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A fisiatria vem promovendo avanços na reabilitação e melhorando a qualidade de vida do paciente ais do que uma especialidade médica, a fisiatria hoje é um verdadeiro suporte para o diagnóstico de doenças do sistema orgânico em geral. Trata-se de um campo em ascensão, fazendo com que hospitais, consultórios e centros de reabilitação, como a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) do Rio de Janeiro, invistam cada vez mais no setor. O fisiatra trata tanto o paciente com uma dor no ombro, como aquele que tem uma lesão na medula ou na coluna vertebral. Seu objetivo é restaurar a função do órgão ou membro afetado. M A orientação de um fisiatra pode fazer diferença na recuperação de uma pessoa com problemas ortopédicos ou neurológicos. Isto porque ele acompanha o paciente em todas as fases da doença, encaminhando, inclusive, para realizações de cirurgias 8 sempre que necessário. A avaliação é feita sempre a cada dois meses. Chegam ao diagnóstico através de técnicas como a eletromiografia, o estudo de neurocondução, potenciais evocados, espiroergometria e a “A fisiatria não se restringe a uma especialidade médica. Ela faz parte de um trabalho médico integrado no campo social e vocacional da reabilitação.” avaliação isocinética computadorizada. Mas o profissional também ensina a prevenir as lesões futuras. Segundo o Dr. Nelson Kagohara, fisiatra da ABBR, cerca de 70% dos pacientes da unidade são vítimas de acidente vascular cerebral (AVC). Especialista em lesões medulares traumáticas, ele explica que, estabilizado o quadro clínico, a pessoa é submetida a exames para se conhecer o potencial de reabilitação. Seu trabalho começa nesse ponto, encaminhando o doente para o tratamento adequado. “Fazemos parte de um campo multidisciplinar. O paciente é encaminhado para a fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, enfim, o que for da necessidade dele”, diz. A fisiatria teve início nos anos 30, tratando de pequenos distúrbios na musculatura e no sistema neurológico. Seu campo de atuação aumentou nos Estados Unidos a partir da Segunda Guerra Mundial, quando os soldados começaram a voltar dos combates com lesões físicas graves. O auxílio na reintegração desses soldados à vida normal deu outra dimensão à especialidade. “O fisiatra faz a triagem do paciente, o que é fundamental para o tratamento. Ele serve de respaldo num período pós-operatório”, avalia o fisiatra Dr. Cláudio Cardone, ligado à área ortopédica. Um caso que teve grande repercussão foi o de Camila Magalhães. Em setembro de 1999, aos 14 anos, a menina ficou tetraplégica depois de ter sido atingida por uma bala perdida. Camila foi atendida pela Dra. Ana Luiza Baptista, responsável pela Unidade Raqui Medular da ABBR, e vem obtendo excelentes resultados. A fisiatria é uma especialidade clínica e fundamenta o tratamento com recursos bastante diversificados: medicamentos, dispositivos ortopédicos, termoterapia, eletroterapia, acupuntura, manipulação, exercícios, etc. Os campos de atuação são bem variados. O paciente com lombocitalgia decorrente de uma hérnia de disco pode beneficiarse bastante com as orientações do fisiatra, que programa e acompanha toda a terapia. Outro exemplo é o de uma mulher que ficou paraplégica, depois de uma lesão medular provocada por acidente automobilístico. Após a avaliação da lesão pela a equipe médica, o fisiatra estabeleceu o programa de reabilitação. Essa coordenação de tratamento é fundamental para a recuperação funcional. A composição dessa equipe varia de acordo com a necessidade do paciente, podendo incluir médicos de outras especialidades e profissionais como enfermeiras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, orientadores vocacionais, técnicos desportivos e nutricionistas. O mesmo acontece com o recém-nascido que teve problema de oxigenação durante o parto e desenvolveu paralisia cerebral. Ele também pode ser assistido pelo fisiatra, que orienta a reabilitação, prevenindo seqüelas que poderão ter importante repercussão em seu desenvolvimento. A fisiatria não se restringe a uma especialidade médica. Ela faz parte de um trabalho médico integrado no campo social e vocacional da reabilitação. “É por isso que a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao tratamento fisiátrico melhora significativamente”, afirma Kagohara. À esquerda a Dra. Ana Luiza Marques Baptista, fisiatra e chefe da Unidade Raqui Medular da ABBR, ao centro o Dr. Nelson Kagohara e à direita, uma paciente pratica exercícios assistidos no ginásio 9 Outras atuações O trabalho do fisiatra está presente também no tratamento de lesões medulares não-traumáticas, com ênfase às causadas pelo HTVL ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A fisiatria também atua no campo das lesões medulares não-traumáticas, provocadas por tumores, vírus e escleroses múltiplas. A maior preocupação dos especialistas no momento diz respeito às lesões provocadas pelo HTLV (vírus linfotrópico ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ humano célula T). Semelhante ao vírus da aids, ele não tem cura e também é contraído através da relação sexual. Seu ciclo de vida também é dentro da célula humana, onde ele se adapta e se reproduz. O HTLV foi descoberto em 1985, e está associado a ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ doenças neurológicas e hematológicas. A doença causa fraqueza nas pernas, hiportonia, distúrbio da marcha, disfunções erétil e esfincteriana e pouca alteração da sensibilidade, levando à paraplegia. De acordo com a Dr. Ana Cristina Franzoi, fisiatra da ABBR e doutoranda em HTLV, a exemplo da aids, o vírus também pode ser contraído pela via endovenosa ou na amamentação. “No caso do HTLV, o homem é que transmite para a mulher”, salienta, lembrando para o perigo da transfusão de sangue. “Em 100% dos portadores, estimase que 5% vão desenvolver a doença. Ou seja, boa parte de quem porta o vírus é saudável”, completa, alertando para o perigo. Segundo a especialista, desde 1993 o governo federal obriga os bancos de sangue a dosarem o HTLV, mas poucos cumprem a medida. Os números no estado do Rio são subestimados, pois os doadores, em sua maioria, são os homens. “A proporção de contaminação está em duas mulheres para cada homem. Estou avaliando 80 casos no meu doutorado. O grande problema da doença é que ela ainda não tem um tratamento definido, ao contrário da aids”, salienta a especialista. 10 Entidade em reabilitação A ABBR, primeira escola de reabilitação do país, vem lutando, com sucesso, para recuperar a sua posição de centro de referência em reabilitação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A ABBR, Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação, foi fundada em 5 de agosto de 1954 por Percy Murray, portador de grave lesão na coluna, que o deixou paraplégico. Tendo feito tratamento no exterior, Percy retornou ao Brasil, onde mobilizou-se para a criação de um centro de reabilitação, mas como isso não era possível, a diretoria decidiu que, inicialmente, fosse organizada uma escola para a formação de fisioterapeutas ocupacionais. A iniciativa foi inédita no país. Em 1956 foi criada a primeira escola de reabilitação do Brasil. Um ano depois, no dia 17 de setembro, o presidente Juscelino Kubistcheck inaugurou o Centro de Reabilitação da ABBR, primeiro no Brasil a se enquadrar no conceito definido pela Organização Mundial de Saúde como: “a aplicação de medidas médicas, sociais, educativas e ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ profissionais a fim de preparar ou readaptar o indivíduo para que alcance a sua integração total na sociedade e possa prover sua subsistência”. A ABBR serviu, então de modelo para o planejamento e a implantação de um projeto semelhante em Brasília. Com o nome de Sarah Kubistcheck, o novo centro foi inaugurado junto com a nova capital e durante dois anos foi dirigido por uma equipe da ABBR. Por ser uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, a ABBR passou por uma grave crise financeira que quase a levou a fechar as portas. A realidade hoje é diferente. Desde 1999, quando assumiu a atual diretoria, a ABBR vem lutando para retomar o posto de referência em reabilitação no país. Na entidade trabalham 610 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ funcionários que atendem cerca de duas mil pessoas por dia, sendo que 82% são feitos através do SUS. A associação conta com 89 leitos e, dentro da sua assistência, destaca-se o plano de cirurgia corretiva em crianças carentes. A ABBR tem cinco unidades de especialização: fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, musicoterapia e psicologia. Há também uma oficina ortopédica, com tecnologia de ponta que produz próteses, órteses, botas e sapatos ortopédicos, coletes, cadeiras de rodas e muletas. Atletas como os nadadores Luiz Lima e Fernando Scherer, o Xuxa, a jogadora de vôlei Ida e o exatacante do Vasco Pedrinho já fizeram tratamento na instituição. A associação é dirigida pelo médico Dr. Deusdeth Gomes do Nascimento, especialista em cirurgia de coluna vertebral. Na seqüência podemos ver um pouco das diversas atividades desenvolvidas na ABBR: setor infantil, exercícios de fisioterapia no ginásio, oficina de fabricação de próteses e calçados ortopédicos, hidroterapia, musicoterapia, além da presença constante de agradecidas celebridades. 11
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