Aquiles Priester - Italian Ritmi Magazine Interview _portugues_
Transcrição
Aquiles Priester - Italian Ritmi Magazine Interview _portugues_
1. In your busy life as a musician you've found time to realize methods and DVDs. What prompted you to dedicate time to their achievement? Aquiles Priester – As pessoas que apreciam o meu trabalho esperam que seja lançado algum material didático de tempo em tempo. Não tenho pressa de fazer um monte de coisas para ter um catálogo vasto, minha maior preocupação é manter um alto nível de qualidade em tudo que faço. Se eu for pensar bem, tempo livre não existe, mas se você quer seguir adiante com sua carreira, precisa encontrar tempo para realizar as coisas que são importantes e no momento certo. 2. Your last instructional DVD (The Infallible Reason Of My Freak Drumming), is very practical with regard to the division of chapters. Did you choose this subdivision by yourself? Aquiles – Sim, eu mesmo produzi meu DVD e foi baseado nas coisas que sempre estudei. Tudo que aprendi com o Kiko Freitas na época que fiz aula com ele está no meu DVD. Isso vai muito além dos exercícios em si, pois estou falando da concepção do trabalho. Muita gente comenta que a forma que o DVD é apresentado é muito boa e fico muito feliz por isso. Esse DVD foi lançado no mundo todo pela Mel Bay Publishing e no ano de 2011 ficou em 3° como melhor DVD instrucional ano pelo ranking dos leitores da revista Modern Drummer. 3. How long did it take to complete it? Aquiles – Fiz uma pré-produção longa, de quase 15 dias gravando e ensaiando todo o roteiro durante quase oito horas por dia num sítio sozinho. A gravação em si durou apenas dois dias e no segundo dia cheguei a gravar por mais de doze horas seguidas. Ninguém sabe o verdadeiro trabalho que dá para você gravar um DVD de qualidade hoje em dia. 4. It reached the success you've expected? Aquiles – Ele foi muito além do que imaginava. Quando iniciei o projeto, meu objetivo era levar um amostra desse DVD para a Namm Show 2010 e conseguir um contrato mundial. Isso aconteceu com a Mel Bay, que não só lançou o DVD, mas também meu livro instrucional “Inside my PsychoBook – 100 Double Bass Patterns”. É muito legal entrar nas grandes lojas pelo mundo e ver seu DVD e seu livro lá exposto. É uma sensação de recompensa por tanta dedicação e trabalho. 5. I think "PsychOctopus Solo" fully represent your style: latin blood, elegant in its execution, but progressive in the essence. How did this song come to life? Aquiles – Esse solo é muito inspirado no solo de Neil Peart do DVD “The Show of Hands” do Rush, que foi lançado em 1989. Sempre quis ter um solo com back tracks e ele foi concebido com a ajuda do meu grande parceiro musical Fábio Laguna, que toca hoje comigo no Hangar. Passamos duas tardes juntos trabalhando nessas partes, que eu solfejava para ele já imaginando o ritmo em cima das levadas e ele criava a harmonia musical. Fiz uma homenagem ao Buddy Rich, que é um choque, pois ninguém espera que eu toque uma parte de “Mercy, Mercy, Mercy” num solo de bateria de um baterista de metal. Assim como você, o Thomas Lang comentou que esse solo era muito elegante, depois de ver um workshop meu no Musicians Institute de Los Angeles. 6. You've got the pleasure to play with Paul Di Anno and follow him on tour. How did you meet him? Aquiles – Foi um dono de uma gravadora que me viu tocando num pub em São Paulo e me fez o convite. Na verdade ele disse que era o cantor de uma banda grande, mas jamais imaginei que fosse o Paul. Sempre fui e ainda sou um grande fã do Iron Maiden e tocar com o Paul foi algo único para a minha carreira. Foi a primeira tour que fiz pelo Brasil e aquilo acendeu um grande chama dentro de mim, já que naquela época eu ainda tinha um emprego paralelo à música. 7. Then you were also called from Vinnie Moore. In this case, what happened? Aquiles – Foi por um acaso que isso aconteceu. Era para o Hangar fazer a abertura dos shows do Vinnie Moore na Europa em 2008 e aí nosso empresário europeu enviou uma cópia do nosso disco “The Reason of your Conviction”, que tinha sido lançado em 2007 para o Vinnie conhecer a banda. A tour não aconteceu, mas o Vinnie perguntou para o nosso empresário se eu conhecia o trabalho ele e se aceitaria fazer uma tour com ele. Eu conhecia toda a discografia do Vinnie e duas semanas depois postei um vídeo meu no youtube tocando a música “The Maze” que é uma das mais complicadas que ele já compôs e que passa por diversos estilos musicais. O tiro foi certeiro e o Vinnie disse que me convidaria para tour quanto isso acontecesse. Demorou um pouco, pois só foi acontecer em fevereiro de 2010. Valeu a pena a esperar, pois depois desse trabalho ganhei muita exposição fora do Brasil. Depois disso as coisas realmente começaram a acontecer para mim. 8. The Freakeys are an instrumental band. Needing for large spaces of expression, or simple artistic choice? Aquiles – Esse disco deveria ser um disco solo do Fábio Laguna que no meio do processo ele achou mais interessante colocar o nome de uma banda. Foi um dos discos mais difíceis que já gravei e superei todos os meus limites na época. Gravamos no meio da tour do disco “Temple of Shadows” e chegamos a gravar umas seis músicas num estúdio e depois recomeçar tudo de novo por não gostar do resultado. É um grande disco e muita gente o comparou com os discos do projeto “Liquid Tension” na época. 9. You are the Hangar group founder, born in November 1997. How much and in which way the sound of the band evolved from the from "Last Time" to "Acoustic, But Plugged In!"? Aquiles – O disco “Last Time” foi composto e gravado em uma época que tínhamos pouquíssima experiência. Na verdade nenhuma. O Hangar me projetou e me deu espaço para eu tocar da forma que eu sempre quis. Tenho muito orgulho da discografia da banda e o Acoustic, but Plugged In! é uma compilação dos nossos maiores sucessos. Só nos demos conta que, o repertório do disco era praticamente o mesmo repertório que estávamos tocando nos shows normais da banda certo tempo depois. 10. With Hangar, at the beginning, you have opened an Angra live. After you became their drummer. How did your entry into Angra? Aquiles – Fiz uma audição. Vi que eles precisavam de um novo baterista e nessa época eu estava de mudança de Porto Alegre para São Paulo a trabalho pela multinacional que eu trabalhava na época. Foi uma época de muitas mudanças na minha vida e todo mundo acha que me mudei para São Paulo para tocar no Angra e na verdade eu tinha um trabalho normal nessa época. Foi difícil decidir na época se realmente deveria ir adiante com meu sonho de ser músico profissional, mas hoje, 10 anos depois vi que fiz a escolha certa. Minha entrada na banda foi muito pensada e fizemso muitos testes até que eles tivessem certeza que eu era a pessoas certa. 11. Do you think that Angra's sound have influenced the sound of the Hangar? Aquiles – Não, de forma alguma. O Hangar sempre foi uma banda de som próprio que é difícil rotular. E isso continua até hoje. Deixamos a música nos levar por onde ela quer e nossos fãs não nos cobram para que a gente faça um disco parecido com outro. 12. It was a tough decision to leave Angra? Aquiles – É sempre difícil você sair da zona de conforto e começar tudo de novo. Em 2007 quando as coisas não estavam muito bem no Angra eu tomei essa decisão e foi muito difícil. Não sabia o que iria acontecer com a minha carreira, mas sabia que não poderia ficar mais na banda, pois não me sentia parte dela. Eu não podia compor, não podia participar das decisões que afetavam a minha vida dentro da banda. Eu estava muito triste com o andamento das coisas e não o gerenciamento da banda não me agradava também. Na época foi difícil, mas hoje vi que tomei a decisão certa e apostei na minha carreira. Se tivesse ficando na banda, com certeza que seria outro Aquiles hoje, que teria a sua carreira completamente diferente do rumo que estou tomando hoje. In 2011 you've published two works: "Inside Your Soul" (CD Relaunch) and "Acoustic, But Plugged In!". Is unusual for a progressive band to realize an entire acoustic album. Where dids the idea come from? Aquiles – O disco “Inside your Soul” estava há muito tempo fora de catálogo e muitos fãs pediam que esse disco fosse relançado e por isso aproveitamos para colocar algumas faixas bônus. Já o disco “Acoustic, but Plugged In!” é um disco que já devíamos ter gravado, pois já temos nos apresentado nesse formato desde 2007. Foi um grande desafio reescrever os arranjos para esse disco, não só na bateria, mas como produtor também. Tive que me preocupar com todo o conceito musical do algum. Falando da bateria, o que foi mais assustador, é que se normalmente eu uso dois rides com cúpulas grandes no show elétrico, no acústico eu eliminei o ride e me concentrei somente no hi-hat, que nesse caso é um grande clássico da Paiste, o Sound Edge 602. Tenho uma história engraçada sobre esse hi-hat. Na Namm Show de 2011, o Ndugu Chancler fez uma jam com o John Robinson no Paiste booth e depois que eles terminaram, peguei o hi-hat da bateria dele para mim. Eu falei para o relações artísticas da Paiste Andrew Shreve: - Quero um pouco desse groove dele na minha música. E foi assim que concebi minha bateria para esse disco, totalmente focado no groove e utilizando somente um pedal simples. Quis fazer o oposto do que sempre fiz nos discos do Hangar. Mas nem por isso ficou simples. A música “Colorblind” ficou ainda mais assustadora que na versão elétrica. 13. Creating soundtracks for an acoustic purpose, required special arrangements? Aquiles – Com certeza! Precisava criar uma atmosfera interessante, pois sei que independente do tamanho do meu kit ou do trabalho que vou fazer, as pessoas esperam algo de mim e eu também não podia me decepcionar. O trabalho ficou excelente e somos a primeira banda de metal do Brasil a gravar um disco acústico. 14. To record "Acoustic, But Plugged In!" you've used a much smaller set rather than the one you use normally. What's the reason? Aquiles – Não faria o menor sentido eu ter o mesmo som de um disco normal do Hangar num disco acústico. Diminui o kit, usei uma afinação mais alta e ainda usei pratos mais leves. Nenhum prato usado para a gravação do disco acústico é usado no meu kit de pratos do elétrico. Fiz questão de criar algo especial para o disco mais desafiador da minha vida. 15. Tell us about your experience with Dream Theater. Aquiles – Aquilo foi um marco na minha vida. Jamais imaginei que poderia ser um dos sete bateristas escolhidos no mundo todo para a audição mais importante da história da música moderna. Foi incrível participar do processo todo. A minha história é completamente diferente de todos os outros bateristas que estavam lá. Eu sempre tive um emprego paralelo a minha carreira desde os 15 anos de idade. Só parei de trabalhar quando fui iniciar a tour do disco “Rebirth” que gravei com o Angra em 2001, todo o resto do processo de composição, arranjo e gravação do disco eu fiz trabalhando. Ou seja, só estou no mercado profissional há dez anos e veja tudo que aconteceu comigo. Minha primeira aula de bateria foi aos 22 anos, quanto aprendi o primeiro rudimento, antes disso eu tocava somente de ouvido e com os discos. Eu não sabia que existia técnica de bateria. Sem a audição com o Dream Theater, possivelmente eu não estaria aqui em Los Angeles agora ensaiando com o Tony MacAlpine e me preparando para uma tour européia. Estou tocando músicas que foram gravadas pelo Steve Smith, Deen Castronovo, Atma Anur, Mike Terrana, Virgil Donati e Marco Minnemann. Segundo ele, foi o John Petrucci que me indicou para esse trabalho. Acho que as portas nunca se fecham quando você faz um trabalho bem feito. Foi uma grande honra ter sido chamado para a audição por causa dos vídeos do meu último DVD, que são basicamente músicas do Hangar e do Freakeys. 16. Among the seven drummers called for the audition, you're probably the one with a more similar to Mike Portnoy’s style. What do you think has influenced the final choice? Aquiles – Na verdade eu sempre achei o estilo do Mangini mais próximo do Mike do que o meu. Gosto mais de velocidade e me preocupo bastante com a pegada na hora de tocar. Isso não importa muito agora, pois o Mangini está fazendo um grande trabalho e só a banda sabia o que buscava no novo baterista. O Portnoy com certeza tem influência no meu trabalho, pois sempre fui um grande apreciador da música da banda. A cada disco ele sempre inovava e ele é um dos caras que mais influenciaram a nova geração de bateristas. Só o fato de ter sido cogitado para ser seu substituto já é motivo de orgulho para mim. 17. Was It hard to prepare DT's songs for the audition? You were already very busy at that time I know. Aquiles – O Hangar estava em tour e eu precisei do apoio da banda para ir poder fazer a audição. Me tranquei num sítio durante duas semanas e me enfiei no mundo do Dream Theater com DVD’s, CD’s, e tudo que envolvia a banda. Fiquei feliz por saber que eu ainda era capaz de me dedicar por tantas horas e dias seguidos para um evento exclusivo com esse. Tocar as músicas que o Mike compôs e arranjou não é tão fácil como as pessoas imaginam. Ele tem um estilo único e isso faz dele um baterista especial. Tenho certeza que o Mangini se dedicou completamente a esse projeto também e depois que entrou para a banda, continua se dedicando. 18. In which way do your drums parts starts? Aquiles – Me preocupei com as três músicas da audição e também com o estilo da banda em si. Não queria tocar tudo exatamente igual, eu queria colocar um pouco do meu estilo na hora de tocar as músicas da banda. 19. How many time do you spend studying drums? Aquiles – Agora que posso, estudo todo o tempo que tenho livre. Fora isso, também cuido dos negócios do Hangar e também da minha carreira e isso consome muito tempo. Quando falo estudar o tempo todo não significa estar no set tocando. Você pode estudar no practice pad, ouvir diferentes estilos musicais e também pesquisas por coisas novas na internet. Mas o que consome mais tempo mesmo é o tempo que dedico para cuidar das coisas do Hangar. Mas quando preciso praticar não tenho problemas com dedicação. Para me preparar para tocar o repertório do Tony, cheguei a praticar por 10 horas seguidas por não ter muito tempo livre. Como estava em tour com o Hangar, tive que praticar durante Natal e Ano Novo sem parar. Tive que praticar até nos dias 24 e 25 de dezembro. Não tenho problemas com arrumar tempo para me dedicar. Gosto sempre de estar em dia com tudo que preciso fazer. 20. How do you prepare your clinics? Aquiles – Já fiz mais de 300 drum clinics ao redor do mundo e já tenho um programa meio pronto para seguir. Me sinto muito a vontade fazendo esse tipo de evento. 21. Which are the characteristics of the instruments (drums and cymbals) you signed? How much did you put of yours? Aquiles – A Mapex lançou em 2006 na América do Sul um kit signature meu que basicamente era para amantes de metal. Vinha com dois bumbos e isso era a parte mais importante, pois sempre foi difícil achar um kit de dois bumbos com um preço acessível. O meu prato signature que a Paiste lançou no Brasil ano passado, passei quase um ano testando e fizemos mais de 5 protótipos até chegar no som que tenho hoje. Esse é realmente o som de prato que sempre gostei. Se você quer que seu ride apareça no meio das levadas o “PsychOctopus Giga Bell Ride 18” é o prato. Só pelo nome já assusta. 22. You use the drum machine DD1 by Ddrum. Are some of its components included in your acoustic set, or you use them separately? Aquiles – Uso junto com o meu set acústico sim. Tenho um drum pad da eletrocnic drum set DD1 que tem um som de um gong bass que é assustador. Quando toco nele, a casa de shows ou o teatro estremece. 23. At the center of your drum-set, there is a mask that you often wear, what does it represent? Aquiles – Representa o meu apelido: Aquiles Octopus Priester. É assim que meus fãs me chamam no Brasil. Isso começou com uma brincadeira e acabei criando uma marca muito forte que muitas vezes não precisa nem do meu nome e nem do meu rosto para saberem que estão falando de mim. 24. Looking back, how do you see your musical journey? Aquiles – É uma carreira assustadora. Tenho muito orgulho de tudo que fiz até agora e tenho certeza que minha carreira está decolando fora do meu País e isso é fruto de muito trabalho. Quanto as pessoas acham que já cheguei onde eu queria, sempre aparecem mais coisas legais para eu fazer. Depois da audição para o Dream Theater, toquei no Modern Drummer Festival 2011 (que foi lançado recentemente) e está sendo um grande sucesso. Toquei em diversos outros grandes festivais de bateria pelo mundo em 2011 como o Montreal Drum Fest no Canadá, Laguna Drum Fest no México, La Rioja Drum Festa na Espanha, Batuka Brasil! International Drum Fest no Brasil e o October Drum Fest da Polônia. Pela primeira vez na minha carreira estive em países da República Tcheca fazendo drum clinics... Resumindo, 2011 foi um ano formidável e agora estou colhendo muitos frutos desse trabalho todo. Durante minha carreira, tive a chance de conhecer dois dos meus maiores ídolos e influências, o Nicko McBrain e o Deen Castronovo. Só o fato de estar tocando com o Tony MacAlpine agora é algo surreal para a minha carreira, um verdadeiro sonho se tornando realidade, pois foi com o disco “Maximum Secutiry” que conheci o Deen tocando e é muito legal a gente estar tocando ao vivo as músicas que ele gravou em estúdio. Sempre que tocamos músicas como “Hundreds of Thousand” ou “Violin Song” me lembro da quantidade de vezes que escutei essas músicas e de como gostaria de tocá-las um dia ao vivo. Acho que sou muito abençoado e sou muito grato por isso. 25. Do you have any particular project planned? Aquiles – Agora estou completamente envolvido com a finalização do DVD acústico que o Hangar gravou em dezembro do ano passado e também com a tour que vou fazer com o Tony. Não tenho muitos planos a não ser seguir tocando minha carreira de forma íntegra e mais profissional possível. Tudo que vier decorrente desse trabalho será muito bem vindo.
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