Boletim da ADUNIRIO
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Boletim da ADUNIRIO filiada ao ADUNIRIO Boletim no 8 | 28 de abril de 2014 Assembleia decide em favor da mobilização de professores na Unirio pág 5 Professores enfrentam Eleições do Andes-SN e do problemas com enquadramento Conselho Fiscal da Adunirio na carreira acontecem conjuntamente pág 3 pág 6 Índice Mobilizações em curso página 2 Adunirio reúne relatos sobre sua história página 2 Conselho fiscal aprova primeiras contas da atual diretoria página 2 Professores enfrentam problemas com enquadramento na carreira página 3 Não precisa da Ebserh! - Entrevista página 4 Professores da Unirio se mobilizam e aprovam indicativo de greve para maio página 5 Eleições do Andes-SN e do Conselho Fiscal da Adunirio acontecem conjuntamente página 6 Artigos página 7 Audiência no MPF discute crise no HUGG página 8 Comissão dos três segmentos cobra do MEC olução pra HUGG página 8 ADUNIRIO DIRETORIA: Presidente: Viviane B. Narvaes | Vice-Presidente: Camila M. Moraes | Secretário Geral: Carla Silvana Sartor| 1º Secretário: Bruno Oliveira | 2º Secretário: Leonardo Villela de Castro | 1º Tesoureiro: Rodrigo Castelo | 2º Tesoureiro: Rafaela de Souza Ribeiro CONSELHO FISCAL Titulares: Willian G. Soares, Dayse Martins Hora, Enedina Soares | Suplentes: Íris Abdallah Cerqueira CONSELHO DE REPRESENTANTES: Alexandre Magno Carvalho, Clarisse T. Gurgel, Elisabeth Orletti, Jadir Anunciação de Brito, Janaína Bilate Martins, Natália Ribeiro Fiche, Pedro Rocha de Oliveira, Rafael Forte Soares e Renato Almeida de Andrade ADMINISTRATIVO: Claudinea Gonçalves COMUNICAÇÃO: Bruno Marinoni 2 Mobilizações em curso No Brasil inteiro os professores das Instituições Federais de Educação Superior seguem se mobilizando, debatendo suas condições de trabalho, carreira, salário e autonomia. Várias categorias apontam no sentido da construção de uma greve unificada dos servidores federais, mas o movimento docente, embora convencido de que há inúmeros motivos para uma ação mais enérgica, segue cauteloso. Na Unirio, o quadro é semelhante. A última assembleia demonstrou que os professores estão inconformados com a situação, mas consideram importante avaliar as condições para a entrada em uma greve nesse momento. O indicativo de greve tirado aqui e em outras sessões sindicais ao redor do país deixa claro que há uma orientação do movimento docente no sentido de pressionar o governo federal para que se atenda a pauta de reivindicações apresentada pelo Andes-SN e, ao mesmo tempo, sejam solucionados problemas locais. Professores da Unirio, além das intransigências oriundas da política do governo federal, sofrem também com problemas advindos da negligência e do despreparo da administração, como prova o caso das Retribuições por Titulação que não estão sendo pagas devidamente a um número considerável de professores. Nesse contexto, a Adunirio segue lutando pelos direitos dos professores e autonomia. Foi à Brasília cobrar do MEC soluções para a crise do HUGG, tem conversado com o Ministério Público e dialogado com a reitoria, além de estar em contato permanente com os docentes da instituição. A administração da Unirio, por outro lado, segue em um passo ambíguo, rompendo boa parte dos compromissos assumidos nos entendimentos que vem tendo com o sindicato. A força do movimento passa em boa medida pelo engajamento no processo de definição do grupo que coordenará o seu plano de ações. Nos dias 13 e 14 de maio, serão realizadas as eleições da diretoria do Andes-SN, que irá estar à frente das lutas no próximo biênio. A Copa do Mundo se aproxima e a sociedade vê o governo aumentando o seu nível de intransigência, temeroso de que a insatisfação popular prejudique os negócios da Fifa e de seus patrocinadores. A criminalização da pobreza e da luta por direitos sociais, mecanismo utilizado para a repressão, tem fortes raízes no preconceito de classe e racial, como atestam os artigos dos professores da Unirio publicados nesta edição do boletim. Ao mesmo tempo em que os governos federal, estadual e municipal seguem incrementando seus mecanismos de repressão, a sociedade dá exemplos de que somente a organização, a mobilização e a pressão dos trabalhadores são capazes de arrancar conquistas e a garantia de direitos das mãos da burocracia e do capital. Adunirio reúne Conselho fiscal relatos sobre sua aprova primeiras história contas da atual Nos últimos meses, a diretoria da Adunidiretoria rio tem feito um esforço para organizar um pouco da memória da entidade e das lutas travadas pelo movimento docente na instituição. Um breve relato já se encontra disponível no site da seção sindical. Os professores interessados em contribuir para o registro dessa história podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 2286.8100 para agendar uma conversa. A proposta é recuperar informações e materiais espalhados e, assim, possibilitar que as experiências sejam recontadas e disponibilizadas para a atual e as futuras gerações. O Conselho Fiscal deu parecer favorável, aprovando as contas de dezembro e janeiro da Adunirio. Com a decisão, a nova diretoria passa pela primeira avaliação financeira com saldo positivo. As contas de fevereiro, março, abril e maio devem ser ainda avaliadas pela atual gestão do Conselho, haja vista que as eleições para nova composição estão marcadas para os dias 13 e 14 de maio, juntamente com o processo eleitoral do Andes-SN na Unirio. Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 Professores enfrentam problemas com enquadramento na carreira Um plano voltado para a desestruturação da carreira dos professores imposto pelo governo federal à revelia das reivindicações do movimento docente organizado. Uma administração universitária negligente com a garantia e promoção de direitos básicos dos trabalhadores e trabalhadoras. Soma-se as duas coisas e nos deparamos com a realidade da Unirio, na qual um conjunto de professores têm enfrentado problemas com promoções, progressões e enquadramento na carreira, além de não receber os benefícios aos quais têm direito. Dos problemas a serem resolvidos, o mais urgente talvez seja o caso dos docentes que recentemente ingressaram no quadro de funcionários da Unirio como professor auxiliar e seguem recebendo apenas o vencimento básico, sem a Retribuição por Titulação (RT) que lhes é devida. Com esse erro da administração, alguns estão perdendo ao menos um terço do valor que deveriam estar recebendo de salário. O problema com as RTs surgiu por causa de interpretações equivocadas da recente Lei 12.772/12 que entendiam que os concursos públicos somente poderiam exigir título de graduação. Embora a posterior lei nº 12.863/13 tenha esclarecido o equívoco, a Unirio não consertou os erros anteriores. Após realizar várias conversas com os professores e a assessoria jurídica, a Adunirio apresentou o problema à reitoria em reunião realizada no dia 14 de março. A administração da universidade admitiu o erro e se comprometeu a consertá-lo rapidamente, o que não foi feito até o presente momento. Além disso, alguns professores foram enquadrados como “auxiliar” quando deveriam ser classificados como “assistente A” ou “adjunto A”, de acordo com a titulação. A reitoria se comprometeu a solucionar rapidamente o problema, bastando a aprovação pelo Conselho Universitário (Consuni). No entanto, na sessão realizada posteriormente, o reitor tirou o ponto da pauta, alegando que a proposta deveria ser analisada pela procuradoria da Unirio. Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 Compromissos assumidos com a Adunirio pela reitoria em 14 de março 1. Retribuição por Titulação (RT) de professores mestres ou doutores empossados como auxiliar será paga no salário referente ao mês de março, com retroativo até janeiro de 2014. Os retroativos referentes ao ano 2013 serão pagos posteriormente, sendo avaliada a forma de pagamento. 2. Inclusão na pauta Consuni do dia 20/3: o reenquadramento dos professores empossados como auxiliar para assistente A ou adjunto A, de acordo com a titulação. 3. Instituição de uma comissão que construirá proposta de regulamentação da carreira docente no âmbito das responsabilidades da UNIRIO, formada por integrantes da PROGEPE, CPPD e por três professores indicados pela ADUNIRIO. 4. Para os processos de progressão, promoção e pagamento de retroativos valerá a data de entrada dos pedidos no departamento de origem do docente e não mais a data de publicação das portarias. Aqueles professores que tiverem portarias de progressão e promoção com data diferente da entrada do pedido no departamento devem requerer à PROGEPE a correção de suas portarias. 5. As reuniões da CPPD serão amplamente divulgadas pela comunicação social da reitoria, com datas, locais e pautas. 6. Pedidos de progressão e promoção devem ser obrigatoriamente abertos como processo e encaminhados à PROGEPE, respeitando-se o prazo legal de trinta dias para resposta aos requerentes. 7. Progressões horizontais docentes, uma vez aprovadas nos departamentos de origem, tais progressões serão automáticas. Caberá à CPPD somente chancelar tais aprovações, encaminhando-as imediatamente para a PROGEPE. 3 Não precisa da Ebserh! A estudante de medicina da UnB Camila Damasceno relata sua experiência com o processo de adesão à Ebserh, feita pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB) Como ocorreu a adesão do HUB ao contrato da Ebserh? O HUB vive, na verdade, assim como os outros hospitais universitários, uma doença crônica. Problema com gestão ineficiente de compra e problema de pessoal. A gente tem a verba de custeio da Secretaria da Saúde que é pra todas essas despesas com procedimento e atendimento, a gente tem os funcionários que são concursados, pagos pela universidade e pagos pelo ministério, mas tem também o pessoal terceirizado e os chamados precarizados, alguns sem vínculo há vinte anos quando por lei só poderiam ficar seis meses. Isso é uma coisa ilegal, o ministério do Planejamento já estava no pé do HUB por conta disso há um tempo. Como o HUB ficava tirando dinheiro do custeio pra pagar esse pessoal, isso gerava um ônus nas contas e essa bola de neve foi aumentando. Tem épocas em que essa doença crônica se exacerba um pouco, aí a gente tem essas crises agudas como a de 2011, quando se teve que fechar o centro cirúrgico por uma semana porque não tinha fio de sutura, não tinha gaze, não tinha álcool 70. Você vê o tamanho da inabilidade que havia na época de gerir compras, de se deixar faltar álcool no hospital. A gente conseguiu, por meio do SOS HUB, fazer atos e reuniões com o Ministério da Saúde e com o Ministério da Educação. A gente conseguiu uma verba emergencial de mais de 3 milhões de reais para o HUB naquela semana e pediu que o MEC assumisse a folha de pagamento desses funcionários, os terceirizados e os precarizados. E o MEC disse que se fizesse isso, teria que fazer para todos os hospitais universitários federais, porque eles sofrem do mesmo problema. Em 2012, quando a gente ainda vivia um contexto de crise no hospital, foi 4 colocado em votação no Consuni na UnB (eu era conselheira dicente) a adesão à Ebserh. Foi apresentada como única alternativa possível. Se a gente não aderisse, a gente não teria dinheiro e teria que fechar o hospital, já que, “coincidentemente”, a Secretaria de Saúde do DF não queria renovar o contrato com o HUB e a gente não tinha nenhuma perspectiva de ganho de dinheiro. [...] Mas, são coisas que não precisam da Ebserh para serem feitas. Como eu falei, a fonte de recursos é a mesma. É verba do Ministério da Educação. Por que o MEC pode passar dinheiro via empresa e não pode passar sem a empresa? Não faz sentido. Como a resistência respondeu à imposição da Ebserh? No Consuni, nós estudantes fizemos três exigências: 1- Que o hospital continuasse sendo 100% público; 2- Que não houvesse nenhum prejuízo das atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas no HUB; 3- Que a gente tivesse garantidas e instituídas as participações de estudantes, servidores e professores nos colegiados deliberativos da empresa sobre o HUB. Até hoje a gente não tem instituída uma cadeira para estudante, servidor e pra professor nos colegiados deliberativos da empresa. O que ocorreu também em 2013 foi que a gente teve uma piora de alguns problemas que já existiam. Por exemplo, alguns aparelhos quebrados permaneceram quebrados e outros quebraram também. A gente teve serviço, por exemplo, da UTI neonatal, que quase fechou. Algumas residências médicas foram muito prejudicadas: por exemplo, a da Patologia que começou a rodar fora do HUB. Entrevista O que muda na relação entre o hospital e o aprendizado na universidade no caso de adesão? Um estudante de medicina do sétimo semestre que está aprendendo a atender agora, por exemplo, tem consulta dele que demora até uma hora. Você não pode deixar que meta de produção atrapalhe o ensino em uma instituição que deve ser 100% pública e que deve funcionar com a lógica que não é de mercado. A lógica de mercado é priorizar aqueles serviços que são mais rentáveis e esquecer aqueles serviços que são mais onerosos e mais trabalhosos. E esses serviços, onerosos e trabalhosos, costumam ser os mais importantes pra nossa formação. [...] Durante um problema com a UTI neonatal, de falta de plantonista, no qual a UTI quase foi fechada, os residentes de pediatria chegaram a chamar a comissão distrital de residência médica para ir lá vistoriar e mudá-los para outro hospital. Os próprios residentes do HUB estavam pedindo pra ir para outros locais porque não tinha paciente, não tinha serviço pra eles. Você pode dar um exemplo de como a lógica da representatividade democrática nas decisões descumprida pela Ebserh interfere no funcionamento do hospital? A participação de estudantes foi crucial para a reabertura do pronto-socorro do HUB. A gente já estava há mais de três anos com o pronto-socorro de clínica médica fechado. Por meio dos atos realizados em 2011, a gente conseguiu uma reunião com a reitoria e criou o espaço que se chamava Mesa de Trabalho do HUB. Essa Mesa de Trabalho foi proposta por estudantes e tinha em sua composição estudantes, servidores, professores, a direção do hospital e as direções das faculdades de medicina e de ciências da saúde. Então, foi num espaço proposto por estudantes que um discente deu a ideia de fazer um pronto-socorro de campanha no estacionamento do HUB. Foi a partir dessa proposta que se elaborou, amadureceu e se realizou o pronto-socorro provisório do HUB, que é o que tá funcionando até agora. Então, eu fiz o meu internato com o pronto-socorro aberto graças à ideia de um estudante feita em um espaço proposto por um estudante. Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 Professores da Unirio se mobilizam e aprovam indicativo de greve para maio A Assembleia Geral dos Professores da Adunirio, realizada no dia 27 de março, avaliou que devido às más condições de trabalho, aos problemas com a desestruturação da carreira, à necessidade de fortalecer a campanha salarial, às investidas contra a autonomia universitária e ao momento político propício, os docentes deveriam iniciar mobilizações para lutar por conquistas no setor. Os presentes decidiram aprovar um indicativo de greve para o mês de maio, seguindo assim a orientação definida pelo 33º Congresso do Andes-SN Ao longo do mês de abril, a comissão de mobilização definida pela assembleia foi às diversas unidades da Unirio e conversou com alguns professores, realizando um levantamento dos problemas que se vem enfrentando na universidade. Entre as principais dificuldades apresentadas, foi apontada a falta de espaço para ensino, estudo, orientação e demais práticas acadêmicas. Além disso, reclamou-se da ausência de informação sobre direitos e processos na instituição, além da desastrosa gestão das promoções e progressões por parte da Unirio. Em alguns casos, professores não estão recebendo nem a RT que lhes é devida. No caso mais grave apurado, um professor transferido de outra IFE para Unirio nunca recebeu o salário. Os trabalhadores técnico-administrativos da educação já se encontram em greve nacional há mais de um mês, desde o dia 17 de março. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) também decidiu parar a partir do dia 21 de abril. Além desses, no Rio de Janeiro a Universidade Estadual Fluminense (UENF) também entrou em greve desde o início de março. O Andes-SN e suas seções sindicais locais seguem mobilizando os educadores por todo o país, com o objetivo de fortalecer a luta. Enquanto são realizadas atividades nas Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 universidades promovidas pelo movimento docente, o Andes-SN pressiona o governo federal para que seja discutida a pauta de reivindicações dos professores. Algumas reuniões já foram realizadas, mas o governo tem desconversado quando se cobra mais concretude ao processo, como a construção de uma agenda de negociação. Assembleia deliberou a favor de mobilizações e indicativo de greve Comissão de mobilização dialoga com professoras da enfermagem Professores cobram da reitoria soluções problemas com promoção e progressão 5 Eleições do Andes-SN e do Conselho Fiscal da Adunirio acontecem conjuntamente As eleições para a nova diretoria do Andes-SN serão realizadas nos dias 13 e 14 de maio. O pleito terá uma única chapa candidata, inscrita em fevereiro, durante o 33º Congresso da entidade, realizado em São Luís (MA). A chapa “Andes-SN de luta e pela base” destaca em seu programa o comprometimento com a defesa da educação pública, da carreira única do Andes-SN, de salários justos e da paridade entre ativos e aposentados. Defende também condições de trabalho compatíveis com o trabalho acadêmico, o sindicalismo autônomo, democrático e classista e uma sociedade além da barbárie do capital. A votação para a escolha da diretoria do Andes-SN para o próximo biênio 2014-2016 será realizada juntamente com as eleições para o conselho fiscal da Adunirio, que aprecia as contas da diretoria da seção sindical. Chapa - Andes-SN de luta e pela base Presidente Paulo Marcos Borges Rizzo (Seção Sindical do ANDES-SN na UFSC) 1ª Vice-Presidente Marinalva Silva Oliveira (SINDUFAP) 2º Vice-Presidente Epitácio Macário Moura (SINDUECE) 3ª Vice-Presidente Sônia Meire Santos Azevedo de Jesus (ADUFS) Secretária Geral Cláudia March Frota de Souza (ADUFF) 1º Secretário Francisco Jacob Paiva da Silva (ADUA) 2º Secretário Fausto Camargo Junior (SINDCEFET-MG) 3º Secretário Alexandre Galvão Carvalho (ADUSB) 1º Tesoureiro Amauri Fragoso de Medeiros (ADUFCG) 2º Tesoureiro Daniel de Oliveira Franco (ADUFPI) 3º Tesoureiro Walcyr de Oliveira Barros (ADUFRJ) Regional Rio de Janeiro 1º Vice-Presidente Luis Eduardo Acosta Acosta (ADUFRJ) 2º Vice-Presidente Marco Antonio Perruso (ADUR-RJ) 1º Secretário Guilherme Lúcio Abelha Mota (ASDUERJ) 2ª Secretária Elza Dely Veloso (ADUFF) 1º Tesoureiro Wellington Augusto da Silva (ADUR-RJ) 2º Tesoureiro Raul Ernesto Lopez Palacio (SESDUENF) Confira os locais e horários das seções eleitorais Instituto Biomédico – Rua Frei Caneca nº 94, das 10:00 às 16:00 horas; Hospital Universitário Gafrée e Guinle (HUGG) – Rua Mariz e Barros, 775, das 10:00 às 14:00 horas; Centro de Ciências Humanas e Sociais – Av. Pasteur, 458, das 10:00 às 20:00 horas; Centro de Memória Social – Av. Pasteur, 458, das 10:00 às 20:00 horas; Centro de Letras e Artes – Av. Pasteur, 436, das 12:30 às 20:00 horas; Pátio externo da Reitoria – Av. Pasteur, 296, das 10:00 às 16:00 horas ADUNIRIO – Rua Voluntários da Pátria, 107, das 10:00 às 16:00 horas. 6 Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 Artigos Sobre cidadania, igualdade e nossos preconceitos Classes, crime e lazer Um dos entraves para o avanço da cidadania no Brasil continua sendo equacionar abrangência e qualidade. Em outras palavras, garantir qualidade no acesso aos serviços quando mais pessoas passam a usá-los. Exemplos não faltam. Nas últimas décadas, a adesão da classe média ao ensino (fundamental e médio) particular foi acompanhada por uma piora dos serviços prestados no setor pelas próprias escolas privadas. Dinâmica semelhante ocorre com os planos de saúde: quanto mais usuários, piores as condições – quem precisou usar recentemente os serviços privados de emergência pediátrica do Rio de Janeiro sabe do que estou falando. Dinâmica semelhante se observa no ensino superior: à medida que se amplia o acesso (e a privatização), decresce a qualidade da educação privada e pública (sobre o tema, recomendo o livro Um diagnóstico da educação brasileira, de Otaviano Helene). Lógica parecida ocorre no transporte: a chegada de milhares de novos usuários aos aeroportos ocorre simultaneamente a uma notável piora dos serviços, tanto das empresas de aviação quanto da Infraero. No metrô, o aumento de passageiros dos últimos anos corresponde a condições muito ruins, evidentes nos trens lotados, no longo intervalo entre eles e no ritmo lento da expansão das linhas. Neste cenário, muitos apontam como problema os usuários novos ou recentes – e não a exploração capitalista de serviços públicos e a decisão política de não investir o suficiente para garantir serviços decentes à população (além da pouca eficiência de diversos setores do Estado...). Esta postura pode ser notada em discursos produzidos pelas corporações de mídia tradicionais (emissoras de rádio e televisão, impressos, sites e portais online), mas também por indivíduos, que os veiculam em plataformas como blogues, Instagram, Twitter e Facebook, além de comentarem notícias em sites das corporações de mídia. Acho essa discussão muito interessante, por vários motivos. Um deles: embora, em tese, sejamos todos a favor da igualdade, na prática ninguém está livre de ser preconceituoso. Inclusive eu e você. Estudos recentes vêm apresentando o surgimento e o crescimento da chamada nova classe média no Brasil. Uma classe caracterizada pelos novos padrões de consumo e pelo aumento do poder de consumo dado as classes mais baixas através de novas políticas de acesso à credito, que por sua vez, abrem uma extraordinária porta de consumos e endividamentos possíveis. No entanto, esta nova classe média aparentemente assusta as classes mais altas. Tal fato pode ser observado nas notícias que circularam sobre a “invasão” de jovens desta nova classe média aos shoppings paulistas, movimento denominado de Rolezinho. A primeira vista, o movimento foi considerado uma onda de arrastões, porém, dados informaram que não houve nenhum registro de ocorrência nos rolezinhos, pelo menos, não da parte de lojistas ou frequentadores dos shoppings, mas, por outro lado, foram inúmeros os registros imagéticos da violência contra os jovens. O rolezinho que havia começado como um inocente rolé de jovens a um shopping, foi interpretado como algo ofensivo, criminoso, além de perigoso, gerando pavor a ponto de fechar lojas e shoppings com auxilio de força policial e liminar judicial em defesa da propriedade privada. A exemplo das manifestações de junho 2013, a violência policial e a criminalização destes jovens deram contornos de movimento ao rolezinho, que se espalhou para outras cidades chegando até o Rio de Janeiro, quando uma chamada para um rolezinho em um shopping da zona sul carioca levou ao fechamento deste na data marcada para o evento. Mas a criminalização do lazer das classe populares, não é exatamente uma novidade. No Rio de Janeiro, assistimos ao processo de criminalização dos bailes funk, concretizadas com a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em algumas favelas cariocas. Hoje a maioria absoluta dos bailes teve suas atividades encerradas e no seu lugar foram elaboradas festas cujos ingressos caros não podem ser pagos pelos moradores da favela. Aparentemente, a nova classe média, de origem marginal e oriunda de favelas ou periferias das grandes capitais ainda não está autorizada a usufruir dos mesmos espaços de lazer e consumo das classes mais altas, sejam estes espaços do “morro” do “asfalto”. Como dito pelos organizadores do rolezinho, trata-se de um “grito por lazer”, um grito de uma nova classe média. Rafael Fortes - prof da Unirio Camila Moraes - prof. da Unirio Boletim n o 8 | 28 de abril de 2014 7 Audiência no MPF discute crise no HUGG Representantes do DCE, do DABB, da Asunirio, da Adunirio, a reitoria e a direção do Hospital Universitário Gafrée e Guinle (HUGG) se reuniram com o Ministério Público Federal no dia 13 de março (quinta-feira) para fornecer documentos e discutir possíveis encaminhamentos para solução dos problemas que o hospital universitário da Unirio vem enfrentando. A expectativa do movimento é de que a iniciativa possa subsidiar uma ação civil pública contra União, com vistas à obtenção do aporte orçamentário necessário e a contratação de pessoal por meio de concurso público. A documentação entregue pelo reitor e pela Adunirio deve ser analisada pelos procuradores, que irão avaliar as possibilidades de encaminhamento das questões. O diálogo foi importante para alguns esclarecimentos sobre a realidade do hospital universitário, no que diz respeito à utilização e o repasse dos recursos do Programa Nacional de Re- estruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) no ano de 2013, ao repasse do SUS, aos repasses da universidade (que teria dobrado em 2013) e ao pagamento dos “bolsistas”. O diretor do HUGG declarou que todos os recursos esperados para 2013 chegaram, mesmo que com algum atraso, e que um dos maiores problemas que enfrenta o hospital é a dificuldade de planejamento da administração devido a não saber quando os recursos irão chegar. O professor Antônio Carlos Iglesias afirmou ainda que não há desabastecimento no hospital e que a redução de leitos certamente traz prejuízos à população e ao ensino. Na avaliação da diretoria da Adunirio essas informações foram extremamente impactantes, pois não havendo corte de recursos, não há justificativa para que a administração do hospital reduza a assistência. Além disso, o professor Ricardo Lima, na reunião com Comissão dos três segmentos cobra do MEC solução pra HUGG A Comissão dos Três Segmentos da Unirio, formada por professores, técnicos e estudantes esteve em Brasília no dia 2 abril para uma audiência com o Ministério da Educação (MEC), na qual apresentou uma pauta emergencial com propostas para solucionar os problemas que vem enfrentando o HUGG. O documento apontou a necessidade de sanar o deficit de R$ 5,3 milhões, de ampliar o aporte orçamentário para R$ 106,68 milhões e de prover 454 vagas de concursos públicos de Regime Jurídico Único para o HUGG. Embora tenha sido realizada a reunião, o governo não estabeleceu um diálogo efetivo, demonstrando o estreitamento dos canais da democracia representativa para o 8 atendimento das demandas sociais. Após as falas dos representantes dos movimentos, o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Speller, fez um longo relato sobre sua trajetória pessoal, evitando qualquer consideração sobre as propostas e argumentos trazidos pela comissão. Ao fim do seu discurso, Speller foi taxativo na afirmação de que o governo federal não está disposto a liberar os recursos necessários se não for por meio da adesão ao contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Essa chantagem vem sendo duramente criticada pelos movimentos que defendem a autonomia universitária e a qualidade da educação e saúde públicas. o reitor no dia 10 de janeiro, afirmou que o HUGG possui crédito com seus fornecedores e que eles mantêm o fornecimento regular de insumos mesmo quando o governo federal atrasa o repasse de recursos. Durante a reunião, as administrações da universidade e do HUGG demonstraram pouco interesse em colaborar para a elaboração de soluções sustentáveis para o hospital, insistindo na opção por uma resposta rápida que não resolve os problemas de financiamento e que sacrificam a autonomia da instituição. Ficou combinado entre os presentes, ao fim da reunião, que a Comissão dos Três Segmentos encaminhará ao MPF os editais e resultados dos concursos públicos vigentes que possuem candidatos aprovados e não empossados com vagas destinadas ao HUGG. Agenda Política Adunirio 26 e 27/4 - Reunião do Setor das IFES 1/5 - Dia do Trabalhador 6/5 - Caravana da Educação Federal 7/5 - Marcha dos SPFs 8/5 - Assembleia Geral dos Professores 8/5 - Reunião Ampliada da Comissão da Verdade do Andes-SN 13 e 14/5 – Eleições para o Conselho Fiscal da Adunirio 13 e 14/5 – Eleições para a diretoria do Andes-SN 15/5 - Dia Nacional de Luta Contra as Remoções da Copa 16 a 18/5 - Reunião do GT de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria do Andes-SN - GTSS/A 8 a 10/8 - Encontro Nacional de Educação (ENE) Boletim n o 8 | 28 de fevereiro de 2014
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