Entrevista com António Mantas - Associação Nacional de Criadores
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Entrevista com António Mantas - Associação Nacional de Criadores
avicultura em notícia Janeiro | Fevereiro | Março 2005 SOCAMPESTRE associação nacional de criadores de aves campestres Modo de Produção Biológico Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas visita associados da Socampestre Entrevista com António Mantas - Sativa e Pedro Couceiro - desportista nº 04 Janeiro | Fevereiro | Março 2005 avicultura em notícia Janeiro | Fevereiro | Março 2005 SOCAMPESTRE associação nacional de criadores de aves campestres Sumário nº 04 5 Editorial Sector Avícola 6 8 14 15 17 O que é a Agricultura Biológica? Modo de Produção Biológico (MPB) Aplicado a Frangos de Carne MPB – Requisitos Específicos da Unidade de Produção MPB – Importância da Água na Alimentação Animal Inovação e Qualidade nos Produtos Avícolas Nacionais Notícias do Sector 20 Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas visita associados da Socampestre 24 Socampestre participa na Feira Terra Sã, Lisboa 2004 26 Socampestre em 2004 Legislação Nacional e Comunitária 29 Legislação Nacional / Legislação Comunitária 31 Especial Rastreabilidade Entrevista com 34 António Mantas – Sativa – Entidade de controlo e certificação de Agricultura Biológica 38 Pedro Couceiro – Um piloto "biológico" Voz Rural 40 Valorizar as Pessoas e a nossa Terra Agenda 42 Calendário de actividades e formação avícola 2005 Culinária 44 Receitas de Frango de Agricultura Biológica Interaves Ficha Técnica Propriedade: Socampestre – Associação Nacional de Criadores de Aves Campestres · Quinta da Venda – Marés, 2584-958 Abrigada Tel.: 263 798 008 Fax: 263 798 016 E-mail: [email protected] Direcção: Júlio Osório/Susana Vitorino Concepção: TerraDesign Design: Maria Helena Prata Redacção: Carlos Leitão Fotografia: Nuno Saraiva Impressão: Riográfica Tiragem: 500 Depósito Legal: 224655/05 Editorial O virar de mais um ano… O fim de cada ano é sempre propício aos inevitáveis balanços. Fazem-se contas. Pensam-se projectos, resumem-se ideias e vê-se o que correu melhor ou pior. Tudo com o objectivo de melhorar, de inovar e desenvolver. Nomeadamente, o sector avícola viveu acontecimentos e momentos importantes que deixam adivinhar um futuro promissor e a Socampestre esteve lá e deu o seu contributo. O projecto de Agricultura Biológica foi, sem dúvida, um marco de 2004 para o sector. Foi a oportunidade para darmos a conhecer a Qualidade e Segurança Alimentar das nossas produções e produtos que os consumidores agradecem. Este modo de produção constitui o patamar mais elevado da produção avícola, que permite rentabilizar pequenas explorações que deixaram de ser competitivas em produção convencional e proporcionar ao consumidor um produto de elevada qualidade nutricional e sabor. A juntar a esta boa notícia, a participação da Socampestre e da sua associada Interaves na Feira Terra Sã Lisboa 2004 em Dezembro, decorreu com grande êxito. Foi divulgado e promovido o Frango de Agricultura Biológica e o seu Modo de Produção, junto dos consumidores, parceiros de negócio e entidades oficiais. A Assistência Técnica e Veterinária prestada junto dos associados torna-se cada vez mais relevante na actividade da Socampestre. Simultaneamente, foram desenvolvidas inúmeras acções que complementam o seu âmbito de actuação. O resumo da actividade da Socampestre em 2004 evidencia a nossa aposta nos associados e a garantia de um futuro sustentado. O início de 2005 foi igualmente positivo, com a visita do Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas às explorações de Frango de Agricultura Biológica e Frango do Campo e a reunião com a Direcção da Socampestre e seus associados. Tivemos a oportunidade de dar a conhecer, no terreno, a nossa actividade e debater os nossos projectos e principais preocupações. Nesta edição reservámos espaço para as Entrevistas sobre Frango Biológico, visando duas perspectivas: de Responsável pela certificação – Director Geral da SATIVA, António Mantas – e de Consumidor – Desportista, Pedro Couceiro; para a divulgação do calendário de Eventos Avícolas e relacionados, para o segundo trimestre de 2005 e deliciosas ideias de Frango de Agricultura Biológica. A equipa da Revista "Socampestre" deseja a todos os seus leitores e associados um excelente 2005. Júlio Osório 5 Sector Avícola O que é a Agricultura Biológica? «A Agricultura Biológica é um sistema de produção holístico, que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola, ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a actividade biológica do solo. Privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em lugar do recurso a factores de produção externos, tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível, através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos em detrimento da utilização de materiais sintéticos.» Codex Alimentarius Comission, FAO/WHO, 1999 A Agricultura Biológica, que assegura uma produção de alimentos equilibrados, é o primeiro motor para o surgimento duma nova geração de produtores e consumidores revigorada e revitalizada, que visa uma melhoria real das condições de vida humana e da sua qualidade. Questionamo-nos sobre o que é efectivamente a Agricultura Biológica? Segundo a AgroBio - Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, a Agricultura Biológica caracterizase por possuir uma base: possam resultar de práticas agrícolas; Reciclar restos de origem vegetal ou animal de forma a devolver nutrientes à terra, minimizando deste modo o uso de recursos não-renováveis; Depender de recursos renováveis em sistemas agrícolas organizados a nível local. Assim, exclui a quase totalidade dos produtos químicos de síntese como adubos, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos alimentares para animais. Socialmente responsável Ecológica Baseia-se no funcionamento do ecossistema agrário e recorre a práticas – como rotações culturais, adubos verdes, consociações, luta biológica contra pragas e doenças - que fomentam o seu equilíbrio e biodiversidade; Baseia-se na interacção dinâmica entre o solo, as plantas, os animais e os humanos, considerados como uma cadeia indissociável, em que cada elo afecta os restantes. Sustentável Visa manter e melhorar a fertilidade do solo a longo prazo, preservando os recursos naturais: solo, água e ar e minimizar todas as formas de poluição que 6 A Agricultura Biológica une os agricultores e os consumidores na responsabilidade de: Produzir alimentos e fibras de forma ambiental, social e economicamente sã e sustentável; Preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais; Permitir aos agricultores uma melhor valorização das suas produções e uma dignificação da sua profissão, bem como a possibilidade de permanecerem nas suas comunidades; Garantir aos consumidores a possibilidade de escolherem consumir alimentos de produção biológica, sem resíduos de pesticidas de síntese e, consequentemente, melhores para a saúde humana e para o ambiente. Fonte: Agrobio Sector Avícola Modo de Produção Biológico Aplicado a Frangos de Carne É verdade que o Modo de Produção Biológico (MPB) segue um caderno de especificações rigoroso, no cumprimento do Regulamento (CEE) nº 2092/ 91 modificado. Contudo, a interpretação deste regulamento poderá conduzir a um entendimento pouco perceptível. É neste sentido, que seguem, de forma sucinta, os princípios e requisitos gerais exigidos aos Associados da Socampestre, que já avançaram para este modo de produção, ou estão em vias de o fazer. Esta informação, disponibilizada pela SATIVA – Organismo Privado de Controlo e Certificação, permitirá aos nossos associados, cuja produção é feita em MPB, esclarecem quaisquer questões que surjam. E porque é da responsabilidade desta entidade de controlo e certificação garantir o cumprimento destes requisitos, cumpre a esta entidade proceder à avaliação dos associados, com base nas visitas às unidades de produção, como nos explica o Eng. António Mantas, na entrevista dada à Revista Socampestre. Princípios gerais Não é permitida a produção sem terra. No âmbito da produção animal, todos os animais de uma mesma unidade de produção devem ser criados de acordo com as regras do regulamento MPB. É no entanto aceite a presença na exploração de animais que não sejam criados em conformidade com as disposições do presente regulamento, desde que sejam criados numa unidade cujos edifícios e parcelas estejam claramente separados da unidade que produz segundo as regras do regulamento MPB e desde que pertençam a uma espécie diferente. 8 produção de carne, introduzidas na exploração antes dos 3 dias de idade. Origem dos animais Quando o bando for constituído pela primeira vez, e caso não exista uma quantidade suficiente de animais criados segundo o modo de produção biológico, poderão ser introduzidos numa unidade pecuária que pratica a agricultura biológica animais não criados segundo o modo de produção biológico, nas seguintes condições: pintos para a produção de frangos de carne, desde que não tenham mais de 3 dias. Conversão Alimentação Dez semanas para as aves de capoeira destinadas à Os animais devem ser alimentados com alimentos Sector Avícola produzidos segundo o modo de produção biológico. É autorizada a incorporação de alimentos em conversão na ração alimentar, em média, até um máximo de 30% da fórmula alimentar. Quando tais alimentos forem provenientes de uma unidade dentro da própria exploração, esta percentagem pode aumentar para 60%. Em derrogação, durante um período transitório que caduca em 24 de Agosto de 2005, é autorizada a utilização de uma proporção limitada de alimentos convencionais, caso o criador se encontre impossibilitado de obter alimentos produzidos exclusivamente segundo o modo de produção biológico. Estes alimentos têm que obedecer às disposições específicas do Regulamento (não ser e não incluir matérias primas geneticamente modificadas – OGM, todos os constituintes têm de constar do Anexo II, não ter antibióticos, coccidiostáticos, produtos medicinais, promotores de crescimento ou outras substâncias destinadas a estimular o crescimento ou a produção, e sem a utilização de solventes químicos para a obtenção das matérias primas). A percentagem máxima autorizada, por ano, de alimentos convencionais é de 20%. Esta percentagem será calculada anualmente como percentagem da matéria seca dos alimentos de origem agrícola. A percentagem máxima de alimentos convencionais autorizada na ração diária, deve ser de 25%, calculada como percentagem da matéria seca. Devem ser adicionadas à ração diária das aves de capoeira forragens grosseiras, frescas, secas ou ensiladas. Profilaxia e assistência veterinária A utilização de medicamentos veterinários no modo de produção biológico deve obedecer aos seguintes princípios: a) Os produtos fitoterapêuticos, por exemplo, extractos (com exclusão dos antibióticos) e essências de plantas e homeopáticos, por exemplo, substâncias vegetais, animais ou minerais, os oligoelementos e os produtos constantes da parte C, ponto 3, do Anexo II deverão ser utilizados de preferência aos medicamentos veterinários alopáticos de síntese química ou antibióticos, desde que os seus efeitos terapêuticos sejam eficazes para a espécie animal e para o problema a que o tratamento se destina; b) Se a utilização dos produtos acima referidos não se revelar eficaz, ou se for provável que o não seja, para curar a doença ou a lesão, e se for essencial um tratamento para evitar o sofrimento ou a aflição do animal, poderão ser utilizados medicamentos veterinários alopáticos de síntese química ou antibióticos sob a responsabilidade de um veterinário; c) É proibida a utilização de medicamentos veterinários alopáticos de síntese química e de antibióticos nos tratamentos preventivos. Para além dos princípios acima enumerados, aplicar-se-ão as seguintes regras: a) É proibida a utilização de substâncias para estimular o crescimento ou a produção (incluindo antibióticos, coccidiostáticos e outras substâncias artificiais indutoras de crescimento) e de hormonas ou substâncias similares para controlar a ovulação ou para outras finalidades. No entanto, é autorizada a administração de hormonas como tratamento veterinário terapêutico a um animal determinado; b) São autorizados os tratamentos veterinários dos animais, bem como as desinfecções dos edifícios, do equipamento e das instalações, obrigatórios ao abrigo da legislação nacional ou comunitária, incluindo a utilização de medicamentos veterinários imunológicos caso seja reconhecida a presença de uma doença numa zona específica em que se situa a unidade de produção. Sempre que forem utilizados medicamentos veterinários, deve ficar claramente registado o tipo de produto (incluindo a indicação das substâncias 9 Sector Avícola activas), juntamente com a indicação do diagnóstico, a posologia, do método de administração, da duração do tratamento e do intervalo legal de segurança. Essas informações devem ser comunicadas à autoridade ou organismo de controlo antes de os animais ou produtos animais serem comercializados como provenientes do modo de produção biológico. Os animais tratados devem ser claramente identificados, individualmente ou por lotes, no caso das aves de capoeira. Com excepção das vacinas e dos antiparasitários, assim como de quaisquer planos de erradicação obrigatórios implementados pelos Estados-Membros, se forem administrados a um animal ou grupo de animais, mais de dois ou um máximo de três tratamentos com medicamentos veterinários alopáticos de síntese química ou antibióticos no prazo de um ano (ou mais de um tratamento se o seu ciclo de vida produtivo for inferior a um ano), os animais em questão, ou os produtos deles derivados, não poderão ser vendidos sob a designação de produtos produzidos em conformidade com o presente regulamento, devendo os ani- 10 mais ser submetidos aos períodos de conversão estabelecidos no ponto 2, sob reserva do acordo prévio da autoridade ou organismo de controlo. Práticas de gestão da produção, transporte e identificação dos produtos animais As intervenções em animais, tais como o corte de bicos, não podem ser efectuadas sistematicamente na agricultura biológica. Algumas destas operações podem, no entanto, ser autorizadas pelo organismo ou autoridade de controlo por razões de segurança, ou caso se destinem a melhorar o estado sanitário, a higiene ou o bem-estar dos animais. Essas operações devem ser efectuadas na idade mais indicada por pessoal qualificado e deve ser reduzido ao mínimo o sofrimento dos animais. A identificação dos animais e respectivos produtos será assegurada em todas as fases da produção, preparação, transporte e comercialização (rastreabilidade). Estrume animal A quantidade total de estrume animal, tal como definido na Directiva 91/676/CEE, aplicada na Sector Avícola exploração não pode exceder 170kg de azoto/ano /hectare de superfície agrícola utilizada, valor previsto no Anexo III da mesma directiva. Se necessário, o encabeçamento total será diminuído de forma a não exceder esse limite. As explorações que praticam a agricultura biológica podem cooperar, exclusivamente, com outras explorações e empresas que cumprem o disposto no presente regulamento com vista ao espalhamento do excedente de estrume animal proveniente do modo de produção biológico. O limite máximo de 170kg de azoto/ano/hectare de superfície agrícola utilizada proveniente de estrume animal será calculado com base no total de unidades que praticam a agricultura biológica abrangidas por essa cooperação. O equipamento destinado à armazenagem de estrume animal deve ter uma capacidade que permita impedir a poluição das águas por descarga directa ou por escorrimento superfícial e infiltração no solo. 12 Áreas de movimentação livre e alojamento As condições de alojamento dos animais devem satisfazer as suas necessidades biológicas e etológicas (por exemplo, necessidades comportamentais no que se refere à liberdade de movimentos adequada e ao conforto). Os animais devem ter acesso fácil aos pontos de alimentação e abeberamento. O isolamento, o aquecimento e a ventilação do edifício devem assegurar que a circulação do ar, o nível de poeiras, a temperatura, a humidade relativa do ar e a concentração de gases se situem dentro de limites que não sejam prejudiciais para os animais. Os edifícios devem permitir uma entrada de luz e uma ventilação naturais suficientes. As áreas de produção ao ar livre e de exercício ou de movimentação ao ar livre devem, se necessário, proporcionar protecção suficiente contra a chuva, o vento, o sol e temperaturas excessivas, segundo as condições climáticas locais e a raça em questão. As aves de capoeira devem ser criadas em condições Sector Avícola de liberdade de movimentos e não podem ser mantidas em gaiolas. Os edifícios para aves de capoeira devem satisfazer as seguintes condições mínimas: Pelo menos um terço da superfície do solo deve ser uma construção sólida, isto é, não ser ripada nem engradada, e ser coberta de um material de cama do tipo palha, aparas de madeira, areia ou turfa; Devem possuir poleiros adaptados, em quantidade e dimensões, à importância do grupo e ao tamanho dos animais como previsto no Anexo VIII; As instalações devem dispor de aberturas de entrada/saída com uma dimensão adequada às aves, devendo essas aberturas ter um comprimento total de pelo menos 4m por 100m2 de superfície das instalações de que as aves dispõem; Cada uma das instalações para aves de capoeira não deve conter mais de 4.800 frangos; A área total utilizável das instalações destinadas às aves de capoeira numa única unidade de produção não deve exceder 1.600m2. As aves de capoeira devem ter acesso a parques ao ar livre quando as condições meteorológicas o permitam e, sempre que possível, devem ter acesso a essas áreas durante pelo menos uma terça parte da sua vida. Estes parques devem estar maioritariamente cobertos de vegetação, dispor de equipamentos de protecção e permitir aos animais o fácil acesso a bebedouros e comedouros em número suficiente. Por razões sanitárias, as instalações devem ser esvaziadas de animais entre dois períodos de criação de aves de capoeira. Neste intervalo de tempo deve ser feita a desinfecção do edifício e dos respectivos acessórios. Além disso, no final do período de criação de cada grupo de aves de capoeira, os parques devem ser desocupados para permitir que a vegetação torne a crescer e por razões sanitárias. Número máximo de animais por hectare: 580 Área interior (superfície líquida disponível para os animais): · Em alojamento fixo: número de animais/m2 - 10, com um máximo de 21kg de PV/m2 · Em alojamento móvel (só para alojamentos móveis com superfície não superior a 150m2 que permaneçam abertos durante a noite): número de animais/m2 - 16, com um máximo de 30kg de PV/m2 Área exterior (m2 de superfície disponível em rotação/cabeça): · Em alojamento fixo: 4m2 por frango (não pode ser excedido o limite de 170kg N/ha/ano) · Em alojamento móvel: 2,5m2 por frango (não pode ser excedido o limite de 170kg N/ha/ano) Idade de abate A idade mínima de abate para os frangos de carne é de 81 dias. Sempre que a idade de abate seja superior a este limite, devem os produtores, utilizar raças de crescimento lento. Nota: não dispensa a consulta do Regulamento CEE 2092/91, modificado. Fonte: Sativa Sector Avícola Modo de Produção Biológico: Requisitos específicos da Unidade de Produção De forma a garantir o sucesso do seu Projecto de Agricultura Biológica, ao criador associado cumpre garantir as seguintes exigências, para início da sua actividade em modo de produção biológico: • Estabelecer contrato de controlo e certificação, com o Organismo Privado de Controlo e Certificação (OPC), entidade oficialmente reconhecida. • Notificar a actividade junto do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (IDRHa), por meio de documento instituído. Após estas diligências e de reunir todas as condições e requisitos, dará início ao modo de produção biológico, ou se assim for necessário, ao período de conversão para o modo de produção biológico. Visitas de controlo O OPC, para além da visita anual completa, efectuará uma visita específica baseada numa avaliação geral dos riscos potenciais em matéria de não conformidade com o Reg. (CEE) nº 2092/91, modificado. O OPC dará especial atenção aos pontos críticos de controlo evidenciados pelo criador, a fim de determinar se as operações de vigilância e de verificação são devidamente efectuadas. Importa referir ainda que todos os locais utilizados pelo criador para a sua actividade poderão ser controlados com uma frequência relacionada com os riscos que lhes estão associados. Engº. Júlio Osório (Director Executivo da Socampestre) Sector Avícola Modo de Produção Biológico: Importância da Água na Alimentação Animal A água é o princípio nutritivo mais importante para a vida. A principal função da água é o transporte e a solução de todo o tipo de substâncias, componentes celulares (no sangue por exemplo) e moléculas. As reacções que se dão no organismo, são de hidrólise (só são possíveis em presença de água). O metabolismo, depende fundamentalmente da presença de água e, os produtos do catabolismo, só podem ser adequadamente eliminados se houver água para os "arrastar" até aos respectivos órgãos de excreção (por exemplo rins). Também contribui para a manutenção da termorregulação (regulação da temperatura corporal) através da circulação sanguínea e transpiração. Entra na constituição do corpo do animal em pelo menos: · Água (65 %) · Proteínas (20 %) · Açucares (7 %) · Lípidos (5 %) · Minerais (3 %) · Vitaminas (0,2 %) · Consumo de alimentos em diferentes estados de hidratação; · Água resultante do metabolismo celular – pequenas quantidades. As principais formas, para o corpo obter água, são: · Ingestão directa de água em estado líquido – maior parte; A utilização da água deve ter em conta não só a racionalidade do uso dos recursos hídricos mas também o facto de esta poder ser um meio de trans- Auto-tanque ligado a bebedouros, que pode ser mudado para diferentes parcelas. A ingestão de água varia de animal para animal, com as condições ambientais e com a disponibilidade e qualidade da própria água. Podem ser consideradas duas formas mais comuns de fornecimento de água de bebida aos animais: · Abeberamento directo em charcos, rios, riachos e barragens; · Fornecimento de água em bebedouros. A qualidade da água fornecida por estas formas, varia e influencia a saúde do animal, o que determina a qualidade dos produtos obtidos na exploração em questão. Cuidados a ter na utilização da água de bebida para os animais Auto-tanque ligado com bebedouros anexos, que pode ser mudado para diferentes parcelas. Depósito de água situado em local mais elevado da exploração. 15 Sector Avícola A. Bebedouros distribuídos por diferentes zonas da exploração e abastecidos através de água canalizada. Comparação entre dois bebedouros do mesmo fabrico em que um carece de limpeza e a água está em mau estado (A) e outro se apresenta em bom estado de limpeza e com água limpa (B). missão de muitas patologias, cujos agentes podem ser por esta veiculados. Os sais nitrogenados que se podem encontrar na terra como consequência de adubações descontroladas como é o caso do uso abusivo de ureia na fertilização dos solos em agricultura intensiva, embora na agricultura biológica não se usem, deve-se ter atenção em virtude de poder existir uma exploração vizinha em que tal prática se aplique. Porém, na exploração que pratica o Modo de Produção Biológico, deverá ser respeitado o limite máximo de nitrogénio de 170Kg /ha/ano e, deverá ser feita uma boa compostagem. Será também importante o cumprimento de um plano de espalhamento de estrume pela área para a sua eficiente distribuição. Uma exploração que se encontre numa zona mais baixa de um terreno declinado e que na zona mais alta se localiza uma exploração convencional que pratique adubações com adubos químicos de síntese, poderá correr o risco de ter as suas fontes de água contaminadas por arrastamento da exploração convencional para a exploração biológica. O uso de águas estagnadas como é o caso dos charcos, em que os animais têm acesso directo, representa um risco para a saúde dos animais porque é um meio de disseminação de enfermidades porquanto os animais ao entrarem nos charcos não só bebem como também libertam os seus excrementos líquidos e sólidos (bosta e urina) fechando o ciclo dos parasi- 16 B. tas e aumentado a probabilidade de propagação de outros agentes causadores de doenças. Além disso, estes locais são usados pelos animais selvagens para beber água e transmitindo deste modo doenças próprias destas espécies mas que podem ser transmitidas aos animais domésticos. Existem várias alternativas aos charcos para o fornecimento de água de qualidade aos animais como seja os auto-tanques, reservas em depósitos e barragens com canalização para os bebedouros. Nestes casos a água é canalizada e, por gravidade abastece os bebedouros localizados em zonas mais baixas de diferentes locais da exploração. Entretanto, será de todo conveniente que no uso dos bebedouros se tenha sempre em atenção a qualidade da água utilizada e o estado de higiene dos bebedouros sob pena de estes se transformarem em factores de propagação de doenças e parasitas. Em relação à qualidade da água, é aconselhável fazer periodicamente análises de água que se usa na exploração para o abeberamento dos animais. Lázaro Simbine Médico Veterinário AGROBIO – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica Telefone: 213641354; Fax: 213623585; [email protected] Sector Avícola Inovação e Qualidade nos Produtos Avícolas Nacionais A Interaves concretizou em 2004 o seu projecto de Agricultura Biológica iniciado dois anos antes. Esta iniciativa de Inovação e Desenvolvimento de Produto resulta da forte aposta da empresa, associada da Socampestre, num produto que visa responder a novos estilos de consumo, que privilegiam o bemestar, a qualidade e segurança alimentares. Com a aposta clara num conceito de Inovação e Renovação, a Interaves lançou a 26 de Outubro de 2004, o Frango de Agricultura Biológica Interaves. Disponível numa gama variada, desde inteiro a derivados, este produto resulta de um modo de produção agrícola que respeita profundamente o meio ambiente e a biodiversidade. Um dos aspectos mais marcantes deste produto é a Qualidade, não apenas no que respeita ao cumprimento dos requisitos técnicos e produtivos ao longo da fileira produtiva (desde a produção até à comercialização), garantidos pela Socampestre e pela Interaves, como num aumento de benefícios para o consumidor, mais saudáveis. Esta novidade é vista no mercado como um grande sucesso de vendas, visto que o consumidor reconhece o produto e a reciprocidade para as suas necessidades, valorizando-o e estando, por isso, disposto a pagar um pouco mais. A Interaves, responsável pelo Abate, Transformação e Comercialização de diversos produtos alimentares de origem animal, nos quais estão incluídos os de origem biológica, considera fundamental para o sucesso dos produtos avícolas no mercado nacional e internacional, a total transparência nos processos produtivos e o controlo integral da fileira produtiva, pois vê o seu cliente e consumidor como um agente cada vez mais exigente e conhecedor das características dos produtos alimentares. Neste sentido, o trabalho conjunto entre os criadores e transformadores torna-se indispensável para o desenvolvimento técnico e económico dos agentes envolvidos, pelo que continuaremos a implementar as boas práticas de gestão e de parceria entre a Interaves e a Socampestre, junto dos seus associados. Adicionalmente, e para posicionarmos os nossos produtos como principal preferência dos consumidores, no mercado interno e nas comunidades portuguesas no estrangeiro, consideramos a Comunicação outro factor crítico de sucesso. Para o efeito, e atendendo ao trabalho positivo realizado nesta área, em 2004, na 17 Sector Avícola Frango de Agricultura Biológica Interaves Para o consumidor que privilegia... Bem-estar Através de uma alimentação saudável, rica em nutrientes e com garantia de sabor e textura naturais, resultantes do modo de produção biológico. Qualidade e Segurança Alimentares De alimentos de produção biológica melhores para a saúde humana, controlados rigorosamente ao longo da fileira produtiva, certificados desde a origem, e produzidos em espaços exclusivos de agricultura biológica. Interaves, foram definidas estratégias de marketing e comunicação mais consolidadas, sustentadas por um crescimento de 50% no investimento nesta área. As perspectivas de evolução para este mercado são favoráveis, não só pelo crescente incremento produtivo, como através do previsível aumento nas exportações destes produtos. Porém, os complexos entraves ao desenvolvimento e crescimento do sector inibem a inovação e a aposta em novos produtos. A este propósito, e tendo a Qualidade e Segurança Alimentares como principais prioridades do sector, compreende-se a necessidade de desbloquear situações como o do Frango de Agricultura Biológica Interaves, cuja comercialização se depara com: · Desconhecimento do consumidor, e do mercado em geral, sobre as características e vantagens do Modo de Produção Biológico, como resposta consciente e sustentada aos novos estilos de consumo que privilegiam o bem estar, a qualidade e segurança alimentares; · Interpretação pouco clara e confusa dos consumidores sobre a diferenciação das designações e símbolos associados a diferentes modos de produção 18 Ambiente Com a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais assegurada pela manutenção e melhoria na fertilidade dos solos. (fileiras de qualidade) e "falsos bios"; · Limitado apoio ao desenvolvimento de produtos de modo de produção biológico, por parte das entidades públicas. · Inexistência de Controlo vertical de toda a Fileira por parte das Autoridades Oficiais, em cumprimento com o dec. Lei 167/96. · Ausência da Inter-profissionalização na Avicultura Portuguesa, sendo mais importante nas produções diferenciadas como são exemplo as Produções de Frango Campestre e de Frango de Agricultura Biológica. Susana Vitorino (Assessora da Administração) Sector Avícola Associações de Agricultura Biológica Arab – Associação Regional de Agricultores Biológicos da Beira Interior Quinta Pires Marques, Lote 242, r/c Esq. Loja B 6000-412 Castelo Branco Tel.: 272 325 727 Fax: 272 325 726 Acorpsor – Associação de Criadores de Ovinos da Região de Ponte de Sor Av. Da Liberdade, 115 – Apartado 51 7400-909 Ponte de Sor Telef.: 242 291 220 Fax: 242 291 229 E-mail: [email protected] Elipec – Agrupamento de Produtores de Pecuária, S.A. Av. De Badajoz, 3 – Apartado 234 7350-903 Elvas Telef.: 268 629 354 Telem: 967 055 966 Fax: 268 621 173 E-mail: [email protected] Agridin – Associação Profissional para o Desenvolvimento da Agricultura Biológica e Biodinâmica Quinta do Carvalhal Lugar de Cerqueda 4890-022 Amoia Telef.: 255 323 601; 255 322 154 Telem: 969 267 936 E-mail: [email protected] Acriga – Associação de Criadores de Gado e Agricultores Largo da Cooperativa, Apartado 50 5340-279 Macedo de Cavaleiros Telef.: 278 426 546 Telem: 966 910 989/ 914 778 052 Fax: 278 426 547 E-mail: [email protected] Associação de Agricultores Biológicos Transmontanos Rua Fonte do Paço, Edificio Maria da Fonte, Escritório nº3 5340-268 Macedo de Cavalheiros Tel.: 278 425 756 Telem: 914 913 256 Fax: 278 426 633 E-mail: [email protected] Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica Calçada da Tapada, 39 r/c Dtº 1300 Lisboa Tel.: 213 623 585/ 213 641 354 Fax: 213 623 586 E-mail: [email protected] www.agrobio.pt Bioraia – Associação de Agricultores Biológicos da Raia Zona Industrial, Rua A 6060-000 Idanha-A-Nova Tel.: 277 202 316 Fax: 277 202 316 E-mail: [email protected] Montes do Nordeste – Associação de Produtores de Agricultura Biológica de Trás-os-Montes e Alto Douro Rua da Regedoura, 3, r/c 5160-256 Torre de Moncorvo Tel.: 279 254 327 Telem: 917 228 272 Fax: 279 254 327 Apata – Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais Rua Dr. Casimiro Machado, 6 5200 Mogadouro Tel.: 279 342 783 Fax: 279 342 783 Agriarbol – Associação dos Produtores Agro-Florestais da Terra Quente Av. Infante D. Henrique Edif. Translande, 2º Sala 12 Apart. 165 5340-202 Macedo de Cavaleiros Tel.: 278 421 698 ou 278 421 779 Fax: 278 421 775 E-mail: [email protected] [email protected] Salva – Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul Centro Brito de Carvalho – Antiga Escola Primária de Salir 8100-202 Salir Tel.: 289 489 532 Fax: 289 489 531 E-mail: [email protected] Natura – Associação Açoreana da Agricultura Biológica Rua do Rosário – Posto Agrícola da Ribeira Grande 9600-549 Ribeira Grande Tel./ Fax. 296 427 223 E-mail: [email protected] Ajamps – Associação de Jovens Agricultores da Madeira e Porto Santo Caminho das Voltas – Jardim Botânico – Santa Maria Maior 9050 Funchal Tel./ Fax: 291 222 275 E-mail: [email protected] Bio-Ana – Associação Nacional de Agricultores Biológicos Quinta Pires Marques, Lote 242, r/c Esq. Loja B 6000-412 Castelo Branco Tel.: 272 325 727 Fax: 272 325 726 Organismos Privados de Controlo e Certificação PT/AB04 Certiplanet, Certificação da Agricultura, Floresta e Pescas, Unipessoal, Lda Av. Do Porto de Pescas, Lote C – 15, 1º C, 2520 – 208 Peniche Tel.: 262 789 005 Fax: 262 789 005 E-mail: [email protected] PT/AB03 Sativa, Desenvolvimento Rural, Lda Av. Visconde Valmor, 11 – 3º 1000-289 Lisboa Tel.: 217 991 100 Fax: 217 991 119 E-mail: [email protected] Site: www.sativa.pt PT/AB02 Socert – Portugal – Certificação Ecológica, Lda Rua Alexandre Herculano, 68 – 1º Esq. 2520 Peniche Tel.: 262 785 117 Fax: 262 787 171 E-mail: [email protected] 19 Notícias do sector Ministro da Agricultura Pescas e Florestas visita associados da Socampestre O Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas aceitou o convite endereçado pela Socampestre para visitar alguns dos seus associados, no âmbito do seu mais recente projecto de Agricultura Biológica, em parceria com a Interaves, empresa responsável pelo Abate e Transformação. A visita teve o envolvimento de diversos autarcas da região, incluindo os Presidentes da Câmara de Rio Maior, Alenquer e Cadaval. Foi com grande sucesso que demos início a mais um ano da Socampestre. Entrega de certificado ao primeiro criador de frango de agricultura biológica 20 Notícias do sector A visita teve início com um almoço na Quinta da Ferraria, oferecido pelo associado Luís Nobre. Seguidamente procedeu-se às visitas, na Exploração de Frango de Agricultura Biológica de José Costa & Herdeiros, representada pela Exma. Sra. Maria José Costa e à Exploração de Frango Campestre, Propor, Lda. na presença do administrador, Sr. Luís Nobre. Continuou-se na Área Industrial da Interaves, na Quinta da Venda – Marés, seguida da Reunião com a Socampestre, em que o Presidente, Sr. Fernando Correia deu as boas vindas ao Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Sr. Dr. Carlos Henrique da Costa Neves, tendo este discursado posteriormente. MINISTRO DA AGRICULTURA VISITA FRANGOS BIOLÓGICOS Com o objectivo de conhecer a produção de frangos biológicos, o novo produto da empresa Interaves – Ministro da Agricultura com Eng.ª Maria José Costa (Exploração José Costa e Herdeiros) sediada na Quinta da Venda, Marés, concelho de Alenquer – e de valorizar esta nova vertente da agricultura biológica, o Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos Costa Neves, visitou no dia 5 de Janeiro, algumas explorações de aves e a área industrial da sociedade agro-pecuária. A produção de frangos biológicos é o mais recente produto da Interaves, comercializado desde 26 de Outubro de 2004, que resulta da combinação de práticas tradicionais com técnicas moderadas, garantindo a preservação do meio ambiente e da biodiversidade. Os frangos são produzidos exclusivamente com produtos também eles originários da agricultura biológica. "Os pastos onde são criados têm que ser locais, onde nos últimos três anos não foram usados quaisquer produtos, por exemplo produtos químicos, pois só assim estes mesmos terrenos são acreditados e certificados para se desenvolver este tipo de Júlio Osório (Dir. Socampestre); Carlos Costa Neves (Min. da Agricultura), Augusto Figueiredo (Pres. Junta de Freg. da Asseceira) e Fernando Correia (Pres. Socampestre) Fernando Madureira – Director da Draro, Carlos Costa Neves – Ministro da Agricultura e Fernando Correia – Presidente da Socampestre Visita à Exploração de Frango Campestre (Propor), da responsabilidade do Sr. Luís Nobre Associados e membros da Socampestre 21 Notícias do sector Entrega de certificado a Manuel Joaquim Azóia, criador de frango de agricultura biológica Recepção na visita à Interaves produção", explicou ao Nova Verdade o administrador executivo da empresa, Fernando Correia. Este é um produto dirigido a um nicho de mercado especial, que se preocupa em comer apenas alimentos biológicos e que privilegia o bem-estar, a qualidade e segurança alimentar. Tendo uma produção necessariamente diferente à habitual, o produto acaba por ficar mais caro mas, de acordo com Fernando Correia, "se tivermos em conta a relação produto/preço, não podemos considerar que seja substancialmente mais caro". "O que acontece é que este tipo de produto tem um período de criação mais moroso e naturalmente com custos de produção também mais elevados, mas não podemos considerar que os frangos biológicos sejam excessivamente caros (para o consumidor)", sublinhou o administrador executivo da Interaves. Para o Ministro da Agricultura, que saiu bastante satisfeito desta visita , esta produção representa um forte incentivo a novas produções biológicas e, segundo o mesmo, "é necessário valorizar estes produtos junto dos consumidores". Carlos Costa Neves pensa que se deve "informar o mercado conjuntamente com outros parceiros do 22 Entrega de certificado a Márcio Reis, criador de frango de agricultura biológica Entrega de certificado a Henrique Madeira, em representação de Elvira Madeira, primeira criadora de frango de agricultura biológica sector, sobre actividades desenvolvidas nesta área, bem como sensibilizar os consumidores sobre as vantagens deste modo de produção e sobre falsos alimentos biológicos". A visita terminou com uma reunião entre o Ministro da Agricultura e a direcção da Socampestre e seus associados, onde foi explicado o modo de produção biológico para produtos avícolas nacionais, os entraves existentes e o sistema de controlo de qualidade que a Interaves usa no processo de produção de frangos biológicos. in Jornal "Nova Verdade", de 15 de Janeiro de 2005 Quinta da Cortiçada Soc. Agro-Pecuária Vicente Nobre, S.A. Localizada num vale privilegiado cercado de vinhedos situada no distrito de Santarém a 40 minutos de Lisboa é o local ideal para uma estadia longe dos grandes centros urbanos. A Quinta da Cortiçada está simultaneamente perto e longe de tudo é a contradição que faz desta um espaço muito especial. Numa harmoniosa combinação entre o tradicional e o moderno, o rural e o funcional, a Quinta da Cortiçada oferece um conjunto de serviços à medida das suas necessidades e às da Sua Empresa, colocando à disposição diversas estruturas para a realização de seminários, apresentação de produtos, programas de incentivo, actividades outdoor, “workshops”, diversos programas de animação com especial destaque para a temática do vinho ou qualquer festa de âmbito familiar seja casamento, baptizado ou aniversário. Dispondo de 6 quartos e duas suites, totalmente equipados, salas de refeições, sala de jogos e sala de reuniões esta Quinta tem ainda um grande jardim, pis- cina, capela, corte de ténis, basquete, bicicletas, capela, lagar de azeite, adega onde produz o seu próprio vinho, proporciona aos seus clientes uma boa opção se pretende organizar qualquer tipo de evento ou simplesmente descansar. Oferece-lhe também esta Empresa um Hotel Rural na mesma zona, proporcionando idênticas actividades, num ambiente com identidade própria, é um local que sem dúvida vale a pena visitar e usufruir das comodidades e hospitalidade desta "Casa Portuguesa" onde se sentirá como num pequeno paraíso. A Sociedade Agro-Pecuária além destas actividades relacionadas com o Turismo e a Vinicultura é também produtora de Frango Campestre em regime de integração com a Empresa Interaves – Soc. Agro-pecuária, S.A., produzindo 160 mil frangos/ano. Cumpre-nos destacar e agradecer a visita do Excelentíssimo Sr. Ministro da Agricultura, no passado mês de Janeiro. "QUINTA DA CORTIÇADA" Outeiro da Cortiçada – Rio Maior Telf: 243470000 – Fax 243470009 Mail: [email protected] Site: www.quintacorticada.com Notícias do sector Socampestre participa na Feira Terra Sã Lisboa 2004 A Socampestre participou pela 1ª vez na XVII edição da Feira de Agricultura Biológica, Ambiente e Qualidade de Vida, realizada no Pavilhão Principal do Centro de Congressos de Lisboa, nos dias 10, 11 e 12 de Dezembro de 2004. Esta feira é o evento mais importante, a nível nacional, que conjuga o sector de Agricultura Biológica com o do Ambiente. A Socampestre aproveitou esta presença para divulgar junto dos consumidores finais, os requisitos e características do Modo de Produção Biológico de Aves, através dos seus Assistentes Técnicos e da informação disponibilizada aos visitantes. A visualização de um vídeo sobre o meio ambiente dos Frangos de Agricultura Biológica permitiu esclarecer algumas das questões apresentadas. Feira de Agricultura Biológica – Terra Sã A agricultura biológica ganhou foros de cidade. É desta forma que António Marques da Cruz, presidente da Agrobio, caracteriza a nova fase de vida de uma das mais importantes feiras de produtos biológicos do país, a Terra Sã. Do espaço improvisado e com poucas condições da Fundição de Oeiras, onde se vinha realizando há alguns anos, o evento transferiu-se para o Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL) e lucrou com a mudança: melhores condições, mais público e mais vendas. Para a Agrobio, Associação Portuguesa de Agricultura Biológica que organiza a Terra Sã, a feira ganhou "a dignidade que a agricultura biológica exige e merece". O "salto qualitativo" foi de facto a opinião quase unânime de muitos dos 150 expositores presentes, partilhada por 24 alguns dos cerca de 30 mil visitantes que, de 10 a 12 de Dezembro, foram conhecer as "biopropostas". O Natal ditou as escolhas de um público preocupado em compor a mesa festiva com uma opção mais saudável; os queijos, frutos secos e compotas esgotaram os stocks, mas no que toca a provas foram as panquecas biológicas da Zona Bio e o Cordon verde do Celeiro os mais concorridos. No primeiro andar e porque é objectivo da Agrobio defender a "saúde do Homem e da Terra", o espaço foi reservado aos temas de ambiente e desenvolvimento sustentável, onde 4.000 alunos de escolas nacionais puderam participar em ateliers destinados a promover a educação ambiental. Notícias do sector Carne biológica: o convidado de honra A contrastar com edições anteriores, a carne começa a marcar uma presença constante nas feiras biológicas, provando que não é o parente pobre deste tipo de agricultura. Aliás, de acordo com Jaime Ferreira, director da Agrobio, as pastagens e as forragens compõem cerca de 40% da área de agricultura biológica nacional, pelo que é de esperar um crescimento da indústria de carne biológica. "Só este ano registaram-se mais cem produtores", revela o responsável da Agrobio. Um deles apresenta-se "naturalmente, com mais sabor". Na sua estreia na Terra Sã, a Interaves apresentou o frango de origem biológica, um produto que pretende responder à intensa procura de carnes de qualidade, da parte de consumidores que privi- legiam o bem-estar, o ambiente, e principalmente a segurança alimentar. Conta Susana Vitorino, da Interaves, que estas carnes se demarcam pelo tipo de matéria-prima utilizada na alimentação dos animais (exclusivamente de origem biológica), pelo modo de produção (os animais estão em espaços exclusivos de agricultura biológica, que respeitam a biodiversidade e preservam a fertilidade dos solos) e pelas áreas de produção. Tudo devidamente controlado segundo as normas da União Europeia, tendo em conta a segurança alimentar e o bem-estar animal. In Revista "Perfomance" de Janeiro de 2005 25 Notícias do sector Socampestre em 2004 Desde a sua constituição, em 1998, a Socampestre – Associação Nacional de Criadores de Aves Campestres, potenciou a sua actividade no sector avícola nacional, traduzida em iniciativas focalizadas nos seus associados, e em iniciativas relacionadas com a sua promoção e divulgação junto de organismos e entidades oficiais, e junto dos consumidores. Volumes de Produção (por tipo de ave) Frango Standard 14.000.000 Frango Campestre Peru Peru Campestre Codorniz Assistência Técnica e Veterinária No que respeita à actividade dominante da Associação, os números demonstram um maior foco na produção de Frango Campestre e Perus, e o início da actividade do Frango de Agricultura Biológica. O nosso quadro técnico, composto por 2 Médicos Veterinários, 1 Eng. Zootécnico,1 Eng. Agro-Alimentar, 3 Eng. Produção Animal e 5 Técnicos de Produção, garantiu a prestação de Assistência Técnica e Veterinária aos nossos 240 associados, repartida conforme apresentado na Tabela 1. O acompanhamento técnico prestado inclui actividades desde o aconselhamento técnico de início de actividade avícola, passando pelo apoio à implan- 26 16.000.000 2.000.000 (14,3%) 520.000 612.000 92.000 (17,7%) 0 2.000 2.000 290.000 286.000 - 4.000 (-1,4%) 7.500 2.000 - 5.500 (-73%) 5.000.000 4.800.000 - 200.000 (-4%) 19.817.500 21.702.000 1.884.500 Frango Agricultura Biológico* Total O ano de 2004 apresenta resultados muito interessantes relativos à actividade principal da Associação, mas não só. As acções desenvolvidas no âmbito da promoção e divulgação da Associação foram fundamentais para bem posicionar a nossa actividade no sector agrícola nacional. A presença em feiras nacionais, onde se destaca a presença na Feira Nacional da Agricultura 2004, em Santarém e na Feira Terra Sã 2004 em Lisboa, são disso um bom exemplo. Produção 2003 Produção 2004 Variação (# aves) (# aves) (2003/2004) (*) Entrada do 1º bando no 2º semestre de 2004. Tabela 1. tação de explorações, eleição do tipo de instalações e equipamentos. É, contudo, nas actividades de verificação das condições de higienização das instalações, antes da recepção das aves, e de acompanhamento durante todo o ciclo produtivo das aves, com visitas semanais às explorações, que os técnicos têm a sua maior intervenção. As visitas semanais às explorações constituem verdadeiras auditorias, onde são identificadas acções de melhoria adequadas e concretas, para o bom desempenho dos critérios zootécnicos, e simultaneamente assegurarem os melhores resultados técnico – económicos para o produtor associado e oferta de produtos de qualidade junto dos seus clientes. No que respeita aos resultados dos parâmetros técnicos, verificam-se valores referidos na tabela 2. Tipo de Aves Indicadores % Baixas IM PM IC IP Frango Standard 2,4 38,6 1,881 1,774 268 99,49 Frango Campestre 5,3 73,1 2,838 2,798 131,4 92,86 0,77 Fr. Agric. Biológica 3,1 98,6 3,34 3,522 93,2 0 0,076 Peru 6,3 123,3 12,043 2,625 348,6 96,47 1,65 Codorniz 6,6 40,1 0,203 3,173 14,9 60,34 2,33 Tabela 2. % Granel % Rejeições 0,44 Notícias do sector Muito mais que Assistência Técnica e Veterinária… A Socampestre teve em 2004 uma dedicação especial a outras áreas para além da Assistência Técnica e Veterinária, cujos objectivos foram desde logo bem definidos e quantificados. 1. Análises Laboratoriais O Laboratório Socampestre realizou 11.505 pesquisas (ver tabela 3), cumprindo o rigoroso controlo efectuado ao longo de toda a fileira produtiva, desde a produção de aves, abate, transformação e distribuição do produto final. As categorias dos tipos de análises concretizadas e as pesquisas realizadas, incluem-se no âmbito da actividade definida para esta área da Socampestre. 2. Execução do Projecto Agro-Medida 10 Com o objectivo de continuidade na valorização e enriquecimento técnicos, dos recursos humanos afectos à actividade de produção de aves bem como dos associados, foram realizadas acções de divulgação/formação (ver tabela 4), produzidos cadernos técnicos e guias de maneio específicos para os tipos de produções, e publicadas 3 edições da revista Socampestre. Tipo Pesquisa Nº pesquisas realizadas (2004) Pesquisa Salmonella Pesquisa Staphylococcus Aureus Pesquisa E. Coli Pesquisa Coliformes Microrganismos a 30 Graus Enterobactérias Contagens totais viáveis (CTV) SE/ST Pesquisa Coliformes Fecais Streptococcus Fecais Nº de Colónias 22 Graus Nº de Colónias 37 Graus Cont. Esp.Clostridiuns Sulfito-redutores Pesquisa Aspergillose Pesquisa PH Pesquisa resíduos de antibióticos Pesquisa Listéria Monocytogenes Pesquisa Ferro IBD Pesquisa de Cloro Livre Pesquisa de Cloro Total Superfície (37 Graus) Pesquisa Coccidiose IBV MG ORT Mésofilos ART Pesquisa Clostridiuns Perfringens Mycoplasma gallisepticum Outros Pesquisa de Campylobacter Pesq.Esp.Clostridiuns Sulfito-redutores Nº de Colónias 22 Graus Nº de Colónias 37 Graus Contagem microrganismos psicrotróficos Pesquisa de Pseudomonas Mycoplasma synoviae Pesquisa Clostridiuns Perfrigens Aborto Azul Aujesky Pesquisa Bolores e leveduras Pesquisa de Streptococcus Mal Rubro Parvovirose Total global 1800 1136 1122 1060 972 874 752 479 302 300 284 280 276 249 222 135 123 98 97 97 97 93 84 81 65 58 57 48 43 32 30 23 21 19 18 17 17 12 12 4 4 4 4 2 2 11505 Tabela 3. 27 Notícias do sector Divulgação e Formação DATA LOCAL TEMA 05-02-2004 Azenha dos Tanoeiros AVES EM REGIME EXTENSIVO PRESENÇAS 11 3 19-02-2004 Rostos EQUIP.E MELHORIA DE. COND. AMB. 20 3 26-02-2004 Alfouvés GESTÃO AVÍCOLA PRODUÇÃO AVÍCOLA 21-04-2004 Qta Várzea - Espinheira MANEIO ALIMENTAR 11-06-2004 CNEMA - Santarém AVES EM REGIME INTENSIVO AVES EM REGIME EXTENSIVO 13-10-2004 Coop. Agricola de Rio Maior 2 19 12 Chã de Baixo – Pernes 48 12-11-2004 Oliveira de Frades 06-12-2004 Qta da Venda – Marés AVES EM REGIME EXTENSIVO 1 1H30 17 AVES EM REGIME INTENSIVO COND. EQUIP.E MELHORIA DE.AMB. 1 1 AVES EM REGIME EXTENSIVO AVES EM REGIME INTENSIVO 4 1 EQUIP.E MELHORIA DE COND.AMB. 10-11-2004 2 1 162 AVES EM REGIME INTENSIVO AVES EM REGIME EXTENSIVO HORAS 1H30 2 54 13 1H30 2 Tabela 4. 3. Participação em Feiras A Socampestre participou em 3 eventos, todos eles de elevada visibilidade quer para os organismos e entidades oficiais, quer para o consumidor de carne de aves. · Horexpo 2004 (17 a 20/04/2004): Feira internacional dedicada à Restauração Colectiva. · Feira Nacional da Agricultura 2004 (de 5 a 13/06/ 2004): maior evento nacional do sector agrícola e pecuário. · Feira Terra Sã Lisboa 2004 (de 10 a 12/12/2004): Feira dedicada à Agricultura Biológica. Feira Nacional da Agricultura 2004 (de 5 a 13/06/2004) – Stand Próprio 28 Horexpo 2004 – Stand Makro Quality: participação em parceria com o nosso associado Interaves e o cliente MAKRO Cash&Carry (na foto: Eng. José Maia - Socampestre) Feira Nacional da Agricultura 2004 (de 5 a 13/06/2004) – Zona exterior Terra Sã, Lisboa 2004 – Stand Interaves: participação em parceria com o associado Interaves, no lançamento do Frango de Agric. Biológica (na foto: Colaboradores da Interaves Norte - Viseu). Legislação Nacional e Comunitária Legislação Nacional Legislação Comunitária Resumo de Legislação referente ao sector avícola e alimentar associado ao período Outubro/Dezembro 2004 Regulamento (CE) n.o 1800/2004 da Comissão, de 15 de Outubro de 2004. Relativo à autorização, por um período de dez anos, do aditivo Cycostat 66G, pertencente ao grupo dos coccidiostáticos e outras substâncias medicamentosas, na alimentação para animais. Decreto-Lei n.º 216/2004, de 8 de Outubro. Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/115 /CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Dezembro, que altera a Directiva n.º 94/35/CE, relativa aos edulcorantes para utilização nos géneros alimentícios, primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 394/98, de 10 de Dezembro. Decreto-Lei n.º 218/2004, de 13 de Outubro. Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/126 /CE, da Comissão, de 23 de Dezembro, relativa ao método analítico para a determinação de constituintes de origem animal no quadro do controlo oficial dos alimentos para animais, revogando o Decreto-Lei n.º 46/99, de 12 de Fevereiro. Regulamento (CE) n.o 1814/2004 da Comissão, de 19 de Outubro de 2004. Fixa os preços representativos nos sectores da carne de aves de capoeira e dos ovos, bem como para a ovalbumina, e altera o Regulamento (CE) n.o 1484/95. Regulamento (CE) n.o 1851/2004 da Comissão, de 25 de Outubro de 2004. Altera o anexo I do Regulamento (CEE) n.o 2377/90 do Conselho que prevê um processo comunitário para o estabelecimento de limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de origem animal. Regulamento (CE) n.o 1875/2004 da Comissão, de 28 de Outubro de 2004. Altera os anexos II e III do Regulamento (CEE) n.o 2377/90 do Conselho que prevê um processo comunitário para o estabelecimento de limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de origem animal, no que diz respeito ao salicilato de sódio e ao fenvalerato. Regulamento (CE) n.o 1935/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Outubro de 2004. Relativo aos materiais e objectos destinados a entrar em contacto com os alimentos e que revoga as Directivas 80/590/CEE e 89/109/ CEE. Regulamento (CE) n.o 1972/ 2004 da Comissão, de 16 de Novembro de 2004. Fixa os preços representativos nos sectores da carne de aves de capoeira e dos ovos, bem como para a ovalbumina, e altera o Regulamento (CE) n.o 1484/95. Regulamento (CE) N.o 2006/ 2004 do parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Outubro de 2004. Relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da legislação de defesa do consumidor (regulamento relativo à cooperação no domínio da defesa do consumidor). 29 Legislação Nacional e Comunitária Regulamento (CE) n.o 2129/ 2004 da Comissão, de 14 de Dezembro de 2004. Fixa os preços representativos nos sectores da carne de aves de capoeira e dos ovos, bem como para a ovalbumina, e altera o Regulamento (CE) n.o 1484/95. Regulamento (CE) n.o 2131/2004 da Comissão, de 14 de Dezembro de 2004. Fixa as restituições à exportação no sector da carne de aves de capoeira aplicáveis a partir, de 15 de Dezembro de 2004. Regulamento (CE) n.o 2148/2004 da Comissão, de 16 de Dezembro de 2004. Relativo às autorizações definitivas e provisórias de determinados aditivos e à autorização de novas utilizações de um aditivo já autorizado em alimentos para animais. 30 da carne de aves de capoeira apresentados em Dezembro de 2004 ao abrigo dos Regulamentos (CE) n.o 593/2004 e (CE) n.o 1251/96. Regulamento (CE) n.o 2210/2004 da Comissão, de 21 de Dezembro de 2004. Determina em que medida podem ser aceites os pedidos de certificados de importação de determinados produtos do sector da carne de aves de capoeira apresentados em Dezembro de 2004 ao abrigo do regime previsto no Regulamento (CE) n.o 774/94 do Conselho relativo à abertura e modo de gestão de determinados contingentes pautais comunitários de carne de aves de capoeira e outros produtos agrícolas. Regulamento (CE) n.o 2159/ 2004 da Comissão, de 16 de Dezembro de 2004. Fixa as restituições aplicáveis à exportação de alimentos para animais compostos à base de cereais. Regulamento (CE) n.o 2211/2004 da Comissão, de 21 de Dezembro de 2004. Determina em que medida podem ser aceites os pedidos de certificados de importação de determinados produtos do sector da carne de aves de capoeira apresentados em Dezembro de 2004 ao abrigo do Regulamento (CE) n.o 2497/96. Regulamento (CE) n.o 2209/2004 da Comissão, de 21 de Dezembro de 2004. Determina em que medida podem ser aceites os pedidos de certificados de importação de determinados produtos do sector dos ovos e Regulamento (CE) n.o 1/2005 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2004. Relativo à protecção dos animais durante o transporte e operações afins e que altera as Directivas 64/432/CEE e 93/119/ CE e o Regulamento (CE) n.o 1255/97. Regulamento (CE) n.o 2230/2004 da Comissão, de 23 de Dezembro de 2004. Estabelece normas de execução do Regulamento (CE) n.o 178/2002 no que diz respeito à criação de redes de organismos que trabalhem nos domínios da competência da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. Regulamento (CE) n.o 2232/2004 da Comissão, de 23 de Dezembro de 2004. Altera os anexos I, II e III do Regulamento (CEE) n.o 2377/ 90 do Conselho que prevê um processo comunitário para o estabelecimento de limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de origem animal, no que diz respeito ao altrenogest, dipropionato de beclometasona, cloprostenol, R-cloprostenol, sesquioleato de sorbitano e toltrazuril. Regulamento (CE) n.o 2254/2004 da Comissão, de 27 de Dezembro de 2004. Altera o Regulamento (CEE) n.o 2092/91 do Conselho relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos géneros alimentícios. Legislação Nacional e Comunitária Especial Rastreabilidade Em todos os Estados Membros e em muitos países Terceiros, os princípios subjacentes à segurança alimentar e à protecção dos consumidores encontram-se nas respectivas legislações nacionais. Contudo, a nível comunitário, a legislação alimentar evoluiu sem que muitos dos princípios básicos tenham sido definidos num instrumento legal. 1. Objectivos da Legislação Alimentar • Assegurar um elevado nível de protecção da vida e saúde humana, tendo em conta a protecção e o bem-estar dos animais, a protecção das plantas e o ambiente, conseguida pela abordagem integrada "do prado ao prato", hoje considerada como o princípio basilar da política de segurança alimentar na Europa; • Estabelecer os direitos dos consumidores a disporem de alimentos seguros e a serem informados de forma precisa e honesta; • Harmonizar as regras nacionais, de modo a garantir a livre circulação de alimentos e alimentos para animais. 2. Princípios da Legislação • Processo: os operadores das emAlimentar presas do sector alimentar e do Os princípios gerais da legislação alimentar, em vigor desde 21 de Fevereiro de 2002, serão adoptados à medida que respectivas medidas de aplicação forem sendo aprovadas, de modo a serem conformes ao Regulamento n.º 178/2002. Esta tarefa encontra- se em fase de implementação e deverá estar concluída até 1 de Janeiro de 2007. Nelas se encontram a rastreabilidade, análise de risco, princípio da precaução, responsabilidade dos agentes económicos e a transparência. 2.1 Rastreabilidade • Objectivo: tornar possível a retirada de alimentos e permitir que seja fornecida ao consumidor informação relativa aos produtos; • Aplicação: a partir de 1 de Janeiro de 2005 • Conceito: segundo o Regulamento Comunitário, a rastreabilidade consiste na capacidade de detectar a origem e de seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios ou em alimentos para animais, ou com probabilidades de o ser, ao longo de todas as fases da produção, transformação e distribuição. sector dos alimentos para animais devem estar em condições de identificar o fornecedor de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios, ou de qualquer outra substância destinada a ser incorporada num género alimentício ou num alimento para animais, ou com probabilidades de o ser. Para o efeito, devem dispor de sistemas e procedimentos que permitam que essa informação seja colocada à disposição das autoridades competentes, a seu pedido. • Rotulagem: os géneros alimentícios e os alimentos para animais que sejam colocados no mercado comunitário, ou susceptíveis de o ser, devem ser adequadamente rotulados ou identificados por forma a facilitar a sua rastreabilidade, através de documentação ou informação cabal, de acordo com os requisitos pertinentes de disposições mais específicas. 2.2 Análise de risco Na legislação alimentar estão definidos os princípios da análise de risco e a estrutura e os mecanismos para a avaliação técnica e científica, a observar pela EFSA. Ficam assim consignados na regulamentação comunitária, as três componentes da análise de risco. 31 Legislação Nacional e Comunitária • A avaliação do risco: tem de ser realizada por uma entidade independente, objectiva e transparente; • A gestão do risco: consiste num processo de avaliação de medidas alternativas que têm em conta os resultados da avaliação de riscos e que, se necessário, definem as acções apropriadas para evitar, reduzir ou eliminar os riscos, de modo a assegurar um elevado nível de protecção da saúde; • A comunicação do risco: pretende-se melhorar a comunicação relativa à segurança e à forma de avaliar e explicar os riscos potenciais, incluindo uma total transparência das opiniões científicas. Cabe à Agência Alimentar Europeia desempenhar este papel. 2.3 Princípio da Precaução Este princípio aplica-se quando os gestores do risco têm de tomar decisões para proteger a saúde, mas a informação científica disponível é, em certa medida, insuficiente, inconclusiva, ou incompleta. É relevante nos casos em que os gestores do risco identificaram uma razoável quantidade de dúvidas quanto à possibilidade de existir um nível de risco inaceitável para a saúde, mas a informação que a sustenta e os dados disponíveis, não são suficientes para permitir uma avaliação de risco compreensível. Perante esta situação específica, quem tem de decidir, pode tomar medidas para proteger a saúde, baseadas no princípio da precaução, enquanto se procura informação científica ou outro tipo de dados, mais concretos. Estas medidas têm de estar conformes aos princípios normais de nãodiscriminação e proporcionalidade e devem ser considerados como provisórios, até ao momento em que uma informação mais compreensível sobre o risco envolvido se encontre disponível. 2.4 Responsabilidade dos agentes económicos Cabe aos agentes económicos do sector, a principal responsabilidade pelo cumprimento das regras relativas aos géneros alimentícios, em particular, as relativas à segurança dos alimentos. A complementar e consolidar este princípio terá de haver um controlo adequado e efectivo a realizar pelos Estados Membros. 2.5 Transparência A transparência na preparação de legislação e a consulta pública são elementos essenciais para a construção da confiança. 3. Instrumentos de Garantia 3.1 Sistema de Alerta Rápido – (RASFF) Foi implementado em 1979 e, consiste num sistema de informação em rede, de notificação obrigatória sempre que tenha sido detectada uma situação que envolve riscos para a saúde humana. • Objectivo: dotar as autoridades de controlo, de um instrumento eficiente de troca de informação nas medidas tomadas para garantir a segurança dos alimentos; • Constituição: a rede é constituída pela Comissão Europeia, Estados Membros, países terceiros e organizações internacionais. 3.2 Procedimentos de emergência As crises alimentares demostraram a necessidade de estabelecer medi- Legislação Nacional e Comunitária das apropriadas às situações de emergência, de modo a assegurar que qualquer alimento ou alimento para animal, independentemente da sua origem, está submetido a regras idênticas, em caso de ser detectado um risco sério para a saúde ou para o ambiente. Para isso, o Regulamento confere poderes especiais à Comissão Europeia para tomar medidas, que podem ser desencadeadas pela própria Comissão ou a pedido de um Estado Membro. As medidas previstas são a retirada do mercado ou imposição de condições especiais na sua comercialização. 3.3 Gestão das crises Cabe à Comissão Europeia gerir as situações de crise. A gestão assenta num Plano de Gestão e na criação de uma Unidade de Crise, sendo o processo desencadeado quando a Comissão identifica situações que o justifiquem. A EFSA participa na Unidade de Crise e fornece assistência técnica e científica. Encontram-se já concluídas as Regras de Actuação em caso de Crise, definidas pela Comissão Europeia, depois de ouvida a EFSA. In Dossier Técnico: SEGURANÇA ALIMENTAR, Princípios e Instrumentos, Revista do Agricultor, Nov/Dez.2004 A. Rastreabilidade Enquadramento Legal 1. Todos os produtos, excepto os que têm regulamentação específica: Art. 18ª do Reg. 178/2002 2. Exemplos de produtos com regulamentação especifica: • Sector da carne de bovino aplica-se o Reg. 1760/2000 (SNIRB) • OGM’s: aplica-se o previsto no Reg .1830/2003 NOTA: os procedimentos relacionados com a certificação não são reconhecidos como passíveis de cumprir as exigências de rastreabilidade. B. Gestão do Risco Particularidades O regulamento n.º 178/2002 estabelece o princípio de que as medidas a adoptar em caso de gestão do risco não se devem basear exclusivamente na avaliação científica, pois devem ter também em conta outros factores, de toda a ordem, para legitimar as questões em causa. Esses factores incluem, por exemplo, a exequibilidade do controlo do risco, a fase da cadeia alimentar em que ocorrem os problemas e, as medidas de controlo adequadas a essa fase, a logística das operações apropriadas à retirada do mercado, os efeitos sócio-económicos e o impacto ambiental. C. Notificações de Alerta Informações em rede São enviadas sempre que os alimentos ou alimentos para animais, que se encontram no mercado representam um risco e por isso torna-se necessária uma acção imediata. Os membros da rede devem informar a Comissão Europeia e explicar os casos em que: Tenham sido tomadas medidas restritivas na colocação de alimentos no mercado ou forçada a retirada, pelos próprios ou pelas autoridades, de alimentos ou alimentos para animais da cadeia alimentar; Qualquer medida, que envolva os agentes económicos do sector, vise a prevenção ou o controlo na utilização de um alimento ou alimento para animal; Qualquer rejeição de um alimento ou alimento para animal numa fronteira externa da União Europeia, realizada por uma autoridade competente. 33 Entrevista com SATIVA Entidade de controlo e certificação de Agricultura Biológica Eng.º António Mantas O Engenheiro António Mantas é o responsável pelo Departamento de Certificação da Sativa, e é um homem convicto relativamente à agricultura biológica. Objectivo, crítico e sem rodeios, dá-nos conta das suas opiniões e das suas expectativas para um sector que, apesar de tudo, se está a desenvolver em Portugal. 34 Como é realizado o controlo nas produções de frango biológico e em produções de agricultura biológica, junto dos produtores? É feito através de visitas às unidades de produção, em que são verificados aspectos fundamentais dessas mesmas produções. Geralmente é realizada uma primeira visita, mais pormenorizada, onde se analisa, por exemplo, as dimensões das aberturas dos galinheiros para os animais saírem para o espaço livre, a alimentação, o que têm os componentes das farinhas, tal como uma série de características indispensáveis de uma primeira visita. As seguintes serão feitas, umas sem aviso, outras com avisos mais curtos. precisamos de lá voltar rapidamente para fazer segundas avaliações ou se as coisas estão mais ou menos dentro dos parâmetros esperados. Se as coisas estão em sintonia com os regulamentos, as visitas são mais espaçadas, se nos depararmos com o cenário contrário ou se temos um receio maior, apertamos mais na periodicidade das mesmas. Nesse caso há a possibilidade de aplicação de sanções que podem ser ao nível da advertência ou podem ser ao nível da suspensão, quando chegamos à conclusão que alguma coisa não está inteiramente bem. Por consequência, o produtor fica impossibilitado, durante um determinado período de tempo, de colocar o produto no mercado. E nessas visitas surgem surpresas menos agradáveis?... Quando se faz a primeira visita, elaboramos logo uma avaliação do produtor e percebemos se Quais as funções e as responsabilidades desta entidade no processo de certificação? Nós somos um organismo de controlo de certificação reconhecido. Temos que verificar e confirmar que os Entrevista com produtos de agricultura biológica que vão para o mercado cumprem o regulamento europeu que existe. A responsabilidade de colocação do produto no mercado é sempre do produtor ou do operador que o coloca. "Este é um mercado que está a crescer" Ao nível dos apoios, a Sativa tem um papel activo? A Sativa não faz mais que controlo e certificação. Em relação aos apoios, nomeadamente à formação, essa é uma tarefa destinada a outras entidades que estão especificamente viradas para esse tipo de matérias. Nós não devemos nem podemos entrar por aí, aliás estaríamos a criar uma incompatibilidade entre quem controla e quem fornece apoio técnico. Quais as principais dificuldades sentidas pelos produtores? A grande dificuldade, penso eu, é o apoio técnico. Este é um modo de produção, em certa medida, novo – há em Portugal pouco mais de 1.000 produtores – e há algumas dificuldades técnicas, por exemplo na pecuária, porque existe pouco alimento de agricultura biológica, e então é preciso comprá-lo geralmente fo- ra. Por outro lado, continua a haver questões relacionadas com problemas veterinários porque muitas vezes as pessoas não cumprem os regulamentos. Qual é o tipo de envolvimento das entidades oficiais? Esse é um problema, neste país, que se estende a quase todas as actividades. São prometidos apoios que não vêm, são prometidas prioridades que não são dadas, são-nos levantados entraves porque o modo de produção biológico não está de acordo com a lei nem com o regulamento que fala de aves, e portanto criam-se muitos problemas aos produtores, muitos deles sem razão de ser. E, como tal, a questão do envolvimento está sempre presente, mas não é pior na agricultura biológica do que no resto. Na vertente do produtor, que expectativas existem para este género de produção? Este é um mercado que está a crescer e a desenvolver-se, mas também não é o mercado que muitas pessoas pensam, em que chegam e julgam que vão ganhar mundos e fundos. É óbvio que é ligeiramente mais remunerado, mas também tem mais obrigações, portanto a remuneração que vem a mais resulta do maior número de obrigações: há que pagar o controlo, há que, nalguns casos, pagar o apoio técnico, etc., são tudo despesas acrescidas. Mas, apesar de tudo, acredito que esta actividade cresça 35 Entrevista com no futuro. Porém é um mercado bastante mais desenvolvido noutros países, comparativamente a Portugal, nomeadamente na parte dos frangos, mas acredito que em Portugal haverá cada vez mais condições para a agricultura biológica se implantar. E na vertente do consumidor, como avalia o futuro destas produções em Portugal e na União Europeia? O consumidor não está muito virado para este tipo de produtos. Se perguntar a um consumidor se está disponível para pagar mais por este tipo de produtos, ele diz-lhe que sim, e reconhece que é um produto que lhe dá mais garantias e, como tal, deve ser mais caro. Mas se chegar ao fim do mês e tiver que pagar mais "x" por produto, se calhar não está para isso. As coisas são mesmo assim, à partida toda a gente está disposta a aderir, efectivamente há uma procura crescente destes produtos mas há ainda um caminho a percorrer no sentido de tornar a relação entre consumidor e agricultura biológica mais harmoniosa. 36 Que acções poderão ser desencadeadas junto dos consumidores para incentivar o consumo da agricultura biológica? Temos apoiado algumas acções, mas não directamente. Aparecemos, em alguns casos, a apresentar a forma como se faz o controlo a consumidores, através de sessões de esclarecimento, mas não fazemos propaganda directa à agricultura biológica. Mas ela deve ser feita, conforme ficou definido no Plano Nacional para o Desenvolvimento da Agricultura Biológica, aprovado pelo governo de Durão Barroso, onde eram contempladas medidas e acções de apoio para o desenvolvimento da agricultura biológica, mas quando entrou este governo, todo esse plano ficou congelado e a linha política foi outra. Eu gostaria bastante de ver esse plano em prática, com apoios directos aos produtores, com cortes na fiscalização sobre a nossa actividade, para que definitivamente a agricultura biológica ganhe credibilidade e quantidade no nosso país. Entrevista com Um piloto "biológico" Pedro Couceiro É um dos nomes mais conhecidos do desporto automóvel nacional, é igualmente um dos mais lúcidos desportistas actuais, e é um homem ansioso pela confirmação da agricultura biológica em Portugal. Pedro quer ver no pódio a saúde pública, a alteração dos hábitos alimentares e a aposta definitiva na divulgação de produtos mais saudáveis. É um adepto da agricultura biológica? Sou o chamado adepto teórico. Neste momento, tenho-me limitado a ser um consumidor da cultura biológica por simples curiosidade. Confesso que, na prática gostaria de consumir um maior número de produtos deste género, mas infelizmente ainda não entrei num ritmo de verdadeira habituação. Julgo que é necessário e que, no futuro, será mesmo indispensável, porém, para já, ainda não existe um estímulo efectivo para os consumidores portugueses. É esta a melhor via para aperfeiçoar a qualidade daquilo que se come? Julgo que tudo devemos fazer no sentido de evoluirmos, ou mesmo regressarmos a uma alimentação baseada em produtos naturais, sem recurso a químicos ou quaisquer outros elementos estabilizadores ou conservantes. O nosso organismo por certo agradecerá. Apesar de toda a evolução a que o corpo 38 humano tem sido sujeito ao longo dos tempos, não me parece que ele esteja preparado para a enormidade de produtos alterados ou sujeitos a elementos terceiros como corantes e conservantes, que diariamente consumimos e, como tal, a agricultura biológica ganha um papel de grande relevância para alterar essa tendência que, para mal dos nossos pecados, já é histórica. Como vê os desenvolvimentos nesta área junto dos consumidores? Vejo naturalmente com agrado. Penso que será um trabalho moroso, dada a filosofia que se impõe a tal acção, mas julgo que vale realmente o esforço, pelo bem que trará principalmente à saúde pública. Mas ainda falta muito? Francamente acho que sim. Pela pouca promoção e pela falta de informação nos locais onde os adquirimos, supermercados ou outros, em conjunto com os elevados preços praticados, talvez Entrevista com devido à sua pouca quantidade de produção, faz com que estes produtos ainda sejam vistos como "produtos elitistas". E se essa imagem continuar a passar, dificilmente se conseguirá inverter esse lugar comum. “O nosso organismo por certo agradecerá” Quais os alimentos a que dá mais preferência e quais os que gostava de ver aderir a este tipo de agricultura? Há três tipos de alimentos em que me parece cada vez mais indispensável a aposta na produção biológica, a saber: frutas e legumes, mas também as carnes. Os primeiros passos estão dados e, nesta altura, é só cimentar a aposta e os resultados aparecerão mais cedo ou mais tarde. simplesmente na falta de informação e de promoção perante o consumidor, um facto indesmentível e que merece uma nova e redobrada atenção. Como desportista, o regime alimentar é de fulcral importância. A agricultura biológica tem (ou deve ter) um papel de relevo? O desportista é alguém que leva constantemente as suas capacidades físicas ao limite. Tudo o que pudermos fazer para que a nossa "máquina" possa estar em melhores condições, maiores serão os dividendos para nós próprios. Infelizmente muitos recorrem precisamente ao oposto, mas existirá sempre uma forma "natural" de termos uma alimentação condizente com as nossas necessidades, sem que percamos o nosso nível competitivo. Se assim pensarmos, a qualidade dos desportistas ganhará igualmente com isso. Do ponto de vista do consumidor, considera que Portugal é um exemplo nesta matéria? Julgo que não, mas a minha resposta baseia-se Ao nível da economia, acha que esta é uma actividade a ter em conta? Da forma como está a ser encarada, infelizmente, acho que levará bastante mais tempo do que deveríamos pretender e do que muitos esperariam. É cada vez mais urgente existirem medidas mais aliciantes que sirvam de incentivo junto dos produtores e também dos consumidores. Estamos a falar, sem rodeios, em saúde pública e os efeitos não se vão notar já, mas sim a longo prazo. É normal exigirmos medidas que tenham resultados, de preferência, já amanhã, mas deveremos ter bom senso nesta matéria e fazer as coisas gradualmente, com pés e cabeça, para que o seu desenvolvimento se dê de uma forma equilibrada e natural. Qual seria para si, a refeição biológica ideal? Indiscutivelmente, um bife de frango grelhado com legumes, regado por um bom sumo de laranja e, para sobremesa, muita fruta. Será assim tão chocante para os mais cépticos? Voz Rural Valorizar as Pessoas e a nossa Terra Prof. Augusto Figueiredo Presidente da Junta de Freguesia da Asseiceira A freguesia de Asseiceira é uma das grandes dinamizadoras do modo de produção biológico em Portugal. A voz da região é assumida, aqui, pelo professor Augusto Figueiredo, um homem convicto, sensível e apostado em lançar a agricultura biológica, de uma vez por todas, para o topo das prioridades, não só dos governos, mas da população em geral. Na primeira pessoa… A agricultura biológica é a única que respeita a natureza e o ser humano, integralmente. Tem obrigatoriamente de respeitar o tempo de cada árvore, de cada planta, de cada ser vivo, seja vegetal ou animal, de cada estação do ano e os ritmos de crescimento natural. Os pesticidas, herbicidas, transgénitos e outros produtos sintéticos são proibidos. Os males, as pestes, as bactérias, os micróbios são combatidos com os produtos naturais ou com técnicas não inimigas do ambiente. A agricultura biológica é a que melhor serve o desenvolvimento sustentável do planeta, nos seus múltiplos aspectos, com relevância para a saúde do ser humano, o ambiente e os ecossistemas, bem como as linhas de água, rios e ribeiras. A um jovem devemos dizer que a agricultura biológica é aquela que é feita com tudo o que é natural, logo é boa. A Junta de Freguesia de Asseiceira há cerca de sete anos, tem um executivo que assenta a sua acção no seguinte lema "Valorizar as pessoas e a nossa terra" e tem por base o melhor de cada Freguesia, isto é, as pessoas e a qualidade do ambiente da nossa terra. Com a Lei 169/99, as Juntas de Freguesia passaram a ter competências explicitas, próprias ou delegadas – poucas – no âmbito do desenvolvimento sustentado, e em particular, nas áreas do social, cultural, económico, ambiente e património. A Junta de Freguesia assume que pode e deve ser uma promotora / potenciadora destas áreas e campos novos de trabalho e do exercício da cidadania plena por cada um dos habitantes. No sector avícola, começámos por apoiar e incentivar a constituição da ALIBIO – Cooperativa de Consumo e Alimentação produzida de modo Biológico, CRL – 40 que tem a sua sede e o entreposto, câmara de frio e refrigeração na Asseiceira, composta por 24 cooperantes, com três postos de trabalho directos e um indirecto. Possui três pontos de venda, Asseiceira, Rio Maior e Caldas da Rainha e um serviço de entrega domiciliária de todos os produtos. Esta Cooperativa teve o condão e decisão estratégica de valorizar os aspectos da defesa do ambiente (e o cumprimento desse objectivo como forma de estar na vida de todos os dias) e da valorização da partilha, da cooperação e do cooperativismo como terceiro sector da economia nacional e um dos mais importantes da economia social para o século XXI. Este projecto contou com os fundos comunitários no âmbito do Fundo Social Europeu, o Estado Português, através do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, do I.E.F.P. e do INSCOP – António Sérgio e o Programa PRODESCOOP. Seguiu-se, por óbvios efeitos de procura e do desenvolvimento local em rede, a "Quinta da Ribaldeira" – Cooperativa de Agricultura em modo de Produção Biológica, CRL. Produtor essencialmente de frutos e hortícolas, tem actualmente em expansão os doces e as compotas biológicas. É já hoje um caso de sucesso. Encontra-se em avançado processo de elaboração, a candidatura para uma cooperativa de serviços de restauração, chamada "Boa-Boca", que tem como objectivo, promover, explorar e rentabilizar um restaurante A um jovem devemos dizer que a agricultura biológica é aquela que é feita com tudo o que é natural, logo é boa Voz Rural com cozinha unicamente de produção biológica, nos produtos e nos métodos de confecção. Quanto ao frango de agricultura biológica, é fruto da dinamização local, ao nível individual e de empresas, das quais destacamos a D. Elvira Madeira e a Eng.ª Maria José Costa (José Costa & Herdeiros), dos primeiros a apostar na avicultura em modo de produção biológico, sempre com o apoio técnico e veterinário da Socampestre. Na minha opinião, é um caminho para o pequeno e médio produtor agrícola tornar apetecível a sua vida, pois as pequenas e médias explorações, na actual sociedade altamente competitiva e de mercados tão agressivos, não têm espaço. Mas com inovação, rigor científico, trabalho e uma boa distribuição, é possível colocar esses produtos em "nichos" de mercado, em Portugal e na Europa, com relevância para o centro e norte da Europa, onde os cidadãos com disponibilidade financeira privilegiam a saúde e o bem-estar. A Asseiceira teve a felicidade, devido às suas gentes e ao apoio da Socampestre, de ter sido uma das primeiras zonas a produzir frango de agricultura biológica. Embora não se vejam já os efeitos, em breve teremos as explorações que foram abandonadas, que possuem boa área de campo envolvente, certamente a ganharem nova vida. Lanço desde já o desafio à produção de cereais de modo de produção biológico, já que actualmente importamos tudo. A visita do Sr. Ministro da Agricultura à Freguesia da Asseiceira é um sinal significativo da importância dada A Asseiceira teve a felicidade de ter sido uma das primeiras zonas a produzir frango de agricultura biológica a este segmento da agricultura portuguesa, no sentido da inovação e dos consequentes ganhos de quotas de mercado. É altura das políticas deixarem de desincentivar a produção, de apoiar estes e outros sectores da agricultura portuguesa e os seus agricultores, no âmbito do incentivo da promoção dos produtos, aqui e lá fora. É bom lembrar que o frango de agricultura biológica é integralmente controlado, ao longo de todo o processo de produção, sendo também controlado ao longo dos processos de abate, armazenamento e distribuição. Dentro da nossa pequenez, da insuficiência de verbas e de meios que dispomos, temos a consciência de que este é e será um dos bons caminhos que a humanidade tem de trilhar, se não se quiser auto-destruir. Estamos muito atrasados em relação à União Europeia, neste sector da agricultura biológica, mas temos condições de carácter humano climatérico e ambiental excepcionais. Como alguém disse um dia "O planeta Terra não é nosso, foi-nos emprestado pelas gerações futuras". Saibamos entregá-lo, pelo menos igual ao que recebemos. Não o destruamos. Acreditemos, pois, na Agricultura Biológica. 41 Agenda Calendário de Actividades e Formação Avícola 2005 Março Abril Maio 03-05 Feriagro Buenos Aires, Argentina 03-07 Fiera Agrícola 2005 Verona, Itália 07-11 Expodirecto Cotrijal 2005 Cotrijal 09-12 Expo Chacra 2005 Santa Fé, Argentina 09-13 Agro 2005* Braga, Portugal 15-17 Sifel 2005 Agen, França 16-18 Vivasia 2005 Bangkok, Tailândia 16-20 Feira Agrícola 2005 Zagreb, Croácia 17-19 Field Days 2005 Feilding, Nova Zelândia 29-01. Abril Vetrana 2005 Amman, Jordânia 30-02.Abril Northlands Farm & Ranch Show 2005 Edmonton, Canadá 31-03.Abril Mondial Bioenergie 2005 Paris, França 01-03 Agriumbria 2005 Peruggia, Itália 05-09 Fima 2005 Saragoça, Espanha 05-09 Agrishow Comigo 2005 Rio Verde, Brasil 05-10 Agropecruz 2005 Santa Cruz, Bolívia 06-07 In Food 2005 Paris, França 07-11 Fiera Nazionale della Agricoltura Chieti, Itália 07-17 7ª Ruraltech 2005 Londrina, Brasil 10-13 Alimentaria* Lisboa, Portugal 19-23 Agrishow Cerrado 2005 Rondonopólis, Brasil 20-24 Kontarim 2005 Konia, Turquia 30-09.Maio Salon de l’Agriculture Aquitaine 2005 Bordéus, França 09-11 Irrigation Australia 2005 Brisbane, Austrália 11-13 Avesui 2005 Florianopólis, Brasil 14-21 International Agricultural Faire 2005 Novi Sad, Sérvia Montenegro 15-19 9º Siconbiol – Simpósio de Controlo Biológico Recife, Brasil 16-21 Agrishow Ribeirão Preto – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola Ribeirão Preto, Brasil 22-27 V Congresso Ibérico de Ciências Hortícolas Seminário de Vilar, Portugal 24-27 Zootec 2005 Campo Grande, Brasil 26-29 SMA Sfax 2005 Sfax, Tunísia 26-29 Agritex 2005 Damasco, Síria Agenda * Agro Braga A 38.ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação vai decorrer entre 9 e 13 de Março de 2005, nas instalações do parque de Exposições de Braga. O certame, onde se encontram representados todos os sectores agrícolas, da maquinaria à pecuária, sem esquecer a indústria e redes alimentares, assume-se como um dos maiores e mais importantes do seu género constituindo, por essa razão, um ponto de encontro privilegiado para todos quantos têm ligações profissionais à agricultura. Ao apresentar uma componente exposicional extremamente forte, particularmente no sector da maquinaria agrícola, a AGRO é também um excelente polo de oportunidades de negócio. Por outro lado, o fórum de discussão dos temas mais candentes da agricultura portuguesa, através das jornadas paralelas dirigidas especialmente aos agricultores, constitui uma mais valia não desprezível tanto mais que se trata de um conjunto de acções com um particular papel formativo e informativo, permitindo uma actualização da informação e do conhecimento, mais difíceis de obter por outros meios. A AGRO proporciona igualmente a oportunidade de divulgação única das raças autóctones, quer através da exposição permanente de exemplares representativos no recinto da feira, quer ainda através da realização dos concursos pecuários: o concurso nacional da raça barrosã e o concurso regional das raças galega, arouquesa e maronesa, eventos únicos realizados a nível nacional pela importância das adesões de que se reveste. Paralelamente, como complemento do seu perfil exposicional, realizam-se o Salão do Vinho, que acolhe uma variedade diversificada dos vinhos de Portugal, e o Salão de Utilidades, onde pontificam o artesanato e os produtos de origem regional. da influência que exerce num certame que conta com o apoio activo de todos os canais de distribuição e do comércio alimentar português. O Salão contará com 9 salões monográficos distribuídos pelos 25.000m2 de exposição. A associada Interaves presente neste evento, irá ter o seu espaço na área dedicada à Agricultura Biológica, com o intuito de divulgar e promover o seu mais recente projecto de Frango de Agricultura Biológica Interaves. * Alimentária A Alimentária Lisboa 2005 é o mais importante evento do sector da Alimentação na Península Ibérica em 2005 e uma das mais importantes da Europa. A 8ª edição deste evento, organizado pela Feira Internacional de Lisboa e a Alimentária Exhibitions, decorrerá na FIL, Parque das Nações, entre 10 e 13 de Abril de 2005. A Alimentária 2005 é uma feira dedicada aos profissionais que operam no sector, conhecedores 43 Culinária Receitas Frango de Agricultura Biológica Frango ao Sal Ingredientes: 1 Frango de Agricultura Biológica Interaves Sal Alecrim Louro Cebolinho Coentros Execução: Lavar o Frango de Agricultura Biológica Interaves e escorrer bem. Secar com um pano. À parte, misturar sal com ervas aromáticas (alecrim, louro, cebolinho e coentros – tudo picado). Dispor sal no fundo de uma canoa, colocar o Frango de Agricultura Biológica Interaves e depois cobrir todo o frango com o sal aromatizado. Assar o Frango de Agricultura Biológica Interaves no forno a 180º, cerca de uma hora. NOTA: O Frango de Agricultura Biológica Interaves não pode ter a pele rota para o sal não entrar no seu interior. Preparação: 30 min. Tempo: 1 hora Peito de Frango Recheado com Presunto Ingredientes: 4 Peitos de Frango de Agricultura Biológica Interaves 4 Fatias de Presunto Azeite 1 Cebola 1 Cabeça de Alho Louro e Pimenta 2 Pacotes de Natas Preparação: 30 min. Tempo: 45 min. 44 Execução: Abrir o peito de Frango de Agricultura Biológica Interaves com a ajuda de uma faca. Dispor uma fatia de presunto, enrolar e atar com fio ou palitos. Num tacho colocar azeite, cebola picada, alho, louro e pimenta em pedaços. Deixar alourar. Juntar os peitos de Frango de Agricultura Biológica Interaves e deixar cozer virando de um lado e de outro. Temperar com sal e pimenta. Juntar as natas e deixar cozer mais uns minutos. Retirar os peitos de Frango de Agricultura Biológica Interaves, triturar o molho e rectificar temperos. Juntar novamente os peitos de Frango de Agricultura Biológica Interaves sem o fio. Servir com arroz branco ou legumes. NOTA: Também se pode colocar uma fatia de queijo juntamente com o presunto. Culinária Perna de Frango com cogumelos Ingredientes: 4 Pernas de Frango de Agricultura Biológico Interaves 1 Farinheira Sal e pimenta Azeite Preparação: 45m Tempo: 45m Execução: Desossar as pernas de frango Biológico Interaves e rechear com farinheira sem pele. Fechar com a ajuda de palitos. Temperar com sal e pimenta a gosto. Regar com azeite e levar a assar. Servir com legumes. Asas de Frango no Forno Ingredientes: 4 Asas de Frango de Agricultura Biológica Interaves 1 Cabeça de Alho 2 Malaguetas Mostarda Sal e Pimenta Folhas de Louro Ervas da Provença Vinho Branco Execução: Temperar as asas de Frango de Agricultura Biológica Interaves com alho, malagueta, mostarda, sal, pimenta, louro, ervas da Provença e vinho branco. Colocar as asas de Frango de Agricultura Biológica Interaves no tabuleiro com pedaços de manteiga. Levar as asas de Frango de Agricultura Biológica Interaves a assar. Preparação: 15 min. Tempo: 35 min. 45 Laboratório Socampestre O nosso laboratório desempenha um rigoroso controlo efectuado durante toda a linha produtiva, desde o pinto até ao produto para comercialização. Tipos de Análises Tipos de Pesquisas Microbiológicas E.Coli pH, Ferro Químicas Salmonella Cloro livre e total Micológicas Staphylococcus aureus Dureza Anatomopatológicas Enterobactérias IBD, IBV, ORT Sorológicas Mesófilos ART, SE/ST, MG Coliformes Parvovirose Streptococcus Aujesky Enterococcus Mal rubro Aspergillose Aborto Azul Clostridium Perfrigens Antibiogramas Bolores e leveduras Inibidores Mycoplasma M.O 37 °C e 30 °C Coloração Gram Psicrotróficos Coccidiose ... Quinta da Venda . Marés . 2584-958 Abrigada . Telem. 965 393 115 . Fax 263 798 016 . e-mail: [email protected]