Anais • VIII FAVE • volume 2
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Anais • VIII FAVE • volume 2
VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação VI Semana de Iniciação Científica VI Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira VOLUME 2 2015 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. APRESENTAÇÃO É com grande orgulho que, entre os dias 21 a 25 de setembro de 2015, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VIII FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, VI Semana de Iniciação Científica, VI Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura, VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira. O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região. Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições. Além disso, o VIII FAVE é um evento que contou com a participação da sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade. Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix, almejou com o VIII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que entendemos que a pesquisa é interface do ensino. Diante do exposto, reiteramos que com o VIII FAVE esperamos contribuir para a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente. Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do VIII FAVE Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. A PALAVRA DO DIRETOR É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse objetivo. Atividades como o VIII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na edição deste ano, o VIII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais baratas e tratamentos eficazes. É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. João Batista Gardingo Diretor Presidente Sebastião Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Prof. Celso Abreu de Araújo Coordenador do curso de Administração Profº Tadeu Hipólito da Silva Coordenador do curso de Ciências Contábeis Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Bruna Chaves Amorim Esp. Laudinei de Carvalho Gomes D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz M.Sc. Renata Aparecida Fontes Estagiários Alexander Alves Caldeira Daniel Franco Machado Eduarda Machado de Souza Isabela Lima Ribeiro Jesse Mendes Torres Juliana Dias De Araújo Larissa De Carvalho Gomes Letícia Barreto Placides Lívia Mara Araújo Amorim Menekiss Jordão Andrade Osmar Dias Ferraz Junior Pahola Reboredo Brandã Priscila Jardim Santos Valmira Hoste Dutra COMITÊ CIENTÍFICO Coordenação Renata Aparecida Fontes Comitê científico Ana Lígia de Souza Pereira Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. André Salustiano Bispo Autieres Teixeira Faria Cintia de Paiva Carvalho Cleber Macedo de Oliveira Cristina Maria Lobato Pires Elder Machado Dutra Fábio Florindo Soares Fabrício Santos de Souza Fernanda Maria de Assis Dornelas Gilma Soares de Oliveira Guanayr Jabour Amorim Guilherme Gabriel da Silva Hugo Rodrigues Ferreira Irlane Bastos Costa Janine Lopes Carvalho Jaqueline Conceição Leite Joicilene Sousa Campos Mageste Juliano Vieira Júlio César da Mata Keilla de Souza Veggi Kelly Aparecida do Nascimento Leandro Silva de Araújo Leonardo Hebert Brandão da Cruz Lourival Sérgio Lopes Cardoso Luciano Aguiar Otoni Luiza de Abreu Costa Marcelo de Carvalho Mendes Maria Aparecida Schroder Dutra Marluce Aparecida Fonseca Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Mateus Zanirate de Miranda Max de Andrade Coelho Mayara Cristini Ferreira de Aguiar Milene Maria Santos Braga Patrícia Souza Sarmento Pedro Genuino de Santana Júnior Rafael Macedo de Oliveira Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa Renata Pessoa Bifano Rodrigo Ataíde dos Santos Shiara Martins de Souza Vinícius Sigilião Silveira Silva Viviane Gorete Silveira Mouro Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SUMÁRIO GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS ........................................................................................................... 13 ARTIGOS .............................................................................................................................................. 14 ASPECTOS RELACIONADOS À UTILIZAÇÃO DE BIOINDICADORES NO MONITORAMENTO DO IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................................................ 15 EFEITOS DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO FEIJÃO OURO NEGRO CULTIVADO NA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS ............................................................................................................. 27 RESPOSTA DO MILHO A DIFERENTES FONTES DE FÓSFORO .................................................... 39 LEVANTAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS NASCENTES DO CÓRREGO DO GAMBÁ DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG. ........................................................................................................ 48 ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA DA Jatropha multiphida L. SOBRE AS BACTÉRIAS Staphylococcus sp. e Escherichia coli. 63 ESTUDOS PRELIMINARES DA BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE, TAMARILHO (Solanum betaceum Cav.). .................................................................................................................................... 72 ESPÉCIES ORNAMENTAIS DA PRAÇA PADRE FIALHO DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG ........ 79 GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ....................................................................................... 88 ARTIGOS .............................................................................................................................................. 89 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL: QUAL REGIME DE TRIBUTAÇÃO MAIS VANTAJOSO PARA SE EXERCER CONSTITUINDO-SE COMO EMPRESA? ........................ 90 UMA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC): UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA AEJ EMPREENDIMENTOS LTDA – 2015 ....................................................................... 105 A PERCEPÇÃO DE GERENTES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR SUPERMERCADISTA SOBRE IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS ............. 118 O ORÇAMENTO EMPRESARIAL COMO FORMA DE GESTÃO ...................................................... 130 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE .... 141 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM INÍCIO DECARREIRA ............................................................................................................................................................ 156 MOTIVOS QUE LEVAM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A EVASÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................................................................................. 167 EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS (CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 11 A 15 ANOS DE IDADE ............................................................................................................................................................ 178 FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ......................... 187 EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS (CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE ............................................................................................................................................................ 200 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A EVASÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS AULAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ......................................................................................................... 210 A RELEVÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE DUAS CIDADES DA ZONA DA MATA MINEIRA ............................................................................................................................................. 219 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DA ZONA DA MATA MINEIRA ............................................................................................................................................. 230 GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES ..................................................................... 241 ARTIGOS ............................................................................................................................................ 242 A LOCALIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES REFERENCIAIS: ESTUDO EM UMA TURMA DE NONO ANO ............................................................................................................................................................ 243 GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS ......................................................................................................... 252 RESUMOS .......................................................................................................................................... 253 A VISÃO DO PRODUTOR RURAL SOBRE A CAFEICULTURA NA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA ............................................................................................................................................. 254 CRÉDITO RURAL: A INFLUÊNCIA DO PRONAF EM PROPRIEDADES RURAIS DE RIO CASCA – MG....................................................................................................................................................... 257 EFEITO DE REGULADOR VEGETAL NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAFÉ 260 QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA EM FUNÇÃO DO TRATAMENTO COM BIOESTIMULANTE ................................................................................................................... 265 Erlichia canis: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E LEVANTAMENTO DE CASOS .................................. 269 PERFIL DOS PACIENTES DERMATOLOGICOS ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA VETERINÁRIO GARDINGO DA FACULDADE VÉRTICE - UNIVERTIX LOCALIZADO NA CIDADE DE MATIPÓ-MG ........................................................................................................................................ 275 COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA EM CADELAS: ESTUDO RETROSPECTIVO ............................................................................................................................................................ 278 ANESTESIA E ANALGESIA EPIDURAL EM EQUINOS .................................................................... 281 HEMIPARESIA POR FRATURA/LUXAÇÃO EM C7 E T1 DECORRENTE DE MORDEDURA NA REGIÃO INTERESCAPULAR EM CANINO. ...................................................................................... 284 DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE LINFOMA CUTÂNEO EM CÃO NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FACULDADE VÉRTICE (UNIVÉRTIX) – MATIPÓ/MG ...................................................................... 286 AÇÃO MELÃO-DE-SÃO-CAETANO (MORMODICA CHARANTIA) SOBRE HELMINTOS GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS. ................................................................................................. 290 INFUSÃO CONTÍNUA DE LIDOCAÍNA E CETAMINA ASSOCIADA À MORFINA OU FENTANIL EM PEQUENOS ANIMAIS SUBMETIDOS Á PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS. ................................. 293 QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG ............................................................................................................................................................ 296 ASSOCIAÇÃO E DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA NO MUNICIPIO DE MIRADOURO-MG ........................................................... 300 APLICABILIDADE DOS RECURSOS DA MATEMÁTICA NA AGRICULTURA “UM LIMITE TENDENDO A MAIS INFINITO” .............................................................................................................................. 304 SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR Neospora caninum NA MICRORREGIÃO DE IPANEMA/TAPARUBA – MG .................................................................... 310 AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM TRÊS DIFERENTES RAÇAS DE EQUINOS ........................................................................................................................ 315 OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX................................................................................................................ 319 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. AVALIAÇÃO in vitro DE CARRAPATICIDAS NO CONTROLE DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus EM BOVINOS DE LEITENA MICRORREGIÃO DE ABRE CAMPO/ MATIPÓ .................................. 323 ANESTESIA EM EQUINOS COM COLICAS- REVISÃO DE LITERATURA ...................................... 326 DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE LITERATURA .......................... 330 CETOSE EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO – UMA REVISÃO DA LITERATURA ......................... 334 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) COM REDUÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA DE IMPLANTE DE PROGESTERONA EM VACAS EM ANESTRO E BAIXO ESCORE CORPORAL ........................................................................................................................................ 338 DETERMINAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS DO LÍQUIDO PERITONEAL DE EQUINOS COM SÍNDROME CÓLICA E SEU PAPEL COMO PARÂMETRO PROGNÓSTICO. ....................... 342 PESQUISA DE Listeria spp. EM UTENSÍLIOS DE DIFERENTES AÇOUGUES LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MINAS GERAIS ........................................................................................ 346 LAMINITE EM EQUINOS ACOMETIDOS COM CÓLICA .................................................................. 349 INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE CINOMOSE E PARVOVIROSE CANINA NO HOSPITAL GARDINGO – MATIPÓ- MG. .............................................................................................................. 352 FRATURA DE OSSOS SESAMOIDES PROXIMAIS EM EQUINOS ................................................. 355 EFEITOS DO TRAMADOL INTRAVENOSO EM EQUINOS: AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS, COMPORTAMENTAIS E LIMIAR NOCICEPTIVO MECÂNICO. .................................... 358 USO DE MULAS COMO RECEPTORAS EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EQUINO .............................................................................................................................................. 361 PRINCIPAIS PATOLOGIAS ODONTOLÓGICAS EM EQUINOS HIGÍDOS. ..................................... 364 COMPORTAMENTO SEXUAL DE ZEBUÍNOS: REVISÃO DE LITERÁRIA ...................................... 367 PESQUISA DE Listeria spp. EM PRESUNTOS DE DIFERENTES MARCAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MATIPÓ, MINAS GERAIS .............................................................................................. 370 EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS ............................................................................................. 373 ANALISE MICROBIOLOGICA DE EMBUTIDOS NA CIDADE DE MATIPO-MG. .............................. 377 PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL SITUADO NA ZONA DA MATA MINEIRA..................................................... 380 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA EFICIÊNCIA DE COLOSTRAGEM EM BEZERRAS UTILIZANDO-SE O REFRATÔMETRO DE BRIX.......................................................... 384 AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA PARA DIAGNÓSTICO DE INFERTILIDADE E SUBFERTILIDADE EM TOUROS ............................................................................................................................................. 387 MASTITE BOVINA NO BRASIL .......................................................................................................... 391 SINCRONIZAÇÃO DO CICLO ESTRAL DE RECEPTORAS DE EMBRIÕES BOVINOS PRODUZIDOS IN VITRO ............................................................................................................................................. 394 TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO – REVISÃO DA LITERATURA.............................. 397 DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES ........................................................................................... 400 UTILIZAÇÃO DA ECG EM PROTOCOLOS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) EM BOVINOS ..................................................................................................................................... 404 DIAGNOSTICO COM BASE NA SOROLOGIA DE IMUNOGLOBULINAS REAGENTES Anaplasma marginalee E Basesia bovis. ............................................................................................................... 406 GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ..................................................................................... 410 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. RESUMOS .......................................................................................................................................... 411 IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA: ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO DA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA. .................................................................... 412 A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO EFICAZ DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA FUNDAÇÃO DE SAÚDE CRISTO REI. .............................................................................................. 414 A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA ZONA DA MATA-MG .......................... 417 QUALIDADE DE VIDA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE SERICITA- MG ........................................................................ 421 MÉTODOS DE FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR DE CONFECÇÕES DE REDUTO-MG ........................................... 423 RESPONSABILIDADE SOCIAL E PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS DA COMPANHIA DE ABASTECIMENTO ELÉTRICO DA ZONA DA MATA MINEIRA ........................................................ 427 ARRECADAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL: ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA PRÓPRIA DE MATIPÓ-MG E DE SEUS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES. ..................................................................... 430 AS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO INTERIOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, EM RELAÇÃO Á FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ÁREA CONTÁBIL. .............................................................................................................................. 433 OS DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL PÚBLICO FILANTRÓPICO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA NO LESTE DE MINAS GERAIS. .............................................................................................................................................. 436 A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS. ............ 438 A RELAÇÃO EDUCAÇÃO-TRABALHO EM PROGRAMAS ASSISTENCIAIS, VOLTADOS PARA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTES E JOVENS. ............................................................................... 441 CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES ........................................................................................... 444 A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA VIDA SOCIAL DE ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ............................................................................................................................................. 447 GT 07 – CIÊNCIAS HUMANAS .......................................................................................................... 451 RESUMOS .......................................................................................................................................... 452 O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO SOBRE A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA? ...................................................................................................................................... 453 GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES ..................................................................... 457 RESUMOS .......................................................................................................................................... 458 AS ATIVIDADES DE LEITURA E INFERÊNCIA EM CHARGES NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA ................................................................................................................................... 459 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 13 GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 14 ARTIGOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix. Rosélio Marcos Santana – Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Informática. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Janine Lopes Carvalho. Graduada em Psicologia. Professora da Faculdade Vértice- Univértix. Ana Lígia de Souza Pereira - Graduada em Enfermagem. Professora da Faculdade Vértice- Univértix. Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade VérticeUnivértix. Kelly Aparecida do Nascimento. Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Gestão Ambiental. Professora da Faculdade Vértice- Univértix [email protected] RESUMO A gestão integrada de recursos hídricos acentua-se pela existência de uma pressão crescente que é exercida sobre os mesmos. A visibilidade característica de grande parte dos animais não é diretamente proporcional ao nível de importância do papel por eles desempenhado no ecossistema. Os insetos aquáticos comprovam essa teoria. Eles são considerados importantes indicadores da qualidade das águas dos grandes rios da região e, por esta razão, são alvo de estudos realizados em diferentes áreas por cientistas. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os insetos bioindicadores e como eles podem ser utilizados na realização de trabalhos com Impacto Ambiental. Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura sobre bioindicadores e sua utilização nos trabalhos de impacto ambiental, realizada entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2014, no qual se realizou uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX e por artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo. Os impactos que as ações antrópicas causam aos ambientes lóticos levam à perda de qualidade e dificultam a manutenção da integridade desses ecossistemas, além de interferir na sustentabilidade de suas comunidades. O estudo de organismos tem sido uma das técnicas utilizadas para se avaliar mudanças no ambiente. Dentre estes organismos, os insetos têm se mostrado indicadores apropriados para essa finalidade, tendo em vista sua diversidade e capacidade de produzir várias gerações, geralmente, em curto espaço de tempo. PALAVRAS-CHAVE: Recursos hídricos; Bioindicadores e Impacto Ambiental. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 15 ASPECTOS RELACIONADOS À UTILIZAÇÃO DE BIOINDICADORES NO MONITORAMENTO DO IMPACTO AMBIENTAL 1. INTRODUÇÃO De acordo com McAllister et al., (1997), o recurso hídrico é um elemento fundamental para o desenvolvimento equilibrado de qualquer região. No entanto, a compatibilização das atividades humanas com esta realidade é um processo que se reveste de grande complexidade sendo, por isso, uma matéria que carece de análises e planejamento, numa perspectiva integrada e tendo em consideração horizontes temporais de curto, médio e longo prazo. A necessidade de uma gestão integrada de recursos hídricos acentua-se pela existência de uma pressão crescente que é exercida sobre os mesmos. Para além da gestão imediata dos problemas existentes, assume cada vez mais importância conceito de planejamento, que pode ser entendido como o procedimento organizado com vista à definição das melhores soluções para os problemas presentes e futuros do recurso água. Em síntese, o planejamento de recursos hídricos deve conciliar, por um lado, a satisfação das necessidades de água para os diferentes usos, e por outro, a preservação do ambiente e dos recursos naturais. (POMPEU et al., 2004) As pressões sobre os recursos hídricos disponíveis na Região da cidade de Vassouras requerem que se planeje e otimize a gestão da água com base em critérios de uso múltiplo. O primeiro passo para a resolução dos problemas socioambientais gerados pela má gestão dos recursos hídricos é o desenvolvimento de metodologias de diagnóstico eficientes. Segundo documento da Organização das Nações Unidas (ONU), Agenda 21 (CNUMAD, 1992), “a utilização da água deve ter como prioridades a satisfação das necessidades básicas e a preservação dos ecossistemas.” No capítulo 18 desse documento é sugerido que a proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos seja feita a partir da aplicação de critérios integrados para o desenvolvimento, o manejo e o uso dos recursos hídricos. Nem só o que se destaca aos olhos das pessoas pelo tamanho é sinônimo de relevância. No meio ambiente é assim. A visibilidade característica de grande parte dos animais não é diretamente proporcional ao nível de importância do papel por eles desempenhado no ecossistema. Os insetos aquáticos comprovam essa teoria. Dispersos em rios e mananciais da região, alguns são quase invisíveis a olho nu. Eles são considerados importantes indicadores da qualidade das águas dos grandes rios Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 da região e, por esta razão, são alvo de estudos realizados em diferentes áreas por cientistas. (CALLISTO et al., 2004; POMPEU et al., 2004) Segundo Galdean et al., (2001), Tidos como referência pelos pesquisadores no que se referem à avaliação da qualidade das águas de rios, os insetos aquáticos representam um “termômetro” do nível de poluição ou contaminação a que estão sujeitos esses ecossistemas. “Quando uma região está com a água contaminada, alguns grupos de insetos rapidamente desaparecem, em contrapartida, outros acabam surgindo em maior número”. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os insetos bioindicadores e como eles podem ser utilizados na realização de trabalhos com Impacto Ambiental. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O uso de parâmetros biológicos para medir a qualidade da água se baseia nas respostas dos organismos em relação ao meio onde vivem. Como os rios estão sujeitos a inúmeras perturbações, a biota aquática reage a esses estímulos, sejam eles naturais ou antropogênicos. A habilidade de proteger os ecossistemas depende da capacidade de distinguir os efeitos das ações humanas das variações naturais, buscando categorizar a influência das ações humanas sobre os sistemas biológicos (CAIRNS JR. et al., 1993). Nesse contexto, a definição de biomonitoramento mais aceita é o uso sistemático das respostas de organismos vivos para avaliar as mudanças ocorridas no ambiente geralmente causada por ações antropogênicas (MATTHEWS et al., 1982). A ideia de que espécies podem ser usadas para indicar certas condições ambientais tem sido verificada com bastante frequência ao longo da história. Um exemplo ocorreu durante a Revolução Industrial (Século XIX), quando canários eram colocados dentro de minas de carvão para monitorar a qualidade do ar. Caso o canário sofresse alguma alteração desfavorável, causada por altas concentrações de monóxido de carbono, as pessoas eram imediatamente retiradas do local, evitando possíveis danos à saúde (CAIRNS JR. & PRATT, 1993). O uso das respostas dos organismos é a base dos índices biológicos. Bioindicadores são espécies escolhidas por sua sensibilidade ou tolerância a vários parâmetros, como poluição orgânica ou outros tipos de poluentes (WASHINGTON, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 1984). O termo “resposta biológica” se refere ao conjunto de reações de um indivíduo ou uma comunidade em relação a um estímulo ou a um conjunto de estímulos (ARMITAGE, 1995). Por estímulos entendemos algo que induza uma reação do indivíduo que possa ser percebida e medida na população ou na comunidade. Segundo Metcalfe (1989), o uso das respostas biológicas como indicadores de degradação ambiental é vantajoso em relação às medidas físicas e químicas da água, pois estas registram apenas o momento em que foram coletadas, como uma fotografia do rio, necessitando assim de um grande número de análises para a realização de um monitoramento temporal eficiente. Outra desvantagem é que, se forem feitas longe da fonte poluente, as medições químicas não serão capazes de detectar perturbações sutis sobre o ecossistema (PRATT & COLER, 1976). Por sua vez, os organismos integram as condições ambientais durante toda a sua vida, permitindo que a avaliação biológica seja utilizada com bastante eficiência na detecção tanto de ondas tóxicas intermitentes agudas quanto de lançamentos crônicos contínuos (DE PAUW & VANHOOREN, 1983). Além disso, as metodologias biológicas são bastante eficazes na avaliação de poluição não pontual (difusa), tendo, portanto, grande valor para avaliações em escala regional (PRATT & COLER, 1976). Mesmo em casos de lançamentos contínuos dentro das normas estabelecidas por lei, o uso da biota aquática é uma importante ferramenta na avaliação da qualidade da água. Segundo Barbosa (2004), isso se deve a um processo natural denominado biomagnificação, que é a transmissão de compostos que não são metabolizados ou excretados pelos organismos para o nível superior da cadeia trófica. Em alguns casos esses compostos podem ser tóxicos se acumulados, como no caso de metais pesados e de pesticidas organoclorados. Portanto, mesmo estando dentro das normas legais de lançamento, esses efluentes podem estar degradando as inter-relações biológicas, extinguindo espécies e gerando problemas de qualidade de vida para as populações que utilizam aquele recurso. Os indicadores biológicos são muito úteis por sua especificidade em relação a certos tipos de impacto, já que inúmeras espécies são comprovadamente sensíveis a um tipo de poluente, mas tolerantes a outros (WASHINGTON, 1984). Assim, índices podem ser criados especificamente para detectar derramamento de óleo, poluição orgânica, alteração de pH da água, lançamento de pesticidas, entre outros. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O sistema sapróbico de Kolkwitz & Marsson (1909) enfatizava que a abundância de organismos nas áreas poluídas ocorria por características fisiológicas e comportamentais que lhes permitia tolerar tais condições. Assim, localidades onde eram encontrados números elevados desses organismos eram classificadas como poluídas. No entanto, como organismos tolerantes à poluição são frequentemente encontrados também em áreas íntegras, o desaparecimento ou uma redução considerável na abundância relativa dos chamados grupos sensíveis passou a ser considerado um fator importante em estudos posteriores, embora haja críticas sobre o real valor da “ausência” de uma espécie (CAIRNS JR. & PRATT, 1993). A partir dessa primeira tentativa de classificação de ambientes com base na fauna local surgiram diversas metodologias, que podem ser divididas em três grandes grupos: os índices bióticos, os modelos de predição de impacto e os protocolos de avaliação rápida (BARBOSA, 2004). No final da década de 1960, iniciaram-se esforços conjuntos na Europa para testar a aplicabilidade do sistema sapróbico. A maioria dos países, à exceção da Alemanha e da Holanda, decidiu rejeitar esses métodos e passou a utilizar metodologias de avaliação representadas por índices bióticos de macro invertebrados bentônicos, que consistiam em atribuir um “valor” (score) para cada espécie com base em sua tolerância ao impacto (METCALFE, 1989). Diversos índices bióticos surgiram e foram testados desde então , mas um índice em especial ganhou destaque, o BMWP. Em 1976, foi criado na Grã-Bretanha um grupo de trabalho para discutir e sintetizar o conhecimento sobre os índices, originando o sistema conhecido por Biological Monitoring Working Party score system (BMWP). Nos anos subsequentes, o índice BMWP foi testado e revisto, e atualmente considera macro invertebrados identificados ao nível taxonômico de família, com valores entre 1 e 10 atribuídos com base em sua sensibilidade a poluentes orgânicos. Famílias sensíveis a altos níveis de poluentes recebem valores mais altos, enquanto famílias tolerantes recebem valores mais baixos (DI CASTRI et al. 1992). Após o registro de ocorrência dos táxons em uma localidade, somam-se os valores referentes a cada família, obtendo-se um valor final para a localidade. Quanto maior esse valor, mais íntegra a localidade. A aplicação do índice ASPT (Average Score Per Taxon), que é a média dos valores de cada família encontrada (BALLOCH Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 et al., 1976), tornou esse índice ainda mais eficiente (ARMITAGE et al., 1983; WALLEY & FONTAMA, 1998; WALLEY & HAWKES, 1997). Recentemente o índice tem ganhado destaque ainda maior, pois vem sendo aplicado em programas nacionais de predição de impacto (WALLEY & HAWKES, 1996; WRIGHT, 1995). De acordo com Barbosa (2004), os artrópodes são abundantes em praticamente todos os ecossistemas terrestres e decompõem aproximadamente 20% da folhagem anualmente produzida no planeta, sendo dessa forma importantes na manutenção do equilíbrio na natureza. Dentre os artrópodos estão os insetos da macrofauna de solo que atuam na ciclagem de nutrientes por fragmentação e ingestão de material presente na liteira. Estes animais interagem com outros micro-organismos, os quais decompõem e mineralizam os detritos do solo, afetando a estrutura do solo e alterando as suas propriedades físicas e biológicas (CALLISTO, 2001) Devido a grande diversidade de organismos existentes e a dificuldade em determinar a riqueza total, é necessário eleger alguns grupos taxonômicos, que sejam diversos tróficos, ecológica e taxonomicamente (DI CASTRI et al. 1992). O estudo de organismos tem sido uma das técnicas utilizadas para se avaliar mudanças no ambiente. Dentre estes organismos, os insetos têm se mostrado indicadores apropriados para essa finalidade, tendo em vista sua diversidade e capacidade de produzir várias gerações, geralmente, em curto espaço de tempo. Os insetos fitófagos, quando específicos para determinadas plantas, são os organismos mais adequados, principalmente os lepidópteros, que são taxonomicamente bem estudados e podem ser facilmente amostrados através de armadilhas luminosas (HOLLOWAY et al., 1987). Como a entomofauna de uma região é dependente do número de hospedeiros ali existentes (MARGALEF, 1951), os insetos podem se tornar indicadores ecológicos para a avaliação do impacto que venha a ocorrer nessa região. Segundo Johnson et al. (1993), um indicador biológico “ideal” deve possuir as seguintes características: Ser taxonomicamente bem definido e facilmente reconhecível por não especialistas; Apresentar distribuição geográfica ampla; Ser abundante ou de fácil coleta; Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Ter baixa variabilidade genética e ecológica; Preferencialmente possuir tamanho grande; Apresentar baixa mobilidade e longo ciclode vida; Dispor de características ecológicas bem conhecidas; e Ter possibilidade de uso em estudos em laboratório. A primeira abordagem visando à determinação de indicadores biológicos da qualidade das águas, com bases científicas, foi feita com bactérias, fungos e protozoários na Alemanha por Kolkwitz & Marsson (1909). Como praticamente qualquer grupo pode ser utilizado em programas de monitoramento, foram desenvolvidas metodologias de avaliação para macrófitas aquáticas (BEST, 1990; HASLAM, 1982), peixes e macro invertebrados. A utilização da comunidade de peixes com essa finalidade tem sido extensamente implantada, principalmente nos Estados Unidos (CAIRNS JR. & VAN DER SCHALIE, 1980; FAUSCH ET AL., 1990; KARR, 1981; KARR ET AL., 1986), inclusive com proposta de uso em programas em todo o país (FAUSCH et al., 1984; PLAFKIN et al., 1989). Apesar do desenvolvimento de metodologias de avaliação com diversos organismos, vários autores afirmam que o grupo de macro invertebrado bentônicos é o mais testado e utilizado (BARBOUR et al., 1999). Segundo Plafkin et al. (1989), essas comunidades têm sido amplamente utilizadas por uma série de razões: São ubíquos, podendo responder a perturbações em todos os ambientes aquáticos e em todos os períodos; O grande número de espécies oferece um amplo espectro de respostas; Mesmo em rios de pequenas dimensões, a fauna pode ser extremamente rica; A natureza relativamente sedentária de várias espécies permite uma análise espacial eficiente dos efeitos das perturbações; Apresenta metodologias de coleta simples e de baixo custo, que não afetam adversamente o ambiente; e São relativamente fáceis de identificar segundo as metodologias existentes. 3. METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura sobre bioindicadores e sua utilização nos trabalhos de impacto ambiental, realizada entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2014, no qual se realizou uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX e por artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo. O principal objetivo da revisão de literatura é fornecer uma síntese dos resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a tomar decisões. Segundo Poletti et al (2002), Neste tipo de estudo são abordados os tópicos relevantes sobre o tema, de forma a proporcionar ao leitor uma compreensão do que existe publicado sobre o assunto. Assim a revisão tem uma função integradora e facilita o acúmulo de conhecimento. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os impactos que as ações antrópicas causam aos ambientes lóticos levam à perda de qualidade e dificultam a manutenção da integridade desses ecossistemas, além de interferir na sustentabilidade de suas comunidades (KARR, 1981). Embora seja comum o emprego de critérios químicos para detectar os danos causados aos ambientes aquáticos, avaliações dessa natureza geralmente subestimam a real magnitude desses danos. As abordagens mais recentes de avaliação da qualidade da água empregam descritores físicos e químicos da água e informações sobre a biota aquática em diferentes níveis de organização. Além disso, a estrutura física do hábitat também deve ser considerada na avaliação da qualidade desses ecossistemas, pois influencia na estrutura e composição das comunidades biológicas, notavelmente macro invertebrado bentônico (CALLISTO et al. 2001). O consumo de água aumentou mais de seis vezes em menos de um século, mais que o dobro das taxas de crescimento da população. Em nível global, os recursos hídricos tendem a se tornar mais escassos, devido aos processos de uso e de poluição crescentes, caso não haja ações enérgicas visando à melhoria da gestão da oferta e da demanda da água (FREITAS & SANTOS, 1999). De acordo com Brown et al. (2000) a escassez de água refletirá na produção de alimentos, uma vez que são necessárias 1000 toneladas de água para produzir uma tonelada de grãos. Em uma perspectiva histórica, é evidente que o legado ambiental que nos chegou até hoje é produto das relações de populações passadas com o meio. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 De modo geral, a qualidade da água é definida por sua composição física, química, biológica e, consequentemente, pelos efeitos que seus constituintes podem causar ao ambiente. Considerados nobres, determinados usos exigem rigoroso controle de qualidade das águas; além disso, padrões de qualidade para consumo humano, indústria, irrigação, variam enormemente. Em função de seus usos e se considerando suas características, vários organismos estabeleceram normas e padrões específicos de qualidade da água., biológica e, consequentemente, pelos efeitos que seus constituintes podem causar ao ambiente (BROWN et al., 2000). O estudo foi baseado no levantamento bibliográfico de bioindicadores que é o conjunto de organismos chamados “macro invertebrado bentônico” vive no fundo rios e lagos. Dentre eles predominam as larvas de insetos aquáticos, minhocas d’água, caramujos, vermes e crustáceos, com tamanhos de corpo maiores que 0,5mm O uso destes organismos como bioindicadores é baseado em um princípio simples: submetidos a condições adversas, os organismos se adaptam ou morrem. De acordo com Resende (2002) os organismos que vivem em um dado ecossistema estão adaptados às suas condições ambientais e por isso devem refletir o nível de preservação de condições naturais ou as alterações provocadas pela emissão de poluentes ambientais. Através da revisão de literatura podemos perceber que existe uma grande ação da pecuária e da agricultura e que no contexto da influência das atividades antrópicas na qualidade das águas, a agricultura é tida como a principal consumidora e uma das principais poluidoras dos recursos hídricos, sendo a salinidade e a contaminação por nitrato os principais indicadores de poluição das águas (ONGLEY, 2001; BROWN et al., 2000). Segundo Resende (2002), sob determinadas condições de solo e clima e o uso excessivo ou o manejo inadequado de fertilizantes, podem acarretar o enriquecimento das fontes hídricas, promovendo a eutrofização de suas águas, com sérios prejuízos ao ambiente e à própria saúde humana. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A revisão de literatura aponta para a necessidade de medidas de preservação e conservação dos recursos hídricos e dos solos, como adequado manejo do sistema Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 solo-água-planta, de forma a reduzir os riscos de futuros impactos e das águas dessa bacia hidrográfica para permitir a sustentabilidade ambiental. REFERÊNCIA ALMEIDA, J. A. E RIEDL, M. (orgs). Turismo Rural – Ecologia, Lazer e Desenvolvimento. Bauru, SP: Edusc, 2000. ALVAREZ ALFONSO, R. M. Estudio y valoración del paisage: territorio de Valderejo. Santander, 1990. ANDRADE, R.V. O processo de produção dos parques e bosques públicos de Curitiba. Curitiba, 2001. Dissertação (Mestrado em Geografia) Setor de Ciências da Terra, UFPR. BARBOSA, F. A. R.; SCARANO, F. R.; SABARÁ, M. G.; ESTEVES, F. A. Brazilian LTER: Ecosystem and biodiversity information in support of decision-making. 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Raniel Gonçalves Oliveira – Graduado em Agronomia pela Faculdade Univértix. Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da Faculdade Univértix [email protected] RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes doses da adubação organomieral no plantio convencional do feijão Ouro Negro (Phaseolus vulgaris). O experimento foi Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 conduzido de março a junho de 2014, no campo experimental da Univertix, situado no município de Matipó (MG). O delineamento utilizado foi de blocos casualizados com quatro tratamentos (testemunha, 200, 300 e 400 kg/ha do organomineral EPX 707 cc) e cinco repetições. Verificou-se que o organomineral EPX 707 cc foi eficiente em aumentar o número de nódulos, o peso de 100 grãos e também a produtividade da cultivar ouro negro. A maior produtividade foi estimada para a dosagem de 150 kg/ha. Entretanto, as características número de nódulos por planta e peso de 100 grãos respondem linearmente ao aumento dosagem. PALAVRAS-CHAVE: Produtividade; Nodulação; EPX 707 cc, Phaseolus vulgaris 1. INTRODUÇÃO Várias hipóteses são propostas para explicar a origem e a domesticação do feijão comum Phaseolus vulgaris. Existe a hipótese de que o feijoeiro tenha sido encontrado e domesticado no norte da América do Sul e México (FREITAS, 2006). O feijão comum é uma planta anual herbácea, trepadora ou não, pertencente à família Fabaceae. É cultivado em varias épocas do ano e seu ciclo é curto com propagação feita por sementes. As condições ideais para o cultivo do feijão são temperatura de 21°C, com pH próximo do neutro, preferencialmente entre 5,5 e 6,5 e bom teor de matéria orgânica (EMATER – MG, 2014). Com produção média anual de 3,2 milhões de toneladas e produtividade de 1,029t/há, o Brasil é o maior produtor mundial de feijão. O consumo alimentar de feijão da população brasileira combina com a tradicional dieta à base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. O consumo alimentar médio de feijão per capita é 14,94 kg/hab/ano conforme estimativa do IBGE/2014 e Conab/safra 2013/2014. Típico produto da alimentação brasileira, o feijoeiro é cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões. Os maiores produtores são Paraná, que colheu 748,5 mil toneladas na safra 2011/12, e Minas Gerais, com 636,3 mil toneladas no mesmo período conforme estimativa Conab/safra 2013/2014. Segundo Richetti (2012), houve aumento da produtividade do feijoeiro devido as evoluções das práticas culturais e técnicas compatíveis aos vários sistema de produção, destacando-se a obtenção de cultivares de alto teor produtivo, a adubação e irrigação de forma correta. No entanto, a cultura do feijoeiro apresenta baixa produtividade nacional, decorrente de problemas associados à doenças de difícil Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 controle, ao alto custo dos defensivos e a precária situação financeira do pequeno agricultor familiar, que é responsável por mais de 67% da produção nacional. Segundo Levrero (2009), em 1979 o professor Edmar José Kiehl propõe ao Ministério da Agricultura a criação da categoria de fertilizantes orgânicos enriquecidos com fertilizantes minerais, na cidade do Recife, PE, no 4º Seminário Nacional de Limpeza Pública. Mas, a produção dos fertilizantes orgânicos, somente começou após sua inclusão na legislação em 1982. A parti de então, os fertilizantes organominerais passaram a ser produzidos mediante a mistura de matéria orgânica, fertilizantes minerais e calcários. Para os fertilizantes orgânicos enriquecidos com fertilizantes minerais, ficou estabelecido que o teor máximo de água é de 20%; a concentração mínima de NP2O5-K2O, de P2O5, de P2O5- K2O ou de N-K20 é de 12%, e o teor mínimo de matéria orgânica total no produto final é de 25% (WIETHOLTER et al,1994). Na história da adubação do Brasil, existem mais de cinquenta empresas produzindo fertilizantes organominerais. Se comparado aos 150 anos de experimentos dos minerais, o emprego do organomineral pode ser considerado novo. Acredita-se que cada vez mais a sua utilização na agricultura será recomendada visando recuperar de maneira mais eficiente os solos desgastados com o cultivo intenso (LEVRERO, 2009). Sabe-se que as práticas modernas intensivas de produção fazem com que rapidamente os níveis dos nutrientes considerados essenciais sejam reduzidos no solo, consequentemente, aparecem os sintomas de deficiência, podendo transformar áreas antes produtivas, em solos inférteis. A cada safra são retiradas grandes quantidades de nutrientes pela remoção das plantas, outras quantidades são perdidas por lixiviação ou pela erosão do solo. Tais fatores faz com que a reposição de nutrientes no solo seja condição fundamental para continuidade da produção em uma lavoura agrícola (CARVALHO, 2012). O manejo preciso da adubação organomineral tem por finalidade beneficiar o meio ambiente por causar menores níveis de acidificação do solo, eutrofização das águas, poluição do lençol freático e salinização de área. Além disso, aumenta gradativamente a fertilidade do solo, considerando a interação entre plantas e microrganismos do solo. Os microrganismos tornam disponíveis os nutrientes insolúveis e fertilizam o solo como um todo (ANDRADE et al. 2005). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Diante do exposto, o presente trabalho teve como principal objetivo avaliar a influência de diferentes doses da adubação organomineral no desenvolvimento do feijão Ouro Negro em sistema de plantio convencional. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ferreira et al. (2009), avaliaram os efeitos da adubação orgânica e organomineral na biomassa microbiana do solo e na produtividade do feijoeiro. Concluíram que com a adubação organomineral, a produtividade do feijoeiro (IPR Colibri) foi cerca de 63% maior que a aquela obtida apenas com a adubação orgânica. No entanto, com a adubação orgânica a produtividade obtida foi maior que a média da cultura do feijoeiro no estado do Paraná. Andrade et al. (2005), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar os critérios de recomendação de adubação existente na 5ª aproximação (CFSEMG, 1999) em três cultivares de feijão comum (Phaseolus vulgaris ), Ouro Negro, Talismã e Vermelho, cultivadas na região de Viçosa-MG. A cultivar que mais se destacou foi a talismã que apresentou maior produção com menor quantidade de adubo. Almeida et al. (2007), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o efeito do fertilizante organomineral na redução da preferência para oviposição da mosca branca (Bemisia tabaci) em plantas de feijão. Ao atingir o número de aplicações desejadas para cada tratamento foi realizado os testes onde foi observado que o fertilizante organomineral afeta a preferência para a oviposição da B.tabaci em folhas de feijão. Porém, o efeito mais notável foi observado no tratamento com duas e três aplicações. Nakayama et al. (2013) avaliaram a eficiência do fertilizante organomineral com o fertilizante mineral no desenvolvimento vegetativo e na produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em sistema de semeadura direta. Concluíram que o tratamento 04-14-08+MO - 200 kg/há do fertilizante organomineral apresentou a maior produtividade perante o mineral químico. Nakao et al. (2013), verificaram o efeito de doses e modos de aplicação do insumo organomineral sobre as características agronômicas e a produtividade do feijoeiro de inverno peróla do grupo carioca. Nas condições do presente estudo, a utilização do insumo organomineral não incrementa produtividade sobre a cultura do feijoeiro, independente de dose e ou modo aplicado. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Andreola et al. (2000) verificaram que entre os adubos não ocorreram diferenças significativas. Todavia, chamou a atenção o fato de o adubo organomineral apresentar rendimento de grãos de feijão superior ao dos demais. Este fato mostrou-se contrário ao esperado, uma vez que, com a decomposição da parte orgânica do adubo organomineral, pode ocorrer a complexarão de alguns nutrientes, tornando-os não disponíveis para as plantas. Isso, numa fase inicial, pode ter ocorrido. Todavia, tratando de esterco de aves, cuja decomposição é relativamente rápida, não se pode afirmar que esteja havendo acúmulo de carbono orgânico no solo. 3. MATERIAS E MÉTODOS O experimento foi plantado em março de 2014, no campo experimental da Faculdade Vértice - Univertix situado no município de Matipó (MG). A cultivar utilizada foi Ouro Negro no sistema de cultivo de verão-outono conhecido como feijão da seca. Esse cultivo permite a colheita em épocas praticamente livres da chuva proporcionando grãos de ótima qualidade. O espaçamento utilizado foi de 0,40m entre fileiras e 0,125m entre plantas totalizando 200.000 plantas por hectare. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. A unidade experimental foi constituída por parcelas de 5 linhas com 4 metros de comprimento e espaçadas de 0,40 metros. A área total da parcela foi de 8m². Por ocasião da coleta dos dados descartaram-se as bordaduras, avaliando-se apenas as linhas centrais. Sendo assim, a área útil da parcela foi de 3,6m². Realizou-se a análise do solo para avaliar a acidez e o balanço de nutrientes. Os resultados encontram-se na Tabela-1. Tabela-1- Resultado da análise química do solo na área de excussão do experimento (Campo experimental – Univértix). DETERMINAÇÕES M.O. dag/dm³ pH P mg/dm³ K mg/dm³ Ca cmol/dm³ Mg cmol/dm³ Al cmol/dm³ H+AL cmol/dm³ S.B. cmol/dm³ GARANTIAS 2,2 6,5 68,8 159 4,0 1,3 0,00 3,00 5,71 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 C.T.C. cmol/dm³ V% K C.T.C. Ca C.T.C. Mg C.T.C. Al C.T.C. H+Al C.T.C. P-rem mg/dm³ 8,71 66 5 46 15 0,0 34 31,0 Os tratamentos avaliados foram: Tratamento 1 = testemunha sem adubação; os demais tratamentos receberam adubação no sulco de plantio, nas seguintes dosagens: tratamento 2 = 200 kg/ha do EPX 707 cc; tratamento 3 = 300 kg/ha do EPX 707 cc e tratamento 4 = 400 kg/ha do EPX 707 cc. A composição química do organomineral EPX 707 cc encontra-se detalhada na tabela 2. Tabela – 2- Composição química do organomineral EPX 707cc desenvolvido pela empresa Natufert situada no município de Ibatiba – ES PARAMETRO Umidade a 60 a 65 ºC pH em CaCL2 Matéria orgânica comportável Carbono Orgânico Nitrogênio (N) Fósforo (P2O5) Potássio ( K2O) Cálcio (Ca) Magnésio (Mg) Enxofre (S) Soma de micro PRESENTE 3,0% 7,0 20,5% 11,1% 3,9% 16,3% 6,1% 11,0% 1,6% 0,3% 0,4% No processo de compostagem da matéria orgânica para fabricação do EPX 707 cc, faz-se a adição de microrganismos e dá-lhes condição de sobrevivência ideal, que se consiste em aerar a matéria orgânica para que possam composta-la com eficiência. Outro fator importante do organomineral EPX 707cc é que ele favorece a sobrevivência dos microrganismos fazendo com que permaneçam vivos no produto comercial. Para o controle de plantas daninhas, utilizou-se a capina manual após 20 dias da emergência segundo a recomendação da (Epamig, 2010). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O feijão ouro negro foi colhido de forma manual logo após a maturidade fisiológica, com a mudança das folhas verdes para amarelas e da coloração das vagens de verde para creme-palha. As plantas foram arrancadas e enleiradas no campo para secagem. As características avaliadas foram produtividade, peso de 100 grãos e número de nódulos por planta. A produtividade foi estimada pesando-se os grãos da área útil da parcela. A estimativa do número médio de nódulos por planta foi obtida da contagem dos nódulos em duas plantas por parcela. Por tanto, se encharcou o solo até que os agregados estivessem permitindo arrancar a planta com menor perda possível do sistema radicular. O peso de 100 grãos foi obtido através da pesagem utilizando balança de precisão, após terem passado pelo processo natural de secagem. Os dados coletados foram submetidos a análise de variância e a análise de regressão utilizando o programa estatístico Sisvar® e os gráficos foram realizados no EXCEL versão Windows 7. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Tabela 3 encontram-se os resultados das análises de variâncias de todas as características avaliadas. Verifica-se que para todas as características houve efeito significativo de tratamento. Também verificamos que os coeficientes de variação foram baixos para todas as características avaliadas na Tabela 3, indicando alta precisão do experimento (PIMENTEL GOMES, 2010). Todas as estimativas foram abaixo de 15%. Tabela 3. Resultados da análise de variância para as características número de nódulos por planta pesam de 100 grãos em gramas (P100S) e produtividade em toneladas por hectare avaliadas no feijão ouro negro visando avaliar diferentes doses do organomineral EPX 707 cc. FV Blocos Tratamentos QUADRADOS MÉDIOS GL No de Nódulos/planta 3 12.253,3125* 4 25.615,9000* P100S (g) 1,0418ns 6,5534* Produtividade (T/ha) 0,0026 0,1857* Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Resíduo 12 CV (%) Média geral 3.308,6708 12,94 444,50 1,6311 5,24 24,3667 0,0047 3,44 1,9911 (ns)não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. (*) significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F Outro fato importante que podemos verificar é que a produtividade média do experimento (1,99t/ha) foi superior à média nacional que é de 1,029t/ha, sendo que no estado de Minas Gerais essa média chegou a 1,2t/ha na primeira safra de 2013/2014 (CONAB SAFRA 2013/2014). Quanto á média do número de nódulos, verificamos que o valor encontrado no experimento foi de 444,5 nódulos por planta. Uma estimativa bastante satisfatória provavelmente proporcionada pela presença de bactérias inoculantes vivas no EPX 707cc. Segundo Zilli et al. (2006), a nodulação é frequentemente dependente do tamanho da população de bactérias nodulantes do solo. Isto ocorre, pois, o feijão possui a capacidade de nodular com diversas espécies de nódulos presentes em solo de regiões tropicais. O número de nódulos estimados por plantas foi bem superior à média estimada por Franco et al. (2002) para a cultivar ouro negro utilizando inoculante, que foi de 173,83 nódulos por planta. A média de todas as cultivares avaliadas no experimento de Franco et al. (2002) foi de 198,07 nódulos por planta. Melém et al. (2011) também verificaram que a adubação organomineral proporcionou aumentos significativos nos valores médios da massa de grãos por planta, massa de 1.000 grãos, número de vagens por planta e produtividade da cultura do feijão. De posse da significância dos tratamentos procedeu-se com a análise de regressão. Para o peso de 100 grãos o modelo de regressão que melhor se ajustou aos dados observados foi o modelo da regressão linear simples (Gráfico-1). O coeficiente de determinação (R2) estimado foi de 99,44%. Ou seja, 99,44% da variação observada na variável peso de 100 grãos estão sendo explicada pela equação de regressão. O modelo também nos permite concluir que há um acréscimo de 0,67% na produtividade em todos os kg do EPX 707 cc aplicado por hectare. Tal valor parece insignificante quando se trata de uma pequena área cultivada. No entanto, se torna extremamente expressivo em grandes extensões de áreas agricultáveis. Acredita-se que o aumento do peso de 100 grãos se deve ao maior Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 número de nutrientes fornecidos à planta através da matéria orgânica presente no EPX 707 cc que aliado à uma nodulação eficiente proporciona o equilíbrio nutricional para a planta. Para a característica número de nódulos por planta, verifica-se que o modelo de regressão que melhor se ajustou aos dados foi o polinomio de 2º grau (Gráfico -2). Nesta função também verificamos que o aumento no número de nódulos nas raízes das plantas aumenta à medida que aumentamos a dosagem do organomineral EPX 707 cc. Dada à grande importância dos nódulos em elevar a produtividade do feijão e também em garantir nutrição eficiente da planta é extremamente recomendável a utilização de fertilizantes que possam contribuir em elevar o número desses microrganismos nas raízes das plantas. Gráfico 1 - Regressão da variável peso de 100 grãos (g) em função das diferentes dosagens do organomineral EPX 707 cc. Peso de 100 grãos (g) 26 25,5 25 𝑦 = 0.0067𝑥 + 22,861 24,5 𝑅2 = 0,9942 24 23,5 23 22,5 0 100 200 300 400 500 Dosagens do organomineral EXP 707 cc (kg/ha) Acredita-se que a alta nodulação da planta de feijão venha fazer com que a planta assimile uma maior quantidade de nitrogênio, fazendo com que haja maior tamanho dos grãos aumentando desta forma a massa de grãos. Gráfico 2 - Regressão da variável número de nódulos por planta em função das diferentes dosagens do organomineral EPX 707 cc. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Número de nódulos por planta 600 500 400 300 200 100 0 0 100 200 300 400 500 Dosagem do organomineral EPX 707 cc (kg/ha) A análise de regressão ajustou um modelo quadrático para a característica produtividade ( Gráfico - 3). Este modelo implica em obter ganhos na produção com o aumento da dosagem do organomineral até certo ponto e, a partir de então, o aumento da dosagem acarretará redução de produtividade ao invés de aumento. De acordo com a equação definida pelo modelo de regressão o ponto de máximo da parábola, ou seja, a máxima produção será atingida para a dosagem de 150 kg/ha. Para esta dosagem observa-se que a produção estimada será de 2,20t/ha. Essa produção é bem superior à média nacional estimada para a safra de 2013/2014 que foi de 1,029t/ha e também superou a média estimada para Minas Gerais que foi de 1,2 T/ha (CONAB SAFRA 2013/2014) Supõe-se que a queda gradual na produtividade decorrente de dosagens superiores a 150 kg/ha se deve ao fato de que a matéria orgânica em excesso tende a aumentar o vigor vegetativo reduzindo a luminosidade e, consequentemente, diminuindo a floração. Entretanto, faz-se necessário um estudo de caso visando adequar a melhor dosagem a ser utilizada a cada plantio, visto que o trabalho mostrou aumento de peso de 100 grãos e número de nódulos proporcional ao aumento da dosagem. Gráfico 3 - Regressão da variável produtividade (t/ha) em função das diferentes dosagens do organomineral EPX 707 cc. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 2,40 Produtividade (t/ha) 2,20 2,00 1,80 1,60 𝑦 ̂ = -7E-06x2 + 0.0021x + 2.0451 R² = 0.9927 1,40 1,20 1,00 0 100 200 300 400 500 Dosagens do organomineral EPX 707 cc (kg/ha) 5. CONCIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que o organomineral EPX 707 cc foi eficiente em aumentar o número de nódulos, o peso de 100 grãos e também a produtividade da cultivar ouro negro. A maior produtividade estimada foi para a dosagem de 150 kg/ha do organomineral EPX 707 cc. Dosagem superior implicaria em redução da produtividade. Entretanto, para as características número de nódulos por planta e peso de 100 grãos respondem linearmente ao aumento dosagem. REFERÊNCIAS ALMEIDA, G. D.; PRATISSOLI, D.; HOLTZ, A. M.; VICENTINI, V. B. Fertilizante organomineral como indutor de resistência contra a colonização da mosca branca no feijoeiro. Idesia (Arica), Chile, v. 26, n.1, p. 29-32, Abril. 2008. ANDRADE, C. A. B, et al. Avaliação de critérios de recomendação de adubação sobre a produtividade de cultivares de feijão. Acta Sci Agron, Maringá, v. 27, n. 2, p. 281285, Abr/Jun. 2005. ANDREOLA, F, et al. A cobertura vegetal de inverno e a adubação orgânica e, ou, mineral influenciando a sucessão feijão/milho. R. Bras. Ci. Solo, VIÇOSA-UFV, v. 24, p. 867-874, Setembro. 2000. CARVALHO, M. G. Produção de feijão- Fava de diferentes doses de adubação orgânica e mineral. Dissertação (mestrado agronomia), Universidade Federal do Piauí, Teresina, p. 60, Março. 2012. FERREIRA, E. G.; MELÉM JUNIOR, N. J.; RODRIGUES, O. Biomassa microbiana do solo e produtividade do feijão submetido a diferentes tipos de adubação. Encontro Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Anual de Iniciação Científica - Universidade Estadual de Londrina, Londrina- PR, v. 18, p. 1-4, Set/Out, 2009. FRANCO, M. C, et al. Nodulação em cultivares de feijão dos conjuntos gênico andino e mesoamericano. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 8, p. 11451150, agosto. 2002. FREITAS, F. O. Evidências genético-arqueológicas sobre a origem do feijão comum no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.7, p. 1199-1203, julho. 2006. LEVRERO, C. R. Especial abisolo fertilizante organomineral: A serviço do mundo. Fevereiro de 2009. Disponível em: http://www.agroanalysis.com.br/especiais_detalhe.pHp?idEspecial=39&ordem=6. Acesso em: 15. Out. 2014. MELÉM JUNIOR, N. J, et al. 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As características avaliadas foram produtividade (t/ha), peso de 100 grãos (g) e peso de matéria seca (kg/ha). Verificou-se que o tratamento superfosfato simples obteve melhor produtividade de grãos e no trantamento fosfato monoamônico obteve maior produtividade de massa seca. Logo, conclui-se que os fosfatos de maior solubilidade apresentaram maior rendimento tanto em produtividade de grãos quanto em produtividade de matéria seca. PALAVRAS-CHAVE: Híbrido Simples; AG 7088; Zea mays; Produtividade; Adubação. 1. INTRODUÇÃO A produtividade mundial de milho tem aumentado continuamente desde a introdução dos híbridos em meados da década 40. Esses aumentos ocorreram devido ao maior potencial de colheita (melhoramento genético), à melhoria das práticas culturais e às interações entre esses fatores. (RUSSEL, 1984; MIRANDA & GALVÃO, 2012, p.139). Grande parte da melhoria das práticas culturais se deve aos avanços nas pesquisas cientificas nas áreas de nutrição mineral das plantas e fertilidade dos solos. Tais pesquisas permitam uma melhor interpretação das inter-relações existentes entre os minerais o solo e as plantas. Propiciando adubações muito mais eficientes, com menor custo e agressão ao meio ambiente. As pesquisas relatam que a interação do fósforo com constituintes do solo, como o Alumínio, Ferro e Cálcio, sua ocorrência em formas orgânicas e sua lenta taxa de difusão na solução do solo tornam o fósforo o nutriente menos prontamente disponível na rizosfera. Mesmo quando são aplicados fertilizantes fosfatados, a maior parte do fósforo adicionado é adsorvida em coloides do solo, tornando-se com o tempo não disponível, dada a formação de compostos de baixa solubilidade, sem propiciar uma esperada Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 contribuição para a produção vegetal. Além disso, o suprimento mundial de fósforo para a fabricação de fertilizantes constitui um recurso natural não renovável, exigindo aproveitamento consciente deste nutriente para garantir a sustentabilidade da agricultura nos moldes atuais (ARAUJO & MACHADO, 2006). O fósforo é um dos nutrientes que mais limita a produção de grãos no Brasil, especialmente em gramíneas. Embora as exigências do milho em fósforo sejam em quantidades, bem menores que as de nitrogênio e potássio, as doses normalmente recomendadas são altas, em função da baixa eficiência de aproveitamento desse nutriente pela cultura, decorrente da alta capacidade de adsorção do fósforo adicionado ao solo, reduzindo sua disponibilidade às plantas (CORRÊA et al., 2008 apud BASTOS, 2010 ). Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta do milho a diferentes fontes de fósforo aplicadas no plantio, visando o aumento da produtividade. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Os primeiros registros do cultivo de milho datam de cerca de 7.300 anos e foram feitos em pequenas ilhas próximas ao litoral mexicano (ARAUJO, 2008). O grão mais produzido no mundo na safra 2009/2010 foi o milho, cuja produção foi em torno de 812,4 milhões de toneladas (UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE, 2010; citado por, FUKUDA, 2012). No Brasil, a estimativa da área total plantada com milho na safra 2010/11 foi aproximadamente 15 milhões de hectares, produzindo nessa área cerca de 80 milhões de toneladas (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2014). Portanto, obtendo-se uma produtividade média de 5,3 toneladas por hectare. O milho é cultivado em todo território brasileiro, destacando-se das demais culturas por ocupar a maior área cultivada do país. Além disso, no Brasil o milho destaca-se entre os grãos como o produto de maior volume produzido, respondendo pelo segundo maior valor da produção nacional, sendo superado apenas pela soja. É também o principal insumo para confecção de rações utilizadas na criação de animais (NETTO, 1996; citado por, MIRANDA; GALVÃO, 2012, p.13). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com participação média de 6% na oferta mundial deste produto e sua produção é superada pelo Estado Unidos, primeiro produtor mundial, cuja participação e de quase 40%, e pela China, cuja produção equivale a 20% da oferta mundial de milho (MIRANDA & GALVÃO, 2012, p. 15). Grande parte dos avanços na produtividade do milho no Brasil se deve à eficiência na adubação fosfatada, visto que os solos brasileiros deficientes no fornecimento de fósforo para a planta, já que a maior parte fica adsorvida nos coloides do solo. O Fósforo participa em vários processos metabólicos nas plantas, como a transferência de energia, síntese de ácidos nucléicos, glicose, respiração, síntese e estabilidade de membrana, ativação e desativação de enzimas, reações redox, metabolismo de carboidratos e fixação de nitrogênio (VENCE et al; 2003 apud FERNANDES, 2006). Ao promover um bom desenvolvimento das raízes, o fósforo permite aumentar a eficiência do milho na absorção da água, gerando perdas menores e melhor absorção de nutrientes, fazendo com que sofra menos nos períodos de deficiência de água (LOPES (1988); TIRITAN et al., (2010)). No caso do milho, deficiência de fósforo nos estádios iniciais de desenvolvimento acarreta redução no índice de espiga, representado pelo número de espigas por unidade de área, e consequentemente, redução na produção final dos grãos (MENGEL; KIRKBY, 1987). As fontes de fósforo podem ser divididas basicamente em solúveis, pouco solúveis e insolúveis. As primeiras, quando adicionadas ao solo, aumentam rapidamente a concentração do fósforo na solução do solo. Os fosfatos solúveis têm sua eficiência diminuída ao longo do tempo devido ao processo de "adsorção" ou "fixação" de fósforo. Já os fosfatos naturais, que são insolúveis em água, se dissolvem lentamente na solução do solo e tendem a aumentar a disponibilidade do fósforo para as plantas com o tempo (KORNDÖRFER; CABEZAS; HOROWITZ; 1999). Dentre os macro nutrientes (N, P, K, MG, Ca e S), o P é o que apresenta a maior variação quanto aos tipos de fertilizantes disponíveis no mercado. Esses produtos podem ser classificados quanto à sua solubilidade em água, em citrato neutro de amônio (CNA) e em ácido cítrico (AC), em análises conforme a legislação brasileira. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Conhecendo-se o produto e suas solubilidades, pode-se, de maneira geral, prever sua eficiência agronômica (capacidade de fornecimento de P para as culturas) e a melhor forma de utilização. Os superfosfatos simples e triplo (ambos os fosfatos monocálcicos), os fosfatos monoamônico (MAP) e diamônico (DAP) e alguns fertilizantes complexos (N, P e K no mesmo grânulo) têm mais de 90% do fósforo total solúvel em citrato neutro de amônio. Dissolvem-se rapidamente no solo e são praticamente equivalentes quanto à capacidade de fornecimento de fósforo para as plantas. São utilizados principalmente na forma de grãos, com a finalidade de diminuir o volume de solo com o qual reagem, reduzindo o processo de insolubilização, além de facilitar o manuseio e a aplicação (LOBATO; SOUSA; 2003). Os fosfatos naturais brasileiros (Araxá, Patos de Minas, Catalão, entre outros), cuja dissolução no solo é muito lenta, sobretudo em condições de acidez corrigida para culturas anuais (pH em água ao redor de 6,0), têm eficiência agronômica muito baixa, em média de 25% para culturas anuais, em relação aos fosfatos solúveis em água, nos primeiros anos depois da aplicação (LOBATO; SOUSA; 2003). Os termos fosfatos e os produtos à base de fosfato bicálcico têm mais de 90% do fósforo total solúvel em ácido cítrico e em citrato neutro de amônio, mas, são insolúveis em água. O termo fosfato magnesiano fundido, quando aplicado na forma finamente moída, dissolve-se rapidamente no solo e apresenta eficiência agronômica equivalente aos fosfatos solúveis em água. Apresenta, ainda, efeito corretivo da acidez quando utilizado em doses elevadas ou continuamente e é fonte de magnésio e silício (LOBATO; SOUSA; 2003). Os organominerais são os fertilizantes resultantes da mistura de fertilizantes orgânicos e minerais. O objetivo dessas misturas é aumentar o teor de nutriente dos materiais orgânicos e aumentar a eficiência dos fertilizantes minerais. Apesar de sua aplicabilidade ser restrita a poucas situações, por que só se consegue produzir essas misturas com concentrações relativamente baixas, tanto do componente orgânico quanto do mineral, o seu uso vem crescendo (ABREU et al. 2005; apud NOVAIS, 2007) 3. MATERIAL E MÉTODOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O ensaio foi instalado na propriedade Fazenda Pedra Menina, localizada no município de Espera Feliz no Estado de Minas Gerais a cerca de 910 metros de altitude e coordenadas 20°33’43.55”S 41°49’56.24”O. O solo é classificado em latossolo com baixo teor de fósforo e alto teor de matéria orgânica. A cultivar avaliada foi o híbrido simples de milho AG 7088, sendo plantadas no sistema de plantio direto, com espaçamento de 0,50 m entre fileiras e 3,25 plantas por metro linear, totalizando 65.000 plantas por hectare. O experimento foi montado em blocos casualizados com 6 tratamentos e 4 repetições, totalizando 24 parcelas. Cada parcela foi constituída por 4 fileiras com 20 metros de comprimento espaçadas de 0,5 metros. A área total de cada parcela foi de 40 m². O plantio foi realizado utilizando 5 diferentes fontes de fósforo a saber: superfosfato simples (18% P2O5); termo fosfato (27% P2O5); fosfato reativo (14% P2O5); fosfato monoamônico (54% P2O5) e organomineral (16% P2O5). A adubação utilizada no plantio foi de 100 kg de P2O5, 30 kg de N e 60 kg de K2O por hectare. A testemunha recebeu todos os nutrientes exceto o Fósforo. Para o controle de pragas e doenças, fez-se o tratamento das sementes com o ingrediente ativo imidacloprid + thiodicarb. No controle das plantas daninhas foi utilizado o herbicida Glifosato na dose de 2 L por hectare em pré-emergência e 3 L por hectare em pós-emergência da cultura, com a planta no estagio V4. Foi utilizado pulverizador costal manual em ambas as aplicações. A adubação de cobertura foi efetuada no estagio V8 da cultura na dose de 900 kg por hectare do adubo formulado 18-00-08. Sendo assim 162 kg de N, 0kg de P2O5, 72 kg de K2O. Na aplicação foi utilizado um adubador manual. Para coleta dos dados, eliminou-se as duas fileiras exteriores, evitando a influência de outros tratamentos. Para estudo do peso de matéria seca ao ponto de silagem foram retiradas 5 plantas por parcela e pesadas imediatamente. Para avaliar a produtividade, amostrou-se 20 plantas por parcela e colheram-se as espigas. Estas foram debulhadas e colocadas em área aberta para secagem natural até atingirem o teor de 12% de umidade. Após a secagem, as amostras foram pesadas e contou-se 100 grãos visando obter o peso em balança de precisão. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 De posse dos dados realizou-se a analise de variância e os testes de medias utilizando o programa estatístico SISVAR® e os gráficos foram realizados no EXCEL versão Windows 7. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Verifica-se que houve efeito de tratamento para a variável produtividade e peso de matéria seca. Entretanto, para o variável peso de 100 grãos não houve efeito de tratamento (Tabela 1). Tal fato indica que todos os possíveis contrastes entre as médias dos tratamentos, para esta variável, são estatisticamente nulos (Tabela 2). Tabela 1- Análise de variância para as características produtividade peso de 100 grãos e peso de matéria seca avaliadas no hibrido simples AG 7088 visando avaliar diferentes fontes de fósforo (superfosfato simples, termo fosfato fosfato reativo, fosfato monoamônico e organomineral) (*) significativo ao nível de 5% de probabilidade. (ns) não significativo ao nível de 5% de probabilidade Os valores dos coeficientes de variação indicam que a precisão do experimento para todas as características avaliadas foi alta (PIMENTEL-GOMES, 2010). Quadrados Médios Produtividade Peso Matéria Seca P100G (g) T/há (Kg/ha) ns Tratamentos 5 2,0064* 81,1417 128,0612* Resíduo 15 0,3001 116,8972 15,3207 Média 11,7916 334,9583 56,6316 CV% 4,6500 3,2300 6,9100 Ressalta-se que o experimento não sofreu ataque de pragas e doenças durante FV GL todo o ciclo da cultura. Visando discriminar qual ou quais foram os melhores tratamentos procedeu-se com o teste de média cujos resultados encontram-se na Tabela 2. Mediante análise das médias dos tratamentos pelo teste Tukey 5% conclui-se que para a variável produtividade, o adubo superfosfato simples teve uma tendência a ser superior aos demais proporcionando produtividade de 12,65 t/ha. Segundo Raij et al. (2001), os fertilizantes solúveis como o Superfosfato simples irão se dissolver facilmente em água, com isso estarão prontamente disponíveis na solução do solo para a absorção pelas plantas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para Resende et al. (2006), o fosfato reativo quando usado de forma parcelada, tendeu a proporcionar produtividade superior à do superfosfato triplo (formulação similar ao superfosfato simples) e ao termo fosfato. Outro fator que deve ser levado em conta é a demanda de fósforo pela cultura. Plantas de intenso desenvolvimento, de ciclo curto como o milho, requerem maior nível de fósforo em solução e reposição mais rápida do P-adsorvido que as plantas de culturas perenes (COELHO; FRANÇA, 2014). Segundo Mengel & Kirkby (1987), a liberação imediata do Fósforo na fase inicial do milho está relacionada ao aumento do número de espigas por área. Até 80% do fósforo absorvido pelo milho pode ser direcionado para os grãos (BÜLL, 1933; CANTARELLA, 1993). Após a polinização, o suprimento de fósforo para os grãos e desenvolvimento é bastante intenso. A absorção de fósforo pelas raízes é ainda muito ativa durante o período de formação da espiga até sua maturidade. Nesse período, a quantidade de fósforo absorvida pelas raízes varia de 43 a 65% de todo o fósforo absorvido pela planta e a maior parte destina-se aos grãos em desenvolvimento. A redistribuição do fósforo ocorre das folhas para o colmo, espiga e palha, sendo a maior parte do fósforo total presente nas partes vegetativas direcionada para a espiga (ARNON, 1975 citado por ARAUJO, 2004). O teste de média também revelou que a menor produtividade foi para o tratamento testemunha (10,66 t/ha) e que os demais tratamentos não diferiram entre si quanto à produtividade. Para o variável peso da matéria seca o melhor tratamento foi o fosfato monoamônico (62,64 kg) e o pior foram a testemunha (47,68 kg). Os demais não diferiram entre si (Tabela 2). Todas as médias dos tratamentos foram estatisticamente iguais para a característica peso de 100 grãos (Tabela 2). Tabela 2 - Resultados do teste de médias para as características produtividade peso de 100 grãos e peso de matéria seca avaliadas no hibrido simples AG 7088 visando avaliar diferentes fontes de fósforo (superfosfato simples, termofosfato fosfato reativo, fosfato monoamônico e organomineral). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Produtividade T/há P,100 grãos (g) Peso Matéria Seca (Kg) m̂2 = 12,65 a m̂5 = 12,18 a b m̂4 = 12,04 a b m̂3 = 11,94 a b m̂6 = 11,28 b c m̂1 = 10,66 c m̂2 = 341,50 a m̂5 = 337,50 a m̂3 = 335,25 a m̂4 = 335,25 a m̂6 = 331,75 a m̂1 = 328,50 a m̂5 = 62,64 a m̂2 = 61,28 a b m̂3 = 58,77 a b m̂4 = 56,97 a b m̂6 = 52,44 b c m̂1 = 47,68 c m̂1 = testemunha; m̂2 = superfosfato simples; m̂3 = organomineral; m̂4 = termofosfato; m̂5 = fosfato monoamônico; m̂6 = fosfato reativo, As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O superfosfato simples proporcionou melhor produtividade para o milho AG 7088 e que o fosfato monoamônico proporcionou maior produção de massa seca. A produtividade estimada para o superfosfato simples foi de 12,65 T/ha. Este valor foi 18,67% superior ao valor da testemunha. Já para a característica peso de 100 grãos não houve diferença estatística entre as fontes de fósforo. REFERENCIAS FUKUDA, Akira José Fernandes, et al. Avaliação dos Parâmetros Biométricos das Diferentes Fontes de Uréia Revestida com Polímeros. Disponível: <http://www.abms.org.br/29cn_milho/06132.pdf> Acesso em 11 Jun. 2014. ARAUJO, Clenio. Jornal Eletrônico da Embrapa Milho e Sorgo - Sete Lagoas. Ano 02 Edição 07 Maio de 2008, Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/grao/7_edicao/grao_em_grao_materia_03.htm. Acesso em 10 Jun. 2014. CABEZAS, Alejandro Lara; HOROWITZ, Nelson; KORNDORFER,Gaspar Henrique . Eficiência agronômica de fosfatos naturais reativos na cultura do milho. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010390161999000200019. Acesso em 11 jun. 2014. BRITO, Gleize Levisk; PEREIRA, Marcelo Andrade. Avaliação de fontes de fósforo na cultura do milho. XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Solo, Uberlândia-MG, Disponível em: http://www.unicerp.edu.br/versaoanterior/downloads/gleizesolos.PDF. Acesso em 28 Out. 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BEZERRA, Maria Geisiane Ávila, et al. Resposta do milho à adubação fosfatada no Nordeste do Pará. XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012, p. 1399-1405, out., 2014. FOLONI, José Salvador, et al. Adubação fosfatada mineral e organomineral no desenvolvimento do milho. Presidente Prudente, SP, Colloquium Agrariae, v. 6, n.1, Jan./Jun., 2010, p. 08 -14, 2014. FERNANDES, Manlio Silvestre. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. (Nutrição mineral de plantas), Viçosa, MG, cap. 10. p. 254, 2006. MIRANDA, Glauco Vieira; GALVÃO, João Carlos Cardoso. Tecnologias de Produção do Milho. 2ª Ed., Viçosa: UFV, MG, 2012. SOUSA, Djalma Martinhão Gomes; LOBATO, Edson. Adubação Fosfatada em Solos da Região do Cerrado. Encarte Do Informações Agronômicas, Piracicaba, SP, n.102, p.10-11. Jun, 2014. NOVAIS, Roberto Ferreira, et al. Sociedade Brasileira de Ciencia do Solo, Viçosa, MG, Cap. 12, p.743-744, 2007. RESENDE, Alvaro Vilela, et al. Fontes e Modos de Aplicação de Fósforo para o Milho em Solo Cultivado da Região do Cerrado. R. Bras. Ci. Solo, Cap.30 Pag. 453-466, 2006. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n3/31212.pdf. Acesso em 06 nov. 2014. COELHO, Antônio Marcos; FRANÇA, Gonçalo Evangelista. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO (Embrapa Milho e Sorgo). Disponível: http://www.dpv24.iciag.ufu.br/new/dpv24/Apostilas/NUTRICAO%20E%20ADUB.%20 MILHO%20-%20CNPMS.pdf . Acesso: 06 nov. 2014. HANSEL, Fernando Dubou; FERTILIZANTES FOSFATADOS APLICADOS A LANÇO E EM LINHA NA CULTURA DA SOJA SOB SEMEADURA DIRETA, Disponível em: <http://w3.ufsm.br/ /Fernando%20Dubou%20Hansel_Disserta %20Mestrado.pdf>. Acesso em 06 nov. 2014. ARAÚJO, Ivânia Barbosa, et al. Fontes E Modos De Aplicação De Fósforo Na Produção E Nutrição Mineral Do Milho, Revista Brasileira de Milho e Sorgo, vol. 3, nº 2, pag. 250-264, 2004. Acesso: 06, novembro, 2014. LEVANTAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS NASCENTES DO CÓRREGO DO GAMBÁ DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG. Alan Purificati de Souza Corrêa. Graduado em Agronomia pela Faculdade Vértice. Vinícius Sigilião Silveira Silva. Graduado em Agronomia. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Metalúrgicos. Doutora em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. [email protected] RESUMO Nascentes são manifestações superficiais do lençol freático, que é caracterizado por um ponto de descarga dos aquíferos na superfície do solo. Estando sua conservação diretamente ligada à conservação do solo e a preservação da formação da vegetação que lhe circunda. A pesquisa teve como objetivo identificar as nascentes encontradas no Córrego do Gambá, zona rural do município de Matipó (MG); verificar seu estado de conservação e propor medidas para sua recuperação. Foram visitadas 16 nascentes localizadas em 11 propriedades rurais durante os meses de maio a junho de 2015. Em cada propriedade foi aplicado um questionário para avaliação do estado de conservação das nascentes. Verificou-se que a maior parte das nascentes do córrego encontram perturbadas quanto a sua conservação, já em relação a análise microbiológica constatou a presença de bactérias heterotróficas em praticamente todas as nascentes porém dentro da faixa aceitável de 500/UFC/ML. PALAVRAS-CHAVE: Infiltração; Cobertura vegetal; Degradação; Preservação. 1. INTRODUÇÃO A água é um dos principais elementos naturais responsáveis pela vida. Sendo o recurso que ocupa uma grande área no planeta, embora sendo disponível em diferentes quantidades e qualidade. Segundo Tundisi (1999), alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos recursos hídricos ameaçam a sobrevivência humana e as demais espécies do planeta, estando o desenvolvimento econômico e social dos países fundamentados na disponibilidade de água de boa qualidade e na capacidade de sua conservação e proteção. Hoje, a má preservação de nascentes e o mau uso da tem ocasionado a diminuição do volume de água para o consumo. Grandes cidades e até propriedades rurais estão ficando sem água devido à diminuição das chuvas e ou concentração destas em grandes volumes em um curto espaço de tempo que causa mais escoamento superficial do que infiltração. Pois, nossos rios só serão abundantes se abastecidos por nascentes que possuam vazões constantes em seu afloramento (MOITA e CUDO, 1991). Diante do exposto o objetivo desta pesquisa é identificar as nascentes encontradas no Córrego do Gambá, zona rural do município de Matipó (MG); verificar seu estado de conservação e propor medidas para sua recuperação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nascentes são manifestações superficiais do lençol freático, que é caracterizado por um ponto de onde a água nasce através da superfície do solo. Sendo também conhecida como olho d’ água, fio d’água, mina d’água, cabeceira e fonte (VALENTE & GOMES 2005). Estando sua conservação diretamente ligada à preservação e formação da vegetação que lhe circunda, ou seja, de sua mata ciliar, responsável pela dinâmica e manutenção do volume de água permanente em sua bacia. Portanto, essas áreas de recarga das nascentes são condições básicas para o sucesso do planejamento da conservação e produção da água. (FARIA et al., 2012). As águas para o consumo humano é um dos mais importantes veículos de contaminação de doenças e enfermidades infecciosas, fazendo com que seja muito importante sua conservação (ISAAC-MARQUEZ et al., 1994). Os riscos de contaminação no meio rural é muito alto. Portanto, as nascentes têm inestimável importância dentro de uma propriedade agrícola e, por isso, deve ser tratada com cuidado especial, sempre buscando recursos para sua preservação (CASTRO et al., 2007). Assim, práticas como: não construir currais, chiqueiros, galinheiros e fossas sépticas nas proximidades, principalmente acima das nascentes, diminuem o risco das mesmas serem contaminadas por bactérias coliformes, que são indicadoras de águas de auto risco de contaminação; o não desmatamento em torno das nascentes também é um fator de grande importância, pois melhora a estrutura do solo tornando-o mais poroso e aumentando sua taxa de infiltração; não jogar lixo em torno das nascentes é outro item, devido a grande possibilidade de contaminação por substâncias químicas; o cercamento das aflorações freáticas a uma distância mínima de 50 metros é fundamental, pois evita a entrada do gado e a contaminação da água com suas fezes (estrume) e o uso de adubos e agrotóxicos em áreas próximas as nascentes e em áreas de recarga devem ser evitados FARIA et al., 2012). Estes fatores que devem ser observados, pois são importantes agentes contaminantes e depreciativos da qualidade da água. Desde muito tempo, as fontes de abastecimento de água no meio rural são os poços rasos, nascentes e poços artesianos, que são fontes bastante susceptíveis à contaminação (FEWTRELL et al., 1998). A qualidade da água hoje, de uma Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 microbacia, é influenciada por muitos fatores, dentre ele: a cobertura vegetal do local, a topografia do terreno e o clima local que também deve ser levado muito em consideração. Não se pode esquecer o tipo, manejo e o uso do solo da bacia (VAZHEMIN, 1972; PEREIRA, 1997). Segundo ARCOVA et al. (1998), os vários processos que controlam a qualidade da água de determinado manancial fazem parte de um frágil equilíbrio, motivo pelo qual alterações de ordem física, química ou climática, na bacia hidrográfica, podem modificar a sua qualidade. Segundo Oliveira-Filho et al., (1994), a devastação das matas ciliares tem contribuído para o assoreamento, o aumento da turbidez das águas, o desequilíbrio do regime das cheias, a erosão das margens de grande número de cursos d’água, além do comprometimento da fauna silvestre. 3. MATERIAL E MÉTODO O estudo foi desenvolvido no Córrego do Gambá que está situado na zona rural do município de Matipó (“S 20º 17’ 02” “e W 42º 20’ 28”). Este município apresenta o clima tipo quente e temperado, temperatura média anual de 20°C, precipitação anual normal de 1.205 mm e umidade relativa média de 71% com (Climate Data/INMET). Tendo vegetação caracterizada por Mata Atlântica. Para o desenvolvimento da pesquisa foram visitadas 16 nascentes localizadas em 11 propriedades rurais durante os meses de Maio e Junho de 2015, onde em cada propriedade foi aplicado um questionário para avaliar o estado de conservação destas nascentes, analisando fatores como: (1) utilização do solo em torno das nascentes; (2) estado de conservação da vegetação ciliar no entorno das nascentes; (3) estado de conservação do solo no entorno das nascentes (somente para o perímetro isolado); (4) aparência da água das nascentes; (5) análise microbiológica de coliformes fecais. Estando cada item do questionário relatado nos quadros abaixo, que são constituídos por um roteiro capaz de orientar o diagnóstico dos levantamentos em campo. Foram coletadas informações de cada propriedade referentes as atividades praticadas, quanto ao uso da água das nascentes, o grau de conhecimento do produtor sobre práticas conservacionista de nascentes, caso os mesmos, tivessem esse conhecimento, como ele foi adquirido. para isso utilizamos os quadros 1,2,3 e 4 que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 foram elaboradas por Faria et al., 2012, utilizado no trabalho Diagnóstico Ambiental de Áreas do Entorno de 51 Nascentes Localizadas no Município De Lavras, MG. De todas as propriedades analisadas foram coletadas 32 amostras de água das nascentes em 16 pontos diferentes. A água foi coletada em potes estéreis e posteriormente encaminhada para o laboratório da Univértix, onde foram efetuadas as análise microbiológicas e determinação do pH. A análise microbiológica foi realizada a partir de placas da PRETIFILM testes, com 1ml de água em cada placa. O Ph foi determinado por meio de um pHmetro (MS Tecnopon Equip Epecifica,MPA-210) com solução tampão pH 7,0 e solução tampão pH 4,0, logo após em um béquer transfere-se cerca de 70 mL da amostra e fez-se a leitura do pH. As observações do estado de conservação foram realizadas diretamente durante as visitas. Realizou-se o registro fotográfico das condições atuais das nascentes do córrego do Gambá para auxiliar na avaliação e descrição do local. Foi realizado o georrefenciamento das nascentes, realizado com o aparelho de GPS, marca Garmin, modelo Etrex H 10, onde foram obtidas as coordenadas geográficas e posteriormente descarregadas no programa TrackMaker para visualização de todas as nascentes avaliadas. O estado de conservação das nascentes foi classificado, usando os quadros de identificação 1, 2, 3 e 4 citados acima. Podendo assim ser desenvolvido um mapa de localização e distribuição das nascentes ao longo do córrego analisado, como segue abaixo na figura 1. Figura 1 - Localização e distribuição das nascentes ao longo do Córrego do Gambá. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Fonte: Google Earth Quadro 1 - Utilização do solo no entorno da nascente > 90% da área ocupada por vegetação nativa (mata, cerrado ou campo, etc.) 75 a 90% da área ocupada por vegetação nativa, desde que não se enquadre na situação 1 50 a 75% de vegetação nativa, (desde que não se enquadre na situação 1) F E D Área ocupada predominantemente (> 50%) por pastagem bem manejada ou cultura agrícola perene, (desde que não se enquadre na situação 1) Área ocupada predominantemente (> 50%) por culturas agrícolas anuais ou pastagem degradada, (desde que não se enquadre na situação 1) C B solo exposto em mais de 10% da área, com o restante ocupado com pastagem ou cultura agrícola; - solo exposto em mais de 20% da área, com o restante ocupado com vegetação nativa. A Quadro 2 - Avaliação do estado de conservação da vegetação ciliar no entorno de nascentes. Preservadas: quando apresentam pelo menos 50 metros de vegetação natural no seu entorno medidas a partir do olho d´água em nascentes pontuais ou a partir do olho d´água principal em nascentes difusas; C Perturbadas: quando não apresentam 50 metros de vegetação natural no seu entorno, mas apresentam bom estado de conservação, apesar de estarem ocupadas em parte por pastagem e/ou agricultura B Degradadas: quando se encontram com alto grau de perturbação, muito pouco vegetada, solo compactado, presença de gado, com erosões e voçorocas. A Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Quadro 3 - Avaliação do estado de conservação do solo no entorno de nascentes (somente para o perímetro isolado). Zonas onde o solo apresentase em bom estado de conservação desprovido de sulcos, voçorocas, etc. Apresenta camada de serrapilheira ou boa cobertura vegetal, capaz de reter e absorver o escoamento superficial em toda sua extensão. Zonas onde o solo apresenta - se moderadamente estável, embora a superfície do solo esteja aparente em alguns pontos favorecendo o escoamento superficial. Zonas onde o solo apresenta_se estágio avançado de perturbação. Observa-se compactação leve, causada por pisoteio de gado. O desgaste do solo é visível com sinais de erosão laminar e indícios de potencial avanço da degradação. Zonas onde o solo apresenta-se bastante alterado, instável, destituído de cobertura vegetal e com presença de sulcos, erosão profunda e formação de voçorocas. D C B A Quadro 4 - Critérios de avaliação da aparência da água das nascentes. Nascente onde a água apresenta as S seguintes características: Nascente onde a água apresenta as S seguintes características: Nascente onde a água apresenta as S seguintes características: Nascente onde a água apresenta as S seguintes características: Limpa e clara; Nenhum lixo; Nenhuma evidência de cheiro forte Material sedimentável ausente ou incapaz de ser medido; Sem presença de resíduos sólidos, óleos graxas e outros; Sem presença de gado ou estrume; Ausência ou baixa frequência de larvasr e/ou vermes vermelhos. Água com pouca turbidez; Nenhum lixo ou resíduo sólido; Cheiro fraco de mofo ou capim; Material sedimentável em baixa quantidade, mas observável; sem presença de gado; Poucas larvas e vermes vermelhos. Água turva; Presença de espuma, lixo ou outro resíduo sólido; Cheiro fétido; Material sedimentável em alta quantidade; Presença de gado/estrume; Ocorrência de grande quantidade de lodo vermelho; Muitas larvas e vermes vermelhos e material de origem animal em decomposição. D C Água com pouca turbidez; Nenhum lixo ou resíduo sólido; Cheiro fraco de mofo ou capim; Material sedimentável em baixa quantidade, mas observável; Com presença atual de gado ou indícios da sua presença, como estrume ou pegadas; Poucas larvas/vermes vermelhos. B A 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na aplicação do questionário em campo, foi constatado que todas as propriedades que tiveram suas nascentes avaliadas possuem área que varia de 4 a 118 ha. Sendo a água de suas nascentes usadas predominantemente para o consumo humano, consumo animal e atividades domésticas. Em algumas propriedades foi verificado o uso da água para irrigação de hortas para consumo próprio, não tendo caráter de exploração comercial. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A principal atividade agrícola desenvolvida nas propriedades é a cafeicultura, mas em algumas propriedades também ocorre a exploração do solo com pastagem, para o desenvolvimento da pecuária leiteira de subsistência. Os resultados obtidos com a aplicação do questionário são de apenas 15 nascentes, pois uma estava seca e não foi contado no resultado final. Quanto ao estado de conservação das nascentes avaliadas, tiveram os seguintes resultados: Parâmetro 1, utilização do solo no entorno da nascente, verificou-se que três nascentes apresentaram nota A (20%); uma nascente com nota B (6,66%); 10 nascentes com nota C (66,6%) e uma nascente com nota E (6,66%). Com relação às opções D e F nenhuma nascente se enquadrou (Figura 2 A). Os dados colhidos apontaram que 66,6% das nascentes analisadas, apresentaram área ocupada por agropecuária, predominantemente com mais de 50% por pastagem bem manejada ou cultura agrícola perene. Segundo Ferreira et al., (2011) citado por Faria et al., 2012 p. 657. Os principais problemas em relação à ocupação do solo em torno das nascentes se devem ao modo de uso e ocupação dos solos. Nesse aspecto, os autores afirmam que o fator determinante para o elevado percentual de nascentes sobre este aspecto de ocupação é decorrente do tamanho da propriedade. Assim, como na região da presente pesquisa, ocorre predominância de pequenas propriedades rurais, com base na agricultura familiar. Essas propriedades, na maioria das vezes, exploram as áreas de nascentes com finalidade de produção agrícola para subsistência familiar ao máximo possível ao redor das mesmas. Para o parâmetro de avaliação do estado de conservação da vegetação ciliar no entorno de nascentes, notou-se que oito nascentes receberam nota A (53,33 %), sete nascentes apresentaram nota B (46,66%), e nenhuma nascente apresentou nota C (Figura 2 B). O que se pode verificar é que a maioria das nascentes do Córrego do Gambá encontram-se perturbada, necessitando de um plano de recuperação, a fim de melhorar a cobertura vegetal em seu entorno, devido à pouca ocupação de vegetação nativa. Já que o código florestal brasileiro lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012, Que prevê que a Área de Preservação Permanente de uma nascente deve ter um raio mínimo de 50 metros, contudo a faixa de mata em cada nascente da área pode ter um raio maior do que 50 metros, visando aumentar a mata do entorno, consequentemente protegendo a área de contribuição. Deve-se levar em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 consideração que a área de contribuição é o principal fator responsável pela infiltração da água da chuva, logo é necessário conscientizar os produtores rurais quanto à necessidade da vegetação para a proteção da bacia de contribuição da nascente. Com relação a avaliação do estado de conservação do solo no entorno da nascente, constatou-se os seguintes resultados: duas nascentes receberam nota A (13,33%), sete nascentes receberam nota B (46,66 %) e seis nascentes receberam nota C (40%). Nenhuma das nascentes se enquadra na opção D (Figura 2 C), que apresentam solos com bom estado de conservação. Observou-se compactação causada por pisoteio de gado. O desgaste do solo foi visível com sinais de erosão laminar e indícios de potencial de avanço da degradação com rachaduras no solo. Estes resultados foram obtidos devido a carência de vegetação em seu entorno, tornando o solo exposto às condições climáticas, principalmente a chuva, que é um importante fator erosivo quando o solo que a recebe encontra-se desprotegido. Outro fator foi a ineficiência das estruturas que impedem o acesso do gado às nascentes. Segundo Calheiros et al., (2004) é um grande erro, pois o pisoteio causado pelo gado, torna a superfície do solo próximo às nascentes compactado, diminui sua capacidade de infiltração, ficando sujeito à erosão laminar e, consequentemente, provocando não só a contaminação da água por partículas do solo, turvando-a, como também, e o que é pior, provoca até mesmo soterramento da nascente. Práticas como o desenvolvimento de programas de rotação de pastejo, ou seja, a divisão do pasto em piquetes, que tem por finalidade melhorar a qualidade do volumoso fornecido para o gado, que consequentemente evita a compactação exagerada do solo da área de pasto. As instalações de bebedouros para evitar que o gado invada as áreas cercadas das nascentes são importantes atitudes para melhorar a conservação do solo em seu entorno. No que se refere a aparência da água das nascentes, duas nascentes receberam nota A (13,33%), sete nascentes receberam nota B (46,66), três nascentes receberam nota C (20%) e três nascentes receberam nota D (20%) ( Figura 2 D) , características como: água com pouca turbidez; nenhum lixo ou resíduo sólido; cheiro fraco de mofo ou capim; material sedimentares em baixa quantidade, mas observável; com presença atual de gado ou indícios da sua presença, como estrume ou pegadas, foram as características que mais se enquadraram na maioria das nascentes. Fatores Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 estes ocorridos, devido à ineficiência de proteção das mesmas e o mau uso do solo em seu entorno o que o tornou desprotegido, favorecendo sua erosão e consequentemente aumentando a turbidez da água. Figura 2: Avaliação de nascentes quanto aos critérios: (A) Formas de Uso do Solo; (B) Estado de Conservação da nascente; (C) Estado de Conservação do Solo e (D) Aparência da Água. 100 50 66,6% 20% 6,66% 0% 6,66% 0% 0 A B C D E F CATEGORIA (B) FREQUÊNCIA (%) FREQUÊNCIA (%) (A) 60 53,33% 46,66% 40 20 0% 0 A B C CATEGORIA 46,66% 50 40% 13,33% 0% 0 A (D) B C D CATEGORIA FREQUÊNCIA (%) FREQUÊNCIA (%) (C) 46,66% 50 13,33% 20% 20% C D 0 A B CATEGORIA Quando perguntado aos produtores se eles sabiam de alguma prática conservacionista de nascentes, cinco responderam que sim e seis responderam não saber de nenhuma prática, aos que responderam sim, citaram como exemplos de práticas conservacionistas o reflorestamento e a preservação da mata ciliar como principais fatores para sua conservação. O que se pode observar que apesar da grande vivência no campo, as maiores partes dos produtores não souberam citar nenhuma prática conservacionista, o que caracterizou o motivo de muitas nascentes estarem em mal estado de conservação. Já quando perguntado como obteve o conhecimento das práticas conservacionistas de nascentes, a maioria respondeu que foi obtida através de visitas técnicas e conhecimentos passados por familiares. Durante a coleta das amostras nas nascentes, podemos perceber que a maioria das nascentes apresenta alto grau de degradação ambiental e falta de mata ciliar como mostram a figura 3. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Figura 3. Aspecto visual de algumas nascentes estudadas. Os resultados de análise pelo teste da PRETIFILM realizado para todas as amostras revelaram a presença de bactérias heterotróficas, como mostrado na Figura 4. Segundo Domingues et al., (2007) atualmente a portaria nº 518/2004 estabelece a determinação da presença de coliformes totais e termo tolerantes e a contagem de bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para consumo humano, sendo que a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/ml). Figura 4 - Placas de Pretifilm com presença de bactérias heterotróficas. As análises microbiológicas da água das amostras10 e 4, revelaram que a água não apresentava contaminação de acordo com a Figura 5. Figura 5 - Placas de Pretifilm com ausência de bactérias heterotróficas, coletadas nos pontos de amostragem 4 e 10. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Sendo que o ponto 3, a nascente estava seca e não foi possível coletar amostras de água para o teste microbiológico. As águas coletadas nos pontos 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 possuem contaminação com valores médios de 35, 7, 1, 56, 135, 9, 1, 16, 0, 3, 11, 73, 52, 32 e 4 UFC por ml, respectivamente. Os coliformes termos tolerantes só foram encontrados nos pontos 5, 13 e 16 com média de 3, 3 e 2 UFC por ml. Em relação aos treze pontos acima mencionados, nenhuma amostra apresentou valores superiores ao recomendado pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Para aferição de sua potabilidade a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônias por 1 mililitro de amostra 500/UFC/ml. (BRASIL, MS, Portaria nº 518/2004). Segundo Santos (1999), na flora natural da água existem microrganismos patogênicos que precisa ser mantido sob controle, pois em quantidades excessiva pode se transformar em agentes oportunistas. Segundo a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde a aferição de potabilidade, é a ausência total de coliformes totais e termo tolerantes de preferência Escherichia coli, em amostra de 100 ml de água tratada. Segundo o Ministério da Saúde (2007) para avaliação da eficiência do tratamento de água a presença dos indicadores de contaminação pode indicar falhas ou insuficiência no tratamento. O tratamento da água em si não garante a manutenção da condição de potabilidade, haja vista que sua qualidade pode se deteriorar entre o tratamento, preservação, distribuição e consumo. Tem que se conhecer a densidade de bactérias, pois um aumento considerável da população bacteriana pode comprometer a detecção de organismos coliformes, podendo colocar em riscos a saúde, como também, deteriorar a qualidade da água, provocando danos a fauna e flora. Para o pH, os valores obtidos nos diferentes pontos de amostragem não variaram muito. A maioria dos valores estabilizou-se entre 6,0 e 7,0, sendo semelhantes aos valores de referência. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo Moita (1991), a água no ambiente natural tem sua concentração de íons H+ e OH- fortemente influenciada por sais, ácidos e bases presentes no meio, fornecendo assim informações sobre a sua qualidade (água pura valor igual a 7 e água superficial valor entre 4 e 9), o tipo de solo por onde a água percorreu, o tipo de poluição química da água (despejos ácidos ou alcalinos) e a qualidade do ambiente (origem da água, impactos ambientais poluidores, desmatamento e metabolismo das comunidades) onde a água se encontra. 5. CONCLUSÃO Com o presente trabalho pode-se concluir que a maioria das nascentes do Córrego do Gambá, encontra-se em estado de conservação perturbada, devido a vários fatores como: desmatamento, uso indevido do solo e ausência de vegetação natural no raio de 50 metros ao seu redor. Quanto a analise microbiológica, todas as amostras das nascentes ficaram dentro da faixa aceitável de 500/UFC/ML, e para o pH os valores obtidos nos diferentes pontos de amostragem ficaram dentro do recomendado pelos valores de referência. Com bases nestes resultados as estratégias de preservação das nascentes devem englobar pontos básicos como: controle de erosão de solo por meio de estruturas físicas e barreiras vegetais, minimização da contaminação física e biológica. No que se refere a qualidade das nascentes deve-se evitar atividades que venham poluir e comprometer a qualidade da agua, evitando principalmente o contato com coliformes. Finalmente a conservação de uma nascente exige um manejo sistemático e integrado da bacia hidrográfica a qual está inserida. REFERÊNCIAS ARCOVA, F.C.S.; CESAR, S.F.; CICCO, V. Qualidade da água em microbacias recobertas por floresta de Mata Atlântica, Cunha, São Paulo. Revista do Instituto Florestal de São Paulo, São Paulo, v.10, n.2, p.185-96, 1998. BAGGIO, J.A et al. Recuperação e proteção de nascentes em propriedades rurais de Machadinho, RS Brasília, DF: Embrapa, 2013. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. Rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, MINISTÉRIO DA SAÚDE. 146 p. 2006. CALHEIROS, R. de O. et al. Preservação e recuperação das nascentes (de água e de vida). 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA DA Jatropha multiphida L. SOBRE AS BACTÉRIAS Staphylococcus sp. e Escherichia coli. Edinarah Emerick Labate de Melo, Jéssica Pereira de Freitas – Graduanda em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice - Univértix Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice. [email protected] RESUMO O presente trabalho tem por objetivo comparar e avaliar a atividade antibacteriana do extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da Jatropha multiphida sobre as bactérias Staphylococcus sp. e Escherichia coli. A espécie Jatropha multiphida pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida por diversos nomes como, flor-de-coral, coraldos-jardins e flor-de-sangue; apresentando importante ação anticéptica e antifúngica devido a alguns de seus componentes, principalmente o tanino, que possui ação antimicrobiana. Foram utilizados o extrato das folhas e a seiva bruta da planta, no preparo das soluções testadas em diferentes concentrações sobre Staphylococcus sp. e , Escherichia coli, em suspenções contendo os preparados e as bactérias e em meio sólido de ágar Müeller-Hinton. Os resultados mostram que a seiva bruta apresentou melhor atividade antibacteriana sobre Staphylococcus sp. e , Escherichia coli. PALAVRAS-CHAVE: Jatropha multiphida; atividade antibacteriana; Staphylococcus Escherichia coli. sp.; 1. INTRODUÇÃO Desde 1977, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado o estudo de plantas tradicionalmente conhecidas como medicinais, com o objetivo de avaliar cientificamente os benefícios da utilização de medicamentos fitoterápicos e de conhecer, ao mesmo tempo, os riscos de seu uso indevido. Muitos centros de pesquisa, em todo o mundo, vêm desenvolvendo estudos sobre as propriedades farmacológicas das plantas medicinais. No entanto, faltam ainda evidências laboratoriais e clínicas sobre a eficácia e a segurança de seu emprego, tanto em animais como em seres humanos (LOGUERCIO et al.,2005) O Brasil é um país que possui grande biodiversidade, com inúmeras espécies na fauna e flora ainda não identificadas e sequer conhecidas pelos cientistas. Dentre as inúmeras plantas existentes e cultivadas, grande parte destas possuem princípios medicinais. (LORENZI e MATOS, 2008) e pelo menos a metade das espécies vegetais Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 existentes no país pode apresentar alguma propriedade terapêutica útil à população (DELAPORTE et al., 2002). O avanço da medicina convencional não inibiu o progresso das práticas curativas populares, pois estas trazem a possibilidade de uma melhor relação custo beneficio para a população, promovendo saúde a partir de plantas produzidas localmente (ARNOUS et al., 2005). A Jatropha multiphida, da família Euphorbiaceae, tem sido utilizada como acelerador do processo cicatricial, porém somente foi encontrado trabalho científico referente à sua ação antifúngica (ADESOLA e ADETUNJI, 2007). Como não há relatos do efeito desta planta sobre bactérias, o presente trabalho teve por objetivos avaliar o efeito antibacteriano do extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da J. multifida sobre Staphylococcus spp. e , Escherichia coli. 2. REVISÃO DE LITERATURA A Jatropha multiphida pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida pelos nomes vulgares de bálsamo, flor-de-coral, coral, coral-dos-jardins e flor-de-sangue. Suas flores são muito pequenas, de cor vermelho-brilhantes, e agrupadas em cachos; as folhas têm de 10 a 20 cm de largura e são divididas em segmentos ou lóbulos estreitos, afilados, longos e podem ter as extremidades lisas ou dentadas; os frutos são amarelos e normalmente contém três sementes. Apresenta seiva abundante leitosa ou incolor (BUCH et al., 2008). Segundo Barg (2004), suas sementes são tóxicas, contêm alcalóides, glicosídeos e toxialbuminas, que provocam dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia quando ingeridas em grande quantidade. Martins et al. (2005), ao analisarem os princípios ativos e propriedades farmacológicas de oito plantas, observaram que a espécie Jatropha multiphida que é utilizada como anticéptica e antifúngica, apresentava ácido gálico em seu látex agindo sobre a inibição de inflamação. O ácido gálico é um composto fenólico presente em muitas plantas, sendo um dos constituintes dos taninos hidrolisáveis (BATTESTIN et al., 2004). Plantas ricas em tanino são empregadas na medicina tradicional no tratamento de várias moléstias, entre elas, feridas, queimaduras e processos inflamatórios. Sabese que o tanino auxilia na produção de uma camada protetora devido à formação de um complexo tanino-proteína e/ou de polissacarídeos sobre regiões tissulares Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 danificadas. Além disso, esse composto tem capacidade de se ligar com íons metálicos, adquirindo atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres (SANTOS e MELLO, 2004; BARROSO et al., 2010). O mecanismo de ação antimicrobiana dos taninos explica-se por três hipóteses. A primeira pressupõe os taninos inibindo enzimas bacterianas e fúngicas e/ou se complexando com os substratos dessas enzimas; a segunda inclui a ação dos taninos sobre as membranas celulares dos microrganismos, modificando seu metabolismo, e a terceira fundamenta-se na complexação dos taninos com íons metálicos, diminuindo a disponibilidade de íons essenciais para o metabolismo microbiano (SCALBERT, 1991). 3. MÉTODOLOGIA 3.1 Preparo do material vegetal Para o preparo do extrato foram utilizadas folhas de Jatropha multiphida L., Cultivadas na faculdade Vértice- Univértix. As folhas íntegras da planta foram lavadas e penduradas para secar a sombra. Em seguida foram distribuídas uniformemente em envelopes de papel e levadas à estufa, numa temperatura de 45ºC durante 5 dias. Após a secagem, 60g de folhas foram triturados e peneirados em uma malha fina. Depois, foram colocados 30g de pó da folha de J. multiphida em 300ml de solução hidroalcoólica 70%, por uma semana. O extrato bruto foi concentrado em banho-maria na temperatura de 50º-55ºC para a eliminação total do solvente. Para a produção da solução com extrato foi retirado 4g de extrato bruto de J. multiphida, diluindo em 10mL de água destilada, resultando em concentração final de 40% (400mg/mL). A seiva bruta (látex) das folhas frescas de J. multiphida, foi extraída por gotejamento após o corte das folhas e do caule da planta. Para a solução a partir da seiva bruta foi utilizado 4g de látex de J. multiphida, diluindo em 10mL de água destilada, resultando numa concentração final de 40% (400mg/mL). As soluções feitas com o extrato e a seiva bruta foram conservadas na geladeira, durante os dias de uso. 3.2 Atividade antibacteriana Foram utilizados isolados de Staphylococcus sp. e Escherichia coli provenientes do laboratório de inspeção de produtos de origem animal do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Departamento de Medicina Veterinária da UFV, onde são mantidos congelados a 20°C. As bactérias foram cultivadas em ágar BHI (Brain Heart Infusion Agar), a 37°C, durante um período de 24 a 48 horas. Os cultivos foram suspensos em solução salina estéril até ajuste da turvação à escala 0,5 de McFarland (1,5 x 10 8 unidades formadoras de colônias/ mL). Para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), a solução contendo as bactérias (1,5 x 108 UFC/ml) foi colocada em 10 tubos de ensaio, 1ml por tubo, para cada bactéria em cada tratamento. Formando dois tratamentos, um com extrato e o outro com seiva bruta da J. multiphida, ambos na concentração inicial de 400mg/ml. Foram feitas diluições seriadas do extrato e da seiva bruta sendo retirado 1 ml de cada diluição e colocado nos tubos contendo uma quantidade fixa de bactérias, obtendo soluções com concentrações finais de 200; 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,13; 1,56; 0,78; 0,39 mg/ml do extrato e da seiva bruta, para o Staphylococcus sp. e para a Escherichia coli. Os tubos foram incubados a 35ºC por 18 h. O teste foi feito em duplicata. Os resultados foram analisados visualmente e classificados em “positivo” ou “negativo” para a formação de colônias de Staphylococcus sp. e Escherichia coli, observadas no fundo dos tubos. Todas as diluições do extrato e da seiva foram submetidos a uma subcultura adicionando 1ml de cada diluição em tubos inclinados contendo 3 ml de ágar MüellerHinton, para avaliar se haveria crescimento bacteriano. A CIM seria determinada como a menor concentração na qual há inibição de crescimento, porém com crescimento positivo na subcultura e a concentração bacteriana mínima (CBM) seria determinada como a menor dose que visualmente apresentar inibição de crescimento e que na subcultura também não apresentar crescimento bacteriano (SUFFREDINI et al., 2007). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Os resultados dos tratamentos com diferentes concentrações do extrato hidroalcoólico e seiva bruta da J. multiphida sobre Staphylococcus sp. e sobre Escherichia coli, estão representados nas tabelas 1 e 2. Segundo a metodologia descrita por Suffredini et al.(2007) a concentração inibitória mínima (CIM) para o extrato das folhas de J. multiphida foi de 25,0 e 12,5 mg/ml para o Staphylococcus sp e a Escherichia coli , respectivamente. Enquanto que para a seiva bruta as CIM foram de 12,5 mg/ml para as duas bactérias testadas. (Tabelas 1 e 2) Tabela 1. Observação da precipitação de colônias de Staphylococcus sp. em tubos contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a 35ºC. Concentração do extrato da folha (mg/mL) Precipitação de colônias de Staphylococcus sp Concentração da seiva bruta (mg/mL) Precipitação de colônias de Staphylococcus sp 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Tabela 2. Observação da precipitação de colônias de Escherichia coli em tubos contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a 35ºC. Concentração do extrato da folha (mg/mL) Precipitação de colônias de Escherichia coli Concentração da seiva bruta (mg/mL) Precipitação de colônias de Escherichia coli 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Quando as soluções bacterianas contendo o extrato e a seiva bruta da J. multiphida, em diferentes concentrações, foram adicionados ao meio sólido, ágar Müeller-Hinton, foi constatado que houve crescimento bacteriano mesmo nas concentrações que não apresentaram precipitação de colônias para o extrato e que algumas concentrações que tinham precipitado colônias de bactérias não tiveram crescimento bacteriano em meio sólido principalmente para a seiva (Tabelas 3 e 4). A precipitação nas soluções de extrato e seiva podem não indicar multiplicação bacteriana e sim a agregação das bactérias ao tanino hidrolisável (ácido tânico), que segundo Martins et al. (2005) é um dos componentes medicinais da J. multiphida. De acordo como Reinold (1997), o tanino hidrolisável pode se ligar a proteínas formando complexos que precipitam espontaneamente. Como o ágar Müeller-Hinton é um meio que favorece o crescimento bacteriano, consideramos este a melhor técnica para avaliar a atividade antibacteriana do extrato e da seiva bruta, constatando que a seiva foi capaz de inibir o crescimento do Staphylococcus sp e da Escherichia coli em todas as concentrações testadas (Tabelas 3 e 4). A divergência entre as duas técnicas impossibilitou determinar a concentração bacteriana mínima. Tabela 3. Observação da presença de colônias de Staphylococcus sp. em tubos contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, incubados a 35ºC por 20h. Concentração do extrato da folha (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Staphylococcus sp Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Concentração da seiva bruta (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Staphylococcus sp Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Tabela 4. Observação da presença de colônias de Escherichia coli em tubos contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, incubados a 35ºC por 20h. Concentração do extrato da folha (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Escherichia coli Positivo Positivo Negativo Positivo Positivo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Concentração da seiva bruta 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Escherichia coli Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O ensaio com soluções em diferentes concentrações do extrato e da seiva bruta mostrou ser pouco confiável, quando comparado com o crescimento em meio sólido enriquecido (ágar Müeller-Hinton). No meio sólido a seiva bruta apresentou melhor eficácia na inibição do crescimento do Staphylococcus sp e da Escherichia coli. REFERENCIAS ADESOLA, A.T.; ADETUNJI, O.O. The efficacy of Jatropha multifida in the management of oral candidiasis: a preliminary study. The Internet Journal of Alternative Medicine, v.4, n.1, 2007 ARIAS, M.V.B.; BATTAGLIA, L.A.; AIELLO, G.; CARVALHO, T.T.; FREITAS, J.C. Identificação da suscetibilidade antimicrobiana de bactérias isoladas de cães e gatos com feridas traumáticas contaminadas e infectadas. Semina: Ciências Agrárias, v.29, n.4, p.861-874, 2008. ARNOUS, A.H.; SANTOS, A.S.; BEINNER, R.P.C. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ESTUDOS PRELIMINARES DA BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE, TAMARILHO (Solanum betaceum Cav.). Ronnys Müller da Silva Freitas – Graduando do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice. Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia agronômica, mestre em Fisiologia Vegetal, Doutor em Fitotecnia e Pós-doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice. [email protected] RESUMO O tamarilho (Solanum betaceum (Cav.), pertencente à família Solanaceae, é também conhecido como tomate de árvore ou tomate francês, no entanto, pouco se conhece sobre as características biométricas deos seus frutos e sementes). O objetivo desse trabalho foi caracterizar a biometria de frutos e correlacionar às variáveis biométricas de peso, comprimento e diâmetro dos frutos e sementes de tamarilho. Para a caracterização biometria os frutos e sementes foram coletados e levados ao laboratório para análise. O número de sementes por frutos foi contabilizado de uma amostra de 20 frutos completamente maduras sendo as variáveis em foco partindo da análise de 50 sementes pesadas e medidas com equipamentos indicados nas regras de análises de sementes. Ao fim do experimento foi detectada relação positiva e elevada entre peso total do fruto (PF), comprimento do fruto (CF) diâmetro do fruto (DF) número de sementes por fruto (NS) e peso de sementes (PS) (1,00), mostrando que quanto maior o peso total do fruto maior será seu comprimento diâmetro e quantidade de sementes. PALAVRAS-CHAVE: Tamarilho, Biometria de Frutos, Solanum betaceum. 1. INTRODUÇÃO A espécie solanum betaceum (Cav.) é nativa dos Andes, pertencente à família Solanacea, conhecido popularmente como tamarilho ou tomate arbóreo. Essa planta produz frutos que podem ser consumidos in natura ou processado para indústria (Mertez et al, 2009). No Brasil, é cultivado basicamente em quintais principalmente nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. A produção comercial de tamarilho tem crescido gradativamente em todo o mundo. Embora o consumo desse fruto seja comum no estado de Minas Gerais, pouco se sabe sobre os aspectos biométricos do fruto (Nascimento et. al. 2013). Além disso, existem poucas informações sobre a germinação de sementes e a produção de mudas. Fatores de produção como a maximização da germinação de sementes, bem como de sua qualidade fisiológica são importantes para a emergência de plântulas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 mais vigorosas (Brasil, 2009a). Além disso, o volume do recipiente para produção de mudas e a nutrição de plantas são importantes para a formação de mudas de qualidade superior. Tendo em vista que os frutos de tamarilho são exóticos e sua produção é praticamente restrita à subsistência é necessário conhecer as suas características e obter conhecimento para a produção de mudas de qualidade e incentivar a produção comercial. O conhecimento obtido das características biométricas, da germinação e produção de mudas do tamarilheiro será de grande importância para futuros estudos dessa cultura, pois essas informações são a base para a consolidação de conhecimento futuros mais aprofundados (Pego et al., 2010). Esses conhecimentos poderão a médio e longo prazo possibilitar o cultivo de tamarilho tanto comercial quando para subsistência contribuindo dessa forma para a segurança alimentar. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O tamarilho (Solanum betaceum (Cav.)), pertencente à família Solanaceae, é também conhecido como tomate de árvore ou tomate francês (Pantoja et al. 2009). Nascimento et al. (2013) relataram que esses frutos apresentam sabor ligeiramente amargo e adstringente com um aroma delicado e geralmente é consumido fresco ou no preparo de saladas, molhos, sopas, geleias, sorvetes, sucos e licores. Esses autores observaram que esses frutos contem compostos anti-inflamatórios. Mertz et al (2009) observaram que esses frutos são ricos em β-carotenos e antioxidantes que confere grande interesse para o mercado de frutos in natura e industrializados. Em países como Colômbia e Nova Zelândia, tem importância comercial e é produto de exportação (Durant et al., 2013). No Brasil, esse fruto é cultivado basicamente em quintais, principalmente na Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Embora essa planta apresente boa qualidade nutricional e potencial para processamento, pouco se sabe sobre os a biometria e propagação dessas plantas. As informações biometria de sementes e frutos são importantes na área de tecnologia de sementes, pois possibilitam estimar o número de sementes produzidos em função da produtividade da cultura, além de fornecer informações adicionais para qualidade de frutos (Pego et al. 2013). Esses dados são importantes, sobretudo, para Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 tecnologia de produção de sementes, principalmente de espécies cuja via de propagação é a seminífera. O tamarilheiro é uma planta propagada por sementes, essas são revestidas por mucilagem que devem ser retiradas durante o beneficiamento para realizar a germinação. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo caracterizar a biometria de frutos e correlacionar às variáveis biométricas de peso, comprimento e diâmetro dos frutos e sementes de tamarilho. 3. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no laboratório de Sementes da Universidade Vértice – UNIVERTIX Campus de Matipó - MG. Os frutos foram colhidos completamente maduros e levados ao laboratório para as análises. Para a caracterização biometria os frutos e sementes foram coletados e levados ao laboratório para análise. O número de sementes por frutos foi contabilizado de uma amostra de 20 frutos completamente maduros. O diâmetro médio de sementes foi obtido de 50 sementes com auxílio de paquímetro digital graduado e o peso de cem sementes foi obtido de quatro em quatro repetições, sendo as sementes pesadas em balança analítica de 0,01 gramas de precisão. A análise dos dados foi submetida ao cálculo dos valores máximos, mínimos e média, as medidas de dispersão foram calculadas com base no desvio padrão da média e do coeficiente de variação de todos os frutos analisados. Também foi feita análise de correlação para verificar possíveis relações entre as medidas biométricas e peso dos frutos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Externamente, os frutos de tamarilho apresentam frutos glabros, vermelhoalaranjados quando maduros e estrias longitudinais de coloração verde escura a marrom com em todo seu perímetro e pedicelo aderido (Figura 1A). O fruto é uma baga bilocular contendo sementes revestidas de mucilagem de coloração avermelhada; apresenta polpa espessa e firme de coloração de coloração amareloalaranjado usada para consumo in natura ou processada (Figura 1B). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Figura 1. Visão externa (A) e corte transversal do fruto de tamarilho (B). Barra = 1 cm. A biometria de sementes é importante para estabelecer o ponto de colheita de sementes, auxilia na otimização dos processos de semeadura bem como estabelecer critérios colheita, beneficiamento, armazenamento e comercialização de sementes (Brasil, 2009). Acosta-Quezada et al., (2011) relataram a importância da utilização de descritores morfológicos para identificação de acessos de tamarilho que podem ser utilizados para futuros estudos em melhoramento da cultura para características de interesse agronômico. Foi observado que o peso médio dos frutos de tamarilho foi de 36,2 gramas, sendo seu comprimento médio e diâmetro médio de 5,19 e 3,10 cm (Tabela 1). O formato do fruto se aproxima de um elipsoide sendo maior no seu comprimento. Em média cada fruto apresentou 88,6 sementes cujo peso das sementes pro fruto foi de 0,41 gramas. Tabela 1. Biometria de frutos e sementes de tomate arbóreo. Variável Máximo Média Mínimo DP* CV PF (g) 49,2 36,2 21,8 0,82 0,18 CF (cm) 6,00 5,19 4,30 0,53 0,12 DF (cm) 4,40 3,71 3,10 0,31 0,13 NS 125,00 88,60 37,00 27,78 0,04 PS (g) 0,75 0,41 0,12 0,20 0,59 *DP = Desvio padrão; CV = Coeficiente de variação; PF = Peso dos frutos(g), CF = Comprimento dos frutos(cm), DF = Diâmetro dos frutos, NS = número de sementes e PS= Peso das sementes. O peso de sementes é uma das variáveis de maior importância dentro das análises de sementes e serve como valor base, que permite o controle de qualidade para avaliação dos lotes de sementes (Brüninget al. 2011). O tamanho e o peso das sementes para algumas espécies podem ser considerados um indicativo de sua Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 qualidade fisiológica, sendo que em um mesmo lote, sementes mais leves, normalmente, apresentam menor desempenho do que as mais pesadas, tanto na germinação ou, até mesmo, no crescimento inicial das plantas, em decorrência da quantidade de reservas acumuladas e da formação do embrião (SANTOS NETO et al.,2009). Em relação à correlação das análises biométricas foi detectada relação positiva e elevada entre peso do fruto (PF), comprimento do fruto (CF) diâmetro do fruto (DF) número de sementes por fruto (NS) e peso de sementes (PS), mostrando que quanto maior o peso total do fruto maior será seu comprimento diâmetro e quantidade de sementes (Tabela 2). No entanto a correlação entre o diâmetro dos frutos e o peso das sementes é moderada. Tabela 2. Correlação entre as variáveis biométricas. VARIÁVEIS PF CF DF NS PS PF* 1,00 0,94 0,94 0,83 0,82 CF DF NS PS 1,00 0,81 0,79 0,79 1,00 0,73 0,74 1,00 0,93 1,00 *Peso dos frutos (PF), comprimento os frutos (CF), Diâmetro dos frutos (DF), número de sementes (NS), e Peso das sementes (PS) de tomate arbóreo. De acordo com Pereira et al. (2012) a análise de correlação é uma das possíveis formas de observação da estimativa não destrutiva da colheita de sementes baseadas nas características morfometrias do fruto. Assim, pode-se inferir que para os frutos de tamarilho, o número e o peso de sementes esta mais fortemente correlacionada com o peso do fruto. Assim, frutos maiores tendem a apresentar maior quantidade de sementes e sementes com maior peso. Acosta-Quezada et al. (2012) relataram que pesquisas sobre a morfologia do tamarilho são importantes para o conhecimento da diversidade, conservação e melhoramento dessa espécie. Esses autores ainda enfatizaram a importância do aprimoramento desses estudos, pois existem poucos trabalhos anteriormente publicados considerando a morfologia dos frutos recomendando estudos como a caracterização molecular dos acessos existentes de interesse agronômico. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 5. CONCLUSÃO Os frutos de tamarilho do tipo baga bilogular, glabros, vermelho-alaranjados quando maduros de polpa espessa e firme de coloração de coloração amareloalaranjado. Foi observado que o peso médio dos frutos de tamarilho foi de 36,2 gramas, sendo seu comprimento médio e diâmetro médio de 5,19 e 3,10 cm O peso dos frutos se correlaciona positivamente com o número de sementes e o peso sementes. REFERÊNCIAS ACOSTA-QUEZADA, P.G et al.. 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[email protected] RESUMO O estudo da composição florística de praças e jardins é importante para o conhecimento do material vegetal e disponibilizar informações importantes para o manejo e revitalizações desses ambientes. Muitas são as plantas ornamentais utilizadas no paisagismo, por isso, o objetivo desse trabalho foi identificar as espécies vegetais presentes na Praça Padre Fialho no município de Matipó. O estudo foi realizado na praça Padre Fialho do município de Matipó – Minas Gerais, localizada na Zona da Mata Mineira. Para fins de levantamento, considerou a totalidade de plantas em cada setor sendo posteriormente as espécies agrupadas por família botânica. A identificação foi realizada in loco por comparação com material previamente identificado e com auxílio de bibliografia especializada e sites botânicos. A composição florística de plantas ornamentais da praça Padre Fialho é bastante diversa, contendo grande número de plantas ornamentais de diferentes portes em uma pequena área. As plantas ornamentais são cultivadas em parterres sendo um total de 170 indivíduos distribuídos em 25 famílias botânicas. As espécies ornamentais mais frequentes na praça sao biri (Canna x generalis), palmeira fênix (Phoenix roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada de São Jorge (Sansevieria spectabilis). PALAVRAS-CHAVE: Paisagismo, paisagem, identificação de espécies, botânica, praças. 1. INTRODUÇÃO O uso de espécies ornamentais em projetos paisagísticos tem sido alvo de estudo dos paisagistas, pesquisadores e dos gestores municipais, pois a incorporação de plantas em ambientes de praças e jardins deve estar correlacionada com os ecossistemas locais (BIONDI; PEDROSA-MACEDO, 2008). Em se tratando das espécies utilizadas na ornamentação de áreas urbanas, muitas vezes o projeto inicial é alterado sem o devido cuidado de manter a disposição harmoniosa original do projeto. Leal e Biondi (2006) relataram que inúmeras espécies possuem características de serem usadas no paisagismo, mas, no entanto, vê-se uma exaustiva repetição de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 espécies que se tornaram consagradas e aceitas pela população, muitas delas inadequadas para o uso dado. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Passos e Lopes Jr. (1998), jardins e parques ornamentados com vegetação, principalmente de espécies arbóreas, é fundamental, seja para criar áreas de recreação, convivência e repouso devido ao microclima formado pelas plantas além de potencialmente reduzir a quantidade de partículas solidas como poeiras e melhorando a qualidade do ar. Na ornamentação de praças, parques e jardins diferentes espécies, nativas ou exóticas, têm sido amplamente utilizadas proporcionando qualidades estéticas e muitas vezes funcionais para apreciação dos visitantes (Lira Filho, 2002). Dias (1996) relata que é necessário conhecer as espécies mais adaptadas para a intervenção paisagística, assim, características como a altura, forma da copa, presença de espinhos, emissão de odores, agressividade das raízes, velocidade de crescimento, ciclo de vida, resistência ao pisoteio (para forrações) devem ser criteriosamente analisada antes da implantação. Essas características são importantes para implantação de qualquer projeto paisagístico no qual o interesse seja manter a forma original. É de fundamental importância saber a caracterização da flora no paisagismo, para saber o tipo adequado de planta a ser usado na composição do jardim de uma praça. De acordo com Maciel et al. (2008) em ambientes como as praças as plantas ornamentais tem como função o fornecimento de sombra, embelezamento e manutenção do equilíbrio entre a área construída, valorização de imóveis do ponto de vista estético e ambiental; caracterizam a beleza natural da cidade e representam valores culturais da memória histórica da mesma. Existe uma grande variedade de plantas utilizada no paisagismo, por isso, cada projeto pode ser composto de espécies nativas e exóticas de interesse. O conhecimento dessas espécies é fundamental para o correto manejo e manutenção do ambiente, mantendo sempre o equilíbrio dos componentes paisagísticos. Por isso, o objetivo desse trabalho foi identificar as espécies vegetais presentes na Praça Padre Fialho no município de Matipó. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Local de estudo O estudo foi realizado na Praça Padre Fialho do município de Matipó – Minas Gerais, localizada na Zona da Mata Mineira à Latitude 20º17º02º S Longitude 42º20º26º O. O município de Matipó expressão indígena “Match-poo” que significa "milho em pó" situa-se na bacia do Rio Doce e possui 277 km², com aproximadamente 18 mil habitantes (A cidade, 2015). A praça Padre Fialho está localizada no centro da cidade à frente da igreja matriz São João Batista. 3.2 Levantamento florístico e identificação botânica Para o levantamento florístico e identificação botânica das espécies ornamentais a praça foram divididas em setores de acordo com os parterres existentes considerando cada parterre um setor de estudo. Para fins de levantamento, considerou a totalidade de plantas em cada setor sendo posteriormente as espécies agrupadas por família botânica. A identificação foi realizada in loco por comparação com material previamente identificado e com auxílio de bibliografia especializada e sites botânicos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A Praça Padre Fialho tem aproximadamente 48 metros de comprimento por 29 metros de largura, possui 12 pontos de iluminação (postes) e dez bancos e dois refletores voltados para a Igreja São João Batista. Na praça ainda existe um coreto e quatro pergolados que são cobertos por bouganville, no entanto, no momento da coleta de dados esses elementos encontravam-se sem cobertura vegetal. A praça é revestida por mosaico em pedra portuguesa e as plantas ornamentais estão dispostas em oito parterres de distribuição simétrica. A principal vegetação utilizada na praça é a grama batatais. As plantas utilizadas para fins ornamentais totalizaram 170 indivíduos distribuídos em 25 famílias botânicas (Tabela 1). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Tabela 1. Família Botânica, nome científico, nome comum, hábito de crescimento, origem e número de Indivíduos de plantas ornamentais presentes na praça Padre Fialho no município de Matipó – MG. Família Botânica Agavaceae Iridaceae Nyctagnaceae Cannaceae Cylanthaceae Apocynaceae Euphorbiaceae Laxmanniaceae Verbenaceae Hypoxidaceae) Verbenaceae Myrtaceae Myrtaceae Euphorbiaceae Moraceae Lythraceae Acanthaceae Arecaceae Myrtaceae Ericaceae Rosaceae Ruscaceae Commelinaceae Agavaceae Fabaceae Outros Nome Científico Nome Comum Agave attenuata Belamcanda chinensis Bougainvillea spectabilis Canna x generalis Carludovica palmata Catharanthus roseus L. Codiaeum variegatum Cordyline terminalis Duranta repens L. "Aurea" Curculigo capitulata Duranta repens L. "Aurea" Eugenia mattosii Eugenia uniflora Euphorbia trigona Ficus benjamina Lagerstroemia indica Megaskepasma erythochlamys Phoenix robeleii Psidium guajava Rhododendron simsii Rosa x grandiflora Sansevieria trifasciata Tradescantia spathacea Sw. Yucca gigantea Caesalpinia echinata Outros Agave-dragão Flor-leopardo Bunganvilha Bananeira da Índia Chapéu panamá Vinca (Beijo) Crotón Dracena-vermelha Pingo de ouro Capim-palmeira Pingo de ouro Murta Pitanga Camdelabro Ficus Resedá Justícia-vermelha Palmeira-fênix Goiabeira Azaléia Roseira Espada-de-são-jorge Abacaxi roxo Iuca-elefante Pau-brasil Outros Número de Indivíduos 2 5 13 20 1 7 2 7 2 2 2 2 4 2 10 2 1 18 18 10 2 16 12 6 1 3 Também foi identificado um grande número de cosmos (Cosmos sulphureus), também conhecido como picão-grande, pertencente à família Asteraceae, aproximadamente 280 indivíduos. Embora o cosmos seja uma planta utilizada como ornamental devido ao grande número de plantas e sua disposição em cada parterre, nesse trabalho foi considerada como planta indesejável, devido à sua fácil disseminação e propagação não planejada. Todas as plantas ornamentais são cultivadas em parterres que são canteiros suspensos característicos do paisagismo formal francês bastante influente no paisagismo brasileiro (Figura 1). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Figura 1. Plantas ornamentais cultivadas na praça Padre Fialho. Biri (A). Dracena vermelha (B) Agave dragão à direita e Iuca à esquerda (C) e Iuca à esquerda e palmeira fênix à direita (D) A família botânica de plantas ornamentais mais frequentes na praça foi a Myrtaceae representada por plantas de murta, pitanga e goiabeira com 2, 4 e 18 indivíduos, respectivamente (Tabela 2). No entanto, acredita-se que, pelo porte das plantas frutíferas, essas plantas não fazem parte do projeto original, sendo possivelmente plantadas pela população local ou pela germinação de sementes lançadas sobre os parterres aleatoriamente. A família Canaceae, Arecaceae, Ruscaceae e Nyctagnaceae, todas tipicamente ornamentais, também tiveram alta frequência de indivíduos cultivados na Praça Padre Fialho. De acordo Santos et al (2011), as famílias botânicas Myrtaceae e Arecaceae são amplamente utilizadas para ornamentação de praças. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Figura 2. Frequência relativa de indivíduos por família botânica encontradas na praça Padre Fialho no município de Matipó – MG. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Figura 3. Frequência relativa das espécies ornamentais encontradas na praça Padre Fialho no município de Matipó – MG. As espécies ornamentais mais frequentes foram biri (Canna x generalis), palmeira fênix (Phoenix roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada de São Jorge (Sansevieria spectabilis), essas espécies são tipicamente ornamentais frequentemente utilizadas no paisagismo tradicional e funcional (Figura 3). As espécies justícia vermelha (Mefaskepasma erithochlamys), chapéu-panama Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 (Carludovia palmata) e pau-brasil (Caesalpinia echinata) foram as espécies menos frequentes nesse local. De acordo com Santos et al (2011), conhecer o planejamento dos espaços urbanos é possível fornecer através trabalho conjunto e multidisciplinar melhores condições ambientais para os moradores dos centros urbanos e visitantes. Dessa forma, o conhecimento da composição florística torna-se fundamental para melhor aceitação na implantação de projetos urbanos. A escolha adequada de qual espécie utilizar visando redução de gastos na manutenção é uma das etapas na elaboração do projeto paisagístico, assim, a realização do inventario vegetal é possível verificar os erros e acertos existentes em áreas urbanas o que possibilita intervenções de correção quando possível (GONÇALVES e PAIVA, 2004, MAMEDE et al, 2014). 5. CONCLUSÕES A composição florística de plantas ornamentais da praça Padre Fialho é bastante diversa, contendo grande número de plantas ornamentais de diferentes portes em uma pequena área. As plantas ornamentais são cultivadas em parterres sendo um total de 170 indivíduos distribuídos em 25 famílias botânicas. As espécies ornamentais mais frequentes na praça sao biri (Canna x generalis), palmeira fênix (Phoenix roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada de São Jorge (Sansevieria spectabilis). REFERENCIAS A CIDADE. Prefeitura municipal de Matipó. Disponível em: http://www.matipo.mg.gov.br/index.php/nossa-historia; acessado em: 09 de agosto de 2015. BIONDI, D.; PEDROSA-MACEDO, J. H. Plantas invasoras encontradas na área urbana de Curitiba (PR). Floresta, v. 38, n. 1, p. 129 - 144, 2008. CLAUDIA FABRINO MACHADO MATTIUZ1; LUCIANA ZAMPOLLO DE OLIVEIRA CAMPOS 2; ALEXANDRE DE SENE PINTO. Levantamento de plantas ornamentais e cochonilhas associadas em residências de Ribeirão Preto (SP). GONÇALVES, W.; PAIVA, H. N. Árvores para o ambiente urbano.Viçosa, MG: Aprenda Fácil, Coleção Jardinagem e Paisagismo, 3. 2004. 242p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 LEAL, L.; BIONDI,D. Potencial ornamental de espécies nativas . Revista Científica Eletrônica De Engenharia Florestal, v. 4, n. 8, não paginado, 2006. LIRA FILHO, J. A. Paisagismo: elementos de composição e estética. Viçosa-MG: Aprenda Fácil, 2002. 194 p. 9 Coleção jardinagem e paisagismo. Série planejamento paisagísticos; v. 2). MAMEDE, J.S.S, et al. Levantamento quali-quantitativo de espécies arbóreas e arbustivas na arborização urbana do município de Paranaíta, mato grosso. REVISTA BIODIVERSIDADE ON-LINE. v. 13, p. 56-63, 2014. PASSOS, M.M.; LOPES JR., W.M. Algumas considerações sobre a vegetação urbana no município de Bauru-SP. Revista Geográfica, 1998. SANTOS, A.C.B.; SILVA, M.A.P.; SOUZA, R.K.D. Levantamento florístico das espécies utilizadas na arborização de praças no município de Crato, CE. Caderno de cultura e ciências, v. 10, n. 1, p. 13-18, 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ARTIGOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL: QUAL REGIME DE TRIBUTAÇÃO MAIS VANTAJOSO PARA SE EXERCER CONSTITUINDO-SE COMO EMPRESA? Rodrigo Trevenzoli Lanna – Graduando do Curso de Ciências Contábeis Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Conforme dados fornecidos pelo CFC do mês de setembro de 2014, existem 83.073 organizações contábeis no Brasil, sendo que 39.825 (47,94% do total) exercem suas atividades como Profissionais Liberais. O alto custo tributário, a constante mudança na legislação, dificultam a compreensão e o cumprimento das obrigações impostas pelo Fisco. Necessário se faz que as organizações contábeis procurem ter um criterioso planejamento tributário, a fim de resguardar o patrimônio e suas obrigações legais. O objetivo deste estudo é evidenciar através de um planejamento tributário, qual o regime de tributação é o mais vantajoso para ser exercido por uma organização contábil, que atua como profissional liberal e pretende constituir-se como empresa no ano de 2015. Para se chegar à conclusão foram realizadas pesquisas na legislação, sobre quais formas podem ser exercidas a profissão contábil no Brasil, quais os regimes tributários e seus impactos econômicos em cada modalidade. Realizaram-se análises das demonstrações dos resultados do terceiro trimestre de 2014 de organização contábil que atua como profissional liberal, realizando simulações com os demais regimes tributários: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Evidenciou-se que a organização optando pelo Simples Nacional apresenta o melhor resultado líquido. Através do planejamento tributário, constatou-se que a empresa pode obter economia de mais de R$10.000,00 no trimestre, visto que, o cenário tributário nacional é complexo e possui uma alta carga tributária, impactando diretamente nos preços dos serviços prestados. PALAVRAS-CHAVE: Organização Contábil; Planejamento Tributário; Regimes Tributários. 1. INTRODUÇÃO O sistema tributário brasileiro, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), sofreu um considerável aumento na carga tributária nos últimos anos, fazendo com que os tributos representem uma grande parte, senão a maior, dos custos dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas. Além do aumento considerável, a complexidade legislativa do País é outro fator prejudicial ao crescimento das empresas. Segundo o IBPT, as empresas têm dificuldades em compreender e atender a tamanhas exigências legais. Em um cenário Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 como este, as organizações enfrentam uma constante concorrência, e oferecer preços competitivos é tão importante quanto oferecer produtos e serviços com qualidade. Visto a necessidade de mudança do complexo sistema tributário nacional, o Ministério da Fazenda enviou ao Congresso Nacional projeto de Reforma Tributária, com ementas que buscam a simplificação do sistema afim de ampliar potencialmente o crescimento do país. A reforma visa, entre outros fatores, reduzir o custo de apuração e recolhimento dos tributos, aumentar a eficiência econômica e produtiva das empresas, estimular a formalização e permitir o desenvolvimento equilibrado. Mas, enquanto essa reforma não acontece, Oliveira et al (2012), ressaltam que é necessário que as empresas tenham um criterioso planejamento tributário, afim de proteger os direitos do contribuinte e, também, o patrimônio da organização. A opção por uma forma de tributação escolhida pelos contabilistas pode influenciar consideravelmente nos custos dos serviços prestados. Por este motivo é preciso fazer uma gestão de forma correta, analisando dentre as opções legais cabíveis para o setor qual acarrete menor ônus, para que a organização possa oferecer serviços com qualidade e preços competitivos (LIMA e REZENDE, 2012). Diante disto, as questões que nortearam este estudo foram: qual regime tributário é o mais viável para a organização que será constituída como empresa no ano de 2015? Quais as principais relevâncias entre os regimes? O interesse por esta pesquisa justifica-se pela concreta necessidade das organizações contábeis terem informações para se orientarem nas tomadas de decisões, quanto a escolha da forma de tributação para exercerem suas atividades, dentre as modalidades existentes na legislação do Imposto de Renda (IR). Desta forma, o objetivo deste estudo é evidenciar através de um planejamento tributário, qual o regime de tributação é o mais vantajoso para ser exercido por uma organização contábil, que atua como profissional liberal. Pretendemos com este estudo colaborar para uma melhor apreciação e concepção do planejamento tributário das organizações contábeis, a fim de que possam direcionar suas escolhas pautadas em análises estruturadas. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O planejamento tributário ou elisão fiscal, segundo Oliveira (2009), pressupõe do fato que o contribuinte tem o direito de poder organizar seus negócios em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 conformidade com os sistemas legais para acarretar uma menor carga tributária, antes da ocorrência do fato gerador, eliminando, postergando ou até mesmo, reduzindo os valores devidos. Fabretti (2013, p.8) diz que: O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e alternativos legais menos onerosos denomina-se Planejamento Tributário. Segundo pesquisas feitas pelo IBPT, foram criadas no Brasil, desde a Constituição Federal em 1988 até o ano de 2011, mais de quadro milhões de normas, sendo que cerca de 6,3% referem-se à matéria tributária: 33 (trinta e três) normas por dia. Essa complexidade traz um considerável aumento na carga tributária, além das difíceis obrigações exigidas com as rápidas mudanças. Para Greco (2012, apud Joary, 2012), o planejamento tributário exigia atender três requisitos importantes para a sua configuração: Cronológico; Licitude e Eficácia perante o fisco. Desta maneira, “O planejamento tributário é usado pela empresa para a redução de seus próprios custos tributários, buscando a fórmula: redução do custo, ganho de escala, diminuição do preço de venda, ganho de mercado.” (AMARAL, 2001 apud OLIVEIRA, 2009, p.206). A Resolução do CFC nº 1390/2012, Registro Cadastral das Organizações Contábeis, em seu art. 1º, dispõe que somente poderão iniciar suas atividades de prestação de serviços contábeis as organizações que obtiverem o seu registro no Conselho Regional de Contabilidade da Jurisdição de sua sede. O art. 2º, da Resolução nº 1390/2012, diz que: O Registro Cadastral compreenderá as seguintes categorias: § 1º De Responsabilidade Individual: I – do Escritório Individual; II – do Microempreendedor Individual; III – do Empresário Individual; e IV– da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. § 2º De Responsabilidade Coletiva: I – da Sociedade Simples Pura Limitada ou Ilimitada; e II – da Sociedade Empresária Limitada. Para Oliveira (2009), uma importante questão para as empresas, logo no início de cada ano, é a escolha de qual regime de tributação optar para fazer o recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), que consequentemente implica a obrigatoriedade da apuração da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) na Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 mesma base definida. “A decisão por um ou outro regime de tributação deve estar baseada na margem de lucro da empresa antes do IRPJ e da CSLL, obtida nas demonstrações contábeis do período anterior e em sua projeção até o final do ano” (OLIVEIRA, 2009, p. 212). De acordo com o RIR/99, a base de cálculo do imposto de renda é o montante da renda ou dos proventos tributáveis, determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, podendo ser definida trimestral ou anualmente. O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições e exclusões ou compensações prescritas e editadas pelo RIR/99. A sua determinação será precedida do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais. O lucro líquido, de acordo com o RIR/99 é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais, e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial. Na apuração do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração, conforme RIR/99: I – os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II – os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo comeste Decreto, devam ser computados na determinação do lucro real. Poderão ser excluídas do lucro líquido do período de apuração, conforme RIR/99: I – os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração; II – os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido, de acordo com este Decreto, não sejam computados no lucro real; III – o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observando o disposto nos arts. 509 a515 (Lei nº 9.065, de 1995, art. 15 e parágrafo único). O lucro presumido, segundo Pegas (2012), “é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável do IR e CSLL”. Esses tributos são calculados por uma estimativa do resultado, aplicados os percentuais definidos em lei. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Poderá optar pelo lucro presumido, conforme a Lei nº 12.814/2013, as empresas cuja receita bruta, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses. Os limites estabelecidos na lei acima mencionada serão relativos à receita bruta auferida no ano anterior, segundo o regime de competência ou caixa, observando o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido. O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos trimestrais, e a base de cálculo e seu adicional, em cada trimestre será calculada, de acordo com RIR/99, mediante a aplicação de 8% sobre a receita bruta auferida no período de apuração. Porém o art. 519 do RIR/99 determina para as atividades abaixo, os seguintes percentuais: 1,6% para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; 16% para a atividade de prestação de serviço de transporte; 32% para as atividades de: prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares, intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. Caso as empresas prestadoras de serviços faturem anualmente até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), a base de cálculo mensal será determinada mediante a aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta auferida no período de apuração (Lei nº 9.250, 1995, art. 40, e Lei nº 9430, de 1996, art. 1º). O Simples Nacional instituído pela Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006, é um sistema simplificado de apuração de tributos que engloba a esfera federal, estadual, municipal, mediante um regime único de arrecadação, incluindo obrigações acessórias, cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, acesso ao crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência na aquisição de bens e serviços pelos poderes públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão, destinado às microempresas e empresas de pequeno porte. As empresas que desejam ingressar no Simples Nacional para efeitos para ao exercício 2015, devem observar as normas e condições da Lei Complementar n° 147 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 de 7 de agosto de 2014. A Lei Complementar considera microempresa e empresa de pequeno porte a sociedade empresaria, a sociedade simples, a EIRELI e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 966/2002(Código Civil). É determinado pela Lei Complementar: I – microempresa – ME a que auferir receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) em cada ano-calendário; II – empresa de pequeno porte - EPP, a que auferir receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a de R$ 3.600.000,00(três milhões e seiscentos mil reais) em cada ano-calendário. III – microempreendedor individual – MEI, auferir receita bruta máxima anual de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). A receita bruta considerada base de cálculo, pela Lei Complementar, para fins de determinar o valor devido mensal pela ME ou EPP optantes pelo Simples Nacional, poderá ser auferida pelo Regime de Competência ou recebida se pelo Regime de Caixa, e corresponde ao produto da venda de bens e serviços nas operações por conta própria; o preço dos serviços prestados; e o resultado em contas alheias. Estão incluídos neste sistema de apuração os tributos: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, CPP, ISSQN, Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), e o Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI). Todos estes tributos são pagos por meio de um único documento de arrecadação simplificado (DAS), gerado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. Devem-se observar as atividades exercidas pela empresa para enquadramento em um dos anexos da Lei Complementar, pois para cada um tem uma tabela a ser aplicada para o cálculo mensal do Simples Nacional. Desta forma, deverão destacar mensalmente e por cada estabelecimento, a alíquota prevista nos seguintes anexos: Anexo I – Comércio, Anexo II - Indústria, Anexo III - Locação de bens móveis e da Prestação de Serviços, Anexo IV Anexo V – Prestação de Serviços conforme §5º do art. 18 desta Lei Complementar nº 123 de 2006 e Anexo VI - Prestação de Serviços conforme §5º-I da Lei Complementar 147 de 2014. 3. MATERIAL E MÉTODOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa exploratória, que segundo Gil (p. 27, 2010), “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. A pesquisa se configura como um estudo de caso que para Gil (2010), consiste em um estudo profundo e exaustivo dos objetos, de maneira que permita o amplo detalhamento do conhecimento. A obtenção de dados realizou-se através de análise documental dentro da organização J. B. C., empresa prestadora de serviços contábeis, sediada na cidade de São Pedro dos Ferros – MG, onde o proprietário disponibilizou as demonstrações contábeis para estudo, com dados primários. A empresa é formada pelo proprietário contador, responsável técnico e por mais cinco colaboradores atuantes na área fiscal, departamento de pessoal e contábil. Foram analisadas as informações referentes à demonstração de resultado do terceiro trimestre de 2014. Os dados foram lançados em planilhas, evidenciando as receitas, despesas e resultados, na atual forma de tributação (profissional liberal). Além disso, foram realizadas simulações às demais formas de tributação: lucro real, lucro presumido e Simples Nacional, baseando-se na bibliografia usada no desenvolvimento deste trabalho, para chegar à conclusão de qual regime é o mais viável para a organização que será constituída como empresa no ano de 2015. Os resultados alcançados estão apresentados na forma de tabelas, detalhando as situações e seus impactos tributários sobre cada regime de tributação. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base nos dados obtidos através da análise das demonstrações do terceiro trimestre de 2014, foram analisados os dados, tendo como base o seu atual regime tributário, profissional liberal e realizadas simulações, verificando o impacto menos oneroso das demais formas de tributação. As demonstrações de resultado foram apresentadas abaixo sob o regime de competência. A tabela 1 apresenta a DRE do terceiro trimestre de 2014 na atual forma de tributação: CONTAS DRE – PROFISSIONAL LIBERAL TRIMESTRE (%) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RECEITA BRUTA 58.560,00 100,00 ISSQN (=) RECEITA LÍQUIDA (-) CUSTOS 37,50 58.522,50 30.834,21 0,06 99,94 52,69 Despesas c/ Pessoal F. Pagamento INSS S/ F. Pagamento FGTS Pró-Labore INSS S/ Pró-Labore Aluguel Utilid. (água, luz e Tel.) Softwares / Suprimentos 24.997,21 18.724,50 4.774,75 1.497,96 42,71 2.172,00 1.652,00 2.013,00 (=) LUCRO BRUTO 27.688,29 (-) Despesas Operacionais 1.911,00 Despesas gerais 1.911,00 (=) L. OPERACIONAL 25.777,29 (+/-) RES. FINANCEIRO (=) LAIR 25.777,29 IRRF 4.610,34 RES. LÍQUIDO 21.166,96 Fonte: Dados da pesquisa 9,97 47,31 44,05 44,05 7,88 36,17 Constituída como profissional liberal a empresa apresenta uma receita de R$58.560,00. O ISSQN incidente sobre a atividade é cobrado anualmente a um valor fixo, mas foi rateado mensalmente proporcional para melhor análise do resultado. O IRRF foi calculado mediante tabela progressiva anual para 2014. Neste regime tributário, apresentou-se uma margem líquida de 36,24% sobre a receita líquida. Ressaltamos que para a mudança deste regime, são as receitas provenientes de empresas que deveriam recolher o INSS sobre a prestação de serviços, oriundo da contratação de pessoa física, o que poderia acarretar redução nos valores dos honorários pagos pelos clientes ao contabilista. Na tabela 2, detalham-se os valores de pró-labore e suas retenções do trimestre analisado neste estudo. PRÓ-LABORE– TRIMESTRE PRÓ-LABORE INSS (11%) IRRF (27,5%) VALOR LÍQUIDO R$ 13.170,72 R$ 1.448,78 R$ 745,08 R$ 10.976,86 Fonte: Dados da pesquisa Para a comparação dos resultados dos regimes lucro real, lucro presumido e Simples Nacional, utilizou-se para os cálculos de pró-labore, a tabela progressiva do IRRF e a tabela de contribuição do INSS para o ano de 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CONTAS DRE - LUCRO PRESUMIDO TRIMESTRE RECEITA BRUTA PIS COFINS ISSQN RECEITA LÍQUIDA 58.560,00 380,64 1.756,80 1.171,20 55.251,36 DRE - LUCRO REAL CONTAS TRIMESTRE (%) 100,00 5,65 94,35 (%) 100,0 0 RECEITA BRUTA PIS COFINS ISSQN RECEITA LÍQUIDA 58.560,00 966,24 4.450,56 1.171,20 51.972,00 (-) CUSTOS Despesas c/ Pessoal 46.639,07 89.74 24.997,21 48,10 18.724,50 1.497,96 (-) CUSTOS 46.639,07 84,41 Despesas c/ Pessoal 24.997,21 F. Pagamento 18.724,50 INSS S/ F. Pagamento 4.774,75 F. Pagamento INSS S/ F. Pagamento FGTS 1.497,96 FGTS Pró-Labore INSS S/ Pró-Labore 13.170,72 2.634,14 23,84 2.172,00 1.652,00 10,56 Softwares / Suprimentos (=) LUCRO BRUTO 2.013,00 8.612,29 15,59 Pró-Labore INSS S/ Pró-Labore Aluguel Utilid. (água, luz e Tel.) Softwares / Suprimentos (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas Operacionais Despesas gerais 1.911,00 1.911,00 45,24 11,25 88,75 4.774,75 13.170,72 Aluguel Utilid. (água, luz e Tel.) (=) L. OPERACIONAL RES. FINANCEIRO LAIR IRPJ CSLL RES. LÍQUIDO 3,46 6.701,29 12,13 6.701,29 2.810,88 1.686,53 2.203,88 12,13 8,14 3,99 (-) Despesas Operacionais Despesas gerais (=) L. OPERACIONAL RES. FINANCEIRO LAIR IRPJ CSLL RES. LÍQUIDO 2.634,14 25,34 2.172,00 1.652,00 11,29 2.013,00 5.332,93 10,26 1.911,00 1.911,00 3,68 3.421,93 6,58 3.421,93 513,29 307,91 2.600,67 6,58 1,58 5,00 Fonte: Dados da Pesquisa O Lucro Presumido e o Lucro Real apresentam os mesmos valores de custos e despesas, representando mais de 85% da receita líquida. Sendo mais relevante nestes regimes, os tributos incidentes sobre a folha de pagamento e pró-labore. No lucro presumido, os tributos sobre a receita representam 5,65% do faturamento e os tributos sobre o lucro 8,14% sobre a receita líquida. Enquanto no lucro real, os tributos sobre a receita, representam 11,25% do faturamento e os tributos sobre o lucro 1,58% sobre a receita líquida. Pelo lucro real não houve aproveitamento de crédito tributário de PIS e COFINS. De acordo com a legislação do IR para o Lucro Real, as despesas gerais são despesas dedutíveis do IR: alimentação de funcionários, despesas com viagens, combustível, limpeza e manutenção de equipamentos. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Entre os dois regimes, o lucro real apresentou a receita liquida menor que a do lucro presumido, mas a margem liquida de retorno melhor. A alíquota de presunção faz com o que o lucro presumido seja mais oneroso, tendo uma margem liquida de retorno de 3,99%, enquanto o lucro real 5,00%. No Simples Nacional, o recolhimento dos tributos sobre a receita é recolhido em uma única guia (DAS), mas foram separadamente detalhados para melhor apresentação na DRE. A empresa em questão ficou enquadrada na alíquota de 8,21% para receitas de 180.000,01(cento e oitenta mil reais e um centavo) a 360.000,00(trezentos e sessenta mil reais), pois a receitas do trimestre é de R$ 58.560,00 (cinquenta e oito mil e quinhentos e sessenta reais), dividido por três (número de meses de atividade), multiplicado por doze (quantidade de meses para aplicação na tabela), resultando em R$ 234.240,00.·. Na tabela 5 apresenta-se a DRE sob o regime do Simples Nacional. DRE - SIMPLES NACIONAL CONTAS TRIMESTRE (%) RECEITA BRUTA 58.560,00 58.560,00 100,00 PIS (DAS) 4,21 COFINS (DAS) 831,55 ISSQN (DAS) 1.633,82 (=) RECEITA LÍQUIDA 56.094,62 95,79 (-) CUSTOS 41.572,58 74,11 Despesas c/ Pessoal 22.564,86 40,23 CPP (DAS) 2.342,40 F. Pagamento 18.724,50 INSS S/ F. Pagamento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FGTS PRÓ-LABORE INSS S/ Pró-Labore Aluguel Utilid. (água, luz e Tel.) Softwares / Suprimentos (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas Operacionais Despesas gerais (=) L. OPERACIONAL (+/-) RES. FINANCEIRO (=) LAIR IRPJ (DAS) CSLL (DAS) RES. LÍQUIDO 1.497,96 13.170,72 2.172,00 2.013,00 14.522,04 1.911,00 23,48 1.652,00 10,14 25,98 1.911,00 12.611,04 3,41 22,48 - 12.611,04 12.611,04 Fonte: Dados da pesquisa 22,48 Pelo regime do Simples Nacional, os custos e despesas representam mais de 75% da receita líquida. Neste regime tributário não há incidência de tributos sobre a folha de pagamento e pró-labore, como a CPP, RAT, e Contribuição a Terceiros. Porém, foi destacado o CPP (DAS) nas despesas com pessoal, que é calculado na guia do DAS a uma alíquota de 4% sobre o faturamento. Não houve incidência de PIS, IRPJ e CSLL no cálculo do valor devido do DAS, pois a alíquota destes tributos é zerada de acordo com o faturamento que enquadrou na tabela do anexo III da Lei Complementar. A margem líquida pela tributação do Simples Nacional foi de 22,48% sobre a receita líquida. A Tabela 6 apresenta os resultados e os tributos de cada regime tributário. RESULTADOS R. TRIBUTARIO Simples Nacional Prof. Liberal Lucro Real Lucro Presumido R. TRIBUTARIO Simples Nacional RES. LÍQUIDO PRÓ-LABORE 12.611,04 10.976,86 21.166,96 2.600,67 10.976,86 2.203,88 10.976,86 TRIBUTOS E ENCARGOS RECEITA BRUTA TRIBUTOS E ENCARGOS (R$) 58.560,00 6.305,73 TOTAL 23.587,90 21.166,96 13.577,53 13.180,74 % 10,77 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Prof. Liberal Lucro Real Lucro Presumido 58.560,00 58.560,00 58.560,00 10.920,54 16.316,21 16.712,90 18,65 27,86 28,54 Fonte: Dados da pesquisa Através dos resultados obtidos neste estudo, é possível verificar que o Simples Nacional é o regime tributário menos oneroso, apresentando o melhor resultado líquido e a menor carga tributária. Foi acrescido aos resultados do Simples Nacional, lucro presumido e lucro real, o valor de pró-labore para evidenciar o resultado final de cada regime para o profissional contábil. O valor de pró-labore foi considerado pelo teto máximo de contribuição para o INSS, visto os benefícios que o profissional liberal tem para a aposentadoria. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O sistema tributário brasileiro faz com que os tributos representem uma grande parcela no custo dos serviços prestados pelas organizações, conforme dados do IBPT. São discutidas mudanças nesse cenário com a proposta da Reforma Tributária, a fim de reduzir e simplificar o complexo sistema tributário atual, para que as organizações possam oferecer serviços com qualidade, com preços competitivos, aumentando a sua eficiência e desenvolvimento. Através da presente pesquisa constatou-se que o regime mais vantajoso para a organização optar, é o Simples Nacional. O Simples apresentou além da melhor taxa de retorno, 40,28% sobre o faturamento, um menor valor nos seus custos e despesas, principalmente pelo fator relevante de não ter os encargos incidentes sobre a folha de pagamento e pró-labore, e alíquota zeradas de PIS, IRPJ e CSLL, conforme enquadra o seu faturamento no Anexo III da Lei Complementar 147/2014. O lucro presumido e o lucro real apresentaram os resultados líquidos aproximados, tendo os mesmos valores de custos e despesas, mas, devido à forma distinta de recolhimento dos tributos federais de cada regime, o lucro presumido apresentou-se mais oneroso. A opção errada por um regime de tributação para essa organização, conforme o estudo apresentou, pode acarretar uma diferença de R$10.407,16 no seu resultado Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 líquido do trimestre, comparando entre o Lucro Presumido, o mais oneroso e o Simples Nacional, o mais vantajoso. Contudo, apesar dos resultados obtidos neste trabalho apontarem o Simples Nacional como sendo o regime tributário mais vantajoso para ser exercido pelas organizações contábeis, ele não é o mais utilizado pelos profissionais contábeis, conforme dados do CFC, que apontam, em sua maioria, exercer as atividades como profissionais liberais. Sugere-se que mais estudos referentes a esse tema sejam realizados, para que seja possível melhor evidenciar as escolhas das organizações e contribuir para a classe contábil. REFERÊNCIAS BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Quantos Somos. Disponível em: http://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConselhoRegionalAtivo.aspx. Acesso 08set. 2014. BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/RIR/default.htm. Acesso 15ago. 2014. BRASIL. Decreto n. 3.048 de 1999. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto/D3048.htm Acesso 15 ago. 2014. em: BRASIL. Instrução Normativa SRF n. 390, de 30 de janeiro de 2004. Dispõe sobre a apuração e o pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro líquido. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2004/in3902004.htm. Acesso 27ago. 2014. BRASIL. Instrução Normativa SRF n. 1.071, de 15 de setembro de 2010. Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2010/ htm Acesso 19ago. 2014. BRASIL. Instrução Normativa SRF n. 1.142, de 31 de março de 2011. Dispõe sobre o cálculo do imposto de renda na fonte e do recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) de pessoas físicas durante os anos-calendário de 2011 a 2014. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2011/in1142.htm. Acesso 20ago. 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BRASIL. Lei n. 5.172 de 1996. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei511966col-htm Acesso 26ago. 2014. BRASIL. Lei n. 8.212 de 1991. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8212cons.htm. Acesso 04ago. 2014. em: BRASIL. Lei n. 8.213 de 1991. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso 04ago. 2014. em: BRASIL. Lei n. 10.637 de 30 de dezembro de 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10637.htm Acesso 28 ago. 2014. BRASIL. Lei n. 10.833 de 29 de dezembro de 2003. Disponível em: www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/2003/lei1083htm Acesso 28ago. 2014. BRASIL. Lei n. 12.469 de 26 de agosto de 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12469.htm Acesso 27ago. 2014. BRASIL. Lei n. 12.814 de 16 de maio de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivilAto20112014/2013/Lei/4htm Acesso 27ago. 2014. BRASIL. Lei n. 12.973 de 13 de maio de 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art103 Acesso 28ago. 2014. BRASIL. Lei Complementar n.123 de 2006. 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Resolução CFC n. 1.454/2013. Dispõe sobre os valores das anuidades, taxas e multas devidas aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) para o exercício de 2014. Disponível em: http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1454.doc Acesso 20 jun. 2014. BRASIl. Resolução CFC n. Coordenadoria de Registro Profissionais Ativos nos Conselhos Regionais de Contabilidade - 08/09/2014. Disponível em: http://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConselhoRegionalAtivo.aspx Acesso 08 de set. 2014. FABRETTI, Láudio Camargo.Contabilidade Tributária. 13ª Edição. São Paulo: Atlas S.A., 2013. GIL, Antonio Carlos.Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5ª Edição. São Paulo: Atlas S.A., 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO E TRIBUTAÇÃO Brasil escala ranking mundial das maiores cargas tributarias [online] Disponível em: https://www.ibpt.org.br/noticia/58/Brasil-escala-ranking-mundial-das-maiores-cargastributarias Acesso 27 jun. 2014. JOARY, Maria Valéria da Paixão. 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Código Tributário Municipal. São Pedro dos Ferros, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 UMA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC): UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA AEJ EMPREENDIMENTOS LTDA – 2015 Egnaldo Gomes Mendes – Graduado em Ciências Contábeis/Faculdade Univértix Celso Abreu de Araújo – Mestre em Administração/Udelmar; Professor Faculdade Univértix Tadeu Hipólito da Silva – Graduado em Ciências Contábeis Professor Faculdade Univértix [email protected] RESUMO A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória no Brasil com a criação da Lei 11.638/2007 e, desse modo, todos os profissionais que fazem parte do conglomerado empresarial precisaram conhecer e entender os mecanismos dessa Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 demonstração e saber interpretar os seus resultados. O presente trabalho analisou as finanças da empresa AEJ Empreendimentos Ltda por meio da Demonstração do Fluxo de Caixa. A metodologia utilizada foi sob a forma de uma pesquisa exploratória para proporcionar uma visão geral sobre a análise financeira da empresa por meio das demonstrações contábeis dos anos em questão. Os resultados alcançados pelo estudo revelaram, através dos quocientes financeiros, que a DFC é um instrumento de grande valia para a gestão de caixa e suporte ao processo de tomada de decisões no âmbito financeiro. PALAVRAS-CHAVE: Fluxo de Caixa; Análise Financeira; Tomada de decisão. 1. INTRODUÇÃO Diante das rápidas mudanças que acontecem no cenário econômico atual, os administradores necessitam de relatórios que transmitam informações práticas e úteis para a tomada de decisões em tempo real. Dentre os diversos relatórios gerados pela contabilidade, a demonstração do fluxo de caixa exerce um papel preponderante neste processo decisório, pois permite ao gestor perceber e, por conseguinte, controlar as alterações no volume de investimentos, financiamento e disponibilidade de caixa. A Lei 11.638/07 torna obrigatória a utilização da demonstração do fluxo de caixa para as sociedades anônimas e empresas de capital fechado com o patrimônio líquido acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Seguindo uma tendência internacional e também em função das necessidades dos usuários, principalmente por parte dos analistas e investidores do mercado de valores mobiliários, a legislação societária contempla a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) em substituição da DOAR - Demonstração de origens e aplicações (BRAGA, 2009). Segundo Godwin e Alderman (2010) a DFC tem como principal objetivo, informar aos interessados sobre como e por que os recursos financeiros disponíveis de uma empresa foram alterados no decorrer de um exercício social. Colaborando sobre o assunto Matarazzo (1997) demonstra que a DFC possibilita aos empresários avaliar alternativas de investimentos; avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não cheque a situações de não liquidez. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Portanto, a questão que norteou a presente pesquisa foi: Quais as informações contábeis podem ser extraídas da demonstração do fluxo caixa (DFC) para tomada de decisão? O objetivo geral deste estudo foi analisar as finanças da empresa AEJ Empreendimentos Ltda por meio da Demonstração do Fluxo de Caixa. Em termos específicos, analisar as diferenças existentes entre a DFC no método direto e indireto; analisar a evolução da DFC da empresa ao longo dos anos 2012-2014, assim como analisar a evolução dos principais indicadores financeiros da empresa pesquisada extraídos da DFC. A relevância do presente estudo é justificada ao demonstrar, que mesmos as pequenas empresas com as suas fragilidades de escrituração, podem valer-se da ferramenta DFC como um instrumento norteador para a tomada de decisão, proporcionando um melhor direcionamento do capital da empresa. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Conceitos e Caracterização da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) De acordo com a Lei 6.404/76 em seu artigo 188, a demonstração dos fluxos de caixa tem como objetivo evidenciar as alterações dos saldos de caixa ocorridos dentro dos exercícios através de três grupos distintos: fluxos das operações, dos financiamentos e dos investimentos. Portanto, trata-se de um instrumento, que permite avaliar se uma empresa é capaz de gerar fluxos líquidos positivos de caixa e atender as demandas e compromissos. De acordo com Hoji (2003, p.259) O art.176 da lei nº 6404, de 15-12-1976, conhecida, também como a lei das sociedades por ações, diz que é obrigatória a publicação pelas companhias, ao final de cada exercício social com duração de um ano, das seguintes demonstrações financeiras. a) Balanço patrimonial; b) Demonstração do resultado do exercício; c) Demonstração de lucros e prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do patrimônio líquido; d) Demonstrações das origens e aplicações de recursos. Os fluxos de caixa das atividades operacionais servem para indicar se a entidade tem gerado capital suficiente para manter sua capacidade operacional. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Portanto geram resultados de transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro ou de algum prejuízo que venha ocorrer. Segundo o CPC 03 de 2008, são exemplos de atividades operacionais: recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas; pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice. Os fluxos de caixa das atividades de investimentos representam a extensão de recursos da entidade com a finalidade de gerar lucros ou transição de caixa no futuro. Alves e Marques (2006, p.20), diz que “as atividades de investimento representam a segunda seção da DFC e envolvem transações que alteram a estrutura de investimento da empresa e que afetam o caixa, independentemente do prazo de realização” Segundo a NBC T 3-8 (2008, p.4) as atividades de investimentos representam em sua estrutura as mudanças que ocorrem na venda de ativos de longo prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. Marques (2004, p. 102) cita alguns exemplos de fluxo de atividades de investimento que são: contratação de empréstimos e financiamentos novos; liquidação e pagamento do principal de dívidas; produto recebido na emissão de debêntures e assemelhados; pagamento do principal de debêntures e assemelhados; pagamento de dividendos e juros s/ capital próprio; aumento de capital em dinheiro; contribuições recebidas para reservas de capital; compra, reembolso e resgate de ações próprias; e outros recebimentos e pagamentos de financiamentos. As atividades de financiamento envolvem as modificações no passivo exigível e no patrimônio líquido, que afetaram o caixa no período. De acordo com CPC 03 de 2008 pode-se destacar alguns exemplos de atividades gerados pelas atividades de financiamento: caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 prazo; amortização de empréstimos e financiamentos; e pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. Para evidenciar as informações resultantes da demonstração de fluxo de caixa (DFC) é preciso ressaltar que seus dados são calculados sob duas perspectivas: pelo método direto e pelo método indireto. O método direto facilita a visualização e a compreensão do fluxo financeiro, demonstrando os recebimentos e os pagamentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, possibilitando a avaliação do comportamento do seu nível de solvência, que é a capacidade de honrar seus compromissos. Neste método são apresentados os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos. Já a DFC apresentada pelo método indireto se assemelha a DOAR (Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos), pois a demonstração de recursos gerados pela empresa é feita através da conciliação do resultado liquido com a efetiva variação do caixa, exigindo do analista maior conhecimento de contabilidade (SILVA, 2010). É o que se pode observar no capitulo análise de dados, tabelas 1 e 2. 2.2 Vantagens e Desvantagens do Método Direto De acordo com Campos Filho (1999) na DFC pelo método direto temos como vantagens o fato dela proporcionar condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais, permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida nas empresas e as informações de caixa podem estar disponíveis diariamente. Já como desvantagens têm um custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos e a falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em usar as partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos. Marion (2009, pag. 456) afirma que a DFC elaborada pelo método direto possui um poder informativo superior ao método indireto, sendo melhor para usuários internos e externos e para um bom planejamento do empreendimento. 2.3 Vantagens e Desvantagens do Método Indireto Segundo Campos Filho (1999), no método indireto temos como vantagens um baixo custo, pois basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade, concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a diferença. No entanto, como desvantagens podemos dizer que, caso ocorra alguma alteração na legislação fiscal na contabilidade da empresa, e possivelmente há, este método ira eliminar somente algumas dessas distorções. 2.4 Análise de indicadores da DFC A Demonstração dos Fluxos de Caixa serve de base para cálculo de vários indicadores. Braga e Marques (2001) ressalta que a partir da DFC, podem ser extraídos diversos indicadores de desempenho que permitem relacionar fluxos de caixa gerados ou consumidos a um item específico. Alguns desses indicadores são cobertura de juros, capacidade de quitar dívida, taxa de retorno do caixa e capacidade de novos investimentos. Portanto, os indicadores de desempenho são de grande utilidade e possibilitam a avaliação da liquidez do empreendimento; mostra os indicadores de qualidade do resultado; sinaliza a habilidade do negócio em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos alienações) e analisa os indicadores de fluxo de caixa por ação e retorno sobre o investimento. 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS O presente trabalho foi desenvolvido sob a forma de uma pesquisa exploratória e teve como instrumento de trabalho as demonstrações contábeis da empresa AEJ Empreendimentos Ltda nos anos de 2012, 2013 e 2014. De acordo com (GIL 2008) a pesquisa exploratória tem o objetivo de trazer maior familiaridade com o problema, com o intuito de torna-lo mais explícito. Quanto à classificação da pesquisa, a mesma se configura como estudo de caso. Segundo GIL (2008), o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. O objeto de estudo foi a empresa AEJ Empreendimentos Ltda, empresa do setor da construção civil localizada na cidade de Sericita – Minas Gerais, com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 atividades iniciada no ano de 2008 atuando em obras (edifícios) do setor público e privado. O município de Sericita, no qual a empresa está inserida, está situado na região sudeste da mesorregião Zona da Mata, microrregião Ponte Nova, da Zona da Mata Mineira. A economia do município está voltada para a cafeicultura, sendo o terceiro produtor de café, leite e gado de corte da microrregião segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2014. 4. ANALISE DOS DADOS O estudo de caso da empresa foi realizado através da DFC método direto. Entretanto, conforme objetivos propostos, fez-se ainda o levantamento das informações através do método indireto. Em ambos os métodos os saldos foram os mesmos (como devem ser) evidenciando as saídas ou entradas através das atividades operacionais, de investimento ou de financiamento. (CHING; MARQUES; PRADO, 2003, p. 83). Portanto, de posse das informações colhidas foi elaborado as demonstrações conforme tabelas 1 e 2. Tabela 1: Demonstração do Fluxo de Caixa Método Direto Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Valor expresso em Reais (R$) Nº Conta 1 2012 2013 2014 Fluxos de caixa atividades operacionais 1.01 Valores Recebidos de Clientes 4.829.787,18 5.324.965,83 1.02 Valores Recebidos a Titulo de Juros - - 1.03 Duplicatas a Descontadas - - 25.261,97 150.000,00 1.04 (-) Pagamentos a Fornecedores 28.063,14 1.05 (-) Pagamentos de Impostos 1.06 (-) Pagamentos de Salários 131.131,66 122.592,84 2.559.385,58 2.419.124,68 63.753,43 183.019,44 1.07 Pagamentos a Juros 1.08 (-) Pagamentos de Despesas Antecipadas 1.09 Disponibilidades Liquidas geradas nas Atividades Operacionais 2 - 28.063,14 - - 2.050.250,54 2.453.228,87 - 27.500,00 Fluxos de caixa Atividades Investimentos 2.01 Recebimentos por Venda de Ativo imob/... 2.02 (-)Empréstimos Concedidos a Coligadas 2.03 (-)Compras de Imobilizado 392.386,47 2.04 Aquisição de Ações/Cotas 2.05 Disponibilidade Liquidas Geradas investimento 3 - - 115.429,49 566.097,41 - 300.000,00 -392.386,47 - 115.429,49 - 838.597,41 Fluxos de Caixa Atividades Financiamento 3.01 Integralização ou Aumento de Capital Soc. 92.012,30 10.000,00 3.02 (-)Pagamentos de Lucros e Dividendos 3.03 (-)Empréstimos Tomados a Curto Prazo 1.380.000,00 0.00 - 1.744.477,60 1.815.494,82 3.04 Pagamentos de Empréstimos / Debent. 609.715,86 1.039.541,85 1.873.556,23 3.05 Disponibilidades Liquidas Geradas financiamento -517.703,56 714.935,75 1.321.938,59 -938.153,17 2.649,760,80 2.936.570,05 4 Aumento (Redução) nas Disponibilidades 5 Disponibilidades no Inicio do Período - 520.464,62 1.071.235,70 6 Disponibilidades no Final do Período 520.464,62 1.071.235,70 266.597,68 7 Variação das Disponibilidades 520.464,62 550.771,08 - 804.638,02 Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no sistema contábil da empresa. Tabela 2: Demonstração do Fluxo de Caixa Método Indireto Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Valor expresso em Reais (R$) N Conta 1 Fluxos de caixa atividades operacionais 2012 2013 1.01 Resultado Líquido do Exercício 2014 - - 82.216,33 76.603,91 1.03 (-)Resultado da Venda de Ativo Imobilizado - - 1.04 (-)Resultado da Equivalência Patrimonial - - - - 1.02 Depreciação e Amortização 1.05 (-) Recebimentos de Lucros e Dividendos 1.06 (Aumento) Redução Em Contas a Receber 92.554,80 887.185,73 - 470.493,54 1.07 Aumento (Redução) Em Duplicatas Descont. - - 1.08 Aumento (Redução) Em Provisão Créditos de Liquidação Duvidosa - - 179,00 703.908,14 1.09 (Aumento) Redução Em Estoques 1.10 (Aumento) Redução Em Despesas Antecipadas 152.064,40 28.248,68 - 1.12 Aumento (Redução) Em Fornecedores 6.922,09 - 3.078,03 - - 8.886,72 21.194,23 100,40 10.986,53 971.288,09 1.068.695,04 2.01 Recebimentos Por Vendas de Ativo Inv./Imob./Intang. - - 2.02 (-) Empréstimos Concedidos a Coligadas e Controladas - - 115.429,49 566.097,41 - 300.000,00 1.13 Aumento (Redução) Em Contas a Pagar e Provisões 1.14 Aumento (Redução) Em Imposto de Renda e Contribuição Social 1.15 Disponibilidades Líquidas Geradas Nas Atividades Operacionais 2 - 31.260,92 Fluxos de caixa originários de atividades de investimentos 2.03 (-) Compras de Imobilizado 392.386,47 2.04 (-) Aquisição de Ações/Cotas 2.05 Disponibilidades Líquidas Geradas Atividades Investimentos 3 -392.386,47 - 115.429,49 - 866.097,41 Fluxos de caixa atividades de financiamentos 3.01 Integralização ou Aumento de Capital Social 10.000,00 3.02 (-) Pagamento de Lucros e Dividendos 3.03 Empréstimos Tomados a Curto Prazo 3.04 (-) Pagamentos Empréstimos/Debêntures 3.05 Dispon. Líquidas Atividades Financiamentos 1.380.000,00 - - 92.012,30 1.744.477,60 1.815.494,82 609.715,86 1.039.541,85 1.873.556,23 -517.703,56 714.935,75 1.321.938,59 4 Aumento (Redução) Nas Disponibilidades 5 Disponibilidades no Início do Período - 520.464,62 1.071.235,70 6 Disponibilidades no Final do Período 520.464,62 520.464,62 266.597,68 7 Variação das Disponibilidades 520.464,62 -941.350,95 1.570.794,35 - 612.853,86 1.071.235,70 - 804.638,02 Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no sistema contábil da empresa pesquisada. De acordo com as tabelas é possível verificar a evolução dos fluxos de caixa da empresa AEJ Empreendimentos nos anos de 2012, 2013 e 2014. No que diz respeito as diferenças das DFC´s no método direto e indireto, percebe–se que a diferença explicita é na estruturação nas atividades operacionais, pois segundo Perez jr.& Begalli (1999) o método indireto parte do resultado das operações , já o método direto demonstra todos os pagamentos e recebimentos oriundos das atividades operacionais das empresas. Em análise às atividades operacionais, pode se observar que no ano de 2012 a empresa gerou um caixa negativo de R$ 28.063,14, já no ano de 2013 a empresa obteve um caixa de R$ 2.050.250,54 e no ano de 2014 teve um aumento de quase Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 20% em relação ao ano anterior, isso ocorreu praticamente pelo aumento das receitas operacionais. Continuando a analise, as atividades de investimentos no ano de 2012 consumiu um caixa de R$ 392.386,47, ao realizar investimentos em sua estrutura, principalmente no imobilizado como pode ser observado na tabela. Em relação ao ano de 2013 é possível extrair da DFC que a empresa desembolsou R$ 115.429,40, revelando uma queda de investimento no seu ativo não circulante. Já no ano de 2014 fica notório que a empresa buscou se reestruturar investindo 838.597,41 (oitocentos e trinta e oito mil quinhentos e noventa e sete reais e quarenta e um centavo) em ativo imobilizado. No que diz respeito às atividades de financiamentos, no ano de 2012 foi aportado a quantia de R$ 92.011,00 de integralização de capital social, mas também houve um pagamento de empréstimos no valor de R$ 609.715,86 que levou a empresa a gerar um caixa negativo nessa atividade. Já no ano de 2013 a empresa gerou R$ 714.935,75 de caixa liquido nas atividades de financiamento, valor esse que foi resultado de contratação de empréstimos em um valor superior aos pagamentos, o mesmo pode ser observado no ano de 2014 onde a empresa gerou um caixa liquido de R$ 1.321.938,59. A demonstração do fluxo de caixa como qualquer outra demonstração serve como base para cálculos indicadores financeiros. Eis o que veremos: De acordo com Braga e Marques (2001, p.12) a cobertura de dividas com caixa, serve para verificar a capacidade da entidade em honrar suas obrigações, seja elas do passivo circulante ou do exigível em longo prazo. E ainda segundo o autor esse índice pode ser obtido pela divisão do fluxo de caixa operacional retido pelas dividas totais, este índice revela para nos o numero de anos necessário para quitar todas às dividas da empresa. Tabela 3: Quocientes de Cobertura de Dívidas com Caixa Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Cobertura de Dívidas com Caixa 2012 Fluxo de Caixa Operacional (1) - 28.063,14 Dividendo e Juros sobre Capital (2) Fluxo de Caixa Operacional Não Dist. 1-2= (3) - 28.063,14 Passívo Exigível (4) 244.464,08 Quantidade de tempo (em anos) necessários para quitar todo o passivo exigível da empresa (4)/(3) 2013 2.050.250,54 2.050.250,54 1.047.715,89 2014 2.453.228,87 2.453.228,87 605.206,48 0,510 0,247 Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no ano de 2012, 2013 e 2014. Apontando para a empresa em estudo AEJ EMPREENDIMENTOS no ano de 2012, percebe-se que não foi possível analisar o tempo necessário que os fluxos de caixa gerados precisariam para quitar as dividas, pois a DFC gerou caixa negativo nas atividades operacionais. No ano de 2013 constatamos que a empresa precisaria de aproximadamente 6 (seis) meses para quitar seus passivos, pois mesmo com o aumento das obrigações a empresa obteve aumento relevante nas receitas operacionais. Quando analisamos o ano de 2014 fica evidenciado um melhor desempenho em relação aos anos anteriores, pois o tempo necessário para sanar suas dívidas passou dos seis meses de 2013 para aproximadamente de três meses em 2014. Tal fato se deve a retração das dívidas e expansão do caixa, ainda que de forma sutil. Para Braga e Marques (2001) o índice de qualidade de resultado é importante para as empresas, pois este fornece a medida de dispersão entre fluxos de caixa e os lucros divulgados, comparando o fluxo de caixa operacional com resultado operacional. Tabela 4: Quociente de Qualidade de Resultado Qualidade do Resultado Fluxo de caixa operacional (1) Resultado Operacional (2) Para cada R$ 1,00 de lucro a empresa gera em caixa operacional (1)/(2) 2012 - 28.063,14 - 2013 2.050.250,54 1.125.841,70 1,82 2014 2.453.228,87 840.759,95 2,92 Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos nos anos de 2012,2013 e 2014. No ano de 2012 não foi possível analisar a geração de caixa da empresa, pois faltaram informações. Já no ano de 2013 percebe-se que a empresa obteve R$ 1,82 na geração de caixa operacional para cada um real de lucro. Para o ano de 2014 fica nítido o melhor desempenho dos três anos analisados, pois para cada 1,00 real de lucro a empresa conseguiu gerar praticamente 2,93 de caixa operacional. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo Braga e Marques (2001), um índice interessante de ser analisado é o retorno de caixa sobre o patrimônio líquido, pois esse mede a taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos acionistas; por isso, o FCO não deve eliminar os juros e encargos pagos. Tabela 5: Retorno do Fluxo de Caixa Retorno sobre o Patrimônio liquido Fluxo de caixa Operacional (1) Patrimônio Liquido (2) Taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos sócios (1) /(2) 2012 2013 2014 - 28.063,14 2.050.250,54 2.453.228,87 934.023,81 1.677.172,25 1.960.616,09 1,22 1,25 Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos nos anos de 2012, 2013 e 2014. O uso dos indicadores de retorno de fluxo de caixa é muito importante para tomada de decisão, sendo que seu principal objetivo é demonstrar para os usuários das informações o quanto a empresa consegue recuperar de seus investimentos no decorrer do tempo. Na empresa analisada foi possível observar que, em se tratando de retorno sobre patrimônio liquido no ano de 2012 não foi gerado caixa nas atividades operacionais, sendo assim não foi possível analisar o retorno sobre o patrimônio liquido. Já no ano de 2013 a empresa gerou índice de 1,22 de recuperação do capital investido pelos sócios. No entanto, no que se refere ao retorno sobre o patrimônio liquido no ano de 2014, o índice foi 1,25 de taxa de recuperação dos investimentos realizados pelos sócios. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos dados DFC revelou que a empresa AEJ Empreendimentos apresentou uma melhora na geração de caixa operacional em relação ao ano de 2012 de negativo para positivo nos anos seguintes evidenciando a sua capacidade de manter atividades, cumprir suas obrigações e ainda remunerar seus sócios através das suas disponibilidades. Extraiu-se da DFC importantes quocientes de desempenho e qualidade do resultado demonstrando uma saúde financeira em ascensão. Observou-se ainda que, dado as características estruturais dos modelos de DFC, o método indireto requer menos conhecimentos técnico-contábeis em comparação ao método indireto. Conclui-se que o DFC é certamente um instrumento de grande valia, uma vez que a sua utilização auxilia os gestores para a tomada de decisões ótimas no âmbito Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 financeiro, pois como já foi dito, através da analise das suas informações é possível evidenciar os gastos e investimentos em momentos oportunos, possibilitando correções e alterações no planejamento financeiro, econômico ou operacional. REFERENCIAS ALVES, Luiz Cláudio Otranto. MARQUES, José Augusto Veiga da Costa. A Demonstração dos Fluxos de Caixa como Ferramenta de Análise Financeira. Revista Pensar Contábil. Rio de Janeiro, v. VIII, n 32, p 18-23, abril/maio/junho. 2006. BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2009. BRASIL. Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 28/12/2007 (Edição Extra), http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2007/lei/l11638.htm. Acesso: em: 07ago. 2014. CAMPOS FILHO, Aldemar. Demonstração dos Fluxos de Caixa: uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999. CHING, Hong Y; MARQUES, Fernando; PRADO, Lucilene. Contabilidade & Finanças. São Paulo. Prentice Hall, 2003. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico 03. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. GODWIN, Norman H.; ALDERMAN, C. Wayne. Financial ACCT: 2010 Student Edition. South-Western, USA: Cengage Learning, 2010. IBGE. Síntese das informações. 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São Paulo: Atlas 2010. e interpretação das Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A PERCEPÇÃO DE GERENTES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR SUPERMERCADISTA SOBRE IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS Lucélia de Lourdes Leal Teixeira – Graduada em Administração pela Faculdade UNIVÉRTIX. Clésio Gomes de Jesus - Bacharel em Administração. Especialista em Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor Univértix. Dilcimar Gomes de Araújo - Bacharel em Administração Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Especialista em Gestão Pública Municipal. Gestão de Tecnologia da Informação e Docência no Ensino Superior. Professor Univértix. Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O processo de implantação do RH/Gestão de Pessoas nas micro e pequenas empresas vêm para despertar interesses e desafios nas organizações, que vê o mesmo como uma oportunidade de crescimento e inovação. O objetivo deste estudo é identificar a percepção de gerentes de micro e pequenas empresas do setor supermercadista sobre as vantagens na contratação de um profissional na área de gestão de pessoas. A pesquisa realizada foi descritiva, com abordagem qualitativa, foi realizada uma entrevista estruturada aplicada a quatro gerentes de supermercados. Pôde-se verificar que existe uma necessidade de maior conhecimento dos gestores sobre as extensas condições que este setor oferece, e ainda foram apresentados problemas que um profissional de Gestão de Pessoas/RH poderia resolvê-los e proporcionar a organização um melhor aproveitamento das pessoas, levando ao crescimento de ambos. PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Pessoas; pequenas empresas; inovação; mercado. 1. INTRODUÇÃO Diante do crescimento da economia, o mercado tem exigido cada vez mais das organizações, estas por sua vez precisam usar de seus recursos para se sobressaírem com qualidade. As organizações atuais dispõem de alternativas variadas para o desenvolvimento das pessoas. A tão conhecida Era do Conhecimento - também conhecida como Era da Informação - que teve inicio em 1990 e perdura até os dias atuais - se destacou pelas mudanças aceleradas que ocorrem em decorrência do avanço tecnológico e da globalização. Diante disto, as organizações tiveram que mudar seus processos administrativos, uma das mudanças que se destaca é em relação aos colaboradores que passam a serem vistos como seres proativos e inteligentes, e que precisam ser impulsionados e motivados (RIBEIRO, 2010; MACHADO, 2011). Entre as mudanças vivenciadas, tanto pelas organizações quanto pelos trabalhadores, se destacam: trabalhar com formas variadas de remuneração, buscar as competências dos profissionais diante dos objetivos da organização, apresentar modelos de avaliação e desempenho que possam propiciar desenvolvimento do profissional, dispor de ambiente propício a criatividade, inovação empreendedorismo, entre outras propostas (Ferreira, et al 2009). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 e Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) - Empresa de Pequeno Porte (EPP) é um empreendimento com faturamento bruto anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões. As organizações de pequeno porte não dispõem de muitos recursos na área de Gestão de Pessoas, fato que pode levar a dificuldades para realização de mudanças propostas. Ao mesmo tempo, deve ser considerado que, na economia brasileira atual as empresas de pequeno porte representam 98,3% dos negócios legalizados (PALMEIRA, 2009). Na elaboração deste trabalho foram pesquisadas Micro empresas (ME), "Considera-se ME (Micro empresa), para efeito do Simples, a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) (BRASIL, 2014 p.1)". As questões que nortearam a presente pesquisa foram: Quais mudanças podem acontecer em uma organização de pequeno porte com Gestão de Pessoas/RH Implantado? Qual a diferença entre duas organizações uma que possui o Sistema de Gestão de Pessoas/RH e outra que não o adota? Buscar informações, sobre o grau de turnover de ambas as empresas. O objetivo deste estudo é identificar a percepção de gerentes de micro e pequenas empresas do setor supermercadista sobre as vantagens na contratação de um profissional na área de gestão de pessoas. Pretende-se com esse estudo entender se as empresas micro empresas podem se beneficiar com a implantação do setor de gestão de pessoas. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Atualmente vivemos na atual Era da Informação, conhecida também como Era do Conhecimento (1990 até os dias de hoje). A Era da Informação é marcada pelo avanço da tecnologia e a globalização, onde, as pessoas começaram a serem vistas como seres proativos e inteligentes, mas que ao mesmo tempo precisam ser impulsionadas e motivadas. Nesta época, passa a vigorar a Gestão de Pessoas, onde as pessoas são tratadas como parceiras da organização (MACHADO, 2011; CHIAVENATO, 2014). Nos dias de hoje, cuidar da área de pessoal é função da Gestão de Pessoas (GP). O capital humano ganhou reconhecimento, e não é mais tratado como qualquer outro recurso empresarial. Este se tornou parte integrante das estratégias Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 organizacionais, podendo ter autonomia para as decisões, assim como, capacidades para gerenciar os recursos, que são comandados pelo homem, e não comparados a ele, são as pessoas que fazem a organização funcionar (BRASIL, 2010). De acordo com Chiavenato (2014) hoje os profissionais da Gestão de Pessoas devem assumir papeis operacionais e estratégicos. Precisam saber fazer cumprir as regras, e serem parceiros, ao mesmo tempo. Sendo mais claro para a GP adicionar valor à organização, atender os objetivos esperados por ela e ainda, criar vantagens competitivas, esta precisa desempenhar papéis cada vez mais múltiplos e complexos. A área de Gestão de Pessoas pode ser descrita como um sistema formado por cinco subsistemas, sendo eles: provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento, e monitoração de recursos humanos. (Chiavenato, 2014). A provisão pode ser definida como um processo para agregar pessoas, ou seja, é o meio utilizado para incluir novos funcionários na empresa, este subsistema é a porta de entrada do profissional à organização (ALESSANDRI, 2009). O processo de agregar pessoas na organização se divide entre recrutamento e seleção de pessoas. O recrutamento é uma ferramenta usada pela organização para divulgar no mercado, os perfis esperados pela organização para suprir determinadas vagas. A intenção do recrutamento é atrair os candidatos para serem selecionados. A seleção funciona como se fosse um filtro, onde apenas aqueles candidatos que apresentarem as características esperadas pela organização serão contratados (CHIAVENATO, 2014). Uma vez que o funcionário já faz parte da organização é necessário direcionálo a sua função. O subsistema de aplicação trata da socialização deste novo integrante a sua equipe, também apresenta ao participante os métodos de trabalho da empresa, e as maneiras que o funcionário deverá exercer sua função em prol da organização, assim como, seguir regras para o perfeito funcionamento das atividades, cumprir horários estabelecidos, seguir orientações a ele determinadas pelo superior e acompanhar as regras e regulamentos propostos pela empresa (JÚNIOR, 2012). Com o recuso disponível na empresa e o mesmo aplicado adequadamente, é necessário que se garanta sua manutenção e esta se dá através do pagamento de salários, benefícios, promoção da segurança e atenção as necessidades da pessoa. A adoção dos benefícios traz vantagens tanto para o funcionário, quanto para a empresa. Entre os benefícios mais comuns estão: auxílio-doença, 13º salário, salárioAnais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 família, férias, salário-maternidade, assistência médica e odontológica, vale transporte, cesta básica, etc. Além disso, também se mantém um funcionário na empresa com a prática da prevenção de acidentes, roubos e incêndios, através de medidas que proporcionem segurança e tranqüilidade (GYSI, et al, 2009). Para assegurar que as tarefas sejam executadas de maneira esperada é necessário que haja treinamento de pessoal, através programas de treinamento e desenvolvimento (PALMEIRA, 2009). São várias as definições de treinamento, modernamente, este é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas, para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais e se tornar cada vez mais valiosas (CHIAVENATO, 2014, p.310). Desenvolver pessoas é, sobretudo, dar lhes a informação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que mudem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes no que fazem (CHIAVENATO, 2014, p.307). A monitoração de recursos humanos analisa os bancos de dados e os sistemas de informação de RH, com a intenção se certificar que tudo está de acordo com o esperado. Através de dados de prontuários e fichas, contidos no registro pessoal é possível definir perfil e competências pessoais, entre outras, assim como, analisar o cumprimento das tarefas de acordo com as exigências e possibilidades de cada profissional (Benzoni e Vanalle, 2001) . O bom desempenho do profissional, leva aos resultados positivos para a organização, para garantir que isso aconteça é necessário que os gestores assumam o desafio de captar, integrar, aperfeiçoar e manter as pessoas nas organizações (LACOMBE, 2005, citado por GIRARDI et al, 2010) 3. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. Segundo (NEVES, 1996, p. 1): A pesquisa qualitativa não busca enumerar ou medir eventos e geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise de dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é frequente Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí, situe interpretação dos fenômenos estudados. Como instrumento de coleta de dados foi realizada uma entrevista estruturada, em quatro supermercados: Supermercado 1, situado em Padre Fialho, com nove funcionários, inscrito como micro empresa, sem gestão de pessoas; Supermercado 2, situado em Padre Fialho, com dez colaboradores, inscrito como empresa de pequeno porte; sem gestão de pessoas. Supermercado 3, situado em Abre Campo, com seis colaboradores, inscrito como micro empresa, atua neste ramo a dois anos, sem gestão de pessoas. E por fim, Supermercado 4, situado em Abre Campo, com vinte e cinco funcionários, inscrito como micro empresa, com gestão de pessoas. A população investigada foi composta por quatro gerentes. Os participantes da pesquisa foram esclarecidos sobre os objetivos e motivos desta, foram garantidos a estes o anonimato e justificado a escolha do pesquisado. Com o consentimento deste, o mesmo assinará o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram transcritos e armazenados no Microsoft Office Word 2007 e interpretados conforme o referencial teórico desenvolvido. 4. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS Para fins de análise os três gerentes que não possuem setor de Gestão de Pessoas serão nomeados de: Entrevistado 1, 2 e 3. O gerente que possui setor de Gestão de Pessoas será nomeado de: Entrevistado 4. Na primeira questão, a qual pedia a opinião dos gestores sobre qual seria o papel do setor de RH/Gestão de Pessoas. Três gestores de quatro entrevistados, os quais não possuem o setor de Gestão de Pessoas responderam: Realizar tarefas necessárias para contratar funcionários e fazer pagamentos (entrevistado 1). Ajuda a selecionar e contratar funcionários, realiza treinamentos e acompanha o desenvolvimentos dos funcionários (entrevistado 2). Responsável por contratar funcionários, treinamentos (entrevistado 3). Ele dá suporte para a empresa e para o funcionário, retém talentos, além de aproveitar o máximo de cada funcionário (entrevistado 4). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo Machado (2011), o setor de RH/Gestão de Pessoas é uma função administrativa, que leva as pessoas a realização de trabalho planejado, organizado, e coordenado, através de desenvolvimento, manutenção, pesquisa e utilização correta da força de trabalho. Quanto à relevância do departamento de RH/Gestão de pessoas para a empresa, os entrevistados responderam: É este departamento que fornece subsídios necessários para que se possa trabalhar com eficácia, orientar, coordenar e avaliar o desempenho (entrevistado 1). Ajuda na seleção de funcionários com qualidade ao cargo, na competitividade (entrevistado 2) Ele desenvolve a empresa e traz competitividade (entrevistado 3). Ele impulsiona a competitividade, desenvolve qualidade e excelência para a empresa (entrevistado 4). Foi questionado ainda, se o entrevistado acredita que o RH/Gestão de pessoas pode contribuir para o crescimento da empresa: Sim, pois é ele que dá suporte à organização, e supre as necessidades de treinamentos de funcionários (entrevistado 1). Sim, pois poderá manter a equipe equilibrada e ajudar na contratação dos funcionários certos (entrevistado 2). Sim, através de treinamentos (entrevistado 3). Sim, através da gestão de funcionários (entrevistado 4). À medida que o gestor passa a conhecer melhor os desejos e expectativas humanas consideradas fundamentais, assim como, os comportamentos e suas causas, fatos que são possíveis através do trabalho do trabalho realizado pelo setor de RH/Gestão de pessoas, este por sua vez, vai adotando condutas cada vez mais capazes de desenvolver uma parceria produtiva e eficiente com as pessoas que o ajudam a atingir suas metas (XAVIER, 2006). Quanto aos métodos adotados para manter os funcionários atualizados, as respostas foram: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 São oferecidos palestras e treinamentos para os colaboradores com frequência de seis em seis meses (entrevistado 1). Apenas realizamos reuniões mensais, passando a eles pontos importantes (metas) para os próximos meses e relatamos problemas que estão ocorrendo (entrevistado 2). Não dispomos de nenhum tipo de recursos para mantê-los atualizados (entrevistado 3). Reuniões, treinamentos de atendimento ao cliente, dinâmicas para desenvolver o trabalho em equipe, isso acontece de 6 em 6 meses (entrevistado 4). Uma empresa precisa estar sempre inovando seus recursos produtivos, os métodos adotados, os processos desenvolvidos, enfim, sua forma de pensar, sentir e agir. E isso só poderá acontecer se esta tiver pessoas que acompanham a evolução, ou seja, colaboradores atualizados, que buscam os meios necessários para isso, e que estejam dispostos a abrir mão de velhas práticas e adotar novos métodos. Porém é tendência das pessoas se acomodarem, pois isso é mais fácil e confortável. Porém o gestor deve motivá-las e direcioná-las, oferecendo atualizações constantes como buscam de benefícios para ambas as partes (XAVIER, 2006). Buscou-se saber como é feita a seleção de novos funcionários/talentos para a empresa, as questões levantadas pelos gestores que não possuem o GP foram: A empresa busca sempre pessoas alegres, comunicativas, educadas, com qualidades para fazer com que a empresa cresça (entrevistado 1). Observamos se existe pelo menos algum tipo de experiência no cargo que precisamos e o comportamento da pessoa na cidade (entrevistado 2). São contratados com base na família, depende de como a família é vista na cidade (entrevistado 3). Através do curriculum, entrevistas e competências ao cargo (entrevistado 4). Franco (2002) citado por Ferreira et. al. (2009, p. 4) destaca: a capacidade de atrair e reter talentos passa a representar principal desafio em recrutamento e seleção, tendo em vista sua grande importância ao fornecer os talentos necessários à sobrevivência e ao crescimento das empresas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 “Ainda sobre o autor supracitado,” o objetivo da seleção eficaz é simples: adequar as características individuais (capacidade, experiência etc.) aos requisitos do trabalho (ROBBINS, 2002 citado por FERREIRA et. al. 2009 p. 4). Foi questionado aos entrevistados, se a empresa oferece algum incentivo aos funcionários que buscam qualificação fora da empresa. Caso a resposta fosse positiva, foi solicitada a identificação de como isso acontece. Apenas um dos entrevistados, disse que oferece treinamento fora da empresa, este não possui o GP, segundo ele, o treinamento fora da empresa, acontece da seguinte forma: Entrando em contato com comerciantes maiores e com maiores experiências, para que se possam buscar qualificações para serem renovadas para os colaboradores (entrevistado 1). As grandes mudanças provocadas nas pequenas empresas se dão, devido à necessidade de qualificação de seus quadros. A preparação e qualificação dos funcionários se tornaram uma questão de sobrevivência (SARACEMO, 2004 citado por GOMES, 2010). Dessler (2003) citado por Gysi et al. (2009 p. 7) definem o treinamento como: [...] um conjunto de métodos utilizados para transmitir aos funcionários as habilidades necessárias para o desempenho do trabalho. O treinamento busca mudanças de comportamento, através da transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades, de atitudes e de conceitos. Foi colocado para o gestor, quais são os requisitos mínimos ideais para que um colaborador seja considerado um bom profissional, as preferências apresentadas por todos os gestores, foram: Para a empresa, um bom colaborador tem que saber conversar com todos sem ignorar ninguém, ter respeito como próximo, educação e acima de tudo ser sempre alegre (entrevistado 1). Educação, iniciativa, responsável e confiável (entrevistado 2). Confiável, educado e ágil (entrevistado 3). Pro atividade, responsabilidade e educação (entrevistado 4). O profissional competitivo no mercado de trabalho atual é aquele que consegue dar conta de várias situações do dia a dia da empresa. Também conhecido como polivalente. Para que essa necessidade seja preenchida, muitas empresas divulgam Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 anúncios, em busca de colaboradores com as seguintes características: “espírito de liderança; criativo; inovador; disposto a aceitar desafios; boa relação interpessoal; facilidade em se comunicar; experiência e domínio na função” (RODRIGUES E ROTA, 2012). Diante da questão, que retrata a permanência média de um funcionário na empresa, as respostas apontam que: Acima de um ano (entrevistado 1). Um ano (entrevistado 2). Seis meses (entrevistado 3). Dois anos (entrevistado 4) Diante do mercado de trabalho cada vez mais competitivo e de profissionais mais exigentes, buscando maior valorização a cada dia, é necessário que as empresas adotem um plano de gestão adequado, caso contrário , correrão o risco de perder bons profissionais que poderiam gerar lucros significativos. O funcionário, após se desligar da organização, provavelmente irá para outra empresa, com experiência que irá fortalecer a mesma. Além do mais essa rotatividade de profissional poderá gerar para o empreendedor um alto custo com admissão, rescisão, dentre outras despesas (BORGES, 2011). Quanto ao envolvimento da equipe, se esta está totalmente engajada no processo da empresa, (veste a camisa da empresa, abraça a causa, trabalha com vontade), as respostas foram: Sim, porque a pessoa que é um bom colaborador, acima de tudo ele tem que vestir a camisa e lutar para a empresa se sobressair (entrevistado 1). Apenas alguns funcionários vestem a camisa da empresa (entrevistado 2). Não, sinto os desmotivados, com desanimo no trabalho (entrevistado 3). Sim, todos os colaboradores vestem a camisa da empresa, tem orgulho de trabalhar na mesma (entrevistado 4). Uma coisa que pode ser considerada rara na organização ainda é o fato desta ter sempre funcionários motivados. Isso não pode ser considerado como desinteresse Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 do profissional, pois muitas vezes as empresas não se preocupam em criar condições que favoreçam o desempenho das tarefas entre outros fatores que motivam os trabalhadores. As organizações reconhecem a necessidade de ter funcionários motivados, mas muitas vezes não contribuem para que isso aconteça (RIBEIRO, 2010). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se observar que os gerentes pesquisados demonstraram ter pouco conhecimento da verdadeira e extensa função do setor de RH/Gestão de pessoas. Fato que se confirma, uma vez que quando foram atribuir funções a este setor, designaram na maioria das vezes, a contratação dos funcionários, como se esta fosse à única função destinada a ele. Para que o setor de gestão de pessoas possa contribuir com a empresa não são necessários grandes investimentos, no caso de uma pequena empresa, apenas um funcionário com capacitação adequada pode atender essa demanda e ajudar a empresa a se firmar neste mercado cada vez mais competitivo. REFERÊNCIAS ALESSANDRI, 2009. Processos de Gestão de Pessoas. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/processos-de-gestao-depessoas/33239/. Acesso em: 07.ago.2014 BENZONI, P. E.; VANALLE, R. M. Novas Propostas de Gestão de Recursos Humanos e a Flexibilidade na Produção. In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção / ENEGEP. ANAIS DO XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção / ENEGEP. Salvador, 2001. BORGES, Lidiane Cechinel. Principais causas da rotatividade de pessoal em uma empresa de construção civil de Criciúma SC, e quais os reflexos para a empresa. 2011. Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Criciúma – SC. BRASIL. VII Simpósio de excelência em gestão e tecnologia. O Novo modelo de Recursos Humanos: Gestão de Pessoas. Brasília: 2010. BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Simples - Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2004/pergresp2004/pr110a202. htm. Acesso em: 03.out 2014 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações/Idalberto Chiavenato. 4. Ed. Barueri, SP: Manole, 2014. FERREIRA, André; et al; O desafio da gestão de pessoas em uma empresa de pequeno porte. In: IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende: SEGeT, 2009. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/artigos09/429_111_GPPE_Submetido_Seget.pdf. Acesso em: 07abr. 2014. GIRARDI, Dante; et al; Considerações sobre a importância da aplicação da teoria dos sistemas nos processos de gestão de pessoas nas universidades: Um estudo de caso na UFFS. Dezembro, 2010. Disponível em: http://www.inpeau.ufsc.br/wp/wp-content/BD_documentos/coloquio10/192.pdf. Acesso em: 08.ago. 20114 GOMES, Maria Rodrigues. Gestão de Pessoas nas Pequenas Empresas. Pósgraduação “Latu sensu” Projeto a vez do mestre. Niterói. Fev.2010. Disponível em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/n203539.pdf. 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Bacharelandas em Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. .Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O presente trabalho apresenta uma análise do orçamento empresarial como um elemento fundamental no processo de gestão. Através de um levantamento bibliográfico, essa pesquisa evidencia, de forma ampla, os principais conceitos, características e tipos de orçamento para conhecimento geral desse processo. Aborda, também, o impacto dos principais orçamentos na tomada de decisão do controle orçamentário. Para uma gestão e implantação bem sucedidas, é necessária que haja organização dos dados, análise prévia e parametrizações para que o orçado seja alcançado. Após a apresentação desses conceitos, conclui-se que nenhum sistema orçamentário pode resolve todos os problemas administrativos, mas pode prever soluções. O orçamento fornece uma grande quantidade de relatórios gerenciais e fiscais e permite análises que ajudam a organizar e controlar os setores. PALAVRAS-CHAVE: Orçamentos, plano de negócio, gestão. 1. INTRODUÇÃO No cenário do mundo atual, observa-se que cada vez mais sobrevive na arena dos negócios empresariais profissionais qualificados e com visão difusa para gerir os processos. Nesse grupo de qualificações, alguns conhecimentos e habilidades tornam-se essenciais. Entre eles destaca-se o orçamento nos projetos das empresas, o qual vem agregar informações rápidas e eficientes para sua execução. Mesmo que sua implantação seja complexa, ele pode trazer benefícios que contribuirão para reduzir a margem de erro e redundância de informações, além de proporcionar a maximização de lucros da empresa. O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre como o orçamento contribui para que o objetivo traçado seja realmente alcançado. Pretende-se apresentar os condicionantes básicos para implantação e utilização de um sistema orçamentário; as vantagens e desvantagens de um orçamento, além dos principais orçamentos para controle e gestão. O orçamento tem como objetivo acompanhar o desempenho da empresa e assegurar que os desvios sejam analisados e adequadamente controlados. Trata-se de um instrumento de planejamento e controle através do qual as empresas projetam com antecedência as ações a serem executados e os recursos a serem empregados. Por meio dessa análise, será feito o controle de como será executado o que foi planejado. (CUNHA, 2009). Esse levantamento bibliográfico é relevante para os profissionais da área de Engenharia Civil e para aqueles que estão no caminho para essa profissão, pois traz à tona uma série de conceitos que devem ser assimilados e colocados em prática Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 durante a atuação profissional. Através de uma boa análise de orçamento, podem-se evitar despesas desnecessárias e o andamento da obra não sofrerá com atrasos e problemas decorrentes da falta de recursos. 2. METODOLOGIA. O presente artigo configura-se como uma pesquisa bibliográfica utilizando como fonte as bases de dados eletrônicos da plataforma Scielo, os Periódicos da Capes, além de artigos em revistas da área e dissertações juntamente com pesquisa em livros publicados sobre o tema. De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 65), a pesquisa bibliográfica “procura explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos, buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto”. O critério para análise dos estudos foram as publicações em língua portuguesa no período de 2000 a 2015, considerando as principais definições referentes ao papel do orçamento na gestão. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 O planejamento De acordo com dados da UNIEMP (2010) citado por Azevedo et al (2011) a construção civil é definida como uma atividade econômica, com relevante parcela do produto interno bruto de qualquer país e que tem efeitos significativos na empregabilidade de pessoal. De acordo com esses autores, é uma atividade em que há grande investimento tanto para as empresas quanto para seus clientes. Sendo assim, o processo de orçar um empreendimento torna-se fator crítico para empresas construtoras. Deve ser bem realizado antes que a edificação seja projetada em detalhes e que os contratos de venda e de fornecimento sejam firmados. Entende-se o orçamento como um produto definido, com o objetivo de informar o valor para a realização de um determinado produto ou serviço, além de apontar as condições necessárias para a sua realização, o que será feito e o período de tempo em que será executado. O planejamento também determina o objeto a ser realizado e o prazo para que este produto ou serviço se concretize. (XAVIER, 2008) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O orçamento permite que a empresa mensure o quanto deseja produzir para alcançar a receita proposta e a partir daí analisar quais recursos vai disponibilizar para que consiga produzir o almejado, isso significa que ela precisa saber qual custo terá com mão de obra e matéria prima. (CASTRO, 2009) Segundo Frezatti (2007) entende-se orçamento como o plano financeiro cujo objetivo é consolidar uma estratégia da empresa para determinado exercício. Vai além de uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Em Welsch (1992, p. 56) temos a seguinte definição de orçamento: [...] plano administrativo que abrange todas as fases das operações para um período futuro definido. É a expressão formal das políticas, planos, objetivos e metas estabelecidas pela alta administração para a empresa como um todo, bem como para uma de suas subdivisões. Dentre os objetivos do orçamento destaca-se: o planejamento, que permite programar as atividades de longo prazo da empresa; a coordenação que ajuda a coordenar as atividades das diversas áreas; a comunicação que disponibiliza informações sobre os objetivos da empresa aos gerentes; a motivação que fornece estímulo aos gerentes para que atinjam metas; o controle que nada mais é que comparar o planejado com o executado e, por fim, a avaliação de cada gerente em seus respectivos departamentos. Dessa forma as características de um orçamento podem ser vistas como a projeção do futuro, flexibilidade na aplicação e participação direta dos responsáveis. 3.2 Vantagens e limitações de um orçamento Considerando as inúmeras vantagens do orçamento pode-se destacar que, para Sanvicente (2000), o orçamento leva a empresa a uma análise antecipada das políticas básicas. O orçamento é uma forma de obrigar os gestores a quantificarem e datarem as atividades pelas quais são responsáveis. Frezatti (2007) acrescenta que, sem a definição de responsabilidades, tanto a autoridade como a cobrança de resultados não pode ser exercida, deve haver um comprometendo a priori. Retomando Sanvicente (2000), apesar de todas as vantagens e contribuições que o uso de um sistema de planejamento e controle orçamentários pode proporcionar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 a uma empresa, a seus administradores, ele não é a resposta para todos os males, pois, para ser bem aplicado numa empresa, requer as atitudes apropriadas e o conhecimento da técnica envolvido na sua utilização. De acordo com o autor supracitado, utilização de um orçamento pode gerar alguns obstáculos: - os dados contidos no orçamento não passam de estimativas, estando assim sujeitos a erros maiores ou menores, segundo a sofisticação do processo de estimação e a própria incerteza inerente ao ramo de operações da empresa. - o custo do sistema. É claro que esta técnica não pode ser usada com a mesma intensidade e complexidade por empresas de todos os tamanhos, ou seja, nem todas as empresas contam com os recursos necessários para contratar pessoal especializado em supervisão de orçamentos e desviar tempo do pessoal de linha para planejar e elaborar orçamentos. - O uso de um sistema dessa natureza ajusta-se melhor a uma dada filosofia e a certo estilo de administração (com participação) que talvez não sejam aceitáveis em algumas empresas. Na empresa com administração de caráter excessivamente autoritário, não recomendamos o emprego desta técnica em suas ramificações de controle e responsabilidade. Planejar e controlar são sempre bom, em nossa opinião, mas, sem a correspondente delegação de autoridade e responsabilidade, o uso desta técnica acabará por transformar-se mais em um exercício dispendioso do que em uma forma de administrar mais racionalmente os recursos da empresa. (SANVICENTE, 2000, p.54) Diante dos desafios das vantagens e limitações de um orçamento é desejável que se faça uma avaliação antes de se recomendar a introdução efetiva de um sistema orçamentário em uma empresa de pequeno ou grande porte. (CASTRO, 2009). 3.3 Os principais orçamentos para controle e gestão 3.3.1 Orçamento empresarial Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O orçamento empresarial é considerado um dos pilares da gestão e uma das ferramentas fundamentais para que a prestação de contas dos gestores seja objetiva. Isso ocorre pelo fato que os gestores têm o compromisso especificado e definido no plano estratégico, que acabam sendo firmados no momento da montagem do orçamento. Conforme Frezatti (2007), o orçamento de uma empresa deve ser elaborado levando-se em conta a seguinte sequência de etapas: ● ligação de casa preparatória para o orçamento, princípios gerais de planejamento, diretrizes dos cenários, premissas e pré-planejamento; ● plano de marketing; ● plano de suprimento, produção e estocagem (PSPE); ● plano de recursos humanos; ● plano financeiro. Sendo assim, uma vez tendo feito um adequado trabalho na montagem do plano Estratégico, o orçamento tem muita chance de ser elaborado com coerência e consistência. 3.4 Plano de investimento no ativo permanente O gerenciamento dos investimentos é fundamental para o desenvolvimento das metas orçamentárias, hoje para as empresas ficarem mais competitivas requer investimentos de montantes cada vez maiores de recursos em seus ativos para obter resultados positivos, mas é necessário tomar cuidado quando se trata de investimentos de longo prazo. Segundo Kern & Fomroso (2006), informações sólidas e confiáveis possibilitam uma gestão de custos eficiente. Essas informações devem ser dinâmicas e capazes de suportar diferentes processos decisórios, a fim de proteger a empresa contra os efeitos nocivos da incerteza. O objetivo principal do planejamento deve ser a geração de informações para apoio à decisão. Para aumentar o valor dos investimentos, é preciso ampliar em projetos que terão retorno, ou seja, que agreguem valor e crescimento futuro para a empresa, por isso é importante estarem de acordo com a estratégia da empresa, é o que afirma Padoveze (2006). Ele também defende que é condição intrínseca do orçamento de investimentos a aplicação de técnicas de análise das alternativas de investimentos e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 rentabilidade dos projetos. Cada investimento a ser feito deve ser objeto de um estudo específico de sua rentabilidade e das alternativas possíveis. Os projetos de investimentos podem trazer benefícios tangíveis e intangíveis para organização. 3.5 Orçamento de estoques O orçamento de estoques é de grande relevância para a organização, pois através dele é possível identificar o excesso ou a falta de itens disponíveis, e quando não se verifica a falta desses itens, frequentemente resulta na impossibilidade de cumprir datas de entrega. Para Welsch (1992, p.54) As políticas de estoques devem incluir (1) o estabelecimento de padrões de estoques tais como limites ou giros máximos e mínimos e (2) a aplicação de técnicas e métodos que assegurem a conformidade com os padrões escolhidos. A preparação de orçamentos requer o estabelecimento de padrões de estoques e permite a comunicação mensal das diferenças entre os níveis reais e os padrões. Para as empresas, os estoques representam um investimento relativamente substancial e afetam de maneira especifica ao setor de vendas, pois os estoques são necessários para atender as exigências do mercado com rapidez. Já no tocante à produção, os estoques são necessários para assegurar disponibilidades para a fabricação e quanto às compras, quando são adquiridas em maior volume, há uma redução dos custos devido a descontos e melhor forma de pagamento. (AZEVEDO, 2011) Mas a administração deve levar em consideração alguns fatores importantes quanto aos estoques, pois um armazenamento volumoso pode causar custos elevados, devido a instalações de armazenamento, quedas de preço, perecibilidade dos produtos e perdas e furtos, mas por outro lado, a falta de estoques pode ocasionar o não atendimento dos pedidos em tempo hábil e consequentemente a perda de clientes que pode se direcionar para outro fornecedor. (CASTRO, 2009) 3.6 Orçamentos de vendas Tung (1994, p. 97) define orçamento de vendas como “o ponto de partida do esquema orçamentário empresarial. Sua estruturação é feita antes da formulação dos programas de produção, de compras, de pesquisas, etc.”. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para Lucion (2005) a previsão de vendas é uma importante ferramenta para um bom planejamento financeiro em curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas vendas projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para sustentar tais vendas. Caso haja erro nessa previsão de vendas, podem ocorrer sérias consequências como, por exemplo, a empresa querer uma abrangência na qual não está preparada ocasionando um despreparo para atender a demanda, além de haver uma retenção de ativos na forma de matéria-prima, máquinas, entre outros não dando a liquidez necessária tendo ainda embutido o custo da oportunidade. Segundo Ross (1998, p.85) “a previsão de vendas é o principal predicado em um planejamento financeiro em curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas vendas projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para sustentar tais vendas”. Deve-se considerar, primeiramente, em relação ao orçamento, os fatores limitadores e as restrições, verificando o ambiente interno e externo que podem interferir na previsão das vendas da empresa. Os fatores internos relacionam-se à produtividade, em que é verificada a disponibilidade de matéria prima e mão de obra, tais como vendas e marketing. Estes fatores ligam-se à localização, pontos de vendas, distribuição, preços e promoções, imagem do negócio, marcas e patentes, capacidade de atendimento, entre outros. Cabe à gestão de finanças verificar a estrutura administrativa, competência, cultura e valores, disponibilidade de capital, sistema de planejamento, controle e liderança. (SOARES, 2004) 3.7 Planejamento tributário O nível de tributação sobre as empresas no Brasil é muito alto, a ponto de inviabilizar certos negócios. Se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributários ele poderá fazê-lo legal ou ilegalmente. Caso opte por fazê-lo ilegalmente poderá responder a crime de sonegação fiscal amparado pela lei nº. 4.729 da Constituição. Para diminuir seus encargos tributários poderá fazê-lo através de um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento dos tributos. Através de um Planejamento Tributário o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da melhor maneira, procurando a diminuição dos impostos. A forma adotada deverá ser jurídica e licita tendo a fazenda pública que respeita-la (CASTRO, 2009). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para Ribeiro (2006, p. 12) É de fundamental importância a gestão da incidência tributária através de um planejamento, além de resultar na maximização do cumprimento das obrigações tributárias, contribui para a redução de seu efeito sobre o patrimônio da empresa, colaborando, assim, para a conservação da competitividade. Um ótimo planejamento fiscal seria ineficiente se os profissionais executarem os processos de forma desmotivada e sem treinamento suficiente. A ausência de conhecimento necessária poderá levar ao não recolhimento, por exemplo, de vários créditos de impostos recuperáveis como, IPI, COFINS, PIS e ICMS não cumulativos. Mais do que qualquer outro profissional, o controller deve conhecer com profundidade a legislação tributaria, em virtude da responsabilidade de gerenciamento dessa ferramenta de gestão. Sobre a definição de controller, Figueiredo & Caggiano (1997, p. 27), citado por Calijuri (2005), afirma que embora as funções dos controllers possam variar de acordo com a empresa, um conceito comumente observado é que o “controller é o chefe da contabilidade, aquele que supervisiona e mantém os arquivos financeiros formais da empresa, embora suas funções não tenham que se restringir apenas às funções contábeis.” Calijuri (2005) ainda define controller como aquele profissional cujo desempenho caracteriza-se pela agilidade e eficiência em relação ao que os membros do grupo. E esse desempenho influencia diretamente no nível de desempenho e de satisfação do funcionário, por meio da correta adequação entre suas habilidades e as demandas da função. Segundo Oliveira, Luis Mart (2004) é preciso que o controller esteja sempre sincronizado com as mudanças econômicas e tributárias e que trabalhe com o presente sem se esquecer de rever o passado e analisar o futuro. 3.8 Orçamento de mão de obra Para a elaboração do orçamento de mão de obra é necessário estimar o número padrão de horas de mão de obra direta exigido por unidade de cada produto e depois as taxas médias de remuneração por departamento, centro de custos ou operação; estimar relações diretas entre o custo de mão de obra e o volume de atividade e construir tabelas de necessidade de pessoal. (CASTRO, 2009) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O orçamento de mão de obra tem a função de indicar se funcionários de que a empresa dispõe são suficientes para o nível de produção desejado. O orçamento de mão de obra direta evidencia a quantidade total de horas de mão de obra direta necessárias e o seu custo para a produção das unidades evidenciadas no orçamento de produção. Este orçamento vai mostrar quantidade de recursos que serão necessários para produzir a demanda que foi informada pelo orçamento de vendas, se haverá a necessidade de contratação de novos funcionários ou não (MACCARINI, 2007). Um orçamento de mão de obra bem elaborado pode trazer benefícios à empresa quanto ao planejamento, recrutamento, treinamento e utilização dos recursos humanos, uma vez que será permitido alocar as pessoas aos setores que realmente precisa, além de permitir à administração financeira estimar, por subperíodos, a necessidade de caixa para o pagamento de serviços de mão de obra e negociação com sindicatos. Mas para o controle e redução dos custos de mão de obra direta se fazem necessárias uma observação direta e contatos pessoais dos contramestres e supervisores com os operários (SANVICENTE, 2000). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho buscou apresentar as principais características e análise de aspectos comportamentais envolvidos no processo orçamentário. O objetivo principal foi apresentar uma breve análise desta ferramenta dentro das organizações e seu auxílio no processo de gestão. Observamos que a implantação do sistema orçamentário provoca mudanças internas em todos os setores, portanto, é necessário investimento, dedicação, treinamento e profissionais capacitados para que o orçado seja alcançado. É importante, também destacar que nenhum sistema orçamentário pode resolve todos os problemas administrativos, mas pode prever soluções. O orçamento fornece uma grande quantidade de relatórios gerenciais e fiscais e permite análises que ajudam a organizar e controlar os setores. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Rogério Cabral et al. Avaliação de desempenho do processo de orçamento: estudo de caso em uma obra de construção civil. CEP, v. 30510, p. 000, 2011. Ambiente Construído. Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 85-104, jan./mar. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ac/v11n1/a07v11n1 . Acesso em 05jun. 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CALIJURI, M. S. S; SANTOS, N. M. B. F. Perfil do controller no contexto organizacional atual brasileiro. In: XII Congresso Brasileiro de Custos, Brasil. 2005.Dsiponível em: http://www.intercostos.org/documentos/custos_594.pdf. Acesso em 13 ago 2015. CASTRO, M. A. A et al. O orçamento empresarial como forma de gestão. Belo Horizonte, 2009. 33 f. Monografia. PUC – Núcleo Universitário Barreiro. Disponível em: <http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/glaucia_01.pdf<. Acesso em 05jun 2015. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Person FREZATTI, Fabio. Orçamento empresarial, planejamento e controle gerencial. São Paulo; Atlas, 2007. KERN, A. P.; FORMOSO, C. T. O Custo Meta no Planejamento e Controle de Custos de Empreendimentos de Construção. In:ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 11., Florianópolis, SC, 2006. Anais. Florianópolis: Antac, 2006. http://www.seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view. LUCION, .E.R. Planejamento Financeiro. Revista Eletrônica de Contabilidade do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria. Vol I, n.3, mar-mai/2005. Disponível em: http://cascavel.cpd.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/contabilidade/article/view/142/3955 MACCARINI, S.J. Um estudo sobre o processo orçamentário utilizado na Petrobras distribuidora S.A. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2007. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Contabeis293870.>. Acesso em 13ago. 2015. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2006. PADOVEZE, C.L.; TARANTO, F. C. Orçamento Empresarial: Novos Conceitos e técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. Prentice Hall, 2002. RIBEIRO, Robson. A administração tributária nas empresas. Portal Administradores Negócios Digitais. Paraíba, 05 ago. 2006. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/a_administracao_tributaria_nas_empres as/ 12498>. Acesso em: 05 junho 2015 ROSS, S. A.; WERTERFIELD, R. W.; JORDAM, B.D. Princípios de administração financeira. Tradução Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1998 SANVICENTE, A. Z. Orçamento na administração de empresas. São Paulo; Atlas, 2000. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 SOARES, R.L. O orçamento como instrumento de gestão: O caso da empresa Alfa. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Santa Catarina. 52 f. Disponível em: < ttp://tcc.bu.ufsc.br/Contabeis296139> Acesso em TUNG, N. H. Orçamento empresarial e custo-padrão. 4ª. ed. São Paulo: Edições Universidade-Empresa, 1994. WELSCH, G. A. Orçamento Empresarial. São Paulo; Atlas, 1992. XAVIER, Ivan. Orçamento, planejamento e custos de obras. São Paulo, 2008. A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE Luana Aparecida Lima Moreira e Renata Fernanda de Sá Bastos – Acadêmicas do 6º período do curso de Educação Física UNIVÉRTIX Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física, Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO Dados da Organização Mundial de Saúde (2000) indicam o sobrepeso e a obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções de epidemia mundial. Nahas (2001) acredita que a Educação Física Escolar deva servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da aptidão física e da saúde. Partindo deste princípio, o estudo apresentado, teve como objetivo verificar o trabalho dos profissionais de Educação Física em relação à prevenção da obesidade com alunos do Ensino Médio. Foram aplicados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 questionários a 60 professores de 20 cidades da zona da Mata do estado de Minas Gerais. Os resultados desta pesquisa indicam que a maioria dos profissionais consideram seus alunos em um quadro de sobrepeso, apresentando maus hábitos alimentares e alto índice de sedentarismo. Os profissionais consideram ineficazes as políticas públicas voltadas a prevenção e combate a obesidade no meio escolar, sendo a ação docente na prevenção e combate do sobrepeso e da obesidade nas aulas de Educação Física trabalhada de forma secundária. PALAVRAS-CHAVE: Sobrepeso, Obesidade, Prevenção, Ação Docente. 1. INTRODUÇÃO A obesidade é hoje considerada como a doença epidêmica do século, haja vista o grande contingente de pessoas que se encontram acima do peso em diversos países do mundo, especialmente os mais industrializados. Na infância e na adolescência é o problema nutricional que mais rapidamente cresce no mundo inteiro. No Brasil, já temos mais crianças obesas do que desnutridas (ZABOTO, 2005). Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto, muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES, 2002). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000) indicam o sobrepeso e a obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções de epidemia mundial. A prevalência do excesso de peso em populações pediátricas vem crescendo de forma preocupante e, em algumas cidades brasileiras, o excesso de peso já atinge cerca de 30% das crianças e adolescentes. Outro fator que contribui significativamente para o aumento da obesidade seria a diminuição de atividades que demandam esforço físico, fato que está relacionado à pouca ou à inexistência de atividades físicas sistematizadas por parte da população em geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2002). O sedentarismo também é uma causa extremamente importante para se tornar uma pessoa obesa. A falta de atividade física aumenta o risco de morte e/ou desenvolvimento de muitas doenças uma delas a obesidade (LEITE, 2003). Nas palavras de Belmonte (2004) a criança e o adolescente tendem a ficar obesos quando sedentário, e a própria obesidade poderá fazê-los ainda mais sedentários. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para Goulart (2005) diversos fatores influenciam no tratamento e na prevenção da obesidade, dentre eles, destaca-se a prática regular de atividade física, pois apresenta um impacto positivo direto na saúde, além de promover uma forte relação com fatores como a perda de peso, controle da glicemia, da pressão arterial, melhora também diversos quadros de estresse emocional. Assim a atividade física se configura como um fator positivo no combate a obesidade, por apresentar forte relação com os demais fatores de risco predisponentes dessa doença. Dentro desse contexto, Nahas (2001), acredita que a Educação Física Escolar deva servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da aptidão física e da saúde, considerando que o indivíduo levará o entendimento dos mesmos para o resto da vida. O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de obesidade em crianças e adolescentes. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o trabalho dos profissionais de Educação Física em relação a prevenção da obesidade com alunos do Ensino Médio. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão da atuação dos profissionais de Educação Física em suas aulas no combate a obesidade a fim melhor direcionar as ações e estratégias das políticas públicas voltada a saúde de crianças e adolescentes. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A obesidade pode se iniciar na infância por vários fatores, tais como: mudança do estilo de vida combinado com hábitos alimentares inadequados trazendo consequências negativas em sua fase adulta, como doenças cardiovasculares, disfunções endócrino metabólicas, problemas articulares e doenças relacionadas ao de gordura no sangue (RECH, 2007). Com os avanços tecnológicos da sociedade moderna, algumas das crianças e adolescentes têm se tornado nas últimas décadas mais sedentário, incrementando problemas como a obesidade. A prática regular de atividade física pode-se tornar um hábito saudável no controle e tratamento da obesidade (SOARES et al., 2013). O número de pessoas que se encontram acima do peso vem crescendo de forma alarmante, causando uma preocupação de ordem mundial. Fatores sociais e genéticos combinados com maus hábitos alimentares e sedentarismo resultam em um Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 aumento exacerbado da quantidade de gordura acumulada no organismo, o qual pode estar associado, direta ou indiretamente, a uma grande variedade de doenças que podem levar a um quadro de óbito (NAHAS, 2013, POLLOCK, 1986). A educação para a saúde deverá procurar privilegiar atitudes pedagógicas que visam mudanças quanto aos hábitos individuais (GUEDES, 2006). Menestrina (2000, p.29-30) caracteriza a educação para a saúde como “um trânsito entre as mais diversas áreas do conhecimento, para promoção de um melhor nível na qualidade de vida, para os indivíduos, para as comunidades e para a nação”. Ou seja, a construção de uma consciência corporal saudável deve ser promovida por programas interdisciplinares que formulem oportunidade de mudanças do estilo de vida dos cidadãos. Políticos, médicos, nutricionistas, educadores físicos, devem se unir de forma a combater e/ou amenizar que o percentual de obesos continue a aumentar gradativamente entre crianças, jovens e adultos. E um espaço importante a serem desenvolvidos projetos educacionais para a saúde é o ambiente escolar. Entendendo que o papel social da escola é o de formar pessoas conscientes e críticas sobre a nossa estrutura social, para que em função do bem-estar comum possam, de alguma maneira, transformar a realidade em que vivem (BETTI, 1991). Neste contexto, o professor de Educação Física possui um papel de grande relevância, pois ele é o responsável por despertar o interesse do adolescente na prática de uma atividade física prazerosa para o seu cotidiano (BETTI, 1991). As aulas de Educação Física devem estar voltadas para o desenvolvimento psicomotor da criança e adolescente, valorizando a movimentação sem interrupção de suas atividades para que eles possam executar brincadeiras ou jogos intermitentes que trabalham o sistema cardiovascular, respiratório e sistema muscular com um pouco mais de intensidade. Visando desenvolver a evolução dessas capacidades, as aulas de Educação Física devem durar no mínimo 30 minutos, respeitando os limites de cada aluno, para o corpo começar a ter as respostas fisiológicas responsáveis por um bom funcionamento do organismo e também auxiliar na queima de energia acumulada de alimentos ricos em calorias (SANTOS, CARVALHO, JÚNIOR, 2007). 3. METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Esta pesquisa descritiva foi realizada com professores de Educação Física do ensino médio das redes públicas e privadas da região Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-2) Para a mensuração da prática docente na prevenção da obesidade nas aulas de Educação Física foi aplicado questionários fechados contendo 15 questões, durante os meses de fevereiro a maio de 2015, aos professores de Educação Física visando compreender como a obesidade está sendo tratada no contexto escolar. Participaram da pesquisa professores das cidades de Abre Campo, Alto Jequitibá, Caputira, Chalé, Ervália, Espera Feliz Lajinha, Manhuaçu, Manhumirim, Martins Soares, Matipó, Mutum, Ponte Nova, Raul Soares, Reduto, Rio Casca, Santa Margarida, São Pedro dos Ferros, Teixeiras e Viçosa. Os questionários foram aplicados aos profissionais em reuniões técnicas das Superintendências Regionais de Ensino (SRE) na cidade de Manhuaçu no mês de maio e em visitas realizadas in loco em escolas e residências dos professores. A amostra deste estudo foi composta por 60 professores de 20 cidades da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Os profissionais foram agrupados em uma só amostra, sendo que não houve descriminação quanto a atuação docente, em redes públicas ou privadas de ensino. Vale salientar que dois professores se opuseram a participar da pesquisa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a Zona da Mata Mineira é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais, formada por 142 municípios agrupados em sete microrregiões. Situa-se na porção sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Sua população estimada é de 2.175.254 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa quantitativa, organizada através de gráficos. Através dos questionários aplicados a 60 professores de 20 cidades da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais obtivemos os seguintes resultados: A amostra foi composta por n= 60, professores de Educação Física, sendo 70% indivíduos do gênero masculino e 30% do gênero feminino. Em relação à formação profissional dos professores observamos que 67% são Licenciados em Educação Física; 25% são Bacharéis e Licenciados em Educação Física e 8% não possuem formação acadêmica, onde 67% da amostra possuem mais de 5 anos de formação acadêmica. Em relação ao perfil corporal dos alunos, 50% dos professores afirmaram que existem um número significante de indivíduos em um quadro de sobrepeso, classificando-os como moderadamente alto. Existem um número significante de alunos obesos. 7% Existem um número significante de alunos com sobrepeso. 50% A maior parte são obesos 0% A maior parte apresentam sobrepeso. 13% Todos apresentam peso corporal adequado. 30% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Figura 1:Perfil corporal dos alunos segundo os professores Sendo o método da observação utilizado por 80% dos profissionais para a detecção do perfil corporal de seus alunos, conforme podemos observar na figura 2: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Nenhum. 1% Dobra Cutâneas – Bioimpedância Magnética. 0% Peso - Balança. 10% IAC 0% IMC. 9% Observação. 80% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Figura 2: Métodos ultilizados para a detecção da obesidade O método da observação não possui validade científica para a identificação dos quadros de sobrepeso e obesidade (ALBANO e SOUZA, 2001). O Índice de Massa Corporal (IMC) na antropometria é considerado um método confiável para classificar o estado nutricional. Além de ser barato e não evasivo esse método tem uma boa aceitação pela população. Os índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas como: sexo, peso, idade e altura, sendo o IMC, o mais utilizado para mensuração do grau de sobrepeso e obesidade. (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002). No entanto, considerando o Índice de Massa Corporal (IMC) como uma baixa sensibilidade na avaliação do excesso de tecido adiposo em adolescentes, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a associação de outras medidas antropométricas, tais como: prega cutânea tricipital (PCT) e prega cutânea subescapular (PCSE), visando à classificação do estado nutricional(VARGAS, 2007). A identificação e intervenção precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes são consideradas um fator importante para a diminuição das complicações derivadas da obesidade em adultos, (NAHAS,2013). Analisando o nível de atividade física de seus alunos, 77% dos professores os consideram em um quadro de sedentarismo: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 90% 77% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 18% 20% 10% 5% 0% Maioria são muito ativos fisicamente. Maioria são ativos fisicamente. Maioria são Sedentários. Figura 3 : Nível de atividade física dos alunos segundo os professores. Conforme Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a doença arterial, coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de exercício físico. Ainda segundo 90% professores consideram que a maioria dos seus alunos não apresentam hábitos saudáveis quanto a alimentação, conforme a figura 4: Maioria não apresentam hábitos saudáveis quanto a alimentação Maioria apresentam hábitos saudáveis quanto a alimentação. 90% 10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Figura 4 : Hábitos alimentares dos alunos segundo os professores. Os maus hábitos alimentares estão associados a diversos prejuízos à saúde, entre eles a obesidade, cujos índices têm crescido nas últimas décadas como resultado do aumento no consumo de alimentos com alta densidade calórica e redução na atividade física (ALMEIDA, NASCIMENTO e QUALOTI, 2002). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Um número expressivo da amostra, mais precisamente 75% consideram que existem políticas públicas voltadas ao combate da obesidade no meio escolar, apesar de considerá-las pouco eficientes, observado da figura 5: 80% 75% 70% 60% 50% 40% 30% 21% 20% 10% 4% 0% Sim e são eficientes. Sim e mais são pouco eficiente Não existem. Figura 5 : Política públicas voltadas ao combate a obesidade no meio escolar A preocupação com a população jovem vem mudando nas últimas décadas. Tal fato torna-se visível com a adoção do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, que tem como base a Convenção internacional dos Direitos da Criança, além do envolvimento de diferentes setores da sociedade. (BRASIL, 2007). Quanto a ação docente na prevenção e combate do sobrepeso e da obesidade nas aulas de Educação Física, 55% dos professores relataram que a obesidade é trabalhada de forma secundária, sendo a internet o maior alicerce na busca de informações, apesar de 92% relatarem a preocupação e relevância com o tema. Relatam ainda que somente as vezes os planejamentos das aulas são voltados para o combate da obesidade e na mesma proporção ocorrem interdisciplinaridade relacionadas ao mesmo assunto, conforme podemos observar nas figuras 6,7,8 e 9: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 60% 55% 50% 40% 30% 28% 20% 10% 7% 10% 0% Aulas teóricas com caráter Aulas práticas com caráter A obesidade é trabalhada Não trabalho esta questão preventivo preventivo e curativo de forma secundária – Não existe um foco específico. Figura 6 : Ação docente no combate da obesidade 80% 73% 70% 60% 50% 40% 30% 16% 20% 10% 8% 2% 1% 0% Televisão Livros especializados Revistas especializadas Artigos científicos Internet Figura 7 : Busca de informações sobre obesidade Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 nunca 9% as vezes 70% sempre 21% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Figura 8 : Planejamento voltados ao combate da obesidade 80% 70% 70% 60% 50% 40% 30% 23% 20% 10% 7% 0% sempre as vezes nunca Figura 9 : Interdisciplinalidade no combate da obesidade Apesar de não ser um fenômeno recente na história da humanidade, a obesidade nunca atingiu proporções tão altas como observado atualmente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é considerada importante problema de saúde pública em todo o mundo (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002). Oliveira e Fisberg (2005) descrevem que a partir da idade escolar, os alunos criam autonomia para decidirem o que ingerir de alimentos, se essa autonomia não for estimulada saudavelmente pode ser um dos fatores responsáveis pela obesidade Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 infantil. Infelizmente existe uma influência negativa. E a mídia é considerada uma das principais, pois nos comerciais de programas infantis, 65% das propagandas de alimentos concentra-se nos ricos em açúcares e lipídios. A escola é a porta de entrada para encorajar o aumento da atividade física na vida diária e estimular o exercício físico regular na vida de uma criança e, por isso, o professor de educação física tem a responsabilidade de além de apresentar os fundamentos esportivos a uma criança ou adolescente, mostrar a importância do exercício físico em sua vida como uma forma de prevenção da obesidade e outras doenças (NAHAS, 2013). O meio escolar é sugerido como o local mais apropriado para as intervenções relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível para crianças e adolescentes, como sugerem Marques e Gaya (1999). Os autores afirmam que a escola e a Educação Física Escolar devem oferecer uma educação voltada para a saúde, já que se identificam com interesses relacionados à saúde pública. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a maioria dos profissionais que compõem a amostra consideram seus alunos em um quadro de sobrepeso, classificando-os com um percentual de gordura corporal moderadamente alto, apresentando maus hábitos alimentares e ainda com um alto índice de sedentarismo. Os profissionais ainda consideram ineficazes as políticas públicas voltadas a prevenção e combate a obesidade no meio escolar. Quanto a ação docente na prevenção e combate do sobrepeso e da obesidade nas aulas de Educação Física, 55% dos professores relataram que a obesidade é trabalhada de forma secundária, sendo a internet o maior alicerce na busca de informações, apesar de 92% relatarem a preocupação e relevância com o tema. Relatam ainda que somente as vezes os planejamentos das aulas são voltados para o combate da obesidade e na mesma proporção ocorrem interdisciplinaridade relacionadas ao mesmo assunto. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e estaduais a fim de comparar as ações docentes no combate do sobrepeso e da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 obesidade da população escolar, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas. REFERÊNCIAS ABRANTES, Marcelo M.; LAMOUNIER, Joel A.; COLOSIMO, Enrico A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de Pediatria, v. 78, n. 4, p. 335-340, 2002. ALBANO, R.D.; SOUZA; S.B de. Estado nutricional de adolescentes: "risco de sobrepeso" e "sobrepeso" em uma escola pública do Município de São Paulo. Cad. Saúde Pública, 17(4): 2001. ALMEIDA, S. S., NASCIMENTO, P. C. B. D., QUAIOTI, T. C. B. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM INÍCIO DECARREIRA Alan Martins Ferreira e Warley de Oliveira Frade– acadêmico do 6º período do curso de Educação Física da Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano.Professora do curso de Educação Física da Univértix. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo foi identificar os desafios enfrentados pelo profissional de Educação Física em início de carreira que atua em escolas públicas estaduais e municipais de um Município da Zona da Mata Mineira. Trata-se de uma pesquisa realizada à luz da abordagem de pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas estruturadas com 6 professores em início de carreira, que atuam nas escolas públicas estaduais de dois Municípios da Zona da Mata mineira. Foram identificados 3 professores em cada Município. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2015.Os resultados apontam que os professores pesquisados evidenciam possuir uma visão razoavelmente crítica da área. Embora em início de carreira, apresentam perspectivas ora positivas ora negativas em relação à Educação Física e conseguem enxergar os problemas que a profissão que escolheram. PALAVRAS-CHAVE: desafios; professor em início de carreira; aulas de Educação Física. 1. INTRODUÇÃO O professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de características próprias da área, notadamente para aquele em início de carreira. Segundo Huberman (1995), a carreira é caracterizada em ciclos ou estágios que influenciam à atuação do profissional. O autor elaborou um modelo de síntese do desenvolvimento profissional em cinco fases: a primeira fase denomina-se entrada ou tateamento, e vai de um a três anos de carreira; a fase de estabilização, de 4 a 6 anos; a fase de diversificação, de 7 a 25 anos; a fase de serenidade, de 25 a 35 anos; a última fase, denominada desinvestimento, ocorre entre os 35 e 40 anos de profissão. Propõe-se aprofundar as discussões a respeito da primeira fase, uma vez que ela é caracterizada por um período de sobrevivência, que engloba a distância entre os ideais Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 elaborados no período de formação inicial e as realidades cotidianas do contexto escolar. No início da carreira os professores elaboram princípios norteadores de sua posição profissional, geralmente marcado por momentos de sobrevivência e de exploração. Segundo Huberman (1995) o aspecto da sobrevivência traduz o “choque do real”, a confrontação inicial com a complexidade das instituições em que os professores principiantes irão atuar. Nesta fase, emergem as descontinuidades, os riscos, as decepções, as repressões e as contradições que se entrelaçam com um momento de profundo aprendizado e de mudanças radicais em seus modos de pensar e de agir perante a profissão. A distância entre os ideais e as realidades cotidianas, a fragmentação do trabalho, à relação pedagógica e a construção do conhecimento, a oscilação entre as relações afetivas professor-aluno, a dificuldade e a escassez de material didático. Em contrapartida ao aspecto da sobrevivência, Huberman (1995) destaca outro, a descoberta ou exploração. Os dois aspectos são vividos paralelamente e, para este autor, é o aspecto da descoberta que permite “aguentar” o da sobrevivência. A descoberta traduz o entusiasmo inicial, a experimentação, a sensação de estar em responsabilidade e de tornar-se colega num determinado corpo profissional. Ambos os aspectos influenciam as decisões do profissional de prosseguir ou abandonar o ofício de professor. No âmbito da Educação Física Escolar, os profissionais enfrentam muitos desafios, alguns generalistas e outros peculiares à área, entre eles a falta de recursos materiais, de espaço físico e indumentária adequada, de desvalorização da EF em relação às demais disciplinas, falta de qualificação profissional, baixa remuneração, falta de interesse dos alunos pelas aulas, exposição da EF a todos da escola por ser realizada em espaço aberto, entre uma série de outros. E no caso do profissional em início de carreira, tal situação parece se agravar ainda mais em função do período de descoberta e sobrevivência. Sabemos o quanto esses entraves comprometem o trabalho desses educadores, no entanto, ao mesmo tempo, a realidade escolar exige um profissional preparado, que faça tempo para estudar. Mas como, com dupla jornada de trabalho e geralmente mal remunerado, encontrar tempo suficiente para realizar todas as tarefas cotidianas e ainda estudar? E, finalmente, como tornar-se professor sem estudar? Pois, para Freire (2002, p.172) que “professor é profissão de quem estuda”. Para Pérez Gómez (1997), o professor intervém num meio ecológico complexo, num cenário psicossocial vivo e mutável, influenciado pela interação simultânea de múltiplos fatores e condições. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo este autor, nesse ecossistema o professor enfrenta problemas relacionados a situações individuais de aprendizagem ou a formas de comportamento de grupos, que requerem um tratamento singular na medida em que se encontram fortemente determinados pelas características situacionais do contexto e pela própria história de uma turma enquanto grupo social. Segundo Medina (2006), delimitando nossa área de análise à realidade brasileira, podemos dizer que, no caso da Educação Física, ela não tem sido capaz de justificar a si mesma, quer como disciplina formal e predominantemente educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos de desenvolvimento humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta competição ou de rendimento. Ao contrário disso, o trabalho do professor de Educação Física, como socializador da cultura erudita, vai além da pura e simples transmissão das técnicas da ginástica e do desporto. É fundamental que a aula de Educação Física se transforme num ambiente crítico, onde a riqueza cultural se estabeleça como trampolim para a crítica (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2001, p. 58). Diante do exposto, a questão desse estudo é: como profissionais de Educação Física em início de carreira que atuam em escolas públicas estaduais e municipais de um Município da Zona da Mata Mineira enfrentam os desafios da profissão? Assim, o objetivo do estudo é identificar os desafios enfrentados pelo profissional de Educação Física em início de carreira que atuam em escolas públicas estaduais e municipais de um Município da Zona da Mata Mineira. Em função da restrição de páginas para cumprimento das normas de publicação do evento, destaca-se que toda a fundamentação teórica desse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi retirada, dada a opção de privilegiar, portanto, a permanência dos resultados e discussões na íntegra. Com este estudo pretendemos contribuir para que os professores de Educação Física possam compreender melhor os desafios peculiares e generalistas enfrentados pela profissão, notadamente os profissionais em início de carreira. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa realizada à luz da abordagem de pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas estruturadas com 6 professores em início de carreira, que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 atuam nas escolas públicas estaduais de dois Municípios da Zona da Mata mineira. Foram identificados 3 professores em cada Município. Sobre essa abordagem de pesquisa, Bogdan e Biklen (1994) afirmam que ela “exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo” (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49). A participação dos professores foi realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2015, na própria escola em que trabalham os professores.Os três primeiros professores em início de carreira identificados em cada município foram selecionados como sujeitos. Para resguardar as suas identidades foram utilizados nomes fictícios. As entrevistas foram gravadas, transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010, o que possibilitou a recuperação dos dados nos momentos necessários. 3. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS Foram entrevistados seis professores em início de carreira de dois municípios da Zona da Mata mineira. Segue abaixo informações de identificação profissional dos professores pesquisados. Tabela 1: Dados de identificação profissional dos professores pesquisados. DESCRIÇÃO José Deivid Ano que formou 2012 2012 2 anos e meio Não Tempo de atuação Possui bacharelado Nível de ensino que trabalha William Alice Alessandra Bernardo Junho 2013 2014 2012 2014 3 anos 1 ano e meio 3 anos Cursando Não Cursando 2 anos e meio Não Ensino Ensino Ensino Ensino Ensino fundamental fundamental fundamental fundamental fundamental projeto EJA e médio 1 ano Cursando Ensino Médio Todos os professores pesquisados fizeram a licenciatura e começaram a atuar. De fato, a licenciatura é o primeiro campo de atuação que se abre ao profissional em início de carreira. Mas, a vontade de ampliar as possibilidades no mercado de trabalho os fazem buscar o bacharelado também. É possível observar na tabela que ao terminarem o curso imediatamente começaram a atuar na docência, um deles antes mesmo da conclusão do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 curso. Além disso, é interessante observar a predominância de atuação deles no ensino fundamental. Pereira e Bueno (2011) defendem que a formação inicial e continuada do licenciado em Educação Física assume como responsabilidade social a preparação profissional direcionada, prioritariamente, para atuação na educação básica, em seus três níveis de ensino, reconhecendo a escola como lócus de atenção, estudo e intervenção. Em relação a questão que aborda a forma que os professores trabalham com a EF nas suas aulas foram identificadas as seguintes respostas: trabalham com jogos e brincadeiras; com atividades que desenvolvam as habilidades motoras, que estimulam a participação de todos e o trabalho em equipe; modalidades esportivas, exceto o futsal); aplicação de provas; avaliação da participação dos alunos nas aulas e baseando-se no CBC. Quando perguntados sobre a participação dos alunos nas suas aulas, os professores responderam que, de forma geral, que todos participam. Foram perguntados também sobre a percepção deles sobre a EF antes de começar a dar aula e agora que são professores na escola. Eles responderam: Antes achava que era só para brincar, hoje vejo que a EF ajuda muito no desenvolvimento da criança, tanto física como mental (José). Como oportunidade de trabalho, vejo muito preconceito com a área, já hoje a EF, principalmente na escola, dá para mudar todo o cotidiano da escola, montando projetos, incentivando os alunos e com a prática de esportes (Deivid). Eu achava que era apenas mais uma disciplina que permitia aos alunos se divertirem com brincadeiras. Mas, hoje vejo a importância que a EF tem (Willian). Na verdade, não via o professor, agora percebo que falta profissionais com mais força de vontade (Alice). Enxergava a EF onde podíamos trabalhar de maneira sistemática, onde era só sentar e ver os alunos correrem. Agora percebo que a EF trabalha como um todo, agindo não só na formação física dos alunos, mas também psicológica, mental e social (Alessandra). Via o professor de EF como o verdadeiro ‘’laissez-faire’’ e infelizmente hoje grande parte continua do mesmo jeito (Bernardo). Observa-se na fala dos professores em início de carreira uma primeira visão daquela Educação Física rola bola, proveniente do professor laissez-faire. No entanto, após a graduação a percepção deles a respeito da área que escolheram como profissão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 melhorou consideravelmente, entretanto ainda existem opiniões de que pouca coisa mudou. Diante disso, pode-se afirmar que coexistem várias abordagens do ensino de EF com a intenção de romper com o modelo esportista. Embora contenham enfoques diferenciados entre si, com pontos por vezes divergentes, muitas dessas abordagens têm em comum a busca de uma EF que articule as múltiplas dimensões do ser humano, cuja ideia ultrapasse a visão de que o corpo se restringe ao biológico, ao mensurável (ALMEIDA et al., 2008). Quando perguntados sobre os principais desafios enfrentados em suas aulas, os professores responderam: A indisciplina de alguns alunos. (José) Investimento da família (vestuário), os alunos deixarem os celulares de lado, infraestrutura, incentivos da escola e do governo, desvalorização em relação as demais matérias.(Deivid) Falta de matérias e espaço físico adequado, e os próprios alunos por muitas vezes terem vergonha, principalmente os acima do peso.(Willian) O futsal, pois os alunos só querem o futsal, material e apoio da direção. (Alice) Falta de materiais e infraestrutura.(Alessandra) Falta de materiais, infraestrutura e mudar a concepção dos alunos. (Bernardo) Souza (2013) em sua pesquisa também apontou como principais dificuldades nas aulas de EF a falta de materiais, de espaço físico e o desinteresse dos alunos pelas aulas. As queixas dos professores em relação às condições de trabalho é algo comum em quase todos os estudos que se propõem a estudar os desafios da área. No entanto, isso não pode ser justificativa para a falta de comprometimento do professor com o seu trabalho. Aliás, com criatividade o professor consegue, mesmo que de forma limitada, fazer aulas que geram interesse pelos alunos. Quando perguntado, como veem a Educação Física em relação as demais disciplinas, responderam os professores: Importante igual as outras, pois trabalhamos de forma seria tentando formar cidadãos. (José) Muito abaixo das demais matérias, visto como só o ‘’rola bola’’, esquecem que estamos ali para formar cidadãos. (Deivid) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Assim como as outras disciplinas a educação física tem a sua importância na formação dos alunos, pois trabalha com particularidades específicas em prol dos alunos. (Willian) Como uma disciplina normal, importante tanto quanto as outras. Muito importante na vida das pessoas. (Alice) Atualmente a EF esta muito desvalorizada em relação as demais matérias. Mas não, devia por ser muito importante. (Alessandra) Tão importante como as demais matérias, cuidando da saúde ‘’corpo e mente’’(Bernardo) Ao encontro dessa mesma discussão, Lovisolo (1995) realizou um estudo com alunos e seus responsáveis de escolas da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro sobre o ponto de vista destes a respeito do significado e interesse pela Disciplina Educação Física. Entre os resultados, a Educação Física obteve o primeiro lugar entre as disciplinas que os alunos mais gostam. Entretanto, quando o autor indaga sobre qual disciplina os alunos consideram mais importante, a Educação Física caiu para sétimo lugar, ficando à frente apenas da disciplina Química, Francês e Educação Musical. Portanto, mantém-se explícito que os alunos distinguem entre o gostar, o prazer que uma disciplina pode lhes proporcionar, e a utilidade que a Educação Física pode ter em suas vidas. Para a mudança dessa ideia, Betti e Zuliani (2002) acreditam que a Educação Física, tratada como disciplina, deve proporcionar aos alunos uma integração na cultura corporal, transformando-os em cidadãos que tenham condições para usufruir da dança, dos jogos, do esporte, das práticas de aptidão física, sempre em benefício da sua qualidade de vida. Quando perguntamos como os professores das outras disciplinas percebem a EF na escola onde trabalham eles responderam: existe um descrédito da EF em relação às outras disciplinas; que é uma disciplina para extravasar; que é uma disciplina que não faz nada, só rola bola. Mas, também dois professores de EF disseram que os professores das demais disciplinas sabem da importância da EF. Segundo Devide (2002) é comum ouvir pelos corredores das escolas professores de outras disciplinas remetendo a Educação Física como um tempo de lazer, em que os alunos “liberam energia”, depois de ficarem muito tempo em sala de aula. Gonçalves e Ferroni (2003) complementam a ideia anterior ao afirmarem Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que as aulas de Educação Física são tratadas como simples “atividade”, em que os alunos fazem as aulas sem entender sua finalidade, em um simples “fazer por fazer”. Portanto, corresponde a uma disciplina que não se preocupa em organizar os conteúdos e objeto de estudo; uma aula em que não se precisa de normas, regras e planejamento. Quando perguntados a respeito das expectativas com a profissão, obtivemos as seguintes respostas: Que ela possa ser vista como as outras matérias e o salário melhore para todos os professores. (José) Se continuar como vai a EF vai piorar, pois a classe não busca seu valor, podendo o governo até cortar a disciplina, mas sempre quis ser profissional na área por me identificar e espelhar em outros profissionais. (Deivid) São boas, eu gosto muito do que faço e percebo que meus alunos gostam da EF, pois é um grande meio de interação com os demais alunos. (Willian) Os professores de EF tem que fazer sua parte, ensinar o que os alunos não sabem (handebol, vôlei, enfim modalidades que não praticam). Só depende de nós mesmos. (Alice) Uma expectativa de uma participação plena dos alunos, melhores qualidades de serviço, profissionais qualificados e com força de vontade para trabalhar.(Alessandra) Tem muito a melhorar, mas acredito que essas novas gerações de profissionais têm tudo para mudar a concepção que nos mesmos nos colocamos,basta ter força de vontade e fazer um bom trabalho.(Bernardo) As respostas dos professores apontam, como destaca Huberman (2000) que a carreira docente é um processo e não uma série linear de acontecimentos. Esta pode apresentar patamares, regressões, becos sem saída, momentos de arranque ou descontinuidades. Tais fatores não impedem que muitos profissionais vivenciem, durante as diferentes etapas que caracterizam a sua carreira, momentos de exploração e desestabilização, ocasionados por razões de ordem psicológica (tomada de consciência, mudança de valores) ou exteriores (alterações políticas, crise econômica). A última questão indagou aos professores a respeito do que consideram ser preciso para que a Educação Física escolar tome outros rumos. Obtivemos as seguintes respostas dos professores: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Precisa que o governo invista mais, e que os pais dos alunos acompanhem mais os filhos na escola e em casa porque educação quem dá é os pais. (José) Apoio maior do governo. (Deivid) Nós mesmos, precisamos mostrar que a EF tem que ser respeitada por todos. Infelizmente, alguns professores que apenas soltam a bola e deixam os alunos fazerem o que querem, o que dá a impressão que a aula só serve para brincar. Então deve partir dos próprios professores para que os outros também passem a valorizar e respeitar a EF. (Willian) Profissionais que querem trabalhar, apoio da direção e dos governos. (Alice) Tem que ter uma iniciativa dos profissionais de EF que busque trabalhar de uma forma mais clara e objetiva mostrando realmente o que a EF tem a oferecer ao ser humano, buscando pouco a pouco a valorização a todos.(Alessandra) O profissional colocar em prática tudo o que aprendeu na faculdade, pois todos têm qualidades para promover aulas de qualidade e nada mais importante que o governo invista com materiais e espaço físico adequado. (Bernardo) Concordamos com Medina (2006) que o principal agente a transformar o quadro atual da Educação Física é o próprio profissional. Assim, o autor coloca que quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Portanto, as finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio conceito dessa disciplina são condicionados pelo grau de consciência individual e coletiva dos profissionais que trabalham nessa área da atividade humana. Nesse sentido, de acordo com as diferentes visões de homem e de mundo que porventura possamos ter, diferentes serão as nossas concepções a seu respeito. No entanto, os professores pesquisados parecem não se perceber como principais agentes na mudança do quadro de desprestígio da Educação Física. Procuramos, portanto, retomar fatos importantes ocorridos no desenvolvimento da disciplina no ambiente escolar, bem como as correntes que influenciaram a ação docente. Isso se justifica aqui visto que, segundo Darido (2003), todas as tendências que influenciaram a área ao longo de sua história, de certa forma, ainda interferem na atuação dos professores. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os professores pesquisados evidenciam possuir uma visão razoavelmente crítica da área. Embora em início de carreira, apresentam perspectivas ora positivas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ora negativas em relação à Educação Física e conseguem enxergar os problemas que a profissão que escolheram. Os docentes parecem não se perceber como principais agentes na mudança do quadro de desprestígio da Educação Física. Existe sempre um outro culpado. A Educação Física não tem sido muito bem vista pelos profissionais da Educação, porém cabe principalmente aos Profissionais de Educação Física reverter essa situação, fazendo o seu trabalho com consciência e responsabilidade. Com este estudo pretendemos contribuir para que os professores de Educação Física possam compreender melhor os desafios peculiares e generalistas enfrentados pela profissão, notadamente os profissionais em início de carreira. REFERÊNCIAS ALMEIDA, B. da S. V. et al. Dificuldades encontradas na Educação Física escolar que influenciam na não-participação dos alunos: reflexões e sugestões. 2008. 16 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Física Escolar) - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2008. BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994. BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 73-81, 2002. B DARIDO, S. C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. DEVIDE, F. P. Educação Física escolar no primeiro segmento do Ensino Fundamental: contribuições para um debate. Motrivivência, Florianópolis, n. 19, p. 1-7, dez. 2002. GALLAHUE, D. L. O Papel do Professor de Educação Física no ensino fundamental. São José dos Pinhais, 2003. GHIRALDELLI JUNIOR, P. 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Professora do curso de Educação Física da Univértix. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo desse estudo foi identificar os motivos que levam alunos do Ensino Médio de uma Escola Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira a evasão das aulas de Educação Física. A pesquisa foi realizada através de observação participante e entrevista estruturada com alunos do Ensino Médio de uma Escola pública Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira. Foram pesquisadas uma turma de 1º ano (41 alunos), uma de 2º ano (36 alunos) e uma terceira de 3º ano (30 alunos). As entrevistas e as observações foram realizadas no mês de agosto de 2015. Os resultados desta pesquisa mostram que os alunos que gostam das aulas de Educação Física a consideram assim por diversos motivos que fogem totalmente a sua especificidade enquanto disciplina que contribui para o desenvolvimento integral do ser humano. Para a maioria, as aulas não são importantes, pois, eles não fazem nada. Embora haja algumas informações coerentes, eles não demonstram saber da importância dessa disciplina no currículo escolar. O que se percebe é que com ela ou sem ela as coisas ficariam da mesma forma. PALAVRAS-CHAVE: motivos; evasão; aulas de Educação Física. 1. INTRODUÇÃO Na fase da adolescência, a prática da Educação Física é essencial em virtude das transformações físicas e psíquicas que os jovens experimentam nesse momento da vida, além de melhorara compreensão deles sobre os seus próprios corpos. No entanto, os adolescentes parecem não compreender o lugar da Educação física em suas vidas, haja vista que notadamente no Ensino Médio há uma maior resistência dos alunos em realizar as atividades propostas pelo professor e, consequentemente, grande evasão das aulas dessa disciplina. Temos que considerar também que, muitas vezes, falta criatividade dos professores e até mesmo falta de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 habilidade de certos alunos, o que dificulta que os alunos dessa faixa etária se mantenham interessados nas aulas. Por ser um período de contestações, os adolescentes muitas vezes se negam a participar das aulas. Muitos deles ainda consideram essa aula desinteressante e sem importância. Além disso, o fato de a Educação Física ser facultativa nos turnos noturnos acaba por corroborar para isso. Mesmo com a mudança ocasionada pela lei n. 10.793, alterando a redação do artigo 26 da LDB (1996), pouco se avançou no contexto final da Educação Física noturna. Ocorre que o professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de características próprias da área que contribuem para a percepção de situações que nem sempre contribuem para a percepção positiva das pessoas a respeito dessa área do conhecimento. Ao contrário disso, sabemos que a Educação Física é uma disciplina fundamental no currículo escolar. Ela auxilia no desenvolvimento motor, afetivo, social e físico. Através da prática corporal, o professor deve procurar “ater-se à busca da formação integral de seus alunos” (BETTI, 1992, p.285). Ao encontro dessa abordagem, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (1997) afirmam que a Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo indispensável à compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura. Segundo Medina (2006), delimitando nossa área de análise à realidade brasileira, podemos dizer que, no caso da Educação Física, ela não tem sido capaz de justificar a si mesma, quer como disciplina formal e predominantemente educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos de desenvolvimento humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta competição ou de rendimento. Ao encontro dessa abordagem, podemos citar o estudo de Lovisolo (1995), que realizou um estudo com alunos e seus responsáveis de escolas da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro sobre o ponto de vista destes, sobre o significado e interesse pela disciplina Educação Física. Entre os resultados, a Educação Física obteve o primeiro lugar entre as disciplinas que os alunos mais gostam. Entretanto, quando o autor indaga sobre qual disciplina os alunos consideram mais importante, a Educação Física caiu para sétimo lugar, ficando à frente apenas da disciplina Química, Francês e Educação Musical. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Portanto, mantém-se explícito que os alunos distinguem entre o gostar, o prazer que uma disciplina pode lhes proporcionar, e a utilidade que a Educação Física pode ter em suas vidas. Diante do relato desse quadro, acabamos esbarrando no âmbito da formação profissional. Nesse caso, Medina (2006) destaca que mesmo considerando as dificuldades organizacionais e as limitações intrínsecas dos professores, quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Assim, as finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio julgamento dessa disciplina são condicionados pelo grau de consciência individual e coletiva dos que trabalham com a Educação Física. Portanto, em virtude das diferentes visões de homem e de mundo que porventura possamos ter, diferentes serão as nossas concepções a seu respeito. O reconhecimento deste quadro de pesquisas fez emergir a necessidade de aprofundar o conhecimento no que tange as perspectivas de alunos sobre a Educação Física na escola. Diante disso, o objetivo do estudo é identificar os motivos que levam alunos do Ensino Médio de uma Escola Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira a evasão das aulas de Educação Física. Com a realização desta investigação, pretendemos contribuir a ampliação da produção de um conhecimento que vise à ressignificação do sentido e significado da Educação Física para os alunos da escola básica, bem como o lugar desta disciplina no currículo escolar. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Ainda hoje, muitos não veem a Educação Física como uma disciplina importante. Grande parte das pessoas a consideram apenas como um momento de descontração. Isso leva à grande evasão da Educação Física escolar, principalmente durante o Ensino Médio. No entanto, sabe-se que a Educação Física, é uma disciplina tão importante como as demais e deve ter seu lugar garantido no currículo escolar. Segundo Daolio (1996), a Educação Física faz parte da cultura humana; ela estuda sobre as práticas ligadas ao corpo e aos movimentos criados pelo homem, tais como as lutas, danças e esportes. No Ensino Médio, a Educação Física exerce também um papel importantíssimo na autoestima dos adolescentes. Isso porque, eles estão em uma fase de transformações e muitas vezes sentem-se envergonhados dos seus corpos. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Além disso, as manifestações corporais os ajudam a se expressar através do movimento. Sendo assim, Daolio (1996) propõe que os professores de Ensino Médio trabalhem com temas de estudo e aplicação sobre a cultura corporal, ou seja, leve os adolescentes ao conhecimento das expressões corporais, além de vivenciá-las. Contudo, é notável a falta de interesse dos adolescentes nas aulas de Educação Física. Isso se deve a vários fatores como, por exemplo, à falta de criatividade dos professores ao ministrar as aulas. Além disso, os profissionais não buscam o verdadeiro significado da Educação Física, que é formar cidadãos críticos e pensantes, ou seja, promover a socialização, a interação e a formação de seres humanos completos. Sobre isso, Medina (2006, p.63) afirma que enquanto os profissionais de Educação Física não abrirem os olhos procurando adentrar em sua realidade de forma sólida por meio da reflexão crítica e da ação, não serão capazes de promover conscientemente o homem a níveis mais altos de vida, contribuindo assim com sua parcela para a realização da sociedade e das pessoas em busca de sua própria felicidade. 3. METODOLOGIA Essa pesquisa foi realizada através de observação participante e entrevista estruturada com alunos do Ensino Médio de uma Escola pública Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira. Foram pesquisadas uma turma de 1º ano (41 alunos), uma de 2º ano (36 alunos) e uma terceira de 3º ano (30 alunos). Foram selecionadas as turmas de ensino médio que tinham aula no dia da semana autorizado pela escola para fazermos a pesquisa. Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil, as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno a fim de levantar as opiniões, atitudes e crenças do grupo pesquisado. A participação dos alunos foi realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) assinado pela direção da escola. Para resguardar a identidade dos sujeitos e do contexto nenhum nome foi revelado. As entrevistas e as observações foram realizadas no mês de agosto de 2015. As entrevistas foram transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010, o que possibilitou a recuperação dos dados nos momentos necessários. Das observações Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 participantes foram produzidas as notas de campo expandidas, que também foram transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Buscando entender os motivos que levam os alunos do Ensino Médio a não participarem das aulas de Educação Física, entrevistamos três turmas de Ensino Médio: uma de Primeiro ano, que será chamada de turma A; outra de segundo, que será a turma B e uma de terceiro, turma C. O professor da turma A e C é o mesmo. 90% dos entrevistados que não participam das aulas são meninas, pois a maioria dos meninos joga futebol ou vôlei. Na turma A, 20 (48,78%) alunos de um total de 41 não estavam fazendo nada e se encontravam sentados em bancos espalhados pela escola; os demais que foram à aula estavam jogando vôlei sem a presença da professora, junto com uma turma de 2° ano. A professora estava debaixo de uma árvore lendo um livro. Na turma B, 16 (44,44%) dos 36 alunos, estavam sentados sem fazer nada, mas disseram estar jogando uno, um tipo de baralho. Os demais estavam jogando futebol, sob a orientação de um professor substituto. Na turma C, 30 (88,23%) dos 34 alunos estavam sentados em grupos pela escola, conversando. E a professora também estava sentada. Quatro alunos que estavam participando, estavam jogando vôlei com outra turma. A primeira questão indagou os alunos sobre o porquê de eles não estarem participando da aula de Educação Física: na turma A, 75% dos alunos responderam que não gostam de fazer exercícios, pois tem preguiça; 25% disseram que não sabem jogar. Feita esta mesma pergunta para a turma B, 75% responderam que tem vergonha, pois não sabem jogar e os alunos habilidosos os criticam; 25% apontaram que o professor não ensina. A respeito da afirmação da turma B, considerando que a maioria são meninas, podemos constatar que os profissionais de Educação Física, não se incomodam com a não participação de algumas alunas, à medida que, geralmente, a intenção é trabalhar apenas com a elite competitiva, comportamento predominante em muitos profissionais de Educação Física. Isso é oriundo da Educação Física competitivista e tecnicista que vigorou na década de 1970, visando à formação de atletas e heróis para Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 representar a nação. Esse quadro faz com que a Educação Física mergulhe cada dia mais num estado de nulidade (NASCIMENTO, FRERIS E DIAS e SOUSA, 2002). Já na turma C, 10% falaram que estavam cansados, pois moram longe e andam muito até o ponto de ônibus, além de estarem cansados das outras aulas; 30% responderam que depois tem outras aulas e não querem ficar sujos e suados; 20% disseram que o ambiente não é apropriado, pois a quadra está em reforma e o sol está quente nessa hora; 20% responderam que não tem nada de interessante nas aulas; 10% informaram que faltam bons professores e os outros 10% disseram que falta interesse por parte dos alunos, pois eles têm preguiça de fazerem exercícios físicos. A próxima questão indagou os alunos sobre os tipos de atividades promovidas pelo professor de Educação Física: Em todas as turmas entrevistadas 100% dos alunos concordaram que o professor dá liberdade para eles escolherem entre jogar uno, futebol ou vôlei. Raramente ocorre outra atividade como queimada ou peteca. Para Faria (2007), é notável a utilização restrita de conteúdos de ensino, concentrando-se quase exclusivamente nos esportes mais tradicionais, como o futebol, o vôlei, o basquete e o handebol. A terceira questão abordou os alunos sobre o que eles pensam das aulas de Educação Física: na turma A, 75% dos alunos responderam que é uma aula boa, pois é melhor do que ficar dentro de sala, e é uma aula importante para a saúde; 25% disseram que não a considera uma disciplina importante, pois eles não fazem nada. Na turma B, 50% dos alunos falaram que é uma aula desnecessária, pois o professor não incentiva; 25% dos alunos disseram que é melhor ficar dentro de sala; 25% disseram que seria uma aula necessária se fosse dado conteúdo, especialmente dança. Na turma C, 50% também responderam que é uma aula boa, porque não fazem nada e é melhor do que ficar na sala; 30% disseram que as aulas devem melhorar, ter mais materiais e atividades; 20% falaram que é uma disciplina fundamental para saúde. Na quarta questão os alunos foram indagados sobre qual a importância da Educação Física no Ensino Médio: na turma A, 50% dos alunos falaram que é uma disciplina importante para a manutenção da saúde; 25% responderam que é importante para o lazer e 25% apontaram que é importante para os alunos saírem do sedentarismo. Na turma B, 50% disseram que a aula não tem importância, pois eles Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ficam a toa; 25% falaram que é importante para o desenvolvimento físico e 25% também apontaram que é importante para sair do sedentarismo. Na turma C, 20% disseram que o exercício físico auxilia na manutenção da saúde e do condicionamento físico; 10% disseram que a aula é importante para a distração das outras aulas; 20% apontaram que a aula é importante para os alunos saírem do sedentarismo; 40% falaram que do jeito que está não tem nenhuma importância; 10% disseram que é bom para quem não tem outros meios de fazer atividades. As respostas dos alunos nos provocam uma série de reflexões. Entre elas, podemos concordar com Medina (2006) que a falta de reflexão em torno do significado mais amplo e profundo da Educação Física tem tirado dela a oportunidade de se estabelecer definitivamente como uma verdadeira arte e ciência do movimento humano. Completa dizendo que o certo é que a Educação Física não sairá de sua superficialidade enquanto não se posicionar criticamente em relação aos seus valores, ou, em outras palavras, não se questionar quanto ao real valor de sua prática para as pessoas e para as comunidades a que serve. Conclui-se assim com palavras do mesmo autor que, as vítimas da educação brasileira não são apenas aquelas que não têm acesso à escola. A questão seguinte argumentou sobre o que os alunos acham do seu professor: na turma A, os alunos foram unânimes e 100% responderam que gostam muito da professora, pois ela interage com eles, os incentiva a fazerem as aulas e é uma boa pessoa. Na turma B, o professor teve 100% de desaprovação: os alunos disseram que ele é desanimado, parado, desmotivado, não inova, não incentiva os alunos, participa da aula quem quer, não dá aula, chega atrasado, não interage com os alunos, recebe à toa e eles não gostam dele. A turma C, também disse gostar da professora, pois a relação entre eles é muito “boa”. Novamente concordamos integralmente com as palavras de Medina (2006) quando ele afirma que quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Diante disso, as finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio conceito dessa disciplina dependem do grau de consciência individual e coletiva dos que trabalham nessa área da atividade humana. Se o professor não é referência para o aluno, como resultado teremos as lamentáveis respostas como as apontadas no parágrafo anterior. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A sexta questão tratou do motivo que levam muitos alunos a não participarem das aulas de Educação Física: na turma A, 40% disseram que tem vergonha de errar, pois não sabem jogar; 20% disseram que a reforma da quadra impede a realização das aulas; 30% disseram que os alunos têm preguiça; 10% apontaram que não gostam de fazer atividades por obrigação. Na turma B, 50% dos alunos afirmaram que o professor não diversifica suas aulas e 50% disseram que a quadra está em reforma e o sol atrapalha as aulas, pois o local é descoberto. Na turma C, 40% disseram que os alunos têm preguiça; 50% responderam que o local não é apropriado, pois é sujo, descoberto e agora com a reforma falta espaço; 10% apontaram que o professor não tem interesse nas aulas. Percebe-se que da forma como a Educação Física está ela não pode ficar. Betti e Zuliani (2002), afirmam que para a Educação Física alcançar sua legitimidade e proporcionar aprendizado, é indispensável que ela e seus professores fundamentem-se teoricamente para justificar à comunidade escolar e à própria sociedade o que já sabem fazer, e, estreitando as relações entre teoria e prática pedagógica, inovar, experimentar novos modelos, estratégias, metodologias, conteúdos, para que a Educação Física siga contribuindo para a formação integral das crianças e jovens e para a apropriação crítica da cultura contemporânea. Na sétima pergunta, os alunos foram questionados se fora da escola eles fazem alguma atividade física ou praticam algum esporte: na turma A, 75% dos alunos responderam que não fazem nada; 15% disseram jogar peteca na rua eventualmente; 10% falaram que jogam futebol eventualmente. Na turma B, 50% disseram não fazer nada; 25% responderam que às vezes jogam queimada e 25% falaram que fazem academia. Na turma C, 60% dos entrevistados não fazem nenhum exercício físico; 20% fazem academia e 20% fazem caminhadas. A próxima questão indagou os alunos sobre o que eles já aprenderam com as aulas de Educação Física: na turma A, 50% dos alunos disseram não ter aprendido nada, pois não participam das aulas; 50% disseram ter aprendido algumas regras de esportes como vôlei, quando ainda estavam no Ensino Fundamental. Na turma B, 50% responderam que não aprenderam nada, e que o pouco que sabem de brincadeiras, jogos e esportes, aprenderam na rua; 25% falaram que aprenderam a jogar futebol, vôlei e queimada, quando estavam no Ensino Fundamental; e 25% disseram que aprenderam a dançar zumba com a antiga professora. Na turma C, 60% dos alunos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 entrevistados disseram que aprenderam a jogar vôlei; 20% responderam que aprenderam a jogar uno; 20% apontaram que aprenderam sobre a importância da Educação Física para a saúde. A nona pergunta, indagou os alunos sobre como eles acham que deveriam ser as aulas de Educação Física: na turma A, 100% dos alunos disseram que está bom do jeito que está, pois eles podem ficar sem fazer nada. No entanto, esses mesmos alunos concordam que para a saúde as aulas estão ruins. Na turma B, 50% dos alunos disseram que as aulas deveriam ter mais dança; 25% apontaram que deveria ter futebol separado entre as meninas e os meninos; 25% responderam que queriam jogar mais queimada. Nesta mesma turma, 100% dos entrevistados disseram que o professor poderia fazer eventos diferentes, como festivais de dança, gincanas e passeios ciclísticos. Na turma C, 30% dos alunos apontaram que a escola deveria ter uma melhor estrutura, mais materiais e mais espaços; 20% responderam que o professor deveria incentivar mais, dando aulas animadas e dinâmicas; 20% disseram que todos deveriam participar das aulas; 30% dos estudantes responderam que professor e alunos deveriam ter mais interesse. Na última questão, os alunos foram questionados sobre qual nota atribuem a essa disciplina, em uma escala de 0 a 10: na turma A, 50% dos alunos atribuíram nota 10 a Educação Física; 25% nota 9; e 25% nota 8. Todos os alunos responderam que consideram a Educação Física uma disciplina importante, mesmo não gostando das aulas. Quando questionados se realmente não gostam, eles disseram que na verdade eles não praticam para saber, e que talvez gostariam se começassem. Na turma B, 25% dos alunos atribuíram nota 1; 25% nota 2; 25% nota 3 e 25% nota 4. Quando questionados se as aulas fossem ministradas de uma forma interessante para eles, qual seria a nota que eles atribuiriam a Educação Física a resposta foi bem diferente: 50% atribuíram nota 10; 25% nota 9 e 25% nota 8. Na turma C, 40% dos alunos atribuíram nota 10; 20% nota 9; 20% atribuíram nota 5; e 20% nota 4. Com essa pesquisa, foi possível observar que a falta de interesse nas aulas parte principalmente dos professores, que se deixam desmotivar pelas condições do ambiente e assim não buscam maneiras de diversificarem suas aulas. Os alunos, muitas vezes, se mostravam interessados, como por exemplo, os que se juntavam a outras turmas para jogarem futebol ou vôlei, mesmo sem supervisão de professores. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 E até os alunos que não estavam fazendo nada, concordavam que seria interessante serem incentivados pelos professores. Sobre isso, Martinelli et al. (2006, p.2) afirmam que: O professor também assume grande importância para essa desmotivação dos alunos, pois a metodologia utilizada para desenvolvimento das aulas, o relacionamento aluno-professor, o conteúdo por ele apresentado, entre outros fatores, também influenciam na participação ou não nas aulas de Educação Física Escolar. Ao fim dessa pesquisa, o que nos resta mais uma vez é concordar com Medina (2006) outra vez, quando ele afirma que o que faz uma disciplina tornar-se importante para os alunos não é só o valor intrínseco do seu conteúdo, mas também a vibração com que os responsáveis colocam no desenrolar do processo de ensino, permitindo que os educandos aprendam a se comprometer. E esse comportamento não é observado em nenhum dos professores das três turmas pesquisadas. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados desta pesquisa mostram que os alunos que gostam das aulas de Educação Física a consideram assim por diversos motivos que fogem totalmente a sua especificidade enquanto disciplina que contribui para o desenvolvimento integral do ser humano. Para a maioria, as aulas não são importantes, pois, eles não fazem nada. Embora haja algumas informações coerentes, eles não demonstram saber da importância dessa disciplina no currículo escolar. O que se percebe é que com ela ou sem ela as coisas ficariam da mesma forma. Pelas respostas dos alunos, os professores parecem estar desmotivados e acabam passando para os alunos a impressão de que as aulas de Educação Física não têm importância. Conclui-se, portanto, que o envolvimento dos alunos depende do empenho dos professores, nesse processo de formação de cidadãos. Portanto, cabe ao profissional de Educação Física, fazer a escolha do seu itinerário, continuar no marasmo ou integrar-se aos que lutam para que a Educação Física seja mesmo uma ciência que estuda o ser humano em movimento, seja ele consciente ou inconsciente. REFERÊNCIAS BETTI, I.C.R.O prazer em aulas de Educação Física Escolar: a perspectiva discente. UNICAMP, Campinas, 1992. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BETTI, Mauro e ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 73-81, 2002. BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996. BRASIL. Lei nº 10.793 de 1 de dezembro de 2003. Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art.92 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que "estabelece as diretrizes e bases da educação nacional", e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/. Acesso em: 10.ago.2014. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. DAOLIO, J. Educação Física Escolar: em busca da pluralidade. Disponível em: http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v10%20supl2%20artigo7.pdf. Acesso em: 21 out.2014. FARIA, Claudiomir do Nascimento. Educação Física escolar e legitimidade: com a palavra os alunos. In Encontro de Educação Física Escolar. Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/educacao-fisica-escolar-legitimidade-com-palavra-osalunos. Acesso em: 29.ago.2015. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2008. LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. 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Professora do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Josélia Mendes e Simone Higidio – acadêmicas do 6º período do curso de Educação Física da Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. [email protected] RESUMO Aprendizagem Motora é caracterizada como mudanças relativamente permanentes em processos internos que determinam à capacidade do indivíduo de produzir uma tarefa motora. Um dos fatores que influência o processo de aprendizagem é o feedback. Este estudo teve por objetivo investigar os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) em crianças de 11 a 15 anos de idade. Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 11 a 15 anos de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino, divididos aleatoriamente em três grupos (n=20). A fase de aquisição foi realizada em 3 dias com 20 tentativas a cada dia, totalizando 60 tentativas. Após 48 horas foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberam CR de acordo com as seguintes frequências: G100% recebeu CR em todas as tentativas, G 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e G33% recebeu CR em 1/3 das tentativas. A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo no voleibol a partir do lado I da quadra e acertar a maior pontuação do alvo afixado no chão do lado II. A análise descritiva dos dados, composta por uma medida central, representada pela média, mostrou que na fase de aquisição o grupo 66% obteve um desempenho superior em relação aos demais grupos e, também no teste de retenção. Esses resultados indicam que uma frequência intermediária, ou seja, 66% auxilia na melhora do desempenho do saque por baixo do voleibol. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Motora, Feedback e Frequência relativa de conhecimento de resultados. 1. INTRODUÇÃO Para Schmidt e Wrisberg (2001), Aprendizagem motora é caracterizada como mudanças relativamente permanentes em processos internos que determinam à capacidade do indivíduo de produzir uma tarefa motora. O nível de aprendizagem motora de um indivíduo aumenta com a prática e é frequentemente inferido pela observação de níveis relativamente estáveis do desempenho motor da pessoa. O Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 feedback, juntamente com a prática, constitui um dos principais aspectos no processo de ensino-aprendizagem (SALMONI; SCHMIDT; WALTER, 1984). De acordo com Magill (2000), o feedback é tido como uma informação que o indivíduo recebe sobre seu desempenho, durante ou após sua realização, gerado por fontes intrínsecas ou fontes extrínsecas. O feedback extrínseco, advém de fontes externas, como por exemplo, a fala de um professor ou vídeo, e; é subdividido em conhecimento de resultados (CR) e conhecimento de performance (CP). Uma das formas de se investigar o efeito dessa variável (CR) quanto ao seu fornecimento é denominada frequência de CR que se refere à quantidade de CRs fornecidos em determinada quantidade de prática, subdividida em frequência absoluta e relativa (CHIVIACOWSKY; GODINHO, 2004; VIEIRA, 2012). A frequência absoluta refere-se ao número total de CRs fornecidos em uma sequência de tentativas, enquanto a frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos durante uma sessão de prática (BILODEAU; BILODEAU, 1958; SALMONI et al., 1984). Os primeiros estudos sobre frequência de fornecimento de CR propuseram que somente a frequência absoluta seria crucial para o processo de aprendizagem motora, ou seja, a aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse fornecido com alta frequência (BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa visão foi contrastada por Salmoni et al. (1984) através de um estudo de revisão sobre CR, que apontou a ausência de testes nos delineamentos de alguns estudos como um dos motivos para a separação dos efeitos transitórios da fase de aquisição dos efeitos relativamente duradouros. A frequência relativa passou então a ser interpretada como mais importante que a frequência absoluta e mais eficaz quando fornecida em menores quantidades (WINSTEIN; SCHMIDT, 1990). Estudos como Chiviacowsky e Tani (1993); Chiviacowsky e Godinho (2004); Teixeira (1993); Vieira et al. (2012) demonstraram superioridade para frequências inferiores a 100% de CR, como por exemplo, frequências relativas de 50% e 33% sendo superiores a frequências altas. No entanto, esses resultados não são consistentes em crianças. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 11 a 15 anos de idade. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O termo feedback surgiu com o advento da cibernética, que busca explicar como os sistemas são controlados através do mecanismo de retroalimentação (WIENER, 1968). Quando um movimento é realizado e uma resposta é produzida, ele gera uma informação que retorna ao sistema, mostrando a diferença entre a meta estabelecida e o desempenho obtido, permitindo elaborar ajustes numa próxima tentativa para proceder à aproximação do resultado esperado (KOESTLER, 1969). Nesse sentido, o “timoneiro” por meio do feedback detecta se há algum desvio e efetua as devidas correções, de forma que o seu objetivo seja alcançado (PALHARES, 2005; TANI, 1989). O feedback pode ser definido como toda informação de retorno sobre um movimento realizado, gerada naturalmente por fontes intrínsecas ou fornecida por uma fonte externa e que auxilia na aquisição de habilidades motoras (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993). O feedback em relação à sua origem, pode ser dividido em duas categorias: intrínseco e extrínseco. O feedback intrínseco advém das próprias fontes naturais do corpo, como a visão, tato, olfato e a propriocepção. Diferentemente do feedback extrínseco que surge de fontes externas, como por exemplo, a fala de um professor, vídeo ou um cronômetro (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993). O feedback extrínseco é subdividido em duas categorias: conhecimento de performance (CP) e conhecimento de resultados (CR). Quando o feedback aumentado ou extrínseco refere-se ao padrão de movimento executado, ele é denominado conhecimento de performance (CP), mas quando essa informação se refere ao resultado obtido em relação à obtenção ou não da meta da tarefa, é denominado conhecimento de resultados (CR) (SCHMIDT; WRISBERG, 2000; SCHMIDT, 1993). Bilodeau e Bilodeau (1958) foi um dos primeiros estudos a investigar os efeitos da frequência relativa na aprendizagem, fixando a frequência absoluta e variando a quantidade de prática. Os resultados apontam que as tentativas sem CR não favoreciam a aprendizagem e, que apenas a frequência absoluta seria importante. Achados como este também foram encontrados em outro estudo de Bilodeau et al., (1959) que verificou os efeitos da frequência relativa de CR. Seus resultados também apontam os benefícios do CR quando fornecido em todas as tentativas, ou seja, 100% de frequência relativa. Entretanto, esses estudos não utilizaram em seus delineamentos testes de transferência ou retenção, que permitem separar os efeitos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 provisórios da aquisição dos efeitos relativamente permanentes da aprendizagem (SALMONI et al., 1984; RUSSELL; NEWELL, 2007). Estudos posteriores como Taylor e Noble (1962) investigaram os efeitos de diferentes frequências de CR em adultos (100%, 75%, 50% e 25%) em uma tarefa de pressionar a chave correta correspondente ao estímulo. Seus achados demonstraram superioridade para frequências reduzidas como 50% e 25%. Ho e Shea (1978) também investigaram os efeitos da frequência de CR na aquisição de uma habilidade de posicionamento, fixando a frequência absoluta em 10 CRs, utilizando três frequências de CR (100%, 33% e 17%). O grupo com 17% apresentou uma tendência de superioridade em relação aos demais grupos no teste de retenção. Chiviacowsky e Tani (1993) investigaram os efeitos da frequência de CR em crianças de diferentes faixas etárias (7 e 10 anos) utilizando uma tarefa de arremesso em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e 33%). Os achados do teste de transferência apresentaram superioridade para uma frequência menor que 100%, ou seja, 66%. Entretanto, frequências reduzidas (33%) podem não ser tão eficazes para o processo de aprendizagem em crianças, por não favorecer a correção e detecção de erros de forma eficiente. Confirmando esses resultados, Teixeira (1993) utilizou uma tarefa de posicionamento linear, em duas diferentes frequências de CR 100% e 50%. O grupo com 50% apresentou um melhor desempenho no teste de retenção. O estudo de Tertuliano; Coca Ugrinowitsch; Ugrinowitsch; Corrêa (2007) também investigou o efeito de diferentes frequências (50% e 33%) de CR em crianças de 8 a 11 anos de idade, utilizando uma tarefa do saque por baixo do voleibol. Seus resultados apontam que a menor frequência de feedback auxilia na melhora do desempenho do saque por baixo do voleibol. Ishikura (2008) também investigou os efeitos da redução da frequência de CR em uma tarefa de golpear uma bola de golfe ao alvo, com 34 universitários divididos em duas condições experimentais (100% e 33%) com 60 tentativas de prática. Os resultados mostraram que o grupo com frequência reduzida (33%) foi superior ao grupo 100% de CR. Resultados semelhantes foram encontrados por Lustosa de Oliveira et al., (2009) que investigaram os efeitos da frequência reduzida de CR, em uma tarefa de arremesso do jogo de bocha, utilizando quatro grupos experimentais (25%, 50%, 75% e 100%) com 90 tentativas de prática. Seus resultados mostraram Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que o grupo 25% obteve maior precisão que o grupo 50% e maior nível de consistência no teste de transferência. A maioria dos estudos demonstrou superioridades para frequências relativas reduzidas. No entanto, esses resultados não são consistentes em crianças. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito de diferentes frequências relativas conhecimento de resultados (CR) em crianças de 11 a 15 anos de idade na aprendizagem do saque por baixo no Voleibol. 3. METODOLOGIA . Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 11 a 15 anos de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino. Os indivíduos não possuíam conhecimento prévio da tarefa praticada e participaram de forma voluntária, mediante a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido por parte de seus pais ou responsáveis. A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo de voleibol a partir do lado I da quadra (na região atrás da linha dos três metros) por sobre a rede, sem tocá-la, com o objetivo de acertar o centro de um alvo localizado no lado oposto (lado II) da quadra (FIGURA I). Dentre os motivos da escolha dessa tarefa podemos apontar: a sua validade ecológica e por ser amplamente utilizada em pesquisas de aprendizagem motora (TERTULIANO; COCA UGRINOWITSCH; UGRINOWITSCH; CORRÊA, 2007). Visando a manipulação da variável dependente, a rede de Vôlei foi coberta com uma lona preta de forma que os indivíduos não tivessem a visão do alvo. O alvo foi colocado num plano horizontal no lado II (oposto ao lado de saque) da quadra de voleibol com as zonas de pontuação demarcadas por tinta preta. A zona “um” foi à zona central, com 1.0m, e valor de dez pontos: a zona “dois” foi distanciada 2,0m do centro do quadrado central e possuía valor de oito pontos: a zona “três” foi distanciada 3,0m do centro do quadrado central com valor de seis pontos e a zona “quatro” foi distanciada a 4,0m do centro do quadrado central, com valor de quatro pontos. As bolas que caíam do outro lado da quadra, porém fora do alvo tinham o valor de três pontos. As bolas que caíam depois da rede fora da quadra de voleibol, tinham o valor de dois pontos e as tentativas em que a bola tocava a rede, a fita superior, as antenas laterais ou caíam antes da rede, tinham o valor de um ponto (FIGURA I). Cada saque foi computado como uma tentativa. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O experimento constou de duas fases: aquisição e retenção. Na fase de aquisição os indivíduos realizaram 60 tentativas, sendo 20 tentativas a cada dia. Após 48 hs foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR. Os indivíduos foram divididos de forma randômica em 3 (três) grupos de igual número em relação à frequência de feedback que foi fornecida: grupo100% recebeu CR em todas as tentativas, 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR em 1/3 das tentativas e após 48 horas todos os grupos praticaram 20 tentativas sem nenhum feedback (FIGURA II). FIGURA I: Ilustração do ambiente experimental do lado A e B da quadra e a quantidade de regiões de acerto do lançador. Fonte: adaptado de Tertuliano et al.,2008 FIGURA II: Quadro experimental das diferentes frequências relativas de CR FREQUÊNCIA RELATIVA DE CR NÚMERO DE CR 100% 60 CRs/ CR em todas as tentativas 66% 40 CRs/ CR em 2/3 das tentativas 33% 20 CRs/ CR em 1/3 das tentativas 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Os resultados foram descritos em 6 blocos de 10 tentativas na fase de aquisição e 2 blocos de 10 tentativas no teste de retenção e o desempenho foi analisado pela meta descrita na tarefa, ou seja, a pontuação alcançada no referido saque (escores relativos ao alvo = 10,8,6,4,3,2,1) (FIGURA III). Na análise do desempenho na fase de aquisição, todos os grupos melhoraram seu desempenho quando comparado o primeiro bloco da aquisição com o último bloco. No entanto, ao final dos blocos BL5 e BL6 da aquisição os grupos G100% e G66% igualaram seus comportamentos. No teste de retenção o grupo G66% obteve um desempenho superior com relação aos demais grupos e o grupo G33% com um desempenho superior ao G100% (FIGURA III). Tais resultados estão de acordo com a hipótese da orientação (SALMONI et al.1984) que propõe que altas frequências de CR podem levar o aprendiz a uma dependência da informação extrínseca, por não utilizar o feedback intrínseco durante o momento que a informação extrínseca está disponível. Nesse sentido, quando retirado à informação, por exemplo, por meio do teste de retenção, causaria uma queda no desempenho (G100%). Em contrapartida, os grupos que receberam uma quantidade menor de informação (frequências relativas reduzidas) durante a fase de aquisição não se tornaram dependentes da informação extrínseca, pois utilizaram seu feedback intrínseco e; mediante situações sem CR mantiveram seu desempenho (G66%). Nesse sentido é possível concluir que frequência intermediárias (66%) de feedback auxiliam na melhora do desempenho do saque por baixo do Voleibol. FIGURA III: Curva de desempenho dos valores médios nas fases de aquisição (BL1- BL10) e Retenção (R). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 7,0 6,0 M ÉDIA DOS PONTOS 5,0 4,0 G33% 3,0 G66% 2,0 G100% 1,0 0,0 BL1 BL2 BL3 BL4 BL5 BL6 RT1 RT2 BLOCOS DE TENTATIVAS REFERÊNCIAS BILODEAU, E. A.; BILODEAU, I. M. Variable frequency of knowledge of results and the learning of a simple skill. Journal of Experimental Psychology, Washington, v.55, n.4, p. 379-383, 1958. BILODEAU, E. A.; BILODEAU, I. M.; SCHUMSKY, D. A. Some effects of introducing and withdrawing knowledge of results early and late in practice. Journal of Experimental Psychology, Washington, v.58, n.2, p.142-144, 1959. CHIVIACOWSKY, S.; GODINHO, M. Conhecimento de resultados na aprendizagem de tarefas motoras: efeitos da frequência versus complexidade da tarefa. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.18, n. 1, p.81-99, 2004. CHIVIACOWSKY, S.; TANI, GN. 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Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition, Washington, v.16, n.4, p.677-91, 1990. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA Mateus Chaves Couto e Sérgio Luiz Fernandes da Silva - Acadêmicos do 6º período do curso de Educação Física da Faculdade vértice UNIVÉRTIX Carlos Eduardo Toledo. Graduado em Educação Física, Especialização em Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras, Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo foi verificar a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. O estudo foi realizado com alunos do ensino médio de uma escola estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. De um total de 297 de ensino médio foram pesquisados 237. Foram avaliados os níveis de atividade física dos discentes presentes nos dias de aplicação do questionário. Para coletar os dados, foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (CELAFISC, 2014), proposto pela Organização Mundial de Saúde (1998). Apesar de nossas expectativas negativas em relação a esses resultados, os alunos da escola pesquisada mostraram que as atividades físicas fazem parte de seu cotidiano. Em pleno século XXI, existem adolescentes considerados sedentários ou irregularmente ativos e os envolvidos nessa pesquisa mostraram que estão fora dessas estatísticas alarmantes. Isso nos leva a refletir sobre como fazer para que todos, e não somente alguns alunos, tenham uma vida, onde a atividade física seja uma realidade no cotidiano dessas pessoas. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Exercício Físico; IPAQ; Sedentarismo. 1. INTRODUÇÃO Atualmente crianças e adolescentes estão ficando cada vez mais limitados a realizar movimentos devido aos avanços tecnológicos, substituindo as atividades que envolvem algum tipo de esforço físico pelos jogos eletrônicos. Essa situação é preocupante, porque está relacionada ao sedentarismo, o que os torna cada vez mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas (GUEDES, 2002). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Na adolescência essas doenças não se manifestam com muita frequência, mas esse é um período marcado por muitas transformações, físico e psicológico, pois é uma fase em que eles se encontram sob a pressão da autoafirmação e da escolha profissional, o que contribui para o surgimento do estresse. Além disso, a vida sedentária aliada à má alimentação e ingestão de bebidas alcoólicas, o que é típico do comportamento nessa idade, representam riscos à saúde (PIRES et al., 2002). Devido a isso, uma atenção especial deve ser dada na infância e na adolescência, por que são períodos o qual vários hábitos são incorporados, podendo ser transferidos para a vida adulta (BANKOFF e ZAMAI, 1999; NAHAS, 1995). A Educação Física escolar tem uma importante contribuição para o desenvolvimento motor e a aptidão física visando o bem-estar e a saúde para todos os que praticam. Em função disso, é necessário priorizar no ensino médio, a educação para a atividade física e a saúde, contribuindo para a conscientização dos alunos quanto à importância de se adotar um estilo de vida mais saudável e ativo fisicamente (BANKOFF e ZAMAI, 1999). Segundo Fiatarone-Singh (1998), a maioria dos estudos transversais sugere que a atividade física tem um papel de modificação das alterações do peso e composição corporal relacionada à idade e de acordo com sua análise. Os indivíduos que se classificam como mais ativos tem menor peso corporal, índice de massa corporal, porcentagem de gordura corporal e relação cintura/quadril do que os indivíduos considerados sedentários. A saúde está diretamente relacionada à atividade física. As pessoas com hábitos sedentários possuem menor aptidão física, isto é, menor capacidade para executar exercícios físicos. Por outro lado, as características de estrutura muscular, de nossas articulações, da constituição do corpo ou da capacidade cardiorrespiratória, determinam também os limites de nossa aptidão física (AZEVEDO, 2000). O principal afetado dessa nova era de avanços são os adolescentes, que estão passando cada vez mais tempo em frente ao computador, vídeo game e celular, esquecendo-se de praticar algum tipo de atividade física. Isso pode trazer várias consequências. Para Halpern (2000, p.27): O acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente entre as vísceras, apresenta grande risco de alterações metabólicas e de desenvolvimento de patologias secundárias, o que pode ser extremamente perigoso para o adolescente, no que tange à aquisição de outras doenças, como: problemas de colesterol alto, triglicerídeos alto, problemas de coração, entre outros. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Atividades físicas realizadas durante a adolescência parecem ser determinantes de um estilo de vida ativo na idade adulta. Segundo James, (1995) citado por Azevedo Júnior, Araújo e Pereira (2006) as pessoas mais rapidamente persuadidas a aderir a um programa de atividades físicas são aquelas que, quando crianças, foram fisicamente ativas na escola e no lazer. Moore et al. (1991) afirmam que o nível de atividade física em criança e em seus pais demonstram também que os filhos de mães ativas são duas vezes mais ativos que os filhos de mães inativas e quando os dois pais eram ativos as crianças foram 5,8 vezes mais ativas que os filhos de pais inativos. Entendendo ser a inatividade física um dos grandes problemas que afetam a sociedade atual, veio o interesse em pesquisar tal fenômeno. Assim, a questão eixo do estudo foi: qual a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira? E o objetivo do estudo foi verificar a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos adolescentes e suas famílias em relação á importância da atividade física para a qualidade de vida. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A atividade física é definida como um gasto de energia causado por uma contração muscular e que é compreendido, como característica natural do ser humano. (GUISELINI, 2006). Cientificamente, “define-se atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior do que os níveis de repouso” (CASPERSEN et al., 1985 citado por GUISELINI, 2006, p.23). O exercício físico, ou atividade física estruturada, como também é conhecido, é definido por toda “atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física” (CASPERSEN et al., 1985 citado por GUISELINI, 2006, p.32). Aptidão física seria a capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem. E a atividade física qualquer movimento do corpo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 realizado pelos músculos que requer energia para acontecer, podendo ser apresentado em um continuum, com base na quantidade de energia despendida (ARAÚJO e ARAÚJO, 2000). Segundo Guyton e Hall (2002) a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura no organismo. Tal excesso na região abdominal, principalmente entre as vísceras, é de alto risco para os adolescentes, já que com a gordura localizada nesta região o metabolismo se altera podendo desenvolver patologias secundárias e outras doenças (HALPERN, 2000). As transformações nos centros urbanos e as tecnologias que sempre se inovam acabam fazendo com que as crianças e adolescentes percam seu espaço para brincar e se desenvolver, o que tem se tornado normal, mas de forma equivocada (OLIVEIRA, 2004). Segundo Valente (2002), é fundamental que os programas de Educação Física estimulem os alunos a hábitos mais saudáveis. Segundo Betti (1992) atualmente a Educação Física na escola é entendida como uma área que trata a cultura corporal e sua finalidade é introduzir e integrar o aluno nessa esfera para formar um cidadão a fim de que ele possa produzi-la, reproduzi-la e transformá-la; e para isso o aluno deverá usufruir dos jogos, esporte, danças etc., em benefício próprio de sua cidadania e da melhoria de sua qualidade de vida. O aprendizado mediado pelo professor de Educação Física é muito importante para o aluno, pois ela não pode ser entendida como simples prática pela prática, mas como disciplina que será utilizada no processo de ensino e aprendizagem e na construção do conhecimento. A Educação Física deve fazer com que o aluno conheça e compreenda a cultura corporal de movimento. O sedentarismo é considerado um problema mundial por causa dos sérios danos que causa à saúde da população (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005). A inatividade está associada a diversos fatores. Um deles é o desconhecimento sobre como se exercitar ou os benefícios que tal prática traz para a saúde do ser humano. Segundo Silva (2008) a falta de orientação de profissionais da área de saúde são um dos principais motivos do desconhecimento de que exercitar faz muito bem à saúde. Outro motivo é o desinteresse das pessoas em se informar sobre o valor da atividade física por ignorá-las (DOMINGUES; ARAÚJO; GIGANTE, 2004). A prática de atividade física na adolescência é determinante para se tornar um adulto ativo (AZEVEDO JÚNIOR; ARAUJO; PEREIRA, 2006) e nessa fase ela está muito ligada ao lúdico. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O lúdico pode ser considerado como jogo, divertimento, prazer, alegria, acontecendo em qualquer momento do cotidiano dos indivíduos. Segundo Guiseline (2006, p. 23) “é uma característica inerente ao ser humano”, portanto, este está ligado à atividade física intimamente, ou seja, são inseparáveis. 3. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possui como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. O estudo foi realizado com alunos do ensino médio de uma escola estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. De um total de 297 de ensino médio foram pesquisados 237. Foram avaliados os níveis de atividade física dos discentes presentes nos dias de aplicação do questionário. Para coletar os dados, foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (CELAFISC, 2014), proposto pela Organização Mundial de Saúde (1998). No Brasil, o IPAQ (nas versões curta e longa) teve sua validade testada nos estudos feitos por Pardini et al. (1997) e, principalmente, por Matsudo et al. (2001). De uma forma geral, os resultados encontrados com esses estudos demonstraram que o IPAQ é um instrumento de fácil aplicação com uma boa estabilidade de medidas e uma precisão aceitável para ser utilizado em estudos com determinadas populações adultas. O IPAQ atualmente é publicado na versão curta (com 8 perguntas) e na versão longa (com 27 perguntas). As duas versões do IPAQ apresentam o mesmo objetivo a diferença e que a versão longa explora mais campos do que a versão curta. O IPAQ versão curta, que foi utilizada em nossa pesquisa consiste em estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizadas na posição sentada (BENEDETTI et al., 2007). A classificação dos níveis de atividade física através do IPAQ versão curta são as seguintes apresentadas abaixo: Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de: a. Atividade VIGOROSA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão; ou Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 b. Atividade VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão + Atividade MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão. Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de: a. Atividade VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão; ou b. Atividade MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão; ou c. Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias na semana e ≥ 150 minutos na semana (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa). Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação: Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade: a. Frequência: 5 dias na semana; ou b. Duração: 150 minutos na semana. Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à frequência nem quanto à duração. Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. A pesquisa foi realizada durante as aulas de Educação Física, nos meses de outubro e novembro de 2014, e a participação dos alunos foi realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelos pais e direção da escola. Para resguardar a identidade dos sujeitos serão utilizados nomes fictícios. Após a coleta dos dados, este serão tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi aplicado o questionário a uma amostra de 237 alunos, 79,79% da população total de 297 dos alunos matriculados no ensino médio da rede de ensino de uma cidade da Zona da Mata Mineira, que se encontram na faixa etária entre 15 a 28 anos. Destes a quantidade de alunos por idade foi de: Tabela 1: Resultados sobre a quantidade de entrevistados Idade Quantidade de alunos Percentual 15 16 17 18 19 20 21 22 63 70 77 19 4 2 0 0 26,58% 29,53% 32,49% 8,02% 1,69% 0,84% 0% 0% 23 24 25 26 27 28 Total 1 0 0 0 0 1 237 0,42% 0% 0% 0% 0% 0,42% 100% Dos alunos pesquisados 53,59% (127) são do gênero feminino e 46,41% (110) do gênero masculino. A partir dos questionários, seguindo os parâmetros do IPAQ versão curta (CELAFISC, 2014) foram obtidos os seguintes resultados: Tabela 2: Identificação do nível de sedentarismo. Categoria Alunos Percentual Muito Ativo Ativo 98 109 41,35% 45,99% Irregularmente Ativo A Irregularmente Ativo B 3 23 1,27% 9,70% Sedentário Total 4 237 1,69% 100% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Na aplicação dos questionários houve grandes dúvidas dos alunos em relação às perguntas, e mesmo sendo todas as questões explicadas, antes e durante a aplicação do instrumento, alguns alunos não conseguiram compreender as perguntas nele contido. Isso mostra que não tinham conhecimento sobre o assunto. Níveis de prática de atividade física habitual em segmentos da população jovem tem-se tornado importante tema de interesse e preocupação constante entre especialistas da área, em razão de sua estreita associação com aspectos relacionados à saúde. Apesar do crescente corpo de conhecimento publicado nos últimos anos acerca dos benefícios à saúde proveniente da adoção de um estilo de vida ativo, a proporção de adolescentes, independente do sexo, idade e do nível socioeconômico, que são insuficientemente ativos é considerada elevada (ORNELAS; PEREIRA; AYALA, 2007) Mas, neste presente estudo o percentual de alunos muito ativos e ativos se manteve estável se comparado aos estudos objetos da revisão bibliográfica. A melhora da condição física dos indivíduos passa, obrigatoriamente, por princípios do treinamento desportivo, como o da adaptação, sobrecarga, interdependência volume - intensidade, entre outros (POWERS; HOWLEY, 2009). Tais princípios devem levar a ganhos no condicionamento físico e, em consequência, a uma melhor saúde cardiovascular e muscular, ajudando na redução de morbimortalidade (BRUM et al., 2004). A recomendação atual sobre prática de atividades físicas (HASKELL et al., 2007) mostra que é possível ter benefícios significativos para a saúde com atividades moderadas a vigorosas, facilmente realizadas no cotidiano, como andar, subir escadas, pedalar e dançar (CARVALHO et al, 1996). A atividade física é vista como um dos principais meios para se adquirir uma vida saudável e representa um importante componente do estilo de vida, contribuindo sobremaneira para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar (NAHAS, 2006). É um fator de suma importância, tanto na prevenção, quanto no controle de certas doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, a obesidade e as dislipidemias. Neste estudo, a prevalência de inatividade física entre os adolescentes pesquisados fortalece esses achados, já que 12,65% dos alunos não levam uma vida ativa. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Este estudo apresenta evidências em relação à prevalência à exposição a níveis insuficientes de prática de atividades físicas e comportamentos sedentários, existentes em alguns desses alunos. Diante dos resultados encontrados foi observado que o nível de atividade física foi satisfatório e vão ao encontro das recomendações feitas pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC) e o American College of Sports Medicine (ACSM) de destaca que acumular 30 minutos de atividade física de intensidade moderada ao longo do dia, de preferência todos os dias da semana, de forma contínua ou acumulada é indispensável para adquirir proteção adicional à saúde (MATSUDO et al., 2002). Porém, é importante observar a afirmação de Guedes et al. (2005), em relação ao IPAQ, que adolescentes ao responderem este instrumento tendem a superestimar a prática de atividades moderadas e vigorosas. Com informações mais detalhadas e provas existentes na literatura, adolescentes quando avaliados através de questionários, relatam um nível de atividade física superior ao que de fato praticam (KLESGES et al., 1990 citado por GUEDES et al., 2005). Segundo Prochaska et al. (2003) citado por MARANI (2006), é fundamental que as aulas de Educação Física tenham um maior envolvimento por parte dos alunos através de atividades agradáveis que estimulem o prazer, permitindo o desenvolvimento do conhecimento e de atitudes que os levem a ter um estilo de vida mais saudável. As atividades quando são prazerosas para crianças e adolescentes despertam o interesse e a motivação para assumir um estilo de vida mais ativo fisicamente e prolongá-lo por toda vida (MARANI et al., 2006) Baixos níveis de atividade física durante a adolescência podem levar à obesidade e parecem contribuir também para a mesma na fase adulta, o que pode resultar em problemas de saúde (BUNDRED; KITCHINER; BUCHAN, 2001; REILLY; DOROSTY, 1999). Estudos epidemiológicos mostram que, quanto maior a escolaridade, mais facilmente os indivíduos modificam seus comportamentos (COSTA, 2004; GOMES; SIQUEIRA; SICHIERI, 2001; CAMÕES; LOPES, 2008; PITANGA; LESSA, 2005). Por isso, hábitos saudáveis de vida podem ser o melhor caminho para essa nova geração. A escola, neste universo, tem papel fundamental, pois é nela que os primeiros e mais importantes estímulos são projetados, e é nela que a criança e o adolescente devem adquirir hábitos saudáveis. Ela tem a obrigação de oferecer um programa de Educação Física e Desporto adequado à realidade momentânea do aluno, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 privilegiando tarefas e momentos de estimulação esportiva voltados para sua formação global (VALENTE, 2002). 5 .CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de nossas expectativas negativas em relação a esses resultados, os alunos da escola pesquisada, mostraram que as atividades físicas fazem parte de seu cotidiano. Em pleno século XXI, existem adolescentes considerados sedentários ou irregularmente ativos e os envolvidos nessa pesquisa mostraram que estão fora dessas estatísticas alarmantes. Isso nos leva a refletir sobre como fazer para que todos, e não somente alguns alunos, tenham uma vida, onde a atividade física seja uma realidade no cotidiano dessas pessoas. Talvez seja culpa do aumento das tecnologias, por falta de incentivo das escolas, professores e até familiares ou até falta de iniciativa, interesse, ou desconhecimento dos benefícios, por parte dos alunos. Sendo assim, consideramos que o melhor meio de melhorar ainda mais esses resultados, são medidas como: palestras nas escolas e vinculação na mídia, incentivando a pratica de atividades físicas, visando conscientizar esses jovens que o futuro deles, como uma pessoa mais saudável depende disso. REFERÊNCIAS ARAÚJO, D. S. M. S.; ARAÚJO, C. G. S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 6. Núm. 5. 2000. AZEVEDO, J. R. D. (2000). Atividade www.boasaude.uol.com.br Acesso em: 25. Maio. 2014. física. Disponível em AZEVEDO JUNIOR, M. R.; ARAUJO, C. L. P.; PEREIRA, F. M. Atividades físicas e esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das últimas décadas. 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Geneva: World Health Organization, 2005. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS (CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE Marluce Aparecida Fonseca – Graduada em Educação Física e Mestre em Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ruth Alves Fagundes Silva e Aline Oliveira da Silva – Acadêmicas do 6º período do curso de Educação Física da Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. [email protected] RESUMO O estudo teve por objetivo investigar os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) em crianças de 7 a 10 anos de idade. Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 7 a 10 anos, matriculados em uma escola da rede pública de ensino, divididos aleatoriamente em três grupos (n=20). A fase de aquisição foi realizada em 3 dias com 20 tentativas a cada dia, totalizando 60 tentativas. Após 48 horas foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberam CR de acordo com as seguintes frequências: Grupo100% recebeu CR em todas as tentativas, 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR em 1/3 das tentativas. A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo no voleibol a partir do lado I da quadra e acertar a maior pontuação do alvo afixado no chão do lado II. A análise descritiva dos dados, composta por uma medida central, representada pela média, mostrou que na fase de aquisição o grupo G100% obteve desempenho superior quando comparado aos grupos G66% e G33%. No teste de retenção, os grupos G66% e G100% obtiveram comportamentos semelhantes no último bloco, porém o grupo G66% melhorou seu desempenho do primeiro para o último bloco, tendenciado ser necessárias frequências intermediárias (66%) para aprendizado do saque por baixo no Voleibol. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Motora, Feedback e Frequência relativa de conhecimento de resultados. 1. INTRODUÇÃO Aprendizagem motora pode ser definida como um conjunto de processos relacionados com a prática ou experiência e que leva a mudanças relativamente permanentes na capacidade de executar habilidades motoras (SCHMIDT; LEE, 1999). Alguns fatores como prática e o feedback são cruciais nesse processo de aprendizagem motora. O feedback refere-se a toda informação de retorno sobre o desempenho realizado e que permite ao aprendiz fazer possíveis ajustes e correções necessárias a fim de que se alcance a meta estabelecida e que pode ser dividido em duas categorias: intrínseco e extrínseco (MARTENIUK, 1976; TANI, 1989). O Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 feedback intrínseco consiste na informação sensorial, disponível durante ou após o movimento e o feedback extrínseco provém de fontes externas como por exemplo, a fala de um professor/instrutor, escores ou vídeo e que pode informar sobre o resultado do desempenho de uma habilidade ou sobre a obtenção ou não da meta do desempenho, denominado conhecimento de resultados (CR) (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993). Uma das formas de se investigar o efeito dessa variável quanto ao seu fornecimento é denominada frequência de CR, a qual se refere à quantidade de CRs fornecidos em uma sessão de prática, dividida em frequência absoluta e relativa. A frequência absoluta é o número de CRs fornecidos em uma sessão de prática, enquanto a frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos em relação ao número de tentativas executadas (BILODEAU; BILODEAU, 1958; SALMONI et al., 1984). Os primeiros estudos sobre frequência de fornecimento de CR propuseram que somente a frequência absoluta seria crucial para o processo de aprendizagem motora, ou seja, a aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse fornecido com alta frequência (BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa visão foi contrastada por Salmoni et al. (1984) através de um estudo de revisão, demonstrando que menores quantidades de CRs são mais eficazes para o processo de aprendizagem. Nesse sentido, frequências relativas reduzidas, auxiliariam nesse processo. Os estudos como Baird; Hughes (1972); Chiviacowsky; Godinho (2004) Chiviacowsky e Tani (1997); Taylor e Noble (1962) também demonstraram superioridade para frequências reduzidas no processo de aprendizagem. No entanto, esses resultados não são consistentes nos estudos com crianças (CHIVIACOWSKY; TANI, 1993; TEIXEIRA, 1993). Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 7 a 10 anos de idade. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O termo feedback surgiu com o advento da cibernética, que busca explicar como os sistemas são controlados através do mecanismo de retroalimentação (WIENER, 1968). Quando um movimento é realizado e uma resposta é produzida, ele gera uma informação que retorna ao sistema, mostrando a diferença entre a meta estabelecida e o desempenho obtido, permitindo elaborar ajustes numa próxima Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 tentativa para proceder à aproximação do resultado esperado (KOESTLER, 1969). Nesse sentido, o “timoneiro” por meio do feedback detecta se há algum desvio e efetua as devidas correções, de forma que o seu objetivo seja alcançado (PALHARES, 2005; TANI, 1989). O feedback pode ser definido como toda informação de retorno sobre um movimento realizado, gerada naturalmente por fontes intrínsecas ou fornecida por uma fonte externa e que auxilia na aquisição de habilidades motoras (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993). O feedback pode ser dividido em intrínseco e extrínseco. O feedback extrínseco surge como uma consequência natural da realização de um movimento, disponível durante e após a execução de uma tarefa, advindo de órgãos sensoriais e que são processados pelo próprio sistema (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993; SHEA; SHEBILSKE; WORCHEL, 1993). Já o feedback extrínseco provém apenas de fontes externas e tem como função suplementar o feedback intrínseco à tarefa (MAGIL, 2000). O feedback extrínseco pode ser a fala de um professor, vídeo ou um cronômetro (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993). O feedback extrínseco é subdividido em duas categorias: conhecimento de performance (CP) e conhecimento de resultados (CR). O conhecimento de performance (CP) informa sobre o padrão do movimento executado, enquanto o conhecimento de resultados (CR) informa sobre o resultado obtido em relação à obtenção ou não da meta da tarefa (SCHMIDT; WRISBERG, 2000; SCHMIDT, 1993). Bilodeau e Bilodeau (1958) foi um dos primeiros estudos a investigar os efeitos da frequência relativa na aprendizagem, fixando a frequência absoluta e variando a quantidade de prática. Os resultados apontam que as tentativas sem CR não favoreciam a aprendizagem e, que apenas a frequência absoluta seria importante. Achados como este também foram encontrados em outro estudo de Bilodeau et al., (1959) que verificou os efeitos da frequência relativa de CR. Seus resultados também apontam os benefícios do CR quando fornecido em todas as tentativas, ou seja, 100% de frequência relativa. Entretanto, esses estudos não utilizaram em seus delineamentos testes de transferência ou retenção, que permitem separar os efeitos provisórios da aquisição dos efeitos relativamente permanentes da aprendizagem (SALMONI et al., 1984; RUSSELL; NEWELL, 2007). O Estudo de Taylor e Noble (1962) também investigou os efeitos de diferentes frequências de CR em adultos (100%, 75%, 50% e 25%) em uma tarefa de pressionar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 a chave correta correspondente ao estímulo. Os resultados do teste de retenção apresentaram benefícios aos grupos com frequências inferiores a 100%. O estudo de Baird e Hughes (1972) também encontrou benefícios para frequências reduzidas, como visto no teste de extinção, os quais utilizaram as mesmas frequências do estudo supracitado. Seus achados corroboram com o estudo supracitado. Chiviacowsky e Tani (1993) investigaram os efeitos da frequência de CR em crianças de diferentes faixas etárias (7 e 10 anos) utilizando uma tarefa de arremesso em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e 33%). Os achados do teste de transferência apresentaram superioridade da frequências intermediárias (66%). Confirmando esses resultados, Teixeira (1993) utilizou uma tarefa de posicionamento linear, em duas diferentes frequências de CR (100% e 50%) em adultos. O grupo com 50% apresentou um melhor desempenho no teste de retenção. Chiviacowsky (1994) verificou os efeitos da frequência absoluta e relativa de CR em 80 crianças na faixa etária de 10 anos de idade, utilizando uma tarefa de arremessar saquinhos de feijão em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e 33%). Os resultados do teste de transferência tardia mostraram superioridade do grupo com menor frequência relativa de CR, ou seja, 33% de CR. O estudo de Tertuliano; Coca Ugrinowitsch; Ugrinowitsch; Corrêa (2007) também investigou o efeito de diferentes frequências (50% e 33%) de CR em crianças de 8 a 11 anos de idade, utilizando uma tarefa do saque por baixo do voleibol. Seus resultados apontam que a menor frequência de feedback auxilia na melhora do desempenho do saque por baixo do voleibol. Esses achados também são vistos em estudos em adultos como o de Petrosky (1994) que também apontou benefícios para a redução da frequência de CR. A maioria dos estudos demonstrou superioridades para frequências relativas reduzidas. No entanto, esses resultados não são consistentes em estudos com crianças, demonstrando que podem ser necessárias frequências intermediárias para o aprendizado. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 7 a 10 anos de idade. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 3. METODOLOGIA Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 7 a 10 anos de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino. Os indivíduos não possuíam conhecimento prévio da tarefa praticada e participaram de forma voluntária, mediante a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido por parte de seus pais ou responsáveis. A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo do voleibol a partir do lado I da quadra (na região atrás da linha dos três metros) por sobre a rede, sem tocá-la, com o objetivo de acertar o centro de um alvo localizado no lado oposto (lado II) da quadra (FIGURA I). Dentre os motivos da escolha dessa tarefa podemos apontar: a sua validade ecológica e por ser amplamente utilizada em pesquisas de aprendizagem motora (TERTULIANO; COCA UGRINOWITSCH; UGRINOWITSCH; CORRÊA, 2007). Visando a manipulação da variável dependente, a rede de Vôlei foi coberta com uma lona preta de forma que os indivíduos não tivessem a visão do alvo. O alvo foi colocado num plano horizontal no lado II (oposto ao lado de saque) da quadra de voleibol com as zonas de pontuação demarcadas por tinta preta. A zona “um” foi à zona central, com 1.0m, e valor de dez pontos: a zona “dois” foi distanciada 2,0m do centro do quadrado central e possuía valor de oito pontos: a zona “três” foi distanciada 3,0m do centro do quadrado central com valor de seis pontos e a zona “quatro” foi distanciada a 4,0m do centro do quadrado central, com valor de quatro pontos. As bolas que caíam do outro lado da quadra, porém fora do alvo tinham o valor de três pontos. As bolas que caíam depois da rede fora da quadra de voleibol, tinham o valor de dois pontos e as tentativas em que a bola tocava a rede, a fita superior, as antenas laterais ou caíam antes da rede, tinham o valor de um ponto (FIGURA I). Cada saque foi computado como uma tentativa. O experimento constou de duas fases: aquisição e retenção. Na fase de aquisição os indivíduos realizaram 60 tentativas, sendo 20 tentativas a cada dia. Após 48 hs foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR. Os indivíduos foram divididos de forma randômica em 3 (três) grupos de igual número em relação à frequência de feedback que foi fornecida: grupo100% recebeu CR em todas as tentativas, 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR em 1/3 das tentativas e após 48 horas todos os grupos praticaram 20 tentativas sem nenhum feedback (FIGURA II). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FIGURA I: Ilustração do ambiente experimental do lado A e B da quadra e a quantidade de regiões de acerto do lançador. Fonte: adaptado de Tertuliano et al.,2008. FIGURA II: Quadro experimenta l de frequências de CRs. NÚMERO DE CR FREQUÊNCIA RELATIVA DE CR 100% 60 CRs/ CR em todas as tentativas 66% 40 CRs/ CR em 2/3 das tentativas 33% 20 CRs/ CR em 1/3 das tentativas 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados foram descritos em 6 blocos de 10 tentativas na fase de aquisição e 2 blocos de 10 tentativas no teste de retenção e o desempenho foi analisado pela meta descrita na tarefa, ou seja, a pontuação alcançada no referido saque (escores relativos ao alvo = 10,8,6,4,3,2,1) (FIGURA III). Na análise do desempenho na fase de aquisição, o grupo G100% obteve um desempenho superior com relação aos demais grupos. No teste de retenção o grupo G100% piorou seu desempenho do 1º bloco para o último bloco e o grupo G66% melhorou seu desempenho do 1º bloco para o último bloco. No entanto, o desempenho desses grupos se igualou no último bloco. O grupo G33% obteve o pior Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 desempenho com relação a todos os outros grupos (FIGURA III). Tais resultados evidenciam que altas frequências de CR podem levar a uma dependência (SALMONI et al.1984) visto por meio da queda do desempenho do grupo G100%. No entanto, uma quantidade reduzida de informação não foi suficiente para o aprendizado da tarefa em questão, visto por meio do comportamento do grupo G33%, tendenciado para frequências intermediárias, como por exemplo, G66%, onde se observa uma melhora no desempenho desse grupo quando comparado o 1º bloco da retenção para o último bloco. Nesse sentido é possível concluir que para a faixa etária em questão, frequências reduzidas (33%) não favoreceu a aprendizagem, mostrando que uma baixa frequência de CR pode dificultar a formação do padrão de movimento correto (CHIVIACOWSKY; TANI, 1993). Provavelmente sendo necessário frequências intermediárias (66%) para aprendizado do saque por baixo no Voleibol. FIGURA III: Curva de desempenho dos valores médios nas fases de aquisição (BL1- BL10) e Retenção (R). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 5,0 4,5 4,0 MÉDIA DOS PONTOS 3,5 3,0 2,5 2,0 G 100% 1,5 G66% 1,0 G 33% 0,5 0,0 BL1 BL2 BL3 BL4 BL5 BL6 RT1 RT2 BLOCOS DE TENTATIVAS REFERÊNCIAS BILODEAU, A.; BILODEAU, M. Variable frequency of knowledge of results and the BAIRD, I. S.; E. HUGHES, G. H. I.Effects of frequency and specificity of information learning on of aacquisition simple skill.and Journal of Experimental Psychology, Washington, v.55, n.4, feedback extinction of a positioning task. Perceptual and Motor Skills, Missoula, v.34, p.567-572, 1972. p. 379-383, 1958 CHIVIACOWSKY, S.; GODINHO, Conhecimento de of resultados na aprendizagem BILODEAU, E. A.; BILODEAU, I. 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Essa pesquisa foi realizada através de questionário fechado, contendo 10 questões, aplicado as 300 alunos na faixa etária dos 15 a 18 anos, que estudam em uma escola pública de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que muitos alunos se sentem insatisfeitos com as aulas, o plano pedagógico do professor de educação física propicia a desistência das aulas também. Os professores de Educação Física poderiam apresentar a preocupação de dialogar com os alunos, perguntando quais as atividades que eles gostariam de praticar durante as aulas, em que, os alunos pudessem construir suas atividades com o plano pedagógico do professor, isto tornariam as aulas mais estruturadas e prazerosas. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Ensino Médio, Escola. 1. INTRODUÇÃO Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm como propostas para o Ensino Médio que os profissionais da Educação Física trabalhem de forma lúdica e educativa, permitindo que o aluno aprenda diferentes conteúdos, tornando-se um cidadão capaz de resolver diferentes situações da vida cotidiana (BRASIL, 1999). A Educação Física Escolar no Ensino Médio tem como objetivo acrescentar e aprofundar conhecimentos, e não aplicar fundamentos já conhecidos sobre esportes e jogos. Com isso, o aluno aprende a solucionar o problema durante as aulas, tornando-as mais atraentes, evitando que se torne para o aluno aulas repetitivas e cansativas, visto que uma vez que continuam reproduzindo os conteúdos e modelos já vivenciados no ensino fundamental, fazendo com que os alunos deixem de praticar aulas nas quadras, no pátio e nos espaços escolares para frequentar clubes, academias, parques, festas, entre outros lugares (BRASIL, 1999; DARIDO, 2004). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo Betti (1992), o aluno deverá ser instrumentalizado para usufruir dos jogos, esportes, danças, lutas e ginástica sem benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. A Educação Física na escola deveria propiciar condições para que os alunos obtivessem autonomia em relação à prática da atividade física. Este objetivo é facilitado se os alunos encontram prazer nas aulas de Educação Física, pois, apreciando determinada atividade é mais provável desejar continuá-la, caracterizando uma ligação de prazer (BETTI, 1992; DARIDO, 2004). Segundo Darido (2004), o que pode tornar o ensino mais significativo é possibilitar aos alunos conhecerem o corpo humano e quais as consequências que isso exerce em decisões pessoais da maior importância tais como fazer dieta, utilizar anabolizantes e praticar exercícios físicos. Para Paiano (2006) existem vários motivos que influenciam neste desinteresse, dentre eles a falta de materiais e instalações adequadas para a realização da aula, a carência de profissionais capacitados, além de problemas sociais e familiares, que também podem desencadear o desânimo para a prática das aulas de Educação. O professor que propiciar atividades que despertem interesse dos alunos ajuda a não afastá-los da disciplina, caso contrário, ele estará auxiliando a formação dos não praticantes de atividade física (DARIDO, 2004). Outro aspecto que merece atenção é a busca de processos de ensino e aprendizagem eficazes, buscando desenvolver nos alunos o respeito por diferenças no desempenho, devem ser objetivos primordiais para aqueles que desejam a participação de todos os alunos. As diferenças individuais afastam os alunos das atividades não apenas pela percepção do fraco desempenho e a experimentação do insucesso, mas, principalmente pela falta de apoio, de compreensão e de incentivo por parte dos colegas. Acredita-se ser este também um fator determinante para o distanciamento e ausência às aulas (PAIANO, 2006). Nesse sentido, percebe-se uma preocupação dos professores de Educação Física considerando que um grande número de alunos não participa efetivamente desta disciplina dizendo-se desmotivados. Nesse sentido, as questões a serem investigadas no presente estudo é saber como são as aulas de Educação Física voltadas para o ensino médio e a relação professor e aluno nessa faixa etária? E o que leva à essa evasão dos alunos nas aulas de Educação Física. Diante do exposto, o objetivo da presente pesquisa foi identificar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 os fatores que contribuem para a evasão de alunos do ensino médio das aulas da Educação Física escolar. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos alunos e dos professores em relação ao lugar da Educação Física na escola como disciplina do currículo tão fundamental quanto às demais. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Educação Física como disciplina implica na promoção da reflexão através do conhecimento sistematizado, há um corpo de conhecimento, um conjunto de práticas corporais e uma série de conceitos desenvolvidos pela Educação Física que devem ser assegurados (DARIDO, 2004). Por outro lado, acredita que os alunos nesta faixa etária (ensino médio), possuem uma opinião formada sobre a Educação Física baseado em suas experiências pessoais anteriores. Se elas foram marcadas por sucesso e prazer, o aluno terá uma opinião favorável quanto a freqüentar as aulas. Ao contrário, quando o aluno registrou várias situações de insucesso, e de alguma forma se excluiu ou foi excluído, sua opção será pela dispensa das aulas, com um primeiro discurso pautado em não gostar da atividade, e transformar estas opiniões se constitui no maior desafio para os professores do ensino médio (DARIDO, 2004). É um desafio, principalmente na área da Educação Física, assumir o compromisso em desencadear uma educação corporal sobre o movimento, onde temos que conhecer e levar em consideração o contexto que o aluno está inserido, suas necessidades e seus interesses. Com isso os adolescentes passam a ter possíveis entendimentos sobre a realidade, ou seja, o conhecimento, fazendo com que o aluno tenha uma experiência autônoma, que o faça exercitar uma reflexão crítica e de decisão própria no processo educativo, adquirindo condições para viver uma educação pela e para a cidadania. (CORREIA, 1996). A Educação Física Escolar no Ensino Médio deve proporcionar ao aluno conhecimento sobre a Cultura Corporal de Movimento, fazendo com que o educando adquira a compreensão, reflexão, autonomia no usufruto das formas culturais do movimento (DARIDO, 2004). De acordo com Daólio (1995), a Cultura Corporal de Movimento pode ser considerada como uma parcela da Cultura geral, que trata de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 conhecimentos materiais e imateriais relacionados ao movimento humano, produzidos e acumulados historicamente. Além disso, e sem negar este entendimento, acreditase que a Cultura Corporal abarca cinco eixos de conhecimento: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta. Portanto, é importante o adolescente ter a capacidade de analisar a realidade que está em sua volta, mostrando-se um individuo essencialmente participativo, equilibrado e diversificado na relação entre propostas práticas e teóricas (CORREIA, 1996, p. 43). 3. METODOLOGIA Visando a obtenção de dados sobre o objetivo proposto, foi realizado no presente estudo uma análise descritiva, especificamente contendo questionamentos aos alunos em relação às razões que levam a evasão das aulas de Educação Física escolar. Participaram do estudo todos os alunos devidamente matriculados em uma escola estadual de ensino médio do município de Santa Margarida, na Zona da Mata mineira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Santa Margarida localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 27 de dezembro de 1948. Sua população estimada é de 15.011 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Primeiramente foi encaminhado aos responsáveis da Escola um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os termos foram lidos e devidamente assinados pelos mesmos. Nestes Termos constaram os aspectos relativos ao estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de avaliação, procedimentos de emergência, entre outros. A coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2015, durante as aulas de Educação Física, devidamente autorizada pela equipe gestora da escola. Os questionários contendo 10 questões fechadas foram distribuídos a 300 alunos e respondido pelos mesmos. Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume em geral, a forma de levantamento. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A população investigada consta de 300 alunos do Ensino Médio de uma escola pública. A idade dos entrevistados variou de 15 a 18 anos, participantes do sexo feminino teve uma prevalência de 61%, em relação a 39% do sexo masculino. Tabela1: Características sócio demográficas referidas pela população investigada, Santa Margarida, 2015. Características n % Feminino 183 61 Masculino 117 39 15 anos 75 25 16 anos 105 35 17 anos 93 31 18 anos 27 9 1° Ano 87 29 2° Ano 120 40 3° Ano 93 31 Gênero Faixa Etária Ano de Ensino Na Tabela 1, percebemos que a faixa etária dos entrevistados está entre 15 e 18 anos, sendo que apenas 8% destes tem 18 anos de idade. Esta faixa etária nos remete a uma análise mais minuciosa com relação ao corpo, uma vez que é nesse período que o ser humano enfrenta os maiores conflitos em relação própria percepção, devido às transformações e alterações hormonais, corporais e também os relacionamento afetivo e social. Com relação ao corpo dos adolescentes nas relações sociais, Darido (2004) destacam que diante da pespectiva sociocultural na análise do movimento, o corpo expressa a relação do indivíduo com seu meio. Nesse sentido, buscamos explorar através da consciência corporal a integração do adolescente com o grupo e seu meio nas aulas de Educação Física da escola. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Quando os alunos foram questionados quando a participação nas aulas de Educação Física na escola, pode-se notar que a maioria (64%) responderam participar das aulas, enquanto 32% às vezes participam desta aula e 32% não participam. Há uma evasão dos alunos das aulas de Educação Físca como demonstrou os resultados dos alunos entrevistaodos. Podemos pensar que quando a escola prioriza a prática dos esportes coletivos (Futebol, Basquetebol, Voleibol e Handebol), muitas vezes não atende a todos os gostos e interesses dos alunos, principalmente nessa faixa etária discutida anteriormente. Assim, os alunos acabam buscando outras atividades fora da escola. É dever da escola ampliar o leque de atividades a fim de aumentar a participação dos alunos permitindo, na medida do possível, que eles possam sugerir atividades (PAIANO, 2006). A Figura 1 mostra os resultados em relação ao questionamento feito para os escolares em relação ao motivo que levaram a não participarem das aulas de Educação Física: Tem problema de saúde Não gostam das atividades Os meninos são agressivos nos jogos O professor não fica na aula As aulas são chatas Realizam as aulas de Educação Física 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Figura 1: Motivos da não participação nas aulas de Educação Física. É importante salientar que o fato da pesquisa ter sido feita com adolescentes faz pensar os aspectos peculiares da idade, pois estes influenciam de maneira pontual a percepção destes alunos com relação a prática da dança na escola. É importante considerar que é função do professor, não apenas refletir sobre a utilidade dos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 conteúdos, mas principalmente ampliar o leque de gostos dos alunos. O professor tem que ajudar a construir o gosto, ele tem que admitir que o desenvolvimento do gosto é também sua tarefa. Para isso ele precisa, antes de mais nada, admirar-se, sentir-se encantado, surpreender-se. Precisa desenvolver seu próprio gosto (PAIANO, 2006). Um outro aspecto abordado no presente estudo foi em relação ao conteúdo aplicado nas aulas de Educação Física para os alunos. Os resultados demostraram que 64% dos alunos responderam que o professor apresenta atividades novas, sendo que 36% responderam que não. Segundo Martinelli et al., (2006) é importante destacar que o fato da Educação Física ser na maioria das vezes esportivizada, pode fazer com que alguns alunos que não gostam de modalidades esportivas sintam-se desmotivados a participar. Da mesma forma, quando se oferecem modalidades distintas para os grupos, como por exemplo, aulas de vôlei para as meninas e basquetebol para os meninos, os alunos podem se sentir saturados e insatisfeitos sem a possibilidade de diversificar e experimentar outras aulas. Quando os alunos foram questionados sobre a relação com o professor de educação física, a maioria (87%) responderam que esta relação é boa. Quanto a este resultado, pode-se pensar que o professor na busca de processos de ensinoaprendizagem eficazes, aliados à atenção que o professor deve ter em relação a esse aspecto, buscando desenvolver nos alunos o respeito uns pelos outros devem ser objetivos primordiais para aqueles que desejam a participação nas aulas. Um outro aspecto aponta para o caminho do domínio cognitivo, ou seja, deve haver o conhecimento e o reconhecimento da importância da atividade física nesta idade e para a fase adulta (DARIDO, 2004). Outro ponto questionado aos alunos foi em relação a quais das atividades a seguir você pratica com frequência nas aulas de Educação Física da sua escola, a maioria (81%) destes alunos responderam praticar apenas o Voleibol nas aulas, enquanto, apenas 18% respondeu que praticam atividades como piques e queimadas. Segundo Paiano (2006), a característica tecnicista do ensino da Educação Física e constantemente a busca do rendimento, instrumentos incorporados pela Educação Física ao longo de sua existência e, principalmente, após a introdução do esporte como conteúdo hegemônico trouxeram um deslocamento do professor da sua função de educador para a de técnico ou treinador. Dessa forma, quando o professor está disposto a exercer esta função, ele apenas entrega uma bola para os alunos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 dividirem as equipes para o “racha”, praticarem um jogo de futebol ou uma queimada sem qualquer tipo de orientação. Esta pasteurização na formação dos alunos e na forma de atuar dos profissionais de Educação Física, não passa de uma forma de domesticação corporal (PAINAO, 2006). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Procurou-se neste estudo investigar como e porque ocorre o afastamento dos alunos da prática da atividade física e o papel da disciplina de Educação Física neste processo. Assim, é possível concluir que, se no Ensino Médio, os professores de Educação Física poderiam apresentar a preocupação de dialogar com os alunos, perguntando quais as atividades que eles gostariam de praticar durante as aulas, em que, os alunos pudessem construir suas atividades com o plano pedagógico do professor, isto tornariam as aulas mais estruturadas e prazerosas. O professor poderia dar a eles a opção de escolherem entre algumas atividades e fizessem uma discussão sobre os benefícios, significados e importância dessas atividades, o índice de desmotivação nas aulas seria reduzido, pois os alunos poderiam escolher alguma atividade que fosse de seu agrado, teria mais conhecimento e informação sobre ela e, por isso, teria prazer em participar. REFERÊNCIAS BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.13, n.2, p.282-7, 1992. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica / Brasília: Ministério da Educação, 1999. DAÓLIO, J. Cultura corporal e Educação Física. Educação física no ensino médio: concepções e reflexões. Campinas,1995. DARIDO, S. C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.18, n.1, p.61-80, 2004. MARTINELLI, C. R.; MERIDA, M.; RODRIGUES, G. M.; GRILLO, D.E.; SOUZA, J.X. Educação física no ensino médio: motivos que levam educação física no ensino Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 5, n.2, p. 13-19, 2006. PAIANO, R. Possibilidades de orientação da prática pedagógica do professor de Educação Física: situações de desprazer na opinião dos alunos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.5, n.1, p.47-58, 2006. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A RELEVÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE DUAS CIDADES DA ZONA DA MATA MINEIRA Cássia Tensol da Silva e Kaique Júnior de Oliveira – graduandos do 6º período do curso de Educação Física da Univértix. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. [email protected] RESUMO Este estudo tem como objetivo investigar a relevância dos profissionais de Educação Física e sua atuação nas turmas de Educação Infantil de escolas públicas estaduais e municipais de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Essa pesquisa exploratória foi realizada através de questionário semiaberto, contendo 10 questões, aplicado as 17 professoras na faixa etária dos 20 aos 50 anos, que atuam em escolas públicas e privadas de duas cidades da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que mesmo as professoras demonstrando uma experiência com turmas de educação infantil em aulas de educação física, é relevante a presença do profissional da área, pois apenas a formação em educação física permite uma elaboração adequada de conteúdos voltados ao desenvolvimento na infância, garantindo um projeto pedagógico que atende as expectativas nessa faixa etária. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; professores; educação infantil. 1. INTRODUÇÃO A educação infantil, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) promulgada em dezembro de 1996 (Lei nº 9394), é o atendimento institucional educacional às crianças de zero a cinco anos de idade em creches e pré-escolas. É compreendida como um espaço fundamental para a construção de novos conhecimentos, permitindo a interação da criança com outras pessoas e com o mundo dos fatos e dos objetos socioculturais, onde se ampliam as experiências individuais, culturais, sociais e educativas sendo essas situações de aprendizagem diferenciadas qualitativamente daquelas que perpassam a vida fora da escola em ambientes distintos dos da família (BRASIL, 2013). Uma especificidade que merece atenção é que a educação infantil é um espaço para o desenvolvimento da criança (TANI, 2004; BASEI, 2008). É preciso lembrar que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 quando se pensa na criança, a expressão corporal caracteriza-se como um dos aspectos fundamentais a serem trabalhadas na infância. A riqueza de possibilidades da linguagem corporal revela um universo a ser vivenciado e desfrutado. A criança, através do movimento, ela se descobre, descobre o outro, descobre o mundo à sua volta (BASEI, 2008). Adicionalmente, é necessário refletir a partir do conhecimento acerca da intervenção necessária para promover o desenvolvimento integral da criança, ou seja, um programa de Educação Física capaz de atender suas expectativas e necessidades. Considerando os aspectos referentes ao conteúdo das aulas e visando um adequado projeto pedagógico da educação infantil, poderia ser atribuída à Educação Física a responsabilidade de garantir o desenvolvimento ótimo do potencial motor das crianças, promovendo a melhora na sua capacidade de se movimentar. Dessa forma, as crianças iriam interagir de maneira harmoniosa e eficiente com o meio físico, social e cultural em que vivem (TANI, 2004; 2011). Além disso, o movimento é o elemento fundamental que possibilita a interação do ser humano com o meio ambiente e, portanto, o seu não desenvolvimento tornaria a educação da criança incompleta (TANI, 2011). De acordo com as especificidades da educação infantil, o profissional de Educação Física tem uma importante função nesta fase. Entretanto, a inexistência de aulas de Educação Física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de Educação Infantil torna-se uma preocupação para os profissionais dessa área (FERRAZ e FLORES, 2004). Outro aspecto considerado é a amplitude da dimensão de conteúdo em Educação Física Escolar. Dada sua importância, os aspectos conceituais e atitudinais dos conteúdos necessitam de tratamento didáticometodológico adequado, no momento da estruturação do ambiente de aprendizagem. A perspectiva é a estruturação de ambientes de aprendizagem em que as crianças possam fortalecer o julgamento sobre suas competências motoras e compreender como aperfeiçoá-las (FERRAZ e FLORES, 2004). Sendo assim, a meta é aprender a aprender, mediante conhecimentos perceptivos motores e conceituais essenciais, que possibilitem uma prática posterior diferenciada. Estudos sobre o significado da Educação Física na educação infantil, tendo uma concepção consistente de educação e de educação infantil constituem um esforço intelectual relevante e absolutamente necessário. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O motivo que leva a abordar essa temática foi pelo fato de ser necessário refletir a partir do conhecimento acerca da intervenção necessária para promover o desenvolvimento integral da criança, ou seja, uma Educação Física capaz de atender as expectativas e necessidades na infância. Diante do exposto, a questão do estudo foi: Como as aulas de Educação Física são inseridas na Educação Infantil e quais são os conteúdos e planejamentos aplicados pelos professores das aulas de Educação Física na educação infantil? Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo investigar a relevância dos profissionais de Educação Física e a sua atuação nas turmas de Educação Infantil de escolas públicas estaduais e municipais de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Considerando os aspectos referentes ao conteúdo das aulas e visando um adequado projeto pedagógico da educação infantil, o profissional de Educação Física tem uma importante função nesta fase. Entretanto, a inexistência de aulas de Educação Física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de Educação Infantil torna-se uma preocupação para os profissionais dessa área. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos diversos profissionais da escola a respeito da necessidade de aulas de Educação Física (de qualidade) para a educação infantil. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O Desenvolvimento na Infância A infância está dividida em período inicial, dos 2 aos 6 anos, e final, dos 6 aos 10 anos aproximadamente e é marcado por aumentos regulares de altura, peso e massa muscular. O início da infância representa o momento ideal para a criança se desenvolver, pois, é marcado por mudanças incrementais regulares nos domínios cognitivos, afetivos e motor (GALLAHUE; OZMUN e GOODWAY, 2013). O desenvolvimento cognitivo que foi citado por Piaget “estágio do pensamento pré-operacional’’ ou seja, são extremamente egocêntricas e veem quase tudo a partir de si próprias; no afetivo elas desenvolvem o senso de autonomia e senso de inciativa e; no motor vai se desenvolvendo as capacidades dos movimentos fundamental em várias habilidades motoras, e vai até o processo da adolescência. Iniciando a prépuberdade elas já são capazes de entender e aprender mais sobre si mesmas e o seu mundo em expansão, por isso o brincar é essencial e faz parte da vida do cotidiano Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 da criança, quando não estão satisfazendo os desejos dos adultos e deve ser visto como o equivalente ao trabalho para a criança, pois, é um facilitador do crescimento nas funções cognitivas, afetivas, e físico, que passa por vários processos até a adolescência (GALLAHUE; OZMUN e GOODWAY, 2013). Embora que os fatores ambientais (doença e clima), má nutrição, excesso de exercício físico e lesão interferem no crescimento e tem efeitos prolongados sobre a criança dependendo da gravidade e é neste momento que deve ser muito cauteloso ao julgar uma criança, pelo fato que irá depender da realidade onde este se encontra. Segundo Kunz (2001), o ato de movimentar constitui uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. Através da atividade motriz, é permitido às crianças expressarem sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as formas e possibilidades do uso significativo de gestos motores e posturas corporais. O movimento humano, portanto, configura-se em ir além do simples deslocamento do corpo no espaço, constituindo-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, expressando seu fazer motriz e mobilizando as pessoas por meio de seu componente expressivo. Dessa forma, o profissional deve saber distinguir e saber quais são os “extremos” de cada criança, pois o mesmo pode acelerar ou desacelerar o crescimento infantil. De acordo com Libâneo (1992), o primeiro contato oficial da criança com a sociedade acontece com o seu ingresso na escola. É nela que a criança passa a ampliar seu entendimento de mundo e ela também percebe outras pessoas ao seu redor, além dos componentes de sua família. Assim, professores e colegas são partes quase inseparáveis do desenvolvimento individual e social da criança, pois é a escola que vai preparar o aluno para uma participação ativa e transformadora nas várias instâncias da sociedade. 2.3 A Educação Infantil e a Educação Física Em princípio, a Educação Física Escolar é parte de um sistema devidamente estruturado e organizado para atender o indivíduo em relação ao movimento, ao seu corpo, expressões culturais e a saúde. Nesse sentido, é de suma importância iniciar a sua prática já na Educação Infantil, atendo aos conhecimentos específicos a serem trabalhados na infância, com um projeto pedagógico que busque atender necessidades e expectativas desde a pré-escola (TANI, 2001). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A inclusão da Educação Infantil, assim como o Ensino Fundamental e Médio, como parte da Educação Básica, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei No 9394 (BRASIL, 1996), pode ser considerada como um marco de valorização e atenção à Educação da primeira infância, através da criação de leis e estatutos que vieram a beneficiar e garantir direitos às crianças. Desta maneira, há uma crescente conscientização da importância atribuída à criança e à Educação Infantil, pois não se concebe mais esta como apenas uma boa política assistencial, mas sim com estabelecimentos específicos com orientações e práticas pedagógicas apropriadas ao atendimento educacional da criança do zero aos seis anos. As atividades de Educação Física devem possuir uma concepção de experiência corporal valorizando a bagagem motriz trazida pelos alunos, além de possibilitar-lhes o contato com novas possibilidades de movimento, respaldando-se no componente lúdico, ofertando diversas possibilidades de expansão do repertório motor através de brincadeiras e jogos que priorizem o agir a través da relação movimento-pensamento-ação (BAECKER, 2001, citado por BASEI, 2008). A prática pedagógica do profissional de Educação Física tem sido foco de inúmeras investigações que procuraram esclarecer como o professor constrói sua prática desde os primeiros contatos com a escola, quais são as preocupações que norteiam a sua intenção, bem como os constrangimentos enfrentados na realidade escolar (FERRAZ e FLORES, 2004). Brincar é o meio prioritário pelo qual as crianças aprendem sobre seus corpos, além de facilitar o crescimento afetivo e cognitivo e fornecer um importante meio para o desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas (BASEI, 2008). Dessa forma, o professor deve ser o mediador, proporcionando instrumentos para que a criança amplie seu conhecimento no ambiente escolar, obtendo cultura e respeitando suas origens. O meio educacional é responsável por oferecer à criança, práticas motoras diversificadas, pois ela é essencial e determinante no processo de desenvolvimento. Os professores têm papel fundamental nesse processo de desenvolvimento, como também na ampliação dos conhecimentos da criança. 3. METODOLOGIA Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva em que participaram da amostra 17 professoras das aulas de Educação Física de escolas estaduais e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 privadas de educação infantil de duas cidades da Zona da Mata Mineira, sendo 11 da cidade de Raul Soares e 6 da cidade de Rio Casca. Foram selecionados para a pesquisa as professoras responsáveis pelas turmas de educação infantil de todas as escolas públicas e privadas que atendiam alunos com essas faixa etária. Primeiramente foi encaminhado aos participantes deste estudo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os termos serão lidos e devidamente assinados pelos mesmos. Nestes Termos irão constar os aspectos relativos ao estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de avaliação, procedimentos de emergência, entre outros. A coleta foi realizada nos meses de março e abril de 2015, diante da autorização pela equipe gestora da escola. O instrumento de coleta de dados foi um questionário semiaberto com 10 questões direcionadas as aulas de Educação Física da escola. O instrumento continha perguntas a fim de entendermos exatamente como os professores estão lidando com suas aulas e se são professores de Educação Física que ministram estas aulas. Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva: Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume em geral, a forma de levantamento. Os questionários foram distribuídos aos professores e foi realizada uma préleitura com os pesquisadores para minimizar qualquer dúvida que eventualmente possam apresentar. Os dados foram tabulados em uma planilha do Excel e posteriormente descritos em distribuição de frequência absoluta e serão apresentados em forma descritiva. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A presente pesquisa tem como base nas respostas de 17 professoras, dentre estas,11 da cidade de Raul Soares e 6 da cidade de Rio Casca, que apresentam idade entre 25 a 50 anos. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Um importante resultado também é que das 17 professoras entrevistadas, apenas 1 possui a formação em Educação Física. É importante considerar que a Educação Física deve se preocupar com a organização de um currículo que contemple um cotidiano da escola infantil para com isso, ter a concretização de alguns objetivos importantes, dentre estes, destaca-se a necessidade de ampliar os conhecimentos da criança, proporcionando-lhe os instrumentos para que ela possa apropriar-se, criticamente, de cultura sistematizada pela humanidade inserida (AYOUB, 2001). Ao iniciar o questionário com cada professora, perguntamos às professoras em que escolas elas tinham costume de atuar, dentre as professoras entrevistadas, podese observar que 53% trabalham em escolas privadas e que 46% trabalham em escolas públicas. Este resultado, permite inferir que as professoras atuam em diferentes ambientes, as escolas privadas permitem uma estrutura maior para brincadeiras, jogos e movimentos corporais da criança. Todavia, quando o professor tem o domínio do conteúdo a ser passado para as crianças, uma escola com pouca estrutura pode ser um ambiente potencializado do desenvolvimento também. A educação infantil é um elemento desafiador aos profissionais da área da Educação Física, que lidam diariamente com o processo de desenvolvimento na infância: Segue figura 1 que apresenta informações sobre a idade dos alunos que que integram as turmas das professoras investigadas: 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 1 a 3 anos 4 a 6 anos 6 a 10 anos Acima de 10 anos Figura 1: Idade dos alunos que compõe as turmas das professoras entrevistadas. Esses resultados mostram que as professoras possuem uma experiência com turmas de educação infantil de forma geral. Os estudos e as pesquisas que se ocupam da presença dos professores experientes nos estabelecimentos de ensino tem uma importante função na história da criança, os métodos e processos de ensino e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 aprendizagem, a formação dos professores e as concepções de corpo, movimento e cultura em que estes pretendem fundamentar no seu saber escolar (BASE, 2008). Outra questão discutida nesta pesquisa foi como o professor vê a relevância do profissional de Educação Física nas turmas infantis. Dentre as professoras participantes da presente investigação pode-se observar os seguintes relatos: Tendo um professor de educação física, os alunos têm a orientação correta e sequenciada das atividades. Por que o curso de educação física licenciatura é voltada especificamente para o trabalho com crianças e adolescentes. E o profissional estudou para isso. Por que o professor de educação física tem conhecimento dos conteúdos da educação física e do PCN. Se olhar onde trabalho mim sinto preparada e temos ajuda agora para outra escola, sim, pois seria exigido uma formação mais aprofundada. Estão mais preparados para sanar as dificuldades motoras das crianças. O profissional de educação física estudou a teoria, para ele a pratica é consequência. Por que o profissional sabe especificamente as habilidades que os alunos necessitam desenvolver. Por que só o profissional formado em educação física que sabe trabalhar psicomotricidade que é tão importante quanto as outras disciplinas. Podemos perceber que todas as professoras entrevistadas tentam expressar a importância do profissional de Educação Física nas turmas de educação infantil pelas suas especificidades de trabalho para a infância. Sobre esse tipo de discussão, Debortoli, Linhales e Vago (2006), consideram que o acesso das crianças aos saberes da Educação Física abrange o ser humano e, portanto, sensível, afetivo, ético, estético, elementos componentes do nosso processo de desenvolvimento, que não comporta prescrições, mas que implica identificar na criança a possibilidade humana, e, portanto, coletiva, de aprender e de ser. Quando os professores foram questionados se a escola apresenta aula de Educação Física como conteúdo da Educação Infantil, os resultados mostraram que 59% desses professores responderam que sim, 35% responderam que não e 6% não responderam a questão. Apesar da maioria responder que as turmas de Educação Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Infantil apresentam aulas de Educação física, nota-se que ainda há turmas sem se beneficiar com essas aulas. Na infância, a criança transforma em símbolo tudo aquilo que pode experimentar corporalmente. Constrói assim, o seu pensamento a partir dessa experiência, primeiramente, sob a forma de ação. Durante essa fase, a criança necessita evidenciar o agir para poder favorecer a sua compreensão, e expressar significados presentes no contexto histórico-cultural no qual está inserida (AYOUB, 2001). Segue figura 2 que apresenta informações sobre os conteúdos aplicados nas aulas de educação física elaboradas para as turmas das professoras investigadas: 6% Piques 17% Brincadeiras tradicionais 44% 33% Brincadeiras diversas Atividades de movimento Figura 2: Conteúdos das aulas de Educação Física. De acordo com os conteúdos passados nas aulas de Educação Física, podemos notar que a maioria das professoras (33%) apresentam como conteúdo “brincadeiras diversas”, é importante destacar que a educação infantil precisa ser voltada a objetivos específicos para esta faixa etária, as brincadeiras são importantes na infância, entretanto, precisam ser bem direcionadas a habilidades motoras fundamentais desenvolvidas, brinquedos, canções, histórias, onde a criança pode vivências novas atividades. Apesar de alguns professores apontarem como capacitados para as aulas de Educação Física, podemos perceber que 17% das professoras baseiam suas aulas apenas em “piques”, o desenvolvimento infantil deve ser priorizado por atividades diversificadas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A prática pedagógica do profissional de Educação Física tem sido foco de inúmeras investigações que procuraram esclarecer como o professor constrói sua prática desde os primeiros contatos com a escola, quais são as preocupações que norteiam a sua intenção, bem como os constrangimentos enfrentados na realidade escolar (FARIAS; SHIGUNOV; NASCIMENTO, 2001). Os professores de Educação Física são educadores que aprendem, criam e transformam os processos de ensino e aprendizagem nos quais se inserem. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho realizado conclui que as professoras entrevistadas de alguma maneira se preocupam com as necessidades na infância e reconhecem a importância do professor de Educação Física nessa faixa etária. Entretanto, pode-se notar que não existe qualificação adequada em todas as professoras, precisando assim de oportunidades para que tenham uma preparação necessária; cada professor precisa também ir além e buscar nos estudos seus objetivos, para que tenham sucesso naquilo que fazem. As possibilidades de reflexão na e sobre a prática pedagógica só fazem sentido se estabelecidas em uma relação estreita com o cotidiano escolar e em articulação com a realidade social na qual os usos do corpo, da brincadeira, do movimentar-se, do lazer e das práticas corporais ganham sentidos e significados culturais, políticos e, portanto, humanos. REFERÊNCIAS AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, supl.4, p.53-60, 2001 BASEI, P. B. A Educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentarse e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de Educación. v.3, p1-12, 2008. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm. Acesso em: 30.ago.2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FERRAZ, O. L.; FLORES, K. Z. Educação física na educação infantil: influência de um programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e procedimentais. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.18, n.1, p.4770, 2004. GALLAHUE D. L.; OZMUN, E. J.; GOODWAY, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013. TANI, G. 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[email protected] RESUMO Este estudo tem como objetivo identificar a ocorrência do bullying nas aulas de Educação Física de uma escola pública estadual de uma cidade da zona da mata mineira. Essa pesquisa exploratória foi realizada através de questionário fechado, contendo 15 questões, aplicado a 80 alunos entre 14 e 17 anos, que estudam em uma escola pública em uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que o bullying é uma situação de violência legítima nas escolas e em aulas de educação física que precisa de uma maior atenção. Precisamos nos preocupar quanto às necessidades dos alunos na tentativa de buscar condições favoráveis a aprendizagem do mesmo. PALAVRAS-CHAVE: Bullying; Educação Física; Escola pública. 1. INTRODUÇÃO A violência pode ser caracterizada como um problema crônico e recorrente em diversas faixas etárias. Assim como a agressão, a violência é um assunto que está presente no cotidiano, sendo veiculado em vários meios de comunicações. Cenas como assaltos, guerras, sequestros, ofensas, brigas, atos de vandalismo e crimes já se tornaram naturais em muitos países sociedades e regiões, não importando o ambiente, a idade, o sexo, as condições sociais, psicológicas e físicas das pessoas (BOTELHO, SOUZA, 2007). Durante muito tempo, comportamentos como o de apelidar alguém pode ter sido visto como inofensivos ou naturais da infância e da relação entre as crianças e adolescentes na escola. Porém, esse tipo de conduta passou a ser seriamente considerada devido a acontecimentos que ocorreram em várias partes do mundo, causados por jovens e muitas vezes frutos de maus tratos que ocorrem nas escolas. O tema da violência na escola começou a ganhar repercussão e, a partir da década de 1970, estudos vem sendo realizados para classificar esta forma de violência que tem sido chamada Bullying. A violência escolar refere-se a todos os Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 comportamentos agressivos e antissociais, que variam de conflitos interpessoais até atos criminosos de grande relevância. Muitas destas situações dependem de fatores externos, onde as intervenções podem estar além da responsabilidade e da capacidade das instituições de ensino e de seus funcionários (SOUZA e ALMEIDA, 2011). Os atos de "BuIlying", ou seja, os comportamentos agressivos, desenvolvidos intencionalmente, de forma continua podem magoar outrem, e são responsáveis por vários problemas, que se fazem sentir tanto ao nível imediato da rejeição e insucesso escolar tanto na adolescência quanto na vida adulta. As vítimas da violência escolar ficarão mais susceptíveis a longo prazo a determinados problemas associados à violência, como por exemplo: a depressões, enquanto que os agressores tenderão a desenvolver comportamentos anti-sociais e marginais (FANTE, 2005). O "Bullying" pode assumir várias formas de violência, caráter direto e indireto o de caráter misto, podendo ser verbais diretas e indiretas, oscilando num continuum entre: bater, empurrar, tirar dinheiro, envolver ameaças como provocações, chamar nomes, até à exclusão social (MELO, 2014). Diante do exposto, a questão deste estudo foi: Existe a ocorrência de bullying nas aulas de educação física de uma escola pública de uma cidade da zona da mata mineira? Nesse sentido, o nosso objetivo foi justamente identificar a ocorrência de bullying nas aulas de Educação Física de uma escola pública estadual de uma cidade da zona da mata mineira. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos diversos profissionais da escola a respeito dos casos de bullying na escola e nas aulas de Educação Física. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Teixeira (2006), recebemos em nossa formação, tanto na educação básica quanto no ensino superior, forte influência daqueles jogos que fomentam a competição ou o resultado final. Aprendemos a valorizar e a incentivar o contar de pontos ou o ficar de olho no placar como sendo o objetivo maior do jogo. Schreiber, Scopel e Andrade (2005, p. 02) lembram que a: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Educação Física engloba em seus objetivos desenvolver e conhecer seus alunos não somente por meio da capacidade motora, mas também desenvolver a capacidade de transformação pessoal, aspecto fundamental para a melhora no âmbito social. Atitudes como o desinteresse pela aula, revolta em situações e derrota em jogo competitivo ou rebeldia e agressividade frente a situações do cotidiano das aulas devem ser levadas em conta pelo professor. O modo como ele apresenta novas atividades aos seus alunos influencia o modo como os mesmos vão receber e vivenciar essas atividades, tanto dentro como fora do ambiente das aulas. Teixeira (2006, p.12) “os esportes, a ginástica e os jogos adentram o tempoespaço escolar elas levam para o seu interior valores, crenças, sentidos e significados a elas incorporados na cultura”. Daólio (1997) enxerga que o professor pode incentivar a rivalidade e a competição entre os alunos em suas aulas, desde que situações de conflito refletissem numa melhoria quanto ao aprendizado. Segundo o autor, a discussão acalorada pode ser educativa, desde que a possibilidade de aprendizagem supere a de destruição. Para que isso ocorra, seriam necessários que o professor deixasse bem claro quais são os limites e as regras da competição, além de cuidar para que os mesmos sejam respeitados. Outra necessidade é a de entendermos que os meninos são diferentes das meninas não apenas no aspecto ginecológico, mas também físico. Segundo Marriel et al. (2006, p. 03): A prática do esporte na escola, pode trazer muito prazer à vida dos alunos, que demonstram muita dedicação e orgulho de representarem o time de sua sala ou de sua escola. Mas há que se pensar em como esse esporte está sendo ministrado nas aulas, pois os menos habilidosos poderão, nessas aulas, sofrerem discriminação, exclusão. O esporte, muitas vezes, acaba sendo um lugar onde a guerra e as agressões encontram um espaço social para se expressar. Daí a necessidade de o professor desenvolver bem o esporte a fim de que situações como estas não ocorram nesse espaço de tempo. O futebol é um exemplo de esporte gerador de violência, não apenas dentro das escolas, mas até mesmo profissionalmente. Não são raros os casos de agressões durante as apresentações futebolísticas onde, num determinado momento a emoção explode e a violência então aparece. Um exemplo é o então famoso jogador Edmundo, apesar de ser um ótimo jogador, sua fama não está às ótimas partidas em que atuou, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 mas na facilidade de expressar o sentimento dentro de si e, na maioria das vezes, de forma muito violenta. Monteiro (2006) constatou atitudes de exclusões através das práticas corporais de grupos ao observar como os alunos se portavam para organizar seus jogos em quadra durante o período de aula – vaga (quando algum professor faltava) em uma escola da periferia de São Paulo. O que se viu foi uma atitude violenta dos meninos com relação às meninas, quando os primeiros dominaram a quadra grande para jogar futsal, e relegaram o espaço de um corredor para que elas jogassem vôlei. Também houve exclusão dos meninos menos habilidosos, que foram escolhidos por último, ou ficaram de fora, sob a alegação de que o futsal deveria ter apenas cinco jogadores na linha. Não podemos nos esquecer da violência gerada pela exclusão daqueles que são menos habilidosos no que se refere às práticas esportivas. Quando há a escolha da equipe, esses sempre sobram ou ficam retidos no banco de reserva. O esporte é universal, portanto, deve ser também voltado para a inclusão, tão pregados nos tempos modernos (FANTE, 2005) Segundo a tradução do inglês, o termo “Bullying” traduzido do inglês significa “tiranizando”. Isso significa tratar com excessivo rigor ou severidade. De acordo com Fante (2005) é praticado por aqueles que se consideram valentões e, aproveitam-se dessa condição para humilhar, ameaçar ou agredir algum colega pertencente ao grupo dos excluídos, esportivamente falando. Fante (2005) utiliza o termo bullying para caracterizar a discriminação dos indivíduos por membros de seu grupo de convívio, que se manifesta em vários graus de intensidade, podendo causar exclusão dos mesmos. Trata-se, segundo a autora, de um comportamento cruel, intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais fracos em objetos de diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar. No grupo do Bullying encontram-se aqueles alunos cuja auto estima encontrase abaixo do esperado, ficando assim fragilizados e sujeitos aos ataques dos praticantes do bullying. Quando vítimas de bullying, a característica desses adolescentes é retrair-se e demonstrar muita timidez, o que faz com que percam o interesse em participar das aulas e, até mesmo a evasão escolar devido à prática (TORO; NEVES; REZENDE, 2010). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para Fante (2005) o bullying é a forma primária de violência, e podem manifestar-se por palavras, gestos e ações, e tem na linguagem gestual e verbal sua concretização mais comum, podendo ou não vir acompanhado de ações que discriminam e atemorizam. Ainda de acordo com Fante (2005) um dos grandes problemas do bullying é que normalmente os educadores não percebem sua manifestação e passam a enxergar como algo normal. Acreditam que a adolescência é a fase dos apelidos baseados nos defeitos e, como a agressão verbal não deixa marcas físicas (mas no emocional) acaba sendo desconsiderado. De acordo com Marriel (2006) o fenômeno Bullying pode ser classificado como: Verbal: é aquele que aparece na forma de brincadeiras e piadas depreciatórias, na maioria das vezes é praticada por amigos ou pessoas de relacionamentos próximos; Físico: esse tipo envolve a agressão física propriamente dita, pode iniciar como algo comum quando ocorridas na Educação Infantil, mas devem ser observadas e tratadas desde o início; Material: nesse caso o agressor age contra algum material da pessoa, pode rasgar ou sujar livros, colocar chicletes em roupas ou outras formas de constrangimentos; Moral ou sentimental (psicológico): pode ser confundido com o verbal, mas esse interfere no emocional, pois o agressor usa aquilo que ele sabe que pode ferir o outro emocional, ele conhece os pontos considerados fracos da pessoa que irá agredir; Sexual: a pessoa pode utilizar de bebidas alcoólicas para deixar a pessoa fora de si e, com isso, pode realizar os desejos sexuais sem que a pessoa possa se defender; Virtual: são as agressões que ocorrem utilizando os meios virtuais. Para Teixeira (2006) as pessoas que sofrem os ataques do bullying desconhecem o fenômeno. O autor descreve que durante uma pesquisa deparou com o relato de um professor que tentava convencer uma determinada aluna de que era vítima das práticas denominadas bullying. Esta por sua vez, não aceitou dentro da escola essa afirmação, mas ao conversar novamente com ela fora do ambiente escolar, acabou por confessar sentir-se constrangida com os apelidos que recebe Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 devido ao seu peso. Como educadores precisamos estar atentos a esse tipo de prática que, apesar da denominação ser nova, já acontece há muito tempo no nosso meio. 3. METODOLOGIA Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva em que participaram da amostra 80 alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física de uma escola pública no município de Santa Margarida na zona da mata mineira. Todos os alunos que cursam o ensino médio no período diurno de uma escola pública foram selecionados para a participação do presente estudo, deste alunos, 31 alunos do 1º ano do ensino médio, 29 do 2º ano e 20 alunos do 3º ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Santa Margarida localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 27 de dezembro de 1948. Sua população estimada é de 15.011 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva: Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume em geral, a forma de levantamento. Primeiramente foi encaminhado aos participantes deste estudo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nestes Termos constou os aspectos relativos ao estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de avaliação, procedimentos de emergência, entre outros. A coleta foi realizada nos meses de março e abril de 2015, diante da autorização pela equipe gestora da escola. O instrumento de coleta de dados foi um questionário fechado, com 15 questões na tentativa de descobrir se a frequência em que o Bullying ocorre nas aulas de Educação Física. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra do presente estudo foi composta por 80 alunos do ensino médio, que a faixa etária dos entrevistados está entre 14 e 17 anos, destes alunos 50% são do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Nessa faixa etária o processo de escolarização desempenha um papel fundamental no processo de constituição do indivíduo. Segundo Sawaya (2002), a escola parece portar funções variadas, entre elas: função social, ao compartilhar com a família a educação de crianças e jovens, função política, quando contribui na formação do cidadão, e função pedagógica, na medida em que é local privilegiado para transmissão e construção de conhecimento. O impacto da escolarização, entretanto, não pode ser analisado sem a inclusão do contexto sociocultural mais amplo em que o sujeito se insere, sobretudo as diferentes práticas culturais e vivências familiares. Nessa rede de histórias, em que condições estruturais de vida e edificação de vínculos pulsam no ambiente escolar – podendo resultar em novas construções afetivas e também gerar adversidades intra e interpessoais, o tema bullying apresenta-se como importante fenômeno a ser compreendido e contextualizado. Foi colhido algumas amostras e os resultados em relação ao questionamento se os alunos já sofreram algum tipo de intimidação, agressão ou assédio durante a aula de Educação Física. Os resultados mostraram que 27% dos alunos responderam que “Sim” e 73% disseram que nunca sofreram qualquer tipo de violência. Ainda que a maioria nos mostra nunca ter sofrido qualquer tipo de agressão, temos alunos que estão sofrendo com essa pratica denominada bullyng. É um problema que se apresenta de diferentes formas, onde crianças e adolescente vem sofrendo e causando Bullyng. A escola ainda é um ambiente pouco explorado como local perpetuador da violência, entretanto a violência na escola caracteriza um problema grave e complexo, um tipo visível de violência juvenil (LOPES NETO, 2005). Podemos observar que se tem pouco conhecimento a respeito do impacto da violência sobre os processos de aprendizagem escolar de crianças e adolescentes, sobretudo nas camadas pobres. A Figura 2 mostra os resultados encontrados quando os adolescentes foram questionados ao tipo de intimidação, agressão ou assédio o aluno sofreu: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 5% 24% 14% Física 24% Sexual Verbal Racista 33% Emocional Figura 2. O tipo de intimidação, agressão ou assédio sofrido. Podemos observar que 33% dos alunos sofreram de forma verbal, além disso, um percetual elevado também é observado para a agressão sexual (24%) e racista (24%). Toro, Neves e Rezende (2010) discutem que independentemente de como o fenômeno é nomeado, o bullying se refere a posturas violentas, físicas ou verbais, entre os estudantes, sem que exista uma motivação aparente, o bullying, nas escolas, vem crescendo muitas vezes pela omissão, pelo silêncio dos envolvidos ou pelos adultos acharem que é normal ou uma característica da idade. Dentre os questionamentos feiros aos alunos, um importante resultado foi em relação ao número de vezes que ocorreu a intimidação, agressão ou assédio, como demostra na figura 3: 8% 8% 34% Uma vez Quase todos os dias 50% Várias vezes ao dia Diversas vezes Figura 3. Número de vezes que ocorreu a intimidação, agressão ou assédio. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 De acordo com os resultados observados na figura 3, um percentual elevado (50%) é vítima quase todos os dias dessa agressão, dentre aqueles que sofrem uma vez (34%), várias vezes ao dia (8%) e diversas vezes (8%). Pode-se inferir que pessoas que já sofreram Bullying encontram-se aqueles alunos cuja auto estima abaixo do esperado, ficando assim fragilizados e sujeitos aos ataques dos praticantes do bullying diversas vezes no ambiente escolar. Quando vítimas, a característica desses adolescentes é retrair-se e demonstrar muita timidez, o que faz com que percam o interesse em participar das aulas e, até mesmo a evasão escolar devido à prática (TORO, NEVES e REZENDE, 2010). A figura 4 demostra os resultados encontrados em relação ao sentimento dos alunos quando o bullying ocorreu: 0% Não me incomodou 15% 23% Fiquei com medo 8% 23% Me senti assustado Não queria ir mais a aula 31% Me fez mudar de escola Não queria mais participar da aula Figura 4. O sentimento frente o bullyng. Dos resultados apresentados observamos que o sentimento que mais se destaca entre os alunos são o fato de se sentirem assustados (31%), o medo (23%) frente a intimação e o afastamento das aulas (23%). Pode-se discutir que o bullying têm consequências negativas imediatas e tardias sobre todos os envolvidos: agressores, vítimas e observadores. A humilhação social pode ainda ser compreendida como manifestação perversa, consciente ou inconsciente, na vivência coletiva (TORO, NEVES e REZENDE, 2010). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola é importante no desenvolvimento do ser humano em todos os aspectos, a violência na escola é um sintoma da crise das relações sociais e que, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 portanto, não se restringe à esfera escolar; que a vivência de violência na escola tem características peculiares, prejudicando o desenvolvimento do sujeito nas esferas afetivas, cognitivas e sociais. Os alunos entrevistamos demostraram que o bullying é um problema legítimo nas escolas que precisa de uma maior atenção. Precisamos buscar meios para que o bullying não aconteça. Precisamos estar ligados às necessidades dos alunos na tentativa de buscar condições favoráveis a aprendizagem dos mesmos. REFERÊNCIAS BOTELHO, R. G.; SOUZA, J. M. C. de. Bullying e educação física na escola características, casos, consequências e estratégias de intervenção. Revista de Educação Física. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ARTIGOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A LOCALIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES REFERENCIAIS: ESTUDO EM UMA TURMA DE NONO ANO Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este artigo apresenta uma análise dos resultados da aplicação de uma atividade proposta pelos estudos de Cavalcante (2011). O objetivo da atividade foi verificar a capacidade de localização de expressões referenciais e seus respectivos referentes em um texto. O grupo pesquisado é composto por alunos de uma turma de nono ano do ensino fundamental de uma escola pública da Zona da Mata Mineira. Os alunos em questão analisaram um texto proposto pela autora supracitada e responderam a um questionário sobre o mesmo. Para este estudo foram selecionadas apenas as questões relacionadas a expressões referenciais. A partir dos dados obtidos concluiuse que a turma em questão reconhece as expressões referenciais no texto e é capaz de estabelecer as relações necessárias para localizar os respectivos referentes. PALAVRAS-CHAVE: leitura, expressões referenciais, inferências. 1. INTRODUÇÃO O processo de leitura de um texto vai muito além do código linguístico. Tratase de uma atividade que exige uma série de ações do leitor, tais como acionar seus conhecimentos prévios, reconhecer implícitos, estabelecer relações entre parte e todo, retomar e antecipar termos, entre outros. Koch e Elias (2014) afirmam que a leitura é uma atividade interativa de produção de sentidos baseando-se nos elementos linguísticos presentes na superfície textual. Portanto, pensando na leitura no ambiente escolar, essas habilidades fazemse ainda mais necessárias por parte de nossos alunos. Dentre essas práticas realizadas durante a leitura, essa pesquisa estabelece como recorte as expressões referenciais e suas funções no texto. Esta pesquisa pretende analisar as respostas a uma atividade proposta nos trabalhos de Cavalcante (2011) acerca da identificação dessas expressões em um texto bem como seus referentes. Alunos do nono ano de uma escola estadual da região da Zona da Mata Mineira compõem o corpus desta pesquisa por amostragem. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 As expressões referenciais, além de serem um rico mecanismo de coesão textual, representam parte significativa do conteúdo programático de Língua Portuguesa da série em questão. Outro ponto que merece atenção em relação ao estudo das expressões referenciais relaciona-se à alta ocorrência de questões sobre o tema tanto nos materiais didáticos quanto nas avaliações externas. Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar se os alunos da turma em questão são capazes de identificar as expressões referenciais em um pequeno texto, bem como seus respectivos referentes. Esta pesquisa é relevante, pois permite um trabalho mais direto com os alunos acerca das questões referenciais nos textos, aprimorando assim o conhecimento e uso das mesmas. Além disso, os resultados fornecem um panorama sobre a identificação dos mecanismos referenciais na turma pesquisada. A partir dos resultados do professor de Língua Portuguesa poderá traçar uma nova estratégia para aprimorar o reconhecimento e uso dessas expressões pelos alunos ou confirmar o êxito de suas práticas atuais. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Koch (2001) defende que a construção de sentidos do texto é facilitada por meio das várias pistas que ele oferece e através das quais os usuários da língua mobilizam seus conhecimentos linguístico, enciclopédico e de mundo. Através dessas atividades textuais/ discursivas realiza-se uma interação entre estratégias de caráter sócio cognitivo e textual. A noção de língua não se esgota no código. Ela relaciona-se a uma série de elaborações dos sujeitos de seu discurso tendo em vista seus propósitos. Assim, as expressões referenciais , que introduzem, conduzem e retomam elementos dentro do texto, são estratégias que vão se modificando à medida que o discurso vai sendo produzido. (JUBRAN, 2003) Cavalcante (2011) caracteriza essas expressões referenciais em dois processos: introdução referencial e anáfora. A introdução referencial ocorre quando um termo até então não apresentado é introduzido no texto sem que haja nenhum elemento do discurso em que ele esteja ancorado. As anáforas são expressões que retomam referentes já apresentados no texto através de outras expressões. Essas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 retomadas podem ser realizadas de várias formas, através de pronomes ou repetições lexicais, por exemplo. Ainda segunda essa autora, os elementos anafóricos ativam um novo objeto de discurso e dependem de que o leitor estabeleça as relações necessárias para saber a que termo eles fazem referência no discurso. Trata-se de um processamento sócio cognitivo do texto que permite identificar em que expressões estão ancoradas as anáforas ali identificadas. Lima (2004) afirma existir na uma divergência na literatura atual a respeito do conceito de anáfora. Segundo a autora, há uma concepção mais estreita do fenômeno nos estudos de Kleiber (2001), Halliday (1985) e outra mais ampla em Apothéloz (1995), Berrendonner (1995) e Marcuschi e Koch (2002). Para o primeiro grupo da concepção mais estreita, a anáfora trata-se de um fenômeno puramente textual caracterizado pela retomada de um segmento do texto. Já para o grupo da visão mais ampla as anáforas funcionam como elementos de continuidade e manutenção de referenciais além de auxiliar na construção dos sentidos do texto. Mais adiante, Marcuschi (2008) afirma que está presente na a tradição dos estudos semântico-discursivos a noção de que a língua é uma atividade e o texto um evento através de ambos há uma iteração em que o sujeito constrói o sentido. Para ele, a noção de referência é uma atividade discursiva de tal modo que os referentes passam a ser objetos-de-discurso. Cavalcante (2013) afirma que as expressões referenciais não são entidades estáticas, mas sim dinâmicas em constante processo de reelaboração de um significado. As relações anafóricas favorecem a continuidade referencial para se manter o tema, o tópico de um texto colaborando para a manutenção da coerência em torno do eixo temático. Ainda nessa mesma linha de manutenção da coerência temática, o Currículo Básico Comum (CBC) adotado em Minas Gerais sugere que as habilidades relacionadas à localização e uso de expressões referenciais sejam trabalhadas na série em questão neste estudo (SEE, 2005). Conforme este documento, entre muitas outras habilidades, espera-se que o professor possibilite ao aluno reconhecer e usar mecanismos de coesão nominal em um texto, bem como reconhecer marcas linguísticas de conexão textual em um texto; habilidades que se referem diretamente ao trabalho com expressões referenciais. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 3. METODOLOGIA A população dessa pesquisa descritiva é composta por uma das quatro turmas de uma escola estadual da região da Zona da Mata Mineira. Foi realizada a uma pesquisa por amostragem por se tratar de um estudo inicial. Entretanto, os dados obtidos através da população envolvida já nos permite obter dados consistentes para identificar o nível de identificação ou não de expressões referenciais pelos alunos do nono ano da referida escola. Sobre população de estudo e amostra, Rudio (2012) defende que o objetivo da pesquisa é estabelecer generalizações por meio de indivíduos chamados “população” ou “universo”. Esta pesquisa é um estudo descritivo, o qual, segundo Gil (2010), identifica possíveis relações entre variáveis. No estudo em questão, pretende-se identificar a quantidade de alunos que localizam expressões referenciais e seus referentes, apontando as possíveis causas para a não identificação. O estudo foi realizado com uma população formada por uma das quatro turmas de nono ano, ensino fundamental, de uma escola estadual de uma cidade da região da zona da mata mineira. A escola em questão possui média de 1300 alunos. Tratase de um estudo por amostragem inicial que poderá se estender para as outras turmas de nono ano da referida escola. A turma pesquisada possui 32 alunos, no dia da aplicação 26 alunos estavam presentes A coleta de dados foi feita através da aplicação de uma atividade proposta nos estudos de Cavalcante (2011) cujo objetivo era analisar as expressões referenciais em um pequeno texto. A atividade consistia em um questionário com afirmações sobre o texto lido em que os alunos tinham três opções de resposta: declaração verdadeira, declaração fala e declaração desconhecida. Abaixo, há apresentação do pequeno texto juntamente com as o questionário que foi solicitado que os alunos respondessem. Como o objetivo desta pesquisa era identificar se os alunos eram capazes de identificar expressões referenciais não foi feita nenhuma leitura prévia com os mesmos, pois isso poderia afetar os resultados uma vez que essa leitura poderia apontar para esses elementos. Essa pesquisa pretendia também identificar os resultados de uma leitura autônoma dos alunos sem mediação do professor. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 QUADRO 1: Texto e questionário Leia o texto a seguir e faça o que se pede. Um negociante acaba de acender as luzes de uma loja de calçados, quando surge um homem pedindo dinheiro. O proprietário abre uma máquina registradora. O conteúdo da máquina registradora é retirado e o homem corre. Um membro da polícia é imediatamente avisado. Analise as declarações que são feitas a respeito do texto, de acordo com a seguinte legenda: (V) declaração verdadeira (F) declaração falsa (?) declaração desconhecida a) ( ) As luzes foram acesas, pois acabava de anoitecer. b) ( ) Deduz-se que era final de expediente. c) ( ) O comerciante acendeu as luzes de sua loja há pouco tempo. d) ( ) O negociante trabalhava com calçados. e) ( ) O negociante estava sozinho na loja. f) ( ) O homem que correu foi o negociante. g) ( ) Houve um assalto relâmpago. h) ( ) A loja só vendia sapatos. i) ( ) O homem abriu a máquina registradora. j) ( ) Não se pode a firmar a quantia que foi retirada da máquina. k) ( ) O homem correu com o dinheiro. l) ( ) O fato se passou numa fábrica de calçados. m) ( ) O ladrão que corre é do sexo masculino. n) ( ) O pedinte era ladrão. o) ( ) A história envolve três personagens: o negociante, o homem que pedia dinheiro e o homem que corre. p) ( ) Estes fatos são verdadeiros: alguém abriu a máquina, o conteúdo da máquina foi retirado e o negociante solicitou a presença da polícia. q) ( ) A polícia foi acionada pelo negociante. r) ( ) A polícia chegou de imediato. s) ( ) O ladrão correu antes de a polícia ser avisada. t) ( ) Com certeza, havia mais de uma lâmpada na fábrica de sapatos. Fonte: CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Expressões referenciais e suas funções no texto. In: _______. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011. A aplicação da atividade foi realizada durante uma aula de Língua Portuguesa, no mês de maio do corrente ano. Não foi feito nenhum trabalho de leitura prévia com os alunos. Apenas solicitou-se que lessem o texto e respondessem, seguindo as instruções dos estudos de onde a atividade foi retirada. Anteriormente à resposta ao questionário foi assinado o Termo Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os dados obtidos foram agrupados tabulados em arquivo Word 2007. Os resultados serão apresentados em forma de tabela. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Esta pesquisa tem como foco as expressões referenciais e sua localização. Sendo assim, serão analisadas apenas as afirmações do questionário que se referem Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 a esse tema. Das vinte afirmações, sete referem-se apenas ao tema deste estudo. As outras se referem a conceitos como inferências, conhecimentos linguísticos, entre outros e poderão ser analisadas em estudos futuros (TABELA 1) Tabela 1: Resultados obtidos Afirmações sobre o texto F) O homem que correu foi o negociante. I) O homem abriu a máquina registradora. J) (V) Não se pode afirmar a quantia que foi retirada da máquina. K) (V) O homem correu com o dinheiro. N) (V) O pedinte era ladrão. O) (F) A história envolve três personagens: o negociante, o homem que pedia dinheiro e o homem que corre. Q) (V) A polícia foi acionada pelo negociante. Declaração verdadeira Declaração falsa Declaração desconhecida 0 25 1 0 24 2 17 1 8 19 16 5 5 2 5 3 20 3 16 7 3 Em relação à questão f, quando aparece a expressão “o homem” entende-se que há uma anáfora direta ao elemento anteriormente apresentado no texto “um homem”. Ou seja, o homem que corre é aquele que foi apresentado no início do texto. Quase a totalidade da turma marcou verdadeiro, possivelmente baseando-se nesse raciocínio. A partir disso, verifica-se também que os alunos localizaram o referente da expressão referencial o homem, acionando esse mecanismo de retomada através do uso do artigo definido “o”, uma vez que a expressão “um homem” já havia aparecido no texto e agora foi retomada usando o artigo definido por já se saber de quem se trata. Na questão k, não houve tanta unanimidade, mas ainda o resultado é relevante, pois um grande número de alunos manteve a mesma linha de raciocínio de a expressão anafórica “o homem” referir-se àquele mencionado no início. Sobre esse tipo de referência, Marcuschi (2008) afirma que uma referência é produzida quando o foco é estabelecido com clareza, quando isso não corre pode resultar uma atribuição referencial inadequada. No caso acima, percebe-se que houve clareza no uso da anáfora direta, uma vez que grande parte dos leitores identificou a quem ela se referia. Na questão i percebe-se essa mesma clareza em relação ao fato de a expressão “o homem” referir-se ao que entrou na loja e surpreendeu o proprietário. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Nesse caso, a maioria da turma referiu ser uma informação falsa, pois no texto a anáfora direta “o proprietário” deixa claro quem essa expressão retoma. O recurso utilizado ali foi a substituição lexical que, segundo Antunes (2005), trata-se de um recurso de reiteração de uma informação dada promovendo a coesão e unidade de sentido do texto. Na questão o, com a maioria dos alunos marcando essa afirmativa como falsa, fica claro que eles compreendem que o homem que pedia é o mesmo que corre. O elemento anafórico “o homem” pode ter colaborado para essa constatação. Sendo assim no caso as personagens são apenas dois: o negociante e o homem. Cavalcante (2013) afirma que em alguns casos não se verifica a retomada direta dos mesmos referentes, mas sim um tipo de associação entre eles que se realiza através de inferências baseadas em nossos conhecimentos tanto lexicais, quanto semânticos, quanto enciclopédicos. Um fato relevante foi a diversificação nas respostas nas questões j e q. Possivelmente o conhecimento prévio do aluno interferiu nessas variações em que se obteve sim uma resposta da maioria, mas os outros dividiram-se nas duas outras opções. Essas variações podem ter sido motivadas por relações estabelecidas fora do texto como inferências de informações implícitas ou conhecimento de mundo. Segundo Rodrigues Júnior (2010), os referentes textuais são objetos do discurso que reconstroem o processo de interação no momento em que o sujeito dá sentido ao mundo, construindo discursivamente os referentes ali presentes. Essa presença de conhecimentos fora do texto percebe-se nas respostas às questões f e q, por exemplo, em que possivelmente os alunos acionaram seus conhecimentos para levantar hipóteses sobre o que geralmente ocorre em assaltos ao responder a essas e outras questões da atividade proposta. De uma maneira geral, percebe-se que os alunos compreenderam o texto e forneceram respostas satisfatórias para esse estudo, comprovando que a leitura e compreensão estão voltadas ao movimento dentro e fora do texto. As expressões referenciais quando bem colocadas são um rico mecanismo de coesão que facilita o entendimento daquele texto. Atividades como essa facilitam muito a identificação dessas expressões nos textos e principalmente fazem o aluno refletir para a importância do uso desse mecanismo em suas futuras produções Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho com leitura e compreensão textual nas aulas de Língua Portuguesa além de ser muito rico percorre uma série de caminhos. No caso da pesquisa em tela discutiu-se sobre expressões referenciais, mas há uma série de conceitos que poderão ser debatidos e estudados a fim se aprimorar as estratégias a serem desenvolvidas nas aulas de leitura de Língua Portuguesa. A prática constante e as reflexões acerca desses temas enriquecem o trabalho em muito auxiliaram na formação de leitores e produtores de texto eficientes. REFERÊNCIAS ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial,2005. CAVALCANTE, M. M. Expressões referenciais e suas funções no texto. In: _______. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011. ______. Leitura, referenciação e coerência. In: ELIAS, V.M.(org) Ensino de Língua Portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, 2013.183-196 p. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. KOCH, I.V. & ELIAS,V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3ª. Ed. São Paulo: Contexto, 2014. KOCH, I.V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2014. ___________ A referenciação como atividade cognitivo-discursiva e interacional. Cadernos de estudos linguísticos, v. 41, 2011. Disponível em: http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/viewFile/1775/1346. Acesso em 19 jul. 2015. JUBRAN, Clélia Cândida Abreu Spinardi. O discurso como objeto-de-discurso em expressões nominais anafóricas. Cadernos de estudos lingüísticos, v. 44, 2011. http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/view/1700. Acesso em 19 jul. 2015. LIMA, M. L. Indefinido, anáfora e construção textual da referência. Campinas: UNICAMP, 2004. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/mlcunhalima/Teseindefinido.pdf. Acesso em 14 jul. 2015. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RODRIGUES JÚNIOR, H. Anáfora indireta e produção de sentido em redações do Ensino Fundamental. Letrônica, v. 3, n. 2, p. 71-80, 2011. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/viewArticle/7353. Acesso em 23 jul. 2015. RUDIO, F. V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 40ª. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Conteúdo Básico Comum – Português (2005). Educação Básica - Ensino Fundamental. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A VISÃO DO PRODUTOR RURAL SOBRE A CAFEICULTURA NA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA Marcia Carolina Alves Klem, Kenia Martins Assis, Luciana Correia, Nathally Nayara Contarine, Taiane Miranda Portes, Sabrina Paiva de Souza Graduandas em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Keilla de Souza Veggi- Graduada em Administração- Pós-graduada em Docência do Ensino Superior e MBA em Gestão de Negócios- Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Café; Produção; Produtor. INTRODUÇÃO O Grão teria sido introduzido no Brasil no ano de 1727, de acordo com a versão mais difundida; porém, há historiadores que investigam sua procedência em data anterior, da Ásia, e mesmo a hipótese da rubiácea ser nativa no país. O fato é que em meados do século XVIII os cafeeiros já floresciam em diversas províncias da Colônia, sobretudo no Rio de Janeiro, que se tornava a capital federal do café (MOREIRA, 2007). O Vale do Paraíba, fluminense e o Norte de São Paulo viam suas terras se esgotarem, logo novas lavouras vicejavam em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e, principalmente, em um novo Eldorado: o Oeste paulista. A cafeicultura ingressou em Minas Gerais pela Zona da Mata, através do Caminho Novo, criado em 1707 para o transporte do ouro (MOREIRA, 2007). A Zona da Mata foi, até o início do século XX, a região mais rica da província devido ao café. O mérito da expansão paulista devese, em boa parte, a cafeicultores experientes de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e, mais tarde, da Bahia, que abandonavam suas lavouras esgotadas em busca de novas terras (MOREIRA, 2007). De 18,8 milhões de saca na safra 1966/67 a produção brasileira de café cresceu para 45,5 milhões na safra 2008/09 (ANUÁRIO, 2002; CONAB, 2009a). Atualmente, a produção de café concentra-se em seis estado: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia, embora a cafeicultura esteja difundida em todo território nacional. Nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia predomina o cultivo do Coffea arábica, conhecido como café arábica. Já nos estados Espírito Santo e Rondônia há o predomínio do cultivo do coffea canephora, conhecido por café robusta e o estado do Paraná produz unicamente café arábica. O café possui cadeias produtivas diferentes em cada estado com níveis de empregos tecnológicos distintos que repercutem sobre os custos da produção e competitividade. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo observar pelo ponto de vista do produtor a economia voltada à produção de café. METODOLOGIA Trata-se de um relato de caso realizado em 09 de Abril de 2015 com um produtor de café da cidade Luisburgo situada na Zona da Mata Mineira. O referido produtor foi abordado a respeito de questões referentes à economia voltada à produção de café. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir das informações obtidas pode-se observar que mesmo o Brasil sendo um grande produtor de café, com uma história ampla e de grandes evoluções, o pequeno produtor enfrenta dificuldades para produzir. O marketing relacionado ao café brasileiro ainda é muito precário e essa falta de conhecimento faz com que as pessoas não tenham a consciência dos benefícios desse produto tanto para o consumidor como para o produtor. ORMOND et al., (1999) constatou que a dificuldade do Brasil em acompanhar as tendência de marketing mundial com relação ao café acabou acarretando ao produto falta de prestigio, com diminuição do preço no mercado externo, corroborando com a visão do produtor do dado estudo. Outro aspecto observado foi a falta de incentivo por parte do governo, com isso pequenos e médios produtores enfrentam problemas para produzir e para manter a produção fazendo com que sintam-se desmotivados a investir no negócio. Em estudos feitos por Correa & Silva (2004) foi percebido que pequenos e grandes produtores tem acessos diferentes aos recursos destinados a agropecuária, muitos programas que antes atendiam aos pequenos produtores foram substituídos por outros que agora só atendem a grandes produtores, mostrando uma nítida mudança em relação a politica agrícola por parte do governo, gerando uma visível queda em relação ao incentivo financeiro aos pequenos produtores o que demonstra que a visão do produtor não é errônea com relação ao que de fato tem ocorrido no Brasil. Mesmo com tudo isso se tem lutado e tem investido nas lavouras, tanto em relação a insumos e maquinário como em relação a capacitação do pessoal tendo consciência de que nem sempre a experiência vai suprir a falta de conhecimento em determinados aspectos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Portanto, é possível observar que o país apesar de ser um grande produtor de café sofre dificuldade em expandir a sua produção. Tratando-se da Zona da Mata Mineira a falta de incentivo aos produtores, deficiência de marketing, economia em declive e questões burocráticas desmotiva-os, impedindo que o país se torne um dos maiores exportadores de café. REFERÊNCIAS ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO CAFÉ 2000-2001. 6. ed. Rio de Janeiro: Coffee Business, 2002, 161 p. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Avaliação da safra agrícola cafeeira: safra 2009. 2009a. p. 13. Disponível em: Acesso em: 20 de abril 2015. GOMES, M. F. M.; ROSADO, P. L. Mudança na produtividade dos fatores de produção da cafeicultura nas principais regiões produtoras do Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 43, n. 4, p. 353-378, out/dez 2005. ISSN 1679-1614. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CRÉDITO RURAL: A INFLUÊNCIA DO PRONAF EM PROPRIEDADES RURAIS DE RIO CASCA – MG Francisco Ramos Coutinho Costa- Graduando em Agronomia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Irlane Bastos Costa- Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Coordenadora do Curso de Agronomia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: PRONAF; Crédito Rural; Agricultura Familiar; Rio Casca. INTRODUÇÃO O conceito de agricultura familiar é relativamente recente no Brasil, utilizado para substituir denominações como: pequeno produtor, pequena produção e camponês. Os empreendimentos familiares são administrados pela própria família, com ou sem a participação de terceiros. Um estabelecimento familiar é uma unidade de produção e de consumo e um modelo de reprodução social (DENARDI, 2001). Os debates sobre a relevância da agricultura familiar vêm ganhando força principalmente nos últimos anos, quando veio ao meio público a questão de desenvolvimento sustentável. A agricultura familiar é de extrema relevância no âmbito rural do Brasil, uma região rural terá um futuro dinâmico se tiver capacidade de diversificar a economia local através das características de sua agricultura. As economias rurais com esse dinamismo são as que conseguem atrair consumidores e vender seus produtos em mercados diferenciados. As economias com especialidade em commodities agrícolas, quando absorvem, na fase inicial, a renda propiciada pela exploração da fertilidade natural, parecem ser bastante dinâmicas, depois dessa acumulação tudo vai depender do nível de diversificação dos negócios criados em torno dessa fonte primária (VEIGA et al, 2001). O crédito a juros baixos incentivou a inclusão de novas tecnologias no campo, mas os privilegiados com esses benefícios foram os grandes produtores. A maioria dos agricultores familiares não foram contemplados por estas políticas (SILVA JÚNIOR et al., 2005). Até então, não havia no país uma política pública que atendesse às necessidades específicas dos agricultores familiares, mesmo se tratando de um segmento relevante para a agricultura brasileira. Diante disso, em 1995 surge o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o PRONAF, criado pelo governo Federal e que marcou o reconhecimento do Estado à categoria da agricultura familiar e tornou legítimo a reivindicação dos movimentos sociais e sindicais por políticas diferenciadas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que atendessem as suas especificidades. Com a finalidade de estimular a geração da renda familiar, o incentivo à produção de alimentos, melhorar o uso da mão de obra familiar, através do financiamento de atividades e serviços agropecuários e não agropecuários desenvolvidos em propriedades rurais ou em áreas próximas (KAGEYAMA, 2008). Segundo Pérsico (2011), o PRONAF financia os custos de produção, a melhoria de infraestrutura de produção, incentivando o investimento e agregação de valor à produção, que exige financiamentos de longo prazo. De acordo com os dados do Censo Agropecuário 2006 (IBGE, 2014), 74,4% das pessoas que exercem atividades no meio rural são agricultores familiares, totalizando mais de 12 milhões de brasileiros responsáveis por aproximadamente 70% dos alimentos que são consumidos no país. O presente trabalho se propõe a estudar a política pública de crédito rural, o PRONAF, e tem como ambição o fortalecimento das atividades produtivas geradoras de renda das propriedades familiares, através de financiamentos, de acordo com as capacidades e necessidades dos agricultores. Diante disso, a pesquisa partiu da seguinte questão: Qual a influência do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF – em propriedades rurais do município de Rio Casca – MG? Assim, este estudo pretende contribuir para o relato sobre o PRONAF, protagonizado pela agricultura familiar, mostrando sua influência na renda, na sua produção ou qualquer tipo de mudança na vida do agricultor familiar. METODOLOGIA A metodologia usada na pesquisa é de caráter qualitativa e quantitativa. Qualitativa porque requer maior proximidade do pesquisador com o campo analisado e quantitativa pois, serão realizadas análises a partir das quantidades obtidas de algumas variáveis presentes no questionário, contribuindo para importantes resultados. A pesquisa será realizada através da aplicação de questionários aos produtores rurais que recebem o benefício do PRONAF, no município de Rio Casca. RESULTADOS E DISCUSSÕES A pesquisa está em fase de desenvolvimento e coleta de dados, tal como a confecção dos questionários a serem realizados com os produtores rurais de Rio Casca que possuem a DAP ativa. Com este questionário, poderão ser notados os Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 seguintes pontos: analisar a influência do crédito na vida do produtor beneficiado, apontar qual a aplicação do recurso, verificar se houve aumento na renda, verificar se houve melhorias na produção após aquisição do crédito e qualquer outro tipo de melhoria na vida do produtor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mesmo com poucos questionários já aplicados, já é notável a diferença que o PRONAF tem na vida dos produtores rurais do município. Por esta razão, se vê a importância de pesquisas sobre o PRONAF, visto que é fundamental para a vida do agricultor familiar que o possui. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). REFERÊNCIAS DENARDI, Reni Antônio. 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Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Eduardo Fontes Araújo- Engenheiro Agrônomo e Professor na Universidade Federal de Viçosa- UFV. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Coffea arabica L.; stimulate®; produção de sementes. INTRODUÇÃO A propagação do cafeeiro é realizada por mudas oriundas de sementes, portanto, o uso de sementes de boa qualidade é fator essencial para a produção. As mesmas germinam lentamente, podendo demorar até 90 dias no período quente e até 120 dias no período frio do ano (WENT, 1957), tornando-se importante os tratamentos realizados antes da semeadura, visando melhorar o desempenho germinativo. A tentativa de desenvolver técnicas para acelerar a germinação e, consequentemente, a formação de mudas é relevante para a cafeicultura, pois poderia permitir uma semeadura em época mais adequada, possibilitando um plantio mais cedo, no início da estação chuvosa (LIMA et al., 2004). Segundo Schuch (1999) o período de emergência é decisivo e crucial para a sobrevivência e a distribuição espacial de uma população de plantas. O atraso na emergência de plântulas expõe as sementes à ação de patógenos de solo por maior período de tempo, o que aumenta a possibilidade de infecção e colonização do eixo embrionário (MACHADO, 2000). Martins et al. (1999) acreditam que uma germinação rápida e uniforme das sementes, seguida por imediata emergência das plântulas, são características altamente desejáveis nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta. Os reguladores vegetais, reguladores de crescimento ou biorreguladores, são todas as substâncias, naturais ou artificiais, que possuem efeito no crescimento e desenvolvimento das plantas (DAVIES, 1995). As aplicações de biorreguladores têm vários objetivos, dentre eles melhorar a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial das plantas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 (SEVERINO et al., 2003). E o seu uso tem se mostrado favorável para o aumento da produtividade de diversas culturas (ALLEONI et al., 2000; SANTOS et al., 2010; SILVEIRA et al., 2011; DANTAS et al., 2012). O stimulate® é um desses biorreguladores e tem a capacidade de estimular o desenvolvimento radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes pelas raízes (SANTOS e VIEIRA, 2005). Esse produto favorece um adequado equilíbrio hormonal, que incrementa o crescimento e desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão celular, diferenciação e alongamento celular (VIEIRA e CASTRO, 2004). A aplicação de reguladores de crescimento durante os estádios iniciais de desenvolvimento da planta, segundo Dantas et al. (2012), promove o crescimento da raiz, permite a rápida recuperação após estresse hídrico, aumenta a resistência a insetos, pragas, doenças e nematóides e promove o estabelecimento de plantas de forma rápida e uniforme, melhorando a absorção de nutrientes e o rendimento da planta. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do regulador vegetal stimulate®, via pré-embebição na germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de café (Coffea arabica L.). METODOLOGIA O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados o regulador vegetal Stimulate®, cuja a composição é de 0,005% de ácido indolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina), em sementes de café arábica, oriundas da Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais, Unidade Regional Zona da Mata. Para tornar a embebição mais fácil e rápida foi retirado das sementes de café o endocarpo (pergaminho). As sementes foram pré-embebidas nas seguintes concentrações: 1,5; 2,5 e 3,5 L de stimulate® para cada 100 kg de sementes diluídas em solução aquosa de 10 ml para cada concentração. No controle foi utilizado somente água destilada (10 ml). O período de embebição constituiu-se de uma hora. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com três repetições de 30 sementes por tratamento. Para a germinação das sementes utilizouse como substrato três folhas de papel germitest® umedecidos, na proporção de duas vezes e meia o volume de água em relação à massa do papel. As sementes foram aspergidas com solução de Captan (3g/L) para evitar contaminação por fungos. Os rolos de papel foram mantidos em germinador, à temperatura de 30 ºC. A Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 porcentagem de germinação total foi realizada computando-se todas as sementes com protrusão de radícula. A primeira contagem foi realizada no 15 º dia e a última contagem no 30º dia após a montagem do teste de germinação (BRASIL, 2009). Na última contagem do teste de germinação, foram medidos os comprimentos do sistema radicular e da parte aérea das plântulas. Com o auxílio de uma tesoura, a parte aérea e raiz de todas as plântulas foram separadas e, em sequência, foram pesadas separadamente para computar a massa de matéria fresca. Para a massa de matéria seca, as raízes e partes aéreas foram separadas por repetição, colocadas em sacos de papel e mantidas em estufa à temperatura de 30 ºC, por 72 horas. Os resultados foram submetidos à ANOVA e análise de regressão (p≤0,05) utilizando-se o programa estatístico SISVAR. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram verificados efeitos significativos (p≤0,05) dos tratamentos sobre o resultado da primeira contagem, massa de matéria fresca e seca da raiz e massa de matéria fresca e seca da parte aérea das plântulas. Para a primeira contagem, verificou-se que no controle (0,0 L de stimulate®) ocorreu maior porcentagem de germinação, com 73%, sendo que o menor incremento ocorreu na dose de 2,5 L (48% de germinação). Para a massa de matéria fresca e massa de matéria seca da raiz, o controle (0,0 L de stimulate®) acumulou maior massa, sendo os acúmulos de 0,61 g e 0,088 g, respectivamente. Para a massa de matéria fresca e massa de matéria seca da parte aérea o controle (0,0 L de stimulate®) apresentou maiores incrementos, sendo 0,94 g e 0,12 g, respectivamente. Os resultados obtidos não corroboram com o efeito da giberelina em sementes. Este hormônio pode estimular a síntese de enzimas que digerem as reservas armazenadas no endosperma, formando açúcares simples, aminoácidos e ácidos nucléicos, que são absorvidos e transportados para as regiões de crescimento do embrião, estimulando o alongamento celular, fazendo com que a raiz rompa o tegumento da semente, acelerando a germinação com maior uniformidade (STENZELt et al., 2003). Uma possível explicação é a ocorrência de fitotoxidez causada pelas doses testadas sobre a semente de café. CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A aplicação do stimulate® foi prejudicial para a germinação e o desenvolvimento de plântulas de café arábica. REFERÊNCIAS ALLEONI, B.; BOSQUEIRO, M.; ROSSI, M. Efeito dos reguladores vegetais de Stimulate® no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Engenharias, Ponta Grossa, v. 6, n. 1, p. 23-35, 2000. BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília: Departamento Nacional de Produção Vegetal, 2009. DANTAS, A. C. V. L, et al. Effect of gibberellic acid and the bioestimulant Stimulate® on the initial growth of thamarind. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 34, n. 1, p. 08-14, mar. 2012. DAVIES, P.J. Plant hormones- Biosynthesis, signal transduction, action. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2004. LIMA, S. M. P, et al. Efeitos de tempo e temperaturas de condicionamento sobre a qualidade fisiológica de sementes de cafeeiro (Coffea arabica L.) sob condições ideais e de estresse térmico. Revista Ciências e agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 3, p. 505514, mai-jun. 2004. MACHADO, J. C. Patologia de sementes: significado e atribuições. In: CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4 ed. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA EM FUNÇÃO DO TRATAMENTO COM BIOESTIMULANTE Alice de Souza Silveira- Engenheira Agrônomo e Mestre em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV. Fabrício Wellington Souza Silva- Graduando em Agronomia- Universidade Federal de Viçosa- UFV. Hugo Tiago Ribeiro Amaro- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV Rafael Macedo de Oliveira- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV. Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Eduardo Fontes Araújo- Engenheiro Agrônomo e Professor na Universidade Federal de Viçosa- UFV. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Carica papaya L.; vigor de sementes; regulador vegetal. INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor mundial de mamão papaia (Carica papaya L.) devido às excelentes condições de desenvolvimento, o que possibilita o cultivo em todas as regiões do país (EMBRAPA, 2013). Embora possa ser propagado assexuadamente por meio de enxertia, estaquia ou cultura de tecidos, comercialmente o mamoeiro é propagado por meio de mudas oriundas de sementes (LYRA et al., 2007). A propagação via sementes, apesar de econômica e prática, apresenta a desvantagem da germinação lenta e desuniforme. Vários autores têm relacionado a desuniformidade na germinação com a sarcotesta, material gelatinoso constituído de compostos fenólicos que recobrem a semente, prejudicando a germinação (TOKUHISA et al., 2007; TOKUHISA et al., 2008.; FREITAS et al.,2011; CAVALCANTE et al.,2014). O uso de reguladores vegetais é uma alternativa vista por muitos pesquisadores como uma maneira de acelerar e melhorar a germinação de sementes e também promover o crescimento das plantas jovens (PRADO NETO et al., 2007). Os reguladores vegetais ou biorreguladores são substâncias naturais ou produzidas sinteticamente que inibem ou modificam processos fisiológicos em pequenas quantidades. Podem ser aplicados em sementes ou diretamente nas plantas, podendo interferir em processos vitais e estruturais, como a germinação, enraizamento, floração, frutificação e, por fim, a senescência (SILVA et al., 2010). O uso de biorreguladores vegetais tem se mostrado favorável para o aumento da produtividade de diversas culturas (ALLEONI et al., 2000; SANTOS et al., 2010; Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 SILVEIRA et al., 2011; DANTAS et al., 2012). O Stimulate® é um biorregulador que tem a capacidade de estimular o desenvolvimento radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes pelas raízes (SANTOS e VIEIRA, 2005). A classificação do Stimulate® foi feita por Castro et al. (1998), como sendo um fito estimulante que contém fito reguladores e traços de sais minerais. A imersão de sementes em solução contendo reguladores vegetais pode possibilitar a quebra de dormência, uniformidade na emergência e modificações morfológicas e fisiológicas nas plântulas, além de evitar a fito toxicidade destes produtos quando aplicados na parte vegetal (CASTRO et al., 1985). O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do biorregulador Stimulate ®, via pré-embebição, na germinação de sementes e desempenho inicial de plântulas de mamão papaia. METODOLOGIA O experimento foi conduzido no Laboratório de Pesquisa em Sementes da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados o biorregulador Stimulate ® e sementes de mamão papaia, oriundas de frutos de mamão do grupo “Solo”, variedade Golden, produzidos pela empresa Caliman Agrícola S/A. As sementes foram extraídas manualmente de frutos com coloração amarela e secadas à sombra até um teor de água médio de 9%. Posteriormente as sementes foram pré-embebidas, durante uma hora, nas seguintes concentrações: 0,6; 1,0 e 1,4 L de Stimulate ® para cada 100 kg de sementes, diluídas em solução aquosa de 6 ml para cada concentração. No controle foi utilizado somente água destilada (6 ml). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com três repetições de 50 sementes por tratamento. O teste de germinação foi realizado seguindo os critérios estabelecidos nas RAS (BRASIL, 2009), Foram utilizadas três folhas de papel Germitest® por rolo, umedecidas com água destilada, em volume equivalente a 2,5 vezes o peso do papel. As sementes foram aspergidas com solução de Captan (3g/L) para evitar contaminação por fungos, sendo colocados em câmara de germinação tipo B.O.D., à temperatura de 30ºC com foto período por 8 horas e 20ºC na ausência de luz por 16 horas. As avaliações foram realizadas aos 15 (primeira contagem de germinação) e aos 30 dias após a montagem do teste, os resultados de germinação foram expressos em porcentagem de plântulas normais. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Na última contagem do teste de germinação, foram medidos os comprimentos da raiz e da parte aérea das plântulas e determinada a massa de matéria fresca e seca. Para determinar a massa de matéria seca, as plântulas colocadas em sacos de papel e mantidas em estufa à temperatura de 30 ºC por 72 horas. Os resultados foram submetidos à ANOVA e análise de regressão utilizando-se o programa estatístico SISVAR. RESULTADOS E DISCUSSÕES Houve efeito significativo (p≤0,05) da dose de Stimulate® nos resultados de primeira contagem, comprimento de parte aérea, comprimento de raiz e massa de matéria fresca das plântulas. Não houve efeito da dose de Stimulate ® na germinação e na massa de matéria seca das plântulas. Na dose de 1,0 L / 100 kg de sementes ocorreu o ponto de máximo da curva de regressão, com 50% das plântulas germinadas na primeira contagem. Os fitormônios presentes no Stimulate ® promoveram aumento do vigor das sementes obtido na primeira contagem de germinação, devido à sua ação na divisão e alongamento celular, enquanto o menor valor de germinação obtido após o ponto de máximo sugere efeito inibitório dos fitormônios sobre as mesmas características (MOTERLE et al., 2011). Para o comprimento da parte aérea verificou-se que a dose de 1,0 L / 100 kg de sementes apresentou o maior incremento (ponto de máximo) com média de 4,68 cm, já para o comprimento de raiz verificou-se o ponto de máximo com a dose de 0,6 L / 100 kg de sementes com média de 10,68 cm de raiz. Os aumentos no comprimento da raiz primária e na parte aérea podem confirmar o efeito do biorregulador como estimulador da divisão celular, diferenciação e alongamento das células, possibilitando aumento na absorção e a utilização de água e dos nutrientes pelas plantas (STOLLER DO BRASIL, 1998). O ponto de máximo da curva de regressão para a massa de matéria fresca foi na dose de 1,0 L / 100 kg de sementes, com média de 1,99 g de massa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para sementes de mamão papaia, as doses de 1,0 e 0,6 L do biorregulador Stimulate® foram as mais efetivas no incremento do vigor das sementes e no desempenho inicial de plântulas de mamão, respectivamente. A germinação final não foi afetada pelas doses aplicadas de Stimulate®. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS ALLEONI, B.; BOSQUEIRO, M.; ROSSI, M. Efeito dos reguladores vegetais de Stimulate® no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Engenharias, Ponta Grossa, v. 6, n. 1, p. 23-35, 2000. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Brasília: Departamento Nacional de Produção Vegetal, 2009. 395 p. CASTRO, P. R. C.; GONÇALVES, M. B.; DEMÉTRIO, G. C. B. Efeito de reguladores vegetais na germinação de sementes. Anais da Esalq, v.2, p.449-468, 1985. CASTRO, P.R.C., PACHECO, A.C., MEDINA, C.L. Efeitos de Stimulate e de microcitros no desenvolvimento vegetativo e na produtividade da laranjeira `pêra' (Citrus sinensis l. osbeck). 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INTRODUÇÃO A erliquiose é uma doença causada por bactérias gram-negativas, intracelulares obrigatórias de células hematopoiéticas, tais como monócitos, macrófagos e neutrófilos, pertencentes à Ordem Rickettsiales, Família Anaplasmataceae e gênero Ehrlichia, que atualmente compreende cinco espécies: E. canis, E. chaffeensis, E. ewingii, E. muris e E. ruminantium (DUMLER et al., 1995, 2001). A Ehrlichia canis é a responsável pela erliquiose monocítica canina, doença considerada endêmica principalmente nas áreas urbanas. (LABRUNA e PEREIRA, 2001). No Brasil a E. canis é o mais comum dos agentes e causa doença clínica mais grave. A erliquiose é considerada uma zoonose por atingir cães, gatos, equinos, ruminantes e humanos. Ela passa do carrapato Rhipicephalus sanguineus para o cão ao realizar o repasto sanguíneo, podendo também ser introduzida em cães susceptíveis por meio de transfusão sanguínea (ETTINGER, 2004). A gravidade da infecção varia de acordo com o organismo, fatores do hospedeiro e presença de coinfecção. A doença é dividida nas fases: aguda, subclínica e crônica. (NELSON e COUTO, 2010). Os sinais na fase aguda incluem depressão, anorexia, letargia, pirexia, esplenomegalia, linfoadenomegalia, e perda de peso (WANER e HARRUS, 2000). Normalmente, os cães contaminados livram-se da infecção ou passam por uma fase subclínica prolongada, até que finalmente manifestem-se os sintomas da doença em fase crônica. A maior parte das infecções por E. canis só são diagnosticadas nessa fase (SHERDING, 2008). Os sinais clínicos associados com esta fase crônica são discretos e ausentes em alguns cães, e graves em outros. A trombocitopenia é a alteração hematológica mais consistente tanto na fase aguda como na fase crônica. Devido à imunossupressão, infecções secundárias podem ser comprovadas. O diagnóstico exige a visão das mórulas, detecção dos anticorpos contra a E. canis ou a amplificação do DNA por meio da PCR. (ETTINGER, 2004). A amplificação do DNA por PCR (reação da polimerase em cadeia) proporciona um diagnóstico sensível, específico e confiável (NAKAGHI et al., 2008 e GIEG et al., 2009). Atualmente, o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 mercado proporciona diversos “kits” sorológicos utilizados na detecçãoo da erliquiose canina, como por exemplo, o “kit” Immunocomb, baseado na técnica de “DotblotELISA”, capaz de determinar anticorpos da classe IgG específicos para o agente infectante (ISOLA et al., 2012). Para chegar a um diagnóstico definitivo devem ser considerados achados clínicos e também resultados hematológicos, bioquímicos e sorológicos (SILVA et al., 2011). O prognóstico é bom para cães com erliquiose aguda e variável a reservado para erliquiose crônica. (NELSON e COUTO, 2010). O tratamento de cães com erliquiose pode ser feito com tetraciclinas ou imidocarb e seu sucesso depende de um diagnóstico precoce. (DAGNONE, 2001). A doxiciclina é a tetraciclina mais usada pela praticidade de administração e baixa toxicidade. (MORAES et al., 2004). São citadas várias dosagens e tempos de duração diferentes, para o tratamento com doxiciclina (OLICHESKI, 2003). A terapia de suporte, incluindo fluidos, transfusão sanguínea, vitaminas e esteroides anabólicos, é necessária em alguns cães (ETTINGER, 2004). Para a prevenção recomenda-se o controle dos carrapatos do ambiente ou pelo tratamento de todos os cães (NELSON e COUTO, 2010), pois ainda não se criou uma vacina que tenha proporcionado resultados eficazes (WANER e HARRUS, 2000). O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca da erliquiose canina e realizar um levantamento de casos registrados no Hospital Escola Veterinário da Univértix em Matipó – MG no período de 12 meses. METODOLOGIA O levantamento de dados foi desenvolvido analisando os casos de erliquiose nos animais atendidos no Hospital Escola Veterinário da Univértix situado em Matipó – MG. Trata-se de um estudo retrospectivo e que buscou avaliar animais com suspeita ou confirmados quanto à doença e tratamentos utilizados no período do mês julho de 2014 a julho de 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a análise das fichas clínicas inseridas no sistema BensVet usado para atendimentos do Hospital Escola, foram totalizados 319 consultas em cães, sendo 30 (9,1%) destes com suspeita diagnóstica para erliquiose. Destes casos apenas 2 foram confirmados com o kit de diagnóstico rápido Senspert e 21 não foram confirmados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 com nenhum teste. No total, em 16 pacientes utilizou-se o tratamento adotado para a doença, que incluiu administração de doxiciclina, diproprionato de imidocarb, omeprazol, alguns usaram terapia de suporte além de produtos para a eliminação dos ectoparasitas, principalmente o fipronil. Observou-se a prevalência de 4,7% no segundo semestre de 2014 e 14,7% nos primeiros 6 meses de 2015. Das 30 suspeitas totais, 13 estavam associadas à babesiose, fato comum pois, ambas tem semelhança clínica, sendo que a babesiose, é causada pela Babesia canis, um hemoparasita. Essa diferença pode ser constatada pelo exame hematológico, com evidenciação da Babesia nos glóbulos vermelhos (MORAILLON, 2004). Como referido por Sherding (2008), em geral, os sintomas melhoram dentro de 48h após a administração de um tratamento eficiente, em casos agudos ou crônicos discretos. Talvez por isso apenas 7 proprietários tenham retornado à clínica para realizar novos exames, mesmo com a melhora do animal. De acordo com artigos analisados, nos estados do Sudeste, Sul, Centro-oeste e Nordeste do Brasil, a doença acomete 20% dos cães atendidos em clínicas e hospitais veterinários (MACHADO, 2004). A maior prevalência observada é na região Nordeste (43%) e a menor na região Sul do país (1,70%) (BRITO 2006). Moreira et al. (2003), em um estudo retrospectivo da casuística clínica de Belo Horizonte, analisaram 194 fichas de animais com suspeita, destes, 15,9% (31) cães apresentaram E. canis no esfregaço sanguíneo. A soro prevalência da erliquiose, investigada em três regiões rurais distintas do estado de Minas Gerais, demonstrou a presença de anticorpos anti-E. canis em 65,5% dos cães em Nanuque, 37,8% em Belo Horizonte e 24,7% em Lavras (Costa et al., 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base na análise das fichas e elaboração dos resultados, conclui-se que em comparação com a prevalência brasileira a do Hospital Escola é inferior. Entretanto, o fato não exclui a importância do tratamento dos casos e efetiva prevenção por se tratar de doença que pode ser até fatal e sem capacidade imunoprotetora. REFERÊNCIAS BRITO, R. L. L.; et al. Prevalência de anticorpos Anti-Ehrlichia canis em cães nos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 municípios de Ilhéus e Itabuna, Bahia. In: XII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UESC. Salvador – Bahia, 2006. COSTA, J. O.; et al. 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Nota-se uma grande variedade de aspectos relacionados à representatividade social do animal dentro do núcleo familiar, características que variam do abandono até o mesmo ser considerado um membro da família (FARACO, 2008; CORADASSI, 2002), entretanto, esta aproximação do homem com os animais, seja para companhia ou trabalho, cria condições de transmissibilidade de zoonoses (BOGADO, 1997), ou seja, doenças infecciosas que podem ser transmitidas ao homem a partir de animais infectados (ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2013). Segundo os autores Scott, Miller e Griffin (1996), dos cães e gatos examinados dentro das clinicas de animais de companhia, cerca de 75% apresentaram problemas no sistema tegumentar. Os problemas dermatológicos se apresentam com maior frequência no cão se comparados aos gatos. Um estudo desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas - RS, as dermatopatias corresponderam a 35% dos atendimentos realizados no Ambulatório da Faculdade de Veterinária - HCV/UFPel (JUNIOR et al., 2012). Nos cães as dermatopatias diagnosticadas com maior frequência são a dermatite alérgica à picada da pulga (DAPP), neoplasia pia dermatite bacteriana, seborreia, atopia, dermatose imunomediada, dermatose de origem endócrina e dermatose parasitária. Nos felinos, são encontradas mais frequentemente as dermatoses de origem parasitária, complexo granuloma eosinofílico felino, doenças micóticas, reações de hipersensibilidade, doenças bacterianas, quadros seborreicos, neoplasias e dermatoses autoimunes (SCOTT, MILLER e GRIFFIN, 1996). A participação do médico veterinário como Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 agente de Saúde Pública, por meio da clínica médica de animais de companhia é de extrema importância, pois assim além de cuidar da saúde dos animais, orientando os proprietários em práticas de imunização, ele atua na prevenção de zoonoses (CORADASSI, 2002). Considerando a importância das dermatopatias na clínica médica dos animais de companhia e levando em conta a escassez de estudos na região de Matipó-MG, objetiva-se com o estudo traçar um perfil dos pacientes dermatológicos atendidos no Hospital Escola Veterinário Gardingo da Faculdade Vértice – Univértix entre os meses de maio de 2014 e agosto de 2015. O estudo da população animal de uma região constitui recurso de grande valia ao conhecimento das principais características das espécies estudadas em determinada localidade, assim como a distribuição de doenças mais comuns, pois auxilia o médico veterinário em um diagnóstico e tratamento mais preciso, bem como diminui o risco de contaminação com doenças de potencial zoonótico, promovendo melhora significativa da qualidade de vida do proprietário junto ao seu animal de companhia. METODOLOGIA O estudo será realizado de forma retrospectiva, avaliando-se as fichas dos animais atendidos no Hospital Escola Veterinário Gardingo da Faculdade Vértice – Univértix entre os meses de maio de 2014 e agosto de 2015, na cidade de Matipó – MG. O levantamento da casuística será realizado por meio da seleção dos registros de atendimentos dermatológicos de cães e gatos. Os dados serão colhidos de acordo com a idade, raça, sexo e diagnóstico. A idade dos animais será considerada da seguinte forma: filhotes (até um ano idade), adulto (um a oito anos de idade) e idosos (acima de 8 anos de idade). O sexo será estabelecido somente como macho e fêmea, não levando em consideração se animal é inteiro ou castrado. O diagnostico corresponderá a uma dermatopatia, sendo que alguns animais podem apresentar diversas doenças de pele concomitantemente. Os dados obtidos serão tabelados e as diversas variáveis serão testadas estatisticamente quanto a normalidade por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis consideradas normais serão submetidas a teste de comparação de médias entre sexo, idade e espécie e teste de Correlação de Pearson, ao passo que as não paramétricas serão testadas por meio do teste de Teste de Wilcoxon Pareado para teste de médias e Coeficiente de Spearman para Correlação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico e coleta de dados. Espera-se com este projeto, auxiliar no desenvolvimento do perfil epidemiológico das dermatopatias em Matipó-MG, além de fornecer ferramentas ao médicos veterinários da região estudada. REFERÊNCIAS BOGADO, S.C. 1997. A Medicina Veterinária na Saúde Pública. Revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária 10:20-22. CORADASSI, C. E. O Medico veterinário clinico de pequenos animais da região dos Campos Gerais-PR e sua percepção de risco frente às zoonoses. Ponta Grossa, 2002. 61p. Dissertação/Mestrado. Saúde Publica. Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade Estadual de Ponta Grossa. CORRÊA, W. M.; CORRÊA, C.N.M., Enfermidades Infecciosas dos Animais Domésticos. 2.ed. São Paulo: Medsi, 1992 FARACO, C. B. Interação Humano-Cão: O social constituído pela relação interespécie. Porto Alegre, 2008, 108p. Tese/Doutorado. Psicologia – Faculdade de Psicologia da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. JUNIOR, A. S. R. et al. Medicina Veterinária na promoção da saúde humana e animal: Ações em comunidades carentes como estratégias de enfrentamento da desigualdade social. Revista Ciência em Extensão. Disponível em: http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/826. Acesso em: 31.mar.2015 ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N.M. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: Medsi, 2013 SCOTT, D.W.; MILLER, W.H.; GRIFFIN, C.E. Muller & Kirk, Dermatologia de Pequenos Animais. 5 ed. Rio de Janeiro: Interlivros, 1996. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA EM CADELAS: ESTUDO RETROSPECTIVO Nivia de Assis Dias – Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Waddington de Freitas - Graduada e Doutora em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Estudo Retrospectivo; Complexo Hiperplasia Endometrial Cística. INTRODUÇÃO O complexo hiperplasia endometrial cística, comumente denominada piometra, caracteriza-se por uma reação inflamatória exsudativa e degenerativa do endométrio associada ou não ao miométrio e pela presença de bactérias no lúmen uterino (FIENE, 2006). Estudos epidemiológicos têm evidenciado que a produção e acúmulo de secreção purulenta de natureza infecciosa no útero, resultante da piometra, tem se sobressaído como a principal patologia do aparelho reprodutor das fêmeas caninas, sendo raramente diagnosticada nas demais espécies de animais de companhia (BIDLE & MACINTIRE, 2000). A incidência da enfermidade em cadelas é relativamente alta (FRANSSON; RANGLE, 2003). Normalmente, a piometra afeta animais de meia-idade ou idosos, mas animais jovens também podem apresentar essa patologia, em decorrência de tratamentos hormonais. A piometra possui duas classificações: a que ocorre em fêmeas jovens (com menos de 6 anos), relacionada à terapia de estrógeno e progesterona exógenos, e a que ocorre em fêmeas idosas (com mais de 7 anos) decorrente da longa e repetida estimulação pela progesterona na fase lútea, com maior frequência em fêmeas nulíparas (MARTINS et al., 2002). Das bactérias relacionadas na literatura, a Escherichia coli se destaca como o agente mais rotineiramente isolado. Independentemente de não fazer parte da flora bacteriana normal do canal vaginal, estudos ultraestruturas vêm demonstrando que este tipo bacteriano possui grande afinidade pelo endométrio e miométrio, fixando-se de forma estável na parede uterina e inibindo a eliminação pelo sistema de defesa local. As outras bactérias isoladas em úteros com piometra são também facilmente isoladas em todo o trato genital de fêmeas normais, o que sugere que fazem parte da população de bactérias autóctones, participando apenas como oportunistas no evento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que se segue. Dentre estas destacam-se: Staphylococcus aureus, Streptococcus spp, Pseudomonas spp e Proteus spp (CHAN et al., 2000). Sendo assim a piometra é uma doença grave que carece de intervenção terapêutica imediata na tentativa de amenizar as prováveis complicações decorrentes das alterações do organismo. Muitas dessas alterações podem ser avaliadas por meio de métodos laboratoriais que auxiliam no diagnóstico, desígnio do tratamento adequado e avaliação prognóstica dos animais acometidos. Alterações hematológicas e bioquímicas são descritas, além de outros aspectos clínico-patológicos dessa enfermidade (AZEVEDO, 2008). O objetivo deste trabalho é descrever o perfil de cadelas acometidas com piometra, atendidas no Hospital Escola da Univértix, bem como as atendidas nas clínicas veterinárias da região de Matipó no período de 2014 a 2015. METODOLOGIA Neste estudo serão descritos o perfil das cadelas acometidas com piometra no Hospital Escola da Univértix, bem como as cadelas atendidas em clínicas da região de Matipó no período de 2014 a 2015. Para tanto, serão consultadas todas as fichas clínicas de fêmeas caninas com diagnóstico definitivo de piometra, de onde serão então coletadas informações referentes à anamnese tais como identificação do animal (idade, raça, peso), sinais clínicos, histórico de coberturas, uso de anticoncepcionais e número de gestações. Resultados referentes a exames hematológicos e bioquímicos, métodos de diagnóstico de imagem, terapia preconizada, prognóstico e conclusão do caso também serão considerados. RESULTADOS E DISCUSSÕES A revisão bibliográfica sobre Complexo Hiperplasia Endometrial Cística foi executada e levantamento dos dados referentes aos casos de piometra em fêmeas caninas atendidas no Hospital Escola da Univértix encontra-se em andamento. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Mariana W. Lopes de. Complexo hiperplasia endometrial cística – piometra. Rio de Janeiro, jan. 2008. 37p. Monografia. Curso de Medicina Veterinária, Universidade Castelo Branco – UCB. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BIDLE, D., MACINTIRE, D. K. Obstetrical emergencies. Clin. Tech. Small Anim. Pract., V. 15, n. 2, 88-93, 2000. CHAN, L.Y., YU, L.C., LOK, Y.H., HUI, S.K. Spontaneous uterine perforation of pyometra. A report of three cases. J. Reprod. Med., V. 45, n. 10, p.857-60, 2000. FIENE, F. Patologia de los ovarios y el utero In: WANKE, M. M.; GOBELLO, C. Reproducción en caninos y felinos domésticos. Buenos Aires: Inter.Médica,2006,cap. 6,p. 75-95. FRANSSON, B. A; RAGLE, C. A. Canine Pyometra: an update on pathogenesis and treatment. Compendium, Washington, v. 25, n. 8, p. 602611, 2003. MARTINS, L. R. et al. Correlação entre a ocorrência de piometra em cadelas nulíparas e multíparas submetidas ou não ao tratamento com anticoncepcionais. In: MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 6., 2002, Botucatu. Anais… Botucatu: UNESP, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ANESTESIA E ANALGESIA EPIDURAL EM EQUINOS Jamily de Oliveira Horst, Janaina Geralda Vieira Laje, Paulo Sergio Rodrigues Junior, Pedro Henrique Dutra de Freitas, Richelle Fernandes Lima Costa Alves, Sâmela Carine Araujo Braga – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Vanessa Guedes Pereira - Graduada em Medicina Veterinária Especialista em Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos-UFV Mestre em Medicina Veterinária-UFV Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, analgesia, epidural, equinos. INTRODUÇÃO A anestesia epidural consiste em uma técnica de anestesia local, segmentar e temporária, produzida por fármacos anestésicos em diferentes concentrações e doses e depositados no canal espinhal. A denominação dada a este tipo de anestesia se baseia quanto a sua localização anatômica, onde o anestésico é depositado ao redor da dura-máter. A compreensão dos mecanismos de ação dos fármacos anestésicos e suas vias de administração permite o melhor uso destes para controlar processos dolorosos, de modo que a anestesia e analgesia epidural têm sido consideradas ferramentas eficientes na espécie equina (LEMOS, 2013). A anestesia/analgesia epidural traz benefícios significativos à clinica de equinos por se tratar de um método eficiente no controle da dor e promover alterações sistêmicas mais brandas, quando comparadas a outras vias de administração de fármacos (REITER, 2011). O uso da anestesia epidural possuiu diversas aplicações clínicas e é recomendada para a realização de procedimentos cirúrgicos como amputação de cauda, correção de prolapso retal, fistula retro-vaginal e analgesia para manipulação obstétrica, fetotomias, correção de torção uterina, criptorquidectomia via laparoscopia e uretrotomia via perineal nos casos de urolitíase. Além disso, também é utilizada para o controle da dor crônica e intensa associadas a condições ortopédicas dolorosas como artrodeses, fraturas, ferimentos graves, artrite sépticas e laminites. Utiliza-se a anestesia e analgesia epidural em casos de dessensibilização do ânus, reto, períneo, vulva, uretra e vagina. O objetivo para a realização desta técnica anestésica é a manutenção do animal em estação, promovendo maior bloqueio sensitivo que motor. Para isso, diversos fármacos podem ser utilizados isolados em em associação como anestésicos locais, agonistas alfa-2, opióides e anestésicos dissociativos. O objetivo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a anestesia e analgesia epidural em equinos, incluindo os cuidados para a realização da técnica e os principais fármacos. A epidural baixa em equinos é realizada no primeiro espaço intercoccígeo, identificado como sendo a primeira depressão caudal ao sacro, localizada aproximadamente a 5 cm cranial ao inicio da cauda. Este espaço é identificado palpando-se a região e, ao mesmo tempo movimentando-se a cauda no sentido dorsoventral, já que a primeira vértebra coccígea é fundida ao sacro, sendo a segunda vértebra que confere mobilidade a articulação. Em animais obesos e com muita massa muscular a palpação pode ser dificultada de acordo com Lemos (2013). Previamente a realização da punção do espaço epidural deve-se realizar a tricotomia e antissepsia adequada da região, além do uso de materiais estéreis, como panos de campo, luvas, agulhas e seringas. O animal deve estar contido em tronco de contenção, com garupa simétrica, deve-se utilizar agulha espinhal de calibre 18G, com mandril a qual é inserida no espaço em um ângulo de penetração de 10-30 graus na vertical, dorsocranialmente. A agulha é inserida até tocar o assoalho do canal vertebral, sendo então retirada cerca de 0,5 cm, para evitar a injeção no disco intervertebral ou nos ligamentos do canal. A profundidade de inserção varia de 3 à 6 cm, dependendo do tamanho do animal e do ângulo de penetração. Para a confirmação do posicionamento correto da agulha no espaço epidural, deve-se notar a perda de resistência à injeção, sensação de crepitação, pressão negativa podendo também ser realizado o teste de gota pendente. A reação dolorosa a passagem da agulha epidural pode ser minimizada injetando de 2 à 3 ml de lidocaína 2% por via subcutânea. Agentes anestésicos locais como a lidocaína, mepivacaína, ou de efeito mais prolongado como bupivacaína, podem ser utilizados para promover anestesia epidural. Eles promovem anestesia local e regional, portanto é de fundamental importância na utilização destes fármacos o conhecimento do volume total de administração e dose, evitando-se que o animal entre em decúbito. O êxito na produção de anestesia regional incluindo região perineal e órgãos genitais, sem perda da função motora dos membros pélvicos, depende da migração cranial do anestésico local no espaço epidural (LEMOS, 2013). Os opioides administrados por via epidural podem ser utilizados para o manejo de dores agudas e crônicas originárias dos membros pélvicos. Eles apresentam poucos efeitos colaterais, no entanto, pode produzir analgesia sem efeitos sistêmicos como excitação. Nesta classe podemos destacar morfina, butorfanol, mepiridina, fentanil, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 metadona e o tramadol. Segundo Lemos (2013), fármacos alfa-2 agonistas são indicados em procedimentos que requerem longos períodos de analgesia, superiores a duas horas. São muito utilizados em grandes animais devido a sedação e miorrelaxamento. Doses elevadas destes fármacos podem causar ataxia por bloqueio de todos os tipos de fibra. Seus efeitos sistêmicos incluem sedação, hipertensão/hipotensão e bradicardia. Entre os mais utilizados por via epidural em equinos podemos incluir a xilazina, detomidina e dexomidina. Entre os dissociativos podemos citar a cetamina, que em altas concentrações promove efeito anestésico local por bloqueio dos canais de sódio. De acordo com Reiter (2011), seu uso é contraditório por via epidural, pois é um fármaco de baixo pH (3,5) causando assim grande preocupação em relação a danos na medula. Ela promove baixa analgesia e é mais indicada em associação a outros fármacos como a morfina. CONSIDERAÇÕES FINAIS A anestesia e analgesia epidural em equinos, tem apresentado vantagens em relação a outras vias de administração de fármacos. É um procedimento simples, tem grande redução do efeito sistêmico indesejado e na dose administrada dos fármacos, sendo ainda potente na ação e prolongação do efeito analgésico, oferecendo melhores condições ao paciente. REFERÊNCIAS ARAÚJO, K.G.S.; Anestesia e Analgesia Peridural em Equinos: Revisão de Literatura. São Paulo, 2008. 51 f. LEMOS, Marcelle dos Santos; Anestesia/Analgesia Epidural em Equinos. Brasília, 2013. 46 f. REITER, Gabriela Grandi; Revisão da Dor e Anestesia/Analgesia Epidural em Equinos. Porto Alegre, 2011. 30 f. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 HEMIPARESIA POR FRATURA/LUXAÇÃO EM C7 E T1 DECORRENTE DE MORDEDURA NA REGIÃO INTERESCAPULAR EM CANINO. Raquel Garcia Lima Rodrigues - Graduando em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Hemiparesia, lesão, medular, ferida, traumática, mordedura. INTRODUÇÃO: Lesões na medula espinhal podem ser provocadas por uma série de fatores, que podem ser endógenos ou exógenos. (ARIAS, SEVERO E TUDURY, 2007) Hemiparesia, paresia e ataxia em cães podem ser provocadas por lesões de C6 à T2, dessa forma, neurônios do plexo braquial são comprometidos, motivando uma disfunção medular. (NELSON e COUTO, 2010). Feridas traumáticas causadas por mordeduras de cães de maior porte em cães de pequeno porte é um dos casos que podem ocorrer na clínica veterinária, se tratando de um fator exógeno. Deve-se atentar para a dimensão dessas lesões, localização e o auto risco de contaminação. Deve-se atentar também que se houver necessidade de sutura, esta deve ser feita dentro do período máximo de 6 à 12 horas após a ocorrência da lesão. (BICHARD e SHERDING, 2008) RELATO DE CASO: No dia seis de julho de dois mil e quinze foi atendido um cão no Hospital Veterinário Univértix, pesando oito quilos, sem raça definida, com um ano de idade, possuindo duas lesões: uma extensa na região Inter escapular com doze centímetros de diâmetro e outra na região cervical de dois centímetros de diâmetro causada por mordedura de cão de porte maior. Ao exame físico foi observado hemiparesia direita, com déficit proprioceptivo no membro torácico direito e membro pélvico direito, dor profunda e reflexo de retirada presente em todos os membros. Foi realizado cauterização na veia cefálica e iniciada a fluido terapia com ringer lactato na taxa de 6ml/kg/h. Posteriormente o animal recebeu acetato de metilpredinisolona 1mg/kg intramuscular (IM), tramadol 5mg/kg IM, metronidazol 15mg/kg intravenoso (IV) às 10h. E às 18h foi repetido o tramadol. Foi feito exame radiográfico da coluna Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 cervico-toracica na posição latero-lateral onde foi constatado fratura e luxação: na sétima vertebra cervical (C7) e na primeira vértebra torácica (T1). Posteriormente foi realizado tricotomia da área ao redor da ferida da pele e limpeza com solução NaCl à 9%. Foi aplicado lidocaína a 2% com vasoconstritor para anestesia infiltrativa para que o animal permitisse a sutura das bordas da ferida com nylon 3-0 em pontos simples separados. Após a sutura foi aplicado nitrofurazona sobre a ferida e esta foi protegida com gaze e atadura. Foi prescrito para o animal: cefalexina 30 mg/kg via oral(VO), a cada doze horas por quinze dias; tramadol 5mg/kg, VO a cada oito horas por cinco dias e metronidazol 15mg/kg VO, a cada vinte e quatro horas por sete dias. Foi recomendado manter o animal de repouso e retorno diário para reavaliação do trauma medular e limpeza da ferida. O prognostico era reservado. Ao longo de dez dias após, devida a intensa atividade do animal, houve ruptura de alguns pontos provocando a abertura da ferida, onde novamente foi realizada a aproximação das bordas da ferida. E ao longo de um mês foram feitos todos os dias limpeza das lesões externas com solução fisiológica e iodo-povidine, acompanhado da administração de nitrofurazona e troca de curativos. Com acompanhamento também da evolução/eficácia do tratamento, capacidade de locomoção e sensibilidade do animal. Após quinze dias o animal apresentava locomoção. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neurônios do plexo braquial foram comprometidos promovendo a hemiparesia direita e o déficit de propriocepção. Quando a lesão encontra-se entre a porção caudal do tronco encefálico e o segmento espinhal T2, a alteração da função motora é ipsilateral a lesão (RAJÃO et al., 2013) Os analgésicos opióides são os fármacos mais utilizados e mais efetivos no controle da dor em animais. Eles funcionam ativando o sistema antinociceptivo, inibindo a projeção da dor. (NEVES et al., 2010) O tratamento cirúrgico seria uma das opções de recuperação desta fratura/luxação (BICHARD e SHERDING, 2013), mas neste caso a imobilização com a tala foi eficientemente suficiente para a cicatrização de forma correta e para que o organismo se recuperasse praticamente totalmente da lesão sem deixar sequelas no paciente. A locomoção do paciente foi recuperada apresentando melhora significativa. As lesões externas também ao longo de pouco mais de um mês se apresentou em ótimas condições de cicatrização, sem ocorrência de inflamação ou infecção. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CONCLUSÃO Com base nos dados obtidos neste relato de caso conclui-se que lesões por mordedura ocorridas entre C6 e T2 devem sempre ser bem avaliados, pois podem promover desde hemiparesia, paresia até ataxia, regra que auxiliou antes mesmo de ser feito o exame complementar o levantamento da suspeita diagnostica. Diante das lesões apresentadas pelo animal teríamos opções de tratamento, mas a aplicada evidentemente foi a melhor e mais acertada, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. REFERENCIAS BICHARD, Sthepen J.; SHERDING, Robert G.. Manual Sanders Clínica de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2013. ARIAS,Mônica Vicky Bahr; SEVERO, Maíra Santos; TUDURY, Eduardo Alberto. Trauma medular em cães e gatos:revisão da fisiopatologia e do tratamento médico. Semina: Ciências Agrárias. Londrina, v. 28, n. 1, p. 115-134, jan./mar. 2007. COUTO, C. Guilhermo; NELSON, Richard W.. Medicina interna de pequenos animais. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. NEVES, Isabelle Valente; TUDURY, Eduardo Alberto; COSTA, Ronaldo Casimiro da. Fármacos utilizados no tratamento das afecções neurológicas de cães e gatos. Semina: Ciências Agrárias. Londrina, 2010. RAJÃO, Maria Paula; GUTIERREZ, Sebastian; MARTINS, Bernardo De Caro. Exame Neurológico em Pequenos Animais. Cadernos técnicos de zootecnia: Neurologia em cães e gatos. Vol. 69, n. 2, Cap. 1, p. 13. Belo Horizonte: FEP MVZ, 2013. DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE LINFOMA CUTÂNEO EM CÃO NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FACULDADE VÉRTICE (UNIVÉRTIX) – MATIPÓ/MG Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 OSMAR DIAS FERRAZ JÚNIOR – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX MAYARA CRISTINI FERREIRA DE AGUIAR – Graduada em Medicina Veterinária UFES, Mestre em Ciências Veterinárias pela UFES. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia; Dermatologia; Linfoma Cutâneo INTRODUÇÃO O linfoma cutâneo é considerado uma neoplasia incomum em cães, representando 3 a 8% de todos os casos de linfoma nesta espécie. Se comparado aos demais tumores de pele em cães, representa somente 1% (FONTAINE et al., 2009). Esta neoplasia acomete principalmente cães idosos, das raças Cocker Spaniel, Boxer, Bulldog Inglês e Golden Retriever (RODIGHERI et al., 2007). Os linfomas podem ter origem em linfócitos B ou T, sendo estes últimos mais frequentes. As lesões cutâneas podem apresentar-se solitárias ou múltiplas e variam em aspecto, podendo assemelhar-se a nódulos, placas, úlceras e eritemas (RANSKIN; MEYER, 2003). Sua etiologia é desconhecida (FONTAINE et al., 2009), entretanto, sugere-se o envolvimento de compostos químicos (MOORE & OLIVRY, 1994), e agentes virais em felinos e em humanos (FOURNEL-FLEURY et al., 2002). A inflamação crônica da pele, a ativação e proliferação crônica dos linfócitos podem ser estimuladas por antígenos do ambiente e/ou anormalidades na função das células de Langherans e sugere-se que a proliferação desses linfócitos ativados pode ser a origem do linfoma cutâneo (FONTAINE et al., 2009). Santoro et al., (2007) sugeriu que há associação entre o linfoma cutâneo e a dermatite atópica em cães. Os linfomas derivados dos linfócitos B são considerados não-epidermiotrópicos (não-epiteliotrópicos), já os linfomas derivados dos linfócitos T são considerados epidermiotrópicos (epiteliotrópicos) e já foram descritos em cães, gatos, bovinos e equinos (GOLDSCHMIDT e HENDRICK, 2002; VALLI et al., 1981). Ao exame citológico, podem-se observar esfregaços altamente celulares, compostos por células linfóides de tamanho variável, com núcleo arredondado e nucléolos evidentes (COWELL; TYLER; MEINKOTH, 2009), além do citoplasma escasso e ligeiramente basofílico, tornando o exame citológico uma importante ferramenta diagnóstica, uma vez que as características celulares referidas se evidenciam através desta técnica (RASKIN; Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 MEYER, 2003). O tratamento do linfoma varia de acordo com a sua apresentação, sendo o de escolha na maioria dos casos, a quimioterapia (MORRIS; DOBSON, 2007). Os protocolos comumente utilizados incluem os fármacos doxorrubicina, ciclofosfamida, L-asparaginase, vincristina e prednisolona (RASKIN; MEYER, 2003). Este trabalho visa relatar o caso de Linfoma cutâneo ocorrido no Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (Univértix) – Matipó/MG. RELATO DE CASO Foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (UNIVÉRTIX) – Matipó/MG um cão, da raça teckel, de 12 anos e 4 meses de idade, pesando 6,900kg, com histórico de aparecimento de placas firmes, eritematosas, não pruriginosas e indolores, arciformes e serpiginosas em tronco, períneo e face. Segundo o proprietário, as lesões desapareciam e reapareciam, e apresentaram crescimento progressivo. O paciente se apresentava normorexico e ao exame clínico, todos os parâmetros avaliados estavam dentro da faixa considerada normal para a espécie. O quadro era crônico e progressivo com evolução aproximada de 30 dias. Para realização do estudo avaliou-se os resultados dos exames físicos e laboratoriais do cão. A citologia foi realizada em 2 lesões distintas, por capilaridade e por meio de aspiração por agulha fina, sendo realizado squash da amostra em lâminas de vidro e estas encaminhadas para análise laboratorial no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário da Univértix. RESULTADOS E DISCUSSÕES A idade do paciente é compatível com o relatado por outros autores, uma vez que o cão em questão figura entre os animais considerados idosos, e portanto, mais propenso ao desenvolvimento de linfoma cutâneo (RASKIN; MEYER, 2003). Apesar da raça teckel não ser listada como uma das mais propensas ao desenvolvimento desta neoplasia, Bastos et al. (2008) relatam a ocorrência de linfoma cutâneo em um cão da mesma raça, de 6 anos de idade. As alterações encontradas no exame citológico do paciente incluíram presença abundante de células linfoides de aspecto neoplásico, linfócitos ativos e atípicos, com núcleos arredondados e nucléolos evidentes, tamanho variável e citoplasma escasso. Estas alterações são compatíveis com a descrição da literatura, entretanto não foram observados núcleos arredondados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 (COWELL; TYLER; MEINKOTH, 2009). O hemograma apresentou poiquilocitose moderada, anisocitose moderada, hipocromasia leve e presença de neutrófilos tóxicos, os exames bioquímicos apresentaram um aumento considerável nos níveis séricos de ureia, porém os níveis de creatinina se mantiveram dentro dos padrões. Estes achados se diferenciam do relato de Cardoso et al. (2006), no qual os exames hematológicos e bioquímicos não apresentaram alterações quando em comparação com os valores de referência para a espécie. As lesões dérmicas apresentadas pelo paciente continham uma característica da doença, que é a formação de estruturas arciformes, serpiginosas e hiperconvolutas devido à coalescência dos nódulos (FOURNEL-FLEURY, 2002). As alterações observadas compatíveis com as alterações relatadas por Fontaine, et al. (2009), por sua característica firme, delimitada e indolor, bem como a presença de alopecia e ulceração nas lesões perineais e faciais, entretanto, não foi observada a alopecia nos nódulos localizados no tronco. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se que por avaliação clínica completa, associada ao exame citológico, foi possível diagnosticar a neoplasia cutânea do paciente, demonstrando que exames simples, associados a uma anamnese adequada, podem permitir o diagnóstico de doenças raras e até complexas. Também pode-se observar o linfoma cutâneo, apesar de considerado raro, deve figurar entre os diagnósticos diferenciais na clinica médica dermatológica de pequenos animais. REFERÊNCIAS BASTOS, J. E. D. et al. Linfoma cutâneo canino - Relato de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 35, 2008, Gramado. Anais do 35º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. Gramado: SOVERGS, 2008. Disponível em: http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resu/R1198-1.pdf CARDOSO, M.J.L. et al. Micose fungóide em um cão. Veterinária e Zootecnia, v.13, n.2, p. 137-143, 2006. COWELL, R.L.; TYLER, R.D. Diagnostic Cytology of the Dog and Cat. California: American Veterinary Publications, 3º Edição, 2009. FONTAINE, J. et al. Canine cutaneous epitheliotropic T-cell lymphoma: a review. Veterinary and Comparative Oncology, v.7, p.1-14, 2009. FOURNEL-FLEURY, C. et al. 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Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: bovinos; verminose; melão-de-São-Caetanos INTRODUÇÃO O controle de parasitos em bovinos é um importante fator na produção, uma vez que os parasitos causam grandes perdas econômicas devido à queda de produtividade e transmissão de patógenos, podendo ocasionar morte em alguns animais. As tentativas de combate que, na maioria das vezes, são realizadas de forma incorreta, com uso excessivo e desordenado das bases terapêuticas, também oneram o custo de produção e ainda não alcançam os objetivos de controle. Além disso, implicam na presença de resíduos nos produtos de origem animal (LEITE, 2009). Com esses fatores vem sendo pesquisados algumas plantas com efeitos Anti-helmínticos, que apresentam um baixo custo e não deixam resíduos nos produtos de origem animais (DELGADO et al, 2009). Este trabalho tem por objetivo estudar a atividade anti-helmíntica do Melão-de-São-Caetano (Mormodica Charantia) sobre nematoides gastrointestinais de bovinos. METODOLOGIA As folhas de Melão de São Caetano foram colocadas durante 36 horas em estufa com temperatura ajustada em 60ºC e, posteriormente, foram trituradas em multiprocessador por aproximadamente 10 segundos, e armazenadas em frascos âmbar a temperatura ambiente. Para obtenção do extrato aquoso das folhas de Melão de São Caetano será utilizada 1 grama das folhas secas e trituradas e sobre estas foram vertidas 10 mL de água fervente. A mistura ficou em infusão por uma hora, após este período, foi filtrado em papel de filtro, formando-se um extrato na concentração de 100mg da planta por mL da solução, o extrato inicial será diluído para obtermos uma solução na concentração de 10mg/ml. Para a obtenção dos ovos de helmintos foram coletadas fezes diretamente da ampola retal de bovinos, as fezes foram dissolvidas em solução salina hipersaturada e filtradas, As larvas de terceiro estádio (L3) foram obtidas das fezes de bovinos naturalmente infectados através da coprocultura, por 15 dias, e posterior utilização do funil de Baermann, colocando-se água a 42-45oC, aguardando-se 12h. tendo sido identificadas como pertencente ao Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 gênero Cooperia. Para observar a inibição das larvas de terceiro estádio, foram adicionados 1ml de solução contendo 500 L3/ml em placas de Petri de 5cm de diâmetro, três placas para cada grupo. Nas placas dos grupos de tratamento foram adicionadas 1ml do extrato aquoso das folhas de melão de São Caetano nas concentrações de 10mg/ml e 100mg/ml. Nas placas do grupo controle foram adicionadas 1ml de água destilada, as placas foram analisadas no microscópio óptico (10x) para determinar a quantidade de larvas imóveis. Este ensaio é baseado na técnica descrita por Rabel et al.(1994), modificada. RESULTADOS E DISCUSSÕES A média de larvas mortas foi de 11,5±6,4 para o grupo controle e de 13,7±7,8 e 22,7±2,5 para os grupos tratados com extrato de folhas de Melão de São Caetano nas concentrações de 10 e 100mg/ml, respectivamente. Na analise estatística constatou-se que apenas o grupo tratado com extrato na concentração de 100mg/ml diferiu do grupo controle (p<0,05). O Melão de São Caetano pode ser uma alternativa no controle de nematoides de bovinos. Agradeço a Fapemig pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRITO-JUNIOR, L., et al. Estudo comparativo da ação anti-helmintica da batata de purga (Operculina hamiltonii) e do melão de São Caetano ( Marmodica Charantia) em caprinos (Cabras hircus) naturalmente infectados. Ciência agropecuária. Larvas, v. 35, n. 4, p. 797-802, 2011. AYRES, M; AYRES, et al. Aplicações estatísticas nas áreas da ciência biológica. Brasília, 2003, 290 pp. CARVALHO, A.C.B; DINIZ, M.F.F.N; MUKHERIEE, R. Estudos da atividade antihelmintica de algumas palavras de uso popular contra o diabetes no Brasil. Revista brasileira de farmácia, v.86, n. 1, p. 11-16, 2005. CASTANHA, R.F, et al. Atividades inibitórias de extrato inibitório no crescimento de pythium aphanidrodermatum. Jaguariúna-SP, 2011. Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/35947/1/48-Lilia-AparecidaSalgado-de-Morais-01corrigido.pdf. Acesso em 25fev. de 2015. CORDEIRO, L.N., et al. Efeito in vitro do extrato etanólico das folhas de Melão-deSão-Caetanos ( Mormodica Charantia L.) sobre os ovos e larvas de nematoides gastrointestinais de caprinos. 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Amanda Carvalho Procópio Schittini – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIXVanessa Guedes Pereira – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 PALAVRAS-CHAVE: Infusão continua de opioides; FLK e MLK; Combinação com morfina e fentanil. INTRODUÇÃO A técnica de analgesia multimodal por meio da infusão contínua de fármacos pode ser empregada para diminuir a incidência de sensibilização central durante a anestesia. No intra-operatório, essas combinações tende a reduzir a quantidade de anestésico inalatório e, portanto, sua utilização está associada a menor incidência de depressão cardiorrespiratória (AGUADO et al., 2011).Os analgésicos opioides são agentes com alta eficácia e grande segurança e são muito empregados em Medicina Veterinária sendo indicados para o tratamento da dor em diferentes situações. É importante ressaltar que qualquer espécie animal pode receber fármaco opioide, desde que na dose adequada (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). Esses fármacos ligam-se reversivelmente a receptores específicos no SNC e medula espinhal, alterando e nocicepção e a percepção da dor. Centralmente, no mesencéfalo e medula, os opioides ativam as vias nociceptivas descendentes, que modulam a nocicepção via liberação de serotonina e talvez noradrenalina. Em adição, a analgesia causa sedação, euforia e excitação (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). O efeito adverso mais preocupante dos opioides é a depressão respiratória, que é dosedependente, porém de baixa incidência em cães e gatos. Além disso, também podem causar retenção urinária, êmese, náuseas e constipação. A incidência destes efeitos pode variar substancialmente de acordo com o agente, momento da aplicação, espécie animal e, sobretudo na dependência do número de aplicações. Alguns cães podem se tornar ofegantes após a administração de um opioide, sendo este efeito produzido por ação no centro termo regulatório do hipotálamo e não no centro respiratório (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). A escolha do agente opioide para determinado procedimento anestésico ou na analgesia dependerá de fatores como período de latência, duração de ação e potência do fármaco (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a utilização de infusão contínua de lidocaína, cetamina e morfina ou fentanil para a realização de procedimentos cirúrgicos em pequenos animais. A lidocaína tem propriedades analgésicas quando administrada por via intravenosa, sendo utilizado para obtenção de analgesia suplementar, durante a anestesia geral. Em animais anestesiados com halogenados, este fármaco tem sido utilizado em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 baixas doses e infusão contínua, para antinocicepção como adjuvante na analgesia multimodal associada com cetamina (10 μg/Kg/min) e morfina (3,3 μg/Kg/min) ou fentanil (0,2 μg/Kg/min) (BELMONTE, 2010). A associação da lidocaína (50 μg/Kg/min) a estes outros fármacos promove sinergismo entre eles, proporcionando efeito analgésico importante, sem, no entanto, produzir alterações hemodinâmicas significativas (BELMONTE, 2010). A infusão contínua destes fármacos visa incrementar a terapia analgésica seja no trans ou no pós-cirúrgico, além de reduzir a concentração alveolar mínima (CAM) dos agentes halogenados, utilizados durante o período cirúrgico. As combinações de analgésicos de fentanil e morfina tende a produzir clinicamente a redução relevante em requisitos anestésicos. Em cães o fentanil na taxa de 0,2 μg/Kg/min, associada à lidocaína e cetamina (FLK), possibilita reduzir em até 97% a CAM do isoflurano sem causar instabilidade cardiovascular, mas pode produzir depressão respiratória, devido à inibição dos neurônios do bulbo respiratório, alterando o volume corrente (BELMONTE, 2010,.AGUADO et al 2011). Apesar de seu curto período de ação, apneia ocasional pode ocorrer durante a recuperação, devido à redistribuição do fármaco presente no tecido adiposo. A severidade desses efeitos está relacionada à concentração plasmática do fármaco e sua velocidade de administração, particularmente, pela via intravenosa (BELMONTE, 2010). Já em infusão continua de morfina associado à cetamina e lidocaína (MLK), permite a redução da CAMISO em até 45%, no entanto, esta associação de fármacos promovem maior resposta aos estímulos nociceptivos que o FLK. Na verdade alguns cães ao receberem FLK, não respondem à incisão de pele na mesmo na ausência de isofluorano, o que sugere uma analgesia mais potente do fentanil em comparação com a morfina (MLK) (AGUADO et al., 2010). A vantagem em se associar esses fármacos que possuem propriedades analgésicas isoladamente é a complementaridade do efeito analgésico entre eles e a possibilidade de utilização de doses baixas, o que minimiza a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos desses fármacos (AUGUSTO, 2010). CONCLUSÃO O uso de infusão contínua de lidocaína e cetamina, associada ao fentanil ou a morfina promovem o controle da dor Peri operatória, com mínimos efeitos adversos, sendo seguro e eficaz para o uso em pequenos animais. Além disso, o uso destas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 associações estão relacionadas à diminuição da concentração alveolar mínima de anestésicos inalatórios, permitindo o uso de baixas concentrações destes agentes e manutenção dos pacientes em planos anestésicos mais superficiais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AGUADO, Delia; BENITO, Javier; GÓMEZ DE SEGURA, Ignacio. Reduction of the minimum alveolar concentration of isoflurane in dogs using a constant rate of infusion of lidocaine-ketamine in combination with either morphine or fentanyl.The Veterinary jornal 189,pág 63-66, 2011. AUGUSTO, Marilia. Anestesia intravenosa total, 2010, 74p. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal do Paraná, Curitiba. BELMONTE E. A. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. 2008, 96p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Jaboticabal. FANTONI, Denise; CORTOPASSI, Silvia. Anestesia em Cães e Gatos. 2º Edição. São Paulo: Roca, 2009. QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG Eduarda Machado. Graduanda em Medicina Veterinária– Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Água; Qualidade; Animais. INTRODUÇÃO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Água é um elemento vital para a sobrevivência dos seres vivos, e sem ela não seria possível vida em nosso planeta. Naturalmente, porque todas as reações nos seres vivos necessitam da água como veículo que facilite e que sirva para regular a temperatura devido ao grande desprendimento de calorias resultantes da oxidação da matéria orgânica. (SOUSA,2002) Na área rural, as águas subterrâneas oriundas de poços e água dos rios de uma forma geral, constituem-se importantes fontes de suprimento de água para consumo humano e animal. Tradicionalmente, esse tipo de fonte de abastecimento é considerado seguro para o consumo "in natura". Segundo Cardoso et al., (2012) a água no meio rural é utilizada para inúmeras finalidades, destacando-se: o uso da água para irrigação, população e dessedentação animal, práticas agrícolas e produção de animais para abate, entre outros. O risco de ocorrência de surtos de doenças de veiculação hídrica no meio rural é alto, principalmente em função da possibilidade de contaminação bacteriana de águas que muitas vezes são captadas em poços velhos, inadequadamente vedados e próximos de fontes de contaminação, como fossas e áreas de pastagem ocupadas por animais (CAMPOS et al., 2009). Por isso, faz-se necessário o monitoramento constante da sua qualidade (CASALI, 2008). As doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, que são excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma de água, alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes dejetos (CAMPOS, et al. 2009). Atualmente, existe uma grande preocupação das autoridades no que diz respeito ao meio ambiente, sobretudo no que se refere à qualidade da água. A água é um elemento essencial à vida, porém pode trazer riscos à saúde em face de sua má qualidade, servindo de veículo para vários ag bentes biológicos e químicos; por isso, o homem deve estar atento aos fatores que podem interferir negativamente na qualidade da água que consome e no seu destino final. Do ponto de vista econômico, a água representa o nutriente de mais baixo custo, no entanto, fisiologicamente é essencial no metabolismo orgânico (MELO, 2010). Sabe-se que de várias maneiras a água pode afetar a saúde. Hoje, sabe-se da importância de se tratar a água destinada ao consumo animal, pois, ela é capaz de veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou biológicos (CAMPOS, et al .,2009). A água é dita contaminada quando é constatada a presença de micro-organismos patogênicos capazes de causar doenças e até mesmo epidemias ou substâncias químicas que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 fazem mal a saúde dos animais (CASALI, 2008). A falta de água para dessedentação dos animais tem como consequências a redução do crescimento, do bem-estar e da saúde e o aumento do estresse, ou seja, resulta em consideráveis impactos negativos nos fatores zootécnicos e econômicos. (PALHARES, 2003). Durante vários meses do ano, os animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada à água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de que no período das chuvas, as águas das fontes hídricas se apresentarem turvas (SILVA, 2003). Águas com altos teores de sais, assim como aquelas que contêm elementos contaminantes e argila em suspensão, representam um perigo para os animais (FILHO, 2008). Na ausência de fontes de água em quantidade e de boa qualidade para os animais, Ayers e Westcot (1991) fazem recomendações, porém, nem sempre é possível seguir algumas, já que o fator “disponibilidade de água”. Entre estas recomendações, podem ser citadas: Lavar os bebedouros dos animais com frequência, para evitar maior concentração de sais pelo processo da evaporação; Reduzir perdas por evaporação nos reservatórios; Diluir as águas de qualidade inferior; Captar mais água de chuva para permitir a diluição das águas Para o controle de qualidade da água são realizados exames bacteriológicos, pois nas águas, o que realmente põe em risco à saúde pública é a ocorrência de poluição fecal (SCHAZMANN et al, 2008). Entre os patógenos disseminados em fontes de água, os entéricos são os mais frequentemente encontrados (OLIVEIRA; TERRA, 2004). O grupo coliforme inclui uma grande diversidade em termos de gênero e espécie, principalmente aquelas pertencentes à família enterobacteriacae (OLIVEIRA; TERRA, 2004).A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia sp, Citrobacter sp, Klebsiella sp e Enterobacter sp (BRASIL, 2004). Serão realizadas coletas em 10 propriedades na zona rural da cidade de Matipó-MG. METODOLOGIA Serão feito um levantamento de 10 propriedades na zona rural da cidade de Matipó-MG, considerando as propriedades com maior número de animais. Nas propriedades serão coletadas amostras das fontes de água (lagos, rios, riachos utilizados para o consumo dos animais) e dos cochos de água. Elas serão acondicionadas em tubos esterilizados, devidamente etiquetados e transportados em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 caixa refrigerada até o laboratório de análise microbiológico do Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (Univértix) Matipó-MG. Os dados coletados e analisados serão transcritos em planilha estatística em ordem aleatória segundo um código utilizado somente pelos participantes do projeto com objetivo de não divulgar o nome dos proprietários das fontes analisadas. Os níveis de contaminação serão comparados aos padrões de qualidade publicados na ANVISA para água potável. RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento. Até apresente data foram desenvolvidas as etapas de pesquisa e descrição bibliográfica do tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar do presente estudo está em andamento, diante de diversas pesquisas, constatamos a importância da análise da qualidade da água de uso animal na zona rual, sabendo-se que existe várias maneiras da água afetar a saúde. Hoje, sabe-se da importância de se tratar a água destinada ao consumo animal, pois, ela é capaz de veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou biológicos (CAMPOS, et al .,2009). REFERÊNCIAS AYERS, R. S.; WESTCOT, D.W. A qualidade da água na agricultura. Tradução H. R. Gheyi; J. F. Medeiros; F. A. V. Damaceno. Campina Grande, PB: UFPB,1991. 218 p. (FAO: Irrigação e Drenagem; 29) Revisado 1. BRASIL. Ministério de Estado da Saúde. Portaria n° 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html> Acesso em: 26fev. 2015. CAMPOS, M.M.M.; VERAS, Í.V.U.M.; LIMA, M.T.A.; SILVA, L.B. Avaliação da Qualidade Microbiológica da Água Na Zona Rural do Município de Parelhas Utilizadas Para Produção Animal. 2009. IX Congresso de iniciação científica do IFRN. CARDOSO, I.P; DUBOW, M; NETO, M.B; RODRIGUES, C.V; PRÁ, M.D; BESKOW, S; SUZUKI, L.E.A.S; MILANI, I.C.B. Problemática da Qualidade da Água Consumida em uma Escola da Zona Rural do Município de Cerrito Alegre-RS. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 2012. 21º Congresso de Iniciação Cientifica. 4º Mostra Cientifica. Universidade Federal Pelotas. CASALI, C.A. Qualidade da Água Para Consumo Humano Ofertada em Escolas e Comunidades Rurais da Região Central do Rio Grande do Sul. 2008. 173f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. FILHO, A. F.& DIAS, M. F. F. Qualidade microbiológica de águas minerais em galões de 20 litros. Alim. Nutr., Araraquara. 19(3): 243-248, 2008. MELO, T.V. Agua na nutrição animal. Zootecnista - Mestrando em Produção animal –UENF [s.d]. 2010. OLIVEIRA, A. C. S.& TERRA, A. P. S. Avaliação microbiológica das águas dos bebedouros do Campus I da faculdade de medicina do Triângulo Mineiro, em relação à presença de coliformes totais e fecais. Revista Sociedade Brasileira Medicina Tropical, Uberaba. 37(3): 2004. PALHARES, J.C.P. Consumo de água na produção animal. Embrapa. ISSN 1981206X. São Carlos, SP. Novembro, 2013. ROCHA, CMBM. et al. Avaliação da qualidade da água e percepção higiênicosanitária na área rural de Lavras, Minas Gerais, Brasil, 19992000. Cad Saúde Pública 22(9):1967-1978, 2006. SCHAZMANN, R. 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Gilberto Valente Machado – Doutor em Anatomia Veterinária e Professor no curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS- CHAVE: Bovino, Papiloma, Hemoterapia, Levamisol. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 INTRODUÇÃO A produção de leite está passando por um processo de crescimento mundial, em que se ressalta um novo período de reestruturação produtiva no setor alimentar, com profundas mudanças tecnológicas, organizacionais e comerciais (SPEROTTO, 2012). De acordo com dados da FAO (2012), os Estados Unidos lideram o ranking de maior produtor de leite do mundo, com mais de 87 bilhões de litros produzidos por ano, seguido da Índia, com uma produção anual de 50.300 bilhões de litros. O Brasil também é um importante produtor mundial de leite e sua produção vem apresentando crescimento contínuo. Em 2010 o Brasil aparece como o quinto maior produtor, com mais de 31 bilhões de litros. Pois Silva, (2008) afirma que a bovinocultura de leite é de grande importância na economia do pais. Para tornar as atividades economicamente viável, eficiente e rentável é necessário que o criador tenha o mínimo de conhecimento sobre alguns dos fatores que podem estar relacionados às constantes perdas. Como à papiloma tose que será destaque nesse trabalho. O papiloma tose é uma enfermidade infectocontagiosa cosmopolita, crônica, de natureza fibra epitelial tumoral benigna, mas pode ocorre regressão sob condições especiais, podendo se transformar em tumores malignos. Conhecida vulgarmente como verruga ou figueira. O agente etiológico da enfermidade é um vírus pertencente à família Papovaviridae, gênero Papilomavírus bovino (BPV) que causa lesões hiperplásicas no epitélio cutâneo dos animais (ALMEIDA et al., 2010.; SILVA 2008). Segundo Silva, (2004), o papiloma pode despertar a imunidade humoral e cito mediada promovendo, portanto a cura espontânea da doença. Mas o produtor não pode ficar na dependência deste acontecimento que muitas vezes leva tempo para acontecer, resultando em maiores perdas econômicas. Apesar de existirem no mercado inúmeros tratamentos a disposição, a grande maioria revelou-se insatisfatória quando testada a campo, o que leva o produtor a descartar, precocemente, animais de alto valor zootécnico, justificando plenamente a busca de novos protocolos de tratamento (SILVA et al., 2004) MATERIAL E MÉTODOS Esse estudo esta sendo realizado no estado de Minas Gerais, no município de Miradouro, utilizamos 14 animais com faixa etária inferior a 24 meses, de raças Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 mestiças (Zebu X Europeu) de ambos os sexos, portadores de papilomas planos e pedunculados. Estes animais foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos contendo 5 animais, cada grupo foi submetido a um determinado tratamento (hemoterapia, levamisol e associação entre eles). Todos os animais passaram por uma analise cujo os papilomas foi identificados como pedunculado ou plano, medidos utilizando paquímetro ou fita métrica e a intensidade a partir de contagem de papilomas, em leve (1 a 20 papilomas), moderado (21 a 80 papilomas), intensa (igual ou superior a 81 papilomas). Os grupos foram especificados a partir de brincos: A, B e C. Cada propriedade recebeu uma ficha de acompanhamento durante experimento, a qual estão registrado todos os resultados após 15 dias do inicio do primeiro tratamento, a coleta dos resultados são feitas no intervalo de 15 dias durante 3 meses. RESULTADO E DISCUSSÕES De acordo com o analise dos dados após 30 dias mostrou que os tratamentos isolados não foram eficazes na redução de numero de papilomas apresentando um aumento na media de papilomas de 7, 41% da hemoterapia e de 30,9% para levamisol já a combinação dos dois apresentou um redução de 50% dos papilomas, sugerindo que a associação dos tratamentos provoca um aumento da resposta imunológica contra o papilomavirus. De acordo com Tizard, (2002) o levamisol atua no sistema imunológico semelhante ao hormônio timopoietina e estimula a ação dos linfócitos T e a reposta aos antígenos. Já a hemoterapia promove um estimulo proteico inespecífico, e em casos de doenças inflamatórias crônicas, a degradação eritrocitária estimula a eritropoiese e ativa o sistema imune normal, permitindo a manutenção da homeostasia (SANTIN e BRITO, 2004). Em relação à dimensão das neoplasias, os resultados nos indica que o levamisol não apresentou grande eficiência na redução de tamanho dos papilomas ate o presente momento. Os animais do grupo do levamisol nos apontaram papilomas com tamanho inicial de 0,73 e com desvio padrão de 0,29, já no tamanho médio final ocorreu uma pequena queda com 0,67 e o desvio padrão próximo ao mesmo com 0,24. Os dados acima nos propõem a concluir que em comparação com o tratamento da hemoterapia, a redução foi menor, pois os animais submetidos ao tratamento da hemoterapia retrata que o tamanho inicial foi de 0,7 com desvio padrão semelhante ao do levamisol 0,29, mas uma redução melhor que a do referente tratamento anterior, com tamanho final de 0,43 e o desvio padrão de 0,05. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Já em associação de ambos os tratamento, os resultados foram bastante significantes, os animais estavam com tamanho médio inicial maior que os anteriores de 1,71 e o desvio padrão com 0,89, reduzindo para 0,90 em seu tamanho médio final. Isso nos indica mais uma vez que a associação de hemoterapia + levamisol apresenta uma redução significante dos papilomas, porém análises estatísticas mostraram que não houve diferença dentro dos tratamentos (p > 0,5). Santim e Brito, (2003) alega que as verrugas menores normalmente apresentavam-se mais ressecadas e regrediam de tamanho, achatando-se até desaparecerem por completo. A maioria dos papilomas escuros, ao passarem pelo processo de ressecamento, tornava-se mais claros. CONCLUSÃO De acordo com dados coletados ate o presente momento o levamisol e a hemoterapia em tratamentos individuais não demonstram melhoras significativas, mas em associação entre eles tem provocado reduções tanto no tamanho quanto na quantidade das neoplasias. REFERENCIA ALMEIDA, E.T.M. et al. Alternativas terapêuticas de papilomatose em vacas leiteiras- revisão de literatura. 2010. FAO/FAOSTAT.2012. Produção mundial de leite - 2000-2010. 2012. SANTIN, E.; BRITO, L. A. B. Estudo da papilomatose cutânea em bovinos leiteiros: comparação de diferentes tratamentos. Ciência Animal Brasileira. v. 5, n. 1, p. 39-45, 2004. SANTIN, A. P. I.; BRITO, L. A. B. Caracterização anatomopatológica da papilomatose cutânea em bovinos leiteiros. Revista Brasileira Ciência Veterinária. Goiana –GO, v. 10, n. 3, p 161 – 165, 2003. SILVA, M. A.R. Avaliação da presença de papilomavírus bovino em sêmen de touros( bos taurus) . Universidade Federal de Pernanbuco, 2008. SILVA, L. A. F. et al. Eficiência da repetição de diferentes protocolos de tratamento para papilomatose bovina. Revista da FZVA. Uruguaiana, v. 11, n.1, p 153- 165, 2004. SPEROTO, P.A. A viabilidade de utilização dos contratos de integração na cadeia produtiva do leite na região noroeste do Rio Grande do Sul. 9 pp, 2012. TIZARD, I. R. Imunologia veterinária. 6.ed. São Paulo: Roca, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 APLICABILIDADE DOS RECURSOS DA MATEMÁTICA NA AGRICULTURA “UM LIMITE TENDENDO A MAIS INFINITO” Isabela Lima Ribeiro– Graduando em Agronomia, Faculdade Vértice – Bolsista do programa de monitoria daUNIVÉRTIX. Otávio de Oliveira Araujo- Graduando em Agronomia, Faculdade Vértice-Bolsista do programa de monitoria daUNIVÉRTIX. Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática. Professor de exatas da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e Diretor da Escola Técnica Vértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Modelagem Matemática; contextualização; agricultura Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 INTRODUÇÃO O estudo histórico da matemática nos permite compreender a origem das ideias que deram forma a nossa cultura e como isso nos permitiu uma evolução sobre o jeito de ver e pensar as coisas (BOERI; VIONE, 2009). A matemática vem passando por grandes mudanças. Essas, não só no volume de informações, mas também na sua aplicação nos mais diversos campos da agricultura. Assim permitiu o surgimento de uma agricultura mais inteligente, moderna e funcional, pois com o uso da modelagem é possível distinguir quais metodologias aplicadas no cultivo são mais eficientes visando à sustentabilidade econômica e ambiental (SILVA, 2007). Ainda, modelagem é uma nova forma de encarar a Matemática e consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real (LAZZARI, 2009). Por exemplo, no uso da tecnologia de aplicação de defensivos químicos, que tem como objetivo a eficiência máxima no controle de organismos nocivos a cultura, dose de nutrientes, índices de infestação de pragas entre outras, são atividades que dependem diretamente do uso de princípios matemáticos para o seu desenvolvimento e controle. Concomitantemente a estas observações faz-se necessário focar o uso intenso da matemática aplicada na agricultura, uma vez que esta possibilita uma resposta precisa ao nível econômico do produtor, o qual é o maior interesse. Posteriormente, a matemática aplicada faz um questionamento no que não está significativamente rentável ao produtor em nível de comparações de uma variável à outra. Os modelos matemáticos também se mostram eficientes no que diz respeito ao controle de plantas daninhas, o que representa uma função logarítmica, pois uma alta infestação dessas, gera diretamente uma queda de 30% a 40% no rendimento da cultura nas produções agrícola em países tropicais (STIEGELMEIER, 2012). Com base em modelos matemáticos é possível estimar quedas na produção em função do nível de infestação de plantas invasoras ou mesmo decidir se é necessário ou não efetuar o controle. (RIZZARDI; et al, 2002). Portanto, há necessidade do agrônomo está habilitado a solucionar os problemas evolvidos em tais situações. Por fim, o objetivo do presente trabalho é levar o aluno graduando superior a entender um pouco mais dessa associação necessária que há entre calcular e desenvolver o cálculo e antes disso chegar ao modelo matemático que será utilizado. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA O presente trabalho foi desenvolvido na faculdade Univértix em Matipó MG, onde foi realizado um levantamento sobre as atividades desempenhadas em campo por agrônomos, em que somente são possíveis de serem desenvolvidas com o apoio dos recursos da modelagem matemática, buscando assim, demonstrar de forma clara todas as suas aplicações com base em livros e conhecimento possuído pelos acadêmicos. Com isso relaciona-se aplicação com o conceito de função. O estudo da função do Segundo Grau nos possibilita uma contextualização importante na agricultura, no experimento abaixo observamos na tabela a seguir a concentração de alumínio Y = f(x) (mg/kg) em uma espécie de feijão do acúmulo de fósforo no solo x (mg/kg). x y 10 20 30 40 50 60 70 80 90 8.9521 4.6891 1.7261 0.0631 *-0.299 0.6371 2.8741 6.4111 11.248 y x 2 y x 2 -0.4263 -0.2963 -0.1663 -0.0363 0.0937 0.2237 0.3537 0.4837 0.013 0.013 0.013 0.013 0.013 0.013 0.013 Na terceira coluna, determina-se quanto a concentração de alumínio variou em relação à variação do acúmulo de fósforo – primeira variação – e, quarta, calcula-se uma segunda variação a partir da terceira coluna, a qual mede a variação da primeira. Os cálculos da primeira variação são análogos aos da função linear vista inicialmente: y 4.6891 - 8.9521 0.4263 x 20 - 10 y 1.7261 4.6891 0.2963 x 30 20 E assim seguem para os outros valores. A quarta coluna é a segunda variação, ou seja, a variação de y , denotada por: x y x ² y x ² x isto é, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ² y 0.2963 (0.4263) 0.013 x ² 30 20 ² y 0.01663 (0.2963) 0.013 x ² 40 30 e assim sucessivamente. Considerando que isto ocorre para quaisquer três pontos no intervalo, tem-se a seguinte definição: Observação * Embora o valor de – 0,299 não faça sentido prático, este foi considerado para melhor desenvolver o conteúdo. Definição 1 A função quadrática é escrita da seguinte forma: Y= ax²+bx+c em que a 0 e b e c são constantes. Os dados de uma tabela constituem uma função quadrática se os valores da segunda variação, 2 y , forem uma constante não nula. x 2 2 y x 2 Neste caso o coeficiente (a) = 2 O Gráfico de uma função quadrática é uma parábola com concavidade para cima se a ˃ 0 e, para baixo, se a ˂ 0. Calculo para obter os valores de b e c Para obter os coeficientes b e c, resolve-se um sistema de duas equações, satisfazendo dois valores quaisquer da tabela. No exemplo anterior, os pontos podem ser (10; 8,9521) e ( 50; 0,0363): F(10) = 0,0065(10)² + 10b + c F(50) = 0,0065(50)² + 50b + c Ou seja, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 10b c 8,3021 50b c 16,549 Obtendo-se b = -0,6213 e c = 14,5151. Logo a equação funcional será; F(x) = 0,0065x² - 0,6213x + 14,5151 (mg/kg) Para esboçar o gráfico deve-se ainda conhecer as raízes da equação. Neste sentido, cabe a pergunta: Para quais valores de acúmulo de fósforo, isto é, de x, a quatidade de alumínio F(x) se anula? Primeiramente, considerando a equação geral f(x) = ax² + bx + c, em que f(x) = 0, e utilizando a fórmula de Báskara, encontra-se b b 2 4ac x 2a Há três possibilidades: Se b 2 4ac ˃ 0, a equação tem duas Raízes reais distintas, ou seja, a curva intercepta o eixo x em dois pontos Se b 2 4ac = 0, Tem-se uma raiz real x b , isto é, a curva intercepta uma vez 2a o eixo x. Se b 2 4ac ˂ 0, não se tem raiz real, ou seja, a curva não intercepta o eixo x Para a ˃ 0, têm-se os seguintes Gráficos: No exemplo em questão, as raízes do modelo matemático representado pelo teor de alumínio em função da concentração de fósforo é: F(x) = 0,0065x² - 0,6213x + 14,5151 (mg/kg) X’ = 40,65 mg/kg X’’ = 54,93 mg/kg RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base no que foi desenvolvido, pode-se afirmar que é impossível o sucesso de um profissional agrônomo se esse não fizer uso intensivo dos conhecimentos da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 matemática em seus mais diversos campos como na contabilidade rural, no planejamento de implantação de uma lavoura, nível de ataque de pragas e doenças ou mesmo na identificação das dosagens de adubos e defensivos, uma vez que é de suma importância entender e saber qual função matemática é necessária em cada situação, mediante analise que será feita dos dados obtidos em testes. CONSIDERAÇÕES FINAIS Quanto mais avançam nossos conhecimentos sobre a importância da agricultura sustentável e a estreita relação entre a produção de alimentos e complexos processos do conhecimento matemático e a modelagem, mais necessitamos de fundamentação matemática para a análise e quantificação de impactos socioambientais, bem como para a modelização de alternativas economicamente viáveis e sobre tudo na contextualização do conteúdo aplicado em sala de aula para a prática no campo do aluno. Contudo, é significante apreciável que esse conhecer matemático seja levado as pratica agricultáveis, uma vez que o verdadeiro sucesso do produtor rural deve-se indiretamente do conhecimento e desenvolvimento prático do profissional agrônomo que o atende, e não há outra forma desse sucesso ser possível se o estudante não tiver consciência da aplicação que vê na teoria. REFERENCIA LAZZARI, Vanderlei Dornelles. A MATEMÁTICA NA AGRICULTURA – As práticas da agricultura motivando o ensino de matemática na 6ª série. 2009. 28 p. tese, programa de desenvolvimento educacional. Universidade Estadual Do Oeste Do Paraná, Paraná, 2009. SILVA, Wilson Araújo. Modelagem Matemática Aplicada no Planejamento da Agricultura Irrigada, Utilizando Informações Georreferenciadas. 2007. 111p. Tese, doutor em ciências. Universidade Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2007. BOERI, Camila, N; VIONE, Márcio, T. Abordagem em educação matemática. 1° edição, Juina. 2009. LAZZARI, Vanderlei Dornelles. A MATEMÁTICA NA AGRICULTURA – As práticas da agricultura motivando o ensino de matemática na 6ª série. 2009. 28 p. tese, programa de desenvolvimento educacional. Universidade Estadual Do Oeste Do Paraná, Paraná, 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RIZZARDI et al. Ajuste de modelo para quantificar o efeito de plantas daninhas e época de semeadura no rendimento de soja. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v. 38, n. 1, p. 35-43, jan. 2003. SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR Neospora caninum NA MICRORREGIÃO DE IPANEMA/TAPARUBA – MG Osmar Dias Ferraz Júnior – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Leandro Silva de Araújo – Graduado em Medicina Veterinária UFV, Mestre em Imunoparasitologia. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Aborto; Infecção; Neospora caninum. INTRODUÇÃO A Neosporose é uma doença que afeta bovinos de leite e corte no mundo inteiro, causada pelo protozoário intracelular obrigatório Neospora caninum, responsável por aborto, reabsorção embrionária, repetição de cio, nascimento de bezerros com menor peso e diminuição na produção de leite (DUBEY E LINDSAY, 1996; DUBEY, 2003). A principal via de transmissão é a vertical que assume papel Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 primordial na manutenção da doença, pelo fato da maioria das infecções congênitas resultarem em animais clinicamente normais, mas persistentemente infectados (YILDIZ et al., 2009). O diagnóstico da neosporose pode ser realizado por detecção parasitológica pós-morte, por histopatologia, imunohistoquímica ou por detecção de anticorpos específicos (GOODSWEN, KENNEDY et al. 2013). Os principais fatores de risco associados à disseminação do agente e desenvolvimento da enfermidade são: idade do rebanho, número de gestações, presença e número de cães (hospedeiro definitivo) na propriedade, presença de coiotes e raposas, alta densidade de animais, manejo de reposição de novilhas (GOODSWEN, KENNEDY et al. 2013). A estimativa média, para o total das perdas relacionadas com N. caninum no mundo, ultrapassa US $1.298 bilhões por ano, variando em até US $ 2,380 bilhões. No Brasil as perdas giram entre US$ 90 a 200 milhões por ano (REICHEL, et al., 2013). Devido a sua importância econômica e por se tratar de uma doença de distribuição mundial, com alta prevalência nos diversos estados brasileiros, especialmente no estado de Minas Gerais, segundo GUEDES et al.(2008) e SANTOS et al. (2009), este trabalho visa identificar e quantificar a prevalência de Neospora caninum na microrregião de Ipanema/ Taparuba em Minas Gerais. METODOLOGIA Para este estudo foram utilizados antígenos recombinantes (rNcGRA1), originados de uma proteína de superfície de Neospora caninum, e produzido mediante o processo fermentativo em leveduras Pichia pastoris KM71. A técnica sorológica empregada foi o ELISA indireto para a detecção de IgG específicos para Neospora caninum, na qual placas imunoadsorventes foram sensibilizadas com 1µL do antígeno e posteriormente os soros diluídos foram incubados a 37 oC durante 2 horas. Em seguida, foi adicionado o anticorpo secundário de coelho anti-IgG bovino marcado com peroxidase e a revelação foi feita mediante a adição de solução reveladora a base de 3,3’-Diaminobenzidine (DAB). As análises foram realizadas no Laboratório de Biologia e Controle de Hematozoários e Vetores (BIOAGRO) da Universidade Federal de Viçosa. RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Foi realizado um estudo transversal, onde foram amostradas 100 fêmeas bovinas das raças Holandesa e Girolando, agrupadas nas seguintes faixas etárias: Bezerras 04-12 meses (n=16), Novilhas 13-24 meses (n=7) e Vacas 25-60 meses (n=77). Os resultados desse trabalho apresentaram um total de 15 animais positivos (15% dos animais testados), indicando prevalência de 21,4% na faixa etária 04-12 meses, 9,3% de 13-24 meses e 12,2% de 25-60 meses. A maior positividade entre animais jovens (04-12 meses) sustenta a hipótese da maioria dos autores, que defendem a infecção transplacentária como a mais eficiente e principal forma de transmissão de N. caninum em bovinos. No Brasil, a detecção de anticorpos para Neospora caninum tem sido descrita para bovinos leiteiros e de corte em diversos estados, entre eles, Mato Grosso do Sul (ANDREOTTI et al., 2004), Minas Gerais (COSTA et al., 2001), Pernambuco (SILVA et al., 2002), Rio Grande do Sul (CORBELLINI et al., 2002), Rondônia (AGUIAR et al., 2006), Santa Catarina (CORBELLINI et al., 2001). Em estudos em Minas Gerais, PITUCO et al., (2001), relataram a frequência de anticorpos anti-N.caninum de 45%. Outros estudos mostraram prevalência de 18,6% (MELO et al., 2001), 92,1% (GUEDES et al., 2008) e 47% (SANTOS et al., 2009). A prevenção da transmissão vertical e horizontal é a base para evitar as infecções por N. caninum, uma vez que não existem tratamentos aprovados para a doença causada por este parasito. A realização de testes sorológicos nos animais é fundamental avaliar o grau de infecção no rebanho (PARÉ et al., 1998). Observou-se ainda, que as propriedades com animais positivos possuíam características que poderiam favorecer a transmissão e manutenção do parasita, como a presença de cães, hospedeiros definitivos do parasita, podendo contaminar água, pastagens e ração com os oocistos do parasita; além disso, os animais eram criados sob sistema extensivo ou semiextensivo, o que pode favorecer o acesso dos mesmos às fontes de infecção. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os resultados obtidos, a infecção pelo N. caninum está disseminada, no rebanho bovino das cidades de Ipanema e Taparuba-MG. O perfil de idade identificado entre os animais positivos indica uma continuidade no ciclo de vida do agente naquela região e sugere que a infecção pelo agente representa um problema sanitário e econômico importante para a reprodução bovina da região. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS AGUIAR D.M. et al. Prevalence of anti-Neospora caninum antibodies in cattle and dogs from Western Amazon, Brazil, in association with some possible risk factors. Vet. Parasitol. V.142, p.71-77. 2006. ANDREOTTI R., PINCKNEY R.D., PIRES P.P. & SILVA E.A. Evidence of Neospora caninum in beef cattle and dogs in the state of Mato Grosso do Sul, Center-Wester Region, Brazil. Revta Bras. Parasit. Vet. v.13(3), p.129-131. 2004. CORBELLINI, L. 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Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Adriano Sílvio Neto – Médico Veterinário. Faculdade Vértice. UNIVERTIX. Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: regenerativa. Concentrado de plaquetas, PRP, equinos, medicina INTRODUÇÃO Os equinos atletas são submetidos a longos períodos de treinamento com elevado esforço físico, ultrapassando seus limites fisiológicos e promovendo lesões musculoesqueléticas (GOODSHIP et al.,1994). Atualmente várias terapias são aplicadas nos tratamentos dessas lesões, mas nem sempre os resultados são satisfatórios, por não garantir uma regeneração tecidual de qualidade, que afeta a função da estrutura tratada e compromete o retorno do animal ás competições (MADISON, 1995). Em busca de um tratamento rápido, prático e de menor custo, a terapia com o plasma rico em plaquetas (PRP) é uma alternativa potencial para a reparação tecidual (VENDRUSCOLO et al. 2014). O tratamento com PRP tem mostrado um valor significativo na recuperação de lesões musculoesqueléticas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 (ARGUELLES et al., 2008). Este trabalho tem objetivo comparar o Plasma rico em plaquetas em três diferentes raças de equinos. REVISÃO DE LITERATURA As plaquetas são formadas na medula óssea a partir de células pluripotentes, que se diferenciam em megacariócitos. (COEWELL, et al., 2009). Os megacariócitos emitem pseudópodes que penetram nos sinusóides das células endoteliais liberando as plaquetas. Na corrente circulatória apresentam formas de pequenos discos com grânulos vermelhados de 5 a 7µm de diâmetro (variando entre as espécies) (FELDMAN, 2000). As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos anucleados que sobrevivem aproximadamente de 7 a 10 dias na corrente sanguínea, e desempenham importantes funções, estruturais, metabólicos e de sinalização celular (PEREIRA, 1993; CARMONA, 2006), além de regular a hemostasia (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004). Possuem uma membrana composta por três estruturas: (1) glicocálix responsável pela adesão plaquetária, (2) membrana fosfolipídica responsável pela ação de anticoagulantes e (3) submembrana contendo microtúbulos de actina definindo um formato de disco (ZUCKER-FRANKLIN et al.,1988; SPENCER, 1997; TABLIN, 2000). Três diferentes tipos de grânulos estão presentes no citoplasma: os lisossomais, contém substâncias que agem como enzimas proteolíticas; os grânulos densos, possuem componentes que regulam a agregação plaquetária e tem ação analgésica, por liberação de serotonina e catecolaminas (XU, et al., 2011), e os grânulos α, são responsáveis pela produção e liberação de vários fatores biológicos de adesão, agregação coagulação, quimiotaxia, proliferação e regulação do processo inflamatório, conhecidos como fatores de crescimento (ZUCKER-FRANKLIN et al.,1988;). Os fatores de crescimento são peptídeos sinalizadores capazes de regular a síntese de proteínas resultando na proliferação e diferenciação celular (VENDRUSCOLO et al., 2014). Desempenham importante papel no processo de reparação tecidual, sendo os principais descritos na literatura, o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), o fator de crescimento transformante (TGF-β), o fator de crescimento endotélio vascular (VEGF), o fator de crescimento epidérmico (EGF), o fator de crescimento de hepatócitos (HGF) e o fator de crescimento de fibroblasto (FGF) (MOLLOY et al., 2003). O plasma rico em plaquetas (PRP) é um derivado autólogo do sangue total, retirado por método simples de coleta do sangue com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 anticoagulante adequado e centrifugação, que vem ganhando maior atenção na literatura científica por possuir capacidade analgésica e por acelerar o processo de cicatrização e regeneração tecidual (CARMONA et al., 2007). O PRP possui ainda alta concentração de outras substâncias que auxiliam na cicatrização como, proteínas séricas, fibrina, fibrinogênio, fibronectina, trombospodina (BOSCH et al., 2010). METODOLOGIA Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) que atuará em propriedades de criadores de equino em Matipó e região. Serão utilizados quinze animais adultos da raça Manga-larga Marchador, Campolina e Quarto de Milha, clinicamente saudáveis. O sangue para realização do hemograma será coletado através de venopunção da jugular, utilizando tubos a vácuo com EDTA. A coleta de sangue para processamento e posteriormente obtenção do PRP será realizada através de tubos com anticoagulante Citrato de Sódico (CS). O processamento das amostras será realizado no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário Gardingo LTDA, onde será submetido ao protocolo de obtenção de PRP estabelecido por Fantini, (2014). Os tubos serão centrifugados na velocidade de 130g por 8 minutos após centrifugação, com auxílio de uma seringa de 3 ml e cateter 14G será aspirado 1ml e transferido para tubos previamente auto clavados. As amostras de PRP serão avaliadas pela composição celular; contagem de plaquetas, hemácias e leucócitos que será realizada por contador hematológico (BC 2800VET – MINDRAY). As plaquetas serão contadas também em câmera de Neubauer, com diluição de 1:200 no liquido de Ress - Ecker e homogeneizado durante 20 minutos, sendo mantida em repouso, em placa de Petri com algodão umedecido durante 30 a 40 minutos e as contagens de plaquetas serão realizadas nos 50 campos centrais da placa, sendo o valor multiplicado por 1000. Morfometria; serão produzidos dois esfregaços coradas pela técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), e o percentual de ativação das plaquetas será avaliado por microscopia óptica. As plaquetas serão classificadas em três parâmetros morfológicos: 0 - plaqueta normais (alongadas), 1 – estado de ativação brando (arredondadas), 2 – plaquetas ativadas (emitindo pseudópodes). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa está em andamento na fase da coleta e processamento das amostras. REFERÊNCIAS ARGELLES, D. et al. Autologous platelet concentrates as a treatment for musculoskeletal lesions in Five horses. Vet Rec, v.162, p.208-211, 2008. BOSCH, G. et al. Effects of plateletrich plasma on the quality of repair of mechanically induced core lesions in equine superficial digital flexor tendons: A placebo-controlled experimental study. J Orthop Res, v.28, p.211-217, 2010. CARMONA J. U. et al. Autologous platelet concentrates as a treatment of horses with osteoarthiritis: a preliminary pilot clinical study. J Equine Vet Sci, Fort Collins, v.27, p.167-170, 2007. CARMONA, J. U. Use of autologous platelet concentrates for the treatment of musculoskeletal injuries in the horse. Bellaterra, 2006. 91p, Thesis/ doctorate. Universitat Autònoma de Barcelona. COEWELL, R.L. et al. Diagnóstico Citológico e Hematológico: Cães e Gatos. Terceira Edição. São Paulo : Editora Med Vet Ltda.,2009. FANTINI, P. Plasma rico em plaquetas: padronização em equídeos, criopreservação e efeito terapêutico na desmite do ligamento supraespinhoso de equinos. Belo Horizonte, 2014. 88p, Tese/Doutorado. Escola de Veterinária – UFMG. FELDMAN, B. F. Schalm’s veterinary hematology. 5. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2000. GOODSHIP, A.E. et al. The pathobiology and repair of tendon andligament injury. Vet. Clin. North Am. v.10, n.2, p.323-349, 1994. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Décima edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2004. MADISON, J.B. Acute and chronic tendonitisin horses.The Comp. v.6, p.853-856, 1995. MOLLOY, T. The Roles of Growth Factors in Tendon and Ligament Healing. Med Deportes. p.14, 2003. PEREIRA, J. Estructura, producción, cinética y función de las plaquetas. En: Mezzano, D., Pereira, J. Fisiología de la Sangre. Ediciones Universidad Católica de Chile, Santiago, p.145-176, 1993. SPENCER, F. A. Platelets: Structure, Function, and Their Fundamental Contribution to Hemostasis and Pathologic Thrombosis. Textbook of Coronary Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Thrombosis and Thrombolysis, Norwell, 1997 Norwell, USA. Academic Publishers. p. 31-49. Kluwer TABLIN, F. Platelet structure and function. Schalman’s Veterinary Hematology. Lippincott Williams and Wilkins, Philadelphia, USA, 2000. VENDRUSCOLO, C. P. et al. Uso do soro autólogo condicionado e do plasma rico em plaquetas na terapia ortopédica de equinos. Londrina, v35, p.2-3, 2014. XU, X. et al. A self-propagating matrix metallo protease (MMP-9) dependent cycle of chronic neutrophil inflammation. PloS One, v.6, 2011. ZUCKER-FRANKLIN, D. at al. Atlas of blood cells: Function and pathology. Segunda edição, Philadelphia: L e A Fiber. p. 777, 1988. OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira Silveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior - Graduandos em Medicina Veterinária. Bolsistas PIBIC - FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruno Santos Cândido de Andrade - Medico Veterinário, Mestre em Ciência Animal, Clínica e Cirurgias Veterinárias – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rafael Rolim de Oliveira – Medico Veterinário do Hospital Veterinário – UNIVÉRTIX. João Luiz do Espirito Santo Junior- Medico Veterinário, Especialista em Reprodução Equina – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Equinos, epidemiologia da cólica, Cólica equina INTRODUÇÃO A gastrenterologia é uma das áreas de maior importância na clínica médica e cirúrgica em equinos, uma vez que os atendimentos relacionados à síndrome cólica constituem as emergências mais comuns dentro da espécie (Traub-Dargatz et al., 1991), fato que se justifica pelas particularidades anatômicas e fisiologia do trato digestório frente às diversas mudanças de manejo implementadas pelos sistemas de criação (FERNANDES, 2009). As afecções relacionadas ao aparelho digestório dos equinos acarretam em riscos de relevante impacto para a saúde animal, podendo causar a morte do paciente, gerando gastos econômicos elevados para seu tratamento. Por ser a síndrome cólica relacionada a uma grande quantidade de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 afecções diferentes do aparelho digestório dos equinos, muitos estudos retrospectivos surgem do interesse em identificar a distribuição das mesmas em função dos fatores predisponentes a que esses animais foram expostos. Diante disto, o presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento retrospectivo dos casos de cólicas clínicas e cirúrgicas atendidos no Hospital Veterinário da Univértix, identificando suas causas e fatores predisponentes associados, bem como as taxas de altas médicas para cada tipo de cólica. METODOLOGIA Para o estudo, foram catalogadas todas as fichas clínicas de pacientes equídeos atendidos no Hospital Veterinário da Univértix no período de 10 de maio de 2014 a 28 de agosto de 2015. Os pacientes então foram separados e agrupados por afecções relacionadas aos diversos aparelhos e sistemas. Os pacientes acometidos por afecções do aparelho digestório constituem o grupo de interesse, onde variáveis como alterações clínicas identificadas no exame clínico, diagnósticos quanto às afecções, tratamentos indicados, achados de palpação retal, achados de laparotomia exploratória, complicações em relação aos tratamentos indicados, altas médicas e taxas de sobrevida, óbito e eutanásia foram analisados. Os dados foram tabulados e submetidos à análise das taxas de ocorrência das diversas variáveis, levando-se em consideração a razão entre o número ocorrências e o número total de pacientes atendidos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi referenciado ao HV-Univértix no período avaliado um total de 220 equídeos, sendo 65 deles (29,54%) acometidos por afecções do aparelho locomotor, 49 (22,27%) afecções do aparelho digestório, 10 (4,54%) afecções tegumentares e 96 (43,65%) relacionados aos demais aparelhos e sistemas, como respiratório, nervoso, genital, urinário, olhos e anexos. Nota-se uma maior incidência das afecções do aparelho locomotor nos equinos referenciados ao HV-Univértix, o que corrobora achados de autores como HERNANDEZ & HAWKINS, 2001, que relatam taxas de 67,6% de incidência de afecções locomotoras em equinos. As afecções relacionadas ao aparelho digestório totalizaram 22,27% do total dos atendimentos no período, salientando que, diferentemente do perfil eletivo dos atendimentos relacionados ao Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 aparelho locomotor, a quase totalidade dos casos atendidos relacionados ao aparelho digestório (81,63%) tratavam-se de urgências ou emergências médicas. Dos 49 equinos atendidos para afecções do aparelho digestório, 40 (81,63%) apresentavam síndrome cólica equina. As indicações de tratamento clínico e/ou cirúrgico variaram em função dos diagnósticos ao exame clínico, sendo que 35 animais (87,5%) foram submetidos à laparotomias exploratórias e tratamento cirúrgico, sendo 5 pacientes (12,5%) tratados de forma conservativa. A elevada taxa de indicação do tratamento cirúrgico deve-se ao natural perfil de maior gravidade das cólicas atendidas em ambiente hospitalar, sendo a maioria delas encaminhadas por médicos veterinários que já esgotaram as tentativas e recursos de tratamento conservativo a campo. A taxa de 87,5% de cólicas de tratamento cirúrgico nesse trabalho mostra-se superior à encontrada por PULZ et al. (2005), em que de 91 animais de cavalaria militar atendidos com síndrome cólica no período de 2002 a 2004, apenas 19 (17,27%) foram submetidos ao tratamento cirúrgico. Quatro pacientes tratados com laparotomias exploratórias (10%) dos 40 animais tratados por cólica nesse estudo apresentaram recidivas no período pós-operatório, sendo que um deles foi relaparotomizado para solução do quadro. Esses achados estão abaixo dos descritos por VAN DEN BOOM & VANDER VELDEN (2001), que observaram reincidência de cólica em 16% dos equinos submetidos a cirurgias abdominais. Apenas 1 equino (2,5%) tratado clinicamente manifestou recidiva do quadro de cólica ainda em período de internação. Dos 40 equinos atendidos por cólica, 37 (92,5%) receberam alta médica. Três equinos (7,5%) foram eutanasiados, dois deles por apresentarem rupturas intestinais e um deles por apresentar quadro de laminite crônica após relaparotomia que resultou em necrose extensa do tecido laminar e desprendimento dos estojos córneos dos cascos dos seus membros torácicos. O atendimento clínico de equinos com cólica resultou em 100% de alta médica, sendo que o tratamento cirúrgico dos pacientes em cólica resultou em 91,42% de altas médicas, considerando-se uma taxa de 5,71% (2 equinos) de eutanásia na mesa de cirurgia, em função de diagnósticos não esclarecidos durante o exame clínico. A taxa de alta médica para tratamentos cirúrgicos de equinos no HV-Univértix mostra-se superior a obtida por diversos autores, entre eles DI FILIPPO et al., (2010) em que 27 equinos (54%) sobreviveram e 23 (46%) foram a óbito ou foram sacrificados de cinquenta animais com cólica submetidos à laparotomia exploratória. Em outro estudo KANEENE et al., (1997), Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 descreve que casos que requerem tratamento cirúrgico resultam em um maior número de óbito do que os casos tratados clinicamente, sendo 31% e 13% respectivamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se observar a importância das afecções do aparelho digestório na rotina da clínica médica de equinos, dada sua elevada incidência e seu potencial de comprometer a vida desses animais, resultando em altos índices de necessidade de tratamento cirúrgico. O presente trabalho está em fase de execução e pretende avaliar outras variáveis epidemiológicas importantes que podem ser indicativas de pontos de melhora no atendimento hospitalar, à campo e até em possíveis medidas profiláticas a serem implementadas nos sistemas de criação. REFERÊNCIAS DI FILIPPO. P. A. et al. Estudo retrospectivo de 50 casos de cólica em equinos atendidos no hospital veterinário da FCAV-UNESP, no período de setembro de 2004 a julho de 2005. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 3, p. 689-694, 2010. FERNANDES, C.S. Fatores de prognóstico da cólica em equinos. Lisboa, 2009. p. 03. Tese\mestrado, clínica medica, curso de medicina veterinária- Universidade técnica de Lisboa. HERNANDEZ, J.; HAWKINS, D.L. Training failure among yearling horses. American Journal of Veterinary Research, v.62, n.9, p.1418-1422, 2001. KANEENE, J.B. et al. Risk factors for colic in Michigan (USA) equine population. Preventive Veterinary Medicine, v.30, n.1, p.23-36, 1997. PULZ, R.S. et al. Incidência de abdômen agudo equino no terceiro regimento de cavalaria de guarda. Veterinária em foco, Canoas, v. 2, n. 2, p. 193-202, 2005. TRAUB-DARGATZ, J. L.; SALMAN, M. D.; VOSS, J. L. Medical problems of adult horses, as ranked by equine practioners. J. Am. Vet. Med. Ass. , v.198, n.10, p.17457, 1991 VAN DEN BOOM, R.; VAN DR VELDEN, M. A. Short- and long-term evaluation of surgical treatment of strangulating obstructions of the small in horses: a review of 224 cases. The Veterinary Quarterly, v. 23, n. 3, p. 109-115, 2001. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO in vitro DE CARRAPATICIDAS NO CONTROLE DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus EM BOVINOS DE LEITENA MICRORREGIÃO DE ABRE CAMPO/ MATIPÓ Thiago de Almeida Loredo - Graduando em Medicina Veterinária-Faculdade Vértice-Univértix- Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) -FAPEMIG Leandro Silva Araújo – Medico Veterinário - Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica, Bioquímica, Analista Clinica, Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Carrapaticidas, Controle e Bovinos. INTRODUÇÃO O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, constitui o principal problema para a indústria de bovinos. Está amplamente distribuído nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, com expansão para outras áreas devido às mudanças climáticas (BARKER e MURREL, 2004). Infestações com R. (B.) microplus causam grande impacto econômico como a redução do ganho de peso, diminuição na produção de leite, e por transmitir patógenos que causam babesiose (Babesia bovis e Babesia bigemina) e anaplasmose (Anaplasma marginale) (PETER et al., 2005). O uso de acaricidas, o controle químico, constitui a principal estratégia para o controle de carrapatos (GRAF et al., 2004). Esse tipo de controle é utilizado sob a forma de banhos de aspersão, imersão, tratamentos “pour-on” e fármacos injetáveis. Entendese por resistência de carrapatos a carrapaticidas o processo de seleção genética em que alguns carrapatos de uma população sobrevivem após exposições continuadas a uma família ou grupo químico carrapaticida chegando a um ponto em que toda a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 população fique resistente (PATARROYO e VARGAS 1982). A evolução da resistência aos principais grupos químicos disponíveis no mercado para controle de carrapatos em bovinos e o pouco desenvolvimento de novos produtos têm comprometido o futuro do controle químico (GEORGE; POUND; DAVEY, 2004) e estimulado pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias alternativas, tal como o controle imunológico. Entretanto, o uso de acaricidas tem sua eficácia limitada na redução na infestação de carrapatos e é frequentemente acompanhada por sérios problemas, incluída a seleção de carrapatos resistentes, contaminação ambiental e de produtos de origem animal, com o leite e carne com seus resíduos (GRAF et al.,2004). Neste sentido este estudo objetiva realizar um diagnóstico da situação de resistência dos carrapatos Rhipicephalus(Boophilus) microplus aos acaricidas de uso comum na microrregião de Abre Campo/ Matipó, através de uma avaliação “in vitro” da susceptibilidade dos carrapatos às diferentes bases químicas e a eficiência de cada produto, afim de nortear o controle do parasita na região. METODOLOGIA Serão escolhidas aleatoriamente 10 propriedades de bovino de leite, na microrregião de Abre Campo/Matipó, cujo rebanho leiteiro constitui-se de basicamente de bovinos mestiços e de raça Holandesa. Os estudos laboratoriais serão realizados no Laboratório de Parasitologia Veterinária, da Faculdade Vértice – Matipó. De cada propriedade, colher-se-á diretamente sobre os animais, cerca de 50 a 60 teleógenas, de bovinos naturalmente parasitados que não haviam recebido nenhum tratamento com produtos carrapaticidas, pelo menos até duas semanas antes da colheita. No laboratório será realizada a seleção das teleógenas observando-se a aparência, a motilidade, a integridade do aparelho bucal, o estado de ingurgitamento e procedida a pesagem. Para a avaliação in vitro da suscetibilidade, será empregado o Teste de Imersão de Adultos (AIT) (DRUMMOND et al.,1973), também conhecido como “biocarrapaticidograma”. Serão utilizados seis produtos acaricidas (formulação emulsionável) diluídos na concentração indicada pelo fabricante. As teleóginasserão imergidas em água destilada para lavagem, e posteriormente colocadas em papel absorvente para retirar o excesso de água. A seguir serão distribuídas em sete grupos de 10 fêmeas de cada por propriedade, de acordo com os pesos apresentados. Em seguida cada grupo de teleógina será imerso em 500ml de emulsão. O tempo de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 imersão na emulsão para cada grupo será de 5 minutos conforme descrito por Torrado e Gutierres (1970). Para o cálculo da eficácia dos produtos testados (DRUMMOND et al.,1973; SONENSHINE, 1991), serão determinados os seguintes parâmetros biológicos: peso das teleóginas, peso da postura, taxa de eclosão e eficiência reprodutiva. Serão considerados eficazes os produtos que apresentaram controle igual ou superior a 95% nos testes, conforme norma vigente (BRASIL, 1997). CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se avaliar e esclarecer os efeitos do uso dos tipos de acaricidas utilizados, avaliando qual o mais eficaz para combater o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus na região de Abre Campo/Matipó. REFERENCIAS BARKER SC, MURRELL A: Systematics and evolution of ticks with a list of valid genus and species names. Parasitology, v. 129, p. S15-S36, 2004. GRAF, J.F.; at al. Tick control: an industry point of view. Parasitology, v. 129, p.S427S442, 2004. PETER RJ.; at al.: Tick, fly, and mosquito control-Lessons from the past, solutions for the future. VetParasitol, v. 132, n. 205-215, 2005. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ANESTESIA EM EQUINOS COM COLICAS- REVISÃO DE LITERATURA Bruno Silva Freitas, Jânio Ricardo Alves Filho, Vinicius Rodrigues Ferreira, Pamella Felipe Silva Benevides e Thais Monteiro Viana – Graduando em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Vanessa Guedes Pereira - Graduada e Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, Cólica em equinos, Medicação pré-anestésica, Indução anestésica, Manutenção. INTRODUÇÃO A cólica, ou dor abdominal é um sinal inespecífico que pode ser originado de disfunções do trato gastrointestinal ou outras que não envolva o mesmo, sendo neste caso denominada “falsa cólica”. Os cavalos com cólica estão entre os pacientes que exigem mais cuidados, especialmente os que apresentam distensão abdominal grave e endotoxemia resultante de isquemia intestinal, sendo esta síndrome responsável pelo maior número de mortes em equinos, atrás apenas das mortes por idade avançada (PEDROSA, 2008). Os pacientes cirúrgicos com cólica frequentemente apresentam alterações hemodinâmicas, distúrbios eletrolíticos e ácido-base além de dor intensa e normalmente, não podem ser completamente estabilizados antes da indução anestésica, o que predispõe a complicações anestésicas (BOESCH, 2013). Existem diversas combinações anestésicas que podem ser utilizadas com sucesso em doenças específicas, procedimentos diagnósticos ou cirurgias em equinos. Alguns cuidados importantes no período perioperatório devem ser tomados visando o sucesso da anestesia, incluindo a avaliação do paciente quanto à presença de alterações fisiológicas; adequado suporte pré-anestésico e em alguns casos, tratamentos que irão reduzir os efeitos dessas alterações; elaboração um plano Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 anestésico que permita minimizar disfunções fisiológicas; realização de monitoração anestésica intraoperatória e cuidados de suporte que se estendam também no período pós-operatório (HODGSON e DUNLOP, 1990). Este trabalho tem como objetivo, apresentar informações importantes sobre anestesia em equinos com cólica, visando a seleção de protocolos anestésicos mais seguros e eficazes para estes pacientes de alto risco. REVISÃO DE LITERATURA A medicação pré-anestésica (MPA) é de caráter eletivo em equinos, no entanto, corresponde ao primeiro passo para outras condutas, como por exemplo, as induções anestésicas (MASSONE, 2011). Para a MPA, pode-se utilizar combinações anestésicas ou não. Dentre os fármacos mais utilizados estão os agonistas α² adrenérgico, como a xilazina e a detomidina, que atuam nos receptores α² présinápticos e são utilizados para promover a sedação dos animais (SPINOSA et al., 2011). A detomidina promove inicialmente a elevação da pressão arterial e do batimento cardíaco com seguido decréscimo deste parâmetros e seu efeito é caracterizado pelo abaixamento de cabeça, perda da postura e prostração (MASSONE, 2011). Já o uso da xilazina está associado a ocorrência de bradicardia, bloqueio atrioventricular, redução no débito cardíaco (SPINOSA et al., 2011). Dentre o opioides, o mais utilizado é o butorfanol que atua nos receptores kappa (κ) e sigma (σ), sendo um analgésico muito eficaz para o controle da dor moderada (SPINOSA et al., 2011). O butorfanol tem sido associado aos agonistas α² adrenérgicos (ENGLAND & CLARKE, 1996; HUBBELL, 1996), não alterando a função cardiovascular além daquela causada pelo α² agonista, embora possa haver um leve incremento na depressão respiratória (ENGLAND e CLARKE, 1996). Contudo, essa combinação é benéfica dada à possibilidade de redução na dose da xilazina e relaxamento muscular durante a indução (TRIM, 2005). A indução anestésica em equinos para cirurgia abdominal de emergência pode ser realizada com éter gliceril guaiacol (EGG) seguida por bólus de cetamina (HODGSON e DUNLOP, 1990). O EGG é um miorelaxante de ação central que causa depressão seletiva do impulso nervoso na medula espinal, tronco cerebral e regiões subcorticais do encéfalo, sem interferir no diafragma (MASSONE, 2011). A cetamina é um anestésico dissociativo que induz inconsciência e catalepsia, preservando os reflexos vitais, mesmo que de forma reduzida Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 (BERGMAN, 1999). A associação de benzodiazepínicos (midazolam ou diazepam) e cetamina também pode ser utilizada para a indução anestésica. Os benzodiazepínicos são empregados na anestesia geral não somente pela sua ação miorelaxante, mas também pelas suas qualidades ansiolíticas e anticonvulsivantes (MASSONE, 2011). Guedes & Natalini, (2002) relatam que a associação de diazepam nas induções anestésicas de equinos com síndrome cólica realizadas com EGG e cetamina podem ser utilizada com sucesso sem afetar clinicamente as variáveis hemodinâmicas. A manutenção da anestesia é realizada geralmente com a utilização de anestésico volátil com fornecimento de oxigénio suplementar através de um tubo endotraqueal com “cuff”. A colocação do tubo endotraqueal e a insuflação do cuff devem ser realizadas imediatamente após a indução anestésica e o decúbito do cavalo (MOSLEY, 2005). O isoflurano e o sevoflurano são os anestésicos voláteis preferenciais, pois causam menor depressão do débito cardíaco, entretanto, promovem maior depressão respiratória que o halotano. Este efeito deve ser levado em consideração, visto que cavalos com cólica podem apresentar disfunção respiratória resultante de decúbito dorsal prolongado durante o procedimento cirúrgico (MOSLEY, 2005). O sevoflurano possui baixo coeficiente de solubilidade, o que faz com que seja um agente de rápida indução e recuperação anestésica, sendo vantajoso para anestesias em equinos (MASSONE, 2011). Durante a anestesia, valores de frequência cardíaca (FC) de 26 a 48 batimentos por minuto são aceitáveis, assim como uma pressão arterial média igual ou superior a 70 mmHg. Segundo Coles (1984) a hipotensão é comum em animais com cólica, promovendo diminuição da perfusão tecidual e da velocidade da filtração glomerular, o que pode prejudicar o quadro clínico do animal. Para aumentar a FC e a pressão arterial média, pode recorrer à administração intravenosa de catecolaminas (dobutamina, dopamina ou efedrina) (TRIM, 2005). Para os animais que estão em um plano anestésico adequado, mas apresentam-se hipotensos, é recomendado o uso de infusão contínua de dopamina ou dobutamina para elevar a pressão arterial (HODGSON e DUNLOP, 1990). Em geral, os pacientes com cólica requerem cuidados intensivos durante a recuperação anestésica que é mais demorada do que os cavalos saudáveis. Após a extubação, uma sonda nasotraqueal deve ser colocada para caso seja necessário a oxigenioterapia e a monitoração constante desse paciente, bem como a correção hidroeletrolítica, o uso de antibióticos, anti-inflamatórios e fármacos analgésicos estão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 diretamente relacionados com o sucesso do recuperação destes animais (BOESCH, 2013). CONCLUSÃO A escolha de uma melhor conduta anestésica somado ao reconhecimento rápido das alterações fisiológicas e correção das disfunções hemodinâmicas caudadas pela síndrome cólica em equinos, são de grande importância para o sucesso anestésico e de todo o tratamento destes pacientes. REFERÊNCIA BERGMAN, A. S. Ketamine: reviews of its pharmacology and its use in pediatric anesthesia. Anesthesia Progress, v. 46, n. 1, p. 10-20, 1999. BOESCH, J.M. Anesthesia for the horse with colic.2013. COLES, E.H. 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DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE LITERATURA Amanda Carvalho Procópio Schittini, Cynthia Gonçalves Silva, Ricardo de Sousa Xavier – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: DM; Obesidade em animais; Insulinoterapia; Hipoglicemia; Cetonúria; Pequenos animais INTRODUÇÃO A obesidade é definida como um acúmulo de gordura em excesso ao que seria necessário para a otimização das funções corporais, sendo prejudicial à saúde e ao bem-estar do ser vivo. Esta condição, na espécie humana, vem mostrando um crescimento acelerado e preocupante (VEIGA, 2007). Em condições normais, os animais controlam a quantidade de alimento ingerido, mas em consequência da alta palatabilidade e do desbalanço dos alimentos comerciais, a grande maioria dos animais ingere uma maior quantidade de alimento que seria necessário para as condições de manutenção ( OLIVEIRA et al., 2010). Com a obesidade, surgem complicações metabólicas que podem levar ao desenvolvimento de várias enfermidades, dentre as quais a mais comumente observada na clínica de pequenos animais é a diabetes mellitus (DM) (VEIGA, 2005). Atualmente a DM tem crescido e está associada ao crescimento da obesidade nos cães (PÖPPL e GONZÁLEZ, 2005). Cães e gatos, além de divergentes física e morfologicamente, também o são em termos metabólicos, requerendo níveis diferenciados de proteínas, gorduras e carboidratos alimentares. Em cães, as cadelas são duas vezes mais afetadas que os machos, e a incidência parece aumentar em determinadas raças de pequeno porte, tais como os cães das raças Poodle miniatura, Dachshund, Schnauzer, Cairnterrier e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Beagle, mas pode-se afetar qualquer raça (OLIVEIRA et al., 2011). Contudo, objetivase com este trabalho realizar uma breve revisão da literatura sobre o DM em pequenos animais. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES Analisando os artigos encontrados podemos ver que a DM é uma endocrinopatia comum em cães. Segundo Barros (2006), além da predisposição genética, existem agentes etiológicos multifatoriais (fármacos glicocorticoides, contraceptivos orais, fenitoína, injeções de progesterona, infecções cirúrgicas, uso de alguns diuréticos) que podem provocar o surgimento da DM; que acarreta um ou dois destes fatores: incapacidade do pâncreas de secretar insulina e deficiência de insulina nos tecidos (OLIVEIRA et al., 2011). São descritos dois principais tipo DM: DM insulino-dependente (DMID – tipo I) que apresenta hipoinsulinemia após a administração de glicose (OLIVEIRA et al., 2011) provocada pela perda da função de células β (OLIVEIRA, 2003); e a DM não insulino-dependente (DMNID – tipo II) que atinge cães e gatos e se caracteriza por apresentar hipertensão, hiperlipidemia e doenças cardiovasculares, onde ainda se mantém um pouco da função secretora de insulina pelas células beta necessitando ou não de insulinoterapia (OLIVEIRA, 2003). Modernamente tem se relatado a diabetes tipo III, induzida por drogas ou hormônios diabetogênicos (glucagon, adrenalina, gicocorticóides, ACTH, GH, tiroxina), e a tipo IV, que seria causada por uma resistência transitória à secreção de insulina causada pela pancreatite, principalmente em felinos obesos (BARROS, 2006). Os sinais clínicos da DM são poliúria, polidpsia, polifagia, perda de peso, hiperglicemia de jejum persistente e glicosúria (OLIVEIRA et al., 2011). A Cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação mais comuns da DM, onde ocorrem hipercetonemia e alterações do equilíbrio ácido-base e requerem cuidados emergenciais para corrigir acidose Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 metabólica (CRIVELENTI et al., 2009). O sinais clínico mais comum para o diagnóstico dessa condição é presença de cetonúria (OLIVEIRA et al., 2011). Para o diagnóstico da DM inicialmente deve ser avaliada a presença dos sinais clínicos. Além disso, é essencial a realização de exames específicos, como o hemograma, o perfil bioquímico e urinálise; em felinos pode ser realizada a dosagem de frutosamina para complementar os demais exames (OLIVEIRA, 2003). Existem os tratamentos e terapias os quais possuem como principal objetivo proporcionar uma quantidade adequada de insulina para normalizar o metabolismo intermediário e restaurar perdas hídricas e eletrolíticas (fluidoterapia); também é imprescindível corrigir a acidose, quando for o caso, e identificar os fatores precipitantes (OLIVEIRA, 2003) Se a DM não for adequadamente tratada pode levar a morte. Para o tratamento é imprescindível a realização de dieta, exercícios físicos, a utilização de insulina ou de hipoglicemiantes orais. Atualmente também é descrita a utilização da homeopatia juntamente com os tratamentos convencionais, com expectativa de diminuir os sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida para o animal (BARROS, 2006). Em algumas situações utilização da insulina pode ser dispensável. Este fato se da, pois as célula β não perdem totalmente sua função (OLIVEIRA, 2003). As dietas de uma forma geral devem incluir alimentos enlatados e rações conglomeradas e desidratadas, contendo carboidratos complexos; fibras insolúveis (para diminuir a absorção de glicose pelo intestino) e assim conter a glicemia do animal (BARROS, 2006). A principal prevenção é manter uma dieta saudável para controle da obesidade e consequentemente a DM (OLIVEIRA et al., 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos dados obtidos podemos finalizar enfatizando a importância do conhecimento da DM, suas causas, fatores predisponentes, prevenção, diagnóstico diferencial e prognóstico. Lembrando que o tratamento terá sucesso não só pelo trabalho e manutenção do médico veterinário, mas também pela devida conscientização do proprietário. REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BARROS, Evânia Marcia Silva. Diabetes melito canino. Pós-graduação “lato sensu” em clínica médica e cirúrgica em Pequenos animais, Universidade Castelo Branco. Campo Grande, 2006. CRIVELENTI, Leandro Zuccolotto et al. Cetoacidose diabética canina. Ciência Rural. Santa Maria, 2009. OLIVEIRA, Izamara Aparecida de. DM em pequenos animais: Estratégias de tratamento e monitorização. Seminário/pós-graduação. Pós graduação em ciências veterinárias pela UFRGS. 2003. OLIVEIRA, Dierle Tubiana de; CAMERA, Letícia; MARTINS, Danieli Brolo. DM em cães. XVI Seminário interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão. Universidade de Cruz Alta. Cruz Alta, 2011. OLIVEIRA, M.C., NASCIMENTO, B.C.L. e AMARAL, R.W.C. Obesidade em cães e seus efeitos embiomarcadores sanguíneos - revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 13, Ed. 118, Art. 800, 2010. VEIGA, Ángela. Obesidade e DM em pequenos animais. Patologia clinica veterinária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005. VEIGA, Ángela. Suscetibilidade a Diabetes Mellitus em cães obesos. 2007, 90p. Dissertação (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CETOSE EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO – UMA REVISÃO DA LITERATURA Andreza da Silva Pereira, Salvador Oliveira Sabino, Yara Zini Bolari – Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Cetose, corpos cetônicos, vacas de alta produção. INTRODUÇÃO A produção leiteira é uma das mais importantes áreas da agropecuária, isso levou a um alto desenvolvimento genético, tecnológico e nutricional. Apesar dessa seleção genética para maior produção de leite também ter promovido um incremento na ingestão de alimentos pelos animais, vacas de alta produção em inicio de lactação não conseguem ingerir alimento suficiente para satisfazer ao somatório de suas necessidades (NANTES e SANTOS, 2008). Os animais necessitam de grandes quantidades de nutrientes no inicio da fase de lactação devido ao aumento na produção de leite. Essa maior demanda energética pode gerar um balanço energético negativo, sendo necessário utilizar de suas reservas de energias, fazendo com que seus níveis de glicose diminuam e aumentem a produção de corpos cetônicos. Após o parto, com o repentino aumento na produção de leite, as exigências nutricionais atingem seu nível máximo conduzindo a vaca a um estado de Balanço Energético Negativo (BEN) (NANTES e SANTOS, 2008). Esta condição clínica é conhecida como Cetose e afeta com grande frequência vacas de alta produção leiteira por diminuição da concentração de glicose no sangue e aumento de corpos cetônicos. O aumento de corpos cetônicos é diretamente proporcional à mudança associada com a mobilização de tecido adiposo decorrente de insuficiente aporte de energia na ração ou de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 depressão da ingestão de matéria seca (CAMPOS et al., 2005). O período de maior risco de ocorrência pode variar entre as duas primeiras semanas pós-parto até a nona semana, dependendo de fatores individuais (genética, adaptação metabólica), da produção durante a primeira fase da lactação, o manejo alimentar, o consumo de matéria seca, a condição corporal ao parto e o momento do pico de lactação (CAMPOS et al., 2005). Contudo, o objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão bibliográfica sobre a cetose que acomete vacas de alta produção. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES No período entre o final da gestação e o início da lactação em vacas leiteiras especializadas, existe maior risco de doenças metabólicas, quando comparadas com outras fases do ciclo de lactação (CONTI, SCHALCH e SALLES, 2002). Sabe-se que no inicio da lactação devido ao aumento de produção de leite a vaca eleva sua demanda energética, visto que o alimento consumido não supre toda necessidade o que causa o BEN. Contudo, há um limite para a quantidade de ácidos graxos que pode ser manipulada pelo organismo e utilizada pelo fígado. Quando se atinge esse limite, as gorduras não são mais queimadas para fornecer energia, começam a se acumular nas células do fígado como triglicerídeos e alguns dos ácidos graxos são convertidos em cetonas (GOFF, 2015). Pode-se ocorrer Cetose de intensidade variável em todas as espécies animais, entretanto, pode ser induzida por inanição, dietas ricas em gordura e pobre em carboidratos, função hepática diminuída anestesias e distúrbios endócrinos como diabete melito. As fêmeas de quaisquer espécies são mais suscetíveis a Cetose do que os machos, e esta predisposição pioram durante a lactação ou a prenhes (REECE E SWENSON et al., 1996). A Cetose é uma doença relativamente comum em vacas de alta produção de leiteira sendo as multíparas mais afetadas que as primíparas. Geralmente, a enfermidade ocorre entre os dias 8 e 60 do pós-parto período que o animal enfrenta um balanço energético negativo (GONZÁLEZ E CAMPOS, 2003). A Cetose começa a ser moléstia apenas quando a absorção e a produção de corpos cetônicos chega a exceder seu consumo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 pelo ruminante como fonte de energia, o que resultará em elevados níveis sanguíneos de corpos cetônicos e de ácidos graxos livres ou não esterificados e hipoglicemia (FLEMING, 1993). O organismo precisa de glicose para ao menos os cincos componentes a seguir: Sistema nervoso, gordura, músculo, fetos e glândula mamárias. O aumento dos corpos cetônicos ocorre também pela ingestão de alimentos cetogênicos (silagem alterada rica em acido butírico, tortas de oleaginosa ainda muito rica em gorduras e também rações desbalanceadas excesso albumina e insuficiência de fibra). Quando a Cetose é produzida por esses problemas já citados sem participação de outra enfermidade designa-se por Cetose primária. Porém não é raro correr Cetose em consequência de outras doenças (distúrbios puerperais, mastite, hepatite, reticuloperitonite traumática ou outras ingestões) que provoca alterações no metabolismo dos hidratos de carbono ou pela inapetência, determinado insuficiente ingestão de alimentos; fala-se então de Cetose secundária (HEIDRICH, GRUNER e VASKE, 1980). Nos ruminantes é necessário uma concentração sanguínea de glicose de 30 a 60 mg/ dl para processos fisiológicos normais. Abaixo desta quantidade, tornam-se evidentes a Cetose e a sintomatologia clinica, embora a gravidade da enfermidade dependa da duração e do grau de hipoglicemia. Os sinais clínicos iniciais da acetonemia nem sempre são específicos. Os animais vão apresentar gradual queda no apetite e diminuição na produção de leite. Em fases adiantadas apresentam tremores musculares, convulsões, distúrbios residuais, ranger de decúbito, coma e morte (GARCIA, LIBERA, BARROS, 1996). Além disso, o animal também pode apresentar fezes secas e firmes, depressão moderada e, e por vezes, relutância em se movimentar (FLEMING, 1993). A motilidade ruminal poderá estar reduzida se o animal estiver anoréxico há vários dias. Pode-se observar depravação do apetite. O odor de corpos cetonicos poderá ser detectado na respiração, no leite e na urina. Sinais clínicos nervosos como cambaleio e cegueira eventualmente poderá ocorre em alguns períodos da doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, pode-se verificar que a cetose é um transtorno comum nos rebanhos leiteiros, definida como uma desordem do metabolismo de carboidratos e gorduras, caracterizada pelo incremento de corpos cetônicos no sangue . O diagnóstico é feito através da detecção de corpos cetônicos no sangue, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 leite ou urina, e análise de glicose e ácidos graxos presentes no plasma sanguíneo. O tratamento mais comum é a utilização de soluções glicosadas e como prevenção deve-se realizar o balanceamento da alimentação do animal de acordo com sua fase de vida reprodutiva. REFERÊNCIAS CAMPOS,R., et al. Determinação de corpos cetônicos na urina como ferramenta para o diagnóstico rápido de cetose subclínica bovina e relação com a composição do leite. Archives of Veterinary Sciencie v.10, n.2,p49-54,2005 Printed in Brazil. CONTI, R.M.C.; SCHALCH, E.; SALLES, M.S.V. Efeito da monensina na produção e composição do leite e parâmetros reprodutivos em vacas holandesas. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,39,2002,Recife. Anais... Recife : Gmosis, 2002, 17 par. CD-ROM. Nutrição de Ruminantes. NUR- 822 FLEMING, S.A. Cetose dos ruminantes (acetonemia). In: SMITH, B.P. Tratado de Medicina Interina de Grandes Animais. São Paulo: Editora Manole, vol.2, p.12971304, 1993. GARCIA, M.; LIBERA,A.M.M.P.D.; BARROS,I.R.F. Acetonemia. Semiologia e Clínica dos Ruminantes, Varela, pp. 153-154, 1996. Manual de GOFF, J. Principais síndromes que acometem as vacas leiteiras no período periparto. Disponível em: http/:www.rehagro.com.br/site_rehagro/publicaca. Acesso em: 26ago. 2015. HEIDRICH,H.D.; GRUNER,J.; VASKE,T. Enfermidades Metabólicas e Carências. Manual de Patologia Bovina, J. M Varela livros LTDA. São Paulo, pp. 191 – 192, 1980 NANTES; J. H. SANTOS;T. A. B; Cetose – Revisão De Literatura. REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA. ANO VI N.10..Periódico Semestral. Janeiro de 2008. SWENSON, J.M.; REECE, W.O. Distúrbio do Metabolismo dos Carboidratos e Gordura. DUKES – Fisiologia dos Animais Domésticos, 11ed, Guanabara e Koogan, pp.447-448-450-452, 1996. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) COM REDUÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA DE IMPLANTE DE PROGESTERONA EM VACAS EM ANESTRO E BAIXO ESCORE CORPORAL Amarildo Monteiro Esperança Júnior e Rogério Soares de Freitas – Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária – UNIVÉRTIX. Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em Medicina Veterinária UFV Vivían Rachel de Araújo Mendes – Doutoranda em Medicina Veterinária – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: IATF; reprodução; anestro; ECC; bovinos. INTRODUÇÃO Os protocolos de IATF têm como meta sincronizar a ovulação a partir da administração de hormônios, induzindo a emergência de uma nova onda de crescimento folicular, controlando a duração do crescimento folicular até o estágio préovulatório, sincronizando a inserção e a retirada da fonte de progesterona exógena (BARUSELLI et al., 2006). Essa biotécnica permite que um maior número de animais seja inseminado em período de tempo pré-determinado sem estabelecer programas intensivos para detecção de cio (ALVES e JACKSON, 2006), encurtando a estação de monta e concentrando a estação de nascimento em um período favorável (CREPALDI, 2009). Este trabalho teve como objetivo avaliar os resultados obtidos a partir da realização um protocolo de IATF onde reduz-se a permanência do implante de progesterona em relação ao protocolo padrão, em vacas em anestro e com baixo escore corporal. METODOLOGIA O experimento foi conduzido no município de Matipó, Minas Gerais, no período de 23 de abril a 13 de junho de 2015. Foram utilizadas 18 vacas da raça Tabapuã, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 primíparas e multíparas, não lactantes, com mais de seis meses pós-parto, que se encontravam em anestro, com escore de condição corporal (ECC) entre 1,5 e 3,75 na escala de 1 a 5. Os animais são criados em condições de manejo extensivo, em pastagens de Brachiaria decumbens, suplementadas com sal mineral e água ad libitum, distribuídas em dois grupos (controle/tratamento) de 9 animais por protocolo de IATF. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir dos resultados obtidos neste trabalho, em que 38,8% (7:18) das vacas apresentaram prenhez, foi possível confirmar a tese descrita por Ferreira et al. (2013), ao afirmarem que é maior a taxa de prenhez em vacas com melhor ECC, constatando uma taxa de prenhez de 86,5% (83:96) contra 65,9% (56:85) de gestantes com pior ECC. Estes resultados se relacionam com um acréscimo na taxa de sincronização da ovulação para fêmeas de maior ECC, observado por Meneghetti (2006), confirmando a relação da nutrição com o desempenho reprodutivo. De acordo com as observações de Cutaia e Bó (2004) fêmeas de pior condição corporal (ECC entre 2,0 e 2,5) (escala de 1 a 5) expressam menor taxa de prenhez ao compará-las àquelas de melhor condição corporal (entre 3,0 e 4,0) ao serem submetidas a programa de IATF, semelhante ao que foi observado neste trabalho em que as médias de ECC variaram entre 2,2 e 2,4 no início e ao final do experimento. Com base nestes dados, é possível afirmar que o ECC é um preditor confiável de probabilidade de prenhez, quando são utilizados protocolos hormonais para a IATF, logo, recomenda-se a utilização de protocolos em animais com bom ECC. Ainda, segundo Neto (2013), vacas em anestro em comparação as cíclicas respondem de forma pior à maioria dos tratamentos de indução da ovulação, já que a fertilidade é mais baixa quando há ovulação após anestro prolongado. De acordo com Sá Filho et al. (2011), uma alta ocorrência de estro, além de uma alta capacidade ovulatória e uma elevada probabilidade de prenhez em vacas submetidas a protocolos de IATF estão diretamente relacionadas com a presença de folículos de maior diâmetro no momento em que se retira o dispositivo intravaginal de progesterona (DIP). Entretanto, observamos neste experimento que a média do diâmetro dos folículos ovarianos dominantes alterou de forma inesperada nas aferições realizadas antes e ao final do tratamento hormonal no protocolo com redução do implante de progesterona em que variou de 10,29mm para Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 8,74mm, podendo correlacionar com a condição de anestro e não com a progesterona circulante. Porém, quanto ao protocolo com tempo normal de implante de progesterona, em que houve variação de 10,83mm para 10,90mm, podemos considerar que sofreu uma variação pouco significativa. Entretanto, estes resultados não refletiram no número final de ovulações observadas 10 dias após a realização da inseminação, em que o grupo controle apresentou 77,7% (7:9) das vacas ovuladas, enquanto o grupo tratamento apresentou 66,6% (6:9) do total de vacas ovuladas. Esse fato pode ser explicado a partir da análise proposta por Xu et al. (1995) e Ginther et al. (2001), que afirmam que a ovulação também é dependente da aquisição de receptores de LH no folículo dominante, o que acontece quando os folículos dominantes alcançam o diâmetro de, aproximadamente, 8,5mm. O presente trabalho teve como uma das propostas reduzir o tempo de permanência de implante de progesterona, visando o crescimento do folículo dominante em menores concentrações de progesterona circulantes e maiores taxas de ovulação. Este experimento permitiu verificar que o percentual da taxa de concepção nos animais do grupo tratamento, que apresentaram diâmetro folicular em média de 8,74mm, foi de 22,2% (2:9). Enquanto que nos animais do grupo controle, que apresentaram diâmetro folicular em média de 10,90mm, a taxa de concepção foi de 55,5% (5:9). Ou seja, esses dados permitem confirmar a hipótese de Sá Filho et al. (2010) que confirmam a relação entre o tamanho do diâmetro do folículo pré-ovulatório e a probabilidade de concepção, em vacas submetidas a protocolos de IATF. Além disso, a falha na sincronização da ovulação contribuiu diretamente nos resultados finais de taxa de concepção, visto que a maioria dos animais do grupo tratamento apresentaram ovulações precoces ao tempo esperado no protocolo hormonal de IATF estabelecido. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados, conclui-se que apesar da baixa taxa de concepção alcançada, a utilização de protocolo de IATF com redução de tempo de permanência do implante de progesterona é possível, uma vez que foi verificada taxa de ovulação semelhante à observada no protocolo padrão. Porém, o baixo ECC e o anestro são condições que reduzem a eficiência dos protolocolos hormonais utilizados para sincronização da ovulação, resultando em taxas de concepção aquém do esperado. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS ALVES, O.; JACKSON, L. Avaliação do protocolo de inseminação artificial em tempo fixo utilizando eCG em vacas nelore puras e paridas. Revista Eletrônica de Veterinária REDVET, v.7, n.1, 2006. BARUSELLI, P. S., et al. Impacto da IATF na eficiência reprodutiva em bovino de corte. In: 2º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA, 2006, Paraná. Anais...Paraná, 2006, p.113-128. CREPALDI, G. A. Eficácia de diferentes protocolos de indução da ovulação e de intervalos de inseminação em vacas de corte submetidas à IATF. São Paulo, 2009. 87f. Dissertação (Pós-graduação em Reprodução Animal) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. CUTAIA, L.; BÓ, G.A. Factores que afectan los resultados en programas de inseminación artificial a tiempo fijo en rodeos de cría utilizando dispositivos com progesterona. In: SIMPOSIO INTERNACIONAL DE REPRODUCCIÓN BOVINA, 2004, Venezuela, Anais... Venezuela, 2004, p.109-123. FERREIRA, M. C. N., et al. Impacto da condição corporal sobre a taxa de prenhez de vacas da raça nelore sob regime de pasto em programa de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Semina: Ciências Agrárias, v.34, n.4, p.1861-1868, 2013. GINTHER, O. J., et al. Follicle selection in cattle: role of luteinizing hormone. Biology of Reproduction, v.64, n.1, p.197-205, 2001. MENEGHETTI, M. Mês de parição, condição corporal e resposta a protocolos de inseminação artificial em tempo fixo em vacas de corte primíparas. Botucatu, 2006. 58f. Dissertação (Pós-graduação em Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. ALMEIDA NETO, J.R.M. Dinâmica ovariana em vacas magras com anestro e taxa de prenhez com iatf em vacas leiteiras mestiças de diferentes escores de condição corporal. Viçosa, 2013. 62f. Tese (Pós-graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal de Viçosa. SA FILHO, M. F., et al. Ovarian follicle diameter at timed insemination and estrous response influence likelihood of ovulation and pregnancy after estrous synchronization with progesterone or progestin- based protocols in suckled Bos indicus cows. Animal Reproduction Science, v.120, n.1-4, p.23-30, 2010. XU, Z., et al. Expression of follicle-stimulating hormone and luteinizing hormone receptor messenger ribonucleic acids in bovine follicles during the first follicular wave. Biology of Reproduction, v.53, n.4, p.951-957, 1995. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 DETERMINAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS DO LÍQUIDO PERITONEAL DE EQUINOS COM SÍNDROME CÓLICA E SEU PAPEL COMO PARÂMETRO PROGNÓSTICO. Camila de Jesus Oliveira, Guilherme Henrique Lopes Soares, Lorena Meira Silveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior - Graduandos em Medicina Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Adriano Silvio Neto – Médico Veterinário, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruno Santos Cândido de Andrade - Graduado e Mestre em Ciência Animal. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Equino; síndrome cólica; líquido peritoneal; alterações citológicas. INTRODUÇÃO A síndrome cólica é manifestada por um conjunto de sinais clínicos e disfunções relativas tanto às vísceras abdominais, quanto ao peritônio, gerando comprometimento sistêmico e alterações laboratoriais diversas no paciente (LARANJEIRA & ALMEIDA, 2008). Nos equinos com cólica, a análise do líquido peritoneal (LP) é um meio indireto de avaliação das alças intestinais e saúde do peritônio, pois quando apresentam alterações em decorrência de torções, obstruções, infartos e ou outras afecções, ocorrerá aumento de permeabilidade vascular com passagem de células e proteínas para o LP, alterando sua composição normal (ROCHA et al., 2007). O objetivo do presente trabalho é descrever as principais alterações do líquido peritoneal dos equinos com cólica atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade Univértix, determinando indicadores que predigam a intensidade das lesões, bem como o prognóstico. METODOLOGIA Foram utilizados nesse trabalho os equinos encaminhados ao HV-Univértix no período de fevereiro a maio de 2015, que apresentaram como queixa principal síndrome cólica. Posteriormente à resenha do animal, anamnese, exame físico completo, com aferição dos parâmetros vitais, ausculta abdominal, determinação dos achados de palpação retal, procedeu-se a coleta do líquido peritoneal a partir da abdominocentese, sendo feita com o auxilio de uma cânula devidamente autoclavada, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 introduzida por uma incisão de pele na linha média ventral do abdômen até o alcance do peritônio e sua punção. O LP foi armazenado em tubo com anticoagulante (EDTA) sendo avaliadas ao exame físico cor, turbidez e presença de coagulação e ao exame laboratorial, analisados o perfil de leucócitos e proteínas totais. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos 10 animais atendidos com a queixa principal síndrome cólica no HVUnivértix no período experimental, 6 foram submetidos com sucesso à coleta e análise do LP. O exame físico do LP dos 6 animais analisados revelou alterações de coloração, sendo que 3 amostras apresentaram coloração avermelhada e 3 coloração amarelada. O líquido peritoneal normal é incolor a levemente amarelado (FERNANDES, 2009). Alterações de coloração como LP avermelhado podem ser indicativos de extravasamento vascular de eritrócitos, o que ocorre frequentemente nas cólicas encarceradas e/ou estrangulativas, o que coincide com os achados de laparotomias exploratória nos 3 casos citadosA coloração amarelada encontrada nas outras 3 amostras, pode ser o resultado do extravasamento de componentes do plasma, com principal destaque à intensa presença de leucócitos o LP (FERNANDES, 2009). Das 6 amostras coletadas, 2 apresentaram presença de turbidez, o que pode ser indicativo de aumento da concentração de proteínas, eritrócitos ou leucócitos levando a alterações do LP, como formação de transudato simples, modificado e exsudato, o que pode sugerir lesões peritoneais de maior gravidade (BACCARIN, 1995). Há presença intensa de leucócitos nas amostras, com resultados de valor mínimo 350 cel/UL e valor máximo de 460.000cel/UL, o valor mais baixo é justificado pelo estado em que o animal se encontrava, ou seja, com um menor influxo de leucócitos para o peritônio, pela alteração moderada da permeabilidade capilar, e quanto ao valor máximo, à inflamação das vísceras e a presença de peritonite instalada corrobora a presença de leucócitos e proteínas aumentadas. A peritonite está relacionada ao aumento de células de defesa e de proteína total. Em estudo realizado por HILLYER & WRIGHT, (1997) o valor normal sugerido de leucócitos em LP de equinos submetidos é menor que 5.000 cel/UL e proteína total menor que 2,5 g/dL (HILLYER & WRIGHT, 1997).Resultados descritos por Di Filippo (2009b) em 24 equinos com cólica coletados obtiveram valores de leucócitos totais entre 46.500 – 87.300 cel/UL. Dentre os seis equinos coletados, os resultados médios obtidos de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 proteínas totais foi de 4,5 ± 1,54 g/dL. No ensaio realizado por VALADÃO et al., (2010) em equinos com cólica os valores de proteína total no LP encontraram-se aumentados devido perdas de proteínas para a cavidade, determinando um significante aumento da taxa deste elemento no fluido peritoneal com média de 4,0 ± 1,5 g/dL para 22 animais analisados. O fracionamento eletroforético das proteínas contidas no líquido peritoneal é mais sensível no diagnóstico de processos inflamatórios abdominais (DI FILLIPO et al., 2010a), onde o processo inflamatório além de aumentar a permeabilidade vascular, aumenta a síntese de proteínas (THRALL, 2004) quando comparado ao sérico. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise do LP em equinos acometidos pela síndrome cólica é um importante parâmetro para mensuração da intensidade das alterações peritoneais e por isso do prognóstico após tratamento. O exame citológico descrito tem relevante valor auxílio diagnóstico, indicando resposta sistêmica e/ou específica do LP, bem como as alterações do teor de proteínas totais presentes nas amostras, primordiais na identificação de possíveis injúrias nas alças intestinais e no peritônio previamente à laparotomias exploratória. REFERÊNCIAS BACCARIN, R. Y. A., et al. Alterações do líquido peritoneal em equinos com desconforto abdominal e suas relações com o tipo de lesão implantada e evolução apos tratamento médico ou cirúrgico: analise de 74 casos. Brazilian Journal veterinária Revista animal Science. São Paulo, v. 32, n. 4, p. 256-265, 1995. DI FILIPPO, P.A., et al. Perfil eletroforético das proteínas séricas e do líquido de equinos submetidos à obstrução experimental do duodeno, íleo e cólon maior. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 4, p. 938-946, out./dez. 2010a. DI FILIPPO, P. A., et al. Características celulares e bioquímicas do líquido peritoneal de equinos submetidos à obstrução experimental do duodeno, íleo e cólon maior. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Goiânia, v.61, n.6, p.12811289, 2009b. FERNANDES, C. S.; Fatores de prognóstico da cólica em equinos. Lisboa, 2009. 37f. Tese/ Mestrado. Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade técnica de Lisboa. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 HILLYER, M.H.; WRIGHT, C.J. Peritonitis in the horse. Equine Veterinary Education. v. 9, n. 3, p. 136-142., 1997. LARANJEIRA, P. V. E. H.; ALMEIDA, F. Q. Síndrome cólica em equinos: ocorrência e fatores de risco. Revista de Ciência da Vida, Rio de Janeiro, v. 28, n. 1, p. 64, janjun, 2008. ROCHA, E. J. N., et al. Avaliação laboratorial de líquido peritoneal e análise bioquímica sérica, resultante da abdominocentese em equinos. Revista científica eletrônica de medicina veterinária. Garça, SP, n. 8, Jan., 2007. THRALL, M.A. Veterinary hematology and clinical chemistry. Philadelphia: Limpincott Willians & Wilkins, 2004. 518p. VALADÃO, C. A. A.; PUELKER, R. Z.; SOUZA, A. H.; Características do líquido peritoneal de equinos normais após punção cecal percutânea. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.6, p.1817-1820, nov-dez, 2004. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 PESQUISA DE Listeria spp. EM UTENSÍLIOS DE DIFERENTES AÇOUGUES LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MINAS GERAIS Caique Celofe Francisco Silveira Melo, Danielle Carvalho Coelho – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Análise microbiológica; infecção alimentar; listeriose; utensílios de açougue; saúde pública. INTRODUÇÃO A qualidade dos alimentos consumidos é de grande importância para a saúde humana e animal, uma vez que se estes estiverem contaminados com microorganismos patogênicos poderão gerar doenças de origem alimentar graves, culminando, inclusive, em óbito (FERREIRA, 2008). Entre estes patógenos, destacase a Listeria monocytogenes como de grande preocupação para as agências de Saúde Pública. Muitos países, incluindo o Brasil, não toleram a presença deste microrganismo em produtos alimentícios (BRASIL, 2009; CAMARGO, NERO & TODOROV, 2014). Este patógeno é o agente da listeriose, infecção alimentar atípica, e a sua transmissão por alimentos afeta, principalmente, pacientes imunocomprometidos, gestantes, idosos e neonatos, levando a uma alta taxa de mortalidade, que varia entre 20 e 30% (SILVA, 2004; FERREIRA, 2008; MUHTEREMUYAR et al., 2015). Devido a sua natureza ubíqua e a sua capacidade de adesão, o ambiente das indústrias alimentícias é considerado uma importante fonte de contaminação por este patógeno de origem alimentar. Ainda, diversos estudos já demonstraram a presença de L. monocytogenes em diferentes equipamentos e utensílios em estabelecimentos processadores de alimentos (CAMARGO, NERO & TODOROV, 2014; MUHTEREM-UYAR et al., 2015). Em açougues, falhas nas Boas Práticas de Fabricação (BPF) resultam no acúmulo de resíduos orgânicos, o que propicia a multiplicação destas bactérias e a consequente formação de biofilmes, principalmente em equipamentos de difícil higienização (FERRONATTO, 2012; HENRIQUES, GAMA & FRAQUEZA, 2014). Esta capacidade de formar biofilmes tem sido associada com a sua persistência em ambientes industriais, sendo considerada a principal causa de contaminação cruzada em produtos acabados (CARPENTIER & Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CERF, 2011). Atualmente, com o aumento do consumo de carne pelo mundo, aumentaram também as preocupações e desafios com a higiene e a segurança deste alimento (SOFOS & GEORNARAS, 2010). Sendo assim, é de grande importância que sejam realizadas investigações científicas adicionais para que se possa entender a dinâmica da contaminação por L. monocytogenes, e, com isso, desenvolver e aplicar estratégias de controle para este patógeno em estabelecimentos processadores de carne. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a presença de Listeria spp. em utensílios de diferentes açougues localizados no município de Matipó, Minas Gerais. METODOLOGIA As amostras serão coletadas em quatro açougues da região central da cidade de Matipó, Minas Gerais, sendo estes estabelecimentos selecionados devido ao grande movimento de consumidores. Serão realizadas 10 coletas em cada um dos quatro açougues, sendo cinco realizadas pela manhã, no início do processamento, e as outras cinco no período da tarde, ao final do período de trabalho, totalizando 36 amostras por coleta e 90 amostras por açougue. Em cada visita realizada, serão amostrados 100 cm2 das superfícies dos seguintes utensílios: amaciador (A), faca (F), gôndola de refrigeração (G), mesa (Me) e moedor (Mo). As coletas serão realizadas no ambiente normal dos açougues, sem nenhum tipo de higienização prévia. Para obtenção das amostras, serão realizados swab superficiais de áreas limitadas (100 cm2), com o auxílio de esponjas estéreis, previamente umedecidas em 10 ml de salina peptonada a 0,1%, e mantidas a 4ºC até o momento da análise. Em condições assépticas, os swab serão adicionados em bolsas plásticas estéreis contendo 20 ml de solução salina peptonada a 0,1%, seguidos de homogeneização por 1 minuto. Alíquotas de cada amostra serão submetidas a análise microbiológica para detecção de Listeria spp. no Laboratório de Microbiologia do Hospital-Escola Gardingo da Faculdade Vértice. Nesta etapa do estudo será adotado o Protocolo ISO 11.290-1 (ISO, 1996, 2004). Os resultados encontrados serão dispostos na forma de frequência de resultados positivos por utensílio e por frequência de resultados positivos entre os açougues amostrados. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, que se encontra na etapa de seleção dos açougues para posterior realização das coletas. REFERÊNCIAS BRASIL. MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO). Procedimentos de controle para Listeria monocytogenes em produtos de origem animal prontos para o consumo. Aprovado pela Instrução Normativa nº9, de 8 de abril de 2009. Brasília, 2009. 3p. CAMARGO, A. C.; NERO, L. A.; TODOROV, S. D. Where the problem is with Listeria monocytogenes? Journal of Nutritional Health & Food Engineering, v.1, n.6, p., 2014. CARPENTIER, B.; CERF, O. Review – Persistence of Listeria monocytogenes in food industry equipment and premisses. International Journal of Food Microbiology, v.145, p.1-8, 2011. FERREIRA, Isaura Maria. Riscos relacionados à contaminação microbiana de carne moída bovina: Uberlândia, 2008. F. (62) dissertação, (pós graduação em ciências veterinárias – produção animal) - Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. FERRONATO, A. I. et al; Distribuição de grupos clonais de Listeria monocytogenes em carcaças e no ambiente de matadouros frigoríficos de suínos Archives of Veterinary Science ISSN 1517-784X v.17, n.3, p.42-49, 2012 HENRIQUES, A. R.; GAMA, L. T.; FRAQUEZA, M. J. Assessing Listeria monocytogenes presence in Portuguese ready-to-eat meat processing industries based on hygienic and safety audit. Food Research International, v.63, p.81-88, 2014. MUHTEREM-UYAR, M. et al. Environmental sampling for Listeria monocytogenes control in food processing facilities reveals three contamination scenarios. Food Control, v.51, p.94-107, 2015. SILVA, W. P. et al. Listeria spp. no processamento de linguiça frescal em frigoríficos de Pelotas, RS, Brasil. Ciência Rural, v.34, n.3, p.911-916, 2004. SOFOS, J. N. & GEORNARAS, I. Overview of current meat hygiene and safety risks and summary of recent studies on biofilms, and control of Escherichia coli O157:H7 in nonintact, and Listeria monocytogenes in ready-to-eat, meat products. Meat Science, v.86, p.2-14, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 LAMINITE EM EQUINOS ACOMETIDOS COM CÓLICA Davyla Mystica Magalhães do Carmo, Simony Mendes Costa – Graduandas em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Priscila Fantini – Doutora em Clinica e Cirurgia. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Laminite, Cólica, Equino, Endotoxemia, Pós-operatório. INTRODUÇÃO A cólica equina é uma patologia que preocupa todos que lidam com esta espécie, que mesmo com todos os avanços científicos para obter sua resolução ainda é um dos problemas que mais causam morte dos animais (MORA, 2009). Animais com cólica podem desenvolver distúrbios metabólicos que levam a toxemia ou septicemia, sendo estes fatores predisponentes de laminite (BUSCH, 2009). A síndrome cólica e laminite causam grandes prejuízos econômicos, pois acarreta um custo elevado com o tratamento e pode levar a morte dos animais (PESSOA et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2014; BUSCH, 2009), a laminite quando não leva a morte pode acarretar a invalidez do animal (BUSCH, 2009; D’ARPE, 2010). O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre a relação de animais que desenvolvem laminite, após um quadro de cólica. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Utilizando as palavraschaves: Laminite, Cólica, Equino, Endotoxemia, Pós-operatório. RESULTADOS E DISCUSSÕES A laminite está dentre as principais causas de claudicação nos equinos levando ao afastamento de suas atividades (BUSCH, 2009), ou causando a invalidez do animal (D’ARPE, 2010). Vários mecanismos patogênicos ainda não estão completamente compreendidos (D’ARPE, 2010). As diversas fisiopatologias podem ser classificadas em teorias, sendo as principais a teoria vascular, a traumática, a enzimática e a de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 privação de glicose (BUSCH, 2009). Neste estudo de revisão bibliográfica foi abordado a teoria enzimática, que segundo Busch (2009) explica que diversos processos patológicos geram endotoxinas que desencadeiam resposta inflamatória. A laminite é uma afecção possível de desenvolvimento após um quadro de cólica, porém não tem relação direta com o processo cirúrgico, e sim está associada à presença de endotoxemia e choque séptico (MORA, 2009).A relação entre a cólica e a laminite, está ligada à resposta inflamatória do animal na origem das afecções, devido a isso deve-se entender a resposta inflamatória que ocorre no intestino e no tecido dérmico do animal, como também a resposta inflamatória a nível sistêmico (GRAVENA, 2014). O animal com laminite apresenta pulso digital aumentado, cascos quentes, claudicação (MORA, 2009; BUSCH, 2009), “aspecto de pisar em ovos”, sensibilidade ao pinçamento do casco e relutância ao se movimentar (BUSCH, 2009). Quatro estágios são descritos na laminite, sendo eles prodrômico, agudo, subagudo e crônico. A fase prodrômica inicia quando o animal tem contato com a injúria causadora e dura até os primeiros sinais de claudicação, onde começa a fase subaguda que dura em media 72 horas ou até o animal apresentar rotação da terceira falange. O tratamento geralmente se inicia nos primeiros sinais de claudicação e o animal entra na fase subaguda, com a intenção de evitar maiores danos às estruturas do casco. Na fase crônica o animal apresenta rotação e afundamento da terceira falange, devido à necrose isquêmica (BUSCH, 2009; PREVIATTI et al., 2012). Como forma de prevenção para a laminite pode ser usado também a crioterapia (tratamento com gelo), visando diminuir a atividade metabólica, o que reduz a gravidades das lesões laminares (PREVIATTI et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, pode-se observar que, a relação entre laminite e cólica, esta diretamente ligada aos fatores fisiológicos que a cólica altera no animal, deixando assim o equino com características propicias para desenvolver a laminite. A melhor forma de evitar a laminite secundaria é diminuir o metabolismo do equino, com isso as alterações fisiológicas não irão afetar a morfológica do casco, que não será capaz de desencadear um quadro inflamatório. A laminite tem um prognostico reservado a favorável desde que tratada imediatamente, e deve sempre utilizar as formas de profilaxia. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS BUSCH, L. Atualidades no tratamento da laminite em equinos. São Paulo, 2009. 18f. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. D’ARPE, L. The ice shoe to prevent and treat equine laminitis. In: ESVOT CONGRESS, 15, 2010, Bologna, Italia. GRAVENA, K. Respostas inflamatórias sistêmicas, do casco e do colón menor submetido a distensão em equinos. Jaboticabal, 2014. 76 f. Tese de Doutorado em Medicina Veterinária. Faculdade de Ciência Agrárias. MORA, S. C. F. Resolução Cirúrgica de Cólicas em Equinos - Critérios, Desenvolvimento e Pós-Operatório. Lisboa, 2009. 88 f. Dissertação de Mestrado em Clinica e Cirurgia de Equinos. Universidade Técnica de Lisboa- Faculdade de Medicina Veterinária OLIVEIRA, C. M. M., et al. Cólica em Equídeos no Rio Grande do Norte: Estudo Retrospectivo dos Principais Achados Clínico-Epidemiológicos de 25 Casos. Acta Veterinaria Brasilica, v.8, n.4, p.290-294 PESSOA A. F. A., et al. Abdômen agudo em equídeos no semiárido do Nordeste do Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira. 32(6):503-509. PREVIATTI, B. B., et al. É. L. Laminite - Relato de Caso. In: SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 17, 2012, Rio Grande do Sul. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE CINOMOSE E PARVOVIROSE CANINA NO HOSPITAL GARDINGO – MATIPÓ- MG. Brisa Miclos Piedade Valladares Sossai, João Roberto Sossai Filho – Graduandos de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Vanessa Guedes Pereira – Médica Veterinária, Especialista em Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos, Mestre em Medicina Veterinária – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: vacina polivalente, cinomose canina. INTRODUÇÃO A vacina polivalente é de extrema importância, devido ao risco de morte que as enfermidades por ela imunizadas representam. Além da Cinomose Canina e Parvovirose Canina, ela também imuniza contra o Adenovírus Canino e Leptospirose Canina. O proprietário deve consultar o Médico Veterinário a respeito de protocolos de vacinação, pois a vermifugação e a saúde do animal são pré-requisitos para a realização correta da vacina (NELSON et al., 2010). É sempre melhor prevenir infecções a tratá-las, sendo assim a melhor forma de prevenção é evitando a exposição e realizando a vacina (ETTINGER et al., 2004). A primeira dose da vacina polivalente deve ser feita aproximadamente ao 45º dia de vida, logo ao desmame, felizmente o esquema de vacina foi desenvolvido para proteger o filhote de forma ideal, frisando que é muito importante também, antes da imunização “completa” manter o filhote longe de outros cães. A imunização é constituída por três doses vacinais, com o intervalo de 30 dias entre doses, a não realização correta desses critérios, acarreta na diminuição da eficácia vacinal. Após essas doses, deve ser feito o reforço anual. Animais não imunizados tende a ter cem vezes mais chance de sofrer por essas afecções. Visto que a vacina não é de máxima eficácia, mas é de boa precaução, com resultados comprovadamente satisfatórios a não infecção, ao comparar-se com os pacientes soropositivos (MARTINS et al., 2009). Muitas vezes a vacinação pode se tornar ineficaz devido a vários fatores, como: vacina manuseada ou administrada de maneira inadequada; animal estava incubando a doença quando foi vacinado; animal não responsivo a vacina devido a imunossupressão; entre outros (ETTINGER et al., 2004). Dentre as doenças virais que mais oferecem risco de morte para os cães estão a Cinomose e Parvovirose Canina, sendo relevante a abordagem Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 destas. (NELSON et al., 2010). A Cinomose Canina é uma doença viral causada pelo Morbillivírus da família Paramyxoviridae, com alta letalidade e muito contagiosa, é na maior parte das vezes diagnosticada em pacientes não vacinados ou com alguma falha vacinal. Filhotes e cães jovens, de 3 a 6 meses de idade estão na faixa de maior risco. Tendo como principais sinais clínicos: febre, transtornos respiratórios, diarreia, corrimento ocular, hiperqueratose naso-digital, mioclonias, linfopenia, coriorretinite, podendo evoluir para sinais neurológicos, como: cegueira, convulsões, ataxias cerebelar, vestibular ou sensorial, mioclonias, paresia, paralisia e desorientação. Com altíssima mortalidade, só fica abaixo da raiva canina, chegando a índices de 30% a 70% de casos fatais (MARTINS et al., 2009). A Parvovirose Canina, assim como a Cinomose, também é uma infecção viral, causada pelo Parvovírus Canino, da família Parvoviridae. Essa enfermidade acomete principalmente cães jovens com menos de 6 meses de vida, tendo alta mortalidade e sinais clínicos de rápido progresso. Vômitos, diarreia, frequentemente hemorrágica, rápida desidratação são os sinais comumente observáveis (STROTTMANN et al., 2008). O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil epidemiológico da Cinomose e Parvovirose do Hospital Escola Gardingo em MatipóMinas Gerais. Estimando a prevalência dessas duas doenças em função dos fatores de risco. METODOLOGIA Será aplicado um questionário para os proprietários atendidos no Hospital Veterinário UNIVÉRTIX, no Município de Matipó - Minas Gerais, no período de 31 de Agosto de 2015 a 29 de Fevereiro de 2016. Serão apresentadas questões objetivas contendo perguntas sobre o esquema de vacinação dos animais. Os dados serão analisados no Programa Estatístico Sigma Plot 12.5 e posteriormente correlacionados com os casos de Cinomose e Parvovirose dos animais atendidos neste hospital. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este trabalho está em fase de implantação e levantamento de dados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Espera-se com esse trabalho, correlacionar os casos de animais com Cinomose e Parvovirose atendidos no Hospital Veterinário UNIVÉRTIX, com falhas no esquema de vacinação, evidenciando a importância de um profissional capacitado, sendo ele o Médico Veterinário, para a realização de qualquer procedimento relacionado ao bem estar animal, incluindo a imunização de animais saudáveis no período de vida adequado. REFERÊNCIAS NELSON,R.W ; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 4ª ed, Rio de Janeiro: Elsevier, p.1304 a p.1308. ETTINGER,S.J; FELDMAN, E,C. Tratado de Medicina Interna Veterinária Doenças do cão e do gato, 5ª ed, vol 2, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p 2062, 2063. MARTINS, D.B Cinomose Canina- Revisão de literatura; 2009 – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RSSTROTTMAN, D.M; Diagnóstico e estudo sorológico da infecção pelo parvovírus canino em cães de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil; 200 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FRATURA DE OSSOS SESAMOIDES PROXIMAIS EM EQUINOS José Victor Mathias de Souza, Rayssa Campos Martins – Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice– UNIVÉRTIX Bruno Santos Cândido de Andrade - Graduado em Medicina Veterinária e Mestre em Ciência Animal. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Equino, fratura sesamoide proximal; osteoartrite; desmite do ligamento suspensório do boleto. INTRODUÇÃO As lesões do aparelho locomotor ocorrem frequentemente em equinos de competição e, como consequência, geram afastamento desses animais das atividades atléticas, gerando custos de tratamento e sequelas por vezes irreparáveis. Essas enfermidades superam em ocorrência as afecções do aparelho respiratório e gastrointestinal. Problemas de conformação física inadequada, falta de condicionamento físico e casqueamento incorreto, entre outros fatores, contribuem para ocorrência de diversas lesões ortopédicas (BARREIRA et al., 2012). Nos equinos, as fraturas de ossos sesamoides proximais são frequentes, devido traumas diretos ou por mecanismos relacionados às forças de tensão do ligamento suspensório sobre os mesmos, durante a extensão máxima das articulações dos boletos. Essas fraturas podem comprometer a vida e a função atlética desses animais, em função do padrão de fratura e extensão das lesões em componentes anatômicos adjacentes, o que exige diagnóstico preciso e instituição de tratamento precoce (PYLES et al., 2004). O objetivo do presente trabalho é descrever os sinais clínicos, diagnóstico e conduta terapêutica recomendados aos casos de fraturas de ossos sesamoides em equinos. REVISÃO DE LITERATURA Os equinos são historicamente utilizados pelo homem como uma ferramenta de trabalho, como meio de tração, transporte, lazer e para competições. No Brasil o mercado do cavalo movimenta bilhões de reais por ano, tendo rebanho de cerca de 7,5 bilhões de cabeças entre equinos, asininos e muares (FRANÇA, 2013). Por meio de fatores intrínsecos e extrínsecos desenvolvem-se as lesões no aparelho locomotor Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 dos equinos. São mais frequentes as artrites das articulações do carpo, articulações metacarpofalangeanas, interfalangeanas e as lesões de tendões e ligamentos. (ABREU, 2011). Dentre as afecções relacionadas ao aparelho locomotor dos equinos atletas, devido ao estresse imposto nas modalidades esportivas, as fraturas de sesamoides proximais são mais frequentes em animais de corrida, devido ao esforço e velocidade (PYLES et al., 2007). Cavalos de corrida e salto são afetados frequentemente devido às tensões excessivas sobre os ossos sesamoides proximais, devido a sua ligação ao Ligamento Suspensório do Boleto (LS), situado próximo a articulação metacarpofalangeana. O LS ao longo do desenvolvimento da espécie evoluiu para suportar grandes tensões durante a extensão dos dígitos, porém tensões além de seus limites fisiológicos podem gerar lesões graves de seu corpo e ramos e até mesmo dos ossos sesamoides. Situado nos membros torácicos e pélvicos, o LS se prolonga distalmente no sulco metacárpico e/ou metatársico, ocorrendo sua divisão em dois ramos palmares ou plantares, no terço distal dos ossos terceiro metacárpico e terceiro metatársico. A inserção dos ramos do LS situa-se sobre as superfícies abaxiais dos ossos sesamoides proximais e continua de forma obliqua e dorsalmente sobre a falange proximal, onde se liga ao tendão do músculo extensor digital comum proximal à articulação interfalangeana proximal (SCHWARZBACH, et al.,2008). O LS, em algumas situações extremas, transmite excessiva tensão sobre os ossos sesamoides proximais, podendo ocasionar fraturas dos mesmos, principalmente em animais mal condicionados ou jovens (STASHAK, 2006). As fraturas de sesamoides proximais são classificadas de acordo com a região acometida, em apical, abaxial, transversal ao corpo sesamoide e basilar (articular ou não). Fraturas sagitais ou cominutivas ocorrem frequentemente devido a um trauma direto. Os ossos sesamoides proximais laterais dos membros torácicos são acometidos com mais frequência, sofrendo ação direta do ligamento suspensório do boleto. Considerando os tratamentos disponíveis para as fraturas de ossos sesamóides, em todos os casos o prognóstico pode ser dado após a avaliação da articulação metacarpofalangeana e consequentemente levando em conta o desenvolvimento de afecções secundárias às fraturas, como desmite do ligamento suspensório do boleto e sinais de Doença Articular Degenerativa (DAD) da articulação do boleto (STASHAK, 2006). As fraturas de sesamoides proximais podem causar inflamação e desalinhamento das superfícies articulares das articulações dos boletos, levando ao desenvolvimento de osteoartrites Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 e até artroses. Devido a inflamação ocorrida em tecidos adjacentes, comprometimento do LS também pode advir das fraturas de sesamoides (ROCHA, 2008). O diagnóstico é baseado na sintomatologia clínica de aumento de volume sensível à palpação das superfícies dos ossos sesamoides, claudicação de início agudo, de moderada a intensa em função dos tipos de fraturas, impossibilidade de flexão das articulações do boleto por reação dolorosa. O exame radiográfico é bastante específico em identificar as lesões, principalmente nas projeções obliquas. O exame ultrassonográfico deve ser realizado para avaliação do LS, bem como de suas inserções nos sesamoides (STASHAK, 2006). O prognóstico varia de reservado a desfavorável, em função dos tipos de fraturas e extensão das lesões pela articulação do boleto (BARREIRA et al., 2012). Diversas são as técnicas cirúrgicas indicadas para o tratamento das fraturas de sesamoides, como as artroscopias e/ou artrotomias para a exérese de fragmentos apicais menores e as técnicas de osteossíntese com implantes de parafusos do tipo lag-screw e cerclagens com fios de aço. O importante na avaliação é prover a estabilização dos fragmentos, com alinhamento das superfícies articulares dos sesamoides, evitando dessa forma lesões à articulação do boleto. As complicações cirúrgicas, bem como a efetividade das técnicas variam de acordo com o grau de comprometimento, indicação da cirurgia e momento cirúrgico (PYLES, et al., 2007b) CONSIDERAÇÕES FINAIS As fraturas de ossos sesamoides em equinos podem apresentar diversos padrões, que relacionam-se à intensidade da manifestação clínica, norteiam a indicação de tratamento, além de apresentarem diferentes prognósticos entre si. A frequente ocorrência pode ser relacionada a fatores de manejo, e, por isso, passível de profilaxia para seu controle. Muitas técnicas cirúrgicas estão disponíveis para seu tratamento, variando em função do padrão das fraturas, da mesma forma como as complicações cirúrgicas estarão relacionadas ao tipo de tratamento empregado e características individuais de cada caso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ABREU, H. C., et al. Claudicação em cavalos Crioulos atletas. Ciência Rural, v. 41, n.12, p. 2114-2119, Santa Maria, 2011. BARREIRA, B. A.; FONSECA, M. P. A.; MONTEIRO, G. P. M. Estudo anatômico da articulação metacarpofalangeana de equinos. Revista eletrônica Novo Enfoque, v.15, edição especial, p. 54-61, 2012. FRANÇA, M. V., et al. Afecções do aparelho locomotor em equideos: Levantamento de casos clínicos. XI I I Jornada de ensino, pesquisa e extensão – jepex – ufrpe: Recife, 2013. PYLES, M. D., et al. Parafusos bioabsorvíveis na reparação de fraturas de sesamóides proximais em equinos. Ciência Rural, v. 37, n. 5, p. 1367-1373, 2007b. PYLES, M. D., et al. Avaliação de parafusos metálicos na reparação de fraturas experimentais de sesamóides proximais em eqüinos. Revista científica eletrônica de medicina veterinária – issn 1679-7353. Periodicidade semestral – Ed. 2, 2004a. ROCHA, F. J. M. Osteoartrites em equinos. Lisboa, 2008. Tese/Mestrado. Clínica de grandes animais, Curso de Medicina Veterinária – Faculdade de Medicina Veterinária - Universidade Técnica de Lisboa. SCHWARZBACH, V. S., et al. Ligamento suspensório da articulação metacarpo/metatarso falangianas nos eqüinos: aspectos evolutivos, anatômicos, histofisiológicos e das afecções. Ciência Rural, v.38, n.4, p.1193-1198, jul, 2008. STASHAK, T. S. Claudicação em equinos. Quinta edição. São Paulo: Editora Rocca, 2006. EFEITOS DO TRAMADOL INTRAVENOSO EM EQUINOS: AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS, COMPORTAMENTAIS E LIMIAR NOCICEPTIVO MECÂNICO. Lorena Meira Silveira Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – Univértix – Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - FAPEMIG Camila de Jesus Oliveira, José Victor Matias de Sousa, Guilherme Henrique Lopes Soares - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice -Univértix Bruno Santos Cândido de Andrade, Priscila Fantini Professores Faculdade Vértice – Univértix Vanessa Guedes Pereira Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora Faculdade Vértice – Univértix. [email protected] INTRODUÇÃO Por muito tempo, a analgesia em animais de grande porte, foi tratada de forma superficial (VIÑUELA-FERNÀNDEZ et al., 2007). Com as práticas de bem-estar animal estar se voltando também aos animais de produção, várias pesquisas têm sido realizadas nos últimos anos visando determinar formas eficientes de avaliação da dor nesses animais, com o desenvolvimento de métodos adequados e de novos protocolos analgésicos (PRICHETT et al., 2003; VAN LOON et al., 2010). Em equinos, é recente o uso de opioides como o tramadol, que possui ação analgésica não restrita aos mecanismos opioides, sendo classificado como um opioide atípico. Além da ativação de receptores opioides, o tramadol também atua na inibição da recaptação de noradrenalina e serotonina (RAFFA et al., 1992; LEPPERT,2009). Embora o tramadol apresente características farmacológicas peculiares e ação em receptores que afetam a nocicepção, informações sobre seus efeitos por via intravenosa em equinos ainda são escassas, demonstrando a importância de estudos que procurem esclarecer a segurança e eficácia sedativa e analgésica deste opioide. METODOLOGIA O projeto será desenvolvido no Hospital Escola Veterinário Gardingo da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Serão utilizados seis equinos adultos hígidos, dentre fêmeas e machos, sem raça definida, selecionados após ser constatada a ausência de alterações nos exames físico, clínico e laboratorial (hemograma completo). Os animais receberão três tratamentos, com intervalo de 7 dias entre eles. No Tratamento 1 os animais receberão 2mg/Kg de tramadol intravenoso, no Tratamento 2 os animais receberão 3mg/kg de tramadol intravenoso e no Tratamento 3 os animais receberão 4mg/kg intravenoso, sendo que, os avaliadores não terão conhecimento do tratamento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 administrado nos animais. Serão avaliados os parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal, comportamento e sedação, grau de ataxia e motilidade intestinal. Também será avaliado o limiar nociceptivo mecânico, utilizando algômetro de pressão (PIOVESAN et al., 2000), aplicado bilateralmente nos membros torácicos e pélvicos, sobre a banda coronária dorsal do casco até a resposta positiva do animal considerada após movimento de cabeça para o local do estímulo, movimento do tronco, cauda ou retirada do membro As variáveis serão mensuradas anteriormente a administração do tramadol; imediatamente após sua administração, e há 15, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 minutos após a administração. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se avaliar e esclarecer os efeitos sedativos e analgésicos do tramadol, através dos parâmetros clínicos, comportamentais e o limiar nociceptivo mecânico, utilizando diferentes doses administradas pela via intravenosa, em equinos saudáveis. REFERENCIAS ANELIZE, S. M. FLÁVIA, A. O. STELIO, P. L. Intravenous Tramadol Injection has no Antinociceptive Effect in Horses Undergoing Electrical and Thermal Stimuli. Journal of Equine Veterinary Science. Department of Veterinary Surgery and Anaesthesiology, School of Veterinary Medicine and Animal Science, UNESPeUnivEstadualPaulista, Botucatu, Brazil. 2012 DHANJAL, J. K., et al. Intravenous tramadol: effects, nociceptive properties, and pharmacokinetics in horses. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, v. 36, p. 581590, 2009. PIOVESAN, E. J., et al.Utilização da Algometria de Pressão na Determinação dos Limiares de Percepção Dolorosa Trigeminal em Voluntários Sadios. Universidade Federal do Paraná, Brasil, 2000. GIORGI, M., et al. Pharmacokinetic evaluation of tramadol and its major metabolites after single oral sustained tablet administration in the dog: a pilot study. The Veterinary Journal, v.180, n.2, p.253-255, 2009. KNYCH, H. K., et al.Pharmacokinetics and selected pharmacodynamic effects of tramadol following intravenous administration to the horse. Equine Veterinary Journal, v.45, p. 490-496, 2013. LEHMANN, K., et al.Postoperative patient-controlled analgesia with tramadol: analgesic efficacy and minimum effective concentrations. The ClinicalJournalofPain, v.6, p.212-220, 1990. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 LEMONICA, L.; PEREIRA, S. M. Dor: bases anátomo-fisiológicas e do tratamento. Temas de Anestesiologia. Botucatu: Unesp, 1992. p.163-170. OLBRICH, V. H.; MOSING, M. A comparison of the analgesic effects of caudal epidural methadone and lidocaine in horse. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, v.30, p. 156-164, 2003. PRITCHETT, L.C., et al.Identification of potential physiological and behavioral indicators of postoperative pain in horses after exploratory celiotomy for colic. Applied Animal Behaviour Science, v.80, n.1, p.31-43, 2003. RAFFA, R. B., et al.Opioid and non opioid components independently contribute to the mechanism of action of tramadol, an ‘atypical’ opioid analgesic. J PharmacolExpTher., v.260, n.1, p.275-285, 1992. VIÑUELA-FERNÁNDEZ, I., et al.Comparison of subjective scoring systems used to evaluate equine laminitis. The VeterinaryJournal, v.188, p.171-177, 2011. USO DE MULAS COMO RECEPTORAS EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EQUINO Lorena Meira Silveira - Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – Univértix – Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - FAPEMIG Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Camila de Jesus Oliveira, Guilherme Henrique Lopes Soares, Karla Godinho e Silva - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice -UNIVÉRTIX Laís da Silva Santos - Médica Veterinária Bruna Waddington de Freitas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX João Luís do Espirito Santo Júnior - Especialista em Reprodução Equina, Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Mulas, receptores, embrião, equinos. INTRODUÇÃO A técnica de transferência de embriões (TE) não cirúrgica em equinos foi descrita pela primeira em 1972, por Oguri e Tsutsumi, e consiste na coleta de embrião de uma fêmea doadora e transferência deste para uma fêmea receptora, encarregada de levar a gestação a termo (DAVIES, 2003). É uma das principais biotecnias aplicada à reprodução de equinos e dentre as diversas vantagens de seu emprego, pode-se citar a utilização de doadoras jovens, o aumento da produtividade égua/ano, a obtenção de produtos de éguas incapazes de conduzir a gestação a termo por problemas adquiridos e a possibilidade de manter éguas de performance em atividade ao longo do ano (RIERA, 2009). A mula é a cria do cruzamento do jumento (Equus asinus) com a égua (Equus caballus), resultando em animais híbridos na grande maioria inférteis. Porém, mesmo nestas condições, as mulas podem ter ciclos estrais, com atividade ovariana e produção hormonal, além de possuírem anatomia genital compatível com seus progenitores (DAVIES et al., 1985; CAMILO et al., 2003; SOUZA et al., 2013). Os muares são muito saudáveis e apresentam grande longevidade, podendo gestar crias por vários anos; as Mulas de sela são menos utilizadas no verão, período de entressafra dos concursos de marcha e cavalgadas, ficando disponíveis para a reprodução, sua exigência nutricional é menor que da égua, possibilitando boa produção de leite mesmo em condições pouco favoráveis, possui ótima habilidade materna, respondem bem ao protocolo hormonal com progesterona, e são versáteis, podendo receber embrião equino, muar ou asinino (BLOG DO PÊGA, 2012). Muitos planteis possuem como entrave o número insuficiente de receptoras em condições estabelecidas como ideais para receber o embrião. Com base nas vantagens da mula como receptora, sua utilização em programas de transferência de embrião é usada como aliada, demostrando assim, a importância de pesquisas e esclarecimentos de sua fisiologia reprodutiva e protocolos hormonais eficientes. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos relacionados ao uso de mulas nas biotecnias da reprodução. Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mulas, receptoras, transferência de embrião, equinos, mures. 8 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a partir destes, 6 foram selecionados levando em consideração os protocolos utilizados e resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Camillo et al., (2003) usou em seu experimento cinco embriões classificados morfologicamente como bom ou excelente, transferidos de forma não cirúrgica para mulas acíclicas e cíclicas. As mulas que ciclavam foram induzidas com D-cloprostenol e gonadotrofina coriónica humana (hCG); as acíclicas induzidas com benzoato de estradiol, e receberam progesterona no dia que a doadora ovulou. Três embriões foram transferidos, em duas ocasiões diferentes, para mulas acíclicas, que não confirmaram prenhes. Os embriões transferidos para as duas mulas cíclicas resultou em gestações confirmadas. Imagens ultrassonográficas obtidas em todas as fases da gestação eram iguais aos achados em gestações normais de éguas. A gestação durou 348 dias nas mulas e o parto dos potros começaram espontaneamente e foi concluído sem complicação. Os potros nasceram saudáveis com 48 e 51 kg, com reflexos de sucção e amamentaram sozinhos até 30 minutos após o nascimento. As mulas receptoras mostraram ótimo comportamento materno e expeliram a placenta normalmente. Um embrião não pôde ser transferido por incompatibilidade de sincronização com a doadora. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo mostrou a relevância do uso de mulas como receptoras de embriões equinos, tanto pelas habilidades maternas, como pela dificuldade de aquisição de éguas receptoras. O inconveniente é a suplementação hormonal com progesterona que deverá ser realizada até os cem dias de gestação em mulas acíclicas, que não foi o caso do experimento mencionado. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS BLOG DO PÊGA. Vantagens do uso da mula como receptoras. Reportagem de 14/02/2012. Disponível em: http://jumentoemuar.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html Acessado em: 01 de set. 2015. CAMILO, F.; VANNOZZI, I.; ROTA, A.; DI LUZIO, B.; ROMAGNOLI, S.; ARIA, G.; ALLEN, W. R. Successful non-surgical transfer of horse embryos to mule recipients. Reprod Domest Animal, v.38, p.380-385, 2003. DAVIES, C. J.; ANTCZAK, D. E.; ALLEN, W. R. Reproduction in mules: embryo transfer using sterile recipients. Equine Vet J, v.17, suppl.3, p.63-67, 1985. MCKINNON, A. O.; SQUIRES, E. L.; Embryo Transfer and Technologies. Current therapy in equine reproduction. Philadelphia: W. B. Sounders, 2007 OGURI, N. TSUTSUMI, Y. Non-surgical recovery of equine eggs, and an attempt at non-surgical egg transfer in horses. Journal of Reproduction and Fertility, v.31, p.187-195, 1972. RIERA, F. L. Equine embryo transfer. In: RUDOLPH, P.; GOWER, J. (Ed.). Equine breeding management and artificial insemination. Missouri: Saunders Elsevier, 2009. p.185-199. SOUZA, A. K.; GONZALEZ, M. S.; GOMES, R. G., SENEDA, M. M. Estimativa da população folicular ovariana de mulas: resultados preliminares. Animal Reproduction, v.10, p.271, 2013. PRINCIPAIS PATOLOGIAS ODONTOLÓGICAS EM EQUINOS HIGÍDOS. Altamir Pedro de Oliveira Neto, Luana Calil de Oliveira, Camila de Jesus Oliveira - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Priscila Fantini- Médica Veterinária, Doutora, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Odontologia equina; afecções odontológicas; equino. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 INTRODUÇÃO O Brasil possui a segunda maior população de equinos no mundo, animais estes que são usados para lazer, ferramenta de trabalho ou em competições esportivas (BOTELHO et al., 2007). Uma boa saúde bucal é essencial para estabelecer e manter a higidez dos animais, propiciando o bem estar e melhor performance (Cunningham & klein ,2008.). A mecânica bucal tem a finalidade de reduzir o tamanho das partículas apreendidas pelos lábios e dentes, umedecer e prédigerir, fazendo parte da fisiologia do trato gastrointestinal (THOMAZIAN, 2005). Nos animais afetados por patologias do aparelho bucal podem surgir dificuldades na apreensão e deglutição de alimentos que podem levar a emagrecimento e queda no desempenho, e este é um fato principalmente importante nos animais de alto nível de competição. A presença do médico veterinário é indispensável na execução das abordagens odontológicas o que resulta em uma boa fisiologia e mecânica bucal, e consequentemente prolongando a vida (BOTELHO et al., 2007). Este trabalho tem por objetivo realizar uma breve revisão bibliográfica sobre as principais afecções odontológicas equinas. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas seguintes plataformas Scielo, Portal de Pesquisa Da Biblioteca Virtual De Saúde (BVS) e Veterinary Equine Team. 1.540 artigos estavam relacionados ao tema, sendo que foram analisados e referenciados 11 artigos para o presente trabalho. REVISÃO DE LITERATURA As condições ambientais impostas pelo homem, principalmente dieta e confinamento, contrárias à fisiologia e anatomia normal dos equinos, são os fatores que mais predispõem ao desenvolvimento das afecções dentárias. Dessa forma é possível afirmar que a maioria destes animais desenvolverá alguma patologia dentária ao longo da vida (PAGLIOSA et al., 2006). Uma boa prática odontológica requer avaliações periódicas que permitam um diagnóstico de eventuais alterações e a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 prevenção da evolução destas sobre o estado clínico do equino (JOHNSON et al., 2006). Os equinos têm uma dentição classificada como heterodonte. Apresentam diversos tipos ou grupos de dentes tais estes como os incisivos, caninos, pré-molares e molares, cada um com suas características e funções específicas. (CALDEIRA et al., 2002). Dentre as diversas patologias que podem ocorrer na cavidade oral dos equinos acontecem com maior frequência as maloclusões dos incisivos, os padrões de desgaste anormais nos pré-molares e molares, as complicações devido à presença dos pré molares conhecidos como “dentes de lobo”, além de várias patologias que podem surgir em qualquer dente, tais como, os diastemas, a retenção de dentes decíduos, a polidontia e a oligodontia, as fraturas dentárias, as cáries, a doença periodontal e as fraturas maxilares e mandibulares rostrais (PAULO, 2010). Existem ainda outros problemas dentários de maiores complicações, mas estes são menos comuns, como as afecções alveolares dentárias que normalmente são secundárias as cáries e/ou decorrentes do acúmulo de alimentos ou corpos estranhos (DACRE, 2005). Quando negligenciadas essas afecções podem evoluir para situações mais graves, como as alvéolos-periostites, abscessos apicais, osteomielites e sinusites ocasionando assim a piora do quadro. (EASLEY, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas odontológicos dos equinos são de grande importância para medicina veterinária por causar prejuízos econômicos ao proprietário e malefícios à saúde do animal. Desta maneira, os exames odontológicos, feitos por um médico veterinário, devem ser uma prática essencial da avaliação periódica resultando assim em um cavalo mais saudável com desempenho melhor e muitas vezes prolongando sua vida. REFERÊNCIAS BAKER, G. J.; EASLEY, K. J. Equine dentistry.W.B.Saundes,London. p.91-109, 2005. BOTELHO, D. L. M.; CEZAR, J. A. W.; FILADELPHO, A. L. Odontologia equina. Revista científica eletrônica de medicina veterinária - ISSN 1679-7353, ano iv, número, 08, janeiro de 2007. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 CALDEIRA, R. M., et al. APONTAMENTOS de Exognosia. Tese/Mestrado. Clínica médica veterinária. Curso de Medicina Veterinária - Universidade Técnica de Lisboa, 2002. CUNNINGHAM,J.G.; KLEIN, B.G. Tratado De Fisiologia Veterinaria. Rio de janeiro: Elsevier, 2008. Dyce.K.M.; Sack M.O.; Wensingc.J.G. Tratado De Anatomia Veterinario, 3° ed, rio de janeiro: Elsevier, 2004. JOHNSON, T. e PORTER, C. M. Dental overgrowths and acquired displacement of cheek teeth.Published in IVIS withthepermissionofthe AAEP, 2010. PAGLIOSA, G.M.; ALVES, G.E.S.; SCHWARZBACH, S.V. Odontologia Equina – Alterações dentárias frequentes que podem prejudicar a sanidade e performance do cavalo.Revista Brasileira de Medicina Equina, São Paulo, v. 5 n. 1, p. 7, 2006. PAULO,D.L.O.M. A importância da odontologia na prática clínica equina.Tese/Mestrado. Clínica médica veterinária. Curso de Medicina Veterinária Universidade Técnica de Lisboa. f. 80, 2010. PUGH, D. G. Feeding the Orphaned and Hand RaisedFoal-Proceedings of the AAEP Focus Meeting: First Year of Life - Austin, TX, USA, 2008. ROSCOE, M. P.Avaliação de seis protocolos de sedação para procedimentos odontológicos em equinos.Tese/Mestrado. Clínica e cirurgia veterinária. Curso de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais, f.59, 2007. THOMAZIAN, A. Enfermidade dos cavalos, 4ªed, São Paulo: Varela, p. 265 – 276, 2005. COMPORTAMENTO SEXUAL DE ZEBUÍNOS: REVISÃO DE LITERÁRIA Lucas Pierotti Stopa, Ulisses Condé Matos – Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Waddington de Freitas - Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: bovinos; comportamento sexual; touros; zebuínos. INTRODUÇÃO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com predominância de 80% raças zebuínas (Bos taurus indicus) (MENDONÇA, 2010). Cerca de, 93% das fêmeas são cobertas em manejo de monta natural e visto que 55% do rebanho bovino brasileiro é composto por fêmeas, o touro apresenta relevância na reprodução (OLIVEIRA et al., 2007). Sendo assim, a abordagem do comportamento sexual de touros é de suma importância e sua contribuição zootécnica, é justificada pela especialidade da bovinocultura brasileira, que se trata de espécies de produção, com elevado potencial econômico (BASCUNÃN et al., 2008). O objetivo a ser alcançado com o presente estudo é revisar a literatura científica quanto às características da raça zebuína relacionadas à reprodução, com ênfase em comportamento sexual. METODOLOGIA Foram pesquisados na plataforma de busca Scielo, artigos relacionados ao rebanho brasileiro de bovinos e aspectos relacionados ao comportamento sexual de zebuínos. Para a realização da pesquisa, foram usadas palavras-chave: comportamento sexual de bovinos, zebuínos, touros. Foram encontrados 221 artigos referentes ao assunto, onde 10 artigos foram selecionados para revisão devida do presente assunto aqui abordado. REVISÃO DE LITERATURA Estudos relacionados ao potencial reprodutivo de touros zebuínos são de difícil coleta de dados por suas condições naturais, e por isso estudos sobre tal abordagem são referidas com maior frequência aos taurinos (Bos taurus taurus). Porém, machos zebuínos apresentam maior interesse em fêmeas, mesmo estas não estando em estro (MENDONÇA, 2010). Um dos principais pilares da produtividade e lucratividade de um rebanho é a eficiência reprodutiva (DIAS et al., 2006). O potencial reprodutivo do touro é a soma de vários fatores inerentes à reprodução como a idade, puberdade, qualidade do sêmen, circunferência escrotal e libido, e, uma vez com a condição física adequada, tais pontos se fazem necessários para o sucesso da monta e da fertilização (Fonseca et al., 1991). Estudos relacionados ao comportamento sexual de touros fornecem subsídios e parâmetros de grande relevância para avaliação da libido e capacidade de serviço dos touros (Costa e Silva & Encarnação, 1995; Ribeiro, 1999). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 A libido reflete vantagens por avaliar e refletir melhor o comportamento dos zebuínos (DIAS et al., 2009). A variação da idade dos touros também parece ser um fator preponderante nos efeitos sobre a atividade sexual. No gado zebuíno, os machos compartilham o mesmo local, porém com presença de fêmeas no cio, é visto competição e acasalamento do dominante do rebanho (SILVA, 2007). Para avaliação de aspectos relacionados à reprodução destes touros, fatores como ambientais, nutricionais, hormonais, frequência de acasalamento, atividade sensorial, experiência quando jovens, sociabilidade e fatores genéticos, devem estar interligados (LOPES et al., 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da importância, os dados que são coletados a respeito do referente tema direcionado às raças zebuínas são de pouco volume. Por se tratar de animais de produção e com grande potencial reprodutivo se faz necessário mais estudos e coletas de dados aprofundados sobre tal assunto, a fim de melhor entendimento acerca do comportamento sexual de touros zebuínos. REFERÊNCIAS BASCUNÃN, D. S. R., et al. Comportamento sexual de touros zebuínos e Angus em central de coleta e processamento de sêmen. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.254-260, 2008. COSTA E SILVA, E.V.; ENCARNAÇÃO, R. O comportamento sexual e manejo reprodutivo de bovinos de corte. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 13., 1995, Pirassununga. Anais... Pirassununga: Sociedade Brasileira de Etologia, 1995. p.7082. DIAS, J. C., et al. Teste da libido em touros jovens guzerá e suas associações com características reprodutivas e níveis séricos de testosterona. Archives of Veterinary Science, v.14, n.4, p.204-213, 2009. DIAS, J. C.; ANDRADE, V. J.; FRIDRICH, A. B. Genetic parameter estimates for reproductive traits in young Nelore bulls. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.58, n.3, p.388-393, 2006. FONSECA, V.O., et al. Potencial reprodutivo de touros da raça Nelore (Bos taurus indicus) em monta natural. Proporção touro:vaca 1:40 e fertilidade. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.15, p.103-108, 1991. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 LOPES, F. G., et al. Avaliação andrológica por pontos e comportamento sexual em touros da raça Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.6, p.1018-1025, 2009. MENDONÇA, L. F. Comportamento sexual de touros nelore (bos taurus indicus) e sua caracterização temporal em monta natural a campo. Belo Horizonte, 2010, p. 13. Dissertação/Mestrado. Reprodução animal – Curso de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. OLIVEIRA, C. B., et al. Avaliação do comportamento sexual em touros Nelore: comparação entre os testes da libido em curral e do comportamento sexual a campo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.1, p.32-42, 2007. RIBEIRO, W.N. Comportamento sexual de bovinos. In: CONGRESSO DE ETOLOGIA, 17., 1999, Botucatu. Anais...Botucatu: Sociedade Brasileira de Etologia. SILVA, E. V. Comportamento e eficiência reprodutiva. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.31, n.2, p.177-182, 2007. PESQUISA DE Listeria spp. EM PRESUNTOS DE DIFERENTES MARCAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MATIPÓ, MINAS GERAIS Luíza de Oliveira Lopes; Marianny de Oliveira Amorim – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Listeria spp.; presunto; produtos prontos para o consumo; saúde pública. INTRODUÇÃO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo. Todavia, o consumo per capita desta carne in natura pela população brasileira ainda se encontra abaixo daquele observado em países asiáticos e europeus (ABIPECS, 2015). Já o presunto, trata-se de um derivado bastante consumido devido às suas características próprias como sabor e aroma, sendo, portanto, considerado um dos produtos nobres da indústria de carnes (COSTA et al.,2007). Ainda, a procura por este tipo de produto vem crescendo em decorrência da mudança de hábito dos consumidores, que buscam, cada vez mais, por alimentos de fácil preparo ou já prontos para o consumo (BRESSAN et al., 2007). Nos estabelecimentos em que se comercializam produtos processados, como padarias e supermercados, a contaminação destes se dá, principalmente, enquanto são manuseados, seja pelo contato com equipamentos e utensílios mal higienizados ou pelas mãos dos manipuladores, com hábitos higiênicos também deficientes (TEMELLI, DOKUZLU & SEN, 2006). Com isso, essa higienização é de grande importância, já que geralmente esses alimentos, embora sejam bastante manipulados (etapas de corte, retalhamento e acondicionamento), não passarão por tratamentos térmicos pós-processamento e, assim, são tais cuidados que garantirão a qualidade e inocuidade do produto final, aumentando a vida de prateleira e reduzindo o risco a saúde dos consumidores (FAI et al., 2011). Um dos patógenos relacionados a diversos surtos devido a ingestão de produtos cárneos prontos para o consumo é a Listeria monocytogenes, agente etiológico da listeriose (FSIS, 1998). Esta infecção alimentar apresenta alto índice de mortalidade, depois de um período de incubação relativamente longo, e acomete, preferencialmente, pessoas imunocompremetidas, idosos e gestantes (SILVA, JUNQUEIRA &SILVEIRA, 1997). A Listeria spp. é um micro-organismo saprófita e resistente a substâncias inibidoras, como ácidos, álcalis e sal (BELL &KYRIAKIDES, 1998); além disso, é capaz de se desenvolver em alimentos conservados em temperaturas de refrigeração (ALMEIDA, ALMEIDA & RODRICK 1999), sendo que a ocorrência de L. monocytogenes nessa classe de produtos cárneos apresenta uma frequência variável de acordo com diferentes estudos (DESTRO, SERRANO & KABUKI 1991; JAY, 1996; BORGES, SIQUEIRA & BITTENCOURT, 1999). Sendo assim, o objetivo deste projeto será avaliar a presença de Listeria spp. em presuntos de diferentes marcas comercializadas em estabelecimentos localizados da cidade de Matipó, Minas Gerais. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Serão adquiridas diversas amostras de presunto suíno cozido (sem capa de gordura) de diferentes marcas comercializadas, sob temperatura de refrigeração, nos supermercados e padarias localizados na cidade de Matipó, Minas Gerais. Todas as marcas deverão possuir registro no Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ainda, os presuntos deverão ser fatiados no ato da compra e acondicionados de acordo com as embalagens utilizadas em cada estabelecimento. Após a aquisição, as amostras serão acondicionadas em caixas isotérmicas e, então, encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia do Hospital-Escola Gardingo da Faculdade Vértice,onde serão realizadas as análises microbiológicas. Nesta etapa do projeto, será adotado o protocolo de pesquisa de Listeria spp. em alimentos cárneos estabelecido pela Instrução Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003, do MAPA (BRASIL, 2003). Os dados encontrados serão dispostos na forma de frequência de resultados positivos por marca comercial e entre os diferentes estabelecimentos amostrados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico. As amostras serão adquiridas e analisadas posteriormente. REFERENCIAS ALMEIDA, P.F.; ALMEIDA, R.C.C.; RODRICK, G.E. Listeria monocytogenes: importância e distribuição nos alimentos. Higiene Alimentar, v.13, n.64, p.19-23, 1999. ABIPECS. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIAPRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA.Fãs da linguiça e ranking doméstico. Disponível em: www.abipecs.org.br/news/206/134/Fas-da-Linguica-e-RankingDomestico.html. Acesso em: 24ago. 2015. BELL, C.; KYRIAKIDES, A. Listeria – una aproximación a práctica al microrganismo y su control em los alimentos. Zaragoza: Ed. Acribia, 1998. 173p. BORGES, M.F.; SIQUEIRA, R.S.; BITTENCOURT, A. M. Occurrence of Listeria monocytogenes in Salami.Revista de Microbiologia, n.30, p.362-364, 1999. BRASIL. MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO). Métodos analíticos oficiais para análises microbiológiyhcas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 para controle de produtos de origem animal e água. Aprovado pela Instrução Normativa nº62, de 26 de agosto de 2003. Brasília, 2003, 76p. BRESSAN, M.C. et al. Influência da embalagem navida útil de presuntos fatiados. Ciência e Agrotecnologia, v. 31,p. 433-438, 2007. COSTA, M. R. et al. Perfil sensorial e aceitação de presuntoscrus produzidos por métodos tradicionais e acelerados.Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.27, p.170176, 2007. DESTRO, M.T.; MELO SERRANO, A.; KABUKI, D.Y. Isolation of Listeria species from some Brazilianmeat and dairy products. Food Control, v.2, n.2, p.110-112, 1991. FAI, A.E.C. et al. Salmonella sp. e Listeria monocytogenesem presunto suíno comercializado em supermercados deFortaleza (CE, Brasil): fator de risco para a saúde pública.Ciência e Saúde Coletiva, v.16, p. 657-662, 2011. FSIS. Food Safety an Inspection Service. Washington DC. Pathogens reduction and HACCP systemand beyond. Disponível em: http://www.usda.gov/agency/fsis/bkbeyond.ht. Acesso em: 22ago. 2015. JAY, J.M. Prevalence of Listeria spp. in meat and poultry products. Food Control, v.7, n.4/5, p. 209-214,1996. SILVA, N.; JUNQUEIRA, V.C.A.; SILVEIRA, N.F.A. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1997. 295 p. TEMELLI, S.; DOKUZLU, C.; SEN, M.K.C.Determination of microbiological contamination sourcesduring frozen snail meat processing stages. Food Control,v. 17, p. 22-29, 2006. EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS Nathally Nayara de Freitas Ribeiro Contarini, Beatriz Mônica Costa Pereira, Kenia Martins Assis, Taiane Miranda Portes - Graduandas em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em Medicina Veterinária UFV Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: fertilidade; reprodução; touros; bovinos INTRODUÇÃO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O exame andrológico é uma técnica que permite a avaliação da fertilidade e do potencial reprodutivo de um macho por meio de um exame clínico-reprodutivo e da avaliação do sêmen (VALE FILHO, 1997). Aproximadamente 93% das fêmeas do rebanho brasileiro em idade reprodutiva são servidas por monta natural (MN), o que demonstra a importância e a necessidade de seleção de reprodutores aptos e eficientes a serem utilizados para este fim (ASBIA, 2010). Um maior critério na escolha de reprodutores para serem utilizados na MN ou em programas de inseminação artificial (IA) resulta na maximização da fertilidade por selecionar animais com maior eficiência reprodutiva, o que garante êxito na atividade econômica exercida (VALE FILHO, 2010). Desta forma, os parâmetros clínicos, morfológicos, seminais e comportamentais auxiliam na avaliação dos reprodutores bovinos e permitem a seleção daqueles que apresentarem resultados satisfatórios (CBRA, 2013). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos Capes, referente ao tema, além do Manual para exame andrológico e avaliação do sêmen proposto pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentre as indicações de se realizar uma avaliação andrológica destaca-se a seleção e comercialização de reprodutores; a avaliação do potencial reprodutivo antes e durante a estação de monta; diagnóstico de problemas de fertilidade; a ocorrência da puberdade e a criopreservação do sêmen. A execução do exame andrológico inclui o histórico clínico-reprodutivo, inspeção e palpação dos órgãos genitais internos e externos, biometria testicular, análise física e morfológica do sêmen e o comportamento sexual. O levantamento do histórico deve abranger a sanidade do animal e do rebanho ao qual pertence, o manejo e alimentação, além do número e a frequência dos acasalamentos, os índices de concepção e de retorno ao estro das fêmeas servidas. O exame clínico compreende a avaliação da saúde geral do animal, em especial, a avaliação cuidadosa dos aprumos, articulações e cascos, uma vez que, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 os membros locomotores sadios garantem a caminhada em busca de alimento e a procura pelas fêmeas em cio para efetuar a cópula. O exame dos órgãos reprodutivos inclui as glândulas sexuais acessórias (ampolas do ducto deferente, glândulas vesiculares, próstata e bulbouretrais), escroto, testículos, epidídimos, cordões espermáticos, pênis e prepúcio. Os órgãos internos são analisados por palpação retal enquanto nos externos é necessário realizar a inspeção e palpação. A partir desta avaliação é possível verificar os órgãos acima citados quanto à sua presença, tamanho, forma, consistência, simetria, sensibilidade e mobilidade (quando aplicável). Os testículos, órgãos responsáveis pela produção espermática, merecem atenção especial, devendo ser simétricos, móveis no interior do escroto, ter consistência fibroelástica e estar a uma temperatura inferior à corporal. A biometria testicular referese às dimensões testiculares, altura e largura de cada testículo, e a circunferência escrotal (CE). A CE pode ser usada como medida preditiva do potencial de produção espermática e é um parâmetro de seleção para eficiência reprodutiva, sendo estabelecido que um touro adulto deve apresentar no mínimo 30 cm de CE (Bos taurus taurus de um ano de idade e Bos taurus indicus de dois anos de idade). Adicionalmente, o comprimento e largura de cada testículo devem ser igual ou superior a 10 cm x 7,5 cm, respectivamente, apresentando simetria, ou seja, não possuírem diferença maior do que 1 cm no comprimento e 0,5 cm na largura entre o esquerdo e o direito. Para obtenção do sêmen, o método mais utilizado é a eletroejaculação por ser prático, rápido e eficaz, no entanto, o sêmen também pode ser coletado por meio da vagina artificial ou por massagem das ampolas dos ductos deferentes. Assim, o sêmen deve ser avaliado macroscopicamente, quanto ao volume obtido, coloração e aspecto, seguido da avaliação microscópica onde são mensurados o turbilhonamento, vigor, motilidade, concentração e morfologia espermática. O volume obtido por eletroejaculação pode ser bastante variável, mas espera-se que pelo seja obtido pelo menos 4 ml em touros adultos. A coloração característica é branco-amarelado, o odor “sui generis” e o aspecto pode ser classificado como aquoso, opalescente, leitoso ou cremoso, sendo desejável a ocorrência do aspecto leitoso, o que está diretamente relacionado com a concentração espermática. As análises microscópicas devem ser realizadas imediatamente após a coleta do sêmen, quantificando o turbilhonamento, que representa o movimento em massa dos espermatozóides resultante do somatório de motilidade, vigor e concentração Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 espermática, classificado de 0 (ausente) a 5 (muitas ondas formadas e extremamente rápidas); o vigor é a velocidade do movimento e também é pontuado numa escala de 1 (movimento muito lento e fraco) a 5 (movimento muito rápido); e a motilidade, que representa a porcentagem de espermatozóides que possuem movimento progressivo (0 a 100%). A determinação da concentração espermática é expressa em quantidade de espermatozóides viáveis por ml (sptz/ml), e é obtida por meio da contagem de células na câmara de Neubauer. Ainda na avaliação do sêmen, uma amostra deve ser conservada em formol salino para posterior análise da morfologia espermática, podendo ser encontradas anormalidades na cabeça, peça intermediária e cauda. A concentração espermática deverá ser acima de 500 x 10 6sptz/ml, com motilidade mínima de 60%, vigor maior ou igual a 3 e pelo menos 70% dos espermatozóides com morfologia normal. Igualmente importante é a avaliação do comportamento sexual, visto que o touro também deve ser capaz de detectar as fêmeas em estro e realizar a cópula. Diante todos os aspectos avaliados, o reprodutor deve ser classificado em apto, questionável ou inapto para a reprodução, sabendo que esta classificação não é permanente, indica-se uma nova avaliação após 60 dias nos indivíduos que apresentarem laudo questionável. O reprodutor que for considerado inapto diante a avaliação completa, ou seja, apresentar uma condição indesejável irreversível, deve ser afastado da atividade reprodutiva (VALE FILHO, 1997; CBRA, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os aspectos descritos, é imprescindível a seleção de reprodutores pela avaliação clínica andrológica, permitindo eliminar touros inférteis ou subférteis, e aqueles que possuem qualquer tipo de patologia associados aos órgãos reprodutivos, garantindo resultados positivos na utilização de reprodutores para a MN e/ou IA. REFERÊNCIAS Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA). Manual de Inseminação Artificial em Bovinos, edição 2010, 41p. Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA). Manual para exame andrológico e avaliação de sêmen animal, 3ª edição, Belo Horizonte, 2013, 104p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 VALE FILHO, V.R. Andrologia no touro: Avaliação genital, exame do sêmen e classificação por pontos. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.21, n.3, p. 713, 1997. VALE FILHO, V.R.; ANDRADE, V. J.; AZEVEDO, N. A. Avaliação andrológica e seleção de tourinhos Zebu para reprodução. In: Anais...VII Simpósio de Produção de Gado de Corte, Viçosa, 2010. ANALISE MICROBIOLOGICA DE EMBUTIDOS NA CIDADE DE MATIPO-MG. Octávio Caldeira Oliveira, Lucas Spínola Wellerson- Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Leandro Silva de Araújo - Médico Veterinário. Mestre. Doutorando UFV. Docente na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Embutidos, saúde pública, toxinfecção alimentar. INTRUDUÇÃO Todos os alimentos estão sujeito a contaminações, para controlar este processo é necessário levar em consideração todas as etapas de produção desde a qualidade da matéria prima até o consumidor (DIAS et al., 2008). Durante a comercialização, os embutidos fatiados sofrem uma manipulação segundaria, por conseguinte ocorre uma nova exposição à contaminantes (FAUSTINO et al., 2007). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Segundo Pelczar, (1980) precauções no pré-preparo e preparo: pela observação dos regulamentos sanitários e às normas sanitárias locais, estaduais e federais, é possível garantir uma menor contaminação do alimento, reduzindo os perigos de infecção ou intoxicação. São comuns os casos de toxinfecção alimentar e acarreta grandes problemas na saúde pública. Estes casos se caracterizam pela ingestão de alimentos contaminados por microrganismo e suas substâncias tóxicas (HINTON, 1992; GERMANO, 2003). Os alimentos atuam como um ótimo meio de cultura para os microrganismos sendo relacionado com o de alimento (intrínsecos) que são PH, potencial de oxi-redução, água, composição química e acidez como também condições do ambiente (extrínsecos) que são temperatura do ambiente, umidade relativa, composição gasosa do ambiente (FRANCO, 1996).As doenças transmitidas por alimentos (DTA), vem aumentando de modo significativo no Brasil (BRASIL, 2010). Nas DTA’s as toxinas absorvidas atingem na maioria das vezes se manifestam por diarreia, desconforto abdominal, vomito, náuseas de graus diferentes (GERMANO, 2003). Os limites permitidos dos microrganismos, para os diferentes alimentos é estabelecido por legislação é relativo a cada país. No Brasil, a partir de janeiro de 2001, passou vigorar nova resolução que modificou os padrões microbiológicos previstos anteriormente como forma de compatibilizar a legislação nacional com regulamentos harmonizados no Mercosul (ANVISA, 2001).Dentre todos os alimentos que oferece surtos de doenças na população em sua maioria são derivados de animais, relacionados também a fatores que predispõem como a falta de negligência da indústria ou comercio na manipulação do alimento. São retratados com destaque os principais agentes etiológicos são: Salmonellasp., Staphylococus aureus, Escherichia e os Coliformes (GOTTARDI, 2003).O Staphylococus aureus é um microrganismo cocos Gram-positivo, com capacidade entre 7°C e 48°C sendo que 37°C é a temperatura ótima para seu desenvolvimento. Em alimentos que possui elevado teor de umidade e com alta porcentagem de proteína.A Escherichia coli é uma enterobactéria Gram-negativa, não esporogenica, capaz de crescer em temperaturas de 7°C e 46°C, sendo a temperatura ótima é de 37 C. A E. coli patogênicas são divididas em quadros de gastroenterites em humanos que são: Enteropatogênica (EPEC), Enterotoxigenica (ETEC), Enteroinvasiva (EIEC), Enterohemorrágica (EHEC) (GERMANO, 2003).Através deste trabalho objetiva-se Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 avaliar a higiene e cuidados tomados durante a manipulação dos embutidos, avaliando a qualidade microbiológica de fatiados na Cidade de Matipó-MG. METODOLOGIA O trabalho será realizado em 10 estabelecimentos comerciais onde ocorre o comércio de embutidos fatiados como supermercados e padarias do município de Matipó/MG. Será realizada a compra de uma amostra de mussarela, presunto e salame fatiada ao fim do dia em cada um dos estabelecimentos. Estas amostras serão transportadas em caixas térmicas ao laboratório de microbiologia do Hospital Veterinário Univertix LTDA. Será mensurada a temperatura dos produtos na hora da compra para obter informações sobre conservação dos mesmos.Serão realizadas diluições de 10g da amostra em erlenmeyer com 90ml de água destilada e homogeneizada obtendo a diluição de 10ˉ¹. Em seguida serão realizadas diluições até 10ˉ⁶ , onde todas serão usadas para análises microbiológicas. Para a enumeração de Staphylococcus aureus será utilizada uma placa de Petri com ágar Manitol-salgado para cada diluição semeando 100µl das amostras nas placas e com auxílio da alça de Drigalsky. Posteriormente serão incubadas por 24 a 48 horas em temperatura de 37°C. Nas colônias que surgirem serão realizadas testes bioquímicos (termonuclease e coagulase). Para a pesquisa deEscherichia coli, a amostras serão semeadas em placas de Petri possuindo ágar eosina azul de metileno e realizados testes bioquímicos como IMVIC (Indol, vermelho de Metil, Voges-Proskauer e. Citrato)para aquelas colônias identificadas com diâmetro de 2 a 3 mm, azuis com centro negro e bordas claras com presença de um brilho metálico. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho encontra-se em andamentoe os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico e seleção dos estabelecimentos. REFERÊNCIAS ANVISA. Resolução – RDC n°12, de 02 de janeiro de 2001. ALQUATI, L. H. et al. Queijos e embutidos e pré-fatiados: um perigo aos produtores. Anais do V ETIC- Encontro de Iniciação Científica-UNESP, Botucatu. p.1-11. 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BRASIL. Ministério da Saúde. Maual integrado de prevenção e controle de doenças transmitidas por alimentos.Brasilia. p.158, 2010. DIAS P. A. et al. Qualidade higiênico-sanitário de carne bovina moída e de embutidos frescais comercializados no sul do Rio Grande do Sul, Brasil.Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.75, n.3, p.359-363, 2008. FAUSTINO J. S. et al.Análises microbiológicas de alimentos processados na Baixada Santista, envolvidos em doenças transmitidas por alimentos, no período de 2000 – 2006. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v.66 p.26-30, 2007. Franco, B. G. M. Fatores intrínsecos e extrínsecos que controlam o desenvolvimento microbiológico nos alimentos. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo. p. 13-25. 1996. Germano, P. M. L. Germano, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos São Paulo. Varela. 2° edição p. 665, 2003. Gottardi, C. P. T. Surtos de toxinfecção alimentar notificados e investigados no município de Porto Alegre no período de 1995 á 2002. Porto Alegre. p.46. 2003. HOFFMANN F. L. et al. Qualidade Microbiológica de Amostra de Salame.B.CEPPA, Curitiba, v. 15, p. 57-64. 1997. Hinton, M. H. Infecções causadas por Salmonelas em aves. Anais da Conferência Apinco de Ciência e Tecnologia Avicolas. Santos-SP. p. 119-22. 1992. Pelczar, M.; Reid, R.; Chan, E.C.S. Microbiologia, Ed. Santuário, vol 1, São Paulo. 1980. PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL SITUADO NA ZONA DA MATA MINEIRA Sabrina Paiva de Souza, Márcia Carolina Alves Klem – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva- Graduada e Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Inspeção de carnes; Mycobacterium bovis; saúde pública. INTRODUÇÃO A tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis, é caracterizada por seu grande potencial infeccioso, além de acometer todos os mamíferos domésticos. A Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 doença caracteriza-se pela formação de tubérculos e granulomas, sinais ditos patognomônicos. Ainda, apresenta evolução crônica e, na maioria das vezes, acontece de forma assintomática (RADOSTITS et al., 2002). Trata-se de uma doença de caráter zoonótico e de grande importância no cenário atual, uma vez que indivíduos que lidam diretamente com esses animais ou com produtos provenientes dos mesmos têm sido alvos desta doença com certa frequência, tornando necessária medidas que garantam a saúde pública nos países atingidos (O’REILLY & DABORN, 1995; RADOSTITS et al., 2002; BRASIL, 2006). Pode acarretar, também, em quedas na produção e depreciação do produto, diminuindo sua competitividade no mercado mundial, além de prejuízos em decorrência do julgamento de carcaças contaminadas (CASTRO, 2008). Além disso, é, ao lado da cisticercose, a principal zoonose encontrada em estabelecimentos de abate (PINTO, 2014). Considerando as indicações do artigo 196 do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), a destinação das carcaças bovinas com tuberculose possui três alternativas de acordo com o grau de infecção: rejeição parcial, em casos de lesões discretas; condenação total, em casos que apresentem maior risco para a saúde pública; e esterilização pelo calor, para as condições anatomopatológicas intermediárias (BRASIL, 1997). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de dados em um Matadouro-Frigorífico sob Serviço de Inspeção Federal (SIF), situado na Zona da Mata mineira, entre os anos de 2007 e 2010, permitindo averiguar prevalência da tuberculose bovina. METODOLOGIA O projeto foi desenvolvido em colaboração com um Matadouro-Frigorífico sob SIF, situado na região da Zona da Mata mineira, o qual disponibilizou os dados para o presente estudo. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva realizada através de um levantamento epidemiológico de dados na referida instalação. Para isto, foram utilizadas fichas relativas à movimentação anual de abate e de causas de apreensão de carcaças bovinas como fontes de informação, referentes ao período compreendido entre janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Os dados foram analisados para posteriormente serem calculadas as taxas de prevalência da tuberculose. RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 No período analisado foram abatidos 91.689 bovinos. Deste total, 903 bovinos foram constatados com tuberculose, de acordo com os achados macroscópicos do SIF, registrando-se, portanto, uma prevalência total de 0,9%. Entretanto existiram variações nos índices de prevalência entre os anos, que foram de 0,8% em 2007, 1,4% em 2008, 0,6% em 2009 e 0,7% em 2010. A prevalência geral encontrada para a Zona da Mata mineira pelo presente estudo, foi inferior a prevalência nacional no período de 1989 a 1998, quando foi observada uma média de 1,3% animais reagentes à prova da tuberculinização, segundo dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2006). Contudo, corroborando com os resultados apresentados, Baptista et al. (2004) e Belchior (2000) encontraram prevalência de 0,8% de tuberculose bovina no estado de Minas Gerais, para os períodos de 1993 a 1997 e 1999, respectivamente. No entanto, diferentes regiões do estado, apresentaram prevalências distintas, sendo que o Sudoeste apresentou a maior taxa, 1,7%, também no período entre 1993 e 1997 (BAPTISTA et al., 2004). Já para o estado de Goiás, para a mesma época, a prevalência foi de 0,4%, inferior a desta pesquisa, o que pode ser justificado pela maior aptidão leiteira do rebanho bovino de Minas Gerais (BAPTISTA et al., 2004). Ainda, a partir de 2001, iniciou-se uma nova fase no controle e erradicação da tuberculose no Brasil, com o lançamento oficial do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCETB), o que provavelmente possa ter contribuído para a redução do número de animais infectados observado ao longo dos anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo permitiu conhecer a prevalência total de tuberculose bovina na Zona da Mata mineira, e observou-se que durante o período estudado houve decréscimo na prevalência. Porém, o ano de 2008 apresentou um aumento súbito no número de casos. Sendo assim, deve-se ressaltar a importância desta zoonose, tanto do ponto de vista médico veterinário quanto de saúde pública, para que as autoridades sanitárias locais não deixem que tal problema passe despercebido, e assim seja seguido o PNCEBT, uma vez que existe certa dificuldade de aplicação das medidas de erradicação. Além disso, mostra-se necessário a inspeção post mortem por um médico veterinário, etapa de fundamental importância para que não seja colocada em risco a saúde do consumidor. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAPTISTA, F., et al.Prevalência da tuberculose em bovinos abatidos em Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, p.577-580, 2004. BELCHIOR, A.P.C. Prevalência, distribuição regional e fatores de risco da tuberculose bovina em Minas Gerais. 2000. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000. BRASIL. Manual Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT. MAPA/SDA/DSA - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2006. CASTRO, K.G. Tuberculose Bovina. Vitória, 2008, 33p. Monografia/Especialização Lato Sensu. Defesa e Vigilância Sanitária Animal – Instituto Brasileiro de PósGraduação em Medicina Veterinária Quálittas – Universidade Castelo Branco. MOREIRA, Z.A.M. Manual de Zoonoses. 1ª.ed. Região Sul, 2009. O'REILLY, L.M.; DABORN, C.J. The epidemiology of Mycobacterium bovis infections in animaIs and man: a review. Tubercle and Lung Disease, v.76, p.1-46, 1995. PINTO, P.S.A. Inspeção e Higiene de Carnes. 2.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2014. 389p. RADOSTITS, O.M., et al. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos e equinos. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA EFICIÊNCIA DE COLOSTRAGEM EM BEZERRAS UTILIZANDO-SE O REFRATÔMETRO DE BRIX Salvador Oliveira Sabino, Luan Emerick Faria– Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Paulo Cesar Amorim e Amorim – Medico Veterinário -ESP – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Imunidade passiva, colostro, bezerros. INTRODUÇÃO As proteínas apresentam grande variação fisiológica na circulação sanguínea dos bezerros nos primeiros meses de vida e isto se deve, principalmente, à variação da concentração das gamaglobulinas. A concentração quase nula ao nascimento se eleva ao término do primeiro dia de vida como consequência da absorção das imunoglobulinas colostrais, caracterizando o sucesso do processo de transferência de imunidade passiva (TIP).Concentrações séricas de proteínas superiores a 5,5 g/dL sugerem sucesso na transferência de imunidade passiva enquanto resultados inferiores a 5,0 g/dl indicam falha na obtenção da imunidade colostral (GASPARELLI, 2009). Para avaliar a qualidade do colostro e o sucesso na transferência da imunidade Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 passiva pode-se utilizar o refratômetro de brix. É um método prático e barato que requer equipamentos e procedimentos simples, aumentando assim a probabilidade de seu uso emfazendas (QUIGLEY, 2013). O refratômetro de brix comumente é utilizado para mensurar o teor de açúcares solúveis em sucos de frutas, vinho e melaço. Quando utilizado em líquidos que não contem sacarose como o leite, por exemplo, o resultado obtido apresenta uma alta correlação com o teor de sólidos totais. Assim, na avaliação do colostro a porcentagem de brix pode ser correlacionada com o teor de imunoglobulinas e um valor superior a 21% de brix sugere que o colostro esta adequado para o fornecimento (> 50 mg/ ml Ig). Na avaliação da eficiência de colostragem o teor de imunoglobulinas pode ser correlacionado com a concentração de proteínas séricas até 48 horas após o nascimento.Valores superiores a 8,4% de brix sugerem adequada transferência da imunidade passiva (QUIGLEY,1998). Objetiva-se com esse trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre a avaliação da qualidade do colostro e da eficiência da colostragem em bezerras utilizando-se o refratômetro de brix. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes,referente ao tema: avaliação da qualidade do colostro e da eficiência da colostragem em bezerras utilizando-se o refratômetro de brix. RESULTADOS E DISCUSSÕES A avaliação da transferência de imunidade passiva colostral deve ser feita preferencialmente entre 24 e 48 horas de vida, pois é o período de concentração máxima das imunoglobulinas maternas no soro sanguíneo de bezerros (FRANCISCO, 2010).A determinação da ocorrência ou não, de falha de transferência de imunidade passiva neste período é importante do ponto de vista clínico, já que viabilizaria imediata intervenção veterinária, visando minimizar os possíveis riscos de infecções.A inadequada transferência de imunidade passiva (TIP) torna o neonato alvo fácil para as infecções bacterianas e virais (FRANCISCO, 2010). A ocorrência de enfermidades depende do balanço entre a imunidade passiva adquirida e o desafio antigênico encontrado no ambiente.As variações nos valores séricos devem seravaliadas levando-se em consideração o manejo ao quais os recém-nascidos serão ou foram Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 submetidos, tais como as condições de higiene aonde permanecerão nos primeiros dias de vida (se contaminado ou não) e se o colostro ingerido por esses neonatos são oriundos de vacas nativas, os quais possivelmente proverão melhor qualidade imunizadora.O risco de insucesso da TIP é reduzido nos bezerros de corte e tende a ser maior nos bezerros leiteiros, porque as vacas leiteiras, e particularmente as da raça Holandesa, podem produzir colostro com concentração reduzida de IgG (COSTA, 2008). Além disso, o manejo artificial de fornecimento do colostro, adotado na maioria das granjas leiteiras é susceptível a erros contribuindo para a falha parcial ou total da TIP (FRANCISCO, 2010). Quando os neonatos não conseguem absorver quantidades suficientes de anticorpos colostrais, chegam a condição imune denominada falha na transferência de imunidade passiva (FTIP). Existem pesquisas que apontam alto índice de falha na transferência de imunidade passiva, demonstrando que, em alguns rebanhos, estes valores chegam a 40% dos animais nascidos (PAIVA, 2006). A qualidade do colostro fornecido é um fator determinante para saúde e sobrevivência do bezerro neonato. Apesar da avaliação da qualidade do colostro utilizando o colostrômetro ser bastante difundida, pesquisas tem mostrado que o refratômetro de brix apresenta vantagens em relação ao tradicional colostrômetro, poisos resultados não sofrem influência da temperatura do colostro durante a mensuração. Contudo a principal vantagem desse aparelho é que ele pode ser utilizado tanto para avaliar a qualidade do colostro quanto à eficiência da colostragem(QUIGLEY,2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os aspectos descritos é imprescindível a avaliação do colostro por meio de equipamentos apropriados como o refratômetro de brix, descartando o colostro de baixa qualidade. A avaliação na transferência da imunidade passiva (TIP) também é essencial para corrigir falhas no processo de colostragem e a utilização do refratômetro de brix tem se mostrado uma alternativa viável e eficiente neste processo. REFERÊNCIAS COSTA,M.C., et al. Transferência de imunidade passiva em bezerros das raças nelore e limousin e proteinograma sérico nos primeiros quatro meses de vida, Pesquisa veterinária brasileira vol. 28 n 9 pag. 410-416 ano 2008 FEITOSA, F.L.F., et al. Índices de falha de transferência de imunidade passiva (ftip) em bezerros holandeses e nelores, às 24 e 48 horas de vida: valores de proteína total, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 de gamaglobulina, de imunoglobulina g e da atividade sérica de gamaglutamiltransferase, para o diagnostico de ftip. Pesquisa veterinária brasileira vol.30n.8, pag.696-704, ano 2010 FEITOSA, F.L.F., et al. Comparação do proteinograma e da atividade da gamaglutamiltransferase no soro sanguíneo de bezerros e de cabritos após ingestão de colostro. Ars veterinária, vol.22, n.1, pag. 016-021 ano 2006 GASPARELLI, E.R.F., et al. Teores séricos de proteína total, imunoglobulina g e cortisol em bezerros nelore, ao nascimento a às 24 horas de vida: influenci do tipo e da duração dos partos. Ars veterinaria v.25, n.3, pag 120-124, ano 2009 PAIVA, F.A., et al. Efeito do manejo de fornecimento de colostro na imunidade passiva, cortisol e metabólitos plasmáticos de bezerros holandeses. Arquivo Brasileiro Medicina Veterinária e Zootecnia. vol.58 no.5 ano 2006. QUIGLEY, J. D., et al.. Evaluation of the brix refractometer to estimate immunoglobulin g concentration in bovine colostrum. Provimi north america, brookville, volume 96, issue2 pages 1148-1155 ano 2013 AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA PARA DIAGNÓSTICO DE INFERTILIDADE E SUBFERTILIDADE EM TOUROS Taiane Miranda Portes, Kenia Martins Assis, Nathally Nayara de Freitas Ribeiro Contarini, Beatriz Mônica Costa Pereira - Graduandas em Medicina Veterinária Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em Medicina Veterinária UFV Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Fertilidade; Reprodução; Touros; Bovinos. INTRODUÇÃO A predição da fertilidade de um touro é extremamente importante na criação de bovinos, uma vez que, a reprodução está correlacionada à lucratividade da atividade. Tanto nos sistemas de produção de carne quanto nos de leite, a fertilidade é, sem sombra de dúvidas, uma das mais importantes características de produção a ser considerada (BARBOSA et al., 2005). Portanto, a aplicação do exame para aptidão reprodutiva em touros torna-se essencial para aumentar a produtividade e consequentemente o lucro. O exame andrológico completo é capaz de predizer o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 potencial reprodutivo de um animal, possibilitando a exclusão de touros inférteis ou subférteis da atividade reprodutiva (FONSECA, 2009). O conhecimento da baixa fertilidade é mais importante do que o da esterilidade, já que o reprodutor infértil é facilmente identificado, porém, muitas vezes há falhas na determinação daquele que possui fertilidade reduzida acarretando poderá comprometer por longo período, a produção de carne e leite quando não diagnosticada em tempo hábil (SILVA et al., 1993). METOLOGIA O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual foram abordados os impactos e as causas da subfertilidade em touros com base em artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos Capes RESULTADOS E DISCUSSÕES A fertilidade pode ser definida como a capacidade de gerar filhos normais, o que é essencial para o progresso genético e a alta produtividade animal. Alta fertilidade é a capacidade de um touro em contato com 30 a 50 fêmeas durante 45 dias, fecundar 80-85% dos animais nos primeiros 21 dias (GALLOWAY, 1979). Problemas de fertilidade em touros são frequentemente diagnosticados, em consequência de inúmeros fatores que podem interferir na eficiência reprodutiva de um macho, e estão relacionados à alimentação, ambiente, manejo, temperatura ambiente ou de cunho genético (VALE FILHO, 2001). Um touro com aparência saudável pode ter problemas de fertilidade e não ser identificado durante uma estação reprodutiva, e ao final deste período ser detectado um grande número de vacas não gestantes. Em sistemas extensivos de criação, a utilização de touros subférteis é um problema considerável, uma vez que os touros são introduzidos em grandes rebanhos de fêmeas e permanecem por períodos relativamente longos (FONSECA, 2009). Uma fêmea infértil pode significar a perda de um bezerro por ano, enquanto 25 a 50 bezerros/ano/touro, dependendo da relação touro/vaca, podem ser deixados de produzir quando é utilizado um macho com problemas reprodutivos (DODE, 1998). O conhecimento do potencial reprodutivo e genético de um touro a campo, muitas vezes pode ser dificultado por problemas de manejo, nutrição, idade, ou inerentes às fêmeas cobertas. Desta forma, a determinação do potencial reprodutivo por meio da avaliação Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 andrológica, é indispensável para escolha do reprodutor. Com a execução do exame andrológico completo podem ser detectadas anormalidades em um ou mais dos órgãos genitais, alterações inflamatórias nos diversos órgãos, problemas físicos ou qualidade espermática inferior, bem como distúrbios na libido e na habilidade de cópula. Quaisquer destas alterações levam tanto à redução da capacidade ou a incapacidade reprodutiva, caracterizando quadros de subfertilidade e, até mesmo, esterilidade (CBRA, 2013). A baixa eficiência reprodutiva é consequência de falha na produção espermática, na viabilidade e capacidade fertilizante dos espermatozóides ejaculados ou no interesse sexual e habilidade de praticar a cobertura. No Brasil, as pesquisas relacionadas ao diagnóstico da subfertilidade e infertilidade em touros se iniciaram em 1979 com Vale Filho e colaboradores. O estudo concluiu que 53,34% de 628 touros que serviam como reprodutores em diversos rebanhos, em nove Estados do Brasil, apresentaram baixa fertilidade ou infertilidade. No estado de São Paulo, onde foram avaliados 116 mestiços zebu-taurinos criados em regime extensivo, 45,69% foram considerados com baixa fertilidade. E ainda, de 344 doadores de sêmen em central de inseminação, foram encontrados problemas reprodutivos em 55,84% desses animais de elite. Dentre os motivos de descarte de touros inférteis ou subférteis, destacam a degeneração e hipoplasia testicular, espermatogênese imperfeita, criptorquidismo, maturidade sexual retardada ou imaturidade sexual e deficiência neuroendócrina (VALE FILHO et al., 1979). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os exames clínicos, sanitários e andrológicos são imprescindíveis para que touros sejam usados como reprodutores. A fertilidade de reprodutores deve ser avaliada pelos exames para determinar aqueles aptos à reprodução, sem patologias, visando minimizar danos econômicos, que podem ser grandes devido à presença de machos inférteis ou com fertilidade reduzida em propriedades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, R.T.; MACHADO, R.; BERGAMASCHI, M.A.C.M. A importância do exame andrológico em bovinos. Circular Técnica. São Carlos, SP, p.1-13, 2005. Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA). Manual para exame andrológico e avaliação de sêmen animal, 3ª edição, Belo Horizonte, 2013, 104p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 DODE, A. N. A importância do exame andrológico na avaliação de touros. Disponível em: http://www.radiobras.gov.br/ct/artigos/1998/artigo060398.htm. Acesso em: 20.jul.2015. FONSECA, V. O. Avaliação reprodutiva de touros para monta a campo: análise crítica. Revista Brasileira de Reprodução Animal Suplemento, Belo Horizonte, n.6, p.3641, 2009. GALLOWAY, O.B. Fatores Que afetam a fertilidade bovina. Belo Horizonte, Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, p.209-256, 1979. SILVA, A. E. D. F.; DODE, M. A. N.; UNANIAN, M. M. Capacidade reprodutiva do touro de corte: funções, anormalidades e fatores que a influenciam. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1993. 128p. (EMBRAPA-CNPGC. Documentos, 51). VALE FILHO, V. R.; PINTO, P. A.; FONSECA, J.; SOARES, L. C. O. V. Patologia do sêmen, diagnóstico andrológico e classificação de Bos taurus e Bos indicus quanto a fertilidade, para uso como reprodutores, em condições de Brasil. De um estudo de 1088 touros. São Paulo: Dow Química, 1979. 54p. VALE FILHO, V.R. Subfertilidade em touros: parâmetros para avaliação andrológica e conceituação geral. Cadernos Técnicos de veterinária e Zootecnia. Belo Horizonte, MG, n.35, p.81-87, 2001. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 MASTITE BOVINA NO BRASIL Wallace Costa Magalhães – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Leandro Araújo Silva – Médico Veterinário – Mestre em Imunoparasitologia. Professor da Faculdade Vértice. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Mastite; Bovinos; leite. INTRODUÇÃO A mastite, inflamação da glândula mamária, determina perdas econômicas por redução na produção de leite, gastos com medicamentos e assistência veterinária, descarte de leite contaminado após tratamento e descarte de animais. O controle das mastites, em grande parte, vem sendo feito por leigos, portanto os resultados de tratamento não são, na maioria das vezes, satisfatórios. São tratadas apenas as infecções do úbere clinicamente evoluídas, com antibióticos de amplo espectro, sem conhecer-se a etiologia. As grandes distâncias e o pequeno número de laboratórios de diagnóstico limitam ao mínimo o exame bacteriológico (KADIJAH, 2012). Devido à grande importância da mastite, vários pesquisadores têm estudado diferentes aspectos, tais como: incidência de casos clínicos; contagem de células somáticas e redução da produção; descarte de vacas em virtude de mastite; prevalência, incidência e frequência de casos clínicos e a influência das células somáticas na qualidade do leite. No entanto, poucas pesquisas avaliam o impacto econômico da mastite sob as condições de exploração predominantes no Brasil, o que realmente a mastite causa gerando perdas econômicas nas grandes e pequenas fazendas. Nas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 literaturas que abordam o assunto, não há detalhamento em relação aos indicadores técnicos e gerenciais adotados. Em vista dos aspectos apresentados, objetivou-se com este trabalho realizar um breve levantamento bibliográfico sobre a situação da mastite bovina no Brasil (BAR et al., 2008). METODOLOGIA Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico, Portal de pesquisa da Embrapa, artigos relacionados a mastite no Brasil. Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mastite; Bovinos; leite. Foram encontrados artigos relacionados ao tema e a partir destes, foram selecionados para auxílio do mesmo, levando em consideração as perdas econômicas que a mastite leva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a comparação dos resultados obtidos pelos artigos selecionados, foi possível observar a escassez de trabalhos que forneçam dados sobre a importância da prevenção da mastite no Brasil, principalmente no que tange às perdas econômicas. Os valores de frequências médias anuais de mastite no Brasil acima de 7%, demonstram que as medidas preventivas demonstram excelente relação custo/benefício na redução das perdas econômicas. (OLIVEIRA et al., 2006). Resultados obtidos através de artigos relacionados, constataram que realmente há uma perda significativa da produção; econômica e de valores, em fazendas onde o rebanho apresenta alta prevalência de mastite, principalmente relacionada ao descarte de animais de alta produção (SILVA et al., 2008. Quando se fala de valores, os resultados das perdas econômicas é significativo. As perdas por redução na produção de leite são responsáveis por até 43,8% do impacto econômico, em virtude do alto nível de mastite no Brasil. Os valores observados ainda estão abaixo de relatos anteriores que afirmam que tais perdas podem chegar a 82% (SANTOS, FONSECA, 2007; COSTA et al., 2005). A desvalorização de matrizes acometidas por mastite crônica, devido ao descarte involuntário, representou um grande impacto. A desvalorização dos animais acometidos na fazenda é um item que prejudica o pecuarista, uma vez que a cada animal descartado será necessário investimento do proprietário para reposição (LOPES et al., 2009). A prevenção da mastite e o controle Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 deve ser rigorosamente seguido para evitar que a doença de manifeste em todo e rebanho gerando perdas ainda maiores (KADIJAH, 2012). O impacto total econômico da mastite é de estrema preocupação (LOPES et al. 2008), que resulta em grandes perdas caso medidas necessárias de tratamento e prevenção não sejam tomadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da importância, poucos estudos e dados podem ser encontrados sobre as perdas econômicas que a mastite traz. As pesquisas disponíveis estudam descartes dos animais, contagem de células somáticas, entre outros, mas não revelam diretamente o que realmente a mastite causa na economia, como ela gera perdas econômicas. Portanto são necessárias mais pesquisas relacionadas ao assunto para que o real impacto seja mensurado e a prevenção das perdas econômicas em função da mastite em bovina seja fator diferencial na pecuária brasileira. REFERÊNCIAS BAR, D., et al.The cost of generic clinical mastitis in dairy cows as estimated by using dynamic programming. Journal of Dairy Science, v.91, n.6, p.2205-2214, 2008. OLIVEIRA, V.M.; CARNEIRO, A.V.; SILVA, M.R. benefícios de um programa de controle de mastite bovina em condições brasileiras de criação. In: CONGRESSO PANAMERICANO DE LEITE, 9., 2006, Juiz de Fora. Anais. Juiz de Fora: UFJF, 2006. 1 CD-ROM. SANTOS, M.V.; FONSECA, L.F.L. Estratégias para controle de mastite e melhoria da qualidade do leite. São Paulo: Manole, 2007. COSTA, E.O.; GARINO JÚNIOR, F.; WATANABE, E.T. Proporção de ocorrência da mastite v.4, n.3, p.10-13, 2005. LOPES, M.A.; CARDOSO, M.G.; DEMEU, F. A. Influência de diferentes índices zootécnicos na composição e evolução de rebanhos bovinos leiteiros. Ciência Animal Brasileira, v.10, n.2, p.446-453, 2009a. LOPES, M.A., et al. Resultados econômicos da atividade leiteira na região de Lavras (MG) nos anos 2004 e 2005: um estudo multicasos. Arquivo Brasileiro de Veterinária e Zootecnia, v.60, n.2, p.428-435, 2008. SILVA, L.A.F., et al. Causas de descarte de vacas da raça holandesa confinadas em uma população de 2.083 bovinos (2000–2003). Ciência Animal Brasileira, v.9, n.2, p.383-389, 2008. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 KADIJAH S - EMBRAPA DE RONDÔNIA. Produtores rurais devem ficar atentos ao controle da mastite bovina. 2012. Disponível em www.embrapa/mastite.com.br: Acesso em: 02/setembro de 2015 SINCRONIZAÇÃO DO CICLO ESTRAL DE RECEPTORAS DE EMBRIÕES BOVINOS PRODUZIDOS IN VITRO Warley Escala da Silva, CaioTrevenzoli de Souza Roiz -Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em Medicina Veterinária UFV Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Sincronização; Receptoras; TETF; Embriões INTRODUÇÃO Dentre as atividades agropecuárias que mais crescem em todo o mundo, a bovinocultura tem uma elevada significância, sendo o Brasil um destaque com o rebanho aproximado de 211 milhões de animais (IBGE, 2010). A pecuária nacional também ganha notoriedade em evolução genética, tendo em vista à extensa aplicabilidade das biotecnologias da reprodução de bovinos de corte e leite (VIEIRA, 2012). A multiplicação de um genótipo superior por meio da produção de embriões in vivo e em maior escala com a produção in vitro de embriões (PIVE), resultou em maior eficiência reprodutiva das fêmeas, possibilitando a produção de um maior número de descendentes (OYUELA e JIMENEZ, 2010). Dados da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE) sobre a produção de embriões constatam que a PIVE nacional em 2013 foi de aproximadamente 366 mil, o que supera amplamente os 50 mil embriões in vivo contabilizados neste mesmo ano. Adicionalmente, o Brasil está hoje em evidência, produzindo 70% dos embriões produzidos in vitro em todo o mundo (SBTE, 2015). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA O presente estudo foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual foram abordados os métodos mais eficazes de sincronização de receptoras para transferência de embriões em tempo fixo (TETF) com base em artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos Capes. RESULTADOS E DISCUSSÕES A PIVE tornou-se uma alternativa importante para a expansão genética na espécie bovina com o desenvolvimento do método de aspiração folicular guiada por ultrassom para recuperação de ovócitos de doadoras vivas. Além disso, a técnica pode ser utilizada em animais jovens, gestantes, lactantes ou com problemas de infertilidade adquiridos (BÓ et al., 2004). A PIVE envolve várias etapas que vão desde a aspiração dos ovócitos, maturação, fecundação, cultivo in vitro e transferência dos embriões, assim como a sincronização das receptoras (COSTA FILHO et al., 2013). O sucesso de um programa de transferência de embriões está relacionado em vários aspectos às receptoras de embriões, que serão responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da gestação. Dentre os fatores mais relevantes na escolha das receptoras consideramos a avaliação ginecológica, a atividade cíclica da fêmea, idade e a habilidade materna. Neste contexto, é fundamental a implementação de um programa sanitário e nutricional e a escolha de um protocolo de sincronização eficiente (CHAVES et al., 2014). Os protocolos de manipulação do ciclo estral foram desenvolvidos com base no conhecimento profundo do controle endócrino do ciclo estral bovino, permitindo um controle farmacológico eficiente em todas as suas fases (BINELLI et al., 2006). Recentes protocolos foram elaborados para controlar as fases luteínica e folicular, com a associação de diferentes hormônios, possibilitando concentrar o período de ovulação de várias receptoras e com isso, instituir um programa de transferência de embriões em tempo fixo (TETF) otimizando o aproveitamento dos animais tratados sem a necessidade de detecção de estro (BARUSELLI et al., 2000; BÓ et al., 2006). A otimização do uso das receptoras é um fator importante para a relação custo-benefício do programa. A implantação de protocolos eficientes para TETF podem resultarna sincronização de 85 a 90% dos animais tratados e uma taxa de prenhez em torno de 40 a 50% (BÓ et al., 2006). A sincronia entre o estádio de desenvolvimento embrionário e a preparação uterina da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 receptora é essencial para garantir bons resultados. Os embriões apresentam uma variação no desenvolvimento, devendo respeitar um máximo de 24 horas de diferença na sincronia, escolhendo assim a receptora mais apropriada para cada tipo de embrião produzido (FILHO et al., 2012). Outros aspectos relevantes que influenciam diretamente na taxa de prenhez em um programa de TE são a área do corpo lúteo formado após ovulação da receptora e a qualidade do embrião transferido (CHAVES et al., 2014). CONSIDERAÇÕES FINAIS A otimização dos protocolos de sincronização das receptoras para TETF, são uma alternativa para aumentar de modo significativo o número de animais envolvidos em um programa de TE sem a necessidade de detecção de estro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARUSELLI, P.S., et al.Ovsynch protocol with fixed-time embryo transfer increasing pregnancy rates in bovine recipients. Acta Scientiae Veterinariae, v.1, n.28, p.205, 2000. BINELLI, M.; IBIAPINA, B.T.; BISINOTTO, R.S. Bases fisiológicas, farmacológicas e endócrinas dos tratamentos de sincronização do crescimento folicular e da ovulação. Acta Scientiae Veterinariae. v.34 (Supl 1), p.1-7, 2006. BÓ G.A., et al. Manipulação hormonal do ciclo estral em doadoras e receptoras de embrião bovino. Acta Scientiae Veterinariae, supl.32, p.1-22, 2004. BÓ G.A., et al. Protocolos de transferência de embriões emtempo fixo para receptoras de embriões bovinos. Acta Scientiae Veterinariae, Supl. 34, p.17-23, 2006. CHAVES, D.F.; ALVES, M.J. Protocolo de receptoras de embriões: Índices de aproveitamento de corpo lúteo e taxas de prenhez. NIP – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas, p.1-2, 2014. COSTA FILHO, L.C.C., et al. Fatores que interferem na eficiência reprodutiva de receptoras de embrião bovino. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia, v.16, n.2, p.201-208, 2013. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal/ IBGE. Censo Demográfico/ IBGE –PNAD / Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FILHO, J.M.P.; OLIVEIRA, F.A.; TORRES, C.A.A. Produção de Embriões Bovinos in vivo e in vitro. In:Anais... 83° Semana do Fazendeiro, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, p.1-2, 2012. OYUELA, L.A.; JIMENEZ, C. Factores que afectam La tasa de preñes em programas de transferencia de embriones. Revista de Medicina Veterinaria e Zootecnia, v.57, p.191-200, 2010. SBTE. Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões. Jornal O Embrião, n.55, p.16-18, 2015. VIEIRA, R. V., Biotécnicas aplicadas à reprodução bovina: Generalidades. Ciência Animal, v.22, n.1, p. 55-65, 2012. TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO – REVISÃO DA LITERATURA Simone Guerra Guimarães, Theyllon Portugal Fonseca, Mhaique Henrique de Paula, Willian Jacob Pereira, José Victor Matias de Souza, Rayssa Campos Martins – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas. Rogério Carvalho Oliva – Médico Veterinário – Doutor em Medicina Veterinária – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE – TVT; Tumor Venéreo Transmissível; Células Redondas; Neoplasia; Cães. INTRODUÇÃO O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é um tipo de tumor de células incluso no grupo de células redondas que mais acomete a espécie canina e apresenta uma predominância maior em animais jovens, errantes e sexualmente ativos, e sua presença foi assinalada em todos os continentes, sendo sua prevalência em zonas de clima tropical e subtropical (LIMA et al. 2011). Ocorre frequente na clínica veterinária em todo o mundo, devido a sua fácil transmissão, com alta prevalência de animais abandonados predominando nesses casos, cães sem raça definida (SRD) (BATISTA et al., 2007). O TVT canino é uma neoplasia que se desenvolve primariamente na genitália externa de cães, tanto no macho quanto na fêmea. É transmitido por transplantação alogênica, ou seja, células tumorais viáveis são transferidas de um animal para outro suscetível, acarretando no desenvolvimento do tumor (SANTOS & ALESSI 2010). Portanto, o objetivo deste é realizar uma breve revisão da literatura sobre o TVT canino. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÕES O TVT é uma neoplasia contagiosa de células redondas (SOUZA et al., 2013), juntamente com os mastocitomas, carcinomas de células basais, linfomas e histiocitomas (SILVA et al., 2007), que acomete cães de ambos os sexos. É popularmente conhecido como tumor de “Sticker”, granuloma venéreo ou sarcoma transmissível. Sabe-se que há uma maior ocorrência nos animais vadios com livre acesso à rua (SOUZA et al., 2013). Nos cães uma das enfermidades de grande relevância tem sido o TVT que é disseminado durante o coito ou por contato íntimo (BIRCHARD & SHERDING 2013). É um dos tumores que mais acomete a espécie canina, apresentando uma predominância maior em animais jovens, errantes e sexualmente ativos (LIMA et al. 2011). A célula de origem provém do sistema monócito-macrófago (BIRCHARD & SHERDING, 2013). O tumor venéreo transmissível inicialmente é pequeno, hiperêmico, podendo apresentar edema e hemorragia O TVT pode ser único ou múltiplo, com localização predominante na genitália externa. Quanto à forma, pode ser pedunculado, verrucoso ou tipo couveflor, nodular, papilar ou multilobulado, com tamanho variando de 5 mm a 10 cm ou mais, com presença de secreção serosanguinolenta e possível infecção bacteriana secundária (LIMA et al., 2011; SOUZA et al., 2013). Diferente de outras neoplasias o TVT pode ocorrer no mesmo animal por transferência para outras mucosas ou ainda ser inoculada em diversos locais por lambedura, mordedura e arranhadura ou devido à interação entre animais portadores e susceptíveis (BATISTA et al., 2007). O método de diagnóstico para o TVT é baseado na anamnese, alterações clínicas e aspecto macroscópico da lesão (SOUZA et al., 2013). É feito mais comumente pelo exame físico onde se observa o tumor na genitália externa. Nos casos onde o tumor genital não é observado e há suspeita em outras regiões do corpo, a impressão sobre lâmina de microscopia (“imprint”) e a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) são necessários, podendo também ser diagnosticado através de exame histopatológico (LIMA et al,. 2011), faz-se necessária avaliação citológica vaginal colhida através de swab (SOUZA et al., 2013). A eficácia da citologia para o diagnóstico de neoplasias ou lesões inflamatórias é de 90%, dessa forma preparações citológicas obtidas por aspiração com agulha fina ou por impressão das massas são excelentes métodos de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 diagnóstico do TVT. Para a realização do exame histológico, a biópsia é o método diagnóstico mais seguro (BATISTA et al., 2007). Ainda segundo Batista et al., 2007, o tratamento feito com utilização da quimioterapia é considerado o mais efetivo. A vincristina administrada uma vez por semana é extremamente eficaz, tem baixo potencial de toxicidade e custo satisfatório. Deve ser administrada por mais duas vezes após o desaparecimento do tumor. A duração total do tratamento costuma ser de quatro a seis semanas. Ocorre remissão completa em mais de 90% dos cães tratados com vincristina e em geral eles ficam livres da doença. O TVT responde a outras formas de tratamento, tais como cirurgia, radioterapia, crioterapia. O prognóstico é favorável, exceto para os que apresentam metástases ou resistência à quimioterapia (LIMA et al., 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS O TVT é uma neoplasia contagiosa, sendo considerada a neoplasia mais frequente da genitália externa dos cães, mais explicado pelo fato da facilidade de transmissão através do coito, lambedura e até mesmo pelo ato de cheirar os próprios órgãos afetados ou de outros animais. O TVT apresenta prognóstico bom, pois os quimioterápicos utilizados no tratamento do tumor proporcionam a cura na maioria dos casos. REFERÊNCIAS BATISTA, J. S., et al.Tumor Venéreo Transmissível Canino com Localização Intraocular e Metástase no Baço. Acta Veterinaria Brasílica, São Paulo, v.1, n.1, p.45-48, 2007. BIRCHARD, S. J; SHERDING, R. G. Manual Saunder de clinica de pequenos animais. 3. Ed.. São Paulo: Roca, 2013. LIMA, E.R., et al.Frequência, Aspectos Clínicos, Diagnóstico e Tratamento de Tumor Venéreo Transmissível (TVT) em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFRPE. Medicina Veterinária, Recife, v.5, n.1, p.24-29, jan/mar, 2011. SANTOS, Renato de Lima; ALESSI, Antonio Carlos. Patologia Veterinária. São Paulo: Roca, 2010. SILVA, M. C. V., et al. Avaliação Epidemiológica, Diagnóstica E Terapêutica Do Tumor Venéreo Transmissível (Tvt) Na População Canina Atendida No Hospital Veterinário Da Ufersa. Acta Veterinaria Brasílica, São Paulo, v.1, n.1, p.28-32, 2007. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 SOUSA, E. F.; FIUZA, R. F.; OLIVEIRA, D. M.; LEITE, A. K. R. M. Diagnóstico de Tumor Venéro Transmissível em Cadela Atendida no Hovet de Sobral, Ceará. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, Ano XI – Número 21 – Julho de 2013. DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES Mhaique Henrique de Paula, Simone Guerra Magalhães, Theyllon Portugal Fonseca, Willian Jacob Pereira - Discentes do curso de Medicina Veterinária da UNIVÉRTIX Mayara Cristini Ferreira de Aguiar - Mestre em Ciências Veterinárias, Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: displasia coxofemoral, doenças ortopédicas em cães, doença articular degenerativa. INTRODUÇÃO A displasia coxofemoral (DCF) é a mais comum alteração articular na espécie canina, sendo frequente o acometimento bilateral, sem predisposição sexual (MADSEN, 1997; FRIES E REMEDIOS, 1995). Esta doença acomete principalmente as raças de médio e grande porte (ETTINGER E FELDMAN, 2004; KEALY E MACALLISTER, 2005). Apesar de inúmeras pesquisas científicas e incentivo aos programas de acasalamento controlado, a doença continua a exercer um grande impacto financeiro e emocional em proprietários e criadores (FRIES E REMEDIOS, 1995). Deste modo, objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão de literatura a respeito do tema proposto. METODOLOGIA Realizou-se uma revisão sobre o assunto no mês de Agosto de 2015, com o objetivo de obter informações para a elaboração do trabalho. A consulta foi realizada Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 em diversos bancos de dados, por meio de artigos científicos de relevância na área. Para a pesquisa, foram utilizados termos referentes à área de doenças ortopédicas, e as palavras-chave utilizadas foram: displasia coxofemoral, doenças ortopédicas em cães, doença articular degenerativa. A pesquisa resultou em um total de 587 artigos, sendo 10 desses, selecionados para o desenvolvimento do trabalho. A abordagem desse assunto nos proporciona maior conhecimento, tornando possível o diagnóstico e implantação de procedimentos corretivos para tal doença. RESULTADOS E DISCUSSÕES A DCF caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal da cabeça do fêmur e o acetábulo (THRALL, 2010). A etiologia da doença é multifatorial, havendo importante influência genética, ambiental e nutricional (CARNEIRO et al., 2006). Raças como Bulldog Inglês, Pastor Alemão, Fila Brasileiro, são as mais acometidas (LAFOUND et al., 2002, ORTHOPEDIC..., 2015), manifestando-se por meio da combinação entre o genótipo do indivíduo e fatores ambientais aos quais ele foi exposto durante sua fase de desenvolvimento. Em um estudo realizado em collies, 76% dos animais examinados manifestaram a DCF, incluindo esta raça entre os cães mais acometidos (BETTINI et al., 2007). A expressão gênica é traduzida em frouxidão da articulação coxofemoral e incongruência desta, desencadeando alterações biomecânicas que, por sua vez, culminam na doença articular degenerativa (RISLER et al., 2009). Os animais doentes podem apresentar claudicação uni ou bilateral, dorso arqueado, peso corporal deslocado em direção aos membros anteriores, rotação lateral desses membros e andar bamboleante (BRASS, 1989). O diagnóstico clínico é baseado em anamnese, sinais clínicos, avaliação do modo de andar e palpação da articulação coxofemoral (SCHULZ, 2007). O diagnóstico definitivo é realizado por meio do exame radiográfico convencional da articulação coxofemoral, no qual é avaliada a integridade articular, a presença de sinais de osteoartrose e alterações no ângulo de Norberg (BRINKER et al., 1999; SOUZA et al., 2003; NOGUEIRA et al., 2005). A avaliação utilizando-se a técnica de distração dos membros consiste em separar, através de um dispositivo, as superfícies articulares, a fim de se determinar o índice de distração das articulações coxofemorais (SMITH et al., 1990), e tem sido considerada uma ferramenta importante no diagnóstico precoce da lassidão articular em cães (ROCHA e TORRES 2007). O tratamento é baseado no estágio da doença sendo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 principalmente paliativo. Em casos iniciais é indicado repouso e analgésicos por vários dias. Em condições subsequentes, com dor considerável, repouso com restrição de atividade que impõe esforço da articulação, e analgésicos podem ser adequados. Em casos mais avançados há a indicação cirúrgica (ETTINGER, 2014), sendo os principais procedimentos utilizados para o tratamento dessa alteração a osteotomia pélvica tríplice, osteotomia intertrocantérica, excisão artroplástica de cabeça e colo femorais e a prótese total da articulação (FOSSUM et al., 1997). O controle definitivo da DCF em populações de cães tem sido feito pela seleção genética de acordo com radiografias normais dos quadris (ORTHOPEDIC..., 2015), com cruzamento manejado desses indivíduos (FRIES E REMEDIOS, 1995). CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a realização da revisão de literatura é possível perceber que a DCF é uma doença multifatorial que implica no desconforto para o animal, além de prejuízo econômico associado ao tratamento e ao prognóstico. REFERÊNCIAS BETTINI, C. M., et al. Incidence of hip dysplasia in the Border Collie. Arq. Ciênc. Vet. Zool. Unipar, Umuarama, v. 10, n. 1, p. 21-25, 2007. BRASS, W. Hip dysplasia in dogs. J. Small Anim. Pract., v.30, p.166-170, 1989. BRASS, W., et al. Bericht der huftgelenkdysplasie- Kommission. Kleintierpraxis, 1978. BRINKER, W. O.; PIERMATTEI, D. L.; FLO, G. L. A articulação coxofemoral. In: Manual de ortopedia e tratamento das fraturas de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Manole, 1999. CARNEIRO, S.C.M.C.; FERREIRA, R.P.; FIORAVANTI, M.C.S. et al. Superalimentação e desenvolvimento do esqueleto de cães da raça Dogue Alemão: aspectos clínicos e radiográficos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, p.511-517, 2006. ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2156p. ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FOSSUM, T.W.; HEDLUND, C.S.; HULSE, D.A. et al. Hip dysplasia: small animal surgery. Saint Louis: Mosby,1997. FRIES, C.L.; REMEDIOS, A.M. The pathogenesis and diagnosis of canine hip dysplasia: A review. Can. Vet. J., v.36, p.494-501, 1995. KEALY, J.K.; MACALLISTER, H. Diagnostic radiology and ultrasonography of the dog and cat. St. Louis: Elsevier Saunders, 2005. LAFOUND, E.; BREUR, G.J.; AUSTIN, C.C. Breed susceptibility for developmental orthopedic diseases in dogs. J. Am. Hosp. Assoc., v.38, p.467-477, 2002. MADSEN, J.S. The joint capsule and joint laxity in dogs with hip dysplasia. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.210, p.1463-1465, 1997. NOGUEIRA, S. R.; ROCHA, L. B.; TUDURY, E. A. Utilização do índice de distração no diagnóstico da displasia coxofemoral canina. 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INTRODUÇÃO O Brasil é um país potencial na criação de bovinos, nos segmentos destinados a produção de leite e corte, cujo rebanho soma aproximadamente 211 milhões de animais (SEPEA, 2012). Visando a otimização da produção desses dois ramos do agronegócio, diversos pesquisadores buscam meios de melhorar a eficiência reprodutiva desses animais. Uma das ferramentas utilizadas é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que sincroniza o momento da inseminação por meio de hormônios e assim permite melhores resultados nos índices zootécnicos dos animais. Dentre os hormônios utilizados destaca-se a gonadotrofina coriônica equina (eCG), produzida nos cálices endometriais durante a fase inicial de gestação em éguas, que é um fármaco de meia vida longa, atuando como adjuvante de crescimento folicular com ação semelhante ao hormônio folículo estimulante (FSH) e também função de hormônio luteinizante (LH) (BARUSELLI et al., 2004). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é a realização de um levantamento bibliográfico que revele as vantagens da utilização da eCG na IATF em gado de leite e corte. METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES A IATF tem como objetivo a sincronização da ovulação das fêmeas, fazendo com que seja possível a inseminação de um maior número de animais dentro de um mesmo período de tempo, além de concentrar o retorno ao estro em fêmeas não gestantes após a primeira inseminação artificial (BARUSELLI et al., 2004). Esta biotécnica também reduz o período de serviço e intervalo de partos, aumentando a produção de bezerros, que nascem em uma estação de parição concentrada em épocas mais desejáveis e favoráveis ao produtor (BARTOLOMEU et al., 2003). A administração de eCG estimula o crescimento folicular e ovulação por possui ação similar às gonadotrofinas FSH e LH. Devido à esta atividade, a eCG quando administrada no fase de divergência folicular, é capaz de aumentar a taxa de crescimento folicular que pode culminar na ovulação de um folículo com maior diâmetro e consequentemente a formação de um CL capaz de secretar maior concentração de P4, favorecendo maiores taxas de concepção (BARUSELLI et al., 2003). Pesquisas indicam um efeito positivo do uso de eCG em rebanhos com baixa ciclicidade, animais com condição corporal comprometida (≤ 2,5, em uma escala de 1 a 5) e vacas recém-paridas (período pós-parto inferior a 60 dias) (BARUSELLI et al., 2004). CONSIDERAÇÕES A utilização da IATF visa otimizar a eficiência reprodutiva e contribuir para a melhora do desempenho produtivo e da lucratividade dos rebanhos bovinos de leite e corte. A utilização da eCG permite maximizar o desempenho reprodutivo na IATF, aumentando as taxas de prenhez, especialmente em rebanhos com baixa ciclicidade, baixo escore corporal e recém-paridos. REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BARTOLOMEU, C.C. et al. Inseminação artificial em tempo fixo de vacas leiteiras mestiças Holando-Zebu no pós-parto com emprego de CIDR reutilizado. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.27, n.3, p.426-427, 2003. BARUSELLI, P.S. et al. Effect of eCG on pregnancy rates of lactating zebu beef cows treated with CIDR-B devices for timed artificial insemination. Theriogenology, v.59, n.1, p.214, 2003. BARUSELLI, P.S. et al. The use of hormonal treatments to improve reproductive performance of anestrous beef cattle in tropical climates. Animal Reproduction Science, v.82-83, p.479-486, 2004. SEPEA (Secretaria de estado de agricultura, pecuária e abastecimento). Disponível em: http://www.agricultura.mg.gov.br/images/files/perfil/perfil_brasil1.pdf. Acesso em: 8set. 2014. DIAGNOSTICO COM BASE NA SOROLOGIA DE IMUNOGLOBULINAS REAGENTES Anaplasma marginalee E Basesia bovis. Janine Cavalcante do Carmo- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX Leandro Silva de Araújo- Graduado e Doutorando em Medicina VeterinariaProfessor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] INTRODUÇÃO A anaplasmose e babesiose são patologias clinica e epidemiologicamente semelhantes, responsáveis por perdas econômicas significativas para a indústria pecuária mundial devido à mortalidade, redução do peso e da produção de leite e custos com tratamentos (KOCAN et al. 2003). A anaplasmose é causada pela bactéria Anaplasma marginalee a babesiose pelos protozoários Babesia bovis e/ou Babesia bigemina, sendo hemoparasitas obrigatórios. Os estudos de prevalência destes hemoparasitos são importantes para a determinação da situação epidemiológica em uma região, indicando uma situação de instabilidade ou de estabilidade endêmica e, consequentemente, se há ou não a necessidade de adoção de medidas preventivas (MADRUGA et al. 2000). Os testes sorológicos são importantes na realização de estudos epidemiológicos. Há varias técnicas descritas para diagnóstico de A. marginale e B. bovisdentre elas o teste de aglutinação em cartão (AMERAUT & ROBY 1968), imunofluorescência, fixação de complemento (GONZALEZ et al. 1978), radioimunoensaio (SCHUNTNER & LEATCH, 1988),ensaio de imunoadsorção Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 enzimática (ELISA) (THOEN et al. 1980) e reações em cadeia da polimerase (PCR, tal como PCR aninhado, a PCR em multiplex, PCR em tempo real) (COURTNEY et al., 2004, CARELLI et al., 2007). O objetivo desse estudo é demonstrar os testes sorológicos mais eficazes na detecção de anticorpos contra A. marginale e B. bovis. METODOLOGIA Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct, Portal de Pesquisa da BVS, artigos relacionados ao diagnóstico de anaplasmose e babesiose. Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: diagnósticos, babesiose, anaplasmose, sorologia e kit sorológico. 120 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a partir destes, 15foram selecionados levando em consideração os que apresentavam formas de diagnóstico por sorologias das patogenias em questão. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao se analisar artigos relacionados com os métodos de diagnóstico para detecção de infecção por Babesia sp. e Anaplasma sp., os testes mais utilizados são o de PCRe o de ELISA. O PCR em tempo real é 1000 vezes mais sensível quando em contato com DNA plasmidial do agente. No entanto o custo de uma reação de PCR em tempo real com base em sondas de hidrólise é de aproximadamente 25% caro no Brasil (BACANELLI et al. 2014). Um atributo importante ao teste de ELISA é a facilidade com que ele pode ser usado com os antígenos recombinantes. Isto é especialmente importante para aquelas doenças parasitária para as quais o antígeno de diagnóstico não pode ser produzido em cultura de células além da vantagem da automação na leitura, permitindo a análise de um maior número de soros (KNOWLES et al. 1995). CONSIDERAÇÕES FINAIS O diagnóstico para babesiose e anaplasmose é um fator de alta relevância para epidemiologia no Brasil, já que envolve em questões econômicas. Os testes apresentados no trabalho são os mais utilizados para tais finalidades, pois além de serem viáveis economicamente oferecem rápido resultado. Uma propriedade em questão no teste de ELISA, que o difere e o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 torna mais importante dos demais é a sensibilidade oferecida para reconhecimento de antígenos imunodefinidos. REFERÊNCIAS AMERAUT T.E. & ROBY T.O. 1968. A rapid card agglutination test for bovine anaplasmosis. J. Am. Vet. Med. Assoc. 153:1828-1834. BACANELLI M.G., RAMOS A.N.C E ARAÚJO R. F.. Molecular diagnosis of Anaplasma marginale in cattle: quantitative evaluation of a real-time PCR reaction basedon msp5 gene. Pesq. Vet. Bras. 34(1):29-33, janeiro 2014 CARELLI G., DECARO N., LORUSSO A., ELIA G., LORUSSO E., MARI V., CECI L. & BUONAVOGLIA C. Detection and quantification of Anaplasma marginale DNA in blood samples of cattleby real-time PCR. Vet. Microbiol. 124:107-114.2007 COURTNEY J.W. et al. Multiplex Real-Time PCR for detection of Anaplasma phagocytophilum and Borrelia burgdorferi. J. Clin. Microbiol. 42:3164-168.2004. GONZALES E.F., LONG R.F. & TODOROVIC R.A. Comparisons of the complementfixation ,indirect fluorescent anti body, and cardag glutination tests for the diagnosis of bovine anaplasmosis. Am. J. Vet. Res. 39:1538- 1541.1978. KNOWLES D.P. Conserved recombinant antigens of Anaplasma marginale and Babesia equi for serologic diagnosis. ELSEVIER Veterinary Parasitology 57. 1995. KOCAN K.M., FUENTE J., GUGLIELMONE A.A. & MELENDEZ R.D.. Antigens and alternatives for control of Anaplasma marginale infection in cattle. Clin. Microbiol. Rev. 16:698-712. 2003 MADRUGA R.C. et al, Desenvolvimento de uma prova de imunoadsorção enzimática para detecção de anticorpos contra Babesia bovis. Pesq. Vet. Bras. 20(4):00-00, out./dez. 2000 MARANA, E. R. M. et al . Soroprevalência de Anaplasma marginale em bovinos da região Centro-Sul do estado do Paraná, Brasil, por um teste imunoenzimático competitivo utilizando proteína recombinante MSP5-PR1. Rev. Bras. Parasitol. Vet. (Online), Jaboticabal , v. 18, n. 1, p. 20-26, Mar. 2009 MELO, E. S.P. et al . ELISA com MSP5 recombinante truncada para detecção de anticorpos contra Anaplasma marginale em bovinos. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 27, n. 7, p. 301-306, July 2007 SCHUNTNER C.A. & LEATCH G. 1988. Radioimmunoassay for Anaplasma marginale antibodies in cattle. Am. J. Vet. Res. 49:504-507. SOUZA, F. A.L. et al . Babesiosis and anaplasmosis in dairy cattle in Northeastern Brazil. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 33, n. 9, p. 1057-1061, Sept. 2013 . Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 THOEN C.O. et al. Enzymelinked immunosorbent assay for detecting antibodies in cattle in a herd in which anaplasmosis was diagnosed. J. Clin. Microbiol. 11:499-502. 1980. . Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA: ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO DA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA. Lorrany Cunha Teixeira – Graduanda em Administração. Faculdade VérticeUNIVÈRTIX. Clésio Gomes de Jesus – Bacharel em Administração. Especialista em Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Pessoas; Plano de Carreira; Desempenho Profissional. INTRODUÇÃO O plano de carreira é a sucessão de cargos que um colaborador desenvolve dentro da empresa, definindo sua trajetória na organização. É fundamental conhecer quais caminhos trilhar, quais habilidades desenvolver e buscar novas qualificações, evitando até mesmo o desperdício de tempo, energia, e conhecimento, que aplicados de forma errada não apresentarão os resultados esperados, pois o profissional de antes que era submisso e disciplinar, passa a se tornar um profissional inovador e diligente. (BENEDET, 2004). Com todas as mudanças ocorridas tanto no cenário político, social, econômico e ambiental, a ideia dos colaboradores de planejarem suas próprias carreiras e das empresas de implantarem o plano de carreira, tem sido de grande importância, pois as organizações buscam por pessoas que agreguem valor a empresa, que façam com que a empresa cresça e se torne mais reconhecida no mercado, dessa forma alcançando suas metas. (BULGACOV, 2006). Quando as escolhas do empregado ao buscar seus ideais e as escolhas da empresa ao oferecer as oportunidades se interagem é que começam a se desenvolverem as carreiras dentro da organização, e com esse planejamento e desenvolvimento de carreira é possível que se avalie a capacidade de maturidade, adaptação e o desempenho de um profissional. Com o cenário atual da economia brasileira, fazer plano de carreira dentro da empresa parece um desperdício, mas justamente é em meio a esse cenário que as empresas tendem a pensar a longo prazo e em como o plano de carreira é de grande importância, pois uma organização que pensa a longo prazo, leva em consideração o futuro de seus colaboradores dentro da organização, o que eles poderão oferecer de bom para a empresa, usando o plano de carreira até mesmo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 como uma ferramenta motivacional, onde alcançando as metas estabelecidas e tempo dentro da empresa, o colaborador logo subirá de cargo, e os próprios colaboradores planejam suas ambições futuras.(CARVALHO, 2004; NASCIMENTO, 2004) . A questão eixo que norteará este estudo será: Os objetivos esperados pelas gerências com a implantação do plano de carreira estão sendo alcançados? Sendo assim, os objetivos propostos deste estudo serão: mostrar a importância do plano de carreira; identificar as vantagens, do uso do plano de carreira como ferramenta de motivação; conhecer a percepção dos colaboradores sobre o plano de carreiras implantado na empresa. A presente pesquisa apresenta grande importância, pois, diante das mudanças que ocorrem no cenário empresarial, a implantação do plano de carreira, é uma ferramenta que tem sido utilizada de forma a facilitar o crescimento profissional, como nos afirma Bulgacov (2006): Atualmente, torna-se cada vez mais importante conhecer e implementar possíveis concepções de planos de carreira, para melhor harmonizar as relações de trabalho entre os ocupantes do cargo, além de facilitar visualização do futuro profissional dos participantes da organização. Quando uma empresa possui um planejamento de carreiras coerente com sua realidade, permite condições que levam as pessoas a se motivarem, pois, conseguem perceber quais são as chances de crescimento dentro da carreira. METODOLOGIA A proposta para elaboração deste estudo quanto ao tipo é exploratória que segundo Gil (2010, p. 35) “Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. ” Quanto à técnica esta pesquisa é um estudo de caso, Segundo Araújo et al. (2008, p. 1) “O estudo de caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos fatores.” A unidade de análise será a Cooperativa de Crédito da Zona da Mata Mineira, tendo sua constituição no dia 25 de fevereiro de 1991, tendo o início de suas atividades no dia 02 de julho de 1992, junto ao Banco Central do Brasil com apenas 06 colaboradores. Atualmente a Cooperativa de Crédito é o maior sistema financeiro cooperativo do país com mais de 2,9 milhões de associados, 2,2 mil pontos de atendimento, distribuídos em 25 estados e no Distrito Federal. É composto por cooperativas financeiras e empresas de apoio, que em conjunto oferecem aos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 associados serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, dentre outros. A coleta dos dados será feita através de questionário e os resultados serão analisados de forma quantitativa. RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente estudo está em fase de elaboração os dados serão coletados em setembro de 2015. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Cidália et al. Estudo de Caso. Métodos de Investigação em Educação. Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2008. Disponível em http://grupo4te.com.sapo.pt/estudo_caso.pdf . Acesso em: 02 de jul. 2015 BENEDET, Roberta. O Papel do Planejamento de Carreira no mercado atual. Florianópolis 2004. F.97. Categoria Monografia. Universidade federal de Santa Catarina. BULGACOV, Sergio. Manual de Gestão Empresarial. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2006. CARVALHO, Antônio Viera de, NASCIMENTO, Luiz Paulo. Administração de RECURSOS HUMANOS. 1. Ed. São Paulo: PIONEIRA Thomson Learning, 2004. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed.- São Paulo: Atlas, 2010. GUERRA, Vanna Badhia Adaime. Importância do planejamento individual de carreira para os funcionários do Banco do Brasil e o papel do novo programa ascensão profissional (PAP) neste processo. Porto Alegre, F. 62. Categoria Monografia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MILKOVICH, George T., BOUDREAU, John W. , Administração de recursos Humanos. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. QUEIROZ, Dayane C. Estratégias de Remuneração e plano de carreira: ferramentas para desenvolvimento do colaborador e crescimento da organização. Revista das Faculdades Santa Cruz, v.8. P 11, julho/dezembro. 2010. PLANO DE CARREIRA. Londrina. V Congresso de Psicologia UNIFIL/II Congresso Nacional de Psicologia. 2012. A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO EFICAZ DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA FUNDAÇÃO DE SAÚDE CRISTO REI. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Diana Moreira Botelho – Graduanda em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice UNIVÈRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Demonstrações Contábeis; Gestão; Terceiro Setor. INTRODUÇÃO O terceiro setor é composto por entidades sem fins lucrativos. Muitos não têm conhecimento do seu significado e de sua importância para a sociedade, mas é através dele que algumas pessoas no país são beneficiadas e conseguem alcançar uma melhor qualidade de vida (ROCHA, 2003). É o setor composto por associações e fundações que trabalham para gerar bens e serviços à sociedade. Nas entidades sem fins lucrativos, o patrimônio é visto como social, sendo os gestores responsáveis pela guarda e administração deste patrimônio, que, de uma forma geral pertence à sociedade a quem se deve a prestação de contas, E tendo isso em vista são necessárias demonstrações contábeis para expressar de que forma foram utilizados os recursos entregues a aquela entidade. Os dados fornecidos pelas entidades para elaboração das demonstrações contábeis, são fontes de informações (OLAK, 2010). Contabilidade é a ciência que tem como objetivo, orientar, prestar informações, controlar e contabilizar os fatos ocorridos em um patrimônio, empresa/entidade. De fundamental importância, pois, tem a função de prestar informações necessárias ao processo de tomada de decisões pelos administradores de uma entidade/empresa, bem como pelos demais usuários da contabilidade (BARRETO, 2003). O estudo do tema justifica-se pela observação feita de que o terceiro setor é bem amplo, e, que poucos sabem realmente o seu significado. Como ele é composto e como é elaborada a contabilidade, uma vez que, são entidades que não buscam obter lucro, mas que precisam ter uma boa estrutura administrativa para gerir o seu patrimônio, a fim de não comprometer a continuidade da entidade. Diante do exposto a questão eixo indaga: Os administradores da Fundação de Saúde Cristo Rei utilizam as informações fornecidas pelas demonstrações contábeis para planejamento de sua gestão? Os objetivos propostos dessa pesquisa é conhecer como a contabilidade pode contribuir para uma gestão eficaz através das informações fornecidas pelas demonstrações contábeis e identificar se a entidade faz planejamentos utilizando as informações Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 contábeis. Torna-se relevante o aprofundamento deste estudo para demonstrar o importante papel que a contabilidade tem em auxiliar os gestores das entidades de saúde a superarem os desafios encontrados em desenvolver uma gestão eficaz, diante da escassez de recursos entre outros fatores. Pretende-se contribuir com este estudo para que as entidades sem fins lucrativos possam agregar a contabilidade como instrumento de gestão para facilitar diretamente a absorção de diversos benefícios para a sociedade. METODOLOGIA Para Gil (1987, p.19), citado por Andrade (2010, p.109) pesquisa é o “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. A metodologia utilizada na pesquisa é a exploratória. Que segundo Andrade (2010): Tem a finalidade de proporcionar maiores informações sobre determinado assunto: facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. A técnica da pesquisa é o estudo de caso, que para Prodanov e Freitas (2013, p.60): “consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa”. A pesquisa será realizada na Fundação de Saúde Cristo Rei, uma sociedade civil de direito privado, com sede em Matipó e foro na Comarca de Abre Campo, Estado de Minas Gerais, fundada em 1º de abril de 1976. São instituidores da Fundação os Senhores Alberone José de Paiva, João Mendes de Magalhães e José Mendes de Magalhães, que, à época da instituição, fizeram a doação de Cr$ 3.000,00 (três mil cruzeiros), possuindo atualmente 36 leitos ativos. Dispõe de mecanismos de captação de recursos sendo eles divididos: 95% SUS, 9% Convênios e 1% Particular. Utilizando Contabilidade feita por Terceiros. A pesquisa terá uma abordagem qualitativa que para Prodanov e Freitas (2013, p.60): Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos dados. O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto de estudo em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo. Nesse caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Nessa pesquisa será feita a coleta documental, sendo esses documentos os demonstrativos contábeis apresentados pela Fundação, e entrevista semiestruturada com o gestor da Fundação. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS: ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2010. BARRETO, Gualberto Alves. Manual do contador – Belo Horizonte: Ed. Líder. 2003. OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para entidades sem fins lucrativos (terceiro setor). 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho identifico: métodos e técnicas da pesquisa. 2. Ed.Rio Grande do Sul: Feevale, 2013 ROCHA, Sílvio Luís Ferreira da. Terceiro setor. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA ZONA DA MATA-MG Luciana Aparecida Santos Moreira Morais Graduanda em Administração. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Clésio Gomes de Jesus – Bacharel em Administração. Especialista em Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Liderança; Gestão de Pessoas; Micro e Pequenas Empresas. INTRODUÇÃO Atualmente os lideres tem enfrentado vários desafios como: competitividade, avanços tecnológicos, instabilidade econômica, mudança no ambiente organizacional entre outros. Em meio a esse cenário a relação do líder com os liderados torna-se importante para o desenvolvimento de suas atividades, pois são os colaboradores os defensores e modeladores da cultura do desempenho organizacional. A liderança maximiza as contribuições do pessoal e em uma empresa pequena lhe permitirá competir mais eficazmente no mercado. Embora concorrentes maiores possam ter uma vantagem devido aos recursos econômicos à sua disposição, eles não têm, necessariamente, uma vantagem em seus métodos de liderança. Criando um ambiente que inspire entusiasmo, o líder de uma pequena empresa pode obter o melhor de seu pessoal e também oferecer uma forte persuasão aos empregados prospectivos. LONGENECCKER (1997). Administração é assumir responsabilidade, fazer acontecer, liderar é influenciar, guiar na direção. Para ele, o líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. Em contraste, o administrador opera sobre os recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matériasprimas e tecnologia. O gerente administra; o líder inova. O gerente focaliza em sistemas e estruturas; o líder focaliza-se nas pessoas. O gerente apoia-se no controle; o líder inspira confiança. O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê e por quê. O líder se preocupa com a eficácia, o administrador tende a se preocupar mais com a eficiência. BENNIS citado por LACOMBE (2005). Deste modo a pesquisa tem a seguinte questão: o empreendedor, sendo gerente de seu próprio negócio, assume seu papel de líder para desenvolver a satisfação dos funcionários no trabalho e expandir seu ramo de atividade? Esse trabalho tem por objetivos conhecer a essencialidade da liderança nas pequenas empresas e identificar a importância e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 influência do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional. Com esse estudo pretendemos contribuir para análise dos gestores das micro e pequenas empresas, quanto a importância da influência do líder no comportamento dos colaboradores. METODOLOGIA Pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. MARCONI E LAKATOS (2010). A técnica é a estudo de caso que consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineadores já considerados. GIl (2010). Quanto ao objetivo é descritiva, pois, visa descrever fenômenos e identificá-los através de analises. Esse tipo de estudo permite que o pesquisador obtenha um entendimento melhor do comportamento de diferentes fatores que influenciam determinado acontecimento. MARCONI E LAKATOS (2010). A amostra será composta por 9 colaboradores de uma microempresa familiar do ramo de varejo de confecções, cama, mesa e banho na zona da mata de Minas Gerais, onde atua há 39 anos. Os dados serão coletados através e questionários que serão aplicados em setembro e outubro de 2015 e através de entrevista semiestruturada com o proprietário. Posteriormente, os dados obtidos serão analisados e discutidos com base em referenciais teóricos que retratam a temática do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed.- São Paulo: Atlas, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 LACOMBE, Francisco José Masset, Recursos humanos: princípios e tendênciasSão Paulo: Saraiva, 2005. LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY J. William. Administração de pequenas empresas/ São Paulo: Makron Books, 1997. MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia cientifica. 7ed. – São Paulo: Atlas, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 QUALIDADE DE VIDA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE SERICITA- MG Moises Eduardo Silveira Gomes Graduando em Administração – Faculdade Vértice- UNIVÈRTIX Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida; Satisfação; Gestão de Pessoas. INTRODUÇÃO A construção civil teve um grande crescimento na economia do país devido aos programas adotados pelo governo presidencial, como exemplo desses programas temos o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e o MCMV (Minha Casa Minha Vida) que foram programas que o governo adotou fazendo assim com que a construção civil tivesse um crescimento significante. (CARDOSO, 2013). O tema satisfação no trabalho teve inicio no século XX. Acreditava-se que a satisfação no trabalho era uma espécie de motivação para o trabalhador, fazendo com que o trabalhador se sinta mais motivado e aumentando assim cada vez mais o seu tempo de permanência na organização (RUBINO, 2010). O estudo justifica-se pelo fato da construção civil ser um ramo de atividade de extrema importância para o país, refletindo diretamente no crescimento e desenvolvimento de diversos tipos de negócios, gerando empregos e investimentos no mercado imobiliário. Diante do exposto, os questionamentos deste estudo são: Onde está a qualidade de vida dos operários da construção civil? Quais fatores podem influenciar para que os colaboradores se sintam satisfeitos? Neste contexto, o objetivo do estudo é identificar informações sobre a qualidade de vida no trabalho dos funcionários da construção civil. Pretende-se com este estudo contribuir com informações que possam auxiliar os gestores das atividades da construção civil, sobre os aspectos que proporcionam a qualidade de vida do colaborador no exercício das atividades. METODOLOGIA O presente trabalho refere-se a um estudo de caso, no qual serão aplicados questionários a uma amostra de 20 funcionários, em uma empresa de construção civil, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 que já está no mercado desde o ano de 2008, com prestação de serviços a diversos órgãos (Federais Estaduais e Municipais). Trata-se de uma empresa certificada com o selo de qualidade ISSO 9001, que esta obtendo o seu reconhecimento perante o mercado pelos bons serviços prestados. A organização esta localizada na cidade Sericita, no interior de Minas Gerais. A pesquisa é de cunho exploratório, que segundo: GIL (2008) A pesquisa exploratória tem o intuito de fazer com que o problema possa se tornar familiar, tornando assim cada vez mais claro e explicito para o leitor e para a organização. O questionário semiestruturado será utilizado como um instrumento de coleta de dados no qual constará de uma serie de perguntas que devem ser respondidas pelo entrevistado, mas sem a presença do entrevistador, para que assim o entrevistado possa se sentir mais a vontade, e possa responder o questionário com mais firmeza e veridicidade (LAKATOS E MARCONI, 2010). O presente estudo está em fase de elaboração, no qual os dados serão coletados e analisados nos meses de agosto e setembro 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERENCIAS: CARDOSO Fernando Henrique: Incentivo do estado e desenvolvimento: uma análise sobre o crescimento da área da construção civil: Londrina, 2013(f.9) Categoria (Dissertação) Universidade Estadual de Londrina. GIL Antônio Carlos: Métodos e técnicas de pesquisa social 6° ed. São Paulo: atlas, 2008. MARCONI Maria de Andrade, LAKATOS Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 7°ed: São Paulo: Atlas, 2010. RUBINO Tatiana Lima e Silva: A influência das políticas de gestão de pessoas no bem-estar do trabalho Brasília- DF, 2010 (f.80) Categoria (Monografia) Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade Departamento de Administração. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 MÉTODOS DE FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR DE CONFECÇÕES DE REDUTO-MG Osiana Souza Cota – Graduanda em Ciências Contábeis, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Luciano Aguiar Otoni –. Professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Preço de venda; Métodos; Custeio. INTRODUÇÃO Para sobrevivência de qualquer empresa no mercado atual, com enorme competitividade entre as empresas, é preciso uma adequada política de formação do preço de venda do produto, que atenda aos interesses do empresário, gerando lucro, em contrapartida esse preço deve ser atrativo ao cliente, criando valor para o mesmo. (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2009). De acordo com Kotler e Keller (2006, p.429) “o preço funciona como o principal determinante na escolha dos compradores”. Bruni (2008, p.257) afirma “a formação de preços representa uma das mais importantes e nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode arruinar um negócio”. A decisão de realizar este estudo deve-se a escassez de trabalhos acadêmicos abordando a formação do preço de venda em indústrias do setor de confecções, portanto o estudo além de verificar como é formado o preço de venda na empresa pesquisada, conjuntamente abarcará embasamento teórico bibliográfico sobre o tema. A partir dessa pesquisa a empresa em estudo, poderá avaliar melhor sua estratégia de precificação, assim como conhecer outros métodos que possibilitem o uso dessas informações como instrumento de melhoria nos processos que envolvam a formação do preço de venda da organização, para que a mesma tenha condições de manter-se competitiva no mercado disponibilizando produtos que atendam satisfatoriamente os clientes e a empresa. Sabe-se que o preço é um fator decisivo para o consumidor, sendo assim, faz-se necessário conhecer os componentes do preço, os fatores que influenciam no mesmo, pois qualquer erro em sua formação pode ser fatal para a sobrevivência da empresa. Crepaldi (2008, p.336) afirma que a formação do preço de venda é, “um fator determinante de sobrevivência da exploração da atividade”. Devido à importância da formação do preço de venda para a empresa, e ao fato de que a mesma pode formar seu preço considerando Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 diversos fatores e métodos de precificação distintos, o presente estudo busca responder a seguinte questão norteadora: Dentre os métodos abordados qual seria o mais eficiente para a empresa pesquisada? Para responder essa questão, o trabalho tem como objetivo geral identificar quais são os métodos de formação do preço de venda utilizados na empresa em questão. Os objetivos específicos são: descrever os métodos para determinar o preço de venda; identificar os elementos que compõe o preço; verificar como é realizada a formação do preço de venda na empresa pesquisada. O setor de confecção, abordado neste estudo, é um setor que movimenta a economia, que atende a população em geral, e sofre constantemente com mudanças no mercado consumidor, mediante esta realidade, uma estruturação eficiente do preço de venda é imprescindível para a sobrevivência da empresa. A presente pesquisa será realizada não somente para subsidiar o pequeno empresário de informações que o auxilie no processo decisório, mas também terá o intuito de contribuir com a bibliografia existente sobre esse tema, assim como expor a importância do mesmo. METODOLOGIA A metodologia adotada será uma pesquisa científica de natureza básica, “reúne estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento” (GIL, 2010, p.26). Está pesquisa quanto aos objetivos, será classificada como uma pesquisa descritiva, pois busca descrever características de um determinado assunto. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 127) pesquisa descritiva é aquela que “expõe as características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados”. Quantos aos procedimentos, este artigo se classificará como estudo de caso, onde será realizada coleta de dados através de entrevista semi-estruturada “quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada” (LAKATOS; MARCONI, 2011, p.281). Conforme Lakatos e Marconi (2011, p.276) “estudo de caso refere-se ao levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob todos os seus aspectos”. A pesquisa utilizará abordagem qualitativa, “ambiente natural é fonte direta para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de significados” (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 128). A fundamentação teórica do tema será composta por pesquisa em livros, teses, dissertações e artigos científicos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 relacionados ao tema. Sendo assim, esta pesquisa será classificada como descritiva, realizada por meio de pesquisa bibliográfica e estudo de caso, como instrumento de pesquisa para coleta de dados será realizada entrevista semi-estruturada aplicada ao gestor da empresa com abordagem qualitativa. O estudo será realizado em uma empresa de pequeno porte do setor de confecção situada na cidade de Reduto-MG, que tem por atividade a fabricação de camisas sociais, a escolha dessa empresa deve-se a facilidade na obtenção dos dados e o aproveitamento desse estudo para formação do preço de venda na empresa pesquisada. Com o intuito de reduzir possíveis respostas falsas, o nome da empresa não será identificado, protegendo assim a identidade da mesma. RESULTADOS E DISCUSSÕES O projeto se encontra em andamento, até o momento os resultados parciais descritos consistem na realização do levantamento bibliográfico, a coleta de dados está prevista para agosto, no mês seguinte serão realizadas análises e discussões do resultado alcançado por meio da entrevista, logo após serão feitas as devidas conclusões. REFERÊNCIAS BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2008. – (Série desvendando as finanças; v.5). CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2008. DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de. Gestão de Custos e formação de preços: conceitos, modelos e instrumentos: abordagem do capital de giro e da margem de competitividade. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. Tradução Mônica Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes, Cláudia Freire; revisão técnica Dilson Gabriel dos Santos. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2.ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Disponível em: http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/Ebook%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em 14.jun.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESPONSABILIDADE SOCIAL E PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS DA COMPANHIA DE ABASTECIMENTO ELÉTRICO DA ZONA DA MATA MINEIRA Natália Gomides Oliveira-Graduando do Curso de Administração - Faculdade VérticeUNIVÉ[email protected] Maria Aparecida Salles Franco-Graduada e Mestre – Professora da Faculdade Vértice – Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: coleta seletiva, economia de energia, gestão de resíduos, meio ambiente e reciclagem. INTRODUÇÃO No cenário atual do abastecimento hidrelétrico podemos ver a escassez de água, os reservatórios cada vez mais baixos e o volume de chuva insuficiente para retomar ao volume hídrico anterior. Esse fator tem trazido transtornos ao abastecimento elétrico e gerando maiores custo para a produção de energia. As empresas de abastecimento elétrico têm que se preocupar com este cenário, fazendo campanhas de conscientização de seus clientes. Apresentado possíveis maneiras de ajuda-los tanto a economizar como ajudar na restauração do meio ambiente através do projeto conta cidadã.O projeto dá oportunidade aos clientes residenciais trocar o seu lixo reciclável por descontos na fatura de energia elétrica, materiais como, papel, plástico, vidro, e metal. Materiais recicláveis gastam menos energia que a produção dos mesmos a partir de matéria prima e preservam recursos naturais. O uso adequado de energia, economiza tanto para o cliente, como para o meio ambiente e empresa. Conseguido através da logística reversa que proporciona menor consumo de energia com o reprocessamento dos materiais recicláveis, em relação a produção básica a partir da matéria-prima.( LIMA et al, 2009)Segundo a Lei Nº 9.991, de 24 de julho de 2000 em seu Art. 1º, as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, setenta e cinco centésimos por cento de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, vinte e cinco centésimos por cento em programas de eficiência energética no uso final.Os dados abaixo mostram a economia que pode ser feita através da reciclagem de materiais como vidro, papel e alumínio, não só em valores financeiros, mas também na economia de energia. Esses materiais ainda podem trazer mais rentabilidade se Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 considerarmos que podem ser vendidos. (UDAETA, 2012)O vidro, para produção a partir da matéria prima gasta 4,2GWh e para produção usando sucata 3,7 GWh economia de 0,5 GWh que representa um percentual de 13%, em valor financeiro economia de R$ 39.000.O papel, para produção a partir da matéria prima gasta 21,8GWh e para produção usando sucata 6,5 GWh economia de 15,3 GWh que representa um percentual de 70%, em valor financeiro economia de R$ 1.140.000. Alumínio, para produção através da matéria prima gasta 18,6GWh e para produção usando sucata 0,93 GWh economia de 17,7 GWh que representa um percentual de 95%, em valor financeiro economia de R$ 1.320.000. Esta pesquisa tem por intuito verificar o quanto os clientes desta empresa estão conscientes dos projetos e ações sociais, e qual o envolvimento dos mesmos com essas campanhas. As questões que norteiam esta pesquisa são: Os projetos sociais estão acessíveis a todos os consumidores? Os clientes tem ciência do projeto conta cidadã que pode dar desconto na fatura por meio da troca de material reciclável? Os resíduos recolhidos estão sendo bem destinados? Objetivo geral, conhecer a campanha socioambiental da empresa de energia elétrica ENERGIZA e a interação dos clientes com a mesma. Objetivos específicos, entender a importância das campanhas para a sociedade, definir o grau de conscientização dos clientes com relação à campanha conta cidadã. METODOLOGIA Em seu livro, PHILIPPI, ROMÉRO e BRUNA (pag.1020, 2004) explicam que: “A palavra metodologia é originaria do grego, a partir dos termos Métodos, que significa método, e logo, que quer dizer, tratado, ou seja, “o tratado dos métodos” ou simplesmente “sobre o método”. Para alguns autores, Metodologia é um conjunto de métodos e técnicas atualizado para se atingir determinado objetivo na pesquisa”. O método usado para atingir os objetivos da pesquisa é o descritivo, desta forma é possível observar o objeto de estudo descrevendo com detalhes. A técnica utilizada no projeto é estudo de caso. Estudo de caso segundo GODOY (1995) citado por BERTUCCI, (pág.52 2008) “(.) estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objetivo é uma unidade que se analisa profundamente (e) visa ao exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação particular”.A pesquisa será realizada na área do programa CONTA CIDADÂ, nos pontos de Coleta Manhuaçu, além da própria empresa de abastecimento elétrico do Leste da Zona da Mata Mineira e na Cooperativa de reciclagem que compra e faz a triagem do material, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 situada na cidade de Manhumirim. Para coleta de dados serão construído questionários que devem ser aplicados aos supervisores do programa conta cidadã, com intuído de verificar o efeito do projeto de coleta seletiva dentro e fora da empresa, perfil dos clientes que contribuem com a campanha e que recebem bônus em suas faturas. Por último junto à Cooperativa que recebe o material, buscaremos efeitos desta parceria em termos de % da renda mensal e qualidade do material coletado. O critério adotado para apuração e analise dos dados é qualitativo, mas sempre buscando quantificar resultados e tendências de acordo com classificações estabelecidas. RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente trabalho ainda não tem um resultado pois encontra-se em andamento. REFERÊNCIAS BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira, Metodologia Básica para Elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso (tcc): São Paulo: Atlas, 2008. CURI, Denise. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011). LIMA, Carlos A. Fróes. GRADVOHL, Albert B, CARVALHO Tiago, NAVAS José Ricardo Portillo e ARRUDA, Odailton S. Programa Ecoelce de Troca de Resíduos por Bônus na Conta de Energia, pdf, 2019. Disponível em: http://www.knbs.net.br/site/wpcontent/uploads/2009/10/Artigo_Ecoelce_CITENEL_2009.pdf Acesso 05jun. 2015 PHILIPPI, Arlindo Jr. ROMÉRO, Marcelo de Andrade, BRUNA, Gilda Collet, Curso de Gestão Ambiental, Barueri, SP: Manole, 2004. UDAETA, Miguel Edgar Morales. Energia de resíduos sólidos como mecanismo de desenvolvimento limpo, 2008. Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000022002000100062&sc ript=sci_arttext. Acesso em: 15jun.2015 O QUE É O PROJETO? Conta cidadã. Disponível em http://holding.grupoenergisa.com.br/paginas/inovacao-esustentabilidade/sustentabilidade/meio-ambiente/conta-cidada.aspx . Acesso em: 07ago. 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 ARRECADAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL: ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA PRÓPRIA DE MATIPÓ-MG E DE SEUS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES. Tadeu Hipólito da Silva – Professor do Curso de Ciências Contábeis Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Vanessa Campos Hipólito Silva – Graduanda em Ciências Contábeis – PUC MG [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Arrecadação; Gestão; Controladoria. INTRODUÇÃO A omissão das autoridades municipais tocante à Fiscalização; Aplicação e cumprimento das leis; Reformas do Código Tributário Municipal; Falta de treinamento; Independência do fiscal; Logística; Falta de integração entre os órgãos da Fazenda Pública, Administração e Controladoria Municipal, trazem sérias consequências às finanças municipais (LIRA, 2015), gerando arrecadação bem abaixo do previsto no orçamento municipal, causando extrema dependência financeira às receitas transferidas da União e do Estado. O presente estudo tenta alertar sobre a necessidade efetiva da implementação do processo de controle gerencial da arrecadação da Receita Própria1 nos pequenos municípios, do Planejamento Estratégico plurianual (GOVINDARAJAN et tal. 2002), para atingir o objetivo da elevação dos índices de arrecadação municipal da Receita Própria. METODOLOGIA Trata-se de um Estudo de Caso (CRUZ et tal. 2004), onde a unidade analisada é composta pelo conjunto dos municípios limítrofes ao município de Matipó-MG, que visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando unidade e identidade própria, onde uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. Os dados foram coletados através informações prestadas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Através da confecção de tabelas foi possível evidenciar os índices de arrecadação das receitas próprias e transferidas do Estado e da União. Os municípios que fazem divisa territorial com o município de Matipó são: Abre Campo, Caputira, Pedra Bonita, Santa Margarida, São João do Manhuaçu e Manhuaçu. 1 Composta por Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria arrecadada diretamente pelo Município. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentro do conjunto de municípios limítrofes ao de Matipó MG, constata-se que Manhuaçu ocupa o 1º lugar em arrecadação de receita própria, atingindo 8,28% de média anual. Abre Campo ocupa o 2º lugar com 6,82%, Pedra Bonita ocupa o 7º lugar, com 2,72%, apesar de demonstrar tendência de aumento da arrecadação. Matipó ocupa o 3º lugar com a média anual de 5,38% em arrecadação própria, por conseguinte, depende de 94,62% de recursos (receitas) transferidos dos governos federal e estadual, em suma, a cada R$100,00 gastos, R$94,62 vêm de receitas transferidas e o restante R$5,38 é arrecadado diretamente pelo município. Destacase neste interstício, que em 2007, o município que mais apresentou crescimento na arrecadação foi Matipó, subiu de 3,7% em 2006 para 9,0% em 2007. Caputira apresenta forte tendência de queda na arrecadação própria, a saber: 5,1% em 2003, 2,2% em 2008. Com o alvo na informação o município de Belo Horizonte apresenta índice médio de 31,5% de arrecadação de receita própria (maior índice do Estado). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os gestores públicos deveriam dedicar um tempo maior para estudos, levantamentos e reexames de planejamentos com escopo de realinhamento das estratégicas para o futuro. Apesar da existência e exigência legal do Plano Plurianual, estatuído nas Leis 4320/64 e 101/00, são meramente criados para atender formalidades da Lei e não com finalidades gerenciais (SLOMSK, 2003). Medida como a integração (diálogo, sincronia) entre os órgãos da Fazenda Pública, Administração e Controladoria Municipal traria considerável aumento da arrecadação de receitas próprias (PISCITELLI, 2002) e consequente combate à sonegação tributária, trazendo recursos para maior investimento em saúde, educação, obras viárias, agropecuária etc. (KHOAMA, 2002). REFERENCIAS ANTHONY, Robert N. e GOVINDARAJAN, Vijay. Sistemas de Controle Gerencial 1.ed.São Paulo: Atlas, 2002. BRASIL. Lei Complementar Nº 101. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 04Mar. 2000. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 BRASIL. Lei 4.320 7 de dezembro de 1964. Normas de gestão pública. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 8 dez. 1999. Disponível em: HTTP://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?Id=Lei%209887. Acesso em: 20.jun.1998. CRUZ,Carla e RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Belo Horizonte:Excel Books, 2004. KHOAMA, Heilio. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2002. LIRA, Sergio R. Bacury. Os 10 pecados capitais do gestor público. Disponível em www.fenacon.org.br/informe/0018-pecados.htm acesso em: 04jan.2015. PISCITELLI, Roberto B. e tal. Contabilidade Pública: Uma Abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 2002. SLOMSKI, Valmor. Manual de Contabilidade Pública: Um Enfoque na Contabilidade Municipal. São Paulo: Atlas, 2003. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 AS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO INTERIOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, EM RELAÇÃO Á FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ÁREA CONTÁBIL. Lívia Maria Pinheiro Amorim- – Graduanda em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. Thaynara Kelly de Sousa Pereira – Graduanda em Ciências Contábéis Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Ciências Contábeis – Perspectivas, Instituição de Ensino Superior – Satisfação – Imagem. INTRODUÇÃO O desafio do ensino superior é socializar o conhecimento. Para alcançar esse objetivo, requer um ambiente que proporcione e estimule o espírito crítico e criativo, novos questionamentos e proposições. Na contabilidade, busca-se a descoberta de novas tecnologias de informação e de gestão. (CAPACCHI, et al., 2007). As IES Instituições de Ensino Superior possuem objetivos em comum que são os exigidos pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura e específicos que são determinados em particular por cada instituição, nestas duas fases destaca-se o papel do gestor que possui uma função complexa, e que além de seguir os objetivos traçados pelo MEC tem por responsabilidade planejar, organizar, dirigir e controlar todos os processos do curso e ainda inovar para que juntamente com o corpo docente consigam atingir e superar as expectativas dos discentes. (ALTHOFF, 2008). A justificativa deste estudo baseia-se na observação de que o mercado de trabalho exige que os alunos estejam aptos a exercerem a profissão contábil, uma vez que, as normas contábeis vigentes ampliaram de maneira considerável o papel do Contador em relação às pessoas jurídicas e todos os tipos de organizações. Diante disto, surge a seguinte questão problema deste estudo: Os discentes consideram que estão sendo preparados de maneira eficaz para corresponder as expectativas do mercado de trabalho na atualidade? Os objetivos desse estudo serão: Conhecer o nível de satisfação e as expectativas dos discentes do Curso de Ciências Contábeis da UNIVÉRTIX em relação à preparação para a atuação no mercado de trabalho e nos ambientes sociais onde estão inseridos; identificar qual é a imagem que esses discentes de Ciências Contábeis percebem em relação ao curso da referida instituição. Pretende-se com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 este estudo contribuir com informações que possam direcionar a IES para tomadas de decisões. METODOLOGIA Este trabalho propõe discutir quais são as perspectivas e anseios dos futuros bacharéis em contabilidade da FACULDADE UNIVÉRTIX, localizada no município de Matipó, Minas Gerais. É a primeira Instituição de Ensino Superior deste município que teve suas atividades iniciadas no ano de 2008. Essa mantenedora da IES foi constituída aos 27 dias do mês de julho de 2000, conforme escritura pública de constituição protocolada no livro A-2, página 041, sob o nº 7904 e registrado no livro A-4, página 105, sob o nº 0853, no Cartório de Registro de Títulos da Comarca de Abre Campo - Estado de Minas Gerais. É uma sociedade entre irmãos residentes no próprio município. Este trabalho resulta de um estudo exploratório num grupo de formandos em Ciências Contábeis da Faculdade UNIVÉRTIX, a fim de averiguar o grau de satisfação dos mesmos, se a instituição fomenta a necessidade e preocupação na formação de bons profissionais, os métodos usados para maior aprendizagem durante o curso e quais seus anseios para um futuro próximo. A pesquisa de campo será realizada no período de abril a maio do ano de 2015. A pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores análises. (RUIZ, 1991). Serão entrevistados os 120 (cento e vinte) alunos do Curso de Ciências contábeis, distribuídos em 08 (oito) turmas. Toda a pesquisa será realizada em concordância com os princípios éticos para o uso de questionários aplicados a uma população. Assim sendo, todos os participantes serão informados que não receberão nenhum tipo de recompensa ou benefício para participar da pesquisa. Serão informados, também, que todos os dados serão mantidos em sigilo, e que em momento algum os nomes serão utilizados. Mantendo assim, a neutralidade e imparcialidade exigida pelos trabalhos científicos. Os resultados da análise dos questionários serão avaliados por meio de estatística descritiva. Considerou-se necessário utilizar os recursos da abordagem descritiva, por ser o tipo de pesquisa que possibilita a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados. Como a pesquisa tem o escopo de conhecer as perspectivas dos cursandos de Ciências Contábeis da mencionada instituição, os resultados serão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 demonstrados através do processo descritivo. Considerou-se usar o processo descritivo ao levar em conta, que o mesmo expõe as características de uma determinada população ou de um determinado fenômeno. Podendo estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tendo o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. (VERGARA, 2009). Será realizada ainda, pesquisa bibliográfica através de material disponível em artigos científicos e livros oficiais, referente ao tema. Serão incluídos na revisão estudos observacionais descritivos ou analíticos sobre os temas, tratados em conjunto ou individualmente, a fim de obter dados históricos e informações relevantes sobre o assunto de forma dinâmica como recomenda (GIL, 1999). Este estudo está em fase de elaboração os dados serão coletados nos meses de agosto e setembro de 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ALTHOFF, N. S.; DOMINGUES, M. J. C. S. Práticas interdisciplinares nos cursos de graduação em Ciências Contábeis: mito ou realidade. In: II CONGRESSO ANPCONT, 2008, Salvador. Anais... Salvador: BA, 2008. CAPACCHI, M.; MORETTO, C. F.; VANCIN, V.; PADILHA, F. A. R. A prática do ensino contábil no estado do rio grande do sul: Uma análise da grade curricular frente às exigências legais e necessidades acadêmicas. In: I CONGRESSO ANPCONT, 2007. Gramado. Anais... Gramado: RS, 2007. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. Vergara, Silvia Constant: Projetos e Relatórios de Pesquisa em administração:10ª ed. São Paulo: Atlas S.A 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 OS DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL PÚBLICO FILANTRÓPICO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA NO LESTE DE MINAS GERAIS. Jussara Eli Romão Graduanda em Administração. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Desafios; Gestão Hospitalar; Saúde. INTRODUÇÃO Os hospitais são o centro do sistema de saúde no Brasil e são cruciais para a saúde da população. O desafio de implementar políticas de reforma hospitalar é sabidamente difícil, e é ainda mais problemático quando a propriedade, a gestão e o financiamento dos hospitais apresentam formas extremamente variadas, como ocorre num Estado federativo como o Brasil. Todavia, a natureza pluralista destas configurações é igualmente um ponto forte do setor hospitalar brasileiro. (LA FORGIA, 2009). Dentro do contexto hospitalar o gestor não deve ser o único a pensar. Precisa, no entanto, delegar funções possibilitando aos colaboradores liberdade e autonomia para atingir em conjunto as metas estabelecidas pela organização e a execução das tarefas a quais serão realizadas por meio da equipe. Assim elevando a motivação e valorização da equipe, que pode ser compreendida como algo intrínseco ao ser humano, à satisfação pelo trabalho que realiza. O modelo de gestão que valoriza as pessoas, o líder deve utilizar- se do empowerment, que compreende a delegação, automotivação, desenvolvimento integral e a criatividade do profissional em todos os níveis, e também procurar estratégias que envolva a participação de todo pessoal na organização. Pois a função do gestor é orientar, supervisionar e tomar decisões. (ALMEIDA, 2013). O hospital é uma empresa flexível, que necessita de rapidez para atender suas demandas econômicas, de recursos humanos e materiais. É uma organização prestadora de serviços de saúde para seus clientes/pacientes. O administrador é um elemento de extrema importância dentro de uma instituição, visto que a administração consiste em planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços de um determinado grupo de pessoas para um objetivo comum. Todavia o administrador tem uma importante função como gestor hospitalar, que é de possibilitar a equipe alcançar seus objetivos com o mínimo de recursos, esforço e com menor atrito com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 as demais atividades. O administrador hospitalar é o principal executivo de um dos principais órgãos de saúde da sociedade, o Hospital. O administrador hospitalar deve ser um líder capaz de desenvolver suas atividades com base num planejamento que visa adequar se a infraestrutura física hospitalar; capacitar pessoas; implantar processo e projetos; realizar avaliações considerando os benefícios e os resultados, com melhoria de qualidade e adequação do espaço de trabalho do ambiente hospitalar (ALMEIDA, 2013). A tarefa da administração é fazer com que as coisas aconteçam por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. Nos hospitais ou em outro empreendimento humano, obtém esse resultado dependendo da capacidade daqueles que exercem a função administrativa. (CHIAVENATO, 2004). Diante disto, este estudo justifica-se pela percepção de que as atividades desenvolvidas pelo gestor hospitalar não englobam apenas a infraestrutura. Englobam ainda, pessoas, tarefas, tecnologia e o ambiente. Assim partimos da seguinte problematização: Quais são os desafios encontrados pelo administrador hospitalar no relacionamento com colaboradores, pacientes e as atividades administrativas em um hospital publico filantrópico de pequeno porte? Os objetivos que irão conduzir este estudo é identificar quais são os problemas enfrentados pelo administrador na gestão de um hospital público filantrópico de pequeno porte; conhecer quais os métodos e ferramentas têm sido utilizados pelo gestor para desempenhar suas atividades. Para que aja uma coordenação hospitalar de qualidade, exige uma direção bem direcionada, com capacidade de liderança, habilidade, autoridade, sensatez e com valores éticos. O administrador hospitalar não pode ser um tecnocrata eticamente neutro, precisa exercer suas tarefas de planejamento, organização, direção e controle dos esforços realizados em todas as áreas do hospital (CHIANENATO, 2004). METODOLOGIA A estrutura proposta para a elaboração deste estudo quanto ao tipo será a pesquisa descritiva que de acordo com (MARCONI E LAKATOS, 2010) “consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas ou o isolamento de variáveis principais ou chave”. A técnica que será utilizada para o desenvolvimento do trabalho será o estudo de caso que incide no aprofundamento de estudos de uma questão problema de forma objetiva e extenuante, mas que permita Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 um conhecimento extenso e detalhado do mesmo. (GIL, 2010). A unidade de estudo é um hospital filantrópico público de pequeno porte da zona da mata no leste de Minas Gerais. Atualmente conta com 51 profissionais, O hospital possui 50 leitos, sendo referencia para 36 municípios da região. Oferece atendimento de média complexidade. A gestão é feita pela Prefeitura Municipal. As principais especialidades médicas do hospital são: clinica geral, pediatria, obstetrícia, cirurgia geral. A Diretoria é composta pelo Diretor Clinico, Diretor Técnico, Diretor Administrativo, Enfermeiro Responsável Técnico. A fonte de financiamento é totalmente advinda de recursos do Sistema Único de Saúde- SUS. Quanto ao tipo de instrumentos de coletas de dados serão utilizados a coleta documental de dados primários e secundários e será realizada uma entrevista semi-estruturada com o gestor hospitalar. Os critérios que serão utilizados para análise dos dados terão abordagem qualitativa. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria de Fátima da Costa (Organizadora). Boas Praticas de Laboratórios 2º Ed. São Caetano do Sul SP: Difusão Editora; Rio de Janeiro Editora Senac, 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á teoria Geral da Administração: Uma Visão Abrangente da Moderna Administração das Organizações: Edição Compactada. 3º edição atualizada, Rio de Janeiro, Elsevier. 2004. 7º Reimpressão. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisas- 5º edição. São Paulo: Atlas 2010. LA FORGIA; GERARD M; COUTTOLENC; BERNARD F; Desempenho Hospitalar no Brasil; em Busca da excelência: São Paulo, Singular, 2009. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS; Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 7ª edição. São Paulo. Atlas, 2010. A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ. Professora UNIVÉRTIX. Adelaide Paiva Alves Dornelas – Graduando o curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Clima Organizacional; Colaboradores e Satisfação. INTRODUÇÃO Atualmente as organizações estão focadas em resultados, e devido à competitividade que o mercado apresenta, as organizações estão em busca de um diferencial. Chiavenato (2010, p.396) afirma que “são as pessoas que fazem diferença nas organizações, em um mundo onde a informação é rapidamente disponibilizada e compartilhada.” Para Maximiano (2012) todos os componentes da organização afetam as percepções e os sentimentos das pessoas, desde a localização física até os objetivos, passando pelos salários, refeitórios, condições de trabalho, limpeza, programas de incentivos, benefícios e integração com os colegas, tudo afeta a forma como as pessoas se sentem em relação à organização. De acordo com Robbins; Judge e Sobral (2010) o clima psicológico está fortemente ligado ao nível de satisfação de cada membro no ambiente de trabalho, bem como seu envolvimento, comprometimento e motivação. A questão que norteia esse trabalho é: Existe uma preocupação por parte da empresa em estudo, com a satisfação dos colaboradores em relação ao ambiente de trabalho? Essa pesquisa tem como objetivo geral compreender como o ambiente de trabalho influência no comportamento de seus colaboradores. METODOLOGIA A empresa em estudo está situada em uma cidade no interior de Minas Gerais que possui cerca de 13.711 habitantes (IBGE, 2014). A organização está no mercado desde 1897 e tem suas origens em tradição familiar, em 2006 foi inaugurada uma nova proposta da empresa, que foi considerada um resgate histórico. Atualmente a organização atua no ramo de prestação de serviços e vendas a varejo e tem sua classificação como uma empresa de médio porte. Os setores da organização são basicamente divididos em: vendas a varejo, lanchonete, limpeza, cozinha e fábrica. A empresa totaliza um número de 37 colaboradores. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Esse estudo trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Vergara (2013, p.42) explica a pesquisa descritiva como: A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário validado, retirado do artigo “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado na especificação técnica ISO/TS 16.949.” de Patrícia Julião (2001), esse questionário possui 40 perguntas que buscam analisar questões como administração de pessoal, comunicação, excelência, relacionamento, segurança, satisfação, condições ambientais, serviços e benefícios e recursos humanos. Os dados já foram coletados no mês de julho. Participaram da pesquisa 37 colaboradores. Para a tabulação dos dados e criação dos gráficos e tabelas estão sendo utilizados os programas Word 2007 e Excell 2007. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após analise dos dados foi observado que a organização em estudo se preocupa em manter um clima organizacional adequado para seus colaboradores, pois a maioria das questões citadas anteriormente obteve uma média acima de 60%. De acordo com Martins (2008) o clima organizacional pode influenciar na satisfação e motivação dos colaboradores, bem como no rendimento do trabalho executado, funcionando como regulador da produtividade dos colaboradores e da empresa. Um melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria da qualidade de vida do homem, para o desempenho das organizações e esclarecimento de variáveis do comportamento organizacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observamos nesse estudo que a organização apresentou um clima organizacional positivo, pois na maioria das questões os colaboradores se mostraram satisfeitos com a política da empresa. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades, 2014. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=310030. Acesso em: 09.ago. 2015. MARTINS, Maria do Carmo F. Clima Organizacional. In: SIQUEIRA, Mirlene Maria M.(Org.) et al. Medidas do comportamento organizacional: Ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2012. NETO, José Antonio Chehuen; LIMA, Willian Guidini, Tipos de pesquisa científica. In: NETO, José Antonio Chehuen. Metodologia da pesquisa científica: da graduação à pósgraduação. 1 ed. Curituba: Editora CRV, 2012. ROBBINS, Stephen P., JUDGE, Timothy A., SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional. Tradução Rita de Cássia Gomes. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2013. A RELAÇÃO EDUCAÇÃO-TRABALHO EM PROGRAMAS ASSISTENCIAIS, VOLTADOS PARA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTES E JOVENS. Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, especialista em Gestão de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Univértix. Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Univértix. Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, licenciado em Matemática. Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade Univértix. PALAVRAS-CHAVE: adolescentes e jovens, educação, trabalho, assistência social. INTRODUÇÃO Os estudos que abordam a questão do trabalho infanto-juvenil tentam relacionar as condições de vulnerabilidade socioeconômica das famílias à situação de rua, ao trabalho precoce e a evasão escolar. Essas são algumas das expressões da “questão social” que aflige o cotidiano de uma população que legalmente tem direitos garantidos, direitos estes que os priva destas situações, mas que, na prática, muitas vezes não são cumpridos. A questão do trabalho infanto-juvenil pode ser elucidada de formas variadas: referindo-se ao universo da rua, englobando as diversas atividades de crianças e adolescentes expostos à situação de risco; ao trabalho de crianças e adolescentes em lavouras, empresas, dentre outros que também comprometem seu pleno desenvolvimento; bem como trabalhos de adolescentes em instituições, empresas e órgãos públicos, comumente mediados por instituições assistenciais, através de encaminhamentos. Com a proposta de realizar um trabalho de revisão bibliográfica, utilizaremos produções teóricas que refletem sobre o impacto da relação educação-trabalho no desenvolvimento social e pessoal de adolescentes e jovens, inseridos em programas desenvolvidos no âmbito da política pública de assistência social. Buscaremos analisar as políticas de educação e trabalho em programas que visam “preparar” e encaminhar adolescentes ao mercado de trabalho, investigando o impacto da relação educação-trabalho no desenvolvimento social e pessoal destes sujeitos. Acreditando que a categoria trabalho é central para a discussão sobre os processos de socialização e educação em qualquer sociedade, principalmente na capitalista, faz-se necessário discuti-la no contexto de programas públicos que utilizam a atividade laboral para formação de conhecimento. Antunes (2000) expõe que a centralidade do trabalho se faz enquanto elemento fundante e estruturante do processo de socialização humana, dotando a vida de sentido e realização. Na busca Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 de uma vida cheia de sentido, a atividade laborativa, que está muito próxima da criação artística, transforma-se em elemento humanizador. Das discussões acerca do mundo do trabalho, surge o interesse particular de refletir sobre algumas questões relativas ao debate do trabalho enquanto política para a adolescência e juventude, relacionando essa a política de educação, buscando respaldo teórico entre os autores que tecem análises sobre essas categorias. Sob este prisma, suscitam indagações: estes programas públicos, ao articular as políticas de educação, trabalho e assistência, são capazes de desenvolverem um processo educacional que vá além da relação educação/trabalho enquanto treinamento? Através deste programa lançam-se as bases para a formação de um trabalhador-cidadão ou a formação para a subalternidade? A dimensão assistencial dos programas de encaminhamento para o mercado de trabalho é dada por uma legislação que coloca a criança e o adolescente em prioridade absoluta em relação à proteção social e prevê a articulação entre as políticas sociais, tendo em vista a garantia de direitos. Como isto vem sendo operacionalizado na realidade dos programas em curso e quais são os impactos deles no desenvolvimento social e pessoal dos adolescentes nele inseridos, também se tornarão temáticas que suscitaremos. METODOLOGIA A pesquisa será de caráter qualitativo, envolvendo processos de investigação, análise e síntese, através dos quais objetiva-se apreender a totalidade que envolve os processos a serem investigados, nos permitindo reconsiderá-los de forma crítica, a partir de suas determinações e contradições. Será realizada revisão bibliográfica acerca das categorias empírico-analíticas iniciais – relação educação-trabalho, políticas para adolescentes e jovens – objetivando apreender o concreto e repensá-lo a partir de novas determinações. CONSIDERAÇÕES FINAIS Lamamoto (2001:30) sinaliza que “a produção social não trata de produção de objetos materiais, mas de relação social entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinadas categorias econômicas”. Deste modo, partiremos do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 pressuposto marxiano de que a produção do indivíduo isolado é uma abstração, para pensar no processo de implementação de programas assistenciais voltados para a formação de adolescentes e jovens. Considerando tais programas assistenciais, dentro de uma totalidade que envolve relações sociais historicamente construídas – e que ainda estão em construção – que produzem valores, culturas, ideologias. Assim, perpassaremos pela discussão das políticas sociais voltadas para a adolescência e seus processos de gestão na realidade da Política de Assistência Social brasileira, na atualidade. REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2000. CASSAB, Maria Aparecida Tardin. Jovens pobres e o futuro: a construção da subjetividade na instabilidade e incerteza. Niterói: Intertexto, 2001. ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069/90 de 13 de julho de 1990. In Conselho Regional de Serviço Social – Minas Gerais. Coletânea de Leis. Belo Horizonte: CRESS, 2005. IAMAMOTO, Marilda Villela e CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço social no Brasil – esboço para uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: 14. ed., Cortez, 2001 _____. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998. ZALUAR, Alba. Cidadãos não vão ao paraíso. São Paulo: Escuta, 1994. CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES Ludimilla Aparecida Reis Vieira e Luís Henrique Barbosa Peixoto– Acadêmicosdo curso de Educação Física da Univértix; Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e PersonalTraining. Professor do curso de Educação Física da Univértix; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Organização Esportiva, Educação Física Escolar. INTRODUÇÃO A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem da sociedade humana, já que toda civilização já estudada possuía algum tipo de atividade física organizada, seja para fins ritualísticos ou meramente recreativos (COLLI, 1999).As práticas esportivas organizadas são consideradas algo natural à identidade social humana e por possuir valores e efeitos que são atraentes para economia, o governo e a mídia, os eventos esportivos tornaram-se mecanismos poderosos para se atingir objetivos diante da população, sejam eles a venda de um produto, a política pública ou a forma de entretenimento.Em função disso, é notável o crescente interesse em se explorar esse poder de influência (POIT, 2000). A relação dos eventos esportivos com a política foi fortemente marcada pela vigésima reunião da Conferencia Geral das Organizações das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (1978) onde foiproclamada Carta Internacional da Educação Física e Desportos quedefinia as atividades esportivas como direito fundamental de todos e quedeverão ser oferecidas oportunidades para sua prática organizada e inclusiva, oferecendo acesso ou criando eventos especializados para minorias com necessidades especiais (TAVARES, 2003).Segundo Fleury (2002) na prática, a administração esportiva desde o século XIX é uma atividade de apoio ao esporte e à Educação Física. A gestão esportiva ou administração do esporte consiste na organização e direção racional e sistemática de atividades esportivas e físicas em geral ou de entidades e grupos que realizam estas atividades (quer orientadas para competições de alto nível ou participação popular ocasional ou regular), além de práticas de lazer e de saúde.A competição é elemento fundamental do esporte, que dá sentido à sua existência, e é nela que a manifestação do esporte se realiza em sua plenitude. Portanto, qualquer ação orientada para o ensino e aprendizagem do esporte Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 não está desvinculada da necessidade de se aprender a competir, seja nas aulas de Educação Física escolar (ensino formal) ou nas Escolas de Esportes ou Centros de Treinamento (ensino não-formal) (SCAGLIA; MONTAGNER; SOUZA, 2001). Diante do exposto, o objetivo do estudo é avaliar o nível de conhecimento de professores de Educação Física em relação à organização de eventos esportivos escolares. Pretende-se contribuir para que professores de Educação Física busquem melhoresqualificações em gestão esportiva em nível escolar, adquirindo melhor eficiência na organização e realização de eventos esportivos escolares, tanto na teoria quanto na prática, contribuindo assim diretamente na escolarização e formação do aluno como ser social. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física do ensino médio das redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42). Para a mensuração do conhecimento docente sobre a organização de eventos esportivos escolares, será aplicado um questionário fechado durante os meses de fevereiro a maio de 2015.Os questionários serão aplicados depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS COLLI, Eduardo. Universo Olímpico: uma Enciclopédia das Olimpíadas. Cidade: Conex, 1999. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 FLEURY, M. T. A gestão de competência e a estratégia organizacional: as pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002. . POIT, D. Rodrigues. Organização de Eventos Esportivos. 2.ed., Londrina: Midiograf, 2000. SCAGLIA, A. J.; MONTAGNER, P. C.; SOUZA, A. J. Pedagogia da competição em esportes: da teoria à busca de uma proposta prática escolar. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 20-30, 2001. TAVARES, Otávio. Esporte, Movimento Olímpico e Democracia: o atleta como mediador. Tese de Doutorado. Educação Física. Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro. 2003. A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA VIDA SOCIAL DE ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Tamiris Barbosa de Morais e Gutiérres Vieira do Nascimento – graduandos do do curso de Educação Física da Univértix. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Pesquisa e Extensão da Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Esporte; Vida social; Crianças. INTRODUÇÃO A idade escolar é uma fase de grande importância para o desenvolvimento da criança. Devido à entrada na escola, é nessa fase que a criança começa estabelecer os primeiros vínculos fora da família. A escola passa exercer sobre ela uma influência social, cultural e afetiva necessária ao seu desenvolvimento. O tipo de comportamento apresentado nessa fase do desenvolvimento pode ter consequências na vida adulta (COSTA, 2011). A atividade esportiva se constitui em importante fator de determinação da integração grupal, e o trabalho em equipe permite a convivência mais sólida e o aprendizado sadio do espírito de união e responsabilidade (BOER, 2010). Além disso, é a Educação Física infantil um fator de suma importância para o desenvolvimento integral da criança e que deve levar em consideração a prática esportiva como um meio de socialização (BOER, 2010). Os benefícios biológicos, psicológicos, sociais e culturais da prática de esporte e da Educação Física são bem conhecidos, pode-se notar que muito se pesquisa e se divulga a respeito (TANI, 2011). É importante que se use esses conhecimentos como argumentos para motivar e estimular um envolvimento cada vez maior dessa população crescentemente sedentária com a prática esportiva. O envolvimento com a prática esportiva não tem como meta única a saúde. Pratica-se esporte com outros objetivos como, por exemplo, lazer, estética, socialização, entre outros (TANI, 2011). Devemos ter cautela na escolha dos esportes a serem praticados, para que os possíveis benefícios não se tornem prejuízos, pois cada criança tem sua etapa e desenvolvimento em seu tempo, pois não devemos acelerar ou forçar esse processo, uma vez que ele deve acontecer naturalmente, por isso às escolhas devem ser adequadas, apropriadas e cada indivíduo e sua fase correspondente (SIMÕES, 2009). É preciso também destacar a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 importância do esporte na vivência de valores necessários para o convívio em sociedade como a tolerância, a inclusão e o respeito. Além disso, o esporte pode ajudar como mais uma alternativa para a educação de crianças e jovens, atribuindose frequentemente papéis admiráveis, como livrar as pessoas do consumo de drogas (EMER, 2015). Nesse sentido, a postura do profissional de Educação Física é essencial, uma vez que irá direcionar todo o processo de aprendizagem esportiva. Segundo Emer (2015), o fato de o esporte não possuir em si nenhuma virtude mágica, é como qualquer outra atividade, pode ser utilizada para várias finalidades, dependendo da intenção com que é ensinado e praticado. Na prática esportiva, o professor de Educação Física não desempenha apenas papel de educador, mas também e principalmente ele é um agente renovador e transformador da comunidade, uma vez que está em contato direto com o aluno (MEDINA, 2006). Segundo Tubino (2001), no Brasil o esporte recreativo seria o chamado esporte popular ligado ao tempo livre e ao lazer da população, no qual as pessoas praticam por diversão, descontração e relacionamento pessoal e social. O autor acredita que este esporte possibilita o processo de democratização, promovendo a participação e oportunidades esportivas para todos. Diante do exposto, o objetivo deste estudo é identificar a influência do esporte na vida social de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública municipal de uma cidade da Zona da mata Mineira. A essência dessa investigação é fundamentada no fato de que a partir dos dados obtidos sobre como o esporte e a sua influência na vida de alunos, possamos fornecer aos leitores uma base de dados de como considerar o papel das aulas de Educação Física e escolinhas de esporte na infância. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com crianças dos anos iniciais do ensino fundamental com idade entre 8 e 11 anos de uma escola pública municipal de uma cidade localizada na Zona da Mata Mineira. Segundo Gil (2007) pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Para a mensuração nas aulas de Educação Física, será aplicado questionários semiabertos, (com leitura do questionário para maior compreensão) durante os meses de março a maio de 2016, às crianças do ensino fundamental visando compreender como a socialização de sua forma ampla está sendo tratada no contexto escolar. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS BOER, Alessandro. A Importância do Esporte Escolar na Socialização de Crianças do 3 Ano ao 6 ano do Ensino Fundamental na Cidade de Bagé: Progresso de Mudança e Atitude. 2010. 14 folhas. Educação Física - Universidade de Brasília, Brasília, DF. EMER, Jean. Os Benefícios Pedagógicos que o Esporte Pode Trazer como mais uma alternativa na socialização e formação de adolescentes e jovens. Disponível em: http://monografias.brasilescola.com.br . Acesso em: 07.set.2015 COSTA, Guilherme Bonfim Pessoa. O Benefício do Esporte na Vida das Crianças na Vida Escolar. 2011. 9 folhas. Educação Física - Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF. TANI, G. Leituras em Educação Física: Retratos de uma jornada. São Paulo: Phorte, 2011. VIANNA, José Antonio; LOVISOLO, Hugo Rodolfo. A inclusão social através do esporte: a percepção dos educadores. Revista Brasileira de educação Física e Esporte, São Paulo, v. 25, n.2, p.285-296, abril/junho. 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 07 – CIÊNCIAS HUMANAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO SOBRE A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA? Cristiane de Oliveira Campos; Luís Henrique Barbosa Peixoto; Ludimilla Aparecida Reis Vieira – Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix – Matipó; Wederson Rafael Fraga – Graduado e Especialista em Educação Física, professor do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix – Matipó; André Salustiano Bispo – Graduado e Mestre em Educação Física, coordenador e professor do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix – Matipó; Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada e Mestre em Educação Física, professora do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix – Matipó. [email protected] PALAVRA-CHAVES: Profissionais; Educação; Educação Física; Escola. INTRODUÇÃO Sabemos que quando se quer realizar uma investigação, temos como base uma história de interesse por parte dos investigadores. Contudo, este interesse pode vir de diversos fatores, tais como, uma experiência de vida, ou até mesmo questões polêmicas e/ou atuais.Dessa forma, apresentamos nosso interesse de pesquisa levando em consideração nossas experiências escolares, o relato de professores de Educação Física sobre opiniões de outros profissionais da escola em relação à disciplina em destaque e o fato de termos essa grande curiosidade sobre o que pensam os profissionais da educação a respeito da disciplina. A Educação Física faz parte do currículo escolar desde 1882, quando Rui Barbosa deu seu parecer sobre o projeto 224, reforma Leôncio de Carvalho, decreto nº 7.247 de 19 de abril de 1879 na qual defendeu a inclusão da ginástica na escola e equiparação dos professores, uma vez que as pessoas precisam ter um corpo saudável para sustentar uma atividade intelectual. Apesar de mais de um século que ela faz parte do currículo, a Educação Física nas escolas públicas vem recebendo críticas de alunos, pais, professores de outras disciplinas entre outros profissionais da escola, já que ela tem sido percebida como atividade que não contribui efetivamente para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. Nesse sentido, Medina (1996) coloca que a Educação Física precisa entrar em crise urgentemente, questionar criticamente seus valores e se tornar capaz de justificar-se a si mesma, buscando a sua identidade. Mattos e Neira (2000) dizem que a Educação Física comparada a outras disciplinas evidencia falta de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 objetivo, já que as outras matérias propiciam aos alunos uma metodologia diversificada, tendo estudo com exposição de vídeos, visitas técnicas a lugares que os alunos estão estudando naquele momento, nos livros de diversos autores, discussão de problemas atuais e passados, enquanto a Educação Física Escolar não sai dos conhecimentos fundamentados no esporte. O posicionamento de Medina (1996) é o de que a Educação Física ainda sofre em relação a outras disciplinas, entretanto o que mais assusta não é o desprezo e a discriminação em si, mais a passividade com que ela aceita os seus condicionamentos. Existem também controvérsias, pois Soares (1996), por exemplo, destaca que a Educação Física está na escola. Ela é uma disciplina de ensino e sua presença traz uma adorável, benéfica e restauradora “desordem” naquela instituição. Esta sua desordem é portadora de uma ordem interna que lhe é peculiar e que pode criar outra ordem na escola. Botelho e Oliveira (2005) afirmam que as disciplinas Educação Física, Educação Artística e Educação Religiosa são, historicamente, posicionadas de forma desigual. Para as autoras as outras disciplinas do currículo escolar se sobrepõem, pois consideram que a exigência intelectual seja mais marcante. Diante do exposto até aqui, a questão norteadora dessa pesquisa é: o que pensam os profissionais da educação de escolas públicas estaduais de uma cidade da zona da mata mineira sobre a disciplina Educação Física na escola? Assim, o objetivo do estudo é compreender o que pensam os profissionais da educação de escolas públicas de uma cidade da Zona da Mata Mineira sobre a disciplina Educação Física na escola. Com a realização desta investigação, pretendemos contribuir a ampliação da produção de um conhecimento que vise à re-significação da identidade profissional do professor de Educação Física, bem como o lugar desta disciplina no currículo escolar. Além disso, pode apontar caminhos que subsidiem o professor na transformação da docência. METODOLOGIA Essa pesquisa será realizada numa escola municipal de uma cidade localizada na Zona da Mata Mineira, no período de Outubro e Novembro de 2015. Essa cidade tem uma área de 194 quilômetros quadrados e sua atividade econômica principal é o cultivo de café. Segundo Instituo Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) 2010, a população é de 7.128 habitantes. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que será realizada através da entrevista estruturada, que irá conter as perguntas relacionadas ao objetivo da pesquisa. Segundo Bogdan e Biklen (1994, p.70): O objetivo dos investigadores que compartilham o paradigma qualitativo é o de melhor compreender o comportamento e experiência humana. Tentam compreender o processo mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que consistem estes mesmos significados. Recorrem à observação empírica por considerarem que é em função de instâncias concretas do comportamento humano que se pode refletir com maior clareza e profundidade sobre a condição humana. Os sujeitos da pesquisa serão profissionais da Educação que atuam na docência nessa escola, ministrando aulas de diferentes disciplinas, constatando-se um total de 15 profissionais. Eles serão selecionados de acordo com as disponibilidades em responder o instrumento de coleta de dados e a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). As entrevistas serão gravadas e transcritas e serão armazenadas em arquivo tipo word versão 2000, o que possibilitará a recuperação dos dados nos momentos necessários. De posse dos dados, faremos a triangulação a fim de estabelecer as categorias de análise que emergirão da inserção no campo; portanto, não a priori. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de dados, pretende-se realizar a analise através de estatística descritiva destes, levando em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos. REFERÊNCIAS BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.335p. BOTELHO, Rafael e OLIVEIRA, Renata. Óbice à formação do professor: o processo de depreciação social do discente de Educação Física. In: Encontro Fluminense de Educação Física Escolar, 9., 2005, Niterói. Anais... Niterói: Departamento de Educação Física e Desportos / Universidade Federal Fluminense, 2005. p. 234-238. MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 MEDINA, João Paulo S. A educação física cuida do corpo e mente. 14ed. Campinas: Papirus, 1996. p 19-35. SOARES, C.L. Educação física escolar: conhecimento e especificidade. Revista paulista de educação física. São Paulo. P 6-12. 1996. Projeto de pesquisa subsidiado pela Fundação de amaro à pesquisa do estado de Minas Gerais – FAPEMG. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 AS ATIVIDADES DE LEITURA E INFERÊNCIA EM CHARGES NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: charges; inferência; gêneros discursivos; ensino. INTRODUÇÃO O trabalho com leitura e compreensão dos mais variados gêneros discursivos em sala de aula é um dos principais meios de aproximar o aluno de um uso autônomo da Língua Portuguesa, bem como ponto de partida para despertar nele olhar crítico do mundo que o cerca. Esse procedimento nas aulas de Língua Portuguesa pode proporcionar uma relação entre o uso da língua e as práticas sociais nele envolvidas. Diante disso, e a partir da necessidade de estabelecer um recorte para esta pesquisa, define-se o gênero textual charge como objeto de estudo, bem como sua utilização em sala de aula e as estratégias para um trabalho eficiente com as mesmas. Para obter-se uma leitura eficiente das charges, os alunos devem ser capazes de realizar as inferências necessárias, relacionar o conhecimento prévio à informação ali presente, estabelecendo relações entre a imagem que ali se apresenta e seu entorno. Segundo Coscarelli (2014), as informações de que o leitor dispõe são importantes para a construção dos sentidos que estão implícitos no texto e vão fazer com que ele realize as inferências necessárias para compreendê-lo. Nessa mesma linha, Mendes (2013) afirma que, também, na leitura de imagens, há uma rememoração que leva o espectador a uma interação sociodiscursiva. Realizar uma leitura eficiente das charges contribuirá muito para a o desempenho dos alunos em avaliações de alta relevância, como as avaliações externas e o próprio ENEM, uma vez que tanto nas questões de Língua Portuguesa quanto em outros conteúdos esse gêneros se faz presente, revelando assim seu caráter interdisciplinar. Esta pesquisa é social e cientificamente relevante porque o gênero charge é uma importante ferramenta de manifestação do pensamento, é um mecanismo de crítica e até de comoção da sociedade. Fazer o aluno se tornar um leitor eficiente desse gênero faz parte da função social do professor; incluir esse leitor para que ele possa entender bem uma charge, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 localizar a crítica ali presente e, até mesmo, criar suas próprias charges quando sentir a necessidade de criticar algo a sua volta. O objetivo desta pesquisa é promover estratégias para auxiliar o aluno a estabelecer relações necessárias, nas leituras de charges, de maneira autônoma para assim realizar leitura efetiva. O gênero em tela demanda uma capacidade muito apurada do leitor em estabelecer relações dentro do texto_ devido o uso híbrido da linguagem verbal e não verbal_ e fora dele, por meio dos elementos extratextuais tão necessários para sua compreensão. Ao buscar desenvolver técnicas de aprimoramento do trabalho com esse gênero discursivo, estaremos visando o letramento dos alunos envolvidos. Nesse sentido, considera-se como um ser letrado aquele indivíduo que, segundo Rojo (2004), consegue escapar das literalidades dos textos e é capaz de relacionar o que tem em mãos a outros textos, discuti-los, apontar ideologias, além de situá-los em determinada realidade social. METODOLOGIA O presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva, a qual segundo Gil (2010) tem como objetivo identificar a relação entre variáveis e proporcionar uma nova visão de um problema. Quanto aos procedimentos trata-se de uma pesquisa-ação, que pretende “diagnosticar um problema específico, numa situação específica, com vistas a alcançar um resultado prático” (Idem p. 42) No caso em questão pretende-se criar uma prática favorável ao trabalho com charges em sala de aula. Para tanto, os dados para a pesquisa serão coletados através das aulas de Língua Portuguesa, para o 9º ano do Ensino Fundamental. Pretende-se, inicialmente, realizar um trabalho mais direto com charges sobre os seguintes temas: futebol, meio ambiente, política e comportamento. O trabalho consistirá em perguntas diretas sobre as charges além de atividades de compreensão das mesmas. Após este trabalho, pretende-se identificar as charges em que os alunos tiveram mais dificuldades e registrar como foi o processo de leitura das mesmas. Os registros serão feitos em um “diário de bordo”. Nessa primeira parte, não haverá orientação da leitura com o aluno. Feito isso, a segunda parte compreenderá na proposta de uma pesquisa por parte dos alunos sobre os temas mencionados anteriormente. O objetivo é fazer com que eles busquem na mídia digital ou impressa reportagens sobre aqueles temas. Ou seja, o aluno irá se munir previamente de conhecimentos para o trabalho com as outras charges. Os alunos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301 trarão os materiais (textos) pesquisados para sala. Após essa pesquisa serão trazidas novas charges, porém com o mesmo assunto, para a sala de aula. Na ocasião serão feitas novamente atividades de compreensão nos mesmos moldes das anteriores. O objetivo será identificar se houve mudança na maneira como o aluno lerá essas charges. Essa identificação será feita através da análise das respostas às atividades de compreensão. As impressões acerca do andamento dessa atividade também serão registradas em “diário de bordo”. O objetivo da abordagem será verificar a utilidade de um trabalho prévio acerca dos temas das charges. RESULTADOS E DISCUSSÕES A pesquisa está em andamento e será aplicada em fevereiro de 2016. Os resultados parciais apresentam o levantamento bibliográfico inicial. Ao final deste estudo pretende-se contribuir para o trabalho com o gênero charge nas aulas de Língua Portuguesa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSCARELLI, C.V. Conhecimentos prévios na leitura. In Glossário CEALE: Termos de Alfabetização, Leitura e Escrita para educadores. Belo Horizonte:Faculdade de Educação, 2014. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MENDES, E et. al. Imagem e Discurso. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2013. ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
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