Revista Canavieiros

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Revista Canavieiros
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Editorial
S
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Uma Canavieiros especial!
empre caprichamos nas edições que circulam na Fenasucro, mas em 2014 a
Canavieiros especial da feira está
“recheada”. São 76 páginas de muito conteúdo, informações e imagens
dos principais acontecimentos do
setor sucroenergético. Reunimos
opiniões de profissionais renomados e contamos com a colaboração
de alguns dos melhores pesquisadores e consultores do setor.
Nessa edição, três entrevistas
compõem as nossas páginas iniciais:
Gustavo Diniz Junqueira, presidente da SRB - Sociedade Rural Brasileira; Leila Dinardo Miranda, Pesquisadora do Centro de Cana IAC;
Cid Caldas, coordenador de Açúcar
e Etanol do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor da FEA/USP,
Marcos Fava Neves, opinam no
“Ponto de Vista”:
• Arnaldo Jardim, deputado federal
• Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da
Archer Consulting
• Eduardo Daher, diretor da Andef
• Octávio Antonio Valsechi, professor da UFSCar
• Plínio Nastari, presidente da
Datagro
• Helder Gosling, diretor comercial e de logística do Grupo São
Martinho
As pesquisadoras científicas do
IEA – Instituto de Economia Agrícola, Marli Dias Mascarenhas Oliveira; Rejane Cecília Ramos e Katia
Nachiluk, assinam o artigo “Cenário do Setor Sucroenergético no Estado de São Paulo”.
A Reportagem de Capa traz a
trajetória do projeto “Caminhos da
Cana”, que teve início no dia 10 de
julho, em Araraquara - SP. Coordenada pelo professor Marcos Fava
Neves, a iniciativa tem como objetivo levantar dados sobre o setor
sucroenergético para elaborar uma
agenda estratégica para o segmento para o período 2015-2025, com
detalhamento regional, e que será
disponibilizada aos candidatos que
disputam as eleições federais e estatuais em outubro. Além de servir de
plataforma para a troca de experiências entre entidades e pequenos produtores de cana-de-açúcar, também
será base para o planejamento estratégico da Orplana - Organização
de Plantadores de Cana da Região
Centro-Sul do Brasil.
A cobertura de vários eventos terá
destaque nesta edição, porém, a principal reportagem é a “Etanol 2G: A
grande aposta do mercado”. O que
antes era apenas palha e bagaço hoje
é garantia de um futuro promissor. A
produção de etanol de segunda geração a partir de biomassa de variadas
fontes, ou seja, o combustível gerado com o que sobra da moagem da
cana-de-açúcar, como a palha e o bagaço, tem sido uma das alternativas
mais propícias e sustentáveis para a
substituição de combustíveis fósseis.
De olho neste futuro promissor, o
CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, começou a desenvolver, em
2007, uma Planta de Demonstração
de Etanol de Segunda Geração, na
usina de São Manoel, situada na cidade de São Manuel – SP, que está
em fase de comissionamento.
A Canavieiros de agosto também
conta com as tradicionais notícias
do Sistema Copercana, Canaoeste
e Sicoob Cocred; artigos técnicos;
assuntos legais; informações setoriais; classificados e dicas de leitura e português.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
Conselho Editorial:
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Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
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Projeto gráfico e Diagramação:
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Equipe de redação e fotos:
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Clariano e Rafael H. Mermejo
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
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reprodução parcial desta revista é autorizada,
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Revisão: Lueli Vedovato
Tiragem DESTA EDIçÃO:
22.500 exemplares
ISSN: 1982-1530
Endereço da Redação:
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Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Foto Divulgação
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Ano VIII - Edição 98 - Agosto de 2014 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 34
“Caminhos da Cana” ultrapassa
fronteiras do Centro-Sul
Projeto visa à disseminação do
setor sucroenergético e coleta de
informações
E mais:
Pontos de Vista
.....................página 10
05 - Entrevista
Coluna Caipirinha
.....................página 20
Destaques
Farm perspective study
.....................página 37
Dra. Leila Dinardo Miranda
Pesquisadora do Centro de Cana - IAC
Reunião Anual da Fermentec
Cigarrinhas das Raízes: um dos grandes problemas enfrentados
.....................página 38
pelos agricultores
I Workshop Internacional sobre
Cadeia Sucroenergética
.....................página 40
Informações Setoriais
.....................página 42
Acompanhamento da safra
.....................página 44
07 - Entrevista II
Cid Caldas
coordenador de Açúcar e Etanol do Min. da Agricultura
“Setor terá de investir R$ 50 bilhões até
2022 para atender à demanda”
22 - Notícias Copercana
- Responsabilidade social: Copercana entrega cadeiras de rodas a Campo Florido
- Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred entrega cadeira de rodas para entidades de Santa Rita do Passa Quatro e Ocauçu
26 - Notícias Canaoeste
- Trabalho realizado por bibliotecário da Canaoeste vem sendo destaque na mídia
- Canaoeste e Copercana participam da 4ª EXPAM
- Reuniões e treinamentos Canaoeste
- Gestão de Relacionamento Recursos e Projetos, mais um canal de serviços da Canaoeste
- Área Restrita: mais uma ferramenta da Canaoeste para agilizar o dia a dia do associado
- Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred apoia evento em comemoração ao
Dia do Agricultor
32 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Climatologia e produtividade
canavieira
.....................página 48
Agende-se
.....................página 50
Pesquisa - produtores de amendoim
.....................página 51
Custos de produção
.....................página 54
Adubação de soqueiras e uso de
fertilizantes
.....................página 56
Cenário do Setor sucroenergético no Estado de SP
.....................página 58
Novas Tecnologias - Etanol 2G
.....................página 60
Novo PLENE
.....................página 62
Insectshow
.....................página 63
Fenasucro
.....................página 64
Classificados
.....................página 70
Assuntos Legais
.....................página 72
Cultura
.....................página 73
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Entrevista I
Cigarrinhas das Raízes: um dos grandes
problemas enfrentados pelos agricultores
Os produtores de cana-de-açúcar têm sofrido com os ataques de pragas e muitas delas contribuem para a perda da produtividade, dentre elas, as Cigarrinhas das Raízes. A Revista Canavieiros
conversou com a pesquisadora do Centro de Cana - IAC, Dra. Leila Dinardo Miranda para falar
sobre esse assunto. Acompanhe!
Dra. Leila Dinardo Miranda
Fernanda Clariano
reduz a taxa de fotossíntese, resultando na menor produtividade de colmos
e de açúcar, além de causar problemas
na área industrial, devido à redução na
qualidade da matéria-prima.
Revista Canavieiros: A colheita da
cana crua tem influenciado a incidência das cigarrinhas das raízes?
Leila: A cana crua interferiu nas
populações de cigarrinha porque o acúmulo de palha contribuiu para manter a
umidade do solo, favorecendo significativamente o crescimento populacional desse inseto. Além disso, a despalha de cana a fogo, antes da colheita,
no caso da colheita de cana queimada,
contribuía para destruir parte dos ovos
depositados no solo e na palhada.
Revista Canavieiros: Quais os
principais danos e prejuízos que a cigarrinha das raízes causa na cultura
da cana-de-açúcar?
Leila: Os danos são causados pelas
formas jovens e adultos da cigarrinha
das raízes. As ninfas sugam as raízes,
de onde extraem grande quantidade de
água e nutrientes; os adultos se alimentam nas folhas. Ninfas e adultos, ao se
alimentarem, injetam saliva na planta;
a saliva é rica em enzimas e aminoácidos e auxilia o inseto no processo de
ingestão do alimento; entretanto, ela é
tóxica para a planta, causando necrose
nos tecidos foliares e radiculares, e provocando grande desordem fisiológica.
Em consequência do ataque dos adultos
e das ninfas, as folhas tornam-se amareladas e, posteriormente, secam, o que
Revista Canavieiros: A praga pode
ser encontrada com mais frequência
na cana soca ou em cana planta?
Leila: É mais comum na cana soca,
por causa da palha, mas também é comum
em cana queimada e em cana planta.
Revista Canavieiros: Qual seria
a melhor estratégia para o manejo e
controle da cigarrinha das raízes?
Leila: Cerca de 20 dias depois do
início das chuvas, o produtor deve iniciar amostragens para verificar qual a
população da praga em suas diferentes
áreas. Devem ser amostrados seis pontos por ha, sendo cada ponto constituído por 2m de sulco. Em cada ponto, deve-se afastar com cuidado a palha entre
os colmos, dispondo-a na entrelinha, a
fim de que os pontos de espuma possam
ser visualizados. Com auxílio de um
pequeno palito (30 cm de comprimen-
to e 0,8 cm de diâmetro), contam-se as
ninfas e eventuais adultos nas raízes. É
importante que se inicie os levantamentos logo após as primeiras chuvas, pois
muitas vezes as populações detectadas
nessa primeira geração da praga são
bastante elevadas, superiores ao NDE
(Nível de Dano Econômico).
O NDE da cigarrinha-das-raízes está
ao redor de 10 – 12 insetos/m, para
canaviais colhidos até julho, quatro cinco insetos/m para canaviais colhidos entre julho e setembro e ao redor
de dois - três insetos/m para canaviais
colhidos a partir de outubro. Portanto,
é preciso fazer controle de modo que
as populações não atinjam os níveis
citados. Assim, como é necessário entrar com controle antes que o NDE seja
atingido, recomenda-se que os produtores que fizerem opção pelo uso do
fungo Metarhizium anisopliae, iniciem
as aplicações quando as infestações de
cigarrinha atingir valores entre 0,5 e um
inseto/m. Estas aplicações devem ser
feitas no final da tarde, à noite ou em
dias nublados, para evitar a incidência
de raios ultravioletas, que afetam a viabilidade dos esporos. Visto que o fungo
nem sempre é eficiente, as áreas tratadas devem ser continuamente monitoradas para avaliar o desempenho do patógeno. No entanto, em áreas nas quais
a eficiência do fungo é baixa, ou as infestações iniciais são muito próximas
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Entrevista I
ou superiores ao nível de dano econômico ou naquelas com histórico de altas
infestações, o controle químico é mais
vantajoso, especialmente em canaviais
colhidos a partir de agosto (meio para
final de safra), que sofrem maiores danos devido ao ataque da praga.
Revista Canavieiros: Quais as condições propícias ao ataque das cigarrinhas?
Leila: Condições de temperatura alta e
chuva abundante, portanto, as cigarrinhas
são comuns na nossa primavera/verão.
Revista Canavieiros: Nos últimos
anos, o controle químico aparentemente não tem sido tão eficiente. Isso é
verdade? Qual a provável explicação?
Leila: Em algumas regiões isto está
acontecendo. As razões são várias como
aplicações malfeitas, doses erradas de
produtos, entre outras. O IAC está conduzindo estudos para identificar corretamente as razões para isso. RC
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Dra. Leila Dinardo Miranda proferiu palestra sobre o tema durante
o InsectShow realizado em julho deste ano
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Entrevista II
“Setor terá de investir R$ 50 bilhões até
2022 para atender à demanda”
A afirmação é do coordenador de Açúcar e Etanol do Ministério da Agricultura, Cid Caldas,
durante evento realizado pelo CEISE Br em Sertãozinho-SP, onde ministrou palestra e na oportunidade falou com a Revista Canavieiros. Acompanhe!
Cid Caldas
Fernanda Clariano
vista na modernização dos seus equipamentos buscando, assim, maior eficiência e melhorias na produção.
Revista Canavieiros: As políticas
adotadas pelo governo nos últimos
anos contribuíram para essa que é a
maior crise da história do setor?
Cid Caldas: De forma nenhuma.
Essa crise do setor começou em 2008
e vem se arrastando e junto a isso os
problemas climáticos, seca num ano
e cheia no outro. São anos seguidos
que o setor não conseguiu se reerguer
e acabou fragilizando lá atrás e ainda
persiste.
Revista Canavieiros: Na sua
análise como será o futuro do setor
sucroenergético no Brasil nos próximos oito anos, ou seja, em 2022?
Cid Caldas: As expectativas são
boas, principalmente na questão de
geração e cogeração de energia elétrica e utilização de etanol. Para
atender ao crescimento de demanda
em etanol, o setor vai precisar investir até 2022 cerca de R$ 50 bilhões.
Essa é uma estimativa e isso significa
uma perspectiva favorável para o setor. Não tem como ser diferente, não
adianta dizer que o pré-sal vai fazer,
não vai fazer, vai ser necessário o etanol da biomassa.
Revista Canavieiros: Para os próximos anos, o que o setor sucroener-
gético precisa investir para melhorar
e quais serão as prioridades de investimentos?
Cid Caldas: Eu diria que no momento é na parte de melhoria de equipamentos para cogeração de energia
elétrica. Existe uma necessidade crescente de energia elétrica, essas duas
hidrelétricas que estão sendo construídas não da para suprir a necessidade
futura de geração de energia, então
essa energia da biomassa, ou seja,
essa cogeração, ela vai ser importantíssima para o País.
Revista Canavieiros: Quais seriam os principais gargalos?
Cid Caldas: Os gargalos são muitos, mas neste momento, eles servem
como incentivos para que o setor in-
Revista Canavieiros: O que este
setor poderia almejar já que este é
um ano eleitoral?
Cid Caldas: Esse setor não pode
esperar a eleição para tomar uma decisão. Eu acredito que quem tem milhões investidos numa indústria não
vai ficar esperando o Governo tomar
uma decisão para investir, ele faz a
análise econômica dele.
Revista Canavieiros: O que pode
acontecer futuramente com o setor
caso não haja uma mudança política
e econômica?
Cid Caldas: Acredito que o setor
independe do Governo, pois há um
mercado de etanol para mistura, um
mercado de etanol de uso direto, mas
esse etanol não é competitivo porque
a gasolina está com preço atrelado,
e isso não vai durar muito tempo. O
setor tem que estar preparado para
quando essa condição desfavorável
for alterada, ele estar pronto para colocar o produto na praça. RC
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Entrevista III
“O Brasil está jogando fora uma alternativa
energética sustentável e exitosa”
A afirmação acima é do presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Gustavo Diniz Junqueira.
Ele, que é produtor rural em São Paulo, Minas Gerais e Pará, sócio-diretor da BRASILPAR e membro dos conselhos de administração da EZTEC, Banco PINE e SRB, concedeu entrevista exclusiva
à Canavieiros e falou sobre a crise que o setor sucroenergético enfrenta, políticas públicas, agronegócio e expectativas. Confira!
Gustavo Diniz Junqueira
Carla Rodrigues
ceira de 2008 que só piorou o cenário
do setor, que estava carregando de dívidas em dólar, com vistas à produção
interna. Além disso, a manutenção dos
preços da gasolina em patamares praticamente estáveis por mais de sete anos,
acentuada em 2012, quando o Governo
Federal desonerou a gasolina do recolhimento da CIDE - Contribuição de
Intervenção no Domínio Público, aca-bou com a competitividade do etanol
perante a gasolina. Com isso, as vendas
de gasolina cresceram 74% e as de etanol caíram 16% no País.
Revista Canavieiros: Sabemos que
o setor sucroenergético está passando
por uma grande crise. Como você avalia a atual situação do setor?
Gustavo Junqueira: Avalio que o
Brasil está jogando fora uma alternativa
energética sustentável e exitosa. O Governo Federal, desde a era Lula, divulgou as vantagens do etanol pelo mundo inteiro e agora não tem política de
apoio ao setor, que apesar de gerar um
PIB (Produto Interno Bruto) superior
a R$ 94 bilhões (o equivalente ao PIB
de mais de 100 países), sucumbe a uma
dívida estimada em R$ 60 bilhões. Até
2008, os investimentos do setor cresciam 10% ao ano. Hoje em dia, os números são outros: mais de 40 usinas fe-
chadas e outras 66 entraram com pedido
de recuperação judicial. A descontinuidade das políticas públicas brasileiras na
área de energia fez com que o país perdesse a liderança mundial na produção
de etanol. Em 2000, os EUA produziam
a metade do volume de etanol brasileiro,
hoje produzem o dobro.
Revista Canavieiros: Sendo o setor
sucroenergético tão importante para a
economia do País, em sua opinião, por
que o Governo “abandonou” este setor?
Gustavo: Acredito que o marco da
mudança na política do Governo para o
etanol foi o descobrimento de petróleo
nas camadas do pré-sal em meados de
2007. Adiciona-se a isso a crise finan-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Revista Canavieiros: O que é necessário acontecer para que o Governo
volte a investir no setor?
Gustavo: Com todos os ganhos propiciados pelo uso do etanol, fica difícil
responder o que falta acontecer para
que o Governo volte a olhar com bons
olhos para o setor.
Revista Canavieiros: Como você vê
a posição do Governo diante desta situação? Isto é, o Brasil está preparado
para resolver estes problemas, como
por exemplo, o etanol?
Gustavo: O Governo tem que parar
de atrapalhar. É urgente que ele defina a participação do etanol na matriz
energética brasileira e que haja uma diferenciação tributária para o combustível renovável. As empresas do setor
esperam essa definição para voltarem
a investir. Conheço uma que pretende
instalar sete plantas de etanol de segunda geração para produzir cerca de
1 bilhão de litros de etanol sem aumentar o plantio de cana.
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Revista Canavieiros: Falando no
agronegócio do País, quais as principais conquistas deste setor que você
destacaria?
Gustavo: O que caracteriza a moderna agricultura brasileira e sua produção
praticamente ininterrupta, ao longo do
ano, nas várias regiões do País, é o uso
do capital intensivo. Essa mudança teve
início a partir de 1970 e hoje coloca o
Brasil numa posição praticamente única
entre os grandes produtores de commodities mundiais. Este capital foi investido
em novas tecnologias, adaptadas à realidade brasileira, na crescente mecanização e na maior eficiência da gestão de
propriedades. Antes da década de 1970,
o Brasil importava tecnologias de países
temperados. Por exemplo, ao desenvolver o plantio direto na palha abandonamos a prática de revolver a terra para
plantar, como é feito em países de clima
frio para remover a neve. Então, a principal conquista do Brasil foi desenvolver
uma moderna agricultura tropical, plenamente adaptada, produtiva e com ótimas
perspectivas em termos de crescimento,
sem necessidade de ocupação de novas
grandes áreas de plantio.
Revista Canavieiros: Você acredita
que o Brasil sabe reconhecer a importância do agro nas áreas política, ambiental, social e econômica?
Gustavo: A valorização do agro
passa pela valorização do produtor.
O avanço da geração de riqueza por
meio do agro exige cada vez mais capital, e remuneração justa para o produtor. Os custos crescem de maneira
exponencial, e as margens estão cada
vez mais reduzidas.
Este estrangulamento da renda do
produtor não é um problema da classe,
e sim um desafio para toda a sociedade
que precisa comer, se vestir, e necessitará cada vez mais de novas fontes de
energia limpa e renovável.
Se o produtor não for bem remunerado, ele não terá capacidade para empreender novas mudanças, imprescindíveis
para atender à crescente demanda inter-
na e mundial por produtos agrícolas. A
consequência seria voltar ao patamar do
gasto de 45% que a família brasileira tinha com alimentos nos anos 70 antes da
revolução tecnológica do agro. Hoje, as
despesas com alimentos variam entre
15 a 18% do rendimento familiar mensal. O aumento do poder aquisitivo do
consumidor na compra de alimentos
decorre também do incremento de produtividade do agro.
Revista Canavieiros: O que podemos esperar do agro daqui para frente?
Gustavo: Hoje temos uma posição
privilegiada, com um setor produtivo altamente eficiente, mas cujos ganhos vêm
sendo comprometidos por problemas
como tributação excessiva, questões
trabalhistas, infraestrutura e logísticas
ineficientes, questões que extrapolam a
política agrícola e colocam um desafio
claro ao projeto de crescimento econômico do País. É o momento certo para
que o setor se mobilize para conseguir
mudar esse quadro. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Ponto de Vista I
Etanol: persiste a irresponsabilidade do Governo
O
etanol ganhou grande impulso
na virada do século como combustível ambientalmente correto e economicamente viável. O Brasil
despontava no cenário mundial como
produtor de um combustível renovável
exemplar, mas o etanol foi perdendo
a condição de destaque, sobretudo na
matriz energética nacional, com a crise
financeira mundial que abateu os mercados em 2008 e pela falta de políticas
públicas de incentivos ao setor.
De alternativa para combater os efeitos climáticos pela característica de ser
menos poluente que os combustíveis
fósseis, o etanol foi relegado ao segundo plano na agenda governamental,
afetado ainda por condições climáticas
adversas que provocaram a queda da
produtividade dos canaviais.
Sem perspectivas de recuperação
imediata, os plantadores e fornecedores
de cana e os produtores de etanol estão
empenhados na busca de soluções para
superar a crise. Essa causa tornou-se
prioridade do Congresso Nacional com
o lançamento da Frente Parlamentar
pela Valorização do Setor Sucroenergético (Frente do Etanol), em 2013, colegiado que tenho a honra de presidir.
Para chamar atenção da grave crise,
a Frente do Etanol promoveu, em conjunto com lideranças do setor, manifestações no interior de São Paulo, em
abril, que reuniram em vários atos públicos, plantadores e fornecedores para
protestar contra o descaso do Governo
Federal; realizou seminário de bioeletricidade – O Dia da Verdade sobre a
Bioletricidade – com objetivo de discutir estratégias, perspectivas e a competitividade do setor; além de apresentar
propostas legislativas para aliviar esse
importante setor da economia nacional.
Na condição de parlamentar tenho
ainda defendido sistematicamente a
adoção de programas para recuperar as
usinas de etanol e açúcar, assim como
a indústria de base que fornece máquinas e equipamentos aos produtores,
também duramente castigada pela crise
que atinge toda a cadeia produtiva. Ao
mesmo tempo apoio o aumento da participação da bioeletricidade na matriz
de energia, que é a geração de energia
a partir do bagaço da cana e outros insumos de base vegetal. Uma alternativa
barata e muitíssimo mais correta em
termos ambientais, que a queima de
carvão e petróleo para gerar energia.
O incentivo ao etanol, combustível
limpo, barato e 100% nacional, deveria
ser prioridade da política energética do
Governo. O mundo se move em direção
a matrizes energéticas limpas e ambientalmente sustentáveis diante do quadro
do efeito das mudanças climáticas.
Mas o Brasil, infelizmente, nos últimos
anos tem privilegiado a importação do
petróleo e da gasolina, fruto de uma política totalmente equivocada de nossos
governantes, que provocou a perda da
competitividade do etanol.
Somos frequentemente citados no
exterior como exemplo de País com
alta participação das energias renováveis, como é o caso do etanol, na
matriz energética. Isso ocorre porque
as chamadas energias renováveis respondem por 41% da matriz energética
brasileira. É por isso que emitimos na
atmosfera muito menos gás carbônico
– responsável pelo aquecimento global – na comparação com os Estados
Unidos, os países europeus e a China.
Ao mesmo tempo, o setor sucroenergético, que produz o etanol e gera a
bioeletricidade, enfrenta uma das suas
piores crises e sofre com a ausência de
uma política pública.
No rol das medidas legislativas para
incentivar o setor, apresentei emenda à
Medida Provisória 651/2014 para recuperar a incidência da Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina. A retomada
da Cide possibilitará a arrecadação
dos recursos necessários para o combate aos efeitos nocivos da utilização da
gasolina, que atualmente estão sendo
custeados por toda a sociedade.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
*Arnaldo Jardim
Outra medida importante é o aumento do teto da mistura do etanol
(álcool anidro) na gasolina, de 25%
para 27,5%, medida que incorporei no
meu parecer sobre a Medida Provisória
647/2014, da qual sou relator.
A Frente do Etanol defende também
a implantação da desoneração do PIS/
Cofins aos produtores; o incentivo ao
desenvolvimento de programas de tecnologia automotiva no programa Inovar-Auto, que aguarda regulamentação
por parte do governo federal e foi incorporada na Medida Provisória 638/2014;
e o aumento do uso da bioeletricidade.
A crise que levou ao fechamento de
usinas e à demissão de trabalhadores é
mais profunda e exige não apenas medidas pontuais, mas a adoção de estratégias e de planejamento governamental
para o setor sucroenergético produzir,
gerar empregos e divisas para o Brasil.
Estamos fazendo a nossa parte e cobrando do Governo que ele faça a sua
para que o setor recupere o seu papel de
destaque na matriz energética nacional.
*Deputado Federal RC
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Ponto de Vista II
Quem vai investir no setor?
Projeção para seis anos apontam necessidade de 30 bilhões de dólares e 36 novas usinas
A
falta de transparência na formação de preços da gasolina é
ainda a questão que mais afeta
o setor. O açúcar, apesar da modesta
remuneração atual, é uma commodity
e, como tal, está suscetível aos altos
e baixos do mercado internacional,
regidos pela lei de oferta e procura.
Os produtores sabem muito bem usar
o mercado futuro para travar a remuneração do açúcar da maneira que
melhor lhe convier, usando os derivativos financeiros altamente líquidos e
disponíveis no mercado.
Com o etanol, a história é outra.
No Brasil, como todos estão exaustos
de saber, o etanol está sujeito aos reajustes nos preços da gasolina, mantidos sob “severo olhar” do Governo
com intuito de controlar a inflação.
Esse congelamento de preços distorce os valores reais dos combustíveis,
provoca uma sangria ao caixa da Petrobras e, consequentemente, afeta
gravemente o setor sucroalcooleiro,
afastando novos investimentos. A política do Governo ao subsidiar a gasolina joga o ônus do aumento de preço
do etanol em cima da cadeia sucroalcooleira. O consumidor não entende
que não é o etanol que está caro, mas
a gasolina que é subsidiada.
Segundo estimativas do Itaú BBA,
o setor sucroalcooleiro tem um endividamento de R$ 99 por tonelada de
cana moída (R$ 12 dos quais com o
BNDES). Multiplique-se isso pela estimativa de produção, hoje de aproximadamente 575 milhões de toneladas
de cana para o Centro-Sul para a safra
2014/2015, e chegamos à quantia de
quase R$ 57 bilhões em dívidas.
Para se ter uma ideia da perda dos
cofres da Petrobras, o preço da gasolina na bomba, para equilibrar com o
valor do petróleo WTI, teria que ser de
3.1574 reais por litro. Como a média
de preço da gasolina tem estado em
R$ 2.8800 na bomba, por um simples
exercício de substituição no modelo,
chegamos ao preço máximo que a Petrobras poderia pagar para o petróleo
WTI: US$ 83.45 por barril. Logo, de
maneira simples, concluímos que a
Petrobras perde quase 20 dólares por
barril que importa a preços de hoje.
Segundo estimativa da Archer
Consulting, do preço que se paga por
um litro de gasolina no posto, 40%
referem-se ao custo da gasolina A;
37% são impostos; 11% referem-se
ao etanol anidro (que é misturado) e
o saldo de 12% refere-se à margem
da distribuidora, da revenda e frete.
Exaustivamente, falamos sobre o fato
de que sem transparência na formação
dos preços dos combustíveis e o alinhamento dos preços domésticos com
os preços internacionais não haverá
salvação. Que investidor colocaria
seu dinheiro no setor com tanta falta
de transparência por parte do Governo Federal sobre a política de formação de preços dos combustíveis?
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostra que o consumo de combustível no Brasil entre os meses de abril
de 2013 até março de 2014 foi de 53,36
bilhões de litros – um crescimento espantoso de 8,13% em bases anuais. O
consumo de gasolina A (pura, antes da
mistura com o anidro) foi de 31,78 bilhões de litros – apenas 0,17% de aumento em relação ao mesmo período
do ano passado. No entanto, quem sustentou essa alta de consumo, cujo incremento corresponde a quatro bilhões
de litros, foi o etanol hidratado com
1,52 bilhão de litros (crescimento de
15,69%) e o anidro, com 2,44 bilhão
de litros (30% a mais). No mix geral,
hoje o etanol responde por 40,4% de
todo o combustível consumido no ciclo Otto – o maior percentual desde
dezembro de 2011.
Se o setor tiver que suprir a cada
ano mais quatro bilhões de litros de
etanol para atender ao apetite do mer-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
*Arnaldo Luiz Corrêa
cado interno, isso significa que precisamos crescer em cana, a cada ano,
pelo menos 45 milhões de toneladas.
Se hoje a capacidade instalada do
Centro-Sul é de 620-640 milhões de
toneladas, quanto precisaremos investir para atender a essa demanda nos
próximos quatro anos? Para ser bem
conservador, 20 bilhões de dólares.
Numa projeção para o ano de
2020, seriam necessários 30 bilhões
de dólares e 36 novas usinas, com
capacidade média de moagem em
torno de cinco milhões para atender
a demanda esperada, considerando
que o cenário se mantenha o mesmo.
Quem vai investir?
* Arnaldo Luiz Corrêa - gestor
de riscos em commodities agrícolas,
especialista no setor sucroalcooleiro
e diretor da Archer Consulting –
empresa de assessoria em mercados
de futuros, opções, derivativos e
planejamento estratégico para commodities agrícolas.
[email protected] RC
13
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
14
Ponto de Vista III
Redução no preço dos grãos e recuperação
da produção interna reduzem importações de
etanol no mercado europeu
A
União Europeia durante anos
procurou liderar o mundo no
combate às mudanças climáticas através de políticas que estimulassem a produção de biocombustíveis
como forma de reduzir as emissões de
CO2 no setor do transporte. É por esse
motivo que nos últimos 10 anos a bloco
europeu tem se empenhado em satisfazer as suas necessidades de combustível
para o transporte através de uma política que estabelece a obrigatoriedade
entre seus Estados-Membros da utilização de 10% de energias renováveis
nos transportes públicos – sobretudo
biocombustíveis – até 2020, conforme
a Diretriz da Energia Renovável (Renewable Energy Directive – RED) que
entrou em vigor em junho de 2009.
Entretanto, existia uma pressão crescente para alterar esta política, limitando a utilização de biocombustíveis
baseados em matérias-primas também
utilizadas para a produção de alimentos. Por esse motivo, no dia 11 de setembro de 2013, o Parlamento Europeu
sugeriu a imposição de um limite de 6%
para biocombustíveis de primeira geração na matriz de transportes.
Já no dia 29 de maio deste ano, o
Comitê de Representantes Permanentes (Coreper) da União Europeia sugeriu um novo acordo, que limitaria
a utilização de biocombustíveis de
primeira geração para que apenas 7%
do consumo de combustíveis. A nova
proposta é aquém dos originais 10%
até 2010, muito embora acima dos 6%
e 5% sugeridos pelo Parlamento Europeu e Comissão Europeia no ano passado, respectivamente. O acordo também inclui uma meta não obrigatória
de 0,5% para os biocombustíveis de
segunda geração.
Mesmo diante de propostas que reduzam a obrigatoriedade de utilização
de biocombustíveis, a produção de etanol vem crescendo no bloco europeu.
Isso foi possível em virtude da queda
dos preços dos grãos, possibilitando
os produtores domésticos retomarem
maior utilização da capacidade instalada. O trigo, por exemplo, também
usado na fabricação de etanol, além da
cevada e do milho, é negociado hoje no
mercado internacional a US$ 6,70-6,78/
bushel, ante US$ 8,80-9,00/bushel em
meados de julho de 2012. Espera-se que
em 2014 sejam produzidos 5,50 bilhões
de litros de etanol combustível, contra
5,10 bilhões de litros em 2013 e 4,60
bilhões de litros em 2012. A maior expansão deve ocorrer na Grã-Bretanha,
para 440 milhões de litros (+57,1%).
Em contrapartida, as importações
de etanol estão em queda. A União Europeia importou apenas 52,57 milhões
de litros de etanol em fevereiro, contra
60,43 milhões no mês anterior e 77,04
milhões de litros em fevereiro do ano
passado. Este foi, portanto, o menor
volume importado desde agosto de
2013. De janeiro a fevereiro, a importação de etanol somou 113,00 milhões
de litros, queda de 25,0% sobre igual
período de 2013.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
*Plínio Nastari
Mesmo assim, além da maior produção, alguns outros fatores atuaram
como forças indutoras na redução
das importações como, por exemplo,
a adoção desde fevereiro de 2013 de
uma tarifa de US$ 81,80/ton. sobre
a importação do etanol norte-americano, após suspeita de dumping. Em
adição, como consequência direta da
recuperação da produção doméstica,
os preços do etanol na UE caíram
27,3% em um ano para € 481,26/m3
(US$ 659,44/m3), o que explica também o menor embarque do Brasil para
o mercado europeu
*é mestre e doutor em economia agrícola e presidente da DATAGRO. RC
15
Ponto de Vista IV
“Perspectivas do Setor Sucroenergético na
Visão Acadêmica”
H
á algum tempo, mais precisamente a partir de 2008, o setor
está sofrendo com os reflexos
da crise mundial.
Nestes últimos anos, algumas unidades foram transferidas para grupos,
principalmente para empresas internacionais que visualizaram uma oportunidade ímpar de se investir na produção de biocombustíveis de fontes
renováveis, principalmente os provenientes da cana-de-açúcar.
Quem atua no setor sucroenergético
está acostumado com as oscilações cíclicas ao longo do período, porém esta
última se apresenta como a pior que
o setor vivencia em toda sua história,
comparando-se aos 7x1 que sofremos
na Copa, ou seja, jamais esqueceremos.
A situação está de tal maneira ruim
que necessário se faz definir, com a
maior brevidade possível, uma política
pública, clara e coerente com o setor,
principalmente no que diz respeito aos
combustíveis e geração de energia elétrica antes que se perca todo investimento de décadas.
Em relação ao primeiro, somos vitrine mundial de um País que conseguiu substituir integralmente a utilização da gasolina nos veículos leves pelo
etanol hidratado carburante, além de
substituir um quarto da gasolina pelo
etanol anidro como aditivo antidetonante. Ou seja, no Brasil todos os veículos leves se movem com etanol da
cana-de-açúcar.
Infelizmente este fato não está tendo a devida atenção e reconhecimento por parte dos órgãos competentes.
Pouco se importam com as externalidades do etanol, como gerador de
emprego e renda, importante mitigador das mudanças climáticas, fator
de desenvolvimento humano, social e
ambiental, entre outros.
Já em relação à geração de energia
elétrica, dispomos de uma Itaipu no
campo que pode perfeitamente, com
pouco investimento e tratamento
condizente com esta fonte de geração, suprir as necessidades prementes de eletricidade em que passamos
atualmente.
Dizemos que crise é sinônimo de
oportunidade e a partir disto colocamos as mentes para pensar em que a
academia pode contribuir para amenizar esta terrível crise que estamos
passando.
Alguns projetos se tornaram realidade com o passar do tempo e desta
maneira e com o sucesso comprovado, saímos um pouco da tríade açúcar,
etanol e energia e começamos a tratar
as velhas usinas de açúcar e/ou destilarias de álcool como biorrefinarias
literalmente.
Utilizando-se da cana-de-açúcar,
seus produtos, coprodutos e subprodutos, vale salientar que nesta cadeia
não possui resíduos, obtemos uma
gama de produtos com alto valor agregado, como por exemplo, quando da
utilização do caldo da cana-de-açúcar
para a produção de aminoácidos, enzimas, vitaminas, polímeros, pro-teínas
para alimentação humana e animal,
compostos derivados das leveduras
cul-tivadas neste meio para suprir as
indústrias de cosméticos, aditivos alimentares e outros.
No caso da alcoolquímica e da sucroquímica, também é possível produzir material que são oriundos de fontes
fósseis, como por exemplo polímeros
plásticos utiliza-dos nas indústrias de
refrigerantes e outras tantas.
Com a vinhaça temos oportunidade
de cultivar algas que nos fornecem lipídeos para a produção de biodiesel ou
de proteínas para alimentação animal.
*Prof. Dr. Octávio Antonio Valsechi
Com o bagaço, palhas e pontas, que
atualmente encontram-se com valores
inflacionados em função da escassez
de energia que o Brasil passa, podemos, além de otimizar sua capacidade
de fornecer eletricidade, produzir furfural, o sorbitol e muitos outros com
alto valor agregado, além de proteína
através de cultivos de fungos, para
alimentação animal e/ou humana com
princípios ativos benéficos à saúde dos
que se utilizam destes produtos, como
é o exemplo das beta-glucanas, cientificamente comprovado como antioxidante e anticarcinogênico.
Em resumo, a academia sempre se
ocupou em se adiantar às possíveis crises que ocorrem, fornecendo alternativas de diversificação, se não para sanar
a crise como um todo, ao menos para
minimizá-las.
Acreditamos na capacidade infinita
de criação do ser humano que, com seu
trabalho possam construir um mundo
mais justo e mais perfeito.
*[email protected]
DTAISER/CCA/UFSCar RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
16
Ponto de Vista V
Corrida presidencial e o agronegócio
O
agronegócio parece ter conquistado espaço na agenda
dos candidatos à presidência
da República e dos Governos nos estados. Em eleições anteriores, muito
pouco se tratou, nos debates e nas propagandas no rádio e na TV, de um dos
setores mais importantes da economia
brasileira – contribuindo com 26% do
PIB, (Produto Interno Bruto), 41% das
exportações e 32% da mão de obra empregada – apenas para citar três áreas.
Este ano, em apenas dois dias, 04 e
06 de agosto - respectivamente, no Congresso da ABAG (Associação Brasileiro
do Agronegócio), e na CNA (Confederação Nacional do Agronegócio), os principais concorrentes ao Planalto ou seus
representantes se reuniram com as lideranças do setor para debater propostas.
A movimentação sugere que o campo
terá, finalmente, vez e voz nos governos
do próximo mandatário da nação e governadores. No entanto, quando se aprofundam os debates nota-se a fragilidade
da maioria das propostas frente às necessidades do agronegócio brasileiro.
Um documento elaborado pela Abag
já apontou uma série de ações para que
o agronegócio sustentável possa crescer e
se consolidar como o motor do desenvolvimento nos próximos anos. As metas são
ambiciosas, mas plenamente exequíveis.
Vejamos algumas proposições.
Pretende-se, por exemplo, até 2020,
dobrar a receita gerada por agricultura
e pecuária para 130 bilhões de dólares.
Isso implicaria em ampliar as exportações de grãos (arroz, feijão, milho, soja
e trigo), com ganhos de 20% de produtividade, em 38%; de carnes (frango,
bovina e suína), em 38%; de cana-de-açúcar, de 571 para 1.006 milhões de
toneladas; e de papel e celulose, de
22,11 para 30,34 milhões de toneladas.
Tornam-se fundamentais, neste
sentido, os investimentos em infraestrutura, pesquisa e inovação (2% do
valor da produção agropecuária seriam investidos em projetos da área),
ações institucionais, como agilidade
nos processos de registros de novas
moléculas de defensivos agrícolas e
defesa agropecuária.
Os debates eleitorais estão apenas no
início, mas preocupam a generalidade
de algumas propostas. Para o setor de
açúcar e álcool, por exemplo, é preciso
ficar mais clara a estratégia dos candidatos para a sua recuperação. De acordo com a Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar), 60 usinas foram
desativadas e sessenta estão em recuperação judicial. Contribuirá significativamente para atenuar a crise se o Tesouro Nacional ressarcir de cerca de R$
1,4 bilhão em resíduos do PIS/Cofins.
Outra proposta da indústria sucroalcooleira se refere à CIDE (Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico).
O tributo, que incidia sobre a importação e a comercialização de petróleo e
derivados, gás natural e álcool etílico
combustível, foi extinto em 2012 pelo
governo federal como forma de compensar o reajuste nos preços da gasolina
e do diesel e evitar que a alta fosse sentida pelo consumidor. O fim da CIDE
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
* Eduardo Daher
eliminou a competitividade do etanol,
desestruturando o agronegócio da cana
dentro da porteira e da indústria.
Os debates dos presidenciáveis e
dos candidatos aos governos estaduais são bem-vindos. Mas se tornarão consequentes, de fato, se todos
concordarem que o caminho para o
crescimento sustentável do País, com
geração de emprego e renda, passa
necessariamente por políticas estratégicas de aumento da produção e da
produtividade no campo.
*é economista pela FEA-USP,
pós-graduado em administração de
empresas pela FGV-SP e diretor-executivo da Associação Nacional de
Defesa Vegetal, Andef. RC
17
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
18
Ponto de Vista VI
A logística faz a diferença no setor
sucroenergético
O
setor de exportação de commodities agrícolas abrange
negócios que, via de regra,
convivem com produtos de baixo
valor agregado e margens de lucro
apertadas, sendo que significativa parcela da receita dos agentes é
consumida pelas despesas logísticas.
Não é raro no agronegócio brasileiro
alguns exportadores gastarem com
fretes até 40% do preço do produto
entregue no porto.
da para proporcionar competividade
logística. Importantes investimentos
foram direcionados para aumentar a
participação do modal ferroviário na
matriz de transportes.
O setor sucroenergético não foge a
essa regra, o que justifica os grandes
esforços que os “players” desse mercado vêm dedicando para alavancar
a eficiência e competitividade da cadeia logística. A escalada dos custos
de produção observada nos últimos
anos achatou a margem de lucro dos
produtores. Por isso, a consolidação
de um sistema logístico eficaz tornou-se um fator chave para a garantia de bons resultados.
Vale destacar o papel do terminal
de transbordo da Usina São Martinho, localizada em Pradópolis/
SP, no escoamento da produção de
açúcar e etanol. A unidade é capaz
de embarcar mais de meio milhão
de toneladas de açúcar diretamente nos trens, sem a necessidade de
fazer o transporte nas “pontas rodoviárias”, condição bastante conveniente para os transportadores
ferroviários. Além disso, o terminal
não embarca apenas a produção das
usinas do Grupo São Martinho, mas
sua localização favorece a captação
do açúcar de importantes produtores
da macrorregião de Ribeirão Preto,
uma das regiões mais importantes
do cenário sucroalcooleiro.
O Grupo São Martinho sempre mirou a ferrovia como importante alia-
Em razão de tal vocação, o Grupo São Martinho realizou significa-
Terminal Ferroviário da
Usina São Martinho
Capacidade total de armazenagem: 280
mil toneladas de açúcar
Revista Canavieiros - Agosto de 2014 Capacidade de embarque: 1.200 t/h
* Helder Gosling
tivos aportes no terminal ferroviário
de Pradópolis, que foi modernizado
e recebeu novo armazém em 2011. A
empresa também firmou contrato com
a Rumo Logística para garantir capacidade de tração em médio prazo.
De lá para cá, os embarques na
ferrovia foram crescentes: o transporte por meio do modal ferroviário
saltou de 120 mil toneladas na safra
2009/2010 para mais de 1,3 milhão
de toneladas na safra 2013/2014,
atingindo quase que 80% do total de
açúcar exportado pela usina. A meta
do terminal é atingir o potencial de
captação de açúcar na região de Ribeirão Preto até 2016, estimado em
aproximadamente 2,5 milhões de
toneladas. Além de ser um canal de
escoamento intermodal de nossa produção, também poderá compartilhar
esta vantagem logística para a nossa
região aumentando a competitividade do açúcar brasileiro.
Diretor Comercial e de Logística
do Grupo São Martinho RC
19
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
20
Coluna Caipirinha
Caipirinha
Agro: Em julho,
as exportações do
agro (US$ 9,61 bilhões) se comparadas
com o mesmo período de 2013 (US$ 9,30
bi), aumentaram 3,3%. O saldo na balança do agro foi de US$ 8,10 bi, um crescimento de 4,0% em relação a julho de
2013. O valor exportado acumulado no
ano (US$ 58,7 bilhões) por sua vez teve
ligeira queda de 0,3% quando comparado
com o mesmo período de 2013 (US$ 58,9
bilhões). O saldo positivo acumulado no
ano foi de US$ 48,9 bilhões (0,3% menor
que o mesmo período em 2013).
Os demais produtos brasileiros fora
do agro tiveram um expressivo aumento de 16,6% nas exportações (US$ 11,5
bi em 2013, para US$ 13,4 bi em 2014),
o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a
41,7% em relação às exportações totais
do Brasil. Devemos lembrar que aqui
tem aquele velho caso de exportação
de plataforma de petróleo da Petrobras,
contaminando os números. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial
brasileira teria um déficit de US$ 49,8
bilhões acumulados no ano, ou seja,
mais uma vez o agro evitou um desastre
maior na economia brasileira.
Cana: Sai projeção da UNICA
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar) estimando a safra em cerca de 40
a 50 milhões de toneladas, menor que
2013/14, que foi de 596 milhões. Portanto, algo ao redor de 550 milhões...
No acumulado desta safra até 1º de
agosto foram processados 280 milhões
de toneladas, contra 270 no ano passado. A queda de produtividade está superando 10%. Já o ATR está 128 kg, alta
de 2,41% sobre 2013.
Análises das Empresas: Tereos
(controla 60,4% da Guarani): ATR da
safra deve crescer 2 a 3 kg por tonelada
(137kg/t) e deve moer entre 20 a 21 milhões de toneladas de cana, 5% abaixo
da expectativa. Só não foi maior devido
à renovação de canaviais.
GranBio entrou com o pedido de
registro (patente) da primeira levedura transgênica, e pretende usar em três
anos para a produção de etanol celulósico. Está plantando quase 2 mil ha de
cana energia, e experimentos mostraram produtividades acima de 150 t/ha.
O objetivo é produzir etanol de segunda
geração e bioeletricidade, em parceria
com o grupo Carlos Lyra.
São Martinho apresentou bons resultados. Moagem deve ser de 19,6 milhões de toneladas, e o processamento
nesta safra está 36,8% maior que na
safra passada. No primeiro trimestre
teve lucro de R$ 60 milhões, puxados
pela venda de eletricidade e anidro. A
empresa fixou vendas de açúcar a 18,30
cents/libra peso e hedge cambial de
2,46. O recado da São Martinho é que
o açúcar deve subir, por isso a empresa
até o momento fixou 47% da safra, contra 91% ano passado.
Fruto da incerteza do setor, sofremos
mais um golpe. A Itochu, que detinha 20%
de participação na Bunge, em duas Usinas,
decidiu sair do negócio e vender esta participação à Bunge. Mais uma empresa a se
retirar, sem sensibilizar Brasília.
Açúcar: Segundo a Archer Consulting... “O custo de produção de açúcar
posto usina, apurado pelo modelo desenvolvido pela empresa está hoje em
R$ 34.9800 por saca de 50kg. Para uma
usina localizada na região de Ribei-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Marcos Fava Neves
rão Preto, por exemplo, isso equivale
a aproximadamente 16.25 centavos de
dólar por libra-peso FOB Santos. Considerando que o desconto do FOB para
embarque agosto é de 75, NY precisa
estar em 17 centavos de dólar por libra-peso para empatar.”
Etanol: Sindicom (congrega 80% do
mercado distribuidor) soltou o anuário de
2013, onde aparece que as vendas de etanol cresceram 22,1% em relação a 2013.
Há grande preocupação com o abastecimento de hidratado durante a entressafra.
Algumas tradings estimam que no encerramento da safra teremos 3 bilhões de litros em estoque, insuficiente para atender
à demanda de praticamente 5 meses.
Estima-se em cerca de 10% a defasagem do preço da gasolina no Brasil no
mês de julho. O lucro da Petrobras caiu
20% no segundo trimestre deste ano,
principalmente devido às importações de
gasolina. Porém, foi bem recebida pelo
mercado a reação operacional da Petrobras, com aumento de produção diária de
Petróleo. O diretor de finanças da empresa declarou em 12/08 ser imprescindível
um aumento nos preços da gasolina.
21
Homenagem do mês: Este mês a
homenagem vai para o Prof. Evaristo
Marzabal Neves. Sou suspeito para homenagear este grande ídolo que tenho e
professor de mais de 8 mil agrônomos.
Segue firme e forte aos 73 anos dando
suas aulas na ESALQ. Como o mês foi
do Dia dos Pais, segue a homenagem!
Haja Limão: Este mês tivemos limão
suficiente para fazer uma caipira global.
Diversos fatos mostrando o lodaçal da
atual administração, implicando importantes membros do atual Governo naquilo que foi uma das maiores afrontas
à democracia brasileira, o teatro armado
pelo Governo na CPI da Petrobras, com
a combinação de perguntas e respostas,
um antro de escândalos. Fora isto, a lastimável informação que partiu de dentro
do Palácio da Alvorada a modificação
de perfis de importantes jornalistas de
economia do nosso País. Ou seja, do
“bunker” do País partes ações terroristas. Vivemos no Brasil, ao nosso redor,
uma grave deterioração das instituições.
Estamos fracassando como organização
social e econômica.
Coisas antes inimagináveis são descobertas a cada dia. Passamos por um
processo de crescimento de quadrilhas,
de forças paralelas, em diversas áreas.
Valores importantes na construção de
uma vida em sociedade, como o traba-
lho, o esforço, a ética, a honestidade, a
ajuda ao próximo, o coletivismo, o respeito, a paz, entre outros, vêm sofrendo
um processo de erosão, gradualmente
sendo diminuídos. A culpa... é da imensa
maioria, dos bons, que foram omissos e
se acomodaram durante todo este tempo,
nas suas redomas, no seu individualismo, no seu microcosmo, no seu círculo.
Só teremos um resgate moral da nossa
sociedade, a construção de um País com
elevado IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano) se agora sairmos da nossa zona
de conforto, da nossa omissão, da nossa
acomodação, e lutarmos, com coragem,
sem medo, estimulados pelo pensamento do que ficará desta nação, como nosso
legado, aos nossos filhos. Não mude do
Brasil. Mude o Brasil.
Marcos Fava Neves é Professor
Titular da FEA/USP, Campus de
Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue
University (EUA) RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
22
Notícias Copercana
Responsabilidade social: Copercana entrega
cadeiras de rodas a Campo Florido
Fernanda Clariano
C
ooperar é acolher e ciente da
importância de poder contribuir
com quem realmente necessita,
no dia 23 de julho, a Copercana, realizou na Câmara Municipal da cidade de
Campo Florido a entrega de cadeiras de
rodas para o município.
Estiveram presentes o diretor da
Copercana e membro do Conselho Administrativo da Sicoob Cocred, Pedro
Esrael Bighetti, o gerente comercial da
Copercana, Frederico Dalmaso, o prefeito de Campo Florido, Ademir Ferreira de Mello, a primeira-dama, Vera
Mello, o diretor do Departamento Municipal de Saúde, Paulo Roberto Cunha
Araújo, a presidente da Câmara, Divina
Manoela dos Santos, vereadores e familiares do jovem Paulo Menezes da Silva, um dos beneficiados com a doação.
“Quando fiquei sabendo das necessidades do Paulo, que precisa muito
de uma cadeira de rodas, procurei
ajuda junto à Copercana, porque sei
que é uma cooperativa que se preocupa com a comunidade onde está inserida e logo a minha solicitação foi
atendida. A Copercana é uma empresa
de grande valor para os moradores de
Campo Florido porque contribui muito com a população, gerando empregos e dando oportunidades, por isso
só temos que agradecer”, disse o vereador Paulo Antônio da Silva.
Mônica Menezes da Silva, irmã de
um dos beneficiados com uma cadeira
de rodas, falou da importância de poder
receber a doação. “Meu irmão tem dificuldades nas pernas para se locomover
por causa de uma deficiência e, devido
à necessidade, busquei ajuda de um vereador que expôs o problema junto à
Copercana e logo ficamos sabendo que
a cooperativa havia feito a doação. Ficamos muito felizes e agradecemos ao
vereador Paulo e também à Copercana
por ter nos ajudado”, ressaltou Mônica.
Helvio Andrade Lacerda (agrônomo), Frederico José Dalmaso (ger. comercial da Copercana),
Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Lauriane Policarpo Silva (op. de caixa), Ademir
Ferreira de Mello (prefeito de Campo Florido), Paulo Antônio da Silva (vereador) e Deyvison
Silva Sabino (enc. da loja de ferragens da Copercana de Campo Florido)
Na oportunidade, a Copercana também doou outras três cadeiras de rodas
que irão ficar na sede do Departamento de Saúde sob a responsabilidade da
assistência social e serão disponibilizadas para a população, conforme as
necessidades.
“Para a Secretaria da Saúde é muito
bom poder contar com a vinda dessas
cadeiras, embora tenhamos algumas,
mas todas já estão emprestadas porque
há uma rotatividade muito grande, e as
pessoas que necessitam de cadeira de
rodas, na grande maioria, são pessoas
carentes. Essas cadeiras darão uma cobertura bem interessante para as nossas
necessidades e eu gostaria de agradecer
à Copercana pela doação e pela disponibilidade que nos deu e abertura que
deu ao município de estar ajudando e
interagindo com a comunidade que eu
acredito ser muito importante”, afirmou
o diretor do Departamento Municipal
de Saúde, Paulo Roberto Cunha Araújo.
A primeira-dama de Campo Florido,
Vera Mello, destacou a relevância de ter
a Copercana como parceira no município. “Para a cidade essa doação significa muito e poder ter a participação da
Copercana é muito importante porque
esse município precisa de muitos recursos e a grande maioria depende mui-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
to da prefeitura. Esse apoio nos causa
muita satisfação, porque irá contribuir
para sanar as necessidades da população”, disse a primeira-dama.
“A Copercana sabe da importância
de poder contribuir com os municípios
onde está inserida e sabe das necessidades que muitos deles enfrentam e,
ciente disso, procura atender conforme
o possível às solicitações. Saber que estamos de certa forma ajudando nos deixa orgulhosos, afinal a responsabilidade
social é parte da cultura da Copercana”,
ressaltou o diretor da cooperativa, Pedro Esrael Bighetti.
Na oportunidade, Bighetti também
visitou a instituição Florescer (Centro
de Atendimento Social de Campo Florido), que atende crianças e adolescentes em horário inverso ao escolar, onde
recebem aulas de reforço, informática,
música, dança e esportes, além de atendimento odontológico.
Bighetti conheceu as instalações e
aproveitou para atender a uma solicitação fazendo uma doação para a instituição que irá contribuir para a realização
da festa “A seu gosto, tudo junto e misturado”, evento que acontece em agosto
e que faz parte do calendário festivo da
entidade para arrecadar fundos. RC
23
Produtores Rurais, fiquem atentos a este comunicado!
Garanta sua lavoura com a Copercana Seguros
A Seguradora MAFRE, em parceria com a Copercana Seguros, indenizou
vários produtores rurais que tiveram suas lavouras afetadas pela seca na
safra 2013/14.
Foram pagos aproximadamente a quantia de R$ 3 milhões referentes à
perda de produção nas culturas de soja e amendoim.
O que é valioso exige proteção! Entre em contato com um
corretor da Copercana Seguros e garanta sua produção!
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
24
Notícias Copercana
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred
entrega cadeira de rodas para entidades de Santa
Rita do Passa Quatro e Ocauçu
Fernanda Clariano
A
través do apoio da BioCoop e
da Sucatas São José, o Sistema
Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred vem desde 2012 contribuindo
com várias instituições, doando cadeiras de rodas por meio da Campanha de
Arrecadação de Lacres de Alumínio.
O projeto tem gerado bons frutos
graças à participação dos colaboradores
e da população, que arrecadam lacres
que são trocados por cadeiras de rodas
e, posteriormente, são doadas para entidades assistenciais indicadas pelas filiais sorteadas. Dessa vez as cidades de
Santa Rita do Passa Quatro e Ocauçu
puderam indicar duas instituições.
Santa Rita do Passa Quatro
No dia 18 de julho, foi realizada a entrega da cadeira de rodas para a APAE
(Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais) de Santa Rita do Passa
Quatro, instituição que há 42 anos vem
realizando um excelente trabalho com
portadores de deficiências intelectuais, múltiplas e autismo, a partir dos
seis meses de idade. Hoje, a instituição
presta atendimento a 135 pessoas.
Em seus mais de 5.100 m², a instituição oferece atendimentos de saúde,
educação, assistência social e conta com
médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
psicólogo, professores e coordenadores.
A APAE também trabalha com equo-
A oficina de artesanato faz parte das
atividades realizadas na APAE
APAE de Santa Rita do Passa Quatro
terapia, oficinas de mosaico, tapeçaria,
marcenaria, cozinha pedagógica e ainda
possui uma brinquedoteca e uma piscina
aquecida onde é realizada hidroterapia.
Para se manter, a instituição recebe
auxílio da Secretaria de Educação do
Estado de São Paulo, do Governo Federal com o SUS, da prefeitura Municipal,
e também dos sócios APAE Card que
são moradores da cidade que contribuem mensalmente e através dos eventos onde são arrecadados fundos.
De acordo com a diretora da APAE,
Angela Maria Clapis Bello, hoje uma
das maiores necessidades da APAE é
com a manutenção. “Temos algumas
necessidades e estamos nos organizando
para fazer campanhas e supri-las, mas a
manutenção é uma das maiores dificuldades, pois é cara. Estamos precisando
de uma banheira que tenha hidromassagem, porque temos algumas crianças
muito comprometidas que precisariam
dessa banheira. Temos a piscina para
hidroterapia, mas essa banheira faria um
serviço diferente e precisamos terminar a
nossa quadra esportiva”, afirmou Angela, que também destacou a importância
da cadeira de rodas para a APAE. “Receber essa doação do Sistema Copercana,
Canaoeste e Sicoob Cocred, foi de ex-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
trema relevância para nós, pois temos 25
cadeirantes. Cadeira de rodas quebra e
precisamos estar sempre consertando ou
trocando. Agradecemos muito essa doação porque para a APAE será de grande
serventia”, concluiu Angela.
O encarregado da filial da Copercana
de Santa Rita do Passa Quarto, José Henrique Corolin, falou sobre a importância
de poder contribuir com a APAE de Santa
Rita. “Estamos doando a cadeira de rodas
para a APAE porque sabemos do trabalho sério e do atendimento que é realizado
com as pessoas especiais de Santa Rita
do Passa Quatro e também por saber que
farão um bom uso”, disse Corolin.
Ocauçu
Já no dia 25 de julho, a cidade de
Ocauçu, foi a contemplada com uma
cadeira de rodas. O município que conta com quatro mil habitantes está situado na região Centro-Oeste Paulista e
tem sua economia estabelecida nas atividades rurais, especialmente na produção de café e de cana-de-açúcar.
Ciente da importância da cadeira de
rodas para a cidade, o Posto de Atendimento da Sicoob Cocred de Ocauçú indicou a Secretaria do Bem Estar Social
do Município para receber a doação.
25
“Receber essa cadeira de rodas é de
grande valia porque na cidade a necessidade é grande e essa doação está vindo ao
encontro às nossas necessidades. Iremos
estudar os casos e direcionar a cadeira a
quem mais necessita no momento. Temos
que agradecer o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, por contribuir
com a Secretaria e de certa forma com a
população de Ocauçu”, disse a assistente
social, Maria Valdelice Menegucci.
Presente durante a entrega, a prefeita de Ocauçu, Alessandra Colombo
Marano, falou das necessidades do
município e agradeceu o Sistema pela
doação. “Ocauçu conta com pouca arrecadação e, para nós, essa doação é
muito positiva, porque temos pessoas
muito carentes e emprestamos cadeiras
da área da saúde. É uma maneira de
tentar ajudar, mas através dessa doação iremos poder contribuir com quem
necessita. Agradeço essa parceria da
Sicoob Cocred, achei muito importante a Campanha de Arrecadação de Lacres de Alumínio e faço votos para que
Valdelice Menegucci (assist. social), Milena Talamoni (BioCoop),
Adelino Carlos Colombo (gerente PA Ocauçu), José Mauro Colombo (vereador),
Alessandra Colombo Marana (prefeita de Ocauçu), Celia Menegucci dos Santos
(sec. do Bem Estar Social) e Odair Dionísio Pereira (vereador)
prossiga e que continuem beneficiando
entidades que necessitam dessa parceria”, ressaltou a prefeita.
O gerente do Posto de Atendimento
de Ocauçu, Adelino Carlos Colombo,
enfatizou a importância da campanha.
“Ocauçu, sendo uma cidade pequena,
carece de ajuda e, para nós do Posto de Atendimento, foi um prazer ter
sido contemplado e poder contribuir
com uma instituição da cidade. Sempre divulgamos e incentivamos os cooperados e a população que vão até na
agência a participarem da campanha
arrecadando lacres de alumínio e, com
certeza, mesmo sendo contemplados,
iremos continuar arrecadando para futuramente ajudar outras cidades que
precisam”, afirmou Colombo. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
26
Trabalho realizado por bibliotecário da Canaoeste
vem sendo destaque na mídia
Da redação
A
“Geladeiroteca”, como é chamada a geladeira customizada
e abastecida por livros, tem
chamado a atenção dos veículos de comunicação da região pela forma em que
vem incentivando a leitura.
Quem tem muito a comemorar é o
idealizador do projeto em Sertãozinho,
o bibliotecário Haroldo Luís Beraldo
que contou com total apoio da Canaoeste, que é mantenedora da Biblioteca
“General Alvaro Tavares do Carmo”,
para por em prática esse importante
meio de promover a leitura, tirar os livros da estante e fazer com que circulem de maneira livre e gratuita.
Acompanhe alguns dos veículos
onde o Projeto foi notícia: Folha de S.
Paulo, Jornal A Cidade, Agência USP
de Notícias, Portal IG, Portal USP,
EPTV, STZ TV, Rádio CBN, Rádio Comunitária FM, site do CRUESP, Jornal
da ABA (Associação Amigos do Bairro
Alvorada), Jornal Agora, Jornal Momento Atual e também foi destaque no
blog Galeno Amorin e no site da Feira
do Livro de Ribeirão Preto. RC
As “Geladeirotecas” podem ser encontradas em no Centro Esportivo Mogiana e no CEJUSC
(Centro de Solução de Coflitos e Cidadania) em Sertãozinho
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
27
Canaoeste e Copercana participam
da 4ª EXPAM
Da redação
E
ntre os dias 21 a 26 de julho, a
Canaoeste e a Copercana participaram da 4ª EXPAM (Expo-
sição Agropecuária da Alta Mogiana)
realizada no Parque Permanente de
Exposições de Ituverava pelo Sindi-
João Maciel (agrônomo da Canaoeste de Ituverava e
representantes do Grupo Raízen (Unidade Junqueira)
cato Rural do Município, onde receberam em seu estande produtores associados e cooperados da região. RC
Representantes da Canaoeste e Copercana filial Ituverava, com o presidente do
Sindicato Rural de Ituverava, Gustavo Chavaglia e representantes da EXPAM
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
28
Notícias Canaoeste
Reuniões e treinamentos Canaoeste
Fernanda Clariano
A
Canaoeste de Ituverava e a
empresa Arysta realizaram
em parceria com a Copercana
e o Sindicato Rural o “Aplique Bem
Arysta”: treinamento direcionado
para aplicadores de defensivos agrícolas. Na ocasião foram abordados temas importantes como: o uso correto
de EPI (equipamentos de proteção individual) e regulagem de equipamen-
Aplique Bem Arysta – aula teórica.
A Canaoeste e a Copercana de Barretos com o apoio
da empresa Interagro - New
Holland, realizaram em parceria com a Guarani/Grupo
Tereos uma Reunião Técni-ca para a discussão do tema
“Vantagens no Uso da Agricultura de Precisão na Cul-tura da Cana-de-Açúcar. A
reunião aconteceu no dia 27 de
julho, na Associação Barretense de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia. Participaram
aproximadamente 30 pessoas.
tos de aplicação. O treinamento aconteceu no dia 15 de julho, no Parque
de Exposição de Ituverava e contou
com a presença de aproximadamente
30 pessoas.
Aplique Bem Arysta – aula prática.
Reunião Técnica em Barretos – Parceria: Canaoeste, Copercana, Guarani e Interagro.
Sempre buscando novas tecnologias para melhor atender
aos seus associados, a Canaoeste com o apoio da empresa Yara Fertilizantes, realizou
um treinamento interno para
sua equipe técnica onde foram
abordados assuntos referentes a
“Nutrição de Plantas e Longevidade do Canavial”. O treinamento foi realizado no escritório da Associação em Viradouro
no dia 18 de julho. RC
Equipes Técnicas: Canaoeste e Yara Fertilizantes.
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Gestão de Relacionamento Recursos e Projetos,
mais um canal de serviços da Canaoeste
Da redação
Z
elar pelo crescimento e pelo
bom relacionamento entre os
seus fornecedores de cana-de-açúcar e as usinas faz parte do lema da
Canaoeste e, para estreitar esses laços,
a Associação está apresentando o mais
novo canal de serviços exclusivo para
os fornecedores que é a RRP (Gestão
de Relacionamento Recursos e Projetos) criada para auxiliar o associado e
administrar toda parte burocrática que
envolve o fornecedor e a usina através
de vários serviços.
“A Gestão de Relacionamentos, Recursos e Projetos tem como base a política de acolhimento entre a Canaoeste
e seus fornecedores. A intenção é proporcionar uma relação mais próxima
dos nossos associados, trazendo benfeitorias e informações que facilitem
ao máximo, para que eles possam se
sentir seguros, que usem esses serviços
e que cheguem até eles de forma fácil
e descomplicada. Através deste novo
departamento estamos buscando novas
parcerias, tudo para facilitar e disponibilizar ao fornecedor uma carteira grande de benefícios”, afirmou o gestor do
Departamento de RRP da Canaoeste,
Almir Aparecido Torcato.
A Canaoeste sempre esteve de portas
abertas aos seus associados e, através
do RRP, o fornecedor terá o respaldo
Equipe de gestão de RRP da Canaoeste: Gabriel Santos (auxiliar administrativo), Almir
Torcato (gestor de RRP) e José Alberto Bisson (assistente administrativo)
que precisa, seja com acesso a disponibilidade dos custos de produção,
planilhas, dentre outros serviços para
que tenha parâmetros confiáveis, com
informações que precisa e até mesmo o
quanto desembolsará para manter suas
atividades no campo.
Vale lembrar que muitas informações
estarão disponibilizadas através da internet, porém se o fornecedor não tiver acesso fácil ele pode se dirigir até a Canaoeste, seja na matriz ou nas filiais, onde terá
toda atenção e poderá sanar suas dúvidas.
Para contar com os benefícios,
bem como a disponibilidade dos cus-
tos de produção, planilhas, dentre
outros serviços, o associado precisa
estar em dia com os recolhimentos
da Associação. Por isso, estar regular
com a Associação é importante para
fortalecer ainda mais a entidade, que
tem como principal objetivo superar
obstáculos que, individualmente, seriam mais difíceis.
Para maiores esclarecimentos, uma
equipe está à disposição pelo telefone
(16) 3946-3316 ramal 2191 ou 2101 ou
pessoalmente no departamento de Gestão de Relacionamento, Recursos e Projetos, que fica anexo ao departamento
Agronômico da Matriz. RC
As informações estão disponibilizadas através da internet (www.canaoeste.com.br) ou pessoalmente na Canaoeste,
seja na matriz ou nas filiais, onde o associado terá toda atenção e poderá sanar suas dúvidas.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
30
Notícias Canaoeste
Área Restrita: mais uma ferramenta da Canaoeste
para agilizar o dia a dia do associado
Fernanda Clariano
A
Canaoeste busca o tempo
todo defender os interesses dos seus associados
promovendo ações e oferecendo
serviços que contribuem e facilitem o trabalho do produtor rural e
o seu crescimento.
Prova disso são os serviços
disponibilizados pela associação
através da área restrita, um canal
de informações entre a Canaoeste
e seus associados. Este projeto foi
desenvolvido pela Gestão de RRP
(Relacionamento, Recursos e Projetos) em conjunto com o Departamento de Comunicação.
Segundo o gestor do Departamento de RRP da Canaoeste,
Almir Aparecido Torcato, “a informação de qualidade é um dos
alicerces para a sobrevivência e
maior competitividade. Pensando nisso desenvolvemos essa
ferramenta e uma série de posicionamentos importantes para
disponibilizarmos ao nosso associado com maior eficiência e
eficácia”, disse.
namento de moagem das
unidades industriais, projeções de fechamento de
preço do ATR, parâmetros
técnicos atualizados, entre outros, todos de forma
prática em versão PDF,
tornando-os mais leves e
de fácil acesso. Para isso,
o associado precisa entrar no site da Canaoeste
onde irá encontrar o ícone
(área restrita), se cadastrar
e posteriormente receber
um e-mail com seu login e
senha de acesso e, a partir
daí, poder entrar na área
restrita onde estiver.
Através das suas ações,
a Canaoeste espera contribuir cada vez mais com O ícone da área restrita fica localizada abaixo do menu ao lado
o sucesso dos seus mais esquerdo do site. Se preferir pode acessar diretamente pelo
endereço www.canaoeste.com.br/intranet
de 2.400 associados e se
coloca à disposição para
qualquer dúvida.
Vale lembrar que a área restrita
é um canal virtual com conteúdo
de uso exclusivo para os associados. Porém, se o associado não tiO RRP hoje disponibiliza ver acesso fácil à internet ele pode
posicionamentos mensais sobre solicitar essas informações em
custo de produção, provisio- qualquer filial da Canaoeste.RC
3) Tela inicial
1) Tela de login
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
2) Tela de comunicados
31
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred
apoia evento em comemoração ao Dia do Agricultor
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural da cidade de Barretos homenageia agricultores
Carla Rodrigues com informações do jornal O Diário de Barretos
E
m comemoração ao Dia do
Agricultor, no dia 28 de julho, o Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural da cidade de
Barretos homenageou oito agricultores
de diferentes áreas do setor. O evento
aconteceu na sede da ABEAA (Associação Barretense de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na Região dos
Lagos e contou com o apoio do SIRVARIG (Sindicato Rural do Vale do Rio
Grande), Unifeb (Centro Universitário
da Fundação Educacional de Barretos), Prefeitura, Câmara, CATI (Casa
da Agricultura), Instituto Federal Polo
Barretos, ABEAA e do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural é presidido pelo engenheiro agrônomo da Canaoeste, Ricardo Parisoto. Além dele, a equipe técnica
e o gerente do Departamento Técnico
da Canaoeste, Gustavo Nogueira, também participaram do evento.
Entre os homenageados estavam
o seringalista José Pedro Domingues
Netto, que atua no ramo de látex há 30
anos, o produtor de leite e derivados,
Ricardo Parisoto, engenheiro agrônomo da Canaoeste e presidente do
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural
Raul Carlos Guimarães, o produtor
de grãos (milho, soja, arroz, feijão,
sorgo, amendoim e outros), Gabriel
Carvalho Dias, o produtor de cana-de-açúcar associado e cooperado à
Canaoeste e Copercana, Mário Rodrigues de Paula, e ainda na citricultura
(laranja, limão, tangerina e outros) o
produtor João Fajoto, na agricultura
familiar, Luis Roberto Marinho Villela e Marli Sanches Vilella, na pecuária e turismo rural, José Jesus Aparecido de Faria e João Roberto da Silva,
respectivamente.
João Amadeu Giacchetto, secretário do
Meio Ambiente
O secretário do Meio Ambiente,
João Amadeu Giacchetto, que também
é membro do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural, falou sobre a
importância de prestar a homenagem
aos produtores rurais barretenses.
Gustavo Nogueira, Gabriel Carvalho Dias (produtor de
cana-de-açúcar homenageado) e Ricardo Parisoto
“A importância é, acima de tudo, a
valorização da nossa tradição. Essas
pessoas que nunca receberam uma homenagem hoje se sentem valorizadas e
com a alma leve, sabendo que alguém
se lembra deles, que eles existem e produzem. É um setor que arrecada próximo a 40% no Brasil entre valor agregado e matéria- prima”, disse. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Junho/2014 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 30 de junho de 2014.
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
34
“Caminhos da Cana” ultrapassa
fronteiras do Centro-Sul
Projeto visa a disseminação do setor sucroenergético e coleta de informações
Andréia Vital
O
s números já impressionam:
são mais de três mil km rodados pelo interior; 500 litros de
etanol utilizados; mais de 600 m² de
cana consumidas; 17 Associações de
Produtores de Cana entrevistadas…9
cidades visitadas e 500 questionários
da pesquisa respondidos por produtores de cana…Este é o primeiro balanço do projeto “Caminhos da Cana”,
que teve início no dia 10 de julho, em
Araraquara - SP. Coordenada pelo professor da FEA-RP/USP (Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), Marcos Fava
Neves, a iniciativa tem como objetivo
levantar dados sobre o setor sucroenergético para elaborar uma agenda
estratégica para o segmento para o
período 2015-2025, com detalhamento regional, e que será disponibilizada
aos candidatos que disputam as eleições federais e estatuais em outubro.
Além de servir de plataforma para a
troca de experiências entre entidades
e pequenos produtores de cana-de-açúcar, também será base para o pla-
Reuniões estão sendo realizadas em vários municípios canavieiros
nejamento estratégico da Orplana - Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul do Brasil. “O material, mostrando a ordem de grandeza
econômica e social do setor, também
servirá como suporte às organizações
setoriais na defesa da agroindústria canavieira”, diz Fava Neves.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
O projeto tem como metodologia a
realização de reuniões com lideranças
de associações, onde são ministradas
palestras e coleta de informações junto
aos associados. “A ideia é ter mais de
1200 questionários respondidos pelos
agricultores, que incluem dados desde
avaliação do setor, suas perspectivas
35
Matéria de Capa
e opinião sobre o desempenho da sua
associação”, explica o professor, destacando que o lado acadêmico do projeto
conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e está sendo desenvolvida dentro da
FEARP/USP. “As atividades externas
do “Caminhos da Cana” estão sendo
de fundamental importância na aproximação junto às lideranças e produtores
rurais para a coleta de dados. Com base
nesta pesquisa teremos a publicação de
artigos acadêmicos e relatórios para a
Fapesp”, argumenta o pesquisador.
Inicialmente, a ação se concentraria
somente em municípios canavieiros do
Centro-Sul, ligados à Orplana, mas devido à relevância do tema, acontecerá
também em Recife (PE) e no Rio de Janeiro (RJ). Seu encerramento também
foi alterado de setembro, para outubro.
O impacto dessa atividade tem mobilizado muitas pessoas, assegura o professor, mas os resultados conseguidos
até o momento são preocupantes. “Os
depoimentos são de terror e confirmam
que produtores de cana estão perdendo
patrimônio. É um processo de exclusão,
processo de concentração que não faz
sentido se você levar em consideração o
Governo que temos hoje no Brasil, que
é de inclusão e de desconcentração”,
conta estarrecido Fava Neves.
Além das reuniões realizadas em associações, os encontros também acontecem em universidades, como a Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ESALQ/USP, que recebeu o projeto durante o “I Workshop Internacional
sobre Cadeia Sucroenergética”, no final
de julho e reuniu profissionais que atuam na agroindústria canavieira.
Na ocasião, Fava Neves explanou
sobre o desempenho da economia, do
agrobrasileiro, sobre a cadeia da cana-de-açúcar, abordando cenário e perspectivas para o segmento, além de apresentar propostas de ações que devem
ser feitas para o resgate da eficiência do
setor, proporcionando assim nova onda
de crescimento para atender à demanda
nos próximos anos.
O pesquisador apresentou agenda que
deveria ser seguida para impulsionar a retomada do setor sucroenergético. Para a
área privada as indicações são: desenvolvimento de programa de renovação e melhorias nos tratos canaviais e intensificação de pesquisa em biotecnologia e etanol
de segunda geração, entre outros. Já para
Marcos Fava Neves autografou a obra no final da
palestra em Piracicaba
o setor público, ele destacou que é necessário melhorar o sistema de transporte de
cargas, portos e infraestrutura logística,
como equalizar o preço da gasolina com
o preço internacional e leis de na política
de preços, entre outros. “Uma maneira de
difundir as ideias que foram trabalhadas
nos últimos anos no setor de cana foi a
elaboração do livro (veja dica de leitura
na página 66), que tem o mesmo nome
o projeto e é distribuído nas reuniões”,
concluiu o professor, que autografou a
obra no final da palestra, avisando que
a mesma está disponível gratuitamente
na internet e pode ser baixada neste link:
http://bit.ly/caminhoscana. A editora Canaoeste é parceira na produção do livro.
O projeto “Caminhos da Cana” tem
o apoio da Fapesp, FEARP/USP, Orplana, Bayer CropScience, Case IH, CEISE Br e UNICA. “É muito importante
para a Bayer poder fazer parte destes encontros, estar próximo ao nosso cliente.
Cada produtor, participante, contribui
com suas experiências nas associações
locais, enriquecendo o fluxo de informação. O resultado de tudo isso é bem
maior, é o fortalecimento do produtor e
da cadeia produtiva da cana”, afirma o
gerente de Estratégia de Marketing da
Bayer CropScience, Paulo Donadoni.
É possível acompanhar as atividades
do projeto curtindo a página:
www.facebook.com/caminhosdacana
As próximas reuniões acontecem
nas seguintes cidades: Lençóis Paulista (20/08); Sertãozinho (Fenasucro)
(26/08); Bariri (27/08); 02/09); Frutal
(03/09); Piracicaba (04/09); Jaboticabal
(05/09); Recife (Congresso) 16/09); Piracicaba (Congresso CENA) (14/10) e
Rio de Janeiro (Congresso) (21/10). RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Destaques
Pesquisa mostra agricultores mais satisfeitos,
porém eles querem mais respeito
Estudo teve como objetivo mapear a diferença entre a percepção
dos consumidores e a realidade dos agricultores
Andréia Vital
O
nível de satisfação do agricultor em relação a sua atividade
aumentou, mas ele ainda acha
que não tem o prestígio que merece do
consumidor. Foi o que apontou a segunda edição do Farm Perspective Study,
apresentada pela BASF, no final de julho, em São Paulo. A pesquisa foi feita
com 300 produtores e mil consumidores para tentar entender as percepções
em relação à agricultura brasileira.
O levantamento mostra que 77%
dos produtores estão satisfeitos com
sua função, contra 74% registrados em
2011, quando ocorreu a primeira edição
da pesquisa. Mas aponta também que
46% dos produtores entrevistados não
se sentem valorizados pela população,
mesmo que 67% dos consumidores afirmam que são reconhecidos. O estudo
indicou também que o agricultor se sente mais responsável como provedor de
alimento, tendo o índice saltado de 79%
para 93%. Já a percepção aumentou em
18% entre os consumidores brasileiros,
totalizando 88,6% de concordância.
“Os dados mostram que a sociedade começou a entender melhor o
Eduardo Leduc, vice-presidente Sênior da
Unidade de Proteção de Cultivos da BASF
Daniel Marinho, coordenador de Comunicação, Francisco Carlos Verza,
vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, Eduardo Leduc,
vice-presidente Sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF, Oswaldo Gomes,
diretor de Marketing da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF
agricultor, mas ele tem problema de
ego, e não percebe. Mesmo assim, ele
se sente mais orgulhoso, pois antes
sentia vergonha de falar que era produtor agrícola, além de ser mal visto
pela sociedade”, disse Eduardo Leduc,
vice-presidente Sênior da Unidade de
Proteção de Cultivos da BASF para a
América Latina e de Sustentabilidade
para a América do Sul. “Como uma
empresa de pesquisa temos que ajudar
as pessoas a terem uma mesma visão,
pois é claro o desconhecimento sobre
os desafios e a realidade do agricultor”,
explicou o diretor, alegando que o consumidor tinha uma grande tendência
em achar que o alimento “nasce” atrás
da gôndola do supermercado e agora
começa a mudar sua percepção. Mesmo assim, o estudo aponta que somente 15% dos consumidores reconhecem
os desafios dos agricultores. “Para um
País que o PIB (Produto Interno Bruto)
dependa da agricultura, não é aceitável
que 85% da população não saiba dizer
quais são os desafios do agricultor”,
alertou o executivo, afirmando que o
consumidor tem uma visão romântica
da agricultura, associada à enxada e ao
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
chapéu de palha, sem ter noção da tecnologia aplicada no setor.
Ao apresentar a pesquisa, Leduc destacou os desafios dos dias atuais para
atender ao consumo, já que ocorreu
uma mudança nos hábitos da população
urbana, que não para de crescer. “Os desafios globais de impactos na agricultura para atender a demanda em 2050 serão enormes, pois exigirão um aumento
de 70% na produção de alimentos com
recursos limitados”, disse ele, lembrando que a inovação para uma agricultura
sustentável é a chave para alimentar um
planeta faminto. “A abundância de hábitos alimentares do que foi até hoje e o
que será daqui a 30 anos será dramática,
sendo que os alimentos serão a razão
do bem-estar das pessoas, que exigirão
cada vez mais a qualidade desses alimentos”, alega. Segundo Leduc, este é
um direcionamento fundamental para
quem trabalha com agricultura, pois terão que aumentar a produtividade, sem
aumentar a área plantada, usando para
isso a tecnologia, caso contrário, correm o risco de perder a oportunidade de
atender a onda de crescimento.
37
De acordo com o diretor, a origem
dos alimentos passou a ser um fator determinante na escolha dos consumidores
europeus, e agora também, dos brasileiros. “A pesquisa mostra que 82% dos
consumidores urbanos das principais
capitais brasileiras estão bem preocupados com a origem dos alimentos e se são
produzidos com sustentabilidade, embora eles não saibam explicar bem o que
isso significa”, ressaltou. Sobre o tema,
a pesquisa detectou que embora 67%
dos agricultores afirmam utilizar métodos sustentáveis de produção, somente
37% dos consumidores concordam que
a agricultura brasileira seja sustentável. “Os estudos mostram que tanto os
consumidores quanto os agricultores
associam sustentabilidade somente a aspectos relacionados ao meio ambiente”,
disse ele, explicando que, na verdade, a
sustentabilidade na agricultura também
depende dos pilares sociais e econômicos. “Ninguém vai investir no verde, se
estiver no vermelho”, constatou.
A falta de conhecimento sobre a sustentabilidade é um dado muito importante
destaca Leduc, pois se o urbano não entender que o agricultor usa práticas sustentáveis, vai supor que o produtor está
prejudicando o meio ambiente. “Portanto, a percepção da agricultura sustentável
precisa ser trabalhada, tanto aqui, como
lá fora”, afirmou o executivo, lembrando
que essa é uma tarefa adicional, pois o
agricultor brasileiro já enfrenta barreiras
técnicas maiores do que as enfrentadas
pelos produtores locais de outros países.
Prova dessa necessidade de disseminação de conhecimento sobre a agricultura é que muitas vezes a informação
que chega lá fora é bem diferente da
realidade nacional. “Sou muito questionado sobre o etanol, se vamos parar de
produzir grãos e produzir o combustível
para atender a demanda mundial, mas
na verdade, não sabem que usamos somente 1 ou 1,5% das nossas terras para
produzir etanol”, disse Francisco Carlos Verza, vice-presidente da Unidade
de Proteção de Cultivos da BASF para
o Brasil, lembrando que o aumento da
produção é possível, devido a tecnologia aplicada pela agricultura. “A BASF
investe quase dois milhões de dólares
por dia em inovação, buscando ajudar
o agricultor ter mais produtividade. Um
de nossos produtos com este perfil é a
AgMusa, uma tecnologia que possibilita a multiplicação de uma cana mais
produtiva, seis vezes mais rapidamente
do que os métodos tradicionais”, disse o
executivo, afirmando que embora o atual cenário político e econômico do setor
sucroenergético não seja favorável para
investimentos, talvez seja justamente aí
que se encontra a solução para sair da
crise. “Hoje, as lavouras de cana têm
um gap de densidade próximo a 20%
e essa tecnologia permite cobrir estas
falhas. É com este foco que queremos
ajudar o agricultor”, concluiu.
A pesquisa apresentada pela multinacional alemã também mostrou que
melhorias em tecnologia, mais subsídios do governo, mudanças climáticas,
aumento da produtividade e utilização
de biotecnologia foram apontados pelos agricultores como as principais
tendências para os próximos cinco
anos. “Embora tenhamos um cenário
positivo, fica clara a necessidade de
conscientizar a opinião pública sobre
a realidade e desafios dos agricultores.
Ainda há uma diferença de entendimento sobre a atividade, mais precisamente no que se refere a métodos
sustentáveis de produção e consumo.
Porém, também fica evidente o comprometimento do agricultor com a
qualidade da produção e é papel da
indústria orientá-lo sobre novas tecnologias disponíveis”, afirmou Verza,
contando que os resultados globais da
pesquisa, que inclui dados coletados
em sete países, deverão ser divulgados
em setembro.
O diretor apresentou também a
quarta fase da Campanha “Agricultura, o maior trabalho da Terra”, lançada
no dia do Agricultor – 28 de julho – e
que visa conscientizar a população sobre a importância do produtor rural e
sua atividade. A ação iniciou em 2010
com a campanha “Um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira” e já impactou mais de 30 milhões de pessoas.
Em 2013, essa mensagem também foi
transmitida por meio do patrocínio ao
Grêmio Recreativo de Escola de Samba
Unidos de Vila Isabel, que conquistou o
1º lugar no desfile do grupo especial das
Escolas de Samba do Carnaval do Rio
de Janeiro em 2013. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
38
Destaque II
Inovar para não perecer: esta é a chave para
garantir a sobrevivência
Especialistas afirmam que a integração de tecnologias é a saída para vencer desafios
Andreia Vital
“
Não é o mais forte que sobrevive,
nem o mais inteligente, mas o que
melhor se adaptar às mudanças”
afirmou o presidente da Fermentec Assistência Técnica em Fermentação Alcoólica, Henrique Amorim, ao abrir a
35ª edição da Reunião Anual da empresa, que é especializada em novas tecnologias para o setor sucroenergético. A
alusão à teoria de Charles Darwin foi
feita para explicar que só sobreviverá
na indústria canavieira aqueles que se
adaptarem às exigências tecnológicas e
de mercado dentro de uma integração
entre diversas áreas. “Integrando as tecnologias mais adequadas vamos conseguir sobreviver e continuar crescendo”,
explicou Amorim, afirmando que embora a crise atual enfrentada pelo segmento seja a pior que presenciou nos 37
anos que está no setor, ele acredita que
irão sair dela. “Nós não precisamos de
ajuda do Governo, precisamos é que ele
não atrapalhe e dê políticas públicas, o
problema não é financiar, não é subsidiar, e sim impedir um livre comércio,
o que está acontecendo hoje, colocando
o preço da gasolina lá em baixo”, disse.
Com o tema “Integrando Tecnologias e
Henrique Amorim, presidente da Fermentec
Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, fez uma explanação sobre os mercados de açúcares
e etanol no Brasil e as perspectivas para os próximos anos
Vencendo Desafios”, o encontro reuniu
centenas de profissionais de diversas regiões do país, nos dias 16 e 17 de julho,
em Ribeirão Preto-SP.
Na ocasião, Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, fez uma explanação
sobre os mercados de açucares e etanol
no Brasil e as perspectivas para os próximos anos. Ele mostrou que o avanço
da produção de cana no Brasil passou
de 60 milhões de toneladas na década
de 70 para mais de 600 milhões de toneladas, nos dias atuais, e advertiu que
este mesmo nível de crescimento será
necessário para atender à demanda futura. “Para manter seu market share, o
Brasil precisa moer em 2020, um bilhão
de toneladas de cana, isso num cenário
não muito bom”, anunciou o executivo,
explicando que para atender a essa exigência será necessário a construção de
80 a 120 novas usinas.
“A visão da DATAGRO é que terá
um excesso de demanda estrutural nos
próximos 10 anos, isso significa que
não estamos investindo em usinas e o
consumo está crescendo tanto no mercado doméstico como no internacional”, enunciou o diretor. De acordo com
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
ele, é necessário se preocupar com eficiência porque o Brasil não está investindo em processo para recuperar seu
rendimento agrícola industrial. “Então
é preciso focar, do lado operacional na
continuidade de grande eficiência; e do
lado estratégico, é tentar convencer, ou
demostrar para o Governo Federal, os
benefícios que o setor traz para o Brasil,
tanto para alimentos quanto para energia, então tem dois trabalhos, operacional e estratégico”, afirmou.
O executivo ressaltou também que
independente do cenário político, seja
na manutenção do Governo atual ou
mudança, é provável o aumento do
preço da gasolina. “O esforço social
da manutenção do preço está muito
grande e o risco disso, é aumentar no
mesmo nível o preço do álcool”, alertou Nastari. “Este Governo atual, que
é diferente do anterior, tem mostrado
que não tem claramente a noção de externalidade (que é o impacto das ações
de alguém sobre o bem-estar dos que
estão em torno) do etanol na sociedade
brasileira. O país produz álcool e petróleo, e importa os dois, então se destrói valor, balança comercial, renda, e
desenvolvimento para tentar controlar
39
a inflação”, afirmou ou completou:
“a externalidade positiva, que gera a
utilização de etanol é tão maior que o
incremento de curto prazo de inflação
que é irracional este controle”, constatou lembrando que os investimentos
internacionais só retornarão, se for
recuperada a confiança de que a intervenção se encerrará e não retornará.
O consultor disse também que a atual safra será afetada pela seca, que reduziu a disponibilidade de cana, piorou
a qualidade da matéria-prima e aumentou a infestação de pragas e impureza
vegetal, além do impacto potencial do
El Niño no ATR da cana e no aproveitamento do tempo das usinas. “Devido
a estes fatores, já revisamos três vezes
a estimativa da safra 14/15, sendo que
a atual é de que a região Centro-Sul
processe 560,5 milhões de toneladas de
cana neste ciclo”, contou.
No painel “Gestão e Redução de
Custos Agroindustriais e Usina Flex”, o
consultor Carlos Araújo, da Mackensie
Agribusiness, afirmou que tecnologias
agregadas às áreas agrícolas e industriais possibilitam reduzir gastos nas
usinas e que esta redução dos custos
deve ser feita em todos os ambientes de
produção. Como exemplo, o consultor
mostrou dados sobre os custos da mecanização (plantio mecanizado, CCT e
trato), que somados aos custos dos insumos agrícolas, representam 75% do
custo total da cana, sendo que este percentual poderia ser menor com ajustes
feitos. De acordo com Araújo, pesquisas feitas pela consultoria revelam que
as usinas estão alocando equipamentos
superdimensionados nas operações
agrícolas e fazendo aplicação de insumos agrícolas acima do recomentado
tecnicamente, em função de determinados ambientes de produção. “Portanto,
é necessário fazer um diagnóstico e
avaliar onde é possível reduzir custos,
usando métodos, como o plantio direto
e a aplicação mais eficiente de insumos
agrícolas”, esclareceu Araújo.
Já o pesquisador da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, explicou que
as variedades de cana acompanharam
a demanda da evolução do setor e seus
desafios, como a necessidade de aumentar a produtividade em áreas não
tradicionais e a implantação da colheita mecanizada, que trouxe além da tecnologia, a exigência de novas ações no
combate às pragas, entre outras. Atualmente, existem cinco programas de
melhoramento, no Brasil: IAC, CTC,
RB, CV e Syngenta, sendo que as variedades mais plantadas são as RB´s
com uma participação acima de 65%
nos novos plantios. De acordo com o
pesquisador, mais de vinte variedades
estão sendo estudadas visando ao aumento da produtividade no setor sucroenergético.
Para José Tadeu Coleti, da Coleti
Consultoria e Planejamento, que participou do painel “Influência do Sistema
de Plantio e Colheita sobre as Impurezas
da Matéria-Prima”, toda inovação tecnológica em cana-de-açúcar, principalmente ligada a processos mecanizados,
precisa ser iniciada no plantio. “Hoje o
foco principal da atividade canavieira
está voltado para a colheita mecanizada integral” assegurou explicando que
o sistema de plantio pode interferir na
qualidade final da matéria-prima, como
consequência o sistema de colheita é
o grande definidor de maior ou menor
grau e impurezas da matéria-prima.
“Tudo fica evidenciado na colheita,
desde um traçado maldimensionado,
fluxo viário de carreadores - muitas
vezes ignorados no planejamento, mobilidade canavieira, rotas, obstáculos e
conciliação de ambientes”, afirmou o
consultor, alegando que “a implantação de um canavial exige um projeto
de engenharia com todas as indicações
normalmente empregadas na engenharia civil visando a um trabalho sistematizado”.
Mário Lúcio Lopes, diretor Científico na Fermentec, abordou o uso de
novas tecnologias para fermentação de
milho e o controle da contaminação
bacteriana nos processos de fermentação alcóolicos. “Estamos avaliando
novas tecnologias e produtos que servirão para reduzir custos, aumentando
e melhorando a oportunidade de uso da
capacidade instalada das destilarias no
Brasil”, disse Lopes. O desenvolvimento de novas tecnologias (Usinas Flex)
para utilização de diferentes matérias-primas, como o milho e outras à base
de amido para o processo de fermentação, permitem aumentar a produção de
etanol, estendendo o período operacional das usinas, bem como reduzindo os
custos industriais da produção de etanol. “Uma usina que processa mais de
cinco milhões de litros de mosto obtido
a partir do amido de milho, poderia produzir algo em torno de 650 mil litros de
etanol anidro por dia e produzir este álcool no período de entressafra, quando
a usina está parada”, explicou o diretor.
Lopes também explanou sobre a contaminação bacteriana, mostrando os resultados de um estudo feito com o sistema
de geração de dióxido de cloro, produzido
pela empresa Beraca. “A contaminação
pode trazer um impacto da ordem de R$ 7
a R$ 30 mil de prejuízo para a usina se ela
não for bem controlada. Com o controle
podemos reduzir o prejuízo causado pelas bactérias na fermentação industrial”,
ensinou o executivo.
Outros temas foram debatidos no
evento, como os impactos da palha na
indústria e a importância do seu monitoramento nos processos; segurança no
trabalho; possibilidades no uso do biogás de vinhaça, entre outros, além da
entrega do Prêmio Excelência. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
40
Destaque III
ESALQ/USP discute desafios e perspectivas
para o setor sucroenergético
Novas tecnologias e cases de empresas do setor fizeram parte da programação do evento
Andreia Vital
O
I Workshop Internacional sobre
Cadeia Sucroenergética realizado entre os dias 22 a 24 de julho,
em Piracicaba-SP, reuniu a ala acadêmica nacional e internacional e profissionais da agroindústria canavieira para
debater novas tecnologias disponíveis
para o setor sucroenergético. O evento
foi organizado pela Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” ESALQ/
USP – Piracicaba – SP/Brasil, pela Sugar Processing Research Institute (SPRI)
– New Orleans –USA, pela Dedini Indústria de Base S.A. e pela The University of Georgia (UGA) – Athens - USA.
De acordo com o coordenador do
evento, o professor da área de Tecnologia do Álcool e Açúcar, Antonio Sampaio Baptista, o workshop teve como
objetivo a troca de ideias, experiências
e debate sobre o cenário atual, apontando tendências e propondo soluções para
contribuir com a retomada do setor canavieiro. “Sentimos a necessidade de realizar este evento neste momento crítico e
verificar quais são os anseios dos envolvidos no setor”. Segundo ele, há bastante
interesse dos alunos pelo segmento, embora devido à crise, foi constatada uma
diminuição de cerca de 30% na procura por cursos voltados à área, contou o
professor, que afirmou acreditar na recuperação da indústria da cana-de-açúcar.
“Há uma tendência de crescimento devido à demanda mundial de alimentos,
combustível e energia”, alegou.
As universidades internacionais parceiras da iniciativa apresentaram estudos
sobre a formação de flocos em açúcar,
com palestra do diretor do Sugar Processing Research Institute - SPRI- New
Orleans –USA, Charley Richard, e apresentação de pesquisa sobre a produção
de metano a partir de vinhaça, pelo Dr.
K.C. Das, Diretor do Biorefining & Carbon Cycling Program da The University
of Georgia – UGA/USA.
Palestrantes debatem o futuro do setor
Um dos temas destaque do evento se
referia às opções e soluções para vinhaça, evitando o desperdício do produto,
visando assim a geração de lucro. O
gerente de Desenvolvimento da Dedini
Indústria de Base S.A, Fernando César
Boscariol, citou como exemplo uma
planta de methax - biometano da Dedini, instalada na Usina São João (São
João da Boa Vista- SP), que em 1986,
abastecia a frota canavieira da unidade
composta por 29 caminhões, 17 veículos leves, um trator e um ônibus, através da produção de biogás/biometano
a partir de 1/3 da vinhaça. “O projeto
não teve continuidade devido a alguns
fatores, entre eles, pela limitação da
potência dos motores, mas atualmente,
algumas empresas estão desenvolvendo
soluções para que possam usar o produto novamente”, afirmou Boscariol.
“Hoje, existem diversas e lucrativas
soluções para a vinhaça a serem usadas
de acordo com o objetivo do investidor e elas atendem às necessidades
atuais do mercado” ressaltou o executivo, lembrando que novos desenvolvimentos surgirão, ampliando as opções
assim que o mercado demande outras
alternativas. O engenheiro também explanou sobre as novas tecnologias para
produção de açúcar de alta qualidade.
No evento, o consultor Ericson
Marino, que foi Superintendente de
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Fernando Boscariol, Dedini
Operações do Grupo São Martinho
Bioenergia S.A, apresentou as novas
tendências em questão de caldeiras e
estudo feito a partir de uma demanda
da Usina São Martinho, que passou
a ter como propósito vender energia
elétrica produzida com a queima de
excedentes de bagaço, que chegavam
a 400 toneladas por safra. Foi feita então uma análise para verificar qual melhor tecnologia deveria ser aplicada,
para atender às implicações do “novo
bagaço” resultante do processamento
das novas variedades de cana, como
também do processo de mecanização.
O estudo resultou na escolha de uma
caldeira com queima de bagaço em
“Leito Fluidizado Borbulhante”, que
foi implantada na usina há dois anos.
O equipamento, que pode queimar bio-
41
massas de diversas origens e com teores de umidade de até 65%, é indicado
também para ser utilizado na entressafra gerando eletricidade com geradores
dotados de turbina com condensação
ou condensação “caipira”.
“A cana crua, se cortada de forma
adequada, se apresenta com qualidade
melhor do que a cana queimada. Nos
casos de corte basal muito próximo à
superfície do solo, desponte e despalha inadequados, há comprometimento
do processo”, explicou o professor de
Tecnologia Sucroenergética da Unesp/
Jaboticabal, Marcos Omir Marques,
ao abordar os fatores que influenciam
a qualidade da cana. Ele advertiu que
a presença de terra, palhada, especialmente folhas verdes na m.p. também
comprometem a eficiência do processo.
Já Fernando Vicente, diretor industrial da Usina Alta Mogiana, ministrou
palestra mostrando as boas práticas
para se ter um produto de qualidade. “A
qualidade do açúcar final está atrelada
a uma série de questões, entra elas, podemos destacar a implantação de proje-
tos de gestão e a busca de certificações,
pois a produção do açúcar não é uma
atividade independente. Não estamos
falando somente do produto e sim de
uma filosofia que existe por trás do produto que a gente produz”, afirmou Vicente, argumentando que esse processo
inclui também o envolvimento da cadeia de fornecedores desde os produtos
primários até às indústrias fabricantes
de alimentos. “A implantação de uma
cultura de alimentos foi essencial para
a Usina Alta Mogiana chegar onde está
nos dias atuais. A qualidade profissional
é essencial e contribui para o sucesso
do negócio, alinhada a um conjunto de
atividades que asseguram as boas práticas, garantem a eficiência do processo”,
disse Vicente. Atualmente a usina tem
quatro mil colaboradores, faturou R$
700 milhões em 2013 e devem moer
5.270 milhões de toneladas de cana,
neste ciclo, contou o diretor.
Outros assuntos marcaram a primeira edição do seminário, como
apresentações de cases de empresas
envolvendo novos processos e no-
Fernando Vicente, Usina Alta Mogiana
vos produtos, como a produção de
etanol celulósico integrada à usina
sucroenergética, com palestra de Antonio Alberto Stuchi, diretor da Raízen, entre outros. Segundo Stuchi, a
primeira planta de etanol 2G da empresa deverá entrar em operação em
outubro de 2014, um ano após o início da construção da obra. A mesma
fica localizada na Usina Costa Pinto,
em Piracicaba - SP, e terá capacidade
para produzir 42.200 m3 e consumo
de 313.000 t/ano de biomassa. A intenção da empresa é ter oito unidades
de produção até 2024 para produzir
1.000.000m³. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
42
Informações Setoriais
Chuvas de julho e previsões climáticas
para agosto a outubro de 2014
Quadro 1: Chuvas observadas durante o mês de julho de 2014.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de julho de 2014 (41mm),
quase que uniforme em todos os locais observados,
foi quase o dobro das normais climáticas (22mm) e
das chuvas observadas em julho de 2013 (24mm).
Merece lembrar que, nesta região de abrangência
Canaoeste, no período Dezembro de 2013 a Julho
de 2014, os desvios negativos de chuvas ocorreram
em quase todos estes meses, menos em dezembro,
abril e julho. Vide também o Quadro 2.
O
Mapa 1 mostra que, em meados (17 a 20) de julho, a DAAS
(Disponibilidade de Água no
Solo) apresentava-se em nível baixo a
crítico em (quase) toda área sucroenergética do Estado, com exceção das regiões de Assis, Ourinhos e no extremo
sudoeste do Estado.
Os Mapas 2 e 3, correspondentes
aos finais de julho de 2013 e 2014,
mostram grande diferencial entre
as DAAS, pois ao final de julho
de 2013 praticamente toda região
sucroenergética, na faixa Central-Norte do Estado de São Paulo,
encontrava-se entre nível baixo a
crítico. Enquanto que, no final (na
última semana) de julho de 2014,
mesmo com chuvas em todo Estado,
aquela faixa de baixa DAAS foi deslocada para a região Central, além
das Regiões de Barretos, CampinasPiracicaba - Sorocaba.
Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de julho de 2014
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Os artigos de Informações Climáticas
estão contando com o trabalho diário
de anotações de chuvas dos Escritórios
Regionais e que são condensados em
Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste
e, as suas médias mensais e as normais
climáticas, também são apresentadas no
Quadro 2. OBS: Normais climáticas (ou
médias históricas) são dos locais enumerados de 1 a 9 e a do Centro de Cana
IAC, em Ribeirão Preto.
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de julho 2013
43
Quadro 2: Médias mensais e normais climáticas das chuvas de
Para planejamentos prójaneiro a julho de 2013 e 2014, anotadas pelos escritórios regionais. ximo-futuros, a Canaoeste
3.
Os dados do Quadro 2 mostram, no
destaque (canto inferior direito), as expressivas diferenças observadas entre os
meses de Janeiro a Julho dos anos 2014 e
2013. A diferença, entre as Médias mensais (951mm) dos dados locais e as respectivas Normais climáticas (918mm) (1
a 9, mais IAC) do ano de 2013, foi pouco
mais de 30mm; enquanto que, no mesmo período de 2014, as Médias mensais (422mm) “foram” quase a metade
das Normais climáticas (826mm). Estas
Normais climáticas (918mm em 2013 e
826mm em 2014) foram diferentes em
função das ponderações das chuvas nos
meses destes dois anos.
resume o prognóstico de
consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais para os meses
agosto a outubro, como
descritos abaixo e ilustrado
no Mapa 4, a seguir:
• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser acima das respectivas normais
climáticas para toda Região
Centro-Sul do Brasil, exceto nos estados de Goiás e
Mato Grosso, onde as temperaturas poderão ser próximas das médias históricas;
• O consenso INMET-INPE prevê que
as chuvas poderão ocorrer com iguais
probabilidades para as três categorias
(acima, próxima e abaixo das normais
climáticas) na área cinza. Na área verde,
que corresponde à faixa sul e sudoeste
do Estado de São Paulo, sul do Mato
Grosso do Sul e estados da Região Sul,
as chuvas poderão ficar entre próximas a
acima das respectivas médias;
• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas
das chuvas em Ribeirão Preto e municípios (bem) próximos são de 20mm
em agosto, 55mm em setembro e
125mm em outubro.
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de julho 2014.
Mapa 4: Elaboração CANAOESTE do Prognóstico de
Consenso entre INMET-INPE para final de agosto e os
meses de setembro e outubro
Já o prognóstico climático da SOMAR Meteorologia, face ao estabelecimento mesmo que em curta duração
do fenômeno El Niño, prevê que de
agosto a dezembro estarão ocorrendo
bloqueios das frentes frias no Sul do
Brasil, fazendo com que as chuvas nestes meses venham a ser próximas abaixo das respectivas médias históricas nas
Regiões Centro-Oeste e Sudeste.
A Canaoeste recomenda especial
atenção aos produtores de cana, que
os solos estão por demais de secos, fazendo com que os cultivos mecânicos
demandem mais potência e provoquem
acentuados desgastes das máquinas e
implementos, além das formações dos
indesejáveis torrões. Torrões estes, que
acentuam perdas de umidade da sua
já baixa disponibilidade, provocando
(ainda mais) falhas.
Estes prognósticos serão revisados
nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.
br e www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
técnicos mais próximos pelo Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
44
Safra
Acompanhamento da safra 2014/2015
S
ão apresentados a seguir os dados obtidos pelos fornecedores de cana até a segunda quinzena de julho, referentes à safra 2014/2015,
em comparação com os da safra 2013/2014, no mesmo período. Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio
acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a segunda quinzena de julho desta safra em comparação
com o obtido na safra 2013/2014, sendo que o ATR
da safra 2014/2015 está 7,94 Kg acima do obtido na
safra 2013/2014 no mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da CANAOESTE das Safras 2013/2014 e 2014/2015
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da
Canaoeste, até a segunda quinzena de julho, da safra 2013/2014.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,
até a segunda quinzena de julho, da safra 2014/2015
O BRIX do
caldo da safra
Thiago de Andrade Silva
2014/2015 fi- Gestor de Planejamento, Controle
e Topografia da Canaoeste
cou equiparado
no mês de mar-ço e na segunda quinzena de maio, ficando acima no mês de
abril, na primeira quinzena de maio, no
mês de junho e no mês de julho, com
maior acentuação a partir da segunda
quinzena de junho em relação ao da safra 2013/2014. Na média, o BRIX do
caldo obtido nesta safra está 6,9% superior ao da safra 2013/2014.
O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2014/2015
em comparação com a safra 2013/2014.
Pode-se observar que a POL do
caldo apresentou o mesmo comporta-mento do BRIX do caldo, sendo que
na média, nesta safra de 2014/2015, a
POL do caldo está 6,4% superior a da
safra 2013/2014.
As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da
qualidade tecnológica da matéria-prima
nas safras 2013/2014 e 2014/2015, respectivamente.
O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra
2014/2015 em comparação com a safra
2013/2014.
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra 2014/2015
em comparação com a safra 2013/2014.
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014
45
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014
Gráfico 4 – Comparativo da fibra da cana
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
46
A pureza do caldo da safra 2014/2015
ficou muito abaixo da obtida na safra
2013/2014 no mês de março, ficando acima nas duas quinzenas do mês de abril,
ficando próximo no mês de maio e pouco
abaixo nos meses de junho e julho.
O Gráfico 4 contém o comportamento da fibra da cana na safra 2014/2015
em comparação com a safra 2013/2014.
A fibra da cana na safra 2014/2015
ficou muito acima daquela obtida na
safra 2013/2014, com menor acentuação no mês de maio, abaixo no mês de
junho e acima no mês de julho, ficando
na média 0,2% superior a observada na
safra 2013/2014.
O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2014/2015
em comparação com a safra 2013/2014.
A POL da cana na safra 2014/2015
ficou muito abaixo da obtida na safra
2013/2014 no mês de março, ficando acima no mês de abril, na primeira
quinzena de maio e nos meses de junho e julho, se equiparando na segunda
quinzena de maio e na média encontra-se 6,4% superior a da safra 2013/2014.
Safra
o teor de ATR desta safra
está 6,2% superior ao da safra anterior.
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada
em 2013 e 2014
O Gráfico 7 contém o
comportamento da precipitação pluviométrica registrado na safra 2014/2015
em comparação com a safra
2013/2014.
A precipitação pluviométrica média observada nos
meses de janeiro, fevereiro, março, maio e junho de
2014 ficou muito abaixo da
obtida em 2013, e abaixo no
mês de abril. A precipitação
pluviométrica ficou acima
somente no mês de julho.
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica por
Trimestre, em 2013 e 2014.
O Gráfico 8 contém o
comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra
2014/2015 em comparação
com a safra 2013/2014.
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2014/2015 em
comparação com a safra 2013/2014.
Em 2014, tem-se um volume de chuva muito abaixo
no primeiro trimestre, muito
abaixo no segundo trimestre e equiparado no terceiro
trimestre até o momento, se
comparado aos volumes médios de 2013.
O ATR, expresso em kg/t de cana na
safra 2014/2015, ficou muito abaixo do
obtido na safra 2013/2014 no mês de
março, muito acima nos meses de abril,
junho e julho, se equiparando no mês
de maio, apresentando, portanto, um
comportamento semelhante ao da POL
da cana, tendo em vista que a mesma
participa com 90% do ATR. Na média,
O baixo índice de precipitação
pluviométrica de 2014 continua impactando diretamente no crescimento
vegetativo do canavial e também na
brotação de novos plantios. Ocorreu
precipitação na segunda quinzena de
julho, porém poderá refletir na primeira quinzena de agosto. Com isso, segue
com queda de produtividade, devido
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
ao estresse hídrico ocasionado pela estiagem, po-rém o aumento do teor de
ATR, anteriormente observado, devido
à concentração de sacarose, continua
subindo, aumentando um pouco mais
no mês de julho, se equiparando ao
teor médio de ATR registrado na safra
2013/2014. Levando em conta todo o
cenário, o ATR médio ficou 7,94 kg
acima do obtido na safra 2013/2014,
até a segunda quinzena de julho. RC
47
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
48
Artigo Técnico I
Climatologia e produtividade canavieira
Regiões de abrangência Canaoeste, Abag RP e Estado de São Paulo
Oswaldo Alonso - Consultor
T
endo-se como referências dados
climatológicos Ciiagro - Departamento de Climatologia IAC
(Instituto Agronômico) de Campinas
e de produtividades médias (t cana/ha)
pela Orplana, ambos com abrangência
para o Estado de São Paulo, buscou-se
correlacionar as médias, em mm-milímetros de ETP (Evapotranspiração Potencial) (evaporação d’água do solo e a
transpirada pelas plantas) e Precipitações (chuvas) de série histórica (1993
até junho de 2014) e de anos recentes,
2012 a 2014, com as produtividades
obtidas pelos Produtores de Cana filiados às Associações de Classes e à
Orplana.
Almejava-se, sim, obter informações semelhantes de outros Estados
de abrangência Orplana. Entretanto,
ou não havia dados climáticos com os
mesmos parâmetros ou não se dispunham de históricos de produtividades
de iguais períodos que as do Estado
de São Paulo.
Como os órgãos IAC - Ciiagro,
CATI e IEA, da Secretaria da Agricul-
tura e Abastecimento do Estado, estão
organizados por EDRs (Escritórios de
Desenvolvimento Regional) e RAs
(Regiões Administrativas), adotou-se
estas regionalizações para os levantamentos e estratificações dos dados
climáticos.
Especificamente para a área sucroenergética do Estado de São Paulo,
condensou-se ponderadamente (pelos percentuais de produções de cana
IEA) os dados climáticos apenas das
regiões paulista que constasse cana
para indústria, subtraindo-se as RAs
de Registro, Santos, São José dos
Campos e a Metropolitana de São
Paulo. Ainda assim, nas demais regiões havia (cerca de 20% em) áreas e
contingentes de matéria-prima para
produção de cachaça, açúcar mascavo e outros fins industriais, mas sem
condição de separá-las das exclusivas
produções de cana para sucroenergia.
Comentários e discussões de condições climáticas sobre produtividades serão efetuados em seguida ao
Quadro 3 - Estado de São Paulo, uma
Quadro 1: - ETPs e Chuvas, em mm, para a abrangência Canaoeste que, aproximadamente,
compreende as RAs de Barretos, Franca/Orlândia, Jaboticabal e Ribeirão Preto.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Oswaldo Alonso
Consultor
vez que existem interfaces entre Associações de Classe, mesmo dentro de
mesmas RAs e EDRs. Exemplificando, nesta abrangência (Quadro 1) há
interfaces entre as Associações Agrovale, Alfoci, Canaoeste e Socicana,
sediadas em Serrana, Igarapava, Sertãozinho e Guariba, respectivamente.
Observando-se os dados climáticos
expostos no Quadro 1, nota-se que:
a) exceto em 2014, nos primeiros semestres, as somas de ETP não foram
tão diferentes entre a média 19932013 e dos anos 2012 e 2013 e que
as chuvas foram superiores às ETPs;
b) nos segundos semestres, sem diferenças consideráveis das chuvas
entre os períodos, mas foram inferiores às ETPs, evidenciando serem
estes meses importantes para assegurar produtividade para a mesma safra
e garantir bom desenvolvimento das
áreas renovadas e das soqueiras para
a safra seguinte. Irrigação, desde que
possível, será uma das técnicas econômicas a ser aplicada após julho
(fator temperatura); c) neste primeiro
semestre de 2014 e para esta região
de abrangência, as somas das chuvas
foram aquém da metade dos períodos
anteriores e 242mm inferior à ETP do
período. Diferença esta que pode impactar em redução de produtividade
49
(242/17t cana/mm) em cerca de 15%
em relação a da anterior, além de falhas em brotações (cana-planta e soqueiras) e menor desenvolvimento
dos canaviais recém-plantados e das
soqueiras para a safra seguinte; e, d)
se somar à negativa expectativa do
setor, baixa disponibilidade financeira própria e os pesados impactos
fitossanitários, poderá ainda necessitar de bom período de tempo para
recompor as boas e econômicas produtividades (obtidas entre as safras
2005/06 a 2008/09).
Os comentários e discussões dos
dados climáticos apresentados no
Quadro 2 são praticamente os mesmos que foram efetuados com os do
Quadro 1, pois os dados climáticos
são muito semelhantes e porque a região de abrangência Canaoeste está
inserida na da ABAG RP.
Os dados de evapotranspiração
apresentados no Quadro 3 mostram
que quase não foram diferentes nos
primeiros semestres dos períodos
1993-2013 e dos anos 2012 e 2013 e,
do mesmo modo, para as chuvas. Nos
segundos semestres dos mesmos períodos, notou-se poucas variações em
ETPs, mas observou-se significativas
diferenças, a menor, de chuvas entre
os anos 2012 e 2013 com as da média
de 1993-2013. Destaca-se que, desde
o segundo semestre de 2013 e primeiro semestre de 2014, os diferenciais
de chuvas e ETP foram bem pronunciados. Diferenças estas, que podem
resultar em redução percentual de produtividade, semelhante à anteriormente comentada para as regiões de abrangências da Canaoeste e ABAG RP.
Em termos de produtividades médias, obtidas pelos Produtores Independentes paulistas e filiados à Orplana, foram quase que estáveis em 83t
cana/ha no intervalo entre as safras
2005/06 a 2008/09, mas houve redução para 77t cana/ha médias no período entre as safras 2010/11 a 2013/14,
também resultantes de instabilidades
climáticas, além do envelhecimento
dos canaviais por razões financeiras
da atividade. Deve-se ressaltar, porém
Quadro 2: - ETPs e Chuvas, em mm, para a região de abrangência ABAG RP, compreendendo
as RAs que compõem a área da Canaoeste e mais a RA - Araraquara (Central).
Quadro 3: - ETPs e Chuvas, em mm médios ponderados pelas produções
de cana no Estado, de todas as RAs que tenham produções de cana para indústria,
exceto as referidas anteriormente.
que, dadas as diferenças entre ETPs e
chuvas no segundo semestre de 2013 e
primeiro semestre de 2014, as produtividades acima apresentadas poderão
sofrer reduções da ordem de 15 a 17%.
Processando-se os dados de ETPs
e de chuvas das diferentes regiões do
estado de São Paulo, chamou a atenção
para as que ocorreram nas RAs Araçatuba e São José do Rio Preto, que são
apresentados no Quadro 4, a seguir.
Regiões Administrativas correspondentes ao Oeste e Noroeste do Estado.
Os dados de ETPs e chuvas apresentados no Quadro 4 mostram que
nos primeiros semestres dos períodos
que constam no cabeçalho, as somas
em mm de evapotranspiração potencial
ETP foram semelhantes, mas foram
notadas diferenças em soma de chuvas
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
50
Artigo Técnico I
e foi muito desigual e inferior no primeiro semestre de 2014. As mesmas
observações são válidas para os segundos semestres, porém acentuando-se o
diferencial de chuvas no semestre de
2013, que somado aos do primeiro semestre de 2014, deixam evidentes as
severidades climáticas que ocorreram
naquelas regiões do Estado de São
Paulo. Vale destacar as somas anuais
(última linha), mostrando valores de
chuvas inferiores (e bem inferiores em
2013) que às de ETP, diferentemente
do observado no todo do Estado de
São Paulo (vide Quadro 3).
Quadro 4: - ETPs e Chuvas, em mm médios ponderados pelos
percentuais de produções de cana das RAs - Regiões Administrativas de
Araçatuba e São José do Rio Preto.
Embora não tenham sido obtidos semelhantes dados climáticos
e nos mesmos períodos, permite-se
dizer que estas severidades climáticas também ocorreram no Pontal do
Triângulo Mineiro, em Goiás (São
Simão) e Mato Grosso do Sul (Paranaíba), divisando em faixas adjacentes às regiões Noroeste e Oeste
do Estado de São Paulo. RC
Eventos de setembro de 2014
MBA em Agronegócios
Esalq/USP – Piracicaba
Duração: 20 meses
Início das Aulas: 05 de Setembro de 2014
Período: Aulas quinzenais: sextas-feiras (19h às 22h30) e
sábados (das 8h às 12h e das 13h às 17h)
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Telefone: (31) 3899-8300
E-mail: [email protected]
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
8º Grande Encontro sobre Variedades
de Cana-de-Açúcar
Período: 24/09/2014 e 25/09/2014
Cidade: Ribeirão Preto - SP
Localização: Centro de Convenções
Informações com: Grupo IDEA e Hóros Eventos
Site: www.ideaonline.com.br
Telefone: (16) 3514-0631
E-mail: [email protected]
Seminário de Adequação Socioeconômica e Ambiental em Propriedades Rurais
Início do evento: 25/09/2014
Fim do evento: 27/09/2014
Responsável Profª. Drª. Teresa Cristina Tarlé Pissara
Local: Centro de Convenções da Unesp/FCAV
Cidade: Jaboticabal/SP
Mais informações: http://www.funep.org.br
51
Artigo Técnico II
A Satisfação dos produtores de amendoim da região de
Ribeirão Preto em relação aos serviços prestados pela
cooperativa agrícola da qual são associados
Sueli Ferreira Soares
Faculdade São Luis Jaboticabal
[email protected]
André Eduardo Lapria Faria
Faculdade São Luis - Jaboticabal - SP
[email protected]
Fernando Rodrigues de Amorim
UFSCar campus de Araras / assistente técnico DMB
[email protected]
Leonardo Augusto Amaral Terra
Universidade de São Paulo
Universidade de Ribeirão Preto
[email protected]
O
cooperativismo possui grande
relevância para a economia brasileira, na medida em que atua
apoiando o desenvolvimento econômico
e social, principalmente das pequenas
propriedades rurais. As cooperativas
agropecuárias atuam no fomento e na
comercialização dos produtos agrícolas,
inclusive implantando novos cultivos e
agregando valor aos produtos por meio
de complexos agroindustriais.
O presente trabalho tem como objetivo a análise da satisfação dos produtores de amendoim da região de Ribeirão
Preto em relação aos serviços prestados
pela cooperativa agrícola da qual são
associados, abordando a qualidade e
a importância dos serviços prestados
pela cooperativa. A pesquisa utilizada
foi a metodologia qualitativa, de forma
exploratória, utilizando dados secundários de artigos científicos, livros, revista
científica e outros. A coleta de dados foi
feita através de um levantamento com
a aplicação de um questionário com
questões semiestruturadas para 27 cooperados de uma cooperativa da região,
visando obter informações do seu perfil
e da satisfação que eles têm em relação
aos serviços prestados pela cooperativa
da qual são associados.
A amostra foi baseada em exemplos
por conveniência, onde a seleção dos indivíduos entrevistados fez-se de acordo
com a livre apreciação do pesquisador,
considerando os elementos adequados à
finalidade do objetivo da pesquisa. Ao
analisar a pesquisa realizada, concluiu-se que os serviços prestados, apesar de
ainda precisarem de algumas melhorias
na qualidade de atendimento têm gran-
de reconhecimento por parte dos entrevistados, o que valoriza a atuação da
cooperativa.
INTRODUÇÃO
Para Santos & Lima (2001), as cooperativas agropecuárias ganharam força
considerável em 1990, período em que
os pequenos empresários e produtores
rurais tiveram que recorrer à união com
o intuito de permanecer no mercado nacional e ter parâmetros fortes e sólidos
para concorrer com o mercado internacional que se tornava cada vez mais
globalizado economicamente. Por sua
vez, os princípios cooperativistas são:
adesão voluntária e livre, autonomia,
independência, educação, formação e
informação, gestão democrática, participação econômica dos membros, intercooperação e interesse pelas comunidades. As cooperativas são constituídas
por produtores rurais que procuram uma
melhor condição de comercialização de
sua produção e de compra de insumos
e produtos. Dessa forma, apresenta-se:
de um lado, o associado que busca a
maximização da prestação de serviços;
e, no outro extremo dessa relação, está
o mercado, competitivo, oligopolizado
em alguns setores, exigindo dos dirigentes cooperativistas estratégias mais
agressivas para fazer frente a empresas
de capital.
Estas cooperativas agrícolas têm o
objetivo de apoiar o crescimento sustentável e o aprimoramento tecnológico
dos cooperados, oferecendo insumos
agropecuários em condições favoráveis
e uma assistência técnica efetiva, atuando no processamento, armazenamento
e comercialização de grãos, garantindo
aos cooperados um diferencial competitivo para os seus produtos. Segundo
Ferreira et al. (2006), para formar uma
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
52
cooperativa são necessárias vinte pessoas ou mais para constituir uma cooperativa singular, considerada de primeiro
grau, pode ser constituída em qualquer
segmento, ou seja, em qualquer atividade humana. Nela, cada sócio pode votar
e ser votado, tendo direito a um voto,
independente do número de quotas-partes, para eleger os membros do Conselho de Administração e do Conselho
Fiscal. A sua área de ação é limitada,
ou seja, estabelecida de acordo com
o controle de operações e reuniões. A
formação do capital se dá pelas quotas-partes dos cooperados. Esta pesquisa
teve como objetivo analisar a satisfação
dos produtores de amendoim da região
de Ribeirão Preto - SP em relação aos
serviços prestados pela cooperativa da
qual são associados.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com base no objetivo, a pesquisa é
de caráter exploratório, sendo utilizados dados primários, obtidos por meio
de um questionário semiestruturado e
dados secundários, artigos científicos,
livros, revista científica e outros, para
proporcionar uma visão geral sobre o
tema. O estudo exploratório, é designado por alguns autores como pesquisa
quase científica ou não científica, é normalmente, o passo inicial no processo
de uma pesquisa [...]” (CERVO; BERVIAN, 2002, p.69).
A escolha de uma pesquisa de base
qualitativa se deu com o objetivo de
delinear a complexidade da hipótese ou
problema, analisando certas variáveis,
compreendendo e classificando processos dinâmicos experimentados por
grupos sociais, contribuindo no método
de transformação formando e criando
opiniões, e interpretando os comportamentos com maior profundidade, sendo
que existem problemas que só podem
ser analisados pela metodologia quantitativa enquanto outros só podem ser
analisados pela qualitativa. Com relação ao delineamento da pesquisa, ou
seja, o desenvolvimento da pesquisa
com base no procedimento técnico de
coleta e análise de dados a presente pesquisa será classificada como estudo de
caso que consiste:
Artigo Técnico II
No estudo profundo e exaustivo de
um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento [...] tendo diferentes propósitos:
preservar o caráter unitário do objeto estudado; descrever a situação do contexto
em que está sendo feita determinada investigação; formular hipóteses ou desenvolver teorias [...]. (GIL, 2009, p. 54).
TÉCNICA DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi feita através de
um levantamento dos elementos com a
aplicação de um questionário com questões semiestruturadas. O questionário
foi enviado a vinte e oito cooperados da
cooperativa estudada, sendo que vinte e
sete destes cooperados se dispuseram e
responderam ao questionário. O questionário teve como objetivo a satisfação
deles em relação aos serviços prestados
pela cooperativa da qual são associados. A seleção destes cooperados foi
baseada em uma amostragem por conveniência, em que a escolha dos indivíduos entrevistados fez-se de acordo
com a livre apreciação do pesquisador,
considerando os elementos adequados à
finalidade do objetivo da pesquisa.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE
RESULTADOS
Iniciamos nossa pesquisa analisando
o período de tempo em que os cooperados fazem parte do quadro social da cooperativa, no entanto, nota-se que, destes
entrevistados, 42% são associados da
cooperativa há mais de vinte anos, 29%
estão associados à cooperativa entre 15
e 20 anos e os outros 29% estão associados à cooperativa há menos de 5 anos.
Posteriormente, foram analisados
os motivos que levaram os produtores
de amendoim a se associarem à cooperativa, sendo constatado que a localização é o principal motivo que levou
os produtores a se associarem à cooperativa, pois de todos os entrevistados,
43% apontaram a localização como
principal motivo de sua associação à
cooperativa; 29% dos entrevistados
apontaram que, além da localização,
os outros motivos que os levaram a
se associarem à cooperativa foram:
a qualidade dos serviços prestados, a
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
qualidade dos produtos, o atendimento, a facilidade na entrega do produto,
a qualidade do armazenamento oferecido, o custo cobrado pela armazenagem, o preço pago pelos produtos; e
14% apontaram a qualidade do armazenamento como principal motivo e
outros 14% apontaram a qualidade dos
produtos como principal motivo que os
levaram a se associarem à cooperativa.
Foi pesquisado se a cooperativa oferece todos os produtos que os produtores
de amendoim necessitam para desenvolver sua lavoura de maneira adequada; e o
resultado apontou que 71% dos entrevistados avaliaram que a cooperativa oferece todos os produtos necessários para
o desenvolvimento da cultura do amendoim, no entanto, 29% responderam
que a cooperativa não oferece todos os
produtos necessários para o desenvolvimento de sua lavoura. Observa-se que
mesmo com uma enorme variedade de
produtos e serviços oferecidos pela cooperativa, alguns cooperados relatam
ter dificuldade para encontrar alguns
defensivos específicos para a cultura do
amendoim. Neste sentido, Tasso Junior,
et al. (2004), confirma que a prevenção de doenças no amendoim começa
no campo, se estende durante a colheita e secagem, indo até a armazenagem
dos grãos. Para evitar a contaminação,
devem-se adotar técnicas agrícolas adequadas para que a planta se desenvolva
em ambiente propício e sem estresse,
podendo citar o espaçamento entre as
plantas, utilização correta de fertilizantes, solo adequado e ausência de ataque
de insetos e roedores.
Foram analisados se a cooperativa
oferece todos os serviços necessários
para o desenvolvimento adequado desta cultura, e o resultado constatou que
para 57% dos entrevistados a cooperativa oferece todos os serviços necessários para o desenvolvimento de suas
lavouras. Em contrapartida, nota-se que
43% destes entrevistados, alegam que a
cooperativa não oferece todos os serviços de que necessitam, para o desenvolvimento adequado da sua lavoura. Alguns serviços que eles gostariam que a
cooperativa oferecesse seriam: aração,
gradagem e confecção de terraços.
53
Foram analisados os benefícios obtidos pelos produtores de amendoim depois que se associaram a cooperativas,
e o resultado apontou que 57% dos entrevistados consideram que depois que
se associaram à cooperativa, além de
terem um local adequado para armazenar os seus produtos e de ter uma assistência técnica adequada, eles obtiveram
todos os benefícios necessários para a
melhoria da sua produtividade, como:
classificação dos grãos, loja agropecuária, preço pago pelos produtos, serviços
de campo, tratos culturais, treinamentos, insumos, plantio, colheita entre
outros; já 29% dos entrevistados apontaram que o principal benefício obtido
depois da filiação à cooperativa foi o
armazenamento, enquanto que 14%
dos entrevistados relataram a assistência técnica como principal benefício.
No entanto, o resultado confirma que
as empresas que buscam alternativas
diferenciadas, como oferecer serviço
pós-venda, tem chances de reduzir o
abandono de clientes, estabelecendo
uma relação duradoura e de fidelização entre ambas as partes (KOTLER,
2006). Em outras palavras, em pesquisas mais atuais “um bom serviço pós-venda faz com que o cliente se sinta
mais amparado pelo fabricante, caso
necessite de um apoio numa eventual
adversidade. São esses diferenciais que
fazem a diferença na hora da aquisição
de qualquer produto” AMORIM, F. R,
et al. (2013, p.7).
Foi pesquisado também, o que os
associados não gostam no atendimento da cooperativa, e evidenciou que
43% dos entrevistados responderam
que a falta de produtos na cooperativa
é o principal fator que eles não gostam
no atendimento da cooperativa; 29%
responderam sendo a má vontade dos
atendentes, enquanto que outros 14%
responderam que é a demora no atendimento. Os demais 14% não souberam
responder o que eles não gostam na forma como são atendidos pelos atendentes da cooperativa.
Ainda ficou constatado que 58% dos
entrevistados consideram a atenção dos
atendentes, como sendo o fator predominante que eles mais gostam em re-
lação ao atendimento da cooperativa,
pois, 14% destacam a rapidez no atendimento e 14% consideram a variedade
dos produtos como sendo o item principal; os demais 14% não souberam
classificar o que eles mais gostam no
atendimento da cooperativa. No entanto, o resultado confirmou o que a literatura relata, pois segundo Chiavenato
(2000), a qualidade no atendimento é a
satisfação das expectativas do cliente, e
que se deve dar ao cliente a atenção necessária para que eles possam satisfazer
os seus anseios e desejos de consumo.
Sendo importante também que os funcionários estejam atentos, evitando discriminar as pessoas.
Portanto, os dados obtidos na pesquisa estão de acordo com os dados citados na literatura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É significativa a importância da cooperativa para a economia da região.
Nota-se que o armazenamento é o
principal benefício que o produtor de
amendoim tem ao se associar a esta
cooperativa; sendo este um fator muito
importante para esses cooperados, pois
a maioria dos entrevistados é pequeno
agricultor e não tem onde armazenar o
produto depois da colheita.
Um dos fatores que ajuda na captação e fidelização de clientes é o atendimento, devendo ser feito com maior
cortesia pela cooperativa, com isso, a
cooperativa deveria ampliar o horário
de atendimento aos seus cooperados
para deixá-los mais satisfeitos.
Apesar de todos os entrevistados
destacarem as vantagens da cooperativa, nota-se que alguns cooperados
estão insatisfeitos com a falta de produtos/insumos. Com isso, nota-se que a
cooperativa não supre todas as necessidades dos cooperados, pois os mesmos
não encontram determinados produtos
na cooperativa. Sendo assim, seria de
grande importância realizar novos estudos que mensurassem o quanto a cooperativa perde financeiramente e perde
com relação à satisfação dos seus cooperados, ao deixar de atender a todas as
necessidades dos seus associados.
Conclui-se que os produtos e serviços prestados têm grande relevância
para os entrevistados, pois eles citam
benefícios relacionados ao atendimento, à qualidade dos serviços, à segurança e à comodidade em obter produtos
e serviços especializados, valorizando
a atuação da cooperativa na região. É
através da cooperativa que estes produtores têm acesso a esses produtos e
serviços de qualidade a um preço acessível, quando comparado com o que
é oferecido pelo mercado. O produtor
pode cultivar as suas lavouras com
mais segurança, maior produtividade e
a um custo mais baixo e, com isso, pode
vender os seus produtos e permanecer
com suas atividades, pois está competindo de igual para igual com os grandes latifundiários.
REFERÊNCIAIS
AMORIM, F. R.; ARTONI, C. B.;
TERRA, L. A. A. As vantagens do
marketing de relacionamento no setor de pós-venda em uma empresa de
equipamentos agrícolas In: Convidra,
X congresso virtual brasileiro administração. Anais online 2013. Disponível
em: http://www.convibra.org/upload/
paper/2013/37/2013_37_7248.pdf
.
Acesso em: 19/julho 2014.
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2002.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campos, 2000 6ª ed. 700p.
FERREIRA, W. J. et al. Organização de Cooperativas Agropecuárias. São Paulo: ICA, 2006. 38p (Série
Orientação, 02/06). Disponível www.
codeagro.sp.br/ica/pdf/cooperativa.pdf
. Acesso em junho de 2011.
GIL, A.C. Como elaborar projetos
de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2009.
KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar
mercados. São Paulo: Futura, 2006.
SANTOS, A. C.; LIMA, J. B. Gestão da Moderna Cooperativa. Viçosa:
CPT, 2001. 68p
TASSO JUNIOR, L. C.; MARQUES, M. O.; NOGUEIRA, G. A. A.
A cultura do amendoim. Jaboticabal:
editora FUNEP, 2004, 2004. 220 p. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
54
Artigo Técnico III
Custos de produção de Cana-de-Açúcar
Alessandra Durigan - Gestora Técnica da Canaoeste
Almir Torcato - Gestor de Relacionamento, Recursos e Projetos
André Bosch Volpe – Engenheiro Agrônomo da Canaoeste
D
ando continuidade ao projeto de descrição dos Custos de
Produção, iniciado na edição
anterior da Revista Canavieiros com a
etapa de Preparo de Solo, abordaremos
neste momento a etapa de Plantio.
O dicionário Aurélio já define plantar como introduzir um vegetal na terra
para aí criar raízes, cultivar, amanhar,
semear, o que define bem o plantio da
cana-de-açúcar. Porém, essa operação
tem uma especificidade, devendo ser
previamente planejada em todos os
Com o objetivo de esclarecer cada
operação, segue um descritivo simples
para cada fase citada nesta planilha:
1) SULCAÇÃO: a operação de sulcação está relacionada com os seguintes
aspectos: espaçamento da cultura, profundidade e largura do sulco de plantio
(espaço no solo destinado para a aco-
detalhes e sentidos, pois o plantio bem
realizado é o diferencial para o sucesso
da lavoura, inclusive nos cortes sucessivos, podendo interferir significativamente na longevidade do canavial.
O plantio é a etapa mais onerosa
dentre todas as etapas do ciclo produtivo da cana-de-açúcar, entretanto a relação custos inerentes às fases de plantio
versus quantidade de cortes definem o
potencial de amortização do investimento realizado nesta etapa.
modação da muda de cana-de-açúcar).
Geralmente, os implementos utilizados
para a sulcação também são capazes de
efetuar a adubação, simultaneamente.
2) CORTE, TRANSPORTE E
DESCARREGAMENTO DE MUDA:
considerando que o corte da muda foi
feito previamente de forma manual,
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Conforme metodologia de custo já
descrita no artigo passado, elaborada
de acordo com entrevistas nas diversas
regiões de abrangência da Canaoeste,
traçou-se um modelo para a simulação de um plantio padrão, neste caso o
modelo convencional, também chamado de semimecanizado, onde algumas
operações são feitas através de máquinas como: sulcação e cobrição e outras
de forma manual: corte, distribuição e
picação de mudas. Este contempla as
atividades descritas na planilha abaixo:
com a utilização do facão (podão), esta
muda deve ser transportada para o local
do plantio para então ser descarregada
com o uso de carregadora de maneira
a formar porções (montes) pelo talhão,
para que em seguida seja distribuída no
sulco de plantio, haja vista que a NR
31, normativa que regula a segurança
do trabalhador rural, não permite a dis-
55
tribuição de cima do caminhão. Toda
operação: corte, transporte e descarregamento, deve ser realizada com cautela para minimizar o dano causado às
gemas da cana.
3) DISTRIBUIÇÃO E PICAÇÃO
DE MUDA: a distribuição é o ato de
colocar a cana inteira no sulco, de forma manual. Em seguida é realizada
a picação da muda em tamanhos de
aproximadamente 40 centímetros, utilizando-se de facão, com o objetivo de
quebrar a dominância apical para que a
brotação seja uniforme.
4) COBRIÇÃO: esta operação
consiste em fechar o sulco que até
então estava aberto com a muda picada, promovendo o contato do solo
com a muda para dar seguimento a
brotação. Nesta operação, é realizada
a aplicação de defensivos agrícolas,
geralmente inseticidas, fungicidas,
nematicidas e às vezes estimulantes e
micronutrientes.
5) REPASSE OU RECOBRIÇÃO: esta operação consiste em averiguar manualmente as falhas de cobrição, a fim de corrigi-las e melhorar a
qualidade do plantio e, consequentemente, a brotação.
É válido salientar que neste artigo
contemplamos as operações mais utilizadas para a cultura canavieira, de
maneira generalizada, porém, a ordem
dos fatores dependerá das técnicas e
peculiaridades e necessidades de cada
produtor e respectiva lavoura.
E, para finalizar, de maneira resumida, podemos concluir que a fase de
plantio custa ao produtor de cana os valores listados de forma condensada na
planilha seguinte:
É importante ressaltar que a Canaoeste vem, por meio do Departamento Técnico Agronômico em conjunto com o Departamento de Gestão de Relacionamento
Recursos e Projetos, disponibilizar esta planilha de forma personalizada aos nossos associados. Nossos agrônomos estão preparados para atendê-los em nossos
escritórios (filiais), para o preenchimento desta planilha de forma que com uma
breve entrevista poderão personalizar os custos de produção de acordo com a peculiaridade de cada associado. RC
A
Após 14 anos trabalhando com diversos
clientes e desenvolvedores de tecnologia, temos hoje a mais completa linha de produtos
para atender aos mais exigentes mercados no segmento agroflorestal, como viveiros para eucaliptos
(papel e celulose, siderurgia), construção civil, geração de mudas nativas para reposição de florestas em áreas degradadas, citricultura, moveleiros,
usinas hidroelétricas, cafeicultores, etc.
Dentro do setor sucroenergético, a Aluminox já
participa há 8 anos na busca conjunta de soluções que visam maior eficiência e melhoria de resultados na produção de açúcar e álcool fornecendo para empresas de ponta que estão preocupadas com o melhor
custo-benefício.
Atualmente está com o mais moderno modo de plantio em mudas pré-brotadas em viveiros (MPB) estamos com componentes que certamente
estão entre os melhores do mercado, fornecendo a linha completa, como
tubetes, bandejas, linhas de produção de mudas, esteiras de transporte,
misturadores de substrato, lavadores de tubetes, máquinas de desinfecção, estufas de germinação, casas de sombra, irrigação, etc.
Também está em fase de conclusão o mais novo tubete para o segmento com 100cm³ de substrato, onde resultará em sistema possível de
mecanização e menor tempo na produção das mudas dentro do viveiro.
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Artigo Técnico IV
Adubação de soqueiras e uso de fertilizantes de
forma racional
Maneira eficiente de aumentar a produção agrícola
Ivan Burjaili - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Severínia
com apoio da gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan.
O
setor canavieiro atravessa uma
fase que se torna justificável todo
e qualquer esforço para o aumento de produção sem precisarmos aumentar a área da cultura (verticalização de
produção), objetivando atingir ganhos em
produtividade que permitam tornar o processo produtivo mais rentável, garantindo
assim a permanência destes fornecedores
na atividade canavieira.
Neste sentido, entre vários fatores,
as operações de correção e adubação
são de suma importância, pois são responsáveis por grande parte no ganho
de produtividade. Entretanto, muitas
vezes, quando se pensa principalmente em adubação, a maior preocupação
ocorre em relação às dosagens e aos
custos de fertilizantes. Por este motivo,
esta operação deve ser realizada da maneira mais eficiente possível, de forma
racional, criteriosa e equilibrada, respeitando a fertilidade natural dos solos
e o meio ambiente.
Para que isso aconteça é preciso que
o produtor tenha um bom conhecimento
sobre os fertilizantes que serão utilizados, como: o modo de aplicação, a regulagem dos implementos, a dose e época
de aplicação e o comportamento dos
mesmos em seu ambiente de produção.
O que se observa é que muitas vezes não são obedecidos os conceitos
básicos, le-vando a resultados não sa-
tisfatórios, elevando assim, os custos de
produção.
Para iniciarmos o manejo do solo
temos que fazer um diagnóstico da
sua fertilidade para calcularmos quanto aplicar de determinado fertilizante,
quanto a cultura necessita de cada elemento, quanto o solo fornece e quais
são os nutrientes que deverão ser supridos e a etapa mais importante é a amostragem de solo. Além disso, temos que
analisar a necessidade da utilização de
práticas corretivas (calagem, gessagem
e fosfatagem) e práticas conservacionistas (adubação verde e orgânica) e, finalmente, a recomendação de aplicação
do fertilizante mineral.
O sucesso de todo o ciclo da cultura está ligado diretamente a estas
práticas agrícolas. Mas é oportuno
citar que só alcançaremos todo o potencial produtivo da cultura se tivermos gestão sobre todas as variáveis
envolvidas no processo de produção
da cana-de-açúcar como: escolha da
variedade adequada ao ambiente de
produção da área, controle de plantas
invasoras, doenças e pragas, controle
da compactação do solo, entre outros.
E, ainda assim, dependemos também
das condições climáticas, as quais não
conseguimos intervir.
A cultura da cana-de-açúcar tem passado por grandes transformações nos
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Ivan Burjaili
Engenheiro Agrônomo da Canaoeste
últimos anos e mais recentemente com
o corte mecanizado, sem a eliminação
prévia da palhada através do fogo, tem
ocorrido muitas alterações no manejo
da cultura.
Uma delas foi na adubação de soqueira com a presença da palha. Em
área de corte mecanizado, com cana
sem queima, a quantidade de nutrientes acumulados na palha é apreciável,
principalmente em relação a nitrogênio,
com 4,6 kg/t de massa seca; potássio,
com 4,7 kg/t na forma de K2O; cálcio,
com 1,8 kg/t; e magnésio, com 0,93 kg/
t (OLIVEIRA et al., 1999). Nestas áreas
o potássio é o elemento mais facilmente
disponibilizado logo após as primeiras
chuvas, em quantidade correspondente
57
a 40 kg de K2O a cada 10 t /ha de palha.
Esta quantidade pode ser deduzida da
formulação de soqueira.
• Aplicação de vinhaça.
• Teor de P2O5 disponível no solo na
camada de 0-25 cm:
De maneira resumida podemos citar
que a produtividade nas canas socas é
altamente influenciada pela aplicação
do nitrogênio e potássio, sendo comum
a utilização de 80 a 150 quilos por hectare de N e K2O, dependendo do ambiente de produção, da expectativa de
produtividade e do manejo de colheita
das áreas. Áreas colhidas sem queima
(crua) necessitam de dosagens maiores
de nitrogênio devido à alta relação C/N
presente na palhada e dosagens menores de potássio, haja vista que a palha
pode contribuir com parte deste nutriente. Com relação ao fósforo, maiores respostas são verificadas quando a
aplicação é realizada no plantio. Adubações em soqueiras com este nutriente
são sempre questionadas. Preferencialmente realizar esta recomendação em
solos com % de argila < que 25% e teor
de P2O5 na camada de 0-25 cm < que
15 mg/dm3.
Ao lado, apenas para exemplificar,
segue uma recomendação de adubação
para soqueira de cana-de-açúcar baseada na expectativa de produtividade
agrícola de 90 toneladas/hectare. Neste
exemplo, para a situação de áreas com
vinhaça, foi considerada a aplicação de
70 m3/ha com o teor de 3,0 kg de K2O
por m3 aplicado, o que equivale a aplicação de aproximadamente 210 kg de
K2O/ha e 20 kg de N/ha.
Para áreas sem palha ou palha aleirada foi considerado a adubação com 1,0
kg de nitrogênio (N) por tonelada de
cana produzida e para áreas com palha,
1,3 kg de nitrogênio (N) por tonelada de
cana produzida.
As recomendações de adubação para
canas socas devem levar em consideração:
• Presença de palhada (colheita cana
crua) ou não (colheita cana queimada).
• Quantidade de nutrientes necessários
por tonelada de cana a cada ciclo (corte).
• Produtividade esperada da área.
Opções de fórmulas para áreas sem
palha (cana queimada) ou palha aleirada
Considerações Finais
Opções de fórmulas para áreas
com palha (cana crua)
Produzir cana-de-açúcar com qualidade e alta produtividade só é possível
com investimento em tecnologia, manejo e conservação das propriedades físicas e químicas do solo e aplicação de
técnicas agronomicamente sustentáveis.
O uso racional de fertilizantes é fundamental para a melhoria da fertilidade do solo e dos ambientes de produção para a cultura da cana-de-açúcar e
contribui de maneira significativa para
a obtenção de maiores produtividades.
Reduzir adubações de soqueiras
em situações de crise econômica
com o objetivo de diminuir custos de
produção é uma estratégia que não
deve ser adotada isoladamente e sem
parâmetros técnicos. O que podemos
fazer é discutir ações a serem tomadas tentando minimizar custos sem
comprometer a produtividade das
lavouras.
Consulte sempre o Engenheiro Agrônomo nos escritórios da Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
58
Artigo
Cenário do Setor sucroenergético no Estado de São Paulo
Pesquisadoras Científicas do Instituto de Economia Agrícola – IEA/APTA/SAA
Marli Dias Mascarenhas Oliveira, Rejane Cecília Ramos e Katia Nachiluk
A
cana-de-açúcar ocupa cerca de
5,88 milhões ha no Estado, com
aproximadamente 100 mil UPAs
(Unidades de Produção Agropecuária),
distribuídas em 79,06% dos municípios
do Estado e sua participação no valor da
produção agropecuária total do Estado
em 2013 foi de 45,5% (R$ 26 bilhões),
de acordo com dados do IEA (Instituto
de Economia Agrícola) e CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Dos 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs), divisão administrativa de Municípios do Estado, considerada pela Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo,
20 deles são responsáveis por 84,4% da
produção de 375 milhões de t produzidas em 2013 da cana-de-açúcar. Nesse
mesmo período, a produção paulista representou 56,2% da produção nacional
de cana-de-açúcar, 50,6% da produção
de etanol e 63,5% da produção do açúcar do total do País.
No passado recente, o crescimento
da demanda interna e a potencialidade
de crescimento da demanda externa,
principalmente por etanol, abriram caminho para avanços tecnológicos em
busca de ganhos de eficiência e maiores
níveis de produtividade no campo e na
indústria. Porém, a visibilidade dessa
expansão trouxe como consequência a
preocupação da sociedade brasileira e
também estrangeira dos impactos econômicos, sociais e ambientais advindos
desse boom expansionista.
Com o advento do Protocolo Agroambiental no Estado de São Paulo, termo de adesão voluntária com a UNICA
(União da Agroindústria Canavieira de
São Paulo), em 2007, e com os fornecedores representados pela ORPLANA
(Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul do Brasil), em 2008,
o setor evoluiu em ganhos ambientais ligados à redução da queima para colheita, como também no processo industrial,
na diminuição do consumo de água para
o processamento de cana, resultado de
fatores da colheita crua,
limpeza da cana a seco e o
fechamento de circuitos de
circulação de água.
Os dados do Protocolo
Agroambiental apontam
uma grande mudança, uma
vez que em seu início, na
safra 2006/2007, 65,8%
da cana eram colhidos
com queima contra 34,2%
colhidos sem o uso do fogo, evoluindo
nesta safra 2013/2014 para 83,7% da
cana sem queima e 16,3% com queima.
As signatárias do Protocolo são responsáveis por aproximadamente 94% da
produção paulista e 48% da produção
nacional de etanol.
Além da produção de açúcar e etanol, a cultura possibilita entre outras
aplicações a inserção do setor na produção de energia elétrica no período de
inverno, considerado período de seca.
Essa complementaridade entre diversas
fontes de energia é importante para evitar períodos críticos e de riscos de desabastecimento. As usinas paulistas são
produtoras e exportadoras de energia
elétrica a partir da queima do bagaço
da cana. As usinas signatárias do Protocolo Agroambiental produziram, na
safra 2013/2014, cerca de 14.731 Gwh
(unidade de consumo) de energia elétrica. A energia que já é exportada anualmente para a rede por essas usinas, em
torno de 8.341 mil Gwh, é equivalente a
aproximadamente 22% do consumo residencial paulista, de 37.694 mil Gwh.
A capacidade instalada das usinas
signatárias na safra 2013/2014 foi de
5 mil MW de potência, representando
cerca de 35,7% da potência instalada da
usina de Itaipú (14 mil MW).
Na atual safra de 2014/15, a cultura
foi afetada pela anomalia climática que
ocorreu na maior parte do Estado. Com
a diminuição da precipitação pluviométrica e as altas temperaturas ocorridas
no final de 2013 até a primeira quinzena
de fevereiro de 2014, a cana poderá não
atingir seu potencial de crescimento.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Em 2013, segundo dados do cadastro
do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, 42,4% das usinas produtoras de açúcar e álcool estão no Estado
de São Paulo. Porém, desde a crise de
2008 observa-se que o número de usinas
diminuiu 7,4% no Brasil e 17% no Estado
de São Paulo, passando de 418 para 387
unidades de produção e de 199 para 164
unidades de produção, respectivamente.
Em relação aos fornecedores de cana-de-açúcar, recentes estudos realizados
pelo IEA (Instituto de Estudos Avançados) junto aos fornecedores ligados a Orplana, verificaram que os custos de produção de cana-de-açúcar podem variar
até 105% dependendo da região e do sistema de produção adotado pelo produtor.
Os dados apresentados mostram a
pujança do setor canavieiro no Estado, setor que produz e investe maciçamente, que movimenta a agroindústria
paulista em seu crescimento econômico, sendo líder nesse setor. Porém, nos
últimos anos o setor vem atravessando
uma crise com incertezas em relação ao
preço interno dos combustíveis fósseis
e da política pública para biocombustíveis nos principais países consumidores; contribuindo para o aumento do endividamento e das despesas financeiras.
É necessário que sejam adotadas políticas públicas adequadas de longo prazo como melhorias no sistema de transporte, infraestrutura logística, avanços
no sistema tributário e judiciário e que
valorizem uma matriz energética diversificada e de baixo carbono, reconhecendo as contribuições ambientais do
etanol e da bioeletricidade.RC
59
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
60
Novas Tecnologias I
Etanol 2G: A grande aposta do mercado
A tecnologia está fundamentada no moderno conceito do aproveitamento de bagaço
e palha e permite aumentar a produção do biocombustível sem a necessidade de
expandir a área plantada de cana-de-açúcar
Fernanda Clariano
O
que antes era apenas palha e
bagaço hoje é garantia de um
futuro promissor. A produção
de etanol de segunda geração a partir de
biomassa de variadas fontes, ou seja, o
combustível gerado com o que sobra da
moagem da cana-de-açúcar como a palha e o bagaço, tem sido uma das alternativas mais propícias e sustentáveis para a
substituição de combustíveis fósseis.
De olho neste futuro promissor, o
CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), começou a desenvolver, em 2007,
uma Planta de Demonstração de Etanol de Segunda Geração, na usina São
Manoel, situada na cidade de São Manuel – SP, que está em fase de comissionamento.
O capital investido para o desenvolvimento da planta de etanol de segunda
geração foi de R$ 80 milhões e o CTC
contou com financiamento do BNDES e da FINEP, através do programa
PAISS, um programa de inovação do
governo brasileiro. Com capacidade de
processamento de 100 toneladas por dia
de biomassa, o projeto será comercial a
partir de 2016.
A Planta entrou em fase de
pré-operação e
será concluída nos
próximos meses
Através da planta, o CTC tem trabalhado com a missão de trazer um etanol
celulósico mais viável e com custo menor
que do etanol de primeira geração. “Acreditamos que será mais barato sendo que,
para chegar lá, ainda existem alguns desafios, principalmente redução do capital
investido nas plantas e redução do custo
operacional, sobretudo na redução do
custo de enzimas, que é um insumo bastante importante e hoje responsável por
40% dos custos operacionais da planta”,
disse o diretor de negócios de Etanol Celulósico do CTC, Robson Freitas.
Com tecnologia desenvolvida desde
o início para atender às necessidades e
peculiaridades do setor sucroenergético
nacional, a Planta de Demonstração de
Etanol de Segunda Geração do CTC é
completamente integrada ao parque nacional de primeira geração existente no
Brasil e usa muitos dos insumos vindos
da usina e, com isso, baixa-se o custo de
operação, o custo energético e o custo
da produção total de etanol.
Hoje, o etanol de segunda geração
permite aumentar a produção sem aumentar a área plantada de cana. Isso
certamente é um salto tecnológico que
o setor está precisando há muito tempo. Nos últimos 30 anos o setor aumentou de 1 a 1,5 % a produtividade
do canavial. “O nosso objetivo através
dessa planta é demonstrar a investidores, acionistas e clientes o potencial
Robson Freitas, diretor de negócios de Etanol
Celulósico do CTC
da tecnologia que pode representar um
aumento da produção de etanol de até
50%, sem aumentar a área plantio de
cana-de-açúcar”, afirmou Freitas.
E o CTC não para aí, um dos seus
principais pilares é a área de melhoramento genético e o etanol celulósico
e, para 2017, a empresa pretende lançar a primeira cana-de-açúcar transgênica do mundo.
O Brasil e o mundo investindo neste mercado
A China, não poderia ficar de fora
desse mercado e até o fim de 2016 terá a
maior usina de etanol de segunda geração
do mundo. A nova unidade será construída na cidade de Fuyang e terá capacidade
para produzir cerca de 235 milhões de litros de etanol celulósico por ano.
Aqui no Brasil, até o fim de 2014,
duas usinas de etanol de segunda geRevista Canavieiros - Agosto de 2014
ração estarão operando. A primeira
unidade é a usina da Granbio instalada em Alagoas, na cidade de São
Miguel dos Campos, e terá capacidade para produzir 82 milhões de litros
por ano. Já a outra fábrica está sendo
construída em Piracicaba pela Raízen, grupo formado entre a Cosan e a
Shell, e pretende produzir 40 milhões
de litros por ano. RC
61
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
62
Novas Tecnologias II
Novo PLENE para o plantio comercial de cana-deaçúcar no Brasil
• Acesso exclusivo à tecnologia inovadora CEEDS™
• Melhoria significativa na velocidade de plantio e qualidade
• Complementa as tecnologias PLENE Evolve e PLENE PB para viveiros
Assessoria de Imprensa Syngenta
A
Syngenta anunciou em julho
seus planos para ampliar e aumentar a plataforma PLENE®
de soluções integradas de cana-de-açúcar. Por meio de um acordo de licenciamento exclusivo com a New Energy
Farms, a Syngenta terá acesso a um sistema inovador para o plantio de cana-de-açúcar no Brasil: Novo PLENE.
A tecnologia permite a produção de
PLENE em escala comercial. É complementar à PLENE Evolve e PLENE
PB, lançados no ano passado, que são
utilizados para a produção de viveiros e
para preenchimento de falhas.
A nova oferta de PLENE é baseada
em um tecido encapsulado da planta,
produzido em um ambiente controlado. Ele fornece uma taxa de multiplicação mais elevada e um menor custo
por tonelada em comparação com sistemas de plantio convencional. O novo
PLENE usa plantas de alta qualidade
produzidas na biofábrica da Syngenta
em Itápolis e vai oferecer uma mudança de patamar na velocidade e qualidade do plantio de cana-de-açúcar. Com
vida útil significativamente mais longa
em comparação ao conceito original
de PLENE, o novo produto deve melhorar a logística e tornar a tecnologia
Diretoria do Sistema participa do lançamento da nova tecnologia da Syngenta
amplamente disponível. O mercado-alvo é cerca de dois milhões de hectares plantados anualmente no Brasil,
com comercialização a partir de 2017.
O Chief Operating Officer da Syngenta, John Atkin, disse: “Nós adicionamos outra tecnologia inovadora para
a nossa plataforma PLENE. Isso tornará o processo de plantio mais eficiente
para os produtores, trazendo um material genético de alta qualidade em grande escala. Por ser multiplicado em um
ambiente controlado, podemos eliminar
as incertezas de produção de campo e
os riscos econômicos relacionados”.
Dr. Paul Carver, CEO da New
Energy Farms, afirmou: “Estamos desenvolvendo a tecnologia CEEDS™
desde 2009, que tem demonstrado ser
muito eficaz em uma série de culturas
de propagação vegetativa. Estamos
entusiasmados porque a experiência e
infraestrutura da Syngenta irá permitir
a comercialização desta tecnologia em
cana-de-açúcar no Brasil”.
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
O portfólio da Syngenta para cana-de-açúcar já oferece amplos benefícios aos produtores no Brasil, o maior
produtor de cana-de-açúcar do mundo.
Produzindo mais de 40 por cento da
cana-de-açúcar mundial, o Brasil aumentou a produção em mais de 100
por cento nos últimos 10 anos. Um
crescimento maior é esperado, suportado pelo papel de liderança do Brasil
em atender a um aumento na demanda
global de açúcar.
Sobre a Syngenta
A Syngenta é uma das maiores
empresas do mundo, com mais de
28.000 funcionários em mais de 90
países dedicados ao nosso propósito:
trazer o potencial das plantas para a
vida. Por meio de ciência de ponta,
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nossos clientes, ajudamos a aumentar a produtividade das plantações,
proteger o meio ambiente e melhorar
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mais informações sobre nós, acesse
www.syngenta.com RC
63
Eventos
Insectshow traz palestras sobre o controle das
principais pragas da cana-de-açúcar
Fernanda Clariano
O
Brasil possui mais de 9,5 milhões de hectares com cana
plantadas nos mais diversos ambientes de produção e localidades, e que
têm enfrentado problemas sérios de ataques de pragas que contribuem significativamente para a perda da produtividade.
Há uma década, o Grupo IDEA, por
meio do Insectshow, vem trazendo informações através da divulgação de procedimentos para o controle de pragas da
cana, apresentação de resultados de pesquisas, recomendações, novos produtos
e casos de sucesso de algumas usinas e,
nos dias 23 e 24 de julho, o Grupo realizou no Centro de Convenções de Ribeirão Preto-SP o 10ºInsectshow- Seminário Nacional sobre Controle de Pragas da
Cana-de-Açúcar.
Na abertura, o diretor do Grupo
IDEA, Dib Nunes falou sobre os dez
anos do evento e da importância do Insectshow para o setor. “Estamos completando 10 anos consecutivos deste importante evento para o setor canavieiro,
onde já reunimos mais de 5 mil participantes. Por ele passaram os mais renomados pesquisadores do setor, inúmeros
profissionais do agronegócio e os principais produtores de cana-de- açúcar deste
País e de países vizinhos. Esses dez anos
são frutos de uma somatória de esforços
e experiência, onde buscamos novidades
e problemas que afligem o setor. Temos
uma noção muito grande do que o setor
Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA
Profissionais lotaram o Centro de Convenções de Ribeirão Preto/SP
está passando e procuramos agrupar isso,
trazer o problema, a solução, os interesses e, principalmente, o público jovem
que o setor renovou muito e que é ávido
por conhecimento. Temos uma missão
que é transmitir e eu faço isso com o
maior idealismo porque é fantástico poder fazer com que as pessoas consigam
num evento de dois dias tirarem tantas
informações práticas”, afirmou Nunes.
no plantio da cana-de-açúcar; manejo
de pragas para aumento de competitividade, dentre outros.
O seminário reuniupesquisadores,
produtores, representantes de empresas
do setor, agrônomos, estudantes e, para
falar sobre as pragas que tiram o sono
dos agricultores, o evento contou com
uma programação bastante interessante
onde palestrantes renomados como: o
consultor Newton Macedo, a pesquisadora do Centro de Cana - IAC, Dra.
Leila Dinardo Miranda e o Dr. José
Eduardo de Almeida, do Instituto Biológico de Campinas, dentre outros, que
apresentaram soluções para controledas
pragas da cana-de-açúcar, utilizando o
que há de mais moderno em combate
e abordaram temas como Cigarrinhas
das raízes: novas espécies e manejo;
Fungos entomopatogênicos como ferramenta no manejo integrado de pragas da cana; estratégias de controle de
infestações e disseminação de sphenophorus levis; a importância do uso de
fungicida para a cana-de-açúcar; inovação tecnológica para manejo de pragas
“O sphenophorus levis praticamente
já avançou em todas as áreas de cana-de-açúcar e é o problema mais crítico em
termos de controle, as pragas estão aí e
vêm causando prejuízos e esse encontro é
muito importante para discutir esses problemas, apresentar novas informações e
somar informações, principalmente as
relacionadas aos agentes naturais”, disse
Dr. José Eduardo de Almeida, do Instituto Biológico de Campinas.
Participantes deram depoimentos sobre as dificuldades que estão encontrando, e se mostraram preocupados com a
nova praga que está infestando todos os
canaviais do Centro-Sul, que é o sphenophorus levis, de difícil controle.
“Se hoje recuperássemos as perdas
que as pragas estão causando na cultura
de cana-de-açúcar, teríamos aproximadamente um lucro ou um retorno nos
caixas das empresas de R$ 2 bilhões. É
um número extremamente significativo
de um valor que é perdido por conta do
ataque de pragas e se não tivéssemos
toda essa vigilância que é feita pelos
profissionais que trabalham nas usinas,
aos produtores de cana, a situação seria
muito pior.”, ressaltou Dib Nunes.RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
64
Eventos
Fenasucro 2014 representa novo ciclo para
setor canavieiro
Principal feira do setor sucroenergético deve movimentar R$ 2,2 bilhões
Andréia Vital
A
Fenasucro (Feira Internacional
de Tecnologia Sucroenergética)
virou sinônimo de esperança
para os envolvidos com cana-de-açúcar,
visto que a feira, considerada o principal evento do setor sucroenergético no
mundo, concentra as principais inovações tecnológicas voltadas ao segmento, além de ser um tradicional encontro
profissional com potencial enorme para
a concretização de negócios. A feira
acontece entre os dias 26 e 29 de agosto, em Sertãozinho – SP e deve receber
33 mil profissionais do País e do exterior, gerando cerca de R$ 2,2 bilhões
em negociações. “A Fenasucro acontece em um momento oportuno, porque a
crise tem a característica de pressionar
o empresário a investir na qualidade de
seus produtos e/ou serviços. A feira reúne tecnologia de ponta em máquinas,
equipamentos e serviços para a agroindústria da cana – tudo o que o setor
precisa para voltar a ser competitivo,
amparado também, é claro, por medidas
que garantam sua participação efetiva
na matriz energética do País”, assegura
Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br (Centro Nacional
das Indústrias do Setor Sucroenergético
e Biocombustíveis), entidade realizadora do evento.
Antonio Eduardo Tonielo Filho,
presidente do CEISE Br
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Fenasucro 2014
Para o empresário, a retomada do setor, que contribui para manter a liderança do Estado de São Paulo no ranking
das exportações do agronegócio brasileiro, que representaram US$ 3,74 bilhões entre janeiro e julho deste ano,
deve acontecer mais cedo do que muitos esperam. “Acredito que, no médio
prazo, algumas medidas de incentivo
ao setor serão tomadas, como flexibilização de crédito e disponibilização
de recursos financeiros, gerando possibilidades de novos investimentos e,
consequentemente, criando condições
para a retomada do crescimento de toda
a cadeia produtiva sucroenergética”,
diz o executivo. “Porém, a principal
expectativa é a criação de condições
para planejamento de longo prazo, e
que os preços dos produtos correlatos
(energia), não sofram intervenções de
políticas de Governo. A retomada também encontrará fôlego na valorização
da energia cogerada a partir do bagaço
da cana, como fonte limpa e mais barata
em relação às de origem hídrica e eólica”, pondera o presidente do CEISE Br.
Opinião compartilhada com o presidente da Copercana e Sicoob Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, que é o pre-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
sidente de honra da Fenasucro. “O cenário de crise é oportuno para o aprendizado, seja ele voltado às mudanças
na gestão ou na implantação de novas
tecnologias, e a Fenasucro é uma vitrine de oportunidades que possibilitam
a melhoria de nossos procedimentos”,
diz, reforçando que o momento é ideal para buscar soluções, pois somente
com inovações tecnológicas é possível
aumentar a produtividade do setor.
Ambos participaram da coletiva de
imprensa realizada pela organizadora
do evento, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, no final de julho, em
Ribeirão Preto - SP. Na ocasião, Paulo
Octávio Pereira de Almeida, vice-presidente e Gabriel Godoy, diretor da promotora, apresentaram as novidades da
22ª edição, que deverá contar com 550
expositores. Um dos destaques é que os
eventos paralelos acontecerão dentro
do recinto da feira, em um local montado exclusivamente para a realização das
palestras e debates. O Espaço de Conferências Fenasucro com capacidade para
receber 1.600 convidados.
Como nos últimos três anos, a Conferência DATAGRO CEISE Br será o
65
evento oficial de abertura da feira. Plinio Nastari, presidente da consultoria
DATAGRO, adiantou, durante coletiva
de imprensa, que questões dos mercados doméstico e internacional, relacionadas ao setor sucroenergético serão
debatidas na ocasião. “Vamos discutir o
que pode ser feito para que o setor volte
a ser competitivo; a representatividade
do Brasil no setor no cenário mundial,
como também a atual safra e seus desafios; as comercializações da gasolina e
da energia elétrica”, destacou.
Segundo Nastari, a crise da cadeia
produtora canavieira tem provocado
consequências econômicas como a redução de investimentos, demissões e até
fechamento de empresas. “Essas distorções políticas praticadas pelo Governo
não poderão perdurar, porque esses fatores estão afetando a economia como
um todo”, argumentou. “O subsídio de
17,7% da gasolina tem sido objeto de
Paulo Octávio Pereira de Almeida, vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara
Gabriel Godoy,
diretor da promotora
Plínio Nastari, presidente da
consultoria DATAGRO
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
66
Eventos
preocupação para o Governo Federal.
Essa defasagem, influenciada pela taxa
de câmbio, vai sofrer correções nos
preços em breve, assim como a energia
elétrica, e é aí que entra a revalorização
do etanol”, explicou, alertando que a
cogeração tem um grande potencial no
futuro. “Ano passado, o setor canavieiro
colocou no grid 1,72 GW de energia elétrica num país que consome 65 GW. Nós
estimamos que até 2020, o potencial do
setor sucroenergético, somente com o
bagaço, seja de 10,8 GW, se incluirmos
50% de palha, aumenta para 15,6 GW e,
se levarmos em conta o potencial de biogás e biometano e sua transformação em
energia elétrica, chegamos a 20,9 GW de
potencial”, afirma.
Para o deputado federal Newton Lima
(PT-SP), um dos palestrantes da conferência, o setor sucroenergético é estratégico para o Brasil, porque gera milhares
de empregos e utiliza maquinário 100%
nacional. “Vou abordar a importância
do etanol na matriz energética brasileira
durante a conferência e falar também da
crise por que passa a cadeia produtiva
do setor e das medidas corretivas que o
Governo Federal tem adotado para o setor de bens de capital e da indústria em
geral”, explicou, ressaltando que outro
ponto que debaterá será o aumento do
percentual do etanol na gasolina para até
27,5%. “Isso foi objeto de uma emenda
minha à Medida Provisória 647, aprovado no início de agosto pela Câmara dos
Deputados”, contou.
A mudança na composição do combustível proporcionaria acréscimo de
1,1 bilhão de litros na produção de álcool anidro, já considerando o aumento
estimado do consumo de combustíveis,
de 4%. “Consequentemente, teríamos
13,3 milhões de toneladas de cana a
menos para produção de etanol hidratado e açúcar. Dessa forma, haveria um
melhor equilíbrio entre oferta e demanda, a recomposição do preço desses
dois produtos e uma substancial recuperação da margem de lucro no setor”,
argumentou o deputado.
A conferência contará também com
palestras ministradas por Marcos Fava
Neves, Professor Titular FEAC/USP
RP; Deputado Federal Antonio Carlos
Mendes Thame (PSDB); Paulo Zancaner Castilho, DATAGRO Alta Performance – RP; Luiz Nitsch, Grupo
de Motomecanização (GMEC); Diego
Nyko, Economista do Departamento de
Biocombustíveis do BNDES; Sérgio
Salles Filho, professor Titular do Departamento de Política Científica; Plínio Nastari, presidente da DATAGRO
e Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
presidente da Canaoeste e da Orplana.
Além de Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Alcantara e do prefeito de
Sertãozinho, José Alberto Gimenez,
Tonielo e Tonielo Filho. A abertura oficial da Fenasucro 2014 acontece após
o encerramento da Conferência, por
volta das 12h30, no Espaço de Conferências. Outros eventos ocorrem simultaneamente à feira como o Prêmio
MasterCana, a reunião do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos
na Agroindústria), o Seminário Agroindustrial GEGIS (Grupo de Estudos em
Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro), Seminário Agroindustrial STAB;
2º Congresso de Automação e Inovação
Tecnológica Sucroenergética e “I Expedição Cana Substantivo Feminino”.
Rodadas de Negócio - O Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos), por meio do Projeto Setorial Brazil Sugarcane Bioenergy Solution, realizará
rodadas de negócios durante a Fenasucro, com a participação de 50 empresas brasileiras e 20 convidados estrangeiros.
“Trata-se de uma oportunidade única para gerar negócios de alcance global, atrair empresas estrangeiras e fomentar a
economia do setor em um espaço onde receberemos representantes vindos de países como Argentina, Belize, Colômbia,
Cuba, Guatemala, Honduras, México, Peru, República Dominicana, Estados Unidos e Venezuela”, afirmou Flávio Castelar,
diretor executivo do Apla.
Logística - Apontada como um dos principais obstáculos para o crescimento do Brasil, a infraestrutura também será
um dos temas discutidos na Fenasucro durante o II Seminário de Transporte e Logística ESALQ-LOG, que acontece na
sexta-feira (29). A “Logística Sucroenergética” será abordada pelo diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), prof. Dr. José Vicente Caixeta Filho. Os principais obstáculos na logística da cana-de-açúcar e seus
produtos serão apresentados pelo diretor da Raízen, Pedro Mizutani. Já os custos de produção e Logística CCT, no setor
sucroenergético, serão apresentados respectivamente por Carlos Xavier e João Henrique M. Rosa, ambos da Programa
de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege ESALQ/USP).
Cooperativismo – Já o “XIV Encontro Anual de Produtores de cana-de-açúcar”, organizado pela Canaoeste e
Orplana, também realizado no último dia do evento (29), contará com a participação de diversas autoridades, empresários,
entidades e produtores rurais. O evento tem como objetivo reunir a classe produtiva do setor canavieiro, parlamentares
e líderes de classe envolvidos no segmento para debater os mecanismos estratégicos para o futuro da cana-de-açúcar e
seus subprodutos. Na ocasião, o professor titular da USP, Alberto Matias Borges fará uma palestra com o tema “Desafios
da Economia do Setor Sucroenergético”. RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Eventos
Revista Canavieiros participa de palestra com o
coordenador geral de Açúcar e Etanol do MAPA
O evento trouxe Cid Jorge Caldas e Octávio Antonio Valsechi que palestraram
para empresários, associados e imprensa
Fernanda Clariano
N
o dia 24 de julho, o CEISE Br
(Centro Nacional das Indústrias
do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), em parceria com a coordenação do curso de MTA em Gestão de
Tecnologia Industrial Sucroenergética da
UFSCar (Universidade Federal de São
Carlos), trouxe para Sertãozinho - SP o
coordenador geral de Açúcar e Etanol
do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Cid Jorge Caldas, que
juntamente com o professor da UFSCar,
Octávio Antônio Valsechi, ministrou palestras sobre o tema “Perspectivas do
Setor Sucroenergético na Visão Governamental e Acadêmica”, com o objetivo
de expor uma visão ampla e macroeconômica do atual e futuro cenários da cadeia
produtiva da cana-de-açúcar e as possibilidades de retomada do crescimento.
O evento aconteceu no hotel Comfort
em Sertãozinho - SP e reuniu empresários, associados, parceiros do CEISE Br
e a imprensa.
“É muito importante poder contar com
a presença do professor Octávio e do Cid
Caldas junto aos empresários para falar
com a indústria de base. Essa é a primeira
vez que o Cid vem a Sertãozinho para nos
passar um pouco da visão que o Governo
tem sobre o setor e também para apresentar projeções importantíssimas sobre
combustível. É claro que com a crise, o
pessoal tem certa desconfiança a nível
político, mas passando as eleições, tenho
certeza que esse cenário em que nos encontramos vai mudar”, disse com otimismo o presidente do CEISE Br, Antonio
Eduardo Tonielo Filho.
Durante sua apresentação, o professor Octávio, lembrou que apesar do
momento difícil de crise, o setor precisa
buscar inovação e otimização “Estamos
vivendo a pior crise de um dos setores
que é vitrine mundial. Sertãozinho basicamente vive da cana-de-açúcar não só
em termos de usina, de associação, mas
principalmente da área de bens de capital que está passando por uma situação
extremamente crítica. O setor tem uma
Itaipú no campo gratuitamente, precisamos começar a pensar em inovar e aperfeiçoar, almejando um amanhã melhor,
pois a nossa matriz energética é invejada
no mundo inteiro”, afirmou o professor.
Cid Caldas em sua palestra apresentou projeções sobre combustível, meios
para viabilizar o abastecimento até 2022,
algumas linhas de créditos disponíveis
pelo governo nos últimos três anos para
o setor.
“A previsão de consumo é da ordem de 54,5 bilhões de litros, o dobro
do registrado em 2013, que foi de 27,3
bilhões. Para atender a essa demanda,
vamos precisar de mais de 1 bilhão de
toneladas de cana-de-açúcar, assim seria necessário construir mais 28 usinas
mistas e 11 destilarias, somando um investimento de R$ 50 bilhões e, para isso,
serão necessários investimentos. O Governo tem disponibilizado várias linhas
de financiamentos para a indústria e para
o produtor rural, pois nós acreditamos
neste setor”, afirmou o coordenador geral de Açúcar e Etanol do MAPA.
Após a apresentação do coordenador
geral de Açúcar e Etanol do MAPA, os
empresários presentes manifestaram
suas opiniões, onde demonstraram o
descontentamento pela situação em que
o setor se encontra e solicitaram o apoio
do Ministério da Agricultura junto ao
Governo.
“Em Sertãozinho, as empresas têm
capacidade, know hall, tecnologia e
parque industrial para fazer cogeração
para o Brasil e para o mundo. Os nossos
clientes querem os nossos serviços e nós
precisamos vender só que ninguém tem
dinheiro. Eles não têm para nos pagar e
nós não temos nem para comprar matéria-prima. O que precisamos é que as
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
linhas de créditos do governo realmente
funcionem”, desabafou a empresária e
Conceição Turini, primeira vice-presidente do CEISE Br.
Presente no evento, o presidente da
Copercana e Sicoob Cocred, Antonio
Eduardo Tonielo, aproveitou a oportunidade e comentou sobre as linhas de
créditos oferecidas pelo governo aos
produtores. “Não existe jeito do pequeno ou médio produtor conseguir créditos para expandir os seus negócios,
ele sempre precisa fazer através de um
agente financeiro e é uma dificuldade
enorme. As linhas de créditos do Governo estão disponíveis, mas a burocracia é muito grande e o tempo de espera
acaba prejudicando quem precisa de
recursos para plantar e colher no tempo
certo”, destacou Tonielo.
Já o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, ressaltou a importância de receber um representante
do Ministério da Agricultura como um
interlocutor num momento delicado
como o que o setor vem atravessando.
“É de extrema importância que alguém
que esteja junto ao Governo possa estar conosco e conhecer a realidade em
que estamos vivendo, ouvir as nossas
necessidades e dizer para o pessoal lá
em Brasília que as coisas não são e nem
estão tão fáceis e tão bonitas como eles
pintam, que na prática as coisas são e estão bem diferentes. Quando falamos em
mais de 60 unidades já fechadas, e de
outras que estão à beira de fechar, o problema é mais em cima. O setor está se
acabando. O financiamento para garantir
a produtividade e os trabalhos é ótimo,
pesquisa nem se fala, porém, dentro de
uma situação de normalidade, mas hoje o
que acontece é que ninguém quer investir,
pois não há um retorno e nem um rumo.
Se esse País não tiver uma política que
garanta, que sinalize um rumo, nada vai
mudar porque as coisas precisam mudar é
lá em cima”, pontuou Ortolan.RC
69
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
70
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completo, um curral só com bretes, um
barracão de estrutura metálica, um barracão de telhas francesas, 200 alqueires
de pasto novo (três anos), cerca novas de
cinco fios e cinco casas de caseiro.
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Martinópolis/SP próxima a rodovia Raposo Tavares (16 km). Possui área de
1818 alqueires, 360 alqueires de reserva legal, 900 alqueires para agricultura,
566 alqueires para pastagens, confinamento para 3.000 cabeças, quatro currais completos, terra mista com prática
de agricultura de soja e milho, estrutura completa (casas de caseiro, oficina,
borracharia, tanque de diesel) e pista de
pouso asfaltada.
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2009, - 7700, esteira, motor Cummins
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2011, esteira máquina na colheita de
cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 260.000,00.
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2003/2004); 2500 Star (anos 2009/2010)
e 3000 Hidro 4x4 EJ (ano 2004).
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VW 31320/10 tanque 20.000 litros
Gascom novo pipa bombeiro;
VW 15180/10 comboio para lubrificante e abastecimento Gascom novo;
VW 13180/09 tanque 10.000 litros
pipa bombeiro;
VW 13180/09 comboio para lubrificante e abastecimento Gascom;
VW 26260/08 tanque 15.000 litros
Gascom novo pipa bombeiro;
VW 31320/08 tanque 20.000 litros
Gascom novo pipa bombeiro;
VW 15180/06 tanque 10.000 litros
pipa bombeiro;
VW 31310/05 tanque 18.000 litros
pipa bombeiro;
VW 12140/95 oficina móvel;
VW 12140/95 tanque 9.000 litros
pipa bombeiro;
MB 1718/10 comboio para lubrificante e abastecimento Gascom novo;
MB 2423/04 basculante 51.000km;
MB 2423/01 chassi;
MB 1214/97 oficina móvel;
71
MB 1214/96 munk madal modelo
10.000;
MB 2318/94 tanque 12.000 litros
pipa bombeiro;
MB 2318/94 tanque 15.000 litros
pipa bombeiro;
MB 2213/81 tanque 14.000 litros
pipa bombeiro;
MB 1113/78 chassi;
F.Cargo 1719/13 chassi;
F.Cargo 2622/09 tanque 15.000 litros pipa bombeiro;
F.Cargo 2626/05 tanque 15.000 litros pipa bombeiro;
F.Cargo 2628/07 basculante;
F.Cargo 1317/07 munk CNG modelo
20.000;
F14000/90 tanque 8.000 litros pipa
bombeiro;
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GM S10 2007 executive prata 4x4
diesel;
Tanque de fibra 14.000 litros e
15.000 litros;
Carroceria Ferro 6.00 metros para ¾;
Munk Munck 640-18 1990;
Munk Masal 12.000 2004;
Munk Hincol 31.000 2010;
Munk Hincol 43.000 2012;
Baú Sider 6.50 metros;
Comboio para lubrificante e abastecimento Gascom 2.000 litros fechado.
Contato Alexandre (16) 39451250 / 9
97669243 oi / 9 92402323 claro, whatsapp / 78133866 id 96*81149 nextel
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completo, com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas de
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revisada, valor a combinar;
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98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).
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Revista Canavieiros - Agosto de 2014
72
Assuntos Legais
DITR – Declaração do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR)
A
través da Instrução Normativa
RFB nº 1.483, de 18 de julho
de 2014, a Secretaria da Receita Federal disciplina o prazo, a forma e
o procedimento para entrega da DITR
(Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exercício 2014, requisito obrigatório para manter devidamente regularizada a propriedade rural.
Está obrigada a apresentar a DITR
toda pessoa física e/ou jurídica que, em
relação ao imóvel a ser declarado seja,
na data da efetiva entrega da declaração:
proprietária ou possuidora, condômina,
expropriada entre primeiro de janeiro
de 2014 e a data da efetiva apresentação da declaração, inventariante, compossuidora, etc., independentemente de
estar imune ou isenta do ITR (Imposto
Territorial Rural). No caso de morte do
proprietário do imóvel, como já dito,
a declaração deverá ser feita pelo inventariante, enquanto não terminada a
partilha ou, se ainda não foi nomeado
inventariante, está obrigado o cônjuge,
o companheiro ou o sucessor do imóvel
a qualquer título.
Cumpre informar que na referida
DITR está obrigada a apurar o ITR
toda pessoa física ou jurídica, desde
que não seja imune ou isenta, sendo
certo que a DITR corresponde a cada
imóvel rural e é composta dos seguintes documentos: DIAC (Documento de
Informação e Atualização Cadastral) do
ITR, mediante o qual devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as
informações cadastrais correspondentes a cada imóvel rural e a seu titular
(obrigatório para todos os proprietários
rurais); DIAT (Documento de Informação e Apuração) do ITR, onde devem
ser prestadas à Secretaria da Receita
Federal as informações necessárias ao
cálculo do ITR e apurado o valor do
imposto correspondente a cada imóvel
(que se torna dispensável em caso de
o imóvel ser imune ou isento do ITR).
O valor do imposto é apurado aplicando-se, sobre o VTNt (Valor da Terra
Nua Tributável) uma alíquota (variável
de 0,02% a 4,50%), levando-se em consideração a área total do imóvel e o GU
(grau de utilização) desta, não podendo
ser o valor nunca inferior a R$-10,00
(dez reais).
Demais disso, a propriedade rural
localizada no Estado de São Paulo que
possuir área de até 30 hectares estará
imune do ITR desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família,
além deste não possuir outro imóvel
(urbano ou rural). Por seu turno, estão
isentos de ITR os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis rurais de um mesmo
proprietário, cuja área total não exceda
os 30 hectares e desde que o proprietário os explore só ou com sua família
(admitida ajuda eventual de terceiros) e
não possua imóvel urbano.
A DITR deve ser elaborada com o
uso de computador, mediante a utilização do PGD (Programa Gerador da
Declaração) do ITR, relativo ao exercício de 2014, disponível no sítio da RFB
na Internet, no endereço http://www.
receita.fazenda.gov.br. O prazo para a
apresentação da DITR de 2013 será
de 18 de agosto a 30 de setembro de
2014, podendo ser feita de duas maneiras: (i) pela Internet, (www.receita.
fazenda.gov.br) ou (ii) por mídia removível (pen drive ou CD) a ser entregue
nas unidades da Receita Federal.
Se a declaração for apresentada após
o prazo, o proprietário terá de pagar multa de 1% do valor do imposto ao mês.
Nos casos de imóvel rural imune ou
isento do ITR, a multa será de R$ 50,00.
O pagamento do imposto (ITR) apurado poderá ser realizado em até quatro
quotas, mensais e sucessivas, desde que:
nenhuma quota possua valor inferior a R$
50,00; o imposto de valor inferior a R$
100,00 será pago de uma só vez; a primeira cota ou cota única deverá ser paga até
30.09.2014 as demais quotas serão pagas
até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros com base na taxa Selic, cal-
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
culada a partir de outubro de 2013 até o
mês anterior ao do pagamento e, ainda, de
1% no mês do pagamento.
Por fim, deve ainda o contribuinte
preencher e protocolizar o ADA (Ato
Declaratório Ambiental) perante o
IBAMA, observando-se a legislação
pertinente, com a informação de áreas não-tributáveis, inclusive no caso
de alienação de área parcial.
Isto porque as áreas consideradas
como sendo de preservação permanente (mata ciliar) e de Reserva Florestal
Legal (20% da propriedade averbada
na matrícula do imóvel ou inscrita no
Cadastro Ambiental Rural) são isentas
da tributação do ITR, desde que devidamente informadas no formulário ADA,
que, a desde o exercício de 2007, é obrigatoriamente enviado por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do
site www.ibama.gov.br/adaweb/.
Portanto, para efeito de obtenção do
benefício da isenção tributária do ITR
em áreas de preservação permanente
e de reserva florestal legal, segundo a
Receita Federal, basta ao proprietário
rural preencher e enviar ao IBAMA o
formulário do ADA, informando referidas áreas de uso restrito.
Importante enaltecer, ainda, que visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA
começou a cruzar suas informações
com a Receita Federal e o INCRA, responsáveis pelo controle e recolhimento
anual do ITR. RC
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Como desenvolver uma estratégia eficiente em meio
a um novo mercado, cada vez mais exigente?
As respostas podem ser encontradas no novo livro de Marcos Fava Neves
Andréia Vital
C
olunista da Revista Canavieiros, desde a sua criação, o professor titular da FEA/USP
em Ribeirão Preto, Marcos Fava
Neves, lançou recentemente o
livro “Planejamento - A arte de
criar e compartilhar valor”, que
traz uma visão estratégia para líderes e empresários. Com base em sua
experiência em projetos nacionais e
internacionais e no estudo das tendências de mercado, o autor mostra
como as empresas podem estruturar
melhor o planejamento para manter o
crescimento e a estabilidade para a próxima década.
Fava Neves acredita em um modelo
triangular de criação de valor alicerçado nos seguintes fatores: custos, diferenciação e ações conjuntas. Esses três
pontos juntamente às questões levantadas pelo autor mostrarão como o leitor
pode ampliar e melhorar seus canais e
as possibilidades no mercado, explorando todos os recursos e agregando
aos seus projetos conceitos como inovação, criatividade e vantagem competitiva. “A obra destaca alguns fatores
que poderão ajudar a analisar o macro
ambiente, os riscos e incertezas existentes no mercado
e como também preparar as empresas
para serem verdadeiramente orientadas
pela demanda”, explica o autor.
Nascido em Lins (SP), Fava Neves
é engenheiro agrônomo formado pela
Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (ESALQ/USP), mestre em Administração (Estratégias de Arrendamento Industrial na Citricultura, FEA/USP), e
doutor em Administração (Planejamento
de Canais de Distribuição de Alimentos,
FEA/USP). Autor e organizador de 50
livros publicados no Brasil, Argentina, Estados Unidos, África do Sul,
Uruguai, Inglaterra, Cingapura, Holanda
e China, também é articulista de diversos
jornais. Além disso, já orientou mais de
30 teses de doutorado e mestrado na USP,
tendo publicado mais de 100 artigos científicos internacionais e ministrado mais
de 800 palestras em 22 países.
O livro pode ser adquirido no site da
Editora Gente:
http://www.editoragente.com.br/
livro/292/planejamento-a-arte-de-criar-e-compartilhar-valor RC
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
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Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Caminhos da Cana
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Essa é a missão da poesia:
Recuperar os pedaços perdidos de nós.”
Rubem Alves
1. O churrasco será na “chácara” de Pedro!
Feliz escolha!!! E mais feliz com a forma correta da escrita!
Renata Sborgia
REGRA: Não muda a regra das palavras proparoxítonas.
Todas as proparoxítonas da Língua Portuguesa continuam com acento.
2. Eles farão uma “tramóia”?
Caso usem a Nova grafia correta: sim!
O correto é: tramoia.
Regra fácil: Segundo a Nova Grafia, o acento Agudo:
Perdem o acento as PAROXÍTONAS com os ditongos abertos EI e OI.
3. Maria foi visitar o lindo “recém nascido”!
Parabéns, Maria!!! Porém, precisa “visitar” as regras da Nova Grafia!!!
O correto é: recém-nascido (com hífen)
Regra fácil: O hífen é mantido com o prefixo “recém”.
“Caminhos da Cana é uma linha do tempo com artigos opinativos publicados em
jornais do Brasil e do exterior sobre o setor
sucroenergético.
Os artigos propõem uma agenda estratégica visando o desenvolvimento econômico,
social e ambiental do Brasil impulsionado pela cana e anteciparam problemas que
aconteceram no setor nos últimos 15 anos.”
PARA VOCÊ PENSAR:
“É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. ‘Cena’ é
um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência
amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar
a cena. Antes de te conhecer eu já te amava.... E então, inesperadamente, nos
encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o conhecer. E somos então
possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos. A
cena está completa. Estamos apaixonados.”
(Trecho extraído da
contracapa do livro)
Referência:
NEVES, Marcos Fava. Caminhos da
Cana. Sertãozinho, SP: Canaoeste, 2014.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
Revista Canavieiros - Agosto de 2014
Rubem Alves, in Retratos de Amor
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
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