Moradores da região dizem não a torres no parque da Caio Prado.
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Moradores da região dizem não a torres no parque da Caio Prado.
Ano VII - nº 97 São Paulo - SP - Março 2012 - Publicação mensal Moradores da região dizem não a torres no parque da Caio Prado. Linhas Centrais Baixo de viaduto vira “Ponte da Música”. Pág. 4 Empreendimentos centrais “Escritórios inteligentes”, na Consolação. Pág. 5 Saúde no Centro Mobilização social para o Dia Mundial da Saúde Pág. 8 As construtoras Setin e Cyrela projetam a construção de quatro torres, reservando 1.000 m² para parque público. pág. 3 Comunidade Ações Locais homenageiam servidores públicos. Pág. 12 2 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Nosso Pensamento Pontos de distribuição do Jornal. Retire seu exemplar gratuitamente O Centro precisa de um vereador Centro Velho Banca Líbero – rua Líbero Badaró, 413 Banca Martinelli – Pça Antonio Prado Banca Pça Antonio Prado – Pça Antonio Prado Banca Largo do Café – Lgo do Café Banca das Apostilas – rua Boa Vista Liberdade Banca Shinozaki – Pça da Liberdade Banca Portal da Liberdade – rua Galvão Bueno, 161 Revistaria Brasilis - Av. Liberdade, 472 Bela Vista Banca Maria das Graças – rua Maria Paula, 23 Banca do Heitor – rua Maria Paula, 243 Banca Estadão – viaduto Nove de Julho, 185 Banca Consolação – viaduto Nove de Julho Banca da Rocha – Rua Rocha, 132 Banca do Toninho - Rua da Consolação Banca GV - Av. 9 de Julho, 2029 Banca Vd. Jacareí (em frente Pharma & Cia); Centro Novo Banca São Bento – rua Barão de Itapetininga Banca Corredor Cultural – Pça. Dom José Gaspar Banca São Luís – av. São Luís República Banca Av. São Luis 84 – av. São Luís Banca Itália – av. Ipiranga Banca Mealhada – av. São João, 629 Arouche Banca Mester – av. São Joao, 1050 Banca Nova Arouche – Largo do Arouche, 276 Banca do Olavo – av. Duque de Caxias, 436 Sta Cecília Banca Angelical – av. Angélica, 500 Banca Amália – al. Barros, 303 Banca Sta Cecília – Largo Sta Cecilia Expediente Vila Buarque Banca Praça do Rotary – rua Gal. Jardim Banca Consolação – rua Dona Antonia de Queiroz, 436 Este ano teremos eleições municipais. Os eleitores de toda a cidade votarão para eleger um novo prefeito e 55 vereadores. O Centro não tem sido reduto eleitoral de nenhum vereador, por isso, legislatura após legislatura, não conta com um que se dedique a conseguir recursos e benefícios especificamente para a região. Mas, aparentemente, não há uma explicação plausível para isso. Afinal, população fixa a região possui, eleitores para eleger um ou mais vereadores, também. Atualmente, as duas zonas eleitorais (1ª e 3ª), que cobrem os bairros do Centro, reúnem mais de 255 mil eleitores aptos para votar. De quatro em quatro anos, a maioria dos candidatos à vereança faz campanha junto aos eleitores da chamada “área mais emblemática da cidade”, conquista dezenas, centenas e até milhares de votos, mas durante a legislatura os mandatos servem somente aos redutos eleitorais desses políticos - geralmente os bairros onde residem ou de onde vieram, nada resultando da atuação parlamentar que favoreça a região. Se não tem problemas estruturais, como as demais regiões da cidade, o Centro convive com grandes, sérios e constantes problemas, potencializados e agravados a cada dia, devido ao tamanho de sua população flutuante: de 2 a 3 milhões de cidadãos originários das demais regiões, frequentam a região central seja como localidade de trabalho ou simples “corredor” de passagem. Esses cidadãos, em geral, tem baixíssimo apego às coisas do lugar - especula-se que, provavelmente, por não viverem nele as 24 horas do dia. A população fixa que ouve nos discursos políticos que a região central é privilegiada, tem de tudo; ainda reclama de vagas em creches e escolas públicas e da deficiência no atendimento do postos de saúde pública, apenas para citar os principais. A postura desses políticos é, no mínimo contraditória, pois como não há no país o voto distrital, os vereadores deveriam trabalhar por toda a cidade e não especificamente por uma região ou bairro. Aliás, isso nos leva a questionar por que a classe política não se empenha por emendas constitucionais que estabeleçam o voto distrital. Para entender melhor porque os moradores do Centro se consideram abandonados pelos vereadores e se suas reclamações são pertinentes, a partir da próxima edição (nº 98) o Centro em Foco inaugurará a sessão Vereador em Foco. Carlos Moura Descarte do óleo de cozinha usado Contribua com sua comunidade e com o meio ambiente, recicle! A Ecóleo cria e ajuda a manter Ecopontos para essa finalidade. Faça você também a sua parte, pratique e divulgue a reciclagem. Você sabia que apenas 1 litro de óleo é suficiente para contaminar milhares de litros de água, podendo contribuir para a poluição de rios, mares e lagos? Quer saber mais? Entre em contato com a Ecóleo, pelo telefone 11 30813418 ou visite o site www.ecoleo.org.br Palhacinho da Alegria Lino, o Palhacinho da Alegria, todas as terças-feiras, das 20 às 21 horas, na Amaral TV, em www.amaraltv.com.br e às quintas-feiras, também das 20 às 21 horas, na TV Sb4, em www.sb4.com.br Para interagir com o artista, o internauta tem como opções www. amaraltv.blogspot.com e www.pititubaonline.com . Contato telefônico: 3994.3951 e 3499.8165. Viaduto Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] / Editor : Carlos Moura - DTR/MS 006 / Colaboradores: Cecília Queiroz, Giscard Luccas, José Eduardo Bernardes Jr. e Paulo de Souza - Depto Comercial: Carlos Moura - Editoração Eletrônica, Composição e Arte: Douglas Borba Fotografia: Joca Duarte – MTB 36.520. Tiragem: 20.000 exemplares - Distribuição Gratuita. As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 3 Fotos: José Bernardes Comunidade se opõe a construção de prédios no parque da rua Caio Prado As empresas Cyrela e Setin apresentaram por meio de audiência pública na quinta-feira (22), à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o projeto Nova Augusta. As duas incorporadoras planejam construir quatro torres de prédios de apartamentos no terreno de 24,6 mil m², entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marques de Paranaguá - hoje predominantemente de área verde -, destinando pouco mais de 1.000 m2 a um parque público, há muito tempo reivindicado pelos moradores da região à Prefeitura. A área que já foi do Colégio Des Oiseaux, pertence atualmente ao ex-banqueiro Armando Conde (BCN), que atualmente explora boa parte dela por uma franquia de estacionamento. Há cinco anos, porém, a Prefeitura de São Paulo decretou utilidade pública para o terreno. A desapropriação contemplaria a comunidade local com a implantação de um parque municipal. Recursos - O problema é que o atual proprietário não vende essa área por menos de R$ 30 milhões. Valor que a Administração Municipal não teria disponível para concretizar a desapropriação da área, que segundo moradores e estudiosos guarda uma boa porção de mata atlântica. Enquanto permanece o impasse, quatro grandes incorporadoras já apresentaram propostas para construírem prédios de alto padrão. Opositores a projetos que acabariam com a área verde, como a advogada, presidente da ONG Ecóleo e diretora da Sociedade dos Amigos, Moradores e empreendedores do bairro Cerqueira César (Samorcc), Célia Cândida Marcondes Smith, garantem ao jornal Centro em Foco que a falta de dinheiro não é obstáculo para que a Prefeitura transforme o espaço em parque público. “Existe o BNDES, taxas como o IPTU e até mesmo o Fundo do Meio Ambiente, que podem ser utilizados para ajudar na compra do terreno”, considera. A mesma ideia é partilhada por vários manifestantes que apareceram durante a apresentação do projeto Nova Augusta, na audiência da Cyrela e Setin. Cartazes, palavras de ordem e discussões calorosas foram os ingredientes da reunião. Na contramão - O secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, compôs a mesa na apresentação feita por Antonio Setin (Setin) e Jaime Flecha (Cyrela) do projeto Nova Augusta. O presidente do Conseg Consolação, José Luís Braz Leme classificou a audiência pública da apresentação como “lamentável, porque não vim para ouvir proposta de construtora, mas sobre o nosso parque”. Na contramão, o engenheiro civil Cláudio Soares, morador do bairro Jardins, afirmou que este empreendimento é excelente porque “a Prefeitura não arcará com custo algum e a municipalidade será a principal beneficiada com o projeto Nova Augusta por garantir não apenas mais moradia, mas também preservar o espaço verde no Centro”, disse. E foi vaiado por não ser morador de nenhuma das ruas do entorno da área. Agora a Prefeitura de São Paulo deverá pesar os prós e contras do projeto e se manifestar ainda neste mês sobre a aprovação ou não do empreendimento Nova Augusta, que encontrou não somente reprovação: dezenas de pessoas aplaudiram e até ovacionaram os representantes do projeto. Entretanto, boa parte dos moradores da Bela Vista, Consolação e Vila Buarque, que compareceram para “dizer não” ao empreendimento projetado, suspeitava que essas pessoas fossem funcionários das empresas envolvidas, pois muitas delas indagadas se eram moradores da região central ou de Vila Buarque respondiam não ou se recusavam a dar resposta - este comportamento foi constatado pelo jornal Centro em Foco, que acompanhou toda a reunião. Por Paulo de Souza 4 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Linhas Centrais Na manhã do sábado, 24 de março, o Centro, mais precisamente a rua Álvaro Carvalho, 252, sob o viaduto Nove de Julho, recebeu um diferenciado equipamento social. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMADS) em parceria com a Fundação Bachiana Filarmônica, inaugurou a “Ponte da Música”. O Centro de Formação Musical de Crianças e Adolescentes Ponte da Música atenderá cerca de 600 crianças e adolescentes da rede socioassistencial da Prefeitura de São Paulo oferecendo suporte e orientação, além de diploma de conclusão. Ao final da formação dos atendidos será constituída uma orquestra de cordas com 19 alunos selecionados. Projetado pela arquiteta Fotos: Wagner Origenes Inaugurado o Centro de Formação Musical “Ponte da Música” Priscila Camara o espaço, com 310 metros quadrados de aérea construída, conta com um amplo salão de 125 metros quadrados acusticamente preparado por engenheiros da prefeitura - revestido de madeira maciça e teto de espuma acústica. Segundo a Assessoria da SMADS, tudo realizado de acordo com as necessidades expostas pelo maestro João Carlos Martins, da Fundação Bachiana Filarmônica. Além disso, o espaço oferece sala de estar com piso de granito, mezanino para administração todo revestido em porcelanato e cozinha adaptada com parede de blocos de vidro. “O espaço visa incentivar à formação musical de crianças e adolescentes, funcionando como uma ponte para inclusão social”, destacou a vice-prefeita e secretária municipal de Assistência Social, durante discurso na inauguração do equipamento . A reforma do local faz parte do processo de revitalização e recuperação de áreas degradadas embaixo de viadutos e pontes da cidade, que teve inicio com a criação dos Espaços de Convivência Jardim da Vida I e II, Mooca, Bela Vista e o Centro de Acolhida Alcântara Machado. Na oportunidade foi anunciado por João Carlos Martins, que no Ponte da Música será adotada a metodologia Alla Corda, desenvolvida por uma década pelo violinista e pedagogo Ênio Antunes - consultor da Fundação Bachiana -, que deverá dar origem a centenas de orquestras de cordas em nosso país. Entusiasmado com a abertura do novo espaço para musicalização de crianças e adolescentes, o maestro declarou acreditar que “em 10 anos esse Centro de Formação Musical será um dos locais a receber mais visitas públicas da cidade”. “O Brasil Fugiu da Escola” aponta soluções para o ensino no país estamos convidando todos a uma reflexão sobre a ‘práxis’ do educador”, completa. Pegando um a t a lh o, “O B r a s i l Fugiu da Escola” se esgueira dos manuais acadêmicos e se revela um romance, que percorre o dia a dia de uma escola, por meio de diálogos reflexivos entre professores, coordenadores e todo o corpo docente do ambiente escolar. Repleto de referências a grandes pensadores e escolas de teoria, o l i v r o r e l a c i on a personagens mais complexos, debruçados sobre os problemas da vida escolar, com outros que parecem não se importar tanto assim com os rumos da de abandono escolar entre alunos do ensino fundamental e do ensino médio é de 16,8%. Segundo Sérgio Kodato, a falta de atrativos no ambiente escolar é um dos fatores determinantes para o alto índice. “Começamos a ver um descompasso. Antes, o professor tinha o quadro negro e o aluno o correspondente: o lápis e o caderno. Hoje, com a globalização, os alunos têm mais acesso a informação, às vezes, mais do que o professor, e as ferramentas até então utilizadas ficaram defasadas”, declara Kodato. Para Kodato, é necessário que as escolas se apropriem destas novas tecnologias e passem a “utilizar as novas ferJosé Bernardes Enquanto o piso salarial unificado para professores gera farpas entre governos estaduais e o governo federal, o ensino brasileiro continua deficitário e os efeitos são sentidos tanto por quem ensina, como por quem deve aprender. De olho nesse e em outros tantos problemas que cercam a educação no Brasil, o professor doutor da USP Ribeirão Preto Sérgio Kodato, lançou no último dia 13 de março, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, o livro “O Brasil Fugiu da Escola” pela editora Butterfly. Na obra, Kodato tent a remeter os olhares de docentes e todos os envolvidos com a educação para uma nova abordagem no ambiente escolar, fugindo do estereótipo de guia escolar, ou manual, que segundo Kodato, “emburrece o profesor”. “Um livro muito didático, infantilizaria o professor. Ao contrário disso, nós educação no país. De acordo com o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais), a taxa ramentas digitais, como tablets e outros meios, para motivar os alunos”. A ideia, de acordo com o professor é, dentro de um ano, fazer parceiras com a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e incluir essas ferramentas digitais nas escolas de São Paulo, em um movimento que, timidamente, já vem sendo desenvolvido pelo governo federal. Outra meta do professor, que também é coordenador do “Observatório de Violência e Práticas Exemplares” de Ribeirão Preto é reivindicar, junto com os sindicatos, o dobro do piso salarial para os professores até 2014. “O piso salarial unificado é apenas a primeira parte. A educação na verdade forma um exército de trabalhadores para tocar a economia do país. É importante valorizar o professor”, afirma. Por José Eduardo Bernardes www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 5 Empreendimentos Centrais Fotos: Divulgação “Escritórios inteligentes” para empresas e profissionais, na Consolação O centro da cidade de São Paulo concentra o maior polo cultural e de negócios da metrópole, oferecendo uma variedade de roteiros culturais capaz de agradar aos mais exigentes visitantes turistas ou locais. Neste contexto, em 2008, a Solution Escritórios inaugurou suas instalações à Rua da Consolação, 293 tendo como foco um “Centro de Negócios”: oferece salas moderna e confortavelmente mobiliadas, que contam com os equipamentos necessários para propiciar o máximo de facilidades, ao desempenho das atividades profissionais de seus clientes. A atividade principal da Solution é garantir ambiente agradável e funcional, por isso oferece salas adaptáveis a diferentes usos, com telefonia, internet, wi-fi, data show, serviços de recepção e copa, de forma a possibilitar a realização de reuniões, treinamentos, entrevistas e outras situações. De acordo com a gerência de Novos Negócios a Solution tem larga experiência no ramo, o que explica sua aposta na diversidade de atendimento, com a centralização de todos os fatores necessários para manter a alta produtividade de seu negócio, que envolve desde o serviço de mensagens, passando pela ocupação de salas e chegando às áreas de treinamento, em benefício do contratante. Com a infraestrutura completa e flexível garantidas, o profissional ou a empresa contratante pode concentrar-se apenas na realização do seu evento ou desenvolvimento de uma atividade não eventual, otimizando seu tempo ao não ter de se preocupar com serviços corriqueiros, triviais. Salas fixas Os escritórios, ou salas, estão disponíveis para cessão de uso em curtos ou longos períodos, com capacidade para acomodar até quatro pessoas em cada uma. Os pacotes se adequam às necessidades e preferências do contratante, visando aperfeiçoar seu desempenho e produtividade, além de sensível redução de despesas com contratações diretas de recursos humanos, manuten- ção e limpeza de imóveis. O serviço conta com apoio operacional, pessoal qualificado e atendimento telefônico personalizado, para que a atividade profissional ou negócio do contratante, possa projetar excelente imagem corporativa. Salas virtuais A empresa Solution Escritórios busca possibilitar ao contratante de seus serviços, presença empresarial de destaque em seu mercado, através de um escritório virtual, que fornece endereço comercial com base segura para realização de uma correspondência eficiente com seus clientes. As salas virtuais contam com profissionais de atendimento telefônico que cuidam das tarefas diárias do con- tratante, para que ele possa concentrar-se em sua atividade-fim ou na gestão de sua empresa. O serviço de Escritórios Virtuais é uma solução inteligente de terceirização de espaço com staff qualificado e tecnologia de ponta, que agrega imagem corporativa ao empreendimento que dele se serve, e, da mesma forma que as salas fixas, proporcionam significativa redução de custos diretos na operação. Serviço: Solution Escritórios Inteligentes Rua da Consolação, 293 - 1°, 2° e 3 Andares Tel.: (11) 3138-3450 (Pabx) / (11) 3138-3452 (Direto) www.solutionescritorios.com.br 6 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Comunidade Setor financeiro lidera reclamações do consumidor Bancos continuam no topo dos assuntos mais atendidos pelo Idec, Procon e BC Sofre o consumidor. Mas também o bancário. Segundo pesquisa realizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, mais da metade dos trabalhadores ouvidos afirmam sofrer pressão para manter metas abusivas de vendas de produtos, pelas instituições bancárias. O resultado surpreende: 72% dos caixas e 63% dos gerentes declararam sofrer pressões abusivas para superar as metas. Os números mostram ainda que para 65% dos funcionários de agências e 52% dos de concentrações, a pressão excessiva por cumprimento de metas é um grande problema. Fotos: MAU É comum achar quem não confere seu extrato bancário com freqüência e paga por serviços bancários que não utiliza ou não contrata. O resultado disso é um crescente número de consumidores insatisfeitos. Os números mostram que, no ano passado, o setor financeiro liderou o ranking dos assuntos que mais desrespeitam os direitos dos consumidores financeiros, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). Sozinhas, as instituições financeiras responderam por 16,64% dos mais de 16 mil atendimentos realizados pelo Idec no ano passado, percentual que os levou da terceira posição de 2010 para a liderança do ranking em 2011. Entre as reclamações e dúvidas mais recorrentes está a cobrança indevida, débito não autorizado, taxa de juros, renegociação de dívidas e venda casada de produtos financeiros. “ Ve m o s c o m t r i s t e z a e s se s número s, ma s não nos surpreendemos porque conhecemos o dia a dia dos bancos. Falta de funcionários nas agências e nos departamentos, metas de vendas absurdas, rotatividade e crescimento da terceirização e dos correspondentes bancários levam à queda na qualidade do atendimento que não condiz com a astronômica lucratividade do setor”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Com essa postura, os bancos não devolvem praticamente nada para a sociedade do tanto que tiram na cobrança de tarifas altíssimas e juros para lá de abusivos. O ranking do Idec nada mais é que a ilustração Na mesa, a coordenadora executiva do Idec, Lisa Gunn e a presidenta do Sindicato dos Bancários, Juvandia Moreira desse quadro em números”, completa. A estudante Elenira de Melo conta que teve de aceitar um título de capitalização, oferecido por sua gerente, em troca do aumento do seu limite bancário. “Eu aceitei porque precisava do dinheiro, mas tive de pagar por um produto que não preciso”, afirma. No Procon-SP, as instituições financeiras também lideraram as reclamações em 2011. Quem encabeça a lista é o Bradesco, com um total de 1.723 queixas. E no Banco Central, o total de reclamações dos bancos cresceu 43% entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011. Só de dezembro do ano passado para o primeiro mês deste ano, o aumento foi de 12%. Cartilha - Para esclarecer e auxiliar a população, o Idec e o Sindicato dos Bancários lançaram uma cartilha no dia 15 de março, Dia Mundial do Consumidor, com objetivo de orientar os consumidores sobre as tarifas cobradas pelos bancos e sobre as características dos principais produtos oferecidos pelas instituições financeiras. “Com est a publicação, Idec e Sindicato dos Bancários esperam contribuir para que os consumidores tenham acesso a mais informações sobre produtos e serviços financeiros”, afirma Lis a Gunn, coordenadora executiva do Idec. A cartilha “Venda responsável de produtos e serviços financeiros” pode ser retirada na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Rua São Bento, 413, centro, São Paulo) e regionais. Contato pelo telefone (11) 31885200. Ou disponível no site: www.spbancarios.com.br. Por Cecília Negrão Saúde no Centro Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 97 Preservando a saúde e a qualidade de vida Ronco: o ronco é um problema social sério, atingindo cerca de 30% das pessoas, alterando a convivência de cônjuges (causa muitas separações) e mesmo de amigos, geralmente, tornando a pessoa que ronca, alvo de brincadeiras. É causado pela vibração dos tecidos da garganta (parede posterior da faringe, dorso da língua, palato mole e úvula), em função da turbulência do ar, à medida que as vias aéreas se estreitam. A obesidade, a respiração bucal e o uso de cigarro e álcool agravam de modo significativo o ronco. Apnéia do sono: a apnéia do sono é a obstrução das vias aéreas, por alguns momentos, durante a noite, pela aproxima- Paula Souza Tratamentos do ronco e apnéia do sono com aparelhos orais ção dos tecidos da garganta. Ela provoca o fechamento da passagem do ar, impedindo a respiração por alguns segundos, várias vezes por noite. É uma doença grave quando em nível mais elevado, pois interfere de modo importante no agrava- mento de doenças que podem causar a morte do paciente, tais como a hipertensão, o enfarte do miocárdio e o AVC (derrame). Aparelhos orais A apnéia e o ronco, que é um de seus sinais, podem ser tratados com aparelhos orais, apresentando excelentes resultados. O tratamento do ronco e das apnéias leves e moderadas é confortável e de custo relativamente baixo. Na verdade, atualmente, os aparelhos orais são uma das melhores opções de tratamento dos dois problemas, que atingem cada vez mais pessoas ao redor do mundo. A indicação do uso dos aparelhos é multidisciplinar, necessitando da avaliação do dentista e do médico especialista em sono, após a realização de exames especificamente para determinar a gravidade da apnéia. Um desses exames é a Polissonografia. Para mais informações marque uma consulta. Dr. Juliano Salgado Bottrel Especialista em Ortodontia rua Bento Freitas 162, sala 208 – República Tel.: (11) 3221-3878 [email protected] 8 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 97 Carta aberta à População de São Paulo - Todos pelo SUS! Há 8 anos o Centro em Foco registra a vida na região central. Vem aí a 100ª edição. Dê visibilidade ao seu negócio, anuncie! O Dia Mundial da Saúde é um marco importante: momento em que vários movimentos e entidades sociais saem às ruas para lutar por uma Saúde Pública, Universal e de Qualidade para todos os brasileiros. Desde a criação do SUS, em 1988, até hoje, ainda lutamos pela total implantação desse Sistema, que colocou a Saúde como um direito de todos e dever do Estado, privilegiou as ações de prevenção e promoção da saúde e a efetiva participação da população. Por isso estamos aqui! Uma pesquisa recente aponta que 60% dos paulistanos elegeu a saúde como a pior área da administração Kassab. Assim, o slogan que a prefeitura vem apresentando à população, ao invés de: “Antes não tinha, agora tem”, bem poderia ser “Antes não tinha, e continua sem”. A saúde em São Paulo vai de mal a pior! A população sabe muito bem a peregrinação para ter um atendimento de saúde adequado. As deficiências no acesso ao socorro médico, a demora para realização de exames, a ausência de especialidades médicas, a longa espera para a realização de cirurgias e a falta de medicamentos continuam presentes no cotidiano do paulistano. São muitos os hospitais fechados ou abandonados pelo poder público municipal que poderiam ser recuperados e utilizados para atender às necessidades de saúde da população. Em São Paulo, o governo Municipal e Estadual tem privatizado a Saúde entregando a administração dos serviços públicos para empresas privadas que apenas visam o lucro, reforçando um modelo centrado na doença e não na prevenção e promoção da saúde. Os bilhões de reais do dinheiro público entregues à iniciativa privada, e que não é fiscalizado pelo controle social deveriam colocar São Paulo em 1° lugar no atendimento à saúde, porém não é o que tem acontecido. Tem ocorrido um profundo sucateamento das unidades públicas de saúde, alinhado a uma política de arrocho salarial e precarização dos trabalhadores públicos. O governo paulistano pela via da privatização quer vender os 25% dos leitos do SUS dos hospitais públicos; está privatizando o Hospital das Clínicas e Emílio Ribas; está ampliando os contratos com as O.S (organizações sociais) e recentemente tem “trabalhado” na criação das chamadas PPP’s (parcerias público privada), na qual estabelece um programa de privatização dos hospitais públicos municipais e contratações sem realização de concurso público). Portanto, este modelo de privatização faz mal à saúde e só faz engordar os tubarões da iniciativa privada! Ao transformar a Saúde em mera mercadoria lucrativa, destroem-se os direitos conquistados historicamente pela classe trabalhadora. Assim, a luta contra a privatização da saúde é também a luta contra a liquidação dos direitos sociais e das políticas públicas! E por essas razões, nós dos movimentos populares e sociais, entidades, sindicatos e fóruns, Defendemos: - Um financiamento do SUS que assegure acesso e qualidade a todos; - Gestão pública e estatal da saúde, em defesa do SUS 100% público, Estatal e de qualidade; - A efetivação das propostas aprovadas na 14ª Conferência Nacional de Saúde; - Concursos públicos com plano de cargos, carreiras e salários para todas as políticas públicas; - A autonomia do controle social do SUS; - Abertura imediata da CPI do Sorocabana para apuração dos desvios de 200 milhões de reais do dinheiro do SUS; em defesa da gestão pública do Hospital; - Apoio ao abaixo-assinado contra o PL 4330/04 do deputado Sandro Mabel, que propõe a privatização de todos os serviços públicos; - O fim da criminalização da pobreza e dos movimentos populares e sociais; Repudiamos: - O corte de 5,4 bilhões de investimentos na área da saúde praticado pelo Governo Federal; - As medidas de internação compulsória e ao financiamento das comunidades terapêuticas, - A renovação da DRU (Desvinculação da Receita da União) sobre as receitas da seguridade social; - As medidas autoritárias e violentas do Governo Municipal e Estadual usadas na Cracolândia, em Pinheirinho, na Favela do Moinho e nas desocupações do Movimento de Moradia. - A ingerência do prefeito e seus secretários em todos os espaços de participação popular; Carta aberta, assinada por várias entidades, movimentos sociais e populares, sindicatos e fóruns, a ser entregue à população, durante o ato do Dia Mundial da Saúde. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 9 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 97 Dor fora de hora? Você acordou com torcicolo esta semana? Além da dor que a acompanha, a limitação corporal cria situações em que o melhor seria não sair da cama. É um tipo de dor que não escolhe hora ou lugar, merece uma sugestão de auto-ajuda. Essa contratura muscular pode ter origem na má postura ao dormir, tensão, movimentos bruscos após o período de descanso. Desconfor to esse que pode dar origem a dores de cabeça, zumbidos no ouvido ou tontura, devido a alteração no fluxo sanguíneo em uma artéria cervical, que leva o sangue para a cabeça. Nesse artigo unimos práticas de Lian Gong (ginástica terapêutica) com o Reset (balanceamento do maxilar). São exercícios de fortalecimento simples e rápidos, em sessões de cinco minutos, três vezes ao dia. Mais uma dica para você enriquecer sua coleção do “Saúde no Centro”. Exercite-se! Ana Paula Leijoto HOLUS Terapia Alternativa [email protected] www.holusterapia.com.br Lian Gong Jun te o s p é s, en c ai xe o s punhos na altura do quadril. Atenção ao fechar as mãos. Imagine-se segurando um passarinho, para evitar a tensão dos dedos que prejudica a eficácia do exercício. Inspire pelo nariz e expire pela boca. Faça uma contagem de 1 a 8, números ímpares inspire e números pares expire. Concentre o peso do corpo em um dos pés, enquanto o outro dá um pequeno passo para frente levantando o calcanhar. A palma da mão do mesmo lado do pé que está atrás irá empurrar para frente e para cima, enquanto a outra empurra para baixo e para trás. Então gire a cabeça para o lado oposto do braço que está para cima. Repita invertendo as posições, o movimento é continuo e simultâneo. Reset Usando somente os músculos do rosto desloque a mandíbula para a esquerda; com a palma das mãos toque o lado direito que se encontra alongado durante um minuto. Agora, desloque a mandíbula para a direita e com a palma das mãos toque o lado esquerdo também por um minuto. Braquetes Autoligáveis: o futuro da Ortodontia A ortodontia é uma especialidade da Odontologia que previne e corrige as más-oclusões dentárias. Especialidade que pode ser indicada para todas as idades, porém, com abordagem e planos de tratamentos diferenciados para cada pessoa. As más-oclusões, além de prejudicarem a auto-estima do paciente, desencadeiam problemas de deglutição, mastigação, fonação e dores na ATM, entre outros problemas. Para resolvê-los existem diversas técnicas e tipos de aparelhos ortodônticos. Os braquetes convencionais metálicos são os mais utilizados na ortodontia por apresentarem baixo custo. Atualmente os braquetes autoligáveis definem um novo conceito na ortodontia. Eles causam menor atrito do que os braquetes convencionais, além de permitirem menor tempo de tratamento e possibilitarem o comparecimento à consulta odontológica somente a cada dois meses. Para os pacientes que resistem aos braquetes metálicos, existem os braquetes estéticos, feitos de porcelana ou safira. E para aqueles que por estética não queiram usar aparelhos fixos, existem os alinhadores como o Clear Aligner e o Invisalign, indicados para casos específicos. Estes são removíveis, transparentes e de alta estética. C on s ul t e um e s p e c i a lista em ortodontia, porque é importante ter um sorriso funcional, saudável e bonito. Dr. Juliano Salgado Brottel Dra. Alessandra Goloni Especialista em prótese dentária - CROSP 64.363 Dr. Jean Christian Aldayuz Especialista em ortodontia CROSP 75471 Rua Barata Ribeiro, 190 - Cj. 85 - Bela Vista Fones: 3256-5652 / 4329-6470 [email protected] Saúde no Centro é um caderno do Jornal Centro em Foco. site: www.jornalcentroemfoco.com.br - e-mail: [email protected] Fones: (11) 2864-0770/ 3255-1568 - Conteúdo: matérias da redação e artigos assinados por especialistas colaboradores. Os artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Edição: Carlos Moura - DRT/MS 006 - Editoração e arte: Douglas Borba. 10 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 97 Carmen Mascarenhas é homenageada no Rotary Os associados do Rotary Club Bela Vista indicaram a Presidente da Ação Pró 9 de Julho e Líder Comunitária, Carmen Angela de Aquino Mascarenhas para receber o troféu Maria Thereza Ferraz de Barros Pimentel, 2ª edição , pelas ações desenvolvidas no Bairro da Bela Vista como líder Comunitária e militante na área da saúde e meio ambiente. O evento, denominado “Mulheres Envolvidas com a Humanidade” em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, aconteceu em 12 de março, no Salão Nobre do Edifício Rotary, em Higienópolis. Na ocasião, outras 58 personalidades femininas indicadas pelos clubes de todo o Estado de São Paulo, envolvidas com projetos humanitários na comunidade ou ONGs tiveram suas ações evidenciadas em função do trabalho que exercem na sociedade. Cursos gratuitos de gastronomia e garçom O projeto “Trilhando Novos CaO projeto “Trilhando Novos Caminhos”, promovido pelo IDORT em parceria com a Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, está com inscrições abertas para os cursos de formação básica em gastronomia e garçom /garçonete até o dia 2 de abril. Para participar é preciso ter entre 17 e 24 anos e ensino fundamental completo. As inscrições podem ser feitas pelo site www.idort. com, pessoalmente no IDORT (Av. Paulista, 1294, 1º andar) ou nas unidades dos Telecentros: AME - rua João Kopike, 18, Bom Retiro; Bela Vista - rua Treze de Maio, 361; Instituto Paulo Kobayashi - rua São Joaquim, 381, Liberdade, e Santa Cecília - rua Albuquerque Lins, 40. O objetivo do projeto é transformar as oportunidades que serão geradas pela Copa do Mundo e Olimpíadas em uma alavanca para a inclusão social de jovens em situação de risco social. Por isso, o foco é em jovens de 17 a 24 anos em situação de vulnerabilidade. Além da formação profissional, em 140 horas-aula gratuitas, os alunos receberão material didático, vale transporte e alimentação, e participarão de passeios e eventos que lhes propiciem conhecimento da história e dos principais pontos turísticos da cidade. O currículo inclui ainda a formação complementar em inglês, ética e cidadania, direitos do trabalhador, qualidade de vida, comunicação e atendimento, marketing pessoal, turismo local e mercado turístico. Ao final do curso, o projeto auxiliará os participantes na entrada no mercado de trabalho, estabelecendo contato com redes de hotelaria e estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes, pizzarias, entre outros), tanto para contratação efetiva, como para participação em programas de estágio. As aulas serão ministradas na Incubadora de Projetos Sociais Autofinanciados, localizada à Rua Otto de Alencar n° 270, no bairro do Cambuci. Em caso de dúvidas, o IDORT oferece dois canais de contato: por telefone (2847-4404) ou pelo email [email protected] www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 11 Cidadão Central O carteiro e o cantor Influências - Juntamente com os três irmãos e seus pais, Carlos “Mahlungo” veio para São Paulo aos 15 anos. “Meu pai era acordeonista e minha mãe cantora. Eu achava interessante ver as apresentações dos meus pais, mas eu queria mesmo era ser poeta. Depois queria ser jogador de futebol. Cheguei a fazer um teste na Portuguesa, mas não fui aprovado.” “Mahlungo” teve por influ- que trabalham comigo e para estas duas apresentações ganhei apenas R$ 3 mil.” Ele também já apresentou suas canções no SESC Itaquera, Dr. Villa Nova e Butantã. Paulo de Souza No ombro, uma sacola pesando 10 quilos. Franzino, mas determinado e sempre bem humorado, todo dia ele enverga o bem característico uniforme amarelo (camisa) e azul (calça) dos Correios, durante o dia, quando caminha de 10 a 15 quilômetros entregando cartas e pacotes em dezenas de endereços dos bairros Bom Retiro e Campos Elíseos, na região central. À noite, alguns dias da semana, é cantor de música popular brasileira. Mahlungo. Este foi o apelido dado pela avó, no interior de Minas Gerais, a Sebastião Carlos da Silva - hoje com 55 anos e pai de um casal de filhos adultos -, agora morador do bairro da Luz. “Eu estava com oito anos e ela - a avó, que tinha 90 quando foi assinada a Lei Áurea - chamava homens, rapazes e crianças de “Mahlungo”. Só mais recentemente quando comecei a estudar a cultura africana descobri o significado da palavra”, diz Carlos “Malungo”. A palavra Mahlungo era utilizada por escravos negros, quando embarcados para o Brasil, para designar o companheiro do mesmo barco. Ela tem origem linguístico banto - dialeto que era falado por povos habitantes da região da África Centro-Ocidental: Namíbia, Angola, Zâmbia, Congo entre outras regiões de onde se es tima terem vindo mais de seis milhões de escravos. ências na música compositores como Geraldo Pereira e Noel Rosa e, em Minas Gerais costumava ouvir o Clube da Esquina. Confessa, entretanto, ter uma formação eclética. “Ouço de tudo, como música regional, sertaneja de raiz e até músicas da África do Sul.” É nesta forma de pesquisar que encontra diversos ritmos que o inspira. O cantor e compositor dispõe de um vasto trabalho musical. Recentemente fez um DVD reunindo 13 músicas. “Tenho um CD independente do qual vendi mais de cinco mil cópias. Além de quatro outros, cada um com 15 músicas; também realizou um CD em parceria com o Frederico Barbosa [da Casa das Rosas] e mais um com o poeta Pedro Osmar”, declara. Versão original - Seu mais recente CD, Terra Mãe reúne 11 faixas com muito suingue, baião, funk, reggae e samba. Carlos “Mahlungo” assina as composições em parcerias marcantes com Carlinhos Cajuhy, Messina, Julio C. Costa, Lira e Jaqueline M. Boada Pimenta. Para ele, é importante manter a letra em sua originalidade sem que haja inter ferência. Apenas uma fusão. “Tenho esta preocupação ao fazer uma música: colocar em harmonia exat amente aquilo que o poeta expressa. Não gosto de mudar a letra só por causa da melodia. Não faço isto com ninguém!” Como no caso de “Oh! Mãe África”, um blues que remete ao p o e ma “ P ro t e s to”, d e C a r l o s d e A s s ump ç ã o. A letra desta música foi recentemente utilizada numa tese de mestrado. De 1988 a 1998, Carlos “Mahlungo” procurava viver apenas de música. Mas, por ainda não estourar na mídia com sucesso, teve de buscar alternativas. “Já trabalhei na Ford, Villares, CMTC e muitas outras empresas. Fiz muitas horas extras e tocava à noite, mas parei porque se vivia muito mau”, lembra. Em 2004, ingressou nos Correios, para sobreviver e continuar fazendo o que gosta: compor e tocar músicas ao violão. Apresentações - Para ele, viver em São Paulo é estar no epicentro da referência cultural. “O que acontece aqui acaba se espalhando rapidamente na América Latina e no mundo. É... São Paulo vem mostrando a sua diversidade musical por aí”, assegura. A cidade para ele é paixão única: “Amo São Paulo. Acho que sou capaz de viver com qualidade em qualquer lugar do mundo, mas voltaria por saudade.” Apreciador da Virada Cultural, o cantor esteve presente nas edições de 2005 e 2006, como resultado de suas apresentações na Casa das Rosas. Mas lamenta a falta de participações de outros talentos neste evento. “Infelizmente, têm muitos músicos de excelente qualidade que trabalham na noite e que não são chamados para a Virada Cultural.” No ano passado Carlos “Mahlungo” se apresentou no Centro Cultural São Paulo e na Casa das Rosas. Mas sem grandes resultados financeiros. “O problema é que tenho uma equipe de seis pessoas Artista reconhecido “Mahlungo” revela que gostaria de cantar nos centros educacionais unificados (CEUs), onde já se apresentou duas vezes. “É muito bom o contato que se tem com o público dos bairros”, diz. E ele prefere não se afastar do contato direto com a população sempre atent a aos mais diver sos repertórios. “Também gosto de tocar nas ruas. Ter este contato direto com as pessoas”, esclarece. Se financeiramente suas apresentações ainda não lhe conferem resultados expressivos, os fãs não deixam de reconhecê - lo mesmo nas funções de carteiro. Certa vez entregava correspondências em uma galeria no Centro, quando uma moça esforçava-se em demonstrar que o conhecia. “Muitas vezes a gente toca e depois acaba assinando dedicatórias em CDs, depois não dá pra lembrar-se de todas as pessoas”, diz com sua peculiar modéstia. Ele entregou as cartas na recepção e a espectadora o encarava até que o rapaz da recepção o chamou por Malungo. “A moça sorriu e se aproximou dizendo: ‘Ah, eu sabia que te conhecia mesmo!’ E em outra ocasião, também entregando cartas, eu passava por um casal na rua Direita e a moça ficou me olhando. O namorado dela ficou bravo e queria satisfações, até que ela contou que me conhecia de uma apresentação que fiz no CEU Sapopemba. Ganhei mais um fã”, completa. Contatos com Mahlungo podem ser feitos pelo fone (11) 8547-9503 e pelo e-mail: [email protected] 12 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Comunidade Ações Locais fazem homenagem a servidores públicos exemplares Leonardo Pereira, Agripino de Sena, Carlos Beutel, Nelson Teixeira e Wilson Jorge. Fotos: Divulgação Um belo troféu em acrílico, com uma imagem do Theatro Municipal em 3D, foi entregue a cinco destacados personagens do Centro, no início do mês de março (dia 3), por um conjunto de Ações Locais do ‘Centro Novo’, capitaneadas pela AL da Barão de Itapetininga. Tratava-se de uma homenagem a servidores públicos que ao longo do ano passado trabalharam com a comunidade por mais qualidade de vida e melhorias no Centro, prestando significativo serviço a sociedade em geral, e, particularmente, a do distrito República. A entrega da láurea aconteceu durante um “café da manhã”, no Boulevard São Luis Hotel (antigo Eldorado Boulevard), localizado na Av. São Luís. “Mais de 50 pessoas ocuparam as instalações do restaurante do hotel para acompanhar a homenagem, num ambiente de grande descontração e alegria, e saboreando um delicioso e farto café”, de acordo com Regina Antonio, diretora da AL da Barão. Entre os presentes, moradores e comerciantes da região, representantes da Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana, Associação Viva o Centro, Câmara Municipal, Ilume, Limpurb e Ações Locais. O policial exemplar Os homenageados O agente de limpeza 24 horas Leonardo Pereira de Toledo, agente vistor no Limpurb, é um dos funcionários do serviço de limpeza municipal que melhor conhecem as modalidades de contratação, a sistemática de medição, remuneração, advertência em relação às empreiteiras, bem como os contratos de coleta e varrição. Não por acaso, é sempre requi- sitado por sua chefia para atuar no planejamento da autarquia municipal, que além da coleta do lixo e da varrição, é responsável por caçambas, transbordos e aterros sanitários. sonha em ter um Centro mais limpo e civilizado, assegura o líder comunitário Carlos Beutel: “Quantas vezes, de madrugada ou num domingo, não tivemos oportunidade de cruzar com esse dedicado servidor observando e multando os porcalhões”. Após receber o troféu pelas mãos de Helena Terzela, titular da Supervisão de Fiscalização Urbana do Limpurb, Leonardo Pereira declarou: “Fiquei muito feliz com a homenagem, pois além de ser o reconhecimento ao trabalho realizado, ela nos dá mais força para continuar nossa árdua jornada. Quero frisar que não seria possível obter bons resultados, não fosse a colaboração da Associação Viva o Centro e de suas Ações Locais, o empenho dos colegas da equipe de trabalho do LIMPURB/ AMLURB, bem como o respaldo recebido da Supervisão e Direção do Departamento”. Mesmo com avolumado trabalho, Leonardo não tem poupado esforços para ajudar a comunidade a melhorar a limpeza e o atendimento dos horários de colocação de lixo por parte dos condomínios e das lojas. Sempre que solicitado para um trabalho educativo ou para inevitável autuação, nunca se nega a atender a comunidade, que Este policial não trabalha na área da Barão, mas foi indicado pelo comandante do Policiamento da Capital quando a comunidade conquistou a Base Comunitária República. O 2º Sgt PM Wilson Jorge dos Santos Alves atua na Base Comunitária Rotary, na praça de mesmo nome. Lá ele executa exemplarmente o policiamento comunitário, mantendo relacionamento eficiente com a comunidade local. A indicação do sargento Jorge - como é mais conhecido o militar -, para a Base da República deu-se por sua notável dedicação ao trabalho de policiamento comunitário até que se encontrasse um outro sargento com semelhante perfil. Essa busca durou pouco mais de um mês, findando com a vinda do sargento Miotti. Nesse período, Jorge dividiu www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 13 Comunidade seu tempo entre as duas bases, exercendo suas funções com iguais empenho e zelo. Coube ao Cel. PM Marcos Rober to Chaves da Silva, Comte. do Policiamento da Capital, a entrega do troféu ao sargento Jorge. O homem da segurança garantida Regina, Tamaru e Celina “Eu sou responsável pelo espaço público”, estas palavras expressam bem a postura do servidor público da GCM, o CD (Classe Distinta) Agripino Pereira de Sena, de acordo com declarações de membros da comunidade da Ação Local da Barão de Itapetininga. Para eles, o agente da GCM mereceu a distinção por sua permanente atitude. Para ele, o Centro precisa ter homens fardados para garantir a sensação de segurança. De acordo com Celina Crisante, presidente da Ação Local da Barão, isso é verdade incontestável: “Em dia de plantão do Agripino a Pça Ramos, a 24 de Maio e a Barão, entre outras ruas do entorno, não fica ‘bagunçada’ “. Ao Classe Distinta Agripino, o troféu foi entregue pelo Inspetor Regional Marcos dos Santos Queiróz, Comte. Regional da IR-REP25 (Inspetoria Regional República). O servidor iluminado O “Dr. Nelson do Ilume”, como é carinhosamente chamado, segundo afirmação de Carlos Beutel, é um desses ser vidore s de e f iciência: “quando enviamos uma mensagem eletrônica informando a queima de uma lâmpada, ou várias, pode até demorar, mas as providências são certas”. O assessor técnico do Ilume, sempre cumpre o seu dever: “não quer saber a cor, a religião ou o partido do interlocutor, para garantir-lhe confor to e segurança no espaço público, atende e ponto final”, assegura Beutel. A síndica do Ed. Paladino, localizado no Largo do Arouche, se confessa “exultante e agradecida” diante do “eficiente trabalho de reformulação da iluminação de toda a área próxima do largo, até com troca de lâmpadas de vapor de sódio por lâmpadas LEDs”, comandada por Nelson. Para ele, sua postura é simplesmente a adequada, uma vez que é um servidor público. “Agradeço a deferência da comunidade e fiquei feliz com a homenagem. É muito importante e bom ser distinguido por ela, porque para ela é que trabalhamos”. Nelson da Silva Teixeira, ou “Dr. Nelson do Ilume”, recebeu o troféu concedido pela comunidade, das mãos de Neusa Veltri, secretária no Ilume. O líder comunitário O líder comunitário e diretor da Ação Local da Barão de Itapetininga, Carlos Beutel, também chamado de “o menino maluquinho” pela comerciante Celina Crisante, foi surpreendido por seus pares de diretoria ao ser convidado para também receber a láurea. Afinal, integrava a Comissão Organizadora da Premiação, que desde outubro de 2011, cuidou do processo de escolha daqueles que seriam homenageados. Pela emoção demonstrada, de fato os demais integrantes da Comissão, a presidenta Celina Crisante, Regina Antonio e Fábio Tamaru souberam ocultar dele, que estaria entre os homenageados. Com a confirmação de Celina e Fábio, e os aplausos de todos os presentes, Regina discursou que Beutel é digno desse reconhecimento público, por parte da Ação Local, pela relevância de sua atuação junto à comunidade da Barão. “O cidadão paulistano Carlos Beutel é um colaborador incansável e apaixonado pelo Centro, e por isso há muito tempo merecia de nós, seus companheiros, essa singela, mas sincera homenagem” disse Regina. Teresinha Santana, coordenadora do Programa de Ações Locais da Viva o Centro, foi quem entregou ao “Carlinhos do restaurante Apfel”, o seu troféu. Depois de lançar o livro “Quando Começou em São Paulo? 458 respostas”, em fevereiro, em uma das dependências do Apfel Restaurante Vegetariano - unidade Jardins -, o guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho agora, desde a primeira quinzena de março, realiza o projeto Conhecendo São Paulo ao vivo e no livro, pelo qual comercializa a sua publicação. Laércio Cardoso, que é o guia da Caminhada Noturna pelo Centro e Caminhada Histórica da Câmara Municipal de São Paulo, lançou o livro em homenagem aos 458 anos da cidade que é cenário e palco de sua atuação diária. Nele reuniu 458 informações dando conta “de quando algumas atividades, Fotos: Roberto Colotto Conhecendo São Paulo ao vivo e no livro serviços e tipos de construções tiveram início aqui”. As informações aparecem agrupadas em diversas categorias, numeradas e em ordem alfabética, para facilitar a consulta. “Quando Começou em São Paulo? 458 respostas”, foi publicado pela Editora Plêiade, com apoio cultural do Apfel, da Indytur Turismo & Receptivo e do organizador da Caminhada Noturna. O livro constitui interessante meio para acesso a fatos históricos e pitorescos da capital paulista. O projeto Conhecendo São Paulo ao vivo e no livro consiste em breves passeios temáticos - com sessão de au tógra fos -, envolvendo visita a um determinado ponto turístico, prédio histórico ou, ainda, a dependências de um edifício onde se encontram curiosidades ou situações características do centro da cidade. Um desses passeios foi à Galeria do Rock, no dia 21 último, em que houve o monitoramento e uma exposição do “Toninho da Galeria” - o síndico do estabelecimento. Guia de turismo profissional desde 1980, Laércio começou a se especializar na história paulistana a partir de 2003, com a aproximação das festividades dos 450 anos de São Paulo. Desde então, conduz grupos de turistas e paulistanos em diferentes passeios pela cidade, inclusive temáticos, como o Arqtour (voltado à arquitetura e urbanismo de São Paulo). Serviço: P ro je to C o nhe c e ndo Sã o Paulo ao vivo e no livro Próximas edições: 13/04, às 16h - happy hour Restaurante Salada Paulistana - Mercadão 19/04, às 14h - Espaço Memória do Circo - Galeria Olido 14 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 Artes e Cultura P r o m ov i d a p e l o I n s t i tuto Brasileiro de Museus, a Semana Nacional de Museus acontece anualmente em celebração ao Dia Internacional dos Museus, 18 de maio. Neste ano, a 10ª Semana Nacional de Museus ocorrerá entre os dias 14 e 20 de maio, quando instituições museológicas de todo o país promoverão eventos em torno de um mesmo tema: Museus em um mundo em transformação - novos desafios, novas inspirações. O Museu de História dos Salesianos escolheu discutir em um hotsite o tema pertinente à situação que vive: a adequação do espaço, onde já funcionou um dia, às indicações da museologia contemporânea, no prédio histórico do Liceu Coração de Jesus, situado na Cracolândia Paulista. As reflexões postas em evidência partem das palavras que melhor sintetizam o campo semântico que envolve a ideia de museu são essas reunidas pelo Sistema Brasileiro de Museus e que definem museus como “casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. São conceitos Fotos: Divulgação Mundo em transformação, na Semana Nacional de Museus e práticas em metamorfose.” Assim é o Museu de História dos Salesianos no Brasil, ou melhor pretende ser, visto que está em fase de re-implantação. O início de tudo foi em 1885, quando os salesianos chegaram a São Paulo e se estabeleceram no bairro Campos Elíseos, onde fundaram o Liceu Sagrado Coração de Jesus. A maioria de seus alunos eram filhos de donos de terras em Mato Grosso, Goiás, nas bacias do Paraná e Paranapanema e doavam peças, que passaram a constituir o acervo do Museu de Zoologia, vinculado ao Liceu. Eram lobos-guará, saguis, sucuris, tamanduás bandeira, estudados e classificados pelos professores que também contribuíam com doações. Na década de 1980, os laboratórios de Física, Quí- mica e Biologia passaram a fazer parte do acervo. O museu funcionou para alunos, seus familiares e alguns poucos visitantes até 2005, quando faleceu José Geraldo de Souza (SDB) que, ao lado de Mario Quilici (SDB), assumiram a difícil tarefa de guardiões de bens patrimoniais tão importantes para a redescoberta do passado histórico da cidade de São Paulo, ponto vital para a compreensão e transmutação do presente e projeção de um futuro mais humano. Os salesianos tem um envolvimento profundo com a história do Brasil, com destaque para São Paulo, principalmente, no que se refere ao setor educacional, à música, ao teatro e a área profissionalizante, afinal o Liceu antes de se tornar Liceu foi uma Escola de Artes e Ofícios. O mau estado de conservação do acervo levou Mario Quilici (SDB) a solicitar uma reunião com o inspetor e o ecônomo da Casa Inspetorial de São Paulo e juntos decidiram iniciar uma grande reforma do espaço e criar agora um museu capaz de manter viva a memória de fatos que envolvem a história de São Paulo como a Revolução Esquecida, a Revolução Constitucionalista; a memória do Liceu Coração de Jesus onde se concentram marcas profundas das transformações vividas na área educacional, na sociedade paulista, na política, além de ser um ponto de resistência à urbanização desenfreada e selvagem que transfigurou os Campos Elíseos, primeiro bairro da elite paulistana, em submundo das drogas. Essa ideia do abne- gado salesiano ganhou força quando o governo do estado de São Paulo decidiu revitalizar a região histórica dos Campos Elíseos, da qual o Liceu Coração de Jesus, onde se localiza o museu, faz parte. No entanto, é importante destacarmos que vivemos, ainda, em um país em desenvolvimento, caracterizado por diferenças sociais contundentes, marcadas, principalmente, pelo analfabetismo, alto índice de mortalidade infantil, pela indiferença em relação à aquisição de conhecimento e obtenção de um padrão de vida digno. Diante desse quadro, temos o direito de investir em cultura construindo um novo museu? Sob essa perspectiva, construimos um hotsite para levantarmos questionamentos, apresentarmos estudos, no sentido de levar o público em geral a compreender que um país só poderá alcançar o nível de país desenvolvido quando sua população compreender a cultura como parte do processo econômico, como espaço de realizações das múltiplas identidades e principalmente como eixo estratégico de desenvolvimento. Para acompanhar esse movimento, acesse www.salesianos.com. br/museu. Lei da Casa Própria O financiamento habitacional sem juros para realizar o sonho da casa própria pode tornar-se realidade para as famílias brasileiras. Uma proposta de Projeto de Lei de Iniciativa Popular, intitulada Lei da Casa Própria, apresentada pelo Sinditres - Sindicato Nacional das Instituições do Terceiro Setor, foi desenvolvida para beneficiar a sociedade garantindo isenção de juros no financiamento imobiliário. Como todo projeto de iniciativa popular, a Lei da Casa Própria também necessita arrecadar no mínimo 1% de assinaturas do eleitorado nacional - cerca de 1,3 milhões, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos 0,3% dos eleitores de cada um deles, para que seja encaminhado à Câmara dos Deputados. Levando em consideração a quantidade de famílias de baixa renda que encontram-se em condições inadequadas de moradia, a Lei da Casa Própria vai além da isenção de juros. É um programa autossustentável que permite a inclusão social por meio da casa própria e garante uma vida digna e economicamente sustentável. De acordo com o presidente do Sinditres, Carlos Rotermund, o Projeto de Lei da Casa Própria envolve Como participar O apoio da população e a mobilização social são fatores importantes para que o projeto seja encaminhado à Câmara. A participação é possível a todos: aderindo a lista de assinaturas e/ou divulgando o projeto. As informações estão disponíveis no site www.leidacasapropria.org e o interessado também pode saber mais pelos fones: 3129-4336 e 7751-8846. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 15 Artes e Cultura A antiga casa noturna “Madame Satã” - referência da cena cultural alternativa de São Paulo nos anos 80 - passou por uma grande reforma (incluindo o nome, agora denominada apenas “Madame”) e sob o comando dos novos sócios DJ Gé Rodrigues e Igor Calmona, reserva ao público uma programação mais diversificada. Na nova grade está o espetáculo teatral “São Paulo Surrealista”, idealizado pela Cia. Teatro do Incêndio, em cartaz até 19 de maio. Com direção de Marcelo Marcus Fonseca, a montagem é um ritual teatral em que a cidade e seus personagens revelam as contradições e fantasias da grande metrópole. O espetáculo não linear, apresenta os textos como colagens emolduradas por imagens sobrepostas e figuras da metró- pole, tendo a música ao vivo como elemento essencial para representar sua intensidade. Os 25 atores em cena fazem uma celebração musical à cidade com alusões ao cinema de Pier Paolo Pasolini e Frederico Fellini. O espetáculo irá propiciar ao público, a experiência surreal de ver uma escola de samba tocando uma peça de Heitor Villa-Lobos, além de canções compostas especialmente para a peça, por Marcelo Fonseca e Wanderley Martins, algumas delas “em parceria póstuma” com Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire. Nativos, cidadãos comuns e ilustres como Mário de Andrade, Roberto Piva e Pagu, encontram o surrealista André Breton entre ninfas e animais, observados por Antonin Artaud (dramaturgo francês, surrealista) em um mergulho BobSousa “São Paulo Surrealista” no palco do antigo “Madame Satã” na capital paulista, percorrendo “Os Nove Círculos do Inferno”, que compõem a obra “Divina Comédia” de Dante Alighieri. Os tex tos foram escritos durante o processo pelo próprio grupo, com base na escrita automática característica do Surrealismo. “Esta montagem propõe também que o público perceba a cidade pelos olhos de André Breton, um dos criadores do surrealismo, em um jogo que ressalta pontos turísticos, monumentos, terreiros, restaurantes e bordeis paulistanos”, afirma Marcelo Marcus Fonseca, diretor do espetáculo. O espetáculo utiliza os “nove círculos do inferno” para explorar os signos, ou infernos, da cidade de São Paulo. O ponto de partida é o círculo “Pagãos no Limbo”, onde o surrealis t a A ndré Breton é batizado no Candomblé. Em seguida, entram em cena Luxúria, Gula, Avareza, Ira, Heresia, Violência e Bestialidade, Fraude, e Traição, cada um deles permeado por personagens e realidades distintas e surreais. Em certos momentos acontece uma interação com o público, que ao entrar para o espetáculo pode adquirir uma taça de vinho - os espectadores que optam por isso, ganham o direito de degustar a bebida absinto, oferecida pelos atores em conta gotas. O projeto da companhia foi contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e faz parte da primeira fase de pesquisa do Teatro do Incêndio sobre a caótica metrópole. Serviço: Espetáculo: São Paulo Surrealista Madame (antiga Madame Satã) Rua Conselheiro Ramalho, 873 Horários: sextas e sábados às 21h00 Ingressos: R$30,00 e meia: R$15,00 (o ingresso dá direito à uma balada após a sessão). As memórias da octagenária Rosa e da família de imigrantes italianos Corvino estão registradas em imagens, expostas desde o dia 8 de março no CRECI (Centro de Referência da Cidadania do Idoso). A mostra “Teatro Municipal: Residência da Família Corvino”, com curadoria de Dario Bueno, revela registros históricos do Teatro, de seus funcionários e dos artistas que por lá passaram. Fotos do cotidiano de três gerações da família, que residiu de 1909 a 1952 no Teatro Municipal de São Paulo, são apresentadas em 26 painéis. As imagens registram curiosidades como a chegada ao Brasil de Aniello Corvino patriarca da família - em 1891, vindo da Itália, o casamento de sua neta Januária e a formatura do neto Aniello Corvino Netto, como odontologista, realizados no próprio Municipal. Fotos: José Bernardes Exposição mostra a vida da família Corvino no Teatro Municipal Aniello Corvino participou das fundações do Teatro e tem seu nome escrito no primeiro registro/ monografia, que circulou durante a inauguração em 12 de setembro de 1911, onde consta como segurança do Municipal. Depois da morte de Aniello, seu único filho homem, Salvador Corvino, assumiu a zeladoria do Teatro e lá criou seus quatro filhos Anielo Corvino Netto, Rosa, Fortunata e Januária Corvino. A história de Rosa se confunde com a do Teatro Municipal. Diferente dos outros três irmãos, Rosa literalmente nasceu no Teatro, já que não houve tempo do parto ser realizado em um hospital. Cercada de grandes artistas desde pequena, com acesso irrestrito aos espetáculos da casa, iniciou uma coleção de autógrafos e fotos autografadas dos artistas que passaram pelos palcos do Teatro - algumas delas expostas na mostra. In ev i t ave lm e n t e, Ro s a passou a se dedicar aos estudos de piano e revela: “Tive aulas com Dinorah de Carvalho e minha postura corrigida por Villa-Lobos. Realmente tive esses privilégios”, sorri. Por anos a fio, depois de a família deixar o Teatro Municipal em 1952, Rosa foi uma espécie de “guia” voluntária, em visitas monitoradas abertas ao público no Municipal, duas vezes por semana. No entanto, foi afastada das funções pela atual diretoria administrativa do teatro, e também impedida de lançar seu livro “Vida, Amor e Lembranças”, que narra a trajetória de sua família dentro da casa de espetáculos. Livro que ela própria vende, inclusive na calçada da Casa Bahia, defronte da escadaria do Teatro. Por José Eduardo Bernardes Serviço: Exposição: “Teatro Municipal: Residência da Família Corvino” CRECI - Rua Formosa, 215 Horários: de seg. a sex. das 9h, às 18h. Entrada franca www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Março de 2012 16 Artes e Cultura Ícones e contrastes paulistanos são matéria-prima para artista plástica mantido vivo pela edificação do Pateo do Colégio (1554). Para o curador Marcos Rossi, “a mostra é um voo artístico sobre esse centro paulistano; uma inspiração oportuna de Neusa Ferreira que esteve na região regis trando ima gens c arregada s de história, com sua Canon. O processo de trabalho da artista prosseguiu na seleção difícil das imagens, na sua impressão em papel couchê de gr ande gr ama t ur a, na intervenção pictórica sobre elas, enfim, no uso constante Fotos: Divulgação Após apresentar sua exposição São Paulo: Ícones e Contrastes na ABRA - Academia Brasileira de Arte, durante quase todo o mês de março, a artista plástica Neusa Ferreira recebeu convite para levar a mostra a um espaço cultural em Alphaville, ainda no primeiro semestre deste ano. E no segundo, já tem pré-agenda com a Galeria Art Factory e para um período, a ser proximamente anunciado na cidade de Bertioga. O conjunto das obras que compõem São Paulo: Ícones e Contrastes traz em si a história de uma cidade nascida com a ação dos jesuítas que resultou em um núcleo de catequese no Planalto de Piratininga do computador. O resultado dessa mistura de técnicas foi planejado para sugerir ao observador algo nostálgico, o que foi conseguido pelo cromatismo mínimo, de maneira a lembrar antigas fotografias”. Durante a exposição na ABRA, a ar tista recebeu uma turma de Pedagogia, da U ni e s p, uni d a d e B rook lin. A p ro fessora Sandra Regina de Almeida Cárcamo, docente da disciplina Ética, Estética e Educação, acompanhou o grupo de alunos, que fizeram conjuntamente uma análise social da mostra. Na ocasião, Marco Rossi, curador da exposição, dissertou sobre a situação histórico-social da cidade de São Paulo, com seus lindos símbolos arquitetônicos e sua desordem social. O arquiteto Roberto Colotto, dispôs aos estudantes informações sobre o processo histórico das edificações focadas na obra de Neusa Ferreira, que falou sobre seu processo criativo e a técnica usada em sua produção. Até o próximo período expositivo, versões das peças que compõem a São Paulo Ícones e Contrastes estão à venda em gravuras nos formatos A4 e A5, na Art FActory. Todas elas são numeradas, nominadas e assinadas, e acompanhadas por Certificado de Autenticidade de Obra de Arte. A Art Factory está localizada na rua Pamplona, 962, com os fones: 3266-3285 e 3287-5943.
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