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MAIO 2010 NEWSLETTER Nº3 EDIÇÃO: SECÇÃO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS – AAC AUTORES: Igor Pereira, Rui Claro, Mariana Venceslau, Maria Graciete. PAGINAÇÃO: Inês Lopes. Distribuição Gratuita DESTAQUES Crise política: Nova onda de protestos políticos na Tailândia A Crise Tailandesa: Como e Porquê? Imigração: Obama diz que a lei “está mal concebida” Lei de Imigração no Arizona promove uma discriminação Violência Doméstica: 16 mortes em 2009 Um problema que parece não querer parar de crescer W W W . D I R E I TO S H U M A N O S A AC . O R G NEWSLETTER Nº3 MAIO 2010 HOMENAGEM: DIA INTERNACIONAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA Este dia é a homenagem ao trabalho para nós essencial de denúncia às violações dos direitos humanos, levado a cabo por todos os jornalistas, fotojornalistas e a todos aqueles que os auxiliam na sua actividade. O elenco de todas as situações cobertas seria exaustivo e é infelizmente actualizado diariamente, do repórter de guerra ao jornalista que denúncia os abusos sexuais de determinada instituição, realizam um papel crucial na sensibilização da opinião pública dos diversos problemas que afectam a sociedade, e cabe a esse público não cair na tão na moda tentação de fechar os olhos às situações denunciadas. Jornalistas são silenciados, censurados, presos e assassinados; de acordo com a o Committee to Protect Journalists em 2009 foram mortos 68 jornalistas na realização da sua actividade, números trágicos que infelizmente representaram um aumento em relação a anos anteriores. A SDDH presta a homenagem devida a todo trabalho realizado sem o qual não seria possível fazer o nosso. Igor Pereira Repórter de Guerra como presioneiro LEI DE IMIGRAÇÃO NO ARIZONA PROMOVE UMA DISCRIMINAÇÃO A 23 de Abril de 2010 foi assinada pela governadora republicana do Arizona, Jan Brewer, uma nova lei sobre a imigração que visa, essencialmente, diminuir o fluxo de imigrantes ilegais, nomeadamente os imigrantes da América Latina. A nova lei confere um novo estatuto a estes imigrantes que passam a serem apelidados de criminosos. Contudo, a verdade é que os latino-americanos foram essenciais para o crescimento económico dos Estados Unidos da América, inclusive para o do Estado do Arizona. Os seus antepassados foram bem recebidos quando o seu contributo era importante para a construção e desenvolvimento do Arizona, por isso parece agora injusto que se tomem medidas como estas, onde se permite e se incentiva a polícia a prender, interrogar e exigir os documentos a pessoas que sejam suspeitas de serem imigrantes ilegais, mesmo sem provas concretas de ilegalidade. Estas medidades remetem-nos para uma verdadeira “caça às bruxas” visto que a perseguição passa a ser feita em função da raça, sotaque e traços faciais. Sobre uma lei que tem gerado muita controvérsia e que tem sido objecto de várias críticas, o Presidente Obama já manifestou a sua indignação. Alegou que a lei, do seu ponto de vista, “está mal concebida”, visto que, pode levar a que americanos de origem hispânica possam ser interpelados pela polícia sem qualquer necessidade. Muitas pessoas têm defendido a inconstitucionalidade desta lei por ser favorável à discriminação racial e também a ONU já se pronunciou, manifestando as suas dúvidas sobre a conformidade desta lei com os tratados internacionais sobre direitos humanos, uma vez que são as minorias indígenas e Manifestção contra a nova lei da Imigração no Arizona os imigrantes que ficam prejudicados coma mesma, podendo ser expostos a tratamentos discriminatórios. Há mesmo quem compare a supracitada lei ao regime nazista, por esta defender uma política de separação racial e cultural similar há que já existiu em 1939. Afinal de contas, os cidadãos de Arizona podem ser importunados pela polícia devido à cor da sua pele ou por e simplesmente terem traços hispânicos. Por fim, percebe-se a preocupação do Estado do Arizona em querer controlar melhor as suas fronteiras e diminuir as taxas de criminalidade, mas questiona-se se não existirão outras medidas menos prejudiciais que tenham o mesmo efeito sem atentarem contra a Constituição e direitos fundamentais dos habitantes do Arizona. Maria Graciete MAIO 2010 NEWSLETTER Nº3 A CRISE TAILANDESA A nova onda de protestos políticos na Tailândia é a segunda em cinco meses. O país, que vive numa monarquia parlamentarista, sofreu um golpe militar em 2006, que derrubou o então primeiro -ministro Thaksin Shinawatra, da União da Democracia contra a Ditadura (UDD). Desde então, partidários e opositores do ex-primeiro-ministro têm vindo a travar uma dura batalha política sobre quem deverá liderar o país. Em Dezembro de 2008, o líder do Partido Democrata, Abhisit Vejjajiva, foi eleito primeiro-ministro, mas sua eleição não pôs fim à crise, como muitos esperavam. Actualmente, impõe-se esclarecer e contextualizar os motivos que estão na origem desta “crise”, para que assim se compreendam melhor os mais recentes desenvolvimentos. Quem são os pró-Thaksin? Thaksin continua a ser apoiado por tailandeses mais pobres das zonas rurais, que foram beneficiados com as políticas populistas implementadas durante os cinco anos do seu governo, tendo o seu governo, desta forma, gerado grande simpatia e apoio junto destas populações rurais. O principal movimento pró-Thaksin é a UDD. Os seus apoiantes têm sido vulgarmente apelidados de “camisas vermelhas”. A UDD afirma que o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva chegou ao poder de forma ilegal, e acusa -o de ser controlado pelos militares tailandeses. A UDD pede assim a renúncia de Abhisit e a convocação de novas eleições. No dia 11 de Abril, forçaram o cancelamento de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), invadindo um centro de conferências no Resort de Pattaya, no litoral tailandês. No dia seguinte, invadiram o prédio do Ministério do Interior e bloquearam estradas em Bangcoque. As tácticas do grupo pró-Thaksin são semelhantes às usadas por manifestantes anti-Thaksin no ano passado, que acabaram por provocar a saída do primeiro-ministro à época. Quem são os anti-Thaksin? Os opositores a Thaksin formam o PAD (People´s Alliance for Democracy) e são denominados por “camisas amarelas”, em homenagem à monarquia tailandesa. Uma das acusações dos manifestantes é a de que Thaksin não é leal ao rei tailandês. O PAD é formado por partidários da monarquia, empresários e pessoas da classe média urbana. O movimento é liderado pelo empresário do sector de comunicação Sondhi Limthongkul e pelo ex-general Chamlong Srimuang, que é aliado próximo do general Prem Tinsulanonda, assessor especial do rei tailandês. O PAD acusa Thaksin de corrupção e nepotismo durante o seu governo. Em 2008, os manifestantes do PAD protestaram contra o Partido do Poder do Povo (PPP), que era visto uma continuação do partido de Thaksin, que tinha sido banido. Durante os protestos, o palácio do governo foi tomado durante três meses. O principal aeroporto de Bangcoque ficou paralisado por uma semana, o que veio a afectar seriamente o turismo tailandês. Os manifestantes anti-Thaksin lideraram movimentos considerados centrais no derrube de dois primeiros-ministros: Samak Sundaravej e Somchai Wongsawat, que é cunhado de Thaksin. Como Abhisit chegou ao poder? Durante os protestos ocorridos em Dezembro de 2008, a Corte Constitucional da Tailândia condenou o partido PPP, dos aliados de Thaksin, por fraude eleitoral. Os líderes do partido foram banidos da vida política do país por um prazo de 5 anos. A condenação levou a um novo impasse entre as forças políticas tailandesas. No entanto, um pequeno grupo de parlamentares pró-Thaksin mudou de facção e passou a apoiar o Partido Democrata. Isso fez com que o líder do Partido Democrata, Abhisit Vejjajiva, formasse um novo governo e se tornasse primeiroministro, sem a necessidade de convocar eleições gerais. O Partido Democrata não se encontra aliado (oficialmente) a qualquer dos grupos de manifestantes, mas, no passado, alguns integrantes do movimento anti-Thaksin (PAD) fizeram parte do partido. Onde pára Thaksin? Thaksin diz-se um cidadão do mundo, viajando bastante. Caso ele regresse à Tailândia, este correrá o sério risco de ser preso, pois foi condenado a 2 anos de prisão por corrupção. Rui Claro UM PROBLEMA QUE PARECE NÃO QUERER PARAR DE CRESCER Com a publicação do relatório da Direcção-Geral de Administração Interna, a violência doméstica, que se caracteriza por ser praticada no âmbito de relações familiares e que se manifesta tanto na forma física como psicológica, ganha um novo siginificado. Este problema, com origens variadas, independentemente dos factores sociais, económicos e etários, matou 16 pessoas no ano passado em Portugal, mais 6 do que em 2008. O Instituto Nacional de Medicina Legal registou também um aumento sensível do número de incidências de violência intra–familiar, que inclui violência conjugal, violência sobre crianças e idosos. Este contínuo desrespeito pela integridade física nega a autonomia das vítimas, enquanto seres humanos dotados de dignidade própria, afecta não só as próprias relações familiares, pois a família é tida como o alicerce de toda a estrutura das relações humanas, mas obriga-nos, também, a repensar no nosso papel numa sociedade em que a dor silenciosa das vítimas nos rodeia. “Pôr um travão” a este crescimento requer uma atenção especial por parte das autoridades, que têm uma função de garantia da segurança e protecção. Mariana Venceslau “(...)manifesta tanto na forma física como psicológica” NEWSLETTER Nº3 ACTIVIDADES COLABORAÇÕES/ PARCERIAS Realiza-se pela primeira vez em Coimbra uma marcha simbólica alusiva ao Dia Mundial contra a Homofobia e Transfobia no dia 17 de Maio, segunda-feira, apartir das 16.30h. Organizada pela associação de defesa dos direitos sexuais Não te Prives, esta iniciativa conta ainda com uma actividade inserida na campanha internacional “Beijaço contra a Homo/Transfobia” e tem como objectivo juntar a comunidade coimbrã, alertando-a para este problema social. A SDDH/AAC junta-se à marcha e convida-te a ir também! JÁ OUVISTE? Se queres saber mais sobre os Direitos Humanos, ficar actualizado semanalmente acerca do trabalho desenvolvido pela Secção e ouvires os seus membros, sintoniza-te com a Rádio Universitária de Coimbra todas as quinta-feiras das 9h às 10h e ouve o programa Alvorada. Ficamos à tua espera! CONTACTOS Morada: Associação Académica de Coimbra Rua Padre António Vieira 4º Piso – sala 13 3000 Coimbra Telefone: 239410445/916308979 Email: [email protected]
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