CONSTRUÇÃO DO MAPA FÍSICO DO CONTINENTE AFRICANO
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CONSTRUÇÃO DO MAPA FÍSICO DO CONTINENTE AFRICANO
RELATO DE EXPERIÊNCIA: CONSTRUÇÃO DO MAPA FÍSICO DO CONTINENTE AFRICANO Jéssica Natali de Oliveira Keli Cristina Balbino (bolsistas PIBID - CAPES) Isabela Candeloro Campoi (coord.) Ricardo Tadeu Caires Silva (coord.) (Unespar – Campus Paranavaí) Resumo: A comunicação propõe apresentar o relato de uma experiência de aula aplicada pelos bolsistas do PIBID, Unespar, campus de Paranavaí. Os alunos do oitavo ano do Colégio Silvio Vidal frequentam o projeto no contra turno. Na atividade em questão pretendeu-se tratar da diversidade do continente africano a partir da construção em conjunto com os alunos de um mapa físico. Através da exposição verbal do tema, buscou-se apresentar aspectos gerais sobre os tipos de vegetação e de climas característicos da África. Para tanto foi apresentado também um texto informativo, o qual foi lido em conjunto com a turma. Em seguida começamos a oficina de construção do mapa físico, através da projeção do mapa na parede da sala para que os próprios alunos fizessem os desenhos e recortes das diferentes vegetações e climas. A turma foi dividida em grupos, para que estes confeccionassem as várias partes que formariam o mapa, a atividade foi concluída pelos alunos com a montagem do mesmo. O resultado da oficina foi positivo, pois ao estimular a participação lúdica através da construção conjunta do mapa, procurou-se enfatizar as dimensões do continente, comumente entendido como país, destacando sua diversidade vegetativa e climática. Tratando-se da experiência da aula, é importante relatar que a mesma proporcionou aos bolsistas um contato enriquecedor com os alunos. Na medida em que a atividade era desenvolvida, o aprendizado teórico se transformou ao ser moldado pela prática. Palavras-chave: África; Mapa; Vegetação; Clima. Financiamento: PIBID/CAPES. 2659 Introdução e justificativa O presente trabalho consiste em apresentar a relevância do Sub Projeto PIBID-HISTÓRIA, financiado pela Capes, haja vista sua contribuição na formação de professores no cenário contemporâneo da educação brasileira. Assim como evidenciar as práticas possibilitadas pelo programa, já que ele proporciona, evidentemente, melhores resultados no processo ensino aprendizagem. Neste sentido, vale ressaltar que o papel do educador tem se desgastado na sociedade brasileira diante de uma geração que busca o imediatismo e o bem estar individual acima de tudo. Sendo assim, o professor encontra realidades adversas em seu ambiente de trabalho e, por esta razão precisa estar bem preparado e qualificado para exercer seu papel com êxito. O PIBID nos proporciona práticas para continuarmos acreditando na força da educação, enquanto transformadora social, visto que só através dela poderemos traçar novos rumos para sociedade em que vivemos. Assim, a atividade proposta, qual seja a construção do mapa físico do continente africano, significou ser possível o aprendizado de conteúdos importantes, através de métodos lúdicos, afinal os alunos participantes contribuíram efetivamente na construção do conhecimento da diversidade climática e vegetativa de um continente que é tão vasto fisicamente e rico culturalmente. Essa atividade se justifica na medida em que valoriza os conteúdos ligados à temática africana, pois torna-importante atentar para a obrigatoriedade da legislação. Objetivos Refletir acerca da importância da prática docente, enquanto formadora de cidadãos que atuem na construção do conhecimento. Além disso, analisaremos também a possibilidade de trabalhar conteúdos inseridos no PPP (Projeto Político Pedagógico), através da aplicação de atividade lúdica, do mesmo modo, discutir com os alunos a inserção da lei nº 10.639/2003, para que os mesmos tomem 2660 conhecimento da obrigatoriedade e da importância do ensino da cultura afro brasileira. Outra finalidade consiste em desmistificar estereótipos resultantes do senso comum, no que diz respeito à diversidade africana, mais especificamente as características físicas de cada região - climática e vegetativa -, que serão explicitadas através da confecção do mapa físico do continente africano, de modo a contribuir na assimilação do conteúdo teórico por meio da atividade prática. Resultados Ao tratar os princípios que norteiam a educação e a importância da preparação do professor ao iniciar sua prática docente, é imprescindível que a formação deste esteja pautada e engajada em ações que permitam o contato com a realidade escolar e os subsídios que a regem, tais como: Projeto Político Pedagógico (PPP), Projeto de Trabalho Docente (PDT), Planejamento de Ensino e de aulas, assim como a legislação vigente da educação no Estado do Paraná. Assim sendo, o professor deve estar atento às peculiaridades do alunado, valorizando o conhecimento prévio deste, para que em seguida iniciem o saber científico. Cabe ressaltar que a postura pedagógica do educador e suas práticas acarretam na construção da criticidade dos educandos, frente à sociedade na qual estão inseridos, de modo que é a partir das bases edificadas na escola, juntamente com as bases familiares, que os indivíduos produzem sua visão do meio social. Partindo desses pressupostos, o Programa Institucional de Iniciação à Docência tem proporcionado para cada um de nós bolsistas a oportunidade do contato com a prática docente, neste sentido as oficinas realizadas ao longo do subprojeto na área de História possibilitam a expansão do nosso conhecimento. A partir das nossas reuniões em grupo, nas quais são elaboradas as atividades a serem aplicadas nas escolas, feitas discussões de textos referentes aos temas das aulas, seus respectivos planos e apresentação dos resultados, esboça-se a contribuição do projeto. O PIBID tem aberto novas portas para os acadêmicos que estão em pleno processo de formação, ao passo que proporciona o alargamento e aprimoramento entre o que aprendemos teoricamente no curso, no que se refere ao dia a dia de 2661 uma sala de aula, e efetivamente como realmente acontece na prática. O conhecimento teórico que adquirimos por meio de leituras, discussões e pesquisas nos dá a devida preparação e segurança para que o mesmo seja transmitido em sala de aula. Desse modo, com a aplicação das atividades podemos ter o contato com a realidade escolar e dos próprios alunos, sendo assim, posteriormente quando de fato atuarmos como professores já teremos maior segurança para exercer tal função, com uma significativa bagagem de conhecimento e experiências que poderão ser utilizadas em favor da melhora do processo ensino aprendizagem. Esses fatores mostram por si só o quanto o PIBID é importante no que diz respeito à nossa formação. A temática trabalhada no subprojeto de História, tem por base os estudos referentes ao continente africano, tal fato justificado pela inserção da Lei nº 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino da história da África e da cultura afrobrasileira nos currículos do ensino fundamental e médio. Sendo assim, amparados em tal lei, torna-se possível o desenvolvimento de metodologias para que os alunos tenham de fato o contato com esse conteúdo na grade curricular, dada a contribuição histórica dos negros africanos na construção do nosso país. Ao propor uma oficina de confecção do mapa físico do continente africano, levou-se em consideração algumas proposições do uso desse recurso em sala de aula. Inicialmente destaca-se a relevância em realizar uma atividade interdisciplinar, na medida em que a introdução de conhecimentos geográficos, visa relacionar as características físicas do continente com a História, de modo que através do mapa pretende-se constatar a diversidade natural do continente. Historicamente a cartografia passou por inúmeras transformações, seja na representação simbólica dos territórios, seja na inovação de seus recursos tecnológicos. A cartografia moderna aprimorou-se em suas diversas técnicas – medições e distâncias – que no decorrer do século XVI com as Grandes Navegações, passou por seu período mais produtivo, em decorrência da importância das cartas náuticas para a expansão ultramarina européia (NORONHA, 2000). No que diz respeito ao desenvolvimento da oficina oferecida nesta atividade do PIBID, a mesma esteve pautada nos conhecimentos específicos de cada região do continente africano, abordagem esta que se fez mediante a apresentação oral 2662 dos conteúdos, assim como a exposição de slides com imagens dos aspectos vegetativos, enfatizando as condições climáticas de cada região. Assim, para a elaboração do conteúdo utilizamos principalmente as informações de Marina de Mello e Souza que afirma: O continente africano é cercado a nordeste pelo Mar Vermelho, ao norte pelo Mediterrâneo, a oeste pelo oceano Atlântico e a leste pelo oceano Índico. O istmo de Suez o liga a península Arábica. Em termos geográficos, suas principais marcas são o deserto do Saara ao norte, o deserto Calahari a sudoeste, a floresta tropical do centro do continente, as savanas, ou campos de vegetação esparsa e rasteira, que separam áreas desérticas de áreas de florestas, e algumas terras altas, como aquelas nas quais nascem os rios que formam o Nilo.” (SOUZA, 2008, p.11). Os aspectos relativos ao clima foram ressaltados, indicando que as paisagens se estruturam e se adequam pelo espaço geográfico de maneira análoga com os tipos climáticos. Desta forma, evidenciamos que o clima equatorial caracteriza-se por ser quente e úmido o ano inteiro, abrangendo uma porção da região centro oeste do continente, contendo temperaturas variáveis de 25ºC a 30ºC. A respeito do clima tropical sendo este quente com invernos secos, mostramos que o mesmo compreende grande parte do território africano. Já o clima desértico ocupa uma vasta extensão do continente, destacando-se o deserto do Saara e o Calahari. Apresentamos também para os alunos aspectos referentes ao clima mediterrâneo, que se expressa em trechos pequenos do extremo norte e do extremo sul da África, com temperaturas quentes acompanhadas de invernos secos. De modo geral, elucidamos que a África é dividida em duas partes pela linha do Equador, onde o Norte é mais extenso no sentido leste oeste e o Sul mais estreito. Na sequência da aula, abordamos os diferentes tipos de vegetações que se adaptam em determinado território em função do clima. Dentre elas destacamos os desertos, caracterizados pela composição do solo principalmente de areia, onde também existem dunas, explicitando que as chuvas nessas regiões são praticamente raras. Nesse sentido, se fez importante ressalvar para os educandos que o deserto do Saara é o maior deserto de areia da Terra, localizado no Norte da África e o deserto do Calahari é o quinto maior do mundo, localizado ao Sul do continente. Além disso, outro tipo climático-vegetativo apresentado foi o Oásis, que caracterizado como pequenas regiões, em meio ao deserto, com água e vegetação, sendo possível, a partir dessas características a vida nessa região. 2663 Explicamos também sobre os Estepes, que são constituídos por vegetações com poucas árvores, compostas por plantas rasteiras e pequenos bosques, sendo zona de transição vegetativa e climática entre a área de Savana e o Deserto. A respeito das Florestas, mostramos que estas são compostas pela vasta quantidade de espécies vegetais e animais, apesar do solo ser consideravelmente pobre. No que se refere às Savanas, que são grandes extensões de terras formadas por arbustos e árvores menores, explicitamos que as árvores chegam até quatro metros e os arbustos até um metro e meio, abrigando uma diversidade de animais, tais como o búfalo, a girafa, o rinoceronte, o elefante, entre outros. Finalizando essa etapa da oficina, abordamos a vegetação Mediterrânea, que é formada pelas regiões onde a estação do verão é seca e o inverno chuvoso. É constituída por plantas que se adaptam ao solo, essa vegetação é composta basicamente por três tamanhos: árvores grandes, arbustos e a vegetação rasteira. A atividade seguiu com o debate entre os alunos, acerca do exposto referente à diversidade africana. Ressaltamos também, que a África é um continente, desmistificando o conhecimento resultante do senso comum, que a mesma é um país; com isso, constatamos que a maioria dos alunos tinham dúvida ou não sabiam dessa informação. A partir daí, os estudantes foram divididos em grupos para confecção das várias partes do mapa físico, em que cada grupo ficou responsável por cada etapa da construção do mesmo. As etapas se referem aos desenhos do mapa, recortes, montagem, colagem e confecção da legenda. Para isso, utilizamos os seguintes recursos: E.V.A., tesoura, cola, canetas coloridas, cartolina, data show e notebook. Sendo assim, cada cor de E.V.A. representava os tipos de vegetações já citadas. O mapa foi concluído com sua colagem na cartolina pelos alunos. Seguem abaixo algumas fotos do desenvolvimento da oficina. 2664 2665 2666 Considerações finais A construção do mapa possibilitou uma representação gráfica dos conteúdos trabalhados teoricamente, despertando e estimulando os alunos em razão da disposição da atividade, já que os mesmos utilizaram os seguintes métodos: desenhos, recortes e colagens para a elaboração final do mapa. De modo geral, o resultado da oficina foi positivo, posto que a atividade contribuiu tanto para os alunos, quanto para nós bolsistas, na expansão do conhecimento acerca da diversidade africana. Essa experiência didática proporcionada pelo PIBID acarretou na soma do que aprendemos durante toda a nossa formação. Ao termos contato com o cotidiano escolar, vamos nos aprimorando em nossa função no trabalho pedagógico. Referências SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2008. IBAZEBO, Isimeme. Explorando a África. São Paulo: Ática, 1997. PELLEGRINI, Marco. DIAS, Adriana M. Vontade de saber. São Paulo: FTD, 2009. ZABALZA, Miguel. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004. NORONHA, Isabel. A corografia medieval e a cartografia renascentista: testemunhos iconográficos de duas visões de mundo. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Fev 2000, vol.6, n.3, p.681-687. 2667