Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos
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Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos utilizando a fotografia digital Adriana de Oliveira Libório CD Salvador 2006 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos utilizando a fotografia digital Dissertação apresentada ao Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Autora: Adriana de Oliveira Libório Orientador: Marcelo de Castellucci e Barbosa Co-orientador: Roberto Amarante Costa Pinto Salvador - Bahia Dezembro 2006 L696 Libório, Adriana de Oliveira Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos utilizando a fotografia digital / Adiana de Oliveira Libório. – Salvador, 2006. 61 f. Orientador: Prof. Dr. Marcelo de Castellucci e Barbosa, Co-Orientador: Prof. Dr. Roberto Amarante Costa Pinto Monografia (especialização) – Ortodontia e Ortopedia Facial – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Odontologia, 2006. 1. Pigmentação. 2. Bracket cerâmico. 3. Bracket policarbonato. 4. Imagem digital. I. Barbosa, Marcelo de Castelluci e (Orientador). II. Pinto, Roberto Amarante Costa (Co-Orientador) III. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia. IV. Título. CDU: 616.314-089.23 Especialmente Dedico, Aos meus queridos pais, Antonio Carlos e Lícia, por todo incentivo, apoio, equilíbrio e exemplo profissional, tão constantes em minha vida. Não tenho palavras para agradecer o que sempre proporcionaram para mim. A Mauricio, meu eterno companheiro, pela presença tão constante e essencial para minha dedicação ao curso e às minhas avós Hilda (in memorian) e Beatriz, pelos matinais “Bom Dia,” sempre tão alegres. AGRADECIMENTOS À Deus, que sempre me iluminou e guiou, nos momentos de desafio da minha vida. A toda minha família, em especial a minha irmã Cristine, sempre tão compreensiva nos inúmeros momentos ausentes. A professora Dra. Telma Martins de Araújo, pelos incansáveis ensinamentos ortodônticos, transmitidos de maneira tão peculiar. Jamais os esquecerei! A todos os professores do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins que contribuíram de forma tão constante no meu aprendizado. Em especial, agradeço aos Profs. Fernando Habib, Marcio Sobral e Marcelo Castellucci, por toda disciplina exigida no inicio do curso. Ao meu orientador, Prof. Marcelo Castellucci, pela disponibilidade constante, orientação, ensino e tranqüilidade sempre transmitida ao longo de todo o trabalho. Agradeço seu respeito nas divergências de opinião e eterno incentivo pela conclusão da pesquisa. A você, minha eterna gratidão! Ao meu co-orientador, Prof. Roberto Amarante Costa Pinto, pelas orientações tão cuidadosas na metodologia deste trabalho, assim como por todos os esclarecimentos transmitidos de forma tão paciente. Hoje, meu conhecimento sobre cores vai muito além do preto e branco! A Profa. Maria Cristina Cangussu, que realizou a estatística desta pesquisa. Obrigada por toda paciência e explicações fornecidas sobre aspectos tão específicos. A Disciplina de Dentística, pela utilização de equipamentos durante etapas deste trabalho. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, me ajudaram na realização deste sonho, através de uma palavra de incentivo, ou de um gesto amigo. Meu muito obrigada! RESUMO LIBÓRIO, A. O. Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos utilizando a fotografia digital. Orientador: Prof. Marcelo de Castellucci e Barbosa. Universidade Federal da Bahia - Faculdade de Odontologia - Centro de Ortodontia e Ortopedia Prof. José Édimo Soares Martins – Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial. Salvador – BA. Dissertação (Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial), 2006. O propósito deste trabalho foi avaliar, in vitro, alterações cromáticas de brackets ortodônticos estéticos, cerâmicos e de policarbonato, submetidos à solução de pigmentação por meio de fotografia digital e análise computadorizada pelo programa de gerenciamento de imagens Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Vinte e cinco brackets foram selecionados e divididos em cinco grupos, de acordo com a marca comercial utilizada. Brackets cerâmico: Grupo 1 - Clarity (Unitek / 3M), Grupo 2 - In Vu (TP Orthodontics), brackets de policarbonato: Grupo 3 Composite (Morelli), Grupo 4 - Elation (GAC) e Grupo 5 - Spirit (Ormco). Após a colagem dos brackets em lâminas de vidro, foram realizadas fotografias digitais padronizadas nos tempos T0 – antes do processo de pigmentação e T1 – após o processo de pigmentação, que durou quarenta dias. Cada bracket foi fotografado cinco vezes, totalizando 125 fotografias no tempo T0 e 125 fotografias no tempo T1. As imagens foram avaliadas pelo Software Adobe Photoshop CS2 versão 9.0, considerando os parâmetros de cor Luminosity, Red, Green e Blue. Antes de iniciar a metodologia na pesquisa, foram realizados testes de repetitividade das fotografias. Os resultados destes testes não mostraram diferença estatisticamente significante entre os valores no período avaliado, garantindo a reprodutibilidade do método. Os resultados do presente estudo (ANOVA p = 0,00 e t student p < 0,05) demostraram que brackets estéticos são suscetíveis à pigmentação. Apesar de os brackets cerâmicos pigmentarem menos, todas as marcas alteraram de cor. Esclarecimentos quanto a possibilidade de pigmentação devem ser fornecidos aos pacientes antes de se iniciar o tratamento ortodôntico utilizando esses tipos de brackets estéticos. ABSTRACT LIBÓRIO, A. Evaluation of the susceptibility to pigmentation of esthetical brackets by using digital photography. Advisor: Prof. Marcelo de Castellucci and Barbosa. Federal University of Bahia (UFBA) – Dentristry School – Orthodontics and Orthopedics Center Prof. José Édimo Soares Martins – Specialization in Orthodontics and Facial Orthopedics. Salvador – BA. Dissertation (Specialization in Orthodontics and Facial Orthopedics), 2006. This work aims to evaluate , in vitro , chromatic alterations of esthetical orthodontic ceramic brackets and those made of polycarbonate immersed in the pigmentation solution by using digital photography and computerized analysis with the help of the image management program Adobe Photoshop CS2 version 9.0. Twenty-five brackets were selected and divided into five groups, according to the brand of the product used . Ceramic bracket: Group 1 – Clarity ( Unitek/ 3M), Group 2- InVu ( TP Orthodontics), polycarbonate brackets: Group 3 – Composite (Morelli), Group 4 – Elation (GAC) and Group 5 - Spirit (Ormco). After gluing the brackets onto glass plates, digital photographs were taken (standardized in Time 0 – before the pigmentation process - and T1 – after the pigmentation process which lasted forty days.) . Each bracket was photographed five times totalling 125 photographs in T0 time and 125 photographs in T1 time. The images were evaluated by using the Software Adobe Photoshop CS2 version 9.0, in relation to the color parameters of Luminosity, Red, Green and Blue. Before starting the methodology in the research, some repetitiveness tests of the photographs were performed. The results of those tests did not show any statistically significant differences between the values in the evaluated time, thus guaranteeing the reproducibility of the method. The results of the present study (ANOVA p = 0,00 and t student p < 0,05) showed that esthetical brackets are susceptible to pigmentation. In spite of the fact that the ceramic brackets pigmented less, all the brands produced an alteration in color. Patients must be told as to the possibility of pigmentation before the start of the orthodontic treatment when using these kinds of esthetical brackets. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO FUNDAMENTADA 7 1.1 Estética em Ortodontia 7 1.2 Brackets Estéticos 8 1.3 Noções de Cor 10 1.4 Formas de Avaliar Cor 14 1.5 Fotografia Digital 19 2 PROPOSIÇÃO 25 3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL 26 4 DESENVOLVIMENTO SEQUENCIAL DA PESQUISA 34 4.1 Artigo 34 4.1.1 Introdução 35 4.1.2 Revisão de Literatura 35 4.1.3 Proposição 36 4.1.4 Material e Método 36 4.1.5 Resultado 42 4.1.6 Discussão 47 4.1.7 Conclusão 53 4.1.8 Referências Bibliográficas 55 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57 7 1 INTRODUÇÃO FUNDAMENTADA 1.1 ESTÉTICA EM ORTODONTIA A partir dos anos 80, com o aumento da importância da Odontologia estética, novos conceitos de beleza foram desenvolvidos (SARVER, 2000). Esta importância dada a Odontologia estética repercutiu também na Ortodontia, onde um grande número de pacientes, principalmente os adultos, na busca por um sorriso estético, recorrem ao tratamento ortodôntico com exigências antes não freqüentes (KARAMOUZOS, 1997). A estética aguçou o senso crítico das pessoas, deixando-as mais atentas para os detalhes assim como para as diferenças, mais questionadoras e observadoras, daí a percepção das alterações faciais e dentárias aumentou tanto pela visão do profissional, quanto dessas pessoas, que adquiriram um padrão de beleza imposto pelo mundo moderno. Contudo o reconhecimento dessas alterações, por parte dos pacientes, é de grande importância para o sucesso do tratamento ortodôntico e, conseqüentemente, essencial para satisfação das expectativas criadas (VARELA, 1995). A melhora na aparência é a principal razão pela qual, atualmente, os adultos recorrem aos cuidados ortodônticos, antes direcionados a crianças e adolescentes. Além disso, esses pacientes possuem uma exigência estética significativa, também durante a realização do tratamento. 8 1.2 BRACKETS ESTÉTICOS No final do ano de 1986, os brackets cerâmicos já se encontravam disponíveis no mercado, como uma alternativa mais estética do que os de aço inoxidável (KARAMOUZOS, 1997). Esses brackets são compostos por 99,9% de óxido de alumínio, podendo ser monocristalinos ou policristalinos (BISHARA, 1990). Apesar de o material estrutural ser o mesmo, o processo de fabricação difere de acordo com o tipo de bracket cerâmico (GHOSH, 1995). O tipo policristalino é feito de partículas de óxido de alumínio aglomeradas ou fundidas por sinterização, enquanto o monocristalino contém um único cristal de óxido de alumínio (SWARTZ, 1988). Cada tipo apresenta vantagens e desvantagens que devem ser consideradas, durante a escolha do material para o tratamento ortodôntico. Os policristalinos são de menor custo, entretanto apresentam maior número de imperfeições, enquanto os monocristalinos possuem maior custo, porém são mais puros, translúcidos e, portanto, mais estéticos (BLALOCK, 1995; SWARTZ, 1988). A utilização dos brackets cerâmicos pode levar a algumas complicações clínicas. Dentre elas, considera-se um problema a alta força de adesão dos brackets cerâmicos, a qual pode causar injúrias ao esmalte dentário durante a remoção dos mesmos (CHACONAS, 1991; DISCHINGER, 1990; VIAZIS,1989). A fratura decorrente da força de adesão pode ocorrer na interface bracket / adesivo, ou adesivo / esmalte dentário sendo que as fraturas entre adesivo e o esmalte ocorrem em maior proporção por haver uma maior adesão entre este e o compósito, o que gera maiores índices de danos ao esmalte do elemento dentário (DOUGLAS, 1989; FLORES, 1990). Outro fator a ser considerado é a dureza da cerâmica empregada na fabricação dos brackets; uma fricção entre o bracket cerâmico e o esmalte do dente antagonista pode levar ao desgaste deste (BISHARA, 1994). Além disso, a cerâmica tem a característica de ser friável e, portanto, uma incorporação 9 acentuada de torque e/ou de dobras de segunda ordem no fio ortodôntico podem fraturar as haletas deste bracket. Outra desvantagem dos brackets cerâmicos é a existência de um alto coeficiente de atrito entre o slot cerâmico e o fio metálico, o que pode interferir na mecânica de deslizamento utilizada no tratamento ortodôntico, além do custo elevado (GHAFARI, 1992). Outro material disponível no mercado com o objetivo de melhorar a aparência estética dos aparelhos ortodônticos são os brackets de policarbonato, um tipo de plástico, que foram introduzidos por Newman em 1971. Estes possuem como composição química um polímero de poliuretano podendo ou não ser reforçado com fibras (PARAVINA, POWERS, 2004). Porém, assim como com os brackets cerâmicos, algumas limitações de uso dos brackets de policarbonato são citadas na literatura, tais como pouca durabilidade, degradação na boca, além da alteração de cor (BRANTLEY, ELIADES, 2001; PARAVINA, POWERS, 2004). A pigmentação desses tipos de brackets está relacionada, especialmente, a hábitos de dieta, como ingestão excessiva de bebidas que contenham corantes, a exemplo do café, chá, vinho tinto e alguns refrigerantes, a utilização de colutórios para bochechos, e até ao uso de batons por parte das pacientes do sexo feminino, que acabam por pigmentar os brackets ditos como estéticos. Acredita-se que os brackets cerâmicos sejam mais resistentes à mudança de cor quando comparado aos de policarbonato (BISHARA, 1990; KARAMOUZOS, 1997; PARAVINA, POWERS, 2004; SWARTZ, 1988). 10 1.3 NOÇÕES DE COR A cor pode ser definida como característica da radiação eletromagnética visível de comprimento de onda situado num pequeno intervalo do espectro eletromagnético, a qual depende da intensidade do fluxo luminoso e da composição espectral da luz e provoca no observador uma sensação subjetiva independente de condições espaciais ou temporais homogêneas (FERREIRA, 1986). A Física veio explicar a natureza das cores através dos trabalhos do físico Isacc Newton (1642-1727). Em 1665 este cientista descobriu que, permitindo a passagem da luz de um raio de sol por um prisma de vidro, a luz branca do sol decompõe-se em sete cores. Inspirado na quantidade de notas da escala musical, determinou as cores do espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta (AS CORES DA LUZ..., 2005; BLATNER, FRASER, 2004) (Figura 1). O processo de pigmentação ocorre através da incorporação de cor em material não metálico, como resina composta, resina acrílica e brackets estéticos (CRAIG, POWERS, 2002). A cor observada no processo de pigmentação é o resultado da mistura de absorções seletivas de pigmentos e da reflexão de certas cores (CRAIG, POWERS, 2002). FIGURA 1 - Prisma – decomposição da luz branca. Fonte: Site - As Cores da Luz. 11 As cores da matéria refletem a cor que se visualiza, enquanto as demais cores são absorvidas. Assim, a cor é explicada, fisicamente, em função da luz (BLATNER, FRASER, 2004). A luz visível é energia eletromagnética e apresenta vários comprimentos de onda identificáveis pelo olho humano. Uma teoria da visão de cores, devido a Thomas Young e Herman Helmoltz, supõe a existência de células receptoras, os cones e bastonetes, localizados na retina responsáveis pela percepção da cor pelo olho humano. Os cones podem ser de três tipos específicos: os cones vermelhos, verdes e azuis que respondem primariamente aos comprimentos de onda longo, médio e curto respectivamente e sua função é propiciar a visão das cores sob níveis normais de luminosidade. Os bastonetes são sensíveis aos tons de cinza e a baixa intensidade de luz, e sua função é permitir a visão sob essas condições, como na visão noturna. Cada cor representa uma combinação desses comprimentos, sendo o espectro visível formado por amplitudes que variam de 380 a 760 nanômetros (nm), também denominada de faixa espectral visível. A luz resultante da faixa de 400 a 490nm, aproximadamente, causa sensação da cor azul; de 490 a 570nm, da cor verde; de 570 a 580nm, da cor amarela; de 580 a 610nm, da cor laranja; e de 610 a 700nm, da cor vermelha. Por exemplo, um objeto verde, parece primariamente verde porque ele reflete comprimentos de onda médios, (verde), mais do que comprimentos de onda longos (vermelho) ou curtos (azul) (FRASER, MURPHY, BUNTING, 2003; GREY, 2004; JOINER, 2004; PARAVINA, POWERS, 2004). Seguindo a extremidade inferior da escala dessa energia eletromagnética, têm-se ondas menores que o espectro visível, que são as radiações ultravioletas e onde estão os raios X; na extremidade oposta, têm-se radiações maiores, que são as infravermelhas, também imperceptíveis ao olho humano (MEYER , ZOLLINGER apud - OSÓRIO, 2000 ). 12 Grey, em 2004, afirmou que a cor é um evento, e sua percepção depende de três variáveis: fonte de luz, podendo ser esta luz natural, como a luz do dia, ou artificial, proveniente de lâmpadas, objeto que está sendo visto e o observador. Existem três comprimentos de onda: o vermelho, verde e azul que constituem a base para todas as cores da natureza; por isso são denominados de cores primárias. Todas demais cores do espectro são criadas pela combinação (adição) de diferentes intensidades desses três comprimentos, por isso as cores primárias são também chamadas de cores aditivas. Quando as cores primárias se sobrepõem, duas a duas, elas geram três cores, ciano, magenta e amarelo, denominadas de cores secundárias (Figura 2 A). Quando todas as cores primárias estão presentes na mistura, tem-se a cor branca. Cada uma das cores secundárias é formada por duas primárias e não possui a terceira, isso faz com que as primárias sejam complemento das secundárias. As cores complementares são as que mais diferem uma das outras, exatamente pelo fato da secundária, não possuir em sua mistura, sua cor primária complementar. Assim, o amarelo é formado pelo vermelho e verde e não possui o azul, que é sua cor complementar (BLATNER, FRASER, 2004; GREY, 2004) (Figura 2 B). A B FIGURA 2 – Disco de Cor A) Cores primárias e secundárias B) Cores secundárias e complementares. Fonte: Real World Adobe Photoshop CS Cap.4 pg. 127. 13 A percepção da cor depende de um processo fisiológico inerente ao organismo, associado às propriedades ópticas dos objetos. Essas características demonstram padrão altamente variável entre indivíduos, tornando-a uma grandeza extremamente subjetiva e de difícil avaliação (BHOLE, TAN, YAP, 1997). Para o olho humano, a identificação da cor depende, entre outras coisas, de exposição prévia, posição relativa e características de cor da fonte luminosa (JOHSTON, KAO, 1989). Além disso, ainda existem as propriedades ópticas dos objetos, como o metamerismo, no qual um mesmo objeto apresenta cores diferentes, de acordo com a fonte luminosa, a fluorescência que é a emissão de luz de um objeto através de comprimentos de onda diferentes da fonte de luz incidente e a translucência, que é a propriedade que um objeto tem de permitir a passagem de luz através dele, com dispersão de parte dessa luz (CRAIG, POWERS, 2002; GREY, 2004; JOHSTON, KAO, 1989). É importante salientar, que os comprimentos de onda absorvidos e refletidos por um objeto são oriundos de uma fonte de luz. Ao interagir com um objeto, o feixe luminoso pode ser transmitido através dele, refletido na sua superfície, absorvido ou difundido. Assim, diferentes fontes de luz em contato com um mesmo objeto podem gerar diferentes sensações ópticas no observador (JOINER, 2004). 14 1.4 FORMAS DE AVALIAR COR Devido à subjetividade na observação das cores, vários sistemas de quantificação foram desenvolvidos, permitindo uma expressão numérica, com o objetivo de facilitar a comunicação sobre a identificação das cores (JOINER, 2004). A cor dos materiais dentários pode ser avaliada tanto pela técnica visual quanto instrumental (CAL, SONUGELEN, GUNERI 2004; CRAIG, POWERS, 2002). Pela técnica visual, alguns estudos determinam a cor por meio de grandezas categóricas, comparando as escalas de cores e estipulando valores ao grau de alterações (BHOLE,TAN, YAP, 1997). Albert Munsell Rood desenvolveu um sistema de avaliação das cores, publicado em 1905, conhecido como “Munsell Color System” (OBRIEN, 1990). Esse sistema de cor utiliza um sistema tridimensional referente às coordenadas: tonalidade (hue) - vermelho, verde e azul; luminosidade (value) - brilho ou opacidade e croma (chroma) – intensidade da cor, saturação. Assim a cor é expressa através da combinação de números e letras (H V/C) ou seja, 5R 7/8 equivale 5R a tonalidade (hue), 7 a luminosidade (value) e 8 ao croma (chroma) (JOINER, 2004; PARAVINA, POWERS, 2004; SPROLL, 1973) (Figura 3). Esse sistema é a base das escalas de cor utilizadas nas seleções dos materiais restauradores. FIGURA 3 - Sistema Munsell. Fonte: Restorative Dental Materials Cap. 3 pg. 43. 15 A escala VITA - Vita Zahnfabritk, Alemanha (Figura 4), parâmetro para a seleção de cor dos dentes e materiais restauradores, é a mais rotineiramente, utilizada em Odontologia (VANINI, 2001). Os critérios adotados para a avaliação de cor de materiais restauradores, em procedimentos clínicos, também compreendem dados subjetivos para quantificar o grau de modificação ocorrido em um determinado período. Essas comparações, de modo geral, facilitam a troca de informações entre profissionais, porém a gama de caracterizações, entre as diferentes partes de cada dente da escala VITA pode tornar confusa a identificação da cor, assim como as diferenças individuais dos examinadores, hora do dia, iluminação do ambiente e fadiga visual (BHOLE, TAN, YAP, 1997; CAL, SONUGELEN, GUNERI, 2004; SPROULL, 1973). FIGURA 4 - Escala Vita. A técnica instrumental oferece vantagens sobre a técnica visual, por ser uma leitura objetiva, poder ser quantificada e ser mais precisamente obtida. Neste tipo de técnica as medidas são obtidas por meio de aparelhos, como espectrofotômetros, colorímetros e câmeras digitais (PARAVINA, POWERS, 2004). Assim, os espaços de cores CIE XYZ, CIELAB, RGB e CMYK foram criados para proporcionar uma maneira de traduzir as cores em valores numéricos (Figura 5) (BLATNER, FRASER, 2004). 16 FIGURA 5 - Espaço de cor. Fonte: Real World Adobe Photoshop CS Cap.5 pg. 179. O CIE Color Systems avalia a cor através do comprimento de onda por ela emitida, por um sistema de coordenadas e curvas de sensibilidade espectral (CRAIG; POWERS, 2002). O sistema CIE definido pela Commision Internacional d’ Eclairage, avaliou como poderia ser descrito o comportamento do olho humano frente à luz de diversos comprimentos de onda em todas as três dimensões ou direções das cores (GEGAUFF, JOHNSTON, ROSENTIEL, 1996). Assim, em 1931, através de cálculos matemáticos os valores do vermelho, verde e azul foram transformados em valores de X, Y, e Z – coordenadas cromáticas, chamadas de valores tri–estímulos. Dessa forma foi criado o primeiro espaço de cor, o CIE XYZ, que traduz, matematicamente, a sensação de cor que pessoas, com visão normal, possuem, quando recebem um estímulo definido, sob condições específicas (CRAIG, POWERS, 2002) (Figura 6). 17 FIGURA 6 - Diagrama de cromaticidade C.I.E 1931. Fonte: Restorative Dental Materials Cap. 3 pg. 41. Em 1976, o CIE definiu outro espaço de cor, o Sistema CIELAB, também conhecido como espaço de cor L*, a* e b* uma variação matemática do CIE XYZ. O L*, a* e b* é um espaço de cor uniforme que representa uma análise tridimensional da cor. A escala de luminosidade é representada por L*, variando de 0 (preto) a 100 (branco), a* determina a saturação do eixo vermelho (quando positivo) ao verde (quando negativo) e o b* as cores que variam no eixo do amarelo (quando positivo) ao azul (quando negativo). A diferença de cor, no sistema CIELAB, é definida de acordo com a fórmula descrita no quadro 1 (PARAVINA, POWERS, 2004) (Figura 7). Quadro 1 : Fórmula de cálculo de ∆E ∆E* = [ ( L*)2 + ( a*)2 + ( b*)2 ] 1/2 FIGURA 7 - Sistema CIELAB. Fonte: Restorative Dental Materials Cap. 3 pg. 41. 18 No modelo RGB (red, green e blue), outro modelo matemático de cor, as cores são descritas por uma combinação específica de valores para o vermelho, verde e azul presente nas imagens digitais, monitores de computador e telas de televisão, ou seja, é um sistema de cor dependente de aparelho, onde os valores fornecidos de RGB só existem como cor para um aparelho específico. Por exemplo, dois monitores diferentes não emitem os mesmos valores de RGB para a mesma imagem, porque a cor que os monitores produzem dependem de características próprias como circuito, vida útil, tipo de componentes químicos e mineral que emite luz. Dessa forma, qualquer cor visível pode ser obtida somando essas três cores (vermelho, verde e azul), variando adequadamente a intensidade de cada uma delas (GREY, 2004). O modelo de cor CMYK é um outro sistema, utilizado para impressão de imagens baseada na combinação de quatro cores subtrativas: ciano (Cyan), magenta (Magenta), amarelo (Yellow) e preto (BlacK). É utilizado em meios que têm fundo branco, como as impressões em papel. CMY é a mesma coisa, porém sem a cor preta. O CMYK que se usa na indústria gráfica é baseado na mistura de tintas sobre o papel, enquanto que o CMYK usado nos sistemas de computador não passa de uma variação do RGB. O espectro de cores CMYK é significativamente menor que o RGB, o que quer dizer que nem todas as cores vistas no monitor podem ser conseguidas na impressão (GREY, 2004). Entre os equipamentos existentes para medir cor, o espectofotômetro mede os comprimentos de onda da reflectância ou transmitância de um objeto, contudo seu uso em pesquisas in vivo e in vitro é limitado, devido ao alto custo e a complexidade desse aparelho, principalmente em condições clínicas (JOINER, 2004; PARAVINA, POWERS, 2004). 19 Os colorímetros têm filtros que medem a quantidade de luz refletida de forma semelhante à percepção de luz pelos humanos. Esses filtros medem a cor em tri-estímulos XYZ ou em valores de CIE Lab. O colorímetro foi desenvolvido para atuar em superfícies planas, o que limita sua utilização em superfícies irregulares como é o caso dos dentes e bracktes (CAL, SONUGELEN, GUNERI, 2004; JOINER, 2004). O sistema de análise de cor digital foi designado para facilitar e fornecer exatas informações a laboratórios e fabricantes de materiais odontológicos, assim como, minimizar o tempo de avaliações clínicas (BENGEL, 2003; BENTLEY,1999). Assim, a câmera digital tem se tornado uma boa opção para medir cor. A vantagem desse sistema é que a cor de um objeto é medida em termos de imagem, é de fácil manuseio, além do custo acessível (PARAVINAS, POWERS, 2004). Os programas específicos de computador (softwares) como, por exemplo, o Adobe Photoshop e o Paint Shop Pro utilizam o espaço de cor RGB para medir cor através da imagem digital capturada pela câmera (CAL, SONUGELEN, GUNERI 2004; COIMBRA, 1999). 1.5 AVALIAÇÃO DA FOTOGRAFIA DIGITAL A palavra fotografia deriva das palavras gregas phótos (“luz”) e graphis“ (“estilo”) ou graphê, significando “desenhar com a luz” (WIKIPEDIA..., 2005). A fotografia é uma área de fundamental importância em Ortodontia. Este é um recurso indispensável para documentação ortodôntica inicial, para elaboração do diagnóstico e planejamento do caso. Além disso, as fotografias podem servir para publicações científicas, conferências e cursos, levando informações a um grande número de profissionais, com riqueza de detalhes (HUTCHINSON, 1999; TREVISAN, 2002). Por fim, do ponto de vista legal, as fotografias têm grande valor, pois constituem provas materiais do que está sendo registrado (ZAMPIERE, 2003). 20 A fotografia é uma técnica de gravação por meios químicos, mecânicos ou digitais, de uma imagem permanente numa camada de material sensível à exposição luminosa (WIKIPEDIA..., 2005). O sistema denominado “Fotografia Digital” é apenas a evolução do método convencional de obtenção de fotografias. Enquanto que na fotografia analógica as imagens são formadas nos filmes fotográficos a base de cristais de prata, o sistema digital conta com um dispositivo eletrônico, que transforma luz em impulsos elétricos e que irão formar a imagem digital (MACHADO, 2004). As imagens digitais podem ser produzidas por diversos aparelhos, incluindo câmeras de vídeo e fotográficas digitais, scanners, aparelhos de raios–X, microscópios eletrônicos, aparelhos de ultra-som e radares. Dessa forma, deve-se diferenciar a terminologia “imagem digital” de “fotografia digital”. Esta última é somente um tipo de imagem digital que é adquirida por meio de câmeras fotográficas digitais (SILVER, 2003). Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor chamado Charge Couple Device (CCD) ou chip. Este é um componente primordial para a câmera digital, pois é o dispositivo encarregado da captura da imagem que, por sua vez, converte a luz em um código eletrônico digital, uma matriz de números digitais, que será armazenada em um cartão de memória (BURIAN, 2004; FIORELLI, 1998). Assim, a imagem digital nada mais é do que uma série de dígitos binários (0 e 1), onde o que a câmera captura é uma longa seqüência destes dois números que, então, se “transformam” em minúsculos quadrinhos. Cada quadrinho, denominado pixel, representa uma intensidade de luz que, em conjunto, irá formar a imagem digital, logo a unidade básica formadora da imagem digital é o pixel (FITTIPALDI, 2003). 21 A menor unidade deste código binário é o bit (abreviatura de bynary digit, ou código binário). A medida que mais informações são armazenadas, os arquivos passam a ser quantificados como bytes, que é a unidade de medida para mensurar o tamanho de arquivos digitais. Cada byte é composto por 8 bits. Um Kilobyte (KB) equivale a 1.024 bytes. Um Megabyte (MB) representa 1.024 KB e um Gigabyte (GB) possui 1.024 MB (SWARTZ, 2000). Porém, este tipo de chip ou CCD captura apenas a intensidade de luz, gerando imagens monocromáticas (ou seja, cada pixel com um único tom de cinza), e por isso necessita de um sistema de filtros nas cores básicas vermelho, verde e azul (de onde vem a terminologia RGB, do inglês (red, green e blue) para proporcionar cor à imagem final (BURIAN, 2004). Assim, o CCD converte a energia luminosa em impulsos elétricos (pixels) e após passar por um filtro de cor (RGB), a imagem digital é formada. Para que uma imagem tenha alta qualidade, além da quantidade suficiente de pixels, deve conter um amplo espectro de cores (MACHADO, 2004). A terminologia “profundidade de cores” é atribuída à quantidade distinta de cores que uma determinada imagem apresenta. Muitas vezes, essa característica é chamada de “profundidade de bit”, pois está diretamente relacionada ao número de bits utilizado por cada pixel para gerar as cores (PCWEBOPEDIA..., 2005). Uma imagem com uma profundidade de cor de 1 bit terá somente uma cor, que pode ser o preto ou o branco (0 ou 1 do código binário). Quanto maior a profundidade de cores (expressa em bits), maior será a quantidade de cores de uma imagem (SWARTZ, 2000). Assim, uma imagem com 4 bits de cores (4 bits por pixel) terá 24 combinação de cores, ou 16 possíveis cores. Já uma imagem com 8 bits possuirá uma combinação de 28 ou 256 combinações de cores e uma imagem com 24 bits uma possibilidade de 224 ou 16.7 milhões de cores. Como a capacidade do olho humano é um pouco inferior a esse valor e a maioria dos programas utilizados 22 pelos computadores, monitores e projetores de multimídia utiliza a profundidade de cores de 24 bits (RGB), portanto, atribuir às imagens esse valor é o necessário para as diversas finalidades odontológicas (MACHADO, 2004). Define-se resolução como tamanho da imagem medida em número total de pixel por área. Desta forma, a resolução ou qualidade da imagem obtida pela câmera é diretamente proporcional à quantidade de pixels. Em outras palavras, o CCD gera os pixels, por isso, quanto maior a capacidade do CCD da câmera, maior será a quantidade de pixel capturada, gerando imagens mais ricas em detalhes e cores mais fieis (BURIAN, 2004). Esta imagem quando capturada digitalmente, é formada por ppi (pixels per inch ou pixel por polegada). Quando impressa, passa a ser definida por dpi (dots per inch ou pontos por polegada), que deixa de ser virtual e passa a ser físico, como qualquer impressão. Portanto, é correto dizer que tal imagem foi impressa em dpi. Mas, se estiver em tela de computador, deve ser definida como ppi. Embora estes dois termos sejam teoricamente diferentes, na prática são utilizados com o mesmo objetivo (ABELSON, 1999). O formato de arquivo é a maneira como a imagem será armazenada na câmera ou no cartão de memória e, posteriormente, transferida para o computador. Existem inúmeros formatos, porém os mais utilizados são o GIF, o JPEG e o TIFF (ABELSON, 1999; REGENNITTER, 2000; SWARTZ, 2000). O Graphics Interchange Format (GIF) é um formato usado em páginas de Internet e pequenas imagens animadas, possui uma baixa qualidade da imagem, por apresentar um número limitado de cores, até 256 (REGENNITTER, 2000; SWARTZ, 2000). O Joint Photographic Experts Group (JPEG) é o formato mais popular e amplamente utilizado. Este é o tipo de formato mais rápido e fácil de trabalhar nos diversos programas de edição de imagens, além de ocupar pouco espaço no cartão de 23 memória ou no disco rígido do computador. A grande desvantagem desse formato é que a qualidade final da imagem é diminuída através de sua compressão. Esta perda é progressiva, pois sempre que este tipo de arquivo é alterado em qualquer programa de edição de imagens, este é submetido a um grau de compressão (ABELSON, 2000; REGENNITTER, 2000; SWARTZ, 2000). Já o Tag Image File Format (TIFF) é o formato utilizado para salvar imagens, sem perda de qualidade. Em casos como a utilização de imagens com a finalidade de pesquisa científica, ou quando o fator qualidade é primordial, deve-se optar pelo formato TIFF. Sua desvantagem é que ocupa muito espaço nos cartões de memória e no disco rígido do computador (REGENNITTER, 2000; SWARTZ, 2000). Diferente dos arquivos citados anteriormente, existe um outro formato, o RAW, que não pode ser editado, manipulado ou modificado, e assim garante a “veracidade” das imagens digitais gravadas nesse formato (ASKEY..., 2005). O fato do formato RAW ser um sistema de arquivamento que não permite nenhum tipo de manipulação, proporciona à fotografia uma propriedade testemunhal, o que parece ser uma excelente opção para garantir o valor legal das imagens digitais ( MACHADO, 2004). Além dessa grande vantagem, esse tipo de arquivo não causa nenhum tipo de compressão na imagem, preservando a sua qualidade (BURIAN, 2004). Alguns softwares, a exemplo do Adobe Photoshop, Adobe Photo Deluxe, Ulead Photo Impact, MGI Photo Suíte, Jasc Paint Shop Pro, Picture Window by Digital Light e Corel Photo Paint são usados para avaliação e edição de imagens digitais (BENGEL, 2003; HALAZONETIS, 2000). No programa de análise de cor, Adobe Photoshop, a imagem pode ser avaliada através do ícone Image – Histogram (Luminosity, R,G,B). 24 O histograma é um gráfico que delineia os níveis entre 0 e 255, ao longo do eixo horizontal e o número de pixel de cada nível, ao longo do eixo vertical (BLATNER; FRASER, 2004). Porém, ele trabalha com imagens que apresentam pouca diferença de cor, e sim uma grande escala de tons de cinza, indo do puro preto (valor 0) ao puro branco (valor 255); assim, as imagens em preto e branco podem ser avaliadas por apenas um tipo de histograma. Já para imagens coloridas, a avaliação deve ser feita pelo histograma color mode – RGB, observando níveis de vermelho, verde e azul, e o histograma Luminosity, para avaliar níveis de brilho e luminosidade das imagens (BLATNER; FRASER, 2004). Vários trabalhos têm mostrado eficiência e praticidade, utilizando a câmera digital em pesquisa científica, por meio da análise computadorizada das imagens adquiridas (BENGEL, 2003; BENTLEY, 1999; CAL, 2004; FIORELLI, 1998; GOMES, 2005). Um bom método para medir cor deve apresentar algumas características como: ser confiável, de fácil uso e capaz de propiciar uma avaliação dos resultados. Assim, é interessante usar um equipamento disponível no mercado com custo relativamente baixo, como a câmera digital. Com base nos dados encontrados na literatura e da grande importância dada à estética no mundo atual, fica evidente a necessidade de se analisar a suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos. 25 2 PROPOSIÇÃO Diante do exposto, tem-se como objetivos : 2.1 Avaliar a susceptibilidade à pigmentação de brackets estéticos; 2.2 Comparar a susceptibilidade à pigmentação entre as diferentes marcas comerciais de brackets cerâmicos e de policarbonato. 26 3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL Este foi um trabalho laboratorial, cuja amostra foi composta de 25 brackets, sendo 10 cerâmicos e 15 de policarbonato, todos para colagem em incisivo central superior por sua base possuir uma superfície plana, o que facilita o isolamento desta área. Os brackets cerâmicos escolhidos foram das marcas comerciais Clarity (Unitek / 3M) e In Vu (TP Orthodontics) e os de policarbonato foram Composite (Morelli), Elation (GAC), Spirit (Ormco) (Figura 8). Estas marcas foram selecionadas após contato com seus respectivos fabricantes, sendo indicadas como as mais utilizadas. Os brackets foram divididos em cinco grupos, de acordo com marca comercial (Quadro 2): Quadro 2 : Divisão da amostra por marcas comerciais GRUPO TIPO MARCA FABRICANTE 1 CERÂMICO CLARITY UNITEK/3M 2 CERÂMICO IN VU TP ORTHODONTIC 3 POLICARBONATO COMPOSITE MORELLI 4 POLICARBONATO ELATION GAC 5 POLICARBONATO SPIRIT ORMCO 27 CLARITY IN VU COMPOSITE ELATION SPIRIT FIGURA 8 - Marcas comerciais selecionadas para a pesquisa. Cada grupo foi composto por 5 brackets. Inicialmente, cada bracket foi colado a uma placa de vidro de aproximadamente 30mm de largura por 25mm de altura e 1mm de espessura, onde foi registrado, com broca de alta rotação o número do grupo e do bracket referente à marca comercial usada. O objetivo de colar cada bracket em uma placa de vidro, foi o de isolar a sua base para evitar que a tela presente nesta área pigmentasse mais que o restante do bracket, interferindo assim na avaliação futura da cor. Para a colagem na placa de vidro, foi usado ácido fluorídrico a 10% (Dentsply) por 1 minuto aplicado na parte referente a área de colagem do bracket, com o objetivo de promover microrretenções. Em seguida, a placa foi lavada em água corrente por 30 segundos e secada com jato de ar da seringa tríplice (Dabi Atlante). Após o condicionamento ácido, foi aplicado silano (Angelus) utilizando-se de um pincel unitário de haste flexível (Sorensen) na região previamente condicionada, seguido de secagem com jato de ar, por 30 segundos. Preparadas as placas de vidro, os brackets foram apreendidos com uma pinça ortodôntica para colagem (Morelli – ref. 75.01.022) e colados com resina autopolimerizável (Concise / 3M – ESPE) de acordo com as especificações do fabricante. Os brackets foram comprimidos, contra a placa de vidro, com a parte posterior da pinça ortodôntica para colagem (Morelli – ref. 75.01.022) e os excessos da resina autopolimerizável foram então, removidos com uma lâmina de bisturi nº 11 (Becton Dickinson), previamente fixada ao cabo de bisturi de nº 3 (Figura 9). 28 FIGURA 9 - Bracket colado na placa de vidro. Após as colagens, todos os corpos de prova foram imersos em água destilada por 1minuto, para descartar a possibilidade de a umidade alterar a cor dos brackets, secos com jato de ar da seringa tríplice (Dabi Atlante) e acondicionados em uma caixa plástica, hermeticamente fechada. Antes do processo de pigmentação, foi realizado teste de repetitividade das fotografias. Para isso, foram utilizados cinco corpos de prova, um de cada marca comercial, com o objetivo de determinar a confiabilidade da metodologia utilizada no experimento. Cada bracket foi fotografado três vezes por dia, durante oito dias, totalizando 120 fotografias. As fotografias foram obtidas por meio de câmera digital modelo Canon EOS Rebel D, com resolução de 6,3 megapixel e profundidade de cor de 12 bits (Figura 10). Os registros das imagens foram feitos no modo manual, com as seguintes configurações de ajuste: velocidade de 4 segundos, diafragma com abertura de 16, foco manual com distância de 31 cm, ISO 400, sem flash, modo self-timer com disparo após 10 segundos, armazenamento de imagem no formato RAW. A lente usada foi a Canon EF 100mm, 2,8 macro, em ambiente com total ausência de luz natural sob iluminação proveniente de duas lâmpadas halógenas de 400 W, com difusores acoplados nas hastes de iluminação, posicionados com distância fixa de 16 cm em estativa da marca Atek (Figura 11). A câmera foi fixada em uma haste perpendicular à mesa do conjunto estativo, sendo a distância foco objeto, prédeterminada em 16 cm. O bracket foi posicionado na mesa do conjunto estativo, de 29 forma que a parte central do slot ficasse superposta a um ponto de referência no centro do visor da câmera (Figura 12). Todos os critérios de padronização relacionados à iluminação, câmera digital e corpos de prova permaneceram constantes, ao longo do experimento. As imagens foram transferidas para um computador Pentium III 800 de 512 MB – DIMM 133 MHZ, HD de 80 GB, tela de 15” e placa de vídeo de 32 MB, através do programa File View Utility - Canon – versão 1.3.2, em formato RAW, sendo posteriormente convertidas e armazenadas no formato TIFF, com 8 bits. Posteriormente, as imagens foram analisadas pelo programa de gerenciamento de cor do software Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Neste programa uma área de 50mm de largura por 50mm de altura foi determinada na haleta superior distal dos brackets com zoom de 100% (Figura 13), onde as cores presentes nesta área foram avaliadas pela função Histograma, por meio dos níveis de Luminosidade e R, G, B. Os dados obtidos no teste de repetitividade foram analisados estatisticamente, através do teste de variância (ANOVA), mostrando que a variabilidade entre as diferentes medidas não foi estatisticamente significativa, o que confirma a validação e reprodutibilidade da metodologia empregada no experimento. Depois dessa fase, toda a amostra (25 brackets) passou por este processo, sendo realizadas cinco fotos para cada bracket, totalizando 125 fotografias no tempo T0 – antes do processo de pigmentação. 30 FIGURA 10 - Câmera Canon EOS Rebel D. . FIGURA 11- Estativa Atek. 31 16 cm A B FIGURA 12 – Posição do bracket em relação a câmera digital A) Distância foco objeto B) Simulação da padronização do bracket câmera digital – estativa. FIGURA 13 – Imagem digital do programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. 32 Com o objetivo de testar a susceptibilidade à pigmentação dos brackets cerâmicos e de policarbonato, foi preparada uma solução composta por 250ml de café, 250ml de chá preto, 250ml de vinho tinto, 250ml de Coca-Cola sem gás, 250ml de infusão de fumo de rolo e 250ml de saliva artificial (GOMES, 2005), cuja fórmula está descrita no quadro 3. Esta solução foi acondicionada em caixa plástica hermeticamente fechada e homogeneizada em estufa da marca Biomatic – VOLT: 220/110, AMP: 2/4, WATTS: 400 a 37ºC por 48 horas. Os 25 corpos de prova referentes aos cinco grupos foram, então, imersos nesta solução de pigmentação, com a placa de vidro voltada para baixo e mantidos em estufa Biomatic a 37ºC, por 40 dias. Quadro 3 : Fórmula da saliva artificial utilizada no experimento SUBSTÂNCIA QUANTIDADE Cloreto de Potássio 0,24 g Cloreto de Sódio 0,17 g Cloreto de Magnésio 6 H2O 0,01 g Cloreto de Cálcio 2 H2O 0,03 g Fosfato Monobásico de Potássio 0,07 g Nipagin 0,25 g Sorbitol ( sol.A 70%) 6,00 g CMC ( carboximetilcelulose sódica grade 70D ) 2,00 g Água destilada q.s.p. 250 ml 33 Após serem removidos da solução de pigmentação, todos os 25 corpos de prova foram lavados em água destilada por 1 minuto, secados com jato de ar e submetidos à nova seqüência de fotografia digital, totalizando 125 fotografias no tempo T1. Estas, foram posteriormente, submetidas a avaliação computadorizada pelo programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0, sob as mesmas condições descritas anteriormente. 34 4 DESENVOLVIMENTO SEQUENCIAL DA PESQUISA Artigo a ser enviado para revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos utilizando a fotografia digital Adriana LIBÓRIO *, Marcelo CASTELLUCCI**, Roberto COSTA PINTO*** Resumo Introdução: A valorização social da beleza faz com que muitas pessoas escolham tratamentos ortodônticos com brackets estéticos, porém alguns aspectos devem ser considerados por serem capazes de interferir na cor de tais acessórios. Objetivo: A proposta deste trabalho foi avaliar as alterações cromáticas de brackets ortodônticos estéticos cerâmicos e de policarbonato imersos em uma solução de pigmentação. Material e Método: A avaliação das mudanças de coloração foi realizada por meio de fotografia digital e análise computadorizada usando o programa de gerenciamento de imagens Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Vinte e cinco brackets foram selecionados e divididos em cinco grupos, de acordo com a marca comercial utilizada. Brackets cerâmico: Grupo 1 - Clarity (Unitek / 3M), Grupo 2 - In Vu (TP Orthodontics), brackets de policarbonato: Grupo 3 - Composite (Morelli), Grupo 4 - Elation (GAC) e Grupo 5 Spirit (Ormco). Após a colagem dos brackets em lâminas de vidro, foram realizadas fotografias digitais padronizadas nos tempos T0 – antes do processo de pigmentação e T1 – após o processo de pigmentação, que durou quarenta dias. Antes de iniciar a metodologia na pesquisa, foram realizados testes de repetitividade das fotografias. Resultado: Os resultados destes testes não mostraram diferença estatisticamente significante entre os valores no período avaliado, garantindo a reprodutibilidade do método. Os resultados do presente estudo (ANOVA p = 0,00 e t student p < 0,05) demostraram que brackets estéticos são susceptíveis à pigmentação. Apesar de os brackets cerâmicos pigmentarem menos, todas as marcas alteraram de cor. Conclusão: Apesar dos brackets cerâmicos pigmentarem menos, todas as marcas testadas alteraram de cor. Palavras-chave: Pigmentação, bracket cerâmico, bracket de policarbonato. * Aluna da Especialização em Ortodontia de Ortopedia Facial pela UFBA **Mestre em Odontologia pela UFBA; Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela PUC – MG ***Mestre em Ortodontia pela UFRJ 35 INTRODUÇÃO A Ortodontia contemporânea atende um grande número de adultos que, na busca por um sorriso estético, recorrem ao tratamento com exigências antes não freqüentes11. A melhora na aparência é a principal razão pela qual, atualmente, estes pacientes recorrem aos cuidados ortodônticos, antes direcionados a crianças e adolescentes11,14. Além disso, eles possuem uma exigência estética significativa, também durante a realização do tratamento ortodôntico, optando por brackets estéticos, 10 . No entanto, antes do inicio do tratamento, alguns aspectos devem ser esclarecidos em relação a esses tipos de brackets, principalmente, no que diz respeito a pigmentação, para que surpresas desagradáveis quanto a alteração de cor não surjam ao longo do tratamento. Pacientes adultos dentre outros hábitos, consomem com certa freqüência café e vinho tinto, o que acarreta no manchamento dos dentes, e consequentemente dos bracktes estéticos. REVISÃO DE LITERATURA Os brackets cerâmicos e de policarbonato encontram-se disponíveis no mercado, como uma alternativa mais estética do que os de aço inoxidável10, porém algumas limitações de uso são citadas na literatura, como alta força de adesão, custo elevado, pouca durabilidade, degradação na boca, além da alteração de cor 3,5,6,15 . A pigmentação desses brackets está relacionada, especialmente, a hábitos de dieta, como ingestão excessiva de bebidas que contenham corantes, a exemplo do café, chá, vinho tinto e alguns refrigerantes, a utilização de colutórios para bochechos, e até ao uso de batons por parte das pacientes do sexo feminino 1,10,13. O processo de pigmentação ocorre através da incorporação de cor em material não metálico, como resina composta, resina acrílica e brackets estéticos4. Assim a cor observada no processo de pigmentação é o resultado da mistura de absorções seletivas de pigmentos e da reflexão de certas cores4,9. Pela cor ser um evento, sua percepção depende de três variáveis: fonte de luz, podendo ser esta luz natural, como a luz do dia, ou artificial proveniente de lâmpadas, objeto que está sendo visto e o observador7. Existem três comprimentos de onda, o vermelho, verde e azul que constituem a base para todas as cores da natureza; por isso são denominados de cores primárias ou aditivas. Quando as cores primárias se sobrepõem, duas a duas, elas 36 geram três cores, ciano, magenta e amarelo, denominadas de cores segundárias. Quando todas as cores primárias estão presentes na mistura, tem-se a cor branca. Devido à subjetividade na observação das cores, vários sistemas de quantificação foram desenvolvidos, permitindo uma expressão numérica, com o objetivo de facilitar a comunicação sobre a identificação das cores8. No modelo matemático de cor, RGB (red, green e blue), as cores são descritas por uma combinação específica de valores para o vermelho, verde e azul presente nas imagens digitais, monitores de computador e telas de televisão, ou seja, é um sistema de cor dependente de aparelho, onde os valores fornecidos de RGB só existem como cor para um aparelho específico7. A câmera digital tem se tornado uma boa opção para medir cor. A vantagem desse sistema é que a cor de um objeto é medida em termos de imagem, é de fácil manuseio, além do custo acessível. Os programas específicos de computador (softwares) como, por exemplo, o Abobe Photoshop e o Paint Shop Pro utilizam o espaço de cor RGB para medir cor através da imagem digital capturada pela câmera. O sistema de análise de cor digital foi desenvolvido para facilitar e fornecer exatas informações a laboratórios e fabricantes de materiais odontológicos, assim como, minimizar o tempo de avaliações clínicas2,13. PROPOSIÇÃO Diante do exposto, tem-se como objetivos : 1- Avaliar a susceptibilidade à pigmentação de brackets estéticos; 2- Comparar a susceptibilidade à pigmentação entre as diferentes marcas comerciais de brackets cerâmicos e de policarbonato. MATERIAL E MÉTODO Este foi um trabalho laboratorial, cuja amostra foi composta de 25 brackets, sendo 10 cerâmicos e 15 de policarbonato, todos para colagem em incisivo central superior por sua base possuir uma superfície plana, o que facilita o isolamento desta área. Os brackets cerâmicos escolhidos foram das marcas comerciais Clarity (Unitek / 3M) e In Vu (TP Orthodontics) e os de policarbonato foram Composite (Morelli), Elation (GAC), Spirit (Ormco). Estas marcas foram selecionadas após contato com seus respectivos fabricantes, sendo indicadas como as mais utilizadas. 37 Os brackets foram divididos em cinco grupos, de acordo com marca comercial (Quadro 1): Quadro 1 : Divisão da amostra por marcas comerciais GRUPO TIPO MARCA FABRICANTE 1 CERÂMICO CLARITY UNITEK/3M 2 CERÂMICO IN VU TP ORTHODONTIC 3 POLICARBONATO COMPOSITE MORELLI 4 POLICARBONATO ELATION GAC 5 POLICARBONATO SPIRIT ORMCO Cada grupo foi composto por 5 brackets. Inicialmente, cada bracket foi colado a uma placa de vidro de aproximadamente 30mm de largura por 25mm de altura e 1mm de espessura, onde foi registrado, com broca de alta rotação o número do grupo e do bracket referente à marca comercial usada. O objetivo de colar cada bracket em uma placa de vidro, foi o de isolar a sua base para evitar que a tela presente nesta área pigmentasse mais que o restante do bracket, interferindo assim na avaliação futura da cor. Para a colagem na placa de vidro, foi usado ácido fluorídrico a 10% (Dentsply) por 1 minuto aplicado na parte referente a área de colagem do bracket, com o objetivo de promover microrretenções. Em seguida, a placa foi lavada em água corrente por 30 segundos e secada com jato de ar da seringa tríplice (Dabi Atlante). Após o condicionamento ácido, foi aplicado silano (Angelus) utilizando-se de um pincel unitário de haste flexível (Sorensen) na região previamente condicionada, seguido de secagem com jato de ar, por 30 segundos. Preparadas as placas de vidro, os brackets foram apreendidos com uma pinça ortodôntica para colagem (Morelli – ref. 75.01.022) e colados com resina autopolimerizável (Concise / 3M – ESPE) de acordo com as especificações do fabricante. Os brackets foram comprimidos, contra a placa de vidro, com a parte posterior da pinça ortodôntica para colagem (Morelli – ref. 75.01.022) e os excessos da resina autopolimerizável foram então, removidos com uma lâmina de bisturi nº 11 (Becton Dickinson), previamente fixada ao cabo de bisturi de nº 3 (Figura 1). 38 FIGURA 1- Bracket colado na placa de vidro. Após as colagens, todos os corpos de prova foram imersos em água destilada por 1minuto, para descartar a possibilidade de a umidade alterar a cor dos brackets, secos com jato de ar da seringa tríplice (Dabi Atlante) e acondicionados em uma caixa plástica, hermeticamente fechada. Antes do processo de pigmentação, foi realizado teste de repetitividade das fotografias. Para isso, foram utilizados cinco corpos de prova, um de cada marca comercial, com o objetivo de determinar a confiabilidade da metodologia utilizada no experimento. Cada bracket foi fotografado três vezes por dia, durante oito dias, totalizando 120 fotografias. As fotografias foram obtidas por meio de câmera digital modelo Canon EOS Rebel D, com resolução de 6,3 megapixel e profundidade de cor de 12 bits. Os registros das imagens foram feitos no modo manual, com as seguintes configurações de ajuste: velocidade de 4 segundos, diafragma com abertura de 16, foco manual com distância de 31 cm, ISO 400, sem flash, modo self-timer com disparo após 10 segundos, armazenamento de imagem no formato RAW. A lente usada foi a Canon EF 100mm, 2,8 macro, em ambiente com total ausência de luz natural sob iluminação proveniente de duas lâmpadas halógenas de 400 W, com difusores acoplados nas hastes de iluminação, posicionados com distância fixa de 16 cm em estativa da marca Atek (Figura 2). A câmera foi fixada em uma haste perpendicular à mesa do conjunto estativo, sendo a distância foco objeto, prédeterminada em 16 cm. O bracket foi posicionado na mesa do conjunto estativo, de forma que a parte central do slot ficasse superposta a um ponto de referência no centro do visor da câmera (Figura 3). Todos os critérios de padronização relacionados à iluminação, câmera digital e corpos de prova permaneceram constantes, ao longo do experimento. As imagens foram transferidas para um computador Pentium III 800 de 512 MB – DIMM 133 MHZ, HD de 80 GB, tela de 15” e placa de vídeo de 32 MB, através do programa File View Utility- Canon – versão 39 1.3.2, em formato RAW, sendo posteriormente convertidas e armazenadas no formato TIFF, com 8 bits. Posteriormente, as imagens foram analisadas pelo programa de gerenciamento de cor do software Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Neste programa uma área de 50mm de largura por 50mm de altura foi determinada na haleta superior distal dos brackets com zoom de 100% (Figura 4), onde as cores presentes nesta área foram avaliadas pela função Histograma, por meio dos níveis de Luminosidade e R, G, B (Figuras 5 e 6). Os dados obtidos no teste de repetitividade foram analisados estatisticamente, através do teste de variância (ANOVA), mostrando que a variabilidade entre as diferentes medidas não foi estatisticamente significativa, o que confirma a validação e reprodutibilidade da metodologia empregada no experimento. Depois dessa fase, toda a amostra (25 brackets) passou por este processo, sendo realizadas cinco fotos para cada bracket, totalizando 125 fotografias no tempo T0 – antes do processo de pigmentação. FIGURA 2 - Estativa Atek. 40 16 cm 16 cm A B FIGURA 3 - Posição do bracket em relação a câmera digital A )Distância foco objeto B) Simulação da padronização do bracket câmera digital – estativa FIGURA 4 - Imagem digital do programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. 41 FIGURA 5 - Programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. FIGURA 6 - Função do programa para determinação da cor baseado nos valores do RGB. Com o objetivo de testar a susceptibilidade à pigmentação dos brackets cerâmicos e de policarbonato, foi preparada uma solução composta por 250ml de café, 250ml de chá preto, 250ml de vinho tinto, 250ml de Coca-Cola sem gás, 250ml de infusão de fumo de rolo e 250ml de saliva artificial (GOMES, 2005), cuja fórmula está descrita no quadro 2. Esta solução foi acondicionada em caixa plástica hermeticamente fechada e homogeneizada em estufa da marca Biomatic – VOLT: 220/110, AMP: 2/4, WATTS: 400 a 37ºC por 48 horas. Os 25 corpos de prova referentes aos cinco grupos foram, então, imersos nesta solução de pigmentação, 42 com a placa de vidro voltada para baixo e mantidos em estufa Biomatic a 37ºC, por 40 dias. Quadro 2 : Fórmula da saliva artificial utilizada no experimento SUBSTÂNCIA QUANTIDADE Cloreto de Potássio 0,24 g Cloreto de Sódio 0,17 g Cloreto de Magnésio 6 H2O 0,01 g Cloreto de Cálcio 2 H2O 0,03 g Fosfato Monobásico de Potássio 0,07 g Nipagin 0,25 g Sorbitol ( sol.A 70%) 6,00 g CMC ( carboximetilcelulose sódica grade 70D ) 2,00 g Água destilada q.s.p. 250 ml Após serem removidos da solução de pigmentação, todos os 25 corpos de prova foram lavados em água destilada por 1 minuto, secados com jato de ar e submetidos à nova seqüência de fotografia digital, totalizando 125 fotografias no tempo T1. Estas, foram posteriormente, submetidas a avaliação computadorizada pelo programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0, sob as mesmas condições descritas anteriormente. RESULTADO - Dados Descritivos Inicialmente foi realizado o teste ANOVA para verificar se a diferença entre as variáveis L, R, G e B era estatisticamente significante, entre os cinco grupos estudados. Uma vez obtido o resultado positivo para ANOVA, com p = 0,00, realizou-se o teste t sdudent, para determinar a diferença entre as médias de L, R, G e B dos grupos. Ambos os testes foram realizados nos tempos T0 – antes do processo de pigmentação e T1 – após o processo de pigmentação. Os resultados para os tempos T0 e T1 podem ser observados nas tabelas 1 e 2 respectivamente. 43 Tabela 1: Valores descritivos da média e desvio padrão do L, R, G e B entre os grupos no tempo T0. _ X T0 CLARITY IN VU COMPOSITE ELATION SPIRIT _ X – Média L 105,06 134,49 119,62 92,96 98,99 DP 3,17 3,50 3,72 2,93 2,32 _ X R DP 102,00 132,78 117,18 87,41 91,95 3,20 3,25 4,17 3,70 3,10 _ G X DP 107,62 137,23 122,59 96,36 103,47 3,21 3,58 3,60 2,15 2,34 _ B X 99,57 125,03 111,70 87,84 95,03 DP 2,87 3,95 3,66 1,81 2,36 DP – Desvio Padrão Tabela 2: Valores descritivos da média e desvio padrão do L, R, G e B entre os grupos no tempo T1. _ T1 X CLARITY IN VU COMPOSITE ELATION SPIRIT _ X – Média 104,57 121,69 122,85 96,23 105,65 _ R L DP 6,33 23,03 3,87 5,06 4,18 DP – Desvio Padrão X 111,72 139,94 133,08 100,53 112,16 _ _ B G DP X 8,69 6,07 4,74 7,88 3,92 106,82 125,98 123,61 98,68 107,39 DP 7,62 3,44 3,82 4,74 4,35 X DP 82,63 7,18 88,81 13,69 91,67 4,51 72,33 3,05 79,32 5,22 44 O gráfico 1 mostra uma comparação das variáveis L, R, G e B entre os tempos T0 e T1. Gráfico 1: Representação gráfica dos valores médios de L R G B considerando os grupos nos tempos T0 / T1. 160 Luminosidade T0 140 T1 T0 T1 T0 T1 T0 T0 Blue T0 T1 T1 T0 T1 T0 T0 T1 100 Média T0/T1 Green T1 T1 T0 T1 120 Red T0 T1 T0 T1 T1 T0 T1 T1 T0 T0 T1 T0 T0 T0 T0 T0 T1 T1 80 T1 60 40 20 0 Clarity T1 InVu Compósite Grupos Elation Spirit 45 Variação de Cor Cada grupo foi submetido ao teste t student que avaliou a variação de cor através da diferença absoluta das médias do L, R, G e B (∆L, ∆R, ∆G e ∆B) entre os tempos T0 e T1. Os resultados podem ser observados na tabelas de 3 à 7. Tabela 3: Diferença absoluta (∆L) das médias da Luminosidade nos tempos T0 / T1. Bracket Clarity In Vu Composite Elation Spirit L T0 – L T1 0,49 12,80 3,23 3,27 6,66 P valor 0,64 0,00* 0,10 0,11 0,01* *significância estatística (p < 0,05) Tabela 4: Diferença absoluta (∆R) das médias do Red nos tempos T0 / T1. Bracket Clarity In Vu Composite Elation Spirit R T0 – R T1 9,72 7,16 15,9 13,12 20,21 P valor 0,000* 0,07 0,04* 0,001* 0,000* *significância estatística (p < 0,05) Tabela 5: Diferença absoluta (∆G) das médias do Green nos tempos T0 / T1. Bracket Clarity In Vu Composite Elation Spirit G T0 – G T1 0,80 11,25 1,02 2,32 3,92 *significância estatística (p < 0,05) P valor 0,53 0,000* 0,54 0,06 0,01* 46 Tabela 6: Diferença absoluta (∆B) das médias do Blue nos tempos T0 / T1. Bracket Clarity In Vu Composite Elation Spirit B T0 – B T1 16,94 36,22 20,03 15,51 15,71 P valor 0,015* 0,000* 0,000* 0,02* 0,01* *significância estatística (p < 0,05) Tabela 7: Comportamento das variáveis em relação as marcas comerciais ao longo do experimento. GRUPOS Clarity L R Elation B _ _ In Vu Composite G _ _ _ _ _ Spirit aumento _ sem alteração redução 47 DISCUSSÃO A valorização social da beleza faz com que muitas pessoas escolham tratamentos ortodônticos com brackets estéticos (KARAMOUZOS, 1997). No entanto, alguns aspectos devem ser considerados por poderem interferir na cor de tais brackets. No intuito de analisar a susceptibilidade à pigmentação de brackets estéticos, tão requisitados por pacientes ortodônticos, todos os brackets do experimento foram avaliados no que diz respeito a L, R, G e B por meio de fotografia digital e análise computadorizada do programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Observando os níveis de L, R, G e B encontrados no tempo T0, a marca In Vu apresentou os maiores valores absolutos para todas as variáveis, seguido do Composite, Clarity, Spirit e Elation. Já no tempo T1 os valores absolutos do Composite se aproximaram bastante aos valores do In Vu. Essas marcas apresentaram os maiores valores absolutos para as cinco variáveis no tempo final. O Spirit aparece em seguida apresentando valores muito próximos aos do Clarity, com exceção da variável B (azul), que o Clarity alcançou maior valor. A marca Elation mostrou os menores valores absolutos para todas as variáveis, quando comparada as demais marcas comerciais. É importante entender que a variação entre os tempos ( ∆ ) é mais importante do que os valores absolutos finais, pois não podemos desconsiderar as características iniciais inerentes do material que sem duvida irão repercutir no aspecto final. Esse fato associado com o tempo de tratamento previsto influencia diretamente na indicação do bracket estético. Em relação a variação de cor ( ∆ ), o In Vu apresentou a maior diferença de luminosidade ( L ) entre os tempos T0 e T1 (12,80) seguido do Spirit com 6,66. O valor absoluto da média final de L para o In Vu foi menor que o inicial, mostrando um escurecimento com o passar do tempo. Este dado demonstra uma instabilidade em relação a luminosidade para esta marca, quando comparado às demais que não apresentaram diferença estatisticamente significante no mesmo período. Uma observação relevante foi o comportamento da marca Spirit que apresentou um valor absoluto final maior que o inicial, sendo essa diferença estatisticamente significante, ou seja, houve um aumento da luminosidade ao longo do tempo, o que vai de encontro com a expectativa do experimento que seria de um escurecimento pela composição do pigmento usado. Este fato pode ser justificado pela incorporação de substâncias fluorescentes à composição do bracket. Segundo 48 o principio óptico da fluorescência, Grey em 2004 e Johston e Kao em 1989 afirmaram que um objeto tem a capacidade de emitir luz com comprimentos de onda diferentes da fonte de luz incidente. Assim o bracket ao ser submetido a luz do tipo halógena da estativa emitiria luz. Alguns materiais odontológicos são formulados com agentes fluorescentes para reproduzir uma aparência natural da estrutura dental o que justificaria tal comportamento de aumento da luminosidade. Essa justificativa é meramente hipotética, o que leva à sugestão de pesquisas físicoquímicas para se determinar a composição estrutural de cada marca comercial envolvida no trabalho. Analisando o vermelho ( R ), todas as marcas comerciais alteraram de cor ao longo do experimento. Porém a maior diferença entre T0 e T1 foi do Spirit seguido do Composite, Elation, Clarity e In Vu. Todos os grupos obtiveram valores absolutos finais maiores que os iniciais. Tendo em vista que os componentes da solução tendem para o vermelho isso mostra que houve pigmentação de todos os grupos ao longo do experimento. Porém, quando comparamos brackets cerâmicos com de policarbonato, fica evidente o melhor desempenho dos cerâmicos. Este achado pode ser defendido por Bishara (1990), Karamouzos (1997); Paravina, Powers, (2004) e Swartz (1988) que acreditam que os brackets cerâmicos sejam mais resistentes à mudança de cor quando comparado aos de policarbonato.O In Vu foi a marca mais estável (7,16) quando comparada as demais analisadas. Tendo em vista que apesar do valor de R ter aumentado do T0 para o T1, a diferença entre os tempos não foi estatisticamente significante. De todas as marcas analisadas que apresentaram diferença de cor estatisticamente significante entre T0 e T1, o Clarity apresentou a menor diferença (9,72), seguido do Elation (13,12), Composite (15,9) e Spirit (20,21) indicado como a marca mais instável para variável R. Em relação a variação de cor para o verde ( G ) não houve diferença estatisticamente significante para as marcas Clarity, Composite e Elation entre os tempos T0 e T1 o que confirma uma estabilidade desses grupos para a variável G. As marcas que apresentaram diferenças estatisticamente significantes foram o In Vu com ∆ 11,25 e o Spirit com ∆ 3,92. Apesar de ambas as marcas serem apontadas pelas diferenças estatísticas ente os tempos T0 e T1, sua interpretação se torna um tanto peculiar. No grupo In Vu o valor absoluto final para o verde foi menor que o valor inicial, e o contrário aconteceu com o Spirit. Podemos sugerir que isso possa ter acontecido por influência da forma como as variáveis L e R se comportaram diante dessas marcas comerciais, em especial o L que teve uma 49 alteração similar ao G quando mostrou seu valor absoluto final menor que o inicial para o In Vu e o contrário para o Spirit. Além desse comportamento em relação as variáveis, não podemos deixar de considerar que estamos avaliando tipos de brackets estéticos diferentes sendo o In Vu cerâmico e o Spirit de policarbonato. Autores como Douglas (1989), Bishara (1990), Paravina (2004) dentre outros, apontam características específicas para brackets cerâmicos e de policarbonato o que pode explicar o comportamento dessas marcas comerciais em relação a variável verde ( G ). Para a variável azul ( B ) todas as marcas comerciais de brackets estéticos analisadas no experimento mostraram diferenças estatisticamente significativas com valores numéricos finais menores do que os iniciais. Isso indica uma redução do azul com o passar do tempo. O grupo que menos alterou, ou seja, o mais estável entre as cinco marcas foi o Elation com ∆ 15,51 , seguido do Spirit (∆ 15,71), Clarity (∆ 16,94), Composite (∆ 20,03) e In Vu com ∆ 36,22. Entre os cerâmicos o Clarity mostrou um melhor desempenho quando comparado ao In Vu. Já entre os de policarbonato, o Elation foi o mais estável. A diminuição do azul pode ser explicada pelo fato do vermelho ter aumentado. Segundo a formulação de Gomes (2005), os componentes usados no pigmento tendem para o vermelho, e essas duas cores encontram-se em extremidades opostas no expectro de luz com comprimentos de onda curto e longo respectivamente Pelo fato da cor ser um evento, e sua percepção e interpretação ser tão subjetiva, afirmação feita por Grey em 2004, apenas uma avaliação numérica e isolada das variáveis L, R, G e B poderia não ser suficiente para uma adequada percepção das alterações de cor sofrida por cada marca comercial nessa pesquisa. Para facilitar a visualização das alterações cromáticas ocorridas em cada marca comercial ao longo do experimento, a média dos valores absolutos do vermelho, verde e azul de cada grupo nos tempos T0 e T1 foi lançada em uma função do programa de computador Adobe Photoshop CS2 versão 9.0 caracterizando uma mistura de cor (Figuras 5 e 6). É claro que essa avaliação não leva em consideração a luminosidade, nem a translucidez dos brackets, pelo fato do papel, assim como monitor do computador não possuírem as mesmas propriedades dos brackets. Portanto, essa avaliação não pode ser considerada como verdadeiramente representativa das cores inicial e final, mas apenas uma forma aproximada de visualização e comparação entre os grupos. Ainda podemos considerar diferentes modelos de cor envolvidos nesta representação, a exemplo do RGB, sistema de cor dependente de um aparelho específico como a tela do computador e o CMYK outro 50 sistema utilizado para impressão de imagens que está relacionado a características específicas das impressoras. Todas as marcas comerciais alteram de cor independente do bracket ser cerâmico ou de policarbonato (Figura 7). CLARITY IN VU COMPOSITE ELATION SPIRIT T0 T1 FIGURA 7 - Combinação dos valores médios de RGB. O comportamento do Clarity foi muito parecido com o do Composite e Elation na maneira como as variáveis alteraram entre os tempos. Para estes grupos o vermelho aumentou significamente, o azul diminuiu significamente e o verde não mudou de maneira considerável (Tabela 7). Esse aspecto de alteração sofrida pelas variáveis RGB quando trabalhadas no Adobe Phothoshop CS2 versão 9.0, de aumentar os valores do vermelho, diminuir o azul e manter o verde, chega a uma cor muito parecida para as três marcas comerciais, que se comportaram de forma semelhante (Figura 8). Da mistura das cores primárias vermelho e verde em proporções similares, resulta a cor secundária amarelo. Nesta situação, como apenas o vermelho aumentou, ficando o verde constante, chegamos em um tom mais próximo a escala do amarelo, com tendência ao laranja. T0 T1 - SIMULAÇÃO - CLARITY COMPOSITE ELATION FIGURA 8 - Simulação de cor no Adobe Phothoshop CS2 versão 9.0. 51 Podemos notar um leve escurecimento do Elation em T1 se comparado ao Clarity e Composite no mesmo tempo, porém não podemos deixar de considerar o aspecto inicial dessas marcas - T0, onde o Elation já se apresentava mais escuro (Figuras 7 e 8). O Spirit teve um comportamento muito parecido com as marcas citadas anteriormente (Figura 7), no que diz respeito as variáveis vermelho e azul, que aumentou e diminuiu respectivamente, porém diferiu para variável verde que teve um aumento expressivo (Tabela 7). Ao avaliar o comportamento do RGB para marca Spirit no Adobe Phothoshop CS2 versão 9.0, que seria de aumentar os valores do vermelho e verde e diminuir o azul chegamos a uma cor tendendo ao amarelo. Esse resultado era de se esperar, pois, da mistura das cores primárias vermelho e verde resulta a cor secundária amarelo (Figura 9). T0 T1 - SIMULAÇÃO - SPIRIT FIGURA 9 - Simulação de cor no Adobe Phothoshop CS2 versão 9.0. Em relação a coloração final do In Vu, esta foi a que mais diferiu das demais apresentando uma tonalidade mais clara (Figura 7). Isso pode ser justificado se levarmos em consideração que esta marca teve um aspecto também mais claro ao inicio do experimento baseado nos valores de RGB analisados em T0. Simulando o comportamento das variáveis RGB do In Vu no Adobe Photoshop CS2 versão 9.0 os valores para o verde e azul diminuíram, enquanto o vermelho não sofreu uma alteração significativa (Tabela 7). Assim o comportamento da mistura baseada nessas características é de uma coloração tendendo ao vermelho escuro (Figura 10). T0 T1 - SIMULAÇÃO - IN VU FIGURA 10 - Simulação de cor no Adobe Phothoshop CS2 versão 9.0. 52 Baseado nas alterações cromáticas anteriormente analisadas, são evidentes as mudanças sofridas por cada marca selecionada para a pesquisa. É de fundamental importância que o profissional conheça as características intrínsecas de brackets estéticos antes de indicá-los, pois aspectos específicos de cor, por exemplo, tipo de dieta associado ao tempo de tratamento que esses brackets estarão expostos a diversos tipos de pigmentos irão influenciar na aparência estética final, frustando muitas vezes a expectativa do paciente. Os resultados deste trabalho dizem respeito apenas à suscetibilidade à pigmentação de brackets estéticos. A partir de que ponto essa suscetibilidade pode trazer prejuízos clínicos deve ser pesquisados preferencialmente clínicos e não laboratoriais como este. em outros trabalhos, 53 CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que brackets estéticos são suscetíveis à pigmentação. Os brackets cerâmicos são mais resistentes à pigmentação que os de policarbonato. A marca comercial Clarity apresentou boa estabilidade quanto a luminosidade, assim como à pigmentação, já o In Vu, no geral, manteve uma boa estabilidade de cor, porém escureceu. Dentre as marcas comerciais de brackets de policarbonato analisadas, o Elation foi a mais estável para todas as variáveis, o contrário ocorreu com a marca Spirit que mostrou-se a mais instável da pesquisa, com alterações estatisticamente significante para o L,R,G,B. A marca Composite apesar de não ter escurecido, se mostrou muito instável para o vermelho e azul. 54 Evaluation of the susceptibility to pigmentation of esthetical brackets by using digital photography Abstract Introduction: The social value attributed to beauty makes many people choose orthodontic treatment with esthetical brackets; however, some aspects must be considered since they can interfere with the color of such brackets. Objective: This work aims to evaluate chromatic alterations of esthetical orthodontic ceramic brackets and those made of polycarbonate immersed in the pigmentation solution by using digital photography and computerized analysis with the help of the image management program Adobe Photoshop CS2 version 9.0. Method and Materials: Twenty-five brackets were selected and divided into five groups, according to the brand of the product used. Ceramic bracket: Group 1 – Clarity (Unitek/ 3M), Group 2- InVu (TP Orthodontics), polycarbonate brackets: Group 3 – Composite (Morelli), Group 4 – Elation (GAC) and Group 5 - Spirit (Ormco). After bonding the brackets onto glass plates, digital photographs were taken standardized in time T0 – before the pigmentation process – and T1 – after the pigmentation process which lasted forty days. Before starting the methodology in the research, some repetitiveness tests of the photographs were performed. Results: The results of those tests did not show any statistically significant differences between the values in the evaluated time, thus guaranteeing the reproducibility of the method. The results of the present study (ANOVA p = 0,00 and t student p < 0,05) showed that esthetical brackets are susceptible to pigmentation. In spite of the fact that the ceramic brackets pigmented less, all the brands produced an alteration in color. Conclusion: In spite of the fact that the ceramic brackets pigmented less, all the brands produced an alteration in color. Key words: Pigmentation, ceramic bracket, polycarbonate bracket. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- BISHARA, S.E.; TRULOVE, T. S. Comparisons of different debonding techniques for ceramic brackets: An in vitro study. Part II. findings and clinical implications. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop., St. Louis, v.98, n. 3, p. 263-273, Sept. 1990. 2- CAL, E.; SONUGELEN. M.; KESERCIOGLU, A.; KOSE, T. 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