epidermólise bolhosa distrófica
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epidermólise bolhosa distrófica
Declair, V Alboledo, E EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ASSISTÊNCIA A 29 PORTADORES NO BRASIL Trabalho apresentado na 19th Conference of the European Wound Management Association que ocorreu entre os dias 19 à 22/05/2009 em Helsinki, Finlândia, cujo tema foi HELP in HELSINK. 1 - Introdução Epidermólise Bolhosa (EB) pertence a um grupo de afecções cutâneas bolhosas de caráter hereditário caracterizada pela formação de bolhas em resposta aos mínimos traumatismos. Histologicamente há vários subtipos de EB, as quais dependem das alterações morfológicas encontradas na pele. Pesquisadores têm se dedicado ao estudo genético de portadores de EB e alguns resultados já foram obtidos no desenvolvimento de novas formas diagnósticas incluindo testes pré-natais. A elucidação das características e funções da zona da membrana basal (ZMB) e dos genes responsáveis por sua constituição direcionou novas opções de tratamento com terapia gênica ou proteínas específicas1. Colágeno tipo VII e laminina-5 parecem ser eficazes em modelos vivo2. Atualmente1, 2, estas terapias estão sendo amplamente pesquisadas em estudos préclínicos. Os resultados, não são totalmente satisfató-rios, porém é importante buscar a melhora da qualidade de vida dos portadores e trazer ao conhecimento do profissional de saúde aspectos preventivos de complicações que decorrem das alterações fisiopatológicas da EB. 2 - Objetivo O objetivo desse estudo é relatar cinco anos de experiência de assistência especializada a 29 portadores de epidermólise bolhosa distrófica (DEB) no Brasil. 40 3 - Revisão da Literatura No Brasil não há relato oficial do número de pacientes portadores de EB. Temos conhecimento de cerca de 250 casos espalhados por diversos estados. Porém, se considerarmos fatores de risco como endogamia, é bem provável que existam casos não notificados na região Norte e Nordeste do país. No último ano acompanhamos uma criança portadora que perdera 3 irmãos com a mesma patologia. Neste caso, o pai da criança é irmão da mãe por parte de pai. Essas crianças não foram notificadas e os pais não receberam qualquer orientação ou acompanhamento genético. De acordo com a National Epidermolysis Bullosa Registry3, nos USA, 50 casos de EB são manifestados para cada 1 milhão de nascidos vivos. Entre estas há 92% de EB Simples, 5% EB Distrófica, 1% EB Juncionale 2% morrem sem classificação. Portadores de EB Herlitz constituem menos de 1% dos casos. No Japão4 há registro de 7.8 casos por milhão de nascidos vivos. Na Croátia5 19.2 por milhão de nascido vivo (1 em 52.000)4. Classificação Clínica Baseia-se na presença ou não de cicatrizes e modificações distróficas. As formas intraepidérmicas (EBS) geralmente não deixam cicatriz. As juncionais (EBJ) apresentam-se com atrofia e as formas dérmicas (EBD) manifestam-se com cicatriz e atrofia. As formas menos agressivas são de herança dominante e as mais graves de herança recessiva6. Classificação Histológica Depende do nível de formação da bolha e dos achados da microscopia óptica e eletrônica. Há 3 tipos principais7, 8, 9: A) Epidermólise Bolhosa Simples (EBS) epidermolíticas com bolhas de localização intraepidérmica. Neste caso há separação da epiderme-derme ocorre na junção intraepidérmica. B) Epidermólise Bolhosa Juncional (EBJ) quando ocorre clivagem ao nível da lâmina lúcida ou central BMZ da junção dermoepidérmica. C) Epidermólise Bolhosa Distrófica (DEB) e dermolíticas quando a clivagem para a formação da bolha acontece na derme papilar na região abaixo da lâmina densa. Pesquisadores10, 11 têm proposto uma nova categoria denominada Hemidesmossoma que produz bolhas ao nível superior do hemidesmossoma. As formas juncionais e distróficas podem produzir alterações significativas de múltiplos sistemas, logo são consideradas mais graves. Subtipos de Epidermólise Bolhosa 9, 10, 11 I - Epidermólise Bolhosa Simples Epidermólise bolhosa simples - EBS (autossômica dominante) causada por alterações da queratina que desencadeia bolhas intraepidérmicas. Histologicamente há degeneração da camada basal. Suas manifestações ocorrem em áreas com alto risco de trauma, como: mãos, pés, cotovelos e joelhos, as quais são acometidas por lesões bolhosas que se rompem e tornam-se uma porta de entrada para infecções. Bolhas acrais são termo sensíveis e a afecção costuma melhorar com a idade. Podem acometer a cavidade oral sem comprometimento dos dentes. A) EBS Koebner (EBS-K) - uma forma intermediária com bolhas disseminadas com quadro menos intenso. Certos autores8, 9, 10 a consideram uma variante leve da Dowling-Meara (EBS-DM).Hiperqueratose palmoplantar e erosões são comuns na EBS Koebner. B) EBS Weber-Cockayne (EBSWC) é a forma mais leve com lesões restritas às palmas das mãos e plantas dos pés7. C) EBS Dowling-Meara (EBSDM) manifesta-se na mucosa oral, com bolhas agrupadas e herpetiformes acompanhadas de hiperqueratose palmoplantar. É o tipo mais grave de EBS. A camada basal diferenciase de outros epitélios e dos segmentos suprabasais da epiderme8 pela expressão de citoqueratinas 5 e 14 que são reguladas pelos genes KRT5 e KRT14 localizados respectivamente nos cromossomas 17 e 12. Essas alterações genéticas, por comprometerem a estrutura das citoqueratinas9, impedem a função estrutural destas no citoesqueleto11 que culmina na formação de bolhas. Esse é o único subgrupo de EB decorrente de citólise e não de alterações de células de adesão. D) EBS Distrófica Muscular Tardia (EBSDM) é decorrente de alteração da plectina, presente na placa interna do hemidesmossoma. A plectina também está presente no citoesqueleto da musculatura lisa16 e desencadeia miopatia. E) EBS localizada ou Weber-Cockayne é o subtipo mais comum. Inicia-se na infância, acomete principalmente mãos e pés, com hiperidrose e bolhas termo sensíveis causadas pela má formação de dímeros entre as queratinas 5 e 14 oriundas de genes mutantes nos cromossomos 12 e 17. É autossômica dominante. II - Epidermólise Bolhosa Juncional10, 11, 12 Epidermólise Bolhosa Juncional (EBJ) - caracterizada por vesículas na intralamina lúcida com anormalidades no hemidesmossoma. 50% dos casos11 são causados por mutações recorrentes no gene LAMB 3, útil para a analise de mutações gênicas no período de testes pré-natais. Outros EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ASSISTÊNCIA A 29 PORTADORES NO BRASIL envolvem a codificação da cadeia da laminina, da integrina 4 e 5 e do colágeno XVI. A EBJ apresenta dois subtipos11, 12, o de maior relevância clínica denominado Herlitz ou EBJ letal e a EBJ mitis, ou EBJ atrófica benigna (EBJAB). A) EBJ Herlitz (generalizada grave letal) Inicia-se ao nascimento com erosões e bolhas disseminadas que evoluem com granulação hipertrófica. Há atraso no crescimento, anemia grave, acometimento da córnea e da conjuntiva, da mucosa oral, esofágica, gastrointestinal, laríngea e genitourinária. As unhas apresentam-se distróficas ou ausentes e esmalte dentário defeituoso. O óbito ocorre geralmente na infância, pois possuem maior risco de infecção. É autossômica recessiva. A mutação altera os filamentos da célula de ancoragem da glicoproteína da laminina 5 componente da lâmina lúcida. A EBJH pode estar relacionada a distrofia muscular. em uma fase mais tardia e a atresia pilórica. Estas duas complicações apresentam bolhas intra-epidérmicas na face mais basal da camada celular. B) EBJ Atrófica Benigna (não letal ou mitis): subtipo leve caracterizado por vesículas que surgem ao nascimento. O acometimento cutâneo é agravado pelo aumento da temperatura ambiente. Após a cicatrização, as vesículas imprimem na pele uma cicatriz de aparência atrófica. As membranas mucosas são frequentemente afetadas por erosões resultando em estenose O envolvimento extracutâneo é raro12, com exceção dos dentes, os quais apresentam esmalte hipoplásico resultando em altos índices de cárie dentária. Distrofias e alopecia são comuns junto a outras manifestações clínicas10. Indivíduos com EBJAB têm potencial para ter filhos e esperança de vida. C) EBJ com atresia pilórica14: esta condição está associada à atresia pilórica desde o nascimento. Há bolhas generalizadas. Na maioria dos pacientes o prognóstico é reservado apesar da condição de correção da atresia. É um subtipo geralmente fatal durante a infância. III - Epidermólise Bolhosa Distrófica9, 10, 11, 14 Epidermólise Bolhosa Distrófica (EBD): é caracterizada por mutação do gene que codifica a síntese do colágeno tipo VII (COL7A1), formador das fibrilas de ancoragem da pele. Há EBD pode ser caracterizada como EBD recessiva, onde ocorre falha prematura de códons que resultam na ausência de colágeno tipo VII15, e a EBD dominante, a qual mutações do COL7A1 que não causam extinção prematura de códons resultando assim em casos de menor gravidade. Neste caso, mutações exercem posição dominante-negativo16 e estão presentes em formas brandas da doença. As bolhas10 afetam a sublâmina lúcida da pele. Manifesta-se por vesículas que se curam espontaneamente resultando em cicatriz distrófica. Há comprometimento dos folículos pilosos com a formação de milia (pápula branca de 1-4 mm). A EBD descrita por Pasini17 caracteríza-se por bolhas mais extensas, pápulas “scarlike” no tronco (lesão albopapuloide), e envolvimento da mucosa oral e dentes. As unhas são distróficas ou ausentes em ambas as variantes da EBD de herança dominante. A) EBD Cockayne-Touraine - Inicia-se nos primeiros dias após o nascimento, localiza-se em superfícies extensoras e deixa cicatrizes hipertróficas. Pode haver comprometimento das mucosas oral, anal e esofágica, unhas e formação de milia. Pode surgir carcinoma espinocelular em lesões não cicatrizadas. É autossômica dominante. B) EBD Pasini17 (albopapulóide) - Inicia-se ao nascimento com bolhas extensas, generalizadas e aparecimento de pápulas hipocrômicas no tronco (não relacionadas às bolhas). Unhas distróficas ou ausentes. Há acometimento oral leve, milia e cicatriz. É autossômica dominante. C) EBD-Hallopeau-Siemens18 - Inicia-se ao nascimento ou na primeira infância com bolhas generalizadas graves que se tornam cicatrizes distróficas e extensas mais proeminentes em superfícies acrais. Essas bolhas levam ao desenvolvimento de pseudosindactilia com deformidade das mãos e dos pés e contraturas de extremidades que se agravam com a idade. Apresentam severas lesões da córnea e conjuntiva, da mucosa oral, genitourinário e gastrointestinal com presença de má absorção de ferro que resulta em anemia e desnutrição global. É comum a presença de estenose de esôfa- go, fimose, distrofia ungueal, sinéquias cicatriciais, milia e aparecimento tardio de carcinoma espinocelular em cicatrizes. Pode-se encontrar anemia grave. É autossômica recessiva. D) EBD Recessiva - é a forma localizada denominada EBDR mitis. Este subtipo apresenta manifestações clínicas semelhantes às formas de herança dominante da EBD. Métodos Diagnósticos19 I - Microscopia Eletrônica (ME): determina o nível de acometimento da pele e a morfologia da ZBM. Realizar biopsia (não há necessidade de anestesia local) das bordas de uma bolha recém formada pela digito-pressão do dedo indicador na pele do paciente (como no Sinal de Nikolisky). A epiderme, ao separar-se da derme é enviada ao laboratório e a ME Hemidesmosomas rudimentares são freqüentemente encontrados em EB do subtipo Juncional, por exemplo. II - Microscopia por Imunofluorescência (MI) imunomapeamento do antígeno de hemidesmossoma e de um anticorpo para proteína da lâmina densa Obter o espécime por nova biópsia de outra bolha. A MI pode distinguir e classificar as EBS, EBJ e EBD. Alguns serviços19 analisam a biópsia de espécimes em um Mosaico de anticorpos contra cada um dos antígenos afetados na EB. A ausência de coloração de anticorpo indica a alteração molecular específica. Se as alterações na expressão de proteínas forem sutis (forma branda), realizar testes de análise de mutação de DNA. Quando mutações são identificadas é possível realizar o diagnóstico pré-natal. III - Diagnóstico pré-natal: a amostra do DNA poderá ser obtida do vilo coriônico nas semanas iniciais da gestação. As mutações de DNA devem ser avaliadas pelo método seqüencial direto e screaning: Genes codificados das proteínas da membrana basal: em casos específicos20: EB Simplex: queratina 5 e 14 BPAG 1, plectina, alfa 6, beta 4 e integrina. EB Juncional: lâmina 5 e 6. EB Distrófica: lâmina densa, colágeno IV, perlecan, laminina nidonegeo, coláge-no VII e lâmina 5 Diagnóstico Diferencial21: Pênfigo bolho- 41 EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ASSISTÊNCIA A 29 PORTADORES NO BRASIL so, eczema distrófico, dermatose linear IgA, pênfigo vulgaris, queimaduras, lúpus eritematoso bolhoso. 44 4 - Metodologia Considerando a raridade da patologia e que o período neonatal pode interferir definitivamente no prognóstico de vida dos pacientes portadores de epidermólise bolhosa distrófica, durante o período de cinco anos, observamos, e acompanhamos crianças com EBD e posteriormente desenvolvemos um plano assistencial que consiste em orientar, desenvolver e/ou proporcionar técnicas de assistência aos portadores. As condutas consistiram em: - prover assistência ao profissional de saúde para que sejam realizados principalmente dois testes para confirmação diagnóstica: biópsia por MI e ME, já muitos portadores não possuem diagnóstico preciso no Brasil (principalmente relacionado ao subtipo de EB, o que pode afetar o prognóstico e acompanhamento do paciente); - discutir com a equipe médica e farmacêutica formas de prevenir e controlar efeitos colaterais e interação medicamentosa uma vez que a instituição protocolos de tratamento, muitas vezes representam complicações aos portadores de EB; - orientar os profissionais quanto ao melhor método e local para punção e fixação venosa considerando as necessidades de infusão de sangue e seus derivados, antibioticoterapia, soro e coleta de exames laboratoriais; - controle da dor durante o banho e trocas de curativo; - prevenção de lesões cutâneo-mucosa durante a manipulação do portador pela equipe de saúde; - prover suporte técnico aos profissionais de saúde do berçário quando há o nascimento de uma criança portadora de EB, assim como à equipe de saúde durante os períodos posteriores quando o paciente necessitar de internação; - preparar os familiares e cuidadores durante a permanência da criança no hospital para assistir ao bebê na alta hospitalar. A criança só deve ter alta quando seus familiares ou cuidadores demonstrarem conforto e competência para conduzir a situação em casa com a criança; - orientar a necessidade de prevenir o desenvolvimento de atrofia dos MMII, MMSS e aderência dos dedos e artelhos; - envolver equipe multidisciplinar no acompanhamento dos portadores como: médicos de diversas especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, bioquímicos e outros; - oferecer suporte psicológico aos familiares colocando-os em contato com familiares de outros portadores e encaminhá-los para psicoterapia; - investigar formas de melhorar a qualidade de vida da criança e seus familiares. 5 - Resultados Observamos nesses cinco anos que neonatos portadores de EB induzem os profissionais de saúde ao stress pelo pouco conhecimento da patologia, escassez de informações ou de artigos publicados (a maior parte das publicações resume-se em estudos de casos ou realização de estudos genéticos pré-clínicos). Muitas instituições privavam as mães de manipular e amamentar o filho portador de EB que apresentam lesões durante o parto. Grande parte das crianças só possuíam diagnóstico realizado por ME o que não nos revela o subtipo de EB pela qual a criança é acometida. Nos casos de internação por infecção para utilização de antibioticoterapia sistêmica EV, 86% dos pacientes apresentaram reação cutânea, de moderada à grave, com a utilização de Lincosamida (Clindamicina) e Fluoquinilona (Ciprofloxacina). Todos os pacientes que recebiam suplementação de Sulfato Ferroso via oral, apresentavam quadro de constipação intestinal e lesões da mucosa anal e perianal. Essa complicação foi solucionada com a substituição do veículo e via de administração da droga para oligosol cuja via de absorção é sublingual22 e não apresenta efeito colateral. Os curativos passaram a ser realizados com coberturas a base de silicone Mepitel, Mepilex Transfer e Mepilex Lite. Essa conduta diminuiu o tempo, a dor e o trauma durante as trocas de curativo. Na vigência de lesão interdigital, o curativo deverá manter dedos e artelhos isolados uns dos outros a fim de prevenir adesão e posterior atrofia das mãos e pés. Os portadores de EB possuem má condi- ção para punção venosa periférica, logo, considerar a inserção de cateter venoso central. Neste caso, utilizar técnica de Seldinger23 e fixar cateter diretamente na pele a fim de evitar perda do mesmo durante o tratamento. Lembrar que esses pacientes apresentam plaquetocitose e o cateter pode obstruir facilmente. 6 - Conclusão O desenvolvimento de um programa de educação tem ajudado os profissionais de saúde e familiares a manipular esses pacientes, ainda assim, muitos referem não sentir-se confortáveis para prestar assistência a pacientes com EB. Berçários que recebem crianças portadoras de EB devem estar atentos e solicitar confirmação do diagnóstico por MI e ME, observar a técnica da realização de curativos, e na medida do possível não privar a criança da amamentação, antes incentivála. Quando a criança apresentar lesões orais severas, a mãe deve tentar a utilização de bico de silicone ou, o leite materno deve ser oferecido em mamadeira com bico de silicone flexível. Optar pela utilização de suplementação de zinco e ferro oligosol, pois a absorção sublingual não apresenta constipação intestinal como efeito colateral. • No Brasil, como em outros países, existe a necessidade da formação de grupos de estudos e orientação aos profissionais de saúde em como conduzir o tratamento e a prevenção das complicações clássicas da patologia. • O profissional, ao ter ciência de algum portador, deverá encaminhar os pais para realização de aconselhamento genético, caso estes queiram ter mais filhos. Este procedimento também é válido para casais que tenham endogamia. • A realização de encontros entre portadores e familiares melhora a perspectiva de vida desses pacientes e promove uma rica troca de experiência que resulta no desenvolvimento de condutas que auxiliam a qualidade de vida de todos os que são acometidos pela doença. • A escolha da cobertura certa para realização do curativo implica em redução da dor e do trauma do paciente com EB. • Nos últimos anos, alguns trabalhos vêm sendo desenvolvidos nesta área, no entanto, muito precisa ser feito para otimizar as condições de vida desses pacientes e de seus familiares. EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ASSISTÊNCIA A 29 PORTADORES NO BRASIL S.T.C. portadora de EBDD, 16 anos, internada com quadro de anemia e infecção das lesões. Equipe desconhecia a patologia. Passado ICSE. Lesões realizadas durante o procedimento. O cateter deslocou-se do local de inserção devido a má fixação do mesmo na pele. Deformidade das mãos e contraturas de extremidades que se agravam com a idade. Áreas com hiperqueratose. Quadro característico de EBD-Hallopeau-Siemens. Presença de bolha em RN portador de EB Alterações dos dentes e mucosa oral em uma criança com EBDR. Foto 1 Adolescente portadora de EBDR. Curativo realizado com Mepitel cobertura a base de silicone indicada para diminuir a dor e o trauma durante as trocas, as quais são sempre realizadas pela mãe ou em algumas áreas, por ela mesma. Notem as características da pele: atrófica, com alterações assimétricas e irregulares de pigmentação (áreas acrômicas ou hepercrômicas), variações estruturais da epiderme, cicatrizes. Foto 2 Foto da região glútea de uma criança portadora de EBD. Lesões extensas resultante da mínima força de atrito na pele que apresenta-se atrófica, com áreas com hiperqueratose, crostas, contraturas e alterações pigmentares. Vania Declair Cohen Especialista em: Tratamento de Feridas WOCN-USA Dermatologia - SOBENDE Infecção Hospitalar - USC Terapia Intensiva - SOBETI Pós-graduação – Terapia Intensiva e Cardiologia - Jerusalém - Israel Farmacologia Clínica - UNIFAC Monitora de Pesquisa Clínica-SBPPC Diretora da V. Declair Assessoria Técnica e Científica Enfermagem em Dermatologia Pesquisadora e Pioneira em Estudos com Ácidos Graxos Essenciais Criadora da Linha V. Declair® (AGI) Produtos Dermatológicos para Saúde Gerente de Produtos da Molnlycke - Neve Ind. e Com. de Materiais Cirúrgicos Foto 3 Foto 1: Criança mantém dedos dos pés apesar da anoníquia. Mãe orientada desde o nascimento da criança quanto a técnica de curativo indicada. Foto 2: Criança apresenta adesão e atrofia dos dedos dos pés. A mãe não recebera orientação prévia. 46 Foto 3: Técnica ideal de curativo Elaine Alboledo Monteiro Enfermeira Especialista em Dermatologia pela SOBENDE Mestranda em Dermatologia pela UNIFESP Assessora Técnica dos Produtos da Molnlycke - Neve Indústria e Comércio de Produtos Cirúrgicos. Piora do quadro lesional após infusão de antibioticoteria sistêmica. Tatiane Salvitti - Enfermeira da V. Declair Asses. Técnica e Cientifica em Enfermagem
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