Edição 84 Out/Nov 2006
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Edição 84 Out/Nov 2006
Revista brasileira do aço - Ano 15 nº 83 - 15 nov/15 dez - 2006 Momento para reavaliações O Sindisider abriu mais uma frente de atuação na representatividade de seus filiados. No mês de outubro, iniciou-se o ciclo de palestras jurídicas na sede do Sindicato em São Paulo, que tem o objetivo de orientar sua base quanto aos aspectos e trâmites da legislação tributária brasileira. Assunto do momento, o julgamento pelo STF da constitucionalidade da incidência do ICMS na base de cálculo do COFINS foi o tema da primeira palestra. Para o próximo mês está sendo programada palestra sobre a possibilidade das empresas filiadas ao Sindicato serem classificadas em outro nível de risco para desconto do GIILRAT. Entrevista com o coordenador de cursos do INDA, professor Paulo Barreto, traça um panorama avaliativo desses cursos de atualização e aperfeiçoamento profissional. Barreto destaca que o perfil dos clientes da rede de distribuição tem mudado ao longo dessa década e que é indispensável para os negócios das empresas que elas acompanhem essa evolução. Com base nas necessidades dos vendedores de aço constatadas pelo coordenador, o Instituto abriu as inscrições para um novo curso, voltado para a eficácia das negociações. Não poderíamos deixar de destacar também que já se encontram à venda os convites para o Jantar de Confraternização de final de ano da rede de distribuição. O jantar é um momento de encontro informal entre executivos para avaliarem o ano que passou e fazerem projeções sobre o que virá. Boa leitura! Índice Acontece Estatísticas Análises página 02 página 03 página Entrevista Sindisider 04-05 Expediente Competição estimula a pesquisa por soluções mais eficientes e sustentáveis em construções metálicas O Living Steel, programa mundial para estimular o uso do aço em moradias, lançou um concurso internacional para arquitetos, em busca de projetos de habitações sustentáveis. A Segunda Competição Internacional de Arquitetura distribuirá 300 mil euros em prêmios e está com as inscrições abertas pela Internet www.livingsteel.org até o dia 12 de janeiro. Lançado em fevereiro de 2005, o Living Steel é um programa mundial de estímulo a inovações no design e na construção de habitações, gerenciado pelo Instituto Internacional de Ferro e Aço (IISI). O programa compreende três iniciativas-chave: a pesquisa de mercado; o gerenciamento de conhecimentos; e a competição. Entre os integrantes do Living Steel estão: Arcelor, Baosteel, BlueScope Steel, Celsa Group, Corus, Erdemir, Imidro, Mittal Steel, Posco, Ruukki e Tata Steel. “Queremos que essa competição inspire arquitetos a adotarem uma abordagem inovadora do uso do aço no design, na construção e na eventual reutilização em edificações”, explicou Scott Chubbs, diretor do Programa. Participam do júri Glenn Murcutt, Charles Correa, Jaime Lerner, Andrew Ogorzalek, James Berry e Nicholas de Monchaux, arquitetos internacionalmente respeitados. A competição atende os critérios da União Internacional de Arquitetos e segue os padrões de competição arquitetônica adotados pela UNESCO. A liga metálica é considerada sustentável por ser 100% reutilizável e menos página agressiva ao meio ambiente. Além disso, oferece a vantagem de redução de 40% no tempo de execução da obra em comparação com outros processos 06 construtivos. Apesar disso, atualmente apenas 4% das construções brasileiras página são em aço, segundo o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA). 07 Os três finalistas, além de receber cada um o prêmio de 50 mil euros, serão página convidados a projetar novos conceitos para edificações residenciais no Brasil, na China e no Reino Unido. 08 Primeira siderúrgica em Goiás ece t n Aco etor s no página 02 Foi assinado contrato entre a Companhia Hidrelétrica do Vale do São Patrício (Chesp), a FerroOeste, a Toctao Engenharia, o Grupo Valadares e o grupo espanhol Añon, prevendo a implantação da Companhia Siderúrgica do Planalto, no município de Nova Glória. A siderúrgica é a primeira de Goiás. O município foi escolhido por sua localização estratégica – abundância de água (Rio das Almas) e proximidade da BR-153 e da futura Ferrovia Norte-Sul – e pelos incentivos fiscais oferecidos. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 150 milhões. A siderúrgica produzirá, até o final de 2008, 800 mil toneladas de vergalhão e fios de aço, 30% destinadas ao mercado local e o restante para outros estados. Vale torna-se a segunda maior mineradora do mundo A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) tornou-se a segunda maior mineradora diversificada do mundo com a adesão de 75,66% dos acionistas da Inco à sua oferta de compra. A Inco é a segunda maior produtora global de níquel. A transação é estimada em US$ 13,2 bilhões, a maior já realizada por uma empresa latino-americana, e poderá alcançar US$ 17,5 bilhões, caso a adesão chegue a 100% até 3 de novembro. O valor de mercado da CVRD saltará de US$ 58,25 bilhões para US$ 71,5 bilhões, atrás apenas da australiana BHP Billinton (US$ 72,91 bilhões). Em terceira posição no ranking fica a Anglo-American (US$ 67,4 bilhões) e, em quarta, a Rio Tinto (US$ 56 bilhões). Números do aço em setembro A produção brasileira de aço bruto em setembro teve aumento de 6,5% em relação a setembro de 2005, atingindo 2,76 milhões de toneladas. O acumulado do ano manteve-se, porém, 3,7% abaixo (22,7 milhões) na comparação com o ano passado. As vendas internas de produtos planos subiram 18,7% em setembro (873 mil), destinadas principalmente aos setores da construção civil, utilidades domésticas e comerciais, tubos com costura e de autopeças. O incremento de vendas dos produtos longos foi de 11,6%, alcançando 572 mil toneladas. Mundo A produção mundial em setembro alcançou 101,4 milhões de toneladas, aumento de 8,8% sobre setembro de 2005. Nos nove primeiros meses do ano, 903,3 milhões de toneladas de aço foram fabricadas. A Ásia respondeu por mais da metade da produção (54,9 milhões) em setembro; no acumulado do ano, o continente produziu 11,2% a mais do que no mesmo período de 2005. Os Estados Unidos fecharam setembro com 8 milhões de toneladas, alta de 3,5%. Já a América do Sul produziu 8,9% a mais em setembro (4 milhões). Quinta maior siderúrgica do mundo A venda da siderúrgica anglo-holandesa Corus para a indiana Tata Steel originará a quinta maior produtora de aço do mundo, com produção da ordem de 23,5 milhões de toneladas por ano. A fusão objetiva o melhor acesso da siderúrgica anglo-holandesa a matérias-primas baratas e maior exposição no mercado asiático. Comentários: Mantendo o ritmo As vendas dos associados em setembro, apesar de 8% menores que agosto, mantiveram o ritmo forte, subindo 22,9% em relação a setembro de 2005. No acumulado do ano, o crescimento é de 12,7% em relação ao mesmo período de 2005. Cabe ressaltar também, que as compras em setembro, mantiveramse estáveis em relação a agosto registrando pequena queda de 0,9%. Veja a seguir, o desempenho dos associados. cas sti tatí Es página 03 Crescimento do setor de autopeças patina es lis á n A página 04 O faturamento do setor de autopeças acumulado de janeiro a agosto, em reais deflacionados, cresceu 0,7% em relação a igual período de 2005. É o menor faturamento acumulado do ano. A informação é do Sindipeças, com base em pesquisa realizada com 54 empresas, que respondem por 34% do faturamento do setor. Já, as empresas de autopeças de Minas Gerais faturaram 6,6% mais no acumulado dos oito meses do ano em relação a 2005. Apesar da recuperação no faturamento acumulado desde junho, o valor não atinge os 10% de crescimento atingidos em jan/fev. Em São Paulo, segundo a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo, realizada mensalmente pela Fecomércio junto a 600 estabelecimentos comerciais no Estado de São Paulo, o crescimento do faturamento em agosto foi de 7,1%, mas o acumulado registra perdas de 9,2%. Já, as exportações de janeiro a agosto atingiram US$ 5,85 bilhões, aumento de 20,52% relativamente a 2005. Em contrapartida, as importações caíram 1,099%, para US$ 4,61 bilhões. Vendas internas de máquinas agrícolas acumulam alta A produção na indústria de máquinas agrícolas caiu 3,5 % em setembro sobre agosto do ano corrente; em relação a setembro de 2005, a queda foi de 1,6%. No acumulado nos nove primeiros meses, a queda é de 18,3%. De janeiro a setembro deste ano, as vendas internas de máquinas agrícolas ficaram 4,5% acima do mesmo período de 2005. Considerando-se apenas as vendas de tratores, o crescimento foi de 6,5%, atingindo 15 mil unidades. Os números são da Anfavea. Para alguns fabricantes, as vendas devem continuar aquecidas até o final do ano, em função da demanda dos setores de cana, cítricos, café e da área florestal. Em contrapartida, as vendas para os produtores de grãos continuam em baixa. Com relação às exportações, queda de 31,5% em volume no acumulado janeiro-setembro relativamente a período de 2005. Comparando-se setembro de 2006 com setembro de 2005, queda de 23,9%. A queda nas exportações contribuem, portanto, para uma produção menor no acumulado deste ano. Set 2006 Ago Jan-Set Set A B C D Total / Total / Total Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados 2.323 2.300 23 2.370 2.336 34 19.308 2.048 18.473 -2,0 19.112 2.033 18.379 -1,5 196 15 93 -32,4 13,4 4,5 13,1 4,0 53,3 105,5 Tratores de rodas / Wheel tractors / Tractores de ruedas Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados 1.952 1.929 23 1.949 1.915 34 15.247 1.656 14.323 0,2 15.051 1.641 14.230 0,7 196 15 93 -32,4 17,9 6,5 17,6 5,8 53,3 110,8 34 34 0 39 39 0 245 245 0 29 29 0 158 158 0 164 164 0 1.537 1.537 0 196 196 0 62 62 0 42 42 0 607 607 0 117 117 0 176 176 0 1.672 1.672 0 Unidades Units / Unidades Cultivadores motorizados / Tillers / Máquinas cultivadoras* Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados Colheitadeiras / Combines / Cosechadoras Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados Retroescavadeiras / Loaders & Backhoes / Retroescavadoras Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados 2004 2005 2006 Jan Jan/Ene 2,4 1,7 1,7 Variação percentuais Sep/Set Aug/Ago Jan-Sep/Ene-Set Sep/Set Jan-Sep/Ene-Set Tratores de esteiras / Track-type tractors / Tractores con orugas Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales Importados / Imported / Importados Mil unidades Thousand Units Miles de Unidades 2005 Jan-Set Fev Mar Abr Mai Jun 2,5 1,8 1,9 3,2 2,3 2,2 3,5 2,2 2,1 3,6 2,0 2,2 3,5 2,2 2,3 Feb/Fev Mar/Mar Apr/Abr May/May Jun/Jun Jul Jul/Jul 3,7 2,0 2,2 Ago Set 3,9 2,1 2,4 3,8 2,0 2,9 Aug/Ago Sep/Set Percent variation / Variaciones porcentuales E A/B 336 -12,8 336 -12,8 0 - A/D C/E 17,2 17,2 - -27,1 -27,1 - 1.609 1.609 0 -3,7 -19,4 -3,7 -19,4 - - -4,5 -4,5 - 75 75 0 1.155 1-155 1 47,6 -17,3 47,6 -17,3 - - -47,4 -47,4 0,0 92 92 0 1.050 -33,5 1.050 -33,5 0 - 27,2 27,2 - Out Nov Dez 3,6 2,0 2,4 1,5 1,7 1,2 59,2 59,2 Ano Oct/Oct Nov/Nov Dec/Dic Yers/Año 37,8 23,2 19,3 Os juros reais no Brasil João Luiz Mascolo Já foi repetido à exaustão o fato de que a taxa real de juros no Brasil é a mais alta do mundo e que a responsabilidade por esta situação caberia ao Banco Central, que seria muito conservador, em função da preocupação com a inflação. É importante notar que a taxa de juros é o preço do crédito e, como tal, reflete as condições de oferta e demanda neste mercado. Sendo o setor público o grande tomador de crédito do país – e, conseqüentemente o grande ofertante de títulos, ocupando um espaço que poderia ser utilizado pelo setor privado, fenômeno conhecido como crowding out - o tamanho de sua demanda, bem como a percepção dos poupadores a respeito do risco de crédito que representa, serão fatores determinantes na formação desta taxa. Além do fato de que a história da dívida pública no país é repleta de exemplos de default, o atual patamar da relação Dívida Pública / PIB , cerca de 51%, é bastante elevado, bastando lembrar que há doze anos atrás esta cifra era ligeiramente inferior a 30%. Durante todo este período, a situação deficitária do Governo foi financiada por emissão de títulos e aumento da carga tributária, sem que nenhum esforço mais sério tenha sido feito na direção do corte de gastos. Como manter a inflação baixa passou a ser uma prioridade, não havia espaço para financiamento através da emissão de moeda, o que fez com que o peso da Dívida em relação ao Produto dobrasse, ao mesmo tempo em que a carga tributária , que também beirava 30% do PIB ao final de 1994, tenha se elevado substancialmente, devendo esta relação chegar a 40% ao final deste ano. Desde 1999, com o agravamento da situação fiscal, o país passou a perseguir superávits primários, os quais, no entanto, não foram suficientes para evitar o crescimento da relação Dívida / PIB. Um outro ponto de fundamental importância é como estes saldos foram construídos: basicamente a partir de elevação nos impostos, e não via redução de despesas, como seria desejável. A partir do início do corrente ano, com a substituição do Ministro Palocci, não só a meta foi reduzida – de 4,6% para 4,25% do PIB – como houve também uma deterioração na forma de sua obtenção, a qual passou a depender substancialmente de dividendos pagos pelas empresas públicas a seus acionistas majoritários, os Governos em seus diversos níveis. Examinando-se, portanto, o regime fiscal atualmente em curso, conclui-se que: • Os saldos primários , nos últimos quatro anos, foram suficientes apenas para estabilizar a relação Dívida Pública / PIB em torno de 51% e não para reduzila; • Estes saldos têm sido obtidos via aumento de carga tributária sendo que, em 2006, com a forte elevação dos gastos públicos – cresceram cerca de 11% em termos reais -, dividendos de empresas estatais foram intensamente utilizados; • Os gastos públicos criados em 2006 têm um caráter permanente , ao mesmo tempo em que a carga tributária atinge um patamar que praticamente inviabiliza nova elevação; • Em 2007, será necessário prorrogar as DRU – Desvinculação das Receitas da União - e a CPMF, o que pode ser visto como um foco adicional de incerteza sobre a trajetória das contas públicas; • A intenção anunciada para 2007, de trazer a taxa SELIC para cerca de 9% ao final do período, pode significar a percepção das dificuldades de financiamento futuro e, portanto, a possibilidade de se recorrer à emissão de moeda para este fim; • Como a inflação deverá chegar ao final de 2006 em torno de 3%, portanto bem abaixo da meta de 4,5%, o Governo pode estar vendo nesta diferença um espaço para a monetização, com baixo risco para os preços; • A taxa de emissão de base monetária no período Curso de Negociação O curso é baseado numa série de dinâmicas e exercícios de negociação para que o participante aplique o que aprendeu nas aulas teóricas e em discussões em classe. O objetivo é levar aos participantes o conhecimento da teoria e dos processos da negociação e do poder do capital social, aprimorando as suas habilidades para: • Negociar eficazmente • Analisar situações de negociação • Desenvolver um plano para a negociação eficaz • Perceber e capitalizar os comportamentos na negociação • Desenvolver estratégias de relacionamento interpessoal • Entender a comunicação não verbal • Negociar com clientes problemáticos • Ganhar confiança como negociador Com duração de 20 horas distribuídas em cinco noites (18 às 22h), o curso é ministrado pelos professores Paulo Barreto (ESPM) e Aurelice Brandão (EDCA). Mais informações: 11-3812-6122 - [email protected] es lis Aná página 05 Paulo Barreto sta E vi ntre página 06 Experiência de mais de 35 anos nas áreas empresarial e educacional. Foi Diretor de empresas como TV Cultura, Standard Oil, Surface Combustion, Playcenter, Faagerdala, SEBRAE e outras; chefe do departamento de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM; professor de graduação e pós-graduação da ESPM e da FAAP, e professor convidado de diversas faculdades como FGV, UNIa, UNIP, Faculdade de Saúde de Salvador e Universidade Federal do Pará. Atualmente, é Diretor da Kravis & Krause, empresa de consultoria em Marketing e Estratégia, e coordenador dos cursos do INDA. O prof. Paulo Barreto é engenheiro mecânico pela UFRJ e pós-graduado em administração de empresas pela FGV e em Comunicação Social pela ESPM. 1- Qual é o conhecimento que os alunos do Curso de Especialização em Vendas de Aço trazem sobre a rede de distribuição de produtos siderúrgicos? Na sua avaliação, quais são os pontos positivos e negativos desse conhecimento? As turmas são constituídas por profissionais com experiências, conhecimentos e idades variados, o que cria uma interação e troca de experiências interessante. A própria metodologia do curso induz à formação de um network, que, pelo que sabemos, tem sido utilizado pós-curso. Vale destacar a participação crescente das mulheres como vendedoras de aço, o que traz um tratamento diferenciado às vendas, uma vez que a mulher vende de maneira diferente do homem. Como, do outro lado, também é crescente o número de mulheres comprando aço, os vendedores precisam de um novo conhecimento, que é como vender para as mulheres e como entender a mulher vendedora. O nível educacional dos vendedores vem melhorando e, aproximadamente, metade dos participantes tem curso superior, notadamente em administração. Muitos, entretanto, fizeram faculdade só porque era importante, tendo cursado escolas de segunda linha e aprendido pouco. Um ponto interessante é que, de todos os participantes até hoje, apenas três eram engenheiros e apenas um metalúrgico. 2- Como o Curso de Especialização tem ajudado estes alunos a corrigir seus equívocos sobre o mercado de distribuição de aço? Quais são os temas abordados que realmente fazem a diferença na hora da venda e quais dinâmicas são usadas para internalizar esses temas? É importante destacar que maioria dos alunos trabalha há vários anos em venda de produtos siderúrgicos, porém nunca visitaram uma usina de aço. O curso supre essa carência de conhecimento, com as visitas técnicas a uma siderúrgica de aços planos e a outra de aços longos. Os assuntos que, na opinião de alunos, fazem diferença na hora da venda são os que permitem a melhoria da eficácia das vendas, e não os associados a técnica de vendas propriamente dita. Entre estes assuntos estão a estratégia de negócios, a comunicação não-verbal, a negociação e a cadeia de valor. Nos exercícios, a maioria externa as dificuldades que enfrentam no seu dia a dia. Todos se queixam da falta de apoio interno, principalmente de vendas internas, de cadastro e do PCP, além do transporte. O trabalho feito no primeiro dia do curso, de formação do grupo e de motivação, tem tido efeito benéfico para o bom andamento do curso, principalmente para o desenvolvimento de exercícios e dinâmicas de grupo. 3- Há algum retorno com relação ao melhor desempenho das vendas por parte dos alunos que fizeram o curso? Encontramos alunos que participaram do workshop de vendas de alto impacto e que voltaram para cursar o de especialização em vendas de aço. Mencionam que estão aplicando com sucesso os conhecimentos do curso e sugerem outros temas que estão sendo estudados. No momento está em lançamento um curso de 20 horas só em Negociação, e está em estudos um curso de Logística. Foi uma grata satisfação encontrar, no oitavo curso em andamento em São Paulo, seis participantes da COSIPA, que como fabricante se interessou pelo curso, por ter recebido boas referências do mesmo, o que para nós é um grande incentivo. 4- Qual é a importância dos cursos de atualização para os vendedores de aço? As distribuidoras valorizam esse tipo de treinamento? Ao oferecer cursos “in company”, pude constatar que as distribuidoras de aço dão pouca ou nenhuma importância ao treinamento, o que se observa pela inexistência ou precariedade dos espaços destinados ao mesmo, onde muitas vezes não há nem um projetor disponível. Quando são mencionadas as verbas anuais para treinamento, temos todas estas observações confirmadas. Em contato com mais de vinte empresas interessadas por cursos “in company”, praticamente todas acharam o curso muito caro e desistiram, apesar de mencionado que os valores cobrados pelo INDA estão bem abaixo do mercado, para um curso de 74 horas, com diversos palestrantes e visitas a duas usinas. Depois de observar e ouvir cerca de 200 alunos que passaram pelo curso, e pelo conhecimento que temos de mercado, estamos certos de que o perfil do vendedor de aço precisa mudar, como estão mudando as necessidades dos clientes e a dinâmica do mercado. As empresas que não reconhecerem esta realidade tendem a ter dificuldades com seus clientes no futuro. Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos Empresa já pode pleitear a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS página 07 O ICMS deveria compor a base de cálculo do PIS e da COFINS? Sobre esta questão se debruça o Supremo Tribunal Federal (STF). Parecer do ministro relator Marco Aurélio Melo, seguido por outros cinco juízes, afirma que não. Segundo o entendimento do relator, para a base de cálculo da COFINS só podem ser considerados valores que expressem o ingresso referente à venda de mercadorias ou à prestação de serviços. Nesta medida, o valor do ICMS, tratandose de receita do Estado, que é apenas arrecada pelo contribuinte, não compõe o valor da receita e deve ser excluído da base de cálculo da COFINS. Como o PIS tem tratamento tributário idêntico, a regra vale também para esse imposto. Este foi o esclarecimento dado pelo advogado da Godoi & Aprigliano, dr. Ricardo Godoi, em palestra promovida pelo Sindisider no último dia 26 de outubro. A palestra, oferecida gratuitamente aos associados, teve a participação de 30 pessoas. Por esta questão estar na pauta do Judiciário há 12 anos, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo, para que uma decisão tão importante para o governo não seja decidida tão apressadamente. Não votaram ainda 5 ministros. “Não quer dizer que a causa está ganha para o contribuinte, pois teoricamente é possível que os juízes que já votaram voltem atrás. Mas, na prática, isso não se tem verificado”, explicou Godoi. A previsão é que o processo se encerre em 2007. O detalhe para o contribuinte é que o ganho de causa não é automático para todas as empresas, mas vale apenas para a fabricante de autopeças mineira que está pondo em juízo a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS. “Ou seja, o benefício da exclusão, caso seja esse o parecer do STF, não é automático. As empresas que desejarem ter esse direito terão que entrar com ações individuais para obtê-lo. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o impacto da exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS será, em média, uma economia de 1% sobre o faturamento mensal. Por ano, o governo deixaria de arrecadar R$ 6,83 bilhões em PIS e Cofins. Godoi aconselhou os presentes a entrarem com uma ação declaratória com tutela antecipada pedindo a exclusão do ICMS da base de cálculo. Tal medida poderia, em caso de decisão favorável em primeira instância, ter repercussão imediata no faturamento da empresa. “A empresa deixaria de pagar o PIS/COFINS com incidência de ICMS. Mas, é aconselhável fazer um provisionamento com essa economia até a questão estar transitada em julgado no STF”, alertou. Na mesma ação, segundo o advogado, é possível pleitear a restituição do valor pago indevidamente no recolhimento do PIS/COFINS. Apesar desse pedido ter efeito apenas depois da questão ter sido julgada, a ação impetrada agora cessa a prescrição do direito. “A lei tributária federal proclama que a cada mês prescreve um mês de cinco anos atrás”. Em outras palavras, o contribuinte poderá reaver os valores pagos até cinco anos atrás a partir do mês em que propõe a ação. O pedido de restituição poderá ser feito em espécie, via precatório, ou por meio de compensação na contribuição do PIS/COFINS futuros. O Sindisider continuará atento a estas questões tributárias e já está programando uma nova palestra para falar sobre a possibilidade das empresas de sua base serem classificadas num outro nível de risco para efeito de desconto de INSS na folha de pagamento. Diretoria executiva Presidente André Zinn Diretor administrativo e finaceiro Walter Roberto Areias Diretor para assuntos extraordinários Heuler de Almeida e ent di e Exp Conselho diretor Alberto Piñera Graña Newton Roberto Longo Paulo Musetti Valdecir Bersaghi Superintendente Gilson Santos Bertozzo Revista brasileira do aço Fone: 11 3812-6122 [email protected] Editor Fábio Luís Pedroso (Mtb 41728) [email protected] Projeto gráfico, diagramação e editoração criatura.com.br Impressão H Rosa Gráfica Editora Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores página 08 Agenda: Convites para o Jantar de Confraternização 2006 já estão à venda O Jantar de Confraternização do INDA/SINDISIDER é um momento de reunião da rede de distribuição e do setor siderúrgico em geral para conversas informais entre os executivos sobre suas avaliações da cadeia produtiva do aço no ano que se encerra e suas perspectivas para o próximo ano, dentre outros assuntos. É também um momento para premiar as empresas que estiveram envolvidas com projetos sociais em 2006, sinalizando para a opinião pública que nosso segmento preocupa-se com o desenvolvimento social do país. Neste ano, o Jantar acontecerá no dia 04 de dezembro, às 19:30h, no Jóquei Clube de São Paulo. Os convites para o Jantar já estão à venda e poderão ser adquiridos com Silvia até o dia 30 de novembro, pelo telefone 11-3812-6122. O valor é de R$ 250,00. Jóquei Clube de São Paulo Av. Lineu de Paula Machado, 1263 – São Paulo Prêmio INDA de Ação Social está em fase de avaliação dos projetos O Prêmio INDA de Ação Social recebeu 26 projetos sociais de empresas produtoras e distribuidoras de produtos siderúrgicos. Agora os projetos estão em fase de avaliação, que levará em consideração 10 indicadores: 1. Clareza nas informações prestadas; 2. Abrangência da ação; 3. Recursos humanos envolvidos; 4. Instalações e recursos materiais 5. Metodologias de avaliação e controle de resulta- dos do projeto; 6. Ferramentas de gestão administrativa; 7. Controle orçamentário; 8. Auditorias externas; 9. Requisitos legais; 10. Comunicação / Divulgação. Serão certificados os projetos que atingirem um mínimo de 800 pontos de um total de 1000. A premiação acontecerá durante do Jantar de Confraternização do setor.