Modelo de TCC - Medicina Veterinária
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Modelo de TCC - Medicina Veterinária
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA FACULDADE DR. FRANCISCO MAEDA Nome do Aluno TÍTULO DO TRABALHO ITUVERAVA 2016 NOME DO ALUNO TÍTULO DO TRABALHO Trabalho de conclusão de curso apresentado à Fundação Educacional de Ituverava Faculdade Dr. Francisco Maeda para obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária Orientadora: Profa. Dra. Nome do Orientador Co-orientador: Prof. Dr. Nome ITUVERAVA 2016 NOME DO ALUNO TÍTULO DO TRABALHO Trabalho de conclusão de curso apresentado à Fundação Educacional de Ituverava Faculdade Dr. Francisco Maeda para obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária Ituverava, 06 de junho de 2016. Orientador:______________________________________________________ Profa. Nome do Orientador. Examinador:_____________________________________________________ Prof. Nome da Banca Examinador:_____________________________________________________ Prof. Nome da Banca “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes”. Albert Schwitzer. DEDICATÓRIA Dedico ..... texto livre. AGRADECIMENTOS Agradeço ........... texto livre. RESUMO A pressão arterial sistêmica é responsável por impulsionar o sangue para todo o organismo levando nutrientes e eliminando resíduos metabólitos e quando há um aumento desta é denominada de hipertensão arterial sistêmica, de modo que inicialmente é assintomático ocasionando progressivamente lesão em órgãos alvos. Sendo assim objetivou verificar a eficácia do aparelho oscilométrico definida como método não invasivo, com relação a fatores como sexo, idade e estresse antes e após exames clínicos, a fim de proporcionar um diagnóstico e um tratamento eficaz e preventivo na tentativa de prevenir possíveis complicações futuras dessa doença. Ao aferir a pressão arterial de 40 cães de diferentes idades, sendo machos e fêmeas com aferições antes e após os exames físicos, demonstrou-se que o fator idade, proporcionou aumento da pressão arterial em animais idosos, o sexo não apresentou diferença estatística comparados com machos e fêmeas, e os animais com aferição após os exames clínicos obtiveram um aumento discreto da pressão arterial. Sendo assim, acredita-se que o método oscilométrico seja confiável, no entanto, para se obter um valor mais próximo do real sugere-se realizar varias aferições em vários períodos do dia. Palavra chave: Canino. Hipertensão. Método não invasivo. Pressão sistólica. Pressão diastólica. SUMMARY The blood pressure systemic is responsible for boosting the blood for the whole organism removing nutrients and eliminating metabolites waste, and when there is an increase is named systemic arterial hypertension, so that it is initially unsystematic causing progressively damage in target organs. Therefore aimed to verify the effectiviness of oscilometry defined as non- invasive method, with relacion to factors such as sex, age, stress before and after clinical exams, in order to provide a dignoses and an effective preventive treatment in an attempt to prevent a possible future complications of this desease. Measuring the blood pressure of 40 dogs of different ages, being male and female, with measurements before and after the fisical exams, demonstrating that the age factor, provided an increase in blood pressure of older animals, sex did not show statistical difference comparing male and femeale, and the animals with measurement after the clinical exam obtained an slight increase of blood pressure. Therefore, it is belived that the oscillometric method is reliable, however, to obtain an actual real value is suggested to perform various meansurament at various periods of the day. Keyword: Hypertension. Non- invasive method, Systolic pressure. Diastolic pressure. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Esquema do sistema cardiovascular com átrio e ventrículo direito e esquerdo com suas respectivas estruturas sendo elas veia cava, valva tricúspide, valva semilunar pulmonar e artéria pulmonar no lado direito e, veia pulmonar valva mitral,valva semilunar aórtica e artéria aorta no lado 16 esquerdo...................................................................................................... Figura 2 Esquema representado á hipertensão arterial sistêmica causada pela ativação simpática que liberam catecolaminas devido ao estresse e ansiedade causada durante o atendimento de pacientes no ambiente hospitalar............................................................................................... 21 Figura 3 Imagem microscópica de artéria interlobular corado com HE em aumento de 100x com deposição de material hialino na camada intima característica de nefroesclerose vascular benigna em seta.......................... 24 Figura 4 Imagem microscópica de artéria interlobular corado com HE em tamanho de 40x com nefroesclerose vascular benigna, com deposição de fibrina e elastina mostrado em seta............................................................................ 25 Imagem microscópica de rim corado com HE em aumento de 20x com nefroesclerose vascular benigna, onde há comparação de glomérulo normal na (seta amarela) com hialinizado (seta branca), e hialinose arteriolar em (seta azul)................................................................................ 25 Nefroesclerose vascular maligna. Imagem macroscópica de rim com tamanho normal, superfície lisa, coloração amarelada no qual as setas indicam numerosas petéquias. Rins sem hipertensão benigna prévia........ 26 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Nefroesclerose vascular maligna, imagem microscópica de glomérulo corado com Tricrômico de Masson, aumento de 40x com ruptura de membrana basal (seta amarela), depósito de hialina (seta verde) e necrose fibrinóide (seta rosa).................................................................................... 26 Figura 8 Imagem microscópica de artéria renal corado com HE em aumento de 40x com espessamento de camada intima, característica de nefroesclerose vascular maligna, causada por hipertensão.................................................. 27 Microscopia de glomérulo corado com HE e com aumento de 40x, no qual as setas mostram a deposição de hialina, característica de gloméruloesclerose...................................................................................... 28 Figura 9 Figura 10 Microscopia de rim com glomérulo normal (seta vermelha), com um glomérulo atrofiado com depósito de tecido fibroso (hialinização) (setaamarela)............................................................................................... 28 Figura 11 Macroscopia de cérebro com hematoma (seta) dos núcleos com ruptura intraventricular causada por hipertensão arterial sistêmica........................ 29 Figura 12 Imagem de cão com inclinação de cabeça para a direita, o que é causado pelo aumento de pressão intracraniana o que leva a sinais vestibulares..... 29 Figura 13 Fundoscopia de retina de cão normal com um esquema mostrando as estruturas como: fundo tapetal, vasculatura retiniana (artérias e veias retinianas), disco óptico e fundo não-tapetal................................................ 30 Figura 14 Fundoscopia de olho de gato, com hemorragia de vasos retinianos (seta azul) e edema de retina difuso...................................................................... 31 Figura 15 Fundoscopia de olho de cão (A): no qual o asterisco indica hemorragia no fundo tapetal, e a seta indica descolamento de retina parcial no fundo não-tapetal. (B) a seta preta indica um ponto de hemorragia, e a seta branca indica tortuosidade de vaso............................................................... 31 Figura 16 Fundoscopia de olho com descolamento de retina total, onde não observa nenhum tipo de estrutura como: fundo tapetal, vasculatura retiniana (artérias e veias retinianas), disco óptico e fundo não-tapetal...................... 32 Figura 17 Olho de cão, com esclera congesta (vasos dilatados e tortuosos), midríase, pigmentação ventral da córnea e edema profundo e difuso, o que caracteriza sinais clínicos de glaucoma................................................. 32 Macroscopia de coração humano em corte transversal a nível dos ventrículos, no qual observa-se hipertrofia de ventrículo esquerdo com a presença de infarto branco em setas ocasionado pela vasoconstrição levando a isquemia em hipertensão arterial sistêmica.................................. 33 Aferição de pressão arterial em cão pelo método invasivo (catéter intraarterial). (A) canulação de veia metatársica com cateter. (B) encaixe de 2 conectores com 1 torneira de 3 vias com administração de solução salina a 0,9% mais heparina, para não coagular o sangue ao retornar no sentido do manômetro............................................................................................... 34 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Esquema do método invasivo (cateter intra-arterial) em cães, no qual (A) o escalpe é introduzido na artéria do cão, com colocação de dois conectores (seta rosa), uma torneira de 3 vias com uma seringa com solução salina a 0,9% e heparina (seta verde), sendo que após a administração da solução na artéria, a torneira é aberta em direção ao circuito para que o fluxo sanguíneo percorra em direção ao manômetro 35 onde o valor da pressão será obtida..................................................... Figura 21 Aferição de pressão de cão pelo método não invasivo (Doppler) associado ao esfigmomanômetro em membro anterior direito.................... 35 Figura 22 Monitor multiparamétrico modelo IMFtec - Guthen 1200 (A), e em (B) modelo Delta life- DL 100........................................................................... 36 Figura 23 Manguito colocado em animal de pequeno porte, abaixo da articulação do cotovelo no membro direito para a aferição da pressão arterial.................. 41 Figura 24 Manguito colocado em animal de médio porte, abaixo da articulação do 41 cotovelo no membro direito para aferição da pressão arterial ................ Figura 25 Monitor multiparamétrico para aferição de pressão no método não invasivo........................................................................................................ 42 Manguitos utilizados para aferição da pressão no método multiparamétrico.......................................................................................... 42 Analise estatística referente a pressão arterial sistólica com a idade dos animais machos e fêmeas, com aferição antes e depois dos exames clínicos.......................................................................................................... 50 Análise estatística referente á pressão arterial diastólica com a idade dos animais machos e fêmeas, com aferição antes e depois dos exames clínicos.......................................................................................................... 50 Figura 26 Figura 27 Figura 28 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Valores referentes a pressão arterial em cães, juntamente com a classificação dos parâmetros normais a acentuadamente elevada conhecida como hipertensão de acordo com Tilley e Goodwin................. 33 Tabela 2 G1, de fêmeas caninas submetidas a aferição da pressão arterial antes da realização de exame clínico........................................................................ Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 G2, de fêmeas caninas submetidas a aferição da pressão arterial após a realização de exames clínicos e físicos feito pelo veterinário.................... G3, de machos caninos submetidas a aferição da pressão arterial antes da realização de exame.................................................................................... G4 de machos caninos submetidas a aferição da pressão arterial após a realização de exame.................................................................................... Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão sistólica e diastólica entre machos e fêmeas............................................... Valor médio, desvio padrão e amplitude de variação para os dados da pressão sistólica e diastólica antes e após o atendimento clínico.............. Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão sistólica entre nas idades jovem, adulto e idoso.......................................... Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão diastólica, entre nas idades jovem, adulto e idoso...................................... 44 45 46 47 48 48 49 49 LISTA DE ABREVIATURAS ADH Hormônio antidiurético alfa β beta DC Débito cardíaco ECA Enzima conversora de angiostensina ECG Eletrocardiograma HAS hipertensão arterial sistêmica IECA Inibidores da enzima conversora de angiostensina mmHg Milímetro de mercúrio PA Pressão arterial PAM Pressão arterial média PANI Pressão arterial não invasiva PAD Pressão arterial diastólica PAS Pressão arterial sistólica RPV Resistência periférica vascular SRAA: Sistema renina angiostensina aldosterona SRA: Sistema renina angiostensina SRD: Sem raça definida N: Normal DE: Discretamente elevada ME: Moderadamente elevada AE: Acentuadamente elevada SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ 15 1 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 16 1.1 Anatomia cardiovascular ........................................................................................ 16 1.2 Pressão arterial ....................................................................................................... 17 1.3 Hipertensão arterial sistêmica ................................................................................. 17 1.3.1 Fisiopatologia da pressão arterial ................................................................... 18 1.3.2 Etiologia da pressão arterial ............................................................................... 20 1.3.2.1 Síndrome do jaleco branco............................................................................... 20 1.3.2.2 Hipertensão arterial sistêmica primária................................................................. 21 1.3.2.3 Hipertensão arterial sistêmica secundária.............................................................. 21 1.3.2.4 Hiperadrenocorticismo e hipertireoidismo ........................................................... 22 1.3.2.5 Doença renal e diabetes mellitus .......................................................................... 22 1.3.2.6 Obesidade e ferocromocitoma............................................................................... 23 1.2.2.7 Eritropoietina......................................................................................................... 23 1.3.3 Hipertensão arterial sistêmica maligna e benigna ............................................. 23 1.3.3.1 Nefroesclerose vascular benigna .......................................................................... 24 1.3.3.2 Nefroesclerose vascular maligna .......................................................................... 26 1.3.4 Sinais clínicos e órgãos acometidos .................................................................... 27 1.3.4.1 Rins ....................................................................................................................... 27 1.3.4.2 Encéfalo ................................................................................................................ 29 1.3.4.3 Olhos ..................................................................................................................... 30 1.3.4.4 Coração ................................................................................................................. 32 1.3.5 Diagnóstico ............................................................................................................. 33 1.3.6 Tratamento ............................................................................................................. 36 1.3.7 Prognóstico ............................................................................................................ 38 2 MATERIAL E MÉTODO ........................................................................................ 39 2.1 Análise estatística...................................................................................................... 42 3 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 44 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 52 REFERENCIA ................................................................................................................ 53 ANEXOS.......................................................................................................................... 61 15 INTRODUÇÃO A pressão arterial sistêmica é a pressão encontrada no interior das grandes artérias, sendo responsável por levar o sangue pelo organismo, a fim de promover adequada perfusão sanguínea aos órgãos vitais e aos tecidos, para assim receber nutrientes e oxigênio, e eliminar resíduos metabólicos (HASKINS, 1999; GUYTON; HALL, 2006; EGNER, CARR; BROWN, 2007). Essa pressão é classificada em três tipos, sendo elas: sistólica (PAS), diastólica (PAD), e média (PAM). Quando há um aumento da PAS ou da PAD ou em ambas, é chamada de hipertensão arterial (KIENLE; KITTLESON, 1998 apud JAFFÉ 2006), de modo que ocorre devido a fatores multifatoriais, podendo ser doenças patológicas ou a fatores ambientais, resultando em alterações no estado de saúde dos animais, promovendo lesões em órgãos finais (WARE, 2010). Por isso é de extrema importância identificar os animais que apresentam elevados níveis de pressão, levando em consideração fatores ambientais e em condições de estresse para a inserção e realização de um tratamento, evitando lesões em órgãos-alvos, para proporcionar uma melhoria na qualidade de vida do animal, diminuindo os riscos de complicações e alterações desencadeadas pela hipertensão arterial sistêmica. Dentro desta contextualização o objetivo desse trabalho foi aferir e classificar a pressão arterial de cães utilizando a classificação de Tilley e Goodwin (2002), através do método oscilométrico e verificar a eficácia do método, além de comparar as possíveis variações entre sexo, idade e de estresse antes e após o exame clínico, a fim de proporcionar um diagnostico e um tratamento eficaz e preventivo na tentativa de evitar possíveis complicações dessa doença ao longo da vida do animal. 16 1 REVISÃO DE LITERATURA 1.1 Anatomia cardiovascular A pressão sanguínea ou pressão arterial (PA) é gerada pelo sistema cardiovascular sendo composto pelo coração, vasos sanguíneos, células e plasma sanguíneo, sendo que o coração (figura 1) é um órgão musculoso e oco (SCHWEIZERISCHE; SVIZZERA, 2011). Este funciona como uma bomba, executando em dois períodos a diástole (relaxamento) e a sístole (contração), de modo que esses eventos são proporcionados participam pelas quatro câmaras, localizadas no coração, sendo que o átrio e o ventrículo direito são responsáveis por bombear o sangue desoxigenado para os pulmões, e o átrio e ventrículo esquerdo tem o objetivo de transportar o sangue oxigenado para os órgãos periféricos (GUYTON; HALL, 2011). No entanto essa bomba é interligada por diversos vasos; os que levam o sangue a partir do coração são chamados de artérias, onde a artéria pulmonar sai do ventrículo direito e a artéria aorta do ventrículo esquerdo. Já os vasos que desembocam no coração são chamados de veias, assim existe a veia cava superior e inferior encontradas no átrio direito e a veia pulmonar que fica no átrio esquerdo. Entretanto, para que o sangue seja transportado corretamente por um único sentido, existe o sistema de valvas, onde há a valva semilunar pulmonar, identificada no ventrículo direito, a valva semilunar aórtica no ventrículo esquerdo, valva tricúspide no átrio direito e a mitral no átrio esquerdo (Figura 1) (SILVERTHON, 2010). Figura 1 Esquema do sistema cardiovascular com átrio e ventrículo direito e esquerdo com suas respectivas estruturas sendo elas veia cava, valva tricúspide, valva semilunar pulmonar e artéria pulmonar no lado direito e, veia pulmonar valva mitral,valva semilunar aórtica e artéria aorta no lado esquerdo. Fonte: Ideias modernas (s.d.) 17 1.2 Pressão arterial A pressão arterial sistêmica é gerada pela força de contração ventricular esquerda, onde as artérias expandem para acomodar todo o sangue, assim quando a valva semilunar aórtica se fecha e as paredes das artérias se retraem, impele o sangue para as artérias menores e arteríolas (LUNA, 2002; SILVERTHON, 2010), fornecendo e equilibrando nutrientes, oxigênio e excretando os resíduos metabólicos em todo corpo. Todo esse processo é feito dentro de um intervalo de valores que devem ser mantidos para manter a perfusão sanguínea correta (HASKINS, 1999; GUYTON; HALL, 2006; EGNER; CARR; BROWN, 2007;WARE, 2010). A pressão é definida pelo produto da quantidade de sangue bombeado por minuto (GUYTON; HALL, 2011), chamado de débito cardíaco (DC), com a resistência periférica vascular (RPV) (RIVIERA, 2003 apud MATTOS, 2012), onde o DC depende da frequência cardíaca e do volume sistólico total, sendo que esse aumento de frequência é derivado da inervação simpática e a diminuição corresponde ao estímulo parassimpático (SILVERTHON, 2010). Existem três tipos de pressão a sistólica, diastólica e média. A sistólica ocorre quando há contração cardíaca, seu pico é chamado de pressão máxima, e é gerada pelo ventrículo esquerdo (NELSON, 2003 apud MATTOS, 2012). A pressão diastólica é compreendida como a pressão mínima, e esse evento acontece no relaxamento cardíaco, quando ocorre o fechamento da válvula semilunar aórtica até o momento de ocorrer outra sístole (CUNNINHAM, 2008). A média chamada de pressão de irrigação e calculada a partir da equação: PAM: (PAS-PAD)/3 + PAD (NUNES, 2006). 1.3 Hipertensão arterial sistêmica A hipertensão arterial sistêmica (HAS) conhecida como pressão alta é o aumento da pressão arterial sanguínea sistólica, diastólica ou ambas em todo sistema, de modo que seu aumento se define em uma pressão que é mais elevada que o normal ou uma pressão que resulta em sequelas clínicas ou patológicas (KIENLE; KITTLESON, 1998 apud JAFFÉ, 2006). É um problema que afeta tanto cães como gatos ganhando importância na prática do cotidiano veterinário (JEPSON et al., 2005). 18 Esta afecção é considerada multifatorial, no entanto não há relatos de como se desenvolve, podendo estar associados a alterações metabólicas como diabetes e obesidade, hormonais como hiperadrenocorticismo, doença renal crônica e a fenômenos tróficos como hipertrofias cardíacas e vasculares (KOHLMANN, 1999; ACIERNO; LABATO, 2004; WARE, 2010). De acordo com Yamato (2010) apud Tebaldi (2011); Jaffé (2006); Bodey; Michell (1998) estas alterações são classificada em secundárias, consideradas mais comum em cães e gatos, com cerca de 80% dos casos descritos com relação a primária (idiopática). Outros fatores além dos patológicos influenciam nos valores de pressão arterial como idade, raça, sexo e temperamento como ansiedade e estresse, caracterizado pela síndrome do jaleco branco (BODEY; MICHELL, 1996; ACIERNO; LABATO, 2004). O aumento da idade segundo Dukes (1992) e Bodey e Sanson (1998), é diretamente proporcional ao aumento da pressão o que é visto em humanos também, porém com relação ao sexo os machos tendem a ter a pressão mais elevada que as fêmeas (MONTOYA et al., 2006). Com relação as raças de acordo com Nelson e Couto (2010), as raças Greyhounds apresentam pressão mais alta, e os da raça Wolfhounds Irlandeses apresentam valores mais baixos que o normal, sendo que a média para a variação racial seria 133/75 mmHg, no entanto, os valores de pressão arterial podem variar dentro de uma mesma raça, fazendo com que os exames clínicos e físicos devem ser minuciosos para não correr o risco de alguma alteração nos níveis de pressão (PELLEGRINO, et al., 2010). 1.3.1 Fisiopatologia da pressão arterial Para manutenção da pressão arterial o organismo promove 3 tipos de mecanismos: o de médio prazo que ativa o sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA), o de longo prazo (mediata), referente aos mecanismos hormonais que controla a volemia, e outro a curto prazo (imediata) que atua nos reflexos neurais modificando a ação de órgãos alvos como o coração (EGNER; CARR; BROWN 2007). Esta ultima ocorre em poucos segundos e está ligada ao sistema nervoso central, modificando o funcionamento dos barorreceptores e quimiorreceptores. Os quimiorreceptores são células quimiossensíveis que são ativadas quando detectam altos níveis de dióxidos de carbono com relação ao baixo nível de oxigênio (NELSON, 2003 apud MATTOS, 2012). 19 Já os barorreceptores estão localizados no arco aórtico (barorreceptores aórticos) e nos seios carotídeos (barorreceptores carotídeos) e são terminações nervosas responsáveis por detectar a distensão da parede vascular (HAIBARA, 2000) diminuindo a ação parassimpática e aumentando a simpática, que conforme ocorre sua ação, promove a liberação das catecolaminas denominadas de adrenalina e noradrenalina, de modo a ativar os αadrenorreceptores responsáveis pela vasoconstrição, e β-adrenorreceptores que aumentam a força (inotrópico) e a frequência (cronotrópico) de contração, proporcionando o aumento da pressão arterial em um tempo de curto prazo (TILLEY; GOODWIN, 2002; BROWN et al., 1997). Porém, quando a pressão está alta a atividade dos barorreceptores é inibir a atividade simpática para os vasos e coração. Quando ocorre essa diminuição da atividade simpática juntamente com esse mecanismo ocorre o aumento da atividade vagal que promove a bradicardia, reduz a resistência periférica total e o débito cardíaco (HAIBARA, 2000). Quando os mecanismos a curto prazo não conseguem controlar a pressão arterial, o organismo ativa os mecanismos a médio prazo, de modo que ativa o (SRAA) sistema reninaangiotensina –aldosterona, devido ao baixo volume de sangue circulante, o que provoca a liberação de uma enzima chamada de renina que é produzida pelas células justaglomerulares no rim (BARRIOS, 2002; SERNA 2009), responsável pela conversão do angiotensinogênio oriundo do fígado, em angiotensina I. Essa passa nos leitos pulmonares, onde existe uma enzima conversora de angiotensina (ECA) e converte a angiotensina I em angiotensina II que é a molécula responsável pelo controle da pressão (STEELE et al., 2002), através da vasoconstrição aumentando o fluxo de sangue circulante (FERRARIO, 1998; ARDAILLOU, 1999), além de promover o aumento inotrópico e cronotrópico, reter sódio e água intra-renal, e liberar vasopressinas que proporciona o aumento da sede, do apetite por sódio e aumento da absorção de sódio pelo intestino, promovendo o aumento da pressão arterial sistêmica (WORLLET; DREXLER, 1999; FERRARIO, 1998; KIM; IWAO, 2000; GAVRAS; apud SANTOS; MOURA; SILVA, 2000). Essa molécula atua tanto como um hormônio circulante como um componente ativo do sistema renina angiotensina intra-renal (HALL, 1986; ICHIKAWA; HARRIS, 1991). Com a liberação da angiotensina II, ocorre a ativação dos mecanismos a longo prazo relacionados aos hormônios que por sua vez altera a concentração de sódio e excreção de urina (GUYTON; HALL, 2011), através da redução da eliminação renal de sódio, que 20 proporciona a reabsorção de liquido pelos túbulos coletor e distal, ativado pela aldosterona secretado pela glândula adrenal, que é mediada pela angiotensina II promovendo a osmorregulação (HALL, 1986; ICHIKAWA; HARRIS, 1991), e a diminuição da urina se dá pelo hormônio ADH conhecido como hormônio antidiurético, que é uma vasopressina sintetizada no hipotálamo e ativada pelo SRAA (HALL, 1986; GUYTON; HALL, 2011). 1.3.2 Etiologia da pressão arterial Não se sabe ao certo como a doença se desenvolve (ACIERNO; LABATO, 2004), no entanto de acordo com Brown (2007) é classificado em hipertensão causada pela síndrome do jaleco branco, ou de caráter primário (idiopática) ou secundário que são associação com outras doenças como alterações metabólicas como diabetes, obesidade, problemas hormonais como adrenocorticismo, fenômenos tróficos conhecido como hipertrofias cardíacas e vasculares (KOHLMANN, 1999; ACIERNO; LABATO, 2004; NELSON; COUTO, 2010), tumores como feocromocitoma (PACAK, 2001 apud MALACHIAS, 2002), e o uso de eritropoetina como forma de tratamento de anemia (ACIERNO; LABATO, 2004). 1.3.2.1 Síndrome do Jaleco Branco A síndrome do jaleco branco é uma pseudo-hipertensão caracterizada pelo aumento transitório da pressão arterial que ocorre durante o atendimento do paciente no ambiente clínico-hospitalar, ou por efeitos sonoros como latidos de cães, barulhos de secador, queda de uma chave no chão, uma porta batendo, toque de telefone, entre outras coisas podem interferir com o diagnóstico de hipertensão (BELEW; BARLETT; BRPWN, 1999; SPARKS et al., 1999; JEPSON et al., 2005; LIN et al., 2006; EGNER; CARR; BROWN 2007; BROWN et al., 2007), levando a liberação rápida de catecolaminas, que são substâncias liberadas durante a ansiedade e o estresse, e pela ativação do sistema simpático (Figura 2) (EGNER et al., 2007), podendo aumentar os valores de 10 a 15 mmHg em uma ou de ambas as pressões (EGNER; CARR; BROWN, 2007). 21 Figura 2 Esquema representado á hipertensão arterial sistêmica causada pela ativação simpática que liberam catecolaminas devido ao estresse e ansiedade causada durante o atendimento de pacientes no ambiente hospitalar. Fonte: Anjos (2003) 1.3.2.2 Hipertensão arterial sistêmica primária A hipertensão arterial sistêmica primária é o desequilíbrio do débito cardíaco com a resistência vascular, de modo que não se sabe a causa, então ela é diagnosticada por exclusão (ACIERNO; LABATO, 2004; DUKES, 1992). O aumento da ingestão de sódio nas dietas, não é o suficiente como fator precursor da hipertensão, no entanto acredita-se que a associação da dieta rica em sódio com a hipertensão pré-existente, poderá acelerar a evolução da doença, sendo esse processo descrito em humanos (DUKES, 1992). Na medicina veterinária esse aumento relacionado à dieta não é evidente devido a quantidade de alimento ser maciça, porém em alguns tratamento com fluidoterapia com cloreto de sódio pode aumentar os níveis, causando a hipertensão em animais susceptíveis (SYNDER; COOKE, 2005 apud JAFFÉ, 2006). 1.3.2.3 Hipertensão arterial sistêmica secundária Com relação a este fator, a hipertensão está sendo gerada pela associação com doenças ou com utilização de medicamentos que tem a capacidade de elevar os níveis de pressão. No entanto, mesmo após o tratamento da doença primária pelo uso dos medicamentos hipertensivos, a pressão sanguínea poderá permanecer elevada, podendo ser amenizada com avaliação periódica e tratamento anti-hipertensivos como IECA (inibidores da 22 ECA), os bloqueadores de Cálcio, os bloqueadores de β- adrenérgico, e α- adrenérgicos (BROWN et al., 2007; WARE, 2010). 1.3.2.4 Hiperadrenocorticismo e Hipertireoidismo Hiperadrenocorticismo é definido como uma alteração sistêmica na produção exagerada de glicocorticoides pela glândula adrenal ou pela utilização de medicamentos com esse princípio (BROWN, 2005 apud JAFFÉ 2006). Os glicocorticóides promovem o aumento plasmático através do aumento da concentração de sódio e potássio e adenosina trifosfato na membrana celular. No rim favorece a retenção de sódio e água, além do aumento da produção de renina (ORTEGA et al., 1996; BROWN, 2005 apud JAFFÉ, 2006); no fígado aumenta a produção de angiostensinogênio (DUKES, 1992; ACIERNO; LABATO, 2004), e no coração eleva a sensibilidade do músculo cardíaco ativando as catecolaminas e aumentando a resposta a angiostensina II e a norepinefrina. Assim, o uso exagerado de corticoides pode aumentar e induzir ao aumento de pressão, fluxo sanguíneo e dilatar arteríolas renais (ORTEGA et al., 1996). O aumento da produção do hormônio da tireóide chamada de hipertireoidismo promove o aumento tanto da quantidade quanto da sensibilidade de receptores ß-adrenérgicos, aumentando a resposta às catecolaminas o que promove a elevação da força cronotrópica contribuindo para hipertrofia e aumento de oxigênio, no rim resulta a liberação aumentada de renina o que ativa o SRAA (DUKES, 1992; BROWN, 2005). 1.3.2.5 Doença renal e diabetes mellitus Com relação a doenças renais a fisiopatologia ocorre de forma multifatorial (ACIERNO; LABATO, 2004; THOMPSON, 2004), de modo que pode ocorrer devido a diminuição de excreção de sódio e o aumento de secreção da renina (JENSEN et al., 1997; THOMPSON, 2004). Já na diabetes mellitus, são demonstrados na literatura dois tipos de diabetes: a do tipo I que são os dependentes de insulina, onde a hipertensão é causada devido aos mecanismos que a diabetes faz em relação a função do rim que pode ser citado como hiperfiltração glomerular (STRUBLE et al., 1998). Já a do tipo II que são os pacientes resistentes a insulina 23 o que são considerados não dependentes, proporciona a alta quantidade de insulina no sangue o que pode causar retenção de sódio e aumento da ação simpática promovendo a vasocontrição e hipertrofia vascular, aumento de cálcio no interior de células o que promove aumento inotropísmo cardíaco (ACIERNO; LABATO, 2004). 1.3.2.6 Obesidade e ferocromocitoma De acordo com Kienle;Kittleson (1998) apud Jaffé (2006); Syme et al., (2002) há uma relação com hipertensão e obesidade. Porém, o aumento de pressão não é um aumento tão significativo. Já a ferocromocitoma é um tumor originário das células cromafins localizadas no eixo simpático- adrenomedular, no qual seu principal sintoma é o aumento de pressão arterial, isso ocorre pela capacidade do tumor de produzir catecolaminas (PACAK, 2001 apud MALACHIAS, 2002), que consequentemente induz a vasoconstrição e aumento do débito cardíaco (ACIERNO; LABATO 2004). 1.3.2.7 Eritropoetina Dentre os fatores causadores da anemia, o principal é a deficiência de eritropoietina, causada pela insuficiência renal crônica, que afeta a produção de células sanguíneas na medula óssea (COWGILL, 1998 apud JAFFÉ, 2006). Como forma de tratamento dessa anemia utiliza-se a eritropoietina recombinante humana (WARE, 2010). No entanto esse tipo de anemia provoca vasodilatação crônica, e com o tratamento utilizando a eritropoietina ocorre vasoconstrição capilar com aumento da resistência periférica, promovendo elevação na pressão arterial (ACIERNO; LABATO, 2004). 1.3.3 Hipertensão arterial sistêmica maligna e benigna Conforme os níveis e sinais de pressão vão evoluindo recebe a classificação de hipertensão arterial sistêmica maligna ou benigna. A benigna é o tipo de evolução mais frequente é considerada como uma pressão que não é muito elevada (PAD) e se encontra inferior a 110 mmHg sendo que neste caso não apresenta sinais clínicos característicos de 24 hipertensão porém podem aparecer sinais de cefaleia, tonturas e cansaço. No entanto, conforme os níveis evoluem e não recebe tratamento torna-se uma afecção maligna, no qual ocorre o aparecimento de lesões em órgão- alvos devido os níveis elevados de pressão sistólica superando 140 mmHg (BRASILEIRO FILHO, 2011), proporcionando alterações como: 1.3.3.1 Nefroesclerose vascular benigna A nefroesclerose vascular benigna em humanos está relacionada com a predisposição genética, sendo por raças negras ou pela influência da utilização em excesso de sódio juntamente com indivíduos predisponentes a hipertensão, de modo que não ocorre o equilíbrio de sódio e água normalmente, promovendo a diminuição da excreção de sódio, aumentando o volume sanguíneo e o débito cardíaco. Outros fatores relacionados a nefroesclerose vascular benigna estimula o sistema nervoso simpático, aumento de substancias vasoconstritoras, deficiência nas vasodilatadoras, obesidade, diabetes mellitus, e estresse, causando pequenas lesões em artérias e arteríolas renais. (BRASILEIRO FILHO, 2011). Na macroscopia o rim se encontra com tamanho normal á hipotrofia discreta, com superfície granulada de forma discreta, no entanto com a evolução da hipertensão, o tamanho diminui e a superfície possui granulação de forma acentuada (MALHEIROS; SALDANHA 1998). Já na microscopia as alterações evidentes são deposição de material hialino (Figura 3), colágeno e elastina em arteríolas aferentes e em artérias interlobulares, diminuindo o lúmen (Figura 4) (BRASILEIRO FILHO, 2011; MALHEIROS; SALDANHA 1998) e hialinização global do glomérulo (Figura 5) (MALHEIRO; SALDANHA, 1998). Figura 3 Imagem microscópica de artéria interlobular corado com HE em aumento de 100x com deposição de material hialino na camada intima característica de nefroesclerose vascular benigna em seta. ] Fonte: Brasileiro Filho (2011) 25 Figura 4 Imagem microscópica de artéria interlobular corado com HE em tamanho de 40x com nefroesclerose vascular benigna, com deposição de fibrina e elastina mostrado em seta. Fonte: Brasileiro Filho (2011) Figura 5 Imagem microscópica de rim corado com HE em aumento de 20x com nefroesclerose vascular benigna, onde há comparação de glomérulo normal na (seta amarela) com hialinizado (seta branca), e hialinose arteriolar em (seta azul). Fonte: Unicamp (s.d.) 26 1.3.3.2 Nefroesclerose vascular maligna Não se sabe ao certo qual a prévia da hipertensão arterial sistêmica maligna, no entanto, quando ela está sustentada, lesiona o endotélio promovendo a agregação plaquetária e aumento da permeabilidade de macromoléculas, incluindo fibrinogênio que promove o espessamento da camada intimal (Figura 8), necrose fibrinóide (Figura 7) e trombose. Inicialmente na macroscopia o rim apresenta característica como tamanho de normal a aumentando, com superfície amarelada intercalada com vermelho chamada de petéquias, no entanto com o tempo o rim afetado diminui de tamanho (Figura 6) (BRASILEIRO FILHO, 2011). Figura 6 Nefroesclerose vascular maligna. Imagem macroscópica de rim com tamanho normal, superfície lisa, coloração amarelada no qual as setas indicam numerosas petéquias. Rins sem hipertensão benigna prévia Fonte: Brasileiro Filho (2011) Figura 7 Nefroesclerose vascular maligna, imagem microscópica de glomérulo corado com Tricrômico de Masson, aumento de 40x com ruptura de membrana basal (seta amarela), depósito de hialina (seta verde) e necrose fibrinóide (seta rosa). Fonte: Brasileiro Filho (2011) 27 Figura 8 Imagem microscópica de artéria renal corado com HE em aumento de 40x com espessamento de camada intima, característica de nefroesclerose vascular maligna, causada por hipertensão. Fonte: Brasileiro Filho (2011) 1.3.4 Sinais clínicos e órgãos acometidos Inicialmente a hipertensão ocorre, de forma assintomática (BODEY; SANSOM, 1998) com ativação de mecanismo de auto regulação que promove vasoconstrição, modificando a perfusão sanguínea, levando a isquemia, infarto, hemorragia e edema devido a perda da integridade dos capilares e a deficiência de nutrientes, oxigênio e excreção de metabólitos, lesionando assim os órgãos mais vulneráveis denominados órgãos – alvos ou órgãos finais, que possui maior risco de danos, devido a sua alta capacidade de vascularização, sendo que neste período é evidente os sintomas (MELO et al., 2007; STERPHENSON, 2008; JOBIM, 2008). Dentre estes os sintomas decorrentes da hipertensão são: 1.3.4.1 Rins Os rins quando sofrem com o aumento da pressão arterial, danificam os capilares glomerulares, reduzindo a sua função e resultando em insuficiência renal, que aparece com frequência correlacionada a hipertensão arterial sistêmica, podendo acarretar ou ser a consequência da mesma (FINCO, 2004; BROWN et al., 2007; STILES, 2008), WEHNE et al., 2008; assim com a lesão em glomérulos os sinais evidentes são proteinúria 28 (BROWN et al., 2007), gloméruloesclerose (Figura 9) e atrofia glomerular (Figura 10) (BARTGES et al., 1996 apud QUEIROZ, 2015) o que reduz a filtração e excreção de metabólitos, acumulando compostos nitrogenados não proteicos na corrente sanguínea levando a sinais neurológicos como apatia, tremores, ataxia, mioclonias, excitação, convulsão e coma (POLZIN, 1997; RUBIN, 1997). Figura 9 Microscopia de glomérulo corado com HE e com aumento de 40x, no qual as setas mostram a deposição de hialina, característica de gloméruloesclerose. Fonte: Unicamp (s.d.) Figura 10 Microscopia de rim com glomérulo normal (seta vermelha), com um glomérulo atrofiado com depósito de tecido fibroso (hialinização) (seta amarela) Fonte: Unicamp (s.d.) 29 1.3.4.2 Encéfalo No sistema nervoso os sinais são: aumento de pressão intracraniana causando hemorragia (Figura 11), isquemia focal e alterações comportamentais como episódios convulsivos, sinais vestibulares, nistagma, inclinação de cabeça (Figura 12) e letargia (NELSON; COUTO 2010; BROWN et al., 2007). Não se sabe ao certo como ocorre o aumento da pressão intracraniana, porem acredita- se estar relacionada com a obstrução da drenagem venosa cerebral (MONTEIRO 2000). Figura 11 Macroscopia de cérebro com hematoma (seta) dos núcleos com ruptura intraventricular causada por hipertensão arterial sistêmica. Fonte: Brasileiro Filho (2011) Figura 12 Imagem de cão com inclinação de cabeça para a direita, o que é causado pelo aumento de pressão intracraniana o que leva a sinais vestibulares. Fonte: Arquivo Pessoal (2015) 30 1.3.4.3 Olhos A retina (Figura 13) é responsável por tornar estímulo luminoso em nervoso, o que promove o sentido da visão, e encontrada no bulbo ocular (FEATHERSTONE, 2008). É irrigada por artérias retinianas em caso de cães e gatos (GRANAR et al., 2011). No entanto, para que a retina promova sua função, ela necessita de grandes quantidades de energia e oxigênio, e quando ocorre alguma falha em oferecer nutrientes como ocorre na hipertensão por lesão em células endoteliais, nas artérias retinianas ocorre dilatação das arteríolas devido a falha de auto regulação (CRISPIN; MOULD, 2001), ocasionando edema de retina (Figura 14), hemorragia e tortuosidade de arteriolas (Fígura 15 A e 15 B), isquemia focal, com prevalência na retina e na coróide (figura 16), descolamento da retina (Figura 17), cegueira e glaucoma (Figura 18) (CORBETT et al., 1982; COPPETO; MONTEIRO 1985; WARE, 2010). Figura 13 Fundoscopia de retina de cão normal com um esquema mostrando as estruturas como: fundo tapetal, vasculatura retiniana (artérias e veias retinianas), disco óptico e fundo não-tapetal. Fonte: Queiroz (2015) 31 Figura 14 Fundoscopia de olho de gato, com hemorragia de vasos retinianos (seta azul) e edema de retina difuso Fonte: Vin apud Jaffé (2006) Figura 15 Fundoscopia de olho de cão (A): no qual o asterisco indica hemorragia no fundo tapetal, e a seta indica descolamento de retina parcial no fundo nãotapetal. (B) a seta preta indica um ponto de hemorragia, e a seta branca indica tortuosidade de vaso. Fonte: Queiroz (2015) 32 Figura 16 Fundoscopia de olho com descolamento de retina total, onde não observa nenhum tipo de estrutura como: fundo tapetal, vasculatura retiniana (artérias e veias retinianas), disco óptico e fundo não-tapetal. Fonte: Acierno; Labato (2004) Figura 17 Olho de cão, com esclera congesta (vasos dilatados e tortuosos), midríase, pigmentação ventral da córnea e edema profundo e difuso, o que caracteriza sinais clínicos de glaucoma. Fonte: Oria (2013) 1.3.4.4 Coração Já no sistema cardiovascular o aumento da pressão pode levar a hipertrofia ventricular esquerda (Figura 18) (NELSON; COUTO 2010), necrose fibrinóide, redução ou fragmentação da lâmina elástica interna, mioarterite e obstrução de pequenas artérias e arteríolas (BARGES et al., 1996 apud QUEIROZ, 2015), assim os sinais evidentes são arritmias, ritmo de galope, e múrmurios cardíacos (ACIERNO; LABATO, 2005). 33 Figura 18 Macroscopia de coração humano em corte transversal a nível dos ventrículos, no qual observa-se hipertrofia de ventrículo esquerdo com a presença de infarto branco em setas ocasionado pela vasoconstrição levando a isquemia em hipertensão arterial sistêmica. Fonte: Brasileiro Filho (2011) 1.3.5 Diagnóstico Para evitar grandes danos ao organismo dos animais, é essencial a mensuração da pressão arterial durante o exame clínico, pois auxilia no diagnóstico precoce (TILLEY; GOODWIN, 2002), porém para se avaliar corretamente a pressão arterial de uma determinada espécie é essencial que se conheça os valores de referência destas (BROWN et al., 2007). De acordo com Tilley; Goodwin (2002), os parâmetros da pressão sanguínea são classificados da seguinte forma (Tabela 1): Tabela 1 Valores referentes a pressão arterial em cães, juntamente com a classificação dos parâmetros normais a acentuadamente elevada conhecida como hipertensão de acordo com Tilley e Goodwin. PAS PAD Normal 110 a 120 mmHg 70 a 80 mmHg Discretamente elevada 120 a 170 mmHg 80 a 100 mmHg Moderadamente elevada 170 a 200 mmHg 100 a 120 mmHg Acentuadamente elevada Acima 200 mmHg Acima 120 mmHg Fonte: Tilley; Goodwin (2002) 34 A pressão arterial (PA) é mensurada por mmHg (milímetro por mercúrio) (GUYTON; HALL, 2006) e pode ser obtida por dois métodos: o direto conhecido como invasivo e o indireto conhecido como não invasivo. Os métodos invasivos ou diretos (Figura 19 e 20), oferecem vantagens como, a mensuração em pacientes com hipotensão grave além de valores precisos, autênticos e contínuos (PODELL, 1992 ; SAWYER et al., 1991; NUNES 1993; BROWN et al., 2007), porém na clinica não é muito utilizado, devido aos riscos que a técnica proporciona, dentre eles processo de sedação do paciente, fator que reduz artificialmente a pressão arterial (PORCIELLO et al., 2004; KITTLESON; OLIVER, 1983). Contudo os métodos não invasivos como o Doppler (Figura 21), esfigmomanômetro oscilométrico (Figura 22) e aparelhos de fotopletismografia (JEPSON et al., 2005), são os mais utilizados no cotidiano do médico veterinário, devido a praticidade, facilidade e a capacidade de se repetir em pequenos intervalos de tempo (PODELL, 1992). No entanto, os valores obtidos na mensuração da pressão são menos precisos em casos de hipotensão, e em movimentações excessivas por parte do paciente (PODELL, 1992; HENIK; ALVES; SILVA, 2005). Figura 19 Aferição de pressão arterial em cão pelo método invasivo (catéter intra-arterial). (A) canulação de veia metatársica com cateter. (B) encaixe de 2 conectores com 1 torneira de 3 vias com administração de solução salina a 0,9% mais heparina, para não coagular o sangue ao retornar no sentido do manômetro. A Fonte: Youtube- Pressão arterial invasiva (s.d.) B 35 Figura 20 Esquema do método invasivo (cateter intra-arterial) em cães, no qual (A) o escalpe é introduzido na artéria do cão, com colocação de dois conectores (seta rosa), uma torneira de 3 vias com uma seringa com solução salina a 0,9% e heparina (seta verde), sendo que após a administração da solução na artéria, a torneira é aberta em direção ao circuito para que o fluxo sanguíneo percorra em direção ao manômetro onde o valor da pressão será obtida. Fonte: Nunes (2006) Figura 21 Aferição da pressão arterial em cão pelo método não invasivo (Doppler) associado ao esfigmomanômetro em membro anterior direito. Fonte: Arquivo Pessoal (2016) Alguns trabalhos como o de Cabral (2010) que comparou os métodos de Doppler e oscilométrico concluiu que a pressão arterial sistólica podem ser obtida pelos dois métodos nos animais de pequeno, médio e grande porte, no entanto os valores de pressão arterial 36 diastólica, não se correlacionam devido à grande variação de valores, de forma marcante nos animais de pequeno e médio porte. A aferição da pressão pelo método oscilométrico ocorre quando inicia as oscilações, sendo que essas acontecem somente quando a pressão exercida pelo manguito iguala a pressão sistólica do animal. A pressão média é verificada quando a pressão máxima do manguito iguala a pressão sistólica do animal, e a diastólica aparece quando a pressão do manguito desaparece (CARVALHO, 2009). Atualmente existem vários modelos de monitores multiparamétricos (Figura 22) que possuem a capacidade de aferir 9 parâmetros, oxímetro, curva pletismográfica, frequência cardíaca, ECG, pulso cardíaco pelo oxímetro; frequência respiratória, temperatura, tabela de tendência PANI e pressão arterial sistólica, diastólica e média (DL 1000 ). Figura 22 Monitor multiparamétrico modelo IMFtec - Guthen 1200 (A), e em (B) modelo Delta life- DL 100. A B Fonte: Center medical (A), Delta Life (B) (s.d.). 1.3.6 Tratamento O tratamento é indicado em animais que apresentam os sinais específicos de hipertensão arterial sistêmica que estão relacionados aos órgãos-alvos, no qual é confirmado com a mensuração da pressão que costuma ser 180/120 mmHg (NELSON; COUTO 2010). No entanto, o tratamento pode ser proposto quando a pressão sistólica estiver superior a 200 mmHg ou a diastólica acima de 120 mmHg, independente dos sinais clínicos (BROWN e HENIK, 2002 apud SOARES 2010). 37 Dentre os fármacos utilizados estão IECA (inibidores de conversão de angiostensina) que promove a diminuição da angiostensina II nos níveis sanguíneos, através da dilatação arteriolar e diminuição da secreção de aldosterona, promovendo assim o aumento do fluxo sanguíneo renal que reduz a proteinúria e favorece a excreção de sódio (TÔRRES et al 2009; MORAIS; PEREIRA, 2002; ACIERNO; LABATO, 2005). Os medicamentos que fazem parte desta categoria são enalapril, benazepril, ramipril e captopril (NELSON; COUTO 2010). Além dos IECA, outro fármaco com efeito vasodilatador é o bloqueador de canal de Cálcio como o benzoato de alodipina, que é muito utilizado em gatos e cães, porém em cães são administrados em doses menores que em gatos. Esta droga possui metabolismo hepático, então pacientes hepatopatas devem ser avaliados. A associação de IECA e bloqueadores de canais de cálcio podem ser utilizados como controle da pressão sistólica por aumentar a taxa de filtração glomerular (NELSON; COUTO, 2010). Outros medicamentos anti-hipertensivos utilizados, são os atenolol, propranolol e o carvedilol, denominados bloqueadores de β-adrenérgico. Essa classe de medicamentos promovem a diminuição da pressão sanguínea através da redução da frequência cardíaca, débito cardíaco e na liberação renal de renina, porém não devem ser administrados em terapia única, mas associados a outros medicamentos. São utilizadas em gatos com hipertensão causada por hipertireoidismo, e em cães o carvedilol é indicado em hipertensões causadas por doenças cardíacas valvular degenerativas, hiperadrenocorticismo ou doença renal crônica (NELSON; COUTO 2010; WARE 2006; TÔRRES 2009; BONAGURA; STEPIEN, 2008). Os antagonistas α-adrenérgicos ou bloqueadores α-adrenérgicos são medicamentos como fenoxibenzamina e prazosin que possui como mecanismo de ação a inibição de αreceptores que promovem a vasoconstrição. Esse medicamento é empregado em hipertensões induzidas por feocromocitoma (WARE 2006; NELSON; COUTO 2010). Algumas alternativas podem auxiliar o tratamento de hipertensão como a utilização de dietas com baixo teor de sódio, a redução do peso em pacientes obesos, evitar prescrição de medicamentos vasoconstritores como fenilpropanolamina e agonistas α-adrenérgicos, e de derivados de progesterona e glicocorticoides. Utilizar diuréticos como tiazina e furosemida que diminui o volume de sangue, induz a excreção urinária eliminando assim o sódio e a água, no entanto, deve ser evitados em pacientes nefropatas ou utilizados com cautela (TORRES et al.,2009; NELSON; COUTO 2010). 38 É considerado casos de emergência a respeito de hipertensão, quando há o aparecimento de sinais novos ou de descolamento e hemorragia de retina ou sinais intracranianos como extravasamento de sangue. Nestes casos são utilizados vasodilatadores como nitroprussiato em infusão contínua, porém com monitoração para evitar a hipotensão e a hidralazina administrada por via oral, intramuscular ou intravenosa. A utilização de β- bloqueadores como propranolol, labetonol e os IECA por via intravenosa são bem vindas para auxiliar na redução da pressão, caso a pressão não reduzir em 12 horas um desses medicamentos podem ser associados a hidralazina por via oral. Caso a hipertensão esteja relacionada a feocromocitoma ou a algo que exceda as calecolaminas utiliza-se fentolamina por via intravenosa. Se não houver efeito as doses podem ser elevadas até a obtenção do efeito desejado, neste caso o tratamento medicamentoso é feito por 2 a 3 semanas antes da cirurgia para retirada do feocromocitoma. Caso esta afecção seja inoperável utiliza-se terapia por via oral para prevenção de novas crises hipertensivas de emergência (NELSON; COUTO, 2010). Mesmo com o tratamento é essencial a mensuração da pressão para evitar hipotensão que estão relacionadas aos sinais clínicos de letargia ou ataxia, e redução do apetite, além da verificação se o tratamento esta sendo eficaz (NELSON; COUTO, 2010). 1.3.7 Prognóstico O prognóstico da doença é reservado a longo prazo, devido a doença subjacente tende se a agravar ou a progredir. Com o tratamento de algumas doenças primárias pode acarretar em complicações relacionadas a seu controle, um exemplo é a fluidoterapia, uso de corticosteroides e da eritropoietina (NELSON; COUTO 2010). 39 2 MATERIAL E MÉTODO A realização deste trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade Dr. Francisco Maeda sob o protocolo 32/2015 e ofício 26/2015 (Anexo 1). Este estudo realizou-se em uma clinica veterinária particular, localizada no município de Ituverava/SP, onde 40 cães entre 1 e 14 anos, de diferentes raças, pesos e sexo foram submetidos a aferição de pressão arterial, dividido em 4 grupos: fêmeas antes (G1) e após (G2) o atendimento clínico e machos antes (G3) e depois (G4) do atendimento médico veterinário e exame físico. Cada grupo era composto por 10 animais, separados em machos e fêmeas, escolhidos aleatoriamente, antes e após o exame clínico. Os animais de cada grupo não se repetiam, optando por não aferir a pressão do mesmo animal antes e após o exame devido a indisponibilidade do proprietário em acompanhar a aferição nos dois estágios. Para realização do mesmo, foram entregues um termo de consentimento para os proprietários que assinaram autorizando a manipulação e participação do animal neste estudo (Anexo 2). No momento da aferição a temperatura ambiente foi mantida em 24ºC, sendo que todos os procedimentos eram feitas no período diurno e pelo mesma pessoa. Coletou-se dados referentes aos animais como: estado geral antes, durante e após as aferições (calmo, agitado ou agressivo), raça, idade sendo classificados em jovem (1-2 anos), adulto (3-6 anos), idoso (mais de 7 anos) (PEDIGREE, s.d.), sexo, presença de doenças crônicas (problemas cardíacos, renais, oftálmicos ou diabetes) e fatores ambientais: comportamento do animal durante o aferição, ruídos emitidos durante a aferição (latido, miados e conversas no ambiente externo). Em seguida, para a aferição, mediu-se o manguito no animal de acordo com Littman (2004), posicionado a 30- 40% no membro torácico direito abaixo da articulação do cotovelo (Figura 23 e 24). Em todos os grupos deste experimento, os animais foram submetidos a um tempo superior á 5 minutos de espera para ambientalização do animal na clínica, em seguida foram feitas 5 aferições, com intervalo de 1 minuto entre cada uma, a fim de evitar o estresse e consequentemente a hipertensão transitória. Todos os animais estavam na presença de seu proprietário no momento do exame. 40 O grupo (G1) e (G3) foi composto de fêmeas e machos, respectivamente, com aferição realizada antes da consulta ao médico veterinário, que em seguida, foram submetidos a anamnese e exame físico de rotina, nos quais foram avaliados os parâmetros vitais, por meio da determinação das frequências cardíaca e respiratória, temperatura corpórea e do TPC (tempo de preenchimento capilar), avaliação de coloração de mucosas evidentes, grau de hidratação e de linfonodos palpáveis. Qualquer alteração que tenha possível relação com hipertensão arterial sistêmica e suas complicações foram anotadas. O grupo (G2) e (G4) foi composto por fêmeas e machos, respectivamente que passaram primeiramente pela consulta clinica ao médico veterinário, como os mesmos procedimentos realizados pelos animais do grupo 1 e 3. O método utilizado para a aferição da pressão arterial neste trabalho foi o não invasivo, que abrange em um método indireto determinado pelo Monitor Multiparamétrico (Figura 25) com utilização de manguito (Figura 26), que indica a aferição de 9 parâmetros incluindo a pressão arterial sistólica e diastólica. Este aparelho consiste em um sistema automatizado onde o manguito é colocado sobre o terço proximal da região radio-ulnar (abaixo da articulação do cotovelo direito) do membro torácico do cão, com largura correspondente a 40% da circunferência do membro, é inflado a uma pressão suprasistólica podendo ser regulado a quantidade de suflação do manguito (220-250mmHg) e, em seguida, desinflado lentamente de modo progressivo em aumentos de 5 a 10 mmHg (WARE, 2006). Os animais que realizaram a aferição da pressão arterial não foram submetidos à contenção física na tentativa de diminuir o estresse e manter o mesmo em um ambiente calmo e próximo ao proprietário. Para classificação da pressão arterial utilizou-se o método de Tilley;Goodwin (2002) que classifica os animais de acordo com a média da pressão sistólica e diastólica em: normal, discretamente elevada, moderadamente elevada e acentuadamente elevada. As médias dos grupos foram calculadas através do Microsoft Excel sendo três valores claculados, de modo que foram excluídas dois valores das aferições mais discrepantes de pressão sistólica e diastólica. 41 Figura 23 Manguito colocado em animal de pequeno porte, abaixo da articulação do cotovelo no membro direito para a aferição da pressão arterial. Fonte: Arquivo pessoal (2015) Figura 24 Manguito colocado em animal de médio porte, abaixo da articulação do cotovelo no membro direito para aferição da pressão arterial. Fonte: Arquivo pessoal (2015) 42 Figura 25 Monitor multiparamétrico para aferição de pressão no método não invasivo. Fonte: Arquivo Pessoal (2015) Figura 26 Manguitos utilizados para aferição da pressão no método multiparamétrico. Fonte: Arquivo Pessoal (2015) 2.1 Análise estatística Os dados de pressão sistólica e diastólica em relação idade (jovem, adulto e idoso) foram submetidos à análise de regressão linear, considerando separadamente os momentos antes e após o exame e o sexo. Além da médias amostrais foram descritos o desvio padrão, a amplitude de variação, com valores máximos e mínimos. As médias amostrais entre as idades e as médias entre os momentos (antes e após o exame) também foram comparadas pela análise de variância pelo teste F, e quando verificadas diferenças significativas, foram 43 comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas por meio do Statistica 7 (StatSoft). 44 3 RESULTADO E DISCUSSÃO No grupo 1 foram aferidas a pressão arterial de 10 fêmeas anteriormente a qualquer tipo de exame, sendo das raças Poodle, Shistzu, SRD, Teckel e Fila Brasileiro, com idades entre 1 a 14 anos de idade, classificadas em 5 jovens, 1 adulta e 4 idosas, com todos os valores oscilando com relação a idade, acredita-se estar relacionado com fatores externos, como latidos no exterior da clínica ou algum incômodo que proporcionasse a movimentação do animal. Os valores de pressão sistólica variaram de 137 a 194 mmHg em sistólica e 52 a 97 mmHg em diastólica, com média de 168/077, considerados discretamente elevados na pressão sistólica e normal em diastólica (Tabela 2). Os animais que apresentaram pressão sistólica alta foram os animais 1, 5, 6, 8 e 10 com classificação moderadamente elevada (Tabela 2). O animal 8 apresentava cardiopatia em tratamento com IECA como o enalapril, sendo que durante o exame clinico não apresentou nenhum sinal clinico evidente de hipertensão como glaucoma, cegueira e convulsões, porém com aferição considerada moderamente elevada. A pressão diastólica teve em sua classificação de normal a discretamente elevada, com exceção dos animais 1, 4, 6 e 10, que apresentaram valores abaixo dos utilizados para classificação, podendo no momento da aferição estar com discreta hipotensão (Tabela 2). Todos os animais deste grupo se movimentaram durante a aferição, por não terem sido submetidos a contenção física. O comportamento dos animais variou entre calmo, agitado e com medo (tremendo), o que pode justificar a variação dos valores adquiridos. 45 Tabela 2 (G1), de fêmeas caninas submetidas a aferição da pressão arterial antes da realização de exame clínico. Animal Raça Idade Média PAS/PAD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Fila brasileiro SRD Teckel Shistzu SRD Poodle Poodle SRD SRD Poodle 1 1,6 1,8 2 2,6 6 10 13 14 14 6,5 171/067 137/079 169/085 154/069 170/097 187/063 154/083 194/083 156/097 192/052 168/077 De acordo com Tilley e Goodwin (2002) ME/DE/N DE/DE DE/ME/DE ME/DE/DE ME/DE DE/DE ME/- Comportamento no momento da aferição Calmo Agitado Calmo Medo Medo Medo Medo Calmo Calmo Calmo Fonte: Elaborado pelo autor (2016) O grupo 2 era composto por 10 fêmeas com aferição da pressão após o exame clínico realizado pelo médico veterinário. Dentre os animais, as raças que participaram desta etapa foram Pinscher, Yorkshire, Maltês, Teckel, Schnauzer, Poodle, Schitzu e SRD. Neste grupo tivemos 2 animais jovens, 3 adultos e 5 idosos, com variação de pressão sistólica de 127 a 205 mmHg (média de 170 mmHg) e pressão diastólica de 66 a 149 mmHg (média 87 mmHg), considerando os dois índices como discretamente elevado (Tabela 3). O grupo, no geral, sofreu estresse ambiental durante a aferição como barulhos no exterior da clinica, fazendo com que os valores oscilassem e não fosse possível estabelecer uma relação entre a pressão arterial e a idade (Tabela 3). O animal 4 apresentou níveis elevados de pressão sistólica, classificada como acentuadamente elevada e pressão diastólica normal. O animal 10 apresentava cardiopatia em tratamento como os IECA, apresentando classificação de pressão sistólica e diastólica moderadamente elevada. No entanto, durante o exame físico, não apresentou nenhum sinal clínico evidente de hipertensão como glaucoma, cegueira, e problema renais. Quando comparado os dois grupos de fêmeas, o grupo 2 apresentou pressão sistólica e diastólica discretamente elevada em relação ao grupo 1. 46 Tabela 3 G2, de fêmeas caninas submetidas a aferição da pressão arterial após a realização de exames clínicos e físicos feito pelo veterinário. Animal Raça Idade Média PAS/PAD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Yorkshire SRD SRD Pinscher Schnauzer Maltês Pinscher Teckel Schitzu Poodle 1,6 1,6 4 4 6 7 8 10 14 15 7,12 127/076 190/149 180/087 205/078 148/066 161/075 169/077 182/072 166/078 175/108 170/087 De acordo com Tilley e Goodwin (2002) DE/N ME/AE ME/DE AE/N DE/DE/N DE/N ME/N DE/N ME/ME Comportamento no momento da aferição Agitado Calmo Agitado Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Fonte: Elaborado pelo autor (2016) O grupo 3 composto por 10 cães machos tiveram a pressão arterial aferida antes da realização de exame clínico e foram das seguintes raças: Basset Dachshaund, Lhasa Apso, Pinscher e SRD (Tabela 4). Neste grupo classificamos em 5 jovens, 5 adultos e 2 idoso, com idade de 1 a 11 anos com valores variando de 137 a 214 mmHg de pressão sistólica (média 167 mmHg) sendo classificada como discretamente elevada e 64 a 101 mmHg de pressão diastólica (média 82 mmHg) também classificada como discretamente elevada. O animal que apresentou maior valor de pressão sistólica foi o 3 com classificação, segundo o autor, de acentuadamente elevada. O mesmo apresentava-se muito agitado e com movimentos durante a aferição, sugerindo interferência ambiental, que pode ter proporcionado pseudohipertensão (Tabela 4) (EGNER et al., 2007). Os animais 3 e 9 apresentaram hipotensão de pressão diastólica no momento da aferição. Neste trabalho observou que apenas animais antes da realização do exame apresentaram hipotensão de pressão diastólica. 47 O único animal que apresentava cardiopatia em tratamento com IECA era o animal 10, com menor valor de pressão sistólica do grupo, sendo classificada como discretamente elevada e pressão diastólica normal, apesar deste apresentar idade avançada, e com tratamento para cardiopatia, que de acordo com Pereira et al., (2005) tem a capacidade de diminuir a pressão arterial, mostrando que neste caso o efeito da idade avançada e do problema cardiovascular não interferiu nos valores de pressão deste animal. Tabela 4 (G3), de machos caninos submetidas a aferição da pressão arterial antes da realização de exame. Animal Raça Idade Média PAS/PAD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Pinscher Basset Dachshund SRD Basset Dachshund SRD Lhasa Apso Pinscher Lhasa Apso SRD Poodle 1 1 2 3 3 4 6 6 7 11 4,4 165/092 200/087 214/064 144/083 185/101 160/070 144/083 151/096 179/068 137/085 167/082 De acordo com Tilley e Goodwin (2002) DE/DE ME/DE AE/DE/DE ME/ME DE/N DE/N DE/DE ME/DE/N Comportamento no momento da aferição Calmo Calmo Agitado Agitado Calmo Agitado Calmo Calmo Calmo Calmo Fonte: Elaborada pelo autor (2016) O grupo 4 era composto de 10 machos com aferição também após exames clínicos, sendo das raças SRD, Schitzu, Pinscher,Yorkshire e Poodle, com idade separadas em 3 jovens, 3 adultos e 4 idosos, com variação de pressão sistólica de 137 a 216 mmHg (média 177 mmHg) classificada como moderadamente elevada, e pressão diastólica 72 a 107 mmHg (média 87 mmHg), classificada como discretamente elevada. Os animais que apresentaram maior valor de pressão sistólica foram os animais 3, 5 e 8, classificados como acentuadamente elevada (Tabela 5). Dentre os avaliados, o animal 10 apresentava problemas renais em tratamento, no entanto, seu valor foi considerado elevado tanto em pressão sistólica como a diastólica sendo classificada como moderadamente elevada (Tabela 5). O animal 6 apresentou a maior pressão diastólica com relação aos outros animais, classificada como moderadamente elevada segundo Tilley e Goodwin (2002)., mas sem nenhum sinal clinico evidente de hipertensão (Tabela 5). 48 Comparando os grupos antes e após o exame, o grupo 4 apresentou maiores índices médios de pressão arterial do que o grupo 3 que teve a aferição antes do exame clínico. Esse fato pode estar associado à liberação rápida catecolaminas, causada pela descarga adrenérgica devido ao estresse proporcionado ao animal antes da aferição levando a um falsa elevação da pressão arterial (ANJOS, 2012). Tabela 5 (G4), de machos caninos submetidas a aferição da pressão arterial após a realização de exame. Animal Raça Idade Média PAS/PAD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Schitzu Yorkshire Poodle Schitzu SRD Poodle SRD SRD SRD Pinscher 1 1,7 2 4 5 6,6 7 8 12 13 142/078 174/085 213/094 137/073 216/074 178/107 143/072 204/094 185/096 186/101 177/087 De acordo com Tilley e Goodwin (2002) DE/N ME/DE AE/DE DE/N AE/N ME/ME DE/N AE/DE ME/DE ME/ME Comportamento no momento da aferição Calmo Calmo Calmo Calmo Agitado Agitado Agitado Calmo Calmo Calmo Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Ao comparar os sexos, não houve diferença estatística entre os valores de pressão sistólica e diastólica entre machos e fêmeas (p=0,308 e p=0,665) (Tabela 6). Estes dados discordam com os dados apresentados por Brown et al. (2007), que encontraram em machos pressões mais elevados em até 10 mmHg. Tabela 6 Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão sistólica e diastólica entre machos e fêmeas. Sexo Medidas Pressão Sistólica Pressão Diastólica Macho Fêmea Macho Fêmea 171 ± 25 172 ± 24 88 ± 18 82 ± 17 Valor Mínimo (mmHg) 132 116 61 55 Valor Máximo (mmHg) 214 219 121 131 Média e desvio padrão (mmHg) Fonte: Elaborado pelo autor (2016) 49 Quando avaliado os valores de pressão sistólica, independente do sexo, houve um discreto aumento nos níveis após o exame clínico. A pressão diastólica não teve variações antes e após o exame (p=0,415 e p=0,606) (Tabela 7). Apesar de não apresentar valores considerados significativos, acredita-se que o exame clínico interfira diretamente no aumento da pressão. Sendo assim, recomenda-se na rotina, que as aferições sejam realizadas antes do exame clínico, na tentativa de amenizar estresse e chegar a um valor de pressão mais próximo do valor real. Tabela 7 Valor médio, desvio padrão e amplitude de variação para os dados da pressão sistólica e diastólica antes e após o atendimento clínico. Atendimento Clínico Medidas Pressão Sistólica Pressão Diastólica Antes Após Antes Após 169 ± 19 174 ± 28 86 ± 17 86 ± 19 Valor Mínimo (mmHg) 137 132 55 61 Valor Máximo (mmHg) 201 214 121 131 Média e desvio padrão (mmHg) Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Na análise referente à idade, os animais jovens apresentaram uma média de pressão sistólica e diastólica menores em relação aos animais adultos e idosos (Tabela 8 e 9). Os animais jovens apresentaram valores menores de pressão com relação aos idosos, no entanto com relação aos adultos, permaneceram com valores intermediários, em pressão arterial sistólica (Tabela 8), diferente da pressão diastólica que não houve interferência da idade (p=0,0005 e p=0,0147) (Figura 27 e 28). Dessa forma, acredita-se que quanto maior a idade que o animal apresenta, maior a pressão, devido às alterações que podem acontecer no organismo relacionado ao envelhecimento (AMADO e ARRUDA 2004), de modo que essas alterações são encontradas no sistema cardiovascular com redução de sua função, ocorrendo a redução da complacência de grandes vasos, enrijecimento das artérias, e diminuição da elasticidade entre outras fisiologias (REIS; COPLE, 1999; MION JUNIOR et.al., 1999). F 50 Tabela 8 Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão sistólica entre nas idades jovem, adulto e idoso. Medidas Jovem Adulto Idoso 152,87 ± 27a 173,6 ± 21 ab 182,25 ± 22 b Valor Menor (mmHg) 116 144 135 Valor Maior (mmHg) 213 214 207 Média e desvio padrão (mmHg) Médias seguidas de mesma letra não deferem entre si pelo teste Tukey (p> 0,05) Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Tabela 9 Valor médio, desvio padrão e de variação para os dados da pressão diastólica, entre nas idades jovem, adulto e idoso. Medidas Jovem Adulto Idoso 83 ± 20 86 ± 17 88 ± 16 Valor Menor (mmHg) 131 66 55 Valor Maior (mmHg) 161 121 114 Média e desvio padrão (mmHg) As médias não diferiram entre si, pela análise de variância, ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Figura 27 Analise estatística referente a pressão arterial sistólica com a idade dos animais machos e fêmeas, com aferição antes e depois dos exames clínicos. Y: 157,17 + 2,46 x p: 0,0005 R2: 0,34 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) 51 Figura 28 Análise estatística referente á pressão arterial diastólica com a idade dos animais machos e fêmeas, com aferição antes e depois dos exames clínicos. Y: 75,44 + 1,6x p: 0,0147 R2 :0,23 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) O método oscilométrico utilizado neste trabalho teve uma variação entre 16 a 28 mmHg, sendo este mesmo valor encontrado em outros trabalhos com o mesmo método variando de 10 a 27 mmHg (ANJOS, 2012). Ao comparar com o Doppler a variação diminui entre 8 e 20 mmHg, porém para realizar este procedimento os animais precisam ser sedados o que pode diminuir o efeito da síndrome do jaleco branco e causar hipotensão (ANJOS, 2012). Apesar do Doppler ser um método com menores oscilações, o método oscilométrico é mais utilizado por apresentar como vantagens a repetição automática, de modo que a pressão é aferida varias vezes sem a dependência de um responsável, menor manipulação com equipamento e com o animal sendo que o manguito é colocado uma única vez no membro do animal, pequena habilidade técnica, obtenção imediata de resultados numéricos e pode ser utilizado em cães e gatos (STEPIEN et al., 2007 apud ANJOS 2013). Ainda assim, possui como desvantagens a variação de pressão, em casos de hipotensão pode dar um valor impreciso, o tamanho do manguito ou posicionamento incorreto pode alterar o valor aferido (STEPIEN et al., 2007 apud ANJOS 2013). Portanto, neste caso, 52 acredita-se que o método é eficaz para aferir a pressão arterial e é mais fácil de inserir na rotina médica veterinária. O Doppler vascular também possui desvantagens como uma menor precisão em pressão subnormal, requerer sedação ou anestesia em pacientes, sendo necessário um monitoramento e conhecimento técnico, além da manipulação consecutiva do aparelho no animal por mais tempo (STEPIEN et al., 2007 apud ANJOS, 2013). Alguns animais, que apresentaram pressão arterial sistólica ou diastólica elevada não foram tratados. Devido ao proprietário não estar de acordo com o tratamento, proporcionando pedidos de exames complementares para confirmação de diagnóstico. 53 CONCLUSÃO Nas condições em que foi realizado este trabalho pode-se concluir que animais idosos tendem a ter um aumento da pressão arterial, com possível aumento transitório após exame clínico, relacionado ao estresse, sem distinção de sexo. Ainda, acredita-se que o método oscilométrico é de fácil manuseio, facilita a inserção deste procedimento na rotina médica veterinária, mas devido à sua oscilação várias aferições devem ser realizadas. 54 REFERÊNCIAS ACIERNO, M.J., LABATO, M.A. Hypertension in dogs and cats. Compendium on continuing education for practicing veterinarians, v.26, n.5, p.336-345, maio 2004. ACIERNO, M.J.; LABATO, M.A. Hypertension in renal disease: diagnosis and treatment. Topics in companion animal medicine, v. 20, 1.ed., p. 23-30, feb. 2005. AMADO T.C.F, ARRUDA I.K.G. Hipertensão arterial no idoso e fatores de risco associado. Rev. Bras. Nutr.Clin., v.2, n.19, p.94-99,2004. ANJOS T.M. Hipertensão Arterial Sistêmica em Medicina Felina. 50f., 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos) Instituto de Pós-Graduação Qualittas. Belo Horizonte. ARDAILLOU R. Angiotensin II receptors. Journal of the American Society of Nephrology: JASN, v.10, p. 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FRANCISCO MAEDA Nome do Aluno RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR ITUVERAVA 2016 66 NOME DO ALUNO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR Relatório de Estágio Curricular apresentado à Faculdade “Dr. Francisco Maeda”, Fundação Educacional de Ituverava, para obtenção do título de Médico Veterinário. Orientadora: Profa. Dra. Nome ITUVERAVA 2016 67 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Imagem panorâmica da Fachada do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava SP, 2016........................................................ Figura 2 Imagem panorâmica da Recepção do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava SP, 2016........................................................ Figura 3 08 Imagem panorâmica da sala de internação do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2015.................................................... Figura 8 08 Imagem panorâmica da sala de radiografia do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava SP, 2016................................................... Figura 7 07 Imagem panorâmica do laboratório do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava SP, 2016........................................................ Figura 6 07 Imagem panorâmica do Centro Cirúrgico do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava SP, 2016................................................... Figura 5 06 Imagem panorâmica de uma das salas de atendimento clínico do Hospital Veterinário da FAFRAM – Ituverava, SP, 2016................ Figura 4 06 08 Imagem panorâmica da sala de ultrassonografia do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2015.................................. 08 68 LISTA DE TABELA Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Casuística das afecções do Sistema Tegumentar, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016............................................................................ Casuística das afecções do Sistema Respiratório e Sistema Cardiovascular acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016........................................................ Casuística das afecções do Sistema Digestório acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 55 de abril de 2016............................................................................ Casuística das afecções do Sistema Neuromuscular e Ortopédica acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016,....................................................... Casuística das afecções do Sistema Oftálmicas e Otológicas acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016........................................................ Casuística das afecções do Sistema Genitourinário, e hepático acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016........................................................ Casuística das possíveis afecções oncológicas acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016............................................................................ Casuística de Procedimentos Cirúrgicos em Tecidos Moles e ortopédicos, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016........................................................ 09 09 10 10 11 12 12 13 Casuística de atividades correlatas, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM 14 Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016... 69 Tabela 10 Casuística de exames complementares, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016.................................................................................................. 15 Tabela 11 Casuística de procedimentos realizados em animais silvestres durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM - Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016..................... 15 70 SUMÁRIO 1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO................................................................ 06 2 DESENVOLVIMENTO DA CASUISTICA.............................................................. 09 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 16 ANEXO ............................................................................................................................ 17 71 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR 1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO O relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o estágio obrigatório curricular supervisionado referente ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade Dr. Francisco Maeda (FAFRAM), realizado no Hospital Veterinário da FAFRAM (figura 1 e 2) em Ituverava – SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016, perfazendo um total de 280 horas, sob supervisão do Médico Veterinário M.V. Ricardo Lima Salomão (CRMV/SP 30639). Figura 1 Imagem panorâmica da fachada do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016) Figura 2 Imagem panorâmica da recepção do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016) A equipe acompanhada conta com 8 veterinários, sendo M.V.. Ricardo Lima Salomão atuante nas áreas de Clínica Médica e Cirúrgica Geral, M.V. Bianca Paludeto Dias 72 responsável pela anestesia, e 6 aprimorandos na área de clinica e cirurgia e anestesia de pequenos animais. O Hospital Veterinário da FAFRAM foi fundado em 1993, e hoje oferece serviços de vacinações, clínica médica (figura 3) e cirúrgica geral (figura 4), exames laboratoriais (figura 5), radiográfia (figura 6), ultrassonografia (figura 7), internação (figura 8) e ultrassonografia (figura 9). Além dessas atividades o Hospital Veterinário conta com projeto como castrações gratuitas, projeto “Cão Amigo” definido pela doação de sangue, com consultas e hemogramas gratuitos para o doador, projeto de zooterapia realizado com alunos da APAE de Ituverava e o Dia da Responsabilidade Social no qual é realizado atendimento gratuito para grandes e pequenos e animais. Figura 3 Imagem panorâmica de uma das salas de atendimento clínico do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016) Figura 4 Imagem panorâmica de uma das salas de cirurgia do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016). 73 Figura 5 Imagem panorâmica do laboratório de exames do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016). Figura 6 Imagem panorâmica da sala de radiografia do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016). Figura 7 Imagem panorâmica da sala de internação do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (). Fonte: Arquivo pessoal (2016). 74 Figura 8 Imagem panorâmica da sala de ultrassonografia do Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, 2016. Fonte: Arquivo pessoal (2016) 2 DESENVOLVIMENTO DA CASUÍSTICA As atividades realizadas durante o estágio supervisionado incluíram o acompanhamento dos pacientes em consultas clínicas, exames complementares, auxílio em cirurgias e outras atividades correlatas, cuja casuística está sumarizada nas Tabelas 1 a 11. Durante o período de estágio pode-se observar que dentre as afecções dermatológicas ocorrentes a que teve maior incidência foi à dermatite fúngica, com 40%, sendo que todos foram diagnosticadas com raspado de pele. Tabela 1 Casuística das afecções do Sistema Tegumentar, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Demodicose Nº de Casos 2 Frequência Relativa (%) 20,00 Dermatite fúngica 4 40,00 Dermatite acral por lambedura 1 10,00 Feridas ocasionada por acidentes 1 10,00 Alopecia 1 10,00 Lesão de continuidade por mordedura 1 10,00 Total 10 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) 75 Dentre as doenças cardiovasculares e respiratórias, a que teve maior incidência, foi complexo respiratório felino, sendo diagnosticada por exames clínicos e físicos. Tabela 2 Casuística das afecções do Sistema Respiratório e Sistema Cardiovascular, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Complexo respiratório viral felino Nº de Casos 3 Frequência Relativa (%) 50,00 Pneumonia 2 33,33 Sopro cardíaco 1 16,66 Total 6 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Nas afecções do sistema digestório, o maior índice de casos foi a gastroenterite causada por erliquiose, na qual a alguns casos foi determinada pelo teste rápido sendo especifico para erliquiose e o restante pelo hemograma onde a maioria dos pacientes eram cães do canil. Tabela 3 Casuística das afecções do Sistema Digestório, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Nº de Casos Frequência Relativa (%) Corpo estranho intestinal 1 3,22 Gastrite 3 9,67 Gastroenterite 4 12,90 Gastroenterite causada por erliquiose 22 70,96 Hérnia perineal 1 3,22 Total 31 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Dentre as afecções ditas acima, a do sistema nervoso é a de maior dificuldade de diagnostico, no entanto com relação a cinomose que teve maior incidência apresentando 17,64%, necessita de teste específicos para confirmação da afecção, de modo que o teste rápido de cinomose realizada pela colheita da secreção ocular ou pelo plasma sanguíneo é o mais utilizado para confirmação do diagnóstico. 76 Já nas afecções ortopédicas nas fraturas foram utilizadas fixadores externos, placas, pinos e cerclagem dependendo do tipo de fratura e da técnica utilizada. Tabela 4 Casuística das afecções do Sistema Neuromuscular e Ortopédica, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Nº de Casos Frequência Relativa(%) Crises epiléticas 1 5,88 Distensão muscular 1 5,88 Displasia coxo femoral 2 11,76 Fratura de fêmur 1 5,88 Fratura de tíbia e fíbula 1 5,88 Fratura de fêmur do tipo salter harris 1 5,88 Fratura de tíbia 1 5,88 Hérnia de disco intervertebral 1 5,88 Incoordenação causada por cinomose 3 17,64 Luxação de patela 1 5,88 Osteomielite 1 5,88 Ruptura de ligamento cruzado 1 5,88 Ruptura do plexo braqueal 1 5,88 Traumatismo craniano encefáçico 1 5,88 Total 17 100,0 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Das afecções oftálmicas a que teve maior incidência foi a úlcera de córnea, presentes em cães, no qual os pacientes que apresentaram eram de raças predisponentes a ter este tipo de afecção ocular. 77 Tabela 5 Casuística das afecções do Sistema Oftálmicas e Otológicas, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Catarata Nº de Casos 1 Frequência Relativa (%) 20,00 Conjuntivite 1 20,00 Otite 1 20,00 Úlcera de córnea 2 40,00 5 100,00 Total Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Das afecções relacionadas ao sistema genitourinário, pode-se observar que 40% dos casos foram piometra. Tabela 6 Casuística das afecções do Sistema Genitourinário, e hepático acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Nº de Casos Frequência Relativa (%) Cesariana 1 10,00 Cirrose hepática 1 10,00 Insuficiência renal 2 20,00 Insuficiência hepática 1 10,00 Piometra 4 40,00 Pseudociese 1 10,00 Total 10 100 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Para diagnóstico das afecções oncológicas, todos os nódulos após o procedimento cirúrgico de nodulectomia foram enviados para realização de histpatológico. 78 Tabela 7 Casuística das possíveis afecções oncológicas, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Nódulo em mama sem diagnóstico Nº de Casos 8 Frequência Relativa (%) 66,66 Tumor venéreo transmissível 1 8,33 Osteossarcoma 1 8,33 Nódulo em região de coxa 2 16,66 Total 12 100 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Durante o estágio, o procedimento cirúrgico que mais incidiu foi a castração em fêmeas (ovariohisterectomia) sendo que esta técnica é tanto como forma de deixar o animal estéril como forma de tratamento para piometra. Tabela 8 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos em Tecidos Moles e ortopédicos, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. (Continua) Afecção Nº de Casos Frequência Relativa (%) Amputação de membro 3 6,12 Caudectomia 1 2,04 Osteossintese com placas e parafusos 1 2,04 Osteossintes com pinos 1 2,04 Osteossintese com cerclagem 1 2,04 Dermorrafia 1 2,04 Enterotomia 1 2,04 Esofagotomia 1 2,04 Flap conjuntival 1 2,04 Herniorrafia inguinal 1 2,04 Herniorrafia perineal 2 4,08 79 Tabela 8 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos em Tecidos Moles e ortopédicos, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. (Conclusão) Herniorrafia umbilical 2 4,08 Herniorrafia diafragmática 2 4,08 Laminectomia 1 2,04 Laparatomia exploratória 1 2,04 Luxação de patela 1 2,04 Mastectomia 7 14,28 Nodulectomia 2 4,08 Orquiectomia 5 10,20 Ovárioshisterectomia 13 7,69 Reconstrução do ligamento cruzado 1 2,04 Total 49 100 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Dentre as atividades relacionadas ao estágio a que mais incidiu foi a aplicação de medicamentos na internação sendo 27,51 %, onde todos os animais eram monitorados varias vezes ao dia, com duas aplicações de medicamentos por dia ou conforme a prescrição feita pelo veterinário. 80 Tabela 9 Casuística de atividades correlatas, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Nº de Casos Frequência Relativa (%) Aplicação de quimioterápico 7 4,69 Aplicação de medicamento na internação 41 27,51 Administração de medicamentos em cães do canil 10 6,71 Banho em animal do canil 1 0,67 Coleta de bolsa de sangue 6 4,02 Corte de unha 2 1,34 Curativo 36 24,16 Fluidoterapia 4 2,68 Necropsia 3 2,01 Passagem de sonda uretral 1 0,67 Passagem de sonda esofágica 1 0,67 Retirada de pontos 5 3,35 Vacinação 26 17,44 Vermífugo 3 2,01 Transfusão 3 2,01 Total 49 100 Afecção Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Durante o estagio foi observado que mais de 50% dos animais consultados, fizeram exames de sangue, o que é essencial não só como rotina em algumas doenças, mas também como forma de estabelecer se há algum problema que esteja afetando o organismo. 81 Tabela 10 Casuística de exames complementares, acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Aferição de pressão Nº de Casos 3 Frequência Relativa (%) 1,44 Bioquimico 78 37,68 Exames radiográficos 6 2,89 Exames ultrassonográfico 14 6,76 Hemograma completo 93 44,92 Raspado de pele 3 1,44 Urinálise 10 4,83 Total 207 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2016) Dentre os procedimentos realizados em pacientes silvestre não teve uma incidência maior de algum procedimento, no entanto o número de pacientes silvestre esta crescendo e aparecendo com bastante frequência no hospital veterinário. Tabela 11 Casuística de procedimentos realizados em animais silvestres, acompanhado no Hospital Veterinário da FAFRAM, Ituverava, SP, no período de 15 de fevereiro de 2016 a 11 de abril de 2016. Afecção Dístocia em Jaboti Nº de Casos 1 Frequência Relativa (%) 25,00 Corte de bico em periquito 1 25,00 Dificuldade respiratória em Jaboti 1 25,00 Amputação de membro de periquito 1 25,00 Total 4 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2016). 82 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio curricular em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais tem grande importância para a formação profissional do acadêmico em medicina veterinária, proporcionando para que o acadêmico coloque em prática seus conhecimentos adquiridos durante a graduação, através das discussões e duvidas dos casos relatados no hospital, com o próprio veterinário; além de aprender como de comportar frente ao proprietário. 83 ANEXO 1 Termo de autorização do uso de dados.