Newsletter 46/2015

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Newsletter 46/2015
Newsletter
25 de Novembro de 2015
QUALICORP DISCUTE SOLUÇÕES PARA A SAÚDE SUPLEMENTAR EM
ENCONTRO COM JOVENS EXECUTIVOS E JOVENS EMPREENDEDORES
MAXPRESS - 24/11/2015
Mauricio Ceschin, médico e diretor-presidente da Qualicorp, e Drauzio Varella, médico e cancerologista, abordam os desafios
da saúde suplementar durante o Mentoring Lide Futuro, do Grupo Lide.
A Qualicorp participa, amanhã, do encontro com jovens executivos e jovens empreendedores que abordará os problemas e
desafios do sistema de saúde suplementar no Brasil. O objetivo do evento é compartilhar as experiências dos profissionais
em saúde, além de analisar o setor sob o ponto de vista dos cidadãos, sejam eles pacientes ou médicos.
O diretor-presidente da Qualicorp, médico clínico e gastroenterologista, Mauricio Ceschin, é um dos convidados. Ao lado do
também médico e cancerologista, Drauzio Varella, os especialistas devem apresentar alternativas para manter a
sustentabilidade do setor de saúde suplementar nos próximos anos.
Drauzio, que foi um dos pioneiros no tratamento da AIDS, e Maurício Ceschin, que tem atuação destacada nos setores
público e privado na saúde suplementar, lançaram no início deste ano o livro “A Saúde dos Planos de Saúde”. Ambos
concordam com a necessidade de um choque de gestão no setor, eliminando desperdícios e revendo modelos de
remuneração e de controle, além de priorizar a promoção da saúde e não somente o atendimento à doença.
“Existem motivos para críticas, mas a saúde suplementar foi e continua sendo fundamental para a expansão da medicina de
ponta no País. É preciso reconhecer que há problemas importantes, e o setor precisa enfrentá-los”, sugere Ceschin.
Drauzio, por sua vez, defende a necessidade de readequar o sistema de atendimento médico ao novo perfil demográfico e
epidemiológico da sociedade. “Essas mudanças exigem investimento em prevenção, além de chamar a atenção para a
responsabilidade que o indivíduo deve ter com sua própria saúde”, avalia.
Sobre a Qualicorp
O Grupo Qualicorp é líder nacional na comercialização e administração de planos de saúde coletivos e serviços em saúde.
Fundado em 1997, atua em nível nacional, possui 2.700 colaboradores diretos e representa 5,2 milhões de beneficiários,
considerando-se todos os seus segmentos de atuação. A companhia abriu seu capital em junho de 2011. Atualmente, detém
mais de 3.500 investidores nacionais e internacionais e mantém na Bovespa o nível “Novo Mercado”.
UNIMED NORDESTE-RS PROMOVE FÓRUM PARA DISCUTIR A SAÚDE
SUPLEMENTAR
EASYCOOP - 24/11/2015
A formação do preço e os impactos na construção de um plano de saúde, as coberturas e o rol de procedimentos foram o
mote de um evento promovido pela Unimed Nordeste-RS quarta-feira à noite (18), no hotel Intercity, em Caxias do Sul.
O Fórum de Discussão sobre a Saúde Suplementar teve como painelistas atuários e membros do Judiciário, da Defensoria
Pública, do Ministério Público, da assessoria jurídica da Unimed Federação/RS, do Comitê Executivo do Fórum Nacional do
Judiciário para a Saúde e da área de produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Na plateia, a presença de
advogados, médicos e profissionais ligados à administração não apenas da Unimed Nordeste-RS, mas também de outras
operadoras de saúde que atuam na região, como o Círculo Operadora Integrada de Saúde e o Fátima Saúde, e da
Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge).
“No Brasil, mais de 52 milhões de pessoas se valem da saúde suplementar. Aqui na nossa região, proporcionalmente à
população, a adesão é ainda maior: 67,1% dos habitantes da Serra têm um dos planos de saúde aqui representados”, disse
o presidente da Unimed, Dr. Carlos Castellano Silveira, em seu discurso de acolhida.
Atuário e perito judicial nos Estados da região Sul, José Antônio Lumertz foi o mediador do primeiro debate, intitulado
“Formação do preço e os impactos na construção de um plano de saúde”. Ele apresentou, entre outras ideias, os princípios
do orçamento e da fixação dos preços de um plano que garantam a saúde financeira da operadora, a fim de que esta, por
sua vez, tenha estrutura para conferir assistência médica quando houver necessidade.
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Também graduada em Ciências Atuariais, Daniele Rodrigues Campos, diretora de produtos da ANS, seguiu a mesma linha
de pensamento: “Em um plano de saúde, o são subsidia o doente. E o jovem, o velho”, explicou ela. Dessa forma, a partir
de uma conta que leva em consideração uma série de outros fatores, claro, vão sendo fixados os preços, mas sempre sob o
olhar da agência reguladora do Governo. O controle, disse Daniele, existe para inibir o preço baixo demais, predatório
(artifício usado para tirar clientes da concorrência): se o valor cobrado mensalmente não cobre as despesas do plano, correse o risco de, mais adiante, não haver estrutura para oferecer atendimento quando o cliente mais precisar – e, sem
atendimento, o paciente acaba recorrendo ao Sistema Judiciário.
Para falar justamente sobre o impacto das decisões judiciais nas questões econômicas das operadoras dos planos de saúde,
Dr. Marco Tulio De Rose, assessor jurídico da Unimed Federação/RS, mostrou a necessidade de a Economia e o Direito
convergirem ainda mais, “sob pena de criarem-se colapsos agudos na funcionalidade do Jurídico sobre o Econômico”. E, é
sabido, o que não se resolve no âmbito das regulações da ANS escorre para o Judiciário em demandas individuais. “Trata-se
do individual, e não do coletivo, e a preocupação tinha de ser com o coletivo”, frisou Dr. Silvio Viezzer, juiz de Direito e
diretor do Fórum da Comarca de Caxias do Sul. “A preocupação do Judiciário é com o atendimento ao cidadão: não temos
como passar pela análise do custo”, disse.
Mas por que essas demandas vão parar no Judiciário?
“Porque há falhas no governo e no sistema como um todo, um quadro de colapso na saúde pública. Não há um
cumprimento da obrigação do Governo – e talvez quem busca a saúde suplementar não tenha acesso ao custo dela”,
respondeu Dr. Viezzer.
Na segunda parte do evento, o assunto foram as coberturas e o rol de procedimentos, com mediação do assessor jurídico
da Unimed Federação/RS Dr. Paulo Martins, que explicou o que é o rol e como ele se apresenta – lembrando que muitas
vezes as decisões judiciais fazem com que as operadoras cubram atendimentos que vão além do rol de procedimentos. Sua
colega de mesa, Dra. Letícia Ana Basso, defensora pública, seguiu o raciocínio, porém, mostrando o lado do beneficiário.
“Vejo o que diz a Lei [a ANS], a jurisprudência, mas também o que diz o médico assistente da pessoa que nos procura”,
ponderou. “Se o médico assistente, que é quem conhece o quadro do paciente e quem tem o conhecimento árido, diz que
[determinada conduta] é a melhor prescrição para o paciente, é difícil que algum operador do Direito contrarie o médico”,
complementou ela, ao afirmar que a busca da Defensoria Pública é primordialmente pelo não judicial, “pois, no longo prazo,
a judicialização não é resolução para ninguém, nem para o beneficiário, nem para a operadora”.
Na sequência, a promotora de Justiça Dra. Janaína de Carli dos Santos foi didática: explicou o que é o Ministério Público,
instituição fiscalizadora das leis e defensora da sociedade, e apresentou uma série de exemplos de atuação da instituição
por ela representada no evento.
Último palestrante, Dr. Paulo de Oliveira Webster, médico anestesiologista e membro do Comitê Executivo do Fórum
Nacional do Judiciário para a Saúde, disse que a cobertura do rol não é determinada pela lista em si, já que as decisões
judiciais muitas vezes vão além do que nele está descrito, e sim pelo fato de o procedimento ter ou não uma indicação
técnica adequada. “Mas vejo que todas as instituições reguladas estão trabalhando de boa-fé”, finalizou.
APOSENTADA POR INVALIDEZ TEM DIREITO A CONTINUAR NO PLANO
TRT-3/CONSULTOR JURÍDICO - 24/11/2015
A aposentadoria por invalidez interrompe algumas das obrigações do empregador no contrato de trabalho, mas não a
necessidade de pagar o plano de saúde do empregado. Foi esse o entendimento do juiz Agnaldo Amado Filho, da Vara do
Trabalho de Caxambu (MG), ao condenar a Caixa Econômica Federal a restabelecer todos os benefícios do plano de saúde
que a empregada tinha antes da aposentadoria.
No caso, apesar de estar aposentada por invalidez desde setembro de 2003, a empregada foi, posteriormente, excluída do
plano de saúde empresarial. Mas, como lembrou o julgador, a aposentadoria por invalidez é causa suspensiva e não
extintiva do contrato de trabalho (artigo 475 da CLT). Logo, suspenso o contrato de trabalho, ainda subsiste a relação de
emprego.
Dessa forma, segundo o magistrado, a cobertura do plano de saúde não poderia ser suprimida de forma unilateral
justamente quando a assistência médica se tornaria indispensável para a trabalhadora aposentada.
"A reclamada não poderia ter cancelado o plano de saúde que vinha sendo usufruído pela reclamante, juntamente com seus
dependentes, principalmente porque, na presente situação, a autora necessita de cuidados médicos, tendo a empresa agido
em flagrante desrespeito à norma contida no artigo 468 da CLT, promovendo alteração unilateral e lesiva de condição vital
do pacto laboral, o que atrai a aplicação do disposto na Súmula 440 do Tribunal Superior do Trabalho", explicou o julgador,
acrescentando que, no caso, não há incidência da regra prevista no artigo 30 da Lei 9.658/98, considerando que a relação
de emprego ainda está vigente.
Assim, verificando que o direito à assistência médica para a bancária e seus dependentes já tinha se incorporado ao
patrimônio da empregada, o magistrado deferiu o pedido de restabelecimento e manutenção do plano de saúde pela
empregadora. A Caixa recorreu dessa decisão, que ficou mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.
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FENASAÚDE ABRE 1º FÓRUM DA SAÚDE SUPLEMENTAR EM SÃO PAULO
SEGS – 24/11/2015
Ao fazer a abertura oficial do 1º Fórum da Saúde Suplementar, que a FenaSaúde está realizando em São Paulo, o
presidente da entidade, Márcio Coriolano, afirmou, nesta terça-feira (24), que o setor enfrenta muitos gargalos e que é
preciso buscar soluções o quanto antes.
Segundo ele, entre esses gargalos está o formato do modelo de prestação de serviços na saúde suplementar, que “estimula
o uso desnecessário do plano ou seguro saúde”.
Ele citou ainda como outros fatores preocupantes o rápido crescimento das despesas, que pressionam os custos das
operadoras, e as elevadas taxas de sinistralidade, que já estão girando em torno de 83%. “É a mais alta taxa de
sinistralidade do mercado”, observou.
Marcio Coriolano listou alguns números que comprovam a imensa importância desse segmento para toda a sociedade
brasileira. “O nosso setor realiza, por ano, uma média de um bilhão de procedimentos, entre consultas, exames e outros
serviços”, revelou.
Para o presidente da FenaSaúde, é preciso buscar soluções práticas, com o apoio da sociedade. Ainda na abertura do
evento, o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, afirmou que o Fórum servirá
para que representantes do governo e do mercado possam “discutir franca e abertamente os melhores caminhos para saúde
suplementar no Brasil”. Segundo ele, é preciso haver um compromisso de todos os envolvidos de oferecer à sociedade
“qualidade, segurança e humanidade”. Para isso, José Carlos Abrahão entende que é necessário “trabalhar com mais
compromisso e amor”.
EVENTO:
O 1º Fórum da Saúde Suplementar, que será encerrado nesta quarta-feira (25), tem como tema “Sobrevivência do Setor de
Saúde Suplementar – Propostas, Metas e Responsabilidades”. A intenção é discutir estratégias que contribuam para
assegurar a sustentabilidade do setor.
O Fórum foi dividido em quatro painéis. O primeiro deles abordou as mudanças no modelo de saúde dos Estados Unidos,
traçando paralelos e contrastes com o sistema brasileiro. Entre os palestrantes estavam Ezekiel Emanuel, professor da
University of Pennsylvania, que participou ativamente do desenvolvimento do Obamacare (modelo norte-americano). O
segundo painel discute o uso da tecnologia da informação, em especial o Big Data, com o objetivo de racionalizar os gastos
com assistência médica.
Já no painel Organização da Assistência e Remuneração, será debatida a construção de um modelo de atenção integrada ao
paciente e os papéis de cada agente envolvido.
Por fim, no quarto painel, o economista José Pastore apresentará a visão do empresariado sobre a elevação dos custos com
planos de saúde nas empresas.
Fechando o evento, o presidente da FenaSaúde e da Bradesco Saúde e Mediservice, Marcio Coriolano, e o diretor Executivo
da federação, José Cechin, vão apresentar sumário das propostas e metas discutidas, nas áreas do uso da tecnologia da
informação, adoção de modelos assistenciais alternativos, novas formas de remuneração e criação de novos produtos, entre
outras.
AUMENTO DOS CUSTOS NA SAÚDE: QUEM É O CULPADO?
SAUDE BUSINESS - 24/11/2015 –
Em um recente artigo no Health Affairs, Jeff Goldsmith apresenta duas diferentes abordagens discutidas nos Estados Unidos
atualmente, mas que tem uma lógica para qualquer sistema de saúde: a responsabilidade pelo aumento crescente dos
custos na saúde vem do lado da demanda (paciente) ou do lado do fornecedor (médicos)?
A primeira abordagem o autor chama de “narrativa conservadora”, onde muitos jogam para o paciente, ou para o lado da
demanda, a responsabilidade pelo aumento dos custos do sistema de saúde. Os defensores desta abordagem colocam
principalmente os fatores de comportamento do paciente (obesidade, falta de cuidado com sua saúde, fumo, atividade
física, etc), como responsáveis por isso. E como os pacientes pagam por sua saúde uma pequena parte, há um efeito
conhecido como risco moral (isto é, um tipo de falha de mercado em que a existência de um seguro contra um determinado
risco aumenta a probabilidade de ocorrência do evento que origina esse risco). O problema desta narrativa está em ignorar
os fatores sociais, os quais são os maiores determinantes da saúde de uma população, segundo diversos estudos.
Por outro lado, há uma abordagem que o autor chama de “narrativa progressista”, onde a responsabilidade do aumento de
custos é jogada para os fornecedores de serviço, onde os médicos se encaixam. Neste caso, o grande fator a ser
considerado como determinante está no modelo de remuneração dos serviços prestados, onde o aumento do custo é
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direcionado pelos prestadores que buscam aumentar suas rendas através da prestação de serviços que são desnecessários.
Muitos autores falam que os médicos têm uma meta de ganho em função de suas necessidades e, em virtude disso, utilizam
do modelo de remuneração vigente para atingir estas metas, autogerando demandas ou solicitando serviços adicionais em
que sejam beneficiados. Muitos autores acreditam que se utilizando de incentivos adequados este tipo de comportamento
modifica. Assim, modelos como Pagamento por Performance, ou pagamentos baseado em valor, estão sendo o alvo das
reformas em muitos países para resolver esta questão.
A tendência em buscar culpados é natural do ser humano. O problema é imaginar que a elevação de custos está relacionada
à apenas um lado da balança (demanda ou fornecedor). Isto é um grande equívoco, assim como separar o custo da
qualidade. O custo é uma das dimensões fundamentais da qualidade. Vamos então usar a palavra “valor”. Da mesma
forma, a percepção de valor por parte de quem usa um serviço de saúde está relacionada ao benefício (qualidade de vida
relacionada à saúde e a satisfação), mas também ao esforço (acesso e preço). Portanto, um conceito com este nível de
abrangência não tem apenas um responsável por sua falta.
O problema é muito maior e é sistêmico. E problemas sistêmicos somente são resolvidos com ações sistêmicas.
Indiscutivelmente, tanto do lado da demanda como do lado do fornecedor devem haver ações integradas e estruturantes,
um se responsabilizando pela sua saúde e o outro se responsabilizando pela entrega de um serviço de qualidade, centrado
no lado que a demanda. Além disso, não podemos esquecer dos fatores sociais e ambientais que influenciam a saúde. No
recente livro da Miriam Leitão (A História do Futuro) ela nos traz questões importantes com relação à saúde, pois foi
assessorada pelo André Medici em boa parte deste capítulo. Ela deixa claro que a saúde da população não é de
responsabilidade apenas do Ministério da Saúde, são ações longitudinais que estão na responsabilidade em outras áreas,
como saneamento, segurança, educação, dentre tantas outras. Enquanto tratarmos a saúde como algo isolado e buscando
culpados não solucionaremos estes problemas.
Independente disso, as ações devem ser iniciadas por algum lugar. Eu defendo veementemente o início pelo lado do
fornecedor, reformulando o seu modelo de remuneração vigente. Esta, na minha opinião, deveria ser a ação prioritária,
obviamente com diversas ações paralelas, tais como: aumentando o nível de responsabilidade do paciente pela sua saúde,
através de prêmios e uso de co-participações; ações mais agressivas com relação a geração de demandas desnecessárias
com ganhos secundários; repensar e reformular a lógica da atenção, buscando uma visão horizontal do paciente priorizando
a atenção básica; dentre tantas outras. Independente destas ações, o fundamental agora é termos a clareza de que para
qualquer ação que se faça, a necessidade de medir é fundamental. Não se pode melhorar aquilo que não se mede, e o pior,
não é possível nem sequer ter a noção de qual ação tomar se não tivermos condições de gerar dados para construir
indicadores que nos apontem isso.
Em suma, nosso problema ainda está em resolver coisas muito mais básicas, como gerar dados adequados em nossos
sistemas de informação… Mas o importante é começar. Só se consegue melhorar a qualidade de um indicador se começar a
medí-lo.
NÃO DÁ MAIS PARA BOTAR BAND-AID NA CRISE DOS PLANOS DE SAÚDE
O GLOBO - por Luciana Casemiro - 23/11/2015
Tem duas questões. Primeiro, criou-se uma expectativa na população, expectativa essa real, colocada na lei, na
regulamentação pelo governo, de que no plano de saúde as pessoas podem ter acesso a qualquer coisa. O governo coloca a
questão dessa forma, e a população reage a tudo que vá contra essa expectativa. Só que a realidade tem mostrado que,
nesse modelo, no qual a cada ano novas condições de atendimento e de tratamento são incluídas sem que se tenha
compatibilidade entre o custo e a capacidade de pagamento da população, não se chega a lugar algum. Não dá mais para
botar band-aid. Acho que não está mais na hora de micro, mas de macrossoluções. Hoje existe uma razoável unanimidade
de que é preciso sair do imobilismo para discutir uma coisa nova. Para que esse sistema possa se sustentar ao longo do
tempo, é preciso repensar o modelo.
O setor deixou de ser suplementar?
Talvez. Mas, aos próprios olhos do governo, pela regulamentação, ele é igualzinho ao setor público, pois tem que oferecer
universalidade, integralidade e equidade. Existe um erro de origem, de que os planos têm que cobrir tudo, em qualquer
lugar do Brasil. Isso não é possível. Até porque é um país absolutamente diverso. Não se tem a mesma infraestrutura em
São Paulo, Rio, Nordeste e Norte. Existe uma espécie de mentira em geral nessa história de que os planos estão oferecendo
tudo para todo mundo. E esse problema não é de custo, é de acesso.
E o custo?
A questão do custo é outra. E não é unicamente brasileira. O caso dos Estados Unidos, por exemplo, é emblemático. O
custo da medicina lá é altíssimo, dez vezes superior ao do Brasil. E eles já começaram a dar conta da introdução da
tecnologia no rol de procedimentos há muito tempo, a pensar na compatibilidade do custo da medicina com a capacidade de
pagamento do cliente.
As entidades de defesa do consumidor defendem que não deveria ter rol, mas a cobertura integral…
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Seria pior ainda. A questão é que a dimensão econômica do setor nunca foi discutida. É como se fosse pecado. Nunca se
falou que inovação tecnológica tem relação com custo, qual a capacidade de pagamento da população em relação a esse
preço, o que significa reajuste para além de uma ameaça ou de um inimigo comum que povoa a preocupação das pessoas.
E quando falo econômica não é a conta de receita e despesa, é a macropolítica econômica do setor. É como se remunera o
serviço, como se agrega valor ao longo da cadeia, como se compatibiliza capacidade de pagamento com custo. Vamos
debater esses temas no I Fórum de Saúde Suplementar, nos dias 24 e 25 em São Paulo.
Não seria necessário repensar a forma de remunerar essa cadeia para promover saúde?
Sim. Hoje as operadoras não pagam melhor pelo ato médico, porque nessa cadeia de valor da saúde tem uma ponta que
está consumindo tanto dinheiro que impede que você valorize melhor um determinado elo. O valor de uma consulta você
sabe, mas tem o outro elo da cadeia, que são os laboratórios e os hospitais, em que todo dia é de custo, e que você não
tem controle. Nós passamos 18 anos botando band-aid. Discutir que a operadora não está atendendo no tempo certo está
bem. Mas se as pessoas fossem um pouco menos mal-humoradas, teriam que perguntar por que não se consegue atender
no tempo certo? A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) virou um órgão de punição. O que a sociedade ganha
com as empresas tendo de pagar multa todo dia?
Na verdade, a população se sente mal atendida, como se estivesse de novo enfrentando as filas do SUS…
Não dá mais para tratar a solução do sistema só através da história do consumidor. Temos que discutir por que isso está
acontecendo e qual o remédio para isso.
É um remédio que dá para pagar?
O consumidor pode chegar à conclusão de que pode vir a perder na mudança de modelo, mas é melhor do que não ter isso
no futuro. Não se pode chegar a esse ponto.
Podemos ter perdas, então?
Já estamos tendo. Tínhamos alguns modelos de intervenção e liquidação de operadoras pequenas. Agora começa a ter
gente grande quebrando.
A regulamentação dos outros elos da cadeia seria uma saída?
A gente muitas vezes tende a pensar que tem de regular o setor como um todo, médicos, laboratórios, indústria
farmacêutica e hospital. Isso vai ter que ser feito em algum momento, mas não elimina a possibilidade de outras coisas
mais imediatas.
Como o quê?
Como o que está acontecendo nos EUA neste exato momento. A chamada ACO (Accountable Care Organizations) é uma
operadora de prestação de serviço, que não é remunerada pelo valor por procedimento. Funciona assim: por exemplo, ele
diz que o custo médio na região é de cem moedas e promete entregar por 20% menos. Atingindo essa redução, 10% são
deles, e os outros 10%, da operadora, entre outros modelos. Para atingir essa redução, um dos pontos é cuidar da
integralidade da saúde do paciente. Outra experiência que queremos trazer é um instrumento, o HCCI, também americano,
que sistematiza valores de materiais, medicamentos, procedimentos, de forma a entregar para a sociedade os dados com
transparência e clareza.
E tem como viabilizar isso aqui?
Tudo é uma questão de incentivo. Se o governo incentivar a formação de uma ACO, precisa de capital, de um instrumento
de gestão, precisa ir lá nos EUA para ver como fizeram funcionar para trazer as receitinhas prontas que podem ser
adaptadas ao Brasil, é um investimento, enfim.
Nesse novo cenário, como fica a questão dos reajustes e da oferta de planos? Os individuais, regulados, praticamente
inexistem.
A solução não está no reajuste, mas na redução do custo. Crescer custo em 18% ao ano, que é cerca do dobro da inflação
média, não faz sentido. A questão do plano individual, se a ANS, por razões políticas, administrativas ou de modelo,
continuar a permitir reajustes menores do que a inflação da saúde, ninguém vende mais. Mas a população tem que ter uma
saída, ela está indo para coletivo por adesão. Pode ter um aumento de custo maior? Pode. E daí? Tem um bando de gente
que acha que esses safadinhos não repõem o preço no individual e vão para o coletivo, é isso. E aí? E se o governo regula
esse reajuste também, acaba com o coletivo. O que não pode é dizer que o setor está muito caro e não pode repassar. Não
faz sentido. Essa discussão já era. Tem empresa que não conseguiu repassar seus custos e está quebrando.
E a portabilidade?
Esse negócio de que os consumidores estão protegidos pela portabilidade, mais ou menos… Ele vai migrar para onde? Se
ele sai de uma empresa pequena, vai ter condição de pagar uma grande? Não tem.
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Os ex-clientes da Unimed Paulistana reclamam de aumento…
Mas a empresa onde eles estavam quebrou justamente por ter um preço baixo. Não se consegue uma empresa sustentável
naquele valor. O consumidor tem que cair na real. A ANS também tem que ter essa preocupação, se o preço do produto é
sustentável e, se não for, proibi-lo.
Com a crise, tem havido um downgrade de planos?
Há relatos de consumidores que têm buscado dentro da própria empresa ou em outras operadoras planos de menor custo.
A coparticipação é uma forma de controle de gastos?
Acho bastante efetiva, o que diferencia o Brasil dos EUA é que a coparticipação aqui é comumente usada em consultas e
exames, internação você não tem tanto. É um outro formato. A ANS até tem se mostrado interessada em discutir isso, está
preocupada porque teme a reação da população.
OPERADORAS VIGIAM HÁBITOS DE CLIENTES PARA REDUZIR CUSTOS
AGÊNCIA ESTADO – 23/11/2015
Em um escritório nos Estados Unidos, 14 especialistas em estatística investigam cerca de 2 milhões de brasileiros. Eles
querem saber quantas vezes essas pessoas foram ao médico recentemente, quais remédios estão tomando, seus hábitos de
vida e, principalmente, qual é a chance de cada um deles apresentar um problema sério de saúde em breve.
A investigação minuciosa, que até parece uma ação de espionagem, faz parte de uma estratégia que tem se tornado cada
vez mais comum entre os convênios médicos: monitorar de perto seus clientes para evitar que eles tenham problemas de
saúde graves e, consequentemente, gerem mais custos.
Uma das operadoras que ampliaram o investimento nesse tipo de medida é a SulAmérica. No início do ano, a companhia se
associou à Healthways, gigante americana no setor de gestão de saúde. São os estatísticos da empresa estrangeira os
responsáveis por monitorar os 2 milhões de clientes da SulAmérica e indicar quais estão em risco e precisam de marcação
cerrada.
“Chegamos a um grupo de cerca de 10 mil beneficiários que estão numa fase que chamamos de pré-crônica, ou seja, que
podem apresentar problemas de saúde no curtíssimo prazo. Com eles começamos um serviço de coaching”, explica Maurício
Lopes, vice-presidente de Saúde e Odontologia da empresa.
Os clientes do grupo de risco passaram, então, a receber telefonemas e, em alguns casos, até visitas de funcionários da
operadora. O objetivo é estimular essas pessoas a melhorar seus hábitos e levar uma vida mais saudável. O serviço vai
desde a criação de uma dieta personalizada até o monitoramento de quem não está tomando os remédios necessários. A
operadora diz ter economizado até 20% em cuidados com pacientes.
O empresário Nicolau Kietzmann, de 40 anos, recebeu a ligação da SulAmérica com surpresa. “Tinha entrado no portal deles
e preenchido meus dados. Na época, tinha engordado muito, estava com 105 quilos, o colesterol e os triglicérides estavam
altos. Aí sugeriram que eu fosse à clínica do Márcio Atalla para fazer um acompanhamento com nutricionista, médico e
preparador físico”, conta ele, referindo-se ao consultor que ficou famoso ao participar do quadro Medida Certa, do
Fantástico.
Gestantes. Outra empresa que tem investido no monitoramento dos clientes de risco é a Hapvida, maior operadora das
regiões Norte e Nordeste, com 1,8 milhão de clientes.
Como mais de 80% dos atendimentos são feitos na rede própria, a operadora consegue monitorar os passos de seus
beneficiários. Neste ano, criou um programa de acompanhamento de gestantes.
“A maioria dos testes de gravidez é feita em nossos laboratórios. Um teste positivo cria um alerta para a central de
medicina preventiva e entramos em contato com a gestante”, diz Ana Luiza Augusto Shoji, gerente de Medicina Preventiva
da operadora.
O objetivo, de acordo com Ana Luiza, é garantir um pré-natal adequado e diminuir o risco de complicações no parto ou o
uso de UTI neonatal pelo recém-nascido, procedimento custoso para a empresa.
Segundo Ana Luiza, em menos de um ano, a operadora já aumentou de 15% para 25% a taxa de partos normais, e tem
reduzido o número de bebês com problemas graves.
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A vendedora Elizângela Mendes Vieira de Freitas, de 35 anos, foi uma das grávidas acompanhadas pela Hapvida. “Como só
tinha tido um filho antes desse, e que nasceu há 15 anos, estava me sentindo mãe de primeira viagem, tinha muitas
dúvidas. Eu acabava usando muito esse serviço, era prático.”
HOSPITAIS TAMBÉM VIVEM EFEITO “BIG BROTHER”
AGÊNCIA ESTADO - 23/11/2015
Os pacientes não são os únicos investigados e monitorados pelas operadoras de saúde. Hospitais, clínicas e prontossocorros que prestam serviço às empresas ou que fazem parte de sua rede própria também têm sido vigiados para garantir
economia de recursos e atendimento mais ágil.
Para evitar despesas consideradas desnecessárias, a SulAmérica passou a auditar praticamente todas as internações feitas
na rede credenciada. “Percebíamos situações em que o paciente ficava internado dias só para tomar um medicamento, por
exemplo. Hoje auditamos 97% das internações e já economizamos R$ 76 milhões com isso”, afirma Maurício Lopes, vicepresidente de Saúde e Odontologia da operadora.
A empresa diz ter conseguido ainda reduzir em 31% o número de internações de clientes com mais de 65 anos por meio do
programa de promoção à saúde batizado de Idade Ativa. O projeto reúne 5 mil beneficiários nessa faixa etária e tem ações
para estimulá-los a fazer exercícios e dieta e, com isso, manter doenças crônicas controladas, o que diminui o risco de
internações. A SulAmérica diz investir R$ 70 milhões por ano em ações de prevenção.
Na Hapvida, o monitoramento é feito em todas as unidades próprias de pronto- atendimento. Por meio de uma plataforma
que integra todos os serviços e, com o auxílio de câmeras, a empresa monitora, em tempo real, quais unidades levam mais
de 15 minutos para iniciar um atendimento de urgência e emergência. Se o prazo é ultrapassado, o núcleo de controle e
qualidade aciona o hospital para agilizar o atendimento.
“A gente também tem um controle para cumprir os prazos de marcação de consultas previstos pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar. É feito esse esforço para tentar ocupar o máximo a agenda e otimizar os recursos”, explica Ana Luiza
Augusto Shoji, gerente de Medicina Preventiva da operadora.
DEMITIDO/APOSENTADO: OPERADORA PODE ALTERAR REGIME DE
CUSTEIO
STJ - 23/11/2015
Operadora de plano de saúde pode alterar modelo de custeio e do próprio, mas deve manter as condições de cobertura a
que o contratante aposentado ou demitido tinha direito quando a vigência do contrato de trabalho. A decisão é da Terceira
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao dar provimento a recurso da Sul América Companhia de Seguros e Saúde
S/A.
O relator, ministro Villas Bôas Cueva, afirmou que, entre as garantias asseguradas, não há direito adquirido a modelo de
plano de saúde ou de custeio. Empregadora e seguradora podem redesenhar o sistema e alterar valores para evitar o
colapso do plano, contanto que não haja onerosidade excessiva ao consumidor ou discriminação contra o idoso.
No caso, um trabalhador aposentado entrou com ação contra a empresa seguradora com o objetivo de manter o plano de
saúde coletivo empresarial nas mesmas condições de cobertura e com os valores da época que estava em vigor o contrato
de trabalho. A seguradora contestou alegando que no momento do desligamento havia sido feito novo plano coletivo para
todos os empregados e que não poderia prorrogar o contrato anterior.
O juízo de primeira instância determinou que, se o empregado quisesse manter o plano, deveria pagar mensalidade do novo
contrato firmado entre a seguradora e a empresa. No julgamento da apelação, ele conseguiu a manutenção do plano nas
mesmas condições do período em que mantinha vínculo empregatício, desde que assumisse o pagamento integral das
prestações.
Seguindo o voto do relator, a turma deu provimento ao recurso da Sul América para restabelecer a sentença.
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SEM RECEBER, MÉDICOS DA UNIMED PAULISTANA TEMEM ASSUMIR
DÍVIDA.
BRASIL ECONÔMICO - 23/11/2015
O endereço de Higienópolis continua nos receituários, mas o neurologista Luiz Fernando Pinheiro Franco hoje atende
exclusivamente na Vila Olímpia, no consultório do filho, que também tem lhe passado os pacientes. Os seus, que assim
como o médico dependiam da Unimed Paulistana, desapareceram.
“Eu tinha 20 consultas por dia e a última que fiz foi há uma semana”, conta o neurologista, em frente aos diplomas do filho,
onde se exaspera ante às mudanças recentes na vida profissional e pessoal. “Empregada doméstica demitida, jardineiro
demitido, guarda demitido. Eu tinha uma viagem a trabalho para a Alemanha e tive de cancelar.”
Após anos de dificuldades financeiras oficialmente reconhecidas pelo governo federal, a Unimed Paulistana foi obrigada em
2 de setembro a se desfazer de seus então cerca de 740 mil clientes pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A transferência deles para outras operadoras, como é previsto na legislação para casos como esses, está longe de ser
tranquila. A lei previa a venda da carteira, o que garantiria a manutenção das condições de preço e cobertura contratadas
pelos beneficiários, mas a operação não foi bem sucedida. Quem pertencia ao plano coletivo com mais de 30 vidas recebeu
propostas para migrar para outras Unimeds com preços até 80% superiores. Entre os demais, um processo de portabilidade
que deveria acabar no final de outubro vai se estender até janeiro de 2016, pelo menos.
E, se a recolocação para os clientes tem sido turbulenta, para os cerca de 2,5 mil médicos da cooperativa ela nem sequer
existe. Além de perderem o plano de saúde, eles ficaram sem os rendimentos mensais. Para boa parte, os únicos pois a
Paulistana, conta Pinheiro Franco, estimulava os médicos a se dedicarem exclusivamente à operadora. Afinal, tratava-se de
uma das maiores do segmento inserida num sistema de mais de 350 cooperativas com milhões de beneficiários.
“Dos 2,5 mil médicos, 1.200 dependiam exclusivamente da Paulistana. Viviam disso”, diz Ângelo Vattimo, ex-conselheiro
fiscal da Paulistana. “Muitos consultórios estão fechando, funcionários estão sendo demitidos.”
Para Pinheiro Franco, a ANS deveria ter optado pela intervenção na companhia para tentar salvá-la, em vez de determinar a
venda da carteira. Em nota, a agência alega que a medida não é possível, e que cumpriu os regimes estabelecidos na lei.
Associação
O fechamento do consultório de Higienópolis após 30 anos de operação, a perda dos 3 empregados domésticos, entretanto,
são passado para o neurologista Pinheiro Franco. O que – também – o preocupa é o futuro da Unimed Paulistana.
Como em qualquer cooperativa, os integrantes da operadora dividem tanto os lucros, mas também são responsáveis pelas
dívidas que superam o R$ 1 bilhão. Se a Paulistana não tiver ativos suficientes para arcar com a bolada – que pode ser
maior -, a conta pode recair sobre os cooperados.
A lei prevê que cada cooperado arque, no máximo, com o valor de suas cotas, exceto para os diretores, que alguns juízes
têm obrigado a assumir dívidas superiores a esse limite. No caso de processos trabalhistas, entretanto, mesmo o cooperado
comum pode ter bens para além das cotas bloqueados, diz a presidente da Associação Brasileira de Direito Médico e da
Saúde, Sandra Franco.
“[Na Justiça trabalhista] é bastante comum que os bens dos cooperados possam ser atingidos se não houver possibilidade
comprovada de a cooperativa realizar o pagamento. E, muitas vezes, pode ocorrer o bloqueio de bens sem um aviso prévio
aos cooperados”, afirma.
Os prejuízos sofridos e temor dos que podem vir levaram mais de 500 cooperados da Unimed Paulistana procurarem a
Associação Paulista de Medicina desde a decretação da alienação da carteira da operadora, diz Marun David Cury, diretoradjunto de defesa profissional da entidade. A história, porém, é favorável aos médicos, avalia o médico.
“Quando a Unimed São Paulo faliu [no fim dos anos 1990], constituiu-se uma banca de advogados para defendê-los. Apesar
de serem sócios que teriam responsabilidades [com as dívidas], nenhum colega foi citado [pela Justiça para fazer
pagamentos]”, afirma Cury.
O mesmo movimento é feito agora pelos cooperados da Paulistana. Um grupo de médicos da operadora com o exconselheiro fiscal Ângelo Vattimo à frente começa a colocar de pé uma associação que tem entre suas primeiras tarefas
encontrar um bom escritório de advocacia.
“Não creio que os cooperados possam vir a ser responsabilizados. [Mas] se os ativos não cobrirem, pode ser pedida uma
dissolução e nesse caso, creio eu, talvez, os cooperados possam vir a ser [responsabilizados]”, diz, num misto de
tranquilização e alerta. “Mas há entendimento de que a responsabilidade se limitaria às cotas. Nós vamos lutar para isso,
para que se restrinjam às cotas.”
Nesse cenário menos pior, o neurologista Pinheiro Franco calcula que teria de desembolsar entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão.
“Seria a destruição total, a anilquilação completa da gente como pessoa. Eu não tenho esse dinheiro.”
1º FÓRUM DA SAÚDE SUPLEMENTAR COMEÇA AMANHÃ
SEGS - 23/11/2015
Evento que acontece nesta terça e quarta-feira tem participação de especialistas internacionais
A FenaSaúde promoverá, nos dias 24 e 25 de novembro, o 1º Fórum da Saúde Suplementar, que terá como tema
Sobrevivência do Setor de Saúde Suplementar – Propostas, Metas e Responsabilidades. O evento discutirá estratégias que
contribuam para assegurar a sustentabilidade da Saúde Suplementar no país. Ao final, o encontro proporá à sociedade
metas e compromissos, que dependerão do engajamento de todos os entes para que gerem resultados – empresas,
Governo, órgão regulador, prestadores de serviços e consumidores – diante dos desafios apresentados pelo cenário
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nacional. Com palestrantes brasileiros e internacionais, o Fórum terá quatro painéis e acontecerá no Hotel Hilton São Paulo
Morumbi. As inscrições podem ser feitas no site:
www.forumsaudesuplementar.com.br.
O primeiro painel – ObamaCare, Experiência da Reforma para a Sobrevivência do Setor – abordará as mudanças no modelo
de saúde dos Estados Unidos, traçando paralelos e contrastes com o sistema brasileiro. Ezekiel Emanuel, professor da
University of Pennsylvania, apresentará histórico e contexto da implementação do programa Obamacare, com análise dos
desafios políticos e econômicos enfrentados. Emanuel participou ativamente do desenvolvimento do Obamacare, como
conselheiro especial do Governo dos Estados Unidos. A mesa de debate – formada por Mauricio Lopes, Vice-Presidente da
SulAmérica, e Florentino Cardoso, Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) – traçará paralelos e contrastes entre
os sistemas brasileiro e norte-americano, que se caracteriza por um alto índice de adesão ao sistema privado. Tal análise
pode contribuir para a evolução do mercado no Brasil.
O segundo painel – Informação como Agente de Mudança/Transformação – tratará, entre outros assuntos, do uso da
tecnologia da informação, em especial o Big Data, com o objetivo de racionalizar os gastos com assistência médica. A ideia
é promover o acesso a informações econômico-financeiras e sobre tecnologias médicas de forma a prover o consumidor
para que faça as melhores escolhas, buscando a viabilidade do sistema. David Newman, Diretor-Executivo do Health Care
Cost Institute (HCCI), apresentará cases norte-americanos. Martha Regina de Oliveira, Diretora de Desenvolvimento
Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Juliana Pereira, Secretária Nacional do Consumidor (SENACON),
e Luiz Augusto Carneiro, Superintendente-Executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), discutirão
formas de capacitar o consumidor de planos e seguros para o bom uso dos serviços assistenciais.
O painel Organização da Assistência e Remuneração discutirá a construção de um modelo de atenção integrada ao paciente
e os papéis de cada agente envolvido. Jay Cohen, Chairman do Monarch HealthCare, discorrerá sobre o Accountable Care
Organization (ACO) – construído com base nesta prestação integrada e coordenada de serviços, de forma que todos
respondam pelos atos sobre os quais têm responsabilidade de gestão. O debate terá participação de Cláudio Lottenberg,
Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Irlau Machado, Presidente da NotreDame Intermédica, e Leandro Tavares,
Diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.
O quarto painel, no segundo dia, terá como tema Preservando o Acesso – Diversidade de Produtos, com a participação de
três palestrantes. O economista José Pastore, Presidente do Conselho de Emprego e Relações de Trabalho da FecomercioSP,
apresentará a visão do empresariado sobre a elevação dos custos com planos de saúde nas empresas. Cesar Lopes, Health
& Group Benefits Leader da Towers Watson no Brasil, comentará as estratégias adotadas em diferentes países para conter a
escalada dos custos em saúde. Flávio Bitter, Diretor da Bradesco Saúde, abordará iniciativas das operadoras e seguros de
saúde para minimizar a elevação dos custos. O painel terá três debatedores: José Carlos de Souza Abrahão, DiretorPresidente da ANS, Deborah Ciocci, Juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Tarcísio Godoy, Secretário-Executivo do
Ministério da Fazenda.
Fechando o evento, Marcio Coriolano, Presidente da FenaSaúde e Presidente da Bradesco Saúde e Mediservice, e José
Cechin, Diretor-Executivo da Federação, apresentarão sumário das propostas e metas discutidas, nas áreas do uso da
tecnologia da informação, adoção de modelos assistenciais alternativos, novas formas de remuneração e criação de novos
produtos, entre outras. A proposta do 1º Fórum da Saúde Suplementar é estabelecer uma agenda de transformação
positiva do segmento no Brasil, garantindo a viabilidade do sistema no médio e longo prazo por meio do equilíbrio
econômico-financeiro, assegurando a prestação de serviços assistenciais de qualidade ao consumidor.
1º Fórum da Saúde Suplementar
Local: Hilton São Paulo Morumbi – Avenidas das Nações Unidas 12.901 – Torre Leste – Brooklin Paulista – São Paulo, SP
Data: 24 e 25 de novembro de 2015
Site: www.forumsaudesuplementar.com.br
Inscrições: até 23/11, por meio do site do evento
ENVELHECIMENTO É DOENÇA?
CARTA CAPITAL - 20/11/2015
A revista Frontiers in Genetics, edição de novembro, publicou um artigo de médicos americanos sugerindo que seja incluído
o envelhecimento na próxima edição do Código Internacional das Doenças (CID), a lista de classificação de todas as
doenças, utilizada para padronizar no mundo todo os diagnósticos dados pelos médicos.
Em 2018, a nova edição do CID deve ser publicada e, segundo a sugestão de Alex Zhavoronkov e Bhupinder Bhullar, deverá
trazer um novo capitulo, conforme os autores, o da velhice. Se o CID considerar a velhice como uma condição tratável,
permitirá que novos procedimentos e negócios sejam regulamentados, e programas preventivos possam ser criados por
organizações governamentais, trazendo benefícios para os idosos e economia para as fontes pagadoras de saúde.
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O primeiro CID foi publicado em 1900 pelo Instituto Internacional de Estatística e, desde 1948, passou a ser
responsabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao longo da história, condições entraram e saíram dessa lista,
por mudanças culturais da humanidade. Doenças psiquiátricas, por exemplo, só entraram nessa lista na 1948, mas a
mudança recente mais emblemática é a do homossexualismo, que, depois de uma extenuante luta de psiquiatras, deixou de
ser compreendido como doença e saiu do CID, em 1974.
Segundo os autores, reconhecer uma condição ou processo crônico como doença é um importante passo, tanto para os
indivíduos que a apresentam como para todos os agentes no campo da saúde. Tratar a velhice de forma vaga impedirá que
políticas de saúde sejam criadas e que muitos procedimentos médicos para esse grupo de indivíduos sejam negados pelos
convênios.
O envelhecimento é um processo multifatorial que engloba perda de funções e doenças típicas, culminando com a morte.
Processos como desgaste de tecidos, fibroses, perdas de reservas regenerativas do sistema nervoso e imunológico,
envelhecimento celular e epigenética, entre muitos, estão relacionados ao envelhecimento e outras doenças como o câncer.
Portanto, devem ser abordados terapeuticamente. O difícil é criar uma linha que separe o desgaste natural e a doença.
A senilidade já é classificada na versão atual do CID-10, porém é considerada um código lixo, que, para os estaticistas que
avaliam as causas de morte nas populações, é mal utilizado e não explica o verdadeiro motivo do óbito. O que não contribui
para a mudança de política de saúde. Logo, uma reclassificação dessa condição com mais detalhamento poderia corrigir
esse erro.
A expectativa de vivermos mais e melhor interferiu no nosso entendimento do que é doença. Estamos cada vez mais
intolerantes com a depressão e a perda de memória, por exemplo, e os critérios de diagnósticos estão ficando cada vez
mais abrangentes. Histeria coletiva? Pressão da indústria farmacêutica? Pode ser, mas o que não se pode negar é que
existe um fenômeno universal, uma gigantesca demanda da sociedade para viver mais e melhor, um tsunami emocional
que será difícil de ser evitado.
SUSPENSÃO DE PLANOS COMEÇA NA QUINTA-FEIRA (19/11)
ANS - 19/11/2015
A suspensão da comercialização dos planos de saúde começa a valer na quinta-feira (19/11). Ao todo, 43 planos de saúde
de 16 operadoras ficam suspensos de comercializar em razão do não cumprimento dos prazos máximos de atendimento e
outras queixas de natureza assistencial, como negativas indevidas de cobertura.
A suspensão é resultado do 15º ciclo do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, que avalia
permanentemente as operadoras quanto às reclamações relativas à cobertura assistencial. A divulgação dos dados apurados
é feita pela ANS a cada três meses. Neste ciclo, mais de 610,8 mil beneficiários são diretamente protegidos.
INTERMÉDICA COMPRA GRUPO SANTAMÁLIA (ABCD PAULISTA)
SAÚDEBUSINESS - 19/11/2015
O Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), terceira maior operadora de planos de saúde do País, efetivou a compra do Grupo
Santamália Saúde, da região do ABCD paulista. A operação foi aprovada em 16 de novembro pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Com a compra do controle acionário do Santamália, a Intermédica amplia sua participação no mercado de saúde
incorporando 250 mil beneficiários, dois hospitais com aproximadamente 250 leitos (Hospital Bosque da Saúde e Hospital
Montemagno),17 centros clínicos, cinco unidades de pronto atendimento e 2 mil colaboradores.
A aquisição faz parte da estratégia de crescimento do Grupo NotreDame Intermédica através de aquisições e investimento
em rede própria, segundo comunicado de mercado. “Queremos conquistar novos mercados e estar cada vez mais próximos
dos nossos beneficiários. Esta aquisição tem muita sinergia com os negócios da companhia e o Santamália também está no
mercado há quase 50 anos”, explicou Irlau Machado Filho, presidente do Grupo NotreDame Intermédica, em release.
Além de planos de saúde, o Grupo opera planos odontológicos e de saúde ocupacional, tudo através da NotreDame
Intermédica Saúde, da Interodonto Sistema de Saúde Odontológica e da RH Vida Saúde Ocupacional, respectivamente.
A companhia informa que oferece saúde integral com acolhimento aos seus mais de 3,2 milhões de beneficiários, com apoio
dos seus 7 mil colaboradores, e possui 56 centros clínicos, sendo 9 unidades exclusivamente de medicina preventiva, 8
hospitais, com 6 maternidades integradas e 11 prontos-socorros, todos próprios, localizados nos estados de São Paulo e Rio
de Janeiro. Conta também com ampla rede credenciada, mantendo filiais nas cidades de Campinas, Jundiaí, Rio de Janeiro,
Santos e Sorocaba.
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ESTRUTURA DO GNDI APÓS A AQUISIÇÃO:
Rede própria e credenciada de centros clínicos, hospitais, prontos-socorros e maternidades.
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Beneficiários: 3,45 milhões
Presença no Brasil: RJ, SP (Baixada Santista, Capital, Grande ABC, Grande São Paulo, Interior)
Colaboradores: 9 mil
Centros Clínicos próprios: 73 unidades, sendo 9 exclusivamente de Medicina Preventiva
* Unidades hospitalares próprias:
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Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Rosário (PS, H, M)
Hospital e Maternidade Renascença (PS, H, M)
Hospital e Maternidade SacreCoeur (PS somente em ginecologia, H, M)
Hospital Frei Galvão (PS, H, M)
Hospital Modelo (PS, H, M)
Hospital Paulo Sacramento (PS, H, M)
Hospital Renascença Campinas (PS, H)
Hospital Santa Cecília (PS, H)
Pronto-Socorro ABC (PS)
Pronto-Socorro Barueri (PS)
Unidade Avançada – Hospital e Maternidade Renascença (PS)
Hospital Bosque da Saúde
Hospital Montemagno
SEMINÁRIO ANS: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E FINANCIAMENTO NA
SAÚDE
ANS – 18/11/2015
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) irá promover, no dia 02/12/2015, o seminário “A Organização da
Prestação dos Serviços e o Financiamento em Saúde: Perspectivas no Brasil e no Mundo”. A proposta é debater o tema com
representantes de operadoras, órgãos de defesa do consumidor, estudantes e servidores da ANS.
As experiências de instituições nacionais e internacionais serão apresentadas durantes o encontro, que contará com a
presença dos palestrantes internacionais, Robert Jannet, que falará sobre os modelos de organização da prestação de
serviços em saúde e a experiência das ACO (Accountable care organization) e com Maureen Lewis, CEO da Aceso Global,
que falará sobre o Financiamento em saúde: remuneração X qualidade.
As inscrições podem ser feitas pelo e-mail [email protected] até 27/11.
SAÚDE SUPLEMENTAR: OS FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS
CRÔNICAS
SAÚDEBUSINESS - Por Alberto Ogata - 18/11/2015
Na semana passada foi apresentada pela ANS e Ministério da Saúde a nova versão do VIGITEL SAUDE SUPLEMENTAR.
Trata-se da mais relevante pesquisa sobre fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
realizada no Brasil desde 2006. Poucas pesquisas no mundo propiciam uma curva histórica de tantos anos e, com isso, o
VIGITEL pode contribuir substancialmente no planejamento dos programas de saúde. Infelizmente, ainda muitos gestores
utilizam pesquisas internacionais, feitas em outras realidades e culturas, muitas vezes de anos atrás e não lançam mão dos
dados sempre atuais do VIGITEL e da Pesquisa Nacional de Saúde.
Este recorte para a população beneficiária de planos de saúde é particularmente relevante pois traça um perfil mais fiel da
população-alvo de muitas empresas e da saúde suplementar, inclusive porque, devido à heterogeneidade da distribuição de
beneficiários de planos de saúde, a pesquisa foi reestratificada com base no Sistema de Informação de Beneficiários (SIB)
da ANS.
Os fatores de risco para doenças crônica:
Com relação ao tabagismo, a frequência de adultos fumantes foi de 8,7%, sendo maior no sexo masculino (10,3%) do que
no feminino (7,3%). Para os homens, a frequência de fumantes apresentou pequenas variações ao longo da vida e para as
mulheres esta frequência tendeu a ser menor antes dos 25 anos e entre 35 e 44 anos.
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A pesquisa revela que mais da metade da população pesquisada (52,5%) está com excesso de peso (considerando-se o
índice de massa corpórea), sendo maior entre homens (60,8%) do que entre mulheres (45,4%). Entre mulheres a
frequência desta condição tendeu a aumentar com a idade e, entre os homens, tendeu a aumentar até 44 anos. Com
relação à obesidade, a frequência foi de 16,8% para a população estudada.
Certamente a elevada frequência de excesso de peso está associada, dentre outros fatores ao estilo de vida da população.
Um dos fatores mais importante é a alimentação. Apenas 44,1% da população estudada faz consumo regular de frutas e
hortaliças (cinco ou mais dias na semana). No entanto, se considerarmos o consumo recomendado (cinco ou mais porções
por dia), apenas 29,4% tem este hábito, sendo menor em homens (23,9%) do que em mulheres (33,8%). Além disso, em
capitais como Belém, Fortaleza, Manaus e Salvador, apenas um quarto da população adulta faz o consumo recomendado de
frutas e hortaliças. Por outro lado, um a cada cinco brasileiros entrevistados faz consumo de doces diariamente (e as
mulheres chegam a 24,7%).
Com relação à atividade física no lazer, a frequência de 150 minutos de atividade moderada por semana foi de 39,9%,
sendo maior entre homens (45,2%) do que entre mulheres (35,7%). As pessoas tenderam a ser menos ativas com o
aumento da idade, de forma mais acentuada entre os homens. Apenas 10% das pessoas são ativas no deslocamento, indo
ao trabalho ou à escola caminhando ou de bicicleta. Consequentemente, quase metade dos entrevistados (47,5%) não
alcançaram um nível suficiente de atividade física, sendo este percentual maior entre mulheres (52,3%) do que entre os
homens (41,5%). Além disso, um quarto dos brasileiros (23,4%) assistem televisão por três ou mais horas diariamente.
Finalmente, com relação ao uso abusivo do álcool, a frequência observada foi de 16,4%, sendo aproximadamente 2,5 vezes
maior em homens (24,8%) do que em mulheres (9,7%).
Com relação à morbidade referida, diagnóstico médico de hipertensão arterial foi relatada por 22,8% dos entrevistados e de
diabetes foi de 7,1%.
A Organização Mundial da Saúde destaca que a abordagem de quatro fatores é fundamental para a prevenção das DCNT, a
saber, inatividade física, alimentação inadequada, tabagismo e uso abusivo do álcool. O Brasil possui um dos melhores
indicadores de controle do tabagismo, decorrente principalmente das políticas públicas adotadas na comercialização,
taxação, propaganda e limitação do ato de fumar em ambientes públicos.
Os indicadores relacionados aos outros fatores de risco mostram um quadro preocupante que, somado ao envelhecimento
da população prenuncia um agravamento na frequência e severidade das DCNT, particularmente doenças cardiovasculares,
diabetes, câncer e doença pulmonar crônica.
Os gestores de programas de saúde devem buscar planejar suas ações e atividades tendo como parâmetro estes fatores de
risco e deixando de utilizar somente indicadores de processo (como participação, satisfação ou atividades realizadas). É
momento também de se qualificar as ações, deixando as atividades meramente promocionais, informativas (muitas vezes
de eficácia discutível) passando para iniciativas baseadas em evidências, com o uso dos conhecimentos da economia
comportamental, marketing social e tecnologia da comunicação.
QUATRO MITOS DA GESTÃO DA SAÚDE
ÉPOCA NEGÓCIOS - 18/11/2015
O desempenho do setor de saúde é péssimo. Embora seja a área com os maiores gastos públicos, o resultado não é o
desejado. O orçamento governamental de saúde nos vários níveis envolve trilhões de reais para gerar cada vez mais um
baixo nível de serviços, tanto em termos de quantidade como de qualidade. Os tempos de espera por alguns serviços são
excessivamente longos. A cobertura é reduzida. A qualidade não é a desejada em muitos casos.
Por outro lado, os planos de saúde privados são caros e há constantes disputas legais com clientes e com o órgão
governamental de controle. Custa cada vez mais caro para oferecer um serviço cada vez mais restrito e de má qualidade.
Porém, existem algumas iniciativas e alternativas para superar esse baixo desempenho e resolver os problemas do setor.
Alguns desses esforços já foram realizados por empresas industriais há décadas, com resultados aquém do esperado.
Algumas dessas orientações existentes para superar os problemas atuais e melhorar o desempenho do setor acabam por
não oferecer os resultados superiores esperados. Vamos abordar aqui quatro desses mitos, ou seja, crenças comuns de
alternativas de melhorias que, na verdade, melhoraram pouquíssimo.
Mito 1: Precisamos de mais recursos
Políticos e governantes em Brasília e em governos estaduais e municipais parecem adorar essa ideia. Vira e mexe, querem
aumentar impostos para garantir mais recursos para a saúde, com o apoio de muitos órgãos do setor.
Embora haja discrepâncias sobre os dados quanto ao gasto per capita no Brasil, mais recursos com certeza não resolverão
por si só o problema. Basta uma caminhada por hospitais e clínicas ou acessar as frequentes reportagens da imprensa para
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perceber a quantidade enorme de desperdícios no setor. Não se reconhece que há um problema sério de gestão. Com a
continuação das práticas atuais, ter mais recursos apenas não resolverá o baixo desempenho do sistema.
Mito 2: Expansão dos programas de acreditação vão resolver todos os problemas
Vêm se popularizando no Brasil programas de acreditação nos hospitais, semelhantes aos programas que já foram feitos na
indústria, como os programas ISO, por exemplo. Destinados a garantir qualidade e segurança dos pacientes, geralmente
trazem quantidades enormes de burocracia adicional, agregam mais custos e não necessariamente trazem melhores
resultados.
Tais iniciativas frequentemente surgem como desdobramentos de programas de qualidade que não conseguem permear
adequadamente o dia a dia nos hospitais. Passam a coexistir duas realidades distintas: uma que está descrita nos manuais
e procedimentos escritos (como as coisas deveriam ser) e outra que se observa na prática (como as coisas realmente são).
Mito 3: Inovações tecnológicas são grandes esperanças
Assim como na indústria, busca-se máquinas e equipamentos cada vez mais rápidos modernos e sistemas de TI mais e
mais avançados, abrangentes e caros, cujos benefícios são limitados, conforme a utilização em outros setores tem
mostrado. Em muitos casos, novas tecnologias são fundamentais e podem ajudar os clientes em tratamentos específicos,
mas sabemos que a inovação em processos de gestão pode ser tão ou mais poderosa do que “saltos tecnológicos” isolados.
Melhorias no sistema de informações podem ser úteis, desde que os processos sejam definidos e simplificados, assim como
os sistemas de gestão melhorados para poder possibilitar o efetivo benefício desses novos sistemas.
Mito 4: Saúde precisa aplicar a “administração moderna”
O setor de saúde em geral é administrado com base em princípios gerenciais antiquados. Portanto, parece óbvio se
imaginar que incorporar os princípios da “administração moderna” seja a solução. Esse tipo de orientação tem crescido,
principalmente diante do fato de que cada vez mais empresas do setor financeiro penetram fortemente no setor. Há uma
tendência para a gestão por números, e não por processos, e nem sempre com a ênfase adequada no valor percebido e
entregue ao paciente.
Aquilo que se considera “administração moderna” é, na verdade, algo bastante antigo e até ultrapassado, cujas limitações
estão cada vez mais claras. Esses quatro mitos parecem estar presentes, em diferentes graus, como possíveis ideias a
serem implementadas. Faz parte da maneira tradicional de pensar. Com eles, faremos muita coisa fácil e cara que não terá
tantos resultados, até que façamos as coisas mais simples e relevantes – como mudar as práticas do cotidiano, o sistema
de gestão, o estilo de liderança e a maneira de pensar. Isso, porém, é algo difícil de fazer.
A gestão lean tem se mostrado superior quando utilizada em empresas de todas as áreas e tamanhos. Parte de premissas e
fundamentos profundamente diferentes. Em essência, trata-se de criar um sistema de gestão e de lideranças que focalizem
os esforços naquilo que realmente importa: o valor para os clientes.
Uma descrição desse sistema está em um livro recém-lançado, intitulado “Além dos heróis”, de Kim Barnas. A autora será
uma das palestrantes chave do “Lean Summit Saúde”, dia 3 de dezembro, em São Paulo.
Esperamos que os hospitais entrem direto no sistema de gestão lean, sem passar necessariamente pelos equívocos da
administração “moderna”, que muitas grandes empresas estão abandonando em busca da gestão enxuta. Esperamos que
elas usem inovações para agregar valor. Que melhorem a qualidade e a segurança como parte do sistema de gestão e do
gerenciamento diário e não como mais um “programa”.
Isso significa que não são necessários mais recursos ao sistema. O melhor aproveitamento dos recursos atuais trará
grandes benefícios a todos: clientes, colaboradores e interessados no sistema de saúde.
GEAP IRÁ REAJUSTAR PLANO DE SAÚDE DE SERVIDOR EM 37,55%
METRÓPOLES – 18/11/2015
O Conselho de Administração da Geap Autogestão em Saúde (Conad) aprovou um reajuste de 37,55% nos valores das
contribuições dos planos de saúde para 2016. O aumento começa a vigorar em 1º de fevereiro de 2016. A Geap informa ter
uma carteira de 600 mil beneficiários em todo o país, dos quais 68 mil servidores no Distrito Federal.
O percentual de aumento foi definido com base em estudo atuarial que leva em conta o crescimento das despesas
assistenciais da área de saúde suplementar, visando garantir o equilíbrio econômico-financeiro da instituição para o próximo
ano.
“Este reajuste é absolutamente necessário para manter e qualificar ainda mais a assistência que a Geap vem prestando aos
seus beneficiários”, afirmou o presidente do Conad, Ronald Acioli da Silveira. Ele ressaltou que, mesmo com essa
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atualização, os planos da Geap continuam com mensalidades menores que as praticadas por outros planos similares
oferecidos no mercado.
Com um rombo de R$ 466 milhões em suas contas, a Geap está sob intervenção da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS). A situação se agravou depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou sem efeito um decreto que
autorizava todos os órgãos do governo federal a manter convênio com a gestora, sem necessidade de fazer licitação, para
atender os servidores. Apenas os órgãos parceiros originais do convênio foram mantidos.
O presidente do Conad ainda informou que a Geap fará uma ampla campanha de esclarecimento aos beneficiários sobre o
custeio para o próximo ano. O reajuste aprovado incidirá sobre o valor integral dos planos e a mensalidade a ser paga pelo
beneficiário da Geap vai depender da contribuição per capita do órgão ao qual está vinculado. Ou seja, para saber o impacto
final do plano de saúde na sua remuneração, o servidor deverá abater do valor total do plano o repasse da instituição
patrocinadora.
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