aE aind - Associação Médica Fluminense
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ASSOCIAÇÃO MÉDICA FLUMINENSE Niterói - RJ - Ano VII - nº 40 - Out/Dez de 2009 Órgão Informativo Oficial da AMF (Filiada à SOMERJ) ISSN nº 1809-1741 : a d n i Ea Artigos Científicos - Livros - Eventos Enofilia - Homenagens editorial Associação Médica Fluminense Avenida Roberto Silveira, 123 - Icaraí Niterói - RJ - CEP 24230-150 Tel.: (21) 2710-1549 F Final de ano se aproxima! Mais um ano que o tempo leva das nossas vidas. Por outro lado, mais um ano que pudemos viver tão intensamente que mal vimos passar. As crianças crescem a “olhos vistos” e este é um parâmetro muito especial para mim. Dia após dia observamos que eles nos estão alcançando e que as suas atitudes se tornam questionadoras e, porque não dizer, um pouco passionais. É a adolescência chegando! Essencial é a consciência de que trabalhamos muito durante este período e estamos gratificados com esta sensação do dever cumprido. Pode parecer repetitivo, mas a nossa AMF cresce a cada dia. Como as nossas crianças, embora aos 80 anos, ela depende das nossas ações para se manter viva, rejuvenescida e atuante. Minha diretoria e eu estamos orgulhosos do que temos conseguido fazer, sem falta modéstia. Dentre as muitas realizações e participações em atividades da política médica, vale ressaltar uma ampla revisão dos contratos estabelecidos entre a AMF e locatários e com prestadores de serviço. Trabalho árduo, cansativo e necessário, que garante sob o ponto de vista jurídico, o futuro da AMF. Somos uma associação que goza de grande prestígio e credibilidade na cidade. Basta folhear nossa Revista AMF, para corroborar esta afirmação. Nossos parceiros, seja na revista, seja nos eventos que produzimos, são a demonstração maior do quanto somos confiáveis. E por falar na Revista AMF, apresento-vos nossa última edição do ano, como um presente. Espero que leiam e gostem. Carro chefe dessa edição, a nossa festa do médico foi simplesmente sensacional. A ampla cobertura fotográfica e as declarações de algumas personalidades, dão uma pequena amostra do sucesso! O tradicional Café Colonial, com missa, homenagens etc, foi muito bem destacado pela jornalista Simone Botelho, com um breve resumo sobre os nossos médicos homenageados de 2009. Outro evento de destaque, foi o XI torneio de tênis da AMF, que como sempre ocorre, foi uma grande oportunidade de confraternização entre os médicos praticantes do tênis. Confira as fotos. Continuamos, nesta edição, a apresentação das unidades da rede municipal de saúde, através de duas das suas principais gestoras. Outros eventos relevantes também tem destaque, tais como, a festa do dia dos médicos da Associação Médica de Maricá e a Noite de Autógrafos do belíssimo livro de contos da Academia Fluminense de Medicina. Aos nossos habituais “colunistas” e colaboradores, presentes nesta edição ou em outras, agradecemos à valiosa contribuição durante todo este ano e continuaremos contando com suas crônicas, colunas, artigos científicos e opinião para os próximos anos. Por fim, convoco aos leitores desta edição a dividirem comigo, com os componentes do conselho editorial e todos os profissionais envolvidos no processo de criação da Revista AMF, este número final de 2009, que considero um verdadeiro presente aos leitores. Agora, é só fazer como São Tomé! Tem que ver pra crer. Desejamos a todos que nos leem, um final de ano maravilhoso, com muita festa e comemorações, mas com a certeza de um novo ano ainda melhor que este, com saúde e paz acima de tudo. Aos associados da AMF, agradecemos pelo apoio e confiança. Aos que ainda não vieram se associar, gostaria de lembrar que as nossas portas continuam escancaradas aguardando por vocês. Boa leitura!! Glauco Barbieri - Presidente da AMF Ano VII - nº 40 - Out/Dez- 2009 Produzida por LL Divulgação Editora Cultural Ltda. Redação e Publicidade Rua Lemos Cunha, 489 - Icaraí - Niterói - RJ - Tel/Fax: 2714-8896 www.lldivulga.com.br - e-mail: [email protected] Coordenador da Revista AMF Glauco Barbieri Diretor Executivo - Luthero de Azevedo Silva Diretor de Marketing - Luiz Sergio Alves Galvão Editor: Simone Botelho - Reg. 16915 Lv. 77 Fl. 44 Projeto Gráfico: Kátia Regina Silva Monteiro Coordenação: Kátia Regina Silva Monteiro Produção de artes/capa:Luiz Fernando Motta Gráfica: Grafmec Fotos: Sergio Bastos Supervisão de Circulação: LL Divulgação Editora Cultural Ltda Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião da LL Divulgação e da AMF. Revista AMF Diretoria da Associação Médica Fluminense Gestão: 2008/2011 Presidente: Glauco Barbieri Vice Presidente: Benito Petraglia Secretário Geral: Gilberto Garrido Junior Primeiro Secretário: Marcos de Souza Paiva Primeiro Tesoureiro: Gustavo Emílio Arcos Campos Segundo Tesoureiro: Osvaldo Queiroz Filho Diretor Científico: Wellington Bruno Santos Diretor Sócio Cultural: Sônia Maris Oliveira Zagne Diretor de Patrimônio: Jackson Ferreira Galeno Conselho Editorial da Revista da AMF Dr. Glauco Barbieri Dr. Gustavo Campos Dr. Jorge Jose Abunahman Dra. Odilza Vital Dra. Sônia Maris Dr. Wellington Bruno Santos Conselho Deliberativo Membros Natos Alcir Vicente Visela Chacar Alkamir Issa Aloysio Decnop Martins Celso Cerqueira Dias Flávio Abramo Pies Herman Lent José Hermínio Guasti Luiz José Carneiro de Souza Lacerda Neto Miguel Angelo D’Elia Waldenir de Bragança Membros Efetivos Antonio Chinelli Ary César Nunes Galvão Carlos Murilo Guedes de Mello Carlos Roberto Ferreira Jardim Cláudio Pinheiro Cardoso Emanuel Decnop Martins Junior Ivani Cardoso Jano Alves de Souza Jorge José Abunahman Jose de Moura Nascimento José Emídio Ribeiro Elias Mario Roberto Moreira Assad Miguel Luiz Lourenço Pedro Ivo Bastos Pereira Raul Luiz de Souza Muniz Membros Suplentes Alex Bousquet Amaro Alexandre Neto Anadeje Maria da Silva Abunahman Carlos Esmeraldino de Oliveira Caldas Christina Thereza Machado Bittar Clovis Abrahim Cavalcanti Edson Cerqueira Garcia de Freitas Eliane Bordalo Cathalá Esberard Frederico Valadares de Souza Pena Jairo Roberto Leite Caldas Jorge da Costa Pereira Josemar da Silveira Reis Leonardo Jorge Lage Luiz Fernando Alves do Carmo Paulo Roberto Visela Chácar Conselho Fiscal Membros Efetivos Claudio Costa Ortega Nédio Mocarzel Norma Mattos de Souza Franco Membros Suplentes Daniel Jose da Silva Filho Luiz Armando Rodrigues Velloso Pedro Ângelo Bittencourt evento Honrando a tradição, as comemorações do Dia do Médico, no ano em que a Associação Médica Fluminense completa seu 80º aniversário, foram marcadas pela emoção e confraternização. O dia 18 de outubro caiu num domingo, ideal para a celebração da missa solene na Capela de São Lucas, conduzida pelo padre Luís Maurício, da paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração, seguida do café da manhã e das homenagens aos médicos no Espaço AMF-Unimed. A festa continuou na sexta-feira, dia 23, com uma noite no “Rio Antigo”, que reuniu, no espaço Nec Multiplace, nas Charitas, a classe médica, autoridades e personalidades que foram prestigiaram a AMF. Momento solene Manhã de confraternização e justas homenagens O padre Luis Maurício, em sua bênção aos médicos presentes, pediu que todos estendessem suas mãos, lembrando das dificuldades enfrentadas por aqueles que trabalham ou são atendidos nas unidades de saúde pública. Ele pediu a Deus para que ajudasse cada um dos presentes a “fazer a diferença” dentro desta realidade. Revista AMF Out/Dez-09 - 5 A pós a cerimônia religiosa, foi a vez do momento cívico com o hasteamento dos pavilhões nacional, do Estado do Rio e da AMF, ao som do Hino Nacional executado por integrantes da banda da Polícia Militar. Este clima de confraternização subiu até o salão da AMF, onde foi oferecido o café da manhã, com fartas mesas de doces, pães e frutas, uma pausa para deliciar os mais exigentes gourmets. Este momento de descontração antecedeu a emoção das homenagens aos colegas médicos que se destacaram, os quais receberam placas e diplomas em solenidade no Espaço AMF/Unimed, que teve como “mestre de cerimônia” a médica Sônia Maris O. Zagne. Os homenageados deste ano foram Ana Ricordi Bazin, Mônica Morrissy Martins Almeida e Pedro Angelo Andreiuolo. O destaque como Médico do Ano coube a Jano Alves de Souza. Abrindo a série de homenagens, o diretor da AMF, Marcos Paiva, lembrou dos colegas já falecidos, alertando para o fato de que “muito se ensina sobre como se viver bem, mas pouco sobre como se morrer bem, apesar desta ser a única grande certeza da vida. Para nós, médicos, aceitar a morte é tarefa ainda mais difícil, pois vivemos na ten6 - Out/Dez-09 tativa de driblá-la, defendendo a vida”, afirmou, lembrando dos que morreram neste último ano como Antônio Aspino da Rocha Caldeira, Clarimesso Machado Arcuri, Denise José Pereira, Fernando Gonçalves Botelho Junior, Joel Grego Filho, José Maria de Araújo Pessoa Mendes, José Monteiro da Gama Netto, Luiz Renato Barros de M. Albuquerque, Nilson Joaquim Seabra, Vinicius Mariano de Oliveira, Nelson Williams Smanio Coit, Ronaldo Oliveira Lomelino, Ruth Demetrio Monteiro da Gama e Bianca Cotta. Como representantes da categoria falaram: Clóvis Cavalcanti (SinMed), Alcir Chácar (Academia Fluminense de Medicina), Gilberto Garrido (Unicred), Benito Petraglia (Unimed) e o Alkamir Issa, secretário municipal de Saúde de Niterói. Coube ao presidente da Unimed, Benito Petraglia, a entrega do Prêmio Mérito Cooperativista do Ano ao médico Pedro Ângelo Bittencourt, de quem destacou o trabalho voltado para a responsabilidade social “sempre preocupado com o desenvolvimento da comunidade e do ser humano”. Outro homenageado pela Unimed foi o médico Gilberto Garrido, destacado pela forte ação em defesa do cooperativismo e cooperado há 32 anos. Ao se dirigir aos colegas, o secretário Alkamir Issa falou de sua emoção recorrente ao participar todos os anos da comemoração pelo Dia do Médico, “só não estive presente no ano passado e foi uma dor forte não participar”, confessou. Ele lembrou toda a batalha da categoria pelo resgate da valorização do médico e afirmou que “dentro de nosso possível, estamos Revista AMF avançando e, para 2010, guardo novas esperanças, pois as coisas começam a acontecer no sentido de se resgatar salários e condições de trabalho, apesar das dificuldades ainda existentes. Alcançamos algumas metas e minha crença é grande quando vejo pessoas abnegadas trabalhando neste sentido. As mudanças estão próximas e tenho total apoio do prefeito para que isso venha a acontecer”. A valorização do médico também foi o tema abordado por Glauco Bar- bieri, presidente da AMF, que se dirigindo aos colegas, lembrou a campanha deflagrada pelo CREMERJ com este objetivo. Ele defendeu o associativismo como solução para os problemas que afligem a categoria e reafirmou ser a AMF o lugar perfeito para a união em torno desta causa. Reconhecimento Não podia ser diferente, o momento dos homenageados foi carregado de emoção, com lembranças que conduziram ao passado profissional e aos acontecimentos da vida pessoal de cada um deles. Monica Morrissy Martins Almeida foi reverenciada pela antiga colaboradora Andréa Melo; Pedro Angelo Andreiuolo, pelo seguidor Alair Correa; Anna Ricordi Bazin, pela filha Gabriela Bazin e o Médico do Ano, Jano Alves de Souza, por Pedro Moreira. A série foi aberta por Mônica Morrissy sobre quem Andréa Almeida lembrou fatos da infância no bairro de São Francisco, sua formação no Centro Educacional de Niterói e a evolução profissional, desde a formação pela Universidade Federal Fluminense, em 79, até os diversos cargos que ocupou na área da saúde pública como no Revista AMF antigo Centro de Saúde Santa Rosa, hoje Policlínica Sérgio Arouca; nas secretarias de Saúde do estado do Maranhão e do município de Itaboraí; na coordenação executiva do Programa Médico de Família de Niterói; e, ultimamente, comandando a “atenção básica” da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil. Sobre a mestra Ana Bazin, falou sua filha, também médica, Gabriela Bazin, que recordou os tempos em que a mãe começou a vida como secretária da Casa São Luiz, um abrigo de idosos; do vestibular, em 64, para a Universidade Federal Fluminense; o ingresso, dois anos depois, no Hospital Universitário Antônio Pedro; sua passagem pelo Internato José Rodrigues e pela diretoria do Hospital Antônio Parreiras; o mestrado em 75 e as pesquisas sobre AIDS, na década de 80. Após ouvir da filha “sou herdeira desta paixão pelo bem-estar do próximo, da infinita paixão pelo magistério e sigo seus passos como professora universitária”, Ana Bazin declarou aos presentes: “aos 70 anos, pensei ter vivido grandes emoções, mas este momento, por envolver todas as pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida, família, colegas e pacientes, supera tudo o que já vivi”. Out/Dez-09 - 7 A contribuição de Pedro Angelo Andreiuolo para a radiologia e a legião de seguidores que conquistou ao longo de décadas, foram ressaltadas por um de seus “alunos”, Alair Correa, que se disse honrado em falar do “mestre que inspira meu dia a dia”. Ele disse ter sido difícil resumir a trajetória de um profissional citado 766 no Google como referência, afinal, foi ele o primeiro a fazer uma angiografia medular. Sobre seu mestre, lembrou do curso na UFF, da atuação na Casa de Saúde São Miguel, no Hospital Souza Aguiar e do professor e subcoordenador do setor de radiologia do Carlos Chagas, do Santa Cruz e da Clínica São Vicente; dos cursos de radiologia vascular na Suécia e França, além de outros em Columbia e Nova Iorque; da participação na equipe de Paulo Niemeyer; de seu pioneirismo na arteriografia; além da orientação em dezenas de teses e monografias; do livro publicado sobre ressonância magnética; da participação como membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e da Sociedade Norteamericana, e da atual equipe do Centro de Neurocirurgias da Rede Labs. “Com ele, aprendemos mais que a prática profissional, aprendemos ensinamentos para a vida como o que prega ser proibida a competição entre seus pares, ou ainda, que todos devem avançar sempre, mas cada um no seu ritmo” afirmou Alair Correa. Já o Médico do Ano, Jano Alves de Souza, que recebeu a placa de homenagem das mãos de Benito Petraglia e o diploma de Sônia Maris, teve um pouco de sua história contada pelo colega e amigo Pedro Moreira, que ressaltou ser ele “uma figura ímpar neste convívio de mais de dez anos”. O orador falou sobre as dificuldades do jovem nascido em Paraíba do Sul 8 - Out/Dez-09 até chegar a formatura pela UFF; da residência na UFRJ à aprovação com louvor no mestrado e doutorado, e a primeira colocação na prova para professor adjunto da mesma universidade na qual se fez médico. “Ele reúne, tanto em sua vida profissional como na particular, a gentileza, paciência, compreensão e humildade. Por meio dele, podemos reconhecer: este realmente é um médico. E é muito gratificante testemunhar que Jano já vem fazendo seguidores entre seus alunos de neurologia, os quais estão sendo formados por alguém que baseia sua existência na ética, na integridade e no senso de justiça”. Emocionado, Jano Alves de Souza, citando Dostoiévski, afirmou que “não há nada de mais nobre, de mais forte, de mais são que uma boa recordação. A boa recordação poderá um dia te salvar.” Ele agradeceu aos professores e aos pacientes “somos fruto da generosidade de muitos, essas são lembranças que levarei e que me salvarão em momentos de angústia e crises”. Se dirigindo aos pais, Elza e Ivo, ao irmão Marcos, à esposa Patrícia, e às filhas Olívia, Cecília e Sofia, ressaltou a compreensão pelo tempo subtraído na convivência, declarando que os ama “tanto quanto é possível um ser humano amar”. A cerimônia foi encerrada pelo presidente da AMF, Glauco Barbieri, que se disse otimista em relação a novas conquistas da categoria, pois “todos acreditam nestes abnegados que lutam contra a única coisa certa na vida que é a morte. Embora, às vezes, decepcionados, é nosso dever lutar, saber confortar quem padece, porque somos médicos de homens e de almas”. Glauco ressaltou que o médico vale muito, já que não desiste diante da realidade do atendimento, não só na rede pública, mas também, em outras frentes de trabalho. “Somos abnegados diante dos salários que ainda não são dignos e não queremos ser alvo da fúria dos pacientes nas emergências”. Ele disse só haver uma “receita” para este quadro: o associativismo. “Temos tentado recuperar a AMF, saneando dívidas, estabelecendo novos contratos e, em janeiro, esta já estará superavitária. Ainda são somente 500 sócios, metade do que desejamos, mas somos uma grande família, médicos, funcionários, sindicato, Unicred, Unimed e Academia Fluminense de Medicina. Tenho certeza de que, juntos, realizaremos mais este sonho. Por fim, é sempre uma emoção renovada reverenciar esses médicos e médicas que se destacam no trabalho incansável, muito grande é o orgulho em homenageá-los”. Glauco Barbieri finalizou sua fala com a leitura da Oração do Médico. Revista AMF matéria de capa J á que a AMF está na “melhor idade”, uma jovem de 80 anos, nada melhor do que reviver o clima do Rio Antigo para festejar a associação e seus médicos. E foi neste espírito de elegância e glamour que aconteceu, em 23 de outubro, no Nec Multiplace, nas Charitas, a festa pelo Dia do Médico. A ambientação seguiu o bom e o melhor estilo da antiga Lapa, com seus botecos e a “saudável boemia”. Já na chegada da festa, produzida por Denize Garcia, os convidados – em noite de gala, com direito a figurino especial de época, onde não faltaram a elegância e o charme dos chapéus nas versões masculina e feminina – eram recebidos pelo som do “Unha de Gato”, com o melhor do Chorinho. 10 - Out / Dez - 09 Diretoria da AMF Revista AMF Glauco Barbieri Sonia Maris O. Zagne Revista AMF Glauco Barbieri e Ana Claudia Ramis Gustavo e Míriam Campos Wellington , Mônica Bruno com Maximiniano e Dirce Carvalho e Silva Suely Reis, Graça Maia, Sônia Maris, Renata Zagne, Clarissa Mattos e Mayume Yamagata A noite correu dentro deste clima, regada a petiscos típicos do cardápio de botequim, montado por Vera Sueth. A animação na pista ficou a cargo da banda mineira, Fator RG7 que, além de passear pelo som de várias épocas, deu um show à parte com seus integrantes encarnando ícones que iam das cantoras de música baiana até a fiel “incorporação” do falecido astro Michael Jackson com seu “Thriller”. Uma breve parada, para não atrapalhar a animação, marcou o momento solene, com breves pronunciamentos da diretora do Hospital das Clínicas, Ilza Fellows – estreando a parceria com a AMF na festa – Benito Petraglia (presidente da Unimed), Luis Fernando Soares (presidente do Conselho Regional de Medicina); Alkamir Issa (secretário de Saúde de Niterói), Chico D’Angelo (deputado federal) e Glauco Barbieri (presidente da AMF). Na ocasião, Glauco Barbieri leu uma carta enviada pelo senador Francisco Dornelles, entregue pelas mãos do deputado estadual Tucallo Dias. Na mensagem, Dornelles disse que “todos nós devemos ser gratos aos médicos, que lutam e trabalham se superando a cada dia, trazendo vidas ao mundo e cuidando delas... nossos gabinetes estão à disposição da AMF e dos médicos de Niterói para o que precisarem. O presidente da AMF agradeceu os tradicionais colaboradores e parceiros como Unimed, Unicred, HCN, Daflon, MedImagem, Labs D’or e Life Imagem, como também, aos funcionários da AMF “que toleram e correspondem às minhas exageradas exigências. São heróis”. Lembrando que, neste ano, a categoria tem motivo duplo para comemorar, pois em outubro foi aprovada, na Câmara Federal, a regulamentação das especializações médicas, o Secretário de Saúde, Alkamir Issa, disse que esta foi uma das mais importantes conquistas para a profissão, mas que, ainda, há muito por que se lutar. “Tivemos grandes avanços em 2009 e poderemos ter mais ainda, segundo as promessas do prefeito Jorge Roberto. Tenho certeza de que 2010 será melhor e esse congraçamento é fundamental para que tenhamos êxito”, garantiu. Out / Dez - 09 - 11 Ana Claudia e Osvaldo Queiroz Marli e Gilberto Garrido “Esta comemoração pode ser vista por dois olhares: o pessimista diria que não temos o que festejar em função das condições precárias do sistema de saúde, da deterioração da rede. Mas os otimistas, com toda razão, celebram os baluartes da resistência que nós realmente somos”. (Tarcísio Rivello - diretor do HUAP) “Falar que a festa da AMF foi excelente isto é unânime, porém o que ressaltou foi a confraternização entre os colegas e familiares, mostrando a força e liderança da nossa AMF.” (Gilberto Garrido Júnior - Presidente da Unicred) Tânia e Benito Petraglia Washington Araújo e Simone Borborema Mariana, Alkamir, Maria Claudia e Maria Clara Issa Ana Beatriz Muniz, Raul Muniz e Jackson Galeno “Como vem fazendo há vários anos, a AMF honra à classe médica de Niterói com uma belíssima confraternização.” (Kerman Gervásio - Med Imagem) “Os organizadores se superam e surpreendem a cada ano. Um momento de revermos amigos e comemorarmos vitórias. Aproveitamos para renovarmos nossas forças para os novos desafios que a assistência à saúde nos reversam”. (Ricardo Daflon - Laboratório Daflon) Adriana e Ricardo Daflon Davi, João Marcos, Debora e Marcos Paiva Sergio e Ana Albieri e Graciele Moraes Carlos Alberto Martins de Souza Viviane Louback e Claudio Amorim Vera e Letícia Fonseca José Luiz Oliveira, Rejane Barbieri e Leda Barbieri Simone Dias e Claudio Ribeiro Luciana e Pedro Ângelo Patricia Caldas e Jairo Caldas Carlos Murilo Mello e Patrícia Justus de Mello Maria Feijó, Fabiana Barini e Kerman Gervásio Helena Yamaguti e Valéria Patrocínio Renato Bravo e Rosemery Santos da Silva Leonardo Nesi, Irina Ishakewitsh, Ilza Fellows, Ana Dantas e Mauro Bellece Luiz Fernando Moraes e Carlos Jardim Hugo, Regina e Alcir Chacar Francisco D´Angelo e Ana Maria Schinider Márcia Rosa de Araújo e Vera Garcia Adelmo Brandão e Claudia Tarouquela Luis Augusto Pinheiro e Maria de Fátima Natache Andreoli, Ilza Felows e Ricardo Andreoli “Esta comemoração aumenta nossa autoestima, ressalta a importância desta categoria profissional, assim como a necessidade de estarmos unidos, sem falar que realmente merecemos este momento de glamour” (Benito Petraglia – presidente da Unimed Leste Fluminense) “A grandiosidade desta festa faz justiça ao valor do médico em nossa sociedade, apesar da decantada falência do sistema de saúde. Sempre ressalto que profissionais como os médicos, policiais e professores merecem e devem ser valorizados. Minha vida foi salva pela equipe do Hospital Antônio Pedro, esta gratidão é para sempre”. (vereador Beto da Pipa) “Esta data nunca pode ser esquecida, pois é a hora de celebrarmos os colegas do passado e do presente”. (Alcir Chácar – presidente da Academia Fluminense de Medicina) Pietro e Claudia Accetta Patrícia Souza, Jano Alves de Souza, Sofia, Cecília e Olívia Souza Nakelen e Alexis Japiassu com Tucalo Dias e Luciana Pontes Francisco D’Angelo e Felipe Peixoto Beto da Pipa e Márcia Guimarães Karla Siciliano Lima, Rodrigo e Daniel Pegado, Claudia Shuwartz Pegado Rodrigo Neves, Glauco Barbieri e Alkamir Issa Dinister Leite Alves, Felipe Peixoto, Glauco Barbieri e João Gustavo Anadeje e Jorge Abunahman Nina Moraes e José Carlos Barroso Luiz João Abrahão e esposa Tânia Machado e Dinister Leite Alves “Por mim, esta festa anual não pode acabar nunca, é uma comemoração ímpar! E, neste ano, com a regulamentação da Lei do Médico, temos que comemorar duplamente. Este é um momento que nos permite quebrar o ritmo frenético da rotina hospitalar”. (Alkamir Issa – Secretário de Saúde de Niterói) “A festa é digna desta profissão nobre porém desgastante, que nos traz preocupações. Mas a nossa história na medicina merece ser festejada e precisamos de momentos especiais como este para esquecer dos problemas e celebrar a vida”. (Chico D’Angelo - deputado federal) “Hoje nos reunimos com bom astral para festejar a competência dos médicos de Niterói, uma cidade de grande tradição na medicina e que tem na AMF o reflexo da sua história. Estes profissional merecem a homenagem de todos os niteroienses e estamos aqui para isso”. (Rodrigo Neves - deputado estadual) “Festejar os médicos é mais que um momento de prazer, é nossa obrigação. Compartilhar este momento com os profissionais que, não raro, esquecem suas próprias vidas para se dedicarem ao outro, é um privilégio”. (Felipe Peixoto - vereador) “Algumas coisas são muito importantes e, no setor profissional, os médicos merecem destaque esta forma, é mais que justo homenageálos”. (João Gustavo - vereador) José Antonio Bernardino, Eliana Ribeiro e Ane Bastos Jacó Lambert, Clóvis Cavalcanti e José Luis “Nesta comemoração, constatamos que, nesta cidade, que reúne uma das mais importantes universidades do país e um hospital universitário como o Antônio Pedro, a classe médica é unida de uma forma rara de se ver. Os 80 anos da AMF devem ser muito comemorados, pois é marco desta união”. (Carlos Alberto Martins de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia e diretor da Life Imagem) Tarcísio e Rita Rivello Gilese Assemany e Claudio Cardoso Leila Rodrigues e Alan Castro Karla Tinoco e Sávio Tinoco com Márcia Ribeiro e Sérgio Bastos Ary e Marilda Galvão Maria do Céu e José Luiz Monteiro Felipe Carino e Adriana Paes Norma Mattos e Nilson Lauria Luiz Carlos Monteiro e Arlete Simone Oliveira e Dílson Reis Ane Bastos e Paulo Bastos Regina Santos e José Luiz Franco dos Santos Agradecemos àqueles que acreditam nos nossos sonhos e que conosco compartilham os momentos de festa e os de dificuldades. Por contarmos com esses parceiros, ousamos não desistir nunca. Nosso sincero obrigado. evento Prêmios: Passagem American Airlines (Rio x NY x Rio) – Jackson Galeno Final de semana no Hotel Portobello Resort & Safári – Mauro André Final de semana no Hotel Portobello Resort & Safári – Luiz Fernando Relvas de Oliveira Final de semana no Hotel Portobello Resort & Safári - Laurinei Cunha Final de semana no Hotel Portobello Resort & Safári - Marcio Valentin Fotos: Pedro Mainier e César Augusto Classificação: XI Aberto de Tênis AMF A 11ª edição do Aberto de Tênis da AMF contou com participação de mais de 80 médicos, de diversas especialidades. De 18 de s etembro a quatro de outubro, os tenistas se enfrentaram nas quadras do Itaquá Soccer, em Itacoatiara, nas categorias Simples e Duplas, Masculino, Feminino e Mista, que foram divididas em Iniciante, Intermediária, Master e Avançada. Para sortear as chaves, foi promovido um coquetel no Restaurante Buzin, em Icaraí. Na ocasião, com grande parte dos inscritos presente, os adversários foram definidos sob a supervisão do árbitro André Watanabe. Também prestigiaram o evento, dois nomes da mídia especializada no esporte, Murillo Gomes, colunista do jornal O Fluminense, e Gustavo Werneck, diretor da revista Nittenis. Os jogos foram disputados de sexta a domingo, por três semanas consecutivas. No último domingo, após a disputa das finais, uma feijoada foi oferecida pelo Restaurante Buzin, para a confraternização dos médicos e seus familiares. Foram sorteadas raquetes de tênis, raqueteiras, finais de semana no Hotel Portobello Resort & Safari e uma passagem Rio x NY x Rio, da American Airlines. A edição deste ano contou com a organização da Set Comunicação. A empresa atuou em todos os momentos do torneio, desde a captação de recursos ate a organização da festa de encerramento do torneio. O objetivo da contratação foi criar um ambiente mais profissional, mas nunca esquecendo que se trata de um torneio de confraternização para reunir a classe médica. Mais uma vez contamos com o apoio de empresas parceiras na realização deste evento, e para nós é sempre um privilégio divulgar suas marcas antes durante e após o nosso torneio. A todas elas, o nosso agradecimento. Unimed Leste Fluminense, Unicred Niterói Ltda., Laboratório Daflon, Med Imagem, Hospital de Olhos de Niterói, American Airlines, Citroen, Viamar Veículos, Portobello Resort e Gatorade. Patrocinadores Duplas Iniciantes Vice-Campeões: Marcio Valentin e Emanuel Decnop Campeãs: Rebeca Soares e Ruth Silberman Duplas Intermediária Vice-Campeões: José Gonzaga e José Armando Campeões: Laurinei Cunha e Mauro Cherman Duplas Avançadas Vice-Campeões: Jackson Galeno e Guilherme Peralta Campeões: Luiz Abelardo e Rafael Barroso Feminino Vice-Campeã: Ruth Silberman Campeã: Rebeca Soares Masculino Iniciante Vice-Campeão: André Vicente Campeão: Fernando Paragó Masculino Intermediária Vice-Campeão: Ricardo Oliveira Campeão: Mauro André Masculino Master Vice-Campeão: Jackson Galeno Campeão: Modestino Salles Masculino Avançada Vice-Campeão: Luiz Abelardo Campeão: Rafael Barroso 16 - Out/Dez - 09 Revista AMF tecnologia V Ronaldo Curi Gismondi* O Portal do Professor Vamos, hoje, prestar uma homenagem aos professores, em especial àqueles que trabalham no ensino básico. Muitas pessoas amigas e estimadas por todos nós estão neste grupo, e merecem nosso carinho e respeito. Sem fazer muita divulgação, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e outros órgãos, mantém um conjunto de conteúdos, apresentações e material didático multimídia para utilização gratuita pelos professores e a quem mais se interessar. Tratase de um acervo muito interessante, de inquestionável utilidade para a preparação de aulas e apresentações, trabalhos e exposições, na tarefa de tornar cada vez mais densa e lúdica a conquista de conhecimento por parte dos alunos. O acesso ao Portal do Professor1 é feito pela Internet, através do link HTTP://portaldoprofessor.mec.gov.br, que oferece ao usuário a tela apresentada na Figura 1. Para aproveitar plenamente os recursos do portal, o usuário poderá inscrever-se e obter uma identificação e senha para acesso registrado. Há um local, mostrado na página da Figura 1, com a expressão “inscreva-se”, para esse objetivo. Clicando sobre o “Espaço da Aula”, o usuário terá acesso a ferramentas que lhe permitirão criar uma aula, sugerir temas, visualizar aulas já existentes sobre temas diversos, bem como se aperfeiçoar no mister de criar novas experiências de ensino. O “Jornal do Professor” pretende ser um espaço de difusão de notícias, conhecimentos e temas de interesse da área de educação, sob a forma de textos, fotos, vídeos, áudios, entrevistas, entre outros. Em “Recursos Educacionais”, o usuário poderá conhecer e baixar por download conteúdos educativos, de diferentes níveis e assuntos, para utilizá-los em suas aulas ou como forma de aperfeiçoamento. No momento da elaboração deste artigo, 3.605 conteúdos encontravam-se disponibilizados no portal, além de alguns outros aguardando autorização de seus autores para disponibilização. Há mecanismos de busca embutidos no site para facilitar a seleção de conteúdos. A seção sobre “Cursos e Materiais” oferece cursos, na modalidade a distância, bem como materiais com o objetivo de colaborar para o aperfeiçoamento do professor. Em “Interação e Colaboração”, há um conjunto amplo de recursos para propiciar a interação entre docentes das diversas regiões do país ou para além das nossas fronteiras. Aliás, a esse respeito, o portal oferece recursos provenientes de diferentes países e em línguas diversas, sendo a maioria em português. Por último, mas não por fim, em “Links”, remete-se o usuário a uma infinidade de sites educativos que propiciam novas experiências e contatos com softwares educacionais, revistas eletrônicas, recursos digitais, bibliotecas, museus, rádios, planetários, conforme exibido na Figura 2. Trata-se, portanto, de riquíssimo material para o preparo de aulas, pesquisas, trabalhos, ou mesmo, para consulta em horas de lazer e recolhi- Figura 1. Página principal do Portal do Professor. 18 - Out/Dez-09 Revista AMF homenagem Cidadão Benemérito de Niterói N No dia 21 de outubro, com o plenário da Câmara dos Vereadores lotado, o professor Pietro Accetta recebeu a mais alta honraria da cidade concedida pelo Legislativo Municipal, o Título de Cidadão Benemérito de Niterói. Foi uma iniciativa do vereador Rodrigo Farah que, presidindo a sessão solene, enalteceu a trajetória e as qualidades pessoais do agraciado, informando que o projeto havia sido aprovado por unanimidade. Na mesma ocasião, o vereador Rodrigo Farah concedeu ao filho do homenageado, Dr. Antonio Carlos Accetta, a Medalha Albert Sabin. Antes de passar a palavra ao orador da solenidade, Rodrigo Farah franqueou a palavra aos presentes. O professor José Raymundo Romeo, ex-Reitor da UFF e atual Secretário de Ciência e Tecnologia do município, relembrou sua ligação afetiva com o homenageado e uma série de fatos, destacando a participação de Pietro Accetta no Serviço de Emergência e direção do Hospital Universitário Antonio Pedro e nos colegiados superiores da universidade, quando Romeo exerceu o cargo de Reitor. O professor Luiz Antonio Santini, diretor geral do Instituto Nacional do Câncer, e ex-diretor da Faculdade de Medicina da UFF, fez referência a situações que o ligavam ao homenageado, entre os quais, está o embrião do sistema único de saúde, gestado em Niterói. O professor Pietro Novellino, presidente da Academia Nacional de Medicina, em pronunciamento que emocionou a todos os familiares de Pietro Accetta, lembrou sua origem italiana, a própria família e a cirurgia para traçar pontos comuns em suas vidas, a começar, pelo nome comum a ambos, lembrando ter examinado o homenageado no seu doutorado, em 1981. Alkamir Issa, Secretário Municipal de Saúde, lembrando ter sido aluno do professor Pietro, enfatizou sua contribuição ao ensino e à administração de serviços públicos de saúde e a capacidade de fazer amigos. O homenageado foi saudado pelo conceituado clínico, professor Agnaldo Zagne, que já foi diretor geral do HUAP e Secretário Municipal de Saúde de Niterói. Zagne, em emocionado discurso, discorreu sobre a trajetória de Pietro Accetta ao longo desses 59 anos de vida, assim como as suas origens familiares. Inicialmente, Agnaldo Zagne falou dos pais de Pietro Accetta que se uniram pelo matrimônio em 1937, numa união que está por completar 72 anos, não obstante o afastamento por 12 anos provocado pela segunda grande guerra mundial. Antonio Accetta chegou ao Brasil em 1930, onde já se encontravam seu pai e o irmão mais velho e, junto com eles, passou a exercer a humilde profissão de engraxate, ofício que manteve com dignidade até os 85 anos, quando resolveu se aposentar. Concetta Rosina Masullo, sua mãe, dedicouse totalmente ao lar e à condução da família no mais amplo sentido. Dessa união nasceram Domenico, Pietro e Italo, três médicos conceituados, formados pela Universidade Federal Fluminense. Sobre Pietro Accetta, Agnaldo Zagne falou de sua formação escolar, desde o Grupo Escolar Pinto Lima, até sua graduação em medicina. Prosseguiu, enfatizando sua sólida formação acadêmica, destacando a residência médica, mestrado e doutorado, sempre em instituições públicas, até chegar, por concurso, a professor titular de Cirurgia Geral da UFF, em 1994. Apesar dos seus 59 anos de idade, é o professor de 20 - Abr/Jun-09 Out/Dez-09 Vereador Rodrigo Farah entregando o diploma ao Dr. Pietro Accetta Vereador Rodrigo Farah entregando a Medalha Albert Sabin ao Dr. Antonio Carlos Accetta Cirurgia Geral mais antigo em atividade numa universidade pública em nosso estado. Do vasto currículo de médico e de professor do agraciado, Agnaldo Zagne destacou: 11 concursos públicos, 6 teses acadêmicas, oito capítulos de livros e 192 trabalhos publicados em revistas especializadas e em anais de congressos. Participou de 118 bancas examinadoras na área técnica e docente e acumula 150 participações em cursos, palestras e conferências proferidas. Continuando, lembrou que, não obstante o denso currículo acadêmico, Pietro Acetta tem intensa participação em atividades técnicas, políticas e sociais, exemplificado: chefe do Serviço de Emergência do HUAP e seu diretor geral em duas oportunidades, assessor chefe da Secretaria de Saúde de Niterói, mandatos no Conselho Universitário da UFF, membro do Diretório Nacional do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do Conselho de Administração da Unimed Leste Fluminense. Agnaldo Zagne encerrou seu discurso referindo-se à família do homenageado e à grande influência da esposa, Claudia Accetta, com quem está casado há 35 anos. Citou os filhos, Antonio, Renato, Claudio e respectivas noras, além de outros, lembrando que a família Accetta tem uma íntima relação com a medicina, já que hoje são 17 de seus membros no exercício da profissão. O professor Pietro Accetta ocupou a tribuna e, falando de improviso, se dirigiu aos presentes, esclarecendo que, embora muito emocionado, sentia-se à vontade, pois todos eram pessoas amigas com quem sempre se relacionou, independente dos cargos que ocupam ou que tenham ocupado. Dirigiu-se a Rodrigo Farah, jovem, mas experiente vereador já no segundo mandato e que desenvolve um profícuo trabalho voltado para os interesses dos niteroienses, agradecendo-o por ter possibilitado esta noite memorável, inclusive, homenageando seu filho mais velho com a medalha Albert Sabin. Para cada uma das autoridades presentes, Pietro Accetta lembrou um fato, uma situação, uma realização. Pietro Accetta reservou os instantes finais do seu discurso aos seus familiares. Seus pais, Antonio e Rosina, que o ensinaram a ser cidadão; sua esposa Claudia, namorada desde a adolescência, com quem tem compartilhado todos os momentos de sua vida; aos seus filhos, Antonio, Renato e Claudio e respectivas noras, Fabiana, Keila e Isis; ao seu neto, Bernardo; aos seus irmãos, Domenico e Italo, assim como ao primo-irmão, também Domenico. Encerrou seu discurso, agradecendo a todos. Estiveram presente ao evento: Alkamir Issa, Secretário de Saúde; José Raymundo Romeo, Secretário de Ciência e Tecnologia; Eduardo Caminha, Secretário de Esportes; Pietro Novellino, Presidente da Academia Nacional de Medicina; Luiz Antonio Santini, diretor geral do Instituto Nacional do Câncer; Ruy Marques, Presidente da Faperj; Glauco Barbieri, Presidente da Associação Médica Fluminense; Alcyr Chácar, Presidente da Academia Fluminense de Medicina; Clóvis Abrahim Cavalcanti, Presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói; Armando de Oliveira e Silva, vice-presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Cícero Mauro Fialho Rodrigues, Delegado do MEC; Emmanuel Andrade, vice-reitor da UFF; Benito Accetta, Coordenador Geral de Assistência Médica do MS-RJ; Adelmo Brandão, diretor da Unimed Leste Fluminense; e Gilberto Garrido Júnior, presidente da Unicred. Revista Revista AMF AMF saúde municipal A Saúde de Niterói: situação atual e planos futuros A VIPACAF tem como objetivo primordial implementar gestão de qualidade na rede de atenção básica, assistência ambulatorial e vigilância em saúde do município de Niterói. Com uma rede que envolve 33 módulos do Médico de Família; oito unidades de Atenção Básica; seis policlínicas regionais; quatro policlínicas comunitárias; duas policlínicas de especialidades, além das vigilâncias epidemiológica e sanitária e programas de controle de agravos, tem o grande desafio de interferir positivamente na saúde da população. Desde o início da nova gestão, se trabalha no sentido de dar continuidade às ações de atenção básica, pioneiras e consagradas no município, ajustando-as às necessidades atuais e aos recursos disponíveis, otimizando a gestão de recursos humanos e serviços. A pretensão é ofertar ações de qualidade em promoção, prevenção e atenção à saúde, além de executar as melhores atividades voltadas para a vigilância em saúde, zelando pela satisfação do usuário, com 22 - Jul/Set-09 Out/Dez-09 Gisela Motta* oferta de remuneração e condições de trabalho adequadas aos profissionais, assim como com atividades de planejamento e avaliação voltadas para a saúde da população. É possível, no nosso entender, oferecer serviços e ações de saúde de qualidade, com alta efetividade, no Sistema Único de Saúde, valorizando-o e aperfeiçoando-o constantemente. Para tanto, procuramos ampliar a integração da rede – entre seus diversos setores; VIPACAF – VIPAHE e aprimorando o processo de referência e contrareferência. Procuramos, também, ampliar parcerias com organizações da sociedade civil e outras secretarias da Prefeitura Municipal de Niterói, com o objetivo comum de oferecer melhores condições de atenção à saúde da população. Com a visão de planejamento, avaliação e gestão integrada de toda a rede, já vislumbra resultados positivos os quais devem ser aprimorados ao longo desta gestão. * Vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família Revista Revista AMF AMF saúde municipal Maria do Céu Lobo da Rocha Monteiro* Vice-presidência de Atenção Hospitalar e de Emergência (VIPAHE) A A Vice-Presidência de Atenção Hospitalar e de Emergência (VIPAHE) coordena a rede de hospitais municipais, onde se incluem o Hospital Getúlio Vargas Filho, o Hospital Municipal Carlos Tortelly, o Hospital Orêncio de Freitas, o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, a Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira, a Unidade Municipal de Urgência Mário Monteiro e o Samu. Ainda fazem parte do seu monitoramento, as clínicas contratadas e o Hospital Universitário Antonio Pedro, no acompanhamento do contrato de metas firmado entre este e a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói. Em situações de epidemias, e o exemplo mais recente é a pandemia do vírus Influenza A H1N1, a VIPAHE promove contatos regulares com as clínicas e os hospitais privados para fornecer atualização de fluxos e procedimentos. Nessa integração, os índices da rede privada, somados às informações da rede pública, possibilitam um melhor enfrentamento da doença. Entretanto, mesmo sendo o município de Niterói referência nacional em saúde, a operacionalização do sistema hospitalar público enfrenta algumas dificuldades. Vale ressaltar Revista Revista AMF AMF que o Sistema Único de Saúde trouxe inegáveis avanços: ampliou o acesso de toda a população aos serviços de saúde e melhorou significativamente os indicadores de qualidade de vida dos brasileiros. Por outro lado, as conquistas da universalidade, integralidade e equidade - pilares do SUS - esbarram na realidade econômica e social do país. Nem sempre há garantia de recursos regulares e suficientes para a manutenção de todo o sistema com a qualidade desejada por todos. Na VIPAHE, os desafios são imensos, mas a possibilidade de promover mudanças para alcançar uma maior oferta de serviços, com eficiência e eficácia, torna o exercício da função estimulante. E, para progredir e avançar, é necessário crer que as mudanças podem ser efetivadas sem abandonar, em nenhum momento, a ideia da saúde pública como um direito universal. * Vice-presidente de Atenção Hospitalar e de Emergência, médica, especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e especialista em Gestão Hospitalar pela ENSP/ Fiocruz. Professora de pós-graduação da E.S.E.H.A. e exdiretora do HGVFº (Getulinho). Out/Dez-09 Jul/Set-09 -- 23 23 artigo científico Josemar da Silveira Reis* A LARINGOLOGIA E O PACIENTE IDOSO Presbifonia: Conceito, Fisiopatologia e Tratamento O O aumento da expectativa de vida na atualidade proporciona um crescimento considerável da população idosa. Tentamos com este artigo, mostrar possíveis alterações laringológicas decorrentes do processo de envelhecimento, afastando preocupações com patologias malignas. Frequentemente, as mudanças na voz dos idosos não são atribuídas a patologias específicas, mas sim, à disfunção, por envelhecimento, do órgão fonador. A Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento, realizada em Viena, em 1982, estabeleceu 60 anos como sendo o limite de idade para o início do envelhecimento. Aparentemente, todos os órgãos e sistemas orgânicos sofrem com a ação dos anos. A fisiopatologia da presbifonia (disfunção vocal do idoso) mostra que uma das características vocais deste é a qualidade de voz fraca, soprosa, disfônica e trêmula. O achado da videolaringoscopia, nestes casos, é de pregas vocais arqueadas. A interpretação deste estado, porém, ainda não está confirmada se é devido apenas à atrofia e flacidez das pregas vocais. É importante considerar que os principais fatores tidos como responsáveis pelo desenvolvimento da presbifonia são: atrofia das fibras musculares, diminuição de fibras elásticas, redução da espessura das mucosas, calcificação das cartilagens laríngeas e redução na velocidade de transmissão neural. Uma importante região da prega vocal que pode sofrer efeitos do envelhecimento é a denominada Zona da Membrana Basal (ZMB), uma área de transmissão entre o epitélio e a camada superficial da Lamina Própria (LP). Foi demonstrado por pesquisas específicas que as pregas vocais encurtam com a idade, especialmente após os 70 anos. A disposição das fibras elásticas e do colágeno também sofre ação do envelhecimento que, às vezes, se encontram desordenadamente arranjados, apresentando curvatura irregular. As alterações decorrentes do envelhecimento são consta- Out/Dez-09 24 - Abr/Jun-09 tadas, também, por diminuição da produção de saliva, pelas glândulas salivares (sialopenia) e consequente redução da umidade da laringe, além da atrofia muscular, perda do tecido de sustentação e metaplastia escamosa. Estas alterações podem também causar uma queixa constante do idoso que é a sensação de “corpo estranho na garganta”. É também necessário considerar uma condição relativamente frequente nos idosos que é a doença do refluxo gastroesofágicolaríngeo (DRGEL), que leva os pacientes idosos ao consultório, com queixa de queimação retroesternal, irritação orofaringolaríngeo, A laringologia e o paciente idoso Presbifonia: Conceito, Fisiopatologia e Tratamento com ondinofagia, sensação de “globus faríngeo”, rouquidão, sibilância, tosse persistente e o grau máximo de patologia, que é a pneumonia aspirativa, com dor torácica atípica e com óbitos frequentes. Podemos observar, então, que inúmeros são os sintomas laríngeos do envelhecimento, exigindo do especialista identificar quais os principais fatores envolvidos nas queixas frequentes dos idosos, para que se possa melhor tratar a presbifonia e outras consequências. O tratamento principal da presbifonia é a reabilitação vocal, através da fonoterapia + fisioterapia, o que conduzirá, certamente, a uma melhora na maioria das características acústicas relacionadas à “voz idosa”. Naturalmente, quando há outras causas como polipose, nódulos, edema de Reinke, a cirurgia é o tratamento indicado. Bibliografia: Hongo I; Isshiki N - Arch Otolaryngol - 1988 Sato K, Hirano M - Ann Otol Rhinol Laryngol - 2005 Sant’anna GO, Mauri M - Rev. Bras.ORL - 2001 Filho Ximenes J.A. - Revista Bras. Medicina - 2007 Dias N.H. - Revista Bras. Medicina - 2007. *Otorrinolaringologista Revista Revista AMF AMF informe Unimed Trabalhar, trabalhar e trabalhar C Como dizia o poeta, o tempo não para. E o trabalho também não. A conclusão das fundações do nosso futuro hospital foi realizada com sucesso. Iniciaremos em breve a próxima etapa que é a conclusão da garagem e o 1º piso. É importante ressaltar que toda construção está sendo realizada com recursos próprios sem obter empréstimos a instituições financeiras. Também deve ser dito que o valor do hospital fará parte do patrimônio do cooperado e considerada garantia financeira pela ANS. E o mais importante: garantirá a sustentabilidade a longo prazo da nossa cooperativa o que assegura a contínua remuneração e o trabalho Revista AMF AMF Revista para o cooperado. Neste competitivo mercado de saúde suplementar só as operadoras que tiverem recursos próprios sobreviverão, e isto é importante inclusive para a rede credenciada, que poderá assim ter a certeza da sustentabilidade das fontes pagadoras. Localizado na região oceânica de Niterói, o Hospital de Clínicas Unimed, terá 250 leitos em terreno de aproximadamente 10 mil m2 e terá como objetivos os melhores conceitos de Acreditação Hospitalar = os cooperados e os clientes merecem! O trabalho é a força da transformação; Conselho de Administração Fase final das fundações do Hospital de Itaipu Visão frontal da obra Visão lateral do terreno Abr/Jun-09 -- 27 27 Out/Dez-09 sindicato C Clóvis Abrahim Cavalcanti* VIDA MÉDICA Com a precarização do trabalho médico, exercemos nossa digna profissão em serviços sucateados, sem equipamentos e medicamentos. Nós, médicos, não paramos para somar as horas de trabalho semanal em nossas diversas atividades, nos vários subempregos com salários aviltantes, enorme perda física e emocional. A CLT preconiza 44 horas de trabalho semanais e a tendência é a redução desta carga horária, pelo aparecimento de novas tecnologias, valorização da qualidade de vida e pela necessidade do aumento do número de empregos. A OIT recomenda que, pelo desgaste de nossa atividade, não se ultrapasse as 30 horas de trabalho semanais. Não temos férias, 13º salário, FGTS nem as outras garantias legais das demais atividades laborativas. Estamos muito longe desse ideal, com sacrifícios de longas horas de árduo trabalho para uma digna sobrevivência, com sustento familiar e para honrar os diversos compromissos. A grande maioria dos médicos trabalha mais de 70 horas por semana, acumulando quatro ou mais subempregos, com seus péssimos vencimentos, na tentativa de uma vida melhor. Existimos de fato mas não de direito, pois nossa profissão Solenidade de posse da nova Diretoria da Associação Médica de Maricá Solenidade de posse da nova Diretoria da Associação Médica de Maricá, em 30/10/09, eleita com aprovação de 97% dos médicos associados, para o biênio 2009/2011 e comemoração ao Dia do Médico. Presentes representantes de diversas Entidades Médicas e autoridades: Associação Médica Fluminense - Dr. Glauco Barbieri (representando também o CREMERJ), Secretário de Saúde de Niterói - Dr. Alkamir Issa, Sindicato dos Médicos de Niterói e Região - Dr. Clóvis Cavalcanti, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro - Dr. Eraldo Bulhões, Unicred Leste-Fluminense - Drª. Valéria Patrocínio, Unimed Leste-Fluminense - Dr. Dilson Reis, Secretário Municipal de Saúde de Maricá - Dr. Marcos Victoriano Pacheco e Deputado Federal Francisco D’Angelo. 28 - Jul/Set-09 Out/Dez-09 ainda não foi regulamentada. Há, intencionalmente, uma total desvalorização do profissional médico, assim como do seu salário em todos os níveis: municipal, estadual e federal. Trabalha-se sem as mínimas condições, sem um salário condizente, mas temos que ter cada vez mais competência, técnica e científica. No entanto, apesar de todas as adversidades, não paramos, não desistimos de salvar vidas e mesmo no convívio diuturno, lutando contra enfermidades, sofrimentos e a morte, não esmorecemos. Até quando seremos passivos com o que ocorre? Até quando não lutaremos por emprego único, salário digno e carreira de estado? Sacerdócio sim, mas com total dignidade nas condições de trabalho e salariais. Não podemos ceder mais! *Presidente do Sinmed DIRETORIA: PRESIDENTE: Dr. João Ferreira de Souza VICE-PRESIDENTE: Dr. Ernesto Ricardo B. Lugo SECRETÁRIA GERAL: Drª. Janete Celano Valladão 1º SECRETÁRIO: Dr. Rodrigo Cantini 1º TESOUREIRO: Dr. Marcos de Souza Pires 2º TESOUREIRO: Dr. Rocklane Duarte Lima DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. Artur Carvalho de Araújo DIRETORA SOCIAL: Drª. Valeria Cristina de Araújo DIRETORA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO: Drª Marisa da Silva T. Fontoura DIRETOR DOS DIREITOS PROFISSIONAIS: Dr. Fernando Antonio Klaes DIRETOR DE PATRIMÔNIO: Dr. Jorge Edson da Fonseca CONSELHO DELIBERATIVO Drª. Janete Celano Valladão Dr. Wilson José de Alvarenga Dr. João Ferreira de Souza Drª. Maria Cristina Coelho Viana Dr. Henrique Fernando Assunção Silva Dr. Cid José Carvalho Magioli Mesa de abertura Da direita p/ esquerda - Dr. Dilson Reis (Unimed), Drª. Janete Valladão (Secr. Geral da AMM), Dr. Glauco Barbieri (Pres.-AMF). Dep. Federal Chico D’Angelo, Dr. Alkamir Issa (Secr. Saúde de Niterói) e colegas médicos. CONSELHO FISCAL Dr. Nilton Gomes de Mattos Dr. Carolino Gomes dos Santos Dr. José Valter Goloni Dr. José Caetano Grossi Dr. José Hipólito Godoy e Oliveira Dr. Sergio Ladeira Dalto Dr. João Ferreira deAMF SouzaRevista Presidente da AMM marco histórico Academia Fluminense de Medicina lança livro em noite de gala! D Dia 28 de outubro de 2009 marcará indelevelmente a história da Academia Fluminense de Medicina (AFM), que completa 35 anos de fundação com o lançamento do livro “EM CANTOS GUARDADOS – pelos caminhos da medicina e da vida...” Foi com queijos e vinhos que transcorreu a noite de autógrafos, iniciada às 19h30 e só encerrada às 23h. Em torno de 250 pessoas compareceram ao evento, incluindo acadêmicos, médicos, familiares, clientes, amigos, colunistas sociais, literatos, dirigentes de entidades, enfim, a fina flor da sociedade cultural e científica niteroiense. O acadêmico e professor Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, mostrandose feliz, gratificado e realizado, prestou à Revista da Associação Médica Fluminense (AMF) os seguintes esclarecimentos: “como autor da proposta, Coordenador Editorial e colaborador, Revista AMF estou envolvido com o livro há seis anos. Desde a sua aprovação pela diretoria da AFM até a publicação, muitas foram as dificuldades, atribulações, surpresas e expectativas. Mas, valeu à pena, estamos todos de parabéns. O livro contou com 21 acadêmicos colaboradores, que enviaram contos, crônicas, ensaios, poesias, revisões biográficas de grandes vultos de Niterói e do Estado do Rio de Janeiro, que, adormecidos, guardados em algum lugar físico ou virtual, se encantaram e vieram povoar as páginas do mesmo.” Os seguintes acadêmicos encaminharam suas matérias, citados por ordem alfabética: Adalmir Morterá Dantas, Alcir Vicente Visela Chácar, Aloísio Carlos Tortelly Costa, Álvaro Accioli, Carlos Wehrs, Dernival da Silva Brandão, Evandro Tinoco Mesquita, Gladyston Luiz Lima Souto, Jairo Rodrigues Valle, Jayme Treiger, Jorge Picanço Siqueira, Josemar da Silveira Reis, Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, Omar da Rosa Santos, Paulo de Castro Neiva, Pedro Luiz Pinto Aleixo, Ramil Sinder, Roberto Aylmer de Azevedo Souza, Roberto Campos Meireles, Salvador Borges Filho e Waldenir de Bragança. Pontuaram a noite de autógrafos o presidente da AMF, Glauco Barbieri, o vereador Felipe Peixoto e o secretário municipal de Saúde, Alkamir Issa, este também participando do livro como prefaciador. O presidente da AFM, acadêmico Alcir Chácar, alegre e satisfeito com o acontecimento durante seu mandato, sugeriu que o livro possa ser uma excelente lembrança como presente de Natal. Aliás, após o lançamento, “EM CANTOS GUARDADOS” encontra-se disponível na sede da AFM. Out/Dez-09 Abr/Jun-09 - 29 opinião Por que sou sócio da AMF? Minha relação com a AMF tem a idade da minha carreira como médica e começou, curiosamente, pela cantina, onde vinha lanchar nos intervalos de trabalho na Clínica Pereira da Silva. Estava recém-formada e atuava, então, como pediatra. Não imaginava o quanto esta instituição faria parte da minha vida pessoal e da minha identidade como profissional. Logo me associei e passei a frequentar a sede com minha família (então em fase de continuada expansão) para participar de eventos científicos e corporativos. E assim, ora à beira da piscina, ora nas salas de reunião e estudo, ou ainda no teatro, desenvolvi muitos dos relacionamentos que me acompanham ao longo da minha vida social e profissional. Este espaço, onde hoje coordeno encontros mensais de estudo e troca de experiências na prática da medicina homeopática, se caracteriza tanto pela homogeneidade, sendo uma associação médica, como pela heterogeneidade, tanto no que diz respeito às especialidades como nos pontos de vista, experiência e diferentes locais de exercício da medicina. A homogeneidade empresta segurança e pertencimento, enquanto a heterogeneidade confere liberdade e ousadia para empreender. A categoria médica passa hoje, em todo o país e, de forma aguda, em nosso estado, uma dura prova para manter, restaurar e desenvolver a dignidade e o respeito de nosso ofício. Respondem os médicos, muitas vezes de forma profundamente injusta, pelas precariedades dos sistemas públicos de saúde, onde os profissionais recebem salários abaixo da linha da dignidade e lhes falta, muitas das vezes, a voz para defesa e ouvidos que os ouçam. Por isso, os espaços associativos se tornam ainda mais importantes. Reconheço na AMF um espaço onde podemos ser ouvidos e que tem a característica, hoje mais que nunca, de criar condições para que o médico possa exercer a profissão de maneira digna , consciente e responsável. No atual momento, o diálogo permanente com outras entidades representativas consolida o saber além da técnica, e restaura a inserção do médico na sociedade imbuída das práticas de humanização. Através da história da AMF , reconstruímos a nossa história. Ao me especializar em homeopatia, percebi a dificuldade de aceitação e compreensão em relação à escolha. A AMF, com seu espírito democrático, sempre abriu as portas para todos, indistintamente. Isto me reporta ao meu bisavô, Guilherme Taylor March, médico homeopata que escolheu Niterói como moradia e onde clinicou até o fim da vida, participando ativamente, tanto das atividades científicas da época, quanto da vida política da cidade. Ele deixou como mensagem a necessidade de união entre aqueles que visam à saúde do paciente, tendo como marca a prática humanista, sempre acessível a todos que o procuravam e nunca esquecendo a dignidade. Por outro lado, a natureza de nossa funções nos empresta uma singularidade que, talvez, somente nós mesmos consigamos entender. Assim, podemos conversar apaixonadamente sobre assuntos médicos em pleno transcorrer de animados eventos sociais, ao mesmo tempo, rirmos, dançarmos e nos alegrarmos, até mesmo, reforçar, os laços familiares através de reencontros. Minha família - meu marido, nossos quatro filhos e filhas assim como eu -, sente a AMF quase como um prolongamento de nossa casa. Em seu teatro, na piscina, no salão de festas, buscamos nosso lazer, cultura, nos exercitamos e festejamos. Por isso, se me permitem a troca do título desta coluna, sugiro: COMO NÃO SER SÓCIO DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA FLUMINENSE? Maria da Conceição (March) Farias Stern Somos uma geração que tem enfrentado uma série de mudanças em relação a conceitos, tecnologia, educação e informação. Os objetivos humanos têm se distanciado um do outro a cada dia, numa série de expectativas voltadas a satisfazer as insaciáveis e diferentes necessidades de consumo. Nenhum homem é uma ilha, todo ser humano tem necessidades e objetivos individuais e imediatistas, porém, muitos deles são comuns, daí a importância do associativismo para se alcançar alvos semelhantes. Será a primeira vez que faço parte de uma Associação, e foi pensando nos “apuros” do passado que, agora, participo e desejo crescer junto a Associação Médica Fluminense (AMF). Lembro da época das provas de residência médica, quando eu e alguns amigos formamos um grupo de estudo, onde mesmos concorrentes para o concurso, ajudava-mos uns aos outros. Retrospectivamente, fica fácil enxergar e importância de formar e participar de associações, visto que todos nós alcançamos sucesso. Conheci o trabalho da AMF, ainda esse ano, durante o 11º Torneio de tênis de médicos de Niterói, realizado em setembro. Por sinal, oportunidade ímpar de trocar idéias e fazer novas amizades de uma forma saudável. E foi assim, de uma maneira rápida, descontraída e segura que me tornei mais um membro dessa importante entidade da nossa cidade. Atualmente nós médicos passamos por um período de muitas dificuldades, onde cada um procura o seu próprio objetivo. Perdemos o maior patrimônio de uma classe; o “coleguismo”. Como chegamos a esse ponto? Talvez a resposta seja mais simples do que aparenta ser: a união!! A classe médica é vista como muito ética, porém desunida. A correria do dia-dia, as dificuldades profissionais e pessoais fazem com que as pessoas se distanciem. Cada uma fazendo a sua parte, seremos “fortes”. Com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), e com a consolidação da AMF (casa do médico fluminense), vamos buscar melhores condições de trabalho e a verdadeira valorização do médico perante a sociedade. É com o objetivo de união entre os médicos e na busca de um futuro de qualidade para nossa classe, que me associo a AMF. E como diz Jean de la Fontaine “toda força será fraca se não estiver unida”. Alexandre Mônaco Revista AMF Out/Dez-09 - 31 artigo jurídico Alexis Japiassu Maia Junior* Empresa pode responder por dívida de sócio Q Quando se fala de dívida pessoal de sócio, e este se caracteriza por insolúvel e de origem fraudulenta, parte da comunidade jurídica não atenta para a possibilidade de se buscar uma via bastante eficaz de solução quando se fala em recebimento de créditos, que é o grande problema enfrentado. Para isso existe uma teoria denominada Desconsideração da Personalidade Jurídica de modo inversa. Em nossos tribunais normalmente aplica-se esta teoria na sua forma comum, ou seja, busca-se a satisfação de crédito junto ao sócio por dívida da sociedade, enquanto a Desconsideração da Personalidade Jurídica Inversa consiste em satisfazer uma obrigação no patrimônio da sociedade por dívida de sócio. Primeiramente cabe-me expor breves conceitos acerca desta “teoria”, conhecida na sua origem Disregard Doctrine. Ela surgiu no direito inglês quando um determinado devedor, sócio de empresa, tentando não cumprir com suas responsabilidades pessoais e assim aplicar um golpe em seus credores, transfere seu patrimônio para a sociedade em que era sócio. A idéia dele estava calcada no aspecto legal da transferência deste patrimônio e que seus credores pessoais não poderiam adentrar no patrimônio da sociedade para satisfazer aquela sua obrigação. Ledo engano, o tribunal daquele país acatou a teoria Disregard Doctrine, fundamentando que por fraude pode-se buscar o patrimônio necessário para satisfazer a obrigação. A argumentação jurídica estava sustentada que a transfe- 32 - Abr/Jun-09 Out/Dez-09 rência para a empresa de patrimônio pessoal tinha, sem a menor dúvida, o intuito único e exclusivo de não atender às demandas dos credores, deixando-os com o amargor do prejuízo. Para melhor ilustrar a idéia exposta anteriormente, resolvi apresentar um caso apresentado pelo Conselho Federal de Contabilidade em 08 de dezembro de 2008. Adriana Aguiar, de São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) aceitou, em um dos primeiros casos que se tem notícia, o uso da desconsideração inversa da personalidade jurídica em ação de execução civil comum. Na prática, a decisão admite ser possível que uma empresa tenha sua conta penhorada para honrar a dívida particular de um de seus sócios caso fique provado que o empresário transferiu seu patrimônio para a empresa para evitar o pagamento de dívidas pessoais. A tese já vem sendo adotada em ações que tratam do direito de família, mas em execuções comuns ainda são raras decisões nesse sentido. Com o entendimento favorável à possibilidade de inversão da desconsideração da personalidade jurídica, a 29ª Câmara Cível do TJSP confirmou uma liminar que desencadeou a penhora de R$ 667 mil das contas da Hyundai Caoa do Brasil e da Caoa Montadora de Veículos por conta de uma dívida do dono das duas empresas. O resultado do julgamento foi publicado na quinta-feira passada no Diário Oficial. No julgamento, que ocorreu no fim do mês de novembro, os desembargadores foram unânimes em confirmar a decretação da penhora on-line das contas das empresas feita em uma antecipação de tutela em agosto pelo relator do caso, desembargador, Manoel de Queiroz Pereira Calças. Os demais desembargadores acompanharam o relator, que entendeu haver previsão legal para a aplicação da desconsideração inversa de personalidade jurídica no artigo 50 do Código Civil e no parágrafo 5º do artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor ( CDC ). Segundo o entendimento do relator, não há qualquer proibição na sua aplicação e o instrumento deve ser usado quando o devedor “notadamente desvia bens para a pessoa jurídica da qual é controlador”. Segundo o voto do relator, há provas suficientes que demonstram que Oliveira Andrade é o detentor das empresas e que, como não há dinheiro em suas contas, “exsurge evidente que, na condição de dono ou sócio de fato ou controlador das sociedades retira da caixa das empresas Revista Revista AMF AMF mediante expedientes lícitos ou ilícitos, formais ou informais o necessário para a sua manutenção e de sua família”. O desembargador também ressaltou em seu voto que o empresário, “reconhecido pela imprensa como o maior revendedor de veículos da América Latina”, não tem nenhum automóvel, segundo a declaração de bens apresentada, o que demonstraria que há uma confusão patrimonial de fato e de direito entre o sócio controlador e as sociedades controladas. Na ação, o escritório Manuel Alceu Affonso Ferreira Advogados alega ter prestado serviços durante anos a Oliveira Andrade e não ter recebido honorários. Segundo os autos do processo, antes da medida que chegou à penhora dos bens da empresa, o juiz da execução já havia determinado a penhora das contas do empresário, mas não tinham sido encontrados valores para satisfazer a dívida. Ainda conforme o processo, o dono das empresas chegou a oferecer bem à penhora um terreno na Paraíba - 2.600 quilômetros distantes de São Paulo, onde ocorre a execução - o que, segundo o desembargador “configura um desrespeito à credora, constituindo-se em autêntico ato atentatório à dignidade da Justiça.” As empresas se defenderam na ação dizendo que responsabilizar a sociedade por uma obrigação pessoal do sócio é uma medida excepcional, que só pode ser decretada em situações extremas, em que há prova de fraude ou ilícito, o que não seria o caso. A Hyundai Caoa alegou que não poderia ser responsabilizada pela dívida de Oliveira Andrade, já que o quadro societário só seria constituído pela sua esposa, Izabela Molon Luchesi, e pela Caoa Family Revista AMF Participações - alegação rejeitada pela Justiça. Já a Caoa Montadora de Veículos não negou que Oliveira Andrade seja seu controlador, mas argumentou que não há qualquer fraude à execução, já que o empresário apresentou sua declaração de renda e indicou bens à penhora. O escritório Manuel Alceu Affonso Ferreira Advogados informa que já levantou o valor de R$ 667 mil e que pediu um novo bloqueio nas contas das empresas, em torno de R$ 160 mil, decorrentes de correção monetária e honorários de sucumbência impostos pela fase de liquidação do julgado. Já o Grupo Caoa, procurado pelo Valor, apenas indicou, por meio de sua assessoria de imprensa, o escritório Saddi Advogados para falar sobre o tema. O escritório informou, no entanto, que apenas assessora a Caoa Montadora, que só assumiu a ação após o deferimento da liminar, em agosto, e que não foram intimados para o julgamento ocorrido em novembro. A banca informou ainda que recorrerá da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o julgamento. Enfim, tem-se sobre a possibilidade de aplicação da Desconsideração da Personalidade Juridica de modo inverso. E para o sucesso desta demanda e de suma importância a configuração de fraude por parte do devedor, onde este transfere patrimônio pessoal para a empresa, demonstrando claramente a intenção de não cumprir com suas obrigações de ordem pessoal. * Advogado da Associação Médica Fluminense-AMF, Mestre em Direito, especialista em Direito Empresarial, Professor da Graduação em Direito Empresarial da UNIPLI e Professor da Pós-graduação da FGV (Capital Humano) Abr/Jun-09 - 33 Out/Dez-09 encontro Simpósio de Cardiologia procordis/unimed F Foi realizado, com absoluto sucesso, o Simpósio de Cardiologia Procordis / Unimed, no início de outubro, nas dependências do Centro de Estudos do Procordis, à Rua Mario Viana, 446, no bairro de Santa Rosa, em Niterói, com a presença de mais de 60 participantes. Esse importante evento científico, social e cultural, foi idealizado, promovido e executado pelo Centro de Estudos do Procordis, através seu presidente, o cardiologista Heraldo Victer que, há muitos anos, vem mantendo uma programação científica de elevada qualidade médica. O referido simpósio foi um marco extraordinário na parceria de duas grandes instituições e na conjunção de suas missões empresariais, que é o melhor atendimento aos usuários/ clientes/ pacientes. O evento foi uma demonstração prática da saudável convivência entre operadora (Unimed) e prestadora de serviço (Procordis), podendo ser sempre apresentada como exemplo de harmonia profissional. Várias sessões e reuniões se sucederam, entre as quais, a discussão ampla de grandes temas cardiológicos, que este ano focou a “Disfunção Erétil – sua estreita relação com cardiopatias, especialmente, com doença coronária, angina e infarto do miocárdio”. Esta reunião, que foi a mais aplau- 34 - Abr/Jun-09 Out/Dez-09 dida, com entusiástica participação de médicos de várias especialidades, teve com ponto central a palestra de Carlos Jardim, vice-presidente médico da Unimed, e professor de urologia. O assunto, por despertar grande interesse em diferentes áreas da medicina, foi um sucesso de audiência e participação. O simpósio finalizou com a grande sessão solene, às 20h, com a palestra magna do secretário de Saúde de Niterói, Alkamir Issa, apresentando o programa de prevenção às doenças cardiovasculares. Cumpre registrar que as doenças cardiovasculares ocupam destacadamente o primeiro lugar das causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo ocidental, inclusive, se repetindo nas mesmas taxas estatísticas em Niterói, portanto, sendo um assunto de saúde pública que tão claramente foi exposto na palestra. A reunião foi um sucesso absoluto, pois teve como presidente da sessão o ilustre deputado federal Chico D’Angelo, que ressaltou a importância do evento. Ele disse ter o maior prazer de estar presente, pois, como verdadeiro representante de Niterói, se sentia orgulhoso pela instituição médica do porte do Procordis, principalmente, “quando se observa a produtiva integração com a Unimed”. Além de importantes pessoas da sociedade médica e cultural niteroien- se, representantes de hospitais, diretores de entidades médicas, empresários da indústria farmacêutica e médica estiveram presentes entre eles, os Secretários de Saúde dos municípios de Rio Bonito, Itaboraí, Maricá e Rio das Ostras assim como o de Niterói. Houve uma tomada de posição, marcando um planejamento estratégico comum da área geográfica correspondentes às cidades vizinhas, para melhor resultados, posto que os problemas são comuns. Bento Petraglia, Presidente da Unimed, manifestou sua grande satisfação de ver florescer esta parceria “que já começou vitoriosa”, afirmando que “o Procordis é o coração da cidade”. Num clima de cordialidade e de expectativa futura de novas realizações, o Simpósio Procordis Unimed foi encerrado com um coquetel. Revista Revista AMF AMF formação SuceSSo Previsto e Garantido A A Academia Fluminense de Medicina (AFM), por meio de seu Conselho Científico, e a Associação Médica Fluminense (AMF), por intermédio de seu Departamento Científico, promoveram curso de URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS MÉDICAS, iniciado dia 18 de agosto e encerrado em 15 de setembro, do corrente ano. Ministrado às terças e quintas-feiras, das 19h30 às 21h30, com duas aulas cada dia, perfazendo um total de 16 aulas, o evento contou com cem alunos inscritos. À solenidade de abertura estiveram presentes o Presidente da AFM, Ac. Alcir Revista AMF Vicente Visela Chácar, e o Presidente do Conselho Científico, Ac. Luiz Augusto de Freitas Pinheiro. Segundo o professor Luiz Augusto, organizador do curso, foram escolhidos temas variados de especialidades clínicas e cirúrgicas, visando atender o interesse do público alvo: aqueles que têm uma especialidade e os que estão em processo de escolha. Os professores convidados são profissionais de alto gabarito, detentores de conhecimento diferenciado e prática diuturna nos assuntos abordados. Anunciaram, ainda, os dois representantes da Academia Fluminense de Medicina, que o evento é um entre os muitos que pretendem realizar em parceria com a Associação Médica Fluminense, sob a presidência do Dr. Glauco Barbieri. Vários alunos inscritos opinaram demonstrando satisfação pela oportunidade oferecida para obtenção de conhecimento, mormente chancelada por duas entidades do prestígio da AMF e AFM, e pela qualidade profissional dos professores convidados. Solicitaram ainda que a programação seja mantida para anos vindouros, beneficiando outros futuros alunos; bem como outros eventos, com a qualidade e organização do recém findo, sejam elaborados, valorizando a medicina niteroiense e promovendo uma verdadeira educação médica continuada. Parabéns à AFM e à AMF pela feliz e oportuna simbiose em prol da cultura médica de Niterói. Jul/Set-09 - 37 Out/Dez-09 enofilia Vinho & Bem-Estar Geografia do vinho Itália Por: Dra. Valéria Patrocínio O País Com razão os gregos na antigüidade denominavam a Itália Enotria (terra do vinho). Ela produz, como a França, um enorme conjunto de vinhos e com sua vizinha vem se alternando, de tempos em tempos, na posição de maior produtor e consumidor mundial de vinhos. Ainda que o número de grandes vinhos da Itália não seja tão numeroso como na França, a ótima qualidade de muitos de seus vinhos é inquestionável. Para entender a diversidade de regiões da Itália, estas são grupadas segundo sua localização geográfica, o que responde por uma certa homogeneidade de caracteristicas comuns, resultado da latitude (norte frio e sul quente) altitude (que reforça as tendencias da latitude) e a influência do mar (regiões costeiras ou continentais) Em cada uma das macro-regiões assim definidas encontraremos diversas regiões, que por suas vez abrigam dezenas de DOCs (Denominações de Origem). Classificação dos Vinhos Italianos VINO DA TAVOLA São vinhos de qualidade inferior, de qualquer procedência geográfica e não podem ter no rótulo o nome da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália. Existem alguns poucos Vinos da Tavola de ótimo nível, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG. INDICAZIONE GEOGRAFICA TIPICA (IGT) Essa denominação foi instituida a partir de 1992 e é aplicada em cerca de 150 vinho de mesa elaborados em regiões geográficas específicas (uma província, uma 38 - Jul/Set-09 comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale, etc.). No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a região e o tipo de vinho (frizzante, amabile, novello, etc.) VINI TIPICI Equivale ao Vin de Pays da França e, apesar de criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa diferenciados, com tipologia definida. Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos Vini di Tavola, mas espera-se que venham a constituir cerca de 40% dos vinhos italianos. Revista AMF DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA (DOC) Qualificação criada em 1963, é atribuída aos vinhos provenientes de cerca de 300 regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província ou uma área geográfica ainda maior. Sua quantificação é complicada, pois algumas regiões, como Valle d’Aosta e Chianti, possuem diversos vinhos de distritos diferentes, mas são contadas como uma única DOC. Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de uvas para cada região e por métodos específicos de vinificação. Cerca de 850 vinhos possuem a designação DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca de 20% dos vinhos italianos. Em algumas DOC existem sub-classificações, tais como: Riserva ou Vecchio, para vinhos envelhecidos maior tempo em madeira; Superiore, para vinhos maior teor alcoólico ou maior período de envelhecimento. DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA E GARANTITA - DOCG Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália. É atribuída aos vinhos de quatorze DOC: Barbaresco, Barolo, Gattinara e Asti, no Piemonte; Franciacorta, na Lombardia; Brunello de Montalcino, Carmigiano, Chianti, Vino Nobile di Montepulciano e Vernaccia di San Gimignano, na Toscana; Albana di Romagna (na Emilia Romagna); Montefalco Sagrantino e Torgiano Rossso Riserva, na Umbria; Taurasi (na Campania) OS FORA-DA-LEI Alguns vinhos italianos, considerados entre os melhores do país e do mundo, classificam-se apenas como Vino da Tavola ou IGT, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de “os fora da lei”. Na Toscana são chamados de SuperToscanos. Dica de leitura Guia Ilustrado Zahar - Vinhos do Mundo Todo Fotografias, mapas e imagens dão um sabor especial a esse belíssimo guia ilustrado. Elaborado para o leitor brasileiro aproveitar ao máximo tudo o que os vinhos do mundo têm a oferecer. Da África do Sul à França, passando pelos vinhedos do Brasil e da América Latina, uma equipe internacional de especialistas elaborou um guia com dicas, curiosidades e informações completas sobre cada região, suas cepas, vinhedos, produtores e vinhos. Quem aprecia um bom vinho vai encontrar nesse guia um prato cheio para sua degustação. A obra - cuja edição foi adaptada para atender às necessidades do leitor brasileiro e recebeu a consultoria de Paulo Nicolay - contextualiza o vinho histórica e culturalmente, mostra os principais países produtores e apresenta análises detalhadas sobre características e sabores de centenas de vinhos, as melhores safras e quem as produz. Vinho sugerido Chianti Clássico 2005 (Isole e Olena) Produtor: Isole e Olena País: Itália Região: Toscana Safra: 2005 Tipo: Tinto Volume: 750 ml Um dos melhores e mais tradicionais produtores de Chianti Classico, Isole e Olena elabora vinhos muito típicos e marcantes, de grande elegância. Este verdadeiro super-Chianti é fino e sedoso, cheio de frutas maduras que lembram cerejas. Revista AMF Jul/Set - 09 - 39 cultura Wellington Bruno, cardiologista e diretor científico da AMF Livro: “O compromisso” Autora: Herta Müller Tradução: Lya Luft Editora: Globo Livro: “De Cuba- com carinho” Autora: Yoani Sánchez Tradução: Benivaldo Araújo Editora: Contexto H Herta Müller e Yoani Sanchez têm alguns pontos em comum. Uma vivenciou as angústias e o horror da privação de liberdade impostas pela ditadura comunista romena de Ceaucescu, enquanto a segunda ainda vive as mesmas tensões sob a ditadura comunista de Fidel Castro, atualmente coordenada por seu irmão Raul. Uma recebeu o prêmio Nobel de Literatura da Academia Sueca sob muitas críticas. Alguns dizem que a premiação teve conotação política enquanto outros se queixam de que autores espetaculares e muito mais conhecidos e lidos no mundo (ex.: Mario Vargas Lhosa, Philip Roth, entre outros) nunca foram contemplados. A outra foi considerada uma das pessoas mais influentes no mundo, escreve bem no seu blogue, não merece o prêmio Nobel de Literatura, mas merecia muito mais o prêmio Nobel da Paz que o presidente dos Estados Unidos Barak Obama, em meio a guerras, recebeu neste ano de 2009. Primeiramente, eu li o único livro traduzido para o português no Brasil desta boa escritora romena - naturalizada alemãmuito pouco conhecida por estas bandas do planeta. Li “O Compromisso” recentemente, logo após o anúncio do prêmio Nobel de Herta Müller por curiosidade de conhecer parte de sua obra. Na verdade, a edição que adquiri foi publicada sem grande repercussão e, provavelmente, ficou encalhada nas livrarias desde 2003, pois ainda não continha as novas regras do acordo ortográfico. “O Compromisso”, pelo menos sua tradução, é um livro bem escrito que trata da monotonia e do horror que foi a vida de cidadãos submetidos à privação de liberdade sob o regime comunista de Ceaucescu na Romênia. Herta Müller demonstra um perfeito controle da narrativa em harmonia com o ambiente social opressor. Eu me lembrei do controle da narrativa de Graciliano Ramos em “Vidas Secas” para expressar a monotonia e as angústias da vida no sertão semiárido do nordeste brasileiro. Em “O Compromisso” as vidas humanas são afetadas dramaticamente pelo regime totalitário, que naturalmente formou seus cordões de servidores e alcaguetes do partido para controlar os indivíduos na sociedade segundo seus interesses pessoais. Pode parecer uma injustiça comentar um livro de uma autora que recebeu o prêmio Nobel de Literatura de 2009 no mesmo espaço de um livro publicado por uma blogueira de Cuba. É que li um após o outro e este “De Cuba com carinho”é uma reunião de diversos escritos de seu blogue clandestino na grande rede. Neste caso a jovem mãe Yoani Sánchez, que escreve muito bem, emite opiniões e descreve com muita clareza a angústia e o horror da privação de liberdade e os mesmos artifícios de Ceaucescu utilizados pelo então octogenário Fidel Castro e sua turma para manter o controle total de sua “ilha particular” chamada Cuba. O bom dos dois livros é que foram escritos por pessoas talentosas que sofreram ou sofrem na própria pele o aviltamento do ser humano pelas ditaduras comunistas. É uma boa leitura para aqueles artistas famosos e notáveis que gostam de uísque 12 anos, mas aplaudem e dão palco extemporaneamente para Fidel Castro. Também uma boa leitura para aqueles que empunham bandeirinhas com a figura do lendário Che Guevara nos estádios de futebol. Uma dica interessante seria trocar estas bandeiras pela imagem de Yoani Sánchez ou do “ De Cuba com Carinho”. Se Fidel foi importante para mudar Cuba um dia, ele francamente já cumpriu sua missão há muitos anos atrás e já deveria ter passado o poder há muito tempo, não fossem seus interesses pessoais e familiares e, pior, os crimes contra os conterrâneos pacifistas que honestamente divergiram de sua opinião. Entrei no blogue “Generación Y” da autora por curiosidade e o recomendo aos que me lêem neste momento. A corajosa blogueira postou fotos dos asseclas de Fidel e Raul Castro que a vigiam dia e noite. O resultado é que foi seqüestrada e espancada pela polícia política do regime, tendo sido motivo de reportagem recente da revista VEJA. Enfim fica a mensagem de que a privação da liberdade é uma violência contra a humanidade e que o Fidel Castro e seu regime gostaram, ficaram e envelheceram no poder. Atualmente, deve ser demolido, como foi o Muro de Berlim há 20 anos, para Cuba viver um novo tempo, e a figura do caudilho não servir de exemplo para germinação de novos ditadores na América Latina. Até a próxima (leitura)! 40 - Out/Dez-09 Jan/Mar-09 Revista Revista AMF AMF
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