Marrocos – FM – Outubro 2015
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Marrocos – FM – Outubro 2015
Mercados informação global Marrocos Ficha de Mercado Outubro 2015 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Índice 1. Dados Gerais 03 2. Economia 05 2.1. Situação Económica e Perspetivas 05 2.2. Comércio Internacional 09 2.3. Investimento 12 2.4. Turismo 14 3. Relações Económicas com Portugal 15 3.1. Comércio de Bens e Serviços 15 3.1.1. Comércio de Bens 16 3.1.2. Serviços 20 3.2. Investimento 20 3.3. Turismo 22 4. Condições Legais de Acesso ao Mercado 23 4.1. Regime Geral de Importação 23 4.2. Regime de Investimento Estrangeiro 26 5. Informações Úteis 29 6. Contactos Úteis 31 7. Endereços de Internet 32 2 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 1. Dados Gerais Mapa: Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) 2 2 Área: 710 850 km (incluindo o Sahara Ocidental, que ocupa 252 120 km ) População: 33,6 milhões de habitantes (Haut Comissariat au Plan, 2014) Densidade populacional: 47 habitantes por km (2014) Designação oficial: Reino de Marrocos Chefe do Estado: Rei Mohammed VI Primeiro-Ministro: Abdel-Ilah Benkiran (PJD) Data da atual constituição: Julho de 2011 Principais partidos políticos: Partido da Justiça e Desenvolvimento (PJD) – islamita moderado; Partido Istiqlal; 2 Congregação Nacional dos Independentes; Partido da Autenticidade e da Modernidade; União Socialista das Forças Populares; Movimento Popular; União Constitucional; Partido do Progresso e do Socialismo. As eleições legislativas irão ter lugar em novembro de 2016 (Câmara dos Representantes) Capital: Rabat – 577 mil habitantes – Haut Commissariat au Plan Outras cidades importantes: Casablanca (3 360 mil hab.), Fés (1 112 mil hab,), Tanger (948 mil hab.), Marrakech (929 mil hab.), Salé (890 mil hab.) e Meknés (632 mil hab.) Religião: A religião oficial é o islamismo; a maioria da população é muçulmana 3 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Língua: A língua oficial é o árabe, embora uma minoria significativa da população fale o berbere. O francês (língua usada predominantemente nos negócios e na administração) e o castelhano são também utilizados Unidade monetária: Dirham marroquino (MAD) 1 EUR = 10,9095 MAD (BdP – final setembro 2015) Risco do país: Risco geral - BB (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco de estrutura económica - B Risco político – B (The Economist Intelligence Unit - EIU) Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) – COSEC, setembro 2015 Política de cobertura de risco: Mercado prioritário: Operações de Curto prazo – Aberta sem condições restritivas; Médio/Longo prazo – Garantia bancária ou garantia soberana – COSEC, setembro 2015 Principais relações internacionais e regionais: Marrocos integra, entre outros, o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (Arab Bank for Economic Development in Africa – BADEA), o Banco Islâmico de Desenvolvimento (Islamic Development Bank – IDB), o Fundo Árabe para o Desenvolvimento Económico e Social (Arab Fund for Economic and Social Development – AFESD), o Banco Africano de Desenvolvimento (African Development Bank – AfDB), o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (European Bank for Reconstruction and Development – EBRD) e a Organização das Nações Unidas (United Nations – UN) e suas agências especializadas (Specialized Agencies, Related Organizations, Funds, and Others UN Entities). Este país é, ainda, membro da Organização Mundial do Comércio (World Trade Organization – WTO), desde 1 de janeiro de 1995. A nível regional faz parte da União Africana (African Union – AU), da Liga dos Estados Árabes (League of Arab States – LAS), da União do Magreb Árabe (Arab Maghreb Union – AMU) e do Fundo Monetário Árabe (Arab Monetary Fund – AMF). Este país assinou vários acordos de comércio livre, designadamente, o Acordo de Agadir (Arab Mediterranean Free Trade AgreemenT – Agadir Agreement), o Acordo Panárabe de Livre Comércio (Pan Arab Free Trade Area, também conhecido pela designação Greater Arab Free Trade Area), o acordo com os Emiratos Árabes Unidos e o Acordo de Livre Comércio com os EUA. Este último representa uma importante alavanca para o comércio externo marroquino, ao permitir exportar produtos industriais e bens de consumo para aquele mercado com eliminação de direitos aduaneiros. Esta vantagem competitiva também pode ser aproveitada pelas empresas portuguesas instaladas em Marrocos. Relacionamento com a UE: O relacionamento entre Marrocos e a União Europeia (UE) rege-se, fundamentalmente, pelo Acordo de Associação Euro-Mediterrânico, assinado em 1996 e em vigor desde 1 de março de 2000, que estabelece a liberalização 4 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) comercial recíproca, através da criação progressiva de uma zona de comércio livre durante um período de transição com duração máxima de 12 anos (o desmantelamento tarifário para os produtos industriais já está concluído, embora ainda subsistam alguns bens sujeitos a tributação aduaneira; o novo Acordo Agrícola foi ratificado pelo Parlamento Europeu em fevereiro de 2012, o que vem facilitar as transações nesta área, embora estejam previstas várias listas de produtos sensíveis para os quais são estabelecidos contingentes anuais e direitos aduaneiros). Em 1 de março de 2013 iniciaram-se as negociações entre as partes com vista à celebração de uma Deep and Comprehensive Free Trade Area (DCFTA) que visa introduzir uma dimensão mais ambiciosa no relacionamento Marrocos e UE, regulando áreas como a contratação pública, a propriedade intelectual e almejando uma integração gradual da economia marroquina no Mercado Único europeu ao nível da regulamentação técnica e qualidade dos produtos, medidas sanitárias e fitossanitárias. Mais informação sobre o relacionamento bilateral pode ser consultada no Portal European External Action Service (EEAS). Ambiente de Negócios: Competitividade (Rank no Global Competitiveness Index 2015/16) 72º Facilidade de Negócios Transparência (Rank no Corruption Perceptions Index 2014) (Rank no Doing Business Rep. 2016) 80º Ranking Global (EIU, entre 82 mercados) 75º 66º 2. Economia 2.1. Situação Económica e Perspetivas Com 33,8 milhões de habitantes (60% corresponde a população urbana e 40% a população rural), dos quais 53,3% tem menos de 30 anos, Marrocos caracteriza-se por ter uma maior estabilidade política e económica face a outros países da região. As reformas económicas introduzidas ao longo dos últimos anos, a crescente abertura ao exterior, o assinalável investimento em infraestruturas e a aposta num conjunto de setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do país, mudaram de forma muito positiva a face económica de Marrocos, que se traduziu numa notável evolução do setor financeiro, dos serviços e da indústria. Apesar disso, a realidade económica marroquina caracteriza-se ainda por uma significativa volatilidade do seu crescimento em virtude da excessiva dependência do setor agrícola, que representa entre 12% e 1 18% do produto interno bruto (PIB) e emprega cerca de 40% da população ativa, sendo que fracos desempenhos neste setor, que depende muito das condições climáticas, provocam efeitos nefastos, sobretudo ao nível do consumo privado. 1 Segundo estimativas do Haut Commissariat au Plan, em 2014 o setor agrícola representou 13,5% do PIB do país. 5 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) De forma gradual, os restantes setores de atividade têm vindo a registar um maior desenvolvimento, nomeadamente a indústria, que contribui com cerca de 28% para o PIB e absorve 13% da população empregada, destacando-se a indústria transformadora, nomeadamente os produtos agroalimentares, produtos químicos e a indústria têxtil e do couro. Tem sido preocupação do Governo diversificar a economia, apostando na promoção de indústrias de maior valor acrescentado - automóvel, aeronáutica e elétrica e eletrónicas -, existindo vários parques tecnológicos ao longo do país. De salientar que foi lançada uma nova estratégia industrial para sete anos (2014-2020), com um ambicioso programa que visa reforçar a contribuição da indústria para o aumento PIB e para a criação de emprego. De referir ainda que o tecido industrial é caracterizado pelo peso das PME, que representam cerca de 85% do setor (93% no caso da indústria transformadora), existindo um pequeno grupo de grandes empresas industriais no setor privado. O setor dos serviços continua a ter um papel predominante na economia do país (aproximadamente 59% do PIB), com o turismo, os transportes e comunicações, o comércio e a construção e obras públicas a assumirem particular destaque. De salientar o elevado investimento público que foi feito em infraestruturas (estradas, autoestradas, portos, aeroportos, linhas de alta velocidade, zonas industriais, entre outras) de que se destaca a expansão do porto Tanger Med com repercussões no desenvolvimento dos serviços de logística. Muito embora o desempenho da economia marroquina tenha registado grandes flutuações ao longo dos últimos anos, em grande parte devido à evolução do setor agrícola, às oscilações do preço do petróleo 2 (produto que mais pesa nas importações do país), à flutuação dos preços dos fosfatos e à conjuntura económica internacional, sobretudo da União Europeia, é de assinalar que no período 1996-2011, o crescimento médio anual do PIB atingiu cerca de 4,5%. Por outro lado, dado que a taxa média de crescimento anual da população foi de 1,7%, assistiu-se a um considerável aumento do PIB per capita, que se situa atualmente em cerca de 3 250 USD. Em 2012 verificou-se um abrandamento da atividade económica, com o PIB a fixar-se em 2,7% (5% em 2011), devido ao impacto negativo da recessão económica na Zona Euro – principal parceira comercial de Marrocos e principal fonte de receitas de turismo e de remessas de emigrantes – e à quebra de 3 produção no setor agrícola (-9,2%) . Em 2013 o crescimento económico alcançou 4,4%, em linha com o bom desempenho do setor agrícola (+19%) e da procura interna, beneficiando ainda de uma envolvente externa mais favorável. O menor crescimento verificado em 2014 (2,4%) deveu-se sobretudo a um pior desempenho do setor agrícola, já que os restantes setores evoluíram favoravelmente (aumento de 2%), com destaque para o setor mineiro, e a um abrandamento da atividade económica na Zona Euro. Para o corrente ano, devido a um contributo muito favorável do setor agrícola (com um impacto significativo ao nível do consumo privado) e à queda do preço das matérias-primas, particularmente do petróleo, deverá verificar-se um maior dinamismo da atividade económica, apontando as projeções da 2 Marrocos é o principal produtor e exportador de fosfatos a nível mundial, detendo cerca de 30% das reservas mundiais. Em consequência das condições climáticas desfavoráveis, em 2012 a colheita de trigo registou uma quebra de 34% relativamente ao ano anterior. 3 6 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 4 EIU (Economist Intelligence Unit) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para taxas de crescimento 5 do PIB de 4,8% e 4,9%, respetivamente, enquanto o Haut Commissariat au Plan prevê 4,4% . As projeções da EIU para os próximos anos (ver quadro abaixo), apontam para uma taxa de crescimento do PIB superior a 4%, em linha como a projetada recuperação da Zona Euro e de um reforço dos laços económicos com os mercados de rápido crescimento do Médio Oriente e da África Subsariana. Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade População 2012 a 2014 a b 2015 b 2016 b 2017 33,5 c 33,8 34,4 34,8 35,2 9 847,9 901,4 924,8 987,9 1 047,2 1 117,4 9 107,6 110,4 102,3 106,7 120,7 c 3 250 2 980 3 060 3 420 PIB a preços de mercado 1 10 MAD PIB a preços de mercado 1 10 USD 98,6 USD 2 990 Crescimento real do PIB a 33,0 Milhões PIB per capita 2013 3 220 % 2,7 4,7 2,4 4,8 4,1 4,3 2 Var. % 3,3 2,8 4,0 4,4 4,1 4,6 2 Var. % 7,9 4,2 1,8 2,0 3,7 3,6 Var. % 1,6 -1,5 -0,4 1,9 3,9 4,2 Taxa de desemprego % 9,0 9,2 9,7 9,4 9,4 9,3 Taxa de inflação (média) % 1,3 1,9 0,4 1,5 1,6 2,1 73,1 73,8 73,5 Consumo privado Consumo público Formação bruta de capital fixo 2 Dívida pública % do PIB 69,5 70,6 73,4 c Dívida externa % do PIB 34,3 36,5 41,3 c 45,0 44,6 41,0 % do PIB -7,4 -5,2 -4,9 c -4,4 -4,8 -4,3 Saldo do setor público d Saldo da balança corrente 10 USD 6 -9 843 -8 692 -6 563 c -3 313 -3 983 -5 108 Saldo da balança corrente % do PIB -10,0 -8,1 -5,9 c -3,2 -3,7 -4,2 Taxa de câmbio (média) 1USD=xMAD 8,60 8,38 8,38 9,66 9,81 9,26 Taxa de câmbio (média) 1EUR=xMAD 11,06 11,13 11,14 10,62 10,40 10,37 Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) – ViewsWire September 14th 2015 Notas: (a) Valores efetivos; (b) Previsões; (c) Estimativas; (1) Preços correntes; (2) Preços constantes (d) Excluindo receitas de privatizações; MAD – Dirham Marroquino A taxa de inflação tem-se mantido controlada, devido, particularmente, a subvenções por parte do Estado de um conjunto de produtos básicos (combustíveis e alguns bens alimentares), através do 6 mecanismo da caixa de compensação . Os dados relativos a 2014 indicam que o índice de preços ao consumidor baixou para 0,4% (1,9% em 2013), em virtude da evolução favorável dos preços do petróleo no mercado internacional. As projeções para 2015-2016 referem uma taxa de inflação da ordem de 1,5%-1,6%, em resultado de um aumento da procura interna e de uma depreciação da moeda face ao 4 World Economic Outlook, October 2015. Point de conjoncture, octobre 2015. 4 Em 2008, quando os preços do petróleo e dos produtos alimentares registaram uma subida acentuada, o montante dos subsídios correspondeu a 5% do PIB, tendo baixado para 2,5% do PIB em 2010; o Governo está empenhado em que este montante continue a diminuir, tendo vindo a ser tomadas medidas para o efeito. Em 2014 foram liberalizados os preços dos combustíveis (gasolina e gasóleo). 5 7 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) dólar americano. Contudo, um pior desempenho do setor agrícola poderá provocar uma subida de preços dos bens alimentares, que se irá refletir na taxa de inflação. A taxa de desemprego atingiu 9,7% da população ativa no último ano, devendo baixar para 9,4% em 2015 e 2016. De salientar que a metodologia utilizada para o apuramento deste indicador, inclui no conceito de emprego tanto o trabalho remunerado como o não remunerado (aprendizes e trabalho familiar), sendo que este último assume uma expressão muito significativa nos meios rurais. O desemprego atinge sobretudo os jovens entre os 15 e os 24 anos, os diplomados de nível superior e os que procuram o primeiro emprego. Depois de um período de relativo equilíbrio, a balança corrente sofreu um forte agravamento nos últimos anos, estimando-se um défice superior a 6,5 mil milhões de USD em 2014, correspondente a 5,9% do PIB, o que representou um desagravamento face ao exercício anterior (8,1% do PIB). A melhoria verificada no último ano resulta dos bons resultados alcançados pelas novas indústrias, especialmente o setor automóvel, e pela descida do preço do petróleo. As projeções para 2015 apontam para um défice da balança corrente da ordem de 3,2% do PIB, em consequência de um aumento das exportações (fruto da recuperação dos preços do fosfato e do contributo da indústria transformadora), de uma redução da 7 dependência das importações de petróleo e da previsível diminuição dos preços desta commodity e, finalmente, de maiores excedentes nas transferências correntes (onde se destacam as remessas dos emigrantes, grande parte deles a trabalhar na Europa). Ao longo dos próximos anos a tendência revelase menos favorável, apontando a EIU para um défice da balança corrente da ordem de 4,2% do PIB em 2017 em virtude de um previsível agravamento do défice comercial. 8 Ao contrário dos anos precedentes, em que o saldo orçamental apresentava valores positivos, em 2009 verificou-se um défice das contas públicas correspondente a 2,7% do PIB, em resultado de um recuo das receitas fiscais superior a 15% face a 2008. Posteriormente, em consequência de políticas expansivas destinadas a estimular a procura interna, permitindo fazer face à crise económica europeia e garantir a paz social, o défice do setor público registou um assinalável agravamento (7,4% do PIB em 2012) embora nos últimos anos se tenha verificado uma inversão desta tendência. Em 2014, o défice orçamental fixou-se em 4,9% do PIB fruto da redução do valor das subvenções pela caixa de compensação (eliminação das subvenções da gasolina e do gasóleo) e dos esforços desenvolvidos no sentido de tornar o sistema fiscal mais eficiente. As projeções para o corrente ano revelam a continuação desta tendência, apontando a EIU e as autoridades locais para um défice orçamental da ordem de 4,4% do PIB. O peso da dívida pública continuou a aumentar, estimando-se que tenha correspondido a 73,4% do PIB em 2014, enquanto a dívida externa terá alcançado 41,3 do PIB. As projeções apontam para um ligeiro desagravamento da dívida pública em 2015 (73,1% do PIB), devendo verificar-se uma inversão desta tendência nos anos seguintes. De referir que em agosto de 2012 o FMI aprovou uma linha de crédito (PLL – Precautionary Liquidity Line) de 6,2 mil milhões de USD, a 2 anos, que permitiu às autoridades 7 8 Marrocos está a apostar nas energias renováveis (solar, eólica e hídrica). Não inclui receitas de privatizações. 8 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) marroquinas fazer face às necessidades de financiamento e prosseguir a sua agenda de reformas estruturais, visando o desenvolvimento da economia do país. À luz desta experiência positiva, as autoridades marroquinas solicitaram a assinatura de um novo acordo, por um período de dois anos (aprovado em julho de 2014), que pudesse constituir um fator de segurança face a riscos externos e permitisse dar continuidade ao programa de reformas estruturais. O Bank al-Maghrib (banco central) mantem o dirham indexado a um cabaz de divisas em que o peso relativo de cada divisa é teoricamente determinado pela sua importância no comércio externo de Marrocos. Em abril de 2015, o Banco Al-Maghrib decidiu atualizar a ponderação do dihram face ao euro e ao dólar, passando de 80%/20% para 60%/40% respetivamente, o que representou um primeiro passo para um modelo de taxas de câmbio mais flexível. 9 Embora persistam alguns indicadores mais desfavoráveis , é de salientar que, como já referimos, Marrocos tem feito um esforço no sentido da diversificação da sua economia, no desenvolvimento e modernização das suas infraestruturas e tem registado progressos assinaláveis ao nível das condições de vida da sua população. Em termos do setor industrial, o Governo apostou na criação de 22 plataformas integradas (previstas no Pacto Nacional de Emergência Industrial, incluindo setores especialmente vocacionados para a exportação), a agricultura foi reorganizada em fileiras (setor de grande importância, objeto de um plano denominado Marrocos Verde) e o país deu mostras de um estilo de vida moderno e urbano, com o setor da logística, centros comerciais e franchising a registarem grande desenvolvimento. Também na área da distribuição foi criado o Plano de Ação Rawaj, com o objetivo de modernizar o comércio interno em termos de infraestruturas, regulamentos e boas práticas. De salientar ainda que, de acordo com diversos relatórios de organizações internacionais – Fórum Económico Mundial, Banco Mundial e “The Heritage Foundation” – é possível identificar importantes avanços ao nível da estabilidade política, do quadro macroeconómico, do sistema financeiro, da abertura da economia, da facilidade de constituição de empresas e dos procedimentos aduaneiros. Os relatórios sublinham, no entanto, que certos constrangimentos entravam a competitividade do país, como sejam a justiça, o mercado de trabalho, a burocracia, a proteção dos investidores, a inovação, pesquisa e desenvolvimento e a qualidade do sistema de ensino e formação profissional. 2.2. Comércio Internacional Marrocos assume um lugar relativamente modesto no comércio mundial, particularmente na qualidade de exportador, ocupando, em 2014, a 70ª posição do ranking, com uma quota de 0,12% das exportações mundiais, e a 55ª enquanto importador, com uma quota de 0,24%. Nos últimos anos, as transações comerciais marroquinas registaram um assinalável crescimento, impulsionadas pelo desenvolvimento económico do país e pela sua integração nos mercados internacionais. No entanto, essa abertura comercial teve como consequência o agravamento do défice 9 Nomeadamente em termos de uma economia informal muito significativa (que prejudica seriamente as finanças públicas), de um setor público sobredimensionado e de um rendimento per capita ainda baixo. 9 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) comercial, situação que se começou a inverter a partir de 2013. Assim, a balança comercial marroquina é estruturalmente deficitária, com uma taxa de cobertura das importações que passou de valores próximos de 70% na década de 90 para 41,5% em 2010, tendo subido para 49,5% em 2014, ou seja, as exportações representam menos de metade das importações do país. Evolução da Balança Comercial 6 (10 USD) 2010 2011 2012 2014a 2013 Exportação 12 309 15 946 16 992 18 262 19 950 Importação 29 627 37 333 38 877 39 854 40 269 -17 318 -21 387 -21 885 -21 592 -20 319 41,5 42,7 43,7 45,8 49,5 Como exportador 71ª 70ª 71ª 71ª 70ª Como importador 56ª 56ª 57ª 56ª 55ª Saldo Coeficiente de cobertura (%) Posição no “ranking” mundial Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) e Organização Mundial de Comércio (OMC) Nota: (a) - Estimativas Em 2013 o défice comercial registou um desagravamento de 1,3% face ao ano anterior, apontando as estimativas relativas a 2014 para um aumento das exportações da ordem de 9,2%, enquanto as importações terão registado um crescimento de 1%, com implicações positivas em termos de défice comercial, que terá atingido 20,3 mil milhões de USD (-5,9% face a 2013), representando cerca de 18% do PIB. Segundo dados do Haut Commisariat au Plan, no terceiro trimestre do corrente ano, face ao período homólogo de 2014, verificou-se um crescimento das exportações de 5,3%, enquanto as importações recuaram 0,9%. O aumento das exportações deveu-se, sobretudo, ao contributo dos setor automóvel e indústria eletrónica, embora os setores do vestuário e calçado também tenham tido um desempenho positivo. Para a queda das importações contribuíram, fundamentalmente, os produtos energéticos e alimentares. A União Europeia é o principal parceiro comercial de Marrocos (representou 62,8% das exportações do país e 51,1% das importações em 2014), impondo-se as razões históricas que fazem de Espanha e França os seus principais mercados de exportação e importação. De salientar que em 2014 Espanha passou a ser o principal cliente de Marrocos (lugar até então ocupado por França), sendo que em 2012 já se tinha constituído como principal fornecedor. Segundo dados do International Trade Centre relativos a 2014, estes dois países foram o destino de cerca de 42,3% das vendas e a origem de 26,7% das compras marroquinas ao exterior. 10 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Em termos de comércio externo marroquino por país, é de sublinhar que os principais défices comerciais dizem respeito à balança com a China, Estados Unidos da América, Arábia Saudita, Rússia, Alemanha, Itália, França, Turquia e Argélia. Em 2014 Portugal ocupou o 13º lugar do ranking de clientes e de fornecedores, com quotas de mercado de 1,2% e 2,0%, respetivamente. No contexto da UE, Portugal posicionou-se em 8º lugar enquanto cliente e em 7º como fornecedor. O Acordo de Associação com a UE (abolição de direitos aduaneiros para produtos industriais com certificado Euro 1), reforçado com a adoção do Estatuto Avançado, continuará a assegurar a posição especial da União no comércio marroquino, embora os acordos de livre comércio assinados entre Marrocos e os EUA, bem como com diversos outros Estados, nomeadamente a Turquia, ajudem gradualmente a diversificar mercados. Principais Clientes 2012 2013 2014 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição Espanha 16,5 2ª 18,9 2ª 21,8 1ª França 21,6 1ª 21,5 1ª 20,3 2ª Brasil 5,9 3ª 6,0 3ª 4,7 3ª Itália 3,7 6ª 3,8 5ª 4,3 4ª Estados Unidos da América 4,3 5ª 4,2 4ª 3,6 5ª Portugal 1,2 15ª 1,3 14ª 1,2 13ª Fonte: International Trade Centre (ITC) Principais Fornecedores 2012 2013 2014 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição Espanha 13,2 1ª 13,5 1ª 13,4 1ª França 12,4 2ª 12,9 2ª 13,3 2ª China 6,6 3ª 6,9 4ª 7,7 3ª Estados Unidos da América 6,4 4ª 7,5 3ª 7,2 4ª Arábia Saudita 6,3 5ª 6,2 5ª 5,4 5ª Portugal 1,6 14ª 2,3 12ª 2,0 13ª Fonte: International Trade Centre (ITC) Segundo dados do International Trade Centre, em 2014, as principais exportações marroquinas foram constituídas por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,9% do total), veículos automóveis e partes 11 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 10 (10,3%) , vestuário e seus acessórios, exceto de malha (10,2%), adubos e fertilizantes (8,7%) e produtos químicos inorgânicos (6,5%) que, em conjunto, representaram 51,6% dos produtos vendidos ao exterior. De acordo com o Office des Changes, a estrutura das exportações marroquinas é constituída por três grandes grupos de produtos: bens de consumo não-alimentares (25,5% em 2013), produtos semiacabados (24,4%) e produtos alimentares (18,1%). Principais Produtos Transacionados – 2014 Exportações / Setor % Importações / Setor % Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 15,9 Combustíveis e óleos minerais 23,9 Veículos automóveis e partes 10,3 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 8,6 Vestuário e seus acessórios, exc. de malha 10,2 Máquinas e aparelhos mecânicos 8,4 Adubos e fertilizantes 8,7 Veículos automóveis e partes 7,2 Produtos químicos inorgânicos 6,5 Cereais 4,7 Fonte: International Trade Centre (ITC) Por outro lado, as importações são constituídas fundamentalmente por combustíveis e óleos minerais (23,9% em 2014), máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos (17%), veículos automóveis e partes (7,2%) e cereais (4,7%) que, em conjunto, representaram 52,8% das compras ao exterior em 2014. 2.3. Investimento De acordo com o World Investment Report 2015 publicado pela UNCTAD, os dados relativos aos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) revelam que Marrocos não é um player a nível mundial nesta área, ocupando posições modestas nos respetivos rankings, e recebe maiores fluxos de investimento estrangeiro do que aqueles que emite. No entanto, nos últimos anos, o país registou aumentos significativos de IDE, o qual totalizou cerca de 3,6 mil milhões de USD em 2014 (+9% face ao ano anterior), colocando Marrocos no 52º lugar do ranking mundial enquanto recetor. Investimento Direto 6 (10 USD) 2010 Investimento estrangeiro em Marrocos 2011 2012 2013 2014 1 573,9 2 568,4 2 728,4 3 298,1 3 582,3 588,8 179,0 406,1 332,0 443,7 Como recetor 70ª 59ª 66ª 51ª 52ª Como emissor 60ª 70ª 65ª 62ª 59ª Investimento de Marrocos no estrangeiro Posição no “ranking” mundial Fonte: 10 UNCTAD - World Investment Report 2015 Em 2013 foi o 4º grupo de produtos mais exportado, representando 7,5% das vendas do país ao exterior. 12 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Entre 2010 e 2014 Marrocos recebeu uma média anual de 2,8 mil milhões de USD de investimento direto estrangeiro e, segundo estimativas da EIU referentes ao último ano, o stock total de IDE ascende a cerca de 55,4 mil milhões de USD, correspondendo a 50,2% do PIB e a 1 633 USD per capita. Ao analisarmos o investimento direto estrangeiro por país de origem, dados disponibilizados pelo Office des Changes relativos a 2013, revelam a preponderância da França, seguida por Singapura, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido. No que se refere aos setores de atividade, em 2013 o IDE dirigiu-se fundamentalmente para a indústria, a energia, o turismo, a banca e os seguros, a construção e o comércio. Ao longo dos últimos anos foram concretizados importantes projetos de investimento em diversos setores de atividade, particularmente nos seguintes: Indústria - fábrica da Renault em Tanger e, por arrasto, outras empresas de componentes auto como a Bamesa, Schlemmer, Delphi, Lear, Denso, entre outras; Bombardier (aeronáutica); Gervais Danone e Mondelez International (agroalimentar) e Sanofi-Aventis (farmacêutico); Energia – Grupo TAQA (EAU); Grupo Acwa (Arábia Saudita) e GDF Suez / International Power (França); Banca e Seguros – Qatar National Bank e Abraaj Capital (EAU); Comércio – Arisaig Africa Consumen Fund Limited (Singapura): Imobiliário – com destaque para os diversos investimentos dos países do Golfo através dos respetivos fundos soberanos (Emirados Árabes Unidos, Koweit, Qatar e o Bahrein ); Al Futtaim e Sonae Sierra; Saudi Binladin Group (SBG); Pierre & Vacances; Amer Group; Acwa Group e Four Seasons. A política de promoção do investimento continua a constituir um dos eixos fundamentais da estratégia de desenvolvimento do país, tendo em conta o seu papel determinante na concretização dos objetivos nacionais, sobretudo em termos de crescimento económico sustentado e da criação de empregos. Relativamente ao investimento direto de Marrocos no estrangeiro, o World Investment Report 2015 revela que o mesmo não foi além de 443,7 milhões de USD em 2014 (+33% face ao ano anterior), o que coloca o país na 59ª posição a nível mundial enquanto mercado emissor. A França é um recetor habitual de investimento direto marroquino, seguida do Reino Unido e de Espanha, mas nos últimos anos o continente africano tem assumido uma posição de relevo, com destaque para os seguintes países: Costa do Marfim, Togo, Mali e Camarões. A banca e serviços financeiros, as telecomunicações, as atividades imobiliárias, os transportes e a indústria são as áreas que atraíram maiores fluxos de investimento marroquino. 13 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 2.4. Turismo O turismo é um dos principais motores de crescimento da economia marroquina (representa cerca de 12% do PIB, segundo dados do Ministério do Turismo) e tem um papel fundamental no equilíbrio da balança de pagamentos e enquanto atividade empregadora (gera cerca de 505 mil empregos diretos), continuando a ser considerado pelas autoridades como um setor prioritário. Neste sentido, foi lançado o ambicioso Plano Vision 2020, que surge na sequência do anterior Vision 2010, iniciado em 2001. Com o Plano Vision 2020, pretende-se duplicar a dimensão do setor turístico e colocar Marrocos entre os vinte principais destinos turísticos mundiais. Concretamente, o plano visa atrair 18,6 milhões de turistas em 2020, aumentar a sua capacidade de alojamento em 200 mil camas, incrementar as receitas turísticas para um montante de 16,6 mil milhões de USD e gerar 470 000 novos postos de trabalho. Nos últimos anos, o número de turistas tem aumentado de forma gradual, tendo alcançado 10,3 milhões em 2014 (+2,4% face ao ano anterior), segundo dados da World Tourism Organization (WTO). Nestes, incluem-se os cidadãos marroquinos residentes no estrangeiro (MRE, que representaram 47% do total em 2014), que visitam com frequência o seu país nas férias de verão e são um importante fator de equilíbrio da balança de invisíveis correntes. As autoridades têm vindo a promover um programa especial de acolhimento, para que os MRE não percam o contacto com o seu país de origem, sobretudo as segunda e terceira gerações. Indicadores do Turismo 2010 a 6 Turistas (10 ) b 9 Receitas (10 USD) 2011 2012 2013 2014 9,3 9,3 9,4 10,0 10,3 6,7 7,3 6,7 6,9 7,1 Fonte: WTO – World Tourism Organization Notas: (a) Inclui visitantes nacionais a residir no estrangeiro (b) Não inclui as receitas de transporte De acordo com as estatísticas da WTO, em 2014 Marrocos ocupou a 29ª posição enquanto recetor de turistas a nível mundial e colocou-se em 39º lugar no que se refere às receitas provenientes do setor do turismo. Os mercados emissores mais representativos são a França (17% do total em 2014), Espanha (7%), Reino Unido (5%), Bélgica (3%), Alemanha (2%), Itália (2%) e Países Baixos (2%). Os dados relativos a 2014 ficaram ligeiramente abaixo das projeções do Office National Marocain du Tourisme, que previa a entrada de 10,7 milhões de turistas em 2014, projetando um crescimento médio anual de 8% para o período 2014-2016, com um horizonte de mais de 12 milhões de turistas em 2016. Nesse sentido, está a ser feita uma aposta em mercados considerados estratégicos, como França, Reino Unido, Alemanha e Espanha, não descurando a abordagem a novos mercados. 14 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 3. Relações Económicas com Portugal 3.1. Comércio de Bens e Serviços Marrocos representa um importante mercado para o comércio internacional português de bens e serviços (quota de 0,84% enquanto cliente e de 0,27% como fornecedor, em 2014) e com um potencial de crecimento considerável. Quota de Marrocos no Comércio Internacional Português de Bens e Serviços Unidade 2010 2011 2012 2013 2014 Marrocos como cliente de Portugal % Export. 0,61 0,66 0,73 1,07 0,84 Marrocos como fornecedor de Portugal % Import. 0,21 0,24 0,29 0,27 0,27 Fonte: Banco de Portugal A balança comercial de bens e serviços entre Portugal e Marrocos é tradicionalmente favorável ao nosso país, tendo o saldo alcançado 406,9 milhões de euros em 2014 (-26% face ao ano anterior). De salientar que no período 2010-2014, o crescimento médio anual das exportações e das importações foi de 19,1% e 7,4%, respetivamente. Balança Comercial de Bens e Serviços de Portugal com Marrocos 6 (10 EUR) 2010 2011 2012 2013 2014 Var% a 14/10 Var% b 14/13 Exportações 327,7 408,9 470,3 732,3 592,8 19,1 -19,0 Importações 141,3 165,5 186,8 179,3 185,9 7,4 3,7 Saldo 186,4 243,5 283,5 553,0 406,9 -- -- Coef. Cobertura (%) 231,9 247,1 251,8 408,4 318,8 -- -- Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010-2014 (b) Taxa de variação homóloga 2013-2014 Devido a diferenças metodológicas de apuramento, o valor referente a "Bens e Serviços" não corresponde à soma ["Bens" (INE) + "Serviços" (Banco de Portugal)]. Componente de Bens com base em dados INE, ajustados para valores f.o.b. Um aspeto a salientar nas trocas comerciais com Marrocos é o facto de as exportações serem fundamentalmente constituídas por bens, existindo um maior equilíbrio em termos de importações. No último ano, 93,5% das nossas exportações e 67,5% das importações corresponderam a bens, enquanto 6,5% e 32,5% das mesmas foram de serviços, registos que comparam com os pesos de 67,5% e 82,6% dos bens nas exportações e importações totais de Portugal. 15 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 3.1.1. Comércio de Bens No que se refere ao comércio de bens, Marrocos destaca-se enquanto destino das exportações portuguesas, já que no que se refere à origem das importações a sua posição é bastante mais modesta. Em 2014, Marrocos foi o 13º cliente de Portugal (11ª em 2013) e o 6º fora do espaço europeu, depois de Angola, EUA, China, Brasil e Argélia, representando 1,2% das exportações portuguesas (1,6% em 2013). Nos primeiros oito meses do corrente ano, o seu peso no valor global das exportações portuguesas aumentou duas décimas, posicionando-se no 11º lugar do ranking de clientes. Posição e Quota de Marrocos no Comércio Internacional Português de Bens 2010 2011 2012 2013 2014 2015 jan/ago Posição 15ª 15ª 13ª 11ª 13ª 11ª % Export. 0,81 0,91 1,02 1,55 1,22 1,42 Posição 45ª 37ª 38ª 38ª 40ª 38ª % Import. 0,19 0,23 0,28 0,25 0,23 0,27 Marrocos como cliente de Portugal Marrocos como fornecedor de Portugal Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) Enquanto fornecedor, Marrocos foi responsável por 0,23% do total das importações portuguesas em 2014 (40ª posição). Até agosto do corrente ano, o seu peso no valor global das importações registou uma ligeira progressão, posicionando-se no 38º lugar do ranking de fornecedores. No contexto do comércio externo marroquino, e de acordo com os dados divulgados pelo International Trade Centre (ITC) relativos a 2014, verifica-se que Portugal ocupa o 13º lugar enquanto fornecedor, com uma quota de 2% nas importações de Marrocos. Como cliente, Portugal detém também a 13ª posição, com uma quota de 1,2% nas exportações marroquinas. As transações comerciais entre os dois países são tradicionalmente favoráveis a Portugal, com as exportações portuguesas a apresentarem, no período 2010-2014, um crescimento médio anual de 21,6%, enquanto as importações registaram um aumento de 6,6%. No último ano, as exportações portuguesas para o mercado marroquino atingiram 587,3 milhões de euros, traduzindo-se num decréscimo de 19,8% relativamente a 2013 (quando totalizaram 732,6 milhões de euros). Por outro lado, as importações alcançaram 136,5 milhões de euros, o que representou um decréscimo de 5,0% em relação a 2013. O saldo da balança comercial ascendeu a 450,8 milhões de euros, o segundo valor mais elevado do período em análise (2010-2014), a que correspondeu um coeficiente de cobertura das importações de 430%. 16 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Os últimos dados disponíveis, relativos ao período de janeiro a agosto de 2015, e quando comparados com os do período homólogo do ano anterior, indicam um aumento das exportações portuguesas para Marrocos de 18,0%, enquanto as importações registaram um crescimento de 10,0%. Balança Comercial de Bens de Portugal com Marrocos Exportações 302,2 388,0 459,2 732,6 Var.% a 14/10 587,3 21,6 Importações 109,6 139,0 156,6 143,7 136,5 6,6 96,6 106,2 10,0 Saldo 192,6 249,0 302,6 588,9 450,8 -- 303,5 366,0 -- Coef. Cobertura (%) 275,7 279,1 293,2 509,9 430,3 -- 414,2 444,6 -- 6 (10 EUR) 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010 – 2014 jan/ago jan/ago Var % b 2014 2015 15/14 400,0 472,1 18,0 (b) Taxa de variação homóloga Período 2010 a 2013 – resultados definitivos; 2014 – resultados provisórios; 2015 – resultados preliminares A estrutura das exportações portuguesas para Marrocos, por grandes grupos de produtos, revela uma predominância dos metais comuns (26,4% do total em 2014), dos combustíveis minerais (22,3%) e das máquinas e aparelhos (12,6%) que, em conjunto, representaram 61,3% das exportações totais em 2014 (70,1% em 2013). Das restantes categorias de produtos, destacam-se ainda os plásticos e borracha (8,7%), madeira e cortiça (4,7%), matérias têxteis (4,3%), pastas celulósicas e papel (4,0%) e produtos químicos (3,4%). Ao contrário das exportações de metais comuns, que registaram uma ligeira subida em 2014 (+1,2% face ao ano anterior), as exportações de combustíveis minerais e de máquinas e aparelhos tiveram uma contração de 51,0% e 20,8%, respetivamente. De salientar que, no último ano, Portugal exportou menos 136,2 milhões de euros em combustíveis para Marrocos relativamente a 2013. Nos primeiros oito meses do corrente ano, face ao período homólogo do ano anterior, verificou-se um aumento significativo dos três principais grupos de produtos exportados para Marrocos - combustíveis minerais (+27,5%), metais comuns (+18,6%) e máquinas e aparelhos (+9,6%). Numa análise mais detalhada, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), verifica-se que em 2014 os cinco produtos mais representativos, por ordem decrescente, foram os seguintes: óleos de petróleo ou minerais betuminosos (22,0% do total, com um decréscimo de 48,6% face a 2013); produtos semimanufacturados de ferro ou aço não ligado (8,5%, com um aumento de 99,3%); fio-máquina de ferro ou aço não ligado (8,5%, com uma diminuição de 30,7%); barras de ferro/aço não ligadas (5,7%, com um aumento de 8,7%); fios e outros condutores, isolados para usos elétricos (4,2%, com uma diminuição de 17,1%). 17 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Exportações de Portugal para Marrocos por Grupos de Produtos 6 (10 Euros) 2010 % Total 2010 2013 % Total 2013 2014 % Total 2014 Var % 14/13 Metais comuns 68,6 22,7 153,4 20,9 155,2 26,4 1,2 Combustíveis minerais 14,1 4,7 267,3 36,5 131,1 22,3 -51,0 Máquinas e aparelhos 60,0 19,9 93,2 12,7 73,9 12,6 -20,8 Plásticos e borracha 25,4 8,4 55,3 7,6 51,4 8,7 -7,2 Madeira e cortiça 28,1 9,3 20,7 2,8 27,7 4,7 34,0 Matérias têxteis 21,9 7,3 29,2 4,0 25,2 4,3 -13,7 Pastas celulósicas e papel 16,6 5,5 23,9 3,3 23,2 4,0 -2,7 Químicos 10,4 3,5 17,2 2,3 19,9 3,4 15,6 8,2 2,7 10,9 1,5 12,2 2,1 11,8 23,4 7,7 12,1 1,7 11,0 1,9 -9,1 Peles e couros 1,3 0,4 7,4 1,0 10,7 1,8 44,0 Agrícolas 2,7 0,9 1,8 0,2 7,7 1,3 329,8 Alimentares 4,1 1,3 4,8 0,7 5,4 0,9 13,0 Instrumentos de ótica e precisão 2,9 0,9 2,5 0,3 4,2 0,7 69,8 Calçado 1,8 0,6 1,2 0,2 1,3 0,2 8,1 Vestuário 0,5 0,2 2,7 0,4 1,1 0,2 -60,1 10,6 3,5 29,0 4,0 26,3 4,5 -9,5 Valores confidenciais 1,8 0,6 Total 302,2 100,0 Minerais e minérios Veículos e outro mat. transporte Outros produtos Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Nota: § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2013 § 732,6 100,0 587,3 100,0 -19,8 Em termos de grau de intensidade tecnológica, dados do GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos (Ministério da Economia) indicam que a estrutura das exportações de produtos industriais transformados é dominada pelos bens de média-baixa tecnologia, com 57,9% do total em 2014, seguindo-se os produtos de média-alta tecnologia (23,6%), de baixa tecnologia (16,9%) e de alta tecnologia (1,5%). De assinalar que as exportações de produtos industriais transformados representaram, no último ano, 96,2% das exportações totais para Marrocos. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ao longo dos últimos anos registou-se um aumento considerável do número de empresas portuguesas envolvidas na exportação de bens para Marrocos, sendo de destacar o ano de 2013, com 1 215 empresas exportadoras. No último ano estiveram envolvidas 1 210 empresas, menos 5 empresas comparativamente a 2013. Relativamente às importações provenientes de Marrocos, assiste-se a uma forte concentração em dois grupos de produtos - máquinas/aparelhos e produtos agrícolas - que representaram 54,2% das importações totais em 2014, com particular destaque para o grupo das máquinas e aparelhos, que detém uma quota de 39,3%. Tanto as importações de máquinas e aparelhos como de produtos agrícolas regrediram no último ano face a 2013 (-2,7% e -37,1%, respetivamente). 18 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Das restantes categorias de produtos, destacam-se ainda os produtos químicos (9,6% das importações em 2014), vestuário (9,3%) e madeira e cortiça (8,6%). As importações relativas a estes três grupos de produtos registaram aumentos assinaláveis em 2014 face ao ano anterior. Importações de Portugal Provenientes de Marrocos por Grupos de Produtos 6 (10 Euros) % Total 2010 2010 2013 % Total 2013 2014 % Total 2014 Var % 14/13 Máquinas e aparelhos 46,7 42,6 55,2 38,4 53,7 39,3 -2,7 Agrícolas 14,3 13,1 32,4 22,6 20,4 14,9 -37,1 Químicos 6,0 5,4 9,9 6,9 13,1 9,6 32,3 Vestuário 18,7 17,1 6,3 4,4 12,7 9,3 100,2 Madeira e cortiça 4,8 4,4 9,6 6,7 11,8 8,6 23,3 Plásticos e borracha 2,4 2,1 7,8 5,4 5,5 4,0 -29,4 Minerais e minérios 5,0 4,5 2,8 1,9 4,3 3,2 57,1 Alimentares 2,7 2,4 6,2 4,3 4,0 3,0 -34,9 Peles e couros 1,0 0,9 3,1 2,2 3,4 2,5 11,0 Metais comuns 3,4 3,1 7,3 5,0 2,7 1,9 -63,5 1,7 1,3 § Combustíveis minerais Matérias têxteis 1,3 1,2 1,6 1,1 1,6 1,2 -0,4 Veículos e outro mat. transporte 1,7 1,5 0,9 0,6 0,7 0,5 -15,8 Instrumentos de ótica e precisão 0,0 0,0 0,1 0,1 0,4 0,3 260,7 Calçado 0,7 0,6 0,1 0,0 0,2 0,1 226,3 Pastas celulósicas e papel 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 611,0 Outros produtos 0,8 0,7 0,5 0,3 0,1 0,1 -74,5 Valores confidenciais 0,2 0,2 Total 109,6 100,0 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Nota: § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2013 § 143,7 100,0 136,5 100,0 -5,0 No período de janeiro a agosto do corrente ano, face ao período homólogo do ano anterior, continuou a verificar-se um decréscimo das importações de máquinas e aparelhos (-12%), enquanto as aquisições de produtos agrícolas registaram um aumento muito acentuado (+106,7%). Numa análise mais detalhada (a quatro dígitos da NC), são de destacar os seguintes produtos importados: fios e outros condutores e cabos de fibras óticas, os quais representaram 37,8% do total em 2014; fatos, conjuntos, calças e calções (5,7%); moluscos com ou sem concha, vivos (5,7%); adubos, minerais ou químicos c/ azoto, fósforo e/ou potássio (5,5%) e obras de cortiça natural (5,3%). Considerando as importações de produtos industriais transformados por grau de intensidade tecnológica, verifica-se que a maior representatividade, em 2014, recaiu nos graus média-alta, com 52,9% do total, e baixa, com 38,9%, seguindo-se a média-baixa intensidade (7,1%) e a alta (1,0%). De assinalar que as importações de produtos industriais transformados representaram 92,7% das importações totais. 19 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 3.1.2. Serviços No âmbito dos serviços, e segundo dados do Banco de Portugal, constata-se que Marrocos é mais importante como fornecedor do que como cliente de Portugal. Em 2014, Marrocos absorveu 0,2% das exportações portuguesas de serviços e representou 0,5% das importações (a quota mais elevada dos últimos anos). Quota de Marrocos no Comércio Internacional Português de Serviços Unidade 2010 2011 2012 2013 2014 Marrocos como cliente de Portugal % Export. 0,16 0,16 0,12 0,16 0,16 Marrocos como fornecedor de Portugal % Import. 0,39 0,37 0,42 0,45 0,50 Fonte: Banco de Portugal Ao contrário do que acontece no comércio de mercadorias, na área dos serviços a balança bilateral tem sido, de um modo geral, desfavorável a Portugal. As exportações de serviços para Marrocos atingiram 38,7 milhões de euros em 2014 (o que representou um aumento de cerca de 11,5% relativamente a 2013), enquanto as importações alcançaram 60,5 milhões de euros (+23,0%), o que se traduziu num défice de 21,8 milhões de euros, o mais elevado dos últimos cinco anos. No período 2010-2014, as exportações portuguesas de serviços para Marrocos registaram um crescimento médio anual de 12,3%, enquanto as importações registaram um aumento de 9,8%. Balança Comercial de Serviços de Portugal com Marrocos 6 (10 EUR) 2010 2011 2012 2013 2014 Var % a 14/10 Var% b 14/13 Exportações 26,8 29,9 23,6 34,7 38,7 12,3 11,5 Importações 42,0 41,5 44,7 49,1 60,5 9,8 23,0 -15,2 -11,6 -21,1 -14,4 -21,8 -- -- 63,8 72,1 52,8 70,6 64,0 -- -- Saldo Coef. Cobertura (%) Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010-2014 (b) Taxa de variação homóloga 2013-2014 3.2. Investimento Para o mercado marroquino apenas se encontram disponíveis dados sobre o investimento direto de Portugal no exterior (IDPE), encontrando-se a informação apresentada no âmbito do princípio direcional. Ao longo do período 2010-2014, o investimento direto português em Marrocos, em termos líquidos, apresentou valores maioritariamente negativos, sendo que apenas no último ano se verificou um valor positivo (9,3 milhões de euros). 20 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) No primeiro semestre de 2015 (última informação disponível), o investimento direto português em Marrocos, em termos líquidos, alcançou 4,3 milhões de euros, o que representou uma variação de -26,7% face ao mesmo período do ano anterior. Fluxos de Investimento Direto entre Portugal e Marrocos - Princípio Direcional 2010 IDPE 2011 2012 2013 Var % a 14/10 2014 2014 jan/jun 2015 jan/jun Var % b 15/14 -16,9 -31,5 -3,4 -1,1 9,3 263,8 5,9 4,3 -26,7 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. -- n.d. n.d. -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- IDE Líquido Fonte: Banco de Portugal Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010-2014; (b) Taxa de variação homóloga § - Coef. variação >= 1000% ou valor zero no período 2010-2013 (série 2010-2014) e/ou 2014 (jan/jun) (2014 jan/jun-2015 jan/jun) Princípio Direcional: reflete a direção ou influência do investimento, isto é, o Investimento Direto de Portugal no Exterior (IDPE) e o Investimento Direto do Exterior em Portugal (IDE) n.d. - não disponível O stock de investimento direto de Portugal em Marrocos atingiu o montante de 68,2 milhões de euros em 2014, representando 0,2% do valor global do IDPE. Dados relativos a junho de 2015 indicam que o stock alcançou 73,3 milhões de euros, o que correspondeu a um acréscimo de 16,4% face ao período homólogo de 2014. Posição (stock) de Investimento Direto entre Portugal e Marrocos - Princípio Direcional 2010 dez IDPE 2011 dez 2012 dez 2013 dez 2014 dez Var % a 14/10 2014 jun 2015 jun Var % b 15/14 33,5 86,2 63,6 59,2 68,2 34,9 63,0 73,3 16,4 % Tot Portugal 0,1 0,2 0,1 0,1 0,2 -- 0,1 0,2 -- IDE n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. -- n.d. n.d. -- % Tot Portugal -- -- -- -- -- -- -- -- -- Líquido -- -- -- -- -- -- -- -- -- Fonte: Banco de Portugal Unidade: Posições em fim de período em Milhões de Euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais em 2010 dez-2014 dez; (b) Taxa de variação homóloga 2014 jun-2015 jun Princípio Direcional: reflete a direção ou influência do investimento, isto é, o Investimento Direto de Portugal no Exterior (IDPE) e o Investimento Direto do Exterior em Portugal (IDE) n.d. - não disponível No entanto, se do ponto de vista estritamente financeiro, o investimento português em Marrocos é relativamente baixo, tem-se verificado um interesse crescente pelo mercado, estando a presença de empresas portuguesas calculada em cerca de 200, sendo de notar o reforço da tendência para o incremento das pequenas e médias empresas (PME) nacionais em detrimento das grandes empresas. 21 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Em termos sectoriais, a presença nacional é cada vez mais diversificada. Para além da fileira da construção (construção e obras públicas, cimento, materiais de construção), constata-se de forma crescente, a presença de empresas nas áreas da consultoria e engenharia, confeções, calçado, indústria farmacêutica, energia, agroindústria e serviços, assim como no setor automóvel. A construção e obras públicas assumem um peso significativo na nossa presença em Marrocos. Porém, nos últimos anos, verifica-se uma mudança de paradigma nos contratos ganhos por empresas portuguesas no sentido de projetos mais pequenos, do alargamento a outros segmentos da construção (forte diminuição das grandes infraestruturas e maior especialização em áreas como o tratamento de água, estudos e trabalhos de maior complexidade técnica e qualidade), de maior incorporação tecnológica e destinados a clientes mais diversificados. Em paralelo, os serviços em geral, as tecnologias de informação, a construção de infraestruturas especiais ou os projetos ligados ao saneamento e tratamento de águas e ao ordenamento do território começam a ter um peso relevante no conjunto dos contratos adjudicados a empresas nacionais. Finalmente salienta-se o crescente estabelecimento de empresas portuguesas, produtoras dos mais variados tipos de bens, algumas com pequenas estruturas comerciais e de armazenagem, o que lhes permite chegar junto do cliente final sem terem de passar pela habitual e extensa cadeia de intermediários. 3.3. Turismo No que se refere ao turismo de Marrocos em Portugal e com base nas receitas geradas na hotelaria global, único indicador disponível, verificou-se um crescimento médio anual de 162,1% entre 2010 e 2014, que se ficou a dever ao bom desempenho dos últimos dois anos. Em 2014, as receitas atingiram 2,8 milhões de euros, o que correspondeu a uma variação de 65,9% face ao ano anterior. Turismo de Marrocos em Portugal 2010 6 Receitas (10 EUR) % Total c d 2011 2012 2013 Var % a 14/10 2014 Var % b 14/13 0,7 0,4 0,2 1,7 2,8 162,1 65,9 0,01 0,00 0,00 0,02 0,03 -- -- Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2010-2014 (b) Taxa de variação homóloga (c) Inclui apenas a hotelaria global (d) Refere-se ao total de estrangeiros 22 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 4. Condições Legais de Acesso ao Mercado 4.1. Regime Geral de Importação As trocas comerciais de Marrocos com o exterior regem-se pelo disposto na Lei n.º 13-89, de 1992 (com alterações posteriores) e no Decreto n.º 2-93-415, de 1993 (com alterações). De acordo com esta legislação, praticamente todas as mercadorias podem ser importadas livremente mas com respeito pelos limites impostos à proteção da moral, segurança e ordem públicas, da saúde, da fauna e flora, do património histórico, arqueológico e artístico nacional, ou para preservar a posição financeira do país. Neste contexto, existem produtos cuja importação se encontra proibida e produtos cuja importação se encontra sujeita a formalidades específicas. Os interessados podem aceder a informação sobre os bens em causa no site Administration des Douanes et Impôts Indirect, clicando em “Entreprises & Professionells” / “Entreprises” / “Dédouanement à l’Importation” / “Importations prohibée” ou “Importations avec formalités”. No que concerne aos produtos cuja importação é efetuada livremente apenas se exige que o importador solicite, junto de uma instituição bancária autorizada para o efeito, um Engagement d’Importation (documento indispensável à tramitação aduaneira e à regularização dos pagamentos com uma validade de 6 meses / consultar ponto 1, do Guia Procédures d’importation). No caso dos produtos sujeitos a contingentes pautais, os importadores devem entregar um Demande de Franchise Douanière junto do Ministère Chargé du Commerce Extérieur; consultar ponto 4, do Guia Procédures d’importation. Os produtos alimentares estão sujeitos a rigorosa regulamentação sanitária. Assim, a importação de animais vivos e produtos de origem animal deve ser acompanhada de um certificado veterinário, ficando estes ainda submetidos a inspeção prévia, por parte das autoridades locais. No que respeita aos produtos vegetais, é necessária a apresentação de um certificado fitossanitário, no qual deve constar que os mesmos se encontram livres de parasitas e foram embalados de acordo com as normas sanitárias em vigor (consultar ponto 7, do Guia Procédures d’importation). Por sua vez, os produtos farmacêuticos devem obter a concordância do Ministère de la Santé solicitada pelo importador. Nesta sequência, no que diz respeito aos produtos de origem animal (ex.: carnes; lacticínios; ovos) e de produtos de origem vegetal (ex.: plantas; frutas; sementes; e legumes), as empresas portuguesas devem previamente inquirir, respetivamente, junto da Divisão de Internacionalização e Mercados e Direção de Serviços de Sanidade Vegetal, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), sobre a possibilidade de realizar a exportação dos seus produtos para Marrocos. Com efeito, pode não ser possível, desde logo, exportar produtos de origem animal ou vegetal para este mercado pelo facto de Portugal não se encontrar habilitado para a exportação (necessidade de acordo entre os serviços 23 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) veterinários/fitossanitários de Portugal e país de destino no que se refere ao procedimento e/ou modelo de certificado sanitário/fitossanitário). As barreiras não tarifárias às exportações do setor agroalimentar podem ser consultadas no Portal GlobalAgriMar (ver tema “Facilitação da Exportação” e, depois, “Constrangimentos à Exportação”), do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral – GPP, do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM). O facto de determinados produtos não constarem na lista de constragimentos à exportação não significa que Portugal esteja habilitado a exportar para o mercado. Eventualmente, pode nunca ter existido qualquer intenção de exportação por parte de empresas portuguesas, condição indispensável para a DGAV iniciar o processo de habilitação. Para melhor entendimento das várias fases destes processos, consultar, no referido Portal, as apresentação esquemática sobre os processos de habilitação para a exportação de: • Animais, produtos animais e produtos/subprodutos de origem animal; • Vegetais e produtos vegetais com risco fitossanitário. No que se refere à rotulagem dos produtos alimentares em geral foi publicado um novo diploma, que entrou em vigor em maio de 2014, o Décret n.° 2-12-389, alterado e complementado pelo Décret n.º 215-218. A Pauta Aduaneira de Marrocos segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, até aos 6 primeiros dígitos. A estes 6 dígitos acrescem mais 4 dígitos (classificação mais desagregada) com base numa classificação interna que nem sempre é coincidente com a desagregação aplicada na Pauta Aduaneira Comunitária. Por sua vez, os direitos aduaneiros são calculados numa base ad valorem sobre o valor CIF (custo, seguro e frete) das mercadorias. Os produtos comunitários e, como tal, os portugueses, beneficiam de isenções/reduções das taxas dos direitos de importação, conforme previsto no Acordo de Associação Euro-Mediterrânico. Para que os bens possam beneficiar do regime preferencial (redução/isenção de direitos aduaneiros) quando da sua entrada no mercado, a origem comunitária deve ser comprovada mediante a apresentação do certificado de circulação de mercadorias EUR. 1 (emitido pelas alfândegas do país de origem) ou de declaração emitida pelo exportador, numa nota de entrega ou em qualquer outro documento comercial, que descreva os produtos em causa de uma forma suficientemente pormenorizada para permitir a sua identificação (normalmente designada por declaração na fatura). A declaração de origem na fatura pode ser feita por qualquer exportador no caso de remessas de mercadorias cujo valor não exceda 6.000 euros, ou por um “exportador autorizado” no que diz respeito a remessas de mercadorias de valor superior a esse montante. Caso o valor da mercadoria seja inferior a 6.000 euros, é aconselhável a utilização da declaração na fatura por qualquer exportador apenas para envios ocasionais de mercadoria. Se os envios de 24 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) mercadorias forem frequentes, mesmo que inferiores a 6000 euros cada, pode haver problemas no mercado de destino e ser exigido o estatuto de “exportador autorizado”. O estatuto de “exportador autorizado” deve ser solicitado por escrito ao Diretor-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, devendo o pedido ser acompanhado de um dossier, em duplicado, de onde conste a informação referida no ponto 5.4.5. (página 99) do Manual de Origem das Mercadorias. Os direitos aduaneiros cobrados na entrada dos produtos comunitários em Marrocos, bem como a documentação exigida, podem ser consultados no site Market Access Database (MADB), da responsabilidade da Comissão Europeia (clicar em Tariffs e Procedures and Formalities11). Aos produtos originários da UE aplicam-se os direitos aduaneiros (residuais no que respeita aos produtos industriais, em virtude do Acordo de Associação Euro-mediterrânico celebrado com a União Europeia) da coluna EU (European Union). Para além destes encargos, no ato do desalfandegamento, os produtos estão ainda sujeitos ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado, de acordo com as seguintes taxas: normal de 20% (generalidade dos bens e prestações de serviços); 14% (manteiga à exceção da manteiga de fabrico artesanal e energia elétrica); 10% (sal de cozinha, arroz, patés e óleos alimentares; entre outros); reduzida de 7% (alguns produtos alimentares; farmacêuticos e escolares, entre outros). Há, ainda, alguns produtos sujeitos a taxas específicas (ex: Impostos Especiais sobre o Consumo), tais como as bebidas alcoólicas e não alcoólicas, o tabaco, as obras de ouro, platina e prata (consultar, no site da Administration des Douanes et Impôts Indirects, o tema Réglementation des Douanes et Impôts Indirects, Título 3, Capítulo 4, Secção 1, sobre as taxas do IVA e o Título 3, Capítulo 8, Secção 2 sobre as taxas dos Impostos Especiais sobre o Consumo). Finalmente importa referir que não obstante a livre circulação das mercadorias comunitárias, ao abrigo do já mencionado Acordo de Associação Euro-mediterrânico, o mercado marroquino tem vindo a estabelecer nos últimos anos várias medidas protecionistas que têm dificultado o acesso ao mesmo por parte das empresas portuguesas (ex.: obstáculos no setor do aço/ferro decorrentes da avaliação aduaneira, existência de uma tabela confidencial que impõe preços mínimos de importação sobre os quais são aplicados os direitos aduaneiros e IVA, taxa de câmbio aplicada e base de cálculo para pagamento do IVA, assim como de procedimentos de certificação e exigência de realização de análises laboratoriais para aferir se os produtos estão conformes com as normas técnicas locais; legislação que impõe quotas e limites na recolha e venda de matéria-prima Agar-Agar/algas; aplicação de medidas antidumping e medidas de salvaguarda; dificuldades na certificação de produtos; vários entraves de ordem burocrática) e de outros países comunitários. Os agentes económicos podem consultar os principais entraves sentidos pelas empresas europeias no relacionamento com Marrocos no tema Trade Barriers, do site da MADB. 11 Os critérios de pesquisa são os seguintes: selecionar o mercado Country / Morocco; introduzir as posições pautais dos produtos Product Code a 4 ou 6 dígitos e clicar em Search. 25 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 4.2. Regime de Investimento Estrangeiro A “Carta de Investimento” (Charte de L’Investissement – Lei-Quadro n.º 18-95), em vigor desde 1 de janeiro de 1996, veio diminuir e simplificar os procedimentos administrativos referentes à realização de investimentos, tendo adotado incentivos comuns para todos os setores, à exceção do setor agrícola, cujo regime fiscal é objeto de legislação específica. Este quadro legal tem vindo a ser revisto com o objetivo, entre outros, de facilitar o ambiente de negócios para os projetos de investimento, simplificar procedimentos e encorajar o investimento público e privado. Ao investidor estrangeiro é concedido idêntico tratamento que aos nacionais, praticamente para todos os setores de atividade, podendo as empresas ser detidas na totalidade por capital externo. No entanto, a exploração de certos recursos está vedada à participação estrangeira, uma vez que são considerados estratégicos (por exemplo, a exploração de fosfatos, cujo monopólio é detido pelo Office Chérifien des Phosphates – OCP). Por outro lado, a propriedade de terrenos agrícolas está reservada a cidadãos marroquinos ou a sociedades cujos sócios tenham todos a nacionalidade marroquina. De referir, ainda, que o investidor estrangeiro tem a possibilidade de arrendar, por período não superior a 30 anos (regra), estes terrenos; o prazo pode ser prorrogado até ao limite máximo de 90 anos. O setor das pescas está igualmente restrito, exigindo a lei, quando da obtenção pelo investidor externo da respetiva licença, uma participação de 50% de cidadãos de nacionalidade marroquina. O Estado garante o repatriamento total do capital investido e reinvestido sem limite dos rendimentos, dos dividendos, parte dos lucros e royalties, dos rendimentos prediais auferidos pelos beneficiários estrangeiros não residentes, dos lucros realizados pelas sucursais marroquinas das sociedades estrangeiras, de todos os resultados distribuídos pelos acionistas ou associados não residentes e dos proveitos resultantes da cessação ou liquidação total ou parcial do investimento, incluindo as mais-valias. Com o objetivo de captar investimento foram adotadas, entre outras medidas: a redução da carga fiscal nas operações de aquisição de bens de equipamento, materiais e ferramentas necessários à realização do investimento, nomeadamente com a aplicação de direitos aduaneiros mais baixos e de isenção de IVA; a redução da taxa de imposto que recai sobre o rendimento e o lucro; a isenção do imposto referente aos registos e taxas locais no âmbito da aquisição de terrenos ou ampliação de estruturas já existentes; a aplicação de um regime preferencial em favor do desenvolvimento regional; e a promoção de praças financeiras off shore, de zonas francas de exportação e de um regime franco de entreposto industrial. Algumas regiões, como Tânger, têm um regime especial de redução tributária. Para além destas vantagens, que são comuns ao investidor nacional e estrangeiro, as empresas cujos projetos de investimento se revelem de grande importância em função do montante e do número de trabalhadores (nomeadamente de valor igual ou superior a 100 milhões de dirhams investidos e 250 ou mais postos de trabalho criados – o valor do investimento baixou de 200 milhões de dirhams para 100 milhões de dirhams através do artigo 5.º da Loi de Finances pour 2015), se realizem em determinadas 26 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) províncias ou municípios, assegurem transferência de tecnologias e contribuam para a proteção do ambiente, podem, ainda, mediante a celebração de contratos individualizados/convénios com o Estado, usufruir de apoios/vantagens especiais. Também no caso de investimentos nos setores da indústria automóvel e aeronáutica (ao abrigo do Fonds Hassan II pour le Développement Économique et Social) o Estado pode assumir alguns custos dos projetos (ex.: na aquisição de equipamentos; construção; etc.). No que se refere a Zonas Francas (Zones Franches) Marrocos conta com: duas zonas francas de exportação, situadas em Tânger e Kénitra, com as empresas aí instaladas a beneficiarem de condições especiais para o desenvolvimento de atividades industriais e comerciais, nomeadamente em termos fiscais e de comércio externo; duas zonas francas “tradicionais” em Tanger Med Ksar el Majaz Mellousa 1 e 2 e em Dakhla et de Laayoune e uma zona franca para armazenagem de hidrocarbonetos em Kebdana-Nador. Em termos de organismos de apoio ao investimento, a Agence Marocaine de Développement des Investissements (AMDI) é a entidade responsável pela promoção e prospeção de novos investimentos, pelo desenvolvimento de zonas de atividade para os setores do comércio, indústria e novas tecnologias e, ainda, pela coordenação dos investimentos a nível nacional e internacional. O respetivo site disponibiliza informações sobre: • Quadro Legal do Investimento / ambiente de negócios (Cadre Légal de l’investissement / Climat des Affaires); • Proteção do investidor (Protection de l’investisseur); • Os passos a seguir para a criação de empresas (Créer son Entreprise); • Fiscalidade (Fiscalité); • Incentivos existentes ao investimento estrangeiro (Mesures Incitatives); • Ajudas às PME (Aide aux PME); • Zonas Especiais de Investimento (Zones d’Investissement); • Diversas matérias, incluindo um Guide de l’Investisseur atualizado em julho de 2015 (Publications). De acordo com a localização do investimento, os promotores devem contactar com o respetivo Centre Régional d’Investissement (CRI). Os CRI (instituídos em 2002) têm como funções essenciais disponibilizar ajuda à criação de empresas e apoiar os investidores na realização dos seus projetos de investimento, assim como promover a atratividade das regiões nos setores de forte potencial. Existem CRI nas principais Províncias. Importa, também, referir o papel da Agence Nationale pour la Promotion de la Petite et Moyenne Entreprise (ANPME) que tem por missão promover o desenvolvimento e a modernização das pequenas 27 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) e médias empresas, nomeadamente através da criação de programas de apoio e assistência técnica e da implementação de medidas de simplificação administrativas, fiscais e jurídicas. Ao nível das parcerias público-privadas Marrocos dispõe de um novo quadro jurídico desde junho de 2015. No âmbito dos concursos públicos internacionais foi publicado novo quadro legal (Décret n.º 2-12-349, 20 mars 2013, relatif aux marchés publics) que entrou em vigor a 1 de setembro de 2013 e que visa estabelecer uma maior liberalização e transparência nos procedimentos; não obstante a defesa destes princípios, assim como da igualdade de tratamento entre concorrentes, o artigo n.º 155 permite a aplicação de uma preferência nacional a favor de empresas de obras públicas e gabinetes de estudos marroquinos no âmbito de concursos públicos a serem lançados. Esta preferência concedida às empresas nacionais traduz-se numa majoração automática de 15% sobre as ofertas das empresas estrangeiras concorrentes. Esta medida, que resulta num constrangimento adicional para as empresas estrangeiras, e naturalmente portuguesas, a operar em Marrocos (desde que não operem através de sociedades de direito marroquino), é o resultado das fortes pressões das empresas locais da área das obras públicas que têm, de há longo tempo a esta parte, manifestado o seu desagrado pela alegada concorrência desleal movida pelas empresas estrangeiras que as afastam dos grandes e médios concursos públicos. Constituem exceção à aplicação desta medida, os concursos públicos financiados por empréstimos internacionais ou doações que imponham expressamente a igualdade de tratamento entre concorrentes estrangeiros e nacionais. Ainda no âmbito das dificuldades que se verificam quando do estabelecimento de uma empresa em Marrocos podem ser referidas: a lentidão e o funcionamento burocrático da Administração Pública e da justiça em geral; deficiente proteção da propriedade intelectual; falta de qualificação da mão-de-obra local; obstáculos ao nível da regulamentação técnica e do reconhecimento das certificações europeias; elevados custos dos fatores de produção (ex.: transportes; telecomunicações; e energia). Em matéria de proteção dos direitos de propriedade industrial (ex.: marcas; patentes; design) as empresas podem consultar no site do INPI, página “Fichas de Apoio à Exportação”, a “Ficha de Mercado de Propriedade Industrial: Marrocos”. De forma a promover o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foram assinados entre Portugal e Marrocos o Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíprocas dos Investimentos, em vigor desde 22 de março de 1995 (em 2008 foi publicado novo Acordo de Promoção que aguarda o cumprimento das formalidades necessárias pela parte de Marrocos para a sua entrada em vigor, substituindo o atual Acordo) e a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, em vigor, desde 27 de junho de 2000. 28 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Por último, no que se refere ao novo quadro de apoio comunitário Portugal 2020, o mesmo assenta em quatro eixos temáticos essenciais: competitividade e internacionalização; inclusão social e emprego; capital humano; e sustentabilidade e eficiência no uso de recursos. No âmbito dos apoios diretos à internacionalização das PME são apoiadas operações nas seguintes tipologias de ação: • Projetos conjuntos que promovam a presença internacional com sucesso das PME: ações de promoção e marketing internacional e ações que visem o conhecimento e acesso a novos mercados, incluindo a utilização de canais digitais e privilegiando os mercados/segmentos não tradicionais. Esta tipologia de projetos permite que as empresas se capacitem para a internacionalização, pelo que os principais beneficiários são as empresas diretamente participantes; • Projetos individuais: ações que visem o conhecimento e a prospeção dos mercados; • Projetos simplificados de internacionalização: apoio à aquisição de serviços de consultoria na área de prospeção de mercado. No seu processo de internacionalização as empresas podem, também, recorrer ao Seguro de Investimento Português no Estrangeiro da COSEC (Formas de Realização de Investimento / Riscos e Coberturas). Para mais informação sobre este mercado, consulte o site da aicep Portugal Global em Mercados Externos ou na “Livraria Digital”. 5. Informações Úteis Formalidades na Entrada Os cidadãos portugueses estão isentos de visto para estadias de turismo até 90 dias. Têm apenas de ser portadores de um passaporte válido que não expire no prazo de seis meses. Hora Local Corresponde ao UTC (Tempo Universal Coordenado). Em relação a Portugal, Marrocos tem a mesma hora no verão e no inverno. Horários de Funcionamento Serviços Públicos: (de segunda a sexta-feira) Inverno – 9h00 às 16h30 Verão – 9h00 às 15h00 Ramadão – 9h00 às 15h00 29 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) Bancos: Inverno – 8h15 às 16h00 (de segunda a sexta-feira) Verão – 8h30 às 15h00 (de segunda a sexta-feira) Ramadão – 9h00 às 15h00 (de segunda a sexta-feira) Comércio tradicional: Inverno – 9h00 às 13h00/15h00 ou 15h30 às 19h00 (de segunda-feira a domingo) Verão – 9h00 às 13h00/15h00 ou 15h30 às 20h00 ou 20h30 (de segunda-feira a domingo) Ramadão – 10h00 às 13h00/14h00 às 16h00 (de segunda-feira a domingo) Em alguns locais o comércio encerra ao domingo. Feriados Feriados fixos 1 de janeiro – Dia de Ano Novo 11 de janeiro – Manifesto da Independência 1 de maio – Dia do Trabalhador 30 de julho – Festa do Trono 14 de agosto – Dia de Oued ed-Dahab 20 de agosto – Revolução do Rei e do Povo 21 de agosto – Festa da Juventude 6 de novembro – Aniversário da Marcha Verde 18 de novembro – Festa da Independência Feriados móveis Aid al-Fitr – Fim do Ramadão Aid al-Adha – Festa do Sacrifício outubro Ano Novo Muçulmano Aid Al Maoulid - Festa do Nascimento do Profeta Corrente Elétrica 220/110 Volts AC, 50Hz. Pesos e Medidas Marrocos utiliza o sistema métrico, embora também sejam usadas algumas unidades de medida locais. 30 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) 6. Contactos Úteis Em Portugal Embaixada do Reino de Marrocos Rua Alto do Duque, 21 1400-099 Lisboa Tel.: (+351) 213 008 080 | Fax: (+351) 213 020 935 E-mail: [email protected] | http://www.emb-marrocos.pt aicep Portugal Global Rua Júlio Dinis, 748º - 8º Dto 4050-012 Porto Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt aicep Portugal Global Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt Câmara de Comércio e Indústria Luso-Marroquina Edifício da Universidade Europeia – Quinta do Bom Nome Estrada da Correia, 53 – Carnide 1500-210 Lisboa Tel.: (+351) 213 970 036 | Fax: (+351) 213 970 588 E-mail: [email protected] | http://www.ccilm.pt/ COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA Direção Internacional Av. da República, n.º 58 1069-057 Lisboa Tel.: (+351) 21 217 913 700 | Fax: (+351) 21 217 913 720 E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt Em Marrocos Embaixada de Portugal em Rabat 5, Rue Thami Lamdouar – Souissi Rabat Tel.: (+212) 537 75 64 46/47/50 | Fax: (+212) 537 75 64 45 E-mail: [email protected] | http://ambportugalrabat.org/ 31 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) aicep Portugal Global Ambassade du Portugal 5, Rue Thami Lamdouar B. Postale 5050 Souissi Rabat Tel.: (+212) 537 752 472 | Fax: (+212) 537 656 984 E-mail: [email protected] I http://www.portugalglobal.pt Bank Al-Maghrib (Banco Central) 277, Avenue Mohamed V B. P. 445 Rabat Tel.: (+212) 537 702 626 | Fax: (+212) 537 706 667 E-mail: [email protected] Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Portugal em Marrocos (CCISPM) 48 Boulevard de Paris, Casablanca 20250, Morocco Tel.: (+212) 522 209 018 | Fax: (+212) 522 209 018 E-mail: [email protected] 7. Endereços de Internet A informação online aicep Portugal Global pode ser consultada no Site da Agência, nomeadamente, nas seguintes páginas: • Guia do Exportador • Guia de Internacionalização • Temas de Comércio Internacional • Mercados Externos (Marrocos) • Livraria Digital Outros endereços • Administration des Douanes et Impôts Indirects 32 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) • African Development Bank (AfDB) • African Union (AU) • Agence Marocaine de Développement des Investissements – AMDI (Investir au Maroc) • Agence Nationale pour la Promotion de la Petite et Moyenne Entreprise (ANPME) • ANIMA Investment Network • Arab Bank for Economic Development in Africa (BADEA) • Arab Fund for Economic & Social Development (AFESD) • Arab Maghreb Union (AMU) • Arab Mediterranean Free Trade Agreement (Agadir Agreement) • Arab Monetary Fund (AMF) • Artémis (Services d’Information Juridique) • Association Maroc Portugaise des Affaires (AMPA) • Câmara de Comércio e Indústria Luso-Marroquina • Chambre des Représentants (Parlement) • Confédération Générale des Entreprises du Maroc (CGEM) • Constrangimentos à Exportação para Países Terceiros (Portal GlobalAgriMar, Gabinete de Planeamento e Políticas, Ministério da Agricultura e do Mar – MAM) • Conseil National du Commerce Extérieur (CNCE) • Centres régionaux d'investissement – CRI • CRI Casablanca • CRI Marrakech • CRI Rabat 33 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) • CRI Tanger • Délégation de l'Union européenne au Royaume du Maroc • Doing Business in Morocco 2014 (World Bank Group) • Doing Business in Morocco – Business Reforms 2014 (World Bank Group) • Doing Business in Morocco – Law Library – Business Laws and Regulations (World Bank Group) • Doing Business in Morocco – Starting a Business – 2013 (World Bank Group) • Droit-Afrique (Maroc) • Embaixada do Reino de Marrocos em Portugal • Espace Virtuel des Entreprises du Maroc (Guide de l’investisseur ou du créateur d’entreprise) • Etablissement Autonome de Contrôle et de Coordination des Exportations (EACCE) • European Bank for Reconstruction and Development (EBRD) • European External Action Service – Kingdom of Morocco (EEAS) • Guia Prático – Destacamento de Trabalhadores de Portugal para Outros Países (Instituto da Segurança Social) • Institut National de Statistique et d’Economie Appliquée (INSEA) • Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) / Fichas de Apoio à Exportação (Ficha de Mercado de Propriedade Industrial: Marrocos) • Islamic Development Bank (IDB) • Le Chef du Gouvernement • League of Arab States (LAS) • Market Access Database (tariffs; import formalities; trade barriers; etc.) • Ministère de l’Economie et des Finances 34 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (outubro 2015) • Ministère de l’Industrie, du Commerce, de l’Investissement et de l’Economie Numérique • Ministère de la Santé • Ministère Délégué auprès du Ministre de l’Industrie, du Commerce, de l’Investissement et de l’Economie Numérique, Chargé du Commerce Extérieur • Ministère des Affaires Etrangères et de la Coopération (MAEC) • Ministère du Tourisme • Morocco Tourism Investment Forum • Office des Changes • Office Marocain de la Propriété Industrielle et Commerciale (OMPIC) • Office National Marocain du Tourisme (Voyage au Maroc) • Office National de Sécurité Sanitaire des Produits Alimentaires (ONSSA) • Portail National du Maroc • Portail Marocain des Marchés Publics • Portal Europa (Acordos Euro-Mediterrânicos de Associação) • Portal das Comunidades Portuguesas (Conselhos aos Viajantes – Reino de Marrocos) • Programme e-gouvernement • Secrétariat Général du Gouvernement • Segurança Social (Destacamento de Trabalhadores para Países com os quais foram celebrados Acordos Bilaterais / Convenções, como é o caso de Marrocos) • United Nations (UN) / Specialized Agencies, Related Organizations, Funds, and Other UN Entities • United States – Morocco Free Trade Agreement • World Trade Organization (WTO) 35 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Avenida 5 de Outubro 101 – 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt Capital Social – 114 927 979,87 Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120
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