Vinicius de Moraes (Brazilian. 1913

Transcrição

Vinicius de Moraes (Brazilian. 1913
Vinicius de Moraes (Brazilian. 1913-1980)
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
SONNET ON FIDELITY
Translated by Ashley Brown
Above all, to my love I'll be attentive
First, and always with such ardor, so much
That even when confronted by this great
Enchantment my thoughts ascend to more delight.
I want to live it through in each vain moment
And in its honor I must spread my song
And laugh with my delight and shed my tears
When she is sad or when she is contented.
And thus, when afterward comes looking for me
Who knows what death, anxiety of the living,
Who knows what loneliness, end of the loving
I could say to myself of the love (I had):
Let it not be immortal, since it is flame
But let it be infinite while it lasts.