Visão 1196
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Visão 1196
Este suplemento faz parte integrante da VISÃO nº 1196 e não pode ser vendido separadamente 4 10/2/16 PARA PIRATAS E NÃO SÓ Esqueça-se o gin, que o rum será a próxima bebida da moda. Para beber conforme a audácia: só com gelo ou misturado num cocktail © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) O QUE ANDAMOS A GOSTAR (OU NEM POR ISSO) DE DESCOBRIR POR AÍ P OR I N Ê S B E L O [email protected] > muitíssimo bom MINICONCERTO Uma vez por mês, o Centro Cultural de Belém convida um músico a tocar durante 20 minutos para crianças. Rita Redshoes, com a sua guitarra, é a primeira (sáb, 6, 18h), e os mais curiosos vão poder fazer perguntas. Mas só no final > bom VIVA O VINTAGE Alegrem-se aquelas a quem as calças de ganga com cintura baixa nunca assentaram, digamos, bem. Os modelos que acomodam tudo muito melhor e não saem do lugar vieram para ficar. Como as Wedgie Jeans, da Levi’s, com braguilha de botões e comprimento pelos tornozelos > bonzinho NA CONCHANATA É QUASE “VERÃO” Depois da habitual pausa entre novembro e fevereiro, a Gelados Itália Conchanata, em Lisboa, anunciou a data de reabertura: dia 19 deste mês. Calha a uma sexta-feira, diz o calendário, e o fim de semana promete ser movimentado à porta do número 28A da Avenida da Igreja > assim-assim PAP’AÇORDA NO MERCADO DA RIBEIRA A já anunciada abertura do restaurante Pap’Açorda no Mercado da Ribeira vai mesmo acontecer em março. Mas Fernando Fernandes, um dos proprietários, não confirmou a data do encerramento definitivo no Bairro Alto. Será que podemos ter esperança? > para esquecer NOBREZA DE OUTROS TEMPOS O Palácio Barão de Quintela, em Lisboa, vai dar lugar ao Palácio Chiado. Mais um indoor market e agora só com negócios de comida. Que raio, não existem outros destinos para os palácios mais bonitos da cidade? 4 fevereiro 2016 SE7E 3 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) LUCÍLIA MONTEIRO CA PA 4 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) Os vários sotaques do rum Não fomos às Caraíbas, tão pouco encontrámos um pirata. Brincadeiras à parte (no Carnaval ninguém leva a mal), o rum será – depois destes tempos em que tudo passou a levar gin – a próxima bebida da moda. E bebe-se consoante a audácia: simples, só com gelo, ou misturado num cocktail P o r F L O R B E L A A L V E S E S A N D R A P I N T O * [email protected] BAR DAS CARDOSAS PORTO É um bar de hotel, não tenhamos dúvidas, mas João Monteiro, responsável pelo setor de comidas e bebidas do InterContinental, quer “cativar as gentes do Porto”. Para ali escutarem música ao vivo (à sexta e ao sábado) ou tomarem uma bebida com vista para a Avenida dos Aliados. Depois da moda do gin, outras bebidas, como o rum, apressam-se a conquistar o mercado. Rui Pires, o chefe do bar, não esconde que os apreciadores são, por ora, “quase uma elite”. E preferem os “runs das Caraíbas ou os portoriquenhos”. O Almond Cigar (€10) tem sido o cocktail que mais sai para a mesa “como aperitivo ou digestivo”, servido com wasabi e bolacha de chili: ao rum Havana Club Añejo Especial é adicionado xarope de açúcar e amaretto e, depois de agitar, vai para o copo com um pau de canela e raspas de lima. Hotel InterContinental Palácio das Cardosas > Pç. da Liberdade, 25, Porto > T. 22 003 56 00 > seg-dom 10h30-01h ALEXANDRE BORDALO O Almond Cigar é servido com wasabi e bolacha de chili RED FROG LISBOA “Educar o paladar dos clientes” é um dos objetivos deste bar Da vontade dos dois barmens Paulo Gomes, 36 anos, e Emanuel Minêz, 35, nasceu o novo bar speakeasy Red Frog, aberto em maio do ano passado. “Temos três prateleiras dedicadas ao rum. Oferecemos uma grande variedade, mas não queremos ser um bar que se foca, exclusivamente, nesta bebida”, afirma Paulo Gomes, distinguido como o Melhor Bartender 2014 no Lisbon Bar Show. A essência do Red Frog são os cocktails e, neste capítulo, há várias sugestões feitas com rum como o Jamaican Dude (€9,50) (com rum Plantation 3 Stars, infusão de Mama Juana, maracujá, hortelã e gengibre), além dos cocktails mais conhecidos, como o tradicional daiquiri, o muay thai e o muito alcoólico Zombie. Se preferir, pode também beber o rum na sua versão simples, servido num copo de balão, com uma bola de gelo. “No fundo, queremos educar o paladar dos clientes, tal como se fez com o gin”, resume Paulo Gomes. R. do Salitre, 5A, Lisboa > T. 21 583 1120 > seg-qua 18h-2h, qui-sáb 18h-4h 4 fevereiro 2016 SE7E 5 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CA PA Black Pepper & Basil > R. Tomás da Anunciação, 85, Lisboa > T. 21 584 0824 > seg-qui 11h30-20h30, sex-sáb 11h30-21h30 6 MATIZ POMBALINA LISBOA Só vende runs artesanais provenientes da República Dominicana LUCÍLIA MONTEIRO Na garrafeira, loja e escola de bar Black Pepper & Basil, aberta em dezembro, em Campo de Ourique, em Lisboa, vai realizar-se, em breve, um curso dedicado ao rum. O programa irá focar-se nas suas características bem como nas várias aplicações possíveis em cocktails. “É uma das bebidas espirituosas mais interessantes e versáteis”, diz Luís Domingos, 34 anos, proprietário da Black Pepper & Basil e antigo gerente do bar Cinco Lounge. Enquanto escola de bar, a Black Pepper & Basil organiza cursos para profissionais e amadores que podem ser ajustados às necessidades de cada pessoa. As aulas são dadas num bar privado, equipado, quer em termos de ingredientes quer em termos equipamentos. Na parte da garrafeira, podem comprar-se mais de 300 referências, entre vinhos, conhaques, aguardentes e whiskies. De rum dispõe de cerca de 30 referências, perto de 25 marcas, provenientes dos Barbados, Guatemala, Cuba e Jamaica, algumas com produção reduzida. Na loja, vende-se um pouco de tudo, desde copos, blenders, pilões, coadores... “Só não temos maquinaria pesada”, nota Luís Domingos. Um conselho dado pelo próprio Luís Domingos: o rum é uma bebida “fácil de beber” se se obedecer às medidas certas: 50 ml de rum para 150 ml de outra bebida. Requer moderação, portanto. MÁRIO JOÃO APRENDER TUDO SOBRE O RUM BONAPARTE PUB PORTO A especialidade da casa é o rum com chocolate quente, coberto com chantilly e pepitas Surpreendido(a)? Num dos bares mais antigos do Porto, com 40 anos, sempre se gostou de inovar. E a junção do rum venezuelano Pampero e chocolate quente, coberto com chantilly e pepitas, ganhou adeptos. O Dark Chocolate (€6,50) “é uma bebida de inverno, ideal para quem não gosta de Irish Coffee”, afirma Joana Pimenta, a subchefe que confessa ser “apreciadora de rum”. Nesta casa mítica da Foz – decorada pelas antiguidades deixadas pelo alemão Klaus Teichgräber, o fundador –, a cerveja continua a ser a bebida predominante, mas o rum tem uma boa seleção (não falta o premium Ron Zacapa). São sobretudo os espanhóis que o pedem, seja simples (servido com gelo e uma casca de laranja) ou misturado com cola. “Não lhe chamam Cuba Livre porque não concordam com o nome”, adverte Joana. Os portugueses preferem-no beber em versão de cocktail. E elegem o Mojito, Piña Colada, Banana Daiquiri ou Daiquiri de Baunilha. Daqui a uns dias, a mesma oferta de bebidas estará disponível na Baixa, no novo Bonaparte Downtown. Av. do Brasil, 130, Porto > T. 22 618 84 04 > seg-dom 17h-02h Sabia que para se fazerem 100 litros de rum é necessária uma tonelada de cana-de-açúcar? E que depois de destilado, o rum é posto em barris de carvalho branco para envelhecer? Como estas, há mais lições para aprender com Manuel Penha da Graça, 58 anos, proprietário do bar Matiz Pombalina, aberto há sete anos em Lisboa. Antes de passar para trás do balcão a fim de mostrar as garrafas das marcas Summum e Opthimus (que importa, representa e distribui), há tempo para mais explicações sobre “a nova geração de bebidas destiladas”. O tempo de envelhecimento varia (as que são vendidas no Matiz Pombalina têm 12, 18, 21, 25 anos) e os estágios em barricas que anteriormente continham outras bebidas, como vinho do Porto, conhaque ou whisky, dá-lhes novos sabores e caraterísticas. “Se for um bom rum, deve beber-se simples, nem sequer precisa de gelo no copo”, defende. Na carta do Matiz Pombalina, só existem referências artesanais, oriundas da República Dominicana, que podem ser servidas simples ou ajustadas ao gosto do cliente num cocktail (€12). R. das Trinas, 25, Lisboa > T. 21 404 3703 > ter-sáb 19h-2h SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) RONERÍA LISBOA MÁRIO JOÃO Foi o primeiro bar especializado em rum a aparecer na cidade Oscar Martínez e German Vera são os atuais sócios da Ronería, a primeira casa especializada em rum de Lisboa. De portas abertas desde abril do ano passado, foram pioneiros na divulgação e promoção do rum entre os hábitos dos lisboetas. E continuam a fazer o seu trabalho: “Estamos a educar o paladar de modo a poderem apreciar o rum da melhor maneira”, diz Oscar. Na Venezuela, país de origem de ambos, o rum é bebido puro, embora, entre os portugueses, seja consumido principalmente em cocktails como Cuba Livre, Daiquiri ou Mojito. Na Ronería, é possível provar Barba Roja, Trinité ou Guarapita, a especialidade da casa (os preços começam nos €5). A carta tem cerca de 40 rums de quatro origens diferentes: francesa (sobretudo da Martinica, onde se bebe o Ti-Punch, rum com lima, e que também se bebe na Ronería), o único feito diretamente do sumo da cana-de-açúcar e, por isso, mais alcoólico, caro e artesanal; inglesa, de cor mais escura e com especiarias; hispânica, mais doce; e, por fim, a venezuelana, a única com denominação de origem controlada. Tenham três ou 23 anos de envelhecimento, o importante é ir experimentando e tomar-lhe o gosto. CHAMPANHERIA DA BAIXA BISTRÔ PORTO No balcão redondo, situado a meio do restaurante, as garrafas de rum estão alinhadas com as de vodka, de whisky e, naturalmente, de champanhe, a bebida estrela deste bistrô nascido há dois anos na Baixa. “A carta de bebidas vai sendo adaptada consoante o menu e a época do ano”, revela Filipe Vaz, o barman, garantindo, contudo, que, no próximo verão, “a aposta será no rum e na tequilha”. A carta é eclética e vai do Havana, Bacardi, Kraken Black, Plantation ao exclusivo Diplomático. Uma das misturas mais apreciadas é uma versão do Cuba Livre que aqui é preparada com gelo, pimenta da Jamaica, paus de canela, grãos de café, rum Plantation e champanhe Ruinart Brut “em partes iguais”, sumo e gomos de lima, finalizando com cola. Na carta do restaurante, poderá encontrar gelado feito com rum e passas. LUCÍLIA MONTEIRO Uma das bebidas mais apreciadas é uma mistura de rum Plantation com champanhe Ruinart Brut R. Sá da Bandeira, 467, Porto > T. 22 323 52 54 > seg-qui 12h-01h, sex-sáb 12h-02h R. de São José, 43, Lisboa > T. 21 824 3034 > seg-qui 17h-24h, sex-sáb 17h-2h 4 fevereiro 2016 SE7E 7 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CA PA MÁRIO JOÃO BISTRO 100 MANEIRAS LISBOA Tem cocktails para iniciados e apreciadores experimentados TABACARIA LISBOA Jorge Camilo, 30 anos, é o barman principal do Bistro 100 Maneiras, em Lisboa. Aprendeu a arte com Dave Palethorpe, o conhecido proprietário do bar de cocktails Cinco Lounge. “É preciso educar as pessoas, testando várias marcas e combinações, tal como se fez com o gin”, diz Jorge Camilo. Por isso, na atual carta de cocktails do Bistro 100 Maneiras, servem-se quatro marcas de rum: desde o clássico Havana, passando pelo aromático Diplomático e pelo Kraken, onde se distingue o sabor a café; e terminando no Zazapa, mais direcionado para apreciadores experimentados. Para os iniciados, aconselha-se o cocktail Strawberry Fields (€10), com rum Havana (5 anos), pimenta-preta, vinagre balsâmico, sumo de limão, clara de ovo e açúcar. Para apreciadores experimentados, há um cocktail quente (€17): o Hot Tub à base de rum Havana Club Selección de Maestros (mistura de várias reservas), com Grand Marnier, lemon grass, alecrim, tomilho-limão e casca de laranja. “O rum é a minha bebida preferida”, diz Mikas, responsável pelo bar Tabacaria, aberto há quatro meses, no Cais do Sodré. “Sou apologista que um bom rum deve beber-se simples, apenas com gelo e uma pinga de limão”, argumenta. No Tabacaria, que se apropriou das instalações do Cambista Pina e, mais tarde, uma casa de jogo e de venda de tabaco, não há muitas variedades de rum (entre os €7,50 e os €12): “Selecionei algumas marcas que considero que têm qualidade, como a Zacapa, da Guatemala, a La Hechiera, da Colômbia, ou a ContraBando, da República Dominicana.” Aqui qualquer bebida, incluindo o rum, pode ser acompanhada por um Valor Selado (€17) – uma tábua que inclui um tiradito de salmão (ou de atum, enchidos ou queijo), a bebida com gelo e, em separado, um frasco com sumo (limão, laranja, ananás) e dois tubos com aromas que são macerados ali mesmo (chocolate, flor de sabugueiro, frutos vermelhos) e que o cliente deverá acrescentar a gosto. MÁRIO JOÃO Lg. da Trindade, 9, Lisboa > T. 91 030 7575 > seg-sáb 19h30-2h Conselho: copo de rum com gelo e uma pinga de limão R. de São Paulo, 75-77, Lisboa > T. 21 342 0281 > seg-sáb 16h-2h * Com Susana Lopes Faustino 8 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) 7 FACTOS SOBR E... A morada de todos nós Em Casas com Escritos, Margarida Acciaiuoli conta a história da habitação em Lisboa. Da cidade de inquilinos ao sonho de ter casa própria P OR I N Ê S B E L O [email protected] Os quadrados de papel branco, que se colavam nas vidraças a indicar que a casa estava prestes a vagar, dão título ao livro, publicado pela Bizâncio, de Margarida Acciaiuoli, professora da Universidade Nova de Lisboa. “Para lembrar um costume secular que é incluído no primeiro Código Civil, de 1867”, explica a autora. “Batiase à porta, mesmo a desoras, e o inquilino tinha a obrigação de mostrar a casa”. 2| Cidade de inquilinos Até à década de 40 do século passado, Lisboa era uma cidade de inquilinos. Para perceber porquê, houve que recuar até ao Terramoto de 1755. “Era urgente alojar toda aquela gente e o marquês de Pombal inventa uma tipologia de prédio, acenando a quem tinha dinheiro para investir na construção de casas.” 3| Mudar de casa Em meados do século XIX, e até aos primeiros anos do século XX, os lisboetas mudavam de casa com extraordinária frequência. “As rendas eram pagas pelos Santos e pelo Natal, e nestas alturas era um frisson na cidade. Mudavase não porque a renda fosse cara, mas pelo gosto de mudar, na expetativa do novo bairro, do número de divisões, da vista da janela.” 4| A importância do elevador Em 1911, contavam-se quatro elevadores em Lisboa. “Do que é verdadeiramente importante, é que o elevador vem revolucionar a habitação. Até então, quem tinha dinheiro, ficava com os primeiros andares. Com o elevador, a situação inverte-se: quem tem dinheiro quer ficar com os andares mais altos, porque têm a melhor vista”. 5| Novo modelo de casa A partir de 1955, é que vai construir-se em altura. Surgem os blocos de apartamentos, mas a maneira de conceber a habitação é diferente (o número de divisões diminui e as áreas são reduzidas). As mulheres começam a trabalhar fora de casa, a lide doméstica reorganiza-se com o recurso a eletrodomésticos modernos e a televisão passa a ser o centro das atenções. 6| A ilusão da casa própria Nos anos 90, com a entrada de Portugal na CEE e o crédito facilitado, “as pessoas desataram a comprar casa. Esqueceram-se foi de contabilizar as despesas – condomínio, IMI, a conservação do prédio”, realça a autora. 7| Tradição lisboeta Se há uma tradição lisboeta ela é a mistura de classes. Isso vê-se na Graça ou na zona do Castelo, onde o palácio está ao lado de casas populares. Só houve um bairro feito assim: Alvalade. Esta tradição perdeu-se com o 25 de Abril e, mais recentemente, com os condomínios privados. ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA 1| Os escritos 4 fevereiro 2016 SE7E 9 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) O G OSTO DOS OUTROS Campo Alegre e Rivoli Porto Miguel Guedes gosta de ir ao Teatro Campo Alegre, uma sala onde é possível ver cinema independente, entre filmes novos e clássicos. E, nos últimos tempos, também adotou o Rivoli, onde há sempre qualquer coisa a não perder. A Cozinha do Português É um dos raros restaurantes onde arrisca pratos de carne ou peixe, por se “comer muito bem”. “Não sei passar sem a dieta mediterrânica, sou um pisco...”. O que não esquece são as “belíssimas caipirinhas” servidas pela dona Arminda, no restaurante A Cozinha do Português, em Vila Nova de Gaia Miguel Guedes O Porto sempre foi a sua casa. Os lugares por onde o vocalista dos Blind Zero gosta de se perder, quando a bola e a música ficam fora do programa Discoteca Tubitek Compras, só de música. “Há lojas de discos e lojas de discos. A Tubitek foi – à semelhança da Bimotor – aquela onde comprava os meus discos na altura do vinil e do advento dos CDs. Reabriu há pouco, sendo hoje uma nova referência pela forma como os discos são tratados e vendidos – com palavras e conhecimento de causa” P OR S U S A N A S I L V A O L I V E I R A [email protected] Ponte Luís I Porto “Gosto de me sentir no meio da ponte, por tudo o que isso tem de balanço, equilíbrio, altitude e confronto com o Douro e a perspetiva do mar.” Jardim Botânico Porto “É a natureza viva mais bem escondida da cidade do Porto, com uma carga emblemática muito grande.” 10 Labirintho Porto Há muitos anos que é cliente do bar Labirintho. “A minha noite está cada vez mais rarefeita, mas costumo ir onde encontro gente boa e afetiva, boa música a um volume suportável.” SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CO MER E BEBER Ja!mon Ja!mon Óbidos O restaurante com um único bico de fogão MÁRIO JOÃO A vila não tem de ser só vestígios medievais, livros ou chocolate. Também é possível lá ir para provar comida genuína, com um jeito castelhano, saída do forno a lenha Cheira a lenha e a pão acabado de cozer dentro deste pequeno restaurante, encondido na muralha de Óbidos. O registo, do atendimento à carta, é totalmente diferente do que os turistas e habitantes da vila estão habituados Mesmo sem se ser grande “sopeiro”, parece-nos difícil resistir à sopa do dia, cozinhada e conservada numa panela de ferro junto ao forno a lenha. Aliás, diga-se já, este pequeno restaurante em Óbidos só tem um bico de fogão e uma cozinha mínima. Tudo o resto se faz ao fogo, ali bem à vista dos clientes, que são tratados de forma totalmente informal. Não será por acaso que no mês do Natal deram cabo de uma tonelada de lenha. Logo a seguir à sopa (provámos a de lombardo), o pão é a estrela do Ja!mon Ja!mon, assim mesmo com pontos de exclamação entre a vogal e a consoante e com pronúncia castelhana. O de quilo, amassado logo pela manhã pela dona Regina, a padeira mais do que tradicional, custa 1,2 euros. Os outros, com recheios de chouriço, bacalhau, torresmos ou alheira, podem ir até ao 1,75 euros. Mesmo não tendo direito a estar na lista, nem pensar em sair dali sem meter o dente num destes exemplares. Agora, é melhor ir diretamente à ementa e aos petiscos que André Pontinha, 25 anos, idealizou para este restaurante. Há três tipos de tapas, cada uma dela a dois euros (pão, azeitonas, tomate, presunto e queijo, por exemplo), um prato do dia feito no fogo, pois claro (solha frita com arroz de ervilhas - €4) e quatro tábuas (queijos, presunto, presunto premium e mista). Na secção dos enchidos oferecese farinheira de canela, chouriço picante, morcela de arroz e linguiça. E os petiscos ficam entregues à tortilha de batata, pimentos padrón (unos pican, otros non), ovos de codorniz, ovos mexidos com farinheira e pastéis de bacalhau. E é isto. O nome em espanhol e as influências do país vizinho no menu são culpa da namorada que o André tinha à data de abertura do restaurante, há nove meses. Mas as namoradas, já se sabe, vão e vêm, e esta não foi exceção. Sorte a nossa, que a comida, se for saborosa, vai ficando... André não podia estar mais entusiasmado com o seu Ja!mon Ja!mon. Foi o associação Colab Óbidos que lhe cedeu o espaço para que ele, formado em gestão hoteleira em Leiria, o explorasse com uma ideia diferente dos típicos restaurantes turísticos da vila, e depois lhes desse uma percentagem sobre a faturação. Para a decoração, muniu-se das velharias que foi acumulando – é por isso que o ambiente, por entre louceiros de madeira, balcão de paletes e uma caixa registadora à antiga, encaixa perfeitamente no forno a lenha e na panela da avó, pendurada numa corrente de ferro. Lá fora, no pátio, quando o tempo o permite, arranjam-se mais 30 a 40 lugares (cabe sempre mais um) e organizam-se jantares com música ao vivo, exposições ou noites temáticas. Haja imaginação. Luísa Oliveira R. Porta da Villa, 16-18, Óbidos > T. 91 620 8162 > ter-qui 10h-19h, sex-sáb até às 00h 4 fevereiro 2016 SE7E 11 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CO MER E BEBER Líder Porto Guia de sabores Os bons pratos da cozinha tradicional portuguesa num lugar tranquilo, discreto e confortável POR MANUEL G O N ÇA LV E S D A S I LVA RUI DUARTE SILVA comer&[email protected] Nesta altura do ano, a ementa inclui alguns pratos mais “calóricos” como as papas de sarrabulho com rojões e o arroz de moiras da serra da Aboboreira 12 Fácil de localizar, na zona residencial das Antas, junto da Praça Velasquez, o Líder é uma referência para quem procura um restaurante acolhedor com bom ambiente, boa comida e bom serviço. O cliente é recebido à porta e encaminhado, de acordo com a sua vontade, ou para o bar, onde pode tomar o seu aperitivo, ler e descontrair, ou para a sala de refeições, onde há conforto, harmonia e pratos genuinamente portugueses. Na cozinha destacamse três coisas: produtos de qualidade indiscutível, culinária soberba – mérito da cozinheira, que está ali há 26 anos –, e apresentação muito cuidada. A ementa, que é extensa, apresenta nesta altura do ano alguns pratos mais “calóricos”, como as papas de sarrabulho com rojões (sendo as papas de pão de Padronelo, Amarante, e os rojões de porco bísaro); o arroz de moiras da serra da Aboboreira com grelos e um reforço de carne de vinha-d’alhos; o arroz de frango de cabidela; o cozido à portuguesa, domingo sim, domingo não, na versão de Entre Douro e Minho muito rica em carnes e enchidos; as tripas à moda do Porto, que tiveram dia certo e passaram a ser prato diário, durante todo o ano, por reivindicação dos clientes; e a inevitável lampreia, em arroz ou à bordalesa. A estes exemplos de comida farta e saborosa somam-se outras iguarias igualmente sápidas, como a açorda de gambas com lagosta, que é um dos pratos mas emblemáticos, o bacalhau à avozinha (posta do lombo assada), a pescada à Líder (tipo pescada “à marinheira”), o cabritinho no churrasco e os recentes arroz de robalo com gambas, perfumado com coentros, e peito de vitela da fralda com batatas assadas, servido em loiça de Bisalhães (barro negro). No capítulo das entradas, que não pode ser esquecido, vale a pena referir as amêijoas à Bulhão Pato, as gambas “à guilho” e o presunto de porco ibérico (bom corte e 24 meses de cura), além das quatro sopas diárias (caldo-verde, canja, legumes e alentejana), que são excelentes. Doçaria de fabrico próprio, excelente, destacando-se o leite-creme da avó, que vem de longe, e o pudim Abade de Priscos, que foi introduzido há pouco, com mestria. Muito boa garrafeira. Serviço exemplar. Al. Eça de Queirós, 120-130, Porto > T. 22 502 0089 e 91 987 3192 > seg-dom 12h-15h30; 19h-23h > €30 (preço médio) SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) MÁRIO JOÃO PROVA CEGA Pouca Roupa Tinto 2014 5 Oceanos Lisboa O dia de sol e a temperatura amena desmentiam o calendário – e convidavam para passear por Lisboa, de preferência à beira do Tejo, com paragem e almoço num dos restaurantes ali existentes, por exemplo nas Docas, a primeira zona da cidade a virarse para o rio. Aqui chegados, um sobressalto ao contar seis restaurantes fechados e ver um certo ar de abandono. Depois, uma informação tranquilizadora, segundo a qual esses espaços reabrirão, alguns em breve, podendo também surgir um hotel. Sempre aberto e sempre acolhedor, o restaurante 5 Oceanos, que funciona há oito anos no Armazém 12, tem vindo a melhorar as instalações e a decoração, preservando os vários tons de azul e o ambiente náutico, simples e fresco. A ementa baseia-se nos peixes (grelhados) e nos mariscos (cozidos ou grelhados), a que se juntam as sugestões do chefe, em regra 12 a 16 pratos mais económicos (são “pratos do dia”, quase todos confecionados na hora). Muitas sugestões para entrada, entre as quais se destacam as amêijoas à Bulhão Pato, os mexilhões à espanhola, o polvo à galega e o tártaro de atum com vinagre balsâmico. As sugestões do chefe mudam todos os dias, mas raramente faltam o arroz de polvo, o bacalhau à Brás, a cataplana de bacalhau com amêijoas, a feijoada de línguas de bacalhau, o espadarte à Bulhão Pato, os nacos de atum em cebolada e outros pratos simples e saborosos de raiz portuguesa. Também há sempre grande variedade de peixes para a grelha e de mariscos para cozer ou grelhar, sendo especialmente apreciadas a parrilhada e a mariscada, ambas para duas pessoas (mas dão para três ou quatro, se forem comedidas). Doçaria diversificada. Boa garrafeira. Serviço atento e simpático. Doca de Santo Amaro, Armazém 12, Lisboa > T. 213 978 015 > seg-dom 12h-01h > €25 (preço médio) João Portugal Ramos Vinhos com alma Os seus vinhos têm perfis diferentes, conforme o patamar em que se situam, mas respeitam sempre a região e resumem o melhor das uvas Alguns dos melhores vinhos produzidos em Portugal a partir de 1980 têm a assinatura do enólogo João Portugal Ramos. Foi nesse ano que iniciou o exercício da profissão como consultor em adegas e marcas de vinho do Alentejo, e fê-lo com tal arte que, antes do fim da década, já a sua atividade se estendia às regiões do Ribatejo, Beiras e Douro. Nesse curto período, deu um contributo decisivo para o desenvolvimento do setor vitivinícola nacional. Era um nome consagrado, apesar da juventude, quando deu início ao seu projeto pessoal, em 1990, com a plantação de cinco hectares de vinha em Estremoz, onde viria a construir uma adega modelar, em 1997. Atualmente, tem 600 hectares, entre vinhas próprias e acordos de longo prazo com produtores locais, cabendo-lhe toda a sua orientação técnica. O êxito do projeto irradiou para outras regiões: Tejo, Douro e Vinho Verde, sendo também responsável pela produção e comercialização dos vinhos da quinta de Foz de Arouce, nas Beiras. A ação de João Portugal Ramos rege-se por princípios, ou “preocupações”, como ele prefere dizer, entre os quais se contam os de entender a vindima que tem pela frente e adaptar-se a ela o melhor possível; tentar fazer melhor ano após ano; inovar e procurar fazer vinhos diferentes; pôr à disposição do consumidor vinhos de elevada qualidade, em cada segmento de preço. Os três vinhos que apresentamos ilustram esta filosofia. Bonita cor rubi, aroma bem definido a frutos vermelhos, com breves notas balsâmicas e de especiarias que resultam da passagem pela madeira, paladar suave, graças ao taninos macios, tudo a contribuir para que seja um vinho agradável, fácil de beber, apto para acompanhar qualquer refeição. €3,99 Duorum Colheita 2013 Cor vermelha, profunda, com tonalidades violeta muito atrativas; aroma concentrado com boas notas de frutos maduros e outras florais; paladar elegante, volumoso, marcado pela presença dos taninos firmes, maduros e suaves, pela acidez equilibrada e pela harmonia do conjunto, que tem um final longo e sedutor. €8,99 Marquês de Borba Reserva 2012 Impressiona com a cor, que é retinta, com o aroma muito concentrado com notas de frutos vermelhos, especiarias e compotas, e com o paladar elegante e vigoroso, com taninos firmes bem envolvidos pelo corpo, e o final longo e distinto, próprio de um grande vinho. Para beber e guardar. €29,99 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CO MER E BEBER Vadia Brew Pub Oliveira de Azeméis Vadiamos? RUI DUARTE SILVA A cerveja artesanal abriu agora um “brew pub” junto às novas instalações da fábrica. Para celebrar o malte, petiscar e ouvir música Da mais amarga à mais encorpada, as cervejas criadas pelos “vadios” Nicolas Billard, Vítor Silva e Nuno Marques estão disponíveis para prova (€7) no novo bar de Oliveira de Azeméis. Podem variar todas as semanas. 14 “Não estamos propriamente no centro do universo”, diz-nos o cervejeiro Vítor Silva quando nos recebe à porta das novas instalações da Vadia, em Oliveira de Azeméis. Mas talvez seja mesmo o facto de não estar situada nas grandes cidades que dá uma certa peculiaridade ao negócio. É preciso percorrer a A32 (liga Vila Nova de Gaia a Oliveira de Azeméis) e sair em direção a Vale de Cambra, para ir ao encontro desta cervejaria artesanal que tem conquistado o mercado nacional e internacional (já se vende no Luxemburgo, França e Bélgica). A Vadia mudou-se há pouco mais de um mês para este sítio com mil metros quadrados (outrora uma dancetaria) e aproveitou para abrir um brew pub com vista para toda a produção da cerveja, desde as cubas de fermentação à brassagem e fabrico do mosto. “Era necessário fidelizar os clientes, relacionálos com a marca”, explica Nicolas Billard, um dos sócios e engenheiro alimentar especializado em cervejaria. “A criação de um lugar de consumo” era uma ambição antiga, prossegue Nuno Marques, outro dos três sócios, professor de informática. Um sinal do êxito do negócio que nasceu de uma panela de 20 litros para, atualmente, estar a produzir dez mil litros por mês e com a ambição de aumentar a capacidade para 16 mil litros dentro de um ano. O brew pub pretende ser multifacetado. Além da degustação e harmonização das várias cervejas artesanais da Vadia (são sete: Trigo, Ruiva, Loira, Preta, Rubi, Extra e Orgânica), servem petiscos nacionais “que se adaptam às cervejas”. Como hambúrgueres artesanais (um de aves com caril e brie, outro de vitela com azeitona e bolonhesa), tábuas de queijos da região e presunto, conservas e pregos no pão. “O desafio não está na quantidade de cervejas que aqui é possível provar, mas nas novas experiências que aqui podem ter”, esclarece Vítor Silva. Neste brew pub, os clientes poderão ainda beber, por exemplo, as edições limitadas (como a Branca, criada para a festa de abertura) ou visitar o processo de produção da marca, criada em 2010, pelos três sócios e amigos. Reanimar o bar como se fosse uma sala de concertos é outra aspiração. Aos sábados (a partir das 23h), há sempre um programa de atividades que poderá variar entre a atuação de uma banda de música (este sábado, 6, está prevista a The Royal Band) ou uma noite de stand-up comedy (Zé Pedro anima o dia 13). “Este brew pub resume a nossa história: desde as amizades às noites fora de casa e aos jantares”, diz, orgulhoso, Nicolas Billard. “Afinal de contas, somos os vadios”. Vamos vadiar? Florbela Alves R. Comendador Artur J. G. Barbosa, 576, Ossela, Oliveira de Azeméis > T. 256 482 151 > sex 18h-01h, sáb 18h-03h SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) S AIR RUI DUARTE SILVA Little From The Fish Shop Lisboa Skate Parque Póvoa de Varzim Um ‘spot’ perfeito Até da Galiza vêm desportistas radicais para experimentar o novo skate parque. Seja bem-vindo ao mundo dos “ollies”, “slides” e “grinds” à beira-mar Os fins de semana no skate parque da Póvoa de Varzim são especialmente concorridos. Praticantes de skate, BMX e muitos curiosos juntam-se no equipamento construído junto ao porto de pesca. Vai um mergulho na bowl? Sempre que está bom tempo, Pedro Fangueiro ruma certeiro até ao porto de pesca da Póvoa de Varzim. Não vai ver os barcos a passar, não lhe interessam as lides do mar. Desde que ali foi inaugurado o novo skate parque, no final de 2015, passa tardes inteiras a treinar ollies, slides, grinds e outras manobras. “É um dos melhores skate parques de Portugal”, considera o skater de 18 anos, há oito a deslizar em cima de quatro rodas e a participar em competições nacionais e internacionais. Para iniciados ou praticantes experientes do desporto radical, o parque de betão idealizado pelo arquiteto e também skater Francisco Lopez dispõe de todas as condições técnicas. Há rampas, lombas, corrimãos e escadas de diferentes tamanhos e até uma bowl (uma piscina, sem água, entenda-se) para mergulhos intrépidos. Ao fim de semana, o rodopio de atletas (de skate e também de BMX), de várias idades, é impressionante. Chegam às dezenas dos arredores e, inclusive, da Galiza. “Às vezes há confusão a mais, mas este movimento vai ser muito bom para o turismo”, diz Pedro Fangueiro, que começa a pensar no futuro, dando aulas aos mais novos. Um deles é José Pena, de 14 anos, há oito meses convertido às emoções deste surf no cimento. “Passo horas seguidas no parque, fiz aqui os primeiros truques.” O projeto do município da Póvoa de Varzim substitui um equipamento que existiu há cerca de cinco anos e acabou desmantelado por falta de condições. “Na Póvoa, até a rua nos tiraram, pondo proteções em todo o lado. Para praticar tinha de ir para fora, o skate parque mais próximo era o da Maia”, conta Pedro Fangueiro. Uma ausência sentida por muitos e que suscitou vários protestos nas redes sociais. Pouco mais de um mês após a sua inauguração, o êxito deste novo parque mostra como as reivindicações tinham razão de ser. J.L. Um dia o Rei do Mar e a sua família, incluindo a jovem Little, são forçados a abandonar a sua casa nas profundezas das águas e a mudarem-se para um porto maior numa cidade cheia, onde o amor cria raízes. Nada como uma história de um amor não correspondido para nos fazer pensar sobre os atuais valores da sociedade. Esta adaptação moderna do conto A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, resulta no filme de animação Little From The Fish Shop, cujos cenários, personagens e bastidores podem agora ser vistos na exposição que esta sexta, 5, inaugura no Museu da Marioneta, em Lisboa. Esta não é a primeira vez que o trabalho de Jan Balej, designer, ilustrador, argumentista e realizador checo marca presença na Monstra – Festival de Animação de Lisboa. Em 2007, Balej foi o primeiro checo a vencer o grande prémio de melhor longa-metragem de animação. Desde sempre que os artistas checos estão associados a este género de trabalhos pois a técnica a que hoje chamamos stop motion deriva do seu teatro de marionetas. Apesar de a Monstra só se realizar de 3 a 13 de março, esta exposição desvenda já alguns mistérios do cinema animado. S.C. Museu da Marioneta > Convento das Bernardas, R. da Esperança, 146, Lisboa > T. 21 394 2810 > 5 fev-30 abr, ter-dom 10h-13h, 14h-18h > grátis 4 fevereiro 2016 SE7E 15 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) S AIR Ano Novo Chinês Lisboa 'Kung Hei Fat Choy'! No Museu do Oriente, a entrada no Ano do Macaco é festejada com oficinas, exposições e visitas guiadas A Kwok-On é a segunda maior coleção do museu e foi doada à Fundação Oriente por Jacques Pimpaneau, especialista em arte religiosa asiática. É constituída por mais de 13 mil testemunhos das artes performativas, mitologia e religião. No museu onde se descobrem as relações de Portugal com o Oriente, há muito que se assinala a entrada no Ano Novo Chinês com uma programação especial. Este ano, o início do Ano do Macaco ocorre na próxima segunda, 8, embora no Museu do Oriente as comemorações comecem antes, prolongando-se depois até domingo, 21, com várias atividades para adultos e crianças. O destaque vai para a inauguração, esta quinta, 4, da exposição de fotografia Portugal Visto pelos Chineses, composta por 25 trabalhos de membros da comunidade chinesa a residir em Portugal, e para o fim de semana, dias 6 e 7 (no domingo a entrada é grátis), preenchido com várias oficinas criativas destinadas às famílias e uma visita orientada pelas várias coleções do museu durante a qual também se darão a conhecer as tradições chinesas de Ano Novo. A festa foi preparada a preceito, com todos os visitantes a serem recebidos num hall decorado com peças da coleção Kwok-On, um traje de ópera de Sun Wukung (o Rei Macaco), lanternas antigas, papagaios que representam os animais auspiciosos e imagens dos “deuses das portas” (divindades que protegem o lar). O museu convida ainda todos os visitantes a participar no mural do Ano do Macaco e a colar os autocolantes que, no final, vão completar a imagem do animal, num ritual que atrairá boa sorte. Só resta desejar: “Kung Hei Fat Choy”! Ou seja, Feliz Ano Novo! S.L.F. Pitch Club Porto Diz-se que o Carnaval são três dias, mas no Pitch Club fica-se bem só com dois. Quem não dispensa o bamboleio do samba, mas prefere evitar os apertos dos cortejos tradicionais, terá ali bailes de máscaras, a antecipar o Carnaval. E, diz a organização, serão “os mais originais do Porto”. No sábado, 6, no alinhamento do Baile Tranquilo figuram a dupla brasileira João Dinis & MC Angelo B, os Double on Funk, Ratustari e Pedro Barbosa. A ideia é dançar nas calmas, ao som de muito samba, batucada, drum&bass e swing de influência brasileira. Para quem gosta de mais agitação, haverá Pitch Carnival, na segunda-feira, 8. Esta quinta edição põe na mesa de mistura Let There Be Rock, Quentito's e o Dj Ricardo Reis. Entre-se no espírito carnavalesco e escolhase uma fantasia a rigor para esta noite. Os que não tiverem vestimenta, não precisam de se preocupar: no Pitch Club hão de existir 500 máscaras para oferecer aos clientes. S.S.O. R. Passos Manuel, 34-38, Porto > T. 22 201 2349 > 6 fev, sáb 23h55; 8 fev, seg 23h Museu do Oriente > Av. Brasília, Doca de Alcântara, Lisboa > T. 21 358 5200 > até 21 fev > €6; oficinas €3,50; visita orientada €7; exposição de entrada livre 16 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) Associação Renovar a Mouraria Lisboa Um dia a casa vem abaixo Um desfile pelas tascas, em ritmo afro-brasileiro, duas pistas de dança e uma espécie de despedida. Eis a receita de um Carnaval passado na Mouraria Diversão, música, comes e bebes, alguma extravagância, fantasias e uma obra a começar – assim será o Carnaval organizado pela Associação Renovar a Mouraria, em Lisboa. A festa tem lugar uns dias antes da Terça-Feira Gorda, e calha já neste sábado, 6. Às 17 horas, da porta da Associação, no Beco do Rosendo, parte o desfile, ao género de bloco carnavalesco, animado pelo grupo Maracatu Baque do Tejo. Estão todos convidados a participar e a acompanhar, em ritmo afro-brasileiro, este grupo de música e dança numa ronda pelas tascas da Mouraria, com várias paragens para beber um copo. No desfile participa também a Orquestra Batucaria, um grupo de crianças que é acompanhado pela associação, e que aqui se estreia vestida a rigor, com fatos carnavalescos criados pelos próprios. Às 19 horas, será chegada a vez do duelo da noite: Assírio e Paolo Makossa vão agitar os festejos com os ritmos africanos, primeiro no Palco Planisfério, ao ar livre, e mais tarde, às 22 horas, já no interior da associação, no número 8, onde fica a cafetaria. Ao mesmo tempo, no número 10, faz-se a festa de despedida do primeiro andar, onde estavam a funcionar os escritórios. Esta zona desconhecida da associação entrará em obras e, em jeito de celebração para uns e de descoberta para outros, a dupla Bondebola formada por Inês Andrade e Hugo Henriques (a presidente e o designer da associação) tocará ritmos brasileiros que prometem agitar ainda mais este Carnaval na Mouraria. E como sem máscaras não há Entrudo, haverá um prémio para as duas melhores fantasias. Vale tudo, para ganhar um cartão de consumo de 10 euros. É só dar asas à imaginação. S.L.F. Beco do Rosendo, 8-10, Lisboa > T. 21 888 5203 > 6 fev, sáb 17h > grátis POR LISBOA POR ROSA RUELA Contra a broca e o caruncho “Fazemos expurgo”. Será difícil passar frente ao armazém que leva a letra E na Avenida Infante D. Henrique sem pensar em doutrinas perniciosas, daquelas que a igreja gostava de limpar. Quando se entra, ouve-se falar em câmaras de gás e é o arrepio. Mas Telmo Dias Pereira não deixa ninguém ficar mal-disposto por muito tempo. “Daqui não há hipótese de o bicho escapar, só se for de máscara!”, não resiste, piscando um olho azul. O bicho é a broca da madeira, o caruncho, a traça dos livros, o besouro do arroz e mais uns feiosos. Nada resiste ao fim de 96 horas em contacto com “o produto”; a garantia vale 15 anos e nunca chegaram reclamações a esta empresa. Além das câmaras, onde objetos de madeira e livros esperam a vez de serem expurgados de quase todos os males, há quase 40 anos que aqui se vende vime da Madeira. Móveis e cestos enchem parte do armazém e acabam por também ser comprados pelos clientes que só iam encomendar ao sr. Telmo a morte do caruncho. O homem é um caçador, e isso são outros quinhentos, mas para o visitante sobra que atende num escritório carregado de animais embalsamados. Águias, corvos, peneireiros, gatos-ginetes e saca-rabos passaram pelo expurgo há 20 anos e nunca mais voltaram a casa. Nem sequer a cabeça de javali que já entrou numa novela. © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) CO MP RAR Loja do Museu do Arroz Comporta Lisboa Volta ao mundo Chanel na Stivali Lisboa MÁRIO JOÃO Das viagens e dos gostos dos seus donos vêm as peças para esta nova loja no Cais do Sodré Na Loja do Museu do Arroz Comporta há peças trazidas de França, Brasil, Índia, Turquia, México... Os tecidos coloridos das almofadas de Bárbara Osório Fabrics, as cerâmicas portuguesas da Bordallo Pinheiro e as roupas femininas do estilista francês Christophe Sauvat são as peças que se destacam na nova Loja do Museu do Arroz Comporta, aberta há duas semanas, junto dos bares, discotecas e restaurantes do Cais do Sodré, em Lisboa, depois de um breve período de funcionamento no Natal. “A ideia era ter uma loja aberta na capital o ano inteiro e não apenas na altura do verão como acontece com a loja que temos há oito anos na Comporta [que funciona entre a Páscoa e outubro]”, diz Marcello Rangoni, diretor de ambas. Ali estão também, à venda, os cestos feitos manualmente por indígenas brasileiros, os sapatos masculinos da Bernardo M42 e as bases para pratos da Wazo, um projeto nascido no Quénia que tem como missão apoiar mães solteiras e adolescentes. E ainda peças de vestuário da The White Raven, as pinturas do artista plástico Tim Madeira, as esculturas de Sandra Baía e Martinho Pita e as colagens de Alice Oliveira Bastos. “O nosso público está habituado a esta diversidade. Queremos ter aqui produtos de qualidade que compramos durante as nossas viagens a Paris, Índia, Turquia, México, um pouco por todo o mundo”, explica Marcello Rangoni, acrescentando que na loja de Lisboa darão mais atenção aos objetos vintage. Subindo as escadas em caracol, encontramos as cadeiras Euphoria da designer Paola Navone, e uma fotografia de Cátia Castelo Branco, entre outras peças artísticas. Em breve, revela Marcello Rangoni, este primeiro andar será usado como showroom de “dois artistas especiais”, diz, sem desvendar os nomes. “A Loja do Museu do Arroz Comporta é uma loja do mundo”, resume. Sandra Pinto Para quem anda atento aos “luxos” da Avenida da Liberdade, em Lisboa, não é novidade dizer que na Stivali estão à venda os sapatos, malas e acessórios da Chanel. Agora, se a loja lisboeta que há 23 anos detém o exclusivo da marca francesa em Portugal vai passar a vender também a coleção de roupa, então, temos notícia. Para dar espaço à linha de pronto-avestir desenhada por Karl Lagerfeld para a primavera e verão, foram necessárias obras. Em cerca de 50 metros quadrados, fechados, criou-se uma pequena boutique Chanel, respeitando os (exigentes) critérios definidos pelo gabinete de arquitetura da marca, dirigido por Peter Marino. Da decoração (os estuques foram feitos por uma equipa de artesãs italianas) ao mobiliário, produzido em Portugal. Uma loja dentro da loja Stivali, que assinala a novidade com um cocktail esta quinta, 4, a partir das 16 e 30. E para o qual os proprietários, Manuel Casal e Eckhard Frank, enviaram convite. Pessoal e intransmissível. I.B. Stivali > Av. da Liberdade, 38B, Lisboa > T. 21 380 5110 > seg-sáb 10h-19h Pç. de São Paulo, 11, Lisboa > T. 92 715 3677 > seg-sáb 10h-20h, dom 16h-20h 18 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VER Machine Head Porto e Lisboa A noite do metal Orquestra Metropolitana e Voces Caelestes Lisboa Uma sinfonia conhecida de todos e um concerto em estreia absoluta são as propostas para um dos programas mais prometedores da presente temporada. A Orquestra Metropolitana e o coro Voces Caelestes vão assim interpretar a Sinfonia N.º 9, Op. 125, de Beethoven, e o Concerto para Violino e Orquestra, de António Pinho Vargas, numa noite em que apresentará também, como solista, a jovem violinista de origem ucraniana e radicada nos Açores Tamila Kharambura, vencedora do Prémio Maestro Silva Pereira em 2011. TRAVIS SHINN A banda americana apresenta um espetáculo em que recupera os seus maiores hinos O primeiro álbum do Machine Head, Burn My Eyes, inclui alguns dos grandes clássicos do grupo, como Davidian ou None But My Own e continua a ser um dos discos de estreia mais vendidos de sempre por uma banda de heavy-metal. A par de nomes como Pantera ou Biohazard, os Machine Head foram um dos grupos pioneiros da denominada New Wave of American Heavy Metal, movimento que no início dos anos 90 alargou as fronteiras do heavy-metal a toda uma nova geração de fãs. Formados em Oakland, Califórnia, em 1991, pelo vocalista e guitarrista Robb Flynn (o único da formação original que se mantém na banda) e pelo baixista Adam Duce, a quem se juntariam pouco tempo depois o guitarrista Logan Mader e o baterista Tony Constanza, desde o início chamaram a atenção com o seu estilo brutal e direto, que lhe valeu comparações com os Slayer e um contrato com a então todo-poderosa Roadrunner Records. Seria no entanto necessário esperar até 1994 para a banda se apresentar finalmente ao mundo, com Burn My Eyes, que se tornaria num dos álbuns de estreia de uma banda de metal de maior êxito de sempre, com 500 mil exemplares vendidos em todo o mundo. Nesse mesmo ano, seriam convidados para acompanhar os ídolos Slayer durante uma digressão pela Europa. Regressariam, apenas alguns meses depois, para tocar nas mesmas salas, mas desta vez já como cabeças de cartaz, perante um público cada vez mais fiel e conhecedor, que nunca os abandonou – nem mesmo nos piores momentos, como aconteceu em 2001, quando, depois dos atentados do 11 de setembro, foram censurados nas televisões americanas, devido a um vídeo no qual apareciam vários edifícios em chamas. É esse mesmo público que agora pretendem homenagear, com um concerto de duas horas de duração, sem banda de abertura, onde recuperam os maiores hinos de mais de 20 anos de carreira. Miguel Judas CCB > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 24 00 > 7 fev, dom 17h > €5 a €20 Aline Frazão Lisboa Um dos nomes de proa da nova geração da música angolana, a cantora e compositora apresenta em Lisboa, a cidade onde atualmente reside, o novo e aclamado álbum Insular, editado no ano passado. Estará acompanhada em palco por Miroca Paris (bateria e percussão), André Moreira (baixo) e Marco Pombinho (teclado e guitarra), num espetáculo muito especial, em que serão interpretadas todas as músicas do disco, do princípio ao fim. Casa Independente > Lg. do Intendente Pina Manique, 45, Lisboa > T. 21 887 51 43 > 5 fev, sex 22h30 > €8 Coliseu do Porto > R. de Passos Manuel 137, Porto > T. 22 339 4940 > 7 fev, dom 21h > €32 a €37 Coliseu dos Recreios > R. Portas de Santo Antão, 96, Lisboa > T. 21 324 0580 > 8 fev, seg 21h > €32 4 fevereiro 2016 SE7E 19 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VER The Tallest Man On Earth Lisboa O pequeno grande sueco Música intimista, letras pessoais e uma presença carismática em palco Kristian Matsson, isto é, The Tallest Man on Earth, vem apresentar o disco que editou no ano passado, Dark Bird is Home Já foi por muitas vezes comparado a Bob Dylan, artista que o próprio admite ser uma das suas principais influências, a par de Nick Drake, mas é sob o nome The Tallest Man on Earth, que o músico sueco Kristian Matsson tem, progressivamente, conquistado os palcos um pouco por todo o mundo. Conhecido pela sua música intimista e letras pessoais, que ao vivo ganham toda uma nova força devido à sua carismática presença em palco, The Tallest Man on Earth deu-se a conhecer em 2008, com o álbum de estreia Shallow Grave, no qual se destacava a relação perfeita entre a voz e a guitarra, numa fórmula que repetiu nos dois discos seguintes: The Wild Hunt (2010) e There's No Leaving Now (2012), dois álbuns aclamados pela crítica, que o tornaram num dos meninos bonitos da nova geração da folk. No último Dark Bird is Home, editado no ano passado, resolveu no entanto baralhar as cartas, introduzindo todo um novo mundo de instrumentos, como guitarra elétrica, bateria, coros gospel, piano e sopros. É este disco, considerado o mais pessoal de todos os seus registos de originais, que agora vem apresentar, num concerto único em Portugal. M.J. Hinds Lisboa Anteriormente conhecido como Deers, este grupo composto por quatro raparigas de Madrid, conquistou o mundo com o seu pop lo-fi de guitarras desenfreadas. Pelo caminho fizeram digressões com os Black Lips e chegaram a abrir o concerto dos The Strokes em Hyde Park, Londres. Entretanto, já sob o nome de Hinds, gravaram o primeiro disco, Leave Me Alone, recentemente editado e que agora apresentam pela primeira vez Lisboa. Musicbox > R. Nova do Carvalho, 24, Lisboa > T. 21 347 31 88 > 5 fev, sex 22h30 > €8 peixe:avião Porto Formados em 2007, na cidade de Braga, chamaram a atenção com o EP Finjo a Fazer de Conta Feito peixe:avião, seguindo-se os álbuns 40.02 (2008), Madrugada (2010) e peixe:avião (2013), com este último a valeu-lhe uma nomeação para os prémios Impala, que distinguem os melhores discos independentes europeus, lado a lado com nomes Boards of Canada, Nick Cave and the Bad Seeds ou Sigur Rós. Neste concerto apresentam o novo disco Peso Morto, editado já este ano e no qual voltam a trilhar os caminhos musicais desbravados pelo aclamado homónimo. Aula Magna > Av. Prof. Gama Pinto, 3, Lisboa > T. 21 011 34 06 > 6 fev, sáb 21h > €23 a €30 20 Teatro Rivoli > R. do Bonjardim, 143, Porto > T. 22 339 22 00 > 6 fev, sáb 22h > €5 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VLADIMIR VYATKIN Guerra Porto Por quem os sinos dobram O Teatro Nacional São João acolhe produção sobre a experiência da guerra, num cruzamento de música, texto e efeitos visuais engenhosos Durante uma noite de Consoada em Paris, em 1913, poucos meses antes do início da I Grande Guerra, num salão onde se destacam um piano de cauda e um enorme candelabro tombado no chão (um prenúncio do que se aproxima), pintores, poetas e pensadores vestidos de gala teorizam sobre a guerra entre brindes, adotando perspetivas bélicas ou pacifistas. Ninguém acredita na proximidade de um conflito mundial. Um ano mais tarde, tudo mudou, inclusive a crença no poder da arte perante tal devastação. A morte de George, um dos convivas, no campo de batalha, é o mote para uma nova reunião. Um médico é convidado para este encontro e sugere uma sessão de psicodrama para recordar os últimos momentos de George, com os presentes a representar os papéis dos heróis da Guerra de Tróia. As situações recriadas remetem para episódios de A Ilíada, de Homero, e mostram como, apesar de tantos séculos volvidos, os dramas e os horrores da guerra pouco se alteraram. Estreada com estrondo no Festival Internacional de Edimburgo em 2014, Guerra é uma coprodução com o Festival Internacional de Teatro Tchékhov e o SounDrama Studio, um coletivo russo de músicos, compositores, coreógrafos, atores e designers de som, liderado por Vladimir Pankov, cujo trabalho explora as fronteiras entre o teatro musical e a ação dramática. O espetáculo chega agora ao Teatro Nacional São João, no Porto, em estreia nacional, com vontade de “explicar a todos que a vida e a guerra não podem coexistir”, escreve o encenador numa nota de apresentação. A dramaturgia socorre-se de três fontes literárias, de origens distintas: Death of a Hero, de Richard Aldington; Notes of a Cavalry Officer, de Nikolai Gumilev; e A Ilíada, de Homero. A cimentar a ação está o libreto de Irina Lychagina, com os diálogos a saltar entre a fala e o canto. A música eclética de Artem Kim e Sergei Zemlansky, interpretada pelos 19 atores, é um elemento central do espetáculo, servindo de fio condutor entre as diferentes cenas. Um mergulho épico na devastação da guerra. A encenação do russo Vladimir Pankov, diretor artístico do SounDrama Studio, foi estreada em 2014 no Festival Internacional de Edimburgo Joana Loureiro Teatro Nacional São João > Pç. da Batalha, Porto > T. 22 340 1910 > 5-6 fev, sex-sáb 21h > €7,50 a €16 4 fevereiro 2016 SE7E 21 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VER Ocupação Minhota Lisboa Da junta de freguesia à via láctea FILIPE FERREIRA As Comédias do Minho tomam conta do Teatro Nacional D. Maria II durante fevereiro As Comédias do Minho levam a Lisboa teatro para adultos (Os Doze Pares de França), adolescentes (Não Lugar) e crianças (Tudo se Transforma), uma exposição (Mutantes), um documentário (Honrar a sua Vinha), uma oficina e uma apresentação do trabalho que vão desenvolver este ano. 22 Vêm da plateia estes cristãos, prontos a conquistar o palco. Vêm a mando do Imperador Carlos Magno enfrentar as hostes do mouro Almirante Balão – e, como alguém diz na peça, são “gente que nunca soube fugir”, que invade tudo “como um tufão” e que ainda ganha para o seu lado a bela moura Floripes. Eis os Doze Pares de França que, revelamos já também, hão de conquistar a torre em cena e o teatro inteiro. “Este espetáculo surgiu como uma metáfora da intenção política com que chegamos aqui”, afirma o encenador João Pedro Vaz, diretor artístico da companhia Comédias do Minho, que, durante fevereiro, faz uma Ocupação Minhota ao Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. De território se fala neste auto popular profano, que olha o confronto entre mouros e cristãos. É esse o tema que as Comédias do Minho, que trabalham entre Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira, trazem agora a Lisboa. “Uma espécie de utopia: a nossa visão na talha dourada do D. Maria II”, nota João Pedro Vaz. Como diz a faixa suspensa no teatro nacional, no Rossio, ali faz-se “teatro da junta de freguesia à via láctea”. E, sublinha o encenador, “temos orgulho de vir aqui pôr a junta de freguesia naquela fachada”. A periferia vem ao centro juntar paradigmas, evidenciar alteridades, contrastes e linhas de tensão, em ambiente de verdadeiro entrudo. E isso é feito em toda a programação de Ocupação Minhota e também em cena, em Doze Pares de França, onde o elenco das Comédias do Minho enfrenta o elenco do D. Maria II. Com máscaras e espadas há de lutar-se, hão de fazer-se prisioneiros, hão de medir forças traições e lealdades. “Por vezes, parece um Shakespeare de chacina ou até um filme de ação”, descreve João Pedro Vaz. Ao ataque, minhotos, a vitória é certa. Gabriela Lourenço Os Doze Pares de França > Teatro Nacional D. Maria II > Pç. D. Pedro V, Lisboa > T. 21 325 0800 > 4-21 fev, qua 19h, qui-sáb 21h, dom 16h > €5 a €17 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) GUIdance Guimarães Festival de reencontros Afirmar Guimarães como cidade de criação, integrá-la no circuito internacional da dança e apostar na formação têm sido as prioridades do GUIdance. A sexta edição do festival faz-se de muitas estreias absolutas e nacionais (de Kaori Ito a Ludvig Daae), criações de jovens coreógrafos portugueses e momentos de aproximação entre o público e os artistas (de debates a conversas pós-espetáculos). “Esta edição está a despertar paixões”, conta Rui Torrinha, responsável pela programação do GUIdance. Entre as novidades está o desafio lançado aos criadores para resgatarem peças simbólicas do seu repertório. É o caso de Miguel Moreira que, para além de estrear Maremoto, este sábado, 6, apresenta ainda uma remontagem de Parede (2002), na próxima quarta, 10, uma peça importante no lançamento da companhia Útero. E também de Akram Khan, dançarino e coreógrafo britânico de origem bangladeshiana, que traz ao festival, no dia 11, Kaash (2002), onde consolidou as pontes entre a dança contemporânea e a dança clássica indiana Kathak. Para Rui Torrinha, “é importante deter a vertigem do momento, olhar para a história da dança e ajudar a nova geração a perceber porque certos espetáculos foram fundamentais no percurso dos artistas”. Por isso, este será também “um festival de diálogos, para mostrar a versatilidade da dança no relacionamento com outras artes”, diz Rui Torrinha. Nomeadamente, com o teatro. Em Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a, uma estreia absoluta de Victor Hugo Pontes, esta quinta-feira, 4, o ponto de partida será A Gaivota, com a estrutura dramatúrgica de Tchékhov a sustentar os movimentos. Já Anne Teresa De Keersmaeker regressa a Guimarães com Golden Hours (As you like it), um encontro entre a música de Brian Eno e a comédia clássica de Shakespeare. J.L. JEAN LOUIS FERNANDEZ Nesta sexta edição, os coreógrafos recuperam peças simbólicas do seu repertório. Um olhar para a história da dança “É importante deter a vertigem do momento e ajudar a nova geração a perceber porque certos espetáculos foram fundamentais no percurso dos artistas”, defende Rui Torrinha, programador do GUIdance Centro Cultural Vila Flor > Av. D. Afonso Henriques, 701, Guimarães > T. 253 424 700 Plataforma das Artes e da Criatividade > Av. Conde Margaride, 175, Guimarães > T. 300 400 4444 > 13 fev, qui-sex 22h, sáb 19h-22h, qua 22h > €5 a €10, assinatura €35 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VER The Sonnabend Collection Porto Tudo o que houve desde 1956 A exposição abre com retratos: um da própria Ileana Sonnabend, da autoria de Andy Warhol, e um segundo, feito por George Segal, retratando Michael Sonnabend, o segundo marido da galerista de origem romena que já tinha sido casada com Leo Castelli, o marchand que revolucionou, na época, o circuito novaiorquino. 24 Meio século de arte europeia e americana – eis a proposta ambiciosa desta exposição no Museu de Serralves Desfiar os nomes presentes nesta exposição é como percorrer um Who'sWho da história da arte do último meio século. Andy Warhol? Está representado com obras como Campbell's Soup Can e Nine Jackies. Anselm Kiefer? Presente. Bruce Nauman? Idem. Claes Oldenbur g, Christo, Donald Judd? Todos têm peças patentes. Assim como Fischli & Weiss, Gilberto Zorio, Jasper Johns, John Baldessari, Michelangelo Pistoletto, Piero Manzoni, Richard Serra, Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein... A lista soma 44 artistas, criadores das 61 pinturas, esculturas e instalações agora mostradas, e pertencentes à coleção criada por Ileana Sonnabend (1872-1946), galerista que teve a intuição de surfar a emergência da pop art e dos grandes artistas americanos, nos anos 60, somando-lhe peças vindas da arte povera, do minimalismo, ou do neo-expressionismo. Um acervo em expansão até hoje. The Sonnabend Collection – Meio Século de Arte Contemporânea de Serralves Part 1, comissariada por António Homem, revela trabalhos que integraram a exposição que esteve patente, há cerca de um ano, na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Mas há um historial com Serralves: obras da coleção Sonnabend integraram a mostra inaugural do museu, Circa 1968, em 1999. Organizada em cinco núcleos, que atravessam os grandes movimentos artísticos, esta exposição quer destacar as afinidades entre artistas, o contributo de cada um, e o “olho” de Ileana Sonnabend. Sílvia Souto Cunha Museu de Arte Contemporânea de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6584 > 6 fev-8 mai, ter-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > €8,50 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) Um Dia em Yèvre Lisboa A vida no campo Marquise Coimbra À janela Ilustrações e desenhos na Casa da Esquina MARIA DO CARMO GALVÃO TELES O casal de pintores Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes foi fotografado na intimidade da casa de verão Vieira da Silva não gostava de ser fotografada. Avessa a vaidades e a olhares indiscretos, bicho tímido, a pintora resguardava-se. Ao observar retratos seus, pressente-se esse suspender de respiração de ave capturada em pleno voo. Em 1984, Vieira e o marido, Arpad Szenes, receberam visitas na La Maréchalerie, o chalet de pedra camuflado nas verduras protetoras de Yèvre-Le-Châtel, no Loiret, onde o casal costumava passar os meses de verão. Maria do Carmo Galvão Teles e Maria Nobre Franco, diretoras da galeria Valentim de Carvalho, passaram um dia sereno na casa de campo, território aberto aos amigos. Esta exposição é um testemunho dessa cumplicidade: num preto e branco suave, distante de enquadramentos oficiais ou “artísticos”, a câmara de Maria do Carmo Galvão Teles faz-nos entrar no refúgio dos dois pintores. As 24 fotografias (editadas em livro, em 1995, pela Assírio & Alvim) são uma repérage: vemos a aldeia tranquila, o jardim, a porta escondida na folhagem, os ateliês vividos, a paisagem das janelas. E os vieux amants, sentados lado a lado, ou a conversar. Arpad morreria três meses depois desta visita, e há um prenúncio melancólico nas suas imagens, sentado, ausente, num cadeirão, ou olhando diretamente para a câmara. Vieira, xaile branco e óculos redondos negros, permite-se um sorriso aberto. Uma bela revisitação, a que se acrescentam duas pinturas a óleo do casal Szenes. S.S.C. Não é fácil encontrar exposições de ilustração e desenho em Coimbra e, a pensar nisso, surgiu esta Marquise – um projeto que, tal como a estrutura a que se refere, quer ser “um espaço que simultaneamente protege e mostra”, dedicado àquelas artes. A associação cultural Casa da Esquina desafiou a arquiteta (e ilustradora autodidata) Ana Frois a criar um programa que, a correr bem, se prolongará, pelo menos, até ao próximo ano. “A ideia é organizarmos mostras para um público adulto, que sejam muito diferentes entre si, com trabalhos de artistas novos”, diz Ana Frois. A primeira exposição inaugura no próximo sábado, 6: em Diorama mostram-se os desenhos da ilustradora e cientista cultural belga Charlotte Peys. Baseandose na observação direta do mundo à sua volta, a artista de 28 anos ilustra “para memorizar, colecionar, contar histórias, categorizar e investigar”, e leva a Coimbra uma “realidade não literal”, lembrando a ameaça a que estão sujeitas fauna e flora, e a sua necessidade de proteção. Em abril, Marquise receberá a ilustradora dinamarquesa Puk Ewdokia, e os meses seguintes levarão à Casa da Esquina exposições dos portugueses Marta Monteiro, Catarina Sobral, Paul Hardman, Panda Gordo (João Sobral) e da própria Ana Frois. G.L. Diorama > Casa da Esquina > R. Aires de Campos, 6, Coimbra > T. 239 041 397 > 6-20 fev, ter-sex 14h-19h, sáb 11h-13h > grátis Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva > Pç. das Amoreiras, 56, Lisboa > T. 21 38800 44 > 4 fev-6 mar, ter-dom, 10h-18h > €5 4 fevereiro 2016 SE7E 25 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) VER Os Oito Odiados Banho (ou banhada) de sangue Ao oitavo filme, Tarantino faz um western para celebrar o seu próprio cinema Quentin Tarantino filmou Os Oito Odiados em 70mm, ou seja, com uma definição superior aos 35 mm habituais e ao formato digital. Contudo, esta mais valia só poderá ser devidamente apreciada em salas preparadas para o efeito. Talvez por fanatismo cabalístico ou por pura excentricidade, Quentin Tarantino determinou que na sua carreira de realizador só cabem dez filmes. Feitas as contas, depois de Os Oito Odiados (The Hateful Eight), só faltam mais dois. E esta talvez tenha sido uma bala desperdiçada. Não é que Os Oito Odiados não seja bom. Mas é o filme de Tarantino mais parecido com todos os outros. Isto é, o mais redundante. O título remete-nos para uma versão de Os Sete Magníficos do lado do mal. E é mais ou menos o que acontece, neste western maléfico, situado historicamente no pós-Guerra Civil Americana mas cheio anacronismo estilístico, que transporta a ação sobretudo para o limbo cinematográfico onde se situa todo e qualquer filme do realizador. As personagens, convocadas numa estrutura de argumento geométrica quase teatral, são realmente odiosas e selvagens, com traços distintivos e por vezes forçados. Há reminiscências óbvias de Cães Danados, o primeiro filme de Tarantino, não só pela quantidade de personagens, mas também pela violência sádica e gratuita. Basta olharmos para o sorriso inapropriado de Michael Madsen para anteciparmos sadismo. Aqui Tarantino eleva a um extremo o seu gosto pelo gore que o aproxima do seu irmão cinéfilo Robert Rodriguez: há litros de sangue, cabeças que explodem como se fossem melancias, braços decepados arrastados por umas algemas. E também uma troca diegética que só não surpreende porque já a vimos Pulp Fiction. Os Oito Odiados é um filme que os fãs de Tarantino não vão querer perder. Mas também não perdem se tiverem visto todos os outros. Manuel Halpern Ainda Não Acabámos, Como Se Fosse uma Carta Jorge Silva Melo Nos últimos anos, o cinema de Jorge Silva Melo tem servido o justo propósito de registar a vida e a obra de grandes criadores que admira, como Álvaro Lapa ou Glicínia Quartim. Atos de serviço público sob a forma de filme. Agora, chegou a vez de se retratar a si próprio. E falando de si fala de dezenas de outros, Mas sobretudo descobrimos um homem erudito, atual e atuante sobre a sociedade. É assim Ainda Não Acabámos, a autobiografia filmada de Jorge Silva Melo, encenador, cineasta, dramaturgo, homem de artes e letras, com o qual só podemos aprender. O filme é construído como se fosse uma carta a gerações vindouras. Organiza-se cronologicamente e tem como base a voz (ora em off em on) de Jorge Silva Melo. É uma voz cansada, vivida, cheia de passado. O mais fascinante é a sua hábil encadeação de ideias, com um bom ritmo logo desde início, que mostra como tudo está ligado: a geografia das pequenas ruas, os pormenores dos edifícios e monumentos, o cinema, a cidade que se entristece com os padrões cinzentos do regime, a literatura, a política, Paris, todas as artes. E, depois, claro, o teatro. Desvendado como algo profundo, íntimo, pessoal e transmissível. Que não é só de quando se sobe ao palco, mas também, ou principalmente, dos ensaios vividos, da zona de fronteira entre atores e personagens. Ainda Não Acabámos só estará uma vez em exibição, mas merecia entrar no circuito comercial. M.H. Teatro Municipal São Luiz > R. António Maria Cardoso, 38, Lisboa > T. 21 325 7640 > 8 fev, seg 19h > grátis De Quentin Tarantino, com Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins > 187 min 26 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) LIVRO S E DISCOS O País do Carnaval Jorge Amado Sentir a batida de um país No seu primeiro romance, escrito aos 18 anos, o escritor baiano usava a festa para radiografar um Brasil deprimido JOÃO RIBEIRO Tóquio Vive Longe da Terra Ricardo Adolfo O País do Carnaval (D. Quixote, 160 págs., €13,90) foi o primeiro, dos 49 livros traduzidos em 80 países, que Jorge Amado (19122001) deixou como legado Jorge Amado quis batizar este seu primeiro romance como Os Homens que Eram Infelizes Sem Saber Por Quê. Escreveu, em 1930: “Os defeitos deste livro são a minha maior honra.” Um arrebatamento que acompanha a sua intenção de fazer, aqui, um retrato de geração, “um grito”, “quase um pedido de socorro”. “Este livro narra a vida de homens céticos que, entretanto, procuram uma finalidade. Tentaram alcançá-la. Uns no amor, outros na religião. O fracasso das tentativas não é prova da sua inutilidade”, defende o autor, já então político, humanista, militante. O país observado nas páginas tem muitos “doentes de insatisfação”, e contrastes fortes – onde é que já vimos isto? Na cidade, “anúncios luminosos ensinavam remédios aos doentes ricos”, automóveis com “gente rica que ia aos teatros” ou à missa na catedral, ignoravam os mendigos, os tuberculosos, a gente que vivia em lugares sem janelas. Não surpreende que O País do Carnaval tenha integrado o lote de livros de Jorge Amado considerados subversivos e queimados em praça pública, em Salvador, em 1937. A polícia do Estado Novo não gostou do retrato deste Brasil triste, melancólico, com um spleen que nem o samba disfarçava. O escritor baiano usa um protagonista dividido para levar a cabo esta ficção, sombria, sociológica, existencialista, um pouco tendenciosa no absolutismo da sua juventude, e distante do apelo solar de romances posteriores como Tieta do Agreste ou Gabriela, Cravo e Canela: Paulo Rigger, filho da elite produtora de cacau, estudante de direito exilado em Paris durante sete anos, regressa ao país natal. Europeizado, despreza as manifestações exuberantes dos compatriotas, não percebe os códigos, os consolos, as festas delirantes. Tenta refundar as raízes junto de um grupo de intelectuais – uns vencidos da vida, afinal. A política, e as questões sociais e raciais cavam-lhe outros buracos: Rigger trouxera com ele uma amante francesa, a prostituta Julie, que, mais tarde, o trairá com Honório, um trabalhador rural negro. Todo um carnaval literário triste, que ainda hoje ressoa. S.S.C. Após transladar-se para Tóquio, aconteceram muitas coisas a Ricardo Adolfo. Alienígena face aos ritmos e hierarquias, aos protocolos de comportamento e aos interditos da “ilha”, e até aos fenómenos naturais que sacodem a terra como os terramotos e os tufões, o autor, transfigurado em espécie de bárbaro na Ásia, sublima a estranheza dos (des) encontros em pequenas narrativas, que tem vindo a publicar na revista Sábado, e que confirmam a intuição expressa nas primeiras linhas da compilação de textos: “A vida de alien não ia ser fácil.” A condição de estrangeiro é aqui escalpelizada com ironia, seja o quotidiano como elemento das “brigadas especiais de homens de salário”, seja como “amigo de aluguer” – foi tomar café, jogar Pachinko, ver um filme e comer ramen com uma alugadora... até se sentir “como uma girafa empalada à frente de um prédio”. Sempre “suspeito do costume” em virtude do ADN irreversível, é muitas vezes interpelado pelos “senhores suados” da autoridade: certa vez, barraram-lhe o acesso ao mar, “fechado” até abrir a época balnear. Noutra ocasião, a mulher, japonesa, teve de explicar, em plena rua, que tipo de amor era o seu... A ilha é um lugar estranho. S.S.C. Companhia das Letras > 208 págs. > €15,90 4 fevereiro 2016 SE7E 27 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) LIVRO S E DISCOS D.R. Live in Denmark - 1971 Johnny Cash Night Thoughts Suede Épica nostalgia A rebuscada etiqueta glam britpop assenta bem à música dos Suede, que continua a fazer todo o sentido em 2016 Night Thoughts é o sétimo álbum de estúdio dos britânicos Suede – e o segundo depois de terem ressuscitado em 2013. Uma prova de vida, portanto 28 Na pop, a longevidade nem sempre é uma boa notícia. Não raras vezes, tememos o regresso de autores que outrora foram a banda sonora dos nossos dias, entusiasmos ou depressões. Como se não tivessem o direito a acrescentar nada, como se tudo o que pudessem fazer de novo estivesse condenado à irrelevância. Muitas vezes, é mesmo isso que acontece, sublinhando o lado mais efémero e hedonista da música pop. Felizmente, nem sempre é assim... No caso dos britânicos Suede, que se declararam esgotados e acabados em 2003, o temido regresso aos discos aconteceu em 2013 (com Bloodsports) e continua agora com este Night Thoughts. Não é só a voz muito particular de Brett Anderson, com as suas bruscas a amaneiradas variações, os seus falsetes, que contribui para a personalidade própria da banda no contexto do britpop dos anos 90. É todo um imaginário que remete para uma vaga nostalgia permanente e uma melancolia de fundo (mesmo, ou sobretudo, quando o som é épico). Nestas 12 novas canções, essa identidade está intacta. E a sensação é boa. Às vezes parecem estar no limiar da chamada “xaropada” (ser épico é um risco permanente e não é para todos), mas isso faz parte do seu encanto... Os temas das canções parecem os mesmos de há 20 anos (títulos como When You Are Young, Outsiders e The Fur & the Feathers soam inevitavelmente a déjà vu...). No fundo, este é um excelente disco dos Suede, sem concessões ao ar do tempo: a tal marca nostálgica garante-lhes, ironicamente, validade em qualquer época. Aquele arranque de Like Kids, a nona faixa, quando parece que o disco já está a esmorecer, tem a energia e a urgência de um disco de estreia. É datado? De certa maneira, sim. A música dos Suede é ainda, como já era em 1993, uma homenagem ao glam rock que David Bowie personalizou e encarnou nos anos 70 – um subgénero que não tem feito assim tantas reaparições... Bowie ecoa, facilmente, em vários momentos deste disco, o que, triste e estranhamente, também lhe dá atualidade e relevância. Pedro Dias de Almeida Pela primeira vez em CD, e em formato digital, este é o registo de um concerto de Johnny Cash, na Dinamarca, em 1971. A gravação aconteceu durante uma digressão escandinava numa sessão, com público, para a televisão pública local. Cash tinha 39 anos e vivia um ponto alto na sua carreira, com a popularidade no máximo depois de, durante três anos, ter conduzido o seu próprio programa semanal na TV americana (The Johnny Cash Show, no ABC). A confiança ouve-se na sua voz, na descontração com que fala com o público. Há vozes a que é sempre bom regressar. E este disco funciona, também, como um regresso ao “melhor de...”. Além de clássicos de Cash – como A Boy Named Sue, I Walk the Line, Me and Bobby McGee (que Janis Joplin levaria mais longe), Folsom Prison Blues ou Man in Black (o disco com esse nome, que passou a funcionar como sinónimo de Johnny Cash até à sua morte, em 2003, é desse mesmo ano) –, sabe bem ouvir a sua interpretação de Blue Suede Shows ou Flowers on the Wall (canção que Tarantino recuperou na banda sonora de Pulp Fiction) com a presença dos seus autores, The Statler Brothers. Neste mês vai ser lançado, também com a marca da Sony, Koncert v Praze, registo de um concerto histórico de Johnny Cash em Praga, em 1978, primeira presença de um cantor americano de grande êxito para lá da Cortina de Ferro. P.D.A. SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) TV Porta dos Fundos FOX Comedy O Carnaval são três dias Estreia exclusiva de duas séries e reposição dos “sketches” que puseram o coletivo de humor brasileiro nas bocas do mundo O canal do YouTube do Porta dos Fundos começou a emitir em março de 2012. Passados quase quatro anos, mantêm-se fiéis à divulgação de um novo sketch todas as quintas e sábados às 11 horas. Mesmo que não seja necessário um pretexto para ver o Porta dos Fundos, com o Carnaval a aproximar-se, calha bem: o canal Fox Comedy apostou no humor brasileiro para a temporada de 5 a 14 de fevereiro. A compilação dos sketches de maior êxito do coletivo de humor que já tinham passado na Fox podem voltar a ser vistos. São 26 episódios com o melhor que o Porta dos Fundos criou, desde 2012, para o seu canal no YouTube (5, 7, 13-14 fev 23h30, 8-12 fev 23h45). Em três anos, os cinco amigos alcançaram 2 mil milhões de visualizações e dez milhões de assinantes, tornando-se o maior fenómeno da internet e um dos maiores canais do mundo. A grande novidade é a estreia de O Grande Gonzalez (6 fev 23h30, 8 fev 23h30, 8-12 fev 23h30), a primeira série do grupo criada de propósito para a televisão, uma prova que o Porta dos Fundos funciona em diferentes formatos, como escreveu a revista Veja, aquando da estreia no Brasil, em novembro passado. A história, escrita por Ian SBF e Fábio Porchat, anda à volta da morte do mágico Gonzalez (Luis Lobianco), após um truque mal sucedido, numa festa para crianças. A polícia acredita que não se trata de um simples acidente, mas sim de uma vingança que levaria ao assassinato do mágico. Já os cinco episódios da websérie Refém (6 fev 23h30, 8 fev 23h30) contam a vida comum de Rogério, um homem casado que mente à mulher para ir ter com a amante. Quando o autocarro em que ele, supostamente, viajava é sequestrado, torna-se notícia em todo o mundo. O autor, Fábio Porchat, inspirou-se no sequestro do autocarro 174, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2000. Resta esperar pela estreia de Porta dos Fundos no cinema com Contrato Vitalício, “um filme que não é de sketches, é uma história sobre o mundo do cinema. E não tem nenhum dos personagens do Porta, são todos novos”, explica Fábio Porchat, responsável pelo argumento juntamente com Gabriel Esteves. As filmagens já começaram na Barra da Tijuca. Sónia Calheiros One Piece Três filmes da série animé e manga mais vendida no Japão e uma das mais populares do mundo, com quase 20 anos de história, preenche as tardes do Biggs na curta pausa de aulas. One Piece Luffy (dia 8) é uma aventura do carismático bando de piratas do chapéu de palha. Na terça, 9, estreia inédita de One Piece Merry e, a encerrar, no dia 10, One Piece Nami, um episódio que acompanha uma rapariga obrigada a trabalhar para o perigoso pirata Arlong. Biggs > 8-10 fev, seg-qua 16h Dédalo A curta-metragem de ficção científica, realizada por Jerónimo Rocha, retrata um futuro imaginário, onde o homem viaja até as estrelas para consumir os seus recursos. Encalhado num planeta nos confins do espaço-tempo, está o colossal cargueiro espacial Dédalo. Siena, uma das tripulantes, tenta sobreviver a uma infestação de criaturas mutantes, enquanto procura uma forma de travar a sua própria mutação. Uma produção, de 2013, que já passou por mais de 30 festivais nacionais e internacionais. MOV > 6 fev, sáb 22h15 4 fevereiro 2016 SE7E 29 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) ESCA PAR Palacete da Real Companhia do Cacau Montemor-o-Novo Sonhar com vista para o castelo JOSÉ CARIA No Alentejo, uma casa senhorial do século XIX foi transformada em turismo de habitação: escadas de madeira, banheiras em esmalte, tetos trabalhados... e sobretudo um serviço próprio de um hotel de cinco estrelas Vale a pena aproveitar a estadia para conhecer melhor a cidade e a região. Há locais de visita obrigatória: o Castelo e Convento da Saudação, a Ermida de S. Lázaro, o Terreiro de S. João de Deus, o Convento de S. Domingos, o CineTeatro Curvo Semedo e a Igreja do Calvário. 30 Do lado de fora, a fachada pintada de branco revela muito pouco. Inaugurado em julho do ano passado, no centro histórico de Montemor-oNovo, o Palacete da Real Companhia do Cacau é, porém, um sítio único. Desde logo, por causa da fábrica de chocolate aqui instalada, desejo concretizado dos proprietários, Sandra Rodrigues de Gouveia e Moisés Gama. É dela que vão sair, já a partir deste mês, bombons de recheio especial. O edifício data do final do século XIX e foi mandado construir pelo visconde de Amoreira da Torre. E nele é preciso entrar para perceber o encanto desta casa senhorial de dois pisos transformada em turismo de habitação com serviço de hotel de cinco estrelas: escadas de madeira, salas de estar com tetos trabalhados e mobiladas com relíquias da família, sofás de veludo, tapeçarias madeirenses nas paredes e chão... No piso térreo do edíficio principal, ficam duas das sete suites: ambas têm chão cerâmico preto e branco, paredes alvas e uma delas possui uma banheira de esmalte num recanto do quarto. As restantes cinco suites chamam-se Castle e são muito diferentes das outras. Estão instaladas no exterior do edifício, já na zona do jardim, onde noutros tempos estiveram as cavalariças. Aqui, os hóspedes são surpreendidos pelas banheiras grandes, pelas camas king size com roupas de algodão cetim e pelas janelas de onde se avista o castelo de Montemor-o-Novo. A meia-luz e as paredes de tom terra criam o resto do ambiente. Ainda nesta zona, e para quem gosta de relaxar, fica a sala de massagens, ginásio e sauna. No fim da propriedade, que parece muito mais pequena do que na realidade é, encontrarão a piscina e uma área de convívio onde, seja verão ou inverno, apetece tomar um chá, um copo de vinho ou apenas comer um bombom. Susana Lopes Faustino Lg. Alexandre Herculano, 1, Montemor-o-Novo > T. 96 179 7829 > a partir de €119 SE7E 4 fevereiro 2016 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) 1194957 JO G OS Palavras cruzadas >> Q U I Z >> 1. C. // 2. B // 3. A // 4. B // 5. C // 6. C // 7. C // 8. A // 9. B // 10. C >> HORIZONTAIS >> 11. Burkina, Mar // 2. Ide, Cestada // 3. Ola, Upar // 4. Embrancar // 5. Ensaio, Gel // 6. CI, Do, Zular // 7. Ecto, Moio // 8. Sai, Tens, Um // 9. NBA, Atino // 10. Gere, Adir // 11. Oxalato, Ara. >> VERTICAIS >> 1. Bi, Recessão // 2. Udo, Nica // 3. Reles, Tinga // 4. Amado, Bel // 5. IC, Bio, Tara // 6. Neuro, Me, Et // 7. Aspa, Zona // 8. Tanguista // 9. Marcelo, Ida // 10. Ad, Ala, Unir // 11. Raer, Remora. SOLUÇÕES >> HORIZONTAIS >> 1. O terrorista imortal – o atentado de Uagadugu, no (...) Faso, em que morreram 30 pessoas, é a prova de que a região do Sahel está fora de controlo e à mercê de jihadistas e traficantes como Mokhatar Belmokhatar – “morto” e ressuscitado vezes sem conta. Grande massa de água salgada // 2. Caminhai. O conteúdo de um cesto // 3. Remoinho de água (reg.). Dar upas (o cavalo) // 4. Branquear // 5. É o caso mais grave alguma vez registado na Europa e envolve uma farmacêutica portuguesa – a morte de um homem em França, no (...) clínico de uma nova molécula, reacende receios sobre a forma como os medicamentos são testados em humanos. Substância gelatinosa formada pela coagulação de soluções coloidais // 6. Conselho de Imprensa (sigla). Contr. da prep. de com o art. def. o. Espancar (gír.) // 7. Prefixo de origem grega que significa fora ou para fora. Medida de capacidade correspondente a 60 alqueires // 8. Desloca-se para fora. Possuis. A unidade // 9. Campeonato profissional norteamericano de basquetebol (sigla). Ato de atinar // 10. Administra. Agregar // 11. Sal do ácido oxálico. Altar cristão. >> VERTICAIS >> 1. Prefixo que exprime a ideia de dois, duas vezes. A próxima (...) global – o mundo está mais rico, mas também mais interdependente, e pronto para sofrer – a desaceleração da economia chinesa pode ter um efeito dominó à escala global // 2. Graúdo. Ninharia, frioleira, bagatela // 3. Desprezível. Espécie de cágado do Amazonas (Brasil) // 4. Querido. Contração de belo // 5. Instituto Camões (abrev.). Espécie de torno, ou prego de madeira, com que se prega o fundo ou as costuras laterais do cortiço. Desconto no peso de mercadorias, atendendose ao vaso ou envoltório em que vão metidas // 6. Nervo. A mim. Extraterrestre (abrev.) // 7. Cruz de pano que se punha nos sambenitos. Faixa // 8. Pessoa que dança o tango // 9. Depois de falar sobre os tempos que aí vêm, (...) Rebelo de Sousa disse que acredita que os próximos cinco anos “não serão um tempo perdido, mas de recuperação e futuro. Jornada // 10. Prefixo indicativo de movimento, direção, junção. Fileira. Juntar // 11. Vassourar o forno, depois de aquecido. Retarda. Sudoku DIFÍCIL Quiz POR PEDRO DIAS DE ALMEIDA 1. Qual destes livros não é de Mário de Carvalho? A. A Sala Magenta B. A Arte de Morrer Longe C. Combateremos a Sombra 6. Como se chamava o cão de Dorothy em O Feiticeiro de Oz? A. Milu B. Rin-Tin-Tin C. Toto 2. Como se chama o novo restaurante do chef Chakall em Lisboa? A. Social Club B. El Bulo C. Marvilar 7. Quantas nomeações para um Oscar tem o filme The Revenant: O Renascido? A. 9 B. 10 C. 12 3. Qual era o pseudónimo literário do professor Rómulo de Carvalho? A. António Gedeão B. Al Berto C. Sebastião da Gama 8. Em que ano foi lançada a primeira versão do jogo de vídeo Tetris? A. 1984 B. 1987 C. 1990 4. Em que concelho fica a Praia Fluvial da Folgosa? A. Alfândega da Fé B. Castro Daire C. Castelo de Paiva DÊ-NOS NOTÍCIAS > T.21 469 8101 > T. 22 043 7025 > [email protected] 5. Quantos degraus têm a Escadas Monumentais, em Coimbra? A. 85 B. 105 C. 125 9. Onde foi construído, em 1937, o navio escola Sagres? A. Boston B. Hamburgo C. Almada 10. Que animal foi usado, em 1991, por Damien Hirst na escultura The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living? A. Búfalo B. Escorpião C. Tubarão 4 fevereiro 2016 SE7E 31 © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54) © Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida. Ficheiro gerado para o utilizador 1194957 - [email protected] - 95.93.235.242 (04-02-16 10:54)
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