Diapositivo 1
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IV JornadaS A coerência entre as várias políticas e instrumentos e o seu contributo para a coesão territorial Policentrismo, padrões de mobilidade quotidiana e modelos de ordenamento em Portugal – evolução e perspectivas Nuno Marques da Costa Objectivos As orientações de política têm vindo a promover o policentrismo como um conceito chave para a concretização da coesão territorial e o desenvolvimento sustentável. No caso nacional, aqueles conceitos têm sido integrados nos instrumentos de gestão do território. Nesta apresentação iremos discutir e confrontar aqueles objectivos políticos com a reorganização das áreas urbanas funcionais definidas pelas bacias de emprego ao longo do últimos 20 anos. Os resultados mostram que existe a necessidade de se discutir de forma aprofundada; policentrismo, modelos de desenvolvimento territorial, estratégias de mobilidade, tendo em vista os documentos estratégicos nacionais para o período de 2014-2020. 0. Índice 1. Enquadramento 2. Estratégias nacionais de ordenamento 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana 4. Contexto das alterações 5. Conclusões 1. Enquadramento EDEC (Esquema Desenvolvimento do Espaço Comunitário, 1999) - Desenvolvimento policêntrico e um novo quadro de relações Urbano-Rural; - Equidade no acesso a infra-estruturas e ao conhecimento; - Gestão razoável dos recursos naturais e patrimoniais. Agenda Territorial para a União Europeia 2020 (2007 e 2011) - Promover um desenvolvimento territorial policêntrico e equilibrado ; - Estimular o desenvolvimento integrado nas cidades no meio rural e em áreas específicas; - Integrar territorialmente as regiões funcionais transfronteiriças e transnacionais ; - Assegurar a competitividade global das regiões baseada em economias locais fortes ; - Melhorar a conectividade territorial para os indivíduos comunidades e empresas ; - Gerir e interligar os valores ecológicos paisagísticos e culturais das regiões. EUROPA 2020 - Crescimento inteligente: desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação; - Crescimento sustentável: promoção de uma economia mais eficiente em termos de recursos, mais ecológica e mais competitiva; - Crescimento inclusivo: favorecer uma economia com níveis elevados de emprego que assegure a coesão económica, social e territorial. 1. Enquadramento O objectivo da coesão territorial é o de encorajar o desenvolvimento harmonioso e sustentável de todos os territórios a partir das suas características e dos seus recursos (CE, 2008). A concretização deste objectivo suportada em três elementos: • Concentração (alcançar massa crítica sem negligenciar as externalidades negativas); • Conexão (reforço da importância das ligações eficientes de áreas menos desenvolvidas com centros de crescimento através de infra-estruturas e de acesso a serviços); • Cooperação (trabalho conjunto para além das fronteiras administrativas para que se alcancem sinergias). 1. Enquadramento O policentrismo tornou-se um conceito normativo para o ordenamento do território europeu a diferentes escalas e reconhecido: - Nível académico Sistemas de planeamento nacionais - Nível político Estratégias de ordenamento locais, regionais e locais Policentrismo Termos operativos • Redes • Fluxos • Complementaridades • Acessibilidade • Mobilidade • Redes de comunicação • Nível de prestação de serviços • Padrões de povoamento e rede urbana Sustentabilidade Equidade social 2. Estratégias nacionais de ordenamento Documentos que preconizam o desenvolvimento policêntrico Integração nos Quadros Comunitários Ligação estreita com a política europeia de coesão e de financiamento, a estratégia nacional de desenvolvimento territorial e as políticas de implementação. In: Marques da Costa, E. (2011), PP. 509; Marques da Costa, E. (2013) 2. Estratégias nacionais de ordenamento Os objectivos de um desenvolvimento policêntrico são claramente definidos nos diferentes instrumentos de gestão territorial, tanto a nível nacional como ao nível regional. PNPOT (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território) • Um modelo urbano policêntrico como forma de concretizar a integração territorial; • Promover redes de cidades e subsistemas urbanos locais policêntricos que permitam a qualificação dos serviços prestados às populações e às actividades económicas; • Valorizar a diversidade dos territórios e a articulação dos centros urbanos com as áreas rurais; • Garantir o acesso em todo o País ao conhecimento e aos serviços colectivos e boas condições de mobilidade e de comunicação. 2. Estratégias nacionais de ordenamento Sistema Urbano Fonte: RGP, INE, 2001; SIG PNPOT, 2006 Acessibilidades e conectividade internacional Fonte: SIG PNPOT, 2006 Fonte: PNPOT, 2007 • Arco Metropolitano do Porto; • Sistema Metropolitano do Centro Litoral; • Arco Metropolitano de Lisboa; • Arco Metropolitano do Algarve. • Redes de acessibilidade com diferentes densidades. 2. Estratégias nacionais de ordenamento Estratégias regionais Ao nível regional, todas as estratégias regionais de ordenamento definem o policentrismo como um conceito central para a definição dos sistemas urbanos e das suas relações com as áreas rurais. Nos seis planos regionais de ordenamento (Norte; Centro; Oeste e Vale do Tejo; Área Metropolitana de Lisboa; Alentejo e Algarve) o sistema urbano policêntrico é definido como: • • • • a forma de se concretizar a integração territorial; competitividade; cooperação; maior equidade no acesso aos serviços, para as populações e para as actividades económicas. Os modelos territoriais são suportados pelos sistemas de transporte e de comunicações, nomeadamente a rede rodoviária e a rede de banda larga, alargando as áreas de influência das cidades e alargando as bacias de emprego. 2. Estratégias nacionais de ordenamento Norte – Sistema Urbano Estruturar o sistema urbano e reforço do desenvolvimento urbano policêntrico centrado no Porto e na aglomeração urbana litoral e reforço dos pólos e eixos interiores. Fonte: PROT Norte, 2009 Centro – Sistema Urbano O sistema urbano regional é polarizado por pequeno número de cidades. Em torno de cada cidade há um território onde gravitam outras aglomerações urbanas e espaços rurais. Estes territórios polarizados organizam-se em torno de mobilidades para o trabalho e o usufruto de comércio e Fonte: PROT Centro, 2011 serviços. 2. Estratégias nacionais de ordenamento Oeste e Vale do Tejo – Sistema Urbano Urban System O sistema urbano regional é definido por uma densa, qualificada e articulada rede de centros urbanos de pequena e média dimensão capaz de assegurar funções avançadas à AML. Fonte: PROT OVT, 2008 AML – Sistema Urbano O sistema urbano é definido pela hierarquia e complementaridade aprofundando a tendência policêntrica. Fonte: PROT AML, 2002 2. Estratégias nacionais de ordenamento Alentejo – Sistema urbano Quadro urbano regional policêntrico suportado nos centros urbanos principais, capazes de articular redes regionais que promovam a sua integração funcional e gerar níveis acrescidos de cooperação estratégia. Fonte: PROT Alentejo, 2010 Algarve – Sistema Urbano Uma rede urbana coerente e competitiva num sistema policêntrico a partir de cinco centralidades (Faro-Loulé-Olhão; PortimãoLagos; Albufeira-Guia; V.R.S.António-Castro Marim; Tavira). Fonte: PROT Algarve, 2007 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana Fonte: MARQUES DA COSTA, E. ; MARQUES DA COSTA, N. (2003) 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana 1991 Fonte: Marques da Costa, 2000 2001 Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2003 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana 2001 Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2003 2011 Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2013 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana 1991 2001 2011 Duas tendências: Alargamento das regiões funcionais/dispersão urbana Interligação das regiões funcionais/Densificação do padrão 1. Áreas metropolitanas: Não ocorre um alargamento de 2001 para 2011, mas é reforçada as relações entre os municípios metropolitanos; 2. Cidades médias: Alargamento das regiões e reforço das relações; 3. Outras áreas: Integração em regiões funcionais. Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2013 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana Deslocações casa-trabalho em automóvel 1991 2001 2011 Automóvel (%) 24,64 52,90 68,24 Ocupação média (pass./auto.) 1,23 1,15 1,11 Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2013 3. Regiões urbanas funcionais e mobilidade quotidiana Fonte: Marques da Costa & Marques da Costa, 2013 4. Contexto das alterações 4. Contexto das alterações Dinâmica económica - Diminuição do emprego generalizada; - Concentração do emprego. 4. Contexto das alterações 5. Conclusões • A evolução das bacias de emprego mostram o alargamento das regiões funcionais e a intensificação das relações. • O aumento da amplitude das deslocações pendulares relacionada com: • A reorganização/concentração da localização do emprego; • a relativa inflexibilidade da localização residencial. • Questões/Incoerência dos resultados das políticas: • Grande parte desta evolução foi possível pela utilização massiva do transporte individual (automóvel). O resultado foi o aumento da pressão sobre a infra-estrutura, o aumento do consumo de recursos não renováveis e o aumento das emissões, colocando em questão os objectivos de sustentabilidade, em particular os ambientais; • Por outro lado, a equidade social é igualmente colocada em causa, uma vez que: • Uma parte significativa da população não pode aceder ao transporte individual; • Em áreas de baixa densidade, a prestação de serviços tende a seguir a localização do emprego e a reorganização as regiões funcionais, bem como atender a limiares mínimos de procura. Assim, parte da população é privada do acesso a esses serviços. (in Marques da Costa & Marques da Costa, 2013) 5. Conclusões O próximo ciclo de programação 2014-2020 aponta para alterações: - Do ponto de vista da definição de políticas – desenvolvimento da coesão territorial e avaliação de impactes territoriais; - Do ponto de vista dos investimentos: inovação no domínio económico e infra-estrutural, nomeadamente na área da energia e das soluções de mobilidade. E nós? Neste momento a definição dos programas estratégicos e operacionais encontram-se atrasados, nomeadamente a não definição da política de cidades 2014-2020. As áreas chave de intervenção que emergem desta discussão são: - Mobilidade suportada no transporte público; - Garantia da prestação de serviços, nomeadamente em áreas de baixa densidade. Conflito entre o papel dos serviços públicos e a tendência recente da sua prestação (privatização e critérios de eficiência) Bibliografia CE (2008) - Livro Verde sobre a Coesão Territorial Europeia. Tirar Partido da Diversidade Territorial. CCE, Bruxelas. CCDR-Alentejo (2010) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região do Alentejo. CCDR Alentejo, Évora. CCDR-Algarve (2007) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região do Algarve. CCDR Algarve, Faro. CCDR-Centro (2011) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Centro. CCDR Centro, Coimbra. CCDR-LVT (2002) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa. CCDR LVT, Lisboa. CCDR-LVT (2008) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Oeste e Vale do Tejo. CCDR LVT, Lisboa. CCDR-Norte (2009) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Norte. CCDR Norte, Porto. CCDR-Norte (2009) – Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Norte. CCDR Norte, Porto. DGOT DU (2007) – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território . MAOTDR, Lisboa. MARQUES DA COSTA, E. (2000) – Cidades Médias e Ordenamento do Território. O caso da Beira Interior, dissertação de doutoramento em Geografia Planeamento Regional e Local, Universidade de Lisboa, Lisboa. MARQUES DA COSTA, E. (2011) - Monitoreo y evaluación de las políticas – contribución metodológica basada en el caso de estudio portugués, Evaluacion Ambiental Estrategica, ed. Joaquin Farinos, Universidade de Valência, 22 páginas. MARQUES DA COSTA, E (2013a) – CaDEC - Capitalisation and Dissemination of ESPON Concepts - Case Study – Portugal, Transnational workshop, 22/23 may, UMS RIATE, Paris. MARQUES DA COSTA, E. (2013b) - Territorial Cohesion: tensions between spatial planning objectives and crises impacts in Portuguese context, S11 - ESPON evidence in changing Europe, IV EUGEO CONGRESS, ROME, 5-7 September 2013 MARQUES DA COSTA, E. ; MARQUES DA COSTA, N. (2003) - “Acessibilidades e configuração de bacias de emprego no território nacional”, X Encontro da APDR, 26-28 Junho, Évora. MARQUES DA COSTA, E.; ABRANTES, P; LOURO, A., MARQUES DA COSTA, N.; MORGADO, P.; ROCHA, J. (2013) - Coherence and effectiveness of Cohesion Policy in Portugal, Lessons from a “competitiveness and employment region” and a “convergence region”, ERSA 2013, Palermo MARQUES DA COSTA, E. ; MARQUES DA COSTA, N. (2013) – “Polycentrism, functional urban regions and labour mobility in Portugal contradictions between sustainable development objectives and unsustainable patterns of mobility”, 53rd ERSA Congress, 27-31 Agosto, Palermo. Obrigado!
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