na época por Joaquim Augusto da Costa Marques, o primeiro governante eleito a exercer integralmente seu mandato de quatro anos, coroando assim um período de uma década de razoável normalidade Política na capital. Foi também o primeiro a empreender uma visita às mais distantes localidades do Estado, numa longa viagem de mais de ano, fotografada e primorosamente documentada no Álbum Graphico de Matto Grosso, um dos mais importantes acervos de imagens e informações sobre o passado desta região. Ainda em 1914 o Estado recebe a visita do presidente norte-americano Theodor Roosevelt, que empreende uma viagem pela selva amazônica em companhia do então coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, que em janeiro do ano seguinte completa a ligação telegráfica entre Cuiabá e a vila -8- Lúmen Específicas de Santo Antonio do Madeira, atual Porto Velho, capital de Rondônia. Em janeiro de 1918, após conturbado período em que a tentativa de empeachment do governador Caetano Manoel de Faria Albuquerque resultou em sangrentos combates no sul e no norte seguidos de intervenção federal, assume o comando de Mato Grosso, eleito fragorosamente, o bispo cuiabano D. Francisco de Aquino Corrêa. Intelectual notável, membro da Academia Brasileira de Letras, D. Aquino, além de pacificar o Estado, procura jogar mais luz sobre suas inteligências criando a Academia Mato Grossense de Letras, o Instituto Histórico de Mato Grosso e o serviço de iluminação elétrica de Cuiabá. Vários governos, e golpes e choques armados e intervenções federais, se sucederam, até que em 1937 assume o governador Julio Strubing Muller, que permaneceria no cargo por oito anos, até o final da ditadura Vargas. Uma das principais marcas de seu governo foi a preocupação em melhorar o aspecto visual e funcional de Cuiabá, abrindo ruas e estradas, reformando e construindo modernos prédios públicos, como o Colégio Estadual e outros, inclusive um hotel e um cinema, que segundo se conta, faziam falta na cidade. Construiu também a ponte de concreto ligando Cuiabá a Várzea Grande, impulsionou a pecuária e procurou desenvolver a agricultura atraindo colonos dos estados do Nordeste para a região de Poxoréu. O projeto não deu certo ali mais veio frutificar na colônia de Dourados, no sul do Estado, implantada ainda durante o seu mandato. O sul do Estado, que após a Guerra do Paraguai vinha sendo povoado sobretudo por mineiros e paulistas em função da facilidade de terras para a pecuária, crescia celeremente e começava a desenvolver-se também na agricultura. A estrada de ferro trouxe levas e levas de imigrantes japoneses, portugueses, libaneses, e encurtou para dois ou três dias a comunicação com São Paulo e Rio de Janeiro, que até então levava meses de espera pelo rio Paraguai. A MORTE DE TOTÓ PAES Cuiabá, 7 de julho de 1906 – Foi executado ontem na Fábrica de Pólvora, região do Coxipó do Ouro, o presidente de Mato Grosso, Coronel Antônio Paes de Barros, mais conhecido por Totó Paes. Fundador e proprietário da Usina de Açúcar Itaicy, Totó estava refugiado de Cuiabá desde o último dia 30, quando tropas oposicionistas a seu governo, lideradas pelo senador Generoso Paes Leme de Souza, invadiram a capital. Totó Paes foi morto com dois tiros, um no tórax e outro no ouvido esquerdo. As forças revolucionárias que o executaram foram comandadas pelo Coronel Joaquim Sulpício de Cerqueira Caldas, também conhecido por Quinco Caldas. O corpo do presidente foi encontrado por um tenente do Exército. Também ontem, na Praça do Arsenal de Guerra, o senador Generoso Ponce realizou a parada da vitória, com a presença de centenas de pessoas. Com a morte de Totó Paes, assume a administração de Mato Grosso o 1º vice-presidente Pedro Leito Osório, com apoio de Generoso Ponce. A morte de Totó Paes coloca fim a um das disputas mais ferrenhas já vistas na história política da capital. O episódio já é comentado pela população como a “Revolução de 1906”. Totó Paes estava na presidência de Mato Grosso desde 15 de agosto de 1903, quando venceu as eleições concorrendo com Manoel Esperidião da Costa Marques. O governo de Totó foi marcado pela tentativa de reorganizar o Estado, mas também por muitos fatos violentos. Desde 1904, quando Generoso Ponce retornou de Assunção para Corumbá, o ambiente político na Capital se tornou mais tenso. Este clima enfatizou-se no ano passado, quando os irmãos Murtinho reataram forças com Ponce, formando juntos a “Coligação Mato-Grossense” a partir do antigo Partido Republicano - da qual Ponce fazia parte – e da “Dissidência” , ala dos murtinhistas. A impopularidade de Totó Paes ficou mais evidente em 1º de novembro de 1905, quando nas eleições para Assembléia Legislativa e Câmaras Municipais a “Coligação” fez maioria. Maioria que se repetiu em 30 de janeiro deste ano, quando a “Coligação” também elegeu a maior parte para o Senado e a Câmara Federal. Foi neste clima tenso, que Generoso Ponce resolveu reunir forças militares para, em 17 de maio deste ano, partir rumo a Cuiabá a fim de tomar a capital. As forças militares reunidas por Generoso Ponce em Corumbá estavam compostas por 10 vapores e 20 chatas trazendo 500 homens, número que foi aumentando no decorrer da viagem até chegar a 2000 já em Cuiabá. A este movimento, também chamado de Divisão Sul, foi somada a Divisão Norte, composta por 1,2 mil homens e liderada pelo Coronel Pedro Celestino, também sob a coordenação de Generoso Ponce. Foi a Divisão Sul que ocupou a Usina Itaicy, de Totó Paes, e a Fazenda Pindaival, do irmão do presidente, Henrique Paes de Barros, golpes considerados fatais para Totó. Já com cerca de quatro mil homens, no final do mês passado Generoso Ponce mandou um ultimato a Totó Paes, que não respondeu ao chamado e fugiu de Cuiabá. Totó acionou o governo federal e aguardava, na Fábrica de Pólvora, a chegada do socorro da Expedição Dantas Barreto. Até ontem, no entanto, tal expedição não havia chegado a Cuiabá. Ao contrário do que acontece hoje, no início do século passado era chamado presidente a autoridade máxima do Estado, e governador da autoridade máxima da República. As tropas de Dantas Barreto, que eram aguardadas por Totó Paes em Cuiabá no início de julho de 1906, só chegaram na capital dia 17 de julho de 1906. -9- MARECHAL RONDON Lúmen Específicas Nasceu a 5 de maio de 1865, em Mimoso, Estado do Mato Grosso. Pelo lado materno, descendia de índios terena e bororó, e de portugueses, espanhóis e índios guanás pelo lado paterno. Aos dois anos perdeu os pais, ficando sua educação a cargo de um tio. Após o curso primário, em 1879, matriculouse na Escola Normal de Cuiabá. Em 1881, aos 16 anos de idade, completou o curso com distinção. Ingressou no Regimento de Cavalaria, em Cuibá e decidiu ir para o Rio de Janeiro, para prosseguir seus estudos na Escola Militar. Depois de vencer dificuldades de saúde e outras, saiu classificado em 1º lugar da Escola Superior de Guerra com o título de Engenheiro Militar e o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Foi então servir na Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, e assim iniciou suas atividades de sertanista. Começando pelo 16º Distrito Telegráfico de Mato Grosso (1892), Rondon chefiaria, depois, a Comissão encarregada da construção da linha telegráfica de Cuiabá ao Araguaia (1897), a Comissão das linhas telegráficas do Estado do Mato Grosso (1900) e a Comissão construtora das linhas telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, mais tarde conhecida e famosa como "Comissão Rondon" (1907), a qual faria a ligação do remoto Território do Acre ao circuíto telegráfico nacional. A construção de linhas telegráficas exigia trabalho penoso e abnegado, desbastando a mata virgem, fazendo postes com as árvores derrubadas, explorando regiões desconhecidas, fazendo medições e cálculos, limpando o terreno, transportando com enorme esforço diversos materiais e equipamentos, e sobretudo enfrentando um clima adverso, doenças tropicais, serpentes e insetos perigosos, e ataques dos índios que não toleravam o invasor das suas terras. No tratamento inteligente e pacífico com que enfrentou os indígenas, Rondon celebrizou-se ao mesmo tempo por sua coragem e humanidade. Ficou para sempre no coração dos brasileiros e seu lema: "Morrer, se necessário; matar nunca". De 1900 a 1906, com o estudo de 4.100 quilômetros de rotas, foram construídos 1.746 km de linhas telegráficas. Em 1914, pela Expedição Científica Roosevelt-Rondon (com a participação de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos) vastas regiões foram desbravadas na Amazônia. Rondon retornou em seguida à selva, reassumindo a chefia da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Madeira, e nos oito meses seguintes foram construídos 372.235 metros de linha, com uma média mensal de 46 km. O Congresso das Raças, que se reuniu em Londres em 1913, elogiou entusiasticamente a obra de Rondon, ressaltando que tal obra deveria ser imitada "para honra da civilização universal". Criada em 1927 a Inspeção de Fronteiras, foi entregue a Rondon a sua chefia e organização. Na inspeção e levantamento das fronteiras com a Venezuela, Colômbia e Guianas Francesa e Inglesa, Rondon utilizou todos os meios de transporte. Uma viagem ininterrupta de 257 dias, na primeira fase dos trabalhos, comprova o seu devotamento ao dever, seu amor à pátria e também seu vigor físico e moral. Foram vencidos 10.702 km por via marítima e fluvial; 1.801 km a cavalo; 2.917 km em automóvel; l.896 km em estrada de ferro, perfazendo um total de 17.316 quilômetros, Rondon tinha então 62 anos. Em 1934, Rondon foi convocado pelo Presidente da República para presidir a Comissão Mista Peru-Colômbia. Esses dois países estavam em dissídio pela posse da região de Letícia, e durante quatro anos (dos 69 aos 72 anos de idade) o infatigável Rondon, apesar de ter grave doença numa vista, dirigiu os trabalhos até a total confraternização de ambas as nações. Recusando então receber a subvenção governamental que lhe era devida por sua missão no estrangeiro, ofereceu e doou toda a quantia para a construção de uma escola na sua cidade natal, Mimoso. Quando completou 90 anos, o Congresso Nacional conferiu-lhe a patente de marechal. Pelo trabalho humanitário junto aos índios, que insistia em serem tratados com compreensão e bondade, foi cognominado "Grande Chefe" pelos silvícolas e "Marechal da Paz" pelos civilizados. DIVISÃO DE MT Enquanto o norte de Mato Grosso expandia a pecuária como sua principal atividade econômica mas sofria ainda as dificuldades da falta de transporte por via rodoviária, o sul já tinha essas melhorias e incrementava o comércio, facilitado pela relativa proximidade dos grandes centros consumidores. E se o crescimento econômico do sul trazia benefícios para Cuiabá, centro político e administrativo do Estado, o crescimento demográfico trazia também o desequilíbrio numérico, evidente sobretudo a partir de 1945, nas sucessivas eleições diretas ou indiretas de governadores originados do sul do Estado, como Arnaldo Estevão de Figueiredo, Fernando Correa da Costa, Pedro Pedrossian e José Fontanillas Fragelli. E a idéia separatista, que motivou grandes disputas, crises políticas e entreveros armados por mais de um século e meio, acaba concretizada por decreto do governo militar de Ernesto Geisel em 1977, criando o Estado de Mato Grosso do Sul, separado então definitivamente de Cuiabá. O sentimento de perda para as populações do norte mato-grossense foi muito grande. Cuiabá, já era então uma grande metrópole, com todos os recursos e facilidades de qualquer cidade moderna. Mas o receio de muitos era que estivéssemos então condenados ao ostracismo e à estagnação, com o sul - 10 - Lúmen Específicas liberto projetando-se de forma avassaladora tanto na região quanto no contexto nacional. Não foi preciso muito tempo para se verificar que aconteceria exatamente o contrário. Superadas as intermináveis disputas políticas e econômicas com o sul, o norte pôde então concentrar seus esforços administrativos, políticos e empresariais para a defesa de seus próprios interesses, tanto a nível local quanto junto ao governo federal. Um acertado e oportuno programa de incentivo à colonização, aliado à descoberta do cerrado como campo propício à produção mecanizada de soja e outros grãos de exportação, atraiu grandes contingentes de produtores do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que abriram lavouras e fundaram cidades que cresceram e se multiplicaram, mudando radicalmente em menos de vinte anos o perfil demográfico e econômico do novo Mato Grosso. A pacata Cuiabá tornou-se trepidante com a grande movimentação de gente, recursos e projetos. Novos arranha-céus, vias expressas, shopping centers e complexos industriais concretizaram da noite para o dia o sonho de uma metrópole futurista em pleno centro do continente. A ligação rodoviária por asfalto tanto para o sul, quanto para o norte e para o leste do Estado, a chegada do trem através da Ferronorte, o evolução tecnológica no ramo das comunicações e da informática, quebraram definitivamente o passado de isolamento geográfico e cultural, ligando em tempo real Cuiabá e outras cidades do Estado com o resto do mundo. O desenvolvimento dos sistemas de ensino e pesquisa, o aprimoramento da agropecuária, o incremento do comércio, da indústria e dos setores de prestação de serviços geraram novos empregos, novas empresas e aumento de arrecadação. Mato Grosso entra no século XXI como o Estado brasileiro com melhor desempenho no aumento de arrecadação de ICMS. É uma das regiões com maior crescimento populacional, com índice médio de 4% ao ano nos últimos vinte anos. A avalanche de novos moradores vindos de todas as regiões do país, fazem de Cuiabá não uma metrópole privada de seus traços culturais originais, mas, pelo contrário, estes são cada vez mais cultuados, valorizados e geralmente adotados pelos novos moradores. A antiga xenofobia cuiabana, que resultou em episódios tristes da nossa história, como a Rusga contra os portugueses e as barbaridades contra os paraguaios, transmuta-se hoje para uma postura extremamente cordial, hospitaleira e bem humorada, que encanta a todos que chegam, de passagem ou pau-rodado. Exercícios de Fixação 1 – “Naturalmente, os índios que viviam na região, não ficaram satisfeitos com o estabelecimento de estranhos na área e investiram bravamente contra o grupo de bandeirantes que, com o apoio da bandeira dos irmãos Antunes conseguiram render os silvícolas...” (Elizabeth Madureira – Processo Histórico de MT). De acordo com o fragmento do texto acima qual o aldeamento estabelecido nesta área, o líder dessa bandeira, e conseqüentemente o administrador desse aldeamento, e os índios que habitavam essa região em 1719, respectivamente. a) Arraial do São Gonçalo, Pascoal Pinto Moreira, Beripoconé. b) Arraial da Forquilha, Antônio Pires de Campos, Coxiponé. c) Arraial da Forquilha, Pascoal Moreira Cabral, Coxiponé. d) Arraial de Cuiabá, Miguel Sutil, Poconé. e) Arraial da Forquilha, Miguel Sutil, Aripoconé. 2 – Com a descoberta aurífera na região pela bandeira de Pascoal M. Cabral, assinale a alternativa correta: a) b) c) d) e) Ocorreu o aumento da caça ao índio visto a necessidade de mão-de-obra para a cata do ouro de aluvião. A função de caça ao índio ficou relegada a segundo plano, cedendo lugar às atividades mineradoras praticadas ainda de forma rudimentar. Ocorreu o avanço da vida urbana local visto o ouro trazer riqueza e grande desenvolvimento da região. Diminuição populacional local, visto os pesados impostos cobrados pela metrópole portuguesa no Arraial da Forquilha, vindo a desistimular essa atividade econômica. Aumento significativo da população, visto o ouro ser de aluvião e considerado, desde o princípio, inesgotável na região da Forquilha. 3 – Considerado como sendo o núcleo irradiador do movimento bandeirante que culminou com a descoberta do ouro de aluvião na região de MT a partir de 1719. a) b) c) d) e) Planalto de Piratininga – Capitania de São Vicente. Triângulo Mineiro – Capitania das Gerais. Planalto de Suassuna – Capitania de São Paulo. Chapada dos Veadeiros – Capitania de Goiás. Planalto da Taborda – Capitania de Pernambuco. 4 – Administrador das Minas Cuiabanas, indicado pelo rei de Portugal – D. João V – e responsável pela elevação do arraial à categoria de Vila Real em 1721. a) b) c) - 11 - Pascoal Moreira Cabral. Antônio Pires de Campos. Antônio Rolim de Moura. Lúmen Específicas d) e) Rodrigo César de Meneses. Lourenço Lemes. 7 – São feitas as seguintes afirmações: I – A nomeação de Pascoal Moreira Cabral para a função de Guarda-Mor Regente do Arraial da Forquilha foi um ato da Metrópole pois tratava-se de um cargo de confiança. II – Assim que a notícia da descoberta do ouro se espalhou, milhares de pessoas, oriundas das mais diversas regiões, dirigiram-se em grandes comitivas, para as minas do Coxipó, em busca de fortunas. III – O ouro de aluvião aqui descoberto a partir de 1719 foi responsável pela organização de uma vida urbana e cultural comparável ao ciclo minerador de MG. IV – O Arraial de Cuiabá foi administrado pelo governador de São Paulo – Rodrigo César – o qual veio com a função específica de aumentar os impostos reais sobre a extração do ouro. Está(ão) correto(s): I – O Governador de SP, Rodrigo César de Meneses, enviado pela metrópole portuguesa criou nas minas cuiabanas os cargos de Provedor dos Quintos e da Fazenda Real. II – O quinto foi criado como forma de garantir o aumento da arrecadação fiscal para a metrópole, ocasionando o aumento dos investimentos na infra-estrutura da região cuiabana, bem como um significativo aumento populacional. III – Com a administração do governador Rodrigo César as minas cuiabanas deixaram de ser abastecidas pelas monções vindas da Capitania de São Paulo, visto a região ter se tornado autosuficiente na produção agrícola e de gêneros de 1ª necessidade. IV – Os irmãos Lemes, João e Lourenço, opuseram-se frontalmente ao poder do governador de SP – Rodrigo César. Por se tratar de um poder local nas minas cuiabanas, foram mortos em nome dos interesses metropolitanos. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) 5 – Julgue os itens e assinale a alternativa correta. I e II. II e III. III e IV. I e IV. II e IV. 6 – A respeito do abastecimento das minas cuiabanas durante o Século XVIII assinale a alternativa correta. I – Devido, principalmente, às péssimas condições do solo ao redor das minas cuiabanas a prática da agricultura era pouco difundida entre os colonos. Por isso as monções de abastecimento vindas da Capitania de São Paulo tiveram um importante papel nesse período. II – As monções eram responsáveis não apenas pelo abastecimento com produtos de 1ª necessidade, mas também trazia grandes contingentes populacionais, geralmente aventureiros em busca do ouro de aluvião. III – O trajeto percorrido pelas monções, apesar da grande distância, não trazia grandes dificuldades, fazendo com os produtos fossem de fácil aquisição para toda a população local. IV – Essas monções eram constantemente atacadas por índios, Guaicurus, Caiapós e Paiaguás, fazendo com que a metrópole, através de seus representantes na região, passassem a desenvolver uma política de aproximação em relação às tribos indígenas através da prática do escambo, catequização e integração dos mesmos à nova sociedade branca. Está(ão) correto(os): a)I e II. d)I e III. b)II e III. e)I e IV. c)III e IV. I e II. II e III. III e IV. I e III. I e IV. 8 Ao se referir ao abastecimento da região mineradora de Cuiabá, nos primeiros tempos de colonização, a historiadora Elizabeth Madureira Siqueira assim se expressa: “As duas regiões mas próximas das Lavras do Sutil e responsáveis pelo seu abastecimento mais imediato foram: Rio Abaixo (hoje Santo Antônio do Leverger) e Serra Acima (hoje Chapada dos Guimarães)... Dessa forma nem só de alimentos vivia esta população...” A respeito desse contexto histórico, julgue as características, colocando V ou F: I- O primeiro trajeto fluvial percorrido pelos sertanistas para abastecer Cuiabá transformou o Rio Abaixo em importante entreposto comercial. II - De Rio Abaixo, a produção agrícola era trazida pelo rio Cuiabá até a região aurífera. III - Vestimentas, instrumentos de trabalho e escravos vinham de outras províncias por meio de tropas ou monções. IV - Os primeiros engenhos surgidos na região foram responsáveis pelo fabrico não somente do açúcar, mas também da rapadura e de aguardente. Está(ão) correto(os): a) b) c) - 12 - I , II e III. II , III e IV. III e IV. Lúmen Específicas d) e) I e III. I e IV. 9 – Sobre as causas e o momento da decadência da mineração do ouro em MT ainda no século XVIII, julgue os itens: I – Os impostos que eram cobrados pelo sistema de capitação, isto é, por cabeça, sofreram taxação substancial, momento em que foi implantado o quinto, ou seja, 20% do ouro. II – Havia pouco incentivo aos mineiros capaz de leva-los a persistirem na cata do ouro, ocasionando sua migração para outras regiões. III – O êxodo populacional de Cuiabá para outras regiões levou a metrópole a desmembrar as minas de MT da Capitania de SP, através do alvará de 1748, criando a Capitania de MT. IV – A grande quantidade de ouro extraído das minas cuiabanas serviu para enriquecer os cofres metropolitanos, entretanto, a demora da metrópole em implantar um rigoroso sistema de arrecadação dos impostos, ocasionou um acúmulo do vil metal nas mãos da sociedade mineradora local. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) I , II e III.. II , III e IV. III e IV. I e III. I e IV. 10 – Em 1748, ao criar a Capitania de MT, o rei de Portugal nomeou D. Antonio Rolim de Moura Tavares para administrá-la. Esse nobre português recebeu uma série de instruções que lhe possibilitaram, inclusive, ao chegar às margens do rio Guaporé, escolher o local onde seria estabelecida a primeira capital mato-grossense: Vila Bela da Santíssima Trindade. Sobre o assunto, julgue os itens: I- A longa distância de vila Bela da Santíssima Trindade dos centros fornecedores e o excessivo número de cachoeiras na rede fluvial elevariam o custo das mercadorias, inviabilizando o comércio monçoeiro. II - A Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, interligando Belém à Vila Bela, poderia resolver o problema de abastecimento da capital e contribuir para garantir os interesses de Portugal em relação às terras do extremo oeste da colônia. III - A proximidade com o domínio espanhol exigiu que a coroa lusitana adotasse uma política de povoamento intensivo da área fronteiriça pro meio da criação de missões jesuíticas, construção de fortes militares e doação de terras para extração de poaia e mate. IV - O abastecimento de Cuiabá, em meados do século XVIII, continuou sendo feito pelo roteiro fluvial Cuiabá-Tietê, estabelecido desde a descoberta das primeiras jazidas auríferas no rio Coxipó do Ouro, no início deste mesmo século. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) I , II e III. I, II e IV. III e IV. I e III. I e IV. 11 – São feitas as seguintes afirmações sobre Vila Bela, 1ª capital de MT, no contexto do século XVIII: I – Região dotada de péssimas condições de povoamento devido, principalmente, sua insalubridade. II – A economia local girava em torno da agricultura e do intenso comércio que era complementado pelas trocas mantidas com a Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão. III – Vila Bela, localizada na região leste da Capitania, foi construída com o objetivo de efetivação do Uti Possidetis, com o fortalecimento da fronteira. IV – Os colonos portugueses utilizaram escravos negros e índios como elementos importantes para a defesa e militarização da área de fronteira, onde geograficamente localizava-se Vila Bela. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) I , II e III. I, II e IV. III e IV. I e III. I e IV. 12 – 1º Capitão-General da Capitania de MT, indicado pelo rei D. João V, que entre outros pontos históricos importantes foi o responsável pela fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade, 1ª Capital de MT. a) b) c) d) e) Antônio Antônio Antônio Antônio Antônio Pedro da Câmara. Moura Pinto. Pires de Campos. Rolim de Moura. Paes de Barros. 13 - São feitas as seguintes afirmações sobre Vila Bela, 1ª capital de MT, no contexto do século XVIII: I – Com a instalação da Capital na região oeste de MT, formou-se o segundo núcleo urbano de expressão, cuja organização administrativa e militar abrigou os órgãos governamentais da Capitania. II – Aos moradores que ali desejassem se instalar foram dados incentivos e privilégios, isenção do - 13 - Lúmen Específicas pagamento de dízimos assim como do pagamento dos direitos de entrada. III – Tal iniciativa por parte do governo local objetivava garantir o povoamento e defesa da fronteira oeste, ocasionando um grande deslocamento populacional para a região, tornando aquela área propícia à colonização. IV – Cabia à Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão, a qual possuía monopólio exclusivo da metrópole portuguesa, conduzir para a Capital de MT, mercadorias e escravos necessários ao sustento da população. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) I, II e III. I, II e IV. III e IV. I e III. I e IV. b) c) d) e) No século XVIII os quilombos proliferaram em MT, em regiões onde existia a produção do açúcar, tais como: Cuiabá, Poconé, Chapada dos Guimarães. IV – A região guaporeana tornou-se uma região característica de quilombos em MT devido ao grande número de escravos negros para lá levados pelas monções vindas da Capitania de SP. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) I , II e III. I, II e IV. II, III e IV. I e III. I e IV. 16 – Cargo exercido pelo bandeirante Pascoal Moreira Cabral dentro do Arraial da Forquilha, fundado em 8/4/1719. 14 – Sobre os Quilombos existentes na Capitania de MT, assinale a alternativa incorreta. a) III – Os Quilombos foram característicos da região guaporeana, especialmente durante o período em que Vila Bela foi a capital de MT. Dentre as mercadorias transportadas pela Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão estavam os desejados escravos negros, pois conservar a fronteira oeste, povoando-a com senhores e escravos, constituía o princípio primeiro de garantia da mesma por Portugal. O maior Quilombo da capitania de MT foi o Quariterê, localizado na região oeste, liderado pela Rainha Teresa de Benguela e formado por várias raças. A Aldeia da Carlota era um Quilombo com fins políticos de povoamento e defesa da fronteira oeste de MT, sendo formado por índios e escravos fugitivos. No Quilombo do Piolho, por conviverem negros, crioulos e índios, os hábitos e costumes indígenas mesclados aos africanos, proporcionaram o surgimento de uma vida bastante interessante, baseado numa convivência comunitária. 15 – Sobre os Quilombos existentes em MT, durante o período colonial, são feitas as seguintes afirmações. I – A Aldeia da Carlota não foi originalmente planejada para ser um quilombo, mas uma aldeia composta por negros alforriados, criada pelo próprio governador João de Albuquerque. II – O interesse de se criar uma aldeia, no mesmo local onde existiu o destruído Quilombo do Piolho, era de se povoar a região fronteiriça a oeste, garantindo a posse de suas terras à metrópole. a) b) c) d) e) Capitão-Mor. Regente-Mor. Guarda-Mor. Provedor-Mor. Ouvidor-Mor. 17 – Capitão-General de MT indicado pela metrópole portuguesa, responsável pela fundação de vários núcleos populacionais na região no período colonial, dentre eles São Pedro Del Rey e Albuquerque, adotando o Marco do Jauru como delimitador da fronteira oeste, segundo o Tratado de Madri. a) b) c) d) e) Antônio Rolim de Moura. João Pedro da Câmara. João de Albuquerque. Luis de Albuquerque. João Carlos de Oyenhausen. 18 – Capitão-General de MT indicado pela metrópole portuguesa, responsável pela organização do Aldeia da Carlota, localizado no mesmo local do antigo Quilombo do Piolho, ou seja, na região do Guaporé, bem como pela pacificação dos índios Guaicurus. a) Antônio Rolim de Moura. b) João Pedro da Câmara. c) João de Albuquerque. d) Luis de Albuquerque. e) João Carlos de Oyenhausen. 19 - Capitão-General de MT indicado pela metrópole portuguesa, responsável pela organização de várias festas que ostentavam luxo e riqueza, e que ao mesmo tempo objetivava esconder as desigualdades sociais locais no período anterior à independência política do Brasil. a) b) c) - 14 - Antônio Rolim de Moura. João Pedro da Câmara. João de Albuquerque. Lúmen Específicas d) e) Luis de Albuquerque. João Carlos de Oyenhausen. 4. Esse movimento não se contextualiza com os movimentos sociais ocorridos durante a regência, por não possuir ideais políticos avançados, representando apenas uma briga política entre conservadores e liberais. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) 1 , 2 e 3. 2, 3 e 4. 2 e 3. 1, 3 e 4. 1, 2 e 4. 20 - Capitão-General de MT indicado pela metrópole portuguesa, responsável pela transferência dos organismos administrativos localizados em Vila Bela para a cidade de Cuiabá no ano de 1821. a) b) c) d) e) Antônio Rolim de Moura. João Pedro da Câmara. João de Albuquerque. Luis de Albuquerque. Francisco Magessi. 21 – Em relação a MT, no contexto da independência do Brasil, julgue os itens. 1 - Ocorria a mudança do eixo econômico, Vila Bela para Cuiabá, em função da decadência da mineração e da incrementação das atividades agropecuárias e comerciais. 2 - A população distribuía-se de forma heterogênea com maior concentração na região central, onde se localizava Cuiabá, principal centro urbano, embora em 1822, não fosse a capital. 3 - A disputa pela localização da capital, envolvendo Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade, na realidade colocava em campos opostos a oligarquia do norte cujo poder centrava-se em mãos dos altos funcionários, burocratas, e a oligarquia do sul com base nos latifundiários pantaneiros. 4 - As dificuldades financeiras vivenciadas na capitania que, além de periférica, passava pela diminuição da produção aurífera, foram agravadas pelos gastos excessivos de CapitãesGenerais com festas e ostentações que lhes garantiam popularidade entre a elite. Está(ão) correto(os): a) b) c) d) e) 1 , 2 e 3. 2, 3 e 4. 3 e 4. 1, 3 e 4. 1, 2 e 4. 2. 3. a) b) c) d) e) a) c) d) e) Ocorreu no período regencial, marcando a transferência do poder políticos das mãos dos liberais para os conservadores. Essa revolta teve um caráter social visto contar com a participação de várias classes da sociedade cuiabana, inclusive populares. As atitudes tomadas pelos revoltosos denota que a sociedade política da época, engajada no movimento, não possuía nenhum plano para a melhoria das condições dos mais humildes, por isso mesmo, a única mudança significativa ocasionada por esse movimento foi em nível político. Foi um movimento ocorrido no período regencial que contou com a participação de vários segmentos sociais, incluindo os populares. Teve uma conotação nacionalista uma vez que perseguições aos estrangeiros situados na região ocorreram nesse movimento. Representou uma luta entre facções políticas locais: de um lado os conservadores, de outro os liberais que contavam com o apoio das classes mais humildes. Nessa revolta de caráter social inúmeras transformações ocorreram na região em nível político, econômico e social, pois uma nova ordem foi estabelecida pelos liberais. A Rusga fez parte de um conjunto de outras revoltas ocorridas no mesmo período, como por exemplo a Balaiada, também de forte conotação social. 24 - Fato que marca a inserção de MT na fase do capitalismo industrial: b) 22 – Julgue os itens sobre a Rusga e assinale: 1. 23 – Assinale a alternativa incorreta a respeito da Rusga. O término da Guerra do Paraguai e a reabertura do estuário do prata. A importação das primeiras usinas de açúcar instaladas nas margens do rio Cuiabá. O aumento das exportações de produtos manufaturados de MT para outros países. A chegada da energia elétrica na região cuiabana durante o governo de D. Aquino. O apoio financeiro dado pela Inglaterra para MT ingressar na Nova Ordem Econômica Mundial. 25 - Doença que se alastrou em nossa região que matou boa parte da população cuiabana durante a Guerra do Paraguai. a) b) c) d) e) - 15 - Peste Bubônica. Difteria. Varíola. Febre Tifóide. Malaria. Lúmen Específicas 26 – Tratado firmado entre Portugal e Espanha, redefinindo suas posses coloniais na América, incluindo a área territorial do atual Estado de MT. b) c) a) b) c) d) e) Tordesilhas. Badajós. Santo Ildefonso. Madri. Maastricht. d) e) 27 – Em 1726, governava a capitania de SP Rodrigo César de Meneses, fidalgo português que, sabendo das notícias das minas cuiabanas, resolveu transferir residência para o Arraial com o objetivo de: a) b) c) d) e) Enriquecimento rápido a exemplo dos demais mineradores. Cobrar mais impostos sobre a extração do ouro de aluvião. Controlar os colonos aqui estabelecidos, evitando possíveis revoltas. Proibir o aprisionamento de índios, garantindo os lucros de Portugal com a venda apenas de escravos africanos. Transferir a sede da Capitania de SP para Cuiabá. 32 – Após a anulação do Tratado de Madri, Portugal se empenhou para que a nova discussão diplomática lhe garantisse op êxito nas negociações. O novo pacto de limites ratificava o Tratado de Madri, o que se refere à raiz oeste da colônia. Mais três núcleos de povoamento foram criados nas fronteiras de MT: Albuquerque (1778), Vila Maria (1778) e Cassalvasco (1783). A fundação desses núcleos teve por finalidade: a) b) 28 – A residência dos capitães-generais, governaram MT no período colonial, foi: a) b) c) d) e) que c) São Luis de Cáceres. Cuiabá. Corumbá. Vila Rica. Vila Bela da Santíssima Trindade. d) e) 29 – Podemos afirmar que a Rusga foi um movimento tipicamente: a) b) c) d) e) Regencial de pouca abrangência social. De caráter revolucionário e Liberal. De caráter Constitucional e Republicano. De caráter Republicano e Conservador. De abrangência nacional e xenófobo. 30 – O Tratado Provisório de Amizade Comércio e Navegação assinado entre o Brasil e o Paraguai em 1856, permitia: a) b) c) d) e) O livre comércio entre os dois países. A tomada de parte do território do Paraguai. A navegação pelo rio Paraguai. A prisão do ditador Solano Lopez. A aliança entre os dois países contra a Tríplice Aliança. 31 – Assinale a alternativa incorreta. a) Os funcionários da Coroa faziam parte camada privilegiada da sociedade de MT. da Os comerciantes realizavam o comércio entre as diversas áreas da Colônia: São Paulo e Rio de Janeiro. Em Mato Grosso era realizado principalmente pela Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão. Os lucros conseguidos na área da mineração ficavam na Capitania, favorecendo a elite local. Era substancial o número da população pobre, a qual vivia da pequena lavoura de subsistência ou ainda se dedicava à “faiscagem” do ouro nos rios. Consolidar áreas ocupadas pelos portugueses à Espanha. Transformar MT no antemural do Brasil, apto não só a defender os domínios portugueses na América mas também amplia-los. Criar núcleos que possibilitassem maior segurança à população dos ataques dos índios e por vezes dos espanhóis. Um caráter meramente fiscalizador, pois o contrabando da prata era intenso na região. A instalação de novos núcleos, como conseqüência da incapacidade dos espanhóis em ocupar toda a sua área. 33 – Governador que elevou Cuiabá à categoria de Vila Real, aumentou os quintos e as taxas tributárias referentes às passagens pelos rios. a) b) c) d) e) Manoel Carlos de Meneses. Pedro de Toledo. Antonio Rolim de Moura. Rodrigo César de Meneses. Luis de Albuquerque Melo Pereira e Cáceres. 34 – O aglomerado urbano, que se instalou em 1778 no governo de Luis de Albuquerque, sob o nome de Vila Maria, hoje é conhecido como: a) b) c) d) e) Poconé. Dourados. Cáceres. Chapada dos Guimarães. Corumbá. 35 – Assinale a alternativa incorreta com relação à vila Bela da Santíssima Trindade. - 16 - Lúmen Específicas a) b) c) d) e) Antônio Rolim de Moura foi nomeado governador de MT, com a função de escolher o local para ser construída a capital. Para a ocupação da região, o governador determinou a isenção do pagamento dos dízimos e entradas e suspendeu as dívidas para com a Coroa, por determinado tempo. O local escolhido para ser construída a capital era saudável e de clima ameno. O abastecimento da capital era feito pela Companhia de Comércio do Grão-Pará e maranhão. O roteiro seguido pela Companhia de Comércio do Grão-Pará e maranhão passava pelos rios Amazonas, Madeira e Guaporé. 36 – sobre a transferência da capital de Vila Bela para Cuiabá, avalie os itens: 1– A transferência deu-se no contexto da independência do Brasil, momento em que a elite brasileira tinha interesse pelo controle econômico e político do país. 2 – A situação da Capitania de MT, às vésperas da independência, caracterizava-se pela mudança do eixo-econômico, pois, com a decadência da mineração, os interesses se voltavam para as atividades agropecuárias e para o incremento do comércio. 3 – A região oeste de MT era a mais povoada por estar localizada ali a capital; portanto, a situação econômica dessa região era mais importante que das outras regiões de MT. 4 - A elite cuiabana não tinha interesse em manter a capital em Cuiabá; mesmo assim, o governador João Carlos de Oyenhausen e Francisco Magessi fixaram a residência de seus governos em Cuiabá. Está(ão) correto(s). a) b) c) d) e) 1, 3 e 4. 1 e 2. 1, 2 e 4. 1, 3 e 4. 2 e 4. 37 – Julgue os itens abaixo com relação à cana-deaçúcar em MT. 1 – A produção foi significativa para a exportação. 2 – dentre as dificuldades encontradas para o desenvolvimento da cana-de-açúcar, podemos mencionar a precariedade dos meios de transporte e a falta de tecnologia. 3 – A maior usina existente em MT foi a do Itaici, às margens do rio Cuiabá, de propriedade de Totó Paes. 4 - Com a reabertura da navegação pelo rio Paraguai ocorre a modernização e a proliferação dos engenhos na região de Rio Abaixo. 5 – O regime de trabalho utilizado nas usinas caracterizava-se por uma grande exploração da mão-de-obra; o trabalhador, além de cumprir longas jornadas de trabalho, consumia todo o seu salário no armazém da própria usina. Está(ão) correto(s). a) b) c) d) e) 1, 3 e 4. 1, 2 e 3. 1, 2 e 4. 2, 3 e 5. 2 , 3 e 4. 38 – Sobre as atividades econômicas desenvolvidas em MT no decorrer do século XIX e XX, analise os itens abaixo. 1 – A mão-de-obra utilizada na extração e beneficiamento do látex era a gaúcha. 2 – Na região do AC e MT surgiram várias indústrias que usavam o látex como matéria-prima. 3 – A mão-de-obra empregada na pecuária era composta principalmente de homens livres e assalariados, ficando os escravos reservados para as tarefas mais específicas. 4 – A extração da poaia ocorria no período das chuvas e foi importante para o desenvolvimento econômico da região mato-grossense. Está(ão) correto(s). a) b) c) d) e) 2 1 1 2 3 e e e e e 3. 2. 4. 4. 4. 39 – Sobre as ferrovias em MT, julgue os itens. 1 – em 1871, surge a Railway Co. Ltda., empresa que irá ser a grande responsável pela construção da ferrovia Madeira-Mamoré. 2 – Vários trabalhadores foram contratados para a construção da Madeira-Mamoré, oriundos de várias regiões do mundo. 3 – Os trabalhadores da Madeira-Mamoré, responsáveis pelo sua construção, morreram vitimados pelas doenças tropicais e pelas péssimas condições de moradia e alimentação. 4 – A Noroeste do Brasil é uma ferrovia que liga MT ao RS. 5 – Com a construção da Noroeste do Brasil, ocorreu a decadência comercial de Cuiabá e Campo Grande e o desenvolvimento da cidade de Corumbá. Está(ão) correto(s). a) b) c) d) e) - 17 - 1, 1, 1, 1, 2, 3 2 2 3 3 e e e e e 4. 3. 4. 5. 4. Lúmen Específicas 40 - Foram conseqüências trazidas para MT com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. 1 - A intensificação do fluxo comercial com a região sudeste. 2 - O surgimento de varias industrias de carne em MT (as charqueadas) 3 – A mudança do eixo comercial de CorumbáCuiaba para Campo Grande-Cuiaba. 4 - O auxilio no transporte do gado matogrossense para engorda e abate na região sudeste. 5 - A desvalorização das terras e produtos produzidos em MT devido a concorrência dos produtos trazidos da região sudeste. Esta (ao) correta(s). d) e) 44 - Foram características da produção açucareira dos engenhos em MT, EXCETO: a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) 1, 2, 3 e 4. 1, 3, 4 e 5. 1, 2, 4 e 5 1, 4 e 5. Todas. 41 Mão-de-obra utilizada matogrossense mo período colonial: a) b) c) d) e) na pecuária Produção baseada na mão-de-obra escrava e voltada para o consumo interno. Garantia a produção do açúcar e aguardente para abastecer as minas cuiabanas. Era produzida em grandes latifúndios, utilizando mão-de-obra escrava e produzia apenas a canade-açúcar. Os engenhos matogrossenses localizavam-se às margens do rio Cuiabá devido a fertilidade das margens. A produção dos engenhos era baixa, resumindose basicamente na produção do açúcar e da aguardente. 45 – Dentro do processo de construção das Linhas Telegráficas por Rondon, constitui-se na principal influencia e mola propulsora para a execução da mesma. a) b) c) d) Escrava. Indígena. Assalariada. Paraguaia. Vaqueiros. 3, 5, 1, 4 e 2. 1, 3, 4, 5 e 2 e) Idéia do primitivismo dos índios brasileiros. A política salvacionista desenvolvida pelo SPI. As idéias positivistas de Comte. A integração das áreas desenvolvidas ao MT e AM. A proteção das terras indígenas. 42 - A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré está ligada a qual ciclo econômico desenvolvido em MT? 46 - Foram conseqüências trazidas para MT com a chamada Marcha para o Oeste, EXCETO. a) b) c) d) e) a) Pecuária. Borracha. Poaia. Erva-Mate. Açúcar. b) 43 - Associe as colunas abaixo de forma correta: 1 2 3 4 5 - c) Camaradas. Paraguaios. Nordestinos. E.F. Noroeste do Brasil. Argentina. d) e) ( ) ( ( ( ( a) b) c) Mão-de-obra utilizada na extração da borracha no Ac, Am e MT. ) Mercado consumidor da erva-mate matogrossense. ) Mão-de-obra utilizada nas usinas de MT. ) Mão-de-obra utilizada na extração da ervamate em MT. ) Relativo ao ciclo da Pecuária em MT. 3, 5, 1, 2 e 4. 3, 4, 2, 1 e 4. 3, 1, 2, 5 e 4. A multiplicação de grandes propriedades e uma estrutura agrária concentrada em mãos de minorias. O aparecimento de posseiros na região que invadiam as propriedades com o intuito de obter a sobrevivência e o usucapião. Aparecimento dos Beliches de Terras que garantiam o aumento da produção pois eram incentivadas pelas Colônias Agrícolas Federais. A especulação imobiliária das terras o que favorecia sua valorização. O aumento do desemprego rural com a multiplicação de latifúndios que absorvia pouca mão-de-obra. 47 - Na década de 70 efetivou-se a divisão do Estado de MT através da Lei complementar nª 31 de 1977. Nessa época o profª Rubão já contava com seus 25 anos de juventude. O Prof. Rubão que participou ativamente das manifestações em pró da divisão do estado de MT naquele período pertenceu a qual grupamento político? a) b) c) - 18 - Liga por MT Unido. Liga Norte-Matogrossense. Liga pelo Unionismo. Lúmen Específicas d) e) Liga Sul-Matogrossense. Liga Dividir para Multiplicar. de ouro da América, situado na região central de Cuiabá. 48 - A partir da década de 70 MT tornou-se num paraíso para as colonizadoras particulares. Sobre o assunto julgue os itens e assinale a alternativa correta abaixo: I- Através do PIN o governo Federal criou múltiplos incentivos, como a construção de infra-estrutura na região Centro-Oeste, o que favoreceu os interesses desses grupos nacionais que passaram a adquirir terras na região. II - Essas colonizadoras encontraram relativas facilidades na região como crédito e financiamento pelos órgãos federais criados pelo governo Médici, como a SUDAM e SUDECO. III - Uma das colonizadoras pioneiras do estado de MT foi SINOP, que como as demais que passaram a existir em MT, trataram de colocar em prática um desenvolvimento sustentável, empregando seu valioso capital em empresas agrícolas e pecuárias que absorvem grande quantidade de mão-de-obra. IV - Nesse processo recente de colonização do Estado de MT, o governo Federal desenvolveu e auxiliou projetos de assentamento de pequenos proprietários rurais nas regiões Norte e CentroOeste, fato que podemos observar no não surgimento de nenhum conflito rural na nossa região, ocorrendo mais comumente na região sudeste onde há maior concentração de terras e formação de latifúndios. a) b) c) d) e) Todas são corretas. Apenas a III e IV são corretas. Apenas a I e II são incorretas. Apenas a III e IV são incorretas. Apenas a IV é incorreta. 49 – Assinale a alternativa incorreta: a) b) c) d) e) O Ouro de aluvião foi a grande riqueza regional que ocasionou o início da colonização de MT, no início do século XVIII. Foi a bandeira de pascoal Moreira Cabral, vinda da Capitania de SP, a responsável pelo aprisionamento dos índios Coxiponés locais e o descobrimento casual do ouro de aluvião às margens do rio Coxipó. Pascoal Moreira Cabral foi o primeiro administrador do arraial da Forquilha, com o cargo de Guarda Mor-Regente, diretamente indicado pela Metrópole Portuguesa. Os impostos cobrados nas minas cuiabanas, no início da mineração na região, era através da capitação, variando de acordo com a quantidade de trabalhadores livres e escravos existentes nas minas. O paulista Miguel Sutil foi o responsável pelo descobrimento das Lavras do Sutil, maior mina 50 – Foram características da mineração em MT, no período colonial, exceto: a) b) c) d) e) Ouro de Aluvião. Predominância da mão-de-obra escrava negra. Baixos investimentos nessa atividade visto o ouro ser de aluvião. Utilização de técnicas e ferramentas avançadas para se extrair o ouro do solo da região. Atividade econômica passageira e efêmera, visto o ouro se esgotar muito rapidamente. 51 - A respeito do regime republicano implantado no Brasil em 1889, julgue os itens e assinale a alternativa correta I- Do ponto de vista político, o novo regime não significou uma transformação profunda, especialmente ma perspectiva da população rural. II - A primeira Constituição republicana (1891), ao garantir o federalismo, liberou as elites regionais das limitações impostas pela centralização monárquica, nesse sentido a “política dos governadores” de Campos Sales consagrou o princípio da independência das oligarquias frente ao poder central. III - Os mato-grossenses, a exemplo do que aconteceu com a maioria dos brasileiros, ficaram surpresos com a proclamação da República, embora as idéias republicanas já fossem veiculadas, no mínimo, desde a Rusga, em 1834. IV - A necessidade de garantir para os grandes proprietários rurais sua influência política foi resolvida com a adoção de uma política populista em que o governo central garantia o atendimento das reivindicações da classe trabalhadora em troca de apoio eleitoral. Está(ão) correto(s). a) b) c) d) e) I, III e IV. I, II e III. I, e IV. II e IV. II, III e IV. 52 - (UFMT-2003) – Entre os projetos propostos por Getúlio Vargas durante sua administração, de 1930 à 1945, encontra-se a Marcha para o Oeste. Em relação a esse projeto, julgue os itens. a) b) c) - 19 - A ocupação e a colonização da Amazônia Legal por meio da reforma agrária eram propostas desse projeto. Um importante objetivo era transformar o território brasileiro em um bloco homogêneo. Pretendia garantir a modernização do país com um agressivo plano de estímulo à Lúmen Específicas d) industrialização nos estados mais distantes da capital federal. A expedição Roosevelt, financiada com capital multinacional, demonstrou a ambigüidade do projeto. 53 - Assinale a alternativas incorreta sobre o contexto da participação de MT na Guerra do Paraguai: a) b) c) d) e) Cuiabá, atacada intensamente pelos paraguaios, foi defendida pela Companhia dos Voluntários Cuiabanos, localizada no Morro do Melgaço, próximo à cidade de Santo Antônio. O comando da Companhia dos Voluntários da Pátria coube a Augusto Leverger. Cuiabá sofreu, entre outros problemas durante a Guerra do Paraguai, com a doença conhecida como varíola, que vitimou parcela da população cuiabana. O conflito da Retomada de Corumbá, ocorreu em solo matogrossense e contou com a participação dos cuiabanos nesse combate. Durante os conflitos em MT, a região viu surgir vários quilombos formados, principalmente, por escravos fugitivos da Guerra. 54 - Foram objetivos da política adotada por Rondon em relação à questão indígena: 1 - Desenvolvimento de uma idéia fixa que o elemento índio não era um ser civilizado. 2 - Integração dos índios, em pé de igualdade, à sociedade branca. 3 - Utilização dos índios como mão-de-obra na construção das linhas telegráficas interligando MT ao AM. 4 - Buscar o apoio do Governo Federal e da sociedade brasileira em relação da necessidade de o Estado desenvolver uma política de educação dos índios. Fato este consolidado com a criação do SPI, órgão governamental que colocou em prática todos os objetivos de Rondon em relação à questão indígena brasileira. Está(ão) correta(s): a) b) c) d) e) - 20 - 1, 2 e 4. 1, 3 e 4. 2, 3 e 4. 1, 2 e 3. Todas as afirmativas.
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