A Participação da Família na Realização das Tarefas Escolares das
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A Participação da Família na Realização das Tarefas Escolares das
A Participação da Família na Realização das Tarefas Escolares das Crianças do 2° E 3° Ano Do Ensino Fundamental da Escola Estadual Vinicius de Moraes Érica Letícia Rodrigues Pereira (FCSGN) 1 [email protected] Ana Maria Wielevsk ( UNEMAT) * [email protected] Cintia Cavalcante de Souza (FAFIPA)2 [email protected] Resumo: O presente artigo buscou identificar as dificuldades enfrentadas pela Escola Estadual Vinicius de Moraes em relação à falta de participação das famílias dos alunos dos anos iniciais. Tendo como objetivos analisar se os pais têm a consciência que a sua presença é importante nas atividades pedagógicas, constatar os motivos que levam a família a não acompanhar os filhos nas atividades pedagógicas, identificar os desafios que a escola enfrenta para motivar a família a participar nas atividades pedagógicas dos filhos e estabelecer uma relação entre as dificuldades de aprendizagem e a não participação da família na escola. A metodologia é de natureza básica, desenvolvida uma pesquisa de campo, mas primeiramente uma pesquisa bibliográfica com alguns autores relevantes sobre o tema abordado; em relação à coleta de dados realizou-se um questionário com trinta famílias das crianças dos anos iniciais e uma entrevista semiestruturada com duas professoras desses alunos. A análise dos dados foi obtida com base em literatura relevante, com cunho quantitativo com apoio na abordagem qualitativa a partir das informações do estudo de caso descrevendo as características do fenômeno. Com o resultado fica claro que as famílias participam nas tarefas de casa e consideram importante o dever de casa para o aprendizado da criança, estimulando os bons hábitos de estudo e consequentemente melhorando o desenvolvimento cognitivo da criança. Palavras- Chave: Tarefa de casa; Participação da família; Aprendizagem. Abstract: This article seeks to identify the difficulties faced by the State School Vinicius de Moraes regarding the lack of participation of the families of students in the early years. With the objective to analyze if the parents are aware that their presence is important in educational activities, find the reasons why the family did not accompany their children in educational activities, identify the challenges that the school faces to motivate the family to participate in 1 Érica Letícia Rodrigues Pereira, Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, 2015, localizada na Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep.: 78520-000 Email: [email protected] * Ana Maria Wielevski, Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT-Alta Floresta - MT 2003),Especialista em Educação Ambiental e Ecoturismo para o uso e conservação da Amazônia norte mato-grossense pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT2005). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte – MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep: 78520-000. e-mail: e-mail [email protected] * Cintia Cavalcante de Souza, Licenciada em História pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (FAFIPA, Paranavaí-PR, 2002), Especialista em Educação Ambiental e a prática escolar pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão ( IBPEX, Curitiba, 2005). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte – MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep: 78520000. e-mail : [email protected] educational activities of children and establish a relationship between learning disabilities and no family involvement in school. The methodology is basic in nature, developed a field research, but first a literature search with some relevant authors on the proposed theme; regarding the collection of data was carried out a questionnaire with thirty families of children in the early years and a semi-structured interview with two teachers of these students. Analysis of the data was obtained on the basis of relevant literature, with quantitative nature to support the qualitative approach from the case study of information describing the characteristics of the phenomenon. With the results it is clear that families participate in tasks home and consider important homework to learn the child, encouraging good study habits and consequently improving the child's cognitive development. Words- Key: Homework; Family participation; Learning. 1. INTRODUÇÃO A educação é extremamente importante na vida de uma pessoa, é o alicerce para um futuro promissor, e por esse motivo o interesse de compreender melhor a importância da família na vida escolar de uma criança, pois não tem como pensar em educação sem pensar na participação efetiva da família. Para Tiba (2002, p.183) “quando a escola e os pais falam a mesma língua e têm valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não joga a escola contra os pais e vice-versa”. O acompanhamento da família é necessário em todos os assuntos escolares, como em reuniões, ações ou projetos da escola. Uma forma da família está acompanhando em casa é através da tarefa de casa, pois a mesma não é apenas para ocupar o tempo da criança em casa além de suas funções pedagógicas é um recurso de aproximar a família com a criança. É essencial no processo de aprendizagem da criança esse acompanhamento na vida escolar, pois a criança se sente mais valorizada e motivada a estudar, pois sabe que tem alguém que vai lhe ajudar. Nesse sentido busca-se compreender as dificuldades enfrentadas pela Escola Estadual Vinicius de Moraes localizada no município de Peixoto de Azevedo-MT no ano letivo de 2015 em relação à falta de acompanhamento das atividades pedagógicas executadas em casa, por parte dos familiares dos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental no período matutino. A metodologia é de natureza básica, sendo apenas para fins acadêmicos, desenvolvida uma pesquisa de campo, uma pesquisa bibliográfica com alguns autores relevantes sobre o tema abordado. Em relação à coleta de dados foi realizada através de um questionário fechado com trinta famílias das crianças dos anos iniciais e uma entrevista semiestruturada com duas professoras desses alunos. Os dados foram tabulado de acordo com as informações do questionário e confrontadas as informações a partir das entrevistas semi-estruturada dessa forma efetuada uma abordagem quanti-qualitativo, descrevendo as características do fenômeno do estudo de caso. Observa-se que a maior dificuldade da Escola Estadual Vinicius de Moraes não está exatamente na tarefa de casa e sim na participação da família na escola. Nesse sentido a escola precisa descobrir os motivos da ausência e encontrar meios para motivar a família a estar mais presente no ambiente escolar, mostrar a verdadeira intenção das reuniões para melhorar a aprendizagem dos alunos. 2. IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA A criança desde seu nascimento ocupa um espaço essencial dentro de uma família, e é ela que será responsável por cada etapa do seu desenvolvimento em todos os aspectos: físico, emocional, intelectual, moral, cultural e social. Segundo Osório (1996 apud Pratta e Santos, 2007, p. 250) A família possui um papel primordial no amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos, apresentando algumas funções primordiais, as quais podem ser agrupadas em três categorias que estão intimamente relacionadas: funções biológicas (sobrevivência do indivíduo), psicológicas e sociais. É preciso que os pais ou responsáveis tenham consciência que a primeira infância é extremamente importante para seu crescimento e é necessária sua participação efetiva, pois “o comprometimento dos adultos proporciona às crianças, que se apresentam nessa fase, uma educação sadia, com responsabilidade e afeto, para que sintam seguras na sua formação”. (CHRAIM, 2009, p.39). A família é o espelho e todas “as pessoas com quem a criança convive tornam-se espelhos, onde elas observam se têm valor ou não”. (CASTRO, 2011, p.38). Por isso todo cuidado é pouco, o comportamento e a postura da família poderão influenciar positivamente ou até negativamente, trazendo consequências na educação e formação do caráter. 2.1. Concepção familiar através do afeto A instituição familiar ao longo da sua história teve suas origens baseada apenas na união entre homem e a mulher unidos pelo matrimônio, onde os laços afetivos eram deixados de lado, sendo o objetivo principal a procriação e perpetuação da espécie assim acumulando o patrimônio. O afeto foi originado aos poucos no círculo familiar e com o passar do tempo às relações ligadas ao sentimento de afeto e amor passou ser essencial no ambiente familiar. Castro (2011, p.50) afirma. O filho precisa ter a segurança de que é amado pelo simples fato de existir. (...) Para a família transmitir a segurança do amor, é preciso que haja amor; pois como poderão dar segurança a seus filhos de algo que eles não possuem. Os pais precisam desenvolver sua autoestima, amando-se, respeitando-se e valorizando-se, para poder, assim, dar a segurança do amor aos seus filhos. Muitos pensam que apenas os bens materiais que simboliza a atenção e amor à família, sendo que “o relacionamento mais importante para a formação desta base emocional afetiva é o relacionamento entre o filho e os pais” (CASTRO, 2011, p. 28). O bem maior é o amor entre os familiares e a falta dessa relação de amor e carinho irá privar os filhos desse sentimento.. 2.2 Deveres dos pais, direito da criança No Brasil e no mundo existem leis que protegem e garantem a proteção da criança e do adolescente, pois todas as leis devem ser cumpridas para não ocorrer o abandono, violência doméstica e sexual, o trabalho infantil, que tenham direito à alimentação, educação, saúde e tantos outros sempre priorizando a vida. O Art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, “aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.(BRASIL, 2012, p.19) Algo que deveria acontecer naturalmente entre os familiares, é preciso uma lei para reforçar a obrigação dos pais ou familiares que estão com a guarda da criança ter essa responsabilidade de proteger, cuidar, amar e educar uma criança. Para Parreiras (2012, p. 27) Nem toda criança que nasce é fruto de uma decisão amadurecida de uma ou de duas pessoas. De todo modo, a criança deve ter direito garantidos pela Constituição Federal (Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA); pela Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF; Declaração dos Direitos da Criança). Como adultos, devemos zelar pelos direitos e cuidados de uma criança. Infelizmente existem pessoas ou a própria família que maltrata uma criança, explora e violenta e não tem os cuidados necessários, que abandonam não apenas afetivamente, mas tiram o direito de viver, por isso a importância de ter tantas organizações para proteção da criança. 2.3 Participação da família no processo escolar A família tem um papel fundamental para ajudar a criança a crescer não só intelectualmente, mas desenvolver todas as virtudes que um ser humano deve ter. Segundo Chraim (2009, p. 45) Se a aprendizagem começa na base familiar onde os pais formam o caráter, os valores, o respeito pelas leis, à hierarquia; agora, é a vida escolar que vai complementar esse crescimento, ao informar, transmitir conhecimentos, reforçar o sentido de cidadania, dando reforços às responsabilidades sociais por meio da vida acadêmica. As famílias podem participar do processo educacional da criança em várias maneiras, e “quando mais cedo conseguimos formar bons hábitos de estudo, tanto menos problemas teremos com a aprendizagem e o futuro dos nossos filhos.” (ZAGURY, 2002, p. 176). Se não tiver um acompanhamento efetivo a família poderá ser um dos responsáveis pelo fracasso escolar do aluno, “a família está em dificuldade para cumprir o seu dever para com a educação das crianças e jovens, estabelecidos em lei, tanto mais quando é cobrada pelo sucesso escolar”. (CARVALHO apud ROMANELLI; NOGUEIRA; ZAGO, 2013, p. 242). A criança tem os primeiros estímulos aos estudos e o exemplo dentro de casa. O apoio familiar é essencial, e não precisa ir à escola todos os dias levar o aluno no portão da escola para dizer que faz parte da vida escolar da criança e sim um acompanhamento das atividades dentro e fora da escola, um envolvimento com a escola e professores e além de mais, acreditar no bom trabalho dos professores e todos que fazem parte da escola e quando necessário cobrar dos responsáveis. 2.4 Tarefa de casa A tarefa de casa está inserida há muito tempo no espaço escolar e é considerada uma parte essencial no processo educativo do aluno, pois auxilia a criança a ter bons hábitos de estudo se tornando uma criança com responsabilidade, autonomia e independência futura e ainda ajuda a fixar os conteúdos que foram passados em sala de aula assim irá aprofundar o conteúdo, além de ser considerada um meio de interação família/criança e família/escola. Segundo Carvalho (2004, p. 98) As tarefas de casa deverão revisar reforçar ou estender a aprendizagem de sala de aula proporcionando prática e aplicação do conhecimento obtido; ensinar aos estudantes responsabilidade e habilidades de organização; promover uso do tempo inteligente e ordenado; e proporcionar oportunidades para atividades de enriquecimento. Os familiares não precisam ter necessariamente um contato periódico com os professores, mas sim um bom relacionamento e um conhecimento constante do processo educativo realizado na escola, pois juntos estarão melhorando o desenvolvimento escolar do aluno, “a aproximação entre família e escola, tem sido defendida como um dos fatores de promoção do sucesso escolar”. (ROMANELLI; NOGUEIRA; ZAGO, 2013, p. 203). Infelizmente existem os casos que professores não conhecem os pais e responsáveis e ainda tem aqueles que comparecem apenas na escola quando é convocado pela a direção. Para Romanelli; Nogueira; Zago, (2013) do ponto de vista de algumas famílias caracterizam as atividades pedagógicas como um pesadelo na vida familiar, por falta de tempo, mas continuam afirmando da sua importância, buscando sempre as melhores condições de sucesso escolar e ainda relata que alguns estudos apontam que há familiares quer preferem que o dever de casa deva ser extinto. Mas se todos as pessoas pensarem dessa forma que tem mil e um, afazeres durante o dia e não entender que alguns minutos pode fazer diferença para criança realmente vai ser um pesadelo familiar, os responsáveis não precisam agir como os professores em ter o total conhecimento pedagógico eles têm que demostrar desde de cedo as crianças a reconhecer a importância dos estudos e auxiliando-os a fazerem os deveres. 2.5 Parceria entre escola e família Antigamente a escola tinha unicamente a função de “ensinar”, era apenas para transmitir o conhecimento às pessoas, atualmente a escola tem a função de “educar” para formar cidadãos com personalidade e críticos. Segundo Weil (2009, p.61) Antigamente, a instrução dos filhos era dever exclusivo da família. Mas a vida foi se complicando e o conjunto dos conhecimentos a serem adquiridos por uma pessoa também se estendeu indefinidamente. O resultado disto é que a escola tomou, aos poucos, o encargo de instruir as crianças e os adolescentes. Muitos até lhe atribuem a missão de formar o caráter. É necessário que as duas instituições tenham a consciência do papel de cada uma, e parar com o jogo de empurra, empurra. Cada uma tem que assumir o seu papel e a sua responsabilidade no ato de ensinar e educar. De acordo com Zagury (2002) existem dois tipos de atitudes das famílias, a primeira é aquela que desconfia de tudo e perdeu totalmente a fé no trabalho docente e vive reclamando que a escola errou e não agiu adequadamente com seus filhos, ou passou muito trabalho, ou deixou sem tarefas e o filho ficou desocupado para assistir TV, entre tantas outras reclamações. O segundo tipo que é a dos pais ausentes de tudo, não participam das reuniões e quando convidados não ajudam em casa nas atividades pedagógicas e não cobram dos filhos mais responsabilidade nos estudos. A família tem que ter em mente o seu papel, não atribuindo sua função para a escola, assim irá valorizar a escola e os professores do seu filho, outro sentido é a escola motivar a família a fazer parte da escola, tentar meios que isso aconteça. 2.6 Metodologia A metodologia é de natureza básica, sendo apenas para fins acadêmicos, com pesquisa de campo, uma pesquisa bibliográfica com alguns autores relevantes sobre o tema abordado. Em um primeiro momento foi realizada uma visita à instituição escolhida para apresentação dos objetivos propostos da pesquisa e esclarecimento sobre os sujeitos participantes, em seguida foi apresentado e assinado pela diretora o termo de consentimento. No segundo momento, a equipe gestora autorizou a entrega da cópia do Projeto Político Pedagógico da escola onde foi possível entender o contexto histórico da escola, uma compreensão maior da instituição como seus objetivos, desafios, dificuldades, funções, etc. Como os sujeitos da pesquisa eram as famílias dos alunos, o contato com elas foi apenas por meio de uma conversa com os alunos (filhos) sobre o objetivo do trabalho e a importância da ajuda deles para levar o questionário para os responsáveis. No questionário havia um texto informativo sobre o objetivo da pesquisa e explicando que respondessem apenas uma alternativa de cada questão. Com as famílias foi utilizado o questionário contendo 10 perguntas fechadas. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 109) “os questionários com perguntas fechada são limitadas, apresentam alternativas fixas. O informante escolhe sua resposta entre duas opções apresentadas”. Em relação às duas professoras, foi realizada uma entrevista semiestruturada, seguido por um roteiro, com dia marcado para cada uma para fazer a entrevista utilizando um gravador em seguida transcrevi fala das professoras. Segundo Minayo (2009, p. 64) “A entrevista acima de tudo é uma conversa a dois, realizada por iniciativa do entrevistador. Ela tem o objetivo de construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa.” Com a entrevista o pesquisador tem um contato direto com o entrevistado, face a face, de um modo que se obtenha as opiniões sobre o objeto de estudo. De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p.106) O que diferencia basicamente a entrevista do questionário é que a primeira é sempre realizada face a face (entrevistador mais entrevistado); também pode ou não ser realizada com base em um roteiro de questões preestabelecidas (...) enquanto o segundo, necessariamente, tem como pré-requisito a elaboração de um impresso próprio com questões a serem formuladas na mesma sequência para todos os informantes. Com a entrevista o entrevistador e entrevistado estão presentes no mesmo lugar quando as perguntadas são elaboradas e respondidas permitindo ouvir as opiniões e espontaneidade, porém o questionário não tem esse contato e é um meio de obter as informações fundamentadas apenas em perguntas escritas pelo o pesquisador. Os dados foram tabulado de acordo com as informações do questionário e confrontadas as informações a partir das entrevistas semi-estruturada dessa forma efetuada uma abordagem quanti-qualitativo, descrevendo as características do fenômeno do estudo de caso. 2.7Escola Estadual Vinicius de Moraes A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Vinicius de Moraes, situada na Rua Mato Grosso, nº 365 Bairro Aeroporto no Município de Peixoto de Azevedo. A Instituição é mantida pela Secretaria de Estado de Educação e foi criada em 04/04/1995 conforme o decreto nº 85/95, publicado em D.O de 04/04/1995, credenciada através do CEB nº 190/2009,- CEE/MT e autorizada pelo CEB nº 235/2009- CEE/MT, publicada no Diário Oficial de 08/07/2009, com regime de funcionamento do Ensino Fundamental e Médio da Educação Básica e ainda o programa Mais Educação e Escola Aberta. A instituição conta com professores articuladores que atendem em dois turnos todos os segmentos dos Ciclos I, II, III, visando despertar no aluno o interesse pela leitura e interpretação de textos, chegando a um ensino inclusivo de qualidade. Segundo o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Vinicius de Moraes (2015). Os pontos fracos da escola são: 1. Espaço para práticas esportivas, pois o local é desprovido de cobertura e o alambrado é mantido por telas que não suporta a demanda esportiva. 2. Evasão dos alunos no período noturno, de acordo com um estudo elaborado pelos professores através da sala do educador a causa principal é o desanimo pelo cansaço de algum devido o trabalho secular. 3. Pouca participação dos pais ou responsáveis do 3º Ciclo e Ensino Médio na vida escolar dos filhos. Através do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar há uma sensibilização e mobilização de cada segmento representando a Comunidade Escolar, pais, mestres, alunos e funcionários. A escola trabalha com: os alunos, pais de alunos, redes sociais e bilhetes informativos para que tal informação seja socializada e circulem na escola dando conhecimento à Comunidade Escolar através das metas, plano de ação, intervenção, prestação de contas e ficando acessíveis os documentos públicos para a Comunidade Escolar. 2.8 Resultados e discussões Esta análise foi desenvolvida com base em literatura relevante e com dados obtidos na pesquisa de campo, a partir do uso de questionário fechado e uma entrevista semiestruturada, com a finalidade atender o objetivo levantado, que é identificar quais as dificuldades enfrentadas pela Escola Estadual Vinicius de Moraes em relação há falta de acompanhamento das atividades pedagógicas por parte dos familiares dos alunos nos anos iniciais. De acordo com as informações coletadas no questionário nas entrevistas semiestruturadas, tornou-se possível, estabelecer pontos comuns nas duas fontes de pesquisa, tanto qualitativa quanto a quantitativa, pois ambas estão interadas e se complementam nesta pesquisa. Com base nos dados criaram-se quatro categorias de análise. Sendo elas: a presença da família no acompanhamento das atividades pedagógicas; que motivos que levam a família a não acompanharem as crianças nas atividades pedagógicas; desafios que a escola enfrenta para motivar a família a participar nas atividades pedagógicas dos filhos; as dificuldades de aprendizagem da criança e a não participação da família na escola. 2.8.1 A presença da família no acompanhamento nas atividades pedagógicas Em casa com a família é que se têm os primeiros elos de aprendizagens; no convívio familiar que se encontram as primeiras vivências de aprendizagem que irão contribuir para formação de uma criança e um dos meios de interação família e criança é através da tarefa de casa, portanto é indispensável para formação educacional de uma criança o acompanhamento da família nas tarefas escolares. Nesse sentido 73% das famílias consideram importantes a sua presença na hora de fazer a tarefa de casa, pois além de envolver-se com aprendizado ainda cria um vínculo mais afetivo com a criança e 27% acredita ser um meio de se comprometer com a educação da criança. Para Zagury (2002) o responsável deve escutar e ver as tarefas escolares para supervisionar e orientar o entendimento que a criança vem tendo na escola, e para isso acontecer é preciso haver convivência e trocas afetivas entre família e criança, momentos que poderá prevenir problemas futuros. Segundo a Professora 01, na sua sala “a maioria tem sim essa consciência da importância da sua presença no dever de casa”, porém a professora 02 relata “os pais não têm essa participação efetiva nem na escola muito menos nas atividades pedagógicas desenvolvida em casa”. Com as falas das professoras percebe-se que os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, por serem menores, os pais ou responsáveis estão mais presentes e ainda levam a criança na escola e consegue ter um contato mais efetivo com a professora 01, já os alunos da professora 02 a maioria vão para escola sozinhos e alguns dos pais estão presentes na escola apenas nas reuniões. É relevante que as famílias tenham o pensamento de que seja qual for à idade e a fase escolar da criança é importante interagir com a rotina de estudo. De acordo com a professora 01 “a participação dos pais nas tarefas de casa é essencial, pois as crianças aprendem mais e melhor, com o apoio da família se sentem motivados, seguros, estimulados com vontade de aprender”. Em relação às atividades realizadas no ambiente doméstico, 57% das famílias entendem que além de fixar o conteúdo ensinado em sala, ainda contribui para a construção da responsabilidade da criança e autonomia nos estudos, 40% consideram essencial para o processo educativo, pois possibilita a revisão e maior compreensão do conteúdo ensinado em sala pelo professor e infelizmente 3% não vê nenhuma proposta pedagógica. O dever de casa não é apenas para preencher o tempo em casa ou fixar o conteúdo passado pela professora na sala de aula. Para a professora 01 “o dever de casa influencia o aluno a ter hábitos de estudo, revisando algum conteúdo trabalhado em sala, desperta gosto pela leitura e propicia um momento do aluno com a família e seus estudos”. Carvalho (2004, p.94) pontua a tarefa de casa: É considerada uma estratégia de ensino: de fixação, revisão, reforço e preparação para aulas e provas, na forma de leituras e exercícios. (...). Nos aspectos psicológicos e moral, tem sido justificado pela construção da independência, autonomia e responsabilidade do estudante por meio do desenvolvimento de hábitos de estudo e pontualidade. Nesse contexto percebe-se os benefícios que as atividades escolares promovem para a criança. Para Tiba (2002, p.189) “Se a mãe e o pai querem que os filhos se saiam bem na escola é essencial que estimulem a criança e o adolescente a tirar proveito do estudo feito em casa”. A tarefa de casa é um recurso extremamente valioso para a aprendizagem, além da complementação do conteúdo ensinado em sala, a família ainda consegue ter um contato diário com a criança auxiliando e motivando a sua independência, e a construção da responsabilidade, então não pode ser considerado sem nenhuma função pedagógica para criança, pois há muitos benefícios. Para Rosário, et al (2005, p. 344) O estabelecimento de bons hábitos de estudo, a organização do tempo, a responsabilização pessoal, a promoção da autonomia e do controle auto regulatório são exemplos de objetivos que a tarefa de casa se propõe alcançarem desde os primeiros anos de escolaridades. As famílias podem criar ambientes domésticos mais propícios ao estudo das crianças de modo que não atrapalhe a atenção no horário de estudo como, por exemplo, a televisão ligada, portanto a lição de casa com seus objetivos bem definidos não será um problema no ambiente familiar. Há vários meios da família contribuir na realização das atividades pedagógicas executadas em casa, diante disso 50% entendem que além da sua participação, é necessário estabelecer rotina de estudo e disponibilizar um espaço adequado para as atividades, 47% acredita que favorece apenas motivando a criança nos estudos e 3% acham melhor realizar as tarefas de casa para a criança. Tiba afirma (2002) que quem tem que fazer a tarefa de casa é a criança, não a família, ela apenas ensina, incentiva e orienta. Ao fazer a tarefa para criança, muitas vezes, achando que está ajudando a criança acaba prejudicando-a, pois está ensinando a criança a não ser responsável pelas suas atividades. Fazer as atividades pela a criança está prejudicando seu desenvolvimento cognitivo além de influenciar a criança ser dependente é através da tarefa de casa o professor irá saber quais as dificuldades da criança. Portanto a maioria das famílias tem a consciência que é preciso criar uma rotina de estudo, disponibilizar um local adequado que não tire a concentração da criança, vale lembrar que essa rotina de estudo não pode atrapalhar o horário de descanso e brincadeiras. Para Carvalho (2004, p. 101) Os pais têm tempo para criar oportunidades de aprendizagem em casa, organizando e adaptando continuamente o ambiente doméstico para atender demandas escolares (providenciar materiais, assistir trabalhos de grupo nos fins de semana etc.), tempo que sobra do atendimento de suas próprias necessidades, obrigações e opções quanto à divisão do trabalho doméstico, horários de descanso, programas de lazer, com os quais o dever de casa não interfere. A base de uma educação futura das crianças é a família, fica claro que a maioria tem a consciência da importância da participação da família na vida escolar dos alunos. López (2009, p.20), “são os pais os principais responsáveis pela educação dos seus filhos e tal responsabilidade não se pode passar para outrem”. O compromisso é de todos da família, não se pode deixar a responsabilidade somente para a mãe, quanto ao processo educacional, sendo que é a família que transmite os primeiros ensinamentos, dependendo do referencial educacional recebido, poderá prejudicar não só a aprendizagem da criança, mas o comportamento também pode ser influenciado. As famílias que estão envolvidas com a vida escolar das crianças e as incentivam a realizar as tarefas de casa, tem impacto positivo não apenas no aprendizado da criança, mas propicia algo mais a criança com sua presença como: afeto, confiança, segurança e interesse pela sua vida escolar. Para López (2009, p. 156) “a principal fonte da educação é a relação e o contato cotidiano entre pais e filhos” a criança é influenciada pela vivência familiar e quando tem bons vínculos familiares e recebe uma educação que valoriza os estudos. O contato entre a família e tarefa de casa é importante em qualquer idade, mas durante os anos iniciais, é necessário que seja mais intenso, a criança está sendo alfabetizada é sua trajetória da infância para uma nova fase, um crescimento que precisa de apoio e motivação com muita calma, paciência e dedicação de todos que estão comprometidos com a educação escolar da criança. 2.8.2 Motivos que levam a família a não acompanharem as crianças nas atividades pedagógicas A instituição família sofreu inúmeras transformações ao longo de sua história, por isso pode haver vários motivos para a ausência da família nas atividades escolares, mas é relevante relatar a ida da mulher para o mercado de trabalho. Atualmente é comum que pais e mães trabalhem fora devido à necessidade de proporcionar um sustento melhor para sua família e acabam deixando os filhos um período na escola e o outro com babás ou avós e até mesmo sozinhos em casa. Tratando-se dos motivos que levam as famílias a se ausentarem nas atividades pedagógicas da criança, 53% relatam que acompanham as atividades da criança, 37% não acompanham pela falta de tempo por questões de trabalho e 10% não participam das atividades por falta de conhecimento pedagógico. Percebe-se que a maioria das famílias acompanha as atividades pedagógicas da criança. Para Romanelli; Nogueira; Zago (2013) além dos benefícios que traz para o processo educacional da criança os pais que acompanham as atividades de casa dos filhos, ainda possibilita avaliarem a escola e o trabalho que ela desenvolve pela tarefa de casa. É interessante essa avaliação dos pais quanto à escola, pois os responsáveis que tem contato com o professor da criança sabem como desenvolve seu trabalho. De acordo com a professora 01: É significante, quando a família acompanha, se percebe que o aluno em si tem mais motivação para realizar suas atividades tanto na sala ou em casa, pois sabe que alguém vai ver e também estará cobrando a realização das mesmas. Já os que não têm esse acompanhamento, na sua maioria realmente não realizam as atividades propostas tanto em sala como em casa. Houve um percentual grande dos responsáveis que não acompanham por motivos de trabalho. Este fato fica mais evidente com a fala das professoras, “o motivo principal da ausência dos pais nas atividades pedagógicas é que a maioria trabalha fora e outros não perceberam a importância do ensino na vida de seus filhos”. (PROFESSORA 01) Para a professora 02: O maior motivo da ausência dos pais tanto na escola quanto nos deveres de casa, hoje pai e mãe trabalha fora e deixa muito a responsabilidade dos filhos pra nós professores, mas não justifica totalmente a sua ausência, pois aquele que realmente se interessa tenta participar de alguma maneira, tenho mãe de aluno que nunca vi. A família é o espelho para suas crianças, o exemplo começa em casa, seja acompanhando as atividades de casa, ou com incentivo à leitura, conversando sobre as disciplinas e importância dos estudos. Segundo Tiba (2002, p. 188) “em ambientes em que o estudo tem valor, a cultura é privilegiada, os pais valorizam o aprendizado.”, há um incentivo maior para o desenvolvimento cognitivo de uma criança. Além da participação em casa, os pais precisam fazer parte também da escola como ir às reuniões escolares, esclarecer dúvidas sobre o rendimento escolar da criança e as dificuldades existentes, fazer parte dos projetos e ações que a escola promove. Com a grande correria do dia a dia é primordial fazer um esforço para participar mais na vida dos filhos tanto em casa quanto na escola e jamais esquecer que o apoio familiar é essencial na educação das crianças, mas infelizmente tem família que consideram que bens materiais suprem a ausência da família e esquece que o essencial entre família e criança é o amor e a presença. De acordo com os dados analisados 60% das famílias orientam e incentivam a criança nas atividades, 30 % responderam que sem tempo para ensinar preferem que a criança pesquise em internet ou livros, 10% não ajudam e pedem para terceiros ensinar. Constata-se novamente que essas famílias, em sua maioria, estão presentes e entendem a importância da presença na vida escolar. Para Romanelli; Nogueira; Zago (2013, p.72 apud Moraes (2003) Pode haver dois tipos de família aquelas que demostram interesse pela vida escolar de seus filhos e filhas, integrando-se ao processo educacional e participando ativamente das atividades da escola, sempre que possível e aqueles que consideram que sua participação é dispensável ou inadequada e preferem simplesmente omitir-se do processo escolar. Através da análise dos dados pode-se perceber que não acompanham as atividades por falta de conhecimento pedagógico, acabam incentivando a criança a fazer a tarefa de casa pedindo para terceiros ensinar ou orientar a tarefa. Cabe à família cobrar as responsabilidades da criança, motivar e orientar a importância dos estudos e da escola. Por isso é interessante um contato entre professor e família, pode existir essa falta de conhecimento pedagógico por parte de famílias e o diálogo do professor pode orientar essas famílias como ajudar, pois o apoio familiar é essencial em qualquer fase da criança e se não tiver em casa onde vão encontrar. As atividades pedagógicas propostas pelo professor para casa devem ser realizadas com significado educativo analisando o nível de escolaridade do aluno, “um dever de casa igual para todos os alunos provavelmente será inadequado para vários deles” (ROMANELLI; NOGUEIRA; ZAGO 2013, p.208). Não pode ser repassado para casa um conteúdo que o aluno não conheça ou não foi trabalhado em sala, a criança não saberá fazer, outro fator importante é a quantidade de dever que o professor passa para casa, quando exagerado pode ser um dos fatores de conflitos entre escola e família. Sabe-se que o sucesso educacional da criança depende de vários fatores e um deles é a presença da família, por isso a importância da família participar nas atividades e encontrar meios que possam se envolver, muitas às vezes a família quer participar, mas não sabe como ajudar e acaba pensando que pode está atrapalhando o papel do professor, nesses casos a importância da escola fornecer as informações necessárias, tirando sempre as dúvidas das famílias. É importante essa interação família e escola, pois a escola sozinha, não consegue assumir a função de educar e ensinar, cada uma tem que ter suas funções bem definidas, mas com o mesmo objetivo, o sucesso educacional da criança. 2.8.3 Desafios que a escola enfrenta para motivar a família a participar nas atividades pedagógicas dos filhos A tarefa de casa é um instrumento muito utilizado nas escolas sendo um excelente meio de interação entre família e escola e ambas devem se comprometer em desempenhar suas funções e quem sai ganhando é a criança com a melhora do aprendizado. Ao indagar as famílias se o professor utiliza meios para aproximar a família nas tarefas de casa, 64% das famílias relatam que o professor sempre conversa com a família sobre as dificuldades na realização das tarefas, 30% afirma que o professor manda bilhete quando a criança não realiza as tarefas de casa e 7% diz que o professor apenas questiona a não realização das tarefas nas reuniões escolares. Fica evidente o modo que as professoras motivam as famílias a participar nas atividades pedagógicas da criança tanto pelas respostas das famílias quanto pela a fala das professoras, mas com modos diferentes. Segundo Professora 01. Os pais dos meus alunos a maioria consigo ter contato periódico, até quando a criança falta eu ligo para saber o motivo, outro meio é desenvolver atividades que envolvem os integrantes da família na realização das tarefas de casa, mando também bilhete. Sempre estou conversando com eles sobre as tarefas de casa e das dificuldades do aluno. Já a Professora 02 A minha motivação é essa, mando bilhete no caderno da criança dizendo que preciso conversar sobre a criança, faço reuniões a cada final de bimestre com os pais sobre o desenvolvimento da criança, aqueles pais que vem durante a semana converso com eles, mas a maioria das crianças vem só para a escola. Há uma diferença de atitudes da professora 01 que sempre passa atividades, seja diariamente ou dias alternados, manda bilhete, consegue ter um contato mais próximo com as famílias sem ser apenas nas reuniões, porém a professora 02 normalmente passa conteúdo que não foi terminado em sala de aula como tarefa de casa e seu contato com os pais em sua maioria acontecem nas reuniões. Provavelmente essas famílias que relataram que o professor questiona a não realização das atividades apenas nas reuniões talvez não olhem o caderno da criança, conforme a fala das duas professoras elas mandam bilhete no caderno quando a criança não faz as atividades. Para Tiba (2002). a escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade, mas tem papel complementar ao da família por isso a importância da parceria entre família e escola seja formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar. Em relação a frequência com que as famílias comparecem na escola, 45% dizem ter um contato periódico com o professor, 35% comparecem na escola apenas em reuniões bimestrais e 20% aparecem na escola apenas quando são convocados pela instituição. Nota-se que em relação ao acompanhamento em casa, a família é mais presente, mais quando questionados quando comparecem na escola, houve um percentual grande que só aparece na escola nas reuniões de pais ou quando acontece algum problema e a equipe gestora convoca. De acordo com Fernandes e Domingos (2010) frequentemente observa-se que muitos pais procuram a escola somente em momentos cruciais ou para apontar falhas na instituição. Não percebem que a criança necessita de sua participação durante todo o ano letivo, que frequente a escola para a construção de um Projeto Político Pedagógico, acompanhe o processo avaliativo, conheça os professores e saibam quais as metodologias adotadas pela escola. Segundo a professora 02 “tem pais que comparecem nas reuniões apenas no final para assinar a ata e nem perguntam como está o desenvolvimento do seu filho e também tem os alunos que os pais são totalmente ausentes em casa e na escola”. Normalmente esses alunos que não tem a presença da família muitas vezes apresentam problemas de comportamento e querem chamar atenção de algum modo dos pais. Afirma López (2009), a responsabilidade da família na educação não pode desaparecer, porque a escola não fica todo o tempo com o aluno, então é necessário que os familiares busquem um tempo diário para dar a devida atenção aos seus filhos e se sintam responsável pela educação da criança. Diante das análises, a participação em casa pela família acompanhando os estudos das crianças é bem evidente, as famílias têm essa consciência da importância da participação nas atividades pedagógicas realizadas em casa, porém a dificuldade da escola está sendo a ausência da família na escola. A escola precisa identificar os motivos responsáveis pela ausência da família no ambiente escolar e encontrar alternativas para convocar essas famílias de um modo que discutem meios que facilita a vinda delas à escola e mostre a verdadeira intenção das reuniões, para juntas analisarem meios para melhorar a aprendizagem dos alunos. Neste sentido a família e a escola precisam ter um bom relacionamento e uma constante união. 2.8.4 As dificuldades de aprendizagem da criança e a não participação da família na escola. Quando o assunto é o compromisso da educação de uma criança é necessário que cada um assuma o que é de responsabilidade separando o papel da escola de ensinar e o da família de educar, pois ambas precisam formar uma equipe e caminhar juntas para ajudarem no desenvolvimento do aluno. Conforme os dados os fatores que contribuem para a dificuldade do aprendizado da criança, para 37 % são a falta de planejamento do professor, 30% a falta de participação da família na vida escolar da criança, 20% a falta de parceria entre escola e família e 13% consideram o interesse do aluno pelos estudos. As famílias estão bem divididas em relação aos fatores que influenciam o não aprendizado da criança, de um lado a família culpa o professor, a escola e os alunos; outras acreditam que quanto menos a família se aproxima da vida escolar da criança mais prejudica seu aprendizado. Romanelli (2013, p.36) afirma De um lado, os pais, ou a família, expressam queixas contra a escola e os professores, e estes são avaliados como despreparados e omissos frente aos alunos e a seus responsáveis; de outro lado, professores e outros agentes escolares argumentam que os pais não se interessam pelos estudos dos filhos, não comparecem a reuniões e lançam mão de condenação, afirmando muitas vezes de modo categórico que o mau desempenho dos alunos deve-se à negligencia familiar. Não tem como pensar em educação sem envolver família e escola e, se não tiver bem definido essa parceria e o papel de cada uma, pode ocorrer de algumas famílias atribuírem à escola toda responsabilidade de educar, ensinar, transmitir valores e até mesmo a carência de afeto e, por outro lado, muitos professores acabam frustrados com a família por impor responsabilidades sem ser de cunho escolar. De acordo com a professora 01 “é nítido o desenvolvimento do aluno que tem esse acompanhamento dos pais, são mais motivados e interessados e conseguem ter um desenvolvimento mais rápido”. Para a Professora 02. A mãe, o pai ou responsável tem que ter um tempo para seu filho, por que se a família não tem o mundo vai ter de uma forma dolorida que muitas vezes é através da droga, prostituição e tantas outras coisas mais que o mundo oferece. (...) Quanto a aprendizagem do aluno é só olhar o caderno daqueles alunos que tem o acompanhamento dos pais o caderno tem tudo respondido e aqueles que não tem não faz nada nem na escola e nem casa pois sabe que ninguém irá cobrar. O professor normalmente aponta que é pai, mãe, psicólogo, amigo até mesmo “médico” para criança e culpa a falta de participação ativa da família pelas dificuldades que o aluno apresenta e até como um dos motivos pelo fracasso escolar. Quando a família comparece na escola, participa nas atividades das crianças e incentivam os estudos o nível de aprendizagem progride, mas quando tudo isso não acontece o nível de dificuldade da criança pode regredir, tornando o aluno mais inseguro em suas habilidades e competências. Referente o acompanhamento do aprendizado da criança, 60% relatam que além de olhar o caderno da criança, ainda conversam com a criança sobre o que está vivenciando na escola, 23% acompanham o aprendizado da criança conversando com o professor nas reuniões e 17% acompanham frequentemente, olhando o caderno da criança. Aquelas famílias que acompanham o aprendizado da criança apenas conversando com o professor nas reuniões, provavelmente não participam nas atividades pedagógicas da criança. Conforme o gráfico 6 e 8. Já as famílias que tem esse contato com a criança diariamente, percebem o que a criança está aprendendo, onde está havendo dificuldade pela criança e não precisam ter o conhecimento pedagógico para isso. Segundo Silva, 2010 (apud Paro, 1999 p. 3) Grande parte do trabalho do professor é facilitada quando o estudante já vem para escola predisposto para o estudo e quando, em casa ele dispõe da companhia de quem, convencido da importância da escolaridade, o estimule a esforçar-se ao máximo para aprender. As famílias que realmente se importam com o sucesso escolar da criança contribuem de alguma forma, por exemplo, as famílias humildes que não tiveram muito estudo, mas oferecem apoio estimulando a importância dos estudos na vida de uma pessoa. Tiba (2002) defende a técnica do reconto, onde as crianças irão falar aos pais ou responsáveis o que apreendeu na escola com suas próprias palavras assim irão transmitir aos pais se realmente aprenderam o conteúdo sendo uma ótima dica além de não estimular a decoreba. Só através do caderno não tem como avaliar o aprendizado da criança, tem criança que escreve do quadro ou do livro apenas e não sabe o que está escrevendo, o interessante é analisar o caderno e dialogar com a criança sobre os conteúdos e conversar com a professora sobre o rendimento da criança não apenas nas reuniões bimestrais mas sempre que tiver oportunidade.de conversar com os professores. Desse modo realmente a família está acompanhando o aprendizado da criança, pois a criança estará lhe dizendo o que realmente aprendeu na escola. É necessário propiciar momentos sem ser tão formal para não causar traumas de modo que a criança demonstre o que realmente compreendeu. Por isso deve haver diálogos com carinho, respeitando as dificuldades, sem a criança se sentir oprimida e muitas vezes com medo de falar por que não aprendeu alguma coisa. . 3 CONCLUSÃO Os objetivos desse artigo foram alcançados, constatou-se que a Escola Estadual Vinicius de Moraes não tem dificuldades com as famílias em relação ao acompanhamento das atividades pedagógicas destinadas para casa, pois as famílias participam nas tarefas de casa, considera um excelente meio para envolver a família com o aprendizado da criança desse modo acaba estimulando a criança ter bons hábitos de estudo e consequentemente melhorando o aprendizado. Pode-se compreender que a participação da família na execução das tarefas de casa, tem um papel fundamental no desempenho escolar dos alunos sendo assim é possível que haja esse fenômeno em outra instituição, pois há benefícios nas atividades e cada dia mais vem se falando da importância da família no contexto escolar da criança. As professoras conseguem motivar as famílias a participar nas atividades pedagógicas da criança, mas a partir das variáveis como as observações e entrevistas com as professoras percebe-se que há um percentual maior das famílias do 2º ano do Ensino Fundamental que conseguem estarem mais presentes e obtêm um contato mais efetivo com a professora. É interessante que as famílias tenham essa visão do quanto é fundamental para o desenvolvimento da criança que ela seja presente, tanto na escola quanto nas lições de casa, dando sempre apoio, motivação, orientação e principalmente o contato entre família e criança. Portanto, com a tarefa de casa todos ganham o aluno ao rever o que foi estudado, o professor apontando as dificuldades do aluno e a família estando presente na vida escolar da criança. Compreende-se que a maior dificuldade da Escola Estadual Vinicius de Moraes não está exatamente na tarefa de casa e sim na participação da família na escola. Nesse sentido a escola precisa descobrir os motivos da ausência e encontrar meios para motivar a família a estar mais presente no ambiente escolar, mostrar a verdadeira intenção das reuniões para melhorar a aprendizagem dos alunos. Observa-se que o papel da família na formação da criança é indispensável, mas a escola e o professor também são considerados de grande importância para o desenvolvimento educacional, considera-se que ambas as instituições são extremamente importantes para a formação da criança. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição Federal: Código Civil(2002,1916), Código de Processos Civil, Código Penal, Código de Processos Penal e Legislação Completar Fundamental. 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2004. ____________ Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. Estatuto da Criança e do Adolescente. 7ª ed. Brasília: 2012. CASTRO, Edileide. Afetividade e limites: uma parceria entre família e escola. 3ª ed. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2011. CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. 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