Matérias ed56 - Portfólio Online de Maria Luiza Gondim
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Matérias ed56 - Portfólio Online de Maria Luiza Gondim
fO d service Ano 9 - n° 56 - Novembro / Dezembro 2011 news Mercadão São Bráz, 22 de outubro às 9h da manhã Inimigo Oculto Acontecimentos recentes como explosões e incêndios revelam pontos cruciais que podem levar um estabelecimento de food service à bancarrota Divulgação Nilo e outros representantes da Domino’s na Califórnia guir fundar e dirigir a operadora logística exclusiva do Mc Donald’s, a Martin-Brower do Brasil. Além disso, mais tarde participar da estruturação e crescimento de nosso atual fornecedor, o Grupo Umbria que detém as marcas Spoleto, Koni Store e Domino’s Pizza Brasil. FSN: Quais os maiores desafios encontrados em sua carreira? NOF: Acho que tudo é um aprendizado, acertamos e erramos muitas vezes. O importante é tentar acertar, mais do que errar e, acima de tudo, aprender muito com os erros. Cada etapa do nosso caminho mostra sempre um novo desafio e muito aprendizado. FSN: A que atribui seu sucesso como empresário? NOF: Nesta etapa de nosso negócio, onde operamos diversas franquias, podemos considerar que nosso sucesso tem sido em trabalhar as marcas corretamente como indicam os franqueadores, fazer um excelente produto todos os dias sem exceção, cuidar sempre da satisfação do cliente e, sobretudo e principalmente, cuidar e remunerar bem nossa equipe em todos os níveis. FSN: Teria algumas dicas para os empresários? NOF: A primeira coisa que eu falo é o seguinte: se você quiser ter um risco menor, abra uma franquia, não abra uma marca própria. Escolha uma marca consolidada no país, pois você participará de um time maior e se beneficiará do marketing de uma marca que já está no mercado. Além disso, tenha cuidado com sua equipe de trabalho, porque aí que está o segredo de um grande sucesso. Essa é minha dica para quem deseja entrar neste meio. FSN: Quais são os seus planos para o futuro? NOF: Pretendo abrir novas lojas da Domino´s e continuar crescendo dentro da marca. Já temos até projetos para o ano que vem, de abrir em torno de duas ou três lojas, mas sempre Domino´s.• Domino´s Pizza www.dominos.com.br foodservicenews / 2011 15 MERCADO I por Maria Luiza Gondim Sem ingrediente surpresa Pesquisa revela a necessidade de colocar dados nutricionais nos cardápios e outros desejos dos consumidores, o que pode alterar as práticas em estabelecimentos de food service C om o passar do tempo, os hábitos dos consumidores se alteraram para se adaptar à nova realidade de produtos, ofertas e facilidades. Podemos arriscar a dizer que os costumes alimentares são um exemplo deste cenário e que continua se alterando constantemente, principalmente com o crescimento da população que se alimenta fora do lar. Juntamente com estas mudanças, começa a despontar uma tendência de preocupação com a vida saudável e principalmente com a alimentação. Atualmente, ao fazer uma refeição fora de casa, os consumidores buscam degustar uma comida benéfica e deliciosa. A Unilever Food Solutions, divisão da Unilever especializada no segmento de food service, em parceria com a agência de pesquisa Brainjuice, elaborou uma pesquisa com consumidores dos Estados Unidos, Reino Unido, China, Alemanha, Rússia, Brasil e Turquia para comparar os gostos e a mudança do comportamento no mercado da indústria de alimentos. A constatação mais importante do estudo foi que grande parte da população optaria por escolhas mais saudáveis se tivessem acesso às informações nutricionais nos estabelecimentos. No Brasil, 91% dos entrevistados se preocupam com a saudabilidade da comida ingerida em restaurantes, cantinas e lanchonetes. Além disso, 88% consideram 16 foodservicenews / 2011 que a tabela nutricional, comumente encontrada em produtos industrializados, deve ser adotada nos cardápios dos estabelecimentos brasileiros. Um dado negativo explicitado pela pesquisa, é que quase 90% dos consumidores entrevistados no Brasil não receberam as informações nutricionais de sua comida na última refeição feita fora de casa e que, quando são repassadas, não são feitas de forma clara ao cliente. “Todos desejam se alimentar de forma mais saudável no Brasil e no mundo. Mas para que isso aconteça também fora do lar, é necessário que a indústria se empenhe em ajudar nessas escolhas na hora das refeições”, afirma Maria Lucia Garcia, presidente da Sociedade Brasileira de Gastronomia e Nutrição (SBGAN). Outros dados O estudo foi elaborado em forma de questionário e apontou diversos outros aspectos dos novos hábitos dos consumidores de food service. Em todos os países entrevistados, foi detectada a vontade de acesso a mais informações como origem dos alimentos, modo de preparo e valor calórico. No Brasil, 93% das pessoas afirmam querer ter informação sobre os dados nuticionais, MERCADO I SEM INGREDIENTE SURPRESA sendo destacado o interesse pelos ingredientes usados nos pratos e a higene da cozinha dos estabelecimentos. Ainda de acordo com o estudo, 84% dos brasileiros consideram que este tipo de informação irá influenciar na sua escolha por itens saudáveis. Informações relativas ao baixo teor de gordura e teor calórico são consideradas importantes e que devem constar nos cardápios dos estabelecimentos de alimentação fora do lar para 88% dos entrevistados do país. Quando questionados sobre se ele “sente que deveria haver mais transparência sobre o que está em sua refeição e como ela foi obtida e produzida”, 93% dos entrevistados brasileiros acreditam que sim e 92% gostariam de saber sobre as origens dos alimentos que consomem. Ações das organizações O tema ganhou destaque no país e no final de 2010, o Ministério Púbico de Minas Gerais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) e Associação Brasileira de Franchising (ABF) fizeram uma parceria para a criação de um “termo de ajustamento de conduta”, onde os participantes se comprometiam a informar, em local visível, dados como valor energético e quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras e sódio de cada alimento 18 foodservicenews / 2011 que vendiam, de forma voluntária. Com esta ação quase 5 mil empresas começaram a disponibilizar estes dado, dentre elas, 60 das maiores redes de fast food do país. Alberto Lyra, diretor executivo da ANR, comenta que este tipo de informação é importante e deve conter nos cardápios. “É muito útil ter acesso a um volume maior de informação que vai ajudar a tomar uma decisão. A transparência conta muito”, diz. Muitos dos associados da organização já adotavam esta prática como uma forma de respeito ao consumidor e que, por isso, quando o termo foi elaborado, o papel da ANR foi compatibilizar o que era feito, com o que as autoridades precisavam. Porém, o diretor ressalva que a informação por si só não basta. “Junto às informações tem que existir algo voltado para educação, que esclareça os consumidores sobre a importância de olhar a composição dos alimentos. Não é falar ‘evite’ aquele tipo de prato, porque vai te deixar obesa. É esclarecer as questões para ter um modo de fazer escolhas”, diz Empresas que adotam O McDonald´s foi uma das companhias precursoras na produção de cardápios que contêm valores nutricionais dos alimentos. Em 1994 criou o primeiro Guia Nutricional McDonald´s, disponível para consulta em Divulgação Grão Espresso traz em seu cardápio informações nutricionais para aguçar o interesse por sucos todos os restaurantes. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, “em 2005 as informações passaram a constar nas embalagens dos produtos. Os dados sobre os valores nutricionais podem ser encontrados no site da empresa, no verso das lâminas de bandeja, nos Guias Nutricionais, nas tabelas afixadas nas paredes dos restaurantes e nas embalagens de produtos em que haja uma relação unívoca entre embalagem e produto”. A quantidade e o volume de ingredientes ingeridos devem ser interpretados de acordo com a dieta de cada pessoa e deve ser analisado o consumo durante o dia inteiro ou ao longo da semana, não sendo analisado isoladamente. Por isso, o restaurante optou por ter variedades de produtos como peixe, carne bovina, frango, legumes, saladas, café, doces, frutas e sorvetes. Uma outra empresa que assinou o termo de conduta e adotou as in- MERCADO I Divulgação SEM INGREDIENTE SURPRESA formações em seu cardápio e em seu site, foi a rede de cafeterias Grão Espresso. Flávia Kawano, gerente de operações da marca, acredita que esta prática interfere na relação empresa-cliente. “É mais uma forma de conversar com o consumidor e gerar um diálogo. Um diálogo aberto e sincero gera confiança”, diz. A empresa ainda não sentiu que seus clientes buscam este tipo de informação nas unidades, pois acredita que é algo que não é um costume e poucos notam ou tem conhecimento de que estas informações estão disponíveis. Porém, com a busca crescente por uma melhor qualidade de vida, a Grão espera que este quadro mude. “Temos visto um movimento nesse sentido, porém em lojas pontuais. Na maioria das lojas, contudo, podemos arriscar a dizer que ainda não. Acreditamos que isso mude com o tempo, com tantas campanhas, novos padrões e modelos de conduta sendo veiculados”, acrescenta Flávia. Porém, a gerente destaca que no futuro, a adoção deste tipo de prática poderá influenciar as vendas positivamente, de forma regionalizada. Alberto Lyra fala que, além do acesso às informações, é necessário educar as pessoas Prática antiga Há 20 anos no mercado, a rede de doçaria Amor aos Pedaços adotou esta prática há muito tempo. O manual nutricional da empresa, já existe há 10 anos e foi elaborado com a ajuda dos técnicos da empresa e nutricionistas, considerando os ingredientes e valores de uma fatia de 100g. “Como não conseguimos rotular nosso produto, pois ele é de exposição, optamos por expor nossas informações em um manual. Você consulta por ordem alfabética o produto que deseja e lá estão os ingredientes usados e valores nutricional. Dessa forma, o cliente fica confiante, pois na hora que ele escolhe, se precisar, ele tem acesso a todos ao dados”, conta Tania Nakajima, gestora industrial da rede. Para ajudar os franqueados, a Amor aos Pedaços fornece as informações nutricionais de uma forma padrão, através do manual para todas as unidades. Atualmente, a rede conta com 58 lojas e produz 50 toneladas de produtos por mês. A gerente acredita que as pessoas estão ligadas e valorizam este tipo de informação. “Eu acho que no geral, todo mundo se preocupa com uma alimentação saudável. Atualmente, a informação chega muito rápido e é de fácil acesso. Você consegue ser um autodidata em saúde e por isso procura cada vez mais por este tipo de informação”, diz. Tania finaliza comentando a importância deste tipo de informação estar disponível em qualquer estabelecimento e a necessidade da leitura das mesmas, virar um hábito para os consumidores. “Normalmente, as pessoas não vão mais fazer a compra de um produto alimentício sem atentar sobre o que é usado, se tem muita coisa artificial, se é calórico demais, se tem gordura de menos ou de 20 foodservicenews / 2011 mais. Tem que começar a virar leitura, entrar na rotina, da mesma forma que consultamos a validade dos produtos. Se incorporar a rotina de consumo. Aliás, quando você vê um produto que não tem tabela, você desconfia. Essa informação é algo que já faz parte do produto”. Projeto de lei Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que obriga bares, restaurantes e lanchonetes a incluir no cardápio os valores calóricos das refeições, elaborado pelo Deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). A principal argumentação do político é que o consumidor diversas vezes opta por alimentos calóricos por falta de informação, como apontou a pesquisa. Além disso, ele destaca que o Ministério da Saúde já mostrou que 40% da população brasileira está acima do peso. Se aprovada, a lei se apoiará nas punições previstas no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) para punir os estabelecimentos que não cumprirem a regra, podendo acarretar multa, suspensão de fornecimento de produto, cassação da licença de funcionamento, entre outras. • Unilever Food Solutions www.unileverfoodsolutions.com.br Sociedade Brasileira de Gastronomia e Nutrição www.sbgan.org.br ANR www.anrbrasil.com.br Grão Espresso www.graoespresso.com.br Amor aos Pedaços www.amoraospedacos.com.br TENDÊNCIA por Maria Luiza Gondim Vamos mangiare! E spaguete, pizzas, massas e sorvetes. A culinária italiana é tão disseminada no país, que muitas vezes já consideramos algumas de suas “invenções” algo genuinamente brasileiro. A afinidade entre as culturas é tamanha, que 2011 foi considerado o ano da Itália no Brasil. Em comemoração, a FSN buscou o que há de melhor entre pratos e produtos desta gastronomia, desejando ao leitor uma boa leitura e um bon apetit. Tudo em família “Focamos em comida italiana, pois era o que estávamos acostumados a comer em casa”, conta Cristiano Panizza, chef executivo de um dos restaurantes mais tradicionais voltados para a culinária italiana do país, o Vicolo Nostro. O restaurante foi criado a partir da vontade da mãe do chef de ter um espaço próprio, já que trabalhava fornecendo comidas para diversos eventos. A ideia inicial era criar um ambiente onde poderiam se realizar festas e uma pequena sala de degustação. Porém, o pratos fizeram tanto sucesso que o projeto se tornou o restaurante. O sucesso foi reconhecido e o estabelecimento recebeu, este ano, o selo Ospitalità Italiana, cedido pela União das Câmaras de Comércio Italianas aos espaços considerados legítimos representantes da tradição italiana no Brasil. Além disso, o restaurante já ganhou uma estrela no 28 foodservicenews / 2011 Guia 4 Rodas, no Guia do Josimar Melo e no Guia da Folha. O nome é uma referência aos estabelecimentos que ficam nos vicolos (vielas) italianos, que são difícil de identificar e possuem bastante prestígio. Tudo no restaurante foi pensado como uma forma de trazer ao cliente um pouco da cultura do país europeu. “Todos os detalhes do Vicolo, desde as músicas até os girassóis que enfeitam as mesas remetem a cultura italiana, especificamente do norte como a Toscana. E usamos produtos genuinamente italianos na preparação de nossos pratos e nossa carta possui vinhos de todas as regiões da Itália”, conta Panizza. Os pratos mais famosos do cardápio do Vicolo são o Ossobuco de Vitelo com Risoto de Açafrão, o Tortelli de Zucca, massa fresca recheada de abóbora na manteiga de sálvia com pinholes e a Polenta Trevisana, polenta mole com linguiça, radicchio e vinho tinto. Já os mais vendidos são o Ravioline recheado de muçarela de búfala ao pomodoro, o filé recheado de queijo brie acompanhado de risoto de funghi. O preço médio dos pratos é de R$ 60. Questionado sobre o investimento para abrir o restaurante, Panizza comenta que é um valor que não pode ser mencionado, porém afirma que com menos de R$ 1,5 milhão não se abre um bom estabelecimento. Ele ainda dá dicas para quem deseja abrir um empreendimento no segmento. “Quem busca abrir um restaurante no Brasil tem que estar Divulgação A culinária italiana já é famosa no Brasil e se torna sinônimo de bons negócios e aceitação do público ciente que vai passar muitas horas trabalhando, não terá final de semana e nem datas comemorativas, portanto se não tiver paixão pelo negócio aconselho a procurar outros investimentos”, finaliza. La Tambouille Com 40 anos de existência, o restaurante La Tambouille é um clássico da cidade de São Paulo. Criado pelo empresário e restauranteur Giancarlo Bolla, um típico italiano de San Remo, o estabelecimento também recebeu o selo Ospitalità Italiana, este ano. “Foi uma grande honra[receber o selo]. Ospitalita Italiana é concedido a restaurantes que obedecem um padrão alto de qualidade. Para nós, é o reconhecimento de um trabalho bem feito e tradicional”, comenta o empresário. O local também se destaca pelo bom atendimento e Bolla faz questão de receber pessoalmente os clientes e acompanhar todo o processo desde a chegada dos ingredientes ao restaurante, passando pela produção das receitas, até a arrumação do ambiente. Os pratos no restaurante variam em torno de R$ 80 e o menu foi elaborado de forma a juntar o clássico e o moderno privilegiando os ingredientes da estação. Além disso, as massas artesanais e os pães são preparados no próprio local e as carnes e aves recebem os cortes na hora para não resultar em perda de sabor. Entre O ambiente do restaurante Vicolo remete às tradições italianas de decoração foodservicenews / 2011 29 Divulgação TENDÊNCIA VAMOS MANGIARE! Antonio Moreira comenta como investir na culinária italiana é um bom negócio os mais pedidos, estão as Patolas de centolla gigante do Chile sobre brotinhos verdes, o Spaghetti di grano duro tuttomare com camarões, calamares, cavaquinha e chuva de Bottarga, Filet de linguado “au fruit de La passion” com farofa de banana e camarões e Cotoletta de vitelo de leite a milanesa com salada campestre ao risotto de zafferan. Inicialmente, o restaurante era voltado para a cozinha francesa, porém, não era a linha que o restauranter desejava seguir. Assim, começou a incorporar em suas receita ingredientes de sua terra natal, compondo pratos franco-ita- 30 foodservicenews / 2011 lianos, presentes hoje no cardápio. “Atualmente, a Itália integra boa parte das receitas”, diz. Ele comenta que o diferencial do La Tambouille consiste em oferecer ingredientes italianos e uma culinária requintada. “Como exemplo temos o arroz Acquerello. Fomos os pioneiros a trazer esse arroz da Itália para o Brasil, devido a sua qualidade insuperável”, diz. Rede de fast food A culinária italiana já está tão incorporada a cultura brasileira, que dois brasileiros, em 1999 resolveram criar um novo conceito de fast food baseada nesta gastronomia. Atualmente, a rede Spoleto conta com 273 unidades no Brasil, 26 no México e duas na Espanha. A escolha por esta culinária partiu da sua fácil aceitação. “A comida italiana é difundida mundialmente com grande aprovação e à massa pode-se agregar muito valor. Trata-se de um produto muito ‘elástico’. Podemos vender de R$ 5 a R$ 60 um prato de massa e essa versatilidade gera muitas oportunidades”, comenta Antônio Moreira Leite, diretor de franquias e marketing da rede. TENDÊNCIA VAMOS MANGIARE! O cardápio dos restaurantes foi criado pelo chef italiano Gianni Carboni e o modelo de negócio, onde o cliente pode optar na hora pelo tipo de massa, molho e os ingredientes que deseja degustar, foi inspirado em uma operação do Hotel Intercontinental de Miami. Porém, como foi só uma inspiração, os sócios incrementaram o menu e buscaram mais opções de molhos clássicos e ingredientes italianos e brasileiros. O diretor destaca que a qualidade dos produtos é o grande diferencial da rede na hora de oferecer este tipo de culinária. “Tudo é feito da maneira tradicional italiana com excelentes ingredientes e produtos naturais como massa de grano duro. E, é claro, sem ‘pozinhos’ mágicos”. No país, o sucesso da rede ultrapassa a ideia de vender só macarrão e as variações também fazem sucesso, como as lasanhas, risotos e mistura de macarrão com salada. No Spoleto, os pratos mais pedidos são o de massa seca, o penne, massa fresca e recheada, e a lasanha. “Acreditamos que a praticidade do alimento, bem como sua versatilidade, são fundamentais para que se tornem tão populares e razão do sucesso da nossa marca”, comenta Leite. Ele também destaca que a rede é diferente, pois propõe “a democratização da culinária italiana, em que o cliente faz da maneira que ele quiser”. Atualmente a rede vende 20 mil pratos de massa por dia e apresentou um crescimento de 12% em pontos de venda, com 25 novas lojas. Além disso, registrou faturamento de R$ 345,6 milhões, em 2010, representando um crescimento de 19% em comparação a 2009. Para este ano, as expectativas são positivas e o Spoleto pretende assinar 35 novas unidades ao longo do ano, chegar a um faturamento de R$ 390,8 milhões (o equivalente a 13% de crescimento). 32 foodservicenews / 2011 Divulgação Il Pianeta importa produtos diversos diretamente da Itália Direto de terras italianas Uma das mais tradicionais importadoras e distribuidoras de produtos alimentícios italianos, a Il Pianeta oferece uma variedade de 20 marcas, englobando cerca de 400 itens. A empresa foi a primeira a importar produtos italianos no país e o seu diretor, Pasquale Cosenza é um chef de cozinha, detentor de grande conhecimento sobre a culinária italiana e foi uma das pessoas responsáveis por disseminar este gênero de gastronomia no Brasil. Para escolher o que iriam comercializar, os representantes da companhia foram até o país. “Visitamos o fornecedor na Itália para conhecermos todo o processo de produção. Os produtos são selecionados de acordo com sua tradição, qualidade e confiabilidade no mercado”, conta André Di Napoli, gerente comercial da empresa. Em seu portfólio a companhia apresenta produtos como azeite, biscoitos, geleias, entre outros. Entre os mais vendidos, encontram-se o presunto di parma, mortadela com pistache, queijos granna padano, gorgonzola cremoso, arroz arborio e carnaroli, tomato pelado, massas em geral e no final do ano os panetones Bonifatti. A empresa se destaca por buscar sempre inovar e apresentar ao mercado, aproximadamente, 25 novos produtos por ano. Os preços dos produtos da Il Pianeta variam entre R$ 4 a R$ 652 e são voltados para restaurantes, hotéis, pizzarias, padarias, entre outros. “Os produtos italianos que comercializamos são consumidos a centenas de gerações por todo o mundo. A culinária italiana é saborosa, alegre e feita com ingredientes que se harmonizam com facilidade”, conta o gerente. Ele acredita que o arroz arbório para risoto, o queijo granna padano, o tomate pelado e o presunto di parma já são itens que já foram incorporados a cultura brasileira. Um gelato refrescante Para finalizar esta matéria recheada de sabor, não poderia faltar uma boa sobremesa italiana. Detentores da fama de um ótimo sorvete, o doce refrescante já chegou há muito tempo, as terras tupiniquins. Uma empresa especializada no famoso gelato, é a Aromaitalia. Fundada em 1948 na cidade de Torino, a companhia chegou ao Brasil em 1994 trazendo o conceito do vero gelato italiano artesanal. “Buscamos propiciar ao nosso cliente as mesmas condições de gelaterias europeias, trazendo para o Brasil quase a totalidade dos produtos que produzimos na Itália”, conta Adriano Alves, gerente comercial da companhia. A marca conta com uma linha de 200 produtos, que possibilita a criação de uma infinidade de sabores e busca sempre associar a cultura do gelato italiano aos sabores típicos do Brasil. Assim, o consumidor final pode degustar um sorvete no sabor pistache siciliano ou um soberto de manga. Além disso, a empresa fica atenta as novas tendências elaborando sabores que levam iogurte na receita e podem ser misturados com frutas como framboesa, mirtilo, amora, maracujá, limão siciliano, entre outros. “Além desta febre, temos outros campeões de vendas como: bombom R. (uma deliciosa combinação de chocolate com avelã), lemon pie, cheese cake de frutas vermelhas, chocolate holândes”, comenta Alves. Ele destaca que no Brasil, o sabor de pistache siciliano vem conquistando consumidores e também os sabores derivados de avelãs (especialidade da Aromitalia que está situada no Piemonte região originária da famosa Gianduia e onde se produz as melhores avelãs do mundo). Para os comerciantes, o quilo do sorvete acabado na qualidade premium, fica em torno de R$ 6 a R$ 10. Nas grandes capitais, o preço para o consumidor final gira em torno de R$ 7, 100g e no interior, o preço baixa um pouco e fica em torno de R$ 5, 100g. “A combinação entre o conhecimento e a qualidade italiana, associada a variedade de frutas e ao clima perfeito para o consumo, possibilitam a difusão e o crescimento desta cultura, criando-se um cenário favorável para uma explosão no consumo do ‘gelato tipo italiano’ nos próximos anos”, afirma o gerente. O foco de atuação da companhia são os canais de confeitaria fina e chocolataria, gelaterias, iogurterias (frozen yogurt) e indústrias de sorvete e possui como clientes marcas como Diletto, Stuzzi, Freddissimo, Sotto Zero, Bella Paulista, entre outras. • Vicolo Nostro www.vicolonostro.com.br/ La Tambouille www.tambouille.com.br Spoleto www.spoleto.com.br Il Pianeta www.ilpianeta.com.br foodservicenews / 2011 33 ECONOMIA por Maria Luiza Gondim Bons números para um bom negócio O cenário positivo da economia reflete no food service e transforma a abertura de franquias em um negócio com baixo risco e altos lucros U m segmento de mercado que cresce em torno de dois dígitos ao ano não pode ser um mau negócio. Este é o cenário que envolve as franquias de food service e que tende a se manter nos próximos anos. O número de pessoas que se alimentam fora de casa, atualmente, gira em torno de 60 milhões e deve saltar para 84 milhões nos próximos anos. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em parceria com a ECD, consultoria especializada em Food Service, mostrou que o crescimento do setor em 2010 foi de 16,8% e a expectativa é que em 2011 seja fechado em 18,6%. A pesquisa foi realizada com 46 empresas, que juntas apresentam um universo de 4793 pontos de venda. O faturamento em conjunto das companhias que participaram do estudo, ficou em torno de R$ 9,254 bilhões. “O objetivo da ABF é identificar as principais tendências e desafios para as franquias do segmento de Food Service, um dos mais representativos do sistema”, explica Ricardo Bomeny, presidente da ABF. Como pode ser comprovado pela pesquisa, o segmento de franquias de alimentação podem gerar grandes negócios e um lucro significativo. Existem diversas possibilidades para quem quer entrar neste ramo, como comenta João Baptista da Silva Jr, coordenador do Comitê Setorial de Food Service da ABF. “O investimento para se abrir uma franquia de alimentação varia conforme as atividades. Acredito que, atualmente, não é possível pensar em abrir uma loja sem um investimento entre R$ 250 mil e R$ 350 mil. Mas claro que varia da marca e da operação. Por exemplo, há quiosques que precisam de um investimento inicial entre R$ 50 mil e R$ 70 mil”. Ele ainda destaca que se pensarmos em uma média geral, o valor ficaria entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. 34 foodservicenews / 2011 Divulgação João Baptista Jr, coordenador da ABF, comenta sobre o bom momento das franquias Um bom começo Marcas consolidadas e tradicionais necessitam de um alto investimento do empresário, porém o retorno é positivo. Para se abrir uma unidade do Mc Donald´s, que é a maior franquia do mundo, é necessário um investimento entre R$ 1.075 milhões e R$ 2.585 milhões. O faturamento bruto da loja fica em torno de R$ 321 mil, sendo o retorno do investimento estimado em 24 meses. Ainda nesta linha de empresas de fast food, há a possibilidade de abrir uma franquia do Bob´s. O investimento para esta rede fica entre R$ 330 mil e R$ 1.380 milhões, o faturamento médio mensal fica na faixa de R$ 150 mil e o retorno pode levar de 36 a 48 meses. Já no ramo da alimentação saudável existem duas opções conhecidas: a internacional Salad Creations e a nacional Seletti. A primeira requer um investimento de R$ 215 mil a R$ 425 mil, um retorno entre 12 meses e 36 meses e um faturamento médio de R$ 120 mil. A nacional não foge muito do padrão e necessita de um investimento entre R$ 380 mil e R$ 420 mil, apresenta um faturamento médio de R$ 100 mil e o investimento tem retorno em um prazo entre 24 meses a 40 meses. Quem não vislumbra números tão altos pode optar por franquias das marcas Chicken Show, Espetinho do Mimi ou Gula Gelada que oferecem opções com um valor mais baixo. A marca Chicken Show é especializada em servir refeições com frango e/ou outras aves, requer um investimento de R$ 66.900 mil a R$ 73.900 mil , um retorno previsto de de 12 meses a 24 meses e um faturamento mensal em torno de R$ 45.000. Já o Espetinho do Mimi comercializa espetinho de churrasco e congelados e precisa de um investimento que varia entre R$ 21 mil a R$ 278 mil, gera um faturamento médio mensal de R$ 120 mil e possui um retorno de 12 meses a 24 meses. Com esse mundo de opções é difícil escolher uma marca. Por isso, o coordenador alerta que o empresário tem de se identificar com o segmento que escolheu e uma boa percepção de gestão. Os empresários têm que estar muito bem capacitados. “Não basta ter só o dinheiro, uma boa ideia e a expertise de fazer um produto gostoso. Tem que ter uma boa gestão, já que as companhias que disputam este mercado estão cada vez mais profissionalizadas e competitivas”, afirma. Melhor franquia de alimentação Com 27 anos no mercado, a Patroni Pizza conquistou o prêmio de melhor franquia de alimentação 2010/2011 cedido pela revista PEGN. A sua história como franqueadora é recente. Em 2003, a empresa contava com nove lojas próprias, porém a grande procura e demanda de expansão fez com que a marca se abrisse para o mercado de franchising. Atualmente, existem 100 lojas presentes, sendo 64 operantes e 37 em contratos assina- foodservicenews / 2011 35 ECONOMIA Divulgação por Maria Luiza Gondim BONS NÚMEROS PARA UM BOM NEGÓCIO Patroni Pizza é um exemplo de uma boa franquia dos. Rubens Augusto Junior, presidente da Patroni Pizza, comenta como conseguiu que a franquia fosse um sucesso. “Sempre trabalhamos com muito respeito ao consumidor e ao franqueado. O motivo do sucesso é um conjunto de fatores e não apenas uma fórmula mágica. A soma dos pequenos detalhes leva ao sucesso ou fracasso de uma rede. Além disso, temos alguns diferenciais em relação a outras franquias do segmento”, diz. Quem deseja abrir uma franquia da Patroni terá que desembolsar em torno de R$ 290 mil, exceto o ponto comercial e o retorno esperado do investimento varia entre 12 a 18 meses. O retorno mensal bruto é de R$ 124 mil. A empresa oferece um suporte completo para o franqueado como treinamentos permanentes em operação, atendimento, produção, gerenciamento, informática, marketing, controladoria e setor jurídico, além de dar apoio na hora de realizar compras e do setor jurídico, escolha de instalações seleção de pontos e visitas de consultores de campo permanente. Como destaques da franquia, o presidente cita diversos pontos. “Nosso mix é diversificado (pizzaria, trattoria e chopperia) e nos permite trabalhar forte nos three days parts (almoço, happy hour e jantar). Além de não trabalharmos com preço único em todas as lojas , pois entendemos que no Brasil existem diversas regiões com poder aquisitivo diferentes”, comenta. Como ponto positivo para o franqueado, a Patroni possui uma cozinha central que opera sem fins lucrativos, transferindo toda a lucratividade para as lojas, um financiamento pré-aprovado BB Franquia e dois modelos de operações: Patroni 36 foodservicenews / 2011 Pizza “Classic” para ser estruturada em shoppings com frequência de classe C e D, e a Patroni “Premium” para ser implantada em shoppings classe A e B. Em maior número De acordo com o ranking de franquias da ABF, a Cacau Show ocupa o primeiro lugar em unidades dentre as franquias de food service. Atualmente, são 1047 unidades espalhadas por diversos estados do Brasil. Para se abrir uma loja da marca, de 40 m² , o investimento inicial gira em torno de R$ 125 mil, o retorno é previsto dentre 18 a 24 meses e o faturamento mensal bruto chega na casa dos R$ 40 mil. Marina Gentil, gerente de expansão da marca Cacau Show, explica que o perfil de empresários que a franqueadora procura é os que têm “disponibilidade para dedicar-se pessoalmente e exclusivamente ao negócio, não apresentar restrição cadastral (CPF, dele e cônjuge) ter disponibilidade financeira – recursos próprios – investimento inicial e capital de giro, morar na mesma cidade da loja e ter espírito empreendedor”. Um pouco mais tarde do que a Patroni Pizza, a Cacau Show se tornou uma rede de franquias em 2004 e optou por esta estrutura de negócio após o alto sucesso de sua primeira loja, aberta em 2001. As franquias seguiram o exemplo da loja “origem”. “No ano seguinte à iniciação da rede de franquias, já eram 18 pontos-de-venda padronizados com a marca da empresa. Logo depois, passaram para 46 e, na sequência, 130. Mais um ano, e totalizavam 230”, diz a gerente. Divulgação Cacau Show é a franquia de food service com mais unidades no Brasil Como apoio, a marca disponibiliza a seus franqueados apoio jurídico, auxílio na análise e escolha do ponto comercial, assistência inicial à operação da franquia, treinamento inicial, indicação de fornecedores, entre outros. “O sucesso deve-se a relação custo benefício do nosso produto, oferecemos um produto de alta qualidade, acessível e com lindas embalagens. Nossos franqueados são primeiramente nossos consumidores, que se encantam com o produto e veem na loja uma atraente opção de negócio”, finaliza Marina. Ajuda especializada Uma dica para quem deseja entrar em 2012 com uma nova franquia, é procurar por uma consultoria especializada em ajudar o empresário a identificar a marca que mais atenderá suas expectativas. A Franchise Store é um exemplo de empresa que presta este tipo de serviço de forma gratuita. Mensalmente, ela atende em torno de 550 pessoas que desejam abrir uma loja no segmento. “A franquia é algo voltado para pessoas que desejam ter seu próprio negócio. O benefício em se optar por esta estrutura é que o empresário compra algo que já foi testado e tem um apoio por trás de uma companhia que pensa a todo tempo em desenvolvimento, novos produtos, entre outros aspectos”, comenta Filomena Garcia, diretora da Franchise Store. A diretora ressalva que a pessoa que deseja entrar neste mercado deverá saber assumir os riscos de um negócio e estudar o segmento em que está pensando em abrir a loja. “Não basta achar que só porque você tem a marca, você vai conseguir abrir um negócio”, finaliza. • ABF www.abf.com.br Patroni Pizza www.patronipizza.com.br Cacau Show www.cacaushow.com.br Franchise Store www.franquia.com.br foodservicenews / 2011 37 CARREIRA por Thiago Alves e Maria Luiza Gondim Idade não é documento Espírito empreendedor, perseverança, ousadia e pouca idade são os segredos de sucesso de chefs que conquistaram a independência financeira e se tornam promessas para o futuro U ma turma de jovens chefs chega ao mercado, trazendo vigor, novidades e um grande entusiasmo. Mesmo com a pouca idade, eles possuem bastante prática e estão em busca de aprimoramento constante. Apostas para os próximos anos, os nomes que você irá conhecer abaixo demonstram que um sonho e uma vocação podem ser colocados em prática ainda na infância e transformar o futuro. Em dose dupla Revelação: esta é a palavra que melhor define o trabalho dos gêmeos Fernando e Juliano Basile. Chefs de apenas 20 anos, os jovens já são pós-graduados em Gastronomia e Cultura Espanhola pela Escuela de Gastronomia e Hostelería de Sevilla e estão à frente do restaurante da família, o Le Gourmet Bistrot, de cozinha autoral amparada pelas técnicas francesas. A paixão dos jovens pela gastronomia começou quando ainda eram crianças. Com apenas 10 anos eles ajudavam os avós a preparar as refeições dos encontros de famí- 38 foodservicenews / 2011 lia. Depois disso, passaram a recepcionar os clientes e a cuidar das sobremesas na extinta pizzaria da família, em Gonçalves, no sul de Minas Gerais. “Não tínhamos em mente seguir a profissão de chef de cozinha ou qualquer área da culinária. Era mais um hobby”, explica Fernando. Foi com a abertura do Le Gourmet Bistrot, na mesma cidade, em 2004, que tiveram certeza do que queriam. Ao lado do pai, o chef Antônio Basile, e da mãe, Elisabete, eles se revezavam entre cozinha, salão e faxina. E se divertiam quando os clientes custavam a descobrir que o menino de preto no salão não era o mesmo de branco na cozinha. Tudo aconteceu muito rápido na vida dos jovens chefs. Com apenas 14 anos, Antônio exigiu deles uma posição que influenciaria suas vidas. “Meu pai perguntou se queríamos continuar no ramo alimentício. Com essa idade tivemos que decidir que profissão deveríamos seguir. Isso foi muito difícil”, conta Fernando. A decisão foi tomada, porém eles tiveram a ajuda do chef e amigo da família Laurent Suaudeau, que, além de aconselhar a seguir na arte culinária, ainda Acervo Pessoal Fernando e Juliano Basile provam que a pouca idade pode ser sinônimo de sucesso foodservicenews / 2011 39 idade não é documento os convidou, com o consentimento dos pais, para estudar na Escola das Artes Culinárias Laurent, em São Paulo. “No começo era bem estranho porque os outros alunos, uns leigos e outros iniciantes como nós, tinham 30, 40 anos. Éramos dois pirralhos curiosos e interessados. Aprendemos da cozinha básica ao preparo de caldos e frutos do mar”, relembra Juliano. Durante os quatro anos em que estudaram as técnicas para se tornar um bom mestre cuca, os jovens realizaram um estágio, aos 16 anos, com Alex Atala, dono do restaurante D.O.M., considerado o 7º melhor restaurante do mundo, segundo a lista San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants de 2011. Terminado o curso, e já maiores de idade, a dupla resolveu buscar uma pós-graduação em gastronomia. Muitos conselhos e pesquisas depois, eles decidiram que o melhor seria buscar cursos no exterior. “Devido ao nosso currículo, seria interessante estudar fora do país. Laurent falou que um tour gastronômico pela Europa seria muito bom para o nosso futuro”, explica Juliano. O país escolhido foi a Espanha. Lá, os jovens tiveram a oportunidade de iniciar a pós-graduação na Escuela de Gastronomia e Hostelería de Sevilla e ainda puderam estagiar no restaurante Sant Pau, cuja cozinha é comandada pela renomada chef Carme Ruscalleda. “Tivemos que nos adaptar muito rápido. Na cozinha da Carme aprendemos a trabalhar de forma mais dinâmica. O ritmo de produção era completamente diferente”, relata Fernando. Além disso, os gêmeos passaram em alguns eventos com o famoso chef Ferran Adriá, e estagiaram também com Martin Berasategui. De volta ao Brasil, os gêmeos se tornaram os mais jovens cozinheiros a receber o prêmio de chef revelação, dado pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2010. “Por morarmos em uma cidade muito pequena, o pessoal de São Paulo e Rio de Janeiro acaba não conhecendo o nosso trabalho. Depois que ganhamos o prêmio isso mudou. Muitos jovens hoje nos procuram para falar que agora Acervo Pessoal Renata Vanzetto e os gêmeos trocam experiências para melhorar seus estabelecimentos 40 foodservicenews / 2011 CARREIRA idade não é documento Renata Vanzetto é exemplo de jovem chef bem sucedida eles também têm esperanças. Eles se espelham em nós, e isso é muito gratificante”, conta Fernando com alegria. Cada um tem sua receita de sucesso. Para Fernando, experiência conta muito. “Ainda não me considero um chef de cozinha. Eu brinco que, na verdade, sou aprendiz de chef. Por ter só 20 anos, tenho muito chão pela frente. Representar uma cozinha é muito bacana, mas a responsabilidade é muito grande. As pessoas com quem trabalho confiam e esperam muito da gente”. Já Juliano acredita que a humildade é o melhor caminho a ser seguido. “Para se tornar um chef, a primeira coisa que você precisa ter é humildade, depois ir em busca do conhecimento. A culinária é infinita, sempre tem algo novo para aprender e isso é fantástico. A parte mais legal de estar na cozinha é a oportunidade de criar uma nova combinação ou aprender algo novo. Não ficamos entediados e isso é a maior vantagem de se trabalhar com culinária”. Em janeiro de 2010, Fernando e Juliano percorreram mais de 30 municípios de Minas Gerais, resgatando ingredientes e culturas da região. Juliano conta que foi um passeio em nível gastronômico realmente fantástico, e que a cada cidade que passava, se apaixonava ainda mais pela cultura brasileira. “ Incrível como aqui no Brasil as escolas acabam ensinando o que é um escargot ou um funghi porcini e não o que é um pequi ou uma quirera”, comenta. Os gêmeos têm como meta para 2012 um aprofundamento nos ingredientes brasileiros para aprimorar seus cardápios. E com a experiência e técnicas que adquiriram ao longo do tempo de jornada, grandes novidades, elaborações e surpresas irão surgir. Com um futuro promissor os irmãos seguem suas pesquisas e se divertem na cozinha a cada dia que passa. Dois restaurantes, um buffet e um projeto para o verão 2012 onde receberá clientes em sua casa para jantar. Este é o patrimônio conquistado pela chef de cozinha Renata Vanzetto, no auge dos seus 22 anos de idade. O Marakuthai foi aberto em 2007 e dois anos depois um segundo endereço foi registrado em São Paulo. Além de bem-sucedida, Renata conquistou, em 2009, o prêmio de chef revelação do Guia Quatro Rodas. Sua história na cozinha começou bem cedo. Ao observar as peripécias da avó na cozinha, o interesse pela culinária surgiu e se tornou uma paixão à medida que o tempo passava. Seus primeiros pratos eram coisas fáceis: brigadeiro e macarrão. Com 9 anos, a cozinha da avó ficou pequena para ela. Foi nas aulas de culinária oferecidas na escola onde estudava que Renata começou a se destacar dentre os outros. Enquanto todas as crianças faziam molhos simples para macarrão, a pequena 42 foodservicenews / 2011 Acervo Pessoal Diversos estabelecimentos chef já preparava um molho de shitake. Aos 15 anos, ela teve seu maior desafio gastronômico até então: cozinhar para 250 pessoas no réveillon da marina de Ilhabela. “Não tenho ideia de quanto cobrei, mas lembro que foi muito barato” diz. Renata continuou a fazer bicos como chef até terminar o ensino médio, quando, com 17 anos, decidiu viajar sozinha para fora do país. Para realizar a viagem, a chef fez um bazar com grande parte de suas roupas, usou todo o dinheiro que acumulou no réveillon e juntou com o que havia conseguido preparando jantares ao longo dos anos. Durante os oito meses que passou fora do país, a chef fez estágio no restaurante Brasserie Les Varietés, em Saint Rémy, sul da França, ao lado do chef Antonio Pereira. Renata ficou também na cozinha do restaurante Villaurrutia, em Tarragona, no nordeste da Espanha. “Aprendi que chef de cozinha não para. Nunca havia entrado em uma cozinha de verdade antes da viagem”, relata. De volta ao Brasil, a chef até tentou seguir carreira acadêmica em gastronomia, mas não era o momento certo. Com R$ 50 mil em mãos e um ideal na cabeça, ela resolveu abrir seu primeiro restaurante: o Marakuthai, em Ilhabela, em 2007. “Meu pai tem uma marina, então aproveitamos o espaço ocupado por um bar de píer. Peguei o micro-ondas da minha avó, o fogão de casa e móveis de parentes e amigos”, lembra. O rápido sucesso do restaurante fez Renata alçar voos maiores e em 2009 inaugurou um novo Marakuthai, em São Paulo, que exigiu um investimento de R$ 600 mil para a reforma do local e a contratação dos funcionários. “Treinamos a equipe por um mês antes de abrirmos. Pagamos os salários e benefícios dos 30 empregados mesmo sem estar em funcionamento”, afirma a empreendedora. Atualmente, o restaurante concede à proprietária um faturamento médio mensal de R$ 300 mil. Porém, Renata não deseja para com esses dois. A jovem já abriu um Buffet Marakuthai e fará no verão um “restaurante temporário em sua casa”. Este ano, a chef se destacou ao estagiar no restaurante Noma, do chef René Redezpi. O estabelecimento foi considerado o número 1 no mundo, de acordo com a lista dos 50 Best Restaurants, na edição 2011. • Restaurante Le Gourmet Bistrot www.legourmetbistrot.com.br restaurantelegourmetbistrot.blogspot.com Restaurante Marakuthai www.marakuthai.com.br blog.marakutices.com.br foodservicenews / 2011 43 TECNOLOGIA por Maria Luiza Gondim Um negócio certeiro: pizza! Empresários encontram no mercado várias opções de equipamentos voltados para a produção de pizza, independente do tamanho de seu negócio D e acordo com a Associação Pizzarias Unidas, somente em São Paulo são consumidas certa de 30 milhões de pizzas em um mês e o consumo médio diário é de aproximadamente 1 milhão. Com números tão expressivos, as empresas que desenvolvem equipamentos e tecnologia, notaram uma grande oportunidade de negócio e começaram a investir e a produzir equipamentos que ajudem o empresário que busca entrar neste segmento de mercado. A Compacta Print, companhia especializada em desenvolvimento de equipamentos e tecnologias para diversos segmentos de mercado, observou uma grande oportunidade de negócio com o crescimento da necessidade das pessoas se alimentarem fora de casa e o pouco tempo que elas possuíam para realizar uma refeição. Dessa forma, surgiu a linha Compacta Pizza, que consiste em equipamentos para a produção de pizzas, focada para os restaurantes, bares, cantinas, entre outros. A máquina foi elaborada a partir da observação de produção de pizzas em fornos à lenha. Assim, os funcionários da empresa buscaram criar uma tecnologia que mantesse a qualidade do produto, sem precisar de usar madeira para queimar e sem necessidade de eletricidade para gerar calor. “Dessa forma, chegamos ao gás (GLP), difusores de calor por infravermelho e 44 foodservicenews / 2011 materiais refratários, que conseguem preservar o sabor e as características de uma boa pizza”, afirma Victo Cortez, gerente de marketing da marca. Feita de alumínio e pintada com tinta epóxi, a mesma usada em fogões e equipamentos do segmento, a máquina é composta por uma tecnologia simples e prática. A Compacta Pizza possui cinco elementos: um sistema duplo de distribuição de gás, que alimenta os dois difusores infravermelhos que são os queimadores e possuem a capacidade de 2.250 calorias cada e podem ser acionados individualmente; uma pedra refratária que retém o calor e assa as pizza por igual; um motor central que faz com que a pedra gire e as pizzas não fiquem paradas sob os infravermelhos e tijolos refratários. Um ponto de destaque é que o motor responsável por girar a pedra refratária e a lâmpada interna do forno funcionam à bateria ou direto na tomada. A máquina consegue assar pizzas grandes e pequenas, sendo que uma fornada com 12 mini-pizzas ou uma grande sai em apenas 90 segundos. De acordo com Cortez o grande diferencial da Compacta Pizza é “que ela não ocupa muito espaço, usa pouco gás, pode ser levada para qualquer lugar, assa a pizza com qualidade de forno à lenha e é muito econômica”. Atualmente existem dois modelos da máquina: o bal- cão que é recomendado para ser usado em cantinas, bares, restaurantes e pizzarias. O outro modelo é o mais vendido, por ser de fácil locomoção. A máquina é equipada com gabinete e rodas e pode ser levada a locais onde há grande concentração de público, como por exemplo em festas, eventos esportivos, parques, entre outros. Além destas duas máquinas, a empresa lançou a Pizza Cone Express, máquina para produção de pizzas em cone, que é uma nova tendência de mercado. O objetivo da companhia é aumentar as vendas de seus clientes ao apresentarem o produto de uma forma diferenciada. Fazendo um bom negócio Victor comenta que a maioria dos compradores da Compacta Pizza são pequenos empreendedores, com o perfil de iniciantes na área de negócios. “Somos procurados por pessoas que buscam um trabalho extra para melhorar seus rendimentos ou para pequenas empresas comerciais que procuram alternativas para equipar seu estabelecimento com algo diferente do que já tem, como por exemplo: bares, cantinas etc”. O investimento inicial para aquisição de um equipamento gira em torno de R$ 2 mil e o retorno do investimento varia de acordo com o local onde a máquina é instalada e a forma com que comprador usará a mesma. Porém, o gerente destaca que normalmente, no primeiro mês o empreendedor consegue o retorno deste investimento. Um outro destaque da empresa é o slogan de Lucre mais de 100%. “ A lucratividade é de no mínimo 100% sobre o valor de compra da pizza pré-assada em atacadistas e supermercados”, finaliza Cortez. Artesanal e tecnológico A IBF (Indústria Brasileira de Fornos IBF Ltda) é outra empresa que desenvolve equipamentos para a produção de pizza. Seus fornos são feitos artesanalmente, em alvenaria, porém com materiais de alta tecnologia. O diferencial da empresa é ter fornos que queimam à lenha ou a gás e não prejudicam o sabor e textura. “ Não existe diferença de um produto feito em forno a lenha ou fornoflex. Permita-se avaliar corretamente junto ao fabricante quanto a qualidade do produto final, faça um teste cego degustando pizzas em forno a lenha e fornoflex, afirma Roney Moreira, diretor comercial da empresa. Além disso, o cliente tem acesso a opções de acabamento que proporcionam liberdade de opções por arquitetos e decoradores. Os fornos possuem a partir de 1300 mm de diâmetro externo, um sistema de aquecimento exclusivo e vários materiais refratários, isolantes e estruturais que proporcionam qualidade térmica e permite a substituição do forne- Divulgação Divulgação Máquinas da Compacta Pizza são uma boa opção para quem deseja abrir um novo negócio foodservicenews / 2011 45 Divulgação TECNOLOGIA UM NEGÓCIO CERTEIRO: PIZZA A IBF tem diversas opções de modelos para os empresários Divulgação Modo como os fornos da IBF são embalados e transportados 46 foodservicenews / 2011 cimento de calor, através da queima da lenha, pela queima do gás. “Seu sistema controla a temperatura desejada na operação padronizando o produto final independente do operador ou da qualidade da lenha de forma mais eficiente e ecologicamente correta”, comenta o diretor. Um outro destaque são os níveis de isolação térmica dos fornos, que suportam 1200ºC e impedem a dispersão de calor excessivo ao ambiente proporcionando mais conforto aos operadores e principalmente aos clientes do estabelecimento. A instalação do equipamento pode ser de duas formas: a montagem in loco, onde a estrutura é colocar em um local pré-determinado ou remoto que é quando o produto é montado sobre estrutura metálica, que permite sua recolocação em outro local sempre que necessário. Em relação a produção, os fornos da empresa conseguem produzir em média 6 pizzas de 35 cm de diâmetro por fornada. “O nosso produto proporciona, além de maior produtividade, maior rentabilidade e maior durabilidade. Além da possibilidade de padronização do produto final independente do fator humano que estiver operando o forno”, comenta Moreira. Para o empresário que deseja adquirir este tipo de equipamento a empresa presta uma consultoria para elaborar o melhor atendimento para a demanda. Além disso, oferece gratuitamente a criação do projeto de toda área produtiva, sempre anexa ao forno e estendemos para toda operação em caso de pizzarias. O investimento inicial gira em torno de R$ 11 mil para fornos a lenha e R$ 16 mil para modelos FLEX. Há 25 anos no mercado, a empresa atende diversos ramos do food service como restaurantes, pizzarias, padarias, supermercados, hotéis, casa de lanches e tem em sua carta de clientes marcas conhecidas como Viena, Galeto’s, Pão de Açucar, Makro, Graal, Bráz e Veridiana. Moreira destaca que a conquista do mercado se deu pelo fato de seus fornos apresentarem “maior produtividade, maior durabilidade e maior rentabilidade, não esquecendo de todo suporte técnico incluindo consultores próprios para treinamento de uso dos equipamentos e rede de assistência técnica”. • Compacta Pizza www.maquinasdepizza.com.br Fornoflex www.fornoalenha.net.br SUSTENTABILIDADE por Maria Luiza Gondim Abastecendo o futuro Empresa cria tecnologia inovadora e transforma água do mar em água potável. Este novo recurso é uma opção para atender o food service e ainda protege os recursos hídricos do planeta Q ue a água potável do mundo irá acabar, todo mundo já ouviu. Porém, poucos prestam atenção nos dados que mostram que a situação fica cada mais alarmante. Relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que mais de 1 bilhão de pessoas, o equivalente a 18% da população mundial, não possuem acesso a uma quantidade aceitável de água potável. E se o quadro continuar assim, dois terços da população do planeta em 2025 (5,5 bilhões de pessoas) poderão não ter acesso à água limpa. E a situação piora se olharmos para frente. A previsão é que em 2050, apenas um quarto da humanidade seja capaz de dispor de água para satisfazer necessidades básicas. Uma empresa brasileira se destaca em todo este cenário ao criar uma tecnologia e um produto que podem fazer toda a diferença no futuro. A companhia Aquamare desenvolveu, durante 11 anos, a tecnologia que tornou capaz a dessalinização da água do mar para consumo humano imediato e assim criou a Aqua+. O produto é composto de água do mar, purificada e adicionada de sais. Ainda pouco conhecida, a água do mar potável parte do princípio da thalassoterapia (thalassa = mar + terapia = cura), técnica antiga, mas muito difundida atualmente no Mediterrâneo, que se utiliza das virtudes marinhas para hidratar, revitalizar e reenergizar o corpo. A empresa resolveu adotar este projeto para criar um produto diferente do que era encontrado no mercado, já que, normalmente, a água do mar é usada em produtos dermatológicos. Assim, surgiu o início de uma pesquisa 48 foodservicenews / 2011 para transformar a água rica em nutriente em um produto a ser consumido e nutritivo. Rolando Viviani, diretor de marketing da empresa, explica que a água do mar é bem diferente das minerais encontradas por aí. “A água do mar é diferenciada, porque possui uma grande quantidade de macro e micro nutrientes em sua composição natural e é a única água que possui essas características. Na água mineral você encontra os nutrientes das rochas, do solo e da fonte”. A Aqua+ concentra aproximadamente 83 oligoelementos (elementos essenciais para os seres vivos). Dentre estes componentes destacam-se o cálcio, magnésio e o potássio. O diretor comenta que esses elementos essenciais são tão importantes que a Organização Mundial da Saúde(OMS) já possui estudo sobre eles. Para comercializar o produto, houve muita busca por informações nutricionais e jurídica, já que não há uma legislação nutricional que aborde este assunto. Assim, a empresa apostou no seu setor de p&d (pesquisa e desenvolvimento) para conseguir alinhar a Aqua+ com o mercado nacional. A tecnologia por trás O diretor afirma que a principal preocupação na hora de desenvolver os equipamentos, foi deixar a maior parte dos nutrientes na água após o processo de purificação. Ele comenta que no Oriente Médio é utilizado o método de dessalinização pura e simples principalmente em locais onde é difícil se encontrar água. A base pra tecnologia atual, foi deste sistema. “Refinamos o processo, para que pudesse manter a maioria dos nutrientes. Todos os equipamentos foram criados para atender este objetivo”, conta Viviani. A produção da Aqua+ inicia-se com a coleta da água em alto mar, a mais de 20 km da costa, para que a mesma tenha menos material em suspensão (material não dissolvido, encontrado na água e composto por substâncias inorgânicas e orgânicas). Quanto mais a captação for afastada da costa, mais pura e cristalina ela é, o que ajuda nos próximos processos. Após esta primeira etapa, a água é colocada em tanques para que ocorra a desinfecção, onde todos os organismos vivos são eliminados. A partir deste momento, não há mais nenhum contato com os funcionários, até o envase. A terceira etapa consiste no método chamado decantação, onde a água “descansa” e é repassada para outras caixas de armazenamento, onde passam pelo processo de pré-filtragem onde retiram-se as partículas de maior espessura. Depois destes processo, chega a fase mais importante que é a filtragem e purificação final que é baseada na osmose reverssa + anl que geram a água com os padrões de qualidade necessários para o consumo humano, de acordo com a OMS. Na penúltima fase, é adicionada bicarbonado de sódio de acordo com a legislação brasileira e por fim o envase. Todo este processo ocorre em torno três horas e é todo feita na fábrica da empresa em Bertioga, litoral Norte de São Paulo. A parte da água que não foi aproveitada na produção, é depositada de voltar no mar. Altos investimentos e grandes retornos Água vinda do mar Pré- filtragem: partículas sólidas de maior espessura são removidas por filtros Desinfecção: organismos vivos são eliminados Decantação: a água do mar descansa e é passadapara caixas secundárias Filtragem e purificação final com processo especial de osmose reversa + ANL: água com padrões de qualidade para consumo humano de acordo com o OMS Envase Adição de bicarbonato de sódio em conformidade com a legislação brasileira Fonte : Aquamare foodservicenews / 2011 49 SUSTENTABILIDADE ABASTECENDO O FUTURO Os produtos da Aqua+ possuem opções de água com e sem gás ão lgaç Divu Div ulg açã o “A água do mar é diferenciada, porque possui uma grande quantidade de macro e micro nutrientes em sua composição natural e é a única água que possui essas características” Atualmente, a Aquamare é a única empresa no mundo que detém este tipo de sistema e, também, é a única que gaseifica a água dessalinizada. Para o desenvolvimento da tecnologia houve um grande investimento. “Se você parar para pensar sobre o investimento, ele é contínuo, porque continuamos investindo. O projeto não é economicamente independente e já foram alguns milhões de dólares, pois são 11 anos de projeto”, fala o diretor. A tecnologia é tão nova e revolucionária que a empresa já despertou o interesse de multinacionais. Porém, eles buscam aprimorar a ideia, apesar de já terem o suporte para exportar a tecnologia, sendo possível acompanhar a produção em tempo real, de qualquer computador. O mercado O nicho de mercado que a empresa visa atingir é o voltado para bem-estar, pessoas que avaliam com calma o que estão consumindo, frequentam ambientes que comercializam produtos naturais e ingerem alimentos orgânicos. “Focamos no tipo de pessoas que gosta de saber o que está consumindo, que irá ler o rótulo do produto e gosta de saber os componentes. São pessoas em um outro nível de consumo”, explana Viviani. Por ter um mercado delimitado, o produto é encontrado em locais como lojas de produtos naturais, restaurantes vegetarianos e academias. A Aqua+ passou a ser comercializada este ano no Brasil, porém desde 2008 é exportada pra o os Estados Unidos. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o principal consumidor do produto é o público feminino, que acaba por influenciar os homens a consumirem um produto saudável. 50 foodservicenews / 2011 O preço do produto varia de alguns fatores como frete, o estabelecimento que vai oferecer, entre outros. Porém, o diretor afirma que a média deve ficar em torno de R$ 2,50 a R$ 4 reais, a garrafinha contendo 500 ml. Ele ainda afirma, que considera o preço, extremamente competitivo para o mercado. Sustentabilidade em toda a empresa De acordo com Viviani, a sustentabilidade é uma questão fundamental na Aquamare, sendo adotada em todos os setores da companhia. A principal ação é na hora de produzir o seu produto, já que não explora nenhum recurso hidríco. “Não tiramos água de nenhuma fonte mineral e esta é a ação mais importate em prol do meio ambiente. Nossa fonte está onde consta 97% da água do planeta”, explica o diretor. Além disso, as embalagens das garrafinhas pets possuem 30% a menos de plástico do que o normal e são 100% recicláveis. Um destaque fica para a tecnologia que está sendo desenvolvida para a utilização de energia alternativa que poderá deixar a fábrica independente de energia externa. “Ainda não sabemos se vai ser eólica, solar, entre outras. Porém, já trabalharmos na ideia. Quando essa tecnologia for evoluindo e se tornando viável comercialmente, iremos implantar em nossos equipamentos. Pois a tendência é que aqui algum tempo, produziremos nossa energia e seremos independentes”, finaliza Viviani.• Aquamare www.aquamarewater.com CAPA por Verônica de Oliveira, Jamile Hallack e Maria Luiza Gondim aMEAÇA iNVISÍVEL A manutenção da segurança de um estabelecimento de food service transcende a área da cozinha, exigindo maior cuidado do empresário em diversos itens. Novos pontos de atenção, antes sem importância, passam a ter cada vez mais prioridade nos empreendimentos. Além disso, estar atento às leis de segurança é um fator importantíssimo para proporcionar aos funcionários e clientes um ambiente seguro e agradável N o filme Inimigo Oculto, do diretor John Polson, um ex-detetive dirige um estabelecimento que está afundado em dívidas. O personagem principal se deixa seduzir por uma proposta incomum e pouco segura para ganhar dinheiro rápido. Assim como no filme, o mercado de food service está cercado de ameaças e sofrendo complicações por ausência de análise e cuidado. Muitas destas faltas são invisíveis tanto para os gestores, quanto para o cliente. Pouco se conhece sobre certificações que garantam a tranquilidade do consumidor no estabelecimento. E estes deslizes muitas vezes são responsáveis por catástrofes semelhantes àquelas que estamos presenciando nos últimos meses. No dia 13 de outubro, a explosão do restaurante Filé Carioca, localizado em uma das áreas mais movimentadas da cidade do Rio de Janeiro, se tornou o fato mais marcante e trouxe à tona um grande questionamento: como anda a questão da segurança nas quadras destes estabelecimentos? A tragédia proporcionou, pelo menos, uma resposta certeira: falta fiscalização e existem ainda empresários pouco esclarecidos com relação à segurança de seus negócios. 52 foodservicenews / 2011 O restaurante, onde houve a tragédia causada pelo vazamento do gás de cozinha (GLP), funcionava no Edifício Riqueza, na Praça Tiradentes, há três anos e, embora o condomínio tenha sido vistoriado pelo Corpo de Bombeiros, este alegou que não sabia da existência do restaurante e dos seis cilindros de gás estocados ilegalmente no subsolo. O estabelecimento já havia obtido a sua renovação junto à Prefeitura por cinco vezes, entretanto, não tinha a aprovação do Corpo de Bombeiros. De acordo com a Secretaria de Ordem Pública, até 2008, a concessão de alvarás provisórios não exigia a aprovação dos bombeiros. Em função do ocorrido, a Prefeitura do Rio publicou no Diário Oficial do dia 18 de outubro, um novo decreto que revê a concessão de alvarás de funcionamento para restaurantes. Com isso, o negócio que tiver apenas o alvará provisório, ao ser notificado, terá dez dias para regularizar a sua situação. Caso não seja apresentada a documentação devida no prazo estipulado, o estabelecimento não só terá o alvará negado, como também pagará multa e sofrerá interdição. A nova regra impõe também a obrigatoriedade do alvará a todos os estabelecimentos que produzem ou servem comida, independente do tamanho por metro Bombeiros recolhem destroços e procuram vítimas da explosão do restaurante Filé Carioca quadrado do local. Antigamente, apenas restaurantes com mais de 80m² precisavam do documento. O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) relatou, em entrevista, que a emissão do Certificado de Aprovação pela corporação depende da visita de uma equipe de vistoria que avaliará se as normas de segurança foram atendidas adequadamente. Porém, o CBMERJ destaca que o empresário não deve confundir a liberação desse certificado com o alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura, sendo este apenas um pré-requisito na obtenção do alvará. Aos empresários cabe o cumprimento das determinações do Laudo de Exigências da corporação, fundamental na liberação do seu negócio pelo CBMERJ. No que se refere às instalações de gás, o Corpo de Bombeiros se baseia nas determinações do Decreto nº 897, de 21 de setembro de 1976 do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP) e nas normas da ABNT sobre utilização e armazenamento de gás. O cumprimento dessas determinações legais leva em conta qual instalação de gás o dono do negócio deseja e, com base nessa opção, estabelecem critérios como: onde ficará localizada a bateria de gás, como será a construção de base para os cilindros, abertura de vias de ventilação, instalação de registro de emergência, entre outros. O CBMERJ adverte ainda, não só aos empresários, como também à população em geral que é preciso atentar para a qualidade da instalação e dos materiais que compõem o sistema que envolve o gás. Desde a compra de um cilindro até a instalação da canalização, é fundamental que o serviço seja feito com uma empresa credenciada e autorizada a realizar o tipo de serviço e que todas as normas sejam cumpridas a rigor. A ação invisível Casos como o citado não são novidade e gás nem sempre é o principal problema relacionado a catástrofes envolvendo a falta de segurança em alguns restaurantes. No dia 8 de novembro deste ano, uma unidade da rede b´s pegou fogo devido a um curto-circuito em uma fritadeira. Os funcionários utilizaram cinco extintores sem sucesso antes da chegada dos bombeiros. Segundo eles, o defeito no aparelho começou às 8h10m, quando ocorreu um curto-circuito, iniciando o incêndio, no momento em que a fritadeira foi abastecida com óleo. Ninguém se feriu. foodservicenews / 2011 53 A explosão no Filé Carioca deixou quatro mortos e dezessete feridos O mercadão São Braz e um grande supermercado do Estado do Rio de Janeiro passaram pela mesma situação, e o incidente aconteceu dia 22 de outubro e deixou 12 pessoas feridas. O incêndio, atingiu grandes proporções, destruindo mais da metade dos 60 boxes. O fogo, iniciado às 9h, se espalhou rápido devido ao vento. De acordo com o delegado da 35ª DP, Carlos Alberto Leite, ele esteve no local e afirmou que não houve vazamento de gás ou explosão. Vale lembrar também do restaurante Oca da Tribo. Localizado em Brasília e conhecido por ser o local escolhido para receber a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, durante a visita do presidente americano ao Brasil, o estabelecimento foi dizimado por um incêndio em apenas 20 minutos. O fogo começou em uma vegetação cerrada próxima ao local e sendo o restaurante constituído de madeira e palha, o controle do incêndio foi difícil, já que este tipo de material é altamente inflamável. O restaurante não possuía nenhuma medida de segurança para lidar com situações como esta. Um dos grandes vilões O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), cujo vazamento causou a explosão do Filé Carioca, é um dos subprodutos do petróleo, obtido através do proces- 54 foodservicenews / 2011 so em refinarias. Ele é armazenado em botijões ou tanques de aço em pressões de 6 a 8 kgf/cm². Um recipiente contém 85% de GLP, ficando 15% de espaço livre destinado à vaporização do produto. A ocorrência de acidentes se deve a dois fatores: manuseio inadequado ou excesso de pressão no enchimento. O GLP não é corrosivo, poluente ou tóxico, porém, se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico e asfixia. Assim como o gás natural, ele não possui cheiro, sendo adicionado odor próprio na refinaria, como medida de segurança. De acordo com o coronel Marco Antonio Silveira Martins, que trabalha com consultoria em prevenção e combate a incêndio, edificações localizadas no centro da cidade, onde existe gás canalizado, são terminantemente proibidas de utilizar gás engarrafado. Segundo ele, no caso da utilização de botijões, o Corpo de Bombeiros pode abrir uma exceção somente se estes forem abrigados em uma casa fora da projeção da edificação. Normas estas que não foram seguidas pelo proprietário do Filé. O coronel relata que a lei é muito clara, quando o assunto é a utilização do GLP. No Decreto 897/76, do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico – COSCIP, tendo em vista o disposto no decreto 247, de 21 de setembro de 1975, determina, no artigo 144, que “nas edificações dota- Foto: Jadson Marques/Agência Estado CAPA aMEAÇA INVISíVEL Foto: Agência O GLOBO CAPA aMEAÇA INVISíVEL O curto-circuito na frigideira de uma unidade do Bob’s no Rio de Janeiro provou o quanto a revisão de todos s equipamentos é importante das de instalações internas situadas em ruas servidas por gás canalizado não será permitida a utilização de gás em botijões ou cilindros”. No entanto, ainda existem estabelecimentos que não cumprem com a norma. Sabendo usar, que mal tem? A padaria Beira Mar, que fica em Icaraí, Niterói-RJ, tem uma trajetória de excelência ao longo dos quase 70 anos de funcionamento da casa. O estabelecimento é atendido pela Supergasbrás, que elaborou todo o sistema de fornecimento de GLP destinado a alimentar a área de produção da padaria por meio de tubulações que partem de um barril enterrado do lado de fora do imóvel. O técnico de manutenção da Beira Mar, Marcos Paulo Lucas da Costa, explicou que o GLP que sai desse tonel passa por uma torre de filtragem, onde são retiradas todas as impurezas do gás, e depois é conduzido por uma tubulação que, na parte interna, fica localizada no teto das instalações. Ainda na parte externa, um manômetro informa a pressão do gás e a quantidade de gás existente no tonel. Na parte interna do estabelecimento são 16 saídas do gás, que é distribuído para os vários setores da 56 foodservicenews / 2011 quadra da padaria, entre eles, confeitaria, salgado, cozinha central, frangueira, cozinha de carnes e massas, copa e cafeteria. O chefe de cada setor fica responsável pela averiguação do gás que abastece a sua produção. Ao final do dia – a casa funciona das 6h às 22h30 – além destes terem a responsabilidade de conferir seus pontos de alimentação de GLP, o gerente geral se encarrega de fazer uma verificação final. Segundo Marcos, a segurança é uma preocupação preponderante no negócio. A casa recebe a visita periódica do Corpo de Bombeiros para averiguação da eficiência do sistema. A Supergasbrás também tem um atendimento contínuo às necessidades da padaria, abastecendo-a de forma segura, rápida e eficiente. Conforme o técnico explicou, o seu trabalho se limita a vistoriar todos os equipamentos e fazer a troca imediata de qualquer sistema que esteja em desacordo com as normas pré-estabelecidas. Ele conta que é um procedimento usual, por exemplo, trocar uma mangueira de metal antes do tempo previsto em função de qualquer dano que ocorra. A padaria possui atualmente um quantitativo de quase 300 funcionários e um fluxo de clientes constante durante o dia inteiro. Foto: Agência O GLOBO Fogo no Bob’s foi controlado mostrando a excelência e rapidez do trabalho dos bombeiros Gás natural: o bom moço O gás natural tem se tornado uma das opções mais seguras para ser utilizada em um estabelecimento. Entre algumas características físico-químicas que conferem tal segurança, destacam-se a sua leveza (mais leve que o ar), permitindo que, em ambientes internos, ele não se acumule em regiões inferiores, sendo suficiente para garantir a sua dissipação a partir de orifícios superiores de ventilação. A inalação ou ingestão do gás natural não provoca danos à saúde, ao contrário de substâncias como monóxido de carbono (CO). No caso de combustão, é necessária uma quantidade significativa de gás natural em relação à quantidade total de ar em um ambiente, sendo a menor entre os gases combustíveis. O gás natural é de origem fóssil, podendo ser extraído do subsolo da terra, da decomposição de matéria orgânica, estando espalhado entre os extratos rochosos. Além disso, o produto é incolor, inodoro e não é tóxico. Com relação à ausência de cheiro, a CEG tem odorizado o produto como forma de possibilitar ao cliente a identificação de um possível escapamento. Além disso, a companhia trabalha junto aos seus clientes na adoção de procedi- mentos essenciais à garantia de uso seguro do seu gás. A concessionária alerta que os equipamentos a gás sejam instalados em locais onde exista constante circulação de ar. O vão das portas deve ter uma distância de 3 cm do chão, proporcionando uma abertura de, aproximadamente, 200 cm². No caso de treliças ou venezianas colocadas nas portas, estas devem ter os mesmos 200 cm². A área mínima de ventilação do basculante é de 600m². A adoção de uma chaminé, do tipo T, instalada de acordo com as normas técnicas, permite que o gás utilizado nos aquecedores e boilers circule para fora do ambiente. A revisão das instalações deve ser realizada, a cada dois anos, por um técnico habilitado da CEG. De acordo com o Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (SindRio), baseado em dados do Ministério do Trabalho e Emprego, de 2010, o município do Rio de Janeiro conta com 700 meios de hospedagem (hotéis, albergues, pousadas e motéis) e 8.100 restaurantes, bares, lanchonetes e outros estabelecimentos de alimentação. Porém, a entidade não soube precisar quantos ainda utilizam GLP. Mas é possível saber quantos utilizam o gás natural. A CEG Rio, através de sua assessoria de imprensa, informou que, atualmente, existem foodservicenews / 2011 57 CAPA aMEAÇA INVISíVEL Michelle Obama discursa no Oca da Tribo durante visita do presidente americano ao Brasil meses antes dele pegar fogo 10.477 estabelecimentos na região metropolitana que utilizam o gás natural, enquanto, no interior, são 266. No entanto, esse quantitativo não é segmentado, englobando vários tipos de negócios, tais como, padarias, lavanderias e até hospitais. Um dado levantado pela assessoria de comunicação da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural(ABEGÁS), em setembro deste ano, revela que a região Sudeste é a que mais consome gás natural no país, com 32,5 milhões de metros cúbicos consumidos por dia. Os fatores que têm atraído os empresários na total adequação de seu estabelecimento à utilização do gás natural são segurança na utilização dessa fonte de energia, com baixos índices de mortes e acidentes, e a facilidade no manuseio, conforme ressaltado nos depoimentos de empresários ainda nesta matéria. Por conseguinte, o setor comercial tem representado uma fatia relevante no número de clientes do gás natural, respondendo por um consumo 7,95% superior ao mesmo período de 2010. O segmento residencial registrou um aumento de 11,41% ao longo desse mesmo período. A despeito dos estabelecimentos que utilizam o GLP ou gás natural, ainda existem empresários que optam por outra fonte, a energia elétrica. Neste caso, todos os equipamentos necessários à produção são alimentados por esse tipo de energia. E o mocinho conquista A proprietária do restaurante Miletto, Ana Paula Belke, conta que há seis anos, quando adquiriu o estabelecimento, localizado na rua da Alfândega, no Centro do Rio, este já possuía gás natural. Porém, manteve o negócio fechado durante um mês e fez toda a substituição da tubulação, que já estava antiga, a fim de oferecer maior segurança aos seus funcionários e clientes. Ela conta com algumas medidas de segurança que foram operadas pela concessionária no momento da obra, tais como, a exigência de uma grande janela de circulação para escoar um possível escapamento de gás. Além disso, o tubo de cobre que alimenta todo o estabelecimento é de uma polegada. Ela relata que, ao longo desse tempo, nunca teve nenhum problema com o gás natural. Contudo, sabe da necessidade de se adotar medidas de segurança, tais como, a verificação diária dos registros existentes para cada aparelho e do registro geral que fica localizado no salão. As instalações são novas e não possuem nenhuma emenda até chegar ao medidor. O cuidado periódico com as mangueiras de cobre é outra medida adotada pela empresária, que preza pela segurança de seus 20 funcionários, distribuídos entre a área de produção e atendimento. A única ressalva de Ana Paula é quanto ao custo do gás natural. Com funcionamento das 7h às 15h30, o gasto mensal do estabelecimento é de 625m³, sendo que o metro cúbico tem um custo de R$ 3,59. Ela 58 foodservicenews / 2011 Foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press. aventa a possibilidade do GLP ser mais em conta para o seu negócio, porém, não abre mão da questão da segurança, sobretudo, quando pensa no manejo dos botijões e do uso de válvulas que trazem maior vulnerabilidade no dia a dia do estabelecimento. Outro restaurante que tem essa preocupação constante com o bem-estar de seus funcionários e clientes é o Fazendola, localizado em Ipanema, bairro nobre da cidade do Rio de Janeiro. Há 14 anos em funcionamento, o estabelecimento utiliza gás natural e tem uma preocupação constante em manter, rigorosamente em dia, toda a documentação junto ao Corpo de Bombeiros, que, periodicamente, faz uma inspeção preventiva em toda instalação, a cada três meses. O gerente do Fazendola, Moacir Bueno de Castro, conta que adotou rotinas de inspeção diária, antes e após o fechamento da casa. Qualquer anormalidade é registrada no livro de ocorrências, o que facilita o acompanhamento da situação do restaurante pelas pessoas responsáveis. De acordo com Moacir, essa checagem constante é um procedimento necessário como forma de preservar a credibilidade do negócio. A cozinha do Fazendola é localizada na parte superior da edificação, porém, todo o encanamento fica instalado na parte externa do imóvel. A orientação é de que essa instalação seja trocada de três a cinco anos, de acordo com as especificações do fabricante que são seguidas à risca pelos sócios-proprietários. As churrasqueiras do restaurante são checadas constantemente, sobretudo, no que se refere aos seus cabos de conexão, que devem estar sempre funcionando dentro do previsto. O cozinheiro chefe do Porto Saúde, restaurante localizado no bairro da Saúde, no Centro do Rio, Anderson Ferreira da Silva, destacou outra vantagem do gás natural: a melhor cocção dos alimentos. “O gás natural torna o cozimento dos alimentos mais rápido devido à pressão nas suas válvulas”, afirma. De acordo com o contador do restaurante, em funcionamento desde agosto de 97, Osvaldo Coutinho da Silva, além de ser mais seguro que o GLP, o gás natural oferece uma maior facilidade na sua utilização, sem a necessidade de ter de manejá-lo. A única preocupação constante dos responsáveis pela casa é fechar o registro geral no momento de fechamento do estabelecimento. A manutenção dos fios e disjuntores é frequente, já que, na área de produção, o forno e a fritadeira são elétricos, enquanto o fogão, a chapa e o aquecedor são alimentados pelo gás. Esta é apenas uma pequena demonstração de que o senso de responsabilidade e respeito àqueles que frequentam o negócio, seja ele de qualquer porte ou classe social, cabe ao empresário. Existem sim, donos de estabelecimento que primam pela segurança em todos os sentidos e estão cientes da parcela de contribuição que dão à sociedade, possibilitando instalações não só seguras, no que tange à utilização de equipamentos que devem ser permanentemente vistoriados, como oferecendo um alimento saudável quanto às Boas Práticas de Fabricação. foodservicenews / 2011 59 Foto: Gustavo Moreno/CB/D.A Press. CAPA aMEAÇA INVISíVEL O planejamento da estrutura do restaurante é de extrema importância. No Oca da Tribo este fator foi decisivo para levar o restaurante a destruição O fato implica na relevância do constante estado de alerta que deve existir não só da parte dos empresários, como também das autoridades. Recentemente, em São Paulo, técnicos interditaram o Shopping Center Norte devido à existência de gás metano acima do permitido no terreno. O shopping entrou na lista de Áreas Contaminadas Críticas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pagará uma multa de R$ 2 milhões por descumprimento da Lei de Crimes Ambientais. Historicamente, esse problema é explicado devido o empreendimento estar localizado em uma área que, no passado, era destinada ao lixão. O material em decomposição produz gás metano, o que pode levar ao risco de ocorrência de explosões no local. • 60 foodservicenews / 2011 Prefeitura Rio de Janeiro www.rio.rj.gov.br Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro www.cbmerj.rj.gov.br Padaria Beira Mar www.bmar.com.br Supergasbras www.supergasbras.com.br SindiRio www.sindrio.com.br Restaurante Fazedola www.fazendola.com.br Bob’s www.bobs.com.br TUDO A VER por Maria Luiza Gondim Ao lado da pista de dança Casas de show e boates oferecem pratos elaborados e espaços gourmets para seus clientes que não dispensam uma boa refeição, mesmo que seja durante a balada N inguém dispensa um bom happy hour com os amigos, uma noite de sábado embalada ao som de boa banda ou muita dança motivada pelas batidas de um DJ. E para melhorar ou finalizar a noite, nada como uma boa refeição. Neste cenário, os empresários do ramo de food service vislumbraram uma boa oportunidade de negócio para aumentar seus lucros, oferecendo uma balada e diversidade de opções para a alimentação. Rhino Pub Para aqueles que desejam um bom jantar e uma música animada na capital paulista, basta ir até o Rhino Pub. Inspirado nas famosas casas inglesas, o local conta com o palco para os shows e uma chef renomada na cozinha. Assim, o estabelecimento não chama só atenção pelas diversas atrações de rock que acontecem durante a semana, mas também pelo cardápio bem elaborado. “Contratamos uma chef para modernizar os pratos da casa e fugir do conceito de petisco tradicional brasileiro, como é servido nos botecos. Queríamos servir comidas mais leves, menos frituras e mais assados”, conta Leandro Paranhos, gerente do estabelecimento. Ao trazer o conceito inglês para o Brasil, o Rhino também trouxe a ideia disseminada no exterior, de que um pub muitas vezes é um bom lugar para se fazer uma refeição. O pub oferece três tipos de cardápio, o de drinks, o de Appetirzes e o Special Menu. O primeiro engloba as bebidas da casa e destaca-se pelo número de rótulos de cervejas internacionais, whisky, entre outros. Já entre os aperitivos (Appertizes) a atenção volta-se para o chamado 4*4*U*(four for you) que é composto por quatro tipos de petiscos: tirinhas de frango empanado com coco ralado, batata com queijo cheddar, bacon e cebolinha, cubinhos de queijo coalhado grelhado com melado 88 foodservicenews / 2011 e alecrim e, por fim, tubinhos de polenta recheados com catupiry servidos com crocantes de parmesão e mix de cogumelos. O Special Menu é para quem deseja uma refeição completa, e conta com opções de entradas, peixes, carnes, massas, risotos e sobremesas. Dentre todo este universo, o prato mais pedido é a famosa batata inglesa, que consiste em uma generosa porção de batata frita com um corte especial e temperada com alho. Diferente da batata francesa, não é em formato de palito, podendo ser consumida com casca ou sem. A média de valor dos pratos, no pub, gira em torno de R$ 25. O gerente acredita que o cardápio atrai clientes tanto quanto os shows da casa e que isto é um diferencial do estabelecimento. “O cliente encontra pratos diferentes como peixe branco com batata e asinhas e coxinhas de frango apimentadas, que são tradicionais da culinária inglesa. E também chamamos a atenção por possuir um cardápio de finger food e um de refeições completas. Assim, atendemos a todos os gostos”, diz. Além disso, ele destaca que ao oferecer uma opção elaborada durante o show, o empreendimento consegue atender o cliente plenamente, já que o mesmo fica no local por muito tempo, o que gera a abertura de apetite. O Rhino Pub recebe em torno de 600 pessoas por semana e seu ápice de pedidos é entre meia noite e 2 horas da manhã, quando o show está no começo, porém com o passar da noite o consumo diminuí consideravelmente. Para manter o número de vendas foi elaborada uma promoção. “Em São Paulo, depois de uma balada as pessoas vão a lanchonetes 24h para se alimentar. Então, para ganharmos público neste horário, criamos uma promoção que é anunciada pela banda, onde reduzimos o preço de um sanduíche e com uma bebida de acompanhamento. Isso deu uma guinada em nossas vendas”, diz o gerente. Para atender a demanda, a cozinha foi planejada e conta com cinco cozinheiros, além da chef Bia Sena, que possui em seu currículo passagem por restaurantes de renome como D.O.M, Maní e Capim Santo. Na Mata Café Inaugurado em 2000, o Na Mata Café, localizado no bairro Itaim Bibi e possui como conceito ser um espaço onde restaurante, bar e badala se misturam em diversos ambientes. O foco no espaço gourmet é atual, como explica o chef responsável pelo estabelecimento, Léo Araújo. “O espaço gourmet foi pensado desde a inauguração, porém só agora ele tem recebido mais atenção. Ele ganhou mesas melhores, uma parte com sofás que transformou o ambiente em um lugar mais aconchegante”,diz. O cardápio é voltado para a culinária contemporânea e conta com colaborações da chef Helena Rizzo e a banqueteira Patricia Li, e claro, tem toques do chef no comando do estabelecimento. Como destaque do restaurante, podemos citar a Salada Crocante (mel, rúcula, tomate, pepino, erva doce e grãos), o Espaguete Na Mata Café, finalizado na roda de parmesão com fa- tias de presunto e o Frango Tailandês, (frango marinado com leite de coco, pimenta, coentro e servido com arroz de jasmin). Assim como Rhino, o Na Mata Café oferece opções de aperitivos, refeições completas e lanches. O preço médio dos pratos é de R$ 31,90 a R$ 59,70, as sobremesas R$ 7,90 a R$ 16,80 e a água gira em torno de R$ 5,00 a R$ 9,00. Na carta de bebidas destacam-se as variações feitas à base de Amarula e os coquetéis, tendo um com o nome do próprio estabelecimento. O chef comenta que o movimento no restaurante é alto antes dos shows e que muitas pessoas optam por jantar antes de partirem para a pista de dança. “As pessoas ficam tomando uma cerveja, um chopp, pedem um petisco e depois vão para o outro ambiente. Durante os shows há muita saída de lanches, como sanduíches e porções”, afirma Araújo. Ele acredita que esta junção de espaço musical e alimentação é um grande diferencial. “O Na Mata Café é um espaço onde a pessoa pode almoçar ou jantar e depois ir para uma boa balada. E o nosso diferencial é oferecer todas essas possibilidades em um lugar só”. Além do cardápio, como não poderia deixar de ser, a casa é conhecida pelos grandes shows e pela variedade musical que passa pelo pop, rock, samba-rock, MPB/ foodservicenews / 2010 89 No Celtic Irish Pub é possível ter contato com a culinária irlandesa, tomar cervejas importadas e ouvir uma boa banda de rock black e eletrônico, atraindo os mais diversos público. “Dependendo do show vem pessoas de vários lugares. Uma vez tivemos um show do Ney Matogrosso e a casa recebeu pessoas de diversos estados. Isso é algo bem legal”, conta Araújo. Para quem deseja aproveitar a noite, mas sem toda agitação o Na Mata também é uma boa opção, já que sua parte de restaurante fica isolada da pista de dança. Durante a semana, a cozinha funciona até 2:30 da manhã, pois a programação tende a começar um pouco mais cedo. Nos finais de semana o horário se estende e vai até as 4 horas da manhã. A média de preços no Celtic gira em torno de R$ 35. Inaugurado há pouco tempo, o empreendimento anda surpreendendo os seus sócios. “A venda de pratos em nosso bar está superando todas as expectativas. Além disso, a nossa venda de petisco é algo significante também”, comenta Machado. O chef ainda ressalta que os pratos são um diferencial da casa, já que as pessoas optam mais por assistir os shows, que são normalmente de pop/rock, sentados em mesas. “Atraímos o público pelo conjunto que oferecemos. Tanto o show quanto a cozinha é algo que chama atenção. É a programação completa para uma boa noite de diversão”, finaliza Machado. Inspiração irlandesa Cafe de la Musique Em Belo Horizonte, um lugar chama a atenção pela animação, música e cardápio com itens tipicamente irlandêses. O Celtic Irsh Pub foi pensado para trazer ao cliente a sensação de estar em um bar do país europeu. “O espaço foi todo pensando em uma forma de aludir aos pubs irlandeses desde a sua estrutura até o cardápio. E como sou chef de cozinha, gostaria de elaborar um espaço onde a pessoa tomasse uma cerveja de qualidade em um ambiente bacana e com um bom som. Um ambiente alegre como acontece na Irlanda”, conta Humberto Dornas Machado, sócio e chef do Celtic. Para acompanhar as cervejas internacionais que são o grande forte da casa, o cardápio vem com diversas opções de petiscos, sanduíches, saladas e pratos. O destaque fica com uma receita de criação do chef da casa: a Barbecue Ribs, que consiste em costelas ao molho barbecue e que tem como acompanhamento batatas fritas. Porém, não se pode esquecer de pratos como Boxty (panqueca irlandesa de batata recheada com filé e cogumelos) ou o Prime Lamb (carré de cordeiro ao molho especial, com arroz, legumes, champ ou salada). Uma rede de dinners clubs que é referência no conceito balada e food service é o Cafe de la Musique. Ele traz em seu menu pratos internacionais com opções de entradas frias e quentes, massas, carnes, risotos, peixes, entre outros. De acordo com a assessoria de imprensa do estabelecimento, o objetivo dos pratos voltados para a alta gastronomia é “oferecer uma experiência inesquecível ao paladar de cada cliente”. O ambiente do lugar compreende três características: moda, música e gastronomia. A moda fica por conta da decoração do ambiente, a música é feita por diversos Dj´s nacionais e internacionais e a comida é servida em um sofisticado e confortável salão. • 90 foodservicenews / 2011 Cafe de la Musique www.cafedelamusique.com.br Rhino Pub www.rhinopub.com.br Celtic www.celticpub.com.br Na Mata Café www.namata.com.br Foto: Sarah Torres TUDO A VER AO LADO DA PISTA DE DANÇA Divulgação EVENTO I por Maria Luiza Gondim Colocando as tendências na mesa Equipotel debate tendências do mercado de hotelaria e food service Eventos debatem hotelaria, gastronomia e food service mostrando o bom momento da economia e as oportunidades para se investir em negócios E ntre os dias 12 a 15 de setembro, São Paulo sediou a 49ª Equipotel, maior feira de hotelaria e gastronomia da América Latina, realizada no Parque Anhembi. Com o objetivo de trocar experiências, apresentar novidades, tendências, serviços e inovações tecnológicas, a feira reuniu quase 50 mil visitantes entre empresários, compradores e funcionários das empresas dos segmentos. A edição 2011 apresentou um crescimento, se comprado com a edição anterior, de 13% em área construída e 6% de expositores chegando a 1.600. “O Grupo Equipotel tem como marca a persistência na busca de oferecer o melhor. Trazemos a moderna linguagem de fazer feiras, estando sempre um passo a frente para oferecer o que será tendência no futuro”, diz Katia Castro, diretora superitendente do Grupo Equipotel. O evento promoveu negócios imediatos e também engatilhou acordos que podem gerar até R$ 3,8 bilhões, nos próximos 12 meses. Uma empresa que conseguiu bons resultados na feira foi a Coldmix, que alcançou em torno de R$ 800 mil com a venda de máquinas de gelo, de lavar louça e resfriadores. Marcelo Leite, diretor comercial da empresa comentou que “a edição 2011 foi 100% melhor, tanto em negociação quanto na qualificação dos visitantes”. 92 foodservicenews / 2011 A feira se antecipou e apresentou alternativas para melhorar e criar novos negócios, além de apresentar oportunidades que surgirão com a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O estande da Prática e Klimaquip foi um dos que mais se destacou oferecendo palestras com foco em técnica e tecnologia, tempo, qualidade e produção. Entre os palestrantes estavam o chef Luiz Farias, especializado em confeitaria que abordou temas relacionados às tendências e conceitos de sobremesas, o chef boulanger Rogério Shimura que apresentou técnicas, segredos e tecnologias para panificação e o Chef Cleber Penha que ministrou a “Smart System - O segredo da produção antecipada - Ideal para qualquer projeto de food service”. Um outro ponto de destaque ficou para a participação de empresas internacionais que podem se transformar em futuras parceiras das nacionais. Um exemplo é a Ubifance que apresentou sete companhias francesas e mostrou o que há de melhor em tecnologia e tradição no ramo de gastronomia e hotelaria. A Equipotel recebeu, também, vistantes estrangeiros dos Estados Unidos, Itália, Espanha, China, França, Argentina, Portugal, Chile e Angola. EVENTO I COLOCANDO AS TENDÊNCIAS NA MESA Outro espaço Simultaneamente a feira, foi realizada a 5ª Equipotel Food&Drinks que reuniu os lançamentos e novidades relacionadas a alimentos e bebidas para o setor de food service. Juntando fornecedores de todos os níveis, o espaço possuía uma área de 2.500 m² e apresentou as tendências de um mercado em plena ascensão. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia) revelam que o setor de alimentação fora do lar representa 30% das vendas de alimentos no Brasil e cresce a uma média de 12% todos os anos. O espaço contou, também, com a Arena Gastronômica que demonstrou novas técnicas, ingredientes e serviços. Com quatro ambientes distintos, a Arena trouxe diversos nomes reconhecidos nas cozinhas e bares de todo o país para passar dicas aos participantes. No palco principal foram realizadas aulas-show com diversos estilos culinários e apresentaram receitas da cozinha brasileira contemporânea. Rosele Tejada, André Berti e Marcos Livi foram algum dos nomes que se apresentaram. Um ponto alto da Arena foi uma oficina inusitada sobre esculturas em alimentos. Outro destaque fica com o Drink-Show que contou com os principais bartenders do país para demonstrarem como são feitos diversos drinks brasileiros. O evento também promoveu o Campeonato de Long Drinks Cachaça que Divulgação Grandes empresas ocuparam o local do evento 94 foodservicenews / 2011 teve como vencedor André Amuri, do Virtual Bartenders. Juntamento com a feira, aconteceu a 6ª Equipotel Conference que reuniu profissionais e especialistas para debater acerca do segmento de hotelaria, gastronomia e food service. Apresentando um novo formato, o espaço sediou quatro workshops: Excelência em Serviços, Gestão, Governança e Gastronomia, além de três fóruns: Arquitetura Sustentável e Acessível, Administração de Spas e Investimentos -, realizados em parceria com renomadas companhias, como a Universidade Estácio, ABC Spas, HotelInvest, Instituto Brasil Acessível, Sistema Ambiental, Mapie e, mais uma vez, a Associação Brasileira de Governantas e Profissionais da Hotelaria (ABG). Congresso Abia Outro evento que chamou a atenção dos empresários do ramo de alimentação fora do lar, foi o 4º Congresso Internacional de Food Service realizado pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação(Abia), no dia 15 de setembro, no Centro Universitário SENAC. O evento reuniu empresários, estudantes e profissionais da área que debateram sobre o mercado que cresce acima da taxa da economia brasileira, por conta dos novos hábitos dos consumidores. A programação contou com diversos profissionais renomados, tendo como destaque Mario Sérgio Cortella, Divulgação Divulgação Divulgação Divulgação Congresso da ABIA reúne empresários e estudantes interessados no segmento de food service sócio diretor da Ferraz & Cortella Consultoria Ltda, que abordou os aspectos sobre visão e posição das empresas do mercado e como você deve estar atento e não deixar sua “mente” no passado. Outro palestrante foi Marcos Gouvêa, diretor geral da GS&MD, que comentou sobre as tendências das franquias de alimentação tanto no Brasil, como no resto do mundo, entre outros. Durante o evento, a Abia apresentou dados que demonstram o quanto o mercado de food service cresceu em 2010 e alcançou o melhor desempenho dos últimos dez anos no Brasil com crescimento de 16,5%, atingindo R$ 185 bilhões de faturamento. Além disso, ajudou na geração de empregos apresentando um aumento de 4,7% no número de contratações formais do setor, em comparação a 2009, com 73 mil novos empregados. Eduardo Klots, presidente da Abia comentou que a perspectiva para 2011 é manter o crescimento e fechar o ano em alta performance. “O desempenho do setor permanece consistente e os resultados alcançados até o momento nos levam a acreditar num crescimento entre 15% e 16%, o que resultaria em um aumento de cerca de 6% na abertura de novos postos de trabalho”, estima. Para Jean Louis Gallego, coordenador do Departamen- to de Food Service da Abia, os fatores para que o setor alcance números tão expressivos foram a mudança de hábitos alimentares, a forte presença das mulheres e jovens no mercado de trabalho e a expansão da classe C. “Atualmente, mais de 30% das refeições dos brasileiros são feitas fora do lar. O aumento da renda e da geração de empregos reduziu o tempo de permanência das pessoas em suas casas e aumentou a necessidade e o interesse pela alimentação nos mais de 1,4 milhão de estabelecimentos espalhados pelo País”, explica Gallego. Outros dados apresentados no congresso mostram que o Food Service expandiu 235,1%, movimentando estimados R$ 1.093 trilhão. Além disso, o setor impactou positivamente na indústria fabricante de alimentos, que nos últimos 10 anos incrementou seu faturamento em R$ 532,9 bilhões em vendas de ingredientes ao mercado de alimentação fora do lar. • Equipotel www.equipotel.com.br Abia www.abia.org.br foodservicenews / 2011 95 EVENTO II por Maria Luiza Gondim Food in Rio Festival de música foi a grande atração do ano no Brasil e ofereceu aos empresários de food service uma boa opção de fortalecer sua marca e a relação com os consumidores, além de alcançar grandes lucros E m 2011, a Copo da Mundo ganhou destaque, porém um festival de música foi o evento que mais atraiu os olhares da população mundial para o país, e também o de muitos empresários e investidores. O Rock in Rio, voltou à sua cidade e país de origem trazendo grandes nomes do cenário musical e grandes oportunidades de negócios. O segmento de food service foi um dos que mais se destacou durante os sete dias embalados por melodias que iam do pop para o rock. Foram criados lanchonetes completas, cardápios e estruturas exclusivas para o público de plantão que, de tempos em tempos, tinha que fazer uma parada para se alimentar e recuperar as energias para aguentar a maratona de 12 horas de shows. Batendo recordes O Bob´s, uma das grandes marcas do país, conseguiu o seu lugar reservado no Rock in Rio. A presença no evento rendeu à rede o recorde mundial de vendas de hambúr- 96 foodservicenews / 2011 gueres em festivais de música, servindo 448 mil unidades do produto, considerando os sete dias em que os shows aconteceram. Além disso, foram consumidos 18 mil sanduíches de pasta e 785.800 mil copos de bebida. Até então, o maior número era da primeira edição do festival, em 1985, quando foram vendidos 58.175 mil hambúrgueres. Foram elaborados seis pontos de venda padronizados, espalhados pela Cidade do Rock, onde era possível encontrar um cardápio criado para o festival, além de contar com vendedores ambulantes que vendiam bebidas. Para dar conta da demanda, inicialmente, foram mobilizados 2 mil funcionários da rede e contratados mais de mil empregados temporários. Porém, esta quantidade de pessoas não foi o suficiente e na segunda semana 25% do quadro efetivo de funcionários foi direcionado para trabalhar no evento. “O sucesso das vendas comprovou a força de nossa marca junto aos jovens. Falamos diretamente com o nosso target e consideramos a nossa participação muito acertada nesse super evento”, afirma Marcello Farreln, diretor da marca. Sanduíche presente no cardápio do Bob’s durante o Rock in Rio Divulgação e c i v r e S d o o F Buscando manter o conceito de fast food, o Bob´s inovou e levou para as suas lanchonetes itinerantes, sanduíches pré-preparados, para manter a operação de atendimento mais ágil. O cardápio, presente no festival, incluía seis tipos de sanduíches (Big Rock, Cheese Picanha, Cheeseburger Duplo, Cheeseburger, Salada de Frango e Atum), chopp, refrigerante, suco, água, mate, energético e milk shake. O grande destaque fica com o Big Rock, foi criado exclusivamente para o Rock in Rio, sendo feito de hambúrguer, cream cheese e pão duplo. Com o grande número de vendas do sanduíche, a rede cogita incluí-lo nas opções do cardápio de toda a rede de forma permanente. Um outro estado que comemorou a participação da marca no evento, foi Minas Gerais que alcançou altos números de vendas da promoção Rock in Rio, que consistia em um kit composto por um sanduíche Pop Rock, Rock Grill, Big Bob ou Picanha, refrigerante e batata frita. Na compra da promoção, você ganhava uma squeeze em formato de guitarra exclusiva do festival. Só na capital mineira, foram vendidos 9,5 mil kits, entre as 18 lojas funcionando atualmente. A opção saudável Já com um pouco de experiência em grandes eventos, a rede Bibi Sucos também marcou presença no famoso festival de rock. “O objetivo em participar do evento é visibilidade da marca, divulgação. O Rock in Rio é um evento de grande porte, com muita qualidade, onde estavam reunidas pessoas de todo o país. Nossa ideia foi divulgar o Bibi Sucos”, comenta Sérgio Rodrigues, sócio do Bibi Sucos. O convite para integrar a área de food service do festival aconteceu após a participação da rede, no evento esportivo Nike 6.0. No Rock in Rio, 40 funcionários da Bibi Sucos trabalhavam e dois containers que continham os produtos que foram servidos, compunham uma parte da estrutura da rede. Além disso, um caminhão refrigerado ficou localizado perto da Cidade Rock, no Rio Centro, para dar suporte e durante todos os dias, entregou alimentos, para que ficasse tudo sempre fresco. Foram feitas algumas alterações no modo de servir alguns produtos, como os sanduíches, por exemplo. Nas lojas, normalmente eles são feitos na chapa, porém no evento tudo foi elaborado em um forno combinado. A empresa não alterou seus preços para o Rock in Rio, somente reduziu o número de opções e começou a fornecer combos. Os preços variavam em torno de R$ 6 a R$29 e tinha opções como sanduíche de peru defumado, ricota com cenoura, açaí, mate e claro, diversos sabores de suco. A Bibi não quis revelar os valores de rendimento, pós evento. Porém, comentou um pouco sobre as expectativas de venda. “É difícil mensurar porque teremos vários produtos. Mas, para exemplificar, estamos pre- parados para vender entre 10 e 15 mil unidades de açaí durante o Rock in Rio”, finaliza Rodrigues. Muito acima da expectativa A rede DoggiS, maior empresa de hot dog da América Latina, obteve um resultado muito acima do esperado, ao participar do Rock in Rio. As vendas ficaram 80% acima da expectativa, sendo consumidas 20 toneladas de pão, 17 toneladas de molho e quase 43 toneladas de salsicha. Do seu carro-chefe foram vendidas 50 mil unidades. “Estamos muito satisfeitos com o resultado. O público adorou o nosso produto e conseguimos expor a marca de uma forma muito positiva. A operação foi um grande sucesso”, conta Flavio Maia, diretor executivo da marca. Como estrutura, a rede contou com dois pontos de venda e vendedores ambulantes que circularam por toda a área da Cidade do Rock, vendendo bebidas e cachorro-quente. Foram mobilizado 200 profissionais, incluindo 100 temporários, contratados exclusivamente para o evento. O cardápio da rede para o festival contava com novidades criadas especialmente para a ocasião, como o sanduíche Rock Doggis, composto de pão, salsicha, tomate, Foto: Fernando Mafra EVENTO II FOOD IN RIO Bibi Sucos oferece opção saudável ao público do evento 98 foodservicenews / 2011 molho barcecue e cebola crocante. Assim como no Bob´s, a aceitação do produto foi tão grande, que a empresa deverá incorporar o item no menu das unidades da rede. Além desta opção, o cliente ainda podia escolher pelo hot dog Clássico, Tradicional, chopp, refrigerante, água, mate e energético. Para possibilitar uma refeição completa, a empresa também lançou no evento, Super Oferta Rock Doggis que inclui combos com três, quatro e até cinco itens do menu. Foto: Bela Cardim Uma opção carioca O Botequim Informal já participou de outros eventos de grande porte e foi convidado para participar do festival, como um representante carioca dentre as outras opções. “Nossa participação visava a aproximação com nossos clientes, além de levar uma opção bem carioca para o evento”, conta Mariano Ferreira, sócio da rede. A empresa investiu R$ 1 milhão no projeto, entre aluguel de espaço, estrutura e produtos. A marca ofereceu um cardápio especial criado para os consumidores do festival. O diferencial da marca foi oferecer pratos, ao invés de lanches, visando dar ao cliente opções de refeições com “sustância”. Assim foram criados pratinhos especiais, contendo o picadinho e o escondidinho de carne seca. “Além dos pratinhos, servimos a coxinha de galinha e o bolinho de carne-seca, salgados de grande sucesso nas nossas lojas. Todos os nossos produtos foram produzidos artesanalmente na nossa fábrica, mantendo o máximo de cuidado com o nosso padrão”, diz Ferreira. Era possível encontrar nos pontos de vendas do Botequim também, opções de bebida como chopp Heineken, Coca-Cola, Mate e água. Para facilitar, os pratos foram servidos em uma embalagem diferenciada chamada New Era, que é capaz de manter a temperatura e qualidade do produto por mais tempo. Já os salgados ganharam saquinhos específicos, para facilitar o manuseio do cliente e continham uma logomarca especial, criada para o evento. Os preços foram estabelecidos assim: pratos custavam R$ 12 e os salgados R$ 4. • Rock In Rio www.rockinrio.com.br Botequim Informal monta fachada para seu estabelecimento no Rock in Rio Bob´s www.bobs.com.br Bibi Sucos www.bibisucos.com.br DoggiS www.doggis.com.br Botequim Informal www.botequiminformal.com.br foodservicenews / 2011 99 QUENTE E FRIO da Redação FRANQUIAS O setor de franquias aproveita o bom momento da economia e acredita que terá um faturamento 15% maior do que o atingido em 2010, ficando em torno de R$ 86 bilhões. A variedade de marcas também cresceu e chegou a 2 mil, representando um crescimento de 10% em relação ao ano passado. Azeite Acaba de chegar ao mercado o primeiro azeite extraído e envasado no Brasil. Intitulado de Olivas do Sul, o produto foi criado em uma propriedade rural, em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul. Atualmente, o país é 100% importador do produto e com a iniciativa, especialistas acreditam que em 20 anos ele será capaz de suprir o mercado interno. PADARIA GIGANTE Uma padaria gigante de 900 metros, com mais de 16 mil toneladas em equipamentos pode colocar o Brasil no Guinness Book. O projeto foi criado para o congresso CONGREPAN e tem como objetivo mostrar o funcionamento de um empreendimento moderno, que segue as novas tendências, tecnologias e novidades do mercado. MUNDO VERDE A Mundo Verde, empresa especializada em produtos naturais, entrou para o ramo das redes de fast food saudável e inaugurou a marca Verdano Fresh Food. A companhia pretende inaugurar 20 unidades até o final de 2012 e para isso vai investir R$ 10 milhões. 100 foodservicenews / 2011 LUCROS E BOLSA Estudos realizados pela consultoria Economatica mostraram que as empresas brasileiras listadas em bolsa, poderão sofrer uma queda de 59,5% no terceiro semestre do ano, devido à valorização do dólar. Em valores, esta perda gira em torno de US$ 153,5 bilhões (cerca de R$ 290 bilhões). FEBRE AFTOSA A empresa de proteína animal, Minerva, que atua também no Brasil paralisou suas operações de abate no Paraguai, devido a ocorrência de febre aftosa encontrada no país. Em um comunicado, a empresa afirma que suspenderá as operações até que a situação se normalize. A unidade, localizada em Assunção, tem tem capacidade para abater 700 cabeças de gado por dia. SAÍDA O chef Paulo Barros anunciou sua saída do premiado restaurante Due Cuochi, após seis anos no comando. Ele fundou o estabelecimento juntamente com Ida Maria e agora pretende investir em seus novos empreendimentos: o restaurante Italy e trattoria e rotisseria Girarrosto (prevista para inaugurar em dezembro) FRANGO Analistas americanos comentaram que a demanda por frango anda baixa em restaurantes e na indústria alimentar, ganhando força em lojas de conveniências. Eles afirmam que este cenário se deve pela fraca demanda do consumidor e estoques elevados. foodservicenews / 2011 101