Anais • VII FAVE • volume 1
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Anais • VII FAVE • volume 1
VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação V Semana de Iniciação Científica V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária V Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) II Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira VOLUME 1 2014 APRESENTAÇÃO É com grande orgulho que, entre os dias 29 desetembro a 4 de outubro de 2014, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VII FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, V Semana de Iniciação Científica, V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária V Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura, V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) II Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira. O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região. Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições. Além disso, o VII FAVE é um evento que contou com a participação da sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade. Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix, almejou com o VII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que entendemos que a pesquisa é interface do ensino. Não podemos deixar de mencionar ainda a satisfação que a Univértix tem no VII FAVE, de estar contando novamente com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG. Diante do exposto, reiteramos que com o VII FAVE esperamos contribuir para a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do V FAVE Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A PALAVRA DO DIRETOR É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse objetivo. Atividades como o VII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na edição deste ano, o VII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais baratas e tratamentos eficazes. É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. João Batista Gardingo Diretor Presidente Sebastião Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Prof. Celso Abreu de Araújo Coordenador do curso de Administração Profº Tadeu Hipólito da Silva Ciências Contábeis Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Bruna Chaves Amorim D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz M.Sc. Natália Fontes Alves Ambrósio M.Sc. Renata Aparecida Fontes Estagiários Anna Carolina Magalhães Barbosa Angélica De Lourdes Cotta Lima Fernanda Oliveira Vieira Valmira Hoste Dutra Larissa Carvalho Gomes Osmar Dias Ferraz Junior Jesiel Vieira Araújo Guilherme Henrique Lopes Soares Altamir Moreira Oliveira Neto Janaína Geralda Vieira Lage COMITÊ CIENTÍFICO Coordenação M.Sc. Renata Aparecida Fontes Comitê científico Patrícia Souza Sarmento Clésio Gomes de Jesus Julio César da Mata Guanayr Jabour Amorim Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Kelly Aparecida do Nascimento Rodrigo Ataíde dos Santos Marconi Ribeiro Furtado Júnior Elder Machado Dutra Ana Lígia de Souza Pereira Shiara Martins de Souza Maria Aparecida Schroder Dutra Bruno Fabrício Pio de Faria Joyce Perígolo Breder Patrícia Luísa de Araújo Mendes Érica Stoupa Martins Mateus Zanirate de Miranda Marcus Ferreira Martins Cintia de Paiva Carvalho Hugo Rodrigues Ferreira Marcos Paulo de Oliveira Adriano Chaves da Costa Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa Laudinei de Carvalho Gomes Chayany Cristina Gomes Fraga Deisy Mendes Silva Gilma Soares de Oliveira Mariana de Faria Gardingo Diniz Luiza de Abreu Costa Pedro Griffo Perciano Hilton de Souza Pinto Leandro Silva de Araújo Max de Andrade Coelho Marluce Aparecida Fonseca Keilla de Souza Veggi Bruna Chaves Amorim Rosélio Marcos Santana Carlos Eduardo Toledo Tadeu Hipólito Da Silva Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Celso Abreu de Araújo Cristiane Barros Da Cunha Leililene Antunes Soares Fabiana Silva de Souza Viviane Gorete Silveira Mouro Alessandra Ambrósio Horsth Érica Estanislau Muniz Faustino Pedro Genuino de Santana Júnior Renata Aparecida Fontes Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 SUMÁRIO RESUMOS ................................................................................................................ 14 ADIÇÃO DE RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO........... 15 VANTAGENS DE UM PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE UMA EDIFICAÇÃO DE 3 PAVIMENTOS REALIZADO ATRÁVES DE DOIS TIPOS DE CÁLCULOS ......................................................................................................... 18 PROJETO DE PREVENÇAO CONTRA INCENDIO E PANICO EM UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR ................................................................... 22 EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM BLENDAS POLIMÉRICAS DE PP E PE RECICLADOS COM ADIÇÃO DO RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO .......................................................................................................... 25 ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS ................................................................ 28 DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA . 31 ANÁLISE DO CONSUMO E NECESSIDADE DE ECONOMIA E REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA NA CIDADE DE MATIPÓ - MG ......................... 35 DIAGNÓSTICO PARA CONSERVAÇÃO DE RODOVIAS NÃO PAVIMENTADAS NO MUNICÍPIO DE MIRADOURO-MG ........................................................................... 38 QUANTIDADE MÉDIA DE OBRAS, O TIPO E A QUANTIDADE DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL PRESENTES NA CIDADE DE MATIPÓ NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2014 ................................................................................................ 41 LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO EM OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE MATIPÓ-MG ................................................ 45 ARTIGOS .................................................................................................................. 48 PROJETO MÁQUINA DE ESPUMA.......................................................................... 49 A IMPORTÂNCIA DOS SOFTWARES CAD PARA PROFISSIONAIS DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................... 58 ILUSÕES DE ÓPTICA .............................................................................................. 84 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING ...................... 92 GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE .............................................................................. 102 RESUMOS .............................................................................................................. 103 O DESAFIO DAS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ........................................ 104 ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG E REGIÕES ADJACENTES......................................................................................................... 107 TUBERCULOSE PULMONAR: DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DOS CASOS NOTIFICADOS E TRATADOS NO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO/MG ................ 110 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 LIPODISTROFIA GINOIDE (CELULITE): ORIGEM E CARACTERÍSTICAS .......... 113 INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 40 ANOS E FATORES QUE DESENCADEIAM A DOENÇA .................................................. 117 O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. ......................................................... 120 INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO .................................................................................................................... 124 PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DA IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) DE UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DO MUNICIPIO DE ABRE CAMPO – MG ................................... 127 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO DOMINGOS/SANTA MARGARIDA ......................................................................... 131 ATIVIDADE CITOTÓXICA DE PLANTAS DA FAMÍLIA CELASTRACEAE ............. 134 TÉCNICAS DE BAIXA COMPLEXIDADE PARA IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DE BACTÉRIAS DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS SSP. ........................................ 137 FARMACOTERAPIA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO ............................................ 141 BACTÉRIAS E A RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS ................................. 144 OBESIDADE: A MAIS COMUM DAS ALTERAÇÕES NUTRICIONAS NO MUNDO ................................................................................................................................ 148 A PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS ................................................................................................... 151 AS ANEMIAS NO CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO ............................................... 155 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS .............................................. 158 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG ....................... 161 ÍNDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG ............. 165 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE ........................................................................................................... 169 O PROGRAMA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO ................ 173 A AUTOMEDICAÇÃO E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS ...................... 176 INFECÇÃO HOSPITALAR: UM RISCO A SAÚDE DOS PACIENTES.................... 179 NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ................. 183 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA HANSENÍASE ............................................... 186 ARTIGOS ................................................................................................................ 190 POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS HIPERTENSOS RESIDENTES EM DUAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA ZONA DA MATA MINEIRA ....... 191 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA UNIDADE DA FARMÁCIA DE MINAS DE PEDRA BONITA/MG NO 1º QUADRIMESTRE DE 2012..................................................................................... 204 UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM DOIS MUNICÍPIOS DA ZONA DA MATA MINEIRA ...................................................................................................... 215 AVALIAÇÃO DO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA POPULAÇÃO FEMININA ADULTA DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA MINEIRA ................................................................................................................................ 226 CONDIÇÕES DE ESTOQUE DOMICILIAR DE MEDICAMENTOS REFERENCIADAS POR USUÁRIOS DE UMA FARMÁCIA COMERCIAL E DE UMA FARMÁCIA PÚBLICA DE UM MUNICÍPIO MINEIRO ............................................. 238 DESCARTE E ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS DA FÁRMACIA CASEIRA / DOMICILIAR REFERIDO POR PACIENTES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA- KELÉ DE MATIPÓ/MG............................................................................ 249 PERFIL DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO CORPO DOCENTE DE UMA FACULDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ......................................................... 261 ASPECTOS DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO DO BAIRRO BOA VISTA DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MG ........................................ 274 UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES EM DOIS MUNICÍPIOS DO INTERIOR DE MINAS GERAIS .............................................................................. 286 AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM LEITOS DE UM HOSPITAL DE UMA CIDADE DO LESTE DE MINAS GERAIS ....................... 298 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES DO BAIRRO BOA VISTA DA CIDADE DE MATIPÓ (MG) QUE PROCURAM OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE PARA REALIZAR O EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU. ....................................... 305 INFECÇÃO URINÁRIA: PERCEPÇÃO DAS MULHERES SOBRE CAUSAS E PREVENÇÃO .......................................................................................................... 318 PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA DO BAIRRO BOA VISTA – MATIPÓ/MG ............................................................................................................ 326 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO E MEDICAMENTOS GENÉRICOS POR ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO INTERIOR DE MINAS GERAIS ................................................ 338 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 UTILIZAÇÃO DO SISTEMA BAUMANN PARA DIFERENCIAÇÃO ENTRE PELE SECA E OLEOSA EM MULHERES DE MATIPÓ - MG E REGIOES VIZINHAS..... 350 FATORES RELACIONADOS AO DESCONTROLE PRESSÓRICO ARTERIAL EM PACIENTES DA ESF DO BAIRRO BELA VISTA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG. ................................................................................................................................ 356 ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DIANTE DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG ............................................................................................................. 371 PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE COLELITÍASE EM USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) DO HOSPITAL MUNICIPAL DR. JATYR GUIMARÃES DE PAULA .................................................................................................................... 381 FATORES QUE INFLUENCIAM O DESMAME HUMANO PRECOCE ................... 392 A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG .......................................................................................... 404 CONHECIMENTO DE MÃES DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA SOBRE OS BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ O 6º MÊS ........................................................................................................................ 412 EXAME PAPANICOLAOU NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: PREVENÇÃO E SENTIMENTOS CORRELACIONADOS ................................................................. 425 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA EM UMA DROGARIA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO MÊS DE JULHO DE 2014 ................................................................................................................................ 440 AVALIAÇÃO DE ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS DE HEMOGRAMAS REALIZADOS EM UMA COMUNIDADE DO MUNICÍPIO DE MANHUAÇU- MG ........................... 449 PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO DA FARMÁCIA DE MINAS DE UMA CIDADE DO INTERIOR DE MINAS GERAIS .............................................................................. 456 INCIDÊNCIA DE VERMINOSES EM CRIANÇAS DA CHECHE DE PADRE FIALHO DISTRITO DE MATIPÓ - MG .................................................................................. 465 AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ESTUDANTES DO CURSO DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA, DE UMA FACULDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ...................................................................................................... 474 ESTUDO DE CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO EM UM HOSPITAL REGIONAL DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014 .............................................................................................. 481 AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE HANSENÍASE DE 2008 A 2012 EM MINAS GERAIS E NO BRASIL .......................................................................................................... 491 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES ................... 502 MOTIVOS QUE LEVARAM MÃES A OPTAREM PELO PARTO CESÁREO OU NORMAL ................................................................................................................. 512 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 GT 03 - ENGENHARIAS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ADIÇÃO DE RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO Fernando Soares Lameiras - Graduado em Física, Especialista em Tecnologia Nuclear, Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares e Doutor em Engenharia Metalúrgica e de Minas. Pesquisador do CDTN, da CNEN. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais do CDTN e da REDEMAT Rafael Eler de Souza- Graduado em Designer de Produtos e Mestre em Engenharia de Materiais (REDEMAT). Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Madeira plástica, Polietileno, Polipropilenos, Resíduo Arenoso, Polímero. INTRODUÇÃO Os materiais plásticos convencionais produzidos a partir de polímeros sintéticos apresentam lenta degradação no meio ambiente, ocasionando sérios problemas ambientais após o seu descarte GALDEANO (2013). Tratando-se de plásticos, o termo reciclagem é utilizado para conceituar processos de produção de materiais secundários utilizados para fabricação de vários produtos. Entre as formas de reciclagem de plásticos, uma muito interessante é a obtenção de madeira plástica, devido ao seu grande apelo ecológico e à possibilidade de obtenção de produtos de alta qualidade (GAO et al., (2012); SOBCZAK; LANG; HAIDER (2012); DU et al., (2012); ROSÁRIO et al., (2011)). Para SOBCZAK; LANG; HAIDER (2012) os setores da construção civil, arquitetura, moveleiro e design vêm empregando cada vez mais a madeira plástica justamente devido ao seu baixo custo de manutenção e benefícios ecológicos. Este trabalho apresenta o resultado de testes de adição de uma carga mineral à madeira plástica feita de PE e PP. A carga mineral é o resíduo arenoso proveniente do beneficiamento do itabirito para produção de concentrado de minério de ferro, que é gerado em grandes quantidades e pode ser obtido a baixo custo. METODOLOGIA O resíduo arenoso, utilizado para a confecção dos corpos de prova de madeira plástica, foi fornecido pela Samarco Mineração S.A. O PE e o PP reciclados foram Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 adquiridos na forma de “pellets” da empresa Bemplast (Betim – MG). Para a extrusão, foi utilizada uma extrusora LGMT monorrosca, com 5 zonas de temperatura, modelo LGEX 35/32D. 5 gramas de óleo de soja foram adicionadas à massa de resíduo arenoso e misturadas até se obter uma aparência uniforme, sendo então adicionados aos grãos de PE e PP até a formação de uma mistura homogênea. A extrusora foi mantida a 175 oC nas 5 zonas durante a extrusão. Foi feita uma réplica de extrusão para cada composição, realizadas em ordem aleatória. As composições foram escolhidas em torno de frações iguais de PE e PP e de adição de 20 % em peso de resíduo, uma vez que ensaios preliminares indicaram que o limite máximo para adição de resíduo na extrusora é de 25 % em peso. A mistura extrudada foi coletada em moldes na forma de placas. As amostras obtidas foram utilizadas para os ensaios de flexão, compressão, densidade e espectroscopia na região do infravermelho. Os ensaios de flexão e compressão foram realizados numa máquina de ensaios universal INSTRON 5882; as medidas de densidade foram realizadas num ultrapicnômetro 1000 da Quantachrome Instruments; as espectroscopias na região do infravermelho por transformada de Fourier foram realizadas num espectrômetro MB102 da ABB Bomem, no modo de absorbância, com o auxílio do software GRAMS, em material disperso em KBr na forma de pastilhas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram obtidas amostras com composição de 30 a 55 % em peso de Polietileno e Polipropileno e de 15 a 25 % em peso de resíduo arenoso. Não foi observada interação química do resíduo com a matriz polimérica e nem influência da composição sobre a resistência à flexão, o módulo de elasticidade e a resistência à compressão das amostras de madeira plástica. A resistência à flexão média foi de 24 8 MPa, o módulo de elasticidade médio foi de 453 257 MPa e a resistência à compressão média foi de 40 4 MPa. Esses valores são menores que aqueles dos perfis de madeira plástica encontrados no mercado brasileiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS A adição de resíduo arenoso (entre 15 e 25 % em peso), proveniente do processo de beneficiamento do itabirito para produção de concentrado de minério de ferro, na composição de madeira plástica, obtida por extrusão a 175 oC e moldagem sob Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 compressão, feita de PE (entre 30 e 55 % em peso) e PP (entre 30 e 55 % em peso) reciclados diminui a resistência à flexão entre 38 e 52 % e o módulo de flexão entre 12 e 40 % em relação a perfis de madeira plástica comerciais. Porém, a resistência à compressão sofre redução inferior a 10 %. Além disso, os grandes valores dos desvios-padrões da resistência à flexão e do módulo podem ser devidos a presença de porosidade na matriz do compósito. Observou-se que o resíduo é quimicamente inerte na matriz polimérica. REFERÊNCIAS DU, H.; WANG, W. H.; WANG, Q. W.; SUI, S. J.; SONG, Y. M. Effects of ultraviolet absorbers on the ultraviolet degradation of rice-hull/high-density polyethylene composites. Journal of Applied Polymer Science, v. 126, n. 3, p. 906-915, 2012. GALDEANO, M. C., WILHELM, ALLAN EDUARDO, EIRAS GROSSMANN, MARIA VITÓRIA, MALI, SUZANA. Efeito do Processamento e das Condições Ambientais nas Propriedades de Materiais Biodegradáveis de Amido de AveiaPolímeros. Polímeros Ciência e Tecnologia, v., n., p., 2013. GAO, H.; XIE, Y. J.; OU, R. X.; WANG, Q. W. Grafting effects of polypropylene/polyethylene blends with maleic anhydride on the properties of the resulting wood-plastic composites. Composites Part a-Applied Science and Manufacturing, v. 43, n. 1, p. 150-157, 2012. ROSÁRIO, F.; PACHEKOSKI, W. M.; SILVEIRA, A. P. J.; SANTOS, S. F. D.; JÚNIOR, H. S.; CASARIN, S. A. Resíduos de sisal como reforço em compósitos de polipropileno virgem e reciclado. Polímeros, v. 21, n., p. 90-97, 2011. SOBCZAK, L.; LANG, R. W.; HAIDER, A. Polypropylene composites with natural fibers and wood - General mechanical property profiles. Composites Science and Technology, v. 72, n. 5, p. 550-557, 2012. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 VANTAGENS DE UM PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE UMA EDIFICAÇÃO DE 3 PAVIMENTOS REALIZADO ATRÁVES DE DOIS TIPOS DE CÁLCULOS André Mendes Machado e Tiago Dornelas Miranda – Acadêmicos de Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Pedro Henrique Queiroz – Graduação em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Vantagens; Projeto Estrutural; Concreto armado; Edificação; Cálculos. INTRODUÇÃO Segundo Kaefer (1998), o concreto armado moderno utilizado atualmente para diversos tipos de estruturas é fruto de trabalho de diversos homens, que durante milhares de anos observaram a natureza e esmeraram por aperfeiçoar materiais, técnicas, teorias e diversas formas estruturais. Desta forma, constata que a história do concreto armado não começou no século passado, mas com a própria civilização humana, pois a partir do momento que o homem existe sobre a terra, ele tem a necessidade básica de morar e morar melhor a cada dia, desenvolvendo novas tecnologias para isto. Para Albuquerque (1998) os primeiros edifícios com estrutura de concreto armado foram concebidos utilizando-se lajes maciças e, posteriormente pré-moldadas. Apresentavam distâncias, relativamente pequenas entre pilares, da ordem de quatro metros. Agiam como fatores limitantes: a resistência do concreto, várias hipóteses simplificadoras na modelagem estrutural e o comportamento do próprio sistema estrutural (ALBUQUERQUE, 1998). Com a evolução da tecnologia de construção e da informática foi possível o emprego de concretos mais resistentes: lajes nervuradas, lajes lisas e protensão em estruturas usuais de edifícios, por exemplo. Essas evoluções permitiram uma diversificação maior das peças de concreto e possibilitaram soluções mais arrojadas para os edifícios. Embora muitas vezes a escolha do sistema estrutural de um edifício seja influenciada Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 por imposições arquitetônicas, por rotinas construtivas ou ainda pela infraestrutura da região, ou necessidade do cliente, cabe ao engenheiro de estruturas buscar, dentro das condições impostas, a alternativa estrutural que garanta maior economia para seu projeto. Portanto, para Kimura (2007) atualmente, todas as etapas presentes no projeto e um edifício, desde o lançamento dos dados, passando pela análise estrutural, dimensionamento e detalhamento dos elementos, até a impressão de desenhos, de alguma forma, são influenciadas pela rapidez e precisão que a informática proporciona. Um edifício inteiro é processado em minutos e todos os seus dados armazenados em um pequeno “pen-drive”. No entanto, é importante ter ciência do seguinte aspecto: os conceitos de Engenharia evoluíram e continuam sendo aprimorados, não há dúvidas. São diversas as pesquisas inovadoras que foram e vêm sendo desenvolvidas com êxito. Porém, na realidade, o que mais avançou nesses últimos anos foi a forma como esses conceitos são aplicados no cotidiano de um Engenheiro. É exatamente nesse contexto que entra o computador. Com ele, cálculos inviáveis há algum tempo passaram a ser resolvidos com grande rapidez e eficiência. Assim, a informática, na sua essência, veio para aperfeiçoar a Engenharia de Estruturas, e jamais substituí-la. Acontece que, devido ao alto grau de complexidade e sofisticação das análises disponíveis nos softwares atuais, muitas vezes, os conceitos fundamentais de Engenharia são praticamente colocados de lado e o verdadeiro papel do computador acaba sendo literalmente confundido. E o futuro engenheiro deve estar apto a utilizá-lo de forma responsável, sabendo distinguir quais os seus benefícios e as suas limitações e sobretudo, colocar o conhecimento em Engenharia sempre como sua meta principal. Para Costa (1997), a evolução do processo construtivo começa pela qualidade dos projetos, e entre os projetos elaborados para a construção civil, destaca-se o estrutural. O projeto estrutural, individualmente, responde pela etapa de maior representatividade no custo total da construção (15% a 20% do custo total). Justifica-se então um estudo prévio para a escolha do sistema estrutural a ser adotado, uma vez que sabe-se que uma redução de 10% no custo da estrutura pode representar, no custo total, uma diminuição de 2%. Em termos práticos, 2% do custo total corresponde à execução de toda a etapa de pintura ou a todos os serviços de movimentação de terra, soleiras, rodapés, peitoris e cobertura juntos. Os projetos mal especificados ou com deficiência no detalhamento, podem fazer com que haja uma redução da vida útil da estrutura de concreto armado ou ainda intervenções antecipadas para garantir o desempenho da estrutura (SOUZA e RIPPER, 2009). Diante do exposto, o objetivo do estudo é verificar as vantagens (segurança, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 economia e elegância) de um projeto estrutural de concreto armado de uma edificação de 3 pavimentos realizado através de dois tipos de cálculos: (i) cálculos de elementos isolados da estrutura e (ii) cálculos do pórtico espacial utilizando o Software Eberick. Com este estudo pretendemos contribuir para os futuros Engenheiros, que a atentando para uma melhor visão e escolha de uma estrutura após sua análise estrutural; possam trazer para o projeto a economia, qualidade e desempenho durante a vida útil da edificação. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de pesquisa são descritas as caracteristicas de uma população, fenômeno ou de uma experiência. O estudo será realizado através da pesquisa descritiva, visando a elaboração do projeto estrutural de uma edificação de 3 pavimentos. A opção pela edificação de três pavimentos justifica-se pelo fato de a maioria das construções do interior de Minas serem realizadas com estas características. Assim, o trabalho será realizado no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015 em uma obra em fase de elaboração de projeto. Nesta obra serão analisadas várias situações de cálculo para o projeto, isto é, cálculos de elementos isolados da estrutura e cálculos do pórtico espacial utilizando o Software Eberick versão 9, que gera diversos tipos de relatórios e planilhas quantitativas dos materiais. Os cálculos de elementos isolados da estrutura serão realizados manualmente, utilizando fórmulas e tabelas segundo a NBR 6118/2014. Ambos possibilitarão a observação sobre o tipo de cálculo que fornece melhor vantagem (segurança, economia e elegância) ao cliente. Os dados serão armazenados através de programa Word, Excel e no próprio arquivo (.prj) do Software. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Augusto Teixeira. Análise de alternativas estruturais para edifícios em concreto armado. São Carlos, 1998. 97p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 COSTA, O. V. Estudo de alternativas de projetos estruturais em concreto armado para uma mesma edificação. Fortaleza. Dissertação (Mestrado) – UFC. 1997 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. KAEFER, Luiz Fernando. A evolução do concreto armado. São Paulo, 1998. KIMURA, A. Informática aplicada em estruturas de concreto armado: cálculo de edifícios com o uso de sistemas computacionais. São Paulo: PINI, 2007. SOUZA, V. C. M. de. Análise de estruturas de concreto. São Paulo. 2005. 201p. SOUZA, V. C. M. de; RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo: PINI, 2009. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PROJETO DE PREVENÇAO CONTRA INCENDIO E PANICO EM UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR Adriano Vieira Pereira e Itamar Jose de Souza Junior – Acadêmicos de Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Alessandra Ambrósio Horsth- Graduação em Engenharia Civil. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Projeto; prevenção; Incêndio; Pânico; Instituição. INTRODUÇÃO Segundo Stockmann (2012), o começo da preocupação com o projeto de incêndio e pânico foi após uma grande tragédia que aconteceu no Triangle Shirtwaist em Nova Iorque no dia 25 de março de 1911, onde centenas de empregados morreram em um grande incêndio ocorrido em uma indústria têxtil. Várias mulheres viúvas da tragédia em Nova Iorque, lutavam pelos direitos e mudanças que deveriam ser feitas. Após a tragédia serviram de símbolo de luta para que fossem feitas as mudanças necessárias nas jornadas de trabalho e nas condições em que os trabalhadores atuavam. Infelizmente, tragédias aconteceram para que os empregadores e as autoridades da época percebessem que mudanças eram necessárias e aos pouco esse cenário onde vidas eram perdidas por falta de proteção foi mudando. Segundo Mendes (2013), o homem foi se adaptando e criando novos métodos para segurança dos trabalhadores, e uma das formas de prevenção é o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) que toda empresa pública, privada, edificações residenciais comerciais devem ter. Para Toller (2012) o objetivo da elaboração de um PSCIP é dimensionar o sistema móvel necessário para proteção da Instituição, sinalizar as rotas de fuga necessárias para evacuação da Instituição em caso de sinistro, prever a quantidade necessária e o local de blocos de iluminação de emergência a fim de garantir visibilidade necessária em caso de evacuação, implantação de hidrante, extintores de incêndio, placas de identificação entre outros. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Diante do exposto, o objetivo do estudo é identificar a situação do PSCIP em uma Instituição de ensino superior de uma cidade da Zona Mata Mineira e verificar as possíveis falhas referentes ao projeto. Com este estudo pretendemos contribuir para que os PSCIP em instituições de ensino possam ser realizados de acordo com as normas vigentes (MINAS GERAIS, 1993). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de pesquisa são descritas as caracteristicas de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Serão realizadas visitas in loco nas instalações de uma Instituição de ensino superior de uma cidade da zona da Mata Mineira. Serão levantados dados relativos a situação atual do PSCIP e as normas estabelecidas (NB126693, 2013). Posteriormente, serão comparados com as exigências vigentes para a realização de um PSCIP, seguindo como base as Normas de Procedimentos Técnicos do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 1993). As visitas serão realizadas nos meses de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. Elas serão realizadas com intuito de visualizar a situação PSCIP. Arquivo fotográfico será feito. Todos os dados serão armazenados em arquivo tipo Word versão 2010, o que torna fácil o acesso aos dados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB126693-Sistema de proteção por extintor de incêndio. Rio de Janeiro, 2013. CAMILO JUNIOR, A. B. Manual de prevenção e combate a incêndio. São Paulo: SENAI, 2001. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MINAS GERAIS, Corpo de Bombeiros. Instrução Técnica: Saída de incêndios. Belo Horizonte, 1993. STOCKMANN, F. B Projeto de prevenção de incêndio em uma recicladora de tintas em Foz do Iguaçu – PR. Medianeira, 2012. 62p. Monografia/Posgraduação em Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFP-PR. TOLLER, M. Projeto de um plano de proteção e prevenção contra incêndio (PPCI) em uma edificação na cidade de Porto Alegre-RS. Porto Alegre, 2012. 38p. Monografia/Posgraduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Ferederal do Rio Grande do Sul UFRGS-RS. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM BLENDAS POLIMÉRICAS DE PP E PE RECICLADOS COM ADIÇÃO DO RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO Rafael Eler de Souza- Graduado em Designer de Produtos e Mestre em Engenharia de Materiais Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Alessandra Ambrósio Horsth – Graduada em Engenharia civil, Especialista em Construção Civil com ênfase em Gestão e Avaliação Nas Construções Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Ailton Moreira Magalhães – Graduado em Engenheira Civil, Especialista em Gestão Ambiental. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado em Engenheira Civil, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Joyce Perígolo Breder – Graduada em tecnologia em Construção Civil, Especialista em Construção Civil com ênfase em Gestão e Avaliação Nas Construções – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. PALAVRAS-CHAVE: Compósitos, Polietileno, Polipropilenos, Resíduo Arenoso, Polímero. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de pesquisas sobre plástico reciclado tem permitido detectar características de inovação bastante surpreendentes, associadas às vantagens bem conhecidas da recuperação do material reciclado (MARTINS et al., 1999). Das diferentes formas de reciclagem, uma das mais interessantes é a obtenção de compósitos poliméricos, pois pode se obter as características individuais de cada material formador da blenda dando origem a um novo material com um grande apelo ecológico (JANSSON; MOLLER; HJERTBERG, 2004; ROSÁRIO et al., 2011; GAO et al., 2012). Segundo (SOBCZAK; LANG; HAIDER, 2012) os setores de construção, arquitetura e design, mundialmente vêm empregando cada vez mais um compósito polimérico chamado madeira plástica, devido ao seu baixo custo de manutenção e benefícios ecológicos em relação a madeira natural. Este trabalho apresenta o resultado de testes de adição de uma carga mineral à blendas poliméricas feita de PE, PP e dopadas com raios Gama para avaliar as perdas de propriedades dos compósitos em ambientes externos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Foram utilizados polietileno e polipropileno reciclados e o resíduo arenoso proveniente da flotação do itabirito na confecção das amostras. Foram realizados vários experimentos com várias composições para obtenção das amostras. Com uma extrusora aquecida e estabilizada a uma temperatura de 175ºC nas 5 zonas, a mistura planejada foi colocada no funil aos poucos, para controlar o fluxo da extrusão. O compósito foi extrudado, coletado nos moldes e mantido em descanso para a saída de vapores da amostra, os moldes com material coletado foram levados até a uma prensa, sendo prensados a 9.810N/m 2 e mantidos sob essa pressão por mais de 1 minuto. O compósito comportou o resíduo arenoso até 25% em peso de forma a manter as propriedades físicas desejáveis. RESULTADOS E DISCUSSÕES O teste de flexão foi realizado em amostras com 9 composições diferentes cada composição foram obtidas seis medidas, onde cada par de amostras sofreu irradiações de 0, 100 e 500 kGy. A análise de variância mostra que a composição não possui influência no ensaio de resistência a flexão, porém a dose de radiação gama influência os resultados. A dose de radiação não interage a composição da madeira plástica. Os resultados da análise do efeito da radiação na degradação do material foram obtidos pelo teste de Tukey. O teste pode comprovar que é estatisticamente significante o efeito da radiação nas amostras de madeira plástica quando irradiadas com 500 kGy em relação àquelas com 0 kGy, porém não pode diferenciá-los dos resultados quando irradiados com 100 kGy quando comparadas as amostras com doses de radiação de 0 e 500 kGy. Neste caso as amostras irradiadas com 500kGy apresentaram uma resistência a flexão cerca de 36% menor em relação as amostras não irradiadas, significando que o compósito pode ficar quase 80 anos sofrendo radiação solar, sem sofrer alterações significativas da resistência à flexão. CONSIDERAÇÕES FINAIS As doses irradiadas correspondem aproximadamente a 79 anos e 395 anos de radiação solar consecutivamente, contando dia e noite. Os estudos feitos pelos ensaios mecânicos mostram que amostras irradiadas com 100 kGy não apresentam Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 perdas significativas das propriedades mecânicas quando comparadas às amostras sem doses de radiação. Em amostras com 500 kGy, a perda de propriedades mecânicas foram de quase 50%. No teste de flexão, a análise de variância mostra que a composição não possui influência no ensaio de resistência a flexão, porém a dose de radiação gama influência os resultados. A análise também mostra que a dose de radiação não interage com a composição da madeira plástica. Pode comprovar que é estatisticamente significante o efeito da dose de radiação nas amostras de madeira plástica quando irradiadas com 500 kGy em relação àquelas com 0 kGy, porém não pode diferenciá-los dos resultados quando irradiados com 100 kGy quando comparadas as amostras com doses de radiação de 0 e 500 kGy. REFERÊNCIAS GAO, H.; XIE, Y. J.; OU, R. X.; WANG, Q. W. Grafting effects of polypropylene/polyethylene blends with maleic anhydride on the properties of the resulting wood-plastic composites. Composites Part a-Applied Science and Manufacturing, v. 43, n. 1, p. 150-157, 2012. JANSSON, A.; MOLLER, K.; HJERTBERG, T. Chemical degradation of a polypropylene material exposed to simulated recycling. Polymer Degradation and Stability, v. 84, n. 2, p. 227-232, 2004. MARTINS; F., A.; SUAREZ; M., J. O. C.; MANO; B., E. Produtos polio enchiladas Com deepen superior Laos materials virgins correspondents. Polímeros, v., n., p., 1999. ROSÁRIO, F.; PACHEKOSKI, W. M.; SILVEIRA, A. P. J.; SANTOS, S. F. D.; JÚNIOR, H. S.; CASARIN, S. A. Resíduos de sisal como reforço em compósitos de polipropileno virgem e reciclado. Polímeros, v. 21, n., p. 90-97, 2011. SOBCZAK, L.; LANG, R. W.; HAIDER, A. Polypropylene composites with natural fibers and wood - General mechanical property profiles. Composites Science and Technology, v. 72, n. 5, p. 550-557, 2012. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS Pedro Henrique Queiroz – Graduação em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Shiara Martins de Souza – Farmacêutica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX Leonardo da Silva Gonçalves - Graduação em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX PALAVRAS - CHAVES: Concreto, Edifícios, Estabilidade, Análise, Global. INTRODUÇÃO A estabilidade global pode ser interpretada como a capacidade que uma determinada estrutura tem de transmitir ações de primeira ordem e segunda ordem, que tendam a provocar o tombamento da estrutura, para as fundações, mediante características de rigidez da mesma (LINS, 2013). Durante a elaboração de projetos, o calculista tem liberdade de escolher entre inúmeros modelos estruturais (PINHEIRO, SANTOS), contudo, em alguns edifícios a escolha do modelo traz consigo uma dificuldade maior na análise da estrutura. O grande problema para o calculista é em relação à estabilidade global, pois dependendo do sistema estrutural adotado esta passa a ter maior relevância. O maior entrave se refere à análise global de segunda ordem que é indispensável nos dias atuais, em que estruturas são cada vez mais esbeltas (MONCAYO). METODOLGIA Trata-se um estudo descritivo qualitativo. Houve pesquisas em banco de revistas científicas ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos: Caderno de Estruturas, USP São Carlos. REVISÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS. Em uma análise de primeira ordem o equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica inicial. Neste caso as deformações, função dos deslocamentos, não se expressam de forma linear. Já os efeitos de segunda ordem são aqueles que se somam aos obtidos numa análise de primeira ordem, quando se considera a posição deslocada. As estruturas de nós fixos são aquelas em que os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por consequência, os efeitos globais de segunda ordem são inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ordem, podendo ser considerados desprezíveis (SANTOS e PINHEIROS, 2010). Toda essa complexidade que está por trás da análise dos efeitos de segunda ordem deve-se ao fato de o concreto armado apresentar um comportamento não-linear em relação à sua constituição, chamado de não-linearidade física, assim como, também, por apresentar comportamento não-linear em relação à sua geometria, denominado não-linearidade geométrica (MONCAYO, 2011).Os problemas da instabilidade das estruturas estão intimamente ligados a aspectos relacionados a imperfeições geométricas, ações verticais, ações horizontais e rigidez das mesmas. A combinação dos quatro fatores faz com que a estrutura se manifeste através da modificação de sua configuração geométrica inicial, dessa forma, a estrutura passa a assumir, mesmo que deformada, uma nova condição de equilíbrio estável. Os efeitos adicionais decorrentes da configuração indeformada da estrutura passam a ser classificados como efeitos de segunda ordem (LINS, 2013).Considerar a deslocabilidade de uma estrutura e o equilíbrio na forma deslocada é indispensável para avaliar a estabilidade global, um tipo de análise que deva ser feita onde os deslocamentos laterais são expressivos e imprimam esforços adicionais consideráveis pelo carregamento vertical atuando na configuração deformada, os chamados efeitos de segunda ordem. Atualmente duas grandes ferramentas auxiliam o projetista neste caso: os parâmetros de instabilidade e os programas computacionais para análise estrutural (BUENO, 2009).O parâmetro de instabilidade Gama-Z, foi introduzido por (FRANCO e VASCONCELOS, 1991) e mede o grau de sensibilidade de uma edificação com relação aos efeitos de segunda ordem, ao mesmo tempo em que pode ser utilizado para majorar os efeitos de primeira ordem, devido a cargas horizontais. A NBR 6118 (2014), o traz como um majorador de esforços de primeira ordem e o chama de solução aproximada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em relação ao conceito de estabilidade global, o que encontramos são praticamente ecos, ou seja, nenhum autor deixa de citar o fato do impacto dos efeitos de segunda ordem em relação à estabilidade global de edifícios. Para muitos dos autores, os parâmetros de instabilidade ajudam, mas sem um software capaz de realizar cálculos dos efeitos de segunda ordem, principalmente levando em consideração a não-linearidade física e geométrica da estrutura, seria impossível a determinação Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 dos esforços provocados após a deformação da estrutura e consequentemente, o dimensionamento correto dos elementos estruturais para resisti-los. REFERÊNCIAS: BRASIL, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento, Rio de Janeiro, RJ, 2014. BUENO, M. M. E, Dissertação de Mestrado em estruturas de construção civil, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, 2009. FRANCO, M. Problemas de estabilidade nos edifícios de concreto armado, in: Colóquio sobre estabilidade global de estruturas de concreto armado, Instituto Brasileiro do Concreto, São Paulo, SP., 1985 FRANCO, M e VASCONCELOS, A. C. Practical assesssment of second order effects in tall buildings, in: Colloquium on the CEB-FIP MC 90, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 1991. LINS, F. F. V., Contribuição à avaliação da estabilidade global e prédimensionamento de pórticos planos em concreto pré-moldado. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2013. MONCAYO, W. J. Z., Análise de Segunda Ordem Global em Edifícios com Estrutura de Concreto Armado. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2011. SANTOS, A.P. e PINHEIRO. Procedimentos para verificação da estabilidade global de Pórticos Atirantados. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 12, n. 56, p. 111-125, 2010 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Aline Rodrigues Soares. Graduada em Química. Mestre em Agroquímica. Doutora em Química Analítica. Pós-doutoranda em Ciência do Solo. Professora da Faculdade - UNIVERTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática .Professor Univértix Felipe Lopes Lanna. Samuel José de Souza Joaquim. Antônio de Matos Pereira. Graduandos de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Energia solar, Fotovoltaica, Energia. INTRODUÇÃO O Brasil possui uma posição muito vantajosa em termos de disponibilidade de recursos naturais e, com isso, torna-se um desafio considerável assegurar a sustentabilidade dos recursos a serem explorados (PALZ, 2011). A utilização das fontes renováveis de energia, por exemplo, a energia fotovoltaica, pode favorecer o estabelecimento da geração distribuída no país, permitindo maior diversificação na matriz energética. De acordo com dados da Eletrobrás (2014), as reservas de combustíveis fósseis de boa qualidade no Brasil não são grandes. Avalia-se que as reservas brasileiras de petróleo sejam suficientes para 22 anos e somente 23% do potencial hidrelétrico é aproveitado, tendo sua maior capacidade na região Amazônica, onde a inundação de enormes áreas para a construção de reservatórios das hidrelétricas poderia trazer como resultado uma catástrofe ambiental. Nas últimas quatro décadas o consumo final de energia no Brasil registrou um crescimento de 3,0% ao ano (PALZ, 2011). Entre 1975 e 2005, houve uma evolução na potência instalada de 13.724 MW para quase 69.000 MW. Em 2030, há estimativas de consumo de energia elétrica variando entre 950 e 1.250 TWh/ ano, contrapondo-se à situação atual, de 405 TWh. (COMETTA, 2008). Existem várias maneiras de transformar a radiação solar em energia para uso final. Uma delas é através das células solares. As células solares são sistemas de conversão direta de energia solar em energia elétrica por meio do efeito fotovoltaico (ACIOLI, 2004). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Estes sistemas têm evoluído enormemente desde as suas primeiras utilizações na década de 50. Nesse contexto, torna-se necessário a busca por novas alternativas para geração de energia, por exemplo, a energia solar (ACIOLI, 2004) e por meio da energia fotovoltaica, pode favorecer o estabelecimento da geração distribuída no país, de dimensões continentais, permitindo uma maior diversificação da matriz energética e auxiliando no suprimento dessa crescente demanda (COMETTA, 2008). METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica bastante vasta. Pesquisou-se tudo sobre células fotovoltaicas, focandose em células de silício, que já são encontradas comercialmente, seu método de preparação, eficiência, bem como funcionam e os locais onde são utilizadas. As células fotovoltaicas do tipo DSSC e híbridas, que são compostas por polímeros orgânicos (parte orgânica da célula) e vários tipos de semicondutores inorgânicos (parte inorgânica) desta célula, também foram estudadas. Estas modalidades de células ainda encontram-se em vias de pesquisa. Foi feito um estudo sobre as metodologias de preparo destas células e sobre suas eficiências. Foi adquirida uma célula comercial de silício para o estudo do mecanismo de funcionamento e suas eficiências. A partir daí, analisamos e projetamos o modelo de bancada com um sistema para analisar o funcionamento e eficiência do equipamento. RESULTADOS E DISCUSSÕES O trabalho encontra-se em desenvolvimento e os resultados preliminares mostram a eficiência do dispositivo. As células foram presas por um par de garras e conectadas a um circuito. Uma lâmpada halógena de potência de 300 W foi usada para simular a potência de incidência solar de 100 mW/cm2. Isto foi feito com o auxílio de uma célula solar padrão ajustando-se simultaneamente a distância entre a célula padrão e a fonte de iluminação e a tensão aplicada à lâmpada. Quando a luz incide sobre a célula, é gerada uma tensão, denominada tensão de circuito aberto, medida por meio de um multímetro diretamente nos terminais da célula. A corrente gerada pela célula passa através de uma resistência padrão de 1Ω. Com o multímetro Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 conectado em paralelo a esta resistência, a tensão medida fornece a corrente de curto circuito. Para obtenção da curva I x V, a tensão fornecida por um conjunto de pilhas foi variada entre -3,6 e 3,6 V por meio de um potenciômetro. À medida que a tensão fornecida pelas pilhas é variada os valores de corrente e tensão em cada ponto (PALZ, 2011). As eficiências encontradas neste trabalho foram baixas quando comparadas ao recorde mundial atual (16,5%) (ALVARENGA, 2001). A maior eficiência obtida foi de 8,35%, apresentada pela célula comercial adquirida. Os próximos experimentos serão baseados nas análises das camadas individuais das células, considerando serão utilizadas mais de um tipo de célula, com diferentes materiais, analisando as propriedades como transparência, absorção, espessura, resistência avaliando os valores obtidos com os divulgados na literatura. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em um sistema fotovoltaico o elemento básico é a célula. A conversão da energia radiante em eletricidade acontece na célula, através do efeito fotovoltaico. Segundo Cometta (2008), cada célula gera uma tensão elétrica da ordem de 0,4 a 0,5 Volts, que sendo associadas em série pode aumentar essa tensão para uma desejada. Sendo assim na saída de cada módulo se tem a soma da energia produzida por cada célula resultando num gerador com energia significativa. Existem diversos tipos de células fotovoltaicas no mercado. Algumas estão em estágio experimental. As atuais pesquisas buscam construir células mais eficientes e com baixos custos de fabricação, problema esse que limita a sua disseminação no mercado brasileiro. As células mais importantes e consolidadas no mercado são as fabricadas a base de silício. Atualmente constituem o grande campo de pesquisas para desenvolvimento de células de menor custo, são as células de filmes finos. A estratégia é usar pouco material, diminuir o consumo de energia na fabricação permitindo a produção em larga escala. REFERÊNCIAS ALVARENGA, Carlos Alberto. Energia solar. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. ACIOLI, José de Lima. Fontes de energia. Brasília: Universidade de Brasília, 2004. COMETTA, Emilio. Energia solar. São Paulo: Hemus,2008. PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. São Paulo: Hemus,2011. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Sistema Fotovoltaico. Disponível em http://www.solenerg.com.br/conceitos Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ANÁLISE DO CONSUMO E NECESSIDADE DE ECONOMIA E REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA NA CIDADE DE MATIPÓ - MG Brendo Fernandes da Silva – Graduando em Engenharia Civil, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG. Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática, Pós-graduado em Cafeicultura de Montanha. Professor de exatas da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e Diretor da Escola Técnica Vértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Falta de Água; Consumo; Reaproveitamento. INTRODUÇÃO A falta de água potável é um assunto que vem sendo discutido mundialmente e no Brasil já é notável a falta deste bem. No país, o exemplo atual mais expressivo é a queda do nível de água no sistema Cantareira no estado de São Paulo, que no dia 29 de junho de 2014, pela primeira vez, chegou a 10,9% de sua capacidade total (G1, 2014). Em prol disso, foi feito uma análise do consumo de água em um município da zona da mata mineira, a cidade de Matipó, objetivando, a partir da obtenção dos dados, mostrar o consumo de água e a diminuição do nível fluvial do município em questão, apontando a necessidade de um sistema de reutilização e economia da água. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado nos meses de maio e junho de 2014, onde foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado, moradores de 66 residências de diferentes localidades da cidade de Matipó - MG. Os participantes da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a participação dos mesmos foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Além disso, por meio de pesquisas no site da Agência Nacional de Água (ANA), foram recolhidos dados sobre a vazão do Rio Matipó a fim de verificar a diminuição do seu nível fluvial. Os dados obtidos foram tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2013. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi analisado o consumo de água de 66 residências, envolvendo um número de 272 moradores de diferentes localidades da cidade de Matipó - MG. As atividades apontadas pelos entrevistados como principais fontes de desperdício de água são: a lavagem de roupa, o banho, a jardinagem, a lavagem dos veículos, das calçadas e das ruas. Dentre as 42 residências em que se executam atividades relacionadas à jardinagem/quintal, em 47,6% tais atividades são realizadas pelo menos 3 vezes na semana e em 83,4% dos casos a água tratada é utilizada para este fim. Das 32 residências em que havia algum tipo de veículo, em 68,8% delas os moradores lavam tais veículos pelo menos 1 vez na semana e gastam acima de 21 minutos para a realização desta atividade. Em 92,4% das residências, a água tratada é único meio utilizado para a execução de todas estas ações. Quanto às atividades de higiene, em 33,4% das residências, os moradores gastam em média acima de 16 minutos para o banho. Quando questionados se havia necessidade de economia de água na cidade questão, 100% dos entrevistados disseram que sim, porém apenas 78,8% disseram que seria possível economizar água em sua residência. 87,9% dos entrevistados manifestaram o interesse em conhecer/utilizar alguma técnica de economia/reutilização da água. Quanto às informações sobre o Rio Matipó, a partir dos dados disponíveis no site da Agência Nacional de Água (ANA, 2014), foi observado que em janeiro deste ano, a vazão média do rio teve uma diminuição de 78,9% quando comparado à média verificada no mesmo mês dos últimos 15 anos. Este fato é preocupante, pois tal resultado corresponde à menor média do período observado, tendo um desvio padrão de 23,67%. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio desta pesquisa, pode-se observar um grande consumo de água pela população da cidade de Matipó – MG. Como a diminuição da quantidade de água potável é uma situação que vem ocorrendo em todo o planeta, inclusive em pequenas cidades do interior do Brasil, espera-se que com a divulgação destes dados, possam ser elaboradas estratégias para promover a conscientização da população local. Além disso, ainda que em cidades menores, como é o caso de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Matipó, a implantação de técnicas de reutilização de água aponta-se como uma excelente sugestão para possibilitar uma maior economia deste bem tão necessário à sobrevivência humana. REFERÊNCIAS G1. Nível de água do Sistema Cantareira cai abaixo dos 11% pela 1ª vez. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/04/nivel-de-agua-dosistema-cantareira-cai-abaixo-dos-11-pela-1-vez.html> Acesso em: 21 jul. 2014. ANA. Agência Nacional de Água. Hidroweb. Sistema de Informações Hidrológicas. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/> Acesso em: 01 mai. 2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 DIAGNÓSTICO PARA CONSERVAÇÃO DE RODOVIAS NÃO PAVIMENTADAS NO MUNICÍPIO DE MIRADOURO-MG Daniel Dornelas Martins e Rafael Sampaio Magalhães - acadêmicos do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Mateus Zanirate de Miranda - Graduação em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX Pedro Genuíno de Santana Júnior - Graduação em Engenharia Civil e Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico; Conservação; Rodovias não pavimentadas. INTRODUÇÃO As estradas não pavimentadas, também chamadas rurais ou de terra, geralmente resultam da evolução de caminhos simplesmente abertos e a maioria das vezes são de responsabilidade dos municípios. Tais estradas são fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Atendem a população do interior, onde se desenvolvem as atividades econômica de agricultura e agropecuária. Segundo Oliveira (2001), a justificativa para a preocupação com a conservação das rodovias não pavimentadas consiste no alto custo do transporte para os usuários destas vias, na alta despesa de manutenção e na impossibilidade de pavimentação de todas a estradas. Para Anjos Filho (1998) a erosão provocada pela água no leito e nas margens das estradas é um dos principais fatores para sua degradação, sendo responsável por mais da metade das perdas de solo do estado de São Paulo. A atual maneira de conservação de rodovias não pavimentadas tendem a prejudicar a plataforma da rodovia diminuindo sua vida útil e rebaixando o leito das estradas rurais. Em trechos de solo argiloso, e preenchido de uma camada de material granular (saibro) para aumentar o atrito entre as rodas dos veículos e a superfície de rolamento, além de evitar problemas de pista escorregadia. Entretanto, devido a falta de compactação adequada, as pedras ficam soltas e provocam grande desconforto para os usuários (ODA, 1995). As práticas de manutenção utilizadas, entre elas o uso da motoniveladoura, mais conhecida como "patrol", fazem com que grande parte das rodovias em estudo tenham seu leito rebaixado, criando barrancos laterais. A superfície de rolamento de uma estrada rural Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 não pavimentada deve ser conformada de tal modo que permita a drenagem eficiente das águas superficiais que se precipitam sobre a plataforma para os dispositivos de captação e escoamento, como sarjetas, bigodes, valetas etc (SANTANA, 2006). Segundo Oda (1995) um sistema de drenagem eficiente comporta dois componentes: (i) a drenagem superficial: consiste na coleta e remoção das águas superficiais que atingem ou possam atingir a estrada; (ii) a drenagem profunda (subterrânea): realiza a interceptação e remoção das águas do subsolo do leito estradal. O sistema de drenagem ineficaz pode comprometer o conforto e a segurança dos usuários e a durabilidade da rodovia. Diante do exposto, o objetivo do estudo é identificar os problemas do atual sistema de conservação de rodovias não pavimentas no município de Miradouro-MG. Este estudo evidencia que a falta de um sistema de drenagem é a principal causa das patologias nas estradas não pavimentadas. Com este estudo pretendemos contribuir para o desenvolvimento de estratégias que melhorem o sistema de conservação das rodovias não pavimentadas no município de Miradouro-MG, notadamente melhorando a qualidade de vida dos habitantes do município. METODOLOGIA Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de pesquisa são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Serão realizadas visitas as rodovias não pavimentadas do município de Miradouro - MG com extensão de 301,67 Km², situado às margens da BR116, com população de 10.251 habitantes (IBGE 2010), afim de detectar os principais defeitos que ocorrem nas rodovias não pavimentadas nos meses de novembro de 2014 a fevereiro de 2015. Os dados coletados serão tabulados, analisados e comparados com a literatura atual para que possamos efetuar as análises. É notório que, sem uma adequada manutenção, o processo de deterioração provoca imensuráveis prejuízos, aumentando os custos operacionais dos veículos, promovendo significativo acréscimo no número de incidentes e prejudicando o desenvolvimento da região por ela servida (ALVES,1990). RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS ALVES, D. S. Sistema de Informação Geográfica. In. Simpósio Brasileiro de Geoprocessamento, v. 1. São Paulo. Anais. 1990, p. 66-78. ANJOS FILHO, O. Estradas de terra. Jornal O Estado de São Paulo, São Paulo. 29 de abril de 1998. (Suplemento Agrícola). BRASIL. Manual de conservação rodoviária. 2.ed. Departamento Nacional de infraEstrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. - Rio de Janeiro, 2005. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE cidades (2010). Disponível em http://www.ibge.gov.br Acesso em 27. ago. 2014 ODA, S. Caracterização de uma rede municipal de estradas não-pavimentadas. 1995. 186p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. OLIVEIRA, J. A. A necessidade de praticá-los. Revista Estradas pesquisa de materiais alternativos de pavimentação. p.42-7. 2001. SANTANA, L. A. F. Proposta de composição de custos unitários e orçamentos de serviços em vias não-pavimentadas (2006). Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transporte) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 QUANTIDADE MÉDIA DE OBRAS, O TIPO E A QUANTIDADE DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL PRESENTES NA CIDADE DE MATIPÓ NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2014 Lúcio Fernando Silva e Petterson Luiz do Nascimento Ribeiro. Acadêmicos de Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz, Bacharel e Licenciada em Biologia, especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora UNIVERTIX. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Obras; Resíduos; Tipo; Quantidade. INTRODUÇÃO Um grande problema relacionado à construção civil é a geração de resíduos. Os resíduos de construção e demolição (RCD) ocupam grande volume para disposição final. Considerando que 13% das cidades brasileiras pesquisadas no censo de saneamento possuem aterros sanitários, 7% possuem aterros especiais e que, apenas, 5% possuem usinas de reciclagem, deve-se propor e programar métodos de tratamento de resíduos (IBGE, 2010). Nos últimos anos, o interesse por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se acirrado com a discussão de questões ambientais. Desperdiçar materiais, seja na forma de resíduo, seja sob outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais, o que coloca a indústria da construção civil no centro das discussões na busca pelo desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões (CARNEIRO, 2005). A cidade de Matipó/MG se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de alguns fatores, como o desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com consequente crescimento do comércio local e mais recentemente a implantação da Faculdade Vértice – UNIVERTIX – a partir de 2008. Todo esse desenvolvimento ainda hoje vem contribuindo com a ampliação do setor construção civil. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A gestão ambiental de resíduos da construção no município não vem acompanhando esse crescimento, já que é muito comum encontrar por toda a cidade depósitos deste material em calçadas e loteamentos vagos a espera de um destino. Na cidade ainda não existe nenhuma empresa que recolha e reaproveite este resíduo gerado nas construções. Atualmente, essa tarefa é realizada pela prefeitura, que o encaminha a área destinada ao descarte dos resíduos domésticos do município. Mediante ao problema apresentado a proposta de pesquisa tem como objetivo geral verificar a quantidade média de obras, o tipo e a quantidade de resíduo de construção civil presentes na cidade de Matipó no segundo semestre de 2014. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização da sociedade e dos órgãos públicos sobre a necessidade de se dar destino adequado aos resíduos da construção civil, baseado inclusive na legislação pertinente. METODOLOGIA A presente proposta trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, (RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. A área de referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um município considerado de pequeno porte, situado na região da Zona da Mata do estado das Minas Gerais, que se encontra em plena expansão mobiliária. O projeto está sendo desenvolvido por etapas. A 1ª etapa: levantamento de quantas e quais obras estão sendo executadas na cidade. 2ª etapa: quantificação e identificação dos resíduos gerados. 3ª etapa: elaboração de um manual para destinação correta dos resíduos baseado na legislação. A pesquisa está sendo realizada no segundo semestre de 2014. A primeira parte do projeto foi a coleta de dados sobre a quantidade e quais os principais aspectos das obras que estão sendo executadas no município, foi aplicado um questionário com o objetivo principal de colher informações básico sobre cada obra. RESULTADOS E DISCUSSÃO PRELIMINARES Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Identificamos até o presente momento na cidade treze obras principais de grande impacto da cidade, em que diversos tipos de resíduos estão sendo gerados. Foram identificadas nas obras visitadas áreas de disposição irregular dos resíduos, localizadas no meio da via urbana. Os resíduos são recolhidos em todo município pela prefeitura e descartado junto com todo lixo da cidade no lixão. Durante a coleta de dados foi observado que na maioria das obras os materiais são descartados de forma irregular, isso se da pela falta de estrutura da cidade por não ter nenhum tipo de serviço especializado em relação à reciclagem de materiais da construção civil e também pelo baixo conhecimento dos funcionários e descaso dos proprietários que não vêem importância no descarte adequado desses entulhos gerados. De acordo com Bernardes, (2006), os agentes envolvidos na gestão municipal dos Resíduos da Construção são os geradores de resíduos, prestadores de serviços, como os transportadores, os proprietários de áreas que as cedem para o recebimento de resíduos e o poder público, onde cada um tem suas responsabilidades previstas pela legislação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando se comparam os dados obtidos na aplicação do questionário, constata-se que as pessoas envolvidas nos processos estão despreparadas, precisando de algum tipo de qualificação. Constata-se que a cidade de Matipó-MG ainda não obedece às características mencionadas na resolução n°. 307/02 do Conama, sobre o gerenciamento dos resíduos, reciclagem ou reaproveitamento, tendo o prazo vencido. As informações apresentadas até o presente momento demonstram que no setor da construção civil existe uma acentuada geração de resíduos; por outro lado, faltam políticas municipais e estaduais que possam atuar juntamente com políticas federais e que criem estruturas de apoio, adequadas às empresas coletoras e transportadoras desses resíduos. A falta de informação da população também é um fator relevante que pode intervir no correto descarte dos mesmos gerando impacto ambiental. REFERÊNCIAS BERNARDES, A. Quantificação e classificação dos resíduos da construção e demolição na cidade de Passo Fundo. Passo Fundo, RS. 2006. Dissertação de Mestrado. Universidade de Passo Fundo, 92 p. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 BRASIL. Resolução nº. 307, de 05/07/2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº. 136, 17/07/2002. Seção 1, p. 95-96. BRASIL. 2005. Sistema Brasileiro sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis. Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 2002. disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/pronea3.pdf Acesso em: 29.ago.2014. CARNEIRO, F.P. Diagnóstico e ações da atual situação dos resíduos de construção e demolição na cidade do Recife. João Pessoa, PB. 2005. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, 131 p. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em: http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20 Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso em: 08 ago. 2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO EM OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE MATIPÓ-MG Cássia Dutra Eugênio e Larissa Oliveira Gomes – Acadêmicas de Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVERTIX.Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bacharel e Licenciada em Biologia, especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora UNIVERTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: levantamento; Condições de segurança; Trabalho em obras; Construção civil. INTRODUÇÃO Segurança no Trabalho, atualmente tem sido um assunto muito abordado, e de grande importância, devido ao grande número de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Para Scopinho (2003), a Segurança no Trabalho trata de um conjunto de ciências e tecnologias que buscam a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, no que se refere à questão da segurança e da higiene do trabalho. Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades de trabalho visando à defesa da integridade do trabalhador. No Brasil, a preocupação com a Segurança do Trabalho ganhou ênfase a partir de 1970, quando o país passou a ser recordista mundial em número de acidentes, decorrentes das más condições do trabalho e da ausência de uma política preventiva eficiente. A partir daí, trabalhadores, empresários e governo passaram a reunir esforços para reverter tal quadro adverso (MICHEL, 2001). Segundo Araújo (1998), na indústria da Construção Civil, a maior preocupação, está em segundo lugar na frequência de acidentes registrados em todo o país. Na maioria das empresas a competitividade e as necessidades econômicas são mais importantes do que a segurança dos trabalhadores. Conforme Rocha, Saurin e Formoso (2000), assim como em qualquer atividade do setor privado, a construção civil visa essencialmente à obtenção de lucros, de modo que, muitas vezes, buscam continuamente a redução de custos em seu processo de trabalho. Grande parte dos acidentes são consequências tanto de falhas humanas como de materiais. Desta forma é vantajoso que o trabalhador Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 tenha um pouco de entendimento sobre as leis que foram desenvolvidas com a intenção de preservar seus direitos e a compreender a importância das medidas de segurança, estabelecidas pelas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. A NR18 estabelece as diretrizes de ordem administrativa, de planejamento, de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da Indústria da Construção (BRASIL, 2008). Mais do que cumprir a legislação existente, é um dever da alta administração das empresas proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável (ALEVATO, 1999). No entanto, de acordo com a Constituição Federal (1988), a segurança e a saúde do trabalhador são deveres tanto do proprietário, ou o responsável pela obra, quanto dos próprios trabalhadores, que tem a obrigação de realizar seu trabalho de forma segura no plano individual bem como no plano coletivo. Conforme Benite (2004, p.15), segurança e saúde ocupacional, é “o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem estar físico, mental e social dos trabalhadores”. Grande parte das empresas ligadas à Construção Civil já perceberam a relevância de desenvolver um programa de conscientização a fim de transmitir aos trabalhadores as técnicas necessárias para garantir a seguridade e a salubridade no ambiente de trabalho. Porém, se sabe que essa não é uma realidade em obras de pequeno porte. No Brasil, a maioria das construções de casas e edifícios são obras particulares, ou seja, não são realizadas por construtoras, sendo mais comum a existência de mão de obra desqualificada (ROCHA, 2000). Diante do exposto, o objetivo deste estudo consiste em verificar as condições de segurança no trabalho em canteiros de obras da cidade de Matipó, analisando as medidas de segurança utilizadas. Com este estudo pretendemos contribuir para que os profissionais da construção civil possam compreender melhor a importância do segurança no trabalho no ambiente de trabalho. METODOLOGIA Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de pesquisa são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. A pesquisa será realizada com funcionários de canteiros de obras de pequeno porte da construção civil, em Matipó, cidade da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A coleta de dados terá início em setembro de 2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ALEVATO, H. M. R. Trabalho e Neurose: enfrentando a tortura de um ambiente em crise. Rio de Janeiro: Quartet, 1999. ARAÚJO, N. M. C. Custos de Implantação do PCMAT (Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção) em obras de edificações verticais – um estudo de caso. 1998. 78p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 18801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho: Rio de Janeiro, 2010. BENITE, A. G. Sistema de Gestão da Segurança e saúde no trabalho. São Paulo: O nome da Rosa, 2004. BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18: condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 29.ago.2014 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MICHEL, O. Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais. São Paulo: LTr, 2001. ROCHA, C. A.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Avaliação da aplicação da NR-18 em canteiros de obras. Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo, 2000. Disponível em: http://www.cpgec.ufrgs.br/norie/nr18/carocha.pdf. Acesso em: 29.ago.2014. SCOPINHO, R. A. Vigiando a Vigilância: saúde e segurança no trabalho em tempos de qualidade total. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ARTIGOS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PROJETO MÁQUINA DE ESPUMA Mylena da Silva Maia Vicente, Vinícius de Oliveira Andrade Goulart Graduandos em Engenharia Civil. Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Érica Estanislau Muniz Faustino, Mestranda em Ensino de Física. Especialista em Ensino de Física. Graduada em Física. Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Ailton Moreira Magalhães - Especialista em Gestão Ambiental, Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Leonardo da Silva Gonçalves - Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Marcelo de Carvalho Mendes - Especialista em Ensino de Física.Especialista em Matemática. Graduado em Física e Matemática. Professor da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como base os fundamentos do estudo da transformação de água e sabão em espuma. A partir de conhecimentos teóricos e de aparatos experimentais de física, química e mecânica, foi construída uma máquina no qual transforma água com sabão em espuma através da pressão da água, pressão essa que foi atribuída através de uma bomba submersa. Em testes realizados a pressão da água e quantidade de espuma produzida e jogada pelos bicos contra o vento foram fatores de êxito no experimento. Este estudo proporciona a compreensão das aplicações dos conhecimentos de mecânica dos fluidos, em máquinas utilizadas em eventos de lazer, o que faz o estudante de engenharia estar mais próximo da prática de atuação compreendendo como os equipamentos e os fenômenos físicos funcionam. PALAVRAS-CHAVE: Máquina de espuma; água com sabão; pressão da água; bomba submersa. INTRODUÇÃO O acadêmico em engenharia, em sua formação deve ter como base um perfil teórico e prático pautado em bases conceituais em que, “Os engenheiros que necessitavam resolver problemas práticos que lhe eram apresentados, voltaram-se para a experimentação, desenvolvendo fórmulas empíricas que atendiam suas necessidades”. (AZEVEDO NETTO, 1998, p.1) Algumas festas não são feitas para serem de sofisticadas e com muita cerimônia. Quando a intenção é fazer uma festa emocionante, é certo garantir um monte de risos e muitas recordações, para não mencionar um pouco de bagunça, temos como exemplo uma “ festa de espuma” , que é uma opção cada vez mais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 popular: “ ao invés de pagar para alugar uma máquina de espuma, porque não fazer a nossa própria máquina?” foi assim a ideia inicial do protótipo de baixo custo. Foram dias e dias de estudos e testes, pois existe pouco conceito sobre o assunto de forma alternativa. Ajustes e mudanças, pois os resultados obtidos não eram satisfatórios, ou melhor, não se conseguia chegar em algum resultado; em algumas vezes, era muita pressão da água; em outras, era muito sabão, pouco vento. Dúvidas eram constantes e conclusões vieram com muitos estudos sobre assuntos relacionados na construção e no objetivo que seria a produção de espuma em grande quantidade e em menos tempo possível com o menor gasto de sabão nessa produção de espuma, até enfim chegar ao objetivo desejado. Diante disso, o objetivo deste artigo é o de analisar, a partir de vários testes com materiais de baixo custo, a construção de uma máquina que produza espuma de sabão em grande quantidade e em menos tempo possível. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos, assim como as leis que regem esse comportamento (BRUNETTI, 2008, p.1), tanto em repouso como em movimento, assim, é necessário compreender algumas definições básicas destes comportamentos. Assim, o manual técnico de bombas centrífugas mostra as bombas tem a finalidade básica o transporte de fluidos incompreensíveis (fenômenos dos transportes) de baixa viscosidade para fazer o bombeamento (MANUAL DE BOMBAS SCHNEIDER, 2001). Para isso, devemos analisar as propriedades dos fluidos: Massa especifica () – é a razão da massa pelo volume, cuja expressão é: , Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é kg/m 3. Pressão (P) – é o quociente da força necessária para deslocar o fluido por unidade de área, cuja expressão é: , Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é N/m 2 ou Pascal (Pa). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Vazão (Q) – é a relação entre o volume do fluido que atravessa uma seção transversal pelo tempo gasto, cuja fórmula é: , Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é m3/s. As bombas hidráulicas são máquinas que recebem energia potencial de um motor e transformam parte desta energia em energia cinética e energia de pressão, cedendo ao fluido bombeado estas energias para que ocorra o transporte de um ponto a outro na seção (BRUNETTI, 2010, p.91). A maioria das instalações de abastecimento de água utilizam bombas hidráulicas, requerendo que no interior de sua carcaça e na sua tubulação de sucção esteja preenchido com água (escorvados) para que a sucção da água possa ser efetivada. O escorvamento das bombas pode ser efetuado instalando – as abaixo do reservatório de captação. Para entender o funcionamento de uma máquina de espuma começaremos por explicar o conceito físico e mecânico principal para o funcionamento da mesma: bombas centrífugas submersas. As bombas centrífugas são consideradas bombas centrífugas verticais, com escorvamento por meio de rotor axial, e tais bombas são dotadas de selagem tipo hidrodinâmica, sendo assim não utilizam selagem mecânica ou graxeta (BOMAX DO BRASIL, 2014). Este equipamento deve ser instalado de forma que o tubo de sucção fique imerso no liquido, ficando as demais partes da bomba acima do nível do líquido. A altura da sucção, definida como sendo a distância entre o eixo da bomba e a superfície do líquido a ser bombeado mais as perdas de carga na tubulação de sucção que deve ser a menor possível (AZEVEDO NETTO, 1998. p.300). ViIela et al., (2003), diz que, quando a bomba é instalada abaixo do nível da água do reservatório, a tubulação de sucção permanece constantemente preenchida com o líquido, o que produz um maior rendimento da bomba. O equipamento é composto por um rotor centrífugo e um rotor axial e dependendo do comprimento do tubo de sucção a bomba pode ser fornecida com dois rotores axiais. O Rotor Axial tem a função de escovar a bomba, logo é ele que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 direciona o liquido até o Rotor Centrífugo (MANUAL DE BOMBAS SCHNEIDER, 2001). O Rotor Centrífugo é componente responsável pelo bombeamento e pela selagem da bomba (selagem hidrodinâmica). (BOMAX DO BRASIL, 2014). A selagem hidrodinâmica é o Contra Rotor situado na parte traseira do rotor centrifugo que coleta o líquido que novamente vazaria pelo eixo da bomba, este processo de coleta faz com que o líquido seja retornado para câmara de bombeamento, evitando assim qualquer tipo de vazamento do equipamento, porém, este processo só atua com a bomba em operação. Carvalho (1992) faz um comentário, que bombas com modelos hidrodinâmicas de fluxo radial, também conhecidas como bombas centrífugas se destacam entre os vários modelos. METODOLOGIA A construção da máquina e o experimento para coleta de dados foi desenvolvido pelo grupo de alunos e pelos professores de do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice-Univértix de Matipó-MG. Foram utilizados os seguintes materiais para a construção do protótipo: 1 tambor Plástico 200 litros que tem a finalidade de ser o reservatório de água com sabão; 1 mangueira de plástico de 20 metros para fazer a conexão entre reservatório e a máquina; 2 braçadeiras para fixar a mangueira; 2 Conectores; 1 bomba submersa; 1 cilindro de Aço com 42 cm de diâmetro; Cano PVC com 42 cm de comprimento; 1 Exaustor com hélice de 35 cm de diâmetro. 1 Fio de 10 mm Tela de Nylon para saída da espuma 1Ponta de Irrigador; 2 disjuntores. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Na construção da máquina foi feito um furo no cilindro de aço e atravessou o cano de PVC. Nesse cano, foram feitos três furos e fixou um conector com pontas de irrigação direcionados na boca da máquina. Estes conectores terão a função de jogar espuma nas bordas do cilindro de aço. Na parte de trás do cilindro, foi colocado o exaustor, que tem objetivo com o funcionamento da máquina, empurrar a espuma jogada nas bordas do cilindro para fora que passará por uma tela de Nylon colocada na boca do cilindro. No tambor colocou uma bomba submersa 300 W e 127 V com frequência de 60 Hz com especificação de vazão de 1200 L/h a 900 L/h na altura de 20 a 30 mca que foi conectada a uma mangueira para levar a água com sabão até o cilindro. Por último, foi instalado dois mini disjuntores, onde um terá a finalidade de ligar a bomba e o outro de ligar o Exaustor. As figuras abaixo mostram as partes da máquina construída. Bico saída de água com sabão Bicos ( Irrigador ) Exaustor Tela Nylon ( Saída de espuma ) Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Saída de água da Bomba Galão 200 litros (Reservatório de água ) Bomba RESULTADOS E DISCUSSÕES Em testes parciais realizados para calcular a vazão da mistura de água e sabão, verificamos um aumento significativo na produção de espuma com um volume de 80 litros (0,08 m3) no tambor de altura 30 cm da mesma. A quantidade de detergente diluído em água foi de 2 litros. A dimensão da cuba que coletou a espuma é de volume 0,18 m3. Na tabela 1 mostramos as grandezas e os dados coletados e calculados pelo grupo. Tabela 1- Grandezas e cálculos para verificar a produção de bolhas. Tempo (s) Vazão (m3s) Espuma (m3) Gasto de água (cm) 4 0,02 0,183 1 5 0,016 0,22 1,3 6 0,013 0,27 1,5 7 0,011 0,31 1,8 8 0,01 0,36 2 De acordo com os dados da tabela anterior foram produzido dois gráficos: que são: gráfico 1: vazão (m3/s) x tempo (s) e gráfico 2: espuma (m3/s) x tempo (s). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No gráfico 1 verificamos como mostra o diagrama abaixo, que com aumento do intervalo de tempo a vazão de água diminui, aumentando a transformação de espuma resultando em uma maior eficiência da máquina que atinge um rendimento de 0,25% no intervalo de 4 s, com tendência de aumento. Gráfico 1: Fonte: autores. No gráfico 2 a quantidade de espuma produzida pela máquina no mesmo intervalo de tempo do experimento teve um aumento de forma crescente e linear. Assim, encontramos um coeficiente no valor de 0,09, possibilitando identificar que um volume de 100 m3 será atingido num tempo de aproximadamente 18,6 minutos. Ou seja, quanto mais tempo a máquina ficar ligada maior será sua eficiência (produção de espuma). Gráfico 2: fonte: autores Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseado na análise dos resultados foi possível identificar que: a relação entre quantidade de espuma e o gasto de água tem uma vazão constante de 0,7 m 3/s; o volume de água gasto em relação a quantidade de espuma produzida é proporcional, ou seja, a medida que aumenta a quantidade de água aumenta – se a quantidade de espuma; foi possível concluir que com o tempo a máquina de espuma torna-se mais eficiente transformando mais água em espuma reduzindo a vazão possibilitando a estimativa de gasto materiais e tempo na produção de espuma. Por fim, podemos então concluir com base nas observações realizadas neste trabalho que para um bom funcionamento da máquina de espuma, temos que relacionar fatores físicos, químicos e mecânicos e associá-los da forma como foi para obter mais resultados. existe a necessidade de realização de mais testes para o estudo do funcionamento de outras variáveis deste experimento principalmente o escoamento do fluido no interior do exaustor e a eficiência da bomba. Porém, a equipe alcançou resultados positivos e satisfatórios. REFERÊNCIAS AZEVEDO NETTO, J.M.; FERNANDES, M.F.; ARAUJO, R.de; ITO, A.E. Manual de hidráulica. 8.ed. São Paulo: Edgard Blücker, 1998. 670 p.. BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2005. CARVALHO, D.F. Instalações elevatórias – bombas. 5 ed. Belo Horizonte: FUMARC, 1992. 352 p. LIVI, Celso P.. Fenômenos de transporte: um texto para cursos básicos. Rio de Janeiro. LTC. 2004. Manual de Bombas Schneider, Disponível em: <<http://www.issa.com.br>. Acesso em 13 jun. 2014. MUNSON, B.R. e YOUNG, D.F. Fundamentos da Mecânica dos Fluídos. São Paulo. 4 ed. Edgard Blücher. 2004. Princípios de Funcionamento e Conceitos Básicos sobre Bomba Submersa. Disponível em: <<http://www.bomax.com.br/pg-print-bomb-submersa.php>. Acesso em 13 jun. 2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESNICK, Robert. HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth S.. Física. Vol. 2. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos, 2008. TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. Vol. 1. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 2009. VILELA, L.A.A; BOTREL, T.A.; SOCCOL, O.J.; GERVÁSIO, E.S.; NETO, O.R. Dispositivo para monitoramento da operação de conjuntos motobomba elétricos . Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.23, n.2, p. 250-6, 2003. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A IMPORTÂNCIA DOS SOFTWARES CAD PARA PROFISSIONAIS DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações - Graduando em Engenharia Civil - Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Joyce Perígolo Breder - Graduada em tecnologia em construção civil. Especialista em construção civil com ênfase em perícia e avaliação. Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Andréia Almeida Mendes – Graduada em Letras. Especialista em docência do ensino superior. Mestre em Linguística. Doutoranda em Linguística. Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física - Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso - Graduada em Matemática. Especialista em Matemática - Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Alessandra Ambrósio Horsth - Graduada em engenharia civil; especialista em construção civil com ênfase em gestão e avaliação nas construções –Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Rafael Eller de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia de materiais. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este artigo busca compreender a importância dos softwares CAD para profissionais no ramo da construção civil. Para a obtenção de resultados concretos e para que pudéssemos saber a diferença de tempo para se fazer um projeto à mão e em um software CAD, foi utilizado um projeto arquitetônico bem elaborado de um desenhista de Manhuaçu feito em agosto de 1989 completamente à mão seguindo as regras do desenho arquitetônico no qual foi gasto um tempo estipulado entre 10 a 15 dias destinado para o processo de desenho do projeto até o acabamento final em nanquim, quando o CAD já existia, mesmo assim ainda não era acessível a todos os profissionais, portanto, não sendo muito usual pelos mesmos. O mesmo projeto foi reproduzido pelo aluno emCAD, utilizando-se de seis dias num total aproximado de 36 horas para conclui-lo. PALAVRAS-CHAVE: CAD; Diferença de tempo; Projeto arquitetônico, Softwares. INTRODUÇÃO Para abordarmos o assunto, faz-se necessário a definição dos principais elementos envolvidos - CAD (os softwares de computador hoje utilizados para a elaboração de projetos): A sigla CAD representa Computer Aided Design, traduzindo para o português fica Desenho assistido/ ou auxiliado por computador. Os softwares de CAD são enquadrados como ferramentas gráficas suportadas pela tecnologia computacional, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 cujo objetivo é o desenvolvimento de desenhos e projetos aplicados às mais diversas áreas da engenharia, arquitetura, design, desenho industrial e comunicação visual, disponibilizando comandos e ambientes para a representação gráfica com elevado grau de precisão e recursos visuais estáticos e dinâmicos que possibilitam o controledo processo de desenvolvimento (SOUZA et al., 2005) Existem hoje vários softwares CAD sendo utilizados para a elaboração de projetos, dentre os melhores e mais utilizados, o AutoCAD, RevitArchitecture, QiCAD e QiSAT. Esses programas voltados para o desenho técnico com plataforma CAD proporcionam ao profissional um maior nível de precisão, dispensando quase que por completo os materiais de desenho técnico utilizados no projeto á mão como lapiseiras com grafites de diferentes espessaras, prancheta, papel vegetal, canetas nanquins, régua paralela, gabaritos, bolômetros, curva francesa, aranhas (para desenvolver a escrita) etc. A finalidade deste artigo é buscar compreender a importância dos softwares CAD para profissionais no ramo da construção civil. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Até pouco tempo atrás, existia resistência quanto aos softwares CAD; hoje, os estudantes ou pelo menos a maioria deles fogem dos lápis e desenvolveram aversão à prancheta (TUPINAMBÁ, 2010, p. 01). Hoje em dia, profissionais que se formaram antes que se iniciasse a utilização de softwares CAD e que não se adaptaram ao “novo estilo de projetar” tentam resistir aos softwares CAD, argumentando que os desenhos assistidos por computadorfaltam com a riqueza de detalhes ou que o processo criativo é prejudicado, quando se trabalha no computador. Atualmente, existem vários profissionais atuando nessa área –CAD. Muitos deles atuando com maestria e eficiência elaboram projetos com um nível de detalhamento que há vinte e cinco anos atrás – quando surgiram os primeiros softwares CAD disponíveis no mercado – nem se imaginava que seria possível (TUPINAMBÁ, 2010, p. 01). Nas faculdades das áreas de engenharia, o ensino do desenho feito à mão permanece para que o futuro profissional mantenha todo o processo criativo. Mas o CAD é parte integrante das grades curriculares e a evolução do software não perde em eficiência e riqueza de detalhes, ficando o nível de detalhamento mais a cargo do profissional que executa o programa, do que as ferramentas disponíveis. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O software CAD escolhido pelo aluno no desenvolvimento desse experimento prático foi o AutoCAD. É um software bastante estável. Foi um dos primeiros programas desse tipo a rodar em computadores pessoais. Atualmente, ele só roda em Windows. Algumas versões foram lançadas para Unix no passado, porém foram descontinuadas. É uma ferramenta utilizada para o desenho de diversos produtos em inúmeras áreas, como a indústria automobilística, engenharia, construção civil, arquitetura, informática, etc. O AutoCAD é dividido nas versões completa (aproximadamente US$4000), LT (aproximadamente US$900 – sem o recurso 3D) e a versão para estudantes a um preço mais acessível. A versão para estudantes é igual à versão completa, porém, não pode ser usada comercialmente e quando impressos, os documentos mostram uma informação dizendo que é uma versão para uso não comercial. (AMARIZ, 2013, p. 01) METODOLOGIA Trata-se de um estudo de caso em que se pretendeu analisar se as presentes afirmações realizadas por Amariz (2013) e Tupinambá (2010) se confirmam através do experimento prático desenvolvido pelo aluno no software de computador AutoCAD; para tanto, foi realizada a reprodução de um projeto arquitetônico definido como um projeto para aprovação e execução de acréscimo da construção residencial unifamiliar situada às ruas Plinio Pinheiro e Oscar Fernandes Lopes, lotes 14/15 loteamento Bairro São Lourenço – Manhuaçu MG, com intenção de se provar que um projeto auxiliado por computador faz com que o projetista gaste um tempo consideravelmente menor, com relação a um projeto sendo feito à mão. Para esse trabalho também foi feita uma pesquisa com profissionais de Matipó e que trabalham ou trabalharam na Faculdade Vértice da área da construção civil abrangendo a utilização de softwares CAD e também uma entrevista com o desenhista que é autor do projeto utilizado neste trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões deste artigo têm como objetivo apresentar o projeto feito no AutoCAD (software CAD escolhido pelo aluno) e o mesmo projeto feito à mãopelo desenhista Paulino Ferreira Oliveira, no ano de 1989, que é atuante na área desde 1976, formado em tecnologia em construção civil e graduando em Arquitetura e Urbanismo. Outro objetivo é especificar a diferença de tempo gasto em sua realização, ressaltando assim a importância dos softwares CAD no ramo da construção civil hoje em dia. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Abaixo, temos uma entrevista com o desenhista citado acima e autor do projeto utilizado neste trabalho. Entrevistado: Paulino Ferreira Oliveira Graduado em Tecnologia em construção civil e graduando em Arquitetura e Urbanismo. Atuante na área desde 1976. A . Quanto tempo foi destinado para o processo de desenho do projeto até o acabamento final em nanquim? De 10 a 15 dias. B . Qual o benefício dos softwares de CAD ? O CAD otimiza o trabalho, pois tem como você corrigir sem grandes perdas, no processo do nanquim dependendo do erro, tinha que se desfazer de todo trabalho, perdia todo o serviço. E o programa traz certo refinamento. C . Quais materiais utilizava para projetar a mão? Canetas nanquim com penas de nº 01 à 08, aranha, monógrafo, régua paralela, prancheta, esquadros, gabaritos, lapiseira e borracha. O mesmo projeto foi reproduzido pelo aluno no Software CAD, utilizando-se de seis dias num total aproximado de 36 horas para conclui-lo. Obs.: Os desenhos inseridos abaixo não estão em escala e nem em tamanho diretamente proporcional com relação aos que foram plotados na devida escala. Figura 1 – Correlação entre desenho da planta baixa do 1° pav.feita à mão e no software CAD Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Na figura 1, vemos o desenho da planta Baixa do 1º Pavimento feita à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Figura 2 – Correlação entre desenho da planta baixa do 2º pav. Feita à mão e no software CAD Na figura 2, vemos o desenho da planta Baixa do 2º Pavimento feita à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Figura 3 – Correlação entre desenho do diagrama de cobertura feito à mão e no software CAD Na figura 3, vemos o desenho do diagrama de cobertura feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 4 – Correlação entre o desenho da planta de situação feito à mão e no software CAD Na figura 4, vemos desenho da planta de situação feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Figura 5 – Correlação entre o desenho do corte transversal AA feito à mão e no software CAD Na figura 5, vemos o desenho do corte AA feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 6 – Correlação entre o desenho do corte transversal BB feito à mão e no software CAD Na figura 6, vemos o desenho do corte BB feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Figura 7 – Correlação entre o desenho dafachada principal feito à mão e no software CAD Na figura 7, vemos o desenho do corte BB feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 8 – Correlação entre o desenho da fachada lateral feito à mão e no software CAD Na figura 8, vemos o desenho da fachada lateral feito à mão e por auxílio do software CAD AutoCAD. Segundo Tupinambá (2010, p. 01) profissionais argumentam que os desenhos assistidos por computador faltam com a riqueza de detalhes. Com tudo, os desenhos exibidos acima mostram o contrário, deixando bem claro que é possível se projetar em CAD sem que se falte com a riqueza de detalhes dependendo inteiramente de quem está projetando. Como já mencionado, para esse trabalho também foi feita uma pesquisa com profissionais de Matipó e que trabalham ou trabalharam na Faculdade Vértice da área da construção civil abrangendo a utilização de softwares CAD, abaixo temos os resultados da pesquisa em gráficos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Gráfico 1 – Nº de entrevistados que utilizam softwares CAD Acima vemos que 100% dos entrevistados utilizam algum software CAD para a elaboração dos serviços prestados. Gráfico 2 – Quantidade de Softwares utilizados além do AutoCAD De acordo com a pesquisa 6,67% dos entrevistados utilizam apenas um software CAD, 26,67% utilizam dois, 33,33% utilizam três e 33,33% acima de quatro softwares. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Gráfico 3 – Utilização de projetos à mão O gráfico acima mostra que 20,0% dos entrevistados ainda faz algum tipo de projeto à mão enquanto o restante dos 80,0% não. Gráfico 4–Tempo em que cada entrevistado não projeto mais à mão Dos entrevistados que não fazem nenhum tipo de projeto à mão, 41,67% deles nunca fizeram, enquanto 8,33% não fazem entre 1 a 5 anos, enquanto 50,0% não projetam mais a acima de 8 anos. Gráfico 4– Tempo de utilização do software CAD Dos entrevistados 20,0% utilizam o programa desde um período entre 1 a 3 anos, 26,67% entre 5 a 8 anos e 53,33% a acima de 8 anos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Segundo Tupinambá (2010, p. 01) até pouco tempo atrás, existia resistência quanto aos softwares CAD; hoje, os estudantes ou pelo menos a maioria deles fogem dos lápis e desenvolveram aversão à prancheta. A pesquisa mostrada em gráficos acima afirma mostrando que todos os profissionais entrevistados utilizam, no mínimo, um software CAD. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os softwares CAD tem sido uma grande ajuda para os engenheiros e arquitetos que estão descobrindo que é impossível lidar com perfeição com desenhos e projetos sem o uso do computador. O CAD, nestes casos, ajuda a projetar uma arquitetura virtual antes da arquitetura real. Este processo é importante para a visualização das definições e correta compreensão do conjunto, tornando-se imprescindível para apresentação do projeto ao cliente (REIS, 2013, p. 01). Contudo, mesmo com a utilização de softwares CAD no mercado de trabalho no ramo da construção civil, não basta apenas saber manipulá-los, é preciso ter conhecimento teórico e prático das normas regulamentadoras e representações utilizadas como padrão do desenho arquitetônico para que osprofissionais possam fazer com que essas informações sejam plotadas corretamente. Por isso, é importante que as instituições de ensino técnico e superior continuem oferecendo primeiramente (ou ao mesmo tempo em que ensinam CAD) uma noção prática e teórica do desenho feito à mão, por que para se ensinar sobre o que é desenho e representação gráfica na área técnica, as aulas de desenho ainda são a melhor maneira de aprendere são fundamentais para desenvolver o raciocínio e a visualização espacial para projetar e realizar um projeto atendente às normas técnicas para depois conseguir fazer o mesmoem Softwares CAD que estão na praticidade, agilidade e processo de produção do projeto; com ele, foram eliminadas diversas etapas que estavam relacionadas a produção do montante da documentação, subtraindo muito do tempo do objetivo do projeto. Vale também ressaltar que antes do projeto final, tanto feito à mão quanto em CAD, deve ser feito o Croqui que é um desenho confeccionado com pequena duração com média de 15 minutos. O Croqui é desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias à sua finalidade. (NBR 10647, 1989, p. 2). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS GIANACCINI, Thiago. O Surgimento do AutoCAD e Sua Importância para a Indústria. Cursos Guru. Disponível em: http://cad.cursosguru.com.br/novidades/como-surgiu-autocad-qual-suaimportancia/.Acesso em: 26.Jul.2014. OBERG, Lamartine. Desenho Arquitetônico: Instrumentos e materiais de desenho. Utilização e tecnologia. 22. ed. Rio de Janeiro: AO LIVRO TÉCNICO S/A, 1979. AMARIZ, Luíz Carlos. AutoCAD. Infoescola. Disponível http://www.infoescola.com/informatica/autocad/. Acesso em 24.Jul.2014. em: SOUZA, Antônio Carlos et al; AutoCAD 2004 Guia Prático para desenhos em 2D. Florianópolis: EdUFSC, 2005. TUPINAMBÁ, Bruno. A morte do papel. 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Professora da Faculdade - UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade UNIVERTIX. Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. [email protected] RESUMO A escassez de recursos naturais tem levado à busca por soluções que tragam o desenvolvimento econômico juntamente com o crescimento sustentável. O problema ambiental gerado pelos resíduos depositados de forma desregrada em aterros clandestinos, acostamentos e rodovias deve ser resolvido visando preservar o meio ambiente. Ações têm sido criadas para reverter essa situação, é o caso da resolução do Conama 307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil. O objetivo deste trabalho foi avaliar o gerenciamento de resíduos de uma construtora da cidade de Caratinga e investigar o recolhimento e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil no município. Pode-se constatar que a falta de informação e incentivos é a principal causa de um gerenciamento inadequado dos resíduos da construção civil nas obras realizadas no município. PALAVRAS CHAVES: Resíduos Desenvolvimento Sustentável. da Construção Civil, Gerenciamento, INTRODUÇÃO A construção civil é um dos setores mais relevantes da economia brasileira, apresentando níveis espetaculares de crescimento, sobretudo nos últimos três anos. Porém, comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos. Os impactos ambientais envolvendo a grande geração de resíduos da construção civil são notórios, provocando inúmeras interferências no meio ambiente Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 devido ao acúmulo e destinação inadequada para tal resíduo (YUAN e SHEN, 2011). Na maioria das vezes, esse resíduo é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias, gerando uma série de problemas ambientais e sociais, como a contaminação do solo por gesso, tintas e solvente; a proliferação de insetos e outros vetores contribuindo para o agravamento de problemas de saúde pública (WU et al., 2014). Além disso, os elevados gastos por parte da administração pública na limpeza e remoção desses resíduos de locais inadequados, bem como da construção de um local apropriado para receber os mesmos, é hoje um dos grandes problemas enfrentados pelos governantes, o que acaba gerando um ciclo vicioso de disposição inadequada e remoção dos mesmos pelas companhias de limpeza pública (BENVENUTO e ESUZUKI, 2009) Nas construções realizadas nos municípios brasileiros nota-se a geração de uma grande quantidade de entulho, evidenciando um desperdício irracional de material: desde a sua extração, passando pelo seu transporte e chegando à sua utilização na obra. Outro ponto preocupante dessa questão é a não realização da segregação desses materiais que vão para descarte, o que gera a contaminação desses materiais que poderiam ser reciclados e novamente empregados nas obras de engenharia (SPADOTO et al., 2012). Diante desse quadro, percebe-se uma grande necessidade, tanto por parte do setor público como do setor privado, de implementar um gerenciamento adequado dos resíduos da construção civil nos municípios brasileiros, buscando mecanismos eficazes de redução, reutilização e reciclagem do entulho. Assim o presente tem por objetivo avaliar o gerenciamento de resíduos de uma construtora da cidade de Caratinga e investigar o recolhimento e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil no município. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os resíduos de construção civil (RCD) são parte integrante dos resíduos sólidos urbanos, sendo provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras. Dentre esses resíduos temos tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos, caliça ou metralha (CONAMA, 2002). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A geração dos Resíduos da Construção Civil se deve, em grande parte, às perdas de materiais de construção nas obras através do desperdício durante o seu processo de execução, assim como pelos restos de materiais que são perdidos por danos no recebimento, transporte e armazenamento (SILVA et al., 2014). Dentre os inúmeros fatores que contribuem para a geração dos RCC estão os problemas relacionados ao projeto, seja pela falta de definições e/ou detalhamentos satisfatórios, falta de precisão nos memoriais descritivos, baixa qualidade dos materiais adotados, baixa qualificação da mão-de-obra, o manejo, transporte ou armazenamento inadequado dos materiais, a falta ou ineficiência dos mecanismos de controle durante a execução da obra, ao tipo de técnica escolhida para a construção ou demolição, aos tipos de materiais que existem na região da obra e finalmente à falta de processos de reutilização e reciclagem no canteiro (WANG et al., 2014). No Brasil, a geração contínua e crescente de resíduos da construção e demolição está diretamente ligada ao elevado desperdício de materiais na realização dos empreendimentos. Estima-se que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido, são coletadas 2 toneladas de entulho, representando de 54% a 70% dos resíduos sólidos urbanos de cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MOTTA e FERNANDES, 2003). Ainda que os resíduos produzidos nas atividades de construção, manutenção e demolição tenham estimativa de geração muito variável, admite-se que os valores típicos encontram-se entre 0,40 e 0,50 t/hab.ano, valor igual ou superior à massa de lixo urbano (RECESA, 2008). Na grande maioria dos municípios, a maior parte desse resíduo é depositada em bota-fora clandestino, nas margens de rios e córregos ou em terrenos baldios. A deposição irregular de entulho ocasiona proliferação de vetores de doenças, entupimento de galerias e bueiros, assoreamento de córregos e rios, contaminação de águas superficiais e poluição visual (Mendes et al., 2004). Assim, observa-se a necessidade de políticas de controle, coleta, transporte e disposição final que viabilizem o emprego desses resíduos de construção e demolição reciclados como matéria-prima na confecção de novos materiais. Em julho de 2002 foi lançada a resolução 307 do CONAMA, que obriga os geradores e prefeituras a tomarem medidas para a diminuição, reciclagem e disposição adequada dos resíduos de construção e demolição. Tal resolução visa a caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação adequados do Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 entulho, bem como uma diferenciação obrigatória dos resíduos captados e adoção de mecanismos de reciclagem e reutilização dos resíduos. Segundo esta resolução, os resíduos da construção civil deverão apresentar tratamentos distintos, sendo classificados em: Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de terraplanagem, etc; Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, madeiras, etc; Classe C – resíduos ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para a sua reciclagem/recuperação, tais como os oriundos do gesso (tratamento pelo gerador); Classe D – perigosos, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados (tratamento pelo fabricante). Além dessa classificação dos resíduos, que possibilita um manejo mais adequado, bem como o auxílio para o emprego dos mesmos como material alternativo (reciclado) em diversas áreas da construção civil, esta resolução estabelece ainda que os mesmos não possam ser dispostos em aterros de resíduos sólidos domiciliares ou em bota-fora. Também estabelece que a competência para o gerenciamento dos mesmos fica sobre responsabilidade dos governos municipais. Como exemplo de aplicação dessa legislação pelos municípios, pode-se citar o caso de Salvador - Ba, onde o projeto de gestão de entulhos implantado tem como suporte legal o Decreto n° 12.133, de 08/10/1998 (Salvador, 1998), chamado Regulamento do Entulho, que estabelece a obrigação do proprietário (seja pessoa física ou jurídica) ou ao responsável legal ou técnico por uma obra de construção civil ou movimento de terra, a obrigação de providenciar, às suas expensas, o transporte de entulho até os locais autorizados para sua recepção, bem como a aquisição dos recipientes adequados para acondicionamento no local da obra (AZEVEDO et al., 2006) . Determina, também, a obrigatoriedade de cadastro de pessoas físicas ou jurídicas que realizam o transporte de entulho no município, as quais devem cumprir as normas de segurança e levar o material para os locais autorizados (CARNEIRO et al., 2001). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Pucci (2006) faz, em seu estudo, uma caracterização da cadeia logística do RDC, dentro das exigências estabelecidas pela CONAMA 307/02. O autor observou que a cadeia logística desse resíduo pode ser dividida em dois subsistemas distintos, e que os mesmos merecem tratamentos específicos, visto a existência de diferentes participantes e etapas em cada um deles. O subsistema interno à obra trata do resíduo gerado por uma tarefa específica, sua segregação, seu acondicionamento e transporte até o local de armazenamento da obra. Já o subsistema externo à obra compreendendo as etapas de armazenagem do resíduo para retirada, o transporte do resíduo e sua deposição final, sendo que esse subsistema se apresenta muito mais complexo que o primeiro, visto que as responsabilidades por cada etapa pertencem a diferentes interlocutores. A implementação de medidas para atenuação dos impactos ambientais oriundos das atividades do setor da construção civil faz-se necessária, visto o grande volume de geração desse resíduo, bem como dos transtornos que o mesmo provoca. Porém, aspectos importantes como classificação dos agregados e garantia de qualidade ainda precisam de aprimoramento para consagração do emprego dessa técnica. Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas inerentes a aplicação desse resíduo em obras civis. METODOLOGIA O presente trabalho apoia-se em três etapas principais: uma revisão de literatura, um estudo de caso e uma análise dos resultados. A pesquisa sobre gerenciamento de resíduos da construção civil foi desenvolvida na Construtora “A” e baseada na revisão de literatura apresentada neste trabalho, por meio de teses, dissertações, monografias, livros, normas técnicas, leis vigentes, etc., através da aplicação, em um estudo de caso, com obtenção de dados e informações adicionais. Foi realizado um levantamento sobre como é feita a disposição final dos resíduos e sobre as principais dificuldades da construtora na realização do gerenciamento dos mesmos. Sendo analisadas as vantagens e desvantagens referentes à adoção de um sistema adequado de gerenciamento de resíduos da construção e demolição. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Para o levantamento das informações, foram realizadas visitas na obra da construtora e as avaliação feitas através de registros fotográficos, vistorias, relatórios e aplicação de questionários para os colaboradores. O presente trabalho também investigou o recolhimento dos resíduos sólidos da construção civil no município de Caratinga por empresas especializadas, mediante aplicação das mesmas estratégias utilizadas para avaliação da construtora. RESULTADOS E DISCUSSÃO Área de estudo O empreendimento da Construtora “A” situada na cidade de Caratinga, local do caso estudado nesta pesquisa, é um modelo de empresa que não segue as normas estabelecidas pela resolução 307 do Conama, mas que tem consciência de tal resolução e da necessidade da criação de um sistema de gerenciamento mais adequado dos resíduos da construção civil. A foto abaixo ilustra um dos empreendimentos da construtora A: Fonte: (Construtora A, 2014). Figura 1. Empreendimento realizado pela Construtora “A” no município de Caratinga – MG. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Caracterização Os resíduos da obra foram caracterizados de acordo com a classificação estabelecida pela a resolução 307 do CONAMA e como pode ser observado na tabela abaixo, tais resíduos são bastante heterogêneos, predominando maiores quantidades de madeira, plástico, argamassas e concreto (Tabela 1). Em um estudo realizado no munícipio de Salvador-BA, Carneiro e colaboradores (2000), caracterizaram o entulho bruto gerado na cidade encontrando a seguinte composição: concreto e argamassa (53%), areia (22%), material cerâmico (14%), rochas (5%) e outros (6%). Tais autores puderam constatar que o entulho miúdo apresentou ótima distribuição granulométrica para ser utilizado como adição em argamassas e em bases e sub-bases de pavimentos. Além disso, este material também apresentou percentual de argila adequado para a fabricação de tijolos, indicando uma ótima potencialidade da utilização do entulho na própria construção civil. Tabela 1 – Caracterização dos resíduos encontrados na construtora “A” RESÍDUO Aço Arame Areia Argamassa Brita Concreto Madeira Papel e Papelão Plástico Prego PVC Saco de Papelão contaminado com cimento ou argamassa Solo Telha, Bloco ou Tijolo Cerâmico Fonte: (Construtora “A”, 2014). CLASSE B B A A A A B B B B B B A A Segundo engenheiro da Construtora “A”, o emprego da alvenaria estrutural como sistema construtivo, utilizando-se a modulação dos blocos, reduziu significativamente os desperdícios de blocos cerâmicos, argamassa, concreto e terra. Porém ocorreu algumas quebra de blocos, ou seja, perdas devido ao mau manuseio dos blocos e também ao transporte inadequado. Para muitos construtores as perdas, suas causas e consequências nunca foram uma preocupação, pois, segundo estes elas são inevitáveis. As perdas acabam se integrando de tal forma ao ambiente construído, que acabam sendo aceitas, sem despertar interesse em seu controle (WU et al., 2014). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Segregação ou triagem É fundamental tanto para a qualidade como para o custo de produção dos agregados reciclados, que os materiais a serem reciclados se apresentem segregados por fluxos e, principalmente, desprovidos de materiais considerados contaminantes. Esta separação deve, para todos efeitos, ser máxima, dando preferência a materiais ditos limpos, elementos apenas de betão ou apenas cerâmicos, não contendo quantidades significativas de outros materiais minerais e especialmente não contendo matérias orgânicas ou materiais leves (PUCCI, 2006). Conforme mostrado na figura abaixo, a separação dos resíduos no canteiro de obra da Construtora “A” é parcialmente realizada (Figura 2), já que a empresa precisa se adaptar aos requisitos proposto pela resolução 307 do CONAMA, vigente no país. Segundo tal resolução a triagem deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos. Fonte: (Construtora “A”, 2014). Figura 2. Triagem dos bloco cerâmico no canteiro de obra da construtora. Acondicionamento De acordo com Pinto (2005), o acondicionamento deve ser realizado segundo dois instantes: primeiro ocorre o acondicionamento inicial, armazenando os resíduos o mais próximo dos locais de geração, de forma compatível com o seu volume e preservando a boa organização do espaço ao longo da obra. E posterior, o Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 acondicionamento final, quando os resíduos são armazenados em recipientes próprios para serem removidos do canteiro. Como pode ser observado na figura abaixo, o armazenamento inicial dos resíduos não foi devidamente colocado em locais apropriados e de forma correta, devido ao mau planejamento da triagem dos mesmos. Tais resíduos deveriam ser armazenados em bombonas ou tambores, bags, baia e caçambas, conforme a sinalização proposta pela resolução vigente. Tal fato compromete a separação adequada dos resíduos depositados no canteiro de obra. Fonte: (Construtora “A”, 2014). Figura 3. Acondicionamento dos resíduos construtora. Transporte A atividade de transporte também envolve subdivisões, em transporte interno e externo. O transporte interno pode ocorrer na horizontal (carrinhos, giricas, transporte manual), ou na vertical (elevador de carga, grua ou condutor de entulho). Sendo necessário dispor de uma equipe de operários para realizar o transporte dos resíduos ao longo dos pavimentos do empreendimento, de forma a ajustar a rotina das tarefas com a disponibilidade dos equipamentos de transporte vertical. Já com relação ao transporte externo, a construtora deve atentar para alguns fatores na escolha das empresas coletoras, como a compatibilização com a forma de acondicionamento final dos resíduos, minimização do custo de coleta e remoção, possibilidade de valorização dos resíduos e adequação dos equipamentos utilizados para remoção aos padrões definidos por legislação (PINTO, 2005). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Foi constatado que dentro da obra os resíduos são transportados por carrinhos até um local perto do canteiro. Do canteiro de obra estes resíduos são colocados em caçambas, e estas são transportadas por caminhões com equipamento poliguindaste até locais que recebem resíduos da construção civil. Destinação Os resíduos da construtora “A” são recolhidos para uma empresa terceirizada, responsável pelo recolhimento de 50% dos resíduos gerados pela construção civil no município de Caratinga. Assim, de forma a realizar uma correta destinação dos resíduos a construtora precisa buscar alternativas, como reciclagem e reutilização dos resíduos, buscando compromisso ambiental e viabilidade econômica. O ideal é avaliar a possibilidade de reutilização e reciclagem de resíduos no próprio canteiro, a proximidade dos destinatários para minimizar custos de deslocamentos e averiguar a existência de áreas especializadas em receber pequenos volumes de resíduos mais problemáticos, providenciando a melhor eficiência na destinação (MOTTA e FERNANDES, 2003) Entrevista A tabela abaixo apresenta as respostas do engenheiro da Construtora “A” às perguntas objetivas. Tabela 2. Respostas ás questões objetivas Perguntas Sim A construtora pretende ajustar na resolução 307 do CONOMA? X A construtora tem dificuldade para implantação dos 3Rs? X Há plano de reciclagem e de reutilização? X Tem possibilidade da empresa adotar o princípio? X Os empregados reagem de forma positiva ao novo sistema? Não X Fonte: (Empresa “A”). Para esclarecimento das respostas objetivas, foi realizado uma entrevista com o engenheiro da construtora, e as respostas às perguntas são apresentada à seguir. I. . Qual a quantidade de resíduos que a empresa coleta na cidade por mês? Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 R: A Serve Bem atualmente recolhe mais ou menos mensalmente 1320 toneladas de resíduos da construção civil. II. Qual a destinação destes resíduos? R: A empresa conta com dois bota fora um na BR116 no bairro das Graças e outro no córrego dos pastos. III. Existe algum tratamento para estes resíduos? R: Não existe nem um tipo de tratamento IV. A empresa tem algum plano para implantar um tratamento para esses resíduos? R: Não atualmente. V. Em porcentagem quanto mais o menos a empresa recolhe de entulho na cidade de Caratinga. R:50% Através da entrevista realizada na obra, pode-se constatar que a falta de informação e incentivos é a principal causa de um gerenciamento inadequado dos resíduos da construção civil nas obras realizadas no município de Caratinga. Embora a construtora em estudo venha tentando implantar nos seus canteiros de obra uma correta gestão dos resíduos gerados, se depara com uma enorme resistência por parte dos funcionários. Muitos se recusam a realizar uma correta segregação, acondicionamento e transporte do entulho. Assim além de treinamentos visando a conscientização da mão de obra, é preciso uma maior fiscalização e participação dos Órgãos Públicos, Sociedade e Empresas da Construção civil no que diz respeito ao destino dado aos RCD, com intuito de evitar os despejos em locais inapropriados, garantir acessibilidade a locais adequados para sua disposição e reciclar e/ou reaproveitar esses resíduos. Além disto, observa-se uma grande carência relacionada às informações sobre os Planos Municipais ou mesmo sobre ações de gerenciamento. Faltam também informações aos gestores para cumprirem a legislação vigente, problema que poderia ser minimizado com a elaboração de material informativo destinado a este público. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As problemáticas ambientais envolvendo a grande geração de resíduos da Construção civil são notórias, bem como as inúmeras interferências no meio ambiente devido ao acúmulo e destinação inadequada para tal resíduo. Mesmo diante desse quadro, percebe-se ainda uma tímida reação, tanto por parte do setor público como do setor privado, no sentido de buscar saídas eficazes transcritas em mecanismos de absorção desse resíduo como agregado que possa ser incorporado ou mesmo substituir recursos naturais em linhas de produção, ou até mesmo no seu retorno para as fontes geradoras, como insumo (YUAN e SHEN, 2011). Aliada a tal reação desses setores tem-se a dificuldade por parte das empresas e governos municipais em criar mecanismos de gerenciamento eficazes, capazes de: i) nortear um uso mais inteligente dos materiais nas frentes de trabalho, visando com isso uma redução no volume de material a ser descartado mais tarde; ii) contribuir com a segregação desses resíduos in loco, de modo a facilitar o seu reuso posterior e iii) realizar e controlar a disposição do que não pode ser submetido a processos de reciclagem ou reuso direto em locais apropriados, diminuindo com isso o surgimento de áreas clandestinas de bota-fora, que ocorrem em muitas vezes em áreas de preservação ambiental (OLIVEIRA, 2005). Assim além de treinamentos visando a conscientização da mão de obra, é preciso uma maior fiscalização e participação dos Órgãos Públicos, Sociedade e Empresas da Construção civil no que diz respeito ao destino dado aos RCD, com intuito de evitar os despejos em locais inapropriados, garantir acessibilidade a locais adequados para sua disposição e reciclar e/ou reaproveitar esses resíduos. Além disto, observa-se uma grande carência relacionada às informações sobre os Planos Municipais ou mesmo sobre ações de gerenciamento. Faltam também informações aos gestores para cumprirem a legislação vigente, problema que poderia ser minimizado com a elaboração de material informativo destinado a este público. CONSIDERAÇÕES FINAIS O gerenciamento dos resíduos da construção civil visa à melhoria nos processos de produção, logística de reversão e modelos de gerenciamento, priorizando a identificação da matéria-prima que hoje chamamos de resíduos e se adequando aos processos de reaproveitamento, gerando novos negócios, novos empregos, mais renda, mais inclusão social, menos custos econômicos e ambientais direcionados ao controle ambiental. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Assim os pontos positivos observados com a implementação são: a redução dos custos de coleta, redução do desperdício, o reaproveitamento dos resíduos dentro da própria obra, a limpeza e organização nos canteiros e a redução dos riscos acidentais de trabalho. No entanto, ainda existem pontos negativos que deverão ser trabalhados para a garantia do sucesso na implementação do gerenciamento dos resíduos da construção civil, sendo eles, o treinamento da mão de, a correta aquisição de dispositivos de coleta, o atendimento insatisfatório das empresas coletoras e transportadoras, controle dos registros da destinação dos resíduos, defasagem na execução da limpeza com relação ao serviço executado. Atualmente, a maior dificuldade encontrada pelas empresas que procuram incorporar o gerenciamento de resíduos está relacionada com a destinação, solução que somente poderá ser encontrada se houver a efetiva participação da cadeia produtiva, envolvendo construtoras, incorporadoras, projetistas, etc. REFERÊNCIAS AZEVEDO, G. O. D.; KIPERSTOK, A.; MORAES, L. R. S. Resíduos da construção civil em salvador: os caminhos para uma gestão sustentável. Engenharia Sanitária Ambiental, v.110, n. 1, p. 65-72, 2006. BENVENUTO, C.; SUZUKI, F. K. S. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 OLIVEIRA, J. C.; REZENDE, L. R.; GUIMARÃES, R. C.; CAMAPUM, J. C.; SILVA, A. L. A. Evaluation of a flexible pavement executed with recycled aggregates of construction and demolition waste in the municipal district of Goiânia – Goiás. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON PAVEMENT RECYCLING, 2005, São Paulo. Anais... São Paulo, 2005. PUCCI, R. B. Logística de resíduos da construção civil atendendo à resolução Conama 307. São paulo, 2006. 154p. Dissertação/Mestrado. Engenharia de Sistemas Logísticos - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. RECESA. Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – Guia do profissional em treinamento. Belo Horizonte. 2008. 68p. SILVA, R.V.; BRITO, J.; DHIR, R.K. Properties and composition of recycled aggregates from construction and demolition waste suitable for concrete production. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ILUSÕES DE ÓPTICA Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Daiane Manoela de Paula Medeiros. Vinícius Alexandre Salgado Gomes. Cherlano Mendes Salmandes. Tamires de Assis Gonçalves Correa. Amanda Queiroz Oliveira. Graduandos em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] RESUMO A percepção é a construção ativa de um estado neural que se correlaciona a elementos biologicamente relevantes do ambiente. Esta correlação, longe de estabelecer uma representação fiel do mundo, guia nossas ações na elaboração de comportamentos adaptativos, sendo, portanto, condicionada por fatores evolutivos. Já que a construção de um percepto é um processo intrinsecamente ambíguo, discrepâncias perceptivas podem surgir a partir de condições idênticas de estimulação. Essas discrepâncias são denominadas ilusões, e se originam dos mesmos mecanismos fisiológicos que produzem a nossa percepção cotidiana. Derivando de diferentes fatores, tais como ópticos, sensoriais e cognitivos, as ilusões visuais são instrumentos úteis na exploração das bases fisiológicas da percepção e de sua interação com o planejamento e execução de ações motoras. Aqui, examinamos as origens das ilusões visuais a partir da construção e avaliação do “quarto de Ames”. PALAVRAS-CHAVE: Ilusão, Óptica, Percepção visual. INTRODUÇÃO Todos vemos a lua “imensa e amarela” quando flutua no horizonte, ao contrário de quando está alta no céu. Estaria mais próxima da Terra, quando baixa no horizonte, assim parecendo maior? Ou sua imagem seria ampliada quando a luz que reflete atravessa os céus? Sabemos há muito tempo que nenhuma dessas explicações é verdadeira. A segunda delas, proposta por Aristóteles (384-322 a.C.) e refinada por Ptolomeu (87-151 d.C.), perdurou até o século XVII, quando se demonstrou que esse engano perceptivo não dependia de fenômenos astronômicos, meteorológicos ou ópticos (GOMBRICH, 1986). De fato, sabemos hoje que a imagem da lua projetada na retina, quando vista no horizonte ou alta, no zênite possui o mesmo tamanho. Poderíamos passar a vida inteira sem nos dar conta desse fato, acreditando ser uma lua enorme que nasce e que se põe. Mas ao constatarmos que esse não é Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 o caso, ficamos diante de uma contradição: o que vemos em uma situação contrapõe-se ao que vemos em outra. Neste exemplo, a visão desarmada de uma lua que nasce enorme e pendura-se encolhida no zênite contradiz a observação mediada por um outro método, como a simples comparação de fotografias da lua ao longo de sua trajetória aparente pelo céu. Segundo Locke (1999), quando surge uma tal contradição, estamos diante de uma ilusão. Diferentemente de algumas definições que propõem ser uma ilusão a discrepância entre o percebido e o real, concebemos as ilusões como surgindo da discrepância entre o “percebido em uma dada situação” e o “percebido em outra situação”. A vantagem da última definição é evitar ou desconsiderar a menção a uma realidade da qual nossa percepção fosse meramente uma representação (GOMBRICH, 1986). Segundo o médico e físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894), nossa percepção é construída por meio de inferências que inconscientemente fazemos sobre o mundo à nossa volta. Essas inferências são contrastadas com informações que o organismo colhe do ambiente. Cada vez que essas expectativas não são correspondidas, ajustamos nossos perceptos, criando novas inferências e testando novas conjecturas. A ideia de que nossa percepção dê-se de maneira indireta, por meio de confirmações de expectativas, foi defendida por vários psicólogos do século XX, como Irving Rock (1922-1995) e Richard Gregory (1923). Esses pesquisadores demonstraram experimentalmente a participação das expectativas do observador no processo perceptivo (BERKELEY, 2002). O fato de nossa percepção depender tanto de aspectos espaciais quanto temporais pode levar a situações ilusórias que envolvam ambas as dimensões. O presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento visual a partir de objetos geométricos que criam uma ilusão de óptica. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Silveira e Medeiros (2011), o termo Ilusão de óptica aplica-se a todas ilusões que enganam o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um outro modo. Algumas são de carácter fisiológico, outras de carácter cognitivo. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As ilusões de óptica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano (LOCKE, 1999). Imagens que causam ilusão de óptica são largamente utilizados nas artes e nas construções. A explicação possível das ilusões ópticas é debatida extensamente. No entanto, os resultados da investigação mais recente indicam que as ilusões emergem simplesmente da assinatura do modo estatístico e empírico como todos os dados perceptivos visuais são gerados (NASCIMENTO, 2009). De acordo com Berkeley (2002), os circuitos neuronais do nosso sistema visual evoluem, por aprendizagem neuronal, para um sistema que faz interpretações muito eficientes das cenas 3D usuais, com base na emergência no nosso cérebro de modelos simplificados que tornam muito rápida e eficiente essa interpretação mas causam muitas ilusões ópticas em situações fora do comum. Como uma imagem em diferentes diâmetros. De acordo com Silveira (2010) normalmente, não nos damos conta de que grande parte daquilo que percebemos quotidianamente é uma construção ativa do nosso sistema nervoso. Embora as ilusões visuais sejam as mais estudadas, elas existem em outras modalidades sensoriais, como audição, tato, olfação e gustação. No caso das ilusões visuais, muitas vezes são denominadas, genérica e imprecisamente, ilusões de óptica. Segundo Silveira e Medeiros (2011), muitas das ilusões visuais envolvem relações espaciais, por isso chamada de ilusões geométricas. No entanto, uma outra dimensão é fundamental no processamento sensorial: o tempo. A nossa percepção do mundo é em grande parte autoproduzida. Os estímulos visuais não são estáveis: por exemplo, os comprimentos de onda da luz refletida pelas superfícies mudam com as alterações na iluminação. Contudo o cérebro atribui-lhes uma cor constante. Uma mão a gesticular produz uma imagem sempre diferente e, no entanto, o cérebro classifica-a consistentemente como uma mão (LOCKE, 1999). Segundo Halliday, (2008), o tamanho da imagem de um objeto na retina varia com a sua distância, mas o cérebro consegue perceber qual é o seu verdadeiro tamanho. A tarefa do cérebro é extrair as características constantes e invariantes dos objetos a partir da enorme inundação de informação sempre mutável que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 recebe. O cérebro pode também deduzir a distância relativa entre dois objetos quando há sobreposição, interposição ou oclusão. E pode deduzir a forma de um objeto a partir das sombras. O que implica uma aprendizagem da perspectiva linear. No entanto, existem vários tipos de ilusões de distância e profundidade que surgem quando esses mecanismos de dedução inconsciente resultam em deduções errónea. A imagem da retina é a fonte principal de dados que dirige a visão mas o que nós vemos é uma representação virtual 3D da cena em frente a nós. Não vemos uma imagem física do mundo, vemos objetos. E o mundo físico em si não está separado em objetos. Vemos o mundo de acordo com a maneira como o nosso cérebro o organiza. O processo de ver é um de completar o que está em frente a nós com aquilo que o nosso cérebro julga estar a ver. O que vemos não é a imagem na nossa retina, é uma imagem tridimensional criada no cérebro, com base na informação sobre as características que encontramos mas também com base nas nossas opiniões sobre o que estamos a ver (SILVEIRA, 2010). O que vemos é sempre, em certa medida, uma ilusão. A nossa imagem mental do mundo só vagamente tem por base a realidade. Porque a visão é um processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas memórias (SILVEIRA E MEDEIROS, 2011). Os nomes, as cores, as formas usuais e a outra informação sobre as coisas que nós vemos surgem instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e influenciam a representação da cena. As propriedades percebidas dos objetos, tais como o brilho, tamanho angular, e cor, são determinadas inconscientemente e não são propriedades físicas reais. As ilusões surgem quando os julgamentos implícitos na análise inconsciente da cena entram em conflito com a análise consciente e raciocinada sobre ela. A interpretação do que vemos no mundo exterior é uma tarefa muito complexa. Já se descobriram mais de 30 áreas diferentes no cérebro usado para o processamento da visão (SILVEIRA, 2010). Umas parecem corresponder ao movimento, outras à cor, outras à profundidade (distância) e mesmo à direção de um contorno. E o nosso sistema visual e o nosso cérebro tornam as coisas mais simples do que aquilo que elas são na realidade. E é essa simplificação, que nos permite uma apreensão mais rápida (ainda que imperfeita) da realidade exterior, que dá origem às ilusões de óptica. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. Este trabalho tem como alicerce principal a finalidade de compreender os conceitos da óptica geométrica envolvidos na construção de uma casa de nominada “Quarto de Ames” (Figura 1) utilizada para estudos de ilusão óptica. Figura 1. O quarto de Ames Sob essa perspectiva foram realizados diversos estudos tendo como fonte principal pesquisas bibliográficas, estudos teóricos e experimentais, análises de dados já publicados na literatura que abordam resultados qualitativos e quantitativos. Através das pesquisas selecionamos a casa para construção e avaliação dos conceitos envolvidos na ilusão óptica. Desta forma, buscamos entender por meio de experimentos e processos históricos, a tecnologia óptica e as suas aplicações na antiguidade, observando desde os primórdios aos dias atuais. São também expostos os conceitos da óptica geométrica, visando à aplicação e a formação das imagens através da visualização do objeto (casa) geométrico. RESULTADOS E DISCUSSÕES Se olharmos, ao mesmo tempo, para as nossas duas mãos, com um braço estendido e outro dobrado de tal modo que uma das mãos fique a metade da distância dos nossos olhos do que a outra, a imagem de uma mão na retina tem o dobro do tamanho da outra. No entanto, note que vemos as duas mãos aproximadamente com o mesmo tamanho. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Há um mecanismo cerebral que impõe a constância do tamanho dos objetos, como se eliminasse o efeito da perspectiva. E o mecanismo funciona com bastante precisão. Se virmos uma folha de um certo tamanho ao longe, desde que a distância não seja exagerada, e tivermos ao nosso lado algumas folhas de vários tamanhos diferentes, sabemos normalmente escolher entre elas a que tem o mesmo tamanho da que está longe (LOCKE, 1999). Quando uma pessoa se afasta de nós, também não a sentimos diminuir de tamanho. E, quando vemos uma pessoa ao longe, não temos geralmente a sensação de que ela é minúscula. No entanto, quando olhamos para a rua de cima de um prédio anormalmente alto, podemos ver as pessoas do tamanho de formigas; porque o cérebro não presta atenção suficiente às pistas que lhe permitiriam deduzir a perspectiva. O mesmo acontece com a casa geométrica que foi construída. Ao observamos a fotografia de duas pessoas dentro da casa, teremos a sensação de que uma pessoa é maior do que a outra, perante pistas contraditórias, o cérebro escolhe a hipótese que lhe parece melhor. As duas pessoas parecem de um tamanho muitíssimo diferente. A nossa memória visual do aspecto habitual que devem ter os quartos torna-nos impossível ver o quarto como realmente é. E quando as pessoas se movem, elas parecem-nos de fato estar a encolher e a crescer. Segundo Silveira (2010), a experiência com as duas mãos, nos mostra que ao colocarmos as duas de tal modo que uma oclua a outra, já vemos uma das mãos duas vezes maior do que a outra, porque a atenção se pode focar nas duas ao mesmo tempo. Nesse caso, o cérebro parece escolher confiar mais na imagem na retina. O mesmo acontece quando focamos o olhar noutra coisa e as olhamos pelo canto do olho, já não sentimos que elas são iguais. Nesse caso, vemos imagens bem diferentes, mas, como não é nelas que a nossa atenção se está a focar, não damos atenção a isso. O tamanho e a forma dos objetos que vemos dependem da nossa opinião sobre a sua posição (NASCIMENTO, 2009). Por exemplo, vemos retângulos e círculos quando as imagens nos mostram trapézios e elipses; e, por vezes, verificamos que são mesmo trapézios e elipses e que fomos enganados por pistas de perspectiva erróneas. No caso do quarto de Ames, vemos retângulos onde na realidade estão trapézios, porque estamos habituados a que os quartos sejam paralipipédicos e a que as superfícies das paredes sejam retangulares. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Quando um flash rápido de luz nos ofusca, continuamos a ver uma imagem dele por alguns segundos. Mas a imagem muda de tamanho conforme olharmos para um papel branco perto de nós ou para uma parede. O nosso sistema visual deduz que a imagem está projetada no papel ou na parede o que lhe dá depois uma pista errónea sobre o seu tamanho a partir das regras da perspectiva. Muitas ilusões de óptica são causadas pela aplicação incorreta da regra da constância de tamanho dos objetos, geralmente devida a uma pista de perspectiva errada. Sabemos que os desenhos estão em folhas de papel planas, mas, ao mesmo tempo, há pistas de perspectiva neles que sugerem uma terceira dimensão e fazem com que o mecanismo da constância de tamanho dos objetos com a distância dê resultados disparatados. Na ilusão habitual, apesar de sabermos que as pessoas que estão na casa tem o tamanha próximo ou igual, o mecanismo da constância de tamanho dos objetos com a distância atua e a mistura de informação contraditória gera a ilusão. Quando vemos slides projetados num écran, quanto menos nitidamente virmos à superfície de projeção, mais convincente será o aspecto tridimensional das imagens. Eliminamos assim a contradição de pistas de profundidade e isso aumenta a ilusão tridimensional. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção de nosso universo perceptivo é intrinsecamente ambígua. A geração das melhores soluções perceptivas deve, portanto, basear-se em critérios adaptativos, fornecidos ao longo do processo evolutivo. Uma ilusão surge da discrepância entre as soluções perceptivas geradas em duas situações diferentes, a partir de um mesmo objeto. Quando nos damos conta de tais discrepâncias, surpreendemo-nos como se o nosso sistema sensorial estivesse sendo enganado, ou como se estivesse falhando de alguma forma, sem percebermos que está utilizando as mesmas regras nas quais confiamos como fonte de informações seguras sobre o mundo que nos cerca. No final das contas, as ilusões não são erros da percepção, mas algo que resulta dos íntimos e cotidianos mecanismos de construção de um percepto. Na verdade, muitas vezes nossa percepção de espaço e tempo deixa levar-se, espontaneamente, por vívidas ilusões de forma, profundidade, cor e movimento, embrulhadas em emoções. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS BERKELEY G. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural; 2002. GOMBRICH E.H. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica. São Paulo: Martins Fontes; 1986. LOCKE J. Ensaio acerca do entendimento humano. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural; 1999. NASCIMENTO, F. C. Ciência e arte: ilusão de ótica - publicado em CD-ROM, p. 50. 2009. SILVEIRA, F. L. e MEDEIROS, A. A ilusão sobre o tamanho da lua no horizonte. 2006. Revista Física na Escola, São Paulo, v.7, n.2, p.67 – 69, 2011. SILVEIRA, F. L. Imagens sobre temas da física geral. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~lang/fisica%20geral.html . Acesso em: 05/08/2014 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Aline Rodrigues Soares. Graduada em Química. Mestre em Agroquímica. Doutora em Química Analítica. Pós-doutoranda em Ciência do Solo. Professora da Faculdade - UNIVERTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Leonardo Norberto de Oliveira. Rodrigo Salgado Gomes de Oliveira. Samuel José de Souza Joaquim. Graduando de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] RESUMO O trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento experimental com sintetização e simulação em pequena escala de um Motor Stirling, quais as estruturas, e etapas para construção do mesmo, mostrando suas aplicações e o quanto é importante para o estudo da engenharia. Na natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser um dos passos mais significativos da humanidade. Esse entendimento, aliado ao conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da sociedade. O Motor Stirling é de combustão externa. Este tipo de motor funciona com um ciclo termodinâmico composto de 4 fases e executado em 2 tempos do pistão: compressão isotérmica (=temperatura constante), aquecimento isométrico (=volume constante), expansão isotérmica e resfriamento isométrico. É a máquina térmica mais eficiente possível. O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. O projeto para a construção do Motor Stirling foi feita uma pesquisa na internet, onde encontrou-se diversos modelos interessantes e que utilizavam materiais de fácil acesso. PALAVRAS-CHAVE: Motor Stirling, Combustão, Máquina Térmica. INTRODUÇÃO Compreender a natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser um dos passos mais significativos da humanidade (SCHNEIDER, 2007). Esse entendimento, aliado ao conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da sociedade. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As engenharias, pela abrangência das áreas que atuam, não são diferentes. Uma ferramenta utilizada por essa área da engenharia é o desenvolvimento de diversos tipos de motores para diferentes fins, como o Motor Stirling. De acordo com Puig, et al (2014), a motivação para que o Reverendo Stirling viesse a projetar, patentear e construir o seu motor, foi o fato de que, no início do desenvolvimento das máquinas térmicas a vapor, a tecnologia e os materiais de construção das caldeiras de pressão eram deficientes o que provocava inúmeros acidentes graves com explosões desastrosas, muitas com vítimas fatais. A máquina de Stirling era mais segura porque funcionava com pressões relativamente baixas usando internamente ar ou outros gases. O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento experimental com sintetização e simulação em pequena escala de um motor Stirling, quais as estruturas, e etapas para construção do mesmo. Visamos mostrar também as suas aplicações e o quanto ele é importante para o estudo da engenharia. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O motor Stirling é um motor de combustão externa que funciona isenta de gases de combustão interna, usando somente o ar contido em seu interior. (PUIG, et al., 2014) Segundo Nunes (2014), este tipo de motor funciona com um ciclo termodinâmico composto de 4 fases e executado em 2 tempos do pistão: compressão isotérmica (=temperatura constante), aquecimento isométrico (=volume constante), expansão isotérmica e resfriamento isométrico. Este é o ciclo idealizado (válido para gases perfeitos), que diverge do ciclo real medido por instrumentos. Não obstante, encontra-se muito próximo do chamado Ciclo de Carnot, que estabelece o limite teórico máximo de rendimento das máquinas térmicas. Para Puig (2014), o motor Stirling surpreende por sua simplicidade, pois consiste de duas câmaras em diferentes temperaturas que aquecem e resfriam um gás de forma alternada, provocando expansão e contração cíclicas, o que faz movimentar dois êmbolos ligados a um eixo comum. Ao contrário dos motores de combustão interna, o fluido de trabalho nunca deixa o interior do motor; trata-se portanto de uma máquina de ciclo fechado. Teoricamente, de acordo com Fox (2011), o motor Stirling é a máquina térmica mais eficiente possível. Há 3 configurações básicas deste tipo de motor: Alfa - com Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 cilindros em V; Beta - com êmbolos co-axiais num mesmo cilindro e Gama - com cilindros em linha. Esse tipo de motor apresenta diversas vantagens: é pouco poluente pois a combustão é contínua, e não intermitente como nos motores Ciclo de Otto e Ciclo Diesel, permitindo uma queima mais completa e eficiente do combustível (NUNES, 2014). METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. O projeto para a construção do Motor Stirling foi feita uma pesquisa na internet, onde se encontrou diversos modelos interessantes e que utilizavam materiais de fácil acesso. Porém escolheuse apenas um modelo, mostrado a seguir, de acordo com figura 1. Figura 1. Modelo Motor Stirling. A partir daí, analisamos e projetamos o modelo de bancada reduzido que foi submetido a diversos ensaios. A maioria dos materiais utilizados, na construção do Motor Stirling, é de fácil acesso e custo reduzido. A base foi feita a partir de uma lata de refrigerante, onde se cortou o fundo e deixou-se 3 apoios. Estes apoios receberam um reforço de metal colado com cola Epóxy, pois o alumínio é um material de fácil deformação, fazendo com que estes talvez não suportassem o peso do Motor, conforme mostrado a figura 2. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Base de sustentação do Motor Stirling Em seguida foi feita a base e o topo do recipiente de pressão, e também a base e o topo do displacer (pistão ou deslocador). A base e o topo também foram feitas com latas de refrigerantes. Na base foi feito um furo por onde entrará o ar que resfriará o Motor. Já no topo do recipiente de pressão foi feito um furo localizado bem no centro do fundo da lata, por onde passará o pino preso ao deslocador. Figura 3: Topo do recipiente com a porca e o pedaço de aço e Base do recipiente O topo do deslocador pode ser construído a partir do fundo da lata recortada de modo que se ajuste perfeitamente ao novo tamanho do cilindro feito. Faça um furo pequeno o suficiente para que a agulha ou pino utilizado possa deslizar suavemente sem movimentar-se para os lados (verifique bem isso) e que este esteja exatamente na posição vertical. Segue abaixo a foto do deslocador montagem de acordo com a primeira forma: Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 4: Displacer ou Deslocador Em seguida foram feitas as hastes que serão coladas ao lado da base e que sustentaram o eixo (virabrequim) que interligará o deslocador ao cilindro responsável pelo resfriamento. As hastes são também de fácil construção podendo ser utilizado as laterais de latas de refrigerante ou mesmo algum outro tipo de material que seja de fácil manuseio. Faz-se um furo em cada haste, por onde passará o virabrequim, e uma das hastes faz-se um outro furo, na parte de baixo, por onde entrará o ar que resfriará o Motor. Com o auxílio da cola de silicone, cola-se a haste junto à base. Figura 5: Hastes de suporte do virabrequim O virabrequim foi feito utilizando um pedaço de fio. O ideal é que este fio seja de fácil manuseio e que não deforme muito fácil, pois isso poderia prejudicar o funcionamento do Motor. O modelo utilizado foi o seguinte: FIGURA 6: Modelo do virabrequim Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 É importante ressaltar que no local indicado pela seta deva ter um ângulo de 90º formado em relação ao deslocador e ao cilindro de resfriamento. Para o cilindro de resfriamento foi utilizado um pedaço de cano de PVC. Nele foi feito um furo de aproximadamente ¼”, por onde passa um tubo de metal, obtido a partir de uma caneta. Este tubo foi colocado ao lado da base do recipiente de pressão e colado com a cola de silicone para alta temperatura. No topo desse cilindro foi colocado uma bexiga que atuará como diafragma. A bexiga será conectada junto ao virabrequim da seguinte forma: Figura 7: Modo de como prender a bexiga ao virabrequim Para que o CD utilizado na montagem pudesse girar juntamente com o virabrequim, colou-se um pedaço de borracha dura no furo central e nela fez-se um pequeno furo por onde passa o fio do virabrequim, conforme mostrado na figura 8. Figura 8: CD utilizado com o pequeno orifício por onde passará o virabrequim Com a construção das partes separadas do Motor, iniciou-se o processo de montagem do Motor Stirling. O deslocador foi colocado dentro da base do recipiente de pressão e em seguida tampou-se com o topo do recipiente, de modo que o pino preso ao Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 deslocador passasse suavemente pelo buraco feito no topo do recipiente. Após isso, pegou-se a porca de ¼” de diâmetro interno e um pedaço de metal(com um furo no centro) e com o auxílio da cola de silicone para alta temperatura colou-se a porca em cima do topo, e o pedaço de metal em cima da porca. Sempre verificando se o pino do deslocador desliza suavemente por entre os dois. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os motores Stirling são conhecidos também como motores de combustão externa. Estes dispositivos funcionam de acordo com o ciclo Stirling, utilizando geralmente como fluidos de trabalho o hélio, hidrogênio ou nitrogênio. (SCHNEIDER, 2007). Este estudo tem como objetivo avaliar o comportamento da construção inserida em um escoamento através de um método qualitativo, ou seja, através da visualização direta. O ciclo termodinâmico Stirling permite a construção de motores que podem funcionar a partir de qualquer fonte de calor. As pesquisas são recentes em todas as partes do mundo, como os protótipos desenvolvidos pela Phillips. A possibilidade de utilização de vários tipos de combustíveis, (gás natural, óleo combustível, biomassa, diesel, gasolina, álcool, solar, entre outros), é um grande atrativo para o seu desenvolvimento como fonte alternativa de energia. O princípio do Motor Stirling é completamente diferente dos motores de combustão interna comuns. Motor Stirling é um motor térmico, que trabalha a partir da energia proveniente da expansão e contração de um gás. De acordo com a lei dos gases ideais, que relaciona as propriedades do gás: temperatura (T), pressão (P) e volume (V) com número de moles (n). PV = nRT Eq. 1 onde R é a constante dos gases. Ou seja, todo ciclo termodinâmico envolve transformações com a variação de uma destas três grandezas fundamentais dos gases, que podem ser relacionadas de acordo com a equação. A configuração “alfa” do Motor Stirling é de certa forma, a mais fácil de ser entendida e por isto é a utilizada nesse projeto. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No projeto proposto, o ar aquecido empurra o deslocador para cima, fazendo o virabrequim dar meia-volta. Com a defasagem no virabrequim, no momento em que está na posição inicial a bexiga está um pouco esticada. Ao subir e atingir o ponto mais alto de seu movimento, o virabrequim faz com que a bexiga seja empurrada para baixo, fazendo ar frio entrar na base do recipiente de pressão. Isto esfria o gás dentro do recipiente e com isso há a compressão isotérmica. Mesmo tendo a tecnologia que as suas concorrentes de combustão interna, o Motor Stirling usa uma quantidade parecida de energia e é idêntico em praticamente todos os aspectos. Sua eficiência vem do que é feito com essa energia, o que na prática baseia-se em um ciclo termodinâmico que e composto de 4 fases e executado em 2 tempos, compressão isotérmica (diminuição de temperatura dentro do sistema), aquecimento isocórico (aquecimento do gás dentro do sistema) e consequentemente o inverso. Com uma fonte de calor externa podendo ser a queima de qualquer tipo de combustível até com origens naturais e renováveis como a energia solar e o calor geotérmico, a câmara interna é aquecida continuamente, começam então as quatro fases deste ciclo: Na primeira parte do ciclo, a pressão se eleva, forçando o pistão a se mover para a esquerda e realizar trabalho. O pistão resfriado permanece estacionário porque se encontra no ponto em que seu percurso muda de direção. No estágio seguinte, ambos os pistões se movimentam. O pistão aquecido se move para a direita e o pistão resfriado se move para cima. Isso move a maior parte do gás através do regenerador e para o interior do pistão resfriado. O regenerador é um dispositivo que pode armazenar calor temporariamente. Ele pode ser uma tela de arame que foi aquecida pela passagem dos gases. A grande área superficial da tela de arame absorve rapidamente a maior parte do calor. Isso deixa pouco calor para ser removido pelas aletas de resfriamento. Em seguida, o pistão no cilindro resfriado começa a comprimir o gás. O calor gerado por essa compressão é removido pelas aletas de resfriamento. Na última fase do ciclo, ambos os pistões se movem: o pistão resfriado se move para baixo, enquanto o pistão aquecido se move para a esquerda. Isso Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 força o gás através do regenerador (onde recolhe o calor que foi armazenado ali durante o ciclo anterior) e para o interior do cilindro aquecido. Nesse ponto, o ciclo recomeça. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção para o desenvolvimento teórico do nosso projeto teve como princípio os assuntos abordados, tais como: mecânica e sua aplicação na sociedade, termodinâmica, máquinas térmicas e seu princípio de funcionamento e principalmente do motor Stirling e todas as suas características. Baseamos nossas pesquisas relacionando-as com os conhecimentos técnicos adquiridos durante o curso de Engenharia Civil. Com base nos estudos desse projeto concluímos que o motor Stirling é uma alternativa de geração de energia, sendo ela gerada de forma sustentável e sem degradar o meio ambiente. O estudo feito durante esse projeto nos mostrou um equipamento extremamente eficiente e baixo custo. Os resultados adquiridos com a fabricação desse projeto nos permitiu entender o processo de funcionamento de uma máquina térmica, os princípios da termodinâmica e principalmente a eficiência na geração de energia que um equipamento térmico. REFERÊNCIA FOX, Robert e MCDONALD, Allan. Introdução à Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2011. PUIG. Tiago Carril. NETO. Erasto Franco. MOTORES STIRLING. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/stirling/stirling.htm>. Acesso em: 30 mar. 2014. NUNES. Elton Vergara. MOTOR STIRLING BRASIL. Espaço brasileiro para compartilhar informações sobre esse motor fenomenal. Disponível em: <http://stirlingbrasil.blogspot.com.br>. Acesso em: 18 mar. 2014. WIKIPEDIA. Termodinâmica. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Termodin%C3%A2mica>. Acesso em: 16 abr. 2014. ______. História do motor stirling. Disponível <http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Stirling>. Acesso em: 05 fev. 2014. em: Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ______. Princípios de desempenho e funcionamento das máquinas térmicas. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_t%C3%A9rmica>. Acesso em: 16 abr. 2014. YOUTUBE. Funcionamento do motor stirling. Disponível <http://www.youtube.com/watch?v=4qLPvydyJ90>. Acesso em: 20 fev. 2014. em: ______. Outros tipos de motores térmicos. Disponível <http://www.youtube.com/watch?v=ddEfqBssbhw>. Acesso em: 10 mar. 2014. em: ______. Passo a passo da montagem de um motor stirling. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=W3U1ATB7Bko>. Acesso em: 02 mar. 2014. COMO FUNCIONA TUDO. Princípio de funcionamento e fontes de combustível alternativo. Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/motores-stirling.htm>. SCHNEIDER, Smith, Apostila da disciplina Medições Térmicas, Porto Alegre, 2007. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESUMOS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O DESAFIO DAS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES Junimar Maicon Lopes Ferreira – Graduando em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Chaves Amorim – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Bactérias; Resistência; Antibióticos. INTRODUÇÃO Desde o surgimento e do conhecimento das primeiras bactérias, o homem busca descobrir fármacos para prevenção das infecções causadas por estas assim como, formas de combatê-las (SILVA et al., 2013), porém, a capacidade que essas possuem de se evoluir vem cada vez mais trazendo desafios ao desenvolvimento desses fármacos. De acordo com BALBINO e AMADIO (2011), as bactérias surgiram em nosso planeta há um período aproximado de 3,5 bilhões de anos, uma vez que os ancestrais do homem, mais especificamente a espécie a qual pertencemos, Homo sapiens sapiens, tenha surgido somente há 150 mil anos. Isto demonstra que o período de adaptação das bactérias ao planeta terra é significativamente superior ao da nossa espécie e revela que essas estão consideravelmente a nossa frente quando se trata de adaptação e sobrevivência.Uma prova disso é uma nova espécie de bactérias que tem causado preocupação em relação às habilidades que possuem, são as bactérias produtoras de uma enzima denominada Carbapenemase ou KPC conhecidas assim graças a Klebsiella pneumoniae carbapenemase, que embora não seja a única a produzir a enzima deu origem à sigla por ter sido a enzima encontrada inicialmente nessa bactéria (COTRIM et al., 2012). Segundo BALBINO e AMADIO (2011) e COTRIM et al. (2012), a KPC além de hidrolisar os Carbapenemes, inativa também os antibióticos do subgrupo das penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos, além disso, o fato mais preocupante com relação à enzima KPC é sua capacidade de hidrolisar todas as cefalosporinas de primeira, segunda e terceira geração e o Aztreonam, ou seja, praticamente toda classe de antibióticos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES Alexander Fleming, em 1928, descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, causando uma revolução na atual terapia medicamentosa (SILVA, et al., 2013), a partir de então, acreditou-se ter por certo período descoberto a cura para todas as doenças infecciosas. Entretanto, logo após a descoberta da penicilina, já foram registrados os primeiros casos de infecções por bactérias resistentes aos antibióticos disponíveis, mostrando assim que a resistência aos antibióticos é uma consequência natural da habilidade da bactéria de se adaptar ao meio (BALBINO e AMADIO, 2011). SILVA (2013) traz em seu estudo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo os quais mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas, assim como também ocorre um grande descaso em relação ao uso inadequado e irracional de antibióticos, problemas esses que se agravam quando aparecem os surtos, como o que ocorreu em 2010 no Brasil com a KPC que causou mortes no Distrito Federal e em outros estados do país. Esses descuidos contribuem com uma capacidade natural das bactérias, uma vez que as mesmas podem se tornar resistentes aos antibióticos por mecanismos distintos, que são, por exemplo, promovendo modificações estruturais na proteína alvo do antibiótico, aumento da expressão de bombas de efluxo na sua membrana citoplasmática, alterações da permeabilidade de membrana citoplasmática e passando a expressar enzimas líticas ou modificadoras dos antibióticos (BALBINO e AMADIO, 2011). Quando uma colônia de bactérias é tratada por uma pequena dose de um determinado antibiótico, ocorre a morte da maioria delas, sobrevivendo algumas portadoras de variações que conferem resistência ao medicamento SILVA, et al., (2013), sendo assim os descendentes das bactérias sobreviventes não morrem com a mesma dose do antibiótico, evidenciando que as variações são hereditárias. Segundo SILVA, et al., (2013), o mais preocupante não são apenas as formas pelas quais as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos e sim a velocidade em que isso acontece, que é maior do que a velocidade com que novos fármacos são elaborados. Essa Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ideia nos leva a refletir sobre a realidade de que em breve não teremos mais antibióticos eficientes disponíveis para o tratamento de determinadas infecções bacterianas contrariando mais uma vez a ideia do início do século XX, com a descoberta da penicilina quando se pensou ter descoberto a cura para todas as doenças causadas por bactérias, podendo traçar um paralelo entre ela e os antibióticos os mais modernos que possuímos atualmente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Frente às condições em que se encontra a capacidade evolutiva das bactérias ao se comparar com a da produção de antibióticos eficazes vale a pena salientar sobre a importância de se organizar mais campanhas de conscientização sobre a importância do uso racional dos antibióticos tanto entre a população, quanto na equipe multidisciplinar de profissionais de saúde visando minimizar um problema que pode levar a consequências globais. REFERÊNCIAS DIENSTMANN, R.; PICOLI, S. U.; MEYER, G.; SCHENKEL, T.; STEYER, J. Avaliação fenotípica da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, SP, p. 23-27. 01 fev. 2010. COTRIM, E. R.; ROCHA, R. D. R.; FERREIRA, M. de F. R. KLEBSIELLA PNEUMONIAE CARBAPENEMASE: KPC em Enterobacteriaceae: o desafio das bactérias multirresistentes. Pós em Revista do Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, p.268-275, jan. 2012. SILVA, F. S. da; MANZOTTI, K. R.; PETRONI, T. F. SUPERBACTÉRIAS: A evolução da espécie. Revista Conexão Eletrônica, Três Lagoas, v. 10, n. 1, p.234343, nov. 2013. BALBINO, C. A.; AMADIO, J. R. A. Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase e origens e causas da resistência bacteriana aos antimicrobianos. Cuiabá: Assessoria Técnica Científica - CRF, 2011. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG E REGIÕES ADJACENTES Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Cristiane Oliveira Cunha – Farmacêutica Generalista, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Etnofarmacologia; Produtos naturais; Fitoterapia. INTRODUÇÃO A relação Ser Humano versus Recursos Naturais evidencia-se como uma interação que existe desde os primórdios da existência humana e que perdura até os dias atuais (GIRALDI e HANAZAKI, 2010). Um exemplo desta interação é a utilização dos recursos vegetais para fins medicinais, fato que desperta muito interesse para estudos no âmbito farmacológico, especificamente, para o ramo da Etnofarmacologia, cuja definição consiste na exploração científica interdisciplinar dos agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem. A abordagem etnofarmacológica constitui uma estratégia para investigação de plantas medicinais, através da combinação de informações adquiridas junto a comunidades locais que fazem uso da planta medicinal com estudos químicos/farmacológicos realizados em laboratórios especializados. Tal método permite a formulação de hipóteses que evidenciem possíveis atividades farmacológicas e substâncias ativas responsáveis pelas ações terapêuticas relatadas pelas populações usuárias (SIMÕES et al., 2010). Estas Investigações etnofarmacológicas podem possibilitar a produção de fitoterápicos, que consistem em produtos obtidos de plantas medicinais, ou de seus derivados, exceto substâncias isoladas, que exibem finalidade profilática, curativa ou paliativa, cujo uso é validado e comprovado cientificamente. Devido ao fácil acesso no Brasil e a compatibilidade com a cultura e o saber popular, a utilização das plantas para tratamento das doenças (fitoterapia) tem sido apontada, atualmente, como alternativa para redução de gastos públicos com medicamentos. Esta alternativa favorece a participação da população em seu processo curativo de saúde, fazendo com que se tornem agentes ativos do seu cuidado (SILVELLO, 2010). O objetivo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 dessa pesquisa foi verificar o conhecimento que os moradores do município de Matipó– MG e regiões adjacentes possuem a respeito das plantas medicinais, bem como, avaliar a utilização das mesmas nos cuidados com a saúde, além de caracterizar os meios de obtenção e formas de uso dessas plantas. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no mês abril de 2014, onde foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado, dezessete moradores do município de Matipó – MG e regiões adjacentes. Os indivíduos participantes da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a participação dos mesmos foi concedida mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentre os entrevistados (N=17), 76,5% afirmaram utilizar as plantas medicinais na cura dos seus males, sendo que, os principais motivos apontados para utilização das plantas foi a tradição familiar (82,4%), crença de que as plantas não fazem mal a saúde (58,8%), facilidade de acesso (52,9%) e 17,6% preferem fazer uso das plantas devido à vantagem econômica. Em relação ao sucesso terapêutico, 23,5% dos entrevistados consideram as plantas medicinais mais eficazes que outras formas de tratamento. A parte da planta mais utilizada nas preparações caseiras foi a folha (94,1%), as formas de preparo mais utilizadas foram a maceração (52,9%) e a infusão (47,1%); e quanto ao local de obtenção das plantas medicinais, 76,5% cultivam no próprio quintal de casa. Com relação à finalidade das preparações caseiras observou-se maior emprego dessas no combate à gripe, problemas gastrointestinais, nervosismo, dores em geral e processos inflamatórios. Estes resultados são semelhantes aos apresentados por outros estudos desenvolvidos em cidades da Zona da Mata Mineira como em Teixeiras, conduzido por Miranda et al., (2013), em Lima Duarte (OLIVEIRA e MENINI NETO, 2012) e Rosário de Limeira (OLIVEIRA, KFFURI e CASALI 2010). Nessas pesquisas, constatou-se que a utilização de plantas medicinais da flora local é bastante frequente nessas populações. Ao se comparar esses estudos observam-se coincidências entre as espécies utilizadas e suas indicações. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os principais fatores que contribuem para utilização de plantas medicinais na região são a biodiversidade local e a acumulação de conhecimento popular ao longo de anos. O estímulo para adesão a esse tipo de terapia é a crença de que produtos de origem natural não trazem malefícios à saúde. Tal mito acaba por estimular o uso indiscriminado desses produtos naturais. Ainda que apresentem baixa toxicidade, as plantas apresentam riscos como reações adversas e interações inadequadas com outros medicamentos (SILVEIRA, BANDEIRA, ARRAIS, 2008). Diante disto, torna-se importante alertar que a utilização de plantas medicinais deve ser orientada por profissionais da saúde. REFERÊNCIAS GIRALDI, M. e HANAZAKI, N. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v.24, n.2, p.395-406, 2010. MIRANDA, G. S.; SOUZA, S. R.; AMARO, M. O. F.; ROSA, M. B.; CARVALHO, C. A. Avaliação do conhecimento etnofarmacológico da população de Teixeiras – MG, Brasil. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara/SP, v.34, n.4, p.559-563, 2013. OLIVEIRA, E.R.; MENINI NETO, L. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte – MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais de Botucatu, v.14, n.2, p.311-320, 2012. OLIVEIRA, H.B, KFFURI, C. W, CASALI, V.W.D. Ethnopharmacological studyof medicinal plants used in Rosário da Limeira, Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 20, n.2, p. 256-260, 2010. SILVEIRA,P. F.; BANDEIRA, M.A.M.; ARRAIS, P.S. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, p.618-626, 2008 SILVELLO, C. L. C. O uso de plantas medicinais e de fitoterápicos no SUS: uma revisão bibliográfica. Porto Alegre, 2010. 39p. Trabalho de Conclusão de Curso/Graduação. Curso de Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRS. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.;MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A. PETROVICK, P.R. Farmacognosia: Da Planta ao Medicamento. 6 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, cap. 6, p.107, 2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TUBERCULOSE PULMONAR: DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DOS CASOS NOTIFICADOS E TRATADOS NO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO/MG Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia, Bolsita FAPEMIG.Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Tuberculose Pulmonar; Distribuição dos Casos; Abre Campo/MG. INTRODUÇÃO A tuberculose constitui uma doença crônica infecciosa milenar, que tem como agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis (SOUZA e SILVA, 2010 e ALVES DIAS, SILVA ALVES e MOREIRA, 2011). Trata-se de uma doença que acompanha a espécie humana há séculos e ainda se mantém atual, como um grave problema de saúde pública de distribuição mundial (SÁ et al., 2012). A tuberculose apresenta relação direta com a miséria e com a exclusão social (BRASIL, 2012). No país, ela afeta principalmente as periferias ou aglomerados urbanos e, geralmente, está associada às más condições de moradia e de alimentação, à falta de saneamento básico, ao abuso de álcool, tabaco e de outras drogas. Devido a sua crescente incidência em diferentes grupos populacionais, tal doença se apresenta como um dos problemas que mais têm preocupado as autoridades sanitárias de todo o mundo (MASCARENHAS, ARAÚJO e GOMES, 2005). O objetivo deste trabalho consiste em analisar a distribuição demográfica de pacientes acometidos pela tuberculose pulmonar, cujos casos foram notificados e tratados em unidades de saúde de Abre Campo/MG. Tal iniciativa permite a visualização dos bairros mais afetados pela doença, além de servir como base de informação e alerta para os serviços de saúde local bem como a população em geral. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o ano de 2014. A amostra deste estudo é constituída por pacientes residentes da cidade de Abre Campo/MG, que tiveram confirmado o diagnóstico para tuberculose pulmonar e cujos casos foram notificados e tratados em unidades de saúde do município, durante o ano de 2013. A identificação das características demográficas dos pacientes acometidos pela tuberculose foi possibilitada por meio dos dados Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), as buscas por essas informações foram realizadas a partir de análises das fichas de notificação/investigação da doença em questão. A coleta dos dados foi realizada na sede da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), onde se encontra instalado o Centro de Vigilância Sanitária e Epidemiológica do município. Foi entregue à Secretaria de Saúde da cidade um termo de confidencialidade e documento informando os métodos e a finalidade de tal pesquisa. Além disso, foi obtido um termo de autorização de uso dos dados mediante um ofício entregue à representante da Secretaria de Saúde do Município em questão. Os dados obtidos foram tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2010. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra em estudo compreende um total de 18 indivíduos residentes do município de Abre Campo/MG, que tiveram confirmado o diagnóstico para tuberculose pulmonar durante o ano de 2013. Em tal ano, a população estimada do município correspondia ao número de 13.703 habitantes (IBGE, 2014). No Brasil foram notificados 70.047 novos casos de tuberculose, durante o ano de 2012. Esse dado corresponde a uma média de 36,1 casos para cada 100.000 brasileiros (BRASIL, 2013). Isso significa que a cada 13.703 habitantes, espera-se encontrar, em média, um valor próximo a 5 novos casos. Porém, em Abre Campo, no ano de 2013, foram notificados 18 novos casos, extrapolando as estimativas nacionais. Em relação à distribuição demográfica dos casos de tuberculose pulmonar ocorridos no município (N=18), 88,9% dos indivíduos acometidos pela doença residem na zona urbana. Na zona rural, onde o total de casos representa 11,1%, os locais afetados foram duas comunidades denominadas Areia Branca e Pão de Açúcar, localizados a 12 km e 5 km, respectivamente, da BR-262 que dá acesso à cidade de Abre Campo. Entre as localidades da zona urbana com maior número de casos encontram-se os bairros: Esplanada, com 22,2%; Alvorada e Rosário, com 16,7% cada. Esses bairros correspondem às localidades urbanas mais distantes da região central da cidade. As demais notificações da doença são de pacientes residentes do bairro Usina (11,1%), Vale do Sol, Recanto das Águas, Abreu Dias e Centro (5,6% cada). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados obtidos, percebe-se que a maior parte dos indivíduos acometidos pela tuberculose reside nos bairros mais afastados do centro da cidade do município em questão. Tal condição coincide com uma tendência nacional de distribuição, onde o maior número de casos da doença é oriundo de regiões periféricas das cidades brasileiras. REFERÊNCIAS ALVES DIAS, T.; SILVA ALVES, F.; MOREIRA, M. L. Avaliação epidemiológica da tuberculose no município de Coronel Fabriciano - MG no período de 2002 a 2008. Farmácia e Ciência, Ipatinga, v. 2, p.39-49, Ago./Nov. 2011. BRASIL. Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, vol. 43, mar. 2012. BRASIL. Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, vol. 44, n.2, 2013. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel. php?codmun=310030. Acesso em 14. fev. 2014. MASCARENHAS, M. D.M.; ARAÚJO, L. M.; GOMES, K. R. O. Perfil epidemiológico da tuberculose entre casos notificados no município de Piripiri, estado do Piauí, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 14, n.1, p.7-14, Jan/Mar. 2005. SÁ, L. D.; SANTOS, A. R. B. N.; OLIVEIRA, A. A. V.; NOGUEIRA, J. A.; TAVARES, L. M. V.;SCATENA, T. C. O cuidado à saúde da mulher com tuberculose na perspectiva do enfoque familiar. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.21, n.2, p.409-417, Abr/Jun. 2012. SOUZA, S. S.; SILVA, D. M. G. V.. Passando pela experiência do tratamento para tuberculose. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.19, n.4, p.636-643, Out/Dez. 2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 LIPODISTROFIA GINOIDE (CELULITE): ORIGEM E CARACTERÍSTICAS Crislaine Gonçalves de Oliveira, Cátia Silva Cunha, Roselaine Santiago, Sabrina de Amorim Coelho, Verônica de Amorim Serafim – Acadêmicas do Curso Técnico em Estética – Escola Técnica Vértix Tatiane de Cássia Fernandes Martins – Graduada em Nutrição. Especialista em Saúde Pública. Professora da Faculdade Univértix e Escola Técnica Vértix. Cíntia de Paiva Carvalho –Técnica em Estética. Professora da Escola Técnica Vértix. [email protected] PALAVRAS CHAVE: Celulite; gordura localizada; alimentação inadequada. INTRODUÇÃO A lipodistrofia ginoide (HDLG) de acordo com Santos et al., (p.85, 2011), é “popularmente conhecida como “celulite”, envolve alteração do relevo cutâneo e ocorre em 80- 90% da população feminina após a puberdade”. Ocorre principalmente em mulheres, na região pélvica, membros inferiores e abdome, podendo acometer qualquer parte do corpo, exceto couro cabeludo, palmas das mãos e dos pés, atinge principalmente as mulheres por fatores hormonais, ou seja, não ocorre somente em mulheres obesas, alguns fatores como idade, hormônios, sol e mudanças de peso podem agravar o caso. (DAVID, PAULA, SCHNEIDER, 2011). A alimentação saudável é um fator importante para a prevenção da celulite, principalmente se for conciliada com atividades físicas (KLEIN, 2012 apud KRAUSE, 1998, p. 17). Segundo Zulete (2010, p.4), a lipodistrofia ginóide possui 4 graus: Grau I – sem deformações aparente com manobras ativas. Textura da pele preservada. Discreto edema intersticial. Grau II – esteticamente com pequenas retrações e/ou abaulamentos. Perda da temperatura superficial razoável. Grau III – Alterações cutâneas grosseiras, flacidez associada, edema. Grande perda da temperatura superficial. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Grau IV – Retrações cutâneas importantes. Alterações vasculares, presença de dor em alguns casos. METODOLOGIA O presente estudo é elaborado através de referencial bibliográfico com a visão de vários autores sobre o tema em questão “Lipodistrofia Ginóide”, tema este de grande relevância para a saúde e estética. RESULTADOS E DISCUSSÕES O termo celulite foi descrito pela primeira vez em 1920. Palavra de origem latina, foi utilizada para descrever uma alteração estética da superfície da pele (DAVID, PAULA e SCHNEIDER, 2011). “O próprio nome é uma combinação do termo francês para designar célula – Cellule - e o sufixo -ite que significa inflamação” (SANT’ANA, 2007, p.2). De princípio a lipodistrofia é situada na pele, mais precisamente ela acontece no tecido adiposo, onde é armazenada as células de gordura. “Pode-se dizer que a celulite é uma irregularidade na superfície da pele que afeta a saúde e a estética” (LEONARDI e CHORILLI, 2010, p.20). As mulheres brancas estão mais suscetíveis à celulite do que as negras, e que, embora não haja relação comprovada com a condição socioeconômica, há uma relação clara com o tipo de alimentação (FERREIRA, 2005). A pele do ser humano possui três camadas, hipoderme que é a primeira camada, a derme sendo a segunda camada e a epiderme como a terceira camada. A alteração inicial que leva à formação da celulite parecer ser a deterioração da substância intersticial e rede capilar, levando à retenção excessiva de líquidos da derme e em tecidos subcutâneos (LEONARDI e CHORILLI, 2010, p.20). Uma alimentação equilibrada e atividade física regular tem uma influência de até 70% no resultado dos tratamentos. (FERREIRA, 2005, p.1). Atualmente já é reconhecida como uma alteração anátomo-clínica autônoma, podendo ou não estar associada à obesidade ou a lipodistrofia (RAMOS, 2003). Tais diferenças estruturais na fáscia superficial são diferenciadas por hormônio sexual feminino estrógeno, isto explica a presença de celulite mesmo em mulheres esbeltas, pois reflete a expansão do tecido adiposo para dentro da derme, quando o próprio tecido e sua cápsula de tecido conjuntivo circundante de encontram comprimidos (LEONARDI e CHORILLI, 2010, p.22). A lipodistrofia também pode apresentar nódulos, mas, não fibrosados e indolores. São macro nódulos de gordura que diminuem com uma dieta hipocalórica Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 e com tratamento adequado (KRUPEK e COSTA, 2013). A exata etiologia da celulite é desconhecida, contudo “fatores genéticos, emocionais, metabólicos, hormonais, além da idade, sexo, hipertensão arterial, obesidade e hábitos como fumo, sedentarismo, roupas apertadas e má alimentação predispõem ao aparecimento da celulite” (DAVID, PAULA e SCHNEIDER, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou trazer informações e conhecimento para profissionais de estética sobre a lopodistrofia ginóide que acomete uma grande parte das mulheres. É de extrema importância o exercício físico regular e uma alimentação adequada uma vez que ajudam no controle de peso e, consequentemente, o aparecimento de celulite. Os recursos de estética corporal são de grande importância no tratamento adequado. Mais trabalhos precisam ser desenvolvidos sobre o tema para melhor conhecimento dos profissionais de estética e para melhoria da qualidade de vida das clientes que se submeterão aos tratamentos estéticos e nutricionais a fim de obter resultados positivos. REFERÊNCIAS DAVID, Renata Boscaini, PAULA, Roberta Felário, SCHNEIDER, Aline Petter. Lipodistrofia Ginoide: conceito, etiopatogenia e manejo nutricional. Rev Bras Nutr Clin 2011; 26 (3): 202-6 2011. Disponível em: < http://www.ipgs.com.br/lipodistrofia_01.pdf>. Acesso em: 07 de agosto de 2014. FERREIRA, Ana Carolina Nunes. Celulite:coneito e tratamento. 2005,n.1,p-12,Julho.2005 KLEIN, Priscila Navarro. Nutrição na prevenção e no tratamento da celulite. Instituto Itesa. São Paulo, 2012. Disponível em: < http://www.redentor.inf.br/arquivos/pos/publicacoes/17052012Microsoft%20Word%2 0-%20Tcc%20Priscila%20Pronto.pdf>. Acesso em: 01 de setembro de 2014. KRUPEK, Tuane e COSTA,Cecília Edna Mareze da. Mecanismo de ação de compostos utilizados na cosmética para o tratamento de gordura localizada e da celulite. Maringá,2013, n.1, p. 1-12, Jan.2013. LEONARDI, Gislaine Ricci ; CHORILLI, Marlus. Celulite: prevenção e Tratamento. São Paulo:Pharmabooks,2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RAMOS, Francisco Antônio Tomaz Ribeiro. Abordagem Terapêuticas das Paniculoses. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE. 2003. Disponível em: < http://www.repositorio.ufpe.br/jspui/bitstream/123456789/5041/1/arquivo4443_1.pdf>. Acesso em: 01 de setembro de 2014. SANT’ANA, Estela Maria Correia. Fibro edema gelóide (celulite): fisiopalogia e tratamento com endermologia 28/08/2007. Disponível em: <http://www.mundofisio.com.br/artigos/06_Art_Fibro_Edema.pdf>. Acesso em: 31 julho de 2014. SANTOS, Idalina Maria Nunes Salgado Reis; SARRUF, Fernanda Daud; BALOGH, Tatiana Santana; PINTO, Claudinéia Aparecida Sales de Oliveira; KANEKO, Telma Mary; BABY, André Rolim; VELASCO, Maria Valeria Robles. Hidrolipodistrofia ginoide: aspectos gerais e metodologias de avaliação da eficácia. São Paulo, 2011,n.1,p.1-10, Jun.2011 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 40 ANOS E FATORES QUE DESENCADEIAM A DOENÇA Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Simone Neves Pereira - Graduanda em Enfermagem, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Câncer De Mama; Fatores De Risco; Neoplasia Precoce. INTRODUÇÃO Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA, 2014). Em se tratando das mulheres, o câncer de mama é o mais significativo. Acomete preferencialmente mulheres por volta dos 50 anos de idade, sendo raro antes dos 30 anos, ressaltando que nas últimas décadas observou-se um aumento da incidência dessa neoplasia, inclusive em faixas etárias mais jovens (SANTOS JÚNIOR e SOARES, 2012). Sendo assim, este estudo tem como objetivo verificar a incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos e identificar os fatores que desencadeiam a doença. O estudo tem como relevância o esclarecimento da população sobre os fatores que levam ao desenvolvimento do câncer de mama precoce, sendo essa incidência uma preocupação em função da difícil detecção da doença em sua fase inicial. Além disso, o estudo pretende apontar caminhos para que os profissionais da saúde possam criar novas estratégias de prevenção à doença, notadamente no que se relaciona aos casos precoces. METODOLOGIA Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O estudo foi realizado no Hospital do Câncer Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 de Muriaé (HCM) da Fundação Cristiano Varela (FCV), situada as margens da BR 116, no município de Muriaé, na Zona da Mata mineira. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória, de natureza documental realizada no mês de abril de 2014. Foram selecionados os prontuários de mulheres diagnosticadas e tratadas na FCV, com diagnóstico de câncer de mama (CID C50), no período de 4 anos, isto é, de 2010 a 2013, com idade inferior ou igual a 40 anos. Durante o estudo foram analisados todos os prontuários identificados na faixa etária e no período de tempo referido, totalizando uma população de 89 prontuários, com o objetivo de coletar dados a respeito dos possíveis fatores de risco que influenciaram o aparecimento do câncer de mama naquelas mulheres. Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES No presente estudo, de acordo com as características sócio-demográficas, verificouse que a maioria das mulheres encontrava-se entre 36 e 40 anos, eram casadas, pardas e não haviam completado o ensino fundamental. Em relação aos fatores de risco, foi observado história familiar positiva para neoplasia, dado que é afirmado por Pinheiro et al. (2013), quando 48,6% das mulheres pesquisadas com até 39 anos possuíam história familiar positiva para o câncer de mama, porém quando envolve toda a população com essa neoplasia, a hereditariedade corresponde somente de 3% a 9% dos casos. Em relação ao etilismo, tabagismo e obesidade a incidência foi baixa, pois a influência é maior em mulheres pós-menopausa. Outro fator considerável é a nuliparidade como aumento de chances de desenvolvimento do câncer de mama, porém mais da metade das mulheres tiveram filhos. Segundo estudo de Aguiar et al. (2008) a gestação relacionada com a amamentação apresenta menor risco de ser acometida pela neoplasia mamária. Porém nos prontuários pesquisados não foram relatados se as mulheres amamentaram em algum momento de sua vida. A maioria das mulheres tiveram menarca precoce e a menopausa teve um baixo índice pelo fato de as mulheres serem de uma faixa etária ainda reprodutiva. De acordo com a pesquisa, a reposição hormonal não teve influência eminente sobre a população estudada e não foi possível saber com exatidão sobre a influência dos anticoncepcionais, por conta da falta de dados nos prontuários, assim como não houve relato de exposição prévia e contínua a radiações ionizantes. O óbito esteve presente em 16,8% dos casos, mostrando que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 é necessário criar programas de rastreamento para a detecção precoce do câncer de mama, evitando-se um prognóstico agressivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao concluirmos este estudo pudemos perceber a falta de padronização dos dados, já que em alguns prontuários constavam esses dados e em outros não. Isso implica em estudos futuros mais exatos e completos sobre o que pode ter levado essas mulheres a desenvolverem o câncer de mama, refletindo em uma prevenção de casos da neoplasia mamária precoce. Com isso, veio mais uma questão a ser pensada: porque não se investem mais em políticas de prevenção de câncer de mama em mulheres com idade inferior ou igual a 40 anos? Existem esses casos e de acordo com estudos já citados anteriormente, nessa faixa etária o câncer de mama é mais agressivo e a incidência de morte é maior. Portanto, diante das inquietações referidas nesse estudo, outros pesquisadores e profissionais da área da saúde poderão traçar novas políticas de saúde específicas de prevenção do câncer de mama precoce, com o objetivo de diminuir essa incidência. REFERÊNCIAS AGUIAR, Ayla Dayane de Faria et al. Perfil sócio-demográfico e clínico das pacientes em tratamento do câncer mamário. Revista Inst. Ciência Saúde. 2008. Disponível em: http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2008/02_abr_jun/V26_N2_2 008_p191-195. pdf. Acesso em: 20.mai. 2014. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. O que é câncer? Rio de Janeiro: 2014. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322. Acesso em: 19.fev.2014. PINHEIRO, Aline Barros et al. Câncer de mama em mulheres jovens: análise de 12.689 casos. Revista Brasileira de Cancerologia. Rio de Janeiro: 2013. Disponível em: http://www.inca.gov.br/rbc/n_59/v03/pdf/05-artigo-cancer-mamamulheres-jovens-analise-casos.pdf. Acesso em: 26.fev.2014. SANTOS JÚNIOR, José Carlos; SOARES, Luanne Fortes Monte. Câncer de mama. In: VIEIRA, Sabas Carlos et al. Oncologia Básica. Teresina: Fundação Quixote, 2012. 41-60p. Disponível em: http://www.sbmastologia.com.br/Arquivos/Publicacoes/Oncologia-basica.pdf. Acesso em: 20.fev.2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Anna Carolina Magalhães – Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Pronto Atendimento; Gerência e prática em enfermagem; administração e recursos. INTRODUÇÃO A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tem como objetivo prestar atendimento as urgências e emergências, dispondo de recursos humanos e tecnológicos para atender os pacientes em situações traumáticas e não traumáticas, estas condições clínicas em que são submetidos invadem sua privacidade. A urgência é definida como uma situação que requer assistência rápida, no tempo mínimo possível, para evitar complicações, sofrimentos e restabelecer as funções vitais. A emergência é classificada como condição em que o paciente apresente risco iminente de morte, sofrimento intenso e ocorrência de lesões irreversíveis, exigindo conduta e tratamento médico imediato. (SANTOS et. al., 2013; CORDOBA, 2012; MORAIS e MELLEIRO, 2013). O planejamento é uma ferramenta essencial para gerenciamento da prática assistencial, tendo como objeto orientar suas ações. Dentro deste processo, associa-se sistemática clínica e o Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR). Este último é determinador das prioridades no atendimento, essa classificação é baseada no risco de morte, classificando pacientes em cores vermelho, emergência; laranja, muito urgente; amarelo, urgente; verde, pouco urgente e azul, não urgente, reavaliando-o de acordo com a necessidade (MARQUIS e HUSTON, 2010; JÚNIOR e MAFRA, 2010). Diante da importância do enfermeiro e da complexidade que a UPA representa para o exercício de suas funções, este estudo teve por objetivo, avaliar a prática gerencial dos enfermeiros, descrevendo os principais problemas que os mesmos enfrentam, delineando assim possíveis soluções. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Pronto Atendimento Municipal. A região de abrangência atendida pela UPA corresponde à microrregião com um total de 271.143 habitantes e está dividida em vinte municípios (IBGE, 2010). O nível de atendimento é ambulatorial, de urgência e emergência e serviço auxiliar diagnóstico e terapia. Para pesquisa foi aplicado um questionário estruturados, com norteador questionamentos baseados na gerência e prática dos enfermeiros. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). A entrevista ocorreu aleatoriamente e em acordo com sua presença no plantão. A discussão dos dados se deu por meio das questões emergentes da coleta de dados. Os informantes estão descritos na sequência rotular: representando numeração, função na equipe, e tempo de atuação; dessa forma, por exemplo, em I1FET3,8, I1 é o informante número 1, FE função enfermeiro, T 3,8 é o tempo em anos de atuação na equipe. Esta pesquisa em andamento se constitui em uma das pesquisas aprovadas pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, em 2014, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). RESULTADOS E DISCUSSÕES Na UPA os pacientes são atendidos em demanda espontânea ou referenciados, posteriormente é realizada avaliação e aplicado conduta. A coleta de dados teve início no mês de julho de 2013. Compõem o corpus da pesquisa, até o momento, 06 profissionais de enfermagem com nível superior (n=12). Agrupados na seguinte sequencia rotular: I1FET2; I2FET1; I3FET3,6; I4FET1,5; I5FET3 e I6FET1,6. A especialização é coadjuvante no processo de melhoria da assistência e gerência, quando questionados sobre o título de especialização na área, 83,3% afirmaram não possuir, no entanto, possuem outras especializações (Saúde do Trabalhador, Atenção Primária, Gestão) e apenas o I6FET1,6 é pós-graduando na área. 66% afirmaram que a graduação em enfermagem não fornece todos os recursos necessários para o exercício profissional, isso pode ser evidenciado em acordo com as seguintes descrições “o estágio não é de acordo com a demanda da prática” (I3FET3,6); “Coisas novas aparecem, somos obrigados a achar solução, mesmo que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 nunca tínhamos visto”(I5FET3); e 33,3% reconhece que a graduação proporciona base, o que se confirma em acordo com I1FET2 “Por ser formada como técnica o conhecimento e experiência adquiridos nessa época facilitou na graduação”. Em relação às ferramentas utilizadas para gerenciamento do setor 100% dos sujeitos pesquisados mencionaram usufruir do Protocolo de Triagem de Manchester e protocolos de registro de enfermagem. Em relação ao clima organizacional 83,3% descreveram como satisfatório e motivador. Marquis e Huston (2010) descrevem que os profissionais de enfermagem, tem assumido no contexto da gerência uma relação de articulação entre os vários profissionais da equipe, clientes e instituição. Sobre os principais problemas vivenciados 100% mencionaram a superlotação, déficit de material, recursos tecnológicos e demanda acentuada. A equipe de enfermagem atuante em serviços de urgência e emergência encontra diariamente vários desafios, quadro clínico crítico dos pacientes, falha assistencial em atenção básica, sobrecarga de trabalho, estresse, entre outros fatores, demandando ao enfermeiro conhecer e saber aplicar na prática as ferramentas gerenciais para resolução desses problemas (SANTOS et. al., 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível afirma mediante os dados parciais, que o enfermeiro atuante em urgência e emergência, exercer papel importante na prática e gerência deste setor, estabelecendo conexão entre pacientes e demais profissionais de saúde. Exigindo do mesmo conhecimento prático e gerencial, elaborando técnicas e ferramentas que direcionem fluxograma à prática, aprimorando as relações interpessoais, desenvolvendo competências e habilidades, buscando ativamente programas e cursos de especialização/aperfeiçoamento. REFERÊNCIAS CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso96.htm. Acesso em: Acesso em: 21fev.2014. CORDOBA, Elisabete. SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. 2.ed. São Paulo: Rideel, 2012. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 25fev.2014. JÚNIOR, Welfane Cordeiro; MAFRA, Adriana de Azevedo. Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR): Classificação de Risco Urgência e Emergência. 2º ed. Belo Horizonte: Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, 2010. MARQUIS, Bessie L.; HUSTON, Carol J. Administração e liderança em enfermagem. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MORAIS, Alexandre Souza; MELLEIRO, Marta Maria. A qualidade da assistência de enfermagem em uma unidade de emergência: na percepção do usuário. Revista Eletrônica de Enfermagem. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v15i1.15243. Acesso sem: 22fev.2014. SANTOS, José Luis Guedes dos. et. al. Desafios para gerência do cuidado em emergência na perspectivas de enfermeiros. Acta Paulista Enfermagem. Florianópolis (SC), v.26, n.2, p. 136-143, 2013. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Áurea Maria Marques Silva Gardingo – Licenciada em Educação Física – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física, Professor da Pós-Graduação em Fisiologia e treinamento aplicado a atividades de academias e clubes. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Emerson Filipino Coelho – Bacharel, Licenciado e Mestre em Educação Física, Professor da Pós-Graduação em Fisiologia e treinamento aplicado a atividades de academias e clubes. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Antropometria; Sobrepeso; Obesidade; Adiposidade. INTRODUÇÃO: Atualmente, o sobrepeso e a obesidade são considerados problemas de saúde pública. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos, (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais, 2012). Esse processo se dá por vários fatores como alimentação pouco saudável e a ausência da atividade física no dia a dia da população em geral. Esse mal vem atingindo também crianças e adolescentes do mundo todo, tornando a situação ainda mais preocupante. O aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi contínuo nos últimos 34 anos. Isso é mais percebível no sexo masculino, em que o índice passou de 3,7% para 21,7%, o que representa um acréscimo de seis vezes. Já entre as adolescentes, as estatísticas triplicaram: de 7,6% para 19% entre 197475 e 2008-09 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais, 2012. Um dos métodos mais utilizados para averiguar sobrepeso e obesidade é o IMC (Índice de Massa corporal). Na procura por novas ferramentas, surge um novo método de medição da adiposidade corporal, o IAC (Índice de Adiposidade Corporal), que estima o percentual de gordura através de uma equação utilizando as medidas de circunferência de quadril e a estatura dos indivíduos (BERGMAN, et al.,2011). É de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 suma importância confrontar os valores do IMC com outros métodos de averiguação de peso e sobrepeso (ANJOS, 1992.). Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi correlacionar os resultados obtidos entre o método do IMC e do IAC em estudantes adolescentes do sexo masculino e feminino. MATERIAL E METODOS: Participaram do estudo 78 estudantes, sendo 40 do sexo feminino e 38 do sexo masculino, com idade entre 14 e 17 anos, do Ensino Médio, do turno noturno de uma escola estadual da cidade de Matipó-MG. Foram coletadas as medidas de estatura, massa corporal e circunferência do quadril. O IAC foi calculado pela fórmula: IAC = (BERGMAN et al., 2011) e o IMC foi calculado pela fórmula: IMC = (peso/altura²). ANÁLISE ESTATÍSTICA: Para testar possíveis diferenças nas variáveis antropométricas, no IAC e no IMC entre meninos e meninas, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes. Para verificar se o resultado obtido pelo IMC difere daquele obtido pelo IAC utilizou-se o teste t de Student pareado. Para testar a correlação entre o IMC e o IAC utilizou-se a correlação de Pearson. Para avaliar a concordância das classificações de normalidade do peso corporal pelo método IMC e IAC, utilizou-se o coeficiente Kappa, com nível de significância de 5%. Os dados foram analisados através do SPSS v.16 e são apresentados como média ± desvio-padrão. RESULTADOS E DISCUSSÕES Nos valores descritivos das variáveis antropométricas, IMC e IAC da amostra, as meninas apresentaram menor estatura, maior IMC e maior IAC quando comparadas aos meninos. Não houve diferença entre eles quanto a idade e massa corporal, não sendo observada diferença significativa nas variáveis analisadas quando comparados alunos residentes na área urbana vs. Rural. De acordo com o critério IMC, apenas 11,5% da amostra estaria classificada como sobrepeso e obesidade, ao passo que pelo critério IAC cerca de 35% da amostra apresentaria excesso de gordura corporal. O grau de concordância entre os dois métodos de classificação pode ser considerável admissível, ao passo que, em algumas situações há uma variante nos valores. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS O método IAC aparenta-se mais eficiente devido ao fato de levar em consideração a circunferência de quadril, pois uma pessoa com maior medida de quadril provavelmente terá um maior acúmulo de gordura corporal. Outro detalhe que engrandece o método IAC é o fato de levar em consideração uma tabela de comparação distinta para homens e mulheres, o que não existe para o método IMC que é utilizado a mais de 200 anos. Desse modo sugerimos que sejam feitos novos estudos, pois assim como o IMC, o IAC apresenta pontos negativos, como por exemplo o alto grau de dificuldade em sua utilização e a ausência de uma tabela de classificação de resultados para crianças e adolescentes, o que dificultou a análise dos dados do presente estudo. REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE. ACSM´S Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Baltimore: Williams e Wilkins, 2000. ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal.estatura-2) como indicador do estado nutricional de adultos: revisão da literatura. Revista de Saúde Pública, S. Paulo 26 (6), 1992. BERGMAN, R.N.;STEFANOVSKI, D.;BUCHANANT, T. A.; SUMNER, A. E.; REYNOLDS,J. S.; SEBRING, N. G.; XIANG, A. H.;WATANABE, R. M. A better index of body adiposity. Obesity.March, 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais , 2012. Disponível em; http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=16 99&id em: Abr. 2012. MCARDLE, W, D.; KATCH, F, I. & KATCH, V, L. Fundamentos da fisiologia do exercício. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 2º ed, p. 534 -559, 2002. POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 1. Ed. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DA IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) DE UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DO MUNICIPIO DE ABRE CAMPO – MG Cristiane Mendes de Sá Fernandes, Cristina Mendes da Silva, Bruna Moreira Duarte – Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Rodrigo Ataíde dos Santos – Graduado em Enfermagem. Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Comissão de controle de infecção hospitalar; enfermagem, educação continuada. INTRODUÇÃO A infecção hospitalar (IH) é uma síndrome infecciosa adquirida após a hospitalização ou realização de procedimento ambulatorial de um individuo (FERNANDES, 2000). Essa infecção é transmitida através do contato, por gotícula, por via aérea, por meio de um veículo comum ou por vetores, surgindo assim as medidas de precauções específicas com a finalidade de reduzir o risco de transmissão de doenças infecciosas e a precaução padrão com o objetivo de reduzir a transmissão de microrganismos a partir de fontes conhecidas ou não de infecção, que devem ser usadas em todos os pacientes (RODRIGUES, 1997). O aparecimento das infecções hospitalares é tão antigo quanto o surgimento dos hospitais. Data aproximadamente do ano 330 a.C no Império Romano, surgindo infecções como consequência das precárias condições em que as pessoas eram dispostas e atendidas naqueles ambientes (PEREIRA, 2004). Segundo Cardoso (2004), durante séculos os doentes foram tratados sem serem separados e/ou isolados quanto à nosologia que apresentavam. Só no início do século XIX, na Inglaterra, é implementado formalmente o isolamento de algumas doenças como varicela e os resultados da eficácia do procedimento passam a ser relatadas. No Brasil, a primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) foi formada em 1963, no Hospital Ernesto Dornelles, no Rio Grande do Sul. Em 1983, a Portaria nº 196 do Ministério da Saúde (MS) determinou a criação e a normatização das CCIH. Em 1985, foi publicado o “Manual de Controle de Infecção Hospitalar” com a finalidade de delinear as medidas básicas da prevenção e controle das infecções nos hospitais brasileiros. O século XXI revela um novo cenário no cuidado à saúde como consequência do Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 avanço científico e tecnológico. Novos microrganismos têm sido documentados e as infecções têm ressurgido com nova força (PEREIRA, 2005). Definiu-se como objetivo do trabalho descrever qual é a percepção dos enfermeiros da Santa Casa de Abre Campo – Hospital Nossa Senhora da Conceição, em relação à importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Ressaltamos optar por pesquisar tal assunto, por considerar fundamental que o profissional da área de enfermagem tenha um conhecimento aprofundado em relação às infecções hospitalares e sobre a importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. METODOLOGIA Este estudo foi desenvolvido na Santa Casa Abre Campo – Hospital Nossa Senhora da Conceição, localizado na região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, que presta atendimento em diversas especialidades. A pesquisa realizada trata-se de um estudo descritivo, realizado segundo a metodologia qualitativa, sendo utilizado o método da análise de conteúdo. O caminho metodológico percorrido foi viabilizado por meio do uso da técnica de entrevista discursiva, através de um questionário aberto realizado com 4 enfermeiros de unidades variadas da Santa Casa de Abre Campo – Hospital Nossa Senhora da Conceição. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos 4 sujeitos entrevistados, 3 são do sexo feminino, com idades entre 22 e 45 anos, com predomínio na faixa etária de 30 a 35 anos. Em relação ao tempo de conclusão do curso de graduação, há um predomínio de profissionais enfermeiros graduados entre 4 a 7 anos, com tempo de admissão na Instituição, variando entre 0 a 9 anos, como enfermeiros. Ressalta-se que o profissional enfermeiro deve dedicar, no mínimo, 6 horas diárias de trabalho na CCIH para cada 200 leitos, ou fração desse número, levando em consideração o número de leitos existentes. A falta de cursos de especialização ou treinamento específico na área de atuação também foi predominante. Em relação à primeira pergunta “o que você entende por CCIH?” o entrevistado A respondeu que é “uma Comissão de controle de Infecção Hospitalar que tem como objetivo diminuir a taxa de infecção hospitalar num valor aceitável pelo ministério da Saúde”. Ressaltamos a importância de o profissional enfermeiro da CCIH estar atualizando seus conhecimentos na área, em virtude das transformações tecnológicas e novas descobertas da ciência na prevenção e controle das infecções hospitalares. O entrevistado B, em relação a mesma Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 pergunta, respondeu que, a CCIH tem um papel importantíssimo para reduzir os riscos de ocorrência hospitalar, onde a comissão é responsável por uma série de medidas preventivas. Interrogado sobre a mesma questão, o entrevistado C, considera que, qualquer infecção adquirida entre 48 horas a 78 horas após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta, ou quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou um procedimento realizado no hospital. Para o entrevistado D, é uma comissão que responsável pelo comitê de infecção hospitalar de uma instituição, que ela tem o controle das infecções hospitalares. Em relação a pergunta 2, “quais são as funções da CCIH?” o entrevistado A respondeu que é controlar o índice da taxa de infecção hospitalar através de medidas preventivas e ações de controle na administração de medicamento. Já os demais entrevistados, ou seja, 80%, não souberam responder. A partir dos resultados, ressalta-se a importância de educação continuada destinada aos profissionais enfermeiros, objetivando a melhoria da qualidade da assistência, bem como contribuir na diminuição de casos de infecção hospitalar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que as escolas, enquanto centros formadores de recursos humanos, devam manter, em seus currículos, disciplinas direcionadas para o assunto "infecção hospitalar", contribuindo para que o futuro profissional insira-se na realidade que a ele se apresenta. Os profissionais, em nossa concepção, precisam buscar novos conhecimentos, habilidades e atitudes na área, fazendo com que, cada vez mais, seu trabalho seja valorizado e, ao mesmo tempo, indispensável dentro das instituições prestadoras de assistência à saúde. REFERÊNCIAS CARDOSO, Renata da Silva, SILVA, Maria Anice. A percepção dos enfermeiros acerca da comissão de infecção hospitalar: desafios e perspectivas. Texto e contexto em enfermagem. Santa Catarina, v.13, n.1, p. 50-57, 2004. FERNANDES, Antônio Tadeu. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. São Paulo: Atheneu, 2000.129-159p. PEREIRA, Milca Severiano et al. Avaliação de serviços de apoio na perspectiva do controle de infecção hospitalar. Revista eletrônica de enfermagem. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/revista. Acessado em: 15.maio.2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PEREIRA, Milca Severiano et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto e contexto em enfermagem. Goiás, v.14, n.2, p. 250257, mar.2005. RODRIGUES, Edwal Aparecido. Infecções Hospitalares: Prevenção e Controle. São Paulo: Sarvier; 1997. 3-27p. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO DOMINGOS/SANTA MARGARIDA Cinthia Mara de Oliveira Lobato Schuengue - Graduada em Enfermagem, Mestre Meio Ambiente e Doutora em Educação Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Paula Coelho Marcolino, Meirilane Aparecida Romeiro Gomes, Roseane Nicolau Romeiro - Graduandos em Enfermagem, na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão Arterial; Diabetes Mellitus; OMS. INTRODUÇÃO As transformações sofridas pela população mundial, no último século, no que diz respeito à alimentação, à expectativa de vida e às causas de morte redefiniram o perfil de suscetibilidade às doenças, ou seja, as mudanças socioeconômicas e culturais refletiram em maus hábitos alimentares, sedentarismo e consequente sobrepeso. A união destes fatores ao envelhecimento populacional favoreceu a ocorrência das condições crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes. Com isso, estas doenças passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública, visto que, seus portadores necessitam de um acompanhamento contínuo e cuidadoso, caso contrário, podem evoluir para complicações crônicas consequentes da doença (SANTOS, 2008). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública mundial; é uma doença de natureza multifatorial, frequentemente associada a alterações metabólicas e hormonais e fenômenos tróficos. O surgimento da hipertensão está intimamente relacionado aos fatores de risco constitucionais: idade, sexo, antecedentes familiares, raça/cor; e aos ambientais: sobrepeso/obesidade, estresse, alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, anticoncepcionais, alimentação rica em sódio e gordura, dentre outros (CIPOLLE, 2004). O número estimado de indivíduos com hipertensão no Brasil é de, aproximadamente, 18 milhões, sendo que, destes, apenas 30% estão controlados, aumentando assim o risco de acidente vascular cerebral, doenças renais e cardiovasculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). A Organização Mundial de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Saúde (OMS) define o Diabetes mellitus como uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente suas ações, caracterizada pela hipoglicemia crônica e alterações no metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas.Os sintomas característicos são: polidipsia, poliúria, borramento da visão e perda de peso. A prevalência do diabetes vem crescendo mundialmente, configurando-se atualmente como uma epidemia resultante, em grande parte, do envelhecimento da população. Contudo, o sedentarismo, a alimentação inadequada e o aumento da obesidade também são responsáveis pela expansão global do diabetes. No caso do Diabetes Mellitus (DM), a prevalência no Brasil é de 5.6%, sendo mais comum no sexo feminino (6%) do que no sexo masculino (5.2%). O presente trabalho visa descrever o perfil dos hipertensos e/ou diabéticos cadastrados na unidade básica de saúde do distrito de Ribeirão de São Domingos/Santa Margarida MG. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, segundo Minayo (2004) os estudos descritivos permitem explorar uma situação não conhecida, da qual se necessita de maiores informações sobre certo assunto, exploram a realidade e identificam as características e regularidades dos fenômenos. O método da pesquisa é quantitativa e do tipo documental, onde foram utilizados documentos originais, que ainda não receberam tratamento analítico por nenhum autor. Como instrumento de pesquisa serão utilizadas fichas de cadastros no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus. RESULTADOS E DISCUSSÕES No presente estudo observou-se predomínio marcante de mulheres, correspondendo a mais de 60% dos pacientes analisados, sendo que esta superioridade é observada nos dados publicados no site do DATASUS, em relação a todas as regiões do país, e também em outras pesquisas envolvendo hipertensão arterial e outras doenças crônicas; o que deve-se ao maior número de mulheres e à maior conscientização nos cuidados da saúde, associado à maior procura pelas Unidades de Saúde e melhor aderência ao tratamento em relação aos homens. A análise do perfil dos usuários nos mostra uma maior prevalência de hipertensos, seguidos por hipertensos e diabéticos tipo 2 concomitantemente. Os principais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 fatores responsáveis pelo aumento da prevalência do diabetes tipo 2 são as mudanças ocorridas nos perfis demográfico, epidemiológico e nutricional da população brasileira. Em relação à faixa etária dos pacientes os resultados corroboram a outros estudos com aumento da pressão arterial e do diabetes através do avanço da idade, principalmente entre os idosos. Este aumento dos casos é totalmente pertinente visto que trata-se de doenças crônicas e estão diretamente associadas a esperança de vida, ao nascer, uma vez que suas características estão relacionadas a fatores hereditários, ao estilo de vida, e a manifestação após os 35 anos de idade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos sugerem a necessidade do aperfeiçoamento dos programas de prevenção, como adotar medidas para reduzirmos fatores de risco e também conscientizar os pacientes sobre as doenças e hábitos de vida saudáveis, a fim de melhorar a qualidade devida dessas pessoas, reduzindo complicações decorrentes dessas doenças. REFERENCIAS CIPOLLE, STRAND LM, MORLEY PC. Pharmaceutical care practice: the clinician’s guide. 2nd. ed. New York: McGraw-Hill; 2004. 386 p. ELLIOT WJ, BLACK HR. Treatment of hypertension in the elderly. Am J Geriatr Cardiol. 2002; 11(1):11-21. MINAYO MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ª ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 2004. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Protocolo. Brasília: Ministerio da Saúde; 2001. (Cadernos de Atenção Básica, 7). SANTOS ZMSA, LIMA HP. Tecnologia educativa em saúde na prevenção da hipertensão arterial em trabalhadores: análise das mudanças no estilo de vida. Texto & Contexto Enferm. 2008; 17(1): 90-7. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ATIVIDADE CITOTÓXICA DE PLANTAS DA FAMÍLIA CELASTRACEAE Shiara Martins de Souza – Farmacêutica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice- UNIVERTIX PALAVRAS- CHAVES: Citotoxicidade, Câncer, Celstraceae INTRODUÇÃO Nos últimos anos, observa-se um aumento na procura por drogas vegetais aplicadas como recursos terapêuticos (SILVEIRA, BANDEIRA, ARRAIS, 2008). Esses produtos exibem alta diversidade de estruturas químicas, com propriedades físicoquímicas e biológicas promissoras para utilização terapêutica ou como protótipos de novos fármacos. Essa diversidade é superior aos produtos derivados dos processos de sínteses (SOUZA, 2013). Algumas terapias antitumorais utilizam o taxol e a vimblastina, produtos extraídos das espécies Taxus brevifolia e Catharanthus roseus (L.) G. Don. , cuja utilização clínica se aplica no tratamento de linfoma de Hodgkin, sarcoma de kaposi, câncer de ovário e testículos (BRASIL, 2012). Conhecido há muitos séculos, o câncer é um importante problema de saúde pública em todo mundo (GUERRA et al., 2005). No Brasil, estima-se a ocorrência de mais de 500.000 novos casos de câncer para o ano de 2014. Os tipos mais incidentes serão cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, para o sexo masculino; e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, para o sexo feminino (BRASIL, 2012). Ensaios in vitro para a avaliação de citotoxicidade de algumas espécies vegetais fornecem dados preliminares importantes quanto ao potencial carcinogênico dessas plantas. O presente estudo tem com objetivo realizar uma revisão de estudos direcionados a avaliação da atividade citotóxica em espécies da família Celastraceae. METODOLGIA Trata-se um estudo descritivo qualitativo. Houve pesquisas em banco de revistas científicas ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos REVISÃO DE ESTUDOS DE ATIVIDADE CITOTÓXICA EM ESPÉCIES DA FAMÍLIA CELASTRACEAE. A família Celastraceae compreende 98 gêneros com 1210 espécies (SIMMONS, 2012). São plantas nativas de regiões subtropicais e tropicais (SPIVEY, WESTON, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 WOODHEAD, 2002). No Brasil essa família é representada por quatro gêneros: Maytenus Juss, Goupia Reiss., Austroplenckia Lund. e Franhofera Mart. (VIEIRA FILHO, 2002). Dentre as principais atividades biológicas citadas para espécies de Celastraceae estão: atividade antirreumática, cicatrizante, antisséptica, antiasmática, antie-espermatogênica, analgésica, antiulcerogênica; inseticida citotóxica, antitumoral, antiinflamatória (SILVIA, 2007).Estudos de citotoxicidade na família Celastraceae concluíram que espécie do gênero Maytenus sp. são mais promissores para essa atividade, como em ensaios com linhagens celulares de adenocarcinoma de cólon humano e carcinoma de células pulmonares humanas (MONKS et al., 2002). A espécie Maytenus ovatus Loes, forneceu, através de estudo fitoquímico, a substância maitensina, com alto potencial citotóxico, porém sem valor clínico devido a sua capacidade in vivo de agredir células normais, além das cancerígenas (CASSADY et al., 2004). A espécie Salacia crassifólia foi submetida a testes de citotoxicidade in vitro frente às linhagens melanoma, câncer de cólon-humano e do sistema nervoso central. As frações hexânica e de acetato de etila da casca da planta proporcionaram citotoxicidade significativa (DE OLIVEIRA et al., 2012). Em teste de indução da proliferação celular utilizando extrato de sâmaras de Austroplenckia populnea, foi observado diminuição de células epiteliais sobre as linhagens cancerígenas, bem como em células normais.(CANESCHI, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados positivos para ensaios de citotoxicidade demonstram o grande potencial de espécies da família Celastraceae frente à atividade carcinogênica. Para confirmação dessa atividade promissora, fazem-se necessárias novas investigações. REFERÊNCIAS BRASIL .INCA-Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva/ Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.inca.gov.br Acessado em: 18 de agosto de 2014 CANESCHI, C.M. Estudo fitoquímico e atividades biológicas de extratos e constituintes isolados de sâmaras de Austroplenckia populnea Reissek (Celastraceae)Dissertação de Mestrado, Programa de Pós graduação em Ciências Farmacêuticas (CiPharma). Universidade Federal de Ouro Preto, 2011. CASSADY, J. M., CHAN, K. K., FLOSS, H. G., LEISTNER, E. Recent developments in the maytansinoid antitumor agents. Chemical and Pharmaceutical Bulletin (Tokyo). v. 52, p.1 - 26, 2004. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 DE OLIVEIRA, C. R.; MENEZES, A. C. S; DE MORAES, M. O.;VIEIRA,L. M.; PEREIRA, A. G.; ROSA SILVA LIMA,R. S.; DOS SANTOS, M. L. Avaliação citotoxica em três linhagens de células tumorais das frações obtidas da casca do caule de Salacia crassifolia (MART. ex.Schult.) G. Dom. (Celastraceae). Revista Colombiana de Ciências e Química Farmacêutica. v. 41 n.2, p.133 - 142, 2012. GUERRA, M. R.; MOURA GALLO, C. 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Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TÉCNICAS DE BAIXA COMPLEXIDADE PARA IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Staphylococcus ssp. Mônica Mendes Moreira - Graduanda do Curso de Farmácia - Bolsista PIBIC FAPEMIG– Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Elizabete Cristina Ribeiro – Graduanda do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Chaves Amorim, Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS- CHAVES: Staphylococcus ssp., Diagnóstico, Bacteriologia INTRODUÇÃO O gênero Staphylococcus ssp. é formado por bactérias Gram-positivas de forma esférica (cocos), que formam grupos com aspecto de cachos de uva. Essas bactérias, junto a Escherichia coli, compõem a maior parte da flora normal humana e se caracterizam como causas mais comuns de infecções cutâneas (BATISTA e MAGGIONI, 2012). As infecções estafilocócicas produzem cavidades cheias de pus, como abcessos e os furúnculos. Podem circular através do sangue e formar abcessos em órgãos internos, como pulmões, ossos e no revestimento interno do coração e das suas válvulas (BATISTA e MAGGIONI, 2012). A identificação de espécies do gênero estafilococos exige técnicas altamente complexas com recursos utilizados em biologia molecular. Porém, em uma rotina laboratorial, algumas análises preliminares de amostras revelam indícios da presença desses microrganismos, auxiliando o diagnóstico. O objetivo do presente trabalho é relacionar as técnicas de baixa complexidade mais utilizadas na rotina laboratorial para identificação Staphylococcus ssp (OPULSTIL, 2010) METODOLOGIA Foram feitas pesquisas bibliográficas com consultas em banco de revistas científicas ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Essa pesquisa é parte de um projeto mais abrangente, que se encontra em andamento, intitulado: “Quantificação de Bactérias do Gênero Staphylococcus ssp. Em diferentes tipos de pele: seca e oleosa”. Esse projeto foi aprovado pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). RESULTADOS E DISCUSSÕES A seleção de bactérias do gênero estafilococos é feita a partir de meios de cultura específico e/ou seletivo. Posteriormente, a confirmação da presença dessa espécie é feita através de testes de coloração associados a testes que avaliam características bioquímicas e fisiológicas (OPULSTIL, 2010). Para identificação presuntiva, inocula-se amostra na placa de ágar sangue de carneiro em 5% de tensão de CO2. Esse meio possibilita o crescimento de espécies do gênero estafilococos e estreptococos. As colônias de estafilococos são geralmente maiores, convexas, de coloração amarela, podem apresentar hemólise ou não. As colônias de estreptococos tendem a ser menores (puntiformes), e com halos de hemólise total ou parcial. A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos é feita pela prova da catalase (ANVISA, 2013). Outra maneira de se realizar a seleção de culturas de estafilococos é a utilização ágar manitol salgado. Nesse meio há nutrientes para crescimento bacteriano e a seletividade para estafilococos é feita pela presença de cloreto de sódio a 7,5 %. O vermelho de fenol se caracteriza como um indicador de pH que avalia a presença de diferentes espécies desse gênero. (CHAPMAN, 19945, ANVISA, 2013). A caracterização dos estafilococos é baseada na morfologia que as bactérias apresentam em meios líquidos. Mostram-se em forma de cocos aos pares, em cachos de uva ou agrupados. Essa observação é feita através de métodos de coloração de GRAM e posterior observação em microscópio óptico em objetiva de imersão. Para fazer o diagnóstico diferencial entre estafilococos e outras células bacterianas de morfologia semelhante (cocos Gram positivos), é preciso realizar provas bioquímicas, fisiológicas e de motilidade (ANVISA, 2013). O teste de catalase é um prova bioquímica que tem como princípio a avaliação da presença de enzima bacteriana capaz de reduzir o peróxido de hidrogênio ao ser adicionado em uma determinada cultura. A presença dessas enzimas é identificada pela produção de bolhas. Para estafilococos a prova é Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 geralmente positiva, enquanto que para estreptococos é negativa (ANVISA, 2013). Outras bactérias em forma de cocos como Micrococcus ssp. Planococcus ssp. e Stomatococcus ssp. também possuem enzimas capazes de reduzir o peróxido de hidrogênio, fornecendo resultados positivos a esse teste. Para fazer o diagnóstico diferencial, é preciso realizar o teste de motilidade e somar os resultados (ANVISA, 2013). A prova da motilidade indica indiretamente a produção de estruturas de locomoção bacteriana. Trata-se de uma prova fisiológica que auxilia na identificação de bactérias. A prova é positiva quando os microrganismos crescem em meio semisólido, deslocando-se da linha de inoculação, turvando o meio. A prova é negativa quando os microrganismos ficam restritos ao local da inoculação sem, contudo, turvar o meio. Através do teste de motilidade é possível diferenciar espécies do gênero Staphylococcus ssp. (motilidade negativa) e de gênero Planococcus ssp. (motilidade positiva) (ANVISA,20013). O teste de oxidase é feito através da leitura em fita de oxidase. Em caso positivo, o esfregaço bacteriano na fita apresenta coloração rosa intenso, que após alguns segundos pode mudar para preta. O esfregaço de bactérias oxidase negativas não apresentarão alteração de cor. Esse teste auxilia na diferenciação entres Staphylococcus ssp que são oxidases negativos e outros cocos catalase positivos: Micrococcus ssp. Macrococcus ssp. e Kocuria kristinae (ANVISA, 20013). CONSIDERAÇÕES FINAIS As avaliações laboratoriais descritas são de baixo custo e com importante valor para auxílio no diagnóstico clínico. REFERÊNCIAS BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 6: Detecção e identificação de bactérias de importância médica /Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Publicações Eletrônicas. Brasília: Anvisa, 2013. BATISTA, D. e MAGGION, D. Furunculose. Centro de Ciências da Saúde.. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia Microbiologia Geral. Santa Maria, 2012. Disponível em: http://coral.ufsm.br/microgeral/ Oficinas/Furunculose.pdf. Acesso em: 03.abri.2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CHAPMAN, G.H.The significance of sodium chloride in studies of staphylococci. Journal Bacteriol. 50 ed. p. 201-203, 1945. OPLUSTIL, C.P., ZOCCOLI, C.M., TOBOUTI, N.R., E SINTO, S.I. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica, Sarvier, São Paulo, 3 ed 2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FARMACOTERAPIA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO Cíntia de Fátima Ribeiro, Amanda Geralda Reis Cruz, Dândara Tavares, Sunamita Freire da Silva, Rogéria Miranda Braga – Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Depressão Pós-Parto; Farmacoterapia. INTRODUÇÃO A Depressão Pós-Parto (DPP) caracteriza-se como um grave problema de saúde no ciclo gravídico-puerperal que atinge aproximadamente de 10 a 20% das mulheres nos seis primeiros meses após o parto. Somente 50% dos casos da doença são diagnosticados na clínica diária e menos de 25% das puérperas acometidas têm acesso à terapia (RUSCHI et al., 2007). A DPP provoca alterações psicológicas na mãe e pode afetar o desenvolvimento psicológico da criança (IBIAPINA et al., 2010; SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011). Costa (2013) acrescenta que distúrbios depressivos puerperais aumentam as possibilidades de comportamentos agressivos das mães contra si mesmas e contra pessoas que estão ao seu redor, inclusive o recém-nascido. Segundo Ibiapina et al., (2010) diagnosticar a DPP não é algo fácil, uma vez que seus sintomas são comuns no período puérpero. As principais manifestações clínicas consistem em alterações do sono, adinamia, sentimentos de culpa ou desânimo, podendo ocorrer, inclusive, presença de pensamentos suicidas. O tratamento farmacológico mostra-se como o meio mais acessível a clínicos que lidam com tais pacientes e há indício de que o mesmo restabeleça o funcionamento dessas mulheres (MAGALHÃES et al., 2006). Diante do exposto, foi feita uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar os fármacos utilizados na terapêutica da DPP, evidenciando a classe medicamentosa de primeira escolha. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: depressão pós‑parto, farmacoterapia. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Analisando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, foi possível detectar que para a maioria das mulheres com quadros leves e moderados de DPP, a psicoterapia é suficiente para o controle dos sintomas. O tratamento farmacológico é reservado para os quadros mais graves, não responsivos à psicoterapia (HIGUTI e CAPOCCI, 2003; SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011). Em levantamento bibliográfico conduzido por Dezidério et al., (2011) foram apontados os medicamentos mais eficazes e utilizados no tratamento deste distúrbio, entre os quais, destacam-se os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina – ISRSs (fluoxetina, paroxetina, sertralina) e os Antidepressivos Tricíclicos – ADT (nortriptilina e desipramina). Estudos de caso-controle que objetivavam comparar a eficácia do tratamento farmacológico para o controle da doença, revelaram que fármacos como sertralina, fluvoxamina e venlafaxina (ISRSs) foram capazes de promover melhora significativa dos sintomas depressivos das puérperas (COSTA, 2013). O tratamento de primeira escolha para a DPP consiste no uso dos ISRSs, já que seus componentes têm um baixo risco tóxico. Além disso, os ADT acarretam em menor aderência ao tratamento, devidos aos seus efeitos colaterais, como: sedação, ganho de peso, hipotensão ortostática e constipação (WENDER et al., 2002; HIGUTI e CAPOCCI, 2003). Os ISRSs apresentam perfil mais tolerável de efeitos colaterais, provavelmente em razão de sua ação seletiva. É importante salientar que o profissional farmacêutico configura-se como peça fundamental para garantir a adesão ao tratamento, por meio do esclarecimento de dúvidas em relação a tais medicamentos (SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, pode-se verificar que embora seja reconhecida a heterogeneidade da depressão, há um consenso quanto à efetividade dos antidepressivos. Além disso, foi possível identificar que um dos principais motivos que conferem aos ISRSs o caráter de grupo farmacológico de primeira escolha para o tratamento da DPP, é atribuído, principalmente, à sua característica de seletividade. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS COSTA, L. M. Depressão pós-parto. Piracicaba. 2013. 29p. Monografia/Pósgraduação. Pós-graduação em Saúde Coletiva e da Família, Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. DEZIDÉRIO, D.; FERREIRA, D.C.; ESPOLADOR, L.; LARA, L.; RUIZ, L.; CATELANMAINARDES, S.C. Os efeitos dos principais psicofármacos utilizados no tratamento da depressão pós-parto. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 7, 2011. Maringá. Anais eletrônico, Maringá: EPCC, 2011. P. 1-5. HIGUTI, P. C. L.; CAPOCCI, P. O. Depressão pós-parto. Revista de Enfermagem UNISA, Santo Amaro, v. 4, p.46-50, 2003. IBIAPINA, F.L.P.; ALVES, J.A.G.; BUSGAIB, R.P.S.; COSTA, F.S. Depressão pósparto: tratamento baseado em evidências. Femina, v.38, n. 3, p. 1-5, 2010. MAGALHÃES, P.V.S.; PINHEIRO, R.T.; FARIA, A.D.; OSÓRIO, C.M.; SILVA, R.A. Questões críticas para o tratamento farmacológico da depressão pós-parto. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 35, n. 5, p. 245-248, 2006. RUSCHI, G.E.C.; SUN, S.Y.; MATTAR, R.; CHAMBÔ FILHO, A.; ZANDONADE, E.; LIMA, V.J. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Revista de Psiquiatria, Rio Grande do Sul, v. 29, n. 3, p. 274-280, 2007. SOUSA, E. N.; VIEIRA, R. C. S.; PARTATA, A. K. A importância do farmacêutico no tratamento da depressão pós-parto. Infarma, Brasília, v.23, p.58-64, Nov/Dez, 2011. WENDER C. O. M.; MAGNO V. A.; MARC C. M. A.; ANFROI A. Depressão puerperal: atualização. Femina, v. 30, n. 7, p. 439-444, 2002. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 BACTÉRIAS E A RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS Cristina de Paula Loiola, Inácio Dornelas Sampaio Neto, Luciano Vitor Estevão, Pricila Luiza Cruz Lima e Valéria de Sousa Santana – Acadêmicos do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Bactérias; Multirresistência; Antibióticos. INTRODUCAO A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em maio de 2014, o primeiro relatório sobre a situação da resistência bacteriana (RB) no mundo. A análise contou com dados de 114 países e revelou as sete espécies que mais causam preocupação: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus, Salmonella, Streptococcus pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae e Shigella. Em Todas as nações da Europa, Ásia e Oceania ocorrem cinco ou mais espécies de bactérias multirresistentes. Já nos países localizados na América, somente no Brasil, Uruguai, Chile, México e Costa Rita a prevalência de espécies resistentes é de menos de cinco (BIERNATH, 2014). Existe uma preocupação quanto a este panorama, pois os fármacos antimicrobianos existentes estão se tornando ineficazes contras as cepas multirresistentes devido ao uso desenfreado de antibióticos de maneira irracional (GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002). Dessa forma, infecções triviais passam a apresentar aspecto perigosíssimo. O governo brasileiro deu um importante passo para restringir o uso irracional de antibióticos, ao editar a Resolução nº 20, da ANVISA, que dispõe sobre prescrição, comercialização e embalagem de antibióticos. A resolução estabelece normas mais rígidas de prescrição, determina a retenção de cópias das receitas em farmácias e drogarias e obriga os comerciantes do setor a manter livros de registro dessas vendas, com a identificação dos compradores. Os antibióticos devem ter faixas vermelhas na embalagem e, nestas, a informação de venda apenas sob prescrição médica e com retenção da receita. (ANTUNES et al., 2011; BIERNATH, 2014; BRASIL, 2011). Medidas como esta são essenciais para controlar a proliferação e um potencial Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 predomínio de superbactérias. No entanto, muito ainda precisa ser feito. Cabe aos cientistas desenvolver pesquisas que levem a novos medicamentos para combater os microorganismos multirresistentes, e compete aos governantes adotar políticas e medidas práticas, implantando monitoramento constante e o controle da disseminação dessas bactérias modificadas, bem como outras ações de promoção da saúde e prevenção (DIAS, MONTEIRO, 2010; ANTUNES et al., 2011). Contudo, o objetivo deste trabalho é descrever os principais mecanismos utilizados pelas bactérias para tornarssem resistentes a antimicrobianos. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES Nas últimas décadas, o mundo tem testemunhado uma grande proliferação de bactérias patogênicas, envolvidas em uma variedade de doenças, que apresentam resistência a múltiplos antibióticos. O termo superbactérias, muito usado atualmente, refere-se a bactérias que acumularam vários genes determinantes de resistência, a ponto de se tornarem refratárias a, praticamente, todos os antimicrobianos utilizados nos tratamentos médicos, deixando clínicos e cirurgiões sem muitas opções para combater as infecções. Pacientes hospitalizados são, particularmente, mais suscetíveis a infecções graves por bactérias, em razão do sistema imune mais comprometido e do uso de procedimentos médicos invasivos, como cirurgia e implantação de cateteres e próteses. Dessa forma, cada vez mais existe a necessidade de utilização de antibióticos de maior espectro o que, inclusive, favorece ainda mais o surgimento e a seleção de cepas resistentes devido à pressão de seleção (PAGE et al., 2004; GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002; ANTUNES, et al., 2011.). As bactérias se adaptam a diferentes mecanismos para sobreviverem à ação dos antibióticos. Algumas delas apresentam inclusive diversas mutações em seu genoma e dessa forma desenvolvem vários mecanismos de resistência simultaneamente (BIERNATH, 2014). Certas bactérias, ao entrarem em contato com Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 o medicamento, superativam a chamada bomba de efluxo, mecanismo responsável pela expulsão das substâncias que seriam nocivas ao microrganismo. Ocorrem também modificações enzimáticas e de receptores que são alvos dos antibióticos, com isso, após os primeiros contatos com o fármaco, o medicamento se torna ineficaz. E por ultimo, as bactérias adotam o mecanismo de enzimas específicas, que neutralizam o antibiótico antes que ele chegue ao seu destino (PAGE et al., 2004, GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002). Após essas adaptações, as bactérias sobreviventes se multiplicam espalhando o material genético. Uma bactéria também pode transmitir partes de seu DNA que confere proteção contra um fármaco para outras que estão nas proximidades. Além disso, as bactérias conseguem captar trechos genéticos de bactérias já resistentes e incluir em seu próprio genoma. Existem também, vírus chamados de bacteriófagos, que ao invadir uma bactéria, tomam para si pedaços de genes resistentes e os transmitem adiantes, infectando outras. E por fim, a seleção natural, onde um fármaco elimina as bactérias frágeis, selecionando assim as mais resistentes. Essas bactérias sobreviventes se reproduzem e, aos poucos, formam colônias difíceis de serem erradicadas (BIERNATH 2014; DIAS, MONTEIRO, 2010; ANTUNES et al., 201). O sucesso das superbactérias parece depender de três fatores principais: a presença de elementos genéticos móveis, permitindo à transmissão de genes de resistência de uma bactéria a outra; a intensa utilização de antimicrobianos; e a rapidez com que as pessoas viajam de um país para outro, disseminando tais bactérias entre indivíduos de regiões geográficas distintas. Sem dúvida, a questão da múltipla resistência aos antibióticos tornou-se uma crise sanitária global (ANTUNES et al., 2011) CONSIDERACOES FINAIS Sendo assim, a melhor forma de evitar a proliferação e prevalência dessas bactérias multirresistentes em relação ao mecanismo de ação dos medicamentos é corrigir o uso indiscriminado de antibiótico sem prescrição e orientação médica. Vale apena ressaltar também a higiene adequada das mãos, pois é o principal vetor externo de contaminação e contato com essas bactérias. REFERÊNCIAS PAGE et al. Drogas e Bactérias. In: Farmacologia integrada. 2. ed. Barueri: Manole Ltda, 2004. p. 111-136. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 GRAHAME-SMITH, D.G; ARONSON, J.K.. Tratado de farmacologia clínica e farmacoterapia. 3.ed.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. DIAS, Margarida; MONTEIRO, Micaela S. Antibióticos e resistência bacteriana: velhas questões, novos desafios. In: Clinica farmacológica. Lisboa. 2010. ANTUNES, et al. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. In: Ciência Hoje. Rio de Janeiro.. p. 23-27, 2011. BIERNATH, A. Como bactérias criam resistência a antibióticos? Saúde Vital. São Paulo, Julho. 2014. BRASIL. RDC n. 20, de 09 de maio de 2011. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília, 09. mai. 2011. Seção 1, páginas 39 a 41. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 OBESIDADE: A MAIS COMUM DAS ALTERAÇÕES NUTRICIONAS NO MUNDO Angélica Aparecida Moreira Santos, Daiane Sérvio Tensoli, Manila Bastos da Silva, Mônica Cunha Tôrres, Wirgínia Leoni Vitor de Oliveira – Graduandas em Bacharelado em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. PALAVRAS CHAVES: Obesidade; Tratamento, Saúde Pública. INTRODUÇÃO A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos mais graves problemas de saúde pública do mundo (NISSEN et al., 2012). É definida como um acúmulo de gordura anormal em forma de triglicérides, devido a um balanço energético positivo ou, ainda como consequência do abuso de alimentos sem propósito nutricional (SOUZA et al., 2005). O aumento de sua incidência e prevalência deve-se principalmente ao estilo de vida, consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, sedentarismo, redução de consumo de fibras. Esse aumento é uma das maiores preocupações dos profissionais e pesquisadores da área de saúde (BIANCHINI et al., 2012).É comprovado que o excesso de peso associa-se ao cardiovasculares, aparecimento como de diversas hipertensão complicações, arterial; insuficiência incluindo as coronariana; arteriosclerose; doenças osteomusculares, respiratórias; dermatológicas; distúrbios endócrino-metabólicos, como a diabetes e as dislipidemias; além de neoplasias (SOUZA et al., 2005). Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente (NISSEN et al., 2012). Contudo, foi realizado um levantamento bibliográfico com o objetivo de aprofundar em aspectos importantes da obesidade e seu tratamento. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Geralmente os pacientes apresentam uma alimentação incorreta e desorganizada. A maioria das pessoas fazem apenas três refeições diárias, não possuem horários definidos para fazê-las e/ou deixam de realizar alguma refeição (SOUZA et al.,2005). Existem inúmeros métodos de tratamento para obesidade, onde a mudança de vida, que envolve dietas, com restrição calórica e pratica de exercícios físicos, possui as maiores e melhores resultados (NISSEN et al., 2012). Os tratamentos farmacológicos são bastante utilizados. Dentre as substâncias utilizadas, a Sibutramina possui destaque, pois é o único fármaco de comercialização autorizada atualmente, por isso é uma substância que está em grande evidência. Este fármaco possui eficácia na perda de peso e na manutenção, além disso, ajuda no combate à comorbidades associadas à obesidade. (NISSEN et al., 2012). As anfetaminas foram substâncias muito utilizadas por bastante tempo, mas foram proibidas de serem comercializadas no Brasil em outubro de 2011. Dentre os motivos que levaram a suspensão das vendas estão o aumento da pressão sanguínea, a ocorrência de palpitações, problemas brônquicos, alteração no reflexo de esvaziamento da bexiga e dos intestinos (CARNEIRO, JÚNIOR e ACURCIO, 2008). Contudo, mesmo que medicamentos sejam aplicáveis na terapêutica da obesidade, a terapia não medicamentosa é a mais importante. A mudança de conduta envolve a prática de exercícios físicos e realização de dietas hipocalóricas, estes promovem a diminuição da gordura corporal, o aumento da massa magra e a atenuação das comorbidades geradas pelo excesso de gordura. Dessa forma o recomendado é que a utilização de medicamentos seja sempre associada à mudança de conduta (FONSECA-JUNIOR et al.,2013). A cirurgia bariátrica é outra forma de tratamento, e este vem aumentando em todo o mundo. No entanto é recomendada apenas para pacientes com obesidade mórbida. Em longo prazo, é considerada mais eficiente que o tratamento clínico. Entretanto, tanto antes quanto após o processo cirúrgico, o exercício físico deve ser parte integrante do programa de tratamento cirúrgico multidisciplinar. (FONSECA-JUNIOR et al.,2013). Contudo, a obesidade é uma condição complexa raramente temporária, e deve ser encarada como doença crônica na qual estão envolvidos múltiplos fatores e o tratamento é difícil, em longo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 prazo, uma vez que requer mudanças comportamentais e dos hábitos pelo resto da vida dos pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS No mundo atual a prevalência da obesidade é crescente e esta não é uma condição simples de ser controlada / tratada. Seu tratamento requer principalmente força de vontade, apoio, e acompanhamento de profissionais de saúde. Existe um número limitado de fármacos disponíveis para ajudar os pacientes na perda de peso, além disso, nem todos os obesos e/ou pessoas são candidatos ao tratamento farmacológico. Esses medicamentos devem ser acompanhados de um programa abrangente que inclua dieta e exercícios e mudanças de comportamento. REFERÊNCIAS SOUZA, Jakeline et. Al. Obesidade e tratamento: Desafio Comportamental e social. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. Rio de Janeiro, vol. 1, 2005,1, 1 – 8 junho. 2005. NISSEN, Leonardo et. Al. Intervenções para tratamento da Obesidade: Revisão Sistemática. Revista Brasileira med fam comunidade. Florianópolis, 2012, 184190. Setembro. 2012. BIANCHINI, Josiane et al. Tratamento da Obesidade: Revisão de Artigo sobre intervenções multiprofissionais no contexto brasileiro. Arq Ciênc Saúde. Maringá – Pr. 2012, 9 -15. Abril – Junho. 2012. CARNEIRO, Mônica de Fátima Gontijo; JÚNIOR, Augusto Afonso Guerra; ACURCIO, Francisco de Assis. Prescrição, dispensação e regulação do consumo de psicotrópicos anorexígenos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.24, n.8, p.1763-1772, ago, 2008. FONSECA-JUNIOR, Sidnei Jorge et. Al. Exercício físico e obesidade mórbida: Uma revisão sistemática. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva. São Paulo, 2013. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Juliana Martins Ferreira e Jéssica de Souza – Acadêmicas do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS CHAVE: Medicamentos psicotrópicos; Prescrições; Erros de Medicação. INTRODUÇÃO Os medicamentos constituem um dos principais agentes tóxicos no Brasil desde 1994, sendo que em 2009 as intoxicações humanas decorrentes de medicamentos tiveram um percentual de 26,47% na qual 17,36% resultaram em casos de morte (TELES et al., 2013). As classes que mais causam intoxicações no Brasil são os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti- inflamatórios (BORTOLETTO & BOCHNER, 1999). A Lei nº 5.991 de 17 de dezembro de 1973 é responsável pelo controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos no Brasil (BRASIL, 1973). Além disso, a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) em 1998 regulamentou a Portaria nº 344 com o intuito de controlar todas as atividades relacionadas às substâncias e medicamentos psicotrópicos (DUZANSKI et al., 2011). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES As prescrições que não estão de acordo com a legislação, podem prejudicar o tratamento farmacoterapêutico e levar a erros da medicação. Esses erros são decorrentes principalmente de falhas no momento da prescrição e dispensação. Sendo assim, a dispensação dos medicamentos de controle especial deve ser mais rigorosa, pois podem causar dependência, entre outros agravos à saúde (MASTROIANNI, 2009). Dentre todas as substâncias sujeitas a controle especial, os benzodiazepínicos (BDZ) e os antidepressivos estão entre os medicamentos psicoativos mais utilizados. Estudos comprovam que médicos de diversas especialidades prescrevem esses medicamentos e não apenas os psiquiatras, o que pode estar relacionado com um maior número de diagnósticos inadequados, uso irracional de medicamentos e consequentemente podem interferir na qualidade de vida dos usuários desses medicamentos (FONTES, 2009). Devido ao uso abusivo de certos medicamentos no Brasil, foi criada a RDC nº 27 de março de 2007, que elaborou o Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). O SNGPC é um sistema informatizado que permite a captura e transmissão de dados relacionados com a produção, circulação, comércio e uso de substâncias ou medicamentos de controle especial e está disponibilizado via internet (MARTINS et al., 2012). Silva e Iguti (2013) realizaram um estudo com o objetivo de conhecer o consumo de psicotrópicos de uma população em região periférica de São Paulo. Foram analisadas 800 prescrições, sendo que dos 1371 medicamentos prescritos, 1134 eram controlados. Dos medicamentos controlados, 78,40% pertenciam à lista C1 e 21,60% à lista B1. Observaram também que após a implantação do sistema informatizado, a quantidade de medicamentos prescritos diminuiu, mostrando a necessidade do uso de tecnologias e abordagens de educação em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos observar que os medicamentos são essenciais para a prevenção, promoção, manutenção e recuperação da saúde, proporcionando a sociedade uma melhor qualidade de vida. Porém além dos medicamentos oferecerem benefícios, o seu uso inadequado pode levar a complicações, danos a saúde, prejuízos econômicos e sociais. Os Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs) Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 compreende também o Erro de Medicação (EM), sendo qualquer erro acometido durante a prescrição e utilização do medicamento. Desta forma os erros ocorridos podem estar relacionados a pratica profissional e a comunicação do pedido e adesão ao paciente (AIZENSTEIN & TOMASSI, 2011). REFERÊNCIAS: AIZENSTEIN, M. L.; TOMASSI, M. H. Problemas relacionados a medicamentos; reações adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma padronização nas definições e classificações. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. v. 32, n. 2, p. 169-173. 2011. BORTOLETTO, M. E.; BOCHNER, R. Impacto dos medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro. v.15, n.4, p.859-869. 1999. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Lei Federal nº 5.991 de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/lei_5991_73.htm. Acesso em: 08. abr. 2014. DUZANSKI, J. et al. Avaliação das informações contidas em notificações de medicamentos psicotrópicos comercializados em uma drogaria no município de Ourinhos-SP. Departamento de Farmácia – Faculdades Integradas de Ourinhos FIO/FEMM. FONTES, R. A. Estudo descritivo do consumo de psicofármacos em Ouro Preto, Minas Gerais (2006). Ouro Preto, 2009. 127p. Dissertação (Mestrado). Fármacos e Medicamentos. Escola de Fármácia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal de Ouro Preto. MARTINS, E. L. M. et al. Dispensações de psicotrópicos anorexígenos no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Revista Ciência & Saúde Coletiva. v. 17, n. 12, p. 3331-3342. 2012. MASTROIANNI, P. C. Análise dos aspectos legais das prescrições de medicamentos. Revista de Ciências Farmacêutica Básica Aplicada. v. 30, n. 2, p. 173-176. 2009. SILVA, T. O.; IGUTI, A. M. Medicamentos psicotrópicos dispensados em unidade básica de saúde em grande município do estado de São Paulo. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. Edição Especial. p. 2004-2015. Edição Especial. Março/ 2013. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TELES, A. S. et al. Papel dos medicamentos nas intoxicações causadas por agentes químicos em município da Bahia, no período de 2007 a 2010. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. v. 34, n. 2, p. 281-288. 2013. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 AS ANEMIAS NO CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO Dalessandro Maurício Dutra e Fabrício Bicalho Sérvio – Acadêmicos do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes e Shiara Martins de Souza - Farmacêuticas Bioquímica – Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professoras da Faculdade Vértice – UNIVERTIX [email protected] PALAVRAS – CHAVE: Anemia, Hemoglobina, Prevalência. INTRODUÇÃO A anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina total em funcionamento na circulação (HINTZ e TEIXEIRA, 2012). O diagnóstico dessa doença pode ser suspeito por sinais e sintomas aparentes, sendo que são necessários exames laboratoriais adicionais para maior precisão do diagnóstico. O exame mais utilizado é o hemograma. Para a avaliação de seus resultados, considera-se gênero, estado fisiológico e altitude em que vive o paciente (PACHECO et al., 2013). MÉTODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com OMS, estimam que ¼ da população mundial tenha a doença, atingindo valores superiores a 40%, considerada como grave problema de saúde pública. Dada a importância da patologia no mundo, diversos países conduzem intervenções para reduzir a anemia; particularmente nos grupos mais susceptíveis para os seus efeitos devastadores, que incluem as mulheres grávidas e as crianças na primeira infância (PACHECO et al., 2013). Existem vários tipos de anemias. A classificação de cada uma é dada a partir da razão que levou a diminuição dos níveis de hemoglobinas circulantes. Do ponto de vista epidemiológico, de 50% a 90% de todos os tipos de anemia no mundo ocorrem devido à deficiência de ferro. Dentre as principais causas dessa anomalia estão: baixo consumo e/ou a baixa absorção do ferro dietético. (VIEIRA e FERREIRA, 2010; CEMBRANEL, DALLAZEN, GONZALES-CHICA, 2013). A anemia por carência nutricional acomete Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 principalmente crianças (47,4%), gestantes (41,8%) e mulheres em idade fértil (30,2%). Ocorre em maior proporção em países desenvolvimento, sendo a prevalência considerada um grande problema para saúde pública, pois está acomete um valor maior que 40% em crianças pré-escolares (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre as várias deficiências nutricionais, a de ferro se destaca das demais, tanto em países desenvolvidos, onde possui prevalência de 17%, quanto em países em desenvolvimento representando 42% dos casos (CARVALHO et al., 2008). Um estudo elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que a anemia por deficiência de ferro afeta 24,8% da população mundial, tendo a maior prevalência crianças da faixa etária pré-escolar (47,4%). Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS, 2006) a anemia por deficiência de ferro possui prevalência de 20,9% das anemias em crianças menores de 5 anos, sendo 8,7% destes casos considerados de moderado a muito grave e a região nordeste do Brasil possui as taxas mais elevadas do país (MARTINS, 2011). Estudos revelam ainda que existe uma tendência ao aumento da prevalência desta patologia, de modo que hoje esta as anemias são consideradas uma das doenças mais importantes no Brasil e no mundo (VIEIRA e FERREIRA, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, a anemia se caracteriza como um problema de saúde pública. Devido aos índices de prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento, surge então a necessidade de avaliar o perfil de pacientes submetidos ao exame hematológico. Essas informações são importantes para posteriores intervenções de políticas públicas voltadas para esse tipo de doença. REFERÊNCIAS CARVALHO, D.C; GRALA, C.G; HEINZEN, R.B; MENEGALI, T. T; BALDESSAR, M. Z. Prevalência de anemia ferropriva em crianças de 0 a 5 anos internadas no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão/SC, no período de agosto à dezembro de 2008. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 39, n. 3, pag. 25, 2010. CEMBRANEL, F.; DALLAZEN, C.; GONZALEZ-CHICA, D. A. Efetividade da suplementação de sulfato ferroso na prevenção da anemia em crianças: revisão sistemática da literatura e metanálise. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, n.10, v.22, pag. 2169-2178, 2006. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 HINTZ, Rosane da Silva; TEIXEIRA, Mário Lettieri. Prevalência de Anemia em Crianças de 6 meses a 6 anos de idade atendidas em um Laboratório de Análises Clínicas. Revista Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 1, p. 87-95, jan./abr. 2012. MARTINS, D. S. Anemia em Crianças e Adolescentes: Prevalência dos últimos onze anos no Brasil. Porto Alegre, 2011 p.55. Monografia/graduação. Curso de Nutrição. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. OLIVEIRA, C. S. M.; CARDOSO, M. A.; ARAUJO, T. S.; MUNIZ, T. P. Anemia em crianças de 6 a 59 meses e fatores associados ao município de Jordão, Estado do Acre. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro n. 27 v. 5 pag. 1008 – 1020, 2011. PACHECO, J. P; SCHEDLER, F. L. S; HERMES, L; MOLZ, P; ROSA, K; PRÁ, D; FRANKE, S. I. R. Prevalência da anemia e fatores associados em crianças de 6 a 24 meses matriculadas na rede pública de Venâncio Aires, RS, Brasil. Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 1, pag. 179-190, 2013. VIEIRA, R. C. S.; FERREIRA, H. S. Prevalência de anemia em crianças brasileiras, segundo diferentes cenários epidemiológicos. Revisa de nutrição. n. 3, v. 23, pag. 433-444, 2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS Helisson Augusto de Sá Mendes e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicos do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rogério Oliva Carvalho - Graduado em Medicina Veterinária – Doutor em Medicina Veterinária – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS CHAVE: Enteroparasitose; Epidemiologia; prevalência. INTRODUÇÃO As doenças parasitárias são frequentes na população mundial, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento onde apresentam um alto índice de disseminação devido às más condições de vida de diferentes populações mais carentes (FREI, JUNCANSEN e PAES., 2008). O mesmo autor ressalta que para uma tríade epidemiológica das doenças parasitárias tem se uma necessidade de três fatores principais, sendo eles, as condições do hospedeiro como a idade, estado nutricional, e alguns fatores genéticos, o parasito como a resistência a todo sistema imune do hospedeiro e por último o meio ambiente. As infecções parasitárias são consideradas uma das doenças mais comuns e mais negligenciadas, afetando mais de 30% da população mundial (FERREIRA, et al., 2006 ). Segundo MAGALHÃES et al., (2013) no Brasil, a falta de políticas públicas em favor de uma educação sanitária e de saúde eficientes acrescenta ainda mais o problema das doenças parasitárias na questão de transmissão fecal-oral. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES A epidemiologia é o estudo do que afeta a população, e a sua distribuição, assim como a de seus determinantes (FERNANDES e BARBOSA., 2011). O mundo juntamente com todos os países é um complexo ecossistema, a ocorrência de infecções parasitárias relacionadas com o contágio do solo e da água com materiais fecais humanos tem demonstrado uma diminuição em países desenvolvidos, tal ocorrência pode está relacionado aos avanços realizados nos recursos hídricos, programa de educação em saúde e no desenvolvimento do nível socioeconômico da população, no entanto, nos países em desenvolvimento essas infecções parasitárias ainda se revelam presentes (MAGALHÃES, et al., 2013). Segundo FERNANDES e BARBOSA, nestes países em pleno desenvolvimento, sobretudo em áreas tropicais, e nas creches, asilos e entre outros locais que há um agrupamento de pessoas como também presídios e hospitais psiquiátricos, o problema contém maiores dimensões. Um estudo realizado por Andrade et al., (2013) objetivou determinar a prevalência de parasitoses em creche e bem como os fatores de risco relacionados, onde foram feitos exames coproparasitológicos em 276 crianças, e foram aplicados questionários para avaliar os fatores de riscos. Observou a prevalência de 44,5% para as enteroparasitos (ascaridíase ∕21,7%) e 31,2% para ectoparasitos (pediculose ∕18,2%). Verificou também que o baixo peso, faixa etária de 3 a 4 anos, ruas não pavimentadas e renda familiar apresenta uma relação significante com as enteroparasitoses. A alta prevalência de infecção a parasitoses em países subdesenvolvidos é responsável por vários quadros clínicos entre eles a diarreia e a desnutrição, afetando o desenvolvimento físico e cognitivo, especialmente as pessoas mais jovens, assim, estas parasitoses precisariam ter maior importância nas ações públicas, em razão ao dano que ocasiona não só o indivíduo quanto até mesmo ao Estado, em consequência dos gastos com o tratamento (FILHO, et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos observar que a prevalência das parasitoses ainda é existente, principalmente em comunidades menos favorecidas, onde há uma carência da promoção de saúde da população, que pode ser traduzida pela ausência de determinados hábitos higiênicos e sanitários. Desenvolvimento de projetos que ajudam na redução das infecções parasitarias devem ser reforçadas, possibilitando Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 a gestão dos recursos hídricos e a implementação de saneamento básico, em determinadas regiões resultando em uma melhoria na qualidade de vida e no bem estar dessas comunidades (SILVA, et al., 2011). REFERÊNCIAS: ANDRADE, A. S. A.; CARVALHO, C. D. ; BRITO, A. M. G. et al. Cuidado infantil e infecções parasitárias. Cienc. Cuid. Saúde, Universidade Federal de Sergipe, V. 12, n.2, p. 257-265, Abr ∕ Jun. 2013. FREI, F.; JUNCANSEN, C.; PAES, J. T. R. Levantamento epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analítico decorrente do tratamento profilático. Rio de Janeiro. Caderno Saúde Pública. V.24, n. 12, p. 2919-2925, Dez. 2008. FERNANDES, F. D. C. e BARBOSA, F. H. F. Ocorrência de parasitoses intestinais entre crianças da creche menino jesus do município de Dores do Indaiá, Minas Gerais. Ciência Equatorial. V. 1, n. 1, p.28-37, 1º semestre, 2011. FERREIRA, H.; LALA, E.R.P.; MONTEIRO, M.C.; RAIMONDO, M.L. Estudo epidemiológico localizado da frequência e fatores de risco para enteroparasitoses e sua correlação com o estado nutricional de crianças em idade pré-escolar. UEPG Biol. Health Sci. Saúde, Ponta Grossa, V. 12, n.4, p. 33-40, Dez. 2006. FILHO, Abrahão Alves de Oliveira et al. Perfil enteroparasitológico dos habitantes de uma cidade do Nordeste do Brasil, São Paulo. Revista Brasileira Clínica de Medicina. V. 10, nº 3, 179-82, mai-jun. 2012. MAGALHÃES, T. D. R. et al. Influência de fatores socioambientais na ocorrência de enteroparasitos e protozoários não patogênicos em área periférica do município de Cristina, MG - Brasil. Revista Biociências. v. 19, n. 2, p. 18-26. 2013. SILVA, F. M. A. et al. Aspectos epidemiológicos e prevalência de enteroparasitoses em crianças do bairro Jambeiro, São Luis, MA. Maranhão. Revista Ciência Saúde. V.13, n. 2, p. 123-130, Jul-Dez. 2011. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG Franciele Aparecida Leles Mendes e Isadora Carolina Ribeiro Batista – Acadêmicas do do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciada em Educação Física. Mestre em Ciências da reabilitação. Professor e coordenador do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão UNIVÉRTIX. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: avaliação; composição corporal; escolares. INTRODUÇÃO O interesse em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo humano iniciou-se no Século XIX e aumentou no final do Século XX devido à associação entre o excesso de gordura corporal e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças coronarianas, diabetes mellitos tipo 2, ósteo-artrites e até alguns tipos de câncer (SANT`ANNA et al, 2009). Grandes modificações nos padrões nutricionais surgiram a partir de 1990, junto ao processo de desenvolvimento econômico e social do país, tornando-se motivo de preocupação por parte da saúde pública. Tais mudanças são fruto de um processo designado como transição nutricional, em que a desnutrição que era representativa na década de 1980, hoje é superada pela prevalência de sobrepeso e obesidade (FREITAS e MENDES, 2008; LOCATTE et al. 2012). A composição corporal é considerada um componente da aptidão física relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas, ainda que, segundo Sant`anna et al. (2009), crianças quando estão em fase de estirão estão extremamente vulneráveis a desenvolver riscos à saúde. Para melhor entendimento dos dados de composição corporal na infância e adolescência, é importante compreender as mudanças fisiológicas que ocorrem em diferentes Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 componentes durante o crescimento e a maturação sexual (LEÃO et al., 2010). A formação do tecido adiposo começa no feto e se dá principalmente a partir do terceiro trimestre de gestação. Ao nascimento, os bebês humanos já apresentam maior percentual de gordura corporal do que neonatos de outros mamíferos. A gordura corporal relativa continua a aumentar durante os primeiros seis meses de vida. Depois, começa a diminuir e se estabiliza em torno de 13-16% no início da infância (RONQUE et al., 2007). Durante o período da infância e da adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que a obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária. Não há dúvidas que este consumo excessivo pode iniciar-se em fases muito remotas da vida, nas quais as influências culturais e os hábitos familiares possuem papel fundamental (JÚNIOR et al., 2008). Nesse sentido, percebe-se que os estudos da composição corporal são importantes para melhor compreender os efeitos que o ambiente, os fatores fisiológicos e maturacionais exercem sobre o organismo, sendo que uma das formas de se observar as variações ocorridas no organismo é através dos estudos com dobras cutâneas, especificamente a partir da relação entre as dobras de tronco e as das extremidades (LEÃO et al., 2010). Sabemos ainda que a escola pode ser uma grande aliada para ensinar e incentivar os bons hábitos alimentares, despertando o interesse da criança sobre a importância de uma alimentação saudável, o que pode ocorrer por meio da merenda escolar com o apoio de projetos de educação nutricional (LOCATTE et al., 2012). Diante das informações acima descritas, o estudo em questão pretende verificar a composição corporal de escolares na faixa etária de 7 a 10 anos das escolas públicas de Abre Campo – MG. Os resultados obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras no propósito de contribuir positivamente para os cuidados destas crianças em relação ao estado nutricional, atividades físicas correlacionadas, minimizando seus possíveis fatores de risco quanto à concentração e distribuição de gordura corporal. METODOLOGIA O presente estudo possui característica quantitativa, com estratégia experimental, onde as variáveis serão coletadas, analisadas e descritas sem manipulação das mesmas, considerando a média dos resultados obtidos (THOMAS e NELSON, 2002). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Serão incluídos no estudo 100 escolares de ambos os sexos, na faixa etária de 7 a 10 anos da cidade de Abre Campo – MG. A coleta de dados será realizada nos meses de outubro e novembro de 2014. A avaliação da composição corporal levará em consideração a mensuração do peso, estatura e avaliação de dobras cutâneas. Como instrumentos, teremos uma balança tipo Filizola para aferição da massa e estatura corporal e adipômetro da marca Cescorf para aferição das dobras cutâneas. Os procedimentos para coleta dos dados levarão em consideração o protocolo de Guedes (1989) para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos citado por Fernandes Filho (2003). Para a classificação do percentual de gordura será utilizada tabela de normalidade para o percentual de Gordura de Deurenberg (1990), citado por Fernandes Filho (2003). Após a coleta de dados, pretende-se realizar a análise estatística descritiva, levando em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS DUTRA JÚNIOR, E. F. et al. Composição corporal de crianças com idade entre 06 e 10 anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. ANAIS do III Encontro de Educação Física e Áreas Afins. 2008. FERNANDES FILHO, José. A prática da avaliação física. Editora Shape, 2.ed., Rio de Janeiro/RJ, 2003. LEÃO S. A. et al. Avaliação da composição corporal em estudantes de escolas públicas no município de Aracaju. Revista Brasileira da Ciência e Movimento. 18(1):68-72, 2010. LOCATTE V. M. et al. Perfil do estado nutricional de crianças em idade escolar de Santa Clara D`Oeste,SP Capa, v. 1, n. 2, (2012). MENDES, R. de C. D. FREITAS, L. R. E. S. de. Estado nutricional de crianças da 1ª série do ensino fundamental do município de Dourados MS. Nutr. Bras. v.7, n.5, set./out. 2008. RONQUE V. R. E. et al. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 13 (6).Nov /Dez, 2007. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 SANT`ANNA, M. S. Et al. Métodos de avaliação da composição corporal em crianças. Revista Paulista de Pediatria. 27 (3): 315-21, 2009. THOMAS, J.R.; NELSON, J.K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ÍNDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG Karine Cristina dos Santos, João Pedro Torres Conceição – Acadêmicos do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física, Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Sedentarismo; Obesidade; Infantil. INTRODUÇÃO A obesidade já é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo, adquirindo status de epidemia global (WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) 2006). A obesidade infantil, principalmente aquela caracterizada pela presença excessiva de gordura abdominal, é um fator de consequências indesejáveis, incluindo várias doenças e pré-conceitos. Como é um problema de saúde pública muito comum e que vem crescendo nos últimos anos, surge o interesse em descobrir quais fatores que levam as crianças ao sobrepeso e a obesidade cada vez mais cedo. Para Souza (2006, p. 7), “a obesidade é um grupo de condições crônicas caracterizadas pelo excesso de gordura corporal, atribuídas a um desequilíbrio energético, de origem multifatorial”. Entre as origens da obesidade estão o mau hábito alimentar, lesão hipotalâmica, fatores genéticos, hipernutrição infantil, inatividade física (sedentarismo) e fatores ambientais. Além disso, a obesidade pode desencadear outras doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças coronarianas, arteriosclerose, entre outras (GUYTON e HALL, 2002; COUTINHO, 2007). Segundo Dâmaso (1998), prevalência da obesidade vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia global. Estudos epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado dados alarmantes. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Na medida em que se consegue erradicar a miséria entre as camadas mais pobres da população, a obesidade desponta como um problema mais frequente e mais grave que a desnutrição. Para Oliveira (2003) fatores que dão origem a obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos somados ao estilo de vida e aos hábitos alimentares podem explicar este crescente aumento do número de indivíduos obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercícios físicos, são os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda que a obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à prática de atividade física sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do baixo consumo de verduras nas residências. Whitaker et al. (1997) e Prince (1987) alertam para a necessidade do diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes, para que se possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos. Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto, muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES, 2002). O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em crianças. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o índice de sobrepeso e obesidade, o perfil alimentar e de atividades físicas em crianças dos anos iniciais no ensino fundamental de escolas públicas e particulares da cidade de Matipó-MG. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão do fenômeno obesidade Infantil a fim melhor direcionar as ações e estratégias na prevenção e combate a obesidade. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos dos anos iniciais do ensino fundamental das redes públicas e privadas da cidade de Matipó-MG. Segundo Gil (2007) pesquisas descritivas: Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Para a avaliação corporal será utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC), assim como serão aplicados questionários para a obtenção do perfil alimentar e de atividades físicas da amostra, durante os meses de agosto e novembro de 2014. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS COUTINHO W. Etiologia da obesidade. Revista ABESO. 2007. Disponível em: http://www.abeso.org.br/pdf/Etiologia%20e%20Fisiopatologia%20%20Walmir%20Co utinho.pdf. Acesso em: 30/08/2014. DÂMASO, A. Obesidade. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. GUYTON, A.C.; HALL, J. E. Tratado da fisiologia médica. 10.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2007. GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por adolescentes: associação com indicadores alimentares, pratica de atividade física e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. Campinas, n. 1 v. 24. p.23-45, 2002. MCARDLE, W, D.; KATCH, F, I.; KATCH, V, L. Fundamentos da fisiologia do exercício. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002. OLIVEIRA, C. L, FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência- uma verdadeira epidemia. Arq. Bras Endocrinol Metab. V. 47 no. 2. São Paulo Apr. 2003. PRINCE, R. A. Genetics of human obesity. Ann Behav Med, 1987. POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 SOUZA, W. X. de. SAÚDE E OBESIDADE NA ESCOLA: considerando os índices antropométricos de cintura quadril e o de massa corporal, qual o risco para o desenvolvimento da obesidade e doenças associadas, em alunos do ensino médio, da rede estadual de educação, na cidade do Rio de Janeiro? Trabalho de conclusão de curso (graduação em Educação Física) – Curso de Educação Física, UNISUAM, 2006. TOSCANO, José Jean Oliveira. Academia de ginástica: um serviço de saúde latente. Ver. Bras. Ciênc. Movi; 9 (1): 40-2, jan. 2001. WHITAKER, R. C.; WRIGHT, J. A.; PEPE, M. S.; SEIDEL, K. D.; DIETZ, W. H. Predicting obesity in young adulthood from childhood and parental obesity. N Engl J Med. 1997. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity and overweight. Report of a WHO consultation. Geneva, sept, 2006. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html>. Acesso em: 27 de ago. de 2014. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE Luana Aparecida Lima Moreira, Renata Fernanda de Sá Bastos – Acadêmicas do curso de Educação Física UNIVÉRTIX Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física, Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: prevenção; obesidade; Educação Física Escolar. INTRODUÇÃO A obesidade é hoje considerada como a doença epidêmica do século, haja vista o grande contingente de pessoas que se encontram acima do peso em diversos países do mundo, especialmente os mais industrializados. Na infância e na adolescência é o problema nutricional que mais rapidamente cresce no mundo inteiro. No Brasil, já temos mais crianças obesas do que desnutridas (ZABOTO, 2005). Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto, muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES, 2002). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000) indicam o sobrepeso e a obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções de epidemia mundial. A prevalência do excesso de peso em populações pediátricas vem crescendo de forma preocupante e, em algumas cidades brasileiras, o excesso de peso já atinge cerca de 30% das crianças e adolescentes. A obesidade é uma doença universal, crescente mundialmente e que assume caráter epidemiológico. Mas, a obesidade como problema de saúde pública assim como fator indutor de comportamentos individuais e sociais é algo moderno, que não é somente dada como uma doença, mas também o excluído do imaginário popular de uma estética socializada (SICHIERI, 1998). Outro fator que contribui Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 significativamente para o aumento da obesidade seria a diminuição de atividades que demandam esforço físico, fato que está relacionado à pouca ou à inexistência de atividades físicas sistematizadas por parte da população em geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2002). O sedentarismo também é uma causa extremamente importante para se tornar uma pessoa obesa. A falta de atividade física aumenta o risco de morte e/ou desenvolvimento de muitas doenças uma delas a obesidade (LEITE, 2003). Nas palavras de Belmonte (2004) a criança e o adolescente tendem a ficar obesos quando sedentário, e a própria obesidade poderá fazê-los ainda mais sedentários. Para Goulart (2005) diversos fatores influenciam no tratamento e na prevenção da obesidade, dentre eles, destaca-se a prática regular de atividade física, pois apresenta um impacto positivo direto na saúde, além de promover uma forte relação com fatores como a perda de peso, controle da glicemia, da pressão arterial, melhora também diversos quadros de estresse emocional. Assim a atividade física se configura como um fator positivo no combate a obesidade, por apresentar forte relação com os demais fatores de risco predisponentes dessa doença. Dentro desse contexto, Nahas (2001), acredita que a Educação Física Escolar deva servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da aptidão física e da saúde, considerando que o indivíduo levará o entendimento dos mesmos para o resto da vida. O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de obesidade em crianças e adolescentes. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o trabalho dos profissionais de Educação Física em relação a prevenção da obesidade com alunos do Ensino Médio. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão da atuação dos profissionais de Educação Física em suas aulas no combate a obesidade a fim melhor direcionar as ações e estratégias das políticas públicas voltada a saúde de crianças e adolescentes. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física do ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Matipó, Minas Gerais. Segundo Gil (2007) pesquisas descritivas: Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Para a mensuração da prática docente na prevenção da obesidade nas aulas de Educação Física, será aplicado questionários fechados durante os meses de agosto a outubro de 2014, aos professores de Educação Física visando compreender como a obesidade está sendo tratada no contexto escolar. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE. ACSM´S Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Baltimore: Williams e Wilkins, 2000. BELMONTE, Terezinha. Emagrecer não é só dieta: uma questão psicológica, corporal, social e energética. São Paulo: Agora, 2004. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2007. GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por adolescentes: associação com indicadores alimentares, pratica de atividade física e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. Campinas, n. 1 v. 24. p.23-45, 2002. GOULART, K. T. Sobrepeso e obesidade em escolares: implicações e alternativas no contexto escolar. 2010. 92f. Dissertação (mestrado) – universidade Federal de Santa Maria. Centro de ciências naturais e exatas. Programa De Pós Graduação Em Educação Em Ciências: Química Da Vida E Saúde. Santa Maria/RS, 2005. LEITE, Paulo Fernando. Obesidade na Clínica. Belo Horizonte: Health, 1996. NAHAS. Markus V.; Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo; Midiograf; Londrina, 2001. POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 1. Ed. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 SICHIERI, R. & SILVA, N. N., 1998. Metodologia da pesquisa nutrição e saúde no Município do Rio de Janeiro. In: Epidemiologia da Obesidade (R. Sichieri, org.), pp. 35-42, Rio de Janeiro: Eduerj. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes para cardiologistas sobre excesso de peso e doença cardiovascular dos departamentos de aterosclerose, cardiologia clínica e FUNCOR da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v.78, (suplemento I), 2002. ZABOTO, Lílian. Obesidade na infância e na adolescência. In: Disponível em http://noticias.universia.com.br/cienciatecnologia/noticia/2005/09/30/460924/obesida de-na-infância-e-na-adolescência-PRINTABLE.html. Consulta feita em 19/08/2014 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O PROGRAMA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO Ednei da Silva Vieira e Mariana Pereira de Souza – Graduandos em Farmácia. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX Viviane Gorete Silveira Mouro – Graduada em Farmácia. Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS CHAVE: Assistência Farmacêutica, Farmacêutico, Medicamento INTRODUÇÃO De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito garantido ao cidadão através do acesso ás ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (ARCUCIO et al., 2009).Diante as dificuldades enfrentadas pelo SUS para garantir o acesso à Assistência Farmacêutica, um Programa tem apresentado boas expectativas, o Programa dos Medicamentos de Dispensação Excepcional/Alto Custo (BRASIL, 2006). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES O Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo foi criado em 1993, pelo Ministério da Saúde (MS), e com a ajuda da Assistência Farmacêutica de Minas Gerais (MG) tem conquistado importantes avanços na implementação de políticas e organização de serviços. Essa parceria permitiu um aprimoramento nos fluxos e nos processos fundamentais para garantir o acesso aos medicamentos de alto custo (TRAVASSOS, 2004). Este programa é utilizado no tratamento de doenças que fazem parte do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, desde que os pacientes façam uso dos medicamentos de alto valor unitário. O Programa, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 portanto, tem como objetivo garantir que pessoas com baixo poder aquisitivo possam se beneficiar dos medicamentos durante todo o tratamento, propiciando as mesmas melhor qualidade de vida (BRASIL, 2006). Os medicamentos de alto custo só podem ser dispensados em farmácias pré-determinadas, obedecendo às regras e critérios específicos, como, por exemplo, o uso compulsório do Sistema do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (MEDEX). (VITÓRIA, 2011). O acesso aos medicamentos está condicionado ao cumprimento dos critérios estabelecidos no Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). O Ministério da Saúde tem formulado, revisado e publicado PCDTs, objetivando estabelecer os critérios de diagnóstico de cada doença, de inclusão e exclusão de pacientes ao tratamento, as doses indicadas dos medicamentos, bem como os mecanismos de controle, acompanhamento e avaliação (PORTELA et al.,2010).O alto custo dos medicamentos tem sido identificado como uma importante barreira ao acesso e utilização destes produtos, fato que evidência a relevância de Programas como o de Medicamentos Excepcionais/Auto Custo, garantindo sua disponibilização, por meio dos serviços públicos de saúde. Através do Programa, são disponibilizados vários medicamentos de alto valor unitário, o fornecimento destes medicamentos garante adesão ao tratamento, e com isso, melhor qualidade de vida a todos os beneficiados pelo Programa (MASTROIANNI, 2011). CONSIERAÇÕES FINAIS O Programa de Medicamentos Excepcionais tem como objetivo garantir o acesso aos medicamentos, auxiliando na qualidade de vida dos usuários. O mesmo tem apresentado um bom resultado, contribuindo para a manutenção da saúde, beneficiando o público alvo, o paciente. REFERÊNCIAS ARCUCIO, F.A. et al. Perfil demográfico e epidemiológico dos usuários de medicamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde.R. Bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 263/282, julho/dezembro, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica. Aquisição de medicamentos para a Assistência Farmacêutica no SUS, Orientações Básicas. 1ª ed. Brasília, 2006. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 MASTROIANNI, P.C. et al.Estoque doméstico e uso de medicamentos em umapopulação cadastrada na estratégia saúde da família no Brasil. RevistaPanamericana de Saúde Pública, 2011. PORTELA, A.S., LEAL, A. A. F., SIMÕES, M. O. S. Políticas públicas de medicamentos: trajetória e desafios. Revista de Ciências Farmacêutica Aplicada. Campina Grande, PB, abril 2010. TRAVASSOS, C., MARTINS, M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad. Saúde Pública, v.20, supl. 2, p.190-198, 2004. VITÓRIA, K.S. Análise de indicadores do programa de medicamentos de dispensação excepcional no Brasil entre 2007 e 2009. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao bacharelado em gestão de políticas públicas da escola de artes, ciências e humanidades da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A AUTOMEDICAÇÃO E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Mariela Gomes de Abreu – Graduanda em Farmácia. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Chaves de Amorim – Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. PALAVRAS CHAVES: Automedicação; Medicamentos; Uso Racional de Medicamentos. INTRODUÇÃO De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria, ou por indicação de pessoas não habilitadas para o tratamento de doenças, cujos sintomas são percebidos pelo usuário sem avaliação do profissional de saúde. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas praticam automedicação. A má qualidade da oferta de medicamentos, o não cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação e instrução da população em geral justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no País (ARRAIS, 1997). Os medicamentos mais utilizados na automedicação são os analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios, sendo estes os maiores causadores de intoxicações (ANVISA, 2006). O uso racional ocorre quando o paciente recebe o medicamento apropriado à sua necessidade clínica, na dose e posologia corretas, por um período de tempo adequado e ao menor custo para si e para a comunidade (MANAGEMENT,1997). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), referente ao tema. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Automedicação abrange diversas formas pelas quais o indivíduo decide, sem avaliação médica a utilização de medicamentos. Os medicamentos são normalmente compartilhados por membros da família ou do círculo social. Muitas vezes são utilizadas sobras de prescrições anteriores (PAULO; ZANINI, 1988; ARRAIS et al., 1997).No Brasil, onde o acesso à assistência médica pública é difícil e onde há uma grande parcela da sociedade na faixa da pobreza que não tem condições financeiras para pagar um plano de saúde, a prática da automedicação é bastante comum. Mas somente o fator financeiro não é o suficiente para explicar essa prática, fatores como escolaridade, classe social, acesso às informações a respeito dos medicamentos e, principalmente, o fator cultural também fazem parte deste contexto (NASCIMENTO, 2005). De acordo com JESUS (2007) a grande prática da automedicação da população brasileira tem uma grande relação com o mercado ocupado pela indústria farmacêutica, que não mede esforços através de marketing, das propagandas e das drogarias adaptadas a verdadeiros supermercados. Estas práticas são ferramentas para aumentar as vendas de medicamentos e assim cria a cultura do consumo excessivo dos mais variados tipos de substâncias. Estima-se que em todo o mundo, 50% dos medicamentos são prescritos ou utilizados de maneiras inadequadas. Além disso, de 50% a 70% das consultas médicas geram prescrições medicamentosas; no entanto, estima-se que apenas 50% dos pacientes, utilizam corretamente seus medicamentos, fatores esses que estão diretamente associados à automedicação irresponsável. (WHO, 2002; BRUNDTLAND, 1999). A Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe que para o uso racional de medicamentos é preciso, em primeiro lugar, estabelecer a necessidade do medicamento, e que se receite o medicamento apropriado, tendo eficácia e segurança comprovados e aceitáveis, é necessário que o medicamento seja prescrito adequadamente, na forma farmacêutica, doses e período de duração do tratamento, que esteja disponível, a um preço acessível, e que responda sempre aos critérios de qualidade exigidos, que se dispense em condições adequadas, com a necessária orientação e responsabilidade e, finalmente, que se cumpra o regime terapêutico já prescrito, da melhor maneira possível (OMS, 1987). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário alertar à população dos riscos da automedicação, sendo que o problema motivador pode ser um sinal ou sintoma relacionado a uma situação de saúde mais grave e que pode requerer cuidados e tratamento específicos. Faz parte do papel do Farmacêutico estimular constantemente o Uso Racional de Medicamentos. REFERÊNCIAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/propaganda/folder/uso_indiscriminado.pdf. Acessado em 12. mai. 2014. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação em Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2006. Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acessado em: 27. mai. 2014. ARRAIS, P. S. D. et al., Perfil da automedicação no Brasil. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 71-77, fev. 1997. 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INTRODUÇÃO Infecção hospitalar (IH) é uma infecção clínica ativa que acomete pacientes após o início da estadia em ambiente hospitalar (SANTOS, 2011). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o percentual de IH não deve ultrapassar 20% dos pacientes hospitalizados, no Brasil a taxa é de 15,5% de casos, o que não diminui a importância de se reduzir este índice (MORAES et al., 2000; MACHADO et al., 2004). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES O ambiente hospitalar devido a fatores do local e de pessoas que por ali circulam, é considerado contaminado (ACUÑA, 2010; SANTOS, 2011). Os microrganismos presentes na maioria das IH dificilmente causam infecções em outras situações devido à baixa virulência, a maior parte das IH desenvolvem-se a partir da microbiota normal do paciente. No entanto, o desenvolvimento da infecção está diretamente relacionado ao estado de saúde do indivíduo, que também pode ser favorecida por alguns fatores, como a doença inicial, uso de alguns medicamentos e Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 extremos de idade, e em pacientes que são submetidos a procedimentos invasivos (ACUÑA, 2010; PEREIRA et al., 2005). O controle das IH muitas vezes é dificultado devido à resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, que acontece principalmente pelo uso indiscriminado destes medicamentos, portanto, a frequência das IH também pode estar relacionada à resistência aos antimicrobianos (ACUÑA, 2010; PEREIRA et al., 2005). As IH chamadas de infecções preveníveis, podem ser evitadas através de procedimentos como lavagem das mãos e utilização de equipamento de proteção individual. Já as infecções não preveníveis, ocorrem mesmo com a utilização dos procedimentos adotados na profixalia das preveníveis, acometendo pacientes imunologicamente comprometidos a partir da própria microbiota (PEREIRA et al., 2005). A infecção cirúrgica é um relevante problema nas salas de operações, já que mesmo com os avanços nas áreas cirúrgicas, com o passar do tempo o controle das IH ainda é desafiador tendo a profilaxia como melhor caminho (MEDEIROS et al., 2003; PEREIRA et al., 2005). As feridas cirúrgicas são classificadas de acordo com o grau de contaminação: as feridas limpas são aquelas em que não ocorre abertura de vísceras ocas ou infração asspéptica, com potencial de infecção é reduzido; nas feridas limpas contaminadas ou potencialmente contaminadas ocorre abertura de víscera oca, com mínimo extravasamento de conteúdo do local da cirurgia (MEDEIROS et al., 2003; ANVISA, 2005). As feridas contaminadas são decorrentes da abertura de víscera oca com grosseiro extravasamento de conteúdo, inflamação aguda sem pus, infrações grosseiras na técnica asséptica e lesões traumáticas com menos de seis horas, já as feridas sujas ou infectadas ocorrem com a presença de pus, víscera oca perfurada e lesões traumáticas com mais de seis horas de evolução (MEDEIROS et al., 2003; ANVISA, 2005). Em estudo Maia (2006) demonstrou que as taxas de infecção do sítio cirúrgico foram de 2,4% das cirurgias limpas, 2,6% das potencialmente contaminadas, 4,9% das contaminadas e 8,2% das infectadas; já no estudo realizado por Medeiros et al., (2003), a incidência foi de 2,9% das cirurgias limpas, 6,0% das potencialmente contaminadas, 15,1% das contaminadas e 30,76% das contaminadas. Oliveira et al., (2007) relatam que as taxas de infecção de sítio cirúrgico nas cirurgias limpas foram de 2,1%, nas potencialmente contaminadas 3,6%, nas contaminadas 8,2% e nas infectadas 10,1%. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto pode-se dizer que o risco de infecções do sítio cirúrgico está diretamente relacionado ao potencial de contaminação das cirurgias de acordo com a classificação (Secretaria de Estado da Saúde – SP, 2005). Tendo como base que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais (BRASIL, 1998). Através de estudos epidemiológicos é possível verificar o principal fator causador das doenças, para assim, uma possível prevenção. Além disso, a técnica de vigilância epidemiológica, os critérios de diagnóstico e dos fatores de risco intrínsecos e extrínsecos presentes em determinada unidade são importantes para a identificação da taxa de prevalência da IH (MOURA et al., 2007). REFERÊNCIAS: ACUÑA A., J. M. Infecção hospitalar. In: MALAGÓN-LONDOÑO, G.; MORERA, R. G.; LAVERDE, G. P. Administração Hospitalar. Ed. 3 trad. Rio de Janeiro: Guanabara KooganP. 416-422, 2010. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios Diagnósticos – NNIS. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde, Brasília, 06.set.2005. BRASIL. Portaria nº 930 de 27 de agosto de 1992. Dispõe sobre normas para o controle das infecções hospitalares. Ministério da Saúde (MS), Gabinete do Ministro, 27.ago.1992. MACHADO, P. R. L.; CARVALHO, L.; ARAÚJO, M. I. A. S. Immune response mechanism to infections. Anais Brasileiro de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 79, n. 6, p. 647-664, 2004. MAIA, A. M. S. Risco das Infecções cirúrgicas segundo o potencial de contaminação das feridas operatórias. Belo Horizonte, 2006. 109p. Dissertação/Pós-graduação. Ciências da Saúde – Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. MEDEIROS, A. C. et al. Infecção hospitalar em pacientes cirúrgicos de Hospital Universitário. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 18, p. 15-18, 2003. MORAES, B. A. Epidemiological Analysis of Bacterial Strains involved in hospital infection in A University Hospital from Brazil. Rev. Inst. Med. Trop, v. 42, n. 4, p. 201-207, 2000. OLIVEIRA, A. C.; BRAZ, N. J. e RIBEIRO, M. M. Incidência da infecção do sítio cirúrgico em um hospital universitário. Cienc Cuid Saúde, v. 6, n. 4, p. 486-493, outdez. 2003. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PEREIRA, M. S. et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto Contexto Enferm, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 250-257, abr-jun 2005. SANTOS, N. C. M. Enfermagem na Prevenção e Controle da Infecção Hospitalar. Ed. 4 rev. 2ª reimpressão. São Paulo: Iátria, 2011. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – SP. Coordenadoria de contro e de doenças (CCD). Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de infecção hospitalar: Infecção em sitio cirúrgico. Nov. 2005. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA Guilherme Galdino Domingues e Divino Daniel Sampaio Neto – Acadêmicos do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: obesidade infantil; CEIM. INTRODUÇÃO O consumo alimentar excessivo ou mal orientado nas fases iniciais da vida das crianças poderá influenciar futuramente todos os hábitos e culturas deste indivíduo, dificultando sua readaptação aos hábitos saudáveis na fase adulta (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). A obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância, cresce em tão pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais, tais como a alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática de atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012). A obesidade pode ser classificada como um acúmulo de tecido gorduroso, localizada em todo corpo, causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (SANTOS et al. 2007). Sabe-se que durante o período da infância e adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). A ocorrência de excesso de peso aumentou, tornando-se um importante motivo de preocupação, já que a grande ingestão calórica é responsável pelo aumento da ocorrência da obesidade, mesmo durante a infância e a adolescência, estando associado ao surgimento de doenças crônicas Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 não transmissíveis, como a hipertensão arterial, resistência à insulina e perfil lipídico desfavorável (DAMIANI et al., 2000). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40 % na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos (MELLO et al., 2003). A decorrência de obesidade que se manifesta nos primeiros anos de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência, poderão triplicar o risco de sobrepeso. As mudanças no cotidiano infantil têm gerado maior ingestão de gorduras e açúcares e menor consumo de alimentos ricos em fibras que em consequência elevam os casos de sobrepeso e obesidade sendo necessárias mudanças destes hábitos introduzindo-se dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al., 2012). É fundamental a participação dos pais no processo de prevenção da obesidade na infância. Sabe se que são os pais que representam os primeiros estímulos ambientais que irão moldar os hábitos diários das crianças (OLIVEIRA et al., 2012). As elevadas taxas de prevalência de crianças obesas vêm preocupando os profissionais da área de saúde. Por esse motivo estão sendo feitas pesquisas a respeito da prevenção, causas e tratamentos (SANTOS et al., 2007). Em função dessas ocorrências, a Educação Física tem sido estimulada a romper padrões descompromissados com a formação de alunos, especialmente sob o viés de saúde na escola. Diante das informações descritas, o presente estudo visa verificar os níveis de obesidade infantil em Centros de Educação Infantil Municipais (CEIM) de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras a fim de contribuir para a promoção de hábitos de vida saudáveis, levando em consideração a atividade e/ou exercícios físicos direcionados, reeducação alimentar e promoção da saúde em geral, minimizando os possíveis fatores de risco futuros, relacionados à concentração e distribuição de gordura corporal nestas crianças. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. O estudo será realizado nos CEIM de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Serão realizadas análises das fichas de registro e cartões de controle de crescimento das crianças devidamente registradas nos CEIM e que são assistidas há pelo menos seis meses nestes ambientes. A coleta de dados será realizada nos meses de outubro e Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 novembro de 2014. Após a coleta de dados, este serão tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Desses dados serão gerados gráficos que orienta a escrita da parte de resultados e discussões desses estudos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS DAMIANI, D. et al. Obesidade na infância: um grande desafio. Pediatr. Mod. 2000;36:489-528. DUTRA JÚNIOR, E. F. et al. Composição corporal de crianças com idade entre 06 e 10 anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. ANAIS do III Encontro de Educação Física e Áreas Afins. 2008. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MELLO, E. D. et al. Obesidade. In: Ferreira CT, Carvalho E, Silva LR, editora. Gastroenterologia e hepatologia em pediatria: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Medsi, P.341-4. 2003. OLIVEIRA, C. B. et al. Obesidade infantil, prevenção e intervenção: uma revisão de literatura. EFDeportes.com. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. SANTOS, A. L. et al. A obesidade infantil e uma proposta de Educação Física preventiva. Revista Motriz, 2007;13(3):203-13,Jul/Set. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA HANSENÍASE Daiana Regina Dornelas e Isadora Cristina Ângelo Muratori Vieira - Acadêmicas do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica, Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS CHAVE: Tratamento, Prevenção da Hanseníase, Medicamentos Utilizados. INTRODUÇÃO A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, que afeta os nervos perifericos, sendo causada pelo bacilo Hansen. No Brasil a Hanseníase representa o maior índice de prevalência no mundo, por este motivo representa um grande problema de saúde publica no país atinge as áreas mais precárias dos estados (NEIVA, 2010). O Brasil tem apresentado avanços no combate à hanseníase em diversos aspectos nos últimos anos, de acordo com levantamentos recente do Ministério da Saúde mostrou redução de 61,4% no coeficiente de prevalência (pacientes em tratamento) entre 2001 e 2011, passando de 3,99 por 10 mil habitantes para 1,54. Além disso, durante o mesmo período, o número de serviços com pacientes em tratamento cresceu de 3.895 unidades, em 2001, para 9.445, em 2011, apresentando aumento de 142% (SALES, et al.,2012). Atualmente o tratamento da Hanseníase e feito através do uso de quimioterápicos, denominado poliquimioterapicos (PQT), onde são disponibilizados de forma gratuita na rede de saúde publica (CUNHA, MOSER, 2013). O tratamento da Hanseníase e essencial para cura do paciente e assim fechar a fonte de transmissão, uma vez que o tratamento e a única forma de prevenção da doença é fator estratégico para o controle da endemia na sua eliminação como um problema de saúde pública (PEREIRA JUNIOR,2010). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES O Tratamento da Hanseníase é fundamental para obtenção da cura, impedindo assim a fonte de infecção fazendo com feche a cadeia de transmissão da Hanseníase, sendo um ponto estratégico no que se diz respeito à eliminação da hanseníase como problema de saúde publica (ARAUJO, 2003). O sucesso do tratamento com a poliquimioterapia (PQT) depende de um diagnostico correto e de orientações adequadas do profissional de saúde informando o uso correto de se tomar os medicamentos e sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2011). Mesmo que a poliquimioterapia muitas das vezes trás muitas reações adversas, como o escurecimento da pele o paciente deve ser orientado a não abandonar o tratamento, pois sendo o uso da PQT a única forma da doença não se propagar. (QUEIROZ, CARRASCO, 1995). De acordo com Moreira (2003) o doente de Hanseníase deve participar ativamente do tratamento, lembrando que os medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo centro de saúde, e para isso o serviço de saúde deve informar também, corretamente o paciente sobre todo o processo, informando principalmente sobre os objetivos do tratamento, a pratica de atividade física, o estabelecimento dos esquemas posológicos, a utilização correta dos medicamentos, e principalmente, informando sobre a abstinência no uso de bebidas alcoólicas. O sucesso do tratamento depende ativamente de um diagnostico rápido e preciso através de profissionais bem treinados com capacidade de orientar sobre a maneira correta de seu uso e sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2010). Segundo o Ministério da Saúde (2001) o período do tratamento se diferencia de acordo com o tipo de hanseníase: seis doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas ate noves meses mais sulfona diária para pacientes paucibacilares; doze doses mensais de rifampicina mais clofarzimina tomadas ate dezoito meses mais sulfona e clofarzimina via oral para pacientes multibacilares. Os contatos domiciliares dos pacientes de hanseníase apresentam um maior risco de contagio da doença, e necessário o exame deste grupo sendo uma das atividades fundamentais para controle da doença. O Ministério da Saúde recomenda o exame dos contatos dos pacientes e a aplicação da vacina BCGid como medidas preventivas. Para que assim a doença não venha á se expandir. (VIRMOND, VIETH, 1997). Ainda são Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 necessárias medidas governamentais e uma atenção especial a Hanseníase como um grande problema de saúde publica, através de programas de treinamento de profissionais da saúde, campanhas com alertas sobre os sintomas da Hanseníase, para minimizar as dificuldades no diagnóstico que é parte mais importante e inicial para a confirmação da doença e o rápido tratamento da mesma (NEIVA, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da eficiência da PQT , ainda a um grande numero de casos da doença, que podem apresentar diversos fatores como abandono do tratamento, diagnostico tardio, constrangimento pessoal de procurar profissional capacitado. Sendo ainda necessário estratégias que aproximam relação entre os envolvidos como a família paciente e equipe de saúde (NEIVA,2010). Desta maneira todas as ações de prevenção tratamento das incapacidades e das deformidades são essenciais para que o paciente consiga assim melhorar a sua qualidade de vida. REFERÊNCIAS ARAÚJO, M. G. Hanseníase no Brasil. Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 3, p. 373-82, 2003. BRASIL, Ministério da Saúde. Normas técnicas para a eliminação da hanseníase no Brasil. Brasília, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. MOREIRA, T, A. Panorama sobre a hanseníase: quadro atual e perspectivas. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, v.10 (suplemento1), p. 291-307, 2003. NEIVA, R, J. Hanseníase: Desafios ao diagnóstico nas unidades básicas de saúde. 2010. 28 f. TCC (Graduação) - Curso de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Aracuaí, 2010. OPROMOLLA, D. V. A. Terapêutica da hanseníase. Medicina, Ribeirão Preto, n. 30, p. 345-350 jul./set. 1997. PEREIRA JUNIOR, F, A, C. Motivos do abandono ou interrupção do tratamento da hanseníase: uma revisão sistemática da literatura. 2011. 22 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização de Sistemas e Serviços de Saúde e Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2011. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 QUEIROZ, M. S. CARRASCO, M. A. P. O Doente de Hanseníase em Campinas: Uma Perspectiva Antropológica. Saúde Publica, Rio de Janeiro, jul/set.1995. SALES A. M., HACKER. A, V, B, M., ALBURQUEQUER, E. C.A; RANGEL. A; NERY. J, A, C; N, C, D; S, N, E; Pacientes em centro de referencia para Hanseníase. Rio de Janeiro e Duque de Caxias. Ciências. Saúde coletiva, v. 17, n.9 Rio de Janeiro Sep. 2012. VIRMOND, M. VIETH, H. Prevenção de incapacidades na hanseníase: uma análise crítica. Medicina, Ribeirão Preto, n.30, p. 358-363, jul/set. 1997. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ARTIGOS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS HIPERTENSOS RESIDENTES EM DUAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA ZONA DA MATA MINEIRA Angeline de Queiroz Lopes e Ludimila Gardingo Silva - Graduadas em Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social. Professora da UNIVÉRTIX. Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia. Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP. [email protected] RESUMO Com o aumento da expectativa de vida da população, problemas relacionados ao envelhecimento são cada vez mais frequentes. O objetivo deste estudo foi comparar a prática da polifarmácia entre idosos hipertensos das Instituições de Longa Permanência Lar Bom Jesus, em Matipó-MG e o Lar Sant’Ana, em Abre Campo-MG. Trata–se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, no qual os dados foram obtidos através da leitura dos prontuários de cada idoso hipertenso e registro em formulários de coleta de dados. Dos internos avaliados no Lar Bom Jesus, 86,6% estavam sob regime de polifarmácia, sendo que as classes de medicamentos mais prevalentes foram anti-hipertensivos (100%) e antiagregantes plaquetários (66,6%). No Lar Sant’ana 39,6% dos idosos eram polimedicados, sendo os anti-hipertensivos (100,0%) e os antidepressivos (51,6%) as classes de medicamentos mais frequentemente utilizadas. Verifica-se a necessidade de intervenções a fim de melhorar a qualidade da farmacoterapia estabelecida. Daí a importância da atuação do farmacêutico que pode prover acompanhamento farmacoterapêutico dos idosos. PALAVRAS-CHAVE: Polifarmácia, Hipertensos, Instituições de Longa Permanência. INTRODUÇÃO No Brasil existem cerca de 20 milhões de idosos, que representam pelo menos 10% da população brasileira. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025 a população de idosos será de cerca de 32 milhões (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Com o aumento da expectativa de vida da população, os problemas advindos do envelhecimento serão cada vez mais frequentes, dentre eles o aumento da prevalência de doenças crônicas, o que consequentemente irá aumentar o número de medicamentos utilizados, e assim, as implicações na saúde dos indivíduos e nos custos de tratamentos devido à polifarmácia (GALVÃO, 2006). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As principais doenças crônicas degenerativas que afetam os senis e a frequência das internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no ano de 2008, relacionadas a essas doenças foram, respectivamente: doenças cardiovasculares 27,4%; respiratórias 16,4%; neoplasias 7,9%; doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5,3%; distúrbios do trato gastrintestinais 10,4% e perturbações psicológicas 2% (GALATO, SILVA e TIBURCIO, 2010; BRASIL, 2010). As disfunções em diferentes órgãos e sistemas são aumentadas devido ao processo de envelhecimento. Como o metabolismo dos idosos é mais lento, o efeito dos medicamentos utilizados por eles, pode ser prejudicado. Por isso, faz-se necessário o ajuste da dose ou a adição de mais um medicamento da mesma classe para que se alcance o resultado desejado entre os senis (FILHO et al., 2008). Dessa forma, devido à alta prevalência de doenças crônicas na idade avançada, pode ser facilmente explicado o uso múltiplo de medicamentos, a polifarmácia, nesse grupo. A polifarmácia pode ser definida como utilização de cinco ou mais medicamentos em associação, ou associação de medicamentos na qual a utilização de pelo menos um deles é desnecessária (SECOLI, 2010; SOUZA et al., 2008). A polifarmácia está diretamente ligada ao aumento das interações medicamentosas e, consequentemente, às reações adversas causadas pelo uso de vários medicamentos. No caso do idoso, isso pode ser ainda mais grave, pois, de acordo com a farmacocinética clínica, possuem uma série de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos. Sendo assim, efeitos tóxicos nesses pacientes podem ocorrer de maneira mais proeminente (GALVÃO, 2006). As condições clínicas do individuo, as características dos medicamentos e a quantidade de fármacos em uso podem potencializar as interações medicamentosas e os efeitos adversos. O uso incorreto de medicamentos também pode aumentar o risco das interações acontecerem (SILVA et al., 2012). É função do farmacêutico fazer o acompanhamento terapêutico a fim de aumentar a eficácia do tratamento, detectar possíveis interações ajudando nas adequações e melhoria da farmacoterapia, consequentemente melhorando a qualidade de vida do paciente (PEREIRA et al., 2004) O presente estudo tem o objetivo de descrever a prática da polifarmácia em idosos em Instituições de Longa Permanência Lar Bom Jesus, localizada na cidade Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 de Matipó-MG entre os meses de fevereiro e julho de 2012 e Lar Sant’Ana localizado em Abre Campo-MG, no mês de agosto de 2013. Os dados gerados pelo estudo poderão ser usados como base para que sejam planejadas medidas de intervenção buscando diminuição da prevalência de polifarmácia e do número de medicamentos em uso por interno. Isso poderia acarretar a redução do aparecimento de problemas relacionados a medicamentos nesse grupo, diminuindo o tempo de internação, os gastos com saúde e melhorando o quadro de saúde dos idosos em questão. Existem poucos estudos sobre a prevalência da polifarmácia entre idosos institucionalizados e os trabalhos existentes estão detectando que os idosos, por possuírem a saúde mais debilitada, fazem o uso de múltiplos medicamentos. Devido aos riscos envolvidos à polifarmácia, justifica-se a importância de pesquisas farmacoepidemiológicas regionais, identificando peculiaridades da polimedicação. Os dados obtidos através deste tipo de estudo podem nortear ações que visem à diminuição da ocorrência da polimedicação contra terapêutica e das suas implicações. METODOLOGIA O presente estudo é uma pesquisa comparativa de natureza descritiva com abordagem quantitativa. Nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, em que fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador (RODRIGUES, 2007). O estudo foi realizado em duas Instituições de Longa Permanência (ILP): Lar Bom Jesus (LBJ), no município de Matipó e o Lar Sant’Ana (LSA), no município de Abre Campo, ambos localizados na Zona da Mata Mineira. Segundo o censo do IBGE de 2010, o município de Matipó possui cerca de 17.639 habitantes, sendo que 10, 2% destes possuem 60 anos ou mais. Já o município de Abre Campo possui 13.311 habitantes, sendo que 13,8% da população possuem 60 anos ou mais. A principal fonte de renda das cidades é a agropecuária com maior destaque para cafeicultura (IBGE, 2012). No LBJ residem vinte internos do próprio município, com idades entre 42 e 88 anos, destes 15 são idosos e hipertensos sendo 8 homens e 7 mulheres. A ILP em questão funciona em uma casa residencial com 5 dormitórios, onde os internos são divididos em 23 leitos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No LSA residem 84 internos do próprio município e de municípios vizinhos, com idades entre 37 a 92 anos. Dos residentes 48 são idosos e 31 destes são hipertensos, sendo 13 homens e 18 mulheres. A ILP possui 33 dormitórios, onde os internos estão distribuídos em 85 leitos. Assim, a população de estudo foi composta pelos idosos (idade igual ou superior a 60 anos) hipertensos internos das ILPs que fizeram uso de medicação entre fevereiro e julho no LBJ e agosto de 2013 no LSA. As informações foram coletadas mediante autorização dos responsáveis pela instituição e, dessa forma também, pela guarda dos idosos. Além disso, os responsáveis pela coleta e análise dos dados assinaram um Termo de Compromisso de Utilização dos Dados, no qual se comprometeram a preservar a privacidade dos internos, cujos prontuários foram objeto do estudo, e a utilizar os dados obtidos somente para a execução do projeto, garantindo o anonimato dos indivíduos, conforme as especificações da Lei 196/96 (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Através da leitura de prontuários e/ou prescrições de cada idoso foram extraídas as informações relativas às características gerais, a sua capacidade funcional e ao consumo de medicamentos e alimentos. No que se refere à capacidade funcional dos residentes da ILP, considerou-se como idoso com dependência funcional aquele que necessitava de auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para realização de atividades rotineiras diárias como: comer, locomover, realizar higiene pessoal e demais cuidados pessoais como vestirse. Autônomos, então, os idosos que não necessitavam de auxílio para execução das atividades rotineiras diárias citadas. Para coleta dos dados observacionais foi empregado um formulário para registro de medicamentos utilizados (prescritos e não prescritos) para cada um dos indivíduos, considerando as seguintes variáveis: gênero, idade, número e nome dos medicamentos prescritos e posologia além da presença de polifarmácia e a classificação dos medicamentos quanto a sua presença ou ausência na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Os dados foram analisados segundo a estatística descritiva no Microsoft Excel®, versão 2010. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES A população do estudo foi constituída de todos os moradores das ILPs hipertensos com idade acima de 60 anos. Foram considerados idosos na ILP de Matipó 15 dos internos, todos hipertensos. Já na ILP de Abre-Campo 48 dos internos possuem 60 anos ou mais, sendo 64,8% destes hipertensos. Dos idosos estudados no LBJ 53,3% eram do gênero masculino e 46,6% do gênero feminino, com idade entre 61 a 88 anos. Desses 53,3% eram dependentes funcionais e 46,6% eram autônomos. Na ILP LSA 42,0% eram do gênero masculino e 58,0% eram do gênero feminino com idade entre 61 a 92 anos, 58,0% eram autônomos e 42,0% eram dependentes funcionais. A Tabela 1 contém informações sobre as principais patologias avaliadas através dos prontuários médicos de cada um dos internos das instituições. Tabela 1: Patologias mais prevalentes entre idosos nas Instituições de Longa Permanência Patologias Lar Sant’Ana Lar Bom Jesus N % N Doenças do aparelho 31 100 15 circulatório Doenças endócrinas, 5 16,1 7 nutricionais e metabólicas Doenças do sistema nervoso 5 16,1 6 Transtornos mentais 16 51,6% 5 Doenças do aparelho digestivo Outras 12 5 38,7 16,1 5 1 % 100 46,7 40 33,3 33,3 6,7 O diabetes mellitus era a patologia de maior prevalência dentre a classe de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas nas ILPs. O diabetes é um importante agente de morbidade e mortalidade entre idosos. O acelerado processo de envelhecimento da população, sedentarismo e inadequados hábitos alimentares, além de outras mudanças contribuem para a incidência de diabetes em idosos (FRANSCISCO et al., 2010). Foram consideradas como patologias do sistema nervoso: mal de Parkinson, Alzheimer e epilepsia, sendo o mal de Parkinson o mais prevalente entre os senis do Lar Bom Jesus e a epilepsia a doença mais prevalente no Lar Sant’Ana. O mal de Parkinson é caracterizado por uma desordem neurológica degenerativa progressiva do sistema nervoso central que agride especialmente o sistema motor. Estudos recentes, afirmam que essa patologia acomete cerca de 1% da população com mais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 de 60 anos de idade (BRAVO e NASSIF, 2006). A epilepsia é uma síndrome neurológica que acomete até 1% da população em geral. A epilepsia por si só é uma deficiência por alteração transitória de função. Pode ser uma incapacidade por promover situações e dificuldade para exercer uma determinada atividade, além de interferir na capacidade do convívio social (GOMES, 2009). A depressão foi a doença de maior prevalência relacionada aos transtornos mentais nas duas ILPs. Pode se apresentar como um sintoma, quando o afeto é a tristeza, ou como uma síndrome ou transtorno, quando apresenta um grupo de sintomas que aparecem juntos. A depressão é uma condição clínica no idoso, pois, sabe-se que nesta idade as doenças crônicas são comuns e quanto mais graves, mais deprimidos podem ficar os senis (ALMEIDA P. e ALMEIDA S., 1999). Devido à alta prevalência de doenças crônicas na população avaliada, todos faziam utilização de medicação. É importante ressaltar que dentre os medicamentos utilizados pelos participantes do estudo no período analisado, 60,9% (LBJ) e 40,9% (LSA) fazem parte da RENAME, e são dispensados pelo SUS. Sabe- se que a relação de medicamentos essenciais é elaborada a nível nacional, estadual e municipal com intuito de atender a maioria dos problemas de saúde da população, assegurando boas condições de acesso e promovendo seu uso racional. Por isso, a utilização de medicamentos presentes na lista de medicamentos essenciais é um fator positivo. De toda forma, mesmo para medicamentos pertencentes à RENAME, cuidados especiais devam ser tomados para prescrições dirigidas a estes indivíduos, já que alguns medicamentos inapropriados para idosos constam nesta relação (PASSARELLI, 2006). Entre os idosos do LBJ, 86,6% faziam uso de polifarmácia, já no LSA 39,6% eram polimedicados. Neste estudo polimedicação foi considerada como uso concomitante de 5 medicamentos ou mais. A prática de polifarmácia foi mais elevada no sexo feminino tanto no LBJ (100%), quanto no LSA (44,4%), em comparação ao masculino (LBJ 66,6% e LSA 33,3%). Assim como em outros estudos, pode se observar uma maior prevalência de polifarmácia entre as mulheres, o que pode ser atribuído à maior expectativa de vida das mulheres, que acabam contribuindo para o aparecimento de doenças crônicas comuns devido ao processo de envelhecimento (ROZENFELD, 2003; FLORES & MENGUE, 2005). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Como grande parte dos idosos faziam uso de pelo menos cinco medicamentos, o risco relacionado à presença de PRM’s é considerável. Dentre estes PRMs, avaliou-se o risco de incidência de interações medicamentosas, que aumentam consideravelmente com o número de fármacos prescritos e com as condições clínicas dos indivíduos. Dos internos no LBJ, 93,3% utilizavam pelo menos uma associação de medicamentos que apresentava risco de interação, já no LSA 89,5% dos indivíduos estavam expostos a este risco. envolviam: digitálicos, benzodiazepínicos, AINES (AAS), As mais graves antiarrítmicos, antidiabéticos e antidepressivos. Figura 1 – Distribuição das classes de medicamentos mais utilizados pelos idosos nas Instituições de Longa Permanência. A Tabela 2 apresenta as principais associações medicamentosas relacionadas a risco de interações discutidas ao longo do trabalho. Em estudo realizado por Lima e Cassiani (2009) verificou-se que a frequência de interações medicamentosas varia entre 3 e 5% dos pacientes que fazem uso de um número menor de medicamentos (menos de 5 medicamentos), e aumenta para 10 a 20% naqueles pacientes que utilizam de 10 a 20 produtos medicamentosos. Dentre os participantes do estudo, 6,7% (LBJ), e 2,1% (LSA) faziam uso concomitante da digoxina 0,25 mg e da sinvastatina de 20 mg. Quando administrada concomitante à sinvastatina a digoxina pode ter a sua ação aumentada, o que contribui para o aumento do risco de toxicidade, o que é muito preocupante já que se trata de um fármaco de baixo índice terapêutico (BPR, 2011). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O captopril quando utilizado concomitantemente ao AAS pode ter sua ação diminuída, devendo ser rigorosamente acompanhados (BPR, 2011). 33,4% (LBJ) e 2,1% (LSA) faziam uso simultâneo desses dois medicamentos. Estudos sobre esta classe de medicamentos relatam que esses fármacos são considerados responsáveis pelas maiores frequências de interações e consequentemente possíveis reações adversas (MARIN et al., 2008). Tabela 2: Associações medicamentosas relacionadas a risco potencial de interações mais prevalentes entre os idosos das Instituições de Longa Permanência, 2013. MEDICAMEN POSSÍVEIS FREQUÊNCIA DAS ASSOCIAÇÃO TO CONSEQUÊNCIAS ASSOCIAÇÕES Lar Lar Bom Jesus Sant’Ana Aumento da Digoxina Digoxina + Sinvastatina 6,7% 2,1% toxicidade digitálica. Captopril Captopril + Ácido Acetil Salicílico (AAS) Diminuição do efeito antihipertensivo do captopril. 33,4% 2,1% Atenolol Atenolol + AAS Diminuição do efeito antihipertensivo do atenolol 6,7% 0,0% Glibenclamida Glibenclamida + AAS Fluoxetina Fluoxetina + Clorpromazina Citalopram Citalopram + Amitriptilina Haloperidol Haloperidol + Clorpromazina Aumento do efeito hipoglicemiante da glibenclamida. Aumento da concentração plasmática da clorpromazina. cardiotoxidade. Cardiotoxidade. Cardiotoxidade 13,4% 4,2% 0,0% 2,1% 0,0% 2,1% 0,0% 8,3% O ácido acetilsalicílico também apresentou uma das possibilidades de interações medicamentosas mais graves no estudo. Este medicamento pode diminuir a ação anti-hipertensiva de medicamentos como o atenolol quando utilizados concomitantemente (BPR, 2011). A glibenclamida utilizada em associação com AAS (13,4 % dos idosos da ILP LBJ) e (4,2% na ILP LSA) pode ter sua ação aumentada, levando a quadros de hipoglicemia (BPR, 2011). No LSA observamos algumas interações consideradas de alto risco que não aconteceram no Lar Bom Jesus. É o exemplo da utilização concomitante de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 fluoxetina e clorpromazina (2,1%), o que pode resultar no aumento da concentração plasmática da clorpromazina, acarretando o risco de cardiotoxicidade. (DEF, 2012). Outra associação de medicamentos distinta no LSA foi o uso concomitante de Haloperidol e clorpromazina (8,3%), que pode gerar um risco elevado de cardiotoxicidade, podendo ocorrer prolongamento do intervalo QT e parada cardíaca (DEF, 2012). Além da presença da polifarmácia e da possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas relacionadas, foi verificado que dentre os medicamentos utilizados, alguns são inapropriados para idosos, já que o risco inerente ao seu uso é tido como superior ao seu eventual benefício. O uso de medicamentos inapropriados é um dos principais fatores de risco para o surgimento das reações adversas em idosos (LUCCHETTI et al., 2010). Além disso, a polifarmácia pode estar relacionada ao emprego de medicamentos inapropriados, já que, segundo Passarelli (2006), entre cada quatro medicamentos prescritos, um deles é inapropriado. Destacam-se na população estudada o uso de benzodiazepínicos, amitriptilina, amiodarona e digoxina que são fármacos inapropriados para utilização neste grupo (PASSARELLI, 2006) Foi observado que 6,7% dos idosos do LBJ e 10,4% do LSA usavam amitriptilina, que é um medicamento usado no tratamento da depressão e é desaconselhado para idosos, pois pode levar a efeitos anticolinérgicos (confusão mental e alucinações) e hipotensão ortostática (MOSEGUI et al., 1999). Dos participantes do estudo, 13,3% (LBJ) e 2,1% (LSA) utilizavam bromazepam e clonazepam. Ambos benzodiazepínicos de meia-vida longa, não indicados para idosos por causar sonolência, levando a possibilidades de quedas e fraturas (PASSARELLI, 2006). Deve-se levar em conta também a toxicidade dos benzodiazepínicos, que pode mascarar fatores relacionados à saúde mental, silenciando a doença, pois os efeitos colaterais podem ser mais significativos que a doença. A amiodarona também é um medicamento de uso inapropriado para idosos, e esta é utilizada por um dos internos do LBJ (6,7%). Em idosos que apresentam doenças cardiovasculares, a amiodarona pode causar reações adversas graves, como arritmias e cardiotoxicidade (SECOLI, 2010). Além desses medicamentos não recomendados para senis, doses de 0,25 mg de digoxina eram utilizadas por um dos idosos (6,7% LBJ) e por 4 (8,3%) dos senis Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 do LSA. Sabe-se que em idosos, a digoxina tem sua meia-vida aumentada e excreção reduzida, quando utilizada em doses maiores que 0,125 mg, podendo aumentar os riscos de toxicidade digitálica (PASSARELLI, 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido aos resultados obtidos neste estudo verificou-se que a polifarmácia pode interferir na efetividade terapêutica e aumentar o número de reações adversas entre os idosos. Verifica-se a extrema relevância do acompanhamento do profissional farmacêutico, pois ele possui contato direto com o paciente durante a farmacoterapia, podendo promover o uso correto dos medicamentos, detectando possíveis problemas relacionados e diminuindo os riscos de interações medicamentosas e consequentemente as reações adversas. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Osvaldo P.; ALMEIDA, Shirley A. Confiabilidade da Versão Brasileira da Escala de Depressão (GDS) Versão Reduzida. Arquivo Neuropsiquiatria, vol. 57, n.2-B, p. 421-426, 1999. BRAVO, Patrício Andres Fuentes; NASSIF, Melissa Calegaro. Doença de Parkinson:Terapêutica Atual e Avançada. Infarma, vol. 18, n.9/10, p. 25- 29, 2006. BPR – Guia de remédios. São Paulo: Escala, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA UNIDADE DA FARMÁCIA DE MINAS DE PEDRA BONITA/MG NO 1º QUADRIMESTRE DE 2012 Dayse Moreira Rosa e Nilza Lorena Vitor Queiroz - Graduadas em Farmácia. UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social. Professora da UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX Fernanda Cristina Ferrari e Gleiciely Santos Silveira - Graduadas em Farmácia. Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP. [email protected] RESUMO Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa e exploratória, avaliando a qualidade das prescrições (N = 3.407) aviadas na Farmácia de Minas do município de Pedra Bonita/ MG, durante o primeiro quadrimestre de 2012. Para facilitar a coleta dos dados, foi elaborado um formulário que avaliou a presença de informações indispensáveis para uma prescrição de qualidade de acordo com as legislações federais 5.991/73 e 9.787/99 e a Resolução 357/01 do Conselho Federal de Farmácia. Do total de prescrições analisadas 0,76% foram consideradas ilegíveis. 20,11% das prescrições não utilizaram denominação genérica. Outras informações essenciais encontraram-se ausentes como: forma farmacêutica (6,83%), via de administração (40,20%), concentração do medicamento (26,67%), duração do tratamento (66,78%). Além disso, estavam presentes 5.448 abreviaturas. Os resultados apresentados são preocupantes, isto porque prescrições que não contém as informações necessárias para uma boa dispensação, podem induzir a erros de medicação que podem acarretar prejuízos a saúde dos usuários de medicamentos e gerar adicionalmente custos diretos e indiretos ao público de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Prescrições médicas, uso racional de medicamentos, erros de medicação. INTRODUÇÃO Os medicamentos constituem a forma mais utilizada de tratamento na prática médica, e representam o principal gasto na atenção básica de saúde (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008; COLOMBO et. al., 2004). Somente no ano de 2010, o governo gastou mais de 1,5 trilhões de reais com aquisição e distribuição de medicamentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O mau gerenciamento e o uso incorreto de medicamentos acarretam sérios problemas à sociedade e, consequentemente, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Estima-se que a prescrição incorreta pode elevar os gastos dos recursos governamentais destinados a medicamentos de 50 a 70% e podem acarretar aumento da morbimortalidade e prejuízos à qualidade de vida dos usuários (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008; CFF, 2009). Com o objetivo de ampliar o acesso da população a medicamentos o Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Medicamentos, que tem como uma de suas diretrizes e prioridades o Uso Racional de Medicamentos (URM). Este é definido como o processo que compreende a prescrição e dispensação apropriada, o consumo de doses e posologia adequadas no período de tempo determinado pelo prescritor. Portanto, seguindo a ideia da URM, a prescrição apropriada é um componente importante para a utilização adequada do medicamento (ARAÚJO & UCHÔA, 2011). Como o avanço tecnológico em pesquisas de novos fármacos e formas farmacêuticas, associados à sua promoção comercial, cria uma crença excessiva da sociedade em relação ao poder do medicamento, a prescrição medicamentosa torna-se quase obrigatória nas consultas médicas transformando-se, do ponto de vista do usuário de serviço de saúde, em sinônimo de boa prática médica (SILVÉRIO & LEITE, 2010). Após seleção do tratamento medicamentoso e o término da prescrição, é dever do médico informar o paciente sobre: os objetivos, à curto ou longo prazo, do tratamento instituído; como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento; seus benefícios e riscos (interações medicamento-medicamento, medicamentoalimento, reações adversas, intoxicações); procedimentos que devem seguir acaso surgir algum efeito adverso; como armazenar os medicamentos e o que fazer com as sobras (VRIES et. al., 2001). Além disso, na prescrição que é uma ordem escrita dirigida ao farmacêutico e ao paciente, o médico deve determinar os medicamentos que devem ser dispensados e as condições de utilização (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008). Assim, as prescrições que não contém as informações necessárias para uma boa dispensação, podem induzir a erros de medicação gerando custos diretos (relacionados a consultas e execução de exames adicionais) e indiretos (que representam fatores como a perda de produtividade, redução da expectativa de vida Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 e sofrimento) que recaem sobre a sociedade. Adicionalmente, os erros provenientes de uma prescrição geram nos pacientes a perda de credibilidade no sistema de saúde (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008). Devido aos malefícios causados pela prescrição inadequada torna-se justificada a importância de um estudo da qualidade das prescrições médicas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar as principais características das prescrições médicas, bem como a ausência de informações nas mesmas, aviadas na Farmácia de Minas do município de Pedra Bonita/ MG, durante o primeiro trimestre de 2012. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa com abordagem descritiva e quantitativa, realizada na unidade da Farmácia de Minas de Pedra Bonita, a única farmácia comunitária do município. Pedra Bonita está localizada na Zona da Mata Mineira e segundo o censo do IBGE de 2009, possui cerca de 6.673 habitantes e a principal fonte de renda é a agropecuária com maior destaque para cafeicultura (IBGE, 2012). O objeto de estudo desta pesquisa foram ás prescrições médicas aviadas na Farmácia de Minas do município de Pedra Bonita no período de janeiro a abril de 2012. Como o desenho do estudo, que é retrospectivo, impossibilita a obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes cujas prescrições foram avaliadas, os responsáveis pela revisão dos prontuários assinaram um Termo de Compromisso de Utilização dos Dados, no qual se comprometeram a preservar a privacidade dos pacientes cujas prescrições foram objeto do estudo e a utilizar os dados obtidos somente para a execução do projeto, de acordo com o que recomenda a Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996). Foram avaliadas receitas classificadas como simples, controle especial e notificação de receita B1. Como algumas vezes um ou mais dos medicamentos prescritos não estão disponíveis na Farmácia de Minas, nessas situações em particular, a segunda via é retida, e a primeira via permanece com o usuário para que ele possa adquirir estes medicamentos. Entretanto, devido aos problemas com a legibilidade das segundas vias das receitas retidas, as mesmas foram excluídas deste estudo. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Para as prescrições consideradas ilegíveis pelos pesquisadores (não permitiram a identificação do nome do medicamento) os demais parâmetros abordados pelo estudo não foram avaliados. Para facilitar a coleta dos dados, foi elaborado um formulário que avaliou a presença de informações indispensáveis para uma prescrição de qualidade de acordo com as legislações federais 5.991/73 e 9.787/99 e a Resolução 357/01 do Conselho Federal de Farmácia. Desta forma, o formulário auxilia na avaliação da legibilidade da prescrição e presença dos seguintes itens: identificação do paciente e do prescritor, descrição do medicamento segundo a DCB ou DCI, forma farmacêutica, via de administração, posologia, quantidade de medicamento prescrito, duração do tratamento, abreviaturas e data da prescrição. Após coleta dos dados, através da estatística descritiva, esses foram tabulados no Microsoft Excel, versão 2010, quando foram gerados gráficos e tabelas para apresentação dos resultados que fundamentaram as discussões do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES As prescrições analisadas neste estudo totalizaram 3.407 prescrições, aviadas no período de janeiro a abril de 2012, sendo estas, 673 notificações de receita B1, 864 de controle especial e 1.870 simples. Do total de prescrições analisadas 0,76% (26) foram consideradas ilegíveis pelos pesquisadores e, portanto, destas, nenhuma informação adicional foi retirada para o estudo. Apesar de este número ser pequeno é importante ressaltar que a ilegibilidade das prescrições é uma das causas que favorecem os erros de medicação (AGUIAR et al., 2006). Segundo Silvério & Leite (2010) a ilegibilidade pode interromper ou alterar o processo de assistência ao paciente, resultando em consequências danosas para este. Nesta pesquisa foram analisados de vários parâmetros que podem diminuir a qualidade da prescrição, seja pela sua ausência ou presença na mesma, como pode ser visto na Tabela 1. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1: Ausências encontradas nas prescrições médicas aviadas na unidade da Farmácia de Minas de Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012. Para fins de análise foram consideradas como prescrições, contendo nome incompleto dos pacientes, aquelas que apresentavam somente o primeiro nome. A prescrição medicamentosa deve ser individualizada e, portanto necessita conter informações específicas sobre o paciente para o qual é destinada. A identificação do paciente é condição necessária e indispensável para o aviamento ou dispensação da receita e contribui para diminuição de trocas de medicamentos durante a administração em âmbito domiciliar (AGUIAR et al., 2006). A identificação do prescritor pode ser realizada através da assinatura ou do carimbo, e esta é imprescindível para que, quando necessário o farmacêutico possa entrar em contato com o prescritor para confirmar dados ou tirar dúvidas em relação aos procedimentos prescritos ou informá-lo sobre a possibilidade de problemas relacionados ao uso de medicamentos, detectados durante a dispensação (MIGUEL, 2010; OSÓRIO-DE-CASTRO, 2010). Na caracterização da receita, os parâmetros analisados foram adequação ao tipo de receituário e presença de data. A presença da data na prescrição é uma informação importante para assegurar a validade da prescrição, esta constitui uma referência inquestionável para que os medicamentos sejam dispensados corretamente durante o período de tempo determinado para cada prescrição (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008). Quanto à adequação ao tipo de receituário 4,67% (158) do total não estavam de acordo, destas 11,95% (102) eram de controle especial, 8,32% notificação B1 e nenhuma simples. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Na farmácia em questão, as prescrições de medicamentos de uso contínuo tem validade de quatro meses. As prescrições de anticoncepcionais são válidas por um ano, as de antibióticos valem sete dias e as de medicamentos controlados por um mês, exceto antiparkisonianos e antiepiléticos que tem validade de seis meses. A omissão de forma farmacêutica nas prescrições pode causar uma possível substituição das formas farmacêuticas no momento da dispensação, podendo implicar na modificação de fatores farmacocinéticos, por exemplo, fazendo com que o fármaco seja absorvido em um tempo diferente (LYRA, 2004). A falta posologia pode causar uma variação do intervalo de tempo entre as doses levando a um comprometimento no sucesso terapêutico e segurança do tratamento (MIGUEL, 2010). Entre as prescrições foram encontradas 5.448 abreviaturas. A Figura 1 apresenta as frequências de ocorrência de cada um dos tipos de abreviaturas encontradas. Figura 1: Abreviaturas mais frequentes nas prescrições aviadas na unidade da Farmácia de Minas de Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012. O uso de abreviaturas nas prescrições medicamentosas é preocupante devido à possibilidade de danos ao paciente. Isto porque as abreviaturas podem ser mal interpretadas por outros profissionais de saúde, por apresentarem mais de um significado ou serem confundidas com outras abreviaturas, quando mal escritas (AGUIAR et al., 2006; Ev et al.,2008). Sobre parâmetros relacionados aos medicamentos, foram encontradas várias inconformidades frente ao recomendado pela legislação relacionada. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 20,11% (680) destas não apresentavam nome do medicamento segundo DCB e DCI (Figura 2). Figura 2: Frequência percentual de parâmetros ausentes nas prescrições aviadas na unidade da Farmácia de Minas de Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012. Segundo a Lei 9.787/99 no âmbito do SUS todas as prescrições devem ser feitas pelos nomes genéricos, utilizando-se a DCB ou DCI, o que facilita a educação e a informação sobre medicamentos e evita que o prescritor indique um medicamento de marca mais cara, que por ventura venha a ser efetivamente comparado ao medicamento genérico (GIROTTO & SILVA, 2006; BONTEMPO et al., 2003). Sobre apresentação da via de administração 41,20% (1.393) prescrições não apresentavam via de administração, sendo que destas 100% das notificações B1 (673) apresentava essa informação (Figura 2). A falta da via de administração nas prescrições médicas pode levar a via e/ou técnica de aplicação do medicamento incorreta, gerando uma modificação de fatores farmacocinéticos, principalmente a biodisponibilidade do fármaco. Assim podem ocorrer problemas relacionados à efetividade e segurança dos medicamentos, com risco de reações adversas e maior tempo de ação (GUZATTO & BUENO, 2007). 26,67% das prescrições (902) não apresentavam concentração do medicamento. Sendo que destas 805 eram simples (43,42% deste tipo de receita) como pode ser visto na Figura 2. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A falta da concentração do medicamento na prescrição médica interfere no momento da dispensação, onde se deve assegurar que o medicamento de boa qualidade seja entregue ao paciente certo, na dose prescrita, na quantidade adequada e que sejam fornecidas as informações suficientes para o uso correto deste (MARIN et al., 2003 citado por MIGUEL, 2010). Das prescrições analisadas 66,78% (2.258) não apresentavam duração do tratamento, sendo, 98,12% das de controle especial (Figura 2). De acordo com Miguel (2010), o desaparecimento prematuro de sinais e sintomas pode fazer com que o paciente interrompa o tratamento por sua conta antes do determinado pelo médico. Daí a importância de orientar o paciente para que utilize o medicamento apenas pelo tempo recomendado, sendo que este deve estar descrito na prescrição medicamentosa. Quanto a quantidade de medicamento prescrito de acordo com o tempo recomendado, parâmetro este que só se aplica às prescrições de controle especial e notificações B1, foram encontrados os respectivos resultados: 1,05% (9) de controle especial e 10,70% (72) de notificação B1. A quantidade de medicamentos deve ser fornecida de forma a não faltar e nem exceder demasiadamente o número de medicamentos de acordo com o tempo recomendado (MIGUEL, 2010). Este quesito encontra-se em disposições legais, onde fica estipulado que o tempo de tratamento não pode exceder a 60 dias para substâncias de controle especial (C1) e notificações B1 (ANVISA, 1998). Desta forma, percebe-se que quando são omitidas informações nas prescrições médicas se dificulta o trabalho de equipe de saúde, colocando em risco a segurança do paciente e a eficácia do tratamento farmacoterapêutico (NÉRI, 2004). CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo constatou-se deficiência nas informações contidas na maioria das prescrições analisadas, demonstrando que os procedimentos legais vinculados à prescrição não são adequadamente cumpridos na localidade em questão. Como a falta de informações nas prescrições pode interferir na comunicação entre os profissionais de saúde, levando a erros de medicação e impedindo a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 dispensação adequada dos medicamentos, prejudicando a qualidade da assistência farmacêutica prestada ao paciente. Os resultados sugerem a necessidade do emprego de estratégias para promover melhoria da qualidade das prescrições emitidas. Uma das estratégias possíveis seria a educação continuada dos profissionais prescritores, que desta forma poderiam ser conscientizados dos benefícios de uma prescrição correta que contribuiria para o uso racional de medicamentos e a melhoria na saúde do paciente. Além disso, o emprego das prescrições digitais em detrimento das manuscritas seria fundamental para maior segurança na utilização de medicamentos uma vez que possibilita a melhora da legibilidade destas. Adicionalmente, a verificação da viabilidade de compra de softwares para elaboração de prescrição eletrônica, que impedem a emissão de prescrições com ausência de dados seria também uma alternativa para melhorar a qualidade das prescrições emitidas. Sugere-se então que seja feito estudo da viabilidade de emprego de uma ou mais das alternativas apresentadas no sentido de promover a melhora da qualidade prescricional no ambiente em questão e consequentemente da saúde da população atendida. REFERÊNCIAS ARAÚJO, P. T. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM DOIS MUNICÍPIOS DA ZONA DA MATA MINEIRA Eric Tensol Vieira e Polyana Luiza Florêncio Santiago – Graduados em Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica - UNIVÉRTIX. Patrícia Luísa de Araújo Mendes – Graduada em Ciências Biológicas. Mestre em Botânica. Professora da UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social. Professora da UNIVÉRTIX. Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia. Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP. [email protected] RESUMO A percepção sobre o poder curativo de plantas medicinais, observada em diferentes culturas, é uma das muitas formas de relação entre as pessoas e as plantas. O objetivo do estudo foi comparar o perfil de utilização das plantas medicinais por frequentadores de uma farmácia comercial no Bairro Centro na cidade de Rio Casca (VIEIRA E SANTIAGO, 2012) e de moradores do Bairro Boa Vista na cidade de Matipó (ALVES E BRANDÃO, 2012) – ambas as cidades localizadas na Zona da Mata Mineira. As plantas medicinais mais relatadas como utilizadas no estudo de Alves e Brandão (2012) foram folha de laranja e boldo, já no estudo de Vieira e Santiago (2012) foram hortelã e erva-doce. A realização desta pesquisa permitiu observar aspectos sobre a diversidade de plantas medicinais consumidas pelas populações analisadas. Com a análise dos dados obtidos percebe-se que a utilização de plantas medicinais pode trazer riscos à população, por isso deve-se evitar longas terapias, já que não existe uma garantia de ausência de efeitos tóxicos. PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; Etnobotânica; Matipó; Rio Casca. INTRODUÇÃO Após a segunda guerra mundial, na década de 50, houve um crescimento industrial nos países do terceiro mundo, principalmente incentivado pelo capital estrangeiro (HOBSBAWM, 1995). A indústria farmacêutica acompanhou esse movimento mundial e se desenvolveu no Brasil a partir desse momento histórico. Com o interesse no lucro, os medicamentos sintéticos conquistaram, a partir daí, lugar na terapêutica modificando completamente a forma de tratar doenças o que fez surgir o atual complexo médico-industrial-hospitalar (OLIVEIRA, 1985). Em consequência desse processo de industrialização, o conhecimento tradicional do uso de plantas medicinais passou a ser posto em segundo plano naquela época. Por falta de estudos científicos, o uso de plantas medicinais tornouAnais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 se sinônimo de atraso tecnológico e muitas vezes charlatanismo, o que fez os usuários, os médicos e os pesquisadores se afastarem desse campo. Foi um momento no qual o uso de plantas medicinais esteve mais próximo do misticismo do que da ciência (LORENZI e MATOS, 2002). A publicação da primeira edição da Farmacopéia Brasileira representou um esforço significativo de regulamentar a manipulação de produtos derivados das plantas medicinais. Elaborada por Rodolfo Albino, essa obra contemplou mais de 280 espécies botânicas nacionais e estrangeiras, o que refletia as características terapêuticas da época (MARQUES e PETROVICK, 2004). Pesquisadores da área de produtos naturais mostram-se impressionados pelo fato desses produtos encontrados na natureza revelarem uma gama impressionante de diversidade em termos de estruturas e de propriedades físico-químicas e biológicas (WALL e WANI, 1996). Os medicamentos, disponíveis no mercado, tiveram sua origem em protótipos de substâncias químicas, na maioria dos casos de origem vegetal (STASI, 2007). A flora mundial está entre 250 mil e 500 mil espécies. O Brasil contribui com 120 mil espécies, a grande maioria na região Amazônica, das quais o saber popular selecionou cerca de 2 mil como medicinais. Dessas, apenas 10% foram cientificamente investigadas do ponto de vista químico-farmacológico (BRITO, 2002). No Brasil a utilização de plantas medicinais se dá por fatores socioeconômicos e também culturais (LÓPEZ, 2006). A facilidade de encontrá-las no próprio quintal ou até mesmo com vizinhos facilita a sua utilização. O custo-benefício das plantas medicinais influencia muito em relação aos medicamentos sintéticos, com possibilidade de serem obtidas no próprio local facilitando e melhorando a saúde da população (ARNOUS, SANTOS e BEINNER, 2005). Segundo Stasi (2007) esta constatação inegável traz para os nossos dias uma importante discussão sobre a utilidade das práticas populares e tradicionais de saúde em associação as práticas da medicina moderna. Se tais conhecimentos, dilapidados pela experimentação científica permitiram que a ciência construísse este enorme arcabouço de medicamentos, parece óbvio que as práticas populares e tradicionais de saúde sejam, de fato, práticas que colaboram para a manutenção da saúde e que podem, também na atualidade, ser a base para o desenvolvimento e a implantação de procedimentos de cura e tratamento junto ao sistema oficial de saúde. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 É bem provável que todas as pessoas tenham algum conhecimento acerca de plantas medicinais. Em geral, e independentemente da classe social e econômica, todos reconhecem como uma espécie vegetal, uma planta com alegada propriedade medicinal, é usada para aliviar um sintoma, prevenir ou tratar alguma doença. Se, de forma geral, é a ideia que se apresenta, muitas e importantes características e conceitos envolvidos com o tema normalmente não são de conhecimento comum, o que pode gerar concepções equivocadas ou até mesmo preconceito (STASI, 2007). Um estudo feito por Ferrari e Bastos (2010) demonstrou que entre as plantas mais consumidas pela população do município de Matipó, especificamente no bairro central, estão o capim-cidreira (Cymbopogon citratus), tanchagem (Plantago major) e chá verde (Camellia sinensis) e as afecções mais comumente tratadas com plantas são as gripes, resfriados, diarreia e inflamações em geral. Desde a Declaração de Alma-Alta, em 1978, a OMS tem expressado sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, em função de que 80% da população mundial depende dessas espécies, no que se refere à atenção primária à saúde (Organização Mundial da Saúde, 1979). Dentro deste contexto, o Brasil tem buscado estabelecer diretrizes na área de plantas medicinais e saúde pública, como a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006). E em 9 de março de 2010, ficou regulamentada a produção e comercialização das plantas medicinais através da RDC N° 10 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Popularmente tem-se a ideia de que todas as plantas ditas medicinais fazem bem a saúde, porém são comuns os casos de efeitos colaterais causados pelo mau uso de tais plantas. Por isso o interesse em realizar um estudo comparativo em dois municípios da Zona da Mata Mineira relacionando a utilização das plantas medicinais pelas populações, verificando as diferenças entre os perfis de utilização. O estudo compara uma pesquisa realizada por Alves e Brandão (2012) no bairro Boa Vista do município de Matipó/MG aos resultados obtidos por Vieira e Santiago (2012) através de estudo realizado entre usuários de uma farmácia comercial região central da cidade de Rio Casca/MG. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Foi realizado estudo comparativo entre os resultados apresentados por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012), com objetivo de verificar se há indícios de semelhança na utilização das plantas medicinais nos dois municípios. O estudo de Vieira e Santiago (2012) foi realizado no bairro Centro do município de Rio Casca que se situa na região sudeste, mesorregião Zona da Mata, com área territorial de 384 km2, sendo a principal atividade econômica o setor de serviços e comércio, com aspecto territorial montanhoso. Segundo o Censo 2010 realizado pelo IBGE possui 14.201 habitantes (IBGE, 2010). Já Alves e Brandão (2012) desenvolveram pesquisa no bairro Boa Vista do município de Matipó. Este município possui cerca de 17.639 habitantes e uma área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola, com a colheita do café (IBGE, 2010). Em ambos estudos foram utilizados questionários estruturados obtendo informações sobre utilização, obtenção, preparo e finalidades de uso das plantas medicinais pelos entrevistados, que aceitaram participar da pesquisa e para tanto, também assinaram termo de consentimento livre e esclarecido permitindo o início da coleta de dados. Vieira e Santiago (2012) entrevistaram 46 frequentadoras de uma farmácia comercial no bairro central da cidade de Rio Casca. Alves e Brandão (2012) entrevistaram 140 moradores do Bairro Boa Vista na cidade de Matipó em visitas domiciliares. Os dados foram organizados e analisados segundo a estatística descritiva utilizando o Microsoft Excel®. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos 46 questionários aplicados por Vieira e Santiago (2012) nota-se uma maior predominância do gênero feminino (86,95%), Alves e Brandão (2012) não apresentaram esses dados. A faixa etária predominante encontrada por Vieira e Santiago (2012) foi de 20 a 39 anos (67,39%), já Alves e Brandão (2012) obtiveram resultados um pouco diferentes, com uma população mais jovem, variando de 11 a 20 anos (40%). De acordo com Tôrrez e colaboradores (2005) citado por Alves e Brandão (2012), a utilização de medicamentos em crianças e bebês pode acarretar efeitos mais intensos, isto vale também para plantas medicinais, principalmente quando são utilizadas por crianças acometidas por alguma doença hepática. Além Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 disso, segundo Albuquerque (2008), fatores como gênero, idade, ocupação e etnia, devem ser levados em consideração neste tipo de estudo, uma vez que podem interferir no conhecimento tradicional. De acordo com o estudo de Vieira e Santiago (2012) quando os entrevistados são questionados quanto à utilização das plantas medicinais, 76% referiram utilizar e 17% não utilizam. Já Alves e Brandão encontraram uma frequência de utilização bem diferente, onde 79% da população raramente utilizam e 14% utilizam uma vez por mês. Na América Latina, em especial nas regiões tropicais, existem diversas espécies de plantas medicinais de uso local, com possibilidade de geração de uma relação custo-benefício bem maior para a população, promovendo saúde a partir de plantas produzidas localmente. No Brasil existem diversidades e peculiaridades, com concepções, opiniões, valores, conhecimentos, práticas e técnicas diferentes, que precisam ser incorporadas e respeitadas no cotidiano, influenciadas por hábitos, tradições e costumes. O conhecimento e uso das plantas medicinais têm sido estimados baseando-se em algumas variáveis sociais (NOGUEIRA, 1983). As fontes de obtenção das plantas medicinais são diversas, como demonstra a Figura 1. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 1. Fontes de obtenção das plantas medicinais relatados pelas populações investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012) em dois municípios mineiros. Um estudo realizado por Camargo e Scavone (1985) demonstrou ser comum o cultivo de plantas nos quintais em diversos estados do Brasil e mesmo em outros países, sendo que seu uso está associado a algum tipo de enfermidade. Segundo Dias (1995), o Brasil tem uma área territorial extensa de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e vários biomas, apresenta uma grande diversidade de solos e climas, o que favorece a riqueza e a variedade da flora distribuída nos diversos ecossistemas brasileiros. No Brasil estima-se existência de 60.000 espécies de um total de mais de 155.000 reconhecidas entre as angiospermas tropicais (PRANCE, 1977; GIULIETTI e FORERO, 1990). As plantas medicinais mais relatadas como utilizadas no estudo de Alves e Brandão (2012) foram folha de laranjeira e boldo, já no estudo de Vieira e Santiago (2012) foram hortelã e erva-doce (FIGURA 2). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2. Plantas medicinais mais frequentemente utilizadas segundo relatos das populações investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012) em dois municípios mineiros. Estudos diversos mostram que muitas das espécies relatadas pelos entrevistados são comumente citadas, embora não necessariamente na mesma ordem e proporção (Silva et al., 2005; Calábria et al., 2008; Kffuri, 2008; Silva et al., 2009). Em estudo feito por Torres e colaboradores (2005) com acompanhantes de crianças hospitalizadas, detectou-se que 27,3% utilizaram plantas medicinais para tratamento das suas crianças antes de procurar o serviço hospitalar. Esta prática pode ser considerada perigosa devido ao insuficiente conhecimento sobre o assunto ou pela ideia de que “é natural e se bem não fizer; mal não fará”, com isso podem ocorrer efeitos indesejados como intoxicações ou ausência da resposta terapêutica (MEDEIROS FILHO et al., 1997). Rodrigues e Carvalho (2001) acreditam que as pessoas que utilizam essas plantas medicinais não têm dúvida de que os efeitos delas curam as enfermidades e, também, afirmam que a dose é importante para que haja a cura, sendo que os excessos na utilização podem levar a efeitos inesperados, causando danos ao organismo. As patologias mais frequentemente tratadas através do uso de plantas medicinais nas populações investigadas foram apresentadas na Figura 3. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 3. Enfermidades mais frequentemente tratadas através do uso de plantas medicinais relatadas pelas populações investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012) em dois municípios mineiros. Estudos realizados por Amorozo (1996), Di Stasi e colaboradores (2007), GarleteIrgang (2001), Amorozo e Gély (1998) verificaram que a maior parte das plantas medicinais era utilizada para tratamento de afecções relacionadas ao sistema digestivo e ao sistema respiratório, seguido de afecções do sistema geniturinário e do sistema circulatório. Rutkanskis e Cruz-Silva (2009) também encontram resultados semelhantes, ressaltando ainda outras afecções, por exemplo, sistema nervoso e sistema tegumentar. Estes resultados evidenciam que as plantas medicinais são utilizadas para diversas finalidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta pesquisa permitiu observar que mesmo se tratando de áreas urbanas a utilização das plantas medicinais é bem difundida. Com a análise dos dados obtidos percebe-se que a utilização de plantas medicinais também pode trazer riscos à população, por esse motivo deve-se evitar a utilização prolongada, já que não há garantia da ausência de efeitos colaterais ou tóxicos. No entanto, percebe-se a necessidade de programas que visem a disseminação de informações e melhor utilização das plantas medicinais nestas comunidades, visto que muitos dos entrevistados fazem uso das plantas para o tratamento dos seus males sem o conhecimento prévio, apenas por indicação de terceiros, podendo haver erros de identificação da espécie. Acredita-se que esta e outras pesquisas etnobotânicas desenvolvidas têm o potencial de contribuir com informações culturais presentes na região. Estudos multidisciplinares são necessários para que sejam ampliados os conhecimentos das Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 plantas medicinais, como agem, quais são os seus efeitos tóxicos e colaterais, como seriam suas interações com os medicamentos disponíveis no mercado e quais as estratégias mais adequadas para o preparo e conservação para garantir segurança e eficácia destes produtos. REFERÊNCIAS ALVES, E. C.; BRANDÃO, R. A. Aspectos da utilização de plantas medicinais pela população do bairro Boa Vista do município de Matipó, MG. 2012. 21 f. Monografia/Graduação em Farmácia. Faculdade Vértice/Univértix. Matipó/MG, 2012. AMOROZO, M. C. M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinary. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. 230p. AMOROZO, M. C. 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Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Janine Lopes Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora da UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo desse estudo foi identificar o perfil da população feminina que utiliza Benzodiazepínicos (BDZ’s) como tratamento terapêutico em município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Como instrumento de coleta de dados, foi empregado um questionário objetivo e claro com intuito de facilitar a interpretação e o entendimento das participantes da pesquisa. Percebe-se que as usuárias de BDZ’s possuem baixo grau de escolaridade, relacionamento estável e os utilizam de forma contínua, por motivos que devem ser levados em consideração. Pelo exposto tornam-se necessários estudos que discutam o uso racional destes medicamentos. PALAVRAS-CHAVE: Benzodiazepínicos; saúde da mulher; uso racional de medicamentos. INTRODUÇÃO Segundo Nordon et al. (2010) atualmente os Benzodiazepínicos são a terceira classe de medicamentos mais consumidos no Brasil, sendo utilizados por aproximadamente 4% da população brasileira. De acordo com Foscarini (2010) o uso justifica-se por que os BDZ são medicamentos de primeira escolha para o tratamento de ansiedade, insônia, relaxamento muscular e amnésia anterógrada, e tem ganhado destaque no tratamento terapêutico para combater mal-estar pessoal como sentimento de tristeza, solidão, inquietude, insegurança e até mesmo falta de felicidade, que muitas das vezes está relacionada com a rotina de vida familiar que leva, seja no mau convívio com o companheiro, no mau relacionamento social, numa vida financeira mal distribuída, e outros motivos relevantes. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo1 divulgou em março de 2010 uma reportagem sobre o relatório desenvolvido pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório – referente à pesquisa realizada em 2009 – divulgou as principais tendências do uso de drogas lícitas e ilícitas no mundo, foi verificado que o uso abusivo de medicamentos controlados supera o de drogas ilícitas, como cocaína, ecstasy e heroína. O citado relatório foi divulgado nos principais veículos de comunicação do Brasil (G1, Folha de São Paulo, Veja, Correio Brasiliense, R7, entre outros) – e do mundo, demonstrando uma preocupação mundial com o uso abusivo de medicamentos. Mortes como a do cantor Michael Jackson e da atriz Brittany Murphy, em 2009, chamaram a atenção para o problema. Pedro Gabriel Godinho Delgado – em reportagem para os repórteres Iberê Thenório e Mariana Oliveira para o G1 em 2010 – aponta a situação como um desafio para as autoridades de saúde. É um problema grave no Brasil. (...) Acho importante abordar essa situação porque, para a saúde pública, as drogas ilegais, legais e prescritas podem apresentar danos comparáveis. Nós sabemos que, de todas as drogas, as mais danosas são duas legais, o álcool e o tabaco. E, entre as que não são ilegais, existe ainda o problema dos medicamentos que podem causar dependência. No Brasil, estatísticas explanadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), revelaram que os BDZ’s Clonazepam, Bromazepam e Alprazolam foram as substâncias controladas de maior consumo pela população brasileira entre os anos de 2007 a 2010. O mais utilizado foi o Clonazepam, do qual foram vendidos 10 milhões de caixas em 2010. O segundo mais comercializado foi o Bromazepam, com 4,4 milhões de unidades vendidas 2010, na seqüência Alprazolam, que registrou 4,3 milhões de unidades 2010 (ANVISA, 2010 citado por TUOTO 2012). O interesse de estudo pelos BDZ’s – também chamados de calmantes – se deu pelo fato de ser um dos medicamentos de maior consumo no Brasil. Surgiu assim a curiosidade de se fazer uma investigação sobre o perfil do consumo desses medicamentos entre as mulheres adultas em um município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira. A questão norteadora que motivou esse trabalho foi conhecer qual o perfil das usuárias adultas de BDZ de um município de pequeno porte da Zona da Mata. 1 Reportagem disponível no site (http://www.crfes.org.br/noticias_26022010_2.html). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O presente estudo tem como objetivo, identificar o perfil da população feminina que utiliza BDZ como tratamento terapêutico em município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira durante os anos de 2012 e 2013. Este trabalho contribuirá para a identificação da distribuição do medicamento, entre a população feminina no município com idade igual ou superior a vinte anos de idade para assim obter-se um controle sobre a medicação, satisfazendo as necessidades de ambas às partes: população feminina e município, sem causar danos à saúde feminina consumidora do medicamento e evitando gastos desnecessários ao município. De acordo com Carvalho e Dimenstein (2003) o uso indiscriminado dos BDZ’s causa sonolência/sedação comprometendo a atividade e o desempenho de simples funções, causa fadiga o que incapacita o paciente causando crescente desconforto e decrescente capacidade física ou mental, visão turva ocasionando acidente devido aos distúrbios visuais causados pela turbidez, dificuldade de memória o que leva ao desenvolvimento de quadros de amnésia e comprometimento intelectual dificultando ou diminuindo o interesse por literatura, entre outros. Segundo Coelho et al. (2006) o uso racional dos BDZ’s tem sido de responsabilidade de toda classe médica desde o serviço de urgência até o especialista de medicina do sono. Portanto, recomenda-se a familiarização dos médicos com os mecanismos de ação e efeitos colaterais e adversos dos BDZ’s. A utilização terapêutica dessas substâncias em curto prazo deixa a toxicidade e os efeitos adversos menos acentuados. Os BZD’s devem ser usados no tratamento da ansiedade em um curto prazo, de modo que não exceda um período de dois a quatro meses, exceto em casos muito especiais (CARVALHO E DIMENSTEIN, 2003; FOSCARINI, 2010). METODOLOGIA O referente estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa que foi realizada com 100 mulheres de idade igual ou superior a vinte anos durante o período compreendido entre 2012 e 2013, de escolaridade e níveis socioeconômicos diversos em uma cidade de pequeno porte da Zona da Mata Mineira. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As coletas de dados foram realizadas nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) – I, II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona da Mata de Minas Gerais. Como instrumento de coleta de dados, foi aplicado questionário nos meses de agosto de 2012 e setembro de 2013 para todas as mulheres maiores de 20 anos presentes nas ESF´s nas manhãs escolhidas para a realização da pesquisa, totalizando 50 participantes por ano. Coube as pesquisadoras esclarecer às participantes da pesquisa a não obrigatoriedade de responder o questionário e assegurar a quem participar de livre e espontânea vontade seu anonimato e sigilo quanto às respostas e a apresentação do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os dados foram processados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram entrevistadas 50 mulheres por ano durante o período de coleta de dados. Destas apenas 26,00% (13) faziam o uso de BDZ´s em 2012 e 36,00% (18) faziam o uso destes em 2013. Portanto, a população do estudo é formada por 31 mulheres avaliadas durante este biênio. A Tabela 1 resume as principais características sócio demográficas da população avaliada. Existem estudos que investigaram características semelhantes, Nordon et al. (2010) analisaram o padrão de utilização de BDZ em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Vila Barão em Sorocaba/SP, encontrando que a população que mais utiliza estas substâncias são mulheres de baixa escolaridade e renda, na faixa etária entre 50 e 69 anos e que possuem relacionamentos estáveis. Foram encontrados perfis diferentes com relação a este trabalho. Os BDZ’s referidos como mais utilizados em 2012 foram: Diazepam 46,15%, Clonazepam 30,77% e Outros 23,08%. Em 2013, Clonazepam 33,33%, Bromazepam 27,78%, Alprazolam 22,22% e Diazepam 16,67% (FIGURA 1). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1: Características sócio–demográficas referidas pela população investigada, 2012 e 2013. n=13 2012 % n=18 2013 % 03 06 04 23,08 46,15 30,77 03 09 06 16,67 50,00 33,33 Estado Civil Solteira Casada Viúva Outras 01 08 02 02 7,70 61,54 15,38 15,38 02 11 03 02 11,11 61,11 16,67 11,11 Trabalhadora Ativa Aposentada 08 05 61,54 38,46 12 06 66,67 33,33 Residente Zona Urbana Zona Rural 09 04 69,23 30,77 16 02 88,89 11,11 Renda familiar 1 Salário Mínimo Até 2 Salários Mínimos Acima de 2 Salários Mínimos Não Tem Salário Definido 06 03 01 03 46,15 23,08 07,69 23,08 11 02 00 05 61,11 11,11 00 27,78 Grau de Escolaridade 1º Grau Incompleto 1º Grau Completo 2º Grau Incompleto 2º Grau Completo Nível Superior Incompleto 08 01 01 02 01 61,53 07,70 07,70 15,37 07.70 09 04 01 04 00 50,00 22,22 05,56 22,22 00 Característica Faixa etária 20 – 30 anos 40 – 59 anos 60 anos ou mais Figura 1: BDZ´s referidos como mais utilizados pela população investigada nos anos de 2012 e 2013. A literatura revela um perfil de utilização distinto ao observado, Firmino et al. (2011) detectaram na cidade de Coronel Fabriciano em Minas Gerais um consumo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 elevado de Diazepam (59,70%) e Clonazepam (40,20%). De acordo com Casali (2010) o Diazepam e o Clonazepam têm maior destaque na prescrição por serem medicamentos de baixo custo e fácil acesso, além disso, a seleção dessas substâncias nas redes públicas municipais é justificada por se tratar de medicamentos que pertencem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) (FIRMINO et al., 2011). Quando questionadas sobre a maneira de utilizar o medicamento 76,92% consideram que utilizam corretamente, de acordo com a prescrição médica, e 23,08% afirmaram que utilizam dependendo de como estão se sentindo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2005) citada por Firmino et. al. (2011), o uso racional de medicamentos incide no uso da substância apropriada às necessidades do paciente na dose certa, por período e tempo correspondente e a custo mais acessíveis. Segundo Casali (2010) a prescrição adequada de BDZ deve atender três aspectos: necessidade, intermitência e curta duração no tratamento. Conforme Asthon (1995) citado por Casali (2010) se administrado em curto prazo ou intermitente, os BDZ’s podem ser eficazes em várias condições, não ocasionando efeitos tóxicos graves. Quando questionadas sobre por quanto tempo a substância prescrita deveria ser utilizadas todas as entrevistadas referiram que o prescritor recomendou o uso dos BDZ’s de maneira contínua. Gorenstein (1993) citado por Martins (2011) descreve que a administração de BDZ por tempo prolongado ainda que em doses baixas possa induzir prejuízo cognitivo e psicomotor. Além disso, segundo Martins (2011) a utilização de BDZ por tempo prolongado pode ocasionar desenvolvimento de tolerância, abstinência e dependência. Correia et al. (2010) referem que o longo período da utilização de medicamentos psicotrópicos pode tornar um grande risco a saúde levando especialmente a dependência física e psicológica. Essa dependência é caracterizada pela busca compulsiva do medicamento, surgindo o vício. Além disso, o abuso de algumas destas substâncias pode acarretar ainda a degeneração de células cerebrais, podendo ocorrer lesões irreversíveis (UNESP, 2003 citado por ANDRADE, ANDRADE e SANTOS, 2004). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As entrevistadas relataram ainda, que a principal especialidade dos médicos prescritores foram respectivamente clínicos geral 61,54%, neurologistas 23,08% e psiquiatras 15,38% (2012) clínicos geral 61,11%, neurologistas 22,22% e psiquiatras 16,67% (2013). Foi encontrado estudo semelhante como o de Nordon et al. (2010) que relata o Clínico Geral como o principal prescritor de BDZ 65,21% e que na maioria das vezes, estes profissionais, apenas mantêm a prescrição anterior. Diferente dos psiquiatras que têm o hábito de reduzir ao longo do tempo a utilização destas substâncias. Segundo Carvalho et al. (2006) é observado que médicos especialistas em outras áreas diferentes da neurologia e psiquiatria, são responsáveis pela maior parte das prescrições de BDZ’s. Conforme Auchewski (2004) a irracionalidade na utilização de BDZ’s tem se tornado uma prática comum por parte dos médicos que não apresentam conhecimento suficiente de psicofarmacologia, fazendo da prescrição, um ato aberto para críticas. Como descrevem Firmino et al. (2011) distorções na prescrição de BDZ como: tempo de tratamento, uso equivocado para o conforto de quadros inespecífico, uso por idoso e sugestões que não tem compatibilidade com o aspecto farmacológico. Quando questionadas sobre o motivo que levou à prescrição do BDZ, em 2012 obteve-se os seguintes resultados: 46,15% insônia, 30,77% ansiedade, 15,38% tristeza, 7,70% outros. Em 2013 referiram ser devido à ansiedade 38,89%, a insônia 27,78% e a tristeza 22,22; sendo que 11,11% declararam que a substância foi prescrita porque as participantes relataram sentir todos os sintomas citados anteriormente. (FIGURA 2). De acordo com Nordon et al. (2009) em estudo realizado em uma UBS da Vila Barão, em Sorocaba - SP, o maior motivo para o uso de BDZ entre os pesquisados (que podia ser mais de um motivo) foram: a insônia 48,14%, ansiedade 39,5% e convulsões e epilepsia 8,64%. Em relação à melhora dos sintomas que levaram à utilização dos BDZ’s, 36,00% referiram que os problemas tratados tiveram melhora significativa. Conforme Barbosa (2007) os BDZ’s atuam rapidamente nos transtornos ansiosos aumentando a eficácia e tolerância na redução dos sintomas. Mas, essa eficácia pode ser diminuída com a utilização do medicamento após quatro semanas de tratamento. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Motivo referido pela população como responsável pela prescrição de BDZ, 2012 e 2013. Segundo Firmino et al. (2011) a eficácia do BDZ é bem documentada nos tratamentos de curta duração, mas, seu uso prolongado tem contra indicação devido aos riscos de reações adversas incluindo a dependência. Quando questionadas sobre as orientações fornecidas pelos prescritores, as principais abordagens foram quanto ao seguimento da prescrição e posologia. Resultados obtidos em 2012 38,46% referiram usar a medicação conforme a prescrição e posologia correta, 15,38% não utilizar a medicação por tempo prolongado, 23,08% não ingerir bebidas alcoólicas, dirigir ou operar máquinas, 7,70% não tiveram orientação médica. Já em 2013 38,88% usar a medicação conforme a prescrição e posologia correta, 27,78% não utilizar a medicação por tempo prolongado, 16,67% não ingerir bebidas alcoólicas, dirigir ou operar máquinas, 11,11% não tiveram orientação médica e aos riscos de dirigirem ou operarem máquinas 5,56% (FIGURA 3). A prescrição deve ser sempre reforçada com informações adicionais relacionadas ao medicamento em questão, principalmente quando se trata de BDZ’s (CASALI, 2010). De acordo com Martins (2011) os pacientes devem ser orientados sobre a potencialização dos riscos de acidentes de automóvel e prejuízo em atividades que exijam coordenação psicomotora, devido à diminuição da atenção. Conforme Auchewski (2004) as orientações do médico são muito importantes, especialmente em relação à interação com álcool e o risco potencial de ocasionar depressão respiratória grave e fatal pelo sinergismo do efeito depressor. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 3: Orientações fornecidas pelos prescritores segundo a população investigada, 2012 e 2013. Ao serem questionadas sobre a frequência que vão às consultas médicas, no ano de 2012, 30,77% relataram ir ao médico somente quando não se sentem bem obtendo o mesmo percentual as que vão com indicação médica, houve coincidência de 15,38% entre as opções propostas às entrevistadas que opinaram entre raramente e mensalmente e 7,70% referiram quinzenalmente. Logo em 2013, 44,44% referiram ir apenas quando não se sentem bem, 33,33% declararam ir de acordo com o indicado pelo médico, 16,67% relataram ir mensalmente, e 5,56% raramente. Quando questionadas sobre a forma de obtenção da prescrição para retirarem o medicamento junto à farmácia municipal, No ano de 2012 76,92% mencionaram adquirir as prescrições através de consultas médicas e 23,08% referiram conseguir a prescrição por intermédio dos agentes de saúde. Em 2013, 72,22% citaram adquirir as prescrições através de consultas médicas e 27,78% referiram conseguir a prescrição por intermédio dos agentes de saúde. Outro ponto importante é que todas as participantes revelaram conseguir adquirir o medicamento somente através da notificação de receita azul e que esta fica retida na farmácia. Segundo Martins (2011) o paciente ao retornar ao médico periodicamente é muito importante para o monitoramento da dose, avaliação dos efeitos colaterais e da resposta terapêutica. A prescrição dos BDZ’s deve ser realizada de maneira racional e monitorada cuidadosamente estabelecendo um bom vínculo com o paciente. Assim possivelmente poderão ser diminuídos os efeitos colaterais e o desenvolvimento de tolerância. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os BDZ’s são medicamentos que possuem controle legal no Brasil podendo ser comercializado/dispensados unicamente através de prescrição médica e retenção da receita (CASALI, 2010). Segundo Nordon et al. (2010) no Brasil vem-se aprimorando artifícios de controle para o uso de BDZ, por meio de receituário azul e retenção da receita. As entrevistadas foram questionadas também sobre possíveis interrupções do tratamento, No ano de 2012, 46,15% declararam que preferem não arriscar em interromper a medicação, 38,46% referiram já ter parado de utilizar sem nenhum tipo de orientação médica e apenas 15,38% foram instruídas pelo médico durante o processo de interrupção e estas declararam que foram orientadas a retirarem a medicação de forma gradual. 2013 38,89% asseguraram que preferem não arriscar em interromper a medicação, 38,89% referiram já ter parado de utilizar sem nenhum tipo de orientação médica e apenas 22,22% foram informadas pelo médico durante o processo de interrupção e estas afirmaram que foram orientadas a retirar a medicação de forma gradual. Segundo Cruz et al. (2006) a interrupção do tratamento é um problema sério porque tanto paciente quanto médicos têm maior facilidade em continuar com os BDZ’s que encarar as dificuldades e o incômodo do programa de retirada do fármaco. Como sugere Stahl (1998) citado por Cruz et al. (2006) na grande maioria das vezes o uso prolongado impróprio desses agentes ocorre devido à ausência de conhecimento de como retirar gradativamente o fármaco. Conforme Cruz et al. (2006) sintomas relacionados quanto à retirada brusca do medicamento caracterizando síndrome de ausência também foram estatisticamente significativos e dentre eles encontra-se a insônia, ansiedade e irritabilidade. Considerando esta realidade segundo Nordon et al. (2010) o Brasil necessita de dados a respeito da prescrição de BDZ, existindo somente alguns poucos estudos sobre a avaliação e freqüência de utilização e nada além. Também afirma Martins (2010) que existe pouca literatura relacionada aos BDZ’s, o que traz certas dificuldades para o tratamento específico. CONSIDERAÇÃOS FINAIS Com este estudo foi observado o padrão de uso de BDZ por mulheres que freqüentavam os ESF – I, II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 da Mata de Minas Gerais, os resultados demonstram que as principais consumidoras do medicamento são mulheres idosas, de baixa escolaridade e renda, que possuem relacionamentos estáveis. A utilização do BDZ é crônica, os prescritores, em geral, foram clínicos geral, mas mesmo os especialistas se mostraram prescrições inadequadas utilizando BDZ de meia vida longa por tempo prolongado e para queixas que poderiam ser controladas de outras maneiras, tendo auto-índice de insucesso na tentativa de interrupção do uso. Acredita-se que este trabalho pode contribuir para o conhecimento das características da população feminina atendida pelo serviço primário de saúde do município investigado. Há necessidade de se avaliar risco-benefício desses medicamentos por motivo da utilização abusiva ou pela medida terapêutica incorreta que aumentam o risco de intoxicação prejudicando a saúde de seus usuários. REFERÊNCIAS ANDRADE, Márcia de Freitas; ANDRADE, Regina Célia Garcia; SANTOS, Vânia dos. Prescrição de psicotrópicos: avaliações das informações contidas em receitas e notificações. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 40 n.4; p 471-479 São Paulo out/dez, 2004. AUCHEWSKI, Luciana; ANDREATINI, Roberto; GALDURÓZ, José Carlos F; LACERDA, Roseli Boerngen de. Avaliação da orientação médica sobre os efeitos colaterais de Benzodiazepínicos. Revista Brasileira de psiquiatria. V.26 n.1; p 2431, Març. 2004. BARBOSA, Eduardo Augusto Jensen. 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COELHO, Fernando Morgadinho Santos; ELIAS, Rosilene Mota; POYARES, Dalva; PRADELLA-HALLIMAN, Márcia; BITTENCOURT, Lia Rita Azeredo; TUFIK, Sérgio. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Benzodiazepínicos: uso clínico e perspectiva. Revista Brasileira de Medicina, p. 196-200, São Paulo, 2006. CORREIA, Tereza; NUNES, Margarida; BARROS, Suzana; PENAS,Soraia. Consumo de Psicofármacos pelos Alunos do Ensino Superior. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano. p. 607-619, Bragança. 2010. CRUZ, A.V; FULONI, I.; ALCALÁ, M.; FERNANDES, A. A.; MOTEBELO, M.I.I.; LOPES, L.C. Uso crônico de diazepam em idosos atendidos na rede pública em Tatuí-SP. Revista Ciências Farmacêuticas Básica Aplicada, v. 27, n.3, p. 259267, 2006. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONDIÇÕES DE ESTOQUE DOMICILIAR DE MEDICAMENTOS REFERENCIADAS POR USUÁRIOS DE UMA FARMÁCIA COMERCIAL E DE UMA FARMÁCIA PÚBLICA DE UM MUNICÍPIO MINEIRO Laiz Aquino de Oliveira Mendes e Rubianne de Oliveira Assis - Graduadas em Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX. Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia. Mestres em Ciências Farmacêuticas. [email protected] RESUMO O armazenamento domiciliar de medicamentos propicia diversas possibilidades de consumo irracional e desperdício, o que ocorre grande parte das vezes por condições inadequadas de estoque. Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar as condições de estoque domiciliar de medicamentos referidas pelos usuários de uma Farmácia Comercial e de uma Farmácia de Minas de um município da Zona da Mata Mineira. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo, realizado através da aplicação de questionários aos usuários destas. Observou-se na presente pesquisa que o estabelecimento de estoque domiciliar de medicamentos é comum entre os consultados, sendo a cozinha e o quarto os principais locais de armazenamento. O armazenamento inadequado pode comprometer sua segurança e eficácia, devido à perda de estabilidade. Torna-se necessário então conhecer as condições de estoque domiciliar dos medicamentos que possam embasar programas de intervenção que auxiliem na divulgação da forma correta de armazenamento de medicamentos entre seus usuários. PALAVRAS-CHAVE: Armazenamento de medicamentos; Estoque domiciliar; Farmácia Caseira. INTRODUÇÃO A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Política Nacional de Medicamentos do Ministério de Saúde estabelecem que o uso racional de medicamentos ocorre quando os pacientes recebem a medicação adequada às suas necessidades clínicas, nas doses correspondentes aos seus requisitos individuais, durante período de tempo adequado e ao menor custo possível para si e para a comunidade (MASTROIANNI et al., 2011). Tourinho et al. (2008) consideram que o estoque domiciliar, também chamado de farmácia domiciliar, frequentemente depositada em ambientes e recipientes inadequados, propicia diversas possibilidades de consumo irracional e desperdício, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 incluindo a facilitação da automedicação não responsável, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas não intencionais e intencionais. Entretanto em alguns casos também seja possível o estabelecimento da automedicação responsável, que de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa 2001) “é uma prática pela qual os indivíduos tratam doenças, sinais e sintomas utilizando medicamentos aprovados para venda sem prescrição médica.” Estes possuem eficácia e segurança comprovadas e, quando utilizados racionalmente, ou seja, utilizados em algumas doenças crônicas ou recorrentes seguidos de um diagnóstico médico inicial, podem, eventualmente, reduzir a “pressão” no sistema de saúde onde o acesso algumas vezes é difícil. Mas mesmo assim, tal procedimento é contestado e não isento de riscos (TOURINHO et al., 2008). Segundo Ramos, Silva e Alencar (2010), além do estoque propriamente dito, o armazenamento inadequado dos medicamentos é um dos problemas que envolvem esses produtos nas residências. Isso porque as condições de armazenamento podem influenciar na eficácia e segurança desses medicamentos, caso ocorra perda da estabilidade do produto. Margonato et al. (2008) citado por Mastroianni et al. (2011) apontam que os fatores que motivam a população a estocar medicamentos em casa são: à inconstância da sua disponibilidade nas unidades básicas de saúde (UBS), o medo de ser acometido por doenças e o desconhecimento dos riscos que os medicamentos podem apresentar se não forem armazenados corretamente. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, os medicamentos ocupam a primeira posição entre os principais agentes causadores de intoxicações desde 1996, sendo que, em 2007, foram responsáveis por 30,3 % dos casos registrados no Brasil (MASTROIANNI et al., 2011). Tendo em vista a preocupação com os efeitos e riscos que os medicamentos podem vir a oferecer quando armazenados em domicílio, surge o interesse pelo tema. Torna-se necessário conhecer as condições de estoque domiciliar dos medicamentos que possam embasar programas de intervenção que auxiliem na divulgação da forma correta de armazenamento de medicamentos entre seus usuários. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O objetivo desse estudo é descrever as condições de estoque domiciliar de medicamentos referidas pelos usuários de uma farmácia comercial (FC) e de uma Farmácia de Minas (FM) da Zona da Mata Mineira. Dessa forma, percebe-se a importância de que, após selecionar o tratamento medicamentoso e efetuar a prescrição, o médico forneça algumas informações ao paciente, dentre elas sobre a forma correta de guardar os medicamentos e destinação correta das sobras, em conformidade com o disposto no Guia Para a Boa Prescrição Médica da Organização Mundial da Saúde (ARRAIS, BARRETO e COELHO, 2007). Essas instruções também devem ser fornecidas pelos farmacêuticos durante a dispensação podendo assim levar a diminuição dos prejuízos causados pelo armazenamento inadequado de medicamentos em âmbito domiciliar. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo. A pesquisa descritiva é utilizada para descrever fenômenos existentes, eventos e situações presentes, justificando condições e identificando problemas, avaliando e comparando o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuras decisões e planos (GRESSLER, 2004). O estudo foi realizado em Matipó, município localizado na zona da mata mineira, que possui cerca de 17.369 habitantes e cuja principal fonte de renda é a agropecuária com maior destaque para cafeicultura (IBGE, 2012). A população foi composta por todos os usuários que procuram atendimento de uma Farmácia Comercial (no período de 14/08 a 23/08/2012) e de uma Farmácia de Minas (no período de 19/08/2013 a 04/09/2013) de um município mineiro, com idade igual ou superior a 18 anos que concordaram em participar da pesquisa após leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com o que recomenda a Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996). Os dados foram obtidos através da aplicação de questionários padronizados, nos quais foram abordados itens a respeito de dados sócio-demográficos da família do usuário, locais e forma de armazenamento dos medicamentos estocados no âmbito domiciliar, conhecimento a respeito das condições adequadas de armazenamento e conservação de medicamentos e dos motivos para estabelecimento das chamadas “farmácias caseiras”. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados através da estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário foi aplicado a 69 pessoas que procuraram atendimento em cada uma das farmácias avaliadas. Foram processados 100% dos questionários. A partir da avaliação dos questionários, pôde-se verificar que a maior parte dos entrevistados, 85,5%, são do gênero feminino, e no que diz respeito à faixa etária, as mais predominantes foram de 18 a 25 anos e entre 26 a 35 anos em ambas populações (TABELA 1). Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pelas populações investigadas. Característica Usuários Usuários FC % FM n= 69 n=69 Gênero Feminino 59 85,5 59 Masculino 10 14,5 10 85,5 14,5 Faixa Etária 18 – 25 anos 26 – 35 anos 36 – 45 anos 46 – 55 anos 56 – 65 anos 66 – 75 anos 76 ou mais 29 19 6 5 3 4 3 42,1 27,5 8,7 7,3 4,3 5,8 4,3 26 24 10 9 0 0 0 37,7 34,8 14,5 13 0 0 0 Escolaridade Não alfabetizado Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo 3 16 4 4 17 12 13 4,3 23,2 5,8 5,8 24,6 17,5 18,8 0 10 4 3 25 0 27 0 23,2 5,8 5,8 24,6 0 18,6 % FC: Farmácia comercial FM: Farmácia de Minas Entre os usuários da FM 87% dos participantes relataram possuir medicamentos em casa, e 85,5% assumiram possuir a farmácia caseira. Já entre os usuários da FC, 91% dos participantes relataram possuir medicamentos em casa, e apenas 42% assumiram possuir a farmácia caseira. De acordo com Lima (2010) citado por Valério (2009), estima-se que 99% dos lares possuam a farmácia caseira, com uma média de dez medicamentos, sendo três destes prescritos por um médico. Bueno, Weber e Oliveira (2009) ressaltam que a farmácia caseira pode trazer vários Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 problemas de instabilidade e, quando armazenados incorretamente além de estimular a automedicação, pode constituir um fator de risco para intoxicação medicamentosa provocada por ingestão acidental ou pela automedicação. Os participantes da pesquisa foram questionados também em relação aos medicamentos mantidos em casa para uma emergência. Entre as classes de medicamentos mais relatadas estavam os analgésicos e antipiréticos, como pode ser observado na Tabela 2. Tabela 2 - Medicamentos presentes no estoque domiciliar referidos pelas populações investigadas. Medicamentos presentes no estoque Número de medicamentos utilizados domiciliar Usuários da FC Usuários da FM nº % nº % Antitérmicos / febre Analgésico / anti-inflamatório Antialérgicos Cólica Descongestionantes nasais Antibióticos Calmante Antigases Laxante Antifúngicos (micose) Vitaminas Anti-anêmico Não possuíam estoque domiciliar TOTAL FC: Farmácia comercial FM: Farmácia de Minas 53 40 31 22 18 15 15 13 5 8 7 2 6 235 22,9 17,3 13,4 9,5 7,8 6,4 6,4 5,6 2,3 3,5 3,2 0,8 0,9 100 43 38 13 20 10 9 19 5 5 3 6 2 0 173 24,9 21,9 7,5 11,5 5,7 5,3 10,9 2,9 2,9 1,8 3,5 1,2 0 100 Em estudo feito por Ribeiro e Heineck (2010) os medicamentos estocados em maior número foram: analgésicos 11,2%, seguidos dos diuréticos 6,4%, antibacterianos para o uso sistêmico 5,8%, anti-inflamatórios 5,08% e antiácidos 4,1%. Na pesquisa de Mastroianni et al. (2011) os medicamentos mais encontrados foram 58,5% analgésicos e anti-inflamatórios, seguido dos anti-hipertensivos 9,2% e dos antibióticos 6,3%. Uma das desvantagens do estabelecimento das farmácias caseiras é o favorecimento da automedicação que pode trazer implicações negativas. Exemplo disso é uso abusivo de analgésicos, que é uma das principais causas da dor de cabeça crônica, problema que atinge 5,0% da população brasileira. Ao utilizar analgésicos em excesso, a produção de endorfina (responsável pela sensação de bem estar e alivio da dor) pelo cérebro diminui o que pode gerar dependência deste tipo de medicamento (SALUS, 2012). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Em relação ao local de armazenamento dos medicamentos, os referenciados mais frequentemente foram cozinha e quarto (TABELA 3). Tabela 3 – Locais de armazenamento referidos pelas populações investigadas. Locais onde os medicamentos são Número de medicamentos armazenados armazenados Usuários da FC Usuários da FM Cozinha Quarto Banheiro Sala Outros Não responderam TOTAL FC: Farmácia comercial FM: Farmácia de Minas Nº % nº 33 22 1 7 1 5 69 51,5 34,3 1,5 10,9 1,5 7,8 100 35 22 2 2 10 0 69 % 50,8 28,9 2,9 2,9 14,5 0 100,0 De acordo com Ferreira et al. (2005) os medicamentos devem ser armazenados ao abrigo da luz, calor e em ambiente seco, preferencialmente em armário próprio. Isso porque o adequado armazenamento de medicamentos no domicílio garante a preservação de suas características físico-químicas. Dessa forma banheiro e cozinha são lugares impróprios para guarda de medicamentos devido à maior umidade e altas temperaturas relacionadas a esses ambientes que podem favorecer reações de degradação dos componentes das formulações. Assim como no presente estudo, Mastroianni et al. (2011) verificaram entre a população pesquisada que os locais mais utilizados para armazenamento dos medicamentos foram cozinha 65,1% e quarto 27,9%. De acordo com os dados coletados, 87,6% dos usuários da FC e 72,5% da FM armazenam os medicamentos dentro de suas embalagens originais, isso é interessante no sentido de facilitar recuperação de informações sobre o medicamento (TABELA 4). Tabela 4 – Frequência de armazenamento dos medicamentos dentro das embalagens originais referidos pelas populações investigadas. Armazenamento dos medicamentos Número de medicamentos armazenados dentro das embalagens originais Usuários da FC Usuários da FM Nº Sim Não Às vezes Não responderam TOTAL FC: Farmácia comercial FM: Farmácia de Minas 57 2 6 4 69 % nº % 87,6 3,0 9,2 6,1 100 50 9 10 0 69 72,5 13,0 14,5 0 100 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A conservação dos medicamentos em sua embalagem original durante o armazenamento é fator importante para manutenção da estabilidade de produtos medicamentosos e para recuperação de informações a respeito destes. Os medicamentos devem ser armazenados com segurança. O ideal é armazená-los em caixas plásticas, dentro da embalagem original dos produtos, em local seco e limpo, fora do alcance de crianças (SALUS, 2011). Em relação ao armazenamento dos medicamentos com suas bulas, a maioria dos entrevistados afirmou que mantêm as mesmas junto ao produto durante o período de estocagem como pode ser observado na Tabela 5. Tabela 5 – Presença ou ausência de bulas junto aos medicamentos armazenados referidos pelas populações investigadas. Armazenamento mantendo as bulas Número de medicamentos armazenados Usuários da FC Nº Sim Não Às vezes Não responderam TOTAL FC: Farmácia comercial FM: Farmácia de Minas 48 5 12 3 69 Usuários da FM % nº % 73,8 7,8 18,7 4,6 100 57 6 6 0 69 82,6 8,7 8,7 0 100 De acordo com a ANVISA (2010), a bula do medicamento descreve, de forma mais detalhada, as informações necessárias para a utilização mais segura do produto pelo paciente, apresentando sobre a forma de uso adequada, os cuidados e possíveis problemas relacionados aos medicamentos, por isso a importância de se guardá-la junto aos medicamentos durante o período de armazenamento. Sabe-se que fatores como incidência de luz, temperatura, umidade e local de armazenamento podem afetar a qualidade dos medicamentos. A Figura 1 traz informações a respeito dos fatores que os entrevistados acreditam que possam afetar a qualidades dos medicamentos armazenados. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 1 – Fatores que os entrevistados acreditam que possam afetar a qualidades dos medicamentos armazenados. Exposições a todos os fatores citados acima podem alterar a estabilidade dos medicamentos, devido a reações químicas como a hidrólise e a oxidação que podem alterar a constituição química da formulação, podendo comprometer assim sua segurança e eficácia (RAMOS, SILVA e ALENCAR, 2010). Em um estudo feito por Ramos, Silva e Alencar (2010) do total de 463 medicamentos encontrados nas residências pesquisadas, 16,2% medicamentos estavam expostos à luz, 59,1% estavam expostos ao calor e 12,3% expostos à umidade. Para Kommanaboyina e Rhodes (1999) citado por Leite (2005) a temperatura é o mais importante dentre os fatores ambientais envolvidos na degradação dos fármacos. Na maioria dos casos, a velocidade de degradação química aumenta com o aumento da temperatura e não existe um acondicionamento capaz de protegê-los dos efeitos do calor. A umidade pode promover reações de hidrólise, uma das reações de degradação mais comum observada nos fármacos, e afetar a cinética de degradação de fármacos como ácido ascórbico, aspirina, vitamina A e cloridrato de ranitidina. A umidade exerce ainda influência na estabilidade de medicamentos sólidos e semi-sólidos, essa influência pode ser reduzida pela utilização de embalagens impermeáveis ou pela adição de sachês com dessecante ao recipiente de acondicionamento (LEITE, 2005). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Em relação à observação da aparência dos medicamentos antes da sua utilização, 87,6% dos participantes consultados na FC e 74% na FM afirmaram que a fazem. Reconhecer a estabilidade física de uma formulação é importante para o profissional e o usuário. Em primeiro lugar, o produto farmacêutico deve manter boa aparência. Alterações como descoloração ou escurecimento devem ser motivos para desconfiança, a separação no sistema físico pode levar à não-disponibilidade do medicamento ao paciente. Segundo, a uniformidade de dose do fármaco deve ser assegurada com o tempo, pois alguns produtos são dispensados em embalagens de dosagem múltipla. Terceiro, o fármaco deve ter eficiência durante o prazo de validade. (CARVALHO et al., 2005; p.23). Os participantes foram também questionados quanto à observação do prazo de validade do medicamento antes da sua utilização, 92,4% (FC) e 74,0% (FM) relataram ter esse hábito. Almeida (2009) ressalta que as embalagens dos medicamentos têm o prazo de validade do produto, fornecido pela indústria. Esse prazo é sugerido após vários testes. Assim que o medicamento ultrapassar a data estipulada, não há como garantir que o princípio ativo terá o efeito terapêutico tornando então necessária sua observação antes do uso. Através dos resultados encontrados neste estudo, percebe-se que muitos desconhecem as condições adequadas de armazenamento dos medicamentos e as consequências que isso pode trazer para sua segurança e garantia da manutenção da qualidade dos medicamentos estocados. Percebe-se, então que é necessária a instrução, por parte dos médicos durante as consultas e dos farmacêuticos no momento da dispensação, em relação aos cuidados necessários para adequado armazenamento em âmbito domiciliar, no sentido de garantir a sua conservação durante o prazo de validade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se na presente pesquisa que tanto entre os usuários de uma Farmácia Comercial como entre aqueles da Farmácia de Minas do município em questão, é comum o estabelecimento de estoque domiciliar de medicamentos. E muitas vezes as condições de estoque são inapropriadas, o que pode comprometer sua segurança e eficácia, devido à possibilidade de perda de estabilidade. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Resultados deste estudo reforçam a necessidade da assistência farmacêutica, pois durante a dispensação o farmacêutico também deve orientar quanto à forma correta de armazenamento dos medicamentos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Cristina. Mito ou Verdade: remédio vencido fica sem efeito? Publicado em 31/03/2009. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimasnoticias/redacao/2009/03/31/mito-ou-verdade-remedio-vencido-fica-sem-efeito.htm Acesso em: 01/09/2012. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Definições. Publicado em 19.nov.2001. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[2735-10].PDF Acesso em: 21.ago.2012. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. O que devemos saber sobre os medicamentos. Publicado em 2010. 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[email protected] RESUMO A farmácia domiciliar está freqüentemente associada com o armazenamento de medicamentos em locais e recipientes inadequados, favorecendo o consumo irracional e desperdício, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas não intencionais e intencionais. Além disso, a falta de informação em relação ao procedimento correto de descarte e armazenamento dos medicamentos não utilizados e vencidos presentes no estoque domiciliar é muito frequente na população. Diante disso, o presente estudo de natureza descritiva e abordagem quantitativa teve como objetivo verificar as práticas da farmácia caseira / domiciliar e o descarte e armazenamento de medicamentos referido por pacientes da Estratégia Saúde da Família – Kelé de Matipó/MG. Os resultados encontrados evidenciam que as principais classes terapêuticas referidas como estocadas nos domicílios da população investigada foram os analgésicos, o local que os participantes referiram mais armazenar os medicamentos é a cozinha, e a maioria da população investigada referiu não receber informações de descarte dos medicamentos. Conclui-se então a necessidade de implantação de projetos propondo programas de conscientização que visem orientar a população em relação ao armazenamento e ao descarte correto de medicamentos da farmácia domiciliar. PALAVRAS-CHAVE: Descarte de medicamentos; Farmácia domiciliar; Farmácia caseira. INTRODUÇÃO Os medicamentos estão entre as substâncias mais utilizadas para o tratamento dos diversos problemas de saúde. Nos países em desenvolvimento cerca de 30% dos recursos da saúde são destinados para esses produtos. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 50% de todos os medicamentos usados no mundo são prescritos, dispensados, vendidos ou usados de maneira incorreta (TOURINHO et al., 2008). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Dados da OMS e do Ministério da Saúde apontam que Brasil está entre os maiores consumidores mundiais dessas substâncias sendo que, o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos, respondendo por R$ 14,3 bilhões dos R$ 529 bilhões movimentados no mercado mundial de medicamentos (BRASIL, 1998). A farmácia domiciliar, conhecida também como farmácia caseira (estoque domiciliar de medicamentos), está freqüentemente associada com o armazenamento de medicamentos em locais e recipientes inadequados, favorecendo o consumo irracional e desperdício, incluindo a automedicação, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas não intencionais e intencionais (TOURINHO et al., 2008). O fato de o indivíduo saber a forma correta de manusear os medicamentos é de suma importância, pois reduz o risco tais como: o uso de medicamento vencido, a administração de doses ou posologia incorretas, o armazenamento em local indevido, a recomendação terapêutica errônea dentre outros. Segundo Santin, Virtuoso e Oliveira (2007) p.40: Atualmente se observa uma carência de informações disponíveis sobre os medicamentos na comunidade, portanto é “obrigação do farmacêutico”, o qual tem contato direto com o usuário, atender e esclarecer as dúvidas e anseios dos mesmos. Isso deve motivar as pessoas a levarem sua “farmácia domiciliar” até a farmácia comercial, que deve ser um ponto de referência em saúde e informações, e onde se encontra o farmacêutico, que exemplificará os cuidados que o indivíduo precisa ter com os medicamentos. A falta de informação, em relação a esses medicamentos da farmácia caseira e ao procedimento correto de descarte desses medicamentos não utilizados e vencidos, é intensa por grande parte da população (SCHECKEL, FERNANDEZ e MENGUE, 2005). De acordo com Alvarenga e Nicoletti (2010), o descarte de medicamentos vencidos no lixo comum pode trazer comprometimento à saúde pública, considerando a nossa realidade nacional, onde existem pessoas que sobrevivem de restos adquiridos nos “lixões” da cidade, sendo expostas aos riscos inerentes a esse tipo de produto. De maneira geral, o descarte de medicamentos, é realizado no lixo doméstico em razão de desconhecimento de informações sobre o destino correto. Deste modo, o estudo teve como objetivo verificar as práticas da farmácia domiciliar e o descarte de medicamentos referido por pacientes da Estratégia Saúde da Família – unidade Kelé de Matipó/MG. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As questões norteadoras dessa pesquisa são: Qual a origem dos medicamentos da “farmácia caseira”? O paciente possui uma farmácia domiciliar? Quais são os medicamentos mais usados? Como é realizado o descarte desses medicamentos? Este estudo é justificado pela necessidade de orientar a população quanto à forma adequada de armazenamento e descarte dos medicamentos da farmácia domiciliar. Existem poucos estudos que avaliam as características das farmácias domiciliares, sendo assim, a pesquisa torna-se relevante à medida que tentará demonstrar as práticas inadequadas e possibilitar estratégias de intervenção que conscientize a população. Observa-se, em estudos prévios, a necessidade de abordar mais sobre tal conteúdo. Torna-se de extrema importância não só para os pacientes, que são publico alvo da pesquisa, mas também para toda a população esclarecimentos, informações, orientação e prevenção, em relação aos medicamentos domiciliares. Segundo Ueda et al. (2009) citado por Alvarenga e Nicolletti (2010), o Brasil possui pouca infraestrutura, faltam aterros sanitários adequados e incineradores licenciados em vasta região de seu território o que compromete a aplicabilidade de medidas ágeis que possam, minimizar o problema do descarte de medicamentos. O descarte indevido muitas vezes ocorre pois durante o tratamento de problemas de saúde, as pessoas adquirem medicamentos que não são utilizados por completo e acabam por serem armazenados para um possível consumo posterior, estas sobras acabam sendo descartadas como lixo doméstico ou esgoto comum (PAGNUSSATI et al., 2011). Em relação aos medicamentos domiciliares a RDC/ANVISA 306/04, recomenda que os medicamentos controlados (conhecidos como “tarja preta”), antimicrobianos (antibióticos), antineoplásicos, citostáticos, digitálicos, anti- retrovirais, aerossóis e hormonais devem ser levados à vigilância sanitária municipal, pois apresentam risco químico e que devem ser descartados de maneira especial (ANVISA 2011). Os demais medicamentos recomendam-se para formas farmacêuticas líquidas desprezar o líquido em esgoto comum, de acordo com as normas ambientais de saneamento básico. O frasco pode ser desprezado no lixo comum, preferencialmente para coleta seletiva. Para formas farmacêuticas sólidas os comprimidos e cápsulas devem ser retirados dos blísteres e devem ser desprezados Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 em aterro sanitário, ou incinerados. Idealmente, não devem ser jogados em lixo comum. As caixas e blísteres vazios podem ser desprezados em lixo comum (ANVISA 2011). Segundo Carvalho et al. (2009) os medicamentos vencidos, ou que não serão mais utilizados muitas vezes são lançados nas pias e vasos sanitários, essa prática faz com que esses medicamentos cheguem às estações de tratamento de esgoto na sua forma original, sem sofrer alterações de metabolismo. O que contribui para a contaminação ambiental. Segundo a resolução da Anvisa, no Art. 93 da RDC 44/09, fica permitido às farmácias e drogarias participar do programa de coleta de medicamentos vencidos para descarte pela comunidade, tendo em vista a preservação da saúde pública e a manutenção da qualidade do meio ambiente, considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes (BRASIL, 2009). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa. Nos estudos quantitativos são utilizados métodos estatísticos, onde são traduzidas em números as opiniões e informações, para serem divididos em classe e analisados (RODRIGUES, 2007). A pesquisa descritiva de acordo com Gressler (2004) é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões. A pesquisa foi realizada com os pacientes do Estratégia Saúde da Família (ESF) unidade – Kelé, no Município de Matipó – MG. O instrumento de coleta de dados constituiu-se de um questionário padronizado contendo informações sobre o descarte de medicamentos, adaptado já testado por Bueno, Weber e Oliveira (2009). Os dados foram coletados no dia 01 de Outubro de 2013. A coleta de dados foi realizada durante o tempo em que os pacientes estiveram na ESF e a participação ocorreu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os dados coletados foram processados utilizando o programa Microsoft Office Excel, versão 2010 e processados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO A população estudada constitui-se de 50 pessoas que compareceram ao ESF unidade - Kelé, no Município de Matipó – MG. Em relação ao gênero 82% pertencem ao gênero feminino com faixa etária predominante entre 15 a 30 anos (34%) (TABELA 1). Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada, 2013. Característica N= 50 % Gênero Feminino 41 82 Masculino 9 18 Faixa Etária 15 a 30 anos 17 34 31 a 45 anos 16 32 46 a 60 anos 14 28 >61 anos 3 6 Os participantes da pesquisa foram questionados em relação a possuírem algum tipo de doença crônica e a maioria referiu não possuir nenhum tipo (74%). Dos que declararam apresentar,16% não especificaram a patologia apresentada. As principais classes terapêuticas referidas como estocadas nos domicílios da população investigada foram os analgésicos (41%) seguidos de outros medicamentos não especificando o nome do mesmo (18%) (FIGURA 1). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 1 – Medicamentos referidos como os mais estocados nos domicílios da população investigada. No estudo de Fanhani et al.(2006) os analgésicos e antipiréticos foram os medicamentos de venda livre mais encontrados na comunidade estudada. De acordo com Ferreira et al. (2005) medicamentos para dor e febre, diarreia, vômitos, descongestionantes nasais, antialérgicos tópicos, antissépticos e desinfetantes encontram-se presentes na maioria das residências. Quando questionados sobre a maneira que adquiriram os medicamentos, 80% dos participantes relataram adquirir esses medicamentos com prescrição médica nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A população investigada referiu que dentre os medicamentos adquiridos a grande maioria foi obtida através de indicação do médico (80%) e uma menor parte por indicação de outras fontes de recomendação não identificadas (8%). Os farmacêuticos também foram relatados como profissionais que indicam medicamentos (6%), além do balconista (2%). Um estudo realizado por Neuwald e Silva (2008) revelou como é frequente a indicação de medicamentos, principalmente por pessoas leigas, ou seja, não qualificadas para prescrever medicamentos. A população brasileira tem por hábito frequente o uso de medicamentos sem consulta prévia, caracterizando a automedicação. O Brasil está entre os dez maiores consumidores de medicamentos do mundo (BOCK e TARANTINO, 2001 citado por Neuwald e Silva, 2008). O local que os participantes referiram mais armazenar os medicamentos é a cozinha (38%) e em seguida o quarto (35%), (FIGURA 2). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2 – Locais de armazenamento referidos pela população investigada. Bueno, Weber e Oliveira (2009) evidenciaram que o local mais frequentemente destinado ao armazenamento de medicamentos foi a cozinha. Os autores atribuíram esse fato a facilidade de acesso/visualização do medicamento. Muitas vezes o medicamento é armazenado sob condições inadequadas, expostos a elevadas temperaturas e agentes biológicos que irão comprometer não só a efetividade como também a segurança medicamento. Em outras situações, o medicamento é guardado sem a bula ou informações de posologia, dose e duração do tratamento, cooperando para o surgimento de reações adversas (NEUWALD e SILVA, 2008). Os participantes dessa pesquisa também foram questionados sobre o hábito de observar a data de validade dos medicamentos antes de utilizá-los e 90% relataram olhar o prazo de validade constantemente. Em relação às sobras dos medicamentos 44% referiram devolver a UBS ou agente de saúde, e 36%, referiram jogar os medicamentos que sobram no lixo, não especificando se o lixo é seco ou úmido (FIGURA 3). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 3 – Destinos das sobras de medicamentos referidos pela população investigada. O descarte inadequado é feito pela maioria das pessoas por falta de informação e divulgação sobre os danos causados pelos medicamentos ao meio ambiente e por carência de postos de coleta (GASPARINI, GASPARINI e FRIGIERI, 2011). A maioria da população investigada (38%) referiu não receber informações de descarte dos medicamentos e 22% relataram receber informações de descarte pelo balconista (FIGURA 4). Figura 4 – Fonte de informações sobre o descarte dos medicamentos referidos pela população investigada. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Em contrapartida, em estudo realizado por Gasparini, Gasparini e Frigieri (2011) a grande maioria dos participantes (84,55%) relatam nunca terem recebido nenhuma informação sobre esse assunto. Margonato, Thomson Paoliello (2008) sugerem a conscientização sobre o descarte dessas substâncias, como por exemplo, a confecção de advertências informando a periculosidade do material. Recomendam também a importância de conscientizar a população a nunca desprezar os medicamentos no lixo ou jogar na pia e instalação sanitária. As consequências desses fármacos para o meio ambiente ainda não são muito conhecidas. Entretanto, a grande preocupação em relação à sua presença na água são os potenciais efeitos adversos para a saúde humana, animal e de organismos aquáticos. Alguns grupos de fármacos merecem uma atenção especial, como os antibióticos e os estrogênios (JOÃO, 2011). A manutenção de índices elevados de intoxicações medicamentosas no Brasil é caracterizada por diversos e importantes fatores. Um deles é a existência de uma frágil política nacional de medicamentos, marcada por diversas formas de resistência ao uso racional de produtos da indústria farmacêutica, tais como a existência de uma imensa variedade de fármacos de segurança e eficácia duvidosas e ausência de iniciativas para formação de profissionais de saúde capazes de orientar adequadamente sobre o uso correto de medicamentos (MARGONATO, THOMSON PAOLIELLO, 2008). João (2011) considera necessária a conscientização da população em relação à correta destinação final de medicamentos e dos problemas que podem ser ocasionados, caso esta seja efetuada de forma incorreta. A conscientização pode ser feita, através de programas educativos e campanhas de arrecadação de medicamentos em desuso. A importância de uma política de assistência farmacêutica é inquestionável, tendo como prioridade a reestruturação administrativa das áreas responsáveis pela política de medicamentos como fundamental para uma dinamização dos programas desenvolvidos. Além disso, esses programas podem ajudar a reverter os índices negativos de saúde da população (MEROLA, TERRA e COSTA, 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O presente estudo mostra que a farmácia caseira / domiciliar, se apresenta de forma inadequada, o que pode propiciar a degradação dos medicamentos, comprometendo sua eficácia e segurança. A farmácia domiciliar e o descarte correto de medicamentos exigem cuidados, e esses cuidados podem ser orientados pelos próprios profissionais da área de saúde, principalmente o farmacêutico. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de implantação de projetos propondo programas de conscientização que visem orientar a população em relação ao armazenamento e o descarte correto de medicamentos da farmácia domiciliar. Para tanto, devem ser elaboradas normas e campanhas educativas direcionadas à população voltadas ao descarte medicamentos, além de oferecimento de estrutura adequada para que esse possa ser realizado. REFERÊNCIAS ALVARENGA, Luciana Santos Vieira; NICOLETTI, Maria Aparecida. Descarte doméstico de medicamentos e algumas considerações sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde Publica. v.4, n.3, p.34-39, 2010. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Publicado em 2011. Disponível em: http://www.institutosalus.com/noticias/uso-racional-de-medicamentos/descartede-medicamentos-guardados-em-domicilio-como-fazer Acesso em 29.abr.2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PERFIL DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO CORPO DOCENTE DE UMA FACULDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA Neimar de Paula Silva e Kátia Maria Gardingo - Graduados em Farmácia. UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social. Professora da UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. [email protected] RESUMO Em meio a inúmeros hábitos comportamentais humanos, o consumo de medicamentos para recuperação e manutenção da saúde sobressai em diversas classes populacionais. A população universitária é muito suscetível ao uso indiscriminado de medicamentos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil do consumo de medicamentos pelo corpo docente da Faculdade Vértice – Univértix. Realizou-se um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Dentre os docentes, (83,33%) participaram da pesquisa. A maioria (60%) é do gênero masculino, casado (56,66%) e com faixa etária entre 20 e 39 anos (71,70%). A titulação acadêmica máxima mais frequente é o mestrado (40%). Com relação aos cuidados com a saúde, compareceram ao médico 2,20 vezes no último ano, em média. 16,67% não vão ao médico há mais de um ano e 28,33% consultaram-no há menos de um mês. A prevalência da utilização de medicamentos foi de 76,67%. Os medicamentos mais utilizados foram analgésicos e antipiréticos (73,91%). Dos medicamentos consumidos pelos investigados 89,82% foram adquiridos em farmácia comercial, principalmente por indicação médica (52%). O estudo de utilização de medicamentos baseado na aplicação de questionário mostrou-se muito eficiente na elucidação deste perfil, o que torna este trabalho um fomento ao desenvolvimento de mais estudos desta natureza em outras populações. PALAVRAS-CHAVE: Farmacoepidemiologia; Uso de medicamentos; Docentes. INTRODUÇÃO Estudos que avaliem as condições laborais e de salubridade dos professores e dos demais profissionais da área da educação, no Brasil, são ainda restritos, entretanto a partir dos anos 90, observou-se uma ampliação das pesquisas sobre esse grupo populacional. Como resultado destes estudos diagnosticou-se que a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 maioria destes profissionais tem alguma patogenia física e/ou psicológica importante (CANCIAN e LIMA, 2010; STARLING, 2004). A perda de qualidade salutar deve-se basicamente a fatores associados ao trabalho repetitivo, insatisfação no desempenho das atividades, ambiente intranquilo e estressante, desgaste na relação interpessoal, falta de autonomia e o ritmo acelerado de trabalho. Os profissionais de educação, a fim de manter o nível educacional esperado, por eles mesmos, por seus superiores e alunos, tendem a aliviar suas tensões através de medicamentos e outras drogas (CANCIAN e LIMA, 2010; STARLING, 2004; COSTA et al., 2009). O medicamento é ferramenta fundamental à recuperação e manutenção da saúde e é de grande valia para os médicos no combate a doenças, portanto é significativamente importante na melhoria das condições e expectativa de vida das pessoas. Em contrapartida, a má utilização dessas substâncias submete o indivíduo a riscos evitáveis associados a seu uso (ARRAIS et al., 2005; LEITE, VIEIRA e VEBER, 2008). O alto consumo dessas substâncias é influenciado tanto por fatores farmacológicos como também por aspectos socioantropológicos, comportamentais, econômicos e demográficos (ROZENFELD e VALENTE, 2004; STARLING, 2004; BERTOLDI et al., 2004; ARRAIS et al., 2005; FLORES e MENGUE, 2005). O grande número de alternativas disponibilizadas no mercado, a propaganda da indústria farmacêutica, o elevado índice de prescrições médicas, inclusive algumas inadequadas, e as atitudes culturais colaboram para a realização de práticas irracionais por populações (SEBASTIÃO, 1998; STARLING, 2004). A automedicação é definida como o ato de tomar medicamentos sem a prescrição/orientação/supervisão médica: um comportamento que faz parte do autocuidado. Existe, no entanto, a automedicação responsável, a qual se trata do uso responsável de medicamentos não tarjados, isentos de prescrição médica, para cuidar sozinho de males ou sintomas menores, prática esta, reconhecida e estimulada por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) (ARRAIS, 1997). A possibilidade de aquisição de medicamentos sem prescrição médica, ou seja, a automedicação torna-se a solução imediatista para os problemas de saúde da população. Contudo, esta é uma prática que precisa ser repensada e modificada, pois a automedicação é um ato potencialmente danoso à saúde individual e coletiva, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 quando realizada de forma incorreta e por pessoas não capacitadas (VILARINO et al., 1998; CANCIAN e LIMA, 2010). Dos problemas físicos diagnosticados, os mais comuns são dores nas costas e pernas e calos nas pregas vocais. Dentre os problemas psicológicos os que são mais frequentes são cansaço mental e nervosismo (CANCIAN e LIMA, 2010). Um dos problemas mais graves que está em ascendência entre os docentes é a síndrome de burnout, a qual se trata de uma reação à tensão emocional crônica originada do contato direto e excessivo com pessoas, além de esgotamento físico e mental, o que implica em desânimo e desmotivação para permanecer na sala de aula, transformando o exercício da profissão em uma atividade árdua e compulsória (CANCIAN e LIMA, 2010). O perfil do uso de medicamentos em determinada população é tido pela OMS como um indicador sanitário importante. Este auxilia na identificação das suas principais patologias e permite caracterizar as respectivas prevalências, assim como conhecer a configuração da utilização dos recursos terapêuticos pela população averiguada (CABRITA et al., 2001). De acordo com Cancian e Lima (2010), o medicamento, para a maioria da população e para alguns “profissionais de saúde”, é tido como um agente curativo, uma mercadoria e um símbolo da vida, porém muitas vezes não se associam seus efeitos adversos, até mesmo por que os usuários leigos e alguns dispensadores não têm idéia de como o medicamento interage com o organismo. Tendo em vista, a condição de formadores de opinião que os docentes ocupam, é crucial o desenvolvimento de estudos que avaliem a relação medicamento/educador, pois a banalização da utilização de medicamentos pelos professores poderia disseminar e agravar o problema da automedicação (CANCIAN e LIMA, 2010). No Brasil, pesquisas de base populacional sobre a automedicação são raros (VILARINO et al., 1998). Especificamente sobre automedicação na comunidade docente são escassos (CANCIAN e LIMA, 2010). O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil do consumo de medicamentos pelo corpo docente da Faculdade Vértice – Univértix. Segundo Starling (2004); Cancian e Lima (2010); Costa e colaboradores (2009), o trabalho exercido por docentes é estressante, por ser desenvolvido muitas vezes no período noturno e com carga horária excessiva, isto o torna capaz de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 interferir na qualidade de vida e condição de saúde do indivíduo, tais inconvenientes provocam agravos à saúde de origem laboral e promovem uso de medicamentos. Para se traçar um perfil do uso de medicamentos não basta ter dados isolados é necessário conhecer os padrões de uso, o que implica na adoção de medidas educativas direcionadas à redução de danos na população investigada. Para isso, é necessário que, além de estudos de grande abrangência, sejam realizados estudos focados em populações menores, porém de alta representatividade. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, metodologia muito utilizada para descrever alguns fenômenos existentes, condições e episódios presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões (GRESSLER, 2004). O estudo foi realizado em uma faculdade da iniciativa privada, localizada em uma cidade da região leste da Zona da Mata do estado de Minas Gerais, cuja população é de aproximadamente 17.639 habitantes (IBGE, 2010). A população universitária é constituída de mais de 1000 alunos de graduação, pós-graduação, e alunos de cursos técnicos, 72 professores e 46 funcionários. Os dados necessários ao cumprimento do objetivo da pesquisa foram coletados, no período de 10 de junho e 12 de julho de 2012, através da submissão de questionário, de fácil entendimento e autoexplicativo, padronizado ao objeto de estudo. Todos os docentes foram convidados a participar da pesquisa e aos que aceitaram participar, foi garantido o sigilo da identidade, além dos demais princípios éticos e legais de acordo com protocolo de pesquisa com seres humanos, estabelecido pela Resolução Conselho Nacional de Saúde n° 196/96. Ainda, foi fornecida aos investigados uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram analisados por estatística descritiva, utilizando o Microsoft Office Excel®. Todos os indicadores foram apresentados na forma de média e em porcentagem. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES Do total de docentes, 83,33% (60 profissionais) participaram da pesquisa, os demais não concordaram ou não foram encontrados. A população investigada consta de 60% do gênero masculino e 40% feminino, sendo em sua maioria casados (56,66%) e com faixa etária entre 20 e 39 anos (71,70%). O grau de formação acadêmica máxima mais frequente na população investigada é a pós-graduação strictu sensu nível mestrado (40%) (TABELA 1). A prevalência da utilização de medicamentos foi de 76,67% nos 15 dias que antecederam a aplicação do questionário. Os medicamentos referidos como mais utilizados foram analgésicos e antipiréticos (73,91%), tendência que corrobora com alguns estudos como o de Arrais (1997) e Simões e Farache Filho (1988). Alguns fatores podem ser apontados como condicionantes deste consumo, como a automedicação (VILARINO et al., 1998) e a sazonalidade da utilização de medicamentos (CABRITA et al., 2001). A relação da utilização de medicamentos com ao grau de escolaridade apresenta divergências na literatura, segundo Bertoldi e colaboradores (2004) e Sans e colaboradores (2002) não há relação significativa, em contrapartida, Bardel, Wallander e Svärdsudd (2000), citado por Bertoldi e colaboradores (2004) encontraram maiores prevalências em indivíduos com formação universitária. Tabela 1: Caracterização da população docente de uma faculdade da iniciativa privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). Característica n = 60 % Gênero Masculino 36 60,0 Feminino 24 40,0 Faixa Etária 18 a 19 anos 0 0 20 a 39 anos 43 71,67 40 a 59 anos 16 26,67 60 anos ou mais 0 0 NR* 1 1,67 Titulação Acadêmica Máxima Graduação 6 10,0 Aperfeiçoamento 2 3,33 Especialização 20 33,33 Mestrado 24 40,0 Doutorado 3 5,0 Pós-Doutorado 4 6,67 NR* 1 1,67 Área de Inserção Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Biológicas Exatas Humanas (*) NR- não respondeu 25 29 6 41,67 48,33 10,0 O perfil do consumo de medicamentos da população investigada está representado na Figura 1. Figura 1: Perfil do consumo de medicamentos referido pela população docente de uma faculdade da iniciativa privada localizada em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). Cabrita e colaboradores (2001), López e González (1997), Lucas e colaboradores (2007) evidenciaram uma prevalência de utilização de medicamentos em populações universitárias inferiores à verificada neste estudo, 56,60%, 64,20% e 56%, respectivamente. Porém a faixa etária da população investigada é inferior, considerando que avaliaram a população discente das universidades de Lisboa, Granada e Maputo, respectivamente. Já Starling (2004) encontrou uma prevalência com valor mais próximo (72,80%) ao evidenciado neste estudo e a população averiguada em sua abordagem foram docentes da UFMG. A Tabela 2 demonstra dados obtidos que podem influenciar na qualidade de vida da população. Foram avaliados o consumo de cigarro, bebida alcoólica e prática de atividade física. Observou-se que 88,30% dos investigados não fumam, 88,30% não ingerem bebida alcoólica frequentemente e 30% praticam atividade física com frequência. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Quando questionados sobre o grau de satisfação com a saúde 75% disseram estar muito satisfeitos ou satisfeitos, 20% não souberam avaliar, enquanto que 5% alegaram apresentarem-se muito insatisfeitos ou insatisfeitos com a própria saúde. Na avaliação da autopercepção da qualidade de vida 83,34% avaliaram como sendo boa ou muito boa, 15% não puderam classificá-la como boa ou ruim e 1,66% classificaram-na como ruim ou muito ruim. Tabela 2: Avaliação da qualidade de vida e condições de saúde da população docente de uma faculdade da iniciativa privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). Avaliação n = 60 % Consumo de Fumo Não 53 88,30 Sim, esporádico 6 10 Sim, frequente 0 0 NR* 1 1,70 Consumo de Bebidas Alcoólicas Não 20 33,30 Sim, esporádico 33 55 Sim, frequente 6 10 NR* 1 1,70 Prática de Atividade Física Não 17 28,33 Sim, esporádico 25 41,67 Sim, frequente 18 30 Avaliação do Sono Repousante 28 46,67 Não repousante 10 16,67 Inconstante 22 36,66 Nível de Estresse Alto 12 20 Moderado 29 48,33 Baixo 17 28,33 Ausente 2 3,34 (*) NR- não respondeu Loyola-Filho e colaboradores (2002), Starling (2004), Cabrita e colaboradores (2001), Giacone e Costa (2004) em estudos similares averiguaram que há influência positiva significativa destas variáveis sobre a utilização de medicamentos. Em estudos que avaliaram outros seguimentos populacionais Mendes e colaboradores (2004), Filho, Marcopito e Castelo (2004) Bertoldi e colaboradores (2004), Arrais e colaboradores (2005), Flores e Mengue (2005) também evidenciaram relação significativa entre qualidade de vida, grau de satisfação com a saúde e autopercepção da saúde com o aumento do consumo de medicamentos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No que se refere à origem da indicação de utilização do medicamento 52% da utilização referida é com indicação médica, 24% por decisão própria e 14% indicados por profissionais farmacêuticos. O médico figura como protagonista no consumo de medicamentos, assim como verificado por Castro e colaboradores (2000), em estudo realizado em Campo Grande-MS. Quanto ao local de aquisição dos medicamentos, 89,82% da população investigada referiram adquirir em farmácias comerciais, percentual superior ao verificado por Vosgerau e colaboradores (2011) e muito discrepante do averiguado por Fontes (2009), que identificou que 95,90% dos investigados adquiriam os medicamentos através do SUS. O parâmetro obtido neste estudo pode ter sido influenciado pelo fato de o Brasil possuir mais que o dobro do número preconizado pela OMS, de farmácias e drogarias por habitantes (ARRAIS, 2004). Outro parâmetro avaliado é a condição de trabalho à qual esta população é submetida e está exibido na Tabela 3. Tabela 3: Condições de trabalho da população docente de uma faculdade da iniciativa privada localizada em uma cidade da Zona da Mata no estado de Minas Gerais (2012). Avaliação n % Carga horária de trabalho na instituição (horas) 2a4 12 20 6a8 10 16,67 8 a 10 7 11,67 11 a 15 12 20 Acima de 16 19 31,66 Total 60 Trabalha em outra instituição/empresa Sim 45 75 Não 15 25 Total 60 Carga horária de trabalho na outra instituição (horas) 2a4 2 4,44 6a8 1 2,22 8 a 10 8 17,78 11 a 15 5 11,11 Acima de 16 29 64,45 Total 45 A maioria (75%) da população investigada, além de lecionar na instituição avaliada também exerce outros cargos em instituições ou empresas distintas. Destes 64,45% ainda possuem carga horária superior a 16 horas semanais. 31,66% dos inquiridos possuem carga horária superior a 16 horas semanais na instituição de ensino avaliada. A elevada carga horária implica num elevado nível de estresse com Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 consequente piora na qualidade de vida e incremento no consumo de medicamentos (CANCIAN e LIMA, 2010; STARLING, 2004, COSTA et al., 2009). Com relação aos cuidados com a saúde os dados da população averiguada são explanados na Tabela 4. Os pesquisados compareceram numa consulta médica 2,20 vezes no último ano em média. Dentre eles 16,67% não vão ao médico há mais de um ano e 28,33% consultaram um médico no último mês, o que segundo Arrais e colaboradores (2005) e Starling (2004) influencia significativamente o aumento do consumo de medicamentos. Tabela 4: Avaliação dos cuidados com a saúde por parte dos docentes de uma faculdade da iniciativa privada localizada em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). Avaliação n = 60 % Internação no último ano Sim 2 3,33 Não 58 96,67 Tempo decorrido da ultima consulta Menos de um mês 17 28,33 Menos de um semestre 21 35,0 Menos de um ano 12 20,0 Mais de um ano 10 16,67 (*) NR- não respondeu Segundo Starling (2004), a tendência de autoavaliação positiva que a população dispõe sobre medicamentos pode ser explicada pela elevada formação acadêmica. O autor destaca a importância da área de inserção do profissional, considerando que pessoas da área Biológica, em sua maioria têm formação que envolve conceitos de farmacologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo de utilização de medicamentos mostrou-se eficiente na elucidação do perfil da população investigada, o que torna este trabalho um fomento ao desenvolvimento de mais estudos desta natureza nas mais variadas populações. Isso contribuiria no desenvolvimento de políticas públicas de saúde mais ajustadas à necessidade populacional. Com a identificação do perfil de utilização de medicamentos, torna-se essencial definir intervenções e estratégias de promoção da saúde, incentivando a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 utilização racional dos medicamentos, com vista à maximização dos benefícios e à redução dos riscos inerentes à sua utilização inapropriada. REFERÊNCIAS ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado. Epidemiologia do consumo de medicamentos e eventos adversos no município de Fortaleza-CE. Fortaleza-CE, 2004, 227f. Tese, Instituto de saúde coletiva - programa de pós-graduação em saúde coletiva, Universidade Federal da Bahia. ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado; BRITO, Luciara Leite; BARRETO, Mauricio Lima; COELHO, Helena Lutéscia L. Prevalência e fatores determinantes do consumo de medicamentos no município de Fortaleza, Ceará, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 21, v. 6, p.1737-1746, nov./ dez. 2005. 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Foi possível notar que 100% dos pesquisados acreditam na ação das Plantas Medicinais, mas pode-se constatar que tal utilização muitas das vezes é feita erroneamente. As espécies mais utilizadas são: capim cidreira (Cymbopogon citratus) 45,71%, boldo (Plectranthus barbatus) 63,57%, tanchagem (Plantago lanceolata L) 46,43%, camomila (Matricaria recutita) 55,71%, erva-doce (Pimpinella anisum) 62,86%, funcho (Foeniculum vulgare) 45%, folha de laranja (Citrus sp.) 63,57% e hortelã (Mentha pjperita) 58,57%. Os motivos ou situações nas quais as plantas medicinais são utilizadas são: gripes e/ou resfriados (80%) e tosse (54%). Com este trabalho pode-se notar que há um uso muito grande de plantas medicinais por automedicação, o que nem sempre é seguro devido falta de estudos nesta área ou falta de informação. PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; Fitoterapia; Matipó. INTRODUÇÃO Desde os tempos mais remotos as plantas medicinais vêm sendo utilizadas para tratamento de enfermidades, e é graças a essa ação milenar que a medicina atual tem formulado vários medicamentos sintéticos de princípio ativo extraído de plantas (CORRÊA et al., 2003). Cerca de 80% da população mundial procura utilizar plantas medicinais para tratamento de enfermidades ou algum tipo de sintomas dolorosos ou desagradáveis (CARVALHO; ALMANÇA, 2005). E o que leva a isso, é a crença de que por serem plantas naturais são isentas de produtos químicos, sendo que estes produtos podem causar danos ou perigos à saúde humana. Esta crença dá ideia de que todas as plantas medicinais são seguras, saudáveis e benéficas, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 mas ao contrario disso as plantas tem toxicidade podendo causar prejuízos à saúde ou até levar ao óbito (MENGUE et al., 2001). De acordo com Bresolin e Cechinel, (2003) citado por Ferrari e Bastos, (2010) as plantas medicinais têm várias razões para serem bem aceitas e muito utilizadas. Como exemplos o alto custo dos medicamentos sintéticos, a fácil obtenção das plantas medicinais, a dificuldade de atendimento nos hospitais e de se obter assistência médica. Mas para Oliveira e colaboradores, (2008), boa parte da população não tem o conhecimento sobre os tipos de patologias dos quais podem estar acometidas e os efeitos reais das plantas medicinais. E o que leva a isso é o baixo nível de escolaridade. A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1978, incentiva países em desenvolvimento a incluir em sistemas de saúde outras práticas terapêuticas, sendo uma delas o uso de plantas medicinais (FERRARI e BASTOS, 2010). As monografias sobre plantas medicinais ou drogas vegetais existentes contêm dados para atender aos órgãos de regulamentação, as empresas industriais farmacêuticas, farmácias e ao público consumidor. Estas monografias propõem agrupar, padronizar e sistematizar os dados obtidos das características e propriedades das plantas medicinais para ajudar farmacêuticos e outros profissionais da área de saúde, além disso, elas ajudam na fiscalização deste ramo, cuja produção e comercialização vêm crescendo (VEIGA JR e MELLO, 2008). Diante disso, este trabalho pretendeu levantar informações a respeito da utilização de plantas medicinais pela população do Bairro Boa Vista em Matipó, MG e dessa forma, proporcionar um levantamento de dados necessários para futuras orientações à população estudada, alertando-a sobre eventuais interações medicamentosas e sobre o uso abusivo das plantas medicinais. Com estas afirmações temos uma questão a ser discutida, como a população estudada utiliza as plantas medicinais e sabem realmente as funções e reações que as plantas utilizadas têm. Pois de acordo com Albuquerque (2003), citado por Silva e colaboradores (2009), algumas plantas são tóxicas e são capazes de alterar as funções do organismo, as plantas altamente tóxicas mesmo em dosagens mínimas, interagem com vários medicamentos. E Sanchez (1998) citado por Silva (2009), afirma com o uso inadequado das plantas vem promovendo intoxicação ou envenenamento. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Ferrari e Bastos (2010) realizaram um estudo com o objetivo de levantar dados em relação ao uso de plantas medicinais pela população do bairro Centro do município de Matipó, MG. Foram aplicados questionários a 70 pacientes e as mais referidas foram capim cidreira (Cymbopogon citratus Stapf), tanchagem (Plantagor major) e chá verde (Camellia sinensis). Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores se atentaram aos aspectos da utilização das plantas medicinais pela população do bairro Boa Vista no município de Matipó, MG. A investigação que apresenta alguma relação com a proposta desse projeto é o de Ferrari e Bastos, (2010) e o atual estudo poderá estabelecer uma comparação em relação à utilização de plantas medicinais em dois bairros diferentes do mesmo município. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, a pesquisa descritiva que propõe que o pesquisador observe, registre, avalie, qualifique e interprete os fatos ou fenômenos (variáveis), sem interferir neles ou manuseá-los, (DUARTE, 2010). Foi aplicado um questionário constituído por 26 questões, enfocando obtenção, preparo e utilização das plantas, motivo para uso, espécies mais utilizadas, quantidade, frequência de uso e efeitos indesejados, cuidados durante a preparação entre outros aspectos. O questionário foi aplicado no Bairro Boa Vista situado no município de Matipó, Minas Gerais. O mesmo possui cerca de 17.639 habitantes e uma área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café) (IBGE, 2010). As entrevistas foram conduzidas durante as visitas domiciliares, com 140 (cento e quarenta) questionários aplicados nas ruas do Bairro Boas Vista, no período quinze de maio a vinte de junho de 2012, todas as terças-feiras e quintasfeiras. O número determinado de questionários aplicados durante este trabalho teve a finalidade de comparar a utilização de plantas medicinais da população de dois bairros do município, Centro com o Boa Vista. A proposta da comparação surgiu a partir de um trabalho desenvolvido por Ferrari e Bastos (2010), no bairro Centro, com uma amostra que representou um percentual de 3,1% de habitantes desse Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 bairro. Nesse estudo a amostra representou um percentual semelhante (3,4%) da população do bairro Boa Vista, que possui 4.084 habitantes. Os pesquisados assinaram e receberam uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise dos dados foi realizada no Microsoft Office Excel® 2007 para orientar a discussão através das figuras e tabelas obtidas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este trabalho foi realizado com pessoas que fazem uso do Sistema Único de Saúde (SUS), com idades que variam entre 2 meses a 73 anos, esclarecendo que para os menores de idade as mães foram responsáveis pelas informações. A Figura 1 mostra a distribuição em faixas etárias dos usuários participantes da pesquisa. Figura 1: Distribuição das faixas etárias de usuários do SUS no Bairro Boa Vista em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). De acordo com Tôrres e colaboradores, (2005) a utilização de medicamentos em crianças e em bebês pode acarretar efeitos mais intensos, isto vale também para as plantas medicinais principalmente quando são utilizadas por crianças acometidas por alguma doença hepática. Foi percebido que os participantes mais novos utilizaram um número menor de espécies vegetais, o que pode indicar que a cultura passada de pai para filho está um pouco comprometida e segundo Rodrigues e Carvalho (2001), os motivos estão relacionados com o estilo de vida atual, que está caracterizado pela falta de tempo ou até mesmo desinteresse por determinados assuntos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 De acordo com Mendonça Filho e Menezes (2003), ocorreu uma evidente perda de conhecimento nas gerações mais novas em relação às plantas medicinais, e ao mesmo tempo falta interesse por parte das gerações mais antigas em manter e preservar esse conhecimento. Quando perguntados sobre a frequência de utilização das plantas medicinais 79% dos participantes do estudo relataram que raramente fazem uso das plantas medicinais e 14% afirmaram utilizá-las uma vez por mês. O uso das plantas medicinais se dá pelo costume familiar, elas podem estar cultivadas nos quintais das casas ou áreas próximas às casas, compradas ou recebidas de parentes, amigos e/ou vizinhos como pode ser constatado neste trabalho e no trabalho de Silva e colaboradores (2006), que afirmam que este costume é devido ao intenso convívio social e ao estreitamento de amizade através da troca de seus produtos entre a vizinhança. Os dados mostraram que uma pequena parte da população adquire as plantas medicinais no mercado (6,7%), e nesse sentido, Veiga Jr e colaboradores (2005), alertam sobre a comercialização das plantas medicinais devendo haver cuidado com enganos na identificação e adulterações, além de interações entre as substâncias das plantas medicinais e medicamentos já utilizados, reações alérgicas e toxicidade Algumas plantas medicinais possuem substâncias que exigem cuidado ao manuseá-las, pois há riscos toxicológicos. Tendo em vista que não há muitas informações sobre efeitos colaterais e o consumo de plantas medicinais, a utilização das mesmas representa um risco para saúde da população que as utiliza sem orientação de algum profissional de saúde (VEIGA JR e PINTO, 2005). A variedade de espécies vegetais que os usuários pesquisados têm conhecimento e utilizam é muito vasta conforme é mostrado na Tabela 1. Como pode ser observado as espécies mais utilizadas são capim cidreira (Cymbopogon citratus), boldo (Plectranthus barbatus), tanchagem (Plantago lanceolata L), camomila (Matricaria recutita), erva-doce (Pimpinella anisum), funcho (Foeniculum vulgare), folha de laranjeira (Citrus sp.) e hortelã (Mentha piperita). As espécies citadas foram referidas por mais de 50,00% dos pesquisados e também foram referidas em um estudo de mesmo caráter realizado no bairro centro do mesmo município (FERRARI e BASTOS, 2010). Silveira e colaboradores, (2008) citado por Ferrari e Bastos (2010), alerta para o cuidado com a utilização de espécies vegetais e fitoterápicos que são utilizados por automedicação ou mesmo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 por prescrição médica, pois muitos não têm a sua toxicidade bem conhecida principalmente quando associados com outros medicamentos. Tabela 1: Espécies de plantas medicinais utilizadas pelos usuários do SUS no Bairro Boa Vista em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). Nome científico Lychnophora pinaster Ruta graveolens Aloe vera (L.) Cotyledon orbiculata Solanum melongena Peumus boldus Matricaria recutita Costus spicatus Cymbopogon citratus Baccharis genistelloides Camellia sinensis Pimpinella anisum Solanum cernuum Psidium guajava Citrus sp. Foeniculum vulgare Zinziber officinale Mentha piperita Artemisia absinthium Bauhinia forficata Bidens sulphurea Phyllanthus spp Púnica granatum Rosa Alba L Kalanchoe brasiliensis Petroselinum crispum Senna alexandrina Brassica oleracea Plantago lanceolata L Uncaria tomentosa Nome popular Arnica Arruda Babosa Bálsamo Berinjela Boldo Camomila Cana de Macaco Capim-cidreira Carqueja Chá Verde Erva-Doce Folha Branca ou Panacéia Folha de Goiabeira Folha de Laranja Funcho Gengibre Hortelã Losna Pata de Vaca Picão Quebra pedra Romã Rosa Branca Saião Salsa Sene Suco de Couve Tanchagem Unha de Gato Utilização (%) 17,14% 22,14% 14,28% 7,14% 15,0% 63,57% 55,71% 25,71% 45,71% 18,57% 20,0% 62,86% 8,57% 12,86% 63,57% 45% 18,57% 58,57% 12,14% 5,0% 26,43% 36,43% 22,86% 22,14% 12,14% 23,57% 12,14% 26,43% 46,43% 10,0% O capim cidreira (Cymbopogum citratus (DC.) Stapf – Poaceae) contém mirênio, neral, gerônio e outras substâncias úteis no tratamento de resfriados, disenteria, dores de cabeça, agindo ainda como tranquilizante e antiespasmódico de acordo com Pereira e colaboradores, (2004) citado por Silva e colaboradores, (2009). A espécie tem ação antimicrobiana devido aos óleos essenciais encontrados nesta planta. (Nguefack et al., 2004 citado por Silva et al., 2009). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O boldo (Plectranthus barbatus) pertence à família Monimiaceae usualmente utilizada para disfunções hepáticas e colelitíase, tendo ainda propriedades diuréticas e anti-inflamatórias segundo Matos (1998) citado por Melo e colaboradores (2004). Um trabalho desenvolvido por Badinelli (2011) mostra que a tanchagem (Plantago lanceolata L) tem uso terapêutico para ardor do estômago, disfunções das vias respiratórias e urogenitais, diarreia e disenteria. As partes mais utilizadas são as folhas, raízes e as sementes maduras. A camomila (Matricaria recutita L., sin.: Matricaria chamomilla L.) é uma planta amplamente utilizada na medicina popular, e desde a antiguidade já era utilizada como anti-inflamatório e espasmolítico gástrico segundo Bruneton, (1991) citado por Nascimento e colaboradores, (2005). A erva-doce (Pimpinella anisum L.), conhecida também como anis, que é uma das plantas medicinais mais utilizadas pela população estudada, é uma planta de origem da costa mediterrânea. É normalmente utilizada por possuir ação antiespasmódica, inibidora da fermentação intestinal e carminativa. Estudos recentes desvendaram novas e importantes atividades atribuídas a Pimpinella anisum L.. Segundo Boskabady & Ramazani-Assari (2001) citado por Nascimento e colaboradores, (2005), constataram a ação broncodilatadora do óleo essencial e dos extratos etanólico e aquoso da erva-doce e ainda apresentaram forte atividade antioxidante e notável ação antibacteriana para bactérias Gram positivas e Gram negativas. O funcho (Foeniculum vulgare Miller) é uma espécie de origem européia que é cultivada em todo o Brasil segundo Lorenzi & Matos, (2002) citado por Stefanello, (2006). Esta planta apresenta ação carminativa, digestiva e diurética. O óleo essencial extraído desta planta também é utilizado para fabricação de licores e perfumes e as sementes são muito utilizadas na confeitaria em bolos, pães e biscoitos, de acordo com Martins e colaboradores, (1998), citado por Stefanello, (2006). A folha de laranjeira é usualmente utilizada contra resfriado e tosse, na forma de chá. As substâncias constituintes da laranjeira são estimulantes, tem ação tonificante e sudorífica, tendo indicação para contrações dos músculos, indigestões e cólicas, de acordo com Bruning (1990) citado por Rezende e Cocco (2002). A hortelã é comumente utilizada como calmante e no combate a cólica em crianças. Possui também ação vermífuga e pode ser usada na forma de chá ou Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 xarope no combate a gripe, junto com o limão, a laranja e o eucalipto. A hortelã tem propriedades antiespasmódicas, podendo ser empregada nos casos de flatulência, icterícia, vômitos e cólicas uterinas. Combate às secreções nasais favorecendo a expectoração (BALBACH, (1967) citado por REZENDE E COCCO, (2002)). Em relação à forma de utilização das plantas medicinais, pode-se notar que 78% das pessoas utilizam na forma de chá, 14% em forma de xarope e 5% na forma de infusão. Existem várias formas de preparar os chás medicinais, sendo os mais usuais: a infusão, que consiste em verter água fervente na planta e deixar em repouso por alguns minutos; a decocção que consiste em ferver a água e a planta juntas por determinado tempo e a maceração fria que consiste em verter água em temperatura ambiente sobre a planta (SCHULZ et al., 2002). Arnous (2005) e colaboradores, afirmam que a partir de um correto preparo de uma planta medicinal consegue-se um melhor aproveitamento dos princípios ativos a serem extraídos de cada parte da planta. Martins e colaboradores citado por Arnous e colaboradores, (2005) puderam constatar, com um estudo do mesmo caráter deste, que a população utilizava erroneamente as espécies, pois cozinhavam todas as partes das plantas, sendo que somente as partes duras devem ser cozidas como a raiz, o caule e a casca. As enfermidades e desconfortos para os quais as plantas medicinais foram mais utilizadas foram gripes, resfriados e tosse como mostra a Figura 2. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Enfermidades para as quais são utilizadas as plantas medicinais referidas pelos usuários do SUS no Bairro Boa Vista em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012). As análises mostraram que as plantas medicinais possuem grande aceitação pelos usuários participantes da pesquisa, sendo justificado pelo fato que 100% tiveram o efeito desejado quando consumiram as plantas para determinado fim. Um estudo realizado por Nascimento e colaboradores (2005) destaca que as plantas são bastante utilizadas para aliviar diversas enfermidades. No estudo nenhum dos pesquisados relatou, que com o uso das plantas medicinais, ocorreu algum tipo de efeito indesejado e nem interação com medicamentos convencionais, contradizendo os achados do estudo de Veiga Jr (2008) que destaca a importância do cuidado com tais interações. Mas condiz com os achados de Emst e colaboradores, (1995) citado por Alexandre e colaboradores, (2008) no qual os pesquisados referem que a fitoterapia não causa interações com os medicamentos convencionais. Entretanto Alexandre e colaboradores, (2008) em seu estudo com fundamentos de Fugh-Berman (2000) e de Izzo & Ernst (2001) afirmam haver interações entre fármacos e as substâncias existentes nas plantas medicinais. Segundo os autores, pode haver alterações nas concentrações plasmáticas dos fármacos com o uso de fitoterápicos e com isso, a eficácia e/ou segurança será prejudicada. Os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção que são fases da farmacocinética que ficarão comprometidas podendo diminuir ou até Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 mesmo aumentar os efeitos desejados, nos processos conhecidos como antagonismo ou sinergismo, respectivamente. A desinformação sobre as propriedades das plantas medicinais, seu consumo junto com os medicamentos tradicionais sem consulta ao médico e a perda do conhecimento sobre os efeitos medicinais e tóxicos das plantas são fatores preocupantes que influenciam na utilização inadequada das mesmas (VEIGA JR., 2008). O mesmo autor afirma ainda que essa é uma prática perigosa quando é realizada junto com outros medicamentos devido, exatamente às interações citadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mesmo sendo consideradas naturais as plantas medicinais podem apresentar seus efeitos inesperados em quem as utiliza. Com isso a população corre risco quando esta prática é feita sem orientação de profissionais que entendem desta área. Devido aos fatos discutidos pode-se inferir que são necessárias ações de conscientização e disseminação de informações para que as populações utilizem as plantas medicinais com segurança e obtenham a eficácia esperada. REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Rodrigo F.; BAGATINI, Fabíola; SIMÕES, Cláudia M. O. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Revista Brasileira de Farmacognosia, p. 117-126, Jan./Mar. 2008. ARNOUS, Amir Hussein; SANTOS, Antonio Sousa; BEINNER, Rosana Passos Cambraia. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário medicinal. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, jun. 2005. BADINELLI, Isaac Facchini. A história das plantas medicinais dentro da sala de aula: Uma experiência de ensino. Anais do XV encontro regional de história da ANPUH-RIO, 2011. 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[email protected] RESUMO Este trabalho pretende descrever os medicamentos utilizados por gestantes que fizeram o pré-natal em serviços do Sistema Único de Saúde, nas cidades de Santa Margarida e Sericita, Minas Gerais. Foram entrevistadas mediante questionário estruturado, as gestantes que compareceram para consulta de pré-natal no mês de julho de 2012 e 2013 nas respectivas cidades. Os fármacos foram classificados de acordo com os critérios de risco para a gestação da Food and Drug Administration. Entre os grupos farmacológicos mais utilizados, encontram-se o Sulfato Ferroso, o Ácido Fólico e os Analgésicos e Antitérmicos. Em relação à classificação de risco da FDA: o estudo revelou que em Santa Margarida a maioria dos fármacos utilizados pertencia à categoria de risco B (60%) e categoria de risco C (30%). Em Sericita a maior parte dos medicamentos utilizados pertencia à categoria de risco A (54,54%) e categoria de risco B (41,82%). Trabalhos como estes permitem oferecer uma oportunidade de aconselhamento às gestantes sobre os fármacos e seus possíveis riscos. PALAVRAS CHAVES: Gestação, fármacos e teratogenicidade. INTRODUÇÃO A utilização de medicamentos na gestação tem sido motivo de grande preocupação devido aos riscos relacionados ao feto. Entre 1950 e 1960, o fármaco talidomida provocou alterações congênitas em cerca de 10 mil recém nascidos, devido a sua utilização durante o período gestacional. Este fato teve grande repercussão, de modo que alertou sobre a segurança da utilização de novos fármacos, da necessidade de estudos clínicos mais profundos, antes da liberação destes medicamentos para consumo (FURINI et al., 2009). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No Brasil, a farmacovigilância começou a ser levada a sério, após o acidente da Talidomida, que afetou cerca de 300 recém nascidos neste país. Tal fato reforçou o processo de desenvolvimento de estudos e monitoramento na área medicamentosa, resultando na consolidação do sistema de farmacovigilância brasileiro (MENDES et al., 2008). Os países europeus são mais desenvolvidos na área de Estudos de Utilização de Medicamentos (EUM), enquanto que, no Brasil, há um reduzido número de estudos na área de tratamentos medicamentosos. Estes estudos auxiliam e gerenciam os serviços de Atenção Farmacêutica, sendo importantes no processo de planejamento das políticas de saúde (OSÓRIO-DE-CASTRO et al., 2004). Considerando a utilização de medicamentos na gravidez, alguns estudos têm revelado que cerca de 2% a 4% de todos os recém nascidos são afetados pelas malformações congênitas e cerca de 15% de todas as gestações diagnosticadas, acabam em perda do feto (BRASIL, 2011). Como a maioria dos fármacos atravessa a barreira placentária, seu uso pode provocar diferentes alterações morfológicas ao feto. Estas alterações podem classificar os medicamentos como teratogênicos, se utilizados no primeiro trimestre de gestação (CARMO, NITRINI, 2004). Os riscos relacionados à utilização de medicamentos, podem ocorrer em diferentes fases da gestação, afetando o desenvolvimento, crescimento ou até mesmo causando efeitos tóxicos ao feto (CARMO, 2003). De acordo com a exposição materna, os fármacos têm diferentes efeitos sobre o feto, dependendo da paciente, da frequência, da dose, da fase de exposição na gestação e do seu potencial teratogênico, resultando em diversos efeitos prejudiciais (OSÓRIO-DE-CASTRO et al., 2004). Após o nascimento, o recém-nascido pode manifestar alguns efeitos da exposição intra-uterina ao fármaco, e outros efeitos adversos podem se manifestar em outra fase da vida, provocando alterações no desenvolvimento funcional, intelectual e social. Apesar dos riscos representados na gestação, alguns medicamentos se fazem necessários nos tratamentos de algumas doenças crônicas ou intercorrentes. Nestes casos, a falta de adesão ao tratamento devido ao receio da utilização dos mesmos, pode resultar em riscos para a mãe e, consequentemente, para o feto (BRASIL, 2011). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Contudo nem todos os medicamentos representam riscos. É o caso da suplementação de ácido fólico que se faz necessária para a prevenção dos riscos de defeitos do tubo neural. Nesse contexto, é evidente que os medicamentos serão utilizados de acordo com o tipo de necessidade materna, sendo mais coerente manejar a terapia medicamentosa para promoção do uso racional dos medicamentos na gestação (BARBOSA et al., 2011). Neste sentido, o risco gestacional, classificado pela Food and Drug Administration (FDA), também adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), divide os fármacos em diferentes categorias de risco para assegurar o melhor tratamento terapêutico durante a gestação (BRASIL, 2011). Dessa forma este trabalho teve como principal objetivo descrever os medicamentos utilizados por gestantes que fizeram o pré-natal em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) nas cidades de Santa Margarida e Sericita, Minas Gerais, Brasil. Trabalhos como estes permitem oferecer uma oportunidade de aconselhamento as gestantes sobre os fármacos e seus possíveis riscos. O risco gestacional classificado pela FDA, também adotado pela ANVISA divide os fármacos em diferentes categorias de risco: Categoria A: Os medicamentos não apresentaram riscos para o feto, em ensaios clínicos comprovados. Categoria B: Medicamentos que não demonstraram risco fetal, em testes realizados em animais de laboratório (sem estudos comprovados em gestantes), mas apresentaram efeitos adversos que não foram comprovados em ensaios clínicos realizados em gestantes. Categoria C: Não foram realizados ensaios clínicos em gestantes, e os estudos demonstraram efeitos adversos ao feto, em testes com animais de laboratório. Esses fármacos devem ser utilizados em gestantes apenas se o risco representado ao feto ser justificado pelo benefício à mãe. Categoria D: Estes medicamentos apresentam riscos ao feto, mas que são aceitáveis em relação aos benefícios necessários à mãe. Categoria X: Medicamentos cujo uso é contra-indicado na gravidez, pois seus riscos superam os benefícios. Foram comprovadas anormalidades fetais em ensaios clínicos em animais e em seres humanos (BRASIL, 2011). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O uso de medicamentos durante a gestação, associado ao uso irracional de medicamentos, é considerado um comportamento de risco, pois os medicamentos apresentam toxicidade à mãe ou ao feto. Tal fato deve ser considerado um problema de saúde pública, evidenciando a importância de estudos epidemiológicos para alertar sobre os riscos, benefícios e do potencial teratogênico dos medicamentos (BRUM et al., 2011). METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, que, de acordo com Gil (2008) tem como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma determinada população ou fenômeno. A pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Saúde (CMS) de Santa Margarida e na UBS Onofre Paula de Oliveira de Sericita, Minas Gerais, Brasil. A cidade de Santa Margarida (Município A) possui 15.011 habitantes, já a cidade de Sericita (Município B) possui 7.128 habitantes, sendo que a principal fonte de renda é oriunda do café (IBGE, 2010). Este estudo foi composto por mulheres entre 15 e 45 anos de idade, que se encontravam entre 30 e 42 semanas de gravidez. As gestantes foram abordadas durante as consultas de pré-natal do mês de julho de 2012 no Município A e no mês de julho de 2013 no Município B. Estas são realizadas 2 vezes por semana nas Unidades de Saúde. Foi utilizado um questionário estruturado como instrumento de coleta de dados, sendo avaliados os aspectos sócio-demográficos, sócio-econômicos e os dados relacionados à gestação e ao consumo de medicamentos. Os medicamentos foram classificados segundo a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e quanto ao risco de uso na gravidez conforme a FDA e a ANVISA. A participação das gestantes foi mediante as orientações e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados coletados foram analisados no programa Microsoft Office Excel® 2007. RESULTADOS E DISCUSSÃO Agrupando-se os dados das duas regiões, um total de 40 gestantes participou do estudo. A maior representação foi de casadas (72% no Município A e 66% no Município B) e a faixa etária predominante foi de 20 a 29 anos (48% no Município A Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 e 60% no Município B) em ambos os Municípios. Em relação ao nível de instrução, 40% das gestantes no Município A e 66% no Município B concluíram o ensino médio, sendo que 64% e 60% das gestantes tinham trabalho remunerado nos dois Municípios respectivamente (TABELA 1). Tabela 1: Caracterização da população do estudo representada por gestantes atendidas nas Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Características Município A Faixa etária 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 45 anos Nível de instrução Analfabetas Ensino fundamental Ensino médio Ensino incompleto Estado conjugal Solteiras Casadas União consensual Atividade remunerada Sim Não Município B N=25 % N=15 % 05 12 06 02 20% 48% 24% 8% 02 09 03 01 13% 60% 20% 6% 02 09 10 04 8% 36% 40% 16% 01 01 10 02 6% 6% 66% 13% 01 18 06 4% 72% 24% 1 10 04 6% 66% 26% 16 09 64% 36% 09 06 60% 40% No Município A, em relação ao passado obstétrico, 32% das gestantes estavam na primeira gestação, 28% na segunda, 24% na terceira e 16% na quarta ou mais. O aborto foi referido por 41,18% das gestantes entrevistadas. O acompanhamento pré-natal foi referido como iniciado no 1º trimestre de gestação por 80% das gestantes e o tabagismo não foi admitido pelas gestantes durante o período gestacional. Já no Município B, em relação ao passado obstétrico, 54% das gestantes estavam na primeira gestação, 34% na segunda, 6% na terceira e 6% na quarta ou mais. O aborto foi referido por 20% das gestantes entrevistadas. O acompanhamento pré-natal foi referido como iniciado no 1º trimestre de gestação por 87% das gestantes e o tabagismo foi admitido por 7% das gestantes durante o período gestacional. No Município A, apenas 8% das gestantes relataram ter doença crônica, sendo que a hipertensão arterial foi referida por apenas 4% e em B, 20% das Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 gestantes relataram ter hipertensão arterial. O medicamento Metildopa é um antihipertensivo utilizado no tratamento da hipertensão na gravidez, sendo recomendado a partir da 16ª semana de gestação (SANTOS, FONSECA, 2006). A hipertensão arterial estava sendo tratada com o medicamento Metildopa em ambos os Municípios, estando situado na categoria B da FDA (BRASIL, 2011). Esses valores (4% e 20%) para a utilização dessa classe farmacológica é muito superior aos dados encontrados no estudo de Carmo e Nitrini (2004) (1,10%) e no estudo de Mello e colaboradores (2008) (0,50%). O sulfato ferroso é empregado na anemia por deficiência de ferro e tem sido utilizado na gravidez, combinado ou não ao ácido fólico, parecendo prevenir a ocorrência de diminuição de hemoglobina no parto (BRASIL, 2011). O sulfato ferroso está situado na categoria A da FDA e seu uso foi referido por 96% das gestantes do Município A, sendo que 45,83% referiram utilizar durante todos os trimestres gestacionais. No Município B, um número maior de gestantes utilizou o sulfato ferroso (100%), destas 53% fizeram uso durante todos os trimestres gestacionais. A taxa de uso de sulfato ferroso foi de 45% no estudo de Melo e colaboradores (2008) e de 22,30% no estudo de Carmo e Nitrini (2004). O ácido fólico é indicado na prevenção do defeito do tubo neural na gravidez e está situado na categoria A da FDA. Alguns estudos demonstram que o uso do ácido fólico, antes e durante as primeiras semanas de gravidez, previnem 50% ou mais dos defeitos do tubo neural (BRASIL, 2011). No presente estudo, apenas 8% das gestantes do Município A referiram não utilizar o ácido fólico durante a atual gravidez e do total de gestantes entrevistadas 26,09% utilizaram apenas no primeiro trimestre. No Município B, 100% das gestantes utilizaram o ácido fólico, mas 33,33% utilizou apenas no primeiro trimestre (FIGURA 1). No estudo de Guerra e colaboradores (2008), uma porcentagem maior de gestantes (45,90%) utilizou a substância durante o primeiro trimestre gestacional. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 1: Utilização de ácido fólico nos trimestres gestacionais, referida por gestantes atendidas nas Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Município A Município B Trimestres gestacionais O analgésico e antitérmico referido como mais utilizado pelas gestantes foi o Paracetamol, sendo que o mesmo é considerado um agente de primeira escolha, por sua eficácia e maior segurança nas doses recomendadas. Seu uso não é restrito às gestantes e está situado na categoria B da FDA. No estudo de Melo e colaboradores (2009), 43,40% das gestantes utilizaram o mesmo medicamento, um valor semelhante aos dados encontrados no Município A (44%), mas inferiores aos do Município B (91,67%). 4% das gestantes do Município A, referiram utilizar Dipirona sódica em todos os trimestres gestacionais, mas segundo Brasil (2011), no primeiro e terceiro trimestre tal medicamento causa um possível fechamento prematuro de ducto arterial e retardo do trabalho de parto, estando situada na categoria C da FDA (MONTEIRO, 2008). No estudo de Mengue e colaboradores (2001), a dipirona sódica foi utilizada por 11,50% das gestantes, consideravelmente um número maior do que o presente estudo. O estudo de Gomes e colaboradores (1999) revela que 2,70% das gestantes utilizaram descongestionante nasal tópico, enquanto que, no presente estudo, o descongestionante nasal utilizado foi o cloreto de sódio 0,9%, sendo que 12% das gestantes do Município A e 16,67% das gestantes do Município B referiram seu uso e o mesmo se encontra na categoria C de risco da FDA (BRASIL, 2011). Segundo o estudo de Guerra e colaboradores (2008) 45,50% dos antieméticos foram utilizados no primeiro trimestre de gestação e no presente estudo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 44% das gestantes do Município A e 41,67% das gestantes do Município B referiram utilizar o antiemético Metoclopramida no primeiro trimestre, sendo este encontrado na categoria B da FDA (BRASIL, 2011). Os antibióticos pertencentes ao grupo das penicilinas são os mais indicados na gestação por apresentarem pequeno potencial de toxicidade para a gestante e para o feto. No estudo de Fonseca, Fonseca e Bergsten-Mendes (2002), os antibióticos foram utilizados por 15,80% das gestantes e no estudo de Melo e colaboradores (2009) 2,40% das gestantes utilizaram a Amoxicilina. 20% das gestantes do Município A utilizaram o antibiótico Amoxicilina, mas no Município B 41,67% das gestantes utilizaram os antibióticos Azitromicina, Ampicilina e Cefalexina, todos pertencentes à categoria B da FDA (BRASIL, 2011). No estudo de Fonseca, Fonseca e Bergsten-Mendes (2002), 10,50% do total de prescrições de anti-infecciosos foram de Miconazol, um número inferior ao presente estudo que obteve 16% das gestantes do Município A em uso deste medicamento. As gestantes deste estudo desenvolveram candidíase (16%) durante o período gestacional, sendo referido por elas o uso de Miconazol durante o primeiro e segundo trimestre gestacional, sob prescrição médica. Esse medicamento está situado na categoria C da FDA, mas os fármacos situados nesta categoria só podem ser utilizados em gestantes se o benefício justificar o risco representado ao feto (BRASIL, 2011). O anti-inflamatório Ibuprofeno foi utilizado por 8,33% das gestantes no Município B e 16% das gestantes no Município A, sendo utilizado sob prescrição médica durante o primeiro e segundo trimestre gestacional respectivamente. É um número maior do que o apresentado no estudo de Mello e colaboradores (2009) quando 1,90% das gestantes utilizaram anti-inflamatórios. Esse fármaco é indicado no tratamento de inflamações musculoesqueléticas e está situado na categoria B da FDA no primeiro e segundo trimestres e na categoria D no terceiro trimestre gestacional, devido ao risco de hipertensão pulmonar fetal, baixo peso ao nascer e alterações da coagulação (GUERRA et al., 2008). No estudo de Gomes e colaboradores (1999), 2,30% das gestantes utilizaram antitussígenos e no presente estudo, 16% das gestantes do Município A referiram o uso de antitussígenos, mas não lembravam o nome do medicamento. 8% das gestantes de ambos os Municípios relataram o uso de Dexclofeniramina para tratamento de alergias, sendo que o mesmo está situado na categoria B da FDA Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 (BRASIL, 2011). Em contrapartida, no estudo de Brum e colaboradores (2011), a Dexclofeniramina foi utilizada pelas gestantes com frequência de 1,60% do total de medicamentos utilizados. A Figura 2 apresenta os medicamentos prescritos e não prescritos mais usados pelas gestantes segundo os grupos e subgrupos farmacológicos definidos pela RENAME. Entre os grupos farmacológicos mais utilizados por ambos os Municípios, encontram-se o Sulfato Ferroso, o Ácido Fólico e os Analgésicos e Antitérmicos. Figura 2: Classes de medicamentos referidas por gestantes atendidas nas Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. 72% das gestantes pesquisadas do Município A e 80% do Município B declararam utilizar um ou mais medicamentos. A análise dos dados revela que o uso de medicamentos com indicação médica foi superior ao uso sem indicação, pois, do total de especialidades farmacêuticas, 30% foram utilizadas sem prescrição médica em ambos os Municípios e no estudo de Gomes e colaboradores (1999) 65% das gestantes referiram utilizar medicamentos sem indicação médica. Em relação à classificação de risco da FDA, o Município A revelou que a maioria dos fármacos utilizados pertencia à categoria de risco B (60%) e categoria de risco C (30%), sendo que a categoria C é considerada perigosa por não haver estudos controlados em humanos (BRASIL, 2011). Porém, no Município B a maior Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 parte dos medicamentos utilizados pertence à categoria de risco A (54,54%) e categoria de risco B (41,82%) (FIGURA 3). Figura 3: Categorias de risco segundo a FDA de medicamentos referidos por gestantes atendidas nas Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Analisando-se os dados das duas regiões conjuntamente, observa-se que a grande maioria das gestantes (85%) adquiriram os medicamentos na farmácia do SUS e 90% afirmaram terem sido orientadas sobre o risco de usar medicamentos durante a gravidez. Já no estudo de Guerra e colaboradores (2008), 62,20% das gestantes declararam terem sido orientadas sobre o risco do uso de medicamentos na gravidez. Além disso, 50% das gestantes referiram que não tem o hábito de ler as bulas dos medicamentos. Ao se avaliar a automedicação praticada pelas gestantes do Município A (12%) e compará-la aos achados do Município B (33%) e do estudo de Gomes e colaboradores (1999), para gestantes da cidade de São Paulo (33,50%), pode ser dito que houve um número menor de gestantes consumindo medicamentos sem indicação médica. CONSIDERAÇÕES FINAIS As gestantes estão sujeitas a intercorrências que necessitam de intervenções medicamentosas, porém o uso inadequado e irracional de medicamentos expõe o feto a riscos desnecessários. Contudo, não há como privar as gestantes dos riscos da terapia medicamentosa, sendo mais coerente e racional manejar a terapêutica na gravidez com muito critério, fundamentada na melhor evidência disponível e em literatura especializada e nunca subestimar o risco ao feto. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As gestantes devem ser conscientizadas sobre os riscos da automedicação, mas os medicamentos necessários para a preservação da integridade da mãe nunca devem ser evitados. Portanto, conhecendo-se o perfil dos medicamentos utilizados na gravidez, ações educativas podem ser direcionadas ao planejamento de intervenções às gestantes e aos profissionais de saúde, proporcionando, assim, o uso racional de medicamentos e a segurança para a gestante e para o feto. REFERÊNCIAS BARBOSA, Lorena et al. Fatores associados ao uso de suplemento de ácido fólico durante a gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 33, 9, 246521, 2011. CARMO, Thais Adriana do. Medicamentos e Gravidez. Revista Saúde, Piracicaba, 5, 10, 55-61, 2003. FURINI, Adriana Antônia da Cruz et al. Estudo de indicadores de prescrição, Interações medicamentosas e Classificação de risco ao feto em prescrições de gestantes da cidade de Mirassol – São Paulo. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, 30, 2, 83-88, 2009. CARMO, Thais Adriana do, NITRINI, Sandra Maria O. Prescrições de medicamentos para gestantes: um estudo farmacoepidemiológico. 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Prevalência do uso de medicamentos na gravidez e relações com as características maternas. Revista Saúde Pública, São Paulo, 33, 3, 246-254, Junho. 1999. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 MENGUE, Sotero S et al. Uso de medicamentos por gestantes em seis cidades brasileiras. Revista Saúde Pública, São Paulo, 35, 5, 415-420, Agosto. 2001. GUERRA, Gerlane Coelho Bernardo et al. Utilização de medicamentos durante a gravidez na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira Ginecologia Obstétrica, 30, 1, 12-18, 2008. OSORIO-DE-CASTRO, Claudia Garcia Serpa, PAUMGARTTEN, Francisco José Roma, SILVER, Lynn Dee. O uso de medicamentos na gravidez. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 9, 4, 987-996, 2004. BRUM, Lucimar Filot da Silva et al. Utilização de medicamentos por gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde no município de Santa Rosa (RS, Brasil). 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Professora Faculdade Vértice – Univértix. Cristiane Barros da Cunha – Graduada em Farmácia. Professora Faculdade Vértice – Univértix. Valter Roberto Linardi – Graduado em Ciências Biológicas. Mestre em Ciências Biológicas (Microbiologia). Doutorado em Ciência de Alimentos. Professor do Centro Universitário de Caratinga – UNEC. [email protected] RESUMO O objetivo desse trabalho foi coletar amostras em revestimentos de colchões de um hospital de uma cidade do Leste de Minas Gerais. Para esse estudo, foram avaliadas 108 amostras no revestimento dos colchões distribuídos em sete diferentes setores de um hospital, com o objetivo de pesquisar a presença de Staphylococcus aureus. Com os dados obtidos verificou-se que das 108 amostras, 78 estavam contaminadas com a bactéria. Quando se comparou leitos ocupados com leitos não ocupados, verificou-se que dos 67 leitos ocupados, 50 estavam contaminados com o Staphylococcus aureus. PALAVRAS-CHAVE: Staphylococcus aureus; Infecções Hospitalares; Contaminação Ambiental. INTRODUÇÃO Segundo a Portaria 2616 de 1998 do Ministério da Saúde, a infecção hospitalar é a infecção adquirida após a admissão do paciente, e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998). Estas infecções geralmente são provocadas pela própria microbiota bacteriana humana, que se desequilibra com os mecanismos de defesa antiinfecciosos em decorrência da doença, dos procedimentos invasivos e do contato com a flora hospitalar (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005). As infecções hospitalares são responsáveis pelo aumento do número da morbidade,mortalidade, responsáveis também pela elevação dos custos hospitalares, sendo um grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento (BOYCE, 2001). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Cada vez mais se tem aumentado a busca pela melhoria na qualidade nos serviços de saúde, uma vez que, a qualidade é um requisito indispensável para a sobrevivência econômica e, muito mais importante que isto, uma responsabilidade ética e social (PEREIRA, 1999). O Staphylococcus aureus é uma das causas mais comuns de infecção hospitalar no mundo. Segundo Levy et al. (1999), no Brasil, os Staphylococcus aureus resistentes a oxicilina (SARO) representa cerca de 26,6 a 71% das linhagens isoladas em diversos hospitais do país. De acordo com Moreira et al. (1998), o SARO representou aproximadamente 70% das infecções hospitalares da corrente sanguínea. As infecções causadas por esta bactéria apresentam uma alta taxa de morbidade e mortalidade e permanece como importante patógeno das infecções hospitalares, sendo responsável por mais de 30% dos casos destas infecções (MUNDIM et al., 2003). Diante disso, faz-se necessário o estudo no intuito de estar se verificando a presença ou não do Staphylococcus aureus em revestimentos de colchões, avaliando o processo de limpeza e buscando maneiras de se diminuir as infecções hospitalares. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As infecções hospitalares são responsáveis pelo aumento do número da morbimortalidade e até mesmo dos custos hospitalares, sendo um grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento (BOYCE, 2001). Diversos são os focos de contato e transmissão, podendo estar presente no ar, na água, nas superfícies inanimadas que cercam o paciente; ou seja, no próprio ambiente hospitalar (ANDRADE et al., 2000). Os próprios artigos que são utilizados nos estabelecimentos de saúde podem ser um meio para se transmitir infecções, caso não sejam descontaminados após a utilização (PORTARIA 2616, 1998). A descontaminação é um processo de desinfecção prévia que objetiva reduzir os microrganismos presentes, antes de submeter os materiais à limpeza com água e sabão, minimizando-se os riscos. A sua finalidade é tornar os materiais médico-cirúrgicos seguros para o manuseio, reduzindo-se a carga biológica, para que a desinfecção e a esterilização sejam mais fáceis (SOUZA et al., 1998). Segundo Pelzcar e colaboradores (1996), estudos de microrganismos cultivados a partir das mãos dos profissionais de saúde foram realizados e provam que, a lavagem das mãos é um dos procedimentos mais importantes no intuito de se prevenir infecções hospitalares. Quando se realiza tal procedimento, pode-se reduzir a disseminação dos patógenos de um paciente a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 outro. Cada vez mais se busca um ambiente hospitalar biologicamente seguro e confortável e, diversas atividades podem ser executadas a este favor (ANDRADE et al., 2000). Os Staphylococcus aureus podem causar infecções cutâneas e disseminar-se para outros locais causando infecções graves como endocardite, osteomielite e abscessos em diferentes tecidos (BANNERMAN, 2003). Diversas infecções hospitalares podem ser causadas por este tipo de microrganismo, mas dentre as mais frequentes citam-se as de sítio cirúrgico (ISC), corrente sanguínea (ICS) e pneumonia estafilocócica (SYSTEM, 2002). O Staphylococcus aureus é uma das causas mais comuns de infecção hospitalar no mundo. Segundo Levy et al. (1999), no Brasil, o Staphylococcus aureus Resistentes à Oxacilina (SARO) representa cerca de 26,6% a 71% das cepas de Staphylococcus aureus isolados em diversos hospitais do país. De acordo com Moreira et al. (1998), o SARO representou aproximadamente 70% das infecções hospitalares da corrente sanguínea. As infecções causadas por Staphylococcus aureus apresentam uma morbimortalidade elevadas (FARIAS, et al. 1997). O Staphylococcus aureus permanece como importante patógeno das infecções hospitalares, sendo responsável por mais de 30% dos casos destas infecções (MUNDIM et al., 2003). Este microrganismo possui diversos tipos de toxinas proteicas que podem causar diversos sintomas durante a infecção, podendo também danificar a membrana dos leucócitos, eritrócitos causando hemólise (SILVA, 1999). Staphylococcus aureus é uma bactéria, sendo um coco Gram positivo, que cresce em cachos, suas colônias são douradas devido a formação de pigmentos carotenóides que se formam durante o crescimento do microrganismo. É a única espécie encontrada em seres humanos que produz a enzima coagulase, desta forma, todas as outras espécies são Staphylococcus coagulase negativos. Sua transmissão ocorre por contato direto indivíduo para indivíduo ou contato indireto (MURRAY, et al. 2000). A enzima coagulase é uma característica marcante do Staphylococcus aureus; desta forma, o Staphylococcus aureus é também conhecido como estafilococos coagulase positivos, sendo o patógeno mais encontrado em infecções humanas. Já os estafilococos coagulase negativos, possuem um extenso grupo, com cerca de 30 espécies (SILVA, 1999). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Uma grande variedade de proteínas extracelulares e polissacarídeos constitui o Staphylococcus aureus, estando algumas relacionadas com a virulência que causa a doença através da produção de toxinas ou através da invasão direta e destruição do tecido, levando à manifestações clínicas de algumas doenças estafilocócicas (MURRAY et al., 2000). Os Staphylococcus aureus são uma das mais resistentes bactérias não formadoras de esporos, capazes de sobreviver em qualquer tipo de ambiente onde se encontram seres humanos, devido à suas capacidades de sobreviver por longos períodos em lugares secos e de altas temperaturas (60ºC), sendo relativamente termo resistentes (SCHAECHTER et al., 2002). O objetivo desse trabalho foi coletar amostras nos revestimentos dos colchões em leitos previamente escolhidos, de um hospital com a importância de obter resultados positivos referentes à presença de Staphylococcus aureus, comparando-se a positividade das amostras após se realizar a repetição em cada semana. METODOLOGIA Coleta de amostras O experimento foi realizado em um hospital situado numa cidade do Leste de Minas Gerais, que possui um total de 96 leitos sendo assim distribuídos: Maternidade 17, Ambulatório 8, Clínica Médica Feminina 11, Clínica Médica Masculina 17, Clinica Cirúrgica Feminina 10, Clínica Cirúrgica Masculina 10, Pediatria 9, UTI e Apartamento com 8 leitos. Utilizou-se a técnica de amostragem para um total de 82 leitos, pois foram excluídos os leitos do Ambulatório e da UTI. Os experimentos foram realizados durante três semanas e, em cada semana foram sorteados 18 leitos. Os leitos foram avaliados em duas repetições. A cada semana foram considerados todos os leitos para o sorteio, não importando se este já havia sido amostrado ou não. Desta forma, foram analisados 108 leitos. As coletas eram feitas pela manhã, entre 8 as 11horas. A roupa de cama era retirada e no revestimento plástico do colchão delimitava-se com uma caneta “CDmarker” a área onde se faria a coleta. Esta região correspondia a uma área de 4 cm, ficando a 40 cm da cabeceira e 35 cm da borda lateral. Utilizou-se um gabarito de 4 cm² , feitos de papel Kraft previamente autoclavado. As repetições que correspondia Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 à segunda coleta, eram feitas no mesmo local demarcado com a caneta, porém em um dia posterior, estando os leitos ocupados ou não, ou tendo ocorrido mudança de paciente no mesmo leito. Identificação do Microrganismo. Na área previamente delimitada, esfregava-se um “swab” previamente umedecido em soro fisiológico estéril. A seguir, introduzia-se assepticamente este “swab” no Caldo Nutritivo Tioglicolato (Biobrás). Os meios de cultura inoculados eram encaminhados para o Laboratório de Microbiologia da UNEC onde eram incubados em estufa bacteriológica à 37°C por 24 h. Após, os tubos eram homogeneizados em “Vortex” e inoculados com auxilio de um “swab” em placas de Petri contendo o meio de Agar Sal Manitol (Biobrás). As placas foram incubados à 37°C por 48h. As colônias que cresceram no meio Agar Sal Manitol circundadas por halos amarelados foram submetidas ao teste de Catalase, utilizando-se Peróxido de Hidrogênio e ao teste de produção de Coagulase utilizando-se o plasma de coelho diluído (Laborclin). As colônias Catalase e Coagulase positivas foram identificadas como Staphylococcus aureus (Gillespie, 2006). RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram analisados 108 leitos nos setores: apartamento; clinica cirúrgica masculina e feminina; clinica médica masculina e feminina, maternidade e pediatria. Verificou-se que, 78 leitos estavam contaminados por Staphylococcus aureus e 30 não apresentaram contaminação (TABELA 1). O índice de contaminação corresponde a 72% do total dos leitos analisados. Destes 108 leitos, 67 estavam ocupados e 41 estavam desocupados. Dos 67 leitos ocupados; 50 apresentaram contaminação e, em 17 leitos não se detectou a presença de Staphylococcus aureus. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1 – Presença de Staphylococcus aureus nos setores analisados. Setores Apartamento Clínica Cirúrgica (Masculina e Feminina) Clínica Médica (Masculina e Feminina) Maternidade Pediatria Total Positivo 10 9 Negativo 2 5 Total 12 14 29 13 42 16 14 78 6 4 30 22 18 108 Dos 41 leitos desocupados, 28 estavam contaminados por Staphylococcus aureus e 13 leitos não estavam contaminados. Os dados foram submetidos ao teste do Qui-Quadrado a 5% e foi constatado que, não há influência estatística entre os setores analisados e, o leito estar ocupado ou não ocupado. Dentro dos setores Clínica Médica e Clínica Cirúrgica quanto aos gêneros masculino e feminino foram obtidos os seguintes dados expressos na Tabela 2. Tabela 2 – Isolamento de Staphylococcus aureus nas Clinicas Médicas e nas Clínicas Cirúrgicas. Setor Positivo Negativo Total CCF 1 3 4 CCM 8 2 10 CMF 13 7 20 CMM 16 6 22 Total 38 18 56 Os dados analisados estatisticamente pelo teste de Qui-Quadrado a 5% de probabilidade mostra que não houve influência estatística entre os gêneros masculino ou feminino em estar ou não contaminada pela bactéria Staphylococcus aureus. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os elevados percentuais de culturas positivas por Staphylococcus aureus, comprovaram a ineficácia da limpeza realizada. Embora o estudo tenha enfatizado a presença do Staphylococcus aureus outros microrganismos foram isolados, embora não tenham sido identificados. Não se pode deixar de considerar a realidade dos hospitais brasileiros, que possuem alta rotatividade dos leitos com a necessidade de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 serem ocupados logo após sua vagância, e cuja limpeza de unidade não tem merecido a atenção necessária acarretando um problema que tende a se agravar, principalmente quando associado ao déficit da mão de obra que tem conduzido ao decréscimo da higienização. REFERÊNCIAS BOYCE, J. M. MRSA patients: proven methods to treat colonization and infection: Journal of Hospital Infection v. 48 Supp/ A: 59-S 14, aug. 2001. DE ANDRADE, D; ANGERAMI, E. LS; PADOVANI, C. R. Condição microbiológica dos leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. Rev. Saúde Pública, São Paulo, vol. 34 n.2, Abril 2000. LEVY, C.E.; MONTELLI A. A; FURTADO J. S. et al. 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Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Extensão na Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Farmacêutica, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. [email protected] RESUMO O estudo teve como objetivo identificar o perfil, a percepção e a frequência com que as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de idade procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Foram pesquisadas 18 mulheres durante o mês de setembro de 2013, no município de Matipó/MG, selecionadas de forma aleatória, as quais compareceram à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Boa Vista para realização do exame Papanicolaou. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário semiaberto. Os resultados comprovaram que a maioria das entrevistadas realizam o exame Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando dentro do intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde. O referido trabalho nos proporcionou conhecer a frequência e quais sentimentos são vivenciados durante a realização do exame Papanicolaou ou como é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. PALAVRAS-CHAVE: Papanicolaou; Câncer; Colo de útero; Enfermagem; INTRODUÇÃO Sleutjes (2008), ressalva que, o útero é envolvido pelo ligamento largo, este por sua vez, comumente possui a forma de uma pêra invertida, dividido em quatro partes: fundo, corpo, ístmo e cérvix. O útero varia em forma, tamanho, posição e estrutura, isso de acordo com a idade, estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e do reto, e sobretudo, do estado de gestação. No que se refere a sua estrutura o Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 útero se divide em três camadas: interna ou endométrio; média ou miométrio e, externa ou perimétrio. Os programas de rastreamento têm efetividade na redução da mortalidade, quando os exames citopatológicos forem conhecidos e aceitos pela população, uma vez que repetidos em intervalos apropriados para detecção precoce da doença.(BRASIL, 2002). O câncer de colo uterino pode ser evidenciado a partir dos 20 anos de idade, aumentando seu risco para os 29 anos e atingindo sua culminância entre os 45 e 49 anos, o que pode e muito afetar a capacidade reprodutiva feminina (BEGHINI et al, 2006). Em contra partida o Ministério da Saúde (1988), em concordância com a Organização Mundial de Saúde (OMS), propõem a realização do exame Papanicolaou em mulheres entre 25 e 59 anos de idade, uma vez por ano e após dois exames anuais consecutivos negativos, este poderá ser realizado a cada três anos. Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico de mulheres do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó (MG) que procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Partindo do pressuposto de que a mulher não deve ser vista apenas como um ser fragmentado, mas de forma holística, evidenciando seu contexto cultural e social, este estudo é de extrema relevância, para evidenciarmos o perfil, a percepção e a participação das mulheres quanto à realização do exame Papanicolaou,e a partir daí elaborarmos possíveis soluções para os problemas em questão. Este estudo se constitui em uma réplica de uma pesquisa finalizada como trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem em 2012 dos autores e de novos colaboradores que integraram uma nova proposta. Assim, destacamos que o instrumento de coleta de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra população a fim de que a coleta gerasse um banco de dados oferecendo oportunidades de ampliação das pesquisas dentro desta temática. Além disso, informamos que toda a fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou também esta segunda. Em virtude da restrição ao número de páginas e atendendo às normas para a publicação, o presente artigo necessitou de adaptação, resultando na exclusão do Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Referencial Teórico, priorizando os Resultados e Discussões, devido a uma maior relevância dentro do contexto estudado, uma vez se tratar de um trabalho de conclusão de curso de Pós-graduação. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, que evidencia uma análise das vivências relatadas pelas mulheres que realizam o exame Papanicolaou. Segundo Gil citado por Silva e Menezes (2001), a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. No qual envolve o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. Os mesmos autores dão ênfase na pesquisa de abordagem quantitativa, evidenciando que esta por sua vez tem como característica, investigação direta, por meio de um questionário, esta serve como meio de condução para pesquisa descritiva e exploratória. O público alvo pesquisado foram 18 mulheres com idade entre 25 e 59 anos de idade, ou que já tenham iniciado a vida sexual ou que já ultrapassaram a faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde e que frequentam o serviço de saúde, precisamente as Estratégias de Saúde da Família (ESF), do bairro Boa Vista, para realizarem a coleta do exame Papanicolaou, durante o mês de setembro de 2013, no município de Matipó/MG. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Matipó está localizado em Minas Gerais, no interior da Zona da Mata, numa área de 267 km2, possui uma população em torno de 17.639 habitantes de acordo com Censo (2007), totalizando uma população feminina residente de aproximadamente 5.374 habitantes Censo Demográfico (2000), com faixa etária entre 15 a 84 anos. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao grande número de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em serviços temporários e esporádicos. O município de Matipó possui um total de 7 ESFs, dentre as quais todos realizam o exame Papanicolaou, e para desenvolver nossa pesquisa foi selecionada uma unidade na área urbana, tratando-se de uma comunidade de grande vulnerabilidade social, definimos que a amostra coletada seria de caráter aleatória simples, de acordo com a ordem de chegada das mulheres em horário e data préAnais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 definidas pela enfermeira da ESF para coleta do exame de Papanicolaou. Será aplicado questionário de Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), que foi adaptado pelos autores dessa pesquisa. O instrumento utilizado é semiaberto, aborda dados como: idade, situação conjugal, nível de escolaridade, ocupação, sendo 10 (dez) perguntas com opções de múltipla escolha, das quais 5 (cinco) tem opções de resposta pessoais. As mulheres que serão entrevistadas deverão preencher um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. A identidade pessoal será mantida em sigilo, e a identificação será por meio de uma numeração ordinal crescente. Os dados abordados no questionário que antecedem às perguntas servirão de base para traçar a faixa etária e um breve perfil social das mulheres pesquisadas. Os dados serão trabalhados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Caracterização da População do Estudo Tabela 1: Características sócio demográficas da população investigada. Características Números Gênero Feminino 18 Faixa etária Menor que 25 anos 4 25 - 59 anos 12 Igual ou maior que 60 anos 2 Situação Conjugal Casada Solteira Viúva Outras % 100% 22% 67% 12% 6 3 2 7 33% 17% 11% 7% 4 6 4 6 22% 33% 22% 33% 8 4 5 1 44% 22% 28% 6% Escolaridade Nenhum Ensino Fundamental 1ª a 4ª Ensino Fundamental 5ª a 8ª série Ensino Médio Ocupação Lavradoras Do lar Aposentadas Não se aplica Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Categorias abordadas no questionário semi-aberto. Da realização do exame de Papanicolaou. Nem todas as entrevistadas já haviam realizado o exame, 15 (83%) já fizeram o exame, e 3 (17%) nunca haviam o feito. De acordo com Pimentel et al, (2011), grande parte das mulheres deixam de comparecer ou retardam a realização do citologia oncótica devido a falta de informação acerca da importância da realização do exame, e ainda, se as receberam, não houve por parte das mesmas condições de elaborá-las ou incorporá-las ao seu cotidiano de preocupações. Seguindo essa perspectiva, Souza et al, (2008), enfatizam a existência de idéias pré-concebidas a respeito da realização do primeiro exame, onde são compartilhadas experiências negativas passadas por mulheres que já realizaram o exame. Intervalo para realização do exame. Figura 1: intervalo na realização dos exames. Os resultados demonstram que 44% (8) das entrevistadas realizam o exame Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando essas mulheres dentro do intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, destarte, de acordo com Davim et al, (2005), isso pode ser justificado pela maior cobertura oferecida de forma rotineira pelas UBS, assim oportunizando a essas mulheres maior adesão a realização do exame, uma vez vinculadas as estas UBS’s por questões de planejamento familiar, pré-natal e procedimentos rotineiros. Razão pela não realização do exame. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: razões para não fazerem o exame. Como podemos observar na figura 2, grande parte das mulheres não realizam o exame Papanicolaou, por não acreditar que isso tenha algum valor, 10 (56%) das entrevistadas alegam esquecimento, para Barbeiro et al, (2009), os problemas enfrentado pelas mulheres para realização do exame de prevenção do câncer de colo de útero refere-se, muita das vezes, a carência de informações corretas e uma linguagem compatível com a do público em questão. De acordo com Pimentel et al, (2011), dentre os motivos diversos foi destacado pelos autores a vergonha, pelo fato das mulheres se exporem durante a realização do exame, e ainda pela perda de domínio em relação ao seu próprio corpo, tornando-as impotentes e desprotegidas. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tempo da realização do último exame. Figura 3: último exame realizado. Quanto à realização do último exame, 6 (33%) das entrevistadas afirmaram ter realizado o exame num período de 6 a 12 meses, atrás e 3 (17%) há um período superior a 24 meses. Em estudo realizado por Pimentel et al., (2011), o exame de Papanicolaou não é realizado pelas mulheres com a periodicidade recomendada pelo Ministério da Saúde, os mesmos destacam que a não realização do exame preventivo de forma periódica implica na possível descoberta de estádios avançados das lesões intraepiteliais, diminuindo em grande parte as chances de cura. Motivo pelo qual é feita a realização do exame Papanicolaou. Das entrevistadas 15 (83%) declaram possuir algum conhecimento sobre a importância da realização do exame e 3 (17%), afirmam desconhecer qualquer motivo acerca da realização da citologia oncótica. Destarte, Davim et al, (2005), para os autores, a dificuldade de acesso ao serviço de saúde para realizar o exame de Papanicolaou, atribui-se a campanhas de prevenção e ou detecção mal sucedidas, e ainda, pelo desconhecimento sobre o câncer ginecológico acrescido de tabus e ideias sobre a mulher. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Razões para realização do exame. Figura 4: razões para realizar o exame. Dentre as razões para a realização do exame 7 (39%) das entrevistadas afirmaram realizar o exame para cuidar da saúde e 6 (33%) por prevenção. Segundo estudo realizado por Darvim et a., (2008), das 150 mulheres entrevistadas, 87 (58%) referem que o exame de Papanicolaou é capaz de prevenir contra a formação do câncer e também indicar o tratamento adequado. E ainda os mesmos autores, revelam que a literatura demonstra a percepção das mulheres quanto à finalidade do exame de Papanicolaou, seja apenas como um instrumento de detecção de afecções ginecológicas, e não como um método de rastreamento da doença, devendo ser também realizado pelas assintomáticas. Acesso às informações antes da realização do exame. Das entrevistadas 1 (6%) nunca obtiveram nenhum tipo de informação sobre o exame de Papanicolaou, enquanto 17 (94%) tiveram informações acerca do exame. De acordo com Pimentel et al, (2011), muitas vezes a população desconhece seus direitos e não tem coragem de perguntar ao profissional que lhe presta o atendimento detalhes da consulta e do procedimento realizado, porém há um déficit considerável de profissionais incapazes de oferecer algum tipo de informação para realizar o exame. 3.2.8. Local de recebimento da informação. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 5: acesso a Informações sobre o exame. O local de acesso à informações sobre o exame papanicolaou que apresentou maior ocorrência foi através do ginecologista 4 (22%) e de outras fontes como por exemplo, familiares, enquanto que os enfermeiros da ESF aparecem com 3 (17%). De acordo com um estudo realizado por Barbeiro et al, (2009), quando os autores questionaram as mulheres com que profissional de saúde preferem realizar o exame Papanicolaou, 35 (76%) das 46 mulheres entrevistadas, informaram que preferem realizar e conversar acerca do Papanicolaou com o médico, pois acreditam que este profissional está mais habilitado a prestar orientações bem como realizar o exame, e ainda se sentem mais seguras para realizar o mesmo. Já para Neves, Freitas e Soares (2007), as mulheres buscam informações acerca do exame com pessoas mais próximas (amigas, no trabalho, parentes, empregadoras, ou até mesmo um esforço autodidata), porém na maioria das vezes essas informações são incorretas. Significados para as mulheres na realização do Papanicolaou. Figura 6: significado do exame. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O exame de papanicolaou ressaltamos com significado para as entrevistadas de 5 (28%) descobrir cedo a doença, enquanto que na mesma posição 4 (22%) obrigação e evitar o câncer. Para os autores Neves, Freitas e Soares (2007), de acordo com Lopes (1996), o exame Papanicolaou é considerado importante e necessário para diagnóstico, pois a prevenção envolve a compreensão daquilo que pode surgir como problema ginecológico e não simplesmente como doença grave e fatal. Assim sendo, as mulheres consideram a realização do exame de Papanicolaou de maneira consciente ou inconsciente para evitar futuros agravos. Sentimentos evidenciados pelas mulheres durante a realização do exame. Figura 7: sentimento ao submeter ao exame. Dentre todos os sentimentos apontados, destacamos a vergonha citada por 5 (28%) e vários sentimentos juntos, 8 (44%) dentre eles: desconforto, vergonha, medo e ansiedade. Estudos realizados por Souza et al, (2008), demonstram que a vergonha está relacionada ao fato da mulher expor a intimidade de seu corpo para um profissional como sendo a maior causa mencionada, e ainda a tensão manifestada interfere na realização do exame principalmente na contratilidade da musculatura pélvica e vaginal que dificulta a introdução do espéculo, provocando desconforto e dor, ou seja sentimentos desencadeados devido ao processo de ansiedade apresentado. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS O referido trabalho nos proporcionou conhecer quais sentimentos são vivenciados pelas mulheres durante a realização do exame Papanicolaou ou como é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. E por meio do perfil das entrevistadas, evidenciamos qual é a frequência destas mulheres para realização do referido exame, como podemos evidenciar na discussão dos dados que grande parte destas mulheres estão realizando o exame dentro da faixa etária estabelecida pelo Ministério da Saúde. Diante disso segundo Cruz e Loureiro (2008), o câncer do colo do útero, quando detectado e tratado em fase inicial ou em fases precursoras, pode chegar a um índice de 100% de cura e, ainda pode ter suas estatísticas de mortalidade reduzidas em 80%, se existir um programa de rastreamento e preventivo de forma efetiva e eficaz. Para isso é de extrema importância que os profissionais de saúde atuantes em UBS’s em especial o enfermeiro estabeleça um vínculo cada vez maior com essas mulheres, pautados na ética e princípios que regem a profissão. Para que cada vez mais mulheres busquem realizar este exame, segundo Ferreira (2009), é de suma importância que os profissionais da saúde atuem de forma diferenciada, respeitando, a privacidade, e no que tange ao direito das mulheres em conversar acerca do câncer de colo uterino, de forma que as mesmas compreendam o que é falado, ou seja, com linguagem adequada para esse público. Destarte, propomos fornecer informações, discussão, diálogo, acerca do exame, baseado em ações de cunho educativo. Atender essas mulheres com maior sensibilidade e compreensão diminui muito os sentimentos evidenciados neste estudo, enfatizar a humanização no acolhimento a essas mulheres tem efeito positivo neste processo, diminuir os obstáculos entre profissional/usuária, todas essas medidas contribui para adesão das mulheres ao exame. REFERÊNCIAS BARBEIRO, Fernanda Morena dos Santos et al. Conhecimentos e práticas das mulheres acerca do exame Papanicolau e prevenção do câncer cérvico-uterino. Revista de Pesquisa: cuidado é fundamental Online, 2009. set./dez. 1(2), p. 414422. ISSN 2175-5361. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 BEGHINI, Alessandra Bonato et. al. Adesão das acadêmicas de enfermagem à prevenção do câncer ginecológico: da teoria à prática. Texto contexto – enfem. [online]. 2006, v. 15, n.4, p. 637-644. ISSN 0104-0707. 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[email protected] RESUMO A infecção do trato urinário (ITU) ocorre com maior frequência no sexo feminino, apresentando incidências que aumentam na fase adulta. Está relacionada com higiene inadequada, atividade sexual, gestação e menopausa. No sexo feminino, além da uretra mais curta, há também, maior proximidade do ânus com a uretra e o vestíbulo vaginal, possibilitando a colonização destes por enterobactérias que, habitualmente, causam ITU. O objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento das mulheres sobre as causas e medidas de prevenção de ITU. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual para seu desenvolvimento, entrevistou-se 50 mulheres na faixa etária entre 25 a 50 anos do município de Matipó, localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Observouse a prevalência de 86% de ITU das entrevistadas, sendo 75% dos casos acometidos durante a gravidez e 88% do grupo desconhecia as causas e os modos de prevenção de infecção do trato urinário. PALAVRAS-CHAVE: Infecção do trato urinário; fatores de risco; profilaxia. INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) consiste numa afecção muito comum e está relacionada em grande parte com processos infecciosos, comunitários e hospitalares. Caracteriza-se pelo aumento desordenado da proliferação de microrganismos, principalmente bactérias, nas vias urinárias: bexiga, sistema coletor e rins (NETO, 2003). Anualmente, cerca de 5% a 12% das consultas urológicas ambulatoriais têm relação com a infecção urinária. Ocorre com maior frequência em crianças do sexo feminino a partir dos 6 anos de idade, em mulheres jovens e aumento da incidência na fase adulta (KOCH, 2009). Ao longo da vida 80% das mulheres são acometidas por infecção urinaria, dessas 30% apresentam episódios de repetição (VARELA, 2014). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As ITU podem atingir a bexiga e provocar cistite ou atingir o trato urinário superior e provocar pielonefrite. A última, ao contrário da primeira, é mais complicada, e está comumente associada com a presença de cálculos renais (FILHO, 2010). O levantamento de dados é o alicerce no qual fundamenta o cuidado de enfermagem. Mulheres com cistite não complicada, podem ter o diagnóstico através do exame físico e pela avaliação de sinais e sintomas, o que não exclui a realização de exames laboratoriais quando o médico julgar necessário (NICOLAU,2008). Dentre os fatores de risco, estão mais suscetíveis à ITU pacientes com vida sexual ativa, em uso de espermicida, grávidas e diabéticos (CHEDID, 2009). Diante das altas taxas de incidência e prevalência de ITU observadas no Brasil, é de suma importância que os profissionais de saúde, dentre eles enfermeiros, estejam atentos para essa realidade, pois a morbidade por tal afecção pode ser reflexo de ações e políticas de prevenção deficitárias, bem como a falta de conhecimento das medidas de prevenção por parte da população feminina. Sensibilizados com o tema, formulamos o seguinte objetivo: investigar o conhecimento das mulheres sobre as causas e medidas de prevenção de infecção do trato urinário. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A infecção do trato urinário (ITU) é uma afecção muito comum, tanto no ambiente hospitalar, quanto na comunidade, caracterizando um processo infeccioso comunitário, que se inicia quando microrganismos se instalam na bexiga, próstata, sistema coletor ou rins, podendo ser causadas por fungos, vírus ou bactérias (NETO, 2003). Conforme Neto (2003), o agente bacteriano mais comum associado à infecção urinária assintomática é a Escherichia coli, que corresponde a mais de 85% dos casos de infecções comunitárias e prevalecem em crianças e mulheres jovens. Destacam-se ainda outras espécies de bactérias tais como Staphylococcus saprophyticus, Proteus sp, Klebsiella sp, Pseudomonas sp e Serratia sp. Grupos importantes de bactérias que causam ITU são gram-negativos, destacandose as enterobactérias das espécies Enterobacter sp e Enterococcus sp (WINBERG, 1973). Existem fatores importantes, que corroboram para desencadear o processo infeccioso de uma ITU, tais como: gestação, inicio de atividade sexual, uso de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 contraceptivos e espermicidas, anatomia pélvica relacionada com a distância significativamente menor entre ânus e uretra e Diabetes Mellitus (HEILBERG, 2009). Transformações anatômicas durante o período gestacional são fatores favoráveis às ITU. Dentre elas, a dilatação da pelve renal e ureteres, redução da capacidade renal em concentrar a urina, além do pH alcalino, favorecem o crescimento bacteriano (BAUMGARTENA , 2011). Dentre os meios de profilaxia, podemos citar a troca de contraceptivos, maior ingesta hídrica, micção pós-coital e quimioprofilaxia contínua (NETO, 2003). Conforme Neto (2003), sua incidência é variável. No inicio da vida é mais comum em crianças do sexo masculino devido a má-formação congênita. Mais tarde, a incidência torna-se maior no sexo feminino, sendo que na idade pré-escolar, é 10 a 20 vezes maior em meninas. Em adultos do sexo masculino a incidência é maior quando submetidos ao cateterismo vesical e hiperplasia de próstata. Em homossexuais, a incidência de ITU se dá pela prática de sexo anal, que favorece a disseminação de enterobactérias na região perianal, associada com a falta de higiene (RODRIGUES, 2010). A escolha da antibioticoterapia é de suma importância no tratamento da ITU, com prescrições médicas de drogas que atuem diretamente no agente da infecção urinária, interferindo o mínimo possível em outros locais do organismo e, portanto, preservando a flora intestinal e as defesas do paciente. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro também pode selecionar bactérias mais virulentas, aumentando o risco de dano renal (RODRIGUES, 2010) Muitas vezes a terapêutica iniciada é interrompida, agravando ainda mais o quadro clínico, podendo ocorrer disseminação da Escherichia coli para a corrente sanguínea, provocando choque séptico e até mesmo o óbito (NETO, 2003) Conforme Winberg (1973), a sintomatologia provocada depende muito do desenvolvimento da doença e o tratamento difere-se de acordo com sua gravidade. METODOLOGIA O presente trabalho trata-se de uma pesquisa quantitativa, no qual para seu desenvolvimento entrevistou-se 50 mulheres na faixa etária entre 25 a 50 anos do município de Matipó, localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. As entrevistadas estão cadastradas no Programa de Saúde da Família, localizado na Policlínica Central, onde aplicou-se questionário estruturado do tipo fechado com 17 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 perguntas, individual e consensual, de tal forma que a entrevistada poderia desistir a qualquer momento de participar da pesquisa. O trabalho foi realizado conforme a resolução de nº 466, de 12 de dezembro de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos. Tal método permitiu avaliar o conhecimento das mulheres sobre a ITU, bem como sintetizar as evidências disponíveis sobre a frequência, causas, medidas de prevenção, sintomas e dificuldades nas relações sexuais com o parceiro. RESULTADOS E DISCUSSÕES Incidência de ITU Das 50 mulheres entrevistadas 43 (86%) relataram ter tido infecção urinária em algum período de suas vidas (FIGURA 1). Essa incidência se dá pelos seguintes fatores: gravidez, onde há uma diminuição das defesas da mulher, além disso, durante a gestação há um aumento da progesterona, o que causa um relaxamento maior da bexiga e favorece a estase urinária. Bactérias da espécie Escherichia coli têm maior representatividade na incidência, sendo responsáveis por mais de 85% das causas de ITU. Ao término da entrevista notamos que 75% das mulheres tiveram infecções urinárias durante a gravidez, e que isso constitui um problema comum no período gestacional, sendo que esse problema associa-se com os piores prognósticos maternos e perinatais (CUNHA et al., 2002). Sendo assim, das 43 que relataram terem tido infecção urinária, 32 delas apresentaram ITU na gestação (FIGURA 1). Segundo Duarte et al. (2008), as mudanças anatômicas e fisiológicas impostas ao trato urinário pela gravidez, predispõem à infecções urinárias, tornando-se mais evidentes no segundo e principalmente no terceiro trimestre. O risco de infecção urinária sintomática aumenta com a idade gestacional (CUNHA et al., 2002). Conforme Neto (2003), cerca de 90% dos casos de ITU são causados por enterobactérias, sendo que 85 a 90% dessas infecções o agente mais frequente é a Escherichia coli. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Sintomas Os sintomas que foram relatados pelas entrevistadas foram: sensação de queimação ao urinar, pouca urina em intervalos curtos e urgência em urinar. Do grupo, 31 relataram ter adquirido 2 ou 3 episódios de infecção urinária no período de um ano. Segundo Rodrigues (2010), a ITU de repetição é frequente em pacientes do sexo feminino, com investigação do trato urinário sem anormalidades. Tais pacientes apresentam maior vulnerabilidade à colonização vaginal, mesmo em períodos assintomáticos. É necessário que, ao perceber esses sinais, a mulher procure um urologista para ter diagnóstico adequado, pois para a infecção urinária de repetição há tratamento eficaz. Quando a infecção urinária não é tratada corretamente, as bactérias podem subir para os rins e podem gerar várias complicações como infecção generalizada, que pode levar a óbito. Profilaxia x tratamento Das mulheres entrevistadas, 88% relataram não saberem sobre os meios de prevenção e sobre as causas de contaminação. Segundo elas, nunca tiveram nenhuma informação de como se prevenir ou de como minimizar os riscos potenciais para adquirirem infecção urinária. Sobre o tratamento, 39 mulheres, (78%) conseguiram eliminar a ITU com o tratamento farmacológico administrado e 22% disseram não ter efeito positivo (FIGURA 1). Segundo algumas mulheres, o tratamento realizado foi com antibiótico mediante a prescrição do médico, já outras disseram não terem tido tratamento medicamentoso, utilizando-se de automedicação, fazendo uso de chás de ervas do conhecimento popular. O tratamento deve ser feito de acordo com a localização e presença de fatores complicantes, estratégias envolvendo diferentes esquemas terapêuticos de acordo com grupos específicos de pacientes com ITU maximizam os benefícios terapêuticos, além de reduzir os custos e as incidências de efeitos adversos (CUNHA et al., 2002). A eficácia ótima das drogas ocorre no período pós-miccional. A concentração urinária dos antibióticos refletem os presentes na medula renal, sendo portanto, melhores guias de eficácia do que as concentrações séricas, exceto quando da presença de insuficiência renal. As concentrações renais das drogas por sua vez, dependem do mecanismo de excreção renal, fluxo urinário, pH e função renal. Abscessos tendem a ter pH e pO2 reduzidos, e a penetração antimicrobiana em cistos também é precária (RODRIGUES, 2010) Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 De acordo com Rodrigues (2010), as drogas mais utilizadas para fins profiláticos são a Nitrofurantoína (100mg/dia) e Sulfametoxazol-trimetoprim (480mg/dia). A dose sugerida é de um comprimento a noite ao deitar, pois o clareamento bacteriano é menor durante o dia, ou então 3 vezes por semana durante 3 a 6 meses. Quando a ITU está relacionada com a atividade sexual, pode-se prescrever um comprimido após cada relação. Algumas recomendações para o manuseio não medicamentoso de pacientes com ITU incluem: aumento de ingestão de líquidos, urinar em intervalos de 2 a 3 horas, urinar sempre antes ou após coito, evitar o uso de diafragma ou preservativo associados com espermicida, para não alterar o pH vaginal. 1. Desconhecem as causas e formas de prevenção. 2. Prevalência de ITU. 3. Eficácia do tratamento medicamentoso. 4. ITU durante a gravidez. Figura 1. Percentuais relacionados com a prevalência, gravidez e conhecimento sobre causas e modos de prevenção de infecção do trato urinário (ITU). CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, procuramos destacar a incidência, sintomas, tratamento e prevenção da infecção do trato urinário, em mulheres acima de 25 anos e que já tiveram ou não infecção e também em gestantes. Observamos que nessa faixa etária a bactéria E. coli é um agente habitual de ITU. Recomenda-se que as gestantes portadoras de ITU sejam tratadas com antibióticos e, em casos de ITU de repetição, mantidas com quimioprofilaxia, diminuindo os riscos de complicações materno-fetais. Não existe nenhuma prevenção específica para a ITU, contudo, podem ser tomadas algumas precauções mediantes algumas situações como, infecções recorrentes que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 fazem profilaxia prolongada com antibióticos específicos. Com relação às mulheres, alguns cuidados são sugeridos para evitar uma futura infecção ou até mesmo uma infecção reincidente: beber bastante água, urinar sempre que sentir necessidade, fazer higienização da genitália no sentido antero-posterior, evitando contaminação fecal e limpar a área antes da relação sexual. É importante evidenciar que as infecções do trato urinário não são doenças irrelevantes e que apresentam significado clínico importante. REFERÊNCIAS BAUMGARTENA, Maria Cristina Dos Santos, SILVA, Vanessa Giendruczak. Infecção urinaria na gestação: uma revisão da literatura. 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Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. [email protected] RESUMO O estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de pacientes cadastrados no programa HIPERDIA de uma Estratégia de Saúde da Família. Coletaram-se informações relativas à adesão ou não do tratamento e conhecimentos dos pacientes em relação aos fatores que dificultam e/ou favorecem o tratamento correto, tanto para a Hipertensão Arterial quanto para Diabetes Mellitus. A utilização de medicamentos e ainda a prática de atividades física, como contribuinte para uma resposta positiva ao tratamento. O trabalho mostrou a importância de informações ao grupo de pacientes atendidos pelo HIPERDIA, onde o enfermeiro realiza ações de prevenção e promoção à qualidade de vida dessas pessoas. PALAVRAS-CHAVE: Perfil epidemiológico; Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial; HIPERDIA. INTRODUÇÃO A situação da saúde, atualmente, no Brasil e em Minas Gerais, é determinada por dois fatores importantes. A cada ano acrescentam-se 200 mil pessoas maiores de 60 anos à população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema de saúde, ou seja, o envelhecimento populacional está diretamente ligado ao aparecimento de doenças crônicas e várias outras morbidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Somando-se a isso, o cenário epidemiológico brasileiro mostra uma transição: as doenças infecciosas que respondiam por 46% das mortes em 1930, em 2003 foram responsáveis por apenas 5% da mortalidade, dando lugar às doenças cardiovasculares, aos cânceres e aos acidentes e à violência. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até o ano de 2020, as condições crônicas serão responsáveis por 60% da carga global de doença nos países em desenvolvimento (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, 2006). O impacto causado por patologias crônicas é preocupante. Para a análise do componente de morbidade, o mesmo Estudo de Carga de Doenças de Minas Gerais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 (FIOCRUZ, 2011) para o ano de 2005 mostra que mais de 3/4 da carga de doenças no Estado (medidas em DALY – anos de vida perdidos por incapacidade) eram pelo Grupo das doenças não transmissíveis (Grande Grupo II), o qual é fortemente influenciado pela hipertensão e pelo diabetes (ALVES JÚNIOR, 2011). Estima-se que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) afete 20% da população adulta em Minas Gerais; destes 25% apresentam alto grau de risco cardiovascular, segundo estratificação de risco utilizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Em nível nacional, considera-se que 40% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e 25% das mortes por doença arterial coronariana sejam determinadas pela HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Já o Diabetes Mellitus (DM) é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a epidemia mundial do século XXI. Atualmente a OMS estima que 346 milhões de pessoas sejam diabéticas; em 2030, espera-se que as mortes por essa condição crônica dobrem em relação a 2005. Influenciada por fatores globais, tais como o envelhecimento da população e a prática de hábitos de vida não saudáveis, a SES/MG já trabalha oficialmente com a estimativa de que 10% dos adultos mineiros sejam diabéticos (ALVES JÚNIOR, 2011). Já o número estimado de indivíduos com HAS no Brasil é de, aproximadamente, 18 milhões sendo que apenas 30% dos casos estão controlados (MIRANZI et al., 2008). Contudo em 2002, através do Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde, foi criado o Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos, o HIPERDIA. Neste contexto, o presente estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico, e os fatores associados à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus (DM) na população cadastrada no programa HIPERDIA da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó/MG. Como o Bairro Boa Vista é muito populoso e o grupo de hipertensos e diabéticos é muito expressivo, faz-se necessários estudos como este para traçar o perfil epidemiológico da população e definir estratégias para lidar com esses pacientes. Contribuindo assim para uma conscientização dos pacientes com HAS e DM e suas famílias sobre a necessidade dos cuidados e controle relacionados à doença, consequentemente melhorando a expectativa e a qualidade de vida da população com hipertensão e diabetes. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERENCIAL TEÓRICO Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus Os fatores responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas incluem o envelhecimento populacional, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis: como a dieta inadequada, a obesidade e o sedentarismo (BRASIL, 2006). Estudos realizados no Brasil demonstraram que pelo menos 85% dos idosos apresentam pelo menos uma doença crônica e que cerca de 10% deles tem cinco doenças ou mais (SILVETRE e COSTA, 2003). Entre as doenças crônicas, as mais diagnosticadas são a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), doenças que atualmente são consideradas um problema de saúde pública. Segundo Amadeo, (2010) a HAS é uma doença crônica degenerativa de etiologia multifatorial que compromete os vasos do organismo, determinando alterações no tônus vasomotor e favorecendo a vasoconstrição, aumentando a Pressão Arterial (PA). O número estimado de indivíduos com HAS no Brasil é de, aproximadamente, 18 milhões, sendo que apenas 30% dos casos estão controlados (MIRANZI et al., 2008). Entre os hipertensos, 6% a 8% são crianças, 20% adultos e 65% idosos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009; SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, 2010). No ano de 2003, 27,4% dos óbitos ocorridos no Brasil, foram decorrentes de doenças cardiovasculares e a principal causa de morte em todas as regiões do país foi devido ao acidente vascular cerebral (AVC) (V DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2007).Como as doenças do aparelho circulatório são o primeiro grupo de causa de óbitos (aproximadamente 1/3) e o segundo em relação às internações, torna-se necessária a implementação de medidas efetivas para o controle da HAS (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, 2010). Portanto, por se tratar de uma doença crônica bastante comum e devido às altas taxas de morbimortalidade associadas e ao comprometimento da qualidade de vida, a HAS é um grave problema de saúde pública. Outra patologia que tem tratamento, porém não é passível de cura é o Diabetes Mellitus (DM), um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia resultante da falta de insulina, falta do efeito da insulina, ou ambos. Esse distúrbio é considerado uma importante causa de morbimortalidade no Brasil e também fator contribuinte em Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 cerca de 50% dos infartos do miocárdio e em cerca de 75% dos Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE), podendo causar insuficiência renal e doença vascular periférica, além de ser a principal causa de cegueira evitável (SOUZA, 2011). O DM é considerado uma epidemia mundial, sendo um grande desafio para os sistemas de saúde (BRASIL, 2006). Pelo número de pessoas afetadas e pelas implicações econômicas envolvidas no seu controle e tratamento, a DM constitui grave problema de saúde pública em todo o mundo (AGUIAR, 2008). Foi consenso, por longo período, a noção de que o impacto das doenças em termos de saúde pública fosse medido pelos índices de mortalidade. Entretanto, nas patologias crônicas, outras perspectivas de avaliação dos resultados estão sendo pesquisadas, levando-se em conta não somente a dimensão médica de redução da morbimortalidade, mas também a Qualidade de Vida (QV) desses pacientes (FAVARATO et al., 2006). Especificamente na área da saúde, houve uma necessidade de se diferenciar o conceito de qualidade de vida, devido à demanda de estudos destinados às patologias crônicas. Porém, Segre e Ferraz (1997), Fleck et al. (1999), Paschoal (2000), Minayo et al. (2000), entre outros pesquisadores dos indicadores de qualidade de vida, fazem diversas críticas sobre este conceito de saúde, considerando ora utópico, ora reducionista, porém útil como norteador na busca de esforços para a construção e a implementação de uma boa qualidade de vida. Ainda que cause controvérsias ou apresente alguma inadequação a algumas situações específicas, o conceito de qualidade de vida da OMS é o mais aceito e utilizado pela comunidade científica. O grupo de especialistas dessa Organização Mundial definiu que a “Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo acerca de sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e os sistemas de valores nos quais vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. (THE WHOQOL GROUP,1995,P.3) Por tanto, a utilização de instrumentos de avaliação da QV permitem a avaliação mais objetiva e clara do impacto global das doenças crônicas, como o DM e HAS na vida dos pacientes. Tal avaliação tem a vantagem de incluir aspectos subjetivos geralmente não abordados por outros critérios de avaliação (SANTOS et al., 2006). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Entre estes aspectos subjetivos da qualidade de vida, faz-se pertinente a abordagem do conceito de modo de vida e seus detalhamentos.Conforme Paim (1995), em discussão sobre estudos de condição de vida e saúde, o modo de vida é construído na medida em que um indivíduo se submete às formas de inserção num espaço ocupacional disponível e, ao ser absorvido por ele, vende ou troca sua força de trabalho por certa remuneração. O autor decompõe o modo de vida em: condições de vida e estilo de vida. Para ele, o primeiro depende diretamente das condições de renda e indiretamente das políticas públicas que favorecem ou não a distribuição de bens de consumo coletivo; e estilo de vida se refere a um conjunto de comportamentos, hábitos e atitudes que não necessariamente corresponde ao modo de vida. Paschoal (2000) concorda com as definições anteriores e acrescenta que o nível de vida é um indicador de qualidade de vida que agrega as dimensões sociais e econômicas. Esse é um conceito constituinte do termo qualidade de vida, já que o nível de vida depende primordialmente de definições e perspectivas políticas. As condições de vida são também um indicador de qualidade de vida que inclui o conceito de nível de vida, uma vez que considera as suas dimensões associadas às questões psicológicas. Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – HIPERDIA O Ministério da Saúde (MS), na tentativa de amenizar o problema, utiliza algumas estratégias que visam minimizar a morbimortalidade associada à HAS e o DM, dentre elas a Estratégia Saúde da Família (ESF) realiza importante papel na organização da assistência primária. Uma destas estratégias utilizadas pela ESF é o programa HIPERDIA, um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à HAS e ao DM, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, com objetivo de gerar informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde (ALVES JUNIOR, 2011). De acordo RESOLUÇÃO SES Nº 2.606, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2010, o Programa HIPERDIA tem como missão coordenar a estruturação da Rede de Atenção à Saúde da população portadora de Hipertensão Arterial, Doenças Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica em Minas Gerais, por meio de sistema regionalizado e integrado de ações em saúde. A mesma resolução citada acima trata dos objetivos do HIPERDIA que são: (i) Formular, regular e fomentar ações voltadas para redução dos fatores de risco para o desenvolvimento da Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica. (ii) Melhorar a qualidade de vida e ampliar a longevidade da população, por meio de intervenções capazes de diminuir a morbimortalidade por Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica. (iii) Qualificar os profissionais da rede pública de atenção à saúde para ofertar atenção integral aos portadores de Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica. O HIPERDIA permite além do cadastramento do paciente o recebimento dos medicamentos prescritos, ao mesmo tempo em que em médio prazo, pode definir o perfil epidemiológico da população atendida, e possibilitar consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, melhorando a qualidade de vida dessas pessoas e reduzindo o custo social relacionado (ALVES JUNIOR, 2011). Neste contexto, pode-se afirmar que a principal estratégia para o tratamento da HAS e o DM é o processo de educação por meio do qual a aquisição do conhecimento permitirá mudanças de comportamento tanto em relação às doenças quanto em relação aos fatores de risco cardiovascular. Segundo Candeias 1997, educação em saúde são quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à saúde. Pressupõe-se então que a principal meta do aprendizado é treinar os diabéticos e hipertensos a fazer decisões efetivas em seu autocuidado, tornando-se, por assim dizer, um gerente de seu próprio tratamento, utilizando o sistema de saúde como uma ferramenta para seu controle (LEITE et al., 2008). METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa. Segundo Gressler (2004), a pesquisa descritiva é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 situações para futuros planos e decisões e de acordo com Gil (2006) a pesquisa de abordagem quantitativa, tem como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma das características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município de Matipó cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café) (IBGE, 2010). O município conta com 7(sete) UBS para o atendimento populacional, porém a UBS que fez parte da pesquisa foi a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Boa Vista. O Boa Vista é um bairro em situação de vulnerabilidade social, que abrange 1/3 da população do referido Município, que de maio a setembro se dedicam à colheita de café nas lavouras de Matipó e da região, vivendo praticamente o ano todo desta renda. A escolha da população do Bairro Vista ocorreu devido ao fato de ser um grupo em situação de vulnerabilidade social, grande densidade populacional no território da unidade de atenção primária e um elevado número de cadastrados. O bairro apresenta 4.084 habitantes cadastrados na ficha A. Sendo que desde, 579 são hipertensos e 90 são diabéticos. Percentualmente, a representação dos hipertensos e diabéticos é de 16,4%. A identificação do perfil epidemiológico e dos fatores associados à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus (DM) da população usuária da Estratégia de Saúde da Família do Bairro Boa Vista, foi realizada através de dados secundários obtidos nos cadastros do programa HIPERDIA. Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados através de estatística descritiva. Os resultados serão apresentados em gráficos, que orientarão a discussão dos resultados. RESULTADO E DISCUSSÕES Em relação às características gerais da população estudada, foram consultadas 314 fichas cadastrais do programa, de forma aleatória, pois estas estavam disponíveis para a realização do presente estudo, que era esperado um total de 669 pacientes, onde apenas os 314 pacientes, fazem o controle regular da Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Hipertensão Arterial e da Diabetes Mellitus. A coleta dos dados foi realizada no mês de fevereiro de 2014. A faixa etária dos pacientes mostrou que existe uma variância da idade, onde os maiores números de pacientes hipertensos e diabéticos, estavam entre 46 e 85 anos, sendo importante destacar que o maior número se concentra nas idades de 56 à 65 anos, apresentando um valor de 24,8%, podendo ainda constar que apresentou-se pessoas com idade inferior à 23 anos e superior à 95 anos. A escolaridade também foi um dado analisado, do qual observou que 53% dos pacientes, não sabem ler ou escrever, o que pode estar relacionado com o alto índice de pacientes hipertensos e diabéticos, onde muitos pacientes apresentam dificuldade de leitura e interpretação, ocasionando a partir daí, problemas relacionados à saúde e aos cuidados básicos para a prevenção e o cuidado com a hipertensão e diabetes. O IMC revelou que cerca de 42% dos pacientes investigados, foram avaliados com um sobrepeso, 2% da população analisada estava no quadro de obesidade III (severa). Peixoto e colaboradores (2006) definem a obesidade como um excesso de gordura corporal, resultante do desequilíbrio crônico entre consumo alimentar e gasto energético. Entre os prejuízos causados pela obesidade, destaca-se o fato de ela ser um fator de risco independente para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares e alguns tipos de cânceres. Está ainda fortemente associada a outros fatores de risco cardiovasculares, elevando a magnitude da morbidade e mortalidade pelas doenças cardiovasculares. Relacionando aos fatores de risco e doenças concomitantes, observou-se que 58% da população estudada apresenta HAS,11% são sedentárias, o que justifica o alto índice de sobrepeso, 14% são tabagistas, e um total de 15% da população possui Diabetes. Observou-se também que 11% da população possuem HAS e não possui Diabetes, e que 73% da população estudada possui tanto Diabetes como HAS. Observou-se que 2% da população estudada foi vítima de Infarto Agudo do Miocárdio, uma vez que possuem hipertensão grave PAS>/= 180 ou PAD >/=110, 1% dos pacientes apresentou Acidente Vascular Cerebral, e apenas 2% dos pacientes apresentaram outras cardiopatias relacionadas com a HAS e DM, como doença renal, e um número alto de 95% não apresentou nenhuma complicação. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A proporção de indivíduos com pressão arterial controlada também é extremamente baixa em pacientes com outros fatores de risco cardiovascular, diabetes ou antecedente de infarto agudo do miocárdio, nos quais a redução da pressão arterial tem importância fundamental para a diminuição de eventos fatais (MION JUNIOR; SILVA; ORTEGA; NOBRE,2006). Em levantamento sobre a medicação utilizada pelos pacientes do HIPERDIA, pode-se analisar um número elevado do uso de medicamentos como o Hidroclorotiazida, Propanolol, Captopril e Glibenlamida, pois são medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, para o tratamento de HAS e DM, ambos conciliados pelos pacientes, e com o auxilio de outros medicamentos para garantir um melhor tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente estudo, foi observado, o perfil epidemiológico dos pacientes do programa HIPERDIA, na UBS do Bairro Boa Vista, levando em consideração vários aspectos que possam influenciar o tratamento da Hipertensão Arterial e Diabetes, nos pacientes residentes e cadastrados neste bairro. É fato que apenas a distribuição gratuita da medicação não é suficiente para garantir a adesão ao tratamento, visando uma melhoria da saúde da população desse bairro da cidade. Baseando-se nos resultados expostos no presente trabalho, conclui-se que a HAS e a DM, deve ser um assunto tratado com a população em geral, para que seja possível mostrar a importância da prevenção e o controle a partir do uso de medicamentos adequados, juntamente com a realização de atividades físicas, respeitando sempre o limite corporal de cada pessoa. É importante observar que os pacientes do HIPERDIA, se preocupam em cuidar de seu bem estar, e estão sempre procurando informações pra uma vida mais saudável. Os sistemas de informação em saúde, em geral, são instrumentos para adquirir, organizar e analisar dados necessários à definição de problemas e riscos para a saúde, avaliar a eficácia, eficiência e influência que os serviços prestados possam ter no estado de saúde da população, além de contribuir para a produção de conhecimento da saúde e de assuntos referentes a ela como um todo. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS AGUIAR, Carlos Clayton Torres; VIEIRA, Anya Pimentel G. Fernandes; CARVALHO, André Ferrer; MONTENEGRO-JUNIOR, Renan M. Instrumentos de Avaliação de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde no Diabetes Melito. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO E MEDICAMENTOS GENÉRICOS POR ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO INTERIOR DE MINAS GERAIS Grazielle Brandão Coelho e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicas do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia Celular e Estrutural, Professora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Dentre as estratégias para a promoção de acesso aos medicamentos no Brasil encontra-se a política de medicamentos genéricos, que tem como foco a maior racionalidade no uso de medicamentos, objetivando ampliar o restrito acesso da população aos produtos, diminuindo custos com o tratamento médico (CARVALHO, ACCIOLY JÚNIOR e RAFFIN, 2006). O objetivo desse estudo foi verificar o conhecimento e aceitação de medicamentos genéricos, em uma amostra representativa dos estudantes do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – Univértix. Os resultados obtidos indicam que todos os períodos avaliados apresentaram alto índice de alunos que afirmam saber o que é um medicamento genérico, sendo 30% e 20% dos alunos iniciantes e veteranos respectivamente não responderam corretamente do que se trata, no entanto, mais de 90% dos iniciantes e mais de 95% dos veteranos já utilizaram medicamentos genéricos, o que demonstra um alto índice de conhecimento e aceitação pelos alunos. PALAVRAS CHAVE: Medicamento Genérico; Farmacêutico; Intercambialidade. INTRODUÇÃO Os gastos com saúde no Brasil estão entre os quatro maiores grupos de despesas familiares. E dentre estes gastos, 66% a 70% dessas despesas estão relacionadas aos medicamentos e aos planos de saúde. Dessa forma fez-se necessário a intervenção governamental para a formulação e execução de políticas sociais e econômicas que garantissem o acesso igualitário e universal às ações e serviços de assistência à saúde (ROCHA, 2007). Dentre as estratégias para a promoção de acesso aos medicamentos no Brasil encontra-se a política de medicamentos genéricos que objetivou numa maior racionalidade no uso de medicamentos tendo como um dos objetivos ampliar o restrito acesso da população aos produtos, diminuindo custos com o tratamento médico (CARVALHO, ACCIOLY JÚNIOR e RAFFIN, 2006). Os medicamentos genéricos, de acordo com a Resolução Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 nº 10 da ANVISA de 2 janeiro de 2001, são medicamentos com características semelhantes a um produto de referência ou inovador, que pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentearia ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Possui o mesmo fármaco, na mesma dose, forma farmacêutica, indicação e via de administração de seu referente de marca (MELLA et al., 2002; DIAS e LIEBER, 2006). A principal causa para justificar a consolidação de uma política de medicamentos genéricos é a tendência de que, o preço destes seja menor que dos medicamentos de referência e como consequência que o acesso pela população aos medicamentos aumente, resultando no cumprimento mais adequado das terapias farmacológicas estabelecidas (OLIVEIRA et al., 2005). Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adotou uma medida importante visando ajudar os consumidores na hora da compra dos medicamentos genéricos: que é a embalagem diferenciada. A RDC nº 47, de 28 de março de 2001, determinou que todas as embalagens de medicamentos genéricos possuíssem tarja amarela, com letra G maiúscula em destaque e a frase “Medicamento genérico – lei 9.787/99” (BRASIL, 2001). Os medicamentos genéricos foram introduzidos no Brasil com a aprovação da chamada “Lei dos Genéricos”, em 9 de agosto de 1999. Esses medicamentos são intercambiáveis com os produtos de referência ou inovadores, e devem apresentar a mesma eficácia clínica e o mesmo potencial para originar um efeito adverso. Como o medicamento não é inovação, não é necessário que se repitam os ensaios préclínicos e clínicos pelos quais passaram o produto inovador, mas a sua equivalência farmacêutica deve ser comprovada em relação à referência, permitindo o intercâmbio entre esses produtos (JATENE, PINA e CARAVANTE JÚNIOR, 2002). Embora os genéricos tenham sido introduzidos no país para oferecer alternativa mais acessível aos medicamentos, representam apenas 14% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico (BLATT, 2009). Dessa forma, o estudo tem como objetivo verificar o conhecimento e aceitação de medicamentos genéricos, em uma amostra representativa dos estudantes do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – Univértix. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A classificação dos medicamentos, nos mercados farmacêuticos é dividida entre medicamentos éticos ou inovador ou de referência, medicamentos similares e medicamentos genéricos (BERMUDEZ, 1994). O medicamento de referência é aquele que ainda é protegido por patente, e depois, ele se torna uma referência para que sejam feitas “cópias” dele (SOUZA et al., 2011). Os similares são definidos como os medicamentos que contém o mesmo princípio ativo, apresentam a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica dos medicamentos registrados no órgão federal responsável pela vigilância sanitária. Os similares podem diferir do medicamento referência somente em características relativas ao tamanho, forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca (BRASIL, 2007; FIUZA e CABALLERO, 2010). O medicamento genérico é aquele que pode ser produzido livremente, vencido o prazo de proteção patentária do produto de marca comercial, devendo ser semelhante ao de marca em bioequivalência e biodisponibilidade a fim de obter o mesmo efeito terapêutico (DIGHE, 1999). O medicamento genérico é designado conforme a DCB (Denominação Comum Brasileira) ou, na sua ausência, de acordo com a DCI (Denominação Comum Internacional), sendo identificado pela embalagem, que deve apresentar apenas o nome do princípio ativo e conter os dizeres: “Medicamento Genérico – Lei nº 9787/99” – e uma tarja amarela, com um “G”, em cor azul em destaque, conforme definição publicada na Resolução nº 47, de 28 de março de 2001(BRASIL, 2001; MONTEIRO et al., 2005). Devem ter, para facilitar a sua distinção, em suas embalagens externas, o logotipo que identifica o medicamento genérico, impresso dentro de uma faixa amarela, PANTONE 116C, com largura igual a um quinto da maior face total, cobrindo a face principal e as laterais da embalagem. Fica permitida a impressão de textos legais nas laterais, caso necessário de acordo com a RDC Nº 47 (BRASIL, 2001). O Brasil tem empreendido importantes esforços para melhorar o acesso aos medicamentos a partir da promoção de políticas de saúde. Os medicamentos genéricos que foram criados com objetivo de reduzir o preço final ao consumidor, tornaram-se um dos fatores mais importantes para o acesso da população aos medicamentos. Presentes com sucesso em diversos países, os genéricos foram introduzidos no Brasil a partir da Lei 9.787 de 1999, sendo classificados como Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 fármacos similares aos medicamentos de marca, com o mesmo princípio ativo, concentração, posologia e indicação terapêutica, mas com a diferença de usar a indicação de seu principio ativo em substituição ao nome comercial (VALÉCIO, 2009). Os primeiros genéricos foram registrados quase seis meses depois da publicação da Resolução n. 391, conforme a Resolução n. 74 7 de 2 de fevereiro de 2000 (DIAS e LIEBER, 2006). Em dezembro de 2000, já haviam sido registrados cento e oitenta e nove medicamentos genéricos de quinze laboratórios. Os fármacos genéricos comercializados em farmácias representavam as seguintes classes terapêuticas: antibióticos, penicilínicos, anti-hipertensivos, anti-infecciosos, antimicóticos, antiulcerosos, expectorantes, analgésicos, entre outros. Esta nova gama de opções possibilita uma escolha economicamente racional, guardadas as propriedades medicinais de cada grupo de fármacos (MENDA et al., 2002; ROSENBERG, FONSECA e AVILA, 2010). Com a criação da Política Nacional de Medicamentos houve maior estímulo às indústrias nacionais, aumentado a produção de genéricos, gerando concorrência com produtos já existentes, dessa forma, facilitando o acesso aos mesmos. Além disso, há um estimulo as ações conjuntas entre os profissionais de saúde, principalmente médicos e farmacêutico, contribuindo para o uso racional de medicamentos (BRASIL, 1998). Comparando os preços dos medicamentos genéricos em relação aos medicamentos de referência, percebeu-se que aproximadamente 99% dos genéricos possuíam preço menor do que o de referencia no seu lançamento (PIACENTINI, 2006). A lei dos genéricos obriga que as aquisições de medicamentos e as prescrições médicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), adotem a denominação do princípio ativo. Nas compras do Sistema Único de Saúde (SUS), preferencialmente deverá ser adquiridos o medicamento genérico quando houver igualdade de preço e demais condições de aquisição. A ANVISA preconiza a edição periódica da relação dos genéricos registrados no país (QUENTAL et al., 2008). Segundo dados do Ministério da Saúde, o projeto de produção de genéricos permitiu redução de 20% nos gastos com aquisição de medicamentos por parte do governo (MENDA et al., 2002). Apesar disso, há muitos desafios a serem superados, pois o consumo de medicamentos, inclusive genéricos, em particular ainda é baixo no Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Brasil, considerando as necessidades da população. Dados de 2009 demonstram que nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, onde se encontram grandes bolsões de pobreza, o consumo de genéricos é muito inferior ao do Sudeste, região mais rica do país (VALÉCIO, 2009). Portanto, mesmo com o crescente avanço da política de medicamentos genéricos, existem ainda alguns desafios, como: a nacionalização dos genéricos, tendo maior abrangência nos estados do Norte e Nordeste; e a soberania do país na quebra de patentes, que muitas vezes são prorrogadas judicialmente pelos laboratórios de marca, o que retarda o lançamento de novos genéricos no mercado (VALÉCIO, 2009). METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2013 com acadêmicos do curso de farmácia da Faculdade Vértice – Univértix. A amostragem consistiu de 59 acadêmicos que refletiram em uma amostra estratificada com uma fidedignidade de 95% em relação à população total estudada. O grupo em análise foi dividido em dois: grupo de alunos considerados iniciantes, ou seja, alunos matriculados do 1° ao 5º períodos (n= 35) e grupo de alunos veteranos, matriculados no 6º ao 10º período (n= 24). A metodologia para a aplicação dos questionários foi adaptada segundo descrito por Silveira (2011), com modificações. Para proceder à coleta de dados, inicialmente os acadêmicos foram submetidos, no próprio campus, à assinatura do termo de livre consentimento e a aplicação do questionário com 12 perguntas, com uma parte incluindo as variáveis sócio-econômicas, idade, sexo e outra parte específica sobre conhecimento e aceitação e utilização de medicamentos genéricos. E finalmente, foram elaborados gráficos e tabelas para demonstração dos resultados da análise dos questionários que foram avaliados por meio de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentre os 59 entrevistados a maior parte apresentou-se do sexo feminino, sendo este 74,6%, e apenas 25,4% do sexo masculino. A maioria dos entrevistados (79,7%) apresenta idade entre 18 e 25 anos, sendo nenhum acima de 45 anos. Quanto a renda familiar, quase metade dos entrevistados (45,8%) declararam renda Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 entre 2 a 3 salários mínimos e 10% acima de 6 salários mínimos, 1,69% não responderam e 11,86% não sabem a renda familiar. Quanto ao perfil de utilização de medicamentos, cerca de 20,3% dos entrevistados fazem uso contínuo de medicamentos e 78% não o fazem, apenas 25,4% recebem medicamentos das unidades de saúde do município e contrastando com 72,9% que não recebem medicamentos das unidades de saúde. Quando questionados sobre se compram medicamentos genéricos, pouco mais da metade (50,8%) compram de 1 a 3 medicamentos por mês para seu consumo, 42,4% não compram nenhum, os outros 5,1% se dividem em usuários que compram de 4 a 7, sendo que 1,7% dos entrevistados não se manifestou quanto ao perfil de utilização de medicamentos. Segundo Carvalho, Accioly Júnior e Raffin (2006) mais de 30% da população mundial têm difícil acesso a medicamentos, sendo a principal causa o custo alto dos mesmos, portanto, os medicamentos genéricos são agentes reguladores do mercado farmacêutico devido aos custos mais baixos e necessidade de utilização. Quando realizada a comparação do conhecimento sobre medicamentos genéricos entre alunos iniciantes (1º ao 5º período) e veteranos (6º ao 10º), observamos que todos os alunos veteranos acreditam ter conhecimento do que são medicamentos genéricos, mas nem todos souberam definir de forma correta o que é um medicamento genérico (Figura 1). Figura 1: Classificação quanto ao conhecimento sobre medicamentos genéricos. De acordo com Rosse et al., (2011), alunos de períodos mais avançados, devido ao grau de conhecimento adquiridos durante a graduação, acreditam ter Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 maior conhecimentos sobre medicamentos, podendo-se incluir os genéricos. Em estudo realizado por Silveira (2011) com alunos do ensino médio de uma escola pública, demonstrou que 87% dos entrevistados afirmaram saber o que é um medicamento genérico, enquanto que apenas 70% souberam definir corretamente. O alto índice de prescrição de medicamentos genéricos entre os alunos tanto iniciantes quanto veteranos foi observado neste estudo (Tabela 1), assim como no trabalho de Silveira (2011) esse índice também foi alto (88%), o que demonstra que a classe médica também atua na divulgação e consolidação dos medicamentos genéricos. Tabela 1. Perfil de prescrição de medicamentos genéricos entre os entrevistados Já recebeu Frequência de prescrição de medicamentos prescrição genéricos SIM NÃO Sempre Às Raramente Nunca Não vezes sabem Iniciantes 30 5 0 28 3 3 1 Veteranos 17 7 1 11 5 4 3 . Dentre os alunos iniciantes mais de 90% afirmaram já ter utilizado medicamentos genéricos, enquanto que mais de 95% dos veteranos afirmaram o mesmo, apresentando concordância com os resultados do trabalho realizado por Lima (2012) com a população de uma cidade do interior de Minas Gerais, o que demonstra que grande parte da população em geral utiliza medicamentos genéricos. O mesmo estudo demonstrou também que o principal motivo da utilização é a dor e inflamação. A figura 2 indica o motivo da utilização de medicamentos genéricos pelos alunos iniciantes e veteranos. Figura 2: Motivo da utilização de medicamentos genéricos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Com relação à facilidade de acesso aos medicamentos genéricos, a maior parte dos alunos iniciantes e veteranos respondeu que há facilidade de se encontrar genéricos nas farmácias (Tabela 2). Em comparação com o estudo de Lima (2012), em que apenas 57% dos entrevistados afirmaram facilidade de encontrar medicamentos genéricos nas farmácias, os índices deste trabalho foram mais elevados, podendo concluir que a cada dia o mercado farmacêutico tem investido cada vez mais nos medicamentos genéricos. Além de que, a maior parte dos entrevistados de ambos os grupos (iniciantes e veteranos) acreditam que a política de divulgação pode ser classificada como boa, esta divulgação pode atuar de forma facilitadora no acesso aos medicamentos genéricos (Tabela 2). Sendo que, entre os alunos iniciantes o maior veículo de divulgação foram as farmácias seguidas da televisão, já entre os veteranos a televisão foi a maior fonte de divulgação, apresentando pouca diferença para as farmácias (Figura 3). Tabela 2. Facilidade de acesso e divulgação dos medicamento genérico Iniciantes Facilidade de Acesso Sempre 97,14% Às vezes 0% Raramente 0% Nunca 2,86% Opinião sobre a política de Ótima 14,28% divulgação Boa 77,14% Regular 2,87% Ruim 5,71% Veteranos 83,33% 16,67% 0% 0% 16,67% 62,5% 20,83% 0% Figura 3: Fonte de informações sobre medicamentos genéricos de alunos iniciantes e veteranos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A tabela 3 indica as opiniões de alunos iniciantes e veteranos quanto à eficiência e eficácia dos medicamentos genéricos. A alta confiabilidade pode ser observada no resultado da pesquisa através do elevado percentual de alunos que já utilizaram medicamentos genéricos. No estudo de Lima (2012), cerca de 87% referiram que o medicamento genérico surtiu o efeito desejado demostrando que os programas inseridos para divulgação dos medicamentos genéricos têm obtido resultados. O estudo realizado por Silveira (2011), cerca de 50% dos alunos alegaram terem feito troca do medicamento de referência pelo genérico e 21% relataram nunca terem trocado, o elevado índice, demostrou um percentual satisfatório de confiança nos medicamentos genéricos. Tabela 3. Eficiência e eficácia dos medicamentos genéricos Acredita que o medicamento tenha efeito terapeutico Aceitaria trocar o medicamento de referência pelo genérico Já realizou comparação de preço entre genérico e referência Aceita a troca por genéricos pelo farmacêutico Possui medicamento genérico em casa Confia na qualidade e eficácia dos medicamentos genéricos SIM Iniciantes 34 Veteranos 23 NÃO Não respondeu SIM 0 1 30 1 0 24 NÃO Não respondeu SIM 4 1 32 0 23 NÃO 3 1 SIM 28 7 NÃO 24 0 SIM 30 23 NÃO 5 1 SIM 34 23 NÃO 1 1 Medicamentos genéricos são medicamentos de menor custo, quando comparados aos de referência, com a queda de preços abre-se a possibilidade de maior acesso aos medicamentos, principalmente da população que não consegue concretizar tratamentos essenciais (JANETE, PINA e CARAVANTE JÚNIOR, 2002). Dessa forma, em relação à política e maior divulgação dos medicamentos genéricos para ter maior aceitação no mercado do consumidor, mais de 97% e 100% dos Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 alunos iniciantes e veteranos respectivamente são a favor, o que demonstra que os alunos entendem o objetivo da criação dos medicamentos genéricos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo obteve resultados, que demostram um alto índice de conhecimento, aceitação e utilização de medicamentos genéricos pelos alunos do curso de farmácia. Estes dados sugere uma tendência natural do aumento gradativo do uso do medicamento genérico, tendo alguns fatores principais como o preço mais acessível, a qualidade e segurança que o medicamento oferece. Por tudo isso, ressalta o valor e a importância da orientação farmacêutica na dispensação dos medicamentos genéricos e na divulgação dos mesmos dando ao usuário mais informações. REFERÊNCIAS BERMUDEZ J. Medicamentos genéricos: uma alternativa para o mercado brasileiro. Caderno de Saúde Pública, vol. 10, nº 3, p. 368-378, 1994. BRASIL. Resolução - RDC nº 47, de 28 de março de 2001. Determina que os medicamentos genéricos registrados que vierem a ser registrados junto a Agência embalagens externas, o logotipo que identifica o medicamento genérico, de acordo com as instruções desta Resolução. Diário oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília (DF), 28.mar.2001. BRASIL. Resolução de Diretoria Colegiada n° 17/2007, de 3 março de 2007. Aprova Regulamento Técnico para registro de medicamento similar. Ministério da Saúde (MS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Diário Oficial da União, Brasília (DF), 5.mar.2007. BRASIL. Portaria nº. 3.916. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 UTILIZAÇÃO DO SISTEMA BAUMANN PARA DIFERENCIAÇÃO ENTRE PELE SECA E OLEOSA EM MULHERES DE MATIPÓ - MG E REGIOES VIZINHAS Elizabete Cristina Ribeiro e Mônica Mendes Moreira – Graduandas do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Bruna Chaves Amorim, Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A caracterização dos diferentes tipos de pele pode ser feita através do questionário de auto-avaliação de Baumann, que classifica a pele em até 16 diferentes tipos, entre eles: pele seca e oleosa. O objetivo do presente estudo é diferenciar mulheres com pele seca e oleosa, para melhor direcionamento de produtos dermatológicos a serem utilizados. Para realização da pesquisa, aplicou-se o questionário de Baumann em 50 mulheres, com idade entre 18 a 30 anos, residentes em Matipó – MG e região. Os dados obtidos demonstram que 34% das mulheres apresentam pele seca e 66% pele oleosa. Esses resultados coincidem com outros estudos em que o numero de mulheres com pele oleosa é maior que o número de mulheres com pele seca, para essa mesma faixa etária. INTRODUÇÃO A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas. A estrutura básica da pele inclui, da camada externa para a mais interna: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais externa da pele, composto por células mortas, anucleadas e constituída por queratina. Estão em processo de descamação contínua e impedem a entrada de microrganismos e agentes tóxicos (ANVISA, 2009). A pele além de exercer função biológica e protetora, seu aspecto saudável é um fator essencial para o bem-estar e para um bom convívio social, sendo alvo da aplicação de cosméticos e tratamentos dermatológicos. Para a escolha do tratamento correto é importante à caracterização adequada do tipo de pele, para que a utilização de produtos seja compatível com a fisiologia da pele, proporcionando o efeito esperado e evitar efeitos indesejáveis (MERCURIO, 2012). Um das maneiras de se classificar a pele é fazer uma distinção entre pele seca e oleosa. Essa diferenciação pode ser feita através do questionário de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Baumann (BAUMANN, 2007). O objetivo do presente estudo é a avaliação do tipo de pele do rosto de mulheres entre 18 e 30 anos. Através da aplicação desse questionário, será feita diferenciação entre pele seca e oleosa. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A pele é um dos maiores órgãos humanos, está em constante comunicação com ambiente e apresenta funções como termorregulação e proteção do corpo contra agressões de organismos externos ou substâncias tóxicas. É constituída pela epiderme, derme e hipoderme (COSTA, BARJA e VIEIRA, 2009). A pele consiste no revestimento do organismo indispensável à vida. Ela é capaz de isolar componentes orgânicos do meio exterior, impedir a ação de agentes externos de qualquer natureza. Além disso, evita a perda de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno, oferece proteção imunológica. Aliada ao sistema nervoso participa da termorregulação e dos mecanismos de percepção. Junto com o sistema endócrino participa da função secretória. (ANVISA, 2009, COSTA, BARJA e VIEIRA, 2009). Devido a sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente, sendo colonizada por fungos e bactérias (ANVISA, 2009). A microbiota normal da pele compreende dois diferentes grupos de microrganismos: a flora residente e a transitória. A flora residente, normalmente não patogênica, é composta por Gram-positivos, como Staphylococcus aureus e, em menor proporção, Gram-negativo. Está aderida às camadas mais profundas da pele sendo mais resistente à remoção apenas por água e sabonete. O perfil de colonização pode variar de acordo com a disponibilidade de nutrientes na superfície (MIGLIATO et al., 2009). A classificação entre a pele seca e oleosa tem como principal parâmetro a atividade exócrina de glândulas sebáceas. Essas glândulas junto às sudoríparas fazem parte dos anexos cutâneos, onde, através de seus produtos, temos a formação do manto hidrolipídico (BAUMANN, 2004). Uma pele oleosa se caracteriza por uma maior produção de sebo, influenciada por hormônios, principalmente o estrogênio e os andrógenos. Esse sebo constante juntamente com o suor forma uma película que cobre e protege a camada córnea, contribuindo para sua coesão, lubrificação e proteção. (BAUMANN, 2004). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A pele seca é caracterizada pela presença da solução hidrolipídica (agua e óleo) insuficiente. A hipossecreção sebácea promove um decréscimo da fase lipídica da película hidrolipídica. Por esse motivo, diminui-se a síntese de compostos que constituem o fator de hidratação natural. Nesse tipo de situação, encontra-se um tipo de pele áspera, com maior tendência para descamar, menos elasticidade, bem como desenvolver rugas e linhas de expressão. (CUNHA 2004). O mercado dispõe de diferentes equipamentos utilizados para classificar os tipos de pele. Vários métodos são utilizados de acordo com o critério em que se deseja classificar. Para diferenciar entre pele seca e oleosa pode-se fazer avaliações objetivas ou subjetivas, ambas com auxílio de equipamentos, como lâmpadas de Wood (ALVES, BRUSKI,PIAZZA; 2013). Outro tipo de avaliação para classificar os tipos de pele é o Sistema de Baumann de Classificação de Pele (Baumann skin typing system – BSTS), em que não se utiliza nenhum tipo de equipamento. Trata-se de um questionário de autoavaliação composto por 64 questões. Através dele, é possível classificar até 16 tipos diferentes de pele, levando em conta quatro características: hidratação, sensibilidade, pigmentação e tendência a enrugar. A hidratação verifica se a pele é seca ou oleosa. O grau de sensibilidade indica se a pessoa tem a pele resistente ou sensível. A pigmentação determina se a pessoa produz ou não grande quantidade de melanina, pigmento que protege as células da pele dos efeitos nocivos da radiação solar, e a consistência da pele em enrugada ou firme (BAUMANN, 2007). O Questionário de Baumann é vantajoso quanto aos outros métodos de classificação de pele, pois possibilita o auto-conhecimento do paciente, além de fácil manuseio e baixo custo.(ALVES, BRUSKI,PIAZZA, 2013). METODOLOGIA Foram entrevistadas 50 voluntárias de acordo com a primeira seção do questionário padronizado do Sistema Baumann de Classificação de Pele (BSTS). Essa seção é referente à diferenciação entre pele seca e oleosa. (BAUMANN 2007). As mulheres possuíam de 18 e 30 anos no mês de Maio de 2014. Essas voluntárias são residentes na cidade MATIPÓ-MG e regiões vizinhas. São mulheres saudáveis e alfabetizadas. RESULTADO E DISCUSSÃO Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Através da aplicação do Questionário de Baumann a população estudada (N=50) forneceu os seguintes dados: 34% (N=17) das mulheres apresentaram pele seca, enquanto 66% (N=33) apresentaram pele oleosa. A distribuição dos dados é observada na Figura 1. Estudos anteriores identificaram prevalência de mulheres de pele oleosa entre 20 e 29 anos (COLLIER et al., 2010). Em 2010, KOS aplicou o Questionário de Baumann a voluntários de ambos os sexos com idade media de 38,2 anos. Nesse estudo observou-se que 56,3% tinham pele oleosa e 43,7 tinham pele seca (KOS,2010). Figura 1: Distribuição dos tipos de pele (seca e oleosa) em mulheres entre 18 e 30 na cidade de Matipó - MG e região CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho indica a predominância, na região de Matipo-MG e cidade vizinhas, de pessoas com pele oleosa como era de se esperar para faixa etária em estudo. REFERÊNCIAS ALVES,E; BRUSK,S;PIAZZA, F.C.P. Equipamentos para Análise de pele facial: medições Objetivas e Subjetivas. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde (RIES), vol. 2, n.2, p.62 - 78, 2013. BATISTA, D. e MAGGION, D. Furunculose. Centro de Ciências da Saúde.. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 de Microbiologia e Parasitologia Microbiologia Geral. Santa Maria, 2012. Disponível em: http://coral.ufsm.br/microgeral/ Oficinas/Furunculose.pdf. Acesso em: 03.abri.2014. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente – Higienização das mãos. Ministério da Saúde. Resolução n. 50/2002. Brasília, 2009. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf. Acesso em: 04/03/2014. BAUMANN, L. Dermatologia Cosmética, Princípios e Prática. Rio de Janeiro: Revinter, 2004 BAUMANN,L.The Skin Type Solution. Beauty e Groming Bantam Hardcover, 2006. BAUMANN, L. Pele Saudável: a fórmula perfeita para o seu tipo de pele. Rio de Janeiro: Elsevier,2007. COLLIER C..N, et al. The prevalence of acne in adults 20 years and older. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FATORES RELACIONADOS AO DESCONTROLE PRESSÓRICO ARTERIAL EM PACIENTES DA ESF DO BAIRRO BELA VISTA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Cleide Alves Vitor e Fabiana da Rocha Silva – Graduandas do Curso de Enfermagem - Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores relacionados ao descontrole pressórico arterial em pacientes da Estratégia de Saúde da Família do Bairro Bela Vista da cidade de Rio Casca-MG. Foram pesquisados 100 pacientes durante o mês de abril de 2014, de forma aleatória na qual compareciam a ESF para reunião do grupo de hipertensos. Os dados foram coletados por meio de aplicação de um questionário fechado. Os resultados comprovaram que os pacientes apresentam adesão significativa frente às condutas terapêuticas, ou seja, em acordo com as recomendações nas literaturas pesquisadas. O referido trabalho nos proporcionou conhecer os fatores desencadeadores da hipertensão arterial e a incidência dessa patologia em usuários dos serviços ofertados pela Estratégia Saúde da Família. PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública; hipertensão arterial; enfermagem e prevenção. INTRODUÇÃO De acordo com Romanholo (2007) a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença definida pela persistência de níveis da pressão sanguínea nas artérias acima de valores arbitrariamente definidos como limite de normalidade. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS) esta patologia é uma das doenças cardiovasculares de maior prevalência das causas de mortalidade no Brasil, afetando de 14% a 18% da população adulta. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Piccini et al. (2012) consideram como valores de normalidade para pressão arterial os parâmetros 120/80 mmHg e limítrofe 140/90 mmHg. Os mesmos autores fazem menção que a aferição da pressão arterial deverá ser realizada por profissional tecnicamente preparado, seguindo sempre os horários pré-definidos. As principais causas para o aumento da pressão arterial são o envelhecimento populacional e a persistência de péssimos hábitos de vida (CARVALHO, et al. 2012). Por ser uma doença crônica com tratamento, procedimentos e condutas terapêuticas prolongadas, fazer com que os pacientes sigam corretamente as instruções propostos pelos profissionais da saúde é uma tarefa difícil, pois, quase sempre os pacientes com hipertensão arterial passam por uma resistência ao tratamento (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009). Santos e Lima (2008) mencionam que a adoção de hábitos cotidianos saudáveis e o cumprimento rigoroso da prescrição medicamentosa, são critérios fundamentais para o enfrentamento da cronicidade da doença. Sendo assim, identificou-se como questão norteadora do estudo: Quais são os fatores relacionados ao descontrole pressórico arteriais em pacientes da Estratégia da Saúde da Família (ESF) do Bairro Bela Vista de Rio Casca-MG? O objetivo da pesquisa é identificar os fatores relacionados ao descontrole pressórico arterial em pacientes da Estratégia de Saúde da Família do Bairro Bela Vista da cidade de Rio Casca-MG, direcionando possíveis soluções para prevenção desses fatores correlacionados. Considerando a complexidade da HAS e as deficiências da adesão das condutas terapêuticas, torna-se fundamental determinar mecanismos que podem coadjuvar no aprimoramento e criação de estratégias que norteiam a prática dos profissionais atuantes em saúde pública. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. O Ministério da Saúde criou em 1994 a Estratégia Saúde da Família (ESF), coordenado por enfermeiros com participação de outros profissionais de saúde na assistência, no intuito de discutir e ampliar o tradicional modelo, coerente com os princípios e diretrizes do SUS (ROMERO, et al. 2010). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Para Costa e Miranda (2008) a Enfermagem tem um lugar de destaque no SUS por compartilhar de seus princípios e diretrizes, com atendimento humanizado, resolutivo e capaz de responder às necessidades sociais e de saúde da população. Fonteles, Santos e Silva (2009) destacam que as pessoas nem sempre buscam cuidados em saúde, mesmo com envelhecimento fisiológico, descrevendo ainda, fatores que levam esses indivíduos a não procurarem os serviços de saúde, às vezes por estes não serem alfabetizados, apresentarem condição socioeconômica baixa, não reconhecerem seus direitos, ou também, por encontrarem-se acomodados em sua situação atual. Para Toledo, Rodrigues e Chiésia (2007) a HAS além de ser crônica, apresenta características que se manifestam de forma silenciosa, o que pode agravar o quadro clínico desses indivíduos. No que refere ao estilo de vida dos hipertensos, a alimentação é um dos fatores mais importante no controle dessa patologia, incluindo a redução do consumo de gordura, ingestão de sódio, alimentos industrializados, enlatados, eliminando o uso de tabaco e álcool (FONTELES, SANTOS E SILVA, 2009). Na ESF o enfermeiro atua na formulação de políticas de saúde, bem como na assistência às pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, estando envolvido na organização da atenção básica colocando em prática o acesso universal e contínuo, prestando serviços de qualidade mediante ao cadastramento e vinculação dos usuários (PINTO, 2010). Para Silva et al. (2011) o acompanhamento das consultas e condutas terapêuticas realizando o controle dos sinais vitais, priorizando a aferição da pressão arterial diariamente na unidade básica de saúde é uma das medidas que asseguram descobrir previamente anormalidades quanto à doença, e assim, intervir de forma prévia a fim de sanar o problema e/ou agravo. Araújo et al. (2008) dão ênfase que a equipe atuante em ESF deve sempre procurar dar o suporte necessário aos portadores de HAS, oferecendo dessa forma, alternativas adequadas que amenizem ou diminuam os fatores que condicionam o descontrole dos níveis pressóricos, com atuação de todos os membros da equipe de saúde. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com abordagem quantitativa. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa quantitativa usufrui de técnicas padronizadas para coleta de dados, em que são observados, consolidados, analisados, divididos em classe e interpretados, não existindo interferências dos pesquisadores. A pesquisa de natureza descritiva tem por objetivo descrever as características de determinada população, fenomenologicamente ou estabelecendo relação com outras variáveis, envolvendo técnicas padronizadas de coleta de dados, questionário e observação ordenada (SILVA e MENEZES, 2001). A pesquisa foi realizada em uma Estratégia Saúde da Família (ESF), localizada no Município de Rio Casca. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013) apresenta uma população estimada em 14.201 habitantes em 2013. As principais atividades econômicas são produção de café, agropecuária, comércios e empresas de segmentos diversificados. O Universo da pesquisa foram os moradores da área de abrangência da ESF, registrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em 6 de fevereiro de 2004. É uma entidade Municipal, sem fins lucrativos com gestão Municipal. Trabalham neste local em torno de 13 profissionais, entre médico, enfermeiro, técnico em enfermagem, agentes comunitários de saúde, auxiliar de limpeza e outros (CNESNet, 2014). Segundo dados informados pela enfermeira responsável pela ESF, o Bairro onde se encontra implantada a ESF em questão possui cerca de 1577 famílias cadastradas, divididos em três micro áreas (2, 3 e 4). Cada área é representada por um Agente Comunitário de Saúde (ACS), que por sua vez possui responsabilidades peculiares ao seu campo de atuação. Na micro área 2 existem 79 hipertensos; na micro área 3 são 101 hipertensos e na micro área 4 possui 65 hipertensos. Para a entrevista foi utilizado um questionário estruturado fechado, aplicado aos moradores da área de abrangência da ESF em questão, com 9 questões e cada qual, com subitens, investigando o estilo de vida, dados socioeconômicos, fatores relacionados à hipertensão, fatores de riscos e tratamento. A amostra foi extraída dos moradores da área de abrangência da ESF, estes, por sua vez, foram entrevistados de forma aleatória, como critérios de inclusão na Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 pesquisa possuir o diagnóstico médico de hipertensão arterial, participar do grupo de hipertensos, estarem inclusos no programa hiperdia e residirem na área da ESF. Para realização da pesquisa foi agendada uma reunião com a enfermeira responsável pela ESF Bela Vista, para apresentação do objetivo, justificativa e relevância da pesquisa. Posteriormente, a pesquisa foi realizada durante reuniões do grupo de hipertensos. Os sujeitos foram informados sobre a finalidade do estudo, a participação destes prosseguiu a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo anonimato e autonomia para recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Os dados oriundos dessa coleta foram tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Os resultados foram gerados por meio de tabelas e gráficos que nortearam a discussão de dados. RESULTADO E DISCUSSÕES Em relação às características gerais da população estudada, foram pesquisadas 100 hipertensos durante o mês de abril de 2014, selecionados de forma aleatória, os quais compareceram à ESF para reuniões do grupo de hipertensos, reuniões estas, realizadas mensalmente de acordo com as rotinas administrativas da ESF. Dos indivíduos pesquisados 65% eram mulheres e 35% homens, estes com idade predominantemente entre 35 a 80 anos ou mais, sendo esta, a faixa etária correspondente de acordo com a literatura a maior frequência de casos de hipertensão arterial sistêmica. Estudos realizados por Romero et al. (2010) comprovam que com envelhecimento, a população mundial é afetada com as doenças de cunho cardiovascular, representando a causa mais frequente de óbitos entre os idosos, em relação ao Brasil, cerca de 17 milhões de indivíduos tem hipertensão arterial, representando 35% da população com 40 anos de idade ou mais. O envelhecimento da população mundial é um dos fenômenos que mais tem sido fonte de pesquisa na contemporaneidade, correlacionado nas baixas taxas de fecundidade e mortalidade infantil, melhoria nas condições de vida, avanços tecnológicos da medicina, configuram assim, como os principais determinantes do processo de envelhecimento da população, sendo necessário, compreender esses Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 aspectos fenomenológicos e seus impactos. Tendo como base de referenciamento, as características demográficas, social, psicologia, biológica, econômica, política, historia e cultural (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009). Destaca-se que a classificação da faixa etária seguiu as idades sugeridas na pirâmide etária brasileira (BRASIL ESCOLA, 2014). A Tabela 1 aborda os dados socioeconômicos da população investigada: Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada Característica Gênero Feminino Masculino Faixa Etária 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 80 anos e mais Estado Civil Solteiro Casado Outros Etnia Negra Branca Parda Amarela Outra Nível de Escolaridade Analfabeto Ensino Fundamental Completo Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo N= 100 % 65 35 65 35 1 4 7 6 7 14 11 17 9 15 9 1 4 7 6 7 14 11 17 9 15 9 14 73 13 14 73 13 39 27 34 0 0 39 27 34 0 0 50 0 50 0 47 47 0 1 0 2 0 1 0 2 Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Seguindo essa linha de caracterização da amostragem pesquisada, segundo os dados descritos na Tabela 1, em relação ao estado civil 73% eram casados, no presente estudo a doença apresenta maior predominância nas etnias negra 39%, parda 34% e branca 27%. Em relação ao grau de instrução escolar 50% eram analfabetos e 47% com ensino fundamental incompleto. Para Laguardia (2005) os indivíduos da etnia negra são os mais acometidos pela hipertensão arterial, seguidos dos pardos. Os mesmos autores atribuem esse fator de alelismo às características genéticas predominantes nestas etnias. De acordo com Helena, Nemes e Eluf-Neto (2010), os indivíduos com grau de instrução escolar baixo, considerados analfabetos ou semianalfabetos, são de modo geral, acometidos por várias enfermidades, o que se deve ao fato destes não terem motivação ao acesso das informações, encontrados na barreira desencadeadora o fato de não saber ler. Os autores destacam que o fator conjugal não interfere como fator primordial para o desenvolvimento da hipertensão arterial. A figura 1 faz referência ao tempo em que os indivíduos são hipertensos. Figura 1: Tempo que possui Hipertensão Arterial Estudos realizados por Backers et al. (2012) demonstram que há um crescente aumento do número de hipertensos, com estimativas que as proporções ainda tendem aumentar, passando dos 30 milhões no Brasil, fazendo com que o tempo de prevalência da doença por individuo tende a acompanhar esse aumento. Dos indivíduos pesquisados 61% possuem algum membro da família com hipertensão arterial ou doenças cardiovasculares associadas e 39% não apresentam tais descritores. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Para Zaitune et al. (2006) a hipertensão arterial geralmente encontra-se associada ao fator hereditário, desencadeando e culminando o desenvolvimento da doenças em outros membros da família, podendo estar associada a outras doenças cardiovasculares. Os fatores hereditários são um dos determinantes não modificáveis para o desenvolvimento da HAS, no entanto, esses fatores podem ser agravados, quando associados aos péssimos hábitos de vida, ingestão de alimentos ricos em sódio, embutidos, refrigerantes, uso do tabaco, bebidas alcoólicas e exposição excessiva aos agravos estressores (LAGUARDIA, 2005). Dos pesquisados 87% fazem uso correto das medicações e 13% não usam corretamente às medicações. Além disso, do universo pesquisado, 87% tomam medicamento por conta própria (analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios). Para Carvalho et al. (2012) o uso incorreto do medicamento, não seguindo os horários e as dosagens prescritas pelo profissional de saúde habilitado, associado ao uso indiscriminado e irracional de medicamentos, tem sido fator de contribuição notório para agravos no processo patológico. O perfil sócio-demográfico descrito na Tabela 1 comprova o fato de os indivíduos analfabetos terem dificuldades à adesão do tratamento, associado com o avanço da idade, esse fator tende a aumentar gradativamente. Os idosos não raramente preferem continuar com seus hábitos alimentares insalubres. Para adequada conduta terapêutica, além das prescrições medicamentosas, os profissionais devem orientar condutas práticas que minimizam os fatores de riscos. O objetivo fundamental é conseguir manter o bom estado de saúde dos indivíduos. (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009). A figura 2 apresenta o número de medicamentos em uso pelos hipertensos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 5% 13% 1 41% 2 41% 3a5 acima de 5 Figura 2: Número de Medicamentos em uso Por se tratar de uma doença com causas multifatoriais, em que normalmente está associada a outras doenças crônicas, pode ser necessário a prescrição de mais de uma classe de medicamento (CARVALHO et al., 2012) Piccini et al. (2012) em um de seus estudos, com observância dos aspectos de promoção, prevenção e cuidado da HAS, concluíram que além das condutas que visam a melhoria da qualidade de vida, por meio de modificações do estilo de vida, poderá existir ainda, a associação de mais de uma classe de medicamentos. Dos pesquisados 85% controlam o sal na dieta e 14% não fazem esse controle. Estudos realizados por Santos e Lima (2008), acerca das ações de prevenção da hipertensão arterial em trabalhadores da construção civil, demonstraram que estes por sua vez, conhecem os fatores desencadeadores da HAS e boa parte desses funcionários são adeptos dos bons hábitos alimentares, 10 dos 14 trabalhadores investigados usam o sal de forma moderada, reduzindo ainda, açucares e alimentos gordurosos. Em relação o uso de bebidas alcoólicas 15% cosome algum tipo de bebida com teor alcoólico e 85% não fazem uso de bebidas alcoólicas. Os profissionais da ESF devem estimular a população a desistir dos hábitos errôneos, ajustando a suas rotinas diárias hábitos saudáveis. A adesão ao tratamento impacta, ao menos em parte, no modo com que as pessoas entendem e assumem o seu papel enquanto cuidadores de sua saúde. Os autores mencionam que o consumo do álcool eleva os níveis pressóricos, bem como interagindo com Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 medicamentos inibem a ação dos medicamentos ou potencializam a ações destes (HELENA, NEMES e ELUF-NETO, 2010). Quando questionados sobre o uso de tabaco 15 mencionaram ser fumantes e 85 não fazem uso de tabaco, dos que disseram ser fumantes: 1 fuma há mais de 5 anos e 14 fumam a mais de 5 anos. Santos e Lima (2008) evidenciaram em seus estudos que os indivíduos conhecem e rejeitam o uso do tabaco, por estarem cientes que o cigarro possui substâncias que agravam o quadro das doenças crônicas degenerativas, estando cientes que este deve ser eliminado de seus hábitos de vida. A figura 3 apresenta o indicie de massa corpórea dos indivíduos pesquisados. Figura 3: IMC - Índice de Massa Corporal Como podemos observar na figura 3, uma parcela significativa encontra-se dentro dos limites de IMC desejáveis. Para Nascimento, Gomes e Sardinha (2011) os fatores causais das doenças cardiovasculares estão agrupados em dois grandes grupos, modificáveis e não-modificáveis. O índice de massa corporal é para tanto um fator modificável, em que os níveis saudáveis devam estar entre 18 à 25. O excesso de peso colabora para o surgimento de doenças cardiovasculares (dislipidemias) e consequentemente aumento gradativo dos níveis pressóricos. A figura 4 dispõe a respeito da frequência na realização de atividades físicas. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 4: Frequência na Realização de atividades Físicas. O sedentarimo é um dos fatores que mais contribue para o surgimento das doenças crônicas. Dentro dessa perspectiva, Nascimento, Gomes e Sardinha (2011) descrevem que pacientes com HAS devem iniciar atividade física de modo regular, além de minimizar as cifras pressóricas, os exercícios reduzem consideravelmente os risco de doenças de cunho coronariano, acidentes vasculares encefálico e mortalidade modo geral, colaborando ainda, para controle do peso. Das complicações que mais afetam os pacientes pesquisados 12% foram acometidos por Acidentes Vascular Encefálico (AVE), 7% por infarto agudo do miocárdio, 21% por angina, 26% por e Ribeiro diabetes e outras doenças não cardiovasculares 22%. Segundo Ribeiro, Cotta (2012) as doenças de ordem cardiovasculares são de modo geral as causas mais comum de morbidade e a principal causa de mortalidade em nível mundial. Os autores mencionam as cardiopatias isquêmicas, acidentes vasculares encefálico, hipertensão arterial e outras cardiopatias como causas por 15,9 milhões de óbitos. A HAS é uma doença crônica que necessita de controle, sendo este o quesito fomentador das ações frente à normalização dos níveis pressóricos, bem como, aliado a essa linha de conduta, esse controle torna-se fundamental, para evitar complicações oriundas da pressão sanguínea além dos limites suportado pelas artérias, o que pode colaborar para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, bem como o agravamento de patologias pré-existentes (MACIEL e ARAÚJO, 2003). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa nos proporcionou conhecer os fatores desencadeadores da hipertensão arterial e a incidência dessa patologia em usuários dos serviços ofertados pela ESF da área de abrangência à suas residências, proporcionando-nos uma análise acerca dos aspectos fenomenológicos evidenciados nessa pesquisa. De modo enfático, a ESF do Bairro Bela Vista da cidade de Rio Casca, tem mantido um nível considerável satisfatório em relação às condutas frente aos usuários portadores de HAS. No entanto, ainda há deficiências em suas condutas relacionadas à prática de atividades físicas, sobrepeso e obesidade em grau I expressivo, educação continuada em saúde, dentre outras condutas. Sugerindo, adequações às prioridades estabelecidas, permanecendo assim, um desafio à prática diária. Diante disso, propomos que os profissionais de saúde, que acompanham os pacientes pesquisados, enfatizem de forma eficiente e eficaz, os hábitos salubres de vida diária, introduzindo medidas de acordo com o poder aquisitivo peculiar a cada família, acentuado ações para os indivíduos em risco, sedentários, com sobrepeso e obesos e os que não são adeptos das condutas terapêuticas. Os que já se encontram adeptos às condutas, os profissionais devem incentivá-los a continuar com essas ações, sendo essencial lembrar aos pacientes não adaptados para os riscos e complicações oriundos dos níveis altos de cifras pressóricas. Embasados dessas condutas, os profissionais de saúde estarão contribuindo sumariamente para minimizar ou eliminar os quesitos peculiares à morbidade e mortalidade decorrente do descontrole da pressão arterial, diminuindo gastos com tratamentos onerosas decorrente dessas complicações. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Thelma Leite de, et al. Análise de indicadores de risco para hipertensão arterial em crianças e adolescentes. Revista Escola de Enfermagem USP. São Paulo, v.42, n.1, p.120-126, 2008. BACKERS, Dirce Stein, et al. O papel profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva. Santa Maria (RS), v.17, n.1, p.223-230, 2012. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 BRASIL ESCOLA. Faixa etária da população brasileira. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/faixa-etaria-populacaobrasileira.htm. Acesso em: 05.maio.2014. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. CNESNet. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=315490 7405286&VEstado=31&VCodMunicipio=315490 Acesso em: 29fev.2014. CARVALHO, Andre Luiz Meneses, et al. Adesão ao tratamento medicamentoso em usuários cadastrados no Programa Hiperdia no município de Teresina (PI). Ciência & Saúde Coletiva. Teresina (PI), v.17, n.7, p. 1885-1892, 2012. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DIANTE DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG Andrina Breguez e Maria Aparecida Rodrigues de Freitas - Graduadas em Enfermagem, Especialistas em Saúde Pública. Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ. Professora da UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsista FAPEMIG. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem estimulando a inclusão de políticas de expansão, formulação, formação e avaliação da Atenção Básica direcionadas aos problemas de saúde mental e aos usuários, enfatizando a criação de equipes nessa rede de atenção com fortes vínculos com profissionais da saúde mental. O objetivo deste trabalho foi verificar as ações e orientações dos enfermeiros da ESF da Cidade de Rio Casca-MG, diante da sua equipe atuante na saúde mental na rede primária. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, onde foram aplicados questionários a 4 enfermeiros. Observou-se no presente estudo que com a demanda dos pacientes em saúde mental torna-se necessário a qualificação dos profissionais que atuam na atenção básica e um maior envolvimento da comunidade junto a ESF, pois só com o desenvolvimento de ações conjuntas, qualificadas e multiprofissionais, com suporte familiar, atividades em grupo, disponibilidade de serviços de referência e contra-referência, podendo estabilizar o paciente e conseguir sua reinserção na sociedade. PALAVRAS-CHAVE: enfermagem; saúde mental; atenção básica. INTRODUÇÃO Segundo Alves (2005) para a Organização Mundial de Saúde (OMS), 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais, resultantes de uma complexa interação de fatores genéticos e ambientais. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Silva, Costa e Fugerato (2003) afirmam que, já na década de 1970, falava-se que a saúde mental era um componente importante da saúde, um direito humano. Segundo os autores é fato que: A população brasileira, de 31 a 50% apresenta em sua vida, pelo menos um episódio de transtorno mental e cerca de 20 a 40% necessitam, por conta disso, de algum tipo de ajuda profissional. O que reforça a ideia de que é um dever do enfermeiro promover a saúde mental das pessoas (SILVA, COSTA e FUREGATO, 2003, p.8). Conforme Paiva (2003), traçar um conceito para a loucura se torna uma tarefa complexa, que demanda uma construção histórica, cultural e social de cada época. No Brasil, a “loucura” recebe uma intervenção do estado a partir da chegada da família real. Assim, “o primeiro hospício foi criado em 1841 por determinação de D. Pedro II, marcando dessa forma o nascimento da psiquiatria brasileira, em 1852 a partir de sua inauguração” (PAIVA, 2003). Desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990, o Brasil vem sofrendo transformações significativas na assistência à saúde em seu território, redefinindo através de leis e portarias as responsabilidades e as competências de todos os níveis de gestão e atribuindo aos municípios um papel central na gestão do sistema local de saúde. Neste contexto, a participação da população é uma importante estratégia para garantir princípios como a descentralização e municipalização da saúde (BRASIL, 2006). Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem estimulando a inclusão de políticas de expansão, formulação, formação e avaliação da Atenção Básica direcionadas aos problemas de saúde mental e aos usuários, enfatizando a criação de equipes nessa rede de atenção com fortes vínculos com profissionais da saúde mental. A implementação dessas políticas tem se fundamentado em três planos: administrativo, com o processo de descentralização; assistencial, através da Estratégia de Saúde da Família e os Agentes Comunitários; e político, por meio do controle social (BRASIL, 2007). Com a institucionalização da ESF na maior parte dos municípios do país, o Ministério da Saúde viu-se obrigado a promover a sua integração com a saúde mental. Para isso, foram criadas as Equipes Matriciais de Referência em Saúde Mental, que consistem na formação de uma rede de apoio por parte dos profissionais de saúde mental à rede de atenção básica (BRASIL, 2007). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Segundo Caixeta (2008) o avanço da reforma psiquiátrica passa necessariamente pela atenção básica que deve fornecer uma resposta adequada aos usuários identificados com problemas de saúde mental. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar as ações e orientações dos enfermeiros da ESF da Cidade de Rio Casca-MG, diante da sua equipe atuante na saúde mental na rede primária. Aproveita-se a oportunidade para informar que o estudo se constitui em uma replica de uma pesquisa finalizada em 2012 como trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem dos autores e de novos colaboradores que integraram esta nova proposta. Assim, destacamos que o instrumentos de coletas de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra população a fim de que a coleta gerasse um banco de dados oferecendo oportunidades de ampliação das pesquisas dentro desta temática. Além disso, informamos que toda a fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou também esta segunda. Assim, o enfermeiro envolvido nesse serviço deve orientar os demais profissionais ali inseridos através de uma metodologia problematizados a que busque articular os saberes produzidos no cotidiano dos serviços e o conhecimento científico. Constituindo-se uma Atenção Básica em um espaço de acolhimento e da integralidade das ações visando à ampliação da rede de cuidados com o objetivo de promoção da saúde como forma de produção de vida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Donnangelo (1979), a definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença. A mesma autora coloca que a OMS define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Conforme a OMS, os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência Inter geracional e a auto realização do potencial intelectual e emocional da pessoa. Numa perspectiva transcultural, é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa. Verifica-se em Paiva (2003), que a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), ocorrida em março de 1986, vem definir as bases do projeto da Reforma Sanitária Brasileira, que rompe com o modelo assistencial vigente e reformulando a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 concepção de saúde. Introduz ainda a especificidade de saúde mental no contexto de suas diretrizes e princípios, e apontando para a construção de um Sistema Único de Saúde (SUS) que incentivasse a participação popular através de entidades participativas. Destaca-se conforme a Atenção em Saúde Mental, que a grande maioria das pessoas com transtornos mentais continuam em seu cotidiano, embora com diferentes dificuldades. Em muitos casos, os custos dos cuidados médicos são enormemente aumentados pelos custos associados a síndromes psiquiátricas não diagnosticadas (MINAS GERAIS, 2006). Sobre o trabalho do enfermeiro em Saúde Mental na ESF, Kantorski et al. (2006) afirmam que aconteceu uma mudança de paradigma. Assim o novo modelo envolve práticas coletivas como o incentivo da participação da família e do usuário no tratamento, a reabilitação psicossocial e ações de reinserção social. Kirschbaum citado por Mav (2008) revela que o cuidado a essa clientela deve considerar a singularidade do sujeito e a premissa de que o tratamento deve ser resultado de um conjunto de intervenções que visem tratar a pessoa nos estados de crise, acolhendo-a de maneira humanizada. Soalheiro (2003) entende que a educação permanente dos trabalhadores em saúde, e a avaliação sistemática das novas práticas, além da inclusão da perspectiva dos usuários no processo dentre outras, são vias importantes e necessárias ao estabelecimento dos novos referenciais na prática cotidiana de atenção em saúde mental. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem quantitativa que, de acordo com Gil (2006), tem como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma das características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. A cidade possui (8) ESF, mas somente (4) quatro ESF foram envolvidas no trabalho, da cidade de Rio Casca, localizada na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, com enfermeiro responsável por cada uma delas, totalizando 8 profissionais. Este município possui 14.197 habitantes e sua principal fonte de renda é oriunda da plantação de cana de açúcar IBGE (2011). Os profissionais de saúde implicados no Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 estudo fazem parte de um grupo de Enfermeiros, das referidas ESF. Os critérios de inclusão utilizados foram: enfermeiros que atuam na rede básica e que trabalham nas ESF, há pelo menos 6 meses. A pesquisa foi realizada do mês de setembro de 2013. Para obtenção dos dados foi aplicado um questionário aberto contendo 11 questões, abordando a atuação do enfermeiro, dados socioeconômicos, aspectos relacionados ao seu trabalho na rede básica com os portadores de Saúde Mental e sua família. Os sujeitos da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. Após aplicação do instrumento de coletas de dados, os mesmos foram reunidos e transcritos com autorização do pesquisado, sendo armazenadas em arquivo Word versão 2007. RESULTADOS E DISCUSSÕES A população do estudo é caracterizada por um grupo de 4 enfermeiros que fazem parte das equipes das ESF do Município de Rio Casca - MG. Com relação à formação, 75% não possui pós-graduação, quanto ao tempo de formação 50% são formados há 3 e 4 anos. Em relação aos dados ocupacionais, 50% dos entrevistados estão entre 1 e 2 anos no exercício da profissão. Na variável experiência profissional anterior, 75% possui experiência. O entrevistado foi questionado quanto à contextualização da ESF e o primeiro ponto questionado foram quais as atividades o mesmo desenvolve cotidianamente na ESF. Sobre essa questão obtivemos as seguintes respostas: Atendimento na triagem, acolhimento, preventivo, visita domiciliar, consulta de enfermagem. (Entrevistado 1) Cadastro de hipertenso, diabéticos, gestantes, curativos e acompanhamento da saúde mental. (Entrevistado 2) Gerente da USF, fazendo todas as atividades do cotidiano. (Entrevistado 3) A atuação do enfermeiro é muito importante em uma ESF, cabe ao mesmo desenvolver estratégias para apoiar e supervisionar o trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), acolher às pessoas que necessitam de cuidados, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 organizar o cotidiano, planejar ações e executar atividades juntamente à comunidade (ARAÚJO, 2003). Questionados quanto ao tipo de demanda que recebem 100% responderam que se trata de uma demanda espontânea e agendada. As equipes de saúde da atenção básica, têm que estar preparados para perceber e atender as peculiaridades de cada situação que se apresenta, buscando gerenciar os tipos de recursos e tecnologias (leves, leve-duras e duras) que ajudem a: aliviar o sofrimento, melhorar e prolongar a vida, evitar ou reduzir danos, (re) construir a autonomia, melhorar as condições de vida, favorecer a criação de vínculos positivos, diminuir o isolamento e abandono (BRASIL, 2011). Os enfermeiros foram questionados se no ESF possui demanda de saúde mental, e responderam: No município de Rio Casca temos mais de trezentos pacientes psiquiátricos, mas a maioria abandonou o tratamento, por isso a ESF durante visitas domiciliares fazem a busca ativa da sua área fazendo o cadastro dos pacientes psiquiátricos e um mapa de acompanhamento da saúde mental. (Entrevistado 4) Sim, existem muitos pacientes de saúde mental. (Entrevistado 3) Lucchese et al., (2009) aponta que devem existir articulações entre ESF e atenção à saúde mental na lógica da Reforma Psiquiátrica, uma vez que ambos têm princípios e diretrizes que se convergem: a busca em romper com o modelo médico hegemônico, o desafio de tomar a família em sua dimensão sócio-cultural como objeto de atenção, de planejar e executar ações num determinado território, promover cidadania/participação comunitária, e constituir novas tecnologias para melhoria da qualidade de vida das pessoas Em seguida foram questionados sobre a forma que identificam a demanda de Saúde Mental. Identificada pelo médico. (Entrevistado 1) Pessoas com necessidades especiais, mudança de comportamento. (Entrevistado 3) Os pacientes são identificados durante as consultas nas ESF através dos atendimentos psicológicos. (Entrevistado 4) Abordar a atenção à saúde mental no nível primário se trata de um grande desafio, trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real e esse cuidado é complexo, pois se trata de pessoas que vivenciam experiências Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 diferentes, sofrimentos, dúvidas, incertezas, alucinações, entre outros sentimentos. As iniciativas de ações de cuidado em saúde mental no ESF podem, em algumas situações, ser reduzido à medicalização de condições de sofrimento ou ainda, entender a realidade por meio das intenções expressadas constituindo um discurso idealizado (LUCCHESE et al., 2009). A próxima questão surge para identificar como os enfermeiros agem diante as questões trazidas pela demanda em Saúde Mental, que casos e de que forma. Responderam: Todos os pacientes de Saúde Mental são encaminhados para o psiquiatra pela clinico geral, o acompanhamento é feito com visita domiciliar. (Entrevistado 1) Os casos são acompanhados pela Unidade Básica de Saúde e encaminhados para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) através do laudo médico. (Entrevistado 2) Fazemos visitas domiciliar para avaliar o caso do paciente, se for necessário é feito um relatório e encaminhado para o CAPS ou para o psiquiátrica. (Entrevistado 3) Os pacientes são identificados durante as consultas nas ESF através dos atendimentos psicológicos. (Entrevistado 4) As funções do enfermeiro estão focadas na promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao doente a enfrentar as pressões da enfermidade mental e na capacidade de assistir ao paciente, à família e à comunidade, ajudando-os a encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade mental. Para o enfermeiro realizar suas funções, deve usar a percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada de decisões, planejarem a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo. Essas ações fazem parte do processo de Enfermagem, devendo direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico (VILLELA e SCATENA, 2004). A próxima pergunta questiona se existe algum tipo estratégia, proposta de ação em Saúde Mental sendo desenvolvida na Unidade, a esse respeito observe o que disseram: Sim, há uma estratégia, oficinas terapêuticas. (Entrevistado 2) Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Sim, existem psicólogas atendendo na Unidade Básica de Saúde todo mês me feito uma palestra de motivação com a psicóloga e a comunidade. As famílias dos paciente também são acompanhadas pelo psiquiatra. (Entrevistado 3) Estamos implantando um Centro de Convivência de Saúde Mental Álcool e drogas no bairro Santa Efigênia no Município de Rio Casca. O primeiro encontro foi dia 27 de setembro de 2013 às 8h. Pra começar esse trabalho com um grupo menor, e depois implantaremos em outras ESF. (Entrevistado 4) A Enfermagem direciona suas atividades de forma diferenciada no tratamento dos doentes mentais, implicando atitudes de respeito e dignidade para com o enfermo, ações voltadas às individualidades do sujeito e participação deste em seu processo de tratamento, valorizando e estimulando o auto-cuidado, bem como a reinserção em grupos sociais e comunitários. Para isso, o profissional deve buscar espaços de produção do acolhimento, isto é, espaços que possibilitem à solidariedade, a afetividade, a compreensão, a autonomia, a ética e a cidadania, enfim, espaços que promovam a atenção psicossocial e a reabilitação do indivíduo (VILLELA e SCATENA, 2004). Nesse sentido, a próxima questão refere-se ao enfermeiro encontra dificuldade ou entraves para a demanda com o paciente de saúde mental, essa dificuldade é discutida com a equipe. Apresenta-se algumas respostas dos entrevistados: Sim, temos uma coordenadora de Saúde Mental. (Entrevistado 1) Sim, com a equipe e a coordenadora de Saúde Mental, para encontrarmos uma melhor forma de cuidar do paciente (Entrevistado 3) Quando encontramos algum problema nos reunimos entre o enfermeiro, agente de saúde, assistente social, médico, coordenadores e CRAS a fim de solucionar o problema. (Entrevistado 4) Nem sempre a atenção básica apresenta condições necessárias para os enfermeiros atenderem o paciente de forma devida, falta recursos de pessoal, a falta de capacitação acaba por prejudicar o desenvolvimento de uma ação integral pelas equipes. Além disso, atender às pessoas em sofrimento psíquico é tarefa complexa e envolve o trabalho de vários profissionais, trabalho em equipe (LEMOS, LEMOS e SOUZA, 2007). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se no presente estudo que com a demanda dos pacientes em saúde mental torna-se necessário a qualificação dos profissionais que atuam na atenção básica e um maior envolvimento da comunidade junto a ESF, pois só com o desenvolvimento de ações conjuntas, qualificadas e multiprofissionais, com suporte familiar, atividades em grupo, disponibilidade de serviços de referência e contrareferência, podendo estabilizar o paciente e conseguir sua reinserção na sociedade. Com os desafios enfrentados pelos profissionais ao lidar com o paciente de saúde mental, torna-se necessário superar a perspectiva separativista das profissões e elaborar uma abordagem conjunta com os demais profissionais, formando, assim, uma verdadeira equipe interdisciplinar, fazendo toda a diferença no desdobramento da atenção ao paciente de saúde mental. REFERÊNCIAS ALVES, Vânia Sampaio. Um modelo de educação em saúde para o programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface–Comunicação, Saúde, Educação, v. 9, n. 16, p.39-52, fev. 2005. ARAÚJO, Maria de Fátima Santos de. Prática profissional e construção da identidade do enfermeiro no Programa de Saúde da Família. Política e trabalho, João Pessoa, ano 19, n. 19, 2003. BRASIL 2006. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo Demográfico 2010 – disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/. Acesso 11 nov.2011. KANTORSKI LP, et al. O cuidado em saúde mental: um olhar a partir de documentos e da observação participante. Revista de enfermagem UERJ. 2006; 14(3): 366-71. KIRSCHBAUM DIR. O centro de atenção psicossocial como um espaço de construção de modalidades inovadoras de cuidado e tratamento ao sofrimento mental: realidade ou ilusão. In: Luiz MAV, organizadora. Os novos velhos desafios da saúde mental. Ribeirão Preto (SP): EERP/USP – RP; 2008. p.83-92. LEMOS, Suyane S.; LEMOS, Monalise e SOUZA, Maria da Graça G. O preparo do enfermeiro da atenção básica para a saúde mental. Arquivo Ciência e Saúde 2007 out-dez;14(4):198-202. LUCCHESE et al. 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VILLELA, Sueli de Carvalho; SCATENA, Maria Cecília Moraes. A enfermagem e o cuidar na área de saúde mental. Rev Bras Enferm, Brasília (DF) nov/dez;57(6):73841, 2004. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE COLELITÍASE EM USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) DO HOSPITAL MUNICIPAL DR. JATYR GUIMARÃES DE PAULA Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Fernanda Gonçalves Rodrigues Coelho – Graduanda do Curso de Enfermagem Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas e em Saúde Pública. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco na prevalência e incidência de colelitíase em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, realizada por meio de análise de prontuários de paciente submetidos à colecistectomia aberta por financiamento do SUS de uma Instituição Hospitalar do interior da Zona da Mata Mineira. O universo da pesquisa compreendeu 67 prontuários de paciente. Percebeu-se nessa pesquisa que a colelitíase tem prevalência no sexo feminino, com idade entre 29 a 69 anos de idade, com incidência maior de 30 a 34 anos de idade, e em maior ocorrência em indivíduos de etnia parda. O referido trabalho proporcionou conhecer a incidência e prevalência de colecistectomia, correlacionado os fatores condicionantes à colelitíase. PALAVRAS-CHAVE: colelitíase; colecistectomia; prevalência e incidência. INTRODUÇÃO Um Hospital, segundo o Ministério da Saúde (1997) é parte integrante de uma organização médica e social, com função proporcionar à população assistência médica integral, curativa e preventiva, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 tem a obrigatoriedade de alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Harken e Moore (1999) incorporam ao contexto hospitalar assistência curativa e paliativa, com visão resolutiva aos agravos apresentados pelos indivíduos. Em um estudo de casos de colelitíase, os mesmos autores, descreveram que esta patologia acomete aproximadamente 11% da população adulta, com prevalência diferenciada a idade, sexo e grupo étnico. Os autores destacam, que certos grupos étnicos apresentam alta incidência, como os escandinavos, hispânicos e americanos nativos e a baixa incidência representada por negros e asiáticos, em que pacientes com rápida perda de peso ou dependentes de Nutrição Parenteral Total (NPT) são mais suscetíveis. Para Freitas et al. (2012) a colelitíase é a presença de litíase biliar, conhecida como pedras ou cálculos no interior da vesícula, estrutura oca, com formato de pera, de paredes finas e regulares, situada na fossa vesicular entre os segmentos IV e V do fígado, cuja função é armazenar a bile com volume estimado em 30 a 50ml. Para Barbosa et al. 2011, a patologia apresenta-se em três formas clínicas: assintomática a maioria dos pacientes, sintomática e complicada. As manifestações clínicas mais comuns são dor no quadrante superior direito ou epigástrio com picos noturnos, podendo irradiar-se para o ombro direito, muitos apresentam intolerância a alimentos com teor significativo de gordura (SATURNINO e BÉCKER, 2013). O Ministério da Saúde (2014), por meio do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), delineia que mais de 130 mil colecistectomias abertas foram realizadas no País em 2008 e 19 mil por videolaparoscopia. Ainda que a técnica videolaparoscópica seja considerada padrão-ouro é realizada em 95% dos pacientes em países desenvolvidos, no Brasil principalmente no SUS o procedimento mais utilizado é a colecistectomia aberta (BICARO, et al. 2009). Devido ao vasto número de registros de colecistectomia ocorridos no Hospital Municipal Dr. Jatyr de Guimarães Paula, surgiu o interesse de um estudo voltado para identificar os fatores de risco na prevalência e incidência de colelitíase em usuários do SUS. O interesse pelo estudo se deu enquanto registrava os pacientes para procedimento cirúrgico eletivo, como circulante do centro cirúrgico desde o ano de 2010 até os dias atuais. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Diante disso, a questão eixo do estudo foi qual é a prevalência e incidência de colelitíase em usuários do Sistema Único de Saúde no Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães de Paula? O objetivo da pesquisa foi identificar a prevalência e incidência de colelitíase em usuários do Sistema Único de Saúde no Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães de Paula. Diante da complexidade das intervenções cirúrgicas, pretende-se com esse estudo, elaborar mecanismos que contribuam para a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento de forma preventiva à colelitíase. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A colecistite aguda está associada a dor somática causada por irritação do peritônio, que recobre a vesícula biliar, a dor é também localizada no quadrante superior direito irradiando-se para as costas e ombro direito e com duração de várias horas, geralmente associada à náusea, vômito e febre (HARKEN e MOORE, 1999) Os cálculos biliares são compostos de colesterol, bilirrubina, cálcio e muco proteínas, nos Estados Unidos 75% dos cálculos biliares são pedras de colesterol, 20% são pedras de pigmento preto e 55% são pedras de pigmento marrom. As pedras de pigmento preto são mais comuns em pacientes com cirrose e anemia hemolítica (talassemia, anemia falciforme). As pedras primariamente de ducto biliar são geralmente de pigmento marrom e estão associados a infecções (GUIMARAES, et al. 2010). As pedras de colesterol se formam quando a concentração de colesterol na bile excede a capacidade dos sais biliares de transformá-las em solução. Normalmente, o colesterol é tido com solução por uma associação aos sais minerais e fosfolipídios (ex: lecitina) na forma de micelas e vesículas. Em altas concentrações de colesterol, as vesículas se fundem para formar cristais que se agregam os mucos proteínas para formar cálculos. A bile litogênica pode ter uma concentração de colesterol aumentada ou uma concentração de sais biliares diminuída (HARKEN e MOORE, 1999). Para Prado et al. (2005) o aparecimento de cálculos esta condicionado a uma série de eventos sequenciais. Dentre os fatores associados com a maior incidência de cálculos, Freitas et al. (2012) citam a obesidade, os níveis alterados de colesterol no organismo, hormônios sexuais femininos, principalmente o Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 estrogênio que altera a motilidade da vesícula, dificultando o seu esvaziamento, modificando também a síntese e captação hepática de colesterol, o diabetes mellitos, o qual aumenta a incidência de litíase biliar devido a super saturação do colesterol e infecções biliar. Ainda, segundo Saturnino e Bécker (2013), os fatores que desencadeiam a formação dos cálculos biliares podem incluir defeitos metabólicos e da secreção de lipídeos biliares, disfunção da vesícula biliar e a precipitação de colesterol e sais de cálcio em seu interior. Barbosa et al. (2011) destacam que a ultrassonografia (USG) é ainda o método de imagem inicial para abordagem diagnóstica e avaliativa do sistema biliar, amplamente disponível, seguro, inócuo e de baixo custo. Quanto ao procedimento indicado no tratamento da colelitíase, suas complicações e neoplasias da vesícula biliar, a colecistectomia é a cirurgia do trato digestivo mais realizado, devido à alta incidência de litíase vesicular, cujo tratamento definitivo consiste na exérese da vesícula. Dentro dessa linha de estudo Bicaro et al. (2009) e Saturnino e Bécker (2013) citam que o tratamento cirúrgico é feito através da técnica convencional e videolaparoscopia. A Técnica convencional tem sido realizada, de acordo com Harken e Moore (1999) com bons resultados por todo este século. Efetuada através de uma incisão na parte superior do abdômen, promove alterações na mecânica e na função pulmonar (RIBEIRO, et al. 2008). Harken e Moore (1999) descrevem que a vesícula é ressecada do leito hepático com ligação do ducto e da artéria cística, sendo que este procedimento quando realizado de forma eletiva apresenta taxa de morbidade de 2% e de mortalidade de 0,2%. Harken e Moore (1999) enfatizam a colecistectomia profilática para pacientes com cálculos assintomáticos é aconselhável em grupos específicos. É recomendada para pacientes com doença falciforme e deve ser feita casualmente em pacientes com cirurgia para obesidade mórbida, também para pacientes com alto risco de câncer ou para vesícula em porcelana (parede da vesícula biliar calcificada; 50% de risco de malignidade). A maioria das autoridades não recomenda cirurgia em diabéticos com cálculos assintomáticos, em decorrência das peculiaridades desta patologia. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva. Para Silva e Menezes (2001) esse tipo de pesquisa apresenta como objetivo descrever as particularidades de uma população previamente prevista, considerando aspectos fenomenológicos, levando em consideração as variáveis, no qual usufrui técnicas padrão (instrumentos de dados previamente elaborados). A pesquisa foi realizada em Unidade Hospitalar localizada na Cidade de Santa Margarida Minas Gerais, o Hospital Municipal Doutor Jatir Guimarães de Paula, registrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em 12 de março de 2002. É uma entidade Municipal, sem fins lucrativos com gestão Municipal. Trabalham neste local em torno de 45 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem, auxiliares de serviços gerais, farmacêutico, entre outros (CNESNet, 2014). A instituição é caracterizada como hospital geral, oferecendo atendimento em emergências, ambulatorial, internações e cirurgias de pequena e média complexidade. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013) o município apresenta população estimada em 15.772 habitantes. As principais atividades econômicas são produção de café, agropecuária, comércios varejistas e empresas privadas e serviços oriundos do ramo público o qual gera boa parte dos empregos da cidade. Os dados foram extraídos de prontuários de pacientes submetidos ao procedimento de colicistectomia no ano de 2013 no Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães de Paula, compondo assim, o montante total da pesquisa. O levantamento dos dados ocorreu no mês de abril de 2014, mediante autorização prévia do gestor da Instituição, momento este em que foi apresentado o objetivo e relevância da pesquisa, bem como a justificativa da escolha da unidade hospitalar. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo anonimato (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Os dados decorrentes do levantamento foram tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Os resultados gerados foram representados por meio de tabela, norteando assim a discussão dos dados. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES No período de janeiro de 2013 à dezembro de 2013, foram realizadas no Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães de Paula, um total de 361 cirurgias de pequeno, médio e grande porte, das quais 207 são de médio e grande porte (colecistectomia, histerectomia, ooforectomia, hernioplástia inguinal, umbilical e incisional, hemorroidectomia, laqueadura tubária, hidrocelectomia e salpingectomia), sendo destas 207, 67 cirurgias foram colecistectomia (procedimento operatório por via abdominal convencional). É digno de menção salientar que a Instituição em questão atende paciente oriundos de várias cidades, por se tratar de uma entidade que realiza procedimentos vinculados exclusivamente ao SUS. Estes pacientes em algumas particularidades são referenciados de Unidades Básicas de Saúde, previamente atendidos por médicos clínico geral e, em seguida, encaminhados para avaliação do cirurgião geral ou ainda, em alguns casos específicos direcionados para outros médicos em outras especialidades. Em relação às características gerais da população estudada, foram incluídas apenas as cirurgias de colecistectomia convencional com incisão na parede abdominal, procedimento realizado via financiamento do SUS, compondo o corpus da pesquisa 67 prontuários, descritos na Tabela 1. Tabela 1: aborda os dados socioeconômicos da população investigada: Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada Característica N=67 % 58 9 86,6 13,4 1 3 7 12 5 7 7 5 8 4 5 1 2 1,5 4,48 10,44 17,91 7,47 10,44 10,44 7,47 11,94 5,97 7,47 1,5 2,97 30 31 6 44,8 46,3 8,9 Gênero Feminino Masculino Faixa Etária 15 – 19 anos 20 – 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 80 anos Grupos Étnicos Branco Pardo Negro Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Dos 67 pacientes submetidos à colecistectomia 86,6% (58) eram do gênero feminino, corroborando com a literatura, pois estes resultados estiveram presentes em outros estudos com prevalência no sexo feminino em mais de 80% do grupo estudado (FERREIRA, et al. 2004). Segundo Santos et al. (2008) a incidência é mais significativa em mulheres com múltiplas gestações. Além disso, estes podem estar associados ao fato de que os hormônios sexuais, principalmente o estrogênio, aumentam o potencial litogênico da bile, intensificando a secreção de colesterol e diminuindo a secreção de ácidos biliares, levando a saturação de colesterol e consequentemente formação de cálculos biliares (BABULAL, 2010). No que diz respeito à faixa etária dos pacientes que emergiram dos prontuários analisados, esta variou entre 17 e 76 anos de idade, porém com a porcentagem maior, pacientes com idade acima de 25 anos, com pico de incidência 25 a 69 anos. Esses dados condizem com a literatura, uma vez que as chances de possuir colecistite aumentam com a idade, estimando-se que 15% dos brasileiros acima de 20 anos apresentam colecistite (COELHO, FRARE e ARCE, 1991). É digno de menção salientar que a classificação da faixa etária seguiu as idades sugeridas na pirâmide etária brasileira (BRASIL ESCOLA, 2014). No Brasil, embora a incidência de litíase biliar esteja relacionada à progressão da idade, estudos sobre a prevalência são escassos e limitados. Segundo Guimarães et al. (2010) a prevalência global de 9% aumenta para 21% na população de 60 a 69 anos e mais de 30% nos indivíduos acima de 70 anos. Os autores dão ênfase a respeito de essa faixa etária equipara-se com o pico de produção hormonal em mulheres com idade fértil, em decorrência dessa produção exacerbada de hormônios ser um dos fatores predisponentes para desenvolver colelitíase. Deste modo geral, pode-se dizer que existe uma inserção considerável na incidência entre a faixa etária de 30 a 55 anos, aumentando gradualmente, a partir dos 35 anos, sendo a doença mais comum em paciente idoso, ocorrendo devido à diminuição das reservas funcionais e a presença de doenças associadas em cerca de metade dessa população (SANTOS, et al. 2008; REGO, et al., 2003). Ainda, relacionando os fatores determinantes para o desenvolvimento de colelitíase, considerando a importância do aspecto étnico sobre a incidência da colelitíase, constatou-se que a proporção de indivíduos da raça parda 46,3% (31), Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 acometidos pela doença foi superior à encontrada nos indivíduos branca 44,8% (30) e negros 8,9% (6). Apesar do escasso número de pesquisa relacionada à incidência de colelitíase, tendo como fator determinante o grupo étnico, um estudo semelhante constatou também que a proporção de indivíduos da raça parda (11,1%), acometidos pela doença, foi superior à encontrada nos indivíduos não pardas (7,8%) percebendo assim uma maior chance de evoluírem com cálculos biliares, da ordem de 1,47 vezes, se comparado aos demais grupos raciais (MANTOVANI, LEAL e FONTELLES, 2001). Já em relação à baixa incidência representada pelos negros, entram em conformidade com os autores Harken e Moore (1999) que em um de seus estudos também demonstraram baixa incidência em negros e asiáticos. Diante dos dados apresentados, consideram-se como principais fatores determinantes para prevalência e incidência de colelitíase o gênero, em que o sexo feminino está mais exposto aos fatores que desencadeiam a colelitíase e levam a colecistectomia, o aumento da idade, acima de 29 anos, estando menos predispostos a desenvolver a doença indivíduos da etnia negra, o que pode ser confirmado analisando o corpus da Tabela 1. Estudos realizados por Martins e Stell (1983) com intuito de investigar a prevalência e incidência de colecistectomia em indivíduos com colelitíase, estabelece claramente que a diferença na incidência de litíase em vários países é decorrente de fatores relacionado ao hábito de vida, sedentarismo, alimentação rica em gordura e alto valor calórico, fatores hereditários, além disso, os mesmos autores concluíram que a baixa incidência é menor em indivíduos da etnia negra, no qual, dos 100 casos investigado apenas 6,49% eram negros. Das colecistectomias realizadas na Instituição Hospitalar em questão, por meio de financiamento do SUS, um número expressivo era do sexo feminino. De forma generalizada em relação à realização do procedimento considerando a faixa etária, deu-se de forma generalizada, com maior incidência dos 25 aos 29 anos, com predomínio étnico pardo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O referido trabalho proporcionou identificar os fatores de riscos que ocasionam a prevalência e a incidência da colelitíase, conhecida como pedra na vesícula biliar. A pesquisa evidenciou maior ocorrência refere-se ao gênero feminino, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 devido aos hormônios sexuais, principalmente o estrogênio. A faixa etária dos indivíduos acometidos pela patologia em questão encontra-se com maior incidência entre 25 a 69 anos de idade, aumentando gradualmente a partir dos 35 anos, acometendo geralmente pacientes idosos, com prevalência em indivíduos dos grupos étnicos pardo. Diante da gravidade do problema, correlacionado ao tratamento em que a cirurgia é, em muitos casos, a única opção para solucionar o mesmo (intervenção cirurgia aberta ou via laparoscópica), propõe-se assim, fornecer campanhas de cunho educativo no que tange as ações de promoção e incentivo aos hábitos de vida saudáveis, correlacionado a adoção de estilo de vida que minimizem o surgimento da doença, diminuindo a ingestão de gorduras, alimentos ricos em calorias, bem como, adoção e prática de atividades físicas, aliando nesse segmento, a realização do diagnostico prévio, a fim de evitar complicações decorrente do diagnóstico tardio, haja visto, que qualquer procedimento cirúrgico tem riscos previsíveis e imprevisíveis. A equipe de saúde tem papel importante nesse contexto, seja atuante em serviços de prevenção, promoção e reabilitação em saúde (Estratégia Saúde da Família), em que tem como responsabilidade coadjuvar para melhoria no estilo de vida das pessoas, impactando no aumento da qualidade de vida dos mesmos. A equipe atuante em unidade hospitalar em que é responsável por estar ao lado dos pacientes desde sua entrada na instituição até sua saída, sendo assim, poderá esclarecer dúvidas decorrentes desse processo, proporcionar conforte e estabelecer o elo entre equipe cirúrgica e família, antes, durante e após o procedimento cirúrgico. REFERÊNCIAS BABULAL, J. Colelitíase e Coledocolitíase em Doente Jovem: Revisão Bibliográfica. Portugal (Porto), 2010. 33p. Dissertação Mestrado. Colelitíase. Coledocolitíase. Criança. adolescente. Programa de Pós-Graduação em Medicina. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. BARBOSA, ABR et al. 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Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo é identificar os fatores que levam o desmame humano precoce, destacando os benefícios do aleitamento materno exclusivo e os malefícios do desmame precoce. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa, foram entrevistadas 20 mães de crianças acima de 6 meses de idade, residentes no Bairro Boa Vista da cidade de Matipó- MG. Para a obtenção dos dados foi aplicado um questionário contendo 15 questões relacionadas ao objetivo do trabalho. Os resultados apontam que foi possível identificar por meio do estudo que o principal fator que influenciou o desmame precoce foi que o leite materno era considerado fraco e não sustentava devido ao choro constante da criança. O desmame precoce pode acarretar vários quadros infecciosos e o desenvolvimento de várias doenças. Entre os benefícios do aleitamento materno exclusivo estão a diminuição de quadros infecciosos além do alto alto valor nutricional do leite materno para o organismo da criança até os seis meses de idade, sem a necessidade de introduzir qualquer outro tipo de alimento. PALAVRAS-CHAVE: aleitamento materno, amamentação exclusiva, desmame precoce. INTRODUÇÃO As vantagens da amamentação são hoje reconhecidas, evidenciadas e aprovadas cientificamente. Apesar das várias vantagens oferecidas pela amamentação, ela está em declínio desde o início do século XX (ISSLER, et al., 2010). A Organização Mundial de Saúde OMS (2001) preconiza que as crianças devem ser submetidas ao aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Até essa idade, a criança deve tomar apenas leite materno e não deve introduzir nenhum outro alimento complementar ou bebida. A partir dos 6 meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares. As crianças devem continuar sendo amamentadas, pelo menos, até completarem os 2 anos de idade. Segundo Araújo et al. (2008) a amamentação não é totalmente espontânea no ser humano, muitas vezes deve ser aprendida para ser prolongada com êxito, atentando-se que a maior parte das nutrizes precisa de esforço e apoio constantes. Nesse sentido, as mulheres, ao iniciar pela primeira vez o aleitamento materno, solicitam que lhes sejam apresentadas modelos ou guias práticos de como devem conduzir-se nesse processo que, na maioria das vezes, tem como primeira referência o meio familiar, as amizades e vizinhança nos quais estão inseridas. Segundo Santos e Neves (2012) o desmame precoce é um problema de saúde pública em todo o mundo, relacionado a muitos fatores como idade materna, primiparidade, baixo nível de escolaridade, uso precoce de fórmulas lácteas e chupetas, ocupação materna, urbanização, tabagismo, falta de incentivo da família e da sociedade, além de deficiências na atenção à saúde. A amamentação exclusiva é a estratégia mais efetiva na redução da mortalidade infantil. Estima-se que ações de promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável sejam aptas para reduzir, respectivamente, em até 13% a ocorrência de mortes em crianças menores de cinco anos em todo o mundo (PORTAL BRASIL, 2013). A Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno, desempenhada nas capitais e Distrito Federal em 2010, revelou que a prevalência média nacional de Aleitamento materno exclusivo é de 41% (STEPHAN, CAVADA, VILELA, 2012). Diante do exposto, a questão norteadora deste estudo é quais os fatores que influenciam ao desmame humano precoce? E o objetivo da pesquisa é identificar os fatores que levam ao desmame humano precoce. Por meio deste estudo pretende-se contribuir para a conscientização das gestantes sobre a importância do aleitamento materno e os benefícios que o leite trará para seu filho. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERENCIAL TEÓRICO Sabe-se que o leite materno é o alimento ideal para as crianças. No entanto, a prática do aleitamento materno não é espontânea, intuitiva, natural/biológica ou fácil. Além disso, a amamentação depende das condições de vida do trabalho, do instante vivido pela mulher, de suas vivências anteriores, da sua bagagem cultural e da visão que a sociedade possui a respeito da amamentação (FUJIMORI e OHARA, 2009). Entre os benefícios as crianças em aleitamento materno têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é estéril, livre de bactérias e contém fatores antiinfecciosos que incluem: (I) células brancas vivas (leucócitos) que eliminam as bactérias; (II) anticorpos (imunoglobinas) contra muitas das infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir seus próprios anticorpos; (III) têm menos diarréia que as alimentadas artificialmente; (IV) a criança que continua em aleitamento materno durante uma infecção se recupera mais rápido; (V) o leite materno permanece ajudando a evitar doenças e facilitando a recuperação durante o segundo e terceiro anos de vida (KING, 2001). Entre as desvantagens, a introdução precoce da alimentação complementar tem sido associada também ao acréscimo de várias doenças, como asma, hipertensão, obesidade e diabetes mellitus tipo 1 (FUJIMORI e OHARA, 2009). O desmame natural proporciona uma mudança mais tranquila, menos estressante para a mãe e a criança, completa as necessidades da criança (fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até ela estar madura para tal e, teoricamente, fortalece a relação mãe-filho. O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir abandonada pela mãe, provocando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza ou depressão, e luto pela perda da amamentação ou por alterações hormonais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa. Segundo Gil (2009) a pesquisa descritiva descreve as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. A pesquisa foi realizada em 2 dias consecutivos na segunda semana do mês de abril de 2014, em que participaram 20 mães, número total das mães presentes nos referidos dias para a consulta com o pediatra na UBS do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó-MG. Para a obtenção dos dados foi aplicado um questionário contendo 15 questões fechadas abordando o objetivo do trabalho. O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde no Bairro Boa Vista no Município de Matipó, cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café) (IBGE, 2010). A população do estudo constitui-se de mulheres que tem filhos com mais de 6 meses de idade. As mulheres foram informadas dos objetivos do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da resolução 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (BRASIL, 1996). Os dados foram processados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram pesquisadas 20 mulheres mães de crianças acima de seis meses de idade que receberam o aleitamento materno. A coleta de dados foi realizada no mês de abril de 2014. A tabela 1 resume as principais características sócio demográficas das mães entrevistadas: Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1: Características sócio demográficas da população entrevistada. Característica Faixa Etária 17 – 19 20 – 24 25 – 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 50 50 - 54 N=20 % 4 2 10 1 0 1 1 1 20% 10% 50% 5% 0% 5% 5% 5% Estado Civil Solteira Casada Divorciada 7 12 1 35% 60% 5% Formação profissional Doméstica Funcionária Pública Diarista Lavradora 17 1 1 1 85% 5% 5% 5% 2 10% 11 55% 3 14 15% 20% 9 45% 9 45% 2 10% Escolaridade Ensino fundamental completo Ensino fundamental incompleto Ensino médio completo Ensino médio incompleto Renda familiar Menor que um salário mínimo Entre um e dois salários mínimos Maior que dois salários mínimos Notamos que somente 15% das mães possuem o ensino médio completo. No que se refere ao grau de instrução materna, muitos estudos têm evidenciado que esse fator afeta a motivação para amamentá-lo. Em muitos países desenvolvidos, mães com maior grau de instrução tendem a amamentar por mais tempo, talvez pela possibilidade de um maior acesso as informações sobre os benefícios do aleitamento materno. Já em países em desenvolvimento, as mães de classes menos favorecidas, com baixa escolaridade, frequentemente não casadas, começam o prénatal mais tarde e, consequentemente, se preocupam em definir a forma do aleitamento também mais tarde (FALEIROS, TREZZA, CARANDINA, 2006). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Observar-se que 45% das mães possuem uma renda familiar menor que um salário mínimo. No Brasil, as mulheres de baixa renda foram as que menos buscaram os serviços de pré-natal e que apresentaram um menor número de consultas, além de iniciá-lo mais tardiamente, obtendo um menor índice de aleitamento materno entre elas (FALEIROS, TREZZA, CARANDINA, 2006). A figura 1 refere-se ao tempo de amamentação exclusiva até os seis meses de idade: Figura 1: Tempo de aleitamento materno exclusivo até o 6º mês. A figura mostra que apenas 16% das mães amamentaram exclusivamente até os seis meses de idade. Aleitamento materno exclusivo é quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes incluindo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Amamentar significa proteger a saúde da criança de doenças como diarréia, distúrbios respiratórios, otites e infecção urinária e, ao mesmo tempo, a criança que é amamentada de acordo com o recomendado apresenta menor probabilidade, carga genética e outros condicionantes de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares (PARIZOTTO E ZORZI, 2008). Quando questionadas sobre as causas que levaram ao desmame precoce, 20%, das mães disseram que o leite materno era fraco e não sustentava a criança (FIGURA 2). Vários trabalhos já vêm demostrando o dado “leite fraco/não sustenta” como a primeira causa sendo apontada como desmame. A associação feita pelas mães sobre este dado foi pelo fato de que o bebê mama e chora ou chora toda hora (SIQUEIRA et al. 1994). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Causas do desmame precoce citadas pelas mães Segundo Parizotto e Zorzi (2008) O desmame precoce é a interrupção do aleitamento materno antes do lactente ter completado seis meses de vida, independentemente de a decisão ser materna ou não e do motivo de tal interrupção. As mães foram questionadas sobre quais outros alimentos foram introduzidos na dieta da criança, 85% afirmaram que introduziram chás, água e leite. A iniciação com os alimentos deve ser aos poucos, pois é com seis meses de idade que a criança adquire maturidade fisiológica e neurológica para receber outros alimentos (PARIZOTTO E ZORZI 2008). A figura 3 mostra o número de filhos que cada mãe teve. É possível notar que 45% das entrevistadas tem apenas um filho. A pesquisa aponta para uma realidade diferente, apesar de o bairro apresentar condição socioeconômica baixa. Existe uma associação entre posição socioeconômica da população e níveis de fecundidade, no sentido de que os grupos menos instruídos ainda apresentam taxas de fecundidade mais elevadas, enquanto os grupos intermediários e os mais instruídos, em escala ordenada, detêm menores números de filhos (IBGE, 2009). Figura 3: Número de filhos das mães entrevistadas. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Das 20 mães pesquisadas observamos que 45% amamentaram todos os seus filhos até os seis meses de idade não sendo exclusivamente. Sabe-se que os benefícios do leite materno e a amamentação exclusiva sob livre demanda são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento da criança nos primeiros seis meses de vida. As necessidades nutricionais durante o primeiro ano de vida da criança variam de acordo com os padrões individuais. De modo geral, até o primeiro semestre, o leite materno é fundamental para a nutrição da criança (FROTA et al, 2009). A figura 4 representa a importância do aleitamento materno exclusivo de acordo com o conhecimento das entrevistadas. Figura 4: Importância do aleitamento materno exclusivo de acordo com os conhecimentos das entrevistadas. Quanto à importância do aleitamento exclusivo as mães demostraram ter conhecimento, pois 45% delas responderam que o leite materno promove a defesa contra infecção e nutrição do organismo da criança. A amamentação, além de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 proporcionar, pelo leite materno, a melhor fonte de nutrição para os lactentes, é a proteção contra diversas doenças agudas e crônicas, pois o leite materno inclui anticorpos da mãe que passam para a criança, combatendo ainda a diarreia, anemia e desidratação. Amamentar origina o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce entre a mãe e a criança, denominada tecnicamente por vínculo afetivo (ALMEIDA E FRANCO, 2014). A figura 5 mostra de quanto em quanto tempo as mães oferecem o leite materno para as crianças. Podemos notar que 50% das mães oferecem de 30 em 30 minutos o leite materno para criança. Existem crianças que têm necessidade de mamar repetidas vezes e durante muito tempo e outros que mamam mais espaçadamente e fazem mamadas mais curtas. Cada criança tem o seu jeito pessoal de alimentar-se e sentir-se confortado. É importante deixar a criança mamar em regime livre, uma criança pode desejar mamar passados 15 minutos de ter acabado uma mamada, ou pode passar 4 horas sem solicitar o peito. Figura 5: Intervalo de tempo no qual é oferecido o leite materno à criança. Entretanto, deve certificar-se que a criança está mamando leite suficiente, ou seja, ele deve mamar pelo menos 8 a 12 vezes, em cada 24 horas (PIRES, 2011). A figura 6 mostra de quanto em quanto tempo que criança mama. Notamos que 50% das mães disseram amamentar durante um período de 15 a 30 minutos. O tempo que cada criança precisa para completar uma mamada muda de criança para criança e de mãe para mãe. Esse tempo varia de mamada para mamada e depende muito da idade da criança. Um recém-nascido leva bastante tempo em cada mamada do que uma criança de 6 meses. O leite do início da mamada contém a maior parte das proteínas e açúcares. O leite do final da mamada é menos abundante, mas tem mais calorias (é rico em gordura e vitaminas lipossolúveis). O Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ideal é que a mamada dure até que seja a criança quem deixe espontaneamente o peito (PIRES, 2011). Figura 6: Tempo que a criança mama de acordo com as mães entrevistadas. Segundo Parizotto e Zorzi (2008) é fundamental que a mãe tenha consciência de que a amamentação é uma das experiências mais gratificantes para as mulheres e que se deve empenhar-se para que ela seja mantida o máximo de tempo possível. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste estudo foi possível identificar que o principal fator que influenciou o desmame precoce foi que o leite materno era considerado fraco e não sustentava as crianças. Porém, as mães afirmaram possuir o conhecimento sobre a importância do aleitamento materno exclusivo como defesa e nutrição. Mesmo tendo esse conhecimento acreditavam que o leite materno era fraco e não sustentava devido o choro da criança, levando a introdução de algum outro tipo de alimento. O desmame precoce pode acarretar vários quadros infecciosos e o desenvolvimento de várias doenças a saúde da criança. É importante ressaltar que as mães deverão ser orientadas quanto aos benefícios do aleitamento materno exclusivo. Entre os benefícios as crianças em aleitamento materno têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é estéril, livre de bactérias e contém fatores anti-infecciosos. Destacando que o leite materno possui um alto valor nutricional para o organismo da criança até os seis meses de idade, sem a necessidade de introduzir qualquer outro tipo de alimento. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Joseneide Viana. FRANCO, Victor. Aleitamento Materno Exclusivo até o 6º mês. Disponível em: http://www.fares.edu.br/arquivos/artjoseneide.pdf. Acesso em: 12. maio de 2014. ARAÚJO, Olívia Dias et al. Aleitamento materno: fatores que levam ao desmame. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672008000400015. Acesso em: 08. fev. 2014. BRASIL – Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196. 1996. Brasília: CNS; 1996. FALEIROS, Francisca, TREZZA, Ercília, CARANDINA, Luana. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG Gabriela Fernandes da Silva, Hosana Silvério Chaves Rocha eTatiana Maria Xavier – Graduadas em Enfermagem, Especialistas em Saúde Pública. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsista FAPEMIG. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A saúde do homem vem sendo discutida na atualidade como uma grande preocupação, pois, os homens ignoram a possibilidade de adoecer, ocasionando assim, problemas que poderiam ser prevenidos. O objetivo do presente estudo foi analisar os motivos que levam os homens a procurarem a Estratégia Saúde da Família. Trata-se de estudo descritivo com análise quantitativa com dezenove (19) homens cadastradas em um Programa de Saúde da Família no município de Raul Soares - MG. A partir dos dados coletados, pressupõe que a maioria dos homens não procura o serviço de saúde por falta de tempo, filas enormes que causam demora no atendimento e falta das ações educativas voltadas para população masculina. Este estudo favoreceu a ascensão de possíveis fatores que leva o homem a procurar ao serviço de saúde, fortalecendo a ideia de que esta procura traz benefícios, podendo evitar uma atenção secundária e até terciária, visando à promoção da saúde. Além disso, evidencia que os homens procuram os serviços da Estratégia de Saúde da Família (ESF) tardiamente. O homem precisa de cuidados tanto quanto qualquer individuo independente de sexo e idade. PALAVRAS-CHAVE: homens; procura dos serviços de saúde; motivos. INTRODUÇÃO A atenção primária é entendida como uma forma de organização dos serviços de saúde e também como uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços, a partir de uma perspectiva da população. A política nacional de atenção integral à saúde do homem visa melhorar a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 atenção à saúde masculina, mantendo a integralidade da atenção, reconhecendo que a população masculina procura o sistema de saúde por meio da atenção secundária, sendo assim, necessário um mecanismo que fortaleça e qualifique a atenção primária, para que a saúde não venha a trabalhar na recuperação, mas sim, na promoção da saúde e na prevenção de agravos evitáveis (BRASIL, 2008). Segundo Nardi et al. (2007), estudos comparativos mostram que homens são mais vulneráveis às doenças graves e crônicas, e que morrem mais cedo que a população feminina. A pesquisa também mostra que entre as principais causas de morte masculina estão às doenças cardiovasculares, as neoplasias malignas e as violências, sobressaindo os acidentes de veículo a motor e os homicídios. Muitas dessas causas podem ser prevenidas ou controladas por meio de intervenção em atitudes e práticas cotidianas que contribuem para a ocorrência desses problemas. A Estratégia Saúde da Família visa à promoção da saúde, oferecendo à população cadastrada informações necessárias sobre formas de prevenção e autocuidado, preocupando-se com as causas da morte que acometem o homem, promovendo encontros e campanhas de conscientização desta população (BRASIL, 2008). A contribuição desta investigação foi no sentido de possibilitar a melhoria da qualidade de vida do homem, uma vez que, além de constituir um importante indicador de avaliação, demonstra a realidade, focada no controle dos agravos, planejamento da assistência aos usuários bem como em ações operacionais na atenção primária. Esta temática relevante foi alvo de criteriosa revisão da literatura sobre o assunto, motivada pela existência de um local específico para a coleta de dados e a disponibilidade do autor para desenvolver o tema. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo verificar a procura dos serviços de atenção primária por homens cadastrados em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Raul Soares-MG. Com esta investigação pretendemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida do homem, uma vez que, além de constituir um importante indicador de avaliação, demonstra a realidade, focada no controle dos agravos, planejamento da assistência aos usuários, bem como em ações operacionais na atenção primária. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Por longa tradição histórica e cultural, os homens padecem de menores Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 cuidados com a saúde. Tendo em vista que apresentam menor iniciativa da procura ao médico periodicamente, além das dificuldades em aderir aos tratamentos preconizados, tornando-se mais vulneráveis a complicações, tornando os quadros mais graves e crônicos (BONITO, 2010). Mas o homem deve mudar seu pensamento, cuidando mais de sua saúde e tendo assim uma boa qualidade de vida, ocasionando satisfação para si mesmo e para os que vivem ao seu redor. O Ministério da Saúde, por meio da secretaria de atenção à saúde, investiu em março de 2010 mais de R$ 4 milhões na política nacional de atenção integral à saúde do homem como incentivo, implantando a política em mais 54 municípios (BRASIL, 2010). A política tem como objetivo melhorar as condições de saúde da população masculina, para reduzir a morbidade e mortalidade da população, facilitando os acessos aos serviços de assistência integral a saúde, incentivando e educando a população a respeito de sua saúde (BRASIL, 2008). A educação é o foco principal para que a política seja implantada com sucesso, pois educando com palestras, panfletos e outros meios, farão com que eles percebam a importância de cuidar da saúde. Cabe ao enfermeiro criar estratégias para que a população masculina venha a procurar o Programa Saúde da Família de forma primária e não secundária ou terciária. Na maioria dos Programas Saúde da Família, quando o homem chega ao PSF ele já quer consultar com o médico, pois já está com algum problema precisando de tratamentos farmacológicos. É necessário que a enfermagem crie formas que atendam as necessidades masculinas, tais como: horários que possam facilitar sua procura pelas unidades, informar a população quanto à necessidade de procura pelo serviço de saúde, trabalhar com as agentes comunitárias de saúde a importância de incentivar e convencer sobre à consulta preventiva da comunidade de sua responsabilidade. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário fechado durante quatro dias. Tais dias foram indicados considerando o atendimento nas ESF referentes à saúde do homem e à saúde do adulto em uma mesma semana a fim de obter informações a respeito do que levam os homens a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 procurar os serviços de saúde. Assim, na referida semana foram atendidos nas ESF 19 homens, que se constituíram nos indivíduos que responderam o questionário. A opção por estas duas ESFs se deu pelo fato de as pesquisadoras atuarem como enfermeiras nestes locais, o que facilitou o acesso aos dados. Além disso, as duas ESFs funcionam na mesma infraestrutura, sendo que cada uma tem a sua equipe e atende a diferentes bairros. Os pesquisados assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (ESF), autorizando a realização da pesquisa. Os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Office Excel® e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. No entanto, para este resumo optou-se apenas por uma descrição dos percentuais encontrados. RESULTADOS E DISCUSSÕES A discussão dos resultados foi baseada nas informações obtidas através do questionário estruturado aplicado aos homens. O estudo foi desenvolvido tendo como amostra dezenove (19) homens. Os resultados revelaram que a amplitude de variação na idade dos homens foi de 41 a 50 anos com 37%. Durante a entrevista, foi observado que os homens que procuram a ESF estão em uma faixa etária mais avançada, podendo ser por fatores de risco. A procura dos serviços de atenção primária esta ligada à escolaridade, sendo que a prevalência dos entrevistados foi o 1° grau incompleto, ou seja, 53%. Barroso (2010) afirma que o nível baixo de escolaridade afeta negativamente nos conceitos do autocuidado da saúde. A pesquisa mostrou que 58% dos homens vivem com companheira/esposa. Segundo IBGE (2009), a maioria dos homens a partir dos 35 anos são casados na população brasileira. E o número de pessoas que moram sozinhas diminui comparado com o ano de 2008. Com relação ao trabalho, 27% dos homens atuam/atuaram na agricultura. Para Schraiber (2010), as profissões dos homens são apresentadas como um exercício negativo nas práticas de saúde, tendo uma necessidade maior de atenção aos cuidados nesses casos. De acordo com o estudo 63,3% dos homens tem a renda familiar de mais de 1 salário a 3 salários mínimos. Os determinantes socias resultam na vulnerabilidade aos agravos da saúde na população masculina (BRASIL, 2008). As classes sociais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 interfere diretamente na saúde, pois uma pessoa com a renda familiar baixa não terá uma moradia com as condições de saúde apropiadas como saneamento básico e outros determinantes. Outro requisito importante para esta pesquisa é a carga hóraria que os entrevistados enfrentam/enfretavam semanalmente. Pode-se perceber que a carga horária é um fator que dificulta o acesso aos serviços de saúde, pois para se conseguir o atendimento, é necessário uma disponibilidade de tempo, o que para muitos homens era praticamente impossível. A pesquisa mostrou que 58% dos entrevistados enfrentam/enfrentavam uma carga maior de 40 horas semanais. A afirmativa de Gomes, Nascimento e Araújo (2007) comprova que o homem tem dificuldades no acesso aos serviços de saúde, baseando-se que para uma marcação de consultas devem enfrentar filas intermináveis que, muitas vezes, os fazem perder um dia de trabalho e que nem sempre, têm seus problemas resolvidos em uma única consulta. Considerando também que para um bom rendimento do trabalhador, o homem deve estar disposto e saudável, pois se não estiver em perfeita condições de saúde, com certeza, não terá um bom rendimento em seu trabalho. Dos entrevistados 83% já faltaram ao serviço por causa de doença, no último ano, dado que mostra que a maioria deles já faltou ao serviço por doença, sendo que poderiam prevenir essas enfermidades, procurando os serviços de atenção primária . Também foi questionado aos entrevistados com qual frequência eles buscavam os serviços na ESF. Houve a predominância de 26% sobre aqueles que procuraram a unidade semanalmente. Pode-se falar que os homens procuram menos os serviços de saúde por falta de uma atenção voltada para suas necessidades. Courtenay (2000), afirma que os serviços de saúde são pouco destinados aos homens e oferecem poucas explicações de mudanças de fatores de risco para doenças quando comparado com as mulheres. Para entender melhor porque os homens procuram pouco o serviço de saúde também foi interrogado por quais motivos não usavam os serviços de saúde quando precisavam ou quando se fazia necessário. O motivo que os levaram a procurar o serviço de saúde foi para consultas médi-cas, responderam 75% dos entrevistados. Por motivos variados, os homens não têm por costume procurar e se preocuparem com a qualidade de sua saúde. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Somente quando realmente necessitam por gravidade ou intensidade do problema, é que procuram o serviço de saúde. Cofirma Albano (2010), que os homens procuram os serviços de saúde pela presença de alguma doença, para a busca de medicamentos e acompanhantes de filhos e esposas, deixando de lado as consultas de caráter preventivo. Os pesquisados foram questionados sobre os motivos que os levaram a consulta. De acordo com doenças. Segundo a figura 67% consultaram por sintomas de algumas Gomes, Nascimento e Araújo (2007), o homem procura o serviço de saúde quando está sentindo dores insurportáveis, ficando impossibilitado de trabalhar. Destacando-se que o homem busca a ESF não mais para atenção primária, mas secundária ou terciária, onerando os serviços de saúde. Cabe aos profissionais de saúde concientizar a população de que é mais viável a prevenção que o tratamento, sendo que a ESF não funciona como ambulátorio/hospital que trata os sintomas, mas funciona como promoção e prevenção da saúde. Os pesquisados foram indagados sobre as razões por não procurarem a ESF. Com predominância de 53% dos entrevistados, não procuraram, pois as dores (problemas) que sentiam desapareceram sozinhos. Ficam em destaque dois motivos pelo qual os homens não procuram os serviços de saúde: um é o desaparecimento dos problemas que os levariam a ESF o que pode ocorrer em varias situações de saúde, pois podem ser pequenas dores de cabeça ou outra queixa de dor que fora desencadeada por algum esforço ou situação diferenciada do cotidiano do paciente, outro motivo foi o tamanho da fila de espera para o atendimento, o que os desanimavam e os faziam desistirem e muitas vezes não retornavam mais. Lima Júnior (2009), fala que a falta de conhecimento da maioria dos homens sobre as atividades desempenhadas pelas atenções básicas a saúde, são o ponto mais sustentável da precariedade da promoção, que cria um acesso insatisfatório e uma consequência de prevenção precária na saúde do homem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo pode-se notar que os homens que procuram a Estratégia Saúde da Família, são os que têm idade mais avançada, pois é a fase que tem início o aparecimento de alguns sinais e sintomas de alguma doença. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Por o nível de escolaridade e renda familiar serem baixos existe uma interferência no autocuidado com a saúde e condições para usufruí-la. As responsabilidades como provedor e a carga horária do emprego que coincide com o horário de funcionamento da Estratégia Saúde da Família, são justificativas que os homens apontam para não procurarem o serviço para o autocuidado com a saúde. O papel do enfermeiro é essencial à esta clientela. Portanto, necessita-se de uma visão holistica do profissional com os homens que compreendem esta política, realizando consultas de enfermagem e criando grupos operativos destinados a estes homens, que podem funcionar como incentivo a um autocuidado maior, deixando de lado os “tabus”. Para a implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem é preciso analisar o homem como um todo, fortalecer as equipes multiprofissionais para melhor atendê-los, mantendo em consonância as bases do Sistema Único de Saúde. REFERÊNCIAS ALBANO, B. Ramos. Desafios para inclusão dos homens nos serviços de atenção primária a saúde. Revista Enfermagem Integrada. Ipatinga: Unileste - MG - v.3 n.2 - Nov./Dez. 2010. BARROSO, Priscila Farfan. Relação da taxa de escolaridade com os indicadores de emprego e desemprego. Porto Alegre, 2010. Conversas e controvérsias, v. 1, n. 1, p. 31-39. BONITO, R. Fratari. Discutindo saúde do homem em unidades básicas de saúde da família, em Uberlândia MG. 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Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. RESUMO O objetivo do estudo foi verificar o conhecimento de mães de uma cidade da Zona da Mata Mineira sobre os benefícios do aleitamento materno até os seis meses. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), composta de um grupo de mães do Município de Matipó, MG. Para obtenção dos resultados foi aplicado um questionário a 20 mães, contendo 18 questões fechadas. Foi observado neste estudo a baixa escolaridade das mães e a baixa renda familiar. Das mães pesquisadas 80% relataram ter conhecimento sobre aleitamento materno, mesmo assim promoveram o desmame antes dos seis meses, por acreditarem que o leite é fraco ou não sustenta, e 55% das mães acreditam que através do aleitamento materno, mãe/filho são beneficiados. Conclui-se que o aleitamento materno exclusivo influencia na saúde, envolvendo vínculo afetivo entre mãe e filho. PALAVRAS CHAVE: aleitamento materno; amamentação exclusiva; conhecimento das mães. INTRODUÇÃO Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que fortalece o vínculo entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática da amamentação exclusiva por seis meses e a continuação do aleitamento materno Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 acrescido de alimentos complementares até os dois anos de vida ou mais. A amamentação é um direito, especialmente quando se tem um trabalho, seja ele remunerado ou não, necessitando dessa forma, conhecer a legislação trabalhista que protege a maternidade (MELO et al. 2010). O aleitamento materno é a melhor estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda o impacto positivo na promoção da saúde integral da dupla mãe/filho e benefícios de toda a sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Segundo Marques et al. (2004), o devido crescimento da criança só é alcançado com uma alimentação adequada. Na primeira fase de sua vida, o leite materno é o alimento que contém toda necessidade nutricional, imunológica, psicológica, sendo um fator importante para que haja uma diminuição da morbidade e mortalidade infantil. A escolha do tema surgiu no estágio na Estratégia Saúde da Família (ESF), do bairro Boa Vista, da cidade de Matipó-MG, onde começamos a conviver com as mães que por necessidades, vaidades ou falta de conhecimento deixaram de amamentar seus filhos antes dos seis meses de vida. Diante do exposto, a questão norteadora deste estudo é qual o conhecimento de mães de uma cidade da Zona da Mata Mineira sobre os benefícios do aleitamento materno até os seis meses? O objetivo da pesquisa é verificar o conhecimento de mães de uma cidade da Zona da Mata Mineira sobre os benefícios do aleitamento materno até os seis meses. Com este estudo queremos contribuir para que as mães se conscientizem da importância do Aleitamento Materno e a sua importância para o desenvolvimento saudável do seu filho. Mostrar o efeito protetor da amamentação sobre a mortalidade doenças, verificando a importância de ser orientado por profissionais da saúde, criando assim um vínculo profissional/mãe e filho. REFERENCIAL TEÓRICO A amamentação oferece inúmeros benefícios para a saúde da criança, sendo capaz de promover o desenvolvimento integral, pois o leite materno fornece todos os nutrientes necessários para iniciar uma vida saudável. O leite humano supre todas Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 as necessidades do lactente até o sexto mês de vida, sendo eficiente até o primeiro ano, em atender aspectos nutricionais e imunológicos (PASSANHA, et al. 2010). A criança, ao se alimentar exclusivamente com o leite humano, nos seis primeiros meses de vida, se torna imune às infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias. O aleitamento exclusivo atua na prevenção de anemia, cáries dentárias, alergias, obesidade, diabetes mellitus insulino-dependente, dentre várias outras patologias. Além disso, crianças alimentadas pelo leite materno apresentaram redução da pressão sanguínea, diminuição do colesterol total, melhor desempenho em testes de inteligência, menor prevalência de sobrepeso e obesidade e de diabetes tipo II (PAULA, et al. 2010). Além de todas as vantagens para a criança, é importante destacar que o leite materno aumenta o laço afetivo mãe-filho, promovendo maior segurança; melhora a resposta às vacinações, proporcionado maior capacidade de combater doenças mais rapidamente (MELO, et al. 2010). A introdução precoce de alimentos complementares aumenta a morbimortalidade infantil como consequência de uma menor ingestão dos fatores de proteção existente no leite materno, sendo também os alimentos complementares uma fonte de contaminação das crianças. Além disso, a introdução precoce diminui a duração do aleitamento materno, interfere na absorção de nutrientes importantes existentes no leite materno, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de nova gravidez (MONTE e GIUGLIANI, 2004). O desmame precoce é prejudicial tanto à mãe quanto a criança. A mãe perde a proteção natural contra a contracepção e o câncer da mama e do ovário. A criança perde a proteção contra as gastroenterites e infecções respiratórias (ICHISATO e SHIMO, 2002). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva. Segundo Gil (2006) tem como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma determinada população ou fenômeno. Uma das características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município de Matipó, cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café) (IBGE, 2010). O universo da pesquisa constituiu-se de um grupo de mães da referida UBS. Para a seleção das colaboradoras foi adotado como critério de inclusão estar cadastradas na UBS e residir no município de Matipó. A pesquisa foi realizada em 2 dias consecutivos da 2ª semana do mês de abril de 2014, em que participaram 20 mães, número total das presentes nos referidos dias para consulta ginecológica obstétrica. A obtenção dos resultados se deu por meio de um questionário contendo 18 questões fechadas, abordando dados socioeconômicos, o conhecimento das mães sobre o aleitamento materno e a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses. As participantes da pesquisa foram informadas dos objetivos do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu especificações da Resolução 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Desses dados foram gerados gráficos que orientaram a escrita da parte de resultados e discussões desse estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os principais fatores determinantes do crescimento e desenvolvimento adequado à condição de saúde da criança é o aleitamento materno e a sua alimentação adequada no primeiro ano de vida (BARBOSA, et al. 2009). Assim, o conhecimento das mães a respeito dos benefícios do aleitamento materno exclusivo será o foco de discussão deste estudo. A tabela 1 aborda os dados socioeconômicos da população investigada, evidenciando a baixa escolaridade das mães: (55%) não tem ensino fundamental completo) e a renda familiar menor que um salário mínimo, atingindo 45% das mulheres. A baixa renda familiar pode estar relacionada ao fato de 85% das mães não trabalharem fora, dependendo exclusivamente da renda do companheiro para o sustento da família. Ao encontro dessa discussão, Ciampo et al. (2008), afirmam que vários elementos se relacionam direta ou indiretamente com a lactação, tais Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 como a dieta materna, que é fonte de nutrientes para a produção adequada de leite, pode ser influenciada por questões econômicas, sociais e culturais. Tabela 1: Dados socioeconômicos da população investigada Característica Faixa Etária 15 – 19 anos 20 – 24 anos 25 – 29 anos 30 – 34 anos 35 – 39 anos 40 – 44 anos 45 – 49 anos 50 – 54 anos N=20 % 4 2 10 1 0 1 1 1 20% 10% 50% 5% 0% 5% 5% 5% Estado Civil Solteira Casada Viúva Divorciada Outros 7 12 0 1 0 35% 60% 0% 5% 0% Escolaridade Nenhuma Ed. Fundamental Incompleta Ed. Fundamental Completa Ens. Médio Incompleto Ens. Médio Completo 0 11 2 4 3 0% 55% 10% 20% 15% Renda Familiar Menor que um salário mínimo Entre um e dois salários mínimos Maior que dois salários mínimos 9 9 2 45% 45% 10% Trabalha Fora Não Sim 17 3 85% 15% Todas as mães pesquisadas relatam ter amamentado seus filhos, sendo que 65% realizou esse planejamento antes da gravidez, 15% fizeram o mesmo planejamento durante a gravidez e 20% após o parto. Para explorar o potencial do nível primário de assistência no apoio à amamentação, alguns países vêm criando ações a serem cumpridas pelas unidades básicas de saúde, considerando que esta rede é pública e gratuita e constitui a principal responsável pelo acompanhamento das mães durante a consulta ginecológica e as crianças na puericultura ou pediatria. Essas etapas são importantes, pois é durante a gravidez que a maior parte das mulheres formula os padrões de alimentação infantil, e durante os primeiros meses de vida da criança é Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 comum surgirem dificuldades para amamentar e pressões sociais para a introdução precoce de água, chá, leites infantis e outros (OLIVEIRA e CAMACHO, 2002). A figura 1 representa o tempo da amamentação das mães pesquisadas, apontando que esse tempo atingiu 25% dos valores percentuais no intervalo menor que 1 a 3 meses e de 4 a 6 meses. Os 75% de mães que deixam de amamentar exclusivamente até os seis meses afirmaram que o fizeram pelo fato de achar que somente o leite não sustentaria a criança, considerando que o leite materno é fraco, sem vitaminas, não sendo o suficiente para a criança. Para o Ministério da Saúde (2009), o leite humano é capaz de alimentar a criança até 4 ou 6 meses sem a necessidade de suplementação e introdução precoce de alimentos líquidos, semissólidos ou sólidos que, quando introduzidos precocemente, não trazem benefícios nutritivos ou psicológicos. Todas as mães informaram ter participado de consulta pré-natal e 80% relataram ter conhecimento sobre o aleitamento materno. Segundo Shimizu e Lima (2009), os benefícios do acompanhamento pré-natal sobre a saúde da gestante e do recém-nascido contribuem para a redução da mortalidade materna, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal. A figura 2 representa o período ideal para fazer o aleitamento materno, segundo as mães pesquisadas. Figura 1: Tempo de amamentação referido pelas mães pesquisadas. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Período ideal para fazer o Aleitamento Materno exclusivo de acordo com as mães pesquisadas. A respeito do período ideal do aleitamento materno exclusivo, os dados informados na figura 2 como “outros” identificou diversos períodos, sendo o tempo menor dois meses e o maior três anos. A figura 2 evidencia que outros 40% das mães apontam o período ideal ser até os 6 meses. Tais resultados são coerentes com o que preconiza a Política Nacional de Aleitamento Materno, que tem por objetivos promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e o Aleitamento Materno Misto (AMM) até os dois anos de idade (AZEVEDO, et al. 2010). A Figura 3 representa a opinião das mães sobre quando o bebê deve ser colocado pela primeira vez para mamar. Identifica-se que 45% das pesquisadas acreditam que a criança deve ser colocada pela primeira vez para amamentar na primeira hora de vida. A OMS recomenda colocar os bebês em contato com o corpo das mães imediatamente após o parto, durante pelo menos uma hora, sendo uma prática que pode reduzir até 22% a mortalidade neonatal. Maiores são as chances de mortalidade neonatal causada por infecções, quando se prorroga o início do aleitamento materno (BOCCOLINI, et al. 2013). Figura 3: Quando deve ser colocado pela primeira vez o bebê à mama? Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Vale a pena destacar que 45% das mães disseram não saber, o que demonstra considerável falta de conhecimento a respeito da primeira mamada. A amamentação na primeira hora de vida é uma das estratégias prioritárias para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno no País e baseia-se na capacidade de interação e vínculo dos recém-nascidos com suas mães nos primeiros minutos de vida. (BOCCOLINI, et al. 2008). Das mães pesquisadas, 50% relatam que o leite materno contém todos nutrientes que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida. Segundo Marques, Lopez e Braga (2004), na fase inicial da vida, o leite humano é o alimento que reúne todas as características nutricionais ideais, tendo equilíbrio adequado de nutrientes, além de desenvolver inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas, importantes na diminuição da morbidade e mortalidade infantil. As mães foram perguntadas sobre de quem eram os benefícios do aleitamento materno e 55% afirmaram que esses benefícios são da mãe e da criança e 35% afirmaram ser apenas da criança. No que tange os benefícios, aspectos epidemiológicos apontam que as vantagens do leite humano vão além da esfera biológica e abrange também a esfera psicológico-afetiva, sendo benefício para o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e a sociedade como um todo (AZEVEDO, et al. 2010). A tabela 2 apresenta as vantagens do aleitamento exclusivo até seis meses para o bebê, segundo as mães pesquisadas. Alguns dados da tabela 2 merecem ser realçados: 75% das mães pesquisadas relatam que o leite tem melhor digestibilidade; 65% das mães relatam que com o aleitamento materno não ocorre à morbidade por diarreia e 55% das mães desconhecem sobre a prevenção na diminuição do risco de diabetes mellitus tipo I e linfomas. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Doenças do trato respiratório, otite, diarreia, enterocolite necrosante, meningite bacteriana, infecção do trato urinário, sepse e desnutrição atingem mais aquelas crianças que tiveram pouco tempo de amamentação ou que não amamentaram. A amamentação também contribui para redução na incidência de Diabetes Mellitus tipo 1 e 2, linfoma, leucemia, sobrepeso, obesidade e hipercolesterolemia. A amamentação além de desfavorecer o surgimento de tais doenças e promover saúde e imunidade à criança, também influencia o desenvolvimento neuropsicomotor (NOBRE, et al. 2010). Tabela 2: Vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis meses para o bebê. PERGUNTAS É o alimento mais adequado às suas necessidades Melhor digestibilidade Pode aumentar a mortalidade infantil, pois a criança fica fraca. Previne o risco de algumas infecções. Previne o risco de algumas alergias. Ocorre a desnutrição. Diminui o risco de diabetes mellitus tipo I e linfomas. Promove a linguagem do bebê e diminui problemas de alteração morfológica da boca. Fator de proteção para obesidade. Redução do potencial de crescimento. Morbidade por diarreia. Sim 55% 75% 35% 70% 60% 25% 25% 40% RESPOSTAS Não Não sei 40% 5% 20% 5% 55% 10% 15% 15% 25% 15% 60% 15% 20% 55% 15% 45% 35% 30% 15% 55% 55% 65% 10% 15% 20% A tabela 3 mostra vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis meses na concepção das mães. Alguns dados da tabela 3 também merecem ser realçados: 80% das mães relatam que a amamentação fortalece o vínculo entre mãe/filho; 65% não acreditam na proteção contra a gravidez durante o aleitamento materno exclusivo e 45% desconhecem sobre a involução uterina precoce durante o período de amamentação. O aleitamento materno contribui muito para a saúde da mulher, protegendo contra o câncer de mama, de ovário e ampliando o espaçamento entre os partos. A eficácia da lactação como anticoncepcional é de 98% nos primeiros 6 meses após o parto, desde que a amamentação seja exclusiva ou predominante e que a mãe se mantenha amenorreica. Outro benefício para a saúde da mulher que amamenta é a involução uterina mais rápida, como consequente diminuição do sangramento pósparto e de anemia (GIUGLIANI, 2000). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 3: Vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis meses de acordo com as mães. PERGUNTAS Promove a involução uterina mais precoce A mãe perde peso mais rapidamente Aumenta a ansiedade. Diminui o risco de cancro da mama e ovários. Favorece a vinculação mãe-filho. Pode promover o stress e muitas vezes à depressão Amamentar em exclusivo e durante à noite protege à mãe de gravidez. RESPOSTAS Sim Não 35% 75% 45% 50% 80% 35% 30% 20% 20% 50% 20% 5% 60% 65% Não sei 45% 5% 5% 30% 15% 5% 5% A Figura 4 apresenta o motivo do desmame, antes dos seis meses de idade evidenciando um resultado de destaque (40%) relacionado à crença de que o leite é fraco ou não sustenta. Para Passanha et al. (2010), o aleitamento materno representa uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido. Nenhum outro alimento é capaz de oferecer a criança todos os ingredientes do leite materno. Este alimento apresenta composição específica que se ajusta às necessidades nutricionais do lactente, e é compatível com suas limitações metabólicas e fisiológicas. Figura 4: O motivo do desmame antes dos 6 meses de idade de acordo com as mães pesquisadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde preconizam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, depois dessa idade, que os lactentes recebam alimentos complementares, mas continuem com o leite materno até os dois anos. As práticas apropriadas de alimentação são de fundamental importância para a sobrevivência, crescimento, desenvolvimento, saúde e nutrição dos lactentes em qualquer lugar (SILVA e SOUZA, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os resultados mostraram que o tempo de amamentação referido pelas mães está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde. No entanto, metade das mães tem o conhecimento que o leite materno contém todos os nutrientes que a criança precisa e que mãe e filho são beneficiados. É importante ressaltar como as mães assimilam as informações rapidamente, se repassadas de forma clara, mas o fato de serem orientadas não implica diretamente em uma amamentação adequada, sendo o aleitamento materno exclusivo um fenômeno complexo. Assim, há necessidade de orientações sobre os benefícios e a importância para a mãe, filho, família e sociedade do Aleitamento Materno Exclusivo, para evitar a prática do desmame precoce. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Diana Soares de; et al. Conhecimento de Primíparas sobre os Benefícios do Aleitamento Materno. 2010. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/373/pdf. Acesso em: 14.maio.2014. BARBOSA, Marina Borelli; et al. Fatores de risco associados ao desmame precoce e ao período de desmame em lactentes matriculados em creches. 2009 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n3/07.pdf. Acesso em: 13.maio.2014. BOCCOLINI, Cristiano Siqueira; et al. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 19.março.2014. MARQUES, Rosa F. S. V; LOPEZ, F·bio A.; BRAGA, Josefina A. P. O crescimento de crianças alimentadas com leite materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2/v80n2a05.pdf. Acesso em: 14.fev.2014. MELO, Mônica Cecília Pimentel de; et al. Aleitamento materno e suas particularidades: uma abordagem teórico-prática sobre o tema. 2010. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/aleitamento.pdf. Acesso em: 19.fev.2014. MINISTERIO DA SAÚDE. II Pesquisas de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal. 2009. 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Ana Lígia de Souza Pereira – Especialista em Estomaterapia. Professora Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX Kelly Aparecida do Nascimento – Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO O estudo teve como objetivo identificar o perfil, a percepção e a frequência com que as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de idade procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Foram pesquisadas 50 mulheres durante o mês de setembro de 2011, no município de Matipó/MG, selecionadas de forma aleatória, as quais compareceram as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para realização do exame Papanicolaou. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário semiaberto. Os resultados comprovaram que a maioria das entrevistadas realizam o exame Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando dentro do intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde. O referido trabalho nos proporcionou conhecer a frequência e quais sentimentos são vivenciados durante a realização do exame Papanicolaou ou como é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. PALAVRAS-CHAVE: Papanicolaou. câncer. colo de útero. enfermagem. INTRODUÇÃO Para Sleutjes (2008), o útero vária em forma, tamanho, posição e estrutura, isso de acordo com a idade, estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e do reto, e sobretudo, do estado de gestação. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Destarte, Fernandes e Costa (2003), nos colocam que o câncer é resultante da transformação maligna das células normais, ocasionando um crescimento e divisão com maior velocidade do que o normal, com perda de sua função. Os programas de rastreamento têm efetividade na redução da mortalidade, quando os exames citopatológicos forem conhecidos e aceitos pela população, uma vez que repetidos em intervalos apropriados para detecção precoce da doença (BRASIL, 2002). O câncer de colo uterino pode ser evidenciado a partir dos 20 anos de idade, aumentando seu risco para os 29 anos e atingindo sua culminância entre os 45 e 49 anos, afetando a reprodução feminina (BEGHINI, et al. 2006). Em contra partida o Ministério da Saúde (1988), em concordância com a Organização Mundial de Saúde (OMS), propõem a realização do exame Papanicolaou em mulheres entre 25 e 59 anos de idade, uma vez por ano e após dois exames anuais consecutivos negativos, este poderá ser realizado a cada três anos. Para Montenegro (2010), o câncer de colo uterino, além de possuir elevada prevalência nos países em desenvolvimento, pode acomete mulheres mais jovens, uma vez que 30% das mulheres com diagnóstico de câncer de colo do útero encontram-se em idade reprodutiva e 3% dos cânceres de colo são diagnosticados durante a gravidez, durante o parto ou no pós parto. Beghini et al. (2006), salientam que os enfermeiros podem contribuir muito para a prevenção do câncer de colo uterino, principalmente quanto à participação no controle de fatores de risco, na realização da consulta ginecológica e do exame Papanicolaou. Este estudo embasa-se na relevância da complexidade do contexto da saúde da mulher, com menção ao perfil, percepção e a participação das mulheres quanto à realização do exame Papanicolaou, elaborando assim, possíveis soluções para os problemas em questão. Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil, a percepção e a frequência com que as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de idade, procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Nettina (2007), o câncer do colo uterino é uma doença maligna ginecológica comum. Carvalho (2004) salienta que se trata de um tipo invasivo de câncer no qual o tumor instala-se no colo uterino, podendo ser detectado em seus estádios iniciais, através de programas de rastreamento. Para Carvalho (2004), no Brasil é o tumor maligno mais frequente do aparelho genital feminino e o terceiro tipo de câncer em mulheres, depois do de pele e de mama. A ocorrência se dá entre mulheres de 35 e 55 anos de idade, principalmente nas multíparas. Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), salientam que o controle dessa neoplasia se dá pelo exame preventivo ou Papanicolaou, realizado há mais de 30 anos, mesmo sendo um exame simples, inócuo, eficiente e de baixo custo, o câncer de colo de útero é considerado uma das principais causas de morte entre as mulheres brasileiras, devido às deficiências do diagnóstico precoce. Seguindo essa perspectiva Brito, Nery e Torres (2007), enfatizam que o Papanicolaou consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e endocérvice, extraídas no esfregaço ou raspado do colo do útero e epitélio vaginal. Para Martins, Thuler e Valente (2005), os estudos epidemiológicos do tipo caso-controle indicam um risco elevado de desenvolver câncer do colo do útero, mulheres que nunca foram submetidas ao exame de Papanicolaou. Na perspectiva de Rafael e Moura (2010), a Estratégia Saúde da Família (ESF) pode oferecer várias contribuições ao cenário de controle da doença, ao abranger em sua dinâmica de trabalho práticas voltadas a vigilância com participação social, incluindo os programas de rastreio, por ter longa fase pré-clínica e o exame de Papanicolaou deve ser repetido periodicamente. Para as autoras Beghini et al. (2006) o enfermeiro é o profissional encarregado de oferecer um processo educativo, divulgando informações à clientela, enfatizando sobre os fatores de risco, ações e prevenções da detecção precoce, orientações e adoção para si de hábitos e comportamentos saudáveis. Brasil (2002), ressalva que o alvo principal de campanhas para controle do câncer do colo do útero deve ser de mulheres que já tiveram a atividade sexual iniciada, principalmente aquelas entre 35 e 49 anos e, especialmente, as que nunca tenham feito o exame Papanicolaou. Atendendo ainda, a demanda espontânea. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O Ministério da Saúde (1996) por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA), implementou o Programa “Viva Mulher”, tendo como população-alvo, mulheres pertencentes à faixa etária de 35 a 49 anos, disseminando e aumentando a oferta de programas direcionada à saúde da mulher. Para Brito, Nery e Torres (2007), o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), prioriza a prevenção do câncer de colo de útero como uma das ações básicas na assistência prestada à mulher. Para Boucher et al. (2008), os principais fatores de risco para o câncer de colo de útero são: relações sexuais sem proteção, vários parceiros sexuais, multiparidade, infecções pelo Papiloma Vírus Humanos (HPV). De acordo com Brasil (2009), é de suma importância salientar que o HPV é condição necessária para a ocorrência de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer invasivo do colo de útero, não deixando de lado a exposição persistente nos fatores de risco. Segundo Brandão-Neto et al. (2009), é de cunho essencial que os profissionais façam com que as mulheres reconheçam e entendam a importância de realizar o exame Papanicolaou, por meio do fortalecimento vinculo profissional/usuária dos serviços em saúde. O controle do câncer depende essencialmente de ações na área da promoção da saúde, proteção específica e do diagnóstico precoce da doença. (BEGHINI, et al. 2006). METODOLOGIA Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, com análise das vivências relatadas pelas mulheres que realizam o exame Papanicolaou. Segundo Gil citado por Silva e Menezes (2001), a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis, com técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. Os mesmos autores dão ênfase na pesquisa de abordagem quantitativa, evidenciando que esta por sua vez tem como característica, investigação direta, por meio de um questionário, esta serve como meio de condução para pesquisa descritiva e exploratória. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Matipó está localizado em Minas Gerais, no interior da Zona da Mata, numa área de 267 km2, possui uma população em torno de 17.639 habitantes de acordo com Censo (2007), totalizando uma população feminina residente de aproximadamente 5.374 habitantes Censo Demográfico (2000), com faixa etária entre 15 a 84 anos. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao grande número de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em serviços temporários e esporádicos. O município de Matipó possui um total de 7 ESF, dentre as quais todas realizam o exame Papanicolaou, a amostra foram 5 dessas unidades, localizadas na área urbana do município. Após um levantamento prévio sobre a faixa etária das mulheres que procuraram a ESF para realizar a coleta do Exame Papanicolaou, no intervalo de janeiro a julho de 2011, definimos que a amostra coletada seria de caráter aleatória simples, de acordo com a ordem de chegada das mulheres em horário e data pré-definidas pelos enfermeiros das ESF para coleta do exame de Papanicolaou. A amostra foi definida após estudo da realização do Papanicolaou em 5 UBS, localizadas na área urbana na sede do município de Matipó/MG, durante os meses de janeiro a julho de 2011 tendo como base os registros das unidades, sendo encontrados 495 registros de exames realizados, dos quais 367 estavam dentro da faixa etária preconizado pelo Ministério da Saúde. Foi aplicado questionário de Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), que foi adaptado pelos autores dessa pesquisa. O instrumento utilizado é semiaberto, aborda dados como: idade, situação conjugal, nível de escolaridade, ocupação, sendo 10 (dez) perguntas com opções de múltipla escolha, das quais 5 (cinco) tem opções de resposta pessoais. Como critério de inclusão deveriam ter idade entre 25 e 59 anos de idade, ou que já tenham iniciado a vida sexual ou que já ultrapassaram a faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde, as quais frequentavam as Estratégias de Saúde da Família (ESF), para realizarem a coleta do exame Papanicolaou, durante o mês de setembro de 2011, no município de Matipó/MG. As mulheres entrevistadas preencheram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. A identidade pessoal foi mantida em sigilo, e a identificação se deu por meio de uma numeração ordinal Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 crescente. Os dados abordados no questionário que antecedem às perguntas serviram de base para traçar a faixa etária e um breve perfil social das mulheres pesquisadas. Os dados foram trabalhados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram pesquisadas 50 mulheres, das quais 14% com idade menor que 25 anos, 80% com idade entre 25 e 59 anos, sendo esta faixa etária correspondente de acordo com a literatura a maior frequência de neoplasias cervicais, idade esta preconizada pelo Ministério da Saúde para realização do exame preventivo do câncer de colo de útero nessa faixa etária e 6% com idade igual ou maior que 60 anos. Em relação à situação conjugal, 66% das mulheres entrevistadas eram casadas, 14% solteiras, 2% viúva, e 18% outros. Em relação à ocupação 18% diaristas, 14% lavradora, 28% do lar, 8% domésticas, 4% comerciantes, 4% aposentadas, 16% outros e 8% não se aplica (NA). Quando questionadas sobre o nível de escolaridade 10% nenhum, 48% ensino fundamental de 1a a 4a série, 26% ensino fundamental 5a ao 9 a anos, 12% ensino médio e 4% curso superior. Segundo Cruz e Loureiro (2008), as condições sócio demográficas interferem diretamente no processo das ações em saúde da mulher, principalmente no que diz efeito ao retardamento da adesão às condutas de prevenção e promoção em saúde pública. Nem todas as entrevistadas já haviam realizado o exame, 76% já fizeram o exame, e 24% nunca haviam o feito. De acordo com Pimentel et al. (2011), as mulheres deixam de comparecer ou retardam a realização do citologia oncótica devido a falta de informação acerca da importância da realização do exame. Seguindo essa perspectiva, Souza et al. (2008), enfatizam a existência de ideias pré-concebidas a respeito da realização do primeiro exame, onde são compartilhadas experiências negativas passadas por mulheres que já realizaram o exame. A figura 1 faz referência ao intervalo para realização do exame. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 1: intervalo na realização dos exames. Os resultados demonstram que 44% das entrevistadas realizam o exame Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando essas mulheres dentro do intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, destarte, de acordo com Davim et al. (2005), a maior cobertura oferecida de forma rotineira pelas UBS, tem oportunizando a essas mulheres maior adesão a realização do exame, uma vez vinculadas as estas UBS por questões de planejamento familiar, pré-natal e procedimentos rotineiros. A figura 2 faz menção nas razões que impedem as mulheres na realização dos exames Figura 2: razões para não fazerem o exame. Como podemos observar na figura 2, grande parte das mulheres não realizam o exame Papanicolaou, por não acreditar que tenha algum valor, para Barbeiro et al. (2009), a carência de informações corretas e uma linguagem incompatível com o público em questão, são fatores para não realização ao exame. Dentro dessa perspectiva Pimentel et al. (2011), ressalvam que a vergonha e a perda pelo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 domínio em relação ao próprio corpo são os principais sentimento que retardam à realização do exame. A figura 3 destaca o tempo da realização do ultimo exame. Figura 3: último exame realizado. Em estudo realizado por Pimentel et al. (2011), o exame de Papanicolaou não é realizado pelas mulheres com a periodicidade recomendada pelo Ministério da Saúde, os mesmos destacam que a não realização do exame preventivo de forma periódica implica na possível descoberta de estádios avançados das lesões intraepiteliais, diminuindo em grande parte as chances de cura. Em relação aos motivos pelo qual as mulheres realizam o exame Papanicolaou das entrevistadas 82% declaram possuir algum conhecimento sobre a importância da realização do exame e 18% afirmaram desconhecer qualquer motivo acerca da realização da citologia oncótica. Davim et al. (2005), fazem menção a dificuldade de acesso ao serviço de saúde para realizar o exame de Papanicolaou, atribui-se a campanhas de prevenção e ou detecção mal sucedidas, e ainda, pelo desconhecimento sobre o câncer ginecológico acrescido de tabus e ideias sobre a mulher. A figura 4 descreve as finalidades evidenciadas pelas mulheres em relação ao exame. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 4: razões para realizar o exame. Segundo estudo realizado por Darvim et al. (2008), das 150 mulheres entrevistadas, 58% referem que o exame de Papanicolaou é capaz de prevenir contra a formação do câncer e também indicar o tratamento adequado. E ainda os mesmos autores, revelam que a literatura demonstra a percepção das mulheres quanto à finalidade do exame de Papanicolaou, seja apenas como um instrumento de detecção de afecções ginecológicas, e não como um método de rastreamento da doença, devendo ser também realizado pelas assintomáticas. Quanto ao acesso às informações antes da realização do exame, das entrevistadas 38% nunca obtiveram nenhum tipo de informação sobre o exame de Papanicolaou, enquanto 62% tiveram informações acerca do exame. De acordo com Pimentel et al. (2011) a população desconhece seus direitos e não tem coragem de perguntar ao profissional que lhe presta o atendimento detalhes da consulta e do procedimento realizado, porém há um déficit considerável de profissionais incapazes de oferecer algum tipo de informação para realizar o exame. A Figura 5 apresenta o local em que as mulheres recebem algum tipo de informações quanto ao exame Papanicolaou. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 5: acesso a Informações sobre o exame. Estudo realizado por Barbeiro et al; (2009), quando os autores questionaram as mulheres com que profissional de saúde preferem realizar o exame Papanicolaou, 76% das 46 mulheres entrevistadas, informaram que preferem realizar e conversar acerca do Papanicolaou com o médico, pois acreditam que este profissional está mais habilitado a prestar orientações bem como realizar o exame. Já para Neves, Freitas e Soares (2007), as mulheres buscam informações acerca do exame com pessoas mais próximas (amigas, no trabalho, parentes, empregadoras, ou até mesmo um esforço autodidata), porém na maioria das vezes essas informações são incorretas. Segundo Barbeiro et al. (2009), de acordo com a Lei Federal do Exercício Profissional de Enfermagem, o enfermeiro é habilitado para realizar o exame preventivo de neoplasia maligna do colo uterino desde que este seja pós-graduado em obstetrícia, Saúde Pública ou Programa Saúde Pública. A figura 6 destaca o significado para as mulheres na realização do Papanicolaou Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 6: significado do exame. Para os autores Neves, Freitas e Soares (2007), de acordo com Lopes (1996), o exame Papanicolaou é considerado importante e necessário para diagnóstico, pois a prevenção envolve a compreensão daquilo que pode surgir como problema ginecológico e não simplesmente como doença grave e fatal. Assim sendo, as mulheres consideram a realização do exame de Papanicolaou de maneira consciente ou inconsciente para evitar futuros agravos. A Figura 7 apresenta os sentimentos evidenciados pelas mulheres durante a realização do Papanicolaou. Figura 7: sentimento ao submeter ao exame. Estudos realizados por Souza et al. (2008) demonstram que a vergonha está relacionada ao fato da mulher expor a intimidade de seu corpo para um profissional como sendo a maior causa mencionada, e ainda a tensão manifestada interfere na realização do exame principalmente na contratilidade da musculatura pélvica e Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 vaginal que dificulta a introdução do espéculo, provocando desconforto e dor, ou seja sentimentos desencadeados devido ao processo de ansiedade apresentado. Para que cada vez mais mulheres busquem realizar este exame, segundo Ferreira (2009), é indispensável que os profissionais da saúde atuem de forma diferenciada, respeitando a privacidade, o direito das mulheres em conversar acerca do câncer de colo uterino, de forma que elas compreendam o que é falado, ou seja, com linguagem adequada para esse público. CONSIDERAÇÕES FINAIS O referido trabalho nos proporcionou conhecer quais sentimentos são vivenciados pelas mulheres durante a realização do exame Papanicolaou ou como é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. E por meio do perfil das entrevistadas, evidenciamos qual é a frequência destas mulheres para realização do referido exame, como podemos evidenciar na discussão dos dados que grande parte destas mulheres estão realizando o exame dentro da faixa etária estabelecida pelo Ministério da Saúde. Destarte, propomos, fornecer informações, discussão, diálogo, acerca do exame, baseado em ações de cunho educativo. Atender essas mulheres com maior sensibilidade e compreensão diminui muito os sentimentos evidenciados neste estudo, enfatizar a humanização no acolhimento a essas mulheres tem efeito positivo neste processo, diminuir os obstáculos entre profissional/usuária, todas essas medidas contribui para adesão das mulheres ao exame. 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Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – Univértix [email protected] RESUMO Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, utilizado para avaliar a qualidade das prescrições (N = 94) aviadas em uma Drogaria do interior de Minas Gerais, durante o mês de julho de 2014. Para facilitar a obtenção dos dados, foi elaborado uma tabela que analisou a presença de informações imprescindíveis para uma prescrição de qualidade de acordo com a Portaria 344/98 do Ministério da Saúde. Do total de prescrições analisadas, 61,70% não utilizaram denominação genérica e 78,70% não apresentaram a duração do tratamento. Outras informações essenciais encontraram-se ausentes como: forma farmacêutica (20,20%), via de administração (73,40%), posologia (7,50%) e duração do tratamento (78,70%). Além disso, 25,50% das notificações não estavam adequadas ao tipo de receituário. Os resultados obtidos demonstra o não cumprimento dos procedimentos legais vinculados à prescrição, isso pode levar a vários erros tanto no momento da dispensação como administração dos medicamentos, o que pode ocasionar danos irreversíveis aos pacientes. PALAVRAS CHAVE: Medicamentos psicotrópicos; Prescrições; Erros de Medicação. INTRODUÇÃO A prescrição é um documento utilizado por profissionais habilitados para prescrever medicamentos, onde os pacientes a utilizam para a obtenção destes junto aos estabelecimentos de saúde que são autorizados para a dispensação de medicamentos (BRASIL, 2011). É de fundamental importância que a prescrição contenha todas as informações necessárias para possibilitar uma dispensação adequada, assim como o uso racional pelo paciente (FIRMO et al., 2013). Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), os medicamentos constituem um dos principais agentes tóxicos no Brasil desde 1994, sendo que em 2009 as intoxicações humanas decorrentes de Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 medicamentos tiveram um percentual de 26,47% na qual 17,36% resultaram em casos de morte (TELES et al., 2013). A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou a Política Nacional de Medicamentos (PNM) com a finalidade de promover o Uso Racional de Medicamentos (URM). Para que aconteça o URM é necessário que a prescrição e dispensação sejam adequadas, os medicamentos disponibilizados nas doses e intervalos definidos pela prescrição e com preços acessíveis (ARAÚJO & UCHÔA, 2011). No Brasil, a Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde em 1998 regulamentou a Portaria n° 344 com o intuito de controlar todas as atividades relacionadas às substâncias e medicamentos psicotrópicos (DUZANSKI et al., 2011). Segundo Camargo et al., (2005) a Portaria 344/98 foi um marco, pois além de padronizar o modelo para os receituários, aumentou as informações necessárias para o preenchimento das notificações de receitas com o intuito de aumentar a segurança dos usuários e profissionais. Contudo, frequentemente são observados erros com relação ao preenchimento das notificações de receitas desses medicamentos, o que pode ocasionar trocas no momento da dispensação, dificuldades para adesão e aumento dos gastos com o tratamento (SILVA, BANDEIRA & OLIVEIRA, 2012). Considerando a importância desse assunto, este trabalho teve como objetivo avaliar as prescrições médicas aviadas em uma Drogaria do interior de Minas Gerais, verificando suas principais características e informações necessárias para a emissão de uma prescrição completa segundo a legislação vigente. Através da identificação das falhas e problemas relacionados às notificações de receita, é possível criar ações educativas a fim de melhorar a qualidade da mesma, beneficiando assim a população atendida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A prescrição deve possuir informações indispensáveis para a utilização adequada dos medicamentos, sendo utilizada também como um elo entre o prescritor, o paciente e o dispensador, além disso, deve conter todos os dados referentes ao usuário, ao prescritor e aos medicamentos prescritos (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013). As falhas contidas em uma prescrição podem induzir a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 vários problemas de saúde dos pacientes, devido a erros de medicação, sendo assim, esses erros devem ser identificados e prevenidos (ARAÚJO & UCHÔA, 2011). Com a intenção de analisar adequação dos receituários, Nascimento e Magalhães (2013), realizaram um estudo observacional descritivo em uma rede de drogarias da região Norte do Brasil em que 759 prescrições foram analisadas com relação aos aspectos legais, aos indicadores de prescrição propostos pela OMS e legibilidade. Verificaram a ausência de itens importantes como período de tratamento, posologia, data da prescrição, assinatura e/ou carimbo do prescritor para a correta dispensação dos medicamentos. Outro trabalho, o realizado por Duzanski et al., (2011), avaliou o cumprimento da legislação quanto à prescrição e dispensação de medicamentos psicotrópicos da lista B (notificação azul), definidas pela Portaria 344/98. Das 73 notificações analisadas, verificou-se que 68 (93,15%) não continham o endereço do paciente, 26 (35,62%) não apresentavam a data de emissão por parte do prescritor, 2 (2,74%) faltavam a posologia e a dosagem, além disso, 41 (56,17%) notificações foram aviadas com o nome de referência e 32 (43,83%) apresentaram denominação genérica. Os resultados mostraram que as notificações de receitas não forneciam todas as informações necessárias e que é preciso conscientizar os profissionais prescritores quanto à necessidade das informações corretas contidas nas notificações. Segundo Brasil (1998), a dispensação é o momento onde o profissional farmacêutico proporciona medicamentos a um paciente, mediante a apresentação de uma receita, prescrita por um profissional habilitado. No momento da dispensação, o farmacêutico deve prestar todas as informações necessárias para a utilização correta, segura e eficiente dos medicamentos de acordo com as necessidades de cada indivíduo (ANGONESI, 2008). As prescrições que não estão de acordo com a legislação, podem prejudicar o tratamento farmacoterapêutico e levar a erros de medicação. Esses erros são decorrentes de falhas no momento da prescrição e dispensação. A dispensação dos medicamentos de controle especial deve ser mais rigorosa, pois podem causar dependência entre outros agravos à saúde (MASTROIANNI, 2009). Segundo Brasil (1998), a Portaria 344/98 – SVS/MS estabelece que todas as receitas de medicamentos a base das substâncias entorpecentes (A1 e A2), Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 psicotrópicos (A3 e B1), psicotrópicas anorexígenas (B2), retinóides de uso sistêmico (C2) e imunossupressores (C3), devem ser acompanhadas de Notificação de Receita (NR), um documento padronizado que acompanhado da receita permite a dispensação desses medicamentos. Além disso, o medicamento só deve ser aviado ou dispensado quando a NR possuir todos os itens listados na Portaria e os mesmos estiverem devidamente preenchidos. As Notificações de Receita tipo “A” devem ser de cor amarela e é utilizada para medicamentos relacionados nas listas A1, A2 e A3. Já as notificações tipo “B1” e “B2” são de cor azul e os medicamentos são relacionados nas listas B1 e B2 respectivamente, ambas são válidas somente no estado emitente. As Notificações de Receita Especial para Retinóides (C2) e Talidomida (C3) são de cor branca, utilizadas para medicamentos relacionados nas listas C2 e C3 respectivamente e são válidas somente no estado emitente (BORGES, 2008). Os medicamentos são essenciais para a prevenção, promoção, manutenção e recuperação da saúde, proporcionando a sociedade uma melhor qualidade de vida. Porém, o seu uso inadequado pode levar a complicações, danos a saúde, prejuízos econômicos e sociais (AIZENSTEIN & TOMASSI, 2011). Dentre as substâncias sujeitas a controle especial, os benzodiazepínicos (BDZ) e os antidepressivos estão entre os medicamentos psicoativos mais utilizados, estudos comprovam que médicos de diversas especialidades prescrevem esses medicamentos e não apenas os psiquiatras, o que pode estar relacionado com um maior número de diagnósticos inadequados, uso irracional de medicamentos e consequentemente podem interferir na qualidade de vida dos usuários desses medicamentos (FONTES, 2009). Devido ao uso abusivo de certos medicamentos no Brasil, foi criada a RDC nº 27 de março de 2007, que elaborou o Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). O SNGPC é um sistema informatizado que permite a captura e transmissão de dados relacionados com a produção, circulação, comércio e uso de substâncias ou medicamentos de controle especial e está disponibilizado via internet, busca a promoção do uso adequado de medicamentos que podem causar dependência física e/ou psíquica (MARTINS et al., 2012). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 METODOLOGIA Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, que segundo Utsumi et al.,(2007), tem como objetivo descrever, analisar ou relacionar fatos e fenômenos de natureza variável. O estudo foi realizado em uma Drogaria do interior de Minas Gerais tendo como objeto de estudo as notificações de receitas aviadas na Drogaria no mês de julho de 2014. Os responsáveis pela avaliação das notificações assinaram um Termo de Compromisso de Utilização dos Dados, comprometendo-se a utilizar os dados somente para realização do estudo e preservar a privacidade dos pacientes, como recomendado pela Resolução n° 1996/96 (BRASIL, 1996). Foram avaliadas todas as notificações de receita retidas na Drogaria no mês de julho 2014, e para facilitar a obtenção dos dados, foi elaborada uma tabela que analisa a presença de informações imprescindíveis para uma prescrição de qualidade de acordo com a Portaria 344/98 do Ministério da Saúde. Após a coleta de dados, os mesmos foram organizados e processados no Microsoft Office Excel, versão 2010 por estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste estudo foram analisadas 94 notificações de receita provindas tanto do sistema público como particular de saúde, aviadas no mês de julho de 2014. Foram avaliados parâmetros que estão relacionados com uma prescrição de qualidade. Podemos observar na Tabela 1, que 100% das notificações apresentavam o nome do paciente, 90,40% não continham o endereço do paciente, 98,90% possuíam a assinatura do médico prescritor, 47,90% não possuíam a data de emissão, 61,70% das notificações apresentavam medicamentos que não estavam na forma de DCB ou DCI e 78,70% notificações não apresentavam a duração do tratamento. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 TABELA 1. Variáveis investigada nas prescrições avaliadas. VARIÁVEIS SIM N % Nome do paciente 94 100 Endereço do paciente 9 9,60 Assinatura do médico prescritor 93 98,90 Carimbo com inscrição no CRM 89 94,70 Legibilidade 68 72,30 Emenda ou rasura 6 6,40 Data de emissão 49 52,10 Adequada ao tipo de receituário 70 74,50 Medicamento está na forma de DCB ou DCI 36 38,30 Dosagem ou concentração do medicamento 90 95,70 Forma farmacêutica 75 79,80 Quantidade em algarismos arábicos e por extenso 1 1,10 Posologia 87 92,50 Via de administração 25 26,60 Quantidade do medicamento 87 92,50 Quantidade está dentro do estabelecido 84 89,40 Duração do tratamento 20 21,30 Abreviatura da forma farmacêutica 80 85,10 Abreviatura da quantidade do medicamento 81 86,20 Abreviatura da via de administração 74 78,70 Abreviatura da posologia 75 79,80 NÃO N 0 85 1 5 26 88 45 24 58 4 19 93 7 69 7 10 74 14 13 20 19 % 0 90,40 1,10 5,30 27,70 93,60 47,90 25,50 61,70 4,30 20,20 98,90 7,50 73,40 7,50 10,60 78,70 14,90 13,80 21,30 20,20 A análise da Tabela 1 permite verificar que é a maioria dos prescritores costumam não preencher alguns campos nas notificações. No trabalho de Firmo et al., (2013), encontramos resultados parecidos com relação ao item endereço do paciente, onde 88,70% das prescrições médicas não continham o endereço do paciente. Mesmo sem repercussões clínicas diretas, a ausência do endereço pode dificultar o contato entre a farmácia e o usuário depois da dispensação, caso seja necessário (ALDRIGUE et al., 2006). Com relação à adequação das receitas, verificou-se que 25,50% não estavam dentro do estabelecido pela Portaria e que 47,90% não possuíam a data de emissão, que é uma informação importante para garantir a validade da prescrição e permitir que se possa acompanhar a evolução histórica do paciente e que os medicamentos sejam dispensados, administrados e avaliados num período de tempo padronizado (GUZATTO & BUENO, 2007). A falta de informações relacionadas com o medicamento pode acarretar danos à saúde do paciente. A presença da duração do tratamento é de grande importância para o uso correto de medicamentos, principalmente para os Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 antimicrobianos (NASCIMENTO E MAGALHÃES, 2013). Além disso, segundo Mastroianni (2009) pode ocasionar abuso e uso ilícito. Já a ausência da via de administração pode implicar numa técnica de administração do medicamento incorreta. Os resultados obtidos nesse estudo com relação a ausência da duração do tratamento (78,70%) e da via de administração (73,40%) são semelhantes ao encontrado por Silva, Bandeira & Oliveira (2012), onde 76,50% e 84,70% das prescrições não apresentavam a duração do tratamento e via de administração respectivamente. Das 94 notificações analisadas, 20,20%, 4,30%, 7,50% não apresentavam a forma farmacêutica, dosagem e posologia respectivamente. A falta da forma farmacêutica nas prescrições pode causar uma possível substituição das mesmas no momento da dispensação, podendo causar modificação de fatores farmacocinéticos. Já a ausência da posologia pode acarretar na inefetividade do tratamento das doenças, ou em problemas relacionados a segurança do medicamento (LYRA JÚNIOR et al., 2004). A falta de legibilidade é outro problema frequentemente encontrado nas prescrições, o que pode levar a vários problemas como a não identificação do prescritor, geração de interpretações equivocadas, levando a troca de medicamentos e/ou da via de administração, etc. (ARAÚJO E UCHÔA, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização deste trabalho observamos a importância da prescrição medicamentosa para o tratamento correto do paciente, porém para que isso aconteça de fato é necessário que a mesma apresente todas as variáveis que favorecem a identificação tanto do prescritor, paciente e medicamento, auxiliando assim o farmacêutico para que o mesmo realize uma dispensação adequada. A maioria das notificações analisadas apresentaram falhas, o que demonstra o não cumprimento dos procedimentos legais vinculados à prescrição. Além disso, a falta de informações que são obrigatórias nas notificações, pode levar a vários erros tanto no momento da dispensação como administração dos medicamentos, o que pode ocasionar danos irreversíveis aos paciente. Por essas e outras razões é necessário a realização de estratégias que buscam melhorar a qualidade das notificações emitidas. Pode-se investir na Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 educação continuada dos profissionais prescritores para que possam aderir e seguir as normas vigentes, o emprego das prescrições digitais que facilitará a leitura das mesmas e evitará erros de interpretação entre outras. REFERÊNCIAS AIZENSTEIN, M. L.; TOMASSI, M. H. Problemas relacionados a medicamentos; reações adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma padronização nas definições e classificações. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. v. 32, n. 2, p. 169-173. 2011. ALDRIGUE, R. F. T. et al. Análise da Completude de Prescrições Médicas Dispensadas em uma Farmácia Comunitária de Fazenda Rio Grande- Paraná (Brasil). Acta Farmacêutica Bonaerense. v. 25, n. 3, p. 454-459. 2006. ANGONESI, D. Dispensação farmacêutica: uma análise de diferentes conceitos e modelos. Ciência & Saúde Coletiva. v.13, p.629-640. 2008. ARAÚJO, P. T. B.; UCHÔA, S. A. C. Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino. Ciência & Saúde Coletiva. v.16, n.1, p.1107-1114. 2011. BORGES, E. Orientação para Prescrição, Comércio e Dispensação de Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial. Farmácia Nacional. Disponível em: http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/10/Orienta%C3%A7%C3%A3oparaprescri%C3 %A7%C3%A3o-de-medicamentos-de-controle-especial.pdf. Acesso em: 19. mai.2014. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/344_98.htm. Acesso em: 01. abr. 2014. BRASIL. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm. Acesso em: 02 abr. 2014. BRASIL. Resolução nº 20 de 5 de maio de 2011. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/sngpc/Documentos2012/RDC%2020%202011.pdf?jornal=1 &pagina=174&data=01/07/2010. Acesso em: 10 mar. 2014. CAMARGO, M. D. F. et al. Avaliação da adesão às normas da portaria 344/98 SVS/MS utilizando notificações e receitas oriundas da cidade de Salto/SP. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. v. 26, n. 2, p. 131-137. 2005. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 DUZANSKI, J. et al. Avaliação das informações contidas em notificações de medicamentos psicotrópicos comercializados em uma drogaria no município de Ourinhos-SP. Departamento de Farmácia – Faculdades Integradas de Ourinhos FIO/FEMM FIRMO, W. C. A. et al. Análise das prescrições médicas de psicotrópicos de uma farmácia comercial no município de Bacabal, Maranhão. Manag Prim Health Care. v. 4, n.1, p. 10-18. 2013. FONTES, R. A. Estudo descritivo do consumo de psicofármacos em Ouro Preto, Minas Gerais (2006). Ouro Preto, 2009. 127p. Dissertação (Mestrado). Fármacos e Medicamentos. Escola de Fármácia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal de Ouro Preto. GUZATTO, P.; BUENO, D. Análise de prescrições medicamentosas dispensadas na farmácia de uma unidade básica de saúde de Porto Alegre - RS. Revista do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. v. 27, n. 3, p. 20-26. 2007. LYRA JUNIOR, D. P. et al. As prescrições médicas como causadoras de risco para problemas relacionados com os medicamentos. Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal. v. 2, n. 2, p. 86-96. 2004. MARTINS, E. L. M. et al. 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UTSUMI, M. C. et al. Questões metodológicas dos trabalhos de abordagem quantitativa apresentados no GT19-ANPEd. Educação Matemática Pesquisa. v. 9, n. 1, p. 83-101. 2007. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 AVALIAÇÃO DE ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS DE HEMOGRAMAS REALIZADOS EM UMA COMUNIDADE DO MUNICÍPIO DE MANHUAÇU- MG Dalessandro Maurício Dutra, Fabrício Bicalho Sérvio - Graduando em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica – Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Shiara Martins de Souza, Farmacêutica Bioquímica – Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS – CHAVE: Anemia, Hemoglobina, Prevalência RESUMO O diagnóstico de anemias é realizado através do somatório de análises realizadas por anamnese médica e exames hematológicos laboratoriais. O hemograma é o exame clínico mais utilizado para confirmação de casos. O objetivo do presente estudo foi verificar a avaliação dos resultados de hemogramas de pacientes na comunidade de Sando Amaro, pertencente ao município de Manhuaçu - MG. Tratase de uma pesquisa de natureza descritiva, composta por clientes que realizaram exame hematológico no período de maio a julho de 2014. Para obtenção dos resultados, os exames avaliados foram estratificados segundo gênero e faixa etária (entre 2 a 12 anos). Comparando os resultados com referências de normalidade, não foram encontrados pacientes com suspeita de anemia. INTRODUÇÃO A anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina total em funcionamento na circulação. O diagnóstico dessa doença pode ser suspeito por sinais e sintomas aparentes, sendo que são necessários exames laboratoriais adicionais para maior precisão do diagnóstico. O exame mais utilizado é o hemograma. Para a avaliação de seus resultados, considera-se gênero, estado fisiológico e altitude em que vive o paciente (PACHECO et al., 2013). Os valores de concentração sanguínea de hemoglobina estabelecidos para homens é de 12 mg ou mais por 100 ml de sangue. Para as mulheres e crianças esses valores devem ser iguais ou maiores que 10 mg por 100ml de sangue. O diagnóstico também deve ser associado a outros índices hematológicos que avaliam a viabilidade das hemácias. (VERRASTRO, LORENZI, NETO, 2005). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de anemia em Santo Amaro, uma comunidade pertencente ao distrito de Realeza, em Manhuaçu Minas Gerais. Essas informações são importantes para futuras intervenções preventivas que diminuam o número de diagnósticos positivos para essa doença. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De acordo com OMS, estimam que ¼ da população mundial tenha a doença, atingindo valores superiores a 40%, considerada como grave problema de saúde pública. Dada a importância da patologia no mundo, diversos países conduzem intervenções para reduzir a anemia; particularmente nos grupos mais susceptíveis para os seus efeitos devastadores, que incluem as mulheres grávidas e as crianças na primeira infância (PACHECO et al., 2013). Existem vários tipos de anemias. A classificação de cada uma é dada a partir da razão que levou a diminuição dos níveis de hemoglobinas circulantes. Do ponto de vista epidemiológico, de 50% a 90% de todos os tipos de anemia no mundo ocorrem devido à deficiência de ferro. Dentre as principais causas dessa anomalia estão: baixo consumo e/ou a baixa absorção do ferro dietético. (VIEIRA e FERREIRA, 2010; CEMBRANEL, DALLAZEN, GONZALES-CHICA, 2013). A anemia por carência nutricional acomete principalmente crianças (47,4%), gestantes (41,8%) e mulheres em idade fértil (30,2%). Ocorre em maior proporção em países desenvolvimento, sendo a prevalência considerada um grande problema para saúde pública, pois está acomete um valor maior que 40% em crianças préescolares (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre as várias deficiências nutricionais, a de ferro se destaca das demais, tanto em países desenvolvidos, onde possui prevalência de 17%, quanto em países em desenvolvimento representando 42% dos casos (CARVALHO et al., 2008). Um estudo elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que a anemia por deficiência de ferro afeta 24,8% da população mundial, tendo a maior prevalência crianças da faixa etária pré-escolar (47,4%). Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS, 2006) a anemia por deficiência de ferro possui prevalência de 20,9% das anemias em crianças menores de 5 anos, sendo 8,7% destes casos considerados de moderado a muito grave e a região nordeste do Brasil possui as taxas mais elevadas do país (MARTINS, 2011). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Estudos revelam ainda que existe uma tendência ao aumento da prevalência desta patologia, de modo que hoje esta as anemias são consideradas uma das doenças mais importantes no Brasil e no mundo (VIEIRA e FERREIRA, 2010). MÉTODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o mês de maio, junho e julho de 2014. Realizou-se uma avaliação retrospectiva com base em dados de exames hematológicos de pacientes com até 12 anos de uma comunidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados dos exames avaliados foram comparados com valores de referências encontrados na literatura. Foram avaliados os valores de contagem de hemácias, valores de hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio (VCM), Hemoglobina Corpuscular Media (HGM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM). Os resultados foram obtidos através da realização método de automação por espectroscopia de impedância, utilizando-se o equipamento KX 21-N Sysmex/Roche. Os pesquisadores assumiram o compromisso de total sigilo sobre os dados obtidos, e sua utilização apenas para exercício do projeto, assim como recomenda a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996). Os resultados dos exames foram processados através de estatísticas descritivas, utilizando Microsoft Office Excel. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os parâmetros avaliados nos hemogramas em estudo foram: contagem de hemácia, hemoglobina e hematócrito. A partir desses parâmetros foi possível calcular índices hematimétricos, representados por volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular media (CHCM). Os parâmetros citados acima variam de acordo com idade e gênero do paciente. Segundo Verrastro e Lorenzi (2005), em crianças de um a dez anos os valores normais para concentração de hemácia no sangue é de 4,0 a 4,7 x 10 6/ Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 mm3. Para a mesma faixa etária, os valores de hemoglobina considerados normais estão entre 11,0 a 13,0 g/100dL e de hematócrito, entre de 36,0 a 44,0%. Para crianças de dez a doze anos os valores de referência considerados normais para hemácia estão entre 4,5 a 4,7 x 10 6/ mm3, para hemoglobina 11,5 e 14,8 g/100dL e para hematócrito 37,0 a 44,0% (VERRASTRO E LORENZI, 2005). Os valores de referência citados acima foram utilizados para comparar com exames coletados. De acordo com os dados contidos nas Tabelas 1 e 2 abaixo, 6 pacientes se encontraram com alterações no eritrograma e índices hematimétricos, sendo que apenas o paciente 1 apresentou alterações no HCM e o restante alterações nas hemácias, hemoglobina e hematócrito. A partir desses resultados observa-se que as alterações encontradas estão pouco acima dos valores de referencia, sendo que o paciente 6 (TABELA 1) apresentou valores de hematócrito abaixo do valor de referencia. O paciente 3 (TABELA 1) apresentou índices de hemoglobina, hemácias e hematócrito acima do valor de referencia. Esses resultados são consideráveis aceitáveis para indivíduo de 12 anos, visto que essa idade encontra-se em situação intermediária entre os valores referências de adultos e crianças (VERRASTRO E LORENZI, 2005). As discordâncias com os valores de referência não trazem significado patológico. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PACIENTE GENERO IDADE HEMOGLO BINA (g/dl100) REFERÊNC IA HEMACIA (X106mm3) REFERÊNC IA HEMATOC RIO (%) REFERÊNC IA Tabela 1: Valores de hemoglobina, hemácia e hematócrito em Hemogramas de crianças da comunidade de Santo Amaro – Manhuaçu – MG, que se submeteram ao exame nos meses de Maio/Junho/Julho 2014* Faixa Etária Mês Nº % 02 – 12 anos Maio 3 100% 02 – 12 anos Junho 1 100% 02- 12 anos Julho 4 100% 1 F 6 13.4 11,0 a 13,0 4.1 4,5 a 4,7 37.6 36,0 a 44,0 2 F 4 12.6 11,0 a 13,0 4.6 4,5 a 4,7 38.9 36,0 a 44,0 3 M 12 15 11,5 a 14,8 5 4,6 a 4,7 47.2 37,0 a 44,0 4 F 9 13.1 11,0 a 13,0 4.7 4,5 a 4,7 39.3 36,0 a 44,0 5 M 6 13.3 11,0 a 13,0 4.5 4,5 a 4,7 38.7 36,0 a 44,0 6 F 6 11.4 11,0 a 13,0 4 4,5 a 4,7 35.5 36,0 a 44,0 7 F 7 12.7 11,0 a 13,0 4.7 4,5 a 4,7 38.7 36,0 a 44,0 8 M 2 13.5 11,0 a 13,0 4.9 4,5 a 4,7 41.5 36,0 a 44,0 *Exames relacionados em ordem cronológica de realização. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 1 2 3 4 5 F F M F M 35.6 28,0 a 33,0 84.4 77,0 a 101,0 27.3 23,0 a 31,0 32.4 28,0 a 33,0 94.4 77,0 a 95,0 30 24,0 a 30,0 31.8 30,0 a 33,0 82.9 77,0 a 101,0 27.6 23,0 a 31,0 33.3 28,0 a 33,0 84.5 77,0 29 a 101,0 23,0 a 31,0 34.4 28,0 a 33,0 87 77,0 27.9 a 101,0 23,0 a 31,0 32.1 28,0 a 33,0 81.3 77,0 26.7 a 101,0 23,0 a 31,0 32.8 28,0 a 33,0 83.8 77,0 27.3 a 101,0 23,0 a 31,0 32.5 28,0 a 33,0 6 F 7 8 M 2 REFERÊNC IA 23,0 a 31,0 9 7 CHCM (%) 32.1 12 6 REFERÊNC IA 77,0 a 101,0 4 F HCM (pg) 90 6 6 REFERÊNC IA VCM (µ3) IDADE GENERO PACIENTE Tabela 2: Valores de VCM, HCM e CHCM em Hemogramas de crianças da comunidade de Santo Amaro – Manhuaçu – MG, que se submeteram ao exame nos meses de Maio/Junho/Julho 2014 Faixa Etária Mês Nº % 02 – 12 anos Maio 3 100% 02 – 12 anos Junho 1 100% 02- 12 anos Julho 4 100% *Exames relacionados em ordem cronológica de realização. CONSIDERAÇÕES FINAIS A anemia se caracteriza como um problema de saúde pública. Devido aos índices de prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento, surge então a Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 necessidade de avaliar o perfil de pacientes submetidos ao exame hematológico. Essas informações são importantes para posteriores intervenções de políticas públicas voltadas para esse tipo de doença. O resultado negativo para anemia é um indicativo positivo, pois ilustra a boa alimentação e estado nutricional das crianças. REFERÊNCIAS CARVALHO, D.C; GRALA, C.G; HEINZEN, R.B; MENEGALI, T. T; BALDESSAR, M. Z. Prevalência de anemia ferropriva em crianças de 0 a 5 anos internadas no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão/SC, no período de agosto à dezembro de 2008. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 39, n. 3, pag. 25, 2010. CEMBRANEL, F.; DALLAZEN, C.; GONZALEZ-CHICA, D. 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Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia Celular e Estrutural, Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Dentre tantas as dificuldades enfrentadas pelo SUS, o Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional/Alto Custo tem desempenhado um importante papel no tratamento de doenças cujos medicamentos são de alto valor unitário. O objetivo desse estudo foi realizar o levantamento do perfil dos usuários de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo da Farmácia de Minas em uma cidade do interior de Minas Gerais. Os resultados demonstraram que a faixa etária que mais prevaleceu, foi a de 61 a 70 anos tanto para homens quanto para mulheres, o medicamento mais utilizado foi o Salmeterol+Fluticasona 25-125mg e a patologia mais recorrente foi a Esquizofrenia. Portanto, o presente estudo comprova que o Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo tem boa funcionalidade, necessitando apenas de maior e/ou melhor, divulgação sabendo-se que ele é ainda pouco conhecido. PALAVRAS CHAVE: Assistência Farmacêutica, Farmacêutico, Medicamento. INTRODUÇÃO De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito garantido ao cidadão através do acesso ás ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Garantindo assim, que cada cidadão brasileiro tenha acesso aos serviços do SUS, incluindo a Assistência Terapêutica e Farmacêutica (ARCUCIO et al., 2009). Diante as dificuldades enfrentadas pelo SUS para garantir o acesso à Assistência Farmacêutica, um Programa tem apresentado boas expectativas, o Programa dos Medicamentos de Dispensação Excepcional/Alto Custo. Este é utilizado no tratamento de doenças que fazem parte do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, desde que os pacientes façam uso dos medicamentos de alto valor unitário (BRASIL, 2006). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O Programa tem como objetivo garantir que as pessoas com baixo poder aquisitivo possam se beneficiar dos medicamentos durante todo o tratamento, propiciando as mesmas uma melhor qualidade de vida. Com isso, toda a população beneficiada através do Programa tem o direito de receber os medicamentos de acordo com a patologia relacionada, fazendo com que o tratamento seja seguro e eficaz (MACHADO, 2008). O acesso aos medicamentos excepcionais e o seu uso racional contribui para a valorização e aperfeiçoamento da Assistência Farmacêutica, principalmente como estratégia da Atenção Básica a Saúde, tendo papel fundamental no tratamento dos pacientes (MINAS GERAIS, 2013). O Estado é um cofinanciador do Programa, e o Ministério da Saúde realiza ainda, a aquisição centralizada e a distribuição direta aos Estados de 11 dos 231 medicamentos padronizados, arcando com 100% do financiamento desses produtos (SILVA et al., 2011). Portanto, este trabalho tem como objetivo determinar o perfil dos usuários de medicamentos excepcionais/alto custo da Farmácia de Minas de uma cidade do interior de Minas Gerais. E através das informações obtidas, disponibilizarem as informações a população garantindo maior acesso aos medicamentos fornecidos pelo Programa, contribuindo assim, para a manutenção da saúde, o que beneficiará o público alvo, o paciente, proporcionando uma melhoria na sua qualidade de vida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, pois ele abrange desde o atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Assim o SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e promover a saúde de toda a população (MS, 2003). O conjunto dos serviços prestados pelo SUS objetiva a ação integral à saúde e sua estruturação deve ser articulada e organizada de forma a propiciar o melhor resultado com os recursos disponíveis (BRASIL, 2001). Dentre os níveis de organização, a Atenção Básica (AB), um conjunto de ações de alta cobertura populacional e de grande importância, executadas pelos serviços de saúde, que têm por características atender os problemas de saúde mais prevalentes de dada população, promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo e da coletividade, atuar nos âmbitos ambulatoriais e domiciliares (BRASIL, 2001). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os medicamentos constituem parte importante de determinados esquemas terapêuticos previstos no âmbito do SUS e representam significativo gasto adicional dentro do orçamento da maioria da população brasileira (VIEIRA, 2009). Dado o caráter de proteção à renda impresso no processo de criação do sistema público de saúde brasileiro, tornou-se necessária à implementação de programas complementares de oferta de fármacos no sistema público de saúde, de forma a possibilitar a continuidade do tratamento, especialmente em casos que requerem o uso de medicamentos de alto custo durante períodos prolongados (BRASIL, 2005). Dentro desse contexto, emerge a importância da Assistência Farmacêutica Básica, entendida como um conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional de medicamentos, destinado a complementar e apoiar as ações da Atenção Básica a Saúde (BRASIL, 2001). Esse serviço deve ser preparado de forma que amplie sua atuação em projetos técnicos e administrativos, para que todos os usuários possam receber uma melhoria da qualidade da Atenção a Saúde (MARIN et al., 2003). A Assistência Farmacêutica no SUS engloba, portanto, as etapas de seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação, o que deverá favorecer a permanente disponibilidade dos produtos segundo as reais necessidades de cada população, tendo como base as doenças prevalentes (BRASIL, 2000). O Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo foi criado em 1993, pelo Ministério da Saúde (MS), e com a ajuda da Assistência Farmacêutica de Minas Gerais (MG) tem conquistado importantes avanços na implementação de políticas e organização de serviços (TRAVASSOS, 2004). Os medicamentos de alto custo só podem ser dispensados em farmácias pré-determinadas, obedecendo as regras e critérios específicos, como, por exemplo, o uso compulsório do Sistema do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (MEDEX). Através do Programa, são disponibilizados vários medicamentos de alto valor unitário, o fornecimento destes medicamentos garante adesão ao tratamento, e com isso, melhor qualidade de vida a todos os beneficiados pelo Programa (MASTROIANNI, 2011). METODOLOGIA Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O presente trabalho foi realizado no Município de Matipó, que está localizado na zona da Mata no Estado de Minas Gerais. Realizou-se um levantamento de dados dos usuários de medicamentos de alto custo cadastrados na Farmácia Minas no primeiro semestre de 2014. Esta coleta foi feita através da documentação arquivada na Farmácia. Todos os dados obtidos são mantidos em total sigilo pelos pesquisadores, que assinaram o Termo de Compromisso de Utilização de Dados, no qual se tem o comprometimento de preservar a privacidade e utilizar os dados apenas para execução do projeto, assim como recomendado pela Resolução n o 196/96 (BRASIL,1996). Os dados coletados foram referentes à faixa etária, gênero, doenças prevalentes e medicamentos de alto custo utilizados, e avaliados por meio de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentre os 84 beneficiados com os medicamentos excepcionais/alto custo 42 (50%) pertencem ao sexo masculino e 42 (50%) ao sexo feminino. A Faixa etária de maior prevalência foi entre 71 a 80 anos (FIGURA 1). % Figura 1. Faixa etária dos usuários do programa de medicamentos excepcionais/alto custo Dos 42 tipos de medicamentos utilizados o que apresentou maior prevalência foi o Salmeterol+Fluticasona 25-125mg, sendo utilizado por seis pacientes (6,91%) (TABELA 1), destes um do gênero feminino e cinco do masculino (TABELA 2). O segundo medicamento mais consumido foi o Formeterol+Budesonida 12-400mcg juntamente com o Olanzapina 10mg, 5,49% respectivamente (TABELA 1). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1. Perfil dos medicamentos excepcionais/alto custo utilizados pela população. Medicamento Valor (%) Medicamento Valor absoluto absoluto Acitrenilina 10 mg 1 1,09 Lamotrigina 100mg 4 Amantadina100mg 4 4,39 Metrotrexato 2,5mg 1 Atorvastatina 10mg 4 4,39 Micofenalato 1 Atorvastatina 20mg 2 2,19 Mic. Sódico 360mg 2 Azatioprina 50mg 2 2,19 Octreotide Lar 30mg 1 Calcitonina 200UI 2 2,19 Olanzapina 10mg 5 Ciclosporina 100mg 1 1,09 Olanzapina 5 mg 1 Clobazam 20mg 1 1,09 Pramipexol 0,25mg 3 Clozapina 100mg 3 3,29 Pramipexol 1mg 1 Clozapina 25 1 1,09 Quetiapina 25mg 2 Donepezila 10mg 4 4,39 Raloxifeno 60mg 1 Donebezila 5mg 2 2,19 Risperidona 1mg 1 Entacapona 200mg 1 1,09 Risperidona 2mg 4 Eritropoetina 2000UI 1 1,09 Rivastigmina 6mg 1 Etanercepte 50mg 2 2,19 Rivastigmina Sol. Oral 2 Everolimo 0,5 mg 1 1,09 Sal+Fluticason 256 125mg Everolimo 1mg 1 1,09 Tacrolimo 1mg 3 Form+Budeso125 5,49 Tiotropio 2,5mcg 3 400mcg Galantamina 16mg 4 4,39 Topiramato 100mg 2 Goserrelina 10,8mg 1 1,09 Topiramato 50mg 2 Hidroxicloroquina 1 1,09 Toxina Botulínica 1 400mg 500UI A associação salmeterol+fluticasona e formeterol+budesonida (%) 4,39 1,09 1,09 2,19 1,09 5,49 1,09 3,29 1,09 2,19 1,09 1,09 4,39 1,09 2,19 6,91 3,29 3,29 2,19 2,19 1,09 tem demonstrado, em ensaios clínicos controlados e randomizados, maior segurança, efetividade e eficácia no tratamento de asma brônquica, quando comparada ao tratamento disponível atualmente pelo SUS. Já que esta caracteriza-se como uma doença de grande morbidade de motalidade (DATASUS, 2005). A mortalidade no Brasil é a quarta causa (90 mil mortes em 1999), correspondendo a, aproximadamente 30% identificados como a bronquite crônica e efisema, com predominância no sexo masculino a partir dos 45 anos (TARANTINO, 2002). Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os antipsicóticos de segunda geração, apenas para pacientes refratários ao tratamento com os de primeira geração e registrados no ‘’Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcionais’’ (LINDNER, 2009). Em Santa Catarina, no ano de 2004 a Olanzapina foi o terceiro medicamento mais solicitado e ocupo a segunda opção entre os gastos com 59 medicamentos dispensados pelo programa de dispensa do estado de Santa Catarina (BLATT, 2007). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 2. Perfil dos medicamentos excepcionais/alto custo utilizados por mulheres e homens. Mulheres Homens Medicamentos Valor absoluto (%) Valor absoluto (%) Acitrenilina 10 mg 0 0 1 1,09 Amantadina100mg 2 2,19 2 2,19 Atorvastatina 10mg 0 0 4 4,39 Atorvastatina 20mg 1 1,09 1 1,09 Azatioprina 50mg 1 1,09 1 1,09 Calcitonina 200UI 1 1,09 1 1,09 Ciclosporina 100mg 0 0 1 1,09 Clobazam 20mg 1 1,09 0 0 Clozapina 100mg 0 0 3 3,29 Clozapina 25 1 1,09 0 0 Donepezila 10mg 2 2,19 2 2,19 Donebezila 5mg 1 1,09 1 1,09 Entacapona 200mg 0 0 1 1,09 Eritropoetina 2000UI 1 1,09 0 0 Etanercepte 50mg 1 1,09 1 1,09 Everolimo 0,5 mg 1 1,09 0 0 Everolimo 1mg 1 1,09 0 0 Form+Budeson12-400mcg 4 4,39 1 1,09 Galantamina 16mg 3 3,29 1 1,09 Goserrelina 10,8mg 1 1,09 0 0 Hidroxicloroquina 400mg 0 0 1 1,09 Lamotrigina 100mg 4 4,39 0 0 Metrotrexato 2,5mg 0 0 1 1,09 Micofenalato 0 0 1 1,09 Mic. Sódico 360mg 2 2,19 0 0 Octreotide Lar 30mg 0 0 1 1,09 Olanzapina 10mg 2 2,19 3 3,29 Olanzapina 5 mg 0 0 1 1,09 Pramipexol 0,25mg 1 1,09 2 2,19 Pramipexol 1mg 1 1,09 0 0 Quetiapina 25mg 1 1,09 1 1,09 Raloxifeno 60mg 1 1,09 0 0 Risperidona 1mg 1 1,09 0 0 Risperidona 2mg 2 2,19 2 2,19 Rivastigmina 6mg 0 0 1 1,09 Rivastigmina Sol. Oral 0 0 2 2,19 Sal+Fluticasona25-125mg 1 1,09 5 5,96 Tacrolimo 1mg 3 3,29 0 0 Tiotropio 2,5mcg 0 0 3 3,29 1,09 Topiramato 100mg 1 1 1,09 Topiramato 50mg 0 0 2 2,19 1,09 Toxina Botulínica 500UI 1 0 0 Dentre as 17 patologias observadas, a Esquizofrenia obteve maior prevalência, seis (7,69%) indivíduos do gênero feminino, e nove (11,54%) do gênero masculino (TABELA 3). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 3. Doenças associadas aos medicamentos utilizados pelos usuários do programa de medicamentos excepcionais/alto custo. Mulheres Homens Patologias Valor absoluto (%) Valor absoluto (%) Acromegalia 0 0% 1 1,28% Alzheimer 7 8,99% 7 8,99% Anemia Grave 1 1,28% 0 0% Artrite Reumatoide 2 2,56% 1 1,28% Asma 3 3,84% 1 1,28% Dislipedemias 1 1,28% 5 6,41% Distonia 1 1,28% 0 0% DPOC 2 2,56% 6 7,71% Endometriose 1 1,28% 0 0% Epilepsia 4 5,12% 3 3,84% Esquizofrenia 6 7,71% 9 11,55% Lúpus Eritomatoso 1 1,28% 0 0% Miastenia Gravis 0 0% 1 1,28% Osteoporose 2 2,56% 1 1,28% Psoríase 0 0% 1 1,28% Parkinson 3 3,84% 3 3,84% Transplante Renal 4 5,12% 1 1,28% As alterações neuropsicológicas associadas a esquizofrenia, são observadas logo no primeiro episódio psicótico. Em um estudo de Fioravante et al., (2005), foram revisados 1275 artigos e selecionaram 113 estudos nos quais foram investigados QI, memória, linguagem, funções executivas e atenção. Em todas essas áreas, os pacientes com esquizofrenia apresentaram pior desempenho nos testes neuropsicológicos quanto comparados ao grupo-controle. As estimativas de incidência da esquizofrenia sugerem a ocorrência de aproximadamente quatro novos casos por ano para uma população de 10.000 habitantes. A incidência real deve estar entre um e sete novos casos para 10.000 habitantes por ano, sendo que o começo da doença é mais precoce no homem que na mulher (SUVISAARI, 1998). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados demonstraram que os pacientes usuários do Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo são na sua maioria idosa. Os dados relataram que as doenças de maior prevalência foram a Esquizofrenia e a Doença de Alzheimer e os medicamentos mais utilizados com frequência são para o tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e para a Esquizofrenia, sendo eles respectivamente, Salmeterol+Fluticasona, Formeterol+Budesonida e Olanzapina. Portanto, o presente estudo comprova que o Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo tem boa funcionalidade, necessitando Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 apenas de maior e/ou melhor, divulgação sabendo-se que ele é ainda pouco conhecido. REFERÊNCIAS ARCUCIO, F.A. et al. Perfil demográfico e epidemiológico dos usuários de medicamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde.R. Bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 263/282, julho/dezembro, 2009. BLATT CR, FARIAS MR. Diagnóstico do Programa de Medicamentos Excepcionais do Estado de Santa Catarina. Brasil. Lat Am/Parm. 2007;2 6(5):776-83. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Politica nacional de medicamentos. Revista de Saúde Pública, 34(2):206-9, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretarias de Políticas de Saúde. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 INCIDÊNCIA DE VERMINOSES EM CRIANÇAS DA CHECHE DE PADRE FIALHO DISTRITO DE MATIPÓ - MG Helisson Augusto de Sá Mendes e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicos do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – Univértix. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – Univértix Rogério Oliva Carvalho - Graduado em Medicina Veterinária – Doutor em Medicina Veterinária – Professor da Faculdade Vértice – Univértix [email protected] PALAVRAS CHAVE: Parasitoses; Saúde Pública; Prevalência. INTRODUÇÃO As doenças parasitárias são frequentes na população mundial, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (RODRIGUES et al., 2013). A OMS estima que cerca de 980 milhões de pessoas esteja parasitada pelo Ascaris lumbricoides; 200 milhões pelo Schistosoma mansoni e 16 milhões pelo Trypanosoma cruz. No Brasil o último levantamento multicêntrico das parasitoses intestinais revelou 55,3% de crianças parasitadas, sendo a maior parte poliparasitadas (SILVA et al., 2008). No Brasil, de modo geral, os helmintos são de ampla distribuição geográfica, sendo encontrados em zonas rurais ou urbanas de vários estados, devido à existência de diferentes condições socioeconômicas e culturais na população de uma mesma cidade (RODRIGUES et al., 2013). Devido à falta de higiene, própria da idade, as crianças são as mais suscetíveis à infecção parasitária, podendo ocasionar repercussões significativas, com implicações no estado físico, nutricional e mental desta população infantil (FERREIRA et al., 2006). O crescente aumento da demanda de crianças nas creches brasileiras tornam estes lugares propícios à contaminação e transmissão das parasitoses, isto, devido ao grande contato inter-humano, aos hábitos higiênicos das crianças e dos funcionários (BARREMAKER et al., 2013). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Os parasitas mais frequentes encontrados em seres humanos são os helmintos Ascaris lumbricoides, Trichuris trichuria, Necator americanus, e Ancylostoma duodenale (FILHO et al., 2012). Entretanto, é fundamental fortalecer a aplicação de medidas de prevenção e de promoção de saúde, reduzindo as perdas de oportunidades para a identificação e tratamento imediatos do problema das parasitoses para evitar distúrbios nutricionais (NETO et al., 2013). Contudo o presente trabalho teve como objetivo verificar a incidência de verminoses em crianças na creche de Padre Fialho distrito de Matipó ∕ MG, por meio de exames parasitológicos de fezes. Com base nos resultados obtidos poderá ser realizado o encaminhamento das crianças ao médico para tratamento específico, além de serem utilizadas medidas de controle específicas. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O parasitismo é quando há uma associação entre duas espécies diferentes, na qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasita, pois, fornece alimento e abrigo para este. Desta forma essa associação tende ao equilíbrio, pois, caso contrário, poderá matar o hospedeiro, e consequentemente, o parasito também morrerá (NEVES et al., 2005). O parasita pode atingir o homem agindo por vários mecanismos, na qual pode ocorrer a ação traumática onde sofre uma lesão no tecido ou células devido à locomoção das larvas; ação espoliativa na qual ocorre uma absorção do sangue ou até mesmo os nutrientes presentes; ação tóxica na qual podem produzir enzimas ou metabólicos que prejudicam o hospedeiro; ação irritativa deve-se a presença constante do parasito causando irritação no local parasitado e ação mecânica onde podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar (NEVES, 2006). Entretanto, essas afecções afetam a absorção de nutrientes, desencadeia sangramento intestinal, podendo causar complicações cirúrgicas como a obstrução intestinal, prolapso retal e desenvolvimento de abscessos (FILHO et al., 2012). Para que exista a doença parasitária há necessidade de alguns fatores que são inerentes ao parasito: resistência à resposta imune do hospedeiro, a sua localização e os mecanismos de escape vinculados às transformações que são verificadas ao longo do ciclo de cada parasita; ou inerentes ao hospedeiro: como a idade, o grau de nutrição, o nível de resposta imune, os hábitos de higiene, uso de medicamentos entre outros (FREI, JUNCANSEN e PÃES, 2008). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FREI, JUNCANSEI e PÃES (2008) ressalta que, os agentes etiológicos das endoparasitoses são divididos em duas classes sendo elas a de helmintos e os protozoários. Os helmintos são vermes filiformes e pluricelulares do filo Nematelminthes (COSTA et al., 2012). Os mais comuns são: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares, Taenia saginata e Taenia solium, Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis, Hymenolepis nana. O próximo agente etiológico são os protozoários que são organismos unicelulares que apresentam estruturas simples (COSTA et al., 2012). Os mais frequentes são: Entamoeba histolytica, Entamoeba coli, Giardia lamblia. O exame parasitológico das fezes (EPF) tem como objetivo detectar e identificar os parasitas gastrointestinais pela pesquisa de ovos ou larvas de helmintos nas amostras de fezes, auxiliando na seleção do medicamento adequado para o tratamento (MENEZES et al., 2013). No entanto, medidas preventivas das parasitoses devem ser ampliadas, com a implantação de sistemas adequados para tratamento de esgotos e encanamento de água potável, juntamente com a educação sanitária da população, o diagnóstico e o tratamento de indivíduos infectados, contribuindo para a redução da incidência das parasitoses (SILVA et al., 2008). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada na creche em Padre Fialho distrito de Matipó. Foram realizados exames coproparasitológico das crianças matriculadas na referida creche. Os responsáveis legais foram orientados quanto ao objetivo do estudo e concordaram em participar do projeto, mediante a assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram entregues coletores universais devidamente identificados e a coleta do material fecal foi realizada na residência das crianças para maior preservação destas, onde os responsáveis foram orientados quanto à coleta do material. As amostras foram entregues aos pesquisadores no dia agendado e a identificação dos frascos foi conferida. O frasco original de coleta foi acondicionado em uma caixa térmica impermeável e higienizável garantindo a estabilidade das mesmas até a chegada ao local de análise. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 As amostras foram processadas no Laboratório de Parasitologia da Faculdade Vértice - Univértix pelo método de sedimentação espontânea de Hoffman, Pons e Janer. Os responsáveis legais receberam posteriormente os resultados dos exames e os casos positivos foram encaminhadas à consulta médica para tratamento no PSF da área de abrangência da creche. Os pesquisadores assumiram o compromisso de total sigilo sobre os dados obtidos, e utilização apenas para a realização do projeto, assim como recomenda a Resolução nº 196 ∕ 96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1994). Para análise dos dados as crianças foram agrupadas por sexo e faixa etária e os resultados foram submetidos e processados no Microsoft Office Excel através de correlação de Pearson. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste estudo foi feita a coleta de material para análise com 15 crianças presentes na Instituição com idades entre 6 meses a 5 anos. Considerando que a Instituição possui o total de cinquenta e seis crianças matriculadas, mais, que apenas vinte e cinco frequentam diariamente, dessas, dez não tiveram autorização dos responsáveis legais para participar da pesquisa. A idade dos participantes varia entre seis meses á cinco anos de idade. Nesta amostra tivemos 46,6% de crianças do gênero masculino e 53,3% do sexo feminino. Segundo Andrade et al (2013), a população mais susceptível às infecções parasitárias são as crianças devido o não conhecimento das noções básicas de higiene e por estarem em uma fase na qual Introduzem tudo a boca, tendo deste modo um maior contato com os estágios infectantes dos parasitas. Os resultados dos exames parasitológicos de fezes apresentaram 26,6% de positividade, sendo que, dos parasitas encontrados nas amostras fecais 75% eram protozoários (G. lamblia) e 25% helmintos (A. lumbricoides), que estão relacionados na figura 1. Belo et al. (2012) em um trabalho com crianças da zona rural e urbana do município de São João del-Rei, Minas Gerais, obteve resultados semelhante, com uma prevalência de 23,5% para a zona urbana. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Percentual de protozoário (G. lamblia) e helmintos (A. lumbricoides) encontrados em crianças da creche de Padre Fialho Distrito de Matipó. As enteroparasitoses estão presentes em todas as regiões do planeta, atingindo alta prevalência nos países pobres, com maior gravidade nas crianças, especialmente as de baixa idade. Embora isoladamente não apresentarem alta letalidade, as enteroparasitoses podem ser avaliadas como um importante fator de morbimortalidade infantil (RODRIGUES, CARNEIRO e ATHAYDE, 2013). No Brasil, informações estatísticas setoriais demostram diminuição significativa desse tipo de infecções, sendo a melhoria nas condições de vida, saneamento e escolaridade do brasileiro corresponsáveis por este cenário (ALVES e SANTOS, 2011). A FIGURA 2 mostra o resultado dos exames coproparasitólogicos levando-se em consideração o gênero das crianças pesquisadas. Podendo observar que não houve diferença na ocorrência de parasitoses entre os gêneros, resultado também constatado por Belo et al. (2012). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 3: Resultados percentuais dos exames coproparasitológicos em função do gênero das crianças, da creche de Padre Fialho Distrito de Matipó. No presente trabalho somente foi encontrado crianças parasitadas com helmintos da espécie A. lumbricoides e protozoários da espécie G. lamblia, tendo sido encontrado helmintos e protozoários em 28,5% dos meninos e somente protozoários em 25,0% das meninas (FIGURA 3). Número de parasitos 2,5 2 1,5 1 Masculino Feminino 0,5 0 Ascaris lumbricóides Giardia lamblia Figura 4: Relação entre as espécies de parasitos encontrados nas amostras positivas e o gênero das crianças de uma creche de Padre Fialho distrito de Matipó. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Um estudo realizado por MAMUS et al. (2008), em um estudo com crianças em Iretama, no Paraná, relata a prevalência de 31,25% de Giardia lamblia e 6,25% de Ascaris lumbricoides seguido por 3,12% de Hymenolepis nanna e 3,12% de Ancylostoma, odservando que a G. lamblia é mais comumente encontrada em crianças de 0 à 5 anos, devido a falta de conhecimento sobre higiene e ∕ou a baixa imunidade. Resultados que estão de acordo com o presente trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo mostrou que as espécies mais prevalentes foram a Giardia lamblia e Ascaris lumbricoides, representando 26,6% de positividade em relação aos exames parasitológicos realizados. Alguns fatores que pode ter favorecido a presença desses parasitas podem ser a contaminação pela ingestão de água, hortaliças e verduras contaminadas, o clima, as condições sociais e econômicas da população, o convívio em ambientes de poucos hábitos higiênicos e também as características próprias das crianças. Para que o problema das parasitoses intestinais seja solucionado na creche analisada, são necessários orientações para os pais ou responsáveis, bem como aquelas pessoas que lidam diariamente com as crianças nas creches e escolas, devendo estar sempre atentas, cabendo a todos incutir, desde cedo, a ideia de que os bons hábitos higiênico-sanitários são capazes de eliminar ou diminuir um problema de saúde tão comum como as verminoses. REFERÊNCIAS ANDRADE, A. S. 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Fatores associados à ocorrência de parasitoses Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 intestinais em uma população de crianças e adolescentes. Revista Paulista de Pediatria, v.30, n.2, p.195-201, 2012. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CCNS) Resolução 196 ∕ 96. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, 1994. COSTA, A. C. N.; BORGES, B. C.; COSTA, A. V. et al. Levantamento de acometidos por Enteroparasitose de acordo com a idade e sexo e sua relação com o meio onde está inserido o PSF prado da cidade de Paracatu-MG. Revista de patologia tropical, Minas Gerais, V. 41, n. 2, p. 203-214. 2012. FERREIRA, H.; LALA, E.R.P.; MONTEIRO, M.C.; RAIMONDO, M.L. Estudo epidemiológico localizado da frequência e fatores de risco para enteroparasitoses e sua correlação com o estado nutricional de crianças em idade pré-escolar. 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O ato de se automedicar pode causar sérios problemas a saúde e essa freqüência tem aumentado em todo o mundo inclusive no Brasil, principalmente em regiões mais carentes e com falta de informação (PAULO & ZANINE, 1988). De acordo com Loyola Filho (2002), os fatores econômicos, políticos e culturais contribui pra o aumento da automedicação no mundo, tornando essa atividade um problema de saúde pública. As propagandas de marketing comercial de medicamentos e falta de orientação da população sobre os riscos do uso inadequado dos mesmos, a facilidade de aquisição sem a orientação medica, o rápido acesso ás informações sobre os fármacos na internet ou através de pessoas ou do próprio circulo familiar, são alguns motivos que ajudam pra o crescimento da automedicação (GALATO; MADALENA; PEREIRA, 2001). A prática de se automedicar está relacionada com o grau de informações dos usuários sobre os medicamentos, com maior acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde (TOMASI et al., 2007), e de acordo com Vilariano et al., (1998) a automedicação entre os estudantes universitários, especialmente da área da saúde se tornam maior pelo fato de terem um conhecimento perante o assunto e experiências com medicamentos, os levando a se automedicar. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A automedicação é definida como ato de administrar medicamentos sem prescrição médica, sendo que a seleção e o uso são realizados por indivíduos inaptos, com o objetivo de curar doenças ou diminuir seus sintomas (OGLIARI, 2004). A reutilização de receitas médicas antigas, o compartilhamento de remédios com outros membros da família, também pode ser considerada como um ato de automedicação (VILARIANO et al., 1998). O uso inadequado de medicamentos pode causar efeitos indesejáveis, como o mascaramento da doença, e como evidencia essa pratica está relacionada com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, assim como a grande acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde (CAMPOS, 1983). De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação. A intoxicação por medicamentos é responsável por 29% das mortes no Brasil e, na maioria dos casos, é consequencia da automedicação. Além disso, o alívio momentâneo dos sintomas pode mascarar a doença, podendo assim agravá-la (ARRAIS et al., 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo mais de 50% dos medicamentos receitados são fornecidos ou vendidos de maneira incorreta, ao mesmo tempo em que um terço da população mundial carece de acesso a medicamentos essenciais e 50% dos pacientes os ingerem de forma incorreta. A automedicação entre os alunos da área da saúde pode se tornar maior pelo fato de apresentarem maior conhecimento na sala de aula e experiências anteriores com o medicamento os tornando mais confiantes e seguros para se automedicar (VILARINO et al., 1998). O uso racional de medicamentos e onde o paciente recebe o medicamento apropriado de acordo com suas necessidades, nas doses individualmente requeridas para um adequado período de tempo e um baixo custo para a comunidade. O uso irracional de medicamentos é um problema de saúde publica em todo o mundo, na qual necessita da implementação de muitas diferentes formas de intervenções ao mesmo tempo (OPAS, 2007). A indústria farmacêutica utiliza muitos meios de comunicação pra atrair a atenção da população para o aumento da prática da automedicação, não medindo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 esforças pra chamar a atenção dos clientes, através de propagandas, outdoors, jornais, internet, ou seja, tudo para que de alguma forma seu produto ganhe lugar no grande mercado competitivo em todo pais. (SOUZA et al., 2008). O farmacêutico tem o papel principal de orientar e educar o paciente para que ele reconheça que os produtos de venda livre podem sim ter efeitos adversos similares daqueles vendidos sob prescrição médica, tendo também o conhecimento necessário para transmitir ao paciente todo informação sobre o fármaco e a forma farmacêutica, assegurando o uso adequando dos medicamentos (TAVARES, 2002). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, desenvolvido em uma Faculdade Privada da Zona da Mata Mineira, cuja população é de aproximadamente 18.491 habitantes (IBGE, 2014). O referente estudo teve como objetivo os acadêmicos dos cursos de graduação de Enfermagem e Farmácia. Foram aplicados questionários com perguntas, entre os acadêmicos de Enfermagem e Farmácia nos dias 04 e 07 de setembro de 2014, para o levantamento de dados, pelos quais foram analisados por estatística descritiva, utilizando o Microsoft Office Excel®. Os acadêmicos que participaram da pesquisa foram estudantes dos cursos de graduação da área da saúde, no qual será garantido sigilo da identidade, alem dos princípios éticos, e foram feitos termos no qual os acadêmicos assinaram tento o Consentimento de Livre Esclarecimento perante os dados coletados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para a apuração dos resultados foi analisado um total de 118 questionários, onde a prevalência de estudantes por curso é 35,59% Enfermagem e 64,41% Farmácia. Do total de acadêmicos entrevistados, consta de (79,66%) do gênero feminino e (20,34%) do gênero masculino, sendo em sua maioria solteiro 77,97% e com faixa etária entre 20 a 39 anos 75,42%. Os medicamentos referidos como mais utilizados foram analgésicos e antipiréticos 79,66%, medicamentos pra resfriados e gripes 70,34%, xaropes pra tosse 63,56% e antiinflamatórios 62,71%, e outros de uso menos frequente . Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Foram avaliados o consumo de cigarro, bebida alcoólica e prática de atividade física. Observou-se que 96,61% dos investigados não fumam, 69,49% não ingerem bebida alcoólica frequentemente e 10,17% praticam atividade física com frequência. Quando questionados sobre o grau de satisfação com a saúde, 83,89% disseram estar muito satisfeitos ou satisfeitos, enquanto que 0,86% alegaram apresentarem-se insatisfeitos com a própria saúde. Foram feitas perguntas avaliando a qualidade do sono dos entrevistados, um total de 61,02% relatou apresentar sono classificado como repousante enquanto que 13,56% classificaram seu sono como não repousante. Quando se refere à utilização de medicamentos 42,31% referiram utilizar por decisão própria, 23,85% indicados por profissionais farmacêuticos e 20% por indicação de amigos, parentes, vizinhos e conhecidos, conforme apresentado na Figura 1. Figura 1: Origem da indicação de utilização de medicamentos referida pela população de acadêmicos de uma faculdade privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2014). Perante o local de aquisição dos medicamentos 78,15% referiram adquirir em farmácias comercias, conforme apresentado na Figura 2. No estudo de Neto et al., (2006), que pesquisaram a automedicação entre estudantes de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, observaram que é comum a prática da compra de medicamentos em farmácias sem receita médica, sendo observado em 75% dos casos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Figura 2: Local de aquisição de medicamentos referido pela população de acadêmicos de uma faculdade privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2014). Referente à orientação do farmacêutico para a compra de medicamentos observou-se que a maioria dos acadêmicos 84,75%, busca a ajuda do profissional. Ogawa et al., (2001), em um estudo comparativo sobre a automedicação em estudantes do segundo ano de enfermagem e medicina e moradores do bairro Vila Nova, (36,5%) não aconselhavam-se com o farmacêutico no ato da aquisição de um medicamento. Porém, isso evidencia a existência de outros mecanismos que possam levar a automedicação, como a utilização de medicamento sem prescrição médica por decisão própria. Quando se referiu sobre a utilização de receitas antigas dentre os 118 entrevistados 25,42% já fizeram a utilização de receitas antigas, enquanto 74,58% não fazem o uso da mesma. CONSIDERAÇÕES FINAIS A automedicação é um problema universal, antigo e de grandes proporções. Pode ser considerada uma forma de não adesão às orientações médicas e de saúde, onde fatores econômicos, políticos e culturais têm contribuído para o crescimento e a difusão desta prática no mundo, tornando-a um problema de saúde pública. A automedicação é uma prática bastante comum nas faculdades, entre os acadêmicos da área da saúde. Fatores como: dores de cabeça, resfriados, são as principais causas que levam os acadêmicos a utilizarem medicamentos sem prescrição. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O profissional farmacêutico é o mais capacitado para prestar orientação farmacêutica, sendo importante em todo trajeto que medicamento traça até chegar ao seu consumidor final, pois ele está apto a criar e fazer campanhas preventivas e políticas sobre o uso racional de medicamentos, minimizando a automedicação, de modo a garantir o bem estar da população. REFERÊNCIAS ARRAIS, P. S. D; COELHO, H. L. L; BATISTA, M. C. D. S; CARVALHO, M. L; RIGHI, R. E; ARNAU, J. M. Perfil da Automedicação no Brasil. Rev. Saúde Pública. 31: 7179, 2005. CAMPOS, J. M. et al., Prescrição de medicamentos por balconistas de 72 farmácias de Belo Horizonte/MG em maio de 1983. J. Pediatr., 59: 307-12, 1985. GALATO, D; MADALENA, J; PEREIRA, G. B. Automedicação em estudantes universitários: a influência da área de formação. 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Perfil da automedicação no Sul do Brasil. Rev. Saúde Pública, 1998, v. 32, n. 1, p. 43-49. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 ESTUDO DE CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO EM UM HOSPITAL REGIONAL DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014 Grazielle Brandão Coelho e Lenemárcia dos Santos Moreira - Acadêmicas do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – Univértix Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia Celular e Estrutural, Professora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO: I nfecção hospitalar (IH) ou infecção nosocomial é uma infecção clínica ativa que acomete pacientes após o início da estadia em ambiente hospitalar (SANTOS, 2011). O objetivo desse estudo foi verificar a incidência de infecção hospitalar do trato urinário em pacientes internados em um Hospital Regional de uma cidade do interior de Minas Gerais, do primeiro semestre do ano de 2014. Os resultados apresentados demonstraram que a grande maioria das culturas realizadas obtiveram resultados negativos, e dentre as culturas positivas apenas cinco foram classificadas pelos médicos como Infecção Hospitalar, o que demonstra um resultado muito bom para o Hospital. Palavras chave: Infecção hospitalar, infecção nosocomial, resistência antimicrobiana. INTRODUÇÃO O organismo humano é colonizado por vários microrganismos que fazem parte da microbiota normal como na pele, couro cabeludo, trato respiratório, axila, trato gastrointestinal, mãos e antebraço. O termo infecção é utilizado quando ocorre uma invasão de microrganismos patogênicos como bactérias, fungos, vírus ou protozoários numa situação de baixa imunidade, onde se reproduzem e causa uma doença infecciosa (SILVA e PADOVEZE, 2011). A portaria 1696/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) diferencia infecção hospitalar (IH) de infecção comunitária (IC), sendo IC definida como constatada ou em incubação no momento de admissão do paciente e que não esteja associada com infecção anterior no mesmo hospital, eIH ou infecção Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 nosocomial é uma infecção clínica ativa que acomete pacientes após o início da estadia em ambiente hospitalar (SANTOS, 2011). Tendo como base que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais(BRASIL, 1998), o presente trabalho teve como objetivo verificar a incidência de infecção hospitalar do trato urinário em pacientes internados de um Hospital Regional de uma cidade do interior de Minas Gerais, do primeiro semestre do ano de 2014. REVISÃO DE LITERATURA Os microrganismos presentes na maioria das IH dificilmente causam infecções em outras situações devido à baixa virulência, e a infecção só se desenvolve devido ao estado de saúde do indivíduo, além disso, a maior parte das IH desenvolvem-se a partir da microbiota normal do paciente, de origem comunitária ou intra-hospitalar. A IH também pode ser favorecida de acordo com alguns fatores como a doença inicial, uso de alguns medicamentos e extremos de idade, que ocorre devido alterações no sistema imunológico, e em pacientes que são submetidos à procedimentos invasivos. O controle das IH muitas vezes é dificultado devido à resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, que pode acontecer pelo uso indiscriminado dos medicamentos, portanto, a frequência de IH também pode estar relacionada à resistência aos antimicrobianos (ACUÑA, 2010; PEREIRA et al., 2005). Algumas IH chamadas de infecções preveníveis podem ser evitadas através de procedimentos como lavagem das mãos e utilização de equipamento de proteção individual (EPI). Já as infecções não preveníveis ocorrem mesmo com a utilização desses procedimentos, acometendo pacientes imunologicamente comprometidos a partir da própria microbiota (PEREIRA et al., 2005).Mesmo com os avanços nas áreas da cirurgia com o passar do tempo, o controle das IH ainda é desafiador tendo a profilaxia como melhor caminho, portanto a infecção cirúrgica é um relevante problema nas salas de operações (MEDEIROS et al., 2003; PEREIRA et al., 2005). Os agentes Enterococcussp, etiológicos principais Staphylococcussp, na IH Klebsiellasp, são a Escherichia coli, Pseudomonasaeruginosa, Acinetobactersp, Candidasp, SalmonellaeAeromonas (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al., 2009; OLIVEIRA e DAMASCENO, 2010). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Desde a descoberta do primeiro antimicrobiano tem se observado a crescente seleção de cepas de microrganismos resistentes, causado, principalmente pelo uso indiscriminado destes medicamentos. Atualmente, podemos observar crescimento de bactérias resistentes à diversosantimicrobianos sendo que, muitas já possuem alta resistência aos novos fármacos inseridos no mercado (PERES-BOTA et al., 2003; PITTET, 2005). A E. coli é uma bactéria diarreiogênica que oferece elevado risco de infecções em crianças internadas em hospitais públicos. No entanto podem estar presentes em infecções do trato urinário e infecções de sítio cirúrgico. A E. coli pode apresentar resistência antimicrobiana contra a ampicilina, eritromicina e penicilina, e sensibilidade à ceftazidima e ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al., 2009) Os Enterococcussp são patógenos oportunistas que fazem parte da microbiota normal do intestino humano. Sendo que as principais espécies causadoras de infecção são o E.faecalis e E.faecium, sendo naturalmente resistentes a alguns antimicrobianos como as cefalosporinas, aztreonam e clindamicina, e ainda resistência adquirida à ampicilina e aminoglicosídeos. Além disso em ambiente hospitalar pode apresentar resistência à ceftazidima, eritromicina, ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; ELIOPOULOS et al., 1998). Os Staphylococcussp também fazem parte da microbiota normal porém em pele e mucosas, algumas espécies são oportunistas podendo causar infecção em diversos órgãos e tecidos. As espécies mais comuns são o S. aureus e o S. epidermidis, sendo que o S. aureus é um agente muito comum na infecção hospitalar de corrente sanguínea e de sítio cirúrgico e apresenta resistência à eritromicina, oxacilina, penicilina, sulfametoxazol associado à trimetropim, ceftazidima, ampicilina e ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al., 2009; TAVARES, 2000). A Klebsiella faz parte da microbiota intestinal e do sistema geniturinário, além de ser um dos principais agentes causadores da pneumonia, a K. pneumoniae também está presente nas infecções hospitalares do trato urinário, de sítio cirúrgico e feridas, sendo de maior ocorrência em pacientes imunodeprimidos (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al., 2009; TORTORA, FUNKE e CASE, 2000; MOREIRA e FREIRE, 2011). Segundo Moreira e Freire (2011) a K. pneumoniae é produtora da enzima carbapenemase (KPC) que tem capacidade de inativar vários Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 antimicrobianos, que torna responsável pela resistência antimicrobiana da bactéria. Carneiro et al (2008) relatam que a Klebsiella sp. apresenta resistência à antimicrobianos como ampicilina, eritromicina, ceftriaxona e penicilina. A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram negativa oportunista que apresenta resistência a antissépticos leves e agentes antimicrobianos (LIVERMORE, 2001; TSAKRIS et al., 2000). Este microrganismo pode causar desde infecções mais leves, como de pele superficial, até uma sepse fulminante, sendo que nas infecções hospitalares está presente nas infecções do trato urinário e de sítio cirúrgico (SZULCZEWSKI, ARDENGUI e PICOLI, 2008; NOGUEIRA et al, 2008). De acordo com Nogueira et al (2008) o Acinetobacter sp é uma bactéria comum nas pneumonias hospitalares e apresenta alta resistência antimicrobiana sendo classificado como multirresistente, tendo sensibilidade apenas à polimixina B e à ampicilina associado ao sulbactam. A Salmonella e Aeromonas são patógenos que acarretam infecções principalmente no trato gastrointestinal, o que as torna fonte de infecções em outros locais. Além disso, foram encontradas amostras multirresistentes aos antimicrobianos, sendo alguns deles: ceftazidima e eritomicina (Salmonella), e, ampicilina, eritromicina e penicilina (Aeromonas) (CARNEIRO et al., 2008). METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, que foi realizado em um hospital regional, sendo que no estudo descritivo o pesquisador não interfere ou manuseia os dados, apenas observa, registra, avalia, qualifica e interpreta os mesmos, e a abordagem quantitativa se trata de mensurar as opiniões, reações, hábitos e atitudes em um meio, através de uma amostra representada estatisticamente (GRESSLER, 2004). O presente trabalho foi realizado no município de Manhuaçu, cidade dointerior de Minas Gerais, que compreende uma população de 85.909 habitantes, área de 628,318 km² e região de Mata Atlântica (IBGE). Realizou-se um levantamento dos dados referentes à infecção hospitalar do trato urinário do primeiro semestre do ano de 2014 disponibilizados pela SCIH (Serviço de controle de infecção hospitalar) do Hospital César Leite, que compreendem as planilhas de relatos de culturas realizadas e relatórios de Infecção Hospitalar.Para isso, foi assinado pela direção administrativa do hospital um Termo Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 de Esclarecimento autorizando o acesso às informações documentadas pelo hospital e os pesquisadores assumiram o compromisso, de preservar a privacidade dos dados, perante a assinatura de um Termo de compromisso de Uso de dados , utilizando-os apenas para a execução do projeto como recomendado pela Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996). Os resultados obtidos foram processados e avaliados por estatística descritiva utilizando a Microsoft Office Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados 154 casos de infecções do trato urinário no primeiro semestre de 2014, as amostras foram submetidas à análise de cultura. Foi observado que em aproximadamente 20% houve resultado positivo para presença de sete microrganismos, sendo que destes a maior prevalência foi de Escherichia coli (12,99%) (Tabela 1). Tabela 1. Agentes etiológicos em amostras de uroculturasrealizadas no HCL no 1º semestre de 2014 Agente etiológico Negativo Candida albicans Enterococcus cloacae/Pseudomonas aeruginosa Escherichia coli Enterococcus faecalis Klebsiella pneumoniae Proteus mirabilis % 82,46 1,95 0,65 12,99 0,65 0,65 0,65 Em estudo realizado por Vieira et al. (2007) cerca de que em 77,4% das amostras não apresentaram crescimento microbiano, das 22,6% de culturas positivas E.coli apresentou maior prevalência (69,8% das amostras analisadas). Já a K. pneumoniae apresentou 5,8%, e P. aeruginosa 0,4%. Assim como Blatt e Miranda (2005), observaram queem uroculturas analisadas cerca de 73% apresentaram resultados negativos, dentre os 27% dos resultados positivos, foram encontrados predominância de E. coli com 54%, seguida de Klebsiella spp. com 12%, P. aeruginosa, 9%; Enterobacter spp., 6%; Proteus spp., 4%; Acinetobacter spp., 2%; C. albicans com 1%, e os 12% restantes de outros microrganismos incluindo Staphylococcus, Enterococcuse outros Gram-negativos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Nas culturas positivas foram realizados testes de sensibilidade e resistência a antimicrobianos, sendo que na grande maioria das culturas os microrganismos apresentaram-se sensíveis, e os mesmos estão descritos na Figura 1. As infecções foram classificadas pelo hospital quanto a sua origem, sendo de origem Comunitária, Hospitalar, Contaminação ou Colonização, entretanto a maior parte dos casos não apresentava informação quanto ao tipo de infecção (Figura 2). Figura 1: Sensibilidade e resistência a antimicrobianos pelos microrganismos encontrados nas culturas positivasrealizadas no HCL no 1º semestre de 2014 Figura 2: Classificação das infecções das culturas positivasrealizadas no HCL no 1º semestre de 2014 No estudo realizado por Almeida, Simões e Raddi (2007), das 51 amostras analisadas, 27 foram classificados como IC, dentre estes 74,1% causados por E. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 coli, 7,4% por K. pneumoniae, 7,4% por Enterobacter spp., 3,7% por Pantoea agglomerans, 3,7% por Staphylococcus saprophyticus e 3,7% por P. mirabilis. As infecções classificadas como IH, totalizaram 24 casos, destes 29,1% por E. coli, 29,1% por Klebsiella spp, 8,3% por Enterobacter spp., 4,2% por P. mirabilis, 4,2% por Proteuspenneri, 4,2% por Acinetobacter calcoaceticus, 12,5% por P. aeruginosa, 4,2% por Staphylococcus epidermidis e 4,2% por Staphylococcus haemolyticus. Na Figura 3 é demonstrado o setor no qual foi feita a coleta das amostras para a urocultura, entretanto na maioria dos casos o local da coleta não foi informado. Figura 3: Setor de internação no qual foi coletada amostra para uroculturano HCL no 1º semestre de 2014 Blatt e Miranda (2005) relataram em seu estudo que a bactéria E. coli teve maior predomínio no Pronto-Socorro, com um total de 31 isolados; e os microrganismos, como Acinetobacter spp. (n = 6), C. albicans (n = 2), P. aeruginosa (n = 8), Enterobacter spp. (n = 4), e Klebsiella spp. (n = 6) tiveram maior ocorrência na CTI. Em relação aos microrganismos e incidência este estudo apresentou resultados semelhantes aos estudos citados, sendo que neste trabalho os resultados foram satisfatórios, o que demonstra pontos positivos no ambiente estudado. Podemos observar a pouca incidência de casos de infecção hospitalar, isso é devido a SCIH (sistema de controle de infecção hospitalar), já que esta comissão é Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 responsável por uma série de medidas que ajudam a prevenir as infecções hospitalares. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui- se que a infecção hospitalar é uma realidade presente no dia a dia dos profissionais de saúde. O presente estudo obteve resultados satisfatórios, pois a maioria dos casos de infecção do trato urinário foi negativa, sendo este um resultado positivo para o hospital em estudo, demonstrando que este segue medidas de prevenção. REFERÊNCIAS ACUÑA, nome. Título da parte. In: MALAGÓN-LONDOÑO, G.; MORERA, R. G.; LAVERDE, G. P. Administração Hospitalar. Ed. 3 trad. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. P. --ALMEIDA, M.C. ; SIMÕES, M. J. S.; RADDI, M. S.G. Ocorrência de infecção urinária em pacientes de um hospital universitário. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. V.28, n. 2, pg. 215-219, 2007. BLAT, J. M. ; MIRANDA, M. C. Perfil dos microorganismos causadores de infecções do trato urinário em pacientes internados. Revista Panam Infectol, v.7, n. 4, pg. 1014, 2005. BRASIL, Portaria nº 2616 de 12 de maio de 1998. Dispõe sobre a regulamentação de diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Brasília, 12.mai.1998. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resolução 196/96. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, 1996. CARNEIRO, L. C. et al. 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Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A Hanseníase é doença contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae que acomete os nervos periféricos. Mais conhecida como lepra que por um tempo foi dada como um “castigo divino”. O Brasil ocupa o segundo lugar em números absolutos da doença, ficando atrás da Índia. A doença se espalhou no Brasil pelos estados do norte e sul. O seu diagnóstico ainda e muito complexo, requer o conhecimento e treinamento do profissional de saúde, para um diagnostico mais rápido e preciso. Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que todas as pessoas que apresentem sinais clínicos da doença mesmo sem confirmação devem fazer o uso da poliquimioterapia. Apresentam varias formas clinicas que são definidas após um diagnostico preciso. A melhor forma de prevenção da doença e através de tratamento dos doentes por se tratar de uma doença infectocontagiosa. Sendo que a meta da OMS e reduzir os índices de prevalência para 1 caso/10.000 habitantes ate o ano de 2000 podemos notar que esta meta ainda não foi alcançada. Visto que ainda e necessário uma atenção sobre os índices de prevalência da Hanseníase em Minas e no Brasil. PALAVRAS CHAVE: Hanseníase, Epidemiologia, Tratamento, Prevenção e controle. INTRODUÇÃO A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium lepraeque atingem a pele os nervos periféricos. Édescrita como uma das doenças mais antigas do mundo (MELÃO et al., 2010) e historicamente está relacionado à grande preconceito que leva a agravos a saúde, além disso por muitos séculos foi atribuída a um “castigo divino” (GOMES, 2010). De acordo com o Ministério da Saúde (2001), o quadro social da hanseníase no Brasil passou por modificações e a doença começou a ser encarada como um problema de saúde pública. Por conta da alta prevalência, tornou-se necessário ser Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 tratada em serviços gerais de saúde, e passou a ser considerada prioridade para atenção primária. O Brasil e ocupa o segundo lugar em números absolutos da doença, ficando apenas atrás da Índia. Em 2011, o pois apresentou 33.955 casos novos, correspondendo a um coeficiente detecção de 17,65 casos/100.000 habitantes. Este parâmetro é considerado alto, pois o recomendado pela Organização Mundial de Saúde é um caso para 10.000 habitantes (BORENSTEIN, 2008; COSTA, 2010; WHO, 2011). Contudo, este trabalho teve por objetivo realizar uma avaliação dos índices de hanseníase no estado de Minas Gerais e no Brasil de 2008 a 2012. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA História A Hanseníase é uma moléstia contagiosa causada pelo bacilo de Hansen que atinge nervos e pele. Conhecida como lepra, esta doença por muito tempo foi atribuída ao chamado “castigo divino”. Instalou-se em países desenvolvidos, com maior frequência em áreas de pobreza. Péssimas condições de vida e desnutrição auxiliam propagação da doença (PEREIRA JUNIOR, 2011). No Brasil, a Hanseníase espalhou-se especialmente pelo norte do país, abrangendo principalmente os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, e nos estados do sul como São Paulo e Minas Gerais (PEREIRA JUNIOR, 2011). Em 1975, o Brasil pronunciou a substituição, oficial, do termo de lepra para hanseníase. Segundo Queiroz (1997) esta medida teve um grande destaque com objetivo de diminuir o preconceito em relação à doença. A partir de 1980, foram eliminados os leprosários e os doentes passaram a ser restabelecidos na sociedade. Agente etiológico A Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa causa pelo M.lepraeum bacilo que possui um alto poder de efetividade e baixa patogenicidade, quer dizer muitas pessoas podem ser infectadas mais poucas adoecem isto se deve as suas características imunogênicas do bacilo (BRASIL, 2002). O M.leprae uma parasita intracelular, predominante em macrófagos onde podem ser observados em formas aglomeradas, em arranjos paralelos que lembram um cigarro A parede celular da M.leprae, possui características específicas. Possui Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 cerca de 20nm de espessura e sua estrutura e composta de peptídeoglicanos entrelaçados e ligados a cadeias polissacarídicas que servem de suporte para os ácidos micólicos. O pepetidioglicano nessa espécie possui a L-alanina e substituída pela glicina, e também a forma como os ácidos micólicos estão associados à parede celular é diferente das outras espécies de micobactérias. Possuem propriedades imunorreguladoras que atuam de forma importante no processo de sobrevivência no interior da célula do hospedeiro contribuindo para patogênese da doença (MACIEIRA, 2000). Se reproduzem por divisão binária, bacilos gram positivo, álcool-ácido resistentes (BAAR) quando submetidos à coloração de Zielsen-Neelsen. Diagnóstico O diagnóstico da Hanseníase é baseado pela presença de alguns sinais cardinais, como presença de anestesia em lesões cutânea, que sugerem a doença, espaçamento entre os nervos periféricos e demonstrações do M.leprae em laminas com cortes de tecidos (SOUZA, 1997). O diagnóstico clínico da hanseníase envolve vários fatores. Devem ser considerados, tais como: Classificação, grau de incapacidade, forma clinica, entre outras. Como a doença possui sintomas insidiosos, assintomático, grande período de incubação, junto com despreparo de profissionais de saúde, induz dificuldades no diagnóstico de casos iniciais e avançados (NEIVA, 2010). Segundo os peritos em Hanseníase da Organização Mundial de Saúde (OMS) é considerado atualmente em fins operacionais como caso confirmado de Hanseníase todas as pessoas que apresentem os sinais clínicos da doença seja qual for à forma em que ela se apresente independentemente da confirmação bacteriológica tornado-se necessário o uso da poliquimioterapia (PQT) (CURTO, BARBOZA, PASCHOAL, 2007). Quatro critérios de diagnóstico definem como as formas clinicas da doenças são eles: o clinico que avalia os aspectos das lesões cutâneas, simetria e distribuição das lesões; Bacteriológico avalia a presença ou ausência do M. leprae em cortes morfológicos; Imunológico a imunorreatividade da lepromina; Histológico os aspectos histológicos das lesões (SOUZAA,1997). Formas Clínicas Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 No Brasil são utilizadas as classificações da Hanseníase são a de Madri (Congresso Internacional, 1953) e de Ridley e Jopling. Em Madri é considerado dois tipos estáveis e opostos (virchowiano e tuberculóide) e dois grupos instáveis (indeterminado e dimorfo) que seguiram para a evolução da doença. Já a classificação de Ridley e Jopling, em 1966 é utilizada em pesquisas e leva em consideração a imunidade de dentro do espectro de resistência do hospedeiro, esta classificação não inclui forma indeterminada e o exame histopatológico torna-se necessário. São as formas tuberculóide (TT), os casos dimorfos que são subdivididos em dimorfo-tuberculoide (DT), dimorfo-dimorfo(DD) e dimorfo- virchowiano (DV), virchowiano-subpolar (VVs) e virchowiano (VV) (ARAÚJO, 2003). Dentre suas formas clinicas são descritas na seguinte forma, Hanseníase intermediaria (HI), as lesões aparecem depois de um período de incubação, e é caracterizada pelo surgimento de manchas hipocrômicas, e alterações na sensibilidade, nesta forma clinica há apenas comprometimento de nervos cutâneos. Hanseníase tuberculóide (HT), encontra-se lesões bem delimitadas, em pequenas quantidades, lesões em placas, anulares ou nódulos, a evolução da doença pode levar a dano neural (ARAUJO, 2003). Transmissão A principal fonte de transmissão do M.leprae se da principalmente pela eliminação do bacilo de Hansen principalmente pelo sistema respiratório superior, pois são encontrados em grandes quantidades em pessoas infectadas (PATROCINIO et al., 2005). Outras fontes de infecção são a secreção sebácea, leite materno, ulcerações, mais através dos tratamentos atuais ocorre à diminuição de nódulos ulcerados, e assim o doente deixa de ser uma fonte de infecção por volta de duas semanas depois do inicio do tratamento (LONGO, 2006). A Hanseníase tem um período médio de incubação que vai de 2 a 5 anos, seu inicio é insidioso, as lesões afetam os tecidos mais frios como, nervos superficiais, pele, laringe, nariz, olhos e testículos. As lesões cutâneas apresentam formas maculares pálidas e anestésicas. Já os distúrbios neurológicos em forma de espaçamento dos nervos, como consequência da anestesia, úlceras tróficas, neurite, encurtamento dos dedos (BUTEL, 2014). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tratamento O tratamento da hanseníase é fundamental a cura, para assim evitar fontes de infecção interrompendo a cadeia de transição, sendo um ponto estratégico no controle da endemia visando eliminar está doença de um problema de saúde publica. A partir da incorporação da poliquimioterapia (PQT) e o acompanhamento da doença, é possível tratar e identificar complicações provenientes, prevenindo incapacidades físicas da doença. (BRASIL, 2002). O sucesso do tratamento depende de um diagnostico exato acompanhado de uma orientação correta pelo profissional de saúde dando informações adequadas sobre o uso do medicamento e sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2011). O doente de hanseníase deve acreditar na cura da doença é um importante papel do serviço de saúde mais que essa cura se da através do tratamento o uso dos medicamentos, mas a falta do serviço de saúde leva a prejuízos, por decorrência a persistência das manchas ao longo do tratamento e uso de bebidas alcoólicas, dificuldades de acesso ao serviço e também a desistência por uma melhora rápida (MOREIRA, 2003). METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, o qual segundo Creswell, citado por Pinto em 2006, quantifica o parecer de uma população e descreve dados de fontes secundárias sem modificar o observado. Foram avaliados os casos de hanseníase nos anos de 2008 a 2012, através de dados presentes no site da Sala de Apoio á Gestão Estratégica (SAGE) que disponibiliza informações para ajudar em tomadas de decisões a gestão e geração de conhecimento, demonstrando a atuação governamental na área do SUS, possibilitando interferências setoriais contribuindo na transparência de ações desenvolvidas na área de saúde, disponibiliza indicadores epidemiológicos relacionados a doenças como problema de saúde publica, pelo site HTTP.//.189.28.128.178/sage/. Obtiveram-se dados referentes às taxas de detecção de grau de deformidade II no estado de Minas Gerais e as nacionais Brasil. Estes resultados estão disponibilizados para cada cem mil habitantes. Além disso, foi avaliado a taxa de detecção na população geral. Os resultados forma discutidos tendo como referências os valores de hanseníase na população mundial. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 RESULTADOS E DISCUSSÕES O controle da Hanseníase faz parte das áreas prioritárias de atuação em saúde não só no Brasil, mas também em diversos países que esta doença é considerada endêmica. A Índia, Brasil, Madagascar, Moçambique, Nepal e Tanzânia, classificam a hanseníase como um problema de saúde publica, onde ainda taxas de prevalência superiores a 3,4 por 10.000 habitantes (LONGO, 2006). No Brasil a região Sul apresenta melhor indicador de eliminação de hanseníase quando compra a região Norte, mais os coeficientes de detecção continuam elevados (NEIVA, 2010). Mesmo que a meta da Organização Mundial de Saúde de reduzir os índices de prevalência da Hanseníase para 1 caso a cada 10.000 habitantes ate o ano de 2000 não foi atingida em nível mundial, e necessário reconhecer que ouve avanços no tratamento como mais de 13 milhões de doentes curados (LONGO, 2006). Como podemos observar na Tabela 1 as taxas de detecção desta doença caíram tanto no Brasil quanto em Minas entre os anos de 2008 a 2012. Tabela 1: Taxa detecção de hanseníase na população geral para cada 100.000 habitantes no Brasil e Minas Gerais de 2008 – 2012 Taxa de detecção na População Geral Ano Brasil Minas Gerais 2008 20,58 9,68 2009 19,63 9,39 2010 18,28 8,03 2011 17,65 7,68 2012 17,65 7,37 A cada ano foram diagnosticados números menores de pacientes. Além disso, é importante ressaltar que taxas em Minas são menores que valores encontrados em todo Brasil (MIRANDA, PEREIRA e NUNES, 2010). Em relação às Taxas de Grau de Deformidade II (TABELA 2), que é uma forma mais grave da doença, é possível perceber que os números decrescem com o passar dos anos, mais ainda e um valor pouco expressivo. Percebe-se também que Minas Grais nesta categoria apresentar números menores quando comprados ao Brasil, uma vez que a na maior parte dos anos esta taxa ficou abaixo de 1,0 casos/100.000 habitantes. Apenas no ano de apresentam 2008 ocorreu taxa de 1,01 casos/100.000 habitantes. Já no Brasil, em momento nenhum estas taxas ficaram abaixo de 1,0 caso/100.000 habitantes Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 2: Taxa detecção de grau II de deformidade para cada 100.000 habitantes no Brasil e Minas Gerais de 2008 – 2012 Taxa de grau II de deformidade Brasil Minas Gerais 1,39 1,01 1,27 0,89 1,17 0,94 1,12 0,74 1,14 0,85 Ano 2008 2009 2010 2011 2012 Quando comparamos estes resultados com todo valores mundiais, percebemos que o continente asiático possui o maior numero de casos, que chega a ser 1,90 casos/100.000 habitantes. E quando avaliamos as regiões acompanhadas pela OMS< como África, Américas, Mediterrâneo, Ásia e o Pacífico, no ano de 2003 o total de novos casos detectados foi de 513.793 casos/100.000 habitantes. (ANDRADE, 2004) O Brasil ainda é um dos países que ainda não conseguiu alcançar a meta da OMS que de 1casos/10.000 habitantes, mais ainda existem vários países como Angola, Nepal, Índia e outros que ainda possuem taxas maiores que a do Brasil (BRASIL, 2004). Dessa forma, ainda e necessário reduzir ainda mais os valores de detecção e prevalência da doença e reparar questões não resolvidas no Plano de Eliminação a Organização Mundial de Saúde (OMS) onde foi lançada a estratégia global para maior redução da carga de Hanseníase e sustentação das atividades de controle da Hanseníase proposta em 2006-2010 (MIRANZI, PEREIRA, NUNES, 2010). A Hanseníase ainda e um enorme problema de saúde publica não só no Brasil e em diversos outros países, sendo necessário programas voltados para eliminação da Hanseníase, treinamento de profissionais de saúde para um diagnostico mais rápido, foco no tratamento para que os pacientes não interrompa o tratamento, acompanhamento deste paciente. Ainda existem muitos obstáculos e irregularidades que possibilitam preocupações que podem inviabilizar o Alcan desta meta (NOGUEIRA, MARZLIAK, 1997). CONSIDERAÇÕES FINAIS A tarefa de eliminação da Hanseníase ainda e muito árdua e requer esforços do governo, reduzindo a prevalência para 1caso/10.000 habitantes sendo que Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 conseqüentemente haverá uma redução de nas taxas de transmissão diminuindo a ocorrência da doença. Por meio deste artigo podemos prever que a melhor forma de sua eliminação é acesso rápido ao diagnostico, profissionais melhores treinados, o tratamento por meio da polioquioterapia atenção básica ao paciente com hanseníase, para que não abandone o tratamento uma vez que a melhor forma de prevenção da doença e o tratamento. Por meio destes números apresentados pela comparação em Minas Gerais e Brasil podemos avaliar que o Brasil está um pouco longe na eliminação da Hanseníase uma vez que e muito pouco o numero de casos que decrescem no passar destes cinco anos. Os pais deve conhecer melhor o nível endêmico por estados e municípios e identificar todos os estabelecimentos de saúde e sua capacidade com respeito a prestar serviços de diagnostico e tratamento, definir a meta de cobertura segundo sua capacidade. Monitorar a prevalência e de detecção em nível distrital e municipal. REFERENCIAS AYRES, M., AYRES, J. R. M., AYRES, D. L., SANTOS, A. S .Aplicações estatísticas nas áreas de ciências biológicas. Belém: Sociedade civil mamirauá, Brasília, CNPq, 290 p, 2003. BORENSTEIN, M. S.; PADILHA, M. I.; COSTA, E.; GREGÓRIO, V.R.P.; KOERICH, A.M.E.; RIBAS, D.L. Hanseníase: estigma e preconceito vivenciados por pacientes institucionalizados em Santa Catarina (1940-1960). 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES Vinícius Amaral Avelar e Gelma Maria Soares Silva– Acadêmicos do 6º período do curso de Educação Física da Univértix. Leililene Antunes Soares – Mestre em Educação. Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Univértix. Rodrigo Ataíde dos Santos – Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professor da Faculdade Vértice - Univértix. [email protected] RESUMO A obesidade deixou de ser um problema particular para, atualmente, se tornar um problema de saúde pública ganhando assim destaque no cenário epidemiológico mundial. Sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, principalmente em países desenvolvidos, mas não deixa de lado os países em desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, onde anteriormente predominavam os problemas relacionados à desnutrição. Neste contexto, o objetivo do estudo é identificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares. Para tanto realizou-se um estudo de caráter descritivo de delineamento transversal, com uma amostra composta por 17 adolescentes com idade variando de 13 a 15 anos matriculados em uma escola pública estadual em Águas Ferreas, distrito de São Pedro dos Ferros, localizado no interior de Minas Gerais. Constatou-se que o número de indivíduos eutróficos foi consideravelmente alto, mas foram encontrados casos de sobrepeso e obesidade o que requer atenção dos profissionais de educação física enfatizando sempre a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a pratica de atividade física, através do lúdico, da infância até a idade adulta. PALAVRAS-CHAVE: Sobrepeso; Obesidade; escolares. INTRODUÇÃO Sendo definida como o excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, a obesidade é consequência de balanço energético positivo, e acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos (OMS, 2000 citado por ENES e SLATER, 2010). Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (1995, citado por CONTI et al. 2005), a adolescência é o período compreendido entre dez e dezenove anos de idade. Nesta fase, o indivíduo passa por transformações hormonais, funcionais, afetivas e sociais. Atualmente, podemos observar vários distúrbios nutricionais em adolescentes, caracterizados tanto pelo excesso quanto pelo déficit nutricional (NUNES e PINHEIRO, 1998). Diferenças no estado nutricional podem ser Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 decorrentes da influência genética, do meio ambiente, ou da interação entre ambos (EVELETH e TANNER, 1990 citados por FONSECA et al, 1998). As alterações no comportamento alimentar que vem ocorrendo com o passar dos anos, fez com que a maioria das pessoas começassem a optar pelo prático e muitas vezes não saudável. Para Dietz (1993, citado por FONSECA et al, 1998) a obesidade em adolescentes é resultado do desequilíbrio entre atividade reduzida e excesso de consumo de alimentos densamente calóricos. Ainda, segundo o autor, o número de horas que um adolescente passa em frente à TV é um importante fator associado à obesidade e acarreta um aumento de 2% na prevalência da obesidade para cada hora adicional de televisão em jovens de 12 a 17 anos. No Brasil, a prevalência de obesidade entre os jovens aumentou em 8,9% em 20 anos (Wang et al, 2002 citados por CONTI et al, 2005). Entre as consequências da obesidade em adolescentes, destacam o aparecimento precoce de doenças cardiovasculares, diabetes comprometimentos na Mellitus postura e tipo alterações 2, problemas no aparelho psicológicos, locomotor, traz desvantagens socioeconômicas na vida adulta, dislipidemias, doenças biliares, osteoartrite e apneia do sono, níveis elevados de ansiedade e depressão, redução nos níveis de autoestima e no desempenho escolar, além de representar um forte preditor de obesidade e mortalidade precoce na fase adulta da vida (RAVUSSIN e SWINBURN, 1992; JAVIER NIETO et al, 2006; SILVA et AL, 2005, CRESPO e ARBESMAN, 2003 citados por FERREIRA e AYDO, 2010). Para Zaida (1992, citado por OLIVEIRA e VEIGA, 2005) as práticas alimentares desses indivíduos muitas vezes são influenciadas por propagandas e modismos que incentivam o consumo de alimentos de maior densidade energética associada a pouca atividade física, o que contribui para a obesidade, problema este que vem aumentando em jovens. Nas últimas três décadas, a prevalência de sobrepeso/obesidade nos adolescentes aumentou, cerca de duas a três vezes, tanto em países desenvolvidos quanto nos que estão em desenvolvimento, inclusive no Brasil (WANG et al, 2002; VEIGA et al, 2004 citados por FARIAS JÚNIOR e SILVA, 2008). São muitos os fatores que podem estar associados a este problema. Um peso corporal mais elevado pode não ser resultado apenas do desequilíbrio entre oferta e demanda, surgem ideias também relacionadas a fatores demográficos, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 socioeconômicos, genéticos, psicológicos, ambientais e individuais (ALVES et al, 2000). Desta forma, a avaliação do estado nutricional de adolescentes é importante para prevenir doenças futuras. Diante o exposto, torna-se importante realizar um estudo para verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares entre 13 e 15 anos de uma escola pública estadual no interior de Minas Gerais. Pretende-se a partir deste diagnóstico propor medidas efetivas para controle do peso ideal, melhorando assim a qualidade de vida, evitando doenças acarretadas pelo acumulo excessivo de tecido adiposo no corpo. REFERENCIAL TEÓRICO A obesidade deixou de ser um problema particular para, atualmente, se tornar um problema de saúde pública ganhando assim destaque no cenário epidemiológico mundial. Sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, principalmente em países desenvolvidos, mas não deixa de lado os países em desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, onde anteriormente predominavam os problemas relacionados à desnutrição. No país, atualmente, a região Sul apresenta as maiores prevalências de obesidade, sendo semelhantes ou até superiores a alguns países desenvolvidos (GIGANTE et al., 1997). Ainda no Brasil, em 1989 existiam cerca de 1,5 milhões de crianças obesas, ocorrendo maior prevalência entre o sexo feminino (LAGO, 2004). A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição realizada em 1989 nos apresenta os seguintes dados: O índice de massa corporal de meninas moradoras da região Sul do País e com renda familiar “per capita” acima de 2,2 salários-mínimos apresentaram-se mais altos do que em meninas americanas que foram avaliadas pelo NHANES (“Second National Health and Nutrition Examination Survey”) (SICHIERI et al., 1994 citados por FONSECA et al, 1998). Para Fonseca et al (1998), a presença da obesidade faz com que se dê maior importância aos estudos sobre grupos populacionais vulneráveis ao problema, pois o mesmo possibilita levantar hipóteses relacionadas à prevenção e tratamento dessa patologia. Um desses grupos é o adolescente que, quando obeso, apresenta maior probabilidade de se tornar um adulto obeso. Para Guo e Chumlea, (1999, citados Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 por TERRES et al, 2006) a probabilidade do adolescente obeso apresentar obesidade na vida adulta é de 0,7 maior do que os adolescentes com IMC considerado normal. Feijó et al. (1997) explicam que é nessa fase da vida que os hábitos são estabelecidos e muitas vezes mantidos na vida adulta. Uma alimentação inadequada, ou seja, o consumo excessivo de açúcares e gorduras, combinada à ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, contribui diretamente para o ganho de peso deste grupo (TORAL et al, 2007). Para Nicklas et al. (2001, citados por ENES e SLATER, 2010), as causas dietéticas da obesidade são complexas e ainda pouco estudadas. Porém, mudanças recentes na alimentação, como a troca de refeições caseiras por restaurantes e fastsfoods, aumento do consumo de bebidas adicionadas de açúcar, consumo de porções de alimentos cada vez maiores e aumento na frequência de refeições foram decisivos para a instalação da epidemia de obesidade. Para Lago (2004), a refeição familiar é indispensável, já que oferece a oportunidade ao indivíduo de não comer sozinho, assim a companhia serve de modelo além de dar atenção ao sujeito, seja encorajando-o ou elogiando. Para ENES e SLATER (2010), o consumo adequado de frutas, legumes e verduras têm sido apontados como um fator protetor da ocorrência de obesidade. Porém a ingestão destes diminuiu nas últimas três décadas, devido principalmente a popularidade dos fasts foods onde não há presença deste tipo de alimento, e quando existe, aparece na forma de fritura (CAVADINI et al., 2000 citados por LAGO, 2004). Acredita-se que sozinhos, o maior consumo de alimentos com elevada densidade energética e ricos em lipídios e carboidratos, não seja capaz de aumentara prevalência de obesidade. A redução da atividade física também exerce papel fundamental nesse processo, além disso, o nível de exercício na adolescência determina parte dos níveis de atividade física na fase adulta (FLYNN et al, 2006; AZEVEDO et al, 2007 citados por ENES e SLATER, 2010). Farias et al. (2009) verificaram em seu estudo que a atividade física programada resulta na melhoria da frequência de sobrepeso e obesidade no grupo que sofreu intervenção. Porém, apesar de seus benefícios, a atividade física ainda não faz parte da vida de muitos adolescentes. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Williams et al. (2002, citados por LAGO, 2004) conferiram que a diminuição da educação física na escola, aumento de atividades não ativas no lazer, ausência de áreas de lazer seguras e menor utilização de transportes como a bicicleta contribuem para menores oportunidades à prática de atividade física e maior risco ao sobrepeso e obesidade. Ainda, segundo o autor, a televisão em excesso, além de deixar o indivíduo em um estado de total inércia também influencia seus hábitos alimentares, pois quando está assistindo-a, sempre acaba comendo algo extremamente calórico e de fácil ingestão, ou seja, alimentos que o satisfazem por pouco tempo, como salgadinhos, chocolates e coisas do gênero, além disso, não mastigam direito, devido à forte distração proporcionada pela televisão. Em determinadas situações nem se precisa recorrer a índices específicos para a condição de obesidade ser verificada no indivíduo, apenas um olhar basta (LAGO, 2004). Wang et al. (2002, citados por ENES e SLATER, 2010)constataram que países com diferentes níveis de desenvolvimento socioeconômico revelou aumento significativo na prevalência de sobrepeso entre crianças e adolescentes nas últimas décadas. Entre os adolescentes, foram observados dados importantes: 62% nos Estados Unidos (de 16,8% para 27,3%) e 240% no Brasil (de 3,7% para 12,6%). Em Salvador, Souza Leão et al (2003) evidenciaram uma prevalência de 15,8% de obesidade em 387 escolares, sendo que esta foi significativamente maior nas escolas particulares (30%) em relação às públicas (8,2%). Em sua pesquisa, Silva et al (2005), observaram que a prevalência da obesidade foi maior entre os escolares de boas condições socioeconômicas e nos adolescentes de baixa condição socioeconômica. Segundo o IBGE (2008/2009), no Brasil, a obesidade atinge 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres com mais de 20 anos; 4% dos homens e 5,9% das mulheres entre 10 e 19 anos e 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas entre 5 e 9 anos. Em relação ao tratamento da obesidade, não há espaço para dietas restritivas, pelo menos em crianças, pois este evento é extremamente prejudicial já que os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos, levando a prejuízos para o crescimento e desenvolvimento (EPSTEIN et al, 1998; GRANT et al,1993 citados por SIGULEM et al, sem data). Ainda segundo os autores, no adolescente, o objetivo do tratamento da obesidade é conseguir manter o peso adequado para a altura e, ao mesmo tempo, Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 manter o crescimento e o desenvolvimento normal. É importante ressaltar que ainda não existe tratamento 100% eficaz para a obesidade. A reeducação alimentar é a melhor forma de tratamento, que deve ser mantida a longo prazo. A falta de informação associada à ausência de políticas de saúde que atendam adequadamente a população torna ainda mais grave e preocupante a epidemia de obesidade instalada no país (OLIVEIRA el al, 2003). Deve-se dar ênfase à redução da obesidade, modificação dopadrão alimentar e redução do sedentarismo (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989 citado por FONSECA et al, 1998). METODOLOGIA Foi realizado um estudo de caráter descritivo de delineamento transversal, com uma amostra composta por 17 adolescentes com idade variando de 13 a 15 anos matriculados em uma escola pública estadual em Águas Ferreas, distrito de São Pedro dos Ferros, localizado no interior de Minas Gerais. Foram enviados aos pais e/ou responsáveis, um Termo de Consentimento Livre Esclarecido solicitando a autorização para participação dos estudantes na pesquisa. Para participar do estudo os alunos declararam que não apresentavam nenhum tipo de doença metabólica diagnosticada, os mesmos apresentaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido devidamente assinado por seus responsáveis. Para avaliação do estado nutricional foram utilizadas as medidas antropométricas: estatura (cm) e massa corporal (kg) para o cálculo do índice de massa corporal IMC. Os procedimentos seguidos foram os preconizados pela Organização Mundial de Saúde (1995), realizados por um mesmo avaliador treinado, a estatura foi aferida com auxílio de um estadiômetro (medidor de Estatura/Altura - Estadiômetro Econômico Wood Transportável c/ Bolsa – WCS), e a massa corporal obtida através de uma balança digital (balança Linea II c/ Controle - TIN-00127 – Plenna). Para o IMC foi utilizada a classificação proposta por Cole et al., (2000) para a obesidade e sobrepeso, bem como para os valores abaixo dos mesmos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 A análise estatística foi realizada com apoio do programa Excel, versão 2007. Foi realizada análise descritiva dos valores de IMC encontrados na amostra. O nível de rejeição da hipótese de nulidade foi inferior a 5%. O estado nutricional dos participantes foram avaliados segundo os valores propostos pela tabela de Cole et al. (2000 citado por ABRANTES et al., 2003). RESULTADOS E DISCUSSÕES A tabela 1 mostra a prevalência de eutrofia, sobrepeso e obesidade em toda a amostra. Tabela 1: Distribuição da população estudada, segundo o índice peso/estatura (IMC) Estado Nutricional Número % Eutrofia 13 82,36 Sobrepeso 2 11,76 Obesidade 1 5,88 TOTAL 17 100 Fonte: Dados da pesquisa Ressalta-se que o índice de massa corporal é obtido a partir da divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros (kg/m 2). Os valores de IMC acima de 25,0 kg/m2 caracterizam excesso de peso, sendo que, valores de 25,0 kg/m2 a 29,9 kg/m2 correspondem a sobrepeso e valores de IMC ≥ 30,0 kg/m 2 à obesidade (WHO, 1995; NIH, 1998). Essas definições são baseadas em evidências que sugerem que estes valores de IMC estão associados ao risco de doenças e morte prematura (AFONSO, 2002). Apesar de não representar a composição corporal, o índice de massa corporal vem sendo utilizado como uma medida aproximada de gordura total, visto que é altamente correlacionado com a gordura corporal (ANJOS, 1992). Os dados permitem verificar que, embora provenientes de uma região pobre, os alunos com idade entre 13 e 15 anos apresentaram um perfil de transição nutricional, com prevalência de 17,64% de sobrepeso e obesidade. Importa destacar que a atividade física é um importante auxiliar para o aprimoramento e desenvolvimento do adolescente, nos seus aspectos morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico determinado pela herança e ajudar o indivíduo para um aproveitamento melhor de suas possibilidades. Paralelamente à boa nutrição, a adequada atividade física deve ser reconhecida como elemento de grande importância para o crescimento e desenvolvimento Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 normal durante a adolescência, bem como para diminuição dos riscos de futuras doenças (VIEIRA et al., 2002). No tratamento da criança obesa não há espaço para dietas restritivas, já que os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos, levando a prejuízos para o crescimento e desenvolvimento. É importante que as mudanças de comportamento propostas para crianças e adolescentes obesos sejam estruturadas adequadamente para evitar distúrbios alimentares posteriores, como os encontrados em adultos que apresentam dificuldade em reduzir o peso corporal (FAGUNDES et al., 2008). CONSIDERACÕES FINAIS Constatou-se que o número de indivíduos eutróficos foi consideravelmente alto, mas foram encontrados casos de sobrepeso e obesidade o que requer atenção dos professores de educação física enfatizando sempre a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a pratica de atividade física, através do lúdico, da infância até a idade adulta. Importa destacar que os pilares fundamentais do tratamento da obesidade são as modificações de comportamento e de hábitos de vida que incluem, primeira e principalmente, mudanças no plano alimentar seguidas de incentivo à atividade física. Sabe-se que isto deve ser feito com cuidado, uma vez que tanto a prática esportiva como o ajuste da dieta precisam ser acompanhados por profissionais especializados e no âmbito escolar o professor de educação física tem esse compromisso e responsabilidade com seus alunos. REFERÊNCIAS ABRANTES et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade nas regiões nordeste e sudeste do Brasil. Revista Associação Medica Brasileira, v.49, n.2, p.162-6, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v49n2. Acesso em: 30 mai. 2014. AFONSO, S. R. Associação do índice de massa corporal e da relação cintura/quadril com hospitalizações em adultos do Município do Rio de Janeiro. Revista Brasileira Epidemiologia, n 4, p.153-163, fev. 2002. ALVES, S.S et al. 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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 MOTIVOS QUE LEVARAM MÃES A OPTAREM PELO PARTO CESÁREO OU NORMAL Leánderson Olímpio Ferreira Santos e Solange dos Santos Costa - Graduandos em Enfermagem. Univértix. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. UFOP. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Univértix. Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUnivértix. Bruna Chaves Amorim. Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Univértix. [email protected] RESUMO O presente estudo teve como objetivo verificar os fatores que influenciam na decisão, ou que levam as mães a optarem pelo parto cesáreo ou normal. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa, na qual foram pesquisadas 30 mães que aguardavam atendimento médico na Unidade Estratégia Saúde da Família (ESF), situada no centro do município de Matipó – MG. Para a obtenção dos dados foi aplicado um questionário contendo 13 questões relacionadas ao objetivo do trabalho. Os resultados apontam que mesmo a gestante tendo optado por determinado tipo de parto, seu poder de decisão é limitado, frente ao papel do médico. A maioria das entrevistadas tem um baixo grau de escolaridade, com renda média de no máximo um salário mínimo, seu acesso à informação na maioria das vezes é limitado e impreciso, o que torna sua escolha pessoal em relação ao tipo de parto inadequada e desproporcional a seu quadro clínico. Neste contexto os médicos são reponsáveis por analisar e definir a melhor escolha que se adeque as necessecidades e peculiaridades apresentadas por cada gestante. PALAVRAS-CHAVE: Parto normal; Gestação; Parto cesáreo. INTRODUÇÃO A experiência de se tornar mãe sempre representou um evento muito importante na vida das mulheres; um momento único e especial, marcado pela transformação da mulher em seu novo papel social da maternidade (VELHO et al., 2009). Durante os nove meses de gestação a mulher passa esperando o seu filho, e se preparando para a sua chegada. No decorrer deste tempo ela transita por uma Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 diversidade de sentimentos que variam entre medo, preocupações, dúvidas, desejos e felicidade, que são gerados pela expectativa do nascimento e também pelo vínculo já estabelecido com seu filho durante a gravidez. Compreender a mulher neste período é tarefa muito importante, pois este é um momento no qual ela necessita de atenção e orientações que serão válidas durante toda a gestação, bem como no parto e puerpério (CATAFESTA et al.,2007). De um extremo ao outro, inúmeros avanços e retrocessos podem ser apontados: se por um lado o conhecimento acerca da fisiologia do trabalho de parto, parto e nascimento trouxeram segurança para a mulher e recém - nascido. Por outro lado, diversas intervenções praticadas por profissionais médicos, dotadas de conhecimentos obstétricos e cirúrgicos retiraram do binômio a vivência plena desse momento. Essa evolução impôs uma mudança à assistência obstétrica, especialmente pela substituição das parteiras por profissionais médicos e as ações intervencionistas (MIRANDA et al., 2008). Segundo Ceri (2007) a gestação é também analisada como um momento dramático em termos de alterações no organismo, o que, de certa forma, é novidade. As mulheres gostam nos primeiros meses, mas nos últimos pode acarretar angústias e desconfortos, principalmente em relação à escolha do tipo de parto, já que muitas vezes a gestante não tem total liberdade de opção ou não está apta a essa indicação por lhe faltarem informações. Determinar o tipo de parto, vaginal (normal) ou cirúrgico (cesárea ou cesariana), é assunto complexo e polêmico. A cesariana, outrora considerada um procedimento de exceção, recomendada em situações de risco de vida para a gestante e/ou feto, é atualmente um procedimento cirúrgico na maioria das vezes programado, sem a identificação médica de nenhum risco definido, sendo sua escolha frequentemente atribuída à gestante (MANDARINO et al., 2009). Os fatores que podem levar as mães escolherem o tipo de parto são inúmeros e individuais, englobando aspectos relacionados a questões de recuperação, socioeconômicas, emocionais, fisiológicas, culturais, entre outras (ANDRADE E BOTTI, 2012). A questão norteadora deste estudo é: quais os motivos levaram as mães a optarem pelo parto cesáreo ou normal? Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 O objetivo do estudo é verificar as determinantes e os fatores que influenciaram na decisão ou que levaram as mães a optarem pelo parto cesáreo ou normal. A relevância deste estudo consiste na identificação dos fatores que auxiliem as gestantes para um maior conhecimento sobre as vantagens e desvantagens de cada procedimento, permitindo desta forma uma compreensão, que a possibilite determinar sua escolha, desde que esta não represente uma opção de risco a gestante ao feto. REFERENCIAL TEÓRICO A cesariana é uma operação pela qual o feto é liberado através de uma incisão na parede abdominal e uterina. As cesarianas apresentam uma taxa de mortalidade materna e fetal maior que a dos partos normais, mas quando há complicações a operação é frequentemente mais segura para a mãe e o recém nascido que um parto vaginal difícil. É indicada quando há sangramento pré-parto, sofrimento fetal, alguns casos de toxemia e certas complicações médicas. Algumas vezes pode ser planejada para uma data específica; outras vezes é um procedimento de urgência. Quando se trata de procedimento eletivo, o momento da operação é planejado antes (ZIEGEL E CRANLEY, 2008). Entende-se por parto natural aquele realizado sem intervenções ou procedimentos desnecessários durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, com o atendimento centralizado na mulher. No parto natural, a saída do recém - nascido ocorre pelo canal vaginal, sem qualquer intervenção cirúrgica. Tudo transcorre da maneira mais natural possível e com o mínimo de procedimentos, de modo a evitar causar mais dor, complicações e risco de infecções à mãe e ao recém - nascido. Apenas quando, durante o processo do parto, existir uma indicação para alguma intervenção, poderá ser realizado o corte na vagina, a colocação de soro na veia e a suspensão da alimentação, além de outros procedimentos (COREN, 2010). Em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais. Enquanto em 2009 o País alcançava a sigla de 50% de partos cesáreos, em 2010, a taxa subiu para 52%. A Organização Mundial da Saúde recomenda que essa taxa fique em torno de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37%. Quando a situação exige, a cirurgia cesariana traz benefícios à gestante e ao recém-nascido. Mas, quando feita de forma indiscriminada, como Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 vem ocorrendo, pode implicar em riscos para a mãe ou para o feto. Para impedir que o parto cirúrgico ocorra sem necessidade, a saída é o parto humanizado, com as iniciativas previstas na estratégia Rede Cegonha. Segundo o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, o excesso de partos cirúrgicos se deve principalmente ao desconhecimento que as mulheres ainda têm em relação aos benefícios do parto normal (PORTAL DA SAÚDE, 2011). METODOLOGIA Para alcançar os objetivos deste estudo, foi realizada uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa. Segundo Cervo e Bervian (2002) a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los. O estudo foi realizado em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF), situada no centro do município de Matipó, localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A população de Matipó é de aproximadamente 18.491 habitantes e a principal fonte de emprego e renda da população é a cultura de café (IBGE, 2013). A população investigada se constituiu de mães que passaram pela maternidade. Para a seleção das colaboradoras foi adotado, como critério de inclusão, mães no pós-parto, que residam no município de Matipó. A pesquisa foi realizada em três dias consecutivos da segunda semana do mês de abril de 2014. Participaram 30 mães, número total das presentes na ESF nos referidos dias. Para obtenção dos dados, foi aplicado um questionário semiaberto, contendo 13 questões fechadas e abertas, abordando o estilo de vida, dados socioeconômicos, aspectos relacionados ao período gestacional e pós-parto, além de fatores que influenciaram em sua decisão pelo tipo de parto. A coleta de dados ocorreu durante o horário de funcionamento da ESF, no período anterior à realização das consultas pediátricas, que acontecem de segunda a sexta-feira, a partir das sete horas. Os sujeitos da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a participação se concretizou mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Resolução 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Desses dados foram gerados gráficos que orientaram a escrita da parte de resultados e discussões desse estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente estudo conta com um total de 30 mães, abordadas na ESF, durante a segunda semana do mês de abril de 2014, para aplicação do questionário do estudo em questão. Os resultados mostraram que, das 30 mães pesquisadas, apenas 26,7% tem acesso à internet, outras 33,3% admitiram ter o hábito de ler esporadicamente, enquanto que 100% das pesquisadas se utilizam da televisão como principal forma de adquirir informação. Segundo o censo de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil os aparelhos de TV estão presentes em 95,7% das residências. Para Silva e Ferreira (2010) a televisão com seus mecanismos de atração é o meio de maior alcance para difusão de informações e influência na vida cotidiana dos brasileiros, pela credibilidade popular atribuída a este veículo. A Tabela 1 mostra as particularidades sócio demográficas atuais, da população investigada. Destaca-se a baixa renda familiar da população estudada, com 66,7% (20) das entrevistadas declarando no máximo um salário mínimo mensal, assim como os níveis de escolaridade, já que das 30 pesquisadas, 50% possuem somente o ensino fundamental completo. Os dados evidenciados na pesquisa vão ao encontro do que refere Ribeiro et al. (2006), pois a análise do perfil sócio demográfico dos usuários do SUS, no Brasil, identificou as seguintes características: predomínio de pessoas negras e pardas, mulheres, com baixa escolaridade, baixa renda familiar e sem posse de plano de saúde privado. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Tabela 1: Características sócio demográficas referidas pela população investigada, 2014. Característica N=30 % Faixa Etária 18 – 22 anos 9 30 23 – 27 anos 10 33,5 28 – 32 anos 4 13,3 33 – 37 anos 4 13,3 38 – 42 anos 1 3,3 43 – 46 anos 2 6,6 Etnia Branca 5 16,7 Parda 20 66,6 Negra 5 16,7 Estado Civil Solteira Casada Divorciada União Consensual Escolaridade Analfabeta Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio completo Técnico Superior incompleto Superior completo Profissão Doméstica Vendedora Lavradora Técnica de Enfermagem Auxiliar de limpeza Auxiliar de farmácia Lavadeira Estudante Cabelereira Professora Caixa Renda Familiar 1 salário mínimo 2 salários mínimos 3 salários mínimos 6 16 3 5 20 53,3 10 16,7 1 5 9 5 7 1 1 1 3,3 16,7 30 16,7 23,4 3,3 3,3 3,3 16 1 4 1 1 1 2 1 1 1 1 53,7 3,3 13,3 3,3 3,3 3,3 6,6 3,3 3,3 3,3 3,3 20 8 2 66,7 26,7 6,6 Dentre as mães pesquisadas 63,3% haviam realizado parto normal na última gestação, enquanto 36,7% haviam realizado parto cesáreo. Seguindo a tendência atual no Brasil e no mundo este estudo aponta para o aumento elevado no número de partos cesáreos. Em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais, enquanto em 2009 o País alcançava a sigla de 50% de partos cesáreos; em 2010, a taxa subiu para 52%. A OMS recomenda que essa taxa fique em torno de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37% (PORTAL SAÚDE, 2011). Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Analisou-se também se as participantes do estudo possuíam mais de um filho e 56,7% (17) afirmaram que sim. Destas mulheres que tem mais de um filho, 47% (8) alegaram ter tido apenas um filho anteriormente, 29,4% (5) dois filhos, 11,8% (2) três filhos, 5,9% (1) quatro filhos e outros 5,9% sete filhos. E em relação às gestações anteriores 47% referiram parto normal, enquanto 53% referiram parto cesáreo. Os dados reafirmam a predominância dos números elevados de partos cesáreos em relação ao limite de 15% preconizado pela OMS. A experiência anterior é bastante influente na escolha dos partos posteriores. Aquelas que tiveram os filhos através de parto normal permanecem acreditando que esta é a melhor forma, já as mulheres que passaram pela experiência através do parto cesáreo, demonstram maior confiança neste método, acreditando ser o melhor a fazer (SILVA, PRATES E CAMPELO, 2010). No que diz respeito ao tipo de atendimento, as mães foram indagadas sobre qual tipo de atendimento procuram em caso de agravos à saúde: 96,7% disseram buscar o Sistema Único de Saúde (SUS) e 3,3% afirmaram recorrer a atendimentos particulares. O SUS é constituído pelo conjunto das ações e de serviços de saúde sob gestão pública. Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com direção única em cada esfera de governo. O SUS não é, porém, uma estrutura que atua isolada na promoção dos direitos básicos de cidadania. Insere-se no contexto das políticas públicas de seguridade social, que abrangem, além da Saúde, a Previdência e a Assistência Social. Consolidou-se, ao longo de duas décadas, como a maior política de Estado do País, promotor de inclusão e justiça social. Fruto de uma permanente construção coletiva, nele se manifesta o melhor da tradição política brasileira: o diálogo, a composição e a busca do acordo (SUS, 2011). Outro ponto a ser abordado no questionário proposto refere-se à realização de consultas pré-natais pela qual a mulher passou durante a gestação, assim como sua participação em grupos de gestantes, oferecida na Unidade de ESF localizada em sua área. Os dados emergentes da coleta apontam que 100% do público pesquisado compareceram periodicamente as consultas pré-natais. A respeito da participação em grupos de gestantes obteve-se os seguintes resultados: 40% (12) afirmaram participar ativamente e outros 60% (18) afirmaram não participar e nem possuir conhecimento sobre a existência dos grupos. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Segundo Amthauer et al. (2011) a realização da educação em saúde por meio de grupos de gestantes se configura como um espaço para promover a aprendizagem sobre essa nova condição que a maternidade proporciona e para informá-las dos riscos que podem as acometer. O acompanhamento pré-natal adequado é importante para que ocorra redução da morbimortalidade materno-infantil, assim como garantir uma gravidez tranquila e sem intercorrências. Para tanto, é fundamental que sejam realizadas na prática as ações recomendadas pelo Ministério da Saúde, assim como a oferta de um serviço universal, integral e de qualidade. As ações de educação e prevenção de doenças e complicações também devem estar incorporadas na realização do prénatal, com o objetivo de contribuir para a conscientização das gestantes sobre a importância, identificação de fatores e situações de risco e também o estabelecimento de um vínculo de confiança entre a gestante e os profissionais envolvidos na assistência (GRENZEL, CAVALHEIRO e BINOTTO, 2011). A figura 1 apresenta a prevalência de fatores que influenciam na escolha do tipo de parto. Figura 1: Fatores que influenciam na escolha do tipo de parto. Percebe-se que as mães, em sua maioria, se baseiam ou aceitam indicação feita pelo médico sobre o tipo de parto a ser escolhido. “Num ambiente cultural favorável à cesariana como o que vivemos atualmente no Brasil, as mulheres acabam por ceder à pressão exercida pelos profissionais, submetendo-se à indicação da cirurgia” (AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR, 2008, p.23). Algumas mães entrevistadas afirmaram ter tido algum tipo de complicação(s) no decorrer da gestação ou durante o trabalho de parto. Os dados revelaram que 63,3% não tiveram nenhum agravo e 36,7% afirmaram ter tido complicações no período gestacional, número ligeiramente maior em relação às intercorrências durante o trabalho de parto, em que 23,3% responderam sim e 76,7% falaram não. A esse respeito, o estudo de Souza et al. (2007), realizado com mulheres de todo o Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 Brasil, aponta que as estatísticas demasiadamente elevadas (16,7%) de complicações e sugere a existência de uma supervalorização de problemas menores pelas participantes. Para Baggio, Teixeira e Portella (2001) as orientações passadas antes da realização de um procedimento, para que seja bem compreendida pelo paciente, devem ter em seu contexto qualidade e não quantidade de informações, detendo-se nos pontos de seu interesse. A explicação acerca dos passos do processo cirúrgico deve ser elaborada pelos profissionais de maneira clara e objetiva, em vocabulário simples, para que não seja essa uma orientação ritualizada, repetitiva, pois cada ser é individual e único, merecendo, portanto, uma orientação personalizada. Quando questionadas sobre este quesito, os resultados obtidos neste estudo evidenciaram que 63,3% estiveram satisfeitas com as orientações repassadas pelos profissionais da saúde antes do parto, 30% disseram não ter recebido nenhum tipo de informação e 6,7% relataram ter tido orientações, porém permaneceram com dúvidas não esclarecidas ou mal compreendidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se que a ausência de conhecimento e a escassa participação das mães em grupos de gestantes, assim como o número insuficiente ou total de informações transmitidas pelos profissionais da saúde sobre as vantagens e desvantagens dos tipos de parto, são apontadas como deficiências verificadas por este estudo. Os dados evidenciaram também que na maior parte dos casos não houve complicações durante o período gestacional, no trabalho de parto ou no puerpério, porém os índices de agravos nestes períodos ainda é relativamente alto quando comparado ao de outros estudos pesquisados. Observou-se que mesmo a gestante tendo optado por determinado tipo de parto, seu poder de decisão é limitado frente o papel do médico que, na maioria das vezes, é o principal responsável pela escolha. Uma vez que a política nacional, preconizada pelo Ministério da Saúde é sempre que possível optar pelo parto normal, uma forma menos invasiva, que possibilita uma recuperação menos traumática para a mulher. Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301 REFERÊNCIAS AMTHAUER, Camila et al. Assistência à mulher no período gestacional: relato de experiência das atividades de educação em saúde com um grupo de gestantes. Disponível em: http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/Trabalhos/7101.pdf. Acesso em: 20.mai.2014. ANDRADE, Briena Padilha, BOTTI, Maria Luciana. Mulheres e parto: vivências que influenciaram as escolhas. Disponível em: ht
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