ANESTESIA PARA AUTO-TRANSPLANTE HEPÁTICO EM
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ANESTESIA PARA AUTO-TRANSPLANTE HEPÁTICO EM
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA 9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA A ANESTESIA PARA AUTO-TRANSPLANTE HEPÁTICO EM PACIENTE TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RELATO DE CASO Maria Célia Fabrício de Melo, Everton Hideki Hiraga *, Patrícia Moreira, Gleci Berezowiski CET/SBA da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba - Paraná Rua Carneiro Lobo, 123 ap. 81 - 80.240240 - Curitiba-PR Introdução - As operações de transplante hepático cursam com sangramentos volumosos. O objetivo deste relato é apresentar um caso de paciente testemunha de Jeová, submetido a procedimento cirúrgico de auto-transplante hepático sem uso de sangue homólogo. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino, 27 anos, IMC 29, estado físico ASA I, portador de hepatocarcinoma, exames complementares dentro da normalidade (VG 43,7% e Hb de 13,9 g.dl-1 ).O preparo pré-anestésico foi iniciado 3 dias antes do procedimento, foram utilizados sulfato ferroso 300 mg/dia, oral; eritropoetina 4000 U/dia, subcutânea; vitamina K 10 mg/dia, venoso. Foi realizada anestesia geral associada a bloqueio peridural. Foi utilizado o dispositivo antitrombótico em membros inferiores e colchão térmico. Além das medicações usuais foi infundido a aprotinina. Para reposição volêmica se fez uso de: solução fisiológica, solução de Ringer com lactato, albumina humana, hidroxielilamino 6% conforme a necessidade. A monitorização foi realizada com cardioscopia, oximetria de pulso, capnografia, temperatura nasofaríngea e venosa, débito urinário, pressão arterial direta, PVC, PAP, PCW, DC, gasometria arterial, venosa, TCA, VG, glicemia e eletrólitos seqüenciais. Os métodos de autotransfusão empregados foram: hemodiluição normovolêmica e recuperação de hemácias do campo cirúrgico por meio de equipamento “cell saver”. O paciente foi submetido a hepatectomia total, com instalação de perfusão veno-venosa da veia porta, veia femoral para bomba de circulação extracorpórea centrífuga e infusão em veia jugular externa E, a qual foi puncionada com cateter AVA. O fígado ressecado foi perfundido com solução de preservação e hipotermia seletiva. Foi efetuada a ressecção de tumor hepático à esquerda, na seqüência o fígado foi reimplantado. A temperatura e VG mínimos durante a CEC foram de 32 ºC de 21%. Após o ato cirúrgico o paciente foi levado à UTI, estável, VG de 29%. O sulfato ferroso e a eritropoietina foram mantidos do pós-operatório. O curso pós-operatório foi sem intercorrências sendo o paciente encaminhado para quimioterapia neoadjuvante e retorno ambulatorial para acompanhamento clínico. Discussão - Poucos estudos sobre a cirurgia de autotransplante hepático estão disponíveis na literatura. Para que se possa respeitar a convicção religiosa do paciente e promover a terapia com segurança é mister o planejamento criterioso pré operatório, a utilização de medicamentos, técnicas, equipamentos e cuidados especiais em todas as etapas do tratamento médico. Referências - 01. Napier JAF et al - Guidelines for autologus transfusion II. Perioperative haemodilution and cell salvage. Br J Anaesth, 1997;78:101-105. B MONITORIZAÇÃO NEUROLÓGICA ATRAVÉS DA CATETERIZAÇÃO DO BULBO DE JUGULAR EM TRANSPLANTE HEPÁTICO INTERVIVOS EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM HEPATITE FULMINANTE. RELATO DE CASO Rodrigo P Diaz, Rosalice Miecznikowski*, Glauber Gouvêa, Lucio Auler Hospital Geral de Bonsucesso, RJ Av. Londres, 616 - Bonsucesso - Rio de Janeiro-RJ Introdução - Insuficiência hepática aguda grave, antigamente denominada hepatite fulminante, é um quadro relativamente raro, porém catastrófico, resultado do comprometimento súbito e marcante da função das células hepáticas. Caracteriza-se por coagulopatia importante, associada a encefalopatia. Pode estar também associada à falência de múltiplos órgãos. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino, 5 anos, 22 kg, história prévia de meningite bacteriana. Após 15 dias evoluiu com febre, icterícia , alteração do nível de consciência e coma. Ao exame: comatoso, acoplado à prótese ventilatória, não responsivo às solicitações verbais, pupilas fotorreagentes, Glasgow: 7. Exames laboratoriais : PTT; 64” ,INR : 9,6. Devido à escassez de órgãos de cadáver, optou-se pela realização do transplante intervivos, sendo a mãe selecionada como doadora. Optou-se por anestesia venosa total no receptor com propofol, remifentanil, atracúrio, além da infusão de aprotinina. Monitorização: ECG, oxímetro de pulso, PANI, capnografia, débito urinário, estimulador de nervos periféricos, temperatura nasofaríngea, índice bispectral, além da cateterização da artéria radial, acesso venoso profundo com medida de PVC, e punção do bulbo de jugular para coleta da saturação venosa do bulbo de jugular(SjO 2 ) e monitorização contínua da pressão de bulbo de jugular, através da qual podemos inferir a PIC. Houve nítido aumento na PIC, e piora na SjO 2 durante a fase da hepatectomia e após a revascularização do enxerto, momentos onde foram intensificadas as medidas de proteção cerebral. Paciente permaneceu estável hemodinamicamente durante todo procedimento, com redução progressiva da PIC e melhora da SjO 2 ao término do mesmo, sendo extubado nas primeiras 12 horas de pós-operatório. Discussão - A monitorização do bulbo de jugular nos provê análise fidedigna da PIC, principalmente em termos evolutivos, além de propiciar análise da SjO 2 , a qual avalia a oferta e a extração de oxigênio cerebral. Nos procedimentos como o transplante hepático para hepatite fulminante, em que a oferta de oxigênio cerebral pode se tornar crítica em determinadas fases da cirurgia, esta monitorização pode nos ajudar a intensificar as medidas de proteção cerebral, e assim diminuir as lesões neurológicos. Referências - 01. Rolighed Laisen JK, Haure P, Cold GE - Reverse trendlenburg position reduces intracranial pressure during craniotomy. J Neurosur Anesth, 2002;14:16-21. CBA 148 Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004