Comissão PIRATA BR-XI/SW-III
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Comissão PIRATA BR-XI/SW-III
MARINHA DO BRASIL NAVIO OCEANOGRÁFICO “ANTARES” RELATÓRIO DE FIM DE COMISSÃO “PIRATA BR XI / AQUIPESCA” 1. PARTE HISTÓRICA E ESTATÍSTICA 1.1 - CRONOLOGIA 1. 1.1.1- Data do recebimento da Instrução Especial n° CHM 003/09 03/MAR/09 1.1.2- Data de recebimento da Ordem de Movimento n° 006/09 04/MAR/09 1.1.3- 1.1.3- Data do início dos trabalhos de Gabinete 10/MAR/09 1.1.4- 1.1.4- Data do término dos trabalhos de Gabinete 12/ABR/09 1.1.5- 1.1.5- Data do início dos trabalhos de Campo 09/MAR/09 1.1.6- 1.1.6- Data do término dos trabalhos de Campo 12/ABR/09 1.1.7- 1.1.7- Data da remessa do Relatório Final 20/ABR/09 1.2 - CHEFIA DA COMISSÃO OCEANOGRÁFICA A Comissão foi chefiada pelo Capitão-de-Fragata LUIZ CLAUDIO TEIXEIRA PALHOTA, Comandante do NOc. “ANTARES”. 1 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 1.3 - AUXÍLIOS RECEBIDOS PELA COMISSÃO OCEANOGRÁFICA 1.3.1 - Organizações Militares da MB: a) Comando do 3º Distrito Naval; b) Hospital Naval de Natal; c) Base de Hidrografia da Marinha em Niterói; d) Centro de Hidrografia da Marinha; e) Capitania dos Portos do Ceará; f) Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará; g) Depósito Naval de Natal; h) Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte; i) Comando do Grupamento Naval do Nordeste; j) Estação Rádio da Marinha em Salvador; k) Estação Radiogoniométrica da Marinha em Belém; l) Estação Radiogoniométrica da Marinha em Natal; e m) Serviço de Sinalização Náutica do Nordeste. 1.3.2 - Repartições Públicas Federais, Estaduais, Municipais ou Autarquias: a) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Centro Regional de Natal (INPECRN); e b) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (INPE-CPTEC). 2 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 1.4 - PESSOAL QUE EXECUTOU TRABALHOS DE CAMPO E GABINETE 1.4.1. - Oficiais da MB: CT FERNANDO JOSÉ MORAES MONTEIRO CT BRUNO LEONARDO RODRIGUES ALVES 1T JUAREZ CERQUEIRA FERREIRA 1.4.2 - Praças da MB: SO-HN FRANCISCO EDSON OLIVEIRA SAMPAIO 2ºSG-MR JOÃO BATISTA PEREIRA 3ºSG-HN ALBERTO RÊGO CHAVES JUNIOR 3ºSG-HN O’LCEN DANIEL DE OLIVEIRA BARROZO 3ºSG-HN WALLACE DE ALMEIDA NIZIO 3ºSG-MR EDSON CÉSAR ARAÚJO 3ºSG-HN CHARLES AHNERT NUNES CB-HN ERIC DE MELO SILVA CB-HN LEONARDO LIMA DO NASCIMENTO CB-MR EDUARDO TAVARES MASSARONA CB-HN VINICIUS LOURENÇO KOINOSKI CB-HN LEONARDO DOS SANTOS JORGE CB-HN WELLINGTON ALMEIDA LIMA 1.4.3 - Destacados e Civis: 1.4.3.1 - 1ª Pernada: Rio de Janeiro - Fortaleza: DOMINGOS FERNANDES URBANO NETO FUNCATE/INPE PAULO ROGÉRIO DE AQUINO ARLINO CPTEC/INPE PATRICK A’HEARN PMEL/NOAA ROBERTO TOMAZINE USP 1T FRANCISCO CLÁUDIO GONÇALVES ALVES 1T (MD) LEONARDO MACIEL JÓIA 1˚SG-CN MANOEL VICENTE DE LIMA 3 H-21 BHMN Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3˚SG-MG DOUGLAS DE SOUZA FONSECA BACS CB-EF FRANCISCO DE ASSIS B. PARAGUAI H-21 CB-CO ALEX WILLIAM SILVA DE OLIVEIRA BHMN CB-MR HARLEY PEREIRA SILVA H-21 CB-MG GLAUBER WERNECK BARROS BACS EDIMILSON LOPES DA SILVA CRN/INPE JOÃO BATISTA DE MACEDO 1.4.3.2 - 2ª Pernada: Fortaleza - Natal: DOMINGOS FERNANDES URBANO NETO FUNCATE/INPE PAULO ROGÉRIO DE AQUINO ARLINO CPTEC/INPE JOHN MICHAEL STRICK PMEL/NOAA MARTA MALAGUTTI CPTEC/INPE FRANCIS GALOIS IRD IRD / LOCEAN – Univ. NATHALIE LEFEVRE Pierre et Marie Curie 1T FRANCISCO CLÁUDIO GONÇALVES ALVES 1T (MD) LEONARDO MACIEL JÓIA H-21 1˚SG-CN MANOEL VICENTE DE LIMA BHMN 3˚SG-MG DOUGLAS DE SOUZA FONSECA BACS CB-EF FRANCISCO DE ASSIS B. PARAGUAI CB-MR HARLEY PEREIRA SILVA CB-MG GLAUBER WERNECK BARROS EDIMILSON LOPES DA SILVA H-21 BACS CRN/INPE JOÃO BATISTA DE MACEDO 1.4.3.3 - 3ª Pernada: Natal - Rio de Janeiro: CATARINA WOR LIMA ANA CRISTINA PIMENTA VERISSIMO MARIANA TRAVASSOS TOLOTTI UFRPE WALTER DENNIS MENEZES DE OLIVEIRA FRANCISCO CARLOS ALBERTO FONTELES HOLANDA ABNER DIAS SALES 4 UFPA Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" JORGE LUIZ SILVA SANTOS LUÍS GUSTAVO SALES XAVIER 1T FRANCISCO CLÁUDIO GONÇALVES ALVES 1T (MD) LEONARDO MACIEL JÓIA H-21 1˚SG-CN MANOEL VICENTE DE LIMA BHMN 3˚SG-MG DOUGLAS DE SOUZA FONSECA BACS CB-EF FRANCISCO DE ASSIS B. PARAGUAI CB-MR HARLEY PEREIRA SILVA CB-MG GLAUBER WERNECK BARROS INPE IRD NOAA UFPA UFRPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Institut de Recherche pour le Développement National Oceanic & Atmospheric Administration Universidade Federal do Pará Universidade Federal Rural de Pernambuco 5 H-21 BACS Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 1.5 - RELAÇÃO DO PESSOAL QUE PODERÁ PRESTAR INFORMAÇÕES TÉCNICAS NO FUTURO 1.5.1 - Militares: 1.5.1.1 - Oficiais da MB: CT FERNANDO JOSÉ MORAES MONTEIRO CT BRUNO LEONARDO RODRIGUES ALVES 1T FRANCISCO CLÁUDIO GONÇALVES ALVES 1T JUAREZ CERQUEIRA FERREIRA 1.5.1.2 - Praças da MB: SO-HN FRANCISCO EDSON OLIVEIRA SAMPAIO 2ºSG-MR JOÃO BATISTA PEREIRA 3ºSG-HN ALBERTO RÊGO CHAVES JUNIOR 3ºSG-HN O’LCEN DANIEL DE OLIVEIRA BARROZO 3ºSG-HN WALLACE DE ALMEIDA NIZIO 3ºSG-MR EDSON CÉSAR ARAÚJO 3˚SG-MG DOUGLAS DE SOUZA FONSECA 3ºSG-HN CHARLES AHNERT NUNES CB-HN ERIC DE MELO SILVA CB-HN LEONARDO LIMA DO NASCIMENTO CB-MR EDUARDO TAVARES MASSARONA CB-HN VINICIUS LOURENÇO KOINOSKI CB-HN LEONARDO DOS SANTOS JORGE CB-HN WELLINGTON ALMEIDA LIMA CB-MR HARLEY PEREIRA SILVA CB-MG GLAUBER WERNECK BARROS 1.5.2 - Civis: DOMINGOS FERNANDES URBANO NETO PAULO ROGÉRIO DE AQUINO ARLINO MARTA MALAGUTTI PATRICK A’HEARN FUNCATE/INPE CPTEC/INPE PMEL/NOAA JOHN MICHAEL STRICK FRANCIS GALOIS IRD 6 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" IRD – LOCEAN / Univ. NATHALIE LEFEVRE Pierre et Marie Curie EDIMILSON LOPES DA SILVA CRN/INPE JOÃO BATISTA DE MACEDO 7 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 1.6 – ESTATÍSTICA 1.6.1 – Oceanografia e Meteorologia Número de lançamentos de boias ATLAS 06 Número de recolhimentos de boias ATLAS 06 Número de estações CTD 09 Número de lançamentos de radiossondas 19 Número de lançamentos de boias de deriva 12 Número de observações meteorológicas de superfície 172 Número de observações radiométricas 07 Número de lançamentos de rede de arrasto horizontal 18 Distância percorrida com dados do ADCP (milhas náuticas) 4.040 Distância percorrida com dados do TERMOSSAL (milhas náuticas) 4.040 Dias de permanência fora de sede 34,0 Dias de Mar 27,0 Dias de Porto 7,0 8 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 2. MÉTODOS USADOS Todos os métodos usados foram os preconizados pelas Instruções Técnicas da DHN. 2.1 - OCEANOGRAFIA 2.1.1 - Oceanografia Física 2.1.1.1 - Perfilagem vertical Efetuada por meio do CTD “SeaBird SBE 9Plus” N/S 9P46375-0881, com duplicidade dos sensores de temperatura e condutividade e lançamentos de XBT. Os dados do CTD foram adquiridos na frequência de 24Hz. Os dados dos lançamentos de XBT foram obtidos por meio dos probes Sippican T-4, T-7 e T-5, com alcances máximos de 460, 760 e 1.830 metros, respectivamente, e anos de fabricação variando entre 1999 e 2007. Os dados dos XBT lançados durante a Comissão PIRATA BR XI - AQUIPESCA foram adquiridos e processados utilizando-se o software Sippican MK-21 USB. O navio coletou, em profundidades superiores a 50 metros, dados correntométricos utilizando o ADCP “RDInstruments” BB75KHz P/N 714-6027-00, tendo sido adotado um intervalo de amostragem de 3 segundos. 2.1.1.2 - Perfilagem horizontal Efetuada, por meio do Termossalinógrafo SBE 21, tendo sido adotado um intervalo de amostragem de 10 segundos. 2.2 - METEOROLOGIA Foram efetuadas observações meteorológicas de superfície nos horários sinóticos principais e intermediários. 2.2.1 - Lançamentos de radiossondas Foi efetuado o lançamento de 19 radiossondas, tendo sido transmitidas as respectivas mensagens “TEMP SHIP”. Os arquivos digitais de cada lançamento de radiossonda constituem o Anexo A. A tabela abaixo descreve sucintamente os lançamentos das radiossondas: Lançamento 001 Posição ! = 21º 53,00’ S " = 039º 58,00’ W 9 Data-hora 102345Z/MAR Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 002 ! = 20º 36,00’ S " = 037º 52,00’ W 110850Z/MAR 003 ! = 18º 53,19’ S " = 034º 41,87’ W 120950Z/MAR 004 ! = 17º 20,23’ S " = 034º 44,91’ W 131157Z/MAR 005 ! = 13º 21,70’ S " = 034º 43,48’ W 141158Z/MAR 006 ! = 09º 29,07’ S " = 034º 43,32’ W 151156Z/MAR 007 ! = 05º 35,56’ S " = 034º 54,94’ W 161145Z/MAR 008 ! = 02º 40,69’ S " = 038º 29,00’ W 202050Z/MAR 009 ! = 00º 12,05’ S " = 038º 22,59’ W 211130Z/MAR 010 ! = 03º 31,95’ N " = 038º 17,07’ W 221201Z/MAR 011 ! = 07º 06,05’ N " = 038º 11,81’ W 231143Z/MAR 012 ! = 11º 00,96’ N " = 038º 03,01’ W 241200Z/MAR 013 ! = 14º 51,00’ N " = 038º 00,00’ W 251155Z/MAR 014 ! = 13º 57,09’ N " = 038º 00,70’ W 261157Z/MAR 015 ! = 04º 12,00’ N " = 038º 00,00’ W 301150Z/MAR 016 ! = 02º 51,60’ N " = 037º 03,00’ W 310830Z/MAR 017 ! = 00º 21,38’ S " = 035º 02,27’ W 012220Z/ABR 018 ! = 02º 49,65’ S " = 035º 05,02’ W 021209Z/ABR 019 ! = 04º 22,16’ S " = 035º 05,26’ W 022130Z/ABR 2.2.2 - Lançamentos de boias de deriva Em apoio ao Programa Nacional de Boias (PNBOIA), foi efetuado o lançamento de 12 boias de deriva. A tabela abaixo sumariza os lançamentos das mesmas: Boia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Latitude Longitude Circulação dominante 13º 00,00’ S 034º 43,32’ W Corrente do Brasil (CB) 11º 30,17’ S 034º 43,32’ W 10º 00,15’ S 034º 43,32’ W aproximação da bifurcação do ramo sul da South Equatorial Current (SSEC) e 09º 29,75’ S 034º 43,32’ W início da Corrente do Brasil (CB) 05° 00,45’ S 035º 06,97’ W 00° 00,23’ N 038º 22,12’ W Equatorial Undercurrent (EUC) 03° 00,87’ N 038º 17,81’ W ramo norte da North Equatorial 05° 59,03’ N 038º 13,48’ W Countercurrent (NNECC) 11° 59,00’ N 038º 01,58’ W 08° 59,98’ N 038º 02,80’ W 02º 00,02’ S 035º 04,39’ W Equatorial Undercurrent (EUC) 04° 00,08’ S 035º 05,34’ W O arquivo digital dos lançamentos das 12 boias de deriva constitui o Anexo B. 10 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3. RESULTADOS ALCANÇADOS 3.1 – METEOROLOGIA Foram realizadas observações meteorológicas nos horários sinóticos principais e intermediários. Nos horários sinóticos principais, foram transmitidas as mensagens SHIP (modelo DHN-5938-3). Os modelos DHN-5934-3 (Registro Meteorológico FM 13-XI SHIP) constituem o Apêndice I; as planilhas contendo os principais parâmetros e as versões digitais dos modelos supracitados estão arquivadas nas pastas Planilhas Meteorológicas e Registros Meteorológicos, respectivamente, compondo o Anexo C. A tabela a seguir sumariza o desempenho global dos prognósticos e perspectivas ao longo da Comissão, atinentes às pernadas Rio de Janeiro – Fortaleza, Fortaleza – Natal e Natal –Rio de Janeiro: ESTATÍSTICA DAS COMPARAÇÕES DOS BPME COM OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS DURANTE TODA A COMISSÃO PREVISÃO PARA 24 HORAS Parâmetro Cobertura de nuvens Ondas – alt. Signif. Ondas – direção Precipitação Temperatura do Ar Vento – direção Vento – intensidade Visibilidade Total 84 42 42 85 85 85 85 85 correta 39 42 18 37 85 60 53 73 % 46% 100% 43% 44% 100% 71% 62% 86% aceitável 36 0 20 3 0 21 26 10 % 43% 0% 48% 3% 0% 25% 31% 12% incorreta 9 0 4 45 0 4 6 2 % 11% 0% 9% 53% 0% 4% 7% 2% Total geral 593 407 69% 116 20% 70 11% 11 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" PREVISÃO PARA 48 HORAS Parâmetro Total correta % aceitável % incorreta % Cobertura de nuvens 84 47 56% 33 39% 4 5% Ondas – alt. Signif. 41 41 100% 0 0% 0 0% Ondas – direção 41 19 46% 19 46% 3 8% Precipitação 85 37 44% 3 4% 45 52% Temperatura do Ar 85 85 100% 0 0% 0 0% Vento – direção 81 54 67% 23 28% 4 5% Vento – intensidade 81 53 65% 21 26% 7 9% Visibilidade 81 68 84% 13 16% 0 0% Total geral 579 404 70% 112 19% 63 11% ESTIMATIVA PARA 72 HORAS Parâmetro Total correta % aceitável % incorreta % Cobertura de nuvens 84 50 60% 25 30% 9 10% Ondas – alt. Signif. 42 39 93% 3 7% 0 0% Ondas – direção 40 23 58% 9 23% 8 19% Precipitação 85 41 48% 1 1% 43 51% Temperatura do Ar 85 84 99% 0 0% 1 1% Vento – direção 85 60 71% 22 26% 3 3% Vento – intensidade 85 37 44% 39 46% 9 10% Visibilidade 85 71 84% 13 15% 1 1% Total geral 591 405 69% 112 19% 74 12% No Anexo C foram juntadas as avaliações das Previsões Meteorológicas Especiais (PME) recebidas. Observa-se índice de previsões corretas e/ou aceitáveis da ordem de 90 % ao longo de todo o período de validade das previsões (24 e 48 horas), bem como para a estimativa de 72 horas. Essa consistência temporal permitiu, nas ocasiões em que o Boletim de Previsão Meteorológica Especial não foi recebido a tempo de ser utilizado nos briefings meteorológicos, utilizar, com confiança, os prognósticos anteriores. Os parâmetros precipitação e direção de onda apresentaram o maior percentual de previsões incorretas (da ordem de 50 % e 15 %, respectivamente). Para os fatores de maior impacto para a operação do Navio, intensidade do vento e altura significativa das ondas, os índices de previsões corretas e/ou aceitáveis mantiveram-se acima de 95 %. Em vista da confiabilidade apresentada e do maior detalhamento, quando comparado às informações constantes do METEOROMARINHA, a Previsão Meteorológica Especial 12 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" constituiu-se em elemento fundamental para o controle da ação planejada ao longo de toda a comissão. Paralelamente à PME, foi solicitada ao CHM, pela MSG R-051223Z/MAR/09, a elaboração de Auxílios à Decisão (AADD), a fim de subsidiar o Controle da Ação Planejada para o recolhimento/lançamento das boias tipo ATLAS. Os AADD mostraram-se bastante úteis por permitirem identificar a ocorrência de “janelas” com condições favoráveis ao lançamento/recolhimento de boias ATLAS, possibilitando ao Navio optar pela melhor linha de ação no planejamento da seqüência de manutenção das mesmas, permitindo o cumprimento da missão com segurança. A apresentação dos mesmos em forma de meteograma / ondograma também se mostrou bastante eficaz, por propiciar ao Comando uma noção mais precisa das condições meteorológicas que se apresentariam para a consecução das fainas. 13 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2 - OCEANOGRAFIA 3.2.1 - Perfilagem Vertical 3.2.1.1 - Lançamentos de CTD-Rosette Seguindo orientações dos pesquisadores embarcados e a fim de possibilitar comparações com os dados coletados pelos sensores da linha de fundeio das boias ATLAS, foram realizados lançamentos do conjunto CTD-Rosette, nas proximidades dos pontos de fundeio das boias. Em duas estações CTD-Rosette, não foi possível atingir 90% da profundidade local: na correspondente à boia 3, situada na região da Cordilheira Meso Atlântica, de relevo submarino bastante irregular, e a correspondente à boia 4, em função da intensidade da deriva do Navio; nesta última, mesmo tendo sido pagos 4.191 metros de cabo, o equipamento somente atingiu a profundidade de 3.612 metros. Duas estações foram realizadas antes do recolhimento das boias e respectivos dispositivos de fundeio, em virtude do horário de chegada do Navio à área de interesse – na madrugada. Nas demais estações, às quais o Navio chegou durante o período de iluminação, os trabalhos se iniciaram pelo recolhimento das boias e respectivos dispositivos de fundeio, com vistas a uma maior segurança na condução das manobras de peso e minimizar a fatiga do pessoal envolvido. Em virtude de condições meteorológicas favoráveis e no intuito de melhor detalhar as feições oceanográficas associadas à dinâmica da circulação no Atlântico Tropical, o Navio conseguiu realizar estações intermediárias entre as boias do meridiano de 038º W até a profundidade de 1.000 metros. Nesse aspecto, ressalta-se a conveniência, em termos operacionais, de essas estações não estarem atreladas à realização das fainas relativas à manutenção das boias. O fator mais relevante na decisão de se realizarem ou não estações intermediárias são as condições meteorológicas e seu prognóstico, fornecidos por meio do Boletim de Previsão Meteorológica Especial (BPME) e acompanhados diariamente pelo Navio, nos briefings meteorológicos. Os arquivos gerados foram entregues aos pesquisadores do INPE embarcados para análise e comparações posteriores. 14 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.1.1.1 - Configuração dos Equipamentos A tabela abaixo sumariza os sensores e equipamentos CTD utilizados durante a Comissão: Estações (PIRA) primários T C 001 a 008 009 2896 1499 Sensores secundários T C 2500 OD 3181 1345 P 104455 Arquivo de configuração 9P46375_0881.con 9P46375_0881_a.con A aquisição dos principais parâmetros físicos da água (temperatura e salinidade) em duplicidade possibilita a elaboração de gráficos comparativos entre os dados obtidos pelos sensores, o que se constitui em um importante fator de acompanhamento e avaliação preliminar da qualidade dos dados durante sua aquisição em tempo real, bem como posterior processamento e validação dos mesmos, no CHM. As cópias das fichas de calibração dos sensores do CTD constituem o Anexo D. 3.2.1.1.2 - Procedimentos O pré-processamento dos dados coletados pelo CTD consistiu das seguintes operações: a) Conversão dos arquivos de dados para ASCII – DATCNV; b) Alinhamento temporal dos parâmetros adquiridos, em relação à pressão – ALIGN CTD; c) Eliminação dos dados que apresentaram grandes variações ou falhas em sua transmissão – WILDEDIT; d) Filtragem das variáveis pressão e condutividade com filtros passa-baixa – FILTER; e) Correção das variações de massa sofrida pela célula de condutividade devido ao acréscimo de pressão – CELLTM; f) Obtenção das variáveis de temperatura potencial, salinidade, densidade sigma-# – DERIVE; g) Eliminação de dados que apresentaram inversões na pressão ou valores mínimos de velocidade durante a perfilagem – LOOPEDIT; h) Cálculo das médias dos dados – BINAVG; i) Seleção das variáveis a serem exportadas bem como a ordem das respectivas colunas de dados – STRIP; j) Separação dos dados coletados na descida e na subida – SPLIT; e 15 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" k) Geração de arquivos identificando o fechamento das garrafas – BOTSUM. A coleta de amostras d’água foi efetuada durante a subida do conjunto CTD/ROSETTE, buscando atingir os níveis abaixo descritos: 1. na superfície (3 a 5 metros); 2. próximo ao final da camada de mistura; 3. próximo ao início da termoclina; 4. no meio da termoclina; 5. próximo ao final da termoclina; 6. próximo ao início da camada profunda; 7. no meio da camada profunda; e 8. na profundidade final de coleta. Para tal, em função da profundidade da estação e das características oceanográficas da região, foi adotado o seguinte critério: a) até 100 m de profundidade: 4 níveis (na superfície e na profundidade final de coleta, quando o perfil vertical de temperatura apresentou somente feições de camada de mistura); b) entre 100 e 1.000 m de profundidade: 6 níveis (na superfície, no final da camada de mistura, no início da termoclina e na profundidade final de coleta, quando o perfil vertical de temperatura apresentou somente feições de camada de mistura e termoclina); c) acima de 1000 metros de profundidade: nos 8 níveis acima descritos. Estão sendo encaminhadas 18 amostras de água do mar coletadas, referentes à Comissão PIRATA BR XI / AQUIPESCA, Apêndice VII, para a determinação de suas salinidades por um salinômetro de laboratório, tendo sido gerado um arquivo contendo os valores de salinidade obtidos pelo CTD para cada garrafa disparada (BOTSUM) Anexo L, outro contendo valores de salinidade calculados a bordo por um salinômetro portátil Guildline 8410A, Anexo L1 e um terceiro, contendo a comparação entre os dados obtidos por ambos os sensores, Anexo L2. Foi efetuada análise do oxigênio dissolvido em 63 amostras de água coletadas, observando-se o previsto na minuta de Instrução Técnica para Análise do Oxigênio Dissolvido. Após as análises de oxigênio dissolvido e o cálculo do percentual de saturação, os valores calculados foram lançados nos campos próprios do formulário DHN-6212-3, Apêndice III, e no Anexo G. 16 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.1.1.3 – Ocorrências Foram observadas as seguintes irregularidades durante realização das estações oceanográficas: PIRA001 Ocorreu a necessidade de reensarilhamento do cabo devido à troca do tambor, ainda no Rio de Janeiro. Foram reensarilhados 4150 metros. O cabo eletromecânico foi todo reensarilhado somente na estação PIRA002. PIRA002 As garrafas nº 2 e 3 foram disparadas, porém não fecharam. O sensor de oxigênio dissolvido apresentou aquisição ruidosa a partir de 2600 metros, tanto na descida quanto na subida. PIRA004 Ocorreu um spike de pressão por volta de 2200 metros. Devido à ocorrência frequente desse tipo de erro nas estações, completou-se o nível de óleo do CTD. PIRA005 A garrafa nº 4 foi disparada, porém não fechou. PIRA009 Ocorreu um erro no software de aquisição (Seasave), levando à necessidade de reinstalação do programa. Nessa ocasião, foi realizada uma modificação no arquivo de configuração do CTD, foram desabilitados canais de frequência que não estavam sendo utilizados. Percebeu-se, durante a descida do equipamento, que houve uma diminuição sensível de ruído durante a aquisição de dados por parte do sensor de oxigênio dissolvido. Por ocasião da subida, a 3800 metros de profundidade, a polia do arco de popa começou a “cantar”. Além das ocorrências citadas, as seguintes discrepâncias foram observadas após o lançamento dos dados e visualização dos mesmos, na planilha digital de registros de dados físicos e químicos das estações oceanográficas DHN-6212-3, versão 2.3 - 2006: CAMPO Hora / minuto Temperaturas Pressão Vagas PW - HW DISCREPÂNCIA Em virtude de aproximação, ao décimo da hora, é apresentada variação de até 3 minutos. A planilha digital despreza o décimo de grau Celsius. A planilha digital despreza os décimos na pressão barométrica. Quando é cadastrado PW= 00 HW= 00, o sistema somente cadastra PW= 00 e HW fica em vazio. 3.2.1.2 - Lançamentos de XBT Os Registros de Observações Batitermográficas (DHN-6227-4) dos lançamentos efetuados constituem o Apêndice IV. A tabela abaixo sumariza as irregularidades observadas durante a Comissão: LANÇAMENTO 001 030 ARQUIVO IRREGULARIDADES Houve erro no funcionamento do software MK-21, congelamento e perda do arquivo. Houve falha de isolamento do fio condutor a partir T7$0029d. RDF de 254 m. Foi efetuado um novo lançamento. *** 17 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Além das ocorrências citadas, as seguintes discrepâncias foram observadas durante consulta, após o lançamento dos dados e visualização dos mesmos, na planilha digital de registro de observações batitermográficas, DHN-6227-4, versão 2.3 - 2006: CAMPO Hora / minuto Vento (FF) Temperaturas Pressão Vagas (PW – HW) XBT - tipo de probe DISCREPÂNCIA Em virtude de aproximação, ao décimo da hora, é apresentada variação de até 3 minutos. Em virtude de conversões sucessivas da intensidade do vento, de nós para m/s e de m/s para nós, os valores são diferentes dos cadastrados. A planilha digital despreza o décimo de grau Celsius. A planilha digital despreza os décimos na pressão barométrica. Quando não se é possível observar as vagas e não é lançado nenhum valor no campo correspondente, é apresentado valor “0 m” para altura, no campo da vagas. Não há a opção “sistema MK-21”. A tabela abaixo sumariza o gasto de probes ao longo da Comissão: XBT/TIPO RECEBIDOS UTILIZADOS INUTILIZADOS A BORDO Sippican T-4 0 1 0 31 Sippican T-5 0 1 0 77 Sippican T-7 0 35 2 8 TOTAL 0 37 2 116 3.2.1.3 - Aquisição de dados com o ADCP A aquisição dos dados foi feita com o software VMDAS 1.3, utilizando-se o arquivo de inicialização “PIR_ADU5_COM_BT.ini” e o arquivo de configuração “DHNBB76.txt”. Tal configuração permite que o equipamento opere automaticamente em bottom track e navigation mantendo um intervalo de transmissão de 3 s. Os dados de posição utilizados pelo ADCP são fornecidos por um GPS científico ADU5, da Thales Navigation. Trata-se de um sistema mais preciso, baseado na determinação tridimensional da posição e atitude, obtendo-se medidas de ângulo de proa, balanço e caturro, com posição e velocidade exatas, para plataformas estáticas e dinâmicas. Fisicamente, o sistema consiste num receptor com 4 antenas, com capacidade de selecionar os oito melhores canais por receptor, em função dos valores de PDOP (Diluição da Precisão da Posição). A exatidão esperada do posicionamento é de 2 metros, enquanto que ângulos de atitude são fornecidos com precisão de 1 milirradiano ou menos, em tempo real, a uma taxa de atualização de 5 Hz. Observou-se, durante a subida do Navio, rumo à boia 1, no meridiano de 038º W, em função de condições adversas de mar – ventos de E/NE superiores a 15 nós e ondas de NE/N 18 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" de até 2,0 metros – uma degradação acentuada na capacidade de perfilagem de correntes: foram obtidos dados válidos até a profundidade média de 100 metros, no trecho em questão. Na descida do Navio, em situação de mar de popa, a aquisição de dados se deu até a profundidade de 200 metros, aproximadamente. Os arquivos gerados constam do Apêndice VI e as planilhas de acompanhamento constituem o Apêndice II. 3.2.1.3.1 – Ocorrências Foram observadas as seguintes irregularidades: ARQUIVOS PIR001 PIR002 PIR003 PIR007 PIR016 PIR021 PIR027 PIR028 PIR029 PIR031 PIR034 PIR035 PIR036 PIR037 PIR039 PIR041 PIR042 PIR045 PIR046 IRREGULARIDADES Arquivo interrompido antecipadamente devido à mudança de rumo maior que 30º. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Arquivo interrompido antecipadamente em função da profundidade local inferior a 50 metros. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada perda de comunicação entre o computador de aquisição e a Deck Unit. Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Interrompido devido a uma perda do sinal do ADCP, mensagem “Checking Cable” . Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. Interrompido devido a uma perda do sinal do ADCP, mensagem “Checking Cable” . Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Interrompido devido a uma perda do sinal do ADCP, mensagem “Checking Cable” . Arquivo interrompido antecipadamente por ter sido observada ausência de dados de heading, pitch e roll. 19 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Aquisição interrompida para evitar interferência na operação do liberador acústico na faina de recolhimento da boia “ATLAS”. Arquivo interrompido antecipadamente em função da profundidade local inferior a 50 metros. PIR048 PIR051 3.2.2- Perfilagem Horizontal 3.2.2.1 - Aquisição de dados com o Termossalinógrafo O Termossalinógrafo SBE 21 recebe informações do formato NMEA-183 do GPS TRIMBLE NT 200D. As tabelas abaixo sumarizam os sensores utilizados bem como as irregularidades ocorridas durante a Comissão: Sensores Arquivos (PIR_) primários T 2130 001 a 025 C 2130 secundário T XXXX Arquivo de configuração 2130.con Foram observadas as seguintes irregularidades: ARQUIVOS IRREGULARIDADES Arquivo interrompido devido à perda de comunicação do sensor com o programa de aquisição. Arquivo interrompido devido à queda de energia. Arquivo interrompido antecipadamente em função da profundidade local inferior a 50 metros. Arquivo interrompido devido ao congelamento do programa de aquisição. Arquivo interrompido devido à queda de energia. Arquivo interrompido para limpeza da célula de condutividade em função de um grande número de spikes. PIR_1 PIR_2 PIR_9 PIR_10 PIR_13 PIR_17 As datas de calibração dos sensores utilizados na Comissão constam da tabela a seguir: Sensor Tipo Temperatura Condutividade Data de calibração NS 2130 XXX 2130 SBE – 22JUN2005 XXXX SBE – 22JUN2005 20 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Cópias das fichas de calibração dos sensores do Termossalinógrafo encontram-se no Anexo D. 3.2.2.2 – Aquisição de dados de fugacidade de CO2 Durante a pernada Fortaleza-Natal, foram realizadas medições de fugacidade de CO2 atmosférico e à superfície do mar. Os pesquisadores do IRD instalaram no laboratório molhado do Navio um sistema de medição contínua da água do mar, por meio de uma derivação da descarga da bomba de resfriamento da frigorífica. No tijupá, foi instalado um sensor de captação de ar atmosférico, conectado ao sistema. Para a medição à superfície do mar, o sistema constitui-se de quatro cilindros de gás, usados para calibração e instalados no convés da hidroceanografia: um com N2 (concentração zero de CO2) e outros três de ar a diferentes concentrações de CO2: a 281,05 ppm, 363,45 ppm e 498,97 ppm. Dispôs-se também de equipamento para medição de oxigênio dissolvido à superfície do mar. Além do fornecimento contínuo de água do mar, foi necessário estabelecer uma conexão eletrônica com o Termossalinógrafo do Navio: a partir da caixa de junção, no laboratório seco, dividiu-se o sinal eletrônico, vindo dos sensores, para o computador de aquisição dos dados e para o sistema instalado no laboratório molhado. Para as futuras comissões, é desejável que seja instalado um amplificador de sinal, junto à caixa de junção. Em função dos altos valores de TSM, típicos da região intertropical, e da redução do fluxo d’água destinado ao resfriamento da frigorífica, observou-se uma queda em seu rendimento. Para contornar o problema, ambas as bombas que compõem o circuito aberto (de água do mar) de resfriamento da frigorífica permaneceram em funcionamento durante toda a pernada Fortaleza-Natal, sobrecarregando o sistema, no período. Para as futuras comissões, é desejável que as bombas de resfriamento da frigorífica sejam trocadas por outras de maior capacidade ou, alternativamente, seja instalada uma rede independente, a partir da caixa de mar, com rede de água de mar exclusiva para esse fim. O Anexo N contém o relatório elaborado pelos pesquisadores embarcados explicitando os procedimentos de instalação do sistema e os resultados preliminares obtidos. 3.2.2.3 – Radiometria Foram realizadas, pelos pesquisadores do INPE embarcados, medições radiométricas, durante a pernada Fortaleza – Natal, seguindo os protocolos pertinentes a esse tipo de medição. Os dados brutos de aquisição do radiômetro constam do Anexo I. 21 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.2.4 – Lançamento de redes biológicas Em apoio aos projetos de pesquisa “Biologia dos Agulhões da Família Istiophoridae no Atlântico Sudoeste” e “Pesca e Ecologia de Atuns e Afins no Atlântico Oeste Tropical”, desenvolvidos pela UFRPE, o Navio realizou arrastos horizontais, durante a pernada Natal – Rio de Janeiro, diariamente às 0000P, 0600P, 1200P e 1800P. Foram utilizadas redes de malhas com micragem de 300 e 500 $m para coleta de material biológico para análise de plâncton, o qual foi armazenado pelos próprios pesquisadores embarcados. A planilha de acompanhamento dos arrastos horizontais realizados constitui o Anexo K. 3.2.3 - Lançamento e recolhimento de boias do tipo ATLAS O embarque do material para a faina de recolhimento/lançamento das boias foi realizado em 05MAR, no Píer Paulo Irineu Roxo Freitas (PIRF). O material oriundo do INPE veio acondicionado em dois caminhões, ao passo que os itens vindos da NOAA foram transportados por meio de dois caminhões-contêiner. O tempo de embarque de todo o material atinente à Comissão foi de 8 horas. Para essa faina, o Navio contou com dois caminhões “Munk”, uma empilhadeira com capacidade de 4 toneladas, para a retirada do material dos contêineres, e um guindaste para cargas de até 30 toneladas e braço de 15 metros, para o embarque propriamente dito do material. A contratação dos serviços dos mesmos esteve a cargo do INPE. Em função do limite de concentração de carga no PIRF de 2 ton/m2, somente um contêiner por vez pôde ser descarregado no cais. Foram utilizados trechos de madeira maciça, à guisa de escora, de modo a reduzir a concentração de carga no PIRF. De acordo com informações dos pesquisadores do INPE embarcados, apesar de todo o esforço logístico em antecipar a importação do material para os meses de janeiro e fevereiro, os equipamentos atinentes aos pesquisadores franceses do IRD chegaram àquele Instituto somente em 03MAR. Reitera-se, assim, que, em virtude dos trâmites referentes à importação, desembaraço alfandegário e do tempo de translado do material para o Brasil, o planejamento de uma Comissão PIRATA nos dois primeiro meses do ano é de baixa aceitabilidade. É recomendável, portanto, que tal dificuldade logística seja levada em consideração no planejamento das próximas comissões. Dentre os materiais disponíveis a bordo, normalmente enviados pela NOAA, os itens abaixo listados foram considerados como fundamentais à segurança do pessoal envolvido e 22 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" para o sucesso das fainas de lançamento e recolhimento das boias, sugerindo-se, inclusive, que estes itens sejam em número superior a uma unidade: 1) Sea Catch - Toggle Release TR7, com capacidade de até 7.042 lb - gato de escape utilizado no lançamento da poita; e 2) Yale-Grip Green - Synthetic Pulling and Stopping Grip - PN 944505 - espécie de trapa de Kevlar capaz de sustentar toda a linha de fundeio, com carga de trabalho de 2.000 lb e carga de ruptura de 10.000 lb. Foram realizados 6 recolhimentos e 6 fundeios de boias tipo ATLAS. Apesar de estarem previstas em Ordem de Movimento apenas as fainas de manutenção das boias 1, 2, 3, 5 e 8, o Navio realizou adicionalmente, durante a pernada Fortaleza-Natal, a manutenção na boia 4, em função de condições meteorológicas favoráveis. A tabela abaixo sumariza as condições de mar e vento observadas durante a realização das fainas: Vento Boia 8 1 Altura significativa Direção Força Direção SE / E 2/3 E / NE 0,5 / 1,0 NE / E 1,0 / 1,5 N 0,5 / 1,0 NE / E 2 Mar 3 N / NE 4 N 5 N / NE (m) 4/5 3/4 4/5 1 / 3, ocasionalmente 4 Observa-se, então, a conveniência de se manter a realização da Comissão PIRATA nesse período – fim do inverno e começo da primavera, no hemisfério norte. O fundeio da boia 3, conforme já citado no item 3.2.1.1 deste Relatório de Fim de Comissão, situa-se numa área de fundo bastante irregular – a Cordilheira Meso Atlântica. Em contrapartida, é recomendado, na Minuta de Instrução Técnica de fundeio de boias oceanográficas / meteorológicas tipo ATLAS em grandes profundidades, que a área destinada à faina apresente relevo submarino suave, em que as variações no fundo não sejam maiores do que 1 % da profundidade local, num raio mínimo de 1 MN. Consequentemente, por ocasião da aproximação para o lançamento da boia, a deriva do Navio e o tempo a ser gasto para lançar o dispositivo n’água devem ser calculados com grande cautela. No cálculo do rumo de aproximação, a topografia submarina deve também ser levada em consideração: deve-se escolher o rumo que apresentar o menor gradiente batimétrico (espécie de “corredor”). 23 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Por ocasião do recolhimento da boia 5, foi constatado um alto grau de vandalismo: o toroide possuía trincas – provavelmente devido a choques com embarcações de pesca –, parte do mangrulho pareceu ter sido serrada, o pluviômetro, os sensores de radiação e dois sensores oceanográficos foram perdidos. Além disso, observou-se grande quantidade de linhas de pesca até os cem primeiros metros do cabo de aço, aproximadamente. Note-se que a posição da mesma, por ocasião de seu recolhimento, distava de sua posição de lançamento, em 2008, de 4,7 MN. Nas fainas de recolhimento das boias tipo ATLAS, para incrementar a segurança do pessoal que labora os cabos de aço e de nylon, foi utilizado um mordedor de cabo de aço, posicionado ao redor do cabrestante por meio de correntes. Sua aplicação se deu nos momentos de troca do sarilho: o cabo que estivesse sendo recolhido era “mordido”, evitando que o mesmo corresse. O procedimento de “pegar a boia”, já utilizado em 2008, confirmou a sua eficiência, além de reduzir o tempo de risco com bote n`água. O procedimento consiste em: aproximarse da bóia aproado contra a corrente; o workline é levado até a proa por fora do Navio, sendo passado sob volta na máquina de suspender, ao passo que o bote recebe, à meia-nau, um cabo de leva, talingado ao chicote do workline. Dessa forma, o Navio possui maior manobrabilidade e o tempo de recolhimento da boia é reduzido. A tabela abaixo sumariza a faina de manutenção das boias: BOIA DATA PIR-I RECOLHIMENTO LANÇAMENTO CORRIDA Início (*) Fim Início Fim (**) Rumo Distância Profundidade 25/03/09 0930P 1620P 1730P 2210P 260º 6,0 MN 5823 m PIR-II 27/03/09 0550P 1045P 1205P 1525P 235º 5,5 MN 4827 m PIR-III 28/03/09 281436P 282000P 290640P 290947P 245º 4,2 MN 4097 m PIR-IV 30/03/09 0938P 1422P 1534P 1835P 202° 5,0 MN 4616 m PIR-V 01/04/09 0832P 1320P 1351P 1650P 202º 4,7 MN 4554 m SW-3 12/03/09 0728P 1200P 1304P 1656P 241° 7,0 MN 4318 m (*) Computado a partir do momento em que o bote se encontra n’água. (**) Não computado o tempo gasto para a poita atingir o fundo (cerca de 40 minutos) e posterior espera para verificação quanto ao correto funcionamento dos sensores, de duração aproximada de 15 minutos). As planilhas com os dados de recolhimento e lançamento das boias constam do Anexo O. 24 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.4 – Análise preliminar dos resultados 3.2.4.1 - Área e Período da Comissão a) Área de Operação: i. Região compreendida entre o Estado do Espírito Santo e o paralelo de 15ºN e os meridianos de 034º W e 038º W; ii. Distância máxima da costa (perfil 01): 1.100 milhas; iii. Totalizando 09 estações oceanográficas com profundidades de coleta entre 1000 e 4.808 metros; e iv. Equipamentos de coleta: CTD, Termossalinógrafo, ADCP e XBT. b) Período de Coleta de Dados: verão e outono (09 de março a 12 de abril). Figura 1 – Área de estudo da Comissão PIRATA BR XI / AQUIPESCA 25 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Na avaliação feita, sempre que possível, foi efetuada comparação entre dados coletados por sensores independentes, sendo o grau de dispersão entre o parâmetro medido apresentado sob forma gráfica por meio de uma reta de regressão linear e pelo cálculo da correlação. Nas figuras, a linha pontilhada em negro com coeficiente angular unitário e coeficiente linear nulo representa o caso de resultados idênticos (perfect agreement). 3.2.4.2 – Perfilagem vertical 3.2.4.2.1 – Temperatura A fim de verificar a qualidade dos dados de temperatura coletados pelos sensores do CTD, efetuou-se a comparação entre os sensores primário e secundário, sumarizada na Figura 2: Figura 2 – Regressão linear de temperatura (sensores CTD) 26 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Como a acurácia típica fornecida pelo fabricante é de 0,004 ºC para cada ano de utilização, em ambos os sensores, a faixa de erro adotada, considerando-se as datas de calibração dos sensores utilizados, foi de 0,0115 ºC, para o sensor nº 2896, e 0,0172 ºC, para o sensor nº 2500. Sendo assim, a faixa de erro adotada para considerar os dados válidos foi de 0,0287ºC, alcançando-se o índice de 99,63% dos dados de temperatura válidos. O elevado valor da correlação entre os dois sinais, o coeficiente angular da reta igual a um e o coeficiente linear próximo a zero, após a retirada dos spikes, que totalizam menos de 1% do universo amostral, indicam que os resultados obtidos pelos sensores primário e secundário estão estatisticamente correlacionados. Com o propósito de garantir a detecção, o mais precocemente possível, de falhas que pudessem ocorrer durante a coleta de dados, foram monitorados, em tempo real, os canais primário e secundário, acrescentando-se, a partir do software de aquisição de dados, as colunas de diferença entre valores dos sensores primário e secundário de temperatura e salinidade, na caixa de diálogo tabulada. 27 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.4.2.2 – Condutividade /Salinidade A fim de verificar a qualidade dos dados de condutividade coletados pelos sensores do CTD, efetuou-se a comparação entre os valores obtidos, sumarizada na Figura 3, abaixo: Figura 3 – Regressão linear de condutividade (sensores CTD) Como a acurácia típica dos sensores de condutividade é de 0,0003 S/m por mês, computada a partir da última calibração, para ambos os sensores, a faixa de erro adotada, considerando-se as datas de calibração dos sensores utilizados, foi de 0,00638 S/m, para o sensor nº 1499 e 0,01120 S/m, para o sensor nº 3181, totalizando um erro limite de 0,01758 S/m para a validação dos dados. Alcançou-se a totalidade dos dados de condutividade considerados válidos. O elevado valor da correlação entre os dois sinais, o coeficiente angular da reta igual a um e o coeficiente linear próximo a zero indicam que os resultados obtidos pelos sensores primário e secundário estão estatisticamente correlacionados. 28 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 3.2.4.3 - Caracterização das Principais Massas d’Água As principais características das massas d’água identificadas a partir da análise dos diagramas TS são sumarizadas na tabela abaixo e ilustradas na Figura 4: MASSA TEMPERATURA SALINIDADE PROFUNDIDADE ORIGEM Água Tropical (AT) T> 20º C S> 36,4 Camada de Mistura 0<P<[80 a 120 m] Região Intertropical Água Central do Atlântico Sul (ACAS) 5ºC< T <20º C 34,6< S <36,4 Termoclina O[100 <P< 600 m] Giro subtropical do Atlântico Sul Água Central do Atlântico Norte (ACAN) 5ºC< T <20º C 34,6< S <36,4 Termoclina O[100 <P< 600 m] Giro subtropical do Atlântico Norte Água Intermediária Antártica (AIA) 3,7ºC< T <5º C S<34,7 800<P<1.000 m Região de Convergência Antártica Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) 2ºC< T <3º C 34,7< S <35,0 1.000<P<4.000 m Plataforma Continental da Groelândia Água Antártica de Fundo (AAF) T<2ºC S<34,7 P>4.000 Mar de Weddell e Mar de Ross (Antártica) 29 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Figura 4 – Diagrama TS – estações no meridiano de 038º W e boia PIR-V A Água Tropical (AT) ocupa a camada de mistura, o que corresponde aos 50 a 100 metros superiores da coluna d’água, estando, portanto, sujeita aos efeitos dos processos atmosféricos locais como nebulosidade, insolação e precipitação, entre outros, o que explica o maior espalhamento dos pontos TS nessa região do diagrama. Na base da camada de mistura, existe o máximo de salinidade característico dessa massa d’água. A Água Central do Atlântico Sul (ACAS) e a Água Central do Atlântico Norte (ACAN), por seu lado, ocupam a faixa de profundidades correspondente à termoclina, abaixo da isoterma de 22ºC, apresentando como característica principal uma maior amplitude de variação de temperatura e salinidade. Para a região considerada, existem dois tipos de ACAS, cujas origens são distintas: uma de menor densidade, originada na faixa subtropical, a sudoeste do Atlântico Sul, circulando no interior do giro subtropical, e a outra, do tipo mais denso, provavelmente, segundo Stramma, L., and Schott, F., Deep-Sea Res. II-46, 279-303, 1999, com origem no sul do Atlântico Sul, como também no Oceano Índico, fluindo para o norte com a corrente de Benguela e, então para oeste, com a Corrente Sul Equatorial. A Água Central do Atlântico Norte (ACAN) se distingue da ACAS por ser mais salina e profunda. A maior salinidade ocorre devido ao aporte do Mar Mediterrâneo e a maior extensão E-W do Atlântico Norte que propicia uma maior evaporação da água ao 30 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" longo do giro, enquanto que a maior profundidade se deve à presença menos significativa, nessa região, da Água Intermediária Antártica (AIA), massa d’água com a qual se encontra. O deslocamento paulatino para a direita das curvas TS das estações oceanográficas realizadas nas proximidades das boias ATLAS, à medida que as mesmas foram realizadas progressivamente ao norte, indica a diminuição de influência da ACAS e um gradual predomínio da ACAN. Abaixo desta massa, identifica-se a Água Intermediária Antártica (AIA), caracterizada no gráfico TS pelo ponto de inflexão associado ao mínimo de salinidade (S[34,4]) observado entre as profundidades de 800 e 1.000 metros, apresentando temperaturas da ordem de 4ºC. Ainda observa-se que, com o aumento da latitude, a inflexão da AIA no diagrama TS vai esmaecendo, até ter uma pequena inflexão na estação PIRA002 (15°N). Em maiores profundidades, o deslocamento da curva TS na direção de maiores salinidades reflete a mistura com a Água Profunda do Atlântico Norte. A APAN flui para sul, entre as profundidades de 1.000 e 4.000 metros, sendo caracterizada por valores máximos relativos de salinidade, como se observa pelo ponto de inflexão no diagrama TS nas proximidades das coordenadas (35,0; 4ºC). 31 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" As figuras a seguir apresentam os perfis verticais de densidade, oxigênio dissolvido (OD), salinidade e temperatura, gerados a partir dos dados das estações CTD realizadas no meridiano de 038° W. As colunas em verde representam os pontos de coleta de dados e as profundidades atingidas com o CTD. As colunas em verde até a profundidade de 1.000 metros representam as estações CTD intermediárias realizadas entre boias, ao passo que as colunas mais profundas se referem às estações das boias. A coluna mais à esquerda é a correspondente à bóia 1 e as distâncias entre as estações estão assinaladas nos gráficos. Convém observar que se obtiveram, até a profundidade de 1.000 metros, dados acerca dos principais parâmetros físicos da água do mar a cada 100 MN, aproximadamente, ao longo do meridiano de 038° W, desde a latitude de 15° N até 4° N. Figura 5 – Perfil vertical de densidade até 4.500 m Figura 6 – Perfil vertical de densidade até 200 m Figura 7 – Perfil vertical de OD até 4.500 m Figura 8 – Perfil vertical de OD até 800 m 32 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" Figura 9 – Perfil vertical de salinidade até 4.500 m Figura 10 – Perfil vertical de salinidade até 1.000 m Figura 11 – Perfil vertical de temperatura até 4.500 m Figura 12 – Perfil vertical de temperatura até 500 m 33 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 4. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS NA ÁREA 4.1 - NOc “ANTARES” Os seguintes pontos são considerados de fundamental importância para a realização das Comissões PIRATA com segurança e eficiência: a) O Navio deve possuir equipamento de comunicação por satélite com voz, fax e internet, necessidade apontada também pelos pesquisadores, a fim de possibilitar o recebimento da posição atualizada da boia lançada e seu status, troca de informações em tempo real com os centros científicos bem como o incremento do aprestamento logístico; b) Há necessidade de destaque de um médico, pois, durante a Comissão, o Navio, além de efetuar manobras com pesos e laborar com cabos sob tensão, chega a estar a cinco dias de navegação do porto mais próximo. Cabe ressaltar o embarque frequente de pesquisadores e alunos de diversas Instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais; a presença do médico, em tais ocasiões, contribui para a salvaguarda da integridade física dos civis embarcados, minimizando possíveis consequências adversas para a MB; c) É recomendável que o Navio realize as pernadas de manutenção de boias com, no máximo, 4 poitas a bordo, em virtude de as mesmas estarem situadas no convés da hidroceanografia e, portanto, ocuparem bastante espaço na área de manobra de peso. Verifica-se uma maior dificuldade por ocasião do recolhimento das boias; d) Sugere-se que as pernadas contemplem no máximo 3 lançamentos / recolhimentos de boias ATLAS, com vistas a reduzir a fadiga da tripulação; e) Em virtude do uso continuado durante a Comissão, há necessidade de manutenção preventiva no sistema hidráulico, aparelhos de laborar e testes de resistência nos olhais da popa e convés da hidroceanografia; f) No que tange ao período da Comissão, deve-se prioritariamente realizá-la entre os meses de março a junho. Devem ser evitados os meses de agosto a novembro, em virtude da maior probabilidade de ocorrência de condições meteorológicas adversas. Os meses de janeiro e fevereiro, conforme relatado no item 3.2.3 deste Relatório, são de pouca aceitabilidade por questões logísticas; e g) É recomendável que o navio disponha antecipadamente de recursos para eventuais reparos, ao longo da Comissão. Nesta Comissão, o Navio obteve como verba hidrográfica o valor de R$ 2.500,00, por meio do CHM. O recurso em questão foi utilizado para aquisição de material de consumo necessário às atividades da Divisão de Hidroceanografia. 34 Continuação do Relatório de Fim de Comissão “PIRATA BR XI – AQUIPESCA" 4.2 – PESSOAL EXTRA-MARINHA As sugestões para futuros trabalhos na área apresentadas pelo pessoal do INPE embarcado foram formalizadas num relatório de campo, constituindo o Anexo N. LUIZ CLAUDIO TEIXEIRA PALHOTA Capitão-de-Fragata Comandante ASSINADO DIGITALMENTE 35
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